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QUESTÕES FINAIS S

MATÉRIAS QUANTIDADE DE QUESTÕES


Direito Constitucional 216
Direito Administrativo 160
Direito Penal 297
Legislação Extravagante 193
Direito Processual Penal 511
Direito Penal Militar 302
Direito Processual Penal Militar 261
Direito Civil (Brinde) 387
Direito Processual Civil (Brinde) 126
Direitos Humanos 87
LODF 119
Legislação PMDF 157
Criminologia 120
AFO (Brinde) 200
Licitações e Contratos 64
Administração Geral (Brinde) 210
Gestão de Pessoas (Brinde) 200
TOTAL 3610
MÉDIA Questões/Matéria 210,58

DCON - DIREITO CONSTITUCIONAL

Q1 - Os oficiais somente podem perder o posto e a patente como efeito da


condenação por crime militar.

RESPOSTA DA QUESTÃO:
Oficial: só perde patente (posto) por decisão judicial no Tribunal Militar, por força do
art. 142, VI e VII da CF).

Art. 142, § 3º, CF:


VI - o oficial só perderá o posto e a patente se for julgado indigno do oficialato ou
com ele incompatível, por decisão de tribunal militar de caráter permanente, em
tempo de paz, ou de tribunal especial, em tempo de guerra;
VII - o oficial condenado na justiça comum ou militar a pena privativa de
liberdade superior a dois anos, por sentença transitada em julgado, será submetido
ao julgamento previsto no inciso anterior. Questão errada.

Q2 - Diz o inciso XIII, do artigo 5°, da Constituição Federal: ―é livre o


exercício de qualquer trabalho, ofício ou profissão, atendidas as
qualificações profissionais que a lei estabelecer‖. Quanto à aplicabilidade, o
artigo em questão, classifica- se como norma de:

a) Eficácia limitada
b) Eficácia contida.
c) Eficácia plena.
d) Eficácia direta.
RESPOSTA DA QUESTÃO: O art. 5º, XIII, é norma de eficácia contida. Isso porque,
desde a promulgação da CF/88, todos já podem exercer qualquer trabalho, ofício ou
profissão.
Entretanto, é possível que a lei estabeleça restrições ao exercício profissional. O
gabarito é a letra B.

Q3 - A tradicional classificação tricotômica das normas constitucionais


afirma que, no tocante à sua eficácia e aplicabilidade, existem normas
constitucionais de eficácia plena e aplicabilidade imediata, normas
constitucionais de eficácia contida e aplicabilidade imediata, mas passiveis
de restrição e normas constituidoras de eficácia limitada ou reduzida.

RESPOSTA DA QUESTÃO:
A classificação de José Afonso da Silva é uma classificação tricotômica. Para o autor,
existem: i) normas de eficácia plena (aplicabilidade direta, imediata e integral); ii)
normas de eficácia contida (aplicabilidade direta, imediata e possivelmente não
integral) e; iii) normas de eficácia limitada (aplicabilidade indireta, mediata e
reduzida). Questão correta.

Q4 Com respeito ao modelo constitucional brasileiro, é correto afirmar que


as normas programáticas são aquelas cujo conteúdo remete-se a direitos
fundamentais de primeira dimensão.

RESPOSTA DA QUESTÃO:
E. As normas programáticas são aquelas que traçam diretrizes para o futuro.

Q5 - Com respeito ao modelo constitucional brasileiro, é correto afirmar que


Políticas Públicas são normatizadas por normas de eficácia contida.

RESPOSTA DA QUESTÃO:
Errada. As normas constitucionais que estabelecem diretrizes para as políticas
públicas são normas de eficácia limitada.

Q6 - É de eficácia limitada de princípio programático, o art. 12, I, da


Constituição Federal que qualifica como ―os nascidos na República
Federativa do Brasil, ainda que de pais estrangeiros, desde que estes não
estejam a serviço do seu país.‖

RESPOSTA DA QUESTÃO:

errada. Essa é uma norma de eficácia plena.

Q7 - Tem-se como exemplo de norma de eficácia limitada de princípio


institutivo aquela que trata da contratação excepcional do servidor (art. 37,
IX, da CF).

RESPOSTA DA QUESTÃO: correta. Era um pouco difícil acertar essa questão, pois o
candidato precisaria conhecer o que diz o art. 37, IX, o qual reproduzo abaixo:
―IX - a lei estabelecerá os casos de contratação por tempo determinado para atender
a necessidade temporária de excepcional interesse publico.‖

Q8 - De acordo com o Princípio da Unidade, o texto da Constituição deve ser


interpretado de forma aevitar antinomias entre suas normas, procurando
harmonizar aparentes contradições entre seus princípios. Assim, pode-se
afirmar que todas as normas contidas numa Constituição formal têm igual
dignidade, não havendo hierarquia entre elas.

RESPOSTA DA QUESTÃO:
O princípio da unidade determina que a Constituição seja interpretada como um
todo único, de modo sistemático (como um sistema). Desse princípio decorre a
noção de que não há antinomias reais entre as normas constitucionais. O que
existem são apenas antinomias aparentes. Em virtude do princípio da unidade, pode-
se afirmar que as normas constitucionais têm a mesma hierarquia e, ainda, que as
normas constitucionais originárias nãopodem ser declaradas inconstitucionais.
Questão correta.

Q9 - ―A Constituição deve ser sempre interpretada em sua globalidade como


um todo e, assim, as aparentes antinomias deverão ser afastadas‖. O
enunciado se refere ao princípio
de interpretação constitucional:

a) Da Máxima Efetividade.
b) Da Unidade da Constituição.
c) Do Efeito Integrador.
d) Da Harmonização.

RESPOSTA DA QUESTÃO:
Segundo o princípio da unidade da Constituição, a Carta Magna deve ser interpretada
como um todo único. Assim, não há antinomias reais no texto da Constituição, mas
apenas antinomias aparentes. O gabarito é a letra B.

Q10 - Analise o fragmento a seguir.

“Sempre que uma norma jurídica comportar mais de um significado possível,


deve o intérprete optar por aquele que melhor realize o espírito da
Constituição, rejeitando as exegeses contrárias aos preceitos
constitucionais.”

Assinale a opção que indica o princípio de interpretação constitucional a que


o fragmento se refere.

a) Princípio da Unidade da Constituição.


b) Princípio da Interpretação Conforme a Constituição.
c) Princípio da Supremacia da Constituição.
d) Princípio da Força Normativa da Constituição.

RESPOSTA DA QUESTÃO:
O princípio da interpretação conforme com a Constituição deve ser aplicado diante de
normas plurissignificativas (que tenham mais de uma interpretação possível).
Segundo esse princípio, o intérprete deve optar pela interpretação que mais seja
compatível com a Constituição. Gabarito: B

Q11 - O princípio da concordância prática é um critério orientador da


atividade interpretativa, corrigindo leituras desviantes da distribuição de
competências,
seja entre os entes federados, seja entre os poderes constituídos.

RESPOSTA DA QUESTÃO: O princípio da concordância prática (também chamado de


princípio da harmonização) impõe ao intéprete a tarefa de harmonizar os bens
jurídicos em conflito, de modo a evitar o sacrifício total de uns em relação aos
outros. Trata-se de princípio muito utilizado para solucionar problemas referentes à
colisão de direitos fundamentais.
Gab: E

Q12 - A respeito dos métodos de aplicação e interpretação da Constituição,


assinale a afirmativa incorreta.

a) A ponderação consiste na técnica jurídica de solução de conflitos normativos


que envolvem valores ou opções políticas em tensão, insuperáveis pelas
formas hermenêuticas tradicionais.

b) A interpretação conforme a Constituição é uma técnica aplicável quando,


entre interpretações plausíveis e alternativas de certo enunciado normativo,
exista alguma que permita compatibilizá-la com a Constituição.

c) O princípio da concordância prática consiste numa recomendação para que o


aplicador das normas constitucionais, em se deparando com situações de
concorrência entre bens constitucionalmente protegidos, adote a solução que otimize
a realização de todos eles, mas ao mesmo tempo não acarrete a negação de nenhum.

d) A aplicação do princípio da proporcionalidade esgota-se em duas etapas: a


primeira, denominada "necessidade ou exigibilidade", que impõe a verificação da
inexistência do meio menos gravoso para o atingimento dos fins visados pela norma
jurídica, e a segunda, chamada "proporcionalidade em sentido estrito", que é a
ponderação entre o ônus imposto e o benefício trazido, para constatar se é justificável
a interferência na esfera dos direitos dos cidadãos.
e) O princípio da eficácia integradora orienta o intérprete a dar preferência aos
critérios e pontos de vista que favoreçam a integração social e a unidade
política, ao fundamento de que toda Constituição necessita produzir e manter a
coesão sociopolítico, pré-requisito de viabilidade de qualquer sistema jurídico.

RESPOSTA DA QUESTÃO:
Letra A: correta. A ponderação ou harmonização é princípio interpretativo que visa
solucionar conflitos entre bens jurídicos, evitando o sacrifício total de uns em relação
aos outros.

Letra B: correta. A interpretação conforme à Constituição é técnica de interpretação


das normas infraconstitucionais polissêmicas (ou plurissignificativas). Dentre várias
interpretações possíveis de uma norma, o intérprete deve priorizar aquela que a
compatibilize com a Constituição.
Letra C: correta. Esse é exatamente o conteúdo do princípio da concordância prática
(ou harmonização). Busca-se, por meio desse princípio, solucionar conflitos entre
bens jurídicos constitucionalmente protegidos.

Letra D: errada. Há três etapas na aplicação do princípio da proporcionalidade:


adequação, necessidade e proporcionalidade em sentido estrito.

Letra E: correta. Segundo o princípio do efeito integrador (ou eficácia integradora)


deve ser dada preferência, na interpretação constitucional, às determinações que
favoreçam a integração política e social e o reforço da unidade política.

Q13 - O princípio da razoabilidade ou da proporcionalidade permite ao


Judiciário invalidar os atos legislativos ou administrativos.

RESPOSTA DA QUESTÃO:
De fato, com base no princípio da razoabilidade ou da proporcionalidade, o Poder
Judiciário pode invalidar atos legislativos (pela declaração de sua
inconstitucionalidade) ou atos administrativos. Questão correta.

Q14 - (FGV / CODESP – 2010) A respeito da interpretação das normas


constitucionais, assinale a afirmativa INCORRETA.

a) O princípio da eficácia integradora concretiza uma importante função de produzir e


manter a coesão sociopolítica, pelo que o intérprete da Constituição deve dar
preferência aos direitos coletivos em face dos individuais.

b) Pelo princípio da unidade da Constituição, as normas constitucionais devem ser


observadas não como normas isoladas, mas como preceitos integrados, de modo que
em nenhuma hipótese deve-se separá-las do conjunto em que se integram.

c) De acordo com o princípio da concordância prática, nas situações de concorrência


entre bens que são constitucionalmente protegidos, adota-se a solução que otimize a
realização de todos eles, sem acarretar a negação de nenhum.

d) Segundo o princípio da interpretação conforme a Constituição, entre diversas


exegeses igualmente constitucionais, deve-se optar por aquela que se orienta para a
Constituição ou pela que melhor corresponde às decisões do constituinte.

e) Infere-se do princípio da correção funcional que os intérpretes e os aplicadores da


Constituição não podem chegar a resultados que maculem o sistema organizatório-
funcional nela estabelecido, a exemplo da separação de poderes.

RESPOSTA DA QUESTÃO:
Letra A: errada. Pelo princípio do efeito integrador, o intérprete deve dar preferência
às determinações que favoreçam a integração política e social e o reforço da unidade
política. Não há que se falar em ―preferência aos direitos coletivos‖.

Letra B: correta. Segundo o princípio da unidade, a Constituição deve ser interpretada


como um todo único. Deve-se considerar que não existem contradições verdadeiras
entre os dispositivos constitucionais, mas apenas contradições aparentes.
Letra C: correta. O princípio da concordância prática (ou da harmonização) prevê que
o intérprete deverá harmonizar os bens jurídicos tutelados pela Constituição, de
forma a evitar, diante de um caso concreto, o sacrifício total de uns em detrimento
dos outros.

Letra D: correta. A interpretação conforme à Constituição consiste em atribuir a uma


norma o sentido que melhor lhe compatibilize com o texto constitucional. Vale
destacar que essa técnica de interpretação apenas se aplica àquelas normas
polissêmicas, isto é, àquelas que comportam mais de um significado.

Letra E: correta. O princípio da conformidade funcional (ou da justeza) estabelece que


o órgão encarregado de interpretar a Constituição não pode chegar a uma conclusão
que subverta o esquema organizatório-funcional estabelecido pelo constituinte.

Q15 - (FUNCAB / PC-RJ – 2012) Com base nas lições de Canotilho, os


princípios de interpretação constitucional foram desenvolvidos a partir do
método hermenêutico-concretizador e se tornaram referência obrigatória da
teoria da interpretação constitucional. Segundo a Doutrina, há um princípio
que tem por finalidade impedir que o
intérprete-concretizador da Constituição modifique aquele sistema de
repartição e divisão das funções constitucionais, para evitar que a
interpretação constitucional chegue a resultados que perturbem o esquema
organizatório-funcional nela estabelecido, como é o caso da separação dos
poderes. A definição exposta corresponde ao Princípio:

a) da Justeza ou da Conformidade Funcional.


b) da Máxima Efetividade.
c) da Harmonização.
d) da Força Normativa da Constituição.
e) do Efeito Integrador.

RESPOSTA DA QUESTÃO:
O princípio da justeza (ou da conformidade funcional) prevê que o órgão encarregado
da interpretação constitucional não poderá chegar a uma conclusão que perturbe o
esquema organizatório-funcional nela estabelecido. Assim, o intérprete não
poderá modificar o sistema de repartição de competências e divisão das funções
constitucionais. A resposta, portanto, é a letra A.

Q16 - (IADES/ SEAP-DF – 2014) A República Federativa do Brasil buscará a


integração econômica, política, social e cultural dos povosda América Latina,
visando à formação de uma comunidade latino-americana de nações.

RESPOSTA DA QUESTÃO:
O enunciado reproduz a literalidade do parágrafo único do art. 4o da Constituição.
Questão correta.

Q17 – De acordo com o texto constitucional, a dignidade da pessoa humana é


princípio que rege o Brasil nas suas relações Internacionais.

RESPOSTA DA QUESTÃO:
A dignidade da pessoa humana é fundamento da República Federativa do
Brasil (e não um princípio das relações internacionais!). Errada.

Q18 - (FGV / CGE-MA – 2014) A Constituição Federal estabelece que, em


determinadas situações, projetos de lei aprovados pelo legislativo devem ser
ratificados pela vontade popular. Essas normas realizam o princípio
fundamental da:

a) soberania.
b) democracia.
c) participação.
d) dignidade.
e) República.

RESPOSTA DA QUESTÃO:
A ratificação popular de projetos de lei aprovados pelo Poder Legislativo é o que se
chama de referendo. Trata-se de um instituto da democracia semidireta ou
participativa. Busca-se, por meio do referendo, a realização do princípio fundamental
da democracia. A resposta é a letra B.

Q19 - É livre a manifestação do pensamento, bem como o anonimato.

RESPOSTA DA QUESTÃO:
Segundo o art. 5º, IV, CF/88, “é livre a manifestação do pensamento, sendo vedado
o anonimato”. Questão errada.

Q20 - (IADES/ CFA – 2010) A inalienabilidade dos direitos fundamentais


caracteriza-se pela impossibilidade de negociação dos mesmos, tendo em
vista não possuírem conteúdo patrimonial.

RESPOSTA DA QUESTÃO:
De fato, a inalienabilidade dos direitos fundamentais caracteriza-se pela
impossibilidade de estes serem transferidos ou negociados, ou mesmo abolidos por
vontade de seu titular. Questão correta.

Q21 - (IADES / PGDF – 2011) Os direitos à vida, à liberdade, à igualdade, à


segurança e à propriedade, embora assegurados no caput do artigo 5º da
Constituição Federal de 1988 apenas aos brasileiros e aos estrangeiros
residentes no País, interpretados teleologicamente, são direitos de todos os
brasileiros e estrangeiros, residentes ou não.

RESPOSTA DA QUESTÃO:
É isso mesmo. Os brasileiros e os estrangeiros (residentes ou não) são titulares de
direitos fundamentais. Questão correta.

Q22 - Compensação por erros do passado e promoção da diversidade não são


argumentos favoráveis a políticas públicas que se constituem em ações
afirmativas.

RESPOSTA DA QUESTÃO:
Errada. A compensação por erros do passado e a promoção da diversidade são
argumentos favoráveis às ações afirmativas.
Q23 - As entidades associativas, ainda que expressamente autorizadas, não
têm legitimidade para representar seus filiados judicialmente.

RESPOSTA DA QUESTÃO:
Errada. Segundo o art. 5º, XXI, CF/88, as entidades associativas, quando
expressamente autorizadas, têm legitimidade para representar seus filiados
judicial e extrajudicialmente.

Q24 - A lei assegurará aos autores de inventos industriais privilégio


temporário para sua utilização.

RESPOSTA DA QUESTÃO: Correta. Segundo o art. 5º, XXIX, a lei assegurará aos
autores de inventos industriais privilégio temporário para sua utilização, bem
como proteção às criações industriais, à propriedade das marcas, aos nomes de
empresas e a outros signos distintivos, tendo em vista o interesse social e o
desenvolvimento tecnológico e econômico do País.

Q25 - É assegurado o direito de resposta, proporcional ao agravo ou,


subsidiariamente, a indenização por dano material, moral ou à imagem.

RESPOSTA DA QUESTÃO:
Errada. Segundo o art. 5º, V, “é assegurado o direito de resposta, proporcional ao
agravo, além da indenização por dano material, moral ou à imagem”.

Q26 - É inviolável o sigilo da correspondência e das comunicações


telegráficas, de dados e das comunicações telefônicas, salvo, em todos os
casos, por ordem judicial, nas hipóteses e na forma que a lei estabelecer
para fins de investigação criminal ou instrução processual penal.

RESPOSTA DA QUESTÃO:
Errada. Segundo o art. 5º, XII, “é inviolável o sigilo da correspondência e das
comunicações telegráficas, de dados e das comunicações telefônicas, salvo, no
último caso, por ordem judicial, nas hipóteses e na forma que a lei estabelecer para
fins de investigação criminal ou instrução processual penal”.

Q27 - (FGV / PC-AP – 2010) É livre a expressão da atividade intelectual,


artística, científica e de comunicação, independentemente de censura ou
licença.

RESPOSTA DA QUESTÃO:
Trata-se da literalidade do inciso IX do art. 5º da CF/88. Por meio desse dispositivo, a
Carta Magna veda a censura. Entretanto, a liberdade de expressão, como qualquer
direito fundamental, é relativa, estando limitada por outros direitos protegidos pela
Carta Magna. É o caso da inviolabilidade da privacidade e da intimidade do indivíduo,
por exemplo. Questão correta.

Q28 - (FGV / TJ-AM – 2013) A liberdade de atividade profissional encontra-


se sob reserva legal qualificada, consoante Art. 5°, inciso XIII, da
Constituição Federal de 1988, sendo assim, as eventuais restrições criadas
pelo legislador devem estar vinculadas ao fim
estampado no texto constitucional, qual seja, as qualificações profissionais
estritamente necessárias ao exercício da profissão.

RESPOSTA DA QUESTÃO:
Essa é uma questão muito interessante, pois o aluno deveria saber o conceito de
reserva legal qualificada e, além disso, compreender o conteúdo do dispositivo que
trata da liberdade profissional.

Segundo o art. 5º, XIII, ―é livre o exercício de qualquer trabalho, ofício ou profissão,
atendidas as qualificações profissionais que a lei estabelecer.”

Percebe-se, ao ler esse dispositivo, que a regulamentação do exercício


profissional, quando ocorrer, será feita por lei. E essa lei deverá dispor sobre as
qualificações profissionais para o exercício de determinada profissão.

Trata-se, sem dúvida, de hipótese de reserva legal qualificada. Além de exigir lei
formal para dispor sobre a matéria, a CF já define, previamente, o conteúdo da
lei e a finalidade do ato.

Por tudo isso, a questão está correta.

Q29 - (FGV / Senado Federal - 2012) É assegurado a todos o acesso à


informação, podendo o Judiciário determinar a revelação da fonte da
informação divulgada por jornalista em imprensa escrita ou falada, quando
necessária a apuração de prática de crime.

RESPOSTA DA QUESTÃO:
No caso de informações divulgadas por jornalista, a Constituição resguarda o sigilo da
fonte (art. 5º, XIV, CF). Não pode o Poder Judiciário determinar que esta seja
revelada. Questão incorreta.

Q30 - A Constituição garante a plena liberdade de associação para fins


lícitos, vedada a de caráter paramilitar (art. 5°, XVII). A respeito desse
direito fundamental, é correto afirmar que a criação de uma associação não
depende de autorização do poder público, mas só pode ter suas atividades
suspensas por decisão judicial.

RESPOSTA DA QUESTÃO:
Correta. É o que dispõe o art. 5º, XVIII c/c XIX, da Constituição Federal.

Q31 - A Constituição assegura, entre os direitos e garantias individuais, a


inviolabilidade do domicílio, afirmando que "a casa é asilo inviolável do
indivíduo, ninguém nela podendo penetrar sem o consentimento do
morador" (art. 5º, XI, CRFB ). A esse respeito julgue:

O conceito de "casa" é abrangente e inclui quarto de hotel.

RESPOSTA DA QUESTÃO:
Correta. De fato, o conceito de casa é, segundo o STF, abrangente, estendendo-se a
qualquer compartimento privado não aberto ao público, onde alguém exerce profissão
ou atividade.
Q32 - Pertence aos autores o direito exclusivo de utilização, publicação ou
reprodução de suas obras, transmissível aos herdeiros pelo tempo que a lei
fixar.

Trata-se da literalidade do art. 5º, XXVII, da Constituição Federal. Os autores têm o


direito exclusivo de utilização, publicação ou reprodução de suas obras. Esse direito
é transmissível aos herdeiros pelo tempo que a lei fixar. Questão correta.

Q33 - Assinale a alternativa que completa corretamente o fragmento a


seguir. A desapropriação para fins de reforma agrária ocorre mediante
prévia e justa indenização:

a) em dinheiro, incluindo-se as benfeitorias úteis e necessárias.


b) em dinheiro, mas as benfeitorias não são passíveis de indenização.
c) em títulos da dívida agrária, incluindo-se as benfeitorias úteis e necessárias.
d) em títulos da dívida agrária, mas as benfeitorias úteis e necessárias serão
indenizadas em dinheiro.

RESPOSTA DA QUESTÃO:
A desapropriação para fins de reforma agrária obedece ao disposto no art.
184 da Carta Magna:

Art. 184. Compete à União desapropriar por interesse social, para fins de reforma
agrária, o imóvel rural que não esteja cumprindo sua função social, mediante prévia e
justa indenização em títulos da dívida agrária, com cláusula de preservação do
valor real, resgatáveis no prazo de até vinte anos, a partir do segundo ano de sua
emissão, e cuja utilização será definida em lei.

Note que o pagamento se dá por meio de títulos da dívida agrária. O parágrafo


primeiro do mesmo artigo, entretanto, faz uma ressalva: a de que as benfeitorias
úteis e necessárias serão indenizadas em dinheiro. Gab: D.

Q34 - (FGV/TRE-PA - 2011) A pequena propriedade rural, desde que


trabalhada pela família, não será objeto de penhora, salvo para pagamento
de débitos decorrentes de sua atividade produtiva.

RESPOSTA DA QUESTÃO:
Reza o inciso XXVI do art. 5º da Constituição Federal que a pequena propriedade
rural, assim definida em lei, desde que trabalhada pela família, não será objeto de
penhora para pagamento de débitos decorrentes de sua atividade produtiva.
Questão incorreta.

Q35 - No caso de iminente perigo público, a autoridade competente poderá


usar de propriedade particular, assegurada ao proprietário indenização
ulterior, se houver dano.

RESPOSTA DA QUESTÃO:
É o que dispõe o inciso XXV do art. 5º da Constituição, que trata darequisição
administrativa. Questão correta.

Q36 - (FEPESE / MPE-SC – 2014) Quanto aos Direitos e Garantias


Fundamentais estabelecidos na Constituição da República Federativa do
Brasil de 1988, assinale a alternativa correta.

a) É livre a expressão de atividade intelectual, artística, científica e de comunicação,


independentemente de censura ou licença.
b) A autoridade competente, em caso de necessidade social, poderá usar de
propriedade particular, assegurado ao proprietário indenização ulterior, se for o
caso.

c) As entidades associativas, em situações justificadas, têm legitimidade


independentemente de autorização, para representar seus filiados judicial ou
extrajudicialmente.

d) É inviolável o sigilo da correspondência, salvo por ordem judicial, nas


hipóteses a na forma que a lei estabelecer para fins de processo administrativo
ou judicial.

e) A lei estabelecerá o procedimento para desapropriação por utilidade pública,


mediante justa e posterior indenização.

RESPOSTA DA QUESTÃO:
Letra A: correta. É o que dispõe o art. 5º, IX, CF/88. É livre a expressão da atividade
intelectual, artística, científica e de comunicação, independentemente
de censura ou licença.

Letra B: errada. A requisição administrativa é cabível diante de iminente perigo


público, sendo devida indenização ulterior, se houver dano.

Letra C: errada. Segundo o art. 5º, XXI, “as entidades associativas, quando
expressamente autorizadas, têm legitimidade para representar seus filiados
judicial ou extrajudicialmente”.

Letra D: errada. A literalidade da CF/88 não admite a violação do sigilo da


correspondência. As comunicações telefônicas, por sua vez, podem ser violadas
mediante ordem judicial, para fins de investigação criminal ou instrução processual
penal.

Letra E: errada. A desapropriação por utilidade pública deverá ocorrer mediante justa
e prévia indenização em dinheiro.

Q37 - A criação de associações e de cooperativas depende de autorização por


lei específica.

RESPOSTA DA QUESTÃO:
Errada. A criação de associações e de cooperativas independe de autorização.

Q38 - Qualquer pessoa é parte legítima para propor ação popular que vise a
anular ato lesivo ao patrimônio público ou de entidade de que o Estado
participe, à moralidade administrativa, ao meio ambiente e ao patrimônio
histórico e cultural, ficando o autor, salvo comprovada má-fé, isento de
custas judiciais e do ônus da sucumbência.
RESPOSTA DA QUESTÃO:
Está incorreta. Os legitimados à propositura da ação popular são os cidadãos, não
qualquer pessoa.

Q39 - Conceder-se-á "habeas-data" para a retificação de dados, quando não


se prefira fazê-lo por processo sigiloso, judicial ou administrativo.
RESPOSTA DA QUESTÃO:
É o que prevê o art. 5o, XXXIV, ―b‖, da Constituição. Correta.

Q40 - Os efeitos futuros de contrato celebrado sob a égide da lei anterior


devem ser regidos pela lei vigente à época em que se projetem na realidade.

RESPOSTA DA QUESTÃO:
A lei nova não alcança os efeitos futuros de contratos celebrados antes da sua
vigência, sob pena de violação ao ato jurídico perfeito. O STF adotou esse
entendimento no âmbito do RE nº 205.999, no qual considerou que as normas do
Código de Defesa do Consumidor não seriam aplicadas aos contratos que tivessem
sido celebrados antes da sua entrada em vigor. Errada.

Q41 - O Tribunal de Contas, no exercício de suas competências, pode


determinar a exclusão de vantagens ilegais, ainda que reconhecidas em
sentença judicial transitada em julgado.

RESPOSTA DA QUESTÃO:
O STF apreciou caso concreto em que o TCU havia considerado ilegal o pagamento de
pensão oriunda de decisão judicial transitada em julgada. A Corte entendeu que o
TCU não poderia determinar a exclusão do benefício ―ilegal‖, sob pena de violação à
coisa julgada. Errada.

Q42 - A Constituição da República, em seu Art. 5º, XXXV prevê que ―a lei não
excluirá da apreciação do Poder Judiciário lesão ou ameaça a direito‖,
consagrando o princípio da
inafastabilidade do controle jurisdicional. Nesse contexto, é correto afirmar
que o Poder Judiciário

a) só admite ações relativas à disciplina e às competições desportivas após se


esgotarem as instâncias da justiça desportiva, regulada em lei.

b) só admite ações relativas a direitos autorais após esgotarem-se as instâncias


conciliatórias, reguladas em lei.

c) não pode extinguir um processo, sem resolução de mérito pela convenção


de arbitragem, por violação ao princípio da inafastabilidade da jurisdição.

d) exige o prévio esgotamento da via militar, nos casos disciplinares, para


admissibilidade da demanda perante a Justiça Comum.

e) exige o prévio esgotamento da via eleitoral, nos casos excepcionais previstos em


lei, para admissibilidade da demanda perante a Justiça Comum.

RESPOSTA DA QUESTÃO:
O ordenamento jurídico brasileiro exige o esgotamento da via administrativa
como requisito para acesso ao Poder Judiciário em três situações: i) habeas data; ii)
controvérsias desportivas e; iii) reclamação contra o descumprimento de Súmula
Vinculante pela Administração Pública. A resposta, portanto, é a letra A.

Q43 - A quebra de sigilo telefônico, em qualquer hipótese, somente pode ser


deferida por ordem judicial, não se admitindo que seja feita pela
Administração Pública ou por comissão parlamentar de inquérito.
RESPOSTA DA QUESTÃO: A quebra de sigilo telefônico pode ser determinada por
ordem judicial ou por Comissão Parlamentar de Inquérito. A interceptação
telefônica, por sua vez, pode ser determinada apenas pelo Poder Judiciário.

Q44 - O mandado de segurança somente pode ser impetrado quando as


questões jurídicas forem incontroversas.

RESPOSTA DA QUESTÃO:
Segundo a Súmula 625 do STF, ―controvérsia sobre matéria de direito não impede
concessão de mandado de segurança‖.

Q45 - Sobre o mandado de segurança, assinale a afirmativa correta.

a) Não pode ser impetrado preventivamente, uma vez que não se admite impetração
contra lei em tese, devendo haver a efetiva violação do direito.

b) Não pode ter por objeto o pagamento de remunerações atrasadas a servidor


público.

c) Deve ter por fundamento direito elencado na Constituição, não se admitindo


violação reflexa a direito constitucional.

d) Por ser garantia constitucional, dispensa formalidades na sua impetração.

e) Admite a produção de prova testemunhal, mas não pericial.

RESPOSTA DA QUESTÃO:
Letra A: errada. O mandado de segurança pode ser preventivo, quando visa
proteger ameaça de lesão a um direito líquido e certo.

Letra B: correta. O pagamento de vencimentos e vantagens pecuniárias assegurados


em sentença concessiva de mandado de segurança a servidor

público da administração direta ou autárquica federal, estadual e municipal somente


será efetuado relativamente às prestações que se vencerem a contar da data
do ajuizamento da inicial (art. 14, § 4o, da Lei nº 12.016/2009). Assim, o
mandado de segurança não pode ter por objeto o pagamento de remunerações
atrasadas a servidor público.

Letra C: errada. O direito a ser protegido por mandado de segurança não precisa,
necessariamente, estar no texto constitucional.

Letra D: errada. O habeas corpus é que dispensa formalidades para sua impetração.
Letra E: errada. Não há dilação probatória no mandado de segurança. No mandado
de segurança, as provas são pré-constituídas.

Q46 - O mandado de segurança coletivo, por ser instrumento jurídico de


defesa de direitos transindividuais, pode ser utilizado para questionar a
validade de lei em tese.

RESPOSTA DA QUESTÃO:
Em regra, não cabe mandado de segurança contra lei em tese. Isso só é possível
quando a referida lei produzir efeitos concretos. Errada.

Q47 - A petição inicial do mandado de segurança deve ser instruída com a


relação nominal dos associados da impetrante, mas não é necessária a
autorização dos associados para a impetração.

RESPOSTA DA QUESTÃO:
No mandado de segurança coletivo, o impetrante atua como substituto processual.
Por esse motivo, o STF entende desnecessária a autorização expressa ou mesmo a
apresentação da relação nominal dos associados.

Q48 - (FGV/TJ-AM – 2013) O mandado de segurança, instituído no


ordenamento brasileiro pela Constituição de 1934 e hoje previsto no artigo
5º, LXIX, da Constituição da República, é importante garantia dos direitos
fundamentais. Sobre essa figura, assinale a afirmativa
correta.

a) Não será concedido mandado de segurança para proteger direito líquido e certo
amparado por habeas corpus, habeas data ou ação para a qual se preveja a
possibilidade de concessão de medida liminar.

b) Cabe mandado de segurança contra atos de gestão comercial praticados pelos


administradores de empresas públicas e sociedades de economia mista
quando tais atos violarem direito subjetivo.

c) É sempre cabível a impetração de mandado de segurança ainda que haja recurso


administrativo com efeito suspensivo, independentemente de caução, uma vez que
não se exige o esgotamento das instâncias administrativas.

d) Se o exercício do direito alegadamente violado depender do esclarecimento de


fatos ou situações não comprovados nos autos já no momento da impetração, não se
concederá a segurança.

e) É inconstitucional a fixação, por lei ordinária, de prazo decadencial para a


impetração de mandado de segurança, uma vez que a Lei Maior não condiciona
esta garantia ao seu exercício em determinado prazo.

RESPOSTA DA QUESTÃO:
Letra A: errada. O mandado de segurança é concedido justamente para proteger
direito líquido e certo não amparado por habeas corpus e habeas data.
Letra B: errada. Não cabe mandado de segurança contra atos de gestão comercial
praticados pelos administradores de empresas públicas e sociedades de economia
mista (art. 1º, § 2º, da Lei nº 12.016/2009).

Letra C: errada. Não se concederá mandado de segurança quando se tratar de


ato do qual caiba recurso administrativo com efeito suspensivo.

Letra D: correta. Exatamente isso! Não há dilação probatória no mandado de


segurança: as provas são pré-constituídas. Isso está diretamente ligado ao conceito
de ―direito líquido e certo‖. Se o exercício do direito depender do esclarecimento de
atos ou situações não comprovados nos autos já no momento da impetração, não
será concedido o mandado de segurança.

Letra E: errada. A fixação de prazo decadencial pode ser feita por lei ordinária.

Q49 - Não é possível a impetração de habeas corpus como substitutivo de


recurso com efeito suspensivo em matéria penal.

RESPOSTA DA QUESTÃO:
De fato, o habeas corpus não pode ser utilizado como substitutivo de um recurso
com efeito suspensivo em matéria penal. Correto.

Q50 - É cabível habeas corpus em relação a punições disciplinares militares.

RESPOSTA DA QUESTÃO:
Não é cabível habeas corpus em relações a punições disciplinas militares. Errada.

Q51 - Everaldo pretende obter o acesso de dados pessoais que estão sob a
guarda do Ministério da Justiça. Não possuindo haveres apresenta o seu
requerimento perante a
representação do referido órgão que é localizada no Estado onde é
domiciliado. Após os trâmites burocráticos recebe, por carta subscrita pelo
próprio Ministro da Justiça, resposta ao seu requerimento, tendo a
Administração indeferido o acesso aos dados postulados. Observada tal
narrativa, cabe a Everaldo impetrar Habeas Data de competência do Superior
Tribunal de Justiça.

RESPOSTA DA QUESTÃO:
Segundo o art. 5º, LXXII, ―a‖, conceder-se-á habeas data para assegurar o
conhecimento de informações relativas à pessoa do impetrante, constantes de
registros ou bancos de dados de entidades governamentais ou de caráter público.
Cabe destacar que, para que seja impetrado o habeas data, deverá haver o prévio
esgotamento da via administrativa.

Assim, na situação apresentada, Everaldo deverá impetrar habeas data perante o


STJ. A competência será do STJ porque o habeas data está sendo impetrado contra
ato de Ministro de Estado (art. 105, I, ―b‖). Correto.

Q51 - O habeas data pode ser empregado por qualquer cidadão para a
obtenção de dados relativos à remuneração de servidores públicos,
consoante admite a Lei n. 12.527/11, que
regula o acesso a informações.
RESPOSTA DA QUESTÃO:
O habeas data pode ser impetrado para garantir o conhecimento de informações
relativas à pessoa do impetrante (e não informações de terceiros!). Questão
incorreta.

Q52 - O mandado de injunção viabiliza o exercício de direito ou liberdade


constitucional ou prerrogativas alusivas à nacionalidade, à soberania e à
cidadania, quando há omissão legislativa ou concretização deficiente pelo
legislador.

RESPOSTA DA QUESTÃO:
De fato, o mandado de injunção é concedido sempre que a falta de norma
regulamentadora torne inviável o exercício dos direitos e liberdades constitucionais e
das prerrogativas inerentes à nacionalidade, à soberania e à cidadania. Dessa forma,
o mandado de injunção é concedido diante de omissão legislativa, não sendo
cabível quando há concretização deficiente pelo legislativa. Questão incorreta.

Q53 - A legitimação passiva do mandado de injunção é da pessoa estatal à


qual incumba o dever jurídico de editar o ato normativo, ainda que terceiras
pessoas sofram os efeitos da decisão, segundo sólida jurisprudência nesse
sentido.

RESPOSTA DA QUESTÃO:
É isso mesmo! A legitimação passiva do mandado de injunção é da pessoa estatal que
tem o dever jurídico de editar o ato normativo. Questão correta.

Q54 - O Supremo Tribunal Federal não admite atribuir efeitos outros ao


mandado de injunção que não o reconhecimento formal da inércia legislativa
e notificação ao órgão
legislativo competente para a edição da norma.
RESPOSTA DA QUESTÃO:

Em relação aos efeitos da decisão em mandado de injunção, o STF tem adotado,


muitas vezes, a corrente concretista. Assim, a Corte não tem se limitado a reconhecer
a omissão legislativa; além disso, tem atuado no sentido de possibilitar a efetiva
concretização do direito.

Cita-se como exemplo a decisão do STF acerca da falta de regulamentação sobre o


direito de greve dos servidores públicos. Decidiu o STF que enquanto regulamentação
desse direito não for editada, será aplicada à greve dos servidores públicos a lei que
trata da greve na iniciativa privada. Assim, a questão está incorreta.

Q55 - Os tratados sobre direitos humanos que não são aprovados pelo rito de
Emenda Constitucional (rito especial) possuem status supralegal, situando-
se abaixo da Constituição e acima da legislação interna. Assim, as normas
legais com eles conflitantes sofrem um efeito paralisante quando de sua
entrada em vigor.

RESPOSTA DA QUESTÃO:
Exatamente isso, as normas não são revogadas, mas sofrem um efeito paralisante.
Correta.
Q56 - A Constituição Federal dispõe acerca dos direitos dos trabalhadores
urbanos e rurais, como o direito social. A esse respeito, assinale a alternativa
que indica um direito social.

a) Aviso prévio proporcional ao tempo de serviço, sendo no mínimo de 33


dias.
b) Licença à gestante, sem prejuízo do emprego e do salário, com a duração
de 180 dias.
c) Participação nos lucros, ou resultados, vinculada à remuneração.
d) Repouso semanal remunerado, preferencialmente aos sábados.
e) Assistência gratuita aos filhos e dependentes desde o nascimento até
cinco anos de idade em creches e pré-escolas.

RESPOSTA DA QUESTÃO:
Letra A: incorreta. O tempo mínimo de aviso prévio é de trinta dias, e não trinta e
três (art. 7o, XXI, CF).
Letra B: incorreta. A licença à gestante tem duração prevista na Constituição de 120
dias (art. 7o, XVIII, CF).

Letra C: incorreta. A participação nos lucros ou resultados é desvinculada da


remuneração (art. 7o, XI, CF).

Letra D: incorreta. O repouso semanal remunerado se dá preferencialmente aos


domingos (art. 7o, XV, CF).

Letra E: correta. É o que prevê o art. 7o, XXV, da Constituição. O gabarito é a letra E.

Q56 - A localização dos direitos sociais no título constitucional destinado aos


direitos e às garantias fundamentais não acarreta, por consequência, a
subordinação à regra da autoaplicabilidade das normas definidoras dos
direitos e das garantias fundamentais.

RESPOSTA DA QUESTÃO:
Os direitos sociais, assim como os demais direitos fundamentais, sujeita-se à regra da
autoaplicabilidade das normas definidoras dos direitos e das garantias
fundamentais (art. 5o, § 1o, CF).

Q57 - Entre os direitos sociais elencados na Constituição Federal, consta o da


eleição de um representante dos empregados com a finalidade exclusiva de
promover-lhes o entendimento direto com os empregadores. Esse direito
social é previsto expressamente na Constituição Federal para o âmbito das
empresas com mais de

a) 30 empregados.
b) 50 empregados.
c) 100 empregados.
d) 200 empregados.
e) 500 empregados.

RESPOSTA DA QUESTÃO:
A questão cobra o conhecimento do art. 11 da Constituição, segundo o qual ―nas
empresas de mais de duzentos empregados, é assegurada a eleição de um
representante destes com a finalidade exclusiva de promover-lhes o entendimento
direto com os empregadores‖. O gabarito é a letra D.

Q58 - São direitos sociais previstos expressamente como tais na


Constituição Federal:

A educação, a saúde, a alimentação, o trabalho, a moradia, o transporte, o


lazer, a segurança, a previdência social, a proteção à maternidade e à
infância, a assistência aos desamparados.

RESPOSTA DA QUESTÃO:
Segundo o art. 6º, CF/88. Questão Correta.

Q59 - Assinale a alternativa INCORRETA com base nas regras da Constituição


Federal brasileira de 1988 sobre os direitos sociais.

a) A lei não poderá exigir autorização do Estado para a fundação de sindicato,


ressalvado o registro no órgão competente, vedadas ao Poder Público a interferência
e a intervenção na organização sindical.

b) É vedada a criação de mais de uma organização sindical, em qualquer grau,


representativa de categoria profissional ou econômica, na mesma base territorial, que
será definida pelos trabalhadores ou empregadores interessados, não podendo ser
inferior à área de um Estado da federação.

c) Ao sindicato cabe a defesa dos direitos e interesses coletivos ou individuais da


categoria, inclusive em questões judiciais ou administrativas.

d) Ninguém será obrigado a filiar-se ou a manter-se filiado a sindicato e o aposentado


filiado tem direito a votar e ser votado nas organizações sindicais.

e) É vedada a dispensa do empregado sindicalizado a partir do registro da


candidatura a cargo de direção ou representação sindical e, se eleito, ainda que
suplente, até um ano após o final do mandato, salvo se cometer falta grave nos
termos da lei.

RESPOSTA DA QUESTÃO:
Letra A: correta. Segundo o art. 8º, I, CF/88, a lei não pode exigir autorização estatal
para a fundação de sindicato, ressalvado o registro no órgão competente. Além disso,
cabe destacar que é vedada a interferência e a intervenção estatal na organização
sindical.

Letra B: errada. Segundo o art. 8º, II, CF/88, “é vedada a criação de mais de uma
organização sindical, em qualquer grau, representativa de categoria profissional ou
econômica, na mesma base territorial, que será definida pelos trabalhadores ou
empregadores interessados, não podendo ser inferior à área de um Município‖.
É o princípio da unicidade sindical.
Letra C: correta. O sindicato tem competência para a defesa dos direitos e interesses
coletivos ou individuais da categoria, inclusive em questões judiciais e administrativas
(art. 8º, III, CF/88).

Letra D: correta. Segundo o art. 8º, V, CF/88, “ninguém será obrigado a filiar-se ou a
manter-se filiado”. Por sua vez, o art. 8º, VII, CF/88, prevê que “o aposentado filiado
tem direito a votar e ser votado nas organizações sindicais‖.

Letra E: correta. O art. 8º, VII, CF/88, prevê a estabilidade sindical.


Segundo esse dispositivo, ―é vedada a dispensa do empregado sindicalizado a partir
do registro da candidatura a cargo de direção ou representação sindical e, se eleito,
ainda que suplente, até um ano após o final do mandato, salvo se cometer falta grave
nos termos da lei‖.
O gabarito é a letra B.

Q60 - Acerca dos Direitos Sociais


Constitucionais, analise as afirmativas a seguir.

I. São direitos sociais a educação, a saúde, a alimentação, o trabalho, a moradia, o


transporte, o lazer, a segurança, a previdência social, a proteção à maternidade e à
infância, e a assistência aos desamparados.

II. É assegurado à categoria dos trabalhadores domésticos o direito à duração do


trabalho normal não superior a oito horas diárias e quarenta e quatro semanais,
facultada a compensação de horários e a redução da jornada, mediante acordo ou
convenção coletiva de trabalho.

III. É direito dos trabalhadores urbanos e rurais a ação, quanto aos créditos
resultantes das relações de trabalho, com prazo prescricional de cinco anos para os
trabalhadores urbanos e rurais, até o limite de um ano após a extinção do contrato de
trabalho. Assinale:

a) se somente a afirmativa I estiver correta.


b) se somente a afirmativa II estiver correta.
c) se somente a afirmativa III estiver correta.
d) se somente as afirmativas I e II estiverem corretas.
e) se somente as afirmativas II e III estiverem corretas.
RESPOSTA DA QUESTÃO:
O item I está correto. Ele reproduz a literalidade do art. 6o da
Constituição.

O item II está correto. Trata-se de direito assegurado aos domésticos pelo art. 7o,
XIII, c/c parágrafo único, da CF/88.

O item III está incorreto. O art. 7o, XXIX, da CF, garante aos trabalhadores rurais e
urbanos o direito à ação, quanto aos créditos resultantes das relações de trabalho,
com prazo prescricional de cinco anos para os trabalhadores urbanos e rurais, até o
limite de dois anos após a extinção do contrato de trabalho.
O gabarito é a letra D.

Q61 - O estrangeiro condenado por autoridades estrangeiras pela prática de


crime político poderá ser extraditado do Brasil se houver reciprocidade do
país solicitante.

RESPOSTA DA QUESTÃO:
Incorreta. O inciso LII do art. 5o da Constituição Federal prevê que não será
concedida extradição de estrangeiro por crime político ou de opinião.

Q62 - São brasileiros natos os nascidos no estrangeiro, de pai brasileiro e


mãe brasileira, desde que qualquer deles esteja a serviço da República
Federativa do Brasil.

RESPOSTA DA QUESTÃO:
Segundo o art. 12, I, ―b‖, são brasileiros natos os nascidos no estrangeiro, de pai
brasileiro ou mãe brasileira, desde que qualquer deles esteja a serviço da República
Federativa do Brasil. Errada

Q63 - São brasileiros naturalizados os estrangeiros de qualquer


nacionalidade, residentes na República Federativa do Brasil há mais de
quinze anos ininterruptos e sem condenação penal, desde que requeiram a
nacionalidade brasileira.

RESPOSTA DA QUESTÃO:
São brasileiros naturalizados os estrangeiros de qualquer nacionalidade, residentes na
República Federativa há mais de 15 anos ininterruptos e sem condenação penal,
desde que requeiram a nacionalidade brasileira.

Q64 - Peter, cidadão sueco em viagem de férias no Brasil, manteve


relacionamento amoroso com Marie, cidadã francesa que visitava um primo
na Cidade de Florianópolis.
Desse relacionamento, nasceu Gustavisson, fato ocorrido no território
brasileiro. É possível afirmar que a nacionalidade do filho do casal é:

a) brasileira, por ter nascido na República Federativa do Brasil;


b) necessariamente diversa da brasileira, isso em razão do princípio da nacionalidade
paterna;
c) brasileira, desde que tenha sido registrado em repartição consular brasileira;
d) necessariamente diversa da brasileira, isso em razão do princípio da nacionalidade
materna;
e) necessariamente diversa da brasileira, já que seus pais eram estrangeiros e não
estavam estabelecidos no Brasil.

RESPOSTA DA QUESTÃO:
O art. 12, I, ―a‖, da Constituição Federal dispõe que são brasileiros natos os
nascidos na República Federativa do Brasil, ainda que de pais estrangeiros,
desde que estes não estejam a serviço de seu país.

Diante disso, uma vez que nenhum dos pais estrangeiros estava a serviço do
seu país (Peter estava de férias e Marie visitava um primo), Gustavisson é
brasileiro. O gabarito é a letra A.

Q65 - Ernesto, filho de pais brasileiros, nascido e registrado na República do


Paraguai, ao atingir a maioridade, decide vir para o Brasil. Ao chegar neste
País, consulta um Defensor Público a respeito dos seus direitos. É correto
afirmar que Ernesto:

a) pode optar, a qualquer tempo, pela nacionalidade brasileira;


b) somente pode obter a nacionalidade brasileira se for naturalizado;
c) é considerado brasileiro nato pelo simples fato de seus pais serem
brasileiros;
d) somente pode optar pela nacionalidade brasileira se os seus pais
estavam, no Paraguai, a serviço do Brasil;
e) somente terá reconhecida a nacionalidade brasileira se o Paraguai
oferecer reciprocidade ao Brasil.

RESPOSTA DA QUESTÃO:
Ernesto é filho de brasileiros, embora nascido no Uruguai. A Constituição permite,
todavia, que ele obtenha a condição de brasileiro nato, desde que venha a residir na
República Federativa do Brasil e opte, em qualquer tempo, depois de atingida a
maioridade, pela nacionalidade brasileira (art. 12, I, ―c‖, CF). O gabarito é a letra A.

Q66 - Peter, filho de um casal austríaco, nasceu no território brasileiro


quando seus pais aqui estavam a serviço da Embaixada da Áustria. Após o
seu nascimento, permaneceu no Brasil por cerca de dez anos, até que a
família retornou ao País de origem. Como Peter passou a ter sólidos laços
afetivos com o Brasil, sendo frequentes as suas viagens a passeio para este
País, tomou a decisão de candidatar-se a um cargo eletivo que é privativo de
brasileiro nato. É possível afirmar que Peter:

a) é brasileiro nato, já que nasceu na República Federativa do Brasil;


b) somente pode ser considerado brasileiro nato caso sua família tenha providenciado
o seu registro de nascimento no Brasil, enquanto aqui residiu;
c) tem dupla nacionalidade, austríaca e brasileira, podendo praticar quaisquer atos
civis e políticos na Áustria e no Brasil;
d) não pode ser considerado brasileiro nato, já que é filho de estrangeiros que
estavam no Brasil a serviço do seu País de origem;
e) será considerado brasileiro nato tão logo promova o seu registro de nascimento em
cartório do registro civil das pessoas naturais situado no Brasil.

RESPOSTA DA QUESTÃO:
Segundo o art. 12, I, CF/88, ―são brasileiros natos os nascidos na República
Federativa do Brasil, ainda que de pais estrangeiros, desde que estes não estejam a
serviço de seus pais‖. Peter nasceu no Brasil, mas seus pais estavam aqui a serviço
do governo austríaco. Logo, Peter não será brasileiro nato. O gabarito é a letra D.

Q67 - No caso do Brasil, são considerados brasileiros os nascidos no


estrangeiro, de pais de qualquer nacionalidade, desde que qualquer um deles
estivesse a serviço da República Federativa do Brasil.
RESPOSTA DA QUESTÃO: São brasileiros natos os nascidos no estrangeiro, de pai
brasileiro ou mãe brasileira, desde que qualquer um deles esteja a serviço da
República Federativa do Brasil. Errada

Q68 - No caso do Brasil, são considerados brasileiros filhos de pai ou mãe


brasileiros, desde que registrados em repartição brasileira competente.
RESPOSTA DA QUESTÃO:
São brasileiros natos os nascidos no estrangeiro, de pai brasileiro ou mãe brasileira,
desde que sejam registrados em repartição brasileira competente (art. 12, I, ―c‖).
Correta.

Q69 - O filho de pais alemães que estão no Brasil a serviço de empresa


privada alemã será brasileiro nato caso venha a nascer no Brasil.

RESPOSTA DA QUESTÃO:
São brasileiros natos os nascidos na República Federativa do Brasil, ainda que
de pais estrangeiros, desde que estes não estejam a serviço do seu país. Correto.

Q70 - Será declarada a perda da nacionalidade do brasileiro que adquirir


outra nacionalidade em decorrência de reconhecimento de nacionalidade
originária pela lei estrangeira.

RESPOSTA DA QUESTÃO:
Se houver reconhecimento de nacionalidade originária pela lei estrangeira, não será
declarada a perda da nacionalidade brasileira. Errada.

Q71 - Sobre os direitos de nacionalidade, é incorreto afirmar:

a) A Constituição brasileira consagra conjuntamente os critérios jus soli e jus


sanguinis para atribuição da nacionalidade.

b) É privativo de brasileiro nato o cargo de Presidente do Supremo Tribunal Federal.

c) São brasileiros natos os nascidos na República Federativa do Brasil, ainda que de


pais estrangeiros, desde que estes não estejam a serviço de seu país.

d) Para que o brasileiro naturalizado seja proprietário de empresa jornalística e de


radiodifusão sonora e de sons e imagens, a Constituição brasileira exige a aquisição
de nacionalidade brasileira há mais de dez anos.
e) São brasileiros naturalizados os estrangeiros de qualquer nacionalidade, residentes
na República Federativa do Brasil há mais de dez anos ininterruptos e sem
condenação penal, desde que requeiram a nacionalidade brasileira.

RESPOSTA DA QUESTÃO:
Letra A: correta. De fato, a CF/88, ao atribuir nacionalidade, utilizou em conjunto os
critérios jus sanguinis e jus soli.

Letra B: correta. O cargo de Ministro do STF é privativo de brasileiro nato.


Letra C: correta. Aqueles que nascerem no Brasil são brasileiros natos, salvo os filhos
de estrangeiros que aqui estejam a serviço de seu País.
Letra D: correta. Segundo o art. 222, CF/88, somente poderão ser proprietários de
empresa jornalística e de radiodifusão sonora e de imagens brasileiros natos ou
naturalizados há mais de 10 anos.
Letra E: errada. São brasileiros naturalizados os estrangeiros de qualquer
nacionalidade, residentes na República Federativa do Brasil há mais de 15 anos
ininterruptos e sem condenação penal, desde que requeiram a nacionalidade
brasileira. O gabarito é a letra E.
Q72 - Dispõe a Constituição Federal, que é vedada a cassação de direitos
políticos, cuja suspensão, a perda da função pública, a indisponibilidade dos
bens e o ressarcimento ao erário, na forma e gradação previstas em lei, sem
prejuízo da ação penal cabível, se aplica nos casos de improbidade
administrativa.

RESPOSTA DA QUESTÃO:
No caso de improbidade administrativa, haverá suspensão dos direitos políticos.
Além disso, a improbidade administrativa tem como consequência a perda da
função pública, a indisponibilidade dos bens e o ressarcimento ao Erário. Questão
Correta.

Q73 - Não podem alistar-se como eleitores os estrangeiros e, durante o


período do serviço militar obrigatório, os conscritos.

RESPOSTA DA QUESTÃO:
Os estrangeiros e os conscritos são inalistáveis. Correta.

Q74 - O alistamento eleitoral e o voto são obrigatórios para os maiores de


dezoito anos, sendo facultativos apenas para os maiores de setenta anos e
os maiores de dezesseis e menores de dezoito anos.

RESPOSTA DA QUESTÃO:
O alistamento eleitoral e o voto também são facultativos para analfabetos. Errada.

Q75 - São condições de elegibilidade, na forma da lei, a nacionalidade


brasileira; o pleno exercício dos direitos políticos; o alistamento eleitoral; o
domicílio eleitoral na circunscrição; a filiação partidária; e a idade mínima de
trinta e cinco anos para Presidente e Vice-Presidente da República e
Senador; trinta anos para Governador e Vice-Governador de Estado, do
Distrito Federal e para Deputado Federal; vinte e um anos para Deputado
Estadual ou Distrital, Prefeito, Vice-Prefeito e juiz de paz; e dezoito anos
para Vereador.

RESPOSTA DA QUESTÃO:
A idade mínima para que alguém possa ser eleito Deputado Federal é de 21 anos (e
não 30 anos!).

Q76 - Segundo a Constituição Federal, no capítulo ―Dos Direitos Políticos‖, é


condição de elegibilidade a filiação a partido político com representação no
Congresso Nacional.

RESPOSTA DA QUESTÃO:
A filiação partidária é uma condição de elegibilidade. No entanto, não se exige que o
partido político tenha representação no Congresso Nacional.

Q77 - Em razão da morte do governador, fato ocorrido quatro meses antes do


término do seu mandato, Eustáquio, vice-governador, terminou por sucedê-
lo. Nas eleições realizadas no mesmo ano, Eustáquio concorreu ao cargo de
governador e teve expressiva votação, iniciando o respectivo mandato no
ano seguinte.
Apesar do êxito, Eustáquio, político ambicioso, já iniciou o planejamento a
respeito do seu futuro e o do seu filho Eustaquinho, que completará vinte e
um anos exatamente no dia
da próxima eleição para cargos eletivos federais e estaduais. De acordo com
a sistemática constitucional de inelegibilidades, é correto afirmar que, na
próxima eleição, acima referida:

a) Eustaquinho não poderá concorrer a qualquer cargo eletivo no âmbito


do território de jurisdição do seu pai;

b) Eustáquio não precisará renunciar ao mandato de governador para que possa


concorrer ao mesmo cargo na próxima eleição;

c) Eustaquinho somente poderá concorrer ao cargo de Senador, no mesmo Estado,


caso seu pai renuncie ao mandato de governador até seis meses antes do pleito;

d) Eustáquio somente poderá concorrer ao cargo de governador, na próxima eleição,


caso renuncie seis meses antes do pleito;

e) Eustaquinho somente não poderá concorrer a cargos estaduais, inexistindo óbice a


que concorra para cargos federais.

RESPOSTA DA QUESTÃO:
Letra A: correta. De fato, Eustaquinho não poderá concorrer a qualquer cargo eletivo
no âmbito do território de jurisdição do seu pai. Isso decorre do art. 14, § 7º, CF/88,
segundo o qual ―são inelegíveis, no território de jurisdição do titular, o cônjuge
e os parentes consanguíneos ou afins, até o segundo grau ou por adoção, do
Presidente da República, de Governador de Estado ou Território, do Distrito Federal,
de Prefeito ou de quem os haja substituído dentro dos seis meses anteriores ao
pleito, salvo se já titular de mandato eletivo e candidato à reeleição.” É o que se
chama de inelegibilidade reflexa.

Letra B: errada. Eustáquio não poderá se candidatar a um novo mandato de


Governador. Isso porque ele já está no seu segundo mandato como Governador.
Sobre isso, dispõe o art. 14, § 5º, que “o Presidente da República, os Governadores
de Estado e do Distrito Federal, os Prefeitos e quem os houver sucedido, ou
substituído no curso dos mandatos poderão ser reeleitos para um único período
subsequente‖.

Letra C: errada. Eustaquinho não cumpre o requisito de idade mínima de 35 anos


para se candidatar a Senador. Mesmo que ele cumprisse esse requisito, a
inelegibilidade reflexa o impediria de se candidatar a Senador por aquele estado.

Letra D: errada. Eustáquio não poderá se candidatar para um terceiro mandato de


Governador.

Letra E: errada. Eustaquinho não poderá concorrer aos cargos de Deputado Federal e
Senador para o estado do qual seu pai é Governador. Além disso, não poderá se
candidatar para Presidente, Vice-Presidente e Senador, cargos que têm como
requisito a idade mínima de 35 anos.
Dessa forma, existem vários óbices a que ele concorra para cargos eletivos federais.
O gabarito é a letra A.

Q78 - O voto é facultativo para os analfabetos, os maiores de setenta anos,


bem como pessoas maiores de dezesseis e menores de dezoito anos.

RESPOSTA DA QUESTÃO:
Questão correta.

Q79 - José da Silva, prefeito do Município ―X‖, integrante do Estado ―Y‖,


possui familiares que pretendem concorrer a cargos elegíveis nas próximas
eleições. Sobre essa
situação, assinale a afirmativa correta.

a) José da Silva Junior, filho de José da Silva, que terá 18 anos completos na época
da eleição, poderá se candidatar ao cargo de deputado estadual de ―Y‖, desde que
José da Silva tenha se desincompatibilizado seis meses antes do pleito.

b) Maria da Silva, esposa de José da Silva, vereadora do município ―X‖, só poderá


concorrer novamente ao cargo de vereadora, se José da Silva se desincompatibilizar
seis meses antes do pleito.

c) José da Silva poderá concorrer ao cargo de governador do estado ―Z‖, não sendo
necessário que renuncie ao mandato até seis meses antes do pleito.

d) Pedro Costa, sobrinho de José da Silva, poderá concorrer ao cargo de Vereador do


Município ―X‖ mesmo que José da Silva não tenha se desincompatibilizado seis meses
antes do pleito.

RESPOSTA DA QUESTÃO:

letra A está incorreta. Não há qualquer óbice a que o filho do Prefeito do Município X
se candidate a Deputado Estadual, uma vez que a inelegibilidade reflexa alcança
apenas os cargos que estão no território de jurisdição do titular. Assim, o filho
do Prefeito do Município X não poderia se candidatar a vereador por esse mesmo
Município. Até aqui tudo bem! O problema é que José da Silva Junior tem apenas 18
anos, e a idade mínima para elegibilidade ao cargo de deputado estadual é de 21
anos (art. 14, § 3º, VI, ―c‖, CF).

A letra B está incorreta. Como Maria é candidata a reeleição, não é necessária a


desincompatilização de José da Silva. De acordo com o § 7º do art. 14 da
Constituição Federal, ―são inelegíveis, no território de jurisdição do titular, o cônjuge
e os parentes consanguíneos ou afins, até o segundo grau ou por adoção, do
Presidente da República, de
Governador de Estado ou Território, do Distrito Federal, de Prefeito ou de quem os
haja substituído dentro dos seis meses anteriores ao pleito, salvo se já titular de
mandato eletivo e candidato à reeleição‖.

A letra C está incorreta. É necessário que José da Silva renuncie ao mandato até seis
meses antes do pleito, por determinação do art. 14, §6º, da Constituição Federal. É
que, para concorrerem a outros cargos, os Chefes do Poder Executivo devem
renunciar aos seus mandatos até 6 meses antes do pleito.
A letra D está correta. O sobrinho é parente de 3º grau e, portanto, não é atingido
pela inelegibilidade reflexa, que alcança até o 2º grau. Logo, Pedro Costa poderá,
sim, candidtar-se a Vereador do Município X.

Q80 - O mandato eletivo poderá ser impugnado ante a Justiça Eleitoral no


prazo de quinze dias contados da posse, instruída a ação com provas de
abuso do poder econômico, corrupção ou fraude.

RESPOSTA DA QUESTÃO:
O mandato eletivo pode ser impugnado no prazo de 15 dias contados da
diplomação (e não da posse!). Errado.

Q81 - A Emenda Constitucional n. 52/2006 estabeleceu a chamada


―verticalização‖ no âmbito das coligações partidárias.

RESPOSTA DA QUESTÃO:
A Emenda Constitucional nº 52 acabou com a “verticalização” no âmbito das
coligações partidárias. Questão errada.

Q82 - Suponha que o Governo do Estado do Rio de Janeiro, visando fomentar


o turismo, resolva criar um novo Município na Região dos Lagos por
intermédio da fusão dos municípios de Saquarema, Cabo Frio, São Pedro da
Aldeia e Armação dos Búzios.

Além dos Estudos de Viabilidade Municipal, apresentados e publicados na


forma da lei, a Constituição exige para criação desse novo município lei
estadual, dentro do período determinado por Lei Ordinária Federal, bem
como consulta prévia, mediante plebiscito, às populações dos Municípios
envolvidos.

RESPOSTA DA QUESTÃO:
De acordo com o art. 18°, § 4º, da Constituição, a criação, a incorporação, a fusão e
o desmembramento de Municípios, far-se-ão por lei estadual, dentro do período
determinado por Lei Complementar Federal, e dependerão de consulta prévia,
mediante plebiscito, às populações dos Municípios envolvidos, após divulgação dos
Estudos de Viabilidade Municipal, apresentados e publicados na forma da lei. Errada.

Q83 - A incorporação entre Estados Depende da aprovação da população


diretamente interessada, através de plebiscito, e do Congresso Nacional, por
lei complementar.

RESPOSTA DA QUESTÃO:
Segundo o art. 18°, § 3º, da Carta Magna, os Estados podem incorporar-se entre si,
subdividir-se ou desmembrar-se para se anexarem a outros, ou formarem novos
Estados ou Territórios Federais, mediante aprovação da população diretamente
interessada, através de plebiscito, e do Congresso Nacional, por lei
complementar. Correta.

Q84 - De acordo com o art. 18 § 2º, da Constituição, os Territórios Federais


integram a União, e sua criação, transformação em Estado ou reintegração
ao Estado de origem serão reguladas em lei complementar.
RESPOSTA DA QUESTÃO:
Questão correta.

Q85 - A respeito da organização político-administrativa da República


Federativa do Brasil, é correto afirmar que ela é formada pela união
indissolúvel da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios;

RESPOSTA DA QUESTÃO:
Segundo o art. 1º, CF/88, a República Federativa do Brasil é formada pela união
indissolúvel dos Estados e Municípios e do Distrito Federal. Errada.

Q86 - Na medida em que a existência da lei orgânica municipal está prevista


na Constituição da República, sujeitando-se aos balizamentos ali
estabelecidos, é correto afirmar que:

a) as matérias passíveis de serem regulamentadas pela lei orgânica municipal


podem ser restringidas pela Constituição Estadual, que pode uniformizar,
livremente, a legislação dos Municípios situados em seu território;

b) a lei orgânica municipal, como projeção da autonomia municipal, deve disciplinar a


organização municipal consoante os balizamentos estabelecidos pela Constituição da
República, não sendo possível que a Constituição Estadual o faça;

c) as matérias passíveis de serem regulamentadas pela lei orgânica municipal podem


ser livremente ampliadas pela Constituição Estadual, com o uso do instituto da
delegação de competências legislativas;

d) a lei orgânica municipal pode estabelecer a disciplina normativa de toda e qualquer


temática afeta à competência legislativa municipal;

e) a relação de sujeição normativa decrescente identificada entre a Constituição da


República, a Constituição Estadual e a lei orgânica municipal faz com que a última
possa ser livremente comprimida pela expansão das duas primeiras.

RESPOSTA DA QUESTÃO:
Letra A: errada. A Constituição Federal estabelece uma repartição de
competências entre os entes federativos. É na CF/88 que se deve buscar as
matérias passíveis de regulamentação por cada ente federativo. Assim, nas matérias
de competência dos Municípios, os Estados não deverão intervir.

Não há que se falar, portanto, que a Constituição Estadual irá uniformar a legislação
dos Municípios situados em seu território.

Letra B: correta. A Lei Orgânica é o instrumento por meio do qual o Município


manifesta o seu poder de auto-organização, sendo, portanto, projeção da
autonomia municipal. A organização municipal é matéria que cabe à Lei Orgânica,
devendo observar as regras gerais estabelecidas pela CF/88. A Constituição Estadual
não pode versar sobre a organização municipal, sob pena de violar o pacto federativo.

Letra C: errada. A Constituição Estadual não pode ampliar as matérias de


competência dos Municípios. Isso porque a repartição de competências entre os
entes federativos está prevista na Constituição Federal. É ela que define o campo de
atuação da União, Estados, Distrito Federal e Municípios.

Letra D: errada. Essa é uma questão bastante aprofundada. A Lei Orgânica Municipal
trata das temáticas afetas à competência legislativa municipal. No entanto, não
se pode dizer que ela versa sobre ―toda e qualquer temática afeta à competência
legislativa municipal”. Isso porque existem matérias que são da iniciativa
privativa do Prefeito e, que, portanto, não podem ser exaustivamente tratadas na
Lei Orgânica Municipal, sob pena de usurpação da competência do Chefe do
Poder Executivo Municipal e de violação ao princípio da separação de
poderes.

Letra E: errada. Embora não exista hierarquia entre os entes federativos, a


Constituição Federal é hierarquicamente superior à Constituição Estadual e à Lei
Orgânica. No entanto, não é possível afirmar que a lei orgânica poderá ser
―livremente comprimida pela expansão‖ da Constituição Estadual e da Constituição
Federal.

Isso porque a Constituição Federal de 1988 estabelece uma repartição de


competências entre os entes federativos. Essa repartição de competências até pode
ser alterada por emenda constitucional. No entanto, a mudança não pode ser feita
―livremente‖, pois poderia violar o princípio federativo, que é uma cláusula pétrea do
texto constitucional.

O gabarito é a letra B.

Q87 - O número de Deputados Estaduais corresponderá ao triplo da


representação do Estado na Câmara dos Deputados e, atingido o número de
trinta e seis, será acrescido de tantos quantos forem os Deputados Federais
acima de doze.

RESPOSTA DA QUESTÃO:
Questão correta.

Q88 – Especificamente sobre o Município, a Constituição prevê que é regido


pela Lei Orgânica, votada em dois turnos, com o interstício mínimo de dez
dias, e aprovada por maioria absoluta dos membros da Câmara Municipal
RESPOSTA DA QUESTÃO:
O Município é regido por lei orgânica, votada em dois turnos, com o interstício mínimo
de dez dias, e aprovada por dois terços dos membros da Câmara Municipal (art. 29,
―caput‖, CF).

Q89 - A fiscalização do Município é exercida pelo Poder Legislativo Municipal,


mediante controle externo, e pelos sistemas de controle interno do Poder
Executivo Municipal, na forma da lei. O controle externo da Câmara Municipal
será exercido com o auxílio dos Tribunais de Contas dos Estados ou do
Município ou dos Conselhos ou Tribunais de Contas dos Municípios, onde
houver.

RESPOSTA DA QUESTÃO:
Questão correta.
Q90 - Os recursos minerais, inclusive os do subsolo, são considerados bens
da
União.

RESPOSTA DA QUESTÃO:
Questão correta.

Q91 – Rios provenientes do estrangeiro que banhem apenas um Estado é


considerado bem da União.

RESPOSTA DA QUESTÃO:
Questão correta.

Q92 – São consideradas bens da união as terras devolutas.

RESPOSTA DA QUESTÃO:
Nem todas as terras devolutas são bens da União. São bens da União as terras
devolutas indispensáveis à defesa das fronteiras, das fortificações e
construções militares, das vias federais de comunicação e à preservação
ambiental. Por outro lado, são bens dos Estados as terras devolutas que não forem
da União. A letra A é o gabarito.

Q93 - De acordo com o texto constitucional, é competência comum da União,


dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios:

a) Planejar e promover a defesa permanente contra as calamidades públicas,


especialmente as secas e as inundações.

b) Instituir diretrizes para o desenvolvimento urbano, inclusive habitação,


saneamento básico e transportes urbanos.

c) Organizar, manter e executar a inspeção do trabalho.

d) Estabelecer e implantar política de educação para a segurança do trânsito.

RESPOSTA DA QUESTÃO:
É de competência comum da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios
estabelecer e implantar política de educação para a segurança do trânsito (art. 23,
XII, CF). As alternativas A, B e C apresentam competências exclusivas da União. Gab:
D

Q93 - Inexistindo lei federal sobre normas gerais, os Estados e o Distrito


Federal exercerão a competência legislativa plena.

RESPOSTA DA QUESTÃO:
Segundo o art. 24, § 3º, CF/88. Questão Correta.

Q94 - Determinada Constituição Estadual dispôs que as famílias que


possuam terras estaduais improdutivas por mais de 40 anos ininterruptos,
sem contestação, e comprovem que mantiveram ininterrupta produção de
gêneros alimentícios durante todo esse período, adquirem o seu domínio. É
correto afirmar que essa norma é inválida, pois compete privativamente à
União legislar sobre direito civil.

RESPOSTA DA QUESTÃO:
O Direito Civil é responsável por tratar da aquisição de bens imóveis. Como legislar
sobre essa matéria é de competência privativa da União, a norma da Constituição
Estadual é inválida. O gabarito é a letra A.

Q95 - Determinada Constituição Estadual, com o objetivo declarado de


preservar a simetria com a Constituição da República, definiu a tipologia de
infrações políticoa-dministrativas denominadas crimes de responsabilidade,
a que estariam sujeitos o Governador e o Vice-Governador do Estado, bem
como o Prefeito e o Vice-Prefeito Municipal. No caso de condenação, a
sanção seria a perda do cargo e a inabilitação para o exercício de outra
função pública por oito anos. É correto afirmar que comando dessa
natureza é:

a) totalmente inconstitucional, por violar a competência privativa da União


para legislar sobre direito penal;
b) parcialmente inconstitucional, pois a Constituição Estadual feriu a autonomia dos
Municípios ao definir os crimes de responsabilidade do Prefeito e do Vice-Prefeito
Municipal;
c) totalmente inconstitucional, por violar a competência privativa da União para
legislar sobre direito político e administrativo;
d) constitucional, pois a Constituição Estadual pode dispor livremente sobre as
matérias afetas ao Estado e aos Municípios inseridos em seu território;
e) parcialmente inconstitucional, pois a Constituição Estadual não poderia dispor
sobre a situação do Governador e do seu Vice, cuja responsabilidade é regida pela
Constituição da República.

RESPOSTA DA QUESTÃO:
A União tem competência privativa para legislar sobre direito penal, inclusive sobre
crimes de responsabilidade. Nesse sentido, a Súmula Vinculante nº 46 estabelece
que ―a definição dos crimes de responsabilidade e o estabelecimento das respectivas
normas de processo e julgamento são da competência legislativa privativa da União.”

Dessa forma, a Constituição Estadual, ao definir crimes de responsabilidade


será incompatível com a CF/88, uma vez que viola a competência privativa da
União para legislar sobre o tema. A resposta é a letra A.

Q96 - Em matéria de organização do Estado, a Constituição da República de


1988 dispõe que é competência comum da União, dos Estados, do Distrito
Federal e dos Municípios:

a) elaborar e executar planos nacionais e regionais de ordenação do território e


de desenvolvimento econômico, social e cultural;
b) proteger os documentos, as obras e outros bens de valor histórico, artístico e
cultural, os monumentos, as paisagens naturais notáveis e os sítios arqueológicos;
c) decretar o estado de sítio, o estado de defesa e a intervenção municipal, estadual
ou federal quando houver grave violação a patrimônio artístico, histórico e cultural;
d) explorar, diretamente ou mediante autorização, concessão ou permissão os
serviços de radiodifusão sonora, e de sons e imagens;
e) exercer a classificação, para efeito indicativo, de diversões públicas e de
programas de rádio e televisão.

RESPOSTA DA QUESTÃO:
A letra A está incorreta. É competência da União elaborar e executar planos
nacionais e regionais de ordenação do território e de desenvolvimento econômico,
social e cultural (art. 21, IX, CF).
A letra B está correta. É o que prevê o art. 23, III, da Constituição.
A letra C está incorreta. Decretar o estado de sítio, o estado de defesa e a
intervenção federal é competência da União (art. 21, V, CF).
A letra D está incorreta. Compete à União explorar, diretamente ou mediante
autorização, concessão ou permissão os serviços de radiodifusão sonora, e de
sons e imagens (art. 21, XII, ―a‖, CF).
A letra E está incorreta. É competência da União exercer a classificação, para efeito
indicativo, de diversões públicas e de programas de rádio e televisão (art. 21, XVI,
CF).

Q97 - Os Municípios podem legislar de forma suplementar sobre matérias


elencadas pela Constituição de 1988 como sendo de competência legislativa
concorrente.

RESPOSTA DA QUESTÃO:
O art. 30, inciso II, da CF/88, prevê que compete aos Municípios suplementar a
legislação federal e a estadual no que couber. Essa competência se estende,
inclusive, às matérias de competência legislativa concorrente. Questão correta.

Q98 - Os Estados poderão, mediante lei complementar, instituir regiões


metropolitanas, aglomerações urbanas e microrregiões, constituídas por
agrupamentos de municípios limítrofes, para integrar a organização, o
planejamento e a execução de funções públicas de interesse comum.

RESPOSTA DA QUESTÃO:
Art. 25, § 3º. Questão correta.

Q99 - As alternativas a seguir apresentam algumas competências da União, à


exceção de uma. Assinale-a.

a) manter o correio aéreo nacional.

b) explorar, diretamente ou mediante autorização, concessão ou permissão os


serviços e instalações de energia elétrica.

c) organizar e manter a polícia civil, a polícia militar e o corpo de bombeiros militar do


Distrito Federal.

d) organizar, manter e executar a inspeção do trabalho.

e) promover adequado ordenamento territorial, mediante planejamento e controle do


uso, do parcelamento e da ocupação do solo urbano.

RESPOSTA DA QUESTÃO:
A letra A está correta. Compete à União manter o serviço postal e o correio aéreo
nacional (art. 21, X, CF).

A letra B está correta. Compete à União explorar, diretamente ou mediante


autorização, concessão ou permissão os serviços e instalações de energia elétrica e o
aproveitamento energético dos cursos de água, em articulação com os Estados onde
se situam os potenciais hidroenergéticos (art. 21, XII, ―b‖, CF).

A letra C está correta. Compete à União organizar e manter a polícia civil, a polícia
militar e o corpo de bombeiros militar do Distrito Federal, bem como prestar
assistência financeira ao Distrito Federal para a execução de serviços públicos, por
meio de fundo próprio (art. 21, XIV, CF).

A letra D está correta. Compete à União organizar, manter e executar a inspeção do


trabalho (art. 21, XXIV, CF).

A letra D está incorreta. Trata-se de competência dos Municípios (art. 30, VIII, CF).
O gabarito é a letra E.

Q99 - Nas hipóteses de competência legislativa concorrente entre a União e


os Estados, estes poderão legislar de forma plena no caso de inexistência de
normas federais sobre o tema.

RESPOSTA DA QUESTÃO:
A Constituição prevê, em seu art. 24, § 3º, que inexistindo lei federal sobre normas
gerais, os Estados exercerão a competência legislativa plena, para atender a
suas peculiaridades.

Q100 - Lei estadual sobre política de crédito é inconstitucional, porque se


trata de matéria de competência da união.

RESPOSTA DA QUESTÃO:
Segundo o art. 22, VII, compete privativamente à União legislar sobre política de
crédito.

Q101 - É vedado aos Municípios legislar sobre saúde, ainda que de forma
suplementar.

RESPOSTA DA QUESTÃO:
Os Municípios detêm a competência para suplementar a legislação federal e estadual,
no que couber. Errada

Q102 - É permitida ao servidor público civil a associação a qualquer


sindicato.

RESPOSTA DA QUESTÃO:
Segundo o art. 37, VI, CF/88, é garantido ao servidor público o direito à livre
associação sindical.

Q103 - A lei estabelecerá os prazos de prescrição para ilícitos praticados por


qualquer agente, servidor ou não, que causem prejuízos ao erário,
ressalvadas as respectivas ações de ressarcimento.
RESPOSTA DA QUESTÃO:
Segundo o art. 37, § 5º, “a lei estabelecerá os prazos de prescrição para ilícitos
praticados por qualquer agente, servidor ou não, que causem prejuízos ao erário,
ressalvadas as respectivas ações de ressarcimento”.

Q104 - Em decorrência da ação penal cabível, os atos de improbidade


administrativa importarão a suspensão dos direitos políticos, a perda da
função pública, a indisponibilidade dos bens e o ressarcimento ao erário, na
forma e na gradação previstas em lei.

RESPOSTA DA QUESTÃO:
As sanções aplicadas em decorrência da improbidade administrativa não dependem
de ação penal.

Q105 - em qualquer caso que exija o afastamento para o exercício de


mandato
eletivo, terá o tempo de serviço contado para todos os efeitos legais, exceto
para promoção por merecimento.

RESPOSTA DA QUESTÃO:
Questão correta.

Q106 – A CF88 permite acumular, dentre outros, dois cargos de natureza técnica
ou científica, desde que haja compatibilidade de horários e seja observado o teto
remuneratório constitucional.

RESPOSTA DA QUESTÃO:
A acumulação de cargos públicos, havendo compatibilidade de horários, é
admitida nas hipóteses do art. 37, XVI, CF/88:

a) de dois cargos de professor;


b) um cargo de professor com outro técnico ou científico;
c) dois cargos ou empregos privativos de profissionais de saúde, com profissões
regulamentadas;

Q107 - A aposentadoria por invalidez permanente decorrente de acidente em


serviço, moléstia profissional ou doença grave, contagiosa ou incurável se
dará com proventos integrais.

RESPOSTA DA QUESTÃO:
Questão correta.

Q108 - Nos termos da Constituição Federal, a remuneração dos servidores e


os subsídios são fixados por leis específicas, observada a iniciativa prevista
em cada caso. No que concerne à revisão anual haverá:

a) lei específica de cada poder definindo o percentual aplicável aos seus servidores.
b) lei geral determinando um único índice de reajuste para a totalidade dos
servidores.
c) lei para cada carreira do serviço público sujeito o índice à negociação livre.
d) lei para cada Poder do Estado e o índice será fixado em reunião paritária.
e) índice geral fixado em resolução do Supremo Tribunal Federal, consultados os
demais Poderes.

RESPOSTA DA QUESTÃO:
A revisão anual da remuneração e dos subsídios dos servidores deverá ser realizada
por lei geral, sempre na mesma data e sem distinção de índices (art. 37, X, CF). O
gabarito é a letra B.

Q109 - o direito de greve é assegurado ao servidor público civil, devendo ser


exercido nos termos e nos limites definidos em lei ordinária.

RESPOSTA DA QUESTÃO:
Cuidado, trata-se de matéria a ser definida em lei ordinária. Questão Certa.

Q110 - É permitida a acumulação de dois cargos de professor, desde que


haja
compatibilidade de horários, sendo que a remuneração não pode ultrapassar,
nos Estados, o subsídio pago aos desembargadores do Tribunal de Justiça.

RESPOSTA DA QUESTÃO:
Pode haver acumulação de dois cargos de professor, desde que haja compatibilidade
de horários. No entanto, a remuneração terá como limite o subsídio pago ao
Governador.

Q111 - É permitida a acumulação de um cargo de professor com outro


técnico ou científico, desde que haja compatibilidade de horários, sendo que
a remuneração, nos Estados, não pode ultrapassar o subsídio mensal do
Governador.

RESPOSTA DA QUESTÃO:
Questão correta.

Q112 – (SENADO – 2008) Nos termos da Constituição Federal/88, aplicam-se


aos servidores ocupantes de cargos públicos os direitos sociais enunciados
nas alternativas a seguir, à exceção de uma. Assinale-a.

a) duração do trabalho normal não superior a oito horas diárias e quarenta e quatro
horas semanais.
b) adicional de remuneração para as atividades penosas, insalubres ou perigosas na
forma de lei complementar.
c) proteção do mercado de trabalho da mulher, mediante incentivos específicos, nos
termos da lei.
d) salário-família pago em razão do dependente do trabalhador de baixa renda nos
termos da lei.
e) remuneração do serviço extraordinário superior, no mínimo, em 50% (cinqüenta
por cento) à do normal.

RESPOSTA DA QUESTÃO:
Os servidores públicos não fazem jus a adicional de remuneração para as atividades
penosas, insalubres ou perigosas. Esses adicionais são aplicáveis aos trabalhadores
da iniciativa privada, com regulamentação em lei ordinária. A resposta é a letra B.
Q113 - É possível a acumulação remunerada de cargo técnico com outro
privativo de profissional de saúde.

RESPOSTA DA QUESTÃO:
Não é autorizada a acumulação de um cargo técnico com outro privativo de
profissional de saúde. Os casos em que se admite a acumulação remunerada de
cargos públicos, desde que haja compatibilidade de horários, são os seguintes: i) dois
cargos de professor; ii) um cargo de professor com outro técnico ou científico; e iii)
a de dois cargos ou empregos privativos de profissionais de saúde, com profissões
regulamentadas. Errada.

Q114 - Aplica-se o regime geral de previdência social ao servidor ocupante,


exclusivamente, de cargo em comissão, declarado em lei de livre nomeação e
exoneração, bem como de outro cargo temporário ou de emprego público.

RESPOSTA DA QUESTÃO:
O RGPS se aplica àqueles servidores ocupantes, exclusivamente, de cargo em
comissão e, ainda, aos temporários e aos empregados públicos. Correta.

Q115 - A autonomia gerencial, orçamentária e financeira dos órgãos e


entidades da administração direta e indireta poderá ser ampliada mediante
contrato, a ser firmado entre seus administradores e o Poder Público.

RESPOSTA DA QUESTÃO:
É o contrato de gestão, instrumento destinado a conferir maior autonomia aos órgãos
e entidades da administração direta e indireta (art. 37, § 8o, CF).

Q116 - O Presidente ficará suspenso de suas funções nas infrações penais


comuns, se recebida a denúncia ou queixa-crime pelo Supremo Tribunal
Federal.

RESPOSTA DA QUESTÃO:
É o que determina o art. 86, § 1o, I, da Constituição. Correta.

Q117 - Dentre as alternativas abaixo, que versam sobre o capítulo da


Constituição Federal denominado ―Da Responsabilidade do Presidente da
República‖, assinale afirmativa incorreta:

a) Admitida a acusação contra o Presidente da República, por um terço da Câmara


dos Deputados, para apurar fato determinado e por prazo certo, será ele submetido a
julgamento perante o Supremo Tribunal Federal, nas infrações penais comuns, ou
perante o Senado Federal, nos crimes de responsabilidade.
b) O Presidente ficará suspenso de suas funções nas infrações penais comuns,
se recebida a denúncia ou queixa-crime pelo Supremo Tribunal Federal, e nos
crimes de responsabilidade, após a instauração do processo pelo Senado Federal.

c) Decorrido o prazo de cento e oitenta dias e não estando o julgamento concluído,


cessará o afastamento do Presidente, sem prejuízo do regular prosseguimento do
processo.

d) Enquanto não sobrevier sentença condenatória, nas infrações comuns, o


Presidente da República não estará sujeito a prisão.

e) O Presidente da República, na vigência de seu mandato, não pode ser


responsabilizado por atos estranhos ao exercício de suas funções.

RESPOSTA DA QUESTÃO:
A letra A está incorreta. O quorum necessário para a admissão da acusação contra o
Presidente da República é de dois terços, e não de um terço da Câmara dos
Deputados (art. 86, ―caput‖, CF).
A letra B está correta. É o que prevê o § 1O do art. 86 da Constituição.
A letra C está correta. É o que dispõe o § 2O do art. 86 da Constituição.
A letra D está correta. Trata-se da literalidade do § 3O do art. 86 da Constituição.
A letra E está correta. É o que versa o § 4O do art. 86 da Constituição.
O gabarito é a letra A.

Q118 - A respeito da escolha, da substituição e da sucessão do Prefeito e do


Vice-Prefeito do Município, é correto afirmar que a respectiva lei orgânica
pode disciplinar o processo de escolha dos sucessores no caso de dupla
vacância dos cargos.

RESPOSTA DA QUESTÃO:
O STF considera que deve ser reconhecida a autonomia dos entes federativos
para disciplinar os procedimentos no caso de “dupla vacância, não se
aplicando o princípio da simetria para solucionar essa questão. Nesse sentido,
entende a Corte que ―a vocação sucessória dos cargos de prefeito e vice-prefeito
põem-se no âmbito da autonomia política local, em caso de dupla vacância‖. Questão
correta.

Q119 - As alternativas a seguir apresentam atribuições do Presidente da


República, à exceção de uma. Assinale-a.

a) A escolha de dois terços dos Ministros do Tribunal de Contas da União.


b) O veto a projetos de lei de iniciativa popular.
c) Dispor, mediante decreto, sobre a extinção de cargos públicos vagos.
d) Decretar intervenção federal.
e) A celebração de tratados internacionais que disponham em sentido contrário
à legislação vigente.

RESPOSTA DA QUESTÃO:
Letra A: errada. O Presidente da República irá escolher 1/3 (um terço) dos
Ministros do TCU. Os outros 2/3 (dois terços) são escolhidos pelo Congresso
Nacional.
Letra B: correta. Segundo o art. 84, V, CF/88, compete ao Presidente da República
vetar projetos de lei, total ou parcialmente.
Letra C: correta. É competência do Presidente da República dispor, mediante decreto,
sobre a extinção de cargos públicos vagos (art. 84, VI, ―b‖). Essa é uma das situações
em que se utiliza o decreto autônomo.

Letra D: correta. O Presidente da República tem competência para decretar e


executar a intervenção federal (art. 84, X).
Letra E: correta. É competência do Presidente da República a celebração de tratados
internacionais, os quais estão sujeitos ao referendo do Congresso Nacional (art. 84,
VIII). O gabarito é a letra A.

Q120 - Assinale a alternativa que indica a função exercida pelo presidente da


República, dentre as previstas no texto constitucional federal, considerada
como inerente à função de Chefia de Governo.

a) Celebrar a paz, autorizado ou com o referendo do Congresso Nacional.


b) Presidir o Conselho de Defesa Nacional.
c) Enviar ao Congresso Nacional o plano plurianual previsto na Constituição.
d) Manter relações com Estados estrangeiros e acreditar seus representantes
diplomáticos.
e) Celebrar tratados, convenções e atos internacionais, sujeitos a referendo do
Congresso Nacional.

RESPOSTA DA QUESTÃO:
Letra A: errada. Declarar a guerra e celebrar a paz são competências do Presidente
na condição de Chefe de Estado.
Letra B: errada. Presidir o Conselho de Defesa Nacional é atribuição que está
relacionada à atuação do Presidente como Chefe de Estado.
Letra C: correta. O envio ao Congresso Nacional do plano plurianual é típica função de
Chefe de Governo.
Letra D: errada. Manter relações com Estados estrangeiros e acreditar seus
representantes diplomáticos é típica função de Chefe de Estado.
Letra E: errada. A celebração de tratados é atribuição típica de Chefe de Estado.
O gabarito é a letra C.

Q121 – O Presidente da República exerce a presidência do Conselho da


República e do Conselho de Defesa Nacional.

RESPOSTA DA QUESTÃO:
Questão Correta.

Q122 - O Presidente da República, durante entrevista coletiva, agrediu, com


socos e pontapés, um jornalista que fez uma pergunta relativa à ocorrência
de desvio de recursos em obras públicas federais, conduta atribuída a um
dos Ministros de Estado, filiado ao mesmo partido político do Presidente.
Nesse caso,

a) será necessário aguardar o final do mandato presidencial para dar início à


persecução penal.
b) o Presidente da República somente poderá ser submetido a julgamento após
autorização do Senado Federal.
c) o Supremo Tribunal Federal é o órgão competente para proceder ao julgamento do
Presidente.
d) a agressão ao jornalista configura crime de responsabilidade do Presidente da
República.
e) o Presidente da República tem imunidade em relação à prática dos crimes comuns.

RESPOSTA DA QUESTÃO:
O Presidente da República, na vigência do mandato, somente poderá ser
responsabilizado por atos relacionados ao exercício da função. Na situação
apresentada pela questão, o Presidente da República praticou, inequivocamente, um
ato relacionado ao exercício da função, ao dar socos e pontapés no repórter. Por isso,
ele poderá ser responsabilizado e, considerando que trata-se de crime comum, a
competência para processar e julgar o Presidente será do STF.

Letra A: errada. Não é necessário aguardar o final do mandato para que o Presidente
possa ser processado, uma vez que se trata de ato relacionado ao exercício da
função.
Letra B: errada. O Presidente somente poderá ser processado e julgado após
autorização da Câmara dos Deputados.
Letra C: correta. Nos crimes comuns, o Presidente da República é processado e
julgado pelo STF.
Letra D: errada. Crimes de responsabilidade são uma espécie de transgressão
funcional do Presidente. No caso apresentado, trata-se de crime comum do
Presidente.
Letra E: errada. O Presidente da República tem imunidade penal relativa, uma vez
que, na vigência do mandato, somente pode ser responsabilizado por atos
relacionados ao exercício da função.

Q123 - Presidente da República, nos crimes de responsabilidade, ficará


suspenso de suas funções após a instauração do processo pelo Senado
Federal.

RESPOSTA DA QUESTÃO:
Nos crimes de responsabilizado, o Presidente ficará suspenso da função após a
instauração do processo pelo Senado Federal. Já nos crimes comuns, o
Presidente fica suspensão desde o recebimento da denúncia ou queixa-crime
pelo STF. Em qualquer desses casos, se o julgamento não estiver concluído em 180
dias, cessará o afastamento do Presidente

Q124 - O Presidente da República, nas infrações comuns relacionadas ao


exercício da função, estará sujeito a prisão cautelar, mediante autorização
de dois terços dos membros da Câmara dos Deputados.

RESPOSTA DA QUESTÃO:
Não é cabível prisão cautelar do Presidente. Ele só estará sujeito à prisão por
sentença condenatória. Questão errada.

Q125 - Em caso de vacância dos cargos de Presidente da República e Vice-


Presidente da República no penúltimo ano de mandato:

a) o Presidente da Câmara dos Deputados assume definitivamente o cargo.


b) o Presidente do Senado Federal assume definitivamente o cargo.
c) far-se-á nova eleição direta.
d) far-se-á eleição indireta, pelo Congresso Nacional.

RESPOSTA DA QUESTÃO:
Se a vacância dos cargos de Presidente da República ocorrer nos dois primeiros
anos do mandato, serão realizadas eleições diretas 90 dias após a última vaga.
Por outro lado, caso a vacância ocorra nos dois últimos anos do mandato (como é o
caso da questão!), ocorrerão eleições indiretas, pelo Congresso Nacional, 30 dias
após a última vaga. A resposta, portanto, é a letra D.

Q126 – Compete ao Congresso Nacional autorizar operações externas de


natureza financeira, de interesse da União, dos Estados, do Distrito Federal,
dos Territórios e dos Municípios.

RESPOSTA DA QUESTÃO:
Trata-se de competência do SF. Questão Errada.

Q127 - Vagando os cargos de Presidente e Vice-Presidente da República, far-


se-á eleição noventa dias depois de aberta a última vaga.

RESPOSTA DA QUESTÃO:
CUIDADO! essa é a literalidade do Art. 81, Caput. Questão C.

Q128 - O poder regulamentar confere ao chefe do Executivo a competência para


assegurar a fiel execução da Constituição.

RESPOSTA DA QUESTÃO:
O poder regulamentar confere ao Chefe do Poder Executivo a competência para
assegurar a fiel execução das leis. Questão errada.

Q129 - O servidor público Pedro, em exercício na Secretaria Estadual de


Transportes do Estado X, é questionado sobre a aplicação de determinada
norma federal incidente sobre ato a ser praticado no âmbito da sua
repartição pública. Pesquisando o tema, apresenta breve nota, em que indica
a necessidade de complementação normativa sobre o tema. Observado o
enunciado, uma das competências previstas para o Presidente da República,
na Constituição Federal, aplicáveis ao caso, consiste em:

a) sancionar leis.
b) vetar projetos de lei.
c) organizar a administração.
d) celebrar convenções.
e) expedir regulamentos.

RESPOSTA DA QUESTÃO:
Compete ao Presidente da República expedir decretos e regulamentos para a fiel
execução das leis. Assim, na situação mencionada, pode-se dizer que a lei depende
de regulamentação para que seja aplicada; em outras palavras, caberá ao Presidente
expedir regulamento para a sua fiel execução. A resposta é a letra E.

Q130 - Compete ao Ministro de Estado, nos termos da Constituição Federal,


entre outras, as seguintes atribuições:
I. Expedir instruções para a execução das leis, decretos e regulamentos.
II. Referendar os atos emanados e decretos assinados pelo Presidente da República.
III. Apresentar ao Presidente da República relatório anual de sua gestão no Ministério.
IV. Exercer a orientação, coordenação e supervisão dos órgãos e entidades da
administração federal na área de sua competência.

Assinale:
a) se somente as atribuições I e II estiverem corretas.
b) se somente as atribuições II e IV estiverem corretas.
c) se somente as atribuições III e IV estiverem corretas.
d) se somente as atribuições II, III e IV estiverem corretas.
e) se todas as atribuições estiverem corretas.

RESPOSTA DA QUESTÃO:
A primeira assertiva está correta. Trata-se de competência dos Ministros de Estado
(art. 87, II).
A segunda assertiva está correta. Trata-se de competência dos Ministros de Estado
(art. 87, I).
A terceira assertiva está correta. Mais uma competência dos Ministros (art. 87, III).
A quarta assertiva está correta. Outra competência dos Ministros (art. 87, I).

Q131 - As matérias, cuja competência é privativa da Câmara dos Deputados,


serão disciplinadas por meio de resolução, o que implica não sofrer
interferência do Senado ou da Presidência da República.

RESPOSTA DA QUESTÃO:
As competências privativas da Câmara dos Deputados estão relacionadas no art. 51,
CF/88. São matérias sobre as quais a Câmara dos Deputados disporá mediante
resolução, independentemente de sanção presidencial. Correta.

Q132 - Compete privativamente à Câmara dos Deputados, proceder à tomada


de contas do Presidente da República, quando não apresentadas ao
Congresso Nacional dentro de sessenta dias após a abertura da sessão
legislativa.

RESPOSTA DA QUESTÃO:
Segundo o art. 51, II, CF/88, compete privativamente à Câmara dos Deputados
proceder à tomada de contas do Presidente da República, quando não
apresentadas ao Congresso Nacional dentro de sessenta dias após a abertura da
sessão legislativa. Correta.

Q133 - Compete exclusivamente à Câmara dos Deputados, aprovar


previamente, por voto aberto, após arguição pública, a escolha de
Governador de Território.

RESPOSTA DA QUESTÃO:
É competência privativa do Senado Federal aprovar previamente, por voto secreto,
após arguição pública, a escolha de Governador de Território (art. 52, III, alínea ―c‖).
Errada.

Q134 - Compete ao Congresso Nacional, aprovar previamente, por voto


aberto, a escolha de Presidente e diretores do banco central.

RESPOSTA DA QUESTÃO:
É competência privativa do Senado Federal aprovar previamente, por voto secreto,
após arguição pública, a escolha de Presidente e diretores do banco central (art. 52,
III, alínea ―d‖). Errada.
Q135 - O Senado Federal compõe-se de representantes dos Estados e do
Distrito Federal eleitos segundo o princípio proporcional.

RESPOSTA DA QUESTÃO:
Princípio majoritário. Errada.

Q136 - A denominada imunidade formal é aquela em que os deputados e


senadores são invioláveis, civil e penalmente, por quaisquer de suas
opiniões, palavras e votos.

RESPOSTA DA QUESTÃO:
Imunidade material. Errada.

Q137 - Segundo entendimento do Supremo Tribunal Federal, o parlamentar


que se licenciar para o exercício de outro cargo fora do Parlamento, apesar
de não perder o mandato, perderá as imunidades parlamentares.

RESPOSTA DA QUESTÃO:
As imunidades parlamentares ficarão suspensas caso o parlamentar se licencie para o
exercício de outro cargo fora do Parlamento. Correta.

Q138 - Os Deputados e Senadores são invioláveis, civil e penalmente, por


quaisquer de suas opiniões, palavras e votos no exercício do mandato e na
circunscrição do Congresso Nacional.

RESPOSTA DA QUESTÃO:
A imunidade material dos congressistas não se limita à circunscrição do Congresso
Nacional. Errada.

Q139 - Desde a expedição do diploma, os membros do Congresso Nacional


não poderão ser presos, salvo em flagrante de crime inafiançável. Nesse
caso, os autos serão remetidos dentro de vinte e quatro horas à Casa
respectiva, para que, pelo voto da maioria de seus membros, resolva sobre a
prisão.

RESPOSTA DA QUESTÃO:
A CF/88 autoriza a prisão dos parlamentares somente depois de sentença penal
condenatória ou em caso de flagrante de crime inafiançável. Havendo a prisão
do parlamentar, os autos serão remetidos dentro de 24 (vinte e quatro) horas à Casa
respectiva, para que, pelo voto da maioria de seus membros, resolva sobre a prisão.
Correta.

Q140 - Recebida a denúncia contra o Senador ou Deputado, por crime


ocorrido após a diplomação, o Supremo Tribunal Federal dará ciência à Casa
respectiva, que, por iniciativa de partido político e pelo voto da maioria
absoluta de seus membros, poderá, até a decisão final, sustar o andamento
da ação.

RESPOSTA DA QUESTÃO:
O partido político, para que possa propor a sustação do andamento da ação deve ter
representação na Casa Legislativa. Portanto, não é qualquer partido político que
poderá ter a iniciativa de sustar o andamento da ação. Errada.
Q141 - Os Deputados e Senadores não serão obrigados a testemunhar sobre
informações recebidas ou prestadas em razão do exercício do mandato, nem
sobre as pessoas que lhes confiaram ou deles receberam informações.

RESPOSTA DA QUESTÃO:
É exatamente o que prevê o art. 53, § 6º, CF/88. Correta.

Q142 - Recebida a denúncia contra o Senador ou Deputado, por crime


ocorrido antes da diplomação, o Supremo Tribunal Federal dará ciência à
Casa respectiva, que, por iniciativa de partido político nela representado e
pelo voto de seus membros, poderá, até a decisão final, sustar o andamento
da ação.

RESPOSTA DA QUESTÃO:
De acordo com o art. 53, § 3o, da Constituição, recebida a denúncia contra o Senador
ou Deputado, por crime ocorrido após a diplomação, o Supremo Tribunal Federal
dará ciência à Casa respectiva, que, por iniciativa de partido político nela
representado e pelo voto da maioria de seus membros, poderá, até a decisão final,
sustar o andamento da ação. Errada.

Q143 - A incorporação às Forças Armadas de Deputados e Senadores que


forem militares e em tempo de guerra, independerá de prévia licença da
Casa respectiva.

RESPOSTA DA QUESTÃO: A Carta Magna prevê, em seu art. 53, § 7o, que a
incorporação às Forças Armadas de Deputados e Senadores, embora militares e ainda
que em tempo de guerra, dependerá de prévia licença da Casa respectiva.
Errada.

Q144 - De acordo com a CRFB/88, assinale a afirmativa INCORRETA:

a) Perderá o mandato o Deputado ou Senador que deixar de comparecer, em cada


sessão legislativa, ainda que de licença, à terça parte das sessões ordinárias da Casa
a que pertencer.
b) Os Deputados e Senadores não poderão desde a expedição do diploma firmar ou
manter contrato com pessoa jurídica de direito público, autarquia, empresa pública,
sociedade de economia mista ou empresa concessionária de serviço público, salvo
quando o contrato obedecer a cláusulas uniformes.
c) Os Deputados e Senadores não poderão desde a posse ser proprietários,
controladores ou diretores de empresa que goze de favor decorrente de contrato com
pessoa jurídica de direito público, ou nela exercer função remunerada.
d) As imunidades de Deputados ou Senadores subsistirão durante o estado de sítio,
só podendo ser suspensas mediante o voto de dois terços dos membros da Casa
respectiva, nos casos de atos praticados fora do recinto do Congresso Nacional, que
sejam incompatíveis com a execução da medida.

RESPOSTA DA QUESTÃO:
Letra A: errada. O art. 55, III, da CF/88, prevê que perderá o mandato o Deputado
ou Senador que deixar de comparecer, em cada sessão legislativa, à terça parte das
sessões ordinárias da Casa a que pertencer, salvo licença ou missão por esta
autorizada.
Letras B e C: corretas. O art. 54 da Carta Magna determina que os Deputados e
Senadores não poderão:

I - desde a expedição do diploma:


a) firmar ou manter contrato com pessoa jurídica de direito público,
autarquia, empresa pública, sociedade de economia mista ou empresa
concessionária de serviço público, salvo quando o contrato obedecer a
cláusulas uniformes;
b) aceitar ou exercer cargo, função ou emprego remunerado, inclusive os de que
sejam demissíveis "ad nutum", nas entidades constantes da alínea anterior;
II - desde a posse:
a) ser proprietários, controladores ou diretores de empresa que goze de
favor decorrente de contrato com pessoa jurídica de direito público, ou nela
exercer função remunerada;
b) ocupar cargo ou função de que sejam demissíveis "ad nutum", nas entidades
referidas no inciso I, "a"; c) patrocinar causa em que seja interessada qualquer das
entidades a que se refere o inciso I, "a"; d) ser titulares de mais de um cargo ou
mandato público eletivo.
Letra D: correta. É o que dispõe o art. 53, § 8o, da Constituição.
O gabarito é a letra A.

Q145 - É da competência exclusiva do Congresso Nacional:

a) Resolver sobre todos os tratados, acordos ou atos internacionais.


b) Autorizar, independente do período, o Presidente e o Vice- Presidente da República
a se ausentarem do País.
c) Aprovar o estado de defesa e a intervenção federal, autorizar o estado de sítio, ou
suspender qualquer uma dessas medidas.
d) Declarar guerra, celebrar a paz e permitir que forças estrangeiras transitem pelo
território nacional ou nele permaneçam temporariamente.

RESPOSTA DA QUESTÃO:
Letra A: errada. É da competência exclusiva do Congresso Nacional resolver
definitivamente sobre tratados, acordos ou atos internacionais que acarretem
encargos ou compromissos gravosos ao patrimônio nacional (art. 49, I, CF).
Letra B: errada. Essa autorização só é necessária quando a ausência exceder a
quinze dias (art. 49, III, CF).
Letra C: correta. É o que dispõe o art. 49, IV, da Constituição.
Letra D: errada. Compete exclusivamente ao Congresso Nacional autorizar o
Presidente da República a declarar guerra, a celebrar a paz, a permitir que
forças estrangeiras transitem pelo território nacional ou nele permaneçam
temporariamente, ressalvados os casos previstos em lei complementar (art. 49, II,
CF).
O gabarito é a letra C.

Q146 - A respeito da CPI, é correto afirmar que por ter poderes de


investigação próprios de autoridade judicial, pode vir a determinar, em
deliberação fundamentada, a quebra de sigilo telefônico.

RESPOSTA DA QUESTÃO:
As CPI`s têm poderes para determinar a quebra do sigilo telefônico. O que elas
não podem determinar é a interceptação telefônica, medida reservada
exclusivamente ao Poder Judiciário.
Q147 – A CPI por tratar-se de comissão temporária, não é preciso observar-se,
tanto quanto possível, a representação proporcional dos partidos ou dos blocos
parlamentares que participam da respectiva Casa.

RESPOSTA DA QUESTÃO:
Segundo o art. 58, § 1º, CF/88, “na constituição das Mesas e de cada Comissão, é
assegurada, tanto quanto possível, a representação proporcional dos partidos ou
dos blocos parlamentares que participam da respectiva Casa”. Essa regra da
―representação proporcional‖ também vale para as CPI`s.

Q148 - As comissões parlamentares de inquérito dispõem de competência


Constitucional para ordenar a quebra do sigilo bancário, fiscal e telefônico
das pessoas sob investigação do Poder Legislativo, mas devem fundamentar
adequadamente a decisão de quebra.

RESPOSTA DA QUESTÃO: as CPI`s detêm competência para determinar a quebra


do sigilo bancário, fiscal e telefônico. Como são medidas restritivas de direitos, elas
devem ser fundamentadas, sob pena de nulidade da decisão.

Q149 - Para apurar suposto desvio de recursos públicos na construção de


uma usina nuclear, foi instaurada Comissão Parlamentar de Inquérito pela
Câmara dos Deputados. A Comissão foi instalada após requerimento de um
terço dos Deputados, com prazo certo de duração. Uma das determinações
da Comissão foi que se transladassem cópias das provas obtidas em
processo judicial previamente instaurado, que corre sob segredo de justiça.
A criação da Comissão observou os requisitos constitucionais, mas a prova
não pode ser obtida, pois o segredo de justiça não pode ser levantado por
Comissão Parlamentar de Inquérito.

RESPOSTA DA QUESTÃO:
A CPI não pode determinar a quebra do sigilo judicial. Correta.

Q150 - A quebra do sigilo bancário pela CPI depende, para revestir-se de


validade jurídica, da aprovação da maioria absoluta dos membros que
compõem o órgão de investigação legislativa.

RESPOSTA DA QUESTÃO:
Questão correta – princípio da colegialidade.

Q151 – Compete ao Senado Feral autorizar o Presidente da República a se


ausentar do País, quando essa ausência exceder quinze dias.

Comentárias:
Essa competência é privativa do Congresso Nacional.

Q152 - As alternativas a seguir apresentam atribuições do Congresso


Nacional, à exceção de uma. Assinale-a.

a) Julgar anualmente as contas prestadas pelo Presidente da República.


b) Decretar o estado de sítio.
c) Convocar plebiscito.
d) Resolver definitivamente sobre tratados internacionais que acarretem encargos ao
patrimônio nacional.
e) Escolher dois terços dos membros do Tribunal de Contas da União.

RESPOSTA DA QUESTÃO:
Letra A: correta. Segundo o art. 49, IX, é competência do Congresso Nacional julgar
anualmente as contas prestadas pelo Presidente da República e apreciar os
relatórios sobre a execução dos planos de governo.
Letra B: errada. É competência do Presidente da República decretar o estado de
sítio.
Letra C: correta. Segundo o art. 49, XV, é competência do Congresso Nacional
autorizar referendo e convocar plebiscito.
Letra D: correta. Segundo o art. 49, I, é competência do Congresso Nacional resolver
definitivamente sobre tratados, acordos ou atos internacionais que acarretem
encargos ou compromissos gravosos ao patrimônio nacional.
Letra E: correta. Segundo o art. 49, XIII, é competência do Congresso Nacional
escolher dois terços dos membros do Tribunal de Contas da União.

Q153 - Assinale, dentre as matérias abaixo relacionadas, incluídas na


competência legislativa do Congresso Nacional, aquelas em que não se exige
a sanção do Presidente da
República.

a) organização administrativa, judiciária, do Ministério Público e da Defensoria Pública


da União e dos Territórios;
b) tratados, acordos ou atos internacionais que acarretem encargos ou compromissos
gravosos ao patrimônio nacional;
c) matéria financeira, cambial e monetária, instituições financeiras e suas operações;
d) criação, transformação e extinção de cargos, empregos e funções públicas;
e) concessão de anistia.

RESPOSTA DA QUESTÃO:
As letras A, C, D e E preveem competências do Congresso Nacional a serem exercidas
mediante lei, com a sanção do Presidente da República (art. 48, CF).

Já a competência do Congresso para resolver definitivamente sobre tratados,


acordos ou atos internacionais que acarretem encargos ou compromissos
gravosos ao patrimônio nacional é exercida mediante decreto legislativo, sem a
sanção do Chefe do Executivo (art. 49, I, CF). A letra B é o gabarito.

Q154 - Compete privativamente ao Senado Federal aprovar previamente, por voto


secreto, após arguição pública, a escolha de Magistrados, nos casos estabelecidos na
Constituição, Ministros do Tribunal de Contas da União indicados pelo Presidente da
República, Governador de Território, Presidente e diretores do Banco Central,
Procurador Geral da República e titulares de outros cargos que a lei determinar.

