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Tribunal Regional Federal da 5ª Região

PJe - Processo Judicial Eletrônico


Consulta Processual

09/09/2018

Número: 0805802-55.2016.4.05.8100
Classe: EXECUÇÃO PROVISÓRIA
Partes
Tipo Nome
ADVOGADO Marcelo Leal de Lima Oliveira
CONDENADO FRANCISCO DEUSMAR DE QUEIROS
ADVOGADO ANASTACIO JORGE MATOS DE SOUSA MARINHO
EXEQUENTE MINISTÉRIO PÚBLICO FEDERAL

Documentos
Id. Data/Hora Documento Tipo
4058100.1463935 21/06/2016 TERMO DE AUTUAÇÃO Petição Inicial
15:25
4058100.1463936 21/06/2016 0012628-43.2010.4.05.8100 - FRANCISCO Documento de Comprovação
15:25 DEUSMAR DE QUEIRÓS - Parte 1
4058100.1463937 21/06/2016 0012628-43.2010.4.05.8100 - FRANCISCO Documento de Comprovação
15:25 DEUSMAR DE QUEIRÓS - Parte 2
4058100.1463938 21/06/2016 0012628-43.2010.4.05.8100 - FRANCISCO Documento de Comprovação
15:25 DEUSMAR DE QUEIRÓS - Parte 3
4058100.1463947 21/06/2016 Certidão de Distribuição Certidão
15:25
4058100.1480467 28/06/2016 Manifestação Contestação
14:31
4058100.1480469 28/06/2016 Petição - Vara de Execução - DEUSMAR - Documento de Comprovação
14:31 aguardar o trânsito em julgado
4058100.1641793 27/08/2016 Despacho Despacho
01:59
4058100.1641794 27/08/2016 Intimação Expediente
01:59
4058100.1660887 02/09/2016 Certidão de Intimação Certidão de Intimação
14:58
4058100.1698256 19/09/2016 Cota nº 18127/2016 - MPF Cota
18:45
4058100.1792913 20/10/2016 Execução Penal Execução / Cumprimento de
13:43 Sentença
4058100.1792914 20/10/2016 PET 21032 execucao penal 0805802- Documento de Comprovação
13:43 55.2016.4.05.8100
4058100.1813428 27/10/2016 Petição de Retificação Petição
10:42
4058100.1813429 27/10/2016 PRO 21536 retificacao execucao penal Documento de Comprovação
10:42 0805802-55.2016.4.05.8100
4058100.1941566 12/12/2016 Petição comunicando decisão STJ Petição (3º Interessado)
14:23
4058100.1941567 12/12/2016 Deusmar - Comunicando decisão STJ Documento de Comprovação
14:23
4058100.1941570 12/12/2016 Decisão STJ Documento de Comprovação
14:23
4058100.1941575 12/12/2016 Decisão STJ - publicação Documento de Comprovação
14:23
4058100.1958376 16/12/2016 Telegrama STJ Certidão
14:17
4058100.1958377 16/12/2016 TELEGRAMA STJ 5T 43228-2016 Documento de Comprovação
14:17
4058100.2089618 17/02/2017 Decisão Decisão
14:57
4058100.2224141 29/03/2017 Inspeção Despacho Inspeção
17:05
4058100.3117660 18/12/2017 Intimação Expediente
14:59
4058100.3118300 18/12/2017 ANDAMENTO PROCESSUAL - PEDIDO DE Certidão
15:46 TUTELA PROVISORIA E RESP
4058100.3118301 18/12/2017 CONSULTA PROCESSUAL - STJ - PEDIDO DE Documento de Comprovação
15:46 TUTELA PROVISÓRIA
4058100.3118305 18/12/2017 CONSULTA PROCESSUAL - STJ - REsp Documento de Comprovação
15:46
4058100.3119782 18/12/2017 Petição Petição
18:32
4058100.3120491 19/12/2017 Certidão de Retificação de Autuação Certidão de retificação de autuação
00:00
4058100.3139891 28/12/2017 Certidão de Intimação Certidão de Intimação
00:01
4058100.3139892 28/12/2017 Certidão de Intimação Certidão de Intimação
00:01
4058100.3367801 02/03/2018 Inspeção Despacho Inspeção
12:14
4058100.3386518 07/03/2018 Juntada - Malote Digital com Telegrama STJ Certidão
12:06
4058100.3386519 07/03/2018 DECISÃO MONOCRÁTICA NO PEDIDO DE Documento de Comprovação
12:06 TUTELA PROVISÓRIA
4058100.3402567 12/03/2018 PEDIDO DE EXECUÇÃO Promoção
10:43
4058100.3402568 12/03/2018 PRO 04436 execucao provisoria PM 0805802- Documento de Comprovação
10:43 55.2016.4.05.8100
4058100.3402573 12/03/2018 tp 38 cassacao Documento de Comprovação
10:43
4058100.3402583 12/03/2018 RESP 1449193 Documento de Comprovação
10:43
4058100.3406913 12/03/2018 Manifestação Manifestação
17:17
4058100.3406914 12/03/2018 Deusmar petição violação ao pincípio do non Documento de Comprovação
17:17 reformatio in pejus execução provisória
garimpagem
4058100.3406916 12/03/2018 decisão HC 152.794-SP Documento de Comprovação
17:17
4058100.3417179 14/03/2018 Pedido de reconsideração Pedido de reconsideração
16:12
4058100.3417185 14/03/2018 Deusmar Petição Infomando Decisão STF1 (3) Documento de Comprovação
16:12
4058100.3417226 14/03/2018 Supremo Tribunal Federal - notícia Documento de Comprovação
16:12
4058100.3418426 14/03/2018 PROMOCAO Cota
23:34
4050000.1054579 15/03/2018 Anexos da Comunicação Anexos da Comunicação
3 09:46
4050000.1054579 15/03/2018 Comunicações Comunicações
1 09:46
4050000.1054605 15/03/2018 Comunicações Comunicações
4 09:52
4050000.1054606 15/03/2018 Comunicações Comunicações
0 09:54
4050000.1054606 15/03/2018 Anexos da Comunicação Anexos da Comunicação
1 09:54
4058100.3419330 15/03/2018 Petição de juntada Petição
10:25
4058100.3419331 15/03/2018 PETIÇÃO DE JUNTADA - FRANCISCO Documento de Comprovação
10:25 DEUSMAR DE QUEIROS
4058100.3419332 15/03/2018 Decisão Documento de Comprovação
10:25
4058100.3419812 15/03/2018 DECISÃO LIMINAR Certidão
11:22
4058100.3419814 15/03/2018 LIMINAR DE 15.03.2018 Documento de Comprovação
11:22
4058100.3419959 15/03/2018 Decisão Decisão
14:00
4058100.3421061 15/03/2018 Comunicações Comunicações
14:35
4050000.1054863 15/03/2018 Anexos da Comunicação Anexos da Comunicação
5 16:17
4050000.1054863 15/03/2018 Comunicações Comunicações
4 16:17
4058100.3427258 16/03/2018 Comunicações Comunicações
14:07
4058100.3457244 26/03/2018 Intimação Expediente
14:26
4058100.3467612 28/03/2018 Certidão de Intimação Certidão de Intimação
12:13
4058100.3467634 28/03/2018 Cota Cota
12:21
4058100.3491538 05/04/2018 Certidão de Intimação Certidão de Intimação
00:01
4058100.4019888 03/08/2018 PRO 14417 execucao provisoria Deusmar Petição
10:27 0805802-55.2016.4.05.8100.pdf
4058100.4049641 09/08/2018 JUNTADA - REsp e TP perante STJ e HC Certidão
14:04 perante TRF5
4058100.4049760 09/08/2018 TRF5 - Consulta Processual - HC 0802530- Documento de Comprovação
14:04 35.2018.4.05.0000
4058100.4049762 09/08/2018 Decisão liminar no HC - TRF5 Documento de Comprovação
14:04
4058100.4049769 09/08/2018 2ª Decisão liminar no HC - TRF5 - estende Documento de Comprovação
14:04 efeitos a correus
4058100.4049774 09/08/2018 ACORDAO NO HC - TRF5 - PARTE 1 Documento de Comprovação
14:04
4058100.4049783 09/08/2018 ACORDAO NO HC - TRF5 - PARTE 2 Documento de Comprovação
14:04
4058100.4049786 09/08/2018 STJ - Consulta Processual - REsp 1449193-CE Documento de Comprovação
14:04
4058100.4049788 09/08/2018 Decisão monocrática no REsp Documento de Comprovação
14:04
4058100.4049791 09/08/2018 AgRg no REsp Documento de Comprovação
14:04
4058100.4049794 09/08/2018 EDcl no AgRg no REsp Documento de Comprovação
14:04
4058100.4049796 09/08/2018 STJ - Consulta Processual - TP 38-CE Documento de Comprovação
14:04
4058100.4049797 09/08/2018 Decisão monocrática no TP 38 Documento de Comprovação
14:04
4058100.4049887 09/08/2018 JUNTADA - REsp e TP perante STJ e HC Certidão
14:07 perante TRF5 - PARTE 2
4058100.4049888 09/08/2018 2ª Decisão monocrática no TP 38 Documento de Comprovação
14:07
4058100.4049893 09/08/2018 AgRg no TP 38 Documento de Comprovação
14:07
4058100.4052659 10/08/2018 Certidão de Retificação de Autuação Certidão de retificação de autuação
00:00
4050000.1207907 17/08/2018 Anexos da Comunicação Anexos da Comunicação
1 17:11
4050000.1207907 17/08/2018 Comunicações Comunicações
0 17:11
4058100.4104867 21/08/2018 JUNTADA - MALOTE DIGITAL ORIUNDO DO Certidão
16:14 STJ DIA 21/08/18
4058100.4104872 21/08/2018 AgRg no TP 38 - Decisão STJ de 20.08.18 Documento de Comprovação
16:14
4058100.4065770 23/08/2018 Despacho Despacho
12:49
4058100.4117736 23/08/2018 Intimação Expediente
12:49
4058100.4118099 23/08/2018 Certidão de Intimação Certidão de Intimação
13:24
4058100.4125455 24/08/2018 PR-CE-MANIFESTACAO-16185_2018.pdf Petição
11:30
4058100.4352478 03/09/2018 COTA Cota
11:39
4058100.4792596 07/09/2018 Intimação Expediente
15:40
4058100.4792598 07/09/2018 Intimação Expediente
15:40
4058100.4829731 07/09/2018 Juntada de decisão do STJ - Determina início da Certidão
22:46 execução provisória
4058100.4829732 07/09/2018 DECISÃO DO STJ Documento de Comprovação
22:46
4058100.4837221 08/09/2018 Certidão de Retificação de Autuação Certidão de retificação de autuação
00:00
4058100.4833296 08/09/2018 Mandado de prisão (0805802- Mandado de Prisão
00:19 55.2016.4.05.8100.0001)
4058100.4890418 08/09/2018 Certidão de Intimação Certidão de Intimação
08:58
4058100.4913206 08/09/2018 Ciência ao Advogado Certidão
13:13
4058100.4918535 08/09/2018 Certidão de Intimação Certidão de Intimação
14:21
4058100.4930092 08/09/2018 petição Petição
16:21
4058100.4930093 08/09/2018 Deusmar Manifestação Prisão Vara de Documento de Comprovação
16:21 Execução
4058100.4940762 08/09/2018 PARECER Parecer
18:45
4058100.4943458 08/09/2018 PETIÇÃO NO RESP 1449193 - CE - execucao Documento de Comprovação
18:45 provisoria da pena
4058100.4943990 08/09/2018 Hc 161949 andamento Documento de Comprovação
18:45
4058100.4953737 08/09/2018 Entrega do Mandado de Prisão pela Oficiala de Certidão
20:29 Justiça
4058100.4953738 08/09/2018 CERTIDÃO DE ENTREGA DE MANDADO DE Documento de Comprovação
20:29 PRISÃO - FRANCISCO DEUSMAR DE
QUEIROS
4058100.4954426 08/09/2018 Intimação Expediente
20:34
4058100.4954442 08/09/2018 Certidão de Intimação Certidão de Intimação
20:34
4058100.4954505 08/09/2018 Certidão de Intimação Certidão de Intimação
20:35
4058100.5014923 09/09/2018 Certidão de Intimação Certidão de Intimação
06:49
TERMO DE AUTUAÇÃO

Nº PROCESSO

AUTOR: MINISTÉRIO PÚBLICO FEDERAL

RÉU: FRANCISCO DEUSMAR DE QUEIRÓS

Nº PROCESSO DE ORIGEM: 0012628-43.2010.4.05.8100

SISTEMA PROCESSO DE ORIGEM: TEBAS

JUSTIFICATIVAS:

Processo: 0805802-55.2016.4.05.8100
Assinado eletronicamente por:
FABIO MAGALHAES RODRIGUES - Servidor Cadastrador
16062115212002600000001464929
Data e hora da assinatura: 21/06/2016 15:25:03
Identificador: 4058100.1463935
Para conferência da autenticidade do documento: https://pje.jfce.jus.br/pje/Processo/ConsultaDocumento/listView.seam 1/1
1/64
2/64
3/64
4/64
5/64
6/64
7/64
8/64
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10/64
11/64
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16/64
17/64
18/64
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20/64
21/64
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24/64
25/64
26/64
27/64
28/64
29/64
30/64
31/64
32/64
33/64
34/64
35/64
36/64
37/64
38/64
39/64
40/64
41/64
42/64
43/64
44/64
45/64
46/64
47/64
48/64
49/64
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51/64
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53/64
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56/64
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Assinado eletronicamente por:
FABIO MAGALHAES RODRIGUES - Servidor Cadastrador
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25/63
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27/63
28/63
29/63
30/63
31/63
32/63
33/63
34/63
35/63
36/63
37/63
38/63
39/63
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41/63
42/63
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44/63
45/63
46/63
47/63
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51/63
52/63
53/63
54/63
55/63
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57/63
58/63
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FABIO MAGALHAES RODRIGUES - Servidor Cadastrador
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Assinado eletronicamente por:
FABIO MAGALHAES RODRIGUES - Servidor Cadastrador
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Data e hora da assinatura: 21/06/2016 15:25:03
Identificador: 4058100.1463938
Para conferência da autenticidade do documento: https://pje.jfce.jus.br/pje/Processo/ConsultaDocumento/listView.seam 49/49
TRIBUNAL REGIONAL FEDERAL 5ª REGIÃO
12ª VARA FEDERAL DA SEÇÃO JUDICIÁRIA DO CEARÁ
PROCESSO Nº: 0805802-55.2016.4.05.8100
CLASSE: EXECUÇÃO DA PENA
EXEQUENTE: MINISTÉRIO PÚBLICO FEDERAL
EXECUTADO: FRANCISCO DEUSMAR DE QUEIROS

Certidão de Distribuição

Tipo da Distribuição: Sorteio.


Concorreu(ram): 12ª VARA FEDERAL.
Impedido(s): -
Distribuído para: 12ª VARA FEDERAL.

Processo: 0805802-55.2016.4.05.8100
Data e hora da inclusão: 21/06/2016 15:25:24
Identificador: 4058100.1463947

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Manifestação.

Processo: 0805802-55.2016.4.05.8100
Assinado eletronicamente por:
ANASTACIO JORGE MATOS DE SOUSA MARINHO - Advogado
16062814281325300000001481475
Data e hora da assinatura: 28/06/2016 14:31:32
Identificador: 4058100.1480467
Para conferência da autenticidade do documento: https://pje.jfce.jus.br/pje/Processo/ConsultaDocumento/listView.seam 1/1
EXCELENTÍSSIMO(A) SENHOR(A) JUIZ(A) FEDERAL DA 12ª VARA DA SEÇÃO
JUDICIÁRIA DO ESTADO DO CEARÁ.

PROCESSO Nº 0805802-55.2016.4.05.8100
EXEQUENTE: MINISTÉRIO PÚBLICO FEDERAL
EXECUTADO: FRANCISCO DEUSMAR DE QUEIRÓS

FRANCISCO DEUSMAR DE QUEIRÓS, brasileiro, casado, empresário,


portador da Carteira de Identidade RG nº 207.206 SSP/CE, residente e domiciliado na
Avenida Beira Mar, 2270, apto. 1300, Fortaleza - CE, vem, com o devido respeito, perante
V. Exa., expor e requerer o seguinte:

I – BREVE HISTÓRICO PROCESSUAL

1. O Requerente foi condenado pela prática dos crimes previstos nos artigos
7º, IV, da Lei nº 7.492/86 e 27-C da Lei nº 6.385/76, supostamente praticados entre os
anos de 2000 e 2006.

2. Embora o Ministério Público tenha se contentado com os termos da


sentença prolatada em primeira instância, a defesa apelou dessa decisão, havendo a 3ª
Turma do Tribunal Regional Federal da 5ª Região dado parcial provimento ao recurso,
para afastar a condenação do Peticionante em relação ao crime previsto no artigo 27-C
da Lei nº 6.385/76, bem como para reconhecer a prescrição em relação à parte das
condutas que lhes foram imputadas.

3. Opostos, em duas oportunidades, embargos de declaração, o acórdão foi


mantido, ensejando a interposição de Recurso Especial, pelas alíneas “a” e “c” do artigo
105, III, da CF/88 em favor deste Peticionante.

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4. Ante a evidente violação a normas federais, o recurso foi admitido, sendo
autuado, no Superior Tribunal de Justiça, como REsp nº 1.449.193/CE, sob a relatoria do
Min. FÉLIX FISCHER.

5. Para a surpresa da defesa e apesar de não possuir mais jurisdição sobre


o caso, o juiz da 11ª Vara, invocando a decisão proferida pelo Supremo Tribunal Federal
no julgamento do HC 129.292, determinou que fossem remetidas cópias das principais
peças ao juízo das execuções penais, para o início do cumprimento da reprimenda
aplicada ao Requerente. Confira-se:

“Considerando o entendimento firmado pelo colendo Supremo Tribunal


Federal de que "a possibilidade de início da execução da pena
condenatória após a confirmação da sentença em segundo grau não
ofende o princípio constitucional da presunção da inocência" (HC 126292,
de 17/02/2016 - relator: ministro Teori Zavascki), determino que a
Secretaria extraia as peças discriminadas nos artigos 106 e 109 do
Provimento nº 01, de 25 de março de 2009, da Corregedoria Regional da
Justiça Federal da 5ª. Região, e as remeta ao Setor de Distribuição desta
Seção Judiciária para autuação de Execução Penal (classe 103) em
desfavor dos réus FRANCISCO DEUSMAR DE QUEIRÓS, GERALDO
DE LIMA GADELHA FILHO, IELTON BARRETO DE OLIVEIRA e
JERÔNIMO ALVES BEZERRA e distribuição à 12ª. Vara Federal,
privativa das execuções penais, através do Processo Judicial Eletrônico -
PJE.
2. Após a formação dos autos da Execução Penal, arquivem-se os
presentes autos, com baixa na Distribuição.
3. Expediente de praxe.
4. Cumpra-se.”

6. Tal decisão, no entanto, importa em flagrante constrangimento ilegal,


conforme se passa a demonstrar.

II – DA INCOMPETÊNCIA DO JUÍZO DA 11ª VARA PARA ORDENAR A FORMAÇÃO


DE AUTOS PARA A EXECUÇÃO DA PENA – EXAURIMENTO DA INSTÂNCIA –
COMPETÊNCIA EXCLUSIVA DO RELATOR DO RECURSO ESPECIAL

7. Inicialmente, salta aos olhos a que o juiz da 11ª Vara não mais possuía
competência para proferir decisão no presente processo, muito menos determinar ou
sugerir o cumprimento antecipado da pena.

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8. É o que sobressai, com clareza solar, do artigo 34, inciso III do Regimento
Interno do Superior Tribunal de Justiça:

“Art. 34. Compete ao Relator:


(…)
XIII – decidir o pedido de carta de sentença e assiná-la”.

9. A decisão sobre a prisão do Peticionante, quando já interposto o Recurso


Especial, portanto, é de responsabilidade do Relator do Recurso Especial.

10. Note-se, portanto, que, in casu, é flagrante a incompetência da 11ª Vara


Federal para determinar o cumprimento da pena. Da mesma forma, a 12ª Vara Federal,
juízo privativo das execuções penais, visto que, com o encaminhamento dos autos à sua
jurisdição, poderia, inadvertidamente, determinar o cumprimento antecipado da pena ao
ora Requerente, materializando-se, de modo precipitado e ilegal, o jus puniendi estatal.

III – DA NECESSIDADE DE TRÂNSITO EM JULGADO ESTABELECIDA NO TÍTULO


EXECUTIVO – IMPOSSIBILIDADE DE REFORMATIO IN PEJUS

11. O caso em tela possui peculiaridade que impede a execução provisória da


pena antes de seu trânsito em julgado.

12. É que a própria sentença, título executivo, foi expresso em afirmar que a
execução da pena deveria ocorrer “após o transito em julgado”. Confira-se:

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13. Na realidade, conforme se depreende de sua leitura, além de determinar
que a prisão do Peticionante somente deveria ocorrer após o transito em julgado, a
sentença chegou a reconhecer inexistirem elementos ensejadores da prisão cautelar.

14. Não existiam naquela época, nem atualmente!

15. De toda forma, certo é que o Ministério Público quedou-se inerte,


satisfazendo-se com o título executivo obtido.

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16. Ora, ainda que se pretenda executar provisoriamente a pena, a execução
está adstrita aos exatos termos da sentença e esta é expressa em afirmar que a prisão
somente deve dar-se após o trânsito em julgado.

17. A questão, portanto, não diz respeito, apenas, sobre a possibilidade ou


não da prisão ser decretada após a decisão proferida em Segundo Grau em jurisdição.

18. No caso em tela, existe uma questão anterior a ser discutida, que
prescinde da análise da decisão proferida pelo Supremo Tribunal Federal. É que, no caso
específico, a alteração do título executivo (sentença), sem recurso manejado pelo
Ministério Público, importaria em flagrante reformatio in pejus.

19. Em outras palavras, se a sentença condenatória expressamente afirma


que o cumprimento da pena deve dar-se apenas com o trânsito em julgado, não havendo
recurso por parte do Ministério Público, é expressamente vedado ao judiciário impor a
prisão cautelar do Réu.

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20. Nem se venha argumentar que o Ministério Público não teria recorrido em
face do então entendimento do Supremo Tribunal Federal. Tanto como hoje, a decisão
que orientava aquela Corte havia sido proferida no HC 84.078 da Relatoria do Ministro
EROS GRAU, sem força vinculante.

21. Vale dizer, quisesse a acusação a prisão do Acusado a partir da decisão


de Segundo Grau, deveria ter recorrido desta parte da sentença.

22. Mas não é só. A ausência de pedido do Ministério Público também deixa
às claras outra flagrante violação ao sistema acusatório e aos princípios da iniciativa das
partes e do impulso oficial.

23. Desde o advento da Constituição Federal de 1988 que o processo penal é


regido pelo sistema acusatório, que estabelece uma clara e nítida distinção entre as
funções de acusar, defender e julgar.

24. Corolário disso são os princípios da iniciativa das partes e da inércia ou


impulso oficial segundo os quais a jurisdição somente pode ser exercida se provocada
pela parte ou interessado.

25. É o que dispõe o art. 2º do Código de Processo Civil, aplicável


subsidiariamente à questão:

Art. 2º Nenhum juiz prestará a tutela jurisdicional senão quando a parte ou


o interessado a requerer, nos casos e forma legais.

26. No processo penal este princípio decorre do art. 24 do CPP que


estabelece:

Art. 24. Nos crimes de ação pública, esta será promovida por denúncia
do Ministério Público, mas dependerá, quando a lei o exigir, de requisição
do Ministro da Justiça, ou de representação do ofendido ou de quem tiver
qualidade para representá-lo.

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27. Neste sentido esclarece WLADIMIR ARAS1:

“A consequência imediata do princípio da iniciativa é que o juiz


estará adstrito ao pedido do promovente da ação. Não poderá julgar
além do pedido das partes. Ne eat judex ultra petita partium, pois, caso
contrário, estaria dando início a uma acusação diversa da apresentada,
pois mais ampla. Define-o bem a regra do art. 128 do Código de Processo
Civil, segundo a qual "O juiz decidirá a lide nos limites em que foi
proposta, sendo-lhe defeso conhecer de questões, não suscitadas, a cujo
respeito a lei exige a iniciativa das partes".

28. Por força destes princípios, não poderia o juiz de primeiro grau, sem
provocação do Ministério Público, decretar a prisão do Réu, sob pena de incorrer em
indevida e execrável reformatio in pejus.

29. Neste exato sentido, é a jurisprudência do Superior Tribunal de Justiça:

“HABEAS CORPUS. PROCESSUAL PENAL. CRIME CONTRA O


SISTEMA FINANCEIRO. CONDENAÇÃO MANTIDA, EM SEDE DE
APELAÇÃO. EXPEDIÇÃO DE MANDADO DE PRISÃO ANTES DO
ESGOTAMENTO DAS INSTÂNCIAS ORDINÁRIAS. SENTENÇA QUE
CONDICIONA A EXECUÇÃO DA PENA AO TRÂNSITO EM JULGADO
DA CONDENAÇÃO. REFORMATIO IN PEJUS. IMPOSSIBILIDADE.
1. A execução provisória do julgado somente é possível após o
esgotamento das instâncias ordinárias, o que não se verificou na espécie,
tendo em vista que os embargos de declaração opostos contra o acórdão
proferido em sede de apelação criminal encontram-se pendentes de
julgamento.
2. A sentença condenatória condicionou a prisão do Paciente ao
trânsito em julgado do decreto condenatório e o Parquet não
impugnou a concessão dessa benesse, portanto, não pode o
Tribunal determinar a execução provisória do julgado, sob pena de
reformatio in pejus.
3. Precedentes dos Tribunais Superiores.
4. Ordem concedida para reconhecer o direito do Paciente aguardar em
liberdade o trânsito em julgado da condenação. (HC 63.232/MG, Rel.
Ministra LAURITA VAZ, QUINTA TURMA, julgado em 27/02/2007, DJ
26/03/2007, p. 264)

“HABEAS CORPUS. CONDENAÇÃO PARCIALMENTE MANTIDA EM


GRAU DE APELAÇÃO CRIMINAL. EXPEDIÇÃO DE MANDADO DE
PRISÃO. RECURSOS ESPECIAL E EXTRAORDINÁRIO PENDENTES
DE PROCESSAMENTO. SENTENÇA QUE CONDICIONOU O INÍCIO DA

1
ARAS, Wladimir. Princípios do processo penal. https://jus.com.br/artigos/2416/principios-do-processo-
penal.

7/24
EXECUÇÃO DA PENA APÓS O TRÂNSITO EM JULGADO.
RESIGNAÇÃO DO PARQUET A QUO. COAÇÃO ILEGAL
EVIDENCIADA. ORDEM CONCEDIDA. CO-RÉU NÃO-PACIENTE QUE
SE ENCONTRA EM SITUAÇÃO FÁTICO-PROCESSUAL IDÊNTICA.
EXTENSÃO DA DECISÃO QUE SE IMPÕE (ART. 580 DO CPP).
1. Caracteriza constrangimento ilegal a determinação do início da
execução da sanção por ocasião do julgamento de apelação
criminal, se a sentença condenatória condicionou a prisão do
paciente apenas após o trânsito em julgado da decisão repressiva e
se, quanto a este aspecto, não houve recurso do Ministério Público e
o decisum encontra-se sub judice, ante o ajuizamento de recursos
especial e extraordinário.
2. Ordem concedida para garantir ao paciente o direito de permanecer em
liberdade até o trânsito em julgado da sentença condenatória,
estendendo-se os efeitos desta decisão ao co-réu não-paciente, ex vi do
disposto no art. 580 do CPP. (HC 106005 / SP, Relator: Ministro JORGE
MUSSI DJe 02/02/2009)

“PROCESSO PENAL. HABEAS CORPUS. HOMICÍDIO. DIREITO DE


RECORRER EM LIBERDADE. SENTENÇA QUE DETERMINA A
EXPEDIÇÃO DE MANDADO DE PRISÃO APÓS O TRÂNSITO EM
JULGADO. AUSÊNCIA DE RECURSO DO MINISTÉRIO PÚBLICO.
EXPEDIÇÃO DE MANDADO DE PRISÃO PELO TRIBUNAL A QUO
APÓS O JULGAMENTO DO RECURSO DE APELAÇÃO.
IMPOSSIBILIDADE. NÃO-APLICAÇÃO DA SÚMULA 267/STJ. ORDEM
CONCEDIDA.
1. Se a sentença assegura ao réu o direito de aguardar em liberdade
o trânsito em julgado da condenação e não há recurso do Ministério
Público, a ordem do Tribunal de origem para que seja expedido
mandado de prisão para o início da execução provisória da pena
configura reformatio in pejus. Precedentes.
2. Na hipótese, não se aplica o enunciado sumular 267 desta Corte, pois
expressamente garantido pela sentença condenatória o direito de
aguardar o trânsito em julgado em liberdade, e não apenas o direito de
recorrer em liberdade.
3. Ordem concedida para que o paciente possa aguardar o trânsito em
julgado da condenação em liberdade, se não estiver presente um dos
motivos ensejadores da prisão cautelar, de acordo com o art. 312 do
Código de Processo Penal. (HC 76563 / SP, Relator Ministro ARNALDO
ESTEVES LIMA, DJ 22/10/2007)

30. Nestas condições, ainda que tenha ocorrido mudança de entendimento na


jurisprudência quanto aos efeitos dos recursos extremos, esta condição não pode
modificar situação já cristalizada pelo manto da coisa julgada, que atingiu indelevelmente
o título executivo, traçando-lhe os limites de atuação do Estado.

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31. O título executivo transitado em julgado – e especialmente a sua parte
dispositiva – caracterizam uma garantia do réu, da qual não se pode, em hipótese
alguma, abrir mão.

IV - DO EQUIVOCADO ENTENDIMENTO QUANTO À REAL EXTENSÃO DA DECISÃO


PROFERIDA PELO STF NO HC Nº 126.292/SP

32. Desde que foi noticiado o julgamento do HC 126.292 pelo STF, quando o
acórdão ainda não havia sido sequer publicado, começaram a pulular pelo País diversas
decisões determinando a prisão indiscriminada a partir de acórdão condenatório de
segundo grau, como se a Corte Suprema tivesse determinado o cumprimento provisório
da pena sempre que um tribunal decidisse pela condenação, independentemente de
requisitos de cautelaridade.

33. O equívoco, no entanto, é patente, seja porque se está fazendo uma


leitura equivocada do quanto decidido pelo Supremo Tribunal Federal, seja pela falha
compreensão sobre o conceito de precedente, violando, assim, cláusula de reserva de
plenário e de barreira previstas no art. 97 da Constituição e na Súmula Vinculante 10 do
Supremo Tribunal Federal. Vejamos.

V - DO VERDADEIRO ALCANCE DA DECISÃO PROFERIDA PELO STF - DA


NECESSIDADE DE FUNDAMENTAÇÃO PARA A ORDEM DE PRISÃO AINDA QUE
DECORRENTE DE DECISÃO CONDENATÓRIA PROFERIDA EM SEGUNDO GRAU DE
JURISDIÇÃO

34. Ao contrário do que parece ter compreendido o juízo da 11ª Vara ao


ordenar a formação de autos para a execução da pena, a decisão proferida pelo Supremo
Tribunal Federal não tornou obrigatória ou automática a prisão de réu condenado em
segundo grau. Aliás, o STF não determinou a prisão de ninguém!

35. Na realidade, a decisão proferida pelo STF no julgamento do HC 126.292


nada mais fez do que repristinar o entendimento anterior à histórica decisão proferida no

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HC 84.078 da Relatoria do Ministro EROS GRAU em 2009, entendendo pela
possibilidade de prisão após decisão de segundo grau, desde que esta decisão fosse
devidamente fundamentada.

36. Em outras palavras, o que o Supremo Tribunal Federal afirmou foi a


possibilidade de, após o julgamento de segundo grau, estando presentes elementos
suficientes, possa o Réu ser preso por decisão fundamentada, da mesma forma como se
entendia antes do julgamento do HC 84.078.

37. Trata-se de leitura sistemática da Constituição em que, ao mesmo tempo


em que restou mitigado o princípio da inocência previsto no inciso LVII, do art. 5º da
Constituição Federal, ressaltou-se a importância do inciso LXI do mesmo artigo acima
citado, que expressamente dispõe que “ninguém será preso senão em flagrante delito ou
por ordem escrita e fundamentada de autoridade judiciária competente”.

38. É o que restou expressamente assentado no voto do Ministro BARROSO


proferido no julgamento do HC 126.292:

“14. O pressuposto para a decretação da prisão no direito brasileiro


não é o esgotamento de qualquer possibilidade de recurso em face
da decisão condenatória, mas a ordem escrita e fundamentada da
autoridade judiciária competente, conforme se extrai do art. 5ª, LXI,
da Carta de 1988 .
15. Para chegar a essa conclusão, basta uma análise conjunta dos dois
preceitos à luz do princípio da unidade da Constituição. Veja-se que,
enquanto o inciso LVII define que “ninguém será considerado culpado até
o trânsito em julgado da sentença penal condenatória”, logo abaixo, o
inciso LXI prevê que “ninguém será preso senão em flagrante delito ou
por ordem escrita e fundamentada de autoridade judiciária competente”.
Como se sabe, a Constituição é um conjunto orgânico e integrado de
normas, que devem ser interpretadas sistematicamente na sua conexão
com todas as demais, e não de forma isolada. Assim, considerando-se
ambos os incisos, é evidente que a Constituição diferencia o regime da
culpabilidade e o da prisão. Tanto isso é verdade que a própria
Constituição, em seu art. 5º, LXVI, ao assentar que “ninguém será levado
à prisão ou nela mantido, quando a lei admitir a liberdade provisória, com
ou sem fiança”, admite a prisão antes do trânsito em julgado, a ser
excepcionada pela concessão de um benefício processual (a liberdade
provisória).
16. Para fins de privação de liberdade, portanto, exige-se
determinação escrita e fundamentada expedida por autoridade
judiciária.”

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39. Este era, exatamente, o entendimento do Superior Tribunal de Justiça
antes da primeira mudança de entendimento do STF no julgamento do HC 84.078 em
2009.

40. Com efeito, a Súmula 267 do STJ já dispunha:

“A interposição de recurso sem efeito suspensivo, contra decisão


condenatória não obsta a expedição de mandado de prisão.”

41. Não obstante, o entendimento daquela Corte jamais foi o de admitir a


prisão incondicional após a confirmação de condenação criminal em segundo grau, mas
sim de admiti-la quando presentes elementos suficientes a justificar a medida de
maneira fundamentada.

42. Aliás, o entendimento corrente sempre foi de que, se o réu esteve em


liberdade ao longo de todo processo, somente fundamentação própria, apontando
requisitos de cautelaridade, justificaria que viesse a ser encarcerado após o julgamento
da apelação, estando pendentes Recursos Especial ou Extraordinário.

43. Neste sentido o HC 47.314/SP, da relatoria do Ministro HÉLIO QUAGLIA


BARBOSA, julgado em 28/03/2006:

HABEAS CORPUS. ARTIGO 159, § 1º, DO CÓDIGO PENAL. AUSÊNCIA


DE PROVAS. INADEQUAÇÃO DA VIA ELEITA. EXPEDIÇÃO DE
MANDADO DE PRISÃO ANTES DO TRÂNSITO EM JULGADO.
AUSÊNCIA DE FUNDAMENTAÇÃO.
CONSTRANGIMENTO ILEGAL CONFIGURADO. ORDEM CONCEDIDA.
1. Incabível, na via eleita, reexaminar todo o contexto fático-probatório
para aferir a robustez das provas carreadas que embasaram a
condenação. Ademais, uma breve leitura do acórdão vergastado,
evidencia que há provas da participação do paciente no evento criminoso.
2. A Súmula 267 desta Corte deve ser conciliada com o princípio
constitucional da presunção de inocência. Isto significa que, antes
do trânsito em julgado da condenação, a execução provisória deve
pautar-se nos requisitos de cautelaridade, expondo os fatos que
justifiquem a necessidade da segregação cautelar.
3. In casu, a expedição do mandado de prisão foi determinada, tão-
somente, em decorrência do provimento da apelação, sem declinar

11/24
motivos que justificariam a execução da pena antes do trânsito em
julgado da condenação.
4. Ordem concedida para determinar que o paciente permaneça em
liberdade até o trânsito em julgado, salvo expedição de mandado de
prisão devidamente fundamentado.
(HC 47.314/SP, Rel. Ministro HÉLIO QUAGLIA BARBOSA, SEXTA
TURMA, julgado em 28/03/2006, DJ 15/05/2006, p. 297)

44. No mesmo sentido o HC 93.550/RR, relatado pela Ministra MARIA


THEREZA DE ASSIS MOURA, julgado em 13/12/2007:

PROCESSO PENAL. HABEAS CORPUS. ESTUPRO. CONDENAÇÃO


EM AÇÃO PENAL ORIGINÁRIA. RÉU OCUPANTE DE CARGO DE JUIZ
DE DIREITO. AUSÊNCIA DE TRÂNSITO EM JULGADO. EXPEDIÇÃO
DE MANDADO DE PRISÃO E RETIRADA DO NOME DA FOLHA DE
PAGAMENTO. EXECUÇÃO PROVISÓRIA DA PENA. OFENSA À
PRESUNÇÃO DE INOCÊNCIA. VERIFICAÇÃO.
1. Toda prisão processual deve ser calcada nos pressupostos e requisitos
do art. 312 do Código de Processo Penal.
2. A determinação da prisão e retirada do nome da folha de
pagamento, após acórdão condenatório em ação penal originária,
mas antes do trânsito em julgado, sem amparo em dados concretos
de cautelaridade, viola a garantia constitucional inserta no art. 5.º,
inciso LVII, da Constituição Federal.
3. Ordem concedida para assegurar ao paciente o direito de aguardar
em liberdade o trânsito em julgado da condenação, ressalvada a
hipótese de surgimento de fatos que revelem a necessidade de seu
encarceramento processual; mantida também a disposição
constante do acórdão condenatório relativa à manutenção do nome
do paciente na folha de pagamento, enquanto ainda perdure a ação
penal.

45. Neste sentido, também, podem-se citar os seguintes julgados, HC


42.849/RO, Rel. Ministro NILSON NAVES, SEXTA TURMA, julgado em 01/09/2005, DJ
06/02/2006, p. 351; HC 73.578/RS, Rel. MIN. CARLOS FERNANDO MATHIAS (JUIZ
CONVOCADO DO TRF 1ª REGIÃO), SEXTA TURMA, julgado em 30/08/2007, DJ
15/10/2007, p. 357; HC 47.314/SP, Rel. Ministro HÉLIO QUAGLIA BARBOSA, SEXTA
TURMA, julgado em 28/03/2006, DJ 15/05/2006, p. 297; HC 51.004/SP, Rel. Ministro
NILSON NAVES, SEXTA TURMA, julgado em 20/04/2006, DJ 12/06/2006, p. 546.

46. Mesmo após o julgamento do HC 126.292 pelo STF, o Superior Tribunal


de Justiça voltou a expressar esse entendimento no julgamento do HC 348.224/SP,
julgado em 26/04/2016:

12/24
PENAL. HABEAS CORPUS SUBSTITUTIVO DE RECURSO PRÓPRIO.
INADEQUAÇÃO. TRÁFICO INTERNACIONAL DE DROGAS. REGIME
PRISIONAL MAIS GRAVOSO (FECHADO). PENA INFERIOR A 8 ANOS.
NATUREZA E QUANTIDADE DE DROGAS. FUNDAMENTAÇÃO
SUFICIENTE. PRISÃO CAUTELAR. DECRETAÇÃO EM SEGUNDA
INSTÂNCIA. POSSIBILIDADE. FUNDAMENTAÇÃO IDÔNEA. GARANTIA
DA APLICAÇÃO DA LEI PENAL. RÉ ESTRANGEIRA. ORDEM NÃO
CONHECIDA.
1. Esta Corte e o Supremo Tribunal Federal pacificaram orientação no
sentido de que não cabe habeas corpus substitutivo do recurso
legalmente previsto para a hipótese, impondo-se o não conhecimento da
impetração, salvo quando constatada a existência de flagrante ilegalidade
no ato judicial impugnado.
2. A obrigatoriedade do regime inicial fechado aos sentenciados por
crimes hediondos e a eles equiparados não mais subsiste, diante da
declaração de inconstitucionalidade, incidenter tantum, do disposto no §
1º do art. 2º da Lei n. 8.072/1990, pelo Supremo Tribunal Federal, no
julgamento do HC 111.840/ES.
3. A jurisprudência desta Corte é no sentido de que, embora a paciente
seja primária e a pena tenha sido estabelecida em 4 anos e 8 meses de
reclusão, não se mostra ilegal a imposição do regime mais severo com
fundamento na natureza e na expressiva quantidade de droga
apreendida, uma vez que tais circunstâncias foram elencadas pelo
próprio legislador como prevalecentes, nos termos do art. 33, § 3º, do
Código Penal, c/c o art. 42 da Lei n. 11.343/2006.
4. In casu, o Tribunal a quo sopesou a quantidade e a natureza da droga
apreendida - 2.398 (duas mil, trezentos e noventa e oito) gramas de
cocaína - na escolha do regime prisional fechado, em consonância com
as diretrizes estabelecidas nos arts. 33 e 59 do Código Penal e 42 da Lei
de Drogas.
5. O Plenário do Supremo Tribunal Federal, no julgamento do
Habeas Corpus 126.292/SP, entendeu que a possibilidade de início
da execução da pena condenatória após a confirmação da sentença
em segundo grau não ofende o princípio constitucional da
presunção da inocência. Para o relator do caso, Ministro Teori
Zavascki, a manutenção da sentença penal pela segunda instância
encerra a análise de fatos e provas que assentaram a culpa do
condenado, o que autoriza o início da execução da pena.
6. A segregação cautelar é medida excepcional, mesmo no tocante
ao crime de tráfico de entorpecentes. O decreto de prisão processual
exige a especificação de que a segregação atende a pelo menos um
dos requisitos do art. 312 do Código de Processo Penal, sendo certo
que a proibição abstrata da liberdade provisória também se mostra
incompatível com a presunção de inocência, para não antecipar a
reprimenda a ser cumprida no caso de uma possível condenação.
7. Hipótese em que o Tribunal Regional pautou a prisão cautelar na
necessidade de garantia da aplicação da lei penal, uma vez que se trata
de paciente estrangeira, sem qualquer vínculo com o país, em
conformidade com a jurisprudência desta Corte. Precedentes.

13/24
8. Ordem não conhecida.

47. Este, aliás, também era o entendimento do Supremo Tribunal Federal


antes do julgamento do HC 84.078 em 2009.

48. Com efeito, no julgamento do HC 88174, ocorrido em 12 de dezembro de


2006, restou assentado:

HABEAS CORPUS. PROCESSUAL PENAL. AUSÊNCIA DE


FUNDAMENTO PARA A PRISÃO CAUTELAR. EXECUÇÃO
ANTECIPADA. INCONSTITUCIONALIDADE. A prisão sem fundamento
cautelar, antes de transitada em julgado a condenação,
consubstancia execução antecipada da pena. Violação do disposto no
artigo 5º, inciso LVII da Constituição do Brasil. Ordem concedida.
(HC 88174, Relator(a): Min. JOAQUIM BARBOSA, Relator(a) p/
Acórdão: Min. EROS GRAU, Segunda Turma, julgado em 12/12/2006,
DJe-092 DIVULG 30-08-2007 PUBLIC 31-08-2007 DJ 31-08-2007 PP-
00055 EMENT VOL-02287-03 PP-00568 LEXSTF v. 29, n. 345, 2007, p.
458-466)

49. Do mesmo modo entendeu o STF no julgamento do HC 90.895, ocorrido


em 12 de junho de 2007:

EMENTA: PENAL. HABEAS CORPUS. PROCESSUAL PENAL.


SENTENÇA CONDENATÓRIA. RECOLHIMENTO À PRISÃO PARA
APELAR. AUSÊNCIA DE FUNDAMENTAÇÃO ADEQUADA. MEDIDA
EXCEPCIONAL. ORDEM CONCEDIDA. I - A determinação de prisão
cautelar que impede o paciente de recorrer em liberdade é medida
excepcional, devendo ser fundamentada de forma individualizada,
com a explicitação dos motivos que levaram o magistrado a impor a
medida extrema. II- Paciente que respondeu ao processo solto deve,
no caso, aguardar o trânsito em julgado em liberdade. III - Ordem
concedida.
(HC 90895, Relator(a): Min. RICARDO LEWANDOWSKI, Primeira
Turma, julgado em 12/06/2007, DJe-047 DIVULG 28-06-2007 PUBLIC 29-
06-2007 DJ 29-06-2007 PP-00059 EMENT VOL-02282-07 PP-01282)

50. Mesmo o Ministro JOAQUIM BARBOSA, conhecido pelo rigor de suas


opiniões e defensor da mitigação do princípio da inocência, reconhecia a necessidade de
fundamentação concreta para cada caso específico e não a prisão indiscriminada a partir
do julgamento de segundo grau.

14/24
51. Foi como decidiu no julgamento do HC 89.952, julgado em 15 de maio de
2007:
“HABEAS CORPUS. AUSÊNCIA DE TRÂNSITO EM JULGADO DA
SENTENÇA CONDENATÓRIA. AGRAVO DE INSTRUMENTO DE
DECISÃO QUE NÃO ADMITE RECURSO ESPECIAL PENDENTE.
EXECUÇÃO PROVISÓRIA. ANÁLISE DO CASO CONCRETO.
PACIENTE QUE PERMANECEU SOLTO. RECURSO EXCLUSIVO DA
DEFESA. RAZOABILIDADE. ORDEM CONCEDIDA. 1. Até que o Plenário
do Supremo Tribunal Federal decida de modo contrário, prevalece o
entendimento de que é constitucional a execução provisória da pena,
ainda que sem o trânsito em julgado e com recurso especial pendente. 2.
Até pronunciamento definitivo da Corte, a análise sobre a existência de
constrangimento ilegal deve ser feita em cada caso concreto. 3. No caso
em exame, o paciente permaneceu solto desde a instrução até o
momento, além de possuir residência certa. 4. Decreto de prisão que
não é razoável no contexto. 5. Ordem concedida.
(HC 89952, Relator(a): Min. JOAQUIM BARBOSA, Segunda Turma,
julgado em 15/05/2007, DJe-047 DIVULG 28-06-2007 PUBLIC 29-06-
2007 DJ 29-06-2007 PP-00144 EMENT VOL-02282-06 PP-01209)

52. Consta do corpo da mencionada decisão:

“Na hipótese sob julgamento, o paciente permaneceu solto até o


momento, tendo sido assegurada tal condição na sentença condenatória
da qual houve recurso exclusivo da defesa.
Assim, em que pese o Recurso Especial não ter sido admitido, conforme
extrato processual colhido no site do Tribunal de Justiça do Estado de
Minas Gerais, cuja juntada ora determino, houve interposição de agravo
de instrumento contra tal decisão, ainda não apreciado. Logo, ainda não
houve trânsito em julgado da sentença condenatória.
Diante desse quadro, considerando-se ainda que o paciente tem
residência certa, bem como que permaneceu solto desde a instrução
do processo até o presente momento, não se mostra razoável sua
prisão.
Ante o exposto, defiro a ordem para que o paciente aguarde em liberdade
o trânsito em julgado da sentença condenatória, ressalvada a hipótese de
estar encarcerado por motivo diverso.”

53. Como se vê, mesmo antes da primeira alteração jurisprudencial, a prisão,


após decisão de segundo grau, não era automática, como hoje se pretende, mas sim,
dependia da existência dos requisitos de cautelaridade expostos em ordem
fundamentada.

15/24
54. No caso em tela, a ordem de prisão seria expedida sem qualquer
fundamento de cautelaridade, baseada apenas e tão somente na crença de que a decisão
do STF no HC 126.292, determinaria a execução indiscriminada da pena privativa de
liberdade após o julgamento de segundo grau, o que, como visto, não é verdade.

55. Conforme demonstrado, a decisão do STF foi no sentido de repristinar o


entendimento anterior ao HC 84.078 de 2009, devendo ser, igualmente, repristinada a
jurisprudência da época, sob pena de se dar ao novel entendimento da Suprema Corte
efeitos nunca pretendidos.

VI - DA VIOLAÇÃO AO ART. 283 DO CÓDIGO DE PROCESSO PENAL E DA


CONSEQUENTE VIOLAÇÃO DA CLÁUSULA DE RESERVA DE PLENÁRIO,
EXPRESSA NO ARTIGO 97 DA CONSTITUIÇÃO, E DA SÚMULA VINCULANTE Nº 10

56. Não bastasse todo o exposto, a decisão da 11ª Vara de determinar a


formação de autos para a execução da pena viola, a uma só vez, o art. 283 do Código de
Processo Penal, assim como a cláusula de reserva de plenário expressa no art. 97 da
Constituição Federal e a Súmula Vinculante nº 10.

57. Isto porque o conteúdo do inciso LXII do artigo 5º da CF foi materializado


no art. 283 do Código de Processo Penal, inserido por meio da Lei nº 12.403, de 04 de
maio de 2011.

58. Com esta alteração legislativa o referido dispositivo legal passou a ter a
seguinte redação:

Art. 283. Ninguém poderá ser preso senão em flagrante delito ou por
ordem escrita e fundamentada da autoridade judiciária competente, em
decorrência de sentença condenatória transitada em julgado ou, no curso
da investigação ou do processo, em virtude de prisão temporária ou
prisão preventiva.

59. É o que se chama de constitucionalidade espelhada. Vale dizer, aquilo


que estava implicitamente contido na Constituição foi explicitamente transcrito no texto
infraconstitucional.

16/24
Constituição Federal Código de Processo Penal
Art. 5º Art. 283
LVII - ninguém será considerado culpado até o Ninguém poderá ser preso senão em flagrante
trânsito em julgado de sentença penal delito ou por ordem escrita e fundamentada da
condenatória; autoridade judiciária competente, em decorrência de
LXI - ninguém será preso senão em flagrante sentença condenatória transitada em julgado ou,
delito ou por ordem escrita e fundamentada de no curso da investigação ou do processo, em
autoridade judiciária competente, salvo nos casos virtude de prisão temporária ou prisão preventiva.
de transgressão militar ou crime propriamente
militar, definidos em lei;

60. Significa dizer que para que o art. 283 não seja aplicado em sua
literalidade é necessário que a matéria seja julgada em sede de arguição de
inconstitucionalidade.

61. Com efeito, dispõe o art. 97 da Constituição Federal que:

Art. 97. Somente pelo voto da maioria absoluta de seus membros ou dos
membros do respectivo órgão especial poderão os tribunais declarar a
inconstitucionalidade de lei ou ato normativo do Poder Público.

62. O comando do mencionado artigo foi evidenciado com a edição da


Súmula Vinculante nº 10, do Supremo Tribunal Federal, ao dispor que:

“Viola a cláusula de reserva de plenário (CF, artigo 97) a decisão de


órgão fracionário de Tribunal que embora não declare expressamente a
inconstitucionalidade de lei ou ato normativo do poder público, afasta sua
incidência, no todo ou em parte.”

63. Ora, como o STF, no julgamento do HC 126.292 deixou de declarar a


inconstitucionalidade do art. 283 do Código de Processo Penal, à jurisdição
infraconstitucional resta apenas enfrentar a matéria pela via da arguição do incidente de
inconstitucionalidade, já que o Juiz não está autorizado a deixar de aplicar uma lei que se
presume válida.

17/24
64. Neste sentido, aliás, dispôs de maneira expressa o novo Código de
Processo Civil, aplicável supletivamente ao caso em questão, ao estabelecer em seus
artigos 948 a 950 que:

Art. 948. Arguida, em controle difuso, a inconstitucionalidade de lei ou de


ato normativo do poder público, o relator, após ouvir o Ministério Público e
as partes, submeterá a questão à turma ou à câmara à qual competir o
conhecimento do processo.
Art. 949. Se a arguição for:
I - rejeitada, prosseguirá o julgamento;
II - acolhida, a questão será submetida ao plenário do tribunal ou ao
seu órgão especial, onde houver.
Parágrafo único. Os órgãos fracionários dos tribunais não submeterão ao
plenário ou ao órgão especial a arguição de inconstitucionalidade quando
já houver pronunciamento destes ou do plenário do Supremo Tribunal
Federal sobre a questão.
Art. 950. Remetida cópia do acórdão a todos os juízes, o presidente do
tribunal designará a sessão de julgamento.
§ 1º As pessoas jurídicas de direito público responsáveis pela edição do
ato questionado poderão manifestar-se no incidente de
inconstitucionalidade se assim o requererem, observados os prazos e as
condições previstos no regimento interno do tribunal.
§ 2º A parte legitimada à propositura das ações previstas no art. 103 da
Constituição Federal poderá manifestar-se, por escrito, sobre a questão
constitucional objeto de apreciação, no prazo previsto pelo regimento
interno, sendo-lhe assegurado o direito de apresentar memoriais ou de
requerer a juntada de documentos.
§ 3º Considerando a relevância da matéria e a representatividade dos
postulantes, o relator poderá admitir, por despacho irrecorrível, a
manifestação de outros órgãos ou entidades.

65. Mesmo que o próprio Tribunal Regional Federal da 5ª Região queira


determinar a prisão após decisões proferidas em sede de Recurso de Apelação, a
cláusula de reserva de plenário, insculpida no art. 97 da Constituição e reforçada pela
edição da Súmula Vinculante nº 10, impede que os acórdãos condenatórios prolatados
determinem a execução antecipada da pena à revelia da lei, cuja constitucionalidade
deverá ser arguida incidentalmente perante o plenário da Corte, enquanto não se prolatar
decisão dotada de efeito erga omnes.

66. Não resta dúvida, portanto, de que a decisão de ordenar a formação de


autos para a execução da pena é nula por violação à cláusula de reserva de plenário e da
Súmula Vinculante nº 10 do STF, sendo inaplicável o comando de prisão do Réu.

18/24
VII - DOS EFEITOS PROSPECTIVOS DA DECISÃO DO SUPREMO TRIBUNAL
FEDERAL

67. Um dos grandes equívocos do juízo da 11ª Vara é que sua determinação
de formar novos autos para executar a pena parece dar efeito de precedente à decisão
proferida pelo Supremo Tribunal Federal em caso isolado, sem análise de sua dimensão
qualitativa e funcional.

68. Isto porque nem toda decisão judicial pode ser vista como um precedente.
Apenas aquelas “dotadas de potencialidade de se firmar como paradigma para a
orientação dos jurisdicionados e magistrados”2,podem ser assim consideradas.

69. Para que isto ocorra, é necessário que a decisão não se limite a analisar
a interpretação do texto legal ou constitucional, mas é necessário que “a decisão enfrente
todos os principais argumentos relacionados à questão de direito posta na moldura do
caso concreto, até porque os contornos de um precedente podem surgir a partir da
análise de vários casos, ou melhor, mediante uma construção da solução judicial da
questão de direito que passa por diversos casos.”3

70. A decisão proferida no HC 126.292, por sua vez, foi adotada em um caso
isolado e colheu a comunidade jurídica de surpresa, não tendo sido realizado os grandes
debates sobre o tema.

71. De toda forma, ainda que se reconheça à mencionada decisão os efeitos


de precedente, vinculando decisões judiciais e ordenando comportamentos, é necessário
que se reconheça sua força como norma, atraindo a aplicação do adágio segundo o qual
a lei penal não pode retroagir para prejudicar o Réu.

72. Em outras palavras, se a decisão prolatada pelo STF no julgamento do


HC 126.292 está produzindo efeito de lei (precedente), vinculando decisões de

2
MARINONI, Luiz Guilherme. Precedentes obrigatórios. 4ª Ed. São Paulo: Revista dos Tribunais, 2016, p.
155.
3
Idem.

19/24
magistrados por todo País, forçoso é se aplicar a ela, também, os efeitos da
irretroatividade da lei penal.

73. Nos países de Comon Law, a alteração de precedente por um tribunal é


chamada de overruling. Quando isto é feito, atingindo os casos futuros, ela é chamada de
prospective overruling ou sunbursting4.

74. O fundamento para a prospective overruling é garantir a confiança que o


jurisdicionado possui nas decisões da própria Corte ou como, no caso concreto, no seu
próprio Supremo Tribunal Federal.

75. Trata-se da aplicação do princípio da segurança jurídica, que garante que


o cidadão não seja surpreendido por um entendimento diverso daquele no qual
depositava a confiança de seus atos.

76. No caso em tela, toda a orientação prestada ao Réu, no que tange a


estratégia de sua defesa, sempre foi pensada a partir da confiança existente no
precedente anterior do HC 84.079. A frustração deste confiança encontra-se exatamente
na possibilidade de o Acusado ser preso, mesmo antes de esgotados os recursos de que
dispõe.

77. A aplicação da alteração de entendimento da jurisprudência das Cortes


Superiores apenas para casos futuros já foi reconhecida pelo próprio Superior Tribunal de
Justiça, no julgamento do HC 25.598, em que se discutia a imediata aplicação do
entendimento de que o prazo para o Ministério Público conta da data da entrada do
processo na instituição e não da data em que o representante ministerial apõe o seu
ciente.

4
O termo "sunbursting" surgiu de um caso julgado pela Suprema Corte dos EUA em 1932, no caso Great
Northern Railway Company v. Sunburst Oil and Refining Company. Sunburst, empresa expedidora,
processou a Great Northern para reaver desta cobrança por taxas excessivas, o que ocorreu, com base em
uma lei da Suprema Corte do Estado de Montana, em 1921. Quando o caso chegou à Corte Superior de
Montana, o Tribunal superou a decisão proferida em 1921 por ele mesmo, mas limitando a aplicação a
casos futuros. (http://www.estudodirecionado.com/2013/09/prospective-overruling-distinguishing-e.html)

20/24
78. Na ocasião, entendeu-se que a nova interpretação apenas poderia ser
aplicada para casos futuros já que não seria possível antever a mudança do
entendimento jurisprudencial. Confira-se:

HABEAS CORPUS. PROCESSUAL PENAL. TEMPESTIVIDADE DO


RECURSO MINISTERIAL. MUDANÇA DO ENTENDIMENTO
JURISPRUDENCIAL DAS CORTES SUPERIORES. APLICAÇÃO AOS
CASOS FUTUROS.
1. De fato, o Supremo Tribunal Federal, a partir do julgamento plenário do
Habeas Corpus n.º 83.255/SP (informativo n.º 328), decidiu que o prazo
recursal para o Ministério Público conta-se a partir da entrada do
processo nas dependências da Instituição. O Superior Tribunal de Justiça,
por seu turno, aderiu à nova orientação da Suprema Corte.
2. Não se pode olvidar, todavia, que o entendimento jurisprudencial,
até então, há muito sedimentado no STF e no STJ, era justamente no
sentido inverso, ou seja, entendia-se que a intimação pessoal do
Ministério Público se dava com o "ciente" lançado nos autos, quando
efetivamente entregues ao órgão ministerial.
3. Dessa maneira, constata-se que o Procurador de Justiça, nos idos
anos de 2000, tendo em conta a então sedimentada jurisprudência das
Cortes Superiores, valendo-se dela, interpôs o recurso dentro do prazo
legal.
4. Não se poderia, agora, exigir que o órgão ministerial recorrente se
pautasse de modo diverso, como se pudesse antever a mudança do
entendimento jurisprudencial. Essa exigência seria inaceitável, na
medida em que se estaria criando obstáculo insuperável. Vale dizer:
depois de a parte ter realizado o ato processual, segundo a orientação
pretoriana prevalente à época, seria apenada com o não-conhecimento
do recurso, quando não mais pudesse reagir à mudança. Isso se
traduziria, simplesmente, em usurpação sumária do direito de recorrer, o
que não pode existir em um Estado Democrático de Direito, mormente se
a parte recorrente representa e defende o interesse público.
5. Ordem denegada.
(HC 28.598/MG, Rel. Ministra LAURITA VAZ, QUINTA TURMA, julgado
em 14/06/2005, DJ 01/08/2005, p. 480)

79. Também pela mesma razão, a novel alteração da jurisprudência da


Suprema Corte, somente pode ser aplicada para casos futuros, sob pena da quebra do
princípio da confiança do jurisdicionado.

21/24
VIII - DA PLAUSIBILIDADE DE EVENTUAL RECURSO ESPECIAL

80. O mais grave, porém, é que a plausibilidade do Recurso Especial


apresentado é flagrante.

81. Na realidade, a violação a normas federais é de tal forma evidente que a


decisão de admissibilidade reconheceu, expressamente, haver sido a matéria pré-
questionada, bem como a desnecessidade de valoração de provas na análise das teses
veiculadas pela defesa. Confira-se:

“Trata-se de recurso especial interposto por FRANCISCO DEUSMAR DE


QUEIROS e OUTROS com fundamento no artigo 105, inciso III, "a", da
Constituição Federal, em face de acórdão proferido por esta Corte que. A
partir de acurado exame dos autos, verifico que foram observados os
requisitos gerais de admissibilidade extrínsecos (tempestividade,
regularidade formal e preparo) e os intrínsecos (cabimento, legitimação,
interesse recursal e inexistência de fato impeditivo do poder de recorrer),
assim como que restou prequestionada a matéria objeto do recurso. À
primeira vista, entendo que uma das matérias suscitadas pelos
recorrentes - ofensa aos arts. 383 e 384 do CPP, ao argumento de
julgamento ultra petita - não envolve a apreciação de provas, mas, sim, de
adequada interpretação do referido dispositivo legal à luz da narrativa
apresentada na peça acusatória. Por tais razões, ADMITO o presente
recurso”

82. A discussão, como reconhecido, é exclusivamente de direito e o principal


ponto do inconformismo repousa na violação ao art. 384 do CPP, na medida em que o
acórdão de Apelação, para manter a condenação, alterou os fatos contidos na denúncia.

83. Com feito, enquanto a denúncia imputava ao Réu a realização de


medição e corretagem desautorizada, condutas pelas quais foi condenado, o Acórdão de
Apelação, após de deparar com a demonstração da inexistência de tais atos, passou a
afirmar que, na realidade, o Denunciado teria realizado a compra e revenda de valores
mobiliários por conta própria, o que jamais foi objeto da acusação.

84. Em outras palavras, o Acusado foi condenado por imputações das quais
jamais lhes foi oportunizado o direito de defesa.

22/24
85. Ainda que superada a violação acima descrita, o Recurso Especial
demonstra que, acaso se entenda válida mutatio libeli realizada em sede de apelação,
com a devida vênia, equivocou-se o Tribunal quanto à correta capitulação dos fatos.

86. Em razão do princípio da especialidade, a compra e revenda de valores


mobiliários por conta própria subsume-se perfeitamente à conduta descrita no artigo 27-E
da Lei nº 6.385/76. Confira-se:

“Art. 27-E. Atuar, ainda que a título gratuito, no mercado de valores


mobiliários, como instituição integrante do sistema de distribuição,
administrador de carteira coletiva ou individual, agente autônomo de
investimento, auditor independente, analista de valores mobiliários,
agente fiduciário ou exercer qualquer cargo, profissão, atividade ou
função, sem estar, para esse fim, autorizado ou registrado junto à
autoridade administrativa competente, quando exigido por lei ou
regulamento.”

87. Afirma-se, igualmente, a violação ao artigo 381, III e IV e 619, ambos do


CPP uma vez que o acórdão proferido pelo TRF, no julgamento do recurso de apelação e
integrado por dois embargos de declaração, deixou de analisar diversas teses defensivas,
especialmente a de atipicidade da conduta dos Réus.

88. Invocou-se, igualmente, a violação ao artigo 155 do CPP em razão de o


Acusado haver sido condenado com provas colhidas exclusivamente na fase inquisitorial.

89. Por fim, o recurso também discute matéria referente à dosimetria da pena
a partir da inexistência de individualização da pena, bem como da improcedência dos
fundamentos utilizados para considerar as circunstâncias judiciais como negativas,
exasperando, assim, a pena base imposta. O que importa em violação aos arts. 59, 68 e
71, todos do Código Penal, cujo reconhecimento da procedência argumentativa poderia
conduzir ao regime aberto para o inicial de cumprimento de pena do Réu.

90. Em outras palavras, toda a discussão é exclusivamente de direito, não


havendo que se falar em violação à Súmula 07 do STJ.

23/24
91. Por tudo o quanto exposto, demonstrada a plausibilidade do Recurso
Especial, afigura-se desmedida, ilícita e desnecessária a execução provisória da pena na
pendencia de julgamento de recurso que pode absolvê-lo.

IX - DO PEDIDO

92. Assim, requer-se que V. Exa. se abstenha de proferir ou expedir qualquer


ato ou ordem prisional em desfavor do Réu, garantindo-lhe o direito de responder ao
processo em liberdade, até o trânsito em julgado, conforme dispositivo expresso da
sentença.

93. Por fim, requer sejam as publicações alusivas ao presente feito


realizadas exclusivamente em nome do advogado ANASTÁCIO MARINHO, inscrito na
OAB/CE nº 8.502, sob pena de nulidade.

P. deferimento.
Fortaleza, 27 de junho de 2016.

Anastacio Marinho Caio Cesar Rocha Wilson Belchior


OAB/CE 8.502 OAB/CE 15.095 OAB/CE 17.314

Marcelo Leal Benedito Cerezzo Luiz Eduardo Monte


OAB/DF 21932 OAB/SP 142.109 OAB/DF 41.950

Eduardo Ferri Renan Rebouças


OAB/CE 21.310-A OAB/CE 24.499

Processo: 0805802-55.2016.4.05.8100
Assinado eletronicamente por:
ANASTACIO JORGE MATOS DE SOUSA MARINHO - Advogado
16062814292340300000001481477
Data e hora da assinatura: 28/06/2016 14:31:32
Identificador: 4058100.1480469
Para conferência da autenticidade do documento: https://pje.jfce.jus.br/pje/Processo/ConsultaDocumento/listView.seam 24/24
Ante a respeitável decisão exarada pelo juízo da 11ª Vara Federal do Ceará nos autos da ação penal, que
determinou a formação de processo de execução penal em face do réu, com fundamento no que foi
decidido pelo STF no HC 126.292, intime-se o MPF para, no prazo de 10 dias, requerer o que entender de
direito, bem como para se manifestar sobre a petição apresentada pela defesa do executado.

Processo: 0805802-55.2016.4.05.8100
Assinado eletronicamente por:
GUSTAVO HENRIQUE TEIXEIRA DE OLIVEIRA - Magistrado
16082701591162000000001642860
Data e hora da assinatura: 27/08/2016 01:59:11
Identificador: 4058100.1641793
Para conferência da autenticidade do documento: https://pje.jfce.jus.br/pje/Processo/ConsultaDocumento/listView.seam 1/1
Ante a respeitável decisão exarada pelo juízo da 11ª Vara Federal do Ceará nos autos da ação penal, que
determinou a formação de processo de execução penal em face do réu, com fundamento no que foi
decidido pelo STF no HC 126.292, intime-se o MPF para, no prazo de 10 dias, requerer o que entender de
direito, bem como para se manifestar sobre a petição apresentada pela defesa do executado.

Processo: 0805802-55.2016.4.05.8100
Assinado eletronicamente por:
GUSTAVO HENRIQUE TEIXEIRA DE OLIVEIRA - Magistrado
16082701591194500000001642861
Data e hora da assinatura: 27/08/2016 01:59:12
Identificador: 4058100.1641794
Para conferência da autenticidade do documento: https://pje.jfce.jus.br/pje/Processo/ConsultaDocumento/listView.seam 1/1
TRIBUNAL REGIONAL FEDERAL DA 5ª REGIÃO
12º VARA DA SEÇÃO JUDICIÁRIA DO CEARÁ
PROCESSO: 0805802-55.2016.4.05.8100 - EXECUÇÃO DA PENA

Polo ativo Polo passivo


MINISTÉRIO PÚBLICO FRANCISCO DEUSMAR DE
EXEQUENTE EXECUTADO
FEDERAL QUEIROS

Outros participantes
Sem registros

CERTIDÃO

CERTIFICO que, em 02/09/2016 14:58, o(a) MINISTÉRIO PÚBLICO FEDERAL foi intimado(a) acerca
de Despacho registrado em 27/08/2016 01:59 nos autos judiciais eletrônicos especificados na epígrafe.

1 - Esta Certidão é válida para todos os efeitos legais, havendo sido expedida através do Sistema Processo
Judicial Eletrônico - PJe.

2 - A autenticidade desta Certidão poderá ser confirmada no endereço


https://pje.jfce.jus.br/pje/Processo/ConsultaDocumento/listView.seam , através do código de autenticação
nº 16082701591194500000001642861 .

3 - Esta Certidão foi emitida gratuitamente em 02/09/2016 14:58 - Seção Judiciária do Ceará.

Processo: 0805802-55.2016.4.05.8100
Data e hora da inclusão: 02/09/2016 14:58:51
Identificador: 4058100.1660887

1/1
MINISTÉRIO PÚBLICO FEDERAL

PROCURADORIA DA REPÚBLICA NO ESTADO DO CEARÁ

Cota nº 18127/2016/MPF/PRCE/AT

Execução Pena l nº : 0805802-55.2016.4.05.8100

Origem: 12ª Vara Federal

MM. Juiz Federal,

Com vista dos autos, este Ministério Público Federal requer que Vossa Excelência determine a
expedição da Carta de Guia e do competente mandado de prisão, a fim de que seja dado início ao cumprimento da pena privativa
de liberdade a que foi condenad o o ré u FRANCISCO DEUSMAR DE QUEIRÓS , em conformidade com a r. sentença
constante destes mesmos autos.

Requer, também, que se oficie à Procuradoria da Fazenda Nacional dando-lhe conhecimento do


débito relativo à multa a ser inscrito em Dívida Ativa, solicitando, ainda, instruções acerca das peças, cujas cópias irá necessitar
para fins de execução fiscal.

1/2
Termos em que,

Pede deferimento.

Fortaleza (CE), 13 de setembro de 2016

ANASTÁCIO NÓBREGA TAHIM JÚNIOR

Procurador da República

Processo: 0805802-55.2016.4.05.8100
Assinado eletronicamente por:
ANASTACIO NOBREGA TAHIM JUNIOR - Procurador
16091613143501600000001699358
Data e hora da assinatura: 19/09/2016 18:45:18
Identificador: 4058100.1698256
Para conferência da autenticidade do documento: https://pje.jfce.jus.br/pje/Processo/ConsultaDocumento/listView.seam 2/2
MM Juiza

Segue petição em anexo

Márcio Torres

PR/CE

Processo: 0805802-55.2016.4.05.8100
Assinado eletronicamente por:
MARCIO ANDRADE TORRES - Procurador
16102013372232600000001794089
Data e hora da assinatura: 20/10/2016 13:43:10
Identificador: 4058100.1792913
Para conferência da autenticidade do documento: https://pje.jfce.jus.br/pje/Processo/ConsultaDocumento/listView.seam 1/1
MINISTÉRIO PÚBLICO FEDERAL
PROCURADORIA DA REPÚBLICA NO ESTADO DO CEARÁ

EXCELENTÍSSIMO(A) SENHOR(A) JUIZ(A) FEDERAL DA 12ª VARA DA SEÇÃO


JUDICIÁRIA DO ESTADO DO CEARÁ:

PROCESSO Nº: 0805802-55.2016.4.05.8100


CLASSE: EXECUÇÃO DA PENA
EXEQUENTE:MINISTÉRIO PÚBLICO FEDERAL
EXECUTADO: FRANCISCO DEUSMAR DE QUEIROS

PETIÇÃO DE EXECUÇÃO PENAL PROVISÓRIA


(Manifestação n° 21032 /2016)

O MINISTÉRIO PÚBLICO FEDERAL, por conduto do


Procurador da República signatário, diante da contestação apresentada pelo executado, vem
reiterar o pedido de EXECUÇÃO PROVISÓRIA DA SENTENÇA CONDENATÓRIA
proferida pelo juízo da 11ª Vara Federal, em desfavor do réu FRANCISCO DEUSMAR
DE QUEIROS, decisão reformada em parte pelo Egrégio Tribunal Regional Federal da 5ª
Região, na forma a seguir delineada:

O réu FRANCISCO DEUSMAR DE QUEIROS foi condenado pelo


Juízo da 11ª Vara Federal pelos crimes previstos no art. 7º, IV, da Lei nº 7.492/86, à pena de
nove anos e dois meses de reclusã, e pelo crime previsto no art. 27-C da Lei 6385/76, que a
seis anos e oito meses de reclusão, resultando na pena restritiva de liberdade em 15 (quinze)
anos e 10 (dez) meses de reclusão, a ser cumprida inicialmente em regime fechado, bem
como à pena de multa de 250 dias-multa, à razão de 10 salários-mínimos o dia multa.

Diante da referida sentença, o condenado interpôs recurso de


apelação, tendo o TRF da 5ª Região excluído a condenação pelo crime do art. 27-C da Lei n°
6.385/76, resultando em condenação em segunda instância nos seguintes moldes: “ em 09

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(nove) anos e 02 (dois) meses de reclusão, além de 250 (duzentos e cinquenta) dias-multa,
correspondendo cada dia multa a 10 (dez) salários mínimos vigentes à época dos fatos”.

Os fatos ocorreram entre os anos de 2001 e 2006 e foi reconhecida


em favor do sentenciado a prescrição dos fatos mais antigos. A denúncia foi recebida em
29/01/2010. Não há que se falar em prescrição da pretensão executória.

O sentenciado interpôs recursos especial e extraordinário, sendo


admitido apenas o que se dirige ao Superior Tribunal de Justiça. Assim, o acórdão ainda não
transitou em julgado, tratando a hipótese de execução provisória.

A pena a ser cumprida, nessas condições, é de 09 (nove) anos e 02


(dois) meses de reclusão pelo crime contra o sistema financeiro nacional, em regime
fechado, além de 250 (duzentos) dias-multa, à razão de 10 (dez) salários-mínimos.

A defesa, antes mesmo de iniciada a execução da pena, atravessou


petição em que requer a suspensão do cumprimento do acórdão recorrível, sob os seguintes
fundamentos: a) incompetência do juízo da 11ª Vara para ordenar a formação de autos
para a execução provisória da pena; b) fixação, na sentença condenatória, do direito de
apelar em liberdade e de trânsito em julgado para a execução da pena, o que resultaria em
“reformatio in pejus”; c) entendimento equivocado quanto à real extensão do decidido pelo
STF no HC 126.292/SP; d) violação do art. 283 do CPP e da cláusula de reserva do
plenário e da Súmula Vinculante n° 10; e) plausibilidade do recurso especial admitido.

Passo a examinar os argumentos da verdadeira exceção de pré-


executividade penal.

a) Competência para ordenar a formação de autos para a execução provisória da pena

O Código de Processo Penal estabelece, de maneira clara, que cabe


ao juiz da sentença, ou ao juízo da execução da pena, promover a satisfação do título
executivo judicial decorrente de uma sentença condenatória:
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Art. 668. A execução, onde não houver juiz especial, incumbirá ao juiz
da sentença, ou, se a decisão for do Tribunal do Júri, ao seu presidente.

Parágrafo único. Se a decisão for de tribunal superior, nos casos de


sua competência originária, caberá ao respectivo presidente prover-lhe
a execução.

Na mesma toada a Lei de Execução Penal, em seus arts. 2º e 105,


dispõe:
Art. 2º A jurisdição penal dos Juízes ou Tribunais da Justiça ordinária,
em todo o Território Nacional, será exercida, no processo de execução,
na conformidade desta Lei e do Código de Processo Penal.
….
Art. 105. Transitando em julgado a sentença que aplicar pena privativa
de liberdade, se o réu estiver ou vier a ser preso, o Juiz ordenará a
expedição de guia de recolhimento para a execução.

A execução somente estará afetada aos tribunais superiores na


hipótese de competência originária, valendo essa disciplina tanto para a execução definitiva
quanto para a provisória.

O Superior Tribunal de Justiça, a quem cabe a interpretação dessas


normas, nos autos decidiu no Edcl no RESp n° 1.484.415, além da possibilidade de
execução provisória, que a deflagração desta é ato de competência do juízo da condenação.
Do voto do Relator, Min. Rogério Schieti Cruz, destaco a seguinte passagem:

“Dispõe o art. 105 da Lei nº 7.210/1984 (que deve ser, na


espécie, conjugado com o art. 2º da mesma lei, respeitante à
execução provisória da pena): "Transitando em julgado a
sentença que aplicar pena privativa de liberdade, se o réu
estiver ou vier a ser preso, o Juiz ordenará a expedição de
guia de recolhimento para a execução."

Sobre o tema, é apropriado o escólio de Espínola Filho, ao


pontuar que a "regra geral é a de que cabe ao juiz da ação a
competência para a execução da sentença, nela proferida,
afinal". Vale dizer, o início da execução da reprimenda
compete ao juiz "perante o qual correu a ação penal, pouco
importando tenha a executar a sentença por ele próprio
proferida, ou a substituída a essa, em virtude do provimento
dado, no todo ou em parte, a recurso, ordinário,
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extraordinário ou misto (revisão), interposto contra aquela


sentença" (Código de processo penal brasileiro anotado .
Atualizadores: José Geraldo da Silva e Wilson Lavotenti.
Campinas:Bookseller, 2000, p. 352-353).

Essa também é a intelecção de Mirabete, ao enfatizar que


"compete aos tribunais superiores a execução quando se trata
de competência originária da respectiva Corte, ainda que o
acórdão por esta proferido tenha sido reformado pelo
Supremo Tribunal Federal (MIRABETE, Julio Fabrinni.
Execução penal. 11ª ed. rev. e at. por Renato Fabbrini São
Paulo: Atlas, 2004, p. 299).

Desse modo, não visualizo qualquer vício pelo fato do Juízo da 11ª
Vara Federal haver encaminhado as cópias das peças processuais indispensáveis à execução
provisória, cujo processamento, ainda não resultante em ordem de prisão, cabe ao Juízo da
Execução Penal da Seção Judiciária do Ceará.

A competência do STJ no presente caso, a meu sentir, cinge-se a


eventual medida cautelar suspensiva da execução penal provisória, não obtida pelo ora
executado no Recurso Especial por ele manejado.

b) fixação, na sentença condenatória, do direito de apelar em liberdade e de trânsito


em julgado para a execução da pena, o que resultaria em “reformatio in pejus”;

Com efeito, ao prolatar a sentença condenatória, o Juízo da 11ª Vara


Federal reconheceu o direito do réu, ora executado, apelar em liberdade.

Mas isso não impede, sequer de longe, que a sentença venha a ser
executada provisoriamente.

A uma, porque essa parte da sentença obviamente não transita em


julgado e se sujeita à cláusula rebus sic standibus. Se assim não fosse, impossível seria obter
por exemplo uma prisão preventiva na pendência de julgamento de recursos. Tal princípio,
em matéria de processo penal, tem sua concretização no art. 617 do CPP:

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“ Art. 617. O tribunal, câmara ou turma atenderá nas suas decisões ao


disposto nos arts. 383, 386 e 387, no que for aplicável, não podendo,
porém, ser agravada a pena, quando somente o réu houver apelado da
sentença.”

A duas porque não se trata de ofensa ao direito de apelar em


liberdade. Assim foi garantido ao réu que apelou em liberdade, teve seu recurso apreciado e
a pena reduzida, mas esgotada a fase em que se forma o juízo de convencimento sobre a
culpabilidade, o que não se garante mais é que possa manejar os recursos excepcionais sem
ser preso provisoriamente.

Além disso, a aventada preclusão em relação à possibilidade do réu


recorrer em liberdade, a qual foi declarada na sentença de primeiro grau, não se sustenta pelo
simples fato de que esse tópico não era suscetível de reforma, dada a posição consolidada no
sentido de que a execução da pena só se iniciaria após o trânsito em julgado.

Por fim, convenhamos que o novo precedente do Supremo não é


restauração do comando de que o réu tem que se recolher ao cárcere para poder apelar. A
prisão processual do réu, quando da prolação da sentença, continua vinculada à devida
fundamentação do juiz, nos termos do já referido § 1º do art. 387 do Código de Processo
Penal.
Se a sentença determina a prisão processual, mas não a fundamenta,
aí tem-se ilegalidade passível de correção.

Outra é a situação delineada pelo Supremo Tribunal Federal no


julgamento do habeas corpus nº 126.292/SP: solto o réu, mas confirmada a condenação em
grau recursal, pelo Tribunal de 2ª instância competente a tanto, não há mais dúvidas, com
força de obstar a execução provisória da pena, quanto à materialidade e autoria delitivas. Os
recursos ainda cabíveis, de índole excepcional, sequer poderão reexaminar fatos e provas,
podendo em geral no máximo resultar no cômputo da pena.

E, nas hipóteses em que haja gritante ofensa à legislação federal ou


constitucional, nada obsta que o condenado obtenha, nas instâncias respectivas, medida
cautelar suspensiva da execução.
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Para finalizar esse tópico, trago à colação recente julgado do STJ, qu


tem se repetido, o qual afastou a tese da reformatio in pejus defendida na petição que visa
obstar a execução provisória:

“HABEAS CORPUS SUBSTITUTIVO DE RECURSO PRÓPRIO.


INADEQUAÇÃO. MÉRITO.
ANÁLISE DE OFÍCIO. PRISÃO CAUTELAR. CONCUSSÃO E
UTILIZAÇÃO INDEVIDA DE RENDAS E SERVIÇOS PÚBLICOS EM
PROVEITO PRÓPRIO (ART. 1º DO DECRETO-LEI Nº 201/67).
SENTENÇA CONDENATÓRIA CONFIRMADA EM SEGUNDA
INSTÂNCIA (COM MINORAÇÃO DA PENA E ABSOLVIÇÃO
PARCIAL). EXECUÇÃO PROVISÓRIA DA PENA. POSSIBILIDADE.
RECENTE ENTENDIMENTO DO SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL.
AUSÊNCIA DE VIOLAÇÃO DO PRINCÍPIO DA PRESUNÇÃO DE
INOCÊNCIA. ORDEM NÃO CONHECIDA.
1. O Superior Tribunal de Justiça, seguindo entendimento firmado pelo
Supremo Tribunal Federal, passou a não admitir o conhecimento de
habeas corpus substitutivo de recurso próprio. Precedentes No entanto,
deve-se analisar o pedido formulado na inicial, tendo em vista a
possibilidade de se conceder a ordem de ofício, em razão da existência
de eventual coação ilegal.
2. O Plenário do Supremo Tribunal Federal, por maioria de votos,
entendeu que A execução provisória de acórdão penal condenatório
proferido em grau de apelação, ainda que sujeito a recurso especial ou
extraordinário, não compromete o princípio constitucional da
presunção de inocência afirmado pelo artigo 5º, inciso LVII da
Constituição Federal. (STF, HC 126292, Relator Min. TEORI
ZAVASCKI, Tribunal Pleno, julgado em 17/02/2016, processo
eletrônico DJe-100, divulgado em 16/05/2016, publicado em
17/05/2016).
3. No particular, como a sentença condenatória foi confirmada pelo
Tribunal de origem e porquanto encerrada a jurisdição das instâncias
ordinárias (bem como a análise dos fatos e provas que assentaram a
culpa do condenado), é possível dar início à execução provisória da
pena antes do trânsito em julgado da condenação, sem que isso importe
em violação do princípio constitucional da presunção de inocência.
Ademais, a sentença assegurou ao paciente o direito de recorrer em
liberdade, o que representa a prerrogativa de tão somente apelar em
liberdade, como ocorreu, valendo ressaltar que os recursos especial e
extraordinário não são dotados, regra geral, de efeito suspensivo.
4. De outra parte, não há que se falar em reformatio in pejus, pois a
prisão decorrente de decisão confirmatória de condenação do
Tribunal de apelação não depende do exame dos requisitos previstos
no art. 312 do CP. Está na competência do juízo revisional e
independe de recurso da acusação. Precedentes da Corte.
5. Habeas Corpus não conhecido.
(HC 366.471/SC, Rel. Ministro REYNALDO SOARES DA FONSECA,
QUINTA TURMA, julgado em 06/10/2016, DJe 14/10/2016)

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Afastada, desse modo, a alegada reformatio in pejus.

c) Do novo entendimento do STF e seus efeitos

No julgamento do HC n.º 126.292/SP, o Supremo Tribunal Federal


reviu seu posicionamento e, resgatando jurisprudência antes consolidada, afirmou a
possibilidade da execução imediata da pena depois da decisão condenatória confirmada em
segunda instância.

Mais recentemente a Suprema Corte, ao indeferir os pedidos


liminares pleiteados nas Ações Declaratórias de Constitucionalidade nos 43 e 44, ratificou o
julgamento suprarreferido, prevalecendo o entendimento de que não há óbice ao início do
cumprimento da pena após esgotadas as instâncias ordinárias.

Conforme o entendimento exarado no precedente da Corte Suprema,


é no juízo de apelação que de regra se exaure, mediante ampla devolutividade da matéria
deduzida na ação penal, o exame sobre os fatos e provas da causa penal, concretizando o
duplo grau de jurisdição.

Assim, como os recursos excepcionais são restritos à matéria de


direito, não tendo aptidão para modificar decisões da primeira instância recursal no que
tange à matéria fático probatória obtida em regime de contraditório no curso da ação penal,
concluiu a Corte Constitucional, por ampla maioria de seus integrantes, que se pode dar
início à execução da pena condenatória nesta fase sem ofensa ao princípio da presunção da
inocência.
Carecendo os recursos excepcionais de efeito suspensivo, não há
óbice para que se executem as penas impostas ao sentenciado. Nesse passo, o E. Superior
Tribunal de Justiça vem aplicando o entendimento da Corte Suprema e determinando a
imediata execução da condenação:

RECURSO ORDINÁRIO EM HABEAS CORPUS TRÁFICO ILÍCITO


DE ENTORPECENTES. PRISÃO PREVENTIVA. ELEMENTOS QUE
DENOTAM HABITUALIDADE DELITIVA. REINCIDÊNCIA
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ESPECÍFICA. FUNDAMENTAÇÃO IDÔNEA. SUPERVENIÊNCIA DE


CONDENAÇÃO. AUSÊNCIA DE NOVOS FUNDAMENTOS. NÃO
PREJUDICIALIDADE. SENTENÇA CONFIRMADA EM SEGUNDA
INSTÂNCIA. PRISÃO MANTIDA PELO TRIBUNAL. POSSIBILIDADE.
EXECUÇÃO PROVISÓRIA DA PENA. LEGALIDADE. RECENTE
ENTENDIMENTO DO SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL. AUSÊNCIA
DE VIOLAÇÃO DO PRINCÍPIO DA PRESUNÇÃO DE INOCÊNCIA.
RECURSO DESPROVIDO. ..EMEN: 1. Mostra-se devidamente
fundamentada a segregação em hipótese na qual o recorrente,
reincidente específico na prática do crime de tráfico ilícito de
entorpecentes, foi flagrado com cerca de 15g de crack, droga de alto
poder destrutivo, e uma balança de precisão, confessando que a droga
se destinava ao ilícito comércio. 2. Encontra-se justificada a prisão
pela necessidade de proteção à ordem pública, dado o risco concreto de
reiteração criminosa, tendo em vista a reincidência específica do
paciente, que voltou a ser preso em flagrante por tráfico a despeito da
condenação anterior, especialmente porque as circunstâncias do
flagrante indicam dedicação a atividades criminosas. 3. Para a Quinta
Turma desta Corte, a sentença condenatória que mantém a prisão
cautelar do réu somente constitui novo título judicial se agregar novos
fundamentos, com base no art. 312 do Código de Processo Penal. 4. O
Plenário do Supremo Tribunal Federal, por maioria de votos, entendeu
que a possibilidade de início da execução da pena condenatória após a
confirmação da sentença em segundo grau não ofende o princípio
constitucional da presunção da inocência (HC n. 126292, julgado no
dia 17 de fevereiro de 2016). 5. No particular, como a sentença
condenatória foi confirmada pelo Tribunal de origem e porquanto
encerrada a jurisdição das instâncias ordinárias (bem como a análise
dos fatos e provas que assentaram a culpa do condenado), é possível
dar início à execução provisória da pena antes do trânsito em julgado
da condenação, sem que isso importe em violação do princípio
constitucional da presunção de inocência. 6. Recurso desprovido.
..EMEN:
(RHC 201500287341, REYNALDO SOARES DA FONSECA, STJ -
QUINTA TURMA, DJE DATA:29/06/2016 ..DTPB:.)

Não há, desse modo, de acordo com a decisão da Corte


Constitucional, qualquer entrave para que se execute as penas impostas ao réu na primeira
instância recursal, até porque o recurso excepcional interposto (REsp), destinado a julgar
questões federais de natureza infraconstitucional, carece do chamado efeito suspensivo (art.
637 do CPP e art. 27, § 2º, da Lei 8.038/1990).

Quanto à necessidade de fundamentar a execução provisória, a


manutenção da sentença penal pela segunda instância encerra a análise de fatos e provas que
assentaram a culpa do condenado, o que autoriza o início da execução da pena por somente

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esse motivo. A segregação do cidadão, após o exaurimento da jurisdição das instâncias


ordinárias, independe do preenchimento dos requisitos do art. 312 do Código de Processo
Penal porque representa a (hoje autorizada) execução provisória da pena,

Nesse sentido, vem decidindo o STJ:

RECURSO ESPECIAL. ATENTADO VIOLENTO AO PUDOR.


VÍTIMAS CRIANÇAS MENORES DE 14 ANOS. VIOLÊNCIA
PRESUMIDA. REPRESENTAÇÃO. DECADÊNCIA. NÃO
OCORRÊNCIA. CIÊNCIA DO ATO. DILAÇÃO PROBATÓRIA.
IMPOSSIBILIDADE. SÚMULA N. 7 DO STJ. FORMALIDADE.
DESNECESSIDADE. INÉPCIA DA DENÚNCIA. NÃO
OCORRÊNCIA. SUPERVENIÊNCIA DE CONDENAÇÃO.
ABSOLVIÇÃO. PALAVRA DAS VÍTIMAS. HARMONIA COM DEMAIS
PROVAS. SÚMULA N. 7 DO STJ. DESCLASSIFICAÇÃO PARA
CONTRAVENÇÃO DO ART. 61 DO DECRETO-LEI N.3.688/1941.
IMPOSSIBILIDADE. PARTICIPAÇÃO DA RÉ. REEXAME DE
PROVAS. SÚMULA N. 7 DO STJ. PENA-BASE. CULPABILIDADE.
MOTIVAÇÃO IDÔNEA. CONTINUIDADE DELITIVA. FORMA
SIMPLES. PENA READEQUADA. AUSÊNCIA DE
FUNDAMENTAÇÃO E OMISSÃO NO ACÓRDÃO. INEXISTÊNCIA.
RECURSO ESPECIAL CONHECIDO E NÃO PROVIDO. ORDEM
CONCEDIDA DE OFÍCIO. EXECUÇÃO PROVISÓRIA.
DETERMINAÇÃO.
…...............
15. A Sexta Turma desta Corte Superior decidiu, ao apreciar os EDcl
nos REsps n. 1.484.413/DF e 1.484.415/DF (DJe 14/4/2016), de
minha relatoria, que, nas hipóteses em que não for conferido
efeito suspensivo ao recurso especial, mantida a condenação do réu,
deve ser determinado o início da execução provisória das penas
impostas.
16. Recurso especial conhecido e não provido. Ordem concedida, de
ofício, a fim de reconhecer a ilegalidade quanto à aplicação da
continuidade delitiva específica e reduzir as penas dos réus.
Execução provisória determinada.
(REsp 1273776/SP, Rel. Ministro ROGERIO SCHIETTI CRUZ, SEXTA
TURMA, julgado em 14/06/2016, DJe 21/06/2016)

Nessas condições, diante desse quadro, resta claro que a prisão para execução
provisória difere, por sua própria natureza e finalidade, da prisão preventiva ou de qualquer
outra modalidade de prisão cautelar, resultando tão somente do esgotamento das vias
ordinárias.
Foi essa a lógica da decisão do STF no HC 126.292/SP.

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d) violação do art. 283 do CPP e da cláusula de reserva do plenário e da Súmula


Vinculante n° 10

As alegações não se aplicam ao presente caso, pois a decisão questionada nos


presentes autos não adveio de Tribunal, não se podendo falar de quebra da cláusula de
reserva de plenário.

e) plausibilidade do recurso especial admitido.

Se o recurso especial tem ou não plausibilidade de alterar o status


condenatório do executado é questão a ser resolvido na instância a tanto competente, no caso
o Superior Tribunal de Justiça.

Cabe ao interessado obter, junto àquela Corte, o efeito suspensivo da


execução, sob pena de completa subversão da ordem jurídica na hipótese deste Juízo fazer
tal análise, invadindo a competência reservada ao STJ.

f) Pedido
Ante tais circunstâncias, requer o MPF seja iniciada a execução da
definitiva da pena restritiva de liberdade de 05 (cinco) anos de reclusão e 200 (duzentos
dias-multa) imposta ao réu FRANCISCO DEUSMAR DE QUEIROS em regime
semiaberto, com a adoção das seguintes providências:

1) a expedição de carta de guia para que seja a pena


cumprida em regime fechado, dado que a pena privativa de
liberdade é de 09 (nove) anos e 02 (dois) meses de reclusão.
3) remessa à Contadoria para o cálculo da pena de multa,
fixando-se prazo para o adimplemento voluntário, sob pena
de constituição de Dívida Ativa, devendo para tanto ser
oficiada a Procuradoria da Fazenda Nacional.

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MINISTÉRIO PÚBLICO FEDERAL
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Aguarda deferimento.
Fortaleza/CE, 20 de outubro de 2016.

MÃRCIO ANDRADE TORRES


Procurador da República

11

Processo: 0805802-55.2016.4.05.8100
Assinado eletronicamente por:
MARCIO ANDRADE TORRES - Procurador
16102013410753800000001794090
Data e hora da assinatura: 20/10/2016 13:43:10
Identificador: 4058100.1792914
Para conferência da autenticidade do documento: https://pje.jfce.jus.br/pje/Processo/ConsultaDocumento/listView.seam 11/11
MM Juiz Federal,

Segue pedido de retificação da execução penal, em anexo.

Márcio Torres

PR/CE

Processo: 0805802-55.2016.4.05.8100
Assinado eletronicamente por:
MARCIO ANDRADE TORRES - Procurador
16102710394693000000001814612
Data e hora da assinatura: 27/10/2016 10:42:12
Identificador: 4058100.1813428
Para conferência da autenticidade do documento: https://pje.jfce.jus.br/pje/Processo/ConsultaDocumento/listView.seam 1/1
MINISTÉRIO PÚBLICO FEDERAL
PROCURADORIA DA REPÚBLICA NO ESTADO DO CEARÁ

EXCELENTÍSSIMO(A) SENHOR(A) JUIZ(A) FEDERAL DA 12ª VARA DA SEÇÃO


JUDICIÁRIA DO ESTADO DO CEARÁ:

PROCESSO Nº: 0805802-55.2016.4.05.8100


CLASSE: EXECUÇÃO DA PENA
EXEQUENTE: MINISTÉRIO PÚBLICO FEDERAL
EXECUTADO: FRANCISCO DEUSMAR DE QUEIROS

PETIÇÃO DE EXECUÇÃO PENAL PROVISÓRIA


(Manifestação n° 21536 /2016)

O MINISTÉRIO PÚBLICO FEDERAL, por conduto do


Procurador da República signatário, diante da contestação apresentada pelo executado, vem
retificar o pedido de EXECUÇÃO PROVISÓRIA DA SENTENÇA CONDENATÓRIA
proferida pelo juízo da 11ª Vara Federal, em desfavor do réu FRANCISCO DEUSMAR
DE QUEIROS, decisão reformada em parte pelo Egrégio Tribunal Regional Federal da 5ª
Região, na forma a seguir delineada:

Por um lapso, constou na petição de execução o requerimento de


execução provisória da pena restritiva de liberdade de 05 (cinco) anos de reclusão e 200
(duzentos dias-multa), em relação ao sentenciado FRANCISCO DEUSMAR DE QUEIROS
em regime semiaberto, quando na realidade a pena a ser cumprida, em regime fechado, é
de 09 (nove) anos e 02 (dois) meses de reclusão e 250 dias multa, à razão de 10 salários
mínimos por dia multa.

1
Av. Beira Mar, nº 1064, Praia Treze de Julho – CEP: 49.020-010 – Aracaju - Sergipe
Fone: (79) 3301-3700 – Site: http://www.prse.mpf.mp.br

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MINISTÉRIO PÚBLICO FEDERAL
Procuradoria da República no Estado do Ceará

Desse modo, requer seja considerada a presente retificação para a


expedição da Carta de Guia.
.
Aguarda deferimento.
Fortaleza/CE, 27 de outubro de 2016.

MÃRCIO ANDRADE TORRES


Procurador da República

Processo: 0805802-55.2016.4.05.8100
Assinado eletronicamente por:
MARCIO ANDRADE TORRES - Procurador
16102710410632200000001814613
Data e hora da assinatura: 27/10/2016 10:42:12
Identificador: 4058100.1813429
Para conferência da autenticidade do documento: https://pje.jfce.jus.br/pje/Processo/ConsultaDocumento/listView.seam 2/2
EXCELENTÍSSIMO SENHOR JUIZ FEDERAL DA 12ª VARA DA SEÇÃO JUDICIÁRIA DO
ESTADO DO CEARÁ.

