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Soluções e respostas dos exercícios do Capítulo 1

1. (a) 5i
(b) 5i
(c) −7 + 24i
(d) 1
(e) −3 − 2i
a2 − c2 + b2 −2bc
2. (a) , , em que z = a + ib
(a − c) + b (a − c)2 + b2
2 2
(b) 19/25, 8/25
(c) −4, 0


1, para n = 4k,



i, para n = 4k + 1,
(d) in =


−1, para n = 4k + 2,


−i,

para n = 4k + 3.

3. (a) 2, 1 + i

(b) 5√ 2, 5 − 5i √ √
110 3 − 3 2 9+ 2
(c) , −i
√11 11 11
(d) 4 2, −4 − 4i

4. (a) 4[cos(π/3) + i sen(π/3)]



(b) 5 2[cos(3π/4) + i sen(3π/4)]

(c) 2 2[cos(7π/6) + i sen(7π/6)]
(d) 3[cos(3π/2) + i sen(3π/2)]

5. (a) −1 + i
(b) 15i
(c) 1

(d) −1 + i 3

6. Com z = x + iy, reescrevemos a equação z = −2zi como x − iy = −2(x + iy)i.


Desenvolvendo o lado esquerdo dessa expressão, temos x − iy = 2y − 2ix. Comparando
as partes real e imaginária, obtemos x = 2y e −y = −2x, cuja única solução é x = y = 0.
Deste modo, z = 0 é única solução de z = −2zi.

7. (a) Se z é real, é claro que z = z. Agora, denotando z = x + iy, a igualdade z = z


implica x + iy = x − iy. Comparando as partes imaginárias, temos y = −y, que
resulta em y = 0. Logo, se z = z então z é real.
(b) Se z é real, pelo item (a) segue que z 2 = z 2 . Com z = iy puramente imaginário,
temos z 2 = (iy)2 = (−1)2 (iy)2 = (−iy)2 = z 2 . Reciprocamente, seja z = x + iy
qualquer número complexo tal que z 2 = z 2 . Como z 2 = (x + iy)2 = x2 − y 2 + i2xy


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e z 2 = (x − iy)2 = x2 − y 2 − i2xy, obtemos então x2 − y 2 + i2xy = x2 − y 2 − i2xy.
Comparando as partes imaginárias, segue que 2xy = −2xy, e assim 4xy = 0 ou
xy = 0, o que implica que x = 0 ou y = 0. Consequentemente, se z ∈ C satisfaz
z 2 = z 2 , então z é real ou puramente imaginário.

8. Se z = 2eiθ então |z 2 | = |z|2 = |2eiθ |2 = 22 = 4. Da desigualdade triangular reversa,


1
obtemos |z 2 − 1| ≥ | |z 2 | − |1| | = |4 − 1| = 3, e assim podemos estabelecer 2 =

z −1
1 1
2
≤ .
|z − 1| 3
9. (a) Usando binômio de Newton, escrevemos
 eiθ + e−iθ 4
cos4 (θ) =
2
1 iθ 4
= [(e ) + 4(eiθ )3 (e−iθ )1 + 6(eiθ )2 (e−iθ )2 + 4(eiθ )1 (e−iθ )3 + (e−iθ )4 ]
24
1 i4θ
= (e + 4ei3θ e−iθ + 6ei2θ e−i2θ + 4eiθ e−i3θ + e−i4θ )
16
1 i4θ
= (e + 4ei2θ + 6 + 4e−i2θ + e−i4θ )
16
1 ei4θ + e−i4θ 1 ei2θ + e−i2θ 3
= + + .
8 2 2 2 8

ei4θ + e−i4θ ei2θ + e−i2θ


Identificando cos(4θ) = e cos(θ) = , segue que cos4 (θ) =
2 2
1 1 3
cos(4θ) + cos(2θ) + .
8 2 8
eiθ − e−iθ
(b) Usando sen(θ) = , estabelecemos
2i
 eiθ − e−iθ 3
cos4 (θ) =
2i
1
= [(eiθ )3 + 3(eiθ )2 (−e−iθ )1 + 3(eiθ )1 (−e−iθ )2 + (−e−iθ )3 ]
(2i)3
1
= (ei3θ − 3ei2θ e−iθ + 3eiθ e−i2θ − e−i3θ )
−8i
1
= (−ei3θ + 3eiθ − 3e−iθ + e−i3θ )
8i
3 eiθ − e−iθ 1 ei3θ − e−i3θ
= − .
4 2i 4 2i

eiθ − e−iθ ei3θ − e−i3θ


Das igualdades sen(θ) = e sen(3θ) = , obtemos sen3 (θ) =
2i 2i
3 1
sen(θ) − sen(3θ).
4 4
10. Denotamos S = 1 + z + z 2 + · · · + z n , e então escrevemos

(1 − z)S = S − zS = (1 + z + z 2 + · · · + z n ) − z(1 + z + z 2 + · · · + z n )
= (1 + z + z 2 + · · · + z n ) − (z + z 2 + · · · + z n + z n+1 )


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= 1 − z n+1 ,

o que resulta em S = (1−z n+1 )/(1−z). Fazendo z = eiθ , para 0 < θ < 2π, na expressão
do somatório, temos

1 − ei(n+1)θ
1 + eiθ + ei2θ + · · · + einθ = . (1)
1 − eiθ

A parte real do lado esquerdo dessa igualdade é 1 + cos θ + cos(2θ) + · · · + cos(nθ). Do


lado direito teremos

1 − e(n+1)iθ e−iθ/2
· −iθ/2
1 − eiθ e
e−iθ/2 − ei(2n+1)θ/2
=
e−iθ/2 − eiθ/2
e −iθ/2 − ei(2n+1)θ/2
=
−2i(eiθ/2 − e−iθ/2 )/2i
i cos(−θ/2) + i sen(−θ/2) − cos((2n + 1)θ/2) − i sen((2n + 1)θ/2)
= ·
i −2i sen(θ/2)
i cos(−θ/2) − sen(−θ/2) − i cos((2n + 1)θ/2) + sen((2n + 1)θ/2)
=
2 sen(θ/2)
sen(θ/2) + sen((2n + 1)θ/2) cos(θ/2) − cos((2n + 1)θ/2)
= +i .
2 sen(θ/2) 2 sen(θ/2)

Igualando as partes reais dos dois lados da igualdade na expressão (1), obtemos

1 sen[(2n + 1)θ/2]
1 + cos(θ) + cos(2θ) + · · · + cos(nθ) = + , para 0 < θ < 2π.
2 2 sen(θ/2)

√ √
2

2

11. (a) Da expressão (1 + i) = 2( 2 +i 2 ) = 2 · eiπ/4 , segue então que (1 + i)n =
2n/2 einπ/4 = 2n/2 [cos(nπ/4) + i sen(nπ/4)].
√ √
3
√ √ n
(b) A partir de 3+i = 2( 2 +i 21 ) = 2eiπ/6 , podemos escrever ( 3−i)n = ( 3 + i) =

( 3 + i)n = 2n einπ/6 = 2n [cos(nπ/6) − i sen(nπ/6)].
(c) Das identidades cos α = 2 cos2 (α/2) − 1 e sen α = 2 sen(α/2) cos(α/2), obtemos

1 + cos α + i sen α = 1 + 2 cos2 (α/2) − 1 + i2 sen(α/2) cos(α/2)


= 2 cos2 (α/2) + i2 sen(α/2) cos(α/2)
= 2 cos(α/2)[cos(α/2) + i sen(α/2)].

Em vista de [cos(α/2) +i sen(α/2)]n = (eiα/2 )n = eiαn/2 = cos(αn/2) +i sen(αn/2),


estabelecemos que (1 + cos α + i sen α)n = 2n cosn (α/2)[cos(αn/2) + i sen(αn/2)].

12. (a) {1√+ i, −1 − i} √


√ √
(b) { 22 ( 3 −√i), − 22 ( 3 − i)}
3
(c) {−1, 12 ± i 2 }


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2
√ √ √ √ √ √ √ √ √
(d) { 2 ( 3 + i), i 2, 22 (− 3 + i), 22 (− 3 − i), −i 2, 22 ( 3 − i)}

13. (a) {3 − 2i, −3 + 2i}


√ √ √ √
(b) { 10 + i 2, − 10 − i 2}

14. Já sabemos que 1 + ω + ω 2 + · · · + ω n−1 = (1 − ω n )/(1 − ω). Como ω é raiz n-ésima da


unidade, temos que ω n = 1. Deste modo, segue que

1 − ωn 1−1
1 + ω + ω 2 + · · · + ω n−1 = = = 0.
1−ω 1−ω

15. (a) Este item é resultado da seguintes manipulações:

1 + i tan θ 1 + i sen θ/ cos θ cos θ + i sen θ


= =
1 − i tan θ 1 − i sen θ/ cos θ cos θ − i sen θ
e iθ eiθ
= = −iθ = ei2θ
e iθ e
= cos(2θ) + i sen(2θ).
√ p
(b) Se x = Re z e y = Im z, então devemos mostrar que |x| + |y| ≤ 2 x2 + y 2 . Da
expressão 0 ≤ (|x| − |y|)2 = |x|2 − 2 |x| |y| + |y|2 , podemos estabelecer 2 |x| |y| ≤
|x|2 + |y|2 . Deste modo, escrevemos

(|x| + |y|)2 = |x|2 + 2 |x| |y| + |y|2 ≤ 2(|x|2 + |y|2 ) = 2(x2 + y 2 ).


√ p
Aplicando a raiz quadrada, chegamos a |x| + |y| ≤ 2 x2 + y 2 .
(c) Este item é consequência do seguinte desenvolvimento:

|z + w|2 + |z − w|2 = (z + w)(z + w) + (z − w)(z − w)


= (z + w)(z + w) + (z − w)(z − w)
= zz + wz + zw + ww +
+ zz − wz − zw + ww
= 2zz + 2ww
= 2(|z|2 + |w|2 ).

16. Fixe z ∈ Dr (z0 ). Mostraremos que o disco Dδ (z) de raio δ = r − |z − z0 | > 0 está
contido em Dr (z0 ). Dado w ∈ Dδ (z) temos que |w − z| < δ. Assim podemos escrever

|w − z0 | = |w − z + z − z0 |
≤ |w − z| + |z − z0 |
< δ + |z − z0 |
= r − |z − z0 | + |z − z0 |
= r,


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o que implica w ∈ Dr (z0 ). Logo, Dδ (z) ⊆ Dr (z0 ), e o disco Dr (z0 ) é aberto.

17. Fixado qualquer z ∈ A, seja r = 1 − | Re z|. Dado qualquer w ∈ Dr (z), mostraremos


que w ∈ A. Pela desigualdade triangular reversa,

|w − z| ≥ | Re(w − z)| = | Re(w) − Re(z)| ≥ | Re(w)| − | Re(z)|.

Como w ∈ Dr (z), podemos escrever

| Re(w)| − | Re(z)| ≤ |w − z| < r = 1 − | Re z|,

o que implica | Re(w)| < 1. Logo, w ∈ A. Como w ∈ Dr (z) é qualquer, temos que
Dr (z) ⊆ A. Concluímos que se z ∈ A então z é ponto interior de A. Portanto, A é
aberto.
Seja z ∈ C tal que | Re z| > 1. Considere qualquer w ∈ Dr (z), em que r = | Re z| − 1.
Pela desigualdade triangular reversa,

|w − z| = |z − w| ≥ | Re(z − w)| = | Re(z) − Re(w)| ≥ | Re(z)| − | Re(w)|.