RESPOSTA DA QUESTÃO:
O Senado tem competência para aprovar previamente, por voto secreto, a
escolha de Magistrados, nos casos estabelecidos na Constituição, Ministros do
Tribunal de Contas da União indicados pelo Presidente da República, Governador de
Território, Presidente e diretores do Banco Central, Procurador Geral da República e
titulares de outros cargos que a lei determinar (art. 52, III, CF/88). Correta.
Q155 - Compete privativamente à Câmara dos Deputados autorizar, por dois
terços de seus membros, a instauração de processo contra o Presidente e o
Vice-Presidente da República e os Ministros de Estado.

RESPOSTA DA QUESTÃO:
Questão correta.

Q156 – Comprete privatimante ao Senado Federal aprovar, por maioria


absoluta e por voto secreto, a exoneração, de ofício, do Procurador-Geral da
República antes do término de seu mandato.

RESPOSTA DA QUESTÃO:
Questão correta.

Q157 - O Tribunal de Contas possui competência para julgar as contas de


gestão do Chefe do Poder Executivo de qualquer ente federativo.

RESPOSTA DA QUESTÃO:
Os Tribunais de Contas não julgam as contas do Chefe do Poder Executivo. Eles
apenas apreciam as contas do Chefe do Poder Executivo, mediante parecer prévio. O
julgamento dessas contas cabe ao Poder Legislativo. Errada.

Q158 - O Tribunal de Contas, no exercício de suas atribuições, não pode


apreciar a constitucionalidade das leis e dos atos do poder público.

RESPOSTA DA QUESTÃO:
A Súmula nº 347/STF dispõe que o Tribunal de Contas, no exercício de suas
atribuições, pode apreciar a constitucionalidade das leis e dos atos do Poder
Público. Errada.

Q159 - Petrus é administrador público, chefe do executivo, tendo sido


comunicado pelo Congresso Nacional que deveria sustar a execução de
determinado contrato administrativo, por força da constatação de
irregularidades pelo Tribunal de Contas da
União. Nos termos da Constituição Federal, cabe ao Tribunal de Contas, ao
exercer o controle externo:

a) imputar multa, sendo a decisão título executivo extrajudicial.


b) impor sanções pessoais aos administradores relapsos, equiparadas à prisão
civil.
c) estabelecer a quebra dos sigilos bancários e telefônicos dos administradores.
d) determinar a sustação imediata de contratos, quando aferir irregularidades.
e) aguardar autorização do Ministério Público para realizar auditorias.

RESPOSTA DA QUESTÃO:
Letra A: correta. As decisões do TCU de que resulte imputação de débito ou multa
terão eficácia de título executivo extrajudicial.
Letra B: errada. O TCU pode impor sanções aos responsáveis, em caso de ilegalidade
de despesa ou irregularidade de contas. Todavia, essas sanções não são equiparadas
à prisão civil.
Letra C: errada. O TCU não tem competência para determinar a quebra de sigilo
bancário e sigilo telefônico.
Letra D: errada. A sustação de contratos administrativos não é feita diretamente
pelo TCU, mas sim pelo Congresso Nacional.
Letra E: errada. O TCU não precisa de autorização do Ministério Público para realizar
auditorias.

Q160 - De acordo com a Constituição Federal de 1988, o sistema de controle


externo no âmbito federal tem a finalidade de comprovar a legalidade e
avaliar os resultados, quanto à eficácia e eficiência, da gestão orçamentária,
financeira e patrimonial nos órgãos e entidades da administração federal.

RESPOSTA DA QUESTÃO:
Esse finalidade é a do controle interno.

Q161 - No que diz respeito às emendas à Constituição, existem algumas


limitações materiais e circunstancias em que o texto constitucional não
poderá ser emendado. A respeito do tema, assinale a alternativa
INCORRETA:

a) A Constituição não poderá ser emendada na vigência de intervenção federal, de


estado de defesa ou de estado de sítio.
b) A matéria constante de proposta de emenda rejeitada ou havida por prejudicada
não pode ser objeto de nova proposta na mesma sessão legislativa.
c) A Constituição poderá ser emendada mediante proposta de mais da metade das
Assembleias Legislativas das unidades da Federação, manifestando-se, cada uma
delas, pela maioria relativa de seus membros.
d) É vedada a proposta de emenda tendente a abolir voto direto, secreto, obrigatório,
universal e periódico.

RESPOSTA DA QUESTÃO:
Letra A: correta. A CF/88 não pode ser emendada na vigência de intervenção federal,
estado de defesa e estado de sítio. Essas são limitações circunstanciais ao Poder
Constituinte Derivado.
Letra B: correta. Pelo princípio da irrepetibilidade, a proposta de emenda rejeitada ou
havida por prejudicada não pode ser objeto de nova proposta na mesma sessão
legislativa.
Letra C: correta. A CF/88 pode ser emenda mediante proposta de mais da metade
das Assembleias Legislativas das unidades da Federação, manifestando-se, cada
uma delas, pela maioria relativa de seus membros.
Letra D: errada. É possível que emenda constitucional seja tendente a abolir o voto
obrigatório. É cláusula pétrea o voto direto, secreto, universal e periódico.
O gabarito é a letra D.

Q162 - É expressamente vedada a edição de medida provisória sobre


matérias relativas a Direito penal, direito processual penal, direito civil e
direito processual civil.

RESPOSTA DA QUESTÃO:
É vedada a edição de medidas provisórias sobre direito penal, direito processual penal
e direito processual civil (art. 62, § 1º, I, ―b‖). Errada.
Q163 - O CNJ (Conselho Nacional de Justiça) tem iniciativa privativa para
presentar projeto de lei complementar sobre o Estatuto da Magistratura.

RESPOSTA DA QUESTÃO:
Essa iniciativa é do STF. Errada.

Q164 - O processo legislativo compreende a elaboração de emendas à


Constituição, leis complementares, leis ordinárias, leis delegadas, medidas
provisórias, decretos presidenciais e resoluções.

RESPOSTA DA QUESTÃO:
Não se inclui decretos presidenciais. Errada.

Q165 - As emendas constitucionais podem ser apresentadas por mais da


metade das Assembleias Legislativas, manifestando-se, cada uma delas, a
maioria relativa de seus membros.

RESPOSTA DA QUESTÃO:
Questão correta.

Q166 - É vedada a edição de medidas provisórias sobre matéria relativa a


nacionalidade, cidadania, direitos políticos, partidos políticos e direito
eleitoral.

RESPOSTA DA QUESTÃO:
Questão correta.

Q167 - Em caso de relevância e urgência, o Presidente da República poderá


adotar medidas provisórias, com força de lei, devendo submetê-las de
imediato ao Senado Federal.

RESPOSTA DA QUESTÃO:
As medidas provisórias devem ser submetidas pelo Presidente à Câmara dos
Deputados, que é a Casa Legislativa que irá apreciá-las em primeiro lugar. Errada.

Q168 – A iniciativa popular pode ser exercida pela apresentação ao


Congresso Nacional de projeto de lei subscrito por, no mínimo, um por cento
do eleitorado nacional, distribuído pelo menos por cinco Estados, com não
menos de três décimos por cento dos eleitores de cada um deles.

RESPOSTA DA QUESTÃO:
O projeto deve ser apresentado à Câmara, casa do povo.

Q169 - Determinado Deputado Estadual, sensibilizado com a situação dos


servidores públicos do Poder Executivo, que há anos não recebiam qualquer
aumento salarial,
decidiu elaborar um projeto de lei a respeito dessa temática. O projeto,
considerando a precária situação financeira do Estado, repôs as perdas
decorrentes da inflação e concedeu um aumento real de apenas 0,5% (meio
por cento). O projeto, que contou com amplo apoio da população, foi
aprovado pela Assembleia Legislativa e, ao final, sancionado pelo
Governador. A partir dessa narrativa, é correto afirmar que a lei decorrente
desse processo legislativo é:
a) constitucional, pois compete ao Estado legislar sobre os respectivos servidores
públicos;
b) inconstitucional, pois a matéria é de iniciativa privativa do Chefe do Poder
Executivo, não sendo o vício sanado pela sanção
c) constitucional, desde que o reajuste fornecido aos servidores estaduais não supere
aquele concedido aos servidores da União;
d) inconstitucional, pois a matéria é de iniciativa privativa do Chefe do Poder
Legislativo e a sanção não supriu o vício;
e) constitucional, desde que a Constituição Estadual tenha reconhecido a iniciativa
legislativa dos Deputados Estaduais nessa matéria.

RESPOSTA DA QUESTÃO:
As leis que disponham sobre ―criação de cargos, funções ou empregos públicos na
administração direta e autárquica ou aumento de sua remuneração‖ são de
iniciativa privativa do Chefe do Poder Executivo (art. 61, § 1º, I, ―a‖).
Portanto, na situação apresentada, a lei é inconstitucional, uma vez que foi
usurpada a iniciativa legislativa do Governador. Cabe destacar que a sanção ao
projeto de lei não irá convalidar a nulidade ocorrida no processo legislativo.
A resposta, portanto, é a letra B.

Q170 - Lei delegada é aquela que adotada pelo Presidente da República, o


qual delega para o Congresso Nacional competência para elaboração de lei
cuja iniciativa originária era do Poder Executivo.

RESPOSTA DA QUESTÃO:
As leis delegadas são elaboradas pelo Presidente da República, que deverá solicitar a
delegação ao Congresso Nacional (art. 68, caput, CF).

Q171 - (FGV / Senado Federal – 2008) Consoante os termos do art. 59 da


Constituição brasileira, as seguintes normas estão compreendidas no regular
processo legislativo:
a) resoluções e decretos
b) medidas provisórias e estatutos.
c) c) leis programáticas e leis delegadas
d) decretos legislativos e resoluções.
e) leis complementares e leis suplementares

RESPOSTA DA QUESTÃO:
Segundo o art. 59, CF/88, o processo legislativo compreende a elaboração de: i)
emendas à Constituição; ii) leis complementares; iii) leis ordinárias; iv) leis
delegadas; v) medidas provisórias; vi) decretos legislativos e; vii) resoluções. Não
estão compreendidos no processo legislativo a elaboração de decretos executivos. A
resposta é, portanto, a letra D.

Q172 - A Assembleia Legislativa do Estado ―M‖, verificando que o Estado


jamais regulamentou a aposentadoria especial dos servidores públicos cujas
atividades sejam exercidas sob condições especiais que prejudiquem a saúde
ou a integridade física (art. 40, § 4º, III da Constituição da República), edita
lei complementar, de iniciativa do deputado ―X‖, que determina a aplicação
dos mesmos critérios aplicados aos trabalhadores da iniciativa privada
(previstos na Lei n. 8.213/91). O Governador do Estado sanciona a lei, que é
publicada dias depois. Sobre o caso concreto apresentado, há vício de
iniciativa, devendo a regulamentação do regime dos servidores públicos ser
estabelecida em lei de iniciativa do Chefe do Poder Executivo – no caso, o
Governador do Estado.

RESPOSTA DA QUESTÃO:
No âmbito da União, é do Presidente da República a iniciativa de leis que disponham
sobre o regime jurídico dos servidores públicos federais, bem como regras sobre
aposentadoria. Pelo princípio da simetria, a iniciativa de leis que tratem dessa
matéria, em âmbito estadual, será do Governador. Portanto, no caso apresentado,
em que um Deputado apresenta projeto de lei tratando sobre aposentadoria de
servidores públicos estaduais, percebe-se que houve vício de iniciativa. Destaque-
se que, mesmo que haja posterior sanção da lei pelo Governador, esse ato não irá
convalidar o vício de iniciativa. Correta.

Q173 - A matéria constante de proposta de emenda rejeitada ou havida por


prejudicada não pode ser objeto de nova proposta na mesma legislatura.

RESPOSTA DA QUESTÃO:
Não pode na mesma Sessão Legislativa. Errada.

Q174 - Após tramitação regular, o projeto de emenda constitucional será


encaminhado diretamente para promulgação, inexistindo sanção ou veto
presidencial.

RESPOSTA DA QUESTÃO:
De fato, inexiste sanção presidencial no processo de reforma à Constituição. Correta.

Q175 - A emenda à Constituição Federal será promulgada pelas mesas da


Câmara dos Deputados e do Senado Federal.

RESPOSTA DA QUESTÃO:
Questão correta.

Q176 – SENADO FEDERAL - No sistema bicameral brasileiro, tendo iniciado


projeto de lei ordinária no Senado Federal, remetido à Câmara dos
Deputados e sofrido emendas, retornando à Casa iniciadora poderá o
projeto:

a) sofrer rejeição total das emendas e ser remetido para sanção presidencial.
b) passar por novas emendas e ser devolvido à Câmara dos Deputados.
c) ser emendado, aprovado e remetido à sanção presidencial.
d) não sofrer emendas porque a Câmara dos Deputados é soberana em tema de lei
ordinária.
e) tramitar por procedimento sumário, sem ir a plenário.

RESPOSTA DA QUESTÃO:
Se o projeto de lei começou a tramitar no Senado Federal, será este órgão
considerado a Casa Iniciadora. A Câmara dos Deputados será, então, a Casa
Revisora. Após o projeto ter sido aprovado com emendas na Casa Revisora, ele
retorna à Casa Iniciadora para que as emendas sejam apreciadas.
A Casa Iniciadora pode, então, aprovar as emendas ou rejeitá-las, enviando o projeto
de lei para sanção presidencial. Perceba que a Casa Iniciadora possui predominância
no processo legislativo, uma vez que terá a prerrogativa de rejeitar totalmente as
emendas feitas na Casa Revisora. A resposta é a letra A.
Q177 - O Presidente da República encaminhou ao Senado Federal projeto de
Lei Ordinária para provimento de cargos de servidores da União. Após os
debates, o projeto foi provado pelo plenário do Senado Federal e, em
seguida, encaminhado para a Câmara dos Deputados que, em apenas um
turno de discussão e votação, o aprovou e o enviou ao Presidente da
República, que o sancionou. A discussão e a votação do projeto deveriam ter
se iniciado na Câmara dos Deputados, havendo, por isso, vício formal no
processo legislativo.

RESPOSTA DA QUESTÃO:
Os projetos de lei apresentados pelo Presidente da República deverão iniciar sua
tramitação pela Câmara dos Deputados, que atuará, então, como Casa Iniciadora. Por
ter começado a tramitar pelo Senado Federal, conclui-se que houve vício no processo
legislativo.

Q178 - A disciplina sobre a discussão e instrução do projeto de lei é confiada,


fundamentalmente, aos Regimentos das Casas Legislativas. O projeto de lei
aprovado por uma casa será revisto pela outra em um só turno de discussão
e votação. Não há tempo prefixado para deliberação das Câmaras, salvo
quando o projeto for de iniciativa do Presidente e este formular pedido de
apreciação sob regime de urgência (Constituição, art. 64, § 1º).

RESPOSTA DA QUESTÃO:
No processo legislativo ordinário, não há tempo prefixado para deliberação pelas
Casas Legislativas. Somente irá existir prazo para deliberação quando o Presidente da
República houver formulado pedido de apreciação sob regime de urgência. É o
processo legislativo sumário. Questão correta.

Q179 - Pode o Presidente da República editar medida provisória contrária à


súmula vinculante editada pelo STF?
a) Não, pois o STF é o guardião da Constituição.
b) Não, pois a súmula vincula todos os Poderes (Executivo, Legislativo e Judiciário).
c) Sim, pois a súmula vincula a Administração Pública, mas não o chefe do Poder
Executivo.
d) Sim, pois o Presidente da República estaria, nesse caso, exercendo função
legislativa.

RESPOSTA DA QUESTÃO:
Questão muito interessante! As Súmulas Vinculantes, elaboradas pelo STF, vinculam
toda a Administração Pública. No entanto, elas não impedem o exercício da função
legislativa. O Presidente da República, quando edita medidas provisórias, está
exercitando função atípica legislativa e, portanto, pode contrariar Súmula Vinculante.
A resposta é a letra D.

Q180 - Suponha que, em setembro de 2010, o Presidente da República tenha


editado medida provisória majorando a alíquota de determinado imposto.
Nesse caso, é correto afirmar que a medida provisória é constitucional, mas
só produzirá efeito em 2011 se tiver sido convertida em lei em 2010.
RESPOSTA DA QUESTÃO:
Segundo o art. 62, § 2º, CF/88, medida provisória que implique instituição ou
majoração de impostos só produzirá efeitos no exercício financeiro seguinte se
houver sido convertida em lei até o último dia daquele em que foi editada.
Dessa forma, para que a medida provisória produza efeitos em 2011, ela deverá ser
convertida em lei até o final de 2010. Correta.

Q181 - Assinale a alternativa que contemple matéria para cuja disciplina é


vedada a edição de medida provisória.

a) Instituição ou majoração de impostos.


b) Abertura de crédito extraordinário, ainda que para atendimento a despesas
imprevisíveis e urgentes.
c) Normas gerais de licitações e contratos administrativos
d) Partidos políticos e direito eleitoral.

RESPOSTA DA QUESTÃO:
É vedada a edição de medida provisória sobre partidos políticos e direito eleitoral (art.
62, §1º, I, ―a‖). A resposta é a letra D.

Q182 - A edição de medida provisória para instituição de tributos só será


admitida para atender despesas imprevisíveis e urgentes, como as
decorrentes de guerra, comoção interna ou calamidade pública.

RESPOSTA DA QUESTÃO:
É amplamente admitida a edição de medida provisória em matéria tributária.

Q183 - É vedada a edição de medidas provisórias sobre as matérias


relacionadas nas alternativas a seguir, à exceção de uma. Assinale-a.

a) nacionalidade, cidadania, direitos políticos e direito eleitoral.


b) direito penal, processual penal e processual civil.
c) organização do Poder Judiciário e do Ministério Público, a carreira e a garantia dos
seus membros.
d) que vise à detenção ou sequestro de bens, de poupança popular ou qualquer outro
ativo financeiro.
e) que institua ou majore tributos.

RESPOSTA DA QUESTÃO:
Admite-se a edição de medida provisória que institua ou majore tributos. A resposta é
a letra E.

Q184 - É de competência privativa do Presidente da República a edição de lei


que concede aumento de remuneração a servidores públicos que integram os
quadros funcionais das autarquias federais.

RESPOSTA DA QUESTÃO:
Questão correta.

Q185 - Por ―mutação constitucional‖, entende-se:


a) A inserção de emendas constitucionais no texto da Constituição.
b) A superveniência de uma nova Carta Política.
c) A nova interpretação dada à Constituição, atribuindo novos sentidos ao seu texto.
d) O exercício do Poder Derivado Decorrente.
RESPOSTA DA QUESTÃO:
A ―mutação constitucional‖ é um processo informal de mudança da Constituição. Na
mutação constitucional, não há alteração do texto da Carta Magna, mas apenas da
interpretação que se faz dele. O gabarito é a letra C.

Q186 - A respeito da atividade do denominado poder constituinte derivado,


considere C para a(s) afirmativa(s) certa(s) e E para a(s) errada(s).

( ) A alteração de redação, pelo Senado Federal, da proposta de emenda


constitucional inicialmente aprovada pela Câmara dos Deputados, sempre exige o seu
retorno à Casa Iniciadora.
( ) Os limites materiais à reforma constitucional não protegem a literalidade da
disposição constitucional, mas, sim, o núcleo essencial dos princípios e institutos a
que se referem.
( ) A iniciativa privativa do Chefe do Poder Executivo para a deflagração do processo
legislativo afeto a certas matérias deve ser igualmente observada em relação às
propostas de emenda constitucional.

A sequência correta é:
a) F – V – F;
b) V – F – V;
c) V – V – V;
d) F – F – F;
e) V – F – F.

RESPOSTA DA QUESTÃO:
A primeira assertiva está errada. A alteração de redação, pelo Senado Federal, de
proposta de emenda constitucional aprovada na Câmara dos Deputados não
implicará, necessariamente, no seu retorno à Casa de origem.
Somente é obrigatório o retorno da proposta de emenda à Constituição à Casa
Legislativa de origem quando ocorrer modificação substancial de seu texto. Se
a modificação do texto não resultar em alteração substancial do seu sentido, a
proposta de emenda constitucional não precisa voltar à Casa iniciadora.

A segunda assertiva está correta. As limitações materiais à reforma constitucional são


as chamadas cláusulas pétreas: i) forma federativa de Estado; ii) voto direto,
secreto, universal e periódico; iii) separação de poderes e; iv) direitos e garantias
individuais.
Não há uma proteção à literalidade das disposições constitucionais, mas sim a um
núcleo essencial dos princípios e institutos a que se referem as cláusulas pétreas.
Segundo o STF, ―as limitações materiais ao poder constituinte de reforma, que o art.
60, § 4º, da Lei Fundamental enumera, não significam a intangibilidade literal da
respectiva disciplina na Constituição originária, mas apenas a proteção do núcleo
essencial dos princípios e institutos cuja preservação nelas se protege‖.

A terceira assertiva está errada. Ao contrário do que ocorre no processo legislativo


das leis, não há iniciativa reservada a emenda constitucional. Qualquer dos
legitimados pode apresentar proposta de emenda constitucional sobre todas as
matérias não vedadas pela Carta Magna.

Q187 - A mutação constitucional consiste em uma alteração do significado de


determinada norma da Constituição sem observância do mecanismo
constitucionalmente previsto para as emendas e sem que tenha havido
qualquer modificação de seu texto.
RESPOSTA DA QUESTÃO:
Questão correta.

Q188 - O Poder Constituinte dos Estados, em uma Federação, é chamado


Poder Constituinte Decorrente.

RESPOSTA DA QUESTÃO:
O Poder Constituinte Derivado Decorrente é o poder atribuído aos Estados para que
elaborem suas Constituições Estaduais.

Q189 - O Poder Constituinte Reformador encontra limites na ordem


constitucional vigente. A esse respeito, assinale a afirmativa correta.

a) Como limites temporais, a Constituição não pode ser emendada na vigência de


intervenção federal, estado de sítio ou durante o recesso parlamentar.
b) Todas as limitações ao Poder Constituinte Reformador encontram-se expressas no
texto constitucional.
c) A Constituição de 1988 não admitiu, em hipótese alguma, alteração constitucional
tendente a substituir o sistema presidencialista pelo parlamentarista.
d) A matéria constante de proposta de emenda rejeitada ou havida por prejudicada
não pode ser objeto de nova proposta durante o mesmo mandato parlamentar.
e) Não será objeto de deliberação a proposta de emenda tendente a abolir o voto
direto, secreto, universal e periódico e os direitos e garantias individuais.

RESPOSTA DA QUESTÃO:
Letra A: errada. A CF/88 não pode ser emendada na vigência de intervenção
federal, estado de defesa ou estado de sítio. Essas são limitações circunstanciais ao
poder de reforma (e não limitações temporais!). Cabe destacar que a CF/88 poderá
ser emenda durante o recesso parlamentar.
Letra B: errada. Também existem limitações implícitas ao poder de reforma.
Letra C: errada. O presidencialismo não é uma cláusula pétrea.
Letra D: errada. A matéria constante de proposta de emenda rejeitada ou havida por
prejudicada não pode ser objeto de nova proposta na mesma sessão legislativa.
Letra E: correta. São cláusulas pétreas: i) forma federativa de Estado; ii) voto
direto, secreto, universal e periódico; iii) separação de poderes e; iv) os direitos
e garantias individuais.
O gabarito é a letra E.

Q189 - O poder constituinte originário estabeleceu a possibilidade de


reforma da constituição estabelecendo, no entanto, limites inafastáveis. As
alternativas a seguir apresentam matérias que podem ser veiculadas por
emendas à Constituição, à exceção de uma. Assinale-a.

a) A extinção dos Tribunais de Alçada vinculados aos estados da federação.


b) O estabelecimento de mandato vitalício para o Presidente da República.
c) A aprovação da escolha dos Ministros do Supremo Tribunal Federal pelo Senado
Federal.
d) A indicação dos Ministros de Estado dentre integrantes do Congresso Nacional.
e) A reserva de cargos para integrantes de minorias étnicas ou sociais.

RESPOSTA DA QUESTÃO:
Para resolver essa questão, era necessário identificar, dentre as opções apresentadas,
qual delas viola cláusula pétrea. Segundo o art. 60, § 4º, CF/88, são cláusulas
pétreas: i) forma federativa de Estado; ii) voto direto, secreto, universal e periódico;
iii) separação de poderes e; iv) os direitos e garantias individuais.

Dentre todas as opções, a única que viola cláusula pétrea é ―o estabelecimento de


mandato vitalício para o Presidente da República‖. Isso porque o voto periódico é
uma cláusula pétrea; assim, não cabe falar em mandato vitalício para Presidente da
República. A resposta, portanto, é a letra B.

Q190 - As cláusulas pétreas implícitas são: as normas concernentes ao


titular do poder constituinte, as normas referentes ao titular do poder
reformador e as normas que disciplinam o próprio procedimento de emenda.

RESPOSTA DA QUESTÃO:
A doutrina considera que há cláusulas pétreas implícitas. São elas: i) titularidade
do Poder Constituinte Originário; ii) titularidade do Poder Constituinte Derivado e; iii)
procedimentos de reforma constitucional. A questão está correta.

Q191 - O Supremo Tribunal Federal tem posicionamento no sentido de ser


possível nova assembleia constituinte revisora, desde que editada emenda
constitucional convocando a revisão da constituição.

RESPOSTA DA QUESTÃO:
O entendimento do STF é o de que os procedimentos de reforma constitucional são
uma cláusula pétrea implícita. Portanto, não é possível que emenda constitucional os
altere, estabelecendo, por exemplo, a convocação de uma assembleia constituinte
revisora. Questão incorreta.

Q192 - Uma proposta de emenda constitucional, cuja iniciativa foi subscrita


por 28 senadores, foi aprovada em dois turnos, nas duas casas legislativas,
com quórum nunca inferior a 3/5, mas também nunca superior a 2/3 dos
respectivos membros. A proposta, imediatamente após a aprovação, foi
promulgada pela mesa do Senado e, em seguida, publicada.

No texto acima, pode-se identificar o desrespeito aos seguintes limites ao


poder constituinte derivado reformador:
a) procedimental e circunstancial.
b) material e circunstancial.
c) formal e de iniciativa.
d) procedimental.
e) implícito.

RESPOSTA DA QUESTÃO:
Letra A: errada. A Constituição não pode ser emendada na vigência de intervenção
federal, de estado de defesa ou de estado de sítio. Esses são os limites
circunstanciais ao poder de reforma, os quais não foram violados na situação
apresentada.
Letra B: errada. Não houve violação aos limites materiais e circunstanciais ao poder
de reforma. A violação aos limites materiais ocorreria se a proposta de emenda
constitucional desrespeitasse cláusula pétrea.
Letra C: errada. Não houve vício de iniciativa na apresentação de proposta de
emenda constitucional. Segundo o art. 60, I, a Constituição poderá ser emendada
mediante proposta de 1/3 (um terço), no mínimo, dos membros da Câmara dos
Deputados ou do Senado Federal. Na situação apresentada, esse quórum foi
respeitado. De um total de 81 Senadores, 28 subscreveram a proposta de emenda
constitucional.
Letra D: correta. A proposta de emenda constitucional deve ser promulgada pelas
Mesas da Câmara dos Deputados e do Senado Federal. Na situação
apresentada, a proposta de emenda constitucional foi promulgada apenas pela Mesa
do Senado Federal. Houve, portanto, violação a um limite formal (procedimental) ao
poder de reforma.
Letra E: errada. Não houve qualquer violação aos limites materiais implícitos ao
poder de reforma. Cabe destacar que a doutrina que são os seguintes os limites
implícitos:
- titularidade do Poder Constituinte Originário;
- titularidade do Poder Constituinte Derivado;
- procedimentos de reforma constitucional.
O gabarito, portanto, é a letra D.

Q193 - ―A adequação, mediante interpretação do Poder Judiciário, da própria


Constituição da República, se e quando imperioso compatibilizá-la, mediante
exegese atualizadora, com as novas exigências, necessidades e
transformações resultantes dos processos sociais, econômicos e políticos
que caracterizam, em seus múltiplos e complexos aspectos, a sociedade
contemporânea‖ configura a ocorrência de:

a) reforma constitucional judicial.


b) arguição de descumprimento de preceito fundamental.
c) usurpação judicial de competência do poder constituinte.
d) processo informal de mutação constitucional.
e) declaração de inconstitucionalidade com redução de texto.
RESPOSTA DA QUESTÃO:
O fenômeno descrito pelo enunciado é a mutação constitucional, que consiste em um
processo informal de alteração da Constituição. Por meio desse fenômeno, a
norma constitucional é alterada, mas sem qualquer modificação no texto. O que
muda é a interpretação que se faz do texto da Constituição. O gabarito é a letra D.

Q194 - O poder constituinte derivado decorrente pode ser definido como


aquele que:
a) decorre do poder constituinte originário para modificar a Constituição Federal por
meio de procedimento específico, sem que haja uma verdadeira revolução.
b) emana diretamente da soberania popular decorrente de Emendas Constitucionais
da iniciativa popular.
c) decorre do poder constituinte originário para modificar a Constituição Federal de
forma condicionada e limitada às regras instituídas por aquele.
d) decorre da capacidade de auto-organização estabelecida aos Estados membros
pelo poder constituinte originário.
e) decorre de Emendas Constitucionais que modificam a forma de estado e sistema
de governo após consulta popular por meio de plebiscito.
RESPOSTA DA QUESTÃO: O Poder Constituinte Derivado Decorrente é o poder
outorgado aos Estados membros para que estes elaborem suas Constituições
Estaduais. Esse poder decorre da capacidade de auto-organização dos Estados-
membros.
Portanto, a resposta é a letra D.
Q195 - Aos juízes federais compete processar e julgar os crimes cometidos a
bordo de navios ou aeronaves civis ou militares, estejam eles em solo, no ar
ou no mar.

RESPOSTA DA QUESTÃO:
Os juízes federais tem competência para processar e julgar os crimes cometidos a
bordo de navios ou aeronaves, ressalvada a competência da Justiça Militar.
Questão errada.

Q196 - Um quinto dos lugares dos Tribunais Regionais Federais, dos


Tribunais dos Estados, e do Distrito Federal e Territórios será composto de
membros, do Ministério Público, com mais de dez anos de carreira, e de
advogados de notório saber jurídico e de reputação ilibada, com mais de dez
anos de efetiva atividade profissional, indicados em lista sêxtupla pelos
órgãos de representação das respectivas classes.

RESPOSTA DA QUESTÃO:
Essa é a regra do “quinto constitucional”, que reserva 1/5 das vagas dos TJ`s,
TRF`s, TRT`s e TST a membros do Ministério Público e da advocacia.

Q196 - De acordo com a Constituição Federal, aos juizes é vedado:


a) Receber, a qualquer título ou pretexto, participação em processo, salvo custas
processuais.
b) Exercer a advocacia no juízo ou tribunal do qual se afastou, antes de decorridos
dois anos do afastamento do cargo por aposentadoria ou exoneração.
c) Dedicar-se à atividade político-partidária.
d) Exercer, qualquer outro cargo ou função, ainda que em disponibilidade.

RESPOSTA DA QUESTÃO:
A letra A está incorreta. O inciso II do parágrafo único do art. 95 da CF/88 veda aos
juízes receber, a qualquer título ou pretexto, custas ou participação em processo.
A letra B está incorreta. A vedação se dá até que decorram três anos do afastamento
do cargo, não dois (art. 95, parágrafo único, V, CF).
A letra C está correta. De fato, aos juízes é vedado dedicar-se à atividade político-
partidária (art. 95, parágrafo único, III, CF).
A letra D está incorreta. A Carta Magna faz uma ressalva: permite o exercício de uma
função de magistério (art. 95, parágrafo único, I, CF).
O gabarito é a letra C.

Q197 - Os juízes gozam da garantia da vitaliciedade, que, no primeiro grau,


só será adquirida após dois anos de exercício, dependendo a perda do cargo,
nesse período, de deliberação do tribunal a que o juiz estiver vinculado, e,
nos demais casos, de sentença judicial transitada em julgado.

RESPOSTA DA QUESTÃO:
Questão correta

Q198 – A inamovibilidade dos juízes impede que sejam removidos


Compulsoriamente do seu órgão jurisdicional, salvo por motivo de interesse
público, por decisão da maioria absoluta do tribunal ou do CNJ.
RESPOSTA DA QUESTÃO:
Questão correta

Q199 - A aposentadoria dos magistrados seguirá regime jurídico diverso


daquele aplicável aos servidores públicos em geral.

RESPOSTA DA QUESTÃO:
A aposentadoria dos magistrados seguirá o regime jurídico aplicável aos servidores
públicos em geral. É o que dispõe o art. 93, VI, CF/88. Errada.

Q200 - Cabe ao chefe do Poder Executivo incluir a proposta encaminhada


pelo Poder Judiciário no projeto de lei orçamentária anual, sendo-lhe vedado
promover nela qualquer
alteração.

RESPOSTA DA QUESTÃO:
Se a propostas orçamentária do Poder Judiciário for encaminhada em desacordo com
os limites estipulados na Lei de Diretrizes Orçamentárias, o Poder Executivo
procederá aos ajustes necessários para fins de consolidação da proposta
orçamentária anual. Questão errada.

Q201 - É da competência do Conselho Nacional de Justiça, o controle dos


deveres funcionais dos juízes e o controle da atuação administrativa e
financeira do Poder Judiciário.

RESPOSTA DA QUESTÃO:
O CNJ é responsável pelo controle interno do Poder Judiciário. O art. 103-B, § 4o, da
CF/88, prevê que compete ao Conselho o controle da atuação administrativa e
financeira do Poder Judiciário e do cumprimento dos deveres funcionais dos juízes.
Questão correta.

Q202 - No exercício do poder disciplinar, a atuação do Conselho Nacional de


Justiça tem natureza subsidiária às corregedorias locais, sendo que somente
poderá instaurar ou avocar processos nos casos em que houver
demonstração de inércia injustificada, impedimento ou suspeição das
autoridades responsáveis pela condução do procedimento.

RESPOSTA DA QUESTÃO:
Não há necessidade de que haja demonstração de inércia justificada, impedimento ou
suspeição das autoridades responsáveis. O CNJ poderá, independentemente disso,
avocar processos disciplinares em curso. Questão errada.

Q203 - No recurso extraordinário o recorrente deverá demonstrar a


repercussão geral das questões constitucionais discutidas no caso, nos
termos da lei, a fim de que o Tribunal examine a admissão do recurso,
somente podendo recusá-lo pela manifestação de dois terços de seus
membros.

RESPOSTA DA QUESTÃO: A admissão de recurso extraordinário depende do


reconhecimento da repercussão geral. O recurso extraordinário somente poderá ser
reconhecido pela manifestação de 2/3 dos membros do STF. Questão Correta.
Q204 - Após os trâmites processuais regulares, o Tribunal de Justiça de
determinado Estado entendeu que a ordem jurídica não o autorizava a julgar
um processo submetido à sua apreciação, o que deveria ser feito pelo
Tribunal Regional Federal com jurisdição no mesmo território. Este último
Tribunal, por sua vez, ao receber os autos, teve entendimento
diametralmente oposto, entendendo que a causa deveria ser apreciada pelo
Tribunal de Justiça. Considerando a sistemática constitucional, é correto
afirmar que se trata de um conflito de competência, a ser dirimido pelo
Supremo Tribunal Federal.

RESPOSTA DA QUESTÃO:
Na situação apresentada, está ocorrendo um conflito de competência entre um
Tribunal de Justiça e um Tribunal Regional Federal. Esse conflito deverá ser
dirimido pelo STJ (Superior Tribunal de Justiça). Isso porque o art. 105, I, ―d‖,
estabelece que compete ao STJ processar e julgar, originariamente, os conflitos de
competência entre quaisquer tribunais, ressalvados os conflitos de competência
envolvendo Tribunais Superiores. O gabarito é a letra C.

Q205 - Nos termos da Constituição Federal, é competência do Superior


Tribunal de Justiça processar e julgar, originariamente, os mandados de
segurança contra ato do Comandante da Marinha.

RESPOSTA DA QUESTÃO:
O mandado de segurança contra ato de Ministro de Estado, dos Comandantes da
Marinha, do Exército e da Aeronáutico é processado e julgado pelo Superior
Tribunal de Justiça (STJ). Correta.

Q206 – Compete ao STJ Julgar, mediante recurso, as causas decididas em


única ou última instância, quando a decisão recorrida julgar válida lei local
contestada em face de lei federal.

RESPOSTA DA QUESTÃO:
Competência do STF, cuidado! Errada.

Q207 - O Tribunal de Justiça do Estado ―X‖ decide, mediante acórdão, que a


Lei Federal n. 10 deve ser interpretada de determinada forma. Em época
próxima, o Tribunal de Justiça do Estado ―W‖ decide, interpretando a mesma
lei, em sentido oposto. Célia, advogada, pesquisando sobre o tema para
defender os interesses de um cliente, apresenta ação em que defende que a
melhor tese é aquela defendida pelo Tribunal de Justiça do Estado ―X‖. Seu
pedido é julgado improcedente, decisão que é mantida por acórdão proferido
pelo Tribunal de Justiça do Estado ―W‖. Diante desse quadro, deverá o
cliente de Célia apresentar:

a) Recurso Extraordinário endereçado ao Supremo Tribunal Federal.


b) Recurso Ordinário endereçado ao Superior Tribunal de Justiça.
c) Recurso Especial endereçado ao Superior Tribunal de Justiça.
d) Recurso Ordinário endereçado ao Supremo Tribunal Federal.

RESPOSTA DA QUESTÃO:
RESPOSTA DA QUESTÃO:
Na situação apresentada pela questão, o Tribunal de Justiça do Estado W deu
interpretação uma lei federal diversa de interpretação dada pelo Tribunal de Justiça
do Estado X. Logo, caberá recurso especial para o STJ, com fundamento no art.
105, III, ―d‖.
Segundo esse dispositivo, cabe ao STJ, julgar, em recurso especial, as causas
decididas, em única ou última instância, pelos Tribunais Regionais Federais ou pelos
tribunais dos Estados, do Distrito Federal e Territórios, quando a decisão recorrida
der a lei federal interpretação divergente da que lhe haja atribuído outro
tribunal. Portanto, a resposta é a letra C.

Q208 - Compete ao Superior Tribunal de Justiça julgar as causas entre


entidades da administração indireta de Estados diversos.

RESPOSTA DA QUESTÃO:
As causas entre entidades da administração indireta de Estados diversos são
julgadas pelo STF. Destaque-se que o STF atua na resolução dos conflitos
federativos em geral. Errada.

Q209 – Ao Superior Tribunal de Justiça compete julgar os conflitos de


atribuições entre autoridades administrativas e judiciárias da União.

RESPOSTA DA QUESTÃO:
Questão correta.

Q210 - Os Municípios poderão constituir guardas municipais destinadas à


proteção de seus bens, serviços e instalações, conforme dispuser lei
complementar.

RESPOSTA DA QUESTÃO:
Basta lei ordinária. Questão errada.

Q211 - A Emenda Constitucional no 82, de 16 de julho de 2014, introduziu no


Título V da Constituição (Da Defesa do Estado e das Instituições
Democráticas) disciplina específica sobre a segurança viária. Nos termos de
suas disposições, a segurança viária é exercida para a melhoria do
transporte público em perímetro urbano e a preservação da incolumidade
das pessoas e do seu patrimônio nas vias públicas.

RESPOSTA DA QUESTÃO:
Segundo o art. 144, §10, I, a segurança viária ―compreende a educação, engenharia
e fiscalização de trânsito, além de outras atividades previstas em lei, que assegurem
ao cidadão o direito à mobilidade urbana eficiente‖.

Q212 – A existência de recurso administrativo com efeito suspensivo não


impede o uso do mandado de segurança contra omissão de autoridade.

RESPOSTA DA QUESTÃO:
Súmula 429/STF. Correta.

Q213 - Em conformidade com disposição constitucional, é certo que no Brasil


são gratuitos para os reconhecidamente pobres, na forma da lei,
a) o registro de títulos e documentos e a certidão imobiliária.
b) a certidão de casamento e o registro civil de nascimento.
c) o registro da matrícula de imóvel e a certidão de óbito.
d) as certidões negativas forenses e a certidão de casamento.
e) a certidão de óbito e o registro civil de nascimento.

RESPOSTA DA QUESTÃO:
Gabarito: E (CF, Art. 5º, LXXVI)

Q214 - A Constituição prevê que lei Complementar nacional poderá criar


outras hipóteses de inelegibilidade relativa.

RESPOSTA DA QUESTÃO:
É o que dispõe o §9º do art. 14 da CF/88:

Q215 - Em relação aos militares dos Estados, é possível afirmar que as


praças podem perder a graduação por força de decisão administrativa, ainda
que o fato também seja considerado crime militar.

RESPOSTA DA QUESTÃO:
Oficial: só perde patente (posto) por decisão judicial no Tribunal Militar, por força do
art. 142, VI e VII da CF).

Art. 142, § 3º, CF:


VI - o oficial só perderá o posto e a patente se for julgado indigno do oficialato ou
com ele incompatível, por decisão de tribunal militar de caráter permanente, em
tempo de paz, ou de tribunal especial, em tempo de guerra;
VII - o oficial condenado na justiça comum ou militar a pena privativa de liberdade
superior a dois anos, por sentença transitada em julgado, será submetido ao
julgamento previsto no inciso anterior;

Praça: pode perder patente (graduação) por mero processo administrativo. (súmula
673, stf). Súmula 673 STF - ―O art. 125, § 4º, da Constituição, não impede a perda
da graduação de militar mediante procedimento administrativo.‖

Art.125 §4, CF/88: Compete à Justiça Militar estadual processar e julgar os militares
dos Estados, nos crimes militares definidos em lei e as ações judiciais contra atos
disciplinares militares, ressalvada a competência do júri quando a vítima for civil,
cabendo ao tribunal competente decidir sobre a perda do posto e da patente dos
oficiais e da graduação das praças.

Súmula 673 STF - ―O art. 125, § 4º, da Constituição, não impede a perda da
graduação de militar mediante procedimento administrativo.‖
Questão correta.

Q216 - A dogmática constitucional contemporânea não admite a distinção


hierárquica entre normas constitucionais, mesmo em relação aos princípios
fundamentais.

RESPOSTA DA QUESTÃO: Não há hierarquia entre normas constitucionais, sejam


elas originárias ou derivadas. Todas elas estão no mesmo patamar hierárquico.
Questão correta.

DADM - DIREITO ADMINISTRATIVO

Q1 – O ato administrativo sujeita-se a exame de legitimidade por órgão


jurisdicional, por não apresentar caráter de definitividade.

RESPOSTA DA QUESTÃO:
Os atos administrativos se sujeitam ao controle pelo Poder Judiciário, afinal, entre nós
vigora o princípio da inafastabilidade da tutela jurisdicional. Correta.

Q2 - É exemplo de mecanismo de freios e contrapesos o poder de veto


conferido ao Chefe do Poder Executivo em relação a projetos de lei
aprovados pelo Congresso Nacional.

RESPOSTA DA QUESTÃO:
Questão correta.

Q3 - Define-se, como administração pública externa ou extroversa, a


atividade desempenhada pelo Estado, como, por exemplo, a regulação, pela
União, da atividade de aviação civil pelas respectivas concessionárias.

RESPOSTA DA QUESTÃO:
RESPOSTA DA QUESTÃO: As ações da Administração Pública podem ter como
destinatários os administrados – isto é, a sociedade ou os sujeitos que não pertencem
à Administração formal – ou os próprios órgãos e entes administrativos. Quando a
Administração se relaciona com os administrados, teremos a chamada administração
extroversa, pois nela existem ações externas, isto é, que incidem para fora do núcleo
estatal. Trata-se das atividades finalísticas atribuídas pela Constituição a cada ente da
federação (União, Estados, DF e Municípios).
Por exemplo, há administração extroversa quando um órgão de fiscalização estatal
interdita um estabelecimento comercial. No caso, a relação é extroversa porque se dá
entre a Administração (órgão de fiscalização) e uma pessoa externa ao Poder Público,
o estabelecimento comercial privado. Outro exemplo de administração extroversa
seria na prestação de serviços públicos, como quando um cidadão é atendido no
posto de saúde público. No caso, a relação é entre a Administração (posto de saúde)
e uma
pessoa externa ao órgão estatal, o cidadão.

Essas relações extroversas se fundamentam nos princípios da supremacia e da


indisponibilidade do interesse público (os quais serão estudados mais adiante). Pode-
se associar esse conceito ao de administração pública em sentido material, objetivo
ou funcional, que considera a natureza das atividades levadas a efeito pela
Administração para atender as necessidades da coletividade (polícia administrativa,
serviço público, fomento e intervenção).

Por outro lado, quando a Administração se relaciona entre si, ou seja, entre os entes
políticos (União, Estados, DF e Municípios), entre esses e os órgãos da Administração
Direta ou entre os órgãos em si, teremos a chamada administração introversa, pois,
nesse caso, as ações ocorrem dentro o núcleo estatal. A administração introversa é
considerada instrumental em relação à extroversa, vale dizer, as relações internas
servem de instrumento para a efetivação das relações externas, estas, de cunho
finalístico. De fato, toda a organização administrativa interna do Estado serve para
que ele possa implementar as políticas públicas em prol da sociedade.

Há administração introversa quando, por exemplo, a União realiza transferências de


recursos federais para um Município. No caso, as duas partes da relação (União e
Município) são entes estatais, ou seja, a atividade é desenvolvida dentro do núcleo
estatal. Também é administração introversa quando um Ministério descentraliza
créditos orçamentários para outro Ministério ou quando um Ministério realiza a
supervisão finalística (tutela) de uma entidade da administração indireta a ele
vinculada, pois tais relações são travadas dentro do núcleo estatal e são
instrumentais em relação à administração extroversa, ou seja, as atividades
introversas têm como objetivo possibilitar uma posterior atividade finalística
extroversa (ex: o Ministério que recebeu os créditos vai prestar um serviço público ao
cidadão). Ressalte-se que "núcleo estatal", aqui, é entendido como todas as entidades
públicas, de qualquer ente da federação, incluindo as entidades da administração
indireta. A situação apresentada no enunciado da questão se refere a uma relação
externa finalística (regulação da atividade de aviação civil pela União). Portanto,
correto afirmar que se trata de administração pública extroversa.
Gabarito: Certo

Q4 - A administração pratica atos de governo, pois constitui todo


aparelhamento do Estado preordenado à realização de seus serviços, visando
à satisfação das necessidades coletivas.

RESPOSTA DA QUESTÃO:
A Administração não pratica atos de governo; pratica tão-somente, atos de execução,
os chamados atos administrativos, que têm como fim a realização de serviços para
satisfazer, de forma concreta e imediata, as necessidades coletivas.
Gabarito: Errado

Q5 – Assinale, entre os atos abaixo, aquele que não pode ser considerado
como de manifestação da atividade finalística da Administração Pública, em
seu sentido material.

a) Concessão para exploração de serviço público de transporte coletivo urbano.


b) Desapropriação para a construção de uma unidade escolar.
c) Interdição de um estabelecimento comercial em razão de violação a normas de
posturas municipais.
d) Nomeação de um servidor público, aprovado em virtude de concurso público.
e) Concessão de benefício fiscal para a implantação de uma nova indústria em
determinado Estado-federado.

RESPOSTA DA QUESTÃO:
Quando se refere a ―manifestação da atividade finalística da Administração Pública,
em seu sentido material‖, vê-se que a banca faz alusão ao conceito de Administração
Pública em seu sentido objetivo, material ou funcional. Ou seja, aquele que considera
a natureza das atividades
exercidas (o que), as quais podem ser atividades de: polícia administrativa, serviço
público, fomento e intervenção. Vamos ver então qual ato, dentre os mencionados
nas alternativas, não se enquadra em nenhuma dessas categorias de atividade:
(a) A concessão para exploração de serviço público de transporte coletivo urbano é
atividade de serviço público, pois é ato que tem por fim satisfazer necessidades
coletivas, no caso, executado por particulares delegatários.

(b) A desapropriação para a construção de uma unidade escolar é atividade de polícia


administrativa, pois constitui ato administrativo que implica restrição a direitos
individuais (no caso, o direito de propriedade) em prol do interesse da coletividade.

(c) A interdição de um estabelecimento comercial em razão de violação a normas de


posturas municipais também é atividade de polícia administrativa, pois constitui
sanção pelo descumprimento a normas de postura, as quais condicionam, isto é,
impõem regras para o exercício de direitos individuais (no caso, o direito ao livre
exercício de atividade econômica).

(d) A nomeação de um servidor público, aprovado em virtude de concurso público não


se enquadra em nenhuma das atividades finalísticas próprias de administração púbica
em sentido material, eis que refere a uma atividade introversa, ou seja, que ocorre
no interior da Administração, de caráter instrumental e não finalístico, servindo como
um meio para se atingir o fim de satisfazer o interesse coletivo. Portanto, a
alternativa ―d‖ é o gabarito.

(e) A concessão de benefício fiscal para a implantação de uma nova indústria em


determinado Estado-federado é atividade de fomento, pois constitui atividade
administrativa de incentivo à iniciativa privada de utilidade ou interesse público.
Gabarito: alternativa ―d‖

Q6 – Na administração pública, a ação referente ao desempenho perene e


sistemático, legal e técnico dos serviços próprios do Estado ou por ele assumidos em
benefício da coletividade, é denominada

a) funcional.
b) institucional.
c) operacional.
d) conceitual.
e) interpessoal.

RESPOSTA DA QUESTÃO:
Segundo a doutrina de Helly Lopes Meireles, Administração Pública:

Em sentido formal, é o conjunto de órgãos instituídos para consecução dos objetivos


do Governo; em sentido material, é o conjunto das funções necessárias aos serviços
públicos em geral; em acepção operacional, é o desempenho perene e sistemático,
legal e técnico, dos serviços próprios do Estado ou por ele assumidos em benefício da
coletividade.

Portanto, correta a opção ―c‖.

Q7 – A expressão administração pública, quando tomada em sentido amplo,


engloba as funções administrativas e as funções de governo.
RESPOSTA DA QUESTÃO:
Questão correta.

Q8 - O direito administrativo tem como objeto atividades de administração


pública em sentido formal e material, englobando, inclusive, atividades
exercidas por particulares, não integrantes da administração pública, no
exercício de delegação de serviços públicos.

RESPOSTA DA QUESTÃO:
As atividades de administração pública em sentido material exercidas por particulares
sob regime de direito público, a exemplo da prestação de serviços públicos mediante
contratos de concessão ou de permissão.
Gabarito: Certo

Q9 - O costume e a praxe administrativa são fontes inorganizadas do direito


administrativo, que só indiretamente influenciam na produção do direito
positivo.

RESPOSTA DA QUESTÃO:
O costume e a praxe administrativa, assim como a jurisprudência, são fontes
inorganizadas, vale dizer, não escritas, do Direito Administrativo. Diferem da lei e da
doutrina, que são fontes escritas. Registre-se que as fontes não escritas (costume,
praxe e jurisprudência) são também chamadas de fontes substanciais ou materiais,
uma vez que são fontes do direito por sua própria natureza, ou seja, não precisam de
nenhuma formalidade para que cumpram esse papel. Ao contrário, as fontes escritas
(lei e doutrina) são também chamadas de fontes formais, eis que precisam ser
formalizadas, publicadas para se tornarem fontes do direito.
Gabarito: Certo

Q10 – Os costumes sociais também podem ser considerados fonte do direito


administrativo, sendo classificados como fonte direta, pois influenciam a
produção legislativa ou a jurisprudência.

RESPOSTA DA QUESTÃO:
Os costumes sociais de fato podem ser considerados fonte de direito administrativo.
Todavia, são classificados como fonte indireta ou secundária, da mesma forma que a
doutrina e a jurisprudência, eis que apenas interpretam ou ajudam na elaboração de
novas normas. Como fonte direta, isto é, que inova no ordenamento jurídico, criando
direito novo, considera-se apenas a lei. Alguns doutrinadores também entendem que
as decisões judiciais vinculantes e aquelas com eficácia erga omnes também seriam
fontes diretas. Gabarito: Errado

Q11 - O costume não se confunde com a chamada praxe administrativa.


Aquele exige cumulativamente os requisitos objetivo (uso continuado) e
subjetivo (convicção generalizada de sua obrigatoriedade), ao passo que
nesta ocorre apenas o requisito objetivo. No entanto, ambos não são
reconhecidos como fontes formais do direito administrativo, conforme a
doutrina majoritária.

RESPOSTA DA QUESTÃO:
Não são fontes formais. O costume e a praxe administrativa são fontes inorganizadas
do direito administrativo, que só indiretamente influenciam na produção do direito
positivo. Questão correta.

Q12 – A jurisprudência e os costumes são fontes do direito administrativo,


sendo que a primeira ressente-se da falta de caráter vinculante, e a segunda
tem sua influência relacionada com a deficiência da legislação.

RESPOSTA DA QUESTÃO:
A jurisprudência, ou seja, o conjunto de decisões num, mesmo sentido, proferidas
quando da aplicação de certos preceitos jurídicos na solução de casos iguais, é
importante fonte
não escrita de direito administrativo. Todavia, ao contrário do que ocorre nos Estados
Unidos ou na Inglaterra, não possui, entre nós, caráter vinculante, a exceção de
determinados institutos jurídicos específicos, tais como as decisões do STF nas ações
de controle concentrado de constitucionalidade e as súmulas vinculantes.

Em relação aos costumes, recorre-se à lição de Hely Lopes Meirelles (2008, p. 48):
―no direito administrativo brasileiro, o costume exerce ainda influência em razão da
deficiência da legislação. A prática administrativa vem suprindo o texto escrito e,
sedimentada na consciência dos administradores e administrados, a praxe burocrática
passa a suprir a lei, ou atua como elemento informativo da doutrina‖.
Gabarito: Certo

Q13 – Por decorrência do regime jurídico-administrativo não se tolera que o


Poder Público celebre acordos judiciais, ainda que benéficos, sem a expressa
autorização legislativa.

RESPOSTA DA QUESTÃO:
Ao contrário dos particulares, que podem fazer qualquer coisa desde que não haja lei
que os proíba, o Poder Público, em homenagem aos princípios da legalidade e da
indisponibilidade do interesse público, só pode fazer aquilo que a lei permite. Esse é
um dos pilares do regime jurídico-administrativo.

Portanto, ainda que o acordo judicial seja benéfico, não se tolera que o Poder Público
o celebre sem que exista expressa autorização legislativa. Questão correta.

Q14 A aprovação, pelo Poder Legislativo, de lei que conceda pensão vitalícia
à viúva de ex-combatente, embora constitua formalmente ato legislativo,
caracteriza materialmente o exercício de função administrativa.

RESPOSTA DA QUESTÃO:
De forma simples, a diferença entre lei e ato administrativo é que este provoca
efeitos concretos e, aquela, efeitos gerais e abstratos. Dessa distinção podemos
extrair o conceito de lei em sentido formal e lei em sentido material.
Questão correta.

Q15 – As decisões judiciais com efeitos vinculantes ou eficácia erga omnes


são consideradas fontes secundárias de direito administrativo, e não fontes
principais.

RESPOSTA DA QUESTÃO:
Embora a jurisprudência, em regra, seja considerada fonte secundária de Direito
Administrativo alguns autores entendem que as decisões judiciais com efeitos
vinculantes ou com eficácia contra todos (erga omnes) não podem ser consideradas
meras fontes secundárias, e sim fontes principais, eis que alteram diretamente o
ordenamento jurídico positivo, estabelecendo condutas de observância obrigatória
para a Administração Pública e para o próprio Poder Judiciário. Nesta questão, a
banca demonstra partilhar desse entendimento. Questão errada.

Q16 – O dispositivo da Constituição Federal pelo qual ―a lei não excluirá da


apreciação do Poder Judiciário lesão ou ameaça a direito‖ impede a adoção plena, no
Brasil, do seguinte instituto de Direito Administrativo:

a) controle administrativo
b) contencioso administrativo
c) jurisdição graciosa
d) recursos administrativos com efeito suspensivo
e) preclusão administrativa

RESPOSTA DA QUESTÃO:
Perceba que a questão, de forma muito apropriada, destaca que a CF impede a
―adoção plena‖ do contencioso administrativo no Brasil. Com efeito, nosso sistema
não afasta, de modo absoluto, a capacidade da Administração de resolver litígios de
natureza administrativa ou de controlar a legalidade e legitimidade de seus próprios
atos. A Administração pode sim resolver determinadas lides, por exemplo, quando
decide recursos administrativos.

Mas o detalhe é que, no Brasil, ao contrário do que ocorre num país de contencioso
administrativo ―pleno‖(Ex: FRANÇA – Sistema Francês), as decisões administrativas
podem ser revistas pelo Poder Judiciário. Gabarito: alternativa ―b‖

Q17 – sistema adotado, no ordenamento jurídico brasileiro, de controle


judicial de legalidade, dos atos da Administração Pública, é o de jurisdição
única.

RESPOSTA DA QUESTÃO:
Questão correta, vide questão Q16.

Q18 – A doutrina majoritária aponta como legítimas as autorizações


legislativas que indiquem as bases a serem obedecidas por futura
regulamentação em decretos do Executivo.

RESPOSTA DA QUESTÃO:
Embora os normativos infralegais, a exemplo dos decretos do chefe do Executivo, não
possam, eles próprios, criar direitos e obrigações para a Administração e para os
administrados, é sabido que podem regulamentar as leis, explicando-as e detalhando-
as. Assim é que, no nosso ordenamento jurídico, as leis lançam as bases, as diretrizes
sobre determinado tema, criando direitos e obrigações, e os decretos vêm
posteriormente para regulamentá-las, definindo procedimentos para a sua fiel
execução. Questão correta.

Q19 – Entre os expressos princípios constitucionais aplicáveis à


administração pública, a isonomia representa uma sólida garantia de um
Estado Democrático de Direito, a fim de não possibilitar a utilização de
critérios diferenciados para situações semelhantes entre os administrados.

RESPOSTA DA QUESTÃO:
A isonomia não é princípio expresso. Questão errada.

Q20 – O princípio constitucional da impessoalidade tem íntima relação com o


da igualdade.

RESPOSTA DA QUESTÃO:
o princípio da impessoalidade previsto no caput do art. 37 da CF admite seu exame
sob os seguintes aspectos: (i) dever de isonomia por parte da Administração Pública;
(ii) dever de conformidade aos interesses públicos; e (iii) vedação à promoção
pessoal dos agentes públicos. O primeiro aspecto é o que tem relação com o princípio
da igualdade, conforme afirma o quesito. Questão correta.

Q21 – Faz jus à indenização decorrente da responsabilidade civil do Estado


pelo mau funcionamento de serviço o cidadão que demonstrar a ausência do
serviço, o dano sofrido e o nexo de causalidade fático.
RESPOSTA DA QUESTÃO:
Na hipótese de mau funcionamento do serviço público, aplica-se a teoria da culpa
administrativa. A teoria da culpa administrativa é de natureza subjetiva, logo,
compete ao prejudicado a demonstração da existência de dolo ou de culpa atribuível
ao serviço do Estado, e não apenas demonstrar objetivamente o dano sofrido e o
nexo de causalidade. Questão errada.

Q22 - Segundo o STF, é imprescindível a existência de norma legal específica


com vistas a coibir a prática do nepotismo, haja vista que a vedação a essa
prática decorre diretamente das normas constitucionais aplicáveis à
administração pública, em especial do princípio da moralidade.

RESPOSTA DA QUESTÃO:
a Suprema Corte entendeu que a prática do nepotismo no Judiciário poderia ser
combatida por meio da referida Resolução do CNJ, norma de natureza infralegal, ou
seja, a situação não reclamava a edição de lei formal, eis que as restrições ao
nepotismo impostas pela norma seriam decorrência lógica dos princípios
constitucionais da impessoalidade, eficiência, igualdade e moralidade. Errada.

Q23 - Com fundamento no princípio da moralidade e da impessoalidade, o


STF entende que, independentemente de previsão em lei formal, constitui
violação à CF a nomeação de sobrinho da autoridade nomeante para o
exercício de cargo em comissão, ainda que para cargo político, como o de
secretário estadual.

A parte final macula a questão (...ainda que para cargo político, como o de secretário
estadual), pois, na visão do STF, a vedação ao nepotismo presente na Súmula
Vinculante nº 13 não alcança os agentes políticos, como os Secretário de Estado ou
de Município, e isso em virtude da própria natureza desses cargos, eminentemente
política, diversa, portanto, da que caracteriza os cargos e funções de confiança em
geral, os quais têm feição nitidamente administrativa. Gabarito: Errado
Q24 - O princípio da Administração Pública que se fundamenta na ideia de
que as restrições à liberdade ou propriedade privadas somente são legítimas
quando forem necessárias e indispensáveis ao atendimento do interesse
público denomina-se:

a) legalidade.
b) publicidade.
c) proporcionalidade.
d) moralidade.
e) eficiência.

RESPOSTA DA QUESTÃO: Trata-se do princípio da proporcionalidade,


positivado na Lei 9.784/1999, a qual determina, nos processos
administrativos, que se observe o critério de ―adequação entre meios e fins,
vedada a imposição de obrigações, restrições e sanções em medida superior
àquelas estritamente necessárias ao atendimento do interesse público‖ (art.
2º, parágrafo único,inciso VI).
Gabarito: alternativa ―c‖
Q25 - O fundamento da prescrição administrativa reside no princípio da
conservação dos valores jurídicos já concretizados, visando impedir, em
razão do decurso do prazo legalmente fixado, o exercício da autotutela por
parte da administração pública.

RESPOSTA DA QUESTÃO: A prescrição, a semelhança da decadência, é um instituto


processual que impede a Administração de agir após o decurso do prazo legalmente
fixado. É uma forma de estabilizar as relações jurídicas. Diz-se que, quando ocorre a
prescrição, perde-se o direito de agir. Assim, ocorrida a prescrição, a Administração
não poderá mais anular um ato, ficando impedida, portanto, de exercer plenamente a
autotutela. Pelo exposto, vê-se que o quesito está correto.
Gabarito: Certo

Q26 - (ESAF – AFRB 2012) A possibilidade jurídica de submeter-se


efetivamente qualquer lesão de direito e, por extensão, as ameaças de lesão
de direito a algum tipo de controle denomina-se.

a) Princípio da legalidade.
b) Princípio da sindicabilidade.
c) Princípio da responsividade.
d) Princípio da sancionabilidade.
e) Princípio da subsidiariedade.

RESPOSTA DA QUESTÃO: O enunciado refere-se ao princípio da sindicabilidade.


Segundo o dicionário Michaelis online, sindicar significa ―fazer sindicância em;
inspecionar determinados serviços públicos para verificar a maneira como eles têm
decorrido‖. Assim, pelo princípio da sindicabilidade, os atos
administrativos podem ser controlados, inspecionados, com a finalidade de verificar
se guardam consonância com a lei e com os princípios que regem a Administração
Pública.

O comando da questão reproduz parte do art. 5º, XXXV da CF, pelo qual ―a lei não
excluirá da apreciação do Poder Judiciário lesão ou ameaça a direito‖. Portanto, faz
alusão ao controle judicial dos atos administrativos.
Porém, não se pode olvidar que a Administração também se submete ao controle
externo, a cargo do Poder Legislativo, com o auxílio do Tribunal de Contas (CF, art.
70) e ao controle interno, realizado por órgãos especializados dentro do próprio Poder
(CF, art. 74). Além disso, a sindicabilidade também abrange a autotutela, pela qual a
Administração pode controlar seus próprios atos, anulando-os em caso de ilegalidade,
ou revogando-os por razões de conveniência e oportunidade.
Gabarito: alternativa ―b‖

Q27 - Tratando-se de poder de polícia, sabe-se que podem ocorrer excessos


na sua execução material, por meio de intensidade da medida maior que a
necessária para a compulsão do obrigado ou pela extensão da medida ser
maior que a necessária para a obtenção dos resultados licitamente
desejados.

Para limitar tais excessos, impõe-se observar, especialmente, o seguinte


princípio:

a) legalidade
b) finalidade
c) proporcionalidade
d) moralidade
e) contraditório

RESPOSTA DA QUESTÃO:
O princípio que se destina a conter o excesso de poder, isto é, os atos de agentes
públicos que ultrapassem os limites adequados ao fim a ser atingido, é o princípio da
proporcionalidade.
Gabarito: alternativa ―c‖

Q28 - Caso se verifique, durante a realização de um concurso público, a


utilização, por candidatos, de métodos fraudulentos para a obtenção das
respostas corretas das provas, a administração pública poderá anular o
concurso embasada diretamente no princípio da

a) segurança jurídica.
b) autotutela.
c) transparência.
d) eficiência.
e) supremacia do interesse público.

RESPOSTA DA QUESTÃO: O poder da Administração de anular seus próprios atos


ilegais decorre do princípio da autotutela. Embora a ilegalidade apresentada na
questão tenha sido causada pelos candidatos, pode-se considerar que a
Administração também tem sua parcela de responsabilidade, no mínimo, por não
estabelecer controles adequados para coibir a fraude. Portanto, pode-se dizer que a
anulação do concurso se trata mesmo de aplicação do princípio da autotutela.
Gabarito: alternativa ―b‖

Q29 - São considerados como basilares da administração pública os


princípios da legalidade, da supremacia do interesse público sobre o privado
e o da continuidade do serviço público.
RESPOSTA DA QUESTÃO:
A indisponibilidade do interesse público e a supremacia do interesse público são os
princípios basilares da administração pública. Questão errada.

Q30 - Para o particular, o princípio da legalidade apresenta conotação


negativa ou restritiva; já para a administração pública ele apresenta caráter
positivo ou ampliativo.

RESPOSTA DA QUESTÃO:
Ocorre exatamente o contrário do que afirma o item: para o particular, o princípio da
legalidade apresenta caráter positivo ou ampliativo, afinal ele pode fazer tudo o que a
lei não proíbe; já para a administração pública ele apresenta conotação negativa ou
restritiva, pois ela só pode agir nos limites da lei, ou seja, segundo a lei, e não contra
ou além da lei.

Q31 - As entidades que integram a administração direta e indireta do


governo detêm autonomia política, administrativa e financeira.

RESPOSTA DA QUESTÃO:
Apenas as entidades políticas (União, Estados, DF e Municípios) detém autonomia
política, isto é, capacidade de legislar, de inovar no direito. As entidades
administrativas, integrantes da administração indireta, possuem apenas autonomia
administrativa, operacional e financeira, daí o
erro. Gabarito: Errado

Q32 - Quando o Estado cria uma entidade e a ela transfere, por lei,
determinado serviço público, ocorre a descentralização por meio de outorga.

RESPOSTA DA QUESTÃO:
A descentralização por meio de outorga é sinônimo de descentralização por serviços,
funcional ou técnica. Ocorre quando uma entidade política (União, Estados, DF e
Municípios), mediante lei, cria uma pessoa jurídica de direito público ou privado e a
ela atribui a titularidade e a execução de determinado serviço público. Contrapõese,
portanto, à descentralização por colaboração ou por delegação, em que, por meio de
contrato ou ato unilateral, o Estado transfere apenas a execução de determinado
serviço público a uma pessoa jurídica de direito privado, previamente existente,
conservando o Poder Público a titularidade do serviço. Gabarito: Certo

Q33 - A transferência pelo poder público, por meio de contrato ou ato


administrativo unilateral, apenas da execução de determinado serviço
público a pessoa jurídica de direito privado corresponde à descentralização
por serviços, também denominada descentralização técnica.

RESPOSTA DA QUESTÃO:
A questão apresenta a definição correspondente à descentralização por colaboração
ou por delegação. A descentralização por serviços, também denominada
descentralização técnica ou funcional, pressupõe a criação, mediante lei, de uma
pessoa jurídica de direito público ou privado, à qual se atribui a titularidade e a
execução de determinado serviço público, e não apenas a execução.
Gabarito: Errado
Q34 – Os órgãos públicos classificam-se, quanto à estrutura, em órgãos
singulares, formados por um único agente, e coletivos, integrados por mais
de um agente ou órgão.

RESPOSTA DA QUESTÃO:
A questão está errada. Primeiro porque, quanto à estrutura, os órgãos públicos
classificam-se em simples (não possuem subdivisões) e compostos (possuem
subdivisões). Órgãos singulares e coletivos referem-se à classificação quanto à
atuação funcional. Outro erro é que órgãos singulares são aqueles cujas decisões são
tomadas por um único agente, e não necessariamente formados por um único
agente. A Presidência da República, por exemplo, é um órgão singular, porque suas
decisões são tomadas pelo Presidente da República; no entanto, a Presidência da
República possui vários servidores em seus quadros. Gabarito: Errado

Q35 – Uma das características dos órgãos públicos é a de não possuírem


patrimônio próprio.

RESPOSTA DA QUESTÃO:
Os órgãos públicos, por não possuírem personalidade jurídica, também não possuem
patrimônio próprio. Seu patrimônio pertence à entidade instituidora. Questão correta.
Q36 – Nos termos de nossa Constituição Federal e de acordo coma
jurisprudência do Supremo Tribunal Federal, depende de autorização em lei
específica a instituição das empresas públicas, das sociedades de economia
mista e de fundações, apenas.

RESPOSTA DA QUESTÃO:
Correta.

Q37 – De acordo com o Código Civil, inclui-se entre as pessoas jurídicas de


direito público interno EXCETO.

a) as associações públicas.
b) o Ministério Público.
c) o Distrito Federal.
d) os Territórios.
e) as Autarquias.

RESPOSTA DA QUESTÃO:
Art. 41 (CC) - São pessoas jurídicas de direito público interno:

I - a União;
II - os Estados, o Distrito Federal e os Territórios;
III - os Municípios;
IV - as autarquias, inclusive as associações públicas;
V - as demais entidades de caráter público criadas por lei

Q38 – Pertence à justiça federal a competência para julgar as causas de


interesse das empresas públicas, dado o fato de elas prestarem serviço
público, ainda que detenham personalidade jurídica de direito privado.

RESPOSTA DA QUESTÃO:
A questão está errada. À Justiça Federal compete processar e julgar as causas de
interesse das empresas públicas federais, apenas. O que atrai o foro da Justiça
Federal é o vínculo da empresa com a União, e não o fato de serem prestadoras de
serviço público, daí o erro. Aliás, o foro é o mesmo ainda que sejam exploradoras de
atividade empresarial. Nas causas em que seja parte empresa pública estadual ou
municipal, a competência é da Justiça Estadual. Perceba que a questão dá a entender
que a Justiça Federal cuidaria das causas de qualquer empresa pública,
independentemente do vínculo federativo, o que reforça o erro do item. Gabarito:
Errado

Q39 – As agências reguladoras são autarquias com regime especial, cujos


dirigentes ocupam cargos em comissão exoneráveis pelo chefe do Poder
Executivo.

RESPOSTA DA QUESTÃO:
No Brasil, atualmente, os dirigentes de todas as agências federais possuem mandato
fixo. Errada.

Q40 – De acordo com a jurisprudência, compete à justiça federal processar e


julgar as ações ajuizadas contra sociedade de economia mista, quando a
referida instituição estiver sob a intervenção do BACEN.

RESPOSTA DA QUESTÃO:
STJ: Compete à Justiça Estadual, e não à Justiça Federal, processar e julgar ação
proposta em face de sociedade de economia mista, ainda que se trate de instituição
financeira em regime de liquidação extrajudicial, sob intervenção do Banco Central.

Q41 – O Estado pode intervir no domínio econômico mediante a criação de


empresas públicas, sociedades de economia mista.

RESPOSTA DA QUESTÃO:
Questão correta, não pode por meio de Fundações Públicas e Autarquias.

Q42 – As sociedades de economia mista e as empresas públicas exploradoras


de atividade econômica não se sujeitam à falência nem são imunes aos
impostos sobre o patrimônio, a renda e os serviços vinculados às suas
finalidades essenciais ou delas decorrentes.

RESPOSTA DA QUESTÃO:
Lembre-se de que o STF reconheceu a imunidade tributária recíproca em relação às
empresas públicas prestadoras de serviços públicos que não encontram paralelo na
iniciativa privada, a exemplo dos Correios e da INFRAERO. Gabarito: Certo

Q43 – Embora nos municípios haja apenas administração direta, nos estados, em
razão da autonomia dada pela Constituição Federal de 1988 (CF), pode haver
administração indireta.

RESPOSTA DA QUESTÃO: Tanto nos Estados como nos Municípios pode existir
administração indireta. Portanto, é perfeitamente possível existirem empresas
públicas e sociedades de economia mista municipais, assim como autarquias e
fundações públicas. Gabarito: Errado
Q44 – criação do IBAMA, autarquia a que a União transferiu por lei a
competência de atuar na proteção do meio ambiente, é exemplo de
descentralização por serviço.

RESPOSTA DA QUESTÃO: A criação de entidades da administração indireta por lei


caracteriza a descentralização por serviços, de que é exemplo a criação do IBAMA
(autarquia). Gabarito: Certo

Q45 – O Estado desenvolve suas atividades administrativas por si mesmo,


podendo transferi-las a particulares e também criar outras pessoas jurídicas,
com personalidade jurídica de direito público ou privado, para desempenhá-
las.

RESPOSTA DA QUESTÃO:
Questão correta.

Q46 – A centralização é a situação em que o Estado executa suas tarefas


diretamente, por intermédio dos inúmeros órgãos e agentes administrativos
que compõem sua estrutura funcional.

RESPOSTA DA QUESTÃO:
A assertiva apresenta a definição correta do fenômeno da centralização. Lembrando
que a criação de órgãos subordinados e despersonalizados para melhor organizar a
atividade administrativa caracteriza a desconcentração.

Q47 – A concessão de serviço público a particulares é classificada como


descentralização administrativa por delegação ou por colaboração.

RESPOSTA DA QUESTÃO:
Questão correta.

Q48 – A administração direta do Estado abrange todos os órgãos dos


poderes políticos das pessoas federativas cuja competência seja a de exercer
a atividade administrativa.

RESPOSTA DA QUESTÃO: A assertiva apresenta a definição formulada por Carvalho


Filho (2014, p. 460), segundo o qual ―a Administração Direta do Estado abrange
todos os órgãos dos Poderes políticos das pessoas federativas cuja competência seja
a de exercer a atividade administrativa‖. Gabarito: Certo

Q49 – As ações judiciais promovidas contra sociedade de economia mista


sujeitam-se ao prazo prescricional de cinco anos.

RESPOSTA DA QUESTÃO: A questão está errada. A prescrição quinquenal das


dívidas, direitos e obrigações contra a Fazenda Pública, prevista no Decreto
20.910/1932, foi expressamente estendida apenas às autarquias. Significa que aquele
que tiver crédito contra autarquia deverá promover a cobrança no prazo de cinco
anos, sob pena de prescrição do seu direito de ação. Quanto às demais entidades,
valem os prazos prescricionais do Código Civil, em regra de 10 anos. Gabarito: Errado
Q50 – Consoante a doutrina, as entidades autárquicas são pessoas jurídicas
de direito público, de natureza administrativa, criadas por lei, para realizar,
de forma descentralizada, atividades, obras ou serviços.

RESPOSTA DA QUESTÃO: O quesito está correto, pois apresenta os principais


aspectos que identificam o conceito de autarquia: entidade administrativa de direito
público, criada por lei para realizar, de forma descentralizada, atividades típicas de
Estado, despidas de caráter econômico. Vale destacar que, em relação ao ramo de
atuação das autarquias, a banca coloca a realização de ―atividades, obras ou
serviços‖. À primeira vista pode soar estranho a inclusão de ―obras‖ dentre as
atividades das autarquias, mas não está errado. Temos um exemplo muito claro que
afasta qualquer dúvida: o DNIT, autarquia federal, é responsável por diversas obras
de infraestrutura rodoviária do país. Gabarito: Certo

Q51 - As fundações públicas podem exercer atividades típicas da


administração, inclusive aquelas relacionadas ao exercício do poder de
polícia.

RESPOSTA DA QUESTÃO:
O poder de polícia é a atividade do Estado de condicionar, limitar e restringir direitos,
atividades e bens em prol da proteção da sociedade ou do próprio Estado. Na visão do
STF, essa atividade é típica de Estado e deve ser exercida por pessoas jurídicas de
direito público, como é o caso das fundações públicas criadas por lei. Correta.

Q52 – Desde que presentes a relevância e urgência da matéria, a criação da


autarquia pode ser autorizada por medida provisória, devendo, nesse caso,
ser providenciado o registro do ato constitutivo na junta comercial
competente.

RESPOSTA DA QUESTÃO:
Primeiramente, esclareça-se que, apesar de a CF referir-se expressamente a ―lei
específica‖, não existe vedação para se criar autarquia por medida provisória (MP),
desde que presentes a relevância e urgência da matéria e observados os requisitos
constitucionais relativos à tramitação de MPs para haver a conversão em lei (CF, art.
62). Exemplo disso é o Instituto Chico Mendes, autarquia federal criada pela Medida
Provisória 366/2007, posteriormente convertida na Lei 11.516/2007. A criação dessa
autarquia foi apreciada pelo STF na ADI 4029. O Supremo declarou a
inconstitucionalidade da referida Lei 11.516/2007, mas não por ter criado autarquia
por MP, e sim porque o Congresso não observou o rito previsto para conversão da
medida provisória em lei.

Não obstante, a questão erra ao afirmar que deve ser providenciado o registro do ato
constitutivo na junta comercial competente, uma vez que a criação de autarquia,
pessoa jurídica de direito público, prescinde desse procedimento, bastando a vigência
da lei ou, no caso, da MP.
Gabarito: Errado

Q53 – Ao secretário estadual de finanças é permitido delegar, por razões


técnicas e econômicas e com fundamento no seu poder hierárquico, parte de
sua competência a presidente de empresa pública, desde que o faça por meio
de portaria.
RESPOSTA DA QUESTÃO: O item está errado. Não existe hierarquia entre a
administração direta (Secretaria de Finanças) e a indireta (empresa pública), de
modo que a referida delegação, embora seja possível e legal, não encontra amparo
no poder hierárquico, daí o erro. Gabarito: Errado

Q54 – A aplicação das penas de perda da função pública e de ressarcimento


integral do dano em virtude da prática de ato de improbidade administrativa
situa-se no âmbito do poder disciplinar da administração pública.

RESPOSTA DA QUESTÃO:
O poder disciplinar permite à Administração apurar e aplicar penalidades
administrativas a seus servidores e às demais pessoas sujeitas à disciplina interna do
Poder Público. Já o processamento e o julgamento das ações de improbidade
administrativa, com a consequente aplicação das penas correlatas, de natureza civil e
política, competem ao Poder Judiciário, no exercício do poder punitivo do Estado.
Gabarito: Errado

Q55 – O poder disciplinar fundamenta tanto a aplicação de sanções às


pessoas que tenham vínculo com a administração, caso dos servidores
públicos, como às que, não estando sujeitas à disciplina interna da
administração, cometam infrações que atentem contra o interesse coletivo.

RESPOSTA DA QUESTÃO:
O poder disciplinar fundamenta apenas a aplicação de sanções às pessoas que
tenham vínculo com a administração, caso dos servidores públicos e das pessoas
contratadas pelo Poder Público. Já as pessoas não sujeitas à disciplina interna da
administração, ao cometerem infrações que atentem contra o interesse coletivo, são
sancionadas com base no poder de polícia, daí o erro. Gabarito: Errado

Q56 - Segundo a jurisprudência pacífica do STF, é possível a delegação do


poder de polícia à sociedade de economia mista.

RESPOSTA DA QUESTÃO:
O item está errado. A jurisprudência atual do STF, ao contrário do que afirma o
quesito, é no sentido de que o poder de polícia, atividade típica da Administração
Pública, não pode ser delegado a particulares ou a pessoas jurídicas de direito
privado. Portanto, o quesito está errado.

Todavia, esse entendimento do Supremo pode mudar. É que o STF reconheceu


repercussão geral no tema contido no Recurso Extraordinário com Agravo (ARE)
662186, interposto pela Empresa de Transportes e Trânsito de Belo Horizonte S/A –
(BHTRANS) contra decisão do TJ-MG, que considerou inviável a possibilidade de
aplicação de multas pela empresa de trânsito, sociedade de economia mista, e
determinou a restituição de valores assim arrecadados. O recurso encontra-se
pendente de apreciação. Assim que concluído, será um importante precedente,
inclusive para as provas.

De outra parte, vale lembrar que a jurisprudência do Superior Tribunal de Justiça


(STJ) é diferente. Para o STJ, é possível a delegação do poder de polícia a pessoa
jurídica de direito privado integrante da Administração Pública (incluindo, portanto, as
sociedades de economia mista) no que diz respeito aos aspectos fiscalizatórios e de
consentimento, mas não quando se tratar de atividade legislativa e do poder de impor
sanções, por exemplo multas de trânsito. Gabarito: Errado

Q57 – Após ter sido submetido a processo administrativo em razão do


cometimento de infração disciplinar, determinado servidor público foi
removido de ofício por seu superior hierárquico, agente competente para
tanto, como forma de punição pela prática do ato.

Acerca dessa situação hipotética, julgue o seguinte item.


Embora observada a regra de competência referente ao poder disciplinar,
houve desvio de poder, já que não foi atendida a finalidade prevista em lei
para a prática do ato de remoção do servidor.

RESPOSTA DA QUESTÃO: O quesito está correto. A remoção de ofício como meio de


punição é exemplo clássico de desvio de poder, pois representa desvirtuamento da
finalidade do instituto da remoção, que é realocar a mão-de-obra disponível para o
melhor desempenho dos serviços, e não punir servidores.
Gabarito: Certo

Q58 – Suponha que, após uma breve discussão por questões partidárias,
determinado servidor, que sofria constantes perseguições de sua chefia por
motivos ideológicos, tenha sido removido, por seu superior hierárquico, que
desejava puni-lo, para uma localidade inóspita. Nessa situação, houve abuso
de poder, na modalidade excesso de poder.
RESPOSTA DA QUESTÃO:
É certo que, no caso concreto, a remoção de ofício como forma de punição
representou abuso de poder, porém não na modalidade excesso de poder, uma vez
que a autoridade que determinou a remoção possuía competência para tanto, daí o
erro. A modalidade de abuso, na verdade, foi o desvio de poder, pois finalidade da
remoção do servidor não foi atender ao interesse público, e sim divergências
ideológicas pessoais. Gabarito: Errado

Q59 - O dever do agente público que decorre diretamente do princípio da


indisponibilidade do interesse público, sendo inerente à função daquele que
administra a coisa pública, denomina-se:

a) Dever de eficiência.
b) Dever de probidade.
c) Dever de prestar contas.
d) Poder dever de agir.
e) Poder dever de fiscalizar.

RESPOSTA DA QUESTÃO: Todas as opções apresentam deveres a que os agentes


públicos se sujeitam. O enunciado, contudo, requer que apontemos o dever que
decorre diretamente do princípio da indisponibilidade do interesse público, sendo
inerente à função daquele que administra a coisa pública.

Trata-se, portanto, do dever de prestar contas que, segundo Hely Lopes Meirelles, é
―decorrência natural da administração como encargo de gestão de
bens e interesses alheios. Se o administrador corresponde ao desempenho de
um mandato de zelo e conservação de bens e interesses de outrem, manifesto
é que quem o exerce deverá prestar contas ao proprietário. No caso do administrador
público, esse dever ainda mais se alteia, porque a gestão se refere aos bens e
interesses da coletividade e assume o caráter de um múnus
público, isto é, de um encargo para com a comunidade‖. Gabarito: C

Q60 – Quando o Estado, mediante processo licitatório, contrata uma


empresa especializada para fornecer e operar aparelho eletrônico (radar
fotográfico) que servirá de suporte à lavratura de autos de infração de
trânsito, está a) agindo corretamente, pois o poder de polícia, para fins do
Código de Trânsito
Brasileiro, é delegável.

b) ferindo o ordenamento jurídico, porque o poder de polícia do Estado é


indelegável.
c) celebrando um contrato de prestação de serviço para atividade de suporte
material de fiscalização.
d) celebrando um contrato de permissão de serviço público para atividade
auxiliar da Administração.
e) celebrando uma contratação integrada, com delegação de competências
materiais.

RESPOSTA DA QUESTÃO: É possível que o Poder Público atribua a pessoas


privadas, mediante contrato, a operacionalização de máquinas e equipamentos em
atividades de fiscalização, a exemplo do fornecimento e operação de radares
eletrônicos de trânsito. A celebração desse tipo de contrato de prestação de serviço
não transfere a titularidade do poder de polícia, ou seja, não se trata de delegação, e
sim de mera atribuição operacional de suporte à fiscalização.

Gabarito: alternativa ―c‖

Q61 – Para fins de formalização do Poder Regulamentar que o Ordenamento


Jurídico lhe outorga, o Chefe do Poder Executivo utiliza qual instrumento?

a) Resolução
b) Instrução Normativa
c) Lei
d) Decreto
e) Circular

RESPOSTA DA QUESTÃO:
O instrumento utilizado pelo Chefe do Poder Executivo para manifestar seu poder
regulamentar é o decreto, que pode ser (i) decreto regulamentar ou de execução,
destinado a definir procedimentos para a fiel execução das leis, nos termos do art.
84, IV da CF; ou (ii) decreto autônomo, para dispor originariamente sobre as
matérias listadas no inciso VI do art. 84 da CF, relativas à organização e
funcionamento da administração federal, quando não implicar aumento de despesa
nem criação ou extinção de órgãos públicos e à extinção de funções ou cargos
públicos, quando vagos.

Q62 - Ao exercer o poder de polícia, o agente público percorre determinado


ciclo até a aplicação da sanção, também chamado ciclo de polícia.
Identifique, entre as opções abaixo, a fase que pode ou não estar presente
na
atuação da polícia administrativa.

a) Ordem de polícia.
b) Consentimento de polícia.
c) Sanção de polícia.
d) Fiscalização de polícia.
e) Aplicação da pena criminal.

RESPOSTA DA QUESTÃO: O ciclo de polícia compreende as seguintes fases:

(i) legislação ou ordem de polícia; (ii) consentimento de polícia; (iii) fiscalização de


polícia; (iv) sanção de polícia. As únicas fases que sempre estarão presentes em todo
e qualquer ciclo de polícia são as fases de ―legislação (ordem de polícia)‖ e de
―fiscalização‖. Afinal, qualquer obrigação atribuída a particular deve decorrer de lei e
a fiscalização do cumprimento dessa obrigação é requisito para conferir efetividade à
lei.

Por conseguinte, ―consentimento‖ e ―sanção‖ podem ou não estar presentes na


atuação da polícia administrativa. Temos, portanto, dois gabaritos (opções ―b‖ e ―c‖).
E agora José? O que fazer? A princípio, a questão deveria ser anulada, mas, como
não foi, vamos raciocinar um pouco.

O consentimento corresponde à anuência prévia da Administração, quando exigida


por lei, para a prática de determinadas atividades ou para a fruição de determinados
direitos. Ou seja, a necessidade de consentimento da Administração depende de
previsão em lei. Se não houver essa previsão, não há possibilidade alguma de a
Administração exigir consentimento prévio para a prática de determinada atividade.

Já a atividade de sanção é inerente à atuação da polícia administrativa. Em regra,


quando há ordem de polícia, também existe sanção prevista para o caso de
descumprimento dessa ordem. A sanção só não é aplicada caso, na fiscalização, não
se identifique irregularidade. Caso se identifique, a sanção correspondente deve ser
aplicada. Dizendo de outra forma, a sanção faz parte do ciclo geral e abstrato previsto
na respectiva norma, podendo, contudo, não ser aplicada no caso concreto.

Portanto, ponderando os dois raciocínios, percebe-se que ―consentimento‖ seria a


opção que melhor se enquadra na definição de ―fase que pode ou não estar presente
na atuação da polícia administrativa‖, eis que, quando não está presente, é porque a
própria lei assim dispôs, ao contrário da sanção, que faz parte do ciclo previsto em
lei, mas pode não ser aplicada nos casos concretos.

Q63 – O Poder de Polícia possui um conceito amplo e um conceito estrito,


sendo que o sentido amplo abrange inclusive atos legislativos abstratos.

RESPOSTA DA QUESTÃO:
Em sentido estrito, o poder de polícia abrange tão somente as atividades
administrativas de regulamentação e de execução das leis que estabelecem normas
primárias de polícia. Já em sentido amplo, além da atividade administrativa, o poder
de polícia também abrange a atividade do Poder Legislativo de editar leis que tenham
o objetivo de criar limitações administrativas ao exercício das atividades públicas.

Q64 – Constituem manifestação do poder disciplinar: a penalidade de


demissão (aplicada a servidores) e a declaração de inidoneidade para licitar
ou contratar com a Administração Pública

RESPOSTA DA QUESTÃO:
Questão correta.

Q65 - O vício do desvio do poder ocorre quando há afronta direta ao seguinte


princípio:

a) supremacia do Interesse Público.


b) legalidade.
c) motivação.
d) eficiência.
e) autotutela.

RESPOSTA DA QUESTÃO: Desvio de poder é sinônimo de desvio de finalidade, ou


seja, é uma afronta ao princípio da finalidade, segundo o qual a finalidade das ações
administrativas deve ser sempre o interesse público. Dentre as alternativas da
questão, o princípio que mais se relaciona com este é o da supremacia do interesse
público, pelo qual o interesse público se sobrepõe ao particular. Por exemplo, o
agente que aplica recursos do orçamento público em projetos particulares está agindo
com desvio de poder e, ao mesmo tempo, está desrespeitando o princípio da
supremacia do interesse público, pois coloca o interesse particular em primeiro plano.
Gabarito: alternativa ―a‖
Q66 – Suponha que, em razão de antiga inimizade política, o prefeito do
município X desaproprie área que pertencia a Cleide, alegando interesse
social na construção de uma escola de primeiro grau. Nessa situação
hipotética, a conduta do prefeito caracteriza desvio de poder.

RESPOSTA DA QUESTÃO: O enunciado leva ao entendimento de que a


desapropriação ocorreu em razão da inimizade política entre o prefeito e a Cleide, e
não por eventual interesse público na construção da escola. Portanto, é correto que o
ato caracteriza abuso de poder, na modalidade desvio de poder ou desvio de
finalidade. Gabarito: Certo

Q67 - É possível que um indivíduo, mesmo sem ter uma investidura normal e
regular, execute uma função pública em nome do Estado.

RESPOSTA DA QUESTÃO: Em homenagem ao princípio da proteção à confiança, é


possível que um indivíduo, mesmo sem ter uma investidura normal e regular, execute
uma função pública em nome do Estado. A doutrina classifica essas pessoas como
agentes de fato, pois praticam atos administrativos sem serem agentes de direito.
Como exemplo, pode-se citar o agente investido de forma irregular que recebe
tributos pagos por contribuintes. Ora, os contribuintes são terceiros de boa-fé e
fizeram os pagamentos a alguém que tinha efetivamente a aparência de servidor
legitimamente investido. Sendo assim, as quitações são consideradas válidas,
devendo a Administração convalidar os atos praticados pelo agente de fato.
Gabarito: Certo
Q68 - A criação de cargos públicos é competência do Congresso Nacional,
que a exara por meio de lei. No entanto, a iniciativa desse tipo de lei é
privativa do presidente da República.

RESPOSTA DA QUESTÃO: É certo que, em regra, a criação e a extinção de cargos


públicos deve ser feita por lei. Porém, a iniciativa privativa do Presidente da República
refere-se apenas aos cargos do Poder Executivo federal (CF, art. 61, §1º, II, ―a‖). No
Poder Judiciário, a criação e a extinção de cargos depende de lei de iniciativa privativa
do STF, dos Tribunais Superiores e dos Tribunais de Justiça (CF, art. 96, II, ―b‖). Já
no Poder Legislativo federal, a criação ou extinção de cargos não é feita mediante lei,
e sim por resolução da Câmara dos Deputados e do Senado Federal (CF, art. 51, IV e
art. 52, XIII).Gabarito: Errado

Q69 - É vedado à candidata gestante inscrita em concurso público o


requerimento de nova data para a realização de teste de aptidão física, pois,
conforme o princípio da igualdade e da isonomia, não se pode dispensar
tratamento diferenciado a candidato em razão de alterações fisiológicas
temporárias.

RESPOSTA DA QUESTÃO: De fato, a jurisprudência do STF informa que não se pode


dispensar tratamento diferenciado a candidato em razão de alterações fisiológicas
temporárias, o que impede a remarcação de prova de aptidão física por essas razões.
É o caso, por exemplo, do candidato que contrai alguma doença no dia da prova.
Contudo, para fins de aplicação desse entendimento, a gestação não é considerada
uma patologia ou uma alteração fisiológica temporária, de modo que a candidata
gestante pode sim requerer nova data para a realização de teste de aptidão física, daí
o erro.
Gabarito: Errado

Q70 - Considere que Pedro, técnico judiciário de um tribunal de justiça,


tenha tomado posse no cargo de analista do ICMBio em 2011 e se
aposentado voluntariamente, aos sessenta anos de idade, em 2012. Nessa
situação hipotética, se Pedro requerer sua reversão ao instituto em 2014,
ainda que haja cargo vago e interesse da administração, sua solicitação
deverá ser indeferida.

RESPOSTA DA QUESTÃO: Reversão é forma de provimento derivado que consiste


no retorno à atividade de servidor aposentado. Pode ocorrer de ofício, quando junta
médica oficial declarar insubsistentes os motivos da aposentadoria por invalidez, ou a
pedido, que será deferida no interesse da administração, observadas as seguintes
condições:

a) o servidor tenha solicitado a reversão


b) a aposentadoria tenha sido voluntária;
c) o servidor era estável quando na atividade;
d) a aposentadoria tenha ocorrido nos cinco anos anteriores à solicitação;
e) haja cargo vago.

Perceba que, na situação do enunciado, Pedro preenche todos os requisitos acima,


exceto ser estável quando na atividade, eis que tomou em posse em 2011 e se
aposentou em 2012, com apenas um ano de efetivo exercício. Portanto, o
requerimento de reversão deveria ser indeferido pela Administração. Gabarito: Certo

Q71 - Considerando que, no interesse da administração, um servidor efetivo


da SUFRAMA tenha sido removido de ofício para outra localidade, julgue o
item a seguir: com a remoção, o cargo que o servidor ocupava anteriormente
será considerado vago.

RESPOSTA DA QUESTÃO: O quesito está errado. A remoção é o simples


deslocamento de servidor dentro do mesmo órgão ou entidade, com ou sem mudança
de sede, mas sem que isso determine qualquer alteração em seu cargo. Portanto, o
servidor removido continua a ocupar o mesmo cargo, ou seja, o cargo não será
considerado vago. Gabarito: Errado

Q72 – A redistribuição, de ofício, de servidor público promovida como


punição por algum ato por ele praticado caracteriza vício quanto ao motivo,
um dos requisitos do ato administrativo.

RESPOSTA DA QUESTÃO: Assim como a remoção, a redistribuição também não


pode ser promovida como forma de punição do servidor. Entretanto, caso isso seja
feito, o vício no ato será quanto à finalidade, isto é, com relação ao fim perseguido,
não quanto ao motivo, daí o erro. Gabarito: Errado

Q73 – Age em consonância com a Lei n.º 8.112/1990 servidor público


brasileiro, em exercício, que recusa pensão oferecida pelos Estados Unidos
da América.

RESPOSTA DA QUESTÃO: O quesito está correto. Nos termos do art. 117, XIII da
Lei 8.112/1990, é proibido ao servidor público ―aceitar comissão, emprego ou pensão
de estado estrangeiro‖. Essa infração, aliás, é punível com demissão. Gabarito: Certo

Q74 – Os fatos administrativos não produzem efeitos jurídicos, motivo pelo


qual não são enquadrados no conceito de ato administrativo.

RESPOSTA DA QUESTÃO: A questão está errada. Não há uniformidade na doutrina


acerca da definição de fato administrativo. Alguns autores não fazem distinção entre
fato administrativo e fato da Administração, conforme o evento produza ou não
efeitos jurídicos. Nesta questão, a banca adotou o entendimento da professora Di
Pietro, para quem fatos administrativos são eventos que produzem efeitos jurídicos,
diferentemente dos fatos da Administração, que não produzem, daí o erro do item.
Não obstante, ressalte-se que tanto fatos administrativos como fatos da
Administração não são enquadrados no conceito de ato administrativo. Gabarito:
Errado

Q75 – Pelo atributo da presunção de veracidade, presume-se que os atos


administrativos estão em conformidade com a lei.

RESPOSTA DA QUESTÃO:
A banca deu a questão como errada. A presunção de legitimidade é que pressupõe
que os atos administrativos estão em conformidade com a lei. A presunção de
veracidade, por sua vez, indica que os fatos alegados pela Administração são
verdadeiros. Errada.

Q76 – Suponha que determinada secretaria de Estado edite ato


administrativo cujo conteúdo seja manifestamente discriminatório. Nessa
situação, podem os administrados recusar-se a cumpri-lo,
independentemente de decisão judicial, dado que de ato ilegal não se
originam direitos nem se criam obrigações.

RESPOSTA DA QUESTÃO:
O item está errado. Pelo atributo da presunção de legitimidade, os atos
administrativos são tidos como legais desde sua origem e, por isso, vinculam os
administrados por ele atingidos desde a edição. Por conseguinte, o particular é
obrigado a cumprir as determinações do ato ainda que, aparentemente, ele esteja
eivado de ilegalidade. É claro que o ato poderá ser questionado judicialmente ou
perante a própria Administração.

Q77 – Há presunção imediata de legalidade de todo ato administrativo


editado por autoridade pública competente.

RESPOSTA DA QUESTÃO:
Questão correta.

Q78 – A presunção de legitimidade é atributo de todos os atos da


administração, inclusive os de direito privado, dada a prerrogativa inerente
aos atos praticados pelos agentes integrantes da estrutura do Estado.

RESPOSTA DA QUESTÃO: Aqui, a banca adotou a posição de Maria Sylvia Di Pietro


– autora que, aliás, é seguida por boa parte das bancas, entre elas a ESAF.

Quanto ao alcance da presunção, cabe realçar que ela existe, com as limitações já
analisadas, em todos os atos da Administração, inclusive os de direito privado, pois se
trata de prerrogativa inerente ao Poder Público, presente em todos os atos do Estado,
qualquer que seja a sua natureza. Esse atributo distingue o ato administrativo do ato
de direito privado praticado pela própria Administração.

A rigor, apenas a presunção de veracidade é atributo exclusivo do ato administrativo


propriamente dito (praticado sob regime de direito público), uma vez que os atos
jurídicos praticados pelos particulares também são considerados conformes à lei até
prova em sentido contrário. Gabarito: Certo

Q79 – O IBAMA multou e interditou uma fábrica de solventes que, apesar de


já ter sido advertida, insistia em dispensar resíduos tóxicos em um rio
próximo a suas instalações. Contra esse ato a empresa impetrou mandado de
segurança, alegando que a autoridade administrativa não dispunha de
poderes para impedir o funcionamento da fábrica, por ser esta detentora de
alvará de funcionamento, devendo a interdição ter sido requerida ao Poder
Judiciário.

Em face dessa situação hipotética, julgue o item seguinte.


Um dos atributos do ato administrativo executado pelo IBAMA na situação
em
questão é o da autoexecutoriedade, que possibilita ao poder público obrigar,
direta e materialmente, terceiro a cumprir obrigação imposta por ato
administrativo, sem a necessidade de prévia intervenção judicial.

RESPOSTA DA QUESTÃO: O item está correto. Em razão do atributo da


autoexecutoriedade, o Ibama pode, independentemente de autorização judicial,
compelir materialmente o administrado a cumprir a lei (no caso, mediante a
interdição da fábrica), bem como impor multa (nesse caso, trata-se de coerção
indireta, visto que, se o particular não pagar, a cobrança deverá ser feita junto ao
Judiciário). Gabarito: Certo

Q80 – atributo da exigibilidade, presente em todos os atos administrativos,


representa a execução material que desconstitui a ilegalidade.

RESPOSTA DA QUESTÃO: A execução material que desconstitui a ilegalidade refere-


se ao atributo executoriedade (coerção direta, material), e não à exigibilidade. Por
exemplo, a executoriedade permite à Administração demolir uma obra (execução
material) para desconstituir a ilegalidade do empreendimento.

Já a exigibilidade diz respeito ao próprio dever imposto pela lei aos administrados,
cujo cumprimento é garantido pela Administração mediante meios indiretos de
coerção. Um bom exemplo é a retirada da CNH: a Administração exige a habilitação
para poder dirigir (exigibilidade); se o motorista for pego sem carteira, ele poderá ser
multado; a multa, portanto, é
um meio indireto de obrigar o motorista a tirar a habilitação. Porém, a Administração
não pode coagir materialmente o particular a obtê-la, ou seja, o ato não possui
executoriedade. Lembrando que tanto a exigibilidade como a executoriedade são
desdobramentos do atributo autoexecutoriedade.
Gabarito: Errado

Q81 – Em razão da característica da autoexecutoriedade, a cobrança de


multa aplicada pela administração não necessita da intervenção do Poder
Judiciário, mesmo no caso do seu não pagamento.

RESPOSTA DA QUESTÃO: A questão está errada. A cobrança de multa inadimplida


não possui o atributo da autoexecutoriedade, vale dizer, a Administração não pode
cobrar o pagamento sem a intervenção do Poder Judiciário. Gabarito: Errado

Q82 – Um veículo da SUFRAMA, conduzido por um servidor do órgão,


derrapou, invadiu a pista contrária e colidiu com o veículo de um particular.
O acidente resultou em danos a ambos os veículos e lesões graves no
motorista do veículo particular.

Com referência a essa situação hipotética, julgue o item que se segue.


Em caso de o servidor ser condenado administrativamente em decorrência
do
acidente, o ato de aplicação de penalidade a esse servidor será caracterizado
pelo atributo da autoexecutoriedade.
RESPOSTA DA QUESTÃO: O quesito está correto. Em razão do poder disciplinar, a
Administração pode aplicar penalidades administrativas a seus servidores. E, para
tanto, não precisa de autorização judicial, pois a lei atribui esse poder à própria
Administração. Dessa forma, pode-se afirmar que o ato de aplicação de sanções
disciplinares (da advertência à demissão) é autoexecutório.

Q83 – A autoexecutoriedade dos atos administrativos ocorre nos casos em


que é prevista em lei ou, ainda, quando é necessário adotar providências
urgentes em relação a determinada questão de interesse público.

O quesito está correto. A autoexecutoriedade não existe em todos os atos


administrativos. Conforme a doutrina, só há autoexecutoriedade quando
expressamente prevista em lei ou quando tratar-se de medida urgente que, acaso
não adotada de imediato, pode ocasionar prejuízo maior para o interesse público.
Certo

Q84 – A competência para a prática dos atos administrativos depende


sempre de previsão constitucional ou legal: quando prevista na CF, é
denominada competência primária e, quando prevista em lei ordinária,
competência secundária.

RESPOSTA DA QUESTÃO: Tanto as competências previstas na CF quanto as


previstas nas leis são denominadas competências primárias, daí o erro. São
chamadas de competências secundárias aquelas previstas em normas infralegais.
Gabarito: Errado

Q85 – São critérios para a distribuição da competência, como requisito ou


elemento do ato administrativo, dentre outros:

(A) delegação e avocação.


(B) conteúdo e objeto.
(C) matéria, forma e sujeito.
(D) tempo, território e matéria.
(E) grau hierárquico e conteúdo.

RESPOSTA DA QUESTÃO: A resposta é a alternativa ―d‖, eis que apresenta,


exclusivamente, critérios de distribuição de competência. Na opção ―a‖, delegação e
avocação são características do elemento competência; na opção ―b‖, conteúdo e
objeto são sinônimos e, assim como a competência, são elementos do ato
administrativo; na opção ―c‖, matéria é critério para distribuição de competências,
mas forma e sujeito são elementos do ato; já na alternativa ―e‖, hierarquia é critério
de distribuição de competência, mas conteúdo é elemento. Alternativa D

Q86 – Assinale a opção que contemple uma espécie de ato em que é possível
identificar o atributo da autoexecutoriedade do ato administrativo.

a) Atos administrativos declaratórios.


b) Atos administrativos negociais.
c) Cobrança de multas de trânsito.
d) Atos administrativos punitivos.
e) Atos administrativos enunciativos.
RESPOSTA DA QUESTÃO: A autoexecutoriedade é o atributo que confere à
Administração Pública a prerrogativa de operar diretamente seus atos,
independentemente de manifestação prévia do Poder Judiciário.

A autoexecutoriedade não está presente em todos os atos administrativos. Di Pietro


ensina que ela só é possível quando expressamente prevista em lei ou na adoção de
medidas urgentes para a proteção do interesse público.

A autoexecutoriedade é frequentemente utilizada no exercício do poder de polícia, em


que a Administração impõe restrições aos administrados para proteger o interesse
público, podendo, para tanto, impor sanções administrativas, daí a correção da
alternativa ―d‖. Todas as demais opções não representam exemplos típicos do
atributo da autoexecutoriedade. Na alternativa ―c‖, o detalhe é que a aplicação de
multas de trânsito é ato autoexecutório, mas a cobrança não é: se o particular não
pagar, a cobrança deve ser feita por intermédio do Judiciário. Gabarito: alternativa D

Q87 – Os atos administrativos, uma vez expedidos e independentemente de


expressa previsão legal, apresentarão sempre o(s) seguinte(s) atributo(s):

a) presunção de legitimidade, imperatividade e autoexecutoriedade.


b) presunção de legitimidade e veracidade, bem assim autoexecutoriedade.
c) autoexecutoriedade, apenas.
d) imperatividade e autoexecutoriedade, apenas.
e) presunção de legitimidade e veracidade, apenas.

RESPOSTA DA QUESTÃO: O ponto chave para resolver essa questão é a palavra


―sempre‖ do enunciado. Ora, sabemos que os únicos atributos que estão sempre
presentes em todos os tipos de atos administrativos são a presunção de legitimidade
(e, consequentemente, a de veracidade) e a tipicidade. Nas alternativas, não aparece
o atributo da tipicidade, portanto, correta a alternativa ―e‖. Lembre-se de que a
imperatividade está presente apenas nos atos que impõem obrigações e restrições;
por conseguinte, não está presente nos atos enunciativos, nos atos internos e nem
nos atos negociais; já a autoexecutoriedade existe apenas quando expressamente
prevista em lei e quando tratar-se de medida urgente; exemplo clássico da ausência
de autoexecutoriedade é a cobrança de multa não paga. Gabarito: E

Q88 – Incluem-se na classificação de atos administrativos discricionários os


praticados em decorrência da aplicação de norma que contenha conceitos
jurídicos indeterminados.

RESPOSTA DA QUESTÃO: O item está correto. Nem sempre o mérito administrativo


é previamente definido e determinado pela lei. O legislador, por vezes, utiliza-se de
conceitos jurídicos indeterminados de valor, como ―interesse público‖, ―moralidade
administrativa‖, ―bem-estar social‖ e ―boa-fé‖. Nesses casos, a Administração pode
utilizar sua discricionariedade para definir o alcance do conceito nas situações
concretas. Gabarito: Certo

Q89 – O fator limitador do ato administrativo discricionário é o critério da


conveniência e oportunidade.

RESPOSTA DA QUESTÃO: O quesito está errado. O fator limitador do ato


administrativo discricionário é a lei, pois é esta que define os limites para aplicação
dos critérios de conveniência e oportunidade pelo agente público. Também podem ser
considerados limitadores da discricionariedade os princípios da razoabilidade, da
proporcionalidade e da moralidade. Gabarito: Errado

Q84 - A permissão, que não se confunde com a concessão ou a autorização, é


o ato administrativo por meio do qual a administração pública consente que
o particular se utilize privativamente de um bem público ou execute um
serviço de utilidade pública. Tal ato é classificado como declaratório, na
medida em que o poder público apenas reconhece um direito do particular
previamente existente.

RESPOSTA DA QUESTÃO: A permissão é o ato administrativo por meio do qual a


administração pública consente que o particular se utilize privativamente de um bem
público. Trata-se, portanto, de ato que confere um direito ao particular, ou seja, é um
ato constitutivo, e não um ato declaratório. Errado

Q85 - O ato administrativo pode ser perfeito, inválido e eficaz.

RESPOSTA DA QUESTÃO:
O quesito está correto. Em suma, ato perfeito é aquele que já completou sua
formação; ato válido é o que não possui nenhum vício; e eficaz é o ato que já se
encontra apto a produzir efeitos. Para se falar em validade e eficácia, o ato
necessariamente deve ser perfeito. A partir daí, qualquer combinação é possível: o
ato pode ser (i) perfeito, válido e eficaz; (ii) perfeito, válido e ineficaz; (iv) perfeito,
inválido e eficaz; e (v) perfeito, inválido e ineficaz. Por outro lado, se o ato for
imperfeito, ou seja, se nem mesmo estiver formado, não há porque se falar em
validade e eficácia.

Q86 - Considera-se que o ato administrativo é válido quando se esgotam


todas as fases necessárias para a sua produção.

RESPOSTA DA QUESTÃO:
O quesito está errado. O ato administrativo que completou todas as fases necessárias
para a sua produção é um ato perfeito. Caso o ato perfeito não apresente nenhum
vício em seus elementos de formação, aí sim também será um ato válido. Ressalte-se
que podem existir atos perfeitos e inválidos quando, cumprido o ciclo de formação, o
ato apresente algum vício em seus elementos de formação. O contrário, porém, não é
verdadeiro, ou seja, não existem atos imperfeitos e válidos, pois a completa formação
do ato é pré-requisito para o exame da sua validade. Errado

Q87 - De acordo com a doutrina, o ato administrativo será considerado


perfeito, inválido e eficaz, quando, concluído o seu ciclo de formação, e não
se conformando às exigências normativas, ele produzir os efeitos que lhe
seriam
inerentes.

RESPOSTA DA QUESTÃO:
O item está correto. Lembre-se de que, pelo atributo da presunção da legitimidade, o
ato administrativo perfeito e eficaz produz os efeitos que lhe são inerentes ainda que
contenha algum vício em seus elementos de formação, ou seja, ainda que seja um
ato inválido. A produção de efeitos perdurará até que o ato viciado seja anulado pela
Administração ou pelo Judiciário – este, se provocado –, de tal sorte que, antes disso,
o administrado não pode se recusar a cumpri-lo. Gabarito: Certo

Q88 - Os atos administrativos regulamentares e as leis em geral têm efeitos


gerais e abstratos, ou seja, não diferem por sua natureza normativa, mas
pela originalidade com que instauram situações jurídicas novas.

