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Este livro foi digitalizado por Raimundo do Vale Lucas, com a intengdo de dar aos cegos a oportunidade de apreciarem mais uma manifestago do pensamento humano... Canja de Galinha para a Alma Canja de Ganha para a Alma 89 histérias para abrir © coragao e reavivar o espirito Escrito e compilado por Jack Canfield Mark Victor Hansen Traducio Outras Palavras aoouRo Do original: Chicken soup for the soul Copyright © 1993 by Jack Canfiled and Mark Victor Hansen (Edigdo original: ISBN 1-55874-262-X] © 1995, Ediouro Publicacdes S.A. Todos os direitos reservados e protegidos pela Lei 5.988 de 14/12/73. E proibida a reprodugio total ou parcial, por quaisquer meios, sem autorizagao prévia, por escrito, da editora. Capa Carol $6 Editoragio Eletrénica DTPhoenix Editorial Projeto Grifico Ediouro CIP-Brasil. Catalogagao-na-fonte C227¢ Canfield, Jack, 1944 anja de galinha para a alma: 89 histérias para abrir o coragdo e o espirito / Jack Canfield, Mark Victor Hansen; tradugio de Outras Palavras. - Rio de Janeiro: Ediouro, 1995. Tradugo de: Chicken soup for the soul ISBN 85-00-12880-1 1. Meditagdes. 2. Pardbolas. I. Hansen, Mark Vietor. II. Titulo. indicato Nacional dos Editores de Livros, RI CDD - 158 98-1004 CDU - 159.94 Ediouro Publicagdes S.A. Rio de Janeiro Rua Nova Jerusalém, 345 CEP 21042-230 Tel. (021) 560-6122 Fax: (021) 280-2438 Sao Paulo Av. Jabaquara, 1799 ¢ 1803 Mirandépolis CEP 04045-003 Tel. (011) 5589-3300 Fax: (011) 5589-3300 ramal 232 e-mail: info@ediouro-livros.com.br Se hd luz na alma, Havera beleza na pessoa. Se ha beleza na pessoa, Haver harmonia na casa. Se hi harmonia na casa, Haver’ ordem na Nagao, Se ha ordem na Nagao, Havera paz no mundo. Provérbio Chinés Com amor, dedicamos este livro a nossas esposas, Georgia e Patty, ea nossos fies, Chistopher, Oran, Kyle, Elizabeth e Melani, que sio eanja de ssos coragies € reacendendo nossos es Agradecimentos Este livro levou quase dois anos, desde sua concep¢ao até sua conclusio. Foi um trabalho de amor e valeu-se dos esforgos conjuntos de muitas pessoas. Gostariamos. de agradecer especialmente a: Patty Mitchell, que datilografou e redatilografou eada uma destas histérias no minimo cinco vezes. Sua dedicago ao projeto incluiu muitos dias iteis até as 22h ¢ imtimeros fins de semana. Obrigado, Patty! Nao teriamos conseguido sem vocé. Kim Wiele, pela datilografia e redatilografia monumental de muitas das histérias, realizagao de grande parte da pesquisa extensiva e coordenagao de todo o trabalho, apa rentemente interminavel, para garantir permissio de direitos autorais das histérias que no escrevemos. Ela fez um dtimo trabalho, Obrigado, Kim. Kate Driesen, que auxiliou na datilografia, leu e comentou cada histéria e ajudou em grande parte da pesquisa. Sempre presente quando precisvamos cumprir prazos Obrigado. ‘Wanda Pate, que contribuiu infinitamente auxiliando na datilografia e na pesquisa. Cheryl Millikin, que cuidou o tempo todo do processamento ¢ fluxo de materiais, Willidms, por cuidar dos negdcios de Mark para que ele pudesse se dedicar a este livro. A Jeff Herman, por ser um agente literdrio to inspirado e por ter acreditado no livro desde © inicio, Jeff, adoramos trabalhar com voce A Peter Vegso, Gary Seidler e Barbara Nichols, da Health Communications, por captar © ideal do livro muito antes de qualquer outra pessoa. Apreciamos seu entusidstico apoio. A Cindy Spitzer, que escreveu ¢ editou varias das histérias mais importantes neste livro. Cindy, sua colaboragao foi inestimavel. ‘A Marie Stilkind, nossa editora na Health Communications, por seus etemos esforgos em trazer este livro a seu estado de exceléncia. A Bob Proctor, que colaborou com varias historias € anedotas de seu volumoso arquivo de historias de magistério. Obrigado, Bob. Vocé foi um grande amigo. A Brandon Hall, que nos ajudou com duas historias. Também gostariamos de agradecer ds seguintes pessoas por seu feMback muito valioso na primeira versio do liv Ellen Angelis, Kim Angelis, Jacob Blass, Rick Canfield, Dan Drubin, Kathy Fellows, Patty Hansen, Norman Howe, Ann Husch, Tomas Nani, Dave Potter, Danielle Lee, Michele Martin, Georgia Noble, Lee Potts, Linda Price, Martin Rutte, Lou Tartaglia, Dottie Walters, Rebecea Weidekehr, Harold C, Wells. av Sumario Introdugao 1, SOBRE OAMOR asset CaRN TERT Amor: a (inica forga criativa Eric Butterworth Tudo de que me lembro Bobbie Probstein . angio do coragdo Patty Hansen .....ncneen .» Verdadeito amor Barry e Joyce Vissell Oju dos abragos Jack Canfield e Mark V. Hansen Canfield Vocé ¢ importante Helice Bridges Um de cada vez Jack Canfield e Mark V. Hansen... ..O presente Bennet Cerf Um inmio como esse Dan Clark . Sobre a coragem Dan Millman Batten © amore o taxista Art Buchwald W. Schlatter Isso pode acontecer aqui? Jack soe Grande Ed Joe Um gesto simples John sorriso Hanoch MeCarty Amy Graham Mark V. Hansen Unia histéria para o dia dos namorados Jo Ann Larsen .. . Carpe diem! Alan Cohen Conhego voos, vocé ¢ igualzinho a mim! Stan Dale A mais nobre necessidade Fred T. Wilhelms: Bopsy Jack Canfield e Mark V. Hansen Filhotes a venda Dan Clark... 13 15.17 19 22 24.26 31 34 37 39-40 42 44 47 5052.55 S861 66 7072 76 2. APRENDENDO A AMAR A SI PRbPRIO .. O Buda de ouro Jack Canfield «2... mesmo Anénimo Nada além da verdade! Dallas Marning News .. .. Comece consigo .. Cobrindo todas as bases Fonte Desconhecida Minha declaragio de auto-estima Virginia Satir ‘A mendiga Bobbie Probstein ... As regras para ser humano Anénimo 3. SOBRE A PATERNIDADE . 93 s fiilhos aprendem o que vivenciam Dorothy L. Nolte .. 95 Por que escolhi meu pai para ser meu papai Bettie B. Youngs 97 A escola dos animais George H:' Reavis 105 Tocado Vietor Nelson 107 Eu te amo, filho Vitor B. Miller x 110 "O que vocé €" é to importante quanto "o que vocé faz’ Patricia Fripp 113 A perteita familia americana Michael Murphy ...... foe MS Apenas diga! Gene Bedley 120 OBRE O APRENDIZADO Costruindo meu futuro Frank Trujillo Everett Shostrom, as melhores coisas Helen P. Mrosla Casals ‘Aprendemos fazendo John Holt A mio Fonte Desconhecida ae rennet O garotinho Helen E. Buckley Sou professor John W. Schlatter 5. VIVA SEU SONHO w..scecrnsneronene . Acho que posso! Michele Borba Descanse em paz: 0 enterro do "nao mnsigo" Chiele Moorman A historia do 333 Bob Proctor ‘Agora gosto de mim Vocé é uma maravilha Pablo 79 81 84.85 86 87 89 91 125 127 128 129 133 134 135 137 142 145 147 150 155 Pedir, pedir, pedir Jack Canfield e Mark V. Hansen, 158 Vocé ja fez a terra se mover? Hanoch McCarty 161 O adesivo de Tommy Mark V. Hansen 163 Se nio pedir, voeé ndo consegue - mas se pedir, consegue! Rick Gelina soe 169 A busca de Rick Little Adaptada de Peggy Mann 173 ‘A magia de acreditar Edward J. McGrath Ir. 178 O livro de metas de Glenna Glenna Salsbury 179 Mais um item assinalado na lista John Goddard 182 Preste atengo, benzinho, eu sou seu amor! Jack Canfield... 187 Disposto a pagar o preco John MeCormack 191 Todo mundo tem um sonho Virginia Satir 195 Siga seu sonho Jack Canfield ... 198 A caixa Florence Littauer 201 Estimulo Nido Qubein 205 Walt Jones Bob Moawad 207 Vocé € suficientemente forte para agiientar criticas? Theodore Roosevelt... even 212 Cotrendo riscos Patty Hansen 213 Servigo ¢ um sorriso Kar Albrecht e Ron Zenke .. 215 6. VENCENDO OBSTACULOS ooo . Obsticulos Victor E. Frankl Considere isto Jack Canfield e Mark V. Hansen... homem que nio sabia ler Pamela Truax . Abraham Lincoln nao de Abraham Lincoln Ligdo de um filho Danielle Kennedy... Fracasso? Nao! Sé dificuldades temporarias Dottie Walters ... Para ser mais criativo, estou esperando... David B. Campbell .. Todo mundo pode fazer alguma coisa Jack Canfield ............ Sim, vocé pode n Corra, Pati, corra Mark V. John Corcoran - O iu Jack Canfield e Mark V. Hans Hansen O poder da determinagao Burt Dubin ....... . vo Fé Roy Campanella Bla salvou 219 vidas Jack Canfield e Mark V. Hansen 217 219 220 223 227 229 233 238 241 244 247 250 252 254 Vové vai me ajudar? Mark V. Hansen 258 S6 mais uma vez Hanoch McCarty sow 261 Hii erandeza ao seu redor - aproveite-a Bob Richar 263 7. SABEDORIA ECLETICA 265 Negécio fechado! Florence Littauer 267 Reserve um ‘momento para ver de verdade J. Michael Thomas ... 270 Se eu pudesse comecar tudo novamente Nadine Stair 274 Dois monges Inngard Schloegl 276 Sachi Dan Millman .. fev 27 O presente do golfinho Elizabeth Gawain 278 O toque da mao do mestre Myra B. Welch 280 Mais canja de galinha? ccs 2,82 Contribuigdes 283 Agradecimentos (continuagao) . 