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Instituto Nacional de Telecomunicações

Curso de NB019 - Cálculo I

1o Período

Profa Daniela Barude Fernandes


Prof Paulo César Xavier Duarte
Prof Luiz Felipe Simões de Godoy
Prof Renan Ralpe Sthel Duque
1o Semestre de 2013
Inatel – Instituto Nacional de Telecomunicações

Capítulo 1
REVISÃO DE MATEMÁTICA E FUNÇÕES
1.1. Frações. Operações com frações.

1.1.1. Definições

Uma fração corresponde a uma parcela de um todo. Por exemplo, se você comeu 3
3
fatias de uma pizza de 8 fatias, significa que você comeu da pizza, onde:
8
3 → numerador
8 → denominador

Duas frações são equivalentes quando representam o mesmo valor. Para encontrar uma
fração equivalente à fração dada, basta multiplicar ou dividir simultaneamente o
numerador e o denominador pelo mesmo valor.

4÷4 1 4 1
Exemplo 01: = . Logo, e são frações equivalentes.
8÷4 2 8 2

Exemplo 02: Simplifique as frações a seguir:

15 60 12
a) b) c)
18 24 36

1.1.2. Operações com frações

a) Adição e subtração

Ao somar e subtrair duas ou mais frações, basta somar ou subtrair os numeradores


quando os denominadores são iguais.

Exemplo 03: Calcule:

3 2
a) +
7 7

3 9
b) −
16 16

Quando os denominadores são diferentes, é necessário encontrar frações equivalentes de


mesmo denominador para cada termo da soma/subtração, utilizando o mínimo múltiplo
comum entre os denominadores.

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Exemplo 04: Calcule:

2 5
a) +
3 7

1 5
b) −
4 6

2 4 3
c) + −
15 9 5

5 2 7
d) + −
6 8 2

1  2  14 36 
e) −  − − + 
225 15  45 75 

19  1  2 1  3  1
f) − − − + +
24  8  15 2  10  4

b) Multiplicação

Multiplicamos os numeradores entre si e os denominadores entre si.

Exemplo 05: Calcule:

2 5
a) ×
3 7

4 3 5
b) × ×
5 2 6

c) Divisão

Multiplicamos a primeira fração pelo inverso da segunda fração, sabendo que o inverso
A B
da fração é a fração (uma fração cujo numerador é igual a zero não possui
B A
inversa).

Exemplo 06: Calcule:

2 5
a) ÷
3 7

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1 5
b) ÷
4 6

6
c)
1
5

2
d) 3
4

5
e) 12
6
5

3
f) 4
7
8

3
−2
g) 4
2
−3
7

2  3
− 7 ⋅− 
h)
3  5
3 2 2
− ÷
4 5 15

  1  4   1  4    3 2   3 2  
i) 2 −  −  −  ÷  −  −   ÷  −  ÷  +  − 2
  3  5   3  5    4 3   4 3  

1.2. Potenciação e radiciação

1.2.1. Definições

Uma potência é a repetição de uma multiplicação, da forma

a = b n = b × b × b × L × b (n termos iguais a b na multiplicação), onde

a é o resultado da potência n-ésima de b .


b é a base.
n é o expoente.

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Exemplo 07:

3
2 2 2 2 8
a)   = × × =
3 3 3 3 27

b) (− 2 ) = (− 2) × (− 2 ) × (− 2 ) × (− 2 ) = 16
4

Observações:

1) (− 2 ) ≠ −2 4
4

2) Se o expoente é 1, o resultado é igual a base.

3) Se a base é igual a zero e o expoente é diferente de zero, o resultado é igual a zero.

4) Se o expoente é zero e a base é diferente de zero, o resultado é igual a 1.

5) Se o expoente é negativo, deve-se inverter a base e modificar o sinal do expoente.

6) Se o expoente for um número fracionário, ele indicará uma radiciação, da forma


p

a = n ap .
n

1.2.2. Propriedades

a) Produto de potências de mesma base

a m ⋅ a n = a m+ n

b) Razão entre potências de mesma base

am
n
= a m −n
a

Da propriedade anterior podemos concluir:

am
= a m− m = a 0 = 1 (todo número dividido por ele mesmo é igual a 1).
am

1 a0 −m 1 a0
m
= m
= a ou −m
= −m
= am
a a a a

c) Potência de potência

( a m ) n = a m ⋅n

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(a m ) n ≠ a m
n
Observação:

d) Potência de um produto

(a ⋅ b )m = a m ⋅ b m
e) Potência de um quociente

m
a am
  = b≠0
b bm

f) Radiciação

m
n
a m
=a n

Utilizando a propriedade do item c, podemos concluir:

(a )
p m⋅ p
p  m
n m
=  a n  = a n = n a mp
 

g) Raiz de um produto

n
a ⋅b = n a ⋅ n b

h) Raiz de um quociente

n
a a
n = n
b≠0
b b

i) Raiz de uma raiz

m n
a = m⋅n a

Exemplo 08: Calcule o valor das expressões a seguir, utilizando as propriedades de


potenciação e radiciação:

a) (− 19 )
0

−3
 1
b)  − 
 2

c) − 34

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d) (− 2 ) ⋅ (− 2 ) ⋅ (− 2 )
4 5 2

e) 32 ⋅ 93 ⋅ 27 4

4 3
1  1 
−2
f) 5 ⋅   ⋅  
 5   25 

g) 6
2 ⋅3 2 ⋅ 2

h) 6
2 ⋅3 4 ⋅ 8

84
i)
25

3
9
j) 6
812

k) 25 ⋅ 3 5 ⋅ 5

[( ) ] 
0
l)  35
4 6

[(
m) 34 ⋅ 2 4 ) ] ÷ [(2
3 4 8
⋅ 37 )]
2 3

n
 −n 1 
a ⋅ n 
n)  −2 na 
 a 
 
 

o) 400 × 0,000002

0,00072
p)
0,004

2 −1 + 3−1
q)
2 −1

r)
(0,01)3 ⋅ (0,02)−3
(0,004 )2

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−1
 4 −1 + 9 −1 
s)  
 1 
 9 

0,1 × 0,001 × 10 −1
t)
10 × (0,0001)
−1

4
u) 0,0016

v) 5
− 0,00032

w) − 0,81
1
x)
1
1+
1
1+
1
1+
10

3 5
y) 260

z) 4 144 ⋅ 6 27

Exemplo 09: Racionalize as expressões a seguir:

2
a)
2

3
b) 3
5

4
c) 7
32

Exemplo 10: Calcule as expressões a seguir, supondo que nas divisões o divisor é
sempre diferente de zero:

a) − 3 x ⋅ (−2 x 2 )

1
b) − 6 x 3 yz 2 ⋅ (− xy 2 z )
3

c) x 3 ⋅ x −2

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d) a n ⋅ a

1 m − n 2 3m + n
e) x ⋅ x
3 3

f) (t + 1) ⋅ (t 2 − t + 1)

1 3
g) a ÷ (−2a 2 )
2

h) x −5 ÷ x −2

i) u m+1 ÷ u m

j) 6a 4 b 3 ÷ (−2b 3 c −2 )

k) 72 ⋅ (a − b) 3 ÷ [−18 ⋅ (a − b) 2 ]

l) 12a 4 b 3 (a 2 + b 3 ) 7 ÷ [−4a 3b 2 (a 2 + b 3 ) 4 ]

m) x m+ 4 ÷ x m +3

n) − 3a m− 2 ÷ (−5a m −3 )

o) 5
x3 ÷ 4 x3

p) 4 3n + 4 ⋅ 81− 2 n

q) (9 m ) 2 m −1 ⋅ 27 m + 2 ÷ 81m +1
2

1.3. Produtos notáveis

Os casos mais comuns de produtos notáveis são:

a) Produto da soma de dois termos pela sua diferença: (a + b) ⋅ (a − b) = a 2 − b 2


b) Quadrado da soma de dois termos: (a ± b) 2 = a 2 ± 2ab + b 2

De forma geral, temos o produto notável: (a ± b) n = (a ± b) ⋅ (a ± b) ⋅ ... ⋅ (a ± b) , que


resulta na multiplicação de n termos (a ± b) . O resultado deste produto notável pode ser
obtido de duas formas:

1) Utilizando-se o Triângulo de Pascal para determinar seus coeficientes, conforme


mostrado abaixo.

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n
0 1
1 1 1
2 1 2 1
3 1 3 3 1
4 1 4 6 4 1
5 1 5 10 10 5 1
M

onde n é o valor da potência do termo (a ± b) . O resultado do produto notável será uma


soma de n + 1 termos, onde cada termo possui o produto a k × b p e é multiplicado por
um coeficiente, obtido do triângulo acima. Para cada termo do resultado, o valor do
expoente k do termo a da soma varia de n (1o termo) a zero (último termo). O contrário
ocorre com o termo b da soma, cujos expoentes p variam de zero (primeiro termo) a n
(último termo). Se tivermos o produto (a + b) n , os sinais de todos os termos serão
positivos, ao passo que se tivermos o produto (a − b) n , os sinais dos termos serão
alternados (o primeiro termo terá sinal positivo, o segundo terá sinal negativo, o terceiro
positivo e assim por diante).

Exemplo 11:

a) (a + b) 3 = 1a 3b 0 + 3a 2 b1 + 3a 1b 2 + 1a 0 b 3 = a 3 + 3a 2 b + 3ab 2 + b 3

Nota-se na expressão acima que para n=3, os coeficientes dos termos são 1,3,3 e 1, e de
acordo com o triângulo de Pascal apresentado, o expoente de a varia de 3 a 0 nos
termos e o expoente de b varia de 0 a 3. Como temos uma soma (a + b) , todos os
termos possuem sinais positivos.

b) (a − b) 3 = 1a 3 b 0 − 3a 2 b1 + 3a 1b 2 − 1a 0 b 3 = a 3 − 3a 2 b + 3ab 2 − b 3
c) (a + b) 2 = 1a 2 b 0 + 2a 1b1 + 1a 0 b 2 = a 2 + 2ab + b 2

2) Através das expressões:

n
n
(a + b) n = ∑   ⋅ a n−k ⋅ b k
k =0  k 

n
n
(a − b) n = ∑ (−1) k ⋅   ⋅ a n−k ⋅ b k
k =0 k 

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n n!
Os termos   = são os coeficientes de cada termo do resultado obtido, que
 k  k!⋅(n − k )!
correspondem aos coeficientes dados no triângulo de Pascal dado anteriormente.

Exemplo 12:

3
 3
( x − y ) 3 = ∑ (−1) k ⋅   ⋅ x 3−k ⋅ y k
k =0 k 
 3  3  3  3
( x − y ) 3 = (−1) 0 ⋅   ⋅ x 3 ⋅ y 0 + (−1)1 ⋅   ⋅ x 2 ⋅ y1 + (−1) 2 ⋅   ⋅ x1 ⋅ y 2 + (−1) 3 ⋅   ⋅ x 0 ⋅ y 3
0 1  2  3
3! 3 3! 2 3! 3! 3
( x − y) 3 = x − x y+ xy 2 − y = x 3 − 3 x 2 y + 3 xy 2 − y 3
0!⋅3! 1!⋅2! 2!⋅1! 3!⋅0!

Exemplo 13: Desenvolva os seguintes produtos notáveis:

a) (a − b) 5
b) (ac + b 2 ) 3
c) (2 + x + y ) ⋅ (2 + x − y )
d) (a + b + c) 2
e) ( x + y − z ) 3
2
2 3 
f)  a 3b 2 − a 2 b 3 
3 2 
2
1 4 
g)  − 3 
4 x 
h) ( R 3 − L2 ) ⋅ ( R 3 + L2 )
i) (3 x a − 5 y m ) ⋅ (5 y m + 3 x a )
 2 2   2 
j)  a x +  ⋅  a 2 x − 
 3y   3y 

1.4. Polinômios

1.4.1. Definição

Polinômio é uma soma algébrica de monômios (termos algébricos).

Exemplo 14:

a) x 3 − 2x 2 (2 termos – binômio)

b) 4 x 2 − 5bx + b 2 (3 termos – trinômio).

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bx
c) ay + − 4 xy + 2a − am 3 (mais de 3 termos – polinômio).
y

1.4.2. Grau de um polinômio

É dado pelo termo de grau mais elevado. Para o polinômio a seguir, temos:

2 ab 2
5 x 2 y 3 z − 15 x 3 y 4 + a 4 b 9 x − 2
3 m

a) O polinômio é do 3o grau em relação à x.


b) O polinômio é do 4o grau em relação à y.
c) O polinômio é do 1o grau em relação à z.
d) O polinômio é do 4o grau em relação à a.
e) O polinômio é do 9o grau em relação à b.
f) O polinômio possui grau –2 em relação à m.

1.4.3. Operações com polinômios

 Adição e Subtração

Basta somar ou subtrair os termos semelhantes (que apresentam variáveis de mesmo


grau).

Exemplo 15: Sendo

P1 = a 5 − 2a 4 b + 4a 3b 2
P2 = −8a 2 b 3 + 32b 5 + 16ab 4
P3 = −16ab 4 + 8a 2 b 3 + 2a 4 b − 4a 3b 2 , calcule:

a) S = P1 + P2 + P3
b) D = P2 − P3

Exemplo 16: Indique os polinômios resultantes das situações descritas a seguir.

a) Subtraia o triplo da soma de 2 números consecutivos do dobro de sua diferença (o


maior número menos o menor número), sendo x o maior desses números.

b) Subtraia a diferença entre 2t 2 − t + 2 e t 2 + 2t − 1 da soma de t 2 + 1 com 3t − 3 .

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 Multiplicação

Basta aplicar a propriedade distributiva da multiplicação.

Exemplo 17: Calcule:

a) (2 x 7 y 2 − 3 x 6 y 3 + 4 x 5 y 2 ) ⋅ 2 x 5 y
b) (2 x 3 + 5 xy 2 − 3 x 2 y − 2 y 3 ) ⋅ (2 xy − y 2 + 3 x 2 )
c) (a 6 − 4a 4 b 2 + 5a 2 b 4 ) ⋅ (7 a 4 − 4a 2 b 2 + b 4 )

 Divisão

Dividir um polinômio D por um polinômio d resulta em:

Dd
R Q

onde: D dividendo
d divisor
Q quociente
R resto

D = d ×Q + R ÷d
D R
=Q+
d d

Para tal, devemos ter:

1) Grau ( D) ≥ Grau (d )
2) Grau (Q) = Grau ( D) − Grau (d )
3) Grau ( R) < Grau (d )

Exemplo 18: Façamos a divisão de 5 x 4 − 2 x 3 − 9 x 2 + 4 x − 9 por x 2 − 2 x − 3 :

5x 4 − 2x 3 − 9 x 2 + 4x − 9 x 2 − 2x − 3
− 5 x 4 + 10 x 3 + 15 x 2 5 x 2 + 8 x + 22
8x 3 + 6x 2 + 4 x − 9 (quociente)
− 8 x + 16 x + 24 x
3 2

22 x 2 + 28 x − 9
− 22 x 2 + 44 x + 66
72 x + 57 (resto)

5x4 − 2x3 − 9x 2 + 4x − 9 72 x + 57
Assim, = 5 x 2 + 8 x + 22 + 2
x − 2x − 3
2
x − 2x − 3

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Exemplo 19: Calcule as divisões a seguir. Nos polinômios que possuem mais de uma
variável, divida-os considerando x como variável.

a) (6 x 2 + 29 x + 28) ÷ (3 x + 4)
b) ( x 5 − y 5 ) ÷ ( x − y )
c) (4 x + 4 x 5 − x 3 ) ÷ (2 x 2 + 2 + 3 x)
d) ( x 4 + x 2 y 2 + y 4 ) ÷ ( x 2 − xy + y 2 )
e) (4a 3 − 8a 2 + 2a − 16) ÷ (−2a 2 + a − 2)
f) (−6 x 4 + 11x 3b − 8 x 2 b 2 + 3 xb 3 + b 4 ) ÷ (3 x 2 − xb + b 2 )
g) (−4 x 5 − 4 x 2 b 3 + 16 x 3b 2 − 8 xb 4 ) ÷ (4 x 2 + 8 xb)
h) ( x 6 + 2 x 3 y 3 + y 6 ) ÷ ( x 2 + 2 xy + y 2 )
1 5 5 1   1 1 
i)  x 4 + x 3b + x 2 b 2 + 2 xb 3 − b 4  ÷  − x 2 + xb − 2b 2 
3 18 8 2   2 3 

 Regra de Ruffini: utilizada para obter de forma rápida o quociente e o resto da


divisão de um polinômio por x − a . Teremos:

Grau (Q) = Grau ( D) − 1


Grau ( R ) = 0 (Grau ( R ) < 1)

x n + ... x − a
kx 0 x n −1 + ...

A utilização do dispositivo de Ruffini se torna uma aplicação importante quando


conhecemos uma das raízes de um polinômio de grau elevado (maior que 2). Se
dividimos um polinômio por x − a e encontramos resto nulo, significa que a é uma das
raízes deste polinômio. Por exemplo, para um polinômio do 3º grau, dado pela formula
geral

x3 + b ⋅ x2 + c ⋅ x + d

supondo que as 3 raízes deste polinômio sejam r1 , r2 e r3 , podemos escrevê-lo da


seguinte forma:

x 3 + b ⋅ x 2 + c ⋅ x + d = ( x − r1 ) ⋅ ( x − r2 ) ⋅ ( x − r3 )

Se conhecemos uma das raízes deste polinômio, por exemplo, r1 , podemos dividi-lo por
x − r1 . Dessa forma, teremos como resultado da divisão um polinômio do 2º grau e resto
nulo. Assim, torna-se mais fácil o cálculo das outras duas raízes do polinômio do 3º
grau dado.

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Exemplo 20: Façamos as seguintes divisões:

a) (2 x 4 − 7 x + 12) ÷ ( x − 3)

x4 x3 x2 x1 x0
2 ⊕ 0 ⊕ 0 ⊕ -7 ⊕ 12 coef. do dividendo.
3 2 6 18 47 153 coef. do quociente seguidos do resto.



Quociente: 2 x 3 + 6 x 2 + 18 x + 47
Resto: 153

b) (3 x 5 − 4 x 3 + x 2 − 11) ÷ ( x + 2)

x5 x4 x3 x2 x1 x0
3 0 -4 1 0 -11
-2 3 -6 8 -15 30 -71

Quociente: 3 x 4 − 6 x 3 + 8 x 2 − 15 x + 30
Resto: − 71

Exemplo 21: Usando o dispositivo de Ruffini, calcule:

a) ( x 2 − 8 x + 13) ÷ ( x − 3)
b) ( x 3 − 7 x) ÷ ( x − 2)
c) ( x 4 − x + 1) ÷ ( x + 2)
d) (2 x 4 − x) ÷ ( x + 1)
e) (2a 3 − a 2 − 7 a + 2) ÷ (a − 2)
f) (9 x 5 − 7 x 4 − 8 x 3 + x 2 + 5 x + 16) ÷ ( x + 1)
g) ( x 3 + 5 x 2 − 7 x − 3) ÷ ( x − 2)
h) ( x 6 − y 6 ) ÷ ( x + y )
i) ( x 4 − y 4 z 4 ) ÷ ( x + yz )
j) (23a 5 + 1) ÷ (3a + 1)

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1.5. Fatoração

Fatorar um número (ou uma expressão algébrica) é decompô-lo em vários fatores,


transformando-o em produtos de termos mais simples.

Exemplo 22:

a) 36 = 2 × 2 × 3 × 3 = 2 2 × 3 2

36 2
18 2
9 3
3 3
1

b) 81xy = 3 4 ⋅ x ⋅ y

Existem números que não podem ser fatorados devido ao fato de serem divisíveis
somente por eles mesmos e pela unidade. São chamados de números primos.

Exemplo 23:

13 13
1 1

1.5.1. Fatoração de polinômios

Faremos agora o estudo de alguns casos de fatoração de polinômios.

 1o Caso: Fator comum em todos os termos

Neste caso existe um fator comum em todos os termos que pode ser colocado em
evidência.

Exemplo 24:

a) x 2 + ax = x ⋅ ( x + a )
b) 26m 3 n 2 − 39m 2 n 2 + 52mn 3 = 13mn 2 ⋅ (2m 2 − 3m + 4n)

Exemplo 25: Fatore:

a) 140 x 4 y 7 z − 420 x 5 y 5 z 2 + 105 x 6 y − 70 x 4 y 3


b) a 8 − 7 a 5 + 4a 7 − 9a 6
c) x m−3 + x m −2 − x m −1 + x m
d) a m−1 − a m+1 − a m+ 2 + a m+3

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e) 45abc − 60abd − 90abc + 120abc


f) 70a 7 b 2 + 84a 6 b 3 − 98a 5 b 4 + 14a 4 b 5
g) 52a 6 b 5 − 39a 4 b 5 + 104a 3 b 6 − 182a 3b 2
h) 51r 2 t 5 − 34r 5 t 2 v + 119r 4 t 3 v
i) 17 a 3b 2 c − 51a 4 b 3 cm + 85a 5 b 2 c
j) 5 x 3 y 2 − 10 x 4 y 5 + 15 x 2 y 7 − 25 x 2 y 3

 2o Caso: Fator não comum.

Neste caso podemos colocar um fator que não seja comum em todos os termos em
evidência.

Exemplo 26:

 1
a) x + 1 = x ⋅ 1 + 
 x
 x2 
b) x 2 + a = a ⋅  + 1
 a 

Exemplo 27: Fatore as expressões abaixo, observando o fator não comum dado para
cada caso:

a) 36 x 2 + 12 x 3 − 4 x 6 + 16 fator: 4x 4
b) a3 + a5 − a7 + a8 fator: a mb
c) 27 ab 2 − 18a 3 bc − 12a 2 bc 3 + 21ab 4 c fator: 3a 2 b 2 c 2
d) t x + t x +1 + t x + 2 fator: a −1t 2 x +3

 3º Caso: Agrupamento

Neste caso temos grupos de termos possuindo fatores comuns.