De w ∈ Dr (z), o que implica |w − z| < r, obtemos

| Re(z)| − | Re(w)| ≤ |w − z| < r = | Re z| − 1,

e assim | Re(w)| > 1. Em outras palavras, w ∈


/ A. Logo, Dr (z) não possui nenhum
ponto de A. Consequentemente, z não pertence à fronteira de A.
Agora considere qualquer z ∈ C tal que | Re z| = 1. Mostraremos que z pertence à
fronteira de A. Seja Dr (z) um disco qualquer de centro z. Denotemos δ = min(1, r/2).
Observando
|(z − δ Re z) − z| = | − δ Re z| = δ| Re z| = δ < r,

temos que z − δ Re z pertence a Dr (z). Da expressão

| Re[z − δ Re(z)]| = | Re(z) − δ Re(z)|


= |(1 − δ) Re(z)| = (1 − δ)| Re(z)| = (1 − δ) < 1,

estabelecemos que z −δ Re(z) pertence a A. Logo, como temos que z ∈


/ A e z −δ Re(z) ∈
A, segue então que z pertence à fronteira de A. Se z ∈ C é tal que | Re z| < 1 ou | Re z| >
1, então z não pertence à fronteira de A. Só nos resta então ∂A = {z ∈ C : | Re z| = 1}.

18. Sejam A e B subconjuntos de C tais que A ⊆ B e B é fechado. Como B é fechado,


B possui todos os seus pontos fronteira. Em outras palavras, ∂B ⊆ B. A prova de
que ∂A ⊆ B se dará por absurdo. Supondo que ∂A não é subconjunto de B, podemos
encontrar z ∈ ∂A tal que z ∈
/ B. Para qualquer disco de centro z existirão ao menos um


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ponto desse disco que não pertence a A, e ao menos um ponto desse disco que pertence
a A, e que portanto também pertence a B, pois A ⊆ B. Consequentemente, para
qualquer disco de centro z, o ponto z não pertencerá a B, e existe ao menos um ponto
desse disco que pertence a B. Logo, z ∈ ∂B ⊆ B, o que contradiz z ∈
/ B. Portanto, a
hipótese de que ∂A não é subconjunto de B não é verdadeira, só restando que ∂A ⊆ B.
Se A é aberto então int A = A. Logo, se A e B são subconjuntos de C tais que A ⊆ B
e A é aberto, teremos que int A = A ⊆ B.


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Soluções e respostas dos exercícios do Capítulo 2

1. (a) Inicialmente estabelecemos

(z 2 − 5z) − (−9 + 15i) = (z 2 + 9) + (−5z − 15i)


= (z + 3i)(z − 3i) − 5(z + 3i)
= (z + 3i)(z − 3i − 5).

Assim podemos escrever

|(z 2 − 5z) − (−9 + 15i)| = |z + 3i| |z − 3i − 5|


= |z + 3i| |z + 3i − 6i − 5|
≤ |z + 3i|(|z + 3i| + | − 6i − 5|)

= |z + 3i|(|z + 3i| + 61).

Dado ε > 0 qualquer, para todo z ∈ C tal que 0 < |z − (−3i)| < δ = min(1, ε/(1 +

61)), temos
√ ε √
|(z 2 − 5z) − (−9 + 15i)| ≤ δ(δ + 61) ≤ √ (1 + 61) = ε.
1+ 61

Como ε > 0 é arbitrário, concluímos que limz→−3i (z 2 − 5z) = −9 + 15i.


(b) Primeiro realizamos as seguintes manipulações

4z + i 5i 4z + i 5(1 + i)
− = −
z+1 1+i z+1 2
2(4z + i) − 5(1 + i)(z + 1)
=
2(z + 1)
3 − 5i z − i
= .
2 z+1

Se z ∈ C é tal que 0 < |z − i| < 2/2, temos

|z + 1| = |1 + i + z − i| ≥ |1 + i| − |z − i|
√ √
√ √ 2 2
= 2 − |z − i| > 2 − = ,
2 2

e assim
4z + i 5i 3 − 5i z − i 3 − 5i z − i
− = < √

z+1 1+i 2 z+1 2

2/2

34 |z − i| √
= √ = 17|z − i|.
2 2/2
√ √
Seja ε > 0 qualquer. Para todo z ∈ C tal que 0 < |z − i| < δ = min(ε/ 17, 2/2),


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temos 4z + i 5i √ √ √ ε
− < 17|z − i| < 17δ ≤ 17 √ = ε.

z+1 1+i

17
4z + i 5i
Logo, lim = .
z→i z + 1 1+i
(c) Observe que
7 7
= .
z2 +1 (z − i)(z + i)
Para todo z ∈ C tal que 0 < |z − i| < 5, do desenvolvimento

|z + i| = |z − i + 2i| ≤ |z − i| + |2i| = |z − i| + 2 < 5 + 2 = 7,

obtemos 7 7 7 1
= ≥ = .

2
z +1 |z − i| |z + i| |z − i|7 |z − i|
Considere qualquer K > 0. Assim, se z ∈ C é tal que 0 < |z − i| < δ = min(5, 1/K),
segue então 7 1 1 1
≥ > ≥ = K.

2
z +1 |z − i| δ 1/K
7
Deste modo, estabelecemos lim = ∞.
z2 + 1 z→i
(d) Começamos com o desenvolvimento

6z + 7 6z + 7 − 6z + 9 16
−3= = .
2z − 3 2z − 3 2z − 3

Sempre que z ∈ C satisfaz |z| > 3, temos

|2z − 3| ≥ |2z| − |3| = 2|z| − 3 > 2|z| − |z| = |z|.

Seja ε > 0 arbitrário. Logo, para todo z ∈ C tal que |z| > M = max(3, 16/ε), seque
que 6z + 7 16 16 16 16 16
− 3 = = < < ≤ = ε.

2z − 3 2z − 3 |2z − 3| |z| M 16/ε

6z + 7
Como ε > 0 é qualquer, obtemos lim = 3.
z→∞ 2z − 3
(e) Se z ∈ C é tal que |z| > 3, podemos escrever

|z − 3| ≤ |z| + | − 3| = |z| + 3 < 2|z|.

A desigualdade |z| > 3 implica |z|2 /2 > 9/2 > 1, e assim

|z|2 |z|2
|z 2 − 1| ≥ |z 2 | − |1| = |z|2 − 1 > |z|2 − = .
2 2


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Dado K > 0 qualquer, para todo z ∈ C tal que |z| > M = max(3, 4K), temos
z 2 − 1 |z 2 − 1| |z|2 /2 |z| 4K
= > = ≥ = K.

z−3 |z − 3| 2|z| 4 4

z2 − 1
Pela arbitrariedade de K > 0, segue que lim = ∞.
z→∞ z − 3

2. Denote por D o domínio de f . Como limz→z0 f (z) = L, podemos encontrar δ > 0 tal
que
|f (z) − L| < |L|/2, para todo z ∈ D tal que 0 < |z − z0 | < δ.

Usando a desigualdade triangular reversa, escrevemos

|L| − |f (z)| ≤ | |L| − |f (z)| | ≤ |L − f (z)| = |f (z) − L| < |L|/2,

que nos fornece |f (z)| > |L|/2 para todo z ∈ D satisfazendo 0 < |z − z0 | < δ.

3. (a) Como limz→i (z − i)2 = 0, temos limz→i 1/(z − i)2 = ∞.


(b) O limite limz→∞ 2z 2 /(z − 1)2 = 2 é consequência de

2(1/z)2 2 2
lim = lim = 2 = 2.
z→0 (1/z − 1)2 z→0 (1 − z)2 1

(c) Seja f (z) = (z 2 + 1)/(|z| − 1). Deste modo, estabelecemos

1 |1/z| − 1 z 2 1 − |z|
= 2 = .
f (1/z) 1/z + 1 |z| 1 + z 2

Dado ε > 0, se z ∈ C é tal que 0 < |z| < δ = ε, temos


2
z |z 2 | |z|2 |z|2
=
|z| = = = |z| < ε.
|z| |z| |z|

Como ε > 0 é arbitrário, obtemos limz→0 z 2 /|z| = 0. Logo,

1 z2 1 − |z|
lim = lim lim = 0 · 1 = 0,
z→0 f (1/z) z→0 |z| z→0 1 + z 2

que implica limz→∞ f (z) = ∞.


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Soluções e respostas dos exercícios do Capítulo 3

1. (a) Como a derivada da combinação linear de funções é a combinação linear da derivadas


dessas funções, temos

d
f 0 (z) = (3z 2 − 2z + 4)
dz
d d d
= 3 z2 − 2 z + 4
dz dz dz
= 3(2z) − 2 + 0
= 6z − 2.

(b) Usando a regra da cadeia, e a regra de que a derivada da combinação linear de


funções é a combinação linear da derivadas dessas funções, escrevemos

d d
f 0 (z) = (1 − 4z 2 )3 = 3(1 − 4z 2 )2 (1 − 4z 2 )
dz dz
d d 
= 3(1 − 4z 2 )2 1 − 4 z 2 = 3(1 − 4z 2 )2 (−8z)
dz dz
= −24z(1 − 4z 2 )2 .

(c) Sejam g(z) = z − 1 e h(z) = 2z + 1. Pela regra de que a derivada da combinação


linear de funções é a combinação linear da derivadas dessas funções, obtemos as
derivadas g 0 (z) = d
dz (z − 1) = d d
dz z − dz 1 = 1 e h0 (z) = d
dz (2z + 1)
d
= 2 dz d
z + dz 1 = 2.
Usando a regra de derivação para o quociente de funções, encontramos
 g 0 g 0 (z)h(z) − g(z)h0 (z)
f 0 (z) = (z) =
h [h(z)]2
1 · (2z + 1) − (z − 1) · 2 3
= 2
= .
(2z + 1) (2z + 1)2

(d) Denote g(z) = (1+z 2 )4 e h(z) = z 2 . Da regra da cadeia, e da regra de que a derivada
da combinação linear de funções é a combinação linear da derivadas dessas funções,
segue que

d d
g 0 (z) = (1 + z 2 )4 = 4(1 + z 2 )3 (1 + z 2 )
dz dz
d d 
= 4(1 + z 2 )3 1 + z 2 = 8z(1 + z 2 )3 .
dz dz

Como h0 (z) = 2z, a regra de derivação para o quociente de funções implica


 g 0 g 0 (z)h(z) − g(z)h0 (z)
f 0 (z) = (z) =
h [h(z)]2
8z(1 + z 2 )3 z 2 − (1 + z 2 )4 2z
=
(z 2 )2


c Rui F. Vigelis 10
[8z 3 − 2z(1 + z 2 )](1 + z 2 )3
=
z4
2(3z − 1)(1 + z 2 )3
2
= .
z3

2. (a) Nomeando f (z) = z 2 + 4 e g(z) = 2z 2 + (3 − 4i)z − 6i, temos que f 0 (z) = 2z e


g 0 (z) = 4z + 3 − 4i. Assim, f (2i) = g(2i) = 0 e g 0 (2i) = 3 + 4i 6= 0, e podemos usar
regra de L’Hôpital para calcularmos o limite

z2 + 4 f (z) f 0 (2i)
lim = lim =
z→2i 2z 2 + (3 − 4i)z − 6i z→2i g(z) g 0 (2i)
2(2i) 16 + 12i
= = .
3 + 4i 25

(b) Sejam f (z) = (z − eπi/3 )z = z 2 − eπi/3 z e g(z) = z 3 + 1, cujas derivadas são f 0 (z) =
2z − eπi/3 e g 0 (z) = 3z 2 . Como f (eπi/3 ) = g(eπi/3 ) = 0 e g 0 (eπi/3 ) = 3e2πi/3 6= 0,
usamos regra de L’Hôpital para obtermos
 z  f (z) f 0 (eπi/3 )
lim (z − eπi/3 ) 3
= lim = 0 πi/3
z→eπi/3 z +1 z→eπi/3 g(z) g (e )
2eπi/3 − eπi/3 1
= = e−πi/3
3e2πi/3
√  3 √
11 3 1−i 3
= −i = .
3 2 2 6

(c) Denote f (z) = (z − mπi)ez e g(z) = sen z. Deste modo, f 0 (z) = (z − mπi + 1)ez e
g 0 (z) = cos z. Assim, f (mπi) = g(mπi) = 0 e g 0 (mπi) = cos(mπi) = cosh(mπ) 6= 0.
Pela regra de L’Hôpital, estabelecemos

ez f (z) f 0 (mπi) emπi


lim (z − mπi) = lim = 0 = .
z→mπi sen z z→mπi g(z) g (mπi) cosh(mπ)