294 Sobre os autores 299 Introdugio Sabemos tudo de que precisamos para acabar com o softimento emocional desnecessario que muitas pessoas experimentam atualmente. Auto-estima clevada ¢ eficacia pessoal sio acessiveis a qualquer um que queira dedicar seu tempo a essa busca. E dificil traduzir o espirito de uma situago real para o mundo das palavras. Historias que contamos todos os dias tiveram que ser reescritas cinco vezes para que, impressas, tivessem o mesmo efeito que ao vivo. Quando estiver lendo estas hist6rias, por favor esqueca tudo o que sempre aprendeu em suas aulas de leitura dinimica. Diminua 0 ritmo, Ouga 0 que diz o seu coragio, tanto quanto a sua mente. Saboreie cada historia, Deixe que 0 toquem. Pergunte-se: O que esta historia desperta em mim? O que sugere para minha vida? Que sentimento ow atitude evoca em meu ser interior? Permits-se uma relagao pessoal com cada histéria Algumas histérias falardo mais alto a vocé do que a outras pessoas. Algumas terao um significado mais profundo. Algumas o fario chorar. Algumas o fario rir. Algumas Ihe encherao de um sentimento de ternura. Algumas talvez the Amor: a tinica forca criativa Espalhe 0 amor por onde voeé for: antes de tudo, em sua propria casa, Dé amor a seus filhos, sua esposa ou seu marido, a um vizinho proximo... Nao permita jamais que alguém se aproxime de vocé sem viver melhor e mais feliz. Seja a expresso viva da bondade de Deus; bondade em seu rosto, bondade'em seus olhos, bondade em seu sorriso, bondade em sua tema saudacao. Madre Teres Um professor universitirio levou seus alunos de sociologia as favelas de Baltimore para estudar as histérias de duzentos garotos. Pediu a eles que redigissem uma avaliagao sobre o futuro de cada menino, Em todos os casos, os estucntes escreveram: "Ele nao tem chance alguma." Vinte ¢ cinco anos mais tarde, outro professor de sociologia deparou-se com o estudo anterior. Pediu aos seus alunos que acompanhassem © projeto, a fim de ver o que havia acontecido com esses garotos. Com excecao de vinte deles, que haviam se mudado ou morrido, os estudantes descobriram que 176 dos 180 restantes haviam aleangado uma posigao mais bem-sucedida do que a comum como advogados, médicos e homens de negécios. 1 professor ficou estarrecido € resolveu continuar o estudo. Felizmente, todos os homens continuavam na mesma area, ¢ ele péde perguntar a cada um: "A que vocé atribui © seu sucesso?" Em todos 0s casos, a resposta veio com sentimento "A uma professora" A professora ainda estava viva; portanto, ele a procurou, perguntando a senhora idosa, embora ainda ativa, que formula magica havia usado para resgatar esses garotos das favelas para um mundo das conquistas bem-sucedidas. Os olhos da professora faiscaram e seus labios se abriram num delicado sorriso. - E realmente muito simples - disse ela. - Eu amava aqueles garotos Eric Butterworth Tudo de que me lembro Quando falava comigo, meu pai sempre comegava a conversa com "Eu ja Ihe di quanto a adoro?" A expresso de amor eta reciproca e, em seus tiltimos anos, conforme sua vida comecou visivelmente a fluir, nos aproximamos ainda mis... como se isso fosse possivel. Aos 82 anos ele estava preparado para morrer, ¢ eu para deixé-lo ir, para que sew sofrimento terminasse. Nés rimos e choramos, nos demos as mijos, dissemos um a0 sse hoje 0 outro que nos amivamos ¢ concordamos que era hora, Eu di -Papai, depois que vocé se for, quero um sinal de que vocé est bem. Ele riu, diante do absurdo daquilo; papai no acreditava em reencaracio. Tampouco eu tinha certeza se acreditava, mas havia tido muitas experiéncias que haviam me convencido de que poderia receber algum sinal do "outro lado". Meu pai ¢ eu éramos to profundamente unidos que senti seu ataque cardiaco em meu peito no momento em que ele morreu. Mais tarde, lamentei que © hospital, em sua sabedo ria estéril, no me tivesse deixado segurar a mio dele enquanto ele se ia Dia apés dia eu rezava por ter noticias dele, mas nada acontecia. Noite apds noite eu pedia um sonho antes de dor i mir. Mas, mesmo assim, quatro longos meses se passaram, sem que eu ouvisse ou sentisse algo que nao fosse pesar pela sua perda. Mamae morrera cinco anos antes do mal de Alzheimer, e, apesar de ja ter criado as minhas préprias filhas, eu me sentia como uma erianga perdida. Um dia, enquanto estava deitada numa mesa de massagem, numa sala escura e tranqiiila, aguardando meu horério, fii envolvida por uma onda de saudade de meu pai. Co ‘mecei a me perguntar se fora exigente demais em Ihe pedir um sinal. Notei que minha ‘mente estava num estado de hipersensibilidade. Experimentei uma estranha lucidez na qual seria capaz de calcular de cabeca a soma de varias colunas de mimeros. Verifiquei para ter certeza de que estava acordada, e nao sonhando, e percebi que estava o mais longe possivel de um estado de sonho. Cada pensamento que eu tinha era como um pingo d’agua perturbando a trangiilidade de um lago trangiilo, e fiquei maravithada diante da paz de cada momento que passava. Entao pensei: "Tenho tentado contrblar as mensagens do outro lado; vou parar com isso agora.” De repente, © rosto de minha mae apareceu - minha mae, como era antes que a doenga de Alzheimer a tivesse despojado de sua razio, de sua humanidade e de trinta qui los. Seu magnifico cabelo prateado coroava seu rosto doce. Fla estava to préxima e to real, que, aparentemente, eu poderia estender o brago ¢ tocd-la. Ela se parecia com o que havia sido ha doze anos, antes do inicio da deterioragio. Eu sentia até a fragrincia de Joy, seu perfume favorito. Ela parecia estar esperando, e nao falava. Eu me perguntava como minha mie poderia aparecer se eu estava pensando em meu pai e me senti um pouco culpada por nao ter perguntado por ela também. Eu disse: - Oh, mie, sinto tanto que vocé tenha precisado sofrer com aquela doenga hortivel, +20 Ela inclinow a cabeca levemente para um lado, como que para se mostrar grata pelo que eu havia dito sobre seu softimento. Depois, sorriu - um belo sorriso - ¢ disse muito nitidamente - Mas eu s6 me lembro do amor. E desapareceu. Comecei a tremer e a sala subitamente ficou fria; senti na alma que o amor que damos & recebemos é tudo o que importa e tudo o que é lembrado. O sofrimento desaparece; © amor permanece. As palavras dela so as mais importantes que eu ja ouvi, e aquele momento ficard para sempre gravado em meu coracao. Ainda nio vi ou ouvi sobre o meu pai, mas nio tenho diividas de que algum dia, quando eu ‘menos esperar, ele vai aparecer e dizer "Eu ja Ihe disse hoje o quanto a adoro?" Bobbie Probstein, angio do coragio Era uma vez um homenzarrao que se casou com a mulher dos seus sonhos. De seu amor, nasceu uma garotinha, Ela era uma garotinha talentosa e alegre e o homenzarrio a amava muito. Quando ela era bem pequena, ele a pegava no colo, cantarolava uma melodia, dancava com cla pela sala e the dizia: -Amo voc, garotinha Enquanto a garotinha crescia, © homenzarrao a abragava e the dizia: - Amo vocé, garotinha. A garotinha fazia beicinho e dizia: dizia: - Mas para mim vocé sera sempre a minha garotinha. A garotinha que-nio-era-mais- garotinha deixou sua casa e saiu pelo mundo. A medida que aprendia mais sobre si mesma, aprendia mais sobre aquele homem. Viu que ele era verdadeiramente grande ¢ forte, porque agora reconheeia seus poderes. Um de seus poderes era sua eapacidade de expressar seu amor pela familia. Nao importava para que lugar do mundo ela fosse, ele ligava para ela e dizia: - Amo voeé, garotinha. +22 Veio o dia em que a garotinha que-nio-era-mais-garotinha recebeu um telefonema, O homenzarrao estava doente. Ele havia sofrido um derrame. Estava afisico, explicaram & garota. Nao podia mais falar e no se tinha certeza de que podia entender o que lhe diziam. Nio podia mais sorvir, rir, andar, abrayar, dangar ou dizer A garotinha que-nao-eramais-garotinha que a amava. Entfo, ela foi para junto do homenzarrio. Quando entrou no quarto ¢ o viu, ele parecia pequeno e nada forte. Ele a olhow e tentou falar, mas nao podia A garotinha fez a ‘mica coisa que podia fazer. Subiu na cama, ao lado do homenzarrio. Lagrimas escorreram dos olhos de ambos ¢ ela passou os bragos em tomo dos ombros inertes do pai. Com a cabega em seu peito, ela pensou muitas coisas. Lembrou-se dos maravilhosos ‘momentos que haviam passado juntos € de como ela sempre se sentira protegida e acarinhada pelo homenzarrao. Sentiu pesar pela perda que teria que suportar, das palavras de amor que a haviam confortado, Entio, ela ouviu as batidas que vinham de dentro do coragao do homem. Um coragao onde a missica e as palavras sempre haviam vivido. O coraco batia, sem se preocupar com os danos sofridos pelo resto do corpo. E, enquanto ela esiava ali, 8 magica continuava E ela ouviu o que precisava ouvir. O coragio dele batia as palavras que seus labios queriam mais dizer... Amo vocé Amo yocé Amo vocé Garotinha Garotinha Garotinha E ela se sent ‘Nao sou mais uma garotinha. © homenzarrio ria ¢ confortada. Patty Hansen Verdadeiro amor Moses Mendelssohn, avé do famoso compositor alemiio, estava longe de ser um homem bonito. Além da pequena estatura, possuia uma grotesca corcunda. Certo dia, visitou um comerciante em Hamburgo, que tinha uma adoravel filha chamada Frumtje. Moses se apaixonou perdidamente por ela. Mas Frumije sentiu repulsa por sua aparéncia disforme. Quando chegou a hora de sua partida, Moses reunin coragem e subiu os degraus até 0 quarto dela, a fim de ter uma diltima oportunidade de the falar. Ela era de uma beleza celestial, mas sua recusa em olhar para ele the causou profunda