Exemplo 28:

a) a 2 + ab + ac + bc
= a ⋅ ( a + b) + c ⋅ ( a + b)
= ( a + b) ⋅ ( a + c)

b) az + ax − bx + ay − bz − by
= a ⋅ ( z + x + y) − b ⋅ ( x + z + y)
= ( x + y + z ) ⋅ ( a − b)

Curso de Cálculo I – 1o Período 16


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Exemplo 29: Fatore:

a) a 3 + b + ab + a 2
b) acx + acy − bcx − bcy + adx + ady − dby − dbx
c) a 2 b + a 2 c + a 2 d + b + c + d
d) x ⋅ ( x + a − b) − a ⋅ (2 x − b)
e) mnp + npx + mpx + mnx + m 2 n + m 2 p + n 2 x + mn 2
f) m 3 + m 2 + m + 1
g) ax 2 + xy + by 2 + abxy
h) 3b + 2a 2 − 2ab − 3a
i) abxy − 2by − 2 + ax
j) cd + 2ab + bc + 2ad
k) d 3 − d 2 − d + 1

 4º Caso: Diferença de dois quadrados perfeitos.

a 2 − b 2 = ( a + b) ⋅ ( a − b)

Exemplo 30:

a) 36a 2 − 25a 6
= ( 6 a + 5a 3 ) ⋅ ( 6 a − 5a 3 )

b) a 8 − 1
= (a 4 + 1) ⋅ (a 4 − 1)
= (a 4 + 1) ⋅ (a 2 + 1) ⋅ (a 2 − 1)
= (a 4 + 1) ⋅ (a 2 + 1) ⋅ (a + 1) ⋅ (a − 1)

c) a 2 − 3
= (a + 3 ) ⋅ (a − 3 )

Exemplo 31: Fatore:

a) 3a 2 − 27
y2
b) x −
2

25
c) (6 x + y ) 2 − 25 ⋅ (a − b) 2
d) (a + b) 2 − (a − b) 2
e) 0,0001 − 81x 4
f) 3a 4 − 27 ⋅ (c − d ) 4
g) (6m + n) 2 − 9 ⋅ (n − 2m) 2

Curso de Cálculo I – 1o Período 17


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h) 0,1 − a 3 x 2
i) a 2 − (d + c) 2
j) a 2 x + 2 − 1

 5º Caso: Trinômio quadrado perfeito.

a 2 + 2ab + b 2 = (a + b) 2
a 2 − 2ab + b 2 = (a − b) 2

Para que um trinômio ordenado segundo as potências decrescentes de uma variável seja
quadrado perfeito é necessário que o primeiro e o último termo tenham sinal positivo, e
que o segundo termo seja mais ou menos o dobro do produto das raízes quadradas dos
outros dois termos (1º e 3º).

Exemplo 32:

a) d 2 + 2d + 1

Considerando d > 0, temos d 2 = d , 1 = 1 e 2d = 2 ⋅ d ⋅ 1 .

O trinômio dado é quadrado perfeito. Assim,

d 2 + 2d + 1 = (d + 1) 2

b) 9a 2 − 6abc + b 2 c 2

Considerando a, b, c > 0, temos 9a 2 = 3a, b 2 c 2 = bc e − 6abc = −2 ⋅ 3a ⋅ bc .

O trinômio é quadrado perfeito. Assim,

9a 2 − 6abc + b 2 c 2 = (3a − bc) 2

Exemplo 33: Converta em trinômios quadrados perfeitos as seguintes expressões,


adicionando um termo:

a) 49a 2 − 14ab
b) 81a 2 + 4b 2
c) 49 x 4 y 4 + 4
d) x 2 + px
e) 4a 2 − a
f) − 2 x 2 y 2 + 1
g) 144 x 2 y 2 z 2 + 1

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Exemplo 34: Fatore os seguintes trinômios:

f2
a) d 2 − df +
4
3
b) 3a 2 − 3a +
4
c) a − 8a + 16
4 2

d) 3 x 8 + 6 x 4 + 3
e) 169 p 2 + 441n 2 + 546np
25
f) x 2 + − 5x
4
g) 49a 4 b 4 + 42a 2 b 2 + 9
1
h) 4a 2 − a +
16
i) 2 x + 8 xy + 8 y 2
2

j) 5 x 2 a +6 + 10 x a +3b 2 a +1 + 5b 4 a + 2

 6º Caso: Trinômio do 2o grau.

Da identidade

( x + a ) ⋅ ( x + b) = x 2 + ax + bx + ab
= x 2 + (a + b) ⋅ x + ab
temos:

x 2 + (a + b) ⋅ x + ab = ( x + a ) ⋅ ( x + b)

Exemplo 35:

a) Para fatorar o trinômio x 2 + 7 x + 12 , devemos determinar dois números tais que o


produto deles seja + 12 e a soma dos mesmos seja + 7 .

a + b = 7 
 São eles: +3 e +4, logo x + 7 x + 12 = ( x + 3) ⋅ ( x + 4)
2

ab = 12 

b) x 2 − x − 2

a + b = −1
 São eles: − 2 e + 1 , logo x − x − 2 = ( x − 2) ⋅ ( x + 1)
2

 ab = −2 

Curso de Cálculo I – 1o Período 19


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Exemplo 36: Fatore:

a) t 2 + 11t + 24
b) x 2 − 3 x + 2
c) x 2 + 3 yx + 2 y 2
d) x 2 − 30 x + 200
e) x 2 − 9 x + 20
f) x 2 + 2 x − 35
g) x 2 + x − 42
h) 5 x 3 − 25 x 2 + 20 x
i) 4a 2 − 4a + 1
2a 2 x a 4
j) x 2 − +
3 9
k) 2 x + 7 x + 3
2

l) 3a 2 − 5a − 2
m) c 2 − (a − b) ⋅ c − ab

 7º Caso: Soma ou diferença de dois cubos.

x 3 − a 3 = ( x − a ) ⋅ ( x 2 + ax + a 2 )
x 3 + a 3 = ( x + a ) ⋅ ( x 2 − ax + a 2 )

O primeiro passo para fatorar um polinômio do tipo x 3 ± a 3 e obter as expressões acima


é calcular uma das raízes deste polinômio. Tomando o polinômio x 3 − a 3 , teremos:

x3 − a3 = 0
x3 = a3
x1 = a

Dessa forma, a é uma das raízes do polinômio. As outras duas raízes são complexas e
conjugadas. Sabendo que a é uma raiz, o polinômio é divisível por ( x − a ) . Utilizando o
dispositivo de Ruffini, podemos realizar a divisão ( x 3 − a 3 ) ÷ ( x − a ) .

x3 x2 x1 x0
1 0 0 − a3
a 1 a a2 0

Como era de se esperar, o resto da divisão é nulo e seu quociente será:

x3 − a3
= ( x 2 + ax + a 2 )
x−a

Curso de Cálculo I – 1o Período 20


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Concluindo, x 3 − a 3 = ( x − a ) ⋅ ( x 2 + ax + a 2 ) . Realizando o mesmo processo, é fácil


obter x 3 + a 3 = ( x + a ) ⋅ ( x 2 − ax + a 2 ) .

Exemplo 37: Fatore:

a) 8 x 3 + 64
b) a 6 − b 6
c) 27 a 3 + 1
d) (a + b) 3 + c 3
e) a 3 − 64
f) 16 + x 3
g) x 3 y 3 z 2 − m 3 v 3 z 2
h) 4 x 3 − 16
i) 128 + 2 y 3
j) 9 x 6 + 243 y 6

 8º Caso: Combinação dos casos anteriores.

Exemplo 38:

8 x 7 y 3 − 32 x 6 y 4 + 32 x 5 y 5

Colocando 8 x 5 y 3 em evidência, temos:

= 8 x 5 y 3 ⋅ ( x 2 − 4 xy + 4 y 2 )
trinômio quadrado perfeito
= 8x y ⋅ ( x − 2 y)
5 3 2

Exemplo 39: Fatore:

a) a 2 − 2ab + b 2 − m 2
b) x 4 − 4 x 3 + 3 x 2 + 4 x − 4 Dica: adicione e subtraia à expressão dada x 2 .
c) x 6 + x 4 y 2 − x 2 y 4 − y 6
d) 16 y 2 + 10 x − 25 x 2 − 1
e) a 2 + 2ab + b 2 − ac − bc
f) d 3 − d 2 − 4d + 4
g) 16m 7 n 5 − 2m 4 n 8
h) 1 + a 12
i) mx − x 2
j) n 2 − p 2
k) x 2 − 8 x − 33

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l) 81x 2 − 64c 4
m) a 2 − 29a + 28
n) 144a 2 − 24ab + b 2
o) b 4 x + 30q 3 x + 16q 4 x − 25q 6 x + 8b 2 q 2 x − 9 x
p) 81a − ax 4 − 25ay 2 − 36az 2 + 4ax 2 + 49at 2
q) a 2 + b 2 + c 2 + 2ab + 2ac + 2bc
r) a 2 − x 2 − y 2 + 4ab + 2 xy + 4b 2
s) a 3 + 6a 2 − 4a − 24
t) x 2 − 5ax − 2bx + 10ab
u) m 9 − n12
v) x 3 − x 2 − 16a 2 x + 16a 2

1.5.2. Frações racionais

Simplificação de frações – simplifica-se uma fração dividindo ambos os termos


(numerador e denominador) pelos seus fatores comuns.

Exemplo 40:

24a 2 b 2a 2 b ⋅ (12) 12
a) = =
6 a b − 8a b
3 2 2 4
2a b ⋅ (3ab − 4b ) 3ab − 4b 3
2 3

ax − a a ⋅ ( x − 1) a
b) = =
x − 2 x + 1 ( x − 1)
2 2
x −1

Exemplo 41: Reduza à expressão mais simples as seguintes frações:

27 x 3 y 2 z 4
a)
18 x 4 yz 3

15 x 4 t 2 − 25 x 2 t 4
b)
10 x 6 t 2

2 a 3 b 2 − 6a 2 b 3
c)
3a 2 b 3 − 9ab 4

a 2 + 2ax + x 2
d)
a2 − x2

a 2 − ab
e)
b 2 − ab

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ac + ad + bc + bd
f)
a 2 + ab

ab − 2a − 3b + 6
g)
ab − 2a

x 2 − 6ax + 9a 2
h)
x 2 − 9a 2

( x + a) 2 − ( x − a) 2
i)
4x 2

x 2 − (a + b) ⋅ x + ab
j)
x 2 − (a + c) ⋅ x + ac

a6 + a5 y
k) 6
a − a4 y2

an − 2a + 3n − 6
l)
an − 2a − 3n + 6

a 2 + b 2 + c 2 − 2ab + 2ac − 2bc


m)
a 2 − b 2 − c 2 + 2bc

Exemplo 42: Simplifique e calcule o valor numérico das frações:

x2 − 9
a) para x=3
x−3

a 2 + 3a − 10
b) para a=2
a2 + a − 6

a 2 + 3ab + 2b 2
c) para a=–b
a 2 + 4ab + 3b 2

x2 −1
d) para x=1
x2 − x

x 4 − 16
e) para x=–2
x+2

ac + ad − bc − bd
f) para b=a
a−b

Curso de Cálculo I – 1o Período 23


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x3 + x2 + x + 1
g) para x=–1
x +1

a 2 − 5a + 6
h) para a=2
a2 − 4

2x 2 + 2x − 4
i) para x=2
4 x 2 − 12 x + 8

x 2 + 3x + 2
j) para x=–1
x2 − x − 2
x3 − y3
k) para x=y
x− y

x3 + 1
l) para x= –1
x +1

x 3 − 27
m) para x=3
x−3

Exemplo 43: Resolva:

a a2 − a
a) ÷
b b2 − b

4x 2 − 9 y 2 2x + 3 y
b) ÷
3a − 4b 18a 2 − 32b 2

 1   2 1
c)  x 4 − 2 ÷x + 
 x   x

a 3b 2 − 3a 2 b 3 a 4 + a 2 b 2
d) ×
a2 + b2 a − 3b

x 2 + 2ax + a 2
e) ( x 3 + ax 2 − a 2 x − a 3 ) ÷
x−a

1 3 2
f) − + 2
x +1 1− x x −1

x 2 − 2x + 1
g)
x 4 − 2x 2 + 1

Curso de Cálculo I – 1o Período 24


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1.6. Funções

1.6.1. Definição

Dados dois conjuntos de números reais A (de valores x) e B (de valores y), dizemos que
uma função f de A em B, (notação dada por f: A → B), é uma regra que associa a cada
elemento de A um único elemento de B.
A B
x y
f
regra

Notação: y = f ( x) , onde a variável x é chamada de variável independente e a variável y


é chamada de variável dependente.

Exemplo 44: As relações a seguir representam funções de A em B?

a) A B

1 3
2 5
3
4 6

b) A B
d)
1 3
2 5
3
4 7

c) A B

1 3
5
2
3 7

e)

Curso de Cálculo I – 1o Período 25


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1.6.2. Valor numérico da função

É todo valor da variável dependente calculado para um dado valor da variável


independente.

Exemplo 45: Dada a função y = f ( x) = x 2 − 2 x + 1 , determine:

a) f (0) b) f (−1) c) f (2)

1.6.3. Intervalos ou subconjuntos de ℜ

Intervalo fechado a b a ≤ x ≤ b ou [a,b]

Intervalo aberto a b a < x < b ou (a,b) ou ]a,b[


Intervalo fechado à
a b a ≤ x < b ou [a,b[
esquerda
Intervalo fechado à direita a b a < x ≤ b ou ]a,b]
− ∞ < x < ∞ ou (−∞, ∞) ou

a ≤ x < ∞ ou [a, ∞)
a

Intervalos infinitos a < x < ∞ ou ]a, ∞)


a

− ∞ < x ≤ b ou (−∞, b]
b
− ∞ < x < b ou (−∞, b[
b

1.6.4. Domínio, imagem e raizes de uma função

- Domínio: é o conjunto dos valores reais de x para os quais a função existe. Para se
determinar o domínio de uma função deve-se estabelecer uma condição de existência e
encontrar os valores de x que satisfazem esta condição.

- Imagem: é o conjunto de valores assumidos pela função.

- Raiz(es): é(são) o(s) valor(es) de x para o(s) qual(is) a função assume o valor zero.

Exemplo 46: Determinar o domínio das funções a seguir:

a) y = f ( x) = 3 x + 1

b) y = f ( x) = 5 x 3 + 3 x 2 − 8 x

Curso de Cálculo I – 1o Período 26


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3
c) y = f ( x) =
x

3x + 2
d) y = f ( x) =
− 4x + 4

1 x
e) y = f ( x) = +
x + 3 2x + 4

f) y = f ( x) = x

g) y = f ( x) = 3 x

x+3
h) y = f ( x) =
x−2

1
i) y = f ( x) = 3
x

j) y = f ( x) = 1 − x

1 1
k) y = f ( x) = +
x −1 1− x

1.6.5. Funções crescentes e decrescentes

Uma função é crescente num intervalo se para qualquer x1 e x2 pertencentes a esse


intervalo com x1< x2 tivermos f(x1)< f(x2). O gráfico a seguir, obtido da equação
y = 2 x − 1 , representa uma função crescente.

Curso de Cálculo I – 1o Período 27


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Uma função é decrescente num intervalo se para qualquer x1 e x2 pertencentes a esse


intervalo com x1< x2 tivermos f(x1)> f(x2). O gráfico a seguir, obtido da equação
y = −2 x + 2 , representa uma função decrescente.

Exemplo 47: Para as funções a seguir, determine:

a) Os conjuntos domínio e imagem


b) O(s) intervalo(s) onde a função é crescente
c) O(s) intervalo(s) onde a função é decrescente

2) Função: y = x
2
1) Função: y = 2 x − 4 3) Função: y = x
3

1
4) Função: y = 5) Função: y = x 6) Função: y = 3 x
x

Curso de Cálculo I – 1o Período 28


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1
7) Função: y =
3 2
8) Função: y = x 2
9) Função: y = x 3
x2

1.6.6. Funções pares e ímpares

Uma função f é par se e somente se f ( x) = f (− x), ∀x ∈ D( f ) . O gráfico a seguir, obtido


da equação y = cos(3 x) , para x dado em graus, representa uma função par.

Uma função f é ímpar se e somente se f ( x) = − f (− x), ∀x ∈ D( f ) . O gráfico a seguir,


obtido da equação y = sen(3 x) , para x dado em graus, representa uma função ímpar.

Curso de Cálculo I – 1o Período 29


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Graficamente, temos:

Função Par Função Ímpar

O gráfico da função par é simétrico em O gráfico da função ímpar é simétrico em


relação ao eixo y. relação à origem dos eixos.

Exemplo 48: As funções cujas equações são dadas a seguir são pares, ímpares ou nem
pares e nem ímpares?

a) f ( x) = x 2 + 2

b) f ( x) = 2 x 3 − 5 x

c) f ( x) = x + 6

Exemplo 49: Dada a função y = x 2 − 1 = ( x + 1)( x − 1) , cujo gráfico é apresentado a


seguir, determine:

a) Seu domínio.
b) Sua imagem.
c) Os intervalos de x onde a função é decrescente.

Curso de Cálculo I – 1o Período 30


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d) Os intervalos de x onde a função é crescente.


e) Suas raízes.
f) A função é par, ímpar ou nem par e nem ímpar?

1.7. Funções do primeiro grau

São funções cujos gráficos resultam em retas. Os itens a seguir detalharão o estudo de
retas.

1.7.1. Incrementos (ou variações)

Indicam as variações de uma grandeza. Se uma partícula se desloca do ponto P1 ( x1 , y1 )


para o ponto P2 ( x2 , y 2 ) , os incrementos nas coordenadas são dados por

∆x = x2 − x1
∆y = y2 − y1

Os incrementos podem ser positivos, negativos ou nulos.

1.7.2. Coeficiente angular de uma reta

Calculado como a divisão da variação na vertical pela variação na horizontal. É definido


∆y y 2 − y1
através da relação m = = = tgα .
∆x x2 − x1

y
P2
y2
∆y
variação P1 α
y1
vertical
x
x1 x2

∆x  variação horizontal

O coeficiente angular pode ser positivo, negativo, nulo ou ainda não existir.

Se m > 0 , a reta é crescente.


Se m < 0 , a reta é decrescente.

Curso de Cálculo I – 1o Período 31


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1.7.3. Retas paralelas e perpendiculares

PARALELAS PERPENDICULARES

reta t

reta r
reta r
reta s

1
mr = ms mr = −
mt

Exemplo 50: Demonstre as relações acima.

1.7.4. Equação de Retas

Podemos escrever uma equação de reta, não vertical, se conhecermos seu coeficiente
angular m e suas coordenadas em um ponto ponto P0 ( x0 , y0 ) . Se P ( x, y ) for outro ponto
qualquer dessa reta, então:

∆y y − yo
m= →m= → y − yo = m( x − xo ) ou y = m( x − xo ) + yo
∆x x − xo

Exemplo 51: Escreva uma equação para a reta que passa pelo ponto (2,3) e possui
2
coeficiente angular m = − .
3

Exemplo 52: Escreva a equação da reta que passa pelos pontos P1 (−3,2) e P2 (4,−5) .

Exemplo 53: Determine a equação das retas vertical e horizontal que passam pelo ponto
(2,3).

1.7.5. Coeficiente linear – b

A ordenada do ponto onde uma reta não vertical corta o eixo y é chamada de coeficiente
linear da reta. Sabendo que o ponto P0 (0, b) pertence à reta e tomando um ponto
qualquer P ( x, y ) também pertencente à reta, temos:

Curso de Cálculo I – 1o Período 32


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y − y o = m( x − xo ) → y − b = m( x − 0) → y = mx + b

Essa equação é chamada de equação reduzida da reta.


b
A raiz de uma função do primeiro grau é dada por: y = mx + b = 0  x = − .
m

Estudo de sinais:

m>0 m<0

+ +
x x
– −b −b –
m m
Conclusão:
sinal contrário mesmo sinal
de m de m

−b x
m

Exemplo 54: Determinar a equação da reta que possui coeficiente linear igual a − 3 e
passa pelo ponto (−2,−3) .

Exemplo 55: Escreva a equação reduzida para a reta que passa pelo ponto P1 (−1,2) que
seja:

a) paralela à reta y = 3 x − 4 .
b) perpendicular à reta y = 3 x − 4

Exemplo 56: Para qual valor de k as retas 4 x + 3ky = 5 e 2 x + y = 1 são:

a) paralelas
b) perpendiculares

Exemplo 57: Determine o valor de k para o qual a reta que passa pelos pontos A(−2,3)
e B (k ,2) seja paralela à reta de equação x + 2 y = 5 .

Exemplo 58: Considere a reta r representada no gráfico a seguir. Determine a equação


da reta s que seja perpendicular à reta r no ponto de intersecção (2,2).

Curso de Cálculo I – 1o Período 33


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y
r

2
1
x
1 2 3
-1
-2

Exemplo 59: Prove que as retas representadas no gráfico a seguir são perpendiculares.

Exemplo 60: Considere a reta r representada no gráfico a seguir. Determine:

a) a equação da reta s que seja perpendicular à reta r no ponto (4,3).


b) a equação da reta t que seja paralela à reta r no ponto (-1,0).
c) trace as retas s e t no gráfico abaixo.

Curso de Cálculo I – 1o Período 34


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y
5 reta r

1
x

−5 −4 −3 −2 −1 1 2 3 4 5 6

−1

−2

−3

−4

−5

Exemplo 61: Para que valores de c ∈ R a função f ( x) = (c − 1) x + 1 é crescente?

Exemplo 62: Para que valores de p ∈ R a função f ( x) = (2 p − 1) x − 2 é decrescente?

Exemplo 63: Estude o sinal das retas a seguir:

a) f ( x) = −3 x + 2
x
b) f ( x) = − 1
3
2
c) f ( x) = − x +
5

Exemplo 64: Resolva em ℜ as inequações a seguir:

a) (5 x − 10)(5 − x) > 0
1 x −1
b) 2 x − ≤
2 2
4 − 2x
c) ≥0
x−5
(−2 x − 1)(3 x − 5)
d) ≥0
x−3

Exemplo 65: (ASG, 1º sem de 2010) O preço de uma passagem de ida ou volta da
faculdade ao centro da cidade é de R$ 2,00, mas é possível comprar um passe por
R$ 25,00 que lhe dá direito a pagar somente R$ 0,25 por cada passagem de ida ou volta.
Em resumo, existem duas formas de usar o serviço de transporte para ir e voltar da
faculdade: O aluno pode pagar R$2,00 por cada passagem ou o aluno pode comprar o
passe por R$25,00 e tendo o passe em mãos, deverá pagar mais R$0,25 por passagem.
Baseado nestas informações, pede-se:

Curso de Cálculo I – 1o Período 35


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a) Ache as equações para o custo C de x passagens por mês nas duas condições de
pagamento.

b) Quantas passagens devem ser usadas para que o passe comece a compensar a sua
compra?

Exemplo 66: (ASG, 2º sem de 2011) O preço de venda de um produto é de R$27,00. A


venda de 100 unidades dá um lucro de R$260,00. Sabendo que o custo fixo de produção
é de R$540,00 e que o custo variável é proporcional ao número de unidades produzidas,
determine:

a) O custo variável de produção de cada unidade do produto.


b) Uma expressão do lucro obtido em função da quantidade de peças vendidas.
c) O número de peças vendidas que gera um lucro de R$23.460,00.
d) O número mínimo de peças que deverão ser produzidas e vendidas para que haja
algum lucro.

1.8. Funções do segundo grau

1.8.1. Definição

É toda função que assume a forma

f ( x) = ax 2 + bx + c, onde a ≠ 0 e a, b e c ∈ ℜ

Exemplo 67: y = x 2 − 3 a =1 b=0 c = −3

1.8.2. Raízes ou zeros da função do 2o grau

São obtidas utilizando a fórmula de Bhaskara:

f ( x) = ax 2 + bx + c = 0

−b± ∆
x= , onde ∆ = b 2 − 4ac
2a

Para ∆ > 0 → x1 e x 2 ∈ ℜ / x1 ≠ x 2 (raízes reais distintas).


∆ = 0 → x1 e x 2 ∈ ℜ / x1 = x 2 (raízes reais iguais).
∆ < 0 → x1 e x 2 ∉ ℜ (não existem raízes reais).

Curso de Cálculo I – 1o Período 36


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Exemplo 68: Determine as raízes das funções a seguir:

a) x 2 − 4 x + 3 = 0

5x 2
b) x 2 − − =0
3 3

1.8.3. Gráfico da função do 2o grau

É dado por uma parábola.

