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CONTROLE FICHAMENTO
(ASSUNTO/DISCIPLINA)
Gêneros textuais/Gêneros do
PTA - I discurso 2010/0006
VINCULAÇÃO DE ASSUNTO(S)/AULA(S) NÚMERO DA FICHA
TL-I, Intertextualidade, Ciência, Epistemologia, Thomas Kuhn, Suarez 1
Abreu, Comunidade Interpretativa, Comunidade Discursiva, Editoração LOCALIZAÇÃO DA OBRA
Científica, Discurso Científico, Análise de Gêneros, Foucault, Saber x
Poder. BIBLIOTECA PARTICULAR
REFERÊNCIA
BHATIA, Vijay K. A análise de gêneros hoje. In: BEZERRA, Benedito Gomes et all. Gêneros e Sequências
Textuais. Recife: Edupe, 2009. p.159-195
RESUMO (ABSTRACT)
O texto trata a respeito da análise de gêneros, das suas abordagens principais e dos elementos que são
comuns a ambas as concepções, e que será desenvolvido ao longo da maior parte do texto. Após, há a
explanação de alguns fenômenos recentes a respeito do gênero, tais como sua condição de existência e
manutenção, sua tendência para a inovação, sua versatilidade e a intensificação do fenômeno de
mistura e imbricação de gêneros em face de necessidades modernas de comunicação, com alteração e
mescla de propósitos comunicativos.
IDENTIFICAÇÃO DO AUTOR
Marcus Paolo Diel Rios - Letras Português ( Noturno) - Turma 1426 - CCE – UFSC
SIGLAS DE DISCIPLINAS
Para fins de facilitar o estudo e otimizar os campos vinculação de assunto(s)/aula(s) e título geral, o
autor da ficha reservou-se o direito de codificar em siglas as disciplinas do semestre de referência,
conforme segue:
TL-I Teoria da Literatura – I ; LB-I – Literatura Brasileira – I ; EG-I – Estudos Gramaticais – I; HEAL-I –
História dos Estudos Lingüísticos I e PTA-I – Produção Textual Acadêmica – I. ∞ Link Externo
TÍTULO GERAL TÍTULO ESPECÍFICO (ENFOQUE)
CONTROLE FICHAMENTO
(ASSUNTO/DISCIPLINA)
Gêneros textuais/Gêneros do
PTA - I discurso 2010/0006
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TL-I, Intertextualidade, Ciência, Epistemologia, Thomas Kuhn, Suarez 2
Abreu, Comunidade Interpretativa, Comunidade Discursiva, Editoração LOCALIZAÇÃO DA OBRA
Científica, Discurso Científico, Análise de Gêneros, Foucault, Saber x
Poder. BIBLIOTECA PARTICULAR
REFERÊNCIA
BHATIA, Vijay K. A análise de gêneros hoje. In: BEZERRA, Benedito Gomes et all. Gêneros e Sequências
Textuais. Recife: Edupe, 2009. p.159-195
IDENTIFICAÇÃO DO AUTOR
Marcus Paolo Diel Rios - Letras Português ( Noturno) - Turma 1426 - CCE – UFSC
SIGLAS DE DISCIPLINAS
Para fins de facilitar o estudo e otimizar os campos vinculação de assunto(s)/aula(s) e título geral, o
autor da ficha reservou-se o direito de codificar em siglas as disciplinas do semestre de referência,
conforme segue:
TL-I Teoria da Literatura – I ; LB-I – Literatura Brasileira – I ; EG-I – Estudos Gramaticais – I; HEAL-I –
História dos Estudos Lingüísticos I e PTA-I – Produção Textual Acadêmica – I. ∞ Link Externo
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Gêneros textuais/Gêneros do
PTA - I discurso 2010/0006
VINCULAÇÃO DE ASSUNTO(S)/AULA(S) NÚMERO DA FICHA
TL-I, Intertextualidade, Ciência, Epistemologia, Thomas Kuhn, Suarez 3
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Científica, Discurso Científico, Análise de Gêneros, Foucault, Saber x
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Textuais. Recife: Edupe, 2009. p.159-195
indeterminado. Aceitar o convite não resolve seus problemas de expressão... Mas lhe dá
acesso a idéias formais sobre como um conjunto de constituintes pode ser
apropriadamente combinado. ( Fowler, 1982, p.31)
“(...) a noção de criatividade é a própria essência da definição dos gêneros. Essa noção
está claramente implicada na definição de gênero de Swales ( 1990, p.58), quando ele diz
que “um gênero consiste em uma classe de eventos comunicativos, cujos membros
compartilham um conjunto de propósitos comunicativos”. Bhatia (1993, p.13) associa esse
aspecto tático da construção do gênero a “uma exploração inteligente das convenções
15 171
genéricas pelos membros experientes da comunidade profissional”, quando combinam os
propósitos comunicativos socialmente reconhecidos com suas intenções particulares. Seja
qual for a explicação, os gêneros muito dificilmente servem a propósitos únicos; eles
apresentam um conjunto de propósitos, mas esse conjunto muito frequentemente se
torna um misto de propósitos complementares.”