tristeza. Depois de tentar virias vezes conversar com ela, Moses perguntou timidamente: - Vocé acredita que os casamentos sao feitos no céu’? - Sim - respondeu ela, ainda olhando para o chao. - E voce? Sim, acredito - replicou ele. - Sabe, no céu, quando nasce um menino, Deus anuncia a menina que ele ira desposar. Quando nasci, minha futura noiva me foi apontada En to, Deus acrescentou: "Mas sua esposa seré corcunda." Ai, eu gritei: "Oh, Deus; uma mulher corcunda seria uma tragédia! Por favor, Senhor, dé-me a corcunda ¢ deixe-a ser bela." +24 Entio, Frumtj ¢ olhou bem dentro dos seus olhos e se comoveu com alguma profunda lembranga. Ela estendeu sua mao a Mendelssohn e, mais tarde, se tomou sua devotada esposa. Barry e Joyce Vissell +25 juiz dos abragos Nao me bata! Abrace-me! Bumper Sticker Lee Shapiro é um juiz aposentado, E também uma das pessoas mais genuinamente amorosas que conhecemos. A certa altura de sua carreira, Lee percebeu que 0 amor é 0 maior poder que existe. Conseqiientemente, Lee se transformou no homem dos "abracos'" Comegou a oferecer a todo mundo um abrago, Seus colegas o apelicaram de "o juiz dos abragos" (em oposi¢o a “juiz dos enforcamentos", supomos). O adesivo do seu carro diz: "Nao me bata! Abrace-me!” Hi cerca de seis anos, Lee criou o que ele chama de "kitabraco”. Do lado de fora 1é-se: “Um coraedo por um abrago." Dentro, hi trinta coragdezinhos vermelhos bordados com al finetes atras. Lee sai com seu kit-abrago, encontra as pessoas ¢ oferece-lhes um coragozinho em troca de um abrago. Lee tornou-se tio conhecido por isso que freqiientemente é convidado para apresentar conferéncias e convengoes, onde compartilha sua mensagem de amor incondicional. Numa conferéncia em Sao Francisco, local o desafiou dizendo: "E facil sair distribuindo abragos, aqui na conferéncia, a pessoas que resolveram vir por vontade prépria. Isso nunca funcionaria no mundo real." Eles desafiaram Lee a distribuir alguns abracos pelas ruas de Si0 Francisco. Seguido por uma equipe de televisio do noticidrio local, Lee saiu as ruas. Primeiro, se aproximou de uma mulher que passava, - Oi, sou Lee Shapiro, o juiz dos abracos. Estou doando estes coragdes em troca de um abrago. - Claro - respondeu ela ~ Facil demais - provocou o comentarista local. Lee olhou sua volta. Viu uma guarda de trinsito que estava enfrentando problemas com o dono de uma BMW a quem estava entregando uma multa. Aproximou-se dela, a ‘equipe de televisio junto com ele, ¢ disse: - Parece-me que um abrago poderia Ihe ser itil. Sou o juiz dos abra oferecendo um, Ela aceitou. ‘os € estou the O comentarista de televisdo langou um ultimo desafio. - Veja, ai vem um Snibus. Os motoristas de nibus de Sao Franciscé sio as pessoas mais nudes, rabugentas € intrataveis de toda a cidade. Vamos ver se vocé consegue um abraco dele. Lee aceitou o desafio, Quando o dnibus parou, Lee disse: ~ Oi, sou Lee Shapiro, o juiz dos abragos. Seu trabalho deve ser um dos mais estressantes do mundo. Hoje, estou oferecendo abragos is pessoas para aliviar um pouco sua carga. Gostaria de um? O homenzarrio de dois metros e mais de cem quilos levantou do banco, desceu do énibus e disse: = Por que nao? Lee o abragou, deu-Ihe um coragao e acenou quando o dnibus partiu. A equipe de TV estava sem fala. Finalmente, o comentarista disse: ~ Tenho que admitir, estou muito impressionado. 27 C Um dia, Nancy Johnston, amiga de Lee, bateu em sua porta. Nancy é palhago profissional e estava usando sua fantasia, maquiagem e tudo o mais. = Lee, pegue um punhado de seus kit-abrago e vamos a um lar de deticientes, Quando chegaram ao lar, comegaram a distribuir chapéus com baldes, coragdes € abragos aos pacientes. Lee sentia-se desconfortivel. Nunca havia abragado pacientes termi nais, pessoas gravemente retardadas ou quadraplégicas. Foi definitivamente um esforgo. Mas, depois de um certo tempo, ficou mais facil, e Nancy e Lee conquistaram uma comitiva de médicos, enfermeiros ¢ serventes que os seguiram de ala em ata. Depois de algumas horas, eles entraram na iltima ala, Eram os 34 piores casos que Lee jamais vira em sua vida. O sentimento cra tio cruel que partiu scu coragio. Mas, cum prindo seu compromisso de compartilhar seu amor com os outros, Nancy e Lee comecaram a passear pela sala, seguidos pela comitiva de médicos que, a essa altura, ja traziam coragdes nos colarinhos ¢ chapéus feitos de baldes na cabega. Finalmente, Lee chegou & altima pessoa, Leonard. Leonard usava um enorme babador branco sobre o qual babava. Lee olhou para Leonard, que babava, e disse: = Vamos embora, Nancy, no ha como enearar esse aqui Nancy replicou: ~ Vamos 1a, Lee. Ele também é um ser humano, nfo ¢? Entio, ela colocou-lhe um engragado chapéu de baldes na cabeca. Lee pegou um de seus coragdzzinhos vermelhos € prendeu-o no babador de Leonard. Respirou fundo, inclinou-se e 0 abragou. De repente, Leonard comecou a gritar: - Eeeeech! Eeceeeh! Alguns dos outros pacientes na sala comegaram a bater coisas. Lee voltou-se para a equipe esperando alguma ex 28 plicagdo e apenas viu que todos os médicos, enfermeiros e serventes estavam chorando. ‘Lee perguntou a enfermeira chefe: -0 que équehi? Ele nunca poder esquecer 0 que ela disse: ta é a primeira vez em 23 anos que vemos Leonard sorrir. Como é simples ser importante na vidados outros, Jack Canfield e Mark V. Hansen 2 ALENTE SEMPRE SABE QUANDO ELE ANDOU OUVINDO AS FITAS DE LEO BUSCACLIA... © 1984 United Feature Syndicate, Inc. PEANUTS reimpresso com a permissao da United Feature Syndicate, Inc. 230* 0 pode acontecer aqui? Precisamos de quatro abragos por dia para sobreviver. Precisamos de oito abragos por dia para nos manter. Precisamos de doze abragos por dia para crescer. Virginia Satir ‘Sempre ensinamos as pessoas a abragarem umas as outras em nossos workshops € semindrios. Muitas pessoas respondem dizendo: ~ Vocé nunca conseguiria abragar as pessoas com quem eu trabalho. Tem certeza? Aqui esté a carta de uma aluna diplomada em nos Caro Jack, Comecei este dia bem triste. Minha amiga Rosalind parou para me perguntar se eu ia distribuir abragos. Eu apenas resmunguei alguma coisa, porém, durante a semana, comecei a pensar sobre abragos ¢ tudo o mais. Eu olhava para 0 papel que vocé nos deu sobre Como Manter 0 Seminirio Vivo e me encolhia quando chegava a parte sobre abragar e ser abragado, porque no conseguia me imaginar abragando as pessoas no trabalho. Bem, decidi fazer desse dia “o dia do abrago” ¢ comecei a abragar os clientes que se aproximavam do meu balcao. Foi incrivel ver como as pessoas simplesmente ganha ram brilho... Um aluno do MBA saltou sobre o baledio e comecou a danear. Algumas pessoas chegaram a voltar e pedir mais. Aqueles dois mecanicos que consertam a maquina de xerox, e que estavam apenas caminhando lado a lado, sem falar um com 0 outro, ficaram to surpresos que simplemente acordaram e de repente estavam conversando ¢ tindo pelo saguio. Parece que cu abracei todo mundo na Wharton Business School e seja ld 0 que estivesse errado comigo esta manha, incluindo um pouco de dor, tudo passou. Descul pe-me por escrever uma carta tao longa, mas é que simplesmente estou muito animada. O melhor foi que, a. certa altura, havia cerca de 10 pessoas abragando umas as outras bem em frente ao meu baledo. Eu nao podia acreditar que isto estivesse acontecendo, Com amor, Pamela Rogers. P.S. A caminho de casa, abracei um policial na Rua 37. Ele disse: "Uau! Policiai sto abragados. Tem certeza de que ndo quer atirar alguma coisa em mim?" Outro de nossos alunos enviou-nos o seguinte trecho sobre abragos: Abragar é saudivel. Ajuda o sistema imunolégico, mantém vocé mais saudavel, cura a depressio, reduz o estress, induz o sono, é revigorante, rejuvenesce, no tem. 308 efeitos colaterais indesejaveis, e € nada menos do que um remédio milagroso. Abracar € totalmente natural. E orginico, naturalmente doce, nao contém aditivos quimicos, no contém conservantes, niio contém ingredientes artificiais e é cem por cento integral. Abracar € praticamente perfeito. Nao tem partes méveis, nio tem baterias que acabam, nio necessita cle checkups periddicos, requer baixo consumo de energia, produz muita energia, € 4 prova de inflac0, ndo engorda, nao exige prestagdes mensais, nao exige seguro, 6 prova de roubo, nio tributavel, nio poluente e, 6 claro, completamente 's semindios nunea 10 retomivel. Fonte desconhecida °33 Jack Canfield Vocé é importante Uma professora de Nova York decidiu homenagear seus alunos do {iltimo ano do colegial, dizendo a cada um deles a sua importincia. Usando um processo desenvolvido por Helice Bridges, de Del Mar, Califomia, cla chamou todos os alunos em frente a classe, um de cada vez. Primeiro, disse a eles como eram importantes para ela € para a classe. Entao presenteou cada um deles com um lago azul com uma frase impressa em letras douradas: "Eu sou importante." Depois, a professora resolveu desenvalver um trabalho com a classe para ver que tipo de impacto 0 reconhecimento teria sobre uma comunidade. Deu a cada aluno mais, trés la cos e os instruiu para que