RESPOSTA DA QUESTÃO:
O item está correto. Da mesma forma que as leis, os atos administrativos
regulamentares (atos normativos) têm efeitos gerais e abstratos, isto é, não possuem
destinatários determinados e incidem sobre todos os fatos ou situações que se
enquadrem nas hipóteses neles previstas. Porém, ao contrário das leis, os atos
normativos não podem inovar o direito, vale dizer, não podem instaurar situações
jurídicas novas, criando direitos e obrigações aos administrados. Por isso, é correto
afirmar que atos normativos e leis não diferem por sua natureza normativa (afinal,
ambos têm efeitos gerais e abstratos), mas diferem pela originalidade com que
instauram situações jurídicas novas (afinal, leis podem inovar originalmente o
ordenamento jurídico, e os atos normativos não). Gabarito: Certo

Q89 - A autorização é ato administrativo discricionário mediante o qual a


administração pública outorga a alguém o direito de realizar determinada
atividade material.

RESPOSTA DA QUESTÃO:
O quesito está correto. A regra é a seguinte:
- Licenças: atos vinculados e definitivos.
- Autorizações: atos discricionários e precários.

A licença é editada no exercício do poder de polícia, nas situações em que a lei exige
obtenção de anuência prévia da Administração como condição para o exercício, pelo
particular, de um direito subjetivo de que seja titular (ex: alvarás de construção). Já
a autorização, na maior parte dos casos, também configura um ato de polícia
administrativa – quando constitui uma condição para a prática de uma atividade
material privada (ex: autorização para porte de arma de fogo) ou para o uso de um
bem público (ex: autorização para utilização das vias públicas para a realização de
feiras livres) –, mas existem também autorizações que representam uma modalidade
de descentralização mediante delegação, visando à prestação indireta de
determinados serviços públicos (ex: autorização para a prestação de serviço de táxi).

Por fim, cumpre salientar que tanto licenças como autorizações nunca são conferidas
ex officio pelo Poder Público, eis que sempre dependem de pedido do interessado,
que solicita o consentimento. Certo

Q90 - O ato se extingue pelo desfazimento volitivo quando sua retirada


funda-se no advento de nova legislação que impede a permanência da
situação anteriormente consentida.

RESPOSTA DA QUESTÃO: A anulação, a revogação e a cassação são classificadas


como formas do chamado desfazimento volitivo, eis que são resultantes da
manifestação expressa do administrador ou do Poder Judiciário. Todas as demais
formas de extinção vistas no tópico acima, inclusive a caducidade de que trata o item
em questão, independem de qualquer manifestação ou declaração, daí o erro.
Gabarito: Errado

Q91 – A revogação do ato administrativo, quando legítima, exclui o dever da


administração pública de indenizar, mesmo que esse ato tenha afetado
direito de alguém.

RESPOSTA DA QUESTÃO: O quesito está errado. A doutrina ensina que, como


regra, a revogação não gera para a Administração o dever de indenizar
prejuízos sofridos pelos beneficiários do ato, exceto se esse ato tenha
afetado direito de alguém. Exemplo clássico: se determinado indivíduo
obtém autorização de uso de área pública por prazo determinado e, antes de
expirado o prazo fixado, a Administração decide revogar a autorização. Se na
legislação aplicável ou se
no próprio ato não tiver sido expressamente afastado o dever da
Administração de indenizar, ela deverá ressarcir os prejuízos sofridos pelo
beneficiário do ato.

Q92 – Tanto o direito administrativo quanto o direito privado distinguem os


atos nulos dos atos anuláveis. Os atos e negócios jurídicos contrários ao
ordenamento jurídico poderão, no âmbito do direito privado, estar eivados
de
vícios de nulidade ou anulabilidade, já os atos administrativos praticados em
desacordo com o ordenamento jurídico serão considerados inválidos.

RESPOSTA DA QUESTÃO: No Direito Civil, os vícios podem gerar nulidade absoluta


ou nulidade relativa, ou seja, os atos podem ser nulos e anuláveis (Código Civil, art.
166 e 171). No Direito Administrativo, a doutrina tradicional defende a teoria
monista, pela qual os vícios dos atos administrativos só podem gerar nulidade
absoluta, isto é, os atos com vício, de qualquer espécie, são necessariamente nulos.

Contudo, atualmente prevalece a teoria dualista, pela qual, à semelhança do direito


privado, os atos administrativos que contenham vício podem ser nulos ou anuláveis, e
não sumariamente considerados inválidos, como afirma. Errada.

Q93 – Quanto um ministério pratica ato administrativo de competência de


outro, fica configurado vício de incompetência em razão da matéria, que
pode ser convalidado por meio de ratificação.

RESPOSTA DA QUESTÃO: O vício de incompetência em razão da matéria é um vício


insanável, ou seja, não é passível de convalidação, daí o erro. Da mesma forma, o
vício também é insanável no caso de competência exclusiva. Nos demais casos, o
vício de incompetência é sanável e, por isso, admite convalidação. Gabarito: Errado

Q94 – Entre os atos da Administração, verifica-se a prática do ato


administrativo, o qual abrange somente determinada categoria de atos
praticados no exercício da função administrativa. Destarte, assinale a opção
correta.

a) A presunção de legitimidade e veracidade, a imperatividade e a


autoexecutoriedade são elementos do ato administrativo.
b) Procedimento administrativo consiste no iter legal a ser percorrido pelos agentes
públicos para a obtenção dos efeitos regulares de um ato administrativo principal.
c) Os atos de gestão são os praticados pela Administração com todas as prerrogativas
e privilégios de autoridade e impostos unilateral e coercitivamente ao particular,
independentemente de autorização judicial.
d) Ato composto é o que resulta da manifestação de dois ou mais órgãos, sejam eles
singulares ou colegiados, cuja vontade se funde para formar um ato único.
e) Na executoriedade, a Administração emprega meios indiretos de coerção, como a
multa ou outras penalidades administrativas impostas em caso de descumprimento
do ato, compelindo materialmente o administrado a fazer alguma coisa.

RESPOSTA DA QUESTÃO: Vamos analisar cada alternativa:


a) ERRADA. A presunção de legitimidade e veracidade, a imperatividade e a auto-
executoriedade são atributos, e não elementos do ato administrativo. Os elementos
são competência, finalidade, forma, motivo e objeto.
b) CERTA. Procedimento administrativo consiste numa sucessão de atos
preparatórios, todos intermediários e autônomos, que visam ao atingimento de um
objetivo final ou à prática de um ato final que finaliza o procedimento. É, portanto, o
iter (caminho) legal a ser percorrido pelo agente público, de que são exemplos os
procedimentos de licitação, de concurso público e de desapropriação. Por curiosidade,
essa expressão ―iter legal‖ é usada por
Celso Antônio Bandeira de Mello.

c) ERRADA. Os atos de império (e não os de gestão) são praticados pela


Administração com todas as prerrogativas e privilégios de autoridade e impostos
unilateral e coercitivamente ao particular, independentemente de autorização judicial,
de que são exemplo a interdição de estabelecimento comercial, a desapropriação de
imóvel, a apreensão de mercadorias, a imposição de multas administrativas etc. Por
sua vez, atos de gestão são típicos das atividades de administração de bens e
serviços em geral, que não exigem coerção sobre os interessados, assemelhando-se
aos atos praticados
pelas pessoas privadas, de que são exemplos a alienação ou aquisição de bens pela
Administração ou a contratação de pessoal mediante concurso público.

Q95 – Identifique, entre as assertivas abaixo, a que


corresponda a um ato administrativo complexo, observada a concepção
técnica usual de nossa doutrina pátria.

a) O ato cuja produção tenha se dado a partir tão-só da manifestação de vontade de


um órgão colegiado.
b) O que passa a existir com a manifestação de vontade de um órgão, dependente da
manifestação de outro para que se confirme ou seja desconstituído.
c) Determinado ato que somente tenha existência a partir da manifestação necessária
de três órgãos.
d) Um ato que, a despeito de existir a partir do momento em que exarado por um
único órgão, somente poderá produzir efeitos com a posterior manifestação de outro
órgão.
e) Aquele que, dada a sua complexidade, somente passa a existir a partir da
manifestação de vontade de mais de um agente público de um mesmo órgão.

RESPOSTA DA QUESTÃO: Para responder essa questão com facilidade, é preciso


interpretar corretamente o enunciado. Perceba que ele pede que identifiquemos a
alternativa que ―corresponda‖ a um ato administrativo complexo, ou seja, devemos
marcar aquela que apresenta um ―exemplo‖ de ato administrativo complexo; assim,
não devemos ficar procurando o conceito de ato complexo, e sim um exemplo, ok?
Vamos lá:

a) ERRADA. Um ato cuja produção tenha se dado a partir tão-só da manifestação de


vontade de um órgão colegiado é um ato simples, e não um ato complexo.
b) ERRADA. Um ato que passa a existir com a manifestação de vontade de um órgão,
dependente da manifestação de outro para que se confirme ou seja desconstituído é
um ato composto, e não complexo. Veja que a confirmação é um ato instrumental,
acessório em relação ao ato principal.
c) CERTA. Determinado ato que somente tenha existência a partir da manifestação
necessária de três órgãos é um exemplo de ato complexo. Imagine, para facilitar, que
esse ―determinado ato‖ seja uma Portaria Conjunta da Receita Federal, da PGFN e do
MPOG. Ou seja, sendo um ato complexo, tal portaria só teria existência a partir da
manifestação desses três órgãos.
d) ERRADA. Um ato que, a despeito de existir a partir do momento em que exarado
por um único órgão, somente poderá produzir efeitos com a posterior manifestação
de outro órgão também é um ato composto, e não complexo.
e) ERRADA. A diferenciação entre atos compostos, simples e complexos leva em
conta, precipuamente, o número de órgãos envolvidos na formação do ato. Se há a
participação de apenas um órgão, o ato é simples, não importa a quantidade de
servidores que contribuíram para sua formação dentro do órgão. Havendo dois ou
mais órgãos, o ato é composto ou complexo. Se a vontade de um órgão é
instrumental em relação à do outro, o ato é composto. Já se a vontade de cada órgão
efetivamente contribui para a formação do ato, ou seja, se a vontade de um é
autônoma em relação à do outro, então ele é complexo.

Q96 – À luz da tradicional doutrina administrativista, é possível identificar,


como espécie de ato administrativo, o chamado ato ordinatório, que tem,
como um de seus exemplos:

a) os decretos regulamentares.
b) os alvarás.
c) as circulares.
d) as multas.
e) as homologações.

RESPOSTA DA QUESTÃO: Atos ordinatórios são os atos com efeitos internos,


endereçados aos servidores públicos; possuem o objetivo de disciplinar o
funcionamento da Administração e a conduta funcional de seus agentes. Das
alternativas, as circulares (opção ―c‖) constituem exemplo de atos ordinatórios;
portanto, é o gabarito. Já os decretos regulamentares (opção ―a‖) são atos
normativos; os alvarás (opção b‖) são atos negociais; as multas (opção ―d‖) são atos
punitivos; e, por fim, as homologações (opção ―e‖) também são atos negociais.
Gabarito: alternativa ―c‖

Q97 – A gradação da penalidade a ser aplicada no exercício do poder de


polícia é ato discricionário.

RESPOSTA DA QUESTÃO:
Geralmente a lei permite aplicar pena mais severa ou mais branda dependendo da
valoração que o agente público faz acerca da gravidade da conduta do particular. Por
exemplo, a lei pode permitir aplicar multa de até tantos reais. Questão certa.

Q98 - Na cassação há perda dos efeitos jurídicos em virtude de norma


jurídica
superveniente contrária àquela que respaldava a prática do ato.

RESPOSTA DA QUESTÃO:
Esse é o atributo da caducidade

Q99 - Os atos individuais são os que se preordenam a regular situações


específicas, relativas a destinatários certos, produzindo efeitos jurídicos no
caso concreto, como acontece nos decretos expropriatórios.

RESPOSTA DA QUESTÃO:
Questão correta.

Q101 - Os atos enunciativos indicam juízos de valor de outros atos de


caráter decisório, como acontece nos pareceres.

RESPOSTA DA QUESTÃO:
Questão correta.

Q102 - Certidão da dívida pública é um ato enunciativo.

RESPOSTA DA QUESTÃO:
As certidões em geral destinam-se a informar ou certificar uma situação preexistente,
portanto, são atos enunciativos.

Q103 - A concessão de uma Licença (por exemplo, Licença de Habilitação) é


um direito subjetivo do postulante desde que este tenha cumprido
rigorosamente todos os requisitos exigidos por lei. É um direito pré-
existente e sua concessão depende apenas do cumprimento das
formalidades e requisitos legais, não podendo a autoridade, na ausência de
fatores impeditivos, negá-la ao requisitante, é, portanto, um ato constitutivo.

RESPOSTA DA QUESTÃO:
Observe como é interessante comparar dois atos administrativos negociais (nos quais
a vontade do particular coincide com a manifestação de vontade da administração)
acima citados: a Licença e a Permissão. Ainda que entre ambos exista certa
semelhança por serem atos negociais, a forma como os efeitos são produzidos é
totalmente diferente.

―A concessão de uma Licença (por exemplo, Licença de Habilitação) é um direito


subjetivo do postulante desde que este tenha cumprido rigorosamente todos os
requisitos exigidos por lei. É um direito pré-existente e sua concessão depende
apenas do cumprimento das formalidades e requisitos legais, não podendo a
autoridade, na ausência de fatores impeditivos, negá-la ao requisitante. Portanto é
um ato declaratório.‖
Por sua vez, a Permissão (e também a Autorização) é um ato constitutivo, pois caso
seja concedida cria um direito ao postulante. Isso significa que enquanto a Licença é
ato vinculado; Permissão e Autorização são atos discricionários. É por isso que a
habilitação de Licença para dirigir é um ato vinculado, enquanto na Autorização para
porte de arma o Poder Público aprecia, discricionariamente, a pretensão do particular
em face do interesse público, para outorga ou não da autorização.

Q104 - Por haver repercussão no campo de interesses individuais, a


anulação da licença deve ser precedida de procedimento em que se garanta o
contraditório àquele que terá modificada sua situação.

RESPOSTA DA QUESTÃO:
*Segundo a jurisprudência do STF, o desfazimento de ato administrativo, seja por
anulação seja por revogação, deve necessariamente ser precedido do contraditório e
da ampla defesa aos atingidos, sempre que possa afetar interesses individuais.

Q105 - A Administração pode desfazer seus próprios atos por considerações


de mérito e de ilegalidade.

RESPOSTA DA QUESTÃO:
Nos casos de ilegalidade serão anulados, e revogados nos casos de análise de mérito,
quando válido e eficaz.

Q106 – No que se refere à administração pública e ao ato administrativo,


assinale a opção correta.

a) Os atos administrativos gerais, a exemplo dos atos normativos, podem ser objeto
de impugnação direta por meio de recurso administrativo.

b) Ato inexistente é aquele que possui apenas aparência de manifestação de vontade


da administração pública, mas não se origina de um agente público, mantendo-se,
porém, aqueles efeitos já produzidos perante terceiros de boa-fé.

c) A multa administrativa goza de executoriedade na medida em que a administração


pode obrigar o administrado a cumpri-la por meios indiretos, como o bloqueio de
documento de veículo.

d) O ato administrativo será discricionário quando a lei não estabelecer margem


alguma de liberdade para atuação do administrador, fixando uma única maneira de
agir nos termos da lei.

e) Os atos normativos editados conjuntamente por diversos órgãos da administração


federal, como as portarias conjuntas ou instruções normativas conjuntas da
Secretaria da Receita Federal do Brasil e da Procuradoria da Fazenda Nacional, são
exemplos de ato administrativo complexo.

RESPOSTA DA QUESTÃO:
Vamos analisar cada alternativa:

a) ERRADA. Os atos administrativos gerais, a exemplo dos atos normativos, não


podem ser objeto de impugnação direta por meio de recursos administrativos. A
rigor, para pleitear a invalidação direta de um ato normativo geral, deve ser utilizada
a ação direta de inconstitucionalidade (ADI). De outra parte, é bom saber que, ao
contrário dos atos gerais, os atos individuais podem ser atacados por recursos
administrativos.

b) ERRADA. De fato, ato inexistente é aquele que possui apenas aparência de


manifestação de vontade da administração pública, mas, na verdade, possui algum
defeito capital que o impede de produzir efeitos no mundo jurídico, a exemplo de não
ter se originado de um agente público, como no caso do usurpador de função. O erro
é que os efeitos dos atos inexistentes não podem ser validamente mantidos, mesmo
perante terceiros de boa-fé.

c) ERRADA. Para parte da doutrina, o atributo da autoexecutoriedade dos atos


administrativos se divide em executoriedade e exigibilidade. A executoriedade se
refere aos meios diretos de coerção, inclusive mediante o uso da força. Já a
exigibilidade diz respeito aos meios indiretos de coerção. O erro do item é que a
multa administrativa não goza de executoriedade, e sim de exigibilidade, pois a
Administração não pode cobrá-la mediante coerção direta, mas apenas por meios
indiretos, como o bloqueio do documento do veículo.
d) ERRADA. O ato administrativo será vinculado, e não discricionário, quando a lei
não estabelecer margem alguma de liberdade para atuação do administrador, fixando
uma única maneira de agir nos termos da lei.

e) CERTA. Atos complexos são os que decorrem de duas ou mais manifestações de


vontade autônomas, provenientes de órgãos diversos, que concorrem para a
formação de um único ato. Exemplo clássico são as portarias conjuntas da Receita
Federal e da PGFN. Gabarito: alternativa ―e‖

Q107 – 43. (Cespe – TJ/RR 2013) Suponha que determinado cidadão que
pretenda construir uma casa tenha sido informado pelo órgão estatal
competente de que a administração deve, por meio de ato administrativo,
consentir a construção, antes do início das obras.

Nessa situação, o ato administrativo de consentimento a ser expedido pela


administração é a:

a) permissão.
b) aprovação.
c) admissão.
d) autorização.
e) licença.

RESPOSTA DA QUESTÃO: O consentimento da Administração para permitir que o


particular execute uma obra é exemplo típico de licença (opção ―e‖), ato
administrativo vinculado e definitivo. Sobre o tema, é importante recordar que,
embora a licença para construir seja um ato vinculado, a jurisprudência do STF e do
STJ admite que, em casos excepcionais, a Administração pode revogá-la por razões
de conveniência e oportunidade (além de, é claro, poder anulá-la ou cassá-la). Para o
STF, a revogação seria possível antes do início da obra.

Ressalte-se que os atos vinculados, em regra, não podem ser objeto de revogação,
pois a revogação é feita com base em critérios de conveniência e oportunidade, sendo
uma espécie de desfazimento típica dos atos discricionários. Portanto, a revogação de
licença para construir constitui hipótese excepcional. Gabarito: alternativa ―e‖.

Q108 - Ato perfeito é aquele que teve seu ciclo de formação encerrado, por
ter esgotado todas as fases necessárias à sua produção, já o ato pendente é
aquele que, embora perfeito, está sujeito a condição ou termo para que
comece a produzir efeitos.

RESPOSTA DA QUESTÃO:
Questão correta.

Q109 - Os serviços públicos outorgados constitucionalmente à União, como


os serviços de transporte rodoviário interestadual e internacional de
passageiros, estão enumerados taxativamente na CF.

RESPOSTA DA QUESTÃO: Os serviços públicos de competência da União são


enumerados taxativamente na CF, daí a correção do item. Já a lista dos serviços de
competência dos Municípios é meramente exemplificativa (outros serviços de
interesse local, não enumerados na CF, como os funerários, também podem ser
prestados pelos Municípios). Por fim, a competência dos Estados é residual (inclui
tudo o que não for da competência da União ou dos Municípios). Certo.

Q110 – (Cespe – PC/CE 2012) A promoção da proteção do patrimônio


histórico cultural local compete aos estados.

RESPOSTA DA QUESTÃO: A proteção do patrimônio histórico-cultural local é


assunto de interesse local. Logo, insere-se na competência dos Municípios como,
aliás, estabelece o art. 30, IX da CF:

Art. 30. Compete aos Municípios:


IX - promover a proteção do patrimônio histórico-cultural local, observada a
legislação e a ação fiscalizadora federal e estadual. Gabarito: Errado

Q111 – O serviço de distribuição de gás encanado é um serviço público


privativo do estado-membro; nesse sentido, sua execução se dá de forma
exclusiva, de modo que nenhum outro ente poderá exercê-la.

RESPOSTA DA QUESTÃO: Segundo o art. 25, §2º da CF, o serviço de gás


canalizado é da competência dos Estados-membros, de modo que nenhum outro ente
poderá executar esse serviço:

§ 2º - Cabe aos Estados explorar diretamente, ou mediante concessão, os serviços


locais de gás canalizado, na forma da lei, vedada a edição de medida provisória para
a sua regulamentação.

Detalhe interessante é que os Estados podem explorar o serviço de gás canalizado


apenas diretamente ou mediante concessão, ou seja, não cabe permissão ou
autorização. Gabarito: Certo

Q112 - De acordo com critério de classificação que considera a exclusividade


ou não do poder público na prestação do serviço, o serviço postal constitui
um exemplo de serviço público não exclusivo do Estado.
RESPOSTA DA QUESTÃO: O serviço postal é um serviço exclusivo do Estado,
prestado diretamente pela União, nos termos do art. 21, X da CF:
Art. 21. Compete à União:
X - manter o serviço postal e o correio aéreo nacional. Gabarito: Errado

Q113 - O serviço de uso de linha telefônica é um típico exemplo de serviço


singular, visto que sua utilização é mensurável por cada usuário, embora sua
prestação se destine à coletividade.

RESPOSTA DA QUESTÃO: O serviço de uso de linha telefônica é passível de


mensuração individual (veja a sua conta telefônica); portanto, trata-se de serviço uti
singuli ou individual. Gabarito: Certo

Q114 - (Cespe – PRF 2012) O serviço de iluminação pública pode ser


considerado uti universi, assim como o serviço de policiamento público.

RESPOSTA DA QUESTÃO: Tanto o serviço de iluminação pública como o de


policiamento não são mensuráveis individualmente, ou seja, não é possível dizer com
certeza quanto que determinado indivíduo consome de iluminação pública ou de
policiamento. Sendo assim, tais serviços são considerados uti universi ou gerais.
Gabarito: Certo

Q115 - Os serviços de utilidade pública, a exemplo dos serviços de


transporte coletivo, visam proporcionar aos seus usuários mais conforto e
bem-estar.

RESPOSTA DA QUESTÃO: Os serviços de utilidade pública são aqueles considerados


não essenciais, mas sim convenientes à coletividade, podendo ser prestados por
particulares. Portanto, são serviços delegáveis. São exemplos de serviço de utilidade
pública: transporte coletivo, energia elétrica, telefonia, etc. Certo

Q116 - A permissão de serviço público possui contornos bilaterais, mas,


diferentemente da concessão de serviço público, não pode ser caracterizada
como de natureza contratual.

RESPOSTA DA QUESTÃO: Antes de qualquer coisa, cumpre enfatizar um ponto


importante: a permissão de ―uso de bem público‖ não se confunde com a permissão
de ―serviços públicos‖.

Com efeito, a permissão de uso de bem público é efetuada mediante ato


administrativo, discricionário e revogável, utilizada, por exemplo, para autorizar o uso
de espaço em praça pública para montagem de banca de revistas (em caso de
dúvida, revise a aula sobre atos administrativos). Como
se trata de um ato administrativo (e não de um contrato) a permissão de uso
de bem público não está sujeita a prévia licitação.

Já a permissão de serviços públicos é uma modalidade de delegação de serviços


públicos a particulares, prevista no art. 175 da CF (ao lado da concessão),
formalizada mediante contrato administrativo e sujeita a licitação
prévia.
Em suma:
- Permissão de serviço público
- contrato administrativo
- Permissão de uso de bem público
- ato administrativo

Vencidas essas considerações preliminares, percebe-se claramente que o quesito erra


ao afirmar que a permissão de serviço público não pode ser caracterizada como de
natureza contratual. Sobre a natureza contratual da permissão de serviços público,
está prevista no art. 40 da Lei 8.987/95:

Art. 40. A permissão de serviço público será formalizada mediante contrato de


adesão, que observará os termos desta Lei, das demais normas pertinentes e do
edital de licitação, inclusive quanto à precariedade e à revogabilidade unilateral do
contrato pelo poder concedente. Gabarito: Errado

Q117 - Um item que caracteriza a diferenciação entre permissão e concessão


de serviço público é a delegação de sua prestação a título precário.

RESPOSTA DA QUESTÃO: Nos termos do art. 2º, IV da Lei 8.987,

IV - permissão de serviço público: a delegação, a título precário, mediante licitação,


da prestação de serviços públicos, feita pelo poder concedente à pessoa
física ou jurídica que demonstre capacidade para seu desempenho, por sua conta e
risco.

A doutrina critica bastante esse dispositivo da lei (assim como o art. 40, transcrito no
comentário da questão anterior), por ele afirmar que a permissão
de serviço público é formalizada por contrato e, ao mesmo tempo, possui natureza
precária e pode ser revogada unilateralmente. Isso porque, segundo
a doutrina, precariedade e revogabilidade são características de atos, e não de
contratos. Tanto é verdade que o contrato de permissão, nos termos da lei,
deverá ter prazo determinado e, se rescindido antes do termo, ensejará indenização
do permissionário; portanto, não poderia ser chamado de precário. Tampouco poderia
ser revogado, pois contrato não é revogado, e sim rescindido ou extinto; revogação é
utilizada para suprimir atos administrativos, por razões de conveniência e
oportunidade. A doutrina também critica a parte que diz serem as permissões
―contratos de adesão‖, porque, afinal, qualquer contrato administrativo é um contrato
de adesão, sendo desnecessária a referência na lei.

Não obstante a crítica da doutrina, na prova devemos considerar a letra da lei (a


menos, é óbvio, se o enunciado mencionar a doutrina). Dessa forma, é correto
afirmar que as permissões são ―contratos de adesão‖, ―precários‖ e ―revogáveis‖,
como na presente questão. Certo

Q118 - Tanto a concessão quanto a permissão de serviço público serão feitas


pelo poder concedente a pessoa física ou jurídica que demonstre capacidade
para desempenho, por sua conta e risco.

RESPOSTA DA QUESTÃO: O contrato de concessão pode ser celebrado com pessoas


jurídicas ou consórcio de empresas, mas não com pessoa física; já o contrato de
permissão pode ser celebrado com pessoas físicas ou jurídicas, mas não com
consórcios. Gabarito: Errado

Q119 - A respeito da delegação de serviço público e do instituto da licitação


para a correspondente outorga, julgue o item subsequente.

Embora o instituto da permissão exija a realização de prévio procedimento


licitatório, a legislação de regência não estabelece, nesse caso, a
concorrência
como a modalidade obrigatória, ao contrário do que prescreve para a
concessão de serviço público.

RESPOSTA DA QUESTÃO: Tanto as concessões como as permissões de serviços


públicos exigem a realização de prévio procedimento licitatório. A diferença é que,
nos termos da Lei 8.987/1995, as concessões são sempre realizadas na modalidade
concorrência, enquanto as permissões não requerem modalidade específica, ou seja,
outras modalidades podem ser adotadas, dependendo do valor e das características
do contrato a ser celebrado. Gabarito: Certo

Q120 – A prestação de serviços públicos deve dar-se mediante taxas ou


tarifas justas, que proporcionem a remuneração pelos serviços e garantam o
seu aperfeiçoamento, em atenção ao princípio da modicidade.

RESPOSTA DA QUESTÃO: A questão apresenta a definição correta do princípio da


modicidade, pelo qual os serviços públicos devem ser prestados a preços razoáveis,
ao alcance de seus destinatários. Gabarito: Certa

Q121 – As concessões e permissões de serviços públicos deverão ser


precedidas de licitação, existindo exceções a essa regra.

RESPOSTA DA QUESTÃO: Nos termos do art. 175 da CF, a prestação de serviços


públicos ―incumbe ao Poder Público, na forma da lei, diretamente ou sob regime de
concessão ou permissão, sempre através de licitação‖. Portanto, não existem
exceções à regra de que as concessões e permissões devem ser contratadas
mediante prévio procedimento licitatório (concessões = concorrência; permissões =
qualquer modalidade). Em outras palavras, não existem hipóteses de dispensa para a
contratação de concessões e permissões (a doutrina, contudo, admite a
inexigibilidade, quando a competição for inviável). Gabarito: Errado

Q122 – Se, na execução do serviço público, a concessionária causar prejuízo


a terceiros, o poder concedente deverá responder objetivamente pelo dano,
ressarcindo integralmente o lesado.

RESPOSTA DA QUESTÃO: A responsabilidade primária pelos prejuízos causados a


terceiros na execução do serviço público é da própria concessionária, e não do poder
concedente. Assim, a concessionária é que deverá responder objetivamente pelo
dano, independentemente de dolo ou culpa, ressarcindo integralmente o lesado.
Gabarito: Errado

Q123 – Para a configuração da responsabilidade civil do Estado, é irrelevante


licitude ou a ilicitude do ato lesivo.
Embora a regra seja a de que os danos indenizáveis derivam de condutas
contrárias ao ordenamento jurídico, há situações em que a administração
pública atua em conformidade com o direito e, ainda assim, produz o dever
de indenizar.

RESPOSTA DA QUESTÃO: Para configurar a responsabilidade civil do Estado, o


agente causador do prejuízo a terceiros deve ter agido na qualidade de agente
público, sendo irrelevante o fato de ele atuar dentro, fora ou além de sua
competência legal, nem mesmo se o ato foi culposo ou doloso. Não importa, portanto,
perquirir se a atuação do agente foi lícita ou ilícita, uma vez que essa atuação – legal
ou ilegal – é imputada ao órgão ou entidade cujos quadros ele integra.

Por exemplo, o agente da Administração, ao realizar a manutenção dos bueiros da


cidade, pode esquecer a tampa de um deles aberta e, com isso, provocar estragos
num veículo particular que transitar sobre o local. Nessa hipótese, mesmo que o fato
de deixar a tampa do bueiro aberta não caracterize um ato ilícito do agente público,
ainda assim a Administração deverá indenizar o particular. Gabarito: Certo

Q124 - A responsabilidade do Estado por danos causados por fenômenos da


natureza é do tipo subjetiva.

RESPOSTA DA QUESTÃO: Nos danos decorrentes de caso fortuito ou força maior –


como se pode classificar os fenômenos da natureza – sem que haja conduta
comissiva da Administração Pública, esta somente será responsabilizada caso se
comprove que a adequada prestação do serviço estatal obrigatório teria evitado ou
reduzido o resultado danoso. Nesses casos, a responsabilidade do Estado, se houver,
é subjetiva, baseada na teoria da culpa administrativa. Gabarito: Certo

Q125 - Um paciente internado em hospital público de determinado estado da


Federação cometeu suicídio, atirando-se de uma janela próxima a seu leito,
localizado no quinto andar do hospital. Com base nessa situação hipotética,
fica excluída a responsabilidade do Estado, por ter sido a culpa exclusiva da
vítima, sem possibilidade de interferência do referido ente público.

RESPOSTA DA QUESTÃO: O entendimento acerca da responsabilidade civil pelo


suicídio de pessoas sob a guarda do Estado não é uniforme na jurisprudência. As
decisões variam a depender do caso concreto. Afinal, o suicídio é ou não é um caso
de culpa exclusiva da vítima??

No caso de suicídio envolvendo paciente internado em hospital público, o STF já se


manifestou que a responsabilidade extracontratual do Estado fica excluída pela culpa
exclusiva da vítima.

Daí, portanto, o gabarito da questão. Diversa, a meu ver, seria a situação em que a
tendência suicida do paciente pudesse ser diagnosticada a priori, caso em que caberia
ao Estado se acautelar das providências necessárias, para impedir que o internado
lograsse tirar a própria vida. Mas esse não foi o caso. Quanto ao suicídio de detento
em estabelecimento prisional, o STF possui outra posição, reconhecendo a
responsabilidade civil objetiva do Estado.
Em geral, quando se trata do suicídio de detentos, a jurisprudência tem reconhecido a
responsabilidade objetiva do Estado, não admitindo a exclusão da responsabilidade
por culpa exclusiva da vítima.

Enfim, percebe-se que existem na jurisprudência posições diversas e exatamente


opostas em relação à responsabilidade civil do Estado na hipótese de suicídio de
pessoas sujeitas à sua guarda. Por isso, considero que é possível afirmar que o
suicídio, por si só, não caracteriza culpa exclusiva da vítima; deve-se analisar as
demais circunstâncias que envolvem o caso, especialmente a previsibilidade da
conduta do suicida, para concluir se há ou não responsabilidade do Estado. A não ser
no caso dos detentos, em que a orientação jurisprudencial tende a ser pela
responsabilidade objetiva do Estado, não existe uma regra única a ser seguida na
prova. Cabe ao candidato analisar todas as informações presentes na questão –
especialmente os elementos subjacentes, e não apenas o suicídio em si – para decidir
qual a melhor resposta. Gabarito: Certo

Q126 - Aplica-se a prescrição quinquenal no caso de ação regressiva


ajuizada por autarquia estadual contra servidor público cuja conduta
comissiva tenha resultado no dever do Estado de indenizar as perdas e danos
materiais e morais sofridos por terceiro.

RESPOSTA DA QUESTÃO: As ações de ressarcimento ao erário, como é o caso das


ações regressivas, são imprescritíveis. Sobre o tema, o doutrinador Carvalho Filho
ensina que a imprescritibilidade alcança apenas as pessoas jurídicas de direito
público, ou seja, as pessoas federativas, as autarquias e fundações autárquicas, não
atingindo as empresas estatais, pessoas de direito privado.

Também não atinge as delegatárias de serviço público, pois o dispositivo


constitucional trata das ações de ressarcimento ao erário. Para essas entidades,
aplica-se o prazo prescricional de três anos do Código Civil. Gabarito: Errado

Q127 - O servidor que, por descumprimento de seus deveres funcionais,


causar dano ao erário, ficará obrigado ao ressarcimento, em ação regressiva.

RESPOSTA DA QUESTÃO: O servidor responde civil, penal e administrativamente


pelo exercício irregular de suas atribuições. Nos termos do art. 122 da Lei
8.112/1990, ―a responsabilidade civil decorre de ato omissivo ou comissivo, doloso ou
culposo, que resulte em prejuízo ao erário ou a terceiros‖. Assim, na hipótese de um
ato do servidor causar dano ao erário, ele responderá na esfera civil diretamente,
ficando obrigado ao ressarcimento. A ação regressiva ocorre para os casos de danos a
terceiros, daí o erro. Gabarito: Errado

Q128 - Incidirá a responsabilidade civil objetiva do Estado quando, em


processo judicial, o juiz, dolosamente, retardar providência requerida pela
parte.

RESPOSTA DA QUESTÃO: À época da prova, vigorava o CPC antigo, o qual


estabelecia que, quando o juiz, dolosamente, retardasse providência requerida pela
parte, incidiria a responsabilidade pessoal subjetiva do magistrado, ou seja, não seria
o Estado quem deveria pagar a indenização ao prejudicado, e sim o próprio juiz.
Porém, o novo CPC modificou essa regra: a partir de agora, na hipótese de conduta
dolosa do magistrado que venha a causar prejuízo à parte ou a terceiro, incide a
responsabilidade civil objetiva do Estado, assegurado o direito de regresso contra o
juiz. Assim, vamos atualizar o gabarito original da questão. Gabarito: Certo

Q129 - No caso de responsabilidade civil do Estado, por dano causado a


outrem, cabe ação regressiva, contra o agente causador, que tenha agido
culposa ou dolosamente, mas constitui requisito essencial para tanto, ter
havido

a) ajuizamento de ação pelo paciente, cobrando indenização do dano.


b) condenação do Estado a indenizar o paciente.
c) reconhecimento de culpa ou dolo, por parte do agente.
d) prova produzida pelo paciente, de culpa ou dolo do agente.
e) recusa do agente em assumir o ônus da reparação desse dano.

RESPOSTA DA QUESTÃO: Para entrar com a ação de regresso contra o agente, a


pessoa jurídica (entidade pública ou delegatária de serviços públicos) deverá
comprovar que já foi condenada judicialmente a indenizar o particular que sofreu o
dano. Isso porque o direito de regresso nasce com o trânsito em julgado da decisão
condenatória prolatada na ação de indenização. Portanto, pode-se afirmar que o
requisito essencial para a ação regressiva é a condenação do Estado a indenizar o
paciente (opção ―b‖). Perceba que o ―reconhecimento de culpa ou dolo, por parte do
agente‖ (opção ―c‖) não é propriamente requisito para a propositura da ação
regressiva, e sim para a condenação do agente nessa ação. Gabarito: alternativa ―b‖

Q130 - Em relação ao tema da Responsabilidade Civil do Estado, analise as


questões a seguir, identificando se são verdadeiras (V) ou falsas (F).
Após a análise das opções, assinale aquela que apresenta a sequência
correta.

( ) Segundo a posição majoritária da doutrina administrativista, o fato de ser


atribuída responsabilidade objetiva a pessoa jurídica não significa exclusão
do direito de agir diretamente contra aquele agente do Poder Executivo que
tenha causado o dano.

( ) O cidadão prejudicado pelo evento danoso poderá mover ação contra


pessoa jurídica de direito público e contra o agente do Poder Executivo
responsável pelo fato danoso em litisconsórcio facultativo, já que são eles
ligados por responsabilidade solidária.

( ) Como a responsabilidade do agente causador do dano acompanha a


responsabilização do Estado, será cabível ação de regresso quando o Estado
houver sido responsabilizado objetivamente ainda que o agente não tenha
agido com dolo ou culpa.

( ) São imprescritíveis as ações de ressarcimento ao Erário movidas pelo


Estado contra seus servidores que tenham praticado ilícitos dos quais
decorram prejuízos aos cofres públicos.

a) V, V, V, V
b) F, V, V, V
c) V, F, V, V
d) V, V, F, V
e) V, V, V, F

RESPOSTA DA QUESTÃO: Vamos analisar cada alternativa:


a) VERDADEIRA. Nessa questão, a banca pediu o posicionamento da doutrina que,
nesse tema, difere do entendimento do Supremo Tribunal Federal (STF). Com efeito,
para o STF, é apenas a pessoa jurídica quem deve figurar no polo passivo da ação
judicial de indenização movida pelo particular, e não o agente público; este somente
responderá a posteriori, na ação regressiva proposta pela própria pessoa jurídica.
Diversamente, para a doutrina, o fato de ser atribuída responsabilidade objetiva à
pessoa jurídica não significa exclusão do direito de agir diretamente contra o agente
que tenha causado o dano. Por exemplo, para o autor Celso Antônio Bandeira de
Mello, a vítima pode propor ação de indenização contra o agente, contra o Estado ou
contra ambos, como responsáveis solidários, no caso de dolo ou culpa. A mesma
posição perfilha Maria Sylvia Di Pietro. Daí, portanto, o gabarito.

b) VERDADEIRA. Trata-se do mesmo entendimento doutrinário comentado na


alternativa anterior. Lembrando que, para o STF, diversamente do que prega a
doutrina, nem mesmo o litisconsórcio é possível (ou seja, a pessoa jurídica e o agente
público não podem figurar conjuntamente no polo passivo da ação de reparação); ao
ver da Suprema Corte, quem deve responder na ação de indenização é apenas a
pessoa jurídica.

c) FALSA. O erro está na parte final. Com efeito, o agente público somente será
responsabilizado na ação de regresso caso tenha agido com dolo ou culpa.
d) VERDADEIRA. São imprescritíveis as ações de ressarcimento ao erário movidas
pelo Estado contra seus agentes, servidores ou não, que tenham praticado atos
ilícitos. Os ilícitos prescreverão, mas não as ações de ressarcimento.

É o que prevê o art. 37, §5º da CF:


§ 5º - A lei estabelecerá os prazos de prescrição para ilícitos praticados por qualquer
agente, servidor ou não, que causem prejuízos ao erário, ressalvadas as respectivas
ações de ressarcimento. Gabarito: alternativa ―d‖

Q131 - A responsabilidade civil das pessoas jurídicas de direito privado


prestadoras de serviço público é objetiva em relação aos usuários, bem como
em relação a terceiros não usuários do serviço público.

RESPOSTA DA QUESTÃO:
Questão correta.

Q133 - Em decorrência do princípio da continuidade do serviço público,


admite-se que o poder concedente tenha prerrogativas contratuais em
relação ao concessionário. Uma dessas prerrogativas é a possibilidade de
encampação do serviço, quando necessária à sua continuidade.
RESPOSTA DA QUESTÃO:
A encampação é a retomada do serviço público mediante o interesse público.

Q134 – A rescisão unilateral de concessão de serviço público por razão de


inadimplemento contratual é denominada:
a) reversão.
b) avocação.
c) encampação.
d) intervenção.
e) caducidade.
RESPOSTA DA QUESTÃO:
Lei 8.987/95: Art.38 §2º- A declaração da caducidade da concessão deverá ser
precedida da verificação da inadimplência da concessionária em processo
administrativo, assegurado o direito de ampla defesa. Caducidade. E.

Q135 – Encampação é a retomada do serviço pelo poder concedente durante


o prazo da concessão por motivo de interesse público, mediante Decreto do
Poder Executivo e pagamento prévio de indenização.
RESPOSTA DA QUESTÃO:
A encampação ocorre mediante lei autorizativa específica, e não mediante Decreto do
Poder Executivo (Lei 8.987, art. 37). Errada.
Q136 – A pessoa política a quem a Constituição e a lei atribuem a
titularidade do serviço deve exercer a fiscalização das atividades
desempenhadas. A falta de fiscalização por parte do poder concedente induz
a atenuação da responsabilidade do concessionário de indenizar por
prejuízos causados aos usuários ou a terceiros.
RESPOSTA DA QUESTÃO:
Conforme o art. 25 da Lei 8.987, a fiscalização exercida pelo órgão competente não
exclui ou atenua a responsabilidade da concessionária pelos prejuízos causados aos
usuários ou a terceiros.
Q137 – Caso a concessionária contrate com terceiros o desenvolvimento de
atividades inerentes, acessórias ou complementares ao serviço concedido,
fica configurada a subconcessão.
RESPOSTA DA QUESTÃO:
A subconcessão ocorre quando há a transferência parcial da execução do próprio
serviço público concedido, e não de meras atividades acessórias ou complementares.
Q138 – Enquanto a permissão de serviço público, diante de sua
precariedade, ocorre necessariamente por prazo determinado, a concessão
pode ocorrer por prazo indeterminado.
RESPOSTA DA QUESTÃO: A concessão não pode ocorrer por prazo indeterminado;
embora a Lei 8.987/1995 não fixe prazos máximos e mínimos, ela exige que
contratos de concessão prevejam o seu prazo de duração (segundo o art. 23 da lei, o
prazo da concessão é cláusula essencial nos contratos). Errada.
Q139 – Naquilo que diz respeito à extinção do contrato de concessão de
serviço público, correlacione as colunas abaixo e assinale a opção que
contemple a correlação correta.

(1) Retomada do serviço, por motivo de interesse público.


(2) Retomada do serviço, por inexecução total ou parcial do contrato por parte da
concessionária.
(3) Extinção do contrato, por descumprimento de normas contratuais pelo
concedente.

( ) caducidade;
( ) encampação;
( ) rescisão.

a) 3 / 1 / 2
b) 2 / 3 / 1
c) 1 / 2 / 3
d) 2 / 1 / 3
e) 3 / 2 / 1

RESPOSTA DA QUESTÃO: A correlação correta é a seguinte:


Caducidade: retomada do serviço, por inexecução total ou parcial do
contrato por parte da concessionária.
- Encampação: retomada do serviço, por motivo de interesse público.
- Rescisão: extinção do contrato, por descumprimento de normas
contratuais pelo concedente.
Gabarito: alternativa D

Q140 - Suponha que, extinta a concessão de serviço público em razão do


advento do termo do contrato, o poder concedente tenha decidido que os
bens afetos ao serviço público, de propriedade do concessionário, seriam
incorporados ao poder público. Nessa situação, considerando-se o disposto
na Lei n.º 8.987/1995, o instituto utilizado pelo poder concedente para
incorporar os bens do concessionário ao patrimônio público denomina-se

a) apropriação.
b) reversão.
c) encampação.
d) caducidade.
e) intervenção.

RESPOSTA DA QUESTÃO: O instituto utilizado pelo poder concedente para


incorporar os bens do concessionário ao patrimônio público denomina-se reversão
(opção ―b‖). Lembrando que a reversão só atinge os bens especificados no contrato
de concessão e ocorre em todas as formas de extinção do contrato, e não apenas no
advento do termo contratual.
Gabarito: alternativa ―b‖

Q141 - Com base no princípio da autotutela, e em qualquer tempo, a


administração pública tem o poder-dever de rever seus atos quando estes
estiverem eivados de vícios.

RESPOSTA DA QUESTÃO: No caso de atos dos quais decorram efeitos favoráveis


aos administrados, o poder de autotutela da Administração se sujeita ao prazo
decadencial de cinco anos, previsto na Lei 9.784/99; nesse caso, portanto, a revisão
não poderá ocorrer a qualquer tempo, daí o erro. Gabarito: Errado

Q142 - O cidadão que denuncie ilegalidades e condutas abusivas praticadas


por determinado servidor do TJDFT no exercício da função pública, mesmo
não sendo diretamente afetado pela irregularidade perpetrada, deve fazê-lo
por meio do instituto da reclamação.

RESPOSTA DA QUESTÃO: O instrumento adequado para se fazer denúncias sobre


irregularidades internas ou condutas abusivas da Administração Pública é a
representação. Portanto, o quesito erra ao apontar que o instituto adequado seria a
reclamação. A reclamação, por seu turno, é utilizada quando se quer manifestar
discordância de algum ato praticado pela Administração que tenha afetado o interesse
do reclamante. Ficamos assim, então: na representação, o interesse do administrado
não necessariamente está em jogo (ele apenas denuncia alguma irregularidade de
que tem conhecimento); já na reclamação, o interesse individual do administrado
está presente. Gabarito: Errado

Q143 - O recurso hierárquico impróprio é aquele dirigido a autoridade


integrante de pessoa jurídica diversa daquele de onde se originou o ato
impugnado, a exemplo do recurso endereçado ao Ministério contra ato
praticado por uma autarquia a ele vinculada, desde que exista previsão legal.

RESPOSTA DA QUESTÃO:
Recursos hierárquicos impróprios, por sua vez, são interpostos a órgão ou autoridade
que não possui relação hierárquica com a autoridade ou órgão que editou o ato objeto
de impugnação. Por não ser decorrente de hierarquia, o recurso impróprio só é
cabível se previsto expressamente em lei. Correta a questão.

Q144 - Nos termos previstos na Constituição Federal, os responsáveis pelo


controle interno, ao tomarem conhecimento de qualquer irregularidade ou
ilegalidade, dela darão ciência ao Tribunal de Contas, sob pena de

a) demissão a bem do serviço público.


b) responsabilidade subsidiária.
c) responsabilidade solidária.
d) exoneração.
e) suspensão.

RESPOSTA DA QUESTÃO: Nos termos do art. 74, §1º da CF, os responsáveis pelo
controle interno que não derem ciência ao Tribunal de Contas acerca de qualquer
irregularidade ou ilegalidade de que tenham conhecimento, estarão sujeitos a
responsabilidade solidária:

§ 1º - Os responsáveis pelo controle interno, ao tomarem conhecimento de qualquer


irregularidade ou ilegalidade, dela darão ciência ao Tribunal de Contas da União, sob
pena de responsabilidade solidária.

Quer dizer que os servidores do controle interno responderão pela irregularidade ou


ilegalidade em igualdade de condições com a pessoa que a cometeu. Vale ressaltar
que a responsabilidade solidária não livra o servidor de outras punições
administrativas, inclusive as citadas no quesito (demissão, suspensão ou
exoneração), conforme venha a ser apurado em processo administrativo, se for o
caso. Todavia, o que interessa para a questão é o que está previsto no mencionado
dispositivo constitucional. Alternartiva ―c‖
Q145 - De acordo com a Lei Orgânica do TCDF, é de competência desse
tribunal julgar as contas do governador do DF e elaborar relatório sintético a
esse respeito, emitindo parecer definitivo, no qual o conselheiro relator —
antes de se pronunciar sobre o mérito das contas — ordena a citação dos
responsáveis.

RESPOSTA DA QUESTÃO: Por simetria com o disposto na Constituição Federal, o


julgamento das contas dos Chefes do Poder Executivo nas demais esferas de governo
compete ao Poder Legislativo local, após parecer prévio emitido pelo Tribunal de
Contas competente. No caso do Distrito Federal, de que trata o comando da questão,
o julgamento das contas do governador compete à Câmara Legislativa do DF e não ao
TCDF, daí o erro. O TCDF, a exemplo do TCU, apenas emite parecer prévio. Gabarito:
Errado

Q146 - Cabe exclusivamente ao Congresso Nacional apreciar e julgar


anualmente as contas de governo, consideradas em seu sentido mais amplo.

RESPOSTA DA QUESTÃO: A exclusividade conferida pela Constituição ao Congresso


Nacional refere-se apenas ao julgamento das contas do Presidente da República (CF,
art. 49, IX). Também as apreciam o TCU, que emite parecer prévio (CF, art. 71, I), e
a Comissão mista de Senadores e Deputados (CMO), que emite parecer, na forma de
projeto de Decreto Legislativo (CF, art. 166, §1º, I). Portanto, a palavra ―apreciar‖
torna o quesito incorreto.
Gabarito: Errado

Q147 - No controle externo da administração financeira e orçamentária, os


tribunais de contas devem realizar o controle prévio dos atos ou contratos da
administração direta ou indireta.

RESPOSTA DA QUESTÃO:
Controle pelo Poder Legislativo ( auxiliado pelo tribunal de contas)
- CONTRATOS : quem susta é o Congresso nacional
- ATOS : susta é o TCU e comunica à camara e senado.

Q148 – Funiversa Delegado 2015 - O TCU não tem competência para sustar
ou anular, por meio de decisão própria, contratos administrativos que foram
firmados com violação à CF ou à lei.

RESPOSTA DA QUESTÃO:
TCU não susta contrato, só ato.

Q149 - Se o ato pendente de decisão administrativa é inoperante, pode


causar lesão ou ameaça de lesão a alguém, que passa a ter legitimação para
se socorrer do Judiciário.

RESPOSTA DA QUESTÃO:
Em que pese "parecer" uma afronta ao princípio constitucional da inafastabilidade da
jurisdição (art. 5º, XXXV, CF), o poder judiciário não tem controle sobre o ato
administrativo, mesmo que pendente, quando este não estiver eivado de ilegalidade.
Assim, não há o que se falar em "legitimação para se socorrer ao judiciário" quando
não houver ilegalidade do ato. Errada.
Q150 - A ação de improbidade que vise ressarcir integralmente o patrimônio
público da lesão ocorrida poderá importar na indisponibilidade dos bens do
servidor que praticou o ato de forma dolosa. No entanto, caso o ato tenha
sido praticado de forma culposa, o servidor não poderá responder
patrimonialmente, uma vez que estará configurada a culpa in eligendo da
administração pública, a contratante.

RESPOSTA DA QUESTÃO: No caso de ato de improbidade que tenha provocado


prejuízo ao erário, a responsabilização do agente pode ocorrer se ele tiver agido com
dolo ou culpa, daí o erro. Por outro lado, nas hipóteses de enriquecimento ilícito e de
violação dos princípios da Administração Pública, a responsabilização por improbidade
administrativa só existe em caso de dolo, mas não de culpa. Gabarito: Errado

Q151 - A comprovação da improbidade administrativa, que poderá ser


declarada tanto pela via judicial quanto por processo administrativo, gera a
perda dos direitos políticos, que somente poderão ser readquiridos por meio
de ação rescisória.

RESPOSTA DA QUESTÃO: A comprovação da improbidade administrativa somente


ocorre com a sentença judicial que julgar procedente a respectiva ação civil pública e
aplicar as devidas penalidades. Portanto, não poderá ser declarada por processo
administrativo, daí o erro. Em especial, a suspensão (e não a perda) dos direitos
políticos só se efetiva com o trânsito em julgado da sentença condenatória (art. 20),
ou seja, depois de esgotadas todas as possibilidades recursais. Errado

Q151 - Em havendo fundados indícios de responsabilidade pela prática de


ato de improbidade, a comissão processante designada pela autoridade
administrativa competente pode, de ofício, decretar o sequestro dos bens do
agente público ou terceiro que tenha causado dano ao patrimônio público.

RESPOSTA DA QUESTÃO: O quesito está errado, pois, nos termos do art. 16 da Lei
8.429/92, ―havendo fundados indícios de responsabilidade, a comissão representará
ao Ministério Público ou à procuradoria do órgão para que requeira ao juízo
competente a decretação do seqüestro dos bens do agente ou terceiro que tenha
enriquecido ilicitamente ou causado dano ao patrimônio público.‖ Ou seja, a comissão
não pode decretar a indisponibilidade de bens de ofício, mas deve representar ao MP
ou à procuradoria do órgão para tanto. Gabarito: Errado

Q152 - Se, após uma operação da Polícia Federal, empreendida para


desarticular uma quadrilha que agia em órgãos públicos, o Ministério Público
Federal ajuizar ação de improbidade administrativa contra determinado
servidor, devido a irregularidades cometidas no exercício da sua função,
mesmo que esse servidor colabore com as investigações, será vedado o
acordo ou a transação judicial.

RESPOSTA DA QUESTÃO: Nas ações por improbidade administrativa é vedada a


transação, acordo ou conciliação (Lei 8.429/92, art. 17, §1º). Gabarito: Certo

Q153 - Maristela, Diretora de órgão público federal, frustrou a licitude de


concurso público e, em outra oportunidade, frustrou a licitude de
procedimento licitatório. Em razão do exposto, foi processada por
improbidade administrativa pelo Ministério Público Federal. A propósito dos
fatos narrados e desde que preenchidos os demais requisitos legais previstos
na Lei nº 8.429/1992:

a) o dolo é indispensável para a configuração do ato ímprobo apenas na


primeira conduta.
b) o dolo é indispensável para a configuração do ato administrativo apenas
na segunda conduta.
c) tratam-se de atos ímprobos de mesma natureza, qual seja, atos
atentatórios aos princípios da Administração pública.
d) tratam-se de atos ímprobos de mesma natureza, qual seja, atos que
causam
prejuízo ao erário.
e) o dolo é indispensável para a configuração dos atos ímprobos em ambas
as
condutas.

RESPOSTA DA QUESTÃO: Frustrar a licitude de concurso público é uma conduta


listada na Lei 8.429/92 como ato de improbidade que atenta contra os princípios da
Administração Pública (art. 11, V). Logo, para a configuração do ato de improbidade,
é necessária a presença de dolo, e não apenas de culpa.
Por outro lado, a Lei 8.429/92 considera que frustrar a licitude de procedimento
licitatório é um ato de improbidade que causa prejuízo ao erário (art. 10, VIII). Logo,
pode ser configurado se houver dolo ou culpa. Gabarito: alternativa ―a‖.

Q154 - A decretação de indisponibilidade de bens em decorrência da


apuração de atos de improbidade administrativa deve limitar-se aos bens
necessários ao ressarcimento integral do dano, somente sendo passíveis de
constrição os bens adquiridos posteriormente ao fato ímprobo.

RESPOSTA DA QUESTÃO:
STJ: A medida constritiva de indisponibilidade de bens recai sobre os bens
necessários ao ressarcimento integral do dano, ainda que adquiridos anteriormente
ao ato de improbidade.

Q155 - A aplicação das sanções previstas na Lei de Improbidade


Administrativa independe da aprovação ou rejeição das contas pelo órgão de
controle interno ou pelo Tribunal ou Conselho de Contas.

RESPOSTA DA QUESTÃO:
Questão correta, letra da lei.
Art. 21. A aplicação das sanções previstas nesta lei independe:
I - da efetiva ocorrência de dano ao patrimônio público, salvo quanto à pena de
ressarcimento;
II - da aprovação ou rejeição das contas pelo órgão de controle interno ou pelo
Tribunal ou Conselho de Contas

Q156 - No caso de enriquecimento ilícito, o agente público beneficiário


somente perderá os bens adquiridos até o limite do valor do dano causado ao
patrimônio público.

RESPOSTA DA QUESTÃO:
De acordo com o art. 6º da Lei 8.429/92, ―no caso de enriquecimento ilícito, perderá
o agente público ou terceiro beneficiário os bens ou valores acrescidos ao seu
patrimônio‖. Ou seja, na hipótese de enriquecimento ilícito, o limite do ressarcimento
são os bens e valores acrescidos ao patrimônio do agente ou do terceiro, e não o
valor do dano causado ao patrimônio público.

Q157 - A indisponibilidade de bens restringe-se aos adquiridos com o


produto do enriquecimento ilícito.

RESPOSTA DA QUESTÃO:
A afirmativa se refere a esta última hipótese, qual seja, enriquecimento ilícito. Como
se percebe, a Lei determina que a indisponibilidade deve corresponder ao valor do
―acréscimo patrimonial‖ resultante do enriquecimento ilícito, e não apenas sobre os
bens adquiridos. Com efeito, o agente pode não destinar todo o produto do
enriquecimento ilícito para a aquisição de bens (ele pode, por exemplo, deixar uma
parte aplicada em investimentos financeiros ou até mesmo debaixo do colchão). No
caso, a indisponibilidade também deve recair sobre esses recursos não utilizados na
aquisição de bens. Questão Errada.

Q158 - Analise as assertivas abaixo relativas à improbidade administrativa,


nos termos da Lei n. 8.429/92, assinalando a correta.

a) O Ministério Público não é parte legítima para promover ação civil pública
visando o ressarcimento do dano ao erário público.
b) Uma sanção prevista na Lei n. 8.429/92 é a multa civil.
c) Será punido com a pena de suspensão o agente público que se recusa a
prestar declaração dos bens, dentro do prazo determinado, ou que a prestar
falsamente.
d) A ação de improbidade terá o rito sumário.
e) Não é possível o pedido de sequestro dos bens do agente público.

RESPOSTA DA QUESTÃO:
a) ERRADA. O Ministério Público, juntamente com a pessoa jurídica interessada, é sim
parte legítima para promover ação civil pública visando ao ressarcimento do dano ao
erário. É o que prevê o art. 17 da Lei 8.429/92:
Art. 17. A ação principal, que terá o rito ordinário, será proposta pelo Ministério
Público ou pela pessoa jurídica interessada, dentro de trinta dias da efetivação da
medida cautelar.
b) CERTA. A multa civil, de fato, está prevista no art. 12, incisos I, II e III da Lei
8.429/92 como uma das sanções aplicáveis nas ações de improbidade administrativa.
c) ERRADA. Nos termos do art. 13, §3º da Lei 8.429/92, o agente público que se
recusar a prestar declaração dos bens, dentro do prazo determinado, ou que a
prestar falsamente será punido com a pena de demissão, e não de suspensão.
d) ERRADA. Nos termos do art. 17 da Lei 8.429/92, a ação de improbidade terá o rito
ordinário, e não o rito sumário.
e) ERRADA. O pedido de sequestro dos bens do agente público é possível, conforme
preconiza o art. 16 da Lei 8.429/92. O sequestro de bens é uma medida cautelar,
decretada pelo juiz após requerimento do Ministério Público ou da procuradoria do
órgão ou entidade em que esteja tramitando o processo administrativo. O sequestro
visa a garantir uma futura execução dos bens do agente ou terceiro que tenha
enriquecido ilicitamente ou causado dano material ao patrimônio público.
Q159 - (Cespe – MP/ES – Promotor de Justiça 2010) Com referência à
improbidade administrativa, tendo em vista o disposto na Lei n.º
8.429/1992, assinale a opção correta.

a) A aplicação das sanções previstas na Lei de Improbidade depende da efetiva


ocorrência de dano ao patrimônio público.
b) A ação de improbidade, quando proposta pelo MP, há que ser obrigatoriamente
precedida de inquérito civil público.
c) As ações de improbidade devem ser propostas no prazo de cinco anos, contados da
prática do ilícito que enseje sua propositura.
d) A autoridade judicial ou administrativa competente poderá determinar o
afastamento do agente público do exercício do cargo, emprego ou função, sem
prejuízo da remuneração, quando a medida se fizer necessária à instrução processual.
e) Não sendo a ação de improbidade proposta pelo MP, terá ele a opção de atuar, ou
não, no processo, a critério de seu representante.

RESPOSTA DA QUESTÃO: Vamos analisar cada alternativa, à luz da Lei 8.429/92:

(a) Errada, pois a aplicação das sanções previstas na Lei de Improbidade independe
da efetiva ocorrência de dano ao patrimônio público (art. 21, I).
(b) Errada, pois a Lei de Improbidade não prevê tal obrigatoriedade. A Lei dispõe,
contudo, que o MP, de ofício, a requerimento de autoridade administrativa ou
mediante representação formulada por qualquer pessoa, poderá requisitar a
instauração de inquérito policial ou procedimento administrativo (art. 22).
(c) Errada, pois o prazo prescricional previsto na Lei de Improbidade é de cinco anos
contados após o término do exercício de mandato, de cargo em comissão ou de
função de confiança. Nos casos de exercício de cargo efetivo ou emprego, o prazo
prescricional é o previsto em lei específica para faltas disciplinares puníveis com
demissão a bem do serviço público (art. 23).
(d) Certa, nos exatos termos do art. 20, parágrafo único da Lei 8.429/92. Perceba
que o afastamento cautelar pode ser determinado tanto pela autoridade
administrativa quanto pela judicial. Ademais, o afastamento ocorre sem prejuízo da
remuneração do agente.
(e) Errada, pois se ação de improbidade não for proposta pelo MP, este
obrigatoriamente terá de atuar como fiscal da lei, sob pena de nulidade (art. 17,
§4º).
Gabarito: alternativa ―d‖

Q160 - Responde subjetivamente por danos causados a terceiros:

a) a permissionária prestadora de serviço público.


b) a autarquia.
c) a concessionária prestadora de serviço público.
d) o ente da administração direta.
e) o servidor público.

RESPOSTA DA QUESTÃO:
A responsabilidade civil do servidor público por dano causado a terceiros, no exercício
de suas funções, ou à própria administração, é subjetiva, razão pela qual se faz
necessário, em ambos os casos, comprovar que ele agiu de forma dolosa ou culposa
para que seja diretamente responsabilizado. Gab: Letra E.
DP - DIREITO PENAL

Q1 (FCC – 2014 – TRF3 – ANALISTA JUDICIÁRIO)

Dentre as ideias estruturantes ou princípios abaixo, todos especialmente


importantes ao direito penal brasileiro, NÃO tem expressa e literal
disposição constitucional o da:

a) legalidade.
b) proporcionalidade.
c) individualização.
d) pessoalidade.
e) dignidade humana.

RESPOSTA DA QUESTÃO: Dentre os princípios elencados pela questão, apenas o


princípio da proporcionalidade não está expressamente previsto na Constituição
Federal, embora possa ser extraído de forma implícita.
Os demais encontram previsão no art. 5º, cap ut e incisos XLVI, XLV e art. 1º, III da
Constituição.
Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA É A LETRA B.

Q2 - "A terrível humilhação por que passam familiares de presos ao


visitarem seus parentes encarcerados consiste na obrigação de ficarem nus,
de agacharem diante de espelhos e mostrarem seus órgãos genitais para
agentes públicos. A maioria que sofre esses procedimentos é de mães,
esposas e filhos de presos. Até mesmo idosos, crianças e bebês são
submetidos ao vexame. É princípio de direito penal que a pena não
ultrapasse a pessoa do condenado".

Além da ideia de dignidade humana, por esse trecho o inconformismo do


autor, recentemente publicado na imprensa brasileira, sustenta-se mais
diretamente também no postulado constitucional da

a) individualização.
b) fragmentariedade.
c) pessoalidade.
d) presunção de inocência.
e) legalidade.

RESPOSTA DA QUESTÃO: O texto do autor está relacionado ao princípio da


PERSONALIDADE da pena, ou da PESSOALIDADE DA PENA (Ou, ainda,
INTRANSCENDÊNCIA da pena), segundo o qual a pena não passará da pessoa do
apenado.
É claro que, pelo relato do texto, a pena em si não está sendo aplicada aos familiares.
Contudo, embora quem cumpra pena seja o infrator, é aplicada aos seus familiares
toda uma situação de flagelo e humilhação, como se o sofrimento excessivo fosse
deliberadamente imposto aos parentes do infrator.

Além disso, o texto é claro ao final ao dizer: ―É princípio de direito penal que a pena
não ultrapasse a pessoa do condenado‖, o que evidencia a relação com o princípio da
pessoalidade da pena. Portanto, A ALTERNATIVA CORRETA É A LETRA C.
Q3 – (FCC - 2013 - MPE-SE - ANALISTA - DIREITO) A ideia de insignificância
penal centra-se no conceito:

a) formal de crime.
b) material de crime.
c) analítico de crime.
d) subsidiário de crime.
e) aparente de crime.

RESPOSTA DA QUESTÃO: O princípio da insignificância afasta a configuração da


tipicidade material, ou seja, a conduta, embora FORMALMENTE seja típica (adequada
perfeitamente ao tipo penal), não é capaz de ofender minimamente o bem jurídico
que se busca tutelar.

Q4 – O postulado da fragmentariedade em matéria penal relativiza

a) a proporcionalidade entre o fato praticado e a consequência jurídica.


b) a dignidade humana como limite material à atividade punitiva do Estado.
c) o concurso entre causas de aumento e diminuição de penas.
d) a função de proteção dos bens jurídicos atribuída à lei penal.
e) o caráter estritamente pessoal que decorre da norma penal.

RESPOSTA DA QUESTÃO: A fragmentariedade estabelece que, embora existam


diversos bens jurídicos dignos de proteção pelo Estado, nem todos serão tutelados
pelo Direito Penal, mas somente aqueles mais relevantes.

Assim, ela relativiza a função de proteção de bens jurídicos atribuída à lei


penal. Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA É A LETRA D.

Q5 – O princípio da humanidade das penas está consagrado na Constituição


Federal.

RESPOSTA DA QUESTÃO:
Tal princípio está previsto no art. XLVII da CRFB/88, sendo também conhecido como
―princípio da limitação das penas‖:

Art. 5º (...)
XLVII - não haverá penas:
a) de morte, salvo em caso de guerra declarada, nos termos do art. 84, XIX;
b) de caráter perpétuo;
c) de trabalhos forçados;
d) de banimento;
e) cruéis;

Questão correta.

Q6 – O princípio, segundo o qual se afirma que o Direito Penal não é o único


controle social formal dotado de recursos coativos, embora seja o que
disponha dos instrumentos mais enérgicos, é reconhecido pela doutrina
como princípio da
a) lesividade.
b) intervenção mínima.
c) fragmentariedade.
d) subsidiariedade.
e) proporcionalidade.

RESPOSTA DA QUESTÃO: O item correto é a letra D. O princípio da subsidiariedade


dispõe que o Direito Penal somente deverá atuar quando todos os demais ramos do
Direito forem insuficientes para salvaguardar o bem jurídico que se pretende tutelar,
exatamente por ser o mais enérgico e, portanto, o mais agressivo ao cidadão.

Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA É A LETRA D.


Q7 – O princípio de intervenção mínima do Direito Penal encontra expressão
nos princípios da fragmentariedade e da subsidiariedade.

RESPOSTA DA QUESTÃO:
Questão correta.

Q8 – De acordo com o que dispõe a Constituição Federal, é crime inafiançável


e imprescritível:

a) o estupro.
b) a tortura.
c) o terrorismo.
d) o racismo.
e) o crime hediondo.

RESPOSTA DA QUESTÃO: A CRFB/88 estabelece como crime inafiançável e


imprescritível o RACISMO. Letra D

Q9 – (FUNIVERSA – 2013 – PM/DF – SOLDADO COMBATENTE)


Sentença penal condenatória determinou a aplicação da sanção de pena
privativa de liberdade ao réu e a decretação do perdimento de bens que, nos
termos da lei, acabaram por afetar seus familiares, exatamente no montante
do patrimônio transferido pelo réu. Considerando essa situação hipotética e
os princípios constitucionais que regem o Direito Penal, assinale a
alternativa
correta.

(A) A imposição da pena privativa de liberdade ao réu e não a seus familiares, que
não praticaram crime, corresponde à aplicação integral do princípio constitucional da
individualização da pena.
(B) A imposição do perdimento de bens aos familiares do condenado acabou por não
observar o princípio constitucional da personalidade ou responsabilidade pessoal.
(C) A extensão dos efeitos da condenação, com a decretação do perdimento de bens,
afetando os familiares do condenado não poderia ocorrer, em virtude da necessidade
de se observar o princípio constitucional da legalidade estrita.
(D) O fato de a pena privativa de liberdade ter atingido apenas a pessoa do
condenado com extensão, aos familiares, da obrigação de reparar o dano, atende
integralmente o que prescreve o princípio constitucional da personalidade ou
responsabilidade pessoal.
(E) O princípio da personalidade ou da responsabilidade pessoal é um princípio
implícito na Constituição Federal vigente.

RESPOSTA DA QUESTÃO: O princípio da personalidade, da responsabilidade pessoal


ou da intranscendência da pena (qualquer destes nomes serve!) está expresso na
Constituição Federal. Vejamos:

Art. 5º (...)
XLV - nenhuma pena passará da pessoa do condenado, podendo a obrigação
de reparar o dano e a decretação do perdimento de bens ser, nos termos da
lei, estendidas aos sucessores e contra eles executadas, até o limite do valor
ansferido aos herdeiros) para o cumprimento da decisão de perdimento
de bens ou para a reparação do dano não estão abarcados pela
personalidade da pena. Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA É A LETRA D.

Q10 – A afirmação de que o Direito Penal não constitui um sistema exaustivo


de proteção de bens jurídicos, de sorte a abranger todos os bens que
constituem o universo de bens do indivíduo, mas representa um sistema
descontínuo de seleção de ilícitos decorrentes da necessidade de criminalizá-
los ante a indispensabilidade da proteção jurídico-penal, amolda-se, mais
exatamente,

a) ao conceito estrito de reserva legal aplicado ao significado de taxatividade da


descrição dos modelos incriminadores.
b) à descrição do princípio da fragmentariedade do Direito Penal que é corolário do
princípio da intervenção mínima e da reserva legal.
c) à descrição do princípio da culpabilidade como fenômeno social.
d) ao conteúdo jurídico do princípio de humanidade relacionado ao conceito de Justiça
distributiva.
e) à descrição do princípio da insignificância em sua relativização na busca de mínima
proporcionalidade entre gravidade da conduta e cominação de sanção.

RESPOSTA DA QUESTÃO: Tal afirmação se amolda à descrição do princípio da


fragmentariedade do Direito Penal. O princípio da fragmentariedade do Direito Penal
está relacionado à IMPORTÂNCIA do bem jurídico para a sociedade. Ou seja, o Direito
Penal só poderá tutelar aqueles bens jurídicos especialmente relevantes, cabendo aos
demais ramos do Direito a tutela daqueles bens que não sejam dotados de tamanha
importância social.

Além disso, pelo caráter SUBSIDIÁRIO do Direito Penal, ele só deve tutelar esses
bens jurídicos extremamente relevantes quando não for possível aos demais ramos
do Direito exercer esta tarefa, já que o Direito Penal é um instrumento extremamente
invasivo.

Q11 – Henrique, não aceitando o fim do relacionamento, decide matar Paola,


sua ex-namorada. Para tanto, aguardou na rua a saída da vítima do trabalho
e, após, desferiu-lhe diversas facadas na barriga, sendo estas lesões a causa
eficiente de sua morte. Foi identificado por câmeras de segurança, porém, e
denunciado pela prática de homicídio consumado. Em relação ao crime de
lesão corporal, é correto afirmar que Henrique não foi denunciado com
base no princípio da:
(A) especialidade;
(B) subsidiariedade expressa;
(C) alternatividade;
(D) subsidiariedade tácita;
(E) consunção.

RESPOSTA DA QUESTÃO: No caso em tela, o dolo de Henrique era de MATAR. Em


assim sendo, Henrique deverá responder por homicídio consumado. Todas as
condutas que são consideradas como ―meio‖ para alcançar esta finalidade ficam
ABSORVIDAS pelo crime de homicídio, pelo princípio da consunção. A ALTERNATIVA
CORRETA É A LETRA E.

Q12 – A proscrição de penas cruéis e infamantes, a proibição de tortura e


maus-tratos nos interrogatórios policiais e a obrigação imposta ao Estado de
dotar sua infraestrutura carcerária de meios e recursos que impeçam a
degradação e a dessocialização dos condenados são desdobramentos do
princípio da

a) proporcionalidade.
b) intervenção mínima do Estado.
c) fragmentariedade do Direito Penal.
d) humanidade.
e) adequação social.

RESPOSTA DA QUESTÃO: Tais previsões são decorrências lógicas do princípio da


humanidade, que não se restringe à vedação a determinados tipos de penas
(humanidade das penas), mas se aplica a todo o sistema penal e processual penal.
LETRA D.

Q13 – Assinale a alternativa que apresenta o princípio que deve ser atribuído
a Claus Roxin, defensor da tese de que a tipicidade penal exige uma ofensa
de gravidade aos bens jurídicos protegidos.

a) Insignificância.
b) Intervenção mínima.
c) Fragmentariedade.
d) Adequação social.
e) Humanidade.

RESPOSTA DA QUESTÃO: O princípio que prega que o tipo penal deve exigir uma
ofenda grave ao bem jurídico, não se satisfazendo com uma ofensa irrelevante, é o
princípio da insignificância. O princípio tem origem no Direito Romano, embora tenha
sido feita uma releitura, no século XX, pelo Jurista alemão Claus Roxin. LETRA A.

Q14 – O Estado é a única fonte de produção do direito penal, já que compete


privativamente à União legislar sobre normas gerais em matéria penal,
ressaltando que, excepcionalmente, lei estadual (ou distrital) poderá tratar
sobre questões específicas de Direito Penal, desde que permitido pela União
por meio de lei complementar.

RESPOSTA DA QUESTÃO:
Compete ao Estado (lato sensu), mais precisamente à União, mediante Lei Formal,
legislar sobre direito penal, sendo cabível, excepcionalmente, que lei estadual (ou
distrital) trate sobre questões específicas de Direito Penal, desde que permitido pela
União por meio de lei complementar, nos termos do art. 22, § único da CF/88.
Correta.

Q15 – Sobre a analogia e a interpretação da lei penal, analise as assertivas e


indique a alternativa correta:

I – A analogia consiste em aplicar-se a uma hipótese já regulada por lei uma


disposição mais benéfica relativa a um caso semelhante.
II – Entende-se por analogia o processo de averiguação do sentido da norma
jurídica, valendo-se de elementos fornecidos pela própria lei, através de
método de semelhança.
III – Na interpretação analógica, existe uma norma regulando a hipótese
expressamente, mas de forma genérica, o que torna necessário o recurso à
via interpretativa.
IV – Não se admite o emprego de analogia para normas incriminadoras, uma
vez que não se pode violar o princípio da reserva legal.

(A) apenas as assertivas I e II são verdadeiras.


(B) apenas as assertivas I e III são verdadeiras.
(C) apenas as assertivas II e III são verdadeiras.
(D) apenas as assertivas II e IV são verdadeiras.
(E) apenas as assertivas III e IV são verdadeiras.

RESPOSTA DA QUESTÃO:
I – ERRADA: A analogia consiste em aplicar determinada norma, prevista para uma
determinada hipótese, a um caso por ela não abrangido, mas semelhante, em relação
ao qual não há regulamentação.
II – ERRADA: Item errado, pois esta é a definição da interpretação analógica.
III – CORRETA: Item correto, pois na interpretação analógica não há lacuna na Lei.
Ocorre que, como a Lei não pode prever todas as hipóteses, o dispositivo legal traz
uma fórmula genérica, de maneira que cabe ao intérprete analisar se o caso concreto
se amolda à hipótese exemplificativa trazida pela norma penal.
IV – CORRETA: Item correto, pois é vedada a analogia in malam partem.
Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA É A LETRA E.

Q16 – A norma inserida no art. 7.º, inciso II, alínea "b", do Código Penal -
Ficam sujeitos à lei brasileira, embora cometidos no estrangeiro (...) os
crimes (...) praticados por brasileiro - encerra o princípio

a) da universalidade ou da justiça mundial.


b) da territorialidade.
c) da nacionalidade ou da personalidade ativa.
d) real, de defesa ou da proteção de interesses.

RESPOSTA DA QUESTÃO: Tal norma encerra o princípio da personalidade ativa, ou


princípio da nacionalidade, conforme definição dada pela doutrina penal.
Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA É A LETRA C.
Q17 – Relativamente ao tema da territorialidade e extraterritorialidade,
analise as afirmativas a seguir.

I. Ficam sujeitos à lei brasileira, embora cometidos no estrangeiro os crimes contra a


administração pública, por quem está a seu serviço.
II. Ficam sujeitos à lei brasileira, os crimes praticados em aeronaves ou embarcações
brasileiras, mercantes ou de propriedade privada, quando em território estrangeiro
ainda que julgados no estrangeiro.
III. Ficam sujeitos à lei brasileira, embora cometidos no estrangeiro os crimes contra
o patrimônio da União, do Distrito Federal, de Estado, de Território ou de Município
quando não sejam julgados no estrangeiro.

Assinale:
a) se somente a afirmativa I estiver correta.
b) se somente a afirmativa II estiver correta.
c) se somente a afirmativa III estiver correta.
d) se somente as afirmativas II e III estiverem corretas.
e) se todas as afirmativas estiverem corretas.
RESPOSTA DA QUESTÃO:
I – CORRETA: Item correto, nos termos do art. 7º, I, c do CP.
II – ERRADA: Neste caso, tais embarcações não são consideradas
território nacional por extensão. Assim, somente será aplicada a lei
brasileira caso o delito não seja julgado no país em que ocorreu o crime,
nos termos do art. 7º, II, c do CP.
III – ERRADA: Item errado, pois tais crimes, ainda quando cometidos no
estrangeiro, poderão ser julgados pela lei penal brasileira, ainda que já
tenham sido julgados no estrangeiro, nos termos do art.7º, I, b e §1º do
CP.
Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA É A LETRA A.

Q18 – Embora cometidos no estrangeiro, NÃO ficam sujeitos à lei brasileira


os crimes praticados em aeronaves ou embarcações brasileiras, mercantes
ou de propriedade privada, quando em território estrangeiro e ainda que aí
não sejam julgados.

RESPOSTA DA QUESTÃO:
Essa hipótese é de extraterritorialidade CONDICIONADA, perceba que se NÃO foi
julgado no estrangeiro, sujeitar-se-á o agente à lei brasileira. Errada.

Q19 - A imunidade dos agentes diplomáticos impede o processo, a prisão ou


detenção do agente, não abrangendo o dever de depor como testemunha.

RESPOSTA DA QUESTÃO:
A imunidade dos agentes diplomáticos abrange, inclusive, o direito de se opor a
prestar depoimento como testemunha. Errada.

Q20 – O elemento diferenciador entre o dolo eventual e a culpa consciente é


a previsão concreta e subjetiva do resultado.

RESPOSTA DA QUESTÃO:
Item errado, pois em ambos o agente tem a previsão concreta da possibilidade de
ocorrência do resultado. Contudo, o que distingue ambos é o fato de que no dolo
eventual o agente não se importa com a ocorrência do resultado, enquanto na culpa
consciente o agente acredita piamente que irá conseguir evitar sua ocorrência.

Q21 – O elemento diferenciador entre a culpa consciente e a culpa


inconsciente é a previsibilidade objetiva do resultado.

RESPOSTA DA QUESTÃO:
A previsibilidade OBJETIVA deve estar presente em qualquer delas (possibilidade de
que o resultado fosse previsto pelo agente, ou seja, deve se tratar de um resultado
PREVISÍVEL). O que as diferencia é a previsibilidade SUBJETIVA (efetiva previsão,
pelo agente, da possibilidade de ocorrência do resultado), que só está presente na
culpa consciente.

Q22 – O ordenamento jurídico brasileiro adota o princípio da


excepcionalidade do crime culposo.

RESPOSTA DA QUESTÃO:
Item correto, pois no nosso ordenamento jurídico os crimes culposos são exceção,
somente havendo punição a título de culpa quando a Lei assim expressamente
determinar.

Q23 – IADES - De acordo com o art. 14, inciso II do Código Penal Brasileiro (CPB),
um crime é tentado quando o agente inicia a sua execução e ele só não se realiza por
circunstâncias alheias à vontade do agente.

Considere, hipoteticamente, que Mévio, querendo matar seu desafeto Tício, prostra-
se nas imediações da escola em que ele estuda, aguardando o fim do período de
aulas. Ao vê-lo, Mévio saca um revólver calibre 38 e efetua seis disparos na direção
de Tício, sem, contudo, atingi-lo.

Com base na situação apresentada, é correto afirmar que

a) Mévio não praticou crime algum, pois não atingiu o algoz.


b) conquanto não tenha acertado o desafeto, Mévio praticou o crime de homicídio
tentado, e a referida tentativa é denominada de branca ou cruenta.
c) a tentativa de Mévio pode ser vista como inidônea, posto que a conduta dele
efetivamente criou perigo para a vida de Tício.
d) o caso hipotético descreve o que a doutrina denomina de tentativa perfeita ou
acabada, uma vez que Mévio esgotou o processo de execução, descarregando o
revólver no desafeto, mas não o atingiu por circunstâncias alheias à sua vontade. A
essa tentativa perfeita ou acabada dá-se o nome de crime falho.
e) a tentativa de Mévio foi idônea, conquanto o meio utilizado na empreitada
criminosa tenha sido absolutamente ineficaz, caracterizando hipótese de crime
impossível (CP, art. 17).

RESPOSTA DA QUESTÃO: A questão poderia ter sido anulada. Isso porque a


resposta exige que o candidato saiba quantos projéteis havia na arma do infrator (ou
quantos projéteis uma arma deste calibre comporta). Contudo, desconsiderando tal
fato, a resposta correta é letra D.
Isso porque a questão diz que o agente disparou seis tiros (descarregando, portanto,
o revólver), e que o resultado não se consumou por circunstâncias alheias à vontade
do agente (erro na pontaria). Assim, Mévio responderá pelo crime de homicídio
tentado, sendo modalidade de tentativa PERFEITA (ou acabada), também chamada
de crime falho.

Não se trata de tentativa CRUENTA, mas INCRUENTA (OU BRANCA).


Também não se trata de crime impossível, eis que o resultado poderia, em tese, ter
ocorrido. Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA É A LETRA D.

Q24 – Segundo o previsto no Código Penal, incorrerá na excludente de


ilicitude denominada estado de necessidade aquele que pratica o fato para
salvar de perigo atual, que não provocou por sua vontade, nem podia de
outro modo evitar, direito próprio ou alheio, cujo sacrifício, nas
circunstâncias, era razoável exigir-se.

RESPOSTA DA QUESTÃO:
RESPOSTA DA QUESTÃO: Atua em estado de necessidade aquele que pratica o fato
definido como crime para salvar de perigo atual, que não provocou por sua vontade,
nem podia de outro modo evitar, direito próprio ou alheio, cujo sacrifício, nas
circunstâncias, não era razoável exigir-se, nos termos do art. 24 do CP. Errada.

Q25 – Nos termos do Código Penal considera-se causa do crime a ação ou


omissão sem a qual o resultado não teria ocorrido.

RESPOSTA DA QUESTÃO:
Questão certa.

Q26 – Quando a descrição legal do tipo penal contém o dissenso, expresso


ou implícito, como elemento específico, o consentimento do ofendido
funciona como causa de exclusão da

a) antijuridicidade formal
b) tipicidade.
c) antijuridicidade material.
d) punibilidade do fato.

RESPOSTA DA QUESTÃO: Existem crimes cujo tipo penal prevê, expressa ou


implicitamente, a necessidade de que a conduta seja praticada ―sem autorização‖ ou
―contra a vontade‖, etc. Nestes crimes, se a conduta é praticada ―com autorização‖
ou ―de acordo com a vontade‖, ou seja, com o ―consentimento do ofendido‖, não há
crime, pois há exclusão da tipicidade, já que a ausência do consentimento do
ofendido é um elemento normativo do tipo penal.

Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA É A LETRA B.

Q27 – Conforme o disposto no artigo 14, parágrafo único, do Código Penal,


―Salvo disposição em contrário, pune-se a tentativa com a pena
correspondente ao crime consumado, diminuída de um a dois terços‖.

O critério de diminuição da pena levará em consideração


a) a motivação do crime.
b) a intensidade do dolo.
c) o iter criminis percorrido pelo agente.
d) a periculosidade do agente.
RESPOSTA DA QUESTÃO: A tentativa é punida de forma menos gravosa que o
delito consumado, uma vez que o desvalor do resultado é menor que no
crime consumado. O patamar de redução varia de um a dois terços, devendo
ser utilizado como parâmetro para uma maior ou menor redução da pena o
iter criminis percorrido pelo agente, ou seja, quanto mais próximo da
consumação, menor o patamar de redução. Quanto mais distante da
consumação, maior o patamar de redução. Gab: C

Q28 – (VUNESP – 2002 – SEFAZ-SP – AGENTE FISCAL DE RENDAS)


São causas de exclusão da ilicitude:
a) a legítima defesa, o exercício regular de direito e a coação irresistível.
b) a obediência hierárquica, a coação irresistível e a desistência voluntária.
c) o arrependimento eficaz, o arrependimento posterior e o estrito cumprimento do
dever legal.
d) o estado de necessidade, a obediência hierárquica e a desistência voluntária.
e) o exercício regular de direito, o estrito cumprimento do dever legal e o estado de
necessidade.

RESPOSTA DA QUESTÃO: As causas de exclusão da ilicitude (ou exclusão da


antijuridicidade) estão previstas no art. 23 do CP. Letra E

Q29 – Com relação ao crime culposo, assinale a alternativa correta.

a) Imprudência é uma omissão, uma ausência de precaução em relação ao ato


realizado.
b) Na culpa consciente, o resultado não é previsto pelo agente, embora previsível.
c) O resultado involuntário trata de elemento do fato típico culposo.
d) Na culpa imprópria, o resultado não é previsto, embora seja previsível.

RESPOSTA DA QUESTÃO:
A) ERRADA: A imprudência, embora seja uma falta de dever de cuidado, constitui-se
numa AÇÃO, ou seja, na falta de cautela quando da prática de um conduta ativa.
B) ERRADA: Na culpa consciente o resultado é previsto pelo agente.
C) CORRETA: Item correto, pois a ocorrência de um resultado não querido pelo
agente, embora previsível, é elemento indispensável de todo tipo penal culposo.
D) ERRADA: Item errado porque esta é a definição de culpa inconsciente.

A culpa imprópria é aquela na qual o agente quer o resultado e, portanto, age


dolosamente. Contudo, lhe é imputada a pena do crime culposo porque ele teve uma
representação equivocada da realidade, em razão de um descuido interpretativo seu.

Elementos do fato típico CULPOSO:


* Conduta voluntária
* Resultado naturalístico involuntário
* Nexo causal
* Tipicidade
* Previsibilidade objetiva
* Violação do dever objetivo de cuidado

Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA É A LETRA C.


Q30 – O agente que, voluntariamente, desiste de prosseguir na execução ou
impede que o resultado se produza

a) só responde pelos atos já praticados.


b) não comete crime, pois tem afastada a ilicitude da ação.
c) beneficia-se pela causa de diminuição de pena do arrependimento posterior.
d) é punido com a pena correspondente ao crime consumado,
diminuída de um a dois terços.
e) terá pena reduzida de um a dois terços, mas, desde que, por ato voluntário, tenha
reparado o dano ou restituído a coisa, até o recebimento da denúncia ou da queixa.

RESPOSTA DA QUESTÃO: Tal agente somente responderá pelos atos até então
praticados, eis que restou configurada a desistência voluntária ou o arrependimento
eficaz.
Vejamos:
Desistência voluntária e arrependimento eficaz(Redação dada pela Lei nº 7.209, de
11.7.1984)

Art. 15 - O agente que, voluntariamente, desiste de prosseguir na execução ou


impede que o resultado se produza, só responde pelos atos já praticados. (Redação
dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984). Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA É A
LETRA A.

Q31 - Após a morte da mãe, A recebeu, durante um ano, a pensão


previdenciária daquela, depositada mensalmente em sua conta bancária, em
virtude de ser procuradora da primeira. Descoberto o fato, A foi denunciada
por apropriação indébita. Se a sentença concluir que a acusada (em razão de
sua incultura, pouca vivência, etc.) não tinha percepção da antijuricidade de
sua conduta, estará reconhecendo

a) erro sobre elemento do tipo, que exclui o dolo.


b) erro de proibição.
c) descriminante putativa.
d) ignorância da lei.

RESPOSTA DA QUESTÃO: No caso em tela, o agente incorreu em erro de proibição,


pois incidiu em erro sobre a ilicitude do fato praticado. Vejamos: Art. 21 - O
desconhecimento da lei é inescusável. O erro sobre a ilicitude do fato, se inevitável,
isenta de pena; se evitável, poderá diminuí-la de um sexto a um terço. (Redação
dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984) Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA É A LETRA
B.

Q32 - Pretendendo matá-lo, Fulano coloca veneno no café de Sicrano. Sem


saber do envenenamento, Sicrano ingere o café. Logo em seguida, Fulano,
arrependido, prescreve o antídoto a Sicrano, que sobrevive, sem qualquer
seqüela. Diante disso, é correto afirmar que se trata de hipótese de
arrependimento posterior, pois o dano foi reparado por Fulano até o
recebimento da denúncia.

RESPOSTA DA QUESTÃO: Neste caso o agente será beneficiado pelo instituto do


arrependimento eficaz pois, após ter praticado a conduta, tomou as providências para
impedir a ocorrência do resultado, tendo êxito. Errado.
Q33 - É causa de exclusão da tipicidade, a insignificância do fato ou a sua
adequação social, segundo corrente doutrinária e jurisprudencial.

RESPOSTA DA QUESTÃO:
Questão correta. Isto porque a insignificância e a adequação social são fatores que
afastam a tipicidade material (necessidade de que a conduta seja uma violação a um
bem jurídica penalmente relevante) e, portanto, a tipicidade.

Q34 - Na desistência voluntária e no arrependimento eficaz o agente só


responde pelos atos já praticados, se típicos.

RESPOSTA DA QUESTÃO:
Questão correta.

Q35 - Na tentativa punível, o correspondente abatimento na pena intensifica-


se segundo

a) a aptidão para consumar.


b) a periculosidade demonstrada.
c) a lesividade já efetivada.
d) o itinerário já percorrido.
e) o exaurimento já alcançado.

RESPOSTA DA QUESTÃO:
Para a definição de qual o patamar de redução, será utilizado o critério da maior ou
menos proximidade com a consumação do delito. Quanto mais longe, maior a
redução de pena. Quanto mais próximo da consumação, menor a redução. Ou seja,
será avaliado o itinerário percorrido pela conduta criminosa. Gabarito: D

Q36 - Não há crime sem resultado naturalístico.

RESPOSTA DA QUESTÃO:
O resultado naturalístico só se exige nos crimes materiais, bem como a lesão. Errada.

Q37 - Segundo entendimento doutrinário, o consentimento do ofendido


(quando não integra a própria descrição típica), a adequação social e a
inexigibilidade de conduta diversa constituem causas supralegais de
exclusão, respectivamente, da

a) tipicidade, da culpabilidade e da ilicitude.


b) culpabilidade, da tipicidade e da ilicitude.
c) ilicitude, da tipicidade e da culpabilidade.
d) ilicitude, da culpabilidade e da tipicidade.
e) culpabilidade, da ilicitude e da tipicidade.

RESPOSTA DA QUESTÃO: O consentimento do ofendido é causa supralegal de


exclusão ilicitude (antijuridicidade), desde que a ausência de consentimento do
ofendido não esteja expressa no tipo penal como elemento do tipo. Neste caso,
teremos exclusão da tipicidade.
A adequação social afasta a tipicidade material da conduta, por ausência de lesividade
social. Por fim, a inexigibilidade de conduta diversa é um dos elementos capazes de
afastar a culpabilidade. LETRA C.

Q38 - Fernando deu início à execução de um delito material, praticando atos


capazes de produzir o resultado lesivo. Todavia, aliou-se à sua ação uma
concausa

I. preexistente, absolutamente independente em relação à conduta do agente que,


por si só, produziu o resultado.
II. concomitante, absolutamente independente em relação à conduta do agente que,
por si só, produziu o resultado.
III. superveniente, relativamente independente em relação à conduta do agente,
situada na mesma linha de desdobramento físico da conduta do agente, concorrendo
para a produção do resultado.
IV. superveniente, relativamente independente em relação à conduta do agente, sem
guardar posição de homogeneidade em relação à conduta do agente e que, por si só,
produziu o resultado.

O resultado lesivo NÃO será imputado a Fernando, que responderá apenas


pelos atos praticados, nas situações indicadas em
a) I, II e IV.
b) III e IV.
c) I e III.
d) I e II.
e) II, III e IV.

RESPOSTA DA QUESTÃO: Essa questão se resolve facilmente da seguinte forma:


As concausas ABSOLUTAMENTE independentes (I e II) que, por si sós, produziram o
resultado NUNCA geram a imputação do resultado ao agente. As concausas
RELATIVAMENTE independentes, preexistentes ou concomitantes, não excluem a
imputação do resultado ao agente, pois há uma soma de ―esforços‖ entre a concausa
e a conduta do agente. Em relação às concausas SUPERVENIENTES RELATIVAMENTE
independentes, devemos dividi-las em:

a) Produziram, por si só, o resultado.


b) Agregaram-se ao nexo causal iniciado pela conduta do agente, contribuindo para a
produção do resultado.
No primeiro caso o agente NÃO responde pelo resultado, mas apenas pelos atos que
praticou. No segundo o caso o agente responde pelo resultado, pois a concausa
superveniente, a despeito de estar ligada à conduta inicial do agente, criou um novo
nexo de causalidade, vindo a produzir o resultado sem se inserir na cadeia causal da
conduta do agente. Assim, podemos verificar que somente na afirmativa III o agente
responderá pelo resultado, por se tratar de concausa superveniente, relativamente
independente que SE AGREGOU à conduta do agente para, conjuntamente,
produzirem o resultado. Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA É A LETRA A.

Q39 – (FCC – 2015 – TCM-GO – AUDITOR CONSELHEIRO SUBSTITUTO)

A respeito do dolo e da culpa, é correto afirmar que


a) na culpa consciente o agente prevê o resultado e admite a sua ocorrência
como consequência provável da sua conduta.
b) no dolo eventual o agente prevê a ocorrência do resultado, mas espera
sinceramente que ele não aconteça.
c) a imprudência é a ausência de precaução, a falta de adoção das cautelas
exigíveis por parte do agente.
d) a imperícia é a prática de conduta arriscada ou perigosa, aferida pelo
comportamento do homem médio.
e) é previsível o fato cujo possível superveniência não escapa à perspicácia
comum.

RESPOSTA DA QUESTÃO:
A) ERRADA: Na culpa consciente, apesar de prever o resultado, o agente acredita que
ele não vá acontecer.
B) ERRADA: Esta é a definição de culpa consciente. No dolo eventual o agente prevê
o resultado como provável, mas sem se importar com sua eventual ocorrência.
C) ERRADA: Item errado, pois esta é a definição da NEGLIGÊNCIA.
D) ERRADA: A definição corresponde à IMPRUDÊNCIA. A imperícia é a prática de uma
conduta por quem não tem os atributos exigidos para tal.
E) CORRETA: De fato, a doutrina entende que a previsibilidade objetiva deve ser
aferida com base num juízo mediano de inteligência, ou seja, será previsível o fato
que pudesse ser antevisto por uma pessoa de inteligência mediana (homem médio),
inerente à maioria das pessoas. LETRA E.

Q40 - Os crimes que resultam do não fazer o que a lei manda, sem
dependência de qualquer resultado naturalístico, são chamados de

A) comissivos por omissão.


B) formais.
C) omissivos próprios.
D) comissivos.
E) omissivos impróprios.

RESPOSTA DA QUESTÃO:
A) ERRADA: Os crimes comissivos por omissão resultam de um ―não fazer‖ o que a lei
manda, mas dependem de um resultado naturalístico.
B) ERRADA: Os crimes formais, de fato, independem da existência do resultado
naturalístico, mas não necessariamente são omissivos.
C) CORRETA: Os crimes omissivos próprios são os únicos que reúnem ambas as
características, pois decorrem de um ―não fazer‖ o que a lei manda, e são formais, ou
seja, independem de um resultado naturalístico.
D) ERRADA: Os crimes comissivos não decorrem de ―um não fazer‖, mas de um
‖fazer‖. Portanto, a alternativa está incorreta.
E) ERRADA: Os omissivos impróprios são sinônimos de comissivos por omissão, logo,
está errada, nos termos da fundamentação da alternativa A. LETRA C.

Q41 - A disposição legal contida no art. 13, parágrafo segundo do CP,


segundo a qual a omissão apresenta valor penal quando o agente devia e
podia agir para evitar o resultado, corresponde corretamente à ideia ou ao
conceito de

A) causalidade normativa.
B) possibilidade de punição superveniente de causa independente ao delito.
C) causalidade entre a omissão e o resultado naturalístico.
D) desnecessária conjugação do dever legal e possibilidade real de agir.
E) regra aplicável somente aos crimes omissivos próprios.

RESPOSTA DA QUESTÃO:
A) CORRETA: Pois nesses crimes atribui-se ao omitente o resultado naturalístico, sem
que de sua conduta ele tenha surgido. Nesse caso, o resultado é atribuído não por
uma causalidade natural (inexistente), mas por uma causalidade normativa (lei
estabelece). Assim, a questão está correta.
B) ERRADA: Não guarda qualquer relação com o nexo de causalidade normativa que
se aplica aos crimes comissivos por omissão.
C) ERRADA: Não há causalidade entre a omissão e o resultado pois a omissão é um
―nada‖ e do ―nada‖, nada surge.
D) ERRADA: Alternativa completamente esquizofrênica. A conjugação entre o dever
agir e o poder agir é plenamente necessária, pois não se pode atribuir a alguém uma
atitude heroica, colocando sua própria vida em risco.
E) ERRADA: Essa regra em nada se aplica aos crimes omissivos próprios, nos quais o
resultado naturalístico é completamente irrelevante, logo, não há que se falar em
nexo de causalidade. LETRA A.

Q42 - A relação de causalidade


A) não fica excluída pela superveniência de causa relativamente
independente.
B) não está regulada, em nosso sistema, pela teoria da equivalência dos
antecedentes causais.
C) é normativa nos crimes omissivos impróprios ou comissivos por omissão.
D) é dispensável nos crimes materiais.
E) é imprescindível nos crimes formais.

RESPOSTA DA QUESTÃO:
A) ERRADA: A superveniência de causa relativamente independente exclui a relação
de causalidade, desde que a causa superveniente tenha produzido por si só o
resultado.
B) ERRADA: O nosso sistema penal adotou expressamente a teoria da equivalência
dos antecedentes como regra, art. 13 do CP, e como exceção a teoria da causalidade
adequada, art. 13, § 1° do CP.
C) CORRETA: Como vimos, os crimes omissivos impróprios são aqueles nos quais a
omissão do agente é punida com o crime decorrente do resultado naturalístico, e não
da simples omissão. Nesse caso, não há causalidade natural, pois do nada, nada pode
surgir. Entretanto, por ficção legal, a lei estabelece um vínculo entre a omissão e o
resultado naturalístico (causalidade naturalística).
D) ERRADA: Nos crimes materiais o resultado naturalístico é imprescindível, logo, o
vínculo entre esse resultado e a conduta do agente também. Portanto, a relação de
causalidade é indispensável nestes crimes. E) ERRADA: Nos crimes formais, o crime
se consuma independentemente do resultado naturalístico. Portanto, a relação de
causalidade é completamente irrelevante.
Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA É A LETRA C.

Q43 - No trajeto do transporte de dois presos para o foro criminal por


agentes penitenciários um deles saca de um instrumento perfurante e
desfere diversos golpes contra o outro preso. Os agentes da lei presenciaram
a ação desde o início e permaneceram inertes. Na conduta dos agentes
a) há amparo pela excludente de ilicitude do exercício regular do direito, deixando de
agir por exposição do risco às próprias vidas.
b) a omissão é penalmente irrelevante porque a causalidade é fática.
c) não há punição porque o Estado criou o risco da ocorrência do resultado.
d) a omissão é penalmente relevante porque a causalidade é normativa.
e) a omissão é penalmente relevante porque a causalidade é fática normativa.

RESPOSTA DA QUESTÃO: No caso em tela a omissão é penalmente relevante, pois


os policiais tinham o dever legal de evitar o resultado. Trata-se, portanto, de crime
omissivo impróprio.

Nesse caso, a causalidade não é fática (ou natural), eis que o policial não matou a
vítima (não deu causa, do ponto de vista físico, à morte). Contudo, temos o que se
chama de causalidade normativa, ou seja, o resultado é imputado ao policial não por
ter dado causa faticamente ao resultado, mas por não ter impedido o resultado.
Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA É A LETRA D.

Q44 - Crimes omissivos impróprios ou comissivos por omissão são aqueles


que decorrem do não fazer o que a lei determina, sem dependência de
resultado naturalístico.

RESPOSTA DA QUESTÃO:
Os crimes omissivos impróprios (ou comissivos por omissão) são aqueles que o
resultado é imputado ao agente que, embora não tendo realizado a conduta descrita
no tipo penal, devia e podia agir para evitar que o resultado ocorresse (causalidade
normativa).

Q45 - Dentre os elementos do fato típico, NÃO se inclui

a) o resultado.
b) a ação ou a omissão.
c) o dolo ou a culpa.
d) a relação de causalidade.
e) a tipicidade.

RESPOSTA DA QUESTÃO: O fato típico se divide em QUATRO elementos, são eles:


· Conduta humana (alguns entendem possível a conduta de pessoa jurídica);
· Resultado naturalístico;
· Nexo de causalidade;
· Tipicidade

A conduta humana, por sua vez, nada mais é que uma ação ou omissão, a depender
do tipo penal que estamos falando.

Assim, o único dos elementos trazidos pela questão que não é um elemento do fato
típico é o dolo ou a culpa, que são o que chamamos de elemento subjetivo. Eles
fazem parte da CONDUTA, e, de certa forma integram o fato típico, mas não se pode
dizer que são um de seus elementos. LETRA C.

Q46 - Os crimes culposos

a) admitem tentativa.
b) não dispensam a previsibilidade do resultado pelo agente.
c) não admitem coautoria.
d) independem de expressa previsão legal.
e) não admitem a substituição da pena privativa de liberdade por restritiva
de direitos.

RESPOSTA DA QUESTÃO: Os crimes culposos, considerando que não há


direcionamento da conduta para a realização do resultado, não admitem tentativa,
embora a Doutrina mais moderna admita a coautoria.

A previsibilidade, que é a possibilidade de que o resultado fosse previsto, é SEMPRE


EXIGÍVEL, embora a efetiva previsão do resultado no caso concreto não esteja
presente em todos os crimes culposos (eis que na culpa inconsciente o agente não
prevê o resultado, que era previsível).

Os crimes somente são punidos a título de culpa quando houver expressa previsão
legal nesse sentido. Caso contrário, somente se pune a modalidade dolosa. Por fim,
tais crimes admitem a substituição da pena privativa de liberdade por restritiva de
direitos, nos termos do art. 44, I do CP. Gab: B
―Eu, LEO, discordo desse gabarito, para mim não tem questão certa’’ A previsibilidade
do AGENTE não é elemento do fato culposo, só da culpa consciente (espécie de
culpa).

Q47 – O parágrafo único do art. 14 do Código Penal pune a tentativa,


caracterizando-se como norma de extensão da

a) tipicidade.
b) desistência voluntária.
c) culpabilidade formal.
d) culpabilidade material.
e) reprovação social.

RESPOSTA DA QUESTÃO: A tentativa é norma de extensão da tipicidade, uma vez


que o tipo penal prevê (em regra) a punição pela consumação do delito, e não por
sua tentativa.
Assim, para que se possa punir aquele que não consumou o delito, é necessária uma
norma de extensão, a fim de que se possa considerar como típica sua conduta, e é o
que faz o art. 14, II e seu § único do CP. Letra A

Q48 - O arrependimento posterior não influi no cálculo da prescrição penal.


deve ocorrer até o oferecimento da denúncia ou da queixa.

RESPOSTA DA QUESTÃO:
Pegadinha recorrente, cuidado. O item está errado, pois o arrependimento posterior
deve ocorrer até o RECEBIMENTO da denúncia ou queixa, conforme dispõe o art. 16
do CP. Errada.

Q49 - A legítima defesa, o estado de necessidade, a obediência hierárquica e


o exercício regular do direito são causas excludentes da ilicitude ou
antijuridicidade.

RESPOSTA DA QUESTÃO:
Atenção aqui! A obediência hierárquica é causa excludente de culpabilidade.

Q50 - José conversava com Antônio em frente a um prédio. Durante a


conversa, José percebe que João, do alto do edifício, jogara um vaso mirando
a cabeça de seu interlocutor. Assustado, e com o fim de evitar a possível
morte de Antônio, José o empurra com força.

Antônio cai e, na queda, fratura o braço. Do alto do prédio, João vê a cena e


fica irritado ao perceber que, pela atuação rápida de José, não conseguira
acertar o vaso na cabeça de Antônio.

Com base no caso apresentado, segundo os estudos acerca da teoria da


imputação objetiva, assinale a afirmativa correta.

A) José praticou lesão corporal culposa.


B) José praticou lesão corporal dolosa.
C) O resultado não pode ser imputado a José, ainda que entre a lesão e sua conduta
exista nexo de causalidade.
D) O resultado pode ser imputado a José, que agiu com excesso e sem a observância
de devido cuidado.

RESPOSTA DA QUESTÃO: A questão retrata o exemplo mais clássico sobre a Teoria


da Imputação Objetiva. Embora José tenha empurrado João, e esta conduta tenha
sido a causa das lesões sofridas por João em seu braço, certo é que José não agiu
com dolo de ferir João, tendo agido assim para evitar a ocorrência de um evento
ainda mais danoso para este, qual seja, a sua eventual morte em razão do impacto
que seria provocado pelo vaso jogado do alto do prédio por Antônio.

Assim, como José evitou a ocorrência de um resultado lesivo ainda maior, tendo sido
movido por essa intenção, pela Teoria da Imputação Objetiva, não pode responder
pelo delito de lesões corporais. LETRA C.

Q51 - Entende-se por culpabilidade o juízo de reprovabilidade que se exerce


sobre uma determinada pessoa que pratica um fato típico e antijurídico,
tendo como requisitos a imputabilidade, a potencial consciência da ilicitude e
a exigibilidade de conduta diversa.

RESPOSTA DA QUESTÃO:
Conceituação perfeita de culpabilidade. Questão correta.

Q52 - Em matéria penal, a embriaguez incompleta, resultante de caso


fortuito ou de força maior, não suprime a imputabilidade penal, mas diminui
a capacidade de entendimento gerando uma causa geral de diminuição de
pena.

RESPOSTA DA QUESTÃO:
Tal embriaguez NÃO exclui a imputabilidade penal, pois não é completa. Contudo, é
causa de diminuição de pena de 1/3 a 2/3. LETRA A

Q53 - Constitui causa de exclusão da culpabilidade a doença mental ou o


desenvolvimento mental incompleto ou retardado, em função de não se
poder exigir conduta diversa do agente.
RESPOSTA DA QUESTÃO:
A simples presença da doença não exclui a culpabilidade. Como vimos, o Brasil
adotou o critério biopsicológico, sendo necessário que, além da doença, fique provado
que o agente não era capaz de entender o caráter ilícito da conduta. Errada.

Q54 - Exclui a imputabilidade penal, nos termos preconizados pelo Código


Penal, se o agente, em virtude de perturbação de saúde mental ou por
desenvolvimento mental incompleto ou retardado, não era inteiramente
capaz de entender o caráter ilícito do fato ou de determinar-se de acordo
com esse entendimento.

RESPOSTA DA QUESTÃO:
Se ele não era inteiramente incapaz de entender o caráter ilícito do fato, será
considerado semi-imputável, mas deverá ser condenado e sua pena ser diminuída,
em razão da menor culpabilidade em relação aos demais.

Q55 - O erro inevitável sobre a ilicitude do fato isenta o réu de pena.

RESPOSTA DA QUESTÃO:
Questão correta. Exclui a culpabilidade se inevitável e atenua se evitável.

Q56 - A dispara seu revólver e mata B, acreditando tratar-se de um animal. A


respeito dessa hipótese é correto afirmar que que exclui o dolo e a culpa, se
escusável.

RESPOSTA DA QUESTÃO:
Dica importante: O erro de TIPO, relaciona-se com a IRREALIDADE FÁTICA, ele faz
algo acreditando estar fazendo outra. Questão correta.

Q57 – Constitui-se erro de tipo escusável casar-se com pessoa cujo cônjuge
foi declarado morto para os efeitos civis, mas estava vivo.

RESPOSTA DA QUESTÃO:
Nesse caso não há erro de tipo, mas fato atípico, pois se o cônjuge foi declarado
morto para efeitos civis, o casamento anterior não mais existia, de forma que não há
que se falar em crime de bigamia. Questão errada.

Q58 - Em Direito Penal, o erro de tipo, se for invencível, exclui a tipicidade


dolosa e a culposa.

RESPOSTA DA QUESTÃO:
CORRETA: Esta é a previsão do art. 20 do CP. Ademais, não pode responder por culpa
por não haver previsibilidade alguma do agente e do homem médio
(INEVITABILIDADE). Se for EVITÁVEL, responderá na forma culposa, SE HOUVER
previsão culposa no tipo penal. Ex: Furto em erro de tipo evitável, não responde por
NADA, não existe furto culposo.

Q59 – A legítima defesa putativa exclui a culpabilidade.

RESPOSTA DA QUESTÃO:
Questão correta. A legítima defesa putativa é a conduta na qual o agente pratica o
ato acreditando que está acobertado por uma situação de legítima defesa, quando, na
verdade, não está. Vejamos o que diz o art. 20, §1º do CP:
Art. 20 - (...)

§ 1º - É isento de pena quem, por erro plenamente justificado pelas circunstâncias,


supõe situação de fato que, se existisse, tornaria a ação legítima. Não há isenção de
pena quando o erro deriva de culpa e o fato é punível como crime culposo.(Redação
dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984).

Q60 - A legítima defesa putativa exclui a

a) punibilidade em abstrato.
b) ilicitude.
c) culpabilidade.
d) tipicidade.
e) punibilidade em concreto.