PROCESSO Nº 0805802-55.2016.4.05.8100

EXEQUENTE: MINISTÉRIO PÚBLICO FEDERAL

EXECUTADO: FRANCISCO DEUSMAR DE QUEIRÓS

FRANCISCO DEUSMAR DE QUEIRÓS , já amplamente qualificado no presente feito, vem, com o


devido respeito, COMUNICAR V. Excelência acerca da decisão (doc. anexo) proferida pelo E. Ministro
Felix Fischer, nos autos do Processo nº 2016/0292446-7, a qual deferiu medida liminar para sustar o
início da execução provisória da pena do ora Executado até ulterior julgamento final do processo ,
nos termos a seguir delineados:

Trata-se de pedido de tutela provisória, formulada por FRANCISCO DESMAR DE QUEIROS,


GERALDO DE LIMA GADELHA FILHO, IELTON BARRETO DE OLIVEIRA e JERÔNIMO ALVES
BEZERRA, consubstanciada na possibilidade de concessão in limine litis de medida cautelar para atribuir
efeito suspensivo a recurso especial anteriormente interposto.

(...)

Assim, temerária seria a deflagração ante tempus de eventual execução provisória antes do julgamento do
mérito do Recurso Especial interposto, razão pela qual defiro a liminar para sustar o início da execução
provisória da pena até ulterior julgamento final do presente pedido de tutela provisória.

Cite-se o requerido, para, querendo, apresentar resposta, no prazo

legal.

Após, vista ao Ministério Público Federal.

1/2
P. e I.

Brasília (DF), 16 de novembro de 2016.

Ministro Felix Fischer

Relator

Assim, em atendimento à supracitada decisão emanada da Corte Superior de Justiça, requer-se que V.
Exa. digne-se de se abster de proferir ou expedir qualquer ato ou ordem prisional em desfavor do Réu,
garantindo-lhe o direito de responder ao processo em liberdade, até o trânsito em julgado do feito .

Por fim, requer sejam as publicações alusivas ao presente feito realizadas exclusivamente em nome do
advogado ANASTÁCIO MARINHO , inscrito na OAB/CE nº 8.502, sob pena de nulidade.

P. deferimento.

Fortaleza, 09 de dezembro de 2016.

Anastacio Marinho Caio Cesar Rocha Wilson Belchior

OAB/CE 8.502 OAB/CE 15.095 OAB/CE 17.314

Marcelo Leal Benedito Cerezzo Luiz Eduardo Monte

OAB/DF 21932 OAB/SP 142.109 OAB/DF 41.950

Eduardo Ferri Renan Rebouças

OAB/CE 21.310-A OAB/CE 24.499

Processo: 0805802-55.2016.4.05.8100
Assinado eletronicamente por:
ANASTACIO JORGE MATOS DE SOUSA MARINHO - Advogado
16121214100749100000001942813
Data e hora da assinatura: 12/12/2016 14:23:25
Identificador: 4058100.1941566
Para conferência da autenticidade do documento: https://pje.jfce.jus.br/pje/Processo/ConsultaDocumento/listView.seam 2/2
EXCELENTÍSSIMO SENHOR JUIZ FEDERAL DA 12ª VARA DA SEÇÃO JUDICIÁRIA
DO ESTADO DO CEARÁ.

PROCESSO Nº 0805802-55.2016.4.05.8100
EXEQUENTE: MINISTÉRIO PÚBLICO FEDERAL
EXECUTADO: FRANCISCO DEUSMAR DE QUEIRÓS

FRANCISCO DEUSMAR DE QUEIRÓS, já amplamente qualificado no


presente feito, vem, com o devido respeito, COMUNICAR V. Excelência acerca da
decisão (doc. anexo) proferida pelo E. Ministro Felix Fischer, nos autos do Processo nº
2016/0292446-7, a qual deferiu medida liminar para sustar o início da execução
provisória da pena do ora Executado até ulterior julgamento final do processo, nos
termos a seguir delineados:

Trata-se de pedido de tutela provisória, formulada por FRANCISCO DESMAR DE


QUEIROS, GERALDO DE LIMA GADELHA FILHO, IELTON BARRETO DE
OLIVEIRA e JERÔNIMO ALVES BEZERRA, consubstanciada na possibilidade de
concessão in limine litis de medida cautelar para atribuir efeito suspensivo a
recurso especial anteriormente interposto.
(...)
Assim, temerária seria a deflagração ante tempus de eventual execução provisória
antes do julgamento do mérito do Recurso Especial interposto, razão pela qual
defiro a liminar para sustar o início da execução provisória da pena até ulterior
julgamento final do presente pedido de tutela provisória.

Cite-se o requerido, para, querendo, apresentar resposta, no prazo


legal.

Após, vista ao Ministério Público Federal.

P. e I.

Brasília (DF), 16 de novembro de 2016.

Ministro Felix Fischer


Relator

1/2
Assim, em atendimento à supracitada decisão emanada da Corte
Superior de Justiça, requer-se que V. Exa. digne-se de se abster de proferir ou expedir
qualquer ato ou ordem prisional em desfavor do Réu, garantindo-lhe o direito de
responder ao processo em liberdade, até o trânsito em julgado do feito.

Por fim, requer sejam as publicações alusivas ao presente feito


realizadas exclusivamente em nome do advogado ANASTÁCIO MARINHO, inscrito na
OAB/CE nº 8.502, sob pena de nulidade.

P. deferimento.
Fortaleza, 09 de dezembro de 2016.

Anastacio Marinho Caio Cesar Rocha Wilson Belchior


OAB/CE 8.502 OAB/CE 15.095 OAB/CE 17.314

Marcelo Leal Benedito Cerezzo Luiz Eduardo Monte


OAB/DF 21932 OAB/SP 142.109 OAB/DF 41.950

Eduardo Ferri Renan Rebouças


OAB/CE 21.310-A OAB/CE 24.499

Processo: 0805802-55.2016.4.05.8100
Assinado eletronicamente por:
ANASTACIO JORGE MATOS DE SOUSA MARINHO - Advogado
16121214104374200000001942814
Data e hora da assinatura: 12/12/2016 14:23:25
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(e-STJ Fl.2164)

Superior Tribunal de Justiça


F6

PEDIDO DE TUTELA PROVISÓRIA Nº 38 - CE (2016/0292446-7)

RELATOR : MINISTRO FELIX FISCHER


REQUERENTE : FRANCISCO DEUSMAR DE QUEIROS
REQUERENTE : GERALDO DE LIMA GADELHA FILHO
REQUERENTE : IELTON BARRETO DE OLIVEIRA
REQUERENTE : JERÔNIMO ALVES BEZERRA
ADVOGADO : MARCELO LEAL DE LIMA OLIVEIRA E OUTRO(S) -
DF021932
REQUERIDO : MINISTÉRIO PÚBLICO FEDERAL

DECISÃO

Trata-se de pedido de tutela provisória, formulada por FRANCISCO


DESMAR DE QUEIROS, GERALDO DE LIMA GADELHA FILHO, IELTON
BARRETO DE OLIVEIRA e JERÔNIMO ALVES BEZERRA, consubstanciada na
possibilidade de concessão in limine litis de medida cautelar para atribuir efeito
suspensivo a recurso especial anteriormente interposto.
Sustentam os requerentes que o periculum in mora que autorizaria a
concessão da medida cingir-se-ia à iminente possibilidade concreta de segregação
(fl. 4), decretada pelo magistrado de primeira instância, ao argumento de que "o fato
de ter sido o decreto de prisão exarado ex officio, sem provocação de qualquer
espécie do órgão acusatório e em flagrante contrariedade ao próprio dispositivo da
sentença, que determinara expressamente que o início da pena ocorresse “após o
trânsito em julgado” e contra o qual não se insurgiu o Ministério Público, sinalizam
fortemente para a verossimilhança do direito alegado" (fl. 5).
Por outro lado, o fumus boni iuris encontrar-se-ia na viabilidade
recursal, consistente em "violação da correlação entre acusação e sentença, falta de
fundamentação na dosimetria da pena, inadequação típica da conduta, e, ainda, a
indicação de omissão reiterada e deliberada na apreciação destas mesmas matérias
amplamente arguidas e prequestionadas desde a origem pela defesa" (fl. 4).
Pugnam, ao final, pela concessão de efeito suspensivo para sustar o
início da execução provisória da pena até ulterior julgamento do mérito da presente

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1/4
(e-STJ Fl.2165)

Superior Tribunal de Justiça


F6

medida acautelatória.
É o relatório.
Decido.
De início, cumpre assentar que, na linha da jurisprudência até então
firmada no âmbito desta Corte, a prisão cautelar deve ser considerada exceção, já
que, por meio desta medida, priva-se o réu de seu jus libertatis antes do
pronunciamento condenatório definitivo, consubstanciado na sentença transitada em
julgado. É por isso que tal medida constritiva só justifica caso demonstrada sua real
indispensabilidade para assegurar a ordem pública, a instrução criminal ou a
aplicação da lei penal, ex vi do artigo 312 do Código de Processo Penal, sob pena de
configurar-se antecipação de pena ou execução provisória, inadmitida, até então,
pela Suprema Corte, com base no HC n. 84.078/MG, da relatoria do em. Ministro
Eros Grau.
Nesse sentido: AgRg no RHC 47.220/MG, 5ª Turma, Rel. Min.
Regina Helena Costa, DJe de 29/8/2014; RHC 36.642/RJ, 6ª Turma, Rel. Min.
Maria Thereza de Assis Moura, DJe de 29/8/2014; HC 296.276/MG, 5ª Turma,
Rel. Min. Marco Aurélio Bellizzee, DJe de 27/8/2014; RHC 48.014/MG, 6ª Turma,
Rel. Min. Sebastião Reis Júnior, DJe de 26/8/2014; v.g..
Entretanto, recentemente, o Plenário do col. Supremo Tribunal Federal
evoluiu em seu entendimento e, por maioria de votos, indeferiu o pedido formulado
no HC n. 126.292/SP, de relatoria do e. Min. Teori Zavascki, e decidiu pela
possibilidade do início do cumprimento da pena após o julgamento da apelação. Em
outras palavras, está autorizada a execução provisória da pena após o julgamento de
segunda instância, o que ocorreu no caso concreto.
No caso vertente, aduzem os requerentes que ao juiz sentenciante
falece competência para a expedição de mandado de prisão em virtude do início da
execução provisória. Sobre o tema, trago à colação voto-vista por mim proferido nos
autos do habeas corpus n. 352216, em que fiz algumas considerações acerca da
viabilidade de tal expediente, malgrado partir de magistrado de primeira instância.
Eis o excerto:

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(e-STJ Fl.2166)

Superior Tribunal de Justiça


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"[...] cumpre citar passagem da decisão proferida pelo em. Min. Edson
Fachin, no já apontado habeas corpus 135.752:
"A opção legislativa de dar eficácia à sentença condenatória tão logo
confirmada em segundo grau de jurisdição, e não mais sujeita a recurso com efeito
suspensivo, está consentânea com a razão constitucional da própria existência dos
recursos às instâncias extraordinárias. Sabem todos que o trânsito em julgado, no
sistema recursal brasileiro, depende em algum momento da inércia da parte
sucumbente. Há sempre um recurso oponível a uma decisão, por mais incabível
que seja, por mais estapafúrdias que sejam as razões recursais invocadas. Se
pudéssemos dar à regra do art. 5º, LVII, da CF caráter absoluto, teríamos de
admitir, no limite, que a execução da pena privativa de liberdade só poderia
operar-se quando o réu se conformasse com sua sorte e deixasse de opor novos
embargos declaratórios. Isso significaria dizer que a execução da pena privativa
de liberdade estaria condicionada à concordância do apenado (...)".

Mostrar-se-ia, realmente, ilógico conceber que a liberdade individual


possa ser tolhida por decisão de magistrado de primeiro grau que até mesmo
dispensa a certeza, como no caso das prisões cautelares, adotando-se, no mesmo
compasso, para a decisão de segunda instância, uma compreensão que a
assimilasse com um mero ato de passagem, sem qualquer consequência.
Reitere-se: levado ao limite, o argumento consente com que, por
exemplo, um recurso especial ou extraordinário manejado e não conhecido, de cuja
decisão se interponha um agravo, que seja desprovido, e em relação à qual se
oponham embargos de declaração – quiçá sucessivos -, impeçam a deflagração da
execução.
Ademais, ainda sobre tal argumentação, tem-se que, como é evidente, à
alusão do magistrado de primeiro grau não se pode emprestar força tendente a
afastar a decisão do col. Supremo Tribunal Federal, no habeas corpus 126.292.
Noutros termos, e abstraindo-se aqui o caso concreto, em que a sentença foi
proferida antes da edição do precedente pelo Supremo Tribunal Federal, ainda
que assim não fosse, a verdade é que não se pode conceber que a referência do juiz
de primeira instância, simplesmente por indicar que após o trânsito em julgado
expedir-se-á mandado de prisão, faça írrita uma decisão da eg. Suprema Corte.
A expressão constante das sentenças condenatórias, ao determinar
expedição de mandado de prisão após o trânsito em julgado, não opera coisa
julgada em favor do réu, de modo que tal fato não tem o condão de impedir sua
prisão no âmbito da execução provisória da pena. Este tipo de comando sentencial,
com efeito, consta do texto condenatório, em verdade, apenas como norte para o
início de cumprimento de pena, com o advento do trânsito em julgado, ou seja,
tem por finalidade guiar o feito após o julgamento definitivo dos recursos, da
mesma forma como a determinação de expedição de ofícios para inscrição do
nome no rol de culpados, as determinações para fins de suspensão de direitos
políticos, dentre outras diligências.
Não significa, portanto, que, única e exclusivamente, isto é, que
apenas com o trânsito em julgado, é que se permitirá a expedição do mandado de
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Signatário(a): MINISTRO Felix Fischer Assinado em: 21/11/2016 18:44:19
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(e-STJ Fl.2167)

Superior Tribunal de Justiça


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prisão. No ponto, basta imaginar que determinada pessoa seja condenada a uma
elevada pena de prisão, sendo-lhe conferido o direito de recorrer em liberdade,
com determinação de expedição de mandado de prisão após o trânsito em julgado.
Se antes da apreciação do recurso houver prova robusta da possibilidade de que o
acusado condenado virá a fugir para outro País, de modo a evitar futuro
cumprimento de pena, não se pode dizer que, considerando a determinação
contida na sentença, de expedição de mandado de prisão após o trânsito em
julgado, estaria o Tribunal impedido de decretar a prisão preventiva."

Dessarte, não vislumbro óbice, tampouco ilegalidade, tout court, a


expedição de mandado de prisão realizada por juiz de primeira instância,
independentemente de ressalva por este feita e de os autos encontrarem-se em
trâmite perante as Cortes Superiores.
Sem embargo, dentre os argumentos expendidos na inicial do pedido
de tutela provisória, verifico que em relação a um deles a concessão de liminar, ao
menos neste juízo meramente perfunctório, é medida que se faz premente, ante a
relevância da questão da correta tipificação do delito imputado aos requerentes, se
se trataria de incidir, na hipótese, o delito inserto no art. 27-E da Lei 6.385/76, ou o
delito previsto no art. 7º, inciso IV, da Lei 7.492/86, sem olvidar que eventual
desclassificação da conduta poderia culminar no advento da prescrição.
Assim, temerária seria a deflagração ante tempus de eventual
execução provisória antes do julgamento do mérito do Recurso Especial interposto,
razão pela qual defiro a liminar para sustar o início da execução provisória da pena
até ulterior julgamento final do presente pedido de tutela provisória.
Cite-se o requerido, para, querendo, apresentar resposta, no prazo
legal.
Após, vista ao Ministério Público Federal.
P. e I.

Brasília (DF), 16 de novembro de 2016.

Ministro Felix Fischer


Relator

TP 38 C54242555100;812<05542@ C<05065;0034 94 @
Processo: 0805802-55.2016.4.05.8100 2016/0292446-7 Documento Página 4 de 4
Assinado eletronicamente por:
Documento eletrônico VDA15537415 assinado eletronicamente nos termos do Art.1º §2º inciso III da Lei 11.419/2006
Signatário(a):ANASTACIO JORGE
FischerMATOS DE SOUSA MARINHO
18:44:19 - Advogado
MINISTRO Felix Assinado em: 21/11/2016 16121214140701400000001942817
Publicação noData e hora
DJe/STJ nº da assinatura:
2099 12/12/2016
de 24/11/2016. Código 14:23:25
de Controle do Documento: 1F12ECB1-C1B5-4D76-ABBE-33B098E98A8F
Identificador: 4058100.1941570
Para conferência da autenticidade do documento: https://pje.jfce.jus.br/pje/Processo/ConsultaDocumento/listView.seam 4/4
(e-STJ Fl.2169)

Superior Tribunal de Justiça

TP 38/CE

PUBLICAÇÃO

Certifico que foi disponibilizada no Diário da Justiça


Eletrônico/STJ em 23/11/2016 a r. decisão de fls. 2164 e
considerada publicada na data abaixo mencionada, nos
termos do artigo 4º, § 3º, da Lei 11.419/2006.
Brasília, 24 de novembro de 2016.

COORDENADORIA DA QUINTA TURMA


*Assinado por JOSÉ DA LUZ SOUZA FILHO
em 24 de novembro de 2016 às 07:05:54
Documento eletrônico juntado ao processo em 24/11/2016 às 07:08:49 pelo usuário: JOSÉ DA LUZ SOUZA FILHO

Processo: 0805802-55.2016.4.05.8100
Assinado eletronicamente por:
* Assinado
ANASTACIOeletronicamente
JORGE MATOS DE nos termos
SOUSA do Art.
MARINHO 1º § 2º inciso III alínea "b" da Lei 11.419/2006 16121214143196600000001942822
- Advogado
Data e hora da assinatura: 12/12/2016 14:23:25
Identificador: 4058100.1941575
Para conferência da autenticidade do documento: https://pje.jfce.jus.br/pje/Processo/ConsultaDocumento/listView.seam 1/1
12ª Vara Federal do Ceará

Rua João Carvalho, nº 485, 5.º andar, Aldeota, CEP 60.140.140 - Fortaleza/CE

Fone: (85) 3391-5864 / Fax: (85) 3391-5866 / email: vara12@jfce.jus.br

PROCESSO Nº: 0805802-55.2016.4.05.8100 - EXECUÇÃO DA PENA


EXEQUENTE: MINISTÉRIO PÚBLICO FEDERAL
EXECUTADO: FRANCISCO DEUSMAR DE QUEIROS
12ª VARA FEDERAL - JUIZ FEDERAL TITULAR

CERTIDÃO

CERTIFICO que juntei aos presentes autos o (a) Telegrama nº 5T 43228/2016, oriundo do
(a) STJ. O referido é verdade. Dou fé.

Fortaleza, datado eletronicamente.

EDIENE SANTANA DE OLIVEIRA

Analista Judiciária - Matrícula 1488

(assinado eletronicamente)

Processo: 0805802-55.2016.4.05.8100
Assinado eletronicamente por:
EDIENE SANTANA DE OLIVEIRA - Servidor Geral
16121614144195800000001959627
Data e hora da assinatura: 16/12/2016 14:17:44
Identificador: 4058100.1958376
Para conferência da autenticidade do documento: https://pje.jfce.jus.br/pje/Processo/ConsultaDocumento/listView.seam 1/1
1/2
Processo: 0805802-55.2016.4.05.8100
Assinado eletronicamente por:
EDIENE SANTANA DE OLIVEIRA - Servidor Geral
16121614171967500000001959628
Data e hora da assinatura: 16/12/2016 14:17:44
Identificador: 4058100.1958377
Para conferência da autenticidade do documento: https://pje.jfce.jus.br/pje/Processo/ConsultaDocumento/listView.seam 2/2
PROCESSO Nº: 0805802-55.2016.4.05.8100 - EXECUÇÃO DA PENA
ÓRGÃO JULGADOR: 12ª VARA FEDERAL (TITULAR)
JUIZ FEDERAL TITULAR
EXEQUENTE: MINISTÉRIO PÚBLICO FEDERAL
EXECUTADO: FRANCISCO DEUSMAR DE QUEIROS
ADVOGADO: Anastacio Jorge Matos De Sousa Marinho

DECISÃO

Trata-se de execução penal instaurada em face de FRANCISCO DEUSMAR DE QUEIROS, tendo em


vista a confirmação no TRF da 5ª Região do teor condenatório do Juízo de 1º Grau.

Em petição anexada aos autos, a defesa de FRANCISCO DEUSMAR QUEIROS comunicou a este Juízo
a decisão (doc. anexo) proferida pelo E. Ministro Felix Fischer, nos autos do Processo nº 016/0292446-7,
a qual deferiu medida liminar para sustar o início da execução provisória da pena do ora
Executado até ulterior julgamento final do processo , nos termos a seguir delineados:

"(...) Trata-se de pedido de tutela provisória, formulada por FRANCISCO DEUSMAR DE QUEIROS,
GERALDO DE LIMA GADELHA FILHO, IELTON BARRETO DE OLIVEIRA e JERÔNIMO ALVES
BEZERRA, consubstanciada na possibilidade de concessão in limine litis de medida cautelar para atribuir
efeito suspensivo a recurso especial anteriormente interposto.

(...)

Assim, temerária seria a deflagração ante tempus de eventual execução provisória antes do julgamento do
mérito do Recurso Especial interposto, razão pela qual defiro a liminar para sustar o início da execução
provisória da pena até ulterior julgamento final do presente pedido de tutela provisória. (...)"

Sendo assim, em face da decisão do STJ mencionada, DETERMINO o sobrestamento da execução penal
provisória de FRANCISCO DEUSMAR DE QUEIROS.

Acautelem-se os autos na Secretaria.

HELOÍSA SILVA DE MELO

Juíza Federal Substituta da 11ª Vara respondendo pela 12ª Vara

Processo: 0805802-55.2016.4.05.8100
Assinado eletronicamente por:
HELOISA SILVA DE MELO - Magistrado
17021710514670200000002090926
Data e hora da assinatura: 17/02/2017 14:57:57
Identificador: 4058100.2089618
Para conferência da autenticidade do documento: https://pje.jfce.jus.br/pje/Processo/ConsultaDocumento/listView.seam 1/1
12ª Vara Federal do Ceará
Rua João Carvalho, nº 485, 5.º andar, Aldeota, CEP 60.140.140 - Fortaleza/CE

INSPEÇÃO ORDINÁRIA - ANO 2017


(Prazos suspensos: dias 27 a 31 de março de 2017)

Vistos em Inspeção

Ocorrência Data Prazo


Intimar as partes. 17/04/2017

Fortaleza/CE, data infra

Processo: 0805802-55.2016.4.05.8100
Assinado eletronicamente por:
HELOISA SILVA DE MELO - Magistrado
17032917041152000000002225553
Data e hora da assinatura: 29/03/2017 17:05:19
Identificador: 4058100.2224141
Para conferência da autenticidade do documento: https://pje.jfce.jus.br/pje/Processo/ConsultaDocumento/listView.seam 1/1
PODER JUDICIÁRIO
JUSTIÇA FEDERAL DE PRIMEIRO GRAU
Seção Judiciária do Ceará
12ª Vara Federal

PROCESSO: EXECUÇÃO PROVISÓRIA - Processo n.


0805802-55.2016.4.05.8100

EXEQUENTE(ES): [MINISTÉRIO PÚBLICO FEDERAL]

EXECUTADO(S): [FRANCISCO DEUSMAR DE QUEIROS]

CERTIDÃO DE INTIMAÇÃO

Nesta data, realizo a intimação do Ministério Público Federal e da defesa da decisão de ID nº 2089618.

Fortaleza - CE, datado eletronicamente .

Raphael Nogueira Bezerra de Menezes

Analista Judiciário

( assinado eletronicamente )

Processo: 0805802-55.2016.4.05.8100
Assinado eletronicamente por:
RAPHAEL NOGUEIRA BEZERRA DE MENEZES - Servidor Geral
17121814524672300000003121184
Data e hora da assinatura: 18/12/2017 14:59:23
Identificador: 4058100.3117660
Para conferência da autenticidade do documento: https://pje.jfce.jus.br/pje/Processo/ConsultaDocumento/listView.seam 1/1
12ª Vara Federal do Ceará

Rua João Carvalho, nº 485, 5.º andar, Aldeota, CEP 60.140.140 - Fortaleza/CE

Fone: (85) 3391-5864 / Fax: (85) 3391-5866 / email: vara12@jfce.jus.br

PROCESSO Nº: 0805802-55.2016.4.05.8100 - EXECUÇÃO PROVISÓRIA


EXEQUENTE: MINISTÉRIO PÚBLICO FEDERAL
CONDENADO: FRANCISCO DEUSMAR DE QUEIROS
ADVOGADO: Anastacio Jorge Matos De Sousa Marinho
12ª VARA FEDERAL - CE (JUIZ FEDERAL TITULAR)

CERTIDÃO

CERTIFICO que juntei aos presentes autos os espelhos de movimentação processual


pertinentes no STJ, alusivos ao réu da presente execução. O referido é verdade. Dou fé.

Fortaleza, datado eletronicamente.

RAPHAEL NOGUEIRA BEZERRA DE MENEZES

Analista Judiciário

(assinado eletronicamente)

Processo: 0805802-55.2016.4.05.8100
Assinado eletronicamente por:
RAPHAEL NOGUEIRA BEZERRA DE MENEZES - Servidor Geral
17121815342559400000003121824
Data e hora da assinatura: 18/12/2017 15:46:16
Identificador: 4058100.3118300
Para conferência da autenticidade do documento: https://pje.jfce.jus.br/pje/Processo/ConsultaDocumento/listView.seam 1/1
1/2
Processo: 0805802-55.2016.4.05.8100
Assinado eletronicamente por:
RAPHAEL NOGUEIRA BEZERRA DE MENEZES - Servidor Geral
17121815452971400000003121825
Data e hora da assinatura: 18/12/2017 15:46:16
Identificador: 4058100.3118301
Para conferência da autenticidade do documento: https://pje.jfce.jus.br/pje/Processo/ConsultaDocumento/listView.seam 2/2
1/3
2/3
Processo: 0805802-55.2016.4.05.8100
Assinado eletronicamente por:
RAPHAEL NOGUEIRA BEZERRA DE MENEZES - Servidor Geral
17121815452971400000003121829
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PR-CE-MANIFESTAÇÃO-23294/2017

MINISTÉRIO PÚBLICO FEDERAL


PROCURADORIA DA REPÚBLICA - CEARÁ/MARACANAÚ
EXECUÇÃO PENAL PROVISÓRIA 08058025520164058100/CE

EXECUTADO: FRANCISCO DEUSMAR DE QUEIRÓS, EXQTE: MPF - MINISTERIO

Documento assinado via Token digitalmente por MARCIO ANDRADE TORRES, em 18/12/2017 18:32. Para verificar a assinatura acesse
PUBLICO FEDERAL

O Ministério Público Federal manifesta-se ciente da decisão que


suspendeu a execução provisória.

Márcio Torres
PR/CE

http://www.transparencia.mpf.mp.br/validacaodocumento. Chave CB6AE1BE.C35DC4AA.EB09A27D.8569DB5D

Rua 0805802-55.2016.4.05.8100
Processo: João Brígido, Nº 1260 5º Andar Salas 504 E 505, Joaquim Távora - Cep 60135080 - Fortaleza-CE Prce-sac@mpf.mp.br
Assinado eletronicamente por: (85)32667300
MARCIO ANDRADE TORRES - Procurador
17121817322832700000003123307
Data e hora da assinatura: 18/12/2017 18:32:14
Identificador: 4058100.3119782 Pág. 1 de 1
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TRIBUNAL REGIONAL FEDERAL DA 5ª REGIÃO
12° VARA DA SEÇÃO JUDICIÁRIA DO CEARÁ
PROCESSO: 0805802-55.2016.4.05.8100 - EXECUÇÃO PROVISÓRIA

Polo ativo Polo passivo


MINISTÉRIO PÚBLICO FRANCISCO DEUSMAR DE
EXEQUENTE CONDENADO
FEDERAL QUEIROS
ANASTACIO JORGE
ADVOGADO
MATOS DE SOUSA MARINHO

Outros participantes
Sem registros

CERTIDÃO DE RETIFICAÇÃO

Certifico que, em 18/12/2017, procedi à retificação de autuação deste processo para fazer constar:
Data de Operação Usuário
Item Situação anterior Situação atual
alteração realizada responsável
RAPHAEL
18/12/2017 EXECUÇÃO DA EXECUÇÃO NOGUEIRA
Classe Judicial Alteração
14:51 PENA PROVISÓRIA BEZERRA DE
MENEZES

Processo: 0805802-55.2016.4.05.8100
Data e hora da inclusão: 19/12/2017 00:00:00
Identificador: 4058100.3120491

1/1
TRIBUNAL REGIONAL FEDERAL DA 5ª REGIÃO
12º VARA DA SEÇÃO JUDICIÁRIA DO CEARÁ
PROCESSO: 0805802-55.2016.4.05.8100 - EXECUÇÃO PROVISÓRIA

Polo ativo Polo passivo


MINISTÉRIO PÚBLICO FRANCISCO DEUSMAR DE
EXEQUENTE CONDENADO
FEDERAL QUEIROS
ANASTACIO JORGE
ADVOGADO
MATOS DE SOUSA MARINHO

Outros participantes
Sem registros

CERTIDÃO

CERTIFICO que, em 27/12/2017 23:59, o(a) Sr(a) FRANCISCO DEUSMAR DE QUEIROS foi
intimado(a) acerca de Decisão registrado em 17/02/2017 14:57 nos autos judiciais eletrônicos
especificados na epígrafe.

1 - Esta Certidão é válida para todos os efeitos legais, havendo sido expedida através do Sistema Processo
Judicial Eletrônico - PJe.

2 - A autenticidade desta Certidão poderá ser confirmada no endereço


https://pje.jfce.jus.br/pje/Processo/ConsultaDocumento/listView.seam , através do código de autenticação
nº 17121814524672300000003121184 .

3 - Esta Certidão foi emitida gratuitamente em 28/12/2017 00:01 - Seção Judiciária do Ceará.

Processo: 0805802-55.2016.4.05.8100
Data e hora da inclusão: 28/12/2017 00:01:42
Identificador: 4058100.3139891

1/1
TRIBUNAL REGIONAL FEDERAL DA 5ª REGIÃO
12º VARA DA SEÇÃO JUDICIÁRIA DO CEARÁ
PROCESSO: 0805802-55.2016.4.05.8100 - EXECUÇÃO PROVISÓRIA

Polo ativo Polo passivo


MINISTÉRIO PÚBLICO FRANCISCO DEUSMAR DE
EXEQUENTE CONDENADO
FEDERAL QUEIROS
ANASTACIO JORGE
ADVOGADO
MATOS DE SOUSA MARINHO

Outros participantes
Sem registros

CERTIDÃO

CERTIFICO que, em 27/12/2017 23:59, o(a) MINISTÉRIO PÚBLICO FEDERAL foi intimado(a) acerca
de Decisão registrado em 17/02/2017 14:57 nos autos judiciais eletrônicos especificados na epígrafe.

1 - Esta Certidão é válida para todos os efeitos legais, havendo sido expedida através do Sistema Processo
Judicial Eletrônico - PJe.

2 - A autenticidade desta Certidão poderá ser confirmada no endereço


https://pje.jfce.jus.br/pje/Processo/ConsultaDocumento/listView.seam , através do código de autenticação
nº 17121814524672300000003121184 .

3 - Esta Certidão foi emitida gratuitamente em 28/12/2017 00:01 - Seção Judiciária do Ceará.

Processo: 0805802-55.2016.4.05.8100
Data e hora da inclusão: 28/12/2017 00:01:42
Identificador: 4058100.3139892

1/1
12ª Vara Federal do Ceará
Rua João Carvalho, nº 485, 5.º andar, Aldeota, CEP 60.140.140 - Fortaleza/CE

INSPEÇÃO ORDINÁRIA - ANO 2018


(Prazos suspensos: dias 26 a 02 de março de 2017)

Vistos em Inspeção

Certifico que a inspeção desta 12ª Vara foi marcada para o período de 26/02/2018 a 02/03/2018, em que
ficam suspensos todos os prazos, cujo Edital Coletivo de Inspeção foi publicado no Diário da Justiça
Eletrônico SJCE de nº. 234.0/2017, que circulou em 19/12/2017, pag. 01/07, disponibilizado no site
www.trf5.jus.br. Dou fé.

Ocorrência Data Prazo


MANTER OS AUTOS SUSPENSOS 30/03/2018

Fortaleza/CE, data infra

Processo: 0805802-55.2016.4.05.8100
Assinado eletronicamente por:
DANILO DIAS VASCONCELOS DE ALMEIDA - Magistrado
18030212133118300000003371920
Data e hora da assinatura: 02/03/2018 12:14:33
Identificador: 4058100.3367801
Para conferência da autenticidade do documento: https://pje.jfce.jus.br/pje/Processo/ConsultaDocumento/listView.seam 1/1
12ª Vara Federal do Ceará

Rua João Carvalho, nº 485, 5.º andar, Aldeota, CEP 60.140.140 - Fortaleza/CE

Fone: (85) 3391-5864 / Fax: (85) 3391-5866 / email: vara12@jfce.jus.br

PROCESSO Nº: 0805802-55.2016.4.05.8100 - EXECUÇÃO PROVISÓRIA


EXEQUENTE: MINISTÉRIO PÚBLICO FEDERAL
CONDENADO: FRANCISCO DEUSMAR DE QUEIROS
ADVOGADO: Anastacio Jorge Matos De Sousa Marinho
12ª VARA FEDERAL - CE (JUIZ FEDERAL TITULAR)

CERTIDÃO

CERTIFICO que juntei aos presentes autos o Malote Digital com Telegrama oriundo do
STJ, encaminhando decisão exarada nos autos do Pedido de Tutela Provisória registrada sob o Nº
2016/0292446-7. O referido é verdade. Dou fé.

Fortaleza, datado eletronicamente.

RAPHAEL NOGUEIRA BEZERRA DE MENEZES

(assinado eletronicamente)

Processo: 0805802-55.2016.4.05.8100
Assinado eletronicamente por:
RAPHAEL NOGUEIRA BEZERRA DE MENEZES - Servidor Geral
18030712004035700000003390657
Data e hora da assinatura: 07/03/2018 12:06:08
Identificador: 4058100.3386518
Para conferência da autenticidade do documento: https://pje.jfce.jus.br/pje/Processo/ConsultaDocumento/listView.seam 1/1
REPÚBLICA FEDERATIVA DO BRASIL
PODER JUDICIÁRIO

MALOTE DIGITAL

Tipo de documento: Informações Processuais


Código de rastreabilidade: 3002018424158
Nome original: tp38.pdf
Data: 02/03/2018 09:19:11
Remetente:
MARIANNE SAUNDERS GUIMARÃES UCHOA
SJCE - Diretoria da 11ª Vara
TRF5
Prioridade: Normal.
Motivo de envio: Para conhecimento.
Assunto: REF. AOS PROCESSOS NºS 0805802-55.2016.4.05.8100, 0805805-10.2016.4.05.8100, 080
5810-32.2016.4.05.8100 e 0805812.4.05.8100 - Classe 103, RÉUS: FRCO DEUSMAR DE Q
UEIRÓS, GERALDO DE LIMA GADELHA FILHO, IELTON BARRETO DE OLIVEIRA E JERÔN
ES BEZERRA

1/5
(e-STJ Fl.2214)

Superior Tribunal de Justiça

TELEGRAMA Nº MCD5T-7011

DESTINATÁRIO:

EXMO. SR. DES. FED. PRESIDENTE


TRIBUNAL REGIONAL FEDERAL DA 5ª REGIÃO
CAIS DO APOLO, S/N - EDIFÍCIO DJACI FALCÃO
BAIRRO DO RECIFE
RECIFE-PE
50.030-908

MENSAGEM:

TLG. MCD5T-7011/2018 - QUINTA TURMA

ENCAMINHO A VOSSA EXCELÊNCIA DECISÃO(ÕES) EXARADA(S) NOS AUTOS DO


PEDIDO DE TUTELA PROVISÓRIA N.º 38/CE, REGISTRO NR. 2016/0292446-7, (NR. DE
ORIGEM 00126284320104058100 / 126284320104058100 / 9363 / 16272007 / 27622010), EM
QUE FIGURAM COMO REQUERENTE : FRANCISCO DEUSMAR DE QUEIROS;
REQUERENTE : GERALDO DE LIMA GADELHA FILHO; REQUERENTE : IELTON
Documento eletrônico juntado ao processo em 23/02/2018 às 20:55:20 pelo usuário: JOSÉ DE ASSIS REPUBLICANO

BARRETO DE OLIVEIRA; REQUERENTE : JERÔNIMO ALVES BEZERRA;


REQUERIDO : MINISTÉRIO PÚBLICO FEDERAL; PARA CONHECIMENTO E
PROVIDÊNCIAS CABÍVEIS. ATENCIOSAMENTE, MINISTRO FELIX FISCHER,
RELATOR. SUPERIOR TRIBUNAL DE JUSTIÇA.

Autorizo o envio deste Telegrama Nº MCD5T-7011


BSB, 23/02/2018

_____________________________________

Superior Tribunal de Justiça – SAFS Quadra 6, Lote 1 CEP 70095-900


PABX (61) 3319-8000 -FAX: (61) 3319-8700/8194/8195

C54242555100;812<05542@ pág.: 1 de 1

Código de Controle do Documento: A4D590F0-290D-431D-AE41-8A5306384D90


2/5
(e-STJ Fl.2211)

Superior Tribunal de Justiça


F2

PEDIDO DE TUTELA PROVISÓRIA Nº 38 - CE (2016/0292446-7)

RELATOR : MINISTRO FELIX FISCHER


REQUERENTE : FRANCISCO DEUSMAR DE QUEIROS
REQUERENTE : GERALDO DE LIMA GADELHA FILHO
REQUERENTE : IELTON BARRETO DE OLIVEIRA
REQUERENTE : JERÔNIMO ALVES BEZERRA
ADVOGADO : MARCELO LEAL DE LIMA OLIVEIRA E OUTRO(S) -
DF021932
REQUERIDO : MINISTÉRIO PÚBLICO FEDERAL

DO
EMENTA

TUTELA PROVISÓRIA. PEDIDO DE EFEITO SUSPENSIVO AO


RECURSO ESPECIAL. EXECUÇÃO PROVISÓRIA DA PENA.
JULGAMENTO DO FEITO PRINCIPAL. PREJUDICADO PEDIDO.
LIMINAR CASSADA. CA
LI
DECISÃO
Documento eletrônico juntado ao processo em 23/02/2018 às 19:50:00 pelo usuário: JOSÉ DE ASSIS REPUBLICANO

Trata-se de pedido de tutela provisória, formulada por FRANCISCO


B

DESMAR DE QUEIROS, GERALDO DE LIMA GADELHA FILHO, IELTON


PU

BARRETO DE OLIVEIRA e JERÔNIMO ALVES BEZERRA, consubstanciada na


possibilidade de concessão in limine litis de medida cautelar para atribuir efeito
suspensivo a recurso especial anteriormente interposto.
O

Sustentam os requerentes que o periculum in mora que autorizaria a


concessão da medida cingir-se-ia à iminente possibilidade concreta de segregação


(fl. 4), decretada pelo magistrado de primeira instância, ao argumento de que "o fato
de ter sido o decreto de prisão exarado ex officio, sem provocação de qualquer
espécie do órgão acusatório e em flagrante contrariedade ao próprio dispositivo da
sentença, que determinara expressamente que o início da pena ocorresse “após o
trânsito em julgado” e contra o qual não se insurgiu o Ministério Público, sinalizam
fortemente para a verossimilhança do direito alegado" (fl. 5).

Por outro lado, o fumus boni iuris encontrar-se-ia na viabilidade


recursal, consistente em "violação da correlação entre acusação e sentença, falta de
fundamentação na dosimetria da pena, inadequação típica da conduta, e, ainda, a

TP 38 C54242555100;812<05542@ C04790250<221704@
2016/0292446-7 Documento Página 1 de 3

Documento eletrônico VDA18402632 assinado eletronicamente nos termos do Art.1º §2º inciso III da Lei 11.419/2006
Signatário(a): MINISTRO Felix Fischer Assinado em: 23/02/2018 08:44:17
Código de Controle do Documento: 9BE75E14-537A-494C-9F86-41FB9855F4DD
3/5
(e-STJ Fl.2212)

Superior Tribunal de Justiça


F2

indicação de omissão reiterada e deliberada na apreciação destas mesmas matérias


amplamente arguidas e prequestionadas desde a origem pela defesa" (fl. 4).

Pugnam, ao final, pela concessão de efeito suspensivo para sustar o


início da execução provisória da pena até ulterior julgamento do mérito da presente
medida acautelatória.

A liminar foi deferida às fls. 2164-2167, para sustar o início da


execução provisória da pena até ulterior julgamento final do presente pedido de

DO
tutela provisória.

É o relatório.

Decido.

O pedido está prejudicado.


CA
LI
Com efeito, o Recurso Especial 1.449.193/CE, do qual esta tutela
Documento eletrônico juntado ao processo em 23/02/2018 às 19:50:00 pelo usuário: JOSÉ DE ASSIS REPUBLICANO

provisória é incidental, foi julgado monocraticamente, tendo sido conhecido em


B

parte e, na extensão, desprovido. No dia 20 de fevereiro deste ano, a col. Quinta


PU

Turma deste Superior Tribunal de Justiça julgou o agravo regimental naquele feito,
negando provimento ao recurso para manter os fundamentos do decisum
monocrático.
O

Em tal contexto, verifico que o presente pedido perdeu o objeto, em


razão da superveniência da decisão de mérito proferida nos autos da ação principal.

Nesse sentido:

"AGRAVO REGIMENTAL NA MEDIDA CAUTELAR.


EFEITO SUSPENSIVO A ARESP. SUPERVENIENTE JULGAMENTO.
PERDA DO OBJETO.
I - A jurisprudência desta Corte é firme no sentido de
que, uma vez apreciado o recurso cujo efeito suspensivo se visa
atribuir, fica prejudicada a medida cautelar.
II - O agravo em recurso especial cuja presente medida
cautelar é dependente foi apreciado em 27/5/2016. Na oportunidade,
conheci do agravo, para dar parcial provimento ao recurso especial
fixando o regime aberto para o início do cumprimento da pena imposta
ao agravante.

TP 38 C54242555100;812<05542@ C04790250<221704@
2016/0292446-7 Documento Página 2 de 3

Documento eletrônico VDA18402632 assinado eletronicamente nos termos do Art.1º §2º inciso III da Lei 11.419/2006
Signatário(a): MINISTRO Felix Fischer Assinado em: 23/02/2018 08:44:17
Código de Controle do Documento: 9BE75E14-537A-494C-9F86-41FB9855F4DD
4/5
(e-STJ Fl.2213)

Superior Tribunal de Justiça


F2

III - Agravo regimental prejudicado.


(AgInt na MC 25.653/SC, Quinta Turma, Rel. Min.
Reynaldo Soares da Fonseca, DJe de 26/09/2016).

Ante o exposto, com fulcro no art. 34, XI, do RISTJ, julgo prejudicada
a tutela provisória e a liminar outrora deferida.

P. e I.

DO
Brasília (DF), 22 de fevereiro de 2018.

Ministro Felix Fischer


CARelator
LI
Documento eletrônico juntado ao processo em 23/02/2018 às 19:50:00 pelo usuário: JOSÉ DE ASSIS REPUBLICANO

B
PU
O

TP 38 C54242555100;812<05542@ C04790250<221704@
Processo: 0805802-55.2016.4.05.8100 2016/0292446-7 Documento Página 3 de 3
Assinado eletronicamente por:
RAPHAEL NOGUEIRA BEZERRA DE MENEZES - Servidor Geral
18030712051229800000003390658
DocumentoDataeletrônico VDA18402632
e hora da assinado 12:06:08
assinatura: 07/03/2018 eletronicamente nos termos do Art.1º §2º inciso III da Lei 11.419/2006
Signatário(a): MINISTRO
Identificador: Felix Fischer Assinado em: 23/02/2018 08:44:17
4058100.3386519
Código de Para
Controle do Documento: 9BE75E14-537A-494C-9F86-41FB9855F4DD
conferência da autenticidade do documento: https://pje.jfce.jus.br/pje/Processo/ConsultaDocumento/listView.seam 5/5
Segue pedido de execução provisória da pena, em anexo.

Márcio Torres

PR/CE

Processo: 0805802-55.2016.4.05.8100
Assinado eletronicamente por:
MARCIO ANDRADE TORRES - Procurador
18031210402626200000003406724
Data e hora da assinatura: 12/03/2018 10:43:36
Identificador: 4058100.3402567
Para conferência da autenticidade do documento: https://pje.jfce.jus.br/pje/Processo/ConsultaDocumento/listView.seam 1/1
MINISTÉRIO PÚBLICO FEDERAL
PROCURADORIA DA REPÚBLICA NO ESTADO DO CEARÁ

EXMO. SR. JUIZ FEDERAL DA 12ª VARA – SEÇÃO JUDICIÁRIA DO CEARÁ

PROCESSO Nº: 0805802-55.2016.4.05.8100


CLASSE: EXECUÇÃO DA PENA
EXEQUENTE:MINISTÉRIO PÚBLICO FEDERAL
EXECUTADO: FRANCISCO DEUSMAR DE QUEIROS

PROMOÇÃO Nº 04436/2018

O MINISTÉRIO PÚBLICO FEDERAL, por intermédio do seu


Representante Legal subscrito, vem perante Vossa Excelência expor e requerer o seguinte:

O MPF (Id 4058100.1792914) requereu a execução provisória da


pena quanto ao sentenciado FRANCISCO DEUSMAR DE QUEIROS, nos seguintes
termos:
“1) a expedição de carta de guia para que seja a pena cumprida em regime fechado,
dado que a pena privativa de liberdade é de 09 (nove) anos e 02 (dois) meses de
reclusão.
3) remessa à Contadoria para o cálculo da pena de multa, fixando-se prazo para o
adimplemento voluntário, sob pena de constituição de Dívida Ativa, devendo para tanto
ser oficiada a Procuradoria da Fazenda Nacional.”

No entanto, por decisão do Superior Tribunal de Justiça na TP 038, em


que foi Relator o Min. Félix Fischer, havia sido concedida tutela suspensiva, que veio a ser
recentemente cassada, de acordo com a seguinte ementa e Telegrama acostado aos autos
pela Corte Superior:
“TUTELA PROVISÓRIA. PEDIDO DE EFEITO SUSPENSIVO AO
RECURSO ESPECIAL. EXECUÇÃO PROVISÓRIA DA PENA.
JULGAMENTO DO FEITO PRINCIPAL. PREJUDICADO PEDIDO.
LIMINAR CASSADA.”

1/2
Por outro lado, o RESp 1.449.193/CE, que apoiava tal tutela provisória
foi julgado e desprovido, como se vê a seguir, estando pendente apenas o julgamento de
embargos de declaração:
PENAL. AGRAVO REGIMENTAL NO RECURSO ESPECIAL.
NEGOCIAÇÃO DE TÍTULOS OU VALORES MOBILIÁRIOS SEM
AUTORIZAÇÃO PRÉVIA. ADEQUAÇÃO TÍPICA DA CONDUTA.
REEXAME DO CONJUNTO FÁTICO-PROBATÓRIO.
IMPOSSIBILIDADE. SÚMULA 7/STJ. DOSIMETRIA.PENA-BASE
ACIMA DO MÍNIMO LEGAL. CIRCUNSTÂNCIAS JUDICIAS.
FUNDAMENTAÇÃO IDÔNEA. DISSÍDIO JURISPRUDENCIAL.
NÃO COMPROVAÇÃO. DECISÃO MANTIDA.”

Desse modo, nada obsta que se dê início à execução penal, o que ora é
requerido pelo Ministério Público Federal.

Fortaleza, 12 de março de 2018.

MARCIO ANDRADE TORRES


Procurador da República

Processo: 0805802-55.2016.4.05.8100
Assinado eletronicamente por:
MARCIO ANDRADE TORRES - Procurador
18031210412046600000003406725
Data e hora da assinatura: 12/03/2018 10:43:36
Identificador: 4058100.3402568
Para conferência da autenticidade do documento: https://pje.jfce.jus.br/pje/Processo/ConsultaDocumento/listView.seam 2/2
Superior Tribunal de Justiça
PEDIDO DE TUTELA PROVISÓRIA Nº 38 - CE (2016/0292446-7)

RELATOR : MINISTRO FELIX FISCHER


REQUERENTE : FRANCISCO DEUSMAR DE QUEIROS
REQUERENTE : GERALDO DE LIMA GADELHA FILHO
REQUERENTE : IELTON BARRETO DE OLIVEIRA
REQUERENTE : JERÔNIMO ALVES BEZERRA
ADVOGADO : MARCELO LEAL DE LIMA OLIVEIRA E OUTRO(S) -
DF021932
REQUERIDO : MINISTÉRIO PÚBLICO FEDERAL
EMENTA

TUTELA PROVISÓRIA. PEDIDO DE EFEITO SUSPENSIVO AO


RECURSO ESPECIAL. EXECUÇÃO PROVISÓRIA DA PENA.
JULGAMENTO DO FEITO PRINCIPAL. PREJUDICADO PEDIDO.
LIMINAR CASSADA.

DECISÃO

Trata-se de pedido de tutela provisória, formulada por FRANCISCO


DESMAR DE QUEIROS, GERALDO DE LIMA GADELHA FILHO, IELTON
BARRETO DE OLIVEIRA e JERÔNIMO ALVES BEZERRA, consubstanciada na
possibilidade de concessão in limine litis de medida cautelar para atribuir efeito
suspensivo a recurso especial anteriormente interposto.

Sustentam os requerentes que o periculum in mora que autorizaria a


concessão da medida cingir-se-ia à iminente possibilidade concreta de segregação (fl.
4), decretada pelo magistrado de primeira instância, ao argumento de que "o fato de ter
sido o decreto de prisão exarado ex officio, sem provocação de qualquer espécie do
órgão acusatório e em flagrante contrariedade ao próprio dispositivo da sentença,
que determinara expressamente que o início da pena ocorresse “após o trânsito em
julgado” e contra o qual não se insurgiu o Ministério Público, sinalizam fortemente
para a verossimilhança do direito alegado" (fl. 5).

Por outro lado, o fumus boni iuris encontrar-se-ia na viabilidade


recursal, consistente em "violação da correlação entre acusação e sentença, falta de
fundamentação na dosimetria da pena, inadequação típica da conduta, e, ainda, a
indicação de omissão reiterada e deliberada na apreciação destas mesmas matérias

Documento: 80507648 - Despacho / Decisão - Site certificado - DJe: 28/02/2018 Página 1 de 3

1/3
Superior Tribunal de Justiça
amplamente arguidas e prequestionadas desde a origem pela defesa" (fl. 4).

Pugnam, ao final, pela concessão de efeito suspensivo para sustar o


início da execução provisória da pena até ulterior julgamento do mérito da presente
medida acautelatória.

A liminar foi deferida às fls. 2164-2167, para sustar o início da execução


provisória da pena até ulterior julgamento final do presente pedido de tutela
provisória.

É o relatório.

Decido.

O pedido está prejudicado.

Com efeito, o Recurso Especial 1.449.193/CE, do qual esta tutela


provisória é incidental, foi julgado monocraticamente, tendo sido conhecido em parte
e, na extensão, desprovido. No dia 20 de fevereiro deste ano, a col. Quinta Turma
deste Superior Tribunal de Justiça julgou o agravo regimental naquele feito, negando
provimento ao recurso para manter os fundamentos do decisum monocrático.

Em tal contexto, verifico que o presente pedido perdeu o objeto, em


razão da superveniência da decisão de mérito proferida nos autos da ação principal.
Nesse sentido:

"AGRAVO REGIMENTAL NA MEDIDA CAUTELAR.


EFEITO SUSPENSIVO A ARESP. SUPERVENIENTE JULGAMENTO.
PERDA DO OBJETO.
I - A jurisprudência desta Corte é firme no sentido de que,
uma vez apreciado o recurso cujo efeito suspensivo se visa atribuir, fica
prejudicada a medida cautelar.
II - O agravo em recurso especial cuja presente medida
cautelar é dependente foi apreciado em 27/5/2016. Na oportunidade,
conheci do agravo, para dar parcial provimento ao recurso especial
fixando o regime aberto para o início do cumprimento da pena imposta
ao agravante.
III - Agravo regimental prejudicado.
(AgInt na MC 25.653/SC, Quinta Turma, Rel. Min.
Reynaldo Soares da Fonseca, DJe de 26/09/2016).
Documento: 80507648 - Despacho / Decisão - Site certificado - DJe: 28/02/2018 Página 2 de 3

2/3
Superior Tribunal de Justiça

Ante o exposto, com fulcro no art. 34, XI, do RISTJ, julgo prejudicada a
tutela provisória e a liminar outrora deferida.

P. e I.

Brasília (DF), 22 de fevereiro de 2018.

Ministro Felix Fischer


Relator

Documento: 80507648 - Despacho / Decisão - Site certificado - DJe: 28/02/2018 Página 3 de 3


Processo: 0805802-55.2016.4.05.8100
Assinado eletronicamente por:
MARCIO ANDRADE TORRES - Procurador
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Data e hora da assinatura: 12/03/2018 10:43:36
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Superior Tribunal de Justiça
AgRg no RECURSO ESPECIAL Nº 1.449.193 - CE (2014/0091750-6)

RELATOR : MINISTRO FELIX FISCHER


AGRAVANTE : FRANCISCO DEUSMAR DE QUEIROS
AGRAVANTE : JERÔNIMO ALVES BEZERRA
AGRAVANTE : GERALDO DE LIMA GADELHA FILHO
AGRAVANTE : IELTON BARRETO DE OLIVEIRA
ADVOGADO : MARCELO LEAL DE LIMA OLIVEIRA E OUTRO(S) -
DF021932
AGRAVADO : MINISTÉRIO PÚBLICO FEDERAL
EMENTA

PENAL. AGRAVO REGIMENTAL NO RECURSO ESPECIAL.


NEGOCIAÇÃO DE TÍTULOS OU VALORES MOBILIÁRIOS SEM
AUTORIZAÇÃO PRÉVIA. ADEQUAÇÃO TÍPICA DA CONDUTA.
REEXAME DO CONJUNTO FÁTICO-PROBATÓRIO. IMPOSSIBILIDADE.
SÚMULA 7/STJ. DOSIMETRIA. PENA-BASE ACIMA DO MÍNIMO LEGAL.
CIRCUNSTÂNCIAS JUDICIAS. FUNDAMENTAÇÃO IDÔNEA. DISSÍDIO
JURISPRUDENCIAL. NÃO COMPROVAÇÃO. DECISÃO MANTIDA.
I - As conclusões do eg. Tribunal de origem a respeito da adequação
típica da conduta não podem ser alteradas sem nova incursão no conjunto de
fatos e provas colacionado aos autos. Tal providência não é viável em sede de
recurso especial, a teor do enunciado sumular n. 7 desta Corte.
II - A dosimetria da pena, quando imposta com base em elementos
concretos e observados os limites da discricionariedade vinculada atribuída ao
magistrado sentenciante, impede a revisão da reprimenda por esta Corte
Superior, exceto se for constatada evidente desproporcionalidade entre o delito e
a pena imposta, hipótese em que caberá a reapreciação para a correção de
eventual desacerto quanto ao cálculo das frações de aumento e de diminuição e a
reavaliação das circunstâncias judiciais listadas no art. 59 do Código Penal.
III - In casu, o aumento da pena-base mostra-se, de fato, fundamentado,
pois considerados o modus operandi, a organização, o planejamento e a
estratégia na execução dos delitos, desempenhos por cada um dos agentes. Dessa
forma, o acórdão da origem consignou expressamente os motivos que
acarretaram a exasperação da pena-base, não havendo tampouco
desproporcionalidade no acréscimo.
IV - A interposição do recurso especial, com fulcro na alínea c do
permissivo constitucional exige o atendimento dos requisitos contidos no art.
1028, e § 1º do Código de Processo Civil, e no art. 255, § 1º, do Regimento
Interno do Superior Tribunal de Justiça, para a devida demonstração do alegado
dissídio jurisprudencial, pois, além da transcrição de acórdãos para a
comprovação da divergência, é necessário o cotejo analítico entre o aresto
recorrido e o paradigma, com a constatação da identidade das situações fáticas
e a interpretação diversa emprestada ao mesmo dispositivo de legislação
Documento: 80679228 - EMENTA / ACORDÃO - Site certificado - DJe: 26/02/2018 Página 1 de 2

1/2
Superior Tribunal de Justiça
infraconstitucional, situação que não ocorreu no presente caso.
Agravo regimental desprovido.

ACÓRDÃO

Vistos, relatados e discutidos os autos em que são partes as acima


indicadas, acordam os Ministros da Quinta Turma do Superior Tribunal de Justiça,
por unanimidade, negar provimento ao agravo regimental.
Os Srs. Ministros Jorge Mussi, Reynaldo Soares da Fonseca e Joel Ilan
Paciornik votaram com o Sr. Ministro Relator.
Impedido o Sr. Ministro Ribeiro Dantas.

Brasília (DF), 20 de fevereiro de 2018 (Data do Julgamento).

Ministro Felix Fischer


Relator

Documento: 80679228 - EMENTA / ACORDÃO - Site certificado - DJe: 26/02/2018 Página 2 de 2


Processo: 0805802-55.2016.4.05.8100
Assinado eletronicamente por:
MARCIO ANDRADE TORRES - Procurador
18031210431625500000003406740
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SEGUE EM PDF

Processo: 0805802-55.2016.4.05.8100
Assinado eletronicamente por:
ANASTACIO JORGE MATOS DE SOUSA MARINHO - Advogado
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EXCELENTÍSSIMO JUIZ FEDERAL DA 12ª VARA DA SEÇÃO JUDICIÁRIA
DO ESTADO DO CEARÁ

Ref. Execução Provisória nº 0805802-55.2016.4.05.8100

FRANCISCO DEUSMAR DE QUEIROS, já qualificado nos autos do processo


em epígrafe, por seus advogados, comparece à presença de Vossa
Excelência, em face do pedido de execução provisória da condenação que
lhe foi imposta para expor e requerer o quanto segue:

1. O Sentenciado foi condenado pela suposta prática dos


crimes previstos nos artigos 7º, IV, da Lei nº 7.492/86 e 27-C da Lei nº
6.385/76, ocorridos entre os anos de 2000 e 2006.

2. Em sede de Apelação, o TRF da 5ª Região, afastou a


condenação em relação ao crime previsto no artigo 27-C da Lei nº 6.385/76.

3. Embora tenha o Ministério Público se contentado com o


resultado alcançado, operando-se o trânsito em julgado para a acusação, o
Sentenciado interpôs Recurso Especial.

4. Determinada a prisão do Sentenciado, com fulcro no que


decidiu o Supremo Tribunal Federal acerca da possibilidade da execução
provisória da pena após o exaurimento da instância ordinária, a defesa
ingressou com pedido de tutela provisória perante o Superior Tribunal de
Justiça, cuja liminar foi deferida em face da plausibilidade do direito invocado.

1/6
5. Surpreendeu-se a defesa, no entanto, com posterior decisão
monocrática, negando provimento ao Recurso Especial e, em seguida, o
reconhecimento da prejudicialidade da medida cautelar.

6. Embora mencionadas decisões tenham sido objeto dos


recursos cabíveis à espécie, o Ministério Público requereu a este juízo a
execução provisória da pena que, se deferida, acarretará gravíssimo prejuízo
ao Sentenciado, por patente violação ao princípio do non reformatio in pejus.

7. Por fim, oportuno afirmar que embora este juízo já tenha sido
provocado quanto a mencionada violação, jamais sobre elas se posicionou
em razão da decisão proferida pelo STJ nos autos do pedido de tutela
provisória.

8. Assim, mais uma vez, se demonstram as razões pelas quais


o pedido do Ministério Público há de ser indeferido. Vejamos:

I – DA NECESSIDADE DE TRÂNSITO EM JULGADO ESTABELECIDA NO


TÍTULO EXECUTIVO – IMPOSSIBILIDADE DE REFORMATIO IN PEJUS

9. O que se discute neste momento processual em nada se


relaciona com a (in)constitucionalidade da execução provisória da pena.

10. Trata-se, em realidade, de simples, porém, importantíssimo,


pedido de cumprimento do princípio do non reformatio in pejus e garantia da
segurança jurídica advindas de decisões proferidas em processos penais,
das quais deixe de recorrer a acusação.

11. No caso em tela, não é possível o início da execução


provisória da pena, porque o cumprimento da reprimenda está diretamente
condicionado ao trânsito em julgado do processo.

12. É que a sentença, título executivo, foi expresso em afirmar


que a prisão dos sentenciados deveria ocorrer apenas “após o trânsito em
julgado da sentença”. Confira-se:

2/6
3/6
4/6
18. Em outras palavras, se a sentença condenatória
expressamente afirma que o cumprimento da pena deve se dar apenas com
o trânsito em julgado, não havendo recurso por parte do Ministério Público, é
expressamente vedado ao judiciário impor a prisão cautelar do Sentenciado.

19. O próprio Supremo Tribunal Federal, aliás, vem garantindo a


aplicação do princípio do non reformatio in pejus, condicionando o
recolhimento a prisão ao trânsito em julgado para ambas as partes, nos
casos que assim prevê o título executivo, sem que, com isso, se possa
afirmar o descumprimento do precedente emanado por aquela Corte.

20. Nesse sentido, recentíssima a decisão proferida pelo Min.


CELSO DE MELLO, nos autos do HC nº 152.974/SP, publicada em 06 de
março de 2018:

“Tem-se entendido, nesta Suprema Corte, que, em situações


como a ora em exame, em que o Ministério Público sequer se
insurgiu contra o pronunciamento do órgão judiciário “a quo”
que garantiu ao paciente o direito de recorrer em liberdade,
não pode o Tribunal de superior jurisdição suprimir esse
benefício, em detrimento do condenado, sob pena de ofensa
à cláusula final inscrita no art. 617 do Código de Processo
Penal:
“(…) POSSÍVEL OFENSA AO PRINCÍPIO QUE VEDA A
‘REFORMATIO IN PEJUS’ (CPP, ART. 617, ‘in fine’),
POIS O TRIBUNAL DE INFERIOR JURISDIÇÃO
ORDENOU QUE SE PROCEDESSE, EM PRIMEIRO
GRAU, À IMEDIATA EXECUÇÃO ANTECIPADA DA
PENA, NÃO OBSTANTE ESSE COMANDO
HOUVESSE SIDO DETERMINADO EM RECURSO
EXCLUSIVO DO RÉU CONDENADO, A QUEM SE
ASSEGURARA, NO ENTANTO, EM MOMENTO
ANTERIOR, SEM IMPUGNAÇÃO RECURSAL DO
MINISTÉRIO PÚBLICO, O DIREITO DE AGUARDAR
EM LIBERDADE A CONCLUSÃO DO PROCESSO.
(…).” (HC 147.452/MG, Rel. Min. CELSO DE MELLO)”

21. Da mesma forma, os seguintes julgados: HC 135.951-


MC/DF, Rel. Min. RICARDO LEWANDOWSKI – HC 140.217-MC/DF, Rel.
Min. RICARDO LEWANDOWSKI – HC 142.012-MC/DF, Rel. Min. RICARDO
LEWANDOWSKI – HC 142.017-MC/DF, Rel. Min. RICARDO

5/6
LEWANDOWSKI – HC 147.428-MC/MG, Rel. Min. CELSO DE MELLO – HC
148.122-MC/MG, Rel. Min. CELSO DE MELLO – HC 153.431/SP, Rel. Min.
CELSO DE MELLO.

II – DO PEDIDO

22. Ante o exposto, como garantia à segurança do jurisdicionado


às decisões proferidas pelo judiciário, bem como para assegurar a não
violação ao princípio do non reformatio in pejus, requer seja indeferido o
pedido de execução provisória formulado pelo Ministério Público, garantindo-
se ao Sentenciado o direito de aguardar em liberdade o trânsito em julgado
da ação penal a que responde.

P. deferimento.
Fortaleza, 12 de março de 2018.

Marcelo Leal de Lima Oliveiro


OAB/DF 21.932

Anastacio Marinho
OAB/CE 8.502

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Supremo Tribunal Federal

MEDIDA CAUTELAR NO HABEAS CORPUS 152.974 SÃO PAULO

RELATOR : MIN. CELSO DE MELLO


PACTE.(S) : OSCAR VICTOR ROLLEMBERG HANSEN
IMPTE.(S) : ANTONIO NABOR AREIAS BULHOES E
OUTRO(A/S)
COATOR(A/S)(ES) : SUPERIOR TRIBUNAL DE JUSTIÇA

DECISÃO: Trata-se de “habeas corpus”, com pedido de medida liminar,


impetrado contra decisão que, emanada do E. Superior Tribunal de Justiça,
restou consubstanciada em acórdão assim ementado:

“RECURSOS ESPECIAIS. ADMISSIBILIDADE. ÓBICES


PRELIMINARES. DENÚNCIA ANÔNIMA. INEXISTÊNCIA.
MINISTÉRIO PÚBLICO. INVESTIGAÇÃO. NULIDADE DO
PROCEDIMENTO INVESTIGATÓRIO. SIGILO FISCAL E
TELEFÔNICO. QUEBRA. NULIDADES. PERSECUÇÃO
PENAL. ELEMENTOS DE INFORMAÇÃO NÃO
UTILIZADOS PARA DEFLAGRAÇÃO DO PROCESSO
PENAL. MATÉRIAS ANALISADAS EM ‘HABEAS CORPUS’.
SUPERAÇÃO. ATIPICIDADE. NÃO OCORRÊNCIA.
NULIDADES NA INSTRUÇÃO CRIMINAL. NÃO
CONFIGURAÇÃO. OMISSÃO DO ACÓRDÃO.
IMPROCEDÊNCIA. DOSIMETRIA. FLAGRANTE
ILEGALIDADE. RECURSOS ESPECIAIS CONHECIDOS
PARA REDUZIR AS PENAS IMPOSTAS. CONCESSÃO DE
‘HABEAS CORPUS’, DE OFÍCIO, PARA CORRÉUS EM
IDÊNTICA SITUAÇÃO.”
(REsp 1.639.698/SP, Red. p/ o acórdão Min. ROGERIO
SCHIETTI CRUZ – grifei)

Busca-se, em sede liminar, a suspensão cautelar de eficácia do ato que


determinou a execução provisória da condenação penal imposta ao ora paciente.

Sendo esse o contexto, passo a apreciar o pleito em causa.

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Supremo Tribunal Federal

HC 152974 MC / SP

Como se sabe, o Supremo Tribunal Federal, a partir da decisão


proferida no HC 126.292/SP e com apoio em sucessivos julgados
emanados do Plenário desta Corte Suprema (ADC 43-MC/DF e ADC 44-
-MC/DF), inclusive em sede de repercussão geral (ARE 964.246-RG/SP), veio
a firmar orientação no sentido da legitimidade constitucional da execução
provisória da pena.

Ao participar dos julgamentos que consagraram os precedentes


referidos, integrei a corrente minoritária, por entender que a tese da
execução provisória de condenações penais ainda recorríveis transgride, de
modo frontal, a presunção constitucional de inocência, que só deixa de
subsistir ante o trânsito em julgado da decisão condenatória (CF, art. 5º,
LVII).

Antes desse momento – é preciso advertir –, o Estado não pode tratar


os indiciados ou os réus como se culpados fossem. A presunção de
inocência impõe, desse modo, ao Poder Público um dever de tratamento
que não pode ser desrespeitado por seus agentes e autoridades, como vinha
advertindo, em sucessivos julgamentos, esta Corte Suprema (HC 96.095/SP,
Rel. Min. CELSO DE MELLO – HC 121.929/TO, Rel. Min. ROBERTO
BARROSO – HC 124.000/SP, Rel. Min. MARCO AURÉLIO –
HC 126.846/SP, Rel. Min. TEORI ZAVASCKI – HC 130.298/SP, Rel. Min.
GILMAR MENDES, v.g.):

“(…) O POSTULADO CONSTITUCIONAL DA


PRESUNÇÃO DE INOCÊNCIA IMPEDE QUE O ESTADO
TRATE, COMO SE CULPADO FOSSE, AQUELE QUE AINDA
NÃO SOFREU CONDENAÇÃO PENAL IRRECORRÍVEL

– A prerrogativa jurídica da liberdade – que possui


extração constitucional (CF, art. 5º, LXI e LXV) – não pode ser
ofendida por interpretações doutrinárias ou jurisprudenciais que,

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2/7
Supremo Tribunal Federal

HC 152974 MC / SP

fundadas em preocupante discurso de conteúdo autoritário,


culminam por consagrar, paradoxalmente, em detrimento de
direitos e garantias fundamentais proclamados pela Constituição da
República, a ideologia da lei e da ordem.
Mesmo que se trate de pessoa acusada da suposta prática de
crime hediondo, e até que sobrevenha sentença penal condenatória
irrecorrível, não se revela possível – por efeito de insuperável
vedação constitucional (CF, art. 5º, LVII) – presumir-lhe a
culpabilidade.
Ninguém pode ser tratado como culpado, qualquer que seja
a natureza do ilícito penal cuja prática lhe tenha sido atribuída, sem
que exista, a esse respeito, decisão judicial condenatória transitada
em julgado.
O princípio constitucional da presunção de inocência, em
nosso sistema jurídico, consagra, além de outras relevantes
consequências, uma regra de tratamento que impede o Poder
Público de agir e de se comportar, em relação ao suspeito, ao
indiciado, ao denunciado ou ao réu, como se estes já houvessem sido
condenados, definitivamente, por sentença do Poder Judiciário.
Precedentes.”
(HC 93.883/SP, Rel. Min. CELSO DE MELLO)

Assinalo, para efeito de mero registro, que a exigência de trânsito em


julgado da condenação penal não representa peculiaridade do
constitucionalismo brasileiro, pois também encontra correspondência no
plano do direito comparado, como se vê, p. ex., da Constituição da República
Italiana (art. 27) e da Constituição da República Portuguesa (art. 32, n. 2).

São essas as razões que, em apertada síntese, levaram-me a sustentar,


em voto vencido, a tese segundo a qual a execução provisória (ou prematura)
da sentença penal condenatória revela-se frontalmente incompatível com o
direito fundamental do réu de ser presumido inocente até que sobrevenha
o efetivo e real trânsito em julgado de sua condenação criminal, tal como
expressamente assegurado pela própria Constituição da República (CF, art. 5º,
LVII).

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Supremo Tribunal Federal

HC 152974 MC / SP

Não foi por outro motivo que vim a conceder – é certo – medidas
cautelares em sede de “habeas corpus”, embora o fizesse somente
naquelas situações não reveladoras da necessidade de manter-se a prisão do
condenado, sempre segundo avaliação por mim efetivada em cada caso
examinado.

Ocorre, no entanto, que, enquanto não sobrevier alteração do


pensamento jurisprudencial desta Corte sobre o tema em causa, não tenho
como dele dissociar-me.

No que concerne, portanto, ao questionamento referente à execução


antecipada da pena, não obstante entenda tratar-se de medida
incompatível com o nosso modelo constitucional, que consagra, como
direito fundamental, a presunção de inocência (CF, art. 5º, inciso LVII), devo
observar o princípio da colegialidade, além de considerar, na espécie, o fato
de que se mostra iminente o julgamento final da ADC 43/DF e da
ADC 44/DF, de que é Relator o eminente Ministro MARCO AURÉLIO,
ocasião em que esta Corte reapreciará o tema da possibilidade
constitucional de efetivar-se a execução antecipada da sentença penal
condenatória.

Inacolhível, desse modo, sob a perspectiva que venho de expor,


a pretendida concessão de medida cautelar suspensiva da execução
provisória ora impugnada.

Cabe observar, contudo, que esta impetração sustenta-se em outro


fundamento, consistente na alegada transgressão, pelo Tribunal “ad quem”,
do postulado que veda a “reformatio in pejus” (CPP, art. 617, “in fine”).

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4/7
Supremo Tribunal Federal

HC 152974 MC / SP

Com efeito, o Desembargador Relator no E. Tribunal de Justiça do


Estado de São Paulo assegurou ao ora paciente o direito de aguardar em
liberdade a conclusão do processo em que proferida a condenação penal
que lhe foi imposta, havendo consignado, expressamente, em relação a
esse mesmo paciente, que o respectivo mandado de prisão somente
deveria ser expedido “Após o trânsito em julgado (…)”.

O E. Superior Tribunal de Justiça, entretanto, determinou, em recurso


exclusivo do réu, ora paciente, fosse instaurada, contra ele, a pertinente
execução provisória da condenação criminal.

Tem-se entendido, nesta Suprema Corte, que, em situações como a


ora em exame, em que o Ministério Público sequer se insurgiu contra o
pronunciamento do órgão judiciário “a quo” que garantiu ao paciente o
direito de recorrer em liberdade, não pode o Tribunal de superior
jurisdição suprimir esse benefício, em detrimento do condenado, sob pena de
ofensa à cláusula final inscrita no art. 617 do Código de Processo Penal:

“(…) POSSÍVEL OFENSA AO PRINCÍPIO QUE VEDA A


‘REFORMATIO IN PEJUS’ (CPP, ART. 617, ‘in fine’), POIS O
TRIBUNAL DE INFERIOR JURISDIÇÃO ORDENOU QUE SE
PROCEDESSE, EM PRIMEIRO GRAU, À IMEDIATA
EXECUÇÃO ANTECIPADA DA PENA, NÃO OBSTANTE ESSE
COMANDO HOUVESSE SIDO DETERMINADO EM
RECURSO EXCLUSIVO DO RÉU CONDENADO, A QUEM SE
ASSEGURARA, NO ENTANTO, EM MOMENTO ANTERIOR,
SEM IMPUGNAÇÃO RECURSAL DO MINISTÉRIO PÚBLICO,
O DIREITO DE AGUARDAR EM LIBERDADE A
CONCLUSÃO DO PROCESSO. (…).”
(HC 147.452/MG, Rel. Min. CELSO DE MELLO)

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5/7
Supremo Tribunal Federal

HC 152974 MC / SP

Vale consignar que se registram, no sentido que venho de expor,


diversas outras decisões proferidas no âmbito do Supremo Tribunal
Federal (HC 135.951-MC/DF, Rel. Min. RICARDO LEWANDOWSKI –
HC 140.217-MC/DF, Rel. Min. RICARDO LEWANDOWSKI – HC 142.012-
-MC/DF, Rel. Min. RICARDO LEWANDOWSKI – HC 142.017-MC/DF,
Rel. Min. RICARDO LEWANDOWSKI – HC 147.428-MC/MG, Rel. Min.
CELSO DE MELLO – HC 148.122-MC/MG, Rel. Min. CELSO DE
MELLO – HC 153.431/SP, Rel. Min. CELSO DE MELLO, v.g.).

Sendo assim, e tendo presentes as razões expostas, defiro o pedido de


medida liminar, para, até final julgamento deste “habeas corpus”, suspender,
cautelarmente, o início da execução da pena determinada nos autos do
REsp nº 1.639.698/SP, do E. Superior Tribunal de Justiça, restando
impossibilitada, em consequência, a efetivação da prisão de Oscar Victor
Rollemberg Hansen em decorrência da condenação criminal (ainda não
transitada em julgado) que lhe foi imposta no Processo-crime nº 0077446-
-88.2009.8.26.0576 (5ª Vara Criminal da comarca de São José do Rio
Preto/SP).

Caso referido paciente já tenha sido preso em razão da ordem


de execução provisória da pena imposta nos autos do Processo-
-crime nº 0077446-88.2009.8.26.0576 (5ª Vara Criminal da comarca de São
José do Rio Preto/SP), deverá ser ele posto imediatamente em liberdade,
se por al não estiver preso.

Comunique-se, com urgência, transmitindo-se cópia desta


decisão ao E. Superior Tribunal de Justiça (REsp nº 1.639.698/SP),
ao E. Tribunal de Justiça do Estado de São Paulo (Apelação
Criminal nº 0077446-88.2009.8.26.0576) e ao Juízo de Direito da
5ª Vara Criminal da comarca de São José do Rio Preto/SP (Processo-
-crime nº 0077446-88.2009.8.26.0576).

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6/7
Supremo Tribunal Federal

HC 152974 MC / SP

2. Ouça-se a douta Procuradoria-Geral da República sobre o mérito


da presente impetração.

Publique-se.

Brasília, 01 de março de 2018.

Ministro CELSO DE MELLO


Relator

7
Processo: 0805802-55.2016.4.05.8100
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assinatura: 12/03/2018 MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001, que institui a Infraestrutura de Chaves Públicas Brasileira - ICP-Brasil. O
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EXCELENTÍSSIMO JUIZ FEDERAL DA 12ª VARA DA SEÇÃO JUDICIÁRIA
DO ESTADO DO CEARÁ

Ref. Execução Provisória nº 0805802-55.2016.4.05.8100


PEDIDO DE RECONSIDERAÇÃO

FRANCISCO DEUSMAR DE QUEIROZ, já qualificado


nos autos do processo em epígrafe, por seus advogados, comparece à
presença de Vossa Excelência, em face do pedido de execução provisória da
condenação que lhe foi imposta e da decisão de V.Exa. datada de
14/03/2018 expor e requerer o quanto segue:

1. A defesa apresentou petição argumentando que o título


executivo representado pela sentença traria disposição expressa no sentido
de que o cumprimento da pena apenas poderia se dar após o trânsito em
julgado de eventual decisão condenatória, o que ainda não ocorreu, sob pena
de reformatio in pejus, uma vez não haver o Ministério Público recorrido.

2. V.Exa. despachou entendendo que não se trata na espécie


de reformatio in pejus porquanto já teria ocorrido o julgamento de segundo
grau, podendo ser executada a sentença, mesmo não tendo ocorrido o
transito em julgado da mesma conforme expressamente confirmado na
sentença e no pedido do Ministério Público.

3. Ocorre que V. Exa. entendeu que o fundamento da referida


petição seria o parágrafo 89 da sentença, no qual resta expresso que os
réus deveriam apelar em liberdade, quando, na verdade, o fundamento
consiste no disposto no parágrafo 90, o qual determina a remessa dos autos

1/3
para a Vara Federal somente após o trânsito em julgado da sentença,
quando deverá ter início a execução da pena. Verbis:
90. Determino, ainda, imediatamente após o trânsito em julgado
desta sentença, a remessa dos autos à Vara Federal competente
para a execução da pena aqui aplicada.

4. A sentença, portanto, foi clara ao determinar que a execução


da pena somente se dará após o seu trânsito em julgado, não tendo o
Ministério Público recorrido.

5. Data vênia, diante de fatos novos, do próprio teor da


sentença ora discutido e do recente entendimento do STF, impõe-se a
reconsideração da Vossa decisão, conforme se demonstrará:

6. Na data de ontem, a 2ª Turma do Supremo Tribunal Federal,


ao julgar o HC 144.717, referendou o entendimento esposado pela defesa do
peticionante!

7. Aliás, é importante destacar que o caso foi desafetado do


Plenário exatamente porque se entendeu que esta matéria específica estaria
fora do alcance da discussão sobre a possibilidade ou não da prisão após
condenação de segundo grau.

8. Em que pese o acórdão não tenha sido publicado, o próprio


sítio eletrônico do STF traz a informação:

2/3
9. Assim, ao tempo em que protesta pela juntada do acórdão,
assim que publicado, vem reiterar o pedido de que seja reconsiderada Vossa
Decisão, para não determinar a continuidade do feito, suspendendo a
execução até o transito em julgado do processo, conforme estabelecido na
sentença que transitou em julgado para o MPF, e na jurisprudência do
Supremo Tribunal Federal, garantindo-se ao Requerente o direito de
aguardar em liberdade o trânsito em julgado da ação penal a que responde.

P. deferimento.
Brasília, 14 de março de 2018.

ANASTACIO MARINHO
OAB CE 8502

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14/03/2018 Supremo Tribunal Federal

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2ª Turma revê decisão que enviou dois habeas corpus para o Plenário
13/03/2018 17h50 - Atualizado há um dia

A Segunda Turma do Supremo Tribunal (STF) decidiu rever as decisões que encaminharam para o Plenário,
em 20 de fevereiro último, dois Habeas Corpus (HCs 136720 e 144717) relatados pelo ministro Ricardo
Lewandowski. Na ocasião, os ministros entenderam que os casos discutiam a chamada execução provisória
da pena, tema que deve ser analisado pelo Plenário no julgamento de mérito das Ações Declaratórias de
Constitucionalidade (ADCs) 43 e 44.

No início da sessão desta terça-feira (13), o ministro Lewandowski levantou questão de ordem para relatar
que, no caso do HC 136720, houve uma decisão superveniente do Superior Tribunal de Justiça (STJ) no sentido
de determinar ao réu prestação de serviços à comunidade, o que levou a defesa a requerer a desistência do
HC. Como não há mais risco à liberdade, o ministro decidiu propor a desafetação do caso e, na sequência,
julgar prejudicada a impetração em razão do pedido de desistência. Acompanharam esse entendimento os
demais ministros presentes à sessão.

Já no HC 144717, que tramita sob segredo de justiça, o ministro explicou que a sentença garantiu ao réu o
direito de apelar em liberdade, decisão mantida em segunda instância (Tribunal de Justiça do Estado de Rio
Grande do Sul) e que não foi questionada pelo Ministério Público, que só veio a pedir a prisão no âmbito do
STJ. Para o relator, como há decisão com trânsito em julgado quanto ao direito de recorrer em liberdade, não
há relação com o caso a ser julgado pelo Plenário relativo à execução provisória da pena. Nesse processo,
acompanharam o relator os ministros Dias To oli e Gilmar Mendes. O ministro Edson Fachin divergiu,
votando pela manutenção da submissão do caso ao Pleno.

MB/AD

Leia mais:
20/02/2018 – 2ª Turma envia para o Plenário HCs que discutem execução penal após condenação em
segundo grau (http://portal.stf.jus.br/noticias/verNoticiaDetalhe.asp?idConteudo=370109)

Processo relacionado: HC 144717 (/processos/detalhe.asp?incidente=5202477)

Processo relacionado: HC 136720 (/processos/detalhe.asp?incidente=5041598)

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Processo: 0805802-55.2016.4.05.8100
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ANASTACIO JORGE MATOS DE SOUSA MARINHO - Advogado
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MM Juiz,

Esse juízo deferiu o pedido de execução provisória da pena, concedendo ao condenado o prazo de 24h
para apresentação espontânea à autoridade policial, em razão do compromisso assumido por seu
advogado.

Verifico, no entanto, que ainda na data de hoje o condenado, patrocinado pelo mesmo causídico,
impetrou Habeas Corpus no TRF da 5ª Região (HC 0802530-35.2018.4.05.0000 ), ficando evidente que o
prazo solicitado objetivou exclusivamente dilatar a execução da prisão na tentativa de obter, na Corte
Regional, a concessão da ordem.

Desse modo, evidenciada a intenção de ludibriar esse juízo, requer o MPF seja determinada a imediata
execução do mandado de prisão.

Fortaleza, 14 de março de 2018

Márcio Torres

Procurador da República

Processo: 0805802-55.2016.4.05.8100
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Tribunal Regional Federal da 5ª Região
PJe - Processo Judicial Eletrônico
Consulta Processual

15/03/2018

Número: 0802530-35.2018.4.05.0000
Classe: HABEAS CORPUS
Partes
Tipo Nome
ADVOGADO ANASTACIO JORGE MATOS DE SOUSA MARINHO
IMPETRANTE Marcelo Leal de Lima Oliveira
PACIENTE FRANCISCO DEUSMAR DE QUEIROS
ADVOGADO Marcelo Leal de Lima Oliveira

Documentos
Id. Data/Hora Documento Tipo
10537 15/03/2018 09:14 Decisão Decisão
072

1/3
PROCESSO Nº: 0802530-35.2018.4.05.0000 - HABEAS CORPUS
IMPETRANTE: MARCELO LEAL DE LIMA OLIVEIRA
PACIENTE: FRANCISCO DEUSMAR DE QUEIROS
ADVOGADO: Anastacio Jorge Matos De Sousa Marinho e outro
IMPETRADO: JUÍZO DA 12ª VARA FEDERAL DA SEÇÃO JUDICIÁRIA DO CEARÁ
RELATOR(A): Desembargador(a) Federal Francisco Roberto Machado - 1ª Turma

DECISÃO

Trata-se de Habeas Corpus, com pedido liminar, impetrado em favor de FRANCISCO DEUSMAR DE
QUEIROS, apontando como autoridade coatora o Juízo da 12ª Vara Federal do Ceará, objetivando a
suspensão da Execução Provisória da pena que lhe imposta nos autos da Ação Penal nº
0012628-43.2010.4.05.8100, na qual o paciente foi condenado, pela prática do crime do art. 27-C da Lei
nº 6.385/76, a nove (09) anos e dois (02) meses de reclusão, ainda pendente de julgamento de Recurso
Especial no STJ (REsp 1.449.193-CE)).

Relatei, decido.

A partir do exame superficial, próprio desta fase de cognição sumária, tenho que o ato combatido parece
viciado de abuso de poder.

Não se desconhece o entendimento do STF, firmado no HC 126.292/SP, nas ADC's 43 e 44 e no ARE


964.246/SP, admitindo a possibilidade de execução provisória da pena após condenação em segunda
instância, diante da ausência de efeito suspensivo dos recursos extremos.

No caso concreto, todavia, constou expressamente da sentença condenatória: "determino, ainda,


imediatamente após o trânsito em julgado desta sentença, a remessa dos autos à Vara Federal
competente para a execução da pena aqui aplicada".

Tenho que aludido comando sentencial, a teor de precedente do próprio STF, constitui garantia erigida em
favor do status libertatis do réu, ora paciente, não me parecendo razoável que o famigerado entendimento
firmado pelo STF, de cunho genérico, deva prevalecer sobre uma norma endócrina, expressa na própria
sentença condenatória, diferindo sua execução para depois de seu trânsito em julgado.

Quanto ao perigo da demora, este se mostra evidente, porque o ato combatido determinou o início da
execução da pena imposta a FRANCISCO DEUSMAR DE QUEIROS, com a expedição do respectivo
mandado de prisão.

Desse modo, ad cautelam, melhor que não se cumpra, até ulterior deliberação, o ato impugnado.

Assim, defiro a liminar, determinando a suspensão da Execução Provisória da Pena nº


0805802-55.2016.4.05.8100, até julgamento final deste writ.

Intime-se.

Oficie-se ao Juízo originário, para que preste informações, no prazo de 48h.

Depois, sigam os autos ao MPF, para o necessário parecer.

Recife, 15 de março de 2018.

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Processo: 0805802-55.2016.4.05.8100
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PROCESSO Nº: 0802530-35.2018.4.05.0000 - HABEAS CORPUS
IMPETRANTE: MARCELO LEAL DE LIMA OLIVEIRA
PACIENTE: FRANCISCO DEUSMAR DE QUEIROS
ADVOGADO: Anastacio Jorge Matos De Sousa Marinho e outro
IMPETRADO: JUÍZO DA 12ª VARA FEDERAL DA SEÇÃO JUDICIÁRIA DO CEARÁ
RELATOR(A): Desembargador(a) Federal Francisco Roberto Machado - 1ª Turma
MAGISTRADO CONVOCADO: Desembargador(a) Federal Andre Luis Maia Tobias Granja

PODER JUDICIÁRIO
TRIBUNAL REGIONAL FEDERAL DA 5ª REGIÃO
DIVISÃO DA PRIMEIRA TURMA

OFÍCIO - 1ª TURMA

Excelentíssimo(a) Juiz(a),

De ordem do Exmo Des. ROBERTO MACHADO, dirijo-me a V. Exa. para encaminhar a decisão
proferida nos autos do PJE- HC 0802530-35.2018.4.05.0000 , processo de Ref -
0805802-55.2016.4.05.8100 a fim de prestar informações no prazo de 48h.

Colho do ensejo para manifestar-lhe votos de apreço.

Processo: 0805802-55.2016.4.05.8100
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OFÍCIO - 1ª TURMA

Excelentíssimo(a) Juiz(a),

De ordem do Exmo Des. ROBERTO MACHADO, dirijo-me a V. Exa. para encaminhar a decisão
proferida nos autos do PJE- HC 0802530-35.2018.4.05.0000 , processo de Ref -
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Colho do ensejo para manifestar-lhe votos de apreço.

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OFÍCIO - 1ª TURMA

Excelentíssimo(a) Juiz(a),

De ordem do Exmo Des. ROBERTO MACHADO, dirijo-me a V. Exa. para encaminhar a decisão
proferida nos autos do PJE- HC 0802530-35.2018.4.05.0000 , processo de Ref -
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Colho do ensejo para manifestar-lhe votos de apreço.

Processo: 0805802-55.2016.4.05.8100
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Tribunal Regional Federal da 5ª Região
PJe - Processo Judicial Eletrônico
Consulta Processual

15/03/2018

Número: 0802530-35.2018.4.05.0000
Classe: HABEAS CORPUS
Partes
Tipo Nome
ADVOGADO ANASTACIO JORGE MATOS DE SOUSA MARINHO
IMPETRANTE Marcelo Leal de Lima Oliveira
PACIENTE FRANCISCO DEUSMAR DE QUEIROS
ADVOGADO Marcelo Leal de Lima Oliveira

Documentos
Id. Data/Hora Documento Tipo
10536 14/03/2018 17:15 Habeas Corpus Petição Inicial
626
10536 14/03/2018 17:15 02.1 - EXECUÇÃO Parte1 Documento de Comprovação
627
10536 14/03/2018 17:15 02.2 - EXECUÇÃO Parte2 Documento de Comprovação
628
10536 14/03/2018 17:15 03 - Ato Coator Deusmar Documento de Comprovação
629
10536 14/03/2018 17:15 04 - Deusmar Embargos de Declaração Documento de Comprovação
631
10536 14/03/2018 17:15 05 - ANDAMENTO RESP Documento de Comprovação
633
10536 14/03/2018 17:15 06 - Jurisprudências STF Documento de Comprovação
635
10537 15/03/2018 09:14 Decisão Decisão
072

1/364
EXCELENTÍSSIMO DESEMBARGADOR FEDERAL MANOEL DE OLIVEIRA ERHARDT

PRESIDENTE DO TRIBUNAL REGIONAL FEDERAL DA 5ª REGIÃO

FRANCISCO CÉSAR ASFOR ROCHA, brasileiro, casado, advogado, inscrito na


OAB/SP nº 329.034, podendo ser localizado no SHIS, QL 14, Conjunto 9, Casa 18, Brasília - DF,
MARCELO LEAL DE LIMA OLIVEIRA, advogado, inscrito na Ordem dos Advogados do Brasil sob
o nº 21.932/DF, com endereço profissional na SMDB Conjunto 06, lote 06, Brasília/DF, ANASTACIO
JORGE MATOS DE SOUSA MARINHO, OAB/CE 8502, CAIO CESAR VIEIRA ROCHA,
OAB/CE 15.095 e TIAGO ASFOR ROCHA LIMA, OAB/CE 16.386, sócios de Rocha, Marinho e
Sales Advogados S/S, com Endereço na Av. Des. Moreira, 760, 6º andar, Fortaleza - CE, vêm, à presença
deste Sodalício, impetrar

HABEAS CORPUS

(com pedido de liminar)

em favor de FRANCISCO DEUSMAR DE QUEIRÓS, brasileiro, casado, empresário, portador do CPF


nº 024.922.883-15, domiciliado na Av. Beira Mar, nº 2020, Apartamento 1100, Meireles, Fortaleza/CE,
em face da decisão que deu início à execução provisória nº 0805802-55.2016.4.05.8100, fazendo-o pelas
seguintes razões de fato e de direito:

I - BREVE HISTÓRICO PROCESSUAL

1. 1. O Paciente foi condenado nos autos da Ação Penal nº


0012628-43.2010.4.05.8100 pela suposta prática dos crimes previstos nos artigos 7º, IV, da Lei nº
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1.

7.492/86 e 27-C da Lei nº 6.385/76, ocorridos entre os anos de 2000 e 2006. Foi-lhe atribuída a
pena de 15 anos e 10 meses a ser cumprida inicialmente em regime fechado, garantindo-se o direito
de permanecer em liberdade até o trânsito em julgado.

1. 2. Em sede de apelação exclusiva da defesa, este Tribunal Regional Federal da


5ª Região, afastou a condenação em relação ao crime previsto no artigo 27-C da Lei nº 6.385/76,
resultando numa pena final de 09 anos e 02 meses de reclusão.

1. 3. Embora tenha o Ministério Público Federal se contentado com o resultado


alcançado, operando-se o trânsito em julgado para a acusação, o Paciente interpôs, daquele acórdão,
o Recurso Especial nº 1.449.193, cujo trânsito em julgado ainda não ocorreu.

1. 4. Havendo o Ministério Público requerido a prisão do Paciente com fulcro no


que decidiu o Supremo Tribunal Federal acerca da possibilidade da execução provisória da pena
após o exaurimento da instância ordinária, a defesa ingressou com pedido de Tutela Provisória nº
38 perante o Superior Tribunal de Justiça, cuja liminar foi deferida em face da plausibilidade do
direito invocado.

1. 5. Surpreendeu-se a defesa, no entanto, com posterior decisão monocrática,


negando provimento ao Recurso Especial e, em seguida, o reconhecimento da prejudicialidade da
medida cautelar, mormente porque ainda não ocorreu o trânsito em julgado.

1. 6. Com efeito, foram opostos Embargos de Declaração com pedido de


efeitos modificativos, os quais ainda não foram julgados.

1. 7. Embora mencionadas decisões tenham sido objeto dos recursos cabíveis à


espécie, não tendo havido, portanto, o trânsito em julgado, o Ministério Público requereu a
execução provisória da pena, o que foi deferido pela autoridade coatora nos seguintes termos:

"O Ministério Público Federal requereu, novamente, o início da execução da pena, informando que "o
RESp 1.449.193/CE, que apoiava tal tutela provisória, foi julgado e desprovido". Sobre o pedido do
Ministério Público Federal se manifestou a defesa, ao argumento de que a execução da pena implicaria
em reformatio in pejus, pois o título executivo teria sido expresso em afirmar que a prisão dos
sentenciados deveria ocorrer apenas após o trânsito em julgado da sentença.

É o relato necessário. DECIDO.

2. FUNDAMENTAÇÃO

Não é verdade a alegação da defesa, no sentido de que a sentença teria sido expressa ao afirmar que os
condenados somente poderiam ser presos após o trânsito em julgado. Muito pelo contrário: a sentença
foi explícita em indicar que os réus poderiam apelar em liberdade. Eis o quanto consta da sentença:
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89. Quanto ao eventual recurso de apelação, reconheço que, em razão da inexistência de elementos
ensejadores de recolhimento à prisão dos réus, que se encontram soltos, considerando também que, no
transcorrer da instrução, ditos réus não agiram no sentido de dificultar a atividade jurisdicional,
entendo que os mesmos devem apelar em liberdade. (grifei)

A menção ao trânsito em julgado se deu apenas a título de providências finais burocráticas, no sentido de
que, após o trânsito em julgado, deveria ser expedida a respectiva guia de execução.

A propósito, o próprio Ministro Relator que havia concedido a suspensão da presente execução já havia
ponderado:

A expressão constante das sentenças condenatórias, ao determinar a expedição de mandado de prisão


após o trânsito em julgado, não opera coisa julgada em favor do réu, de modo que tal fato não tem o
condão de impedir sua prisão no âmbito da execução provisória da pena. Este tipo de comando
sentencial, com efeito, consta do texto condenatório, em verdade, apenas como norte para o início de
cumprimento de pena, com advento do trânsito em julgado, ou seja, tem por finalidade guiar o feito após
o julgamento definitivo dos recursos, da mesma forma como a determinação de expedição de ofícios para
inscrição no nome do rol de culpados, as determinações para fins de suspensão de direitos políticos,
dentre outras diligências.

Sendo assim, ainda que se acolhesse a tese defensiva (no sentido de que o direito ao recurso em liberdade
faria coisa julgada material se não atacado pelo Ministério Público Federal), a qual realmente vem
encontrando algum apoio dentro do Supremo Tribunal Federal, especialmente de Ministros que foram
vencidos no julgamento a respeito da possibilidade de execução provisória da pena, o caso concreto sob
exame não se amolda faticamente à tese, porquanto, repita-se, a sentença apenas assegurou o direito de
apelar em liberdade.

De todo modo, o entendimento deste juízo é no sentido de que a execução provisória da pena configura
poder-dever do magistrado, que deve determiná-la quando constatado o esgotamento das vias ordinárias
de impugnação. Com efeito, é sabido que, ao decidir sobre o direito de recorrer em liberdade, o juiz
analisa apenas a presença ou não dos requisitos para decretação da prisão preventiva - nada dispondo
sobre a execução provisória da pena. Mas a execução provisória em nada se relaciona a prisão
preventiva e deve ser implementada mesmo que ausentes os requisitos da segregação cautelar, já que,
repito, a execução provisória não possui natureza processual ou cautelar, mas sim de execução
propriamente dita, ainda que provisória.

Ademais, não prospera a alegação de que a execução provisória seria "reformatio in pejus".

Ora, não se está alterando em nada o título judicial em desfavor dos réus. O comando condenatório está
sendo executado na exata medida em que proferido. A "reformatio in pejus" somente ocorre quando um
recurso piora a situação do acusado. E o recurso interposto em nada o prejudicou. Muito pelo contrário:
assegurou que o acusado permanecesse solto durante o julgamento da apelação, tendo, portanto,
melhorado a sua situação. Se não tivesse interposto o recurso, a sentença teria sido imediatamente
executada. A "reformatio in pejus" somente ocorre quando o acusado possa afirmar algo como "seria
melhor se eu não tivesse recorrido...". E, no caso presente, o acusado pode dizer isso? Decerto não, pois,
além de ter tido sua pena reduzida, se manteve solto durante o julgamento da apelação.