Exemplo 69: Esboce o gráfico das funções a seguir:

a) y = x 2 − 4 x + 3

b) y = − x 2 + 4

Através do exemplo 69, concluímos que:

Se a > 0 → a parábola possui concavidade voltada para cima.


Se a < 0 → a parábola possui concavidade voltada para baixo.

Para a > 0 teremos

Para a < 0 teremos

Curso de Cálculo I – 1o Período 37


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1.8.4. Coordenadas do vértice da função do 2o grau

−b −∆
xv = yv =
2a 4a

Se a > 0 → xv é o ponto de mínimo e yv é o valor mínimo.


Se a < 0 → xv é o ponto de máximo e yv é o valor máximo.

Exemplo 70: Calcule as raízes e as coordenadas dos vértices das funções:

a) y = 2 x 2 − 5 x + 3

b) y = −2 x 2 + 7 x + 4

1.8.5. Conjunto imagem da função do 2º grau

1o Caso: a > 0

 − ∆
Im( f ) =  y ∈ ℜ / y ≥ 
 4a 

2o Caso: a < 0

 − ∆
Im( f ) =  y ∈ ℜ / y ≤ 
 4a 

Curso de Cálculo I – 1o Período 38


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Exemplo 71: Para cada função dada a seguir, calcule suas raízes em ℜ , indique seu
conjunto imagem, faça o estudo de sinais e o estudo de sua variação (para que valores
de x a função é crescente ou decrescente).

a) y = x 2 − 6 x + 5
b) y = −2 x 2 + 7 x + 4
c) y = 3 x 2 − 5 x − 2
d) y = x 2 − 4 x + 13

Exemplo 72: Resolva em ℜ as inequações a seguir:

x2 + x − 2
a) ≥0
2 x 2 − 11x + 14
3x 2 − 5 x + 2
b) <0
− x 2 + 5x − 6
− x 2 + 3x − 2
c) >0
x2 − 4
d) ( x 2 − 25)( x 2 − 4) ≥ 0

Exemplo 73: Qual deve ser o valor de k para que, qualquer que seja x, o trinômio
x 2 + 2 x + k seja superior a 10?

Exemplo 74: Determine o valor de m para que o mínimo de y = x 2 − 5mx − m + 3 seja


atingido no ponto x = 15 .

Exemplo 75: Sabe-se que a função quadrática y = ax 2 + bx + 2 não tem raízes reais e
que a abscissa de seu vértice é –3. Que valores a e b podem assumir?

Exemplo 76: (ASG, 1º sem de 2009) Em um planeta menor que a Terra, supondo a
existência de vida como em nosso planeta, um garoto lança verticalmente para cima, do
alto de um prédio de 12 metros em relação ao solo, uma pequena bola. O movimento
desta bola é considerado uniformemente variado e o garoto admite que a equação
horária deste movimento seja do tipo S (t ) = at 2 + bt + c . Durante o procedimento ele
anota as seguintes características do movimento:
3
• A bolinha muda de sentido no instante t = .
2
• A bolinha passa pelo ponto de coordenadas (1,18).

Com a intenção de repetir os cálculos do movimento e determinar o tempo gasto pela


bola para atingir o solo, o garoto percebe a necessidade de encontrar a equação que rege
este movimento. Sabendo-se que você é um estudante de engenharia, o garoto viaja em
sua nave até a Terra e lhe pede auxílio na determinação desta equação. Como você é um
bom amigo, determine:

Curso de Cálculo I – 1o Período 39


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a) A equação que rege o movimento.


b) O tempo gasto pela bola para atingir o solo.

Exemplo 77: A temperatura y de uma região, em um determinado período, variou de


acordo com a função T (t ) = t 2 − t − 20 , em que t representa o tempo, em horas, com
0 ≤ t ≤ 7 . Para este período, determine o intervalo de tempo (t) em que a temperatura
foi positiva, o intervalo em que foi negativa, o instante em que ocorreu a menor
temperatura e o menor valor da temperatura.

Exemplo 78: O custo diário da produção de uma indústria de aparelhos de telefone é


dado pela função C ( x) = x 2 − 86 x + 2500 , em que C(x) é o custo em dólares e x é o
numero de unidades fabricadas. Quantos aparelhos devem ser produzidos diariamente
para que o custo seja mínimo?

1.9. Funções definidas em partes

1.9.1. Introdução

Uma função pode ser definida por uma ou mais sentenças matemáticas válidas para
diferentes intervalos de seu domínio.

Exemplo 79: Esboce o gráfico da função definida em partes a seguir, indicando os


conjuntos domínio e imagem.

− x, se x < 0

f ( x) =  x 2 , se 0 ≤ x ≤ 2
1, se x > 2

Exemplo 80: Escreva as expressões que definem a função do gráfico a seguir:

Curso de Cálculo I – 1o Período 40


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1.9.2. Função modular

A função modular é definida por duas sentenças:

 x, se x ≥ 0
f ( x) =| x |= 
− x, se x < 0

Ou de forma mais geral,

 f ( x) se f ( x) ≥ 0
y = f ( x) = 
− f ( x) se f ( x) < 0

Exemplo 81: Esboce o gráfico da função modular y =| x | , indicando os conjuntos


domínio e imagem.

Exemplo 82: Esboce o gráfico das funções a seguir, indicando os conjuntos domínio e
imagem. Indique também as expressões das funções definidas em partes e seus
intervalos de existência.

a) y = x − 1 − 2
b) y = x 2 − 4
c) y = x − 2 + x + 1

Exemplo 83: Encontre a solução das equações modulares a seguir:

a) | x |= 6
b) | 2 x + 5 |= 3
c) | 3 x − 4 |= −2
d) | x + 1 |= 2 x − 8
e) | x | 2 + | x | −6 = 0

Exemplo 84: Encontre a solução das inequações modulares a seguir:

a) | x |≥ 5
b) | x |< 3
c) | 2 x + 1 |> 3
d) | 3 x − 5 |≤ 8
e) | 3 x − 4 |≥ −2
f) | 6 − x |< −1
2x − 4
g) ≥1
− x+3
−x−2
h) ≤2
x +1

Curso de Cálculo I – 1o Período 41


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1.10. Translação de gráficos

Sejam as funções y = f ( x) e y = f ( x) + k . O gráfico de y = f ( x) + k é o gráfico de


y = f ( x) :

• transladado k unidades para cima se k > 0 .


• transladado | k | unidades para baixo se k < 0 .

Observe o gráfico das funções a seguir:

y = f ( x) = x
y = x +2

y = x −3

Sejam agora as funções y = f ( x) e y = f ( x + h) . O gráfico de y = f ( x + h) é o gráfico


de y = f ( x) :

• transladado h unidades para a esquerda se h > 0.


• transladado | h | unidades para direita se h < 0.

Observe o gráfico das funções a seguir:

y = f ( x) = x 2

y = ( x + 2) 2

y = ( x − 3) 2

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Exemplo 85: Tomando como referência o gráfico da função y = x e os conceitos de


translação vertical e horizontal, determine a equação de cada função representada no
gráfico abaixo:

y= x

Exemplo 86: A figura a seguir mostra o gráfico da função y = x 2 . Usando o conceito de


translação, faça o gráfico das seguintes funções: (OBS: Utilize o gráfico abaixo).

a) f1 ( x) = ( x − 1) 2 − 4
b) f 2 ( x) = ( x + 2) 2 + 2
c) f 3 ( x) = ( x − 3) 2 + 5
d) f 4 ( x) = ( x + 6) 2 − 5
e) f 5 ( x) = ( x − 5) 2 + 1
f) f 6 ( x) = ( x + 1) 2 + 3

Curso de Cálculo I – 1o Período 43


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y
8

−8 −7 −6 −5 −4 −3 −2 −1 1 2 3 4 5 6 7 8

−1

−2

−3

−4

−5

−6

−7

−8

1.11. Funções compostas

Sejam os diagramas:

x f y
Função Simples: y = f(x)

x g h f y Função composta de f e g: y = f(g(x))

h = g(x) y = f(h)

Notações: fog , “f de g”, função composta de f e g.

Exemplo 87: Escreva a expressão da função f ( g ( x)) sendo g ( x) = x 2 − 1 e


f ( x) = x − 7 .

Curso de Cálculo I – 1o Período 44


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Exemplo 88: Escreva a expressão de f ( g ( x)) e determine f ( g (2)), sendo f ( x) = x − 7


e g ( x) = x 2 .

x
Exemplo 89: Sejam f ( x) = x , g ( x) = e h( x) = 4 x − 8 . Encontre h( g ( f ( x))) .
4

1
Exemplo 90: Se u ( x) = 4 x − 5 , v( x) = x 2 e f ( x) = , encontre as expressões para as
x
seguintes funções:

a) u (v( f ( x))) b) u ( f (v( x))) c) v(u ( f ( x)))

d) v( f (u ( x))) e) f (u (v( x))) f) f (v(u ( x)))

x−2
Exemplo 91: Dadas as funções reais h( x) = x 2 − 1 , f ( x) = e g ( x) = 2 x − 2 ,
3− x
determine:

a) o domínio de h( f ( x )) .
b) a(s) raiz(es) de g ( f ( x)) .

Exemplo 92: Dadas as funções f ( x) = x + 3 e g ( x) = x 2 − 1 , calcule o valor de


fog (0) .

Exemplo 93: Sejam f e g funções de ℜ em ℜ , sendo ℜ o conjunto dos números reais,


dadas por f ( x) = 2 x − 3 e f ( g ( x)) = −4 x + 1 . Nestas condições, determine g (−1) .

1.12. Funções exponenciais

1.12.1. Definição

Dado um número real a, tal que a > 0 e a ≠ 1 , denomina-se função exponencial de base
a à função f ( x) = a x definida para todo x real. O domínio da função exponencial é
D = ℜ e o conjunto imagem é Im = ℜ ∗+ .

Exemplo 94: Por que devemos ter a > 0 e a ≠ 1 ?

1.12.2. Propriedades

Considerando a > 0 , b > 0 , a ≠ 1 , b ≠ 1 e x, y ∈ ℜ , as seguintes propriedades são


válidas:

P1) a x = 1 , se x = 0

Curso de Cálculo I – 1o Período 45


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P2) ∀x ∈ ℜ , temos f ( x) = a x > 0 , ou seja, para qualquer valor real de x,


Im = { y ∈ ℜ / y > 0} = ℜ*+ .

P3) f ( x) = a x é crescente ∀a > 1.

P4) f ( x) = a x é decrescente ∀0 < a < 1.

P5) a x .a y = a x + y

ax
P6) y
= a x− y
a

( )
P7) a x
y
= a x. y

P8) a x .b x = (a.b) x

x
ax  a 
P9) x =  
b b

Observações:

O1) (a + b) x ≠ a x + b x ∀x ≠ 1
O2) a x ≠ (a x ) y
y

O3) 2 ⋅ 3 x ≠ 6 x

1.12.3. Gráficos

a > 1 – Função Crescente 0 < a < 1 – Função Decrescente

D( f ) = ℜ D( f ) = ℜ
Im( f ) = ℜ*+ Im( f ) = ℜ*+

Curso de Cálculo I – 1o Período 46


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Nos dois gráficos representados, a função não assume o valor zero. Portanto não existe
raiz real.

Uma função exponencial especial amplamente utilizada na engenharia é a função


exponencial natural f ( x) = e x , na qual a base é o número e =2,718281828... , chamado
de número de Euler.

1.12.4. Aplicações

As funções exponenciais aparecem em aplicações que envolvem:

- crescimento populacional;
- decaimento radioativo;
- carga e descarga de elementos de circuitos;
- taxas de juros;
- resfriamento de corpos;
- etc.

Exemplos 95: O número de bactérias numa cultura após t horas é dado pela expressão:
B = 100e 0,693.t .

a) Qual o número inicial de bactérias presentes?


b) Quantas bactérias estarão presentes após 6 horas?

Exemplo 96: (ASG, 2º sem de 2010) Estima-se que, daqui a t anos, a população de
certa cidade do interior de MG será dada, em milhares de habitantes, por
P (t ) = 60 × 30,02t . Pede-se:

a) Qual é a população atual desta cidade?


b) Em que ano a população desta cidade será de 540 mil habitantes?
c) Se utilizarmos a mesma equação para estimar a população desta cidade nos anos
anteriores, em que ano sua população era de 20 mil habitantes?

Exemplo 97: Você faz um investimento de R$ 2.000,00 onde a taxa de rendimento é de


8 % ao ano. Pede-se:

a) Uma equação que calcula o montante acumulado depois de t anos.


b) Qual o capital acumulado após 16 anos?

Exemplo 98: O modelo de decaimento radioativo é dado por y = y o e − r .t , onde:

y  quantidade de elemento radioativo presente em um instante t.


yo  quantidade inicial de elemento radioativo (t = 0).
r  constante que mede a velocidade de decaimento, r > 0 .

Para o carbono 14, r = 1,2 × 10 −4 para t dado em anos. Pergunta-se: qual a porcentagem
de carbono 14 presente após 800 anos?

Curso de Cálculo I – 1o Período 47


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Exemplo 99: Associe as funções aos gráficos abaixo:

(1) y = 2 x (2) y = 3 − x (3) y = −3 − x


(4) y = −0,5 − x (5) y = 2 − x − 2 (6) y = 1,5 x − 2

( ) ( ) ( )

( ) ( ) ( )

Uma equação é exponencial quando a variável é expoente de uma ou mais potências dos
termos desta equação.

Exemplo 100: Encontre a solução das equações exponenciais a seguir:

a) 2 x + 2 x +1 = 3 x + 3 x −1

b) 4 ⋅ 16 x = 0,5

c) 1000 x = 0,01

( )
d) 818
x
= 12 27

Curso de Cálculo I – 1o Período 48


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4
e) 2,25 4 x +1 = 3
9

−5 x + 6
=1
2
f) 2 x

g) 2 x + 2 x +1 − 2 x + 2 + 2 x −1 = −8

2 2 x +3 y = 128
h)  6 x −10 y
2 =4

i) (a x ) 3− 2 x = ( a ) 22 x +12

j) 3
(0,2) x −1 = 0,008

k) 7 x −1 − 7 x −2 + 2052 = 7 x + 2 − 7 x +1

l) 5 ⋅ 5 2 x + 124 ⋅ 5 x − 25 = 0

m) 4 x + 3 ⋅ ( 2 ) 2 x + 4 = 5 ⋅ 2 5

n) 3 ⋅ 3 2 x − 26 ⋅ 3 x − 9 = 0

Exemplo 101: Encontre a solução das inequações exponenciais a seguir:

1
a) 4 x >
4
2x 3 x −1
1 1
b)   < 
3 3
c) (0,1) < (0,1)
4 x 2 −2 x−2 2 x −3

−4
>1
2
d) 5 x

1.13. Funções inversas e funções logarítmicas

1.13.1. Função injetora

Uma função f ( x) é injetora no domínio D f se f (a ) ≠ f (b) sempre que a ≠ b .

Exemplo 102: Considere o gráfico das funções: f1 ( x) = x 3 e f 2 ( x) = x 2 . Podemos


afirmar que as duas são funções injetoras?

Curso de Cálculo I – 1o Período 49


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f1 ( x) = x 3 f 2 ( x) = x 2

Para a função f1 ( x) = x 3 notamos que para todo a ≠ b , a condição f ( a ) ≠ f (b) é


satisfeita. Já para o gráfico de f 2 ( x ) = x 2 , isso não acontece. De fato se tivermos a = 2
e b = −2 , f ( a ) = f (b) = 4 . Portanto, conclui-se que a função f1 ( x) é injetora, já a
função f 2 ( x ) não é injetora.

Graficamente podemos saber se uma função é ou não injetora fazendo o teste da reta
horizontal. Traçando diversas retas horizontais no gráfico de uma função f (x )
qualquer, esta reta só pode interceptar curva da função em um único ponto. Se esta
condição for satisfeita, dizemos que f (x ) é injetora.

1.13.2. Função Inversa

Somente uma função injetora pode ser invertida. A função definida pela inversa de uma
função injetora f (x ) é a inversa de f (x ) , cujo símbolo é: f −1 ( x ) . ATENÇÃO:
f −1 ( x ) não significa 1 .
f ( x)

Dadas duas funções f (x ) e g (x ) podemos dizer que f e g são inversas uma da outra se
−1
e somente se: f ( g ( x)) = x e g ( f ( x)) = x . Nesse caso: g ( x) = f ( x) e f ( x) = g −1 ( x) .

Se f (x ) e g ( x) são duas funções inversas, então o domínio de uma é igual à imagem


da outra, ou seja,

D f = Im g e Dg = Im f

x−2
Exemplo 103: Verifique se as funções f ( x ) = 3 x + 2 e g ( x ) = são inversas.
3

Curso de Cálculo I – 1o Período 50


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1
Exemplo 104: Determine a inversa de y = x + 1 e esboce os gráficos das duas
2
funções. Note que o gráfico da função f (x ) e o gráfico de sua inversa, f −1 ( x) , são
simétricos em relação à função identidade ( y = x ).

x+3
Exemplo 105: Determine a inversa, o domínio e a imagem da função f ( x) = .
x−2

1.13.3. Função logarítmica de base a

A função logarítmica de base a, representada por f ( x) = log a ( x) é a função inversa da


função exponencial f ( x) = a x , onde a > 0 e a ≠ 1 . Portanto,

log a ( x) = y ↔ a y = x

Vimos anteriormente que o domínio da função f ( x) é igual à imagem de sua inversa


f −1 ( x) , e que a imagem de f ( x) é o domínio da inversa f −1 ( x) . Sendo assim,
podemos afirmar que a função logarítmica apresenta:

- Domínio: D = ℜ*+
- Imagem: Im = ℜ

Observe os gráficos abaixo:

a >1 0 < a <1

f ( x) = 2 x

f ( x ) = (1 / 2) x

f −1 ( x) = log 2 ( x) f −1 (x) = log1 (x)


2

−1 −1
D( f ) = Im( f )=ℜ D( f ) = Im( f )=ℜ
−1 −1
Im( f ) = D( f ) = ℜ*+ Im( f ) = D( f ) = ℜ*+

De forma geral, temos:

Curso de Cálculo I – 1o Período 51


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As funções logarítmicas de base 10 e base e possuem nomes e notações típicas:

- y = log e ( x) = ln( x) : função logaritmo natural de x ou função logaritmo neperiano de x.


- y = log10 ( x) = log( x) : função logaritmo decimal de x.

As seguintes propriedades são válidas:

P1) log a (1) = 0

P2) log a (a ) = 1

P3) log a (a n ) = n

P4) a log a (b ) = b

P5) Se b = c, então log a (b) = log a (c)

P6) log a ( x p ) = p ⋅ log a ( x)

P7) Logaritmo do produto: log a ( x1 ⋅ x2 ) = log a ( x1 ) + log a ( x2 )

x 
P8) Logaritmo do quociente: log a  1  = log a ( x1 ) − log a ( x2 )
 x2 

log a ( x) ln( x) log( x)


P9) Mudança de base: log b ( x) = = =
log a (b) ln(b) log(b)

Exemplo 106: Determine log1 5 (625)

Exemplo 107: Qual a base a do sistema de logaritmos, onde o logaritmo de 7 é 1/4?

Curso de Cálculo I – 1o Período 52


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3
Exemplo 108: Qual é o número cujo logaritmo no sistema de base 9 é 0,75?

Exemplo 109: Determine o valor de x para:

a) log x (0,00032) = 5

b) log x (8 27 ) = −3

11
c) log x  53 25 5  = −
  12

N
d) log x ( N ) =
P
e) ln( x) = 3t + 5

x − log 2 log 8
f) =
x + log 2 log 4

Exemplo 110: Num sistema de logaritmos, o logaritmo da base aumentada de 2 é 2.


Qual é a base do sistema?

Exemplo 111: Um aplicador investe R$ 10.000,00 em um negócio que rende 5,25 % de


juros compostos ao ano. Em quanto tempo esse aplicador terá um saldo de R$
25.000,00?

Exemplo 112: Expresse as relações seguintes em função de um só logaritmo:

1
a) log 2 5 + log 2 3
2

b) log a 2 − 5 log a 3 + 2

1
c) log 5 3 + 2 log 5 2 − 1
3

Exemplo 113: Determine o domínio das seguintes funções:

a) y = log 2 ( x 2 − 1)

 x ⋅ ( x 2 + 1) 
b) y = log 1  2 
2
x − 3x + 2 

 
c) y = log 3 log 1 ( x − 3)
 3 

Curso de Cálculo I – 1o Período 53


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[
d) y = log 1 log 2 ( x 2 − 3) ]
2

Exemplo 114: Encontre a solução das equações a seguir:

 1  1  24 
a) log x +  + log x −  = log 
 3  3  9 
1 1
b) log(3 x − 5) + log( x) = 1
2 2
c) log 2 ( x + 7) − log 2 ( x − 11) = 2
d) x log 5 ( x ) = (625 x) 2
e) 27 x log 3 ( x ) = x 4
 x −1  x −1
f) 2 log  + 3 log  = 1 + log( x − 1) + log(5)
 5   2 
12+5 log a ( x )
g) x = a9

Exemplo 115: Dados log(2) = 0,30103 , log(3) = 0,47712 e log(5) = 0,69897 ,


determine:

a) log(0,02)
b) log(300)
c) log(2000)
d) log(0,003)
e) log(500)

Exemplo 116: Calcule os valores de m para que log(m 2 − 6m + 7) seja:

a) real
b) positivo
c) negativo
d) nulo

Exemplo 117: Esboce o gráfico das funções a seguir indicando o domínio e a imagem
de cada uma:

a) y = log 2 ( x)
b) y = log 1 ( x) − 1
 2 
c) y = log 2 ( x − 1)

Exemplo 118: (ASG, 2º sem de 2011) Considere que o nível de álcool no sangue de
uma pessoa decresce de acordo com a fórmula:
N (t ) = 2.(0,5)t

Curso de Cálculo I – 1o Período 54


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onde N é dado em gramas por litro e t é o tempo medido em horas a partir do momento
em que o nível de álcool foi constatado.

Sabendo-se que o limite de álcool no sangue para dirigir com segurança é de 0,8 gramas
por litro e que t em minutos é o tempo necessário para que o motorista espere até
alcançar o nível permitido para dirigir com segurança, determine este valor de t.
Considere log (2) = 0,3.

Exemplo 119: (ASG, 1º sem de 2010) Quando um paciente ingere um medicamento, a


droga entra na corrente sanguínea e, ao passar pelo fígado e pelos rins, é metabolizada e
eliminada a uma taxa que é proporcional à quantidade presente no corpo. Suponha uma
dose única de um medicamento cujo princípio ativo é de 250 mg. A quantidade q desse
princípio ativo que continua presente no organismo t horas após a ingestão é dada pela
expressão q (t ) = 250 ⋅ (0,6) t . Usando ln(3) = 1,1 , ln(5) = 1,6 e ln(2) = 0,7 , pede-se qual
o tempo necessário para que a quantidade dessa droga presente no corpo do paciente
seja menor que 50 mg.

Exemplo 120: Considerando o exemplo 98, qual é o tempo de meia vida do carbono-14,
ou seja, em quanto tempo ocorre o decaimento de metade de sua quantidade inicial?