saissem e disseminassem a ceriménia de reconhecimento. Em seguida, eles deveriam acompanhar os resultados, ver quem homenageara quem ¢ relatar classe dentro de cerca de uma semana. Um dos garotos foi até um executivo jinior de uma empresa proxima e 0 condecorou por ajudé-lo no planejamento de sua cameira. Deu-lhe um laco azul e prendeu-o em sua camisa. Entio, deu-lhe dois outros lagos, ¢ disse: ~ Estamos fszendo um trabalho para a escola sobre reconhecimento, e gostariamos que vocé procurasse alguém 934 para homenagear, que o presenteasse com um lago azul, € entio the desse o outro lago para que ele possa homenagear uma terceira pessoa, disseminando esta ceriménia de reconhecimento. Em seguida, por favor, procure-me novamente € conte-me o que acontecetu. Mais tarde naquele dia, 0 executivo janior procurou seu chefe, que, por falar ni até entdo como um cara rabugento. Pediu ao chefe que se sentasse e Ihe disse que o admirava profundamente por ser um génio criativo. O chefe pareceu muito surpreso, O executivo junior perguntou-the se ele aceitaria o lago azul como presente ¢ se permitiria que ele o colocasse. Seu chefe, surpreso, disse: ~ Bem, certamente. O executivo jimior pegou o Lago azul e colocou-o no paletd do chefe bem acima do coragio. Ao dar ao chefe 0 ultimo lago, disse: ~ O senhor me faria um favor? Receberia este outro Lago e © passaria adiante homenageando uma outra pessoa? O garoto que me deu os lagos esta fazendo um trabalho para a escola ¢ queremos que esta ceriménia de reconhecimento prossiga, para descobrir como ela influencia as pessoas. Naquela noite, ao chegar em casa, o chefe procurou seu filho de quatorze anos e pediu que se sentasse. Ele disse: - Hoje me aconteceu a coisa mais incrivel. Estava em meu escritério e um dos executives juniores entrou, disse que me admirava e me dew este Lago azul por me considerar um génio criativo. Imagine. Ele acha que cu sou um génio criativo. Entio, ele prendeu esse lago azul que diz "Eu sou importante" no meu paleté, bem sobre o meu coragiio. Deume um outro lago ¢ pediu-me que homenageasse uma outra pessoa. Esta noite, voltando para casa, comecci a pensar em quem homenagearia com esse lago ¢ pensei em vocé. Quero homenagear voce. Meus dias sao muito tumultuados e, quando chego em casa, nao lhe dou muita atengo. Algumas vezes grito com vocé por nao tirar boas notas na escola e por 0, era tido, 5 seu quarto estar uma bagunga, mas, de qualquer forma, esta noite eu gostaria apenas de me sentar aqui e, bem, dizer-lhe que vocé é importante para mim. Além de sua mie, voce é a pessoa mais importante na minha vida. Vocé é um grande garoto e eu amo voce! O sobressaltado garoto comegou a solugar, e no conseguia parar de chorar. Todo 0 seu corpo tremia. Ele olhou para o pai e disse através das lagrimas: = Papai, cu planejava cometer suicidio amanha, porque achava que vocé niio me amava. Agora, no preciso mais Helice Bridges +36 Um de cada vez | Um de nossos amigos estava caminhando ao pér-do-sol em uma praia deserta mexicana. A. medida que caminhava, comegou a avistar outro homem a distiincia. Ao se aproximar do nativo, notou que ele se inclinava, apanhando algo e atirando na agua. Repetidamente, continuava jogando coisas no mar. Ao se aproximar ainda mais, nosso amigo notou que © homem estava apanhando estrela: do-mar que haviam sido levadas para a praia e, uma de cada vez, as estava langando de volta a Agua. Nosso amigo ficou intrigado, Aproximou-se do homem e di - Boa tarde, amigo. Estava tentando adivinhar o que vocé esta fazendo. ~ Estou devolvendo estas estrelas-do-mar ao oceano. Vocé sabe, a maré es cessas estrelas-do-mar foram trazidas para a praia, Se eu nao as langar de volta ao mar, elas morrerao por falta de oxigénio. -Entendo -respondeu meu amigo-, mas deve haver milhares de estrelas-co-mar nesta pra Provavelmente vocé nao sera capaz de apanhar todas elas. E que sio muitas, 37 simplesmente. Vocé percebe que provavelmente isso esta acontecendo em centenas de praias acima ¢ abaixo desta costa? Vé que nio fara diferenca alguma? O nativo sorriu, curvou-se, apanhou uma outra estrelado-mar e, a0 arremess: mar, replicou: - Fez diferenga para aquela. Jack Canfield e Mark V. Hansen +38 O presente Bennet Cerf relata esta tocante histéria sobre um énibus que sacudia ao longo de uma estrada vicinal no sul. Num dos assentos, um delicado senhor de idade segurava um buqué de flores freseas. Do outro lado do corredor havia uma menina cujos olhos se voltavam insistentemente para as flores do homem. Chegou 0 momento de o senhor saltar. Impulsivamente ele jogou as flores no colo da garota. - Posso ver que vocé ama as flores - explicou ele - e acho que minha esposa gostaria que fossem suas. Direi a cla que as dei a vocé. A garota aceitou as flores e ficou olhando o senhor saltar do Gnibus e atravessar 0 portiio de um pequeno cemitério. +39 Um irmao como esse ‘Um amigo meu chamado Paul ganhou um automével de presente de seu irmao no Natal. Na noite de Natal, quando Paul saiu de seu eseritorio, um menino de rua estava andando la de volta a0 em volta do reluzente carro novo, admirando-o. - Este carro é seu, senhor? - ele perguntou. Paul assentiu. - Meu irmio me deu de Natal. O garoto ficou boquiaberto. - Quer dizer que foi um presente de seu irmao e nao the custou nada? Rapaz, quem me dera... - hesitou ele. E claro que Paul sabia o que ele ia desejar. Ele ia desejar ter um irm&o como aquele. Mas 0 que o garoto disse chocou Paul tio completamente que o desarmou. = Quem me dera - continuou o garoto - ser um irmao como esse. Paul olhou o garoto com espanto, ¢ ento, impulsivamente, acrescentou: - Vocé gostaria de dar uma volta no meu automével? - Oh, sim, eu adoraria. Depois de uma voltinha, o garoto virou-se ¢, com os olhos incandescentes, disse: +40 - O senhor se importaria de passar em frente & minha casa? Paul deu um leve sorriso. Pensou que soubesse 0 que 0 rapaz queria, Ele queria mos vizinhos que podia chegar em casa num carro. Mas Paul estava novamente enganado. - Pode parar em frente aqueles dois degraus? - perguntou 0 garoto, Ele subiu correndo os degraus. Entio, passados alguns momentos, Paul ouviu-o retornar, mas ele no vinha depressa. Carregava seu irmiozinho paralitico. Sentou-o no degrau inferior e depois como que o abragou fortemente e apontou carro. - Ai esté ele, amigao, exatamente como eu te contei 14 em cima. O irmao deu o carro a ele de presente de Natal e nio the custou um centavo. E algum dia eu vou te dar um igualzinho... entao vocé poder’ ver com seus proprios olhos, nas vitrines de Natal, todas as coisas bonitas sobre as quais cu venho tentando te contar. Paul saiu do carto e colocou 0 rapaz no banco da frente. © irmao mais velho, com os olhos brilhando, entrou atrés dele ¢ os trés deram uma volta comemorativa. Naquela noite de Natal, Paul aprendeu o que Jesus queria dizer quando mencionava: "Mais afortunados os que dio..." ° Dan Clark Sobre a coragem ~ Entiio, voeé me acha corajosa? - ela perguntou. - Sim, eu acho. - Talvez eu seja. Mas, isso & porque eu tive alguns bons professores. Vou te contar sobre um deles. Ha muitos anos, quando trabalhava como voluntiria no Hospital Stanford, conheci uma garotinha chamada Liza que softia de uma doenca grave e rara. Aparentemente, sua ‘inica chance de recuperago era uma transfusio de sangue de seu irmio de cinco anos, que sobrevivera milagrosamente & mesma doenga ¢ desenvolvera 0s anticorpos necessarios para combater o mal. O médico explicou a situagao ao irmaozinho dela e perguntou ao menino se ele doaria seu sangue & irma. Vi-o hesitar por apenas um momento antes de respirar profundamente e dizer: ~ Sim, eu o farei, se for para salvar Liza 1 medida que a transfiusio transcorria, ele estava deitado num leito vizinho ao de sua irma € soma, como todos nés, a0 ver a cor retornar as mags de seu rosto. Depois, o rosto dele ficou palido e seu sorriso se apagou. Ele olhou para o médico ¢ perguntou numa voz trémula: = Vou comegar a morrer ji? +42 Sendo muito jovem, o menino compreendera mal o médico; pensou que teria que dar a ela rar aos todo o seu sangue. Sim, aprendi a ser corajosa - acrescentou ela - porque tive professores que me inspiraram. Dan Millman +B Grande Ed Quando cheguei & cidade para apresentar um semingrio' sobre Geréneia Obstinada, um pequeno grupo me levou para jantar a fim de me instruir sobre as pessoas @ quem cu falaria no dia seguinte. O lider ébvio do grupo era 0 "Grande Ed", um homenzarrio corpulento, de voz grave e retumbante, Durante o jantar, ele me informou que trabalhava como intermedi tio numa grande organizagio internacional. Seu trabalho consistia em ira determinadas, divisdes ou subsidirias para rescindir o contrato do executivo encarregado, - Joe - disse ele - estou realmente ansioso por amanha, porque todos precisam ouvir um cara firme como voeé. Eles vio ver que o meu estilo é 0 certo -sorriu largamente deu uma piscadela. Eu sorri, Sabia que o dia seguinte seria diferente do que ele estava prevendo No dia seguinte, ele sentou-se impassivelmente durante todo 0 semindrio