RESPOSTA DA QUESTÃO:
Gab C. A legítima defesa putativa é a conduta na qual o agente pratica o ato
acreditando que está acobertado por uma situação de legítima defesa, quando, na
verdade, não está. Vejamos o que diz o art. 20, §1º do CP:
Art. 20 - (...)

§ 1º - É isento de pena quem, por erro plenamente justificado pelas circunstâncias,


supõe situação de fato que, se existisse, tornaria a ação legítima. Não há isenção de
pena quando o erro deriva de culpa e o fato é punível como crime culposo.(Redação
dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984).

Q61 - NÃO é causa extintiva da punibilidade:

a) prescrição, após o lançamento do tributo.


b) morte do agente, após definitiva a condenação.
c) retratação do querelado, na calúnia contra os mortos
d) perempção, na ação penal privada subsidiária da pública.
e) perdão judicial, na apropriação indébita previdenciária.

RESPOSTA DA QUESTÃO: Cuidado! Esta é uma pegadinha clássica. A perempção é


instituto que só se aplica nas ações penais EXCLUSIVAMENTE privadas. A ação penal
privada subsidiária da pública, como o próprio nome diz, é uma exceção, já que o
processo deveria ser de ação pública. A ação privada subsidiária não admite os
benefícios próprios da ação penal privada exclusiva, como perdão do ofendido,
perempção, etc. A ALTERNATIVA CORRETA É A LETRA D.

Q62 - Constituem causas de extinção da punibilidade que se relacionam com


a ação penal pública condicionada

a) a perempção e o perdão do ofendido.


b) a decadência e a perempção.
c) o perdão do ofendido e a composição homologada dos danos civis no juizado
especial criminal.
d) a decadência e o perdão do ofendido.
e) a composição homologada dos danos civis no juizado especial criminal e a
decadência.

RESPOSTA DA QUESTÃO: Dentre as alternativas apresentadas apenas a letra E


corresponde a uma hipótese de extinção da punibilidade que se relaciona à ação
penal pública CONDICIONADA. Isso porque, nos Juizados Especiais, a composição
civil dos danos (acordo entre infrator e vítima) devidamente homologada acarreta a
renúncia ao direito de representação, caso seja crime de ação pública condicionada,
nos termos do art. 74, § único da Lei 9.099/95.

A decadência, o perdão do ofendido e a perempção são todos institutos que se


relacionam à ação penal PRIVADA (a decadência, porém, pode se dar também em
relação ao direito de representação na ação penal pública condicionada).

Q63 - Com relação ao concurso de pessoas, assinale a afirmativa incorreta.

a) Quem, de qualquer modo, concorre para o crime incide nas penas a este
cominadas, na medida de sua culpabilidade.
b) Se a participação for de menor importância, a pena pode ser diminuída de um
sexto a um terço.
c) Se algum dos concorrentes quis participar de crime menos grave, ser-lhe-á
aplicada a pena deste, salvo quando previsível o resultado mais grave, caso que será
aplicada a pena do crime mais grave.
d) Não se comunicam as circunstâncias e as condições de caráter pessoal, salvo
quando elementares do crime.
e) O ajuste, a determinação ou instigação e o auxílio, salvo disposição expressa em
contrário, não são puníveis, se o crime não chega, pelo menos, a ser tentado.

RESPOSTA DA QUESTÃO:

A) CORRETA: Item certo, na forma do art. 29 do CP.


B) CORRETA: Item correto, pois se trata de previsão contida no §1º do art. 29 do CP.
C) ERRADA: Aqui temos o que se chama de COOPERAÇÃO DOLOSAMENTE DISTINTA.
Neste caso, o agente que quis participar do crime MENOS GRAVE responderá sempre
por ESTE CRIME. Contudo, se for previsível a ocorrência do crime mais grave, este
agente terá a sua pena (relativa ao crime MENOS GRAVE) aumentada até a metade,
nos termos do art. 29, §2º do CP:

Art. 29 - Quem, de qualquer modo, concorre para o crime incide nas penas a
este cominadas, na medida de sua culpabilidade. (Redação dada pela Lei nº
7.209, de 11.7.1984)
(...)
§ 2º - Se algum dos concorrentes quis participar de crime menos grave, serlhe-
á aplicada a pena deste; essa pena será aumentada até metade, na
hipótese de ter sido previsível o resultado mais grave. (Redação dada pela Lei
nº 7.209, de 11.7.1984)

D) CORRETA: Item correto, previsão expressa no art. 30 do CP.


E) CORRETA: Item correto, pois no Direito Penal pátrio não se pune a fase anterior à
execução do delito, chamada de cogitatio, nos termos do art.
31 do CP. Portanto, a ALTERNATIVA ERRADA É A LETRA C.
Q64 – Sofia decide matar sua mãe. Para tanto, pede ajuda a Lara, amiga de
longa data, com quem debate a melhor maneira de executar o crime, o
melhor horário, local etc. Após longas discussões de como poderia executar
seu intento da forma mais eficiente possível, a fim de não deixar nenhuma
pista, Sofia pede emprestado a Lara um facão. A amiga prontamente atende
ao pedido. Sofia despede-se agradecendo a ajuda e diz que, se tudo correr
conforme o planejado, executará o homicídio naquele mesmo dia e assim o
faz. No entanto, apesar dos cuidados, tudo é descoberto pela polícia.

A respeito do caso narrado e de acordo com a teoria restritiva da autoria,


assinale a afirmativa correta.

Sofia é a autora do delito e deve responder por homicídio com a agravante de o crime
ter sido praticado contra ascendente. Lara, por sua vez, é apenas partícipe do crime e
deve responder por homicídio, sem a presença da circunstância agravante.

Q65 – Coautores são aqueles que, atuando de forma idêntica, executam o


comportamento que a lei define como crime.

RESPOSTA DA QUESTÃO:
Embora seja coautor todo aquele que pratica o comportamento definido como crime,
não é necessário que a conduta seja idêntica, pois pode haver hipótese de coautoria
funcional, na qual os agentes praticam. Errada.
condutas diversas, que se complementam.

Q66 – É inadmissível a participação nos crimes omissivos próprios.

RESPOSTA DA QUESTÃO: Nos crimes omissivos próprios se admite a participação


moral, quando, por exemplo, alguém induz outra pessoa a se omitir. Errada.

Q67 – É possível a coautoria nos crimes de mão própria.

RESPOSTA DA QUESTÃO:
ERRADA (cuidado): Nos crimes de mão própria não se admite coautoria, em razão de
o crime dever ser praticado especificamente por determinada pessoas. No entanto, o
STF admite a participação, notadamente a participação moral, realizada através da
instigação ou induzimento à prática do delito. Exemplo do julgado: Advogado de
defesa que instiga/induz à prática de falso de testemunho.

Q68 - José instigou Pedro, agindo sobre a vontade deste, de forma a fazer
nascer neste a idéia da prática do crime. João prestou auxílio a Pedro,
emprestando-lhe uma arma para que pudesse executar o delito. José e João
são considerados, tecnicamente.

A) co-autores.
B) autores.
C) Partícipes.
D) partícipe e co-autor, respectivamente.
E) co-autor e partícipe, respectivamente.
RESPOSTA DA QUESTÃO: Nesse caso, ambos apenas auxiliaram (moralmente e
materialmente) o autor a praticar o delito, motivo pelo qual são considerados
partícipes do crime. ASSIM, A ALTERNATIVA CORRETA É A LETRA C.

Q69 – Nos chamados crimes monossubjetivos,

A) o concurso de pessoas é eventual.


B) o concurso de pessoas só ocorre no caso de autoria mediata.
C) o concurso de pessoas é necessário.
D) não há concurso de pessoas.
E) há concurso de pessoas apenas na forma de participação.

RESPOSTA DA QUESTÃO:
Nos crimes monossubjetivos, em regra o delito é praticado por um único agente, não
sendo necessária a pluralidade de agentes. Portanto, nestes crimes (que são a regra),
o concurso de agentes é meramente eventual. Gab: A

Q70 – 07 - (FCC - 2011 - TRE-PE - ANALISTA JUDICIÁRIO – ÁREA


JUDICIÁRIA)

De acordo com o Código Penal brasileiro,

A) não há distinção entre autores, co-autores e partícipes, que incidem de forma


idêntica nas penas cominadas ao delito.
B) os autores, co-autores e partícipes incidem nas penas cominadas ao delito na
medida de sua culpabilidade.
C) ao autor principal será obrigatoriamente imposta pena mais alta que a dos co-
autores e partícipes.
D) ao autor principal e aos co-autores será obrigatoriamente imposta pena mais alta
que a dos partícipes.
E) ao autor principal será imposta a pena prevista para o delito, sendo que os co-
autores e os partícipes terão obrigatoriamente a pena reduzida de um sexto a um
terço.

RESPOSTA DA QUESTÃO: Com relação à punibilidade de cada um dos participantes


do evento criminoso, o CP prevê que cada um seja punido de acordo com sua
culpabilidade, não estabelecendo, em abstrato, penas mais graves para um ou para
outro, bem como não estabelecendo que as penas devam ser idênticas. Nos termos
do art. 29 do CP:

Art. 29 - Quem, de qualquer modo, concorre para o crime incide nas penas a este
cominadas, na medida de sua culpabilidade. (Redação dada pela Lei nº 7.209, de
11.7.1984). LETRA B.

Q71 – Se a participação for de menor importância, a pena pode ser diminuída


de metade.

RESPOSTA DA QUESTÃO:
Essa questão é recorrente e chata! Na participação de menor importância a pena é
reduzida de 1/6 a 1/3. Errada. DICA FATAL:

Imagine que um articulado bandido resolva assaltar a um banco, seu amigo, lhe
presta auxílio emprestando-lhe UM CESTO para que ponha os pacotes de dinheiro
fruto do crime, enquanto permanece em sua casa rezando com UM TERÇO para que
tudo ocorra bem. Veja: Sua participação foi de menor importância e a pena será
reduzida de:

GAB: ERRADA.

Q72 – A respeito do concurso de pessoas, é correto afirmar que a) a


importância da participação não influi na pena a ser imposta.

b) não é possível participação por omissão em crime comissivo.


c) é possível a participação em crime omissivo puro.
d) não pode haver participação em contravenção.
e) é possível participação dolosa em crime culposo.

RESPOSTA DA QUESTÃO:
A) ERRADA - A alternativa está errada, pois a participação de cada agente determina
na quantidade da pena a ser aplicada. Vejamos:

Art. 29 - Quem, de qualquer modo, concorre para o crime incide nas penas a este
cominadas, na medida de sua culpabilidade. (Redação dada pela Lei nº 7.209, de
11.7.1984)

§ 1º - Se a participação for de menor importância, a pena pode ser diminuída de um


sexto a um terço. (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984) B) ERRADA - É
possível a participação omissiva no crime comissivo, através da omissão de quem
tenha o dever legal de evitar o resultado.
Não agindo, será considerado partícipe, nos termos do art. 13, §2º do CP.

C) CORRETA - De fato, é possível a participação em crime omissivo puro, na


modalidade de participação moral à prática da omissão. EXEMPLO:

Alguém que instiga um funcionário público a deixar de praticar um ato de ofício por
sentimento pessoal. Nesse caso estará participando do crime de prevaricação (art.
319), na modalidade de participação moral;
D) ERRADA - Não há qualquer vedação ao concurso de agentes para a prática de
contravenções.
E) ERRADA - A Doutrina majoritária não admite a participação dolosa em crime
culposo, por entender que como o crime culposo não é direcionado à prática de um
delito, impossível o liame subjetivo entre autor epartícipe, indispensável à ação
mediante concurso de agentes. ALTERNATIVA CORRETA É A LETRA C.

Q73 – Os requisitos para a ocorrência do concurso de pessoas no


cometimento de crime são:

a) pluralidade de comportamentos, nexo de causalidade entre o comportamento do


partícipe e o resultado do crime e vínculo objetivo-subjetivo entre autor e partícipe.
b) presença física de autor e partícipe, nexo de causalidade entre o comportamento
do coautor e o resultado do crime; vínculo subjetivo entre autor e partícipe e
identidade do crime.
c) presença física de autor e partícipe, pluralidade de comportamentos, nexo de
causalidade entre o comportamento do partícipe e o resultado do crime; vínculo
subjetivo entre autor e partícipe e identidade do crime.
d) pluralidade de comportamentos, nexo de causalidade entre o comportamento do
partícipe e o resultado do crime; vínculo objetivo entre autor e partícipe e identidade
do crime.
e) pluralidade de comportamentos, nexo de causalidade entre o comportamento do
partícipe e o resultado do crime; vínculo subjetivo entre autor e partícipe e identidade
do crime.

RESPOSTA DA QUESTÃO: O concurso de pessoas pode ser conceituado como a


colaboração de dois ou mais agentes para a prática de um delito ou contravenção
penal.
O concurso de pessoas é regulado pelos arts. 29 a 31 do CP.

Cinco são os requisitos para que seja caracterizado o concurso de pessoas:

•! Pluralidade de agentes culpáveis (e, obviamente, de condutas)


•! Relevância da colaboração (nexo de causalidade)
•! Vínculo subjetivo (ou liame subjetivo)
•! Unidade de crime (ou contravenção) para todos os agentes
•! Existência de fato punível

Vejam que a questão trata de apenas quatro, esquecendo da "existência de fato


punível", que para alguns autores não é um requisito, por ser inerente à própria
noção de delito. Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA É A LETRA E.

Q74 – 15 - (FCC – 2012 – TCE/AP – ANALISTA DE CONTROLE EXTERNO)


A respeito do concurso de pessoas, é correto afirmar:

a) Para fins de aplicação da pena no concurso de pessoas é irrelevante que a


participação tenha sido de menor importância.
b) Se algum dos concorrentes quis participar de crime menos grave, ser-lhe-á
aplicada a pena do crime mais grave.
c) É possível a participação em crime comissivo puro.
d) As condições e circunstâncias pessoais comunicam-se entre os coautores e
partícipes quando não forem elementares do crime.
e) Pode ocorrer participação culposa em crime doloso ou participação dolosa em
crime culposo.

RESPOSTA DA QUESTÃO:
A) ERRADA: Nos termos do art. 29, §1º, a pena poderá ser diminuída de um sexto a
um terço caso a participação seja de menor importância.
B) ERRADA: A pena a ser aplicada, neste caso, é a do crime MENOS grave, podendo
haver uma majoração caso fosse previsível a ocorrência do crime mais grave, nos
termos do art. 29, §2º do CP.
C) CORRETA: Cuidado! A Banca induz o candidato a achar que se está a tratar de
crime OMISSIVO puro, mas na verdade fala em crime COMISSIVO puro, que admite
plenamente a participação. A participação em crime OMISSIVO puro é controvertida
na Doutrina.
D) ERRADA: As circunstâncias pessoais não se comunicam, e regra, salvo se
ELEMENTARES do crime, nos termos do art. 30 do CP.
E) ERRADA: A Doutrina não admite a participação dolosa em crime culposo (e o STJ
também não), nem a participação culposa em crime doloso.

Para que haja participação, a homogeneidade subjetiva é requisito indispensável.


Assim, só há participação dolosa em crime doloso, não sendo possível cogitar da
ocorrência de participação culposa em crime doloso, ou, da participação dolosa em
crime culposo. A LETRA C.

Q75 - Se alguém instiga outrem a surrar inimigo comum, mas o instigado se


excede e mata a vítima, é correto afirmar que

a) a conduta do partícipe é atípica.


b) o partícipe poderá responder por lesão corporal, sem qualquer aumento de pena,
se não podia prever o resultado morte.
c) o partícipe poderá responder por homicídio doloso, mas fará jus, necessariamente,
ao reconhecimento da participação de menor importância.
d) o partícipe poderá responder por lesão corporal, com a pena aumentada até um
terço, se previsível o resultado letal.
e) o partícipe não poderá responder por homicídio doloso, mesmo que tenha
assumido o risco do resultado morte.

RESPOSTA DA QUESTÃO: Aqui temos o que se chama de cooperação dolosamente


distinta, que ocorre quando um dos agentes quis participar de CRIME MENOS GRAVE,
mas outro dos comparsas acabou praticando CRIME MAIS GRAVE. o agente que quis
praticar o crime menos grave receberá a pena DESTE. Entretanto, se o crime mais
grave (e que efetivamente ocorreu) era previsível, a pena será aumentada até a
metade. Gab: B

Q76 – (VUNESP – 2012 – DPE-MS – DEFENSOR PÚBLICO)


No que tange ao concurso de pessoas nos crimes de corrupção ativa e
passiva, o Código Penal adotou a teoria
a) monista.
b) causal.
c) dualista.
d) pluralística.

RESPOSTA DA QUESTÃO: No que tange aos crimes de corrupção ativa e passiva o


CP adotou a teoria pluralista ou pluralística (exceção à teoria monista), eis que num
mesmo contexto criminoso, em relação ao corruptor e ao corrompido, cada um
responderá por um delito diferente (o particular por corrupção ativa e o funcionário
por corrupção passiva). LETRA D.

Q77 – Agente PCDF - A pessoa que conduz um inimputável à prática de uma


conduta delituosa responde pelo resultado na condição de autor mediato.

RESPOSTA DA QUESTÃO:
Esta é a exata definição de autoria mediata, ou seja, é a prática de um delito
mediante a utilização de um inimputável como mera ―ferramenta‖. Correta.

Q78 – Quanto à natureza jurídica do concurso de agentes, o Código Penal


adotou a teoria unitária ou monista.
RESPOSTA DA QUESTÃO:
Item correto, pois o CP, de fato, adotou a teoria monista em relação ao concurso de
agentes, ou seja, como regra, todos aqueles que participam de uma empreitada
criminosa são responsabilizados pelo mesmo tipo penal.

Q79 – Admite-se a co-autoria no crime culposo.

RESPOSTA DA QUESTÃO:
A Doutrina majoritária entende possível a COAUTORIA em crime culposo, embora
existam vozes em contrário. Ex: "Suponha-se o caso de dois pedreiros que, numa
construcão, tomam uma trave e a atiram à rua, alcancando um transeunte. Não há
falar em autor principal e secundário, em realizacão e instigacão, em acão e auxílio
etc. Oficiais do mesmo ofício, incumbia-lhes aquela tarefa, só realizável pela
conjugacão das suas forcas. Donde a acão única - apanhar e lancar o madeiro - e o
resultado - lesões ou morte da vítima, também uno, foram praticados por duas
pessoas, que uniram seus esforcos e vontades, resultando assim coautoria’’. Item
Correto.

Q80 – Na autoria colateral, há divisão de tarefas para a obtenção de um


resultado comum.

RESPOSTA DA QUESTÃO:
Item errado, pois na autoria colateral não há nenhum ajuste, nenhuma combinação
entre os agentes, de forma que não há que se falar em divisão de tarefas. Na autoria
colateral há, apenas, coincidência de execução por parte de duas pessoas distintas,
que não se encontram agindo em acordo de vontades.

Q81 – Henrique, desejando matar seu pai, equivocou-se e matou seu irmão.
Nessa situação hipotética, é correto afirmar que Henrique responderá por
fratricídio.

RESPOSTA DA QUESTÃO:
Questão capciosa, o fratricídio é homicídio cometido contra irmão ou irmã. Assassinar
o pai é o que denomina a doutrina por parricídio. Errada.

Q82 – Quanto aos demais agentes do crime, o parentesco entre o autor e a


vítima; a) comunica-se, desde que elementar ao tipo.

RESPOSTA DA QUESTÃO:
O parentesco entre um dos comparsas e a vítima, em regra, não se comunica aos
demais comparsas, ou seja, é irrelevante em relação a eles. Contudo, em
determinados casos, quando este grau de parentesco for uma das questões
elementares do tipo penal, haverá comunicação com os demais comparsas, como
ocorre no crime deinfanticídio, em que o parentesco de um dos comparsas (a mãe) e
a vítima (filho) irá se estender aos demais agentes do delito, possibilitando sua
punição pela conduta de infanticídio, nos termos do art. 123, c/c art. 30 do CP.
Correta.

Q83 – ―Haverá o _________________ quando o agente, mediante uma só


conduta dolosa, praticar dois ou mais crimes, idênticos ou não, resultantes
de desígnios autônomos.‖ Assim ale a alternativa que completa
corretamente a afirmativa anterior:
a) concurso material
b) concurso formal perfeito
c) crime continuado simples
d) concurso formal imperfeito
e) crime continuado qualificado

RESPOSTA DA QUESTÃO:
Concurso formal imperfeito (impróprio) – Aqui o agente se vale de uma única conduta
para, dolosamente, produzir mais de um crime. Imaginem que Camila desejasse
matar o pedestre, antigo desafeto, bem como lesionar o outro pedestre (sua ex-
sogra). Assim,com sua única conduta, Camila objetivou praticar ambos os crimes,
respondendo por ambos em concurso formal imperfeito, e lhe será aplica a pena de
ambos cumulativamente (sistema do cúmulo material), pois esse concurso formal é
formal apenas no nome, já que deriva de intenções (desígnios) autônomas.
Observação: Não importa se os crimes são iguais ou diferentes. Ex: Morte + Morte ou
Morte + Lesão Corporal, sempre haverá o cúmulo material (soma das penas). Letra
D.

Q84 – Existe o chamado concurso formal imperfeito ou impróprio:

a) quando o agente, mediante mais de uma ação ou omissão, pratica crimes idênticos
e subsequentes contra a mesma vítima.
b) quando o agente, mediante uma única ação ou omissão culposa, pratica crimes
não resultantes de desígnios autônomos.
c) quando o agente, mediante uma única ação ou omissão culposa, pratica crimes
resultantes de desígnios autônomos.
d) quando o agente, mediante uma única ação ou omissão dolosa, pratica crimes não
resultantes de desígnios autônomos.
e) quando o agente, mediante uma única ação ou omissão dolosa, pratica crimes
resultantes de desígnios autônomos.

RESPOSTA DA QUESTÃO:
Idem ao anterior. Gabarito letra E. Desígnios autônomos = Intenções distintas.

Q85 – É necessário que cada concorrente tenha consciência de contribuir


para a atividade delituosa de outrem, dispensada aprévia combinação entre
eles.

RESPOSTA DA QUESTÃO:
Item correto, pois a existência de vínculo subjetivo (liame subjetivo) entre os
comparsas é indispensável, embora não seja necessário o prévio ajuste entre eles,
pois um pode aderir à conduta do outro, que já se encontra em andamento. Ex: Furto
de carga de caminhão após acidente, dois amigos se deparam com a cena e resolver
em conjunto subtrais os bens.

Q86 – Em tema de concurso de pessoas, é possível afirmar que

a) o concorrente, na chamada cooperação dolosamente diversa, responderá pelo


crime menos grave que quis participar, mas sempre com aumento da pena.
b) indispensável a adesão subjetiva à vontade do outro, embora desnecessária a
prévia combinação.
c) o ajuste, a determinação ou instigação e o auxílio nunca são puníveis, se o crime
não chega, pelo menos, a ser tentado.
d) não se comunicam as circunstâncias e as condições de caráter pessoal, ainda que
elementares do crime.
e) a participação de menor importância constitui causa geral de diminuição da pena,
incidindo na segunda etapa do cálculo.

RESPOSTA DA QUESTÃO:
A) ERRADA: Item errado, pois na cooperação dolosamente distinta (ou diversa), o
agente responde sempre pelo crime menos grave, mas o aumento de pena só é
aplicável se o crime mais grave (que efetivamente ocorreu) era previsível, nos termos
do art. 29, §2º do CP.
B) CORRETA: Item correto, pois a existência de vínculo subjetivo (liame subjetivo)
entre os comparsas é indispensável, embora não seja necessário o prévio ajuste entre
eles, pois um pode aderir à conduta do outro, que já se encontra em andamento, por
exemplo.
C) ERRADA: Item errado. Cuidado! Vejamos a redação do art. 31 do CP: Art.
31 - O ajuste, a determinação ou instigação e o auxílio, salvo disposição expressa em
contrário, não são puníveis, se o crime não chega, pelo menos, a ser tentado.
(Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)
Vejam, assim, que EM REGRA tais condutas não são puníveis, mas a Lei pode dizer o
contrário para determinadas situações, por isso o item está errado, pois diz que
NUNCA SERÃO puníveis.
D) ERRADA: Se forem elementares do delito, tais condições irão se comunicar, nos
termos do art. 30 do CP.
E) ERRADA: De fato, a participação de menor importância constitui causa geral de
diminuição de pena, prevista no art. 29, §1º do CP. Contudo, ela incidirá na
TERCEIRA FASE da aplicação da pena, e não na segunda.
Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA É A LETRA B.

Q87 - Se algum dos concorrentes quis participar de crime menos grave, ser-
lhe-á aplicada a pena deste, essa pena será aumentada de 1/3 a 2/3, na
hipótese de ter sido previsível o resultado mais grave.

RESPOSTA DA QUESTÃO:
O aumento de pena (no caso de ser previsível o crime mais grave) é de ―ATÉ A
METADE‖ e não de um a dois terços, na forma do art. 29, §2º do CP. Uma observação
a parte: A pena será aumentada de metade em RELAÇÃO AO CRIME MENOS
GRAVOSO, cuidado com pegadinhas. Errada

Q88 - Maria foi condenada pela prática do crime de estelionato cometido


contra entidade de direito público (§ 3º do Artigo 171 do CP) em concurso
material com o crime de falsidade documental (Art. 298 do CP). De acordo
com a sentença condenatória, Maria teria apresentado declaração falsa com
assinatura atribuída a determinado servidor público em que este último
reconheceria a existência de união estável entre ambos. Com isso, Maria
passou a receber pensão por morte, como dependente do aludido funcionário
público.

Exclusivamente sob o prisma do concurso de crimes, a sentença:


a) está incorreta, pois o magistrado deveria ter reconhecido a existência de concurso
formal entre as condutas atribuídas a Maria, já que ela não as teria realizado com
desígnios autônomos.
b) está incorreta, pois o magistrado deveria ter reconhecido a existência de crime
continuado entre as condutas atribuídas a Maria, já que ela as teria realizado nas
mesmas circunstâncias de tempo, lugar e modo de execução.
c) está correta ao condenar Maria pela prática de ambos os crimes, em concurso
material, pois a conduta realizada ofendeu dois bens jurídicos distintos.
d) está incorreta, pois o magistrado deveria ter reconhecido a absorção do crime de
falsidade documental pelo crime de estelionato, uma vez que aquele se exauriu neste
último, sem mais potencialidade lesiva.
e) está incorreta, pois o magistrado deveria ter condenado Maria apenas pela prática
do crime de falsidade documental, já que o crime de estelionato, neste caso,
configura mero exaurimento do falso.

RESPOSTA DA QUESTÃO: Podemos resolver esta questão pela análise simples do


verbete nº 17 da súmula do STJ:

Súmula 17 do STJ - "Quando o falso se exaure no estelionato, sem mais


potencialidade lesiva, é por este absorvido".

Assim, o Juiz deveria ter condenado Maria penas pelo crime de estelionato.
Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA É A LETRA D.

Q89 – POLÍCIA DO SENADO - Nos crimes cometidos sem violência ou grave


ameaça à pessoa, o agente que voluntariamente repara o dano, depois do
recebimento da denúncia ou da queixa, mas antes do julgamento,

a) ficará com sua pena inalterada.


b) terá a pena reduzida de um a dois terços
c) terá a pena atenuada.
d) ficará isento de pena.

RESPOSTA DA QUESTÃO:
Se reparar APÓS O RECEBIMENTO DA DENÚNCIA E ANTES DA SENTENÇA, atenuante
genérica:
Art. 65 - São circunstâncias que sempre atenuam a pena:
(...)
III - ter o agente:
b) procurado, por sua espontânea vontade e com eficiência, logo após o crime,
evitar-lhe ou minorar-lhe as conseqüências, ou ter, antes do julgamento, reparado o
dano;
Gab: C

Q90 - Com relação ao concurso de pessoas, assinale a afirmativa incorreta.

a) Para a teoria da acessoriedade mínima para que haja participação punível


basta que o autor tenha praticado uma conduta típica; para a da
acessoriedade temperada, adotada pela maioria da doutrina, basta que a
conduta do autor seja típica e ilícita; para a da acessoriedade máxima se
exige que a conduta do autor seja típica, ilícita e culpável.
b) Para a doutrina majoritária, se o executor desiste voluntariamente da
consumação do crime ou impede que o resultado se produza, responderá
apenas pelos atos já praticados, beneficiando-se dessa circunstância os
vários partícipes, nos termos dos artigos 15 e 29 do Código Penal.

c) São requisitos para o concurso de pessoas: pluralidade de agentes e de


condutas; relevância causal de cada conduta; liame subjetivo entre os
agentes e identidade de infração penal.

d) É possível a participação em delitos de mão própria.

e) Demonstrado que um dos concorrentes quis participar de crime menos


grave, ser-lhe-á aplicada a pena deste com o aumento de metade, se
previsível o resultado mais grave.

Gabarito:
Dada repercussão de questões anteriores, a letra E está errada, as demais corretas.

Q91 - As regras do concurso formal perfeito (em que se adota o sistema da


exasperação da pena) foram adotadas pelo Código Penal com o objetivo de
beneficiar o agente que, mediante uma só conduta, praticou dois ou mais
crimes. No entanto, quando o sistema da exasperação for prejudicial ao
acusado, deverá prevalecer o sistema do cúmulo material (em que a soma
das penas será mais vantajosa do que o aumento de uma delas com
determinado
percentual, ainda que no patamar mínimo).

A essa hipótese, a doutrina deu o nome de

a) concurso material benéfico.


b) concurso formal imperfeito.
c) concurso formal heterogêneo.
d) exasperação sui generis.

RESPOSTA DA QUESTÃO: Quando a conduta, por si só, seja hipótese de concurso


formal, mas o cálculo de aplicação da pena pelo sistema da exasperação (art. 70 do
CP) se demonstrar mais prejudicial que o cálculo de aplicação pelo sistema do cúmulo
material (art. 69 do CP), o art. 70, § único do CP, determina que aplica-se o sistema
do cúmulo material. Gab: A

Q92 - 35 - (FGV - 2010 - OAB - EXAME DE ORDEM UNIFICADO - II -


PRIMEIRA FASE)

Com relação ao concurso de delitos, é correto afirmar que:


a) no concurso de crimes as penas de multa são aplicadas distintamente, mas de
forma reduzida.
b) o concurso material ocorre quando o agente, mediante mais de uma ação ou
omissão, pratica dois ou mais crimes com dependência fática e jurídica entre estes.
c) o concurso formal perfeito, também conhecido como próprio, ocorre quando o
agente, por meio de uma só ação ou omissão, pratica dois ou mais crimes idênticos,
caso em que as penas serão somadas.
d) o Código Penal Brasileiro adotou o sistema de aplicação de pena do cúmulo
material para os concursos material e formal imperfeito, e da exasperação para o
concurso formal perfeito e crime continuado.

RESPOSTA DA QUESTÃO: A afirmativa A está errada, eis que no concurso de crimes


as penas de multa são aplicadas distinta e integralmente, nos termos do art. 72. A
afirmativa B também está errada, que não há dependência jurídica entre eles. Há,
apenas, dependência fática (devem ser praticados num mesmo contexto fático). A
letra C caracteriza bem o concurso formal, no entanto, peca quanto às
consequências, já que as penas não são somadas, aplicando-se o sistema da
exasperação, nos termos do art. 70 do CP.

Já a letra D está correta, eis que o sistema do cúmulo material (soma das penas) é
aplicado ao concurso material e ao concurso formal imperfeito (agente pratica uma só
conduta, atingindo mais de um bem jurídico, só que com a intenção de lesionar os
dois), nos termos dos arts. 69 e 70, segunda parte, do CP. Já o sistema da
exasperação é previsto para o concurso formal próprio ou perfeito (com uma só
conduta atinge dois bens jurídicos, sem a intenção de lesionar ambos) e ao crime
continuado, conforme podemos extrair dos arts. 70 e 71 do CP. AFIRMATIVA
CORRETA É A LETRA D.

Q93 - Casuística 1: Amarildo, ao chegar a sua casa, constata que sua filha
foi estuprada por Terêncio. Imbuído de relevante valor moral, contrata
Ronaldo, pistoleiro profissional, para tirar a vida do estuprador. O serviço é
regularmente executado.

Casuística 2: Lucas concorre para um infanticídio auxiliando Julieta,


parturiente, a matar o nascituro – o que efetivamente acontece. Lucas sabia,
desde o início, que Julieta estava sob a influência do estado puerperal.

Levando em consideração a legislação vigente e a doutrina sobre o concurso


de pessoas (concursus delinquentium), é correto afirmar que no exemplo 1,
Amarildo responderá pelo homicídio privilegiado e Ronaldo pelo crime de
homicídio qualificado por motivo torpe. No exemplo 2, Lucas e Julieta
responderão pelo crime de infanticídio.

RESPOSTA DA QUESTÃO:
Caso 01 – Tendo Amarildo agido mediante relevante valor moral, logo após injusta
provocação da vítima, Amarildo responde por homicídio privilegiado, mas essa
circunstância, por ser de caráter pessoal, não se comunica a Ronaldo, que responde
por homicídio qualificado pelo motivo torpe (mediante paga ou promessa de
recompensa);
Caso 02 – Embora o delito de infanticídio seja crime próprio, que só pode ser
praticado pela mãe contra o próprio filho, durante o estado puerperal, é atualmente
pacífico o entendimento no sentido de que é possível concurso de agentes, desde que
o comparsa saiba da condição de sua comparsa, ou seja, saiba que ela está matando
o próprio filho sob a influência do estado puerperal. Assim, ambos responderão por
infanticídio.
Assim, a ALTERNATIVA CORRETA É A LETRA A.

Q94 - Zenão e Górgias desejam matar Tales. Ambos sabem que Tales é
pessoa bastante metódica e tem a seguinte rotina ao chegar no trabalho:
pega uma xícara de café na copa, deixa-a em cima de sua bancada particular,
vai a outra sala buscar o jornal e retorna à sua bancada para lê-lo, enquanto
degusta a bebida.

Aproveitando-se de tais dados, Zenão e Górgias resolvem que executarão o


crime de homicídio através de envenenamento. Para tanto, Zenão,
certificando-se que não havia ninguém perto da bancada de Tales, coloca na
bebida 0,1 ml de poderoso veneno. Logo em seguida chega Górgias, que
também verifica a ausência de qualquer pessoa e adiciona ao café mais 0,1
ml do mesmo veneno poderoso. Posteriormente, Tales retorna à sua mesa e
senta-se confortavelmente na cadeira para degustar o café lendo o jornal,
como fazia todos os dias. Cerca de duas horas após a ingestão da bebida,
Tales vem a falecer. Ocorre que toda a conduta de Zenão e Górgias foi
filmada pelas câmeras internas presentes na sala da vítima, as quais eram
desconhecidas de ambos, razão pela qual a autoria restou comprovada.
Também restou comprovado que Tales somente morreu em decorrência da
ação conjunta das duas doses de veneno, ou seja, somente 0,1 ml da
substância não seria capaz de provocar o resultado morte. Com base na
situação descrita, é correto afirmar que

a) caso Zenão e Górgias tivessem agido em concurso de pessoas, deveriam


responder por homicídio qualificado doloso consumado.
b) mesmo sem qualquer combinação prévia, Zenão e Górgias deveriam
responder por homicídio qualificado doloso consumado.
c) Zenão e Górgias, agindo em autoria colateral, deveriam responder por
homicídio culposo.
d) Zenão e Górgias, agindo em concurso de pessoas, deveriam responder por
homicídio culposo.

RESPOSTA DA QUESTÃO: No caso em tela, Zenão e Górgias agiram em autoria


colateral, e NÃO em concurso de pessoas, pois não havia qualquer vínculo subjetivo
entre eles (um não conhecia a conduta do outro).

Em se tratando de autoria colateral, cada um dos agentes somente responde pela sua
conduta, e não pelo resultado ocorrido.

Não há que se falar em concurso de agentes, pois um desconhecia a conduta do


outro. Contudo, caso estivessem agindo em concurso, ambos responderiam pelo
resultado, ou seja, homicídio doloso qualificado consumado.
Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA É A LETRA A.
Q95 - A co-autoria é impossível nos crimes:

(A) Comissivos.
(B) Omissivos.
(C) Próprios.
(D) De mão própria.
(E) Culposos

RESPOSTA DA QUESTÃO: Entende-se que a coautoria é incabível nos crimes de


mão própria, motivo pelo qual a alternativa D está correta, e o gabarito está correto
quanto a este ponto.
Contudo, e embora não haja unanimidade doutrinária, a Doutrina majoritária não
admite a coautoria nos crimes omissivos. Um adendo, é plenamente possível a
participação em crimes omissivos próprios.
Portanto, entendo que a questão deveria ter sido ANULADA.

Q96 – Se da lesão corporal dolosa resulta morte e as circunstâncias


evidenciam que o agente não quis o resultado morte, nem assumiu o risco de
produzi-lo, configura(m)-se a) lesão corporal seguida de morte.

RESPOSTA DA QUESTÃO: Neste caso o resultado morte decorreu de culpa, de


maneira que o agente responderá pelo delito de lesão corporal seguida de morte, nos
termos do art. 129, §3º do CP. Certa.

Q97 - É um resultado que caracteriza o crime de lesão corporal de natureza


grave, cuja pena é de reclusão de um a cinco anos:

a) incapacidade para as ocupações habituais, por mais de dez dias.


b) incapacidade para as ocupações habituais, por mais de vinte dias.
c) debilidade temporária de membro, sentido ou função
d) incapacidade para as ocupações habituais, por mais de quinze dias.
e) aceleração de parto.

RESPOSTA DA QUESTÃO: Dentre as alternativas apresentadas, apenas a letra E


configura um crime de lesão corporal de natureza grave, nos termos do art. 129, §1º,
IV do CP. Ressalte-se que a letra C, ainda que fale em lesão grave e não gravíssima,
exige-se, de acordo com o previsto no CP ―debilidade permanente de membro,
sentido ou função‖ não confundir com o disposto no parágrafo das lesões gravíssima,
em que faz a menção da lesão grave com consequência a ―Incapacidade permanente
para o trabalho‖ Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA É A LETRA E. Vale a pena a
leitura no inteiro teor.

Q98 - Assinale a alternativa que traz as duas hipóteses de aborto legal,


praticado por médico, expressamente previstas no art. 128 do CP.

a) Se o feto sofre de doença incurável, sendo praticado com o consentimento


da gestante; se há má-formação fetal que inviabilize a vida extrauterina.
b) Se há má-formação fetal que inviabilize a vida extrauterina; se não há
outro meio de salvar a vida da gestante.
c) Se não há outro meio de salvar a vida da gestante; se praticado com o
consentimento dela, tendo sido a gravidez resultada de estupro.
d) Se o feto sofre de doença incurável, sendo praticado com o consentimento
da gestante; se praticado com o consentimento da gestante, tendo sido a
gravidez resultada de estupro.
e) Se a gestante é menor de idade, sendo o procedimento autorizado pelos
responsáveis; se praticado com o consentimento da gestante, tendo sido a
gravidez resultada de estupro.

RESPOSTA DA QUESTÃO: O aborto é permitido, quando praticado pelo médico, nas


hipóteses do art. 128 do CP:

Art. 128 - Não se pune o aborto praticado por médico: (Vide ADPF 54) Aborto
necessário
I - se não há outro meio de salvar a vida da gestante; Aborto no caso de gravidez
resultante de estupro
II - se a gravidez resulta de estupro e o aborto é precedido de consentimento
da gestante ou, quando incapaz, de seu representante legal.

O STF passou a entender, ainda, que o aborto de fetos anencefálicos (sem cérebro ou
com má formação cerebral) também seria legal, por respeito à dignidade da mãe.

Assim, vemos que apenas a letra C traz duas hipóteses expressamente previstas no
CP.

Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA É A LETRA C.

Q99 - ―X‖ recebe recomendação médica para ficar de repouso, caso


contrário, poderia sofrer um aborto. Ocorre que ―X‖ precisa trabalhar e não
consegue fazer o repouso desejado e, por essa razão, acaba expelindo o feto,
que não sobrevive. Em tese, ―X‖

a) não praticou crime algum.


b) praticou o crime de aborto doloso.
c) praticou o crime de aborto culposo.
d) praticou o crime de lesão corporal qualificada pela aceleração do parto.
e) praticou o crime de desobediência.

RESPOSTA DA QUESTÃO: O agente não praticou crime algum, pois o aborto se deu
de forma culposa. O aborto somente é punido quando ocorre de maneira DOLOSA. No
caso em tela a gestante não teve a intenção de provocar o aborto, nem agiu de forma
a ―não se importar‖ com sua ocorrência (assumir o risco). A gestante sabia do risco,
mas acreditava que conseguiria trabalhar sem prejudicar sua gestão, tendo aqui o
que se chama de CULPA CONSCIENTE.
Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA É A LETRA A.

Q100 - Considere que João e José se agrediram mutuamente e que as lesões


recíprocas não são graves. Nesta hipótese, o art. 129, § 5.º do CP prescreve
que ambos podem:

a) ser beneficiados com a exclusão da ilicitude


b) ser beneficiados com o perdão judicial.
c) ter as penas de reclusão substituídas por prisão simples.
d) ser beneficiados com a exclusão da culpabilidade.
e) ter as penas de detenção substituídas por multa.

RESPOSTA DA QUESTÃO: Neste caso, nos termos do art. 129, §5º, II do CP, o Juiz
poderá substituir a pena de prisão pela pena de multa. ALTERNATIVA CORRETA É A
LETRA E.

Q101 - Para os efeitos dos crimes contra a vida, considera-se morta a pessoa
no momento em que:

a) cessar sua atividade respiratória sem auxílio externo.


b) perder sua consciência de forma irreversível.
c) cessar sua atividade encefálica.
d) perder sua capacidade psicomotora.
e) cessar sua capacidade cardiopulmonar sem auxílio externo.

RESPOSTA DA QUESTÃO: Segundo entendimento doutrinário e jurisprudencial,


considera-se morta a pessoa no momento em que cessa sua atividade encefálica, ou
seja, quando há a chamada ―morte cerebral‖.
Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA É A LETRA C.

Q102 - Adriana, desejando a morte de sua amiga Leda, por vingança,


mediante ameaça com uma faca, obrigou-a a ingerir ―chumbinho",
substância utilizada para matar ratos, a despeito das súplicas da vítima que
sabia que a ingestão daquela substância poderia leva-la a morte. Após a
ingestão do veneno, a vítima permaneceu agonizando por duas horas, vindo
a óbito. Logo, Adriana deve responder pelo crime de homicídio doloso:

a) simples consumado.
b) qualificado por meio insidioso.
c) qualificado por meio cruel.
d) duplamente qualificado por motivo torpe e por meio insidioso.
e) duplamente qualificado por motivo torpe e por meio cruel.

RESPOSTA DA QUESTÃO: Trata-se, aqui, de homicídio qualificado pelo meio CRUEL,


pois a vítima sabia que estava ingerindo veneno. Com relação à vingança, ela pode
ou não qualificar o delito, a depender da natureza da vingança (pode ser uma
vingança ―nobre‖, como matar o assassino do próprio, filho, por exemplo), ou seja,
não se pode afirmar que o delito seria qualificado pela vingança.
Ademais, ainda que fosse possível determinar que se tratava de vingança por motivo
fútil ou torpe, o crime não seria ―duplamente‖ qualificado, pois isso não existe. Seria
apenas qualificado, e a segunda qualificadora seria utilizada como circunstância
agravante.

Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA É A LETRA C.

Q103 - Manoel estava cortando uma laranja com um canivete em seu sítio,
distraído, quando seu primo, Paulo, por mera brincadeira, veio por trás e deu
um grito. Em razão do susto, Manoel virou subitamente, ferindo Paulo no
pescoço, provocando uma lesão que o levou a óbito. Logo, Manoel:

a) não praticou crime, pois agiu por ato reflexo.


b) praticou o crime de homicídio culposo.
c) praticou o crime de homicídio doloso por dolo direto.
d) praticou crime de homicídio doloso por dolo eventual.
e) praticou crime de lesão corporal seguida de morte.
RESPOSTA DA QUESTÃO: No caso em tela Manoel agiu por ato REFLEXO, ou seja,
não teve dolo nem culpa em sua conduta, pois, como bem afirmado pela questão,
Manoel virou-se subitamente em razão do susto provocado pela própria vítima. Não
havendo dolo nem culpa, fica afastada a CONDUTA, que é um dos elementos do fato
típico.
Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA É A LETRA A.

Q104 - São crimes contra a vida, assim previstos pelo Código Penal:
a) latrocínio, homicídio, extorsão mediante sequestro seguido de morte e infanticídio.
b) homicídio, aborto, infanticídio e induzimento ao suicídio.
c) homicídio, aborto, latrocínio e lesão corporal seguida de morte.
d) extorsão mediante sequestro seguido de morte, rixa seguida de morte, latrocínio,
infanticídio e aborto.
e) latrocínio, lesão corporal seguida de morte, difamação e periclitação da vida.

RESPOSTA DA QUESTÃO: Dentre as alternativas apresentadas, apenas a letra B


traz exclusivamente crimes contra a vida, pois todos estão incluídos no Capítulo I do
Título da Parte Especial do CP, nos termos dos arts. 121, 122, 123 e 124 a 128. Como
resolver essa questão? Faça uma análise do bem jurídico tutelado! Latrocínio protege
o patrimônio e não apenas a vida, o mesmo vale pela extorão mediante sequestro
seguido de morte, rixa seguida de morte, entre outros, já no caso da lesão corporal
seguida de morte, o crime é preterdoloso, responde o agente a título de culpa pela
morte, pois não queria o resultado. ALTERNATIVA CORRETA É A LETRA B.

Q105 - No que toca ao delito de aborto e seus permissivos legais, é correto


afirmar que é excepcionalmente admissível na legislação pátria, no caso de
aborto terapêutico ou aborto humanitário (ou piedoso).

RESPOSTA DA QUESTÃO:
RESPOSTA DA QUESTÃO: O aborto só é permitido na legislação brasileira em
hipóteses excepcionais, que são o aborto terapêutico ou aborto humanitário. O
primeiro ocorre quando há risco de vida para a mãe, e o segundo quando a gestação
deriva de estupro e a mãe consente com a realização do aborto, conforme previsto no
art. 128, I e II do CP.
Contudo, o STF passou a admitir, também, o aborto de fetos anencéfalos (fetos sem
cérebro ou com má formação cerebral), no julgamento da ADPF 54.
Porém, a questão pede que se responda com base nas exceções previstas na LEI, que
são só as duas primeiras. Questão certa.
Q106 - (FGV – 2008 – SENADO FEDERAL – POLICIAL LEGISLATIVO)
Um domingo, ao chegar em casa vindo do jogo de futebol a que fora assistir,
Tício encontra sua esposa Calpúrnia traindo-o com seu melhor amigo, Mévio.
No mesmo instante, Tício saca sua arma e dispara um tiro na cabeça de
Calpúrnia e outro na cabeça de Mévio. Embora pudesse fazer outros
disparos, Tício guarda a arma. Ato contínuo, apercebendo-se da besteira que
fizera, coloca os amantes em seu carro e parte em disparada para um
hospital.

O trabalho dos médicos é extremamente bem-sucedido, retirando a bala da


cabeça dos amantes sem que ambos tivessem qualquer espécie de seqüela.
Aliás, não fosse a imediata atuação de Tício, Calpúrnia e Mévio teriam
morrido. Com efeito, quinze dias depois, ambos já retornaram às suas
atividades profissionais habituais. A partir do texto, assinale a alternativa
que indique o crime praticado por Tício.

a) lesão corporal leve


b) lesão corporal grave
c) tentativa de homicídio
d) Tício não praticou crime
e) exercício arbitrário das próprias razões
RESPOSTA DA QUESTÃO: No caso em tela houve desistência voluntária e
arrependimento eficaz, pois o agente desistiu de prosseguir na execução do delito,
embora pudesse, e ainda procurou evitar que o resultado ocorresse. Nesse caso,
aplica-se o art. 15 do CP:

Desistência voluntária e arrependimento eficaz (Redação dada pela Lei nº 7.209, de


11.7.1984)
Art. 15 - O agente que, voluntariamente, desiste de prosseguir na execução ou
impede que o resultado se produza, só responde pelos atos já praticados. (Redação
dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984). Assim, Tício responderá apenas pelas lesões
corporais causadas (graves, em razão do fato de resultar em perigo de vida),
nos termos do art. 129, §1º, II do CP. A questão tenta confundir o candidato pelo
fato de voltarem as atividades em apenas 15 dias, o que por sí só não configuraria a
gravidade da lesão, por isso é importante levar todo o teor do assunto para a prova.
PORTANTO, A ALTERNATIVA CORRETA É A LETRA B.

Q107 - Jaime, objetivando proteger sua residência, instala uma cerca


elétrica no muro. Certo dia, Cláudio, com o intuito de furtar a casa de Jaime,
resolve pular o referido muro, acreditando que conseguiria escapar da cerca
elétrica ali instalada e bem visível para qualquer pessoa. Cláudio, entretanto,
não obtém sucesso e acaba levando um choque, inerente à atuação do
mecanismo de proteção. Ocorre que, por sofrer de doença cardiovascular, o
referido ladrão falece quase instantaneamente. Após a análise pericial, ficou
constatado que a descarga elétrica não era suficiente para matar uma
pessoa em condições normais de saúde, mas suficiente para provocar o óbito
de Cláudio, em virtude de sua cardiopatia.
Nessa hipótese é correto afirmar que:

a) Jaime deve responder por homicídio culposo, na modalidade culpa consciente.


b) Jaime deve responder por homicídio doloso, na modalidade dolo eventual.
c) Pode ser aplicado à hipótese o instituto do resultado diverso do pretendido.
d) Pode ser aplicado à hipótese o instituto da legítima defesa preordenada.
RESPOSTA DA QUESTÃO: No caso em tela, Jaime se valeu do que se chama de
―legítima defesa preordenada‖, utilizando-se de uma ―ofendículas‖ (instrumento
preordenado a defender um bem jurídico, no caso, o patrimônio).
A legítima defesa preordenada é admitida pela Doutrina, que a vê como uma
modalidade válida de legítima defesa, de maneira que, também em relação a esta, o
―excesso‖ é punível, seja ele culposo ou doloso.

No caso, a questão deixa claro que não houve excesso por parte de Jaime, já que a
corrente elétrica não seria capaz de matar uma pessoa em condições normais, de
maneira que a morte de Cláudio não pode ser atribuída a Jaime.
Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA É A LETRA D.

Q108 - Paula, com intenção de matar Maria, desfere contra ela quinze
facadas, todas na região do tórax. Cerca de duas horas após a ação de Paula,
Maria vem a falecer. Todavia, a causa mortis determinada pelo auto de
exame cadavérico foi envenenamento.

Posteriormente, soube-se que Maria nutria intenções suicidas e que, na


manhã dos fatos, havia ingerido veneno.
Com base na situação descrita, assinale a afirmativa correta.
a) Paula responderá por homicídio doloso consumado.
b) Paula responderá por tentativa de homicídio.
c) O veneno, em relação às facadas, configura concausa relativamente independente
superveniente que por si só gerou o resultado.
d) O veneno, em relação às facadas, configura concausa absolutamente independente
concomitante.

RESPOSTA DA QUESTÃO: No presente caso temos uma causa absolutamente


independente, preexistente, que por si só produziu o resultado. Paula, desta forma,
responderá apenas pelos atos praticados (tentativa de homicídio), não podendo o
resultado ser a ela imputado, pois a ele não deu causa, pela teoria da causalidade
adequada. LETRA B.

Q109 - Sofia decide matar sua mãe. Para tanto, pede ajuda a Lara, amiga de
longa data, com quem debate a melhor maneira de executar o crime, o
melhor horário, local etc. Após longas discussões de como poderia executar
seu intento da forma mais eficiente possível, a fim de não deixar nenhuma
pista, Sofia pede emprestado a Lara um facão. A amiga prontamente atende
ao pedido. Sofia despede-se agradecendo a ajuda e diz que, se tudo correr
conforme o planejado, executará o homicídio naquele mesmo dia e assim o
faz. No entanto, apesar dos cuidados, tudo é descoberto pela polícia.

A respeito do caso narrado e de acordo com a teoria restritiva da autoria,


Sofia é a autora do delito e deve responder por homicídio com a agravante
de o crime ter sido praticado contra ascendente. Lara, por sua vez, é apenas
partícipe do crime e deve responder por homicídio, sem a presença da
circunstância agravante.

RESPOSTA DA QUESTÃO: Para esta teoria, autor é quem pratica a conduta descrita
no núcleo do tipo (o verbo). Partícipe é todo aquele que, de alguma forma, colabora
para o intento criminoso sem, contudo, praticar a conduta nuclear. No caso em tela,
Sofia é autora do delito, com a agravante de ter sido praticado o delito contra
ascendente (art. 61, II, e do CP). Lara, por sua vez, será mera partícipe, e não será
aplicada a ela a agravante, eis que não se trata de uma elementar do delito, sendo
uma circunstância periférica e de caráter pessoal (que não se comunica, portanto,
entre os comparsas).
Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA

Q110 - João, com intenção de matar, efetua vários disparos de arma de fogo
contra Antônio, seu desafeto. Ferido, Antônio é internado em um hospital, no
qual vem a falecer, não em razão dos ferimentos, mas queimado em um
incêndio que destrói a enfermaria em que se encontrava.
Assinale a alternativa que indica o crime pelo qual João será
responsabilizado.

a) Homicídio consumado.
b) Homicídio tentado.
c) Lesão corporal.
d) Lesão corporal seguida de morte.
RESPOSTA DA QUESTÃO: A causa da morte, neste caso, foi o incêndio. Temos,
assim, uma causa relativamente independente (pois se não fosse a conduta de
João, Antônio não estaria ali), mas que produziu por si só o resultado (foi ela,
sozinha, que causou a morte).
Neste caso, João não responde pelo resultado, mas apenas por sua conduta, de forma
que responderá por homicídio na forma tentada. LETRA B.

Q111 - José dispara cinco tiros de revólver contra Joaquim, jovem de 26


(vinte e seis) anos que acabara de estuprar sua filha. Contudo, em
decorrência de um problema na mira da arma, José erra seu alvo, vindo a
atingir Rubem, senhor de 80 (oitenta) anos, ceifando-lhe a vida. José
responderá apenas por homicídio privilegiado consumado, uma vez que
ocorreu erro na execução.

RESPOSTA DA QUESTÃO:
No caso em questão houve o que se chama de ―erro na execução‖, pois o agente
vislumbrou perfeitamente a vítima pretendida, mas errou na execução do delito.
Neste caso, considera-se o crime como tendo sido praticado em face da vítima
pretendida, e não da vítima efetivamente atingida. Correta.

Q112 - Roberto estava na fila de um banco, quando, por descuido, esbarrou


em Renato que estava a sua frente, fazendo com que caísse no chão a pasta
que estava na mão de Renato. Não obstante o pedido de desculpas, Renato
ficou enfurecido, saiu do banco, foi até seu veículo, pegou uma pistola e
aguardou na esquina a saída de Roberto do banco. Assim que a vítima cruzou
a esquina, Renato sacou a arma e desferiu cinco disparos pelas costas de
Roberto, levando-o a imediato óbito. Renato cometeu crime de

a) homicídio simples;
b) homicídio qualificado pelo motivo torpe;
c) homicídio duplamente qualificado pelo motivo torpe e com recurso que dificultou ou
tornou impossível a defesa do ofendido
d) homicídio duplamente qualificado pelo motivo fútil e com recurso que dificultou ou
tornou impossível a defesa do ofendido
e) homicídio triplamente qualificado pelo motivo torpe, emprego de arma de fogo e
com recurso que dificultou ou tornou impossível a defesa do ofendido

RESPOSTA DA QUESTÃO: Temos aqui um homicídio QUALIFICADO, pelo motivo fútil


e por ter sido utilizado recurso que dificultou a defesa da vítima, nos termos do art.
121, II e IV do CP. Contudo, a terminologia ―duplamente qualificado‖ (assim como
―triplamente qualificado‖) é absolutamente equivocada. A melhor Doutrina rejeita
essa terminologia, e a FGV jamais deveria tê-la utilizado.

Entretanto, não há como lutar contra isso. A alternativa D é a ―menos errada‖, pois
traz a solução correta, ainda que com um nome errado.
Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA É A LETRA D.

Q113 - Tício tentou suicidar-se e cortou os pulsos. Em seguida arrependeu-


se e chamou uma ambulância. Celsus, que sabia das intenções suicidas de
Tício, impediu dolosamente que o socorro chegasse e Tício morreu por
hemorragia. Nesse caso, Celsus responderá por
A) auxílio a suicídio.
B) homicídio doloso.
C) instigação a suicídio.
D) induzimento a suicídio.
E) homicídio culposo.

RESPOSTA DA QUESTÃO:
Essa questão é sensacional! Uma pegadinha e tanto!
Como Celsus impediu o socorro de Tício, que tentou se suicidar, a conduta poderia
ser classificada como auxílio ao suicídio. Porém, como a questão diz que Tício se
arrependeu, logo, NÃO QUERIA MAIS MORRER, e Celsus sabia disso, Celsus quis, ele
próprio a morte de Tício, e não ajuda-lo a se matar (pois este não mais queria isso).
Logo, o homicídio é DOLOSO.

Se Celsus não soubesse que Tício não queria mais se matar, e achasse que ele ainda
pretendia a morte, a conduta dele seria a de auxílio ao suicídio.
Assim, a ALTERNATIVA CORRETA É A LETRA B.

Q114 - Maria e seu namorado João praticaram manobras abortivas que


geraram a expulsão do feto. Todavia, em razão da chegada de terceiros ao
local e dos cuidados médicos dispensados, o neonato sobreviveu. Nesse
caso, Maria e João responderão por

A) tentativa de aborto.
B) crime de aceleração de parto.
C) tentativa de homicídio.
D) infanticídio.
E) tentativa de infanticídio.

RESPOSTA DA QUESTÃO:
Essa questão é outra pegadinha! Não há, de plano, nem infanticídio, nem tentativa de
infanticídio, tampouco homicídio, pois ainda não havia vida extrauterina.
Entretanto, o problema está na tentativa de aborto. De fato, ambos praticaram aborto
na modalidade tentada, pois tinham como finalidade (DOLO, Tudo se resolve com o
dolo!) o ABORTO, o crime praticado é o de aborto na modalidade tentada (pois o feto
sobreviveu).
A confusão poderia ocorrer porque o CP incrimina a conduta de lesão corporal grave,
sendo uma das hipóteses que qualifica a lesão corporal, a ocorrência de aceleração de
parto.

Mas como distinguir um crime do outro? Nesse caso, deve ser analisado o dolo do
agente. Se ele quis o aborto, responderá por aborto tentado. Se quis lesionar a
gestante, e, sem querer, aconteceu a aceleração do parto (crime qualificado pelo
resultado), haverá lesão corporal grave! Cuidado, meu povo!
Assim, a ALTERNATIVA CORRETA É A LETRA A.

Q115 - Antonio e sua mulher Antonia resolveram, sob juramento, morrer na


mesma ocasião. Antonio, com o propósito de livrar-se da esposa, finge que
morreu. Antonia, fiel ao juramento assumido, suicida-se. Nesse caso,
Antonio responderá por

A) auxílio ao suicídio culposo.


B) homicídio doloso.
C) homicídio culposo.
D) induzimento ao suicídio.
E) tentativa de homicídio.

RESPOSTA DA QUESTÃO: A Banca adotou, seguindo tese majoritária, o fato de que


Antonia tirou a própria vida por livre e espontânea vontade, e que Antonio, seu
marido, com sua conduta anterior (pacto de morte), a induziu ou instigou a se
suicidar. Tendo Antonio sobrevivido, responderá pelo crime do art. 122 do CP.

Assim, a ALTERNATIVA CORRETA É A LETRA D.

Q116 - Segundo o entendimento jurisprudencial hoje preponderante, a lesão


corporal respectivamente simples e qualificada ocorrida no Brasil (Cód.
Penal, Art. 129 e seus parágrafos) é um crime de ação penal

a) pública incondicionada e de ação penal privada.


b) pública condicionada à representação e de ação penal privada.
c) pública condicionada à representação e incondicionada.
d) privada e de ação penal pública condicionada à representação.
e) pública e exclusivamente condicionada à representação.

RESPOSTA DA QUESTÃO: A lesão corporal simples é considerada crime de ação


penal pública condicionada à representação, por força do que dispõe o art. 88 da Lei
9.099/95. Já o crime de lesão corporal qualificada permanece como delito de ação
penal pública incondicionada, já que o CP é silente com relação a este delito.
Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA É A LETRA C.

Q117 - Em relação aos crimes contra a vida, correto afirmar que o homicídio
simples, em determinada situação, pode ser classificado como crime
hediondo.

RESPOSTA DA QUESTÃO:
Na hipótese de ser praticado em atividade típica de grupo de extermínio, nos termos
do art. 1º, I da Lei 8.072/90. Certo.

Q118 - Em relação aos crimes contra a vida, correto afirmar que


incompatível o homicídio privilegiado com a qualificadora do emprego de
asfixia.

RESPOSTA DA QUESTÃO:
É possível a combinação de homicídio privilegiado qualificado, desde que a
qualificadora seja de natureza objetiva, como o meio de execução, que é a hipótese
de ser realizado mediante asfixia, por exemplo. Errada.

Q119 - O autor de homicídio praticado com a intenção de livrar um doente,


que padece de moléstia incurável, dos sofrimentos que o atormentam
(eutanásia), perante a legislação brasileira,

a) não cometeu infração penal.


b) responderá por crime de homicídio privilegiado.
c) responderá por homicídio qualificado pelo motivo torpe.
d) responderá por homicídio simples.
e) responderá por homicídio qualificado pelo motivo fútil.

RESPOSTA DA QUESTÃO: O autor do homicídio, neste caso, responderá pelo delito


de homicídio privilegiado, na forma do art. 121, §1º do CP:

Art. 121. Matar alguem:


Pena - reclusão, de seis a vinte anos.
Caso de diminuição de pena § 1º Se o agente comete o crime impelido por motivo de
relevante valor social ou moral, ou sob o domínio de violenta emoção, logo em
seguida a injusta provocação da vítima, ou juiz pode reduzir a pena de um sexto a
um terço.
Vejam que o delito foi praticado por motivo de relevante valor moral (aliviar a dor da
vítima).
Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA É A LETRA B.

Q120 - Dentre as hipóteses de formas qualificadas dos crimes de injúria,


calúnia e difamação, NÃO se incluem os crimes cometidos

A) mediante promessa de recompensa.


B) contra Governador de Estado.
C) contra chefe de governo estrangeiro.
D) na presença de várias pessoas.
E) contra funcionário público, em razão de suas funções.

RESPOSTA DA QUESTÃO: Nos termos do art. 141, I a IV do CP, são causas de


aumento de pena:

Art. 141 - As penas cominadas neste Capítulo aumentam-se de um terço, se


qualquer dos crimes é cometido:

I - contra o Presidente da República, ou contra chefe de governo estrangeiro;


II - contra funcionário público, em razão de suas funções;
III - na presença de várias pessoas, ou por meio que facilite a divulgação da calúnia,
da difamação ou da injúria.
IV - contra pessoa maior de 60 (sessenta) anos ou portadora de deficiência, exceto
no caso de injúria. (Incluído pela Lei nº 10.741, de 2003)

Parágrafo único - Se o crime é cometido mediante paga ou promessa de recompensa,


aplica-se a pena em dobro.

Assim, a alternativa que não contempla uma hipótese de causa de aumento de pena
é a letra B.

Q121 - Admite-se a exceção da verdade no crime de A) calúnia, se do crime


imputado, embora de ação pública, o acusado for absolvido por sentença
irrecorrível.

B) injúria, se a ofensa consistir na utilização de elementos referentes a raça, cor,


etnia, religião ou origem.
C) difamação, se o ofendido é funcionário público e a ofensa é relativa ao exercício de
suas funções.
D) calúnia, se o crime foi cometido contra o Presidente da República, chefe de
governo estrangeiro ou funcionário público no exercício de suas funções.
E) calúnia, se constituindo o fato imputado crime de ação privada, o ofendido não foi
condenado por sentença recorrível.

RESPOSTA DA QUESTÃO: A exceção da verdade (exceptio veritatis) é admitida


como regra na calúnia, e como exceção da difamação.

Já na difamação, a exceção da verdade não se admite, em regra, só sendo admitida


caso o fato se refira a funcionário público no exercício da função, art. 139, § único do
CP. ALTERNATIVA CORRETA É A LETRA C.

Q122 - 36.! (FCC – 2006 – TRF1RG – ANALISTA JUDICIÁRIO – ÁREA


JUDICIÁRIA)
A respeito dos crimes contra a honra, é correto afirmar que

A) é punível a calúnia contra os mortos.


B) constitui difamação punível a ofensa irrogada pela parte em juízo, na defesa da
causa.
C) é isento de pena o querelado que, antes da sentença, se retratar cabalmente da
injúria.
D) a injúria só pode ser cometida por gesto e palavras, nunca pela prática de vias de
fato.
E) admite-se a exceção da verdade no crime de injúria, se a vítima for funcionário
público e a ofensa for relacionada à função.

RESPOSTA DA QUESTÃO: A calúnia contra os mortos é punível, nos termos do art.


138, § 2° do CP. A difamação irrogada em Juízo não constitui crime.

A retratação da injúria não é causa de extinção da punibilidade (art. 143 do CP). A


injúria pode ser cometida por meio de vias-de-fato (INJÚRIA REAL, art. 140, §2° do
CP). No crime de injúria NUNCA SE ADMITE EXCEÇÃO DA VERDADE. Assim, a
ALTERNATIVA CORRETA É A LETRA A.

Q123 - No tocante à exceção da verdade, INCORRETO afirmar que a)


inaplicável no crime de calúnia se o fato imputado constitui delito de ação
pública e o ofendido foi absolvido por sentença irrecorrível.

b) inaplicável no crime de calúnia se praticado contra chefe de governo


estrangeiro.
c) inaplicável no crime de calúnia se o fato imputado constitui delito de ação
privada e não houve a propositura de queixa.
d) inaplicável no crime de difamação se a ofensa a funcionário público não é
relativa ao exercício de suas funções.
e) aplicável, em qualquer circunstância, no crime de injúria.

RESPOSTA DA QUESTÃO:
A exceção da verdade nunca é admitida na injúria, até porque se trata de uma
ofensa, não da narrativa de um fato, a letra E é a correta, portanto. Observe ainda
o item C, muito interessante para reflexão, pois se o crime é de ação penal privada,
não há que se falar em exceção da verdade enquanto a ação não for proposta
mediante queixa. A Calúnia contra o Presidente da República ou contra Chefe de
Governo Estrangeiro também não admitem a exceção da verdade.

Q124 - É admissível a exceção da verdade na injúria, se a vítima é


funcionária pública e a ofensa é relativa ao exercício de suas funções.

RESPOSTA DA QUESTÃO:
Na injúria não se admite exceção da verdade, apenas nos casos de calúnia e
difamação, desde que respeitadas algumas condições. Errada.

Q125 - É admissível a retratação apenas nos casos de calúnia e difamação.

RESPOSTA DA QUESTÃO:
Esta é a previsão contida no art. 143 do CP: Art. 143 - O querelado que, antes da
sentença, se retrata cabalmente da calúnia ou da difamação, fica isento de pena.
Certa.

Q126 – É é admissível o perdão judicial no crime de difamação, se houver


retorsão imediata.

RESPOSTA DA QUESTÃO:
Nos termos do art. 140, §1º, II do CP, a retorsão imediata é causa de perdão judicial
no crime de injúria, não no crime de difamação. Errada.

Q127 - A injúria real consiste no emprego de elementos preconceituosos ou


discriminatórios relativos à raça, cor, etnia, religião, origem e condição de
idoso ou deficiente.

RESPOSTA DA QUESTÃO:
Esta definição refere-se à injúria qualificada, e não à injúria real, nos termos do art.
140, §3º do CP. A injúria real consiste em violência ou vias de fato, que, por sua
natureza ou pelo meio empregado, se considerem aviltantes, nos termos do art. 140,
§2º do CP. Errada.

Q128 - Miguel cometeu crime de difamação contra Vitor e está respondendo


uma ação penal privada movida pelo ofendido (querelante), que tramita
perante uma das varas criminais da comarca de Macapá. Miguel, o querelado,
poderá se retratar cabalmente e, neste caso,

a) ficará isento da pena se a retratação ocorrer antes do trânsito em julgado da


sentença e contar com a anuência expressa do querelante.
b) terá a pena reduzida de um a dois terços se a retratação ocorrer antes da
sentença.
c) ficará isento de pena se a retratação ocorrer antes do trânsito em julgado da
sentença.
d) ficará isento de pena se a retratação ocorrer antes da sentença.
e) terá a pena reduzida de um a dois terços se a retratação ocorrer antes da
sentença e contar com a anuência expressa do querelante.

RESPOSTA DA QUESTÃO:
Questão capciosa que buscou exatamente os termos da lei.
Embora a lei tenha se limitado a apontar apenas "sentença" como parâmetro para a
retratação, a doutrina entende que apenas a retratação efetivada até a sentença de
primeiro grau extingue a punibilidade. Gabarito: D

Q129 - Uma empregada doméstica, percebendo que os proprietários


encontravam-se na cama, sorrateiramente, tranca a porta do quarto com
chave pelo lado de fora, impedindo-os de acessar outros co;modos da
resid<ncia. Imediatamente, permite a entrada de dois comparsas que,
durante 10 (dez) minutos, passam a recolher todos os objetos de valor que
conseguem transportar em

duas mochilas grandes de costa. Os proprietários levantam com o barulho e


ao tentarem sair do quarto percebem estar trancados naquele ambiente,
quando passam a chamar pela empregada que, todavia, ignora
deliberadamente o chamado, abandona o emprego com os demais membros
do grupo, após a empreitada criminosa.

Pela janela da casa, conseguem chamar um vizinho que, adentra ao imóvel e


destranca a porta do cômodo. Após saírem do quarto, os proprietários
percebem o desaparecimento de vários objetos de valor, bem como a
ausência da empregada. A polícia foi acionada,

sendo registrada ocorrência com codificação principal de:

a) Roubo.
b) Furto.
c) Cárcere privado.
d) Apropriação indébita.

RESPOSTA DA QUESTÃO: O crime ocorrido foi o de roubo, previsto no art.


157 do
CP. Trata-se de roubo cometido com violência imprópria, ou seja, apesar
de o agente não empregar violência física ou grave ameaça, reduz a
vítima à impossibilidade de defesa (parte final do art. 157 do CP).
Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA É A LETRA A.

Q130 - Eufrosina, experiente psicóloga e conhecedora profunda das técnicas


de hipnose, propõe a sua amiga Ambrosia hipnotizá-la, sob o argumento de
curá-la de um trauma da infância.

Acreditando na cura, Ambrosia aceita a terapia. Estando sob os efeitos da


hipnose e das determinações de Eufrosina, Ambrosia entrega-lhe um colar de
brilhantes, que já era cobiçado pela psicóloga há anos. Eufrosina vai embora
surrupiando a joia.

Assim, Eufrosina praticou o crime de:

a) roubo próprio.
b) furto simples.
c) furto mediante fraude.
d) roubo impróprio.
e) estelionato.

RESPOSTA DA QUESTÃO: No caso em tela houve a prática do delito de ROUBO


(roubo próprio, no qual a violência ou grave ameaça ocorre para possibilitar a
subtração da coisa), mediante a utilização de VIOLÊNCIA IMPRÓPRIA (aquela em que
o agente não agride a vítima, não se vale de violência física propriamente dita, mas
reduz a possibilidade de defesa da vítima, como no caso da hipnose). Trata-se,
portanto, de roubo próprio, nos termos do art. 157, caput, do CP. Gab: A.

Q131 - Lucileide, ao sair de sua residência, foi rendida por dois homens, que
portavam armas de fogo, e colocada no porta-malas do seu próprio veículo.
Os marginais percorreram por muitas horas vários bairros, sendo exigido
sempre de Lucileide efetuar vários saques bancários em contas de sua
titularidade, sempre sob a ameaça de armas, inclusive sob a ameaça de ser
violentada sexualmente. Logo, Lucileide foi vítima do delito de:

a) cárcere privado (artigo 148 do CP).


b) roubo (artigo 157, § 2, V, do CP).
c) extorsão simples (artigo 158, caput do CP).
d) extorsão qualificada (artigo 158, § 3º do CP).
e) extorsão mediante sequestro (artigo 159 do CP).

RESPOSTA DA QUESTÃO: O crime praticado aqui foi o de extorsão qualificada, nos


termos do art. 158, §3º do CP, o chamado ―sequestro relâmpago‖.

Vejamos:
Extorsão
Art. 158 - Constranger alguém, mediante violência ou grave ameaça, e com o intuito
de obter para si ou para outrem indevida vantagem econômica, a fazer, tolerar que
se faça ou deixar de fazer alguma coisa:

Pena - reclusão, de quatro a dez anos, e multa.


(...)
§ 3º Se o crime é cometido mediante a restrição da liberdade da vítima, e essa
condição é necessária para a obtenção da vantagem econômica, a pena é de
reclusão, de 6 (seis) a 12 (doze) anos, além da multa; se resulta lesão corporal grave
ou morte, aplicam-se as penas previstas no art. 159, §§ 2o e 3o, respectivamente.
(Incluído pela Lei nº 11.923, de 2009) LETRA D.

Q132 - Sílvio e Mário, por determinação de Valmeia, prima de Sílvio,


tomaram vários eletrodomésticos da casa de Joaquina, que havia saído para
trabalhar. Após a divisão em partes iguais, Valmeia, por necessitar para
utilização em sua casa, comprou de Sílvio e Mário os eletrodomésticos que
lhes couberam na divisão. Logo, pode-se afirmar que todos praticaram o
delito de furto e que
Valmeia não responde por receptação porque participou do delito anterior, e
a receptação, aqui, é considerada como mero post factum impunível.

RESPOSTA DA QUESTÃO:
Segundo Rogério Sanches (CP, p. 180), o sujeito atiivo da receptação poderá ser
qualquer um, DESDE QUE não tenha concorrido para o delito anterior. Assim, nenhum
dos três poderá ser incriminado por receptação, somente por furto. Questão certa.
Q133 - Num período em que faltam corpos humanos para estudo nos
institutos de anatomia das universidades de medicina, Claudionor,
funcionário de uma universidade privada, vende um cadáver desta
universidade para outra, sem o conhecimento dos administradores da
instituição em que trabalha. Assim, Claudionor:

a) não praticou nenhum crime, haja vista o cadáver não poder ser objeto de crime.
b) praticou o crime de destruição, subtração ou ocultação de cadáver.
c) praticou o crime de vilipêndio a cadáver.
d) praticou o crime de violação de sepultura.
e) praticou o crime de furto.

RESPOSTA DA QUESTÃO: O agente, aqui, praticou o delito de FURTO, pois o


cadáver é considerado objeto e, no caso de ser pertencente a alguém (como era
pertencente à Universidade), está sujeito aos crimes patrimoniais, como o furto.

Não se trata do crime do art. 171, §2º, II do CP (disposição de coisa alheia como
própria), pois aqui o agente ENGANA o comprador (fraude).

Ou seja, a vítima neste delito seria o comprador. No caso da questão, o comprador


não teve prejuízo algum, não houve qualquer fraude. O prejuízo foi exclusivo da
Universidade, que teve seu patrimônio subtraído. Gab: E

Q134 - Vitorina, ex-funcionária da empresa de fornecimento de energia


elétrica, vestindo um uniforme antigo, foi até a casa de Pauliana dizendo que
estava ali para receber os valores da conta mensal de fornecimento de
energia elétrica. Acreditando em Vitorina, Pauliana, pagou os valores a esta,
que utilizou o dinheiro para comprar alguns vestidos. Entretanto, como
sempre, as contas dessa empresa eram e deveriam ser pagas na rede
bancária. Logo, Vitorina praticou o crime de:

a) furto.
b) roubo.
c) estelionato.
d) apropriação indébita.
e) extorsão.

RESPOSTA DA QUESTÃO: No caso em tela houve o delito de estelionato, pois a


agente se valeu de fraude para obter para si vantagem ilícita, nos termos do art. 171
do CP. Não se trata de furto mediante fraude, pois neste a vítima é ―distraída‖ pela
fraude, que facilita a subtração da coisa. No caso da questão a própria vítima entrega
a vantagem (dinheiro) à infratora, o que configura o estelionato. LETRA C.

Q135 - Segundo o Código Penal, apropriar-se de coisa alheia móvel, de que


tem a posse ou a detenção tipifica o crime de:

a) furto.
b) roubo.
c) extorsão.
d) extorsão indireta.
e) apropriação indébita.
RESPOSTA DA QUESTÃO: Tal conduta configura o delito de apropriação indébita,
nos termos do art. 168 do CP:

Apropriação indébita
Art. 168 - Apropriar-se de coisa alheia móvel, de que tem a posse ou a detenção:

Pena - reclusão, de um a quatro anos, e multa. LETRA E.

Q136 - Aurélio, numa tarde de domingo, percebe que havia gasto todo o seu
dinheiro. Assim, como não teria dinheiro para comprar o jantar, resolve
praticar um assalto. Para conseguir o seu desígnio, esconde-se atrás de um
matagal à espera de uma vítima. Após horas esperando, por volta das
22:00h, Patrícia, que retornava da Igreja em direção a sua casa, passa em
frente ao matagal onde estava Aurélio. Aproveitando-se da distração de
Patrícia e fingindo estar armado, coloca sua mão embaixo da camisa, salta
na frente de Patrícia e mediante uma grave ameaça subtrai-lhe a bolsa com
sua carteira, documentos, dinheiro e a Bíblia, e sai correndo levando todos
os pertences.

Analisando a história acima narrada, a conduta praticada por Aurélio se


enquadra no seguinte tipo penal:

a) roubo qualificado.
b) roubo famélico.
c) furto qualificado mediante fraude.
d) furto com aumento de pena em razão do repouso noturno.
e) roubo simples.

RESPOSTA DA QUESTÃO: No caso em tela o agente praticou o delito de ROUBO


SIMPLES, nos termos do art. 157 do CP. Não se trata de roubo majorado pelo
emprego de arma (art. 157, §2º, I do CP), pois o agente apenas fingiu portar uma
arma, inexistente. A grave ameaça (em razão da pretensa existência de uma arma),
por si só, não majora o delito, pois a grave ameaça é uma circunstância elementar do
tipo principal. LETRA E.

Q137 - A e B, agindo em concurso e com unidade de desígnios entre si,


mediante grave ameaça, exercida com o emprego de arma de fogo,
abordaram C, que reagiu após o anúncio de assalto. Ante a reação, B efetuou
um disparo contra C, mas por erro na execução, o projétil atingiu o
comparsa, causando-lhe a morte. Em seguida, B pôs-se em fuga, sem
realizar a subtração patrimonial visada. Esse fato configura

a) roubo tentado e homicídio consumado, em concurso material.


b) latrocínio tentado.
c) homicídio consumado.
d) latrocínio consumado.

RESPOSTA DA QUESTÃO: Neste caso temos o crime de roubo seguido de morte


(latrocínio), em sua forma consumada, nos termos do art. 157, §3º do CP. O STF já
consolidou entendimento no sentido de que o latrocínio se consuma com a ocorrência
do evento morte, ainda que a subtração não ocorra.
Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA É A LETRA D.

Q138 - No que diz respeito aos crimes contra o patrimônio previstos no


Código Penal, é correto afirmar que subtrair coisa móvel alheia, para si ou
para outrem, mediante grave ameaça ou violência a pessoa, e mantendo a
vítima em seu poder, restringindo sua liberdade, caracteriza o crime de
extorsão
mediante sequestro.

RESPOSTA DA QUESTÃO:
Tal conduta configura o crime de roubo, nos termos do art. 157 do CP. A extorsão
mediante sequestro é a que o agente exige de outrem vantagem indevida como
moeda de troca. Errada.

Q139 - O crime de furto é qualificado se praticado durante o repouso


noturno.

RESPOSTA DA QUESTÃO:
Item errado, pois o crime, neste caso, não será qualificado. Haverá, porém, a
incidência de uma causa de aumento de pena, nos termos do art. 155, §1º do CP.

Q140 - Imagine que João confunda seu aparelho de telefone celular com
o de seu colega Pedro e, descuidadamente, leve para sua casa o
aparelho de Pedro. Ao perceber o equívoco, João imediatamente
comunica-se com Pedro e informa o ocorrido. No dia seguinte,
João devolve o aparelho ao colega sem qualquer dano. Analisando
a hipótese narrada, é possível afirmar que João

(A) cometeu crime de furto, mas não será punido em vista do instituto da desistência
voluntária.
(B) não cometeu crime algum.
(C) cometeu crime de apropriação indébita, mas não será punido em vista do instituto
da desistência voluntária.
(D) cometeu crime de furto, mas não será punido em vista do instituto do
arrependimento eficaz.
(E) cometeu crime de apropriação indébita, mas não será punido em vista do instituto
do arrependimento eficaz.

RESPOSTA DA QUESTÃO: O agente, neste caso, agiu em ERRO DE TIPO, por incidir
em erro sobre um dos elementos que compõem o tipo penal (no caso, o elemento
―coisa alheia‖, já que acreditava que a coisa era sua). Neste caso, João não pode ser
responsabilizado pelo crime de furto, nos termos do art. 20 do CP. Até se poderia
cogitar a punição da conduta a título culposo, caso ficasse comprovado que o erro foi
imperdoável (erro inescusável). Contudo, o delito de furto não admite modalidade
culposa. Gab: B

Q141 - No que concerne ao crime de receptação, analise as seguintes


assertivas:

I. Não é punível se desconhecido o autor do crime de que proveio a coisa.


II. Não é punível se isento de pena o autor do crime de que proveio a coisa.
III. A pena para a figura simples dolosa (CP, art. 180, caput) é aplicada em
dobro caso se trate de bem da União. As assertivas estão, respectivamente:

(A) correta; correta; incorreta.


(B) incorreta; correta; incorreta.
(C) correta; correta; correta.
(D) incorreta; incorreta; incorreta.
(E) incorreta; incorreta; correta.

RESPOSTA DA QUESTÃO:
I – ERRADA: Tal fato é irrelevante para a punibilidade da receptação, nos termos do
§4º do art. 180 do CP.
II - ERRADA: Tal fato também não impede a punição pelo crime de receptação, nos
termos do §4º do art. 180 do CP.
III – CORRETA: Esta é a exata previsão do art. 180, §6º do CP. LETRA E.

Q142 - O crime de fraude no pagamento por meio de cheque (CP, art. 171, §
2.º, VI) tem expressa previsão de aumento de pena, na razão de um terço,
se

(A) cometido em detrimento de entidade de direito público.


(B) cometido por funcionário público.
(C) causa qualquer prejuízo à vítima.
(D) consumado.
(E) causa vultoso prejuízo à vítima.

RESPOSTA DA QUESTÃO: Tal delito tem aumento de pena, de um terço, se o crime


é cometido em detrimento de entidade de direito público ou de instituto de economia
popular, assistência social ou beneficência, nos termos do art. 171, §3º do CP. LETRA
A.

Q143 - Estabelece o art. 155, § 2.º do CP como requisitos necessários para


que, no crime de furto, o juiz aplique somente a pena de multa, ser o
criminoso

(A) confesso e de insignificante valor a coisa subtraída.


(B) primário e de pequeno valor a coisa furtada.
(C) não reincidente e portador de condições pessoas favoráveis,
como domicílio fixo e ocupação lícita.
(D) menor de 21 (vinte e um) anos ou maior de 70 (setenta) anos
e que proceda à restituição voluntária da coisa subtraída.
(E) confesso e que proceda à restituição voluntária da coisa subtraída.

RESPOSTA DA QUESTÃO: O §2º do art. 155 estabelece que o Juiz poderá substituir
a pena de reclusão pela de detenção, diminuí-la de um a dois terços, ou aplicar
somente a pena de multa caso o criminoso seja PRIMÁRIO e seja de pequeno valor a
coisa furtada. LETRA B.

Q144 Cícero entrou no automóvel de Augustus e subtraiu-lhe um


computador portátil que estava no banco traseiro. Augustus percebeu a ação
delituosa e perseguiu Cícero, com o qual entrou em luta corporal. No
entanto, Cícero causou ferimentos leves em Augustus, e conseguiu fugir do
local, de posse do aparelho subtraído. Cícero responderá por crime de

A) roubo impróprio.
B) furto simples.
C) furto qualificado pela destreza.
D) furto e de lesões corporais.
E) apropriação indébita.

RESPOSTA DA QUESTÃO: Aqui temos o que se chama de ROUBO IMPRÓPRIO, pois


o agente, embora não tenha se utilizado de violência ou grave ameaça para realizar a
subtração da coisa, o faz para garantir a impunidade ou o proveito do crime. Vejamos
o que diz o art. 157, §1° do CP:
Art. 157 - Subtrair coisa móvel alheia, para si ou para outrem, mediante grave
ameaça ou violência a pessoa, ou depois de havê-la, por qualquer meio, reduzido à
impossibilidade de resistência:

Pena - reclusão, de quatro a dez anos, e multa.


§ 1º - Na mesma pena incorre quem, logo depois de subtraída a coisa, emprega
violência contra pessoa ou grave ameaça, a fim de assegurar a impunidade do crime
ou a detenção da coisa para si ou para terceiro. Letra A.

Q145 - Mara, empregada doméstica, subtraiu joias de sua empregadora


Dora, colocando-as numa caixa que enterrou no quintal da residência. No dia
seguinte, porém, Dora deu pela falta das joias e chamou a polícia que
realizou busca no imóvel e encontrou o esconderijo onde Mara as havia
guardado. Nesse caso, Mara responderá por

A) apropriação indébita.
B) furto tentado.
C) furto consumado.
D) roubo.
E) estelionato.

RESPOSTA DA QUESTÃO: No caso em tela houve FURTO CONSUMADO, eis que a


agente (Mara) chegou a ter a posse sobre os bens, ainda que estes estivessem dentro
da propriedade da proprietária, mas já não estavam mais sob a posse dela.
O crime de furto se consuma com a posse efetiva sobre os bens furtados, pouco
importando se eles saíram ou não de perto da vítima. Letra C.

Q146 - Paulo postou-se em frente a um restaurante e apresentou- se como


manobrista a um freguês que chegou para jantar.

Entregou-lhe um papel com um número e recebeu deste as chaves o veículo,


do qual se apossou, fugindo do local. Paulo responderá por crime de

A) apropriação indébita.
B) estelionato.
C) furto qualificado pela fraude.
D) furto simples.
E) furto com abuso de confiança.
RESPOSTA DA QUESTÃO: No crime de estelionato, a fraude é o meio utilizado pelo
agente para que a vítima, enganada, LHE ENTREGUE A VANTAGEM INDEVIDA (no
caso, o veículo). Já no crime de furto qualificado pela utilização de fraude, o agente
emprega o ardil, a fraude, de forma a fazer com que a vítima diminua sua vigilância
sobre o bem, facilitando, desta forma, a conduta do larápio, que irá SUBTRAIR O
BEM. No caso em tela, como não houve subtração, mas entrega voluntária da coisa
pela vítima, em razão da fraude perpetrada pelo agente, temos ESTELIONATO. Letra
B.

Q147 - José encontrou um talonário de cheques na rua. Retirou uma das


folhas, preencheu e a utilizou para pagar R$ 200,00 de combustível num
posto de gasolina.

Tal conduta configurou o delito de

A) estelionato.
B) furto qualificado mediante fraude.
C) venda de coisa alheia como própria.
D) receptação.
E) extorsão.

COMENTÁRIO DA QUESTÃO:
No caso em tela, embora tenha havido a prática de falsificação de documento público,
essa falsificação se deu como crime-meio para a prática do crime de estelionato.
Tendo a potencialidade lesiva do documento falso se esgotado no estelionato
praticado, o estelionato absorve o crime de falso, conforme Jurisprudência do STJ, de
forma que o agente deve responder apenas por estelionato, previsto no art. 171 do
CP. Vejamos:
Art. 171 - Obter, para si ou para outrem, vantagem ilícita, em prejuízo alheio,
induzindo ou mantendo alguém em erro, mediante artifício, ardil, ou qualquer
outro meio fraudulento:
Pena - reclusão, de um a cinco anos, e multa, de quinhentos mil réis a dez
contos de réis.

Vejamos a posição do STJ, inclusive pela súmula 17:


PENAL. HABEAS CORPUS. USO DE DOCUMENTO FALSO. ESTELIONATO TENTADO.
PRETENSÃO DE APLICAÇÃO DO PRINCÍPIO DA CONSUNÇÃO E DA SÚMULA 17/STJ.
INVIABILIDADE. POTENCIALIDADE LESIVA DO FALSO QUE NÃO SE EXAURE
NA FRAUDE PERPETRADA. ORDEM DENEGADA.
1. Segundo dispõe o enunciado 17 da Súmula desta Corte, "quando o falso se
exaure no estelionato, sem mais potencialidade lesiva, é por este absorvido".
Portanto, A ALTERNATIVA CORRETA É A LETRA A.

Q148 - Paulo subtraiu um toca-fitas e vendeu o referido aparelho para João.


João não sabia que se tratava de produto de furto, interessou-se pelo
negócio porque o preço do rádio correspondia a 10% do valor de mercado.

Nesse caso, João cometeu crime de


A) estelionato.
B) receptação dolosa.
C) receptação culposa.
D) furto.
E) apropriação indébita.

COMENTÁRIO DA QUESTÃO:
João praticou o crime de receptação culposa, eis que adquiriu produto de crime,
mesmo embora não sabendo que o fosse, mas em razão da desproporção do preço do
produto e seu valor real, deveria ter desconfiado. Letra C

Q149 - No tocante aos crimes contra o patrimônio, é correto afirmar que A) a


subtração de coisa comum não constitui crime.

RESPOSTA DA QUESTÃO:
Se a porção subtraída não excede à parte que cabia ao infrator não constitui crime.
CUIDADO MÁXIMO. Errado.

Q150 - O dano culposo constitui infração de menor potencial ofensivo.

RESPOSTA DA QUESTÃO:
O dano culposo não é considerado infração penal, por ausência de expressa previsão
legal nesse sentido, punindo-se apenas o dano doloso. Errada.

Q151 - Há previsão legal de escusa absolutória nos delitos patrimoniais


desde que seja cometido contra cônjuge, na constância da sociedade
conjugal, ascendente, descendente, excluídos os crimes de roubo ou de
extorsão, ou, em geral, quando haja emprego de violência ou grave ameaça
contra a pessoa e ao estranho que participa do crime.

RESPOSTA DA QUESTÃO:
Aquele que comete QUALQUER DOS CRIMES CONTRA O PATRIMÔNIO é isento de
pena se pratica o fato contra:

Art. 181 - É isento de pena quem comete qualquer dos crimes previstos neste
título, em prejuízo:

I - do cônjuge, na constância da sociedade conjugal;


II - de ascendente ou descendente, seja o parentesco legítimo ou ilegítimo,
seja civil ou natural.
A norma do inciso I se estende, também, àqueles que vivam em União Estável.

No entanto, estas escusas absolutórias não se aplicam nas hipóteses do art. 183 do
CP:
Art. 183 - Não se aplica o disposto nos dois artigos anteriores:
I - se o crime é de roubo ou de extorsão, ou, em geral, quando haja emprego de
grave ameaça ou violência à pessoa;
II - ao estranho que participa do crime.
III - se o crime é praticado contra pessoa com idade igual ou superior a 60 (sessenta)
anos. (Incluído pela Lei nº 10.741, de 2003). Questão Correta.

Q152 – Entre os crimes em que se admite a figura privilegiada, com


substituição da pena de reclusão pela de detenção, diminuição de um a dois
terços ou aplicação somente da pena de multa, encontra-se:

a) o furto.
b) o estelionato.
c) a apropriação indébita.
d) a receptação.
e) todas estão corretas.

RESPOSTA DA QUESTÃO:
A figura privilegiada consistente na possibilidade de ―substituição da pena de reclusão
pela de detenção, diminuição de um a dois terços ou aplicação somente da pena de
multa‖ está prevista para diversos crimes patrimoniais. Gab: D

Q153 - A subtração de veículo automotor que venha a ser transportado para


o exterior, ocorrida mediante concurso de agentes, durante o repouso
noturno e com emprego de narcotização da vítima classifica-se precisamente
como

a) furto simples.
b) furto com causa de aumento.
c) furto qualificado.
d) roubo impróprio.
e) roubo próprio.

RESPOSTA DA QUESTÃO:
Roubo próprio com violência imprópria. E

Q154 - Epicuro e Tales resolvem subtrair importância em dinheiro de um


veículo coletivo de passageiros, com uso de simulacro de arma de fogo, e
ameaçam o cobrador do ônibus, tomando-lhe pequena importância em
espécie. Na mesma conduta subtraem dinheiro e celulares de dois
passageiros e do próprio cobrador. Epicuro e Tales cometeram crime de

a) roubo qualificado pelo uso de arma de fogo.


b) roubo qualificado em concurso material de crimes.
c) roubo simples em concurso material de crimes.
d) furto qualificado em concurso material de crimes.
e) roubo majorado em concurso de crimes.

RESPOSTA DA QUESTÃO:
Neste caso, os agentes cometeram o delito de roubo majorado (pelo concurso de
pessoas) em concurso de crimes, pois foram praticados quatro delitos de roubo
diferentes (um contra a empresa de ônibus e outros três contra os passageiros e o
cobrador), sendo concurso formal, já que praticados mediante uma única conduta
global. Letra E

Q155 - Quatro ladrões chegaram de carro em frente a uma residência para a


prática de crime de furto. Porém, antes de descerem do veículo, foram
obstados pela polícia, que os observava, e levados para a Delegacia onde
lavrou-se o auto de prisão em flagrante. Nesse caso, os agentes praticaram
tentativa de furto qualificado pelo concurso de pessoas.

RESPOSTA DA QUESTÃO:
Os agentes tinham finalidade de praticar o crime de furto qualificado por concurso de
agentes, mas não passaram da fase de meros atos preparatórios, impunível. Errada.
Q156 - Dentre os crimes contra o patrimônio, ainda que primário o agente e
de pequeno valor a coisa ou o prejuízo, NÃO admite a imposição exclusiva de
pena de multa

a) o estelionato.
b) o furto.
c) a receptação dolosa.
d) a apropriação indébita.
e) o dano culposo.

RESPOSTA DA QUESTÃO: Tal circunstância não é aplicável ao crime de ―dano


culposo‖, pois tal conduta é considerada FATO ATÍPICO. Letra E.

Q157 - O segurança de um estabelecimento comercial, mediante


remuneração de R$ 10.000,00, desligou o alarme durante trinta minutos
para que seus comparsas arrombassem a porta, entrassem e subtraíssem
todo o dinheiro do cofre.

Nesse caso, o segurança responderá pelo crime de

a) furto simples, na condição de co-autor.


b) furto qualificado, na condição de partícipe.
c) favorecimento real.
d) favorecimento pessoal.
e) roubo qualificado, na condição co-autor.

RESPOSTA DA QUESTÃO: O segurança responderá pelo crime de furto qualificado


pelo concurso de pessoas, na qualidade de partícipe do crime (pois auxiliou na sua
prática). Letra B

Q158 - Pedro ingressou numa joalheria e afirmou que pretendia adquirir um


anel de ouro para sua esposa. A vendedora colocou sobre a mesa diversos
anéis. Após examiná-los, Pedro disse que lhe agradou mais uma peça que
estava exposta no canto da vitrine e que queria vê-la. A vendedora voltou-
lhe as costas, abriu a vitrine e retirou o anel. Valendo-se desse momento de
descuido da vendedora, Pedro apanhou um dos anéis que estava sobre a
mesa
e colocou-o no bolso. Em seguida, examinou o anel que estava na vitrine,
disse que era bonito, mas muito caro, agradeceu e foi embora, levando no
bolso a joia que havia apanhado. Nesse caso, Pedro responderá por furto
qualificado pela fraude.

RESPOSTA DA QUESTÃO:
No caso em tela o agente se valeu de uma fraude (se fez passar por comprador
honesto) para diminuir a vigilância da vítima. Questão correta.

Q159 - O ato de receber, como garantia de dívida, abusando da situação de


alguém, documento que pode dar causa a procedimento criminal contra a
vítima, constitui crime de

a) fraude na entrega de coisa.


b) estelionato.
c) fraude no comércio.
d) extorsão indireta.
e) furto qualificado pela fraude.

RESPOSTA DA QUESTÃO: Esta conduta configura o delito de extorsão indireta,


previsto no art. 160 do CP:

Extorsão indireta
Art. 160 - Exigir ou receber, como garantia de dívida, abusando da situação de
alguém, documento que pode dar causa a procedimento criminal contra a vítima ou
contra terceiro:
Pena - reclusão, de um a três anos, e multa. LETRA D.

Q160 - Se o agente mantém a vítima em seu poder, restringindo sua


liberdade no crime de roubo, haverá aumento de pena.

RESPOSTA DA QUESTÃO:
É o que prevê o Art. 157, §2º, V do CP. Correta.

Q161 - José ingressou no escritório da empresa Alpha, sendo que o


segurança não lhe obstou o acesso porque estava vestido de faxineiro e
portando materiais de limpeza. No interior do escritório, arrombou a gaveta
e subtraiu R$ 3.000,00 do seu interior. Quando estava saindo do local, o
segurança, alertado pelo barulho, tentou detê-lo. José, no entanto, o agrediu
e o deixou desacordado e ferido no solo, fugindo, em seguida, do local de
posse do dinheiro subtraído. Nesse caso, José responderá por roubo
impróprio.

RESPOSTA DA QUESTÃO:
Roubo impróprio com violência própria. Obs: É impossível roubo impróprio com
violência imprópria. Correta.

Q162 - No crime de apropriação indébita,

a) o dolo é antecedente à posse.


b) a ação penal é sempre pública incondicionada, independentemente da condição da
vítima.
c) o Juiz pode reduzir a pena se primário o criminoso e de pequeno valor a coisa
apropriada.
d) é possível o perdão judicial no caso de apropriação indébita culposa.
e) há aumento da pena quando o agente recebe a coisa em razão de emprego, mas
não de profissão.

RESPOSTA DA QUESTÃO:
A) ERRADA: A posse é anterior ao dolo, que passa a existir apenas em momento
posterior.
B) ERRADA: Pois a ação será pública condicionada quando a vítima for alguma das
pessoas enumeradas no art. 182 do CP.
C) CORRETA: Esta é a previsão contida no art. 170 do CP, que se remete ao art. 155,
§2º do CP.
D) ERRADA: A apropriação indébita culposa é uma figura atípica, ou seja, não é
prevista como crime.
E) ERRADA: Tanto numa quanto noutra hipótese haverá aumento de pena, por força
do art. 168, §1º, III do CP.
Gab: LETRA C.

Q163 - José, réu primário, após subtrair para si, durante o repouso noturno,
mediante rompimento de obstáculo, um botijão de gás avaliado em R$ 50,00
do interior de uma residência habitada, foi preso em flagrante delito.

O crime praticado por José é atípico em razão da incidência do princípio da


insignificância.

RESPOSTA DA QUESTÃO:
CUIDADO! Para os Tribunais, não há se falar em aplicação do Princípio da
Insignificância nas hipóteses de Furto qualificado. O STF entende que as
qualificadoras do furto já denotam uma maior ofensividade da conduta dos agentes.
Logo, seria incompatível a aplicação da benesse. (STF/HC: 94765)

Entretanto, é possível que haja furto privilegiado (furto de coisa pequena rs), desde
que a qualificadora seja de ordem objetiva. É o que diz a orientação do STJ.

Súmula 511 (STJ): É possível o reconhecimento do privilégio previsto no § 2º do art.


155 do CP nos casos de crime de furto qualificado, se estiverem presentes a
primariedade do agente, o pequeno valor da coisa e a qualificadora for de ordem
objetiva. Errada.

Q164 - Praticar, na presença de alguém menor de 18 (dezoito) anos,


conjunção carnal ou outro ato libidinoso, a fim de satisfazer lascívia própria
ou de outrem, tipifica o crime de satisfação de lascívia mediante presença de
criança ou adolescente.

RESPOSTA DA QUESTÃO:
Item errado, pois tal delito só se caracteriza quando a conduta é realizada na
presença de alguém menor de 14 anos, nos termos do art. 218-A do CP.

Q165 - Constranger alguém, mediante fraude, a ter conjunção carnal ou a


praticar ou permitir que com ele se pratique outro ato libidinoso, tipifica
crime de estupro.

RESPOSTA DA QUESTÃO:
Neste caso teremos o delito de violência sexual mediante fraude, nos termos do art.
215 do CP. Errada.

Q166 - Atrair à prostituição alguém menor de 18 (dezoito) anos tipifica o


crime de favorecimento da prostituição, ou de outra forma de exploração
sexual de criança ou adolescente ou de vulnerável.

RESPOSTA DA QUESTÃO:
Item correto, pois esta é a exata previsão do art. 218-B do CP.
Q167 - ―X‖, em um cinema, durante a exibição de um filme que continha
cenas de sexo, é flagrado por policiais expondo e manipulando sua genitália.
Tal conduta, em tese, não tipifica crime.

RESPOSTA DA QUESTÃO:
A conduta do agente, em tese, configura o delito de ato obsceno, previsto no art. 233
do CP. Questão errada.

Q168 - Nos termos do Código Penal, assinale a alternativa que contenha


apenas crimes contra a dignidade sexual

a) Perigo de contágio venéreo; atentado ao pudor mediante fraude; assédio sexual.


b) Assédio sexual; perigo de contágio venéreo; corrupção de menores.
c) Estupro; atentado violento ao pudor; prostituição.
d) Atentado violento ao pudor; sedução; estupro.
e) Estupro; corrupção de menores; assédio sexual.

RESPOSTA DA QUESTÃO: Dentre as alternativas apresentadas, apenas a letra


E traz três condutas que são crimes contra a dignidade sexual (arts. 213,
218 e 216-A do CP). LETRA E.

Q169 - Constranger alguém com o intuito de obter vantagem ou


favorecimento sexual, prevalecendo-se o agente da sua condição de superior
hierárquico ou ascendência inerentes ao exercício de emprego, cargo ou
função, caracteriza o crime de assédio sexual.

RESPOSTA DA QUESTÃO: Item correto, pois esta é a exata previsão contida no art.
216-A do CP.

Q170 - No crime de estupro,

a) não é possível a responsabilização penal por omissão.


b) há presunção de violência quando a vítima não é maior de 14 anos.
c) a tipificação não exige o contato físico entre a vítima e o agente.
d) como regra, a ação penal é privada, exigindo-se a queixa-crime.

RESPOSTA DA QUESTÃO:
a) ERRADA: É plenamente possível a responsabilização pela omissão, quando o
agente tinha o dever de evitar a ocorrência do resultado (ex.: mãe que deixa o
padrasto estuprar a própria filha, sem nada fazer para impedir), nos termos do art.
13, §2º do CP.
b) ERRADA: Item errado, pois a presunção de violência, que caracteriza o crime de
estupro de vulnerável, só ocorre quando a vítima é MENOR de 14 anos (e não quando
a vítima ―não é maior‖ de 14 anos), nos termos do art. 217-A do CP.
c) CORRETA: Item polêmico. Há duas correntes sobre o tema. Uma sustenta que é
necessário o contato físico (prevalece no STJ), e a outra sustenta que o contato físico
é DISPENSÁVEL. A Banca adotou esta última corrente.
d) ERRADA: Item errado, pois a ação penal é, em regra, pública
condicionada, nos termos do art. 225 do CP.
Gab: D
Q171 - Os crimes contra a dignidade sexual são, como regra, processados e
julgados por ação pública condicionada à representação, mas são de ação
pública incondicionada quando se trata de vítima menor de dezoito anos ou
vulnerável.

RESPOSTA DA QUESTÃO:
Os crimes contra a dignidade sexual são, em regra, crimes de ação penal pública
condicionada à representação, mas serão de ação pública incondicionada quando se
trata de vítima menor de dezoito anos ou vulnerável, nos termos do art. 225 e seu §
único do CP. Questão certa.

Q172 - Nos crimes de estupro (artigo 213 do Código Penal) e estupro de


vulnerável (artigo 217-A do Código Penal), a pena é aumentada pela metade
quando o

a) agente é empregador da vítima.


b) crime é cometido em concurso de duas ou mais pessoas.
c) agente é reincidente específico
d) agente praticou o crime em estado de embriaguez preordenada.

RESPOSTA DA QUESTÃO: Em relação a tais delitos, nos termos do art. 226, II do


CP, a pena é aumentada de metade se o ―agente é ascendente, padrasto ou
madrasta, tio, irmão, cônjuge, companheiro, tutor, curador, preceptor ou empregador
da vítima ou por qualquer outro título tem autoridade sobre ela‖.
Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA É A LETRA A.

Q173 - Para a tipificação do crime de lenocínio, exige-se que a conduta seja


dirigida a pessoa determinada.

RESPOSTA DA QUESTÃO:
Se o induzimento é genérico, sem pessoa determinada como destinatária, não se
caracteriza o delito do art. 227 do CP.

Q174 - Há estupro quando alguém constranger outro alguém, mediante


violência ou grave ameaça, a praticar ou permitir que com ele se pratique um
ato libidinoso qualquer ou a ter conjunção carnal.

RESPOSTA DA QUESTÃO:
Questão correta nos termos da nova redação do art. 213 do CP.

Q175 - Calêndula vendeu sua enteada Florisbela, de dezenove anos de idade,


com a finalidade da mesma ser explorada sexualmente em Barcelona. Logo,
Calêndula praticou o crime de favorecimento da prostituição ou outra forma
de exploração sexual.

RESPOSTA DA QUESTÃO:
Neste caso o agente responderá pelo delito de tráfico internacional de pessoa para
fim de exploração sexual, previsto no art. 231 do CP. Errada.

Q176 - Maria, a pedido de sua prima Joana, por concupiscência desta,


convenceu sua vizinha Pauliana, de 12 anos de idade, a assistir Joana e seu
namorado Paulo em intimidades sexuais. Assim, pode-se concluir que Maria
obrou para o delito de:

a) submeter criança ou adolescente sob sua autoridade, guarda ou vigilância


a vexame ou a constrangimento.
b) aliciar criança, com o fim de com ela praticar ato libidinoso.
c) favorecimento da prostituição ou outra forma de exploração sexual de
vulnerável.
d) satisfação de lascívia mediante presença de criança ou adolescente.
e) corrupção de menores.

RESPOSTA DA QUESTÃO: No caso em tela, Maria praticou o crime de satisfação da


lascívia mediante presença de criança ou adolescente, previsto no art. 218-A do CP:

Satisfação de lascívia mediante presença de criança ou adolescente (Incluído pela Lei


nº 12.015, de 2009) Art. 218-A. Praticar, na presença de alguém menor de 14
(catorze) anos, ou induzi-lo a presenciar, conjunção carnal ou outro ato libidinoso,
a fim de satisfazer lascívia própria ou de outrem: (Incluído pela Lei nº 12.015, de
2009)

Pena - reclusão, de 2 (dois) a 4 (quatro) anos.‖ (Incluído pela Lei nº 12.015, de


2009)
Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA É A LETRA D.

Q177 - Aquele que submeter, induzir ou atrair à prostituição ou outra forma


de exploração sexual alguém menor de dezoito anos ou que, por
enfermidade ou deficiência mental, não tem o necessário discernimento para
a prática do ato, facilitá-la, impedir ou dificultar que a abandone, comete o
crime de:

a) estupro de vulnerável.
b) corrupção de menores.
c) instigação sexual de vulnerável.
d) favorecimento da prostituição ou outra forma de exploração sexual de
vulnerável.
e) satisfação de lascívia mediante presença de criança ou adolescente.

RESPOSTA DA QUESTÃO: A conduta descrita no enunciado da questão se amolda


perfeitamente ao tipo penal do art. 218-B do CP, que trata do crime de
―Favorecimento da prostituição ou outra forma de exploração sexual de vulnerável‖.
Gab: D

Q178 - Constitui crime contra a dignidade sexual praticar conjunção carnal


ou outro ato libidinoso, sem violência ou grave ameaça, com alguém não
deficiente mental ou enfermo menor de dezoito anos e maior de quatorze
anos em situação de prostituição.
RESPOSTA DA QUESTÃO:
A prática de conjunção carnal ou outro ato libidinoso, sem violência ou grave ameaça,
com alguém não deficiente mental ou enfermo, somente poderá caracterizar o delito
de estupro de vulnerável se a vítima for menor de 14 anos, na forma do art. 217-A do
CP. Caso menor de 14 anos, temos estupro de vulnerável. Certa.
Q179 - No ano de 2011, Giovane, com a anuência de sua companheira
Fernanda, pratica com Pérola, filha desta e sua enteada, de apenas, 10 anos,
atos libidinosos diversos, o que ocorreu em três dias distintos no mesmo
mês, sempre agindo da mesma forma e nas mesmas condições. O fato foi
levado ao conhecimento da autoridade policial que instaurou o procedimento
próprio.

Diante deste quadro, Giovane deverá responder por estupro de vulnerável,


por três vezes, na forma continuada, e Fernanda pela mesma infração por
força de sua omissão, eis que tinha o dever jurídico de impedir o resultado,
com relação a ela incidindo a causa de aumento por ser a vítima sua filha.

RESPOSTA DA QUESTÃO:
Apesar de Giovane ter praticado a conduta três vezes, neste caso, considerando as
circunstâncias de tempo, lugar e modo de execução, deverá ser reconhecida a
continuidade delitiva, de forma que Giovane responderá por estupro de vulnerável
com a causa de aumento de pena por ser a vítima sua enteada, por três vezes, em
continuidade delitiva. Já Fernanda irá responder pela mesma infração por força de
sua omissão, eis que tinha o dever jurídico de impedir o resultado. Não haverá
aumento de pena, neste caso, pois teríamos bis in idem, já que a punição de
Fernanda tem como pressuposto ser mãe da vítima, de forma que a aplicação da
causa de aumento de pena seria dupla punição pelo mesmo fato. Assertiva incorreta.

Q180 - Nos crimes contra a dignidade sexual, não mais haverá ação penal
privada.

RESPOSTA DA QUESTÃO:
De fato, não há previsão de crimes de ação penal PRIVADA em se tratando de crimes
contra a dignidade sexual. Certa.

Q181 - Se alguém der sonífero à vítima para, aproveitando-se do seu sono,


manter com ela relação sexual, ele pratica o crime de estupro com violência
presumida.

RESPOSTA DA QUESTÃO:
O agente, aqui, estará praticando o delito de ESTUPRO DE VULNERÁVEL. Errada.