Exemplo 121: Uma população de mosquitos desenvolve-se segundo o modelo dado


pela função P (t ) = P0 × e 0,01t , onde o tempo t é dado em dias. Pede-se:

a) Qual é a população inicial de mosquitos, sabendo que após 40 dias a população é de


aproximadamente 400.000 indivíduos?
b) Em quantos dias a população de mosquitos triplica?

1.14. Funções trigonométricas

1.14.1. Conceitos iniciais

A trigonometria é a área da matemática que estuda relações entre as medidas de lados e


ângulos de um triângulo retângulo. Um triângulo retângulo é um triângulo que possui
um ângulo reto (que mede 90º). A figura a seguir mostra um triângulo retângulo e a
nomenclatura utilizada para seus lados.

Curso de Cálculo I – 1o Período 55


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Para todo triângulo retângulo, a relação de Pitágoras é válida: c ² = a ² + b ²

As funções trigonométricas básicas são definidas por:

b a b
sen(α ) = cos(α ) = tg (α ) =
c c a

a b a
sen( β ) = cos( β ) = tg ( β ) =
c c b

De acordo com as definições acima, é fácil notar que quando dois ângulos α e β são
complementares, o seno de um deles é igual ao cosseno do outro.

Existem duas unidades mais utilizadas para medidas de arcos: o grau e o radiano, cuja
conversão se dá através de uma regra de três simples, sabendo que 180º correspondem a
π radianos. Um radiano é o ângulo definido em um círculo por um arco de
circunferência com o mesmo comprimento que o raio do referido círculo. Um grau é a
medida de um ângulo correspondente a 1/360 de uma circunferência.

Consideremos agora uma circunferência trigonométrica (circunferência de raio unitário


cujo centro se localiza na origem dos eixos de coordenadas cartesianas) e um arco AM,
conforme mostrado na figura a seguir.

Observando a circunferência trigonométrica, podemos obter as seguintes relações para


um determinado ângulo θ:

sen(θ ) = y
cos(θ ) = x
y
tg (θ ) = = AP
x

Curso de Cálculo I – 1o Período 56


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1.14.2. Valores e sinais do seno, cosseno e tangente de um arco

Faremos agora um estudo do sinal das funções trigonométricas observando cada


quadrante da circunferência trigonométrica mostrada a seguir.

 1º Quadrante

sen(θ ) > 0 cos(θ ) > 0 tg (θ ) > 0

 2º Quadrante

sen(θ ) > 0 cos(θ ) < 0 tg (θ ) < 0

 3º Quadrante

sen(θ ) < 0 cos(θ ) < 0 tg (θ ) > 0

 4º Quadrante

sen(θ ) < 0 cos(θ ) > 0 tg (θ ) < 0

A tabela a seguir traz os valores de seno, cosseno e tangente para alguns arcos
principais.

θ θ sen(θ ) cos(θ ) tg (θ )
0 ≡ 2π 0 ≡ 360 o 0 1 0
π 6 30º 12 3 2 3 3
π 4 45º 2 2 2 2 1
π 3 60º 3 2 12 3
θ → π 2 , tg (θ ) → ∞

π 2 90º 1 0
θ → π 2 + , tg (θ ) → −∞
π 180º 0 −1 0
θ → 3π 2 , tg (θ ) → +∞

3π 2 270º −1 0
θ → 3π 2 + , tg (θ ) → −∞

Curso de Cálculo I – 1o Período 57


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Os valores das funções são dados na tabela para os principais arcos pertencentes ao 1º
quadrante da circunferência trigonométrica (além dos arcos π/2 rad, π rad e 3π/2 rad,
que dividem os quadrantes). Dessa forma, utilizando a análise do sinal das funções
trigonométricas vista anteriormente, torna-se fácil obter os valores de seno, cosseno e
tangente para os principais arcos dos outros três quadrantes.

1.14.3. Detalhamento das funções trigonométricas

a) Função seno

Na figura a seguir, o segmento Oy' que mede sen(x), é a projeção do segmento OM


sobre o eixo OY.

Propriedades da função seno:

• Domínio: A função seno está definida para todos os valores reais. Sendo assim seu
domínio é dado por D f = ℜ .

• Imagem: O conjunto imagem da função seno é o intervalo

Im f = {y ∈ ℜ − 1 ≤ y ≤ 1} = [−1,1]

• Periodicidade: A função é periódica de período 2π. Para todo x em ℜ e para todo k


em Ζ , temos

sen( x) = sen( x + 2kπ ) ∀x ∈ ℜ ∀k ∈ Ζ

Completamos o gráfico da função seno, repetindo seus valores em cada intervalo de


medida 2π.

Curso de Cálculo I – 1o Período 58


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• Simetria: A função seno é ímpar, pois para todo x real, sen( x) = − sen(− x) .

b) Função cosseno

Na figura a seguir, o segmento Ox' que mede cos(x), é a projeção do segmento OM


sobre o eixo horizontal OX.

Propriedades da função cosseno:

• Domínio: A função cosseno está definida para todos os valores reais. Sendo assim
seu domínio é dado por D f = ℜ .

• Imagem: O conjunto imagem da função cosseno é o intervalo

Im f = {y ∈ ℜ − 1 ≤ y ≤ 1} = [−1,1]

• Periodicidade: A função é periódica de período 2π. Para todo x em ℜ e para todo k


em Ζ , temos

cos( x) = cos( x + 2kπ ) ∀x ∈ ℜ ∀k ∈ Ζ

Completamos o gráfico da função cosseno, repetindo seus valores em cada intervalo de


medida 2π.

• Simetria: A função cosseno é par, pois para todo x real, cos( x) = cos(− x) .

Curso de Cálculo I – 1o Período 59


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c) Função tangente

A função tangente é obtida através da relação entre as funções seno e cosseno:

sen( x)
tg ( x) =
cos( x)

Na figura a seguir, o segmento AT mede a tg(x).

Propriedades da função tangente:

• Domínio: Para todo valor inteiro de k, o domínio da função tangente é dado por

 π 
D f =  x ∈ ℜ x ≠ (2k + 1) , k ∈ Ζ 
 2 

• Imagem: O conjunto imagem da função tangente é o conjunto de todos os reais, ou


seja, Im f = ℜ .

• Periodicidade: A função é periódica de período π. Para todo x ∈ D f e para todo k


inteiro, temos

tg ( x) = tg ( x + kπ ) ∀x ∈ D f ∀k ∈ Ζ

Completamos o gráfico da função tangente, repetindo seus valores em cada intervalo de


medida π.

• Simetria: A função tangente é ímpar, pois para todo x ∈ D f , tg ( x) = −tg (− x) .

Curso de Cálculo I – 1o Período 60


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d) Função cotangente

A função cotangente é obtida através da relação entre as funções cosseno e seno:

cos( x) 1
cotg( x) = =
sen( x) tg ( x)

Na figura a seguir, o segmento BS mede a cotg(x).

Propriedades da função cotangente:

• Domínio: Para todo valor inteiro de k, o domínio da função cotangente é dado por

D f = {x ∈ ℜ x ≠ kπ , k ∈ Ζ}

• Imagem: O conjunto imagem da função cotangente é o conjunto de todos os reais, ou


seja, Im f = ℜ .

• Periodicidade: A função é periódica de período π. Para todo x ∈ D f e para todo k


inteiro, temos

cotg ( x) = cotg ( x + kπ ) ∀x ∈ D f ∀k ∈ Ζ

Completamos o gráfico da função cotangente, repetindo seus valores em cada intervalo


de medida π.

• Simetria: A função cotangente é ímpar, pois para todo x ∈ D f , cotg ( x) = −cotg (− x) .

Curso de Cálculo I – 1o Período 61


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e) Função secante

A função secante é obtida definida por

1
sec( x) =
cos( x)

Na figura a seguir, o segmento OV mede a sec(x).

Propriedades da função secante:

• Domínio: Para todo valor inteiro de k, o domínio da função secante é dado por

 π 
D f =  x ∈ ℜ x ≠ (2k + 1) , k ∈ Ζ
 2 

• Imagem: O conjunto imagem da função secante é o conjunto dado por

Im f = {y ∈ ℜ / | y |≥ 1}

• Periodicidade: A função é periódica de período 2π. Para todo x ∈ D f e para todo k


inteiro, temos
sec( x) = sec( x + 2kπ ) ∀x ∈ D f ∀k ∈ Ζ

Completamos o gráfico da função secante, repetindo seus valores em cada intervalo de


medida 2π.

• Simetria: A função secante é par, pois para todo x ∈ D f , sec( x) = sec(− x) .

Curso de Cálculo I – 1o Período 62


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f) Função cossecante

A função cossecante é obtida definida por

1
cos sec( x) =
sen( x)

Na figura a seguir, o segmento OU mede a cossec(x).

Propriedades da função cossecante:

• Domínio: Para todo valor inteiro de k, o domínio da função cossecante é dado por

D f = {x ∈ ℜ x ≠ kπ , k ∈ Ζ}

• Imagem: O conjunto imagem da função cossecante é o conjunto dado por

Im f = {y ∈ ℜ / | y |≥ 1}

• Periodicidade: A função é periódica de período 2π. Para todo x ∈ D f e para todo k


inteiro, temos

cossec( x) = cos sec( x + 2kπ ) ∀x ∈ D f ∀k ∈ Ζ

Completamos o gráfico da função cossecante, repetindo seus valores em cada intervalo


de medida 2π.

Curso de Cálculo I – 1o Período 63


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• Simetria: A função cossecante é ímpar, pois para todo x ∈ Df ,


cossec( x) = − cos sec(− x) .

1.14.4. Relações trigonométricas importantes

Relação trigonométrica fundamental

 ÷ cos 2 ( x) → 1 + tg 2 ( x) = sec 2 ( x)
sen 2 ( x) + cos 2 ( x) = 1 
÷ sen ( x) → 1 + cotg ( x) = cosec ( x)
2 2 2

Adição e Subtração de Arcos

1) cos(a + b) = cos(a ) cos(b) − sen(a ) sen(b)

2) cos(a − b) = cos(a ) cos(b) + sen(a ) sen(b)

3) sen(a + b) = sen(a ) cos(b) + sen(b) cos(a )

4) sen(a − b) = sen(a ) cos(b) − sen(b) cos(a )

tg( a ) ± tg(b)
5) tg( a ± b) =
1 m tg( a ).tg(b)

Duplicação de Arcos

Fazendo a=b e substituindo na relação (1), encontramos:

cos(2a ) = cos 2 (a ) − sen 2 (a )

Fazendo a=b e substituindo na relação (3), encontramos:

sen(2a ) = 2 sen(a ) cos(a )

Somando as relações (1) e (2), encontramos:

cos(a + b) + cos(a − b) = 2 cos(a ) cos(b)

a+b = p  p+q p−q


Adotando ⇔ a = b=
a−b = q  2 2

Assim, teremos

Curso de Cálculo I – 1o Período 64


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 p+q  p−q
cos( p ) + cos(q ) = 2 cos  cos 
 2   2 

Somando as relações (3) e (4), encontramos:

sen(a + b) + sen(a − b) = 2 sen(a ) cos(b)

a+b = p  p+q p−q


Adotando ⇔ a = b=
a−b = q  2 2

Assim, teremos

 p+q  p−q
sen( p ) + sen(q ) = 2 sen  cos 
 2   2 

Várias outras relações trigonométricas podem ser obtidas através das apresentadas
anteriormente. Como exercício, tente obter as relações para a diferença de dois senos e
para a diferença de dois cossenos.

Bissecção de Arcos

a 1 − cos(a )
sen   = ±
2 2
a 1 + cos(a )
cos  = ±
2 2
a 1 − cos(a )
tg  = ±
2 1 + cos(a )

Exemplo 122: Converta os seguintes ângulos de radianos para graus:

a) π 6
b) 5 π 3
c) 7 π 4
d) 7 π 6

Exemplo 123: Determine o domínio das funções a seguir no universo [0,2π [ :

a) y = sen(x)
b) y = cos( x) − 1
c) y = tg (2 x + π )

Curso de Cálculo I – 1o Período 65


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Exemplo 124: Determine o período das funções a seguir:

a) y = sen(3 x − π )
x π 
b) y = 3 cos + 
2 4
c) y = 2 sen(4 x)
 x
d) y = 3 cos  − 1
 3

Exemplo 125: Determine p de modo que a equação sen( x) = p 2 − 3 p + 1 tenha solução.

Exemplo 126: Determine o valor de m sabendo-se que o período da função


 x  7π
y = cos  é .
m 3

Exemplo 127: Esboce o gráfico (para x variando de 0 a 2π ) das funções a seguir. Em


seguida determine o período e o conjunto imagem de cada uma delas.

a) y = cos(x)
b) y = 1 + sen(2 x)
c) y = 3 cos(2 x) − 1
 x
d) y = sen  
4
 π
e) y = 1 + sen  x + 
 4
 π
f) y = 2cos x −  − 2
 2

Exemplo 128: Sendo θ um ângulo tal que 0 < θ < π e sen(θ ) = 1 2 , determine
cos(θ ) e tg (θ ) .

Exemplo 129: Calcule, utilizando a operação com arcos:

a) cos(75°)
 π
b) sen  2π − 
 6

Exemplo 130: Dados cos(4 x) = − 1 4 (4x é arco do 2° quadrante), determine sen(8 x) ,


cos(8 x) , tg (8 x) e o quadrante a que pertence o arco 8x.

Exemplo 131: Determine x ∈ [0, π ] tal que cos(5 x) + cos(3 x) = 0 .

Curso de Cálculo I – 1o Período 66


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3 π 
Exemplo 132: Dado sen( x) = e x ∈  ,π  , calcule cos(x) e tg(x).
5 2 

1  3π 
Exemplo 133: Dado cos( x) = e x ∈  ,2π  , calcule sen(x) e tg(x).
3 2 

1  3π 
Exemplo 134: Dado tg( x) = e x ∈ π,  , calcule sen(x) e cos(x).
2  2

2m − 1
Exemplo 135: Determine os valores de m que satisfazem a equação sen( x) = ,
7
sabendo que π ≤ x ≤ 2π.

2m + 1
Exemplo 136: Determine os valores de m que satisfazem a equação cos( x) = ,
5
sabendo que 0 ≤ x ≤ π.

4 13
Exemplo 137: Sendo a ∈ 3ºQ, b ∈ 4ºQ e tendo-se tg( a ) = e sec(b) = , calcule o
3 5
valor de cos(a+b).

2
Exemplo 138: Se sen( x) = e 90º<x<180º, determine o valor da expressão
5
tg( x) + cotg( x)
y= .
sec( x)

cos 2 ( x) cos sec 2 ( x) − cotg 2 ( x)


Exemplo 139: Simplifique a expressão − .
1 − sen 2 ( x) cossec(x)

3
Exemplo 140: Se sen( x) = − e 180º < x < 270º, determine o valor de:
5

a) y = sen(2x)
 x
b) y = sen  
2

Exemplo 141: O gráfico a seguir representa uma função do formato


y = A ⋅ cos( Bx) + C . Pede-se:

a) Os valores de A, B e C.
b) O domínio desta função.
c) A imagem desta função.
d) O período desta função.

Curso de Cálculo I – 1o Período 67


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1.15. Funções trigonométricas inversas

Vimos anteriormente que para uma função qualquer admitir uma inversa, a mesma deve
ser injetora em seu domínio. A princípio, as funções trigonométricas não admitem
funções inversas, pelo fato de não serem injetoras, ou seja, as mesmas possuem o
mesmo valor de imagem para valores diferentes do domínio. Entretanto, se o domínio
de cada uma delas for restringido a um intervalo, é possível obter suas funções inversas.

A seguir detalharemos cada função trigonométrica inversa.

1.15.1. Função arco-seno

É a função inversa obtida após a limitação do domínio da função seno, conforme


mostrado a seguir.

y = sen ( x)

 π π
D = − , 
 2 2

Im = [− 1,1]

A função inversa arco-seno é dada por:

Curso de Cálculo I – 1o Período 68


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y = arcsen ( x)

D = [− 1,1]

 π π
Im = − , 
 2 2

1.15.2. Função arco-cosseno

É a função inversa obtida após a limitação do domínio da função cosseno, conforme


mostrado a seguir.

y = cos(x)

D = [0, π ]

Im = [− 1,1]

A função inversa arco-cosseno é dada por:

y = arccos( x)

D = [− 1,1]

Im = [0, π ]

Curso de Cálculo I – 1o Período 69


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1.15.3. Função arco-tangente

É a função inversa obtida após a limitação do domínio da função tangente, conforme


mostrado a seguir.

y = tg ( x)

 π π
D = − , 
 2 2

Im = ℜ

A função inversa arco-tangente é dada por:

y = arctg( x)

D=ℜ

 π π
Im =  − , 
 2 2

1.15.4. Função arco-cotangente

É a função inversa obtida após a limitação do domínio da função cotangente, conforme


mostrado a seguir.

y = cotg ( x)

D = ]0, π [

Im = ℜ

Curso de Cálculo I – 1o Período 70


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A função inversa arco-cotangente é dada por:

y = arccotg( x)

D=ℜ

Im = ]0, π [

1.15.5. Função arco-secante

É a função inversa obtida após a limitação do domínio da função secante, conforme


mostrado a seguir.

y = sec( x)

 π
D = x ∈ ℜ / 0 ≤ x ≤ π , x ≠ 
 2

Im = {y ∈ ℜ / y ≥ 1}

A função inversa arco-secante é dada por:

y = arcsec( x)

D = {x ∈ ℜ / x ≥ 1}

 π
Im =  y ∈ ℜ / 0 ≤ y ≤ π , y ≠ 
 2

Curso de Cálculo I – 1o Período 71


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1.15.6. Função arco-cossecante

É a função inversa obtida após a limitação do domínio da função cossecante, conforme


mostrado a seguir.

y = cos sec( x)

 π π 
D =  x ∈ ℜ / − ≤ x ≤ , x ≠ 0
 2 2 

Im = {y ∈ ℜ / y ≥ 1}

A função inversa arco-cossecante é dada por:

y = arccossec( x)

D = {x ∈ ℜ / x ≥ 1}

 π π 
Im =  y ∈ ℜ / − ≤ y ≤ , y ≠ 0
 2 2 

Exemplo 142: Utilizando os conceitos de funções inversas, determine:

a) sen(arcsen ( x ))
b) arcsen(sen(2 x ))
  π 
c) arctg tg  
  4 
d) cos(arccos ( −1 / 2))

Exemplo 143: Determine x sabendo que x = arcsen (1 / 2) .

Exemplo 144: Calcule:

  3 
a) tg arcsen  
  4 

Curso de Cálculo I – 1o Período 72


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  1 
b) sec arccos  
  2 
c) tg(arcsec(1)) − sen (arccos sec(−2))
  3 
d) sen  arctg  
  4 

Exemplo 145: Encontre o domínio da função y = arccos(1 − log( x)) .

1.16. Equações paramétricas

1.16.1. Parametrização de curvas

Considere uma partícula se deslocando no plano (em duas dimensões), descrevendo


uma trajetória, como indicado no gráfico da figura a seguir.

Em muitos casos, não há como descrever a trajetória da partícula como uma equação no
formato y = f (x) . Por esta razão, é necessário utilizar uma terceira variável, por
exemplo, t. Cada coordenada da posição da partícula em movimento será dada em
função de t, chamado de parâmetro. Dessa forma,

x = f (t )
y = g (t )

e cada posição da partícula será dada pelo ponto de coordenadas ( x, y ) = [ f (t ), g (t )].

Se x e y são definidos como funções x = f (t ) e y = g (t ) ao longo de um intervalo de


valores de t, então o conjunto de pontos ( x, y ) = [ f (t ), g (t )] definido por essas equações
é uma curva parametrizada. As equações são chamadas de equações paramétricas da
curva.

Curso de Cálculo I – 1o Período 73


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Se t é definido num intervalo fechado da forma a ≤ t ≤ b , o ponto inicial é dado por


( xo , yo ) = [ f (a ), g (a )] e o ponto final ( x, y ) = [ f (b), g (b)] .

Exemplo 146: A posição de uma partícula deslocando-se em um plano xy é dada pelas


seguintes equações e pelo intervalo do parâmetro:

x = t , y = t onde t ≥ 0 . Pede-se:

a) Determinar a posição dessa partícula nos instantes t = 1 e t = 4 .


b) Esboçar a trajetória descrita pela partícula no plano xy.

Exemplo 147: Traçar as curvas paramétricas nos seguintes casos:

a) y = cos (t ) e x = sen(t ) , onde 0 ≤ t ≤ 2π .

b) y = 5cos(t ) e x = 4sen (t ) , onde 0 ≤ t ≤ 2π .

Exemplo 148: Determinar uma parametrização para o segmento de reta com


extremidades nos pontos P1(–1,3) e P2 (3, –2)

Exemplo 149: Determinar uma parametrização da curva "metade inferior da parábola


x −1 = y 2 .

1.17. Funções hiperbólicas

1.17.1. Definição

São funções definidas da mesma forma que as funções trigonométricas (circulares), mas
tomam como base uma hipérbole.

Curso de Cálculo I – 1o Período 74


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São funções úteis no cálculo diferencial e integral para modelar eventos físicos, como as
ondas em corpos elásticos por exemplo. Os fios de uma rede elétrica, suspensos pelas
extremidades presas em dois postes, assumem a forma de uma curva que é descrita por
uma função hiperbólica, no caso o cosseno hiperbólico.

As funções hiperbólicas aparecem em aplicações que envolvem:

-Linhas de transmissão,
-Redes Neurais,
-Laser (light amplification by stimulated emission of radiation),
-etc.

1.17.2. Funções hiperbólicas

a) Seno hiperbólico

e x − e−x
senh( x) =
2

Domínio: D = ℜ

Imagem: Im = ℜ

Curso de Cálculo I – 1o Período 75


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b) Cosseno hiperbólico

e x + e−x
cosh( x) =
2

Domínio: D = ℜ

Imagem: Im = [1, ∞)

c) Tangente e cotangente hiperbólicas

senh( x) e x − e − x
tgh( x) = =
cosh( x) e x + e − x

Domínio: D = ℜ

Imagem: Im = ]− 1,1[

cosh( x) e x + e − x
cotgh( x) = =
senh( x) e x − e − x

Domínio: D = ℜ *

Imagem: Im = y > 1

Curso de Cálculo I – 1o Período 76


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d) Cossecante hiperbólica

1 2
cosech( x) = = x
senh( x) e − e − x

Domínio: D = ℜ *

Imagem: Im = ℜ *

e) Secante hiperbólica

1 2
sech( x) = = x
cosh( x) e + e − x

Domínio: D = ℜ

Imagem: Im = ]0,1]

1.17.3. Identidades principais

1) cosh 2 ( x) − senh 2 ( x) = 1
2) 1 − tgh 2 ( x) = sech 2 ( x)
3) cot gh 2 ( x) − 1 = cosech 2 ( x)
4) senh (2 x) = 2.senh( x). cosh( x)
5) cosh(2 x) = cosh 2 ( x) + senh 2 ( x)

Curso de Cálculo I – 1o Período 77


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Exemplo 150: Demonstre as identidades:

cosh(2 x) + 1
a) cosh 2 ( x) =
2
cosh(2 x) − 1
b) senh 2 ( x) =
2

3
Exemplo 151: Dado senh( x) = , calcule o valor de cosh(x) e tgh ( x) .
4
15
Exemplo 152: Dado cosh( x) = , x > 0 , calcule o valor de senh(x) e tgh(x) .
13
4
Exemplo 153: Dado senh( x) = , calcule o valor das demais funções hiperbólicas de x.
3

Exemplo 154: Simplifique as expressões a seguir.

a) 2 cosh[ln( x)]
b) senh[2 ln( x)]
c) cosh(5 x) + senh (5 x)
d) cosh(3 x) − senh (3 x)
e) [senh( x) + cosh( x)]4
f) ln[cosh( x) + senh ( x)] + ln[cosh( x) − senh ( x)]

Curso de Cálculo I – 1o Período 78


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Capítulo 2
INTRODUÇÃO AO CÁLCULO DIFERENCIAL - LIMITES
2.1.Introdução

O universo do cálculo diferencial e integral traz as respostas para três grupos de


questões básicas:

1) Como uma função se comporta em torno de um ponto, onde a mesma não é definida?
Qual é o comportamento inicial de um circuito quando o mesmo é alimentado? Como se
comporta um circuito para freqüências muito elevadas?