“Os gêneros, nesse sentido, possuem uma tendência natural à imbricação e à mistura,
16 172 pelo fato de que a maioria dos gêneros apresenta mais de um valor genérico ( ver Bhatia,
1995). “
“À semelhança da mistura de gêneros, como no exemplo anterior, encontramos também,
na publicidade, exemplos da imbricação de gêneros, fenômeno que tem sido referido
17 174
como falsos gêneros (Kathpalia, 1992), em que encontramos dois ou mais padrões de
genéricos imbricados um no outro.”
“Embora seja verdade que, de todos os gêneros profissionais, os gêneros promocionais,
em particular os publicitários, são os que exibem maior criatividade na construção e no
18 176 uso dos recursos genéricos, os demais gêneros podem ser igualmente vulneráveis. Às
vezes, esse tipo de criatividade e variabilidade resulta na inviabilização de tentativas de
identificação do gênero.”
“(...) afirmei que os gêneros derivam sua autoridade das convenções, que se baseiam na
19 178 crença de que todas as formas discursivas, especialmente aquelas usadas em contextos
institucionalizados, são socialmente determinadas.”
“[afirmação de Brufee ( 1986), p.777] há sempre uma espécie de “consenso ou
20 178 concordância” entre os membros das comunidades disciplinares específicas em estruturar
o conhecimento através de formas discursivas específicas.”
“Goodrich (1987) também explica essa institucionalização de práticas discursivas em
21 178
termos de uma “autoria social”, por oposição à tradicional autoria individual.
IDENTIFICAÇÃO DO AUTOR
Marcus Paolo Diel Rios - Letras Português ( Noturno) - Turma 1426 - CCE – UFSC
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História dos Estudos Lingüísticos I e PTA-I – Produção Textual Acadêmica – I. ∞ Link Externo
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Científica, Discurso Científico, Análise de Gêneros, Foucault, Saber x
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IDENTIFICAÇÃO DO AUTOR
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TÍTULO GERAL TÍTULO ESPECÍFICO (ENFOQUE)
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Gêneros textuais/Gêneros do
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TL-I, Intertextualidade, Ciência, Epistemologia, Thomas Kuhn, Suarez 5
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BHATIA, Vijay K. A análise de gêneros hoje. In: BEZERRA, Benedito Gomes et all. Gêneros e Sequências
Textuais. Recife: Edupe, 2009. p.159-195
OBSERVAÇÕES
A teoria dos gêneros é uma super-teoria de tipos discursivos, que dá suporte a outras disciplinas e
estudos dos gêneros textuais e discursivos, especialmente sob a perspectiva da análise de gêneros,
discutida sob um panorama contemporâneo por Bhatia.
Dito desta maneira, podemos constatar que os gêneros, tipos mais ou menos estáveis de discurso, tais
como conversas informais, discursos científicos, cartas, romances, etc, possuem na sua configuração a
multidisciplinaridade, pois o ser humano, vivendo num ambiente lingüístico do qual não pode se afastar,
utiliza formas de discurso para as mais variadas finalidades, que permitam um inter-relacionamento
com outros seres humanos.
Cabe, então, nos perguntarmos, como o autor, o motivo pelo qual as pessoas de uma determinada
comunidade linguística, científica, profissional ou não, falam desta maneira específica [ainda que
flexível] e não de outra, conforme o contexto em que se encontra.