São, portanto, dois momentos distintos e duas análises diversas: 1) quando profere a sentença, o juiz
verifica se estão ou não presentes os requisitos da prisão preventiva, e decide pela prisão do sentenciado
ou pelo recurso em liberdade; 2) quando determina a execução provisória, o juiz analisa se está esgotada
a via ordinária recursal, e decide pelo início da pena.

No caso sob exame, esgotada está a via recursal ordinária, pois já julgada a apelação do executado, bem
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como o próprio recurso especial (este monocraticamente, ainda não transitado

em julgado). Acertado, pois, o início da execução provisória da pena, como determinado pelo juízo da
causa e requerido agora pelo Ministério Público Federal.

3. DISPOSITIVO

Pelo exposto, DEFIRO o pedido formulado pelo Ministério Público Federal e DETERMINO o
prosseguimento desta execução provisória, com início da pena imposta ao executado.

Expeça-se mandado de prisão. Considerando que o advogado do executado compareceu no gabinete


deste magistrado e solicitou que, pelas condições pessoais e sociais do réu, este

pudesse se apresentar espontaneamente para início do cumprimento da pena (na eventualidade de


deferimento do pedido do MPF), e tendo em vista que ele respondeu a todo o processo solto e não
demonstrou intenção de fuga, hei por bem acolher o pleito, pelo que DETERMINO que a Polícia Federal
somente dê cumprimento ao mandado após 24h do seu recebimento - lapso durante o qual o executado
deverá se apresentar perante a autoridade policial, sob pena de ser

preso onde for encontrado. Após a expedição do mandado de prisão, dê-se ciência ao advogado do
executado, por telefone.

Efetivada a prisão, fica desde já declinada a competência para a Justiça Estadual, devendo a Secretaria
expedir a respectiva guia de execução.

1. 8. Esta decisão, no entanto, viola frontalmente o princípio do non reformatio in


pejus, ensejando a impetração do presente writ.

II - DA NECESSIDADE DE TRÂNSITO EM JULGADO ESTABELECIDA NO TÍTULO


EXECUTIVO - IMPOSSIBILIDADE DE REFORMATIO IN PEJUS

1. 9. O que se discute neste momento processual em nada se relaciona com a


(in)constitucionalidade da execução provisória da pena.

1. 10. Trata-se, em realidade, de simples, mas importantíssimo pedido de


cumprimento do princípio do non reformatio in pejus e garantia da segurança jurídica advinda de
decisões proferidas em processos penais, dos quais deixou de recorrer a acusação.

1. 11. No caso em tela, não é possível o início da execução provisória da pena


porque o cumprimento da reprimenda está diretamente condicionado ao trânsito em julgado
do processo!!!

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1. 12. É que a sentença, título executivo por excelência, foi expressa ao afirmar que
a prisão dos sentenciados deveria ocorrer apenas "após o trânsito em julgado da sentença".
Confira-se:

1. 13. Não
há margem para dúvida.

1. 14.
Conforme se depreende da
leitura do título que se
pretende executar
provisoriamente, a
execução da pena imposta
ao Paciente depende do
seu trânsito em julgado
para ambas as partes.

1. 15. O
Ministério Público
quedou-se inerte,
satisfazendo-se com o título
executivo obtido em todos
os seus termos. Com isso,
ocorreu, apenas para a
acusação, o trânsito em
julgado. Confira-se:

1. 16. Ora,
ainda que se pretenda
executar provisoriamente a
pena, isto só pode ser feito
nos exatos termos da
sentença, que é expressa
em afirmar que a prisão
somente deve se dar após o
trânsito em julgado.

1. 17. A
questão, portanto, não diz
respeito à possibilidade ou
não da prisão ser decretada após a decisão condenatória proferida em segundo grau em jurisdição.
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1. 18. Na data de ontem, a 2ª Turma do Supremo Tribunal Federal, ao julgar o HC
144.717, referendou esse entendimento!

1. 19. Aliás, é importante destacar que o caso foi desafetado do Plenário


exatamente porque se entendeu que esta matéria específica estaria fora do alcance da discussão
sobre a possibilidade ou não da prisão após condenação de segundo grau.

1. 20. Em que pese o acórdão não tenha sido publicado, o próprio sítio eletrônico
do STF traz a informação:

1. 21. No caso em tela, a alteração do título executivo (sentença), tal como pretende
o Ministério Público, sem que dela tenha recorrido, importaria em flagrante reformatio in pejus.

1. 22. Em outras palavras, se a sentença condenatória expressamente afirma que o


cumprimento da pena deve se dar apenas com o trânsito em julgado e em não havendo recurso por
parte do Ministério Público, é expressamente vedado ao judiciário impor prematuramente,
inexistentes novos requisitos de cautelaridade, a prisão processual ao Paciente.

1. 23. Não tem qualquer procedência o argumento trazido pela autoridade coatora
no sentido de que as "providências finais" seriam meramente burocráticas e que, portanto, não
fariam coisa julgada.

1. 24. Ora, as providências finais, embora burocráticas, integram a parte dispositiva


da sentença, exatamente a parte das sentenças judiciais a respeito das quais não há qualquer dúvida
quanto a estarem acobertadas pelo manto da coisa julgada.

1. 25. Tanto é assim, que a própria autoridade coatora reconheceu exatamente o


oposto em sua fundamentação:

"Este tipo de comando sentencial, com efeito, consta do texto condenatório, em verdade, apenas como
norte para o início de cumprimento de pena, com advento do trânsito em julgado, ou seja, tem por
finalidade guiar o feito após o julgamento definitivo dos recursos".

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1. 26. É exatamente disso que se está falando! As "providências finais" são, nada
mais nada menos do que o norte para o início do cumprimento da pena...

1. 27. E é evidente que deste norte não pode haver desvio nem para a esquerda nem
para a direita!

1. 28. Com efeito, a parte em que o Magistrado dá ordens ao Ofício é a parte


mandamental por excelência, na qual fixa no tempo e no espaço os limites da execução,
propriamente o que se está argumentando no presente writ.

1. 29. No mais, o princípio de proibição à reformatio in pejus não atende a um


raciocínio tão singelo quanto o utilizado pela autoridade coatora, pois não se refere apenas à mera
vantagem que a defesa teria ao decidir por recorrer ou não da sentença.

1. 30. Não se trata apenas de considerar se "seria melhor que a defesa não tivesse
recorrido...".

1. 31. Mais do que isso, o nemo reformatio in pejus é uma garantia que dá
sustentação ao princípio do respeito à coisa julgada. Isto é, tem o condão de viabilizar que haja
efetivo respeito à coisa julgada, evitando-se que a situação da defesa venha a ser alterada no meio
do caminho, sem que o órgão acusatório tenha intervindo no momento oportuno.

1. 32. Isto é, tem mais a ver com o não recurso da acusação do que com o recurso
da defesa.

1. 33. O próprio Supremo Tribunal Federal, aliás, vem garantindo a aplicação do


princípio do non reformatio in pejus, condicionando o recolhimento à prisão ao trânsito em julgado
para ambas as partes, nos casos em que assim prevê o título executivo, sem que, com isso, se possa
afirmar o descumprimento do precedente emanado por aquela Corte.

1. 34. Aliás, a própria autoridade coatora reconheceu que esta é a tese que
efetivamente vem sendo aplicada pelo Supremo Tribunal Federal, ainda que a procure desmerecer,
sugerindo que é encampada apenas por Ministros que restaram vencidos quando do julgamento a
respeito da possibilidade da execução provisória da pena em matéria penal.

1. 35. De fato, assim tem decidido, em diversas ocasiões, a nossa Corte Suprema.

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1. 36. Muito ao contrário do sugerido pelo Magistrado, a tese é exatamente a
mesma que vem sido acatada pelo STF, pois em todas tratou-se exatamente de hipótese fática
idêntica, em que ao réu é assegurado apelar em liberdade, determinando-se o início da
execução "após o trânsito em julgado".

1. 37. Nesse sentido, recentíssima a decisão proferida pelo Min. CELSO DE


MELLO, nos autos do HC nº 152.974/SP, publicada em 06 de março de 2018:

"Tem-se entendido, nesta Suprema Corte, que, em situações como a ora em exame, em que o Ministério
Público sequer se insurgiu contra o pronunciamento do órgão judiciário "a quo" que garantiu ao
paciente o direito de recorrer em liberdade, não pode o Tribunal de superior jurisdição suprimir esse
benefício, em detrimento do condenado, sob pena de ofensa à cláusula final inscrita no art. 617 do
Código de Processo Penal:

"() POSSÍVEL OFENSA AO PRINCÍPIO QUE VEDA A 'REFORMATIO IN PEJUS' (CPP, ART. 617, 'in
fine'), POIS O TRIBUNAL DE INFERIOR JURISDIÇÃO ORDENOU QUE SE PROCEDESSE, EM
PRIMEIRO GRAU, À IMEDIATA EXECUÇÃO ANTECIPADA DA PENA, NÃO OBSTANTE ESSE
COMANDO HOUVESSE SIDO DETERMINADO EM RECURSO EXCLUSIVO DO RÉU CONDENADO,
A QUEM SE ASSEGURARA, NO ENTANTO, EM MOMENTO ANTERIOR, SEM IMPUGNAÇÃO
RECURSAL DO MINISTÉRIO PÚBLICO, O DIREITO DE AGUARDAR EM LIBERDADE A
CONCLUSÃO DO PROCESSO. ()." (HC 147.452/MG, Rel. Min. CELSO DE MELLO)"

1. 38. Em igual sentido, a decisão monocrática do HC 140.217/DF, de relatoria do


Ministro RICARDO LEWANDOWSKI:

"(...)

Registre-se, também, que a antecipação do cumprimento da pena, em qualquer grau de jurisdição,


somente pode ocorrer mediante um pronunciamento específico e fundamentado que demonstre, à
saciedade, e com base em elementos concretos, a necessidade da custódia cautelar. Assim,
verificando que o caso em espécie se assemelha àquele tratado no HC 140.217/DF, bem como nos HC's
135.951/DF, 142.012/DF e 142.017/DF, todos de minha relatoria, entendo que ocorreu a formação da
coisa julgada do direito de o paciente recorrer em liberdade. Por essas razões, constatada a
excepcionalidade da situação em análise faz necessária a suspensão da execução da pena imposta ao
paciente. Isso posto, tendo em conta que a conclusão a que chego neste habeas corpus em nada
conflita com as decisões majoritárias desta Suprema Corte, acima criticadas, com o respeito de praxe,
confirmando as liminares, concedo a ordem de habeas corpus (art. 192, caput, do RISTF), para que os
pacientes possam aguardar, em liberdade, o trânsito em julgado da sentença penal condenatória
proferida no Processo 2005.01.1.064173-9, sem prejuízo da manutenção ou fixação, pelo juízo
processante, de uma ou mais de uma das medidas cautelares previstas no art. 319 do Código de Processo
Penal, caso entenda necessário. Comunique-se com urgência. Expeça-se alvará de soltura
clausulado. Publique-se. Brasília, 14 de novembro de 2017. Ministro Ricardo Lewandowski Relator

(HC 140217, Relator(a): Min. RICARDO LEWANDOWSKI, julgado em 14/11/2017, publicado em


PROCESSO ELETRÔNICO DJe-261 DIVULG 16/11/2017 PUBLIC 17/11/2017)"

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1. 39. Da mesma forma, os seguintes julgados: HC 135.951-MC/DF, Rel. Min.
RICARDO LEWANDOWSKI - HC 142.012-MC/DF, Rel. Min. RICARDO LEWANDOWSKI -
HC 142.017-MC/DF, Rel. Min. RICARDO LEWANDOWSKI - HC 147.428-MC/MG, Rel. Min.
CELSO DE MELLO - HC 148.122-MC/MG, Rel. Min. CELSO DE MELLO - HC 153.431/SP,
Rel. Min. CELSO DE MELLO.

III - DOS REQUISITOS PARA A CONCESSÃO DE MEDIDA LIMINAR

1. 40. Presentes se encontram os requisitos para a concessão de liminar na figura do


fumus boni iuris e do periculum in mora.

1. 41. O primeiro salta aos olhos por todos os fundamentos acima elencados e que
demonstram claramente a violação ao princípio do non reformatio in pejus.

1. 42. O perigo da demora, por sua vez, se torna evidente frente à ordem de prisão
em desfavor do Paciente, sendo desnecessária uma descrição pormenorizada do dano de impossível
reparação que a prisão representa na vida de quem vem a ser encarcerado.

IV - DO PEDIDO

1. 43. Ante o exposto, requer seja concedida liminar para obstar o início da
execução da pena do Paciente antes do trânsito em julgado, em flagrante violação do princípio do
non reformatio in pejus, expedindo-se o competente contra-mandado de prisão ou, se já houver sido
cumprida, o necessário alvará de soltura.

1. 44. No mérito, requer seja concedida em definitivo a presente ordem de Habeas


Corpus, garantindo ao Paciente o direito de aguardar o trânsito em julgado para que se dê início ao
cumprimento de pena.

P. deferimento.

Brasília, 14 de março de 2018.

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Marcelo Leal de Lima Oliveira

OAB/DF 21.932

Caio César Vieira Rocha

OAB/CE 15.095

Francisco César Asfor Rocha

OAB/SP 329.034

Tiago Asfor Rocha Lima

OAB/CE 16.386

Anastácio Jorge Matos de Sousa Marinho

OAB/CE 8.502

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INTEIRO TEOR DA EXECUÇÃO
PROVISÓRIA Nº 0805802-55.2016.4.05.8100

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Tribunal Regional Federal da 5ª Região
PJe - Processo Judicial Eletrônico
Consulta Processual

14/03/2018

Número: 0805802-55.2016.4.05.8100
Classe: EXECUÇÃO PROVISÓRIA
Partes
Tipo Nome
CONDENADO FRANCISCO DEUSMAR DE QUEIROS
ADVOGADO ANASTACIO JORGE MATOS DE SOUSA MARINHO
EXEQUENTE MINISTÉRIO PÚBLICO FEDERAL

Documentos
Id. Data/Hora Documento Tipo
4058100.1463935 21/06/2016 TERMO DE AUTUAÇÃO Petição Inicial
15:25
4058100.1463936 21/06/2016 0012628-43.2010.4.05.8100 - FRANCISCO Documento de Comprovação
15:25 DEUSMAR DE QUEIRÓS - Parte 1
4058100.1463937 21/06/2016 0012628-43.2010.4.05.8100 - FRANCISCO Documento de Comprovação
15:25 DEUSMAR DE QUEIRÓS - Parte 2
4058100.1463938 21/06/2016 0012628-43.2010.4.05.8100 - FRANCISCO Documento de Comprovação
15:25 DEUSMAR DE QUEIRÓS - Parte 3
4058100.1463947 21/06/2016 Certidão de Distribuição Certidão
15:25
4058100.1480467 28/06/2016 Manifestação Contestação
14:31
4058100.1480469 28/06/2016 Petição - Vara de Execução - DEUSMAR - Documento de Comprovação
14:31 aguardar o trânsito em julgado
4058100.1641793 27/08/2016 Despacho Despacho
01:59
4058100.1641794 27/08/2016 Intimação Expediente
01:59
4058100.1660887 02/09/2016 Certidão de Intimação Certidão de Intimação
14:58
4058100.1698256 19/09/2016 Cota nº 18127/2016 - MPF Cota
18:45
4058100.1792913 20/10/2016 Execução Penal Execução / Cumprimento de
13:43 Sentença
4058100.1792914 20/10/2016 PET 21032 execucao penal 0805802- Documento de Comprovação
13:43 55.2016.4.05.8100
4058100.1813428 27/10/2016 Petição de Retificação Petição
10:42
4058100.1813429 27/10/2016 PRO 21536 retificacao execucao penal Documento de Comprovação
10:42 0805802-55.2016.4.05.8100
4058100.1941566 12/12/2016 Petição comunicando decisão STJ Petição (3º Interessado)
14:23
4058100.1941567 12/12/2016 Deusmar - Comunicando decisão STJ Documento de Comprovação
14:23
4058100.1941570 12/12/2016 Decisão STJ Documento de Comprovação
14:23
4058100.1941575 12/12/2016 Decisão STJ - publicação Documento de Comprovação
14:23
4058100.1958376 16/12/2016 Telegrama STJ Certidão
14:17
4058100.1958377 16/12/2016 TELEGRAMA STJ 5T 43228-2016 Documento de Comprovação
14:17
4058100.2089618 17/02/2017 Decisão Decisão
14:57
4058100.2224141 29/03/2017 Inspeção Despacho Inspeção
17:05
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4058100.3117660 18/12/2017 Intimação Expediente
14:59
4058100.3118300 18/12/2017 ANDAMENTO PROCESSUAL - PEDIDO DE Certidão
15:46 TUTELA PROVISORIA E RESP
4058100.3118301 18/12/2017 CONSULTA PROCESSUAL - STJ - PEDIDO DE Documento de Comprovação
15:46 TUTELA PROVISÓRIA
4058100.3118305 18/12/2017 CONSULTA PROCESSUAL - STJ - REsp Documento de Comprovação
15:46
4058100.3119782 18/12/2017 Petição Petição
18:32
4058100.3120491 19/12/2017 Certidão de Retificação de Autuação Certidão de retificação de autuação
00:00
4058100.3139891 28/12/2017 Certidão de Intimação Certidão de Intimação
00:01
4058100.3139892 28/12/2017 Certidão de Intimação Certidão de Intimação
00:01
4058100.3367801 02/03/2018 Inspeção Despacho Inspeção
12:14
4058100.3386518 07/03/2018 Juntada - Malote Digital com Telegrama STJ Certidão
12:06
4058100.3386519 07/03/2018 DECISÃO MONOCRÁTICA NO PEDIDO DE Documento de Comprovação
12:06 TUTELA PROVISÓRIA
4058100.3402567 12/03/2018 PEDIDO DE EXECUÇÃO Promoção
10:43
4058100.3402568 12/03/2018 PRO 04436 execucao provisoria PM 0805802- Documento de Comprovação
10:43 55.2016.4.05.8100
4058100.3402573 12/03/2018 tp 38 cassacao Documento de Comprovação
10:43
4058100.3402583 12/03/2018 RESP 1449193 Documento de Comprovação
10:43
4058100.3406913 12/03/2018 Manifestação Manifestação
17:17
4058100.3406914 12/03/2018 Deusmar petição violação ao pincípio do non Documento de Comprovação
17:17 reformatio in pejus execução provisória
garimpagem
4058100.3406916 12/03/2018 decisão HC 152.794-SP Documento de Comprovação
17:17
4058100.3417179 14/03/2018 Pedido de reconsideração Pedido de reconsideração
16:12
4058100.3417185 14/03/2018 Deusmar Petição Infomando Decisão STF1 (3) Documento de Comprovação
16:12
4058100.3417226 14/03/2018 Supremo Tribunal Federal - notícia Documento de Comprovação
16:12

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TERMO DE AUTUAÇÃO

Nº PROCESSO

AUTOR: MINISTÉRIO PÚBLICO FEDERAL

RÉU: FRANCISCO DEUSMAR DE QUEIRÓS

Nº PROCESSO DE ORIGEM: 0012628-43.2010.4.05.8100

SISTEMA PROCESSO DE ORIGEM: TEBAS

JUSTIFICATIVAS:

Processo: 0805802-55.2016.4.05.8100
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Processo: 0805802-55.2016.4.05.8100
Assinado eletronicamente por:
Assinado eletronicamente.
FABIO MAGALHAES A Certificação Digital pertence
RODRIGUES a: Cadastrador
- Servidor Marcelo Leal de Lima Oliveira - Advogado Num. 10536627 - Pág. 180
16062115242110700000001464932
Data e hora da assinatura: 21/06/2016 15:25:03
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Identificador:
Número do documento: 4058100.1463938
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Para conferência da autenticidade do documento: https://pje.jfce.jus.br/pje/Processo/ConsultaDocumento/listView.seam 191/364
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TRIBUNAL REGIONAL FEDERAL 5ª REGIÃO
12ª VARA FEDERAL DA SEÇÃO JUDICIÁRIA DO CEARÁ
PROCESSO Nº: 0805802-55.2016.4.05.8100
CLASSE: EXECUÇÃO DA PENA
EXEQUENTE: MINISTÉRIO PÚBLICO FEDERAL
EXECUTADO: FRANCISCO DEUSMAR DE QUEIROS

Certidão de Distribuição

Tipo da Distribuição: Sorteio.


Concorreu(ram): 12ª VARA FEDERAL.
Impedido(s): -
Distribuído para: 12ª VARA FEDERAL.

Assinado eletronicamente. A Certificação Digital pertence a: Marcelo Leal de Lima Oliveira - Advogado Num. 10536627 - Pág. 181
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Número do documento: 18031417122157300000010518728
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1/1
Manifestação.

Processo: 0805802-55.2016.4.05.8100
Assinado eletronicamente por:
Assinado eletronicamente.
ANASTACIO JORGE A Certificação
MATOS Digital pertence
DE SOUSA a: Marcelo- Advogado
MARINHO Leal de Lima Oliveira - Advogado Num. 10536627 - Pág. 182
16062814281325300000001481475
Data e hora da assinatura: 28/06/2016 14:31:32
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EXCELENTÍSSIMO(A) SENHOR(A) JUIZ(A) FEDERAL DA 12ª VARA DA SEÇÃO
JUDICIÁRIA DO ESTADO DO CEARÁ.

PROCESSO Nº 0805802-55.2016.4.05.8100
EXEQUENTE: MINISTÉRIO PÚBLICO FEDERAL
EXECUTADO: FRANCISCO DEUSMAR DE QUEIRÓS

FRANCISCO DEUSMAR DE QUEIRÓS, brasileiro, casado, empresário,


portador da Carteira de Identidade RG nº 207.206 SSP/CE, residente e domiciliado na
Avenida Beira Mar, 2270, apto. 1300, Fortaleza - CE, vem, com o devido respeito, perante
V. Exa., expor e requerer o seguinte:

I – BREVE HISTÓRICO PROCESSUAL

1. O Requerente foi condenado pela prática dos crimes previstos nos artigos
7º, IV, da Lei nº 7.492/86 e 27-C da Lei nº 6.385/76, supostamente praticados entre os
anos de 2000 e 2006.

2. Embora o Ministério Público tenha se contentado com os termos da


sentença prolatada em primeira instância, a defesa apelou dessa decisão, havendo a 3ª
Turma do Tribunal Regional Federal da 5ª Região dado parcial provimento ao recurso,
para afastar a condenação do Peticionante em relação ao crime previsto no artigo 27-C
da Lei nº 6.385/76, bem como para reconhecer a prescrição em relação à parte das
condutas que lhes foram imputadas.

3. Opostos, em duas oportunidades, embargos de declaração, o acórdão foi


mantido, ensejando a interposição de Recurso Especial, pelas alíneas “a” e “c” do artigo
105, III, da CF/88 em favor deste Peticionante.

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4. Ante a evidente violação a normas federais, o recurso foi admitido, sendo
autuado, no Superior Tribunal de Justiça, como REsp nº 1.449.193/CE, sob a relatoria do
Min. FÉLIX FISCHER.

5. Para a surpresa da defesa e apesar de não possuir mais jurisdição sobre


o caso, o juiz da 11ª Vara, invocando a decisão proferida pelo Supremo Tribunal Federal
no julgamento do HC 129.292, determinou que fossem remetidas cópias das principais
peças ao juízo das execuções penais, para o início do cumprimento da reprimenda
aplicada ao Requerente. Confira-se:

“Considerando o entendimento firmado pelo colendo Supremo Tribunal


Federal de que "a possibilidade de início da execução da pena
condenatória após a confirmação da sentença em segundo grau não
ofende o princípio constitucional da presunção da inocência" (HC 126292,
de 17/02/2016 - relator: ministro Teori Zavascki), determino que a
Secretaria extraia as peças discriminadas nos artigos 106 e 109 do
Provimento nº 01, de 25 de março de 2009, da Corregedoria Regional da
Justiça Federal da 5ª. Região, e as remeta ao Setor de Distribuição desta
Seção Judiciária para autuação de Execução Penal (classe 103) em
desfavor dos réus FRANCISCO DEUSMAR DE QUEIRÓS, GERALDO
DE LIMA GADELHA FILHO, IELTON BARRETO DE OLIVEIRA e
JERÔNIMO ALVES BEZERRA e distribuição à 12ª. Vara Federal,
privativa das execuções penais, através do Processo Judicial Eletrônico -
PJE.
2. Após a formação dos autos da Execução Penal, arquivem-se os
presentes autos, com baixa na Distribuição.
3. Expediente de praxe.
4. Cumpra-se.”

6. Tal decisão, no entanto, importa em flagrante constrangimento ilegal,


conforme se passa a demonstrar.

II – DA INCOMPETÊNCIA DO JUÍZO DA 11ª VARA PARA ORDENAR A FORMAÇÃO


DE AUTOS PARA A EXECUÇÃO DA PENA – EXAURIMENTO DA INSTÂNCIA –
COMPETÊNCIA EXCLUSIVA DO RELATOR DO RECURSO ESPECIAL

7. Inicialmente, salta aos olhos a que o juiz da 11ª Vara não mais possuía
competência para proferir decisão no presente processo, muito menos determinar ou
sugerir o cumprimento antecipado da pena.

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8. É o que sobressai, com clareza solar, do artigo 34, inciso III do Regimento
Interno do Superior Tribunal de Justiça:

“Art. 34. Compete ao Relator:


(…)
XIII – decidir o pedido de carta de sentença e assiná-la”.

9. A decisão sobre a prisão do Peticionante, quando já interposto o Recurso


Especial, portanto, é de responsabilidade do Relator do Recurso Especial.

10. Note-se, portanto, que, in casu, é flagrante a incompetência da 11ª Vara


Federal para determinar o cumprimento da pena. Da mesma forma, a 12ª Vara Federal,
juízo privativo das execuções penais, visto que, com o encaminhamento dos autos à sua
jurisdição, poderia, inadvertidamente, determinar o cumprimento antecipado da pena ao
ora Requerente, materializando-se, de modo precipitado e ilegal, o jus puniendi estatal.

III – DA NECESSIDADE DE TRÂNSITO EM JULGADO ESTABELECIDA NO TÍTULO


EXECUTIVO – IMPOSSIBILIDADE DE REFORMATIO IN PEJUS

11. O caso em tela possui peculiaridade que impede a execução provisória da


pena antes de seu trânsito em julgado.

12. É que a própria sentença, título executivo, foi expresso em afirmar que a
execução da pena deveria ocorrer “após o transito em julgado”. Confira-se:

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13. Na realidade, conforme se depreende de sua leitura, além de determinar
que a prisão do Peticionante somente deveria ocorrer após o transito em julgado, a
sentença chegou a reconhecer inexistirem elementos ensejadores da prisão cautelar.

14. Não existiam naquela época, nem atualmente!

15. De toda forma, certo é que o Ministério Público quedou-se inerte,


satisfazendo-se com o título executivo obtido.

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16. Ora, ainda que se pretenda executar provisoriamente a pena, a execução
está adstrita aos exatos termos da sentença e esta é expressa em afirmar que a prisão
somente deve dar-se após o trânsito em julgado.

17. A questão, portanto, não diz respeito, apenas, sobre a possibilidade ou


não da prisão ser decretada após a decisão proferida em Segundo Grau em jurisdição.

18. No caso em tela, existe uma questão anterior a ser discutida, que
prescinde da análise da decisão proferida pelo Supremo Tribunal Federal. É que, no caso
específico, a alteração do título executivo (sentença), sem recurso manejado pelo
Ministério Público, importaria em flagrante reformatio in pejus.

19. Em outras palavras, se a sentença condenatória expressamente afirma


que o cumprimento da pena deve dar-se apenas com o trânsito em julgado, não havendo
recurso por parte do Ministério Público, é expressamente vedado ao judiciário impor a
prisão cautelar do Réu.

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20. Nem se venha argumentar que o Ministério Público não teria recorrido em
face do então entendimento do Supremo Tribunal Federal. Tanto como hoje, a decisão
que orientava aquela Corte havia sido proferida no HC 84.078 da Relatoria do Ministro
EROS GRAU, sem força vinculante.

21. Vale dizer, quisesse a acusação a prisão do Acusado a partir da decisão


de Segundo Grau, deveria ter recorrido desta parte da sentença.

22. Mas não é só. A ausência de pedido do Ministério Público também deixa
às claras outra flagrante violação ao sistema acusatório e aos princípios da iniciativa das
partes e do impulso oficial.

23. Desde o advento da Constituição Federal de 1988 que o processo penal é


regido pelo sistema acusatório, que estabelece uma clara e nítida distinção entre as
funções de acusar, defender e julgar.

24. Corolário disso são os princípios da iniciativa das partes e da inércia ou


impulso oficial segundo os quais a jurisdição somente pode ser exercida se provocada
pela parte ou interessado.

25. É o que dispõe o art. 2º do Código de Processo Civil, aplicável


subsidiariamente à questão:

Art. 2º Nenhum juiz prestará a tutela jurisdicional senão quando a parte ou


o interessado a requerer, nos casos e forma legais.

26. No processo penal este princípio decorre do art. 24 do CPP que


estabelece:

Art. 24. Nos crimes de ação pública, esta será promovida por denúncia
do Ministério Público, mas dependerá, quando a lei o exigir, de requisição
do Ministro da Justiça, ou de representação do ofendido ou de quem tiver
qualidade para representá-lo.

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27. Neste sentido esclarece WLADIMIR ARAS1:

“A consequência imediata do princípio da iniciativa é que o juiz


estará adstrito ao pedido do promovente da ação. Não poderá julgar
além do pedido das partes. Ne eat judex ultra petita partium, pois, caso
contrário, estaria dando início a uma acusação diversa da apresentada,
pois mais ampla. Define-o bem a regra do art. 128 do Código de Processo
Civil, segundo a qual "O juiz decidirá a lide nos limites em que foi
proposta, sendo-lhe defeso conhecer de questões, não suscitadas, a cujo
respeito a lei exige a iniciativa das partes".

28. Por força destes princípios, não poderia o juiz de primeiro grau, sem
provocação do Ministério Público, decretar a prisão do Réu, sob pena de incorrer em
indevida e execrável reformatio in pejus.

29. Neste exato sentido, é a jurisprudência do Superior Tribunal de Justiça:

“HABEAS CORPUS. PROCESSUAL PENAL. CRIME CONTRA O


SISTEMA FINANCEIRO. CONDENAÇÃO MANTIDA, EM SEDE DE
APELAÇÃO. EXPEDIÇÃO DE MANDADO DE PRISÃO ANTES DO
ESGOTAMENTO DAS INSTÂNCIAS ORDINÁRIAS. SENTENÇA QUE
CONDICIONA A EXECUÇÃO DA PENA AO TRÂNSITO EM JULGADO
DA CONDENAÇÃO. REFORMATIO IN PEJUS. IMPOSSIBILIDADE.
1. A execução provisória do julgado somente é possível após o
esgotamento das instâncias ordinárias, o que não se verificou na espécie,
tendo em vista que os embargos de declaração opostos contra o acórdão
proferido em sede de apelação criminal encontram-se pendentes de
julgamento.
2. A sentença condenatória condicionou a prisão do Paciente ao
trânsito em julgado do decreto condenatório e o Parquet não
impugnou a concessão dessa benesse, portanto, não pode o
Tribunal determinar a execução provisória do julgado, sob pena de
reformatio in pejus.
3. Precedentes dos Tribunais Superiores.
4. Ordem concedida para reconhecer o direito do Paciente aguardar em
liberdade o trânsito em julgado da condenação. (HC 63.232/MG, Rel.
Ministra LAURITA VAZ, QUINTA TURMA, julgado em 27/02/2007, DJ
26/03/2007, p. 264)

“HABEAS CORPUS. CONDENAÇÃO PARCIALMENTE MANTIDA EM


GRAU DE APELAÇÃO CRIMINAL. EXPEDIÇÃO DE MANDADO DE
PRISÃO. RECURSOS ESPECIAL E EXTRAORDINÁRIO PENDENTES
DE PROCESSAMENTO. SENTENÇA QUE CONDICIONOU O INÍCIO DA

1
ARAS, Wladimir. Princípios do processo penal. https://jus.com.br/artigos/2416/principios-do-processo-
penal.

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EXECUÇÃO DA PENA APÓS O TRÂNSITO EM JULGADO.
RESIGNAÇÃO DO PARQUET A QUO. COAÇÃO ILEGAL
EVIDENCIADA. ORDEM CONCEDIDA. CO-RÉU NÃO-PACIENTE QUE
SE ENCONTRA EM SITUAÇÃO FÁTICO-PROCESSUAL IDÊNTICA.
EXTENSÃO DA DECISÃO QUE SE IMPÕE (ART. 580 DO CPP).
1. Caracteriza constrangimento ilegal a determinação do início da
execução da sanção por ocasião do julgamento de apelação
criminal, se a sentença condenatória condicionou a prisão do
paciente apenas após o trânsito em julgado da decisão repressiva e
se, quanto a este aspecto, não houve recurso do Ministério Público e
o decisum encontra-se sub judice, ante o ajuizamento de recursos
especial e extraordinário.
2. Ordem concedida para garantir ao paciente o direito de permanecer em
liberdade até o trânsito em julgado da sentença condenatória,
estendendo-se os efeitos desta decisão ao co-réu não-paciente, ex vi do
disposto no art. 580 do CPP. (HC 106005 / SP, Relator: Ministro JORGE
MUSSI DJe 02/02/2009)

“PROCESSO PENAL. HABEAS CORPUS. HOMICÍDIO. DIREITO DE


RECORRER EM LIBERDADE. SENTENÇA QUE DETERMINA A
EXPEDIÇÃO DE MANDADO DE PRISÃO APÓS O TRÂNSITO EM
JULGADO. AUSÊNCIA DE RECURSO DO MINISTÉRIO PÚBLICO.
EXPEDIÇÃO DE MANDADO DE PRISÃO PELO TRIBUNAL A QUO
APÓS O JULGAMENTO DO RECURSO DE APELAÇÃO.
IMPOSSIBILIDADE. NÃO-APLICAÇÃO DA SÚMULA 267/STJ. ORDEM
CONCEDIDA.
1. Se a sentença assegura ao réu o direito de aguardar em liberdade
o trânsito em julgado da condenação e não há recurso do Ministério
Público, a ordem do Tribunal de origem para que seja expedido
mandado de prisão para o início da execução provisória da pena
configura reformatio in pejus. Precedentes.
2. Na hipótese, não se aplica o enunciado sumular 267 desta Corte, pois
expressamente garantido pela sentença condenatória o direito de
aguardar o trânsito em julgado em liberdade, e não apenas o direito de
recorrer em liberdade.
3. Ordem concedida para que o paciente possa aguardar o trânsito em
julgado da condenação em liberdade, se não estiver presente um dos
motivos ensejadores da prisão cautelar, de acordo com o art. 312 do
Código de Processo Penal. (HC 76563 / SP, Relator Ministro ARNALDO
ESTEVES LIMA, DJ 22/10/2007)

30. Nestas condições, ainda que tenha ocorrido mudança de entendimento na


jurisprudência quanto aos efeitos dos recursos extremos, esta condição não pode
modificar situação já cristalizada pelo manto da coisa julgada, que atingiu indelevelmente
o título executivo, traçando-lhe os limites de atuação do Estado.

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31. O título executivo transitado em julgado – e especialmente a sua parte
dispositiva – caracterizam uma garantia do réu, da qual não se pode, em hipótese
alguma, abrir mão.

IV - DO EQUIVOCADO ENTENDIMENTO QUANTO À REAL EXTENSÃO DA DECISÃO


PROFERIDA PELO STF NO HC Nº 126.292/SP

32. Desde que foi noticiado o julgamento do HC 126.292 pelo STF, quando o
acórdão ainda não havia sido sequer publicado, começaram a pulular pelo País diversas
decisões determinando a prisão indiscriminada a partir de acórdão condenatório de
segundo grau, como se a Corte Suprema tivesse determinado o cumprimento provisório
da pena sempre que um tribunal decidisse pela condenação, independentemente de
requisitos de cautelaridade.

33. O equívoco, no entanto, é patente, seja porque se está fazendo uma


leitura equivocada do quanto decidido pelo Supremo Tribunal Federal, seja pela falha
compreensão sobre o conceito de precedente, violando, assim, cláusula de reserva de
plenário e de barreira previstas no art. 97 da Constituição e na Súmula Vinculante 10 do
Supremo Tribunal Federal. Vejamos.

V - DO VERDADEIRO ALCANCE DA DECISÃO PROFERIDA PELO STF - DA


NECESSIDADE DE FUNDAMENTAÇÃO PARA A ORDEM DE PRISÃO AINDA QUE
DECORRENTE DE DECISÃO CONDENATÓRIA PROFERIDA EM SEGUNDO GRAU DE
JURISDIÇÃO

34. Ao contrário do que parece ter compreendido o juízo da 11ª Vara ao


ordenar a formação de autos para a execução da pena, a decisão proferida pelo Supremo
Tribunal Federal não tornou obrigatória ou automática a prisão de réu condenado em
segundo grau. Aliás, o STF não determinou a prisão de ninguém!

35. Na realidade, a decisão proferida pelo STF no julgamento do HC 126.292


nada mais fez do que repristinar o entendimento anterior à histórica decisão proferida no

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HC 84.078 da Relatoria do Ministro EROS GRAU em 2009, entendendo pela
possibilidade de prisão após decisão de segundo grau, desde que esta decisão fosse
devidamente fundamentada.

36. Em outras palavras, o que o Supremo Tribunal Federal afirmou foi a


possibilidade de, após o julgamento de segundo grau, estando presentes elementos
suficientes, possa o Réu ser preso por decisão fundamentada, da mesma forma como se
entendia antes do julgamento do HC 84.078.

37. Trata-se de leitura sistemática da Constituição em que, ao mesmo tempo


em que restou mitigado o princípio da inocência previsto no inciso LVII, do art. 5º da
Constituição Federal, ressaltou-se a importância do inciso LXI do mesmo artigo acima
citado, que expressamente dispõe que “ninguém será preso senão em flagrante delito ou
por ordem escrita e fundamentada de autoridade judiciária competente”.

38. É o que restou expressamente assentado no voto do Ministro BARROSO


proferido no julgamento do HC 126.292:

“14. O pressuposto para a decretação da prisão no direito brasileiro


não é o esgotamento de qualquer possibilidade de recurso em face
da decisão condenatória, mas a ordem escrita e fundamentada da
autoridade judiciária competente, conforme se extrai do art. 5ª, LXI,
da Carta de 1988 .
15. Para chegar a essa conclusão, basta uma análise conjunta dos dois
preceitos à luz do princípio da unidade da Constituição. Veja-se que,
enquanto o inciso LVII define que “ninguém será considerado culpado até
o trânsito em julgado da sentença penal condenatória”, logo abaixo, o
inciso LXI prevê que “ninguém será preso senão em flagrante delito ou
por ordem escrita e fundamentada de autoridade judiciária competente”.
Como se sabe, a Constituição é um conjunto orgânico e integrado de
normas, que devem ser interpretadas sistematicamente na sua conexão
com todas as demais, e não de forma isolada. Assim, considerando-se
ambos os incisos, é evidente que a Constituição diferencia o regime da
culpabilidade e o da prisão. Tanto isso é verdade que a própria
Constituição, em seu art. 5º, LXVI, ao assentar que “ninguém será levado
à prisão ou nela mantido, quando a lei admitir a liberdade provisória, com
ou sem fiança”, admite a prisão antes do trânsito em julgado, a ser
excepcionada pela concessão de um benefício processual (a liberdade
provisória).
16. Para fins de privação de liberdade, portanto, exige-se
determinação escrita e fundamentada expedida por autoridade
judiciária.”

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39. Este era, exatamente, o entendimento do Superior Tribunal de Justiça
antes da primeira mudança de entendimento do STF no julgamento do HC 84.078 em
2009.

40. Com efeito, a Súmula 267 do STJ já dispunha:

“A interposição de recurso sem efeito suspensivo, contra decisão


condenatória não obsta a expedição de mandado de prisão.”

41. Não obstante, o entendimento daquela Corte jamais foi o de admitir a


prisão incondicional após a confirmação de condenação criminal em segundo grau, mas
sim de admiti-la quando presentes elementos suficientes a justificar a medida de
maneira fundamentada.

42. Aliás, o entendimento corrente sempre foi de que, se o réu esteve em


liberdade ao longo de todo processo, somente fundamentação própria, apontando
requisitos de cautelaridade, justificaria que viesse a ser encarcerado após o julgamento
da apelação, estando pendentes Recursos Especial ou Extraordinário.

43. Neste sentido o HC 47.314/SP, da relatoria do Ministro HÉLIO QUAGLIA


BARBOSA, julgado em 28/03/2006:

HABEAS CORPUS. ARTIGO 159, § 1º, DO CÓDIGO PENAL. AUSÊNCIA


DE PROVAS. INADEQUAÇÃO DA VIA ELEITA. EXPEDIÇÃO DE
MANDADO DE PRISÃO ANTES DO TRÂNSITO EM JULGADO.
AUSÊNCIA DE FUNDAMENTAÇÃO.
CONSTRANGIMENTO ILEGAL CONFIGURADO. ORDEM CONCEDIDA.
1. Incabível, na via eleita, reexaminar todo o contexto fático-probatório
para aferir a robustez das provas carreadas que embasaram a
condenação. Ademais, uma breve leitura do acórdão vergastado,
evidencia que há provas da participação do paciente no evento criminoso.
2. A Súmula 267 desta Corte deve ser conciliada com o princípio
constitucional da presunção de inocência. Isto significa que, antes
do trânsito em julgado da condenação, a execução provisória deve
pautar-se nos requisitos de cautelaridade, expondo os fatos que
justifiquem a necessidade da segregação cautelar.
3. In casu, a expedição do mandado de prisão foi determinada, tão-
somente, em decorrência do provimento da apelação, sem declinar

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motivos que justificariam a execução da pena antes do trânsito em
julgado da condenação.
4. Ordem concedida para determinar que o paciente permaneça em
liberdade até o trânsito em julgado, salvo expedição de mandado de
prisão devidamente fundamentado.
(HC 47.314/SP, Rel. Ministro HÉLIO QUAGLIA BARBOSA, SEXTA
TURMA, julgado em 28/03/2006, DJ 15/05/2006, p. 297)

44. No mesmo sentido o HC 93.550/RR, relatado pela Ministra MARIA


THEREZA DE ASSIS MOURA, julgado em 13/12/2007:

PROCESSO PENAL. HABEAS CORPUS. ESTUPRO. CONDENAÇÃO


EM AÇÃO PENAL ORIGINÁRIA. RÉU OCUPANTE DE CARGO DE JUIZ
DE DIREITO. AUSÊNCIA DE TRÂNSITO EM JULGADO. EXPEDIÇÃO
DE MANDADO DE PRISÃO E RETIRADA DO NOME DA FOLHA DE
PAGAMENTO. EXECUÇÃO PROVISÓRIA DA PENA. OFENSA À
PRESUNÇÃO DE INOCÊNCIA. VERIFICAÇÃO.
1. Toda prisão processual deve ser calcada nos pressupostos e requisitos
do art. 312 do Código de Processo Penal.
2. A determinação da prisão e retirada do nome da folha de
pagamento, após acórdão condenatório em ação penal originária,
mas antes do trânsito em julgado, sem amparo em dados concretos
de cautelaridade, viola a garantia constitucional inserta no art. 5.º,
inciso LVII, da Constituição Federal.
3. Ordem concedida para assegurar ao paciente o direito de aguardar
em liberdade o trânsito em julgado da condenação, ressalvada a
hipótese de surgimento de fatos que revelem a necessidade de seu
encarceramento processual; mantida também a disposição
constante do acórdão condenatório relativa à manutenção do nome
do paciente na folha de pagamento, enquanto ainda perdure a ação
penal.

45. Neste sentido, também, podem-se citar os seguintes julgados, HC


42.849/RO, Rel. Ministro NILSON NAVES, SEXTA TURMA, julgado em 01/09/2005, DJ
06/02/2006, p. 351; HC 73.578/RS, Rel. MIN. CARLOS FERNANDO MATHIAS (JUIZ
CONVOCADO DO TRF 1ª REGIÃO), SEXTA TURMA, julgado em 30/08/2007, DJ
15/10/2007, p. 357; HC 47.314/SP, Rel. Ministro HÉLIO QUAGLIA BARBOSA, SEXTA
TURMA, julgado em 28/03/2006, DJ 15/05/2006, p. 297; HC 51.004/SP, Rel. Ministro
NILSON NAVES, SEXTA TURMA, julgado em 20/04/2006, DJ 12/06/2006, p. 546.

46. Mesmo após o julgamento do HC 126.292 pelo STF, o Superior Tribunal


de Justiça voltou a expressar esse entendimento no julgamento do HC 348.224/SP,
julgado em 26/04/2016:

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PENAL. HABEAS CORPUS SUBSTITUTIVO DE RECURSO PRÓPRIO.
INADEQUAÇÃO. TRÁFICO INTERNACIONAL DE DROGAS. REGIME
PRISIONAL MAIS GRAVOSO (FECHADO). PENA INFERIOR A 8 ANOS.
NATUREZA E QUANTIDADE DE DROGAS. FUNDAMENTAÇÃO
SUFICIENTE. PRISÃO CAUTELAR. DECRETAÇÃO EM SEGUNDA
INSTÂNCIA. POSSIBILIDADE. FUNDAMENTAÇÃO IDÔNEA. GARANTIA
DA APLICAÇÃO DA LEI PENAL. RÉ ESTRANGEIRA. ORDEM NÃO
CONHECIDA.
1. Esta Corte e o Supremo Tribunal Federal pacificaram orientação no
sentido de que não cabe habeas corpus substitutivo do recurso
legalmente previsto para a hipótese, impondo-se o não conhecimento da
impetração, salvo quando constatada a existência de flagrante ilegalidade
no ato judicial impugnado.
2. A obrigatoriedade do regime inicial fechado aos sentenciados por
crimes hediondos e a eles equiparados não mais subsiste, diante da
declaração de inconstitucionalidade, incidenter tantum, do disposto no §
1º do art. 2º da Lei n. 8.072/1990, pelo Supremo Tribunal Federal, no
julgamento do HC 111.840/ES.
3. A jurisprudência desta Corte é no sentido de que, embora a paciente
seja primária e a pena tenha sido estabelecida em 4 anos e 8 meses de
reclusão, não se mostra ilegal a imposição do regime mais severo com
fundamento na natureza e na expressiva quantidade de droga
apreendida, uma vez que tais circunstâncias foram elencadas pelo
próprio legislador como prevalecentes, nos termos do art. 33, § 3º, do
Código Penal, c/c o art. 42 da Lei n. 11.343/2006.
4. In casu, o Tribunal a quo sopesou a quantidade e a natureza da droga
apreendida - 2.398 (duas mil, trezentos e noventa e oito) gramas de
cocaína - na escolha do regime prisional fechado, em consonância com
as diretrizes estabelecidas nos arts. 33 e 59 do Código Penal e 42 da Lei
de Drogas.
5. O Plenário do Supremo Tribunal Federal, no julgamento do
Habeas Corpus 126.292/SP, entendeu que a possibilidade de início
da execução da pena condenatória após a confirmação da sentença
em segundo grau não ofende o princípio constitucional da
presunção da inocência. Para o relator do caso, Ministro Teori
Zavascki, a manutenção da sentença penal pela segunda instância
encerra a análise de fatos e provas que assentaram a culpa do
condenado, o que autoriza o início da execução da pena.
6. A segregação cautelar é medida excepcional, mesmo no tocante
ao crime de tráfico de entorpecentes. O decreto de prisão processual
exige a especificação de que a segregação atende a pelo menos um
dos requisitos do art. 312 do Código de Processo Penal, sendo certo
que a proibição abstrata da liberdade provisória também se mostra
incompatível com a presunção de inocência, para não antecipar a
reprimenda a ser cumprida no caso de uma possível condenação.
7. Hipótese em que o Tribunal Regional pautou a prisão cautelar na
necessidade de garantia da aplicação da lei penal, uma vez que se trata
de paciente estrangeira, sem qualquer vínculo com o país, em
conformidade com a jurisprudência desta Corte. Precedentes.

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8. Ordem não conhecida.

47. Este, aliás, também era o entendimento do Supremo Tribunal Federal


antes do julgamento do HC 84.078 em 2009.

48. Com efeito, no julgamento do HC 88174, ocorrido em 12 de dezembro de


2006, restou assentado:

HABEAS CORPUS. PROCESSUAL PENAL. AUSÊNCIA DE


FUNDAMENTO PARA A PRISÃO CAUTELAR. EXECUÇÃO
ANTECIPADA. INCONSTITUCIONALIDADE. A prisão sem fundamento
cautelar, antes de transitada em julgado a condenação,
consubstancia execução antecipada da pena. Violação do disposto no
artigo 5º, inciso LVII da Constituição do Brasil. Ordem concedida.
(HC 88174, Relator(a): Min. JOAQUIM BARBOSA, Relator(a) p/
Acórdão: Min. EROS GRAU, Segunda Turma, julgado em 12/12/2006,
DJe-092 DIVULG 30-08-2007 PUBLIC 31-08-2007 DJ 31-08-2007 PP-
00055 EMENT VOL-02287-03 PP-00568 LEXSTF v. 29, n. 345, 2007, p.
458-466)

49. Do mesmo modo entendeu o STF no julgamento do HC 90.895, ocorrido


em 12 de junho de 2007:

EMENTA: PENAL. HABEAS CORPUS. PROCESSUAL PENAL.


SENTENÇA CONDENATÓRIA. RECOLHIMENTO À PRISÃO PARA
APELAR. AUSÊNCIA DE FUNDAMENTAÇÃO ADEQUADA. MEDIDA
EXCEPCIONAL. ORDEM CONCEDIDA. I - A determinação de prisão
cautelar que impede o paciente de recorrer em liberdade é medida
excepcional, devendo ser fundamentada de forma individualizada,
com a explicitação dos motivos que levaram o magistrado a impor a
medida extrema. II- Paciente que respondeu ao processo solto deve,
no caso, aguardar o trânsito em julgado em liberdade. III - Ordem
concedida.
(HC 90895, Relator(a): Min. RICARDO LEWANDOWSKI, Primeira
Turma, julgado em 12/06/2007, DJe-047 DIVULG 28-06-2007 PUBLIC 29-
06-2007 DJ 29-06-2007 PP-00059 EMENT VOL-02282-07 PP-01282)

50. Mesmo o Ministro JOAQUIM BARBOSA, conhecido pelo rigor de suas


opiniões e defensor da mitigação do princípio da inocência, reconhecia a necessidade de
fundamentação concreta para cada caso específico e não a prisão indiscriminada a partir
do julgamento de segundo grau.

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51. Foi como decidiu no julgamento do HC 89.952, julgado em 15 de maio de
2007:
“HABEAS CORPUS. AUSÊNCIA DE TRÂNSITO EM JULGADO DA
SENTENÇA CONDENATÓRIA. AGRAVO DE INSTRUMENTO DE
DECISÃO QUE NÃO ADMITE RECURSO ESPECIAL PENDENTE.
EXECUÇÃO PROVISÓRIA. ANÁLISE DO CASO CONCRETO.
PACIENTE QUE PERMANECEU SOLTO. RECURSO EXCLUSIVO DA
DEFESA. RAZOABILIDADE. ORDEM CONCEDIDA. 1. Até que o Plenário
do Supremo Tribunal Federal decida de modo contrário, prevalece o
entendimento de que é constitucional a execução provisória da pena,
ainda que sem o trânsito em julgado e com recurso especial pendente. 2.
Até pronunciamento definitivo da Corte, a análise sobre a existência de
constrangimento ilegal deve ser feita em cada caso concreto. 3. No caso
em exame, o paciente permaneceu solto desde a instrução até o
momento, além de possuir residência certa. 4. Decreto de prisão que
não é razoável no contexto. 5. Ordem concedida.
(HC 89952, Relator(a): Min. JOAQUIM BARBOSA, Segunda Turma,
julgado em 15/05/2007, DJe-047 DIVULG 28-06-2007 PUBLIC 29-06-
2007 DJ 29-06-2007 PP-00144 EMENT VOL-02282-06 PP-01209)

52. Consta do corpo da mencionada decisão:

“Na hipótese sob julgamento, o paciente permaneceu solto até o


momento, tendo sido assegurada tal condição na sentença condenatória
da qual houve recurso exclusivo da defesa.
Assim, em que pese o Recurso Especial não ter sido admitido, conforme
extrato processual colhido no site do Tribunal de Justiça do Estado de
Minas Gerais, cuja juntada ora determino, houve interposição de agravo
de instrumento contra tal decisão, ainda não apreciado. Logo, ainda não
houve trânsito em julgado da sentença condenatória.
Diante desse quadro, considerando-se ainda que o paciente tem
residência certa, bem como que permaneceu solto desde a instrução
do processo até o presente momento, não se mostra razoável sua
prisão.
Ante o exposto, defiro a ordem para que o paciente aguarde em liberdade
o trânsito em julgado da sentença condenatória, ressalvada a hipótese de
estar encarcerado por motivo diverso.”

53. Como se vê, mesmo antes da primeira alteração jurisprudencial, a prisão,


após decisão de segundo grau, não era automática, como hoje se pretende, mas sim,
dependia da existência dos requisitos de cautelaridade expostos em ordem
fundamentada.

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54. No caso em tela, a ordem de prisão seria expedida sem qualquer
fundamento de cautelaridade, baseada apenas e tão somente na crença de que a decisão
do STF no HC 126.292, determinaria a execução indiscriminada da pena privativa de
liberdade após o julgamento de segundo grau, o que, como visto, não é verdade.

55. Conforme demonstrado, a decisão do STF foi no sentido de repristinar o


entendimento anterior ao HC 84.078 de 2009, devendo ser, igualmente, repristinada a
jurisprudência da época, sob pena de se dar ao novel entendimento da Suprema Corte
efeitos nunca pretendidos.

VI - DA VIOLAÇÃO AO ART. 283 DO CÓDIGO DE PROCESSO PENAL E DA


CONSEQUENTE VIOLAÇÃO DA CLÁUSULA DE RESERVA DE PLENÁRIO,
EXPRESSA NO ARTIGO 97 DA CONSTITUIÇÃO, E DA SÚMULA VINCULANTE Nº 10

56. Não bastasse todo o exposto, a decisão da 11ª Vara de determinar a


formação de autos para a execução da pena viola, a uma só vez, o art. 283 do Código de
Processo Penal, assim como a cláusula de reserva de plenário expressa no art. 97 da
Constituição Federal e a Súmula Vinculante nº 10.

57. Isto porque o conteúdo do inciso LXII do artigo 5º da CF foi materializado


no art. 283 do Código de Processo Penal, inserido por meio da Lei nº 12.403, de 04 de
maio de 2011.

58. Com esta alteração legislativa o referido dispositivo legal passou a ter a
seguinte redação:

Art. 283. Ninguém poderá ser preso senão em flagrante delito ou por
ordem escrita e fundamentada da autoridade judiciária competente, em
decorrência de sentença condenatória transitada em julgado ou, no curso
da investigação ou do processo, em virtude de prisão temporária ou
prisão preventiva.

59. É o que se chama de constitucionalidade espelhada. Vale dizer, aquilo


que estava implicitamente contido na Constituição foi explicitamente transcrito no texto
infraconstitucional.

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Constituição Federal Código de Processo Penal
Art. 5º Art. 283
LVII - ninguém será considerado culpado até o Ninguém poderá ser preso senão em flagrante
trânsito em julgado de sentença penal delito ou por ordem escrita e fundamentada da
condenatória; autoridade judiciária competente, em decorrência de
LXI - ninguém será preso senão em flagrante sentença condenatória transitada em julgado ou,
delito ou por ordem escrita e fundamentada de no curso da investigação ou do processo, em
autoridade judiciária competente, salvo nos casos virtude de prisão temporária ou prisão preventiva.
de transgressão militar ou crime propriamente
militar, definidos em lei;

60. Significa dizer que para que o art. 283 não seja aplicado em sua
literalidade é necessário que a matéria seja julgada em sede de arguição de
inconstitucionalidade.

61. Com efeito, dispõe o art. 97 da Constituição Federal que:

Art. 97. Somente pelo voto da maioria absoluta de seus membros ou dos
membros do respectivo órgão especial poderão os tribunais declarar a
inconstitucionalidade de lei ou ato normativo do Poder Público.

62. O comando do mencionado artigo foi evidenciado com a edição da


Súmula Vinculante nº 10, do Supremo Tribunal Federal, ao dispor que:

“Viola a cláusula de reserva de plenário (CF, artigo 97) a decisão de


órgão fracionário de Tribunal que embora não declare expressamente a
inconstitucionalidade de lei ou ato normativo do poder público, afasta sua
incidência, no todo ou em parte.”

63. Ora, como o STF, no julgamento do HC 126.292 deixou de declarar a


inconstitucionalidade do art. 283 do Código de Processo Penal, à jurisdição
infraconstitucional resta apenas enfrentar a matéria pela via da arguição do incidente de
inconstitucionalidade, já que o Juiz não está autorizado a deixar de aplicar uma lei que se
presume válida.

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64. Neste sentido, aliás, dispôs de maneira expressa o novo Código de
Processo Civil, aplicável supletivamente ao caso em questão, ao estabelecer em seus
artigos 948 a 950 que:

Art. 948. Arguida, em controle difuso, a inconstitucionalidade de lei ou de


ato normativo do poder público, o relator, após ouvir o Ministério Público e
as partes, submeterá a questão à turma ou à câmara à qual competir o
conhecimento do processo.
Art. 949. Se a arguição for:
I - rejeitada, prosseguirá o julgamento;
II - acolhida, a questão será submetida ao plenário do tribunal ou ao
seu órgão especial, onde houver.
Parágrafo único. Os órgãos fracionários dos tribunais não submeterão ao
plenário ou ao órgão especial a arguição de inconstitucionalidade quando
já houver pronunciamento destes ou do plenário do Supremo Tribunal
Federal sobre a questão.
Art. 950. Remetida cópia do acórdão a todos os juízes, o presidente do
tribunal designará a sessão de julgamento.
§ 1º As pessoas jurídicas de direito público responsáveis pela edição do
ato questionado poderão manifestar-se no incidente de
inconstitucionalidade se assim o requererem, observados os prazos e as
condições previstos no regimento interno do tribunal.
§ 2º A parte legitimada à propositura das ações previstas no art. 103 da
Constituição Federal poderá manifestar-se, por escrito, sobre a questão
constitucional objeto de apreciação, no prazo previsto pelo regimento
interno, sendo-lhe assegurado o direito de apresentar memoriais ou de
requerer a juntada de documentos.
§ 3º Considerando a relevância da matéria e a representatividade dos
postulantes, o relator poderá admitir, por despacho irrecorrível, a
manifestação de outros órgãos ou entidades.

65. Mesmo que o próprio Tribunal Regional Federal da 5ª Região queira


determinar a prisão após decisões proferidas em sede de Recurso de Apelação, a
cláusula de reserva de plenário, insculpida no art. 97 da Constituição e reforçada pela
edição da Súmula Vinculante nº 10, impede que os acórdãos condenatórios prolatados
determinem a execução antecipada da pena à revelia da lei, cuja constitucionalidade
deverá ser arguida incidentalmente perante o plenário da Corte, enquanto não se prolatar
decisão dotada de efeito erga omnes.

66. Não resta dúvida, portanto, de que a decisão de ordenar a formação de


autos para a execução da pena é nula por violação à cláusula de reserva de plenário e da
Súmula Vinculante nº 10 do STF, sendo inaplicável o comando de prisão do Réu.

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VII - DOS EFEITOS PROSPECTIVOS DA DECISÃO DO SUPREMO TRIBUNAL
FEDERAL

67. Um dos grandes equívocos do juízo da 11ª Vara é que sua determinação
de formar novos autos para executar a pena parece dar efeito de precedente à decisão
proferida pelo Supremo Tribunal Federal em caso isolado, sem análise de sua dimensão
qualitativa e funcional.

68. Isto porque nem toda decisão judicial pode ser vista como um precedente.
Apenas aquelas “dotadas de potencialidade de se firmar como paradigma para a
orientação dos jurisdicionados e magistrados”2,podem ser assim consideradas.

69. Para que isto ocorra, é necessário que a decisão não se limite a analisar
a interpretação do texto legal ou constitucional, mas é necessário que “a decisão enfrente
todos os principais argumentos relacionados à questão de direito posta na moldura do
caso concreto, até porque os contornos de um precedente podem surgir a partir da
análise de vários casos, ou melhor, mediante uma construção da solução judicial da
questão de direito que passa por diversos casos.”3

70. A decisão proferida no HC 126.292, por sua vez, foi adotada em um caso
isolado e colheu a comunidade jurídica de surpresa, não tendo sido realizado os grandes
debates sobre o tema.

71. De toda forma, ainda que se reconheça à mencionada decisão os efeitos


de precedente, vinculando decisões judiciais e ordenando comportamentos, é necessário
que se reconheça sua força como norma, atraindo a aplicação do adágio segundo o qual
a lei penal não pode retroagir para prejudicar o Réu.

72. Em outras palavras, se a decisão prolatada pelo STF no julgamento do


HC 126.292 está produzindo efeito de lei (precedente), vinculando decisões de

2
MARINONI, Luiz Guilherme. Precedentes obrigatórios. 4ª Ed. São Paulo: Revista dos Tribunais, 2016, p.
155.
3
Idem.

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magistrados por todo País, forçoso é se aplicar a ela, também, os efeitos da
irretroatividade da lei penal.

73. Nos países de Comon Law, a alteração de precedente por um tribunal é


chamada de overruling. Quando isto é feito, atingindo os casos futuros, ela é chamada de
prospective overruling ou sunbursting4.

74. O fundamento para a prospective overruling é garantir a confiança que o


jurisdicionado possui nas decisões da própria Corte ou como, no caso concreto, no seu
próprio Supremo Tribunal Federal.

75. Trata-se da aplicação do princípio da segurança jurídica, que garante que


o cidadão não seja surpreendido por um entendimento diverso daquele no qual
depositava a confiança de seus atos.

76. No caso em tela, toda a orientação prestada ao Réu, no que tange a


estratégia de sua defesa, sempre foi pensada a partir da confiança existente no
precedente anterior do HC 84.079. A frustração deste confiança encontra-se exatamente
na possibilidade de o Acusado ser preso, mesmo antes de esgotados os recursos de que
dispõe.

77. A aplicação da alteração de entendimento da jurisprudência das Cortes


Superiores apenas para casos futuros já foi reconhecida pelo próprio Superior Tribunal de
Justiça, no julgamento do HC 25.598, em que se discutia a imediata aplicação do
entendimento de que o prazo para o Ministério Público conta da data da entrada do
processo na instituição e não da data em que o representante ministerial apõe o seu
ciente.

4
O termo "sunbursting" surgiu de um caso julgado pela Suprema Corte dos EUA em 1932, no caso Great
Northern Railway Company v. Sunburst Oil and Refining Company. Sunburst, empresa expedidora,
processou a Great Northern para reaver desta cobrança por taxas excessivas, o que ocorreu, com base em
uma lei da Suprema Corte do Estado de Montana, em 1921. Quando o caso chegou à Corte Superior de
Montana, o Tribunal superou a decisão proferida em 1921 por ele mesmo, mas limitando a aplicação a
casos futuros. (http://www.estudodirecionado.com/2013/09/prospective-overruling-distinguishing-e.html)

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78. Na ocasião, entendeu-se que a nova interpretação apenas poderia ser
aplicada para casos futuros já que não seria possível antever a mudança do
entendimento jurisprudencial. Confira-se:

HABEAS CORPUS. PROCESSUAL PENAL. TEMPESTIVIDADE DO


RECURSO MINISTERIAL. MUDANÇA DO ENTENDIMENTO
JURISPRUDENCIAL DAS CORTES SUPERIORES. APLICAÇÃO AOS
CASOS FUTUROS.
1. De fato, o Supremo Tribunal Federal, a partir do julgamento plenário do
Habeas Corpus n.º 83.255/SP (informativo n.º 328), decidiu que o prazo
recursal para o Ministério Público conta-se a partir da entrada do
processo nas dependências da Instituição. O Superior Tribunal de Justiça,
por seu turno, aderiu à nova orientação da Suprema Corte.
2. Não se pode olvidar, todavia, que o entendimento jurisprudencial,
até então, há muito sedimentado no STF e no STJ, era justamente no
sentido inverso, ou seja, entendia-se que a intimação pessoal do
Ministério Público se dava com o "ciente" lançado nos autos, quando
efetivamente entregues ao órgão ministerial.
3. Dessa maneira, constata-se que o Procurador de Justiça, nos idos
anos de 2000, tendo em conta a então sedimentada jurisprudência das
Cortes Superiores, valendo-se dela, interpôs o recurso dentro do prazo
legal.
4. Não se poderia, agora, exigir que o órgão ministerial recorrente se
pautasse de modo diverso, como se pudesse antever a mudança do
entendimento jurisprudencial. Essa exigência seria inaceitável, na
medida em que se estaria criando obstáculo insuperável. Vale dizer:
depois de a parte ter realizado o ato processual, segundo a orientação
pretoriana prevalente à época, seria apenada com o não-conhecimento
do recurso, quando não mais pudesse reagir à mudança. Isso se
traduziria, simplesmente, em usurpação sumária do direito de recorrer, o
que não pode existir em um Estado Democrático de Direito, mormente se
a parte recorrente representa e defende o interesse público.
5. Ordem denegada.
(HC 28.598/MG, Rel. Ministra LAURITA VAZ, QUINTA TURMA, julgado
em 14/06/2005, DJ 01/08/2005, p. 480)

79. Também pela mesma razão, a novel alteração da jurisprudência da


Suprema Corte, somente pode ser aplicada para casos futuros, sob pena da quebra do
princípio da confiança do jurisdicionado.

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VIII - DA PLAUSIBILIDADE DE EVENTUAL RECURSO ESPECIAL

80. O mais grave, porém, é que a plausibilidade do Recurso Especial


apresentado é flagrante.

81. Na realidade, a violação a normas federais é de tal forma evidente que a


decisão de admissibilidade reconheceu, expressamente, haver sido a matéria pré-
questionada, bem como a desnecessidade de valoração de provas na análise das teses
veiculadas pela defesa. Confira-se:

“Trata-se de recurso especial interposto por FRANCISCO DEUSMAR DE


QUEIROS e OUTROS com fundamento no artigo 105, inciso III, "a", da
Constituição Federal, em face de acórdão proferido por esta Corte que. A
partir de acurado exame dos autos, verifico que foram observados os
requisitos gerais de admissibilidade extrínsecos (tempestividade,
regularidade formal e preparo) e os intrínsecos (cabimento, legitimação,
interesse recursal e inexistência de fato impeditivo do poder de recorrer),
assim como que restou prequestionada a matéria objeto do recurso. À
primeira vista, entendo que uma das matérias suscitadas pelos
recorrentes - ofensa aos arts. 383 e 384 do CPP, ao argumento de
julgamento ultra petita - não envolve a apreciação de provas, mas, sim, de
adequada interpretação do referido dispositivo legal à luz da narrativa
apresentada na peça acusatória. Por tais razões, ADMITO o presente
recurso”

82. A discussão, como reconhecido, é exclusivamente de direito e o principal


ponto do inconformismo repousa na violação ao art. 384 do CPP, na medida em que o
acórdão de Apelação, para manter a condenação, alterou os fatos contidos na denúncia.

83. Com feito, enquanto a denúncia imputava ao Réu a realização de


medição e corretagem desautorizada, condutas pelas quais foi condenado, o Acórdão de
Apelação, após de deparar com a demonstração da inexistência de tais atos, passou a
afirmar que, na realidade, o Denunciado teria realizado a compra e revenda de valores
mobiliários por conta própria, o que jamais foi objeto da acusação.

84. Em outras palavras, o Acusado foi condenado por imputações das quais
jamais lhes foi oportunizado o direito de defesa.

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85. Ainda que superada a violação acima descrita, o Recurso Especial
demonstra que, acaso se entenda válida mutatio libeli realizada em sede de apelação,
com a devida vênia, equivocou-se o Tribunal quanto à correta capitulação dos fatos.

86. Em razão do princípio da especialidade, a compra e revenda de valores


mobiliários por conta própria subsume-se perfeitamente à conduta descrita no artigo 27-E
da Lei nº 6.385/76. Confira-se:

“Art. 27-E. Atuar, ainda que a título gratuito, no mercado de valores


mobiliários, como instituição integrante do sistema de distribuição,
administrador de carteira coletiva ou individual, agente autônomo de
investimento, auditor independente, analista de valores mobiliários,
agente fiduciário ou exercer qualquer cargo, profissão, atividade ou
função, sem estar, para esse fim, autorizado ou registrado junto à
autoridade administrativa competente, quando exigido por lei ou
regulamento.”

87. Afirma-se, igualmente, a violação ao artigo 381, III e IV e 619, ambos do


CPP uma vez que o acórdão proferido pelo TRF, no julgamento do recurso de apelação e
integrado por dois embargos de declaração, deixou de analisar diversas teses defensivas,
especialmente a de atipicidade da conduta dos Réus.

88. Invocou-se, igualmente, a violação ao artigo 155 do CPP em razão de o


Acusado haver sido condenado com provas colhidas exclusivamente na fase inquisitorial.

89. Por fim, o recurso também discute matéria referente à dosimetria da pena
a partir da inexistência de individualização da pena, bem como da improcedência dos
fundamentos utilizados para considerar as circunstâncias judiciais como negativas,
exasperando, assim, a pena base imposta. O que importa em violação aos arts. 59, 68 e
71, todos do Código Penal, cujo reconhecimento da procedência argumentativa poderia
conduzir ao regime aberto para o inicial de cumprimento de pena do Réu.

90. Em outras palavras, toda a discussão é exclusivamente de direito, não


havendo que se falar em violação à Súmula 07 do STJ.

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91. Por tudo o quanto exposto, demonstrada a plausibilidade do Recurso
Especial, afigura-se desmedida, ilícita e desnecessária a execução provisória da pena na
pendencia de julgamento de recurso que pode absolvê-lo.

IX - DO PEDIDO

92. Assim, requer-se que V. Exa. se abstenha de proferir ou expedir qualquer


ato ou ordem prisional em desfavor do Réu, garantindo-lhe o direito de responder ao
processo em liberdade, até o trânsito em julgado, conforme dispositivo expresso da
sentença.

93. Por fim, requer sejam as publicações alusivas ao presente feito


realizadas exclusivamente em nome do advogado ANASTÁCIO MARINHO, inscrito na
OAB/CE nº 8.502, sob pena de nulidade.

P. deferimento.
Fortaleza, 27 de junho de 2016.

Anastacio Marinho Caio Cesar Rocha Wilson Belchior


OAB/CE 8.502 OAB/CE 15.095 OAB/CE 17.314

Marcelo Leal Benedito Cerezzo Luiz Eduardo Monte


OAB/DF 21932 OAB/SP 142.109 OAB/DF 41.950

Eduardo Ferri Renan Rebouças


OAB/CE 21.310-A OAB/CE 24.499

Processo: 0805802-55.2016.4.05.8100
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24/24
Ante a respeitável decisão exarada pelo juízo da 11ª Vara Federal do Ceará nos autos da ação penal, que
determinou a formação de processo de execução penal em face do réu, com fundamento no que foi
decidido pelo STF no HC 126.292, intime-se o MPF para, no prazo de 10 dias, requerer o que entender de
direito, bem como para se manifestar sobre a petição apresentada pela defesa do executado.

Processo: 0805802-55.2016.4.05.8100
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Ante a respeitável decisão exarada pelo juízo da 11ª Vara Federal do Ceará nos autos da ação penal, que
determinou a formação de processo de execução penal em face do réu, com fundamento no que foi
decidido pelo STF no HC 126.292, intime-se o MPF para, no prazo de 10 dias, requerer o que entender de
direito, bem como para se manifestar sobre a petição apresentada pela defesa do executado.

Processo: 0805802-55.2016.4.05.8100
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TRIBUNAL REGIONAL FEDERAL DA 5ª REGIÃO
12º VARA DA SEÇÃO JUDICIÁRIA DO CEARÁ
PROCESSO: 0805802-55.2016.4.05.8100 - EXECUÇÃO DA PENA

Polo ativo Polo passivo


MINISTÉRIO PÚBLICO FRANCISCO DEUSMAR DE
EXEQUENTE EXECUTADO
FEDERAL QUEIROS

Outros participantes
Sem registros

CERTIDÃO

CERTIFICO que, em 02/09/2016 14:58, o(a) MINISTÉRIO PÚBLICO FEDERAL foi intimado(a) acerca
de Despacho registrado em 27/08/2016 01:59 nos autos judiciais eletrônicos especificados na epígrafe.

1 - Esta Certidão é válida para todos os efeitos legais, havendo sido expedida através do Sistema Processo
Judicial Eletrônico - PJe.

2 - A autenticidade desta Certidão poderá ser confirmada no endereço


https://pje.jfce.jus.br/pje/Processo/ConsultaDocumento/listView.seam , através do código de autenticação
nº 16082701591194500000001642861 .

3 - Esta Certidão foi emitida gratuitamente em 02/09/2016 14:58 - Seção Judiciária do Ceará.

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MINISTÉRIO PÚBLICO FEDERAL

PROCURADORIA DA REPÚBLICA NO ESTADO DO CEARÁ

Cota nº 18127/2016/MPF/PRCE/AT

Execução Pena l nº : 0805802-55.2016.4.05.8100

Origem: 12ª Vara Federal

MM. Juiz Federal,

Com vista dos autos, este Ministério Público Federal requer que Vossa Excelência determine a
expedição da Carta de Guia e do competente mandado de prisão, a fim de que seja dado início ao cumprimento da pena privativa
de liberdade a que foi condenad o o ré u FRANCISCO DEUSMAR DE QUEIRÓS , em conformidade com a r. sentença
constante destes mesmos autos.

Requer, também, que se oficie à Procuradoria da Fazenda Nacional dando-lhe conhecimento do


débito relativo à multa a ser inscrito em Dívida Ativa, solicitando, ainda, instruções acerca das peças, cujas cópias irá necessitar
para fins de execução fiscal.

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Termos em que,

Pede deferimento.

Fortaleza (CE), 13 de setembro de 2016

ANASTÁCIO NÓBREGA TAHIM JÚNIOR

Procurador da República

Processo: 0805802-55.2016.4.05.8100
Assinado eletronicamente por:
Assinado eletronicamente. A Certificação
ANASTACIO NOBREGA DigitalJUNIOR
TAHIM pertence- Procurador
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16091613143501600000001699358
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Identificador:
Número do documento: 4058100.1698256
18031417122157300000010518728
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MM Juiza

Segue petição em anexo

Márcio Torres

PR/CE

Processo: 0805802-55.2016.4.05.8100
Assinado eletronicamente por:
Assinado eletronicamente.
MARCIO ANDRADE A Certificação
TORRES Digital pertence a: Marcelo Leal de Lima Oliveira - Advogado
- Procurador Num. 10536627 - Pág. 212
16102013372232600000001794089
Data e hora da assinatura: 20/10/2016 13:43:10
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Identificador:
Número do documento: 4058100.1792913
18031417122157300000010518728
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MINISTÉRIO PÚBLICO FEDERAL
PROCURADORIA DA REPÚBLICA NO ESTADO DO CEARÁ

EXCELENTÍSSIMO(A) SENHOR(A) JUIZ(A) FEDERAL DA 12ª VARA DA SEÇÃO


JUDICIÁRIA DO ESTADO DO CEARÁ:

PROCESSO Nº: 0805802-55.2016.4.05.8100


CLASSE: EXECUÇÃO DA PENA
EXEQUENTE:MINISTÉRIO PÚBLICO FEDERAL
EXECUTADO: FRANCISCO DEUSMAR DE QUEIROS

PETIÇÃO DE EXECUÇÃO PENAL PROVISÓRIA


(Manifestação n° 21032 /2016)

O MINISTÉRIO PÚBLICO FEDERAL, por conduto do


Procurador da República signatário, diante da contestação apresentada pelo executado, vem
reiterar o pedido de EXECUÇÃO PROVISÓRIA DA SENTENÇA CONDENATÓRIA
proferida pelo juízo da 11ª Vara Federal, em desfavor do réu FRANCISCO DEUSMAR
DE QUEIROS, decisão reformada em parte pelo Egrégio Tribunal Regional Federal da 5ª
Região, na forma a seguir delineada:

O réu FRANCISCO DEUSMAR DE QUEIROS foi condenado pelo


Juízo da 11ª Vara Federal pelos crimes previstos no art. 7º, IV, da Lei nº 7.492/86, à pena de
nove anos e dois meses de reclusã, e pelo crime previsto no art. 27-C da Lei 6385/76, que a
seis anos e oito meses de reclusão, resultando na pena restritiva de liberdade em 15 (quinze)
anos e 10 (dez) meses de reclusão, a ser cumprida inicialmente em regime fechado, bem
como à pena de multa de 250 dias-multa, à razão de 10 salários-mínimos o dia multa.

Diante da referida sentença, o condenado interpôs recurso de


apelação, tendo o TRF da 5ª Região excluído a condenação pelo crime do art. 27-C da Lei n°
6.385/76, resultando em condenação em segunda instância nos seguintes moldes: “ em 09

1
Av. Beira Mar, nº 1064, Praia Treze de Julho – CEP: 49.020-010 – Aracaju - Sergipe
Fone: (79) 3301-3700 – Site: http://www.prse.mpf.mp.br

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(nove) anos e 02 (dois) meses de reclusão, além de 250 (duzentos e cinquenta) dias-multa,
correspondendo cada dia multa a 10 (dez) salários mínimos vigentes à época dos fatos”.

Os fatos ocorreram entre os anos de 2001 e 2006 e foi reconhecida


em favor do sentenciado a prescrição dos fatos mais antigos. A denúncia foi recebida em
29/01/2010. Não há que se falar em prescrição da pretensão executória.

O sentenciado interpôs recursos especial e extraordinário, sendo


admitido apenas o que se dirige ao Superior Tribunal de Justiça. Assim, o acórdão ainda não
transitou em julgado, tratando a hipótese de execução provisória.

A pena a ser cumprida, nessas condições, é de 09 (nove) anos e 02


(dois) meses de reclusão pelo crime contra o sistema financeiro nacional, em regime
fechado, além de 250 (duzentos) dias-multa, à razão de 10 (dez) salários-mínimos.

A defesa, antes mesmo de iniciada a execução da pena, atravessou


petição em que requer a suspensão do cumprimento do acórdão recorrível, sob os seguintes
fundamentos: a) incompetência do juízo da 11ª Vara para ordenar a formação de autos
para a execução provisória da pena; b) fixação, na sentença condenatória, do direito de
apelar em liberdade e de trânsito em julgado para a execução da pena, o que resultaria em
“reformatio in pejus”; c) entendimento equivocado quanto à real extensão do decidido pelo
STF no HC 126.292/SP; d) violação do art. 283 do CPP e da cláusula de reserva do
plenário e da Súmula Vinculante n° 10; e) plausibilidade do recurso especial admitido.

Passo a examinar os argumentos da verdadeira exceção de pré-


executividade penal.

a) Competência para ordenar a formação de autos para a execução provisória da pena

O Código de Processo Penal estabelece, de maneira clara, que cabe


ao juiz da sentença, ou ao juízo da execução da pena, promover a satisfação do título
executivo judicial decorrente de uma sentença condenatória:
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Art. 668. A execução, onde não houver juiz especial, incumbirá ao juiz
da sentença, ou, se a decisão for do Tribunal do Júri, ao seu presidente.

Parágrafo único. Se a decisão for de tribunal superior, nos casos de


sua competência originária, caberá ao respectivo presidente prover-lhe
a execução.

Na mesma toada a Lei de Execução Penal, em seus arts. 2º e 105,


dispõe:
Art. 2º A jurisdição penal dos Juízes ou Tribunais da Justiça ordinária,
em todo o Território Nacional, será exercida, no processo de execução,
na conformidade desta Lei e do Código de Processo Penal.
….
Art. 105. Transitando em julgado a sentença que aplicar pena privativa
de liberdade, se o réu estiver ou vier a ser preso, o Juiz ordenará a
expedição de guia de recolhimento para a execução.

A execução somente estará afetada aos tribunais superiores na


hipótese de competência originária, valendo essa disciplina tanto para a execução definitiva
quanto para a provisória.

O Superior Tribunal de Justiça, a quem cabe a interpretação dessas


normas, nos autos decidiu no Edcl no RESp n° 1.484.415, além da possibilidade de
execução provisória, que a deflagração desta é ato de competência do juízo da condenação.
Do voto do Relator, Min. Rogério Schieti Cruz, destaco a seguinte passagem:

“Dispõe o art. 105 da Lei nº 7.210/1984 (que deve ser, na


espécie, conjugado com o art. 2º da mesma lei, respeitante à
execução provisória da pena): "Transitando em julgado a
sentença que aplicar pena privativa de liberdade, se o réu
estiver ou vier a ser preso, o Juiz ordenará a expedição de
guia de recolhimento para a execução."

Sobre o tema, é apropriado o escólio de Espínola Filho, ao


pontuar que a "regra geral é a de que cabe ao juiz da ação a
competência para a execução da sentença, nela proferida,
afinal". Vale dizer, o início da execução da reprimenda
compete ao juiz "perante o qual correu a ação penal, pouco
importando tenha a executar a sentença por ele próprio
proferida, ou a substituída a essa, em virtude do provimento
dado, no todo ou em parte, a recurso, ordinário,
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extraordinário ou misto (revisão), interposto contra aquela


sentença" (Código de processo penal brasileiro anotado .
Atualizadores: José Geraldo da Silva e Wilson Lavotenti.
Campinas:Bookseller, 2000, p. 352-353).

Essa também é a intelecção de Mirabete, ao enfatizar que


"compete aos tribunais superiores a execução quando se trata
de competência originária da respectiva Corte, ainda que o
acórdão por esta proferido tenha sido reformado pelo
Supremo Tribunal Federal (MIRABETE, Julio Fabrinni.
Execução penal. 11ª ed. rev. e at. por Renato Fabbrini São
Paulo: Atlas, 2004, p. 299).

Desse modo, não visualizo qualquer vício pelo fato do Juízo da 11ª
Vara Federal haver encaminhado as cópias das peças processuais indispensáveis à execução
provisória, cujo processamento, ainda não resultante em ordem de prisão, cabe ao Juízo da
Execução Penal da Seção Judiciária do Ceará.

A competência do STJ no presente caso, a meu sentir, cinge-se a


eventual medida cautelar suspensiva da execução penal provisória, não obtida pelo ora
executado no Recurso Especial por ele manejado.

b) fixação, na sentença condenatória, do direito de apelar em liberdade e de trânsito


em julgado para a execução da pena, o que resultaria em “reformatio in pejus”;

Com efeito, ao prolatar a sentença condenatória, o Juízo da 11ª Vara


Federal reconheceu o direito do réu, ora executado, apelar em liberdade.

Mas isso não impede, sequer de longe, que a sentença venha a ser
executada provisoriamente.

A uma, porque essa parte da sentença obviamente não transita em


julgado e se sujeita à cláusula rebus sic standibus. Se assim não fosse, impossível seria obter
por exemplo uma prisão preventiva na pendência de julgamento de recursos. Tal princípio,
em matéria de processo penal, tem sua concretização no art. 617 do CPP:

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“ Art. 617. O tribunal, câmara ou turma atenderá nas suas decisões ao


disposto nos arts. 383, 386 e 387, no que for aplicável, não podendo,
porém, ser agravada a pena, quando somente o réu houver apelado da
sentença.”

A duas porque não se trata de ofensa ao direito de apelar em


liberdade. Assim foi garantido ao réu que apelou em liberdade, teve seu recurso apreciado e
a pena reduzida, mas esgotada a fase em que se forma o juízo de convencimento sobre a
culpabilidade, o que não se garante mais é que possa manejar os recursos excepcionais sem
ser preso provisoriamente.

Além disso, a aventada preclusão em relação à possibilidade do réu


recorrer em liberdade, a qual foi declarada na sentença de primeiro grau, não se sustenta pelo
simples fato de que esse tópico não era suscetível de reforma, dada a posição consolidada no
sentido de que a execução da pena só se iniciaria após o trânsito em julgado.

Por fim, convenhamos que o novo precedente do Supremo não é


restauração do comando de que o réu tem que se recolher ao cárcere para poder apelar. A
prisão processual do réu, quando da prolação da sentença, continua vinculada à devida
fundamentação do juiz, nos termos do já referido § 1º do art. 387 do Código de Processo
Penal.
Se a sentença determina a prisão processual, mas não a fundamenta,
aí tem-se ilegalidade passível de correção.

Outra é a situação delineada pelo Supremo Tribunal Federal no


julgamento do habeas corpus nº 126.292/SP: solto o réu, mas confirmada a condenação em
grau recursal, pelo Tribunal de 2ª instância competente a tanto, não há mais dúvidas, com
força de obstar a execução provisória da pena, quanto à materialidade e autoria delitivas. Os
recursos ainda cabíveis, de índole excepcional, sequer poderão reexaminar fatos e provas,
podendo em geral no máximo resultar no cômputo da pena.

E, nas hipóteses em que haja gritante ofensa à legislação federal ou


constitucional, nada obsta que o condenado obtenha, nas instâncias respectivas, medida
cautelar suspensiva da execução.
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Para finalizar esse tópico, trago à colação recente julgado do STJ, qu


tem se repetido, o qual afastou a tese da reformatio in pejus defendida na petição que visa
obstar a execução provisória:

“HABEAS CORPUS SUBSTITUTIVO DE RECURSO PRÓPRIO.


INADEQUAÇÃO. MÉRITO.
ANÁLISE DE OFÍCIO. PRISÃO CAUTELAR. CONCUSSÃO E
UTILIZAÇÃO INDEVIDA DE RENDAS E SERVIÇOS PÚBLICOS EM
PROVEITO PRÓPRIO (ART. 1º DO DECRETO-LEI Nº 201/67).
SENTENÇA CONDENATÓRIA CONFIRMADA EM SEGUNDA
INSTÂNCIA (COM MINORAÇÃO DA PENA E ABSOLVIÇÃO
PARCIAL). EXECUÇÃO PROVISÓRIA DA PENA. POSSIBILIDADE.
RECENTE ENTENDIMENTO DO SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL.
AUSÊNCIA DE VIOLAÇÃO DO PRINCÍPIO DA PRESUNÇÃO DE
INOCÊNCIA. ORDEM NÃO CONHECIDA.
1. O Superior Tribunal de Justiça, seguindo entendimento firmado pelo
Supremo Tribunal Federal, passou a não admitir o conhecimento de
habeas corpus substitutivo de recurso próprio. Precedentes No entanto,
deve-se analisar o pedido formulado na inicial, tendo em vista a
possibilidade de se conceder a ordem de ofício, em razão da existência
de eventual coação ilegal.
2. O Plenário do Supremo Tribunal Federal, por maioria de votos,
entendeu que A execução provisória de acórdão penal condenatório
proferido em grau de apelação, ainda que sujeito a recurso especial ou
extraordinário, não compromete o princípio constitucional da
presunção de inocência afirmado pelo artigo 5º, inciso LVII da
Constituição Federal. (STF, HC 126292, Relator Min. TEORI
ZAVASCKI, Tribunal Pleno, julgado em 17/02/2016, processo
eletrônico DJe-100, divulgado em 16/05/2016, publicado em
17/05/2016).
3. No particular, como a sentença condenatória foi confirmada pelo
Tribunal de origem e porquanto encerrada a jurisdição das instâncias
ordinárias (bem como a análise dos fatos e provas que assentaram a
culpa do condenado), é possível dar início à execução provisória da
pena antes do trânsito em julgado da condenação, sem que isso importe
em violação do princípio constitucional da presunção de inocência.
Ademais, a sentença assegurou ao paciente o direito de recorrer em
liberdade, o que representa a prerrogativa de tão somente apelar em
liberdade, como ocorreu, valendo ressaltar que os recursos especial e
extraordinário não são dotados, regra geral, de efeito suspensivo.
4. De outra parte, não há que se falar em reformatio in pejus, pois a
prisão decorrente de decisão confirmatória de condenação do
Tribunal de apelação não depende do exame dos requisitos previstos
no art. 312 do CP. Está na competência do juízo revisional e
independe de recurso da acusação. Precedentes da Corte.
5. Habeas Corpus não conhecido.
(HC 366.471/SC, Rel. Ministro REYNALDO SOARES DA FONSECA,
QUINTA TURMA, julgado em 06/10/2016, DJe 14/10/2016)

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Afastada, desse modo, a alegada reformatio in pejus.

c) Do novo entendimento do STF e seus efeitos

No julgamento do HC n.º 126.292/SP, o Supremo Tribunal Federal


reviu seu posicionamento e, resgatando jurisprudência antes consolidada, afirmou a
possibilidade da execução imediata da pena depois da decisão condenatória confirmada em
segunda instância.

Mais recentemente a Suprema Corte, ao indeferir os pedidos


liminares pleiteados nas Ações Declaratórias de Constitucionalidade nos 43 e 44, ratificou o
julgamento suprarreferido, prevalecendo o entendimento de que não há óbice ao início do
cumprimento da pena após esgotadas as instâncias ordinárias.

Conforme o entendimento exarado no precedente da Corte Suprema,


é no juízo de apelação que de regra se exaure, mediante ampla devolutividade da matéria
deduzida na ação penal, o exame sobre os fatos e provas da causa penal, concretizando o
duplo grau de jurisdição.

Assim, como os recursos excepcionais são restritos à matéria de


direito, não tendo aptidão para modificar decisões da primeira instância recursal no que
tange à matéria fático probatória obtida em regime de contraditório no curso da ação penal,
concluiu a Corte Constitucional, por ampla maioria de seus integrantes, que se pode dar
início à execução da pena condenatória nesta fase sem ofensa ao princípio da presunção da
inocência.
Carecendo os recursos excepcionais de efeito suspensivo, não há
óbice para que se executem as penas impostas ao sentenciado. Nesse passo, o E. Superior
Tribunal de Justiça vem aplicando o entendimento da Corte Suprema e determinando a
imediata execução da condenação:

RECURSO ORDINÁRIO EM HABEAS CORPUS TRÁFICO ILÍCITO


DE ENTORPECENTES. PRISÃO PREVENTIVA. ELEMENTOS QUE
DENOTAM HABITUALIDADE DELITIVA. REINCIDÊNCIA
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ESPECÍFICA. FUNDAMENTAÇÃO IDÔNEA. SUPERVENIÊNCIA DE


CONDENAÇÃO. AUSÊNCIA DE NOVOS FUNDAMENTOS. NÃO
PREJUDICIALIDADE. SENTENÇA CONFIRMADA EM SEGUNDA
INSTÂNCIA. PRISÃO MANTIDA PELO TRIBUNAL. POSSIBILIDADE.
EXECUÇÃO PROVISÓRIA DA PENA. LEGALIDADE. RECENTE
ENTENDIMENTO DO SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL. AUSÊNCIA
DE VIOLAÇÃO DO PRINCÍPIO DA PRESUNÇÃO DE INOCÊNCIA.
RECURSO DESPROVIDO. ..EMEN: 1. Mostra-se devidamente
fundamentada a segregação em hipótese na qual o recorrente,
reincidente específico na prática do crime de tráfico ilícito de
entorpecentes, foi flagrado com cerca de 15g de crack, droga de alto
poder destrutivo, e uma balança de precisão, confessando que a droga
se destinava ao ilícito comércio. 2. Encontra-se justificada a prisão
pela necessidade de proteção à ordem pública, dado o risco concreto de
reiteração criminosa, tendo em vista a reincidência específica do
paciente, que voltou a ser preso em flagrante por tráfico a despeito da
condenação anterior, especialmente porque as circunstâncias do
flagrante indicam dedicação a atividades criminosas. 3. Para a Quinta
Turma desta Corte, a sentença condenatória que mantém a prisão
cautelar do réu somente constitui novo título judicial se agregar novos
fundamentos, com base no art. 312 do Código de Processo Penal. 4. O
Plenário do Supremo Tribunal Federal, por maioria de votos, entendeu
que a possibilidade de início da execução da pena condenatória após a
confirmação da sentença em segundo grau não ofende o princípio
constitucional da presunção da inocência (HC n. 126292, julgado no
dia 17 de fevereiro de 2016). 5. No particular, como a sentença
condenatória foi confirmada pelo Tribunal de origem e porquanto
encerrada a jurisdição das instâncias ordinárias (bem como a análise
dos fatos e provas que assentaram a culpa do condenado), é possível
dar início à execução provisória da pena antes do trânsito em julgado
da condenação, sem que isso importe em violação do princípio
constitucional da presunção de inocência. 6. Recurso desprovido.
..EMEN:
(RHC 201500287341, REYNALDO SOARES DA FONSECA, STJ -
QUINTA TURMA, DJE DATA:29/06/2016 ..DTPB:.)

Não há, desse modo, de acordo com a decisão da Corte


Constitucional, qualquer entrave para que se execute as penas impostas ao réu na primeira
instância recursal, até porque o recurso excepcional interposto (REsp), destinado a julgar
questões federais de natureza infraconstitucional, carece do chamado efeito suspensivo (art.
637 do CPP e art. 27, § 2º, da Lei 8.038/1990).

Quanto à necessidade de fundamentar a execução provisória, a


manutenção da sentença penal pela segunda instância encerra a análise de fatos e provas que
assentaram a culpa do condenado, o que autoriza o início da execução da pena por somente

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esse motivo. A segregação do cidadão, após o exaurimento da jurisdição das instâncias


ordinárias, independe do preenchimento dos requisitos do art. 312 do Código de Processo
Penal porque representa a (hoje autorizada) execução provisória da pena,

Nesse sentido, vem decidindo o STJ:

RECURSO ESPECIAL. ATENTADO VIOLENTO AO PUDOR.


VÍTIMAS CRIANÇAS MENORES DE 14 ANOS. VIOLÊNCIA
PRESUMIDA. REPRESENTAÇÃO. DECADÊNCIA. NÃO
OCORRÊNCIA. CIÊNCIA DO ATO. DILAÇÃO PROBATÓRIA.
IMPOSSIBILIDADE. SÚMULA N. 7 DO STJ. FORMALIDADE.
DESNECESSIDADE. INÉPCIA DA DENÚNCIA. NÃO
OCORRÊNCIA. SUPERVENIÊNCIA DE CONDENAÇÃO.
ABSOLVIÇÃO. PALAVRA DAS VÍTIMAS. HARMONIA COM DEMAIS
PROVAS. SÚMULA N. 7 DO STJ. DESCLASSIFICAÇÃO PARA
CONTRAVENÇÃO DO ART. 61 DO DECRETO-LEI N.3.688/1941.
IMPOSSIBILIDADE. PARTICIPAÇÃO DA RÉ. REEXAME DE
PROVAS. SÚMULA N. 7 DO STJ. PENA-BASE. CULPABILIDADE.
MOTIVAÇÃO IDÔNEA. CONTINUIDADE DELITIVA. FORMA
SIMPLES. PENA READEQUADA. AUSÊNCIA DE
FUNDAMENTAÇÃO E OMISSÃO NO ACÓRDÃO. INEXISTÊNCIA.
RECURSO ESPECIAL CONHECIDO E NÃO PROVIDO. ORDEM
CONCEDIDA DE OFÍCIO. EXECUÇÃO PROVISÓRIA.
DETERMINAÇÃO.
…...............
15. A Sexta Turma desta Corte Superior decidiu, ao apreciar os EDcl
nos REsps n. 1.484.413/DF e 1.484.415/DF (DJe 14/4/2016), de
minha relatoria, que, nas hipóteses em que não for conferido
efeito suspensivo ao recurso especial, mantida a condenação do réu,
deve ser determinado o início da execução provisória das penas
impostas.
16. Recurso especial conhecido e não provido. Ordem concedida, de
ofício, a fim de reconhecer a ilegalidade quanto à aplicação da
continuidade delitiva específica e reduzir as penas dos réus.
Execução provisória determinada.
(REsp 1273776/SP, Rel. Ministro ROGERIO SCHIETTI CRUZ, SEXTA
TURMA, julgado em 14/06/2016, DJe 21/06/2016)

Nessas condições, diante desse quadro, resta claro que a prisão para execução
provisória difere, por sua própria natureza e finalidade, da prisão preventiva ou de qualquer
outra modalidade de prisão cautelar, resultando tão somente do esgotamento das vias
ordinárias.
Foi essa a lógica da decisão do STF no HC 126.292/SP.

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d) violação do art. 283 do CPP e da cláusula de reserva do plenário e da Súmula


Vinculante n° 10

As alegações não se aplicam ao presente caso, pois a decisão questionada nos


presentes autos não adveio de Tribunal, não se podendo falar de quebra da cláusula de
reserva de plenário.

e) plausibilidade do recurso especial admitido.

Se o recurso especial tem ou não plausibilidade de alterar o status


condenatório do executado é questão a ser resolvido na instância a tanto competente, no caso
o Superior Tribunal de Justiça.