2) Como uma função varia? Qual é o seu valor máximo? Qual é o seu valor mínimo?
Como obter a tangente a uma curva?

3) Como calcular áreas delimitadas por curvas? Qual é o valor médio de uma função
contínua dentro de um intervalo? Como calcular probabilidades de variáveis aleatórias
contínuas? Como obter o conteúdo de freqüências de um sinal contínuo no tempo?

O primeiro grupo de questões nos leva ao estudo de limites, o segundo grupo nos leva
ao estudo de derivadas e o terceiro grupo nos leva ao estudo de integrais. Limites,
derivadas e integrais são ferramentas matemáticas básicas que serão úteis e necessárias
ao longo do curso de Engenharia. Iniciaremos agora o estudo de limites.

2.2.Limite de funções

É de interesse do cálculo saber o valor f (x) de uma função f para valores de x nas
vizinhanças de um valor x0 , mas não necessariamente para x0 , mesmo porque, em
muitos casos o valor x0 ∉ D f . Isto é, para x = x0 a função não é definida.

x2 −1
Exemplo 01: Analisemos o comportamento de f ( x) = em torno do ponto x = 1 .
x −1
0
Sabemos que x = 1 ∉ D f , pois f (1) = é uma expressão indeterminada. Vamos então
0
construir uma tabela de valores para esta função:

x −2 −1 0 0,9 0,99 0,999


f (x)

x 3 2 1 1,1 1,01 1,001


f (x)

Observamos que a função se aproxima do valor 2 à medida que x se aproxima do valor


1, tanto por valores menores do que 1, quanto por valores maiores do que 1. Quando

Curso de Cálculo I – 1o Período 79


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x2 −1
isto ocorre, dizemos então que o limite da função f ( x) = é igual a 2 quando x
x −1
tende a 1, e escrevemos:

 x2 −1
lim  = 2
x →1
 x −1 

Não devemos confundir o limite da função quando x → 1 com o valor da função para
x = 1 , pois como já vimos, f (1) não existe. A notação x → 1 indica que x se aproxima
do valor 1, mantendo-se diferente de 1. Quando isto ocorre, a função f (x) se
aproxima do valor 2, mantendo-se diferente de 2. Por esta razão, é válido calcular o
limite de uma função equivalente à função dada, utilizando como ferramenta a
fatoração. Assim:

 x2 −1 ( x + 1)( x − 1)
lim  = lim = lim( x + 1) = 2
x →1
 x − 1  x →1 ( x − 1) x →1

x2 −1
Não podemos dizer que f ( x) = e g ( x) = x + 1 representam a mesma função,
x −1
pois seus domínios são diferentes. Todavia, podemos afirmar que são funções
equivalentes, o que significa que seus limites retornam os mesmos valores.

Exemplo 02: Tome como referência a tabela construída no exemplo 01 e esboce o


x2 −1
gráfico da função f ( x) = . Qual é a diferença entre o gráfico desta função e o
x −1
gráfico da função g ( x) = x + 1 ?

Curso de Cálculo I – 1o Período 80


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De modo geral, se f ( x) → L quando x → x0 , escrevemos lim f ( x) = L .


x → x0

x3 − 2x 2
Exemplo 03: Analise o comportamento de f ( x) = quando x se aproxima de
3x − 6
2.

Exemplo 04: Calcule:

x
a) lim
x →0 x +1 −1

x3 − 8
b) lim
x →2 x−2

c) lim 3 x + 1
x →5

x−2
d) lim
x →2 x+2

2.3.Representação gráfica e limites laterais

Dado lim f ( x) = L , temos:


x → x0

Se x → x0 por valores menores que x0 , dizemos que x tende a x0 pela esquerda e



escrevemos x → x0 . Este é o limite lateral esquerdo.

Curso de Cálculo I – 1o Período 81


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Se x → x0 por valores maiores que x0 , dizemos que x tende a x0 pela direita e


+
escrevemos x → x0 . Este é o limite lateral direito.

O limite de uma função existe se, e somente se os limites laterais forem iguais, ou seja,

lim f ( x) = lim+ f ( x) = L ,
x → x0 − x → x0

como observado no gráfico da figura anterior. Para o gráfico da figura a seguir,

observamos que lim− f ( x) = L1 e lim+ f ( x) = L2 . Como L1 ≠ L2 , concluímos que


x → x0 x → x0

lim f ( x) não existe.


x→ x0

x
Exemplo 05: Analise o comportamento de f ( x) = em torno do ponto x = 0 .
| x|
Esboce o gráfico desta função.

Exemplo 06: Calcule os limites a seguir:

3 − x x <1

a) lim f ( x) , onde f ( x) = 4 x =1
x→1
x + 1 x >1

x + 1 x≥3
b) lim g ( x) , onde g ( x) =  2
x→3
x − 4 x<3

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c) lim 16 − x 2
x→4

x 2 − 4 x<0

d) lim f ( x) , onde f ( x) = 3 x − 3 0≤ x≤2
x→2
 2 x>2

Exemplo 07: Para o gráfico da função a seguir, determine:

a) lim f ( x) f(x)
x→0

b) lim f ( x)
x→1
4
c) lim f ( x) 3
x→ 2
d) f (0) 2
e) f (1) 1
f) f ( 2)
x
-3 -2 -1 1 2 3 4
-1

-2

Exemplo 08: Considere o gráfico da função f(x) representado a seguir. Determine:

a) lim f ( x) f(x)
x→−1

b) lim f ( x)
x→0
8
c) lim f ( x)
x→1 6
d) lim f ( x)
x→2 4
e) lim f ( x) 2
x→4
f) f (−1) x
-3 -2 -1 1 2 3 4
g) f ( 0) -2
h) f (1)
-4
i) f ( 2) -6
j) f ( 4)

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Exemplo 09: Considere o gráfico da função f(x) representado a seguir. Determine:


f(x)
a) Domínio
b) Imagem
8
c) lim f ( x) 6
x→−4

d) lim f ( x) 4
x→−2
2
e) lim f ( x) 1 2 3 4
x→0 x
f) lim f ( x) -4 -3 -2 -1
x→1 -2
g) lim f ( x) -4
x→4

h) f (−2) -6

i) f (0)

j) f (1)
k) f ( 4)

2.4.Propriedades dos limites

P1) Limite de uma constante k ∈ ℜ

lim k = k
x → x0

P2) Limite do produto de uma constante por uma função

lim k ⋅ f ( x ) = k ⋅ lim f ( x )
x → x0 x → x0

P3) Limite da soma ou diferença de funções

lim [ f ( x ) ± g ( x )] = lim f ( x ) ± lim g ( x)


x → x0 x → x0 x → x0

P4) Limite do produto de funções

lim [ f ( x ).g ( x)] = lim f ( x). lim g ( x)


x → x0 x → x0 x → x0

P5) Limite do quociente de funções

 f ( x)  xlim
→ x0
f ( x)
lim  =
x → x0 g ( x ) 
  xlim
→x
g ( x)
0

Curso de Cálculo I – 1o Período 84


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P6) Limite da potência de uma função

lim [ f ( x)] =  lim f ( x)


n p
p
x → x0  x → x0 

P7) Limite do modulo de uma função

lim f ( x ) = lim f ( x)
x → x0 x → x0

P8) Limite do logaritmo de uma função

lim log a [ f ( x)] = log a  lim f ( x) 


x → x0  x → x0 

P9) Limite de uma exponencial

lim f ( x )
lim a f ( x ) = a x → x0
x → x0

Diversas outras propriedades podem ser anunciadas, como exemplo, o limite do seno de
uma função resultando no seno do limite da mesma função, o limite do cosseno de uma
função resultando no cosseno do limite, e assim por diante.

Exemplo 10: Calcule os seguintes limites:

a) lim ( x + 3)
x →0

b) lim ( x + 4)
x → −4

c) lim ( 2 x − 10)
x→5

d) lim( x 2 + 3x + 2)
x →0

e) lim(3x 2 + 2 x − 5)
x →1

f) lim ( x 3 − x 2 + x − 1)
x → −1

g) lim ( x 5 + x 4 + 3x 3 + x 2 + x + 1)
x →−1

 x + 2
h) lim 
x →6 x − 5
 
 x + 1
i) lim  
x → −1 x − 1
 
j) lim( x + x 2 + 5 x + 1)
3
x →1

k) lim ( x 2 − 10) ⋅ cos( x )


π
x→
3

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2.5.Teorema do confronto

Considere g ( x ) ≤ f ( x ) ≤ h( x) para qualquer valor de x pertencente a um intervalo


aberto contendo o valor a, exceto possivelmente em x = a .

Se lim g ( x ) = lim h( x ) = L , então lim f ( x ) = L . Esta análise é demonstrada no gráfico


x→a x→ a x→a

da figura a seguir.

x2 x2
Exemplo 11: Esboce os gráficos das funções g ( x) = 1 − e h( x) = 1 + . Sabendo
4 2
que g ( x ) ≤ f ( x ) ≤ h( x) ∀x ≠ 0 , determine lim f ( x ) .
x→ 0

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2.6.Limite trigonométrico fundamental

sen ( x ) 0
É o limite dado pela expressão lim , cujo valor resulta em , considerado uma
x →0 x 0
indeterminação do cálculo. Mas mesmo assim, este limite possui um resultado igual a 1.

Exemplo 12: A figura a seguir representa o primeiro quadrante da circunferência


trigonométrica. Prove que o limite trigonométrico fundamental é igual a 1, ou seja,

sen (θ )
lim =1
θ →0 θ

Para fazer esta demonstração, compare a área do triângulo OAT com a área do setor
circular OAP com a área do triângulo OAP, e utilize o teorema do confronto. Lembre-se
de que a área de um triângulo é dada pela metade do produto de sua base pela sua altura
e que a área de um setor circular é dada pela metade do produto do quadrado do raio
pelo ângulo (em radianos) que define este setor, ou seja,

b⋅h r 2 ⋅θ
A∆ = e Asetor =
2 2

De forma geral, temos

sen [ f ( x ) ]
lim =1
f ( x )→0 f ( x)

Curso de Cálculo I – 1o Período 87


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A função do limite trigonométrico fundamental é conhecida como função sample (do


sen ( x )
inglês, amostra), cuja notação é dada por Sa ( x ) = , e gráfico dado pela figura a
x
seguir. Esta função será bastante utilizada no estudo de Sinais e Sistemas e Sistemas de
Comunicação.

Exemplo 13: Calcule os limites a seguir:

sen ( 2 x ) cos( 3 x ) − cos( x )


a) lim e) lim
x →0 5x x→0 x ⋅ sen ( 2 x )

tg (3 x) x
b) lim f) lim
x→0 x x→ 0 sen (3 x )

1 − cos( x ) sen ( x ² − 4)
c) lim g) lim
x →0 x² x→2 x² − 4

d) lim
sen ( ax ) h) lim+ {log(3 x ) − log[ sen(5 x )]}
x→0
x→ 0 sen (bx )

π 
cos − ax 
Exemplo 14: Calcule o valor de a, sabendo que lim 2  =5
x→0 x

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2.7.Limites infinitos e limites no infinito

Uma função f (x ) possui limites infinitos quando lim f ( x) = +∞ ou lim f ( x) = −∞ .


x → x0 x → x0

Uma função f (x ) possui limites no infinito quando lim f ( x) = L ou lim f ( x) = L .


x → +∞ x → −∞

1
Exemplo 15: Para a função f ( x) = , pede-se:
x −1

a) Domínio.

b) Função inversa e imagem.

c) Raízes.

d) lim− f ( x )
x →1

e) lim+ f ( x )
x →1

f) lim f ( x )
x → −∞

g) lim f ( x )
x → +∞

h) Esboce o gráfico de f (x ) .

2
Exemplo 16: Para a função f ( x) = , pede-se:
|x|

a) Domínio.

b) lim− f ( x)
x→ 0

c) lim+ f ( x )
x→ 0

d) lim f ( x )
x → −∞

e) lim f ( x )
x → +∞

f) Esboce o gráfico de f (x ) .

g) Imagem.

Curso de Cálculo I – 1o Período 89


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Exemplo 17: Para a função dada no gráfico a seguir, pede-se:

a) Domínio g) lim f ( x ) m) lim− f ( x) s) lim f ( x )


x→ a x→ 0 x→ c

b) Imagem
h) f (a ) n) lim+ f ( x ) t) f (c )
x→ 0
c) Raízes
i) lim− f ( x ) o) lim f ( x ) u) lim− f ( x )
x→b x→ e
x→ 0
d) lim f ( x )
x → −∞
j) lim+ f ( x ) p) f (0) v) lim+ f ( x )
x→b x→ e
e) lim− f ( x )
x→ a
k) lim f ( x ) q) lim− f ( x ) w) lim f ( x )
x→ b x→ c x→ e
f) lim+ f ( x )
x→ a
l) f (b) r) lim+ f ( x ) x) f (e)
x→ c

y) lim f ( x )
x → +∞

Curso de Cálculo I – 1o Período 90


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Exemplo 18: Calcule:

x+2
a) lim−
x → −3 x+3

1
b) lim
x → −∞ x³ − 5

c) lim 2 x
x → −∞

d) lim 2 x
x → +∞

e) lim log 1 ( x )
x → +∞
2

x
2
f) lim  
 
x → −∞ 3

g) lim+ ln( x )
x→ 0

h) lim+ tg ( x )
π
x→
2

2x + 4
Exemplo 19: Para a função f ( x) = , pede-se:
x+3

a) Domínio.

b) Função inversa e imagem.

c) Raízes.

d) f (0)

e) lim− f ( x)
x → −3

f) lim+ f ( x )
x → −3

g) lim f ( x )
x → −∞

h) lim f ( x )
x → +∞

i) Esboce o gráfico de f (x ) .

Curso de Cálculo I – 1o Período 91


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2.8.Expressões indeterminadas

Alguns limites resultam em expressões indeterminadas. São sete as indeterminações


encontradas no cálculo:

0 ∞
, , ∞ 0 , 1∞ , ∞ − ∞ , 0 0 e ∞ × 0
0 ∞

2.9.Cálculo de limites indeterminados

2.9.1. Funções racionais onde x → a

P ( x) P (a )
Sabemos que lim = .
x→a D( x) D ( a )

x² + 3x − 4
Exemplo 20: Determine lim .
x → −1 x+3

P ( x) P ( a ) 0
Se P ( a ) = 0 e D ( a ) ≠ 0 , temos lim = = = 0.
x→a D( x) D(a) D (a)

x ² + x − 12
Exemplo 21: Determine lim .
x→3 x+3

+ ∞ ou
P ( x) P ( a ) P(a) 
Se P ( a ) ≠ 0 e D ( a ) = 0 , temos lim = = = − ∞ ou
x→a D ( x ) D(a) x → 0 
∃

Exemplo 22: Calcule:

3x − 4
a) lim
x → −4 x+4

x −1
b) lim
x →0 |x|

P ( x) P ( a ) 0
Se P(a ) = 0 e D ( a ) = 0 , temos lim = = , que é uma expressão
x→a D( x) D(a) 0
indeterminada.

Neste caso x = a é raiz do numerador P (x ) e é também raiz do denominador D (x ) .


Para eliminar a indeterminação e calcular o limite, basta dividir P (x ) e D (x ) por
( x − a ) , ou então utilizar a fatoração para simplificar o limite.

Curso de Cálculo I – 1o Período 92


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Exemplo 23: Calcule:

x ² − x − 12
a) lim
x→4 x² − 6x + 8

x ³ + x ² − 8 x − 12
b) lim
x → −2 x ³ + 3x ² − 4

2.9.2. Funções com radicais onde x → a

Neste caso, recorremos à racionalização ou à mudança de variáveis.

Exemplo 24: Calcule:

x − 25
a) lim
x→25 x −5

x−3
b) lim
x →3 x + 13 − 4

3
x −3 6
c) lim
x →6 x−6

3
x −4
d) lim
x→64 x −8

x +7 −3
e) lim
x→2 x3 − 8

2.9.3. Funções racionais onde x → ±∞

Se P (x ) é um polinômio, o limite lim P ( x ) sofre influência maior do termo de mais


x→±∞

alto grau de P (x ) . Por exemplo, supondo o polinômio P ( x ) = x ³ − 2 x ² + 4 x − 6 . Vamos


calcular o seu resultado para um valor elevado de x, por exemplo, x = 10 20 . Teremos:

P (10 20 ) = 10 60 − 2 × 10 40 + 4 × 10 20 − 6

É certo que os valores 2 × 10 40 e 4 × 10 20 são elevados, entretanto, ao compará-los com


o valor 10 60 obtido do termo de maior grau de P (x ) , estes valores podem ser
desprezados. Assim, podemos anunciar a seguinte propriedade:

Para limites de funções envolvendo polinômios e uma tendência x → ±∞ , avaliamos o


resultado do limite tomando o termo de maior grau dos polinômios envolvidos.

Curso de Cálculo I – 1o Período 93


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Exemplo 25: lim x ³ − 2 x ² + 4 x − 6 = lim x ³ = −∞ .


x→−∞ x→ −∞

Exemplo 26: Calcule:

4x² − x
a) lim
x→−∞ 2 x³ − x² + 6 x − 5

5x − 2
b) lim
x →∞ 4x + 3

− 2x² + 6
c) lim
x →∞ x−9

2.9.4. Funções com radicais onde x → ±∞

Quando existir no limite uma divisão de duas funções envolvendo radicais, coloca-se
em evidência o termo de maior grau do radicando. Quando existir no limite apenas uma
diferença de radicais de mesmo índice, deve-se utilizar a racionalização.

Exemplo 27: Calcule:

x 4 + 3x² − 2
a) lim
x→+∞ 3x ² − 2

9x² − x
b) lim
x→−∞ x+4

9x² − x
c) lim
x→+∞ x+4

6x + x² − 2x + 3
d) lim
x→−∞ 4 x − 9 x² − x

x 2 + x 4 + x3 − 5 x
e) lim
x→−∞
x2 − 9x4 − x2

f) lim x 2 + 3x − 2 − x 2 + 4 x − 4
x→−∞

g) lim x 2 + 3x − 2 − x 2 + 4 x − 4
x→+∞

Curso de Cálculo I – 1o Período 94


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2.9.5. Funções exponenciais e limite exponencial fundamental

Para limites envolvendo funções exponenciais, utilizamos a propriedade vista


lim f ( x )
anteriormente: lim a f ( x ) = a x→x0
x→ x0 .

O limite exponencial fundamental é dado pela expressão

f ( x)
 a 
lim 1 + = ea
f ( x )→±∞
 f ( x ) 

A demonstração do limite exponencial fundamental será dada posteriormente, o capítulo


de aplicações de derivadas.

Exemplo 28: Calcule:

x −1
x
a) lim− 2
x→0

x
b) lim− 3 x−2
x→2

3 x ²−2
x ² −4
c) lim 4
x→∞

x ² + x −6
d) lim 2 x ² +2 x −3
x → −3

x
 3
e) lim 1 − 
x→−∞
 x

f) lim (1 + x ) x
1

x →0

3x
 2
g) lim 1 + 
x→∞
 x

2x
 1
h) lim 5 − 
x→−∞
 3x 

x
 42
i) lim ln 1 + 
x→∞
 x

Curso de Cálculo I – 1o Período 95


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ln(1 + x)
j) lim−
x →0 4x

x
 4 5
k) lim ln1 + 
x →∞
 6x 

2.10. Continuidade

Uma função y = f (x ) é contínua em um ponto x = a do seu domínio se, e somente se

lim f ( x ) = f ( a )
x→ a
x +1
Exemplo 29: Determine os intervalos de x nos quais a função f ( x) = é
x² − 4 x + 3
contínua.

Exemplo 30: Verifique se as funções a seguir são contínuas nos pontos dados.

7 x − 6 se x < 2
a) f ( x ) =  no ponto x = 2 .
2 x ² se x ≥ 2

 x² + 3x + 2
 x +1 se x < −1

b) f ( x) = 1 se x = −1 no ponto x = −1 .
3 x + 4 se x > −1

 x+2 −2
 se x < 2
 x − 2
 1 3
c) f ( x) =  − se x > 2 no ponto x = 2 .
 4 − x 2
8 − x 3

 x2 − 3
 3 se x = 2
x − x − 2

 t 2 + 4t + 3
 t +1 se t < −1

3 t +1
d) f (t ) =  5 se t > −1 no ponto t = −1 .
 t + 1
2 se t = −1

Curso de Cálculo I – 1o Período 96


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  x2 − 5x + 6 
  3  se x < 2
 x + 2x − 4x − 8 
2

 1 3 
e) f ( x) =  − 2 
 se x > 2 no ponto x = 2 .
  ( 2 − x )( 2 + x ) ( 2 − x )( 4 + 2 x + x ) 
  x−3 
  3  se x = 2
  x + 8 

Curso de Cálculo I – 1o Período 97


Inatel – Instituto Nacional de Telecomunicações

Capítulo 3
DERIVADAS
3.1. Acréscimo da variável – ∆x

Dados dois valores x0 e x1 da variável x, com x 0 < x1 , chamamos de acréscimo da


variável a diferença

∆x = x1 − x0

x1 = x0 + ∆x

3.2. Acréscimo da função – ∆y

Para toda função y = f (x) , quando a variável independente x sofre um acréscimo ∆x ,


consequentemente a variável dependente y sofre um acréscimo ∆y . Este efeito é
ilustrado no gráfico a seguir.

De forma geral, o acréscimo da função é dado por ∆y = f ( x + ∆x) − f ( x) sempre que x


sofrer um acréscimo ∆x .

Curso de Cálculo I – 1o Período 98


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Exemplo 01: Calcule o acréscimo da função y = x ² + 2 x após a variável x sofrer um


acréscimo ∆x .

∆y
3.3. Razão incremental –
∆x

É a razão entre os acréscimos da variável e da função, respectivamente. Isto é,

∆y f ( x + ∆x) − f ( x)
=
∆x ∆x

A razão incremental de uma função representa fisicamente a sua taxa de variação média.