Q182 - Joaquim constrange Benedita, por meio de grave ameaça, a ter com
ele relação sexual. Após o coito Benedita falece em decorrência de ataque
cardíaco, pois padecia, desde criança, de cardiopatia grave, condição
desconhecida por Joaquim.

No caso em tela, Joaquim responderá por estupro simples.

RESPOSTA DA QUESTÃO:
Estupro na modalidade simples, pois o resultado morte não decorreu de dolo ou culpa
do agente, de maneira que não pode a ele ser imputado. Certo.

Q183 - Bráulio, rapaz de 18 anos, conhece Paula em um show de rock, em


uma casa noturna. Os dois, após conversarem um pouco, resolvem dirigir-se
a um motel e ali, de forma consentida, o jovem mantém relações sexuais
com Paula. Após, Bráulio descobre que a moça, na verdade, tinha apenas 13
anos e que somente conseguira entrar no show mediante apresentação de
carteira de identidade falsa.

A partir da situação narrada, assinale a afirmativa correta.


A) Bráulio deve responder por estupro de vulnerável doloso.
B) Bráulio deve responder por estupro de vulnerável culposo.
C) Bráulio não praticou crime, pois agiu em hipótese de erro de tipo essencial.
D) Bráulio não praticou crime, pois agiu em hipótese de erro de proibição direto.

RESPOSTA DA QUESTÃO: Em tese, Bráulio praticou o delito do art. 217-A do CP


(estupro de vulnerável), por ter mantido relação sexual com pessoa menor de 14
anos. Contudo, no caso concreto, podemos afirmar que Bráulio agiu em erro de tipo
essencial, pois representou equivocadamente a realidade (acreditava que Paula
tivesse mais de 14 anos), incorrendo em erro sobre um dos elementos que integram
o tipo penal (ser a vítima menor de 14 anos), nos termos do art. 20 do CP. LETRA C.

Q184 - Figure que em consultório odontológico exista uma pequena copa,


onde os dentistas e demais profissionais que ali trabalham realizam suas
refeições. Imagine, ainda, que por imprudência na manutenção do fogão e
respectivas mangueiras ocorra um vazamento de gás, seguido de uma
explosão. Dela decorrem danos materiais de razoável monta, mas não se
registra nenhum dano à incolumidade física. Independentemente de quem
seja (eventual) responsável, é correto afirmar que não houve ilícito algum.

RESPOSTA DA QUESTÃO:
houve crime de explosão (forma culposa), nos termos do art. 251, §3º do CP. Errada.

Q185 - Constitui causa de aumento de pena o fato de o crime de incêndio ser


praticado

a) mediante utilização de explosivos.


b) em situação de violência doméstica ou familiar contra a mulher
c) por motivo fútil ou torpe
d) em canteiro de obras em área de grande densidade demográfica e populacional.
e) nenhuma das alternativas está correta

RESPOSTA DA QUESTÃO:
Vale a leitura do art. 250, §1º, II, ―e‖ do CP, nenhum dos itens se amolda. Questão
incorreta.

Q186 - Sobre os crimes de perigo comum previstos no Código Penal, é


correto afirmar:

a) Todos os crimes de perigo comum admitem forma qualificada pelo


resultado.
b) O crime de incêndio, por ser de perigo comum, pode se consumar com a
provocação do mero perigo de incêndio, independentemente de expor
diretamente a risco à vida ou à integridade física ou patrimônio de outrem.
c) Os crimes de perigo comum não admitem forma tentada.
d) Os crimes de perigo comum não admitem forma culposa.
e) Os crimes de perigo comum exigem elemento subjetivo
específico.

RESPOSTA DA QUESTÃO:
a) CORRETA: Item correto, pois há expressa previsão nesse sentido, conforme consta
no art. 258 do CP.
b) ERRADA: Item errado, pois o crime de incêndio é considerado crime de perigo
CONCRETO, exigindo-se que da conduta do agente resulte efetivo perigo à vida, à
integridade física ou ao patrimônio de terceiros.
c) ERRADA: Item errado, pois a forma tentada é admitida, exceto nas modalidades
culposas.
d) ERRADA: Item errado, pois há previsão de forma culposa nos crimes dos arts. 260,
§2º, 261, §3º e 262, §2º, todos do CP. Na forma culposa, porém, é necessário que o
desastre efetivamente ocorra (não basta mera situação de perigo).
e) ERRADA: Item errado, pois tais delitos não exigem elemento subjetivo específico
(dolo específico ou especial fim de agir), bastando o mero dolo genérico. LETRA A.

Q187 - Letícia, mediante arremesso de dinamite, expôs a perigo a vida e a


integridade física de passageiros de uma aeronave. Nessa situação, Letícia
deve responder por crime de explosão, que admite a modalidade culposa.

RESPOSTA DA QUESTÃO: O item está correto, pois a conduta de Letícia configura


o delito de explosão. Vejamos:

Explosão
Art. 251 - Expor a perigo a vida, a integridade física ou o patrimônio de
outrem, mediante explosão, arremesso ou simples colocação de engenho de
dinamite ou de substância de efeitos análogos:
Pena - reclusão, de três a seis anos, e multa.
§ 1º - Se a substância utilizada não é dinamite ou explosivo de efeitos análogos:
Pena - reclusão, de um a quatro anos, e multa.

Lembrando que a conduta de meramente ―arremessar‖ é uma das condutas puníveis,


que somente consumará o delito com a efetiva exposição a perigo, já que se trata de
crime de perigo concreto.

Tal delito, ainda, é punível também na modalidade culposa:


§ 3º - No caso de culpa, se a explosão é de dinamite ou substância de efeitos
análogos, a pena é de detenção, de 6 (seis) meses a 2 (dois) anos; nos demais casos,
é de detenção, de 3 (três) meses a 1 (um) ano.
Portanto, a AFIRMATIVA ESTÁ CORRETA.

Q188 - Flávia arremessou projétil em ônibus destinado ao transporte


público, enquanto o ônibus estava em movimento e com passageiros em seu
interior. Nessa situação, a conduta de Flávia somente será considerada crime
se tiver resultado em lesão corporal ou morte; caso contrário, será
considerada apenas ilícito civil.
RESPOSTA DA QUESTÃO: O item está errado, pois a conduta do agente, aqui, já
consumou o delito de arremesso de projétil, previsto no art. 264 do CP:

Arremesso de projétil
Art. 264 - Arremessar projétil contra veículo, em movimento, destinado ao
transporte público por terra, por água ou pelo ar:
Pena - detenção, de um a seis meses.
Parágrafo único - Se do fato resulta lesão corporal, a pena é de detenção, de
6 (seis) meses a 2 (dois) anos; se resulta morte, a pena é a do art. 121, § 3º,
aumentada de um terço.

Trata-se de crime de perigo abstrato, não sendo exigível a efetiva criação do perigo
real. Além disso, a ocorrência de lesão corporal ou morte apenas qualifica o delito,
mas é irrelevante para sua consumação na forma simples.

Q189 - Mário, revoltado com os sucessivos defeitos de seu velho carro,


levou-o até um lugar ermo e desabitado e ateou fogo no veículo, destruindo-
o. Mário não cometeu crime de incêndio, porque tratando-se de local ermo e
desabitado, o fato não ocasionou perigo comum e concreto.

RESPOSTA DA QUESTÃO:
O delito de ―incêndio‖ é crime de perigo concreto, ou seja, exige que ocorra a
situação de perigo real ao bem jurídico tutelado, de forma que o crime não se verifica
se o agente cria o incêndio em local ermo, sem expor o bem jurídico a qualquer
situação de perigo. Questão certa.

Q190 - Relativamente ao tipo objetivo, pode-se afirmar que o crime de incêndio


(―art. 250: Causar incêndio, expondo a perigo a vida, a integridade física ou o
patrimônio de outrem‖) é considerado:

a) de perigo abstrato.
b) de perigo concreto.
c) de perigo presumido.
d) de alto risco.
e) de baixo risco.

RESPOSTA DA QUESTÃO: O delito de ―incêndio‖ é crime de perigo concreto, ou


seja, exige que ocorra a situação de perigo real ao bem jurídico tutelado, de forma
que o crime não se verifica se o agente cria o incêndio sem expor o bem jurídico a
qualquer situação de perigo. Gab: B

Q191 - Inserto no Título VIII, do Código Penal ―Dos crimes contra a


incolumidade pública‖, é exemplo de ―crime de perigo comum‖, previsto no
Capítulo I do mesmo código:

a) expor alguém, por meio de relações sexuais ou qualquer ato libidinoso, a contágio
de moléstia venérea, de que sabe ou deve saber que está contaminado;
b) obter, para si ou para outrem, vantagem ilícita, em prejuízo alheio, induzindo ou
mantendo alguém em erro, mediante artifício, ardil, ou qualquer outro meio
fraudulento;
c) falsificar, no todo ou em parte, documento público, ou alterar documento público
verdadeiro;
d) praticar ato obsceno em lugar público, ou aberto ou exposto ao público;
e) fabricar, fornecer, adquirir, possuir ou transportar, sem licença da autoridade,
substância ou engenho explosivo, gás tóxico ou asfixiante, ou material destinado à
sua fabricação.
RESPOSTA DA QUESTÃO: Das condutas apresentadas apenas a que consta na
alternativa E representa um crime de perigo comum, o delito de ―Fabrico,
fornecimento, aquisição posse ou transporte de explosivos ou gás tóxico, ou
asfixiante‖, que configura o delito do art. 253 do CP:

Fabrico, fornecimento, aquisição posse ou transporte de explosivos ou gás tóxico, ou


asfixiante

Art. 253 - Fabricar, fornecer, adquirir, possuir ou transportar, sem licença da


autoridade, substância ou engenho explosivo, gás tóxico ou asfixiante, ou material
destinado à sua fabricação:
Pena - detenção, de seis meses a dois anos, e multa.
Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA É A LETRA E.

Q192 – (OFICIAL PMCE) Em se tratando de crimes de incêndio e explosão,


admite-se o concurso de crimes, afastando-se a aplicação do princípio da
consunção.

RESPOSTA DA QUESTÃO:
Não há que se falar em aplicação do princípio da consunção em relação a tais delitos,
eis que um não é considerado meio para a prática do outro. Correta.

Q193 - Aquele que, publicamente, zomba de alguém em virtude de sua


função religiosa como padre

a) comete crime de ultraje a culto, previsto no Código Penal entre os crimes contra o
sentimento religioso.
b) não comete crime algum, pois o fato é atípico e não está previsto no Código Penal.
c) comete crime de injúria qualificada por ofensa a credo
religioso, previsto no Código Penal entre os crimes contra a honra.
d) comete crime de vilipêndio a ministro religioso, previsto entre os crimes contra a
liberdade religiosa.

RESPOSTA DA QUESTÃO: A conduta do agente, no caso em tela, caracteriza o


delito de ultraje a culto, previsto no art. 208 do CP:

Art. 208 - Escarnecer de alguém publicamente, por motivo de crença ou função


religiosa; impedir ou perturbar cerimônia ou prática de culto religioso; vilipendiar
publicamente ato ou objeto de culto religioso:

Pena - detenção, de um mês a um ano, ou multa.


Parágrafo único - Se há emprego de violência, a pena é aumentada de um terço, sem
prejuízo da correspondente à violência.
Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA É A LETRA A.
Q194
Q195 - Osvaldo, desejando matar, disparou seu revólver contra Arnaldo, que,
em razão do susto, desmaiou. Osvaldo, acreditando piamente que Arnaldo
estava morto, colocou-o em uma cova rasa que já havia cavado, enterrando-
o, vindo a vítima a efetivamente morrer, em face da asfixia.Assim, Osvaldo
praticou:
a) homicídio qualificado pela asfixia e homicídio culposo, bemcomo ocultação de
cadáver.
b) homicídio qualificado pela asfixia e ocultação de cadáver.
c) homicídio simples e ocultação de cadáver.
d) homicídio culposo.
e) homicídio simples.

RESPOSTA DA QUESTÃO:
Osvaldo teve a intenção de matar com o disparo de arma de fogo e não com a asfixia,
portanto: HOMICÍDIO SIMPLES. Osvaldo tentou ocultar o cadáver, mas como a vítima
ainda estava viva há crime impossível em relação à ocultação, portanto: NÃO HÁ
OCULTAÇÃO DE CADÁVER. Gab: E

Q196 - Na corrupção passiva, há diferenciações normativas se:

- em consequência da vantagem ou promessa, o funcionário retarda ou deixa


de praticar qualquer ato de ofício ou o pratica infringido dever funcional - o
funcionário pratica, deixa de praticar ou retarda ato de ofício, com infração
de dever funcional, cedendo a pedido ou influência de outrem.
Tem-se, nesses dois fatores de penas, respectivamente:

a) qualificadora e causa de diminuição.


b) causa de aumento e privilégio.
c) qualificadora e causa de aumento.
d) causa de aumento e qualificadora.
e) privilégio e qualificadora.

RESPOSTA DA QUESTÃO: Neste caso, teremos, respectivamente, uma causa de


aumento de pena e uma privilegiadora (ou privilégio), previstos nos §§1º e 2º do art.
317 do CP:

Corrupção passiva
Art. 317 - Solicitar ou receber, para si ou para outrem, direta ou indiretamente, ainda
que fora da função ou antes de assumi-la, mas em razão dela, vantagem indevida, ou
aceitar promessa de tal vantagem:

Pena - reclusão, de 2 (dois) a 12 (doze) anos, e multa. (Redação dada pela Lei nº
10.763, de 12.11.2003)
§ 1º - A pena é aumentada de um terço, se, em conseqüência da vantagem ou
promessa, o funcionário retarda ou deixa de praticar qualquer ato de ofício ou o
pratica infringindo dever funcional.
§ 2º - Se o funcionário pratica, deixa de praticar ou retarda ato de ofício, com
infração de dever funcional, cedendo a pedido ou influência de outrem:
Pena - detenção, de três meses a um ano, ou multa.
Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA É A LETRA B.

Q197 - José foi surpreendido pelo policial João, dirigindo alcoolizado um


veículo na via pública. Nessa oportunidade, ofereceu a João a quantia de R$
100,00 para não prendê-lo, nem multá-lo. João aceitou a proposta, guardou
o dinheiro, mas multou e efetuou a prisão em flagrante de José por dirigir
alcoolizado. Nesse caso, João responderá pelo crime de:
a) condescendência criminosa.
b) corrupção ativa.
c) prevaricação
d) corrupção passiva.
e) concussão.

RESPOSTA DA QUESTÃO: João, não confundam, é o policial. Assim, João, ao


receber o dinheiro, praticou o delito de corrupção passiva na forma
consumada. Vejamos:

Corrupção passiva
Art. 317 - Solicitar ou receber, para si ou para outrem, direta ou indiretamente, ainda
que fora da função ou antes de assumi-la, mas em razão dela, vantagem indevida, ou
aceitar promessa de tal vantagem:
Pena - reclusão, de 2 (dois) a 12 (doze) anos, e multa. (Redação dada pela Lei nº
10.763, de 12.11.2003)
Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA É A LETRA D.

Q198 - No que concerne ao crime de peculato doloso, é correto afirmar que

a) o ressarcimento do dano até a denúncia extingue a punibilidade do agente.


b) o particular responde pelo delito quando for coautor ou partícipe.
c) o delito só se caracteriza se o agente tiver obtido vantagem patrimonial.
d) a imputação do delito depende de prévia tomada ou prestação de contas do
responsável pelo desvio.
e) não é possível a continuidade delitiva.

RESPOSTA DA QUESTÃO:
A) ERRADA: Isto só se aplica ao peculato culposo, nos termos do art. 312, §3º do CP.
Além disso, o prazo para a extinção da punibilidade (no peculato culposo!) vai até a
sentença irrecorrível.
B) CORRETA: Embora o particular, a princípio, não possa praticar o delito, por não ser
funcionário público, caso venha a praticar a conduta em concurso de pessoas
(coautoria ou participação) com alguém que possua a qualidade exigida (ser
funcionário público e valer-se do cargo para o crime), responderá também o
particular pelo delito, nos termos do art. 30 do CP. É necessário, ainda, que o
particular saiba que seu comparsa possui a qualidade exigida pelo tipo penal.
C) ERRADA: Item errado, pois a obtenção da vantagem pode se dar por terceiro, e
não necessariamente em favor do agente que pratica o delito.
D) ERRADA: Item errado, pois não há qualquer exigência no CP neste sentido, sendo
as esferas (administrativa e penal) autônomas.
E) ERRADA: Não há nada que proíba a continuidade delitiva em tais crimes, ou seja, o
peculato pode ser praticado na forma do art. 71 do CP (prática reiterada de diversos
crimes de peculato em circunstâncias de tempo, lugar, modo de execução, etc.). A
CORRETA É A LETRA B.

Q199 - Um contribuinte foi até o balcão de atendimento do setor fiscal e


apresentou documento para a comprovação de quitação do tributo. Todavia,
faltou com o respeito contra o funcionário autorizado para o registro no
sistema. O funcionário, diante da ofensa, alterou os dados inseridos para que
constasse pagamento parcial e não total do tributo. Com isso, o contribuinte
foi acionado judicialmente para pagamento do tributo que já tinha quitado. A
conduta do funcionário está inserida no crime de

a) prevaricação.
b) modificação não autorizada de sistema de informações.
c) sonegação de documento
d) falsidade ideológica.
e) inserção de dados falsos em sistema de informações.

RESPOSTA DA QUESTÃO: O funcionário praticou o delito de inserção de dados


falsos em sistema de informações, previsto no art. 313-A do CP.

Vejamos:
Inserção de dados falsos em sistema de informações (Incluído pela Lei nº 9.983, de
2000)
Art. 313-A. Inserir ou facilitar, o funcionário autorizado, a inserção de dados falsos,
alterar ou excluir indevidamente dados corretos nos sistemas informatizados ou
bancos de dados da Administração Pública com o fim de obter vantagem indevida
para si ou para outrem ou para causar dano:
(Incluído pela Lei nº 9.983, de 2000))
Pena - reclusão, de 2 (dois) a 12 (doze) anos, e multa. (Incluído pela Lei nº
9.983, de 2000)
O agente responde por este delito, e não por prevaricação, já que é uma forma
―especial‖ de violação aos deveres funcionais, que neste caso específico ocorreu com
o intuito de CAUSAR DANO ao contribuinte. LETRA E.

Q200 - Funcionário público, responsável pelo andamento de procedimento,


descobriu que determinado contribuinte era seu primo. Diante disso, sem
qualquer contato com o primo, decidiu colocar o procedimento em uma das
caixas que guardavam papéis destinados ao arquivo. A conduta do
funcionário caracteriza o crime de

a) supressão de documento.
b) sonegação de livro ou documento.
c) subtração de livro ou documento.
d) prevaricação.
e) advocacia administrativa.

RESPOSTA DA QUESTÃO: O agente cometeu, aqui, o delito de prevaricação,


previsto no art. 319 do CP, pois praticou ato funcional em contrariedade aos deveres
do cargo, para satisfazer sentimento pessoal (ajudar o primo). LETRA D.

Q201 - O crime de inserção de dados falsos em sistema de informações (art.


313-A do Código Penal) pode ser cometido pelo funcionário autorizado que
inserir ou facilitar a inserção de dados falsos, alterar ou excluir
indevidamente dados corretos nos sistemas informatizados ou bancos de
dados da Administração pública, com o fim de obter vantagem indevida para
si ou para outrem ou para causar dano.

RESPOSTA DA QUESTÃO:
Tal delito só pode ser cometido pelo funcionário AUTORIZADO que inserir ou facilitar
a inserção de dados falsos, alterar ou excluir indevidamente dados corretos nos
sistemas informatizados ou bancos de dados da Administração pública, com o fim de
obter vantagem indevida para si ou para outrem ou para causar dano, conforme
previsão contida no art. 313-A do CP. Questão Certa.

Q202 - Durante um julgamento perante o Tribunal do Júri, um jurado, que


em sua vida normal exerce a função de vendedor, solicitou R$ 10.000,00
(dez mil reais) ao advogado do réu para votar pela absolvição deste. O
jurado cometeu o crime de corrupção passiva.

RESPOSTA DA QUESTÃO:
O jurado é considerado, sim, funcionário público, pois o conceito de funcionário
público para fins penais é muito mais abrangente que no Direito Civil, de forma a
abranger aqueles que exercem mera função pública, ainda que transitoriamente e
sem remuneração. O jurado cometeu, assim, o crime previsto no art. 317 do CP, pois
solicitou vantagem indevida para si em razão da função que exercia. Nesse caso,
cometeu o crime de corrupção passiva.
ASSIM, A ALTERNATIVA ESTÁ CORRETA.

Q203 - Constitui crime de desobediência o não atendimento por funcionário


público de ordem legal de outro funcionário público.

ERRADA: O crime de desobediência é um crime que só pode ser praticado pelo


particular. Se praticado pelo funcionário público pode, no entanto, configurar o crime
de prevaricação, nos termos dos arts. 329 e 319 do CP.

Q204 - Pratica crime de resistência quem se opõe, mediante violência, ao


cumprimento de mandado de prisão decorrente de sentença condenatória
supostamente contrária à prova dos autos.

RESPOSTA DA QUESTÃO:
O fato de a sentença judicial que embasa o mandado de prisão ser considerada
injusta não desconfigura o crime, pois o modo correto para o agente questionar a
sentença é a via recursal. Nesse caso, o ato praticado pelo funcionário público (oficial
de justiça) é plenamente legal, pois se fundamenta em decisão judicial válida, que
pode, no entanto, ser atacada pela via do recurso. Questão correta.

Q205 - Cronos é Analista Judiciário, Área Judiciária, Especialidade Execução


de Mandados. No exercício de suas funções, no cumprimento de mandado
judicial, atendendo a pedido de influente político da região, retardou a
prática de ato de ofício, deixando de remover bens penhorados de Zeus, cabo
eleitoral
deste. Nessa hipótese, Cronos

a) cometeu crime de prevaricação.


b) não cometeu crime contra a Administração Pública.
c) cometeu crime de corrupção passiva.
d) cometeu crime de advocacia administrativa.
e) concussão.
RESPOSTA DA QUESTÃO: Muito cuidado com esta questão, povo! Esta conduta se
amolda ao tipo penal previsto no art. 317, § 2° do CP, que prevê o crime de
corrupção privilegiada. Este tipo estabelece uma penalidade diferenciada para o
funcionário que se corrompe (deixa de fazer o que deveria, ou faz o que não deveria)
não para obter uma vantagem, mas apenas para fazer um favor a alguém, para
atender a um pedido, como no caso da questão.

Muitos candidatos confundiram a conduta com o crime de prevaricação, do art. 319


do CP. Contudo, não se trata de prevaricação, pois na prevaricação o agente pratica a
conduta para satisfazer sentimento pessoal (ódio, vingança, etc.) Na corrupção
passiva privilegiada temos o famoso ―jeitinho amigo‖.

Assim, Cronos praticou o crime de corrupção passiva. LETRA C.

Q206 - O funcionário público que, se valendo dessa qualidade, patrocina


interesse privado perante a administração pública comete, em princípio, o
crime de

a) corrupção passiva.
b) condescendência criminosa.
c) advocacia administrativa.
d) excesso de exação.
e) prevaricação.

RESPOSTA DA QUESTÃO: O funcionário público, neste caso, pratica o delito


de advocacia administrativa, previsto no art. 321 do CP:

Advocacia administrativa
Art. 321 - Patrocinar, direta ou indiretamente, interesse privado perante a
administração pública, valendo-se da qualidade de funcionário:
Pena - detenção, de um a três meses, ou multa. LETRA C.

Q207 - Matias, diretor da Penitenciária XYZ, permite livremente o acesso de


aparelho telefônico celular dentro da Penitenciária que dirige, o que está
permitindo a comunicação dos presos com o ambiente externo. Neste caso,
Matias

a) está praticando o crime de peculato doloso simples.


b) está praticando o crime de concussão.
c) está praticando o crime de peculato doloso qualificado.
d) está praticando o crime de prevaricação imprópria.
e) não está praticando crime tipificado pelo Código Penal brasileiro.

RESPOSTA DA QUESTÃO: Neste caso o funcionário público está praticando o delito


previsto no art. 319-A do CP:
Art. 319-A. Deixar o Diretor de Penitenciária e/ou agente público, de cumprir seu
dever de vedar ao preso o acesso a aparelho telefônico, de rádio ou similar, que
permita a comunicação com outros presos ou com o ambiente
externo: (Incluído pela Lei nº 11.466, de 2007).
Pena: detenção, de 3 (três) meses a 1 (um) ano. Este tipo não possui um ―nome
oficial‖, mas foi batizado pela Doutrina como prevaricação imprópria, por ser uma
espécie de prevaricação. LETRA D.
Q208 - Modela-se também pelas ideias de furto e de apropriação indébita a
figura legal do crime de

a) prevaricação.
b) concussão.
c) excesso de exação.
d) favorecimento pessoal.
e) peculato.

RESPOSTA DA QUESTÃO: O delito, dentre os citados, que se amolda à ideia de


furto e de apropriação indébita é o delito de peculato, eis que se trata de um delito
que congrega duas condutas (subtrair e apropriar-se) também previstas nestes
delitos. Contudo, no peculato existem outras variantes que fazem com que tenhamos
este delito e não furto ou apropriação indébita (art. 155 e art. 168 do CP,
respectivamente). LETRA E.

Q209 - O peculato culposo tem a punibilidade extinta se o agente repara o


dano antes da sentença irrecorrível.

RESPOSTA DA QUESTÃO:
O peculato culposo é fato TÍPICO, pois está previsto no art. 312, §2º do CP, com uma
pena bem inferior à do peculato doloso.
Entretanto, caso o agente repare o dano ATÉ a sentença irrecorrível, ficará extinta a
punibilidade. Vejamos:

Art. 312 (...)


Peculato culposo
§ 2º - Se o funcionário concorre culposamente para o crime de outrem:
Pena - detenção, de três meses a um ano.
§ 3º - No caso do parágrafo anterior, a reparação do dano, se precede à sentença
irrecorrível, extingue a punibilidade; se lhe é posterior, reduz de metade a pena
imposta. Veja, essa segunda parte, que não é o caso da questão, também costuma
ser cobrada em provas, fique alerta. Gab: Certa.

Q210 - O funcionário público que tem conhecimento de infração cometida no


exercício do cargo por subordinado e que, por indulgência, não promove sua
responsabilização e também não comunica o fato ao superior competente
para tanto pratica

(A) corrupção ativa (CP, art. 333).


(B) corrupção passiva (CP, art. 317).
(C) fato atípico, pois não está descrito expressamente como crime no CP.
(D) condescendência criminosa (CP, art. 320).
(E) prevaricação (CP, art. 319).

RESPOSTA DA QUESTÃO: Tal funcionário público estará praticando o crime de


condescendência criminosa, previsto no art. 320 do CP. Letra D. (Indulgência = Pena)

Q211 - Marcelo é aprovado em concurso público para o cargo de Delegado de


Polícia. Sabe que seu vizinho tem expedido em seu desfavor mandado de
prisão. Mesmo antes de assumir o cargo, Marcelo procura seu vizinho, que é
proprietário de automóvel de luxo, e solicita-lhe comprar o veículo por 1/3
do preço de mercado, insinuando de modo implícito que caso a proposta não
seja aceita efetuará sua prisão tão logo assuma o cargo público. O vizinho
não cede e Marcelo, mesmo após assumir o cargo, não toma qualquer atitude
em desfavor de seu vizinho. Marcelo praticou

a) corrupção passiva.
b) estelionato, na modalidade tentada.
c) meros atos preparatórios.
d) corrupção passiva, na modalidade tentada.
e) concussão.

RESPOSTA DA QUESTÃO: Tal conduta caracteriza o delito de corrupção passiva,


previsto no art. 317 do CP. Como podemos ver, tal delito pode ser cometido mesmo
antes de a pessoa assumir a função pública, desde que a conduta tenha relação com
o futuro cargo.
Poderia ser questionado se, no caso, não houve concussão (dada a existência de uma
ameaça velada). Entendo que sim, e a questão poderia ter sido anulada. Contudo,
não podemos nos esquecer de a questão foi clara ao utilizar o verbo SOLICITAR, o
que caracterizaria a corrupçãopassiva. Letra A.

Q212 - Imagine que, por erro, um cidadão entrega a um funcionário público


determinada quantia em dinheiro. O funcionário, ciente de tal circunstância,
não devolve o dinheiro ao cidadão, não informa o ocorrido aos seus
superiores e, finalmente, apropria-se do dinheiro.

Diante disso, é correto afirmar que o funcionário


A) não comete crime, mas apenas uma infração funcional.
B) comete crime de peculato mediante erro de outrem.
C) comete crime de corrupção passiva.
D) comete crime de excesso de exação.
E) comete crime de prevaricação.

RESPOSTA DA QUESTÃO: A conduta do funcionário público se amolda ao tipo penal


do crime de peculato mediante erro de outrem, previsto no art. 313 do CP:
Art. 313 - Apropriar-se de dinheiro ou qualquer utilidade que, no exercício do
cargo, recebeu por erro de outrem:
Pena - reclusão, de um a quatro anos, e multa. LETRA B.

Q213 - A pena do crime de corrupção passiva é aumentada se o funcionário


público, em consequência da vantagem ou promessa, infringe dever
funcional

I. retardando ou deixando de praticar qualquer ato de ofício;


II. praticando qualquer ato de ofício;
III. de forma intencional ou premeditada.

É correto o que se afirma em


A) I, apenas.
B) II, apenas.
C) III, apenas.
D) I e II, apenas.
E) I, II e III.
RESPOSTA DA QUESTÃO: A pena do crime de corrupção passiva é aumentada, nos
termos do art. 317, §1º do CP:

Corrupção passiva
Art. 317 - Solicitar ou receber, para si ou para outrem, direta ou indiretamente, ainda
que fora da função ou antes de assumi-la, mas em razão dela, vantagem indevida, ou
aceitar promessa de tal vantagem:

Pena - reclusão, de 2 (dois) a 12 (doze) anos, e multa. (Redação dada pela


Lei nº 10.763, de 12.11.2003)
§ 1º - A pena é aumentada de um terço, se, em conseqüência da vantagem ou
promessa, o funcionário retarda ou deixa de praticar qualquer ato de ofício ou o
pratica infringindo dever funcional.
Assim, a pena é aumentada se o funcionário pratica o ato de ofício com infração a
dever funcional ou se retarda ou deixa de praticá-lo. LETRA D.

Q214 - Tomando como base o crime de peculato, analise as afirmações:


I. Estão previstas no crime de peculato as condutas de apropriar-se, desviar
ou subtrair dinheiro, valor ou qualquer outro bem móvel.
II. Especificamente quanto ao peculato culposo, é admissível a reparação do
dano antes ou depois da sentença.
III. O dinheiro proveniente da prática do crime de peculato deve ser usado
em proveito próprio. Está correto somente o contido em

A) I.
B) II.
C) I e II.
D) I e III.
E) II e III.

RESPOSTA DA QUESTÃO: As afirmativas I e II estão corretas, pois, de fato, o art.


312 e seu §1º, prevê as referidas condutas como possíveis formas de prática do
delito de peculato Por fim, a afirmativa III está errada, eis que o dinheiro proveniente
do peculato pode ser usado em proveito próprio ou alheio, sendo indiferente para a
caracterização do delito. LETRA C.

Q215 - Determinado policial militar disse de forma impositiva ao assaltante


que acabou de prender em flagrante, com o intuito de se locupletar
indevidamente, que somente muito dinheiro o faria "aliviar sua barra". Tal
conduta

A) não tipifica crime.


B) somente tipificaria algum delito caso houvesse a efetiva
entrega do dinheiro.
C) tipifica o crime de peculato.
D) tipifica o crime de concussão.
E) tipifica o crime de corrupção passiva.

RESPOSTA DA QUESTÃO:
A Banca entendeu que o enunciado deixou claro tratar-se de crime de CONCUSSÃO,
já que o enunciado fala que o policial militar falou em tom impositivo. Gab: D
Q216 - O crime de falsidade ideológica, presentes os demais elementos
legais, apenas se configura se o documento é público, não havendo crime se
o documento é particular.

RESPOSTA DA QUESTÃO:
O crime de falsidade ideológica, previsto no art. 299 do CPP, pode ser praticado tanto
utilizando-se documento público quanto documento particular. Errada.

Q217 - A conduta do funcionário público que, antes de assumir a função, mas


em razão dela, exige para outrem, indiretamente, vantagem indevida não
configura crime algum, pois o fato ocorre antes de assumir a função.

RESPOSTA DA QUESTÃO:
No presente caso a conduta se amolda ao tipo penal do art. 316 do CP, que define o
crime de concussão. Errada.

Q218 - O fazendeiro de uma cidade do interior de São Paulo, que solicita aos
assentados dinheiro a pretexto de influir na atuação de funcionário do ITESP
a fim de facilitar a concessão de títulos de domínio visando a regularização
fundiária, comete o crime de:

a) corrupção passiva qualificada.


b) tráfico de influência.
c) advocacia administrativa.
d) exploração de prestígio.
e) estelionato

RESPOSTA DA QUESTÃO: A conduta do fazendeiro, neste caso, configura o delito


de tráfico de influência. Letra B

Q219 - Policiais Militares Ambientais comparecem a um assentamento e


constatam a extração ilegal de madeira (crime ambiental).

Trabalhadores assentados pedem aos policiais que não adotem providências,


no que são prontamente atendidos e os policiais se retiram, sem que
qualquer providência fosse implementada.

Diante da afirmação anterior, e com relação aos crimes contra a


Administração Pública, os Policiais Militares cometeram o crime de corrupção
passiva privilegiada.

RESPOSTA DA QUESTÃO:
Exatamente. A pena, neste caso, é menor que na corrupção passiva propriamente
dita, eis que aqui o funcionário público não age para obter qualquer vantagem. Certa.

Q220 - Agamenon, funcionário público, teve desavenças pessoais no trabalho


contra Pitágoras. Com o desejo de vingar-se do seu desafeto, Agamenon
retarda indevidamente um ato de ofício quedevia praticar, com o claro
objetivo de prejudicar Pitágoras.
Conforme o que dispõe o Código Penal, essa conduta de Agamenon
caracteriza o crime de
a) corrupção passiva.
b) descaminho.
c) concussão.
d) violência arbitrária.
e) prevaricação.

RESPOSTA DA QUESTÃO: Neste caso o funcionário público praticou o delito de


prevaricação, eis que retardou, indevidamente, ato de ofício para satisfazer
sentimento pessoal.

Q221 - Nos crimes praticados por funcionário público contra a Administração


Pública em geral, conforme previsto no Código Penal, se o autor do crime for
ocupante de cargo em comissão ou de função de direção ou assessoramento
de órgão da administração direta,

a) ele apenas perderá o cargo, mas ficará isento de pena.


b) sua pena será reduzida.
c) ele não responderá criminalmente pelo fato delituoso, mas apenas civil e
administrativamente.
d) sua pena será aumentada.
e) acarretar-se-á a punição também daquele que o nomeou para o cargo.

RESPOSTA DA QUESTÃO:
Neste caso o infrator terá sua pena aumentada em um terço, conforme prevê
o art. 327, §2º do CP:

Funcionário público
Art. 327 - Considera-se funcionário público, para os efeitos penais, quem, embora
transitoriamente ou sem remuneração, exerce cargo, emprego ou função pública.

§ 2º - A pena será aumentada da terça parte quando os autores dos crimes previstos
neste Capítulo forem ocupantes de cargos em comissão ou de função de direção ou
assessoramento de órgão da administração direta, sociedade de economia mista,
empresa pública ou fundação instituída pelo poder público. (Incluído pela Lei nº
6.799, de 1980). Gabarito: D

Observação importantíssima que vai além dessa questão, mas pode vir a ser cobrada
na sua prova: A LEI SE OMITIU QUANTO AOS CARGOS COMISSIONADOS DAS
AUTARQUIAS, E NÃO SE PERMITE ANALOGIA IN MALAM PARTEM.

Q222 - O funcionário que modifica ou altera sistema de informações ou


programa de informática sem autorização ou solicitação de autoridade
competente pratica o crime de inserção de dados falsos em sistemas de
informações.

RESPOSTA DA QUESTÃO: O funcionário, neste caso, pratica o delito de Modificação


ou alteração não autorizada de sistema de informações, previsto no art. 313-B do CP.
AFIRMATIVA ESTÁ ERRADA.

Q223 - Abandonar cargo público, fora dos casos permitidos em lei, só


tipificará o crime de abandono de função se resultar prejuízo público.
RESPOSTA DA QUESTÃO: Item errado, pois a consumação do delito independe da
ocorrência de prejuízo (art. 323 do CP), mas a eventual ocorrência de prejuízo
qualifica o crime (§1º do art. 323 do CP). AFIRMATIVA ESTÁ ERRADA.

Q224 - A lei penal admite interpretação analógica, recurso que permite a


ampliação do conteúdo da lei penal, através da indicação de fórmula
genérica pelo legislador.
RESPOSTA DA QUESTÃO:
São diversos os casos que o Código Penal autoriza o emprego da interpretação
analógica: art. 28, II ("substância de efeitos análogos"); art. 71 ("e outras
semelhantes"); art. 146 ("qualquer outro meio"); art. 171 ("qualquer outro meio
fraudulento") etc.

A interpretação analógica não deve ser confundida com o emprego da analogia. A


interpretação analógica visa a alcançar a vontade da norma por meio da semelhança
com fórmulas utilizadas pelo legislador. Certa.

225 - São crimes praticados por particular contra a Administração em Geral,


exceto:

(A) Os crimes de Usurpação de Função Pública e Resistência.


(B) Os crimes de Desobediência e Desacato.
(C) Os crimes de Tráfico de Influência e Corrupção Ativa.
(D) Os crimes de Descaminho e Contrabando.
(E) Os crimes de Denunciação Caluniosa e Comunicação falsa de crime ou de
contravenção.

RESPOSTA DA QUESTÃO: Dentre as alternativas apresentadas, todas trazem


apenas crimes praticados por particular contra a administração em geral, exceto a
letra E, pois os crimes de denunciação caluniosa e comunicação falsa de crime ou
contravenção configuram crimes contra a administração da Justiça.
Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA É A LETRA E.

226 - O crime de resistência previsto no artigo 329 do CP tem sua pena


aplicada sem prejuízo da pena correspondente à violência grave.

RESPOSTA DA QUESTÃO: Item correto, nos termos do art. 329, §2º do CP:

Art. 329 - Opor-se à execução de ato legal, mediante violência ou ameaça a


funcionário competente para executá-lo ou a quem lhe esteja prestando auxílio: Pena
- detenção, de dois meses a dois anos.

(...) § 2º - As penas deste artigo são aplicáveis sem prejuízo das correspondentes à
violência.

Portanto, a AFIRMATIVA ESTÁ CORRETA.

227 - O delito de desobediência, previsto no artigo 330, CP, é crime comum,


tendo como sujeito ativo qualquer pessoa, com exceção do funcionário
público, que mesmo quando não está no exercício da função, não perde essa
condição para efeitos penais.

RESPOSTA DA QUESTÃO: Item errado, pois o funcionário público pode praticar o


delito de desobediência, na qualidade de particular, quando estiver fora do exercício
das funções. Portanto, a AFIRMATIVA ESTÁ ERRADA.

228 - Opor-se à execução de ato legal, ainda que sem violência ou ameaça a
funcionário competente para executá-lo ou a quem lhe esteja prestando
auxílio, tipifica o crime de resistência.

RESPOSTA DA QUESTÃO: Item errado, pois para a caracterização deste delito é


indispensável o emprego de violência ou ameaça, nos termos do art. 329 do CP.
Portanto, a AFIRMATIVA ESTÁ ERRADA.

229 - José, policial militar, no exercício da sua função, decidiu abordar João
na via pública, pois este passou a correr quando percebeu a aproximação da
viatura policial. Durante a abordagem, João passou a desprestigiar e ofender
José, em razão do seu salário de policial militar, inclusive proferindo
palavras de baixo calão contra ele. Com relação à conduta de João, pode-se
afirmar sobre ele que

(A) ao sair correndo, quando viu a viatura policial, praticou o delito de resistência.
(B) cometeu o delito de desobediência.
(C) sua conduta é atípica.
(D) é passível de queixa-crime, ajuizada por José, no prazo de 6 meses, a contar da
data do fato, caso sinta que sua honra profissional tenha sido ofendida.
(E) praticou o crime de desacato.

RESPOSTA DA QUESTÃO: João, neste caso, praticou o delito de desacato, previsto


no art. 331 do CP. Gab: E.

230 - Antônio foi abordado por Policiais Militares na via pública e, quando
informado que seria conduzido para a Delegacia de Polícia, pois era
―procurado‖ pela Justiça, passou a desferir socos e pontapés contra um dos
policiais. Sobre a conduta de Antônio, pode-se afirmar que

(A) praticou o crime de desacato, previsto no artigo 331 do Código Penal.


(B) praticou o crime de resistência, previsto no artigo 329 do Código Penal.
(C) praticou o crime de desobediência, previsto no artigo 330 do Código Penal.
(D) não praticou nenhum crime, pois todo cidadão tem direito à sua autodefesa.
(E) praticou o crime de corrupção ativa, previsto no artigo 333 do Código Penal, pois
pretendeu, com sua reação, corromper o funcionário público a não cumprir ato de
ofício.

RESPOSTA DA QUESTÃO: Neste caso o agente praticou o delito de resistência,


previsto no art. 329 do CP

231 - Sobre o delito de corrupção ativa, pode-se afirmar que

(A) é crime próprio.


(B) tem como objeto jurídico a honestidade do funcionário público.
(C) é crime formal.
(D) é crime de concurso necessário.
(E) admite forma culposa.

RESPOSTA DA QUESTÃO: O crime de corrupção ativa é COMUM (pode ser praticado


por qualquer pessoa) e tem como objeto (bem jurídico) a moralidade e a probidade
da administração pública. Além disso, é crime de concurso EVENTUAL e não admite
forma culposa. Por fim, trata-se de crime FORMAL, pois se consuma com a mera
prática da conduta, independentemente de o agente obter o resultado pretendido.
LETRA C.

232 José solicita e recebe dinheiro de um empresário que participará de uma


licitação pública a pretexto de ajudá-lo a vencer o certame, sob o argumento
de que tem muitos amigos no comando da Administração Pública. Sobre a
conduta de José, está correto afirmar que

(A) praticou o crime de usurpação da função pública (art. 328,


Código Penal).
(B) praticou o crime de corrupção ativa (art. 333, Código Penal).
(C) praticou o crime de impedimento, perturbação ou fraude concorrência (art. 335,
Código Penal).
(D) praticou o crime de tráfico de influência (art. 332, Código Penal).
(E) não praticou nenhum crime (fato atípico), pois quem decide o resultado de
licitação é o agente público e não o particular.

RESPOSTA DA QUESTÃO: José praticou o delito de tráfico de influência, previsto no


art. 332 do CP. Gab: D.

233 - A resistência qualificada consiste

A) na oposição do agente ao ato legal mediante violência.


B) na oposição do agente ao ato legal, causando considerável prejuízo à vítima.
C) na oposição do agente ao ato legal mediante o emprego da violência ou ameaça.
D) na vontade exteriorizada do agente de empregar violência ou usar de ameaça
contra o funcionário competente para executar o ato legal, ou ainda, a quem lhe
esteja prestando auxílio.
E) na não execução do ato legal diante da resistência do agente.

RESPOSTA DA QUESTÃO: Tal delito se caracteriza, na forma qualificada, quando o


ato não é executado em razão da resistência do agente.

Vejamos:
Art. 329 - Opor-se à execução de ato legal, mediante violência ou ameaça a
funcionário competente para executá-lo ou a quem lhe esteja prestando auxílio:

Pena - detenção, de dois meses a dois anos.


§ 1º - Se o ato, em razão da resistência, não se executa:
Pena - reclusão, de um a três anos. LETRA E.

234 - Assinale a alternativa que exemplifica o crime de desacato.


A) "X", de forma muito humilhante, diz a seu vizinho, funcionário público, durante um
churrasco entre amigos, que ele é a pessoa mais preguiçosa e lenta que já conheceu.
B) "X" descumpre a ordem dada pelo juiz em audiência e continua fotografando a
vítima do crime sob julgamento.
C) "X", ao deparar-se no fórum com a escrevente "Z", dirige a ela as seguintes
palavras: que coisa mais linda, até parece um anjo!
D) "X", ao ter seu veículo apreendido pelo Delegado de Polícia "Z", gesticula a ele de
forma obscena utilizando o dedo médio da mão.
E) "X", que assiste a uma partida de vôlei, zomba de um dos jogadores: Vejam como
o nosso promotor público enfeita a quadra, até parece uma borboleta!

RESPOSTA DA QUESTÃO: O delito de desacato está previsto no art. 331 do CP.


O crime de desacato deve ser praticado contra o funcionário público NO EXERCÍCIO
DA FUNÇÃO (quando estiver exercendo a função) ou EM RAZÃO DELA (mesmo fora
do local do exercício da função, mas em razão da função).
No caso em tela, somente a alternativa D traz uma hipótese de caracterização do
delito de desacato. LETRA D.

Observação (atualizando as informações):


A Quinta Turma do STJ decidiu no final de 2016 que o desacato não é crime, essa
decisão é isolada mas pode cair em prova, se a questão dizer o que diz a
jurisprudência, marque que não é crime, mas de acordo com o CP ainda é crime, já
que o legislador ainda não se manifestou. Para todos os efeitos, veja trecho do
acórdão (esse assunto é altamente relevante para o concurso de POLICIAL MILITAR):

"O afastamento da tipificação criminal do desacato não impede a responsabilidade


ulterior, civil ou até mesmo de outra figura típica penal (calúnia, injúria, difamação
etc.), pela ocorrência de abuso na expressão verbal ou gestual ofensiva, utilizada
perante o funcionário público".

Estudar os crimes cometidos por particulares contra a administração pública é


essencial para o concurso da Polícia Militar, destacando-se: Desobediência,
Resistência, Desacato e Corrupção Ativa.

235 - São pressupostos do delito de resistência que

I. o ato ao qual se opõe seja legal;


II. a violência ou ameaça seja praticada contra o policial que executar o ato;
III. a oposição seja praticada mediante violência ou ameaça.
Está correto o contido em

A) I, apenas.
B) II, apenas.
C) I e II, apenas.
D) I e III, apenas.
E) I, II e III.

RESPOSTA DA QUESTÃO: O delito de resistência está previsto no art. 329 do CP o


ato ao qual se opõe deve ser LEGAL. A violência ou ameaça deve ser praticada contra
o funcionário competente para praticar o ato, e não necessariamente um policial. Por
fim, A oposição ao ato deve ser praticada necessariamente com violência ou ameaça.
Assim, as afirmativas I e III estão corretas.
Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA É A LETRA D.
236 - A conduta de opor-se mediante violência ou ameaça à execução de
ordem legal advinda de funcionário competente tipifica o crime de

A) desobediência.
B) desacato.
C) fraude processual.
D) resistência.
E) exercício arbitrário das próprias razões.

RESPOSTA DA QUESTÃO: A conduta descrita caracteriza o delito do art. 329 do CP,


ou seja, crime de RESISTÊNCIA.

237 - Examine as afirmações sobre o crime de tráfico de influência.


I. Ocorre se o agente solicita para si ou para outrem vantagem a pretexto de
influir em ato praticado por funcionário público no exercício da função.
II. É praticado, ainda que sem intenção, e de forma imprudente, se o agente
exige para si ou para outrem vantagem a pretexto de influir em ato praticado
por funcionário público no exercício da função.
III. Tem a sua pena aumentada se o agente alega que a vantagem solicitada
é também destinada ao funcionário público que se deixará influenciar.

Está correto o contido em


A) I, somente.
B) I e II, somente.
C) I e III, somente.
D) II e III, somente.
E) I, II e III.

RESPOSTA DA QUESTÃO:
I - CORRETA: Esta é a redação do tipo penal previsto no art. 332 do CP,
caracterizando o delito de tráfico de influência;
II - ERRADA: O crime somente é punido a título de dolo, não havendo previsão de
forma culposa;
III - CORRETA: Esta é a causa de aumento de pena prevista no art. 332, § único do
CP, aumentando-se a pena em metade. LETRA C.

238 - A pena prevista pelo Código Penal para o crime de "resistência" (CP,
art. 329), por expressa disposição legal, é

A) de reclusão e de multa.
B) de reclusão, de seis meses a um ano.
C) maior, se o funcionário público, em razão da violência, fica afastado do cargo.
D) maior se o ato, em razão da resistência, não se executa.
E) diminuída de um a dois terços se a resistência não é praticada com violência.

RESPOSTA DA QUESTÃO:
Para resolvermos a questão é necessária a transcrição do art. 329 do CP, que define o
tipo penal do delito de resistência. Gab: D

239 - Somente comete crime de resistência aquele que age com violência ou
ameaça.
RESPOSTA DA QUESTÃO:
É necessário que o agente resista à ordem legal utilizando-se de violência ou grave
ameaça, nos termos do art. 329 do CP. Correta.

240 - Quem desobedece à ordem ilegal de funcionário público não comete


crime de desobediência.

RESPOSTA DA QUESTÃO:
Para que tal crime se configure é necessário que a ordem do funcionário público seja
LEGAL, nos termos do art. 330 do CP. Correta.

241 - Apenas se configura o crime de desacato se a ação for praticada contra


funcionário no exercício da função ou em razão dela.

RESPOSTA DA QUESTÃO:
É indispensável, no delito de desacato, que o funcionário desacatado esteja no
exercício da função ou, pelo menos, que o desacato se dê em razão da função, nos
termos do art. 331 do CP. Correta.

242 - Constitui crime de desobediência o não atendimento por funcionário


público de ordem legal de outro funcionário público.

RESPOSTA DA QUESTÃO:
ERRADA: O crime de desobediência é um crime que só pode ser praticado pelo
particular. Se praticado pelo funcionário público pode, no entanto, configurar o crime
de prevaricação, nos termos dos arts. 329 e 319 do CP.

243 - Comete crime de corrupção ativa quem oferece vantagem indevida a


funcionário público para determiná-lo a deixar de praticar medida ilegal.

ERRADA:
Cuidado com a pegadinha! Se a medida que o funcionário público ia praticar era
ilegal, não há crime de corrupção ativa, pois se exige que o ato que o funcionário
público iria praticar seja legal, nos termos do art. 333 do CP. Errada.

244 - Para a caracterização do crime de desacato não é necessário que o


funcionário público esteja no exercício da função ou, não estando, que a
ofensa se verifique em função dela.

RESPOSTA DA QUESTÃO:
ERRADA: É necessário que a ofensa seja proferida, em qualquer caso, em razão da
função pública, esteja ou não o funcionário público no exercício da função no
momento do crime.

245 - Túlio assumiu o exercício de função pública sem ser nomeado ou


designado, executando ilegitimamente ato de ofício. Tal conduta caracteriza
o crime de

a) desobediência.
b) tráfico de influência.
c) exercício funcional ilegalmente antecipado ou prolongado.
d) advocacia administrativa.
e) usurpação de função pública.

RESPOSTA DA QUESTÃO: Como Túlio não possuía qualquer vínculo com a


administração pública, o exercício da função pública, neste caso, configura o crime de
usurpação de função pública, nos termos do art. 328 do CP. O crime de exercício
funcional ilegalmente antecipado só se configuraria se Túlio tivesse sido nomeado
mas ainda não empossado no cargo, o que não ocorreu. LETRA E.

246 - O crime de desobediência

A) só pode ser praticado por omissão.


B) será punido apenas com multa, se for culposo.
C) ocorre independentemente da legalidade da ordem.
D) exige violência ou grave ameaça.
E) não prescinde de dolo, ainda que eventual.

RESPOSTA DA QUESTÃO: O crime de desobediência só é punível na modalidade


dolosa, motivo pelo qual a existência desse elemento subjetivo do tipo é
INDISPENSÁVEL. Letra E.

247 - O crime de corrupção ativa caracteriza-se mesmo que a oferta de


vantagem indevida seja feita após a prática do ato de ofício.

RESPOSTA DA QUESTÃO:
O item está errado, pois é necessário que a oferta ou promessa de vantagem indevida
seja anterior à prática do ato, pois o tipo penal exige que ela seja feita ―para‖
ocasionar a falta funcional, e não em decorrência dela. Gab: E.

248 – O delito de corrupção ativa não se caracteriza quando o agente se


limita a pedir ao funcionário público que pratique, omita ou retarde ato de
ofício.

RESPOSTA DA QUESTÃO:
Neste caso, o particular que apenas solicita ao funcionário público um ―jeitinho‖ (sem
nada oferecer em troca), não pratica crime. O funcionário público, entretanto, caso
atenda ao pedido, pratica crime de corrupção passiva privilegiada, nos termos do art.
317, §2º do CP. Gab: Certa.

249 - Processado por roubo cometido contra empresa pública federal, Mélvio
teve sua prisão preventiva legalmente decretada. Ao ser regularmente
cumprido o respectivo mandado por Oficial de Justiça, Mélvio resistiu com
violência à prisão e, ao final, foi absolvido da imputação de roubo, posto que
afinal reconhecida injusta. Com base somente nesses dados,

(A) inexistiu crime de resistência, qualquer que seja o fundamento técnico da


absolvição quanto ao roubo.
(B) inexistiu crime de resistência, desde que a absolvição seja pela negativa de
autoria quanto ao roubo.
(C) inexistiu crime de resistência, mas responde Mélvio, de qualquer modo, por outro
eventual crime correspondente à violência.
(D) inexistiu o crime de resistência, desde que a absolvição quanto ao roubo tenha
afirmado a inexistência ou o atipicidade do fato respectivo.
(E) caracteriza-se o crime de resistência.

RESPOSTA DA QUESTÃO: Neste caso restou PLENAMENTE caracterizado o delito de


resistência, pois o agente, mediante violência, resistiu ao cumprimento de ato legal
por parte de funcionário público. Gab: E.

250 - Paulo é estudante de uma determinada faculdade do Estado de


Roraima, cursando o primeiro semestre. No início deste ano de 2015 Paulo é
submetido a um trote acadêmico violento e, amarrado, é obrigado a
consumir à força bebida alcoólica e substância entorpecente. Após o trote,
Paulo, completamente embriagado e incapacitado de entender o caráter
ilícito do fato ou de determinar-se de acordo com esse entendimento por
conta desta embriaguez e do uso de droga, desloca-se até uma Delegacia de
Polícia da cidade de Boa Vista, onde tramita um inquérito contra ele por
crime de lesão corporal dolosa decorrente de uma briga em uma casa
noturna, e oferece R$ 10.000,00 em dinheiro ao Delegado de Polícia para que
este não dê prosseguimento às investigações. Paulo acaba preso em
flagrante pela Autoridade Policial. No caso hipotético exposto, Paulo a)
praticou crime de corrupção ativa e terá a pena reduzida de um a dois terços
no caso de condenação.

b) é isento de pena pelo crime cometido nas dependências da Delegacia de


Polícia.
c) praticou crime de corrupção ativa e não terá a pena reduzida no caso de
condenação pela embriaguez.
d) praticou crime de concussão e não terá a pena reduzida no caso de
condenação.
e) praticou crime de concussão e terá a pena reduzida de um a dois terços no
caso de condenação.

RESPOSTA DA QUESTÃO: Paulo praticou a conduta típica prevista no art. 333 do


CP, ou seja, em tese teria praticado o delito de corrupção ativa.
Contudo, a questão deixa claro que ele se encontrava inteiramente incapaz de
entender o caráter ilícito do fato ou de determinar-se de acordo com este
entendimento, situação decorrente de embriaguez ocasionada por FORÇA MAIOR.
Assim, Paulo é inimputável e, segundo o CP, isento de pena (afasta a culpabilidade),
nos termos do art. 28, §1º do CP. Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA É A LETRA B.

251 - O advogado de um contribuinte mencionou que seu procedimento


administrativo poderia ter o andamento mais célere, caso efetivasse o
pagamento de uma ―taxa de andamento‖ ao funcionário responsável pelo
encaminhamento processual, mediante o conhecimento e a amizade que ele
possuía com o referido funcionário. Efetivado o acordo, o cliente lhe
entregou os valores. A conduta do advogado está inserida no crime de

a) fato atípico pela cobrança de honorários.


b) advocacia administrativa.
c) corrupção ativa.
d) tráfico de influência.
e) estelionato.
RESPOSTA DA QUESTÃO: A conduta do agente, aqui, configura o delito de tráfico
de influência.

252 - NÃO constitui crime praticado por particular contra a Administração


em geral

a) o tráfico de influência.
b) a desobediência.
c) a resistência.
d) a advocacia administrativa.
e) o desacato.

RESPOSTA DA QUESTÃO: Dentre as alternativas apresentadas, apenas a letra D


traz um crime que não constitui ―crime praticado por particular contra a
Administração em geral‖, eis que tal delito é um crime praticado por FUNCIONÁRIO
PÚBLICO contra a administração em geral, nos termos do art. 321 do CP. LETRA D.

253 - Desacato implica aviltamento.

RESPOSTA DA QUESTÃO:
O crime de desacato implica aviltamento ao funcionário público e à própria função
pública em si, não sendo necessário que haja resistência ao cumprimento de ordem,
tampouco coação ou desobediência. Correta.

254 – O crime de desacato pode ser cometido através de ofensa feita a


funcionário público pelo telefone.

RESPOSTA DA QUESTÃO:
Para a caracterização do crime de desacato é necessário, conforme doutrina
majoritária, que a conduta seja praticada na presença do funcionário público. Errada.

255 – O crime de desacato só se caracteriza se o funcionário, estando no


local, ouça ou veja a ofensa que lhe é dirigida, em razão de suas funções.

RESPOSTA DA QUESTÃO:
Para a caracterização do crime de desacato é necessário, conforme doutrina
majoritária, que a conduta seja praticada NA PRESENÇA do funcionário público.
Correta.

256 – O crime de desacato caracteriza-se mesmo que a ofensa feita ao


funcionário público não diga respeito ao exercício de suas funções.

RESPOSTA DA QUESTÃO:
As ofensas devem ter relação com as funções exercidas, não caracterizando o delito
meras críticas genéricas a uma Instituição (Ex.: A Polícia está uma droga, o Ministério
Público não faz seu trabalho, etc.). Errada.

257 – O crime de desacato pode ser cometido por escrito, através de carta
dirigida ao funcionário público.
Para a caracterização do crime de desacato é necessário, conforme doutrina
majoritária, que a conduta seja praticada NA PRESENÇA do funcionário público. Tem
que desenhar?

258 - Quem se opõe à execução de ato legal, mediante ameaça ao


funcionário competente para executá-lo, comete crime de
a) resistência.
b) desobediência.
c) desacato.
d) exercício arbitrário das próprias razões.
e) coação no curso do processo.

RESPOSTA DA QUESTÃO: Tal pessoa estará praticando o delito de resistência, nos


termos do art. 329 do CP. LETRA A.

259 - NÃO constituem crimes praticados por particular contra a


administração em geral

a) o desacato e a fraude de concorrência.


b) a condescendência criminosa e a advocacia administrativa.
c) a corrupção ativa e a sonegação de contribuição previdenciária.
d) o tráfico de influência e a resistência.
e) a desobediência e o contrabando.

RESPOSTA DA QUESTÃO: Dentre as alternativas apresentadas, apenas a letra B


traz crimes que não constituem ―crimes praticado por particular contra a
Administração em geral‖, eis que tais delitos são crimes praticados por FUNCIONÁRIO
PÚBLICO contra a administração em geral, nos termos do art. 320 e do art. 321,
ambos do CP. LETRA B.

260 - A conduta de iludir, no todo ou em parte, o pagamento de direito ou


imposto devido pela entrada, pela saída ou pelo consumo de mercadoria
tipifica o crime de

a) contrabando.
b) descaminho.
c) peculato.
d) prevaricação.
e) excesso de exação.

RESPOSTA DA QUESTÃO: Tal conduta configura o delito de descaminho,


previsto no art. 334 do CP. LETRA B.

261 - No momento em que um policial, em cumprimento a mandado judicial,


deu voz de prisão a Brutus, seu irmão Paulus interveio e impediu a execução
do ato, agredindo o policial a socos e pontapés, causando-lhe ferimentos
leves. Paulus responderá

a) pelo crime de desobediência.


b) somente pelo crime de lesões corporais leves.
c) somente pelo crime de resistência.
d) pelos crimes de resistência e lesões corporais leves.
e) pelos crimes de desobediência e resistência.

RESPOSTA DA QUESTÃO: Paulus praticou, neste caso, o delito de resistência, nos


termos do art. 329 do CP, pois se opôs a execução de ato legal por parte do
funcionário público. Paulus praticou, ainda, o delito de lesões corporais leves, eis que
o delito de resistência não engloba punição pela violência praticada, de maneira que o
agente responde por ambos os delitos em concurso material, nos termos do art. 329,
§2º do CP. LETRA D.
262 - O crime de falso testemunho, do art. 342 do Código Penal,

A) pode ser praticado no âmbito de inquérito policial; somente pode ser praticado por
conduta positiva.
B) pode ser praticado no âmbito de processo administrativo; somente pode ser
praticado por conduta negativa.
C) somente pode ser praticado no âmbito de processo judicial; pode ser praticado
tanto por conduta positiva como por conduta negativa.
D) somente pode ser praticado no âmbito de processo judicial; somente pode ser
praticado por conduta negativa.
E) pode ser praticado no âmbito de juízo arbitral; pode ser praticado tanto por
conduta positiva como por conduta negativa.

RESPOSTA DA QUESTÃO: O crime de falso testemunho, previsto no art. 342 do CP,


pode ser praticado no âmbito de juízo arbitral, inquérito policial, processo
administrativo ou judicial, bem como ser realizado por conduta positiva (ação) ou
negativa (omissão). Gab: E

263 - O ato de fazer justiça pelas próprias mãos para satisfazer pretensão,
embora legítima, mas sem permissão legal, configura o crime de

A) fraude processual.
B) violência arbitrária.
C) condescendência criminosa.
D) coação no curso do processo.
E) exercício arbitrário das próprias razões.

RESPOSTA DA QUESTÃO: Esta conduta representa o delito previsto no art. 345 do


CP, que traz o crime de exercício arbitrário das próprias razões. Gab: E

264 - O crime de exploração de prestígio está inserido no capítulo dos crimes


praticados

A) contra a moralidade pública.


B) contra a administração da justiça.
C) por particular, contra a administração em geral.
D) por funcionário público, contra a administração em geral.
E) por particular, contra a administração pública estrangeira.

RESPOSTA DA QUESTÃO: Este delito está previsto no art. 357 do CP, estando
inserido, portanto, no capítulo dos crimes contra a administração da Justiça. Gab: B

265 - Quanto ao crime de denunciação caluniosa, pode-se afirmar que a


conduta típica é provocar, dar causa à ação da autoridade policial pela
comunicação de ocorrência de crime ou de contravenção que não se
verificou.

RESPOSTA DA QUESTÃO:
A conduta só se caracteriza se há a instauração de algum procedimento, não sendo
suficiente a mera provocação da ação da polícia, nos termos do art. 339 do CP.

266 - O crime de denunciação caluniosa consiste na ação de A) dar causa à


instauração de investigação policial, de processo judicial, instauração de
investigação administrativa, inquérito civil ou ação de improbidade
administrativa contra alguém, imputando-lhe crime de que o sabe inocente.

RESPOSTA DA QUESTÃO:
A alternativa reflete o previsto na redação do tipo penal. Correta.

267 - X" mãe de "Z", ao descobrir que o filho praticou o furto de um veículo,
dirige-se à delegacia de polícia e se apresenta como a autora do delito. Em
tese, "X" praticou o crime de

A) condescendência criminosa.
B) falso testemunho.
C) autoacusação falsa.
D) denunciação caluniosa.
E) fato atípico

RESPOSTA DA QUESTÃO: No caso em tela o agente praticou o delito de


AUTOACUSAÇÃO FALSA DE CRIME, delito previsto no art. 341 do CP. Gab: C.

268 - Segundo o entendimento sumulado pelo Superior Tribunal de Justiça, o


delito de corrupção de menores, previsto no artigo 244-B do Estatuto da
Criança e do Adolescente:

a) É crime material e depende de prova da efetiva corrupção do menor.


b) É crime formal e depende de prova da efetiva corrupção do menor.
c) É crime de mera conduta e independe de prova da efetiva corrupção do menor.
d) É crime formal e independe de prova da efetiva corrupção do menor.
e) É crime material e independe de prova da efetiva corrupção do menor.

RESPOSTA DA QUESTÃO:
Súmula 500: a configuração do crime previsto no artigo 244-B do Estatuto da Criança
e do Adolescente independe da prova da efetiva corrupção do menor, por se tratar de
delito formal.
A súmula vem para solidificar entendimento de que a simples presença de um menor
acompanhando um adulto na hora em que este pratica uma infração penal, já é capaz
de ensejar a configuração do crime do artigo 244 do ECA que diz:

Art. 244-B. Corromper ou facilitar a corrupção de menor de 18 (dezoito) anos, com


ele praticando infração penal ou induzindo-o a praticá-la.
A súmula permite ainda o entendimento de que pouco importa para a configuração do
crime de corrupção de menor, o fato deste já ter sido ―corrompido‖ em momento
anterior e que já tenha praticado inclusive ato infracional ou mesmo já ter cumprido
medida socioeducativa. Gab: D.
269 - Imagine que um advogado solicite dinheiro de seu cliente, deixando
claro que, mediante o pagamento do valor, procurará uma testemunha do
processo, a fim de influenciá-la a prestar um depoimento mais favorável à
pretensão do cliente. Além disso, o advogado insinua que a quantia será
repartida com a testemunha.

O advogado recebe o dinheiro, mas engana seu cliente e não procura a


testemunha.
Nesse caso, o advogado

A) cometeu o crime de corrupção passiva.


B) cometeu o crime de estelionato.
C) cometeu o crime de exploração de prestígio.
D) cometeu o crime de corrupção ativa.
E) não cometeu crime algum.

RESPOSTA DA QUESTÃO: A resposta é letra C. Exploração de prestígio

Art. 357 - Solicitar ou receber dinheiro ou qualquer outra utilidade, a pretexto


de influir em juiz, jurado, órgão do Ministério Público, funcionário de justiça, perito,
tradutor, intérprete ou testemunha:

Pena - reclusão, de um a cinco anos, e multa.


Além disso, a pena será aumentada de 1/3, em razão do fato de o agente ter
afirmado que o dinheiro seria repartido com a testemunha supostamente corrupta.

270 - A esposa que comprovadamente ludibria autoridade policial e auxilia


marido, autor de crime de roubo, a subtrair-se à ação da autoridade pública.

A) deve cumprir pena por exercício arbitrário das próprias razões (CP, art.
345).
B) deve cumprir pena por favorecimento real (CP, art. 349).
C) fica isenta de pena.
D) deve cumprir pena por crime de favorecimento pessoal (CP, art. 348)
E) deve cumprir pena por fuga de pessoa presa (CP, art. 351).

RESPOSTA DA QUESTÃO: Neste caso, a esposa pratica o delito de favorecimento


pessoal, previsto no art. 348 do CP. Contudo, por se tratar de cônjuge do infrator, a
esposa ficará isenta de pena, por força do §2º do art. 348 do CP:
Favorecimento pessoal
Art. 348 - Auxiliar a subtrair-se à ação de autoridade pública autor de crime a
que é cominada pena de reclusão:
(...)
§ 2º - Se quem presta o auxílio é ascendente, descendente, cônjuge ou irmão
do criminoso, fica isento de pena.

271 - Com intuito de proteger seu filho, João comparece perante a


autoridade policial e, falsamente, diz ter praticado o crime que em verdade
fora praticado por seu filho. João

(A) comete falsa comunicação de crime.


(B) comete falso testemunho, mas não será punido por expressa disposição legal.
(C) comete falso testemunho.
(D) não comete crime algum, pois não está descrito
expressamente como crime no CP.
(E) comete autoacusação falsa.

RESPOSTA DA QUESTÃO: João, neste caso, praticou o delito de autoacusação falsa


de crime, previsto no art. 341 do CP.

272 - Luiz, contando com o auxílio de Tereza, subtraiu de uma loja uma
filmadora e uma máquina digital. Sabendo que os policiais estavam em seu
encalço, foi até a casa de João e lhe pediu para guardar os bens subtraídos,
de forma a garantir o lucro de sua empreitada criminosa. João aceitou a
proposta de Luiz.

Nessa situação hipotética, João praticou o crime de

a) receptação.
b) favorecimento real.
c) favorecimento pessoal.
d) fraude processual.
e) roubo na modalidade coparticipação.

RESPOSTA DA QUESTÃO:
Favorecimento Real - Art. 349 - Prestar a criminoso, fora dos casos de co-autoria ou
de receptação, auxílio destinado a tornar seguro o proveito do crime.

Cuidado para não confundir com Receptação: Art. 180 - Adquirir, receber,
transportar, conduzir ou ocultar, em proveito próprio ou alheio, coisa que sabe ser
produto de crime, ou influir para que terceiro, de boa-fé, a adquira, receba ou oculte:
Favorecimento Real (art. 349): 1) Crime contra a Administração da Justiça. 2) O
beneficiado pela conduta é autor do crime antecedente. 3) Proveito econômico ou de
outra natureza. Gab: B

273 - Rogério, conhecido traficante do Morro do Bem-te-vi, foge da cadeia e


busca auxílio para sair do Estado com seu irmão, Rafael. Este tenta ajudá-lo
a fugir, levando-o no porta-malas do carro, mas ambos são presos na divisa
com Minas Gerais. Rafael praticou o crime de:

a) favorecimento pessoal, mas é isento de pena por ser irmão de Rogério.


b) favorecimento pessoal.
c) favorecimento real, mas é isento de pena por ser irmão de Rogério.
d) favorecimento real.
e) fuga de pessoa presa ou submetida a medida de segurança.

RESPOSTA DA QUESTÃO:
Diferença entre favorecimento pessoal (art. 348CP) e favorecimento real (art.349CP)
=>favorecimento pessoal: assegura a fuga
=>favorecimento real: assegura o proveito do crime
Gab: A
274 - No crime de favorecimento pessoal, previsto no título ―Dos Crimes
contra a Administração Pública‖ do Código Penal, algumas pessoas, pela sua
qualidade pessoal, ficam isentas de pena em decorrência do auxílio prestado
ao criminoso. NÃO se inclui entre elas:

a) O irmão do autor do crime.


b) O colateral até o segundo grau do autor do crime.
c) O cônjuge do autor do crime.
d) O ascendente do autor do crime.

RESPOSTA DA QUESTÃO:
São sujeitos da escusa absolutória de punibilidade no crime de Favorecimento
Pessoal: CADI.

275 - Bruno, penalmente responsável, induziu uma menina de treze anos de


idade à prática de prostituição, obtendo, com isso, vantagem econômica em
face de clientes eventualmente angariados para a menor.
Nessa situação hipotética, a conduta de Bruno caracteriza o crime de
favorecimento da prostituição e exploração sexual de vulnerável.

RESPOSTA DA QUESTÃO:
O doutrinador GUILHERME DE SOUZA NUCCI, em sua obra Crimes contra a dignidade
sexual se referindo ao sujeitos e objetos do crime de Favorecimento da prostituição
ou outra forma de exploração sexual de vulnerável, diz: "O crime pode ser cometido
por qualquer pessoa. O sujeito passivo, entretanto, é o menor de 18 anos e o maior
de 14 anos (afinal, qualquer exploração sexual do menor de 14 anos configura o
estupro de vulnerável, ainda que na forma de participação) ou a pessoa enferma ou
deficiente mental, sem capacidade de entendimento suficiente para a prática do ato.
Errada.

276 - Josenildo constrangeu Fabrícia mediante emprego de grave ameaça,


causando-lhe grande sofrimento mental, em razão de discriminação
religiosa, pois era evangélico e Fabrícia de uma religião de matriz afro-
brasileira, o que ele não admitia. Assim, Josenildo praticou o crime:

a) de injúria racial (artigo 140, § 3º doCP).


b) de constrangimento ilegal (artigo 146 doCP).
c) de lesão corporal (artigo 129 doCP).
d) tipificado na lei que definiu crimes resultantes de preconceito de raça ou de cor
(Lei nº 7.716/1989).
e) de tortura (Lei nº 9.455/1997).

RESPOSTA DA QUESTÃO:
O crime de tortura, no inciso I abarca 3 fins para o cometimento do sofrimento físico
ou mental causado pela violência ou grave ameaça:
1) Obter informação, declaração ou confissão da vítima ou de terceiro;
2) para provocar ação ou omissão de natureza criminosa;
3) EM RAZÃO DE DISCRIMINAÇÃO RACIAL OU RELIGIOSA.
Portanto, letra E.

277 - Ao realizar a manutenção da rede elétrica na casa de um cliente, o


eletricista Servílio inadvertidamente entra em um quarto que pensava ser o
banheiro. Lá encontra fotos do dono da casa fantasiado de Adolf Hitler, além
de um diário. Ao folhear o diário, Servílio descobre vários escritos nos quais
o dono da casa manifesta seu desprezo por um vizinho, por ele denominado
―judeu sujo". Servílio, então, leva o fato ao conhecimento do vizinho, que,
sentindo-se ofendido, noticia o fato em uma delegacia policial. Ouvido o
dono da casa, este revela ser simpatizante do nazismo, usando o referido
cômodo para dar secretamente vazão à sua ideologia. Outrossim, o diário
seria uma forma de extravasar suas inquietações sem ser descoberto por
terceiros. Considerando o caso concreto, é possível afirmar que a conduta do
dono da casa:

a) configura crime de difamação.


b) configura crime de injuria por preconceito.
c) configura crime de injuria.
d) configura crime previsto em lei especial.
e) é atípica.

RESPOSTA DA QUESTÃO:
Para configuração do crime previsto no § 1º é necessário a FINALIDADE ESPECÍFICA
ou seja, FINALIDADE DE DIVULGAÇÃO, o que não restou configurado no caso em
questão, pois o dono da residência disse que utilizava material com ideologia nazista
se forma secreta e pessoal. Gab: E.

278 - A pessoa jurídica pode ser sujeito passivo em crime de difamação.

RESPOSTA DA QUESTÃO:
A pessoa jurídica pode ser vítima de difamação, já que o bem jurídico protegido pelo
tipo é a honra objetiva da vítima, ou seja, o que terceiros pensam dela (empresa),
ainda que a ofensa não atinja diretamente ou indiretamente as pessoas de seus
diretores. Há também uma correte, que afirma que a PJ pode ser também vítima de
calúnia nos casos específicos da lei (ambiental, economia popular...), mas não admite
em caso de injúria, pois a a honra neste caso é de natureza subjetiva.

279 - Leia as alternativas a seguir e assinale a correta.

a) A pessoa jurídica pode figurar como sujeito ativo de crime contra a


administração pública previsto no Código Penal.
b) O inimputável por embriaguez proveniente de caso fortuito não pode
figurar como sujeito passivo.
c) Os inimputáveis não podem ser vítimas de crimes contra a honra.
d) A pessoa jurídica só pode ser sujeito passivo em crimes patrimoniais.
e) A pessoa jurídica pode ser sujeito passivo em crime de difamação.

RESPOSTA DA QUESTÃO:
A pessoa jurídica pode ser vítima de difamação, já que o bem jurídico protegido pelo
tipo é a honra objetiva da vítima, ou seja, o que terceiros pensam dela (empresa),
ainda que a ofensa não atinja diretamente ou indiretamente as pessoas de seus
diretores. Há também uma correte, que afirma que a PJ pode ser também vítima de
calúnia nos casos específicos da lei (ambiental, economia popular...), mas não admite
em caso de injúria, pois a a honra neste caso é de natureza subjetiva. Gab: E
280 - Nos crimes contra a honra — calúnia, difamação e injúria —, o Código
Penal admite a retratação como causa extintiva de punibilidade, desde que
ocorra antes da sentença penal, seja cabal e abarque tudo o que o agente
imputou à vítima.

RESPOSTA DA QUESTÃO:
Só é admitida a retratação nos crimes de calúnia e difamação (injúria não).
Art. 143 - O querelado que, antes da sentença, se retrata cabalmente da calúnia ou
da difamação, fica isento de pena.

Parágrafo único. Nos casos em que o querelado tenha praticado a calúnia ou a


difamação utilizando-se de meios de comunicação, a retratação dar-se-á, se assim
desejar o ofendido, pelos mesmos meios em que se praticou a ofensa. Errada.

281 - Cabelo de Anjo, no intuito de prejudicar seu desafeto, o delegado de


polícia civil da cidade, cuja atuação na repressão à criminalidade é
amplamente reconhecida, especialmente nos casos de corrupção, apresenta
representação por via postal ao Ministério Público, imputando à referida
autoridade policial a prática de vários ilícitos penais, dentre eles o de
corrupção passiva, sabendo que tais fatos não ocorreram. No intervalo entre
a remessa da correspondência e o recebimento pelo representante do
Ministério Público, o delegado toma conhecimento e consegue interceptar a
missiva, desmascarando a trama com a prova de sua inocência. Nesse caso,
Cabelo de Anjo responderá por

a) denunciação caluniosa na forma consumada


b) calúnia na forma tentada
c) denunciação caluniosa na forma tentada
d) calúnia na forma consumada

RESPOSTA DA QUESTÃO:
Preposto: ambas (calúnia e denunciação caluniosa) admitem a tentativa e o exemplo
da questão serviria muito bem a uma situação fática. Sobre a questão: uma diferença
fundamental é que a calúnia é punível porque o delinquente ofende a honra da
vítima, enquanto a denunciação caluniosa é punida porque o criminoso faz com que o
aparato estatal perca tempo e recursos investigando alguém por um crime que não
ocorreu ou do qual ele é inocente. Ela cria uma distração que beneficia os verdadeiros
criminosos que deveriam estar sendo realmente investigados. A questão é um tanto
vaga, mas fica objetiva a intenção (dolo) do agente, que se abra procedimento
investigativo, não restando dúvidas quanto ao gabarito: Letra C.

282 - Marinaldo, por ser inimigo de Nando, espalhou junto à vizinhança em


que moram que Nando furta toca-fitas de veículos, o que é falso. Logo,
Marinaldo deverá responder pelo crime de:

a) calúnia (artigo 138 do CP).


b) difamação (artigo 139 do CP).
c) injúria (artigo 140 do CP).
d) denunciação caluniosa (artigo 339 do CP).
e) comunicação falsa de crime (artigo 340 do CP).

RESPOSTA DA QUESTÃO:
"ATENÇÃO: Imputação de fato desonroso genérico, vago, impreciso e indeterminado
caracteriza o crime de injúria (Ex: Fulana é assaltante de bancos), pois a calúnia e a
difamação pressupõem imputação de fato determinado". A meu ver, o desabono
dessa questão é que a injúria exige a ofensa à honra subjetiva, e não deixou claro
que a vítima tomou conhecimento, a injúria quer significar a ofensa à honra subjetiva
da vítima, que tem a dignidade (amor próprio ou respeitabilidade) ou o decoro
(correção moral) atingidos. Portanto, deveria ser anulada. Gab: C

283 - O termo ―decoro‖, prescrito no tipo penal do artigo 140 do CP, pode ser
classificado como elemento:
a) misto.
b) objetivo.
c) subjetivo.
d) normativo.
e) alternativo.

RESPOSTA DA QUESTÃO:
Injúria – art. 140 CP - Injuriar alguém, ofendendo-lhe a dignidade e o decoro

Elemento objetivo: é o verbo - injuriar


Elemento subjetivo: é a finalidade – a vontade de injuriar (animus injuriandi)
Elemento normativo: depende de interpretação – dignidade e decoro.
(Elemento Normativo: É aquele que depende de interpretação para se extrair o
significado, ou seja, é necessário um juízo de valor sobre o elemento). Gab: D.

284 - No que respeita ao crime de injúria, verifica-se que a consumação


ocorre quando a emissão do conceito negativo chega ao conhecimento da
vítima.]

RESPOSTA DA QUESTÃO:
A injúria é crime formal e consuma-se no momento em que o ofendido fica sabendo
da imputação de qualidade negativa. Certa.

285 - A retorsão imediata é causa de diminuição de pena, de observância


obrigatória pelo magistrado quando da prolação da sentença.

RESPOSTA DA QUESTÃO:
A retorsão imediata, prevista no artigo 140, §1º, inciso II, do Código Penal (acima
transcrito), é hipótese de perdão judicial (e não causa de diminuição de pena).
Errada.

286 – Na injúria é admitida a exceção da verdade, quando ocorrer ofensa à


dignidade e ao decoro da vítima.

RESPOSTA DA QUESTÃO:
Como a injúria não contém a exposição de um fato determinado, em nenhuma
hipótese admite-se o uso da exceção da verdade. Errada.

287 - A pessoa jurídica pode ser vítima do crime de injúria, tendo em conta
gozar de reputação perante o mercado.

RESPOSTA DA QUESTÃO:
As pessoas jurídicas, na condição de entes fictícios, não possuem honra subjetiva e
não podem ser sujeito passivo de injúria. Errada.

288 - Mirtes, a fim de se vingar de Anacleto, seu companheiro, que rompera


o relacionamento amoroso entre ambos, vai até a Delegacia Especial de
Atendimento à Mulher (DEAM) e noticia falsamente crime de violência
doméstica, imputando a ele a conduta. Dias depois do início da investigação,
arrependida, Mirtes retorna à DEAM, desta feita se desdizendo e confessando
a falsidade da imputação. Nesse contexto, Mirtes poderá ser criminalmente
responsabilizada por crime de denunciação caluniosa, não sendo extinta sua
punibilidade pela retratação, por ausência de previsão legal específica.

RESPOSTA DA QUESTÃO:
Mirtes deve responder pelo delito de denunciação caluniosa, na medida em que sua
conduta se subsume de modo perfeito à norma do artigo 339, do Código Penal. A
retratação apenas é causa extintiva da punibilidade quando lei assim a admite, nos
termos do inciso VI do artigo 107 do Código Penal, como ocorre, por exemplo, nos
casos de crime contra a honra (artigo 143 do Código Penal) e de falso testemunho ou
de falsa perícia (artigo 342, §3º do Código Penal). Certa.

289 - Certo Juiz de Direito encaminha ofício à Delegacia de Polícia visando à


instauração de inquérito policial em desfavor de determinado Advogado,
porque o causídico, em uma ação penal de iniciativa privada, havia, em sede
de razões de apelação, formulado protestos e críticas contra o Magistrado,
alegando que este fundamentara sua sentença em argumentos puramente
fantasiosos. Resta comprovado na investigação que os termos usados pelo
Advogado foram duros e que tinham aptidão para ofender a honra do
Magistrado, embora empregados de forma objetiva e impessoal. Assim, o
Advogado:

a) deve responder por crime de injúria.


b) deve responder por crime de desacato.
c) deve responder por crime de difamação.
d) deve responder por crime de calúnia.
e) não responde por crime algum.

RESPOSTA DA QUESTÃO:
pelo princípio da imunidade judiciária, não constituem crime contra a honra as
ofensas irrogadas em juízo pela parte ou por seu procurador, desde que guardem
iniludível vinculação com o objeto da causa, seja na narrativa dos fatos, seja
igualmente no exercício do direito de defesa. Gab: E.

290 - É possível a participação de particular no delito de corrupção passiva,


já que as circunstâncias de caráter pessoal elementares ao crime se
comunicam.

RESPOSTA DA QUESTÃO:
Em regra, as circunstâncias de caráter pessoal não se comunicam. Contudo, nos
crimes próprios de funcionários públicos, se um terceiro coautor que não seja agente
público conhece esta qualidade especial do outro indivíduo, que com ele pratica o
crime, será denunciado pelo mesmo delito que o funcionário público, mesmo que seja
tal crime próprio de agente público. Isso porque, nesse caso específico, a
circunstância de caráter pessoal (ser funcionário publico) era conhecida pelo terceiro
e motivo essencial para a prática do crime. Exceção à regra. Gab: C.

291 - O homicídio praticado com dolo eventual afasta a incidência das


circunstâncias qualificadoras, uma vez que o agente não quer diretamente o
resultado, ape- nas assume o risco de produzi-lo.

RESPOSTA DA QUESTÃO:
O dolo eventual não impede a qualificação do crime de homicídio, desde que o crime
seja consumado por algumas das circunstâncias previstas no § 2º do art. 121. Por
exemplo, um grupo de amigos que tecem fogo sobre um mendigo, apenas por
diversão. Não agiram com dolo direto, e sim dolo eventual. Entretanto, serão
denunciados por homicidio qualificado, por emprego de fogo.
Q292 - No crime de injúria, se a ofensa à honra consiste na utilização de
elementos referentes a raça, cor, etnia, religião, origem ou a condição de
pessoa idosa ou portadora de deficiência a ação penal será:

a) de iniciativa privada.
b) imprescritível.
c) pública condicionada.
d) pública incondicionada.

RESPOSTA DA QUESTÃO:
O Superior Tribunal de Justiça, recentemente, em decisão acertada, decidiu que a
alteração promovida pela Lei n. 12.033/2009 – que torna de ação penal pública
condicionada a representação o crime de injúria racial – possui natureza de norma
processual híbrida, devendo, para efeitos de aplicação da lei no tempo, seguir as
regras de direito material penal. Gab: C

Q293 - Maria, ex-namorada de Vitor, por estar com muito ciúme do mesmo,
por este ter arranjado uma nova namorada, resolve ir à Delegacia de Polícia
e inventar uma história dizendo ter sido agredida por Vitor. Maria, que em
momento algum sofreu qualquer agressão por parte de Vitor, dirige-se à
Delegacia de Polícia e comunica ao Delegado que teria sofrido agressão por
parte de Vitor e mostra algumas marcas que possuía. Essas na verdade,
foram em razão de uma queda de bicicleta. O Delegado, diante dos fatos,
toma as seguintes providências: registra o fato, encaminha Maria para
exame de corpo de delito e, logo em seguida, instaura o Inquérito Policial
para apurar melhor os fatos.

Diante do quadro acima descrito, Maria praticou a seguinte infração penal:


a) denunciação caluniosa
b) falso testemunho.
c) calúnia
d) comunicação falsa de crime.
e) injúria.

GAB: A.

Q294 - Caso um advogado, na discussão da causa durante uma audiência,


acuse o juiz de prevaricação, o crime de calúnia estará amparado pela
imunidade judiciária.
RESPOSTA DA QUESTÃO:
A imunidade judiciária não abrange o crime de calúnia irrogada em juízo, referindo-se
apenas aos crimes de injúria e de difamação. Errada.

Q295 - A exceção da verdade, no crime de calúnia, é admitida se,


constituindo o fato imputado crime de ação privada, o ofendido não foi
condenado por sentença irrecorrível.

RESPOSTA DA QUESTÃO:
Se o fato imputado a alguém for de ação privada e o ofendido não foi condenado por
sentença irrecorrível, não se admite a exceção da verdade. Errada.

Q296 - Há crime de latrocínio, quando o homicídio se consuma, ainda que


não realize o agente a subtração dos bens da vítima.

RESPOSTA DA QUESTÃO:
Essa é a (Súmula 610, STF). Questão correta.

Q297 - Um agente alvejou vítima com disparo e, embora tenha iniciado a


execução do ilícito, não exauriu toda a sua potencialidade lesiva ante a falha
da arma de fogo empregada, fugindo do local do crime em seguida.

Nessa situação hipotética, a atitude do agente configura tentativa perfeita ou crime


falho, pois a execução foi concluída, mas o crime não se consumou.

RESPOSTA DA QUESTÃO:
Tentativa perfeita (crime falho) - quando o agente esgota todos os atos executórios e
não consegue consumar o seu intento por situação alheia à sua vontade.

Tentativa Imperfeita - quando posterior ao início da ação não se esgotam todos os


meios de execução, sendo interrompido por situação alheia à sua vontade.
Gab: Errada

Q298 - A desistência voluntária e o arrependimento eficaz, espécies de


tentativa abandonada ou qualificada, provocam a exclusão da adequação
típica indireta, respondendo o autor pelos atos até então praticados, e não,
pela tentativa do delito que inicialmente se propôs a cometer.

RESPOSTA DA QUESTÃO:
Tentativa abandonada, também chamada de tentativa qualificada, ocorre nos crimes
em que o resultado não ocorre por circunstâncias intrínsecas à vontade do autor do
delito. Como espécies de tentativa abandonada temos o arrependimento eficaz e a
desistência voluntária. Certa.

LEXT - LEGISLAÇÃO EXTRAVAGANTE

Q1 - A perda do cargo ou função pública pelo servidor público está prevista


como efeito da condenação por crimes resultantes de preconceito de raça ou
de cor, no entanto, para que isso ocorra, deve o juiz declará-lo
motivadamente
na sentença.
RESPOSTA DA QUESTÃO:
Art. 16. Constitui efeito da condenação a perda do cargo ou função pública, para o
servidor público, e a suspensão do funcionamento do estabelecimento particular por
prazo não superior a três meses.

Art. 18. Os efeitos de que tratam os arts. 16 e 17 desta Lei não são automáticos,
devendo ser motivadamente declarados na sentença. Certa.

Q2 – Considere a seguinte conduta descrita: Publicar ilustração de recém-


nascidos afrodescendentes em fuga de sala da parto, associado aos dizeres
de um personagem (supostamente médico) de cor branca "Segurança! É uma
fuga em massa!". Tal conduta amolda-se à seguinte tipificação legal:

a) Não se amolda a tipificação legal por se tratar de ofensa social e não de conteúdo
racial.
b) Injúria, prevista no art. 140 do Código Penal.
c) Crime de racismo, previsto na Lei no 7.716/89.
d) Difamação, prevista no art. 139 do Código Penal.
e) Não se amolda a tipificação legal por se tratar de liberdade de expressão − direito
de charge.

RESPOSTA DA QUESTÃO:
A conduta (bizarra) descrita na questão deixa claro que se trata de crime de racismo,
não é mesmo!? O tipo está previsto no art. 20 da Lei nº 7.716/1989. Assertiva certa.

Q3 - Considera-se crime inafiançável e insuscetível de graça ou anistia a


prática do racismo, por ele respondendo os mandantes, os executores e os
que, podendo evitá-lo, se omitirem.

RESPOSTA DA QUESTÃO:
O racismo é crime inafiançável e imprescritível, nos termos da Constituição Federal. O
que a Constituição considera crimes inafiançáveis e insuscetíveis de graça ou anistia
são os crimes de tortura , o tráfico ilícito de entorpecentes e drogas afins, o
terrorismo e os definidos como crimes hediondos. Por essa razão a assertiva está
errada.

Q4 - Conforme a lei que prevê condutas discriminatórias, cometerá crime de


discriminação ou preconceito o agente que impedir o acesso de idoso a
edifício público pelas entradas sociais.

RESPOSTA DA QUESTÃO:
Na realidade a idade não é mencionada pelo art. 1º, que apenas trata do preconceito
de preconceito de raça, cor, etnia, religião ou procedência nacional, portanto, errada.
PEGADINHA RECORRENTE (ler a lei) – Seria analogia in malam partem.

Q5 - ―X‖ é negro e jogador de futebol profissional. Durante uma partida é


chamado pelos torcedores do time adversário de macaco e lhe são atiradas
bananas no meio do gramado. Caso sejam identificados os torcedores, é
correto afirmar que, em tese,
a) responderão pelo crime de preconceito de raça ou de cor, nos termos da Lei n.º
7.716/89.
b) responderão pelo crime de racismo, nos termos da Lei n.º 7.716/89.
c) responderão pelo crime de difamação, nos termos do art. 139 do Código
Penal, entretanto, com o aumento de pena previsto na Lei n.º 7.716/89.
d) não responderão por crime algum, tendo em vista que esse tipo de rivalidade entre
as torcidas é própria dos jogos de futebol, restando apenas a punição na esfera
administrativa.
e) responderão pelo crime de injúria racial, nos termos do art. 140, § 3.º do Código
Penal.

RESPOSTA DA QUESTÃO:
Interessante a banca ter elaborado uma questão com uma hipótese que pouco
tempo depois veio a ocorrer de fato, não é mesmo? Neste caso estamos diante
de injúria racial, e não de racismo, pois a discriminação foi direcionada a uma
pessoa específica. Nossa resposta, portanto, é a alternativa E.

Q6 - Questão 07 – DPE-MS – Defensor Público – 2008 – VUNESP


É crime de preconceito, definido na Lei n.º 7.716/89,

a) impedir ou perturbar cerimônia ou prática de culto religioso.


b) ameaçar alguém, por palavra, escrito ou gesto, ou qualquer outro meio simbólico,
de causar-lhe mal injusto e grave.
c) reduzir alguém à condição análoga à de escravo, submetendo-lhe a trabalhos
forçados.
d) impedir o acesso às entradas sociais em edifícios públicos ou residenciais e
elevadores ou escada de acesso aos mesmos.

RESPOSTA DA QUESTÃO:
Das condutas descritas na questão, a única que consta na Lei nº 7.716/1989 a
alternativa D.

Q7 - Constitui crime o fato de determinado clube social recusar a admissão


de um cidadão em razão de preconceito de raça, salvo se o respectivo
estatuto atribuir à diretoria a faculdade de recusar propostas de admissão,
sem declinação de motivos.

RESPOSTA DA QUESTÃO:
O STJ já julgou no sentido de que ―A recusa de admissão no quadro associativo de
clube social, em razão de preconceito de raça ou de cor, caracteriza o tipo inserto no
artigo 9º da Lei nº 7.716/89, enquanto modo da conduta impedir, que lhe integra o
núcleo‖. A assertiva, portanto, está errada.

Q8 - No interior de uma aeronave de uma companhia americana, quando esta


sobrevoava o estado da Bahia, Patrícia, que embarcara no aeroporto de
Vitória – ES, viajando para os Estados Unidos da América, teve um
desentendimento com uma comissária de bordo do avião, por causa do
assento em que estava posicionada. Em razão do tratamento dispensado
pela comissária de bordo, Patrícia solicitou seu nome, ocasião em que a
funcionária da companhia aérea disse que não daria, inclusive afirmou:

―Amanhã vou acordar jovem, bonita, orgulhosa, rica e sendo uma poderosa
americana, e você vai acordar como safada, depravada, repulsiva, canalha
e miserável brasileira.‖ Assim, essa aeromoça:

a) não praticou crime perante a lei brasileira, em face do princípio do pavilhão.


b) praticou o crime de injúria racial, com fulcro no artigo 140, § 3º do CP.
c) praticou o crime de tortura (Lei nº 9.455/1997), pois constrangeu a vítima,
causando-lhe sofrimento mental, em razão de discriminação racial.
d) praticou o crime de racismo, preceituado na Lei n° 7.716/1989.
e) praticou o crime de difamação, com fulcro no artigo 139 do CP.

RESPOSTA DA QUESTÃO:
Aqui você poderia ficar em dúvida entre o crime de racismo previsto na Lei nº
7.716/1989 e a injúria racial do §3º do art. 140 do Código Penal. Essa questão
levantou muita polêmica na época em que foi aplicada, justamente por não deixar tão
claro se a ofensa foi dirigida apenas à passageira ou a todo o povo brasileiro.

O gabarito oficial é a alternativa D, mas vale mencionar que essa questão se baseia
num caso real, que realmente ocorreu, e no qual foi aplicada a Lei nº 7.716/1989.

Q9 - Considere que Tânia, proprietária de um salão de beleza especializado


em
penteados afros, recuse atendimento a determinada pessoa de pele branca e
cabelos ruivos, sob a justificativa de o atendimento, no salão, restringir-se a
afrodescendentes. Nessa situação, a conduta de Tânia não constitui crime,
visto que, sendo proprietária do estabelecimento, ela tem o direito de
restringir o atendimento a determinados clientes.

RESPOSTA DA QUESTÃO:
Aqui é importante prestar atenção à justificativa dada pela negativa do atendimento.
Se a dona do salão disse que seu atendimento se restringia a afrodescendentes,
cometeu crime de racismo, previsto no art. 10 da Lei nº 7.716/1989. Esta questão
gerou um pouco de polêmica na época, mas foi dada como errada pelo Cespe.

Q10 - Considere que Mauro, irritado com a demora no andamento da fila do


caixa de um supermercado, tenha proferido xingamentos direcionados à
atendente do caixa, atribuindo a demora no atendimento à inferioridade
intelectual que, segundo ele, era característica intrínseca da raça a que a
moça pertencia. Nessa situação, Mauro deve ser acusado de crime de
racismo, previsto na legislação específica, por ter negado à funcionária, por
motivo racial, o direito de trabalho no comércio.

RESPOSTA DA QUESTÃO:
À época da questão, muitos disseram que a assertiva estava errada, pois tratarse- ia
de crime de injúria qualificada. De acordo com os julgados mais recentes (a exemplo
do HC STJ 63350), a conduta praticada por Mauro pode ser considerada crime de
racismo, enquadrado no art. 20 da Lei nº 7.716/1989, pois, apesar de a conduta ter
sido dirigida a uma única pessoa, a ofensa foi proferida contra toda a raça. O assunto
ainda é polêmico, mas, de qualquer forma, a assertiva continua incorreta, pois o
enquadramento foi feito como se o agente tivesse negado o direito de trabalho à
atendente do caixa. Nossa assertiva, portanto, está errada.
Q11 - O crime de racismo praticado por meio da rede mundial de
computadores consuma-se no local onde sejam recebidas as manifestações
racistas.

RESPOSTA DA QUESTÃO:
Vimos na aula de hoje que nos crimes de racismo praticados pela internet, considera-
se consumado o delito no local de onde partiram as manifestações tidas por racistas.
Nossa assertiva está errada.

Q12 - Suponha que o diretor de recursos humanos de uma concessionária de


serviço público obste, por discriminação religiosa, a promoção funcional de
um subordinado seu. Nesse caso, o referido diretor não praticará conduta
penalmente típica, mas infração, a ser apurada no âmbito administrativo.

RESPOSTA DA QUESTÃO:
O art. 3º da Lei nº 7.716/1989 faz menção expressa à inclusão das concessionárias
de serviços públicos com relação à conduta típica de ―obstar a promoção funcional‖, o
que torna a assertiva errada.

Q13 - Pedro pediu em casamento Carolina, que tem 16 anos de idade, e ela
aceitou. O pai de Carolina, porém, negou-se a autorizar o casamento da filha,
pelo fato de o noivo ser negro. Todavia, para não ofender Pedro, solicitou a
Carolina que lhe dissesse que o motivo da sua recusa era o fato de ele ser
ateu. Nessa situação, o pai de Carolina cometeu infração penal.

RESPOSTA DA QUESTÃO:
Parece que o pai de Carolina trocou seis por meia dúzia, não é mesmo? Ele praticaria
o crime de racismo por ter impedido sua filha de casar-se com Pedro em razão de sua
cor. Para não incorrer no crime, porém, mentiu dizendo que a razão era religiosa.
Vimos na aula de hoje que a discriminação fundada na raça, cor, etnia, religião ou
origem constitui crime de racismo. Certa.

Q14 - NÃO constitui crime previsto na Lei nº 7.716/1989, que tipifica os


ilícitos
resultantes de preconceito:

a) Impedir o acesso ou recusar atendimento em restaurantes, bares, confeitarias, ou


locais semelhantes abertos ao público.
b) Impedir o acesso às entradas sociais em edifícios públicos ou residenciais e
elevadores ou escada de acesso aos mesmos.
c) Praticar, induzir ou incitar a discriminação ou preconceito de raça, cor, etnia,
religião ou procedência nacional.
d) Ofender ou ameaçar alguém, por palavra, gesto, ou qualquer outro meio simbólico,
de causar-lhe mal injusto e grave, em virtude de raça, cor, etnia, religião ou
procedência nacional.

RESPOSTA DA QUESTÃO:
O nosso erro está na alternativa D, que na realidade trata da injúria racial, e não do
crime de racismo.
Q15 - Serão punidos na forma da Lei Ordinária 7.716/1989 os crimes
resultantes de discriminação ou preconceito de raça, cor, etnia, religião,
procedência nacional e sexo.

RESPOSTA DA QUESTÃO:
Está incorreta porque a lei não pune atos discriminatórios em relação a sexo.

Q16 - Os efeitos decorrentes da condenação pela prática de crimes previstos


na Lei Ordinária nº. 7.716/1989 são automáticos, dispensando a sua
fundamentação na sentença.

RESPOSTA DA QUESTÃO:
Está incorreta porque esses efeitos da condenação não são automáticos, devendo ser
motivadamente declarados na sentença, nos termos do art. 18.

Q17 - Nas infrações penais previstas na Lei de Crimes Ambientais Lei n°


9.605/98, a ação penal épública incondicionada.

RESPOSTA DA QUESTÃO:
Art. 26. Nas infrações penais previstas nesta Lei, a ação penal é pública
incondicionada.

Q18 - No caso de reincidência de pessoa jurídica na prática de crimes


previstos na lei que reprime condutas e atividades lesivas ao meio ambiente,
será efeito
automático da condenação a dissolução da pessoa jurídica.

RESPOSTA DA QUESTÃO:
A lei prevê a possibilidade de liquidação forçada da pessoa jurídica, quando esta for
utilizada preponderantemente com o fim de permitir, facilitar ou ocultar a prática de
crime ambiental. Essa liquidação, porém, precisa ser decretada, nos termos do art.
24. Não é automática! GABARITO: E

Q19 - A pena de prestação de serviços à comunidade nos crimes ambientais


inclui prestação de serviços em entidades assistenciais, hospitais, escolas e
orfanatos.

RESPOSTA DA QUESTÃO:
Opa! Muita calma nessa hora! Segundo o art. 9º, a ―prestação de serviços à
comunidade consiste na atribuição ao condenado de tarefas gratuitas junto a parques
e jardins públicos e unidades de conservação, e, no caso de dano da coisa particular,
pública ou tombada, na restauração desta, se possível‖. GABARITO: E.

Q20 - O valor pago a título de pena de prestação pecuniária não será


deduzido do montante de eventual reparação civil a que for condenado o
infrator.

RESPOSTA DA QUESTÃO:
O art. 12 autoriza expressamente essa dedução. GABARITO: E
Q21 - A autoridade ambiental que tiver conhecimento de infração ambiental
será obrigada a promover a sua apuração imediata, mediante processo
administrativo próprio, sob pena de corresponsabilidade.

RESPOSTA DA QUESTÃO:
Esta é a regra do art. 70, §3º.

Q22 - De acordo com a Lei dos Crimes Ambientais, constituem penas


restritivas de direito

a) o recolhimento domiciliar e a prisão simples.


b) a interdição definitiva de direitos e a prestação pecuniária.
c) a suspensão parcial ou total de atividades e a interdição definitiva do direito de
transitar em unidades de conservação.
d) a prestação de serviços à comunidade e a interdição temporária de direitos.
e) o recolhimento domiciliar e a obrigatoriedade de participar do curso de educação
ambiental.

RESPOSTA DA QUESTÃO:
Isso é importante decorar!
As modalidades de penas restritivas de direitos estão elencadas no art. 8° da Lei n°
9.605/1998.

Art. 8º As penas restritivas de direito são:


I - prestação de serviços à comunidade;
II - interdição temporária de direitos;
III - suspensão parcial ou total de atividades;
IV - prestação pecuniária;
V - recolhimento domiciliar. (Veja que essa é restritiva de direitos e não de
liberdade)!

Gab: D

Q23 - Considere que Alzirina tenha queimado madeira imprestável em sua


chácara no Lago Norte da capital federal, o que causou um incêndio no
Parque
Nacional de Brasília. Nesse caso, de acordo com a Lei dos Crimes Ambientais,
além de outras cominações, ocorreu crime contra a flora, na modalidade
culposa.

RESPOSTA DA QUESTÃO:
Este crime está tipificado no art. 40 da Lei n° 9.605/1998.
Art. 40. Causar dano direto ou indireto às Unidades de Conservação e às áreas de que
trata o art. 27 do Decreto nº 99.274, de 6 de junho de 1990, independentemente de
sua localização:

Pena - reclusão, de um a cinco anos.


§ 1o Entende-se por Unidades de Conservação de Proteção Integral as Estações
Ecológicas,
as Reservas Biológicas, os Parques Nacionais, os Monumentos Naturais e os Refúgios
de
Vida Silvestre.
[...]
§ 3º Se o crime for culposo, a pena será reduzida à metade.
GABARITO: C

Q24 - Constitui crime cuja pena é de seis meses a um ano e multa matar,
perseguir, caçar, apanhar ou utilizar espécimes da fauna silvestre, nativos ou
em rota migratória, em desacordo com as prescrições legais pertinentes.

Assim, diante de uma ocorrência policial dessa natureza e não havendo


causas de aumento de pena, a autoridade policial competente deverá lavrar
termo circunstanciado, em face da incidência de delito de menor potencial
ofensivo.

RESPOSTA DA QUESTÃO:
Este crime, tipificado no art. 61 da Lei de Crimes Ambientais, pode ser considerado de
menor potencial ofensivo, em função da pena cominada, que é inferior a 2 anos. Aos
crimes ambientais se aplica, em geral, o regime da Lei n°
9.099/1995. Por essa razão deve ser lavrado o TCO (é vinculante sempre que se
admite o TCO, não cabendo IP, em qualquer crime, não apenas nos ambientais).
GAB: C

Q25 - A ação penal para todos os delitos previstos na lei que dispõe acerca
das
sanções penais e administrativas derivadas de condutas e atividades lesivas
ao meio ambiente é, exclusivamente, pública incondicionada.

RESPOSTA DA QUESTÃO:
Questão simples e direta. Todos os crimes previstos na Lei dos Crimes Ambientais são
de ação penal pública incondicionada. GABARITO: C

Q26 - O agente que dolosamente promova a queimada de lavouras e


pastagens
deve responder pela prática do delito de incêndio previsto na Lei dos Crimes
Ambientais.

RESPOSTA DA QUESTÃO:
Na realidade, a Lei dos Crimes Ambientais somente pune o incêndio provocado em
mata ou floresta (art. 41). O caso trazido pela assertiva deve ser punido com base no
crime de de incêndio (art. 250 do Código Penal). GABARITO: E

Q27 - Entre as circunstâncias que atenuam a pena dos delitos previstos na


Lei dos Crimes Ambientais incluem-se o baixo grau de instrução ou
escolaridade do agente.

RESPOSTA DA QUESTÃO:
As atenuantes mencionadas pela assertiva constam no art. 14 da Lei dos Crimes
Ambientais.

Art. 14. São circunstâncias que atenuam a pena:

I - baixo grau de instrução ou escolaridade do agente;


II - arrependimento do infrator, manifestado pela espontânea reparação do dano, ou
limitação significativa da degradação ambiental causada;
III - comunicação prévia pelo agente do perigo iminente de degradação ambiental;
IV - colaboração com os agentes encarregados da vigilância e do controle ambiental.

GABARITO: C

Q28 - O valor pago em dinheiro à vítima ou à entidade pública ou privada


com fim social, em razão da aplicação da pena restritiva de direitos de
prestação pecuniária, prevista na Lei dos Crimes Ambientais, não poderá ser
deduzido do montante de eventual reparação civil a que for condenado o
infrator.

RESPOSTA DA QUESTÃO:
O art. 12 autoriza expressamente essa dedução. GABARITO: E

Q29 - A prática de abuso e maus-tratos a animais, como feri-los ou mutilá-


los,
prevista na Lei dos Crimes Ambientais, incide somente nas hipóteses em que
o animal seja silvestre, nativo ou exótico, sendo a conduta praticada em
relação a animal doméstico configurada apenas como contravenção penal.

RESPOSTA DA QUESTÃO:
O crime tipificado no art. 32 alcança animais silvestres, domésticos ou domesticados,
nativos ou exóticos. GABARITO: E

Q30 - De acordo com a Lei n.º 9.605/98, nos casos de crimes praticados
contra a fauna, a pena é aumentada até o triplo, quando o crime for
praticado em decorrência do exercício

a) de caça profissional.
b) em período proibido à caça.
c) em unidade de conservação.
d) durante a noite.
e) contra espécie rara.

RESPOSTA DA QUESTÃO:
Apenas a caça profissional aumenta a pena até o triplo. As demais hipóteses
aumentam a pena de metade. GABARITO: A

Q31 - A responsabilidade das pessoas jurídicas nos crimes ambientais não


exclui a das pessoas físicas, autoras, coautoras ou partícipes do mesmo fato.

RESPOSTA DA QUESTÃO:
Quanto à possibilidade de responsabilização da pessoa jurídica nos crimes ambientais,
a Lei nº 9.605/1998 é muito calara, não havendo mais o que discutir sobre o assunto.
Não há bis in idem quando a pessoa jurídica e a pessoa física diretamente envolvida
na conduta são responsabilizadas ao mesmo tempo (art. 3º, parágrafo único). Certa.

Q32 - A regra da responsabilidade penal de pessoa jurídica no Brasil segue o


princípio societas delinquere non potest, salvo a seguinte exceção no caso de
crimes contra o meio ambiente, nos casos em que a infração seja cometida
por decisão dos representantes da pessoa jurídica, legais ou contratuais, ou
de seu órgão colegiado, no interesse ou benefício de sua entidade.

RESPOSTA DA QUESTÃO:
A essa altura todos nós já temos certeza da possibilidade de responsabilização
penal das pessoas jurídicas nos crimes ambientais. Isso ocorrerá quando a infração
for cometida por decisão dos seus representantes, ou de seu órgão colegiado, no
interesse ou benefício da entidade. É importante também que fique claro para você
que não há bis in idem quando é promovida ao mesmo tempo a responsabilização da
pessoa jurídica e a da pessoa física responsável pela conduta. Certa.

Q33 - A suspensão parcial ou total de atividade, exclusivamente para


pessoas jurídicas, será aplicada quando a empresa não estiver cumprindo as
normas ambientais.

RESPOSTA DA QUESTÃO:
A suspensão de atividades será aplicada quando estas não estiverem obedecendo às
prescrições legais. O artigo abrange tanto pessoa física como jurídica. Errada.

Q34 – Em se tratando de crimes ambientais, as penas de interdição


temporária de direito incluem a proibição de o condenado participar de
licitações, pelo prazo de cinco anos, no caso de crimes dolosos, e de três
anos, no de crimes culposos.

RESPOSTA DA QUESTÃO:
Art. 10. Correta.

Q35 - O crime de dano não admite a tentativa.

RESPOSTA DA QUESTÃO:
O dano se consuma quando o agente, efetivamente, destrói, inutiliza ou deteriora
coisa alheia, seja ela móvel ou imóvel.

Por se tratar de crime material e plurissubsistente, admite-se a possibilidade de


tentativa. Questão errada.

Q36 - Caracteriza uma das espécies do crime de tortura a conduta


consistente em, com emprego de grave ameaça, constranger outrem em
razão de discriminação racial, causando-lhe sofrimento mental.