e, ao final, saiu sem me dizer nada. Trés anos depois, voltei Aquela cidade para apresentar outro seminério gerencial para aproximadamente o mesmo grupo. O grande Ed estava ta de novo. De repente, por volta das dez horas, ele se levantou e perguntou em voz alta: 44 - Joe, posso dizer algo para estas pessoas? Eu sorri e disse: - Claro. Quando alguém é grande como vocé, Ed, pode dizer o que quiser. O grande Ed prosseguit dizendo: - Todos vocés me conhecem e alguns sabem 0 que aconteceu comigo. No entanto, quero partilhar isso com todos voeds. Joe, acho que voed vai gostar. "Quando ouvi vocé sugerir a cada um de nés que, para nos tornarmos realmente firmes, deveriamos aprender a dizer aqueles que nos so caros que realmente os amamos, pensei que tudo aquilo nao passasse de sentimentalismo barato, Tentei imaginar 0 que aquilo tinha a ver com ser firme. Vocé tinha dito que a firmeza é como couro, a dureza é como o granito: que a mente firme é aberta, fle eu nao conseguia entender o que o amor tinha a ver com isso "Naquela noite, quando me sentei diante de minha esposa na sala de estar, suas palavras ainda estavam me atormentando. Que tipo de coragem seria preciso para dizer a minha esposa que eu a amava? Sera que qualquer pessoa nao seria capaz de fazé-lo? Vocé também havia dito que isso deveria ser feito & luz do dia, ¢ no no quarto. Deparei comigo mesmo limpando a garganta, e comegando, e parando. Minha esposa olhou para cima e me perguntou 0 que eu havia dito, e eu respondi,’Ah, nada’. Ent3o, de repente, levantei-me, atravessei a sala, empurrei o jornal dela nervosamente para o lado disse: ‘Alice, eu te amo’ Por um minuto ela pareceu sobressaltada, Entio, lagrimas afloraram aos seus olhos ¢ ela disse suavemente: 'Ed, eu também te amo, mas esta é a primeira vez em vinte ¢ cinco anos que voce disse isso des forma. "Conversamos durante algum tempo sobre como o amor, quando ha bastante, é capaz de dissolver todo tipo de tensdes e, de repente, decidi, no entusiasmo do momento, ligar a5 el, disciplinada e tenaz. Ma para meu fitho mais velho em Nova York. Nunca nos dem muito bem. Quando ouvi sua voz ao telefone, falei sopetdo:'Filho, vocé pode pensar que estou bébado, mas n estou. Apenas pensei em te telefonar e dizer que eu te am Houve uma pausa do outro lado da linha, ¢ entao eu 0 ou dizer baixinho: 'Papai, acho que eu jé sabia, ma com cert za, é muito bom ouvir. Quero que saiba que também te am Tivemos um bom papo ¢ entio liguei para meu filho nova em Sao Francisco. Sempre fomos mais chegados, E disse 0 mesmo a ele, ¢ isso também proporcionou uma co versa realmente agradivel, como nunca haviamos tido d fato. Ao me deitar naquela noite, pensando, percebi que tud © que voed havia falado - detalhes operacionais da verd deira geréncia -adquiriram um novo significado, e eu co segui perceber como aplicé-los se realmente entendesse praticasse 0 amor obstinado. Comecei a ler livros sobre 0 a sunto. Com certeza, Joe, varias personalidades tém muito dizer, e comecei a perceber a enorme praticidade de aplic o amor 3 minha vida, tanto em casa quanto no trabalh Como alguns de vooés aqui sabem, eu realmente mudei mi nha forma de trabalhar com as pessoas. Comecei a prest mais atengao e a ouvir de verdade. Aprendi o que é tent conhecer os pontos fortes das pessoas, em vez de insistir e seus pontos fracos. Comecei a descobrir 0 verdadeiro praze de ajudar a desenvolver sua confianga. Talvez o mais impor tante de tudo foi eu ter comegado a entender, de verdade que uma forma excelente de demonstrar amor e respeito pe las pessoas é esperar que utilizem seus pontos fortes para al cangar os objetivos que definimos juntos. Joe, esta é minha forma de dizer Obrigado!’ E, coincidentemente, vamos falar’ do aspecto pritico! Agora sou vice- presidente da empresa ¢ as pessoas me chamam de lider principal. Ok, pessoal, agora ougam esse cara!” Joe Batten +46 Oamor e o taxista Outro dia, estava em Nova York, e tomei um téxi com um amigo. Quando d amigo disse ao motorista: - Obrigado pela condugao. Vocé ditigiu muito bem. O motorista do tixi ficou atordoado por um segundo. Entio disse: - Vocé é algum engragadinho? - Nao, meu caro, € ndo estou cacoando de vocé. Admiro a forma como vocé se mantém, calmo no trinsito pesado. - E - disse o motorista, e partiu, - 0 que significou tudo isso? - perguntei -Estou tentando trazer o amor de volta a Nova Yorkdisse ele-Acho que é a tinica coisa que pode salvar a cidade. - Como um homem sé pode salvar a cidade? - Nao sou um homem sé. Acho que ganhei o dia para aquele motorista de taxi. Suponha que ele tenha vinte passageiros. Ele sera gentil com esses vinte passageiros porque al guém foi gentil com ele. Por sua vez, esses passageiros serao gentis com seus, empregados ou gerentes ou garcons ou até com suas préprias familias. Finalmente, 0 bom humor poderia se espalhar para até mil pessoas. Agora ndo est nada mal, no 6? +47 - Mas vocé depende de que aquele motorista de t passe 0 seu bom humor aos outros. - No dependo - disse meu amigo, - Estou conscie te de que 6 sistema nio ¢ infalivel, e assim farei o mesmo co dez pessoas diferentes hoje. Se entre estas dez eu puder zer trés felizes, ao final posso influenciar indiretamente atitudes de mais 3.000. ~ Essa teoria soa bem - admiti -, mas no tenho cert za de que funcione na pratica. -Nio perderei coisa alguma se nio funcionar. Nao ga tei meu tempo dizendo quele ‘cemos, meu homem que ele dirigiu be Ele nao recebeu uma gorj eta maior nem menor. Se entrar po um ouvido e sair pelo outro, ¢ dai? Amanha haveré um ou tro motorista de taxi que eu possa tentar fazer feliz. = Voce & maluco - eu disse - Isso demonstra © quanto vocé se tornou cético. Fiz u estudo sobre esse assunto. Aparentemente, o que est faltan do aos nossos funciondrios dos correios, além de dinheiro claro, & que ninguém diz a eles que estao fazendo um dtimo trabalho. - Mas cles nao esto. - Nao estiio, porque acham que ninguém se importa com is dizer uma palavra bondosa a eles? Passivamos por um obra em construcao ¢ cinco operirios estavam almogando. Meu amigo parow. - E um magnifico trabalho, o de vocés. Deve ser dificil ¢ perigoso. Os operirios olharam meu amigo desconfiados. - Quando estara terminado? = Junho - grunhiu um homem. ~ Ah. Realmente impressionante. Vocés todos devem estar muito orgulhosos. Fomos embora. Eu disse a ele: -Nao vejo ninguém como voeé desde Dom Quixote de La Mancha. +48 ~ Quando aqueles homens digerirem minhas palavras se sentirao methor. De alguma forma a cidade se beneficiara de sua felicidade. -Mas vocé niio pode fazer tudo isso sozinho! -protestei. - Vocé é apenas um homem. - O mais importante é nao desanimar. Fazer com que as pessoas da cidade se tornem boas novamente nio é um trabalho facil, mas se cu puder incluir outras pessoas em minha campanha, = Vocé acaba de deixar passar uma mulher muito simpitica - cu disse. = Sim, eu sei - replicou ele. - E se ela for professora, sua aula de hoje sera fantas Art Buchwald 749 Um gesto simples Todo mundo pode ser grande... porque todo mundo pode servi Nao ¢ preciso um diploma de faculdade para servir. Nao é preei concordar sujeito e verbo para servir. Basta um coragao cheio d graga, Uma alma gerada pelo amor. Martin Luther King, Jr Certo dia, Mark estava caminhando da escola para casa quando notou que © menino a si frente havia tropegado derrubado todos os livros que estava carregando, além de" dois suéteres, um bastao de beisebol, uma luya € um pequeno gravador. Mark ajoelhou-se e ajudou o garoto a pegar as coisas espalhadas. Como estavam caminhando na mesma dire¢dio, ajudou 0 menino a levar parte de sua carga. No caminho, Mark descobriu que o nome do garoto era Bill, que ele adorava videogames, beisebol e Histéria, que estava tendo muitos problemas com suas outras matérias ¢ que acabara de terminar 0 relacionamento com sua namorada. Chegaram primeiro a casa de Bill, ¢ Mark foi convidado para uma Coca-Cola e para assistir televisio. A tarde transcorreu agradavelmente, com algumas risadas ¢ alguns segre e 50 (0. Por que alguém nio deveria tiea, dos compartilhados; depois, Mark foi para casa. Os dois continuaram a se encontrar na escola, almocaram juntos uma ou duas vezes ¢ ambos se formaram no primeiro grau. Foram para a mesma escola secundaria, onde tiveram contatos esporddicos durante varios anos. Finalmente, 0 tao esperado iiltimo ano do segundo grau chegou e, trés semanas antes da formatura, Bill perguntou a Mark se eles podiam ter uma conversa. Bill lembrou do dia em que haviam se encontrado, hé alguns anos. »- Vocé algum dia se perguntou por que eu estava carregando tanta coisa naquele d perguntou-lhe Bill.