O autor registra que para explicar essa questão, se faz necessário entender os fatores sócio-culturais e
cognitivos correspondentes para entender os propósitos comunicativos de uma determinada
comunidade interpretativa e as estratégias, táticas, modelos utilizados para que seus falantes para
atingir com excelência os objetivos da situação sociocomunicativa.
IDENTIFICAÇÃO DO AUTOR
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TL-I, Intertextualidade, Ciência, Epistemologia, Thomas Kuhn, Suarez 6
Abreu, Comunidade Interpretativa, Comunidade Discursiva, Editoração LOCALIZAÇÃO DA OBRA
Científica, Discurso Científico, Análise de Gêneros, Foucault, Saber x
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BHATIA, Vijay K. A análise de gêneros hoje. In: BEZERRA, Benedito Gomes et all. Gêneros e Sequências
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DEFINIÇÃO ABORDAGEM//TIPOS//AUTORES
“Análise de gêneros é o estudo do comportamento I. Tipologia/recorrência de ações
lingüístico situado em contextos acadêmicos ou retóricas. ( Miller ( 1984),
profissionais, seja qual for o modo como é abordado.” ( p. Berkenkotter e Huckin ( 1995)
160) II. Regularidades de processos
ANÁLISE DE GÊNERO
Existem três enfoques principais que são comuns a ambas as teorias, que são:
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A) CONHECIMENTO CONVENCIONADO
Neste ponto, Bhatia destaca que o conhecimento convencionado é expresso através de regras claras e
de conhecimento geral de uma determinada comunidade discursiva, abordando aspectos retóricos,
aspectos léxico-gramaticais, formas linguísticas estruturais e organizacionais que delineiam a maneira
como essa referida comunidade vai se comunicar ou se portar em uma situação sóciocomunicativa. Tais
aspectos definem a maneira de construir e de interpretar referidos gêneros [e, creio, somente os
participantes da referida comunidade tem acesso aos meandros da comunicação. Um exemplo típico,
com base em ∞Thomas Kuhn, seria a comunidade dos cientistas. É de se supor que o paradigma de
pesquisa institua , em certa medida, tipologias de formulação e enunciação de problemas, bem como as
maneiras cientificamente aceitas para que o problema seja considerado resolvido. Sob esse ponto de
vista, os critérios que definem a pesquisa in loco são simétricos com os critérios utilizados para
expressar linguísticamente tais fatos, penso eu.]
Cita-se exemplo proposto por Fairclough ( 1989, p.59) para ilustrar a importância das convenções,
falando sobre o exame ginecológico feito por um médico. O que caracteriza o encontro como um
encontro médico e não como um encontro sexual são as convenções instituídas, o ambiente médico, os
aparatos médicos [e, creio, a própria interpretação de ambos os indivíduos de que se encontram numa
situação médica], etc. Ressalta a importância das convenções para que se mantenha a esfera
comunicativa e a ordem social desejadas nas comunidades profissionais civilizadas.
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Textuais. Recife: Edupe, 2009. p.159-195
Bhatia trabalha em cima da noção de anúncios publicitários, com enfoque no anúncio de viagens aéreas.
Se trabalharmos com a noção geral de “discurso de gêneros promocionais”, veremos que o gênero
“anúncios” faz parte de uma constelação de gêneros nos quais estão incluídos, dentre outros, a sinopse
de livros, resenha de livros, cartas promocionais de vendas e inscrições de empregos.
Aí temos um exemplo de generalização de propósito comunicativo que, enunciado, poderia ser “ato ou
efeito de promover algum produto ou serviço para venda e consumo de indivíduos”, ainda que cada tipo
de subgênero, neste aspecto, apresente características e conhecimentos convencionados diferentes um
do outro, e apelem para intenções e atitudes diferentes, possuam regras léxico-gramaticais e estruturas
muito distintas.
Por outro lado, indo para a especificidade, podemos classificar, em termos do gênero anúncios, ainda
que pouco discerníveis em termos de propósito comunicativo, a mídia utilizada para veiculação da
informação ( papel, radiofônico, televisivo), o uso ou não de imagens, a diagramação textual, etc, que
apresentam configurações muito distintas.