Exemplo 02: Calcule a razão incremental das funções a seguir:

a) y = x ² + 2 x

b) y = 3 x

3.4. Derivada de uma função

Dada uma função y = f (x) , chamamos de derivada de f (x) em relação à variável x o


limite da razão incremental quando ∆x tende a zero, ou seja,

∆y f ( x + ∆x) − f ( x)
lim = lim
∆x →0 ∆x ∆x → 0 ∆x

é a função derivada de f (x) em relação a x, cuja notações são dadas por

f ' ( x) 

y ' ( x) 
dy  f ( x + ∆x) − f ( x)
 = ∆lim
dx 
x → 0 ∆x
DX [ f ( x)]

[ f ( x)] | 
Vimos que a razão incremental de uma função representa fisicamente sua taxa de
variação média. Ao dividirmos ∆y por ∆x , mesmo que façamos ∆x tender a zero,
continuamos tendo como resultado uma taxa de variação da função, porém calculada
próxima a um ponto. Isto significa que uma derivada de uma função representa
fisicamente a sua taxa de variação instantânea.

Curso de Cálculo I – 1o Período 99


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Exemplo 03: Calcule a derivada das funções a seguir em relação a x.

a) f ( x) = x ² + 2 x

b) f ( x) = 2 x + 5

c) f ( x) = x ³

d) f ( x) = x ² + 4

3.5. Derivada de uma função em um ponto x = a

É o valor da derivada da função calculada em x = a , desde que a ∈ D f .

Exemplo 04: Um corpo se desloca no espaço segundo a função s (t ) = 5 + 2t + 3t ²


(MRUV), onde s (t ) indica a posição do corpo em metros e t o tempo em segundos.
Pede-se:

a) Sua velocidade média no intervalo t ∈ [1,5] segundos.


b) Sua velocidade nos instantes t = 1 s e t = 5 s.

3.6. Álgebra das derivadas

Utilizaremos agora a definição matemática de uma derivada para construirmos uma


tabela de derivadas das principais funções.

f ( x + ∆x) − f ( x)
f ' ( x) = lim
∆x →0 ∆x

D1) Função constante

f ( x) = K ( K ∈ ℜ) f ' ( x) = 0

Exemplo 05: Por que a derivada de toda constante em relação a uma variável é igual a
zero?

Exemplo 06: Calcule a derivada das funções a seguir em relação a x.

a) f ( x) = 2

b) f (x) = π

c) f ( x) = t ²

Curso de Cálculo I – 1o Período 100


Inatel – Instituto Nacional de Telecomunicações

D2) Função potência

f ( x) = x n f ' ( x) = nx n−1

Exemplo 07: Demonstre a derivada da função potência utilizando a definição de


derivadas.

Exemplo 08: Calcule a derivada das funções a seguir em relação a x.

a) f ( x) = x 6

b) f ( x) = x

1
c) f ( x) =
x

1
d) f ( x) =
x4

e) f ( x) = x

1
f) f ( x) = 3

g) f ( x) = t 5

D3) Derivada de uma função multiplicada por uma constante ( K ∈ ℜ)

dy
Se y = K ⋅ f (x) , então = K ⋅ f ' ( x) .
dx

Utilizando a definição de derivadas, temos

dy K ⋅ f ( x + ∆x) − K ⋅ f ( x) f ( x + ∆x) − f ( x)
= lim = K ⋅ lim = K ⋅ f ' ( x) .
dx ∆ x → 0 ∆x ∆ x →0 ∆x

Exemplo 09: Calcule:

d
a) (3 x ²)
dx

[
b) DY − 4 y 5 ]

Curso de Cálculo I – 1o Período 101


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 5
c) DX − 
 x³ 

d  2 
d)  
dt  t 

D4) Derivada de uma soma de funções

Se u (x) e v(x) são funções deriváveis e f ( x) = u ( x) ± v( x) , então


f ' ( x) = u ' ( x) ± v' ( x) , ou seja, a derivada da soma de funções é a soma das derivadas das
mesmas funções. Utilizando a definição de derivadas, temos

f ( x + ∆x) − f ( x) u ( x + ∆x) ± v( x + ∆x) − [u ( x) ± v( x)]


f ' ( x) = lim = lim
∆x →0 ∆x ∆x →0 ∆x

u ( x + ∆x) − u ( x) v( x + ∆x) − v( x)
f ' ( x) = lim ± lim = u ' ( x) ± v' ( x) .
∆x →0 ∆x ∆x→0 ∆x

Exemplo 10: Calcule:

a)
d 4
dx
(
x + 12 x 3 − 6 x 2 + t 3 − 1 )
d  3 4 2 
b)  x + x − πx + 2 
dx  3 

Exemplo 11: A posição de um corpo que se desloca em linha reta é dada por
s (t ) = −t 3 + 3t 2 − 3t metros, onde 0 ≤ t ≤ 3 segundos. Pede-se:

a) A velocidade média do corpo no intervalo indicado.


b) A velocidade inicial e a velocidade final do corpo.
c) A aceleração média do corpo no intervalo indicado.
d) A aceleração inicial e a aceleração final do corpo.

Exemplo 12: O volume de água em um tanque, t minutos após iniciar seu


esvaziamento, é dado por Q(t ) = 200 ⋅ (30 − t ) 2 litros de água. Supondo que este tanque
inicialmente se encontrava cheio, pede-se:

a) A capacidade do tanque, em metros cúbicos.


b) Em quanto tempo este tanque se esvaziará por completo?
c) A taxa média de escoamento de água deste tanque durante os 10 primeiros minutos de
vazão.
d) A que taxa instantânea a água escoará ao fim de 10 minutos?

Curso de Cálculo I – 1o Período 102


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Exemplo 13: Uma frente fria aproxima-se de uma região. A temperatura, dada por T
graus Celsius t horas após a meia-noite é:

T = 0,1.(400 − 40t + t 2 ) 0 ≤ t ≤ 12

a) Ache a taxa de variação média de T em relação a t entre 5h e 6h.


b) Ache a taxa de variação instantânea de T em relação a t às 5h.

Exemplo 14: Avalia-se que daqui a t semanas, a circulação de um jornal local será dada
pela função C (t ) = 100t 2 + 400t + 5000 exemplares. Pede-se:

a) Qual a taxa de variação média da circulação do jornal nas primeiras 5 semanas?


b) Qual será a taxa de variação instantânea da circulação daqui a 5 semanas?

D5) Função exponencial

f ( x) = a x ∀a > 0, a ≠ 1 f ' ( x) = a x ln(a )

Exemplo 15: Demonstre a derivada da função exponencial utilizando a definição de


derivadas.

dy
Exemplo 16: Calcule para as funções a seguir.
dx

a) y = 3 ⋅ 2 x

b) y = 4e x + 3

c) y = 5t

d) y = e ⋅ π x

D6) Função logarítmica

f ( x) = log a ( x) ∀a > 0, a ≠ 1 1
f ' ( x) =
x ⋅ ln(a )

Exemplo 17: Demonstre a derivada da função logarítmica utilizando a definição de


derivadas.

Exemplo 18: Calcule y ' ( x) para as funções a seguir.

a) y = 3 log 2 ( x) + 2 log 3 ( x)

b) y = 5 ln( x) + 4 log( x)

Curso de Cálculo I – 1o Período 103


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D7) Produto de funções

Se u (x) e v(x) são funções de x deriváveis e f ( x) = u ( x) ⋅ v( x) , pela definição de


derivadas, temos

u ( x + h ) ⋅ v ( x + h) − u ( x ) ⋅ v ( x )
f ' ( x) = lim
h →0 h

Tomando a equação anterior e adicionando e subtraindo u ( x + h) ⋅ v( x) ao seu


numerador, encontramos

u ( x + h ) ⋅ v ( x + h) − u ( x + h ) ⋅ v ( x ) + u ( x + h) ⋅ v ( x ) − u ( x ) ⋅ v ( x )
f ' ( x) = lim
h →0 h

 v ( x + h) − v ( x )   u ( x + h) − u ( x ) 
f ' ( x) = lim u ( x + h) ⋅   + v( x) ⋅  
h →0
 h   h

 v( x + h) − v( x)   u ( x + h) − u ( x ) 
f ' ( x) = lim u ( x + h) ⋅ lim   + lim v( x) ⋅ lim  
h →0 h →0
 h  h→0 h →0
 h

f ' ( x) = u ( x) ⋅ v' ( x) + v( x) ⋅ u ' ( x)

De forma resumida,
d
(u ⋅ v ) = u '⋅v + u ⋅ v' . Este resultado é conhecido como regra do
dx
produto de derivação, de onde se conclui que a derivada do produto de duas funções não
é igual ao produto das derivadas das mesmas funções. Para três funções de x deriváveis,
dadas por u (x) , v(x) e h(x) , temos

d
(u ⋅ v ⋅ h ) = u '⋅v ⋅ h + u ⋅ v'⋅h + u ⋅ v ⋅ h'
dx

Este resultado pode ser estendido para o produto de n funções de x. Por exemplo, ao
derivarmos em relação a x um produto de 5 funções de x, o resultado é dado pela
derivada da primeira função multiplicada pelas demais, somado com a derivada da
segunda função multiplicada pelas demais, somado com a derivada da terceira função
multiplicada pelas demais, somado com a derivada da quarta função multiplicada pelas
demais, somado com a derivada da quinta função multiplicada pelas demais.

Exemplo 19: Calcule a derivada em relação a x das funções a seguir.

a) y = 3 x ³ ⋅ log 5 ( x) + 3 x ⋅ log 3 ( x)

b) y = 7 x 6 ⋅ ln( x) + 2 x ⋅ x 2

Curso de Cálculo I – 1o Período 104


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c) y = 3t ⋅ log( x)

(
d) y = x ⋅ 5 x + 6 x ³ ⋅ log 6 ( x) )

D8) Quociente de funções

u ( x)
Se u (x) e v(x) são funções de x deriváveis e f ( x) = , pela definição de derivadas,
v( x)
temos

u ( x + h) u ( x ) u ( x + h) ⋅ v ( x ) − u ( x ) ⋅ v ( x + h )

v ( x + h) v ( x ) v ( x + h) ⋅ v ( x )
f ' ( x) = lim = lim
h →0 h h →0 h

1 u ( x + h) ⋅ v( x) − u ( x) ⋅ v( x + h)
f ' ( x) = lim ⋅
h →0 h v ( x + h) ⋅ v ( x)

1 u ( x + h) ⋅ v( x) − u ( x) ⋅ v( x + h)
f ' ( x) = lim ⋅ lim
h →0 v ( x + h) ⋅ v ( x) h → 0 h

1 u ( x + h) ⋅ v ( x ) − u ( x ) ⋅ v ( x + h)
f ' ( x) = ⋅ lim
[v( x)]2 h→0
h

Tomando a equação anterior e adicionando e subtraindo u ( x) ⋅ v( x) ao numerador do


limite, encontramos

1 u ( x + h) ⋅ v ( x ) − u ( x ) ⋅ v ( x ) + u ( x) ⋅ v ( x ) − u ( x ) ⋅ v ( x + h)
f ' ( x) = ⋅ lim
[v( x)]2 h →0
h

1   u ( x + h) − u ( x)   v ( x + h) − v ( x )  
f ' ( x) = ⋅ lim v( x) ⋅ 
2 h →0 
− u ( x) ⋅   
[v( x)]   h 
  h 

1   u ( x + h) − u ( x)   v ( x + h) − v ( x )  
f ' ( x) = ⋅ v( x) ⋅ lim  − u ( x ) ⋅ lim  
[v( x)]2  h →0
 h  h →0 
 h 

v( x) ⋅ u ' ( x) − u ( x) ⋅ v' ( x)
f ' ( x) =
[v( x)]2

Curso de Cálculo I – 1o Período 105


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d  u  u '⋅v − u ⋅ v'
De forma resumida,  = . Este resultado é conhecido como regra do
dx  v  v2
quociente de derivação, de onde se conclui que a derivada do quociente de duas funções
não é igual ao quociente das derivadas das mesmas funções.

Exemplo 20: Calcule a derivada em relação a x das funções a seguir.


a) y =
πx

x 3 + 3x 2 − x
b) y =
2 x3 + x2 − 4

c) y =
(x 2
)
− 3x + 4 ⋅ log( x) 10 x ⋅ ln( x)
+
( )
3x ⋅ x 3 − 5 x 2 + 4 x x5

D9) Funções trigonométricas

a) f ( x) = sen ( x) f ' ( x) = cos( x)

 p−q  p+q
Exemplo 21: Sabendo que sen ( p ) − sen (q ) = 2 ⋅ sen   ⋅ cos  , utilize a
 2   2 
definição matemática de derivadas para calcular a derivada de f ( x) = sen ( x) .

b) f ( x) = cos( x) f ' ( x) = −sen ( x)

 p+q  p−q
Exemplo 22: Sabendo que cos( p ) − cos(q ) = −2 ⋅ sen   ⋅ sen   , utilize a
 2   2 
definição matemática de derivadas para calcular a derivada de f ( x) = cos( x) .

c) f ( x) = tg ( x) f ' ( x) = sec 2 ( x)

Exemplo 23: Utilize a regra da divisão de derivação para calcular a derivada de


f ( x) = tg ( x) .

d) f ( x) = cotg ( x) f ' ( x) = − cos sec 2 ( x)

Exemplo 24: Utilize a regra da divisão de derivação para calcular a derivada de


f ( x) = cotg ( x) .

e) f ( x) = sec( x) f ' ( x) = sec( x) ⋅ tg ( x)

Curso de Cálculo I – 1o Período 106


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Exemplo 25: Utilize a regra da divisão de derivação para calcular a derivada de


f ( x) = sec( x) .

f) f ( x) = cos sec( x) f ' ( x) = − cos sec( x) ⋅ cotg ( x)

Exemplo 26: Utilize a regra da divisão de derivação para calcular a derivada de


f ( x) = cos sec( x) .

D10) Funções trigonométricas inversas

Respeitados os domínios das funções trigonométricas inversas, temos:

1
a) f ( x) = arcsen ( x) f ' ( x) =
1 − x2

−1
b) f ( x) = arccos( x) f ' ( x) =
1 − x2

1
c) f ( x) = arctg( x) f ' ( x) =
1 + x2

−1
d) f ( x) = arccotg( x) f ' ( x) =
1 + x2

1
e) f ( x) = arcsec( x) f ' ( x) =
x x2 −1

−1
f) f ( x) = arccossec( x) f ' ( x) =
x x2 −1

A demonstração destas derivadas será possível após o estudo da regra da cadeia e de


derivação implícita, assuntos dos próximos itens.

3.7. Derivada de funções compostas – regra da cadeia

Se y = f (u ) e u = g (x) , então y é uma função composta de x, dada por y = f ( g ( x)) ,


como visto no capítulo 1.

Exemplo 27: Encontre a função composta y = f ( g ( x)) , sabendo que:

a) u = ln(x) y = u4

b) u = x 2 y = cos(u )

Curso de Cálculo I – 1o Período 107


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dy dy du
A derivada de funções compostas é calculada da seguinte forma: = ⋅ .
dx du dx

Exemplo 28: Calcule a derivada das funções a seguir em relação a x, utilizando a regra
da cadeia.

a) y = ( x 2 + 2 x) 3

b) y = sen 4 ( x)
c) y = sen ( x 4 )

d) y = ln(tg (e 2 x ))

e) y = 2cos(5 x⋅3 )
x

cos(ln( x 2 ))
f) y =
(7 x 6 − 2 x 4 ) 5

g) y =
[
sen 5 x +2 x ⋅ log( x 5 )
3
]
sec ln( x 6 )[ ]

Podemos refazer a tabela de diretivas. Assim:

d
dx
[ ]
f ( x) m = m ⋅ f ( x) m−1 ⋅ f ' ( x)

dx
a[
d f (x)
]
= a f ( x ) ⋅ ln(a ) ⋅ f ' ( x)

d
[log a ( f ( x) )] = f ' ( x)
dx ln(a ) ⋅ f ( x)

d
[sen( f ( x))] = cos( f ( x)) ⋅ f ' ( x)
dx

d
[cos( f ( x))] = − sen( f ( x) ) ⋅ f ' ( x)
dx

d
[tg ( f ( x))] = sec 2 ( f ( x) ) ⋅ f ' ( x)
dx

d
[cot g ( f ( x))] = − cos sec 2 ( f ( x) ) ⋅ f ' ( x) , e assim por diante.
dx

Curso de Cálculo I – 1o Período 108


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D11) Funções hiperbólicas

e x − e− x e x + e− x
Exemplo 29: Sabendo que senh ( x) = e cosh ( x) = , determine suas
2 2
derivadas e as derivadas de tgh ( x) , cotgh ( x) , sech ( x) e cossech ( x) .

D12) Funções paramétricas

Se y = g (t ) e x = h(t ) , a regra da cadeia relaciona as derivadas da seguinte forma:

dy dx dy
= ×
dt dt dx

dy
Dessa forma, a derivada de uma função paramétrica é dada por
dx

dy
dy dt
=
dx dx
dt

dy
Exemplo 30: Se y = sec(t ) e x = tg (t ) , determine .
dx

3.8. Derivada das funções implícitas

Uma função é dita implícita quando sua equação define mais de uma expressão ao
mesmo tempo ou quando não é possível fazer a separação de variáveis, ou seja, não é
possível escrever y = f (x) .

Exemplo 31: São funções implícitas:

a) x 2 + y 2 = 9

O item a representa a equação de uma circunferência de raio 3, centrada na origem dos


eixos coordenados. É uma função implícita devido ao fato de y definir duas expressões
em função de x.

b) y ⋅ e x + cos( y ) = x 2 ⋅ 2 xy

O item b é uma função implícita devido ao fato de não ser possível escrever y = f (x) .

Curso de Cálculo I – 1o Período 109


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A derivada de uma função implícita é obtida através da derivação dos dois membros da
equação em relação a x, considerando y = f (x) , o que exige a utilização da regra da
cadeia. Existem funções que mesmo não sendo implícitas, podem ser derivadas de
forma implícita.

Exemplo 32: Calcule a derivada das funções a seguir em relação a x, utilizando a


derivação implícita.

a) x 2 + y 2 = 9

b) y ⋅ e x + cos( y ) = x 2 ⋅ 2 xy

c) y 4 + cos( y ) − x ⋅ e y = 5 x + 1
3

d) sen ( x) = tg ( y )

e) y 2 = x 2 ⋅ sen ( y 4 )

sen ( x 5 ) cos( x 5 )
f) =
y4 y2

g) y = arcsen( x)

h) y = arctg( x)

D13) Função exponencial composta

A função exponencial composta possui o seguinte formato:

y = f ( x) g ( x )

Exemplo 33: De posse da função exponencial composta y = f ( x) g ( x ) , tome o logaritmo


neperiano dos dois membros, derive y implicitamente em relação a x e prove que

dy
= f ( x) g ( x ) ⋅ ln[ f ( x)] ⋅ g ' ( x) + g ( x) ⋅ f ( x) g ( x )−1 ⋅ f ' ( x)
dx

Observe que a derivada de uma função exponencial composta corresponde a uma


combinação das derivadas de uma função exponencial e de uma função polinomial.

Exemplo 34: Derive as funções a seguir em relação a x.

a) y = (2 x )
3x

Curso de Cálculo I – 1o Período 110


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b) y = x cos
2
( x2 )

c) y = sen ( x x )

d) y = [cos sec( x)]


ln( x )

3.9. Significado geométrico da derivada de uma função em um ponto

Considere o gráfico da função y = f (x) a seguir e um ponto P( x0 , f ( x0 ) ) pertencente à


curva.

Dando a x0 um acréscimo ∆x , obtemos o ponto Q(x0 + ∆x, f ( x0 + ∆x) ) . Tracemos a


reta s, secante ao gráfico, passando pelos pontos P e Q. Do ∆PQR , podemos afirmar
que

∆y
tg (θ ) = = ms ,
∆x

ou seja, a razão incremental da função que mede a sua taxa de variação média entre os
pontos P e Q é o valor do coeficiente angular da reta s. Fazendo ∆x → 0 , teremos como
conseqüências

Curso de Cálculo I – 1o Período 111


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Q→P
s→t
θ →α
tg (θ ) → tg (α )
ms → mt

∆y
Assim, lim tg (θ ) = lim , de onde concluímos que tg (α ) = mt = f ' ( x0 ) .
∆x →0 ∆x →0 ∆x

A derivada de uma função y = f (x) calculada em um ponto P( x0 , f ( x0 ) ) é o


coeficiente angular da reta tangente à curva y = f (x) no mesmo ponto P( x0 , f ( x0 ) ) .

Exemplo 35: Dada a parábola y = x 2 , obtenha a equação da reta tangente a esta curva
no ponto de abscissa x = 2 .

Exemplo 36: Encontre a equação da reta tangente à curva x 3 + y 3 − 9 xy = 0 no ponto


P(2,4) .

Exemplo 37: Encontre a equação da reta tangente à curva xy 2 − 2 xy + x 2 = 0 no ponto


de abscissa x = −3 , sabendo que este ponto pertence ao 3º quadrante do sistema de
coordenadas cartesianas.

sen 2 ( x)
Exemplo 38: Obtenha a equação da reta tangente à curva y = no ponto de
tg ( x)
π
abscissa .
3

3.10. Derivação sucessiva

Dada uma função y = f (x) , sua derivada dada por y ' = f ' ( x) é denominada derivada 1ª
de y = f (x) ou derivada de ordem 1 de y = f (x) . Por sua vez, y ' = f ' ( x) pode ser
novamente derivada, resultando em y ' ' = f ' ' ( x) , denominada derivada 2ª de y = f (x)
ou derivada de ordem 2 de y = f (x) . E assim sucessivamente, podemos calcular as
derivadas 3ª, 4ª, 5ª, ..., nª de y = f (x) . A notação utilizada para as derivadas de ordens
superiores é a seguinte:

Curso de Cálculo I – 1o Período 112


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y = f ( x) → função primitiva.

dy
y ' = f ' ( x) = → derivada 1a de f ( x).
dx

d2y
y ' ' = f ' ' ( x) = 2 → derivada 2 a de f ( x).
dx

d3y
y ' ' ' = f ' ' ' ( x) = 3 → derivada 3a de f ( x).
dx
M
dny
y ( n ) = f ( n ) ( x) = n
→ derivada n a de f ( x).
dx

n
d n y  dy 
Observação: ≠ 
dx n  dx 

Exemplo 39: Para a função implícita dada por x ⋅ y 2 + x 2 ⋅ y = 3 x , calcule a derivada


segunda de y em relação a x.

Exemplo 40: Calcule a derivada de ordem n das funções a seguir em relação a x.

a) y = 3 x 4 − 4 x 3 + x 2 − 789

b) y = e −2 x

c) y = 3− x

d) y = ln(x)

Curso de Cálculo I – 1o Período 113


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Capítulo 4
APLICAÇÕES DE DERIVADAS
4.1. Regra de L’Hospital

Sainte-Mesme é uma comuna francesa (unidade básica de organização territorial da


França), situada na região de Île-de-France (Ilha-de-França: uma das 26 regiões
administrativas da França). O Marquês de Sainte-Mesme, cujo nome verdadeiro é
Guillaume François Antoine de L’Hospital, era um matemático e nobre francês que
viveu em Paris de 1661 a 1704. A regra que leva seu nome foi publicada em seu
primeiro livro texto Analyse des Infiniment Petits. L’Hospital serviu como oficial de
cavalaria, mas por um problema de miopia teve que sair, passando a dedicar seu tempo a
matemática. Foi aluno de Bernoulli (o verdadeiro criador da regra) e aos 15 anos
resolveu o difícil problema sobre ciclóides, proposto por Pascal. Seu livro Analyse des
infiniment petits vertem l’intelligence des lignes courbes consolidou sua fama já que foi
considerado o primeiro livro publicado de Cálculo Diferencial.