Cabe ao interessado obter, junto àquela Corte, o efeito suspensivo da


execução, sob pena de completa subversão da ordem jurídica na hipótese deste Juízo fazer
tal análise, invadindo a competência reservada ao STJ.

f) Pedido
Ante tais circunstâncias, requer o MPF seja iniciada a execução da
definitiva da pena restritiva de liberdade de 05 (cinco) anos de reclusão e 200 (duzentos
dias-multa) imposta ao réu FRANCISCO DEUSMAR DE QUEIROS em regime
semiaberto, com a adoção das seguintes providências:

1) a expedição de carta de guia para que seja a pena


cumprida em regime fechado, dado que a pena privativa de
liberdade é de 09 (nove) anos e 02 (dois) meses de reclusão.
3) remessa à Contadoria para o cálculo da pena de multa,
fixando-se prazo para o adimplemento voluntário, sob pena
de constituição de Dívida Ativa, devendo para tanto ser
oficiada a Procuradoria da Fazenda Nacional.

10

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MINISTÉRIO PÚBLICO FEDERAL
Procuradoria da República no Estado do Ceará

Aguarda deferimento.
Fortaleza/CE, 20 de outubro de 2016.

MÃRCIO ANDRADE TORRES


Procurador da República

11

Processo: 0805802-55.2016.4.05.8100
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18031417122157300000010518728
Para conferência da autenticidade do documento: https://pje.jfce.jus.br/pje/Processo/ConsultaDocumento/listView.seam 234/364
11/11
MM Juiz Federal,

Segue pedido de retificação da execução penal, em anexo.

Márcio Torres

PR/CE

Processo: 0805802-55.2016.4.05.8100
Assinado eletronicamente por:
Assinado eletronicamente.
MARCIO ANDRADE A Certificação
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Identificador:
Número do documento: 4058100.1813428
18031417122157300000010518728
Para conferência da autenticidade do documento: https://pje.jfce.jus.br/pje/Processo/ConsultaDocumento/listView.seam 235/364
1/1
MINISTÉRIO PÚBLICO FEDERAL
PROCURADORIA DA REPÚBLICA NO ESTADO DO CEARÁ

EXCELENTÍSSIMO(A) SENHOR(A) JUIZ(A) FEDERAL DA 12ª VARA DA SEÇÃO


JUDICIÁRIA DO ESTADO DO CEARÁ:

PROCESSO Nº: 0805802-55.2016.4.05.8100


CLASSE: EXECUÇÃO DA PENA
EXEQUENTE: MINISTÉRIO PÚBLICO FEDERAL
EXECUTADO: FRANCISCO DEUSMAR DE QUEIROS

PETIÇÃO DE EXECUÇÃO PENAL PROVISÓRIA


(Manifestação n° 21536 /2016)

O MINISTÉRIO PÚBLICO FEDERAL, por conduto do


Procurador da República signatário, diante da contestação apresentada pelo executado, vem
retificar o pedido de EXECUÇÃO PROVISÓRIA DA SENTENÇA CONDENATÓRIA
proferida pelo juízo da 11ª Vara Federal, em desfavor do réu FRANCISCO DEUSMAR
DE QUEIROS, decisão reformada em parte pelo Egrégio Tribunal Regional Federal da 5ª
Região, na forma a seguir delineada:

Por um lapso, constou na petição de execução o requerimento de


execução provisória da pena restritiva de liberdade de 05 (cinco) anos de reclusão e 200
(duzentos dias-multa), em relação ao sentenciado FRANCISCO DEUSMAR DE QUEIROS
em regime semiaberto, quando na realidade a pena a ser cumprida, em regime fechado, é
de 09 (nove) anos e 02 (dois) meses de reclusão e 250 dias multa, à razão de 10 salários
mínimos por dia multa.

1
Av. Beira Mar, nº 1064, Praia Treze de Julho – CEP: 49.020-010 – Aracaju - Sergipe
Fone: (79) 3301-3700 – Site: http://www.prse.mpf.mp.br

Assinado eletronicamente. A Certificação Digital pertence a: Marcelo Leal de Lima Oliveira - Advogado Num. 10536627 - Pág. 225
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MINISTÉRIO PÚBLICO FEDERAL
Procuradoria da República no Estado do Ceará

Desse modo, requer seja considerada a presente retificação para a


expedição da Carta de Guia.
.
Aguarda deferimento.
Fortaleza/CE, 27 de outubro de 2016.

MÃRCIO ANDRADE TORRES


Procurador da República

Processo: 0805802-55.2016.4.05.8100
Assinado eletronicamente por:
Assinado eletronicamente.
MARCIO ANDRADE A Certificação
TORRES Digital pertence a: Marcelo Leal de Lima Oliveira - Advogado
- Procurador Num. 10536627 - Pág. 226
16102710410632200000001814613
Data e hora da assinatura: 27/10/2016 10:42:12
https://pje.trf5.jus.br/pje/Processo/ConsultaDocumento/listView.seam?nd=18031417122157300000010518728
Identificador:
Número do documento: 4058100.1813429
18031417122157300000010518728
Para conferência da autenticidade do documento: https://pje.jfce.jus.br/pje/Processo/ConsultaDocumento/listView.seam 237/364
2/2
EXCELENTÍSSIMO SENHOR JUIZ FEDERAL DA 12ª VARA DA SEÇÃO JUDICIÁRIA DO
ESTADO DO CEARÁ.

PROCESSO Nº 0805802-55.2016.4.05.8100

EXEQUENTE: MINISTÉRIO PÚBLICO FEDERAL

EXECUTADO: FRANCISCO DEUSMAR DE QUEIRÓS

FRANCISCO DEUSMAR DE QUEIRÓS , já amplamente qualificado no presente feito, vem, com o


devido respeito, COMUNICAR V. Excelência acerca da decisão (doc. anexo) proferida pelo E. Ministro
Felix Fischer, nos autos do Processo nº 2016/0292446-7, a qual deferiu medida liminar para sustar o
início da execução provisória da pena do ora Executado até ulterior julgamento final do processo ,
nos termos a seguir delineados:

Trata-se de pedido de tutela provisória, formulada por FRANCISCO DESMAR DE QUEIROS,


GERALDO DE LIMA GADELHA FILHO, IELTON BARRETO DE OLIVEIRA e JERÔNIMO ALVES
BEZERRA, consubstanciada na possibilidade de concessão in limine litis de medida cautelar para atribuir
efeito suspensivo a recurso especial anteriormente interposto.

(...)

Assim, temerária seria a deflagração ante tempus de eventual execução provisória antes do julgamento do
mérito do Recurso Especial interposto, razão pela qual defiro a liminar para sustar o início da execução
provisória da pena até ulterior julgamento final do presente pedido de tutela provisória.

Cite-se o requerido, para, querendo, apresentar resposta, no prazo

legal.

Após, vista ao Ministério Público Federal.

Assinado eletronicamente. A Certificação Digital pertence a: Marcelo Leal de Lima Oliveira - Advogado Num. 10536627 - Pág. 227
https://pje.trf5.jus.br/pje/Processo/ConsultaDocumento/listView.seam?nd=18031417122157300000010518728
Número do documento: 18031417122157300000010518728
238/364
1/2
P. e I.

Brasília (DF), 16 de novembro de 2016.

Ministro Felix Fischer

Relator

Assim, em atendimento à supracitada decisão emanada da Corte Superior de Justiça, requer-se que V.
Exa. digne-se de se abster de proferir ou expedir qualquer ato ou ordem prisional em desfavor do Réu,
garantindo-lhe o direito de responder ao processo em liberdade, até o trânsito em julgado do feito .

Por fim, requer sejam as publicações alusivas ao presente feito realizadas exclusivamente em nome do
advogado ANASTÁCIO MARINHO , inscrito na OAB/CE nº 8.502, sob pena de nulidade.

P. deferimento.

Fortaleza, 09 de dezembro de 2016.

Anastacio Marinho Caio Cesar Rocha Wilson Belchior

OAB/CE 8.502 OAB/CE 15.095 OAB/CE 17.314

Marcelo Leal Benedito Cerezzo Luiz Eduardo Monte

OAB/DF 21932 OAB/SP 142.109 OAB/DF 41.950

Eduardo Ferri Renan Rebouças

OAB/CE 21.310-A OAB/CE 24.499

Processo: 0805802-55.2016.4.05.8100
Assinado eletronicamente por:
Assinado eletronicamente.
ANASTACIO JORGE A Certificação
MATOS Digital pertence
DE SOUSA a: Marcelo- Advogado
MARINHO Leal de Lima Oliveira - Advogado Num. 10536627 - Pág. 228
16121214100749100000001942813
Data e hora da assinatura: 12/12/2016 14:23:25
https://pje.trf5.jus.br/pje/Processo/ConsultaDocumento/listView.seam?nd=18031417122157300000010518728
Identificador:
Número do documento: 4058100.1941566
18031417122157300000010518728
Para conferência da autenticidade do documento: https://pje.jfce.jus.br/pje/Processo/ConsultaDocumento/listView.seam 239/364
2/2
EXCELENTÍSSIMO SENHOR JUIZ FEDERAL DA 12ª VARA DA SEÇÃO JUDICIÁRIA
DO ESTADO DO CEARÁ.

PROCESSO Nº 0805802-55.2016.4.05.8100
EXEQUENTE: MINISTÉRIO PÚBLICO FEDERAL
EXECUTADO: FRANCISCO DEUSMAR DE QUEIRÓS

FRANCISCO DEUSMAR DE QUEIRÓS, já amplamente qualificado no


presente feito, vem, com o devido respeito, COMUNICAR V. Excelência acerca da
decisão (doc. anexo) proferida pelo E. Ministro Felix Fischer, nos autos do Processo nº
2016/0292446-7, a qual deferiu medida liminar para sustar o início da execução
provisória da pena do ora Executado até ulterior julgamento final do processo, nos
termos a seguir delineados:

Trata-se de pedido de tutela provisória, formulada por FRANCISCO DESMAR DE


QUEIROS, GERALDO DE LIMA GADELHA FILHO, IELTON BARRETO DE
OLIVEIRA e JERÔNIMO ALVES BEZERRA, consubstanciada na possibilidade de
concessão in limine litis de medida cautelar para atribuir efeito suspensivo a
recurso especial anteriormente interposto.
(...)
Assim, temerária seria a deflagração ante tempus de eventual execução provisória
antes do julgamento do mérito do Recurso Especial interposto, razão pela qual
defiro a liminar para sustar o início da execução provisória da pena até ulterior
julgamento final do presente pedido de tutela provisória.

Cite-se o requerido, para, querendo, apresentar resposta, no prazo


legal.

Após, vista ao Ministério Público Federal.

P. e I.

Brasília (DF), 16 de novembro de 2016.

Ministro Felix Fischer


Relator

Assinado eletronicamente. A Certificação Digital pertence a: Marcelo Leal de Lima Oliveira - Advogado Num. 10536627 - Pág. 229
https://pje.trf5.jus.br/pje/Processo/ConsultaDocumento/listView.seam?nd=18031417122157300000010518728
Número do documento: 18031417122157300000010518728
240/364
1/2
Assim, em atendimento à supracitada decisão emanada da Corte
Superior de Justiça, requer-se que V. Exa. digne-se de se abster de proferir ou expedir
qualquer ato ou ordem prisional em desfavor do Réu, garantindo-lhe o direito de
responder ao processo em liberdade, até o trânsito em julgado do feito.

Por fim, requer sejam as publicações alusivas ao presente feito


realizadas exclusivamente em nome do advogado ANASTÁCIO MARINHO, inscrito na
OAB/CE nº 8.502, sob pena de nulidade.

P. deferimento.
Fortaleza, 09 de dezembro de 2016.

Anastacio Marinho Caio Cesar Rocha Wilson Belchior


OAB/CE 8.502 OAB/CE 15.095 OAB/CE 17.314

Marcelo Leal Benedito Cerezzo Luiz Eduardo Monte


OAB/DF 21932 OAB/SP 142.109 OAB/DF 41.950

Eduardo Ferri Renan Rebouças


OAB/CE 21.310-A OAB/CE 24.499

Processo: 0805802-55.2016.4.05.8100
Assinado eletronicamente por:
Assinado eletronicamente.
ANASTACIO JORGE A Certificação
MATOS Digital pertence
DE SOUSA a: Marcelo- Advogado
MARINHO Leal de Lima Oliveira - Advogado Num. 10536627 - Pág. 230
16121214104374200000001942814
Data e hora da assinatura: 12/12/2016 14:23:25
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PEDIDO DE TUTELA PROVISÓRIA Nº 38 - CE (2016/0292446-7)

RELATOR : MINISTRO FELIX FISCHER


REQUERENTE : FRANCISCO DEUSMAR DE QUEIROS
REQUERENTE : GERALDO DE LIMA GADELHA FILHO
REQUERENTE : IELTON BARRETO DE OLIVEIRA
REQUERENTE : JERÔNIMO ALVES BEZERRA
ADVOGADO : MARCELO LEAL DE LIMA OLIVEIRA E OUTRO(S) -
DF021932
REQUERIDO : MINISTÉRIO PÚBLICO FEDERAL

DECISÃO

Trata-se de pedido de tutela provisória, formulada por FRANCISCO


DESMAR DE QUEIROS, GERALDO DE LIMA GADELHA FILHO, IELTON
BARRETO DE OLIVEIRA e JERÔNIMO ALVES BEZERRA, consubstanciada na
possibilidade de concessão in limine litis de medida cautelar para atribuir efeito
suspensivo a recurso especial anteriormente interposto.
Sustentam os requerentes que o periculum in mora que autorizaria a
concessão da medida cingir-se-ia à iminente possibilidade concreta de segregação
(fl. 4), decretada pelo magistrado de primeira instância, ao argumento de que "o fato
de ter sido o decreto de prisão exarado ex officio, sem provocação de qualquer
espécie do órgão acusatório e em flagrante contrariedade ao próprio dispositivo da
sentença, que determinara expressamente que o início da pena ocorresse “após o
trânsito em julgado” e contra o qual não se insurgiu o Ministério Público, sinalizam
fortemente para a verossimilhança do direito alegado" (fl. 5).
Por outro lado, o fumus boni iuris encontrar-se-ia na viabilidade
recursal, consistente em "violação da correlação entre acusação e sentença, falta de
fundamentação na dosimetria da pena, inadequação típica da conduta, e, ainda, a
indicação de omissão reiterada e deliberada na apreciação destas mesmas matérias
amplamente arguidas e prequestionadas desde a origem pela defesa" (fl. 4).
Pugnam, ao final, pela concessão de efeito suspensivo para sustar o
início da execução provisória da pena até ulterior julgamento do mérito da presente

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medida acautelatória.
É o relatório.
Decido.
De início, cumpre assentar que, na linha da jurisprudência até então
firmada no âmbito desta Corte, a prisão cautelar deve ser considerada exceção, já
que, por meio desta medida, priva-se o réu de seu jus libertatis antes do
pronunciamento condenatório definitivo, consubstanciado na sentença transitada em
julgado. É por isso que tal medida constritiva só justifica caso demonstrada sua real
indispensabilidade para assegurar a ordem pública, a instrução criminal ou a
aplicação da lei penal, ex vi do artigo 312 do Código de Processo Penal, sob pena de
configurar-se antecipação de pena ou execução provisória, inadmitida, até então,
pela Suprema Corte, com base no HC n. 84.078/MG, da relatoria do em. Ministro
Eros Grau.
Nesse sentido: AgRg no RHC 47.220/MG, 5ª Turma, Rel. Min.
Regina Helena Costa, DJe de 29/8/2014; RHC 36.642/RJ, 6ª Turma, Rel. Min.
Maria Thereza de Assis Moura, DJe de 29/8/2014; HC 296.276/MG, 5ª Turma,
Rel. Min. Marco Aurélio Bellizzee, DJe de 27/8/2014; RHC 48.014/MG, 6ª Turma,
Rel. Min. Sebastião Reis Júnior, DJe de 26/8/2014; v.g..
Entretanto, recentemente, o Plenário do col. Supremo Tribunal Federal
evoluiu em seu entendimento e, por maioria de votos, indeferiu o pedido formulado
no HC n. 126.292/SP, de relatoria do e. Min. Teori Zavascki, e decidiu pela
possibilidade do início do cumprimento da pena após o julgamento da apelação. Em
outras palavras, está autorizada a execução provisória da pena após o julgamento de
segunda instância, o que ocorreu no caso concreto.
No caso vertente, aduzem os requerentes que ao juiz sentenciante
falece competência para a expedição de mandado de prisão em virtude do início da
execução provisória. Sobre o tema, trago à colação voto-vista por mim proferido nos
autos do habeas corpus n. 352216, em que fiz algumas considerações acerca da
viabilidade de tal expediente, malgrado partir de magistrado de primeira instância.
Eis o excerto:

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"[...] cumpre citar passagem da decisão proferida pelo em. Min. Edson
Fachin, no já apontado habeas corpus 135.752:
"A opção legislativa de dar eficácia à sentença condenatória tão logo
confirmada em segundo grau de jurisdição, e não mais sujeita a recurso com efeito
suspensivo, está consentânea com a razão constitucional da própria existência dos
recursos às instâncias extraordinárias. Sabem todos que o trânsito em julgado, no
sistema recursal brasileiro, depende em algum momento da inércia da parte
sucumbente. Há sempre um recurso oponível a uma decisão, por mais incabível
que seja, por mais estapafúrdias que sejam as razões recursais invocadas. Se
pudéssemos dar à regra do art. 5º, LVII, da CF caráter absoluto, teríamos de
admitir, no limite, que a execução da pena privativa de liberdade só poderia
operar-se quando o réu se conformasse com sua sorte e deixasse de opor novos
embargos declaratórios. Isso significaria dizer que a execução da pena privativa
de liberdade estaria condicionada à concordância do apenado (...)".

Mostrar-se-ia, realmente, ilógico conceber que a liberdade individual


possa ser tolhida por decisão de magistrado de primeiro grau que até mesmo
dispensa a certeza, como no caso das prisões cautelares, adotando-se, no mesmo
compasso, para a decisão de segunda instância, uma compreensão que a
assimilasse com um mero ato de passagem, sem qualquer consequência.
Reitere-se: levado ao limite, o argumento consente com que, por
exemplo, um recurso especial ou extraordinário manejado e não conhecido, de cuja
decisão se interponha um agravo, que seja desprovido, e em relação à qual se
oponham embargos de declaração – quiçá sucessivos -, impeçam a deflagração da
execução.
Ademais, ainda sobre tal argumentação, tem-se que, como é evidente, à
alusão do magistrado de primeiro grau não se pode emprestar força tendente a
afastar a decisão do col. Supremo Tribunal Federal, no habeas corpus 126.292.
Noutros termos, e abstraindo-se aqui o caso concreto, em que a sentença foi
proferida antes da edição do precedente pelo Supremo Tribunal Federal, ainda
que assim não fosse, a verdade é que não se pode conceber que a referência do juiz
de primeira instância, simplesmente por indicar que após o trânsito em julgado
expedir-se-á mandado de prisão, faça írrita uma decisão da eg. Suprema Corte.
A expressão constante das sentenças condenatórias, ao determinar
expedição de mandado de prisão após o trânsito em julgado, não opera coisa
julgada em favor do réu, de modo que tal fato não tem o condão de impedir sua
prisão no âmbito da execução provisória da pena. Este tipo de comando sentencial,
com efeito, consta do texto condenatório, em verdade, apenas como norte para o
início de cumprimento de pena, com o advento do trânsito em julgado, ou seja,
tem por finalidade guiar o feito após o julgamento definitivo dos recursos, da
mesma forma como a determinação de expedição de ofícios para inscrição do
nome no rol de culpados, as determinações para fins de suspensão de direitos
políticos, dentre outras diligências.
Não significa, portanto, que, única e exclusivamente, isto é, que
apenas com o trânsito em julgado, é que se permitirá a expedição do mandado de
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prisão. No ponto, basta imaginar que determinada pessoa seja condenada a uma
elevada pena de prisão, sendo-lhe conferido o direito de recorrer em liberdade,
com determinação de expedição de mandado de prisão após o trânsito em julgado.
Se antes da apreciação do recurso houver prova robusta da possibilidade de que o
acusado condenado virá a fugir para outro País, de modo a evitar futuro
cumprimento de pena, não se pode dizer que, considerando a determinação
contida na sentença, de expedição de mandado de prisão após o trânsito em
julgado, estaria o Tribunal impedido de decretar a prisão preventiva."

Dessarte, não vislumbro óbice, tampouco ilegalidade, tout court, a


expedição de mandado de prisão realizada por juiz de primeira instância,
independentemente de ressalva por este feita e de os autos encontrarem-se em
trâmite perante as Cortes Superiores.
Sem embargo, dentre os argumentos expendidos na inicial do pedido
de tutela provisória, verifico que em relação a um deles a concessão de liminar, ao
menos neste juízo meramente perfunctório, é medida que se faz premente, ante a
relevância da questão da correta tipificação do delito imputado aos requerentes, se
se trataria de incidir, na hipótese, o delito inserto no art. 27-E da Lei 6.385/76, ou o
delito previsto no art. 7º, inciso IV, da Lei 7.492/86, sem olvidar que eventual
desclassificação da conduta poderia culminar no advento da prescrição.
Assim, temerária seria a deflagração ante tempus de eventual
execução provisória antes do julgamento do mérito do Recurso Especial interposto,
razão pela qual defiro a liminar para sustar o início da execução provisória da pena
até ulterior julgamento final do presente pedido de tutela provisória.
Cite-se o requerido, para, querendo, apresentar resposta, no prazo
legal.
Após, vista ao Ministério Público Federal.
P. e I.

Brasília (DF), 16 de novembro de 2016.

Ministro Felix Fischer


Relator

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4/4
(e-STJ Fl.2169)

Superior Tribunal de Justiça

TP 38/CE

PUBLICAÇÃO

Certifico que foi disponibilizada no Diário da Justiça


Eletrônico/STJ em 23/11/2016 a r. decisão de fls. 2164 e
considerada publicada na data abaixo mencionada, nos
termos do artigo 4º, § 3º, da Lei 11.419/2006.
Brasília, 24 de novembro de 2016.

COORDENADORIA DA QUINTA TURMA


*Assinado por JOSÉ DA LUZ SOUZA FILHO
em 24 de novembro de 2016 às 07:05:54
Documento eletrônico juntado ao processo em 24/11/2016 às 07:08:49 pelo usuário: JOSÉ DA LUZ SOUZA FILHO

Processo: 0805802-55.2016.4.05.8100
Assinado eletronicamente por:
* Assinado
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12ª Vara Federal do Ceará

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Fone: (85) 3391-5864 / Fax: (85) 3391-5866 / email: vara12@jfce.jus.br

PROCESSO Nº: 0805802-55.2016.4.05.8100 - EXECUÇÃO DA PENA


EXEQUENTE: MINISTÉRIO PÚBLICO FEDERAL
EXECUTADO: FRANCISCO DEUSMAR DE QUEIROS
12ª VARA FEDERAL - JUIZ FEDERAL TITULAR

CERTIDÃO

CERTIFICO que juntei aos presentes autos o (a) Telegrama nº 5T 43228/2016, oriundo do
(a) STJ. O referido é verdade. Dou fé.

Fortaleza, datado eletronicamente.

EDIENE SANTANA DE OLIVEIRA

Analista Judiciária - Matrícula 1488

(assinado eletronicamente)

Processo: 0805802-55.2016.4.05.8100
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1/1
Assinado eletronicamente. A Certificação Digital pertence a: Marcelo Leal de Lima Oliveira - Advogado Num. 10536627 - Pág. 237
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248/364
1/2
Processo: 0805802-55.2016.4.05.8100
Assinado eletronicamente por:
Assinado eletronicamente.
EDIENE SANTANA A Certificação Digital pertence
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2/2
PROCESSO Nº: 0805802-55.2016.4.05.8100 - EXECUÇÃO DA PENA
ÓRGÃO JULGADOR: 12ª VARA FEDERAL (TITULAR)
JUIZ FEDERAL TITULAR
EXEQUENTE: MINISTÉRIO PÚBLICO FEDERAL
EXECUTADO: FRANCISCO DEUSMAR DE QUEIROS
ADVOGADO: Anastacio Jorge Matos De Sousa Marinho

DECISÃO

Trata-se de execução penal instaurada em face de FRANCISCO DEUSMAR DE QUEIROS, tendo em


vista a confirmação no TRF da 5ª Região do teor condenatório do Juízo de 1º Grau.

Em petição anexada aos autos, a defesa de FRANCISCO DEUSMAR QUEIROS comunicou a este Juízo
a decisão (doc. anexo) proferida pelo E. Ministro Felix Fischer, nos autos do Processo nº 016/0292446-7,
a qual deferiu medida liminar para sustar o início da execução provisória da pena do ora
Executado até ulterior julgamento final do processo , nos termos a seguir delineados:

"(...) Trata-se de pedido de tutela provisória, formulada por FRANCISCO DEUSMAR DE QUEIROS,
GERALDO DE LIMA GADELHA FILHO, IELTON BARRETO DE OLIVEIRA e JERÔNIMO ALVES
BEZERRA, consubstanciada na possibilidade de concessão in limine litis de medida cautelar para atribuir
efeito suspensivo a recurso especial anteriormente interposto.

(...)

Assim, temerária seria a deflagração ante tempus de eventual execução provisória antes do julgamento do
mérito do Recurso Especial interposto, razão pela qual defiro a liminar para sustar o início da execução
provisória da pena até ulterior julgamento final do presente pedido de tutela provisória. (...)"

Sendo assim, em face da decisão do STJ mencionada, DETERMINO o sobrestamento da execução penal
provisória de FRANCISCO DEUSMAR DE QUEIROS.

Acautelem-se os autos na Secretaria.

HELOÍSA SILVA DE MELO

Juíza Federal Substituta da 11ª Vara respondendo pela 12ª Vara

Processo: 0805802-55.2016.4.05.8100
Assinado eletronicamente por:
Assinado eletronicamente.
HELOISA SILVA A Certificação
DE MELO Digital pertence a: Marcelo Leal de Lima Oliveira - Advogado
- Magistrado Num. 10536627 - Pág. 239
17021710514670200000002090926
Data e hora da assinatura: 17/02/2017 14:57:57
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18031417122157300000010518728
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1/1
12ª Vara Federal do Ceará
Rua João Carvalho, nº 485, 5.º andar, Aldeota, CEP 60.140.140 - Fortaleza/CE

INSPEÇÃO ORDINÁRIA - ANO 2017


(Prazos suspensos: dias 27 a 31 de março de 2017)

Vistos em Inspeção

Ocorrência Data Prazo


Intimar as partes. 17/04/2017

Fortaleza/CE, data infra

Processo: 0805802-55.2016.4.05.8100
Assinado eletronicamente por:
Assinado eletronicamente.
HELOISA SILVA A Certificação
DE MELO Digital pertence a: Marcelo Leal de Lima Oliveira - Advogado
- Magistrado Num. 10536627 - Pág. 240
17032917041152000000002225553
Data e hora da assinatura: 29/03/2017 17:05:19
https://pje.trf5.jus.br/pje/Processo/ConsultaDocumento/listView.seam?nd=18031417122157300000010518728
Identificador:
Número do documento: 4058100.2224141
18031417122157300000010518728
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1/1
PODER JUDICIÁRIO
JUSTIÇA FEDERAL DE PRIMEIRO GRAU
Seção Judiciária do Ceará
12ª Vara Federal

PROCESSO: EXECUÇÃO PROVISÓRIA - Processo n.


0805802-55.2016.4.05.8100

EXEQUENTE(ES): [MINISTÉRIO PÚBLICO FEDERAL]

EXECUTADO(S): [FRANCISCO DEUSMAR DE QUEIROS]

CERTIDÃO DE INTIMAÇÃO

Nesta data, realizo a intimação do Ministério Público Federal e da defesa da decisão de ID nº 2089618.

Fortaleza - CE, datado eletronicamente .

Raphael Nogueira Bezerra de Menezes

Analista Judiciário

( assinado eletronicamente )

Processo: 0805802-55.2016.4.05.8100
Assinado eletronicamente por:
Assinado eletronicamente.
RAPHAEL NOGUEIRAA Certificação Digital pertence
BEZERRA a: Marcelo
DE MENEZES Leal de
- Servidor Lima Oliveira - Advogado
Geral Num. 10536627 - Pág. 241
17121814524672300000003121184
Data e hora da assinatura: 18/12/2017 14:59:23
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1/1
12ª Vara Federal do Ceará

Rua João Carvalho, nº 485, 5.º andar, Aldeota, CEP 60.140.140 - Fortaleza/CE

Fone: (85) 3391-5864 / Fax: (85) 3391-5866 / email: vara12@jfce.jus.br

PROCESSO Nº: 0805802-55.2016.4.05.8100 - EXECUÇÃO PROVISÓRIA


EXEQUENTE: MINISTÉRIO PÚBLICO FEDERAL
CONDENADO: FRANCISCO DEUSMAR DE QUEIROS
ADVOGADO: Anastacio Jorge Matos De Sousa Marinho
12ª VARA FEDERAL - CE (JUIZ FEDERAL TITULAR)

CERTIDÃO

CERTIFICO que juntei aos presentes autos os espelhos de movimentação processual


pertinentes no STJ, alusivos ao réu da presente execução. O referido é verdade. Dou fé.

Fortaleza, datado eletronicamente.

RAPHAEL NOGUEIRA BEZERRA DE MENEZES

Analista Judiciário

(assinado eletronicamente)

Processo: 0805802-55.2016.4.05.8100
Assinado eletronicamente por:
Assinado eletronicamente.
RAPHAEL NOGUEIRAA Certificação Digital pertence
BEZERRA a: Marcelo
DE MENEZES Leal de
- Servidor Lima Oliveira - Advogado
Geral Num. 10536627 - Pág. 242
17121815342559400000003121824
Data e hora da assinatura: 18/12/2017 15:46:16
https://pje.trf5.jus.br/pje/Processo/ConsultaDocumento/listView.seam?nd=18031417122157300000010518728
Identificador:
Número do documento: 4058100.3118300
18031417122157300000010518728
Para conferência da autenticidade do documento: https://pje.jfce.jus.br/pje/Processo/ConsultaDocumento/listView.seam 253/364
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Assinado eletronicamente. A Certificação Digital pertence a: Marcelo Leal de Lima Oliveira - Advogado Num. 10536627 - Pág. 243
https://pje.trf5.jus.br/pje/Processo/ConsultaDocumento/listView.seam?nd=18031417122157300000010518728
Número do documento: 18031417122157300000010518728
254/364
1/2
Processo: 0805802-55.2016.4.05.8100
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Assinado eletronicamente.
RAPHAEL NOGUEIRAA Certificação Digital pertence
BEZERRA a: Marcelo
DE MENEZES Leal de
- Servidor Lima Oliveira - Advogado
Geral Num. 10536627 - Pág. 244
17121815452971400000003121825
Data e hora da assinatura: 18/12/2017 15:46:16
https://pje.trf5.jus.br/pje/Processo/ConsultaDocumento/listView.seam?nd=18031417122157300000010518728
Identificador:
Número do documento: 4058100.3118301
18031417122157300000010518728
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2/2
Assinado eletronicamente. A Certificação Digital pertence a: Marcelo Leal de Lima Oliveira - Advogado Num. 10536627 - Pág. 245
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Número do documento: 18031417122157300000010518728
256/364
1/3
Assinado eletronicamente. A Certificação Digital pertence a: Marcelo Leal de Lima Oliveira - Advogado Num. 10536627 - Pág. 246
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Número do documento: 18031417122157300000010518728
257/364
2/3
Processo: 0805802-55.2016.4.05.8100
Assinado eletronicamente por:
Assinado eletronicamente.
RAPHAEL NOGUEIRAA Certificação Digital pertence
BEZERRA a: Marcelo
DE MENEZES Leal de
- Servidor Lima Oliveira - Advogado
Geral Num. 10536628 - Pág. 1
17121815452971400000003121829
Data e hora da assinatura: 18/12/2017 15:46:16
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Número do documento: 4058100.3118305
18031417122439800000010518729
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3/3
PR-CE-MANIFESTAÇÃO-23294/2017

MINISTÉRIO PÚBLICO FEDERAL


PROCURADORIA DA REPÚBLICA - CEARÁ/MARACANAÚ
EXECUÇÃO PENAL PROVISÓRIA 08058025520164058100/CE

EXECUTADO: FRANCISCO DEUSMAR DE QUEIRÓS, EXQTE: MPF - MINISTERIO

Documento assinado via Token digitalmente por MARCIO ANDRADE TORRES, em 18/12/2017 18:32. Para verificar a assinatura acesse
PUBLICO FEDERAL

O Ministério Público Federal manifesta-se ciente da decisão que


suspendeu a execução provisória.

Márcio Torres
PR/CE

http://www.transparencia.mpf.mp.br/validacaodocumento. Chave CB6AE1BE.C35DC4AA.EB09A27D.8569DB5D

Rua 0805802-55.2016.4.05.8100
Processo: João Brígido, Nº 1260 5º Andar Salas 504 E 505, Joaquim Távora - Cep 60135080 - Fortaleza-CE Prce-sac@mpf.mp.br
Assinado eletronicamente por: (85)32667300
Assinado eletronicamente.
MARCIO ANDRADE A Certificação
TORRES Digital pertence a: Marcelo Leal de Lima Oliveira - Advogado
- Procurador Num. 10536628 - Pág. 2
17121817322832700000003123307
Data e hora da assinatura: 18/12/2017 18:32:14
https://pje.trf5.jus.br/pje/Processo/ConsultaDocumento/listView.seam?nd=18031417122439800000010518729
Identificador:
Número do documento: 4058100.3119782
18031417122439800000010518729
Pág. 1 de 1
Para conferência da autenticidade do documento: https://pje.jfce.jus.br/pje/Processo/ConsultaDocumento/listView.seam 259/364
1/1
TRIBUNAL REGIONAL FEDERAL DA 5ª REGIÃO
12° VARA DA SEÇÃO JUDICIÁRIA DO CEARÁ
PROCESSO: 0805802-55.2016.4.05.8100 - EXECUÇÃO PROVISÓRIA

Polo ativo Polo passivo


MINISTÉRIO PÚBLICO FRANCISCO DEUSMAR DE
EXEQUENTE CONDENADO
FEDERAL QUEIROS
ANASTACIO JORGE
ADVOGADO
MATOS DE SOUSA MARINHO

Outros participantes
Sem registros

CERTIDÃO DE RETIFICAÇÃO

Certifico que, em 18/12/2017, procedi à retificação de autuação deste processo para fazer constar:
Data de Operação Usuário
Item Situação anterior Situação atual
alteração realizada responsável
RAPHAEL
18/12/2017 EXECUÇÃO DA EXECUÇÃO NOGUEIRA
Classe Judicial Alteração
14:51 PENA PROVISÓRIA BEZERRA DE
MENEZES

Assinado eletronicamente. A Certificação Digital pertence a: Marcelo Leal de Lima Oliveira - Advogado Num. 10536628 - Pág. 3
https://pje.trf5.jus.br/pje/Processo/ConsultaDocumento/listView.seam?nd=18031417122439800000010518729
Número do documento: 18031417122439800000010518729
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1/1
TRIBUNAL REGIONAL FEDERAL DA 5ª REGIÃO
12º VARA DA SEÇÃO JUDICIÁRIA DO CEARÁ
PROCESSO: 0805802-55.2016.4.05.8100 - EXECUÇÃO PROVISÓRIA

Polo ativo Polo passivo


MINISTÉRIO PÚBLICO FRANCISCO DEUSMAR DE
EXEQUENTE CONDENADO
FEDERAL QUEIROS
ANASTACIO JORGE
ADVOGADO
MATOS DE SOUSA MARINHO

Outros participantes
Sem registros

CERTIDÃO

CERTIFICO que, em 27/12/2017 23:59, o(a) Sr(a) FRANCISCO DEUSMAR DE QUEIROS foi
intimado(a) acerca de Decisão registrado em 17/02/2017 14:57 nos autos judiciais eletrônicos
especificados na epígrafe.

1 - Esta Certidão é válida para todos os efeitos legais, havendo sido expedida através do Sistema Processo
Judicial Eletrônico - PJe.

2 - A autenticidade desta Certidão poderá ser confirmada no endereço


https://pje.jfce.jus.br/pje/Processo/ConsultaDocumento/listView.seam , através do código de autenticação
nº 17121814524672300000003121184 .

3 - Esta Certidão foi emitida gratuitamente em 28/12/2017 00:01 - Seção Judiciária do Ceará.

Assinado eletronicamente. A Certificação Digital pertence a: Marcelo Leal de Lima Oliveira - Advogado Num. 10536628 - Pág. 4
https://pje.trf5.jus.br/pje/Processo/ConsultaDocumento/listView.seam?nd=18031417122439800000010518729
Número do documento: 18031417122439800000010518729
261/364
1/1
TRIBUNAL REGIONAL FEDERAL DA 5ª REGIÃO
12º VARA DA SEÇÃO JUDICIÁRIA DO CEARÁ
PROCESSO: 0805802-55.2016.4.05.8100 - EXECUÇÃO PROVISÓRIA

Polo ativo Polo passivo


MINISTÉRIO PÚBLICO FRANCISCO DEUSMAR DE
EXEQUENTE CONDENADO
FEDERAL QUEIROS
ANASTACIO JORGE
ADVOGADO
MATOS DE SOUSA MARINHO

Outros participantes
Sem registros

CERTIDÃO

CERTIFICO que, em 27/12/2017 23:59, o(a) MINISTÉRIO PÚBLICO FEDERAL foi intimado(a) acerca
de Decisão registrado em 17/02/2017 14:57 nos autos judiciais eletrônicos especificados na epígrafe.

1 - Esta Certidão é válida para todos os efeitos legais, havendo sido expedida através do Sistema Processo
Judicial Eletrônico - PJe.

2 - A autenticidade desta Certidão poderá ser confirmada no endereço


https://pje.jfce.jus.br/pje/Processo/ConsultaDocumento/listView.seam , através do código de autenticação
nº 17121814524672300000003121184 .

3 - Esta Certidão foi emitida gratuitamente em 28/12/2017 00:01 - Seção Judiciária do Ceará.

Assinado eletronicamente. A Certificação Digital pertence a: Marcelo Leal de Lima Oliveira - Advogado Num. 10536628 - Pág. 5
https://pje.trf5.jus.br/pje/Processo/ConsultaDocumento/listView.seam?nd=18031417122439800000010518729
Número do documento: 18031417122439800000010518729
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1/1
12ª Vara Federal do Ceará
Rua João Carvalho, nº 485, 5.º andar, Aldeota, CEP 60.140.140 - Fortaleza/CE

INSPEÇÃO ORDINÁRIA - ANO 2018


(Prazos suspensos: dias 26 a 02 de março de 2017)

Vistos em Inspeção

Certifico que a inspeção desta 12ª Vara foi marcada para o período de 26/02/2018 a 02/03/2018, em que
ficam suspensos todos os prazos, cujo Edital Coletivo de Inspeção foi publicado no Diário da Justiça
Eletrônico SJCE de nº. 234.0/2017, que circulou em 19/12/2017, pag. 01/07, disponibilizado no site
www.trf5.jus.br. Dou fé.

Ocorrência Data Prazo


MANTER OS AUTOS SUSPENSOS 30/03/2018

Fortaleza/CE, data infra

Processo: 0805802-55.2016.4.05.8100
Assinado eletronicamente por:
Assinado eletronicamente.
DANILO DIASAVASCONCELOS
Certificação Digital
DEpertence
ALMEIDA a: Marcelo Leal de Lima Oliveira - Advogado
- Magistrado Num. 10536628 - Pág. 6
18030212133118300000003371920
Data e hora da assinatura: 02/03/2018 12:14:33
https://pje.trf5.jus.br/pje/Processo/ConsultaDocumento/listView.seam?nd=18031417122439800000010518729
Identificador:
Número do documento: 4058100.3367801
18031417122439800000010518729
Para conferência da autenticidade do documento: https://pje.jfce.jus.br/pje/Processo/ConsultaDocumento/listView.seam 263/364
1/1
12ª Vara Federal do Ceará

Rua João Carvalho, nº 485, 5.º andar, Aldeota, CEP 60.140.140 - Fortaleza/CE

Fone: (85) 3391-5864 / Fax: (85) 3391-5866 / email: vara12@jfce.jus.br

PROCESSO Nº: 0805802-55.2016.4.05.8100 - EXECUÇÃO PROVISÓRIA


EXEQUENTE: MINISTÉRIO PÚBLICO FEDERAL
CONDENADO: FRANCISCO DEUSMAR DE QUEIROS
ADVOGADO: Anastacio Jorge Matos De Sousa Marinho
12ª VARA FEDERAL - CE (JUIZ FEDERAL TITULAR)

CERTIDÃO

CERTIFICO que juntei aos presentes autos o Malote Digital com Telegrama oriundo do
STJ, encaminhando decisão exarada nos autos do Pedido de Tutela Provisória registrada sob o Nº
2016/0292446-7. O referido é verdade. Dou fé.

Fortaleza, datado eletronicamente.

RAPHAEL NOGUEIRA BEZERRA DE MENEZES

(assinado eletronicamente)

Processo: 0805802-55.2016.4.05.8100
Assinado eletronicamente por:
Assinado eletronicamente.
RAPHAEL NOGUEIRAA Certificação Digital pertence
BEZERRA a: Marcelo
DE MENEZES Leal de
- Servidor Lima Oliveira - Advogado
Geral Num. 10536628 - Pág. 7
18030712004035700000003390657
Data e hora da assinatura: 07/03/2018 12:06:08
https://pje.trf5.jus.br/pje/Processo/ConsultaDocumento/listView.seam?nd=18031417122439800000010518729
Identificador:
Número do documento: 4058100.3386518
18031417122439800000010518729
Para conferência da autenticidade do documento: https://pje.jfce.jus.br/pje/Processo/ConsultaDocumento/listView.seam 264/364
1/1
REPÚBLICA FEDERATIVA DO BRASIL
PODER JUDICIÁRIO

MALOTE DIGITAL

Tipo de documento: Informações Processuais


Código de rastreabilidade: 3002018424158
Nome original: tp38.pdf
Data: 02/03/2018 09:19:11
Remetente:
MARIANNE SAUNDERS GUIMARÃES UCHOA
SJCE - Diretoria da 11ª Vara
TRF5
Prioridade: Normal.
Motivo de envio: Para conhecimento.
Assunto: REF. AOS PROCESSOS NºS 0805802-55.2016.4.05.8100, 0805805-10.2016.4.05.8100, 080
5810-32.2016.4.05.8100 e 0805812.4.05.8100 - Classe 103, RÉUS: FRCO DEUSMAR DE Q
UEIRÓS, GERALDO DE LIMA GADELHA FILHO, IELTON BARRETO DE OLIVEIRA E JERÔN
ES BEZERRA

Assinado eletronicamente. A Certificação Digital pertence a: Marcelo Leal de Lima Oliveira - Advogado Num. 10536628 - Pág. 8
https://pje.trf5.jus.br/pje/Processo/ConsultaDocumento/listView.seam?nd=18031417122439800000010518729
Número do documento: 18031417122439800000010518729
265/364
1/5
(e-STJ Fl.2214)

Superior Tribunal de Justiça

TELEGRAMA Nº MCD5T-7011

DESTINATÁRIO:

EXMO. SR. DES. FED. PRESIDENTE


TRIBUNAL REGIONAL FEDERAL DA 5ª REGIÃO
CAIS DO APOLO, S/N - EDIFÍCIO DJACI FALCÃO
BAIRRO DO RECIFE
RECIFE-PE
50.030-908

MENSAGEM:

TLG. MCD5T-7011/2018 - QUINTA TURMA

ENCAMINHO A VOSSA EXCELÊNCIA DECISÃO(ÕES) EXARADA(S) NOS AUTOS DO


PEDIDO DE TUTELA PROVISÓRIA N.º 38/CE, REGISTRO NR. 2016/0292446-7, (NR. DE
ORIGEM 00126284320104058100 / 126284320104058100 / 9363 / 16272007 / 27622010), EM
QUE FIGURAM COMO REQUERENTE : FRANCISCO DEUSMAR DE QUEIROS;
REQUERENTE : GERALDO DE LIMA GADELHA FILHO; REQUERENTE : IELTON
Documento eletrônico juntado ao processo em 23/02/2018 às 20:55:20 pelo usuário: JOSÉ DE ASSIS REPUBLICANO

BARRETO DE OLIVEIRA; REQUERENTE : JERÔNIMO ALVES BEZERRA;


REQUERIDO : MINISTÉRIO PÚBLICO FEDERAL; PARA CONHECIMENTO E
PROVIDÊNCIAS CABÍVEIS. ATENCIOSAMENTE, MINISTRO FELIX FISCHER,
RELATOR. SUPERIOR TRIBUNAL DE JUSTIÇA.

Autorizo o envio deste Telegrama Nº MCD5T-7011


BSB, 23/02/2018

_____________________________________

Superior Tribunal de Justiça – SAFS Quadra 6, Lote 1 CEP 70095-900


PABX (61) 3319-8000 -FAX: (61) 3319-8700/8194/8195

C54242555100;812<05542@ pág.: 1 de 1

Assinado eletronicamente. A Certificação Digital pertence a: Marcelo Leal de Lima Oliveira - Advogado Num. 10536628 - Pág. 9
https://pje.trf5.jus.br/pje/Processo/ConsultaDocumento/listView.seam?nd=18031417122439800000010518729
Número do documento: 18031417122439800000010518729
Código de Controle do Documento: A4D590F0-290D-431D-AE41-8A5306384D90
266/364
2/5
(e-STJ Fl.2211)

Superior Tribunal de Justiça


F2

PEDIDO DE TUTELA PROVISÓRIA Nº 38 - CE (2016/0292446-7)

RELATOR : MINISTRO FELIX FISCHER


REQUERENTE : FRANCISCO DEUSMAR DE QUEIROS
REQUERENTE : GERALDO DE LIMA GADELHA FILHO
REQUERENTE : IELTON BARRETO DE OLIVEIRA
REQUERENTE : JERÔNIMO ALVES BEZERRA
ADVOGADO : MARCELO LEAL DE LIMA OLIVEIRA E OUTRO(S) -
DF021932
REQUERIDO : MINISTÉRIO PÚBLICO FEDERAL

DO
EMENTA

TUTELA PROVISÓRIA. PEDIDO DE EFEITO SUSPENSIVO AO


RECURSO ESPECIAL. EXECUÇÃO PROVISÓRIA DA PENA.
CA
JULGAMENTO DO FEITO PRINCIPAL. PREJUDICADO PEDIDO.
LIMINAR CASSADA.
LI
DECISÃO
Documento eletrônico juntado ao processo em 23/02/2018 às 19:50:00 pelo usuário: JOSÉ DE ASSIS REPUBLICANO

Trata-se de pedido de tutela provisória, formulada por FRANCISCO


B

DESMAR DE QUEIROS, GERALDO DE LIMA GADELHA FILHO, IELTON


PU

BARRETO DE OLIVEIRA e JERÔNIMO ALVES BEZERRA, consubstanciada na


possibilidade de concessão in limine litis de medida cautelar para atribuir efeito
suspensivo a recurso especial anteriormente interposto.
O

Sustentam os requerentes que o periculum in mora que autorizaria a


concessão da medida cingir-se-ia à iminente possibilidade concreta de segregação


(fl. 4), decretada pelo magistrado de primeira instância, ao argumento de que "o fato
de ter sido o decreto de prisão exarado ex officio, sem provocação de qualquer
espécie do órgão acusatório e em flagrante contrariedade ao próprio dispositivo da
sentença, que determinara expressamente que o início da pena ocorresse “após o
trânsito em julgado” e contra o qual não se insurgiu o Ministério Público, sinalizam
fortemente para a verossimilhança do direito alegado" (fl. 5).

Por outro lado, o fumus boni iuris encontrar-se-ia na viabilidade


recursal, consistente em "violação da correlação entre acusação e sentença, falta de
fundamentação na dosimetria da pena, inadequação típica da conduta, e, ainda, a

TP 38 C54242555100;812<05542@ C04790250<221704@
2016/0292446-7 Documento Página 1 de 3

Assinado eletronicamente. A Certificação Digital pertence a: Marcelo Leal de Lima Oliveira - Advogado Num. 10536628 - Pág. 10
Documento eletrônico VDA18402632 assinado eletronicamente nos termos do Art.1º §2º inciso III da Lei 11.419/2006
https://pje.trf5.jus.br/pje/Processo/ConsultaDocumento/listView.seam?nd=18031417122439800000010518729
Signatário(a):
Número MINISTRO
do documento: Felix Fischer Assinado em: 23/02/2018 08:44:17
18031417122439800000010518729
Código de Controle do Documento: 9BE75E14-537A-494C-9F86-41FB9855F4DD
267/364
3/5
(e-STJ Fl.2212)

Superior Tribunal de Justiça


F2

indicação de omissão reiterada e deliberada na apreciação destas mesmas matérias


amplamente arguidas e prequestionadas desde a origem pela defesa" (fl. 4).

Pugnam, ao final, pela concessão de efeito suspensivo para sustar o


início da execução provisória da pena até ulterior julgamento do mérito da presente
medida acautelatória.

A liminar foi deferida às fls. 2164-2167, para sustar o início da


execução provisória da pena até ulterior julgamento final do presente pedido de

DO
tutela provisória.

É o relatório.

Decido.
CA
O pedido está prejudicado.
LI
Com efeito, o Recurso Especial 1.449.193/CE, do qual esta tutela
Documento eletrônico juntado ao processo em 23/02/2018 às 19:50:00 pelo usuário: JOSÉ DE ASSIS REPUBLICANO

provisória é incidental, foi julgado monocraticamente, tendo sido conhecido em


B

parte e, na extensão, desprovido. No dia 20 de fevereiro deste ano, a col. Quinta


PU

Turma deste Superior Tribunal de Justiça julgou o agravo regimental naquele feito,
negando provimento ao recurso para manter os fundamentos do decisum
monocrático.
O

Em tal contexto, verifico que o presente pedido perdeu o objeto, em


razão da superveniência da decisão de mérito proferida nos autos da ação principal.

Nesse sentido:

"AGRAVO REGIMENTAL NA MEDIDA CAUTELAR.


EFEITO SUSPENSIVO A ARESP. SUPERVENIENTE JULGAMENTO.
PERDA DO OBJETO.
I - A jurisprudência desta Corte é firme no sentido de
que, uma vez apreciado o recurso cujo efeito suspensivo se visa
atribuir, fica prejudicada a medida cautelar.
II - O agravo em recurso especial cuja presente medida
cautelar é dependente foi apreciado em 27/5/2016. Na oportunidade,
conheci do agravo, para dar parcial provimento ao recurso especial
fixando o regime aberto para o início do cumprimento da pena imposta
ao agravante.

TP 38 C54242555100;812<05542@ C04790250<221704@
2016/0292446-7 Documento Página 2 de 3

Assinado eletronicamente. A Certificação Digital pertence a: Marcelo Leal de Lima Oliveira - Advogado Num. 10536628 - Pág. 11
Documento eletrônico VDA18402632 assinado eletronicamente nos termos do Art.1º §2º inciso III da Lei 11.419/2006
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Signatário(a):
Número MINISTRO
do documento: Felix Fischer Assinado em: 23/02/2018 08:44:17
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268/364
4/5
(e-STJ Fl.2213)

Superior Tribunal de Justiça


F2

III - Agravo regimental prejudicado.


(AgInt na MC 25.653/SC, Quinta Turma, Rel. Min.
Reynaldo Soares da Fonseca, DJe de 26/09/2016).

Ante o exposto, com fulcro no art. 34, XI, do RISTJ, julgo prejudicada
a tutela provisória e a liminar outrora deferida.

P. e I.

DO
Brasília (DF), 22 de fevereiro de 2018.

Ministro Felix Fischer


CARelator
LI
Documento eletrônico juntado ao processo em 23/02/2018 às 19:50:00 pelo usuário: JOSÉ DE ASSIS REPUBLICANO

B
PU
O

TP 38 C54242555100;812<05542@ C04790250<221704@
Processo: 0805802-55.2016.4.05.8100 2016/0292446-7 Documento Página 3 de 3
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Segue pedido de execução provisória da pena, em anexo.

Márcio Torres

PR/CE

Processo: 0805802-55.2016.4.05.8100
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MINISTÉRIO PÚBLICO FEDERAL
PROCURADORIA DA REPÚBLICA NO ESTADO DO CEARÁ

EXMO. SR. JUIZ FEDERAL DA 12ª VARA – SEÇÃO JUDICIÁRIA DO CEARÁ

PROCESSO Nº: 0805802-55.2016.4.05.8100


CLASSE: EXECUÇÃO DA PENA
EXEQUENTE:MINISTÉRIO PÚBLICO FEDERAL
EXECUTADO: FRANCISCO DEUSMAR DE QUEIROS

PROMOÇÃO Nº 04436/2018

O MINISTÉRIO PÚBLICO FEDERAL, por intermédio do seu


Representante Legal subscrito, vem perante Vossa Excelência expor e requerer o seguinte:

O MPF (Id 4058100.1792914) requereu a execução provisória da


pena quanto ao sentenciado FRANCISCO DEUSMAR DE QUEIROS, nos seguintes
termos:
“1) a expedição de carta de guia para que seja a pena cumprida em regime fechado,
dado que a pena privativa de liberdade é de 09 (nove) anos e 02 (dois) meses de
reclusão.
3) remessa à Contadoria para o cálculo da pena de multa, fixando-se prazo para o
adimplemento voluntário, sob pena de constituição de Dívida Ativa, devendo para tanto
ser oficiada a Procuradoria da Fazenda Nacional.”

No entanto, por decisão do Superior Tribunal de Justiça na TP 038, em


que foi Relator o Min. Félix Fischer, havia sido concedida tutela suspensiva, que veio a ser
recentemente cassada, de acordo com a seguinte ementa e Telegrama acostado aos autos
pela Corte Superior:
“TUTELA PROVISÓRIA. PEDIDO DE EFEITO SUSPENSIVO AO
RECURSO ESPECIAL. EXECUÇÃO PROVISÓRIA DA PENA.
JULGAMENTO DO FEITO PRINCIPAL. PREJUDICADO PEDIDO.
LIMINAR CASSADA.”

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Por outro lado, o RESp 1.449.193/CE, que apoiava tal tutela provisória
foi julgado e desprovido, como se vê a seguir, estando pendente apenas o julgamento de
embargos de declaração:
PENAL. AGRAVO REGIMENTAL NO RECURSO ESPECIAL.
NEGOCIAÇÃO DE TÍTULOS OU VALORES MOBILIÁRIOS SEM
AUTORIZAÇÃO PRÉVIA. ADEQUAÇÃO TÍPICA DA CONDUTA.
REEXAME DO CONJUNTO FÁTICO-PROBATÓRIO.
IMPOSSIBILIDADE. SÚMULA 7/STJ. DOSIMETRIA.PENA-BASE
ACIMA DO MÍNIMO LEGAL. CIRCUNSTÂNCIAS JUDICIAS.
FUNDAMENTAÇÃO IDÔNEA. DISSÍDIO JURISPRUDENCIAL.
NÃO COMPROVAÇÃO. DECISÃO MANTIDA.”

Desse modo, nada obsta que se dê início à execução penal, o que ora é
requerido pelo Ministério Público Federal.

Fortaleza, 12 de março de 2018.

MARCIO ANDRADE TORRES


Procurador da República

Processo: 0805802-55.2016.4.05.8100
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TORRES Digital pertence a: Marcelo Leal de Lima Oliveira - Advogado
- Procurador Num. 10536628 - Pág. 15
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Número do documento: 4058100.3402568
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Superior Tribunal de Justiça
PEDIDO DE TUTELA PROVISÓRIA Nº 38 - CE (2016/0292446-7)

RELATOR : MINISTRO FELIX FISCHER


REQUERENTE : FRANCISCO DEUSMAR DE QUEIROS
REQUERENTE : GERALDO DE LIMA GADELHA FILHO
REQUERENTE : IELTON BARRETO DE OLIVEIRA
REQUERENTE : JERÔNIMO ALVES BEZERRA
ADVOGADO : MARCELO LEAL DE LIMA OLIVEIRA E OUTRO(S) -
DF021932
REQUERIDO : MINISTÉRIO PÚBLICO FEDERAL
EMENTA

TUTELA PROVISÓRIA. PEDIDO DE EFEITO SUSPENSIVO AO


RECURSO ESPECIAL. EXECUÇÃO PROVISÓRIA DA PENA.
JULGAMENTO DO FEITO PRINCIPAL. PREJUDICADO PEDIDO.
LIMINAR CASSADA.

DECISÃO

Trata-se de pedido de tutela provisória, formulada por FRANCISCO


DESMAR DE QUEIROS, GERALDO DE LIMA GADELHA FILHO, IELTON
BARRETO DE OLIVEIRA e JERÔNIMO ALVES BEZERRA, consubstanciada na
possibilidade de concessão in limine litis de medida cautelar para atribuir efeito
suspensivo a recurso especial anteriormente interposto.

Sustentam os requerentes que o periculum in mora que autorizaria a


concessão da medida cingir-se-ia à iminente possibilidade concreta de segregação (fl.
4), decretada pelo magistrado de primeira instância, ao argumento de que "o fato de ter
sido o decreto de prisão exarado ex officio, sem provocação de qualquer espécie do
órgão acusatório e em flagrante contrariedade ao próprio dispositivo da sentença,
que determinara expressamente que o início da pena ocorresse “após o trânsito em
julgado” e contra o qual não se insurgiu o Ministério Público, sinalizam fortemente
para a verossimilhança do direito alegado" (fl. 5).

Por outro lado, o fumus boni iuris encontrar-se-ia na viabilidade


recursal, consistente em "violação da correlação entre acusação e sentença, falta de
fundamentação na dosimetria da pena, inadequação típica da conduta, e, ainda, a
indicação de omissão reiterada e deliberada na apreciação destas mesmas matérias

Documento: 80507648 - Despacho / Decisão - Site certificado - DJe: 28/02/2018 Página 1 de 3

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Superior Tribunal de Justiça
amplamente arguidas e prequestionadas desde a origem pela defesa" (fl. 4).

Pugnam, ao final, pela concessão de efeito suspensivo para sustar o


início da execução provisória da pena até ulterior julgamento do mérito da presente
medida acautelatória.

A liminar foi deferida às fls. 2164-2167, para sustar o início da execução


provisória da pena até ulterior julgamento final do presente pedido de tutela
provisória.

É o relatório.

Decido.

O pedido está prejudicado.

Com efeito, o Recurso Especial 1.449.193/CE, do qual esta tutela


provisória é incidental, foi julgado monocraticamente, tendo sido conhecido em parte
e, na extensão, desprovido. No dia 20 de fevereiro deste ano, a col. Quinta Turma
deste Superior Tribunal de Justiça julgou o agravo regimental naquele feito, negando
provimento ao recurso para manter os fundamentos do decisum monocrático.

Em tal contexto, verifico que o presente pedido perdeu o objeto, em


razão da superveniência da decisão de mérito proferida nos autos da ação principal.
Nesse sentido:

"AGRAVO REGIMENTAL NA MEDIDA CAUTELAR.


EFEITO SUSPENSIVO A ARESP. SUPERVENIENTE JULGAMENTO.
PERDA DO OBJETO.
I - A jurisprudência desta Corte é firme no sentido de que,
uma vez apreciado o recurso cujo efeito suspensivo se visa atribuir, fica
prejudicada a medida cautelar.
II - O agravo em recurso especial cuja presente medida
cautelar é dependente foi apreciado em 27/5/2016. Na oportunidade,
conheci do agravo, para dar parcial provimento ao recurso especial
fixando o regime aberto para o início do cumprimento da pena imposta
ao agravante.
III - Agravo regimental prejudicado.
(AgInt na MC 25.653/SC, Quinta Turma, Rel. Min.
Reynaldo Soares da Fonseca, DJe de 26/09/2016).
Documento: 80507648 - Despacho / Decisão - Site certificado - DJe: 28/02/2018 Página 2 de 3

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Superior Tribunal de Justiça

Ante o exposto, com fulcro no art. 34, XI, do RISTJ, julgo prejudicada a
tutela provisória e a liminar outrora deferida.

P. e I.

Brasília (DF), 22 de fevereiro de 2018.

Ministro Felix Fischer


Relator

Documento: 80507648 - Despacho / Decisão - Site certificado - DJe: 28/02/2018 Página 3 de 3


Processo: 0805802-55.2016.4.05.8100
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Identificador:
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Superior Tribunal de Justiça
AgRg no RECURSO ESPECIAL Nº 1.449.193 - CE (2014/0091750-6)

RELATOR : MINISTRO FELIX FISCHER


AGRAVANTE : FRANCISCO DEUSMAR DE QUEIROS
AGRAVANTE : JERÔNIMO ALVES BEZERRA
AGRAVANTE : GERALDO DE LIMA GADELHA FILHO
AGRAVANTE : IELTON BARRETO DE OLIVEIRA
ADVOGADO : MARCELO LEAL DE LIMA OLIVEIRA E OUTRO(S) -
DF021932
AGRAVADO : MINISTÉRIO PÚBLICO FEDERAL
EMENTA

PENAL. AGRAVO REGIMENTAL NO RECURSO ESPECIAL.


NEGOCIAÇÃO DE TÍTULOS OU VALORES MOBILIÁRIOS SEM
AUTORIZAÇÃO PRÉVIA. ADEQUAÇÃO TÍPICA DA CONDUTA.
REEXAME DO CONJUNTO FÁTICO-PROBATÓRIO. IMPOSSIBILIDADE.
SÚMULA 7/STJ. DOSIMETRIA. PENA-BASE ACIMA DO MÍNIMO LEGAL.
CIRCUNSTÂNCIAS JUDICIAS. FUNDAMENTAÇÃO IDÔNEA. DISSÍDIO
JURISPRUDENCIAL. NÃO COMPROVAÇÃO. DECISÃO MANTIDA.
I - As conclusões do eg. Tribunal de origem a respeito da adequação
típica da conduta não podem ser alteradas sem nova incursão no conjunto de
fatos e provas colacionado aos autos. Tal providência não é viável em sede de
recurso especial, a teor do enunciado sumular n. 7 desta Corte.
II - A dosimetria da pena, quando imposta com base em elementos
concretos e observados os limites da discricionariedade vinculada atribuída ao
magistrado sentenciante, impede a revisão da reprimenda por esta Corte
Superior, exceto se for constatada evidente desproporcionalidade entre o delito e
a pena imposta, hipótese em que caberá a reapreciação para a correção de
eventual desacerto quanto ao cálculo das frações de aumento e de diminuição e a
reavaliação das circunstâncias judiciais listadas no art. 59 do Código Penal.
III - In casu, o aumento da pena-base mostra-se, de fato, fundamentado,
pois considerados o modus operandi, a organização, o planejamento e a
estratégia na execução dos delitos, desempenhos por cada um dos agentes. Dessa
forma, o acórdão da origem consignou expressamente os motivos que
acarretaram a exasperação da pena-base, não havendo tampouco
desproporcionalidade no acréscimo.
IV - A interposição do recurso especial, com fulcro na alínea c do
permissivo constitucional exige o atendimento dos requisitos contidos no art.
1028, e § 1º do Código de Processo Civil, e no art. 255, § 1º, do Regimento
Interno do Superior Tribunal de Justiça, para a devida demonstração do alegado
dissídio jurisprudencial, pois, além da transcrição de acórdãos para a
comprovação da divergência, é necessário o cotejo analítico entre o aresto
recorrido e o paradigma, com a constatação da identidade das situações fáticas
e a interpretação diversa emprestada ao mesmo dispositivo de legislação
Documento: 80679228 - EMENTA / ACORDÃO - Site certificado - DJe: 26/02/2018 Página 1 de 2

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Superior Tribunal de Justiça
infraconstitucional, situação que não ocorreu no presente caso.
Agravo regimental desprovido.

ACÓRDÃO

Vistos, relatados e discutidos os autos em que são partes as acima


indicadas, acordam os Ministros da Quinta Turma do Superior Tribunal de Justiça,
por unanimidade, negar provimento ao agravo regimental.
Os Srs. Ministros Jorge Mussi, Reynaldo Soares da Fonseca e Joel Ilan
Paciornik votaram com o Sr. Ministro Relator.
Impedido o Sr. Ministro Ribeiro Dantas.

Brasília (DF), 20 de fevereiro de 2018 (Data do Julgamento).

Ministro Felix Fischer


Relator

Documento: 80679228 - EMENTA / ACORDÃO - Site certificado - DJe: 26/02/2018 Página 2 de 2


Processo: 0805802-55.2016.4.05.8100
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Assinado eletronicamente.
MARCIO ANDRADE A Certificação
TORRES Digital pertence a: Marcelo Leal de Lima Oliveira - Advogado
- Procurador Num. 10536628 - Pág. 20
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Data e hora da assinatura: 12/03/2018 10:43:36
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Processo: 0805802-55.2016.4.05.8100
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ANASTACIO JORGE A Certificação
MATOS Digital pertence
DE SOUSA a: Marcelo- Advogado
MARINHO Leal de Lima Oliveira - Advogado Num. 10536628 - Pág. 21
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Identificador:
Número do documento: 4058100.3406913
18031417122439800000010518729
Para conferência da autenticidade do documento: https://pje.jfce.jus.br/pje/Processo/ConsultaDocumento/listView.seam 278/364
1/1
EXCELENTÍSSIMO JUIZ FEDERAL DA 12ª VARA DA SEÇÃO JUDICIÁRIA
DO ESTADO DO CEARÁ

Ref. Execução Provisória nº 0805802-55.2016.4.05.8100

FRANCISCO DEUSMAR DE QUEIROS, já qualificado nos autos do processo


em epígrafe, por seus advogados, comparece à presença de Vossa
Excelência, em face do pedido de execução provisória da condenação que
lhe foi imposta para expor e requerer o quanto segue:

1. O Sentenciado foi condenado pela suposta prática dos


crimes previstos nos artigos 7º, IV, da Lei nº 7.492/86 e 27-C da Lei nº
6.385/76, ocorridos entre os anos de 2000 e 2006.

2. Em sede de Apelação, o TRF da 5ª Região, afastou a


condenação em relação ao crime previsto no artigo 27-C da Lei nº 6.385/76.

3. Embora tenha o Ministério Público se contentado com o


resultado alcançado, operando-se o trânsito em julgado para a acusação, o
Sentenciado interpôs Recurso Especial.

4. Determinada a prisão do Sentenciado, com fulcro no que


decidiu o Supremo Tribunal Federal acerca da possibilidade da execução
provisória da pena após o exaurimento da instância ordinária, a defesa
ingressou com pedido de tutela provisória perante o Superior Tribunal de
Justiça, cuja liminar foi deferida em face da plausibilidade do direito invocado.

Assinado eletronicamente. A Certificação Digital pertence a: Marcelo Leal de Lima Oliveira - Advogado Num. 10536628 - Pág. 22
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1/6
5. Surpreendeu-se a defesa, no entanto, com posterior decisão
monocrática, negando provimento ao Recurso Especial e, em seguida, o
reconhecimento da prejudicialidade da medida cautelar.

6. Embora mencionadas decisões tenham sido objeto dos


recursos cabíveis à espécie, o Ministério Público requereu a este juízo a
execução provisória da pena que, se deferida, acarretará gravíssimo prejuízo
ao Sentenciado, por patente violação ao princípio do non reformatio in pejus.

7. Por fim, oportuno afirmar que embora este juízo já tenha sido
provocado quanto a mencionada violação, jamais sobre elas se posicionou
em razão da decisão proferida pelo STJ nos autos do pedido de tutela
provisória.

8. Assim, mais uma vez, se demonstram as razões pelas quais


o pedido do Ministério Público há de ser indeferido. Vejamos:

I – DA NECESSIDADE DE TRÂNSITO EM JULGADO ESTABELECIDA NO


TÍTULO EXECUTIVO – IMPOSSIBILIDADE DE REFORMATIO IN PEJUS

9. O que se discute neste momento processual em nada se


relaciona com a (in)constitucionalidade da execução provisória da pena.

10. Trata-se, em realidade, de simples, porém, importantíssimo,


pedido de cumprimento do princípio do non reformatio in pejus e garantia da
segurança jurídica advindas de decisões proferidas em processos penais,
das quais deixe de recorrer a acusação.

11. No caso em tela, não é possível o início da execução


provisória da pena, porque o cumprimento da reprimenda está diretamente
condicionado ao trânsito em julgado do processo.

12. É que a sentença, título executivo, foi expresso em afirmar


que a prisão dos sentenciados deveria ocorrer apenas “após o trânsito em
julgado da sentença”. Confira-se:

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280/364
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4/6
18. Em outras palavras, se a sentença condenatória
expressamente afirma que o cumprimento da pena deve se dar apenas com
o trânsito em julgado, não havendo recurso por parte do Ministério Público, é
expressamente vedado ao judiciário impor a prisão cautelar do Sentenciado.

19. O próprio Supremo Tribunal Federal, aliás, vem garantindo a


aplicação do princípio do non reformatio in pejus, condicionando o
recolhimento a prisão ao trânsito em julgado para ambas as partes, nos
casos que assim prevê o título executivo, sem que, com isso, se possa
afirmar o descumprimento do precedente emanado por aquela Corte.

20. Nesse sentido, recentíssima a decisão proferida pelo Min.


CELSO DE MELLO, nos autos do HC nº 152.974/SP, publicada em 06 de
março de 2018:

“Tem-se entendido, nesta Suprema Corte, que, em situações


como a ora em exame, em que o Ministério Público sequer se
insurgiu contra o pronunciamento do órgão judiciário “a quo”
que garantiu ao paciente o direito de recorrer em liberdade,
não pode o Tribunal de superior jurisdição suprimir esse
benefício, em detrimento do condenado, sob pena de ofensa
à cláusula final inscrita no art. 617 do Código de Processo
Penal:
“(…) POSSÍVEL OFENSA AO PRINCÍPIO QUE VEDA A
‘REFORMATIO IN PEJUS’ (CPP, ART. 617, ‘in fine’),
POIS O TRIBUNAL DE INFERIOR JURISDIÇÃO
ORDENOU QUE SE PROCEDESSE, EM PRIMEIRO
GRAU, À IMEDIATA EXECUÇÃO ANTECIPADA DA
PENA, NÃO OBSTANTE ESSE COMANDO
HOUVESSE SIDO DETERMINADO EM RECURSO
EXCLUSIVO DO RÉU CONDENADO, A QUEM SE
ASSEGURARA, NO ENTANTO, EM MOMENTO
ANTERIOR, SEM IMPUGNAÇÃO RECURSAL DO
MINISTÉRIO PÚBLICO, O DIREITO DE AGUARDAR
EM LIBERDADE A CONCLUSÃO DO PROCESSO.
(…).” (HC 147.452/MG, Rel. Min. CELSO DE MELLO)”

21. Da mesma forma, os seguintes julgados: HC 135.951-


MC/DF, Rel. Min. RICARDO LEWANDOWSKI – HC 140.217-MC/DF, Rel.
Min. RICARDO LEWANDOWSKI – HC 142.012-MC/DF, Rel. Min. RICARDO
LEWANDOWSKI – HC 142.017-MC/DF, Rel. Min. RICARDO

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283/364
5/6
LEWANDOWSKI – HC 147.428-MC/MG, Rel. Min. CELSO DE MELLO – HC
148.122-MC/MG, Rel. Min. CELSO DE MELLO – HC 153.431/SP, Rel. Min.
CELSO DE MELLO.

II – DO PEDIDO

22. Ante o exposto, como garantia à segurança do jurisdicionado


às decisões proferidas pelo judiciário, bem como para assegurar a não
violação ao princípio do non reformatio in pejus, requer seja indeferido o
pedido de execução provisória formulado pelo Ministério Público, garantindo-
se ao Sentenciado o direito de aguardar em liberdade o trânsito em julgado
da ação penal a que responde.

P. deferimento.
Fortaleza, 12 de março de 2018.

Marcelo Leal de Lima Oliveiro


OAB/DF 21.932

Anastacio Marinho
OAB/CE 8.502

Processo: 0805802-55.2016.4.05.8100
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6/6
Supremo Tribunal Federal

MEDIDA CAUTELAR NO HABEAS CORPUS 152.974 SÃO PAULO

RELATOR : MIN. CELSO DE MELLO


PACTE.(S) : OSCAR VICTOR ROLLEMBERG HANSEN
IMPTE.(S) : ANTONIO NABOR AREIAS BULHOES E
OUTRO(A/S)
COATOR(A/S)(ES) : SUPERIOR TRIBUNAL DE JUSTIÇA

DECISÃO: Trata-se de “habeas corpus”, com pedido de medida liminar,


impetrado contra decisão que, emanada do E. Superior Tribunal de Justiça,
restou consubstanciada em acórdão assim ementado:

“RECURSOS ESPECIAIS. ADMISSIBILIDADE. ÓBICES


PRELIMINARES. DENÚNCIA ANÔNIMA. INEXISTÊNCIA.
MINISTÉRIO PÚBLICO. INVESTIGAÇÃO. NULIDADE DO
PROCEDIMENTO INVESTIGATÓRIO. SIGILO FISCAL E
TELEFÔNICO. QUEBRA. NULIDADES. PERSECUÇÃO
PENAL. ELEMENTOS DE INFORMAÇÃO NÃO
UTILIZADOS PARA DEFLAGRAÇÃO DO PROCESSO
PENAL. MATÉRIAS ANALISADAS EM ‘HABEAS CORPUS’.
SUPERAÇÃO. ATIPICIDADE. NÃO OCORRÊNCIA.
NULIDADES NA INSTRUÇÃO CRIMINAL. NÃO
CONFIGURAÇÃO. OMISSÃO DO ACÓRDÃO.
IMPROCEDÊNCIA. DOSIMETRIA. FLAGRANTE
ILEGALIDADE. RECURSOS ESPECIAIS CONHECIDOS
PARA REDUZIR AS PENAS IMPOSTAS. CONCESSÃO DE
‘HABEAS CORPUS’, DE OFÍCIO, PARA CORRÉUS EM
IDÊNTICA SITUAÇÃO.”
(REsp 1.639.698/SP, Red. p/ o acórdão Min. ROGERIO
SCHIETTI CRUZ – grifei)

Busca-se, em sede liminar, a suspensão cautelar de eficácia do ato que


determinou a execução provisória da condenação penal imposta ao ora paciente.

Sendo esse o contexto, passo a apreciar o pleito em causa.

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285/364
1/7
Supremo Tribunal Federal

HC 152974 MC / SP

Como se sabe, o Supremo Tribunal Federal, a partir da decisão


proferida no HC 126.292/SP e com apoio em sucessivos julgados
emanados do Plenário desta Corte Suprema (ADC 43-MC/DF e ADC 44-
-MC/DF), inclusive em sede de repercussão geral (ARE 964.246-RG/SP), veio
a firmar orientação no sentido da legitimidade constitucional da execução
provisória da pena.

Ao participar dos julgamentos que consagraram os precedentes


referidos, integrei a corrente minoritária, por entender que a tese da
execução provisória de condenações penais ainda recorríveis transgride, de
modo frontal, a presunção constitucional de inocência, que só deixa de
subsistir ante o trânsito em julgado da decisão condenatória (CF, art. 5º,
LVII).

Antes desse momento – é preciso advertir –, o Estado não pode tratar


os indiciados ou os réus como se culpados fossem. A presunção de
inocência impõe, desse modo, ao Poder Público um dever de tratamento
que não pode ser desrespeitado por seus agentes e autoridades, como vinha
advertindo, em sucessivos julgamentos, esta Corte Suprema (HC 96.095/SP,
Rel. Min. CELSO DE MELLO – HC 121.929/TO, Rel. Min. ROBERTO
BARROSO – HC 124.000/SP, Rel. Min. MARCO AURÉLIO –
HC 126.846/SP, Rel. Min. TEORI ZAVASCKI – HC 130.298/SP, Rel. Min.
GILMAR MENDES, v.g.):

“(…) O POSTULADO CONSTITUCIONAL DA


PRESUNÇÃO DE INOCÊNCIA IMPEDE QUE O ESTADO
TRATE, COMO SE CULPADO FOSSE, AQUELE QUE AINDA
NÃO SOFREU CONDENAÇÃO PENAL IRRECORRÍVEL

– A prerrogativa jurídica da liberdade – que possui


extração constitucional (CF, art. 5º, LXI e LXV) – não pode ser
ofendida por interpretações doutrinárias ou jurisprudenciais que,

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286/364
2/7
Supremo Tribunal Federal

HC 152974 MC / SP

fundadas em preocupante discurso de conteúdo autoritário,


culminam por consagrar, paradoxalmente, em detrimento de
direitos e garantias fundamentais proclamados pela Constituição da
República, a ideologia da lei e da ordem.
Mesmo que se trate de pessoa acusada da suposta prática de
crime hediondo, e até que sobrevenha sentença penal condenatória
irrecorrível, não se revela possível – por efeito de insuperável
vedação constitucional (CF, art. 5º, LVII) – presumir-lhe a
culpabilidade.
Ninguém pode ser tratado como culpado, qualquer que seja
a natureza do ilícito penal cuja prática lhe tenha sido atribuída, sem
que exista, a esse respeito, decisão judicial condenatória transitada
em julgado.
O princípio constitucional da presunção de inocência, em
nosso sistema jurídico, consagra, além de outras relevantes
consequências, uma regra de tratamento que impede o Poder
Público de agir e de se comportar, em relação ao suspeito, ao
indiciado, ao denunciado ou ao réu, como se estes já houvessem sido
condenados, definitivamente, por sentença do Poder Judiciário.
Precedentes.”
(HC 93.883/SP, Rel. Min. CELSO DE MELLO)

Assinalo, para efeito de mero registro, que a exigência de trânsito em


julgado da condenação penal não representa peculiaridade do
constitucionalismo brasileiro, pois também encontra correspondência no
plano do direito comparado, como se vê, p. ex., da Constituição da República
Italiana (art. 27) e da Constituição da República Portuguesa (art. 32, n. 2).

São essas as razões que, em apertada síntese, levaram-me a sustentar,


em voto vencido, a tese segundo a qual a execução provisória (ou prematura)
da sentença penal condenatória revela-se frontalmente incompatível com o
direito fundamental do réu de ser presumido inocente até que sobrevenha
o efetivo e real trânsito em julgado de sua condenação criminal, tal como
expressamente assegurado pela própria Constituição da República (CF, art. 5º,
LVII).

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3/7
Supremo Tribunal Federal

HC 152974 MC / SP

Não foi por outro motivo que vim a conceder – é certo – medidas
cautelares em sede de “habeas corpus”, embora o fizesse somente
naquelas situações não reveladoras da necessidade de manter-se a prisão do
condenado, sempre segundo avaliação por mim efetivada em cada caso
examinado.

Ocorre, no entanto, que, enquanto não sobrevier alteração do


pensamento jurisprudencial desta Corte sobre o tema em causa, não tenho
como dele dissociar-me.

No que concerne, portanto, ao questionamento referente à execução


antecipada da pena, não obstante entenda tratar-se de medida
incompatível com o nosso modelo constitucional, que consagra, como
direito fundamental, a presunção de inocência (CF, art. 5º, inciso LVII), devo
observar o princípio da colegialidade, além de considerar, na espécie, o fato
de que se mostra iminente o julgamento final da ADC 43/DF e da
ADC 44/DF, de que é Relator o eminente Ministro MARCO AURÉLIO,
ocasião em que esta Corte reapreciará o tema da possibilidade
constitucional de efetivar-se a execução antecipada da sentença penal
condenatória.

Inacolhível, desse modo, sob a perspectiva que venho de expor,


a pretendida concessão de medida cautelar suspensiva da execução
provisória ora impugnada.

Cabe observar, contudo, que esta impetração sustenta-se em outro


fundamento, consistente na alegada transgressão, pelo Tribunal “ad quem”,
do postulado que veda a “reformatio in pejus” (CPP, art. 617, “in fine”).

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4/7
Supremo Tribunal Federal

HC 152974 MC / SP

Com efeito, o Desembargador Relator no E. Tribunal de Justiça do


Estado de São Paulo assegurou ao ora paciente o direito de aguardar em
liberdade a conclusão do processo em que proferida a condenação penal
que lhe foi imposta, havendo consignado, expressamente, em relação a
esse mesmo paciente, que o respectivo mandado de prisão somente
deveria ser expedido “Após o trânsito em julgado (…)”.

O E. Superior Tribunal de Justiça, entretanto, determinou, em recurso


exclusivo do réu, ora paciente, fosse instaurada, contra ele, a pertinente
execução provisória da condenação criminal.

Tem-se entendido, nesta Suprema Corte, que, em situações como a


ora em exame, em que o Ministério Público sequer se insurgiu contra o
pronunciamento do órgão judiciário “a quo” que garantiu ao paciente o
direito de recorrer em liberdade, não pode o Tribunal de superior
jurisdição suprimir esse benefício, em detrimento do condenado, sob pena de
ofensa à cláusula final inscrita no art. 617 do Código de Processo Penal:

“(…) POSSÍVEL OFENSA AO PRINCÍPIO QUE VEDA A


‘REFORMATIO IN PEJUS’ (CPP, ART. 617, ‘in fine’), POIS O
TRIBUNAL DE INFERIOR JURISDIÇÃO ORDENOU QUE SE
PROCEDESSE, EM PRIMEIRO GRAU, À IMEDIATA
EXECUÇÃO ANTECIPADA DA PENA, NÃO OBSTANTE ESSE
COMANDO HOUVESSE SIDO DETERMINADO EM
RECURSO EXCLUSIVO DO RÉU CONDENADO, A QUEM SE
ASSEGURARA, NO ENTANTO, EM MOMENTO ANTERIOR,
SEM IMPUGNAÇÃO RECURSAL DO MINISTÉRIO PÚBLICO,
O DIREITO DE AGUARDAR EM LIBERDADE A
CONCLUSÃO DO PROCESSO. (…).”
(HC 147.452/MG, Rel. Min. CELSO DE MELLO)

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5/7
Supremo Tribunal Federal

HC 152974 MC / SP

Vale consignar que se registram, no sentido que venho de expor,


diversas outras decisões proferidas no âmbito do Supremo Tribunal
Federal (HC 135.951-MC/DF, Rel. Min. RICARDO LEWANDOWSKI –
HC 140.217-MC/DF, Rel. Min. RICARDO LEWANDOWSKI – HC 142.012-
-MC/DF, Rel. Min. RICARDO LEWANDOWSKI – HC 142.017-MC/DF,
Rel. Min. RICARDO LEWANDOWSKI – HC 147.428-MC/MG, Rel. Min.
CELSO DE MELLO – HC 148.122-MC/MG, Rel. Min. CELSO DE
MELLO – HC 153.431/SP, Rel. Min. CELSO DE MELLO, v.g.).

Sendo assim, e tendo presentes as razões expostas, defiro o pedido de


medida liminar, para, até final julgamento deste “habeas corpus”, suspender,
cautelarmente, o início da execução da pena determinada nos autos do
REsp nº 1.639.698/SP, do E. Superior Tribunal de Justiça, restando
impossibilitada, em consequência, a efetivação da prisão de Oscar Victor
Rollemberg Hansen em decorrência da condenação criminal (ainda não
transitada em julgado) que lhe foi imposta no Processo-crime nº 0077446-
-88.2009.8.26.0576 (5ª Vara Criminal da comarca de São José do Rio
Preto/SP).

Caso referido paciente já tenha sido preso em razão da ordem


de execução provisória da pena imposta nos autos do Processo-
-crime nº 0077446-88.2009.8.26.0576 (5ª Vara Criminal da comarca de São
José do Rio Preto/SP), deverá ser ele posto imediatamente em liberdade,
se por al não estiver preso.

Comunique-se, com urgência, transmitindo-se cópia desta


decisão ao E. Superior Tribunal de Justiça (REsp nº 1.639.698/SP),
ao E. Tribunal de Justiça do Estado de São Paulo (Apelação
Criminal nº 0077446-88.2009.8.26.0576) e ao Juízo de Direito da
5ª Vara Criminal da comarca de São José do Rio Preto/SP (Processo-
-crime nº 0077446-88.2009.8.26.0576).

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6/7
Supremo Tribunal Federal

HC 152974 MC / SP

2. Ouça-se a douta Procuradoria-Geral da República sobre o mérito


da presente impetração.

Publique-se.

Brasília, 01 de março de 2018.

Ministro CELSO DE MELLO


Relator

7
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1/1
EXCELENTÍSSIMO JUIZ FEDERAL DA 12ª VARA DA SEÇÃO JUDICIÁRIA
DO ESTADO DO CEARÁ

Ref. Execução Provisória nº 0805802-55.2016.4.05.8100


PEDIDO DE RECONSIDERAÇÃO

FRANCISCO DEUSMAR DE QUEIROZ, já qualificado


nos autos do processo em epígrafe, por seus advogados, comparece à
presença de Vossa Excelência, em face do pedido de execução provisória da
condenação que lhe foi imposta e da decisão de V.Exa. datada de
14/03/2018 expor e requerer o quanto segue:

1. A defesa apresentou petição argumentando que o título


executivo representado pela sentença traria disposição expressa no sentido
de que o cumprimento da pena apenas poderia se dar após o trânsito em
julgado de eventual decisão condenatória, o que ainda não ocorreu, sob pena
de reformatio in pejus, uma vez não haver o Ministério Público recorrido.

2. V.Exa. despachou entendendo que não se trata na espécie


de reformatio in pejus porquanto já teria ocorrido o julgamento de segundo
grau, podendo ser executada a sentença, mesmo não tendo ocorrido o
transito em julgado da mesma conforme expressamente confirmado na
sentença e no pedido do Ministério Público.

3. Ocorre que V. Exa. entendeu que o fundamento da referida


petição seria o parágrafo 89 da sentença, no qual resta expresso que os
réus deveriam apelar em liberdade, quando, na verdade, o fundamento
consiste no disposto no parágrafo 90, o qual determina a remessa dos autos

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293/364
1/3
para a Vara Federal somente após o trânsito em julgado da sentença,
quando deverá ter início a execução da pena. Verbis:
90. Determino, ainda, imediatamente após o trânsito em julgado
desta sentença, a remessa dos autos à Vara Federal competente
para a execução da pena aqui aplicada.

4. A sentença, portanto, foi clara ao determinar que a execução


da pena somente se dará após o seu trânsito em julgado, não tendo o
Ministério Público recorrido.

5. Data vênia, diante de fatos novos, do próprio teor da


sentença ora discutido e do recente entendimento do STF, impõe-se a
reconsideração da Vossa decisão, conforme se demonstrará:

6. Na data de ontem, a 2ª Turma do Supremo Tribunal Federal,


ao julgar o HC 144.717, referendou o entendimento esposado pela defesa do
peticionante!

7. Aliás, é importante destacar que o caso foi desafetado do


Plenário exatamente porque se entendeu que esta matéria específica estaria
fora do alcance da discussão sobre a possibilidade ou não da prisão após
condenação de segundo grau.

8. Em que pese o acórdão não tenha sido publicado, o próprio


sítio eletrônico do STF traz a informação:

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294/364
2/3
9. Assim, ao tempo em que protesta pela juntada do acórdão,
assim que publicado, vem reiterar o pedido de que seja reconsiderada Vossa
Decisão, para não determinar a continuidade do feito, suspendendo a
execução até o transito em julgado do processo, conforme estabelecido na
sentença que transitou em julgado para o MPF, e na jurisprudência do
Supremo Tribunal Federal, garantindo-se ao Requerente o direito de
aguardar em liberdade o trânsito em julgado da ação penal a que responde.

P. deferimento.
Brasília, 14 de março de 2018.

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3/3
14/03/2018 Supremo Tribunal Federal

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2ª Turma revê decisão que enviou dois habeas corpus para o Plenário
13/03/2018 17h50 - Atualizado há um dia

A Segunda Turma do Supremo Tribunal (STF) decidiu rever as decisões que encaminharam para o Plenário,
em 20 de fevereiro último, dois Habeas Corpus (HCs 136720 e 144717) relatados pelo ministro Ricardo
Lewandowski. Na ocasião, os ministros entenderam que os casos discutiam a chamada execução provisória
da pena, tema que deve ser analisado pelo Plenário no julgamento de mérito das Ações Declaratórias de
Constitucionalidade (ADCs) 43 e 44.

No início da sessão desta terça-feira (13), o ministro Lewandowski levantou questão de ordem para relatar
que, no caso do HC 136720, houve uma decisão superveniente do Superior Tribunal de Justiça (STJ) no sentido
de determinar ao réu prestação de serviços à comunidade, o que levou a defesa a requerer a desistência do
HC. Como não há mais risco à liberdade, o ministro decidiu propor a desafetação do caso e, na sequência,
julgar prejudicada a impetração em razão do pedido de desistência. Acompanharam esse entendimento os
demais ministros presentes à sessão.

Já no HC 144717, que tramita sob segredo de justiça, o ministro explicou que a sentença garantiu ao réu o
direito de apelar em liberdade, decisão mantida em segunda instância (Tribunal de Justiça do Estado de Rio
Grande do Sul) e que não foi questionada pelo Ministério Público, que só veio a pedir a prisão no âmbito do
STJ. Para o relator, como há decisão com trânsito em julgado quanto ao direito de recorrer em liberdade, não
há relação com o caso a ser julgado pelo Plenário relativo à execução provisória da pena. Nesse processo,
acompanharam o relator os ministros Dias To oli e Gilmar Mendes. O ministro Edson Fachin divergiu,
votando pela manutenção da submissão do caso ao Pleno.

MB/AD

Leia mais:
20/02/2018 – 2ª Turma envia para o Plenário HCs que discutem execução penal após condenação em
segundo grau (http://portal.stf.jus.br/noticias/verNoticiaDetalhe.asp?idConteudo=370109)

Processo relacionado: HC 144717 (/processos/detalhe.asp?incidente=5202477)

Processo relacionado: HC 136720 (/processos/detalhe.asp?incidente=5041598)

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ATO COATOR

DECISÃO QUE DEU INÍCIO À EXECUÇÃO


PROVISÓRIA Nº 0805802-55.2016.4.05.8100

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Processo Judicial Eletrônico: https://pje.jfce.jus.br/pje/Painel/painel_usuario/documentoHTML.sea...

PROCESSO Nº: 0805802-55.2016.4.05.8100 - EXECUÇÃO PROVISÓRIA


EXEQUENTE: MINISTÉRIO PÚBLICO FEDERAL
CONDENADO: FRANCISCO DEUSMAR DE QUEIROS
ADVOGADO: Anastacio Jorge Matos De Sousa Marinho
12ª VARA FEDERAL - CE (JUIZ FEDERAL TITULAR)

DECISÃO

1. BREVE RELATO

Trata-se de execução provisória da pena imposta a FRANCISCO DEUSMAR DE QUEIROS,


condenado a 09 anos e 02 meses de reclusão em regime fechado, além de 250 dias-multa, estes
no valor de 10 salários mínimos vigentes à época dos fatos (pena fixada pelo Tribunal Regional
Federal da 5ª Região).

O Superior Tribunal de Justiça, em decisão monocrática, havia suspendido o início da execução


provisória da pena.

Permaneceu a execução suspensa, desde então.

O Ministério Público Federal requereu, novamente, o início da execução da pena, informando


que "o RESp 1.449.193/CE, que apoiava tal tutela provisória, foi julgado e desprovido".

Sobre o pedido do Ministério Público Federal se manifestou a defesa, ao argumento de que a


execução da pena implicaria em reformatio in pejus, pois o título executivo teria sido expresso
em afirmar que a prisão dos sentenciados deveria ocorrer apenas após o trânsito em julgado da
sentença.

É o relato necessário. DECIDO.

2. FUNDAMENTAÇÃO

Não é verdade a alegação da defesa, no sentido de que a sentença teria sido expressa ao afirmar
que os condenados somente poderiam ser presos após o trânsito em julgado. Muito pelo
contrário: a sentença foi explícita em indicar que os réus poderiam apelar em liberdade. Eis o
quanto consta da sentença:

89. Quanto ao eventual recurso de apelação, reconheço que, em razão da


inexistência de elementos ensejadores de recolhimento à prisão dos réus, que
se encontram soltos, considerando também que, no transcorrer da instrução,
ditos réus não agiram no sentido de dificultar a atividade jurisdicional,
entendo que os mesmos devem apelar em liberdade. (grifei)

A menção ao trânsito em julgado se deu apenas a título de providências finais burocráticas, no


sentido de que, após o trânsito em julgado, deveria ser expedida a respectiva guia de execução.
A propósito, o próprio Ministro Relator que havia concedido a suspensão da presente execução
já havia ponderado:

A expressão constante das sentenças condenatórias, ao determinar a


expedição de mandado de prisão após o trânsito em julgado, não opera coisa
julgada em favor do réu, de modo que tal fato não tem o condão de impedir
sua prisão no âmbito da execução provisória da pena. Este tipo de comando
sentencial, com efeito, consta do texto condenatório, em verdade, apenas
Assinado eletronicamente. A Certificação Digital pertence a: Marcelo Leal de Lima Oliveira - Advogado Num. 10536629 - Pág. 2
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Processo Judicial Eletrônico: https://pje.jfce.jus.br/pje/Painel/painel_usuario/documentoHTML.sea...

como norte para o início de cumprimento de pena, com advento do


trânsito em julgado, ou seja, tem por finalidade guiar o feito após o
julgamento definitivo dos recursos, da mesma forma como a
determinação de expedição de ofícios para inscrição no nome do rol de
culpados, as determinações para fins de suspensão de direitos políticos,
dentre outras diligências.

Sendo assim, ainda que se acolhesse a tese defensiva (no sentido de que o direito ao recurso em
liberdade faria coisa julgada material se não atacado pelo Ministério Público Federal), a qual
realmente vem encontrando algum apoio dentro do Supremo Tribunal Federal, especialmente de
Ministros que foram vencidos no julgamento a respeito da possibilidade de execução provisória
da pena, o caso concreto sob exame não se amolda faticamente à tese, porquanto, repita-se, a
sentença apenas assegurou o direito de apelar em liberdade.

De todo modo, o entendimento deste juízo é no sentido de que a execução provisória da pena
configura poder-dever do magistrado, que deve determiná-la quando constatado o esgotamento
das vias ordinárias de impugnação. Com efeito, é sabido que, ao decidir sobre o direito de
recorrer em liberdade, o juiz analisa apenas a presença ou não dos requisitos para decretação da
prisão preventiva - nada dispondo sobre a execução provisória da pena. Mas a execução
provisória em nada se relaciona a prisão preventiva e deve ser implementada mesmo que
ausentes os requisitos da segregação cautelar, já que, repito, a execução provisória não possui
natureza processual ou cautelar, mas sim de execução propriamente dita, ainda que provisória.

Ademais, não prospera a alegação de que a execução provisória seria "reformatio in pejus".
Ora, não se está alterando em nada o título judicial em desfavor dos réus. O comando
condenatório está sendo executado na exata medida em que proferido. A "reformatio in pejus"
somente ocorre quando um recurso piora a situação do acusado. E o recurso interposto em nada
o prejudicou. Muito pelo contrário: assegurou que o acusado permanecesse solto durante o
julgamento da apelação, tendo, portanto, melhorado a sua situação. Se não tivesse interposto o
recurso, a sentença teria sido imediatamente executada. A "reformatio in pejus" somente
ocorre quando o acusado possa afirmar algo como "seria melhor se eu não tivesse
recorrido...". E, no caso presente, o acusado pode dizer isso? Decerto não, pois, além de ter
tido sua pena reduzida, se manteve solto durante o julgamento da apelação.

São, portanto, dois momentos distintos e duas análises diversas: 1) quando profere a sentença, o
juiz verifica se estão ou não presentes os requisitos da prisão preventiva, e decide pela prisão do
sentenciado ou pelo recurso em liberdade; 2) quando determina a execução provisória, o juiz
analisa se está esgotada a via ordinária recursal, e decide pelo início da pena.

No caso sob exame, esgotada está a via recursal ordinária, pois já julgada a apelação do
executado, bem como o próprio recurso especial (este monocraticamente, ainda não transitado
em julgado). Acertado, pois, o início da execução provisória da pena, como determinado pelo
juízo da causa e requerido agora pelo Ministério Público Federal.

3. DISPOSITIVO

Pelo exposto, DEFIRO o pedido formulado pelo Ministério Público Federal e DETERMINO
o prosseguimento desta execução provisória, com início da pena imposta ao executado.

Expeça-se mandado de prisão. Considerando que o advogado do executado compareceu no


gabinete deste magistrado e solicitou que, pelas condições pessoais e sociais do réu, este
pudesse se apresentar espontaneamente para início do cumprimento da pena (na eventualidade
Assinado eletronicamente. A Certificação Digital pertence a: Marcelo Leal de Lima Oliveira - Advogado Num. 10536629 - Pág. 3
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Processo Judicial Eletrônico: https://pje.jfce.jus.br/pje/Painel/painel_usuario/documentoHTML.sea...

de deferimento do pedido do MPF), e tendo em vista que ele respondeu a todo o processo solto
e não demonstrou intenção de fuga, hei por bem acolher o pleito, pelo que DETERMINO que a
Polícia Federal somente dê cumprimento ao mandado após 24h do seu recebimento - lapso
durante o qual o executado deverá se apresentar perante a autoridade policial, sob pena de ser
preso onde for encontrado. Após a expedição do mandado de prisão, dê-se ciência ao advogado
do executado, por telefone.

Efetivada a prisão, fica desde já declinada a competência para a Justiça Estadual, devendo a
Secretaria expedir a respectiva guia de execução.

Cumpra-se com prioridade.

Fortaleza, CE, 14 de março de 2018.