“É possível, ainda, tomar os anúncios diretos e diferenciá-los em termos de uso de recursos linguísticos
para avaliação do produto, ou talvez em termos do tipo de produto que anunciam, ou mesmo em
termos do público a que se dirigem. Em cada caso, estamos certos de que encontraremos diferenças
sutis no uso de estratégias para descrição, avaliação ou diferenciação do produto e que essas diferenças
eventualmente ocasionarão usos específicos dos recursos lingüísticos. Mas o importante é que todas
essas variações somente se tornam gêneros diferentes no momento em que começam a indicar uma
diferença substancial nos propósitos comunicativos.” (BHATIA, 2009, p.166)
“Em outras palavras, o analista de gêneros pode enfocar tanto as semelhanças como as diferenças entre
vários membros de uma colônia de gêneros. Se o interesse é enfocar as sutilezas do gênero, ele ou ela
terá que definir os propósitos comunicativos em um nível propriamente mais baixo de especificidade; se
o interesse é distinguir uma variedade de realizações específicas de gêneros de certo modo
similarmente relacionados, precisará especificar os propósitos comunicativos em um nível mais alto de
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Isso está de acordo com a primeira parte dessa seção, onde Bhatia define três instâncias onde o gênero
pode apresentar versatilidade:
Os gêneros, como a linguagem, da qual fazem parte, alternam entre integridade e mutabilidade. Como o
próprio autor define, gênero se trata de uma prática discursiva institucionalizada e convencionada, que
atende a necessidades específicas de uma determinada comunidade científica. A integridade genérica se
faz necessária para que os falantes de uma determinada comunidade discursiva possam apreender com
facilidade o que está sendo dito e enquadrá-la nas suas respectivas convenções interpretativas. A
negligência desse ponto, segundo BHATIA (1995), ocasiona um estranhamento e, quem sabe, uma
incompreensão por parte da comunidade discursiva da qual estamos falando.
Entretanto, não podemos nos esquecer da estrutura dinâmica do gênero. Tal como a linguagem, eles
sempre estão sujeitos a uma remodelagem, a uma reestruturação, a uma transmutação, para poder
tratar de assuntos novos, de novas teorias e de novas maneiras de falar e interpretar o mundo.
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Textuais. Recife: Edupe, 2009. p.159-195
[ Nota 2: De acordo com ∞BARTHES, em “Da obra ao Texto”, o gênero, como elemento de composição
textual ( ainda que esteja para além do texto, conforme expresso pela nossa professora Sílvia em classe,
aula de 23.09.2010) também corre, juntamente com o Texto, em direção ao limite do incompreensível,
do ilegível, do não-Texto, mas nunca ultrapassa esse limite, o que garante a todo tempo sua
originalidade, mas também a capacidade que temos de entendê-lo.]
“(...) os gêneros podem ser vistos como o resultado das práticas discursivas convencionadas e
institucionalizadas de comunidades discursivas específicas.” (p. 167)
“... gêneros são estruturas retóricas inerentemente dinâmicas que podem ser manipuladas de acordo
com as condições de uso, e que o conhecimento de gêneros é, por conseguinte, mais bem conceituado
como uma forma de cognição situada e imbricada em culturas disciplinares.” (p.167)
“(...) a tendência de ver o gênero como um evento textual retoricamente situado, altamente
institucionalizado, apresentando aquilo que chamei, em outro trabalho, de “integridade
genérica”(BHATIA, 1993); por outro lado, uma tendência natural à inovação e à mudança, que
frequentemente é explorada pelos membros experientes da comunidade especializada na criação de
novas formas para responder a contextos retóricos familiares ou nem tão familiares assim. Isso confere
à maioria dos gêneros um tipo de complexidade dinâmica que freqüentemente se atribui ao uso de
recursos multimídia, à explosão de tecnologia informacional, aos contextos multidisciplinares no mundo
do trabalho, ao ambiente profissional crescentemente competitivo ( tanto acadêmico como
empresarial) e, acima de tudo, à necessidade de criatividade e inovação na comunicação profissional.”