A engenhosa descoberta feita por Bernoulli consistiu em perceber que, na vizinhança de


um ponto podemos comparar o quociente de duas funções com o quociente de suas
0 ∞
derivadas, quando este quociente resulta nas indeterminações ou , ou seja,
0 ∞

f ( x) 0 f ( x) ∞ f ( x) f ' ( x)
Se lim = ou lim = , então lim = lim .
x →a g ( x) 0 x→ a g ( x ) ∞ x→ a g ( x ) x →a g ' ( x )

Exemplo 01: Calcule os limites a seguir.

3 x − sen( x)
a) lim
x→0 x

x
1 + x −1 −
b) lim 2
x→0 x2

1 − cos( x)
c) lim
x→0 x + x2

sec( x)
d) limπ
x→ 1 + tg ( x)
2

ln( x)
e) lim
x→∞ 2 x

Curso de Cálculo I – 1o Período 114


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x3 + 2 x − 3
f) lim
x →1 x 2 − 3x + 2

3
x −3 3
g) lim
x→3 x −3

x ³ + x ² − 8 x − 12
h) lim
x → −2 x ³ + 3x ² − 4

x − 1 − ln( x)
i) lim
x →1 ( x − 1) ln( x)

ln(3 x + e x )
j) lim
x →∞ x

x cos( x) − sen( x)
k) lim
x →0 x3 − 2 x

Para indeterminações do tipo 0 × ∞ , manipulamos algebricamente a expressão do limite


0 ∞
com o objetivo de encontrarmos as indeterminações ou , e assim aplicamos a regra
0 ∞
de L’Hospital.

Supondo que lim f ( x) = 0 e lim g ( x) = ∞ , então lim f ( x) × g ( x) = 0 × ∞ . Este último


x→ a x →a x →a
limite pode ser escrito nas formas

f ( x) 0 0
lim f ( x) × g ( x) = lim = = ou
x →a x →a 1 g ( x) 1 ∞ 0

g ( x) ∞ ∞
lim f ( x) × g ( x) = lim = =± .
x →a x →a 1 f ( x) 1 0 ∞

Exemplo 02: Calcule os limites a seguir.

a) lim+ x ⋅ ln( x)
x→0

b) lim x 2 e −3 x
x→∞

c) lim (1 − tg ( x)) sec(2 x)


π
x→
4

Curso de Cálculo I – 1o Período 115


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Para indeterminações dos tipos 0 0 , ∞ 0 e 1∞ , calculamos o logaritmo neperiano do


limite, com o objetivo de cairmos em um dos casos anteriores.

Exemplo 03: Calcule os limites a seguir.

a) lim+ x x
x →0

1
x
b) lim x
x→∞

c) lim+ [cos(2 x)]x 2


3

x→0

−x
d) lim x e
x →∞

Exemplo 04: Prove o resultado do limite exponencial fundamental, dado por


f (x)
 a 
lim 1 +  = ea .
f ( x )→±∞
 f ( x) 

4.2. Estudo do comportamento de funções

Sabemos que se a variável independente x varia em seu domínio, a função f (x)


também sofrerá variações. Isto é, ela pode crescer ou decrescer em diferentes intervalos
do domínio. Considere a função do gráfico a seguir.

π
Observamos que a função é crescente no ponto P( x1 , f ( x1 ) ) e que 0 < α < . Isto
2
significa que tg (α ) > 0 e que mr > 0 . Sabendo que mr = f ' ( x1 ) , concluímos que
quando a derivada de uma função calculada em um ponto é positiva, a função é
crescente neste ponto. Analisando este comportamento de forma física, se uma derivada

Curso de Cálculo I – 1o Período 116


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descreve a taxa de variação instantânea de uma função, uma derivada positiva indica
uma taxa de variação positiva, ou seja, indica que a função está crescendo.

Fazendo a mesma análise para o ponto Q, observamos que a função é decrescente no


π
ponto Q( x2 , f ( x2 ) ) e que < β < π . Isto significa que tg ( β ) < 0 e que ms < 0 .
2
Sabendo que ms = f ' ( x2 ) , concluímos que quando a derivada de uma função calculada
em um ponto é negativa, a função é decrescente neste ponto. Analisando este
comportamento de forma física, se uma derivada descreve a taxa de variação instantânea
de uma função, uma derivada negativa indica uma taxa de variação negativa, ou seja,
indica que a função está decrescendo.

Exemplo 05: Para que intervalos de x a função f ( x) = x 3 − 48 x − 5 é crescente e para


que intervalos de x a mesma é decrescente?

Exemplo 06: Encontre os intervalos de crescimento e decrescimento das funções a


seguir.

a) f ( x) = x 4 − 8 x 2 + 6

b) f ( x) = sen ( x) + cos( x) no intervalo x ∈ [0,2π [ .

4.3. Máximos e mínimos

Vimos que uma função f (x) é crescente quando f ' ( x) > 0 e decrescente quando
f ' ( x) < 0 . Quando f (x) passa por um valor extremo (máximo ou mínimo local), sua
derivada f ' ( x) se anula e muda de sinal. Considere o gráfico da figura a seguir.

Observamos que as retas t1 e t 2 formam um ângulo nulo com o eixo x. Sabendo que
mt1 = mt2 = tg (0) = 0 e que mt1 = f ' ( x1 ) e mt2 = f ' ( x2 ) , concluímos que quando uma
função passa por um ponto de máximo local ou mínimo local, sua derivada se anula.

Curso de Cálculo I – 1o Período 117


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Exemplo 07: Encontre os pontos críticos (máximo e mínimo locais) da função


y = x3 − 6 x 2 + 9 x − 1 .

4.4. Análise do sinal da derivada segunda

O sinal da derivada segunda permite identificar se um ponto crítico da função


corresponde a um ponto de máximo local ou a um ponto de mínimo local. Considere o
gráfico da figura a seguir.

Observamos que f (x) é crescente até o ponto M e decrescente após M. Logo, sua
derivada f ' ( x) é positiva até N, nula em N e negativa após N, de onde se conclui que
f ' ( x) é uma função decrescente. Se f ' ( x) é decrescente, sua derivada f ' ' ( x) é
negativa e o valor f ' ' ( x1 ) < 0 . Concluímos que para uma função f (x) , se f ' ( x1 ) = 0 e
f ' ' ( x1 ) < 0 , então x1 é um ponto de máximo local e f ( x1 ) é um valor máximo local de
f (x) . Considere agora o gráfico da figura a seguir.

Curso de Cálculo I – 1o Período 118


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Observamos que f (x) é decrescente até o ponto M e crescente após M. Logo, sua
derivada f ' ( x) é negativa até N, nula em N e positiva após N, de onde se conclui que
f ' ( x) é uma função crescente. Se f ' ( x) é crescente, sua derivada f ' ' ( x) é positiva e o
valor f ' ' ( x1 ) > 0 . Concluímos que para uma função f (x) , se f ' ( x1 ) = 0 e f ' ' ( x1 ) > 0 ,
então x1 é um ponto de mínimo local e f ( x1 ) é um valor mínimo local de f (x) .

4.5. Concavidade das funções

Considere o gráfico da figura a seguir.

Curso de Cálculo I – 1o Período 119


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Observamos que:

1) f (x) é sempre crescente. Logo, f ' ( x) > 0 .

2) Para x < 0 , f (x) possui concavidade voltada para baixo e as inclinações das retas
tangentes à curva diminuem à medida que x aumenta. Isto significa que f ' ( x) é
decrescente. Se f ' ( x) é decrescente, então f ' ' ( x) < 0 . Concluímos que quando
f ' ' ( x) < 0 , a concavidade de f (x) é voltada para baixo.

3) Para x > 0 , f (x) possui concavidade voltada para cima e as inclinações das retas
tangentes à curva aumentam à medida que x aumenta. Isto significa que f ' ( x) é
crescente. Se f ' ( x) é crescente, então f ' ' ( x) > 0 . Concluímos que quando f ' ' ( x) > 0 ,
a concavidade de f (x) é voltada para cima.

Se f ' ' ( x1 ) = 0 , então o ponto x1 é chamado de ponto de inflexão, onde ocorre a


mudança de concavidade da função.

Exemplo 08: Para a função f ( x) = x 3 − 12 x − 5 , pede-se:

a) Intervalo(s) onde f (x) é crescente e intervalo(s) onde f (x) é decrescente.


b) Ponto(s) de máximo(s) local(is) e valor(es) máximo(s) local(is).
c) Ponto(s) de mínimo(s) local(is) e valor(es) mínimo(s) local(is).
d) Ponto(s) de inflexão.
e) Estudo da concavidade de f (x) .
f) Gráficos de f (x) , f ' ( x) e f ' ' ( x) .

Exemplo 09: Numa câmara onde se desenvolve um processo químico, um termômetro


marca a temperatura T no decorrer da experiência. Sendo t o tempo passado após o
início do processo, que se deu às 13:00 horas, tem-se T (t ) = 2t 3 − 12t 2 + 18t + 10 ,
relação válida no intervalo de tempo 0 ≤ t ≤ 4 , onde T está em graus Celsius e t em
horas. Baseado nas informações acima, pede-se:

a) A máxima temperatura atingida e a hora em que isto ocorreu.


b) A mínima temperatura atingida e a hora em que isto ocorreu.
c) Às 15:30 h, a temperatura está aumentando ou diminuindo? Justifique.

Exemplo 10: Para a função a seguir, pede-se:

x 4 x3 9x2
f ( x) = − − + 9x − 3
4 3 2

a) Para que valores de x a função dada é crescente? Para que valores de x a função dada
é decrescente?
b) Para que valor(es) de x a função dada assume valor(es) máximo(s)? E para que
valor(es) de x a função dada assume valor(es) mínimo(s)? Justifique.

Curso de Cálculo I – 1o Período 120


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Exemplo 11: Uma cidade de MG é atingida por uma doença epidêmica. Os setores de
saúde calculam que a quantidade de pessoas contaminadas pela doença depois de um
t3
tempo t medido em dias pode ser aproximada pela função Q(t ) = 120 − 64t + 10t 2 − .
3
Pede-se:

a) Qual é a quantidade inicial de pessoas atingidas pela doença nesta cidade?


b) Qual é a taxa média de pessoas contaminadas por dia nos 10 primeiros dias?
c) Qual é a taxa instantânea de pessoas contaminadas por dia no 10º dia?
d) No 6º dia a quantidade de pessoas contaminadas está aumentando ou diminuindo?
e) Em qual dia a quantidade de pessoas contaminadas atinge seu valor mínimo?
f) Em qual dia a quantidade de pessoas contaminadas atinge seu valor máximo?
g) Analise a concavidade da função Q(t ) fornecida no enunciado.

Exemplo 12: Ao adicionar um bactericida a um meio nutritivo onde bactérias estavam


crescendo, a população de bactérias continuou a crescer por um tempo, mas depois
parou de crescer e começou a diminuir. A quantidade de bactérias presentes neste meio,
t horas após o bactericida ter sido adicionado, é dada pela equação
Q(t ) = 10 6 + 10 4 t − 10 3 t 2 . Pede-se:

a) Qual a quantidade de bactérias presentes no meio no instante que o bactericida foi


adicionado?
b) A população de bactérias está crescendo ou diminuindo exatamente 2 horas depois da
aplicação do bactericida? Justifique.
c) A população de bactérias está crescendo ou diminuindo exatamente 10 horas depois
da aplicação do bactericida? Justifique.
d) Num determinado instante t m após a aplicação do bactericida, a população de
bactérias cessa seu crescimento, atingindo o número máximo de bactérias e após este
instante a população de bactérias começa a diminuir. Calcule o valor de t m .
e) Qual a taxa média de variação da quantidade de bactérias nas 20 primeiras horas?
f) Qual a taxa de variação instantânea da quantidade de bactérias 20 horas após a
aplicação do bactericida?

Exemplo 13: Uma janela tem a forma de um retângulo conjugado com um semicírculo,
como mostrado na figura abaixo. Calcule as dimensões x e y da janela de forma que o
seu perímetro total seja de 3,57 metros e a sua área seja a maior possível. Para este
cálculo, considere:

• π = 3,14
• Comprimento de uma circunferência: C = 2πR
• Área de um círculo: A = πR 2

Curso de Cálculo I – 1o Período 121


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Exemplo 14: Qual é o menor perímetro possível para um retângulo de área 16 cm2 e
quais são as suas dimensões?

Exemplo 15: Deseja-se construir uma lata cilíndrica de óleo de 1 litro, utilizando a
menor quantidade possível de material. Quais são as dimensões da lata, em centímetros?

Exemplo 16: Uma área retangular em uma fazenda, cercada por um rio em um dos
lados, será cercada por uma cerca elétrica de um fio nos outros três lados. Tendo 800 m
de fio à disposição, qual é a maior área que pode ser cercada e quais as suas dimensões?

Exemplo 17: A partir de uma folha quadrada de papelão de 12 cm de lado, deseja-se


construir uma caixa, cortando as extremidades do papelão conforme mostrado da figura
abaixo. Quais são as dimensões da caixa para que seu volume seja o maior possível?

Exemplo 18: Uma perfuração a 12 km da costa será ligada a uma refinaria costeira,
situada a 20 km abaixo da linha de perfuração, conforme mostrado na figura abaixo. Os
dutos aquáticos custam R$50000,00 por km e os dutos terrestres custam R$30000,00
por km. Qual é a combinação dos dois tipos de dutos que irá fornecer a conexão menos
dispendiosa?

Curso de Cálculo I – 1o Período 122


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Exemplo 19: Um pecuarista deseja construir dois currais retangulares adjacentes,


conforme mostrado na figura abaixo. Para tal, a área de cada curral deve ser de 1200 m2.
Quais dimensões devem ser usadas para que ele utilize a menor quantidade de metros de
cerca? Quantos metros de cerca ele utilizará?

Curso de Cálculo I – 1o Período 123


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Capítulo 5
INTEGRAIS
5.1. Integral indefinida – primitivas

O principal objetivo deste capítulo é calcular a função da qual se conhece a derivada. Se


3x 2 é a derivada de x 3 , dizemos então que x 3 é uma primitiva de 3x 2 . Todavia, x 3 + 5 ,
x 3 − π , x 3 + C , onde C ∈ ℜ também são primitivas de 3x 2 , pois
( ) ( ) ( )
Dx x 3 + 5 = Dx x 3 − π = Dx x 3 + C = 3 x 2 .

Continuando com a mesma análise, se cos(x) é a derivada de sen ( x) , dizemos que


sen ( x) é uma primitiva de cos(x) . Mas, sen ( x) + 7 , sen ( x) − 3 , sen ( x) + C , onde
C ∈ℜ também são primitivas de cos(x) , pois
( )
Dx (sen ( x) + 7 ) = Dx sen ( x) − 3 = Dx (sen ( x) + C ) = cos( x) .

De forma geral, se tivermos Dx [F ( x) + C ] = f ( x) , dizemos que F ( x) + C é um


conjunto de primitivas de f (x) , escrevemos

∫ f ( x)dx = F ( x) + C
e lemos: integral indefinida de f (x) em relação a x é igual a F ( x) + C , onde:

• f (x) é a função do integrando,


• F ( x) + C é a integral de f ( x)dx ,
• C é a constante de integração e
• ∫ é o símbolo da integral.

Exemplo 01: Calcule as integrais a seguir.

a) ∫ 8 x 7 dx

b) ∫ sen ( x)dx

−1
c) ∫x dx

Geometricamente, o resultado de uma integral indefinida gera uma família de curvas,


chamadas de curvas integrais.

Exemplo 02: Para a integral ∫ 2 xdx , calcule seu resultado e esboce pelo menos 3
curvas integrais.

Curso de Cálculo I – 1o Período 124


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5.2. Propriedades das integrais indefinidas

P1) Derivada de uma integral

d
dx ∫
f ( x)dx = f ( x)

P2) Integral de uma função multiplicada por uma constante K ∈ ℜ

∫ K ⋅ f ( x)dx = K ⋅ ∫ f ( x)dx
Exemplo 03: Calcule as integrais a seguir.

a) ∫ 2 cos( x)dx

5
b) ∫ x dx

P3) Integral de uma soma de funções

∫ [ f ( x ) ± g ( x)]dx = ∫ f ( x )dx ± ∫ g ( x )dx


∫ [3 x ]
+ 3 cos( x ) dx .
2
Exemplo 04: Calcule

5.3. Cálculo das integrais indefinidas imediatas

Assim como fizemos no capítulo de derivadas, iremos construir agora uma tabela de
diretivas de integrais.

D1) ∫ Kdx = Kx + C , onde K ∈ ℜ .


Exemplo 05: Demonstre a diretiva acima.

Exemplo 06: Calcule as integrais a seguir.

a) ∫ 3dx

b) ∫ 2tdx

c) ∫ e 2 dy

Curso de Cálculo I – 1o Período 125


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f ( x) m+1
D2) ∫ f ( x) m ⋅ f ' ( x)dx =
m +1
+C

Exemplo 07: Demonstre a diretiva acima.

Exemplo 08: Calcule as integrais a seguir.

∫ x dx
5
a)

 x2 1 
b) ∫  x 4 − 2 x 3 + + 2 − 3 dx
 3 x 


3
c) x 2 dx

1
d) ∫ x
dx

∫ (4 x + 3) dx
6
e)

∫ x(2 − 5x ) dx
2 3
f)

g) ∫ sen 2 (3 x) cos(3 x)dx

x 2 tg( x 3 )
h) ∫ cos 2 ( x 3 ) dx

∫ x(ax + b)dx
2
i)

ln( x)
j) ∫ x
dx

dx = ln[ f ( x)] + C
f ' ( x)
D3) ∫ f ( x)

Exemplo 09: Demonstre a diretiva acima.

Exemplo 10: Calcule as integrais a seguir.

2
a) ∫ x dx

Curso de Cálculo I – 1o Período 126


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x2
b) ∫ 1 − x 3 dx
e2 x
c) ∫ 1 + e2 x dx

∫ x ⋅ tg( x
2
d) )dx

tg 2 ( x) + 1
e) ∫ tg( x) dx
sen (3 x)
f) ∫ 4 + cos(3x)dx
2 − 2x
g) ∫ 3x2
− 6x
dx

 x 1 
h) ∫  + dx
 1 + 3x x−2
2

a f ( x)
D4) ∫ a f ( x ) ⋅ f ' ( x)dx = + C , a ∈ ℜ*+ − {1}
ln(a)

Exemplo 11: Demonstre a diretiva acima.

Exemplo 12: Calcule as integrais a seguir.

a) ∫ 4 x dx

b) ∫ e x dx

c) ∫ e −8 x dx

3sen ( x ) ⋅ x
2

d) ∫ dx
sec( x 2 )

e) ∫ 7 ax+b dx

−4 x
5e
f) ∫ 4 x dx
e

Curso de Cálculo I – 1o Período 127


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x
cotg  
3
2
g) ∫  x
dx
1 − cos   2

3

D5) ∫ sen[ f ( x)]⋅ f ' ( x)dx = − cos[ f ( x)] + C

D6) ∫ cos[ f ( x)]⋅ f ' ( x)dx = sen[ f ( x)] + C

Exemplo 13: Demonstre as diretivas acima.

Exemplo 14: Calcule as integrais a seguir.

 2x 
a) ∫ cos dx
 3 

b) ∫ sen (7 x)dx

∫x cos(8 − 3 x 4 )dx
3
c)

  4t 
d) ∫ 1 + 3sen  2 − dt
  3 

e) ∫ sen (1 − x)dx

 cos 2 ( x) sen 3 (2 x) 
f) ∫  + − sen (5 x)dx
 cossec( x) sec(2 x) 

∫ [sen ]
( x) cos( x) − x 2 cos( x 3 ) dx
3
g)

D7) ∫ tg[ f ( x)]⋅ f ' ( x)dx = − ln[cos( f ( x) )] + C


D8) ∫ cotg [ f ( x ) ]⋅ f ' ( x ) dx = ln [sen ( f ( x ) )] + C

D9) ∫ sec 2 [ f ( x)] ⋅ f ' ( x)dx = tg[ f ( x)] + C

D10) ∫ cossec 2 [ f ( x)] ⋅ f ' ( x)dx = −cotg[ f ( x)] + C

Curso de Cálculo I – 1o Período 128


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Exemplo 15: Demonstre as diretivas acima.

Exemplo 16: Calcule as integrais a seguir.

tg[ln (x)]
a) ∫ x
dx

[ ]
b) ∫ cotg e3 x ⋅ e3 x dx

c) ∫x
2
( )
⋅ cossec 2 x 3 dx

  x x  x 
∫  tg 2  sec  2  + sec  2  dx
2 2
d)

dt
e) ∫ 1 − sen 2
(2t )

D11) ∫ sec[ f ( x)] ⋅ tg[ f ( x)] ⋅ f ' ( x)dx = sec[ f ( x)] + C

D12) ∫ cossec[ f ( x)]⋅ cotg[ f ( x)] ⋅ f ' ( x)dx = −cossec[ f ( x)] + C

Exemplo 17: Demonstre as diretivas acima.

Exemplo 18: Calcule as integrais a seguir.

x ⋅ sen (2 x 2 )
a) ∫ dx
cos 2 (2 x 2 )

 x
cotg 
b) ∫  2 dx
 x
sen  
2

cos(3 x )
c) ∫ sen (3x )dx
2

(
sec 2 e cos( x ) )
d) ∫ e−cos( x) ⋅ cossec(x )dx

∫ [tg(x − 2) − x ]
sec 2 (2 x 3 − 1) + 2 3 x+1 dx
2
e)

Curso de Cálculo I – 1o Período 129


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f) ∫ sec3 (3 x) ⋅ tg (3 x)dx

g) ∫ sec(4t)dt

f ' ( x)  f ( x) 
D13) ∫ a 2 − f ( x) 2
dx = arcsen
 a 
+C

f ' ( x) 1  f ( x) 
D14) ∫a 2
+ f ( x) 2
dx = arctg
a  a 
+C

f ' ( x) 1  f ( x) 
D15) ∫ f ( x) f ( x) − a2 2
dx =
a
arcsec
 a 
+C

5.4. Problema de valor inicial

É todo problema que envolve uma integração associada a uma condição inicial
fornecida para seu resultado, do tipo f ( x0 ) = y0 . Esta condição inicial permite calcular
a constante de integração do problema.

π  5
Exemplo 19: Sabendo que f ' ( x) = 3 sec 2 (2 x) e que f   = , determine f (x) .
8 2

Exemplo 20: Qual é a curva que passa pelo ponto A(1,−1) , cuja inclinação em qualquer
ponto é dada por 3x 2 ?

Exemplo 21: A aceleração de uma motocicleta é dada por a (t ) = 1,5t − 0,120t 2 [m/s2]. A
motocicleta está em repouso na origem no instante t = 0s.

a) Calcule sua velocidade e sua posição em função do tempo.


b) Calcule a velocidade máxima que a motocicleta pode atingir.

Exemplo 22: Um objeto move-se ao longo de uma trilha mantendo a velocidade de


acordo com a equação:
v(t ) = 12 − 8t + t 2 [m/s].