3. (a) Sendo u(x, y) = x2 − ay 2 e v(x, y) = bxy as partes real e imaginária de f (x + iy),


calculamos a derivadas parciais

∂u ∂v
(x, y) = 2x, (x, y) = by,
∂x ∂x
∂u ∂v
(x, y) = −2ay, (x, y) = bx.
∂y ∂y

∂u ∂v ∂u ∂v
As equações de Cauchy–Riemann ∂x = ∂y e ∂y = − ∂x fornecem as igualdades
2x = bx e −2ay = −by, que somente são satisfeitas para todos x e y se e somente
se b = 2 e a = 1. Como todas as derivadas parciais de primeira ordem de u(x, y) e
v(x, y) existem e são contínuas para todo (x, y), concluímos que f é analítica para


c Rui F. Vigelis 11
b = 2 e a = 1. A função f para esses valores de a e b será

∂u ∂v
f 0 (z) = (x, y) + i (x, y) = 2x + i2y = 2z.
∂x ∂x

(b) Sejam u(x, y) = x3 − axy 2 e v(x, y) = bx2 y − y 3 as partes real e imaginária de


f (x + iy), cujas derivadas parciais são

∂u ∂v
(x, y) = 3x2 − ay 2 , (x, y) = 2bxy,
∂x ∂x
∂u ∂v
(x, y) = −2axy, (x, y) = bx2 − 3y 2 .
∂y ∂y

∂u ∂v ∂u ∂v
Das equações de Cauchy–Riemann ∂x = ∂y e ∂y = − ∂x , temos 3x2 −ay 2 = bx2 −3y 2
e −2axy = −2bxy. A expressão −2axy = −2bxy é satisfeita se e somente se a = b.
Reescrevemos a igualdade 3x2 − ay 2 = bx2 − 3y 2 como (3 − b)x2 + (3 − a)y 2 = 0.
Como a = b, temos que (3 − b)(x2 + y 2 ) = 0 é satisfeita se e somente se a = b = 3.
Todas as derivadas parciais de primeira ordem de u(x, y) e v(x, y) existam e são
contínuas para todo (x, y). Logo, a função f é analítica para a = b = 3, e possui
derivada
∂u ∂v
f 0 (z) = (x, y) + i (x, y) = 3x2 − 3y 2 + i6xy = 3z 2 .
∂x ∂x
4. (a) Do desenvolvimento

f (x + iy) = (x + iy)2 (x − iy)


= (x + iy)(x + iy)(x − iy)
= (x + iy)(x2 + y 2 ),

encontramos u(x, y) = x3 + xy 2 e v(x, y) = x2 y + y 3 como sendo as partes real e


imaginária de f . Sendo as equações de Cauchy–Riemann satisfeitas, devemos ter
uma igualdade entre as derivadas parciais

∂u ∂v
(x, y) = 3x2 + y 2 , (x, y) = x2 + 3y 2 ,
∂x ∂y

que só acontece se e somente se 2(x2 − y 2 ) = 0, ou equivalentemente, x2 = y 2 . Já


a expressão
∂u ∂v
(x, y) = − (x, y)
∂y ∂x
no fornece 2xy = −2xy, e assim xy = 0. Logo, concluímos que z = x + iy = 0. Do
limite
f (z) − 0 z2z
lim = lim = lim zz = 0,
z→0 z − 0 z→0 z z→0

concluímos que f somente é derivável em z = 0, com derivada f 0 (0) = 0.


c Rui F. Vigelis 12
(b) A expressão
f (x + iy) = (x + iy)x = x2 + ixy

implica que u(x, y) = x2 e v(x, y) = xy são as partes real e imaginária de f .


Calculamos as derivadas parciais

∂u ∂v
(x, y) = 2x, (x, y) = y,
∂x ∂x
∂u ∂v
(x, y) = 0, (x, y) = x.
∂y ∂y

∂u ∂v ∂u ∂v
As equações de Cauchy–Riemann ∂x = ∂y e ∂y = − ∂x no fornecem as igualdades
2x = x e y = 0, que são satisfeitas se e somente se x = y = 0. Como

f (z) − 0 z Re z
lim = lim = lim Re z = 0,
z→0 z − 0 z→0 z z→0

temos que f é derivável somente em z = 0, e possui derivada f 0 (0) = 0.


(c) Fazemos o desenvolvimento

f (x + iy) = (x + iy)y = xy + iy 2

para encontrarmos u(x, y) = xy e v(x, y) = y 2 como as partes real e imaginária de


f , cujas derivadas parciais são

∂u ∂v
(x, y) = y, (x, y) = 0,
∂x ∂x
∂u ∂v
(x, y) = x, (x, y) = 2y.
∂y ∂y

∂u ∂v ∂u ∂v
Das equações de Cauchy–Riemann ∂x = ∂y e ∂y = − ∂x , obtemos as igualdades
2y = y e x = 0, que são satisfeitas se e somente se x = y = 0. Como

f (z) − 0 z Im z
lim = lim = lim Im z = 0,
z→0 z−0 z→0 z z→0

concluímos que f é derivável somente em z = 0, cuja derivada é f 0 (0) = 0.

5. Seja f (z) = u(x, y) + iv(x, y), em que z = x + iy. Inicialmente fazemos as manipulações

Im(x2 − y 2 + i2xy) 2xy


f (x + iy) = (1 + i) 2 2
= (1 + i) 2 ,
x +y x + y2

2xy
que nos fornecem u(x, y) = v(x, y) = , para (x, y) 6= (0, 0). Assim calculamos
x2 + y2
as derivadas parciais

∂u u(x, 0) − u(0, 0) 0
(0, 0) = lim = lim = 0,
∂x x→0 x x→0 x


c Rui F. Vigelis 13
∂u u(0, y) − u(0, 0) 0
(0, 0) = lim = lim = 0,
∂y x→0 y x→0 y
∂v v(x, 0) − v(0, 0) 0
(0, 0) = lim = lim = 0,
∂x x→0 x x→0 x
∂v v(0, y) − v(0, 0) 0
(0, 0) = lim = lim = 0,
∂y x→0 y x→0 y

de onde vemos que as equações de Cauchy-Riemann são satisfeitas. Se h = x + iy é tal


que x = y, podemos escrever

f (0 + h) − f (0) (1 + i)2 − 0 (1 + i)2


= = .
h h h
f (0+h)−f (0)
Logo concluímos que o limite de h com h tendendo a 0 não existe. Portanto,
f (z) não é derivável em z = 0.

6. (a) Em vista de

f (x + iy) = (x + iy)2 + 5i(x + iy) + 3 − i


= x2 − y 2 + i2xy + 5ix − 5y + 3 − i
= x2 − y 2 − 5y + 3 + i(2xy + 5x − 1),

temos que u(x, y) = x2 − y 2 − 5y + 3 e v(x, y) = 2xy + 5x − 1 são as partes real e


imaginária de f . As derivadas parciais

∂u ∂v
(x, y) = 2x, (x, y) = 2y + 5,
∂x ∂x
∂u ∂v
(x, y) = −2y − 5, (x, y) = 2x,
∂y ∂y

∂u ∂v ∂u ∂v
satisfazem as equações de Cauchy–Riemann ∂x = ∂y e ∂y = − ∂x . Além disso, é
claro que essas derivadas parciais de primeira ordem existem e são contínuas em
qualquer (x, y). Logo, a função f (z) é analítica em todo z ∈ C.
(b) A expressão

f (x + iy) = (x + iy)e−x−iy = (x + iy)e−x [cos(−y) + i sen(−y)]


= [x cos(−y) − y sen(−y)]e−x + i[x sen(−y) + y cos(−y)]e−x
= [x cos(y) + y sen(y)]e−x + i[y cos(y) − x sen(y)]e−x

implica que u(x, y) = [x cos(y) + y sen(y)]e−x e v(x, y) = [y cos(y) − x sen(y)]e−x


são as partes real e imaginária de f . Assim, calculamos as derivadas parciais

∂u
(x, y) = cos(y)e−x − [x cos(y) + y sen(y)]e−x ,
∂x
∂u
(x, y) = [−x sen(y) + sen(y) + y cos(y)]e−x,
∂y


c Rui F. Vigelis 14
∂v
(x, y) = − sen(y)e−x − [y cos(y) − x sen(y)]e−x ,
∂x
∂v
(x, y) = [cos(y) − y sen(y) − x cos(y)]e−x ,
∂y

∂u ∂v ∂u ∂v
que obedecem às equações de Cauchy–Riemann ∂x = ∂y e ∂y = − ∂x . Todas as
derivadas parciais de primeira ordem de u(x, y) e v(x, y) existem e são contínuas
em todo (x, y). Deste modo, concluímos que f (z) é analítica em qualquer z ∈ C.
(c) Em vista de

f (x + iy) = sen(2x + i2y) = sen(2x) cosh(2y) + i cos(2x) senh(2y)

temos que u(x, y) = sen(2x) cosh(2y) e v(x, y) = cos(2x) senh(2y) são as partes real
e imaginária de f , cujas derivadas parciais de primeira ordem são

∂u
(x, y) = 2 cos(2x) cosh(2y),
∂x
∂u
(x, y) = 2 sen(2x) senh(2y),
∂y
∂v
(x, y) = −2 sen(2x) senh(2y),
∂x
∂v
(x, y) = 2 cos(2x) cosh(2y).
∂y

É imediato que todas essas derivadas parciais existem e são contínuas em qualquer
(x, y). Adicionalmente, como u e v satisfazem as equações de Cauchy–Riemann
∂u ∂v ∂u ∂v
∂x (x, y) = ∂y (x, y) e ∂y (x, y) = − ∂x (x, y) para todo (x, y), temos que f (z) é
analítica em qualquer z ∈ C.

7. Denotemos por u(r, θ) = e−θ cos(ln r) e v(r, θ) = e−θ sen(ln r) as partes real e imaginária
de f , respectivamente. A funções u e v possuem derivadas parciais

∂u 1
(r, θ) = −e−θ sen(ln r) ,
∂r r
∂u −θ
(r, θ) = −e cos(ln r),
∂θ
∂v 1
(r, θ) = e−θ cos(ln r) ,
∂r r
∂v
(r, θ) = −e−θ sen(ln r).
∂θ
∂u 1 ∂v
Essas funções satisfazem as equações de Cauchy–Riemann na forma polar ∂r = r ∂θ e
1 ∂u
r ∂θ = − ∂v
∂r . Além disso, como todas as derivadas parciais de primeira ordem de u(r, θ)
e v(r, θ) existem e são contínuas em qualquer (r, θ) com r > 0 e 0 < θ < 2π, obtemos
que f (z) é analítica em todo z = reiθ , para r > 0 e 0 < θ < 2π. Assim, podemos


c Rui F. Vigelis 15
calcular a derivada de f em z = reiθ :
h ∂u ∂v i
f 0 (z) = e−iθ (r, θ) + i
(r, θ)
∂r ∂r
h 1 1i
= e−iθ −e−θ sen(ln r) + ie−θ cos(ln r)
r r
i −θ −θ
= iθ [e cos(ln r) + ie sen(ln r)]
re
f (z)
=i .
z

8. Seja z0 um número complexo qualquer pertencendo a D. Como f 2 é analítica em D,


podemos estabelecer

f (z) − f (z0 ) f (z) + f (z0 ) f (z) − f (z0 )


lim = lim
z→z0 z − z0 z→z0 f (z) + f (z0 ) z − z0
1 f (z) − f 2 (z0 )
2
= lim
z→z0 f (z) + f (z0 ) z − z0
1 f 2 (z) − f 2 (z0 )
= lim lim
z→z0 f (z) + f (z0 ) z→z0 z − z0
1 f 2 (z) − f 2 (z0 )
= lim
limz→z0 f (z) + f (z0 ) z→z0 z − z0
1 2 2
f (z) − f (z0 )
= lim ,
2f (z0 ) z→z 0 z − z0

onde, para obtermos a penúltima e última igualdades, usamos que f não se anula em
z0 , e f é contínua em z0 , respectivamente.


c Rui F. Vigelis 16
Soluções e respostas dos exercícios do Capítulo 4

1. (a) Sendo a curva γ a justaposição dos segmentos de reta

γ1 (t) = (1 − t)0 + t1 = t,
γ2 (t) = (1 − t)1 + t(1 + i) = 1 + it,
γ3 (t) = (1 − t)(1 + i) + ti = (1 − t) + i,
γ4 (t) = (1 − t)i + t0 = i(1 − t),

calculamos as seguintes integrais de linha:


Z Z 1
(Re z)dz = (Re γ1 (t))γ10 (t)dt
γ1 0
Z 1 h t2 i1 1
= t · 1dt = = ,
0 2 0 2
Z Z 1
(Re z)dz = (Re γ2 (t))γ20 (t)dt
γ2 0
Z 1
= 1 · idt = i[t]10 = i,
0
Z Z 1
(Re z)dz = (Re γ3 (t))γ30 (t)dt
γ3 0
Z 1 h t2 i1 1
= (1 − t) · (−1)dt = −t =− ,
0 2 0 2
Z Z 1
(Re z)dz = (Re γ4 (t))γ40 (t)dt
γ4 0
Z 1
= 0 · (−i)dt = 0.
0

Assim, obtemos
Z Z Z Z Z
(Re z)dz = (Re z)dz + (Re z)dz + (Re z)dz + (Re z)dz
γ γ1 γ2 γ3 γ4
1 1
= + i − + 0 = i.
2 2

(b) Sejam

γ1 (t) = (1 − t)0 + t2 = 2t,

γ2 (t) = (1 − t)2 + t(2 + i) = 2 + it,

os segmentos de reta cuja justaposição resultam no caminho γ = γ1 ∪ γ2 . Do cálculo


c Rui F. Vigelis 17
das integrais
Z Z 1
2
z dz = [γ1 (t)]2 γ10 (t)dt
γ1 0
Z 1 h 8t3 i1 8
= (2t)2 · 2dt = =
0 3 0 3

e
Z Z 1 Z 1
2
z dz = [γ2 (t)]2 γ20 (t)dt = (2 + it)2 · idt
γ2 0 0
Z 1
= [−4t + i(4 − t2 )]dt
0
h  t3 i1
= −2t2 + i 4t −
3 0
 1
= −2 + i 4 −
3
−6 + 11i
= ,
3

podemos escrever
Z Z Z
2 2
z dz = z dz + z 2 dz
γ γ1 γ2
8  −6 + 11i  2 + 11i
= + = .
3 3 3

(c) Sendo
γ(t) = (1 − t)(1 + i) + t(−i) = (1 − t) + i(1 − 2t)

o caminho cuja imagem é o segmento de reta ligando 1 + i a −i, temos


Z Z 1
sen(2z)dz = sen(2γ(t))γ 0 (t)dt
γ 0
Z 1
= sen[2(1 − t) + i2(1 − 2t)](−1 − 2i)dt
0
Z 1
= (−1 − 2i) sen[2(1 − t) + i2(1 − 2t)]dt.
0

Em vista da expressão

sen[2(1 − t) + i2(1 − 2t)] = sen(2 − 2t) cosh(2 − 4t) + i cos(2 − 2t) senh(2 − 4t),

calculamos as integrais
Z 1 h1 1 i1
sen(2−2t) cosh(2−4t)dt = cos(2−2t) cosh(2−4t)− sen(2−2t) senh(2−4t)
0 10 5 0


c Rui F. Vigelis 18
e
Z 1 h 1 1 i1
i cos(2−2t) senh(2−4t)dt = i − cos(2−2t) cosh(2−4t)− sen(2−2t) senh(2−4t) ,
0 5 10 0

cuja soma resulta em


Z 1
sen[2(1 − t) + i2(1 − 2t)]dt
0
1h i1
= cos(2 − 2t) cosh(2 − 4t) − i sen(2 − 2t) senh(2 − 4t)
10 0
1h i1
− i cos(2 − 2t) cosh(2 − 4t) − i sen(2 − 2t) senh(2 − 4t)
5 0
1 1 h i1
= −i cos[(2 − 2t) + i(2 − 4t)] .
10 5 0

Deste modo,
Z 1 1 h i1
sen(z)dz = (−1 − 2i) −i cos[(2 − 2t) + i(2 − 4t)]
γ 10 5 0
1
= − [cos(−2i) − cos(2 + 2i)]
2
cos(2 + 2i) − cos(2i)
= .
2

(d) Seja γ(t) = cos t + i sen t = eit , para t ∈ [0, 2π], o contorno cuja imagem é a
circunferência de centro z0 = 0 e raio r = 1. Calculando o vetor tangente

γ 0 (t) = − sen t + i cos t = i(cos t + i sen t) = ieit ,

podemos obter
Z Z 2π Z 2π Z 2π
0 −it it
zdz = γ(t) · γ (t)dt = e ie dt = idt = 2πi.
γ 0 0 0

(e) Com γ(t) e γ 0 (t) dados como no item anterior, escrevemos


Z Z Z 2π
dz 1 1
= |dz| = |γ 0 (t)|dt
γ z γ z 0 |γ(t)|
Z 2π Z 2π
1 it
= |ie |dt = dt = 2π.
0 |eit | 0

(f) Considerando a curva γ(t) = eit , para t ∈ [0, 2π], cujo vetor tangente é γ 0 (t) = ieit ,
estabelecemos
Z 2π Z 2π Z 2π
ieit
Z
1 1 0
2
dz = 2
γ (t)dt = it )2
dt = ie−it dt
γ z 0 [γ(t)] 0 (e 0
Z 2π Z 2π
= [− sen(−t) + i cos(−t)]dt = (sen t + i cos t)dt
0 0


c Rui F. Vigelis 19
= [− cos t]2π 2π
0 + i[sen t]0 = 0.

(g) Sejam γ(t) e γ 0 (t) dados como no item (d). Dos desenvolvimentos

γ(t)γ 0 (t) = iei2t = − sen(2t) + i cos(2t)

2
eγ(t) = ecos(2t)+i sen(2t) = ecos(2t) ei sen(2t)
= ecos(2t) [cos(sen(2t)) + i sen(sen(2t))]

calculamos

2
γ(t)eγ(t) γ 0 (t) = ecos(2t) [− cos(sen(2t)) sen(2t) − sen(sen(2t)) cos(2t)]
+ iecos(2t) [cos(sen(2t)) cos(2t) − sen(sen(2t)) sen(2t)].

Assim, podemos escrever


Z Z 2π
z2 2
ze dz = γ(t)eγ(t) γ 0 (t)dt
γ 0
Z 2π
= ecos(2t) [− cos(sen(2t)) sen(2t) − sen(sen(2t)) cos(2t)]dt
0
Z 2π
+i ecos(2t) [cos(sen(2t)) cos(2t) − sen(sen(2t)) sen(2t)]dt
0
h1 i2π h1 i2π
cos(2t) cos(2t)
= e cos(sen(2t)) +i e sen(sen(2t))
2 0 2 0
= 0.

2. (a) Como o contorno γ é dado pela justaposição dos segmentos de reta

γ1 (t) = (1 − t)0 + t1 = t,
γ2 (t) = (1 − t)1 + t(1 + i) = 1 + it,
γ3 (t) = (1 − t)(1 + i) + ti = (1 − t) + i,
γ4 (t) = (1 − t)i + t0 = i(1 − t),

calculamos as integrais
Z Z 1 Z 1
(3z + 1)dz = (3γ1 (t) + 1)γ10 (t)dt = (3t + 1) · 1dt
γ1 0 0
h 3t2 i1 5
= +t = ,
2 0 2
Z Z 1 Z 1
(3z + 1)dz = (3γ2 (t) + 1)γ20 (t)dt = [3(1 + it) + 1] · idt
γ2 0 0


c Rui F. Vigelis 20
Z 1 h 3t2 i1 3
(−3t + i4)dt = −
= + i[4t]10 = − + i4,
0 2 0 2
Z Z 1 Z 1
(3z + 1)dz = (3γ3 (t) + 1)γ30 (t)dt = [3((1 − t) + i) + 1] · (−1)dt
γ3 0 0
1
3t2 i1
Z h5
(−4 + 3t − i3)dt = −4t +
= + i[−3t]10 = − − i3,
0 2 0 2
Z Z 1 Z 1
(3z + 1)dz = (3γ4 (t) + 1)γ40 (t)dt = [3(i(1 − t)) + 1] · (−i)dt
γ4 0 0
1
3t2 i1
Z h 3
= (3 − 3t − i)dt = 3t − + i[−t]10 = − i.
0 2 0 2

Somando essas integrais, obtemos


Z 4 Z
X
(3z + 1)dz = (3z + 1)dz
γ k=1 γk
5  3   5  3 
= + − + i4 + − − i3 + −i
2 2 2 2
= 0.

(b) Sendo, γ1 , γ2 , γ3 e γ4 os segmentos de reta dados no item anterior, efetuamos os


desenvolvimentos
Z Z 1 Z 1
πz
πe dz = πeπγ1 (t) γ10 (t)dt = πeπt · 1dt
γ1 0 0

= [eπt ]10 = eπ − 1,
Z Z 1 Z 1
πz πγ2 (t) 0
πe dz = πe γ2 (t)dt = πeπ(1−it) · idt
γ2 0 0
Z 1
π
= πe [sen(πt) + i cos(πt)]dt
0
h cos(πt) i1 h sen(πt) i1 
= πeπ − +i = 2eπ ,
π 0 π 0
Z Z 1 Z 1
πeπz dz = πeπγ3 (t) γ30 (t)dt = πeπ[(1−t)−i] · (−1)dt
γ3 0 0
Z 1
= πeπ e−πt dt = eπ [−e−πt ]10 = eπ (−e−π + 1) = eπ − 1,
0
Z Z 1 Z 1
πz πγ4 (t) 0
πe dz = πe γ4 (t)dt = πeπi(t−1) · (−i)dt
γ4 0 0
Z 1
=π [− sen(πt) + i cos(πt)]dt
0
h cos(πt) i1 h sen(πt) i1 
=π +i = −2.
π 0 π 0


c Rui F. Vigelis 21
Assim, estabelecemos
Z 4 Z
X
(3z + 1)dz = (3z + 1)dz
γ k=1 γk

= (eπ − 1) + 2eπ + (eπ − 1) − 2


= 4(eπ − 1).

3. Com respeito a γ1 , temos


Z Z 2
f (z)dz = f (γ1 (t))γ10 (t)dt
γ1 0
Z 2
t  1
= t2 + i
1 + i dt
0 2 2
Z 2 Z 2 2
2 t  t t
= t − dt + i + dt
0 4 0 2 2
h t3 t2 i2 h t3 t2 i2
= − +i +
3 8 0 6 4 0
13 7
= +i .
6 3

Agora, considerando γ2 , segue que


Z Z 2
f (z)dz = f (γ2 (t))γ20 (t)dt
γ2 0
Z 2
t2  t
= t2 + i
1 + i dt
0 4 2
Z 2 3 Z 2 3
t  t t2 
= t2 − dt + i + dt
0 8 0 2 4
h t3 t4 i2 h t4 t3 i2
= − +i +
3 32 0 8 12 0
13 8
= +i ,
6 3

mostrando assim que a integral de linha de f não é independente do caminho.

4. O fato de f (z) = e−2z possuir uma primitiva F (z) = − 12 e−2z implica que a integral de
linha de f independe do caminho. Deste modo, para qualquer caminho γ ligando 1 − iπ
a 2 + i3π, podemos determinar
Z
e−2z dz = F (2 + i3π) − F (1 − iπ)
γ
1 1
= − e−2(2+i3π) + e−2(1−iπ)
2 2
1 −4 −i6π 1 −2 i2π
=− e e + e e
2 2
1 −2 1 −4
= e − e .
2 2


c Rui F. Vigelis 22
1 πz
5. (a) Sendo πe uma primitiva da função eπz , calculamos
Z i/2
1 π(i/2) 1 πi
eπz dz = e − e
i π π
1 1
= (i) − (−1)
π π
1+i
=
π

(b) Como 2 sen(z/2) é uma primitiva da função cos(z/2), determinamos


Z π+2i z   π + 2i  0
cos dz = 2 sen − 2 sen
0 2 2 2
− e−i(π/2+i)
ei(π/2+i)
=2
2i
= −ieiπ/2 e−1 + ie−iπ/2 e1
= −i · i · e−1 + i · (−i) · e1
= e + e−1 .

