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– O surgimento das economias exportadoras organizadas com trabalho assalariado deve ser
entendido como o nascimento do capitalismo na América Latina (O início do capitalismo no
Brasil é com a abolição da escravidão). Entretanto, devem-se constituir forças produtivas
capitalistas, isto é, a reprodução das relações sociais e de produção capitalistas devem se dar
endogenamente.
“No entanto, ainda assim, a concepção de Weber está viciada pelo formalismo. Retendo apenas
elementos gerais – produção mercantil de produtos agrícolas, apoiada no trabalho escravo, própria
de colônias sujeitas a monopólio de comércio – abstrai-se o que é essencial ao se desprezarem os
vários contextos em que a plantation se situou historicamente. Quer dizer, abstrai-se ora sua
Antiguidade, ora sua Modernidade. Com isto, incapacita-se para determinar tanto suas gêneses
quanto sua dinâmica, que não pode nem ser deduzida – como se a economia escravista de
subsistência, parceria ou exploração assentada no trabalho assalariado fossem, sempre,
possibilidades fundadas in abstrato – nem, muito menos, ser extraída ex-post do efetivamente
ocorrido” (p. 31).
Fica claro, portanto, que não é lícito identificar o modo de produção dominante nas formações
sociais coloniais a partir, apenas, da forma que assumem as relações sociais básicas, como se
escravidão fosse igual a modo de produção escravista, e servidão, a feudalismo. Este procedimento
exclui, pura e simplesmente, o nível e a organização das forças produtivas, sua articulação com as
relações sociais de produção e, não menos importante, os processos históricos que constituíram e
deram “sentido” a tais sociedades. Que semelhança, senão a formal, guardariam, por exemplo, a
economia mercantil-escravista brasileira e a economia mercantil-escravista romano-cartaginesa?