Inicialmente esse objeto encontrava-se na posição 50 m. Depois de 10 segundos de


ds
movimento qual a nova posição do objeto? (Lembre-se de que v = )
dt

Curso de Cálculo I – 1o Período 130


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Exemplo 23: Uma pessoa dirige um carro em um trecho retilíneo de uma estrada. No
instante t = 0(s), quando está se movendo a 10(m/s) no sentido positivo do eixo Ox, ela
passa por um poste de sinalização a uma distância x = 50(m). Sua aceleração em função
do tempo é dada através do gráfico a seguir:

a) Deduza uma expressão para a posição e a velocidade em função do tempo.


b) Qual o instante que sua velocidade atinge o valor máximo?
c) Qual a velocidade máxima?
d) Onde está o carro quando a velocidade atinge seu valor máximo?

5.5. Métodos de integração

Algumas integrais, por não possuírem solução imediata, devem ser resolvidas através da
utilização de um método de integração. Estudaremos a seguir alguns métodos.

5.5.1. Integração por partes

É baseada na derivada do produto de duas funções. Considere duas funções f (x) e


g (x) , ambas deriváveis. Sabemos que

Dx [ f ( x ) ⋅ g ( x ) ] = f ' ( x ) ⋅ g ( x ) + f ( x ) ⋅ g ' ( x )

f ( x ) ⋅ g ' ( x ) = Dx [ f ( x ) ⋅ g ( x ) ] − f ' ( x ) ⋅ g ( x )

Integrando a equação anterior membro a membro em relação a x, encontramos

∫ f ( x) ⋅ g ' ( x)dx = f ( x) ⋅ g ( x) − ∫ f ' ( x) ⋅ g ( x)dx

Curso de Cálculo I – 1o Período 131


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Fazendo

u = f ( x) v = g ( x)

du dv
= f ' ( x) = g ' ( x)
dx dx

du = f ' ( x)dx dv = g ' ( x)dx

A integral anterior fica na forma

∫ udv = uv − ∫ vdu , que é a fórmula de integração por partes. Quando utilizá-la?


• Quando o integrando for o produto de duas funções que não possui integral imediata.
• Se ao multiplicarmos a derivada de uma das funções pela integral da outra função,
obtivermos um resultado cuja integração é imediata. Para isso, devemos escolher
convenientemente as funções u e dv para que vdu possua integração imediata.

Exemplo 24: Calcule as integrais a seguir.

∫ x ⋅ e dx
x
a)

b) ∫ x ⋅ sen ( x)dx
c) ∫ ln(3 x)dx

∫x ⋅ e −3 x dx
2
d)

e) ∫ arctg( x)dx

f) ∫ e x ⋅ sen ( x)dx

∫x ⋅ arctg( x)dx
2
g)

h) ∫ ln (x + )
x 2 + a 2 dx

∫x x 3 − 1 dx
53
i)

xe x
j) ∫ dx
( x + 1) 2

Curso de Cálculo I – 1o Período 132


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5.5.2. Integrais de funções trigonométricas

São integrais cujas soluções são possíveis mediante a utilização de relações


trigonométricas, tais como:

1) sen 2 ( x) + cos 2 ( x) = 1

2) tg 2 ( x) + 1 = sec 2 ( x)

3) 1 + cotg 2 ( x) = cossec 2 ( x)

1 − cos(2 x)
4) sen 2 ( x) =
2

1 + cos(2 x)
5) cos 2 ( x) =
2

6) sen (a ) ⋅ cos(b) =
1
[sen (a + b) + sen (a − b)]
2

7) sen (a ) ⋅ sen (b) =


1
[cos(a − b) − cos(a + b)]
2

8) cos(a ) ⋅ cos(b) =
1
[cos(a − b) + cos(a + b)]
2

Exemplo 25: Calcule as integrais a seguir.

a) ∫ cos 2 (2 x)dx

b) ∫ sen (3 x) cos( x)dx

c) ∫ sen ( x)sen (4 x)dx

∈ [0, π ]
x
d) ∫ 1 − cos( x)dx , onde
2

∫ tg
2
e) ( x)dx

∫ tg
4
f) ( x)dx

g) ∫ sen 3 ( x) cos 2 ( x)dx

Curso de Cálculo I – 1o Período 133


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Existem três casos particulares de substituições trigonométricas, utilizadas em integrais


cujos integrandos possuem uma das formas a seguir:

a2 + x2 a2 − x2 x2 − a2

a) Formato a2 + x2

Neste caso, fazemos a substituição

x = a × tg (θ )

dx = a × sec 2 (θ )dθ

Exemplo 26: Resolva as integrais a seguir.

dx
a) ∫ 4 + x2

et
b) ∫ e 2t + 9
dt

b) Formato a2 − x2

Neste caso, fazemos a substituição

x = a × sen (θ )

dx = a × cos(θ )dθ

Exemplo 27: Resolva as integrais a seguir.

dx
a) ∫ 1 − x2

Curso de Cálculo I – 1o Período 134


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x
b) ∫ 9 − x2
dx

c) Formato x2 − a2

Neste caso, fazemos a substituição

x = a × sec(θ )

dx = a × sec(θ ) tg (θ )dθ

Exemplo 28: Resolva as integrais a seguir.

x
a) ∫ x2 −1
dx

dx
b) ∫ 25 x 2 − 4

5.5.3. Integrais de funções racionais

Algumas integrais de funções racionais são resolvidas através da decomposição das


mesmas em uma soma de frações parciais. Uma função racional é definida por toda
D( x)
função dada por f ( x) = , onde D (x) e d ( x) ≠ 0 são polinômios.
d ( x)
Se o grau de D (x) é maior ou igual ao grau de d (x) , então f (x) é uma função racional
imprópria, abreviada por FRI.

Se o grau de D (x) é menos que o grau de d (x) , então f (x) é uma função racional
própria, abreviada por FRP.

Como vimos no assunto divisão de polinômios (Capítulo 1), toda função racional
imprópria pode ser decomposta na soma de um polinômio (ou uma constante) com uma
função racional própria.

Curso de Cálculo I – 1o Período 135


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Exemplo 29: Classifique as funções racionais a seguir. Para as funções racionais


impróprias, faça a divisão polinomial, representando as mesmas como uma soma de um
polinômio (ou constante) com uma função racional própria.

2x + 3
a) f ( x) =
2x − 2

4x − 5
b) f ( x) =
x − 3x + 7
2

x 3 − 3x 2 + 4 x − 1
c) f ( x) =
x −1

x2 + 2x + 3
d) f ( x) =
x 4 + 3x 2 − 1

x2 − 2
e) f ( x) =
2x2 + x + 2

Todas as funções racionais próprias que apresentam mais de uma raiz no denominador
podem ser decompostas em uma soma de frações parciais. O primeiro passo a ser
tomado para decompor uma FRP em uma soma de frações parciais é fazer a fatoração
do polinômio do denominador. Veremos três casos mais freqüentes de expansão em
frações parciais.

 1o Caso: Para uma função racional própria, o polinômio d (x) do denominador


possui todas as raízes reais e distintas r1 ≠ r2 ≠ L ≠ rn , assim, o mesmo é fatorável em
um produto de vários fatores da forma ( x − rn ) . Neste caso, cada fator
Cn
( x − rn ) corresponde a uma fração parcial da forma , onde as constantes
x − rn
C1 , C2 , L, Cn devem ser determinadas. Assim:

D( x) D ( x) C1 C2 Cn
= = + +L+
d ( x) ( x − r1 ) × ( x − r2 ) × L × ( x − rn ) ( x − r1 ) ( x − r2 ) ( x − rn )

Exemplo 30: Calcule as integrais a seguir.

3x + 1
a) ∫x 2
+ 3 x − 10
dx

− x−7
b) ∫x 2
+ 7 x + 12
dx

Curso de Cálculo I – 1o Período 136


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x 4 + x 3 − 9 x − 18
c) ∫ x 3 + x 2 − 4 x − 4 dx
1
d) ∫x 2
−4
dx

5 x 3 − 6 x 2 − 68 x − 16
e) ∫ x 3 − 2 x 2 − 8x dx
x − 34
f) ∫x 2
− 5 x − 14
dx

81x 2 + 235 x − 876


g) ∫ ( x 2 − 5 x − 36)( x 2 + 5 x − 6) dx

 2o Caso: Para uma função racional própria, o polinômio d (x) do denominador


possui n raízes reais e iguais r1 = r2 = L = rn = r , assim, o mesmo é fatorável na forma
d ( x) = ( x − r ) n . Neste caso, teremos n frações parciais, da forma:

D( x) D( x) C1 C2 C3 Cn
= = + + +L+ ,
d ( x) ( x − r ) n
(x − r) (x − r) 2
(x − r) 3
( x − r)n

onde as constantes C1 , C2 , L, Cn devem ser determinadas. Podemos encontrar em uma


mesma função racional própria a mistura entre o 1º caso e o 2º caso de expansão em
frações parciais.

Exemplo 31: Calcule as integrais a seguir.

x +1
a) ∫x 2
− 2x +1
dx

2x
b) ∫x 3
+ 4x2 + 5x + 2
dx

− 3x 2 − 14 x + 5
c) ∫ 2 dx
( x + 2 x + 1)( x 2 −6 x + 9)

x 2 + 8x − 6
d) ∫ ( x − 1) 2 ( x + 2) dx

Curso de Cálculo I – 1o Período 137


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9 x 3 − 59 x 2 + 11x + 423
e) ∫ ( x 2 − 2 x − 15) 2 dx

x3 − x 2 + 2 x + 2
f) ∫ dx
( x 2 − 2 x + 1) 2

3 x 3 + 25 x 2 − 3 x − 45
g) ∫ x 4 − 18x 2 + 81 dx

 3o Caso: Para uma função racional própria, o polinômio d (x) do denominador é


fatorável em um produto de fatores do 2o grau distintos, da forma ax 2 + bx + c , cujas
raízes são complexas. Neste caso, cada fator deste tipo corresponde a uma fração parcial
da forma:

C1 x + C 2
, onde C1 e C 2 são as constantes a serem determinadas.
ax 2 + bx + c

De forma geral, teremos:

D( x) D( x)
= ,
d ( x) (a1 x + b1 x + c1 ) × (a2 x + b2 x + c2 ) × L × (an x 2 + bn x + cn )
2 2

onde todos os polinômios do 2º grau do denominador possuem raízes complexas. A


expansão em frações parciais é feita da seguinte forma:

D( x) C1 x + C2 C3 x + C 4 C2 n−1 x + C2 n
= + +L+ ,
d ( x) a1 x + b1 x + c1 a2 x + b2 x + c2
2 2
an x 2 + bn x + cn

onde as constantes C1 , C2 , L , C2 n devem ser determinadas.

Exemplo 32: Para a função dada a seguir, pede-se:

5 x13
f ( x) =
( x + 5) × ( x − 2)3 × ( x 2 + 2 x + 4) × ( x 2 + 4) 4

a) Quantas raízes existem no denomindador de f (x) ?


b) Quais os formatos destas raízes?
c) A função f (x) é racional própria ou racional imprópria?
d) Indique todas as frações parciais da expansão de f (x) . Não há necessidade de
calcular as constantes de cada fração parcial.

Curso de Cálculo I – 1o Período 138


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Exemplo 33: Calcule as integrais a seguir.

x2 − 3
a) ∫ ( x 2 + 1)( x 2 + 2) dx
dx
b) ∫x 3
− x2 + x −1

8 x 2 + 3 x + 20
c) ∫ 3 dx
x + x2 + 4x + 4

x2 + 2
d) ∫ x3 − 1 dx
x5 + x 4 + 2 x3 + x 2 + x − 2
e) ∫ x4 −1
dx

x2 −1
f) ∫ x 2 + 1 dx
x 5 − 3 x 4 + 4 x 3 − 10 x 2 + 6 x − 3
g) ∫ x 4 − 4 x 3 + 4 x 2 + x 2 − 4 x + 4 dx

5.5.4. Algumas outras técnicas de integração

Existem algumas outras técnicas de integração que podem ser utilizadas no cálculo das
integrais indefinidas. São elas:

 Substituição

Exemplo 34: Utilizando a substituição u = x2 − 9x +1 , resolva a integral


2x − 9
∫ x 2 − 9 x + 1 dx .

 Completando o quadrado

Tem como objetivo encontrar na função do integrando um trinômio quadrado perfeito,


após algumas manipulações algébricas.

Exemplo 35: Resolva as integrais a seguir.

dx
a) ∫x 2
+ 8 x + 25

Curso de Cálculo I – 1o Período 139


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dx
b) ∫ ( x − 2) x2 − 4x + 3

dx
c) ∫ 8x − x2

 Reduzindo uma fração imprópria

Como visto na técnica de expansão em frações parciais, todas as vezes que a função do
integrando for uma FRI, a divisão polinomial deverá ser feita.

Exemplo 36: Resolva as integrais a seguir.

3x 2 − 7 x
a) ∫ 3x + 2 dx
x2
b) ∫ x 2 + 2 dx
 Separando uma fração

a+b a b
Uma separação simples da forma = + pode auxiliar na solução de uma
c c c
integral.

Exemplo 37: Resolva as integrais a seguir.

3x + 2
a) ∫ 1 − x2
dx

1 + sen ( x)
b) ∫ cos 2 ( x)
dx

5.6. Integrais definidas

5.6.1. Introdução

O conceito inicial de integrais definidas será dado através do exemplo a seguir.

Exemplo 38: Um corpo se desloca em um plano segundo a equação s (t ) = t 2 + t − 6 m,


para t dado em segundos. Podemos calcular o deslocamento do corpo no intervalo
t ∈ [1,3] fazendo

Curso de Cálculo I – 1o Período 140


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∆s = s (3) − s (1) = ________________________________________________ (calcule!)

Sabemos também que a velocidade deste corpo para cada instante corresponde à taxa de
variação instantânea de posição ao longo do tempo, ou seja,

d
v(t ) = s (t ) = 2t + 1 m / s .
dt

Supondo que tivéssemos como dado inicial do problema somente a equação da


velocidade do corpo. Como calcular o deslocamento do mesmo no mesmo intervalo
t ∈ [1,3] ?

A solução desde problema é obtida através da utilização de uma integral definida.


Assim:

3 3
3
∆st∈[1,3] = ∫ v(t )dt = ∫ (2t + 1)dt = (t 2 + t + C ) = (32 + 3 + C ) − (12 + 1 + C ) = 10 m ,
t =1
1 1

que corresponde ao mesmo resultado calculado anteriormente. Uma integral definida é


uma integral que possui dois limites de integração, um superior e um inferior. Esboce a
seguir o gráfico de v(t ) .

Calcule agora a área abaixo da reta dentro do intervalo t ∈ [1,3] . Veremos


posteriormente que uma integral definida de uma função será utilizada para o cálculo de
áreas.

Curso de Cálculo I – 1o Período 141


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5.6.2. Teorema fundamental do cálculo

Sabendo que F ( x) + C é o resultado da integral de f (x) , contínua no intervalo [a, b] ,


teremos

∫ f ( x)dx = F ( x) + C = [F (b) + C ] − [F (a) + C ] = F (b) − F (a)


b
x=a
a

Exemplo 39: Resolva as integrais a seguir.

6
a) ∫ xdx
2

π
b) ∫ sen( x)dx
0

∫ − x dx
2
c)
−2

5.6.3. Propriedades das integrais definidas

a
P1) ∫ f ( x)dx = F (a) − F (a) = 0
a

b b
P2) ∫ Kf ( x)dx = K ∫ f ( x)dx , K ∈ ℜ
a a

b a
P3) ∫
a
f ( x)dx = − ∫ f ( x)dx
b

b b b
P4) ∫ [ f ( x) ± g ( x)]dx = ∫ f ( x)dx ± ∫ g ( x)dx
a a a

P5) Se a < c < b , então

b c b


a
f ( x)dx = ∫ f ( x)dx + ∫ f ( x)dx
a c

b b
P6) Integral definida por partes: ∫ udv = uv a − ∫ vdu
b

a a

Curso de Cálculo I – 1o Período 142


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Exemplo 40: Resolva as integrais a seguir.

3
dx
a) ∫ x −1
2

π
sen ( x)
b) ∫ cos ( x)dx
0
3

2
dx
c) ∫ (x + 1)
1
2

ln( 4 ) x

d) ∫
0
e dx 2

5
x
e) ∫x
2
2
−1
dx

2
dx
f) ∫ 4+ x
−2
2

2 5 5
Exemplo 41: Suponha que ∫ f ( x) dx = −4 , ∫ f ( x) dx = 6 e ∫ g ( x )dx = 8 , calcule:
1 1 1

2
a) ∫ f ( x) dx
2

1
b) ∫ g ( x) dx
5

5
c) ∫ [4 f ( x) − g ( x)]dx
1

5
d) ∫ 3 f ( x)dx
2

4
dx
Exemplo 42: Utilize a substituição t = x para calcular I = ∫ .
0 1+ x

4
dx
Exemplo 43: Utilize a substituição x = 4tg (θ ) para calcular a integral ∫ .
−4 x + 16
2

Curso de Cálculo I – 1o Período 143


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5.6.4. Teorema do valor médio

Se y = f (x) é uma função contínua no intervalo [a, b] , então o valor médio de f (x)
dentro deste intervalo é dado por

b
1
b − a ∫a
ym = f ( x)dx

O valor médio da função f (x) é sempre assumido pelo menos uma vez pela função no
intervalo [a, b] .

π 
Exemplo 44: Calcule o valor médio da função f ( x) = cos( x) no intervalo  , π  .
2 

Exemplo 45: Um carro realiza uma viagem de 5 horas com velocidade definida pela
equação v(t ) = 30t − 10 , onde t está medido em horas e v em km/h. Calcule a velocidade
média do carro neste período.

Exemplo 46: Uma loja recebe um carregamento de 600 caixas com meias esportivas a
cada 60 dias. O número de caixas disponíveis no estoque t dias depois de o
carregamento chegar é I (t ) = 600 − 20 15t . Determine a quantidade média de caixas de
meias no estoque da loja neste período de 60 dias.

Exemplo 47: Uma frente fria aproxima-se de uma região. A temperatura é T graus
Celsius t horas após a meia-noite é T (t ) = 0,1.(200 − 40t ) , para 0 ≤ t ≤ 6 . Qual é a
temperatura média registrada no período de 1 da manhã até 6 da manhã?

Curso de Cálculo I – 1o Período 144


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5.7. Cálculo de áreas

Considere uma função y = f (x) , contínua e positiva num intervalo [a, b] , definindo
uma área limitada superiormente pelo gráfico da função, lateralmente pelas retas
verticais x = a e x = b e inferiormente pelo eixo x, como mostrado no gráfico a seguir.

b−a
Podemos dividir essa área em n faixas de largura uniforme ∆x = , por meio de
n
retas paralelas ao eixo y, passando pelos pontos x0 , x1 , x2 , L , xn−1 , xn , formando n
retângulos conforme mostrado no gráfico da figura a seguir.

Construímos em cada um desses subintervalos retângulos com base ∆x e altura f ( xk ) .


A soma das áreas dos n retângulos é dada por

S n = f ( x0 )∆x + f ( x1 )∆x + f ( x2 )∆x + L + f ( xn−1 )∆x

Curso de Cálculo I – 1o Período 145


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n −1
S n = ∑ f ( xk ).∆x
k =0

Esta soma é conhecida como soma de Riemann. Ao aumentarmos consideravelmente o


número de faixas de largura ∆x, ou seja, fazer n crescer indefinidamente (n → ∞ ) ,
consequentemente teremos ∆x → 0 . Dessa forma, a soma S n , no limite, tende ao valor
da área S , ou seja,

∆x → dx
se n → ∞ , então
∑ →∫
n −1 b
lim S n = lim ∑ f ( xk )∆x = S = ∫ f ( x)dx
n→∞ ∆x→0
k =0 a

Exemplo 48: Calcule a área limitada pela curva y = 4 x − x 2 e o eixo x.

Exemplo 49: Calcule a área limitada pela curva y = sen ( x) e o eixo x no intervalo
[0, π ] .

O cálculo da área de uma figura plana limitada pelos gráficos de duas funções f(x) e
g(x), contínuas no intervalo [a, b] , onde f ( x) ≥ g ( x), ∀ x ∈ [a, b] , será dado pela
expressão:

b
A = ∫ [ f ( x) − g ( x)]dx
a

Curso de Cálculo I – 1o Período 146


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Exemplo 50: Calcule a área limitada pela parábola y = x 2 − 7 x + 6 e o eixo x no


intervalo [2,6] .

Exemplo 51: Calcule a área total limitada pela curva y = sen ( x) e o eixo x no intervalo
[0,2π ] .
Exemplo 52: Calcule a área limitada pelas curvas y = sen ( x) e y = cos(x) no intervalo
 π 5π 
 4 , 4  .

Exemplo 53: Determine a área total da região entre o eixo x e o gráfico de


f ( x) = x 3 − x 2 − 2 x , no intervalo fechado: − 1 ≤ x ≤ 2 .

Exemplo 54: Determine a área indicada no gráfico da figura a seguir.

y = 1+ cos x

Exemplo 55: Calcule a área limitada pelas parábolas y = 6 x − x 2 e y = x 2 − 2 x .

Curso de Cálculo I – 1o Período 147


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Exemplo 56: Calcule a área limitada pela parábola y 2 = 4 x e a reta y = 2 x − 4 .

Exemplo 57: Calcule a área limitada pelas curvas y − x = 6 , y − x 3 = 0 e 2 y + x = 0 .

Exemplo 58: Prove que a área de um círculo de raio r é igual a π × r 2 . Para isto, adote
uma circunferência de raio r centrada na origem do sistema de coordenadas cartesianas
e faça na integral que você encontrar a substituição x = r × sen (θ ) , e lembre-se de que
1 + cos(2θ )
cos 2 (θ ) = .
2

Exemplo 59: Encontre a área limitada pelos gráficos das funções a seguir.

a) f ( x) = x 2 e g ( x ) = x + 2
b) f ( x) = x 3 e g ( x ) = x
c) f ( x) = x 2 − 1 e g ( x ) = x + 1
d) y 2 = x ; y − x = 2 ; y = −2 e y = 3
e) y 2 = 2 x − 2 e y = x − 5

5.8. Integrais impróprias

Uma integral definida é dita imprópria se ocorrer pelo menos uma das duas situações a
seguir:

1) Um ou ambos os limites de integração são infinitos.

2) A função do integrando apresentar uma descontinuidade dentro do intervalo de


integração.

Integrais impróprias são utilizadas no teste da integral para identificar se uma série
numérica é convergente ou divergente; em sinais e sistemas, ao determinar as
transformadas de Fourier e de Laplace de um sinal; em probabilidade e estatística, ao
determinar probabilidades ou médias estatísticas de uma variável aleatória contínua que
assume qualquer valor real. A solução de integrais impróprias será dada através do
exemplo a seguir.

Exemplo 60: Resolva as integrais a seguir.


a) ∫ e − x dx
0


dx
b) ∫1+ x
−∞
2

Curso de Cálculo I – 1o Período 148


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∫e
2x
c) dx
−∞

1
dx
d) ∫
0 x

1
1
e) ∫ 1 − x dx
0

2
dx
f) ∫ ( x − 1)
0
2

Curso de Cálculo I – 1o Período 149

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