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Textuais. Recife: Edupe, 2009. p.159-195
(p.167-168)
O autor começa a discorrer sobre um fenômeno cada vez mais corriqueiro em todas as comunidades
discursivas acadêmicas ou profissionais, chamado de mistura e imbricação de gêneros, que consiste
basicamente em juntar ou unir gêneros textuais/discursivos de uma ordem (tais como diálogos,
expressões idiomáticas, etc.) em contextos e gêneros textuais/discursivos que são estranhos ao seu uso
original (como, por exemplo, o uso de qualquer um dos gêneros citados no parêntese anterior numa
propaganda ou, como ele também cita, prospectos universitários na Grã-Bretanha com aspectos
publicitários.)
Nas suas palavras, “no clima acadêmico e profissional competitivo de hoje, os gêneros raramente
mantém valores estáticos. Esses valores são cada vez mais explorados pelos profissionais experientes
para criar gêneros mais híbridos, especialmente como resultado da natureza fortemente compulsiva das
atividades promocionais e publicitárias. Não surpreende que o presente mundo profissional seja cada
vez mais identificado com “uma cultura consumista” (FEATHERSTONE, 1991). O resultado inevitável é
que muitos dos gêneros institucionalizados, quer sejam sociais, profissionais ou acadêmicos, têm
incorporado elementos profissionais.” (p.169)
“... gênero diz respeito a como as coisas são feitas quando a linguagem é usada para executá-las.” (
MARTIN, 1985, p.250, In: BHATIA, 2009, p.169)
“Esse processo de exploração dos valores genéricos estabelecidos para criar construtos genéricos mistos
ou imbricados é sempre visto pelos membros das comunidades profissionais como taticamente superior
e eficiente. A exploração de recursos genéricos para criar formas mistas ou imbricadas sempre se baseia
no que já foi estabelecido dentro da comunidade profissional.” (p.170)
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VINCULAÇÃO DE ASSUNTO(S)/AULA(S) NÚMERO DA FICHA
TL-I, Intertextualidade, Ciência, Epistemologia, Thomas Kuhn, Suarez 13
Abreu, Comunidade Interpretativa, Comunidade Discursiva, Editoração LOCALIZAÇÃO DA OBRA
Científica, Discurso Científico, Análise de Gêneros, Foucault, Saber x
Poder. BIBLIOTECA PARTICULAR
REFERÊNCIA
BHATIA, Vijay K. A análise de gêneros hoje. In: BEZERRA, Benedito Gomes et all. Gêneros e Sequências
Textuais. Recife: Edupe, 2009. p.159-195
BHATIA enfatiza que essas misturas e imbricações somente tem efeito completo quando utilizadas de tal
maneira que os falantes da comunidade interpretativa possam perceber a associação com a situação
real, e na verdade o autor do texto conta com essa associação para poder realizar com excelência o
propósito comunicativo ao qual se propôs.
Bhatia cita a profunda justaposição e proximidade entre os tipos textuais introdução, prefácio e
agradecimentos, e como isso é resultado das grandes alterações que ocorrem nas comunidades
discursivas profissionais, na busca pela atualização e transformação constantes.
GÊNERO E AUTORIDADE
Gêneros, segundo Bhatia, apoiado por Bruffe (1986) , Goodrich (1987), Foucault (1981), Berkenkotter e
Huckin(1995), Myers ( 1995) e Kress ( 1987), são construções sociais, revestidas de autoridade, formada
consensualmente ou em concordância, por uma comunidade discursiva, profissional ou não, que define
todo parâmetro lingüístico a partir do qual esta comunidade vai se expressar, seus clichês, seus recursos
léxico-gramaticais, seus gêneros secundários mais elementares ( descrição, explanação, argumentação).
Uma vez instituído e constituído o gênero, somente as pessoas reconhecidamente tratadas como
“autoridade” ou uma situação social que justifique mudanças [possível vinculação com ∞THOMAS
KUHN, quando este se refere a mudança paradigmática] pode permitir alterações profundas nestas
estruturas, tais como usar, interpretar, explorar e inovar formas genéricas, que não apenas definem a
maneira como os profissionais do campo tratarão do objeto de seu estudo e de todo contexto, mas
também definem as linhas de pesquisa e a maneira como estas pesquisas serão apresentadas àquela
comunidade.
BHATIA deixa muito claro a relação que há entre a [canonização] de um gênero discursivo profissional e
o poder, concordando com Foucault que saber é poder [ TL-I, ∞ROBERTO REIS, CÂNON, 1992].