Danilo Dias Vasconcelos de Almeida

Juiz Federal Substituto

Processo: 0805802-55.2016.4.05.8100
Assinado eletronicamente por: 18031310474427400000003413031
DANILO DIAS VASCONCELOS DE
ALMEIDA - Magistrado
Data e hora da assinatura: 14/03/2018 13:24:44
Identificador: 4058100.3408863

Para conferência da autenticidade do


documento:
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EMBARGOS DE DECLARAÇÃO OPOSTOS
NO RECURSO ESPECIAL N. 1.449.193 – CE

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EXCELENTÍSSIMO MINISTRO FÉLIX FISHER
DD. RELATOR DO RECURSO ESPECIAL N. 1.449.193 – CE

FRANCISCO DEUSMAR DE QUEIRÓS, JERÔNIMO ALVES


BEZERRA, GERALDO DE LIMA GADELHA FILHO e IELTON BARRETO DE
OLIVEIRA, todos já qualificados nos autos, à presença de Vossa Excelência
comparecem para, nos termos do art. 619 do Código de Processo Penal, bem
como no artigo 263 e seguinte do Regimento Interno desta Corte, opor os
presentes

EMBARGOS DE DECLARAÇÃO

fazendo-o nos pelas seguintes razões de fato e de direito:

I - BREVE HISTÓRICO PROCESSUAL

1. Os Embargantes foram condenados em primeiro grau pela


suposta prática dos crimes previstos nos artigos 7º, IV, da Lei nº 7.492/86 e 27-
C da Lei nº 6.385/76.

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2. Embora o Ministério Público tenha se contentado com os termos
da sentença, a defesa apelou dessa decisão, havendo a 3ª Turma do Tribunal
Regional da 5ª Região dado parcial provimento ao recurso para afastar a
condenação dos Requerentes em relação ao crime previsto no artigo 27-C da
Lei nº 6.385/76, bem como para reconhecer a prescrição em relação a parte das
condutas que lhes foram imputadas, restando os Agravantes condenados,
todavia, pela suposta prática do crime previsto no art. 7º da Lei 7.492/86.

3. Opostos, em duas oportunidades, embargos de declaração, o


acórdão foi mantido, ensejando a interposição de Recurso Especial pelas alíneas
“a” e “c” do artigo 105, III, da CF/88.

4. Em que pese admitido no Regional, o mencionado Recurso foi


conhecido em parte e nessa extensão rejeitado, por decisão monocrática. Contra
esta decisão foi interposto Agravo Regimental, ao qual foi negado provimento
em decisão assim ementada:

PENAL. AGRAVO REGIMENTAL NO RECURSO ESPECIAL.


NEGOCIAÇÃO DE TÍTULOS OU VALORES MOBILIÁRIOS
SEM AUTORIZAÇÃO PRÉVIA. ADEQUAÇÃO TÍPICA DA
CONDUTA. REEXAME DO CONJUNTO FÁTICO-
PROBATÓRIO. IMPOSSIBILIDADE. SÚMULA 7/STJ.
DOSIMETRIA. PENA-BASE ACIMA DO MÍNIMO LEGAL.
CIRCUNSTÂNCIAS JUDICIAS. FUNDAMENTAÇÃO IDÔNEA.
DISSÍDIO JURISPRUDENCIAL. NÃO COMPROVAÇÃO.
DECISÃO MANTIDA. I - As conclusões do eg. Tribunal de
origem a respeito da adequação típica da conduta não podem
ser alteradas sem nova incursão no conjunto de fatos e provas
colacionado aos autos. Tal providência não é viável em sede de
recurso especial, a teor do enunciado sumular n. 7 desta Corte.
II - A dosimetria da pena, quando imposta com base em
elementos concretos e observados os limites da
discricionariedade vinculada atribuída ao magistrado
sentenciante, impede a revisão da reprimenda por esta Corte
Superior, exceto se for constatada evidente
desproporcionalidade entre o delito e a pena imposta, hipótese
em que caberá a reapreciação para a correção de eventual
desacerto quanto ao cálculo das frações de aumento e de
diminuição e a reavaliação das circunstâncias judiciais listadas
no art. 59 do Código Penal. III - In casu, o aumento da pena-
base mostra-se, de fato, fundamentado, pois considerados o

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modus operandi, a organização, o planejamento e a estratégia
na execução dos delitos, desempenhos por cada um dos
agentes. Dessa forma, o acórdão da origem consignou
expressamente os motivos que acarretaram a exasperação da
pena-base, não havendo tampouco desproporcionalidade no
acréscimo. IV - A interposição do recurso especial, com fulcro na
alínea c do permissivo constitucional exige o atendimento dos
requisitos contidos no art. 1028, e § 1º do Código de Processo
Civil, e no art. 255, § 1º, do Regimento Interno do Superior
Tribunal de Justiça, para a devida demonstração do alegado
dissídio jurisprudencial, pois, além da transcrição de acórdãos
para a comprovação da divergência, é necessário o cotejo
analítico entre o aresto recorrido e o paradigma, com a
constatação da identidade das situações fáticas e a
interpretação diversa emprestada ao mesmo dispositivo de
legislação infraconstitucional, situação que não ocorreu no
presente caso. Agravo regimental desprovido.

5. Data venia, a mencionada decisão possui omissões e


contradições que devem ser aclaradas pelo presente recurso. Vejamos.

II – PRELIMINARMENTE: DA NULIDADE DO JULGANENTO DO AGRAVO


REGIMENTAL EM RAZÃO DA SURPRESA À DEFESA

6. Os advogados subscritores desta peça, acostumados que estão


a acompanhar julgamentos perante esta Corte cidadã e sabedores de que os
agravos regimentais independem de publicação, sendo levados em mesa,
permaneceram atentos à movimentação no sistema eletrônico de
acompanhamento processual, de molde a detectar a inclusão em mesa na
sessão, oportunidade em que se fariam presentes.

7. A presença dos Advogados, além de legitimar o julgamento, que


há de ser asseguradamente público, era necessária para o esclarecimento de
questões de ordem e de matéria fática.

8. No entanto, o processo foi levado a julgamento sem qualquer


aviso no sistema eletrônico disponível no sítio eletrônico, desobedecendo
a forma usual. Confira-se:

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9. Ora, não se esperava que fossem intimados ou que houvesse
publicação da pauta de julgamento, mas que apenas fosse assegurada a
possibilidade de, diligenciando os causídicos, pudessem ao menos
receber a informação acerca do julgamento.

10. No entanto, não havia nenhuma forma de fazê-lo, ainda que


extraoficialmente, nem por meio de telefonema ao Gabinete ou à Secretaria, nem

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mesmo por meio de presença física, pois o processo foi julgado sem sua
inclusão sequer na pauta que fora disponibilizada na própria Corte, no dia
da sessão, sendo levado literalmente sem qualquer sinalização.

11. Tal fato, portanto, além de surpreender as partes, os


Advogados e interessados, impediu não só a questão de ordem e o
esclarecimento de matéria fática, mas também que a defesa despachasse
memoriais com o próprio Relator e com os demais Ministros que compõem
a Turma.

12. Aliás, o Agravo Regimental já havia sido interposto contra


decisão monocrática, fato que também retirou da defesa o direito de exercer
a ampla defesa, realizando a sustentação oral do Recurso Especial perante
a Turma julgadora.

13. Evidentemente, a posterior submissão à apreciação da Turma


pela via forçada do Agravo Regimental não teve o condão de convalidar a
primeira violação ao princípio da colegialidade, seja em razão do próprio
âmbito de cognição do Recurso, seja, principalmente, em razão da ausência de
permissão para a realização de sustentação oral.

14. O Supremo Tribunal Federal já teve a oportunidade, em diversas


ocasiões, de consignar que a decisão prolatada de forma monocrática, em sede
de recurso especial, mormente quando denegatória, ofende de maneira frontal
o princípio da colegialidade.

15. Neste sentido, vale citar os seguintes julgados, dentre muitos:

“I - O habeas corpus deve ser apresentado ao colegiado após


seu regular processamento, sendo indevida a decisão
monocrática terminativa que examina o mérito da causa.
Hipótese de violação ao princípio da colegialidade. II - Ordem
concedida de ofício para anular a decisão atacada e determinar
a apreciação do mérito pelo colegiado competente. III - Habeas
Corpus prejudicado.”1

1STF, Primeira Turma, HC 100018, Relator Ministro RICARDO LEWANDOWSKI, DJ de


18/06/2010.

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“Habeas corpus. Decisão monocrática do Relator do Superior
Tribunal de Justiça concedendo parcialmente a ordem.
Precedentes da Suprema Corte. 1. O princípio da colegialidade
assentado pela Suprema Corte não autoriza o Relator a
denegar a ordem de habeas corpus enfrentando diretamente o
mérito da impetração. 2. Habeas corpus não conhecido. 3.
Ordem concedida de ofício.”2

16. Com efeito, o Regimento Interno do Superior Tribunal de Justiça,


em seu artigo 34, que cuida das atribuições do Relator, assim prevê em seu
inciso XX:

“b) negar provimento ao recurso ou pedido que for contrário a


tese fixada em julgamento de recurso repetitivo ou de
repercussão geral, a entendimento firmado em incidente de
assunção de competência, a súmula do Supremo Tribunal
Federal ou do Superior Tribunal de Justiça ou, ainda, a
jurisprudência dominante acerca do tema;”

17. Como se verá adiante, a hipótese colocada a julgamento no


Recurso Especial não se adequa à hipótese regimental, já que, ao contrário, a
jurisprudência é precisamente no sentido que o Recurso Especial invocava.

18. Assim, fazia-se necessário, como é óbvio, que o órgão colegiado


competente apreciasse, verificando, no caso concreto, se a moldura fática
incontroversa configurava um ou outro tipo penal.

19. A autorização para a prolação de decisões monocráticas, por


mais que se mostrem sedutoras diante da enorme sobrecarga a que
reconhecidamente estão submetidos os Tribunais Superiores, deve respeitar a
sistemática própria.

20. O julgamento monocrático do Recurso Especial pelo Relator,


obrigando o Recorrente a procurar a sua apreciação perante a Turma julgadora
por meio do Agravo Regimental restringiu, inegavelmente, importantíssimo
direito do Recorrente, que era o de ver seus argumentos apreciados diretamente
por seus julgadores, por meio de sustentação oral realizada por seus

2 STF, Primeira Turma, HC 95472, Realtor Ministro DIAS TOFFOLI, DJ de 23/04/2010.

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advogados.

21. Ora, ainda que tenha sido levado o feito a conhecimento


perante a Turma, pela via posterior do Agravo Regimental, não houve a
oportunidade de sustentação oral, pela própria natureza do recurso e por
expressa previsão regimental vedando-a (artigo 159 do Regimento Interno do
Superior Tribunal de Justiça3).

22. Eliminou-se, assim, de forma indireta, importantíssima


oportunidade de defesa.

23. O direito de sustentação, como expressão do direito à ampla


defesa, é vastamente reconhecido por aquela Corte Cidadã, que, em não poucas
oportunidades, anulou julgamentos para que os advogados pudessem realizar a
sustentação oral:

“HABEAS CORPUS. APELAÇÃO. DEFENSOR CONSTITUÍDO.


PEDIDO EXPRESSO DE SUSTENTAÇÃO ORAL DEFERIDO
PELA RELATORA. AUSÊNCIA DE INTIMAÇÃO PARA
SESSÃO DE JULGAMENTO. CERCEAMENTO DE DEFESA.
NULIDADE ABSOLUTA.
ORDEM CONCEDIDA.
1. A ausência de intimação do defensor constituído para a
sessão de julgamento do recurso de apelação, a despeito de
pedido expresso neste sentido anteriormente deferido,
impossibilitando-o de sustentar suas razões oralmente,
configura cerceamento de defesa.
2. Nulidade absoluta. Precedentes.
3. Ordem concedida para anular o julgamento da Apelação
Criminal n.º 2009.005490-7, em relação ao paciente
SEBASTIÃO LUCIVALDO MORAES CARRIL, a fim de que outro
seja procedido, com a devida ciência da defesa sobre a data da
realização do novo julgamento e em tempo hábil para o preparo
da sustentação oral pretendida.”4

“HABEAS CORPUS. REQUERIMENTO DA DEFESA DE


INTIMAÇÃO DA DATA DA SESSÃO DE JULGAMENTO. WRIT
JULGADO SEM A CIENTIFICAÇÃO DOS ADVOGADOS.
NULIDADE. ORDEM CONCEDIDA.

3 “Art. 159. Não haverá sustentação oral no julgamento de agravo, embargos declaratórios,
argüição de suspeição e medida cautelar”.
4 STJ, Quinta Turma, HC 220614, Rel. Min. JORGE MUSSI, DJ de 07/03/2012.

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1. A bem do prestígio da ampla defesa, a compreensão firmada
pelos Tribunais Superiores é a de que, requerida a intimação
da sessão de julgamento do habeas corpus para a realização
de sustentação oral, é imperiosa a sua realização, sob pena de
nulidade.
2. Ordem concedida para anular a assentada do prévio writ,
renovando-se o julgamento com a prévia intimação dos
impetrantes, para que possam realizar a sustentação oral.”5

24. O Superior Tribunal de Justiça já consingou que, mesmo


havendo vedação regimental, impõe-se a realização de sustentação oral
sempre que solicitada pelo advogado:

“HABEAS CORPUS. SUSTENTAÇÃO ORAL EM EXCEÇÃO DE


INCOMPETÊNCIA. PEDIDO NEGADO. CERCEAMENTO DE
DEFESA CARACTERIZADO. ORDEM CONCEDIDA.
1. O artigo 5º, LV, da Constituição Federal, assegura a todos o
direito ao contraditório e à ampla defesa, com os meios e
recursos a ela inerentes.
2. O impedimento do advogado para fazer a sustentação oral,
quando solicitada, mesmo fundamentado em norma regimental,
caracteriza cerceamento de defesa.
3. Ordem Concedida.”6

25. Mesmo assim, e a despeito dos precedentes de seu próprio


acervo, o Superior Tribunal de Justiça negou ao Embargante o direito à
sustentação oral a que teria direito acaso o Recurso Especial houvesse sido
levado, desde a primeira oportunidade, à apreciação do órgão colegiado.

26. Assim, se era direito seu a realização de sustentação oral, e


esse foi eliminado por ter sobrevindo decisão monocrática denegatória por
parte do Relator, decorre daí uma ilegalidade flagrante, passível, por tanto, de
anulação do julgamento.

27. Deste modo, a inclusão do Agravo em circunstâncias que


também impediam a presença das partes e advogados, causou surpresa,
deslegitimando o julgamento, além de trazer nulidade de natureza absoluta por

5STJ, HC 167932, Rel. Min. MARIA THEREZA, DJ de 01/02/2011.


6STJ, HC 111045, R el. Min. ADILSON VIEIRA MACABU (Desembargador Convocado do
TJ/RJ), DJ de 22/06/2012.

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malferir a garantia constitucional da ampla defesa.

28. Impediu até mesmo a arguição de nulidade como questão de


ordem no momento do julgamento, como é do dever profissional do advogado,
ou a apresentação de questão de ordem visando sustentar oralmente a questão.

29. Em razão de tais fatos e, considerando que a forma como foi


levado a julgamento o Agravo Regimental não atendeu à forma costumeira
adotada pela Corte, surpreendendo a defesa, requer-se, preliminarmente, a
anulação e reprodução do julgamento, após inclusão do feito ao menos no
sistema eletrônico.

30. Por ser matéria de ordem pública, relativa à nulidade de natureza


absoluta, é dever desta Corte a sua apreciação até mesmo de ofício, e em
qualquer via recursal, sob pena de flagrante ilegalidade, com grave reflexo
inclusive sobre a liberdade de locomoção dos Embargantes, contra quem se dará
imediato início à execução da pena.

III- DO MÉRITO DOS EMBARGOS

III.1. – FLAGRANTE OMISSÃO: DA AUSÊNCIA DE FUNDAMENTAÇÃO


QUANTO À PRINCIPAL TESE VERSADA NO AGRAVO REGIMENTAL

31. No que diz respeito ao Agravo Regimental, a principal tese de


defesa era exatamente de inaplicabilidade da Súmula 7 desta Corte pela
desnecessidade de revolvimento fático probatório.

32. No ponto, o Agravo Regimental afirmava ser desnecessário o


revolvimento fático probatório para a análise do mérito do Recurso Especial por
dois fundamentos diversos.

33. Quanto à inadequação típica, afirmou-se, em suma, que bastaria


a análise da descrição de conduta contida na denúncia para se realizar a
submissão típica, razão pela qual não seria necessário revolver o conjunto fático

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probatório.

34. Esta questão, no entanto, não foi apreciada no recurso que se


limitou a dizer que o REsp dependeria de análise de fatos e provas, sem, no
entanto, considerar a tese da defesa.

35. Da mesma forma, no que diz respeito à dosimetria, a abordagem


feita no Agravo Regimental demonstrava que a discussão estava restrita à
inidoneidade dos fundamentos utilizados para considerar as
circunstâncias judiciais desfavoráveis, e não no questionamento a
existência destes fatos.

36. A pena foi fixada com base em fundamentos que a


jurisprudência desta Corte há muito vem rechaçando, como foi o caso da
utilização da “plena e elevada consciência da antijuridicidade dos atos” para
aumentar a pena-base dos Embargantes. Isto é, independentemente dos
fatos, não é possível utilizar o próprio conceito de culpabilidade para
implicar em majoração da pena.

37. Portanto, a matéria não dependia de revolvimento fático


probatório. No entanto, esta tese defensiva também não foi apreciada no
julgamento do Agravo.

38. Na prática, todos os argumentos exclusivamente técnicos


trazidos no Agravo Regimental foram desconsiderados, como se o recurso
sequer existisse.

39. A simples afirmação de que a discussão travada no Recurso


Especial demanda análise fático probatória, sem o enfrentamento dos
argumentos trazidos pela defesa que afastam esta hipótese, caracteriza
flagrante omissão que deve ser corrigida pela presente via.

40. Nem se venha dizer que não seria necessário enfrentar todas as
questões trazidas pela parte e que por isso a decisão estaria adequadamente

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fundamentada.

41. Como lecionam DIDIER JR., OLIVEIRA E BRAGA 7, “esse


entendimento jurisprudencial – que já virou um jargão no âmbito dos tribunais
– vem sendo utilizado para justificar a desnecessidade de análise das
alegações da parte mesmo nos casos em que a sua tese foi rejeitada. Esse
mau costume constitui não apenas um erro técnico como também uma forma
de aniquilar o direito de ação e as garantias do contraditório e da ampla
defesa”.

42. Na verdade, o dever de fundamentar as decisões judiciais


previsto no inciso IX do art. 93 da Constituição Federal não permite que esta
fundamentação seja desconectada da discussão trazida pelas partes.

43. Exatamente por isso, o § 1º do art. 489 do Código de Processo


Civil, aplicável supletivamente ao processo penal, dispôs que:

§ 1o Não se considera fundamentada qualquer decisão judicial,


seja ela interlocutória, sentença ou acórdão, que:
I - se limitar à indicação, à reprodução ou à paráfrase de ato
normativo, sem explicar sua relação com a causa ou a questão
decidida;
II - empregar conceitos jurídicos indeterminados, sem explicar o
motivo concreto de sua incidência no caso;
III - invocar motivos que se prestariam a justificar qualquer outra
decisão;
IV - não enfrentar todos os argumentos deduzidos no
processo capazes de, em tese, infirmar a conclusão adotada
pelo julgador;
V - se limitar a invocar precedente ou enunciado de súmula,
sem identificar seus fundamentos determinantes nem
demonstrar que o caso sob julgamento se ajusta àqueles
fundamentos;
VI - deixar de seguir enunciado de súmula, jurisprudência ou
precedente invocado pela parte, sem demonstrar a existência de
distinção no caso em julgamento ou a superação do
entendimento.

7DIDIER JR., Fredie; OLIVEIRA, Rafael Alexandria de; BRAGA, Paula Sarno. In Comentários
ao Novo Código de Processo Civil (Coordenação Antonio do Passo Cabral e Ronaldo
Cramer). Rio de Janeiro: Forense, 2015. P. 715.

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44. No caso, não basta à decisão dizer que o enfrentamento da
matéria importa em violação à Súmula 7 do STJ sem enfrentar os principais
argumentos da defesa no sentido de que bastaria a análise da narrativa fática da
denúncia para se fazer a adequação típica ou que não é necessário mais do que
a leitura da sentença para se perceber o equívoco da fundamentação de
dosimetria.

45. A fundamentação idônea, neste caso, exigiria que esta Corte se


debruçasse sobre o argumento de defesa para refutá-lo, esclarecendo porque
não seria suficiente a leitura da denúncia, sem revolvimento de provas para a
análise da tipicidade ou porque seria necessário revolver provas para se analisar,
por exemplo, se foi ferido o princípio da individualização da pena, quando basta
se comparar a fundamentação da sentença para se perceber que ela foi idêntica
para todos os réus.

46. Em outras palavras, o juiz não pode deixar de apreciar todos os


argumentos da parte vencida que possam, em tese, influenciar o resultado do
processo, pois o contraditório substancial, caracterizado pelo binômio influência
e não-surpresa, confere às partes o poder de participarem do processo,
influenciando o seu resultado, e impede o juiz de decidir sem levar em
consideração os argumentos das partes para a construção desse resultado.

47. Com todo o respeito devotado a esta Corte, os argumentos


jurídicos apresentados para afastar a necessidade de revolvimento fático
probatório simplesmente foram ignorados na decisão vergastada, violando,
assim, o dever de motivação das decisões judiciais.

48. É neste sentido a lição de LUIZ GUILHERME MARINONI ao


afirmar que, “a sentença, por ser resultado do diálogo argumentativo,
obviamente deve justificar as razões pelas quais os argumentos de uma das
partes são rechaçados em prol da outra.

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49. A ausência desta fundamentação não apenas importa em
omissão, mas torna nula a própria decisão atacada.

50. Este Superior Tribunal de Justiça, no julgamento do Recurso


Especial 1622386/MT, que teve por Relatora a Ministra NANCY ANDRIGHI,
manifestou-se a esse respeito, afirmando que:

Conquanto o julgador não esteja obrigado a rebater, com


minúcias, cada um dos argumentos deduzidos pelas partes, o
novo Código de Processo Civil, exaltando os princípios da
cooperação e do contraditório, impõe-lhe o dever, dentre outros,
de enfrentar todas as questões capazes de, por si sós e em tese,
infirmar a sua conclusão sobre os pedidos formulados, sob pena
de se reputar não fundamentada a decisão proferida (art. 489, §
1º, IV).

51. O Supremo Tribunal Federal já teve oportunidade de se debruçar


sobre o tema, afirmando:

Se o exame de algum fundamento possível seria idôneo, por si


só, a influenciar o resultado do julgamento, não é lícito ao
colegiado deixar de ponderá-lo. Esta é exigência direta do
postulado da inteireza da motivação, corolário da garantia
constitucional da fundamentação necessária das decisões (CF,
art. 93, IX), como bem observa Cândido Rangel Dinamarco. Só
se cumpre o mandamento constitucional, quando o órgão
judicante se não omita sobre questões cujo deslinde possa levá-
lo a decidir de maneira diferente8.

52. Assim, não tendo a decisão atacada enfrentado os fundamentos


recursais da defesa, não há dúvida quanto à sua omissão, tampouco quanto à
correção do apontado vício pela via dos Embargos de Declaração, inclusive com
a possibilidade de se dar a eles efeitos modificativos.

53. Não se trata, portanto, de mero descontentamento com o


teor do julgado, simplesmente pelo fato de que o Recurso Especial não teve
seu teor apreciado!

8 STF, Pleno, ADPF 79-AgR, Rel. Min. Cezar Peluso, DJ de 17.8.2007.

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IV – DAS TESES DEFENSIVAS NÃO ANALISADAS NO ACÓRDÃO
ATACADO

IV.1. DA INADEQUAÇÃO TÍPICA

54. A principal tese da defesa diz respeito à inadequação típica da


condenação. Em suma, o que se afirma é que a conduta descrita na denúncia
e pela qual os Embargantes foram condenados tem sua moldura fática no art.
27-E da lei 6.385/76 e não no art. 7º da lei 7.492/86.

55. Jamais, em qualquer trecho do Recurso Especial ou mesmo


do Agravo Regimental se mencionou qualquer aspecto fático ou
probatório.

56. Toda a discussão é exclusivamente jurídica e se resume em


saber se, dada a moldura fática descrita na denúncia e reconhecida na
sentença, que é incontroversa, a lei a ser aplicada para o caso é a 6.385/76
ou a 7.492/86.

57. A omissão contida no julgado atacado encontra-se justamente


no fato do acórdão não esclarecer porquê esta análise dependeria de
revolvimento de fatos e provas.

58. A transcrição de trechos do acórdão da origem que afirmam que


as provas dos autos demonstrariam um volume elevado e constante de compra
de ações diretamente a particulares por valores abaixo ao do mercado e a
posterior venda destas ações ou que confirmariam a atividade de garimpagem
de ações, não reflete o conteúdo do Recurso Especial.

59. É óbvio que toda decisão de Tribunais inferiores, por se tratarem


de Cortes de cassação, vai se referir a provas, já que a eles compete esta
análise.

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60. Os trechos citados, no entanto, nada dizem com o objeto do
Recurso Especial que se fundamenta na descrição típica trazida na própria
denúncia que, se não tivesse sido confirmada na instrução, geraria a absolvição
por falta de provas.

61. Tudo o que demonstram os trechos citados é que este fato foi
comprovado ao longo da instrução por ser incontroverso.

62. O fundamento do Recurso Especial, no entanto, repousa na


descrição fática contida na denúncia e não na sua confirmação pelas provas
dos autos.

63. Acaso o fato não restasse provado, os Embargantes teriam sido


absolvidos por ausência de materialidade ou autoria.

64. Esta, no entanto, não é a discussão travada no Recurso


Especial. O que se questiona no Resp é a lei a ser aplicada ao caso concreto,
a partir da descrição de conduta descrita na denúncia e reafirmada na sentença
condenatória, sem qualquer necessidade de se adentrar ao conjunto fático
probatório que, aliás, é incontroverso.

65. O que a defesa vem, desde sempre, afirmando, é que a conduta


de atuar no mercado de capitais sem registro da CVM encontra-se descrita no
art. 27-E da Lei 6.385/76, com a alteração introduzida pela 10.303/2001, e não
no art. 7º da Lei 7.492/86.

66. Como esta afirmação decorre da própria descrição do fato


feita na denúncia, não é necessário qualquer revolvimento fático ou probatório.

67. Ao contrário, o que a defesa vem afirmando é que, mesmo


admitindo-se a narrativa da acusação como verdadeira,
independentemente da análise de provas, o tipo penal aplicável não é

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aquele em que os Agravantes foram condenados.

68. A discussão, aliás, não passa sequer por saber se os


supostos prejuízos causados afetaram ou não o sistema financeiro
nacional, o que poderia demandar, minimamente o revolvimento de substrato
fático-probatório.

69. Esta análise, como se demonstrará é absolutamente


dispensável.

70. A pergunta que se propõe seja respondida por esta Corte é


simples: “Admitindo-se a narrativa fática da denúncia como verdadeira, a
conduta imputada aos Agravantes tipifica o crime previsto no art. 7º, inciso IV da
Lei 7.492/86, ou o delito do art. 27-E da Lei 6.385/76?”

71. A resposta deste questionamento não demanda qualquer


análise de fatos ou provas que pudesse atrair a incidência da Súmula 7 desta
Corte.

72. Sobre o tema, afirma a denúncia:

“Entre os anos de 2000 e 2006, a RENDA atuou irregularmente


e de maneira habitual no mercado de valores mobiliários,
desenvolvendo atividade conhecida como 'garimpagem de
ações’. Cuida-se, basicamente, de adquirir com deságio ações
de terceiros, em sua maioria pessoas físicas, para, em seguida,
dentro de um curto espaço de tempo, revendê-las em bolsa a
um preço superior, por intermédio da PAX” (e-STJ Fl.4)
(...)
“Sem que fosse registrada na CVM para essa finalidade,
essa corretora fez da mediação e da corretagem de valores
mobiliários fora da bolsa de valores sua principal e mais
lucrativa atividade durante os anos de 2000 a 2006” (e-STJ Fl.4)
(...)
“Ao desenvolver atividade diversa da que tinha por objeto,
praticando mediação ou corretagem de ações fora da bolsa de
valores, sem contar com a devida autorização da CVM para
tanto, a RENDA, por seus dirigentes acima qualificados, infringiu
o disposto no artigo 16, III e parágrafo único da Lei nº 6.385/76,

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que assim dispõe, in verbis:” “Artigo 16 - Depende de prévia
autorização da Comissão de Valores Mobiliários o exercício das
seguintes atividades: III - mediação ou corretagem de operações
com valores mobiliários; Parágrafo único. Só os agentes
autônomos e as sociedades com registro na Comissão poderão
exercer a atividade de mediação ou corretagem de valores
mobiliários fora da bolsa”. (e-STJ Fl.8)

73. Como se vê, a acusação é de que os Agravantes operavam duas


empresas, a RENDA e a PAX, utilizando a primeira para fazer a captação de
ações com grande deságio para posterior revenda pela segunda no mercado de
capitais. O crime estaria na ausência de autorização da empresa RENDA
para atuar neste mercado.

74. O tipo penal do art. 7º da Lei 7.492/86, no entanto, tipifica não


a ausência de autorização para operar no mercado de capitais, fato descrito
na denúncia, mas sim o comércio de títulos ou valores mobiliários falsos ou
falsificados, sem lastro ou garantia ou sem autorização prévia da
autoridade competente.

75. Dispõe o mencionado dispositivo legal:

Art. 7º Emitir, oferecer ou negociar, de qualquer modo, títulos ou


valores mobiliários:
I - falsos ou falsificados;
II - sem registro prévio de emissão junto à autoridade
competente, em condições divergentes das constantes do
registro ou irregularmente registrados;
III - sem lastro ou garantia suficientes, nos termos da legislação;
IV - sem autorização prévia da autoridade competente, quando
legalmente exigida:
Pena - Reclusão, de 2 (dois) a 8 (oito) anos, e multa.

76. Fácil perceber que os incisos se referem à parte final do caput


do artigo, títulos ou valores mobiliários e não aos verbos contidos na sua parte
inicial.

77. A confusão talvez se dê porque os incisos II e IV mencionem a


necessidade de manifestação da “autoridade competente”.

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78. Todavia, dependendo do título ou valor mobiliário negociado,
haverá uma dupla necessidade de autorização.

79. Com efeito, todo título ou valor mobiliário depende de prévio


registro e autorização para ser emitido ou negociado (art. 3º, da Lei 4.595/6410,
art. 21, da Lei nº 4.728/6511 e art. 19, da Lei nº 6.385/7612).

80. É possível, assim, existirem regras específicas para a emissão


ou negociação de determinados títulos ou valores mobiliários, como nos
seguintes casos: Art. 21, § 5º, da Lei nº 6.385/76; Art. 30, §2º, da Lei nº 6.404/76;
Art. 73, §4º, da Lei nº 6.404/76; Art. 3º, VI, da Lei nº 4.595/64; Art. 35. Parágrafo
único Lei 4.595/64.

81. Em suma, o que a lei tipifica como crime é a emissão,


oferecimento ou negociação de títulos ou valores mobiliários que não possuam
autorização prévia da autoridade competente, quando legalmente exigida e não
emitir, oferecer ou negociar títulos ou valores mobiliários sem possuir prévia
autorização.

82. Conforme esclarece o Professor THIAGO BOTTINO9, “o objeto


da proteção é a regularidade dos papéis negociados e não a regularidade de
quem os negocia”.

83. A acusação contida na denúncia, como visto acima, não recai


sobre a irregularidade dos papéis negociados, mas sim sobre a
irregularidade da empresa RENDA, que não teria autorização para negociar
papéis em bolsa.

84. Vale dizer, “jamais se imputou a qualquer pessoa física


(FRANCISCO DEUSMAR DE QUEIRÓS, GERALDO LIMA GADELHA, IELTON
BARRETO DE OLIVEIRA e JERÔNIMO ALVEZ BEZERRA) ou jurídica (PAX
e RENDA) a negociação com títulos ou valores mobiliários irregulares,
objeto de proteção dessa norma incriminadora”.

9 Idem.

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85. Por esta razão, a análise quanto à tipicidade no caso em
questão não depende de revolvimento de substrato fático ou probatório.

86. Por qualquer ângulo que se analise a presente questão, não há


dúvida quanto a incidência do art. 27-E da Lei 6.385/76 em detrimento do art. 7º,
inciso IV, da Lei 7.492/86, conforme se vê do quadro abaixo:

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IV.2. - DA DOSIMETRIA DA PENA – VIOLAÇÃO AOS ARTS. 59, 68 E 71 DO
CÓDIGO PENAL

87. É flagrante a violação do art. 68 do Código de Processo Penal


que estabelece o princípio da individualização da pena.

88. Esta constatação não depende do revolvimento de fatos ou


provas. Não é preciso revolver prova alguma para constatar a flagrante
ilegalidade causada pelo método “recorte e cola” (ctrl-c/ctrl-v) utilizado
pela sentença para igualar situações reconhecidamente distintas.

89. Não há dúvida, portanto, que a violação ao princípio da


individualização das penas torna a sentença nula neste ponto e demanda a
realização de nova dosimetria.

90. Da mesma forma, independe do revolvimento de fatos e provas


a alegação da má valoração da culpabilidade dos Agravantes para aumento de
pena.

91. Tudo o que afirma o Recurso Especial é que a pena foi


aumentada valorando-se a culpabilidade como “extremamente elevada” para o
Primeiro Agravante (FRANCISCO DEUSMAR DE QUEIRÓS) e “elevada”, para
os demais, sem qualquer outra ponderação a respeito, afirmando-se que os
Agravados teriam “plena e elevada consciência da ilicitude dos seus atos”.

92. Ora, afirmar que a culpabilidade é elevada ou extremamente


elevada não diz absolutamente nada! É expressão que serve indistintamente
para qualquer caso, genericamente tomado e esta constatação não depende
de revolvimento fático ou probatório!

93. Em momento algum diz a sentença porque a culpabilidade deve


ser exasperada. Qual a razão a faz ser considerada elevada ou extremamente
elevada? Esta pergunta simplesmente não pode ser respondida pela leitura da
sentença.

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94. Daí a apontada violação ao art. 381, inciso III, do Código de
Processo Penal que determina:

Art. 381. A sentença conterá:


(...)
III – A indicação dos motivos de fato e de direito em que se
fundar a decisão.

95. Reconhecer a inidoneidade deste fundamento para valorar


negativamente a culpabilidade independe do revolvimento do conjunto
fático probatório, não incidindo, também neste ponto, a Súmula 7 desta
Corte.

V – DOS PEDIDOS

96. Ante o exposto, requerem, preliminarmente, seja anulado o


julgamento do Agravo Regimental e reproduzido o julgamento pela Turma após
oportunizada a sustentação oral pela defesa técnica dos Embargantes.

97. No mérito, requerem seja suprida a omissão em que incorreu o


acórdão do Agravo Regimental, que deixou de analisar a matéria do recurso,
notadamente a desnecessidade de revolvimento fático para considerar a
inadequação típica, assim como a inidoneidade dos fundamentos usados para
agravar a pena base dos Embargantes.

P. deferimento.
Brasília, 26 de fevereiro de 2018.

Marcelo Leal de Lima Oliveira Thaís Aroca Datcho Lacava


OAB/DF 21.932 OAB/SP 234.563

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ANDAMENTO PROCESSUAL DO RECURSO
ESPECIAL N. 1.449.193 – CE

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14/03/2018 STJ - Consulta Processual

Superior Tribunal de Justiça

REsp nº 1449193 / CE (2014/0091750-6) autuado em 24/04/2014

Detalhes

PROCESSO: RECURSO ESPECIAL


RECORRENTE: FRANCISCO DEUSMAR DE QUEIROS
RECORRENTE: JERÔNIMO ALVES BEZERRA
RECORRENTE: GERALDO DE LIMA GADELHA FILHO
RECORRENTE: IELTON BARRETO DE OLIVEIRA
ADVOGADO: ANASTÁCIO JORGE MATOS DE SOUSA
MARINHO E OUTRO(S) - CE008502
ADVOGADO: ARIANO MELO PONTES - CE015593
ADVOGADO: TIAGO ASFOR ROCHA LIMA - CE016386
ADVOGADO: MARCELO LEAL DE LIMA OLIVEIRA E
OUTRO(S) - DF021932
ADVOGADO: CAIO CESAR VIEIRA ROCHA - CE015095
RECORRIDO : MINISTÉRIO PÚBLICO FEDERAL
LOCALIZAÇÃO: Entrada em GABINETE DO MINISTRO FELIX
FISCHER em 08/03/2018
TIPO: Processo eletrônico, com prioridade de
tramitação.
AUTUAÇÃO: 24/04/2014
NÚMERO ÚNICO: 0012628-43.2010.4.05.8100

RELATOR(A): Min. FELIX FISCHER - QUINTA TURMA


RAMO DO DIREITO: DIREITO PENAL
ASSUNTO(S): DIREITO PENAL, Crimes Previstos na
Legislação Extravagante, Crimes contra o
Sistema Financeiro Nacional.
TRIBUNAL DE ORIGEM: TRIBUNAL REGIONAL FEDERAL DA 5ª
REGIÃO
NÚMEROS DE ORIGEM: 00126284320104058100,
126284320104058100, 16272007,
200881000026810, 2762010, 9363.
1 volume, 6 apensos
ÚLTIMA FASE: 08/03/2018 (16:14) CONCLUSOS PARA
JULGAMENTO AO(À) MINISTRO(A) FELIX
FISCHER (RELATOR)

Fases

08/03/2018 16:14 Conclusos para julgamento ao(à) Ministro(a) FELIX


FISCHER (Relator) (51)
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14/03/2018 STJ - Consulta Processual

08/03/2018 01:06 MINISTÉRIO PÚBLICO FEDERAL intimado


eletronicamente da(o) Ementa / Acordão em
08/03/2018 (300104)

07/03/2018 14:20 Juntada de Petição de EMBARGOS DE DECLARAÇÃO


nº 82440/2018 (85)

01/03/2018 15:55 Juntada de Petição de CieMPF - CIÊNCIA PELO MPF


nº 92337/2018 (Juntada Automática) (85)

01/03/2018 15:55 Protocolizada Petição 92337/2018 (CieMPF -


CIÊNCIA PELO MPF) em 01/03/2018 (118)

26/02/2018 19:24 Ato ordinatório praticado (Petição 82440/2018


(EMBARGOS DE DECLARAÇÃO) recebida na
COORDENADORIA DA QUINTA TURMA) (11383)

26/02/2018 19:17 Protocolizada Petição 82440/2018 (EDcl -


EMBARGOS DE DECLARAÇÃO) em 26/02/2018
(118)

26/02/2018 05:53 Disponibilizada intimação eletrônica (Acórdãos)


ao(à) MINISTÉRIO PÚBLICO FEDERAL (300105)

26/02/2018 05:36 Publicado EMENTA / ACORDÃO em 26/02/2018


Petição Nº 676112/2017 - AgRg (92)

23/02/2018 18:49 Disponibilizado no DJ Eletrônico - EMENTA /


ACORDÃO (1061)

23/02/2018 10:06 Ato ordinatório praticado - Acórdão


encaminhado(a) à publicação - Petição Nº
676112/2017 - AgRg no REsp 1449193/CE -
Prevista para 26/02/2018 (11383)

20/02/2018 17:00 Recebidos os autos no(a) COORDENADORIA DA


QUINTA TURMA (132)

20/02/2018 13:36 Conhecido o recurso de FRANCISCO DEUSMAR DE


QUEIROS, JERÔNIMO ALVES BEZERRA, GERALDO DE
LIMA GADELHA FILHO e IELTON BARRETO DE
OLIVEIRA e não-provido,por unanimidade, pela
QUINTA TURMA Petição Nº 676112/2017 - AgRg no
REsp 1449193 (239)

20/02/2018 13:36 Proclamação Final de Julgamento: "A Turma, por


unanimidade, negou provimento ao agravo
regimental." Petição Nº 676112/2017 - AgRg no
REsp 1449193 (3001)

18/12/2017 02:13 MINISTÉRIO PÚBLICO FEDERAL intimado


eletronicamente da(o) Despacho / Decisão em
18/12/2017 (300104)

13/12/2017 15:56 Conclusos para julgamento ao(à) Ministro(a) FELIX


FISCHER (Relator) (51)

13/12/2017 15:49 Juntada de Petição de AGRAVO REGIMENTAL nº


676112/2017 (85)
Assinado eletronicamente. A Certificação Digital pertence a: Marcelo Leal de Lima Oliveira - Advogado Num. 10536633 - Pág. 3
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https://ww2.stj.jus.br/processo/pesquisa/?termo=1449193&aplicacao=processos.ea&tipoPesquisa=tipoPesquisaGenerica&chkordem=DESC&chk… 2/6
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14/03/2018 STJ - Consulta Processual

12/12/2017 07:08 Ato ordinatório praticado (Petição 676112/2017


(AGRAVO REGIMENTAL) recebida na
COORDENADORIA DA QUINTA TURMA) (11383)

11/12/2017 21:08 Protocolizada Petição 676112/2017 (AgRg -


AGRAVO REGIMENTAL) em 11/12/2017 (118)

07/12/2017 16:41 Juntada de Petição de CieMPF - CIÊNCIA PELO MPF


nº 667677/2017 (Juntada Automática) (85)

07/12/2017 16:41 Protocolizada Petição 667677/2017 (CieMPF -


CIÊNCIA PELO MPF) em 07/12/2017 (118)

06/12/2017 05:35 Disponibilizada intimação eletrônica (Decisões e


Vistas) ao(à) MINISTÉRIO PÚBLICO FEDERAL
(300105)

06/12/2017 05:24 Publicado DESPACHO / DECISÃO em 06/12/2017


(92)

05/12/2017 18:48 Disponibilizado no DJ Eletrônico - DESPACHO /


DECISÃO (1061)

04/12/2017 11:32 Conhecido em parte o recurso de FRANCISCO


DEUSMAR DE QUEIROS, JERÔNIMO ALVES
BEZERRA, GERALDO DE LIMA GADELHA FILHO e
IELTON BARRETO DE OLIVEIRA e não-provido
(Publicação prevista para 06/12/2017) (242)

01/12/2017 16:18 Recebidos os autos no(a) COORDENADORIA DA


QUINTA TURMA (132)

25/11/2016 18:47 Conclusos para julgamento ao(à) Ministro(a) FELIX


FISCHER (Relator) (51)

25/11/2016 17:48 Juntada de Petição de nº 591262/2016 (85)

25/11/2016 17:48 Recebidos os autos no(a) COORDENADORIA DA


QUINTA TURMA, após solicitados em 23/11/2016.
(132)

23/11/2016 11:27 Ato ordinatório praticado (Petição 591262/2016


(PETIÇÃO) recebida na COORDENADORIA DA
QUINTA TURMA) (11383)

23/11/2016 10:33 Protocolizada Petição 591262/2016 (PET -


PETIÇÃO) em 23/11/2016 (118)

27/10/2016 16:41 Conclusos para julgamento ao(à) Ministro(a) FELIX


FISCHER (Relator) (51)

27/10/2016 15:52 Juntada de Certidão : Certifico que foi incluído


advogado na autuação dos presentes autos,
conforme petição neles juntada (fls. 900/901) e
instruções decorrentes da Questão de Ordem
Especial na 29ª Sessão Ordinária da Quinta Turma,
realizada em 07/08/2008. (581)

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329/364
14/03/2018 STJ - Consulta Processual

27/10/2016 15:36 Juntada de Petição de


PROCURAÇÃO/SUBSTABELECIMENTO nº
533729/2016 (85)

27/10/2016 15:32 Recebidos os autos eletronicamente no(a)


COORDENADORIA DA QUINTA TURMA depois de
solicitados (132)

21/10/2016 11:02 Ato ordinatório praticado (Petição 533729/2016


(PROCURAÇÃO/SUBSTABELECIMENTO) recebida na
COORDENADORIA DA QUINTA TURMA) (11383)

21/10/2016 10:45 Protocolizada Petição 533729/2016 (PROC -


PROCURAÇÃO/SUBSTABELECIMENTO) em
21/10/2016 (118)

14/10/2015 11:39 Conclusos para julgamento ao(à) Ministro(a) FELIX


FISCHER (Relator) (51)

14/10/2015 10:54 Juntada de Petição de


PROCURAÇÃO/SUBSTABELECIMENTO nº
432111/2015 (85)

14/10/2015 10:31 Recebidos os autos no(a) COORDENADORIA DA


QUINTA TURMA (132)

05/10/2015 12:44 Ato ordinatório praticado (Petição 432111/2015


(PROCURAÇÃO/SUBSTABELECIMENTO) recebida na
COORDENADORIA DA QUINTA TURMA) (11383)

05/10/2015 10:46 Protocolizada Petição 432111/2015 (PROC -


PROCURAÇÃO/SUBSTABELECIMENTO) em
05/10/2015 (118)

03/09/2014 17:05 Conclusos para decisão ao(à) Ministro(a) FELIX


FISCHER (Relator) - pela SJD (51)

03/09/2014 15:07 Redistribuído por prevenção, em razão de sucessão,


ao Ministro FELIX FISCHER - QUINTA TURMA (36)

03/09/2014 14:37 Processo recebido para redistribuição por sucessão


(30075)

04/07/2014 11:20 Conclusos para julgamento ao(à) Ministro(a)


LAURITA VAZ (Relatora) (51)

03/07/2014 11:36 Juntada de Petição de PARECER DO MPF nº


221731/2014 (85)

03/07/2014 11:36 Recebidos os autos eletronicamente no(a)


COORDENADORIA DA QUINTA TURMA do Ministério
Público Federal c/ Parecer (132)

01/07/2014 07:45 Ato ordinatório praticado (Petição 221731/2014


(PARECER DO MPF) recebida na COORDENADORIA
DA QUINTA TURMA) (11383)

27/06/2014 21:13 Protocolizada Petição 221731/2014 (ParMPF -


PARECER DO MPF) em 17/06/2014 (118)
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06/05/2014 14:32 Autos com vista ao Ministério Público Federal


(30015)

06/05/2014 12:47 Recebidos os autos no(a) COORDENADORIA DA


QUINTA TURMA do Ministro Relator com r.despacho
determinando vista ao MPF (132)

24/04/2014 14:26 Conclusos para decisão ao(à) Ministro(a) LAURITA


VAZ (Relatora) - pela SJD (51)

24/04/2014 09:00 Distribuído por prevenção de Órgão Julgador à


Ministra LAURITA VAZ - QUINTA TURMA (26)

24/04/2014 07:12 Recebidos os autos eletronicamente no(a)


SUPERIOR TRIBUNAL DE JUSTIÇA do TRF5 -
TRIBUNAL REGIONAL FEDERAL DA 5ª REGIÃO
(132)

Decisões

AgRg no REsp 1449193 (2014/0091750-6 de 26/02/2018)


EMENTA / ACORDÃO
RELATÓRIO E VOTO - Min. FELIX FISCHER
CERTIDÃO DE JULGAMENTO
REsp 1449193(2014/0091750-6 - 06/12/2017)
Decisão Monocrática- Ministro FELIX FISCHER

Petições

Petição Nº. Tipo Peticionário


Protocolo Processamento
0092337/2018 CieMPF MPF
01/03/2018 01/03/2018
0082440/2018 EDcl FRANCISCO DEUSMAR DE QUEIRÓS,
26/02/2018 07/03/2018 JERÔNIMO ALVES BEZERRA,
GERALDO DE LIMA GADELHA FILHO
E IELTON BARRETO DE OLIVEIRA
0676112/2017 AgRg FRANCISCO DEUSMAR DE QUEIRÓS
11/12/2017 13/12/2017
0667677/2017 CieMPF MPF
07/12/2017 07/12/2017
0591262/2016 PET FRANCISCO DEUSMAR DE QUEIRÓS
23/11/2016 25/11/2016
0533729/2016 PROC FRANCISCO DEUSMAR DE QUEIROS
21/10/2016 27/10/2016 E OUTROS

0432111/2015 PROC FRANCISCO DEUSMAR DE QUEIROS


05/10/2015 14/10/2015 E OUTROS
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14/03/2018 STJ - Consulta Processual

0221731/2014 ParMPF MPF


17/06/2014 03/07/2014

Pautas

Não há pautas.

Impresso Quarta-feira, 14 de Março de 2018.


|
Versão 2.0.25 de 15/02/2018 13:07:45.

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JURISPRUDÊNCIAS DO SUPREMO
TRIBUNAL FEDERAL

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Pesquisa de Jurisprudência

Decisões Monocráticas

HC 135951 MC / DF - DISTRITO FEDERAL


MEDIDA CAUTELAR NO HABEAS CORPUS
Relator(a): Min. RICARDO LEWANDOWSKI
Julgamento: 28/03/2017

Publicação

PROCESSO ELETRÔNICO
DJe-065 DIVULG 30/03/2017 PUBLIC 31/03/2017

Partes

PACTE.(S) : LUIZ CARLOS SANTIAGO PAPA


IMPTE.(S) : DANIELE CRISTINA PAPA
ADV.(A/S) : RAFAEL DE ALENCAR ARARIPE CARNEIRO
COATOR(A/S)(ES) : RELATOR DA MEDIDA CAUTELAR Nº 25.804 DO SUPERIOR TRIBUNAL DE
JUSTIÇA

Decisão
Trata-se de habeas corpus, com pedido de liminar, impetrado em favor de Luiz
Carlos Santiago Papa, contra decisão que indeferiu o pedido de liminar
formulado na MC 25.804/DF, de relatoria do Ministro Antonio Saldanha
Palheiro do Superior Tribunal de Justiça. A impetrante narra, de início, que
o paciente “[...] foi condenado, em segunda instância, pelo Tribunal de
Justiça do Distrito Federal e Territórios, em 17/10/2012, nos termos do
acórdão condenatório anexo. Ocorre que, após julgamento pelo e. STF do caso
concreto versado no HC nº 126.292, em fevereiro deste ano, no qual a Corte
possibilitou cumprimento provisório da pena na pendência de recursos de
natureza extraordinária, o Ministério Público do Distrito Federal e
Territórios requereu ao Juiz de Direito da 3ª Vara Criminal de Brasília/DF
(Vara de origem) o cumprimento provisório da pena injustamente aplicada pelo
eg. TJDFT. Além do fato de o Tribunal de origem não ter se manifestado sobre
a expedição do mandado de prisão – o que diferencia o caso ora em análise do
que foi apreciado pelo STF no HC 126.292 – o juiz de origem sequer tinha
competência para determinar medida de prisão no processo, visto que os autos
já estavam sob análise do Superior Tribunal de Justiça, demonstrando a
primeira ilegalidade do caso ora analisado. Foi dessa maneira que o
magistrado de piso deferiu o requerimento formulado pelo MPDFT e determinou
a prisão do Paciente, mesmo não havendo trânsito em julgado do acórdão
condenatório – o que configura a segunda, e mais grave, ilegalidade
apresentada. Irresignado com as patentes ilegalidades, o ora Paciente
requereu medida cautelar ao c. STJ, a fim de que se suspendessem os efeitos
do acórdão do TJDFT, para evitar a consumação da prisão inconstitucional
determinada pelo Juiz de origem” (pág. 3 do documento eletrônico 1; grifos
no original). Informa que, “[i]nterposto recurso de agravo interno, a 6ª
Turma do STJ decidiu manter incólume a decisão monocrática então agravada. O
acórdão ainda não foi publicado, motivo pelo qual segue anexa a certidão de
julgamento. Desse modo, por ato da 6ª Turma, que manteve decisão do Exmo.
Ministro Antônio Saldanha, o STJ chancelou a ilegalidade consubstanciada na
determinação da prisão do Paciente, em sede de execução provisória da
condenação” (pág. 6 do documento eletrônico 1; grifos no original). Daí
porque argumenta que o caso sob exame permite a superação da Súmula 691
desta Corte. Contra a decisão do STJ é o presente writ, dirigido a este
Tribunal, no qual a defesa pede a concessão da liminar para suspender a
execução provisória da pena, de modo que seja permitido ao paciente aguardar
o julgamento deste habeas corpus em liberdade. No mérito, requer a
confirmação da medida de urgência “[...] para suspender a execução
provisória da pena no processo criminal originário da 3ª Vara Criminal de
Brasília/DF, até o julgamento final dos recursos de natureza extraordinária
interpostos nos autos do processo de origem” (pág. 13 do documento
eletrônico 1). Em 12/9/2016, os autos vieram conclusos a mim, por força do
que dispõe o art. 38 do RISTF. É o relatório. Decido o pedido de liminar. De
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334/364
14/03/2018 Pesquisa de Jurisprudência :: STF - Supremo Tribunal Federal
antemão, consigno que, nos autos do HC 140.217/DF, de minha relatoria,
deferi medida liminar para suspender a execução provisória da pena de
indivíduo, em caso análogo, por constatar a excepcionalidade daquela
situação, utilizando os seguintes fundamentos: “A impetração funda-se na
suposta violação da coisa julgada de parte da sentença condenatória que
teria assegurado ao paciente o direito de recorrer em liberdade. Alega-se,
dessa forma, que, como esse aspecto não foi objeto de recurso por parte do
Ministério Público, e, portanto, na segunda instância, o paciente teria
direito de recorrer em liberdade, porquanto tal situação implicaria a
formação da coisa julgada no ponto. É que, na sentença, determinou-se ‘aos
réus o direito de recorrerem [...] em liberdade, uma vez que, a despeito da
gravidade dos delitos praticados, não se encontram segregados
provisoriamente pelo presente feito, pois ausentes os pressupostos da prisão
preventiva’ (pág. 17 do documento eletrônico 2). E, no acórdão, o recurso
dos réus foi conhecido e parcialmente provido para afastar a pena de multa,
sendo o do Parquet também parcialmente provido, apenas para “decretar a
perda do cargo público de auditor tributário do primeiro e da segunda
apelantes e para estabelecer o regime semiaberto de cumprimento da pena
privativa de liberdade a todos os réus” (pág. 8 do documento eletrônico 4).
Em seguida, o Ministério Público, tendo em conta a decisão deste Tribunal no
julgamento do HC 126.292/SP, Rel. Ministro Teori Zavascki – que afirmou a
possibilidade do início da execução da pena após condenação em segunda
instância –, entendeu haver razão para peticionar ao juízo de primeiro grau
e requerer a prisão do paciente, no que foi atendido. Vê-se, portanto, que a
situação dos autos é teratológica, uma vez que, em decorrência de uma
petição incidental do Parquet, o juízo utilizou-se de uma forma imprópria
para modificar a fundamentação do acórdão, valendo-se de expediente não
agasalhado pela legislação processual penal, o que configura, mutatis
mutandis, uma reformatio in pejus, vedada pelo art. 617 do Código de
Processo Penal . Com efeito, tal capítulo da sentença não foi objeto de
reforma pelo Tribunal de Justiça, não havendo falar, agora, em possibilidade
de alterar-se uma decisão judicial, ainda pendente de recurso nos tribunais
superiores, sem que tal se dê pela via processual apropriada, pela simples
razão de o Supremo Tribunal ter alterado a sua jurisprudência no tocante ao
tema da execução provisória da pena, ainda não confirmada em julgamento de
mérito pelo Plenário - cumpre registrar - de modo a dotá-lo de efeito erga
omnes e força vinculante. Para prender um cidadão é preciso mais do que o
simples acatamento de uma petição ministerial protocolada em primeiro grau,
sobretudo quando estão em jogo valores essenciais à própria existência do
Estado Democrático de Direito como a liberdade e o devido processo legal. A
determinação de que a condenação seria executada apenas após o trânsito em
julgado faz parte das decisões pretorianas prolatadas em primeiro e segundo
graus de jurisdição, as quais em nenhum momento foram atacadas, no ponto,
pelos meios processuais adequados. Trânsito em julgado difere
substancialmente – como é óbvio – de julgamento em segundo grau. A vontade
do magistrado singular e dos juízes que integraram o colegiado recursal
manifestaram, explícita e também implicitamente, a vontade de que a primeira
das duas hipóteses regesse a eventual prisão do paciente. A antecipação do
cumprimento da pena, no caso singular sob exame, somente poderia ocorrer
mediante um pronunciamento específico e justificado que demonstrasse, à
saciedade, e com base em elementos concretos, a necessidade da custódia
cautelar”. Observo que lá, assim como aqui, a impetração está fundada na
suposta violação da coisa julgada de parte da sentença condenatória que
teria assegurado ao paciente o direito de recorrer em liberdade. Isso
porque, como pode se ver, no dispositivo da sentença, ficou consignado que
os acusados, dentre eles o ora paciente, responderam ao processo em
liberdade e, “estando encerrada a instrução e não havendo notícia de mudança
na situação fática, ausentes, pois, os requisitos ensejadores da segregação
de natureza cautelar, CONCEDO AOS ACUSADOS O DIREITO DE RECORRER EM
LIBERDADE, salvo se por outro motivo houverem de ser recolhidos” (pág. 19 do
documento eletrônico 7; grifos no original). Deve ser ressaltado que a
sentença condenatória assegurou ao paciente o direito de recorrer em
liberdade, de modo que, como esse aspecto não foi objeto de recurso por
parte do Ministério Público, o paciente tem o direito de recorrer em
liberdade, porquanto tal situação implicaria a formação da coisa julgada no
ponto. Além disso, no acórdão, o Tribunal de Justiça do Distrito Federal e
dos Territórios, apesar de dar parcial provimento às apelações dos réus e do
Ministério Público (documento eletrônico 9), sequer tratou da parte do
dispositivo da sentença que garantiu ao paciente o direito de permanecer em
liberdade durante a fase recursal. Ocorre que o Ministério Público, levando
em consideração a decisão deste Tribunal no julgamento do HC 126.292/SP, de
relatoria do Ministro Teori Zavascki – que afirmou a possibilidade do início
da execução da pena após condenação em segunda instância, peticionou ao
juízo de primeiro grau requerendo a prisão do paciente, no que foi atendido
(documento eletrônico 5). Vê-se, portanto, assim como constatei nos autos do
HC 140.217/DF, que a situação dos autos também é teratológica, uma vez que,
em decorrência de uma petição incidental do Parquet, o juízo da 3ª Vara
Criminal de Brasília utilizou-se de uma forma imprópria para modificar a
fundamentação do acórdão, valendo-se de expediente não agasalhado pela
Assinado legislação processual
eletronicamente. A penal,
Certificação Digital pertenceoa:que configura,
Marcelo mutatis
Leal de Lima Oliveira mutandis, uma
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reformatio in pejus, vedada pelo art. 617 do Código de Processo Penal. Com
efeito, tal capítulo da sentença não foi objeto de reforma pelo Tribunal de
Justiça local, não havendo falar, agora, em possibilidade de alterar-se uma
decisão judicial, ainda pendente de recurso nos tribunais superiores, sem
que tal se dê pela via processual apropriada, pela simples razão de o
Supremo Tribunal ter alterado a sua jurisprudência no tocante ao tema da
execução provisória da pena, ainda não confirmada em julgamento de mérito
pelo Plenário - cumpre registrar - de modo a dotá-lo de efeito erga omnes e
força vinculante. Para prender um cidadão é preciso mais do que o simples
acatamento de uma petição ministerial protocolada em primeiro grau,
sobretudo quando estão em jogo valores essenciais à própria existência do
Estado Democrático de Direito como a liberdade e o devido processo legal. A
determinação de que a condenação seria executada apenas após o trânsito em
julgado faz parte das decisões pretorianas prolatadas em primeiro e segundo
graus de jurisdição, as quais em nenhum momento foram atacadas, no ponto,
pelos meios processuais adequados. Trânsito em julgado difere
substancialmente – como é óbvio – de julgamento em segundo grau. A vontade
do magistrado singular e dos juízes que integraram o colegiado recursal
manifestaram, explícita e também implicitamente, a vontade de que a primeira
das duas hipóteses regesse a eventual prisão do paciente. A antecipação do
cumprimento da pena, no caso singular sob exame, somente poderia ocorrer
mediante um pronunciamento específico e justificado que demonstrasse,
satisfatoriamente, e com base em elementos concretos, a necessidade da
custódia cautelar. Assim, da análise dos autos, verificando que o caso dos
autos se assemelha em tudo àquele tratado no HC 140.217/DF, entendo
aplicáveis aqui os mesmos fundamentos do referido precedente. Por essas
razões, constatada a excepcionalidade da situação em análise, defiro a
medida liminar para que seja suspensa a execução da pena até que o mérito
deste habeas corpus seja julgado pelo colegiado competente. Comunique-se,
com urgência, ao Juízo da 3ª Vara Criminal de Brasília, requisitando-lhe
informações. Após, ouça-se a Procuradoria-Geral da República. Publique-se.
Brasília, 28 de março de 2017. Ministro Ricardo Lewandowski Relator

Legislação

LEG-FED DEL-003689 ANO-1941


ART-00617
CPP-1941 CÓDIGO DE PROCESSO PENAL
LEG-FED RGI ANO-1980
ART-00038
RISTF-1980 REGIMENTO INTERNO DO SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL
LEG-FED SUM-000691
SÚMULA DO SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL - STF

Observação

16/01/2018
Legislação feita por:(SSM).

fim do documento

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Decisões Monocráticas

HC 140217 / DF - DISTRITO FEDERAL


HABEAS CORPUS
Relator(a): Min. RICARDO LEWANDOWSKI
Julgamento: 14/11/2017

Publicação

PROCESSO ELETRÔNICO
DJe-261 DIVULG 16/11/2017 PUBLIC 17/11/2017

Partes

PACTE.(S) : SAMI KUPERCHMIT


ADV.(A/S) : ALBERTO ZACHARIAS TORON
ADV.(A/S) : LUISA MORAES ABREU FERREIRA
COATOR(A/S)(ES) : SUPERIOR TRIBUNAL DE JUSTIÇA

Decisão
Trata-se de habeas corpus, com pedido de liminar, impetrado em favor de
Sami Kuperchmit, contra acórdão da Sexta Turma do Superior Tribunal de
Justiça, assim ementado: "PROCESSUAL PENAL E PENAL. RECURSO EM HABEAS
CORPUS. PRISÃO PREVENTIVA. CORRUPÇÃO PASSIVA E ATIVA. PARTICIPAÇÃO EM
ORGANIZAÇÃO CRIMINOSA. FUNDAMENTAÇÃO CONCRETA. ILEGALIDADE. AUSÊNCIA.
RECURSO EM HABEAS CORPUS IMPROVIDO. 1. Apresentada fundamentação
concreta para a decretação da prisão preventiva, explicitada na participação
do paciente em complexa organização criminosa, e com um alto poderio
econômico, haja vista a participação de empresários, constituída com a
finalidade precípua de lesar o Erário Municipal valendo-se de pagamento de
propinas a membros do Poder Legislativo e Executivo, com escopo de obtenção
de contratos fraudulentos, leis de interesse das empresas envolvidas e
outras condutas tipificadas na legislação criminal, além da posição de
destaque do paciente na organização criminosa, e a vultosa reiteração
delitiva, não há que se falar em ilegalidade a justificar a concessão da
ordem de habeas corpus ou suficiência das medidas cautelares diversas da
prisão. 2. Recurso em habeas corpus improvido". Os impetrantes
narram, de início, que o paciente “foi condenado por sentença que
consignou, de forma expressa, que o início da execução da pena se daria
somente ‘após o trânsito em julgado’ (doc. 1), o que não foi objeto de
recurso por parte do Ministério Público (doc. 2). O eg. TJDFT, ao julgar os
apelos das partes, manteve intacta a r. Decisão de primeiro grau nesse ponto
(doc. 3) e não determinou o início da execução da pena. No entanto,
pendente de julgamento Agravo em Recurso Especial que visa discutir a
fixação da pena do Paciente (doc. 4), o em. magistrado de primeiro grau
determinou o início da execução da pena (doc. 5).” (grifos no original;
págs. 3-4 do documento eletrônico 1). Informam, então, que foi impetrado
writ no Tribunal de Justiça do Distrito Federal e dos Territórios, sendo-lhe
denegada a ordem. Irresignada, a defesa interpôs recurso no STJ, que o
desproveu. Contra o acórdão do STJ é o presente writ, dirigido a este
Tribunal, no qual a defesa pede a concessão da liminar para que seja
permitido ao paciente que aguarde o julgamento deste habeas corpus em
liberdade. No mérito, requer a confirmação da medida de urgência. Em
10/2/2017, deferi o pedido de liminar, requisitei informações e abri vista
ao Ministério Público Federal. A Procuradoria-Geral da República opinou
pelo não conhecimento do writ (documento eletrônico 40). Posteriormente
deferi o pedido de extensão formulado por Sonia Maria de Andrades Santos
(documento eletrônico 37). É o relatório necessário. Decido.
Registro, inicialmente, que, embora o presente habeas corpus tenha sido
impetrado em substituição a recurso extraordinário, não oponho óbice ao seu
conhecimento, na linha do que tem decidido a Segunda Turma deste Supremo
Tribunal. Nesse sentido, cito os seguintes precedentes: HC 126.791-ED/RJ, HC
126.614/SP e HC 126.808-AgR/PA, todos da relatoria do Ministro Dias Toffoli.
Anoto, também, que o art. 192, caput, do Regimento Interno do Supremo
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Tribunal Federal faculta ao Relator denegar ou conceder a ordem de habeas
corpus, ainda que de ofício, quando a matéria for objeto de jurisprudência
consolidada neste Supremo Tribunal. Por este motivo, passo ao exame do
mérito desta impetração. O caso é de concessão da ordem. A questão
trazida neste writ diz respeito à possibilidade ou não de execução
provisória da pena depois de julgado o recurso em segundo grau de
jurisdição, haja vista a tese fixada pelo Plenário desta Suprema Corte no
julgamento do HC 126.292/SP e reafirmada no ARE 964.246/SP, no qual foi
reconhecida repercussão geral da questão constitucional envolvida, ambos de
relatoria do saudoso Ministro Teori Zavascki. Pois bem, a jurisprudência
deste Supremo Tribunal se consolidou no sentido de que ofende o princípio da
presunção de inocência, insculpido no art. 5°, LVII, da Constituição
Federal, a execução da pena privativa de liberdade antes do trânsito em
julgado da sentença condenatória, ressalvada a hipótese de prisão cautelar,
desde que presentes os requisitos autorizadores previstos no art. 312 do
Código de Processo Penal. Esse, aliás, é o entendimento ao qual sempre
me filiei. No julgamento do aludido HC 126.292/SP, em que o Plenário
sinalizou possível mudança de paradigma, assentei, de modo enfático, o
seguinte: Eu vou pedir vênia ao eminente Relator e manter a minha
posição, que vem de longa data, no sentido de prestigiar o princípio da
presunção de inocência, estampado, com todas as letras, no art. 5°, inciso
LVII, da nossa Constituição Federal. Assim como fiz, ao proferir um
longo voto no HC 84.078, relatado pelo eminente Ministro Eros Grau, eu quero
reafirmar que não consigo, assim como expressou o Ministro Marco Aurélio,
ultrapassar a taxatividade desse dispositivo constitucional, que diz que a
presunção de inocência se mantém até o trânsito em julgado. Isso é
absolutamente taxativo, categórico; não vejo como se possa interpretar esse
dispositivo. A Constituição Federal de 1988, ao tratar dos direitos e
deveres individuais e coletivos, garante que “ninguém será considerado
culpado até o trânsito em julgado de sentença penal condenatória”. Logo,
o texto constitucional é expresso em afirmar que apenas depois do trânsito
em julgado da sentença penal condenatória alguém poderá ser considerado
culpado. Trata-se do princípio, hoje universal, da presunção de inocência
das pessoas. Como se sabe, a nossa Constituição não é uma mera folha de
papel, que pode ser rasgada sempre que contrarie as forças políticas do
momento. Ao revés, a Constituição da República possui força normativa
suficiente, de modo que os seus preceitos, notadamente aqueles que garantem
aos cidadãos direitos individuais e coletivos, previstos no seu art. 5°,
sejam obrigatoriamente observados, ainda que os anseios momentâneos, mesmo
aqueles mais nobres, a exemplo do combate à corrupção, requeiram solução
diversa, uma vez que, a única saída legítima para qualquer crise consiste,
justamente, no incondicional respeito às normas constitucionais. Isso
porque não se deve fazer política criminal em face da Constituição, mas sim,
com amparo nela. Ora, a Constituição Federal atribuiu ao Supremo
Tribunal Federal inúmeras e relevantíssimas atribuições, dentre as quais a
mais importante é a guarda da própria Constituição (art. 102). Nesse
sentido, com a devida vênia à corrente majoritária que se formou no
julgamento do HC 126.292/SP, naquela assentada, o Plenário da Suprema Corte
extraiu do art. 5°, LVII, da Constituição, um sentido que dele não se pode e
nem, no mais elástico dos entendimentos, se poderia extrair, vulnerando,
consequentemente, mandamento constitucional claro, direto e objetivo,
protegido, inclusive, pelo próprio texto constitucional contra propostas de
emendas constitucionais tendentes a aboli-lo, conforme dispõe o art. 60, §
4°, IV, da Carta. Ressalto que não se mostra possível ultrapassar a
taxatividade daquele dispositivo constitucional, salvo em situações de
cautelaridade, por tratar-se de comando constitucional absolutamente
imperativo, categórico, com relação ao qual não cabe qualquer tergiversação,
pois, como já diziam os jurisconsultos de antanho, in claris cessat
interpretatio. E o texto do inciso LVII do art. 5° da Carta Magna, além de
ser claríssimo, à toda a evidência, não permite uma inflexão jurisprudencial
de maneira a dar-lhe uma interpretação in malam partem. Em consonância
com o dispositivo constitucional supramencionado, o art. 283 do Código de
Processo Penal e o art. 594 do Código de Processo Penal Militar dispõem,
respectivamente, que: “Art. 283. Ninguém poderá ser preso senão em
flagrante delito ou por ordem escrita e fundamentada da autoridade
judiciária competente, em decorrência de sentença condenatória transitada em
julgado ou, no curso da investigação ou do processo, em virtude de prisão
temporária ou prisão preventiva”. “Art. 594. Transitando em julgado a
sentença que impuser pena privativa da liberdade, se o réu já estiver preso
ou vier a ser preso, o auditor ordenará a expedição da carta de guia, para o
cumprimento da pena”. Muito bem. Ao comentar o dispositivo da lei
processual penal, Eugênio Paccelli (in Comentários ao código de processo
penal e sua jurisprudência. 9. ed. rev. e atual. - São Paulo: Atlas, 2017,
pág. 590) consigna que “a nova redação dada ao art. 283 do CPP constitui,
inegavelmente, empecilho à execução provisória da pena”. O referido autor
continua, afirmando que, “[a]ntes dela (da Lei n° 132.403/11), a
determinação constitucional no sentido de que toda prisão decorreria de
ordem escrita e fundamentada de autoridade judiciária competente já impunha
a regra da proibição da execução provisória. No entanto, pensamos que a
Assinado previsão legal
eletronicamente. de imposição
A Certificação dea:prisão
Digital pertence antes
Marcelo Leal do
de Lima trânsito
Oliveira em julgado poderia
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autorizar uma interpretação conforme (à Constituição), para o fim de,
excepcionalmente, aplicar-se a execução provisória, quando ausentes
quaisquer dúvidas a respeito da condenação e da imposição concreta de sua
modificação nas instâncias extraordinárias. Agora, como se vê, também
essa porta parece fechada. A própria Lei impede o juízo de exceção à regra
geral da proibição da execução provisória”. No mesmo sentido é a posição
de Guilherme de Souza Nucci (in Código de processo penal comentado. 16 ed.
rev., atual. e ampl. - Rio de Janeiro: Forense, 2017, pág. 730), para quem
“a solidificação da pena, após a sentença condenatória, perpetua-se em face
do trânsito em julgado”. Segundo o mencionado doutrinador, “essa situação
processual sempre obteve, doutrinária e jurisprudencialmente, uma única
definição: forma-se a coisa julgada material (trânsito em julgado), quando
se esgotam todos os recursos possíveis contra determinada decisão”.
Semelhante raciocínio pode ser transportado para os processos em trâmite na
Justiça Militar. Ademais, deve ser mencionado que a Lei de Execução
Penal também exige, para o início de cumprimento da pena privativa de
liberdade, o trânsito em julgado da sentença condenatória. Essa é a
inteligência do art. 105 combinado com o art. 107, in verbis: “Art. 105.
Transitando em julgado a sentença que aplicar pena privativa de liberdade,
se o réu estiver ou vier a ser preso, o Juiz ordenará a expedição de guia de
recolhimento para a execução. [...] Art. 107. Ninguém será
recolhido, para cumprimento de pena privativa de liberdade, sem a guia
expedida pela autoridade judiciária”. Não pode ser esquecido, também,
que, até o momento, não houve declaração de inconstitucionalidade dos
referidos dispositivos infraconstitucionais, de modo que, com espeque no
art. 5°, LVII, da Constituição, todos são plenamente aplicáveis.
Outrossim, consigno que, em nosso sistema jurídico, desde 1988, o
trânsito em julgado da decisão condenatória sempre se deu com o esgotamento
de todos os recursos e instâncias ordinárias e extraordinárias. Alterar
essa realidade jurídica exigiria novo disciplinamento constitucional e
legal, que só poderia se dar via Congresso Nacional, e não pelo Poder
Judiciário, uma vez que a posição do constituinte originário, ainda que não
agrade àqueles que perfilham da posição até então majoritária nesta Suprema
Corte, exige que seja trilhado o caminho previsto na Constituição Federal,
como se espera de um Estado que, além de democrático, também é de Direito.
Ademais, foi opção do constituinte de 1998 exigir o trânsito em julgado
da decisão condenatória, ao invés do esgotamento do duplo grau de
jurisdição, para considerar o acusado “culpado” pelo cometimento de um
crime. Nesse sentido, ainda que o sistema do duplo grau de jurisdição seja
adotado em outros países, o Estado brasileiro é soberano em suas escolhas
políticas e jurídicas. Feito esse registro, transcrevo agora, por
oportuno, o teor da decisão combatida: “Trata-se de pedido do Ministério
Público para que seja expedida Guia de Execução Provisória e Mandado de
Prisão de condenado(s) nos autos, a partir da execução provisória de pena
privativa de liberdade, a fim de ver aplicado ao presente caso entendimento
recente do Colendo Supremo Tribunal Federal, espelhado no julgamento do
Habeas Corpus n° 126.292/SP. Com razão o órgão ministerial. A
diretriz firmada pela Suprema Corte de Justiça, em 17/02/2016, ao julgar o
Habeas Corpus n° 126.292/SP, no sentido de que "a execução provisória de
acórdão penal condenatório proferido em grau de apelação, ainda que sujeito
a recurso especial ou extraordinário, não compromete o princípio
constitucional da presunção de inocência", constitui avanço interpretativo
que deve ser prestigiado. É sabido que o recurso especial e o
extraordinário, pela sua natureza excepcional, não se prestam à revisão de
aspectos fático-probatórios nem possuem efeito suspensivo (art. 637 do CPP e
art. 27, § 2°, da Lei no 8.038/90). Portanto, não obstam o início da
execução provisória. Além disso, como ressaltado pelo eminente Ministro
Teori Zavascki, por ocasião do referido julgamento, a execução de pena na
pendência desse tipo de recurso não compromete o princípio da não
culpabilidade porque a observância das prerrogativas constitucionais nas
instâncias ordinárias é bastante para preservação do núcleo essencial dessa
garantia. Ao citar lição da ilustre Ministra Ellen Gracie, ex-integrante
dos quadros do STF, a relataria também destacou que "em país nenhum do
mundo, depois de observado o duplo grau de jurisdição, a execução de uma
condenação fica suspensa, aguardando referendo da Suprema Corte". Sabe-se,
de há muito, que no nosso país as distorções do sistema recursal criminal
têm sido usadas com finalidade protelatória, gerando situações absurdas e
infindáveis prescrições, o que deve ser combatido pelos operadores do
direito. Tal posicionamento vem sendo corroborado pelos Tribunais
Pátrios. O Egrégio Superior Tribunal de Justiça ratificou a nova
interpretação, no dia 03/03/2016, quando da apreciação dos Embargos
Declaratórios no Recurso Especial n° 1.484.415/DF, cuja decisão encontra-se
a seguir ementada: […] Os fatos remontam ao ano de 2005. Após o
decreto condenatório, foi proferido acórdão pelo Eg. T JDF, confirmando os
termos (ainda que parcialmente) do decisum de primeiro grau e definindo o
regime prisional semiaberto. Posteriormente, a Defesa Técnica interpôs
recurso especial e recurso extraordinário, os quais se encontram pendentes
de julgamento. Destarte, não há óbice para a execução provisória da pena
dos condenados, porquanto, como se viu, recursos de natureza extraordinária
Assinado não estão dotados
eletronicamente. deDigital
A Certificação efeito suspensivo,
pertence bem
a: Marcelo Leal de corno
Lima Oliveira a sentença condenatória
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foi confirmada pelo Tribunal de Justiça. Nesse contexto, percebe-se que
a execução provisória exsurge como imperativo de justiça, com a
relativização do princípio da presunção de inocência, estando preservadas as
garantias constitucionais, a fim de se alcançar uma maior efetividade do
sistema de justiça criminal. Pelas razões expostas, DEFIRO o pedido
formulado pelo Ministério Público (fls. 1590/1591) e DETERMINO a expedição
de Carta de Guia de Execução Provisória e Mandado de Prisão em desfavor de
SAMI KUPERCHMIT” (págs. 2-5 do documento eletrônico 6). Conforme se
verifica, esse decisum contém apenas a remissão a julgado deste Supremo
Tribunal como argumento para decretação do início da execução da pena
imposta ao paciente, não se afigurando, portanto, a meu sentir, revestido de
motivação hábil, sobretudo se contrastada com o art. 5°, LXI, do texto
constitucional, que assegura a todos o direito de não ser preso “senão em
flagrante delito ou por ordem escrita e fundamentada de autoridade
judiciária competente, salvo nos casos de transgressão militar ou crime
propriamente militar, definidos em lei”. E ainda que se possa argumentar
sobre o efeito vinculante resultante do julgamento do ARE 964.246/SP pelo
Plenário desta Corte, em se tratando de cerceamento da liberdade individual,
a decisão judicial correspondente há de ter em conta o princípio da
individualização da pena, abrigado no art. 5°, XLVI, do Texto Magno, que não
admite qualquer prisão baseada em expressões vagas ou genéricas. Em outras
palavras, precisa levar em consideração a situação particular do condenado.
Essa é a orientação pacífica deste Supremo Tribunal, segundo a qual:
“A exigência de motivação da individualização da pena – hoje, garantia
constitucional do condenado (CF, arts. 5º, XLVI, e 93, IX) –, não se
satisfaz com a existência na sentença de frases ou palavras quaisquer, a
pretexto de cumpri-la: a fundamentação há de explicitar a sua base empírica,
e esta, de sua vez, há de guardar relação de pertinência, legalmente
adequada, com a exasperação da sanção penal, que visou a justificar” (HC
69.419/MS, Rel. Min. Sepúlveda Pertence). Não se ignora que, com o
triunfo das revoluções liberais no já longínquo século XVIII, acabou-se com
a obrigatoriedade do cumprimento dos caprichos régios sob a justificativa de
que le roi le veut, ou seja, “o rei o quer”. No mesmo diapasão, é possível
afirmar, com segurança, que não se pode hoje atender a uma determinação
judicial ou, pior, mandar alguém para a prisão simplesmente porque le juge
le veut, quer dizer, porque “o juiz o quer”. Daí a previsão - ainda que
tardiamente acolhida entre nós - dos arts. 5°, LXI, e 93, IX, da
Constituição de 1988, os quais exigem expressamente a motivação das ordens
judiciais, que não podem emanar da simples vontade subjetiva dos julgadores
e nem veicular meras fórmulas legais ou jurisprudenciais desapegadas de um
contexto fenomenológico real e concreto. Registro, ainda, por oportuno,
que o entendimento deste Supremo Tribunal sobre a possibilidade de execução
antecipada da pena após a confirmação da condenação em segunda instância
vem, em boa hora, sofrendo temperamentos, à luz do texto constitucional,
seja sob a ótica do princípio da razoabilidade, em decisões prolatadas pelos
mais distintos tribunais do País. Em recente decisão no HC 366.907/PR, a
Sexta Turma do Superior Tribunal de Justiça entendeu que a “pendência ou
possibilidade de oposição de Embargos de Declaração impedem a execução
antecipada da pena, já que não exaurida a atuação das instâncias
ordinárias”, verbis: “HABEAS CORPUS. ART. 157, § 2º, I, II e V, DO CP.
EXECUÇÃO PROVISÓRIA DA PENA. DEFERIDO EM SENTENÇA O DIREITO DE RECORRER EM
LIBERDADE. NÃO ESGOTADA A JURISDIÇÃO ORDINÁRIA. IMPOSSIBILIDADE. ORDEM
CONCEDIDA. 1. Consoante entendimento firmado pelo Supremo Tribunal
Federal no julgamento do ARE n. 964.243, sob a sistemática da repercussão
geral, é possível a execução da pena depois da prolação de acórdão em
segundo grau de jurisdição e antes do trânsito em julgado da condenação,
para garantir a efetividade do direito penal e dos bens jurídicos
constitucionais por ele tutelados. 2. Na hipótese em que foi permitido à
ré recorrer em liberdade, soa desarrazoado que a expedição de mandado de
prisão ocorra de forma automática, tão logo seja prolatado ou confirmado o
acórdão condenatório, ainda passível de integração pelo Tribunal de Justiça.
3. Ordem concedida para, confirmada a liminar, assegurar à paciente o
direito de aguardar em liberdade o esgotamento da jurisdição ordinária” (HC
366.907/PR, Rel. Min. Rogerio Schietti Cruz). No mesmo sentido, já se
anotavam decisões no âmbito do Tribunal Regional Federal da 3ª Região, das
quais destaco o HC 2017.03.00.002292-3/SP, no qual o Desembargador Federal
Maurício Kato consignou que “o princípio da presunção da inocência, ainda
que não absoluto, obsta a execução provisória da sentença condenatória nos
casos em que se mostre possível assegurar ao acusado o direito à liberdade
provisória”. Aliás, constata-se que, a partir do entendimento do STF, o
qual, por julgamento majoritário, restringiu o princípio constitucional da
presunção de inocência, prisões passaram a ser decretadas, após a prolação
de decisões de segundo grau, de forma automática, na maior parte das vezes,
como já afirmado, sem qualquer fundamentação idônea. Esse retrocesso
jurisprudencial, de resto, como se viu, mereceu o repúdio praticamente
unânime dos especialistas em direito penal e processual penal, em particular
daqueles que militam na área acadêmica. Observe-se, além disso, que a
decisão proferida no HC 126.292/SP, de relatoria do Ministro Teori Zavascki,
não respeitou, necessariamente, o princípio do duplo grau de jurisdição, uma
Assinado vez que deuA azo
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Lima tanto
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absolvido em primeiro grau e condenado em segundo grau de jurisdição, bem
como daquele que apenas foi condenado em segunda instância, por ter foro por
prerrogativa de função em Tribunal de Justiça ou em Tribunal Regional
Federal. Essa última hipótese, inclusive, tive a oportunidade de
analisar, no exercício da Presidência (art. 13, VIII do RISTF), quando
deferi a liminar no HC 135.752 MC/PB, de relatoria do Ministro Edson Fachin,
para suspender a execução provisória do paciente, utilizando, dentre outros,
os seguintes fundamentos: “Não bastasse isso, observo que, na hipótese
sob exame, nem ao menos se assegurou ao paciente o duplo grau de jurisdição,
implícito no art. 5º, LV, da CF, como se observa da leitura de trecho
significativo do acórdão combatido: ‘7. É verdade que, na hipótese
presente, como um dos réus tem foro especial por prerrogativa de função, a
Ação Penal é de competência originária do TRF, inexistindo sentença de Juiz
singular anterior ao julgamento por este Órgão Colegiado. No entanto, tal
situação não afasta a aplicação do entendimento do STF, uma vez que está
encerrada a análise fático-probatória da Ação Penal nº 37/PB, com condenação
por Órgão Colegiado. Precedentes do STJ’. Nesse ponto, cumpre ressaltar
que o duplo grau de jurisdição integra a cláusula do due process of law, a
qual compreende não apenas um conjunto de regras de caráter formal e
substantivo destinado a assegurar a regularidade do processo judicial, mas
também uma garantia material de que ninguém será arbitrariamente privado de
seus direitos e liberdades. Para que isso se concretize, na prática, é
preciso que o sistema legal seja dotado de mecanismos que evitem, o mais
possível, a ocorrência de erros judiciários, sob pena de transformar-se em
letra morta o princípio do devido processo legal. O direito ao reexame
das decisões judiciais configura uma garantia constitucional, de caráter
instrumental, pois, ademais de estar compreendida no postulado do devido
princípio legal, configura axioma conatural ao atingimento dos fins últimos
do próprio Estado de Direito, que se assenta, antes de mais nada, no
princípio da legalidade, que não convive com qualquer tipo de arbítrio,
especialmente de cunho judicial. Os recursos, com efeito, têm uma
finalidade eminentemente política, visto que constituem instrumento de
proteção das liberdades individuais contra o despotismo dos agentes
públicos, em geral, e a própria falibilidade dos magistrados, em particular
Desse modo, não se mostra admissível que a interpretação de normas
infraconstitucionais, notadamente daquelas que integram o Código de Processo
Penal – instrumento cuja finalidade última é proteger o jus libertatis do
acusado diante do jus puniendi estatal – derrogue a competência
constitucional estrita fixada pela Carta Magna aos diversos órgão judicantes
e, mais, permita malferir o consagrado postulado do duplo grau de jurisdição
na esfera criminal, nela abrigado, em distintas ocasiões acolhido, de livre
e espontânea vontade, pelo Brasil, após a promulgação daquela, quando aderiu
sem reservas – que fique claro – ao Pacto de San José da Costa Rica, dentre
outras convenções internacionais de proteção aos direitos humanos”.
Registro, no entanto, que o Eminente Relator do feito Ministro Edson
Fachin, posteriormente negou seguimento à impetração, aplicando ao caso o
entendimento consolidado na Súmula 691. Em seguida, no julgamento do agravo
regimental interposto, a Primeira Turma desta Suprema Corte negou provimento
ao recurso. Não custa recordar, nesta oportunidade, que a proibição do
retrocesso, em matéria de direitos fundamentais, encontra-se expressamente
estampada no art. 30 da Declaração Universal dos Direitos do Homem, de 1948,
elaborada sob os auspícios da Organização das Nações Unidas, considerada
pelos especialistas verdadeiro jus cogens em matéria de direito
internacional. No que pertine ao art. 637 do CPP, o qual dispõe ser o
recurso extraordinário desprovido de efeito suspensivo, permito-me rememorar
que, por ocasião do julgamento do HC 84.078/MG, de relatoria do Ministro
Eros Grau, trouxe à colação o ensinamento de três eminentes professores,
titulares de legislação processual, da Universidade de São Paulo, os mestres
Ada Pellegrini Grinover, Antônio Magalhães Filho, Antônio Scarance
Fernandes, de cujas lições selecionei um pequeno trecho: “Para o
processo penal, pode-se afirmar que a interposição, pela defesa, do recurso
extraordinário ou especial, e mesmo do agravo da decisão denegatória, obsta
a eficácia imediata do título condenatório penal, ainda militando em favor
do réu a presunção de não culpabilidade, incompatível com a execução
provisória da pena (ressalvados os casos de prisão cautelar)”. O efeito
suspensivo - diziam aqueles professores e dizem ainda, porque a achega
doutrinária deles sobrevive incólume - dos recursos extraordinários, com
relação à aplicação da pena, deriva da própria Constituição, devendo as
regras da lei ordinária, o art. 637 do CPP, serem revistas à luz da Lei
Maior. Com a devida vênia, ouso manifestar ainda a minha perplexidade
diante da guinada jurisprudencial do Supremo Tribunal Federal com relação à
prisão antes do trânsito em julgado da sentença condenatória, sobretudo
porque ocorreu logo depois de esta Suprema Corte ter assentado, na ADPF 347
e no RE 592.581/RS, que o sistema penitenciário brasileiro se encontra em
situação falimentar. Naquela ocasião, o STF, de forma uníssona, afirmou
que as prisões do País se encontram num estado de coisas inconstitucional.
Não obstante, poucas sessões depois, decidiu facilitar a entrada de acusados
neste verdadeiro inferno de Dante que é o sistema prisional pátrio. Em
outras palavras, abrandou esse princípio maior da Carta Magna, a presunção
Assinado de inocência,
eletronicamente. que configura
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recentes decisões, o Ministro Celso de Mello deferiu o pedido de medida
cautelar nos HC 147.452-MC/MG; HC 147.469-MC/SP; e RHC 129.663-ED-AgR/RS
para suspender a execução provisória da pena, por entender que,
“Assentadas tais premissas, passo a examinar o pedido de medida cautelar
ora formulado nesta sede processual. E, ao fazê-lo, saliento que eminentes
Ministros desta Corte, em diversos processos [...] têm concedido provimentos
cautelares (ou, até mesmo, deferido o próprio writ constitucional) em
situações como aquelas, por exemplo, em que Tribunais de inferior
jurisdição, ao ordenarem a expedição de mandados de prisão, para efeito de
‘execução provisória’, (a) limitam-se a simplesmente mencionar, sem qualquer
fundamentação idônea, os precedentes a que aludi logo no início desta
decisão, ou (b) fazem-no sem que ainda tenha sido esgotada a jurisdição
ordinária, pois pendentes de julgamento embargos de declaração ou embargos
infringentes e de nulidade do julgado (CPP, art. 609, parágrafo único), ou,
ainda, (c) determinam a imediata e antecipada efetivação executória de seu
julgado com transgressão ao postulado que veda a reformatio in pejus, eis
que a ordem de prisão é dada em recursos interpostos unicamente pelo réu
condenado a quem se garantira, anteriormente, sem qualquer impugnação do
Ministério Público, o direito de aguardar em liberdade a conclusão do
processo. O caso ora em análise parece ajustar-se às hipóteses sob (a) e
(c), cabendo destacar, quanto a esse último aspecto, que a colenda Segunda
Turma deste Tribunal, em 08/08/2017, iniciou o julgamento, suspenso por
pedido de vista, de uma ação de habeas corpus (HC 136.720/PB), no qual já se
formou maioria pela concessão da ordem, em que o eminente Relator, Ministro
RICARDO LEWANDOWSKI, propôs o deferimento do writ precisamente em virtude de
violação ao princípio que proíbe a reformatio in pejus, em situação na qual
o Tribunal apontado como coator ordenou a imediata execução antecipada da
pena, fazendo-o, contudo, em recurso exclusivo do réu, a quem se assegurara,
sem qualquer oposição recursal do Ministério Público, o direito de aguardar
em liberdade o desfecho do processo, transgredindo-se, desse modo, postulado
fundamental que conforma e condiciona a atuação do Poder Judiciário (HC
142.012-MC/DF, Rel. Min. RICARDO LEWANDOWSKI - HC 142.017-MC/DF, Rel. Min.
RICARDO LEWANDOWSKI, v.g.)” (grifos no original). Ademais, menciono que,
mesmo após o julgamento do HC 126.292/SP, o Ministro Marco Aurélio deferiu
liminares para suspender a execução provisória da pena, como pode ser visto
nos HCs 144.712-MC/SP; 145.380-MS/SP; e 146.006-MC/PE. Registro, ainda,
que, no julgamento do HC 142.173/SP, pela Segunda Turma, o Ministro Gilmar
Mendes, Relator do feito, adiantou uma mudança do seu posicionamento,
externado no julgamento do HC 126.292/SP, de relatoria do Ministro Teori
Zavascki, ocasião na qual compôs a maioria, consignando em seu voto que:
“No julgamento do HC 126.292/SP, o Ministro Dias Toffoli votou no
sentido de que a execução da pena deveria ficar suspensa com a pendência de
recurso especial ao STJ, mas não de recurso extraordinário ao STF. Para
fundamentar sua posição, sustentou que a instituição do requisito de
repercussão geral dificultou a admissão do recurso extraordinário em matéria
penal, que tende a tratar de tema de natureza individual e não de natureza
geral ao contrário do recurso especial, que abrange situações mais comuns de
conflito de entendimento entre tribunais. Manifesto, desde já, minha
tendência em acompanhar o Ministro Dias Toffoli no sentido de que a execução
da pena com decisão de segundo grau deve aguardar o julgamento do recurso
especial pelo STJ. Assinalo também minha preocupação com a decretação da
prisão preventiva, de modo padronizado, sem que o magistrado aponte
concretamente a necessidade da medida extrema. Registro também que o
STF, com o julgamento do HC 126.292/SP, não legitimou toda e qualquer prisão
decorrente de condenação de segundo grau. Nós admitimos que será permitida a
prisão a partir da decisão de 2º grau, mas não dissemos que ela é
obrigatória. Evidenciado o constrangimento ilegal, em razão da ausência
de demonstração da imprescindibilidade da medida extrema, esta Corte deverá
invalidar a ordem de prisão expedida” (grifei). Em momento posterior, o
Ministro Gilmar Mendes, confirmando a evolução previamente anunciada,
deferiu a liminar no HC 146.815-MC/MG, suspendendo a execução provisória da
pena. Por fim, cumpre registrar que na sentença de primeiro grau
determinou-se "aos réus o direito de recorrerem [...] em liberdade, uma vez
que, a despeito da gravidade dos delitos praticados, não se encontram
segregados provisoriamente pelo presente feito, pois ausentes os
pressupostos da prisão preventiva" (pág. 17 do documento eletrônico 2).
E, no acórdão, o recurso dos réus foi conhecido e parcialmente provido
para afastar a pena de multa, sendo o do Parquet também parcialmente
provido, apenas para “decretar a perda do cargo público de auditor
tributário do primeiro e da segunda apelantes e para estabelecer o regime
semiaberto de cumprimento da pena privativa de liberdade a todos os réus”
(pág. 8 do documento eletrônico 4). Com efeito, ficou consignado no
dispositivo da sentença que, sem a decretação da custódia cautelar, o
paciente poderia apelar em liberdade – comando que, a meu ver, não pode ser
interpretado restritivamente, impedindo, por conseguinte, que o magistrado
de primeiro grau determine sua prisão depois de julgado o recurso de
apelação, sem que o titular da ação penal incondicionada recorresse nesse
sentido. Registre-se, também, que a antecipação do cumprimento da pena,
em qualquer grau de jurisdição, somente pode ocorrer mediante um
Assinado pronunciamento específico
eletronicamente. A Certificação e fundamentado
Digital pertence a: Marcelo Leal deque
Lima demonstre, à saciedade, e com
Oliveira - Advogado Num. 10536635 - Pág. 10
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base em elementos concretos, a necessidade da custódia cautelar. Assim,
verificando que o caso em espécie se assemelha àquele tratado no HC
140.217/DF, bem como nos HC’s 135.951/DF, 142.012/DF e 142.017/DF, todos de
minha relatoria, entendo que ocorreu a formação da coisa julgada do direito
de o paciente recorrer em liberdade. Por essas razões, constatada a
excepcionalidade da situação em análise faz necessária a suspensão da
execução da pena imposta ao paciente. Isso posto, tendo em conta que a
conclusão a que chego neste habeas corpus em nada conflita com as decisões
majoritárias desta Suprema Corte, acima criticadas, com o respeito de praxe,
confirmando as liminares, concedo a ordem de habeas corpus (art. 192, caput,
do RISTF), para que os pacientes possam aguardar, em liberdade, o trânsito
em julgado da sentença penal condenatória proferida no Processo
2005.01.1.064173-9, sem prejuízo da manutenção ou fixação, pelo juízo
processante, de uma ou mais de uma das medidas cautelares previstas no art.
319 do Código de Processo Penal, caso entenda necessário. Comunique-se
com urgência. Expeça-se alvará de soltura clausulado. Publique-se.
Brasília, 14 de novembro de 2017. Ministro Ricardo Lewandowski Relator

fim do documento

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Pesquisa de Jurisprudência

Decisões Monocráticas

HC 142012 MC / DF - DISTRITO FEDERAL


MEDIDA CAUTELAR NO HABEAS CORPUS
Relator(a): Min. RICARDO LEWANDOWSKI
Julgamento: 26/04/2017