-Limpei meu armario porque nao queria deixar uma bagunga para o proximo dono. Eu tinha guardado algumas pilulas para dormir da minha mae e estava indo para casa cometer suicidio. Mas depois que passamos algum tempo juntos conversando e rindo, percebi que. se tivesse me matado, teria perdido aqueles momentos ¢ tantos outros que poderiam se seguir. Portanto, Mark, quando vocé pegou meus livros no chao naquele dia, fez muito mais do que isso. Vocé salvou minha vida. John W Schlatter O sortiso Sorvia para o outro; sorria para sua esposa, sorria para seu marido, sorria para scus filhos, sorria para 0 outro - nao importa quem seja - ¢ isso o ajudara a crescer através do maior amor pelo outro. Muitos americanos conhecem O Pequeno Principe, um maravilhoso livro de Antoine de Saint-Exupéry. B um livro fantastico e lendario, que funciona tanto como historia infan til, quanto como fabula que leva os adultos & reflexdo. Porém, poucos conhecem os ‘outros escritos de Saint-Exupéry, novelas e contos. Saint-Exupéry foi um piloto de guerra que lutou contra os nazistas e foi morto em combate. Antes da Segunda Guerra Mundial, lutou na Guerra Civil Espanhola contra os fas cistas. Escreveu uma histéria fascinante sobre essa experiéncia intitulada O Sorriso (Le Sourire). E esta histéria que eu gostaria de partilhar com vocés agora, Nao esti claro se ele tencionava escrever uma histéria autobiografica ou uma historia de ficedo. Prefiro acreditar na primeira hipstese. 52 Segundo sua historia, ele foi capturado pelo inimigo ¢ langado numa cela de pristo. Estava certo de que, pelos olhares desdenhosos ¢ pelo tratamento rude que recebeu de seus carcereiros, seria executado no dia seguinte. A partir daqui, contarei a histéria conforme me lembro, com minhas prdprias palavras. "Eu tinha certeza de que seria morto. Fiquei terrivelmente nervoso e perturbado. Remexi em meus bolsos para ver se havia algum cigarro que tivesse escapado a sua revista. En contrei um ¢, por causa de minhas mios trémulas, mal podia leva- Mas eu nao tinha fosforos; estes eles haviam levado "Olhei através das grades para o meu carcereiro. Ele ndo respondeu ao meu olhar. Afinal, nao se estabelece contato visual com uma coisa, um cadaver. Eu gritei para ele: ‘Tem fogo, por favor” Ele olhou para mim, encolheu os ombros e veio até onde eu estava para acender meu cigarro. "Ao se aproximar e¢ acender o fosforo, seus olhos inadvertidamente se cruzaram com os meus. Naquele momento eu sorri. Nao sei por que fiz isso. Talvez por nervosismo, talvez porque, quando se esta realmente perto de alguém. é muito dificil nao sorrir. Em todo 0 caso, eu sorri, Naquele instante, foi como se uma faisca saltasse no espaco entre nossos dois coragdes, nossas duas almas humanas. Sei que ele no queria, ‘mas meu sorriso saltou por entre as grades e gerou um sorriso em seus Libios Jo aos labios. também. Ele acendeu meu cigarro, mas permaneceu perto, olhando-me diretamente nos olhos ¢ continuando a soir. "Continuei sorrindo para cle, agora consciente da pessoa e nao apenas do carcereiro. E seu olhar para mim também parecia ter uma nova dimensio." - Vocé tem filhos? - ele perguntou. = Sim, aqui, aqui. - Tirei minha carteira e procure’ nervosamente as fotografias de minha familia. Ele também puxow as fotos de seus ninos e comegou a falar sobre seus pla 53 nos para eles. Meus olhos se encheram de lagrimas. Eu disse que temia nunca mais ver minha familia novamente, nunca ter a chance de vé-los crescer. Lagrimas também afloraram aos seus olhos. "De repente, sem qualquer outra palavra, ele destrancou minha cela ¢ silenciosamente me conduziu para fora. Uma vez fora da prisdio, conduziu-me silenciosamente por estra das secundarias, para fora da cidade. La, nos limites da cidade, ele me libertou. B, sem nenhuma outra palavra, voltou em direcao a cidade. "Minha vida foi salva por um sorriso.” Sim, 0 sorriso - a conexio verdadeira, espontanea, natural entre as pessoas. Conto essa histéria em meu trabalho porque gostaria que as pessoas considerassem que, sob todas as camadas que construimos para nos proteger, nossa dignidade, nossos titulos, nossos diplomas, nossa posigdo e nossa necessidade de sermos vistos de determinada forma - sob tudo isso, permanece o eu auténtico, essencial, Nao receio chama-lo de a alma. Acredito realmente que se aquela parte de mim e aquela parte de vocé puderem se reconhecer, nao seremos inimigos. Nio poderemos ter dio, inveja ou medo. Concluo tristemente que todas essas outras camadas, que construimos com tanto cuidado ao longo de nossas vidas, nos distanciam ¢ isolam do verdadeiro contato com os outros, A histéria de Saint-Exupéry fala daquele momento magico em que duas almas se reconhecem. Tive apenas alguns momentos assim. Apaixonar-se é um exemplo. E olhar para um bebé. Por que sorrimos quando verios um bebé? Talvez seja porque verios alguém sem to das aquelas camadas defensivas, alguém cujo sorriso sabemos ser genuino e sem malicia. E aquela “alma de bebé" dentro de nés, sorri ansiosamente em reconhecimento. Hanoch McCarty “54 Amy Graham Quando cheguei & Mile High Church, em Denver, para conduzir trés cultos e um workshop sobre a consciéncia da prosperidade, depois de passar a noite inteira no aviio, vin do de Washington, D.C., estava muito cansado. Ao entrar na igreja, o Dr. Fred Vogt me perguntou: = Vocé conhece a Fundagaio Faga Um Desejo? - Sim - respond -Bem, Amy Graham recebeu 0 diagnéstico de leucemia terminal. Deram a ela trés dias. Seu iltimo desejo foi assistir aos seus oficios. Fiquei chocado. Senti um misto de exaltagdo, espanto e diavida. Nao podia acreditar. Pensei que garotos 4 beira da morte quisessem ver a Disneylindia, conhecer Sylvester Stallone, Mr. "T" ou Arnold Schwartzenneger. Com certeza no desejariam passar seus liltimos dias ouvindo Mark Victor Hansen. Por que uma garota com apenas poucos dias de vida desejaria ouvir um orador motivacional? De repente meus pensamentos foram interrompidos. - Aqui esté Amy - disse Vogt ao colocar a frigil m3o dela sobre a minha. Diante de mim estava uma garota de dezessete anos, usando um turbante vermelho ¢ laranja para wS5 cobrir a cabega calva devido a tantos tratamentos quimi terépicos curvado e sem energia. E disse: - Minhas duas metas cram formar-me no colegial ¢ a sistir ao secu sermio. Meus médicos no acreditavam que pudesse aleangar nenhum dos dois. Eles nao achavam qu eu teria energia suficiente. Eles me deram alta, sob os cuida dos de meus pais... Estes so ‘meu pai ¢ minha mi. Meus olhos encheram-se de lagrimas; fiquei paralisado;"! Perdi o equilibrio, Estava totalmente comovido. Limpei a garganta, sorri e disse: - Vocé e seus familiares sio nossos convidados. Obrigado por terem vindo. - Nos abragamos, esfregamos os olhos € nos separamos, Eu assistira a muitos seminarios de cura nos Estados Unidos, Canada, Malisia, Nova Zelandia e Australia, Observara os melhores curandeiros trabalhando e estudei, pesquisei ouvi, ponderei e questionei o que funcionava, por que e como. Naquela tarde de sibado, conduzi o seminario a que Amy ¢ seus pais assistiram. O auditério estava transbordando, com mais de mil presentes ansiosos por aprender, crescer e se tomar mais humanos Humildemente, perguntei ao pablico se gostaria de aprender um proceso de cura que poderia Ihes ser util por toda a vida. Do palco, parecia que todas as mios estavam levantadas bem alto no ar. Eles unanimemente queriam aprender. Ensinei ao publico a esfregar vigorosamente as mios, separa-las cinco centimetros ¢ sentir ‘a energia da cura. Entao, formei pares para que sentissem a energia de cura que emanava de seus parceiros, de um para o outro. Eu disse: = Se vocé precisa de cura, aceite-a aqui e agora, pablico estava em fila e foi um sentimento extasiante, Expliquei que todos temos energia de cura e potencial de +56 cura. Cinco por cento de nds temos essa energia € potencial fluindo to dramaticamente de nossas maos que poderiamos fazer dessa habilidade uma profissio. Eu Aias - Esta manha fui apresentado a Amy Graham, de dezessete anos, cujo iiltimo desejo era estar presente a este semindrio. Quero trazé-la aqui a frente e pedir a todos que the enviem sua energia vital. Talvez possamos ajudar. Ela nao ped isso espontaneamente, porque acho que é certo. O pablico entoou: - Sim! Sim! Sim! Sim! O pai de Amy conduziu-a até o altar. Ela parecia frigil devido a quimioterapia, devido ao longo tempo no leito e a total falta de exercicios. (Os médicos nio haviam permitido que ela andasse durante as duas semanas anteriores a este seminirio.) Pedi ao grupo que esquentasse as mios ¢ Ihe enviasse energia de cura; em seguida, de pé, as pessoas fizeram-Ihe uma aclamagao cheia de Lagrimas. Duas semanas depois, Amy telefonou-me para dizer que seu médico the dera alta depois de uma remissdo total da doenga. Dois anos depois, ela ligou novamente para Seu corpo débil estava isso. Estou fazendo 9 dizer que se easara, Aprendi a nunca subestimar a forga de cura que todos possuimos. Esti sempre ali para ser usada para o maior dos bens. Precisamos apenas nos lembrar de usa-la, Mark V. Hansen 37 Uma histéria para 0 dia dos namorado Larry e Jo Ann eram um casal comum, Viviam numa casa comum, numa rua comum, Como qualquer outro casal comum, lutavam para equilibrar o orcamento e para educar corretamente 0s filhos. Eram comuns ainda em outro aspecto - tinham seus desentendimentos. A maioria de suas conversas dizia respeito ao que estava errado em seu casamento e de quem era aculpa. Até um dia