(c) Do fato de F (z) = 41 (z − 2)4 ser uma primitiva de (z − 2)3 , segue que
Z 3
1 1
(z − 2)3 dz = (3 − 2)4 − (1 − 2)4 = 0.
1 4 4

6. (a) Se γ(t) = (1 − t)0 + t(1 + i) = t + it, para t ∈ [0, 1], é o caminho cuja imagem é
segmento de reta ligando 0 a 1 + i, temos
Z Z 1 Z 1
2 2 0
z dz = γ(t) γ (t)dt = (t − it)2 (1 + i)dt
γ 0 0
Z 1 h t3 i1
= t2 (−2i)(1 + i)dt = (2 − 2i)
0 3 0
2 − 2i
= .
3

(b) Seja γ o caminho formado pela justaposição das curvas

γ1 (t) = (1 − t)0 + t1 = t
γ2 (t) = (1 − t)1 + t(1 + i) = 1 + it.

Somando as integrais
Z Z 1 Z 1 h t3 i1
2 1
2
z dz = γ1 (t) γ10 (t)dz = t2 · 1dt = =
γ1 0 0 3 0 3


c Rui F. Vigelis 23
e
Z Z 1 Z 1
2
z 2 dz = γ2 (t) γ20 (t)dz = (1 − it)2 · idt
γ2 0 0
1
t3 i1
Z h
= [2t + i(1 − t2 )]dt = [t2 ]10 + i t −
0 3 0
2i
=1+ ,
3

encontramos
Z Z Z
1  2i  4 + 2i
z 2 dz = z 2 dz + z 2 dz = + 1+ = .
γ γ1 γ2 3 3 3

(c) Dos itens anteriores, temos que a integral de linha de f depende do caminho. Por-
tanto, a função f não pode ser a derivada de alguma função analítica F .

7. (a) Seja γ(t) = cos t + i sen t = eit , para t ∈ [0, 2π], o contorno cuja imagem é a
circunferência de centro z0 = 0 e raio r = 1. É claro que γ(t) possui vetor tangente

γ 0 (t) = − sen t + i cos t = i(cos t + i sen t) = ieit .

Se n é qualquer número inteiro diferente 0, calculamos


Z 2π Z 2π
int
e dt = [cos(nt) + i sen(nt)]dt
0 0
h sen(nt) i2π h cos(nt) i2π
= +i −
n 0 n 0
= 0,

e, assim, chegamos a
Z Z 2π
f (z)dz = f (γ(t))γ 0 (t)dt
γ 0
Z 2π
= (ei3t − iei2t + 2i)ieit dt
0
Z 2π
= (iei4t + ei3t − 2eit )dt
0
= 0.

(b) Seja γ(t) = 1 + 2eit , para t ∈ [0, 2π], o contorno cuja imagem é a circunferência de
centro z0 = 1 e raio r = 2. Com isso, estabelecemos
Z Z 2π
f (z)dz = f (γ(t))γ 0 (t)dt
γ 0
Z 2π
= [(1 + 2eit )3 − i(1 + 2eit )2 + 2i]i2eit dt
0


c Rui F. Vigelis 24
Z 2π
= [16iei4t + (24i + 8)ei3t + (12i + 8)ei2t + (2i − 2)eit ]dt
0
= 0,
R 2π
onde usamos 0 eint dt = 0, para qualquer número inteiro n 6= 0.
(c) Seja γ(t) = 5 cos t + i4 cos t, para t ∈ [0, 2π], o contorno cuja imagem é a elipse dada
por |z − 3i| + |z + 3i| = 10. Deste modo,

Z Z 2π
f (z)dz = f (γ(t))γ 0 (t)dt
γ 0
Z 2π
= [(5 cos t + i4 sen t)3 − i(5 cos t + i4 cos t)2 + 2i](−5 sen t + i4 cos t)dt.
0

Substituindo cos t = (eit + e−it )/2 e sen t = (eit − e−it )/2i no integrando acima,
obteremos uma expressão envolvendo uma soma integrais da forma
Z 2π
αeint dt,
0

R 2π
para algum α ∈ C, e algum número inteiro n 6= 0. Como 0 αeint dt = 0 pelo item
R
(a), obtemos então γ f (z)dz = 0.

8. (a) Denotemos f (z) = 2z 2 − z − 2. Se z pertence ao interior do contorno γ, então, pela


fórmula integral de Cauchy,

2w2 − w − 2
Z Z
f (w)
g(z) = dw = dw
γ w−z γ w−z
2
= 2πi · f (z) = 2πi(2z − z − 2).

Como 2 pertence ao interior de γ, obtemos g(2) = 2πi(2 · 22 − 2 − 2) = 8πi.


(b) No caso de |z| > 3, o Teorema de Cauchy–Goursat implica que

2w2 − w − 2
Z
g(z) = dw = 0,
γ w−z

já que o contorno γ, assim como seu interior, está contido no domínio da função
(2w2 − w − 2)/(w − z).

9. (a) Como o contorno γ e seu interior estão contidos no domínio da função (ez +z)/(z−2),
obtemos, pelo Teorema de Cauchy–Goursat, que

ez + z
Z
dz = 0.
γ z−2


c Rui F. Vigelis 25
(b) Se f (z) = ez + z então a fórmula integral de Cauchy implica que

ez + z
Z Z
f (z)
dz = dz = 2πi · f (2) = 2πi(e2 + 2),
γ z−2 γ z−2

visto que 2 pertence ao interior do contorno γ.

10. (a) Denotemos f (z) = (z 2 + ez )/(z − 3). Como o contorno γ e seu interior estão
contidos no domínio da função f , e 0 pertence ao interior de γ, podemos usar a
fórmula integral de Cauchy para obtermos

z 2 + ez
Z Z
f (z)  1 2πi
= dz = 2πi · f (0) = 2πi − =− .
γ z(z − 3) γ z−0 3 3

(b) Seja f (z) = (z 2 +ez )/z. Pela fórmula integral de Cauchy (já que o contorno γ, assim
como seu interior, está contido no domínio da função f , e 3 pertence ao interior de
γ), temos

z 2 + ez  9 + e3 
Z Z
f (z)
dz = dz = 2πi · f (3) = 2πi .
γ z(z − 3) γ z−3 3

11. (a) Se f (z) = e−z então a fórmula integral de Cauchy implica que

e−z dz
Z Z
f (z)dz
= = 2πi · f (πi/2) = 2πi · e−πi/2 = 2π,
γ z − πi/2 γ z − πi/2

pois πi/2 pertence ao interior do contorno γ.


(b) Seja f (z) = cos(z)/(z 2 + 8). Como o contorno γ, assim como seu interior, está
contido no domínio da função f , e 0 pertence ao interior de γ, podemos usar a
fórmula integral de Cauchy para obtermos
Z Z
cos z f (z) 2πi πi
dz = dz = 2πi · f (0) = = .
γ z(z 2 + 8) γ z−0 8 4

12. Denote f (z) = z 3 + 2z. Se z pertence ao interior de γ então, pela fórmula integral de
Cauchy para derivadas, temos

w3 + 2w
Z Z
f (w)
g(z) = 3
dw = 3
dw
γ (w − z) γ (w − z)
2πi 00
= f (z) = πi · 6z = 6πiz.
2!

Por outro lado, com z pertencendo ao exterior de γ, o Teorema de Cauchy–Goursat


fornece
w3 + 2w
Z
g(z) = dw = 0,
γ (w − z)
visto que o contorno γ e seu interior estão contidos no domínio da função f .


c Rui F. Vigelis 26
13. Sendo o interior do contorno γ um conjunto aberto, existe ε > 0 tal que os círculos
Cε (i) e Cε (−i) estão contidos no interior de γ. Além disso, assumimos que Cε (i) e
Cε (−i), assim como seus interiores, não se intersectam. Pela fórmula integral de Cauchy,
podemos escrever

ezt ezt /(z + i)


Z Z
1 1
2
dz = dz
2πi Cε (i) z +1 2πi Cε (i) z−i
eit eit
= = ,
i+i 2i

ezt ezt /(z − i)


Z Z
1 1
2
dz = dz
2πi Cε (−i) z +1 2πi Cε (−i) z+i
e−it e−it
= =− ,
−i − i 2i

Assim, obtemos

ez ezt ezt
Z Z Z
1 1 1
2 2
dz = 2
dz + dz
2πi γ z +t 2πi Cε (i) z +1 2πi Cε (−i) z2 + 1
eit e−it eit − e−it
= − =
2i 2i 2i
= sen t,

que é o resultado que queríamos mostrar.

14. (a) Sendo f (z) = cos z um função inteira, temos


Z Z
cos(z) f (z) 2πi 000 2πi
dz = dz = f (0) = sen(0) = 0.
γ z4 γ (z − 0)4 3! 3!

(b) Aplicando a fórmula integral de Cauchy para derivadas com respeito à função f (z) =
sen z e o ponto z0 = 0, segue que
Z Z
sen z f (z) 2πi 0
dz = dz = f (0) = 2πi · cos(0) = 2πi.
γ z2 γ (z − 0) 2 1!

(c) Denotemos f (z) = z. Então temos


Z Z
z 1 f (z) 1 2πi 0 πi
2
dz = 2
dz = f (−1/2) = .
γ (2z + 1) 4 γ (z + 1/2) 4 1! 2

(d) Sendo f (z) = z 2 −1 uma função inteira, a fórmula integral de Cauchy para derivadas
implica
z2 − 1
Z Z
f (z) 2πi 0
dz = dz = f (1) = 4πi.
γ (z − 1)2 γ (z − 1)2 1!


c Rui F. Vigelis 27
(e) Denotemos
zez zez
f1 (z) = e f2 (z) = ,
(z + i)2 (z − i)2
cujas derivadas são

(ez + zez )(z + i)2 − 2zez (z + i)


f10 (z) =
(z + i)4

e
(ez + zez )(z − i)2 − 2zez (z − i)
f20 (z) = .
(z − i)4
Em i e −i, temos os valores

(ei + iei )(i + i)2 − 2iei (i + i)


f10 (i) =
(i + i)4
−4ei − 4iei + 4ei ei
= = −i
16 4

(e−i − ie−i )(−i − i)2 − 2(−i)e−i (−i − i)


f20 (−i) =
(−i − i)4
−4e + 4ie + 4e−i
−i −i e−i
= =i .
16 4

Pela fórmula integral de Cauchy para derivadas, estabelecemos

zez
Z Z
f1 (z)
dz = dz
C1/2 (i) (z 2 + 1)2 C1/2 (i) (z − i)2
2πi 0 ei
= f1 (i) = π
1! 2

zez
Z Z
f2 (z)
dz = dz
C1/2 (−i) (z 2 + 1)2 C1/2 (−i) (z + i)2
2πi 0 e−i
= f2 (−i) = −π .
1! 2

Como a função zez /(z 2 + 1)2 é analítica no conjunto R formado por todos o pontos
∗ (i) e C ∗ (−i), nem ao interior desses
do interior de γ, que não pertencem a C1/2 1/2
círculos, temos

zez zez zez


Z Z Z
dz = dz + dz
γ (z 2 + 1)2 C1/2 (i) (z 2 + 1)2 C1/2 (−i) (z 2 + 1)2
ei e−i π i
=π −π = (e − e−i ).
2 2 2


c Rui F. Vigelis 28
15. Usando a fórmula integral de Cauchy para derivadas
Z
n! f (z)
f (n) (z0 ) = dz,
2πi γ (z − z0 )n+1

com f (z) = zezt , z0 = 1 e n = 2, obtemos

zezt f 00 (−1)
Z
1 1 h d zt zt
i
dz = = (e + zte )
2πi γ (z − 1)3 2! 2 dz z=−1
1
= [tezt + tezt + zt2 ezt ]z=−1
2
1
= (te−t + te−t − t2 e−t )
2
 t2  −t
= t− e .
2


c Rui F. Vigelis 29
Soluções e respostas dos exercícios do Capítulo 5

1. (a) A função cos z − 1 tem zero de multiplicidade 2 em z = 0, visto que cos 0 − 1 = 0,


d d2
dz (cos z − 1)|z=0 = [− sen z]z=0 = 0 e dz 2
(cos z − 1)|z=0 = [− cos z]z=0 = −1. Já a
d
função sen z tem zero simples em z = 0, pois sen 0 = 0 e [ dz sen z]z=0 = [cos z]z=0 =
1. Com isso, existem funções analíticas h1 e h2 , satisfazendo h1 (0) 6= 0 e h2 (0) 6= 0,
definidas numa vizinhança de z = 0, tais que cos z − 1 = h1 (z)z 2 e sen z = h2 (z)z.
Deste modo, podemos escrever

f (z) = (cos z − 1)3 sen z


= (h1 (z)z 2 )3 h2 (z)z
= [h31 (z)h2 (z)]z 7
= h(z)z 7 ,

em que h(z) = h31 (z)h2 (z). Como a função h(z) é analítica numa vizinhança de
z = 0 e h(0) 6= 0, concluímos que z = 0 é zero de multiplicidade 7 da função f .
d
(b) A função 1 − ez tem zero simples em z = 0, já que 1 − e0 = 0 e [ dz (1 − ez )]z=0 =
−ez |z=0 = −1. Assim, existe uma função analítica h3 , satisfazendo h3 (0) 6= 0,
definida numa vizinhança de z = 0, tal que 1 − ez = h3 (z)z. Com isso, obtemos

(1 − cos z) sen2 z
f (z) =
1 − ez
h1 (z)z 2 (h2 (z)z)2
=−
h3 (z)z
h1 (z)h22 (z) 3
=− z
h3 (z)
= g(z)z 3 ,

em que g(z) = −h1 (z)h22 (z)/h3 (z). Como a função g(z) é analítica numa vizinhança
de z = 0 e g(z) 6= 0, concluímos que z = 0 é zero de multiplicidade 3 da função f .