Publicação

PROCESSO ELETRÔNICO
DJe-088 DIVULG 27/04/2017 PUBLIC 28/04/2017

Partes

PACTE.(S) : LUIZ CARLOS SANTIAGO PAPA


IMPTE.(S) : BRUNO RODRIGUES
COATOR(A/S)(ES) : SUPERIOR TRIBUNAL DE JUSTIÇA
ADV.(A/S) : SEM REPRESENTAÇÃO NOS AUTOS

Decisão
Trata-se de habeas corpus, com pedido de liminar, impetrado em favor de Luiz
Carlos Santiago Papa, contra o acórdão proferido pela Sexta Turma do
Superior Tribunal de Justiça - STJ, que negou provimento ao AgR no RHC
71.578/DF, de relatoria do Ministro Antonio Saldanha Palheiro. Inicialmente,
o impetrante narra que o paciente “[...] respondeu à Ação Penal n.
2005.01.1.068173-4, perante o Juízo da 03ª Vara Criminal da Circunscrição
Judiciária de Brasília/DF, pela suposta prática do delito previsto no art.
3º, inc. II c/c art. 11 da Lei n. 8.137/1990, na forma do art. 71 do Código
Penal. Foi condenado em 1ª Instância à pena de 03 (três) anos e 09 (nove)
meses de reclusão, constando expressamente na sentença penal condenatória
que as consequências da condenação estavam condicionadas ao trânsito em
julgado da referida sentença […]. [...] O Paciente interpôs recurso de
apelação, o qual teve parcial provimento, mantida, porém, a condenação pelo
Egrégio TJDFT. O MPDFT também recorreu, todavia não se insurgiu contra a
cláusula expressa estabelecida na sentença de 1º grau no sentido de que
somente após o trânsito em julgado é que se deveria expedir a respectiva
carta de guia para execução. Julgadas as apelações das partes, a pena do
Paciente restou fixada em 04 (quatro) anos e 01 (um) mês de reclusão. Foram
interpostos os respectivos recursos especial e extraordinário. O recurso
especial foi admitido pela presidência do TJDFT. Inadmitido o recurso
extraordinário, foi apresentado agravo” (págs. 4-5 do documento eletrônico
1; grifos no original). Indica que, “[E]mbora não tendo ocorrido o trânsito
em julgado da sentença penal condenatória – condição expressamente
estabelecida no caso concreto para o início da execução da pena – o MM Juízo
de 1º grau, empolgado com as recentes decisões do STF sobre a possibilidade
de cumprimento de pena imediatamente ao julgamento em 02º grau de
jurisdição, proferiu decisão determinando a expedição de ordem de prisão em
desfavor do ora Paciente […]” (pág. 6 do documento eletrônico 1). Ademais,
informa que impetrou habeas corpus no Tribunal de Justiça do Distrito
Federal e dos Territórios – TJDFT, o qual “[…] respaldou a manifesta
ilegalidade perpetrada na decisão proferida pelo juízo de 1º Grau, que
incorreu, na prática, em reformatio in pejus, ante a cláusula expressa da
sentença condenatória – contra a qual o MPDFT não recorreu – condicionando o
início da execução da pena a trânsito em julgado” (pág. 11 do documento
eletrônico 1; grifos no original). Contra a referida decisão, apresentou
recurso ordinário em habeas corpus, ao qual foi negado provimento pelo
Ministro Relator. A decisão foi confirmada no julgamento do agravo
regimental. Contra a decisão do STJ é o presente writ, dirigido a este
Tribunal, no qual a defesa pede a concessão da liminar para determinar a
“sustação da ordem de expedição de guia de execução provisória e mandado de
prisão em desfavor do Paciente nos autos do processo n. 2005.01.1.068173-4”
(pág. 28 do documento eletrônico 1). No mérito, requer a concessão da ordem
para “[...] que se respeite a cláusula constante da sentença de primeiro
grau estabelecendo expressamente que a expedição de guia de execução e de
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mandado de prisão somente poderiam ocorrer após o trânsito em julgado da
sentença penal condenatória, com esgotamento de todos os recursos, bem assim
que se assegure a aplicação do disposto no art. 105 da Lei de Execuções
Penais” (pág. 29 do documento eletrônico 1). É o relatório. Decido o pedido
de liminar. Bem examinados os autos, tenho que o caso é de deferimento do
pleito de urgência. A concessão de liminar em habeas corpus se dá de forma
excepcional, nas hipóteses em que se demonstre, de modo inequívoco, dada a
natureza do próprio pedido, a presença dos requisitos autorizadores da
medida. Na análise que se faz possível nesta fase processual, entendo
estarem presentes tais requisitos. Com efeito, menciono que, nos autos do HC
140.217/DF, de minha relatoria, deferi medida liminar para suspender a
execução provisória da pena de indivíduo, em caso análogo, por constatar a
excepcionalidade daquela situação, utilizando os seguintes fundamentos: “A
impetração funda-se na suposta violação da coisa julgada de parte da
sentença condenatória que teria assegurado ao paciente o direito de recorrer
em liberdade. Alega-se, dessa forma, que, como esse aspecto não foi objeto
de recurso por parte do Ministério Público, e, portanto, na segunda
instância, o paciente teria direito de recorrer em liberdade, porquanto tal
situação implicaria a formação da coisa julgada no ponto. É que, na
sentença, determinou-se ‘aos réus o direito de recorrerem [...] em
liberdade, uma vez que, a despeito da gravidade dos delitos praticados, não
se encontram segregados provisoriamente pelo presente feito, pois ausentes
os pressupostos da prisão preventiva’ (pág. 17 do documento eletrônico 2).
E, no acórdão, o recurso dos réus foi conhecido e parcialmente provido para
afastar a pena de multa, sendo o do Parquet também parcialmente provido,
apenas para “decretar a perda do cargo público de auditor tributário do
primeiro e da segunda apelantes e para estabelecer o regime semiaberto de
cumprimento da pena privativa de liberdade a todos os réus” (pág. 8 do
documento eletrônico 4). Em seguida, o Ministério Público, tendo em conta a
decisão deste Tribunal no julgamento do HC 126.292/SP, Rel. Ministro Teori
Zavascki – que afirmou a possibilidade do início da execução da pena após
condenação em segunda instância –, entendeu haver razão para peticionar ao
juízo de primeiro grau e requerer a prisão do paciente, no que foi atendido.
Vê-se, portanto, que a situação dos autos é teratológica, uma vez que, em
decorrência de uma petição incidental do Parquet, o juízo utilizou-se de uma
forma imprópria para modificar a fundamentação do acórdão, valendo-se de
expediente não agasalhado pela legislação processual penal, o que configura,
mutatis mutandis, uma reformatio in pejus, vedada pelo art. 617 do Código de
Processo Penal . Com efeito, tal capítulo da sentença não foi objeto de
reforma pelo Tribunal de Justiça, não havendo falar, agora, em possibilidade
de alterar-se uma decisão judicial, ainda pendente de recurso nos tribunais
superiores, sem que tal se dê pela via processual apropriada, pela simples
razão de o Supremo Tribunal ter alterado a sua jurisprudência no tocante ao
tema da execução provisória da pena, ainda não confirmada em julgamento de
mérito pelo Plenário - cumpre registrar - de modo a dotá-lo de efeito erga
omnes e força vinculante. Para prender um cidadão é preciso mais do que o
simples acatamento de uma petição ministerial protocolada em primeiro grau,
sobretudo quando estão em jogo valores essenciais à própria existência do
Estado Democrático de Direito como a liberdade e o devido processo legal. A
determinação de que a condenação seria executada apenas após o trânsito em
julgado faz parte das decisões pretorianas prolatadas em primeiro e segundo
graus de jurisdição, as quais em nenhum momento foram atacadas, no ponto,
pelos meios processuais adequados. Trânsito em julgado difere
substancialmente – como é óbvio – de julgamento em segundo grau. A vontade
do magistrado singular e dos juízes que integraram o colegiado recursal
manifestaram, explícita e também implicitamente, a vontade de que a primeira
das duas hipóteses regesse a eventual prisão do paciente. A antecipação do
cumprimento da pena, no caso singular sob exame, somente poderia ocorrer
mediante um pronunciamento específico e justificado que demonstrasse, à
saciedade, e com base em elementos concretos, a necessidade da custódia
cautelar”. Posteriormente, em 28/3/2017, deferi a medida liminar no HC
135.951/DF, também em tudo semelhante, impetrado em favor do ora paciente.
Observo que naqueles casos, assim como aqui, a matéria de fundo diz respeito
à suposta violação da coisa julgada de parte da sentença condenatória que
teria assegurado ao paciente o direito de recorrer em liberdade. Isso
porque, como pode se ver, no dispositivo da sentença, ficou consignado que
os acusados, dentre eles o ora paciente, responderam ao processo em
liberdade e, “estando encerrada a instrução e não havendo notícia de mudança
na situação fática, ausentes, pois, os requisitos ensejadores da segregação
de natureza cautelar, CONCEDO AOS ACUSADOS O DIREITO DE RECORRER EM
LIBERDADE, salvo se por outro motivo houverem de ser recolhidos” (pág. 36 do
documento eletrônico 7; grifos no original). Deve ser ressaltado que a
sentença condenatória assegurou ao paciente o direito de recorrer em
liberdade, de modo que, como esse aspecto não foi objeto de recurso por
parte do Ministério Público, o paciente tem o direito de recorrer em
liberdade, porquanto tal situação implicaria a formação da coisa julgada no
ponto. Além disso, no acórdão, o Tribunal de Justiça do Distrito Federal e
dos Territórios, apesar de dar parcial provimento às apelações dos réus e do
Ministério Público (documento eletrônico 8), sequer tratou da parte do
Assinado dispositivo
eletronicamente. A da sentença
Certificação Digital que garantiu
pertence ao de
a: Marcelo Leal paciente o - direito
Lima Oliveira Advogado de permanecer em Num. 10536635 - Pág. 13
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liberdade durante a fase recursal. Ocorre que o Ministério Público, levando
em consideração a decisão deste Tribunal no julgamento do HC 126.292/SP, de
relatoria do Ministro Teori Zavascki – que afirmou a possibilidade do início
da execução da pena após condenação em segunda instância, peticionou ao
juízo de primeiro grau requerendo a prisão do paciente, no que foi atendido
(documento eletrônico 13). Vê-se, portanto, assim como constatei nos autos
dos HC’s 135.951/DF e 140.217/DF, que a situação dos autos também é
teratológica, uma vez que, em decorrência de uma petição incidental do
Parquet, o juízo da 3ª Vara Criminal de Brasília utilizou-se de uma forma
imprópria para modificar a fundamentação do acórdão, valendo-se de
expediente não agasalhado pela legislação processual penal, o que configura,
mutatis mutandis, uma reformatio in pejus, vedada pelo art. 617 do Código de
Processo Penal. Com efeito, tal capítulo da sentença não foi objeto de
reforma pelo Tribunal de Justiça local, não havendo falar, agora, em
possibilidade de alterar-se uma decisão judicial, ainda pendente de recurso
nos tribunais superiores, sem que tal se dê pela via processual apropriada,
pela simples razão de o Supremo Tribunal ter alterado a sua jurisprudência
no tocante ao tema da execução provisória da pena, ainda não confirmada em
julgamento de mérito pelo Plenário - cumpre registrar - de modo a dotá-lo de
efeito erga omnes e força vinculante. Para prender um cidadão é preciso mais
do que o simples acatamento de uma petição ministerial protocolada em
primeiro grau, sobretudo quando estão em jogo valores essenciais à própria
existência do Estado Democrático de Direito, como a liberdade e o devido
processo legal. A determinação de que a condenação seria executada apenas
após o trânsito em julgado faz parte das decisões pretorianas prolatadas em
primeiro e segundo graus de jurisdição, as quais em nenhum momento foram
atacadas, no ponto, pelos meios processuais adequados. Trânsito em julgado
difere substancialmente – como é óbvio – de julgamento em segundo grau. A
vontade do magistrado singular e dos juízes que integraram o colegiado
recursal manifestaram, explícita e também implicitamente, a vontade de que a
primeira das duas hipóteses regesse a eventual prisão do paciente. A
antecipação do cumprimento da pena, no caso singular sob exame, somente
poderia ocorrer mediante um pronunciamento específico e justificado que
demonstrasse, satisfatoriamente, e com base em elementos concretos, a
necessidade da custódia cautelar. Assim, da análise dos autos, verificando
que o caso se assemelha em tudo àqueles tratados nos HC’s 135.951/DF e
140.217/DF, entendo aplicáveis aqui os mesmos fundamentos por mim adotados
nos referidos precedentes. Por essas razões, constatada a excepcionalidade
da situação em análise, defiro a medida liminar para que seja suspensa a
execução da pena determinada nos autos da Ação Penal 2005.01.1.068173-4, em
trâmite na 3ª Vara Criminal de Brasília, até que o mérito deste habeas
corpus seja julgado pelo colegiado competente. Comunique-se, com urgência,
ao Juízo da 3ª Vara Criminal de Brasília, requisitando-lhe informações.
Após, ouça-se a Procuradoria-Geral da República. Publique-se. Brasília, 26
de abril de 2017. Ministro Ricardo Lewandowski Relator

Legislação

LEG-FED DEL-002848 ANO-1940


ART-00071
CP-1940 CÓDIGO PENAL
LEG-FED LEI-007210 ANO-1984
ART-00105
LEP-1984 LEI DE EXECUÇÃO PENAL
LEG-FED LEI-008137 ANO-1990
ART-00003 INC-00002 ART-00011
LEI ORDINÁRIA

Observação

26/02/2018
Legislação feita por:(NLS).

fim do documento

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Pesquisa de Jurisprudência

Decisões Monocráticas

HC 147428 / MG - MINAS GERAIS


HABEAS CORPUS
Relator(a): Min. CELSO DE MELLO
Julgamento: 04/10/2017

Publicação

PROCESSO ELETRÔNICO
DJe-231 DIVULG 06/10/2017 PUBLIC 09/10/2017

Partes

PACTE.(S) : THIAGO FELIPHE MONTEIRO LOPES DA SILVA


IMPTE.(S) : IGOR LIMA COUY
COATOR(A/S)(ES) : RELATORA DO HC Nº 412.332 DO SUPERIOR TRIBUNAL DE JUSTIÇA

Decisão
EMENTA: A QUESTÃO DA EXECUÇÃO PROVISÓRIA DE CONDENAÇÕES PENAIS NÃO
TRANSITADAS EM JULGADO. INTERPRETAÇÃO DO ART. 5º, INCISO LVII, DA
CONSTITUIÇÃO DA REPÚBLICA. EXIGÊNCIA CONSTITUCIONAL DE PRÉVIO E EFETIVO
TRÂNSITO EM JULGADO DA CONDENAÇÃO CRIMINAL COMO REQUISITO LEGITIMADOR DA
EXECUÇÃO DA PENA. DIREITO COMPARADO: ITÁLIA E PORTUGAL, CUJAS CONSTITUIÇÕES
SOMENTE FAZEM CESSAR A PRESUNÇÃO “JURIS TANTUM” DE INOCÊNCIA COM O ADVENTO
DE SENTENÇA CONDENATÓRIA IRRECORRÍVEL. DISSENSO INTERNO REGISTRADO NO
SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL. POSSÍVEL ALTERAÇÃO DE RECENTE DIRETRIZ
JURISPRUDENCIAL QUE SE FORMOU, NESTA CORTE, POR EXÍGUA MAIORIA (6 VOTOS A
5). POSIÇÃO DO RELATOR (MINISTRO CELSO DE MELLO), INTEGRANTE DA CORRENTE
MINORITÁRIA, QUE ENTENDE NECESSÁRIO O PRÉVIO E EFETIVO TRÂNSITO EM JULGADO
DA CONDENAÇÃO CRIMINAL, PARA EFEITO DE SUA EXECUÇÃO DEFINITIVA (LEP, arts.
105 e 147; CP, art. 50; CPPM, arts. 592, 594 e 604). INADMISSIBILIDADE DE
ANTECIPAÇÃO FICTA DO TRÂNSITO EM JULGADO, QUE CONSTITUI NOÇÃO INEQUÍVOCA EM
MATÉRIA PROCESSUAL. A IMPOSSIBILIDADE CONSTITUCIONAL DE EXECUÇÃO PROVISÓRIA
DA PENA, CONTUDO, NÃO IMPEDE O JUDICIÁRIO, COM APOIO EM SEU PODER GERAL DE
CAUTELA, DE DECRETAR PRISÃO CAUTELAR DO INVESTIGADO OU DO RÉU, SEJA NO
ÂMBITO DE INQUÉRITO POLICIAL, SEJA NO CURSO DO PROCESSO JUDICIAL, SEJA,
AINDA, APÓS SENTENÇA CONDENATÓRIA RECORRÍVEL. A UTILIZAÇÃO DA PRISÃO
CAUTELAR, SEMPRE POSSÍVEL, ATUA COMO IMPORTANTE INSTRUMENTO DE DEFESA
SOCIAL, REVELANDO-SE APTA A NEUTRALIZAR PRÁTICAS CRIMINOSAS QUE SE REGISTREM
NO SEIO DA COLETIVIDADE. CONCESSÃO, NO CASO, DA ORDEM DE “HABEAS CORPUS”
SUSPENSIVA DE EXECUÇÃO PROVISÓRIA DA CONDENAÇÃO CRIMINAL DO PACIENTE, EM
RAZÃO DE 02 (DOIS) MOTIVOS JURIDICAMENTE RELEVANTES: (a) AUSÊNCIA, NO ATO
DECISÓRIO QUE DETERMINOU O INÍCIO DA EXECUÇÃO PROVISÓRIA DA PENA, DE
FUNDAMENTAÇÃO, IDÔNEA E ADEQUADA, EXIGIDA PELA CONSTITUIÇÃO DA REPÚBLICA
(ART. 93, IX) E (b) OFENSA AO PRINCÍPIO QUE VEDA A “REFORMATIO IN PEJUS”
(CPP, ART. 617, “in fine”), POIS O TRIBUNAL DE INFERIOR JURISDIÇÃO ORDENOU
QUE SE PROCEDESSE, EM PRIMEIRO GRAU, À IMEDIATA EXECUÇÃO ANTECIPADA DA PENA,
NÃO OBSTANTE ESSE COMANDO HOUVESSE SIDO DETERMINADO EM RECURSO EXCLUSIVO DO
RÉU CONDENADO, A QUEM SE ASSEGURARA, NO ENTANTO, EM MOMENTO ANTERIOR, SEM
IMPUGNAÇÃO RECURSAL DO MINISTÉRIO PÚBLICO, O DIREITO DE AGUARDAR EM
LIBERDADE A CONCLUSÃO DO PROCESSO. EXISTÊNCIA, NO SENTIDO DA PRESENTE
DECISÃO, DE DIVERSOS OUTROS ATOS DECISÓRIOS PROFERIDOS NO ÂMBITO DO SUPREMO
TRIBUNAL FEDERAL. PEDIDO DEFERIDO. DECISÃO: Trata-se de “habeas corpus”
impetrado contra decisão monocrática que, emanada de eminente Ministra do E.
Superior Tribunal de Justiça em sede de outra ação de “habeas corpus” ainda
em curso (HC 412.332/MG), indeferiu pleito cautelar que lhe havia sido
requerido em favor do ora paciente, por entender legítima a “execução
provisória” da condenação penal ainda recorrível proferida ou confirmada por
Tribunal de segunda instância, apoiando-se, para tanto, em precedente desta
Suprema Corte. Busca-se, nesta sede processual, seja garantido ao ora
paciente o direito de estar em liberdade. Registro que, em juízo de estrita
delibação, deferi o pedido de medida liminar formulado nestes autos, por
vislumbrar plausibilidade jurídica na pretensão deduzida pela parte
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impetrante. O Ministério Público Federal, em pronunciamento da lavra do
ilustre Subprocurador-Geral da República Dr. EDSON OLIVEIRA DE ALMEIDA,
opinou pela denegação da ordem de “habeas corpus”. Sendo esse o quadro,
passo a apreciar a admissibilidade do presente “writ”. E, ao fazê-lo, devo
observar que ambas as Turmas do Supremo Tribunal Federal firmaram orientação
no sentido da incognoscibilidade desse remédio constitucional, quando
ajuizado, como no caso em análise, em face de decisão monocrática proferida
por Ministro de Tribunal Superior da União (HC 116.875/AC, Rel. Min. CÁRMEN
LÚCIA – HC 117.346/SP, Rel. Min. CÁRMEN LÚCIA – HC 117.798/SP, Rel. Min.
RICARDO LEWANDOWSKI – HC 118.189/MG, Rel. Min. RICARDO LEWANDOWSKI – HC
119.821/TO, Rel. Min. GILMAR MENDES – HC 121.684-AgR/SP, Rel. Min. TEORI
ZAVASCKI – HC 122.381-AgR/SP, Rel. Min. DIAS TOFFOLI – HC 122.718/SP, Rel.
Min. ROSA WEBER – RHC 114.737/RN, Rel. Min. CÁRMEN LÚCIA – RHC 114.961/SP,
Rel. Min. DIAS TOFFOLI, v.g.): “’HABEAS CORPUS’. CONSTITUCIONAL. PENAL.
DECISÃO MONOCRÁTICA QUE NEGOU SEGUIMENTO A RECURSO ESPECIAL. SUPRESSÃO DE
INSTÂNCIA. IMPETRAÇÃO NÃO CONHECIDA. I – (…) verifica-se que a decisão
impugnada foi proferida monocraticamente. Desse modo, o pleito não pode ser
conhecido, sob pena de indevida supressão de instância e de extravasamento
dos limites de competência do STF descritos no art. 102 da Constituição
Federal, o qual pressupõe seja a coação praticada por Tribunal Superior.
…...................................................................................................
III – ‘Writ’ não conhecido.” (HC 118.212/MG, Rel. Min. RICARDO LEWANDOWSKI –
grifei) Esta Suprema Corte, como se vê dos precedentes acima referidos,
compreende que a cognoscibilidade da ação de “habeas corpus” supõe a
existência de decisão colegiada da Corte Superior apontada como coatora,
situação inocorrente na espécie. Tenho respeitosamente dissentido, em
caráter pessoal, dessa diretriz jurisprudencial, por nela vislumbrar grave
restrição ao exercício do remédio constitucional do “habeas corpus”. Não
obstante a minha posição pessoal, venho observando, em recentes julgamentos,
essa orientação restritiva, hoje consolidada na jurisprudência da Corte, em
atenção ao princípio da colegialidade. Assinalo, no entanto, que, mesmo em
impetrações deduzidas contra decisões monocráticas de Ministros de outros
Tribunais Superiores da União, a colenda Segunda Turma do Supremo Tribunal
Federal, ainda que não conhecendo do “writ” constitucional, tem concedido,
“ex officio”, a ordem de “habeas corpus”, quando se evidencie patente a
situação caracterizadora de injusto gravame ao “status libertatis” do
paciente (HC 118.560/SP, Rel. Min. RICARDO LEWANDOWSKI, v.g.). Por tal
razão, examino a matéria veiculada neste “writ”. E, ao fazê-lo, entendo que
a análise objetiva das razões invocadas na presente impetração revela ser
inquestionável o relevo jurídico da pretensão deduzida pelo impetrante.
Cumpre rememorar que o Supremo Tribunal Federal consagrou diretriz que –
resultante de julgamentos efetuados, em sede cautelar, no âmbito de
processos objetivos de fiscalização concentrada de constitucionalidade (ADC
43-MC/DF, Rel. Min. MARCO AURÉLIO – ADC 44-MC/DF, Rel. Min. MARCO AURÉLIO) –
culminou no reconhecimento da existência de repercussão geral relativa à
questão jurídico-constitucional pertinente à legitimidade da execução
provisória de sentença condenatória criminal (ARE 964.246-RG/SP, Rel. Min.
TEORI ZAVASCKI). Ao participar dos julgamentos que consagraram os
precedentes referidos, integrei a corrente minoritária, por entender que a
tese da execução provisória de condenações penais ainda recorríveis
transgride, de modo frontal, a presunção constitucional de inocência, que só
deixa de subsistir ante o trânsito em julgado (que não pode ser fictício) da
decisão condenatória (CF, art. 5º, LVII). Acentuei, então, que eventual
inefetividade da jurisdição penal ou do sistema punitivo motivada pela
prodigalização de meios recursais, culminando por gerar no meio social a
sensação de impunidade, não pode ser atribuída à declaração constitucional
do direito fundamental de ser presumido inocente, pois não é essa
prerrogativa básica que frustra o sentimento de justiça dos cidadãos ou que
provoca qualquer crise de funcionalidade do aparelho judiciário. Na
realidade, a solução dessa questão há de ser encontrada na reformulação do
sistema processual e na busca de meios que, adotados pelo Poder Legislativo,
confiram maior coeficiente de racionalidade ao modelo recursal, mas não,
como se decidiu, na inaceitável desconsideração de um dos direitos
fundamentais a que fazem jus os cidadãos desta República fundada no conceito
de liberdade e legitimada pelo princípio democrático. A posição que
prevaleceu naqueles julgamentos reflete – segundo entendo – preocupante
inflexão hermenêutica, de índole regressista, em torno do pensamento
jurisprudencial desta Suprema Corte no plano sensível dos direitos e
garantias individuais, retardando, em minha percepção, o avanço de uma
significativa agenda judiciária concretizadora das liberdades fundamentais
em nosso País. O fato incontestável no domínio da presunção constitucional
de inocência reside na circunstância de que nenhuma execução de condenação
criminal em nosso País, mesmo se se tratar de simples pena de multa, pode
ser implementada sem a existência do indispensável título judicial
definitivo, resultante, como sabemos, do necessário trânsito em julgado da
sentença penal condenatória. Antes desse momento – é preciso advertir –, o
Estado não pode tratar os indiciados ou os réus como se culpados fossem. A
presunção de inocência impõe, desse modo, ao Poder Público um dever de
tratamento que não pode ser desrespeitado por seus agentes e autoridades,
Assinado como vinha Aacentuando,
eletronicamente. em
Certificação Digital sucessivos
pertence julgamentos,
a: Marcelo Leal de Lima Oliveira esta Corte Suprema (HC
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96.095/SP, Rel. Min. CELSO DE MELLO – HC 121.929/TO, Rel. Min. ROBERTO
BARROSO – HC 124.000/SP, Rel. Min. MARCO AURÉLIO – HC 126.846/SP, Rel. Min.
TEORI ZAVASCKI – HC 130.298/SP, Rel. Min. GILMAR MENDES, v.g.): “(…) O
POSTULADO CONSTITUCIONAL DA PRESUNÇÃO DE INOCÊNCIA IMPEDE QUE O ESTADO
TRATE, COMO SE CULPADO FOSSE, AQUELE QUE AINDA NÃO SOFREU CONDENAÇÃO PENAL
IRRECORRÍVEL. – A prerrogativa jurídica da liberdade – que possui extração
constitucional (CF, art. 5º, LXI e LXV) – não pode ser ofendida por
interpretações doutrinárias ou jurisprudenciais que, fundadas em preocupante
discurso de conteúdo autoritário, culminam por consagrar, paradoxalmente, em
detrimento de direitos e garantias fundamentais proclamados pela
Constituição da República, a ideologia da lei e da ordem. Mesmo que se trate
de pessoa acusada da suposta prática de crime hediondo, e até que sobrevenha
sentença penal condenatória irrecorrível, não se revela possível – por
efeito de insuperável vedação constitucional (CF, art. 5º, LVII) – presumir-
lhe a culpabilidade. Ninguém pode ser tratado como culpado, qualquer que
seja a natureza do ilícito penal cuja prática lhe tenha sido atribuída, sem
que exista, a esse respeito, decisão judicial condenatória transitada em
julgado. O princípio constitucional da presunção de inocência, em nosso
sistema jurídico, consagra, além de outras relevantes consequências, uma
regra de tratamento que impede o Poder Público de agir e de se comportar, em
relação ao suspeito, ao indiciado, ao denunciado ou ao réu, como se estes já
houvessem sido condenados, definitivamente, por sentença do Poder
Judiciário. Precedentes.” (HC 93.883/SP, Rel. Min. CELSO DE MELLO) Acho
importante destacar, com vênia à corrente majoritária que se formou nesta
Corte, que a presunção de inocência não se esvazia progressivamente, à
medida em que se sucedem os graus de jurisdição. Isso significa, portanto,
que, mesmo confirmada a condenação penal por um Tribunal de segunda
instância, ainda assim subsistirá, segundo entendo, em favor do sentenciado,
esse direito fundamental, que só deixará de prevalecer – repita-se – com o
trânsito em julgado da sentença penal condenatória, como claramente
estabelece, em texto inequívoco, a Constituição da República. São essas as
razões que me levaram, em voto vencido, a sustentar a tese segundo a qual a
execução provisória (ou prematura) da sentença penal condenatória revela-se
frontalmente incompatível com o direito fundamental do réu de ser presumido
inocente até que sobrevenha o trânsito em julgado de sua condenação
criminal, tal como expressamente assegurado pela própria Constituição da
República (CF, art. 5º, LVII). Cumpre assinalar que, em sede de direito
comparado, a exigência de prévio trânsito em julgado da condenação criminal,
como requisito legitimador da execução da pena, não traduz singularidade nem
configura idiossincrasia do constitucionalismo brasileiro, pois a
Constituição da República Italiana de 1947 (art. 27) e a Constituição da
República Portuguesa de 1976 (art. 32, n. 2) também estabelecem que a
presunção de inocência (tal como ocorre na Constituição brasileira de 1988)
somente cessará após o trânsito em julgado da sentença penal condenatória.
Com efeito, a Constituição italiana prescreve que “L’imputato non è
considerato colpevole sino alla condanna definitiva” (art. 27), enquanto a
Lei Fundamental portuguesa dispõe que “Todo o arguido se presume inocente
até ao trânsito em julgado da sentença de condenação (…)” (art. 32, n. 2).
Cabe observar, de outro lado, que a corrente minoritária por mim integrada –
não obstante entenda que a execução da pena somente se legitima com o
trânsito em julgado (que há de ser real) da condenação criminal, como
determina a própria Constituição da República (art. 5º, inciso LVII) e
dispõe a legislação ordinária (LEP, arts. 105 e 147; CP, art. 50; CPPM,
arts. 592, 594 e 604) – não afasta a possibilidade de o magistrado (ou o
Tribunal) competente decretar a prisão cautelar da pessoa sob persecução
penal, quer durante a fase do inquérito policial, quer no curso de processo
judicial, quer, ainda, após a prolação de sentença condenatória recorrível,
desde que atendidos, de um lado, os pressupostos e indicados, de outro, os
fundamentos concretos referidos pelo art. 312 do Código de Processo Penal.
Vê-se, portanto, que a impossibilidade constitucional de execução provisória
da pena não impede que o Judiciário, com apoio em seu poder geral de
cautela, venha a decretar, contra o investigado ou o réu, a prisão cautelar,
qualquer que seja a sua modalidade (prisão temporária, prisão preventiva,
prisão decorrente de decisão de pronúncia ou prisão motivada por sentença
condenatória recorrível), sem se falar na ocorrência de eventual prisão em
flagrante, que independe de ordem judicial (CF, art. 5º, inciso LXI; CPP,
art. 301), a significar, desse modo, que o ordenamento positivo, ao
instituir em favor do Estado instrumentos de tutela cautelar penal, torna
admissível a utilização, pelo Poder Público e por seus agentes, de
importantes meios de defesa social, cuja eficácia terá o condão de
neutralizar condutas delinquenciais lesivas ao interesse da coletividade,
que não ficará exposta, assim, a práticas criminosas que se registrem em seu
âmbito. Em uma palavra: o sistema jurídico brasileiro, ao disciplinar o
instituto da tutela cautelar penal, outorga ao Estado poderosos instrumentos
que legitimam a adoção de medidas privativas de liberdade, como as diversas
espécies de prisão cautelar, cuja efetivação independe do trânsito em
julgado de eventual condenação criminal, considerada a circunstância –
juridicamente relevante – de que o magistrado dispõe, para tanto, do poder
geral de cautela. É que a prisão cautelar (“carcer ad custodiam”) não se
Assinado confunde com
eletronicamente. a prisão
A Certificação penal
Digital (“carcer
pertence ad de
a: Marcelo Leal poenam”),
Lima Oliveira que exige, esta sim,
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considerado o disposto na declaração constitucional de direitos inscrita em
nossa Carta Política (art. 5º, inciso LVII), o efetivo trânsito em julgado
da sentença penal condenatória. Assentadas tais premissas, passo a examinar
o pedido ora formulado nesta sede processual. E, ao fazê-lo, saliento que
eminentes Ministros desta Corte, em diversos processos (HC 135.951-MC/DF,
Rel. Min. RICARDO LEWANDOWSKI – HC 137.494-AgR/DF, Rel. Min. RICARDO
LEWANDOWSKI – HC 140.217-MC/DF, Rel. Min. RICARDO LEWANDOWSKI – HC 142.162-
MC/BA, Rel. Min. RICARDO LEWANDOWSKI – HC 144.712-MC/SP, Rel. Min. MARCO
AURÉLIO – HC 144.908-MC/RS, Rel. Min RICARDO LEWANDOWSKI – HC 145.380- -
MC/SP, Rel. Min. MARCO AURÉLIO – HC 145.560/SP, Rel. Min. RICARDO
LEWANDOWSKI – HC 145.856-MC/SP, Rel. Min. RICARDO LEWANDOWSKI – HC 145.953-
MC/RJ, Rel. Min. RICARDO LEWANDOWSKI – HC 146.006-MC/PE, Rel. Min. MARCO
AURÉLIO, v.g.), têm concedido provimentos cautelares (ou, até mesmo,
deferido o próprio “writ” constitucional) em situações como aquelas, por
exemplo, em que Tribunais de inferior jurisdição, ao ordenarem a expedição
de mandados de prisão, para efeito de “execução provisória”, (a) limitam-se
a simplesmente mencionar, sem qualquer fundamentação idônea, os precedentes
a que aludi logo no início desta decisão, ou (b) fazem-no sem que ainda
tenha sido esgotada a jurisdição ordinária, pois pendentes de julgamento
embargos de declaração ou embargos infringentes e de nulidade do julgado
(CPP, art. 609, parágrafo único), ou, ainda, (c) determinam a imediata e
antecipada efetivação executória de seu julgado com transgressão ao
postulado que veda a “reformatio in pejus”, eis que a ordem de prisão é dada
em recursos interpostos unicamente pelo réu condenado a quem se garantira,
anteriormente, sem qualquer impugnação do Ministério Público, o direito de
aguardar em liberdade a conclusão do processo. O caso ora em análise ajusta-
se às hipóteses sob (a) e (c), cabendo destacar, quanto a este último
aspecto, que a colenda Segunda Turma deste Tribunal, em 08/08/2017, iniciou
o julgamento, suspenso por pedido de vista, de uma ação de “habeas corpus”
(HC 136.720/PB), no qual já se formou maioria pela concessão da ordem, em
que o eminente Relator, Ministro RICARDO LEWANDOWSKI, propôs o deferimento
do “writ” precisamente em virtude de violação ao princípio que proíbe a
“reformatio in pejus”, em situação na qual o Tribunal apontado como coator
ordenou a imediata execução antecipada da pena, fazendo-o, contudo, tal como
sucede na espécie ora em exame, em recurso exclusivo do réu, a quem se
assegurara, sem qualquer oposição recursal do Ministério Público, o direito
de aguardar em liberdade o desfecho do processo, transgredindo-se, desse
modo, postulado fundamental que conforma e condiciona a atuação do Poder
Judiciário (HC 142.012-MC/DF, Rel. Min. RICARDO LEWANDOWSKI – HC 142.017-
MC/DF, Rel. Min. RICARDO LEWANDOWSKI, v.g.). De outro lado, e como já
salientado, o E. Tribunal de Justiça do Estado de Minas Gerais, ao
determinar o início da execução provisória da condenação penal, limitou-se,
“sic et simpliciter”, a mencionar o julgamento proferido pelo Supremo
Tribunal Federal nos autos do HC 126.292/SP, abstendo-se, no entanto, de
fundamentar, de modo adequado e idôneo, a ordem de prisão, assim
transgredindo o que prescreve (e impõe) o inciso IX do art. 93 da
Constituição da República, que estabelece que “todos os julgamentos dos
órgãos do Poder Judiciário serão públicos, e fundamentadas todas as
decisões, sob pena de nulidade (…)” (grifei). É importante advertir, neste
ponto, que a jurisprudência do Supremo Tribunal Federal, em orientação que
se reflete na doutrina (FERNANDO DA COSTA TOURINHO FILHO, “Processo Penal”,
vol. 4/183, 11ª ed., 1989, Saraiva, v.g.), posiciona-se no sentido de
reconhecer que a fundamentação constitui pressuposto de legitimidade das
decisões judiciais (HC 80.892/RJ, Rel. Min. CELSO DE MELLO, v.g.): “– É
inquestionável que a exigência de fundamentação das decisões estatais, mais
do que expressiva imposição consagrada e positivada pela ordem
constitucional, reflete uma poderosa garantia contra eventuais excessos do
Estado, pois, ao torná-la elemento imprescindível e essencial dos atos que
veiculam a privação da liberdade individual, quis o ordenamento jurídico
erigi-la como fator de limitação dos poderes deferidos às autoridades
públicas. – Não se pode jamais esquecer que a exigência de motivação dos
atos judiciais constritivos da liberdade individual deriva de postulado
constitucional inafastável, que traduz expressivo elemento de restrição ao
exercício do próprio poder estatal, além de configurar instrumento essencial
de respeito e proteção às liberdades públicas. – A fundamentação dos atos
decisórios qualifica-se como pressuposto constitucional de validade e
eficácia das decisões emanadas do Poder Judiciário, de tal modo que a
inobservância do dever imposto pelo art. 93, IX, da Constituição Federal,
precisamente por afetar a legitimidade jurídica dessas deliberações
estatais, gera, de maneira irremissível, a sua própria nulidade (…).” (HC
95.034/PE, Rel. Min. CELSO DE MELLO) Sendo assim, e tendo presentes as
razões expostas, defiro o pedido de “habeas corpus”, para suspender – até o
efetivo trânsito em julgado da condenação penal (CF, art. 5º, LVII, e LEP,
art. 105) imposta ao paciente no âmbito do Processo-crime nº 5815460-
82.2009.8.13.0024 – o início da execução da pena que se determinou nos autos
da Apelação Criminal nº 5815460-82.2009.8.13.0024, do E. Tribunal de Justiça
do Estado de Minas Gerais. Comunique-se, com urgência, transmitindo-se cópia
da presente decisão ao E. Superior Tribunal de Justiça (HC 412.332/MG), ao
E. Tribunal de Justiça do Estado de Minas Gerais (Apelação Criminal nº
Assinado 5815460-82.2009.8.13.0024) e ao
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a: Marcelo dode1º Tribunal
Lima do Júri da comarca de
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Belo Horizonte/MG (Processo-crime nº 5815460- -82.2009.8.13.0024). Arquivem-
se estes autos. Publique-se. Brasília, 04 de outubro de 2017. Ministro CELSO
DE MELLO Relator

fim do documento

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Pesquisa de Jurisprudência

Decisões Monocráticas

HC 148122 MC / MG - MINAS GERAIS


MEDIDA CAUTELAR NO HABEAS CORPUS
Relator(a): Min. CELSO DE MELLO
Julgamento: 28/09/2017

Publicação

PROCESSO ELETRÔNICO
DJe-225 DIVULG 02/10/2017 PUBLIC 03/10/2017

Partes

PACTE.(S) : B.A.P.G.
IMPTE.(S) : LEONARDO MARQUES VILELA E OUTRO(A/S)
COATOR(A/S)(ES) : RELATOR DO HC Nº 416.437 DO SUPERIOR TRIBUNAL DE JUSTIÇA
IMPTE.(S) : JOYCE ARIELE SILVA MEIRELES

Decisão
EMENTA: A QUESTÃO DA EXECUÇÃO PROVISÓRIA DE CONDENAÇÕES PENAIS NÃO
TRANSITADAS EM JULGADO. INTERPRETAÇÃO DO ART. 5º, INCISO LVII, DA
CONSTITUIÇÃO DA REPÚBLICA. DISSENSO INTERNO REGISTRADO NO SUPREMO TRIBUNAL
FEDERAL. POSSÍVEL ALTERAÇÃO DE RECENTE DIRETRIZ JURISPRUDENCIAL QUE SE
FORMOU, NESTA CORTE, POR EXÍGUA MAIORIA (6 VOTOS A 5). POSIÇÃO DO RELATOR
(MINISTRO CELSO DE MELLO), INTEGRANTE DA CORRENTE MINORITÁRIA, QUE ENTENDE
NECESSÁRIO O PRÉVIO E EFETIVO TRÂNSITO EM JULGADO DA CONDENAÇÃO CRIMINAL,
PARA EFEITO DE SUA EXECUÇÃO DEFINITIVA (LEP, arts. 105 e 147; CP, art. 50;
CPPM, arts. 592, 594 e 604). INADMISSIBILIDADE DE ANTECIPAÇÃO FICTA DO
TRÂNSITO EM JULGADO, QUE CONSTITUI NOÇÃO INEQUÍVOCA EM MATÉRIA PROCESSUAL. A
IMPOSSIBILIDADE CONSTITUCIONAL DE EXECUÇÃO PROVISÓRIA DA PENA, CONTUDO, NÃO
IMPEDE O JUDICIÁRIO, COM APOIO EM SEU PODER GERAL DE CAUTELA, DE DECRETAR
PRISÃO CAUTELAR DO INVESTIGADO OU DO RÉU, SEJA NO ÂMBITO DE INQUÉRITO
POLICIAL, SEJA NO CURSO DO PROCESSO JUDICIAL, SEJA, AINDA, APÓS SENTENÇA
CONDENATÓRIA RECORRÍVEL. A UTILIZAÇÃO DA PRISÃO CAUTELAR, SEMPRE POSSÍVEL,
ATUA COMO IMPORTANTE INSTRUMENTO DE DEFESA SOCIAL, REVELANDO-SE APTA A
NEUTRALIZAR PRÁTICAS CRIMINOSAS QUE SE REGISTREM NO SEIO DA COLETIVIDADE.
CONCESSÃO, NO CASO, DE MEDIDA CAUTELAR SUSPENSIVA DE EXECUÇÃO PROVISÓRIA DA
CONDENAÇÃO CRIMINAL DO PACIENTE, EM RAZÃO DE 02 (DOIS) MOTIVOS JURIDICAMENTE
RELEVANTES: (a) AUSÊNCIA DE NECESSÁRIA FUNDAMENTAÇÃO IDÔNEA E ADEQUADA,
EXIGIDA PELA CONSTITUIÇÃO DA REPÚBLICA (ART. 93, IX), DO ATO DECISÓRIO QUE
DETERMINOU O INÍCIO DA EXECUÇÃO PROVISÓRIA E (b) POSSÍVEL OFENSA AO
PRINCÍPIO QUE VEDA A “REFORMATIO IN PEJUS” (CPP, ART. 617, “IN FINE”), POIS
O TRIBUNAL DE INFERIOR JURISDIÇÃO ORDENOU QUE SE PROCEDESSE, EM PRIMEIRO
GRAU, À IMEDIATA EXECUÇÃO ANTECIPADA DA PENA, NÃO OBSTANTE ESSE COMANDO
HOUVESSE SIDO DETERMINADO EM RECURSO EXCLUSIVO DO RÉU CONDENADO, A QUEM SE
ASSEGURARA, NO ENTANTO, EM MOMENTO ANTERIOR, SEM IMPUGNAÇÃO RECURSAL DO
MINISTÉRIO PÚBLICO, O DIREITO DE AGUARDAR EM LIBERDADE A CONCLUSÃO DO
PROCESSO. EXISTÊNCIA, NO SENTIDO DA PRESENTE DECISÃO, DE DIVERSOS OUTROS
ATOS DECISÓRIOS PROFERIDOS NO ÂMBITO DO SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL. MEDIDA
CAUTELAR DEFERIDA. DECISÃO: Em face da decisão por mim proferida na Pet
4.848/DF, de que fui Relator, e com apoio nas razões dela constantes (DJe nº
251/2010, publicado em 01/02/2011), determino a reautuação desta ação de
“habeas corpus”, em ordem a que não mais prevaleça o regime de sigilo.
Enfatizo, por necessário, que a cláusula de sigilo imposta pelo art. 234-B
do Código Penal incide sobre o processo penal de natureza condenatória “em
que se apuram crimes” contra a dignidade sexual, assim tipificados na
legislação repressiva (CP, arts. 213 a 234). A “ratio” subjacente a essa
previsão legal – que excepcionalmente impõe a nota de sigilo aos
procedimentos de persecução penal – tem por única finalidade proteger a
vítima dos delitos em questão e neutralizar os efeitos negativos decorrentes
do estrépito judiciário motivado pela instauração da “persecutio criminis”,
preservando, desse modo, a intimidade e a honra do ofendido. Vale destacar,
por oportuno, no sentido que venho de expor, a correta observação de JULIO
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FABBRINI MIRABETE e de RENATO N. FABBRINI (“Código Penal Interpretado”, p.
1.463, item n. 234-B.1, 7ª ed., 2011, Atlas): “O dispositivo visa proteger a
vítima das consequências do ‘strepitus judicii’. Embora a regra geral seja a
da publicidade dos atos processuais, a Constituição Federal admite o sigilo
necessário à defesa da intimidade (art. 5º, LX) e o Código de Processo Penal
autoriza a decretação do segredo de justiça para a preservação da
intimidade, vida privada, honra e imagem do ofendido (art. 201, § 6º). Nos
crimes sexuais, além do dano decorrente da própria infração, havia de
suportar a vítima, via de regra, também os malefícios da exposição pública
de sua intimidade decorrente da instauração do processo penal. Com essa
finalidade, a lei estabeleceu, em relação a esses delitos, como regra
obrigatória, o segredo de justiça. (…) Embora se refira a lei somente ao
processo, o sigilo deve alcançar o inquérito policial, incumbindo à
autoridade e ao juiz a adoção nos autos das providências necessárias à
preservação da intimidade da vítima.” (grifei) Tratando-se, porém, de
processo de “habeas corpus”, em cujo âmbito não se concretizam atos de
persecução penal em razão de sua própria natureza e finalidade, mesmo porque
esse “writ” constitucional não se destina, em sua precípua função
instrumental, à apuração e repressão de crimes, torna-se inaplicável, exceto
quanto aos dados de qualificação da vítima, a regra inscrita no art. 234-B
do Código Penal, pois o agente do fato delituoso, nos casos de crimes contra
a dignidade sexual, não é o destinatário dessa especial norma de proteção.
Por tal razão, impõe-se a reautuação acima ordenada, excluindo-se,
unicamente, quando for o caso, o nome da vítima. 2. O presente “habeas
corpus”, com pedido de medida liminar, foi impetrado contra decisão
monocrática que, emanada de eminente Ministro do E. Superior Tribunal de
Justiça em sede de outra ação de “habeas corpus” ainda em curso (HC
416.437/MG), indeferiu pleito cautelar que lhe havia sido requerido em favor
do ora paciente, por entender legítima a “execução provisória” da condenação
penal ainda recorrível proferida ou confirmada por Tribunal de segunda
instância, apoiando-se, para tanto, em precedentes desta Suprema Corte.
Busca-se, em síntese, nesta sede cautelar, seja garantido ao ora paciente o
direito de estar em liberdade até o julgamento final desta impetração. Sendo
esse o quadro, passo a apreciar a admissibilidade do presente “writ”. E, ao
fazê-lo, devo observar que ambas as Turmas do Supremo Tribunal Federal
firmaram orientação no sentido da incognoscibilidade desse remédio
constitucional, quando ajuizado, como no caso em análise, em face de decisão
monocrática proferida por Ministro de Tribunal Superior da União (HC
116.875/AC, Rel. Min. CÁRMEN LÚCIA – HC 117.346/SP, Rel. Min. CÁRMEN LÚCIA –
HC 117.798/SP, Rel. Min. RICARDO LEWANDOWSKI – HC 118.189/MG, Rel. Min.
RICARDO LEWANDOWSKI – HC 119.821/TO, Rel. Min. GILMAR MENDES – HC 121.684-
AgR/SP, Rel. Min. TEORI ZAVASCKI – HC 122.381-AgR/SP, Rel. Min. DIAS TOFFOLI
– HC 122.718/SP, Rel. Min. ROSA WEBER – RHC 114.737/RN, Rel. Min. CÁRMEN
LÚCIA – RHC 114.961/SP, Rel. Min. DIAS TOFFOLI, v.g.): “’HABEAS CORPUS’.
CONSTITUCIONAL. PENAL. DECISÃO MONOCRÁTICA QUE NEGOU SEGUIMENTO A RECURSO
ESPECIAL. SUPRESSÃO DE INSTÂNCIA. IMPETRAÇÃO NÃO CONHECIDA. I – (…)
verifica-se que a decisão impugnada foi proferida monocraticamente. Desse
modo, o pleito não pode ser conhecido, sob pena de indevida supressão de
instância e de extravasamento dos limites de competência do STF descritos no
art. 102 da Constituição Federal, o qual pressupõe seja a coação praticada
por Tribunal Superior.
…...................................................................................................
III – ‘Writ’ não conhecido.” (HC 118.212/MG, Rel. Min. RICARDO LEWANDOWSKI –
grifei) Esta Suprema Corte, como se vê dos precedentes acima referidos,
compreende que a cognoscibilidade da ação de “habeas corpus” supõe, em
contexto idêntico ao de que ora se cuida, a existência de decisão colegiada
da Corte Superior apontada como coatora, situação inocorrente na espécie.
Tenho respeitosamente dissentido, em caráter pessoal, dessa diretriz
jurisprudencial, por nela vislumbrar grave restrição ao exercício do remédio
constitucional do “habeas corpus”. Não obstante a minha posição pessoal,
venho observando, em recentes julgamentos, essa orientação restritiva, hoje
consolidada na jurisprudência da Corte, em atenção ao princípio da
colegialidade. Assinalo, no entanto, que, mesmo em impetrações deduzidas
contra decisões monocráticas de Ministros de outros Tribunais Superiores da
União, a colenda Segunda Turma do Supremo Tribunal Federal, ainda que não
conhecendo do “writ” constitucional, tem concedido, “ex officio”, a ordem de
“habeas corpus”, quando se evidencie patente a situação caracterizadora de
injusto gravame ao “status libertatis” do paciente (HC 118.560/SP, Rel. Min.
RICARDO LEWANDOWSKI, v.g.). Por tal razão, examino a matéria veiculada neste
“writ”. E, ao fazê-lo, entendo que a análise objetiva das razões invocadas
na presente impetração revela ser inquestionável o relevo jurídico da
pretensão deduzida pelos impetrantes. Cumpre rememorar que o Supremo
Tribunal Federal consagrou diretriz que – resultante de julgamentos
efetuados, em sede cautelar, no âmbito de processos objetivos de
fiscalização concentrada de constitucionalidade (ADC 43-MC/DF, Rel. Min.
MARCO AURÉLIO – ADC 44-MC/DF, Rel. Min. MARCO AURÉLIO) – culminou no
reconhecimento da existência de repercussão geral relativa à questão
jurídico-constitucional pertinente à legitimidade da execução provisória de
sentença condenatória criminal (ARE 964.246-RG/SP, Rel. Min. TEORI
Assinado ZAVASCKI). Ao
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referidos, integrei a corrente minoritária, por entender que a tese da
execução provisória de condenações penais ainda recorríveis transgride, de
modo frontal, a presunção constitucional de inocência, que só deixa de
subsistir ante o trânsito em julgado (que não pode ser fictício) da decisão
condenatória (CF, art. 5º, LVII). Acentuei, então, que eventual
inefetividade da jurisdição penal ou do sistema punitivo motivada pela
prodigalização de meios recursais, culminando por gerar no meio social a
sensação de impunidade, não pode ser atribuída à declaração constitucional
do direito fundamental de ser presumido inocente, pois não é essa
prerrogativa básica que frustra o sentimento de justiça dos cidadãos ou que
provoca qualquer crise de funcionalidade do aparelho judiciário. Na
realidade, a solução dessa questão há de ser encontrada na reformulação do
sistema processual e na busca de meios que, adotados pelo Poder Legislativo,
confiram maior coeficiente de racionalidade ao modelo recursal, mas não,
como se decidiu, na inaceitável desconsideração de um dos direitos
fundamentais a que fazem jus os cidadãos desta República fundada no conceito
de liberdade e legitimada pelo princípio democrático. A posição que
prevaleceu naqueles julgamentos reflete – segundo entendo – preocupante
inflexão hermenêutica, de índole regressista, em torno do pensamento
jurisprudencial desta Suprema Corte no plano sensível dos direitos e
garantias individuais, retardando, em minha percepção, o avanço de uma
significativa agenda judiciária concretizadora das liberdades fundamentais
em nosso País. O fato incontestável no domínio da presunção constitucional
de inocência reside na circunstância de que nenhuma execução de condenação
criminal em nosso País, mesmo se se tratar de simples pena de multa, pode
ser implementada sem a existência do indispensável título judicial
definitivo, resultante, como sabemos, do necessário trânsito em julgado da
sentença penal condenatória. Antes desse momento – é preciso advertir –, o
Estado não pode tratar os indiciados ou os réus como se culpados fossem. A
presunção de inocência impõe, desse modo, ao Poder Público um dever de
tratamento que não pode ser desrespeitado por seus agentes e autoridades,
como vinha acentuando, em sucessivos julgamentos, esta Corte Suprema (HC
96.095/SP, Rel. Min. CELSO DE MELLO – HC 121.929/TO, Rel. Min. ROBERTO
BARROSO – HC 124.000/SP, Rel. Min. MARCO AURÉLIO – HC 126.846/SP, Rel. Min.
TEORI ZAVASCKI – HC 130.298/SP, Rel. Min. GILMAR MENDES, v.g.): “(…) O
POSTULADO CONSTITUCIONAL DA PRESUNÇÃO DE INOCÊNCIA IMPEDE QUE O ESTADO
TRATE, COMO SE CULPADO FOSSE, AQUELE QUE AINDA NÃO SOFREU CONDENAÇÃO PENAL
IRRECORRÍVEL. – A prerrogativa jurídica da liberdade – que possui extração
constitucional (CF, art. 5º, LXI e LXV) – não pode ser ofendida por
interpretações doutrinárias ou jurisprudenciais que, fundadas em preocupante
discurso de conteúdo autoritário, culminam por consagrar, paradoxalmente, em
detrimento de direitos e garantias fundamentais proclamados pela
Constituição da República, a ideologia da lei e da ordem. Mesmo que se trate
de pessoa acusada da suposta prática de crime hediondo, e até que sobrevenha
sentença penal condenatória irrecorrível, não se revela possível – por
efeito de insuperável vedação constitucional (CF, art. 5º, LVII) – presumir-
lhe a culpabilidade. Ninguém pode ser tratado como culpado, qualquer que
seja a natureza do ilícito penal cuja prática lhe tenha sido atribuída, sem
que exista, a esse respeito, decisão judicial condenatória transitada em
julgado. O princípio constitucional da presunção de inocência, em nosso
sistema jurídico, consagra, além de outras relevantes consequências, uma
regra de tratamento que impede o Poder Público de agir e de se comportar, em
relação ao suspeito, ao indiciado, ao denunciado ou ao réu, como se estes já
houvessem sido condenados, definitivamente, por sentença do Poder
Judiciário. Precedentes.” (HC 93.883/SP, Rel. Min. CELSO DE MELLO) Acho
importante destacar, com vênia à corrente majoritária que se formou nesta
Corte, que a presunção de inocência não se esvazia progressivamente, à
medida em que se sucedem os graus de jurisdição. Isso significa, portanto,
que, mesmo confirmada a condenação penal por um Tribunal de segunda
instância, ainda assim subsistirá, segundo entendo, em favor do sentenciado,
esse direito fundamental, que só deixará de prevalecer – repita-se – com o
trânsito em julgado da sentença penal condenatória, como claramente
estabelece, em texto inequívoco, a Constituição da República. São essas as
razões que me levaram, em voto vencido, a sustentar a tese segundo a qual a
execução provisória (ou prematura) da sentença penal condenatória revela-se
frontalmente incompatível com o direito fundamental do réu de ser presumido
inocente até que sobrevenha o trânsito em julgado de sua condenação
criminal, tal como expressamente assegurado pela própria Constituição da
República (CF, art. 5º, LVII). Os motivos que venho de expor, por isso
mesmo, fizeram-me conceder medida liminar requerida nos autos do HC
135.100/MG, para suspender, cautelarmente, a execução de mandado de prisão
expedido contra o paciente, notadamente porque, no momento em que por mim
deferido aquele provimento cautelar (em 1º/07/2016), havia somente uma
decisão proferida em processo de índole meramente subjetiva (HC 126.292/SP),
vale dizer, uma decisão destituída de eficácia vinculante ou de repercussão
geral, eis que os julgamentos da ADC 43-MC/DF e da ADC 44-MC/DF, em
05/10/2016, e do ARE 964.246/SP, com repercussão geral, em 11/11/2016, não
haviam sido realizados até então. Cabe observar, no entanto, que a corrente
minoritária por mim integrada – não obstante entenda que a execução da pena
Assinado somente se Alegitima
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condenação criminal, como determina a própria Constituição da República
(art. 5º, inciso LVII) e dispõe a legislação ordinária (LEP, arts. 105 e
147; CP, art. 50; CPPM, arts. 592, 594 e 604) – não afasta a possibilidade
de o magistrado (ou o Tribunal) competente decretar a prisão cautelar da
pessoa sob persecução penal, quer durante a fase do inquérito policial, quer
no curso de processo judicial, quer, ainda, após a prolação de sentença
condenatória recorrível, desde que atendidos, de um lado, os pressupostos e
indicados, de outro, os fundamentos concretos referidos pelo art. 312 do
Código de Processo Penal. Vê-se, portanto, que a impossibilidade
constitucional de execução provisória da pena não impede que o Judiciário,
com apoio em seu poder geral de cautela, venha a decretar, contra o
investigado ou o réu, a prisão cautelar, qualquer que seja a sua modalidade
(prisão temporária, prisão preventiva, prisão decorrente de decisão de
pronúncia ou prisão motivada por sentença condenatória recorrível), sem se
falar na ocorrência de eventual prisão em flagrante, que independe de ordem
judicial (CF, art. 5º, inciso LXI; CPP, art. 301), a significar, desse modo,
que o ordenamento positivo, ao instituir em favor do Estado instrumentos de
tutela cautelar penal, torna admissível a utilização, pelo Poder Público e
por seus agentes, de importantes meios de defesa social, cuja eficácia terá
o condão de neutralizar condutas delinquenciais lesivas ao interesse da
coletividade, que não ficará exposta, assim, a práticas criminosas que se
registrem em seu âmbito. Em uma palavra: o sistema jurídico brasileiro, ao
disciplinar o instituto da tutela cautelar penal, outorga ao Estado
poderosos instrumentos que legitimam a adoção de medidas privativas de
liberdade, como as diversas espécies de prisão cautelar, cuja efetivação
independe do trânsito em julgado de eventual condenação criminal,
considerada a circunstância – juridicamente relevante – de que o magistrado
dispõe, para tanto, do poder geral de cautela. É que a prisão cautelar
(“carcer ad custodiam”) não se confunde com a prisão penal (“carcer ad
poenam”), que exige, esta sim, considerado o disposto na declaração
constitucional de direitos inscrita em nossa Carta Política (art. 5º, inciso
LVII), o efetivo trânsito em julgado da sentença penal condenatória.
Assentadas tais premissas, passo a examinar o pedido de medida cautelar ora
formulado nesta sede processual. E, ao fazê-lo, saliento que eminentes
Ministros desta Corte, em diversos processos (HC 135.951- -MC/DF, Rel. Min.
RICARDO LEWANDOWSKI – HC 137.494-AgR/DF, Rel. Min. RICARDO LEWANDOWSKI – HC
140.217-MC/DF, Rel. Min. RICARDO LEWANDOWSKI – HC 142.162-MC/BA, Rel. Min.
RICARDO LEWANDOWSKI – HC 144.712-MC/SP, Rel. Min. MARCO AURÉLIO – HC
144.908-MC/RS, Rel. Min. RICARDO LEWANDOWSKI – HC 145.380-MC/SP, Rel. Min.
MARCO AURÉLIO – HC 145.560/SP, Rel. Min. RICARDO LEWANDOWSKI – HC 145.856-
MC/SP, Rel. Min. RICARDO LEWANDOWSKI – HC 145.953-MC/RJ, Rel. Min. RICARDO
LEWANDOWSKI – HC 146.006-MC/PE, Rel. Min. MARCO AURÉLIO, v.g.), têm
concedido provimentos cautelares (ou, até mesmo, deferido o próprio “writ”
constitucional) em situações como aquelas, por exemplo, em que Tribunais de
inferior jurisdição, ao ordenarem a expedição de mandados de prisão, para
efeito de “execução provisória”, (a) limitam-se a simplesmente mencionar,
sem qualquer fundamentação idônea, os precedentes a que aludi logo no início
desta decisão, ou (b) fazem-no sem que ainda tenha sido esgotada a
jurisdição ordinária, pois pendentes de julgamento embargos de declaração ou
embargos infringentes e de nulidade do julgado (CPP, art. 609, parágrafo
único), ou, ainda, (c) determinam a imediata e antecipada efetivação
executória de seu julgado com transgressão ao postulado que veda a
“reformatio in pejus”, eis que a ordem de prisão é dada em recursos
interpostos unicamente pelo réu condenado a quem se garantira,
anteriormente, sem qualquer impugnação do Ministério Público, o direito de
aguardar em liberdade a conclusão do processo. O caso ora em análise parece
ajustar-se às hipóteses sob (a) e (c), cabendo destacar, quanto a esse
último aspecto, que a colenda Segunda Turma deste Tribunal, em 08/08/2017,
iniciou o julgamento, suspenso por pedido de vista, de uma ação de “habeas
corpus” (HC 136.720/PB), no qual já se formou maioria pela concessão da
ordem, em que o eminente Relator, Ministro RICARDO LEWANDOWSKI, propôs o
deferimento do “writ” precisamente em virtude de violação ao princípio que
proíbe a “reformatio in pejus”, em situação na qual o Tribunal apontado como
coator ordenou a imediata execução antecipada da pena, fazendo-o, contudo,
em recurso exclusivo do réu, a quem se assegurara, sem qualquer oposição
recursal do Ministério Público, o direito de aguardar em liberdade o
desfecho do processo, transgredindo-se, desse modo, postulado fundamental
que conforma e condiciona a atuação do Poder Judiciário (HC 142.012-MC/DF,
Rel. Min. RICARDO LEWANDOWSKI – HC 142.017-MC/DF, Rel. Min. RICARDO
LEWANDOWSKI, v.g.). De outro lado, e como já salientado, o E. Tribunal de
Justiça do Estado de Minas Gerais, ao determinar a expedição de mandado de
prisão e da guia de execução respectiva, limitou-se, “sic et simpliciter”, a
mencionar os julgamentos que esta Suprema Corte proferiu no exame do ARE
964.246-RG/SP, da ADC 43-MC/DF e da ADC 44-MC/DF, abstendo-se, no entanto,
de fundamentar, de modo adequado e idôneo, a ordem de prisão, assim
transgredindo o que prescreve (e impõe) o inciso IX do art. 93 da
Constituição da República, que estabelece que “todos os julgamentos dos
órgãos do Poder Judiciário serão públicos, e fundamentadas todas as
decisões, sob pena de nulidade (…)” (grifei). É importante advertir, neste
Assinado ponto, que Aa Certificação
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de Lima Oliveira - Advogadoem orientação que Num. 10536635 - Pág. 23
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se reflete na doutrina (FERNANDO DA COSTA TOURINHO FILHO, “Processo Penal”,
vol. 4/183, 11ª ed., 1989, Saraiva, v.g.), posiciona-se no sentido de
reconhecer que a fundamentação constitui pressuposto de legitimidade das
decisões judiciais (HC 80.892/RJ, Rel. Min. CELSO DE MELLO, v.g.): “– É
inquestionável que a exigência de fundamentação das decisões estatais, mais
do que expressiva imposição consagrada e positivada pela ordem
constitucional, reflete uma poderosa garantia contra eventuais excessos do
Estado, pois, ao torná-la elemento imprescindível e essencial dos atos que
veiculam a privação da liberdade individual, quis o ordenamento jurídico
erigi-la como fator de limitação dos poderes deferidos às autoridades
públicas. – Não se pode jamais esquecer que a exigência de motivação dos
atos judiciais constritivos da liberdade individual deriva de postulado
constitucional inafastável, que traduz expressivo elemento de restrição ao
exercício do próprio poder estatal, além de configurar instrumento essencial
de respeito e proteção às liberdades públicas. – A fundamentação dos atos
decisórios qualifica-se como pressuposto constitucional de validade e
eficácia das decisões emanadas do Poder Judiciário, de tal modo que a
inobservância do dever imposto pelo art. 93, IX, da Constituição Federal,
precisamente por afetar a legitimidade jurídica dessas deliberações
estatais, gera, de maneira irremissível, a sua própria nulidade (…).” (HC
95.034/PE, Rel. Min. CELSO DE MELLO) Sendo assim, e tendo presentes as
razões expostas, defiro o pedido de medida liminar, para, até final
julgamento desta ação de “habeas corpus”, suspender, cautelarmente, o início
da execução da pena determinada nos autos da Apelação Criminal nº 0022450-
82.2010.8.13.0216, do E. Tribunal de Justiça do Estado de Minas Gerais,
restando impossibilitada, em consequência, a efetivação da prisão de Breno
de Assis Prado Gonçalves em decorrência da condenação criminal (ainda não
transitada em julgado) que lhe foi imposta no Processo-crime nº 0022450-
82.2010.8.13.0216 (Juízo de Direito da 1ª Vara Cível, Criminal e das
Execuções Penais da comarca de Diamantina/MG). Caso referido paciente já
tenha sido preso em razão da ordem de execução provisória da pena imposta
nos autos do Processo-crime nº 0022450-82.2010.8.13.0216 (Juízo de Direito
da 1ª Vara Cível, Criminal e das Execuções Penais da comarca de
Diamantina/MG), deverá ser ele colocado imediatamente em liberdade, se por
al não estiver preso. Comunique-se, com urgência, transmitindo-se cópia
desta decisão ao E. Superior Tribunal de Justiça (HC 416.437/MG), ao E.
Tribunal de Justiça do Estado de Minas Gerais (Apelação Criminal nº 0022450-
-82.2010.8.13.0216) e ao Juízo de Direito da 1ª Vara Cível, Criminal e das
Execuções Penais da comarca de Diamantina/MG (Processo- -crime nº 0022450-
82.2010.8.13.0216). 2. Ouça-se a douta Procuradoria-Geral da República sobre
o mérito da presente impetração. Publique-se. Brasília, 28 de setembro de
2017. Ministro CELSO DE MELLO Relator

fim do documento

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Pesquisa de Jurisprudência

Decisões Monocráticas

HC 152974 MC / SP - SÃO PAULO


MEDIDA CAUTELAR NO HABEAS CORPUS
Relator(a): Min. CELSO DE MELLO
Julgamento: 01/03/2018

Publicação

PROCESSO ELETRÔNICO
DJe-042 DIVULG 05/03/2018 PUBLIC 06/03/2018

Partes

PACTE.(S) : OSCAR VICTOR ROLLEMBERG HANSEN


IMPTE.(S) : ANTONIO NABOR AREIAS BULHOES E OUTRO(A/S)
COATOR(A/S)(ES) : SUPERIOR TRIBUNAL DE JUSTIÇA
IMPTE.(S) : CAROLINA LUIZA DE LACERDA ABREU

Decisão
DECISÃO: Trata-se de “habeas corpus”, com pedido de medida liminar,
impetrado contra decisão que, emanada do E. Superior Tribunal de Justiça,
restou consubstanciada em acórdão assim ementado: “RECURSOS ESPECIAIS.
ADMISSIBILIDADE. ÓBICES PRELIMINARES. DENÚNCIA ANÔNIMA. INEXISTÊNCIA.
MINISTÉRIO PÚBLICO. INVESTIGAÇÃO. NULIDADE DO PROCEDIMENTO INVESTIGATÓRIO.
SIGILO FISCAL E TELEFÔNICO. QUEBRA. NULIDADES. PERSECUÇÃO PENAL. ELEMENTOS
DE INFORMAÇÃO NÃO UTILIZADOS PARA DEFLAGRAÇÃO DO PROCESSO PENAL. MATÉRIAS
ANALISADAS EM ‘HABEAS CORPUS’. SUPERAÇÃO. ATIPICIDADE. NÃO OCORRÊNCIA.
NULIDADES NA INSTRUÇÃO CRIMINAL. NÃO CONFIGURAÇÃO. OMISSÃO DO ACÓRDÃO.
IMPROCEDÊNCIA. DOSIMETRIA. FLAGRANTE ILEGALIDADE. RECURSOS ESPECIAIS
CONHECIDOS PARA REDUZIR AS PENAS IMPOSTAS. CONCESSÃO DE ‘HABEAS CORPUS’, DE
OFÍCIO, PARA CORRÉUS EM IDÊNTICA SITUAÇÃO.” (REsp 1.639.698/SP, Red. p/ o
acórdão Min. ROGERIO SCHIETTI CRUZ – grifei) Busca-se, em sede liminar, a
suspensão cautelar de eficácia do ato que determinou a execução provisória
da condenação penal imposta ao ora paciente. Sendo esse o contexto, passo a
apreciar o pleito em causa. Como se sabe, o Supremo Tribunal Federal, a
partir da decisão proferida no HC 126.292/SP e com apoio em sucessivos
julgados emanados do Plenário desta Corte Suprema (ADC 43-MC/DF e ADC 44- -
MC/DF), inclusive em sede de repercussão geral (ARE 964.246-RG/SP), veio a
firmar orientação no sentido da legitimidade constitucional da execução
provisória da pena. Ao participar dos julgamentos que consagraram os
precedentes referidos, integrei a corrente minoritária, por entender que a
tese da execução provisória de condenações penais ainda recorríveis
transgride, de modo frontal, a presunção constitucional de inocência, que só
deixa de subsistir ante o trânsito em julgado da decisão condenatória (CF,
art. 5º, LVII). Antes desse momento – é preciso advertir –, o Estado não
pode tratar os indiciados ou os réus como se culpados fossem. A presunção de
inocência impõe, desse modo, ao Poder Público um dever de tratamento que não
pode ser desrespeitado por seus agentes e autoridades, como vinha
advertindo, em sucessivos julgamentos, esta Corte Suprema (HC 96.095/SP,
Rel. Min. CELSO DE MELLO – HC 121.929/TO, Rel. Min. ROBERTO BARROSO – HC
124.000/SP, Rel. Min. MARCO AURÉLIO – HC 126.846/SP, Rel. Min. TEORI
ZAVASCKI – HC 130.298/SP, Rel. Min. GILMAR MENDES, v.g.): “(…) O POSTULADO
CONSTITUCIONAL DA PRESUNÇÃO DE INOCÊNCIA IMPEDE QUE O ESTADO TRATE, COMO SE
CULPADO FOSSE, AQUELE QUE AINDA NÃO SOFREU CONDENAÇÃO PENAL IRRECORRÍVEL – A
prerrogativa jurídica da liberdade – que possui extração constitucional (CF,
art. 5º, LXI e LXV) – não pode ser ofendida por interpretações doutrinárias
ou jurisprudenciais que, fundadas em preocupante discurso de conteúdo
autoritário, culminam por consagrar, paradoxalmente, em detrimento de
direitos e garantias fundamentais proclamados pela Constituição da
República, a ideologia da lei e da ordem. Mesmo que se trate de pessoa
acusada da suposta prática de crime hediondo, e até que sobrevenha sentença
penal condenatória irrecorrível, não se revela possível – por efeito de
insuperável vedação constitucional (CF, art. 5º, LVII) – presumir-lhe a
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culpabilidade. Ninguém pode ser tratado como culpado, qualquer que seja a
natureza do ilícito penal cuja prática lhe tenha sido atribuída, sem que
exista, a esse respeito, decisão judicial condenatória transitada em
julgado. O princípio constitucional da presunção de inocência, em nosso
sistema jurídico, consagra, além de outras relevantes consequências, uma
regra de tratamento que impede o Poder Público de agir e de se comportar, em
relação ao suspeito, ao indiciado, ao denunciado ou ao réu, como se estes já
houvessem sido condenados, definitivamente, por sentença do Poder
Judiciário. Precedentes.” (HC 93.883/SP, Rel. Min. CELSO DE MELLO) Assinalo,
para efeito de mero registro, que a exigência de trânsito em julgado da
condenação penal não representa peculiaridade do constitucionalismo
brasileiro, pois também encontra correspondência no plano do direito
comparado, como se vê, p. ex., da Constituição da República Italiana (art.
27) e da Constituição da República Portuguesa (art. 32, n. 2). São essas as
razões que, em apertada síntese, levaram-me a sustentar, em voto vencido, a
tese segundo a qual a execução provisória (ou prematura) da sentença penal
condenatória revela-se frontalmente incompatível com o direito fundamental
do réu de ser presumido inocente até que sobrevenha o efetivo e real
trânsito em julgado de sua condenação criminal, tal como expressamente
assegurado pela própria Constituição da República (CF, art. 5º, LVII). Não
foi por outro motivo que vim a conceder – é certo – medidas cautelares em
sede de “habeas corpus”, embora o fizesse somente naquelas situações não
reveladoras da necessidade de manter-se a prisão do condenado, sempre
segundo avaliação por mim efetivada em cada caso examinado. Ocorre, no
entanto, que, enquanto não sobrevier alteração do pensamento jurisprudencial
desta Corte sobre o tema em causa, não tenho como dele dissociar-me. No que
concerne, portanto, ao questionamento referente à execução antecipada da
pena, não obstante entenda tratar-se de medida incompatível com o nosso
modelo constitucional, que consagra, como direito fundamental, a presunção
de inocência (CF, art. 5º, inciso LVII), devo observar o princípio da
colegialidade, além de considerar, na espécie, o fato de que se mostra
iminente o julgamento final da ADC 43/DF e da ADC 44/DF, de que é Relator o
eminente Ministro MARCO AURÉLIO, ocasião em que esta Corte reapreciará o
tema da possibilidade constitucional de efetivar-se a execução antecipada da
sentença penal condenatória. Inacolhível, desse modo, sob a perspectiva que
venho de expor, a pretendida concessão de medida cautelar suspensiva da
execução provisória ora impugnada. Cabe observar, contudo, que esta
impetração sustenta-se em outro fundamento, consistente na alegada
transgressão, pelo Tribunal “ad quem”, do postulado que veda a “reformatio
in pejus” (CPP, art. 617, “in fine”). Com efeito, o Desembargador Relator no
E. Tribunal de Justiça do Estado de São Paulo assegurou ao ora paciente o
direito de aguardar em liberdade a conclusão do processo em que proferida a
condenação penal que lhe foi imposta, havendo consignado, expressamente, em
relação a esse mesmo paciente, que o respectivo mandado de prisão somente
deveria ser expedido “Após o trânsito em julgado (…)”. O E. Superior
Tribunal de Justiça, entretanto, determinou, em recurso exclusivo do réu,
ora paciente, fosse instaurada, contra ele, a pertinente execução provisória
da condenação criminal. Tem-se entendido, nesta Suprema Corte, que, em
situações como a ora em exame, em que o Ministério Público sequer se
insurgiu contra o pronunciamento do órgão judiciário “a quo” que garantiu ao
paciente o direito de recorrer em liberdade, não pode o Tribunal de superior
jurisdição suprimir esse benefício, em detrimento do condenado, sob pena de
ofensa à cláusula final inscrita no art. 617 do Código de Processo Penal:
“(…) POSSÍVEL OFENSA AO PRINCÍPIO QUE VEDA A ‘REFORMATIO IN PEJUS’ (CPP,
ART. 617, ‘in fine’), POIS O TRIBUNAL DE INFERIOR JURISDIÇÃO ORDENOU QUE SE
PROCEDESSE, EM PRIMEIRO GRAU, À IMEDIATA EXECUÇÃO ANTECIPADA DA PENA, NÃO
OBSTANTE ESSE COMANDO HOUVESSE SIDO DETERMINADO EM RECURSO EXCLUSIVO DO RÉU
CONDENADO, A QUEM SE ASSEGURARA, NO ENTANTO, EM MOMENTO ANTERIOR, SEM
IMPUGNAÇÃO RECURSAL DO MINISTÉRIO PÚBLICO, O DIREITO DE AGUARDAR EM
LIBERDADE A CONCLUSÃO DO PROCESSO. (…).” (HC 147.452/MG, Rel. Min. CELSO DE
MELLO) Vale consignar que se registram, no sentido que venho de expor,
diversas outras decisões proferidas no âmbito do Supremo Tribunal Federal
(HC 135.951-MC/DF, Rel. Min. RICARDO LEWANDOWSKI – HC 140.217-MC/DF, Rel.
Min. RICARDO LEWANDOWSKI – HC 142.012- -MC/DF, Rel. Min. RICARDO LEWANDOWSKI
– HC 142.017-MC/DF, Rel. Min. RICARDO LEWANDOWSKI – HC 147.428-MC/MG, Rel.
Min. CELSO DE MELLO – HC 148.122-MC/MG, Rel. Min. CELSO DE MELLO – HC
153.431/SP, Rel. Min. CELSO DE MELLO, v.g.). Sendo assim, e tendo presentes
as razões expostas, defiro o pedido de medida liminar, para, até final
julgamento deste “habeas corpus”, suspender, cautelarmente, o início da
execução da pena determinada nos autos do REsp nº 1.639.698/SP, do E.
Superior Tribunal de Justiça, restando impossibilitada, em consequência, a
efetivação da prisão de Oscar Victor Rollemberg Hansen em decorrência da
condenação criminal (ainda não transitada em julgado) que lhe foi imposta no
Processo-crime nº 0077446- -88.2009.8.26.0576 (5ª Vara Criminal da comarca
de São José do Rio Preto/SP). Caso referido paciente já tenha sido preso em
razão da ordem de execução provisória da pena imposta nos autos do Processo-
-crime nº 0077446-88.2009.8.26.0576 (5ª Vara Criminal da comarca de São José
do Rio Preto/SP), deverá ser ele posto imediatamente em liberdade, se por al
não estiver preso. Comunique-se, com urgência, transmitindo-se cópia desta
Assinado decisão ao AE.
eletronicamente. Superior
Certificação Tribunal
Digital de Justiça
pertence a: Marcelo (REsp
Leal de Lima nº- Advogado
Oliveira 1.639.698/SP), ao E.
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Tribunal de Justiça do Estado de São Paulo (Apelação Criminal nº 0077446-
88.2009.8.26.0576) e ao Juízo de Direito da 5ª Vara Criminal da comarca de
São José do Rio Preto/SP (Processo- -crime nº 0077446-88.2009.8.26.0576). 2.
Ouça-se a douta Procuradoria-Geral da República sobre o mérito da presente
impetração. Publique-se. Brasília, 01 de março de 2018. Ministro CELSO DE
MELLO Relator

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Pesquisa de Jurisprudência

Decisões Monocráticas

HC 153431 MC / SP - SÃO PAULO


MEDIDA CAUTELAR NO HABEAS CORPUS
Relator(a): Min. CELSO DE MELLO
Julgamento: 26/02/2018

Publicação

PROCESSO ELETRÔNICO
DJe-038 DIVULG 27/02/2018 PUBLIC 28/02/2018

Partes

PACTE.(S) : AGNALDO LUCIANO PISANELLI


IMPTE.(S) : MARIA CLAUDIA DE SEIXAS
COATOR(A/S)(ES) : SUPERIOR TRIBUNAL DE JUSTIÇA

Decisão
DECISÃO: Trata-se de “habeas corpus”, com pedido de medida liminar,
impetrado contra decisão que, emanada do E. Superior Tribunal de Justiça,
restou consubstanciada em acórdão assim ementado: “AGRAVO REGIMENTAL NO
‘HABEAS CORPUS’. PRINCÍPIO DA COLEGIALIDADE. INEXISTÊNCIA DE OFENSA.
AUSÊNCIA DE CERCEAMENTO DE DEFESA. EXECUÇÃO PROVISÓRIA DA PENA.
POSSIBILIDADE. EXAURIMENTO DAS INSTÂNCIAS ORDINÁRIAS. PRECEDENTES DO STF E
DESTA CORTE. AGRAVO DESPROVIDO. 1. Consoante o entendimento desta Corte, não
existe ofensa ao princípio da colegialidade nas hipóteses em que a decisão
monocrática do relator não conhece ‘habeas corpus’ cujo pedido for contrário
a entendimento jurisprudencial sedimentado, como se verificou no caso dos
autos, sobretudo considerando que o julgamento colegiado do agravo
regimental supre eventual vício da decisão agravada. 2. Não há falar em
cerceamento de defesa por eventual supressão ao direito de realização de
sustentação oral, sobretudo quando tal pedido é realizado em sede de agravo
regimental, tendo em vista a inadmissibilidade prevista no art. 159 do
Regimento Interno do Superior Tribunal de Justiça. 3. No julgamento do HC n.
126.292/MG, realizado em 17/2/16, o Supremo Tribunal Federal, em sua
composição plena, passou a admitir a possibilidade de imediato início do
cumprimento provisório da pena após o exaurimento das instâncias ordinárias,
inclusive com restrição da liberdade do condenado, por ser o recurso
extraordinário, assim como o recurso especial, desprovido de efeito
suspensivo, sem que isso implique violação ao princípio da não
culpabilidade. Tal entendimento foi mantido pela Suprema Corte no exame das
Ações Declaratórias de Constitucionalidade n. 43 e 44, em 5/10/2016. O
Superior Tribunal de Justiça também adotou o aludido posicionamento a partir
do julgamento, pela Sexta Turma, dos EDcl no REsp n. 1.484.415/DF, da
relatoria do eminente Ministro ROGÉRIO SCHIETTI CRUZ. 4. ‘In casu’, a prisão
do agravante decorre de sentença condenatória confirmada em sede de apelação
pelo Tribunal de Justiça do Estado de São Paulo, cujos aclaratórios foram
julgados em 5/9/2017, tendo sido interpostos recursos especial e
extraordinário, esgotando-se a via recursal ordinária, nada havendo a ser
reparado no presente recurso. Agravo regimental desprovido.” (HC 396.213-
AgRg/SP, Rel. Min. JOEL ILAN PACIORNIK – grifei) Busca-se, em sede liminar,
a suspensão cautelar de eficácia do ato que determinou a execução provisória
da condenação penal imposta ao ora paciente. Sendo esse o contexto, passo a
apreciar o pleito em causa. Como se sabe, o Supremo Tribunal Federal, a
partir da decisão proferida no HC 126.292/SP e com apoio em sucessivos
julgados emanados do Plenário desta Corte Suprema (ADC 43-MC/DF e ADC 44- -
MC/DF), inclusive em sede de repercussão geral (ARE 964.246-RG/SP), veio a
firmar orientação no sentido da legitimidade constitucional da execução
provisória da pena. Ao participar dos julgamentos que consagraram os
precedentes referidos, integrei a corrente minoritária, por entender que a
tese da execução provisória de condenações penais ainda recorríveis
transgride, de modo frontal, a presunção constitucional de inocência, que só
deixa de subsistir ante o trânsito em julgado da decisão condenatória (CF,
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art. 5º, LVII). Antes desse momento – é preciso advertir –, o Estado não
pode tratar os indiciados ou os réus como se culpados fossem. A presunção de
inocência impõe, desse modo, ao Poder Público um dever de tratamento que não
pode ser desrespeitado por seus agentes e autoridades, como vinha
advertindo, em sucessivos julgamentos, esta Corte Suprema (HC 96.095/SP,
Rel. Min. CELSO DE MELLO – HC 121.929/TO, Rel. Min. ROBERTO BARROSO – HC
124.000/SP, Rel. Min. MARCO AURÉLIO – HC 126.846/SP, Rel. Min. TEORI
ZAVASCKI – HC 130.298/SP, Rel. Min. GILMAR MENDES, v.g.): “(…) O POSTULADO
CONSTITUCIONAL DA PRESUNÇÃO DE INOCÊNCIA IMPEDE QUE O ESTADO TRATE, COMO SE
CULPADO FOSSE, AQUELE QUE AINDA NÃO SOFREU CONDENAÇÃO PENAL IRRECORRÍVEL – A
prerrogativa jurídica da liberdade – que possui extração constitucional (CF,
art. 5º, LXI e LXV) – não pode ser ofendida por interpretações doutrinárias
ou jurisprudenciais que, fundadas em preocupante discurso de conteúdo
autoritário, culminam por consagrar, paradoxalmente, em detrimento de
direitos e garantias fundamentais proclamados pela Constituição da
República, a ideologia da lei e da ordem. Mesmo que se trate de pessoa
acusada da suposta prática de crime hediondo, e até que sobrevenha sentença
penal condenatória irrecorrível, não se revela possível – por efeito de
insuperável vedação constitucional (CF, art. 5º, LVII) – presumir-lhe a
culpabilidade. Ninguém pode ser tratado como culpado, qualquer que seja a
natureza do ilícito penal cuja prática lhe tenha sido atribuída, sem que
exista, a esse respeito, decisão judicial condenatória transitada em
julgado. O princípio constitucional da presunção de inocência, em nosso
sistema jurídico, consagra, além de outras relevantes consequências, uma
regra de tratamento que impede o Poder Público de agir e de se comportar, em
relação ao suspeito, ao indiciado, ao denunciado ou ao réu, como se estes já
houvessem sido condenados, definitivamente, por sentença do Poder
Judiciário. Precedentes.” (HC 93.883/SP, Rel. Min. CELSO DE MELLO) Assinalo,
para efeito de mero registro, que a exigência de trânsito em julgado da
condenação penal não representa peculiaridade do constitucionalismo
brasileiro, pois também encontra correspondência no plano do direito
comparado, como se vê, p. ex., da Constituição da República Italiana (art.
27) e da Constituição da República Portuguesa (art. 32, n. 2). São essas as
razões que, em apertada síntese, levaram-me a sustentar, em voto vencido, a
tese segundo a qual a execução provisória (ou prematura) da sentença penal
condenatória revela-se frontalmente incompatível com o direito fundamental
do réu de ser presumido inocente até que sobrevenha o efetivo e real
trânsito em julgado de sua condenação criminal, tal como expressamente
assegurado pela própria Constituição da República (CF, art. 5º, LVII). Não
foi por outro motivo que vim a conceder – é certo – medidas cautelares em
sede de “habeas corpus”, embora o fizesse somente naquelas situações não
reveladoras da necessidade de manter-se a prisão do condenado, sempre
segundo avaliação por mim efetivada em cada caso examinado. Ocorre, no
entanto, que, enquanto não sobrevier alteração do pensamento jurisprudencial
desta Corte sobre o tema em causa, não tenho como dele dissociar-me. No que
concerne, portanto, ao questionamento referente à execução antecipada da
pena, não obstante entenda tratar-se de medida incompatível com o nosso
modelo constitucional, que consagra, como direito fundamental, a presunção
de inocência (CF, art. 5º, inciso LVII), devo observar o princípio da
colegialidade, além de considerar, na espécie, o fato de que se mostra
iminente o julgamento final da ADC 43/DF e da ADC 44/DF, de que é Relator o
eminente Ministro MARCO AURÉLIO, ocasião em que esta Corte reapreciará o
tema da possibilidade constitucional de efetivar-se a execução antecipada da
sentença penal condenatória. Inacolhível, desse modo, sob a perspectiva que
venho de expor, a pretendida concessão de medida cautelar suspensiva da
execução provisória ora impugnada. Cabe observar, contudo, que esta
impetração sustenta-se em outro fundamento, consistente na alegada
transgressão, pelo Tribunal “ad quem”, do postulado que veda a “reformatio
in pejus” (CPP, art. 617, “in fine”). Com efeito, a magistrada sentenciante
assegurou ao ora paciente o direito de aguardar em liberdade a conclusão do
processo em que proferida a condenação penal que lhe foi imposta. O Tribunal
de Justiça local, entretanto, determinou, em recurso exclusivo do réu, ora
paciente, fosse instaurada, contra ele, a pertinente execução provisória da
condenação criminal. Tem-se entendido, nesta Suprema Corte, que, em
situações como a ora em exame, em que o Ministério Público sequer se
insurgiu contra o capítulo da sentença que garantiu ao paciente o direito de
recorrer em liberdade, não poderia o Tribunal de superior jurisdição
suprimir esse benefício, em detrimento do condenado, sob pena de ofensa à
cláusula final inscrita no art. 617 do Código de Processo Penal: “(…)
POSSÍVEL OFENSA AO PRINCÍPIO QUE VEDA A ‘REFORMATIO IN PEJUS’ (CPP, ART.
617, ‘in fine’), POIS O TRIBUNAL DE INFERIOR JURISDIÇÃO ORDENOU QUE SE
PROCEDESSE, EM PRIMEIRO GRAU, À IMEDIATA EXECUÇÃO ANTECIPADA DA PENA, NÃO
OBSTANTE ESSE COMANDO HOUVESSE SIDO DETERMINADO EM RECURSO EXCLUSIVO DO RÉU
CONDENADO, A QUEM SE ASSEGURARA, NO ENTANTO, EM MOMENTO ANTERIOR, SEM
IMPUGNAÇÃO RECURSAL DO MINISTÉRIO PÚBLICO, O DIREITO DE AGUARDAR EM
LIBERDADE A CONCLUSÃO DO PROCESSO. (…).” (HC 147.452/MG, Rel. Min. CELSO DE
MELLO) Vale consignar que se registram, no sentido que venho de expor,
diversas outras decisões proferidas no âmbito do Supremo Tribunal Federal
(HC 135.951-MC/DF, Rel. Min. RICARDO LEWANDOWSKI – HC 140.217-MC/DF, Rel.
Assinado Min. RICARDO
eletronicamente. LEWANDOWSKI
A Certificação – HC a:
Digital pertence 142.012-
Marcelo Leal-MC/DF, Rel.- Advogado
de Lima Oliveira Min. RICARDO LEWANDOWSKI
Num. 10536635 - Pág. 29
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– HC 142.017-MC/DF, Rel. Min. RICARDO LEWANDOWSKI – HC 147.428-MC/MG, Rel.
Min. CELSO DE MELLO – HC 148.122-MC/MG, Rel. Min. CELSO DE MELLO, v.g.).
Impende destacar, quanto a esse aspecto, que a colenda Segunda Turma deste
Tribunal, em 08/08/2017, iniciou o julgamento, suspenso por pedido de vista,
de uma ação de “habeas corpus” (HC 136.720/PB), no qual já se formou maioria
pela concessão da ordem, em que o eminente Relator, Ministro RICARDO
LEWANDOWSKI, propôs o deferimento do “writ” precisamente em virtude de
violação ao princípio que proíbe a “reformatio in pejus”, em situação na
qual o Tribunal apontado como coator ordenou a imediata execução antecipada
da pena, fazendo-o, contudo, tal como sucede na espécie ora em exame, em
recurso exclusivo do réu, a quem se assegurara, sem qualquer oposição
recursal do Ministério Público, o direito de aguardar em liberdade o
desfecho do processo, transgredindo-se, desse modo, postulado fundamental
que conforma e condiciona a atuação do Poder Judiciário. Sendo assim, e
tendo presentes as razões expostas, defiro o pedido de medida liminar, para,
até final julgamento deste “habeas corpus”, suspender, cautelarmente, o
início da execução da pena determinada nos autos da Apelação Criminal nº
0001282-18.2009.8.26.0274, do E. Tribunal de Justiça do Estado de São Paulo,
restando impossibilitada, em consequência, a efetivação da prisão de Agnaldo
Luciano Pisanelli em decorrência da condenação criminal (ainda não
transitada em julgado) que lhe foi imposta no Processo-crime nº 0001282-
18.2009.8.26.0274 (1ª Vara da comarca de Itápolis/SP). Caso referido
paciente já tenha sido preso em razão da ordem de execução provisória da
pena imposta nos autos do Processo- -crime nº 0001282-18.2009.8.26.0274 (1ª
Vara da comarca de Itápolis/SP), deverá ser ele posto imediatamente em
liberdade, se por al não estiver preso. Comunique-se, com urgência,
transmitindo-se cópia desta decisão ao E. Superior Tribunal de Justiça (HC
396.213/SP), ao E. Tribunal de Justiça do Estado de São Paulo (Apelação
Criminal nº 0001282- -18.2009.8.26.0274) e ao Juízo de Direito da 1ª Vara da
comarca de Itápolis/SP (Processo-crime nº 0001282-18.2009.8.26.0274). 2.
Ouça-se a douta Procuradoria-Geral da República sobre o mérito da presente
impetração. Publique-se. Brasília, 26 de fevereiro de 2018. Ministro CELSO
DE MELLO Relator

fim do documento

Assinado eletronicamente. A Certificação Digital pertence a: Marcelo Leal de Lima Oliveira - Advogado Num. 10536635 - Pág. 30
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Número do documento: 18031417123772100000010518736
362/364
PROCESSO Nº: 0802530-35.2018.4.05.0000 - HABEAS CORPUS
IMPETRANTE: MARCELO LEAL DE LIMA OLIVEIRA
PACIENTE: FRANCISCO DEUSMAR DE QUEIROS
ADVOGADO: Anastacio Jorge Matos De Sousa Marinho e outro
IMPETRADO: JUÍZO DA 12ª VARA FEDERAL DA SEÇÃO JUDICIÁRIA DO CEARÁ
RELATOR(A): Desembargador(a) Federal Francisco Roberto Machado - 1ª Turma

DECISÃO

Trata-se de Habeas Corpus, com pedido liminar, impetrado em favor de FRANCISCO DEUSMAR DE
QUEIROS, apontando como autoridade coatora o Juízo da 12ª Vara Federal do Ceará, objetivando a
suspensão da Execução Provisória da pena que lhe imposta nos autos da Ação Penal nº
0012628-43.2010.4.05.8100, na qual o paciente foi condenado, pela prática do crime do art. 27-C da Lei
nº 6.385/76, a nove (09) anos e dois (02) meses de reclusão, ainda pendente de julgamento de Recurso
Especial no STJ (REsp 1.449.193-CE)).

Relatei, decido.

A partir do exame superficial, próprio desta fase de cognição sumária, tenho que o ato combatido parece
viciado de abuso de poder.

Não se desconhece o entendimento do STF, firmado no HC 126.292/SP, nas ADC's 43 e 44 e no ARE


964.246/SP, admitindo a possibilidade de execução provisória da pena após condenação em segunda
instância, diante da ausência de efeito suspensivo dos recursos extremos.

No caso concreto, todavia, constou expressamente da sentença condenatória: "determino, ainda,


imediatamente após o trânsito em julgado desta sentença, a remessa dos autos à Vara Federal
competente para a execução da pena aqui aplicada".

Tenho que aludido comando sentencial, a teor de precedente do próprio STF, constitui garantia erigida em
favor do status libertatis do réu, ora paciente, não me parecendo razoável que o famigerado entendimento
firmado pelo STF, de cunho genérico, deva prevalecer sobre uma norma endócrina, expressa na própria
sentença condenatória, diferindo sua execução para depois de seu trânsito em julgado.

Quanto ao perigo da demora, este se mostra evidente, porque o ato combatido determinou o início da
execução da pena imposta a FRANCISCO DEUSMAR DE QUEIROS, com a expedição do respectivo
mandado de prisão.

Desse modo, ad cautelam, melhor que não se cumpra, até ulterior deliberação, o ato impugnado.

Assim, defiro a liminar, determinando a suspensão da Execução Provisória da Pena nº


0805802-55.2016.4.05.8100, até julgamento final deste writ.

Intime-se.

Oficie-se ao Juízo originário, para que preste informações, no prazo de 48h.

Depois, sigam os autos ao MPF, para o necessário parecer.

Recife, 15 de março de 2018.

Assinado eletronicamente. A Certificação Digital pertence a: FRANCISCO ROBERTO MACHADO - Magistrado Num. 10537072 - Pág. 1
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Número do documento: 18031418272038500000010519173
363/364
Processo: 0805802-55.2016.4.05.8100
Assinado eletronicamente por:
Assinado eletronicamente.
MAILZE GOMES A Certificação
DE BARROS Digital pertence a: FRANCISCO ROBERTO MACHADO - Magistrado Num. 10537072 - Pág. 2
18031509544982100000003423445
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18031418272038500000010519173
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EXCELENTÍSSIMO JUIZ FEDERAL DA 12ª VARA DA SEÇÃO JUDICIÁRIA DO ESTADO DO
CEARÁ

Ref. Execução Provisória nº 0805802-55.2016.4.05.8100

FRANCISCO DEUSMAR DE QUEIROS , já qualificado nos autos do processo em epígrafe, por seus
advogados, comparece à presença de Vossa Excelência, para requerer a juntada da decisão revogando o
pedido prisional ora anexada aos presentes autos.

P. deferimento.

Fortaleza, 15 de março de 2018.

Marcelo Leal de Lima Oliveiro

OAB/DF 21.932

Anastacio Marinho

OAB/CE 8.502
Processo: 0805802-55.2016.4.05.8100
Assinado eletronicamente por:
ANASTACIO JORGE MATOS DE SOUSA MARINHO - Advogado
18031509545429900000003423517
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EXCELENTÍSSIMO JUIZ FEDERAL DA 12ª VARA DA SEÇÃO JUDICIÁRIA
DO ESTADO DO CEARÁ

Ref. Execução Provisória nº 0805802-55.2016.4.05.8100

FRANCISCO DEUSMAR DE QUEIROS, já qualificado nos autos do processo


em epígrafe, por seus advogados, comparece à presença de Vossa
Excelência, para requerer a juntada da decisão revogando o pedido prisional
ora anexada aos presentes autos.

P. deferimento.
Fortaleza, 15 de março de 2018.

Marcelo Leal de Lima Oliveiro


OAB/DF 21.932

Anastacio Marinho
OAB/CE 8.502

Processo: 0805802-55.2016.4.05.8100
Assinado eletronicamente por:
ANASTACIO JORGE MATOS DE SOUSA MARINHO - Advogado
18031510145103800000003423518
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Processo: 0805802-55.2016.4.05.8100
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ANASTACIO JORGE MATOS DE SOUSA MARINHO - Advogado
18031510145723100000003423519
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12ª Vara Federal do Ceará

Rua João Carvalho, nº 485, 5.º andar, Aldeota, CEP 60.140.140 - Fortaleza/CE

Fone: (85) 3391-5864 / Fax: (85) 3391-5866 / email: vara12@jfce.jus.br

CERTIDÃO

CERTIFICO que juntei aos presentes autos a decisão de liminar proferida pela 1ª turma do
TRF 5ª Região, Dr. Francisco Roberto Machado.

Fortaleza, datado eletronicamente.