RESPOSTA DA QUESTÃO:
Art. 1º Constitui crime de tortura (LEI 9.455/97):

I - constranger alguém com emprego de violência ou grave ameaça, causando-lhe


sofrimento físico ou mental:

a) com o fim de obter informação, declaração ou confissão da vítima ou de terceira


pessoa ( TORTURA PROVA);
b) para provocar ação ou omissão de natureza criminosa; ( TORTURA CRIME)
c) em razão de discriminação racial ou religiosa; ( TORTURA PRECONCEITO)

Q37 - Agente de Atividades Penitenciárias – 2015 – Universa.


A condenação por crime de tortura acarretará a perda do cargo, da função ou
do emprego público e a interdição, para seu exercício, pelo triplo do prazo da
pena aplicada.

RESPOSTA DA QUESTÃO:
Opa! Olha a pegadinha!!! Na realidade a interdição deve perdurar pelo dobro do prazo
da pena, e não pelo triplo! GABARITO: E

Q38 - O crime de tortura (Lei no 9.455/97) tem pena aumentada de um


sexto até um terço se for praticado

a) ininterruptamente, por período superior a 24 h.


b) em concurso de pessoas
c) por motivos políticos.
d) contra mulher
e) por agente público.

RESPOSTA DA QUESTÃO:
Aumenta-se a pena de um sexto até um terço nas seguintes circunstâncias:
I - se o crime é cometido por agente público;
II - se o crime é cometido contra criança, gestante, portador de deficiência,
adolescente ou maior de 60 (sessenta) anos;
III - se o crime é cometido mediante sequestro.
GABARITO: E

Q39 - Se a vítima da tortura for criança, a Lei nº 9.455/97 deve ser afastada
para incidência do tipo penal específico de tortura previsto no Estatuto da
Criança e do Adolescente (art. 233 do ECA), por esta ser norma especial
editada posteriormente a lei de tortura.

RESPOSTA DA QUESTÃO:
O tipo penal do ECA que tratava de tortura contra criança ou adolescente foi revogado
pela Lei de Tortura, que é mais recente. Hoje a tortura praticada contra criança,
gestante, portador de deficiência, adolescente ou maior de 60 anos sujeita o infrator
a aumento de pena de um sexto até um terço. Errada.

Q40 - Há previsão legal de crime por omissão na tortura.

RESPOSTA DA QUESTÃO:
A lei traz a previsão da tortura por omissão em seu art. 1o, §2o. Certa.

Q41 - É inviável a suspensão condicional do processo para qualquer das


modalidades típicas previstas na lei.

RESPOSTA DA QUESTÃO:
Na tortura por omissão cabe a suspensão condicional da pena, uma vez que a pena
deste delito é de 1 a 4 anos de detenção. Errada.

Q42 - Com relação à tortura, cabe afirmar:

a) Genericamente trata-se de crime próprio.


b) Não está tipificada distintamente a conduta cometida com finalidade puramente
discriminatória.
c) Na versão especificamente omissiva, trata-se de crime comum.
d) Trata-se de crime insuscetível de graça, porém não de anistia.
e) Pode ser aplicada a lei brasileira ao crime praticado por brasileiro no estrangeiro.

RESPOSTA DA QUESTÃO:
A alternativa A está incorreta porque, apesar de o crime ser considerado comum na
maior parte das suas modalidades, o art. 1o, II traz uma modalidade própria do crime
de tortura, assim como a tortura por omissão. Isso também torna a alternativa C
incorreta. A alternativa B está incorreta por causa da previsão da tortura racismo
(art. 1o, I, ―c‖). A alternativa D está incorreta porque a tortura é crime inafiançável e
insuscetível de graça e anistia, nos termos da Constituição Federal. GABARITO: E

Q43 - Joaquim, agente penitenciário federal, foi condenado, definitivamente,


a uma pena de três anos de reclusão, por crime disposto na Lei n.º
9.455/1997. Nos termos da referida lei, Joaquim ficará impedido de exercer
a referida função pelo prazo de seis anos.

RESPOSTA DA QUESTÃO:
A condenação por crime de tortura acarreta a perda do cargo, função ou emprego
público e a interdição para seu exercício pelo dobro do prazo da pena aplicada, nos
termos do art. 1o, §5o da Lei no 9.455/1997. Certa.

Q44 - Um agente penitenciário federal determinou que José, preso sob sua
custódia, permanecesse de pé por dez horas ininterruptas, sem que pudesse
beber água ou alimentar-se, como forma de castigo, já que José havia
cometido, comprovadamente, grave falta disciplinar. Nessa situação, esse
agente cometeu crime de tortura, ainda que não tenha utilizado de violência
ou grave ameaça contra José.

RESPOSTA DA QUESTÃO:
Para responder corretamente a questão você precisa conhecer o conteúdo do §1º do
art. 1o da Lei de Tortura: ―Na mesma pena incorre quem submete pessoa presa ou
sujeita a medida de segurança a sofrimento físico ou mental, por intermédio da
prática de ato não previsto em lei ou não resultante de medida legal‖. GABARITO: C

Q45 - Para a comprovação da materialidade da conduta do agente que


pratica as modalidades atribuídas pela legislação como tortura, é
imprescindível a realização de exame de corpo de delito que confirme a
existência do delito.

RESPOSTA DA QUESTÃO:
A Lei da Tortura não menciona em nenhum de seus dispositivos a
necessidade
de exame de corpo de delito para que se comprove que houve o crime. É
possível inclusive a tortura de natureza mental/emocional resultante de
grave ameaça. GABARITO: E

Q46 - O crime de tortura é inafiançável e insuscetível de graça ou anistia.


RESPOSTA DA QUESTÃO: Esta é a letra da Constituição Federal, em seu art.
5º, XLIII. O STF já decidiu que o indulto também não é aplicável no caso de
crime de tortura. Lembre-se também de que o crime de tortura não é
imprescritível!
GABARITO: C

Q47 - É considerado crime de tortura submeter alguém, com emprego de


violência ou grave ameaça, a intenso sofrimento físico ou mental, como
forma de aplicar-lhe castigo pessoal ou medida de caráter preventivo.

RESPOSTA DA QUESTÃO:
Esta é a Tortura-Castigo (a única modalidade que menciona intenso sofrimento).
Lembre-se de que esta modalidade é crime próprio, pois somente pode ser praticado
por quem tenha o dever de guarda ou exerça poder ou autoridade sobre a vítima. Ao
mesmo tempo exige-se também uma condição especial do sujeito passivo, que
precisa estar sob a autoridade do torturador. GABARITO: C
Q48 – A perda da função pública e a interdição de seu exercício pelo dobro
do prazo da condenação decorrente da prática de crime de tortura previsto
em lei especial são de imposição facultativa do julgador, tratando-se de
efeito genérico da condenação.

RESPOSTA DA QUESTÃO:
A perda da função pública e a interdição de seu exercício são imediatas e
obrigatórias, nos termos do §5° do art. 1° da Lei n° 9.455/1997. Para efeito DESSA
lei, os efeitos são automáticos e dispensam motivação. E.

Q49 – Suponha que João, penalmente capaz, movido por sadismo, submeta
Sebastião, com emprego de violência, a contínuo e intenso sofrimento físico,
provocando-lhe lesão corporal de natureza gravíssima. Nessa situação, João
deverá responder pelo crime de tortura e, se condenado, deverá cumprir a
pena em regime inicial fechado.

RESPOSTA DA QUESTÃO:
O crime de tortura exige um elemento subjetivo específico: ―obter informação,
declaração ou confissão da vítima ou de terceira pessoa‖ (tortura prova); ―provocar
ação ou omissão de natureza criminosa‖ (tortura imprópria ou por omissão); ―por
motivo de discriminação racial ou religiosa‖ (tortura preconceito). O agente que
inflige sofrimento em outra pessoa por sadismo não comete crime de tortura, mas
sim de lesão corporal ou, a depender do caso, de homicídio tentado. GABARITO: E

Q50 - O policial condenado por induzir, por meio de tortura praticada nas
dependências do distrito policial, um acusado de tráfico de drogas a
confessar a prática do crime perderá automaticamente o seu cargo, sendo
desnecessário, nessa situação, que o juiz sentenciante motive a perda do
cargo.

RESPOSTA DA QUESTÃO:
A perda do cargo, emprego ou função pública é efeito extrapenal administrativo da
condenação, e não precisa ser declarado pelo juiz. GABARITO: C

Q51 - Ressalvada a situação daquele que se omite, quando tinha dever de


evitar ou apurar, os condenados por crime de tortura, na forma da Lei nº
9.455/97, devem cumprir a pena em regime:
a) integralmente fechado;
b) inicialmente fechado;
c) inicialmente semiaberto;
d) inicialmente semiaberto, no caso de tortura vindicativa;
e) aberto.

RESPOSTA DA QUESTÃO:
A posição RECENTE do 1° Turma do STF é no sentido de que o cumprimento de pena
no caso de Tortura inicial em regime fechado, contrariando a posição do Pleno acerca
da Lei dos Crimes Hediondos. Resumindo...

- Regime INTEGRALMENTE fechado: Inconstitucional (decisão do Pleno em 2007); -


Regime INICIALMENTE fechado: Inconstitucional para Hediondos e equiparados
(decisão do Pleno em 2012) - Regime INICIALMENTE fechado: Constitucional para o
crime de Tortura (decisão da 1° Turma de 2015). VAI CAIR!

Q52 - Se um membro da Defensoria Pública do Estado do Rio Grande do


Norte,
integrante da Comissão Nacional de Direitos Humanos, for passar uma
temporada de trabalho no Haiti — país que não pune o crime de tortura — e
lá for vítima de tortura, não haverá como aplicar a Lei n.º 9.455/1997.

RESPOSTA DA QUESTÃO:
O art. 2° da Lei da Tortura determina que ela se aplica ainda quando o crime não
tenha sido cometido em território nacional, sendo a vítima brasileira ou encontrando-
se o agente em local sob jurisdição brasileira. GABARITO: E

Q53 – Agente de Atividades Penitenciárias – Funiversa 2015


O STF afastou a previsão de obrigatoriedade de imposição de regime inicial
fechado aos condenados por crimes hediondos ou a estes equiparados,
devendo ser observadas as regras do CP no que se refere à fixação do
regime prisional inicialmente previsto para os crimes hediondos e os a estes
equiparados.

RESPOSTA DA QUESTÃO:
Ler questão Q51 – Questão certa.

Q54 - Ressalvada a situação daquele que se omite, quando tinha dever de


evitar ou apurar, os condenados por crime de tortura, na forma da Lei nº
9.455/97, devem cumprir a pena em regime:

a) integralmente fechado;
b) inicialmente fechado;
c) inicialmente semiaberto;
d) inicialmente semiaberto, no caso de tortura vindicativa;
e) aberto.

RESPOSTA DA QUESTÃO:
Ler questão Q51 e Q53 (importante) – Gab: B

Q55 - No crime de tortura em que a pessoa presa ou sujeita a medida de


segurança é submetida a sofrimento físico ou mental, por intermédio da
prática de ato não previsto em lei ou não resultante de medida legal, não é
exigido, para seu aperfeiçoamento, especial fim de agir por parte do agente,
bastando, portanto, para a configuração do crime, o dolo de praticar a
conduta descrita no tipo objetivo.

RESPOSTA DA QUESTÃO:
A conduta do §1° do art. 1° é a única que não exige dolo específico por parte do
agente do crime de tortura.
§ 1º Na mesma pena incorre quem submete pessoa presa ou sujeita a medida de
segurança
a sofrimento físico ou mental, por intermédio da prática de ato não previsto em lei ou
não
resultante de medida legal.
GABARITO: C
Q56 - Considere a seguinte situação hipotética. Rui, que é policial militar,
mediante violência e grave ameaça, infligiu intenso sofrimento físico e
mental a um civil, utilizando para isso as instalações do quartel de sua
corporação. A
intenção do policial era obter a confissão da vítima em relação a um suposto
caso extraconjugal havido com sua esposa.

Nessa situação hipotética, a conduta de Rui, independentemente de sua


condição de militar e de o fato ter ocorrido em área militar, caracteriza o
crime de tortura na forma tipificada em lei específica.

RESPOSTA DA QUESTÃO:
Aqui estamos diante da Tortura-Prova ou Tortura Persecutória: a tortura foi
infligida com a finalidade de obter informação, declaração ou confissão da vítima.
GABARITO: C

Q57 - Daniel, delegado de polícia, estava em sua sala, quando percebeu a


chegada dos agentes de polícia Irineu e Osvaldo, acompanhados por uma
pessoa que havia sido detida, sob a acusação de porte de arma e de
entorpecentes. O delegado permaneceu em sua sala, elaborando um
relatório, antes de lavrar o auto de prisão em flagrante. Durante esse
período, ouviu ruídos de tapas, bem como de gritos, vindos da sala onde se
encontravam os agentes e a pessoa detida, percebendo que os agentes
determinavam ao detido que ele confessasse quem era o verdadeiro
proprietário da droga. Quando foi lavrar a prisão em flagrante, o delegado
notou que o detido apresentava equimoses avermelhadas no rosto, tendo
declinado que havia guardado a droga para um conhecido traficante da
região. O delegado, contudo, mesmo constatando as lesões, resolveu nada
fazer em relação aos seus agentes, uma vez que os considerava excelentes
policiais. Nessa situação, o delegado praticou o crime de tortura, de forma
que, sendo proferida sentença condenatória, ocorrerá, automaticamente, a
perda do cargo.

RESPOSTA DA QUESTÃO:
Nesta hipótese foi praticada a tortura em sua modalidade omissiva. Lembre-se de que
este crime apenas pode ser praticado por aquele que tinha o dever de evitar ou
apurar o ato de tortura e não o fez. GABARITO: C
OBS: Veja que mesmo na hipótese da tortura imprópria (por omissão) a perda do
cargo é certa!

Q58 - O condenado pela prática de crime de tortura, por expressa previsão


legal, não poderá ser beneficiado por livramento condicional, se for
reincidente específico em crimes dessa natureza.

RESPOSTA DA QUESTÃO:
O livramento condicional não pode ser concedido nesse caso em função do art. 83 do
Código Penal:

Art. 83 - O juiz poderá conceder livramento condicional ao condenado a pena


privativa de liberdade igual ou superior a 2 (dois) anos, desde que
[...]
V - cumprido mais de dois terços da pena, nos casos de condenação por crime
hediondo,
prática da tortura, tráfico ilícito de entorpecentes e drogas afins, e terrorismo, se o
apenado não for reincidente específico em crimes dessa natureza. Não confundir com
a progressão de regime. GABARITO: C

Q59 - Em seu local de trabalho, um servidor público federal, agente de


segurança, se desentendeu com um cidadão e desferiu um soco na direção
do rosto deste, mas, por circunstâncias alheias à sua vontade, foi bloqueado
por outro colega de trabalho que segurou-lhe o braço. ASSERTIVA: Nessa
situação, o agente de segurança deverá responder pelo delito de tentativa de
abuso de autoridade.

RESPOSTA DA QUESTÃO:
Neste caso podemos dizer que o agente público incorreu na conduta prevista no art.
3o, ―i‖: atentado à incolumidade física do indivíduo. Perceba que a conduta típica é o
próprio atentado, e por isso não podemos falar em tentativa, mas sim em crime
consumado mesmo, pois a ―tentativa‖ já é a conduta típica. GABARITO: E
Crime de atentado (ou empreendimento): Consuma-se com a tentativa, ou seja, não
admitem tentativa.

Q60 - Conforme o entendimento do STJ, ao acusado de crime de abuso de


autoridade pode ser feita proposta de transação penal.

RESPOSTA DA QUESTÃO:
É verdade. O STJ já entendeu que é possível propor a transação penal no crime de
abuso de autoridade, pois a Lei n. 10.259/2001 não exclui da competência do Juizado
Especial Criminal os crimes que possuam rito especial. Não confunda com a lei de
improbidade, é a única que não admite. GABARITO: C

Q61 - O crime de abuso de autoridade, em todas as suas modalidades, é


infração de menor potencial ofensivo, sujeitando-se seu autor às medidas
despenalizadoras previstas na lei que dispõe sobre os juizados especiais
cíveis e criminais, desde que preenchidos os demais requisitos legais.

RESPOSTA DA QUESTÃO:
O abuso de autoridade sujeita o seu autor a sanções civis, penais e administrativas.
Dentre as sanções penais cominadas consta a detenção de 10 dias a 6 meses. Por
isso podemos dizer que se trata de uma infração penal de menor potencial ofensivo,
pois sua pena máxima cominada não é superior a 2 anos, e, portanto, podem ser
aplicadas as medidas despenalizadoras previstas na Lei no 9.099/1995. GABARITO: C

Q62 - Entre as sanções penais previstas na lei que dispõe sobre abuso de
autoridade, incluem-se a perda do cargo público e a inabilitação para o
exercício de qualquer outra função pública por prazo de até três anos.

RESPOSTA DA QUESTÃO:
Exato! Perceba que a perda do cargo aí é sanção de natureza penal, mesmo, e não
administrativa como na de tortura. Cuidado para não se confundir hein!? GABARITO:
C

Outra observação tão importante quanto e que vai ser cobrada na sua prova: Quando
o abuso for cometido por agente de autoridade policial, civil ou militar, de qualquer
categoria, poderá ser cominada a pena autônoma ou acessória, de não poder o
acusado exercer funções de natureza policial ou militar no município da culpa, por
prazo de um a cinco anos. Sendo exceção à regra.

Q63 - A competência para processar e julgar o crime de abuso de autoridade


praticado por policial militar em serviço é da justiça militar estadual.

RESPOSTA DA QUESTÃO:
O crime de abuso de autoridade não é delito militar e, portanto, é de competência da
Justiça comum. Este posicionamento já foi corroborado pela Jurisprudência do STJ.
Errada.

Q64 - Os crimes de abuso de autoridade serão analisados perante o Juizado


Especial Criminal da circunscrição onde os delitos ocorreram, salvo nos casos
em que tiverem sido praticados por policiais militares.

RESPOSTA DA QUESTÃO:
O STJ já confirmou que o crime de abuso de autoridade não tem natureza militar e,
portanto, é de competência da Justiça comum. Como a maior pena prevista é a
detenção pelo período de 6 meses, a competência para o processamento dos crimes
é, como regra geral, dos Juizados Especiais Criminais. GABARITO: E

Q65 - Constitui abuso de autoridade qualquer atentado ao sigilo de


correspondência, ao livre exercício de culto religioso e à liberdade de
associação.

RESPOSTA DA QUESTÃO:
A expressão ―qualquer atentado‖ pode nos deixar na dúvida, mas vamos relembrar o
teor do art. 3° da Lei n° 4.898/1965:

Art. 3º. Constitui abuso de autoridade qualquer atentado:


a) à liberdade de locomoção;
b) à inviolabilidade do domicílio;
c) ao sigilo da correspondência;
d) à liberdade de consciência e de crença;
e) ao livre exercício do culto religioso;
f) à liberdade de associação;
g) aos direitos e garantias legais assegurados ao exercício do voto;
h) ao direito de reunião;
i) à incolumidade física do indivíduo;
j) aos direitos e garantias legais assegurados ao exercício profissional.

GABARITO: C

Q66 - Com base no disposto na Lei Federal nº 4.898 de 09 de dezembro de


1965 (Abuso de Autoridade), constitui abuso de autoridade:

a) Comunicar ao Juiz competente a prisão ou detenção de qualquer pessoa.


b) Reduzir a execução da prisão temporária.
c) Qualquer atentado ao sigilo da correspondência.
d) Deixar de comunicar, imediatamente, à família, a prisão de um de seus membros.

RESPOSTA DA QUESTÃO:
Art. 3º. Constitui abusode autoridade qualquer atentado:
a) à liberdade delocomoção;
b) à inviolabilidade dodomicílio;
c) ao sigilo dacorrespondência;
d) à liberdade deconsciência e de crença;
e) ao livre exercício doculto religioso;
f) à liberdade deassociação;
g) aos direitos egarantias legais assegurados ao exercício do voto;
h) ao direito dereunião;
i) à incolumidadefísica do indivíduo;

Não confundir o art. 4, alínea d da lei lei de abuso de autoridade com o art. 306 do
CPP que é bem mais abrangente: "A prisão de qualquer pessoa e o local onde se
encontre serão comunicados imediatamente ao juiz competente, ao Ministério Público
e à família do preso ou à pessoa por ele indicada."

Gabarito Letra C

Q67 - Constitui abuso de autoridade submeter pessoa sob sua guarda ou


custódia a vexame ou a constrangimento, mesmo que autorizado em lei.

RESPOSTA DA QUESTÃO:
(Vale muito a pena a leitura do Art. 4º da Lei 4898.

Art. 4º Constitui também abuso de autoridade:


a) ordenar ou executar medida privativa da liberdade individual, sem as
formalidades legais ou com abuso de poder;
b) submeter pessoa sob sua guarda ou custódia a vexame ou a constrangimento
não autorizado em lei;
c) deixar de comunicar, imediatamente, ao juiz competente a prisão ou detenção
de qualquer pessoa;
d) deixar o Juiz de ordenar o relaxamento de prisão ou detenção ilegal que lhe seja
comunicada;
e) levar à prisão e nela deter quem quer que se proponha a prestar fiança,
permitida em lei;
f) cobrar o carcereiro ou agente de autoridade policial carceragem, custas,
emolumentos ou qualquer outra despesa, desde que a cobrança não tenha apoio em
lei, quer quanto à espécie quer quanto ao seu valor;
g) recusar o carcereiro ou agente de autoridade policial recibo de importância
recebida a título de carceragem, custas, emolumentos ou de qualquer outra despesa;
h) o ato lesivo da honra ou do patrimônio de pessoa natural ou jurídica, quando
praticado com abuso ou desvio de poder ou sem competência legal;
i) prolongar a execução de prisão temporária, de pena ou de medida de segurança,
deixando de expedir em tempo oportuno ou de cumprir imediatamente ordem de
liberdade.

Isso ocorre porque o próprio ato de prisão legal é para o delinquente um ato
vexatório e constrangedor, mas não pode constituir abuso de autoridade, exceto se o
ato não for autorizado por lei. Gab: Errada.

Q68 - O ato de montar ou desmontar uma arma de fogo, munição ou um


acessório de uso restrito, sem autorização, no exercício de atividade
comercial
constitui crime de comércio ilegal de arma de fogo, com a pena aumentada
pela metade.

RESPOSTA DA QUESTÃO:
Vamos relembrar o art. 17?
Art. 17. Adquirir, alugar, receber, transportar, conduzir, ocultar, ter em depósito,
desmontar, montar, remontar, adulterar, vender, expor à venda, ou de qualquer
forma utilizar, em proveito próprio ou alheio, no exercício de atividade comercial ou
industrial, arma de fogo, acessório ou munição, sem autorização ou em desacordo
com determinação legal ou regulamentar:

Pena – reclusão, de 4 (quatro) a 8 (oito) anos, e multa.


Parágrafo único. Equipara-se à atividade comercial ou industrial, para efeito deste
artigo, qualquer forma de prestação de serviços, fabricação ou comércio irregular ou
clandestino, inclusive o exercido em residência.

Em primeiro lugar vemos que montar ou desmontar a arma de fogo são condutas
previstas no crime de comércio ilegal de arma de fogo. Em segundo lugar, vemos
que, nos termos do art. 18, neste crime a pena é aumentada da metade se a arma de
fogo, acessório ou munição forem de uso proibido ou restrito. GABARITO: C

Q69 - Tales foi preso em flagrante delito quando transportava, sem


autorização legal ou regulamentar, dois revólveres de calibre 38
desmuniciados e com numerações raspadas.

Acerca dessa situação hipotética, julgue o item que se segue, com base na
jurisprudência dominante dos tribunais superiores relativa a esse tema.
O fato de as armas apreendidas estarem desmuniciadas não tipifica o crime
de posse ou porte ilegal de arma de fogo de uso restrito em razão da total
ausência de potencial lesivo da conduta.

RESPOSTA DA QUESTÃO:
Porte de arma desmuniciada é crime sim! O STJ tem entendido que a conduta não
será típica quando a arma não estiver apta a realizar disparos e essa condição seja
comprovada em laudo pericial, mas isso é diferente de uma arma em funcionamento,
mas sem munição. Ademais, é importante ressaltar que toda arma de uso permitido
que sofra qualquer tipo de adulteração (alongada, reduzida, numeração suprimida,
etc..) será considerada de uso restrito para fins de aplicação da lei já que norma
prevê diferenciação substancial entre as duas (permitido e restrito).

GABARITO: E

Q70 - O crime de omissão de cautela, previsto no Estatuto do


Desarmamento, é delito omissivo, sendo a culpa na modalidade negligência o
elemento subjetivo do tipo.

RESPOSTA DA QUESTÃO:
Corretíssimo! O crime de omissão de cautela realmente é delito omissivo, e o
elemento subjetivo do tipo é a negligência. Vamos relembrar o art. 13?

Art. 13. Deixar de observar as cautelas necessárias para impedir que menor de 18
(dezoito) anos ou pessoa portadora de deficiência mental se apodere de arma de fogo
que esteja sob sua posse ou que seja de sua propriedade:

Pena – detenção, de 1 (um) a 2 (dois) anos, e multa.


GABARITO: C

Q71 - Segundo entendimento consolidado do STJ, a potencialidade lesiva da


arma é um dado dispensável para a tipificação do delito de porte ilegal de
arma de fogo, pois o objeto jurídico tutelado não é a incolumidade física,
mas a segurança pública e a paz social, colocados em risco com a posse ou o
portede armas.

RESPOSTA DA QUESTÃO:
Esse é o julgado do STJ de 2013, que caracteriza o crime como de perigo abstrato,
portanto a questão está correta, mas tenha atenção nesse tipo de questão, pois
posteriormente, o próprio STJ relativizou seu próprio entendimento, por entender que
a arma totalmente inapta a efetuar disparos (quebrada), não representa perigo
abstrato, e portanto, a capacidade lesiva deve ser verificada por perícia, ou seja é a
exceção à regra, fique atento pois pode estar certa ou errada conforme vir o
enunciado. Questão certa.

Q72 - Se for possível, mediante o uso de processos físico-químicos,


recuperar
numeração de arma de fogo de uso permitido que tenha sido raspada, estará
desconfigurado o crime de porte ilegal de arma de fogo de uso restrito,
devendo a conduta ser classificada como porte ilegal de arma de fogo de uso
permitido.

RESPOSTA DA QUESTÃO:
O crime se consuma com a supressão da marca, nos termos do art. 16, parágrafo
único, I. GABARITO: E

Q73 - Segundo entendimento do STJ, o porte de arma de fogo desmuniciada


configura delito previsto no Estatuto do Desamamento por ser crime de
perigo abstrato, entretanto o porte de munição desacompanhada da
respectiva arma é fato atípico, visto que não gera perigo à incolumidade
pública.

RESPOSTA DA QUESTÃO:
O entendimento tradicional do STJ é no sentido de que porte irregular de munição
também é conduta típica.
GABARITO: E

Q74 - Os crimes de porte de arma de fogo de uso permitido e de disparo de


arma de fogo são delitos inafiançáveis, segundo entendimento do STF.

RESPOSTA DA QUESTÃO: Aprendemos na aula de hoje que o STF considerou a


classificação desses crimes como inafiançáveis desarrazoada e, portanto,
inconstitucional, já que são crimes de mera conduta. GABARITO: E

Q75 - Supondo que determinado cidadão seja responsável pela segurança de


estrangeiros em visita ao Brasil e necessite de porte de arma, a concessão da
respectiva autorização será de competência do ministro da Justiça.

RESPOSTA DA QUESTÃO:
Essa questão foi maldosa. Vejamos o que diz o Estatuto do Desarmamento sobre o
porte de arma para responsáveis pela segurança de cidadãos estrangeiros em visita
ao Brasil.

Art. 9o Compete ao Ministério da Justiça a autorização do porte de arma para os


responsáveis pela segurança de cidadãos estrangeiros em visita ou sediados no Brasil
e, ao Comando do Exército, nos termos do regulamento desta Lei, o registro e a
concessão de porte de trânsito de arma de fogo para colecionadores, atiradores e
caçadores e de representantes estrangeiros em competição internacional oficial de
tiro realizada no território nacional.

Perceba que o dispositivo confere competência ao Ministério da Justiça (não


necessariamente ao Ministro). Pois bem, outras normas estabelecem a
responsabilidade da própria Policia Federal (órgão componente do Ministério da
Justiça) para autorizar o porte nesses casos. O Cespe pegou pesado aqui, não foi
mesmo?
GABARITO: E

Q76 - Servidor público alfandegário que, em serviço de fiscalização


fronteiriça,
permitir a determinado indivíduo penalmente imputável adentrar o território
nacional trazendo consigo, sem autorização do órgão competente e sem o
devido desembaraço, pistola de calibre 380 de fabricação estrangeira deverá
responder pela prática do crime de facilitação de contrabando, com infração
do dever funcional excluída a hipótese de aplicação do Estatuto do
Desarmamento.

RESPOSTA DA QUESTÃO:
O crime de tráfico internacional de armas de fogo prevê também a conduta de
―facilitar a entrada ou saída‖ das armas de fogo do território nacional sem
autorização. GABARITO: E
Q77 - Segundo atual entendimento do STF e do STJ, configura crime o porte
de arma de fogo desmuniciada, que se caracteriza como delito de perigo
abstrato cujo objeto jurídico tutelado não é a incolumidade física, mas a
segurança pública e a paz social.

RESPOSTA DA QUESTÃO:
Exato! Este é o entendimento do STJ e do STF ☺
GABARITO: C

Q78 - Com referência ao Estatuto do Desarmamento, julgue o item


subsecutivo.

As armas das polícias militares deverão ser registradas no Sistema Nacional


de Armas.

RESPOSTA DA QUESTÃO:
Sigma-> Forças armadas, das Polícias Militares e Corpos de Bombeiros Militares, da
Agência Brasileira de Inteligência e do Gabinete de Segurança Institucional da
Presidência da República.

Sinarm-> Polícia Federal, Polícia Rodoviária Federal, Polícias Civis, órgãos policiais da
Câmara dos Deputados e do Senado Federal, integrantes do quadro efetivo dos
agentes e guardas prisionais, integrantes das escolas de presos, das Guardas
Portuárias, das Guardas Municipais e dos órgãos públicos cujos servidores tenham
autorização legal para portar arma de fogo em serviço. Questão Errada.

Q79 - Durante uma operação policial de rotina, policiais rodoviários federais


abordam o caminhão conduzido por Teotônio. Revistado o veículo,
encontram um revólver calibre 38, contendo munições intactas em seu
tambor, escondido no porta-luvas. Os policiais constatam, ainda, que a
numeração de série do revólver não está visível, sendo certo que perícia
posterior concluiria que o desaparecimento se deu por oxidação natural,
decorrente da ação do tempo. Questionado, Teotônio revela não possuir
porte de arma e sequer tem o instrumento registrado em seu nome. Afirma,
também, que a arma fora adquirida para que pudesse se proteger, pois um
desafeto o ameaçara, prometendo-lhe agressão física futura. Nesse
contexto, é correto afirmar que Teotônio cometeu crime de porte de arma de
fogo de uso permitido.

RESPOSTA DA QUESTÃO:
Havendo indícios de que o número de série da arma apreendida se encontrava
parcialmente ilegível em razão do adiantado estado de oxidação do artefato, impõe-se
a desclassificação para o delito previsto no art. 14 da Lei10.826/03. Questão certa.

Q80 - Lucas, delegado de polícia de determinado estado da Federação, em


dia de folga, colidiu seu veículo contra outro veículo que estava parado em
um sinal de trânsito. Sem motivo justo, o delegado sacou sua arma de fogo e
executou um disparo para o alto. Imediatamente, Lucas foi abordado por
autoridade policial que estava próxima ao local onde ocorrera o fato. Nessa
situação hipotética, a conduta de Lucas poderá ser enquadrada como crime,
com possibilidade de aumento de pena, devido ao fato de ele ser delegado de
polícia.
RESPOSTA DA QUESTÃO:
Art. 20. Nos crimes previstos nos arts. 14, 15 (disparo), 16, 17 e 18, a pena é
aumentada da metade se forem praticados por integrante dos órgãos e empresas
referidas nos arts. 6º, 7º e 8º desta Lei. Certa.

Q81 - TITO, policial civil, está sendo ameaçado, decidiu então comprar um
revólver calibre 38, para ter uma arma extra. Vai até o centro da cidade e
compra de Antônio um revólver calibre 38, com a numeração raspada.
Antônio, o vendedor, 25 anos de idade, também, ofereceu a ele uma pistola
de uso exclusivo das forças armadas. Marque a alternativa CORRETA.

a) TITO na condição de policial pode utilizar durante as suas diligências o


revólver comprado de Antônio como uma segunda arma.

b) Caso TITO deixe a arma comprada apenas em sua casa, não há


cometimento de crime.

c) Caso TITO seja preso, poderá pagar uma fiança estabelecida pelo
delegado, e ser solto.

d) Os integrantes do quadro efetivo dos agentes e guardas prisionais têm o


porte de arma de fogo regulado em Lei, devendo realizar comprovação de
capacidade técnica e de aptidão física.

e) É possível aos residentes em áreas rurais, sendo maiores de 25 (vinte e


cinco) anos, que comprovarem depender do emprego de arma de fogo para
prover a subsistência de sua família, a concessão do porte de arma de fogo
na categoria caçador para subsistência.

RESPOSTA DA QUESTÃO:
Art. 5º, § 5º da lei 10826/2003. Gab: E.

Q82 - A responsabilidade da sociedade empresarial e dos sócios pelo ilícito


penal ambiental é objetiva, bastando, para que sejam devidas as sanções,
provar o dano produzido ao meio ambiente.

RESPOSTA DA QUESTÃO:
A responsabilidade da sociedade empresarial e dos sócios pelo ilícito penal ambiental
é objetiva, bastando, para que sejam devidas as sanções, provar o dano produzido ao
meio ambiente.

1) A Responsabilidade da sociedade empresarial é OBJETIVA


2) A Responsabilidade dos sócios é SUBJETIVA

>>> Outro erro da questão é dizer " bastando, para que sejam devidas as sanções,
provar o dano produzido ao meio ambiente."
>>> Como a responsabilidade é OBJETIVA, têm que provar não só o DANO, mas
também a CONDUTA e o NEXO CAUSAL. Errada.

Q83 - A entrega de arma de fogo à criança ou adolescente caracteriza crime


previsto no ECA, e não no Estatuto do Desarmamento, pois o ECA é lei
especial que prevalece sobre a geral.
RESPOSTA DA QUESTÃO:
Este é um tema que já gerou alguma polêmica, principalmente na época da
promulgação do Estatuto do Desarmamento. O entendimento hoje é no sentido de
que o crime previsto no art. 242 do ECA foi revogado pelo Estatuto do
Desarmamento, exceto no que se refere às armas brancas. GABARITO: E

Q84 - O fornecimento de bebida alcoólica à criança ou adolescente tipifica o


crime previsto no art. 243 do ECA.

RESPOSTA DA QUESTÃO:
Corretíssimo! Lembre-se de que esse crime envolve não apenas as substâncias
classificadas como drogas, mas também de quaisquer outras que possam causar
dependência. GABARITO: C

Q85 - Douglas adquiriu gratuitamente vídeo com cenas de sexo explícito


envolvendo menores de idade, para a satisfação de seus próprios desejos
sexuais, sem expô-lo a terceiros. Nessa situação, Douglas praticou crime
tipificado no ECA.

RESPOSTA DA QUESTÃO:
O art. 241-B do ECA tipifica a conduta de adquirir, possuir ou armazenar esse tipo de
material. A conduta é criminosa independentemente da forma como se deu a
aquisição ou de qual era a intenção do agente. GABARITO: C

Q86 - Para a configuração do crime de corrupção de menores, previsto no


ECA,
não se faz necessária prova da efetiva corrupção do menor, uma vez que se
trata de delito formal.

RESPOSTA DA QUESTÃO:
Mais uma questão a respeito da Súmula 500 do STJ, não é? Lembre-se de que, para
esteja configurado o crime de corrupção de menores não é necessário provar a
efetiva corrupção do menor. Apenas a sua participação já é suficiente para a
consumação do crime de corrupção de menores. GABARITO: C

Q87 - De acordo com o entendimento consolidado do STJ, requer-se, para a


configuração do crime de corrupção de menores previsto no ECA, a
existência de prova a respeito da efetiva corrupção do menor.

RESPOSTA DA QUESTÃO:
Mais uma vez está aqui a Súmula 500, não é? Fique ligado, pois é um assunto
―quente‖ que pode muito bem ser cobrado na sua prova. GABARITO: E

Q88 - O crime de corrupção de menores previsto no art. 244-B da Lei n.


8.069/90 é classificado como material, exigindo-se prova inequívoca de que
o infante, antes do crime, não era corrompido.

RESPOSTA DA QUESTÃO:
Mais uma vez! Acredito que a Súmula 500 do STJ possa surgir na sua prova, ok?
Preste atenção! ☺ GABARITO: E
Q89 - O adolescente, nos termos da Lei n.º 8.069/90,
a) tem o direito de solicitar a presença de seus pais ou responsável em qualquer fase
do procedimento.
b) por estar em desigualdade na relação processual em razão de sua idade, não
poderá ser confrontado com a vítima, ou com as testemunhas dos fatos.
c) não poderá ser preso em flagrante, entretanto será ouvido pelo delegado de polícia
competente e indiciado pela prática do ato infracional.
d) poderá ser privado de sua liberdade, inclusive em situações de flagrante delito,
desde que seja reincidente na prática de ato infracional grave.
e) não será necessariamente representado por advogado nos processos por ato
infracional, bastando que compareça em juízo acompanhado pelos pais ou por
responsável legal.

RESPOSTA DA QUESTÃO:
A alternativa A é a nossa resposta, conforme art. 111 do ECA. A alternativa B está
incorreta porque o art. 111, II do ECA autoriza expressamente que o adolescente se
confronte com vítimas e testemunhas. A alternativa C está incorreta porque o art.
106 do ECA autoriza a APREENSÃO do adolescente, desde que em flagrante de ato
infracional ou por ordem escrita e fundamentada do juiz. A alternativa D está
incorreta porque o ECA não exige que haja reincidência. A alternativa E está incorreta
porque o art. 111, III do ECA assegura ao adolescente a garantia de defesa técnica
por advogado.
GABARITO: A

Q90 - O ato de corromper menor de dezoito anos de idade ou de facilitar a


sua
corrupção para a prática de infração penal é considerado delito formal, cuja
caracterização demanda a coautoria ou participação de indivíduo maior de
idade, majorando-se a pena caso o delito perpetrado em decorrência da
corrupção seja hediondo.

RESPOSTA DA QUESTÃO:
Este crime é tipificado pelo art. 244-B do ECA, que prevê aumento da pena de um
terço caso a infração cometida ou induzida conste no rol dos crimes hediondos (Lei n°
8.072/1990). Correta.

Q91 - Se, após a regular apreensão de adolescente, a autoridade policial


responsável deixar de comunicar, imediatamente, o fato à autoridade
judiciária competente e à família do apreendido ou à pessoa por ele indicada,
delegado de polícia, por ter a incumbência legal de ordenar a lavratura do
auto de apreensão e demais medidas dele decorrentes, será responsabilizado
criminalmente por delito previsto no ECA.

RESPOSTA DA QUESTÃO:
O delito tratado pela assertiva é tipificado pelo art. 231 do ECA.
Art. 231. Deixar a autoridade policial responsável pela apreensão de criança ou
adolescente de fazer imediata comunicação à autoridade judiciária competente e à
família do apreendido ou à pessoa por ele indicada:
Pena - detenção de seis meses a dois anos.
Q92 - Felipe, com cinquenta anos de idade, diretor e produtor de agência de
filmes de conteúdo erótico para reprodução na Internet, contratou dois
atores
(homem e mulher), com dezenove e vinte anos de idade, respectivamente,
que aparentavam ser bem mais jovens, e produziu vídeo com cenas de sexo
explícito, modificando-as por meio digital, de modo a simular a participação
de adolescentes. Nessa situação, não haverá infração penal por parte de
Felipe e dos provedores de acesso à Internet porque os atores envolvidos no
vídeo são maiores de idade, sendo-lhes assegurada a liberdade de expressão
e de manifestação artística prevista constitucionalmente.

RESPOSTA DA QUESTÃO:
A assertiva está incorreta, pois o art. 241-C do ECA criminaliza a simulação da
participação de criança ou adolescente em cena de sexo explícito ou pornográfica.
GABARITO: E

Q93 - Valter, ocupante de cargo cujas atribuições incluem fornecer


declaração de nascimento, não forneceu esse documento a Gabriela, quando
ela recebeu
alta médica, após dar à luz seu filho. Nessa situação hipotética, a conduta de
Valter

a) é atípica.
b) constitui crime preceituado no ECA, que pode ser punido a título de dolo ou culpa.
c) constitui crime preceituado no ECA, punido apenas na modalidade dolosa.
d) constituirá crime se ele puder ser considerado funcionário público, para fins penais.
e) constitui crime de prevaricação, previsto no CP.

RESPOSTA DA QUESTÃO:
Uma das condutas tipificadas pelo art. 228 do ECA é a daquele que deixa de fornecer
declaração de nascimento, sendo possível inclusive a punição do crime na modalidade
culposa.

Q94 - Em caso de flagrante da prática de ato infracional, o adolescente não é


prontamente liberado pela autoridade policial, apesar do comparecimento
dos pais, quando, pela gravidade do ato infracional e por sua repercussão
social, o adolescente deve permanecer sob internação para manutenção da
ordem pública.

RESPOSTA DA QUESTÃO:
O art. 174 do ECA trata da situação mencionada na assertiva. É possível que o
adolescente seja internado mesmo com o comparecimento dos pais à delegacia,
quando, pela gravidade do ato infracional e sua repercussão social, deva o
adolescente permanecer sob internação para garantia de sua segurança pessoal ou
manutenção da ordem pública. GABARITO: C

Q95 - O regime de semiliberdade possibilita ao adolescente a realização de


atividades externas, mediante expressa autorização judicial.

RESPOSTA DA QUESTÃO:
De acordo com o art. 120 do ECA, o regime de semiliberdade pode ser determinado
desde o início, ou como forma de transição para o meio aberto, possibilitada a
realização de atividades externas, independentemente de autorização judicial.
GABARITO: E

Q96 - Se o adolescente, devidamente notificado, não comparecer,


injustificadamente, à audiência de apresentação, a autoridade judiciária
deve decretar sua revelia e encaminhar os autos à defensoria pública para
apresentação de resposta escrita.

RESPOSTA DA QUESTÃO:
O art. 187 do ECA determina que se o adolescente não comparecer,
injustificadamente, à audiência de apresentação, o juiz deve designar nova data,
determinando sua condução coercitiva. GABARITO: E

Q97 - Considera-se ato infracional a conduta descrita como crime, sendo


indiferente, nos termos do ECA, a prática de contravenção penal pelo menor
de idade.

RESPOSTA DA QUESTÃO:
Tanto as condutas previstas como crimes quanto aquelas consideradas contravenções
penais são consideradas atos infracionais quando cometidas por menor de idade.
GABARITO: E

Q98 - O adolescente apreendido em flagrante de ato infracional será, desde


logo, encaminhado à autoridade judicial competente.

RESPOSTA DA QUESTÃO:
A assertiva está cobrando a letra do art. 172 do ECA. Esse dispositivo determina que
o adolescente apanhado em flagrante ato infracional deverá ser encaminhado à
autoridade policial, e não à autoridade judicial. GAB: E

Q99 - Rafael, adolescente de 16 anos, durante a prática de furto em uma loja


de departamentos, foi flagrado pelos seguranças do estabelecimento e
apresentado à delegacia de polícia competente. Lavrado o procedimento
policial, o adolescente foi encaminhado à Vara da Infância e da Juventude.

Restando demonstrado que o adolescente é estudante assíduo, integrado à


família e sem qualquer outro antecedente infracional, o representante do
Ministério Público pode, antes de iniciado o procedimento judicial, conceder
a remissão, como forma de exclusão do processo.

RESPOSTA DA QUESTÃO:
Art. 126 do ECA. Questão correta.

Q100 - De acordo com a Lei n.º 4.898/65 (Abuso de Autoridade), é correto


afirmar que o processo administrativo não poderá ser sobrestado para o fim
de aguardar a decisão da ação penal ou civil.

RESPOSTA DA QUESTÃO:
CERTA; Art. 7 § 3º: O processo administrativo não poderá ser sobrestado para o fim
de aguardar a decisão da ação penal ou civil.
Q101 - De acordo com as previsões dessa lei, é correto afirmar que se o
órgão do Ministério Público, por omissão, não oferecer denúncia no prazo
fixado na lei, será admitida ação penal privada subsidiária.

RESPOSTA DA QUESTÃO:
Se o órgão do Ministério Público não oferecer a denúncia no prazo fixado nesta lei,
será admitida ação privada. O órgão do Ministério Público poderá, porém, aditar a
queixa, repudiá-la e oferecer denúncia substitutiva e intervir em todos os termos do
processo, interpor recursos e, a todo tempo, no caso de negligência do querelante,
retomar a ação como parte principal. Certa.

Q102 - Acerca do direito de representação e do processo de responsabilidade


administrativa, civil e penal, nos casos de abuso de autoridade, e das demais
disposições da Lei n.º 4.898/1965, assinale a opção correta.

a) Só se considera autoridade, para os efeitos dessa lei, quem exerce cargo, emprego
ou função pública em caráter permanente na administração pública direta da União,
dos estados, do DF e dos municípios.
b) A representação será dirigida exclusivamente ao órgão do MP que tiver
competência para iniciar processo-crime contra a autoridade culpada, devendo o réu
ser denunciado no prazo de cinco dias.
c) O processo administrativo instaurado concomitantemente ao criminal deverá ser
sobrestado para o fim de aguardar a decisão da ação penal, a fim de que se evitem
decisões conflitantes.
d) Quando o abuso for cometido por agente de autoridade policial, poderá ser
cominada a pena de não poder o acusado exercer funções de natureza policial no
município da culpa, por prazo de um a cinco anos.
e) Se o órgão do MP não oferecer a denúncia no prazo fixado na lei em questão, será
admitida ação privada, não podendo o parquet futuramente intervir no feito ou
retomar a ação como parte principal.

RESPOSTA DA QUESTÃO:
a) Art. 5º Considera-se autoridade, para os efeitos desta lei, quem exerce cargo,
emprego ou função pública, de natureza civil, ou militar, ainda que transitoriamente e
sem remuneração.

b)Art. 2º O direito de representação será exercido por meio de petição:


a) dirigida à autoridade superior que tiver competência legal para aplicar, à
autoridade civil ou militar culpada, a respectiva sanção;
b) dirigida ao órgão do Ministério Público que tiver competência para iniciar
processo-crime contra a autoridade culpada.

c)art. 7º recebida a representação em que for solicitada a aplicação de sanção


administrativa, a autoridade civil ou militar competente determinará a instauração de
inquérito para apurar o fato.
§ 3º O processo administrativo não poderá ser sobrestado para o fim de aguardar a
decisão da ação penal ou civil.

d)art. 6º § 5º Quando o abuso for cometido por agente de autoridade policial, civil ou
militar, de qualquer categoria, poderá ser cominada a pena autônoma ou acessória,
de não poder o acusado exercer funções de natureza policial ou militar no município
da culpa, por prazo de um a cinco anos.
e)Art. 16. Se o órgão do Ministério Público não oferecer a denúncia no prazo fixado
nesta lei, será admitida ação privada. O órgão do Ministério Público poderá, porém,
aditar a queixa, repudiá-la e oferecer denúncia substitutiva e intervir em todos os
termos do processo, interpor recursos e, a todo tempo, no caso de negligência do
querelante, retomar a ação como parte principal. Gab: D

Q103 - O processo administrativo para apurar a prática de ato de abuso de


autoridade deverá ser sobrestado para o fim de aguardar a decisão da ação
penal ou civil, interposta concomitantemente àquele, a fim de evitar decisões
contraditórias.

RESPOSTA DA QUESTÃO:
Art . 7º § 3º O processo administrativo não poderá ser sobrestado para o fim de
aguardar a decisão da ação penal ou civil. Errada.

Q104 - De acordo com a legislação pertinente, a ação penal por crime de


abuso de autoridade é pública incondicionada, devendo o MP apresentar a
denúncia no prazo de quarenta e oito horas.

RESPOSTA DA QUESTÃO:
Art. 13. Apresentada ao Ministério Público a representação da vítima, aquele, no
prazo de quarenta e oito horas, denunciará o réu, desde que o fato narrado constitua
abuso de autoridade, e requererá ao Juiz a sua citação, e, bem assim, a designação
de audiência de instrução e julgamento. Correta.

Q105 - A ação penal será iniciada, independentemente de inquérito policial


ou justificação por denúncia do Ministério Público, instruída com a
representação da vítima do abuso.

RESPOSTA DA QUESTÃO:

Art. 12. Correta.

Q106 – Em se tratando de abuso de autoridade, a incolumidade pública


tutelada na referida lei não abrange o crime de lesões corporais, admitindo-
se o concurso entre os delitos.

RESPOSTA DA QUESTÃO:
STJ: caso o agente público pratique além do abuso, alguma lesão a vítima, irá
responder por ambos os crimes em concurso.

Q107 - O crime de abuso de autoridade não absorve os crimes conexos,


motivo pelo qual é possível a configuração de injúria e de abuso de
autoridade.

RESPOSTA DA QUESTÃO:
STF e STJ já pacificaram que o abuso de autoridade não absorve os crimes conexos.
Ou seja, é possível injúria e abuso de autoridade.O STJ reconheceu, ademais, no
REsp 6.84532, que o juiz de direito, em audiência, praticou abuso de autoridade,
difamação e injúria, nos seguintes termos:―PENAL. RECURSO ESPECIAL. DIFAMAÇÃO
E INJÚRIA. ABUSO DE AUTORIDADE. CONDUTA PRATICADA POR JUIZ EM
AUDIÊNCIA. POSSIBILIDADE DE CONCURSO DE CRIMES. Correta.

Q108 - Com base na Lei n.º 8.069/1990, assinale a opção que apresenta
medida passível de aplicação por autoridade competente tanto a criança
quanto a adolescente que cometa ato infracional.
a) prestação de serviços à comunidade
b) internação em estabelecimento educacional
c) requisição de tratamento psicológico
d) inserção em regime de semiliberdade
e) liberdade assistida

RESPOSTA DA QUESTÃO:
Art. 101, V do ECA. Gab: C

Q109 – Constitui crime perante o ECA: Deixar o médico, professor ou


responsável por estabelecimento de atenção à saúde e de ensino
fundamental, pré-escola ou creche, de comunicar à autoridade competente
os casos de que tenha conhecimento, envolvendo suspeita ou confirmação de
maus-tratos contra criança ou adolescente

RESPOSTA DA QUESTÃO:
O Art. 245 do ECA corresponde a uma infração administrativa. Errada.

Q110 - Leovegildo é integrante de grupo em um aplicativo de mensagens


instantâneas para telefones celulares. Nesse grupo, os participantes
corriqueiramente compartilham fotos e vídeos, por eles produzidos, de
crianças em cenas pornográficas. Embora não concorde com a prática e
sequer se manifeste no grupo, Leovegildo reluta em deixá-lo, por não querer
melindrar o amigo que lá o adicionou, mas toma o cuidado de configurar o
aplicativo para que não realize downloads automáticos dessas fotos e vídeos.
Ao trocar de aparelho de telefonia celular, todavia, Leovegildo se esquece de
repetir a configuração, de modo que, sem que Leovegildo saiba, um vídeo
contendo filmagem de criança em cena de sexo explícito resta armazenado
na memória do aparelho. Nesse mesmo dia, policiais que investigavam o
grupo cumprem mandado de busca domiciliar na casa de Leovegildo,
apreendendo seu telefone ao encontrá-lo. Perícia posterior revela a
existência do vídeo. Assim, é correto afirmar que Leovegildo não comete
crime previsto na Lei n° 8.069 1990.

RESPOSTA DA QUESTÃO:
O crime em tela exige DOLO. Vale lembrar que existem apenas dois crimes culposos
no ECA: o art. 228 e o 229. O primeiro diz respeito aos registros das atividades da
saúde da gestante e o segundo se refere à identificação do neonato. Errada.

Q111 - Segundo o STJ, configura crime consumado de tráfico de drogas a


conduta consistente em negociar, por telefone, a aquisição de entorpecente
e disponibilizar veículo para o seu transporte, ainda que o agente não receba
a mercadoria, em decorrência de apreensão do material pela polícia, com o
auxílio de interceptação telefônica.

RESPOSTA DA QUESTÃO:
Inicialmente, registre-se que o tipo penal em análise é de ação múltipla ou conteúdo
variado, pois apresenta várias formas de violação da mesma proibição, bastando,
para a consumação do crime, a prática de uma das ações ali previstas. Nesse sentido,
a Segunda Turma do STF (HC 71.853-RJ, DJ 19/5/1995) decidiu que a modalidade de
tráfico "adquirir" completa-se no instante em que ocorre a avença entre comprador e
vendedor. Correta.
Q112 - Analise as afirmações a seguir, identifique as que podem ser
consideradas práticas de crime contra a criança e assinale a alternativa
correta.

l Deixar a autoridade policial responsável pela sua apreensão de fazer imediata


comunicação à autoridade judiciária competente e à família do apreendido ou à
pessoa por ele indicada.
ll Recusar fornecer autorização para viajar dentro do país, quando a criança viajar
acompanhada apenas por um dos genitores.
lll Subtrair criança ou adolescente ao poder de quem o tem sob sua guarda em
virtude de lei ou ordem judicial, com o fim de colocação em lar substituto.
lV Vender, fornecer, ainda que gratuitamente, ministrar ou entregar, de qualquer
forma, à criança ou adolescente, sem justa causa, produtos cujos componentes
possam causar dependência física ou psíquica, ainda que por utilização indevida.

a) Todas as afirmações estão corretas.


b) Apenas I, II e III estão corretas.
c) Apenas III e IV estão corretas.
d) Apenas II e IV estão corretas.
e) Apenas I, III e IV estão corretas.

RESPOSTA DA QUESTÃO:
I - CORRETA - Art. 231. Deixar a autoridade policial responsável pela apreensão de
criança ou adolescente de fazer imediata comunicação à autoridade judiciária
competente e à família do apreendido ou à pessoa por ele indicada:
Pena - detenção de seis meses a dois anos.
II - FALSA - Não é crime e nem infração administrativa.
III - CORRETA - Art. 237. Subtrair criança ou adolescente ao poder de quem o tem
sob sua guarda em virtude de lei ou ordem judicial, com o fim de colocação em lar
substituto:
Pena - reclusão de dois a seis anos, e multa.
IV - CORRETA - Art. 243. Vender, fornecer ainda que gratuitamente, ministrar ou
entregar, de qualquer forma, a criança ou adolescente, sem justa causa, produtos
cujos componentes possam causar dependência física ou psíquica, ainda que por
utilização indevida:
Pena - detenção de 2 (dois) a 4 (quatro) anos, e multa, se o fato não constitui crime
mais grave.

Alternativa Correta: Letra "E".

Q113 - Segundo a Lei nº 8.069, de 13 de julho de 1990, que dispõe sobre o


Estatuto da Criança e do Adolescente e dá outras providências, é crime:

a) Submeter criança ou adolescente sob sua autoridade, guarda ou vigilância a


vexame ou a constrangimento.
b) Anunciar peças teatrais, filmes ou quaisquer representações ou espetáculos, sem
indicar os limites de idade a que não se recomendem.
c) Deixar o médico, professor ou responsável por estabelecimento de atenção à saúde
e de ensino fundamental, pré-escola ou creche, de comunicar à autoridade
competente os casos de que tenha conhecimento, envolvendo suspeita ou
confirmação de maus-tratos contra criança ou adolescente.
d) Divulgar, total ou parcialmente, sem autorização devida, por qualquer meio de
comunicação, nome, ato ou documento de procedimento policial, administrativo ou
judicial relativo a criança ou adolescente a que se atribua ato infracional.
e) Vender ou locar a criança ou adolescente fita de programação em vídeo, em
desacordo com a classificação atribuída pelo órgão competente.

RESPOSTA DA QUESTÃO:
Somente a letra ―A‖ corresponde a crime previsto no ECA, os demais são infrações
administrativas da lei. Gab: A

Q114 – Preconiza o ECA que durante o período de internação, é vedado à


autoridade judiciária ou policial suspender temporariamente a visita dos pais
do adolescente.

RESPOSTA DA QUESTÃO:
Art. 124. § 2º - A autoridade judiciária poderá suspender temporariamente a visita,
inclusive de pais ou responsável, se existirem motivos sérios e fundados de sua
prejudicialidade aos interesses do adolescente. Errada.

Q115 - Alice, de dez anos de idade, moradora de Goiânia – GO, irá viajar para
Salvador – BA e, posteriormente, para o exterior.
Nessa situação hipotética, conforme a Lei n.º 8.069/1990, se estiver
acompanhada de

a) um dos pais, Alice precisará de autorização judicial para viajar para Salvador – BA
e para o exterior.
b) tio que apresente documento comprovando o parentesco, Alice não precisará de
autorização judicial para viajar para Salvador – BA.
c) irmão maior de dezoito anos que apresente documento comprovando o parentesco,
Alice não precisará de qualquer tipo de autorização para viajar para o exterior.
d) primo adolescente, Alice poderá viajar para Salvador – BA, independentemente de
qualquer tipo de autorização.
e) dos pais, Alice não precisará de qualquer tipo de autorização para viajar para o
exterior.

RESPOSTA DA QUESTÃO:
Art. 83. Nenhuma criança poderá viajar para fora da comarca onde reside,
desacompanhada dos pais ou responsável, sem expressa autorização judicial.

§ 1º A autorização não será exigida quando:


a) tratar-se de comarca contígua à da residência da criança, se na mesma unidade da
Federação, ou incluída na mesma região metropolitana;
b) a criança estiver acompanhada:
1) de ascendente ou colateral maior, até o terceiro grau, comprovado
documentalmente o parentesco;
2) de pessoa maior, expressamente autorizada pelo pai, mãe ou responsável.
§ 2º A autoridade judiciária poderá, a pedido dos pais ou responsável, conceder
autorização válida por dois anos.

Art. 84. Quando se tratar de viagem ao exterior, a autorização é dispensável, se a


criança ou adolescente:
I - estiver acompanhado de ambos os pais ou responsável;
II - viajar na companhia de um dos pais, autorizado expressamente pelo outro
através de documento com firma reconhecida.
Art. 85. Sem prévia e expressa autorização judicial, nenhuma criança ou adolescente
nascido em território nacional poderá sair do País em companhia de estrangeiro
residente ou domiciliado no exterior.
Gab: B

Q116 - O Estatuto da Criança e do Adolescente, ocupando-se da disciplina do


tema da prática de ato infracional por adolescente, trouxe inúmeros
dispositivos legais, dentre eles os responsáveis pela delimitação das medidas
socioeducativas. No que diz respeito a essas medidas, o Estatuto determina
que:

a) em atos infracionais com reflexos patrimoniais, a autoridade competente


não poderá determinar que o adolescente restitua o objeto, promova o
ressarcimento do dano, ou, por outra forma, compense o prejuízo da vítima,
pois esse dever incumbe aos seus pais.

b) a prestação de serviços comunitários consiste na realização de tarefas


gratuitas de interesse geral, por um período de doze meses, junto a
entidades assistenciais, hospitais, escolas e outros estabelecimentos
congêneres, bem como em programas comunitários ou governamentais.

c) em se tratando de ato infracional cometido mediante grave ameaça ou


violência à pessoa e, no descumprimento reiterado e injustificável da medida
anteriormente imposta, poderá ser aplicada a medida de internação.

d) a liberdade assistida será fixada pelo prazo mínimo de três meses,


podendo a qualquer tempo ser prorrogada, revogada ou substituída por
outra medida, ouvido o orientador, o Ministério Público e o defensor.

RESPOSTA DA QUESTÃO:
A) - Incorreta - Art. 116. Em se tratando de ato infracional com reflexos patrimoniais,
a autoridade poderá determinar, se for o caso, que o adolescente restitua a coisa,
promova o ressarcimento do dano, ou, por outra forma, compense o prejuízo da
vítima.
Parágrafo único. Havendo manifesta impossibilidade, a medida poderá ser substituída
por outra adequada.

B) - Incorreta - A prestação de serviços comunitários consiste na realização de tarefas


gratuitas de interesse geral, por período não excedente a seis meses, junto a
entidades assistenciais, hospitais, escolas e outros estabelecimentos congêneres, bem
como em programas comunitários ou governamentais.

Parágrafo único. As tarefas serão atribuídas conforme as aptidões do adolescente,


devendo ser cumpridas durante jornada máxima de oito horas semanais, aos
sábados, domingos e feriados ou em dias úteis, de modo a não prejudicar a
freqüência à escola ou à jornada normal de trabalho.

D) – Incorreta - A liberdade assistida será adotada sempre que se afigurar a medida


mais adequada para o fim de acompanhar, auxiliar e orientar o adolescente.
§ 1º A autoridade designará pessoa capacitada para acompanhar o caso, a qual
poderá ser recomendada por entidade ou programa de atendimento.
§ 2º A liberdade assistida será fixada pelo prazo mínimo de seis meses, podendo a
qualquer tempo ser prorrogada, revogada ou substituída por outra medida, ouvido o
orientador, o Ministério Público e o defensor.

A questão ―C‖ é a correta:


Requisito para a medida de Internação: (Art. 122- ECA)
- Violência ou grave ameaça;
- Reiteração nas infrações graves;
- Descumprimento de medida anteriormente imposta.

Q117 - Antes de iniciado o procedimento judicial para apuração de ato


infracional, o representante do Ministério Público poderá conceder remissão,
como forma de exclusão do processo, entretanto, depois de iniciado o
procedimento, somente a autoridade judiciária poderá conceder a remissão,
neste caso, como forma de extinção ou de suspensão do processo.

RESPOSTA DA QUESTÃO:
Art. 126 ECA. Correto.

Q118 - O adolescente, apreendido em flagrante de ato infracional ou por


força de ordem judicial, será, desde logo, encaminhado à autoridade policial
competente.

RESPOSTA DA QUESTÃO:
Guarde ISSO, é muito importante!

Art. 171. O adolescente apreendido por força de ordem judicial será, desde logo,
encaminhado à autoridade judiciária.

Art. 172. O adolescente apreendido em flagrante de ato infracional será, desde logo,
encaminhado à autoridade policial competente.

Questão errada.

Q119 - O prazo para conclusão do procedimento judicial, estando o


adolescente apreendido provisoriamente, será de quarenta e cinco dias,
podendo este prazo ser prorrogado por igual período, a pedido do Ministério
Público, em caso de justificada necessidade.

RESPOSTA DA QUESTÃO:
Art. 183. O prazo máximo e improrrogável para a conclusão do procedimento,
estando o adolescente internado provisoriamente, será de quarenta e cinco dias.
Errada.
Q120 - Comparecendo qualquer dos pais ou responsável, o adolescente será
prontamente liberado pela autoridade policial, sob termo de compromisso e
responsabilidade de sua apresentação ao representante do Ministério
Público, no mesmo dia ou, sendo impossível, no primeiro dia útil imediato,
exceto quando, pela gravidade do ato infracional e sua repercussão social,
deva o adolescente permanecer sob internação para garantia de sua
segurança pessoal ou manutenção da ordem pública.
RESPOSTA DA QUESTÃO:
Correto – Art. 174 do ECA. Geralmente as questões mudam esse teor e confundem o
candidato.

Q121 – No que se refere à medida socioeducativa de internação, segundo o


Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA) e o entendimento do STJ,
assinale a alternativa correta.

a) A liberação do interno será compulsória aos 21 anos de idade.


b) Pode ser aplicada mesmo que haja outra medida menos onerosa à liberdade do
adolescente.
c) Deve ser aplicada em caso de ato infracional análogo ao crime de tráfico de
drogas.
d) A internação não possui função protetiva e pedagógica, contrariamente às demais
medidas socioeducativas.
e) O prazo máximo para internação é de 4 anos.

RESPOSTA DA QUESTÃO:
O Estatuto da Criança e Adolescente dispõe:
"Art. 121. A internação constitui medida privativa da liberdade, sujeita aos princípios
de brevidade, excepcionalidade e respeito à condição peculiar de pessoa em
desenvolvimento.
§ 3º Em nenhuma hipótese o período máximo de internação excederá a três anos.
§ 5º A liberação será compulsória aos vinte e um anos de idade."

A letra C está errada, segundo o STJ: Súmula 492 STJ: O ato infracional análogo ao
tráfico de drogas, por si só, não conduz obrigatoriamente à imposição de medida
socioeducativa de internação do adolescente.
Gabarito: A.

Q122 - O Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA) adota a doutrina da


situação irregular, cujos fundamentos são a situação de abandono e o desvio
de conduta da criança ou do adolescente.

RESPOSTA DA QUESTÃO:
Essa doutrina (situação irregular) é defasada no ordenamento jurídico brasileiro, o
ECA adotou a doutrina da proteção integral. Errada.

Q123 - Para efeito de confrontação, mesmo que não haja dúvida fundada, o
adolescente civilmente identificado será submetido a identificação
compulsória pelos órgãos policiais.

RESPOSTA DA QUESTÃO:
Conforme preconiza o artigo 109 do ECA (Lei 8.069/90):
Art. 109. O adolescente civilmente identificado não será submetido a identificação
compulsória pelos órgãos policiais, de proteção e judiciais, salvo para efeito de
confrontação, havendo dúvida fundada. Errada

Q124 - Afonso, que tem mais de vinte e um anos de idade, é primo da


adolescente Z e, prevalecendo-se de sua relação de parentesco, embora não
tenha autoridade sobre Z, divulgou na Internet cenas pornográficas de que a
adolescente participou, sem que ela consentisse com a divulgação.
Nessa situação, devido à relação de parentesco existente, caso seja
condenado pelo ato praticado, Afonso deverá ter sua pena aumentada.

RESPOSTA DA QUESTÃO:
O erro precípuo da questão está em "Afonso deverá ter sua pena aumentada", e no
artigo 241-A ( Divulgar cena de sexo explícito de criança ou adolescente) não tem a
previsão de causa de aumento.

A questão tentou confundir o candidato com o que prevê o artigo 240 ( Produzir
cenas de sexo explícito de Criança e Adolescente), pois neste delito há causa de
aumento para parentes até o terceiro Grau.

Com isso há dois erros na questão :


1) A tipificação errônea, pois não é pelo art. 240, mas sim pelo art. 241-A.
2) Mesmo que houvesse confusão quanto à tipificação, primo é parente de 4º grau,
não sendo abrangido pela causa de aumento do art.240. Errada

Q125 - Suponha que um cidadão tenha sido preso, mediante determinação


judicial, por supostamente ter filmado cena de sexo explícito envolvendo
adolescentes. Nessa situação, se o cidadão comprovar que tudo não passava
de simulação, não haverá crime e ele deverá ser posto em liberdade.

RESPOSTA DA QUESTÃO:
A simulação é crime! Errado.

Q126 - Conforme o disposto no Estatuto da Criança e do Adolescente (Lei n.º


8.069/1990), o adolescente apreendido por força de ordem judicial e o
adolescente apreendido em flagrante de ato infracional serão,
respectivamente, desde logo, encaminhados

a) à Defensoria Pública e ao Ministério Público.


b) à autoridade judiciária e à autoridade policial competente.
c) à Procuradoria do Estado e à autoridade judiciária competente.
d) ao Conselho Tutelar local e à autoridade policial competente.
e) à autoridade policial competente e ao Ministério Público.

RESPOSTA DA QUESTÃO:
Guarde ISSO, é muito importante!

Art. 171. O adolescente apreendido por força de ordem judicial será, desde logo,
encaminhado à autoridade judiciária.

Art. 172. O adolescente apreendido em flagrante de ato infracional será, desde logo,
encaminhado à autoridade policial competente.
Gab: B

Q127 - Com relação ao Estatuto da Criança e do Adolescente, julgue o


próximo item.

Aplica-se a prescrição penal às medidas socioeducativas.

RESPOSTA DA QUESTÃO:
Súmula 338 do STJ " A prescrição penal é aplicável nas medidas socioeducativas".
Correta.

Q128 - Sobre a Internação, prevista no Estatuto da Criança e do Adolescente


– Lei 8.069/90, como medida sócio-educativa, julgue os itens abaixo:

I - Poderá ser aplicada quando se tratar de ato infracional cometido mediante grave
ameaça ou violência à pessoa.
II - Poderá ser aplicada por reiteração no cometimento de outras infrações graves.
III - Poderá ser aplicada por descumprimento reiterado e injustificável da medida
anteriormente imposta.

a) Somente os itens I e II estão corretos.


b) Somente os itens I e III estão corretos.
c) Somente os itens II e III estão corretos.
d) Nenhum item está correto.
e) Todos os itens estão corretos.

RESPOSTA DA QUESTÃO:
Art. 122. do ECA. Gab: E.

Q129 - Antes da sentença, a internação do adolescente infrator poderá ser


determinada pelo juiz por prazo indeterminado.

RESPOSTA DA QUESTÃO:
O prazo máximo e improrrogável é de 45 dias. Errada.

Q130 - Não constitui crime, mas mera infração administrativa, divulgar pela
televisão, sem autorização devida, o nome de criança envolvida em
procedimento policial pela suposta prática de ato infracional.

RESPOSTA DA QUESTÃO:
Art. 247. Questão certa.

Q131 – Considere que uma autoridade policial de determinado município, ao


transitar em via pública, observou a presença de menores perambulando
pela rua, tendo, de pronto, determinado aos seus agentes a apreensão de
dois deles para fins de averiguação. Nessa situação, a atitude da autoridade
policial está correta por se tratar de adolescentes em situação de risco.

RESPOSTA DA QUESTÃO:
Dispõe sobre o Estatuto da Criança e do Adolescente e dá outras providências.
Art. 230. Privar a criança ou o adolescente de sua liberdade, procedendo à sua
apreensão sem estar em flagrante de ato infracional ou inexistindo ordem escrita da
autoridade judiciária competente:
Pena - detenção de seis meses a dois anos.
Parágrafo único. Incide na mesma pena aquele que procede à apreensão sem
observância das formalidades legais.
Errada.

Q132 - O procedimento de apuração de ato infracional só é aplicável em se


tratando de conduta praticada por adolescente (pessoa entre 12 e 18 anos
de idade). Se o ato praticado for imputável a criança (pessoa de até 12 anos
de idade), o caso deve ser apreciado pelo conselho tutelar na respectiva
localidade.

RESPOSTA DA QUESTÃO:
O que o examinador queria era saber se o candidato sabia que criança não responde
a nenhum tipo de procedimento investigatório. Não há Inquerito Policial, não há
sequer o relatório previsto pelo ECA para os casos em que o adolescente não é preso
em flagrante, mas a Autoridade Policial deve proceder a investigações, por suspeita
de que ele esteja envolvido no ato. O candidato deve saber que a competência para
aplicar as medidas protetivas a crianças (salvo a colocação em família substituta), é
do Conselho Tutelar, enquanto que a competência para aplicar as medidas
socioeducativas a adolescentes é do Juízo da Infância e Juventude. Questão correta.

Q133 - Rodrigo compareceu ao Aeroporto Internacional de Belém com seu


filho Gustavo, de 8 anos de idade, para juntos embarcarem em um vôo com
destino à Venezuela, onde deveriam se encontrar com a mãe da criança, que
havia viajado uma semana antes e deixado com Rodrigo uma autorização por
escrito, sem firma reconhecida, para que ele levasse Gustavo à capital
venezuelana. Nessa situação, o embarque de Gustavo deve ser autorizado
porque, estando ele acompanhado de seu pai, o reconhecimento de firma na
autorização é uma formalidade dispensável.

RESPOSTA DA QUESTÃO:
Para viagens ao exterior, não há necessidade de AUTORIZAÇÃO JUDICIAL nos casos
em que:
1) O menor (nos casos de viagens internacionais, valem as disposições tanto para
crianças quanto para adolescentes) viajar acompanhado de ambos os pais;
2) O menor viajar acompanhado de um dos pais, desde que autorizado
expressamente pelo outro por documento com firma reconhecida.
Isto está previsto no Art. 84 do ECA, em seus incisos I e II.
Errada.

Q134 - Carlo responderá pela prática do crime de oferecimento de substância


entorpecente, sem prejuízo da responsabilização pela posse ilegal de droga
para consumo pessoal.

RESPOSTA DA QUESTÃO:
A conduta praticada por Carlo, no caso trazido pela questão, se amolda ao tipo penal
previsto no art. 33, § 3o.
§ 3o Oferecer droga, eventualmente e sem objetivo de lucro, a pessoa de seu
relacionamento, para juntos a consumirem:
Pena - detenção, de 6 (seis) meses a 1 (um) ano, e pagamento de 700 (setecentos) a
1.500 (mil e quinhentos) dias-multa, sem prejuízo das penas previstas no art. 28.

Além disso, Carlo ainda poderá ser responsabilizado pela posse de droga para uso
pessoal, nos termos do art. 28. GABARITO: C

Q135 - Agente de Atividades Penitenciárias – 2015 – Universa.


Não há óbice legal à substituição da pena privativa de liberdade por
restritiva
de direitos aos condenados por crime de tráfico de entorpecentes.

RESPOSTA DA QUESTÃO:
Na aula de hoje você aprendeu que até existia uma proibição nesse sentido no texto
da lei, mas que foi declarada inconstitucional pelo STF.
GABARITO: C

Q136 - Aquele que oferece droga, eventualmente e sem objetivo de lucro, à


pessoa de seu relacionamento, para juntos a consumirem, pratica

a) contravenção penal.
b) crime equiparado ao uso de drogas.
c) crime, mas que não está sujeito à pena privativa de liberdade.
d) crime de menor potencial ofensivo.
e) conduta atípica.

RESPOSTA DA QUESTÃO:
Essa questão foi muito bem elaborada pela Vunesp! Veja bem, a lei tipifica essa
conduta como crime, e isso você já sabe, certo? Isso já é suficiente para excluir as
alternativas A e E.

§ 3o Oferecer droga, eventualmente e sem objetivo de lucro, a pessoa de seu


relacionamento, para juntos a consumirem:
Pena - detenção, de 6 (seis) meses a 1 (um) ano, e pagamento de 700 (setecentos) a
1.500 (mil e quinhentos) dias-multa, sem prejuízo das penas previstas no art. 28.
Vemos, portanto, que há previsão de pena privativa de liberdade, e por isso as
alternativas B e C também não podem ser corretas. A partir desse raciocínio você já
acertaria a questão por exclusão, mas certamente você também já estudou a Lei no
9.099/1995, que define os crimes de menor potencial ofensivo como aqueles para os
quais a lei comina pena máxima não superior a 2 anos, cumulada ounão com multa.
GABARITO: D

Q137 - O comércio de substâncias entorpecentes sem autorização ou em


desacordo com determinação regulamentar, praticado por bombeiro militar
uniformizado, mediante o uso de sua viatura para o transporte das
substâncias e com uso ostensivo de arma de fogo, permite a majoração da
pena-base do delito de tráfico de um sexto a dois terços.

RESPOSTA DA QUESTÃO:
Aqui estamos diante da previsão do art. 40, II. Vamos relembrar!?
Art. 40. As penas previstas nos arts. 33 a 37 desta Lei são aumentadas de um sexto
a dois
terços, se:
[...]
II - o agente praticar o crime prevalecendo-se de função pública ou no desempenho
de missão de educação, poder familiar, guarda ou vigilância;
GABARITO: C

Q138 - Na Lei de Drogas, é prevista como crime a conduta do agente que


oferte
drogas, eventualmente e sem objetivo de lucro, a pessoa do seu
relacionamento, para juntos a consumirem, não sendo estabelecida distinção
entre a oferta dirigida a pessoa imputável ou inimputável.

RESPOSTA DA QUESTÃO:
Se as drogas forem oferecidas a menores, o agente incorrerá no aumento de pena
previsto no art. 40, VI. Não se pode dizer, portanto, que é indiferente oferecer drogas
para imputável ou inimputável. O Cespe deu a assertiva como errada no gabarito
preliminar, e depois alterou o gabarito. Diversos professores entendem que foi um
erro da banca, e que a questão não pode estar correta, e por isso estou mantendo o
gabarito como errado, ok?
GABARITO: E

Q139 - O reincidente específico em tráfico ilícito de entorpecentes e drogas


afins poderá pleitear o livramento condicional após cumprir dois terços da
sua
pena privativa de liberdade.

RESPOSTA DA QUESTÃO:
O reincidente específico no crime de tráfico de drogas não poderá ser beneficiado com
livramento condicional, conforme art. 44, parágrafo único.
GABARITO: E

Q140 - O agente primário, de bons antecedentes, que não se dedique a


atividades criminosas nem integre organização criminosa, pratica o
denominado tráfico privilegiado, o que resulta em redução da pena. Esses
requisitos são subjetivos e cumulativos.

RESPOSTA DA QUESTÃO:
No crime de tráfico (art. 33, caput) e nos delitos equiparados (§ 1º), poderá haver
redução de pena de um sexto a dois terços, desde que o agente seja primário, tenha
bons antecedentes e não se dedique a atividades criminosas nem integre organização
criminosa. Os requisitos são subjetivos e cumulativos, isto é, se faltar qualquer um
deles, a redução da pena é inaplicável. GABARITO: C

Q141 - Suponha que Manoel, penalmente capaz, em caráter eventual e sem


fins lucrativos, forneça droga ao amigo Carlos, também imputável, e, juntos,
sejam flagrados pela polícia no momento do uso e que Manoel, de pronto,
alegue a posse da substância, afirmando tê-la fornecido ao amigo
gratuitamente. Nessa situação, a conduta de Manoel configura o tipo penal
privilegiado do tráfico ilícito de entorpecentes, que tem por finalidade
abrandar a punição daquele que compartilha substância entorpecente com
amigos.

RESPOSTA DA QUESTÃO:
Esta questão é polêmica, pois referiu-se à possibilidade prevista no §3° do art. 33 da
Lei de Drogas, chamando-o de tráfico privilegiado, quando a maior parte da Doutrina
usa esse termo para referir-se à situação prevista no §4°. Vamos relembrar a redação
dos dois dispositivos?

§ 3o Oferecer droga, eventualmente e sem objetivo de lucro, a pessoa de seu


relacionamento, para juntos a consumirem:
§ 4o Nos delitos definidos no caput e no § 1o deste artigo, as penas poderão ser
reduzidas de um sexto a dois terços, vedada a conversão em penas restritivas de
direitos, desde que o agente seja primário, de bons antecedentes, não se dedique às
atividades criminosas nem integre organização criminosa.

Para que esteja configurado o crime de uso compartilhado, ou tráfico de menor


potencial ofensivo, chamado pelo Cespe de tráfico privilegiado, é necessária a
concomitância de alguns elementos: o oferecimento da droga de forma eventual para
pessoa do seu relacionamento, a ausência do objetivo de lucro, e o consumo
conjunto.

Lembre-se também de que a gratuidade, por si só, não é capaz de descaracterizar o


crime de tráfico de drogas. GABARITO: C

Q142 - As penas cominadas ao delito de tráfico de drogas serão aumentadas


de um sexto a dois terços se o agente tiver utilizado transporte público com
grande aglomeração de pessoas para passar despercebido, sendo irrelevante
se ofereceu ou tentou disponibilizar a substância entorpecente para os
outros
passageiros.

RESPOSTA DA QUESTÃO:
O art. 40 prevê aumento de pena se o crime de tráfico for cometido nos seguintes
locais, independentemente de qualquer outra circunstância:

a) Estabelecimentos prisionais;
b) Estabelecimentos de ensino;
c) Estabelecimentos hospitalares;
d) Sedes de entidades estudantis, sociais, culturais, recreativas, esportivas ou
beneficentes;
e) Locais de trabalho coletivo;
f) Recintos onde se realizem espetáculos ou diversões de qualquer natureza;
g) Estabelecimento de serviços de tratamento de dependentes de drogas ou de
reinserção social;
h) Unidades militares ou policiais;
i) Transportes públicos.

O gabarito original da questão era correto, mas o STF hoje mudou seu entendimento
acerca da utilização de transportes públicos, considerando o aumento de pena apenas
quando houver a comercialização do droga dentro do próprio transporte.

―O ministro aplicou ao caso a jurisprudência do STF no sentido de que a causa


majorante somente incide quando demonstrada a intenção do agente em praticar a
comercialização do entorpecente no interior do veículo de transporte público. Ambas
as Turmas do STF já se pronunciaram nesse sentido, ressaltou o ministro Teori em
sua decisão.‖

GABARITO: E

Q143 - As atividades de prevenção do uso indevido, atenção e reinserção


social de usuários e dependentes de drogas a serem desenvolvidas pelo
SISNAD incluem a adoção de estratégias preventivas diferenciadas e
adequadas às especificidades socioculturais das diversas populações, como a
internação compulsória.

RESPOSTA DA QUESTÃO:
Nos dispositivos que tratam dos princípios que norteiam as ações do SISNAD não se
menciona a internação compulsória. Lembre-se deste posicionamento, ok?
GABARITO: E

Q144 - As plantações ilícitas deverão ser imediatamente destruídas pelas


autoridades de polícia judiciária, que recolherão quantidade suficiente para
exame pericial, de tudo lavrando auto de levantamento das condições
encontradas, com a delimitação do local, asseguradas as medidas
necessárias para a preservação da prova.

RESPOSTA DA QUESTÃO:
A questão foi formulada antes da alteração do art. 32 pela Lei no 12.961/2014. A
principal mudança foi a menção ao delegado de polícia em vez das ―autoridades de
polícia judiciária‖. Acredito que isso não invalida a questão, mas fique atento a essa
alteração, ok? GABARITO: C

Q145 - QUESTÃO 20. PC-CE – Inspetor de Polícia – 2012 – Cespe.


O inquérito policial instaurado para a apuração da prática de tráfico de
drogas deverá ser concluído no prazo de trinta dias, se o indiciado estiver
preso, e de noventa dias, quando solto, sendo certo que tais prazos poderão
ser duplicados pelo juiz, ouvido o MP, mediante pedido justificado da
autoridade de polícia judiciária.

RESPOSTA DA QUESTÃO:
Vamos relembrar os prazos para conclusão do inquérito, previstos no art. 51.
PRAZOS PARA CONCLUSÃO DO INQUÉRITO POLICIAL
INDICIADO PRESO 30 dias É possível prorrogar por mais 30
INDICIADO SOLTO 90 dias É possível prorrogar por mais 90
GABARITO: C

Q146 - Caso, em juízo, o usuário de drogas se recuse, injustificadamente, a


cumprir as medidas educativas que lhe foram impostas pelo juiz, este poderá
submetê-lo, alternativamente, a admoestação verbal ou a pagamento de
multa.

RESPOSTA DA QUESTÃO:
É estranho falar em medidas alternativas a outras medidas alternativas, mas a regra
do §6° do art. 28 é de que, se o agente se recusar a cumprir as penas previstas, o
juiz deve aplicar admoestação verbal e multa. Essas novas penas, contudo, devem
ser aplicadas sucessivamente, e não alternativamente.
GABARITO: E

Q147 - A conduta de porte de drogas para consumo pessoal possui a


natureza de infração sui generis, porquanto o fato deixou de ser rotulado
como crime
tanto do ponto de vista formal quanto material.

RESPOSTA DA QUESTÃO:
O posicionamento do STF é no sentido de que houve ―despenalização‖, mas a posse
de drogas para consumo pessoal não deixou de ser crime. GABARITO: E

Q148 - A respeito da Lei no 11.343/06, é correto afirmar que há previsão de


delito culposo no rol de crimes.

RESPOSTA DA QUESTÃO:
O crime previsto no art. 38 é culposo (Único da lei):
―Prescrever ou ministrar, culposamente, drogas, sem que delas necessite o paciente,
ou fazê-lo em doses excessivas ou em desacordo com determinação legal ou
regulamentar‖. Certo.

Q149 - Em relação ao crime de tráfico de drogas, considera-se, tráfico


privilegiado o praticado por agente primário, com bons antecedentes
criminais, que não se dedica a atividades criminosas nem integra
organização criminosa, sendo lhe aplicada a redução de pena de um sexto a
dois terços, independentemente de o tráfico ser nacional ou internacional e
da quantidade ou espécie de droga apreendida, ainda que a pena mínima
fique aquém do mínimo legal.

RESPOSTA DA QUESTÃO:
O art. 33, §4° da Lei de Drogas define o tráfico privilegiado: as penas poderão ser
reduzidas de um sexto a dois terços, desde que o agente seja primário, de bons
antecedentes, não se dedique às atividades criminosas nem integre organização
criminosa. Perceba que a lei não faz restrições e nem excepciona o tráfico
internacional. A Jurisprudência do STJ também é no sentido de que a natureza e
quantidade da droga apreendida não impedem a aplicação da diminuição de pena
neste caso.

GABARITO: C

Q150 - De acordo com a legislação que tipifica o tráfico ilícito e o uso


indevido de drogas, são consideradas entorpecentes aquelas capazes de
produzir dependência física ou psíquica, constantes nas relações publicadas
em conjunto com a lei específica, por esta constituir norma penal em branco.

RESPOSTA DA QUESTÃO:
Vimos que o crime de tráfico de drogas é considerado normal penal em branco, pois o
conceito de drogas deve ser estabelecido por meio de lei específica ou de ato do
Poder Executivo. Atualmente este papel é desempenhado pela Portaria MS/SVS n°
344/1998. GABARITO: C
Q151 - Considerando que um usuário com 20 anos seja flagrado trazendo
consigo, para uso próprio, pequena quantidade de droga, segundo o Art. 28
da referida Lei, este poderá ser submetido à pena de prisão simples, de seis
meses a um, dois anos.

RESPOSTA DA QUESTÃO:
Se o usuário tem 20 anos, é penalmente imputável. Se é penalmente imputável e
estava trazendo consigo, para uso próprio, pequena quantidade de drogas,
certamente ele comete o crime de posse (ou porte) de drogas para consumo pessoal.
Se comete esse crime, incorrerá em uma das seguintes penas: advertência sobre os
efeitos das drogas, prestação de serviços à comunidade a medida educativa de
comparecimento a programa ou curso educativo.
Gabarito: Errado

Q152 - Quem adquirir, guardar, tiver em depósito, transportar ou trouxer


consigo, para consumo pessoal, drogas sem autorização ou em desacordo
com determinação legal ou regulamentar só poderá ser submetido às
seguintes penas: advertência sobre os efeitos das drogas, prestação de
serviços à comunidade ou medida educativa de comparecimento a programa
ou curso educativo.

RESPOSTA DA QUESTÃO:
Perfeito! Veja que muda a organizadora, mas a abordagem é exatamente a mesma!!
Essas são de fato as penas previstas para quem comete o crime de posse ou porte de
drogas para consumo pessoal. Gabarito: Certo

Q153 – No caso de porte de substância entorpecente para uso próprio, não


se impõe prisão em flagrante, devendo o autor de fato ser imediatamente
encaminhado ao juízo competente ou, na falta deste, assumir o compromisso
de a ele comparecer.

RESPOSTA DA QUESTÃO:
A questão nos pede o conhecimento do processo penal para quem comete o crime de
posse de drogas para o consumo pessoal. Vimos que, em se tratando desse tipo de
crime, não se imporá prisão em flagrante, devendo o autor do fato ser imediatamente
encaminhado ao juízo competente.
Repetindo para não esquecer: a vedação da prisão em flagrante para esse crime (se
cometido sem o concurso de outros, é claro) é absoluta, não estando condicionada à
aceitação do agente em cooperar com a Justiça. Não será possível a prisão em
flagrante, nem mesmo se houver recusa do agente em comparecer em juízo.
Gabarito: Certo

Q154 - As glebas cultivadas com plantações ilícitas serão desapropriadas por


interesse público, mediante indenização ao proprietário por meio de títulos
da
dívida pública resgatáveis apenas após a comprovação de que as plantações
ilícitas foram eliminadas da propriedade.

RESPOSTA DA QUESTÃO:
O elaborador da questão só podia estar meio doidão ao fazer a afirmação de que,
nesses casos, há indenização ao proprietário e que ela é feita por meio de títulos da
dívida pública resgatáveis apenas após a comprovação de que as plantações ilícitas
foram eliminadas da propriedade. Foi longe demais!! Errada.

Q155 - Se um indivíduo, imputável, ao regressar de uma viagem realizada a


trabalho na Argentina, for flagrado na fiscalização alfandegária trazendo
consigo 259 frascos da substância denominada lança-perfume e, indagado a
respeito do material, alegar que desconhece as propriedades toxicológicas
da substância e sua proibição no Brasil em face do uso frequente nos bailes
carnavalescos, onde pretende comercializar o produto, nessa situação, a
alegação de desconhecimento das propriedades da substância e ignorância
da lei será inescusável, não se configurando erro de proibição.

RESPOSTA DA QUESTÃO:
Caro aluno, você que estuda o Direito Penal sabe que no erro de proibição o sujeito
sabe o que faz, mas entende lícito quando, na verdade, é ilícito. O fato de um
indivíduo alegar desconhecer as propriedades toxicológicas da substância e a
proibição de sua comercialização no Brasil não é uma justificativa plausível para
trazer consigo 259 frascos de lança-perfume e ainda afirmar que irá comercializá-los!
Para esse caso, não há que se falar em erro de proibição. Gabarito: Certo

Q156 - A legislação em vigor acerca do tráfico ilícito de entorpecente


possibilita ao condenado por tráfico ilícito de entorpecente, desde que seja
réu primário, com bons antecedentes e que não se dedique às atividades
criminosas nem integre organização criminosa, a redução de um sexto a dois
terços de sua pena, bem como a conversão desta em penas restritivas de
direitos, desde que cumpridos os mesmos requisitos exigidos para a redução
da pena.

RESPOSTA DA QUESTÃO:
Há de fato a possibilidade dada pela Lei de Drogas de o condenado ao tráfico ilícito de
entorpecentes ter reduzida de um sexto a dois terços sua pena desde que seja réu
primário, de bons antecedentes e que não se dedique a atividades criminosas e nem
a quadrilhas. Isso você não tem dúvidas, não é mesmo??

Quanto à afirmação de que é possível a conversão da pena em penas restritivas de


direitos, a questão está, para os dias atuais, corretíssima também! Isso porque a
publicação da Resolução do Senado Federal nº 05/12, modificou redação do § 4º, do
art. 33, da Lei de Drogas, excluindo a vedação, antes existente, às penas restritivas
de direito para aqueles que se enquadre nas condições acima.

Para sua prova, não se esqueça: vale a nova redação do referido artigo que assim
ficou:

―§ 4o Nos delitos definidos no caput e no § 1o deste artigo, as penas poderão ser


reduzidas de um sexto a dois terços, vedada a conversão em penas restritivas de
direitos, desde que o agente seja primário, de bons antecedentes, não se dedique às
atividades criminosas nem integre organização criminosa. (Vide Resolução nº 5, de
2012)‖ Gabarito: Certo

Q157 - A nova Lei de Tóxicos, Lei n.º 11.343/2006, não veda a conversão da
pena imposta ao condenado por tráfico ilícito de entorpecentes em pena
restritiva de direitos.
RESPOSTA DA QUESTÃO:
Para aqueles que são réus primários, de bons antecedentes e que não se dediquem a
atividades criminosas ou não integrem organização criminosa. Para esses réus, de
fato não há mais a vedação.

Agora, se esse réu não tiver tais características, a ele será terminantemente vedada a
conversão de pena de que trata a assertiva. A questão erra ao generalizar e englobar
TODOS os condenados na possibilidade de ter suas penas convertidas em penas
restritivas de direito. Gabarito: Errado

Q158 – É vedada a progressão de regime do réu condenado por tráfico de


drogas, devendo aquele cumprir a totalidade da pena em regime fechado.

RESPOSTA DA QUESTÃO:
Não se espante com essa assertiva, pois ela se reporta a mais uma novidade trazida
pela Lei 11.464/07 (aquela que modificou a Lei de Crimes Hediondos, lembra?). Você
já estudou aqui que, a partir da vigência da Lei de Drogas, o tráfico ilícito passou a
ser considerado apenas um crime equiparado ao hediondo.

Pois bem, até antes da publicação da Lei 11.464/07, os condenados a crimes


hediondos (ou equiparados) tinham que cumprir toda a pena em regime fechado sem
direito à progressão. Importante: a partir de sua vigência, os condenados a esses
crimes passaram a gozar do direito à progressão de 2/5 da pena se primários e 3/5
se reincidentes. Não se esqueça! Gabarito: Errado

Q159 - Para que se configure o crime de Associação para o Tráfico, previsto


no art. 35 da Lei 11.343/06, é necessária a associação de, no mínimo, três
pessoas.
RESPOSTA DA QUESTÃO:
Para que seja caracterizado o crime de associação para o tráfico, tipificado no art. 35
da Lei 11.343/06, basta que duas pessoas se associem para a sua prática. Gabarito:
Errado

Q160 - A Lei n.º 11.343/2006 possibilita o livramento condicional ao


condenado por tráfico ilícito de entorpecente após o cumprimento de três
quintos da pena de condenação, em caso de réu primário, e dois terços, em
caso de réu reincidente, ainda que específico.

RESPOSTA DA QUESTÃO:
Estamos diante de uma afirmativa bem simples cobrada para um cargo de alto nível,
o de Juiz Substituto! Para você, meu aluno do Estratégia, tenho certeza que foi de
fácil solução. Acabamos de comentar que há sim a previsão de livramento condicional
depois de cumpridos 2/3 da pena. E só para réus primários, pois se o réu for
reincidente específico, não há o que se falar dessa possibilidade. Gabarito: Errado

Q161 - Segundo decisão do Supremo Tribunal Federal, as sanções do art. 28


da Lei n. 11.343 (posse para consumo pessoal) não são consideradas de
natureza penal propriamente dita, inserindo-se no chamado direito penal
sancionador.

RESPOSTA DA QUESTÃO:
Segundo o entendimento dos tribunais superiores, a conduta do art. 28 da Lei de
Drogas é sim considerada crime e, por isso, as sanções previstas no referido
dispositivo são sim consideradas de natureza penal. (Errado)

Q162 - Conforme determinação do art. 41 da Lei 11.343/06, o indiciado ou


acusado que colaborar voluntariamente com a investigação policial e com o
processo criminal na identificação dos demais coautores e partícipes do
crime, no caso de condenação, terá pena reduzida de 1/6(um sexto) a 2/6
(dois sextos).

RESPOSTA DA QUESTÃO:
A ponte de diamante (delação premiada) permite reduzir a pena de 1/3 a 2/3. Errada.

Q163 – Para a lavratura do auto de prisão em flagrante, é suficiente o laudo


de constatação da natureza e quantidade da droga, o qual será
necessariamente firmado por perito oficial.

RESPOSTA DA QUESTÃO: A assertiva está toda quase certinha, mas erra ao seu
final quando afirma que o laudo de constatação da natureza e quantidade da droga
será necessariamente firmado por perito oficial. O art. 50, em seu § 1º, afirma que
uma pessoa idônea também poderá firmar o referido laudo. Gabarito: Errado

Q164 - Para a lavratura do auto de prisão em flagrante, não se faz


necessário
laudo de constatação da natureza e quantidade da droga.

RESPOSTA DA QUESTÃO:
É claro que para a lavratura do auto de prisão em flagrante é necessário laudo de
constatação da natureza (ex: cocaína pura escama de peixe) e quantidade da droga.
Errada.

Q165 - Em qualquer fase da persecução criminal, é permitida, mediante


autorização judicial e ouvido o MP, a não-atuação policial sobre os
portadores
de drogas que se encontrem no território brasileiro, com a finalidade de
identificar e responsabilizar maior número de integrantes de operações de
tráfico e distribuição, ainda que não haja conhecimento sobre a identificação
dos agentes do delito ou de colaboradores.

RESPOSTA DA QUESTÃO:
A não-atuação é permitida pela Lei, mas desde que sejam conhecidos o itinerário
provável e a identificação dos agentes do delito ou de colaboradores. A questão
equivoca-se ao usar a expressão ―ainda que não haja conhecimento sobre a
identificação dos agentes do delito ou de colaboradores‖. Errada.

Q166 - Em se tratando de crime de tráfico de drogas, não se consideram,


para a fixação da pena, com preponderância sobre o previsto no art. 59 do
CP, a natureza e a quantidade da substância entorpecente.

RESPOSTA DA QUESTÃO:
Questão recentíssima para JUIZ, pasme! A essa altura do campeonato você já está
cansado de saber que a natureza e a quantidade da substância entorpecente serão
consideradas com preponderância (princípio da preponderância) para a fixação da
pena. O item afirma o contrário.

Q167 - O juiz, na fixação das penas dos crimes previstos na Lei


11.343/2006,
considerará, com preponderância sobre o previsto no art. 59 do Código
Penal, a natureza e a quantidade da substância ou do produto, a
personalidade e a
conduta social do agente.

RESPOSTA DA QUESTÃO:
Perfeito, esse é o princípio da preponderância. Talvez também seja relevante você
levar para sua prova que será aplicada a primeira FASE da aplicação da pena, pelo
juiz.
Certa.

Q168 - Não será preso em flagrante e tampouco estará obrigado a recolher


fiança o autor do fato que, após a lavratura do termo circunstanciado, for
imediatamente encaminhado ao juizado ou assumir o compromisso de a ele
comparecer.

RESPOSTA DA QUESTÃO:
Essa é a disposição literal da lei de Juizados Especiais Criminais. Correta.

Q169 - Em relação ao conceito de infração penal de menor potencial


ofensivo, é correto afirmar que são os crimes e as contravenções penais a
que a lei comina pena máxima inferior ou igual a dois anos, cumulada ou não
com multa.

RESPOSTA DA QUESTÃO:
Perfeito, essa é a definição exata dada pela Lei 9.099 em seu art. 61. Correta.

Q170 - Os atos processuais dos juizados especiais criminais poderão ser


realizados nos finais de semana, à exceção dos domingos e feriados.

RESPOSTA DA QUESTÃO:
A regra da Lei nº 9.099/1995 é a seguinte: os atos processuais serão públicos e
poderão realizar-se em horário noturno e em qualquer dia da semana, conforme
dispuserem as normas de organização judiciária. GABARITO: E

Q171 - No tocante à transação penal, INCORRETO afirmar que

a) incabível a proposta no caso de ter sido o autor da infração condenado, pela


prática de crime, à pena privativa de liberdade, ainda que não definitiva a sentença.
b) a imposição da sanção não constará de certidão de antecedentes criminais, salvo
registro para impedir nova concessão do beneficio no prazo de cinco anos.
c) incabível a proposta no caso de o agente ter sido beneficiado anteriormente nos
mesmos moldes, no prazo de cinco anos, pela aplicação de pena restritiva.
d) a imposição da sanção não terá efeitos civis, cabendo aos interessados propor ação
cabível no juízo cível.

RESPOSTA DA QUESTÃO:
Essa questão é interessante para que se identifique várias peculiaridades
existentes na lei, uma delas pode cair na prova.

A alternativa incorreta é a letra A, pois o art. 76, § 2º, da Lei 9.099/95 proíbe a
proposta se o autor da infração tiver sido condenado, pela prática de crime, à pena
privativa de liberdade, por sentença definitiva. A alternativa fala de infração e de
sentença não definitiva. GABARITO: A

Q172 - Nos termos da Lei n.º 9.099/1995, não se admite prisão em flagrante
nas infrações de menor potencial ofensivo.

RESPOSTA DA QUESTÃO:
Cuidado! Só não haverá prisão em flagrante do autor do fato que, após a lavratura do
termo circunstanciado, for imediatamente encaminhado ao juizado ou assumir o
compromisso de a ele comparecer, nos termos do art. 69, parágrafo único. GAB: E

Q173 - Joana foi denunciada pelo barulho produzido no edifício onde reside,
decorrente de instrumentos sonoros e algazarra dos convidados das festas
que ela realizava todos os sábados à noite em seu apartamento, conforme
depoimento dos moradores dos quarenta apartamentos do prédio.

Considerando que essa situação descreve a ocorrência de contravenção


relativa à perturbação do trabalho ou do sossego alheio, e com base nas
regras dispostas na Lei n.º 9.099/1995, que tratam do Juizado Especial
Criminal, assinale a alternativa correta.

a) A competência legal do Juizado é fixada pela pena máxima cominada tanto para as
contravenções penais como para os crimes, a qual não pode ser superior a dois anos,
cumulada ou não com multa.

b) O benefício da suspensão condicional do processo pode ser revogado após o


período de prova, desde que os fatos que ensejaram a revogação tenham ocorrido
antes do término desse período.

c) Não comparecendo a autora do fato à audiência preliminar, marca-se nova data,


providenciando-se sua intimação na forma da lei; faltando as vítimas, o processo será
arquivado.

d) A citação da ré, para que possa exercer o direito de defesa no Juizado, far-se-á
pessoalmente no próprio Juizado, por mandado ou, ainda, por edital, caso não seja
encontrada para ser citada.

e) Havendo necessidade de intimação de algum morador em comarca distinta daquela


em que tramita o processo, o ato será necessariamente realizado por meio da
expedição de carta precatória.

RESPOSTA DA QUESTÃO:
A alternativa A está incorreta porque as contravenções penais são de competência do
JECrim independentemente da pena imposta. A alternativa C está incorreta porque,
na falta do comparecimento de qualquer dos envolvidos, a Secretaria deve
providenciar sua intimação. A alternativa D está incorreta porque a citação será
pessoal e far-se-á no próprio Juizado, sempre que possível, ou por mandado, Art. 18,
III, § 2º Não se fará citação por edital. No Jecrim não há citação por edital. A
alternativa E está incorreta porque não será utilizada carta precatória, conforme art.
67. GABARITO: B

Q174 – JECRIM - Nos casos em que a mencionada lei exige representação


para a propositura da ação penal pública, o ofendido ou seu representante
legal será intimado para oferecê-la no prazo de trinta dias, sob pena de
decadência.

RESPOSTA DA QUESTÃO:
Essa obrigatoriedade está prevista no art. 91 da Lei n° 9.099/1995. GABARITO: C

Q175 - A Lei n.º 9.099, de 1995, instituiu, na esfera estadual, o Juizado


Especial Criminal para julgar as infrações penais de menor potencial
ofensivo. De acordo com essa Lei, a citação será pessoal e far-se-á no
próprio juizado, sempre que possível, ou por mandado. Todavia, quando o
réu encontrar- se em local incerto e não sabido,

a) será citado por edital.


b) o processo será extinto sem resolução de mérito.
c) será decretada a revelia do réu, e o processo terá seu curso normal no Juizado
Especial Criminal.
d) será excluída a competência do Juizado Especial Criminal, e o processo será
encaminhado ao juízo comum.
e) suspender-se-ão o processo e o curso da prescrição até que o réu seja encontrado.

RESPOSTA DA QUESTÃO:
A resposta à nossa questão está no art. 66 da Lei nº 9.099/1995. Vamos relembrar?

Art. 66. A citação será pessoal e far-se-á no próprio Juizado, sempre que possível, ou
por mandado.

Parágrafo único. Não encontrado o acusado para ser citado, o Juiz encaminhará as
peças existentes ao Juízo comum para adoção do procedimento previsto em lei.
GABARITO: D

Q176 - QUESTÃO 17. PC-RN – Agente de Polícia – 2009 – Cespe (adaptada).

Nos crimes em que a pena mínima cominada for igual ou inferior a um ano, o
MP, ao oferecer a denúncia, poderá propor a suspensão do processo, por dois
a quatro anos, observados os demais requisitos legais.

RESPOSTA DA QUESTÃO:
A suspensão condicional do processo é um tema muito importante para sua prova.
Esse instituto está previsto no art. 89 da Lei n° 9.099/1995.

Art. 89. Nos crimes em que a pena mínima cominada for igual ou inferior a um ano,
abrangidas ou não por esta Lei, o Ministério Público, ao oferecer a denúncia, poderá
propor a suspensão do processo, por dois a quatro anos, desde que o acusado não
esteja sendo processado ou não tenha sido condenado por outro crime, presentes os
demais requisitos que autorizariam a suspensão condicional da pena. GABARITO: C
Q177 - Nas infrações penais de menor potencial ofensivo, o juiz não pode
oferecer a proposta de transação penal de ofício ou a requerimento da parte,
uma vez que esse ato é privativo do representante do Ministério Público
(MP),
titular da ação penal pública.

RESPOSTA DA QUESTÃO:
A transação penal é tratada pelo art. 76 da Lei nº 9.099/1995.
Art. 76. Havendo representação ou tratando-se de crime de ação penal pública
incondicionada, não sendo caso de arquivamento, o Ministério Público poderá propor
a aplicação imediata de pena restritiva de direitos ou multas, a ser especificada na
proposta.

Vemos, portanto, que a proposição da transação deve partir do membro do Ministério


Público. GABARITO: C

Q178 - Quando, para a realização de determinado ato, for exigida a


apresentação de documento de identificação, a pessoa responsável pela
exigência fará extrair, no prazo de até cinco dias, os dados que
interessarem, devolvendo, em seguida, o documento ao seu exibidor.

RESPOSTA DA QUESTÃO:
Correta, nos termos do art. 2º da Lei nº 5.553/1968.

Q179 - Nos termos da Lei n.º 5.553/1968, a retenção injustificada de


qualquer
documento de identificação pessoal

a) constitui contravenção penal.


b) constitui crime.
c) constitui infração administrativa, apenas.
d) constitui crime e infração administrativa.
e) não constitui qualquer infração se apresentado por fotocópia autenticada.

RESPOSTA DA QUESTÃO:
O art. 3º da Lei nº 5.553/1968 trata a retenção indevida de documento de
identificação como contravenção penal, inclusive se o documento for apresentado por
meio de fotocópia autenticada. GABARITO: A

Q180 - Nenhuma pessoa física, bem como a nenhuma pessoa jurídica, de


direito público ou de direito privado, é lícito reter qualquer documento de
identificação pessoal, ainda que apresentado por fotocópia autenticada ou
pública-forma, inclusive comprovante de quitação com o serviço militar,
título de eleitor, carteira profissional, certidão de registro de nascimento,
certidão de casamento, comprovante de naturalização e carteira de
identidade de estrangeiro, exceto para a prática de determinado ato em que
for exigida a apresentação de documento de identificação, ocasião em que a
pessoa que fizer a exigência fará extrair, no prazo de até dez dias, os dados
que interessarem, devolvendo, em seguida, o documento ao seu exibidor.

RESPOSTA DA QUESTÃO:
A assertiva reproduz quase integralmente o teor dos arts. 1º e 2º da Lei nº
5.553/1968, exceto por um pequeno detalhe: o prazo para retenção do documento de
identificação para extração de dados é de no máximo 5 dias. GABARITO: E

Q181 - Constitui contravenção penal a retenção injustificada de qualquer


documento de identificação pessoal.

RESPOSTA DA QUESTÃO:
Exato! Cuidado, pois a banca pode tentar confundir você dizendo que se trata de um
crime. Lembre-se! Essa foi a ÚNICA contravenção penal exigida em seu edital do
CFP/PMDF 2018. GABARITO: C

Q182 - Julgue os itens subsecutivos, acerca de crime e aplicação de penas.


Considere que um indivíduo tenha sido condenado por crime hediondo.
Nesse caso, para que possa requerer progressão de regime de pena, esse
indivíduo deve cumprir dois quintos da pena que lhe foi imputada, se for
primário, e três quintos dessa pena, se for reincidente.

RESPOSTA DA QUESTÃO:
A assertiva está de acordo com o art. 2º, §2º da Lei nº 8.072/1990:
§ 2o A progressão de regime, no caso dos condenados aos crimes previstos neste
artigo, dar-se-á após o cumprimento de 2/5 (dois quintos) da pena, se o apenado for
primário, e de 3/5 (três quintos), se reincidente. GABARITO: C

Q183 - É permitida a progressão de regime em crimes hediondos, sendo


necessário, para isso, que o juízo da execução avalie se o condenado
preenche os requisitos objetivos e subjetivos do benefício, podendo
determinar, ainda, a realização de exame criminológico.
RESPOSTA DA QUESTÃO:
Hoje a progressão de regime no cumprimento de pena para o crime hediondo é
permitida, exatamente nesses termos. GABARITO: C

Q184 - Os crimes de extorsão mediante sequestro e sequestro são


equiparados ao hediondo.

RESPOSTA DA QUESTÃO:
Extorsão mediante sequestro é crime hediondo, e não equiparado. GABARITO: E

Q185 - Avalie os tipos de crimes listados a seguir.

I. Extorsão mediante sequestro;


II. Estupro;
III. Qualquer homicídio, simples ou qualificado, desde que doloso;
IV. Falsificação, corrupção, adulteração ou alteração de produto destinado a fins
terapêuticos ou medicinais.

De acordo com a Lei n. 8.072/90, são considerados crimes hediondos:


a) I e II, somente.
b) I e III, somente.
c) I, II e IV, somente.
d) I, III e IV, somente.
e) II, III e IV, somente.
RESPOSTA DA QUESTÃO:
O único item errado é o III, não é mesmo? GABARITO: C

Q186 - São crimes hediondos próprios, assim definidos pela Lei no


8.072/1990, dentre outros,

a) estupro de vulnerável, epidemia com resultado morte e adulteração de produto


destinado a fim terapêutico.
b) extorsão mediante sequestro, desastre ferroviário e incêndio, desde que seguidos
de morte.
c) terrorismo, estupro, atentado violento ao pudor e racismo.
d) homicídio, latrocínio, extorsão mediante sequestro e tráfico ilícito de drogas.
e) atentado contra meio de transporte aéreo, concussão e homicídio qualificado.

RESPOSTA DA QUESTÃO:
A única alternativa que corresponde à nossa lista é a letra A, não é mesmo?
Cuidado para não confundir os crimes hediondos com os equiparados!
GABARITO: A

Q187 - Paulo foi abordado pela polícia na via pública por estar em atitude
suspeita
e, indagado sobre sua identidade, apresentou aos policiais uma cédula de
identidade (RG) rasurada, o que levantou suspeitas. Conduzido para a
Delegacia de Polícia, com base na Lei de Identificação Criminal (Lei no
12.037/2009), ao Delegado de Polícia compete a seguinte conduta registrar
a ocorrência, submetendo Paulo, por despacho fundamentado, a processo
datiloscópico e fotográfico, considerando a rasura do documento
apresentado por ele, com base no artigo 3º, inciso I, da Lei de Identificação
Criminal.