2. (a) É imediato verificar que a função f possui polo duplo em z = 1 e polos simples em
z = 2i e z = −2i, pois para cada uma desses polos essa função pode ser expressa
como f (z) = g(z)(z − z0 )−k , com g analítica numa vizinhança do polo z0 com
g(z0 ) 6= 0. Usando a expressão

1 dk−1
Res(f, z0 ) = lim [(z − z0 )k f (z)],
z→z0 (k − 1)! dz k−1

calculamos o resíduo em z = −1:

d
Res(f, −1) = lim [(z + 1)2 f (z)]
z→−1 dz


c Rui F. Vigelis 30
d z 2 − 2z
= lim
z→−1 dz (z 2 + 4)

(2z − 2)(z 2 + 4) − (z 2 − 2z)(2z)


= lim
z→−1 (z 2 + 4)2
(−2 − 2)(1 + 4) − (1 + 2)(−2) 14
= 2
=− ,
5 25

em z = 2i:

Res(f, 2i) = lim [(z − 2i)f (z)]


z→2i
z 2 − 2z
= lim
z→2i (z + 1)2 (z + 2i)
−4 − 4i
=
(2i + 1)2 (2i + 2i)
7+i
= ,
25

e em z = −2i:

Res(f, −2i) = lim [(z + 2i)f (z)]


z→−2i
z 2 − 2z
= lim
z→−2i (z + 1)2 (z − 2i)
−4 + 4i
=
(−2i + 1)2 (−2i − 2i)
7−i
= .
25
d
(b) A função sen z tem zero simples em z = 0, pois sen 0 = 0 e [ dz sen z]z=0 =
[cos z]z=0 = 1. Com isso, existe função analítica h, satisfazendo h(0) 6= 0, definida
numa vizinhança de z = 0, tal que sen z = h(z)z. Consequentemente, podemos
expressar
sen z h(z)z h(z)
f (z) = 2
= f (z) = 2
= .
z z z
Visto que a função h(z) é analítica numa vizinhança de z = 0 e h(z) 6= 0, chegamos
à conclusão de que z = 0 é polo de ordem 1 da função f . Assim, calculamos o
resíduo
d sen z
Res(f, 0) = lim [zf (z)] = lim = 1.
z→0 dz z→0 z

3. Primeiro, expressamos a função f (z) como

z
f (z) = h1 (z)(z + 1)−2 , em que h1 (z) = ,
z2
+1
z
f (z) = h2 (z)(z − i)−1 , em que h2 (z) = ,
(z + 1)2 (z + i)


c Rui F. Vigelis 31
ou

z
f (z) = h3 (z)(z + i)−1 , em que h3 (z) = .
(z + 1)2 (z − i)

Observe que as funções h1 (z), h2 (z) e h3 (z) são analíticas em z1 = −1, z2 = i e z3 = −i.
Além disso, h1 (−1) 6= 0, h2 (i) 6= 0 e h2 (−i) 6= 0. Logo, a função f (z) possui polo duplo
em z1 = −1 e polos simples em z2 = i e z3 = −i. Calculando o resíduo no polo z1 = −1,
obtemos

1 d2−1 h 2 z i
Res(f, −1) = lim (z + 1)
z→−1 (2 − 1)! dz 2−1 (z + 1)2 (z 2 + 1)
d z −z 2 + 1
= lim = lim = 0.
z→−1 dz (z 2 + 1) z→−1 (z 2 + 1)2

Com respeito a z2 = i e z3 = −i, encontramos

1 h z i
Res(f, i) = lim (z − i)
z→i (1 − 1)! (z + 1)2 (z 2 + 1)
z 1 1
= lim = = ,
z→i (z + 1)2 (z + i) 2(i + 1) 2 4i

1 h z i
Res(f, −i) = lim (z + i)
z→i (1 − 1)! (z + 1)2 (z 2 + 1)
z 1 1
= lim = =− .
z→−i (z + 1)2 (z − i) 2(−i + 1) 2 4i

Pelo Teorema dos Resíduos,


Z 3
X   1 1
f (z)dz = 2πi Res(f, zk ) = 2πi 0 + − = 0.
γ 4i 4i
k=1

4. (a) A função f (z) pode ser escrita como

z+1
f (z) = h1 (z)(z − 0)−1 , em que h1 (z) = ,
z−2

z+1
f (z) = h2 (z)(z − 2)−1 , em que h2 (z) = ,
z

Como h1 (0) 6= 0 e h2 (2) 6= 0, e as funções h1 (z) e h2 (z) são analíticas em z1 = 0 e


z2 = 2, temos que a função f (z) possui polos simples em z1 = 0 e z2 = 2. Nesses
polos, calculamos os resíduos

z+1 1
Res(f, 0) = lim =− ,
z→0 z − 2 2


c Rui F. Vigelis 32
e

z+1 3
Res(f, 2) = lim = .
z→2 z 2

(b) A função 1 − e2z tem zero de multiplicidade 1 em z = 0, pois 1 − e2·0 = 0 e


d
dz (1 − e2z )|z=0 = [−2e2z ]z=0 = −2. É imediado que z = 0 é zero de multiplicidade
4 da função z 4 . Com isso, temos que z = 0 é zero de multiplicidade 3 da função
f (z) = (1 − e2z )/z 4 . Assim, estabelecemos

1 d2 h 3 1 − e2z i
Res(f, 0) = lim z
z→0 2! dz 2 z4
1 − e + 2ze2z − 2z 2 e2z
2z
= lim .
z→0 z3

Sejam g(z) = 1 − e2z + 2ze2z − 2z 2 e2z e h(z) = z 3 . Pela Regra de L’Hôpital, temos

g(z) g 000 (0) 8 4


Res(f, 0) = lim = 000 =− =− ,
z→0 h(z) h (0) 6 3

onde foi usado que g 000 (z) = −8e2z − 32ze2z − 16z 2 e2z e h000 (z) = 6.
(c) Como a função h(z) = e2z é analítica em z = 1, e h(0) = e2·0 = 1 6= 0, concluímos
que a função f (z) = e2z /(z − 1)2 = h(z)(z − 1)−2 possui um polo duplo em z = 1.
Deste modo,

1 dh e2z i
Res(f, 1) = lim (z − 1)2
z→1 (2 − 1)! dz (z − 1)2
= lim 2e2z = 2e2 .
z→1

(d) Sabemos que cos(z) = 0 se e somente se z = zk := (k + 1/2)π. Nesses pontos temos


que cos0 (zk ) = − sen(zk ) = (−1)k 6= 0. Logo zk é zero simples da função cos(z).
Concluímos então que f (z) = z/ cos(z) tem polos simples em zk = (k + 1/2)π, para
todo k ∈ Z. No polo zk , calculamos o resíduo
 z  zk zk
Res , zk = 0
=−
cos(z) cos (zk ) sen(zk )
= (−1)k+1 (k + 1/2)π.

(e) A função f (z) pode ser escrita como

ez
f (z) = h1 (z)(z − iπ)−1 , em que h1 (z) = ,
z + iπ

ez
f (z) = h2 (z)(z + iπ)−1 , em que h2 (z) = ,
z − iπ


c Rui F. Vigelis 33
Como h1 (iπ) 6= 0 e h2 (−iπ) 6= 0, e as funções h1 (z) e h2 (z) são analíticas em z1 = iπ
e z2 = −iπ, temos que a função f (z) possui polos simples em z1 = iπ e z2 = −iπ.
Nesses polos, calculamos os resíduos
h ez i eiπ 1
Res(f, iπ) = lim (z − iπ) 2 2
= =− ,
z→iπ z +π 2iπ 2iπ

e
h ez i e−iπ 1
Res(f, −iπ) = lim (z + iπ) 2 2
= = .
z→−iπ z +π −2iπ 2iπ

5. (a) Inicialmente, determinamos a função racional

1 1 2i
F (z) = 1 −1 1 −1
= 2
,
iz a − b 2 (z + z ) − c 2i (z − z ) (b − ic)z − 2az + b + ic

que possui polos simples em


√ √
a− a2 − b2 − c2 a+ a2 − b2 − c2
z1 = , z2 = .
b − ic b − ic

Devido à condição a2 > b2 + c2 ≥ 0, somente z1 situa-se no interior do círculo


unitário centrado na origem. Calculamos o resíduo

2i
Res(F, z1 ) = lim
(b − ic)(z − z2 )
z→z1
2i
=
(b − ic)(z1 − z2 )
−i
=√ ,
a2 − b2 − c2

de modo a obtermos
Z 2π
1 2π
dθ = 2πi Res(F, z1 ) = √ .
0 a − b cos θ − c sen θ a − b2 − c2
2

(b) Com a substituição cos θ = (z + z −1 )/2, obtemos

1 (z + z −1 )/2 1 z2 + 1
F (z) = = − .
iz 5 − 4(z + z −1 )/2 2i z(2z 2 − 5z + 2)

Das raízes do polinômio z(2z 2 − 5z + 2) = z(2z − 1)(z − 2), somente z = 0 e z = 1/2


pertencem ao interior do círculo C1 (0). Calculamos o resíduo em z = 0:

Res(F, 0) = lim [zF (z)]


z→0
1 z2 + 1
= lim −
z→0 2i (2z − 1)(z − 2)


c Rui F. Vigelis 34
1 1 1
=− =−
2i (−1)(−2) 4i

e em z = 1/2:

Res(F, 1/2) = lim [(z − 1/2)F (z)]


z→1/2

1 z2 + 1
= lim −
z→1/2 2i 2z(z − 2)
1 (1/2)2 + 1 1 1+4
=− =−
2i 2(1/2)(1/2 − 2) 2i 2(1 − 4)
5
= .
12i

Assim, obtemos
Z 2π
cos 2θ
dθ = 2πi[Res(F, 0) + Res(F, 1/2)]
0 5 − 4 cos θ
 1 5 
= 2πi − +
4i 12i
π
= .
3

(c) Com cos θ = (z + z −1 )/2, encontramos

1 1 −iz
F (z) = 1 = 4 ,
−1
iz 1 + 8[ 2 (z + z )]2 2z + 5z 2 + 2
√ √ √
que tem polos simples em ±i 2 e ±i/ 2. Desses polos, apenas ±i/ 2 pertence ao
interior do círculo C1 (0). Nesses polos, calculamos os resíduos