SANDRA REGIA SALES SOARES

(assinado eletronicamente)

Processo: 0805802-55.2016.4.05.8100
Assinado eletronicamente por:
SANDRA REGIA SALES SOARES - Servidor Geral
18031511184047000000003423999
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Identificador: 4058100.3419812
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PROCESSO Nº: 0802530-35.2018.4.05.0000 - HABEAS CORPUS
I MP ET RA N TE: MA RC EL O L EA L DE L IM A O L IV E IR A
PACIENTE: FRANCI SCO DEUSMAR DE QUEIROS
ADVOGADO: Anastacio Jorge Matos De Sousa Marinho e outro
IMPETRADO: JUÍZO DA 12ª VARA FEDERAL DA SEÇÃO JUDICIÁRIA DO CEARÁ
RELATOR(A): Desembargador(a) Federal Francisco Roberto Machado - 1ª Turma

DECISÃO

Trata-se de Habeas Corpus, com pedido liminar, impetrado em favor de FRANCISCO DEUSMAR DE
QUEIROS, apontando como autoridade coatora o Juízo da 12ª Vara Federal do Ceará, objetivando a
suspensão da Execução Provisória da pena que lhe imposta nos autos da Ação Penal nº
0012628-43.2010.4.05.8100, na qual o paciente foi condenado, pela prática do crime do art. 27-C da Lei
nº 6.385/76, a nove (09) anos e dois (02) meses de reclusão, ainda pendente de julgamento de Recurso
Especial no STJ (REsp 1.449.193-CE)).

Relatei, decido.

A partir do exame superficial, próprio desta fase de cognição sumária, tenho que o ato combatido parece
viciado de abuso de poder.

Não se desconhece o entendimento do STF, firmado no HC 126.292/SP, nas ADC's 43 e 44 e no ARE


964.246/SP, admitindo a possibilidade de execução provisória da pena após condenação em segunda
instância, diante da ausência de efeito suspensivo dos recursos extremos.

No caso concreto, todavia, constou expressamente da sentença condenatória: "determino, ainda,


imediatamente após o trânsito em julgado desta sentença, a remessa dos autos à Vara Federal
competente para a execução da pena aqui aplicada".

Tenho que aludido comando sentencial, a teor de precedente do próprio STF, constitui garantia erigida em
favor do status libertatis do réu, ora paciente, não me parecendo razoável que o famigerado entendimento
firmado pelo STF, de cunho genérico, deva prevalecer sobre uma norma endócrina, expressa na própria
sentença condenatória, diferindo sua execução para depois de seu trânsito em julgado.

Quanto ao perigo da demora, este se mostra evidente, porque o ato combatido determinou o início da
execução da pena imposta a FRANCISCO DEUSMAR DE QUEIROS, com a expedição do respectivo
mandado de prisão.

Desse modo, ad cautelam, melhor que não se cumpra, até ulterior deliberação, o ato impugnado.

Assim, defiro a liminar , determinando a suspensão da Execução Provisória da Pena nº


0805802-55.2016.4.05.8100, até julgamento final deste writ.

Intime-se.

Oficie-se ao Juízo originário, para que preste informações, no prazo de 48h.

Depois, sigam os autos ao MPF, para o necessário parecer.

Recife, 15 de março de 2018.

Assinado eletronicamente. A Certificação Digital pertence a: FRANCISCO ROBERTO MACHADO - Magistrado Num. 10537072 - Pág. 1
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Número do documento: 18031418272038500000010519173
1/2
363/364
Processo: 0805802-55.2016.4.05.8100
Processo: 0805802-55.2016.4.05.8100
AssinadoAssinado
eletronicamente por:
eletronicamente por:
SANDRA
Assinado REGIA SALES
MAILZE
eletronicamente. GOMES SOARES - Servidor
DE BARROS
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Num. 10537072 - Pág. 2
18031509544982100000003423445
Data e hora
Datadaeassinatura: 15/03/2018 11:22:18
hora da assinatura: 15/03/2018 09:54:51
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Identificador: 4050000.10546061
4058100.3419814
Número do documento: 18031418272038500000010519173
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364/364
PROCESSO Nº: 0805802-55.2016.4.05.8100 - EXECUÇÃO PROVISÓRIA
EXEQUENTE: MINISTÉRIO PÚBLICO FEDERAL
CONDENADO: FRANCISCO DEUSMAR DE QUEIROS
ADVOGADO: Anastacio Jorge Matos De Sousa Marinho
12ª VARA FEDERAL - CE (JUIZ FEDERAL TITULAR)

DESPACHO

Em atenção à decisão liminar proferida pelo Tribunal Regional Federal da 5ª Região, DETERMINO a
suspensão desta execução penal, até ulterior deliberação daquele colegiado.

Considerando que o mandado de prisão ainda não havia sido expedido, fica suspensa também a sua
expedição.

Consulte-se mensalmente o andamento do habeas corpus em questão.

Fortaleza, CE, 15 de março de 2018.

Danilo Dias Vasconcelos de Almeida

Juiz Federal Substituto

Processo: 0805802-55.2016.4.05.8100
Assinado eletronicamente por:
DANILO DIAS VASCONCELOS DE ALMEIDA - Magistrado
18031511494901800000003424146
Data e hora da assinatura: 15/03/2018 14:00:14
Identificador: 4058100.3419959
Para conferência da autenticidade do documento: https://pje.jfce.jus.br/pje/Processo/ConsultaDocumento/listView.seam 1/1
PROCESSO Nº: 0805802-55.2016.4.05.8100 - EXECUÇÃO PROVISÓRIA
EXEQUENTE: MINISTÉRIO PÚBLICO FEDERAL
CONDENADO: FRANCISCO DEUSMAR DE QUEIROS
ADVOGADO: Anastacio Jorge Matos De Sousa Marinho
12ª VARA FEDERAL - CE (JUIZ FEDERAL TITULAR)

Excelentíssimo Desembargador Relator :

Impetrou-se habeas corpus em favor de FRANCISCO DEUSMAR DE QUEIROS, com a finalidade de


suspender a execução penal provisória que tramita em seu desfavor, até que ocorra o trânsito em julgado
da decisão condenatória.

Sustenta o impetrante, em resumo, que a sentença teria assegurado que a execução só ocorreria após o
trânsito em julgado, motivo pelo qual seria inviável determinar a execução provisória com base no
entendimento firmado pelo Supremo Tribunal Federal acerca da viabilidade da execução provisória no
âmbito criminal após esgotamento dos recursos de natureza ordinária.

Deferiu-se o pedido liminar neste habeas corpus . Informo que este juízo já proferiu despacho
determinando a suspensão da execução, em cumprimento à decisão liminar.

Pois bem.

Entendo que o inconformismo dos impetrantes não merece prosperar.

Com efeito, a decisão atacada esclareceu de modo bastante claro que a sentença em questão não
assegurou ao impetrante o direito de que recorresse (em sentido amplo) em liberdade, mas apenas
garantiu que ele apelasse em liberdade. Eis o quanto consta da sentença:

89. Quanto ao eventual recurso de apelação, reconheço que, em razão da inexistência


de elementos ensejadores de recolhimento à prisão dos réus, que se encontram soltos,
considerando também que, no transcorrer da instrução, ditos réus não agiram no
sentido de dificultar a atividade jurisdicional, entendo que os mesmos devem apelar
em liberdade . (grifei)

Os impetrantes invocam o item 90 da sentença, que possui o seguinte teor:

90. Determino, ainda, imediatamente após o trânsito em julgado desta sentença, a


remessa dos autos à Vara Federal competente para a execução da pena aqui aplicada.

Entendo que a sentença deve ser interpretada em sua totalidade, e não apenas um parágrafo isoladamente.
Aliás, o próprio juízo da causa que determinou a execução provisória, sendo certo que é ele quem melhor
pode interpretar a própria decisão.

Como já fiz constar na decisão atacada, tal passagem da sentença invocada pelo impetrante, à evidência,
possui natureza meramente burocrática e é claramente desprovida de carga decisória . A propósito, o
próprio Ministro Relator de pedido de tutela provisória, formulado perante o Superior Tribunal de Justiça,
que havia concedido a suspensão da execução, já havia ponderado:

A expressão constante das sentenças condenatórias, ao determinar a expedição de


mandado de prisão após o trânsito em julgado, não opera coisa julgada em favor do
réu, de modo que tal fato não tem o condão de impedir sua prisão no âmbito da
execução provisória da pena. Este tipo de comando sentencial, com efeito, consta do

1/3
texto condenatório, em verdade, apenas como norte para o início de cumprimento
de pena, com advento do trânsito em julgado, ou seja, tem por finalidade guiar o
feito após o julgamento definitivo dos recursos, da mesma forma como a
determinação de expedição de ofícios para inscrição no nome do rol de culpados,
as determinações para fins de suspensão de direitos políticos, dentre outras
diligências .

Parágrafos como o invocado pelo impetrante para afastar um importantíssimo efeito da decisão (a
própria efetividade do quanto decidido) constam, ordinariamente, de qualquer sentença condenatória .
A prevalecer esse raciocínio, nenhuma sentença poderá ser executada provisoriamente, em claríssima
burla ao quanto decidido pelo Supremo Tribunal Federal. A determinação de expedição de guia de
execução após o trânsito em julgado está muito longe de garantir o julgamento de todos os recursos em
liberdade, sendo apenas um indicativo, à Secretaria do juízo, das providências burocráticas que devem ser
adotadas em determinado momento processual (assim como o "oficie-se" ou o "intime-se").

Sendo assim, ainda que se acolhesse a tese defensiva (no sentido de que o direito ao recurso em liberdade
faria coisa julgada material se não atacado pelo Ministério Público Federal), a qual realmente vem
encontrando algum apoio dentro do Supremo Tribunal Federal, especialmente de Ministros que foram
vencidos no julgamento a respeito da possibilidade de execução provisória da pena, o caso concreto sob
exame não se amolda faticamente à tese , porquanto, repita-se, a sentença apenas assegurou o direito de
apelar em liberdade.

De todo modo, o entendimento deste juízo é no sentido de que a execução provisória da pena configura
poder-dever do magistrado, que deve determiná-la quando constatado o esgotamento das vias ordinárias
de impugnação. Com efeito, é sabido que, ao decidir sobre o direito de recorrer em liberdade, o juiz
analisa apenas a presença ou não dos requisitos para decretação da prisão preventiva - nada dispondo
sobre a execução provisória da pena. Mas a execução provisória em nada se relaciona a prisão
preventiva e deve ser implementada mesmo que ausentes os requisitos da segregação cautelar, já que,
repito, a execução provisória não possui natureza processual ou cautelar, mas sim de execução
propriamente dita, ainda que provisória.

Ademais, não prospera a alegação de que a execução provisória seria "reformatio in pejus" . Ora, não se
está alterando em nada o título judicial em desfavor dos réus. O comando condenatório está sendo
executado na exata medida em que proferido. A "reformatio in pejus" somente ocorre quando um recurso
piora a situação do acusado. E o recurso interposto em nada o prejudicou. Muito pelo contrário: assegurou
que o acusado permanecesse solto durante o julgamento da apelação, tendo, portanto, melhorado a sua
situação. Se não tivesse interposto o recurso, a sentença teria sido imediatamente executada. A
"reformatio in pejus" somente ocorre quando o acusado possa afirmar algo como "seria melhor se
eu não tivesse recorrido..." . E, no caso presente, o acusado pode dizer isso? Decerto não, pois, além
de ter tido sua pena reduzida, se manteve solto durante o julgamento da apelação .

São, portanto, dois momentos distintos e duas análises diversas: 1) quando profere a sentença, o juiz
verifica se estão ou não presentes os requisitos da prisão preventiva, e decide pela prisão do sentenciado
ou pelo recurso em liberdade; 2) quando determina a execução provisória, o juiz analisa se está esgotada a
via ordinária recursal, e decide pelo início da pena.

No caso sob exame, esgotada está a via recursal ordinária, pois já julgada a apelação do executado, bem
como o próprio recurso especial (este monocraticamente, ainda não transitado em julgado). Acertado,
pois, o início da execução provisória da pena, como determinado pelo juízo da causa, requerido agora
pelo Ministério Público Federal e determinado por este juízo.

São as informações que tenho a prestar. Este juízo permanece à disposição para qualquer esclarecimento
adicional que se mostre necessário.

Respeitosamente,

2/3
Danilo Dias Vasconcelos de Almeida

Juiz Federal Substituto

Processo: 0805802-55.2016.4.05.8100
Assinado eletronicamente por:
DANILO DIAS VASCONCELOS DE ALMEIDA - Magistrado
18031514355840900000003425248
Data e hora da assinatura: 15/03/2018 14:35:58
Identificador: 4058100.3421061
Para conferência da autenticidade do documento: https://pje.jfce.jus.br/pje/Processo/ConsultaDocumento/listView.seam 3/3
Tribunal Regional Federal da 5ª Região
PJe - Processo Judicial Eletrônico
Consulta Processual

15/03/2018

Número: 0802530-35.2018.4.05.0000
Classe: HABEAS CORPUS
Partes
Tipo Nome
ADVOGADO ANASTACIO JORGE MATOS DE SOUSA MARINHO
IMPETRANTE Marcelo Leal de Lima Oliveira
PACIENTE FRANCISCO DEUSMAR DE QUEIROS
ADVOGADO Marcelo Leal de Lima Oliveira

Documentos
Id. Data/Hora Documento Tipo
10536 14/03/2018 17:15 Habeas Corpus Petição Inicial
626
10546 15/03/2018 15:51 Decisão Decisão
963

1/12
EXCELENTÍSSIMO DESEMBARGADOR FEDERAL MANOEL DE OLIVEIRA ERHARDT

PRESIDENTE DO TRIBUNAL REGIONAL FEDERAL DA 5ª REGIÃO

FRANCISCO CÉSAR ASFOR ROCHA, brasileiro, casado, advogado, inscrito na


OAB/SP nº 329.034, podendo ser localizado no SHIS, QL 14, Conjunto 9, Casa 18, Brasília - DF,
MARCELO LEAL DE LIMA OLIVEIRA, advogado, inscrito na Ordem dos Advogados do Brasil sob
o nº 21.932/DF, com endereço profissional na SMDB Conjunto 06, lote 06, Brasília/DF, ANASTACIO
JORGE MATOS DE SOUSA MARINHO, OAB/CE 8502, CAIO CESAR VIEIRA ROCHA,
OAB/CE 15.095 e TIAGO ASFOR ROCHA LIMA, OAB/CE 16.386, sócios de Rocha, Marinho e
Sales Advogados S/S, com Endereço na Av. Des. Moreira, 760, 6º andar, Fortaleza - CE, vêm, à presença
deste Sodalício, impetrar

HABEAS CORPUS

(com pedido de liminar)

em favor de FRANCISCO DEUSMAR DE QUEIRÓS, brasileiro, casado, empresário, portador do CPF


nº 024.922.883-15, domiciliado na Av. Beira Mar, nº 2020, Apartamento 1100, Meireles, Fortaleza/CE,
em face da decisão que deu início à execução provisória nº 0805802-55.2016.4.05.8100, fazendo-o pelas
seguintes razões de fato e de direito:

I - BREVE HISTÓRICO PROCESSUAL

1. 1. O Paciente foi condenado nos autos da Ação Penal nº


0012628-43.2010.4.05.8100 pela suposta prática dos crimes previstos nos artigos 7º, IV, da Lei nº
Assinado eletronicamente. A Certificação Digital pertence a: Marcelo Leal de Lima Oliveira - Advogado Num. 10536626 - Pág. 1
https://pje.trf5.jus.br/pje/Processo/ConsultaDocumento/listView.seam?nd=18031417115167600000010518727
Número do documento: 18031417115167600000010518727
2/12
1.

7.492/86 e 27-C da Lei nº 6.385/76, ocorridos entre os anos de 2000 e 2006. Foi-lhe atribuída a
pena de 15 anos e 10 meses a ser cumprida inicialmente em regime fechado, garantindo-se o direito
de permanecer em liberdade até o trânsito em julgado.

1. 2. Em sede de apelação exclusiva da defesa, este Tribunal Regional Federal da


5ª Região, afastou a condenação em relação ao crime previsto no artigo 27-C da Lei nº 6.385/76,
resultando numa pena final de 09 anos e 02 meses de reclusão.

1. 3. Embora tenha o Ministério Público Federal se contentado com o resultado


alcançado, operando-se o trânsito em julgado para a acusação, o Paciente interpôs, daquele acórdão,
o Recurso Especial nº 1.449.193, cujo trânsito em julgado ainda não ocorreu.

1. 4. Havendo o Ministério Público requerido a prisão do Paciente com fulcro no


que decidiu o Supremo Tribunal Federal acerca da possibilidade da execução provisória da pena
após o exaurimento da instância ordinária, a defesa ingressou com pedido de Tutela Provisória nº
38 perante o Superior Tribunal de Justiça, cuja liminar foi deferida em face da plausibilidade do
direito invocado.

1. 5. Surpreendeu-se a defesa, no entanto, com posterior decisão monocrática,


negando provimento ao Recurso Especial e, em seguida, o reconhecimento da prejudicialidade da
medida cautelar, mormente porque ainda não ocorreu o trânsito em julgado.

1. 6. Com efeito, foram opostos Embargos de Declaração com pedido de


efeitos modificativos, os quais ainda não foram julgados.

1. 7. Embora mencionadas decisões tenham sido objeto dos recursos cabíveis à


espécie, não tendo havido, portanto, o trânsito em julgado, o Ministério Público requereu a
execução provisória da pena, o que foi deferido pela autoridade coatora nos seguintes termos:

"O Ministério Público Federal requereu, novamente, o início da execução da pena, informando que "o
RESp 1.449.193/CE, que apoiava tal tutela provisória, foi julgado e desprovido". Sobre o pedido do
Ministério Público Federal se manifestou a defesa, ao argumento de que a execução da pena implicaria
em reformatio in pejus, pois o título executivo teria sido expresso em afirmar que a prisão dos
sentenciados deveria ocorrer apenas após o trânsito em julgado da sentença.

É o relato necessário. DECIDO.

2. FUNDAMENTAÇÃO

Não é verdade a alegação da defesa, no sentido de que a sentença teria sido expressa ao afirmar que os
condenados somente poderiam ser presos após o trânsito em julgado. Muito pelo contrário: a sentença
foi explícita em indicar que os réus poderiam apelar em liberdade. Eis o quanto consta da sentença:
Assinado eletronicamente. A Certificação Digital pertence a: Marcelo Leal de Lima Oliveira - Advogado Num. 10536626 - Pág. 2
https://pje.trf5.jus.br/pje/Processo/ConsultaDocumento/listView.seam?nd=18031417115167600000010518727
Número do documento: 18031417115167600000010518727
3/12
89. Quanto ao eventual recurso de apelação, reconheço que, em razão da inexistência de elementos
ensejadores de recolhimento à prisão dos réus, que se encontram soltos, considerando também que, no
transcorrer da instrução, ditos réus não agiram no sentido de dificultar a atividade jurisdicional,
entendo que os mesmos devem apelar em liberdade. (grifei)

A menção ao trânsito em julgado se deu apenas a título de providências finais burocráticas, no sentido de
que, após o trânsito em julgado, deveria ser expedida a respectiva guia de execução.

A propósito, o próprio Ministro Relator que havia concedido a suspensão da presente execução já havia
ponderado:

A expressão constante das sentenças condenatórias, ao determinar a expedição de mandado de prisão


após o trânsito em julgado, não opera coisa julgada em favor do réu, de modo que tal fato não tem o
condão de impedir sua prisão no âmbito da execução provisória da pena. Este tipo de comando
sentencial, com efeito, consta do texto condenatório, em verdade, apenas como norte para o início de
cumprimento de pena, com advento do trânsito em julgado, ou seja, tem por finalidade guiar o feito após
o julgamento definitivo dos recursos, da mesma forma como a determinação de expedição de ofícios para
inscrição no nome do rol de culpados, as determinações para fins de suspensão de direitos políticos,
dentre outras diligências.

Sendo assim, ainda que se acolhesse a tese defensiva (no sentido de que o direito ao recurso em liberdade
faria coisa julgada material se não atacado pelo Ministério Público Federal), a qual realmente vem
encontrando algum apoio dentro do Supremo Tribunal Federal, especialmente de Ministros que foram
vencidos no julgamento a respeito da possibilidade de execução provisória da pena, o caso concreto sob
exame não se amolda faticamente à tese, porquanto, repita-se, a sentença apenas assegurou o direito de
apelar em liberdade.

De todo modo, o entendimento deste juízo é no sentido de que a execução provisória da pena configura
poder-dever do magistrado, que deve determiná-la quando constatado o esgotamento das vias ordinárias
de impugnação. Com efeito, é sabido que, ao decidir sobre o direito de recorrer em liberdade, o juiz
analisa apenas a presença ou não dos requisitos para decretação da prisão preventiva - nada dispondo
sobre a execução provisória da pena. Mas a execução provisória em nada se relaciona a prisão
preventiva e deve ser implementada mesmo que ausentes os requisitos da segregação cautelar, já que,
repito, a execução provisória não possui natureza processual ou cautelar, mas sim de execução
propriamente dita, ainda que provisória.

Ademais, não prospera a alegação de que a execução provisória seria "reformatio in pejus".

Ora, não se está alterando em nada o título judicial em desfavor dos réus. O comando condenatório está
sendo executado na exata medida em que proferido. A "reformatio in pejus" somente ocorre quando um
recurso piora a situação do acusado. E o recurso interposto em nada o prejudicou. Muito pelo contrário:
assegurou que o acusado permanecesse solto durante o julgamento da apelação, tendo, portanto,
melhorado a sua situação. Se não tivesse interposto o recurso, a sentença teria sido imediatamente
executada. A "reformatio in pejus" somente ocorre quando o acusado possa afirmar algo como "seria
melhor se eu não tivesse recorrido...". E, no caso presente, o acusado pode dizer isso? Decerto não, pois,
além de ter tido sua pena reduzida, se manteve solto durante o julgamento da apelação.

São, portanto, dois momentos distintos e duas análises diversas: 1) quando profere a sentença, o juiz
verifica se estão ou não presentes os requisitos da prisão preventiva, e decide pela prisão do sentenciado
ou pelo recurso em liberdade; 2) quando determina a execução provisória, o juiz analisa se está esgotada
a via ordinária recursal, e decide pelo início da pena.

No caso sob exame, esgotada está a via recursal ordinária, pois já julgada a apelação do executado, bem
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como o próprio recurso especial (este monocraticamente, ainda não transitado

em julgado). Acertado, pois, o início da execução provisória da pena, como determinado pelo juízo da
causa e requerido agora pelo Ministério Público Federal.

3. DISPOSITIVO

Pelo exposto, DEFIRO o pedido formulado pelo Ministério Público Federal e DETERMINO o
prosseguimento desta execução provisória, com início da pena imposta ao executado.

Expeça-se mandado de prisão. Considerando que o advogado do executado compareceu no gabinete


deste magistrado e solicitou que, pelas condições pessoais e sociais do réu, este

pudesse se apresentar espontaneamente para início do cumprimento da pena (na eventualidade de


deferimento do pedido do MPF), e tendo em vista que ele respondeu a todo o processo solto e não
demonstrou intenção de fuga, hei por bem acolher o pleito, pelo que DETERMINO que a Polícia Federal
somente dê cumprimento ao mandado após 24h do seu recebimento - lapso durante o qual o executado
deverá se apresentar perante a autoridade policial, sob pena de ser

preso onde for encontrado. Após a expedição do mandado de prisão, dê-se ciência ao advogado do
executado, por telefone.

Efetivada a prisão, fica desde já declinada a competência para a Justiça Estadual, devendo a Secretaria
expedir a respectiva guia de execução.

1. 8. Esta decisão, no entanto, viola frontalmente o princípio do non reformatio in


pejus, ensejando a impetração do presente writ.

II - DA NECESSIDADE DE TRÂNSITO EM JULGADO ESTABELECIDA NO TÍTULO


EXECUTIVO - IMPOSSIBILIDADE DE REFORMATIO IN PEJUS

1. 9. O que se discute neste momento processual em nada se relaciona com a


(in)constitucionalidade da execução provisória da pena.

1. 10. Trata-se, em realidade, de simples, mas importantíssimo pedido de


cumprimento do princípio do non reformatio in pejus e garantia da segurança jurídica advinda de
decisões proferidas em processos penais, dos quais deixou de recorrer a acusação.

1. 11. No caso em tela, não é possível o início da execução provisória da pena


porque o cumprimento da reprimenda está diretamente condicionado ao trânsito em julgado
do processo!!!

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1. 12. É que a sentença, título executivo por excelência, foi expressa ao afirmar que
a prisão dos sentenciados deveria ocorrer apenas "após o trânsito em julgado da sentença".
Confira-se:

1. 13. Não
há margem para dúvida.

1. 14.
Conforme se depreende da
leitura do título que se
pretende executar
provisoriamente, a
execução da pena imposta
ao Paciente depende do
seu trânsito em julgado
para ambas as partes.

1. 15. O
Ministério Público
quedou-se inerte,
satisfazendo-se com o título
executivo obtido em todos
os seus termos. Com isso,
ocorreu, apenas para a
acusação, o trânsito em
julgado. Confira-se:

1. 16. Ora,
ainda que se pretenda
executar provisoriamente a
pena, isto só pode ser feito
nos exatos termos da
sentença, que é expressa
em afirmar que a prisão
somente deve se dar após o
trânsito em julgado.

1. 17. A
questão, portanto, não diz
respeito à possibilidade ou
não da prisão ser decretada após a decisão condenatória proferida em segundo grau em jurisdição.
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1. 18. Na data de ontem, a 2ª Turma do Supremo Tribunal Federal, ao julgar o HC
144.717, referendou esse entendimento!

1. 19. Aliás, é importante destacar que o caso foi desafetado do Plenário


exatamente porque se entendeu que esta matéria específica estaria fora do alcance da discussão
sobre a possibilidade ou não da prisão após condenação de segundo grau.

1. 20. Em que pese o acórdão não tenha sido publicado, o próprio sítio eletrônico
do STF traz a informação:

1. 21. No caso em tela, a alteração do título executivo (sentença), tal como pretende
o Ministério Público, sem que dela tenha recorrido, importaria em flagrante reformatio in pejus.

1. 22. Em outras palavras, se a sentença condenatória expressamente afirma que o


cumprimento da pena deve se dar apenas com o trânsito em julgado e em não havendo recurso por
parte do Ministério Público, é expressamente vedado ao judiciário impor prematuramente,
inexistentes novos requisitos de cautelaridade, a prisão processual ao Paciente.

1. 23. Não tem qualquer procedência o argumento trazido pela autoridade coatora
no sentido de que as "providências finais" seriam meramente burocráticas e que, portanto, não
fariam coisa julgada.

1. 24. Ora, as providências finais, embora burocráticas, integram a parte dispositiva


da sentença, exatamente a parte das sentenças judiciais a respeito das quais não há qualquer dúvida
quanto a estarem acobertadas pelo manto da coisa julgada.

1. 25. Tanto é assim, que a própria autoridade coatora reconheceu exatamente o


oposto em sua fundamentação:

"Este tipo de comando sentencial, com efeito, consta do texto condenatório, em verdade, apenas como
norte para o início de cumprimento de pena, com advento do trânsito em julgado, ou seja, tem por
finalidade guiar o feito após o julgamento definitivo dos recursos".

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1.
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1. 26. É exatamente disso que se está falando! As "providências finais" são, nada
mais nada menos do que o norte para o início do cumprimento da pena...

1. 27. E é evidente que deste norte não pode haver desvio nem para a esquerda nem
para a direita!

1. 28. Com efeito, a parte em que o Magistrado dá ordens ao Ofício é a parte


mandamental por excelência, na qual fixa no tempo e no espaço os limites da execução,
propriamente o que se está argumentando no presente writ.

1. 29. No mais, o princípio de proibição à reformatio in pejus não atende a um


raciocínio tão singelo quanto o utilizado pela autoridade coatora, pois não se refere apenas à mera
vantagem que a defesa teria ao decidir por recorrer ou não da sentença.

1. 30. Não se trata apenas de considerar se "seria melhor que a defesa não tivesse
recorrido...".

1. 31. Mais do que isso, o nemo reformatio in pejus é uma garantia que dá
sustentação ao princípio do respeito à coisa julgada. Isto é, tem o condão de viabilizar que haja
efetivo respeito à coisa julgada, evitando-se que a situação da defesa venha a ser alterada no meio
do caminho, sem que o órgão acusatório tenha intervindo no momento oportuno.

1. 32. Isto é, tem mais a ver com o não recurso da acusação do que com o recurso
da defesa.

1. 33. O próprio Supremo Tribunal Federal, aliás, vem garantindo a aplicação do


princípio do non reformatio in pejus, condicionando o recolhimento à prisão ao trânsito em julgado
para ambas as partes, nos casos em que assim prevê o título executivo, sem que, com isso, se possa
afirmar o descumprimento do precedente emanado por aquela Corte.

1. 34. Aliás, a própria autoridade coatora reconheceu que esta é a tese que
efetivamente vem sendo aplicada pelo Supremo Tribunal Federal, ainda que a procure desmerecer,
sugerindo que é encampada apenas por Ministros que restaram vencidos quando do julgamento a
respeito da possibilidade da execução provisória da pena em matéria penal.

1. 35. De fato, assim tem decidido, em diversas ocasiões, a nossa Corte Suprema.

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1.
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1. 36. Muito ao contrário do sugerido pelo Magistrado, a tese é exatamente a
mesma que vem sido acatada pelo STF, pois em todas tratou-se exatamente de hipótese fática
idêntica, em que ao réu é assegurado apelar em liberdade, determinando-se o início da
execução "após o trânsito em julgado".

1. 37. Nesse sentido, recentíssima a decisão proferida pelo Min. CELSO DE


MELLO, nos autos do HC nº 152.974/SP, publicada em 06 de março de 2018:

"Tem-se entendido, nesta Suprema Corte, que, em situações como a ora em exame, em que o Ministério
Público sequer se insurgiu contra o pronunciamento do órgão judiciário "a quo" que garantiu ao
paciente o direito de recorrer em liberdade, não pode o Tribunal de superior jurisdição suprimir esse
benefício, em detrimento do condenado, sob pena de ofensa à cláusula final inscrita no art. 617 do
Código de Processo Penal:

"() POSSÍVEL OFENSA AO PRINCÍPIO QUE VEDA A 'REFORMATIO IN PEJUS' (CPP, ART. 617, 'in
fine'), POIS O TRIBUNAL DE INFERIOR JURISDIÇÃO ORDENOU QUE SE PROCEDESSE, EM
PRIMEIRO GRAU, À IMEDIATA EXECUÇÃO ANTECIPADA DA PENA, NÃO OBSTANTE ESSE
COMANDO HOUVESSE SIDO DETERMINADO EM RECURSO EXCLUSIVO DO RÉU CONDENADO,
A QUEM SE ASSEGURARA, NO ENTANTO, EM MOMENTO ANTERIOR, SEM IMPUGNAÇÃO
RECURSAL DO MINISTÉRIO PÚBLICO, O DIREITO DE AGUARDAR EM LIBERDADE A
CONCLUSÃO DO PROCESSO. ()." (HC 147.452/MG, Rel. Min. CELSO DE MELLO)"

1. 38. Em igual sentido, a decisão monocrática do HC 140.217/DF, de relatoria do


Ministro RICARDO LEWANDOWSKI:

"(...)

Registre-se, também, que a antecipação do cumprimento da pena, em qualquer grau de jurisdição,


somente pode ocorrer mediante um pronunciamento específico e fundamentado que demonstre, à
saciedade, e com base em elementos concretos, a necessidade da custódia cautelar. Assim,
verificando que o caso em espécie se assemelha àquele tratado no HC 140.217/DF, bem como nos HC's
135.951/DF, 142.012/DF e 142.017/DF, todos de minha relatoria, entendo que ocorreu a formação da
coisa julgada do direito de o paciente recorrer em liberdade. Por essas razões, constatada a
excepcionalidade da situação em análise faz necessária a suspensão da execução da pena imposta ao
paciente. Isso posto, tendo em conta que a conclusão a que chego neste habeas corpus em nada
conflita com as decisões majoritárias desta Suprema Corte, acima criticadas, com o respeito de praxe,
confirmando as liminares, concedo a ordem de habeas corpus (art. 192, caput, do RISTF), para que os
pacientes possam aguardar, em liberdade, o trânsito em julgado da sentença penal condenatória
proferida no Processo 2005.01.1.064173-9, sem prejuízo da manutenção ou fixação, pelo juízo
processante, de uma ou mais de uma das medidas cautelares previstas no art. 319 do Código de Processo
Penal, caso entenda necessário. Comunique-se com urgência. Expeça-se alvará de soltura
clausulado. Publique-se. Brasília, 14 de novembro de 2017. Ministro Ricardo Lewandowski Relator

(HC 140217, Relator(a): Min. RICARDO LEWANDOWSKI, julgado em 14/11/2017, publicado em


PROCESSO ELETRÔNICO DJe-261 DIVULG 16/11/2017 PUBLIC 17/11/2017)"

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1. 39. Da mesma forma, os seguintes julgados: HC 135.951-MC/DF, Rel. Min.
RICARDO LEWANDOWSKI - HC 142.012-MC/DF, Rel. Min. RICARDO LEWANDOWSKI -
HC 142.017-MC/DF, Rel. Min. RICARDO LEWANDOWSKI - HC 147.428-MC/MG, Rel. Min.
CELSO DE MELLO - HC 148.122-MC/MG, Rel. Min. CELSO DE MELLO - HC 153.431/SP,
Rel. Min. CELSO DE MELLO.

III - DOS REQUISITOS PARA A CONCESSÃO DE MEDIDA LIMINAR

1. 40. Presentes se encontram os requisitos para a concessão de liminar na figura do


fumus boni iuris e do periculum in mora.

1. 41. O primeiro salta aos olhos por todos os fundamentos acima elencados e que
demonstram claramente a violação ao princípio do non reformatio in pejus.

1. 42. O perigo da demora, por sua vez, se torna evidente frente à ordem de prisão
em desfavor do Paciente, sendo desnecessária uma descrição pormenorizada do dano de impossível
reparação que a prisão representa na vida de quem vem a ser encarcerado.

IV - DO PEDIDO

1. 43. Ante o exposto, requer seja concedida liminar para obstar o início da
execução da pena do Paciente antes do trânsito em julgado, em flagrante violação do princípio do
non reformatio in pejus, expedindo-se o competente contra-mandado de prisão ou, se já houver sido
cumprida, o necessário alvará de soltura.

1. 44. No mérito, requer seja concedida em definitivo a presente ordem de Habeas


Corpus, garantindo ao Paciente o direito de aguardar o trânsito em julgado para que se dê início ao
cumprimento de pena.

P. deferimento.

Brasília, 14 de março de 2018.

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Marcelo Leal de Lima Oliveira

OAB/DF 21.932

Caio César Vieira Rocha

OAB/CE 15.095

Francisco César Asfor Rocha

OAB/SP 329.034

Tiago Asfor Rocha Lima

OAB/CE 16.386

Anastácio Jorge Matos de Sousa Marinho

OAB/CE 8.502

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PROCESSO Nº: 0802530-35.2018.4.05.0000 - HABEAS CORPUS
IMPETRANTE: MARCELO LEAL DE LIMA OLIVEIRA
PACIENTE: FRANCISCO DEUSMAR DE QUEIROS
ADVOGADO: Anastacio Jorge Matos De Sousa Marinho e outro
IMPETRADO: JUÍZO DA 12ª VARA FEDERAL DA SEÇÃO JUDICIÁRIA DO CEARÁ
RELATOR(A): Desembargador(a) Federal Francisco Roberto Machado - 1ª Turma

DECISÃO

Trata-se de pedido de extensão da liminar concedida neste Habeas Corpus, objetivando a suspensão do
início das Execuções Provisórias das penas impostas aos réus IELTON BARRETO DE OLIVEIRA,
GERALDO DE LIMA GADELHA FILHO e JERÔNIMO ALVEZ BEZERRA na Ação Penal nº
0012628-43.2010.4.05.8100, na qual foram condenados a 5 (cinco) anos de reclusão pela prática do crime
do art. 7º, IV, da Lei nº 7.492/86, ainda pendente de julgamento de Recurso Especial no STJ (REsp
1.449.193-CE).

Relatei, decido.

A partir do exame superficial, próprio desta fase de cognição sumária, tenho que estão preenchidos os
requisitos para a extensão da liminar concedida.

O art. 580 do CPP prevê que, no concurso de agentes, a decisão do recurso interposto por um dos réus, se
fundado em motivos que não sejam de caráter exclusivamente pessoal, aproveitará aos outros.

Ainda que o Habeas Corpus não se trate de recurso, a aplicação do disposto no art. 580 do CPP, a fim de
garantir a extensão da ordem do remédio heroico, é plenamente cabível, a teor da jurisprudência do STJ.

No caso concreto, a liminar neste writ foi concedida porque entendi que o comando sentencial
condenatório (no qual constou, expressamente: "determino, ainda, imediatamente após o trânsito em
julgado desta sentença, a remessa dos autos à Vara Federal competente para a execução da pena aqui
aplicada") constitui garantia erigida em favor do status libertatis do réu, devendo prevalecer sobre o
entendimento firmado pelo STF a favor da execução antecipada da pena.

Desse modo, como a liminar foi concedida elencando apenas elementos eminentemente objetivos, resta
evidenciada situação análoga em relação aos peticionantes IELTON BARRETO DE OLIVEIRA,
GERALDO DE LIMA GADELHA FILHO e JERÔNIMO ALVEZ BEZERRA, inexistindo, pelo menos a
princípio, qualquer peculiaridade que diferencie a situação deles da do paciente FRANCISCO
DEUSMAR DE QUEIROS.

Assim, defiro o pedido de id. 10546202, determinando a extensão da liminar concedida neste Habeas
Corpus a IELTON BARRETO DE OLIVEIRA, GERALDO DE LIMA GADELHA FILHO e
JERÔNIMO ALVEZ BEZERRA, com a consequente suspensão das Execuções Provisórias nos
0805810-32.2016.4.05.8100, 0805805-10.2016.4.05.8100 e 0805812-02.2016.4.05.8100, até julgamento
final deste writ.

Intime-se.

Comunique-se o teor desta decisão ao Juízo originário, com urgência.

Recife, 15 de março de 2018.

Processo: 0805802-55.2016.4.05.8100
Assinado eletronicamente por:
Assinado eletronicamente.
ENEIDE FONTES A Certificação
RIBEIRO Digital pertence a: FRANCISCO ROBERTO MACHADO - Magistrado
DE ALBUQUERQUE Num. 10546963 - Pág. 1
18031516174972000000003426292
Data e hora da assinatura: 15/03/2018 16:17:49
https://pje.trf5.jus.br/pje/Processo/ConsultaDocumento/listView.seam?nd=18031512333946800000010529042
Identificador:
Número do documento: 4050000.10548635
18031512333946800000010529042
Para conferência da autenticidade do documento: https://pje.jfce.jus.br/pje/Processo/ConsultaDocumento/listView.seam 12/12
OFÍCIO Nº 2017/ Recife, 15 de Março de 2018

Senhor(a). Diretor(a).,

De ordem do Excelentíssimo Desembargador Federal Relator Roberto Machado, envio


a Vossa Senhoria, para as devidas providências, cópia da Decisão (id. 4050000.10546963 ), proferida nos
autos do Habeas Corpus PJE nº 0802530-35.2018.4.05.0000 , (processo de referência nº
0805802-55.2016.4.05.8100), em epígrafe.

Atenciosamente,

Eneide F.R. de Albuquerque


Técnico Judiciário

Ilmo.(a) Sr(a).
Diretor(a) da Secretaria da 12 ª Vara Federal da Seção Judiciária do Ceará
-

Processo: 0805802-55.2016.4.05.8100
Assinado eletronicamente por:
ENEIDE FONTES RIBEIRO DE ALBUQUERQUE
18031516174972000000003426291
Data e hora da assinatura: 15/03/2018 16:17:49
Identificador: 4050000.10548634
Para conferência da autenticidade do documento: https://pje.jfce.jus.br/pje/Processo/ConsultaDocumento/listView.seam 1/1
PROCESSO Nº: 0805802-55.2016.4.05.8100 - EXECUÇÃO PROVISÓRIA
EXEQUENTE: MINISTÉRIO PÚBLICO FEDERAL
CONDENADO: FRANCISCO DEUSMAR DE QUEIROS
ADVOGADO: Anastacio Jorge Matos De Sousa Marinho
12ª VARA FEDERAL - CE (JUIZ FEDERAL TITULAR)

Excelentíssimo Desembargador Relator:

Em complemento à informação anteriormente prestada, e tendo em vista nova decisão proferida por
Vossa Excelência no sentido de suspender também as execuções penais relativas aos demais condenados
na mesma ação penal em que FRANCISCO DEUSMAR DE QUEIROS foi condenado, esclareço que, na
presente data, proferi despachos nas execuções provisórias respectivas, suspendendo-as da mesma forma,
até que haja ulterior deliberação por parte dessa Corte Regional.

No mais, reporto-me ao quanto já informado anteriormente.

Permaneço à disposição para eventuais esclarecimentos adicionais que se mostrarem necessários.

Respeitosamente,

Danilo Dias Vasconcelos de Almeida

Juiz Federal Substituto

Processo: 0805802-55.2016.4.05.8100
Assinado eletronicamente por:
DANILO DIAS VASCONCELOS DE ALMEIDA - Magistrado
18031614071688800000003431451
Data e hora da assinatura: 16/03/2018 14:07:17
Identificador: 4058100.3427258
Para conferência da autenticidade do documento: https://pje.jfce.jus.br/pje/Processo/ConsultaDocumento/listView.seam 1/1
PODER JUDICIÁRIO
JUSTIÇA FEDERAL DE PRIMEIRO GRAU
Seção Judiciária do Ceará
12ª Vara Federal

PROCESSO: EXECUÇÃO PROVISÓRIA - Processo n.


0805802-55.2016.4.05.8100

EXEQUENTE(ES): [MINISTÉRIO PÚBLICO FEDERAL]

EXECUTADO(S): [FRANCISCO DEUSMAR DE QUEIROS]

DESPACHO

Certifico que, nesta data, providenciei a intimação, via sistema, do MPF e da defesa acerca da decisão de
ID nº 4058100.3419959.

Fortaleza - CE, datado eletronicamente .

Processo: 0805802-55.2016.4.05.8100
Assinado eletronicamente por:
RAPHAEL NOGUEIRA BEZERRA DE MENEZES - Servidor Geral
18032614233279800000003461494
Data e hora da assinatura: 26/03/2018 14:26:53
Identificador: 4058100.3457244
Para conferência da autenticidade do documento: https://pje.jfce.jus.br/pje/Processo/ConsultaDocumento/listView.seam 1/1
TRIBUNAL REGIONAL FEDERAL DA 5ª REGIÃO
12º VARA DA SEÇÃO JUDICIÁRIA DO CEARÁ
PROCESSO: 0805802-55.2016.4.05.8100 - EXECUÇÃO PROVISÓRIA

Polo ativo Polo passivo


MINISTÉRIO PÚBLICO FRANCISCO DEUSMAR DE
EXEQUENTE CONDENADO
FEDERAL QUEIROS
ANASTACIO JORGE
ADVOGADO
MATOS DE SOUSA MARINHO

Outros participantes
Sem registros

CERTIDÃO

CERTIFICO que, em 28/03/2018 12:13, o(a) MINISTÉRIO PÚBLICO FEDERAL foi intimado(a) acerca
de Decisão registrado em 15/03/2018 14:00 nos autos judiciais eletrônicos especificados na epígrafe.

1 - Esta Certidão é válida para todos os efeitos legais, havendo sido expedida através do Sistema Processo
Judicial Eletrônico - PJe.

2 - A autenticidade desta Certidão poderá ser confirmada no endereço


https://pje.jfce.jus.br/pje/Processo/ConsultaDocumento/listView.seam , através do código de autenticação
nº 18032614233279800000003461494 .

3 - Esta Certidão foi emitida gratuitamente em 28/03/2018 12:13 - Seção Judiciária do Ceará.

Processo: 0805802-55.2016.4.05.8100
Data e hora da inclusão: 28/03/2018 12:13:01
Identificador: 4058100.3467612

1/1
PR-CE-MANIFESTAÇÃO-5546/2018

MINISTÉRIO PÚBLICO FEDERAL


PROCURADORIA DA REPÚBLICA - CEARÁ/MARACANAÚ
GABINETE DE PROCURADOR DA REPUBLICA
GABINETE DE PROCURADOR DA REPUBLICA

08058025520164058100

Documento assinado via Token digitalmente por MARCIO ANDRADE TORRES, em 28/03/2018 12:21. Para verificar a assinatura acesse
PR-CE-MANIFESTAÇÃO-5546/2018

MM Juiz,

Ciente o MPF da d. decisão que suspendeu a execução provisória.

Fortaleza, 28 de março de 2018

http://www.transparencia.mpf.mp.br/validacaodocumento. Chave 65C9AC5D.7C7B3852.BB97E79E.D79E1711


MARCIO ANDRADE TORRES
PROCURADOR DA REPUBLICA

PROCURADORIA DA Rua João Brígido, Nº 1260 5º Andar Salas 504 E 505, Joaquim
REPÚBLICA - Távora - Cep 60135080 - Fortaleza-CE
CEARÁ/MARACANAÚ Tel. (85)32667300 - Fax: - Email:Prce-sac@mpf.mp.br

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PROCURADORIA DA Rua João Brígido, Nº 1260 5º Andar Salas 504 E 505, Joaquim
REPÚBLICA - Távora - Cep 60135080 - Fortaleza-CE
CEARÁ/MARACANAÚ Tel. (85)32667300 - Fax: - Email:Prce-sac@mpf.mp.br
Processo: 0805802-55.2016.4.05.8100
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TRIBUNAL REGIONAL FEDERAL DA 5ª REGIÃO
12º VARA DA SEÇÃO JUDICIÁRIA DO CEARÁ
PROCESSO: 0805802-55.2016.4.05.8100 - EXECUÇÃO PROVISÓRIA

Polo ativo Polo passivo


MINISTÉRIO PÚBLICO FRANCISCO DEUSMAR DE
EXEQUENTE CONDENADO
FEDERAL QUEIROS
ANASTACIO JORGE
ADVOGADO
MATOS DE SOUSA MARINHO

Outros participantes
Sem registros

CERTIDÃO

CERTIFICO que, em 04/04/2018 23:59, o(a) Sr(a) FRANCISCO DEUSMAR DE QUEIROS foi
intimado(a) acerca de Decisão registrado em 15/03/2018 14:00 nos autos judiciais eletrônicos
especificados na epígrafe.

1 - Esta Certidão é válida para todos os efeitos legais, havendo sido expedida através do Sistema Processo
Judicial Eletrônico - PJe.

2 - A autenticidade desta Certidão poderá ser confirmada no endereço


https://pje.jfce.jus.br/pje/Processo/ConsultaDocumento/listView.seam , através do código de autenticação
nº 18032614233279800000003461494 .

3 - Esta Certidão foi emitida gratuitamente em 05/04/2018 00:01 - Seção Judiciária do Ceará.

Processo: 0805802-55.2016.4.05.8100
Data e hora da inclusão: 05/04/2018 00:01:09
Identificador: 4058100.3491538

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MINISTÉRIO PÚBLICO FEDERAL
PROCURADORIA DA REPÚBLICA NO ESTADO DO CEARÁ

EXMO. SR. JUIZ FEDERAL DA 12ª VARA – SEÇÃO JUDICIÁRIA DO CEARÁ

PROCESSO Nº: 0805802-55.2016.4.05.8100

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CLASSE: EXECUÇÃO DA PENA
EXEQUENTE:MINISTÉRIO PÚBLICO FEDERAL
EXECUTADO: FRANCISCO DEUSMAR DE QUEIROS

PROMOÇÃO Nº 14417/2018

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O MINISTÉRIO PÚBLICO FEDERAL, por intermédio do seu
Representante Legal subscrito, vem perante Vossa Excelência expor e requerer o seguinte:

O MPF (Id 4058100.1792914) requereu a execução provisória da


pena quanto ao sentenciado FRANCISCO DEUSMAR DE QUEIROS, nos seguintes
termos:
“1) a expedição de carta de guia para que seja a pena cumprida em regime fechado,
dado que a pena privativa de liberdade é de 09 (nove) anos e 02 (dois) meses de
reclusão.
3) remessa à Contadoria para o cálculo da pena de multa, fixando-se prazo para o
adimplemento voluntário, sob pena de constituição de Dívida Ativa, devendo para tanto
ser oficiada a Procuradoria da Fazenda Nacional.”

No entanto, por decisão do Superior Tribunal de Justiça na TP 038, em


que foi Relator o Min. Félix Fischer, havia sido concedida tutela suspensiva, que veio a ser
recentemente cassada, de acordo com a seguinte ementa e Telegrama acostado aos autos
pela Corte Superior:
“TUTELA PROVISÓRIA. PEDIDO DE EFEITO SUSPENSIVO AO
RECURSO ESPECIAL. EXECUÇÃO PROVISÓRIA DA PENA.
JULGAMENTO DO FEITO PRINCIPAL. PREJUDICADO PEDIDO.
LIMINAR CASSADA.”

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Por outro lado, o RESp 1.449.193/CE, que apoiava tal tutela provisória
foi julgado e desprovido e de igual modo improvidos os embargos de declaração, estando
pendente apenas o julgamento de embargos de embargos de declaração.

Por outro lado, no HC 0802530-35.4.05.0000, em curso do TRF da 5ª


Região, em que o então Des. Rel. ROBERTO MACHADO haveria proferido liminar

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suspendendo a execução, foi julgado o mérito, em acórdão igualmente sujeito a embargos
de declaração, em que a ordem foi parcialmente concedida nos seguintes termos:

EMENTA. PENAL E PROCESSUAL PENAL. HABEAS


CORPUS. EXECUÇÃO PROVISÓRIA DA PENA (STF - HC nº
126292, ADC Nº 43, ADC Nº 44, ARE Nº 964.246).
REFORMATIO IN PEJUS. NORMA ENDÓCRINA. RECURSO
ESPECIAL. CONCESSÃO DE TUTELA PROVISÓRIA PELO

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STJ. CONCESSÃO PARCIAL DA ORDEM. CORRÉUS NÃO
IMPETRANTES. EXTENSÃO DA ORDEM (ART. 580 DO CPP).
POSSIBILIDADE.
1. Habeas Corpus impetrado em favor de FDQ, apontando como
ilegal decisão do Juízo da 12ª Vara Federal do Ceará, que
determinou a Execução Provisória da pena imposta ao paciente
na Ação Penal nº 0012628-43.2010.4.05.8100 (9 anos e 2 meses
de reclusão, além de 250 dias-multa, pela prática do crime
previsto no art. 7º, IV, da Lei nº 7.492/86), ainda pendente de
julgamento de recurso no STJ (EDcl no AgRg no REsp
1.449.193-CE).
2. Cinge-se a controvérsia acerca da possibilidade de executar
provisoriamente condenação penal confirmada em segunda
instância, quando há comando sentencial, não alterado neste
Tribunal, que, segundo os impetrantes, obsta a execução antes
do trânsito em julgado da sentença.
3. Inobstante os argumentos lançados na impetração, bem como
as possíveis divergências, nesta Primeira Turma, quanto à
possibilidade de execução provisória da pena, em face da
existência de norma endócrina que condiciona a execução ao
trânsito em julgado da sentença condenatória, deve-se atentar
para as circunstâncias específicas do caso. Nesse sentido,
verifica-se que, após a interposição do Recurso Especial nº
1.449.193/CE pela própria defesa do paciente, formulou-se o
Pedido de Tutela Provisória nº 38, requerendo a concessão de
liminar para atribuir efeito suspensivo ao apelo extremo. Em
decisão monocrática, o eminente Relator, Min. FÉLIX FISCHER,
deferiu a liminar, para "sustar o início da execução provisória da
pena até ulterior julgamento final do presente pedido de tutela
antecipada".
4. Portanto, é da competência do Ministro Relator no STJ, não
deste TRF5, a atribuição do efeito suspensivo e,
consequentemente, a fixação das condições em que tal efeito foi

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atribuído ao recurso, o que abrange, por certo, a definição do
seu alcance temporal. Logo, resta aguardar o termo ad quem
definido no âmbito do próprio STJ.
5. Ainda que o Habeas Corpus não se trate de recurso, a
aplicação do disposto no art. 580 do CPP, a fim de garantir a
extensão da ordem do remédio heroico, é plenamente cabível, a
teor da jurisprudência do STJ. No caso concreto, como se está
elencando, para fins de concessão da ordem, apenas elementos
eminentemente objetivos, resta evidenciada situação análoga em
relação a IBO, GLGF e JAB, todos também condenados nos

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autos da Ação Penal nº 0012628-43.2010.4.05.8100.
6. Ordem parcialmente concedida, para suspender a execução
provisória da pena imposta ao paciente até o julgamento final,
pelo STJ, do Pedido de Tutela Provisória nº 38 no REsp nº
1.449.193/CE, com a extensão da ordem aos corréus IBO,
GLGF e JAB.

Desse modo, considerando que a liminar concedida na TP 38 foi


cassada pelo próprio Superior Tribunal de Justiça, nada obsta que se dê início à execução

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penal, o que ora é requerido pelo Ministério Público Federal.

Fortaleza, 03 de agosto de 2018.

MÁRCIO ANDRADE TORRES


Procurador da República

Processo: 0805802-55.2016.4.05.8100
Assinado eletronicamente por:
MARCIO ANDRADE TORRES - Procurador
18080310285852700000004025519
Data e hora da assinatura: 03/08/2018 10:27:02
Identificador: 4058100.4019888
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12ª Vara Federal do Ceará

Rua João Carvalho, nº 485, 5.º andar, Aldeota, CEP 60.140.140 - Fortaleza/CE

Fone: (85) 3391-5864 / Fax: (85) 3391-5866 / email: vara12@jfce.jus.br

PROCESSO Nº: 0805802-55.2016.4.05.8100 - EXECUÇÃO PROVISÓRIA


EXEQUENTE: MINISTÉRIO PÚBLICO FEDERAL
CONDENADO: FRANCISCO DEUSMAR DE QUEIROS
ADVOGADO: Anastacio Jorge Matos De Sousa Marinho
12ª VARA FEDERAL - CE (JUIZ FEDERAL TITULAR)

CERTIDÃO DE JUNTADA

CERTIFICO que, nesta data, faço juntada das consultas processuais e de todas as
decisões/acórdãos proferidos até o momento no REsp 1449193/CE e TP 38/CE perante o STJ, bem como
no HC 0802530-35.2018.4.05.8100 perante o TRF5, a fim de facilitar a consulta e a compreensão do
caso.

O referido é verdade. Dou fé.

Fortaleza, datado eletronicamente.

Processo: 0805802-55.2016.4.05.8100
Assinado eletronicamente por:
RAPHAEL NOGUEIRA BEZERRA DE MENEZES - Servidor Geral
18080913414183100000004055306
Data e hora da assinatura: 09/08/2018 14:04:38
Identificador: 4058100.4049641
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Processo Judicial Eletrônico
Tribunal Regional Federal da 5ª Região

Detalhe do Processo

Número do Processo: 0802530-35.2018.4.05.0000


Classe Judicial: HABEAS CORPUS
Órgão Julgador: Gab 5 - Des. ROBERTO MACHADO
Órgão Julgador Colegiado: 1ª Turma
Data de Distribuição: 14 de Março de 2018
Assunto: DIREITO PENAL|Crimes Previstos na Legislação Extravagante|Crimes contra
o mercado de capitais|

Informações do Processo

Polo Ativo
Nome Parte Tipo Parte
ANASTACIO JORGE MATOS DE SOUSA ADVOGADO
MARINHO
Marcelo Leal de Lima Oliveira IMPETRANTE
FRANCISCO DEUSMAR DE QUEIROS PACIENTE
Marcelo Leal de Lima Oliveira ADVOGADO

Polo Passivo
Nome Parte Tipo Parte
JUÍZO DA 12ª VARA FEDERAL DA SEÇÃO IMPETRADO
JUDICIÁRIA DO CEARÁ

Movimentação do Processo
Data Atualização Movimento
01/08/2018 18:13:45 Conclusos para julgamento
01/08/2018 18:12:35 Juntada de Certidão
23/07/2018 15:42:36 Juntada de Certidão de Intimação
18/07/2018 16:06:37 Juntada de Embargos de Declaração
17/07/2018 14:44:39 Juntada de Certidão de Intimação
17/07/2018 14:09:49 Juntada de Certidão de Intimação
17/07/2018 12:59:00 Expedição de expediente
17/07/2018 12:57:10 Expedição de documento
17/07/2018 12:57:10 Concedido o Habeas Corpus
17/07/2018 12:57:10 Magistrado

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Data Atualização Movimento
29/06/2018 16:54:58 Juntada de Certidão
29/06/2018 13:11:26 Deliberado em Sessão - Julgado
29/06/2018 13:05:01 Juntada de Certidão
12/06/2018 15:22:54 Juntada de Certidão
12/06/2018 12:07:44 Deliberado em Sessão - Pedido de
Vista
12/06/2018 11:41:15 Juntada de Certidão
28/05/2018 00:07:02 Juntada de Certidão de Intimação
28/05/2018 00:07:01 Juntada de Certidão de Intimação
28/05/2018 00:07:01 Juntada de Certidão de Intimação
18/05/2018 12:51:19 Incluído em pauta para 07/06/2018
09:00 Sala das Turmas - Pavimento
Sul
09/05/2018 13:06:41 Conclusos para julgamento
04/05/2018 18:34:32 Juntada de Parecer
03/05/2018 09:55:35 Juntada de Certidão de Intimação
25/04/2018 12:13:30 Expedição de expediente
25/04/2018 09:48:22 Proferido despacho de mero
expediente
17/04/2018 17:44:56 Conclusos para julgamento
13/04/2018 15:29:31 Juntada de Parecer
12/04/2018 09:37:29 Juntada de Certidão de Intimação
04/04/2018 14:22:32 Expedição de expediente
25/03/2018 00:02:43 Juntada de Certidão de Intimação
23/03/2018 17:32:59 Juntada de Petição
23/03/2018 09:15:15 Juntada de Certidão de Intimação
16/03/2018 14:07:22 Expedição de documento
15/03/2018 16:17:54 Expedição de documento
15/03/2018 15:51:15 Apreciada questão interlocutória
15/03/2018 14:36:01 Expedição de documento
15/03/2018 11:23:50 Conclusos para decisão
15/03/2018 11:22:41 Juntada de Certidão
15/03/2018 10:33:29 Juntada de Petição
15/03/2018 10:00:07 Expedição de expediente
15/03/2018 09:55:12 Expedição de documento
15/03/2018 09:52:26 Expedição de documento
15/03/2018 09:46:54 Expedição de documento
15/03/2018 09:14:02 Concedida a Medida Liminar
15/03/2018 00:00:11 Juntada de Certidão de Retificação de
Autuação
14/03/2018 18:13:34 Conclusos para julgamento

2/3
Data Atualização Movimento
14/03/2018 18:13:25 Juntada de Informação
14/03/2018 17:16:01 Distribuído por Sorteio para 1ª Turma -
Gab 5 - Des. ROBERTO MACHADO -
FRANCISCO ROBERTO MACHADO
14/03/2018 17:15:58 Recebido pelo Distribuidor

Visualizado/Impresso em:09/08/2018 13:31:28

Processo: 0805802-55.2016.4.05.8100
Assinado eletronicamente por:
RAPHAEL NOGUEIRA BEZERRA DE MENEZES - Servidor Geral 3 18080913454958500000004055425
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RAPHAEL NOGUEIRA BEZERRA DE MENEZES - Servidor Geral
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18080913525197500000004055448
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2/5
3/5
4/5
Processo: 0805802-55.2016.4.05.8100
Assinado eletronicamente por:
RAPHAEL NOGUEIRA BEZERRA DE MENEZES - Servidor Geral
18080913454958500000004055451
Data e hora da assinatura: 09/08/2018 14:04:38
Identificador: 4058100.4049786
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Superior Tribunal de Justiça
RECURSO ESPECIAL Nº 1.449.193 - CE (2014/0091750-6)

RELATOR : MINISTRO FELIX FISCHER


RECORRENTE : FRANCISCO DEUSMAR DE QUEIROS
RECORRENTE : JERÔNIMO ALVES BEZERRA
RECORRENTE : GERALDO DE LIMA GADELHA FILHO
RECORRENTE : IELTON BARRETO DE OLIVEIRA
ADVOGADOS : ANASTÁCIO JORGE MATOS DE SOUSA MARINHO E
OUTRO(S) - CE008502
ARIANO MELO PONTES - CE015593
TIAGO ASFOR ROCHA LIMA - CE016386
MARCELO LEAL DE LIMA OLIVEIRA E OUTRO(S) -
DF021932
CAIO CESAR VIEIRA ROCHA - CE015095
RECORRIDO : MINISTÉRIO PÚBLICO FEDERAL
EMENTA

PENAL. PROCESSUAL PENAL. RECURSO ESPECIAL. NEGOCIAÇÃO


DE TÍTULOS OU VALORES MOBILIÁRIOS SEM AUTORIZAÇÃO PRÉVIA.
ALEGADA VIOLAÇÃO AO ART. 619 DO CPP. AUSÊNCIA DE OMISSÃO.
INÉPCIA DA DENÚNCIA. REQUISITOS PREENCHIDOS. PRECEDENTES.
ADEQUAÇÃO TÍPICA. CORRELAÇÃO ENTRE A DENÚNCIA E A
SENTENÇA. REEXAME DO CONJUNTO FÁTICO-PROBATÓRIO.
IMPOSSIBILIDADE. SÚMULA 7/STJ. JULGAMENTO CITRA PETITA.
INOCORRÊNCIA. ATIPICIDADE DA CONDUTA. REEXAME DO CONJUNTO
FÁTICO-PROBATÓRIO. IMPOSSIBILIDADE. SÚMULA 7/STJ. DOSIMETRIA.
REFORMATIO IN PEJUS. HIPÓTESE NÃO VERIFICADA.
DEVOLUTIVIDADE DA APELAÇÃO. PENA-BASE ACIMA DO MÍNIMO
LEGAL. CIRCUNSTÂNCIAS JUDICIAS. FUNDAMENTAÇÃO IDÔNEA.
FRAÇÃO DE AUMENTO DA PENA PELA CONTINUIDADE DELITIVA
FIXADA EM CONFORMIDADE COM A JURISPRUDÊNCIA DESTA CORTE.
RECURSO CONHECIDO EM PARTE E, NESSA EXTENSÃO, PARCIALMENTE
PROVIDO.

DECISÃO

Trata-se de recurso especial interposto por FRANCISCO DEUSMAR DE


QUEIROS, JERÔNIMO ALVES BEZERRA, GERALDO DE LIMA GADELHA
FILHO e IELTON BARRETO DE OLIVEIRA, com fundamento no art. 105, inciso III,
alíneas a e c, da Constituição da República, contra o v. acórdão prolatado pelo eg. Tribunal
Regional Federal da 5ª Região, assim ementado (fls. 603-604):

Documento: 78809513 - Despacho / Decisão - Site certificado - DJe: 06/12/2017 Página 1 de 27

1/27
Superior Tribunal de Justiça
"PENAL. PROCESSO PENAL. ART. 7, IV, DA LEI
7.492/86. GARIMPAGEM DE AÇÕES. JULGADO CITRA PETITA.
NULIDADE AFASTADA. JULGADO ULTRA PETITA.
RECONHECIMENTO E AFASTAMENTO DA CONDENAÇÃO PELO
CRIME PREVISTO NO ART. 27-C DA LEI 6.385/76. INÉPCIA DA
DENÚNCIA. TESE NÃO ACOLHIDA DIANTE DA DESCRIÇÃO
INDIVIDUALIZADA DOS FATOS TÍPICOS. MATERIALIDADE E
AUTORIA DELITIVAS COMPROVADAS. PRESCRIÇÃO. APELOS
PARCIALMENTE PROVIDOS.
1. Não há falar em julgado citra petita, quando a tese
defensiva de atipicidade da conduta foi plenamente analisada na sentença
apelada.
2. Imputada, na denúncia, aos acusados especificamente a
prática do crime previsto no art. 7º, IV, da Lei 7.492/86, sem que da
descrição dos fatos os réus pudessem ter se defendido do cometimento do
delito disposto no art. 27-C da Lei 6.385/76, deve ser afastada a
condenação neste referido dispositivo.
3. É elemento essencial à denúncia a demonstração do liame
entre o fato criminoso e a participação do denunciado, com a
individualização da conduta, sem a qual fica prejudicada a
responsabilização-criminal do agente. Na hipótese, descritas
minuciosamente as condutas imputadas aos réus, bem como a
participação de cada um deles no delito, não. há falar em inépcia de
denúncia.
4. Segundo conceitua a Comissão de Valores Mobiliários, a
"garimpagem de ações" caracteriza-se pela compra, com habitualidade,
por pessoas não integrantes do sistema de distribuição, de valores'
mobiliário diretamente de investidores para revendê-los em bolsa de
valores ou no mercado de balcão/organizado. Comprovada a negociação
de valores mobiliários sem autorização prévia da CVM, por meio da
criação de duas empresas para que uma operasse às escuras e a outra
transparecesse uma suposta legalidade nas operações, amolda-se a
conduta dos apelantes ao tipo previsto no art. 7º, IV, da Lei 7.492/86, por
caracterizar-se como atividade de "garimpagem de' ações", e não ao art.
27-E da Lei 6.385/76, como pretendia a defesa.
5. Análise acertada das circunstâncias judiciais do art. 59 do
CP e proporcionalmente fixada a pena-base. Pedido de reforma da
dosimetria improvido.
6. Reconhecimento da prescrição dos crimes praticados em
2001 pelos segundo, terceiro e quarto apelantes, tendo em vista o
transcurso de mais de oito anos entre a data de cometimento dos delitos e
o recebimento da denúncia (2010).
7. Apelações parcialmente providas.

Documento: 78809513 - Despacho / Decisão - Site certificado - DJe: 06/12/2017 Página 2 de 27

2/27
Superior Tribunal de Justiça

Opostos embargos de declaração, estes foram providos. Eis a ementa do


julgado (fls. 647):

"PENAL. PROCESSO PENAL. EMBARGOS DE


DECLARAÇÃO DA DEFESA. ART. 7º, IV, DA LEI 7.492/86. JULGADO
ULTRA PETITA. NULIDADE REJEITADA. INCIDÊNCIA DA CAUSA DE
AUMENTO PELA CONTINUIDADE DELITIVA. OMISSÃO SANADA.
EMBARGOS PROVIDOS.
1. Embargos de declaração opostos contra acórdão que
manteve a condenação dos réus no tipo penal previsto no art. 7º, IV, da
Lei 7.492/86. Não há falar em julgado ultra petita quando este ratificou os
termos da denúncia e da sentença, mantendo a condenação dos acusados
no referido dispositivo legal. Ademais, ainda que o acórdão tivesse se
referido a tipo diverso do constante na fundamentação da sentença,
inexistiria impedimento à aplicação da emendatio libelli nesta Corte, pois
a utilização da norma prevista nos arts. 383 e 617, ambos do Código
Processual Penal - CPP, para modificar a capitulação jurídica contida na
denúncia, não causa prejuízo à defesa, quando não se cuida de imputação
de fato novo, mas sim, de adequação do dispositivo legal aplicável aos
fatos.
2. Excetuando o questionamento quanto à incidência do art.
71 do CP, as demais matérias apontadas nos embargos foram
devidamente analisadas no acórdão, denotando a arguição tão somente o
inconformismo do recorrente com o teor do julgamento, com o fito de ser
reapreciado o mérito do recurso apelatório.
3. Reconhecida a omissão quanto à análise da incidência da
fração máxima da causa de aumento pela continuidade delitiva, a qual
deve ser mantida, tendo em vista a elevada reiteração da conduta delitiva.
4. Embargos de declaração providos."

Opostos aclaratórios, pela segunda vez, o Tribunal Regional Federal da 5ª


Região não conheceu do recurso.

Nas razões do recurso especial, os recorrentes sustentam:

a) violação do art. 619 do Código de Processo Penal, pois o Tribunal a quo


não teria enfrentado questões relevantes postas nos embargos de declaração;

b) violação e divergência jurisprudencial quanto à aplicação dos arts. 383 e

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384, ambos do Código de Processo Penal, pois o acórdão manteve a condenação com
fundamento em acusação não descrita na denúncia;

c) violação e divergência jurisprudencial quanto à aplicação do art. 381, incisos


III e IV, do Código de Processo Penal, pois não houve análise das teses suscitadas pela
defesa, o que acarreta a nulidade em razão da existência de julgado citra petita;

d) violação do art. 41 do Código de Processo Penal, pois não houve a


delimitação das imputadas ao sócio-gerente e mandatários;

e) violação do art. 7º, inciso IV, da Lei n. 7.492/1986, art. 16, incisos II e III, e
art. 27-E, ambos da Lei n. 6.385/1976, ao argumento de que as condutas descritas na
denúncia não se enquadram nos tipos penais imputados aos recorrentes;

f) dissídio jurisprudencial quanto à interpretação do art. 27-E da Lei n.


6.385/1976, no que tange ao enquadramento da conduta de atuação no mercado de valores
imobiliários, sem autorização da Comissão de Valores Mobiliários;

g) violação e divergência jurisprudencial quanto à aplicação do art. 155 do


Código de Processo Penal e do art. 11, § 6º, da Lei n. 6.385/1976, na medida em que a
condenação foi fundada apenas nos elementos colhidos na fase investigatória;

h) violação e divergência jurisprudencial quanto à aplicação dos arts. 59 e 68


do Código Penal, porquanto não houve individualização da pena para cada um dos
recorrentes;

i) violação e divergência jurisprudencial quanto à aplicação dos arts. 59 e 68 do


Código Penal e art. 381 do Código de Processo Penal, pois, em relação ao recorrente
FRANCISCO, não houve explicitação quando as razões de ter sido considerada sua
"culpabilidade elevada";

j) violação e divergência jurisprudencial quanto à aplicação dos arts. 59 e 68 do


Código Penal, porque a "plena e elevada consciência da antijuridicidade dos atos" é
elemento essencial à configuração do tipo penal, não sendo possível sua utilização para
exasperar a pena-base;

l) violação do art. 71 do Código Penal, pois não é possível a aplicação do


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aumento pela continuidade delitiva, na fração máxima, sem que a efetiva demonstração do
quantitativo de infrações cometidas.

Pretendem, ao final, a anulação da condenação ou a anulação do acórdão dos


embargos de declaração, para a manifestação sobre os pontos omissos. Subsidiariamente,
requerem a reforma do decisum.

Apresentadas as contrarrazões (fls. 829-843), o recurso foi admitido na origem


e os autos encaminhados a esta Corte Superior.

A d. Subprocuradoria-Geral da República apresentou parecer pelo não


provimento do recurso especial (fls. 875-889).

É o relatório.

Decido.

Consta dos autos que os recorrentes foram condenados, em primeiro grau,


pelos delitos previstos do art. 7º, IV, da Lei n. 7.492/1986 c/c art. 27-C da Lei n.
6.385/1976, na forma do art. 71 do Código Penal. A pena total foi fixada em 15 (quinze) anos
de reclusão, em regime fechado, além de 250 (duzentos e cinquenta) dias-multa, para
Francisco Deusmar, e em 10 (dez) anos de reclusão em regime fechado, além de 200
(duzentos) dias-multa, para Geraldo de Lima, Ielton Barreto e Jerônimo Alves.

Em segunda instância, o eg. Tribunal a quo deu parcial provimento ao apelo da


defesa para afastar a condenação pelo delito previsto no art. 27-C da Lei n. 6.385/1976,
mantendo-se os demais termos da sentença condenatória.

No que concerne à alegada afronta ao que dispõe o art. 619 do Código de


Processo Penal, em razão de o acórdão dos embargos de declaração supostamente não haver
aclarado a omissão relativa às teses suscitadas pela defesa, adiante-se que o recurso não
merece prosperar.

As razões do recurso especial apontam que não houve manifestação, em suma,


quanto à violação de norma constitucional, atipicidade ou a correta tipificação das condutas,
ausência da materialidade dos delitos e de provas de autoria, e ausência de fundamentação
quanto à dosimetria.
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Superior Tribunal de Justiça
Verifica-se que, no julgamento dos primeiros aclaratórios houve manifestação
expressa do acórdão recorrido a respeito da inexistência de nulidade por modificação da
imputação penal dos fatos descritos na denúncia, do enquadramento no tipo penal e, ainda,
quanto à dosimetria.

Apresentados novos embargos de declaração, consignou-se, nesta segunda


oportunidade, que a pretensão dos embargantes, na hipótese, era a de alterar o resultado do
julgamento, uma vez que não havia que se falar em omissão, no r. decisum colegiado, acerca
dos temas apresentados, novamente, nas razões dos aclaratórios.

A jurisprudência desta Corte Superior é firme no sentido de que "[a] omissão


configura-se quando o magistrado ou o Colegiado deixam de apreciar questões
relevantes para o julgamento da causa, suscitadas pelas partes ou cognoscíveis de
ofício" (EDcl no HC n. 347.238/SP, Sexta Turma, Rel. Min. Antônio Saldanha Palheiro,
DJe de 16/8/2016).

Assim, demonstrado, por ocasião do julgamento dos embargos de declaração,


de forma satisfatória e suficiente, que o acórdão embargado não padecia de qualquer vício, e
que o embargante em verdade pretendia, com o recurso, obter a reforma do julgamento,
desnecessária e prolixa seria qualquer manifestação adicional a respeito do tema, posto que
esgotada a matéria debatida.

A propósito, o seguinte precedente:

"PROCESSUAL PENAL. AGRAVO REGIMENTAL NO


RECURSO ESPECIAL. CITAÇÃO POR HORA CERTA. ART. 362 DO
CPP. VIOLAÇÃO DO ART. 619 DO CPP. PREJUÍZO À DEFESA.
INOVAÇÃO RECURSAL. TODAS AS QUESTÕES RESPONDIDAS.
AGRAVO REGIMENTAL DESPROVIDO.
1. "O reconhecimento de violação do art. 619 do CPP
pressupõe a ocorrência de omissão, ambiguidade, contradição ou
obscuridade tais que tragam prejuízo à defesa." (AgRg no Ag
1.203.770/SP, Rel. Ministro ROGERIO SCHIETTI CRUZ, SEXTA TURMA,
julgado em 14/02/2017, DJe 02/03/2017).
2. Matérias que sequer foram objeto do recurso especial, por
se tratar de inovação recursal, não podem ser discutidas em sede de
agravo regimental.
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Superior Tribunal de Justiça
3. Ademais, mesmo que superado o óbice, convém destacar
que "não está o magistrado obrigado a responder à totalidade das dúvidas
suscitadas pelo réu, quando for possível inferir das conclusões da decisão a
inviabilidade do acolhimento das teses sustentadas." (HC 185.868/MG,
Rel. Ministro MARCO AURÉLIO BELLIZZE, QUINTA TURMA, julgado
em 12/03/2013, DJe 18/03/2013).
4. Agravo regimental desprovido."
(AgRg no REsp 1427082/PA, Quinta Turma, Rel. Min.
Ribeiro Dantas, DJe de 18/10/2017)

"AGRAVO REGIMENTAL EM AGRAVO DE


INSTRUMENTO. PRESCRIÇÃO. NÃO OCORRÊNCIA. VIOLAÇÃO AO
ART. 59 DO CP. NÃO OCORRÊNCIA. AGRAVO REGIMENTAL NÃO
PROVIDO.
1. O recurso especial sustentou, a incompetência de juízo -
item em que não indicou o dispositivo de lei federal violado -, bem como a
ilegalidade da condenação, momento em que o recorrente, não obstante
haver citado o dispositivo da legislação infraconstitucional supostamente
violado pelo Tribunal a quo (art. 59 do CP), não desenvolveu, de forma
lógica e com um mínimo de profundidade, as razões jurídicas acerca dessa
violação, o que descumpre requisito imprescindível para o conhecimento
do recurso, nos termos da Súmula n. 284 do Supremo Tribunal Federal.
2. O reconhecimento de violação do art. 619 do CPP
pressupõe a ocorrência de omissão, ambiguidade, contradição ou
obscuridade tais que tragam prejuízo à defesa. A assertiva, no entanto,
não pode ser confundida com o mero inconformismo da parte com a
conclusão alcançada pelo julgador, que, a despeito das teses aventadas,
lança mão de fundamentação idônea e suficiente para a formação do seu
livre convencimento.
3. No caso, não há nenhuma omissão no julgado proferido
pela Corte de origem, de maneira a gerar o pretendido reconhecimento de
infringência do art. 619 do Código de Processo Penal, visto que o acórdão
proferido na apelação, expressamente, manifestou-se sobre todas as
questão apresentadas pela defesa.
4. Quanto ao pedido de reconhecimento da extinção da
punibilidade pela prescrição, a própria defesa noticia que, diante da pena
de 3 anos de reclusão, consoante o art. 109, IV, do Código Penal, o prazo
prescricional aplicável é de 8 anos, a contar do registro da sentença
condenatória em 31/1/2007. Todavia, registro que, não admitido o
processamento do recurso especial, aplica-se a jurisprudência da Terceira
Seção deste Tribunal Superior, que, no julgamento dos EAREsp n.
386.266/SP, sedimentou o entendimento de que, quando esta Corte
Superior, ao analisar o agravo em recurso especial (ou agravo de
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instrumento), confirma a decisão do Tribunal de origem que inadmitiu o
recurso especial, a formação da coisa julgada retroage à data de
escoamento do prazo para a interposição do último recurso cabível.
5. Agravo regimental não provido." (AgRg no Ag
1203770/SP, Sexta Turma, Rel. Min. Rogerio Schietti Cruz, DJe
02/03/2017, grifei)

Ultrapassado esse ponto, pela ordem lógica de verificação das eventuais


nulidades processuais apontadas no recurso especial, a análise da inépcia da denúncia deve
preceder as demais.

Para tanto, os recorrentes afirmam que a acusação não realizou a delimitação


das condutas imputadas ao sócio-gerente e mandatários, o que ocasionou a violação do art.
41 do Código de Processo Penal.

O Tribunal a quo assim se manifestou (fls. 593-594):

“Neste ponto, a tese defensiva é desprovida de fundamentação jurídica.


Ao contrário do mencionado nas razões recursais, a denúncia se alonga na análise das
condutas imputadas aos réus, bem como na participação de cada um deles no delito,
quais as atividades por eles realizadas nas empresas, de modo que ao julgador é possível
identificar a responsabilidade criminal de cada um deles, devidamente individualizada.
Ratifica o argumento a transcrição do seguinte trecho da denúncia, ao qual nos
limitaremos, por desnecessidades de transcrição de todo o conteúdo da inicial já que se
encontra à disposição nos autos:
"Confirmando a relação de promiscuidade constituída entre a RENDA e a
PAX, FRANCISCO DEUSMAR DE QUEIRÓS, na qualidade de sócio-gerente da
RENDA, emitiu procurações a GERALDO DE LIMA GADELHA FILHO e JERÔNIMO
ALVES BEZERRA (Apenso I/Volume I - fls. 07 e 08), por meio das quais aquele
denunciado outorgou, a estes amplos, poderes para representá-lo nos negócios da
RENDA, o que aconteceu por diversas vezes, como se vê nos documentos de fls. 14 e 37
dos autos (Apenso I/Volume 1). Acumulando funções nas empresas coirmãs, o Sr.
Geraldo também assinava documentos como diretor executivo da PAX (Apenso
I/Volume IV- fl. 697)" (fl. 05).
Registre-se, ainda, que tal matéria já fora objeto do HC 4267, cuja ordem
fora denegada e em cujo acórdão a 3a Turma deste Tribunal entendeu que resultavam
"nítidos, no caso dos autos, o forte lastro documental que embasou a denúncia, como
também a descrição, pormenorizada, do agir de cada um dos acusados no consórcio
delituoso (em tese), diante de inúmeras passa gens que indicam a atuação de todos, não
procedendo o argumento de confecção de peça acusatória baseada em presunções ou
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Superior Tribunal de Justiça
forjada pura e simplesmente com base na responsabilidade objetiva dos sócios e
acionistas (vedada em nosso ordenamento jurídico-penal), consoante ponto 5 da ementa
publicada em 01.06.2011.
Neste termos, rejeito a preliminar arguida."

Como se sabe, a alegação de inépcia da denúncia deve ser analisada de acordo


com o disposto no art. 41 do Código de Processo Penal, que determina a elaboração da peça
acusatória com a exposição do fato delituoso em toda a sua essência e com todas as
suas circunstâncias.

Essa narração impõe-se ao acusador como exigência derivada do postulado


constitucional que assegura ao réu o pleno exercício do direito de defesa. Denúncias que não
descrevem os fatos na sua devida conformação não se coadunam com os postulados básicos
do Estado de Direito e violam o princípio da dignidade da pessoa humana (HC n. 86.000/PE,
Segunda Turma, Rel. Min. Gilmar Mendes, DJU de 2/2/2007).

A inépcia da denúncia caracteriza situação configuradora de desrespeito estatal


ao postulado do devido processo legal. É que a imputação penal contida na peça acusatória
não pode ser o resultado da vontade pessoal e arbitrária do órgão acusador. Este, para
validamente formular a denúncia, deve ter por suporte necessário uma base empírica idônea, a
fim de que a acusação penal não se converta em expressão ilegítima da vontade arbitrária do
Estado.

Assim, incumbe ao Ministério Público apresentar denúncia que veicule, de


modo claro e objetivo, com todos os elementos estruturais, essenciais e circunstâncias que lhe
são inerentes, a descrição do fato delituoso, em ordem a viabilizar o exercício legítimo da ação
penal e a ensejar, a partir da estrita observância dos pressupostos estipulados no art. 41 do
CPP, a possibilidade de efetiva atuação, em favor daquele que é acusado, da cláusula
constitucional da plenitude de defesa.

Especificamente quanto à imputação na denúncia pela prática de delitos


societários o col. Supremo Tribunal Federal possui entendimento pacífico que “a denúncia,
na hipótese de crime societário, não precisa conter descrição minuciosa e pormenorizada
da conduta de cada acusado, sendo suficiente que, demonstrando o vínculo dos

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indiciados com a sociedade comercial, narre as condutas delituosas de forma a
possibilitar o exercício da ampla defesa” (HC n. 122.450/MG, Primeira Turma, Rel.
Ministro Luiz Fux, DJe de 20/11/14).

No presente caso, concluiu o Tribunal de origem pela presença de justa causa


para a persecução penal, bem como de indícios mínimos de autoria e materialidade da conduta
descrita na exordial acusatória.

Ora, conforme reconhecido pelo Tribunal a quo, ao contrário do que


asseveram os recorrentes, a denúncia descreveu as condutas dos acusados e “as atividades
realizadas por eles nas empresas”, de forma que, além de se mostrar plausível a imputação,
possibilitou-se o exercício da ampla defesa, com todos os recursos a ela inerentes, sob o crivo
do contraditório.

Assim, no caso em apreço, foi possível concluir que a inicial continha a


descrição do fato delituoso, a qualificação dos acusados e a classificação do crime, além da
presença de indícios mínimos de autoria e materialidade, de modo que encontrava-se de
acordo com os requisitos exigidos no art. 41 do Código de Processo Penal.

Nesse sentido:
"PENAL E PROCESSUAL PENAL. HABEAS CORPUS.
PECULATO. TRANCAMENTO DA AÇÃO PENAL. AUSÊNCIA DE
JUSTA CAUSA. INEXISTÊNCIA DE INDÍCIOS DELITIVOS.
ILEGALIDADE NÃO CONFIGURADA. ARQUIVAMENTO IMPLÍCITO.
NÃO CABIMENTO. ADITAMENTO. DENÚNCIA. POSSIBILIDADE.
RECURSO IMPROVIDO.
1. Não padece de inépcia a denúncia que descreve os fatos
tidos por criminosos, possibilitando identificar os elementos probatórios
mínimos para a caracterização do delito e o pleno exercício das
garantias constitucionais do contraditório e ampla defesa, em
conformidade com o art. 41, CPP.
2. Na hipótese, há a descrição da conduta típica, apontando
que o recorrente, valendo-se da função pública que exerce, desviou o uso
de viaturas da Polícia Civil para realizar serviços de segurança privada na
zona rural da Cidade de Itapeva no período entre 2009 e 2010.
3. Nos termos dos precedentes desta Corte não se admite o
arquivamento implícito de ação penal pública no ordenamento jurídico
brasileiro.
4. É cabível o aditamento da denúncia a qualquer tempo,
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Superior Tribunal de Justiça
desde que antes de prolatada a sentença e possibilitado ao réu o exercício
do contraditório e da ampla defesa.
5. Recurso em habeas corpus improvido" (RHC n.
48.710/SP, Sexta Turma, Rel. Min. Nefi Cordeiro, DJe de 16/5/2016).

"AGRAVO REGIMENTAL NO AGRAVO EM RECURSO


ESPECIAL. PENAL. ART. 41 DO CÓDIGO DE PROCESSO PENAL -
CPP. DENÚNCIA. INÉPCIA NÃO COMPROVADA. DESCRIÇÃO
SUFICIENTE DA CONDUTA, DO RESULTADO E DO NEXO DE
CAUSALIDADE. AGRAVO REGIMENTAL DESPROVIDO.
1. A denúncia que descreve as circunstâncias do crime
(conduta, resultado e nexo de causalidade), os indícios de autoria e a
materialidade, na forma do art. 41 do Código de Processo Penal - CPP,
é suficiente para a instauração da persecução penal, pois permite que o
réu exercite o direito de defesa. Precedentes.
2. Agravo regimental desprovido" (AgRg no AREsp
1038365/AM, Quinta Turma, Rel. Min. Joel Ilan Paciornik, DJe de
20/04/2017)

Dessa forma, estando o v. acórdão prolatado pelo eg. Tribunal a quo em


conformidade com o entendimento desta Corte de Justiça quanto ao tema, incide, no caso o
enunciado da Súmula n. 568/STJ, in verbis: "O relator, monocraticamente e no Superior
Tribunal de Justiça, poderá dar ou negar provimento ao recurso quando houver
entendimento dominante acerca do tema."

Ademais, no caso, já foi prolatada sentença condenatória em desfavor dos


recorrentes, bem como houve a confirmação da condenação pelo eg. Tribunal de origem, em
sede de apelação. Esta Corte Superior tem entendido que, em hipóteses semelhantes, fica
superada a tese de reconhecimento da inépcia da denúncia, haja vista que, em cognição ampla
e exauriente, o d. Juiz Singular e a eg. Corte a quo entenderam que estavam presentes os
requisitos do art. 41 do CPP.

Nesse sentido:

"EMBARGOS DE DECLARAÇÃO NO AGRAVO


REGIMENTAL NO AGRAVO EM RECURSO ESPECIAL.
TEMPESTIVIDADE DO ARESP. PROTOCOLO UNIFICADO.
DECISÃO RECONSIDERADA. MATÉRIA CONSTITUCIONAL.
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Superior Tribunal de Justiça
IMPOSSIBILIDADE DE EXAME. DISSÍDIO JURISPRUDENCIAL NÃO
COMPROVADO. MISERABILIDADE DAS VÍTIMAS. COMPROVAÇÃO.
FORMALIDADE. DESNECESSIDADE. AÇÃO PENAL. LEGITIMIDADE
DO MINISTÉRIO PÚBLICO. INÉPCIA DA DENÚNCIA. PROLAÇÃO
DE SENTENÇA. PREJUDICIALIDADE. EXPOSIÇÃO DO FATO
CRIMINOSO E DE SUAS CIRCUNSTÂNCIAS. INTERROGATÓRIO
DO ACUSADO ANTES DA VIGÊNCIA DA LEI N. 11.719/2008.
DESNECESSIDADE DE RENOVAÇÃO DO ATO. AUSÊNCIA DE
PROVAS PARA A CONDENAÇÃO. SÚMULA N. 7 DO STJ. REDUÇÃO
DA PENA-BASE. AUSÊNCIA DE INTERESSE. PATAMAR DE
AUMENTO PELA CONTINUIDADE DELITIVA. VIOLAÇÃO DO ART.
71 DO CP. NÃO CONFIGURAÇÃO. MOTIVAÇÃO IDÔNEA.
EMBARGOS DECLARATÓRIOS ACOLHIDOS PARA CONHECER EM
PARTE DO AGRAVO EM RECURSO ESPECIAL E, NESSA
EXTENSÃO, NEGAR PROVIMENTO AO RECURSO ESPECIAL.
[...]
5. Com a prolação de sentença condenatória, fica esvaída
a análise do pretendido reconhecimento de inépcia da denúncia, pois,
se, após toda a análise do conjunto fático-probatório amealhado aos
autos ao longo da instrução criminal, já houve um pronunciamento
sobre o próprio mérito da persecução penal (denotando, ipso facto, a
plena aptidão da inicial acusatória), não há mais sentido analisar
eventual inépcia, mácula condizente com a própria higidez da
denúncia. Precedentes.
[...]
11. Embargos declaratórios acolhidos para conhecer em
parte do agravo em recurso especial e, nessa extensão, negar
provimento ao recurso especial" (EDcl no AgRg no AREsp 73.575/SP,
Sexta Turma, Rel. Min. Rogerio Schietti Cruz, DJe 21/10/2016).

"PROCESSUAL PENAL. AGRAVO REGIMENTAL NO


AGRAVO EM RECURSO ESPECIAL. FURTO QUALIFICADO E
LESÃO CORPORAL. PRELIMINAR DE INÉPCIA DA DENÚNCIA.
PROLATAÇÃO DA SENTENÇA CONDENATÓRIA QUE CONSIDEROU
APTA A DENÚNCIA. SUPERADA A AUSÊNCIA DE JUSTA CAUSA
POR INÉPCIA DA EXORDIAL ACUSATÓRIA. TESE DE TENTATIVA DE
FURTO. PARA A CONSUMAÇÃO DO FURTO É SUFICIENTE QUE O
AGENTE TENHA A POSSE DA COISA, AINDA QUE NÃO SEJA MANSA
E PACÍFICA. SÚMULA 83/STJ. AGRAVO NÃO PROVIDO.
1. Entendimento pacífico desta Corte Superior no sentido
de que, após a prolatação da sentença condenatória que considerou
apta a denúncia, resta superada a tese de ausência de justa causa por
inépcia da exordial acusatória, 'isso porque o exercício do
contraditório e da ampla defesa foi viabilizado em sua plenitude durante
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Superior Tribunal de Justiça
a instrução criminal' (AgRg no AREsp 537.770/SP, Rel. Min. ROGERIO
SCHIETTI CRUZ, Sexta Turma, julgado em 04/08/2015, DJe
18/08/2015).
[...]
4. Agravo regimental não provido." (AgRg nos EDcl no
AREsp 1033354/SC, Quinta Turma, Rel. Min. Ribeiro Dantas, DJe
26/05/2017)

"AGRAVO REGIMENTAL NO AGRAVO EM RECURSO


ESPECIAL. PENAL E PROCESSO PENAL. INÉPCIA DA DENÚNCIA.
CRIME DE AUTORIA COLETIVA. DESCRIÇÃO SUFICIENTE DO
FATO. DEMONSTRAÇÃO MÍNIMA DO LIAME ENTRE A AÇÃO DOS
DENUNCIADOS E AS INFRAÇÕES PENAIS IMPUTADAS.
CONTRADITÓRIO E AMPLA DEFESA PRESERVADOS. DECRETO
CONDENATÓRIO SUPERVENIENTE. FURTO QUALIFICADO.
CONCURSO DE PESSOAS. FORMAÇÃO DE QUADRILHA.
CONDENAÇÃO. PRINCÍPIO DO NON BIS IN IDEM. VIOLAÇÃO
INOCORRENTE. REGIME INICIAL DE CUMPRIMENTO DE PENA.
FECHADO. CIRCUNSTÂNCIAS JUDICIAIS DESFAVORÁVEIS.
MOTIVAÇÃO IDÔNEA. AUSÊNCIA DE IMPUGNAÇÃO. SÚMULA
283/STF. AGRAVO REGIMENTAL DESPROVIDO.
1. A denúncia ofertada em desfavor dos agravantes contém
a narrativa do fato ilícito, com todas as circunstâncias relevantes, de
maneira suficiente ao exercício do direito de defesa. Ausência de violação
do art. 41 do CPP.
2. O acórdão recorrido está em sintonia com a
jurisprudência desta Corte Superior, que, nos crimes de autoria
coletiva, admite o oferecimento de denúncia geral, ou seja, aquela que,
apesar de não detalhar minudentemente as ações imputadas aos
denunciados, demonstra, ainda que de maneira tênue, a ligação entre
seus comportamentos e os fatos delitivos. Precedentes.
3. Não bastasse, o entendimento desta Corte Superior é no
sentido de que a superveniência da sentença penal condenatória torna
esvaída a análise do pretendido reconhecimento de inépcia da
denúncia, isso porque o exercício do contraditório e da ampla
defesa foi viabilizado em sua plenitude durante a instrução criminal
(AgRg no AREsp 537.770/SP, Rel. Ministro ROGERIO SCHIETTI CRUZ,
Sexta Turma, julgado em 04/08/2015, DJe 18/08/2015). Precedentes.
[...]
6. Agravo regimental desprovido." (AgRg no AREsp
1081540/MG, Quinta Turma, Rel. Min. Reynaldo Soares da Fonseca, DJe
21/06/2017)

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Superior Tribunal de Justiça

Quanto à alegação de ocorrência indevida da mutatio libelli, verifico que a


irresignação não reúne condições de admissibilidade. Isso porque a regra da correlação entre
a acusação e a sentença requer verificar identidade entre o objeto da imputação e o da
sentença; ou seja, o acusado deve ser julgado pelos fatos que constam da denúncia ou queixa,
não por fato diverso.

Quanto ao tema, o Tribunal a quo assim consignou (fls. 641-642):

"Não subsiste, contudo, a assertiva, uma vez que o acórdão não


"abandonou" a tipificação descrita na denúncia. Ao contrário, manteve a condenação
dos acusados no art. 7º, IV, da Lei 7.492/86, por,constatar ter havido o exercício de
"garimpagem de ações" por meio das empresas Renda e PAX, tal como fundamentado
na sentença, diante das diversas provas que comprovaram "um volume elevado e
constante de compra de ações diretamente a particulares por valores abaixo ao do
mercado e a posterior venda destas ações, cujo valor de revenda era imensamente
superior ao da aquisição, gerando um lucro enorme para as empresas RENDA e PAX,
que, como já mencionado, se confundem inclusive na estrutura".
Entretanto, considerando que a apelação criminal devolve Tribunal o
exame de toda a matéria, exceto no que possa prejudicar o réu, considerando que tanto
a denúncia como a sentença relatam a compra e revenda de valores mobiliários pelas
empresas Renda e PAX, o acórdão também se referiu ao art. 16, II, da Lei 6.385/76. Não
houve, ressalte-se, modificação do tipo penal a que se subsume a conduta do réu, uma
vez que se manteve a condenação nos termos do art. 70, IV, da Lei 7.492/86, inclusive
quanto ao art. 16, II, da Lei 6.385/76, conforme fundamentação já transcrita.
Acrescente-se, ainda, que, mesmo na hipótese de modificação da
capitulação jurídica, não haveria nulidade na espécie, porque não se cuidaria de fato
novo, mas sim de adequação do dispositivo legal aplicável aos fatos descritos na
denúncia e embasados por diversas provas documentais. Não se trataria de julgado
ultra petita, mas, no máximo, de emendatio Iibelli, nos termos dos arts. 383, e 617, do
CPP. Precedentes do STJ: HC 135.768/SP; HC 135.768/SP; HC 116.359/SP."