RESPOSTA DA QUESTÃO:
A rasura no documento de identificação é uma das situações que autoriza a
identificação criminal, conforme art. 3º, I. Nessa situação, portanto, o Delegado
deverá registrar a ocorrência, submetendo Paulo à identificação criminal. GABARITO:
E

Q188 - Conforme as regras jurídicas estabelecidas na Lei n.º 12.037/09, o


civilmente identificado não será submetido à identificação criminal, exceto,
entre outras situações, quando o indiciado portar documentos de identidade
distintos, com informações conflitantes entre si.

RESPOSTA DA QUESTÃO:
Mais uma hipótese da lei, vale a pena a leitura de inteiro teor. Certa.

Q189 - Belo Narciso foi indiciado em inquérito policial por crime contra os
costumes, tendo sido identificado criminalmente. No entanto, a respectiva
denúncia não foi aceita e o inquérito foi definitivamente arquivado. Narciso,
preocupado com sua imagem perante terceiros, requereu, em seguida, a
retirada de sua identificação fotográfica do inquérito policial. Neste caso,
considerando o disposto na Lei n.º 12.037/09, é correto afirmar que Narciso
não tem direito à retirada de sua identificação civil, uma vez que esta se
constitui em prova policial, que não pode ser alterada ou suprimida do
inquérito policial.

RESPOSTA DA QUESTÃO:
No caso de não oferecimento da denúncia, ou sua rejeição, ou absolvição, é
facultado ao indiciado ou ao réu, após o arquivamento definitivo do inquérito, ou
trânsito em julgado da sentença, requerer a retirada da identificação fotográfica do
inquérito ou processo, desde que apresente provas de sua identificação civil, nos
termos do art. 7º. Errada.

Q190 - Acerca da identificação criminal, julgue os itens a seguir à luz da Lei


n.o12.037/2009.

Não se equiparam aos documentos de identificação civis os documentos de


identificação militares.

RESPOSTA DA QUESTÃO:
Questão simples e direta, que cobra o teor do art. 2°, parágrafo único, da Lei
n° 12.137/2009. Esse dispositivo trata dos documentos aptos à identificação
civil. Vamos relembrar?

Art. 2º A identificação civil é atestada por qualquer dos seguintes


documentos:
I – carteira de identidade;
II – carteira de trabalho;
III – carteira profissional;
IV – passaporte;
V – carteira de identificação funcional;
VI – outro documento público que permita a identificação do indiciado.
Parágrafo único. Para as finalidades desta Lei, equiparam-se aos
documentos de identificação civis os documentos de identificação militares.
GABARITO: E

Q191 - É vedado mencionar a identificação criminal do indiciado em


atestados de antecedentes ou em informações não destinadas ao juízo
criminal, antes do trânsito em julgado da sentença condenatória.

RESPOSTA DA QUESTÃO:
Este é o perfeito teor do art. 6° da Lei n° 12.037/2009.
Art. 6º É vedado mencionar a identificação criminal do indiciado em atestados de
antecedentes ou em informações não destinadas ao juízo criminal, antes do trânsito
em julgado da sentença condenatória. GABARITO: C

Q192 - Aquele que oferece droga, eventualmente e sem objetivo de lucro, à


pessoa de seu relacionamento, para juntos a consumirem, pratica

a) contravenção penal.
b) crime equiparado ao uso de drogas.
c) crime, mas que não está sujeito à pena privativa de liberdade.
d) crime de menor potencial ofensivo.
e) conduta atípica.
RESPOSTA DA QUESTÃO:
Questão parecida da banca CESPE, que julguei valer a pena ser revista:

Ano: 2015 Banca: CESPE Órgão: DPU Prova: Defensor Público Federal

Considerando que Carlo, maior e capaz, compartilhe com Carla, sua parceira
eventual, substância entorpecente que traga consigo para uso pessoal, julgue o item
que se segue.

A conduta de Carlo configura crime de menor potencial ofensivo. (Certa)


Gabarito: D

Q193 - A doutrina classifica os crimes, quanto à sua gravidade, como


sendo de menor potencial ofensivo, de médio potencial ofensivo, de grave
potencial ofensivo e hediondos. No tocante a estes de maior gravidade,
de acordo com a Lei nº 8.072/90 e a Constituição Federal, atentando-
se à jurisprudência majoritária dos Tribunais Superiores, assinale a
afirmativa correta.

a) O crime de associação para o tráfico é equiparado aos hediondos.


b) O crime de homicídio híbrido (qualificado e privilegiado) ostenta a natureza
de crime de hediondo.
c) O crime de homicídio simples, em hipótese alguma, é considerado hediondo.
d) O condenado pela prática de crime hediondo ou assemelhado pode iniciar o
cumprimento da pena privativa de liberdade em regime mais brando do que o
fechado.
e) O apenado reincidente específico em crime hediondo deverá cumprir 2/3 da
pena para ter direito ao livramento condicional e 3/5 da pena para ter direito à
progressão de regime.

RESPOSTA DA QUESTÃO:
A – Errado - Tanto a associação para o tráfico, como o "uso compartilhado" e o
"induzimento ao uso de drogas" não são equiparados a hediondos.
B – Errado - Crime de homicídio qualificado e privilegiado não permite que o crime
seja considerado hediondo.
C – Errada - O crime de homicídio simples pode ser considerado hediondo quando
praticado por grupo de extermínio.
D – Correta - De acordo com o STF não é mais obrigatório o início do cumprimento da
pena de crime hediondo em regime fechado.
E – Errada - Reincidente específico em crime hediondo não tem direito a livramento
condicional.

DPP - DIREITO PROCESSUAL PENAL

Q1 – Se o crime é de Ação Penal Pública Condicionada a Representação, não


poderá o Inquérito Policial sem ela ser iniciado.

RESPOSTA DA QUESTÃO:
RESPOSTA DA QUESTÃO: Nos crimes de ação penal pública condicionada à
representação, o IP não poderá sem ela ser iniciado. Já nos crimes de ação penal
privada a autoridade só poderá instaurar o IP a requerimento de quem tenha
qualidade para ajuizar a ação penal. Isso é que dispõem os §§ 4º e 5º do art. 5º do
CPP:

Art. 5º (...)
§ 4o O inquérito, nos crimes em que a ação pública depender de representação, não
poderá sem ela ser iniciado.

§ 5o Nos crimes de ação privada, a autoridade policial somente poderá proceder a


inquérito a requerimento de quem tenha qualidade para intentá-la.

Q2 - Sobre os prazos para a conclusão do inquérito policial, é correto afirmar


que nos crimes de competência da Justiça Federal, o prazo é de quinze dias,
prorrogáveis por mais quinze, em regra.

RESPOSTA DA QUESTÃO:
Regra Geral CP: 10 dias, se preso (improrrogável); 30 dias, se solto (prorrogável a
requerimento do delegado e autorizado pelo juiz, quantas vezes for preciso);

Polícia Federal: 15 dias, se preso (prorrogável uma vez por igual período (Depende
de autorização judicial); 30 dias, se solto (prorrogável a requerimento do delegado e
autorizado pelo juiz, quantas vezes for preciso);

Drogas: 30 dias, se preso; 90 dias, se solto (em ambas as situações os prazos


podem ser duplicados a pedido do delegado, com oitiva do MP e deliberação judicial);

Militar: 20 dias, se preso (improrrogável); 40 dias, se solto (prorrogável por mais 20


dias);

Economia Popular: 10 dias, preso ou solto (improrrogável).

Gabarito: Correto.

Q3 - Durante a instrução do Inquérito Policial, são vedados os requerimentos


de diligências pelo ofendido, ou seu representante legal; e pelo indiciado, em
virtude da sua natureza inquisitorial.
RESPOSTA DA QUESTÃO:
Item errado, pois o ofendido (e seu representante legal) e o indiciado podem requerer
à autoridade policial a realização de diligências, nos termos do art. 14 do CPP.

Q4 - Depois de ordenado o arquivamento do inquérito pela autoridade


judiciária, por falta de base para a denúncia, a autoridade policial somente
poderá proceder a novas pesquisas com autorização da autoridade judiciária
que determinou o arquivamento.

RESPOSTA DA QUESTÃO:
Depois de ordenado o arquivamento do inquérito pela autoridade judiciária, por falta
de base para a denúncia, a autoridade policial poderá proceder a novas pesquisas se
de outras provas tiver notícia. Errada.

Q5 - Do despacho que indeferir o requerimento de abertura de


inquérito____________; o inquérito, nos crimes em que a ação pública
depender de representação, ____________.‖

Preenchem as lacunas, completa, correta e respectivamente, as seguintes


expressões:

a) caberá recurso para o Juiz Corregedor … não poderá sem ela ser iniciado
b) caberá recurso para o Juiz Corregedor … só pode ser instaurado mediante
requisição ministerial
c) caberá recurso para o chefe de Polícia … não poderá sem ela ser iniciado
d) caberá recurso para o chefe de Polícia … só poderá ser instaurado mediante
apresentação de prova do fato
e) não caberá recurso … só poderá ser instaurado mediante apresentação de prova do
fato
RESPOSTA DA QUESTÃO: As lacunas são preenchidas facilmente com a análise dos
§§ 2º e 4º do art. 5º do CPP:

Art. 5º (...) § 2o Do despacho que indeferir o requerimento de abertura de inquérito


caberá recurso para o chefe de Polícia.
§ 4o O inquérito, nos crimes em que a ação pública depender de representação, não
poderá sem ela ser iniciado.
Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA É A LETRA C.

Q6 - Nos termos do quanto determina o § 4 do art. 5.º do CPP, o inquérito


que apura crime de ação pública condicionada depende, para instauração, da
respectiva representação.

RESPOSTA DA QUESTÃO:
Essa é campeã de prova, cuidado. Certa.

Q7 - Nos termos do parágrafo terceiro do art. 5.º do CPP: ―Qualquer pessoa


do povo que tiver conhecimento da existência de infração penal em que
caiba ação pública poderá, verbalmente ou por escrito, comunicá-la à
autoridade policial, e esta, verificada a procedência das informações,
mandará instaurar inquérito policial‖. Assim, é correto afirmar que
a) sempre que tomar conhecimento da ocorrência de um crime, a autoridade policial
deverá, por portaria, instaurar inquérito policial.
b) por delatio criminis entende-se a autorização formal da vítima para que seja
instaurado inquérito policial.
c) o inquérito policial será instaurado pela autoridade policial apenas nas hipóteses de
ação penal pública.
d) a notícia de um crime, ainda que anônima, pode, por si só, suscitar a instauração
de inquérito policial.
e) é inadmissível o anonimato como causa suficiente para a instauração de inquérito
policial na modalidade da delatio criminis, entretanto, a autoridade policial poderá
investigar os fatos de ofício.

RESPOSTA DA QUESTÃO:
a) ERRADA: Item errado, pois a autoridade deverá analisar se existem os elementos
mínimos de convicção para a instauração do IP. Além disso, em se tratando de crimes
de ação penal privada ou pública condicionada, a autoridade somente poderá
instaurar o IP se houver requerimento (da vítima ou de quem tenha qualidade para
ajuizar a ação penal) ou representação do ofendido.
b) ERRADA: Item errado, pois a delatio criminis é a notícia de crime levada por
qualquer pessoa à autoridade policial. Pode ser simples, quando se limita à
comunicação do fato delituoso, e pode ser POSTULATÓRIA, quando é realizada pela
vítima (ou quem tenha qualidade para ajuizar queixa-crime ou oferecer
representação), requerendo à autoridade a adoção de providências (instauração de
IP), servindo como representação. Assim, apenas a delatio criminis postulatória se
enquadra no conceito dado pelo enunciado.
c) ERRADA: A autoridade policial pode instaurar IP em relação a crimes de ação penal
pública ou privada, variando apenas os requisitos.
d) ERRADA: A denúncia anônima (delatio criminis inqualificada) não pode
servir, por si só, para a instauração do IP. Segundo entendimento do STF,
nestes casos, a autoridade policial deve proceder a uma ―averiguação prévia‖ da
procedência das informações (diligências preliminares) e, se for o caso, aí sim
instaurar o IP, de ofício.
e) CORRETA: Item correto, pois este é o exato entendimento do STF sobre o tema.
Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA É A LETRA E.

Q8 - O inquérito policial

a) somente será instaurado por determinação do juiz competente.


b) pode ser arquivado por determinação da Autoridade Policial.
c) estando o indiciado solto, deverá ser concluído no máximo em 10 dias.
d) nos crimes de ação pública poderá ser iniciado de ofício.
e) não poderá ser iniciado por requisição do Ministério Público.

RESPOSTA DA QUESTÃO:
a) ERRADA: O IP pode ser instaurado por diversas formas (de ofício, por requisição
do MP, etc.).
b) ERRADA: A autoridade policial NUNCA poderá mandar arquivar autos de IP, nos
termos do art. 17 do CPP.
c) ERRADA: Estando o indiciado solto o prazo para a conclusão do IP é de 30 dias,
prorrogáveis.
d) CORRETA: Item correto, pois nos crimes de ação penal pública o IP pode ser
instaurado de ofício, ainda que seja necessário, no caso de crime de ação penal
pública condicionada à representação, que a autoridade já disponha de manifestação
inequívoca da vítima (representação) no sentido de que deseja a persecução penal.
Cuidado com o termo ―poderá‖, pois na questão em tela, tratamos da exceção.
e) ERRADA: Item errado, pois o IP pode ser instaurado por requisição do MP.
Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA É A LETRA D.

Q9 - Da decisão judicial que determina o arquivamento de autos de inquérito


policial, a pedido do Ministério Público,

a) cabe carta testemunhável.


b) cabe recurso de apelação.
c) cabe recurso em sentido estrito.
d) não cabe recurso.

RESPOSTA DA QUESTÃO:
RESPOSTA DA QUESTÃO: Desta decisão não cabe qualquer recurso, conforme
entendimento dos Tribunais Superiores:
―De outra parte, também não se desconhece a jurisprudência pacífica desta
Corte e do Supremo Tribunal Federal no sentido de que não cabe recurso da
decisão judicial que, acolhendo manifestação do Ministério Público, ordena o
arquivamento de inquérito policial por ausência de justa causa.”

Aproveitando a oportunidade, assimile as seguintes informações:


1. Decisão que determina arquivamento do IP: Não cabe Recurso.
2. MP pede arquivamento e juiz não concorda (aplica-se o Art. 28 do CPP):
Art. 28 Se o órgão do Ministério Público, ao invés de apresentar a denúncia, requerer
o arquivamento do inquérito policial ou de quaisquer peças de informação, o juiz, no
caso de considerar improcedentes as razões invocadas, fará remessa do inquérito ou
peças de informação ao procurador-geral, e este oferecerá a denúncia, designará
outro órgão do Ministério Público para oferecê-la, ou insistirá no pedido de
arquivamento, ao qual só então estará o juiz obrigado a atender.
3. Se o MP oferecer a denúncia e o juiz rejeitar (discordar da existência do
crime), cabe recurso em sentido estrito.

Gabarito: D

Q10 - Considerando o teor da Súmula vinculante n.º 14 do Supremo Tribunal


Federal, no que diz respeito ao sigilo do inquérito policial, é correto afirmar
que a autoridade policial.

a) não poderá, em hipótese alguma, negar vista ao advogado, com procuração com
poderes específicos, dos dados probatórios formalmente anexados nos autos.
b) não poderá negar vista dos autos de inquérito policial ao advogado, entretanto a
extração de cópias reprográficas fica vedada.
c) poderá negar vista dos autos ao advogado caso os elementos de prova do
procedimento investigatório sejam sigilosos para a defesa
d) poderá negar vista dos autos ao advogado caso haja no procedimento
investigatório quebra de sigilo bancário ou degravação de conversas decorrentes de
interceptação telefônica
e) poderá negar vista dos autos ao advogado sempre que entender pertinente para o
bom andamento das investigações.
RESPOSTA DA QUESTÃO: O advogado do indiciado, nos termos da súmula
vinculante nº 14 do STF, deve ter acesso irrestrito aos elementos de prova JÁ
DOCUMENTADOS nos autos do IP. Vejamos:

―É direito do defensor, no interesse do representado, ter acesso amplo aos elementos


de prova que, já documentados em procedimento investigatório realizado por órgão
com competência de polícia judiciária, digam respeito ao exercício do direito de
defesa‖.
Ora, se há alguma diligência a ser realizada e que não possa chegar ao conhecimento
da defesa, sob pena de ser frustrada, somente deve ser juntada aos autos após sua
realização;
Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA É A LETRA A.

Q11 - Considerando-se o art. 28 do Código de Processo Penal, se o órgão do


Ministério Público, ao invés de apresentar a denúncia, requerer o
arquivamento do inquérito policial ou de quaisquer peças de informação, o
juiz, no caso de considerar improcedentes as razões invocadas, fará remessa
do inquérito ou das peças de informação ao procurador-geral, e este
oferecerá a denúncia, designará outro órgão do Ministério Público para
oferecê-la, ou insistirá no pedido de arquivamento, ao qual só então estará o
juiz obrigado a atender.

RESPOSTA DA QUESTÃO:
O chefe do MP poderá concordar ou discordar do membro do MP. Se concordar,
insistirá no pedido de arquivamento e o Juiz deverá acatar. Se discordar, deverá ele
próprio oferecer a denúncia ou designar outro membro do MP para que o faça.
Portanto, a ALTERNATIVA ESTÁ CORRETA.

Q12 - Assinale a alternativa correta no que diz respeito às disposições


relativas ao Inquérito Policial previstas no Código de Processo Penal.

a) Incumbirá à autoridade policial no curso do Inquérito Policial representar


acerca da prisão preventiva.
b) Caso vislumbre notória atipicidade da conduta investigada, a autoridade
policial poderá determinar o arquivamento dos autos do Inquérito Policial.
c) Os instrumentos do crime, bem como os objetos que interessarem à
prova, permanecerão com a autoridade policial após o encaminhamento dos
autos do inquérito policial para análise do Ministério Público e Poder
Judiciário, e serão encaminhados, posteriormente, se o Juiz ou membro do
Ministério Público assim requisitarem.
d) O ofendido, ou seu representante legal, e o indiciado não poderão
requerer qualquer diligência durante o curso do Inquérito Policial em virtude
da natureza inquisitória deste procedimento.
e) Nas comarcas em que houver mais de uma circunscrição policial, a
autoridade com exercício em uma delas não poderá, nos inquéritos a que
esteja procedendo, ordenar diligências em circunscrição de outra, sendo
obrigatória, para tanto, a existência de precatórias ou requisições à
autoridade competente daquela circunscrição.

RESPOSTA DA QUESTÃO:
A) CORRETA: Uma das incumbências da autoridade policial, durante o IP, é
representar ao Juiz pela decretação da preventiva, caso seja necessário, nos termos
do art. 13, IV do CPP.
B) ERRADA: A autoridade policial NUNCA poderá mandar arquivar autos de IP, nos
termos do art. 17 do CPP.
C) ERRADA: Tais objetos serão encaminhados ao Juiz juntamente com o IP, quando
de sua conclusão. Vejamos:
D) ERRADA: Tanto o ofendido quanto o indiciado poderão requerer diligências,
cabendo à autoridade policial decidir pela sua realização, ou não, nos termos do art.
14 do CPP.
E) ERRADA: Item errado, pois o art. 22 do CPP dispõe em sentido exatamente
oposto:

Art. 22. No Distrito Federal e nas comarcas em que houver mais de uma circunscrição
policial, a autoridade com exercício em uma delas poderá, nos inquéritos a que esteja
procedendo, ordenar diligências em circunscrição de outra, independentemente de
precatórias ou requisições, e bem assim providenciará, até que compareça a
autoridade competente, sobre qualquer
fato que ocorra em sua presença, noutra circunscrição.
Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA É A LETRA A.

Q13 - Nos crimes de ação privada, a autoridade policial somente poderá


proceder a inquérito a requerimento de quem tenha qualidade para intentá-
la.

RESPOSTA DA QUESTÃO:
Essa é a exata exigência do art. 5º, §5º do CPP. Correto.

Q14 - De acordo com a regra do art. 10 do CPP, ―o inquérito deverá terminar


no prazo de _____ dias, se o indiciado tiver sido preso em flagrante, ou
estiver preso preventivamente, contado o prazo, nesta hipótese, a partir do
dia em que se executar a ordem de prisão, ou no prazo de______ dias,
quando estiver solto, mediante fiança ou sem ela.‖

Assinale a alternativa que preenche, adequada e respectivamente, as


lacunas do texto.

a) 5 … 15
b) 5 … 30
c) 10 … 30
d) 10 … 90
e) 30 … 90

RESPOSTA DA QUESTÃO: O item que responde corretamente a questão é a letra C,


pois o IP deve ser concluído em 30 dias, no caso de réu solto, ou 10 dias, no caso de
réu preso. Gabarito: C.

Q15 - Em relação ao exercício do direito de defesa no inquérito policial, a


autoridade policial poderá negar ao defensor, no interesse do representado,
ter acesso aos

a) elementos de prova cobertos pelo sigilo.


b) termos de depoimentos prestados pela vítimas, se entender pertinente.
c) elementos de prova que entender impertinentes.
d) elementos de prova, caso o investigado já tenha sido formalmente indiciado.
e) elementos de provas ainda não documentados em procedimento investigatório.

RESPOSTA DA QUESTÃO: A questão é respondida facilmente pela análise da


Súmula Vinculante nº 24 do STF. Gab: E.

Q16 - O requerimento do ofendido ou de quem tenha qualidade para


representá-lo só será apto para a instauração de inquérito policial se dele
constar a individualização do autor da infração.

RESPOSTA DA QUESTÃO:
A vítima não necessita individualizar o autor da infração penal, bastando que narre o
fato de forma que este (o fato) possa ser minimamente individualizado e possa ser
iniciada a persecução penal.

Q17 - A requisição do Ministério Público torna obrigatória a instauração do


inquérito pela autoridade policial.

RESPOSTA DA QUESTÃO:
De fato, a Doutrina entende que a utilização do termo ―requisição‖ pelo CPP indica a
OBRIGATORIEDADE de a autoridade policial instaurar o IP nestes casos. Correta.

Q18 - Para verificar a possibilidade de haver a infração sido praticada de


determinado modo, a autoridade policial poderá proceder à reprodução
simulada dos fatos, ainda que esta contrarie a moralidade ou a ordem
pública.

RESPOSTA DA QUESTÃO:
ERRADA: A reprodução simulada (reconstituição dos fatos) só pode ser realizada caso
não contraria a moralidade e a ordem pública, nos termos do art. 7° do CPP.

Q19 - A incomunicabilidade do indiciado dependerá sempre de despacho nos


autos e somente será permitida quando o interesse da sociedade ou a
conveniência da investigação o exigir.

RESPOSTA DA QUESTÃO:
Esta é a redação literal do art. 21 do CPP. Desta forma, esta alternativa também
estaria correta. No entanto, o instituto da incomunicabilidade é bastante criticado,
principalmente após o advento da Constituição de 1988. Isso porque a Constituição
proíbe a incomunicabilidade até mesmo no estado de defesa, de forma que a Doutrina
entende que, se nessa época de exceção que é o estado de defesa não se admite a
incomunicabilidade, com muito mais razão não se deve admitir esse resquício da
ditadura em tempos ordinários. Errada.

Q20 - A notitia criminis implica sempre no indiciamento de quem foi indicado


como provável autor da infração penal.

RESPOSTA DA QUESTÃO:
O indiciamento é o ato mediante o qual a autoridade policial individualiza o processo
investigatório, delimitando quem efetivamente é considerado como suspeito de ter
praticado o crime. É o direcionamento da investigação, e não necessariamente tem de
ocorrer sobre a pessoa supostamente autora do delito quando da instauração do IP,
pois no curso das investigações pode-se ter conhecimento de que outra pessoa é que
é a provável autora do delito. Errada.

Q21 – O IP não é processo, mas procedimento informativo destinado a reunir


os elementos necessários à apuração da prática de uma infração penal e da
respectiva autoria.

RESPOSTA DA QUESTÃO:
CORRETA - Como vimos, o IP é procedimento informativo, ou seja, não tem natureza
processual, tampouco acusatória, pois é destinado unicamente a reunir elementos
que permitam ao titular da ação penal ajuizá-la (oferecer denúncia ou queixa).

Q22 - O inquérito policial é passível de trancamento por meio de habeas


corpus quando o fato investigado for atípico.

RESPOSTA DA QUESTÃO:
É admitido o trancamento do Inquérito Policial quando lhe faltar justa causa, esse é o
entendimento do STJ. Justa Causa ou Suporte Probatório Mínimo = Existência de
Indícios de Autoria + Materialidade do Fato (GUARDE O QUE É JUSTA CAUSA).
Correta.

Q23 - Arquivado o inquérito policial por despacho do juiz, a requerimento do


Ministério Público, a ação penal a) só poderá ser instaurada com base em
novas provas.

RESPOSTA DA QUESTÃO:
Nos termos do art.18 do CPP, arquivado o IP por falta de base para a denúncia, a
autoridade policial somente poderá proceder a novas pesquisas se tiver notícia de
PROVAS NOVAS. Correta.

Q24 - O inquérito policial

a) poderá ser arquivado por determinação da autoridade policial, desde que


através de despacho fundamentado.
b) pode ser presidido pelo escrivão de polícia, desde que as diligências
realizadas sejam acompanhadas pelo Ministério Público.
c) não exige forma especial, é inquisitivo e pode não ser escrito, em
decorrência do princípio da oralidade.
d) será remetido a juízo sem os instrumentos do crime, os quais serão
devolvidos ao indiciado.
e) não é obrigatório para instruir a ação penal pública que poderá ser
instaurada com base em peças de informação.

RESPOSTA DA QUESTÃO: O IP é um procedimento de natureza administrativa, de


forma necessariamente ESCRITA (art. 9º do CPP), presidido pela autoridade policial,
que não poderá arquivá-lo (art. 17 do CPP).

Ao final do IP, seus autos serão remetidos ao Juiz com os instrumentos do crime, nos
termos do art. 11 do CPP.
Embora seja de grande importância na maioria das vezes, o IP é um procedimento
DISPENSÁVEL, ou seja, a ação penal pode ser ajuizada com base em outros
elementos de convicção, como as peças de informação. LETRA E.

Q25 - Segundo o estabelecido no Código de Processo Penal, no curso do


inquérito policial, o ofendido e o indiciado poderão requerer diligência.

RESPOSTA DA QUESTÃO:
Tanto o ofendido quanto o indiciado poderão requerer diligências, que serão deferidas
ou não pela autoridade policial, nos termos do art. 14 do CPP. Certa.

Q26 - Se o acusado estiver preso preventivamente o inquérito policial deverá


terminar dentro do prazo de

a) 30 dias, contado o prazo a partir da data da instauração do inquérito pela


Autoridade Policial.
b) 10 dias, contado o prazo a partir do dia em que se executar a ordem de prisão.
c) 10 dias, contado o prazo a partir da data da instauração do inquérito policial pela
Autoridade Policial.
d) 30 dias, contado o prazo a partir do dia em que se executar a ordem de prisão.
e) 15 dias, contado o prazo a partir do dia em que se executar a ordem de prisão.

RESPOSTA DA QUESTÃO: O prazo para a conclusão do IP, no caso de estar o


indiciado preso preventivamente, é de 10 dias, contado o prazo a partir do dia em
que se executar a ordem de prisão. Gab: B

Q27 - Nos crimes de ação exclusivamente privada, o inquérito policial deverá


ser instaurado

a) a requerimento escrito de qualquer pessoa que tiver conhecimento do


fato.
b) pela autoridade policial, de ofício.
c) a requerimento de quem tenha qualidade para intentá-la.
d) através de requisição do Ministro da Justiça.
e) a requerimento verbal de qualquer pessoa que tiver conhecimento do fato.
RESPOSTA DA QUESTÃO: O inquérito policial, neste caso, somente poderá ser
instaurado a requerimento de quem tenha qualidade para ajuizar a ação penal
privada. Gab: C

Q28 - Instaurado o inquérito policial por crime de ação penal pública, a


autoridade policial formulou pedido de prazo para a sua conclusão. O juiz, no
entanto, entendendo que não há prova suficiente da autoria, a requerimento
do indiciado, determinou o arquivamento dos autos. Nesse caso, o juiz

a) só poderia ordenar o arquivamento se houvesse requerimento do Ministério Público


nesse sentido.
b) só poderia ordenar o arquivamento antes do encerramento do inquérito se
houvesse representação da autoridade policial nesse sentido.
c) poderia mandar arquivar o inquérito independentemente do assentimento do
Ministério Público e da autoridade policial.
d) só poderia ordenar o arquivamento se o crime fosse de ação penal privada.
e) só poderia ordenar o arquivamento se o crime fosse de ação penal pública
condicionada à representação do ofendido.

RESPOSTA DA QUESTÃO: Neste caso, o magistrado só poderia ordenar o


arquivamento se houvesse requerimento do Ministério Público nesse sentido, pois o
MP é o titular da ação penal pública.

Q29 - Na dinâmica do inquérito policial NÃO se inclui

a) o reconhecimento de pessoas e coisas.


b) as acareações.
c) o pedido de prisão temporária.
d) a apreensão dos objetos que tiverem relação com o fato, após liberados pelos
peritos criminais.
e) a apresentação, através de advogado, de defesa preliminar por parte do indiciado.

RESPOSTA DA QUESTÃO: Não há que se falar, no bojo do inquérito policial, de


defesa preliminar, por ausência de previsão legal, por uma razão simples: No
inquérito não há acusação, logo, não há do que se defender. Gab: A

Q30 - O inquérito policial poderá ser instaurado mesmo se não houver


nenhuma suspeita quanto à autoria do delito.

RESPOSTA DA QUESTÃO:
Não é necessário qualquer indício de autoria para que o IP seja instaurado, bastando
que haja indícios da materialidade (existência) do delito. Correta.

Q31 - O inquérito policial, em regra, deverá terminar no prazo de 10 dias, se


o indiciado estiver preso preventivamente ou em flagrante.

RESPOSTA DA QUESTÃO:
O IP deverá ser encerrado em 30 dias, no caso de indiciado solto, ou em 10 dias,
caso o indiciado esteja preso. Correto.

Q32 - A representação é indispensável para a propositura da ação penal


condicionada, mas a instauração do inquérito policial dela independe.

RESPOSTA DA QUESTÃO:
Em se tratando de ação penal pública condicionada à representação, e em não tendo
havido a prisão em flagrante do infrator, a instauração do IP dependerá,
necessariamente, de representação da vítima ou de seu representante legal, nos
termos do art. 5º, §4º do CPP. Errada.

Q33 – O arquivamento do inquérito por ausência de justa causa permite um


posterior desarquivamento pela autoridade competente, caso surjam novas
provas.

RESPOSTA DA QUESTÃO:
O arquivamento por justa causa (ausência de elementos de prova para o ajuizamento
da ação penal) não impede o desarquivamento caso surjam NOVAS provas, nos
termos do art. 18 do CPP. Diz-se, assim, que este tipo de arquivamento não faz
―coisa julgada material‖, pois permite a reabertura do caso na hipótese do
aparecimento de provas novas. Correta.

Q34 - Glória foi vítima de um crime de estupro praticado no interior de sua


residência. Sendo a natureza da ação pública condicionada à representação,
compareceu, então, à Delegacia, narrou o ocorrido e manifestou o interesse
na apuração do fato, razão pela qual foi instaurado inquérito. Considerando a
hipótese narrada e as características do inquérito policial, é correto afirmar
que caso houvesse indícios da autoria e prova da materialidade delitiva, a
instauração de inquérito policial seria prescindível para propositura da ação
penal.

RESPOSTA DA QUESTÃO:
O IP é um procedimento DISPENSÁVEL, motivo pelo qual é possível sua dispensa caso
o titular da ação penal já disponha dos elementos de prova necessários (prova da
materialidade e indícios de autoria). Correta.

Q35 - O inquérito policial tem como algumas de suas principais


características a oralidade, a oficialidade e oficiosidade.

RESPOSTA DA QUESTÃO:
A oralidade não é uma das características do IP, que é um procedimento ESCRITO. O
IP é um documento formal (princípio da formalidade) de procedimento (condução)
informal.

Q36 - No dia 30 de março de 2014, Marta foi vítima de um crime de


homicídio, razão pela qual foi instaurado inquérito policial para identificação
do autor do delito. Após diversas diligências, não foi possível identificar a
autoria, razão pela qual foi realizado o arquivamento do procedimento, pela
falta de justa causa, de acordo com as exigências legais. Ocorre que, em
abril de 2015, a
filha de Marta localizou o aparelho celular de Marta e descobriu que seu
irmão, Lúcio, havia enviado uma mensagem de texto para sua mãe, no dia 29
de março de 2014, afirmando para a vítima ―se você não me emprestar
dinheiro novamente, arcará com as consequências‖. Diante disso, a filha de
Marta apresentou o celular de sua mãe para a autoridade policial.
Considerando a situação narrada, é correto afirmar que o arquivamento do
inquérito policial não fez coisa julgada material, mas não mais caberá
desarquivamento, pois passados mais de 06 meses desde a decisão.
RESPOSTA DA QUESTÃO:
Em tendo sido arquivado o IP por falta de provas (falta de base para a denúncia), é
possível seu desarquivamento, caso haja notícia do surgimento de prova NOVA, nos
termos do art. 18 do CPP.

Assim, no presente caso, a decisão de arquivamento NÃO fez coisa julgada material,
pois é possível o desarquivamento dos autos do IP, a fim de que sejam retomadas as
investigações, já que há notícia de prova NOVA. Errada.

Q37 - Um Delegado de Polícia determina a instauração de inquérito policial


para apurar a prática do crime de receptação, supostamente praticado por
José. Com relação ao Inquérito Policial, assinale a afirmativa que não
constitui sua característica.
A) Escrito.
B) Inquisitório.
C) Indispensável.
D) Formal.

RESPOSTA DA QUESTÃO: O inquérito policial possui algumas características, dentre


elas a característica da DISPENSABILIDADE. O IP é dispensável, ou seja, não é
obrigatório para o oferecimento da ação penal. Dado seu caráter informativo (busca
reunir informações), caso o titular da ação penal já possua todos os elementos
necessários ao oferecimento da ação penal, o Inquérito será dispensável. Um dos
artigos que fundamenta isto é o art. 39, § 5° do CPP. A ALTERNATIVA CORRETA É A
LETRA C.

Q38 - O inquérito pode ser considerado indisponível para a autoridade


policial, já que, uma vez instaurado, não poderá ser por ela diretamente
arquivado.

RESPOSTA DA QUESTÃO:
Item correto, pois a autoridade policial NÃO pode arquivar os autos do inquérito, nos
termos do art. 17 do CPP.

Q39 - Do despacho que indeferir o requerimento de abertura de inquérito


caberá recurso para o tribunal competente.

RESPOSTA DA QUESTÃO:
Caberá recurso para o chefe de polícia, nos termos do art. 5º, §2º do CPP.

Q40 - Para verificar a possibilidade de haver a infração sido praticada de


determinado modo, a autoridade policial poderá proceder à reprodução
simulada dos fatos, desde que esta não contrarie a moralidade ou a ordem
pública.

RESPOSTA DA QUESTÃO:
Item correto, nos termos do art. 7º do CPP.

Q41 - As formas de instauração do inquérito policial variam de acordo com a


natureza do delito. Nos casos de ação penal pública incondicionada, a
instauração do inquérito policial pode se dar de ofício pela autoridade
policial; mediante requisição do Ministério Público; mediante requerimento
do ofendido; e por auto de prisão em flagrante.
RESPOSTA DA QUESTÃO:
Está incompleta por não citar a possibilidade de instauração por requisição do Juiz.,
mas está correta. IP, nos crimes de ação penal pública incondicionada, poderá ser
instaurado de ofício, pela autoridade POLICIAL, por requisição do MP ou do Juiz, por
requerimento do ofendido ou pela lavratura do auto de prisão em flagrante (embora
esta última seja uma modalidade de instauração ex officio). Correta.

Q42 - No dia 10 de maio de 2015, Maria, 25 anos, foi vítima de um crime de


estupro simples, mas, traumatizada, não mostrou interesse em dar início a
qualquer investigacςão penal ou acςão penal em relaçaão aos fatos. Os pais
de Maria, porém, requerem a instauração de inquérito policial para apurar
autoria, entendendo que, após identificar o agente, Maria poderá decidir
melhor sobre o interesse na persecução penal. Foi proferido despacho
indeferindo o requerimento de abertura de inquérito.

Caso Maria manifeste interesse na instauracςão de inquérito policial após o


indeferimento, ainda dentro do prazo decadencial, o procedimento poderá
ter início, independentemente do surgimento de novas provas.

RESPOSTA DA QUESTÃO:
Maria poderá requerer a instauração do IP a qualquer tempo, desde que dentro do
prazo decadencial de seis meses, que se inicia quando Maria toma conhecimento de
quem é o infrator. Correta.

Q43 - Acerca do IP, julgue:

O réu não é obrigado a participar da reconstituição do crime, pois ninguém é


obrigado a produzir prova contra si.

RESPOSTA DA QUESTÃO:
O item está correto, pois se trata do princípio do nemo tenetur se detegere, ou seja,
ninguém é obrigado a produzir prova contra si.

Q44 - A autoridade assegurará no inquérito o sigilo necessário à elucidação


do fato, aplicando, porém, em todas as suas manifestações, os princípios do
contraditório e da ampla defesa.

RESPOSTA DA QUESTÃO:
Não há contraditório e ampla defesa no IP, embora a lei assegure alguns direitos ao
indiciado, como requerer diligências, etc.

Q45 - Na cidade ―A‖, o Delegado de Polícia instaurou inquérito policial para


averiguar a possível ocorrência do delito de estelionato praticado por Márcio,
tudo conforme minuciosamente narrado na requisição do Ministério Público
Estadual. Ao final da apuração, o Delegado de Polícia enviou o inquérito
devidamente relatado ao Promotor de Justiça. No entendimento do parquet,
a conduta praticada por Márcio, embora típica, estaria prescrita. Nessa
situação, o Promotor deverá

A) arquivar os autos.
B) oferecer denúncia.
C) determinar a baixa dos autos.
D) requerer o arquivamento.

RESPOSTA DA QUESTÃO:
Considerando o membro do MP que o crime já prescreveu, ou seja, está extinta a
punibilidade, deverá requerer o arquivamento do Inquérito Policial, nos termos do art.
28 do CPP, devendo o Juiz decidir sobre o arquivamento. Caso o Juiz discorde, deverá
remeter os autos ao PGJ, que decidirá a questão. Gab: D

Q46 - Com relação ao prazo para a conclusão do inquérito policial instaurado


para apurar a prática do crime de tráfico de entorpecentes, de acordo com a
Lei n. 11.343, de 23 de agosto de 2006, excepcionalmente, quando requerido
de forma fundamentada pela autoridade de polícia judiciária, ouvido o
Ministério Público, poderá ser de 180 dias, se o indiciado estiver solto.

RESPOSTA DA QUESTÃO:
O prazo para o encerramento do IP, neste caso, será de 30 dias, no caso de réu
preso, e de 90 dias no caso de réu solto, nos termos do art. 51 da Lei de Drogas:
Art. 51. O inquérito policial será concluído no prazo de 30 (trinta) dias, se o indiciado
estiver preso, e de 90 (noventa) dias, quando solto. O Juiz poderá, excepcionalmente,
duplicar tais prazos, mediante pedido justificado da autoridade policial, ouvido
sempre o MP. Correta.

Q47 - Maria tem seu veículo furtado e comparece à Delegacia de Polícia mais
próxima para registrar a ocorrência. O Delegado de Polícia instaura inquérito
policial para apuração do fato. Esgotadas todas as diligências que estavam a
seu alcance, a Autoridade Policial não consegue identificar o autor do fato ou
recuperar a res furtiva.

Assinale a alternativa que indique a providência que o Delegado deverá


tomar.

a) Relatar o inquérito policial e encaminhar os autos ao Ministério Público para que


este promova o arquivamento.
b) Promover o arquivamento do inquérito policial, podendo a vítima recorrer ao
Secretário de Segurança Pública.
c) Relatar o inquérito policial e encaminhar os autos ao Secretário de Segurança
Pública para que este promova o arquivamento.
d) Manter os autos do inquérito policial com a rotina suspenso, até que surja uma
nova prova.
e) Prosseguir na investigação, pois o arquivamento só é possível quando transcorrer o
prazo prescricional.

RESPOSTA DA QUESTÃO: Considerando tratar-se de crime de ação pública, deverá


a autoridade policial RELATAR o IP e encaminhá-lo ao MP, para que este, caso deseje,
promova o arquivamento do IP. A autoridade policial nunca poderá mandar arquivar
autos de IP, nos termos do art. 17 do CPP. LETRA A.

Q48 - Sendo o crime de ação penal privada, o arquivamento do inquérito


policial depende de decisão do juiz, após pedido do Ministério Público.

RESPOSTA DA QUESTÃO:
É bom lembrar que não há de se falar em arquivamento do inquérito nos crimes de
iniciativa privada. Se a vítima não deseja oferecer a ação, basta ficar inerte, e com
isso, ultrapassado o prazo de seis meses, opera-se a decadência. Caso o ofendido,
inadvertidamente, requeira o arquivamento do inquérito, estará renunciando ao
direito de ação, e por consequência dando ensejo à extinção da punibilidade (art.
107, V, CP). Errada.

Q49 - Nos crimes de ação _________ , esta será promovida por denúncia do
Ministério Público, mas dependerá, quando a lei o exigir, de __________ do
Ministro da Justiça, ou de __________ do ofendido ou de quem tiver
qualidade para representá-lo.
Assinale a alternativa que, respectivamente, preenche, de modo
tecnicamente correto, as lacunas.

a) privada … autorização … requisição


b) pública … representação … requisição
c) privada … requisição … autorização
d) pública … requisição … representação
e) privada … autorização … representação

RESPOSTA DA QUESTÃO: Para responder corretamente a questão, precisamos


saber o que dispõe o art. 24 do CPP:

Art. 24. Nos crimes de ação pública, esta será promovida por denúncia do Ministério
Público, mas dependerá, quando a lei o exigir, de requisição do Ministro da Justiça, ou
de representação do ofendido ou de quem tiver qualidade para representá-lo. A
LETRA D.

Q50 - XISTO, querelante em ação penal privada, ao término da instrução


eepresentado por advogado constituído, requereu a absolvição de
CRISTÓVÃO, querelado. Deve o juiz

a) determinar a extração de peças processuais e o encaminhamento à autoridade


policial, para apuração da prática, pelo querelante, de denunciação caluniosa.
b) designar audiência para tentativa de conciliação das partes, em homenagem ao
princípio da intervenção mínima.
c) considerar perempta a ação penal, porque o querelante deixou de formular pedido
de condenação nas alegações finais.
d) encaminhar os autos em vista ao Ministério Público, titular da ação penal, para
manifestação de interesse na produção de outras provas.
e) absolver CRISTÓVÃO, com fundamento no artigo 386, inciso VII, do Código de
Processo Penal.

RESPOSTA DA QUESTÃO:
Neste caso, a ação penal deve ser considerada perempta, pois nos crimes de ação
exclusivamente privada, o querelante deve, nas alegações finais, formular pedido de
CONDENAÇÃO, sob pena de perempção, nos termos do art. 60, III, parte final, do
CPP. Assim, o Juiz deverá reconhecer a ocorrência de perempção e declarar a
extinção da punibilidade do réu.

Q51 - No caso de morte do ofendido o direito de oferecer queixa passará ao


cônjuge, ascendente, descendente ou irmão; nos crimes de ação privada, o
juiz, a requerimento da parte que comprovar a sua pobreza, instaurará de
ofício a ação penal.

RESPOSTA DA QUESTÃO:
Em caso de óbito da vítima, o direito de oferecer queixa passa ao cônjuge,
ascendente, descendente ou irmão, nos termos do art. 31 do CPP. Nos crimes de
ação penal privada, a requerimento da parte que comprovar a sua pobreza, nomeará
advogado para promover a ação penal (atualmente, em havendo sede da Defensoria
Pública no local, o Juiz remete o caso à Defensoria Pública), conforme art. 32 do CPP.
Errada.
Q52 - José, João e Luís são sócios de uma empresa. José e João redigem,
assinam e divulgam entre os clientes e fornecedores da empresa uma carta
aberta com afirmações desonrosas em desfavor de Luís. Após regular
inquérito policial em que José e João são ouvidos, Luís promove queixa-
crime unicamente contra José, uma vez que, por motivos pessoais, não quis
processar João. Considerando que o acúmulo de acusações faça com que a
demanda não seja julgada pelo rito sumaríssimo, que foi infrutífera a fase de
reconciliação – o que remete o processo ao rito comum – e que não é caso de
rejeição, deve o magistrado.

a) considerar que houve perdão com relação a João e extinguir sua punibilidade;
determinar a citação e intimação de José para apresentação de resposta escrita.
b) intimar Luís para que se manifeste expressamente acerca da ausência de João no
polo passivo; determinar a citação e intimação de José para apresentação de resposta
escrita.
c) considerar que houve renúncia com relação a João, estender tal entendimento a
José e extinguir a punibilidade de ambos.
d) considerar que houve renúncia com relação a João e extinguiu-se a punibilidade;
determinar a citação e intimação de José para apresentação de resposta escrita.
e) considerar que houve perdão com relação a João, estender tal entendimento a José
e intimá-los para que se manifestem no sentido de aceitar ou recusar a benesse
oferecida por Luís.

RESPOSTA DA QUESTÃO: Neste caso, o Juiz deve considerar que houve renúncia
com relação a João, estender tal entendimento a José e extinguir a punibilidade de
ambos, nos termos do art. 49 do CPP.

Importante lembrar que o STJ firmou entendimento no sentido de que a renúncia só


ocorre quando há omissão voluntária, ou seja, o querelante, propositalmente, deixa
de incluir algum dos infratores na ação penal. Se o querelante apenas se esqueceu de
incluir algum dos infratores, não há renúncia em favor deles, de forma que não há
nada a estender em favor dos demais. No caso, de fato, a omissão foi VOLUNTÁRIA,
de forma que houve renúncia tácita.

Complementando:
Houve renúncia e não perdão, visto que: a renúncia é ato unilateral, sendo cabível
antes do oferecimento da Queixa-Crime, já o perdão é ato bilateral, ocorrendo no
curso do processo.
Tanto a renúncia quanto o perdão se concedido a um dos autores a todos se
estenderá (art.49 e 51 CPP), em razão do Princípio da Indivisibilidade.
Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA É A LETRA C.

Q53 – A ação penal somente pode ser proposta contra quem se imputa a
prática da infração penal. Outra pessoa, ainda que tenha obrigações de
caráter civil decorrentes do delito, não pode ser incluída na ação, isto em
função do princípio da

a) obrigatoriedade.
b) indisponibilidade.
c) intranscendência.
d) oficialidade.
RESPOSTA DA QUESTÃO: Quem não praticou a infração penal não pode ser incluído
como réu na ação penal, por absoluta ausência de legitimidade PASSIVA. Isso decorre
da adoção do princípio da intranscendência (ou responsabilidade penal, ou ainda
pessoalidade) da pena, segundo o qual a pena não poderá passar da pessoa do
condenado, de maneira que ninguém pode responder por crime alheio. LETRA C.

Q54 - O perdão concedido a um dos querelados aproveitará a todos,


independentemente da aceitação ou recusa dos demais querelados.

RESPOSTA DA QUESTÃO:
O perdão deve ser aceito pelo perdoado, já que possui a característica da
bilateralidade, nos termos do art. 51 do CPP: Art. 51. O perdão concedido a um dos
querelados aproveitará a todos, sem que produza, todavia, efeito em relação ao que o
recusar. Errada.

Q55 - Salvo disposição em contrário, o ofendido, ou seu representante legal,


decairá no direito de queixa ou de representação, se não o exercer dentro do
prazo de seis meses, contado do dia em que o crime foi praticado.

RESPOSTA DA QUESTÃO:
O início do prazo decadencial de seis meses se dá no momento em que o ofendido
passa a ter conhecimento de quem foi o autor do fato, nos termos do art. 38 do CPP.
Errada.

Q56 - A renúncia ao exercício do direito de queixa, em relação a um dos


autores do crime, a todos se estenderá.

RESPOSTA DA QUESTÃO:
Esta é a exata previsão do art. 49 do CPP. Correta.

Q57 - Nos casos em que somente se procede mediante queixa, considerar-


se-á perempta a ação penal quando, iniciada esta, o querelante deixar de
promover o andamento do processo durante 15 (quinze) dias seguidos.

RESPOSTA DA QUESTÃO:
Nos casos em que somente se procede mediante queixa, considerar-se-á perempta a
ação penal quando, iniciada esta, o querelante deixar de promover o andamento do
processo durante 30 DIAS SEGUIDOS, nos termos do art. 60, I do CPP. Errada.

Q58 - A ação penal de iniciativa pública é promovida

a) pelo Ministério Público ou ofendido, mediante denúncia.


b) pela vítima ou seu representante legal.
c) pelo Ministério Público, mediante queixa-crime.
d) exclusivamente pelo Ministério Público, mediante denúncia.
e) pelo ofendido, representado por advogado com poderes especiais.

RESPOSTA DA QUESTÃO: A ação penal pública é promovida pelo MP, por expressa
previsão constitucional e por força do art. 257, I do CPP:

Art. 257. Ao Ministério Público cabe: (Redação dada pela Lei nº 11.719, de 2008).
I - promover, privativamente, a ação penal pública, na forma estabelecida neste
Código; e (Incluído pela Lei nº 11.719, de 2008). LETRA D.

Q59 - Quando o querelante deixa de comparecer, sem motivo justificado, a


qualquer ato do processo a que deva estar presente, dá-se a

a) absolvição.
b) perempção.
c) remissão.
d) remição.
e) revelia.

RESPOSTA DA QUESTÃO: Neste caso ocorrerá o fenômeno da perempção, por força


do art. 60, III do CPP:

Art. 60. Nos casos em que somente se procede mediante queixa, considerar-se- á
perempta a ação penal:
(...)
III - quando o querelante deixar de comparecer, sem motivo justificado,
a qualquer ato do processo a que deva estar presente, ou deixar de formular
o pedido de condenação nas alegações finais;
Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA É A LETRA B.

Q60 - Nos crimes de ação privada, se comparecer mais de uma pessoa com
direito de queixa, terá preferência, numa ordem legal estabelecida pelo
artigo 31 do Código de Processo Penal, o parente mais próximo na ordem de
vocação sucessória.

RESPOSTA DA QUESTÃO:
Para resolver a questão precisamos conhecer os arts. 31 e 36 do CPP:

Art. 31. No caso de morte do ofendido ou quando declarado ausente por decisão
judicial, o direito de oferecer queixa ou prosseguir na ação passará ao cônjuge,
ascendente, descendente ou irmão.
(...)
Art. 36. Se comparecer mais de uma pessoa com direito de queixa, terá preferência o
cônjuge, e, em seguida, o parente mais próximo na ordem de enumeração constante
do art. 31, podendo, entretanto, qualquer delas prosseguir na ação, caso o
querelante desista da instância ou a abandone.

Vejam, assim, que em havendo interesse de mais de um dos sucessores,


prevalecerá o cônjuge. Ordem: C A D I. Errada.

Q61 - O Código de Processo Penal não disciplina expressamente sobre o


prazo para o ofendido ou o seu representante legal requerer a instauração
de inquérito policial, quando o crime for de alçada privada. , assim, entende-
se que o direito de requerimento de instauração de inquérito policial deve
ser exercido no mesmo prazo do direito de queixa, ou seja, 6 meses,
contados da data em que se souber quem foi o autor do crime.

RESPOSTA DA QUESTÃO:
O CPP não trata expressamente disto, mas por uma interpretação sistemática se
chega à conclusão de que o prazo deve ser o mesmo previsto para o exercício do
direito de queixa, ou seja, seis meses a contar da data em que a vítima tomou
conhecimento de quem foi o autor do fato, já que, após este prazo, estará extinta a
punibilidade e, portanto, seria impossível instaurar IP, já que o infrator não mais
poderia ser punido. Correta.

Q62 - A ação de iniciativa privada não poderá ser intentada nos crimes de
ação pública, mesmo que o Ministério Público deixe de oferecer denúncia no
prazo legal.

RESPOSTA DA QUESTÃO:
Nos termos do art. 29 do CPP isso será possível, e esta ação penal privada oferecida
recebe o nome de ação penal privada subsidiária da pública ou Ação Penal Indireta.
Errada.

Q63 – Por se tratar de benefício para o réu, o perdão do ofendido é


admissível após o trânsito em julgado da sentença condenatória.

RESPOSTA DA QUESTÃO:
O perdão do ofendido só é admissível durante o processo, ou seja, uma vez ocorrido
o trânsito em julgado, não é mais possível o perdão, eis que não há mais processo.
Errada.

Q64 - Nas ações penais privadas, a perda do direito de ação, pelo decurso de
um determinado lapso temporal estabelecido em lei, provocando a extinção
da punibilidade do agente, denomina-se perempção.

RESPOSTA DA QUESTÃO:
Tal fenômeno recebe o nome de decadência, previsto no art. 38 do CPP. Errada.

Q65 - Na ação penal pública condicionada à representação, o ofendido


poderá retratá-la a qualquer tempo, desde que antes da sentença.

RESPOSTA DA QUESTÃO:
A representação é irretratável após o oferecimento da denúncia, nos termos do art.
25 do CPP. Errada.

Q66 - Na ação penal privada, o ofendido apresentará queixa-crime ao


Ministério Público, a quem caberá apresentar a denúncia em Juízo.

RESPOSTA DA QUESTÃO:
A queixa-crime (ação penal privada) é ajuizada diretamente perante o Juiz, sem a
participação do MP no seu oferecimento. Errada.
Q67 - O direito de representação, titularizado pelo ofendido nas ações penais
públicas condicionadas, é personalíssimo, portanto impassível de
transmissão causa mortis.

RESPOSTA DA QUESTÃO:
O direito de representação, assim como o de queixa, se transmite aos herdeiros
estabelecidos no CPP, conforme consta em seu art. 24, §1º. Errada.
Q68 - A queixa, ainda quando a ação penal for privativa do ofendido, poderá
ser aditada pelo Ministério Público, a quem caberá intervir em todos os
termos subsequentes do processo.

RESPOSTA DA QUESTÃO:
O MP, nas ações penais privadas, age como custos legis (fiscal da lei), de forma que
pode aditar a denúncia e intervir nos atos do processo, conforme prevê o art. 45 do
CPP. Certa.

Q69 - A renúncia ao exercício do direito de queixa, em relação a um dos


autores do crime, deve ser interpretada restritivamente, não se estendendo,
portanto, aos demais.

RESPOSTA DA QUESTÃO:
A renúncia ao direito de queixa realizada em relação a um dos infratores se estende
aos demais, nos termos do art. 49 do CPP. Errada.

Q70 - Antonio, empresário do ramo de construção civil, foi difamado e


injuriado por José, seu vizinho. Antonio faleceu quinze dias depois do
ocorrido. Para que José seja processado criminalmente pelas ofensas, a
esposa de Antonio, ou seu filho, poderá oferecer queixa contra José.

RESPOSTA DA QUESTÃO:
Neste caso, temos dois crimes de ação penal privada (art. 145 do CP). A legitimidade,
neste caso, pertence a ofendido ou, em caso de já falecido, aos seus sucessores.
Neste caso, portanto, a esposa ou o filho poderão ajuizar a queixa-crime em face do
infrator. Certa.

Q71 - Se o órgão do Ministério Público, ao invés de apresentar a denúncia,


requerer o arquivamento do inquérito policial ou de quaisquer peças de
informação, o ofendido poderá promover ação penal de iniciativa privada
subsidiária da pública.

RESPOSTA DA QUESTÃO:
Neste caso não houve inércia do MP, de forma que não caberá ação penal privada
subsidiária da pública, nos termos do art. 29 do CPP. Errada.

Q72 - O direito de representação somente poderá ser exercido pessoalmente,


mediante declaração escrita.

RESPOSTA DA QUESTÃO:
O direito de representação poderá ser exercido por procurador com poderes especiais,
bem como poderá ser feito oralmente, nos termos do art. 39 do CPP.

Q73 - O Ministério Público não pode retomar, como parte principal, a ação
penal de iniciativa privada subsidiária da pública em caso de negligência do
querelante.

RESPOSTA DA QUESTÃO:
Item errado, nos termos do art. 29 do CPP (parte final).

Q74 - NÃO ocorre perempção da ação penal de iniciativa privada


a) quando o querelado aceitar o perdão.
b) quando, falecendo o querelante, ou sobrevindo sua incapacidade, não comparecer
em juízo, para prosseguir no processo, dentro do prazo de 60 (sessenta) dias,
qualquer das pessoas a quem couber fazê-lo.
c) quando, iniciada esta, o querelante deixar de promover o andamento do processo
durante 30 (trinta) dias seguidos.
d) quando o querelante deixar de comparecer, sem motivo justificado, a qualquer ato
do processo a que deva estar presente.
e) quando, sendo o querelante pessoa jurídica, esta se extinguir sem deixar sucessor.

RESPOSTA DA QUESTÃO: A perempção é um fenômeno que só ocorre na ação


penal exclusivamente privada, e constitui-se numa espécie de penalidade aplicada ao
querelante em razão de sua negligência na condução da causa. As hipóteses estão
previstas no art. 60 do CPP Vemos, portanto, que a aceitação do perdão pelo
querelado não importa em perempção. Nesse caso, ocorrerá a extinção do processo
em razão da extinção da punibilidade (pela aceitação do perdão). Gab: A

Q75 - Seja qual for o crime, quando praticado em detrimento do patrimônio


ou interesse da União, Estado e Município, a ação penal será

a) pública condicionada à requisição do Ministro da Justiça.


b) privada subsidiária da pública.
c) pública condicionada à representação da pessoa jurídica de direito público.
d) privada.
e) pública.

RESPOSTA DA QUESTÃO: Em se tratando de crime desta natureza, segundo prevê


o art. 24, §2º do CPP, a ação penal será sempre pública:

Art. 24. (...)


§ 2o Seja qual for o crime, quando praticado em detrimento do patrimônio
ou interesse da União, Estado e Município, a ação penal será pública.
(Incluído pela Lei nº 8.699, de 27.8.1993)

Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA É A LETRA E.

Q76 - A renúncia da ação penal privada ocorre após o oferecimento da


queixa e o perdão antes.

RESPOSTA DA QUESTÃO:
A renúncia só pode ocorrer antes de oferecida a queixa, e o perdão após o
oferecimento da queixa, nos termos dos arts. 49 e 51 do CPP. Errada.
Q77 - No caso de morte do ofendido, o direito de oferecer queixa ou
prosseguir na ação penal passará ao cônjuge, ascendente, descendente ou
colateral até terceiro grau.

RESPOSTA DA QUESTÃO:
O direito de oferecer a queixa se estende ao cônjuge, ao ascendente, descendente ou
irmão, e não até o colateral de terceiro grau, nos termos do art. 24, § 1° do CPP.
Errada.
Q78 - As fundações, associações ou sociedades legalmente constituídas
poderão exercer a ação penal privada.

RESPOSTA DA QUESTÃO:
Esta é a previsão contida no art. 37 do CPP: Art. 37. As fundações, associações ou
sociedades legalmente constituídas poderão exercer a ação penal, devendo ser
representadas por quem os respectivos contratos ou estatutos designarem ou, no
silêncio destes, pelos seus diretores ou sócios-gerentes. Certa.

Q79 - No caso de ação penal privada exclusiva, dado o interesse meramente


privado, não cabe ao MP recorrer se o acusado for absolvido, pois essa
função é de atribuição do querelante, que é o titular da ação penal.

RESPOSTA DA QUESTÃO:
Essa regra vale para a Ação Penal Priva Exclusiva, que é a Ação Penal Privada
propriamente dita, e para a Ação Penal Personalíssima. No caso em tela, o MP só
poderia recorrer em se tratando de Ação Penal Privada Subsidiária da Pública.
Correta.

Q80 - Dispõe o Código de Processo Penal que será admitida ação privada nos
crimes de ação pública, se esta não for intentada no prazo legal. Essa regra
constitui exceção ao princípio da

A) indisponibilidade
B) legalidade
C) intranscendência
D) obrigatoriedade
E) oficialidade

RESPOSTA DA QUESTÃO: A ação penal privada subsidiária da pública é modalidade


de ação penal na qual, embora originariamente pública, submetida ao oferecimento
pelo órgão oficial do Estado (MP), a ação penal passa a poder ser ajuizada pelo
ofendido, em razão da inércia do órgão oficial do Estado. Desta forma, constitui-se
em exceção ao princípio da oficialidade. LETRA E.

Q81 - A ação penal que só pode ser proposta pelo ofendido, não se
estendendo esse direito ao cônjuge ou aos sucessores em caso de morte ou
ausência, denomina-se ação penal

A) privada subsidiária da ação pública.


B) pública incondicionada.
C) privada exclusiva.
D) privada personalíssima.
E) pública condicionada.
RESPOSTA DA QUESTÃO: Esta é a definição de ação penal personalíssima. Trata-se
de modalidade de ação penal privada exclusiva, cuja única diferença é que, nesta
hipótese, somente o ofendido (mais ninguém, em hipótese nenhuma!) poderá ajuizar
ação. Assim, se o ofendido falecer, nada mais haverá a ser feito, estando extinta a
punibilidade, pois a legitimidade não se estende aos sucessores, como acontece nos
demais crimes de ação privada. LETRA D.
Q82 - A ação penal ajuizada pelo ofendido ou por quem tenha condições de
representá-lo, nos crimes de ação pública, quando não for intentada pelo
Ministério Público no prazo legal, denomina-se ação penal

A) privada exclusiva.
B) pública incondicionada.
C) privada subsidiária da pública.
D) pública condicionada.
E) privada personalíssima.

RESPOSTA DA QUESTÃO: Conforme estudamos, a ação penal privada promovida


pelo ofendido nos casos em que originariamente se trata de ação penal pública, é a
ação penal privada subsidiária da pública, que só é admitida no caso de inércia do
órgão oficial do Estado (MP) em oferecer a denúncia, quando este não o faz no prazo
legal. Está prevista no art. 29 do CPP. LETRA C.

Q83 - Não se admite renúncia tácita, no caso de ação penal de iniciativa


privada.

RESPOSTA DA QUESTÃO:
É plenamente admissível a renúncia tácita, que ocorre quando a vítima, mesmo não
declarando expressamente que renuncia ao direito de queixa, pratica ato incompatível
com o exercício do direito de queixa, como, por exemplo, se casa com o infrator.
Errada.

Q84 - O prazo para oferecimento da denúncia será de 10 (dez) dias, estando


o réu preso, e de 15 (quinze) dias, se o réu estiver solto ou afiançado.

RESPOSTA DA QUESTÃO:
O prazo para oferecimento da denúncia é, em regra, de 05 dias para o caso de o
indiciado estar preso e de 15 dias no caso de indiciado solto, nos termos do art. 46 do
CPP. Cuidado para não confundirem com o prazo do IP! O prazo para conclusão do IP
é de 10 dias para o caso de réu preso e de 30 dias para o caso de réu solto. É só
lembrarem que os prazos para oferecimento da denúncia pelo MP são a metade dos
prazos para conclusão do IP. Errada

Q85 - A perda do direito de representar ou de oferecer queixa, em razão do


decurso do prazo fixado para o seu exercício, e o de continuar a movimentar
a ação penal privada, causada pela inércia rocessual do querelante,
configuram, respectivamente,

A) prescrição e perempção.
B) perempção e decadência.
C) prescrição e decadência.
D) decadência e perempção.
E) decadência e prescrição.
RESPOSTA DA QUESTÃO: A perda do direito de representar ou oferecer a queixa
ocorre pelo fenômeno da decadência, que ocorre quando o ofendido não pratica o ato
no prazo de seis meses a contar do dia em que teve ciência da autoria do delito, nos
termos do art. 38 do CPP. Por sua vez, a perda do direito de prosseguir na ação penal
em razão da inércia do querelante traduz o fenômeno da perempção, nos termos do
art. 60 do CPP. LETRA D.
Q86 - Nos crimes de ação penal pública condicionada, a representação do
ofendido é

a) retratável até o trânsito em julgado da sentença condenatória.


b) irretratável.
c) irretratável após o oferecimento da denúncia.
d) retratável desde que haja concordância do réu.
e) irretratável após o recebimento da denúncia.

RESPOSTA DA QUESTÃO: A representação do ofendido é a manifestação da vítima


no sentido de que deseja ver o infrator ser processado e punido. É indispensável nos
crimes de ação penal pública condicionada, sendo considerada CONDIÇÃO DE
PROCEDIBILIDADE DA AÇÃO PENAL. É retratável até o oferecimento da denúncia, ou
seja, após esse momento, impossível será a retratação. Vejamos o art. 25 do CPP:
Art. 25. A representação será irretratável, depois de oferecida a denúncia. LETRA C.

Q87 - As fundações, associações e sociedades legalmente constituídas


poderão exercer ação penal.

RESPOSTA DA QUESTÃO:
Veja que vez e outra isso cai. Correta.

Q88 - A respeito da denúncia e da queixa, é correto afirmar:


a) A renúncia ao exercício do direito de queixa a um dos autores do crime não
impedirá a propositura da ação penal privada contra os demais.
b) Na ação penal privada, oferecida a queixa, o querelado pode apresentar
reconvenção.
c) A queixa em ação penal privativa do ofendido não poderá ser aditada pelo
Ministério Público.
d) A exposição do fato criminoso com todas as suas circunstâncias é um dos
elementos tanto da denúncia, como da queixa.
e) A queixa é ato personalíssimo do ofendido, não podendo ser dada por procurador
com poderes gerais, nem especiais.

RESPOSTA DA QUESTÃO:
A) ERRADA: O item está errado, pois a renúncia em relação a um dos autores a todos
se estenderá, nos termos do art. 49 do CPP:
Art. 49. A renúncia ao exercício do direito de queixa, em relação a um dos autores do
crime, a todos se estenderá.
B) ERRADA: O item está errado. Não há que se falar em reconvenção em ação penal.
C) ERRADA: O item está errado. Mesmo nas ações penais privadas exclusivas, ou
seja, aquelas que somente podem ser ajuizadas pelo ofendido (não se incluindo a
ação penal privada subsidiária), o MP pode aditar a denúncia, notadamente para fazer
valer sua indivisibilidade.
Vejamos:
Art. 45. A queixa, ainda quando a ação penal for privativa do ofendido, poderá ser
aditada pelo Ministério Público, a quem caberá intervir em todos os termos
subseqüentes do processo.
D) CORRETA: O item está correto, pois esta é a previsão do art. 41 do CPP:
Art. 41. A denúncia ou queixa conterá a exposição do fato criminoso, com todas as
suas circunstâncias, a qualificação do acusado ou esclarecimentos pelos quais se
possa identificá-lo, a classificação do crime e, quando necessário, o rol das
testemunhas.
E) ERRADA: O item está errado, pois além de poder ser ajuizada por procurador com
poderes especiais, pode ser ajuizada pelos sucessores do ofendido. Vejamos:
Art. 44. A queixa poderá ser dada por procurador com poderes especiais, devendo
constar do instrumento do mandato o nome do querelante e a menção do fato
criminoso, salvo quando tais esclarecimentos dependerem de diligências que devem
ser previamente requeridas no juízo criminal.
(...)
Art. 31. No caso de morte do ofendido ou quando declarado ausente por decisão
judicial, o direito de oferecer queixa ou prosseguir na ação passará ao cônjuge,
ascendente, descendente ou irmão. LETRA D.

Q89 – A representação não pode ser ampliada pelo Ministério Público para
alcançar fatos novos nela não mencionados.

RESPOSTA DA QUESTÃO:
O item está correto, pois não se admite o aditamento objetivo da representação pelo
MP, de forma a abranger fatos não previstos na representação do ofendido e que,
portanto, não representam sua vontade.

Q90 - Da aplicação do princípio da indisponibilidade da ação penal decorre


que o Ministério Público não poderá desistir de recurso que haja interposto.

RESPOSTA DA QUESTÃO:
O princípio da indisponibilidade de ação penal pública prega que o MP não pode dispor
da ação penal, ou seja, deixar de ajuizá-la (quando presentes os elementos
necessários), em razão do fato de que está a tutelar direito alheio (de toda a
sociedade).
Dele decorre a regra segundo a qual o MP também não pode desistir dos recursos que
tenha interposto, conforme art. 576 do CPP:
Art. 576. O Ministério Público não poderá desistir de recurso que haja interposto.

Q91 - Renato ajuizou ação penal privada contra Renê, imputando-lhe crimes
de difamação e injúria. Recebida a queixa e designada audiência de
instrução, Renato vem a óbito após um acidente de trânsito fatal em rodovia.
Com o óbito do querelante,

a) caberá ao Ministério Público prosseguir na ação penal, assumindo a posição do


querelante.
b) o direito de prosseguir na ação penal passará ao descendente, cônjuge,
ascendente, irmão, nessa ordem.
c) o direito de prosseguir na ação penal passará ao cônjuge, ascendente, descendente
ou irmão, nesta ordem.
d) a ação penal privada será arquivada diante do caráter personalíssimo desta, com a
extinção da punibilidade do agente.
e) o direito de prosseguir na ação penal passará, exclusivamente, aos descendentes
ou ascendentes do ofendido.

RESPOSTA DA QUESTÃO: Neste caso, o direito de prosseguir na ação penal passará


ao cônjuge, ascendente, descendente ou irmão, nesta ordem, conforme art. 31 e art.
36 do CPP. Gab: C.
Q92 - Considera-se, dentre outras, condição de procedibilidade da ação penal
pública:

a) o interrogatório e as informações sobre a vida pregressa do autor do fato


delituoso.
b) a existência de inquérito policial concluído e relatado.
c) o prévio indiciamento do autor do fato delituoso.
d) a existência de pelo menos duas testemunhas presenciais.
e) a representação do ofendido, quando necessária.

RESPOSTA DA QUESTÃO: A ação penal pública poderá ter, como condição de


procedibilidade, a representação do ofendido. Diz-se que ―poderá‖ porque a
representação somente é exigida na ação penal pública condicionada à
representação, nos termos do art. 24 do CPP:
Art. 24. Nos crimes de ação pública, esta será promovida por denúncia do Ministério
Público, mas dependerá, quando a lei o exigir, de requisição do Ministro da Justiça, ou
de representação do ofendido ou de quem tiver qualidade para representá-lo. LETRA
E.

Q93 - Quando a lei penal incriminadora silencia a respeito da ação penal


cabível para determinada infração penal, entende-se que a ação penal é

a) pública condicionada à representação do ofendido.


b) privada exclusiva.
c) pública incondicionada.
d) privada personalíssima.
e) pública condicionada à requisição do Ministro da Justiça.

RESPOSTA DA QUESTÃO: Quando a Lei nada diz a respeito da ação penal cabível
para determinado delito, aplica-se a regra geral, ou seja, será cabível a ação penal
pública incondicionada. A Ação Penal Pública Incondicionada é A REGRA. LETRA C.

Q94 - Nos crimes de ação pública, a ação penal será promovida através de

a) denúncia do Ministério Público.


b) queixa-crime formulada pelo ofendido ou por quem tenha
qualidade para representá-lo.
c) portaria da autoridade policial.
d) requisição do Ministro da Justiça.
e) requerimento de qualquer pessoa maior e capaz.

RESPOSTA DA QUESTÃO: Nos crimes de ação penal pública esta será promovida
pelo MP, mediante denúncia. Vejamos:

Art. 24. Nos crimes de ação pública, esta será promovida por denúncia do Ministério
Público, mas dependerá, quando a lei o exigir, de requisição do Ministro da Justiça, ou
de representação do ofendido ou de quem tiver qualidade para representá-lo. GAB: A.

Q95 –

Na ação penal privada exclusiva, o perdão do ofendido


a) depende da aceitação do Ministério Público.
b) só pode ocorrer após o recebimento da queixa.
c) não pode ser tácito, exigindo-se que seja sempre formulado de forma expressa.
d) implica redução da pena, mas não acarreta a extinção da punibilidade.
e) concedido a um dos querelados aproveitará a todos, mesmo em relação aquele que
o recusar.

RESPOSTA DA QUESTÃO: O perdão é causa de extinção da punibilidade, admitido


apenas nos crimes de ação penal privada, e pode ser tácito ou expresso. Depende da
aceitação do querelado (infrator) e se for mais de um querelado, uma vez oferecido a
um deles, se estende a todos, mas não produz efeitos em face daquele que o recusar.
Como a lei fala em ―querelado‖, somente se pode falar em perdão quando já ajuizada
a queixa. Vejamos:
Art. 51. O perdão concedido a um dos querelados aproveitará a todos, sem que
produza, todavia, efeito em relação ao que o recusar. LETRA B.

Q96 - A representação do ofendido ou de quem tenha qualidade para


representá-lo, nos casos previstos em lei, é

a) causa de extinção da punibilidade.


b) pressuposto processual de toda ação penal.
c) condição de procedibilidade da ação penal privada.
d) pressuposto processual da ação penal privada.
e) condição de procedibilidade da ação penal pública.

RESPOSTA DA QUESTÃO: A representação do ofendido, ou de seu representante, é


condição de procedibilidade da ação penal pública, nos casos previstos em lei, por
força do art. 24 do CPP:

Art. 24. Nos crimes de ação pública, esta será promovida por denúncia do Ministério
Público, mas dependerá, quando a lei o exigir, de requisição do Ministro da Justiça, ou
de representação do ofendido ou de quem tiver qualidade para representá-lo. LETRA
E.

Q97 - Se ―X" foi vítima do crime de difamação praticado por ―Y" e ―Z", não se
admite que o ofendido, por razões de foro íntimo, ofereça queixa-crime
apenas contra ―Z", haja vista o reconhecimento do caráter indivisível da
Ação Penal Privada.

RESPOSTA DA QUESTÃO:
Na ação penal privada vigora o princípio da INDIVISIBILIDADE, de maneira que o
ofendido não pode ―fracionar‖ a queixa-crime, incluindo apenas um ou alguns dos
infratores, e deixando outros de fora. Certa.

Q98 - Na ação penal pública, o Ministério Público não está obrigado a


denunciar todos os envolvidos no fato tido por delituoso, diante da incidência
do princípio da autonomia.

RESPOSTA DA QUESTÃO:
O princípio que autoriza o MP a não denunciar todos os envolvidos é o princípio da
DIVISIBILIDADE. O MP pode escolher denunciar apenas parte dos infratores, se
entender que não existem elementos suficientes para o ajuizamento da ação penal
em face dos demais. Não vigora, aqui, a princípio da indivisibilidade, que só tem
cabimento nas ações penais exclusivamente privadas. Errada.

Q99 - A queixa-crime pode ser recebida quando for ofertada por advogado
substabelecido com reserva de direitos, por procurador que recebera do
querelante os poderes para o foro em geral.

RESPOSTA DA QUESTÃO:
O CPP não veda o oferecimento da queixa pelo procurador que recebera de outro
procurador substabelecimento, desde que a procuração original, conferida pelo titular
da ação penal, contenha poderes especiais, na forma do art. 44 do CPP. Errada.

Q100 - Constituem elementos autenticativos da denúncia:

(A) qualificação do acusado;


(B) data e assinatura do Promotor de Justiça;
(C) qualificação das partes;
(D) exposição do fato com todas as circunstâncias;
(E) classificação do crime.

RESPOSTA DA QUESTÃO: Nos termos do art. 41 do CPP a denúncia ou queixa


deverá conter a exposição do fato criminoso, com todas as suas circunstâncias, a
qualificação do acusado ou esclarecimentos pelos quais seja possível sua identificação
(marcas no corpo, etc.), a classificação do delito e, quando necessário, o rol de
testemunhas.
Contudo, a Doutrina aponta, ainda, elementos considerados autenticativos, que são
aqueles destinados a conferir autenticidade, veracidade à ação penal. Dentre os
citados pela questão, podem ser considerados elementos autenticativos da ação
penal, são a data e a assinatura do membro do MP.
GAB: B.

Q101 - Ilídio e Ortega ofenderam a honra de Luana, praticando um crime


único, em concurso de agentes, de injúria. Luana procura um advogado na
intenção de propor queixa-crime contra Ilídio, explicando que, por ter
sentimentos por Ortega, não deseja contra ele iniciar uma ação. Diante
disso, vai à Delegacia, antes de adotar qualquer medida judicial, e
expressamente renuncia ao direito de propor queixa contra Ortega por esses
fatos. Nesse caso, é correto afirmar que a queixa-crime posteriormente
proposta em face de Ilídio:
(A) deverá ser recebida pelo magistrado, desde que o advogado apresente
procuração com poderes especiais;
(B) não poderá ser recebida pelo magistrado, pois o perdão do ofendido a
um dos autores do crime aos demais se estende;
(C) deverá ser recebida pelo magistrado, pois a renúncia do ofendido é ato
individual, não se estendendo aos demais agentes;
(D) não poderá ser recebida pelo magistrado, pois a renúncia do ofendido a
um dos autores do crime aos demais se estende;
(E) deverá ser recebida pelo magistrado, bastando que seja conferida ao
advogado procuração com poderes gerais.
RESPOSTA DA QUESTÃO: Por se tratar de crime de ação penal PRIVADA, a renúncia
manifestada em face de um dos infratores e estende aos demais, na forma do art. 49
do CPP. Assim, se a vítima posteriormente pretender ajuizar a queixa-crime em face
do outro infrator (Ilídio), deverá ter sua pretensão rejeitada, ou seja, a queixa-crime
não deverá ser recebida, pois a renúncia oferecida a Ortega se estendeu a Ilídio,
acarretando a extinção da punibilidade, nos termos do art. 107, V do CP. LETRA D.

Q102 - No dia 24 de julho de 2014, Márcio e Emerson, em uma discussão do


trabalho, ofenderam a honra de Frederico. Configurado o crime de injúria,
delito este de ação penal privada, Frederico propôs queixa-crime em
desfavor de ambos os colegas de trabalho, em 25.10.2014. A inicial foi
recebida pelo magistrado em 28.10.2014.

Após as partes conversarem sobre os fatos, a vítima resolveu perdoar Márcio


mediante declaração expressa nos autos, sendo por este aceito. Por sua vez,
Emerson mostrou-se inconformado e afirmou que não aceitaria o perdão de
maneira alguma. Diante disso:

(A) Emerson e Márcio terão suas punibilidades extintas, pois o perdão concedido a um
dos querelados aproveita aos demais;
(B) o processo prosseguirá apenas em relação a Emerson, pois a extinção da
punibilidade pelo perdão do ofendido depende de aceitação;
(C) Emerson terá sua punibilidade extinta, pois o perdão independe de aceitação dos
querelados;
(D) o processo prosseguirá em relação a ambos os querelados, pois o perdão
somente pode ser concedido até o oferecimento da denúncia;
(E) o processo prosseguirá apenas em relação a Emerson, pois o perdão concedido a
um dos querelados nunca aproveita aos demais agentes.

RESPOSTA DA QUESTÃO: Neste caso, o perdão oferecido a Márcio se estende a


Emerson, por força do art. 51 do CPP. Contudo, com base no mesmo art. 51 do CPP,
caso algum dos querelados não aceite o perdão, em relação a este não produzirá
efeitos. Vejamos:

Art. 51. O perdão concedido a um dos querelados aproveitará a todos, sem que
produza, todavia, efeito em relação ao que o recusar. Assim, somente Márcio, que
aceitou o perdão, terá sua punibilidade extinta. LETRA B.

Q103 - A ação penal pública incondicionada e a ação penal pública


condicionada à representação são de titularidade do Ministério Público,
diferente do que ocorre com a privada.

RESPOSTA DA QUESTÃO:
O MP é o titular da ação penal pública, enquanto cabe ao ofendido a titularidade da
ação penal privada, nos termos dos arts. 24 e 30 do CPP. Certa.

Q104 - A ação penal pública condicionada à representação admite a figura do


perdão do ofendido após o oferecimento da denúncia, diferente da pública
incondicionada.

RESPOSTA DA QUESTÃO:
O perdão do ofendido só é cabível na ação penal privada, nos termos do art. 51 do
CPP. Errada.

Q105 – A perempção poderá ocorrer na ação penal privada e na pública


condicionada à representação, mas não na pública incondicionada.

RESPOSTA DA QUESTÃO:
A perempção somente pode ocorrer na ação penal privada, nos termos do art. 60 do
CPP. Errada.

Q106 - O princípio da indivisibilidade é aplicável às ações penais públicas,


mas não às ações penais privadas.

RESPOSTA DA QUESTÃO:
O princípio da indivisibilidade somente é aplicável à ação penal privada, não à ação
penal pública.

Q107 - Tanto a representação quanto o direito de queixa poderão ser


exercidos no prazo de seis meses, a contar da data em que a vítima passa a
ter conhecimento de quem é o autor do fato.

RESPOSTA DA QUESTÃO:
Correta, nos termos do Art. 38 do CP.

Q108 - NÃO é aplicável às ações penais privadas o seguinte princípio:

(A) indivisibilidade;
(B) oportunidade;
(C) disponibilidade;
(D) intranscendência;
(E) obrigatoriedade.

RESPOSTA DA QUESTÃO:
Não se aplica à ação penal privada o princípio da obrigatoriedade, pois este é um
princípio aplicável exclusivamente às ações penais públicas, já que o titular da ação
penal (MP) não tem o direito de escolher se vai ou não ajuizar a ação penal. Havendo
os requisitos, ele deve ajuizar a ação penal. Nas ações penais privadas cabe ao
ofendido escolher se quer ou não ajuizar a ação penal, no que se chama de princípio
da oportunidade. Gab: E

Q109 - Em determinada ação penal privada, na qual se apura a prática dos


delitos de calúnia e difamação, a parte não apresenta, em alegações finais,
pedido de condenação em relação ao delito de calúnia, fazendo-o tão
somente em relação ao delito de difamação.

Com relação ao caso apresentado ocorreu a renúncia tácita em relação ao


delito de calúnia.
RESPOSTA DA QUESTÃO:
No presente caso, ocorreu a perempção em relação ao delito de calúnia, pois o
querelante não formulou o pedido de condenação em relação ao mesmo quando das
alegações finais, nos termos do art. 60, III do CPP. Errada.
Q110 - João e José, músicos da famosa banda NXY, se desentenderam por
causa de uma namorada. João se descontrolou e partiu para cima de José,
agredindo-o com socos e pontapés, vindo a ser separado de sua vítima por
policiais militares que passavam no local, e lhe deram voz de prisão em
flagrante. O exame de corpo de delito revelou que dois dedos da mão
esquerda do guitarrista José foram quebrados e o braço direito, luxado,
ficando impossibilitado de tocar seu instrumento por 40 dias.
Na hipótese, trata-se de crime de ação penal

a) privada propriamente dita.


b) pública condicionada à representação.
c) privada subsidiária da pública.
d) pública incondicionada.

RESPOSTA DA QUESTÃO: Temos, aqui, o crime de lesão corporal grave. Vejamos:


Art. 129. Ofender a integridade corporal ou a saúde de outrem:
Pena - detenção, de três meses a um ano.
Lesão corporal de natureza grave
§ 1º Se resulta:
I - Incapacidade para as ocupações habituais, por mais de trinta dias;
Tal delito é de ação penal pública incondicionada, pois o CP não especifica qual é a
ação penal para este caso. Lembrando que no caso de lesões leves e culposas a ação
depende de representação, por força do art. 88 da Lei 9.099/95.
Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA É A LETRA D.

Q111 - O Supremo Tribunal Federal entende que a representação é peça sem


rigor formal, que pode ser apresentada oralmente ou por escrito, tanto na
delegacia, quanto perante o magistrado ou membro do Ministério Público.

RESPOSTA DA QUESTÃO:
Este é o entendimento já consolidado do STF. Correto.

Q112 - A Lei Processual não admite a ação penal privada subsidiária da


pública nos casos em que o Ministério Público não se mantém inerte.

RESPOSTA DA QUESTÃO:
De fato não cabe ação penal privada subsidiária da pública por outro motivo, pois
esta pressupõe a INÉRCIA do MP, nos termos do art. 29 do CPP. Certa.

Q113 - Se o ofendido for retardado mental e colidirem os interesses dele com


os de seu representante legal, o direito de queixa poderá ser exercido por
curador especial, nomeado pelo juiz competente para o processo penal.

RESPOSTA DA QUESTÃO:
Correto, nos termos do art. 33 do CPP.

Q114 - Na ação penal privada vigora o princípio da oportunidade ou


conveniência.

RESPOSTA DA QUESTÃO:
De fato, na ação penal privada vigora o princípio da oportunidade ou conveniência,
segundo o qual o ofendido, que é o titular da ação penal, é quem decide se quer ou
não a ajuizar, podendo deixar de fazê-lo, caso queira. Certa.

Q115 - Um professor na aula de Processo Penal esclarece a um aluno que o


Ministério Público, após ingressar com a ação penal, não poderá desistir
dela, conforme expressa previsão do Art. 42 do CPP. O professor estava
explicando ao aluno o princípio da

A) indivisibilidade.
B) obrigatoriedade.
C) indisponibilidade.
D) intranscendência.

RESPOSTA DA QUESTÃO: De fato o art. 42 do CPP assim dispõe. Vejamos:


Art. 42. O Ministério Público não poderá desistir da ação penal. Este artigo traduz o
que a Doutrina entende como princípio da INDISPONIBILIDADE da ação penal
pública. LETRA C.

Q116 - Em relação às ações penais públicas condicionadas, o Código de


Processo Penal prevê a possibilidade de retratação da

a) representação do ofendido até o oferecimento da denúncia.


b) representação do ofendido até o recebimento da denúncia.
c) requisição do Ministro da Justiça até o oferecimento da denúncia.
d) requisição do Ministro da Justiça até o recebimento da denúncia.
e) representação do ofendido e da requisição do Ministro da Justiça até o
recebimento da denúncia.

RESPOSTA DA QUESTÃO:
Questão fácil, mas serve para lembrarmos outro assunto: que embora a ―requisição‖
do Ministro da Justiça receba essa definição legal, nesse caso a Ação é Pública
CONDICIONADA, outrora Segundo o professor Nestór Távora, o entendimento
prevalente nas provas objetivas, mesmo que a questão não mencione o CPP, é que o
ministro da justiça não pode se retratar por ausência de legislação penal que
regulamente. Afirmou ainda, que o STF e o STJ nunca julgaram nada nesse sentido
por ser uma matéria muita rara. Gab: A

Q117 - No que diz respeito à ação penal pública condicionada à requisição do


ministro da Justiça, assinale a opção correta.

a) A requisição ministerial, para propositura de ação penal pública condicionada, está


sujeita ao prazo decadencial de seis meses, contado do dia em que o ministro da
Justiça vier a saber quem é o autor do crime.
b) A requisição do ministro da Justiça impõe ao MP o dever de ofertar denúncia.
c) A definição jurídica do fato delituoso feita pelo ministro da Justiça, na requisição,
vincula o juiz criminal que irá julgar a causa.
d) Nos crimes contra o patrimônio da União, é indispensável a requisição do ministro
da Justiça.
e) A requisição do ministro da justiça, na ação penal pública condicionada, é condição
de procedibilidade.
RESPOSTA DA QUESTÃO:
a) FALSA: Prevalece na doutrina que o Ministro da Justiça não tem o prazo de 6
meses para oferecer a requisição, mas apenas o ofendido.
b) FALSO: A requisição do Ministro da Justiça não vincula o PArquet;
c) FALSO: Também não vincula o Juiz;
d) FALSO: As hipóteses de requisição do Ministro da Justiça são:
Crimes praticados contra o Presidente da República ou Chefe de Governo Estrangeiro;
Crimes cometidos por estrangeiro contra brasileiro no exterior.

Q118 - Não é condição geral ou especial da ação penal:

a) O pedido.
b) A legitimidade das partes.
c) A entrada do agente no território nacional em caso de extraterritorialidade da lei
penal.
d) A requisição do Ministro da Justiça.

RESPOSTA DA QUESTÃO:
De forma geral o pedido não é condição da ação e sim elemento. São condições da
ação: PLI (possibilidade jurídica do pedido, legitimidade de parte e interesse de agir)
São elementos da ação: o pedido, a causa de pedir e a parte. Gab: A

Q119 - A ação penal, como regra, é

a) pública condicionada à representação.


b) pública incondicionada.
c) pública condicionada à requisição do Ministro da Justiça.
d) privada.
e) personalíssima.

RESPOSTA DA QUESTÃO:
Texto literal do Art. 27, CPP + Obs.: Quando o CPP só trouxer "Ação Pública",
entende-se que se trata da Incondicionada. Gab: B

Q120 - São formas de instauração de IP: de ofício, pela autoridade policial;


mediante representação do ofendido ou representante legal; por meio de
requisição do Ministério Público ou do ministro da Justiça; por intermédio do
auto de prisão em flagrante e em virtude de delatio criminis anônima, após
apuração preliminar.

RESPOSTA DA QUESTÃO:
Formas de instauração do I.P:
De oficio pela autoridade policial;
Mediante representação do ofendido ou seu representante legal;
Requisição do MP ou do Ministro da Justiça;
Auto de prisão em flagrante;
Após a apuração preliminar, pode-se instaurar I.P em virtude de Delatio Criminis
Anônima. RESPOSTA DA QUESTÃO: C
Q121 - Na aplicação da lei brasileira aos crimes praticados por estrangeiro
contra brasileiro fora do Brasil, exige-se a requisição do ministro da Justiça,
como condição de procedibilidade.

RESPOSTA DA QUESTÃO:
Art. 7, § 2º CF - Nos casos do inciso II, a aplicação da lei brasileira depende do
concurso das seguintes condições:
a) entrar o agente no território nacional;
b) ser o fato punível também no país em que foi praticado;
c) estar o crime incluído entre aqueles pelos quais a lei brasileira autoriza a
extradição;
d) não ter sido o agente absolvido no estrangeiro ou não ter aí cumprido a pena;
e) não ter sido o agente perdoado no estrangeiro ou, por outro motivo, não estar
extinta a punibilidade, segundo a lei mais favorável.
§ 3º - A lei brasileira aplica-se também ao crime cometido por estrangeiro contra
brasileiro fora do Brasil, se, reunidas as condições previstas no parágrafo anterior:
a) não foi pedida ou foi negada a extradição;
b) houve requisição do Ministro da Justiça.
Correta.

Q122 - A representação do ofendido e a requisição do Ministro da Justiça,


nas ações penais públicas condicionadas, não estão sujeitas a causas legais
de suspensão ou interrupção do prazo para o seu oferecimento.

RESPOSTA DA QUESTÃO:
Prazo decadencial, sua natureza é peremptória (art. 182 CPC), ou seja, é fatal e
improrrogável e não está sujeito a interrupção ou suspensão. Assim, esse lapso
temporal não pode ser dilatado (a pedido do ofendido ou do Ministério Público) e não
prorroga para dia útil (caso termine em final de semana ou feriado). Certa.

Q123 - De acordo com o artigo 80, do Código de Processo Penal, nos


processos conexos, será facultativa a separação quando as infrações tiverem
sido praticadas em circunstâncias de tempo ou lugar diferentes, ou, quando
pelo excessivo número de acusados e para não lhes prolongar a prisão
provisória, ou por outro motivo relevante, o juiz reputar conveniente a
separação.

RESPOSTA DA QUESTÃO:
De acordo com o art. 80 do CPP, no caso de crimes conexos, será facultativa a
separação quando ―as infrações tiverem sido praticadas em circunstâncias de tempo
ou de lugar diferentes, ou, quando pelo excessivo número de acusados e para não
lhes prolongar a prisão provisória, ou por outro motivo relevante, o juiz reputar
conveniente a separação‖. Correta.

Q124 - Para delimitação de competência, entende-se por foro supletivo ou


foro subsidiário, previsto no artigo 72, caput, do Código de Processo Penal,

a) o do juízo prevento, na infração continuada ou permanente,


praticada em território de duas ou mais jurisdições.
b) o do lugar da infração à qual cominada pena mais grave.
c) o de domicílio ou residência do réu, porque desconhecido o lugar da infração penal.
d) o da residência da vítima, porque desconhecidos o paradeiro do réu, o local da
consumação do delito e, na tentativa, o lugar em que praticado o último ato de
execução.
e) o do juízo da distribuição, porque desconhecidos o paradeiro do réu, o local da
consumação do delito e, na tentativa, o lugar em que praticado o último ato de
execução.

RESPOSTA DA QUESTÃO: Nos termos do art. 72 do CPP, o foro subsidiário (ou


supletivo) será o foro do domicílio ou residência do réu, quando desconhecido o lugar
da infração:
Art. 72. Não sendo conhecido o lugar da infração, a competência regular-se-á
pelo domicílio ou residência do réu.
Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA É A LETRA C.

Q125 - A competência para a ação penal, caso


a) desconhecido o domicílio do ofendido, será estabelecida pelo local da
infração.
b) desconhecido o local da infração, será estabelecida pela residência ou
domicílio do réu.
c) desconhecido o domicílio do réu, será estabelecida pela prevenção.
d) se trate de ação privada, ficará a cargo do querelante, que pode escolher
entre o local da infração e o da sua própria residência.
e) se trate de crime tentado, será fixada no lugar onde deveria ter se
consumado a infração.

RESPOSTA DA QUESTÃO: A competência, caso desconhecido o lugar da INFRAÇÃO


(que é a regra), será fixada tendo em conta o local do domicílio ou residência do réu,
nos termos do art. 72 do CPP. No caso de ação exclusivamente privada o querelante
poderá escolher entre o local da infração ou o local do domicílio do RÉU, nos termos
do art. 73 do CPP.

Por fim, em se tratando de crime tentado a competência, em regra, será do Juízo do


lugar em que for praticado o último ato de execução, nos termos do art. 70 do CPP.
LETRA B.

Q126 - Determina o caput do art. 70 do CPP que nos crimes consumados,


como regra, a competência para julgamento será determinada pelo lugar
onde deveria ter se consumado a infração.

RESPOSTA DA QUESTÃO:
Em se tratando de crime tentado a competência, em regra, será do Juízo do lugar em
que for praticado o último ato de execução, nos termos do art. 70 do CPP. Errada.

Q127 - De acordo com entendimento sumulado pelo STF, é de competência


da Justiça Federal processar e julgar crimes de tráfico de drogas, desde que
haja remessa do entorpecente para o

a) exterior.
b) exterior, ou entre Estados dentro do país.
c) exterior, ou entre Estados dentro do país, ou entre Municípios.
d) exterior, e desde que seja praticado por associação transnacional.
RESPOSTA DA QUESTÃO: Nos termos do enunciado nº 522 da súmula de
jurisprudência do STF, haverá competência da Justiça Federal para processar e julgar
o delito de tráfico de drogas quando se tratar de remessa da droga para o exterior:

SÚMULA 522 (IMPORTANTE PARA CPP E LEI DE DROGAS)


Salvo ocorrência de tráfico para o Exterior, quando, então, a competência será
da Justiça Federal, compete à Justiça dos Estados o processo e julgamento dos
crimes relativos a entorpecentes. LETRA A.

Q128 - A competência processual penal é definida, em regra, pelo lugar em


que se consumar a infração. Contudo, nos termos do Código de Processo
Penal, é correto afirmar que se tratando de infração continuada ou
permanente, praticada em território de duas ou mais jurisdições, a
competência firmar-se-á pelo lugar em que for praticado o último ato de
execução.

RESPOSTA DA QUESTÃO:
Essa cai bastante! Nesse caso a competência se firmará pela prevenção, conforme
art. 71 do CPP:
Art. 71. Tratando-se de infração continuada ou permanente, praticada em território
de duas ou mais jurisdições, a competência firmar-se-á pela prevenção. Gab: E

Q129 - Ao Supremo Tribunal Federal competirá, privativamente, processar e


julgar os seus ministros nos crimes de responsabilidade.

RESPOSTA DA QUESTÃO:
Os Ministros do STF são processados e julgados, nos crimes de responsabilidade, pelo
SENADO FEDERAL, nos termos do art. 52, II da Constituição Federal. Errada.

Q130 - Não sendo conhecido o lugar da infração, a competência regular-se-á


pelo domicílio ou residência do réu.

RESPOSTA DA QUESTÃO:
Essa vale até a pena repetir, vai cair na sua prova. Correta.

Q131 - A inobservância da competência penal por


prevenção___________________ .

a) constitui nulidade relativa


b) constitui nulidade absoluta
c) não constitui nulidade
d) pode constituir nulidade absoluta em circunstâncias especiais

RESPOSTA DA QUESTÃO: A inobservância da competência em razão da prevenção


é causa de nulidade relativa, conforme entendimento do STF, sumulado através do
verbete de nº 706: ―É relativa a nulidade decorrente da inobservância da
competência penal por prevenção‖. PORTANTO, A ALTERNATIVA CORRETA É A LETRA
A.

Q132 - No caso de roubo praticado na cidade de São Paulo contra agência


bancária da Caixa Econômica Federal, em que tenha havido a subtração de
dinheiro do caixa, a competência para a ação penal é da
a) Justiça Federal.
b) Justiça Estadual.
c) Justiça Federal ou da Justiça Estadual, observada a regra da prevenção.
d) Justiça Federal ou da Justiça Estadual, conforme o inquérito tenha sido
conduzido pela Polícia Federal ou pela Polícia Estadual.

RESPOSTA DA QUESTÃO: Neste caso, como a Caixa Econômica Federal é uma


empresa pública federal, a competência será da JF, por força do art. 109, IV da
Constituição. Gab: A

Q133 - Tratando-se de infração continuada ou permanente, praticada em


território de duas ou mais jurisdições, a competência firmar-se-á pelo(a)

a) prevenção.
b) lugar da infração.
c) conexão ou continência.
d) distribuição.

RESPOSTA DA QUESTÃO: Neste caso a competência se firmará pela prevenção, por


força do art. 71 do CPP:
Art. 71. Tratando-se de infração continuada ou permanente, praticada em território
de duas ou mais jurisdições, a competência firmar-se-á pela prevenção. LETRA A.

Q134 - A exceção de incompetência constitui meio processual assecuratório


da observância do princípio do(a)

a) oficialidade.
b) juiz natural.
c) publicidade.
d) persuasão racional.

RESPOSTA DA QUESTÃO: A exceção de incompetência é uma forma de defesa que


visa à garantia da observância do princípio do Juiz Natural, pois tem como objetivo o
reconhecimento da incompetência do Juízo e a remessa dos autos ao Juízo
competente, ou seja, a remessa dos autos ao Juiz Natural da causa. Tal princípio está
previsto no art. 5º, LIII da Constituição. Gab: B

Q135 - Imagine que magistrado integrante do Tribunal Regional Eleitoral,


durante sessão de julgamento e em razão de controvérsia relativa a votos
divergentes, atente dolosamente contra a vida de seu colega. A competência
para julgamento é do:

a) Tribunal do Júri.
b) Tribunal de Justiça.
c) Tribunal Regional Eleitoral.
d) Superior Tribunal de Justiça.
e) Tribunal Superior Eleitoral.

RESPOSTA DA QUESTÃO: No caso em tela o agente possui foro por prerrogativa de


função para ser julgado, nos crimes comuns, pelo STJ. Além disso, a competência de
foro por prerrogativa de função irá prevalecer em relação à competência do Júri, pois
se trata de prerrogativa de foro prevista na própria Constituição FEDERAL. LETRA D.

Q136 - Se o Prefeito Municipal de uma cidade do Estado de São Paulo comete


um crime de homicídio na cidade de Recife, Estado de Pernambuco, é
competente para o julgamento da causa o;

a) Tribunal do Júri do Foro da Comarca de Recife, Estado de Pernambuco


b) Tribunal de Justiça do Estado de Pernambuco
c) Tribunal de Justiça do Estado de São Paulo.
d) Tribunal do Júri do Foro da Comarca da cidade, onde o autor do referido crime
figura como Prefeito Municipal

RESPOSTA DA QUESTÃO: No caso em tela será competente o TJ do estado de São


Paulo. Isto porque os prefeitos possuem a prerrogativa CONSTITUCIONAL (prevista
na Constituição FEDERAL) de serem processados e julgados, nos crimes comuns, pelo
TJ local:

Art. 29. O Município reger-se-á por lei orgânica, votada em dois turnos, com o
interstício mínimo de dez dias, e aprovada por dois terços dos membros da Câmara
Municipal, que a promulgará, atendidos os princípios estabelecidos nesta Constituição,
na Constituição do respectivo Estado e os seguintes preceitos:
(...)
X - julgamento do Prefeito perante o Tribunal de Justiça; (Renumerado do inciso VIII,
pela Emenda Constitucional nº 1, de 1992) No caso, o TJ competente é o da Unidade
da Federação em que está situado o município a que pertence o Prefeito, e não o TJ
do local do fato. Assim, competente será o TJ-SP (CC 120848/PE, Rel. Ministra
LAURITA VAZ, TERCEIRA SEÇÃO, julgado em 14/03/2012, DJe 27/03/2012). LETRA
C.

Q137 - A competência será determinada pela conexão quando duas ou mais


pessoas forem acusadas pela mesma infração ou se, ocorrendo duas ou mais
infrações praticadas ao mesmo tempo, por várias pessoas reunidas, ou por
várias pessoas em concurso, embora diverso o tempo e o lugar, ou por várias
pessoas, umas contra as outras.

RESPOSTA DA QUESTÃO:
No caso de duas ou mais pessoas serem acusadas pela mesma infração teremos
continência, e não conexão, nos termos do art. 77, I do CPP:
Art. 77. A competência será determinada pela continência quando:
I - duas ou mais pessoas forem acusadas pela mesma infração.

Assertiva errada.

Q138 - Após a condenação em primeira instância por um crime de


competência federal, o réu de uma ação penal é diplomado como deputado
federal. Posteriormente, quanto ao julgamento de sua apelação, interposta
antes da diplomação, deverá ser julgada:
a) pelo Tribunal Regional Federal, se já estiver devidamente instruída com razões e
contrarrazões.
b) normalmente pelo juiz federal da causa, em respeito ao princípio do juiz natural.
c) pelo Supremo Tribunal Federal.
d) pelo Superior Tribunal de Justiça.
e) normalmente pelo Tribunal Regional Federal.

RESPOSTA DA QUESTÃO: Considerando-se a superveniência da diplomação


do acusado, que passou a ocupar o cargo de deputado federal, a competência
se desloca para o STF, que passa a ser o órgão jurisdicional competente para
processar e julgar a demanda. A competência só permaneceria no TRF se já
tivesse se iniciado o julgamento do recurso. LETRA C.

Q139 - Analise a seguinte situação hipotética: Agapito é funcionário público


do Estado de Roraima, exercendo suas atividades na Secretaria da Saúde,
com sede na cidade de Boa Vista. No exercíciodo seu cargo, Agapito, agindo
em manifesta continuidade delitiva, com o mesmo modos operandi, durante
aproximadamente seis meses e nas cidades de Boa Vista, Rorainópolis, Alto
Alegre e Caracaí, todas do Estado de Roraima, desvia em proveito próprio e
de sua esposa, diversos bens de que tinha a posse em razão do cargo que
ocupa. Agapito iniciou sua prática criminosa na cidade de Boa Vista e
praticou o último ato na cidade de Caracaí. No mesmo dia, pouco tempo
depois da prática do último ato criminoso, Agapito foi preso em flagrante por
crime de peculato, quando retornava para a cidade de Boa Vista, em uma
Rodovia, na cidade de Mucajaí.
No caso proposto, a competência para julgamento da ação penal

a) regular-se-á pelo domicílio do réu, uma vez que ele praticou o crime em diversas
comarcas do Estado de Roraima.
b) será do juízo da comarca de Mucajaí, local da prisão em flagrante do réu.
c) será do juízo da comarca de Boa Vista, onde o funcionário público praticou o
primeiro ato criminoso
d) firmar-se á pela prevenção, uma vez que todos os juízos das comarcas de Boa
Vista, Rorainópolis, Alto Alegre e Caracaí, onde o réu praticou atos criminosos, são
competentes para julgamento da ação penal.
e) será do juízo da comarca de Caracaí, onde o funcionário público praticou o último
ato criminoso.

RESPOSTA DA QUESTÃO: Neste caso, nós temos diversos crimes de peculato


praticados em continuidade delitiva. Assim, por uma ficção jurídica serão
considerados como crime único. Desta forma, em se tratando de crime continuado
praticado no território de duas ou mais jurisdições, e considerando que não há uma
infração penal mais grave que as demais, a competência será do Juízo criminal de
qualquer uma das comarcas, e firmar-se-á pela prevenção, nos termos do art. 71 do
CPP. LETRA D.

Q140 - O Código de Processo Penal brasileiro, ao tratar da competência


jurisdicional por conexão ou continência, determina a observância da
seguinte regra:

a) no concurso entre a competência do júri e a de outro órgão da jurisdição comum,


prevalecerá esta última.
b) no concurso de jurisdições da mesma categoria, preponderará a do lugar da
infração à qual for cominada a pena mais grave, exceto
no caso de crimes conexos de competência federal e estadual, em que a competência
será sempre da Justiça Federal.
c) no concurso entre a jurisdição comum e a especial, prevalecerá aquela.
d) a conexão e continência importam unidade de processo e julgamento, sem
exceção.
e) é obrigatória a separação dos processos quando as infrações tiverem sido
praticadas em circunstâncias de tempo ou de lugar diferentes.

RESPOSTA DA QUESTÃO: No que tange à conexão, aplica-se, em regra, a reunião


dos processos, mas há exceções. No caso de haver reunião, prevalece a competência
da jurisdição especial em relação à comum. Vejamos:

!! Art. 78. Na determinação da competência por conexão ou continência, serão


observadas as seguintes regras: (Redação dada pela Lei nº 263, de 23.2.1948)
I - no concurso entre a competência do júri e a de outro órgão da jurisdição comum,
prevalecerá a competência do júri; (Redação dada pela Lei nº 263, de
23.2.1948)
Il - no concurso de jurisdições da mesma categoria: (Redação dada pela Lei nº 263,
de 23.2.1948)
a) preponderará a do lugar da infração, à qual for cominada a pena mais grave;
(Redação dada pela Lei nº 263, de 23.2.1948)
b) prevalecerá a do lugar em que houver ocorrido o maior número de infrações, se as
respectivas penas forem de igual gravidade; (Redação dada pela Lei nº 263, de
23.2.1948)
c) firmar-se-á a competência pela prevenção, nos outros casos; (Redação dada pela
Lei nº 263, de 23.2.1948)
III - no concurso de jurisdições de diversas categorias, predominará a de maior
graduação; (Redação dada pela Lei nº 263, de 23.2.1948)
IV - no concurso entre a jurisdição comum e a especial, prevalecerá esta. (Redação
dada pela Lei nº 263, de 23.2.1948)
A Justiça Federal é especial em relação à Justiça Estadual, prevalecendo sobre esta.
Vejam que o fato de a infração da Justiça Federal possuir pena menos grave, neste
caso, é irrelevante. LETRA B.

Q141 - A competência será determinada pela continência

a) se, ocorrendo duas ou mais infrações, houverem sido praticadas, ao mesmo


tempo, por várias pessoas reunidas.
b) quando duas ou mais pessoas forem acusadas pela mesma infração.
c) se os crimes forem praticados por várias pessoas, umas contra as outras.
d) quando a prova de uma infração ou de qualquer de suas circunstâncias
elementares influir na prova de outra infração.
e) se os crimes foram praticados para facilitar ou ocultar outros.

RESPOSTA DA QUESTÃO: A competência será determinada pela continência quando


duas ou mais pessoas forem acusadas pela mesma infração, nos termos do art. 77, I
do CPP:
Art. 77. A competência será determinada pela continência quando:
I - duas ou mais pessoas forem acusadas pela mesma infração;
PORTANTO, A ALTERNATIVA CORRETA É A LETRA B.

Q142 - Antonio é prefeito municipal que exerce mandato desde 2013. Ante
a notícia de que teria, em 2011, praticado delito de apropriação indébita
previdenciária, previsto no artigo 168-A, do Código Penal, enquanto sócio
gerente de uma metalúrgica, a competência para processá-lo e julgá-lo
agora por tal crime é do:

a) juiz de primeiro grau da respectiva seção judiciária onde teria ocorrido o delito.
b) Supremo Tribunal Federal.
c) Superior Tribunal de Justiça.
d) Tribunal Regional Federal do local onde teria ocorrido o delito.
e) Tribunal de Justiça do Estado onde teria ocorrido o delito.

RESPOSTA DA QUESTÃO: Os prefeitos possuem foro por prerrogativa de função, de


forma que são julgados pelo Tribunal de Justiça local. Contudo, em se tratando de
crime de competência da Justiça Federal, o competente será o respectivo TRF, e não
o TJ, que não tem competência para processar e julgar crimes federais, como é de
apropriação indébita previdenciária, eis que praticado em detrimento do patrimônio
de autarquia federal (INSS). LETRA D.

Q143 - Pedro foi denunciado porque guarda, na cidade A, moeda falsa e


porque, na cidade B, ao ser flagrado na importação da moeda falsa,
desacatou e desobedeceu a ordem policial. O foro competente para processar
e julgar Pedro por tais fatos é

(A) tanto da cidade A como da B, facultativamente, porque o crime de moeda falsa,


mais grave, ocorreu em ambas as localidades.
(B) o da cidade A, porque é onde se iniciou a execução.
(C) o da cidade B, porque lá ocorreu o maior número de infrações.
(D) o do foro da residência de Pedro.
(E) o da cidade B, porque onde foi praticado o último ato de execução.

RESPOSTA DA QUESTÃO: Neste caso temos uma hipótese de continência, por


concurso MATERIAL. vejamos:
Art. 77. A competência será determinada pela continência quando:
(...)
II - no caso de infração cometida nas condições previstas nos arts. 51, § 1o, 53,
segunda parte, e 54 do Código Penal.
Neste caso, em se tratando de jurisdições da mesma categoria, e como as penas são
idênticas em relação ao crime de maior pena (moeda falsa), aplica-se a regra do
maior número de infrações:
Art. 78. Na determinação da competência por conexão ou continência, serão
observadas as seguintes regras: (Redação dada pela Lei nº 263, de 23.2.1948)
(...)
Il - no concurso de jurisdições da mesma categoria: (Redação dada pela Lei nº 263,
de 23.2.1948)
(...)
b) prevalecerá a do lugar em que houver ocorrido o maior número de infrações, se as
respectivas penas forem de igual gravidade; (Redação dada pela Lei nº
263, de 23.2.1948). LETRA C.