em que © mais extraordindrio evento ocorreu. - Sabe, Jo Ann, tenho uma cémoda com gavetas magicas. Toda vez que abro as gavetas, elas esto cheias de meias ¢ cuecas - Larry disse. - Quero agradecer-Ihe por abastecé-las todos estes anos. Jo Ann fitou © marido por cima dos dculos. - © que vocé esté querendo Larry? - Nada. Apenas quero que vocé saiba o quanto aprecio aquelas gavetas magicas. Essa ndo era a primeira vez que Larry fazia algo estranho, assim Jo Ann afastou o incidente de sua mente até alguns dias depois. +58 - Jo Ann, obrigado por anotar tantos nimeros de cheque corretamente no canhoto do talio de cheques este més. Vocé acertou quinze dos dezesseis niimeros. E-um recorde Nao acreditando no que acabara de ouvir, Jo Ann desviou os olhos de sua costura, - Larry, vocé est sempre reclamando sobre eu anotar os niimeros dos cheques errados. Por que parar agora? - Por nenhum motivo. Apenas queria que vocd s fazendo. Jo Ann balangou a cabeca e voltou para sua costura. - O que deu nele? - mumurou para si mesma. Contudo, no dia seguinte, ao fazer um cheque no merca do, Jo Ann deu uma olhada no canhoto para ver se havia anotado o niimero certo. - Por que ¢ que de repente me importo com esses esttipidos niimeros de cheque? - perguntou a si mesma, Tentou desconsiderar o incidente, mas © comportamento de Larry se intensificou, ~ Jo Ann, esse foi um grande jantar - disse ele certa noite. - Aprecio todo seu empenho. Posso apostar que, nos iiltimos quinze anos, vocé serviu mais de 14.000 refeigdes para mim e para as criancas E depoi - Nossa, Jo Ann, a casa esta linda, Vocé deu um duro danado para deixi-la tio bonita. E até - Obrigado, Jo Ann, apenas por ser vocé mesma, Eu realmente gosto da sua companhia. Jo Ann estava ficando preocupada. = Onde esto o sarcasmo, o critieismo?-perguntava-se. Seus temores de que algo peculiar estivesse acontecendo ao seu marido foram confirmados por Shelly, de dezesseis, anos, que reclamou: - O papai pirou, mamae. Ele si maquiagem ¢ essas rou +59 ubesse que aprecio o esforgo que esti implesmente me diss se que eu estava bonita, Com toda essa 20 pas desleixadas, mesmo assim ele disse que eu estava boni Aquele nao é 0 papai, mie. O que ha de errado com ele? Independente do que estivesse errado, Larry nao se orou do erro. Dia apés dia, ele continuava a se concentrar positivo. As semanas se passavam, ¢ Jo Ann se acostumava ca vez mais ao estranho comportamento de seu companheir ocasionalmente, ela até Ihe rosnava um "Obrigada’. Ela s orgulhava de enfrentar a situagio com calma e serenidad até que um dia aconteceu algo tio peculiar que ela ficou completamente perturbada = Quero que vocé descanse um pouco - disse Larry Vou lavar os pratos. Por favor, largue esta frigideira e saia d cozinha (Longa, longa pausa). = Obrigada, Larry. Muito obrigada! Os passos de Jo Ann estavam agora um pouco mais leves sua autoconfianga mais elevada e, de vez em quando, ela cantarolava. Parecia que nao tinha mais tantos ataques de tristeza. -Prefiro o novo comportamento de Larry-pensou. Este seria o final da histéria se outro evento ainda mais extraordinario nao tivesse ocorrido. Desta vez, foi Jo Ann quem falou. - Larry - disse ela. - Quero agradecer-the por trabalhar e nos sustentar durante todos estes anos. Acho que cu nunca Ihe disse o quanto aprecio isso. Larry nunea revelou a razao de sua dramatica mudanga de comportamento, por m ~nn tenha insistido numa resposta, e assim, esse continuara sendo mais um dos mistérios da vida. Mas ¢ um mistério com © qual sou grata em conviver. Como vocé pode ver, eu sou Jo Ann. n Jo Ann Larsen Desert New's +60 Carpe diem! Um brilhante exemplo de expresso de coragem é John Keating, o professor revolucionario interpretado por Robin Williams em Sociedade dos Poctas Mortos. Neste filme magis tral, Keating toma um grupo de estudantes espiritualmente impotentes, arregimentados e reprimidos num intemato rigido ¢ os inspira a tornarem suas vidas, extraordinarias, Estes jovens, como Keating thes faz ver, perderam de vista seus sonhos e ambigdes. Esto automaticamente vivendo os planos ¢ expectativas de seus pais em relacio acles. Pla nejam se tornarem médicos, advogados e banqueiros porque isso é 0 que seus pais Ihes disseram que irdo fazer. Mas estes rapazes sem vida dificilmente dedicaram qualquer pensamento ao que scus coragdes thes clamam a expressar. Uma das primeiras cenas do filme mostra o Sr. Keating descendo com os meninos até 0 saguio da escola, onde um quadro de troféus exibe fotos de turmas anteriores de alunos. Olhem para estas fotos, meninos' - Keating diz aos estudantes. - "Os jovens que voces contemplam possuiam a mesma chama que vocés possuem nos olhos. Planejavam revolucionar o mundo ¢ transformar suas vidas em algo magnifico. Isso foi ha setenta anos. Agora estiio todos mortos. Quantos deles realmente viveram seus sonhos? Quantos zeram o que estavam determinados arealizar?" Entio, o Keating se inclina para o grupo de rapazes e murmura modo que todos possam ouvi-lo: "Carpe diem! Aproveitem oportunidades!” No inicio os estudantes nao sabem o que fazer com es estranho professor. Mas logo ponderam a importéncia suas palavras. Passam a respeitar e reverenciar o Sr. Keatin que Jo iso - ou devolveu-Ihes Ses originais, uma nova ua que deu a eles d Todos nés carregamos algum tipo de cartio de aniversario quego~ tariamos de presentear a alguém - uma expressao de alegr criatividade ou vivacidade que escondemos sob a camisa. ret, 6 pe didamente apaixonado por uma bela garota. O tinico probl ma é que ela é a garota de um famoso atleta. Knox est enfe tigado por essa adordvel eriatura até a raiz dos cabelos, m nio tem autoconfianga para se aproximar dela. EntZo, ele s lembra do conselho do Sr. Keating: "Aproveite as oportun dades!" Knox percebe que no pode simplesmente continu ar sonhando - se ele a quer, ter’ que fazer algo a respeito. faz. Corajosa e poeticamente, ele the declara seus mais puro sentimentos. Durante sua declarago, ela o manda embora, ele leva um soco no nariz do namorado dela ¢ enfrenta em baragosos contratempos, Mas Knox nao quer desistir do se sonho e, assim, segue o desejo de seu coragao. No final, el percebe que 0 amor dele ¢ verdadeiro € abre seu coracio Apesar de Knox no ser especialmente bonito ou popular, garota é conquistada pela forea de sua intengdo sincera. El tornou sua vida extraordinaria. Eu mesmo tive uma chance de praticar 0 "Aproveite a oportunidades!" Apaixonei-me por uma garota atraente que conheci numa loja de animais de estimagao, Ela era mais jo" vem do que eu, levava um estilo de vida muito diferente ¢ +62 nfo tinhamos muito sobre o que conversar. Mas, de alguma forma, nada disso parecia importar. Eu gostava de estar com ela e sentia uma chama na sua presenga. B, aparentemente, cla também gostava de minha companhia. Quando soube que 0 aniversirio dela estava chegando, decidi convidé-la para sair. Antes de Ihe telefonar, sentei-me e fiquei olhando para o telefone durante mais ‘ou menos meia hora. Entao discava e desligava antes que tocasse. Sentia-me como um garoto de colégio, oscilando entre a ansiedade e excitagdo e 0 medo da rejeigao. Uma voz diabélica insistia em me dizer que ela ndo gostava de mim e que seria muito alrevimento convid-la, Mas eu estava entusiasmado demais com a idéia de sair com ela para deixar que esses receios me detivessem. Finalmente, tomei coragem ¢ a convidei. Ela me agradeceu ¢ disse que ja tinha outros planos Senti-me nocauteado. A mesma voz que me dissera para nao telefonar me advertiu para desistir antes de ficar ainda mais envergonhado. Mas eu estava decidido a ver no que ia dar essa atragao. Havia algo mais dentro de mim querendo vir a tona. Bu tinha sentimentos por aquela mulher, precisava expressi-los. Fui a uma loja e comprei-Ihe um lindo cartio de aniversdrio no qual escrevi uma ‘mensagem poética. Dobrei a esquina em diregao a loja de animais. Sabia que ela estava 1é traba Ihando. Ao me aproximar da porta, a mesma voz perturbadora me aconsethou eautela: "E se ela nao gostar de vocé? E se ela o rejeitar?" Sentindo-me vulneravel, meti © cartiio embaixo da camisa. Decidi que se cla me mostrasse sinais de afei¢do, eu o daria; se ela fosse fria comigo, manteria o cartio escondido, Dessa forma eu no correria riscos e evitaria a rejeig’o ou vergonha Conversamos durante alguns momentos e no recebi nal algum de sua parte, numa ou noutra dirego, Sentindome constrangido, fui saindo. No entanto, ao me aproximar da porta, uma outra voz me falou. Era um sussuiro, como a voz do Sr. Keating. A voz me +63 estimulou "Lembre-se de Knox Overstreet... Carpe diem! Neste momento, estava diante de minha aspirag3o em ex pressar totalmente meus sentimentos e de minha resisténei em enfrentar a inseguranga de me despir emocionalmente Coma posso sair por ai dizenda ais pessoas que vivencie seus sonhos, perguntei a mim mesmo, quando eu no esto vivenciando os meus? Além disso, qual a pior coisa que p deria acontecer? Qualquer mulher adoraria receber ‘um poé tico cartao de aniversirio, Decidi aproveitar a oportunidade Ao