√ h √ −iz i
Res(F, i/ 2) = lim√ (z − i/ 2)
z→i/ 2 2z 4 + 5z 2 + 2
h −iz i
= lim√ √
z→i/ 2 2(z 2 + 2)(z + i/ 2)

−i(i/ 2)
= √ √
2(−1/2 + 2)(i/ 2 + i/ 2)
−i
=
6

e
√ h √ −iz i
Res(F, −i/ 2) = lim√ (z + i/ 2)
z→−i/ 2 2z 4 + 5z 2 + 2
h −iz i
= lim√ √
z→−i/ 2 2(z 2 + 2)(z − i/ 2)

−i(−i/ 2)
= √ √
2(−1/2 + 2)(−i/ 2 − i/ 2)


c Rui F. Vigelis 35
−i
= .
6

Deste modo, podemos estabelecer


Z 2π
1 √ √
2
dθ = 2πi[Res(F, i/ 2) + Res(F, −i/ 2)]
0 1 + 8 cos (θ)
 i i  2π
= 2πi − − = .
6 6 3

(d) Fazemos as substituições sen(3θ) = 1 i3θ − e−i3θ ) e cos θ = 12 (eiθ + e−iθ ), de modo
2i (e
a obtermos

sen(3θ) 1
(ei3θ − e−i3θ ) i[(eiθ )6 − 1]
= 2i 1 iθ = = R(cos θ, sen θ).
5 − 3 cos θ 5 − 3 2 (e + e−iθ ) (eiθ )2 [3(eiθ )2 − 10eiθ + 3]

Com isso, estabelecemos

1 i(z 6 − 1) z6 − 1
F (z) = = .
iz z 2 (3z 2 − 10z + 3) z 3 (3z 2 − 10z + 3)

O polinômio z 3 (3z 2 − 10z + 3) possui raízes 0, 1/3 e 3. Calculando os resíduos de


F em 0 e 1/3, que são as singularidades pertencentes ao interior do círculo C1 (0),
obtemos

1 d3−1 h 3 z6 − 1 i
Res(F, 0) = lim z
z→0 (3 − 1)! dz 3−1 z 3 (3z 2 − 10z + 3)
 10z 91 91 91 
2
= lim + + + 2z +
z→0 3 (z − 3)3 27(3z − 1)3 27
91
=− ,
27

z6 − 1
Res(F, 1/3) = lim
z→1/3 z 3 3(z − 3)

(1/3)6 − 1
=
(1/3)3 3(1/3 − 3)
91
= .
27

Assim, estabelecemos
Z 2π
sen(3θ)
dθ = 2πi[Res(F, 0) + Res(F, 1/3)]
0 5 − 3 cos θ
 91 91 
= 2πi − + = 0.
27 27

6. (a) Como o grau do polinômio q(z) = z 2n + 1 é sempre maior que 2 mais o grau de


c Rui F. Vigelis 36
p(z) = 1, temos

Z ∞ n−1 
1 X  1
dx = 2πi Res 2n , zk ,
−∞ x2n + 1 z +1
k=0

em que zk = exp(i2π(k + 1/2)/2n), para k = 0, 1, . . . , n − 1, são as raízes de


q(z) = z 2n +1 pertencentes ao semiplano Im z > 0. Tendo o polinômio q(z) somente
raízes simples, calculamos o resíduo em zk pela expressão
 1  p  p(zk ) 1
Res , zk = Res , zk = 0 = .
2n
z +1 q q (zk ) 2nzk2n−1

Observando que
1 zk
= = −zk = −eiπ/2n eiπk/n ,
zk2n−1 zk2n
podemos escrever

n−1  n−1 n−1


X  1 X 1 eiπ/2n X iπk/n
Res , zk = = − e
k=0
z 2n + 1 2nzk2n−1
k=0
2n
k=0
eiπ/2n 1 − eiπ
=−
2n 1 − eiπ/n
1 i
=−
2n (eiπ/2n − e−iπ/2n )/2i
1 i
=− π .
2n sen( 2n )

Com isso, chegamos a


Z ∞
1 hn−1
X  1 i
dx = 2πi Res , zk
−∞ x2n + 1 z 2n + 1
k=0
h 1 i i π 1
= 2πi − π = π .
2n sen( 2n ) n sen( 2n )

(b) Sejam p(z) =√z 2 e q(z)



= 1 + z√4 . A função

racional p(z)/q(z) possui polos simples
2 2 2 2
na raízes ±( 2 +i 2 ) e ±(− 2 +i 2 ) do polinômio q(z). Assim, se zk denota
qualquer uma dessas raízes, obtemos
p  p(zk ) z2 1
Res , zk = 0 = k3 = .
q q (zk ) 4zk 4zk

Nas raízes de q(z) que se situam no semiplano Im z > 0, calculamos o resíduos

 p √2 √ 
2 1

(1 − i) 2
Res , +i = √ √ = ,
q 2 2 4( 22 + i 22 ) 8


c Rui F. Vigelis 37
e
√  √ √
p2 2 1 (−1 − i) 2
Res , − +i = √ √ = .
q 2 2 4(− 22 + i 22 ) 8

Como n ≥ m + 2, em que m é o grau de p(z) e n é o grau de q(z), temos


Z ∞
x2 h  p √2 √ 
2  p √2 √ i
2
4
dx = 2πi Res , +i + Res , − +i
−∞ 1+x q 2 2 q 2 2
h (1 − i)√2 (−1 − i)√2 i π √2
= 2πi + = .
8 8 2

(c) Se m é o grau de p(z) = z 2 e n é o grau de q(z) = (z 2 + 1)(z 2 + 4), então n ≥ m + 2.


Assim,
Z ∞ n
X  p(z) 
p(x)
dx = 2πi Res , zk ,
−∞ q(x) q(z)
k=1

em que z1 , . . . , zn são as raízes de q(z) pertencentes ao semiplano Im z > 0. O


polinômio q(z) = (z 2 + 1)(z 2 + 4) possui duas raízes z1 = i e z2 = 2i pertencendo
ao semiplano Im z > 0. Calculando os resíduos
 z2  h z2 i
Res , i = lim (z − i)
(z 2 + 1)(z 2 + 4) z→i (z 2 + 1)(z 2 + 4)
z2
= lim
z→i (z + i)(z 2 + 4)

i2 i
= 2
=
(i + i)(i + 4) 6

e
 z2  h z2 i
Res , 2i = lim (z − 2i)
(z 2 + 1)(z 2 + 4) z→2i (z 2 + 1)(z 2 + 4)
z2
= lim 2
z→2i (z + 1)(z + 2i)

(2i)2 i
= 2
=− ,
[(2i) + 1](2i + 2i) 3

podemos escrever

x2 z2 z2
Z h    i
dx = 2πi Res , i + Res , 2i
−∞ (x2 + 1)(x2 + 4) (z 2 + 1)(z 2 + 4) (z 2 + 1)(z 2 + 4)
i i  π
= 2πi − = .
6 3 3

(d) Se m é o grau de p(z) = 1 e n é o grau de q(z) = (z 2 + 1)2 , então n ≥ m + 2. Nessas


condições,
Z ∞ n
X  p(z) 
p(x)
dx = 2πi Res , zk ,
−∞ q(x) q(z)
k=1


c Rui F. Vigelis 38
em que z1 , . . . , zn são as raízes de q pertencentes ao semiplano Im z > 0. O polinômio
q(z) = (z 2 + 1)2 possui somente uma raiz z = i, cuja ordem é 2, pertencente ao
semiplano Im z > 0. De posse do resíduo
 
 1  d 2 1
Res , i = lim (z − i) 2
(z 2 + 1)2 z→i dz (z + 1)2
d 1
= lim
z→i dz (z + i)2
−2 −2
= lim 3
=
z→i (z + i) (i + i)3
1
= ,
4i

estabelecemos
Z ∞
1  1  π
dx = 2πi Res , i = .
−∞ (x2 + 1)2 (z 2 + 1)2 2

7. (a) Como a função cos(x) é par e a função sen(x) é ímpar, podemos escrever

∞ ∞ ∞
eix
Z Z Z
cos x cos x
dx = VP dx = VP dx.
−∞ x2 + 1 −∞ x2 + 1 −∞ x2 + 1

Visto que limz→∞ 1/(z 2 + 1) = 0, obtemos


eix  eiz
Z 
VP dx = 2πi Res , i
−∞ x2 + 1 z2 + 1
h eiz i
= 2πi lim (z − i) 2
z→i z +1
eiz
= 2πi lim
z→i z + i
ei·i π
= 2πi = .
i+i e

Reunido as duas equações, chegamos à igualdade desejada.


(b) Sendo cos(x) uma função par, e sen(x) uma função impar, temos

∞ ∞ ∞
eix
Z Z Z
cos x cos x
dx = VP dx = VP dx.
−∞ (x2 + 1)2 −∞ (x2 + 1)2 −∞ (x2 + 1)2

Calculando o resíduo
 eiz  dh 2 eiz i d h eiz i
Res , i = lim (z − i) = lim
(z 2 + 1)2 z→i dz (z 2 + 1)2 z→i dz (z + i)2

ieiz (z + i)2 − eiz 2(z + i)


= lim
z→i (z + i)4
ie−1 (−4) − e−1 2(2i)
=
(2i)4


c Rui F. Vigelis 39
−i
= ,
2e

podemos escrever
∞ ∞
eix
Z Z
cos x
dx = VP dx
−∞ (x2 + 1)2 2
−∞ (x + 1)
2
 eiz 
= 2πi Res , i
(z 2 + 1)2
 −i  π
= 2πi = .
2e e

(c) É imediato que


∞ Z ∞
xeπx
Z
x sen(πx)  
VP dx = Im VP dx .
−∞ x2 + 2x + 5 2
−∞ x + 2x + 5

O polinômio z 2 + 2z + 5 possui raízes z1 = −1 + 2i e z2 = −1 − 2i. Consideraremos


a raiz z1 = −1 + 2i, que pertence ao semiplano positivo Im z > 0. Nessa raiz,
calculamos o resíduo
 zeiπz  h zeiπz i
Res 2 , −1 + 2i = lim (z + 1 − 2i) 2
z + 2z + 5 z→−1+2i z + 2z + 5
ze iπz
= lim
z→−1+2i z + 1 + 2i
(−1 + 2i)eiπ(−1+2i)
=
4i
−2 − i
= .
4e2π

Deste modo, estabelecemos



xeπx  zeiπz
Z 
VP dx = 2πi Res , −1 + 2i
−∞ x2 + 2x + 5 z 2 + 2z + 5
−(2 + i)e−2π
= 2πi
4
π π
= 2π − i 2π ,
2e e

implicando assim Z ∞
x sen(πx) π
VP dx = − 2π .
−∞ x2 + 2x + 5 e


c Rui F. Vigelis 40
Soluções e respostas dos exercícios do Capítulo 6

1. (a) Começamos com o desenvolvimento


3n − 2z −5z 5
− 3 = = .

n+z n+z |n/z + 1|

Para n ≥ 2|z|, temos

|n/z + 1| = |n/z − (−1)| ≥ |n/z| − | − 1| = n/|z| − 1


1 1
≥ n/|z| − n/|z| = n/|z|,
2 2

e então 3n − 2z 5 5 10|z|
− 3 = ≤ 1 = .

n+z |n/z + 1| n

2 n/|z|
Se adicionalmente supormos n > 10|z|/ε, dado qualquer ε > 0, obteremos
3n − 2z 10|z| ε
− 3 ≤ < 10|z| = ε.

n+z n 10|z|

Assim, para qualquer n0 > max(2|z|, 10|z|/ε),


3n − 2z
− 3 < ε, para todo n ≥ n0 .

n+z

3n − 2z
Como ε > 0 é arbitrário, temos lim = 3.
√ n→∞ n + z
(b) Para qualquer n ≥ 2|z|, o que implica 12 n2 ≥ |z|2 , escrevemos

|n2 + z 2 | = |n2 − (−z 2 )| ≥ |n2 | − |(−z 2 )| = n2 − |z|2


1 1
≥ n2 − n2 = n2 .
2 2

Se além de n ≥ 2|z|, também assumirmos n > 2|z|/ε, fixado qualquer ε > 0,
teremos nz n|z| |nz| 2|z| ε
− 0 = 2 ≤ 1 2 = < 2|z| =ε

2
n +z
2 2
|n + z | n 2|z|
2n

Deste modo, escolhendo qualquer n0 > max( 2|z|, 2|z|/ε), segue que
nz
− 0 < ε, para todo n ≥ n0 .

n2 + z 2

nz
Como ε > 0 é qualquer, obtemos lim = 0.
n→∞ n2 + z2
2. Se z ∈ Dr (0), então | n1 z n | = 1 n ≤ rn para n ≥ 1. Como a série ∞
1 n n
P
n |z| ≤ nr n=1 r
P∞ 1 n
converge, o teste de Weierstrass implica que a série n=1 n z converge uniformemente
em Dr (0).


c Rui F. Vigelis 41
3. Da série de potências definindo sen z, temos
∞ ∞
X (−1)n z 2n+1 X |z|2n+1

| sen z| =
≤ = senh |z|.
(2n + 1)! (2n + 1)!
n=0 n=0

Considere a função f (x) = x cosh 1 − senh x. Então f 0 (x) = cosh 1 − cosh x ≥ 0 para
x ∈ [0, 1]. Logo f é não decrescente em [0, 1] e f (x) ≥ f (0) = 0, o que implica
senh x ≤ x(cosh 1) em [0, 1]. Se z ∈ D1 (0) então | sen z n | ≤ senh |z n | ≤ |z|n (cosh 1), e
assim a série ∞ n
P
n=0 sen(z ) converge absolutamente. Já no caso de z ∈ D r (0), teremos
P∞
| sen z n | ≤ |z|n cosh 1 ≤ rn (cosh 1). Pelo teste de Weierstrass, a série n=0 sen(z )
n

converge uniformemente em Dr (0).