Q144 - O Supremo Tribunal Federal é competente para processar e julgar,


originariamente,

(A) os membros dos Tribunais Superiores, apenas nos crimes de


responsabilidade.
(B) os membros do Congresso Nacional, nos crimes de responsabilidade.
(C) seus próprios Ministros, nas infrações penais comuns.
(D) os membros do Tribunal de Contas da União, apenas nas infrações penais
comuns.
(E) o Procurador-Geral da República, nos crimes de responsabilidade.
RESPOSTA DA QUESTÃO: A competência criminal originária do STF está prevista no
art. 102 da Constituição. O STF tem competência originária para julgar, nos crimes
comuns, os seus Ministros, por força do art. 102, I, b da CRFB/88. LETRA C.

Q145 - Conforme alteração trazida pela Emenda Constitucional n° 45, nas


hipóteses de grave violação de direitos humanos, com a finalidade de
assegurar o cumprimento de obrigações decorrentes de tratados
internacionais de direitos humanos dos quais o Brasil seja parte, o

A) Presidente do Supremo Tribunal Federal, poderá suscitar, perante o Tribunal de


Justiça Estadual, em qualquer fase do inquérito ou processo, incidente de
deslocamento de competência para o Superior Tribunal de Justiça.
B) Procurador-Geral da República, poderá suscitar, perante o Superior Tribunal de
Justiça, em qualquer fase do inquérito ou processo, incidente de deslocamento de
competência para a Justiça Federal.
C) Presidente do Superior Tribunal de Justiça, poderá suscitar, perante o Tribunal
Regional Federal, em qualquer fase do inquérito ou processo, incidente de
deslocamento de competência para o Supremo Tribunal Federal.
D) Advogado-Geral da União, poderá suscitar, perante o Supremo Tribunal Federal,
em qualquer fase do inquérito ou processo, incidente de deslocamento de
competência para o Tribunal Regional Federal.
E) Presidente do Tribunal Regional Federal, poderá suscitar, perante o Tribunal de
Justiça Estadual, em qualquer fase do inquérito ou processo, incidente de
deslocamento de competência para o próprio Tribunal Regional Federal.

RESPOSTA DA QUESTÃO: No caso de grave violação dos direitos humanos, poderá


o PROCURADOR-GERAL DA REPÚBLICA suscitar, perante o STJ, O
DESLOCAMENTO DA COMPETÊNCIA para a Justiça Federal, a qualquer momento do
Inquérito ou Processo. Nos termos do §5° do art. 108 da Constituição: § 5º Nas
hipóteses de grave violação de direitos humanos, o Procurador-Geral da República,
com a finalidade de assegurar o cumprimento de obrigações decorrentes de tratados
internacionais de direitos humanos dos quais o Brasil seja parte, poderá suscitar,
perante o Superior Tribunal de Justiça, em qualquer fase do inquérito ou processo,
incidente de deslocamento de competência para a Justiça Federal. (Incluído pela
Emenda Constitucional nº45, de 2004). LETRA B.

Q146 - Compete aos Tribunais Regionais Federais processar e julgar,


originariamente, nos crimes comuns, os

A) membros dos Tribunais de Contas do Estado e do Distrito Federal.


B) Juízes do Trabalho da área de sua jurisdição.
C) Governadores dos Estados.
D) Desembargadores dos Tribunais de Justiça.
E) membros dos Tribunais de Contas do Município.

RESPOSTA DA QUESTÃO: A competência criminal dos TRFs, nos crimes comuns,


está definida no art. 108, I da Constituição. Vejamos:
Art. 108. Compete aos Tribunais Regionais Federais:
I - processar e julgar, originariamente:
a) os juízes federais da área de sua jurisdição, incluídos os da Justiça Militar e da
Justiça do Trabalho, nos crimes comuns e de responsabilidade, e os membros do
Ministério Público da União, ressalvada a competência da Justiça
Eleitoral; PORTANTO, FICA CLARO QUE A ALTERNATIVA CORRETA É A LETRA B.

Q147 - A competência será, de regra, determinada pelo lugar em que se


consumar a infração, ou, no caso de tentativa, pelo lugar em que for
praticado o último ato de execução.

RESPOSTA DA QUESTÃO:
Esta é a redação literal do art. 70 do CPP, que adotou a teoria do resultado para
definir o local do crime para fins de definição da competência.

Q148 - Quando o último ato de execução for praticado fora do território


nacional, será competente o juiz do lugar em que o crime, embora
parcialmente, tenha produzido ou devia produzir seu resultado.

RESPOSTA DA QUESTÃO:
Esta é a redação do § 2° do art. 70 do CP, que trata da hipótese de fixação da
competência nos casos em que a conduta se inicia no Brasil mas só se encerra fora do
país.

Q149 - A competência será determinada pela continência quando a prova de


uma infração ou de qualquer de suas circunstâncias elementares influir na
prova de outra infração.

RESPOSTA DA QUESTÃO:
Neste caso teremos uma hipótese de conexão, e não de continência. Trata-se da
hipótese de conexão instrumental ou probatória, nos termos do art. 76, III do CPP.
DICA: Crimes CONEXOS = conexão. Errada.

Q150 - Nos casos de ação penal privada exclusiva, o querelante, conhecido o


lugar da infração,

A) poderá preferir o foro de seu próprio domicílio.


B) poderá ajuizar a ação em qualquer foro.
C) poderá preferir o foro da sua própria residência.
D) só poderá ajuizar a ação no foro do lugar da infração.
E) poderá preferir o foro do domicílio ou residência do réu.

RESPOSTA DA QUESTÃO: O art. 73 permite que o querelante, somente na hipótese


de crime de ação penal exclusivamente privada, ofereça a queixa no foro de domicílio
do réu, ainda que conhecido o lugar da infração. No entanto, o art. 73 fala em ―casos
de exclusiva ação privada‖. Assim, no caso de ação penal privada subsidiária da
pública, não pode o querelante optar pela comarca do domicílio do réu em detrimento
da comarca do local da infração, caso este local seja conhecido, pois esta ação não é
exclusivamente privada, mas, na verdade, é pública. LETRA E.

Q151 - A competência será determinada pela continência quando


A) a prova de uma infração ou de qualquer de suas circunstâncias elementares influir
na prova de outra infração.
B) duas ou mais infrações houverem sido umas praticadas para facilitar ou ocultar as
outras, ou para conseguir impunidade ou vantagem em relação a qualquer delas.
C) duas ou mais pessoas forem acusadas pela mesma infração.
D) duas ou mais infrações houverem sido praticadas, ao mesmo tempo, por várias
pessoas, umas contra as outras.
E) duas ou mais infrações houverem sido praticadas, ao mesmo tempo, por várias
pessoas reunidas, ou por várias pessoas em concurso, embora diverso o tempo e o
lugar.

RESPOSTA DA QUESTÃO: A alternativa A traz uma hipótese de conexão, não de


continência. Trata-se, nesse caso, de conexão instrumental ou probatória, prevista no
art. 76, III do CPP. Já a alternativa B, traz outra hipótese de conexão, desta vez,
conexão objetiva teleológica e consequencial, nos termos do art. 76, II do CPP. A
alternativa C, esta sim, está correta, pois traz a hipótese de continência por
cumulação subjetiva, ou seja, a que ocorre no caso de concurso de agentes. A
alternativa D traz a conexão intersubjetiva recíproca e a alternativa E traz a hipótese
de conexão intersubjetiva por concurso de pessoas. LETRA C.

Q152 - Na hipótese de crime cuja execução tenha sido iniciada no território


nacional, mas a consumação tenha ocorrido fora dele, a competência será
determinada

A) pelo lugar em que tiver sido praticado, no Brasil, o último ato de execução.
B) pelo lugar em que tiver sido praticado, no Brasil, o primeiro ato de execução.
C) pela prevenção.
D) pela residência ou domicílio do réu.
E) pelo lugar onde ocorreu a consumação.

RESPOSTA DA QUESTÃO: Tendo a prática do crime se iniciado no Brasil, mas


terminado fora do nosso território, nos termos do art. 70, § 1° do CPP, a competência
para julgamento será a do local em que ocorreu, no Brasil, o último ato de execução:

§ 1o Se, iniciada a execução no território nacional, a infração se consumar fora dele,


a competência será determinada pelo lugar em que tiver sido praticado, no Brasil, o
último ato de execução. LETRA A.

Q153 – Em se tratando de infração permanente, praticada em território de


duas ou mais jurisdições, a competência será do lugar no qual teve início a
infração.

RESPOSTA DA QUESTÃO:
Nesta hipótese, a competência é de ambas as localidades, sendo consolidada através
do critério da prevenção, nos termos do art. 71 do CPP. Errada.

Q154 - Nos casos de tentativa, a competência será determinada pelo lugar


em que foi praticado o primeiro ato de execução.

RESPOSTA DA QUESTÃO:
Nos termos do art. 70 do CPP, no caso de tentativa, a competência será a do local
onde ocorreu o último ato executório. Questão Errada.

Q155 - Nos casos de ação privada subsidiária da pública, o querelante pode


preferir o foro de domicílio ou da residência do réu, mesmo que conhecido o
lugar da infração.

RESPOSTA DA QUESTÃO:
O art. 73 permite que o querelante, somente na hipótese de crime de ação penal
exclusivamente privada, ofereça a queixa no foro de domicílio do réu, ainda que
conhecido o lugar da infração. No entanto, o art. 73 fala em ―casos de exclusiva ação
privada‖. Assim, no caso de ação penal privada subsidiária da pública, não pode o
querelante optar pela comarca do domicílio do réu em detrimento da comarca do local
da infração, caso este local seja conhecido, pois esta ação não é exclusivamente
privada, mas, na verdade, é pública. Errada.

Q156 - Não sendo conhecido o lugar da infração, a competência regular-se-á


pelo domicílio ou residência da vítima.

RESPOSTA DA QUESTÃO:
Nos termos do art. 72 do CPP, não sendo conhecido o lugar da infração, a
competência será determinada com base no local do domicílio do réu, não do
ofendido. Errada.

Q157 - Nos casos de exclusiva ação penal privada, o querelante ajuizará a


ação no foro do domicílio ou residência do réu.

RESPOSTA DA QUESTÃO: O art. 73 permite ao querelante, mas não o obriga a


fazer isto, ajuizar a ação penal no foro de domicílio ou residência do réu, ainda que
conhecido o local da infração. Errada.

Q158 - Na competência por conexão ou continência, no concurso de


jurisdições da mesma categoria, preponderará a do lugar da infração à qual
for cominada pena mais grave.

RESPOSTA DA QUESTÃO:
Quando concorrerem na competência dois Juízos por conexão ou continência, será
considerado preponderante o Juízo do local onde for cometida a infração cuja pena é
mais grave, nos termos do art. 78, II, a do CPP. Correta.

Q159 - No concurso entre a jurisdição comum e a especial, prevalecerá a


comum.

RESPOSTA DA QUESTÃO:
Se eu tenho um jumento e um burro. Seria plenamente aceitável dizer que tenho um
jumento, ou por outro lado dizer que tenho um burro. Em nenhum ponto a questão
suscitou a exclusão da jurisdição por prerrogativa.

O CESPE por outro lado tem VÁRIOS burros, e ao que parece todos muito ocupados.
Questão errada, o que vale é o PRINCÍPIO DA ESPECIALIDADE no concurso de
jurisdição. Errada.
Q160 - No concurso de jurisdições de diversas categorias, predominará a de
maior graduação.

RESPOSTA DA QUESTÃO:
Esta é a previsão contida no art. 78, III do CPP, que determina a preponderância da
Jurisdição de maior graduação (ex: Um Tribunal e um Juiz singular). Correta.

Q161 – A competência fixada pela circunstância de duas ou mais pessoas


serem acusadas pela mesma infração é determinada

A) pela prevenção.
B) por conexão.
C) pela natureza da infração.
D) pela continência.
E) por distribuição.

RESPOSTA DA QUESTÃO: A competência, neste caso, é a chamada competência


por continência em razão da cumulação subjetiva (concurso de agentes). Gab: D

Q162 - Conexão instrumental é aquela que decorre da pluralidade de sujeitos


do crime e de uma única conduta, com vários resultados.

RESPOSTA DA QUESTÃO:
Essa é fácil resolver pois se há uma única conduta não pode ser conexão, de toda
forma, nesse caso não há conexão instrumental, mas hipótese de continência por
cumulação subjetiva. Errada.

Q163 - Ocorre a prevenção, quando anteriormente à propositura da ação ou


no concurso dela, um juiz, dentre diversos outros da mesma forma
competentes, pratica algum ato processual.

RESPOSTA DA QUESTÃO:
Quando dois ou mais órgãos jurisdicionais são competentes para apreciar
determinada demanda, a competência será fixada naquele que primeiro atuar no
caso. Certa.

Q164 - Foro subsidiário é aquele fixado na hipótese em que não for


conhecido o lugar da infração, passando o foro a ser o do domicílio ou
residência do réu.

Via de regra, o foro é determinado pelo local onde ocorre a infração. No entanto, não
sendo conhecido este local, será considerado como competente o foro do local onde o
réu possui domicílio ou residência, nos termos do art. 72 do CPP. Correta.

Q165 - Em regra a competência deve ser fixada pelo lugar onde se consumou
o delito ou, no caso de tentativa, onde foi praticado o último ato executório.

RESPOSTA DA QUESTÃO:
Nos termos do art. 70 do CPP, no caso de tentativa, a competência será a do local
onde ocorreu o último ato executório. Certa.
Q166 - A competência do tribunal do júri atrai os processos conexos e
prevalece inclusive sobre o foro por prerrogativa de função.

RESPOSTA DA QUESTÃO:
Embora a competência do Júri possua uma vis atractiva sobre as demais
competências, o STF entende que a competência do júri não prevalece sobre a
competência por prerrogativa de função quando esta é estabelecida na Constituição
FEDERAL. Errada.

Q167 - Na sessão plenária do procedimento do júri popular, quando


desclassificado o delito pelo conselho de sentença para outro de
competência do juiz singular, é o próprio juiz presidente do tribunal do júri
aquele que deverá proferir a sentença.

RESPOSTA DA QUESTÃO:
CORRETA: De fato, esta é a previsão contida no art.492, §1º do CPP.

Q168 - Não se aplicam as regras de conexão de natureza objetiva ao tribunal


do júri, em razão de expressa previsão constitucional de sua competência
para o julgamento de crimes dolosos contra a vida.

RESPOSTA DA QUESTÃO:
Havendo conexão entre crimes dolosos contra a vida e outros delitos, estes também
serão julgados pelo Tribunal do Júri, em razão da força atrativa de sua competência,
nos termos do art. 78, I do CPP. Errada.

Q169 - O princípio do juiz natural, instituído ratione personae e ratione


materiae, configura hipótese de competência absoluta, inafastável por
vontade das partes processuais, somente se admitindo a sua flexibilização
por oportunidade da aplicação de norma constitucional.

RESPOSTA DA QUESTÃO:
O princípio do juiz natural, instituído ratione personae e ratione materiae, configura
hipótese de competência absoluta, inafastável por vontade das partes processuais,
somente se admitindo a sua flexibilização por oportunidade da aplicação de norma
constitucional. Correta.

Q170 - A expedição de mandado de busca e apreensão não configura ato de


prevenção do juízo, tendo em vista a ausência de conteúdo decisório deste
ato judicial.

RESPOSTA DA QUESTÃO:
A simples expedição de mandado de busca e apreensão gera a prevenção do Juízo
que a determinou, nos termos do art. 83 do CPP. Errada.

Q171 - Viola as garantias fundamentais do juiz natural e do devido processo


legal a atração por continência ou conexão do processo do corréu ao foro por
prerrogativa de função de um dos denunciados, por tratar-se de regra de
prorrogação de competência de natureza infraconstitucional.

RESPOSTA DA QUESTÃO:
O STJ entende que não há qualquer violação neste caso, devendo o corréu não
detentor de prerrogativa de foro ser julgado juntamente com o corréu que a possui,
em razão da conexão. Errado.

Q172 - Os crimes de responsabilidade praticados pelos ministros de Estado,


sem qualquer conexão com o presidente da República, serão processados e
julgados pelo STJ.

RESPOSTA DA QUESTÃO:
ÔPA! Questão importantíssima e o item está errado. Os Ministros do Presidente da
República – Ministros de Estado – são processados por crimes comuns ou crimes de
responsabilidade sempre no STF. Vou repetir! Tenha o Ministro de Estado cometido
crime comum (ligado ou não a sua função) ou crime de responsabilidade, o tribunal
competente será o Supremo Tribunal Federal.

O Art. 52, I, com redação dada pela EC 23/99, traz uma grande exceção. Quando o
Ministro de Estado comete crime de responsabilidade conexo com o Presidente da
República ou o Vice, o julgamento desse Ministro não vai para o STF, como ocorre
normalmente, mas sim acompanha o Presidente ou Vice deslocando o julgamanto
para o Senado Federal.

Resumindo, Ministros de Estado são processados no STF, seja crime comum ou crime
de responsabilidade, salvo nos casos de crime de responsabilidade conexos com o
Presidente ou o Vice-Presidente, em que todos são processados no Senado Federal.
São os chamados crimes de responsabilidade conexos com o Presidente da República
(ou o Vice, não esqueça).

A mesma regra se aplica aos comandantes do EMA – Forças Armadas.

Se estas autoridades forem COATORES em MS – HD e HC o processo é de


competência originária do STJ

Questão errada.

Q173 - Compete ao Superior Tribunal de Justiça processar e julgar, nas


infrações penais comuns, os membros dos Tribunais Regionais do Trabalho.

RESPOSTA DA QUESTÃO:
Art. 105. Compete ao Superior Tribunal de Justiça. Correta.

Q174 – Via de regra, a competência será definida pelo local em que foi
praticada a infração, ainda que seja outro o local da consumação.

RESPOSTA DA QUESTÃO:
Como regra a competência será regulada em razão do local em que se consumar a
infração, nos termos do art. 70 do CPP. Errada.

Q175 - No caso de ação penal privada, o querelante poderá preferir o foro de


sua residência, ainda que conhecido o local da infração.

RESPOSTA DA QUESTÃO:
O querelante (nas ações penais exclusivamente privadas) poderá preferir o foro de
domicílio ou residência do RÉU (e não o dele próprio), ainda que conhecido o lugar da
infração, nos termos do art. 73 do CPP.

Q176 - Estando preso e cumprindo pena na cidade de Campos, interior do


estado do Rio de Janeiro, Paulo efetua ligação telefônica para a casa de
Maria, localizada na cidade de Niterói, no mesmo Estado, anunciando o falso
sequestro do filho desta e exigindo o depósito da quantia de R$ 2.000,00
(dois mil reais), a ser efetuado em conta bancária na cidade do Rio de
Janeiro. Maria, atemorizada, efetua a transferência do respectivo valor, no
mesmo dia, de sua conta corrente de uma agência bancária situada em São
Gonçalo.

Descoberto o fato e denunciado pelo crime de extorsão, assinale a opção que


indica o juízo competente para o julgamento.

A) Vara Criminal de Campos.


B) Vara Criminal de Niterói.
C) Vara Criminal de São Gonçalo.
D) Vara Criminal do Rio de Janeiro.

RESPOSTA DA QUESTÃO: O crime de extorsão é considerado formal, ou seja,


consuma-se independentemente da obtenção da vantagem indevida.

Assim, a consumação de tal delito ocorre no momento e no local em que a violência


ou grave ameaça é exercida contra a vítima. Neste caso, a grave ameaça ocorreu em
Niterói (local em que a vítima recebeu a ligação). Neste momento o delito do art. 158
do CP restou consumado.

A competência, portanto, será da Vara Criminal de Niterói, nos termos do art. 70 do


CPP. LETRA B.

Q177 - A competência será, de regra, determinada pelo lugar em que se


consumar a infração, ou, no caso de tentativa, pelo lugar em que for
praticado o último ato de execução. Se, iniciada a execução no território
nacional, a infração se consumar fora dele, a competência será determinada
pelo lugar em que tiver sido praticado, no Brasil, o último ato de execução.

RESPOSTA DA QUESTÃO:
Esta é a redação do art. 70, caput, e seu § 1°, do CPP. Correta.

Q178 - Quando o último ato de execução for praticado fora do território


nacional, será competente o juiz do lugar em que o crime, embora
parcialmente, tenha produzido ou devia produzir seu resultado.

RESPOSTA DA QUESTÃO:
Quando o último ato de execução não for praticado no Brasil, mas fora do país, a
competência, no Brasil, será do Juízo do local em que o crime tenha produzido o
resultado, ou deveria produzir. Nos termos do art. 70, § 2° do CPP. Correta.

Q179 - A conexão importará em unidade de processos e julgamento no


concurso entre jurisdição comum e militar.
RESPOSTA DA QUESTÃO:
Nesse caso não haverá unidade de processo e julgamento, nos termos do art. 79, I
do CPP. Errada.

Q180 - Quando a prova de uma infração influir na prova de outra infração, a


competência será determinada pela continência.

RESPOSTA DA QUESTÃO:
Crimes CONEXOS, não dá pra ser continência. Errada.
Q181 - A teoria adotada para definição da competência territorial é a da
Atividade, ou seja, relevante será o local da ação/omissão.

RESPOSTA DA QUESTÃO:
Nítido que o CPP adotou a teoria do RESULTADO para definir a competência de
jurisdição. Errada.

Q182 – POLICIA LEGISLATIVA FEDERAL – SENADO FEDERAL – FGV – 2008

Caio, deputado federal, contrata Semprônio, matador profissional, para


liquidar seu desafeto Tício, também deputado federal. O pistoleiro executa o
crime. Posteriormente, o matador é preso e confessa o crime, indicando
ainda a participação de Caio como mandante do crime doloso contra a vida.
Assinale a alternativa correta.

(A) Caio e Semprônio deverão ser julgados pelo Tribunal do Júri.


(B) Caio e Semprônio deverão ser julgados pelo Superior Tribunal de Justiça.
(C) Caio deverá ser julgado pelo Supremo Tribunal Federal e Semprônio pelo
Tribunal do Júri.
(D) Caio deverá ser julgado pelo Superior Tribunal Eleitoral e Semprônio pelo
Superior Tribunal de Justiça.
(E) Caio e Semprônio deverão ser julgados pelo Supremo Tribunal Federal.

RESPOSTA DA QUESTÃO: Trata-se, neste caso, de hipótese de crime doloso contra


a vida, praticado em concurso de pessoas entre Caio (autor intelectual ou mandante)
e Semprônio (autor direto ou executor). A princípio, a competência para julgamento
de Semprônio e Caio seria do Tribunal do Júri, por se tratar de crime doloso contra a
vida, nos termos do art. 5°, XXXVIII, d da Constituição. No entanto, Caio, por ser
Deputado Federal, possui foro especial por prerrogativa de função, devendo ser
julgado, nos crimes comuns (inclusive os dolosos contra vida) perante o STF, nos
termos do art. 53, § 1° e art. 102, I, b da Constituição.

Entretanto, por se tratar de hipótese em que a infração penal fora cometida em


concurso de pessoas, há o fenômeno da continência por cumulação subjetiva (uma
única infração e concurso de pessoas), nos termos do art. 77, I do CPP, o que importa
em reunião dos processos para julgamento perante um único Juízo. O que fazer?

O STF chegou a firmar entendimento no sentido de que ambos deveriam ser julgados
pelo STF. Contudo, posteriormente a jurisprudência se consolidou no sentido de que
deverá haver a separação de processos, pois caso contrário a competência do júri
estaria sendo afastado em razão de meras normas infraconstitucionais do CPP (sobre
conexão e continência).
Assim, o entendimento é no sentido de que Caio será julgado pelo STF e Semprônio
pelo Tribunal do Júri.
Gabarito: Letra C.

Q183 - POLICIA LEGISLATIVA FEDERAL – SENADO FEDERAL – FGV – 2008

I. Na determinação da competência por conexão, em caso de concurso de


jurisdições da mesma categoria, observa-se a regra da preponderância da
jurisdição em que houver ocorrido o maior número de infrações, se as
respectivas penas forem de igual gravidade.
II. A competência prevista na Constituição Estadual de foro por prerrogativa
de função para procurador do estado não prevalece sobre a competência
prevista na Constituição Federal do julgamento pelo tribunal do júri para
crimes dolosos contra a vida.
III. É possível a separação de processos em razão do número excessivo de
acusados.
IV. A competência prevista na Constituição Federal de foro por prerrogativa
de função para juiz de direito prevalece sobre a competência prevista na
Constituição Federal do julgamento pelo tribunal do júri para crimes dolosos
contra a vida.

Assinale:
(A) se apenas as afirmativas I e II estiverem corretas.
(B) se apenas as afirmativas II e III estiverem corretas.
(C) se apenas as afirmativas III e IV estiverem corretas.
(D) se todas as afirmativas estiverem corretas.
(E) se nenhuma afirmativa estiver correta.

I - CORRETA: Esta é a previsão expressa do art. 78, II, a e b do CPP, que estabelece
como regra, a competência do foro do local onde fora praticada a infração mais grave
e, no caso de infrações da mesma gravidade, onde houver ocorrido o maior número
de infrações.
II - CORRETA: Se a competência por prerrogativa de função não está prevista na CF,
mas na Constituição Estadual, prevalecerá a competência do Tribunal do Júri, nos
termos da SÚMULA VINCULANTE 45.
III - CORRETA: Esta é a previsão contida no art. 80 do CPP:
Art. 80. Será facultativa a separação dos processos quando as infrações tiverem sido
praticadas em circunstâncias de tempo ou de lugar diferentes, ou, quando pelo
excessivo número de acusados e para não lhes prolongar a prisão provisória, ou por
outro motivo relevante, o juiz reputar conveniente a
separação.
IV - CORRETA: Item correto, pois havendo concorrência entre a competência do
Tribunal do Júri e outra competência por prerrogativa de função prevista na
Constituição FEDERAL, prevalecerá esta última. LETRA D.

Q184 - O foro por prerrogativa de função somente tem cabimento enquanto


o agente público se encontra no exercício da função pública que lhe confere
tal prerrogativa, ainda que haja processo em curso, pendente de despacho.

RESPOSTA DA QUESTÃO:
Segundo o STF, a desvinculação do cargo gera a remessa dos autos ao Juízo que
seria competente em caso de ausência do foro por prerrogativa de função, no caso, o
Juízo de Direito de primeira instância. Certa.

Q185 - Paulo reside na cidade ―Y‖ e lá resolveu falsificar seu passaporte.


Após a falsificação, pegou sua moto e viajou até a cidade ―Z‖, com o intuito
de chegar ao Paraguai. Passou pela cidade ―W‖ e pela cidade ―K‖, onde foi
parado pela Polícia Militar. Paulo se identificou ao policial usando o
documento falsificado e este, percebendo a fraude, encaminhou Paulo à
delegacia. O Parquet denunciou Paulo pela prática do crime de uso de
documento falso. Assinale a afirmativa que indica o órgão competente para
julgamento.

A) Justiça Estadual da cidade ―Y‖.


B) Justiça Federal da cidade ―K‖.
C) Justiça Federal da cidade ―Y‖.
D) Justiça Estadual da cidade ―K‖.
RESPOSTA DA QUESTÃO: O delito em questão é o delito de uso de documento
falso, previsto no art. 304 do CP. Quanto à base territorial, a jurisprudência entende
que é competente o Juízo do local em que ocorreu a utilização do documento falso, no
caso, a cidade ―K‖.

Como o documento falsificado é o passaporte, que é um documento relacionado à


fiscalização de fronteiras, há o interesse da União na causa, de forma que a
competência ratione materiae será da Justiça Federal. Não se trata, apenas de
―documento emitido por órgão federal‖ (Polícia Federal), pois o STJ entende que
importa a autoridade perante quem é apresentado o documento, e não o órgão que
emitiu o documento falsificado. No caso em tela, temos todo um contexto de
interesse da União, que envolve a fiscalização das fronteiras nacionais, por isso,
embora apresentado o documento perante a autoridade estadual (PM), teremos
competência da Justiça Federal. Logo, teremos que o Juízo competente será a Justiça
Federal da cidade K. LETRA B.

Q186 - Mévio é governador do Distrito Federal e pratica um crime comum.


Por uma questão de competência originária decorrente da prerrogativa de
função, será julgado pelo Superior Tribunal de Justiça.

RESPOSTA DA QUESTÃO:
O Governador de estado possui foro especial por prerrogativa de função, devendo ser
julgado, nos crimes comuns, perante o STJ, nos termos do art. 105, I, a da
Constituição. Certa.

Q187 - A Constituição do Estado X estabeleceu foro por prerrogativa de


função aos prefeitos de todos os seus Municípios, estabelecendo que ―os
prefeitos serão julgados pelo Tribunal de Justiça‖. José, Prefeito do
Município Y, pertencente ao Estado X, está sendo acusado da prática de
corrupção ativa em face de um policial rodoviário federal.

Com base na situação acima, o órgão competente para o julgamento de José


é

a) a Justiça Estadual de 1ª Instância.


b) o Tribunal de Justiça.
c) o Tribunal Regional Federal.
d) a Justiça Federal de 1ª Instância.

RESPOSTA DA QUESTÃO: No caso em tela a competência para o processo e


julgamento do delito será da Justiça Federal de segunda instância, ou seja, o TRF.
Isso porque, embora a prerrogativa de foro esteja prevista apenas na Constituição
estadual, não há choque com a competência do Júri.
Quando se diz que o TJ tem competência para julgar os Prefeitos, isso se restringe
aos crimes comuns, não abrange os crimes federais e eleitorais, que serão da
competência do TRF e do TRE, respectivamente. Vejamos a súmula 702 do STF:
SÚMULA 702, STF: A COMPETÊNCIA DO TRIBUNAL DE JUSTIÇA PARA JULGAR
PREFEITOS RESTRINGE-SE AOS CRIMES DE COMPETÊNCIA DA JUSTIÇA COMUM
ESTADUAL; NOS DEMAIS CASOS, A COMPETÊNCIA ORIGINÁRIA CABERÁ AO
RESPECTIVO TRIBUNAL DE SEGUNDO GRAU. LETRA C.

Q188 - Juan da Silva foi autor de uma contravenção penal, em detrimento


dos interesses da Caixa Econômica Federal, empresa pública.
Praticou, ainda, outra contravenção em conexão, dessa vez em detrimento
dos bens do Banco do Brasil, sociedade de economia mista. Dessa forma,
para julgá-lo será competente a Justiça Estadual, pelas duas infrações.

RESPOSTA DA QUESTÃO:
Em ambos os casos será competente a Justiça Estadual. Isto porque a Justiça Federal
não tem competência para o julgamento de contravenções penais, nos termos do art.
109, IV da Constituição Federal. Certa.

Q189 - Durante 35 anos, Ricardo exerceu a função de juiz de direito junto ao


Tribunal de Justiça de Minas Gerais. Contudo, no ano de 2012, decidiu se
aposentar e passou a morar em Florianópolis, Santa Catarina. No dia
22/01/2015, travou uma discussão com seu vizinho e acabou por ser autor
de um crime de lesão corporal seguida de morte, consumado na cidade em
que reside.

Oferecida a denúncia, de acordo com a jurisprudência majoritária dos


Tribunais Superiores, será competente para julgar Ricardo

a) o Tribunal de Justiça do Estado de Minas Gerais.


b) uma das Varas Criminais de Florianópolis.
c) o Tribunal de Justiça de Santa Catarina.
d) o Tribunal do Júri de Florianópolis.

RESPOSTA DA QUESTÃO: O foro por prerrogativa de função dos Juízes só vigora


quando os magistrados estão em atividade. Uma vez aposentados não há que se falar
em foro por prerrogativa de função. Assim, e considerando-se que a lesão corporal
seguida de morte não é um crime doloso contra a vida (o resultado morte ocorre por
culpa, não por dolo), Ricardo será julgado por uma das Varas Criminais de
Florianópolis. LETRA B.

Q190 - A Justiça Brasileira recebeu Carta Rogatória encaminhada pelo


Ministério das Relações Exteriores a pedido da Embaixada da Romênia, com
o fim de verificar a possível ocorrência de crime de lavagem de dinheiro do
empresário brasileiro Z. A quem compete a execução da Carta Rogatória?

a) Aos Juízes Federais.


b) Ao Superior Tribunal de Justiça.
c) Aos Juízes Estaduais.
d) Ao Supremo Tribunal Federal.

RESPOSTA DA QUESTÃO: Embora quem conceda o ―exequatur‖ à carta rogatória


seja o STJ, a execução da carta compete aos Juízes Federais de primeira instância,
nos termos do art. 109, X da Constituição Federal.

Q191 - Ricardo é denunciado pelo Ministério Público por um crime de roubo


cometido na cidade de Rio Doce no ano de 2013. Recebida a denúncia é
expedido mandado de citação, mas Ricardo não é encontrado no endereço
fornecido durante o curso do Inquérito Policial. O Magistrado determina,
então, a citação do réu por edital. Encerrado o prazo do edital, o réu não
comparece nem constitui advogado. Neste caso, o Magistrado deverá
suspender o processo e poderá determinar a produção antecipada das provas
consideras urgentes e, se o caso, decretar a prisão preventiva de Ricardo,
não havendo suspensão ou interrupção do prazo prescricional.

RESPOSTA DA QUESTÃO:
Neste caso, em cumprimento ao que dispõe o art. 366 do CPP, o Juiz deverá
suspender o processo e o curso do prazo prescricional. Poderá, ainda, determinar a
produção antecipada de provas consideradas urgentes e, se for o caso, decretar a
prisão preventiva do acusado. Portanto, a questão está errada.

Q192 - Sobre as citações e intimações, nos termos estabelecidos pelo Código


de Processo Penal, é INCORRETO afirmar:

a) O processo seguirá sem a presença do acusado que, citado ou intimado


pessoalmente para qualquer ato, deixar de comparecer sem motivo justificado, ou, no
caso de mudança de residência, não comunicar o novo endereço ao juízo.
b) Verificando-se que o réu se oculta para não ser citado, a citação far-se-á por
edital, com o prazo de 5 dias.
c) Estando o acusado no estrangeiro, em lugar sabido, será citado mediante carta
rogatória, suspendendo-se o curso do prazo de prescrição até o seu cumprimento.
d) A intimação do Ministério Público é sempre pessoal.
e) Se o acusado, citado por edital, não comparecer, nem constituir advogado, ficarão
suspensos o processo e o curso do prazo prescricional, podendo o juiz determinar a
produção antecipada das provas consideradas urgentes e, se for o caso, decretar
prisão preventiva.

RESPOSTA DA QUESTÃO:
A) CORRETA: Esta é a exata previsão contida no art. 367 do CPP.
B) ERRADA: Neste caso não é cabível a citação por edital, devendo ser realizada a
citação por hora certa, nos termos do art. 362 do CPP.
C) CORRETA: Item correto, nos exatos termos do art. 368 do CPP.
D) CORRETA: Item corretos, nos termos do art. 370, §4º do CPP.
E) CORRETA: Item correto, pois isto é o que prevê o art. 366 do CPP. Portanto, a
ALTERNATIVA INCORRETA É A LETRA B.
Q193 - A intimação do defensor constituído feita por publicação no órgão
incumbido da publicidade dos atos judiciais da comarca deve,
necessariamente, conter o nome do acusado, sob pena de nulidade.

RESPOSTA DA QUESTÃO:
Essa é a previsão do §1° do art. 370 do CPP:
§ 1o A intimação do defensor constituído, do advogado do querelante e do assistente
far-se-á por publicação no órgão incumbido da publicidade dos atos judiciais da
comarca, incluindo, sob pena de nulidade, o nome do acusado. (Redação dada pela
Lei nº 9.271, de 17.4.1996). Correta.

Q194 - A intimação do Ministério Público e do defensor nomeado será


pessoal.

RESPOSTA DA QUESTÃO: A intimação do MP e do defensor nomeado sempre será


realizada pessoalmente, e não por publicação no órgão oficial, nos termos do art.
370, §4° do CPP:
§ 4o A intimação do Ministério Público e do defensor nomeado será pessoal.
(Incluído pela Lei nº 9.271, de 17.4.1996). Correta.

Q195 - No processo penal, contam-se os prazos da juntada aos autos do


mandado ou da carta precatória ou de ordem, e não da data da intimação.

RESPOSTA DA QUESTÃO:

Nos termos do art. 798, §5°, a do CPP, os prazos no processo penal, em


regra, contam-se da data da intimação, e não da data da juntada aos autos
do mandado:
§ 5o Salvo os casos expressos, os prazos correrão: a) da intimação. Errada.

Q196 - Na comarca, a intimação far-se-á diretamente pelo escrivão, por


mandado, ou via postal com comprovante de recebimento, ou por qualquer
outro meio idôneo.

RESPOSTA DA QUESTÃO:
Esta é a previsão do art. 370, §2° do CPP. Correta.

Q197 - No processo penal o réu que se oculta para não ser citado poderá ser
citado por hora certa na forma estabelecida no Código de Processo Civil.

RESPOSTA DA QUESTÃO:
O art. 362 do CPP não só autoriza a citação por hora certa neste caso, como também
determina que se apliquem as regras utilizadas no processo civil.

Q198 - Estando o acusado no estrangeiro, em lugar sabido, a citação far-se-á


por carta ou qualquer meio hábil de comunicação.

RESPOSTA DA QUESTÃO:
A carta rogatória é obrigatória. Errada.
Q199 - Se o acusado, citado por edital, não comparecer, nem constituir
advogado, ficarão suspensos o processo e o curso do prazo prescricional.

RESPOSTA DA QUESTÃO:
Questão correta.

Q200 - O processo seguirá sem a presença do acusado que, citado ou


intimado para qualquer ato, deixar de comparecer sem motivo justificado.

RESPOSTA DA QUESTÃO:
Se o acusado foi citado ou intimado PESSOALMENTE e não compareceu ao ato, sem
motivo justo, o processo correrá sem a necessidade de sua intimação para os atos
futuros, por força do que dispõe o art. 367 do CPP. Errada

Q201 - A citação inicial far-se-á por mandado, quando o réu estiver no


território sujeito à jurisdição do juiz que a houver ordenado; por carta
precatória quando o réu estiver fora do território da jurisdição do juiz
processante; e por carta rogatória se estiver no estrangeiro. Em nenhum
caso a prescrição será suspensa.

ERRADA: Embora a citação inicial se faça por mandado quando o réu estiver na
comarca do Juízo processante, por carta precatória quando em outra comarca, e por
carta rogatória quando fora do país (arts. 351, 353 e 368 do CPP), no caso de o réu
ser citado mediante carta rogatória, o prazo prescricional se suspende até o
cumprimento desta, nos termos do art. 368 do CPP.

Q202 - O réu poderá ser citado com hora certa, aplicando-se ao processo
penal as regras estabelecidas no Código de Processo Civil, no caso em que o
réu se oculta para não ser citado.

RESPOSTA DA QUESTÃO:
Questão correta.

Q203 - Se o acusado, citado por edital, não comparecer, nem constituir


advogado, ficarão suspensos o processo e o curso do prazo prescricional,
podendo o juiz determinar a produção antecipada das provas consideradas
urgentes e, se for o caso, decretar prisão preventiva, respeitado o disposto
no art. 312.

RESPOSTA DA QUESTÃO:
Reprodução literal. Questão certa.

Q204 - O processo não seguirá sem a presença do acusado que, citado ou


intimado pessoalmente para qualquer ato, deixar de comparecer sem motivo
justificado, ou, no caso de mudança de residência, não comunicar o novo
endereço ao juízo, suspendendo-se o processo e a prescrição até que o réu
seja encontrado.

RESPOSTA DA QUESTÃO:
Se o acusado foi citado ou intimado PESSOALMENTE e não compareceu ao ato, sem
motivo justo, o processo correrá sem a necessidade de sua intimação para os atos
futuros, por força do que dispõe o art. 367 do CPP. Errada.
Q205 - No que se refere a citações e intimações, assinale a opção correta.

A) Tratando-se de processo penal, não se admite a citação de acusado por


edital.
B) O réu preso deve ser citado pessoalmente.
C) É inadmissível no processo penal a citação por hora certa.
D) Tratando-se de processo penal, a citação inicial deve ser feita pelo
correio.

RESPOSTA DA QUESTÃO: É plenamente admissível a citação por edital, nos termos


do art. 361 do CPP, bem como a citação por hora certa (art. 362 do CPP).
O réu preso, de fato, deve ser citado pessoalmente, por força do que dispõe o art.
360 do CPP. A citação inicial, em regra, deve ser feita por mandado, seja mediante o
próprio Juízo processante ou por cumprimento de carta precatória, arts. 351 e 353 do
CPP. Letra B.

Q206 - A citação do militar far-se-á por intermédio do chefe do respectivo


serviço.

RESPOSTA DA QUESTÃO:
A citação (cuidado pra banca não trocar por intimação) do militar se faz na pessoa do
chefe de serviço (art. 358 do CPP). Certa.

Q207 - Deve ser pessoal a intimação do

A) advogado do querelante e do defensor nomeado.


B) assistente de acusação e do defensor constituído.
C) defensor nomeado e do Ministério Público.
D) advogado ad hoc e do defensor do querelante.
E) Ministério Público e do defensor constituído.

RESPOSTA DA QUESTÃO: Nos termos do art. 370, §4° do CPP, o MP e o defensor


nomeado (defensor dativo) devem ser intimados pessoalmente, e não mediante
publicação no órgão oficial:
§ 4o A intimação do Ministério Público e do defensor nomeado será pessoal.
(Incluído pela Lei nº 9.271, de 17.4.1996). Letra C.

Q208 - Verificando-se que o réu se oculta para não ser citado, a citação far-
se-á por edital, com o prazo de 5 (cinco) dias.

RESPOSTA DA QUESTÃO:
Neste caso não é cabível a citação por edital, devendo ser realizada a citação por hora
certa, nos termos do art. 362 do CPP. Outrora, quando houver citação por edital, o
prazo é de 15 dias. Errada.

Q209 - A intimação do defensor constituído, do advogado do querelante e do


assistente far-se-á, em regra, pessoalmente, mas poderá ser feita por
publicação no órgão incumbido da publicidade dos atos judiciais da comarca,
se assim for requerido.

RESPOSTA DA QUESTÃO:
Em regra a intimação destes sujeitos processuais será realizada mediante publicação
no órgão oficial, nos termos do art. 370, §1° do CPP. Errada.

Q210 - Adiada, por qualquer motivo, a instrução criminal, o juiz marcará


desde logo, na presença das partes e testemunhas, dia e hora para seu
prosseguimento, do que se lavrará termo nos autos.

RESPOSTA DA QUESTÃO:
Quando for iniciada a instrução criminal, mas por qualquer motivo tiver que ser
adiada, o Juiz desde logo marcará dia e hora para seu prosseguimento, saindo as
partes e testemunhas devidamente intimadas, nos termos do art. 372 do CPP.
Correta.

Q211 - A intimação do defensor nomeado, para qualquer ato do processo,


será preferencialmente por publicação em órgão oficial ou, por qualquer
meio idôneo, se na comarca não existir órgão incumbido de publicação
oficial.

RESPOSTA DA QUESTÃO:
A intimação do defensor nomeado e do MP será realizada pessoalmente, por força do
que dispõe o art. 370, §4° do CPP, e não por publicação no órgão oficial. Errada.

Q212 - Expedida carta precatória para citação do réu, se ele estiver em


território sujeito a outro juiz que não o deprecado, este expedirá ofício ao
juízo deprecante solicitando aditamento da precatória com o novo endereço
do réu.

RESPOSTA DA QUESTÃO:
Caso o réu não se encontre em localidade sob a Jurisdição do Juiz processante, este
expedirá carta precatória ao Juízo do local onde o réu reside (art. 353 do CPP). No
entanto, caso o Juízo deprecado (o que recebeu a carta) verifique que o réu também
não reside naquela localidade, deverá encaminhar os autos da carta precatória ao
Juízo do local onde efetivamente o réu reside, para que lá seja cumprida a diligência,
nos termos do art. 355, §1° do CPP:
§ 1o Verificado que o réu se encontra em território sujeito à jurisdição de outro juiz, a
este remeterá o juiz deprecado os autos para efetivação da diligência, desde que haja
tempo para fazer-se a citação.

Q213 - Tício está residindo na França, mas em endereço desconhecido.

Nesse caso, a sua citação far-se-á por


A) edital.
B) carta rogatória.
C) carta precatória.
D) carta com aviso de recebimento.
E) hora certa no respectivo consulado.

RESPOSTA DA QUESTÃO: A citação do réu que se encontra fora do país deve ser
realizada, em regra, mediante a expedição de carta rogatória. No entanto, a carta
rogatória só será expedida se o réu possuir endereço conhecido no exterior. Caso
contrário, a citação será realizada por edital. E o prazo, lembre-se: 15 dias. Gab: A.
Q214 - Em relação à citação, segundo a legislação processual penal em vigor
analise as seguintes assertivas:

I. Estando o acusado no estrangeiro, em lugar sabido, será citado mediante


carta rogatória, suspendendo-se o curso do prazo de prescrição até o seu
cumprimento.
II. Se o réu não for encontrado, será citado por edital, com o prazo de 30
(trinta) dias.
III. Verificando que o réu se oculta para não ser citado, o oficial de justiça
certificará a ocorrência e procederá à citação com hora certa, na forma
estabelecida pelo Código de Processo Civil.

Está correto o que se afirma APENAS em


a) I.
b) III.
c) I e II.
d) I e III.
e) II e III.

RESPOSTA DA QUESTÃO:
I - CORRETA: Esta é a previsão contida no art. 368 do CPP;
II - ERRADA: A afirmativa está errada, pois se o réu não for encontrado será citado
por edital, que terá prazo de 15 dias, nos termos do art. 361 do CPP;
III - CORRETA: A citação por hora, certa, de fato, tem lugar quando o réu se encontra
em lugar sabido, mas se furta à citação, ou seja, está evitando contato com o oficial
de justiça, para não ser citado, nos termos do art. 362 do CPP. LETRA D.

Q215 - Considere as seguintes situações com relação à citação: réu militar;


réu que não é encontrado; réu que se oculta para não ser citado.

Assinale a alternativa que traz, correta e respectivamente, as modalidades


de citação que estão adequadas às três situações mencionadas, nos termos
dos arts. 351 a 369 do Código de Processo Penal.

a) Por correio; por hora certa; por edital.


b) Por carta de ordem; por edital; por rogatória.
c) Pessoal, por mandado; por hora certa; por hora certa.
d) Por intermédio do chefe de serviço; por edital; por hora certa.
e) Por intermédio do chefe de serviço; por hora certa; por correio.

RESPOSTA DA QUESTÃO: O militar deve ser citado por intermédio do chefe de


serviço, nos termos do art. 358 do CPP; O réu que não é encontrado deverá ser
citado por edital, nos termos do art. 361 do CPP; Já o réu que se oculta para não ser
citado deverá ser citado por hora certa, nos termos do art. 362 do CPP. Gab: D

Q216 - Estabelece o art. 366 do CPP que o acusado citado por edital que não
comparece nem nomeia defensor

a) será declarado revel, com consequente nomeação de defensor dativo, o qual


acompanhará o procedimento até seu final.
b) será declarado revel, admitindo-se verdadeiros os fatos articulados na denúncia ou
queixa.
c) terá, obrigatoriamente, decretada prisão preventiva em seu desfavor.
d) terá o processo e o curso do prazo prescricional suspensos.
e) será intimado por hora certa.

RESPOSTA DA QUESTÃO: Nos termos do art. 366 do CPP, se o acusado for citado
por edital e não comparecer nem constituir defensor, o processo ficará suspenso, bem
como ficará suspenso o curso do prazo prescricional.

Q217 - Todo mandado de citação necessariamente contém, dentre outros, o


nome completo do réu; a subscrição do escrivão e a rubrica do juiz;
finalidade.

RESPOSTA DA QUESTÃO:
São requisitos indispensáveis de todo mandado de citação os previstos no art. 352 do
CPP:

Art. 352. O mandado de citação indicará:


I - o nome do juiz;
II - o nome do querelante nas ações iniciadas por queixa;
III - o nome do réu, ou, se for desconhecido, os seus sinais característicos;
IV - a residência do réu, se for conhecida;
V - o fim para que é feita a citação;
VI - o juízo e o lugar, o dia e a hora em que o réu deverá comparecer;
VII - a subscrição do escrivão e a rubrica do juiz.

Q218 - Ao efetuar uma citação por mandado, o oficial de justiça deverá

a) tão somente entregar o mandado ao réu, pessoalmente.


b) após citar pessoalmente o réu, adverti-lo de que caso deixe de
comparecer ao ato sem motivo justificado, ser-lhe-á nomeado um defensor,
e o processo seguirá sem a sua presença.
c) entregar o mandado ao réu pessoalmente e lavrar certidão de sua
aceitação ou recusa.
d) proceder à leitura do mandado ao réu e entregar-lhe a contrafé, e ainda,
certificar a entrega da contrafé e de sua aceitação ou recusa.
e) fazer com que o réu faça aposição de ciente no original do mandado.

RESPOSTA DA QUESTÃO: Nos termos do art. 357 do CPP são requisitos da


CITAÇÃO POR MANDADO a leitura do mandado pelo oficial de justiça, bem como a
entrega da contrafé ao réu, certificando-se a entrega e sua aceitação ou recusa.
Vejamos:

Art. 357. São requisitos da citação por mandado:


I - leitura do mandado ao citando pelo oficial e entrega da contrafé, na qual se
mencionarão dia e hora da citação;
II - declaração do oficial, na certidão, da entrega da contrafé, e sua aceitação
ou recusa. LETRA D.

Q219 - Quando não houver órgão de publicação dos atos judiciais no distrito
da culpa, a intimação do MP e do defensor constituído será pessoal.

RESPOSTA DA QUESTÃO:
A intimação do MP e defensor nomeado (dativo) é sempre pessoal, nos termos do
art. 370, §4º do CPP. Não confunda: No caso de não haver órgão de publicação na
Comarca, a intimação do defensor constituído será feita pelo escrivão, por
mandado ou via postal, nos termos do art. 370, §2º do CPP

Q220 - Não é nula a citação por edital que indica o dispositivo da lei penal,
embora não transcreva a denúncia

RESPOSTA DA QUESTÃO:
Este é o entendimento sumulado do STF, por meio do verbete de nº 366:
Súmula 366 do STF
NÃO É NULA A CITAÇÃO POR EDITAL QUE INDICA O DISPOSITIVO DA LEI PENAL,
EMBORA NÃO TRANSCREVA A DENÚNCIA OU QUEIXA, OU NÃO RESUMA OS FATOS
EM QUE SE BASEIA. Certa.

Q221 - Em que momento a lei processual penal (CPP, art. 363) considera
que o processo completa sua formação?
(A) Constituição de defensor após a citação.
(B) Citação do acusado.
(C) Recebimento da denúncia.
(D) Apresentação de resposta escrita.
(E) Juntada do mandado de citação aos autos.

RESPOSTA DA QUESTÃO: O processo completa sua formação com a CITAÇÃO do


acusado, nos termos do art. 363 do CPP:
Art. 363. O processo terá completada a sua formação quando realizada a citação do
acusado. (Redação dada pela Lei nº 11.719, de 2008). LETRA B.

Q222 - Nos crimes de ação pública, o juiz poderá proferir sentença


condenatória, ainda que o Ministério Público tenha opinado pela absolvição,
bem como reconhecer agravantes, embora nenhuma tenha sido alegada.

RESPOSTA DA QUESTÃO:
Esta é a previsão literal do art. 385 do CPP:
Art. 385. Nos crimes de ação pública, o juiz poderá proferir sentença condenatória,
ainda que o Ministério Público tenha opinado pela absolvição, bem como reconhecer
agravantes, embora nenhuma tenha sido alegada. Decorre do princípio do Livre
convencimento do Juiz.

Q223 - O juiz, ao proferir a sentença condenatória, não poderá fixar em favor


do ofendido valor mínimo para reparação cível dos danos causados pela
infração, devendo a discussão ser dirimida no juízo cível.

RESPOSTA DA QUESTÃO:
Isso é possível, conforme expressa previsão do art. 387, IV do CPP. Errada.

Q224 - "A" foi denunciado pela prática de furto, tendo a denúncia narrado
que ele abordou a vítima e, após desferir-lhe socos e pontapés, subtraiu para
si a bolsa que ela carregava. Nesse caso o Juiz poderá dar aos fatos
classificação jurídica diversa, condenando o réu pela prática de roubo.

RESPOSTA DA QUESTÃO:
Nesse caso, não há alteração do fato descrito na denúncia (eis que a denúncia narrou
a violência praticada), mas somente redefinição da capitulação legal do fato. Estamos
diante, portanto, de emendatio libelli, de forma que o Juiz pode dar ao fato
classificação jurídica diversa, AINDA QUE ISSO RESULTE EM APLICAÇÃO DE PENA
MAIS GRAVE. Nos termos do art. 383 do CPP. Certa.

Q225 - O réu foi denunciado como incurso nas penas do artigo 155, "caput",
do Código Penal, porém a prova colhida na fase de instrução demonstra que
ele não subtraiu a coisa alheia mas, sim, apropriou-se de coisa de que tinha
a posse. Nesse caso, o Juiz deverá julgar o processo, atribuindo ao fato
definição jurídica diversa, ainda que tenha que aplicar pena mais grave.

RESPOSTA DA QUESTÃO:
Percebam que, neste caso, não estamos diante de mera alteração na classificação do
fato, mas de alteração dos fatos descritos na denúncia, pois a denúncia não narrou
este fato (apropriação da coisa alheia da qual estava na posse), mas narrou um furto
(narrou fatos distintos). Assim sendo, estamos diante do fenômeno da MUTATIO
LIBELLI. Sendo MUTATIO LIBELLI, o Juiz deverá abrir vista ao MP para que este faça
o aditamento da denúncia, caso entenda cabível.

Resumo esperto (e é o máximo que pode cair em sua prova, ainda assim a
possibilidade é ínfima, quase remota):

1. Os fatos narrados remetem a um tipo penal previsto mas a classificação do crime


foi dada erroneamente, como exemplo, José praticou furto, mas o MP o denunciou
por roubo: Trata-se de um mero erro formal, estamos diante de uma situação na qual
o Juiz pode aditar (emendar) de ofício permitindo a correta classificação do crime,
ainda que isso resulte em pena mais gravosa, portanto: Emendatio Libelli.

2. O fato narrado na denúncia remete a um crime, mas a verificação posterior


identifica fatos capitulados em tipo penal diverso, nesta situação há maior rigor, pois
estamos diante da necessidade da aditação da denúncia, e só quem pode promove-la
é o membro do MP, portanto, o Juiz deverá abrir vista ao MP para que este faça o
aditamento da denúncia, caso entenda cabível. Temos, então: Mutatio Libelli.

Questão Errada.

Q226 - Sentença absolutória imprópria é a que

A) concede ao acusado a suspensão condicional da pena.


B) impõe ao acusado somente medida de segurança.
C) substitui a pena privativa da liberdade por multa.
D) substitui a pena privativa da liberdade por pena restritiva de direitos.
E) estabelece o regime prisional aberto para o cumprimento da pena

RESPOSTA DA QUESTÃO: A sentença que absolve o réu tem como conseqüência a


ausência de reflexos penais negativos. A essa sentença (normal) se dá o nome de
sentença absolutória própria. Pode ocorrer, no entanto, de o réu ser absolvido mas
lhe ser imposta medida de segurança, em razão de sua periculosidade. Essa medida
de segurança é aplicada quando o réu é absolvido por ser inimputável à época do
fato, em razão de doença mental ou desenvolvimento mental retardado ou
incompleto.
Havendo a absolvição do réu em razão de sua inimputabilidade, e sendo-lhe aplicada
medida de segurança, estaremos diante de uma sentença absolutória imprópria.
LETRA B.

Q227 - No tocante à sentença, é INCORRETO afirmar que

a) qualquer das partes poderá, no prazo de 2 (dois) dias, pedir ao juiz que esclareça
a sentença, se houver obscuridade.
b) na sentença absolutória, o juiz aplicará medida de segurança, se cabível.
c) o juiz, sem modificar a descrição do fato contida na denúncia, poderá atribuir-lhe
definição jurídica diversa, ordenando, neste caso, que o Ministério Público adite a
denúncia.
d) na sentença condenatória, o juiz fixará o valor mínimo para reparação dos danos.
e) a sentença conterá a exposição sucinta da defesa.

RESPOSTA DA QUESTÃO:
A) CORRETA: Este é o prazo previsto no art. 382 do CPP.
B) CORRETA: Esta previsão está contida no art. 386, § único, III do CPP.
C) ERRADA: Não tendo que se modificar a descrição dos fatos, estamos diante do que
se chama de emendatio libelli, podendo o Juiz alterar a definição jurídica atribuída ao
fato sem que haja necessidade de aditamento da denúncia pelo MP, conforme se pode
extrair do disposto no art. 383 do CPP, ainda que tenha de aplicar pena mais grave.
D) CORRETA: Esta é a previsão contida no art. 387, IV do CPP.
E) CORRETA: Isto encontra-se previsto no art. 381, II do CPP.
LETRA C.

Q228 - Especificamente em relação ao direito brasileiro, é correto afirmar


que o Código de Processo Penal adotou, como regra, quanto aos sistemas de
apreciação das provas

a) O sistema do livre convencimento motivado ou persuasão racional.


b) O sistema da íntima convicção.
c) O sistema da prova tarifada ou certeza moral do legislador.
d) O sistema religioso ou ordálio.
e) Nenhuma das alternativas anteriores, já que o Juiz, sendo o destinatário das
provas, está sujeito tão somente ao princípio da legalidade. Em razão disso, ao
valorar as provas, poderá seguir quaisquer dos sistemas acima, inclusive mesclando-
os.

RESPOSTA DA QUESTÃO: O CPP adotou, como regra, o sistema do livre


convencimento motivado (ou baseado em provas), também chamado de persuasão
racional, pois o Juiz é livre para formar seu convencimento, mas deve fundamentar
sua decisão nas provas existentes nos autos, nos termos do art. 155 do CPP. LETRA
A.

Q229 - Para prolação de sentença condenatória o juiz formará sua convicção,


de acordo com o teor de nova regra processual penal trazida pela Lei no
11.719, de 20/06/2008, segundo livre apreciação da prova produzida em
contraditório judicial, não podendo fundamentar sua decisão exclusivamente
nos elementos informativos colhidos na investigação, ressalvadas as provas
cautelares, não repetíveis e antecipadas.
RESPOSTA DA QUESTÃO:
O Brasil adotou o sistema da livre apreciação da prova, ou do livre convencimento
fundamentado em provas, conforme se extrai do art. 155 do CPP. Certa.

Q230 - No processo penal, é inadmissível uma condenação quando a prova


da autoria é feita exclusivamente por indícios.

RESPOSTA DA QUESTÃO:
É possível a condenação baseada apenas em indícios, desde que estes indícios sejam
capazes de formar o convencimento do Juiz, no que se denominou de "prova
indiciária", embora isso não seja unânime na Doutrina. Errada.

Q231 - A reforma parcial do código de processo penal permitiu que a prova


ilícita por derivação seja considerada válida para a condenação quando
obtida através de fonte independente ou quando, por raciocínio hipotético,
sua descoberta teria sido inevitável.

RESPOSTA DA QUESTÃO:
Esta previsão está, de fato, contida no CPP, com a nova redação dada ao art.
157, §1º:
Art. 157. São inadmissíveis, devendo ser desentranhadas do processo, as provas
ilícitas, assim entendidas as obtidas em violação a normas constitucionais ou legais.

§ 1o São também inadmissíveis as provas derivadas das ilícitas, salvo quando não
evidenciado o nexo de causalidade entre umas e outras, ou quando as derivadas
puderem ser obtidas por uma fonte independente das primeiras. Certa.

Q232 - Considerando a repartição do ônus da prova, para que se alcance uma


absolvição, à defesa incumbe a prova da alegação de ter agido o réu em
situação que exclua a ilicitude da conduta.

RESPOSTA DA QUESTÃO:
Primeiramente cabe à acusação a prova de que o réu praticou o fato típico, ou seja, o
fato definido como crime. Não provado isto, a absolvição se impõe,
independentemente de qualquer prova produzida pela defesa. Errada.

Q233 - As provas ilícitas, obtidas em violação a normas legais, são


inadmissíveis, sendo facultado seu desentranhamento dos autos do
processo.

RESPOSTA DA QUESTÃO:
O desentranhamento é obrigatório, nos termos do art. 157 do CPP. Errada.

Q234 - O juiz formará sua convicção pela livre apreciação da prova produzida
em contraditório judicial, sendo-lhe vedado utilizar os elementos
informativos colhidos na investigação para fundamentar a sua decisão,
mesmo tratando-se de provas cautelares.

RESPOSTA DA QUESTÃO:
Cuidado, as bancas gostam de brincar com isso, guarde para sí essas duas
importantes informações:
1- O juiz não pode fundamentar sua decisão utilizando-se UNICAMENTE de
elementos colhidos na investigação (Inquérito).
2 – (STF) Em exceção à regra, o juiz pode fundamentar sua decisão unicamente em
elementos colhidos na investigação se for para ABSOLVER o réu.
3 – (CPP) Se as provas forem cautelares e não repetíveis (Ex: Exame de corpo de
delito, perícia...) não há óbice para que o juiz fundamente sua decisão. Vide: 155 do
CPP.
Questão errada.

Q235 – É possível provar o estado das pessoas por qualquer meio de prova
admissível no processo penal, independentemente das restrições
estabelecidas na lei civil.

RESPOSTA DA QUESTÃO:
Neste caso a prova deverá obedecer às restrições previstas na Lei Civil, nos termos
do art. 155, § único do CPP. Errada.

Q236 - A prova da alegação incumbirá a quem a fizer, sendo, porém,


facultado ao juiz, de ofício, determinar, no curso da instrução, ou antes de
proferir sentença, a realização de diligências para dirimir dúvida sobre ponto
relevante.

RESPOSTA DA QUESTÃO:
Esta é a representação correta da distribuição do ônus da prova, bem como está
correta também com relação à atividade probante do Juiz (Art. 156 CPP).

Q237 - Quando a infração deixar vestígio, será indispensável o exame de


corpo de delito, direto ou indireto, salvo se já houver confissão do acusado.

RESPOSTA DA QUESTÃO:
A primeira parte do item está correto, mas peca ao afirmar que a confissão pode
suprir o exame de corpo de delito, pois isto não é possível, nos termos do art. 158 do
CPP. Errada.

Q238 - A circunstância conhecida e provada, que, tendo relação com o fato,


autorize, por indução, concluir-se a existência de outra ou outras
circunstâncias, no âmbito do processo penal, não tem qualquer valor legal
por vedar a Constituição Federal qualquer espécie de presunção por ofensa
ao princípio do contraditório.

RESPOSTA DA QUESTÃO:
Considera-se indício e é um dos meios de prova. Temos, no enunciado, a
definição perfeita de indício, nos termos do art. 239 do CPP:

Art. 239. Considera-se indício a circunstância conhecida e provada, que, tendo


relação com o fato, autorize, por indução, concluir-se a existência de outra ou outras
circunstâncias.
Os indícios estão topograficamente inseridos dentro das ―provas‖ no CPP, ainda que
não ―provem‖ nada (apenas autorização presumir algo). Errada.

Q239 - No tocante à prova, o juiz


a) formará sua convicção pela livre apreciação da produzida nos autos, sem qualquer
restrição.
b) poderá, de ofício, ordenar a produção antecipada de provas consideradas urgentes
e relevantes, mas apenas depois de iniciada a ação penal.
c) formará sua convicção pela livre apreciação da produzida em contraditório judicial,
não podendo fundamentar sua decisão em provas cautelares, não repetíveis e
antecipadas.
d) observará a necessidade, adequação e proporcionalidade da produção antecipada
de provas, mesmo antes de iniciada a ação penal.
e) não poderá determinar, de ofício, no curso da instrução, a realização de diligências
para dirimir dúvida sobre ponto relevante.

RESPOSTA DA QUESTÃO: O Juiz formará sua convicção pela livre apreciação da


prova produzida em contraditório judicial, não podendo fundamentar sua decisão
exclusivamente nos elementos informativos colhidos na investigação, ressalvadas as
provas cautelares, não repetíveis e antecipadas. Poderá, ainda, ordenar, mesmo
antes de iniciada a ação penal, a produção antecipada de provas consideradas
urgentes e relevantes, observando a necessidade, adequação e proporcionalidade da
medida, bem como determinar, no curso da instrução, ou antes de proferir sentença,
a realização de diligências para dirimir dúvida sobre ponto relevante. Vale a pena
uma olhada nos art. 155 e o art. 156 do CPP. Gabarito: D.

Q240 - A vedação da utilização de provas ilícitas pode ser excepcionalmente


afastada em favor do acusado.

RESPOSTA DA QUESTÃO:
A Doutrina vem entendendo que se a prova ilícita é o ÚNICO meio de provar a
inocência do acusado, deve ser admitida no processo penal. Correta.

Q241 - A doutrina processual penal faz uma distinção conceitual entre a


prova ilícita e a prova ilegítima, sendo aquela a obtida com violação ao
direito substantivo e esta a obtida com violação ao direito adjetivo.

RESPOSTA DA QUESTÃO:
Esta é a exata diferenciação realizada pela Doutrina. Lembrando que ―direito
substantivo‖ é sinônimo de direito material (violação de um direito) e ―direito
adjetivo‖ é sinônimo de direito processual (violação de uma norma, vício na forma).
Correta.

Q242 - As provas derivadas das ilícitas não se considerarão contaminadas


quando puderem ser obtidas de uma fonte independente destas, ou quando
não evidenciado o nexo de causalidade entre umas e outras, segundo o
disposto na norma processual penal.

RESPOSTA DA QUESTÃO:
Item correto, nos termos do art. 157, § 1º do CPP.

Q243 - Consoante previsto no Código de Processo Penal, preclusa a decisão


de desentranhamento da prova declarada inadmissível, esta será inutilizada
por decisão judicial.
RESPOSTA DA QUESTÃO:
Item correto, nos termos do art. 157, §3º do CPP:
Preclusa a decisão de desentranhamento da prova declarada inadmissível, esta será
inutilizada por decisão judicial, facultado às partes acompanhar o incidente.

Q244 - Em relação às provas ilícitas, é correto afirmar que

a) não precisam, necessariamente, ser desentranhadas dos autos.


b) não se permite a presença das partes no incidente de inutilização, por se
tratar de ato sigiloso.
c) são aquelas obtidas em violação a normas constitucionais ou legais.
d) são também inadmissíveis as provas derivadas das ilícitas, salvo, apenas
e tão somente, quando as derivadas puderem ser obtidas por fonte
independente das primeiras.
e) considera-se fonte independente aquela que por si só, seguindo trâmites
atípicos, da investigação ou instrução criminal, seria capaz de conduzir ao
fato objeto da prova.

RESPOSTA DA QUESTÃO:
A) ERRADA: Devem, necessariamente, ser desentranhadas dos autos, nos termos do
art. 157, §3º do CPP.
B) ERRADA: A participação das partes é possível, nos termos do art. 157, §3º do CPP.
C) CORRETA: Item correto, pois esta é a definição de provas ilícitas.
Lembrando que a Doutrina ainda elenca outra espécie de provas ilegais, que são as
provas ILEGÍTIMAS. Estas últimas são aquelas obtidas mediante violação a normas de
direito processual.
D) ERRADA: O item está errado porque existe outra ressalva de possibilidade de
utilização da prova derivada da ilícita, que ocorre quando não restar evidenciado o
nexo de causalidade entre a prova originalmente ilícita e a supostamente derivada,
nos termos do art. 157, §1º do CPP:
Art. 157. São inadmissíveis, devendo ser desentranhadas do processo, as provas
ilícitas, assim entendidas as obtidas em violação a normas constitucionais ou legais.
(Redação dada pela Lei nº 11.690, de 2008)
§ 1o São também inadmissíveis as provas derivadas das ilícitas, salvo quando não
evidenciado o nexo de causalidade entre umas e outras, ou quando as derivadas
puderem ser obtidas por uma fonte independente das primeiras. (Incluído pela Lei nº
11.690, de 2008)
E) ERRADA: Considera-se fonte independente aquela que por si só, seguindo os
trâmites TÍPICOS e de praxe, próprios da investigação ou instrução criminal, seria
capaz de conduzir ao fato objeto da prova, nos termos do art. 157, §2º do CPP.
LETRA C.

Q245 - Se considera fonte independente aquela que por si só, seguindo os


trâmites normais da investigação ou da instrução criminal, seria capaz de
conduzir ao fato objeto da prova.

RESPOSTA DA QUESTÃO:
Art. 157. § 2o Considera-se fonte independente aquela que por si só, seguindo os
trâmites típicos e de praxe, próprios da investigação ou instrução criminal, seria
capaz de conduzir ao fato objeto da prova. (Incluído pela Lei nº 11.690, de 2008).
Correta.
Q246 - No processo penal, a prova

a) deverá ser produzida pelas partes, vedado ao juiz determinar, de ofício, a


produção de qualquer outra prova.
b) quanto ao estado das pessoas, assim como todas as provas no processo penal,
observarão as restrições estabelecidas na lei civil.
c) da alegação incumbirá a quem a fizer.
d) ilícita deve ser analisada em conjunto com as lícitas, podendo servir de base para a
condenação se estiver em consonância com estas.
e) pericial consistente no exame de corpo de delito e outras perícias, será realizada
por perito oficial, portador de curso superior, ou, na sua falta, por três pessoas
idôneas, portadoras de curso médio completo.

RESPOSTA DA QUESTÃO:
A) ERRADA: O Juiz pode determinar a produção de provas, nos termos do
art. 156 do CPP.
B) ERRADA: De fato, quanto à prova do estado das pessoas serão obedecidas as
restrições da Lei Civil, nos termos do art. 155, § único do CPP, mas esta é uma
exceção, não sendo aplicável no que tange à prova dos demais fatos.
C) CORRETA: Item correto, nos termos do art. 156 do CPP:
Art. 156. A prova da alegação incumbirá a quem a fizer, sendo, porém, facultado ao
juiz de ofício: (Redação dada pela Lei nº 11.690, de 2008)
D) ERRADA: As provas ilícitas devem ser desentranhadas do processo, pois são
inadmissíveis, nos termos do art. 157 do CPP.
E) ERRADA: Na falta de perito oficial, a prova pericial será realizada por duas pessoas
idôneas, e não três. Estas duas pessoas idôneas, portadoras de nível superior, são
chamadas de peritos não oficiais, nos termos do art. 159, §2º do CPP. LETRA C.

Q247 - Segundo a doutrina, independem de prova os fatos

a) induvidosos e inúteis.
b) admitidos ou aceitos e incontroversos.
c) ilegítimos e ilícitos.
d) intuitivos, notórios e inúteis.
e) reconhecidos pelo acusado e legítimos.

RESPOSTA DA QUESTÃO: Segundo definição doutrinária, não dependem de prova


os fatos intuitivos (também chamados de AXIOMÁTICOS), os fatos notórios e os fatos
inúteis. LETRA D.

Q248 - O valor da confissão se aferirá pelos critérios adotados para os outros


elementos de prova, e para a sua apreciação o juiz deverá confrontá-la com
as demais provas do processo, estabelecendo escala de preponderância para
as provas periciais e verificando se entre ela e estas existe compatibilidade
ou concordância, sendo que o silêncio do acusado não importará confissão e
nem poderá constituir elemento para a formação do convencimento do juiz.

RESPOSTA DA QUESTÃO:
Considerando-se o sistema da livre apreciação da prova, adotado pelo nosso
ordenamento jurídico, afastando-se a prova tarifada, não há que se falar em
preponderância de prova. Questão errada.
Q249 - O silêncio, que não importará em confissão, não poderá ser
interpretado em prejuízo da defesa, sendo ao juiz vedada qualquer alusão ao
silêncio do acusado na sentença que venha a proferir.

RESPOSTA DA QUESTÃO:
Perfeito. Art. 186 Parágrafo único. O silêncio, que não importará em confissão, não
poderá ser interpretado em prejuízo da defesa. Correta.

Q250 - Não se admite prova emprestada quando transplantada de inquérito


policial.

RESPOSTA DA QUESTÃO:
A prova emprestada é a prova que fora produzida em outro processo judicial mas
que, por uma questão de economia processual, será admitida em outro processo. Não
é cabível a prova emprestada oriunda de IP, eis que as provas produzidas no bojo do
Inquérito não foram colhidas sob o pálio do contraditório. Correta.

Q251 - A prova emprestada, no momento em que é transportada para o novo


processo, passa a constituir mera prova documental, embora
originariamente possa ser testemunhal.

RESPOSTA DA QUESTÃO:
A prova emprestada, ainda quando originalmente seja oral (testemunhal, por
exemplo), será transportada na forma de um documento (declarações escritas, já
realizadas no passado), sendo, portanto, prova documental, sujeita ao regramento
estabelecido para este tipo de prova. Correta.

Q252 - A Constituição da República atribui ao Ministério Público, com


exclusividade, a propositura da ação penal pública, seja ela incondicionada
ou condicionada, não prevendo exceção.

RESPOSTA DA QUESTÃO:
A CRFB/88 confere ao MP a titularidade privativa da ação penal, mas admite a
regulamentação na forma da Lei, que é o que ocorre com a previsão da ação privada
subsidiária da pública, prevista no CPP. Errada.

Q253 - O inquérito policial, procedimento persecutório de caráter


administrativo instaurado pela autoridade policial, tem como único
destinatário imediato o Ministério Público, titular da ação penal.

RESPOSTA DA QUESTÃO:
O inquérito policial apresenta como destinatário imediato o titular da ação a que
preceda, a saber:

a) nas ações penais públicas: o Ministério Público, seu titular exclusivo;


b) nas ações privadas: o ofendido, titular de tais ações.
Logo, o MP não pode ser o titular único e exclusivo da ação penal.
O destinatário mediato do inquérito policial é o juiz, uma vez que o inquérito fornece
subsídios para que ele receba a peça inicial e decida quanto à necessidade de
decretar medidas cautelares.
Destinatário Imediato = MP (Titular da Ação Penal Pública) ou Ofendido (AP Privada)
Destinatário Mediato = Juiz

Questão errada.

Q254 - O direito processual regula os meios de prova, que são os


instrumentos que trazem os elementos de convicção aos autos. A finalidade
da prova é o convencimento do juiz, que é seu destinatário.

RESPOSTA DA QUESTÃO:
De fato, a prova é o elemento que tem a finalidade de formar o convencimento do
Juiz, e os meios de prova são regulamentados pelo CPP, conforme podemos extrair
dos arts. 155 e seguintes do CPP, que compõem o título VII - DA PROVA. Correta.

Q255 - A materialidade da prova pode ser direta ou indireta, sendo a


primeira colhida na flagrância da conduta delituosa, enquanto a última
deriva do testemunho e da perícia.

RESPOSTA DA QUESTÃO:
A materialidade da prova, de fato, pode ser direta ou indireta. Será direta, contudo,
quando for colhida diretamente sobre o objeto que deva ser examinado. Será indireta
quando decorrer de testemunhos ou de qualquer outro meio indireto, que não
permita contato direto de quem produz a prova com o seu objeto. Ex: Paulo foi
acusado do delito de roubo cometido no centro de Belo Horizonte; em sua defesa,
Paulo provou incontroversamente que no dia do fato estava em Lisboa, portanto,
seria impossível sua autoria no crime. Trata-se, portanto, de prova indireta.
Questão errada.

Q256 - Na instrução processual, todos os fatos relevantes devem ser


submetidos à atividade probatória.

RESPOSTA DA QUESTÃO:
Os fatos notórios, que são aqueles que são do conhecimento geral, bem como as
presunções legais, são fatos relevantes que não dependem de prova. Errada.

Q257 - O direito também é objeto de prova, pois os juízes estaduais não são
obrigados a conhecer o direito federal em caráter absoluto.

RESPOSTA DA QUESTÃO:
Embora os meios de prova tenham como finalidade provar FATOS, é possível a
utilização de meio de prova com a finalidade de provar direito. Contudo, o direito
federal se presume conhecido. Só se deve provar direito municipal, estadual ou
estrangeiro. Errado.

Q258 - A regulamentação dos meios de prova feita pelo Código de Processo


Penal é taxativa, não sendo admitidas provas atípicas ou inominadas.

RESPOSTA DA QUESTÃO:
São admitidos quaisquer meios de prova, ainda que não expressamente previstos no
CPP, pelo princípio da busca da verdade real.

Q259 - O Código de Processo Penal não admite, nem mesmo


excepcionalmente, a ―prova tarifada‖ como sistema de apreciação da prova.
RESPOSTA DA QUESTÃO:
Embora este sistema não seja adotado, como regra, a Doutrina entende que há
passagens no CPP que indicam a adoção excepcional de tal sistema, nos termos do
art. 62, por exemplo:
Art. 62. No caso de morte do acusado, o juiz somente à vista da certidão de óbito, e
depois de ouvido o Ministério Público, declarará extinta a
punibilidade.

Q260 - A teoria dos ―frutos da árvore envenenada‖ está positivada em nossa


legislação infraconstitucional.

RESPOSTA DA QUESTÃO:
Item correto, nos termos do art. 157, §1º do CPP.

Q261 - Fatos axiomáticos são os que dependem de prova.

RESPOSTA DA QUESTÃO:
Os fatos axiomáticos (ou intuitivos ou evidentes) são espécie de fatos que não
dependem de prova, conforme entendimento doutrinário. Errada.

Q262 - Determina o art. 155 do CPP que o juiz formará sua convicção pela
livre apreciação da prova produzida em contraditório judicial, não
podendo fundamentar sua decisão exclusivamente nos elementos
informativos colhidos na investigação,

a) ressalvadas as provas cautelares e não repetíveis, apenas.


b) sem qualquer exceção.
c) ressalvadas as provas cautelares e antecipadas, apenas.
d) ressalvadas as provas não repetíveis e antecipadas, apenas.
e) ressalvadas as provas cautelares, não repetíveis e antecipadas.

RESPOSTA DA QUESTÃO: O Juiz formará sua convicção pela livre apreciação da


prova produzida em contraditório judicial, não podendo fundamentar sua decisão
EXCLUSIVAMENTE em elementos de convicção obtidos na investigação, ressalvadas
as provas cautelares, não repetíveis e antecipadas. Esta é a definição contida no art.
155 do CPP. Gab: E

Q263 - As provas cautelares antecipadas podem ser consideradas pelo juiz


na formação da sua convicção, ainda que não reproduzidas perante o
contraditório.

RESPOSTA DA QUESTÃO:
Esta é a ressalva contida no art. 155 do CPP. Correta.

Q264 - O juiz formará sua convicção pela livre apreciação da prova produzida
em juízo, mas também pode fundamentar sua decisão exclusivamente nos
elementos informativos colhidos na investigação.

RESPOSTA DA QUESTÃO:
Em regra, o Juiz não pode fundamentar sua decisão com base exclusivamente nos
elementos informativos colhidos na investigação, ressalvadas as provas cautelares,
não repetíveis e antecipadas, nos termos do art. 155 do CPP. Errada.

Q265 - O ônus da prova cabe a quem fizer a alegação, sendo vedado ao juiz
determinar a produção de provas de ofício, diante do princípio da inércia da
jurisdição.

RESPOSTA DA QUESTÃO:
O princípio da inércia sofre mitigação, no processo penal, pelo princípio da busca da
verdade real, motivo pelo qual se faculta ao Juiz a atividade probante, nos termos do
art. 156 do CPP.

Q266 - Quando a infração deixar vestígios, será indispensável o exame de


corpo de delito, direto ou indireto, não podendo supri-lo a confissão do
acusado.

RESPOSTA DA QUESTÃO:
Esta é a previsão contida no art. 158 do CPP. Correto.

Q267 - Em uma briga de bar, Joaquim feriu Pedro com uma faca, causando-
lhe sérias lesões no ombro direito. O promotor de justiça ofereceu denúncia
contra Joaquim, imputando-lhe a prática do crime de lesão corporal grave
contra Pedro, e arrolou duas testemunhas que presenciaram o fato.

A defesa, por sua vez, arrolou outras duas testemunhas que também
presenciaram o fato. Na audiência de instrução, as testemunhas de defesa
afirmaram que Pedro tinha apontado uma arma de fogo para Joaquim, que,
por sua vez, agrediu Pedro com a faca apenas para desarmá-lo. Já as
testemunhas de acusação disseram que não viram nenhuma arma de fogo
em poder de Pedro.

Nas alegações orais, o Ministério Público pediu a condenação do réu,


sustentando que a legítima defesa não havia ficado provada.

A Defesa pediu a absolvição do réu, alegando que o mesmo agira em legítima


defesa. No momento de prolatar a sentença, o juiz constatou que remanescia
fundada dúvida sobre se Joaquim agrediu Pedro em situação de legítima
defesa.

Considerando tal narrativa, assinale a afirmativa correta.

a) O ônus de provar a situação de legítima defesa era da defesa. Assim, como o juiz
não se convenceu completamente da ocorrência de legítima defesa, deve condenar o
réu.
b) O ônus de provar a situação de legítima defesa era da acusação. Assim, como o
juiz não se convenceu completamente da ocorrência de legítima defesa, deve
condenar o réu.
c) O ônus de provar a situação de legítima defesa era da defesa. No caso, como o juiz
ficou em dúvida sobre a ocorrência de legítima defesa, deve absolver o réu.
d) Permanecendo qualquer dúvida no espírito do juiz, ele está impedido de proferir a
sentença. A lei obriga o juiz a esgotar todas as diligências que estiverem a seu
alcance para dirimir dúvidas, sob pena de nulidade da sentença que vier a ser
prolatada.

RESPOSTA DA QUESTÃO: Questão interessante. O ônus da prova incumbe a quem


alega, nos termos do art. 156 do CPP. Assim, a acusação se desincumbiu de seu
ônus, pois alegou a agressão e esta restou provada. A defesa, por sua vez, alegou a
legítima defesa, não tendo conseguido fazer prova disso.

Contudo, como o Juiz ficou em DÚVIDA acerca da existência ou não da legítima


defesa, isso significa que o Juiz NÃO TEM CERTEZA sobre a culpa do agente, de forma
que, pelo princípio do in dubio pro reo, o Juiz deve absolve-lo.
Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA É A LETRA C.

Q268 - X, funcionário público, foi denunciado por prevaricação. Durante o


curso da instrução processual, recebe uma carta confidencial de Y, suposta
vítima do crime, que comprova sua inocência. X junta aos autos o referido
documento, que deverá ser considerado:

a) prova ilícita, tendo em vista que o sigilo de correspondência é inviolável


nos termos da Constituição Federal.
b) prova ilícita, porque fere o princípio do contraditório.
c) prova lícita, apesar de violar o princípio do contraditório.
d) prova lícita, tendo em vista que não viola normas constitucionais ou
legais.
e) prova ilícita porque sua utilização fere o princípio constitucional que
garante privacidade à vida privada da vítima do crime de prevaricação

RESPOSTA DA QUESTÃO: Neste caso não há que se falar em ilicitude da prova,


uma vez que a carta era dirigida a X, não tendo havido violação ao sigilo das
correspondências. LETRA D.

Q269 - A estrita disciplina do art. 157 do CPP, no que concerne às provas


ilícitas, determina que elas são:

a) aceitas de acordo com critérios de razoabilidade e proporcionalidade.


b) inadmissíveis para condenação, mas podem motivar eventual absolvição.
c) consideradas inadmissíveis se ofenderem disposições constitucionais, e admissíveis
se ofenderem meras disposições legais
d) inadmissíveis, mas devem permanecer no processo para fins de análise e eventual
validação pelo segundo grau de jurisdição.
e) inadmissíveis e devem ser desentranhadas do processo.

RESPOSTA DA QUESTÃO: O art. 157 do CPP determina que as provas ilícitas são
inadmissíveis e devem ser desentranhadas do processo. GAB: E

Q270 - São sistemas de apreciação de prova vigentes na legislação


brasileira:

a) Íntima convicção e Livre convencimento.


b) Livre convencimento e Verdade legal ou formal.
c) Verdade legal ou formal e Étnico.
d) Íntima convicção e Verdade legal ou formal.
RESPOSTA DA QUESTÃO:
No Brasil vigora, como regra, o sistema do livre convencimento motivado (ou
fundamentado, ou baseado em provas), ou seja, o Juiz é livre para apreciar a prova
produzida no processo. Contudo, vigora também, de forma excepcional, o princípio da
íntima convicção, no qual o julgador não precisa fundamentar sua decisão. Tal
sistema somente se aplica nas decisões tomadas pelos jurados, nos processos da
competência do Tribunal do Júri.

A verdade formal não vigora no processo penal brasileiro, que exige sempre a busca
pela verdade material ou real (aquilo que de fato ocorreu).
A questão poderia ser mais técnica, pois ―livre convencimento‖ é um termo não tão
correto quanto ―livre convencimento motivado‖. Contudo, entendo que esse pequeno
deslize não seja suficiente para anular a questão. LETRA A.

Q271 - No processo penal, a prova produzida durante o inquérito policial


pode ser utilizada por qualquer das partes, bem como pelo juiz.

RESPOSTA DA QUESTÃO:
A prova produzida durante o IP pode ser utilizada por qualquer das partes, pelo
princípio da COMUNHÃO DA PROVA uma vez produzida, passa a pertencer ao
processo, e não àquele que a produziu). Não possui o mesmo valor da prova
produzida em Juízo porque no IP não há contraditório nem ampla defesa, mas ainda
assim possui algum valor. Por fim, em regra a prova produzida nestas circunstâncias
deve ser repetida em Juízo, sob o crivo do contraditório. Contudo, isso nem sempre
será necessário (ou possível), como é o caso das provas antecipadas, cautelares e
não repetíveis, que não podem ser renovadas em Juízo. Art. 155 do CPP. Questão
correta.

Q272 - O Supremo Tribunal Federal já pacificou entendimento de que não é


lícito ao juiz aumentar a pena do condenado utilizando como justificativa o
fato do réu ter mentido em juízo.

RESPOSTA DA QUESTÃO:
O réu tem o direito de se defender em Juízo, utilizando-se, dentre outras, da
autodefesa, o que inclui o direito de mentir, que não pode ser utilizado como causa de
aumento da pena-base. Este é o entendimento do STF. Certa.

Q273 - O direito ao silêncio aplica-se a qualquer pessoa (acusado, indiciado,


testemunha, etc.), diante de qualquer indagação por autoridade pública de
cuja resposta possa advir imputação da prática de crime ao declarante.

RESPOSTA DA QUESTÃO:
O direito ao silêncio, corolário do princípio da vedação da auto-incriminação, é
aplicável em qualquer seara, CUIDADO, desde que a resposta à indagação possa
prejudicar o silenciante. A testemunha, por exemplo, não pode permanecer em
silêncio, em regra, sob pena de responder por falso testemunho. Certa.

Q274 - A prova objetiva demonstra a existência/inexistência de um


determinado fato ou a veracidade/falsidade de uma determinada alegação.
Todos os fatos, em sede de processo penal, devem ser provados.
RESPOSTA DA QUESTÃO:
Existem fatos que não dependem de prova, como os fatos inúteis, os axiomáticos, os
notórios, etc. Errada.

Q275 - São consideradas provas ilícitas aquelas obtidas com a violação do


direito processual. Por outro lado, são consideradas provas ilegítimas as
obtidas com a violação das regras de direito material.

RESPOSTA DA QUESTÃO:
O examinador inverte o conceito de provas ilícitas e ilegítimas. Errada.

Q276 – As leis em geral e os costumes não precisam ser comprovados.

RESPOSTA DA QUESTÃO:
Os costumes são nada mais que fatos sociais, e precisam ser provados quando não
forem notórios. As leis, em regra, não precisam ser provadas, salvo em casos
excepcionais (Direito estrangeiro, etc.).

Q277 - A lei processual pátria prevê expressamente a inadmissibilidade da


prova ilícita por derivação, perfilhando-se à ―teoria dos frutos da árvore
envenenada‖ (―fruits of poisonous tree‖).

RESPOSTA DA QUESTÃO:
esta é a previsão do art. 157, §1º do CPP. Correta.

Q278 - O princípio da vedação de provas ilícitas não é absoluto, sendo


admissível que uma prova ilícita seja utilizada quando é a única disponível
para a acusação e o crime imputado seja considerado hediondo.

RESPOSTA DA QUESTÃO:
Item errado. A Doutrina só vem admitindo a possibilidade de utilização de tais provas
quando for a única forma disponível para que acusado demonstre cabalmente sua
inocência. Não écabível a prova ilícita em favor da acusação.
Portanto, a AFIRMATIVA ESTÁ ERRADA.

Q279 - Em regra vigora o sistema da íntima convicção, pelo qual o juiz


formará sua convicção pela livre apreciação da prova, estando dispensado de
motivá-la.

RESPOSTA DA QUESTÃO:
Item errado, pois no processo penal brasileiro vigora, COMO REGRA, o princípio do
livre convencimento regrado (ou motivado, fundamentado ou baseado em provas),
segundo o qual o Juiz é livre para apreciar e dar valor a cada prova, devendo, porém,
fundamentar sua decisão. ERRADA.

Q280 - Conferindo efetividade ao princípio de que ninguém é obrigado a


produzir prova contra si e ao direito ao silêncio, o Superior Tribunal de
Justiça decidiu que o condutor de veículo automotor não é obrigado a se
submeter ao teste do bafômetro e que tal recusa não pode implicar
consequências penais.
RESPOSTA DA QUESTÃO:
Item correto, pois este é o entendimento do STJ e do STF, que entendem que o
direito à não auto-incriminação pressupõe a impossibilidade de se obrigar o acusado a
realizar o teste do bafômetro, já que isso constituiria obrigação de produção de prova
contra si próprio. Portanto, a AFIRMATIVA ESTÁ CORRETA.

Q281 - São princípios que informam a prova penal: verdade material,


vedação da prova ilícita, aquisição ou comunhão da prova, audiência
contraditória, concentração e imediação, auto responsabilidade das partes,
identidade física do juiz, publicidade e livre convencimento motivado.

RESPOSTA DA QUESTÃO:
Todos estes princípios se aplicam ao sistema probatório no direito processual penal
brasileiro, havendo apenas uma ressalva em relação ao princípio da identidade física
do Juiz, que não é propriamente um princípio relacionado à prova em si, mas guarda
relação com o sistema probatório (Tal princípio prega que o Juiz que presidiu a
audiência de instrução e julgamento deverá proferir a sentença). Correto.

Q282 - Como formas de avaliação da prova no direito processual penal


brasileiro são admitidos os seguintes sistemas: tarifada ou legal, íntima
convicção e persuasão racional.

RESPOSTA DA QUESTÃO:
O sistema da persuasão racional (mais um sinônimo de livre convencimento
motivado) é o sistema adotado como regra, nos termos do art. 155 do CPP. O
sistema da íntima convicção (que independe de fundamentação) só vigora,
atualmente, no procedimento do Júri, em que os jurados não precisam fundamentar
sua decisão. Por fim, o sistema da prova tarifada é, também, excepcional, mas
admitido em certos casos, como na hipótese de prova sobre o estado das pessoas
(nascimento, óbito...), em que só se admite a prova pelos meios estabelecidos
expressamente na lei civil (não se pode provar por outros meios). Correta.

Q283 - A confissão do réu no processo penal é de valor relativo e deve ser


cotejada com as demais provas.

RESPOSTA DA QUESTÃO:
De fato, a confissão tem valor relativo. Na verdade, ela é uma prova como outra
qualquer, e deve ser analisada tendo em conta as demais provas existentes,
conforme se extrai dos arts. 197 e 200 do CPP. Correta.

Q284 - A formação da convicção do magistrado no processo penal tem por


base inúmeros elementos. Assinale a alternativa que contenha elementos
que vão ao encontro da sistemática do Código de Processo Penal como um
todo.

a) Vinculação das provas do processo à sua própria consciência e verdade


formal.
b) Livre convencimento e verdade formal.
c) Livre convencimento e motivação da decisão.
d) Hierarquia prefixada de provas e livre apreciação dos elementos
constatados nos autos.
RESPOSTA DA QUESTÃO:
No processo penal brasileiro, como regra geral, vigora o princípio do livre
convencimento motivado, ou livre convencimento baseado em provas, segundo o qual
o Juiz é livre para valorar os elementos de prova constantes dos autos. Contudo, ao
decidir, deverá fundamentar sua decisão nas provas que estejam presentes nos
autos. Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA É A LETRA C.

Q285 - Considere o tratamento atual dado pelo CPP ao registro audiovisual


dos depoimentos realizados em audiência.

Trata-se de
A) modalidade expressamente vetada.
B) inovação desejável, mas que ainda não é expressamente
autorizada.
C) providência obrigatória para todos os juízos de primeiro grau.
D) possibilidade prevista legalmente, a fim de obter maior fidelidade das
informações.
E) salutar medida de economia processual, mas que só tem validade se
realizada a posterior e integral transcrição por escrito
das gravações.

RESPOSTA DA QUESTÃO:
O registro audiovisual é, atualmente, uma possibilidade prevista no art. 405, §1º do
CPP, para obter maior fidelidade nas informações. Vejamos:
Art. 405.(...)
§ 1o Sempre que possível, o registro dos depoimentos do investigado, indiciado,
ofendido e testemunhas será feito pelos meios ou recursos de gravação magnética,
estenotipia, digital ou técnica similar, inclusive audiovisual, destinada a obter maior
fidelidade das informações. (Incluído
pela Lei nº 11.719, de 2008). LETRA D.

Q286 - Com relação ao tratamento que o Código de Processo Penal dispensa


às provas, considere as seguintes assertivas, indicando, a seguir, a
alternativa adequada.

I. Ao acusado em ação penal é facultado indicar assistente técnico e formular


quesitos, no que concerne à prova pericial.
II. O surdo-mudo não será interrogado, mas lhe será obrigatoriamente nomeado
defensor.
III. Quando da oitiva de testemunhas, as partes deverão formular a pergunta ao juiz
que, em seguida, irá direcioná-la à testemunha.

RESPOSTA DA QUESTÃO:
Está correto apenas o contido em
A) III.
B) II.
C) I.
D) I e II.
E) I e III.

RESPOSTA DA QUESTÃO:
I – CORRETA: Trata-se de previsão contida no art. 159, §5º do CPP.
II – ERRADA: O surdo-mudo será interrogado de acordo com as regas do art. 192 do
CPP.
III – ERRADA: Tal sistema, chamado de presidencialista, não mais vigora com relação
à inquirição das testemunhas pelas partes, que poderão se dirigir diretamente às
testemunhas, nos termos do art. 212 do CPP. LETRA C.

Q287 - De acordo com o preceituado no art. 225 do CPP, o juiz poderá tomar
antecipadamente o depoimento da testemunha que A) requerer, por escrito,
que seu depoimento seja feito antecipadamente.

B) manifestar em audiência o desejo de ser ouvida antecipadamente.


C) decidir fixar residência fora do estado.
D) necessitar de intérprete.
E) estiver acometida de um mal incurável.

RESPOSTA DA QUESTÃO:
O Juiz poderá tomar o depoimento, de forma antecipada, da testemunha que tiver de
se ausentar ou por velhice ou enfermidade haja suspeita de não aguentar até a data
própria para a oitiva de testemunhas. Vejamos:
Art. 225. Se qualquer testemunha houver de ausentar-se, ou, por enfermidade ou por
velhice, inspirar receio de que ao tempo da instrução criminal já não exista, o juiz
poderá, de ofício ou a requerimento de qualquer das partes, tomar-lhe
antecipadamente o depoimento. Assim, a letra E é a que melhor responde a questão.
LETRA E.

Q288 - Analise as seguintes assertivas, no que concerne ao tratamento que o


Código de Processo Penal dispensa ao exame de corpo de delito.

I. Será indispensável, quando a infração deixar vestígios, mas a confissão do


acusado poderá supri-lo.

II. Serão facultadas ao Ministério Público, ao assistente de acusação, ao


ofendido, ao querelante e ao acusado a formulação de quesitos e a indicação
de assistente técnico.

III. Deve ser realizado, exclusivamente, por perito portador de diploma de


curso superior.

É correto o que se afirma em


a) II, apenas.
b) III, apenas.
c) I e II, apenas.
d) II e III, apenas.
e) todas as assertivas.

RESPOSTA DA QUESTÃO:
I – ERRADA: De fato, o exame de corpo de delito é indispensável quando a infração
deixa vestígios, mas a CONFISSÃO do acusado, por si só, não pode suprir o exame.
Vejamos:

Art. 158. Quando a infração deixar vestígios, será indispensável o exame de corpo de
delito, direto ou indireto, não podendo supri-lo a confissão do acusado.
II – CORRETA: É a redação exata do §3º do art. 159 do CPP:
Art. 159. O exame de corpo de delito e outras perícias serão realizados por perito
oficial, portador de diploma de curso superior. (Redação dada pela Lei
nº 11.690, de 2008)
(...)
§ 3o Serão facultadas ao Ministério Público, ao assistente de acusação, ao ofendido,
ao querelante e ao acusado a formulação de quesitos e indicação de assistente
técnico. (Incluído pela Lei nº 11.690, de 2008)

III – CORRETA: O exame de corpo de delito, em regra, deve ser realizado por PERITO
OFICIAL (portador de diploma de curso superior). Na sua falta, poderá ser realizado
por DUAS PESSOAS IDÔNEAS (PERITOS NÃO OFICIAIS), mas desde que sejam
portadoras de diploma de nível superior. Ou seja, o requisito do diploma de nível
superior nunca pode ser afastado. Letra D

Q289 - A confissão do réu

a) é a rainha das provas e dispensa o exame de corpo de delito.


b) supre somente o exame de corpo de delito indireto.
c) somente se obtida durante a fase judicial dispensa o exame de corpo de delito.
d) não pode suprir o exame de corpo de delito, direto ou indireto.
e) deixou de ser rainha das provas no processo penal, tendo em vista que inúmeras
razões podem levar a uma confissão, todavia, o exame de corpo de delito, caso a
confissão seja considerada válida, torna-se dispensável.

RESPOSTA DA QUESTÃO: Como o Brasil adota o sistema do livre convencimento do


Juiz, não há tarifação das provas, ou seja, as provas não possuem pesos pré-
determinados. Desta forma, é um equívoco dizer que a confissão é a rainha das
provas, eis que pode ser confrontada com as demais provas dos autos. De qualquer
forma, a confissão não pode suprir o exame de corpo de delito, conforme consta no
art. 158 do CPP. GAB: D
Q290 - Nos termos do art. 184 do CPP, o juiz ou a autoridade policial negará
a perícia requerida pelas partes, quando não for necessária ao
esclarecimento da verdade, salvo quando se tratar de

a) pedido do acusado.
b) vistoria judicial.
c) pedido do Ministério Público.
d) exame de corpo de delito.
e) perícia contábil.

RESPOSTA DA QUESTÃO: O exame de corpo de delito é a única perícia que não


pode ser negada pela autoridade policial, na forma do art. 184 do CPP:
Art. 184. Salvo o caso de exame de corpo de delito, o juiz ou a autoridade policial
negará a perícia requerida pelas partes, quando não for necessária ao esclarecimento
da verdade. LETRA D.

Q291 - Tratando-se de perícia complexa que abranja mais de uma área de


conhecimento especializado, impor-se-á a atuação de mais de dois peritos
oficiais, sendo vedado à parte indicar mais de um assistente técnico.
RESPOSTA DA QUESTÃO:
A parte pode, neste caso, indicar mais de um assistente técnico, na forma do art.
159, §7º do CPP:
Art. 159 (...)
§7º Tratando-se de perícia complexa que abranja mais de uma área de conhecimento
especializado, poder-se-á designar a atuação de mais de um perito oficial, e a parte
indicar mais de um assistente técnico. Gab: Errada.

Q292 - Na falta de perito oficial, o exame será realizado por 2 (duas)


pessoas idôneas, portadoras de diploma de curso superior, necessariamente
na área específica, dentre as que tiverem habilitação técnica relacionada
com a natureza do exame.

RESPOSTA DA QUESTÃO:
Os peritos não oficiais deverão, necessariamente, ser portadores de diploma de curso
superior, mas não necessariamente na área específica, e sim PREFERENCIALMENTE
nesta área, na forma do art. 159, 1§º do CPP. Errada.

Q293 - Serão facultadas ao Ministério Público, ao assistente de acusação, ao


ofendido, ao querelante e ao acusado a formulação de quesitos e indicação
de assistente técnico.

RESPOSTA DA QUESTÃO:
De fato, a estes sujeitos processuais é conferido o direito de formular
quesitos e indicar assistentes técnicos, na forma do art. 159,
§3º do CPP:
Art. 159 (...)
§3º Serão facultadas ao Ministério Público, ao assistente de acusação, ao ofendido, ao
querelante e ao acusado a formulação de quesitos e indicação de assistente técnico.
Correta.

Q294 - Quando a infração deixar vestígios, será facultada ao juiz a


determinação da realização do exame de corpo de delito, direto ou indireto,
podendo tal exame ser suprido pela confissão do acusado.

RESPOSTA DA QUESTÃO:
Nos termos do art. 158, quando a infração deixar vestígios (chamadas infrações ―não
transeuntes‖ ou permanentes), o exame de corpo de delito é obrigatório, e a
confissão do acusado não pode supri-lo. Errada.

Q295 - Tendo em vista o que dispõe o Código de Processo Penal no tocante


ao exame de corpo de delito e das perícias em geral, é correto afirmar que

a) o laudo pericial será elaborado no prazo máximo de 10 dias, podendo esse prazo
ser prorrogado, em casos excepcionais, a requerimento dos peritos.
b) o exame de corpo de delito será realizado por perito oficial, portador de diploma de
curso de medicina ou, na falta deste, por um médico de confiança da autoridade
policial.
c) todos os peritos, oficiais e não oficiais, prestarão o compromisso de bem e
fielmente desempenhar o encargo assim que forem nomeados para realizar a perícia.
d) serão facultadas ao Ministério Público, ao assistente de acusação, ao ofendido, ao
querelante e ao acusado a formulação de quesitos, sendo, porém, vedada às partes a
indicação de assistente técnico.
e) os cadáveres não poderão ser fotografados no local em que forem encontrados,
devendo ser levados imediatamente ao Instituto Médico Legal para o exame pericial.

RESPOSTA DA QUESTÃO:
A) CORRETA: Item correto, nos termos do art. 160, § único do CPP.
B) ERRADA: O perito deve possuir curso superior em qualquer área, ou na falta deste,
por dois peritos não oficiais, conforme art. 159, §1º do CPP.
C) ERRADA: Os peritos oficiais não prestam compromisso, somente os peritos não
oficiais o prestam, nos termos do art. 159, §2º do CPP.
D) ERRADA: As partes poderão indicar assistentes técnicos, nos termos do art. 159,
§3º do CPP.
E) ERRADA: Os cadáveres deverão ser fotografados na posição em que se
encontrarem, nos termos do art. 164 do CPP.

Q296 - No exame para o reconhecimento de escritos, por comparação de


letra, quando não houver escritos para a comparação ou forem insuficientes
os exibidos, a autoridade mandará que a pessoa escreva o que Ihe for
ditado, não podendo o indiciado recusar-se sob pena de crime de
desobediência.

RESPOSTA DA QUESTÃO:
A primeira parte está correta, nos termos do art. 174, IV do CPP. Contudo, a segunda
parte está errada, eis que o réu pode se negar a fornecer os elementos gráficos para
a realização do exame, em homenagem ao princípio de que ninguém será obrigado a
produzir prova contra si. Errada.

Q297 - O juiz ficará adstrito ao laudo, não podendo aceitá-lo ou rejeitá-lo


apenas em parte.

RESPOSTA DA QUESTÃO:
O Juiz pode rejeitar o laudo, no todo ou em parte, nos termos do art. 182 do CPP.
Errada.
Q298 - Para um adequado exercício da jurisdição pelo Estado, os auxiliares
da Justiça têm papel de fundamental relevo. Sobre esse tema, o Código de
Processo Penal prevê que:

(A) as partes não intervirão na nomeação do perito;


(B) somente o perito oficial está sujeito à disciplina judiciária;
(C) não cabe condução coercitiva do perito que deixar de comparecer sem
justa causa;
(D) as causas de suspeição dos magistrados não são aplicáveis aos peritos;
(E) não podem ser peritos os menores de 16 anos e os maiores de 70 anos.

RESPOSTA DA QUESTÃO:
A) CORRETA: A nomeação do perito é atribuição do Juiz, que deverá escolher um
profissional de sua confiança, não havendo participação das partes, nos termos do
art. 276 do CPP.
B) ERRADA: Tanto o perito oficial quanto o não oficial estão sujeitos à disciplina
judiciária, nos termos do art. 275 do CPP.
C) ERRADA: O Juiz poderá determinar a condução coercitiva do perito, nos termos do
art. 278 do CPP.
D) ERRADA: Item errado, pois o art. 280 é explícito ao estender aos peritos as causas
de suspeição dos Juízes.
E) ERRADA: Não há idade máxima para o desempenho do encargo, mas não poderão
ser peritos os menores de 21 anos, nos termos do art. 279 do CPP.
Gabarito: A

Q299 - O Ministério Público ofereceu denúncia em face de Cristiano, Luiz e


Leonel pela prática do crime de associaç_o para o tráfico. Na audiência
designada para realizaç_o dos interrogatórios, Cristiano, preso em outra
unidade da Federação, foi interrogado através de videoconferência. Luiz foi
interrogado na presença física do magistrado e respondeu às perguntas
realizadas. Já Leonel optou por permanecer em silêncio.

Sobre o interrogatório, considerando as informacαões narradas, assinale a


afirmativa correta.

A) O interrogatório judicial, notadamente após o advento da Lei no 10.792/2003,


deve ser interpretado apenas como meio de prova e não também como ato de defesa
dos acusados.

B) Luiz, ainda que não impute crime a terceiro, não poderá mentir sobre os fatos a
ele imputados, apesar de poder permanecer em silêncio.

C) A defesa técnica de Cristiano não poderá, em hipótese alguma, formular perguntas


para o corréu Luiz.

D) O interrogatório por vídeoconfereβncia de Cristiano pode ser considerado válido se


fundamentado, pelo magistrado, no risco concreto de fuga durante o deslocamento.

RESPOSTA DA QUESTÃO:
A) ERRADA: Segundo a Doutrina majoritária, o interrogatório é meio de prova e meio
de defesa.
B) ERRADA: O réu não está obrigado a falar a verdade em seu interrogatório, como
corolário do princípio do nemo tenetur se detegere.
C) ERRADA: Item errado, pois nada a impede que a defesa de um dos acusados
formule perguntas ao corréu. Aliás, o entendimento jurisprudencial é no sentido de
que deve ser facultado à defesa de cada réu a formulação de perguntas aos demais
corréus, de forma a garantir o pleno exercício do direito de defesa.
D) CORRETA: Item correto. O interrogatório por videoconferência deve ser
considerado medida de exceção, somente autorizado em hipóteses restritas, nos
termos do art. 185, §2º do CPP. Dentre estas hipóteses está a possibilidade de fuga
do acusado durante o deslocamento, nos termosdo art. 185, §2º, I do CPP. LETRA D.

Q300 - Matheus foi denunciado pela prática dos crimes de tráfico de drogas
(Art. 33, caput, da Lei nº 11.343/2006) e associação para o tráfico (Art. 35,
caput da Lei nº 11.343/2006), em concurso material. Quando da realização
da audiência de instrução e julgamento, o advogado de defesa pleiteou que o
réu fosse interrogado após a oitiva das testemunhas de acusação e de
defesa, como determina o Código de Processo Penal (Art. 400 do CPP, com
redação dada pela Lei nº 11.719/2008), o que seria mais benéfico à defesa.
O juiz singular indeferiu a inversão do interrogatório, sob a alegação de que
a norma aplicável à espécie seria a Lei nº 11.343/2006, a qual prevê, em seu
Art. 57, que o réu deverá ser ouvido no início da instrução. Nesse caso, o juiz
agiu corretamente, eis que o interrogatório, em razão do princípio da
especialidade, deve ser o primeiro ato da instrução nas ações penais
instauradas para a persecução dos crimes previstos na Lei de Drogas.

RESPOSTA DA QUESTÃO:
Neste caso o juiz agiu corretamente, pois o interrogatório, nas ações penais
instauradas para a persecução dos crimes previstos na Lei de Drogas, deve ser o
primeiro ato da instrução, em razão do princípio da especialidade, nos termos do art.
57 da Lei de Drogas. Isso, inclusive, não ofende o princípio da ampla defesa e do
contraditório, segundo entendimento do STJ e do STF. LETRA B.

Q301 – Julgue:

I. Desde a reforma do Código de Processo Penal realizada pela Lei 11.690 de


2008, as perguntas às testemunhas devem ser formuladas diretamente pelas
partes. Contudo, de acordo com a jurisprudência majoritária dos Tribunais
Superiores, se o magistrado iniciar as perguntas haverá apenas nulidade
relativa.

II. Conferindo efetividade ao princípio de que ninguém é obrigado a produzir


prova contra si e ao direito ao silêncio, o Superior Tribunal de Justiça decidiu
que o condutor de veículo automotor não é obrigado a se submeter ao teste
do bafômetro e que tal recusa não pode implicar consequências penais.

III. De acordo com o Código de Processo Penal, entendendo conveniente, o


juiz poderá ouvir as pessoas referidas pelas testemunhas, ainda que não
constassem originalmente do rol indicado pelas partes.

Assinale:
a) se somente a afirmativa I estiver correta.
b) se somente a afirmativa II estiver correta.
c) se somente as afirmativas I e II estiverem corretas.
d) se somente as afirmativas II e III estiverem corretas.
e) se todas as afirmativas estiverem corretas.

RESPOSTA DA QUESTÃO:
I – CORRETA: De fato, esta é a regra, nos termos do art. 212 do CPP. Os Tribunais
superiores possuem entendimento solidificado no sentido de que nulidades desta
natureza somente serão reconhecidas se forem arguidas e gerarem prejuízo para a
parte (pas de nullité sans grief), sendo, portanto, nulidades relativas.
II – CORRETA: Trata-se de entendimento que materializa o princípio do
nemo tenetur se detegere, não havendo possibilidade de prejuízo ao réu
por se negar a produzir prova contra si.
III – CORRETA: Esta é a previsão contida no art. 209 e seu §1º do CPP:
Art. 209. O juiz, quando julgar necessário, poderá ouvir outras testemunhas, além
das indicadas pelas partes.
§ 1o Se ao juiz parecer conveniente, serão ouvidas as pessoas a que as testemunhas
se referirem. A doutrina as denominam de Testemunhas Referidas. LETRA E.
Q302 - Admite-se a prova pericial, apesar de o juiz não ficar adstrito ao
laudo, podendo aceitá-lo ou rejeitá-lo, no todo ou em parte.

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