Ao mesmo tempo que essa profunda marca linguística enseja a solidariedade entre os participantes da
comunidade, sua coesão e sua coerência, sua fé diante de outras comunidades discursivas e do mundo,
IDENTIFICAÇÃO DO AUTOR
Marcus Paolo Diel Rios - Letras Português ( Noturno) - Turma 1426 - CCE – UFSC
SIGLAS DE DISCIPLINAS
Para fins de facilitar o estudo e otimizar os campos vinculação de assunto(s)/aula(s) e título geral, o
autor da ficha reservou-se o direito de codificar em siglas as disciplinas do semestre de referência,
conforme segue:
TL-I Teoria da Literatura – I ; LB-I – Literatura Brasileira – I ; EG-I – Estudos Gramaticais – I; HEAL-I –
História dos Estudos Lingüísticos I e PTA-I – Produção Textual Acadêmica – I. ∞ Link Externo
TÍTULO GERAL TÍTULO ESPECÍFICO (ENFOQUE)
CONTROLE FICHAMENTO
(ASSUNTO/DISCIPLINA)
Gêneros textuais/Gêneros do
PTA - I discurso 2010/0006
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Científica, Discurso Científico, Análise de Gêneros, Foucault, Saber x
Poder. BIBLIOTECA PARTICULAR
REFERÊNCIA
BHATIA, Vijay K. A análise de gêneros hoje. In: BEZERRA, Benedito Gomes et all. Gêneros e Sequências
Textuais. Recife: Edupe, 2009. p.159-195
é uma maneira de excluir os “não iniciados”, alheios à comunidade, pelo que BHATIA cita MYERS bem a
propósito:
“As disciplinas são como culturas em que os membros possuem crenças compartilhadas e assumidas
como certas; essas crenças podem ser mutuamente incompreensíveis de uma cultura para a outra; são
codificadas em uma língua; são incorporadas em práticas; novos membros são admitidos através de
rituais.” ( MYERS, 1995, p.5)
[ Estilos de revisores: Sociolinguístas: Cazden, Geertz, Goffman, Gumperz, Hymes, Milroy, Saville-Troike,
Scollon, Tannen, Zimmerman;
Retóricos: Ackerman, Bazerman, Berkenkotter, Comprone, Doheny-Farina, Huckin, Linda Flower, Miller,
Odell;
Sistêmicos: Carter, Christie, Halliday, Hasan, Kress, Martin, Rothery.]
BHATIA aponta dois elementos fundamentais para que seja mantida a integridade de gênero em
comunidades discursivas profissionais (particularmente acadêmicas), que são a revisão de pares e a
intervenção editorial. No primeiro estágio, a triagem se dá, dentre outros motivos, pela abordagem do
artigo acadêmico, por exemplo. Nem todos os periódicos são abertos a análise de gêneros sob a
perspectiva sociolingüística, e do mesmo modo acontece com os retóricos e com os sistêmicos, por se
tratar de recortes teóricos específicos e destinados a um determinado público. Ultrapassado esse nível,
e especialmente em congressos e seminários de divulgação científica, em segunda instância, ocorre a
intervenção editorial. Qualquer tipo de construção discursiva considerada subversiva, alheia à
comunidade, ainda que interessante, ainda que tenha uma pesquisa valorosa, pode nesse caso, em
favor da preservação da identidade da comunidade, ser descartada numa comunicação ou na
publicação de um artigo. [Talvez seja uma linha muito tênue, quem sabe razões de fé e crença, como
nos explana ∞KUHN em “A estrutura das revoluções científicas.”]
Outro aspecto interessante levantado neste ponto por Bhatia diz respeito à necessidade de à “atividade
IDENTIFICAÇÃO DO AUTOR
Marcus Paolo Diel Rios - Letras Português ( Noturno) - Turma 1426 - CCE – UFSC
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autor da ficha reservou-se o direito de codificar em siglas as disciplinas do semestre de referência,
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Gêneros textuais/Gêneros do
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Restante do texto autor apenas aplica tudo o que foi até aqui descrito.
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TL-I Teoria da Literatura – I ; LB-I – Literatura Brasileira – I ; EG-I – Estudos Gramaticais – I; HEAL-I –
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