fazer essa escolha, senti uma onda de coragem correr pe Ias minhas veias. De fato, havia forga na intencao. Senti-me mais satisfeito € em paz comigo mesmo do que havia m sentido durante muito tempo... Precisava abrir meu coragao e da amor sem esperar nada em troca. Retirei o cartio de dentro da camisa, virei-me, fui até balcdo ¢ entreguei-o a cla. Ao eniregé-lo senti um vigor e uma excitagio ineriveis - além de medo. (Fritz Perls disse que 0 medo € "uma excitagdo sem félego".) Mas entreguei cart, E sabe 0 que aconteceu? Ela nao ficou especialmente im-), pressionada. Disse "obrigada’’ colocou o cartao de lado, sem nem abri-lo. Meu corago afundou. Senti-me desapon tado ¢ rejeitado. A ausGneia de resposta parecia ainda pior do que um fora direto. Despedi-me educadamente e sai da loja. Entao, algo interessante aconteceu, Comecei a me sentir estimulado, Uma enorme onda de satisfago intema se acumulou dentro de mim e fluiu para todo o meu ser. Eu havia expressado meus sentimentos e isso me trouxera uma sensagio fantastical Eu havia vencido o medo e partido para a pista de danga. Sim, eu fora um pouco desajeitado, mas havia conseguido. (Emmet Fox disse: "Faca-o tremendo se precisa fazé-lo, mas faa-o!") Eu havia mostrado meus sentimentos sem exigir garantias de +64 resultados. Nao dei para receber algo em troca. Abri meus sentimentos a ela sem. compromisso com uma determinada resposta. A dinamica necessaria para que qualquer relacionamento funcione. basta continuar demonstrando seu amor. Minha animago aprofundou-se, transformando-se num momo contentamento. Senti-me mais satisfeito e em paz comigo mesmo do que me sentira em muito tempo. Per cebi o propésito de toda a experiéncia: eu precisava aprender a abrir meu coragio ¢ dar amor sem exigir nada em troca. Nao era uma experiéncia de criar um relacionamento com aquela mulher. Era 0 aprofundamento de meu relacionamento comigo mesmo. E eu consegui. O Sr. Keating teria fieado orgulhoso. Mas, acima de tudo, eu estava orgulhoso. Desde entdo nao vi mais a garota. Mas aquela experiéncia mudou minha vida. Através daquela simples interagio, pude ver claramente a dinimica necessiria para fazer qual quer relacionamento, e até mesmo o mundo inteiro, funcionar: Basta continuar demonstrando seu amor. Acreditamos que nos magoamos quando nfo recebemos amor. Mas niio ¢ isso que nos ‘magoa, Nosso sofrimento vem quando nao damos amor, Nascemos para amar. Vocé poderia dizer que somos 1 quinas de amar criadas por Deus. Funcionamos com mais poténcia quando estamos dando amor. O mundo nos levou a aereditar que nosso bem-estar depende do amor de outras pessoas. Mas este é 0 tipo de pensamento as avessas, que tem causado tantos de nossos problemas, A verdade é que nosso bem-estar depende de nossa capacidade de dar amor. Nao tem nada a ver com o que volta; tem a ver com 0 que vail Alan Cohen’ +65 Conhego voce, voce é igualzinho a mim! Um de nossos amigos mais chegados é Stan Dale. St ministra um semindrio sobre amor € relacionamentos cha coado Sexo, Amor e Intimidade. Ha alguns anos, numa ten tativa de descobrir como era realmente 0 povo da Unio S viética, ele levou para Li, durante duas semanas, 29 pessoas: Quando escreveu sobre a experiéncia em seu boletim, fica mos profundamente tocados pelo seguinte caso. Ao caminharmos por um parque na cidade industrial de:; Cracévia, vi um senhor musso, veierano da Segunda Guerra Mundial, Os veteranos sio facilmente identificiveis, pelas medathas ¢ fitas que exibem orgulhosamente em suas camisas e jaquetas. Nao é um ato de vaidade. £ a forma de seu pais homenagear aqueles que ajudaram a salvar a RGssia, embora vinte milhdes de russos tenham sido mortos pelos nazistas. Fui até este senhor, sentado ao lado de sua esposa, e disse: "Droozhba, emir (paz ¢ amizade). Ohomem, fitandome com descrenca, apanhou o broche que haviamos feito para a viagem, que dizia ~mizadé em russo € mostrava um mapa dos Estados Unidos e da Unido Soviética seguros por mos amorosas, ¢ disse: Americanski? Respondi: Da, Americanski. Droozhba, emir." Ele apertou ambas as minhas aos, +66 como se fssemos irmios hi muito separados, ¢ repetiu novamente: Americanski! Desta vez havia reconhecimento e amor na sua afirmagao. Durante os préximos minutos, ele ¢ a esposa falaram em misso como se eu entendesse tudo, ¢ eu falei inglés como se soubesse que ele entenderia. E sabe de uma coisa? Nenhum de nés entendia uma palavra, mas com certeza compreendiamos um 20 outro. Nos abragamos, rimos ¢ choramos, dizendo todo tempo Droozhba, emir, Americanski "Eu fe amo, estou orgulhoso de estarem seu pas, ndo queremos a guerra, Eu amo voce!" . nos despedimos e os sete de nosso pequeno grupo se Mais ou menos cinco minutos dep foram, Cerca de quinze minutos depois, j a uma distancia consideravel, este mesmo senhor veterano nos alcangou. Ele veio até mim, tirou sua medalha da Ordem de Lenin (provavelmente sua mais alta condecoraciio) ¢ prendeu-a 4 minha jaqueta. Eno me beijou nos labios e me deu um dos abragos mais calorosos ¢ fraternos que jf recebi, Ambos choramos, nos olhamos nos olhos durante um longo tempo nos dissemos Dossvedanya (adeus). A historia acima simboliza toda a nossa viagem de “diplomacia civil” & Unido Soviética Todos os dias conheciamos e tocvamos centenas de pessoas, em todos os locais possi veis e impossiveis. Nem os russos, nem nés, americanos, jamais seremos os mesmos. Hoje, hd centenas de crianeas nas trés escolas que visitamos que no concordario imediatamente que os americanos so pessoas que querem destruilos. Dangamos, cantamos ¢ brincamos com criangas de todas as idades, e depois nos abracamos, nos beijamos € trocamos presentes. Elas nos deram flores, bolos, broches, pinturas, bonecas, mas, mais importante que tudo isso, abriram seus coragdes e mentes ‘Mais de uma vez, fomos convidados a participar de festas de casamento, ¢ nenbum membro da famlia poderia ter +67 sido mais calorosamente aceito, acolhido ¢ festejado do nés fomos. Nos abragamos, nos beijamos, dangamos ¢ to mos champagne, schnapps ¢ vodka com o noivo e a noiva, asim como Momma e Poppa e o resto da familia Em Kursk, fomos recepcionados por sete familias russ que se apresentaram como voluntarias para nos reeebere para uma noite maravilhosa de comida, bebida e conve: Quatro horas mais tarde, nenhum de nbs queria partir. N so grupo tem agora uma familia completa na Russia Na noite seguinte, recebemos "nossa familia" em noss hotel, A banda tocou até quase meia- noite, ¢ sabem o que mais? Mais uma vez, comemos, bebemos, conversamos, dari gamos e choramos quando chegou a hora de dizer adeus Dangamos cada danca como amantes apaixonados, ¢ er exatamente o que éramos, Eu poderia me estender para sempre sobre nossas expe riéncias, mas ainda assim no 's exatamente como nos sentimos. Como voed se sentiri a0 chegar ao seu hotel em Moscou, se houvesse uma mensa gem telefnica o aguardando, escrita em musso, do escritério de Mikhail Gorbachev, dizendo que ele lamentava muito no poder encontra-lo naquele fim de semana, pois estaria fora da eidade, mas que, em lugar desse encontro, providenciara um outro de duas horas entre todo © grupo e cerca de meia-diizia de membros do Comité Central para uma mesaredonda? Tivemos um debate extremamente franco sobre tudo, inclusive sexo. Como vocé se sentria se mais de uma duizia de senhoras de idade, usando babushkas, descessem as escadas de seus prédios de apartamentos ¢ 0 abragassem e 0 beijassem? Como se sentria se suas guias, Tanya e Natasha, the dissessem e a todo o grupo, que nunca haviam conhecido ninguém como vocés? E, quando partimos, todos os trinta choramos, porque haviamos nos apaixonado por essas mulheres fabulosas, e elas por nds Sim, como se sentiria? Provavelmente, exatamente como nés. 4q +68 Cada um de nés teve sua experiéncia prépria, é claro, mas a experiéneia coletiva certamente nos faz uma revelagao: a tinica forma de garantir algum dia a paz neste planeta 6 adotar o mundo inteiro como "nossa familia". Teremos que abraca-los ¢ beija-los. E dangar e brincar com eles. E teremos que nos sentar e conversar e caminhar € chorar com eles. Pois, quando o fizermos, poderemos ver que, de fato, todos so belos, todos nos complementamos uns aos outros de uma forma tio bela, ¢ todos seriamos mais pobres sem 0 outro. Ent3o, os dizeres: "Eu conhego vocé, vocé é igualzinho a mim!" passario a ter 0 mega-sentido de "Esta é'minha familia ¢ cu ficarei ao seu lado, nao importa © que houver!™ Stan Dale +69 TA mais nobre necessidade No minimo uma vez ao dia, nosso velho gato preto ve até um de nés, de uma forma que todos passamos a ver iss como um pedido especial. Nao que ele queira ser alimenta do ou que o deixem sair ou algo do género, Sua necessidad é de algo bem diferente. Se vocé tem um colo acessivel, ele saltard para ele; se ndo.' & provavel que permanega ali, de pé, olhando-o suplicante, até que vocé libere seu colo para ele. Uma vez ali, ele comega a vibrar, quase antes de vocé afagar suas costas, covar seu queixo e repetir varias vezes

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