4. (a) Se |z| < 1, teremos


zn |z|n 1
√ = √ < √

n n+1 n n+1 n n+1
1 1
< √ = 3/2 .
n n n
P∞ 1
Como a série n=1 n3/2 converge, o Teste de Weierstrass com Mn = 1/n3/2 nos
P∞ n
fornece que a série n=1 n√zn+1 converge uniformemente para |z| < 1.
(b) Para n ≥ 3 e 1 < |z| < 2, podemos escrever

1
|n2 − z 2 | ≥ | |n2 | − |z 2 | | = n2 − |z|2 ≥ n2 − 4 ≥ n2 ,
2

e assim 1 2
≤ 2.

2
n −z 2 n
P∞ 1
Pelo teste de Weierstrass (com Mn = 2/n2 ), a série n=3 n2 +z 2 converge uniforme-
mente em 1 < |z| < 2. O fato de termos desconsiderado os dois primeiros termos
da série ∞ 1
P
n=1 n2 +z 2 não afeta sua convergência uniforme.
Pn k,
5. Seja sn (z) = k=0 ak z para n ≥ 0. Do desenvolvimento

|sn (reiθ )|2 = sn (reiθ )s∗n (reiθ )


X n X n 
k iθk ∗ l −iθl
= ak r e al r e
k=0 l=0
n
XX n
= ak a∗l rk+l eiθ(k−l) ,
k=0 l=0

e do resultado 
Z 2π 2π, se k = l,
eiθ(k−l) dθ =
0 0, se k 6= l,


c Rui F. Vigelis 42
estabelecemos
Z 2π n X
X n Z 2π

|sn (re )| dθ = 2
ak a∗l rk+l eiθ(k−l) dθ
0 k=0 l=0 0

Xn
= |ak |2 r2k .
k=0
P∞ n
Como f (z) = n=0 an z
converge em DR (0), temos que o raio de convergência dessa
série de potências é ≥ R. Consequentemente, f (z) = ∞ n
P
n=0 an z converge uniforme-
mente em Dr (0), para 0 ≤ r < R. Assim, dado qualquer ε > 0, existe n0 ≥ 0 tal
que
ε
|sn (z) − f (z)| < , para todo n ≥ n0 e todo z ∈ Dr (0),
4πM
P∞ n.
em que M := n=0 |an |r Para todo z ∈ Dr (0), a função f (z) satisfaz


X ∞
X
n
|f (z)| ≤ |an | |z| ≤ |an |rn = M.
n=0 n=0

Do mesmo modo, |sn (z)| ≤ M , para todo z ∈ Dr (0). Logo, se n ≥ n0 e z ∈ Dr (0),


podemos escrever

| |sn (z)|2 − |f (z)|2 | = | |sn (z)| − |f (z)| | · (|sn (z)| + |f (z)|)


≤ |sn (z) − f (z)| · (|sn (z)| + |f (z)|)
ε ε
< 2M = .
4πM 2π

Usamos esse resultado para estabelecemos

n 2π 2π
X Z Z
2 2k iθ 2 iθ 2 iθ 2


|ak | r − |f (re )| dθ = (|sn (re )| − |f (re )| )dθ
k=0 0 0
Z 2π
≤ | |sn (reiθ )|2 − |f (reiθ )|2 |dθ
0
Z 2π
ε
< dθ = ε,
0 2π

para qualquer n ≥ n0 . Sendo ε > 0 arbitrário, temos


Z 2π ∞
X
|f (reiθ )|2 dθ = |an |2 r2n .
0 n=0

6. (a) Pelo Critério da Razão,


nk  n k
R = lim = lim

n→∞ (n + 1)k n→∞ n + 1

 n  k
= lim = 1k = 1.
n→∞ n + 1


c Rui F. Vigelis 43
p
(b) Como limn→∞ n
|nn | = limn→∞ n = ∞, o Critério da Raiz implica que R = 0.
(c) Pelo Critério da Razão, obtemos
n!/nn
R = lim

n→∞ (n + 1)!/(n + 1)n+1

(n + 1)n
= lim
n→∞ nn
 1 n
= lim 1 + = e.
n→∞ n

(d) Usando Critério da Razão, determinamos o raio


n/2n n
R = lim = lim 2 = 2.

n→∞ (n + 1)/2 n+1 n→∞ n + 1

7. (a) Do desenvolvimento
z 1
f (z) = =1+ ,
z−1 z−1
vemos que
(−1)n n!
f (n) (z) = .
(z − 1)n+1
Assim, f (n) (0) = −n! e podemos escrever a séries de Taylor
∞ ∞
X f (n) (0) n
X
f (z) = (z − 0) = −z n .
n!
n=0 n=1

Pelo Critério da Razão, essa série tem raio de convergência


−1
R = lim = 1.

n→∞ −1

(b) Como
(−1)n n!
f (n) (z) = ,
zn
é imediato que f (n) (1) = (−1)n n!. Com isso, determinamos a série de Taylor de
f (z) em torno de z0 = 1:
∞ ∞
1 X f (n) (1) X
= (z − 1)n = (−1)n (z − 1)n .
z n!
n=0 n=1

Usando Critério da Razão, encontramos o raio de convergência


(−1)n
R = lim = 1.

n→∞ (−1)n+1


c Rui F. Vigelis 44
(c) Da série de Taylor da função exponencial

X zn
ez = ,
n!
n=0

obtemos

ez − e−z
senh(z) =
2
∞ ∞
1 X z n X (−z)n

= −
2 n! n!
n=0 n=0

X z 2n+1
= . (2)
(2n + 1)!
n=0

Expressando senh(z) = zg(z 2 ), em que



X zn
g(z) = , (3)
(2n + 1)!
n=0

vemos que o raio de convergência da série (2) é igual à raiz quadrada do raio de
convergência da série (3). Do Critério da Razão, determinamos o raio de conver-
gência
1/(2n + 1)! (2n + 3)!
R = lim = lim

n→∞ 1/(2(n + 1) + 1)! n→∞ (2n + 1)!
= lim (2n + 2)(2n + 3) = ∞.
n→∞

(d) Usando a a expansão em série de Taylor da função exponencial, estabelecemos

ez + e−z
cosh(z) =
2
∞ ∞
1 X z n X (−z)n

= +
2 n! n!
n=0 n=0

X z 2n
= . (4)
(2n)!
n=0

Escrevendo cosh(z) = g(z 2 ), em que



X zn
g(z) = , (5)
(2n + 1)!
n=0

concluímos que o raio de convergência da série (4) é igual à raiz quadrada do raio
de convergência da série (5). Pelo Critério da Razão, encontramos o raio de conver-


c Rui F. Vigelis 45
gência
1/(2n + 1)! (2n + 3)!
R = lim = lim

n→∞ 1/(2(n + 1) + 1)! n→∞ (2n + 1)!

= lim (2n + 2)(2n + 3) = ∞.


n→∞

(e) De f (n) (z) = 2n e2z , obtemos a série


∞ ∞
2z
X f (n) (0) n
X 2n
e = (z − 0) = zn,
n! n!
n=0 n=1

cujo raio de convergência, pelo Critério da Razão, é


2n /n! n+1
R = lim = lim = ∞.

n→∞ 2n+1 /(n + 1)! n→∞ 2

8. (a) Para |z/2| < 1, podemos estabelecer


∞ ∞
1 −1/2 1 X  z n X zn
= =− = − n+1 .
z−2 1 − (z/2) 2 2 2
n=0 n=0

Assim, se 0 < |z| < 2, segue que


∞ ∞
1 1X zn X z n−1
= − n+1 = − n+1
z(z − 2) z 2 2
n=0 n=0

X zn
= − .
2n+2
n=−1

(b) Agora, para |2/z| < 1, temos


∞ ∞
1 1 1 X 2 n X 2n
= = = .
z−2 z(1 − 2/z) z z z n+1
n=0 n=0

Logo, com |z| > 2, chegamos a


∞ ∞
1 1 X 2n X 2n
= =
z(z − 2) z z n+1 z n+2
n=0 n=0

X 2n−2
= .
zn
n=2

9. (a) Usando a série de Taylor



1 X
= (n + 1)z n ,
(1 − z)2
n=0


c Rui F. Vigelis 46
estabelecemos, para |z/3| < 1,

1 1
=
(z − 3)2 9(1 − z/3)2

1X  z n
= (n + 1)
9 3
n=0

X n+1
= zn.
3n+2
n=0

(b) Se |3/z| < 1, então

1 1
= 2
(z − 3)2 z (1 − 3/z)2

1 X  3 n
= 2 (n + 1)
z z
n=0

X (n + 1)3n
= .
z n+2
n=0

10. (a) Para 0 < |z| < 1, segue que

1 + 2z 1 2
2 3
= 2 +
z +z z (1 + z) z(1 + z)
∞ ∞
1 X n 2X
= 2 (−z) + (−z)n
z z
n=0 n=0

X X∞
= (−1)n z n−2 − 2 (−1)n z n−2
n=0 n=1

X
= z −2 + (−1)n+1 z n−2 .
n=1

(b) Pela representação em série de Taylor da função exponencial, temos


∞ ∞
ez 1 X z n X z n−2
f (z) = 2 = 2 = ,
z z n! n!
n=0 n=0

onde assumimos |z| > 0.


(c) Usamos a representação em série de Taylor da função exponencial para estabelecer,
para |z − 1| > 0,

e−z 1 e−(z−1)
f (z) = =
(z − 1)2 e (z − 1)2

X [−(z − 1)]n
1 1
=
e (z − 1)2 n!
n=0


c Rui F. Vigelis 47

X 1 (−1)n
= (z − 1)n−2 .
e n!
n=0

(d) Da representação em série de Taylor



X (−1)n
cos z = z 2n ,
n!
n=0

obtemos

1 X (−1)n  1 2n
f (z) = z cos =z
z n! z
n=0

X (−1)n 1
= .
n! z 2n−1
n=0

11. Da expressão
z 2
=1+ ,
z−2 z−2
segue que
f (z) = ez/(z−2) = e · e2/(z−2) .

Assim, para |z − 2| > 0,


∞ ∞
X 1  2 n X e2n 1
f (z) = e = .
n! z − 2 n! (z − 2)n
n=0 n=0

Logo, a região de convergência dessa série de Laurent é A0,∞ (2) = {z ∈ C : |z − 2| > 0}.
Como na série de Laurent de f (z) as potências (z − 2)−n aparecem uma quantidade
infinita de vezes, a singularidade de f (z) em z = 2 é essencial.


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