Assim infirmar as conclusões da eg. Corte Regional, em especial a de que a


conduta narrada se subsume à capitulação contida na denúncia, demandaria o reexame de
fatos e provas o que é vedado pela Súmula 07/STJ. Nesse sentido, destaca-se o seguinte
precedente, in verbis:

"PROCESSO PENAL. AGRAVO REGIMENTAL EM


Documento: 78809513 - Despacho / Decisão - Site certificado - DJe: 06/12/2017 Página 14 de 27

14/27
Superior Tribunal de Justiça
RECURSO ESPECIAL. FALSIFICAÇÃO E SUPRESSÃO DE
DOCUMENTO PÚBLICO. CERCEAMENTO DE DEFESA. NÃO
OCORRÊNCIA. INOVAÇÃO RECURSAL. AUSÊNCIA DE
PREQUESTIONAMENTO. NULIDADE ALEGADA. AUSÊNCIA DE
PREJUÍZO. REVOLVIMENTO DO CONJUNTO FÁTICO PROBATÓRIO
DOS AUTOS. ADEQUAÇÃO TÍPICA. SÚM. 7 DESTA CORTE.
DOSIMETRIA. REVISÃO. POSSIBILIDADE. PERSONALIDADE.
AUSÊNCIA DE FUNDAMENTAÇÃO IDÔNEA.
I - Nos termos da jurisprudência desta Corte Superior,
trata-se de inovação recursal, a matéria não alegada no momento
oportuno, qual seja, apelação, sendo inviável a sua análise pelo Tribunal
de origem, por força do princípio do tantum devolutum quantum
appellatum, ainda que se refira à matéria de ordem pública.
Precedentes.
II - O argumento de ausência de defesa técnica ou da
nulidade pela ausência de participação do representante do Ministério
Público no interrogatório da ré não prosperam, pois vige no ordenamento
pátrio, como regra, o princípio pas de nullité sans grief, segundo o qual
não há falar em nulidade sem a efetiva ocorrência de prejuízo concreto
para a parte, à qual compete revelar.
III - Rever as premissas do acórdão recorrido de ausência de
prejuízo, bem como de efetiva defesa técnica, demandaria o revolvimento
do acervo fático probatório dos autos, providência vedada nesta sede
recursal, ante o óbice contido na Súmula 7 desta Corte.
IV - Desconstituir o entendimento proferido pelo eg.
Tribunal de origem, quanto à adequação típica da conduta, exigiria o
reexame do conjunto fático-probatório dos autos, inviável na via eleita
ante o óbice da Súmula 7/STJ.
V - A equívoca capitulação jurídica encartada na denúncia
pode ser objeto de aditamento ou de emendatio libelli na sentença, eis
que o conteúdo da narrativa fática em nada se alterou, restando por
ileso, assim, o princípio da correlação no sistema processual penal
vigente. Entretanto, perquirir acerca da equivalência da condenação
com os fatos narrados na denúncia demandaria a análise dos fatos e
provas dos autos. Incidência da Súmula 7/STJ.
[...]" (AgRg nos EDcl no REsp 1389417/BA, Quinta Turma,
de minha relatoria, DJe 16/10/2017, grifei)

"PENAL. AGRAVO REGIMENTAL NO AGRAVO EM


RECURSO ESPECIAL. ESTUPRO DE VULNERÁVEL. DENÚNCIA.
INÉPCIA. NÃO OCORRÊNCIA. CORRELAÇÃO ENTRE SENTENÇA E
DENÚNCIA. OBEDIÊNCIA. MATERIALIDADE A AUTORIA.
COMPROVAÇÃO. ABSOLVIÇÃO. SÚMULA N. 7 DO STJ. CAUSA DE
AUMENTO ART. 226, II, DO CP. MANUTENÇÃO. CONTINUAÇÃO
Documento: 78809513 - Despacho / Decisão - Site certificado - DJe: 06/12/2017 Página 15 de 27

15/27
Superior Tribunal de Justiça
DELITIVA. OCORRÊNCIA. FRAÇÃO ADEQUADA. DISPOSITIVOS
CONSTITUCIONAIS. INCOMPETÊNCIA. EXECUÇÃO IMEDIATA DA
PENA. REFORMATIO IN PEJUS. NÃO OCORRÊNCIA. AGRAVO
REGIMENTAL NÃO PROVIDO.
1. A acusação formalizada pelo Ministério Público
preencheu os requisitos do art. 41 do CP, pois, além da existência da
prova do crime e de indícios suficientes de sua autoria, discriminou os
fatos, em tese, praticados pelo recorrido, com todas as circunstâncias até
então conhecidas, de forma a permitir o contraditório e a ampla defesa da
acusação da conduta tipificada no art. 217-A do Código Penal.
2. O acórdão ora atacado não incorreu em violação dos
dispositivos apontados pelo recorrente, pois devidamente respeitado o
princípio da correlação entre denúncia e sentença (art. 384 do Código
de Processo Penal), uma vez que o Magistrado singular condenou o
recorrido com base nas provas colhidas nos autos, cuja base fática foi
devidamente descrita na peça de acusação, da qual o acusado teve
oportunidade de se defender.
3. Com a prolação de sentença condenatória, fica esvaída a
análise do pretendido reconhecimento de inépcia da denúncia. Isso
porque, se, após toda a análise do conjunto fático-probatório amealhado
aos autos ao longo da instrução criminal, já houve um pronunciamento
sobre o próprio mérito da persecução penal (denotando, ipso facto, a
plena aptidão da inicial acusatória), não há mais sentido em se analisar
eventual inépcia da denúncia.
4. A instância antecedente apontou a existência de provas
suficientes da autoria, da materialidade e da continuidade delitivas, com
base, principalmente, nos depoimentos da vítima, que estão em
consonância com as demais provas dos autos, a saber, as testemunhas de
acusação, o parecer psicossocial e o laudo produzido.
5. Considerar o pedido de absolvição do réu, seria
necessário o revolvimento de todo o conjunto fático-probatório produzido
nos autos, providência que, conforme cediço, é incabível na via do recurso
especial, consoante o enunciado na Súmula n. 7 do STJ.
[...]11. Agravo regimental não provido." (AgRg no AREsp
1055802/SP, Sexta Turma, Rel. Min. Rogerio Schietti Cruz, DJe
09/10/2017, grifei)

Os recorrentes aduzem a ocorrência de julgamento citra petita, porquanto não


teria ocorrido manifestação sobre a principal tese da defesa, qual seja, a atipicidade das
condutas imputadas.
Contudo, da leitura do acórdão reprochado, percebe-se que tal alegação não
Documento: 78809513 - Despacho / Decisão - Site certificado - DJe: 06/12/2017 Página 16 de 27

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Superior Tribunal de Justiça
se sustenta. Cumpre transcrever trecho do aresto vergastado (fls. 597-598):

"O que as provas dos autos demonstram é, entre os anos de 2000 a 2006,
um volume elevado e constante de compra de ações diretamente a particulares por
valores abaixo ao do mercado e a posterior venda destas ações, cujo valor de revenda
era imensamente superior ao da aquisição, ,gerando um lucro enorme para as empresas
RENDA e PAX, que, como já mencionado, se confundem inclusive na estrutura.
A conduta apontada na denúncia e comprovada ao longo da instrução
probatória amolda-se ao tipo previsto no art. 7º, IV, da Lei 7.492/86 e não ao art. 27-E
da Lei 6.385/76, tendo em vista que é mais especifica ao que se observou no caso em
comento: a negociação de valores mobiliários sem autorização prévia da CVM, por meio
da criação de duas empresas para que uma operasse às escuras e a outra transparecesse
uma suposta legalidade nas operações.
Aliás, é com base nessa constatação que deve ser afastada a tese de
atipicidade da conduta alegada no apelo. Segundo a defesa, os réus não intermediavam
ações fora do mercado, pois, embora adquirisse ações de terceiros, estas eram
revendidas à PAX, que, por sua vez, tinha autorização para operar no mercado de
capitais.
Das provas dos autos, contudo; o que emerge é, a existência apenas
formal de duas empresas, pois, na prática, as duas se confundiam e, atuavam em
conjunto, numa atividade sequencialmente estruturada: enquanto a Renda adquiria, com
deságio, as ações de terceiros, normalmente pessoas físicas, a Pax as revendia, em curto
espaço de tempo, no mercado de ações, a um preço bem superior, gerando lucro
estimado em R$2.840.026,32, entre os anos de 2000 a 2006.
Desta maneira, a mera alegação da defesa de atipicidade da conduta não é
suficiente para afastar a condenação, diante das diversas provas de que ambas as
empresas atuavam em conjunto e propunham-se aos mesmos fins operacionais."

Verifica-se, portanto, que as razões lançadas no recurso especial não se


sustentam, porquanto amplamente debatida a tese da defesa em torno da atipicidade da
conduta dos recorrentes, concluindo o acórdão a quo em sentido contrário à pretensão da
parte, o que não caracteriza julgamento citra petita ou deficiência de fundamentação.

Nesse sentido:

"AGRAVO REGIMENTAL NO AGRAVO EM RECURSO


ESPECIAL. RECEPTAÇÃO. VIOLAÇÃO DO ART. 619 DO CPP.
OMISSÃO E CONTRADIÇÃO NÃO CARACTERIZADAS. AUSÊNCIA DE
DOLO. SÚMULAS 284/STF E 7/STJ. DECISÃO CITRA PETITA.
INOCORRÊNCIA. FIXAÇÃO DO REGIME SEMIABERTO. MAUS

Documento: 78809513 - Despacho / Decisão - Site certificado - DJe: 06/12/2017 Página 17 de 27

17/27
Superior Tribunal de Justiça
ANTECEDENTES. LEGALIDADE. AGRAVO IMPROVIDO.
1. Nos termos da jurisprudência desta Corte, o órgão
julgador não é obrigado a manifestar-se sobre todos os pontos alegados
pelas partes, mas apenas os necessários ao julgamento do feito.
2. Não é possível a análise de matéria invocada sob amparo
de dispositivo legal incompatível com a pretensão recursal. Incidência da
Súmula 284/STF.
3. O Tribunal de origem, com base no conteúdo
fático-probatório, entendeu pela ocorrência de dolo eventual na conduta
do agente. Mudar esse entendimento esbarra na Súmula 7/STJ.
4. Não há se falar em decisão citra petita quando a tese
invocada pela defesa foi apreciada pelo acórdão recorrido.
5. Inexiste ilegalidade na fixação do regime semiaberto a
acusado portador de maus antecedentes (quatro condenações, sendo três
pelo mesmo delito dos autos).
6. Agravo regimental improvido.
(AgRg no AREsp 516.026/SP, Rel. Ministro LEOPOLDO DE
ARRUDA RAPOSO (DESEMBARGADOR CONVOCADO DO TJ/PE),
QUINTA TURMA, julgado em 24/03/2015, DJe 08/04/2015)

Quanto à aventada atipicidade das condutas ou, ainda, a adequada tipificação


do delito imputado aos recorrentes, se estaria enquadrado no art. 7º, inciso IV, da Lei n.º
7.492/1986 ou no art. 27-E da Lei n.º 6.385/76, a eg. Corte de origem afastou a pretensão
dos recorrentes, fundamentando o decisum nas provas presentes nos autos.

Assim, estando a opção pelo enquadramento do delito praticado pela


recorrente na previsão do art. 7º, inciso IV, da Lei n.º 7.492/1986 escudada em farta
remissão ao arcabouço fático-probatório dos autos, que aponta para um especial abalo à
credibilidade do sistema financeiro nacional, a desclassificação dessa imputação para a de
prática do crime previsto no art. 27-E da Lei n.º 6.385/76 esbarra, inevitavelmente, no óbice
da Súmula 07/STJ.

Nesse sentido:

"PENAL. PROCESSUAL PENAL. AGRAVO REGIMENTAL


NO AGRAVO EM RECURSO ESPECIAL. DESCLASSIFICAÇÃO DE
ROUBO PARA FURTO SIMPLES. MATÉRIA NÃO PREQUESTIONADA.

Documento: 78809513 - Despacho / Decisão - Site certificado - DJe: 06/12/2017 Página 18 de 27

18/27
Superior Tribunal de Justiça
SÚMULA N. 282 DO STF. NECESSIDADE DE REEXAME DO ACERVO
FÁTICO-PROBATÓRIO. INCIDÊNCIA DA SÚMULA N. 7 DO STJ.
AGRAVO REGIMENTAL NÃO PROVIDO.
1. De acordo com a firme jurisprudência desta Corte, para
que se atenda ao requisito do prequestionamento, é necessário que a
questão tenha sido objeto de debate pelo Tribunal de origem, à luz da
legislação federal indicada, com emissão de juízo de valor acerca do
dispositivo legal apontado como violado, situação que não ocorreu nos
autos. Incidência da Súmula n. 282 do STF.
2. Para afastar a conclusão das instâncias ordinárias de que
a conduta praticada pelo agravante se revestiu da violência necessária
para a configuração do roubo e desclassificar o crime para furto simples,
seria necessário o revolvimento do suporte fático-probatório delineado nos
autos, procedimento vedado nesta esfera, a teor da Súmula n. 7 do
Superior Tribunal de Justiça.
3. Agravo regimental não provido" (AgRg no AREsp n.
726.700/SP, Sexta Turma, Rel. Ministro Rogerio Schietti Cruz, DJe de
23/11/2015).

"AGRAVO REGIMENTAL NO AGRAVO EM RECURSO


ESPECIAL. CRIMES CONTRA O PATRIMÔNIO. ROUBO.
DESCLASSIFICAÇÃO PARA FURTO. REEXAME DO ACERVO
FÁTICO-PROBATÓRIO. INCIDÊNCIA DA SÚMULA 7/STJ. AGRAVO
REGIMENTAL NÃO PROVIDO.
1. A alteração das conclusões do acórdão recorrido exige
reapreciação do acervo fático-probatório da demanda, o que faz incidir o
óbice da Súmula 7, STJ.
2. Agravo regimental não provido" (AgRg no AREsp n.
324.017/ES, Quinta Turma, Rel. Ministro Moura Ribeiro, DJe de
27/06/2014).

Também não merece amparo a alegada violação do art. 155 do CPP, ao


argumento de que a condenação teria sido amparada apenas nas provas colhidas na fase da
investigação, sem que houve confirmação dos fatos em juízo.
Colhe-se do acórdão do julgamento dos embargos de declaração (fls. 643):

"Da descrição fática da inicial acusatória, comprovada pelos diversos


documentos e provas testemunhais, conclui-se que os embargantes negociaram valores
mobiliários sem autorização. prévia da autoridade competente, conduta descrita no art.
7, IV, da Lei 7.492/86."

Documento: 78809513 - Despacho / Decisão - Site certificado - DJe: 06/12/2017 Página 19 de 27

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Superior Tribunal de Justiça
Verifica-se, portanto, que, ao contrário do alegado pelos recorrentes, a
condenação não foi respaldada apenas pelo procedimento administrativo promovido pela
Comissão de Valores Mobiliários (CVM), o que denota a deficiência da fundamentação
recursal, nesse ponto, com a consequente aplicação da Súmula 284 do STF, verbis: "É
inadmissível o recurso extraordinário, quando a deficiência na sua fundamentação não
permitir a exata compreensão da controvérsia".

No tocante à dosimetria da pena, os recorrentes aduzem que: (i) não houve a


necessária individualização das penas; (ii) não foi apresentada fundamentação idônea para a
valoração negativa da circunstância judicial referente à culpabilidade; (iii) a consideração de
que havia “plena e elevada consciência da ilicitude” não é apta a exasperar a pena-base.

Confira-se, a propósito, o fundamento alinhavado no v. acórdão recorrido (fls.


599-600):

"O fato de a avaliação de algumas circunstâncias judiciais mostrar-se


desfavorável para mais de um réu não pressupõe ausência de individualização da
conduta, mas tão somente que, por terem agido em conluio, comungaram de mesmos
objetivos e compartilharam os fins atingidos com a conduta, o que indica, ao menos a
principio, que a análise das circunstâncias e consequências do delito, por exemplo, 'não
seria diversa apenas porque diferentes os réus.
Além da suposta nulidade, a defesa postula a redução da pena-base sob a
tese de que o juiz interpretou desfavoravelmente aos réus determinadas circunstâncias
judiciais de forma errônea. A primeira das controvérsias, refere-se, á culpabilidade.
Neste tocante, o magistrado considerou a culpabilidade do réu Francisco
Deusmar Queiroz como extremamente elevada e a dos demais réus como elevada. E, de
fato, é a esta conclusão a que se chega quando observado o modo como o crime fora
praticado.
Aqui, registre-se, não se, trata de sopesar a culpabilidade enquanto dolo
ou culpa, tendo em vista que esses elementos fazem parte da tipicidade e sem a
tipicidade sequer haveria crime. Ao trazer a circunstância da culpabilidade, o art. 59 do
CP refere-se ao modo como o crime foi praticado, ou seja, a censurabilidade da conduta
típica. Se toda conduta típica já pressupõe censurabilidade, na primeira fase da
dosimetria convém observar as particularidades da execução do crime que justifiquem a
desfavorabilidade da circunstância judicial da culpabilidade, como por exemplo, a
premeditação e o planejamento do delito.
Nesta ação penal, a maneira como os apelantes executaram o delito, a
organização, o planejamento e a estratégia, nos fornecem elementos concretos que
demonstram a elevada reprovabilidade da conduta delituosa perpetrada pelos agentes, a
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Superior Tribunal de Justiça
justificar a valoração negativa da culpabilidade.
No apelo, argumenta-se ainda que o juiz majorou a pena-base com base
na "plena e elevada consciência de antijuridicidade dos atos". Apesar desse fundamento
não ser elemento que justifique aumento da pena-base, por ser a antijuridicidade
elemento essencial ao crime, percebe-se que o julgador menciona este fundamento, mas
o que pesa em desfavor do réu é a culpabilidade que, pelos argumentos acima expostos,
deve mesmo ser avaliada negativamente."

Em relação a este tema, faz-se necessário observar que a operação de


dosimetria da pena está vinculada ao conjunto fático-probatório dos autos. Desse modo, a
revisão do cálculo pelas instâncias superiores depende da constatação de flagrante ausência de
proporcionalidade, que justifique a revisão da pena imposta a partir da adequada valoração
dos fatos e provas que delineiam as circunstâncias peculiares de cada caso concreto.

É preciso ter presente que o Supremo Tribunal Federal tem entendido que "a
dosimetria da pena é questão de mérito da ação penal, estando necessariamente
vinculada ao conjunto fático probatório, não sendo possível às instâncias
extraordinárias a análise de dados fáticos da causa para redimensionar a pena
finalmente aplicada" (HC n. 137.769/SP, Primeira Turma, Rel. Min. Roberto Barroso,
julgado em 24/10/2016).

Na mesma linha, esta Corte tem assentado o entendimento de que a dosimetria


da pena é atividade inserida no âmbito da atividade discricionária do julgador, atrelada às
particularidades de cada caso concreto. Desse modo, cabe às instâncias ordinárias, a partir da
apreciação das circunstâncias objetivas e subjetivas de cada crime, estabelecer a reprimenda
que melhor se amolda à situação, admitindo-se revisão nesta instância apenas quando for
constatada evidente desproporcionalidade entre o delito e a pena imposta, hipótese em que
deverá haver reapreciação para a correção de eventual desacerto quanto ao cálculo das
frações de aumento e de diminuição e a reavaliação das circunstâncias judiciais listadas no art.
59 do Código Penal.

Na situação destes autos, a exasperação da pena-base foi fundamenta


valoração negativa da culpabilidade dos agentes, considerando a atuação de cada um em
relação ao modus operandi, organização, planejamento e estratégia, na execução dos delitos.

Documento: 78809513 - Despacho / Decisão - Site certificado - DJe: 06/12/2017 Página 21 de 27

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Superior Tribunal de Justiça
Assim, verifica-se que o aumento da pena está, de fato, fundamentado, tendo
em vista que o v. acórdão recorrido consignou expressamente os motivos pelos quais houve a
exasperação da pena-base, não havendo tampouco desproporcionalidade no acréscimo.

Nesse sentido:

REGIMENTAL. AGRAVO EM RECURSO ESPECIAL.


PREFEITO. DESVIO E APROPRIAÇÃO DE RENDA PÚBLICA.
CONDENAÇÃO BASEADA EXCLUSIVAMENTE EM ELEMENTOS
COLHIDOS NO INQUÉRITO POLICIAL NÃO OCORRÊNCIA. ÉDITO
REPRESSIVO QUE EXPRESSAMENTE FAZ MENÇÃO AOS
ELEMENTOS DE CONVICÇÃO COLHIDOS NA FASE JUDICIAL.
INEXISTÊNCIA DE NULIDADE. ABSOLVIÇÃO. IMPOSSIBILIDADE.
NECESSIDADE DE REEXAME DO CONJUNTO FÁTICO-PROBATÓRIO.
INCIDÊNCIA DA SÚMULA 7/STJ.
1. Embora esta Corte Superior de Justiça tenha
entendimento consolidado no sentido de considerar inadmissível a
prolação do édito condenatório exclusivamente com base em elementos de
informação colhidos durante o inquérito policial, tal situação não se
verifica na hipótese, já que as instâncias ordinárias apoiaram-se também
em elementos de prova reunidos sob o crivo do contraditório.
2. Reconhecida a materialidade e a autoria do delito, a
pretensão de ser absolvido em recurso especial esbarra no óbice da
Súmula 7/STJ.
EXASPERAÇÃO DA PENA-BASE. CULPABILIDADE E
CIRCUNSTÂNCIAS DO CRIME. NEGATIVAÇÃO BASEADA EM
SITUAÇÃO CONCRETA DO DELITO. INEXISTÊNCIA DE
ILEGALIDADE. RECURSO IMPROVIDO.
1. A dosimetria da pena é o momento em que o juiz, dentro
dos limites abstratamente previstos pelo legislador, deve eleger,
fundamentadamente, o quantum ideal da sanção a ser aplicada ao
condenado e, para chegar a uma aplicação justa da lei penal, o
sentenciante, dentro dessa discricionariedade juridicamente vinculada,
deve atentar para as singularidades do caso concreto.
2. O entendimento consolidado no Superior Tribunal de
Justiça é que, quando devidamente fundamentadas em elementos
concretos - como ocorre na presente hipótese -, se afigura possível a
elevação da pena-base a título de culpabilidade e circunstâncias do crime.
DOSIMETRIA. QUANTUM DE AUMENTO DA
PENA-BASE E FRAÇÃO DA AGRAVANTE.
DESPROPORCIONALIDADE. FLAGRANTE ILEGALIDADE. HABEAS
CORPUS. CONCESSÃO DE OFÍCIO.
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Superior Tribunal de Justiça
1. Dadas as particularidades do caso concreto,
afigurando-se excessiva e desproporcional a fixação da sanção básica
aplicada, assim como a fração adotada pelo reconhecimento de uma
agravante, cumpre reconhecer a ocorrência de ilegalidade manifesta que
reclama a concessão de habeas corpus de ofício, operando-se o
redimensionamento da reprimenda.
2. Agravo regimental desprovido. Ordem concedida de ofício
para reduzir a pena imposta e adequar o regime inicial de cumprimento."
(AgRg no AREsp 947.494/PE, Quinta Turma, Rel. Min. Jorge Mussi, DJe
06/11/2017)

AGRAVO REGIMENTAL NO AGRAVO EM RECURSO


ESPECIAL. PENAL E PROCESSO PENAL. PREFEITO. USO INDEVIDO
DE RECURSOS PÚBLICOS E DISPENSA ILEGAL DE LICITAÇÃO. ART.
1º, II, DO DECRETO-LEI 201/1967 E ART. 89, PARÁGRAFO ÚNICO, DA
LEI 8.666/1993. NULIDADE DA AUDIÊNCIA DE INSTRUÇÃO.
INTIMAÇÃO IRREGULAR. AUSÊNCIA DE INDICAÇÃO DO
DISPOSITIVO DE LEI FEDERAL CONTRARIADO. INADEQUAÇÃO DO
USO DA VIA ESPECIAL PARA ARGUIR VIOLAÇÃO DA SÚMULA
DESTA CORTE SUPERIOR. AÇÃO CIVIL PÚBLICA POR
IMPROBIDADE ADMINISTRATIVA. JULGADA IMPROCEDENTE.
AUSÊNCIA DE PROVAS. IRRELEVÂNCIA. INDEPENDÊNCIA ENTRE
AS ESFERAS CÍVEL E PENAL. CONDENAÇÃO CRIMINAL APOIADA
EM AMPLO CONTEXTO PROBATÓRIO. PENA-BASE.
CONSEQUÊNCIAS DOS CRIMES. VALORAÇÃO NEGATIVA.
MOTIVAÇÃO IDÔNEA. AGRAVO DESPROVIDO.
1. É deficiente o recurso especial que, a despeito de suscitar
a nulidade da audiência de instrução realizada no processo, deixa de
mencionar o dispositivo de lei federal, em tese, violado. Ademais, não é
adequado o uso da via especial para apontar negativa de vigência a
enunciado sumular do Superior Tribunal de Justiça, uma vez que essa
hipótese não está inserida entre as previstas no art. 105, III, da CF.
Precedentes. 2. Nos termos da jurisprudência desta Corte Superior, são
independentes as esferas penal e cível, exceto nos casos em que há o
reconhecimento da inexistência do fato, coisa inocorrente na espécie.
Precedentes.
3. O Tribunal de origem, quando apreciou o recurso de
apelação interposto pela defesa, manteve a condenação do recorrente pela
prática dos crimes dispostos no art. 1º, II, do Decreto-Lei 201/1967 e art.
89, parágrafo único, da Lei 8.666/1993, amparando sua convicção nas
provas existentes nos autos, reunidas durante a instrução criminal, sob o
pálio dos princípios constitucionais do devido processo legal, contraditório
e ampla defesa. A análise da tese recursal suscitada pela defesa, de que
Documento: 78809513 - Despacho / Decisão - Site certificado - DJe: 06/12/2017 Página 23 de 27

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Superior Tribunal de Justiça
seria frágil o contexto fático-probatório utilizado na demonstração do
vínculo subjetivo entre o recorrente e as infrações penais imputadas,
enfrenta o óbice da Súmula 7/STJ.
4. A instância ordinária fixou maior juízo de censura sobre
as consequências dos crimes por considerar graves os efeitos concretos
provocados em desfavor do ensino fundamental no município de
Cascavel/CE. Com efeito, não há como ignorar o maior desvalor do
resultado da conduta criminosa praticada por gestor público contra
interesse da educação infantil local, que, neste país, é fato público e
notório, agoniza com repetidos casos de malversação dos escassos
recursos que lhe são destinados. Rever a conclusão da instância ordinária,
também neste ponto, demandaria o reexame de contexto
fático-probatório, o que, em sede de recurso especial, repita-se, constitui
medida vedada pelo óbice da Súmula 7/STJ.
5. Agravo regimental desprovido." (AgRg no AREsp
644.371/CE, Quinta Turma, Rel. Min. Reynaldo Soares da Fonseca, DJe
01/08/2017)

"HABEAS CORPUS. PREFEITO. APROPRIAÇÃO DE


RENDAS PÚBLICAS (ART. 1º, I, DO DECRETO-LEI N. 201/1967).
DOSIMETRIA DA PENA. (I) REPRIMENDA BÁSICA ACIMA DO
MÍNIMO LEGAL. FUNDAMENTAÇÃO IDÔNEA. (II) CONFISSÃO
QUALIFICADA. RECONHECIMENTO. POSSIBILIDADE.
DEPOIMENTO DETERMINANTE À CONDENAÇÃO. 1. Na esteira da
orientação jurisprudencial desta Corte, por se tratar de questão afeta à
certa discricionariedade do Magistrado, a dosimetria da pena é passível de
revisão em habeas corpus apenas em hipóteses excepcionais, quando ficar
evidenciada flagrante ilegalidade, constatada de plano, sem a necessidade
de maior aprofundamento no acervo fático-probatório. 2. Na espécie, o
crime foi cometido no âmbito de programa público destinado a promover
melhorias habitacionais para o controle da doença de chagas no
município, situação que evidencia menosprezo especial ao bem jurídico
tutelado pela norma, espelhando maior desvalor do comportamento do
agente. Evidente que uma conduta delituosa potencialmente causadora de
irreparáveis prejuízos à população carente, que mais necessita de proteção
dessa espécie, apresenta-se mais repreensível e superior à comum do
delito. Assim, adequada a fundamentação apresentada na origem para
considerar desfavorável a circunstância judicial da culpabilidade.
Precedentes.
3. Do mesmo modo, o sentenciante considerou desfavoráveis
as consequências do crime, porquanto a não erradicação das moradias
precárias permitiu a disseminação de inseto vetor da doença de chagas,
com efeitos nefastos na saúde da população. Com efeito, a gravidade das
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Superior Tribunal de Justiça
consequências do delito, evidenciada pelos prejuízos causados e pelas
obras que deixaram de ser executadas em benefício da população,
permitindo a disseminação do inseto vetor da doença de chagas,
demonstra uma maior reprovabilidade da conduta, extrapolando o
resultado inerente ao tipo incriminador, justificando a exasperação da
pena-base. Precedentes.
4. Incide a atenuante prevista no art. 65, III, "d", do Código
Penal na hipótese em que o réu espontaneamente confessou a prática do
crime que lhe foi imputado, fornecendo dados que corroboraram a sua
condenação, mesmo que à confissão tenha agregado elementos que
afastam a ilicitude da conduta. Precedentes.
5. Ordem concedida em parte para, reconhecida a atenuante
da confissão espontânea, redimensionar a pena do paciente e estabelecê-la
em 4 (quatro) anos, 10 (dez) meses e 10 (dez) dias de reclusão, mantido, no
mais, o acórdão regional." (HC 370.648/PB, Sexta Turma, Rel. Min.
Antônio Saldanha Palheiro, DJe 11/05/2017)

Dessa forma, estando o v. acórdão prolatado pelo eg. Tribunal a quo em


desconformidade com o entendimento desta Corte de Justiça quanto ao tema, incide, no caso
o enunciado da Súmula n. 568/STJ, in verbis: "O relator, monocraticamente e no Superior
Tribunal de Justiça, poderá dar ou negar provimento ao recurso quando houver
entendimento dominante acerca do tema."

Outrossim, não houve violação do art. 71 do Código Penal. A despeito de


não ter feito expressa referência ao quantitativo exato de condutas praticadas (fl. 460), a
instância a quo consignou que a fração de aumento "adotou o número de crimes como
parâmetro para a incidência da fração da continuidade delitiva", tomando como base os
fatos relatados na denúncia (fl. 644).

A esse respeito, sabe-se que "[e]sta Corte Superior firmou a compreensão


de que a fração de aumento no crime continuado é determinada em função da
quantidade de delitos cometidos, 'aplicando-se a fração de aumento de 1/6 pela prática
de 2 infrações; 1/5, para 3 infrações; 1/4, para 4 infrações; 1/3, para 5 infrações; 1/2,
para 6 infrações; e 2/3, para 7 ou mais infrações' (HC n. 342.475/RN, Sexta Turma, Relª.
Minª. Maria Thereza de Assis Moura, DJe de 23/2/2016)." (HC 341.036/SP, Quinta
Turma, Rel. Min. Reynaldo Soares da Fonseca, DJe 27/04/2017).

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Superior Tribunal de Justiça
Assim, tendo em vista o número de infrações, as quais, ainda que em
quantidade incerta, ultrapassam o montante de sete, o que justifica a fixação da fração de 2/3
(dois terços).

Por fim, a interposição do apelo extremo, com fulcro na alínea c, do inciso III,
do art. 105, da Constituição Federal, exige, para a devida demonstração do alegado dissídio
jurisprudencial, além da transcrição de ementas de acórdãos, o cotejo analítico entre o aresto
recorrido e os paradigmas, com a constatação da identidade das situações fáticas e a
interpretação diversa emprestada ao mesmo dispositivo de legislação infraconstitucional,
situação que não ocorreu na espécie.

De fato, os recorrentes sequer transcreveram trechos dos acórdãos


paradigmas, tampouco procederam à comparação destes com o acórdão recorrido. Ora, essa
ausência de cotejo entre os julgados impede a constatação da divergência, procedimento
necessário para o conhecimento do recurso especial.

Nesse entendimento:

"AGRAVO REGIMENTAL EM RECURSO ESPECIAL.


PENAL E PROCESSUAL PENAL. CONTRABANDO. DISSÍDIO
JURISPRUDENCIAL. TRANSCRIÇÃO DE EMENTAS. AUSÊNCIA DE
COTEJO ANALÍTICO. AUSÊNCIA DE JUSTA CAUSA. VERIFICAÇÃO.
IMPOSSIBILIDADE. REEXAME DE MATÉRIA FÁTICO-PROBATÓRIA.
INCIDÊNCIA DO ÓBICE DA SÚMULA 7/STJ.
1. A mera transcrição de ementas não configura o dissídio
jurisprudencial, sendo necessário o cotejo analítico dos acórdãos recorrido
e paradigma, para a demonstração da similitude fática das decisões.
[...]
5. Agravo regimental improvido." (AgRg no REsp
1335090/RJ, Sexta Turma, Rel. Ministro Sebastião Reis Júnior, DJe
03/09/2015)

"PROCESSUAL PENAL. RECURSO ESPECIAL


FUNDADO NA ALÍNEA C DO PERMISSIVO CONSTITUCIONAL.
DISSÍDIO JURISPRUDENCIAL. NÃO DEMONSTRAÇÃO .
Esta Corte tem jurisprudência pacífica de que a ausência de
cotejo analítico inviabiliza o conhecimento do recurso especial fundado na
alínea 'c' do permissivo constitucional.
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Superior Tribunal de Justiça
A mera transcrição de ementas dos acórdãos indicados como
paradigmas não supre a exigência dos arts. 541, parágrafo único, do
Código de Processo Civil e 255, § 1º e § 2º, do Regimento Interno do
Superior Tribunal de Justiça.
Agravo regimental desprovido." (AgRg no AgRg no AREsp
533.188/SP, Quinta Turma, Rel. Ministro Gurgel de Faria, DJe 18/08/2015)

Ante o exposto, com fulcro no art. 255, § 4º, incisos I e II, do Regimento
Interno do STJ, conheço em parte do recurso especial e, nessa extensão, nego-lhe
provimento.

P. e I.
Brasília (DF), 30 de novembro de 2017.

Ministro Felix Fischer


Relator

Documento: 78809513 - Despacho / Decisão - Site certificado - DJe: 06/12/2017 Página 27 de 27


Processo: 0805802-55.2016.4.05.8100
Assinado eletronicamente por:
RAPHAEL NOGUEIRA BEZERRA DE MENEZES - Servidor Geral
18080913454958300000004055453
Data e hora da assinatura: 09/08/2018 14:04:38
Identificador: 4058100.4049788
Para conferência da autenticidade do documento: https://pje.jfce.jus.br/pje/Processo/ConsultaDocumento/listView.seam 27/27
Superior Tribunal de Justiça
AgRg no RECURSO ESPECIAL Nº 1.449.193 - CE (2014/0091750-6)

RELATOR : MINISTRO FELIX FISCHER


AGRAVANTE : FRANCISCO DEUSMAR DE QUEIROS
AGRAVANTE : JERÔNIMO ALVES BEZERRA
AGRAVANTE : GERALDO DE LIMA GADELHA FILHO
AGRAVANTE : IELTON BARRETO DE OLIVEIRA
ADVOGADO : MARCELO LEAL DE LIMA OLIVEIRA E OUTRO(S) -
DF021932
AGRAVADO : MINISTÉRIO PÚBLICO FEDERAL
EMENTA

PENAL. AGRAVO REGIMENTAL NO RECURSO ESPECIAL.


NEGOCIAÇÃO DE TÍTULOS OU VALORES MOBILIÁRIOS SEM
AUTORIZAÇÃO PRÉVIA. ADEQUAÇÃO TÍPICA DA CONDUTA. REEXAME
DO CONJUNTO FÁTICO-PROBATÓRIO. IMPOSSIBILIDADE. SÚMULA
7/STJ. DOSIMETRIA. PENA-BASE ACIMA DO MÍNIMO LEGAL.
CIRCUNSTÂNCIAS JUDICIAS. FUNDAMENTAÇÃO IDÔNEA. DISSÍDIO
JURISPRUDENCIAL. NÃO COMPROVAÇÃO. DECISÃO MANTIDA.
I - As conclusões do eg. Tribunal de origem a respeito da adequação típica da
conduta não podem ser alteradas sem nova incursão no conjunto de fatos e provas
colacionado aos autos. Tal providência não é viável em sede de recurso especial, a teor
do enunciado sumular n. 7 desta Corte.
II - A dosimetria da pena, quando imposta com base em elementos concretos e
observados os limites da discricionariedade vinculada atribuída ao magistrado
sentenciante, impede a revisão da reprimenda por esta Corte Superior, exceto se for
constatada evidente desproporcionalidade entre o delito e a pena imposta, hipótese em
que caberá a reapreciação para a correção de eventual desacerto quanto ao cálculo das
frações de aumento e de diminuição e a reavaliação das circunstâncias judiciais listadas
no art. 59 do Código Penal.
III - In casu, o aumento da pena-base mostra-se, de fato, fundamentado, pois
considerados o modus operandi, a organização, o planejamento e a estratégia na
execução dos delitos, desempenhos por cada um dos agentes. Dessa forma, o acórdão
da origem consignou expressamente os motivos que acarretaram a exasperação da
pena-base, não havendo tampouco desproporcionalidade no acréscimo.
IV - A interposição do recurso especial, com fulcro na alínea c do permissivo
constitucional exige o atendimento dos requisitos contidos no art. 1028, e § 1º do
Código de Processo Civil, e no art. 255, § 1º, do Regimento Interno do Superior
Tribunal de Justiça, para a devida demonstração do alegado dissídio jurisprudencial,
pois, além da transcrição de acórdãos para a comprovação da divergência, é
necessário o cotejo analítico entre o aresto recorrido e o paradigma, com a
constatação da identidade das situações fáticas e a interpretação diversa emprestada ao
mesmo dispositivo de legislação infraconstitucional, situação que não ocorreu no
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presente caso.
Agravo regimental desprovido.

ACÓRDÃO

Vistos, relatados e discutidos os autos em que são partes as acima indicadas,


acordam os Ministros da Quinta Turma do Superior Tribunal de Justiça, por unanimidade,
negar provimento ao agravo regimental.
Os Srs. Ministros Jorge Mussi, Reynaldo Soares da Fonseca e Joel Ilan
Paciornik votaram com o Sr. Ministro Relator.
Impedido o Sr. Ministro Ribeiro Dantas.

Brasília (DF), 20 de fevereiro de 2018 (Data do Julgamento).

Ministro Felix Fischer


Relator

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AgRg no RECURSO ESPECIAL Nº 1.449.193 - CE (2014/0091750-6)

AGRAVANTE : FRANCISCO DEUSMAR DE QUEIROS


AGRAVANTE : JERÔNIMO ALVES BEZERRA
AGRAVANTE : GERALDO DE LIMA GADELHA FILHO
AGRAVANTE : IELTON BARRETO DE OLIVEIRA
ADVOGADO : MARCELO LEAL DE LIMA OLIVEIRA E OUTRO(S) -
DF021932
AGRAVADO : MINISTÉRIO PÚBLICO FEDERAL

RELATÓRIO

O EXMO. SR. MINISTRO FELIX FISCHER: Trata-se de agravo


regimental interposto por FRANCISCO DEUSMAR DE QUEIROS, JERÔNIMO
ALVES BEZERRA, GERALDO DE LIMA GADELHA FILHO e IELTON
BARRETO DE OLIVEIRA, contra a decisão monocrática de fls. 946-973, assim
ementada:

"PENAL. PROCESSUAL PENAL. RECURSO ESPECIAL.


NEGOCIAÇÃO DE TÍTULOS OU VALORES MOBILIÁRIOS SEM
AUTORIZAÇÃO PRÉVIA. ALEGADA VIOLAÇÃO AO ART. 619 DO CPP.
AUSÊNCIA DE OMISSÃO. INÉPCIA DA DENÚNCIA. REQUISITOS
PREENCHIDOS. PRECEDENTES. ADEQUAÇÃO TÍPICA.
CORRELAÇÃO ENTRE A DENÚNCIA E A SENTENÇA. REEXAME DO
CONJUNTO FÁTICO-PROBATÓRIO. IMPOSSIBILIDADE. SÚMULA
7/STJ. JULGAMENTO CITRA PETITA. INOCORRÊNCIA. ATIPICIDADE
DA CONDUTA. REEXAME DO CONJUNTO FÁTICO-PROBATÓRIO.
IMPOSSIBILIDADE. SÚMULA 7/STJ. DOSIMETRIA. REFORMATIO IN
PEJUS. HIPÓTESE NÃO VERIFICADA. DEVOLUTIVIDADE DA
APELAÇÃO. PENA-BASE ACIMA DO MÍNIMO LEGAL.
CIRCUNSTÂNCIAS JUDICIAS. FUNDAMENTAÇÃO IDÔNEA. FRAÇÃO
DE AUMENTO DA PENA PELA CONTINUIDADE DELITIVA FIXADA
EM CONFORMIDADE COM A JURISPRUDÊNCIA DESTA CORTE.
RECURSO CONHECIDO EM PARTE E, NESSA EXTENSÃO,
PARCIALMENTE PROVIDO."

Alegam os agravantes que o reconhecimento da violação das normas


infraconstitucionais independe da análise de fatos e provas, sendo possível a análise da
pretensão do recurso especial para a correta a adequação típica da conduta imputada.

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Superior Tribunal de Justiça
Sustentam, ainda, que "[o] tipo penal do art. 7º da Lei 7.492/86, no entanto,
tipifica não a ausência de autorização para operar no mercado de capitais, fato descrito
na denúncia, mas sim o comércio de títulos ou valores mobiliários falsos ou falsificados,
sem lastro ou garantia ou sem autorização prévia da autoridade competente" (fls.
981-982).

Asseveram que os fatos descritos na denúncia correspondem ao delito previsto


no art. 27-E, da Lei 6.385/1976, que regula especificamente o mercado de capitais.

Insistem também na violação do art. 59, 68 e 71 do Código Penal, ao


argumento de que não houve a individualização da pena, porquanto os fundamentos da
dosimetria são idênticos para todos os réus.

Aduzem que a matéria atinente à dosimetria, mormente quanto à análise da


culpabilidade, independem do revolvimento fático-probatório, não ensejando, assim, a
aplicação do óbice da Súmula 7/STJ.

Insurgem-se contra o não conhecimento do recurso no que tange à interposição


pela alínea c do permissivo constitucional. Afirmam terem sido observados todos os requisitos
exigidos para comprovação da divergência das matérias relacionadas: à tipicidade, à
dosimetria (falta de individualização da pena) e à consciência da ilicitude do fato.

Pretendem, ao final, a reconsideração do decisum ou a submissão do pleito ao


Colegiado, dando-se provimento à irresignação para reconhecer o enquadramento típico dos
fatos no art. 27-E da Lei 6.385/1976, com o consequente redimensionamento das penas
aplicas.

É o relatório.

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AgRg no RECURSO ESPECIAL Nº 1.449.193 - CE (2014/0091750-6)

RELATOR : MINISTRO FELIX FISCHER


AGRAVANTE : FRANCISCO DEUSMAR DE QUEIROS
AGRAVANTE : JERÔNIMO ALVES BEZERRA
AGRAVANTE : GERALDO DE LIMA GADELHA FILHO
AGRAVANTE : IELTON BARRETO DE OLIVEIRA
ADVOGADO : MARCELO LEAL DE LIMA OLIVEIRA E OUTRO(S) -
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AGRAVADO : MINISTÉRIO PÚBLICO FEDERAL
EMENTA

PENAL. AGRAVO REGIMENTAL NO


RECURSO ESPECIAL. NEGOCIAÇÃO DE
TÍTULOS OU VALORES MOBILIÁRIOS SEM
AUTORIZAÇÃO PRÉVIA. ADEQUAÇÃO TÍPICA
DA CONDUTA. REEXAME DO CONJUNTO
FÁTICO-PROBATÓRIO. IMPOSSIBILIDADE.
SÚMULA 7/STJ. DOSIMETRIA. PENA-BASE
ACIMA DO MÍNIMO LEGAL.
CIRCUNSTÂNCIAS JUDICIAS.
FUNDAMENTAÇÃO IDÔNEA. DISSÍDIO
JURISPRUDENCIAL. NÃO COMPROVAÇÃO.
DECISÃO MANTIDA.
I - As conclusões do eg. Tribunal de origem a
respeito da adequação típica da conduta não podem ser
alteradas sem nova incursão no conjunto de fatos e
provas colacionado aos autos. Tal providência não é
viável em sede de recurso especial, a teor do enunciado
sumular n. 7 desta Corte.
II - A dosimetria da pena, quando imposta com
base em elementos concretos e observados os limites
da discricionariedade vinculada atribuída ao magistrado
sentenciante, impede a revisão da reprimenda por esta
Corte Superior, exceto se for constatada evidente
desproporcionalidade entre o delito e a pena imposta,
hipótese em que caberá a reapreciação para a correção
de eventual desacerto quanto ao cálculo das frações de
aumento e de diminuição e a reavaliação das
circunstâncias judiciais listadas no art. 59 do Código
Penal.
III - In casu, o aumento da pena-base mostra-se,
de fato, fundamentado, pois considerados o modus
operandi, a organização, o planejamento e a estratégia
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na execução dos delitos, desempenhos por cada um
dos agentes. Dessa forma, o acórdão da origem
consignou expressamente os motivos que acarretaram a
exasperação da pena-base, não havendo tampouco
desproporcionalidade no acréscimo.
IV - A interposição do recurso especial, com
fulcro na alínea c do permissivo constitucional exige o
atendimento dos requisitos contidos no art. 1028, e § 1º
do Código de Processo Civil, e no art. 255, § 1º, do
Regimento Interno do Superior Tribunal de Justiça, para
a devida demonstração do alegado dissídio
jurisprudencial, pois, além da transcrição de acórdãos
para a comprovação da divergência, é necessário o
cotejo analítico entre o aresto recorrido e o
paradigma, com a constatação da identidade das
situações fáticas e a interpretação diversa emprestada
ao mesmo dispositivo de legislação infraconstitucional,
situação que não ocorreu no presente caso.
Agravo regimental desprovido.

VOTO

O EXMO. SR. MINISTRO FELIX FISCHER: Em que pesem os


argumentos dos agravantes, o recurso não merece prosperar, devendo ser mantido o decisum
ora agravado.

Depreende-se dos autos que os ora agravantes foram condenados, em primeiro


grau, pelos delitos previstos do art. 7º, IV, da Lei n. 7.492/1986 c/c art. 27-C da Lei n.
6.385/1976, na forma do art. 71 do Código Penal.

Em segunda instância, o eg. Tribunal a quo deu parcial provimento ao apelo da


defesa para afastar a condenação pelo delito previsto no art. 27-C da Lei n. 6.385/1976, mas
manteve a condenação pelos delitos previstos do art. 7º, IV, da Lei n. 7.492/1986, na forma
do art. 71 do Código Penal.

A pena final foi fixada em 9 (nove) anos e 2 (dois) meses de reclusão, além de

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250 (duzentos e cinquenta) dias-multa, para Francisco Deusmar, e em 5 (cinco) anos de
reclusão em regime fechado, além de 200 (duzentos) dias-multa, para Geraldo de Lima, Ielton
Barreto e Jerônimo Alves.

Na decisão monocrática ora agravada, conheci parcialmente e, na extensão,


neguei provimento o recurso especial interposto pelos condenados.

Este regimental cinge-se apenas à parte das questões tratadas na decisão


agravada.

Conforme constou na decisão monocrática, quanto à aventada atipicidade das


condutas ou, ainda, a adequada tipificação do delito imputado aos agravantes, se estaria
enquadrado no art. 7º, inciso IV, da Lei n. 7.492/1986 ou no art. 27-E da Lei n. 6.385/76,
a eg. Corte de origem afastou a pretensão dos recorrentes, fundamentando o decisum nas
provas presentes nos autos.

Cumpre transcrever os fundamentos do v. acórdão da origem (fl. 597):

"O que as provas dos autos demonstram é, entre os anos de 2000 a 2006,
um v|olume elevado e constante de compra de ações diretamente a particulares por
valores abaixo ao do mercado e a posterior venda destas ações, cujo valor de revenda
era imensamente superior ao da aquisição, gerando um lucro enorme para as empresas
RENDA e PAX, que, como já mencionado, se confundem inclusive na estrutura.
As diversas provas constantes nos volumes em apenso, entre as quais os
referidos relatórios, os contratos sociais, as cópias das compras dos títulos, entre outras,
denotam a atividade de garimpagem pela RENDA, sem que esta tivesse autorização
legal para a "compra de valores mobiliários para revendê-los por conta própria" (art.
16, II, da Lei 6.385/76), numa evidente prática de negociação de valores mobiliários, em
afronta ao art. 7º, IV, da Lei 7.492/86.
A conduta apontada na denúncia e comprovada ao longo da instrução
probatória amolda-se ao tipo previsto no art. 7º, IV, da Lei 7.492/86 e não ao art. 27-E
da Lei 6.385/76, tendo em vista que é mais específica ao que se observou no caso em
comento: a negociação de valores mobiliários sem autorização prévia da CVM, por meio
da criação de duas empresas para que uma operasse às escuras e a outra transparecesse
uma suposta legalidade nas operações."

Deve ser ressaltado que a opção pelo enquadramento dos fatos praticados
pelos ora agravante na previsão do art. 7º, inciso IV, da Lei n. 7.492/1986 foi amparada em
farta remissão ao arcabouço fático-probatório dos autos, que aponta para um especial abalo

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Superior Tribunal de Justiça
à credibilidade do sistema financeiro nacional, a desclassificação dessa imputação para a
de prática do crime previsto no art. 27-E da Lei n. 6.385/76 esbarra, inevitavelmente, no
óbice da Súmula 07/STJ.

Nesse sentido:

"PROCESSO PENAL. AGRAVO REGIMENTAL EM


RECURSO ESPECIAL. FALSIFICAÇÃO E SUPRESSÃO DE
DOCUMENTO PÚBLICO. CERCEAMENTO DE DEFESA. NÃO
OCORRÊNCIA. INOVAÇÃO RECURSAL. AUSÊNCIA DE
PREQUESTIONAMENTO. NULIDADE LAEGADA. AUSÊNCIA DE
PREJUÍZO. REVOLVIMENTO DO CONJUNTO FÁTICO PROBATÓRIO
DOS AUTOS. ADEQUAÇÃO TÍPICA. SÚM. 7 DESTA CORTE.
DOSIMETRIA. REVISÃO. POSSIBILIDADE. PERSONALIDADE.
AUSÊNCIA DE FUNDAMENTAÇÃO IDÔNEA.
I - Nos termos da jurisprudência desta Corte Superior,
trata-se de inovação recursal, a matéria não alegada no momento
oportuno, qual seja, apelação, sendo inviável a sua análise pelo Tribunal
de origem, por força do princípio do tantum devolutum quantum
appellatum, ainda que se refira à matéria de ordem pública. Precedentes.
II - O argumento de ausência de defesa técnica ou da
nulidade pela ausência de participação do representante do Ministério
Público no interrogatório da ré não prosperam, pois vige no ordenamento
pátrio, como regra, o princípio pas de nullité sans grief, segundo o qual
não há falar em nulidade sem a efetiva ocorrência de prejuízo concreto
para a parte, à qual compete revelar.
III - Rever as premissas do acórdão recorrido de ausência de
prejuízo, bem como de efetiva defesa técnica, demandaria o revolvimento
do acervo fático probatório dos autos, providência vedada nesta sede
recursal, ante o óbice contido na Súmula 7 desta Corte.
IV - Desconstituir o entendimento proferido pelo eg. Tribunal
de origem, quanto à adequação típica da conduta, exigiria o reexame do
conjunto fático-probatório dos autos, inviável na via eleita ante o óbice da
Súmula 7/STJ.
V - A equívoca capitulação jurídica encartada na denúncia
pode ser objeto de aditamento ou de emendatio libelli na sentença, eis que
o conteúdo da narrativa fática em nada se alterou, restando por ileso,
assim, o princípio da correlação no sistema processual penal vigente.
Entretanto, perquirir acerca da equivalência da condenação com os fatos
narrados na denúncia demandaria a análise dos fatos e provas dos autos.
Incidência da Súmula 7/STJ. VI - A violação dos artigos 2º, 59, 68, 71, 109,
IV, 110, caput, e §2º, e 119, do Código Penal não pode ser analisada por
esta Corte, uma vez ausente o prévio debate nas instâncias ordinárias.
Documento: 1674256 - Inteiro Teor do Acórdão - Site certificado - DJe: 26/02/2018 Página 8 de 4

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Superior Tribunal de Justiça
Incidência da Súmula 211/STJ.
VII - Quanto a alegada violação ao art. 59 do Código Penal,
sob o discrepância na fixação da pena-base, uma vez que os tipos penais
dos artigos 297 e 305, do Código Penal, tutelam o mesmo bem jurídico,
verifica-se a ausência de prequestionamento. VIII - A revisão do cálculo
utilizado na dosimetria da pena pelas instâncias superiores depende da
constatação de ocorrência de ilegalidade flagrante, que justifique a
revisão da pena imposta a partir da adequada valoração dos fatos e
provas que delineiam as circunstâncias peculiares de cada caso concreto.
IX - Não havendo dados suficientes para a aferição da
personalidade do recorrente, mostra-se incorreta sua valoração negativa a
fim de supedanear o aumento da pena-base, tal qual na hipótese.
Precedentes.
Agravo regimental provido em parte, tão somente para
redimensionar a pena, tornando-a definitiva em 7 (anos) anos, 4 (quatro)
meses e 14 (quatorze) dias" (AgRg nos EDcl no REsp 1389417/BA, Quinta
Turma, de minha relatoria, DJe 16/10/2017).

"AGRAVO REGIMENTAL NO RECURSO ESPECIAL.


IMPORTAÇÃO ILEGAL DE MEDICAMENTOS. ADEQUAÇÃO TÍPICA.
POTENCIAL LESIVO À SAÚDE PÚBLICA. EXAME DE MATÉRIA
FÁTICO-PROBATÓRIA. SÚMULA 7 DO STJ. PRECEDENTES.
RECURSO NÃO PROVIDO.
1. A condenação pela prática do crime previsto no art. 334,
caput, do Código Penal ocorreu com fundamento no conjunto
fático-probatório amealhado aos autos, o qual indicou a pequena
quantidade de medicamentos apreendidos e o baixo potencial lesivo à
saúde pública.
2. Para verificar se, na hipótese dos autos, tendo em vista a
natureza e a quantidade de medicamentos apreendidos, haveria especial
potencial lesivo à saúde pública, seria necessário o reexame das provas
contidas nos autos, o que é inadmissível na via do recurso especial, a teor
do enunciado na Súmula n. 7 do STJ. Precedentes.
3. Agravo regimental não provido" (AgRg no REsp
1473685/PR, Sexta Turma, Rel. Min. Rogerio Schietti Cruz, DJe
28/04/2016).

No que concerne à dosimetria da pena, os agravantes aduzem que: (i) não


houve a necessária individualização das penas; (ii) não foi apresentada fundamentação idônea
para a valoração negativa da circunstância judicial referente à culpabilidade; (iii) a
consideração de que havia “plena e elevada consciência da ilicitude” não é apta a exasperar a

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Superior Tribunal de Justiça
pena-base.

Confira-se, a propósito, o fundamento alinhavado no v. acórdão da origem (fls.


599-600):

"O fato de a avaliação de algumas circunstâncias judiciais mostrar-se


desfavorável para mais de um réu não pressupõe ausência de individualização da
conduta, mas tão somente que, por terem agido em conluio, comungaram de mesmos
objetivos e compartilharam os fins atingidos com a conduta, o que indica, ao menos a
principio, que a análise das circunstâncias e consequências do delito, por exemplo, 'não
seria diversa apenas porque diferentes os réus.
Além da suposta nulidade, a defesa postula a redução da pena-base sob a
tese de que o juiz interpretou desfavoravelmente aos réus determinadas circunstâncias
judiciais de forma errônea. A primeira das controvérsias, refere-se, á culpabilidade.
Neste tocante, o magistrado considerou a culpabilidade do réu Francisco
Deusmar Queiroz como extremamente elevada e a dos demais réus como elevada. E, de
fato, é a esta conclusão a que se chega quando observado o modo como o crime fora
praticado.
Aqui, registre-se, não se, trata de sopesar a culpabilidade enquanto dolo
ou culpa, tendo em vista que esses elementos fazem parte da tipicidade e sem a
tipicidade sequer haveria crime. Ao trazer a circunstância da culpabilidade, o art. 59 do
CP refere-se ao modo como o crime foi praticado, ou seja, a censurabilidade da conduta
típica. Se toda conduta típica já pressupõe censurabilidade, na primeira fase da
dosimetria convém observar as particularidades da execução do crime que justifiquem a
desfavorabilidade da circunstância judicial da culpabilidade, como por exemplo, a
premeditação e o planejamento do delito.
Nesta ação penal, a maneira como os apelantes executaram o delito, a
organização, o planejamento e a estratégia, nos fornecem elementos concretos que
demonstram a elevada reprovabilidade da conduta delituosa perpetrada pelos agentes, a
justificar a valoração negativa da culpabilidade.
No apelo, argumenta-se ainda que o juiz majorou a pena-base com base
na "plena e elevada consciência de antijuridicidade dos atos". Apesar desse fundamento
não ser elemento que justifique aumento da pena-base, por ser a antijuridicidade
elemento essencial ao crime, percebe-se que o julgador menciona este fundamento, mas
o que pesa em desfavor do réu é a culpabilidade que, pelos argumentos acima expostos,
deve mesmo ser avaliada negativamente."

Em relação a este tema, faz-se necessário observar que a operação de


dosimetria da pena está vinculada ao conjunto fático-probatório dos autos. Desse modo, a
revisão do cálculo pelas instâncias superiores depende da constatação de flagrante ausência de
proporcionalidade, que justifique a revisão da pena imposta a partir da adequada valoração

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Superior Tribunal de Justiça
dos fatos e provas que delineiam as circunstâncias peculiares de cada caso concreto.

É preciso ter presente que o Supremo Tribunal Federal tem entendido que "a
dosimetria da pena é questão de mérito da ação penal, estando necessariamente
vinculada ao conjunto fático probatório, não sendo possível às instâncias
extraordinárias a análise de dados fáticos da causa para redimensionar a pena
finalmente aplicada" (HC n. 137.769/SP, Primeira Turma, Rel. Min. Roberto Barroso,
julgado em 24/10/2016).

Na mesma linha, esta Corte tem assentado o entendimento de que a dosimetria


da pena é atividade inserida no âmbito da atividade discricionária do julgador, atrelada às
particularidades de cada caso concreto. Desse modo, cabe às instâncias ordinárias, a partir da
apreciação das circunstâncias objetivas e subjetivas de cada crime, estabelecer a reprimenda
que melhor se amolda à situação, admitindo-se revisão nesta instância apenas quando for
constatada evidente desproporcionalidade entre o delito e a pena imposta, hipótese em que
deverá haver reapreciação para a correção de eventual desacerto quanto ao cálculo das
frações de aumento e de diminuição e a reavaliação das circunstâncias judiciais listadas no art.
59 do Código Penal.

Na situação destes autos, a exasperação da pena-base foi fundamenta


valoração negativa da culpabilidade dos agentes, considerando a atuação de cada um em
relação ao modus operandi, organização, planejamento e estratégia, na execução dos delitos.

Assim, conforme ressaltado na decisão monocrática ora impugnada, verifica-se


que o aumento da pena está, de fato, fundamentado, tendo em vista que o v. acórdão a quo
consignou expressamente os motivos pelos quais houve a exasperação da pena-base, não
havendo tampouco desproporcionalidade no acréscimo.

Nesse sentido:

"REGIMENTAL. AGRAVO EM RECURSO ESPECIAL.


PREFEITO. DESVIO E APROPRIAÇÃO DE RENDA PÚBLICA.
CONDENAÇÃO BASEADA EXCLUSIVAMENTE EM ELEMENTOS
COLHIDOS NO INQUÉRITO POLICIAL NÃO OCORRÊNCIA. ÉDITO
REPRESSIVO QUE EXPRESSAMENTE FAZ MENÇÃO AOS
ELEMENTOS DE CONVICÇÃO COLHIDOS NA FASE JUDICIAL.
INEXISTÊNCIA DE NULIDADE. ABSOLVIÇÃO. IMPOSSIBILIDADE.
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Superior Tribunal de Justiça
NECESSIDADE DE REEXAME DO CONJUNTO FÁTICO-PROBATÓRIO.
INCIDÊNCIA DA SÚMULA 7/STJ.
1. Embora esta Corte Superior de Justiça tenha
entendimento consolidado no sentido de considerar inadmissível a
prolação do édito condenatório exclusivamente com base em elementos de
informação colhidos durante o inquérito policial, tal situação não se
verifica na hipótese, já que as instâncias ordinárias apoiaram-se também
em elementos de prova reunidos sob o crivo do contraditório.
2. Reconhecida a materialidade e a autoria do delito, a
pretensão de ser absolvido em recurso especial esbarra no óbice da
Súmula 7/STJ.
EXASPERAÇÃO DA PENA-BASE. CULPABILIDADE E
CIRCUNSTÂNCIAS DO CRIME. NEGATIVAÇÃO BASEADA EM
SITUAÇÃO CONCRETA DO DELITO. INEXISTÊNCIA DE
ILEGALIDADE. RECURSO IMPROVIDO.
1. A dosimetria da pena é o momento em que o juiz, dentro
dos limites abstratamente previstos pelo legislador, deve eleger,
fundamentadamente, o quantum ideal da sanção a ser aplicada ao
condenado e, para chegar a uma aplicação justa da lei penal, o
sentenciante, dentro dessa discricionariedade juridicamente vinculada,
deve atentar para as singularidades do caso concreto.
2. O entendimento consolidado no Superior Tribunal de
Justiça é que, quando devidamente fundamentadas em elementos
concretos - como ocorre na presente hipótese -, se afigura possível a
elevação da pena-base a título de culpabilidade e circunstâncias do crime.
DOSIMETRIA. QUANTUM DE AUMENTO DA
PENA-BASE E FRAÇÃO DA AGRAVANTE.
DESPROPORCIONALIDADE. FLAGRANTE ILEGALIDADE. HABEAS
CORPUS. CONCESSÃO DE OFÍCIO.
1. Dadas as particularidades do caso concreto,
afigurando-se excessiva e desproporcional a fixação da sanção básica
aplicada, assim como a fração adotada pelo reconhecimento de uma
agravante, cumpre reconhecer a ocorrência de ilegalidade manifesta que
reclama a concessão de habeas corpus de ofício, operando-se o
redimensionamento da reprimenda.
2. Agravo regimental desprovido. Ordem concedida de ofício
para reduzir a pena imposta e adequar o regime inicial de cumprimento"
(AgRg no AREsp 947.494/PE, Quinta Turma, Rel. Min. Jorge Mussi, DJe
06/11/2017).

"AGRAVO REGIMENTAL NO AGRAVO EM RECURSO


ESPECIAL. PENAL E PROCESSO PENAL. PREFEITO. USO INDEVIDO
DE RECURSOS PÚBLICOS E DISPENSA ILEGAL DE LICITAÇÃO. ART.
1º, II, DO DECRETO-LEI 201/1967 E ART. 89, PARÁGRAFO ÚNICO, DA
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Superior Tribunal de Justiça
LEI 8.666/1993. NULIDADE DA AUDIÊNCIA DE INSTRUÇÃO.
INTIMAÇÃO IRREGULAR. AUSÊNCIA DE INDICAÇÃO DO
DISPOSITIVO DE LEI FEDERAL CONTRARIADO. INADEQUAÇÃO DO
USO DA VIA ESPECIAL PARA ARGUIR VIOLAÇÃO DA SÚMULA
DESTA CORTE SUPERIOR. AÇÃO CIVIL PÚBLICA POR
IMPROBIDADE ADMINISTRATIVA. JULGADA IMPROCEDENTE.
AUSÊNCIA DE PROVAS. IRRELEVÂNCIA. INDEPENDÊNCIA ENTRE
AS ESFERAS CÍVEL E PENAL. CONDENAÇÃO CRIMINAL APOIADA
EM AMPLO CONTEXTO PROBATÓRIO. PENA-BASE.
CONSEQUÊNCIAS DOS CRIMES. VALORAÇÃO NEGATIVA.
MOTIVAÇÃO IDÔNEA. AGRAVO DESPROVIDO.
1. É deficiente o recurso especial que, a despeito de suscitar
a nulidade da audiência de instrução realizada no processo, deixa de
mencionar o dispositivo de lei federal, em tese, violado. Ademais, não é
adequado o uso da via especial para apontar negativa de vigência a
enunciado sumular do Superior Tribunal de Justiça, uma vez que essa
hipótese não está inserida entre as previstas no art. 105, III, da CF.
Precedentes. 2. Nos termos da jurisprudência desta Corte Superior, são
independentes as esferas penal e cível, exceto nos casos em que há o
reconhecimento da inexistência do fato, coisa inocorrente na espécie.
Precedentes.
3. O Tribunal de origem, quando apreciou o recurso de
apelação interposto pela defesa, manteve a condenação do recorrente pela
prática dos crimes dispostos no art. 1º, II, do Decreto-Lei 201/1967 e art.
89, parágrafo único, da Lei 8.666/1993, amparando sua convicção nas
provas existentes nos autos, reunidas durante a instrução criminal, sob o
pálio dos princípios constitucionais do devido processo legal, contraditório
e ampla defesa. A análise da tese recursal suscitada pela defesa, de que
seria frágil o contexto fático-probatório utilizado na demonstração do
vínculo subjetivo entre o recorrente e as infrações penais imputadas,
enfrenta o óbice da Súmula 7/STJ.
4. A instância ordinária fixou maior juízo de censura sobre
as consequências dos crimes por considerar graves os efeitos concretos
provocados em desfavor do ensino fundamental no município de
Cascavel/CE. Com efeito, não há como ignorar o maior desvalor do
resultado da conduta criminosa praticada por gestor público contra
interesse da educação infantil local, que, neste país, é fato público e
notório, agoniza com repetidos casos de malversação dos escassos
recursos que lhe são destinados. Rever a conclusão da instância ordinária,
também neste ponto, demandaria o reexame de contexto
fático-probatório, o que, em sede de recurso especial, repita-se, constitui
medida vedada pelo óbice da Súmula 7/STJ.
5. Agravo regimental desprovido" (AgRg no AREsp
644.371/CE, Quinta Turma, Rel. Min. Reynaldo Soares da Fonseca, DJe
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Superior Tribunal de Justiça
01/08/2017).

"PENAL. AGRAVO REGIMENTAL NO AGRAVO EM


RECURSO ESPECIAL. CRIME DO ART. 99, § 2º, DA LEI 10.741/03.
MAUS TRATOS A IDOSO, COM RESULTADO MORTE. DOSIMETRIA.
PENA-BASE ACIMA DO MÍNIMO LEGAL. CIRCUNSTÂNCIAS
JUDICIAIS DESFAVORÁVEIS. FUNDAMENTAÇÃO IDÔNEA, NÃO
INERENTE AO TIPO. AGRAVO IMPROVIDO.
1. Não se presta o recurso especial à revisão da dosimetria
das penas estabelecidas pelas instâncias ordinárias, admitindo-se, em
caráter excepcional, o reexame da aplicação das penas, nas hipóteses de
manifesta violação aos critérios dos arts. 59 e 68, do Código Penal, sob o
aspecto da ilegalidade, nas hipóteses de falta ou evidente deficiência de
fundamentação ou ainda de erro de técnica.
2. Constatando-se que o aumento da pena-base se lastreou
em fundamentação concreta, denotando a acentuada reprovabilidade da
conduta do réu, que extrapolou o tipo penal, não há falar em violação do
art. 59 do Código Penal, tampouco em bis in idem.
3. Agravo regimental improvido" (AgRg no AREsp
1135467/SP, Sexta Turma, Rel. Min. Nefi Cordeiro, DJe 01/12/2017).

Importante ainda registrar que, embora os agravante tenham argumentado no


sentido da inaplicabilidade do óbice da Súmula 7/STJ em relação ao tema da exasperação da
pena-base, o fundamento esculpido no decisum ora agravado foi no sentido de que o acórdão
da origem apresentou fundamentação idônea e ainda que não houve desproporcionalidade na
exasperação.

Por fim, quanto ao não conhecimento do recurso especial em relação à


interposição com fulcro na alínea c, do inciso III, do art. 105, da Constituição Federal, melhor
sorte não assiste aos agravantes.

Isso porque, para a devida demonstração do alegado dissídio jurisprudencial,


exige-se além da transcrição de ementas de acórdãos, o cotejo analítico entre o aresto
recorrido e os paradigmas, com a constatação da identidade das situações fáticas e a
interpretação diversa emprestada ao mesmo dispositivo de legislação infraconstitucional,
situação que não ocorreu na espécie.

Embora os agravantes tentem demonstrar que observaram os requisitos legais, é

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Superior Tribunal de Justiça
possível verificar nas razões do recurso especial que sequer houve a transcrição dos trechos
dos acórdãos paradigmas, tampouco procedeu-se à comparação destes com o acórdão
recorrido.

Assim, a ausência de cotejo entre os julgados impede a constatação da


divergência, procedimento necessário para o conhecimento do recurso especial.

Nesse entendimento:

"PROCESSO PENAL. AGRAVO REGIMENTAL NO


AGRAVO EM RECURSO ESPECIAL. HOMICÍDIO DOLOSO NA
DIREÇÃO DE VEÍCULO AUTOMOTOR. ABSOLVIÇÃO. SÚMULA 7/STJ.
DISSÍDIO JURISPRUDENCIAL NÃO COMPROVADO. ATENUANTE DA
CONFISSÃO ESPONTÂNEA. INAPLICABILIDADE. SÚMULA 231/STJ.
PRESTAÇÃO DE SOCORRO À VÍTIMA. ESTADO DE CHOQUE.
SÚMULA 7/STJ. AGRAVO NÃO PROVIDO.
1. Para se acolher o pedido de absolvição com base na tese
de insuficiência de provas e ausência de comprovação de que o acusado
teria agido com negligência, imperícia ou imprudência, seria necessário o
reexame do acervo fático e probatório dos autos, procedimento inviável
em recurso especial a teor do que dispõe a Súmula 7/STJ.
2. Quanto à suscitada divergência jurisprudencial, nos
termos do disposto nos arts. 1.029, § 1º, do CPC e 255, § 1º, do RISTJ,
caberia ao recorrente a realização do devido cotejo analítico para
demonstrar a similitude fática entre os julgados confrontados, mediante a
transcrição dos "trechos dos acórdãos que configurem o dissídio,
mencionando as circunstâncias que identifiquem ou assemelhem os casos
confrontados", requisito não cumprido na hipótese dos autos.
3. No que se refere ao pleito de reconhecimento da
atenuante prevista no art. 65, III, 'b', do CP, em que pese as
argumentações deduzidas no recurso defensivo, é assente o entendimento
de que a pena intermediária não pode ser fixada abaixo do mínimo
cominado. Nesse sentido, a Súmula 231/STJ: "A incidência da
circunstância atenuante não pode conduzir à redução da pena abaixo do
mínimo legal".
4. A alteração do julgado no sentido de reconhecer que o
agravante estava em choque e, por este motivo, não prestou socorro à
vítima, também demandaria o revolvimento dos elementos fáticos e
probatório dos autos, o que, como visto, não é permitido nesta sede
especial, a teor do que dispões a Súmula 7/STJ 5. Agravo regimental a que
se nega provimento" (AgRg no AREsp 451.868/DF, Quinta Turma, Rel.
Min. Ribeiro Dantas, DJe 19/12/2017).

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"PENAL. RECURSO ESPECIAL E AGRAVO EM


RECURSO ESPECIAL. ATENTADO VIOLENTO AO PUDOR. VÍTIMAS
MENORES DE 14 ANOS. HEDIONDEZ. RECONHECIMENTO.
CONSECTÁRIOS. COMBINAÇÃO DE LEIS. IMPOSSIBILIDADE.
CONTINUIDADE DELITIVA. FRAÇÃO DE AUMENTO. NÚMERO DE
DELITOS. PENA ACIMA DE 8 ANOS DE RECLUSÃO. REGIME
FECHADO. ART. 33, § 2º, "A", DO CP. REPRESENTAÇÃO.
FORMALIDADE. DESNECESSIDADE. PROTEÇÃO DA VÍTIMA
CRIANÇA. LEGITIMIDADE DO MINISTÉRIO PÚBLICO. ART. 619 DO
CPP. OMISSÕES. NÃO OCORRÊNCIA. DIVERGÊNCIA
JURISPRUDENCIAL. NÃO COMPROVAÇÃO. MERA CITAÇÃO DE
EMENTAS. AGRAVO NÃO CONHECIDO. RECURSO ESPECIAL
PARCIALMENTE PROVIDO.
1. Quando do julgamento dos EREsp n. 1.225.387/RS,
ocorrido em 28/8/2013, a Terceira Seção deste Superior Tribunal pacificou
o entendimento acerca do caráter hediondo dos delitos de estupro e de
atentado violento ao pudor, ainda que praticados com violência
presumida, cometidos antes da vigência da Lei n. 12.015/2009.
2. Com a revogação do art. 224 do CP, as hipóteses ali
contempladas passaram a ser elementos constitutivos do delito de estupro
de vulnerável (art. 217-A), ausente o cabimento da causa de aumento de
pena nesse mesmo delito, sob pena de afronta ao princípio do non bis in
idem. 3. Já foi pacificado pela Terceira Seção desta Corte, sobre a
combinação de leis, em face do princípio da retroatividade da lei penal
mais benéfica (art. 5º, XL, da Constituição da República), ser devido o
exame, no caso concreto, "de qual diploma legal, em sua integralidade, é
mais favorável" (EResp n. 1.094.499/MG, Rel. Ministro Felix Fischer, 3ª
S., DJe 18/8/2010).
4. Diante da frequência com que os fatos foram praticados -
ao menos três vezes ao longo de 2007 - é adequada a fixação da fração de
1/5 para o recrudescimento da reprimenda pela continuidade delitiva.
5. Reconhecida a inconstitucionalidade do óbice contido no §
1º do art. 2º da Lei n. 8.072/1990, a escolha do regime inicial de
cumprimento de pena deve levar em consideração a quantidade da
reprimenda imposta, a eventual existência de circunstâncias judiciais
desfavoráveis, bem como as demais peculiaridades do caso concreto
(como, por exemplo, o modus operandi empregado no cometimento do
delito), para que, então, seja escolhido o regime carcerário que, à luz do
disposto no art. 33 e parágrafos do Código Penal, se mostre o mais
adequado para a prevenção e a repressão do delito perpetrado.
6. Na espécie, a pena final foi estabelecida em patamar
superior a 8 anos de reclusão e o regime inicial deve ser o fechado, nos
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termos do art. 33, § 2º, "a", do Código Penal. 7. Doutrina e jurisprudência
são uniformes em afirmar que a representação prescinde de qualquer
formalidade, sendo suficiente a demonstração do interesse da vítima em
autorizar a persecução criminal.
8. Esta Corte tem entendido que é irrazoável condicionar à
opção dos representantes legais da vítima (ou ao critério econômico) para
excluir da proteção do Estado parcela das crianças submetidas à prática
de delitos dessa natureza. Vale dizer, é descabida a necessidade de ação
dos pais quando o bem jurídico protegido é indisponível, qual seja, a
liberdade sexual de criança de menos de 9 anos à época dos fatos, que,
conquanto não tenha sofrido violência real, não tem capacidade de
determinação dos seus atos, dada a sua vulnerabilidade.
9. O Tribunal de origem, indicou, nitidamente, os motivos de
fato e de direito em que se fundou, para solucionar cada ponto tido como
omisso pela defesa, a teor do art. 381, III, do CPP. Não há violação do
art. 619 do CPP, pois o Tribunal local destacou e solucionou todos os
pontos tidos como omissos pelo recorrente nos embargos declaratórios.
10. Conforme disposição dos arts. 541, parágrafo único, do
CPC e 255, §§ 1º e 2º, do RISTJ, quando o recurso interposto estiver
fundado em dissídio pretoriano, deve a parte colacionar aos autos cópia
dos acórdãos em que se fundamenta a divergência, bem como realizar o
devido cotejo analítico, demonstrando de forma clara e objetiva suposta
incompatibilidade de entendimentos e similitude fática entre as demandas,
o que não ocorreu na espécie (agravo em recurso especial da defesa).
11. Agravo em recurso especial da defesa não conhecido e
recurso especial do Ministério Público do Estado do Rio Grande do Sul
parcialmente provido, a fim de reconhecer devida a fração de aumento
pela continuidade delitiva em 1/5 e majorar a pena imposta ao réu para 10
anos, 9 meses e 18 dias de reclusão, fixar o regime fechado e determinar o
prosseguimento da ação em relação do quarto fato delituoso descrito na
denúncia" (REsp 1472027/RS, Sexta Turma, Rel. Min. Rogerio Schietti
Cruz, DJe 06/11/2017).

"PENAL E PROCESSO PENAL. AGRAVO REGIMENTAL


NO AGRAVO EM RECURSO ESPECIAL. FURTO PRIVILEGIADO.
DIVERGÊNCIA JURISPRUDENCIAL. NÃO DEMONSTRADA. COTEJO
ANALÍTICO. NECESSIDADE. PRINCÍPIO DA INSIGNIFICÂNCIA.
SÚMULA 83/STJ. PRESCRIÇÃO DA PRETENSÃO PUNITIVA. AGRAVO
CONHECIDO E DESPROVIDO. DATA DO TRÂNSITO EM JULGADO.
RETROAGE. SÚMULA 83/STJ. REGIMENTAL IMPROVIDO.
1. A comprovação da divergência jurisprudencial cabe a
quem recorre, devendo este demonstrar nas razões recursais as
circunstâncias que identificam ou assemelham os casos confrontados, com
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indicação da similitude fático-jurídica entre eles. Para tanto, é
indispensável a transcrição de trechos do relatório e do voto dos acórdãos
recorrido e paradigma, realizando-se o cotejo analítico entre ambos, com
o intuito de bem caracterizar a interpretação legal divergente, o que não
ocorreu na espécie. (REsp 1642748/SP, Rel. Ministro HERMAN
BENJAMIN, SEGUNDA TURMA, julgado em 09/03/2017, DJe
20/04/2017)
2. A simples transcrição de ementas soltas e anexação dos
julgados sem que nas razões recursais tenha sido demonstrada a similitude
entre os julgados e a divergência de resultados, desrespeita os requisitos
legais e regimentais (art. 541, parágrafo único, do CPC e art. 255 do
RISTJ) impedindo o conhecimento do recurso especial previsto na alínea
"c" do inciso III do art. 105 da Constituição Federal. Precedentes.
3. A despeito da ausência dos requisitos essenciais para o
conhecimento do dissídio, tenho a esclarecer que o Colegiado local
concluiu, em consonância com a jurisprudência desta Corte Superior, pela
inaplicabilidade do princípio da insignificância com fundamento no valor
total dos objetos, haja vista que ultrapassaram 1/5 do salário mínimo
vigente à época, além da reincidência e habitualidade criminosa do
recorrente, demonstrando que em análise objetiva e subjetiva não houve
mínima ofensividade na conduta delitiva. Precedentes.
4. Entende esta Corte Superior que o conhecimento e
desprovimento do agravo implica em recurso inadmissível, devendo,
portanto, a coisa julgada retroagir à data do escoamento do prazo para
interposição do recurso cabível, posicionamento aplicado ao caso dos
autos. Nesse sentido: EAREsp 386.266/SP, Rel. Ministro GURGEL DE
FARIA, TERCEIRA SEÇÃO, julgado em 12/08/2015, DJe 03/09/2015.
5. Agravo regimental improvido" (AgRg no AREsp
1027408/SP, Sexta Turma, Rel. Min. Nefi Cordeiro, DJe 06/11/2017).

Conclui-se, portanto, que os agravantes não trouxeram fundamentos capazes de


infirmar a decisão agravada.

Ante o exposto, nego provimento ao agravo regimental.

É o voto.

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Superior Tribunal de Justiça

CERTIDÃO DE JULGAMENTO
QUINTA TURMA

AgRg no
Número Registro: 2014/0091750-6 PROCESSO ELETRÔNICO REsp 1.449.193 / CE
MATÉRIA CRIMINAL

Números Origem: 00126284320104058100 126284320104058100 16272007 200881000026810 2762010


9363

EM MESA JULGADO: 20/02/2018

Relator
Exmo. Sr. Ministro FELIX FISCHER

Ministro Impedido
Exmo. Sr. Ministro : RIBEIRO DANTAS

Presidente da Sessão
Exmo. Sr. Ministro REYNALDO SOARES DA FONSECA
Subprocuradora-Geral da República
Exma. Sra. Dra. ELIZETA MARIA DE PAIVA RAMOS
Secretário
Me. MARCELO PEREIRA CRUVINEL

AUTUAÇÃO
RECORRENTE : FRANCISCO DEUSMAR DE QUEIROS
RECORRENTE : JERÔNIMO ALVES BEZERRA
RECORRENTE : GERALDO DE LIMA GADELHA FILHO
RECORRENTE : IELTON BARRETO DE OLIVEIRA
ADVOGADOS : ANASTÁCIO JORGE MATOS DE SOUSA MARINHO E OUTRO(S) -
CE008502
ARIANO MELO PONTES - CE015593
TIAGO ASFOR ROCHA LIMA - CE016386
MARCELO LEAL DE LIMA OLIVEIRA E OUTRO(S) - DF021932
CAIO CESAR VIEIRA ROCHA - CE015095
RECORRIDO : MINISTÉRIO PÚBLICO FEDERAL
CORRÉU : ANDRÉA JUCA TERCEIRO

ASSUNTO: DIREITO PENAL - Crimes Previstos na Legislação Extravagante - Crimes contra o Sistema
Financeiro Nacional

AGRAVO REGIMENTAL
AGRAVANTE : FRANCISCO DEUSMAR DE QUEIROS
AGRAVANTE : JERÔNIMO ALVES BEZERRA
AGRAVANTE : GERALDO DE LIMA GADELHA FILHO
AGRAVANTE : IELTON BARRETO DE OLIVEIRA
ADVOGADO : MARCELO LEAL DE LIMA OLIVEIRA E OUTRO(S) - DF021932
AGRAVADO : MINISTÉRIO PÚBLICO FEDERAL

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Superior Tribunal de Justiça
CERTIDÃO
Certifico que a egrégia QUINTA TURMA, ao apreciar o processo em epígrafe na sessão
realizada nesta data, proferiu a seguinte decisão:
"A Turma, por unanimidade, negou provimento ao agravo regimental."
Os Srs. Ministros Jorge Mussi, Reynaldo Soares da Fonseca e Joel Ilan Paciornik
votaram com o Sr. Ministro Relator.
Impedido o Sr. Ministro Ribeiro Dantas.

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Processo: 0805802-55.2016.4.05.8100
Assinado eletronicamente por:
RAPHAEL NOGUEIRA BEZERRA DE MENEZES - Servidor Geral
18080913453075900000004055456
Data e hora da assinatura: 09/08/2018 14:04:38
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Superior Tribunal de Justiça
EDcl no AgRg no RECURSO ESPECIAL Nº 1.449.193 - CE (2014/0091750-6)

RELATOR : MINISTRO FELIX FISCHER


EMBARGANTE : FRANCISCO DEUSMAR DE QUEIROS
EMBARGANTE : JERÔNIMO ALVES BEZERRA
EMBARGANTE : GERALDO DE LIMA GADELHA FILHO
EMBARGANTE : IELTON BARRETO DE OLIVEIRA
ADVOGADO : MARCELO LEAL DE LIMA OLIVEIRA E OUTRO(S) -
DF021932
EMBARGADO : MINISTÉRIO PÚBLICO FEDERAL
EMENTA

EMBARGOS DE DECLARAÇÃO NO AGRAVO REGIMENTAL NO


RECURSO ESPECIAL. PRELIMINAR DE NULIDADE. IMPOSSIBILIDADE DE
REALIZAR SUSTENTAÇÃO ORAL. AGRAVO REGIMENTAL EM MATÉRIA
PENAL APRESENTADO EM MESA. POSSIBILIDADE. OMISSÃO.
CONTRADIÇÃO. INEXISTÊNCIA. REEXAME DA CAUSA. INVIABILIDADE.
I - A Terceira Seção do Superior Tribunal de Justiça sedimentou o
entendimento de que "o Regimento Interno desta Corte prevê, expressamente, em
seu art. 258, que trata do Agravo Regimental em Matéria Penal, que o feito será
apresentado em mesa, dispensando, assim, prévia inclusão em pauta. A disposição
está em harmonia com a previsão de que o agravo não prevê a possibilidade de
sustentação oral (art. 159, IV, do Regimento Interno do STJ)" (EDcl no AgRg nos
EREsp n. 1.533.480/RR, Ministro Reynaldo Soares da Fonseca, DJe 31/5/2017).
II - Os embargos declaratórios não constituem recurso de revisão, sendo
inadmissíveis se a decisão embargada não padecer dos vícios que autorizariam a sua
oposição (obscuridade, contradição e omissão). Na espécie, à conta de omissão e
contradição no v. acórdão embargado, pretende o embargante a rediscussão da matéria
já apreciada.
Embargos de declaração rejeitados.

ACÓRDÃO

Vistos, relatados e discutidos os autos em que são partes as acima indicadas,


acordam os Ministros da Quinta Turma do Superior Tribunal de Justiça, prosseguindo no
julgamento, por unanimidade, rejeitar os embargos.
Os Srs. Ministros Jorge Mussi, Reynaldo Soares da Fonseca e Joel Ilan
Paciornik votaram com o Sr. Ministro Relator.

Documento: 1701424 - Inteiro Teor do Acórdão - Site certificado - DJe: 25/06/2018 Página 1 de 6

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Superior Tribunal de Justiça
Impedido o Sr. Ministro Ribeiro Dantas.

Brasília (DF), 07 de junho de 2018 (Data do Julgamento).

Ministro Felix Fischer


Relator

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EDcl no AgRg no RECURSO ESPECIAL Nº 1.449.193 - CE (2014/0091750-6)

EMBARGANTE : FRANCISCO DEUSMAR DE QUEIROS


EMBARGANTE : JERÔNIMO ALVES BEZERRA
EMBARGANTE : GERALDO DE LIMA GADELHA FILHO
EMBARGANTE : IELTON BARRETO DE OLIVEIRA
ADVOGADO : MARCELO LEAL DE LIMA OLIVEIRA E OUTRO(S) -
DF021932
EMBARGADO : MINISTÉRIO PÚBLICO FEDERAL

RELATÓRIO

O EXMO. SR. MINISTRO FELIX FISCHER: Trata-se de embargos de


declaração opostos por FRANCISCO DEUSMAR DE QUEIROS, JERÔNIMO
ALVES BEZERRA, GERALDO DE LIMA GADELHA FILHO e IELTON
BARRETO DE OLIVEIRA em face do v. acórdão proferido pela eg. Quinta Turma,
ementado nos seguintes termos (fls. 1.052-1.053):

"PENAL. AGRAVO REGIMENTAL NO RECURSO


ESPECIAL. NEGOCIAÇÃO DE TÍTULOS OU VALORES MOBILIÁRIOS
SEM AUTORIZAÇÃO PRÉVIA. ADEQUAÇÃO TÍPICA DA CONDUTA.
REEXAME DO CONJUNTO FÁTICO-PROBATÓRIO.
IMPOSSIBILIDADE. SÚMULA 7/STJ. DOSIMETRIA. PENA-BASE
ACIMA DO MÍNIMO LEGAL. CIRCUNSTÂNCIAS JUDICIAS.
FUNDAMENTAÇÃO IDÔNEA. DISSÍDIO JURISPRUDENCIAL. NÃO
COMPROVAÇÃO. DECISÃO MANTIDA.
I - As conclusões do eg. Tribunal de origem a respeito da
adequação típica da conduta não podem ser alteradas sem nova incursão
no conjunto de fatos e provas colacionado aos autos. Tal providência não
é viável em sede de recurso especial, a teor do enunciado sumular n. 7
desta Corte.
II - A dosimetria da pena, quando imposta com base em
elementos concretos e observados os limites da discricionariedade
vinculada atribuída ao magistrado sentenciante, impede a revisão da
reprimenda por esta Corte Superior, exceto se for constatada evidente
desproporcionalidade entre o delito e a pena imposta, hipótese em que
caberá a reapreciação para a correção de eventual desacerto quanto ao
cálculo das frações de aumento e de diminuição e a reavaliação das
circunstâncias judiciais listadas no art. 59 do Código Penal.
III - In casu, o aumento da pena-base mostra-se, de fato,
fundamentado, pois considerados o modus operandi, a organização, o
planejamento e a estratégia na execução dos delitos, desempenhos por
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cada um dos agentes. Dessa forma, o acórdão da origem consignou
expressamente os motivos que acarretaram a exasperação da pena-base,
não havendo tampouco desproporcionalidade no acréscimo.
IV - A interposição do recurso especial, com fulcro na alínea
c do permissivo constitucional exige o atendimento dos requisitos contidos
no art. 1028, e § 1º do Código de Processo Civil, e no art. 255, § 1º, do
Regimento Interno do Superior Tribunal de Justiça, para a devida
demonstração do alegado dissídio jurisprudencial, pois, além da
transcrição de acórdãos para a comprovação da divergência, é necessário
o cotejo analítico entre o aresto recorrido e o paradigma, com a
constatação da identidade das situações fáticas e a interpretação diversa
emprestada ao mesmo dispositivo de legislação infraconstitucional,
situação que não ocorreu no presente caso.
Agravo regimental desprovido."

Em suas razões, os embargantes alegam, preliminarmente, nulidade do v.


acórdão do agravo regimental, pois "o processo foi levado a julgamento sem qualquer
aviso no sistema eletrônico disponível no sítio eletrônico, desobedecendo a forma usual"
(fl. 1.076).

Afirmam que "a inclusão do Agravo em circunstâncias que também


impediam a presença das partes e advogados, causou surpresa, deslegitimando o
julgamento, além de trazer nulidade de natureza absoluta por malferir a garantia
constitucional da ampla defesa" (fl. 1.081-1.082).

Sustentam, ainda, a ocorrência de omissão no v. acórdão embargado, ao


argumento de que não foi analisada a tese da defesa em relação à inaplicabilidade da Súmula
7/STJ, no que tange à verificação da adequação típica das condutas imputadas aos
embargantes.

Asserem não ter sido apreciada a discussão referente à inidoneidade dos


fundamentos utilizados para considerar desfavoráveis as circunstâncias judiciais na primeira
fase da dosimetria.

Requerem, ao final, seja "anulado o julgamento do Agravo Regimental e


reproduzido o julgamento pela Turma após oportunizada a sustentação oral pela defesa
técnica dos Embargantes" (fl. 1.094).

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Subsidiariamente, pugnam pelo acolhimento do incidente declaratório, para que


sejam sanados os vícios apontados.

É o relatório.

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RELATOR : MINISTRO FELIX FISCHER
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EMBARGANTE : JERÔNIMO ALVES BEZERRA
EMBARGANTE : GERALDO DE LIMA GADELHA FILHO
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ADVOGADO : MARCELO LEAL DE LIMA OLIVEIRA E OUTRO(S) -
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EMBARGADO : MINISTÉRIO PÚBLICO FEDERAL
EMENTA

EMBARGOS DE DECLARAÇÃO NO
AGRAVO REGIMENTAL NO RECURSO
ESPECIAL. PRELIMINAR DE NULIDADE.
IMPOSSIBILIDADE DE REALIZAR
SUSTENTAÇÃO ORAL. AGRAVO REGIMENTAL
EM MATÉRIA PENAL APRESENTADO EM
MESA. POSSIBILIDADE. OMISSÃO.
CONTRADIÇÃO. INEXISTÊNCIA. REEXAME DA
CAUSA. INVIABILIDADE.
I - A Terceira Seção do Superior Tribunal de
Justiça sedimentou o entendimento de que "o
Regimento Interno desta Corte prevê,
expressamente, em seu art. 258, que trata do
Agravo Regimental em Matéria Penal, que o feito
será apresentado em mesa, dispensando, assim,
prévia inclusão em pauta. A disposição está em
harmonia com a previsão de que o agravo não
prevê a possibilidade de sustentação oral (art. 159,
IV, do Regimento Interno do STJ)" (EDcl no AgRg
nos EREsp n. 1.533.480/RR, Ministro Reynaldo
Soares da Fonseca, DJe 31/5/2017).
II - Os embargos declaratórios não constituem
recurso de revisão, sendo inadmissíveis se a decisão
embargada não padecer dos vícios que autorizariam a
sua oposição (obscuridade, contradição e omissão). Na
espécie, à conta de omissão e contradição no v.
acórdão embargado, pretende o embargante a
rediscussão da matéria já apreciada.
Embargos de declaração rejeitados.

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VOTO

O EXMO. SR. MINISTRO FELIX FISCHER: A irresignação dos


embargantes não merece acolhida.

Inicialmente, cumpre ressaltar que a nulidade arguida não prospera, porquanto


o julgamento de agravo regimental independe de prévia publicação da pauta para a intimação
das partes, conforme o teor do art. 258 do RISTJ, uma vez que o feito é apresentado em
mesa.

Tal disposição está em consonância com a previsão de que o julgamento do


regimental não comporta a possibilidade de sustentação oral (art. 159, IV, do Regimento
Interno do STJ). Assim, o agravo regimental em matéria penal será levado em mesa,
dispensando-se prévia comunicação de seu julgamento à parte.

Cito os seguintes precedentes:

"EMBARGOS DE DECLARAÇÃO EM AGRAVO


REGIMENTAL EM EMBARGOS DE DIVERGÊNCIA EM RECURSO
ESPECIAL. INEXISTÊNCIA DE NULIDADE DA SESSÃO DE
JULGAMENTO DO REGIMENTAL DEVIDO À POUCA
ANTECEDÊNCIA COM QUE FOI NOTICIADA, NO SITE DO STJ, A
DATA EM QUE OCORRERIA O JULGAMENTO. RECURSO QUE NÃO
APONTA NENHUM DOS VÍCIOS LISTADOS NO ART. 619 DO CPP.
PREQUESTIONAMENTO DE MATÉRIA CONSTITUCIONAL.
IMPOSSIBILIDADE. PRETENSÃO DE REEXAME DA MATÉRIA.
IMPOSSIBILIDADE. EMBARGOS REJEITADOS.
1. O Regimento Interno desta Corte prevê, expressamente,
em seu art. 258, que trata do Agravo Regimental em Matéria Penal, que o
feito será apresentado em mesa, dispensando, assim, prévia inclusão em
pauta. A disposição está em harmonia com a previsão de que o agravo não
prevê a possibilidade de sustentação oral (art. 159, IV, do Regimento
Interno do STJ). A jurisprudência pacífica do STJ, que remanesce válida
na seara penal mesmo após o advento da Lei n. 13.105/2015, se orienta no
sentido de que, havendo previsão de julgamento do recurso em mesa, sem
direito das partes de efetuar sustentação oral, é desnecessária a prévia
notificação da defesa sobre a data em que ocorrerá tal julgamento.
Precedentes: EDcl nos EDcl no AgRg no AREsp 532.041/SP, Rel. Ministro
SEBASTIÃO REIS JÚNIOR, SEXTA TURMA, julgado em 14/10/2014, DJe
06/11/2014; HC 229.593/PE; EDcl no AgRg no HC 282.091/RJ, Rel.
Ministra REGINA HELENA COSTA, QUINTA TURMA, julgado em
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18/03/2014, DJe 21/03/2014; HC 223.344/MG, Rel. Ministro ROGERIO
SCHIETTI CRUZ, SEXTA TURMA, julgado em 04/08/2015, DJe
18/08/2015; Rel. Ministra MARIA THEREZA DE ASSIS MOURA, SEXTA
TURMA, julgado em 05/09/2013, DJe 24/09/2013. Situação em que a
informação sobre o julgamento do Agravo Regimental da defesa somente
foi divulgada no site do STJ, como ocorre com os dois Agravos
Regimentais em matéria penal.
2. Não há como se aplicar analogicamente, ao agravo
regimental, o disposto no art. 1.024, § 1º, do novo CPC, que determina
que os embargos de declaração não julgados na sessão subsequente
deverão ser incluídos em pauta automaticamente. A aplicação analógica
somente tem lugar na lacuna da lei, o que não ocorre no caso concreto,
seja porque o novo CPC dispôs expressamente sobre o agravo interno em
seu art. 1.021, seja porque esta Corte já decidiu que, no tocante ao agravo
de decisão monocrática de Relator, na seara penal a matéria não
acompanha as deliberações do CPC de 2015, posto que há legislação
específica sobre o tema no art. 39 da Lei 8.038/90 e no art. 798 do Código
de Processo Penal.
3. Se a defesa já havia obtido um prévio adiamento do
julgamento do regimental, o que lhe deu a oportunidade de elaborar e
distribuir memoriais antes da sessão em que ocorreu seu julgamento, e não
se revelaram necessários outros esclarecimentos além dos postos no
relatório e voto do Relator do recurso, não há como se identificar prejuízo
que possa ter advindo da ausência do advogado da defesa na sessão de
julgamento, sendo de se aplicar à questão o brocardo pas de nullité sans
grief (art. 563 do CPP).
4. Os embargos de declaração possuem fundamentação
vinculada, dessa forma, para seu cabimento, imprescindível a
demonstração de que a decisão embargada se mostrou ambígua, obscura,
contraditória ou omissa, conforme disciplina o art. 619 do Código de
Processo Penal. Portanto, a mera irresignação com o resultado de
julgamento, visando, assim, a reversão do julgado, não tem o condão de
viabilizar a oposição dos aclaratórios.
5. Ainda que manejados para fins de prequestionamento, os
embargos de declaração somente são cabíveis quando o provimento
jurisdicional padece de ambiguidade, obscuridade, contradição ou
omissão, nos ditames do art. 619 do Código de Processo Penal, bem como
para sanar eventual erro material, o que não se verifica na espécie.
6. Não compete ao Superior Tribunal de Justiça se
manifestar explicitamente acerca de dispositivos constitucionais, ainda
que para fins de prequestionamento, sob pena de usurpação de
competência reservada ao Supremo Tribunal Federal. Precedentes desta
Corte.
7. Embargos de declaração rejeitados." (EDcl no AgRg nos
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EREsp 1533480/RR, Terceira Seção, Rel. Min. Reynaldo Soares da
Fonseca, DJe 31/05/2017).

"EMBARGOS DE DECLARAÇÃO NO AGRAVO


REGIMENTAL NO AGRAVO EM RECURSO ESPECIAL.
PREQUESTIONAMENTO DE DISPOSITIVOS CONSTITUCIONAIS. NÃO
CABIMENTO. NULIDADE DO ACÓRDÃO. NÃO OCORRÊNCIA.
JULGAMENTO EM MESA. PREVISÃO REGIMENTAL. ART. 1.024, § 1.º,
DO NCP. APLICAÇÃO ANALÓGICA AO AGRAVO REGIMENTAL EM
MATÉRIA PENAL. IMPOSSIBILIDADE.
1. Não cabe a esta Corte Superior examinar suposta
violação a regra constitucional, sequer para efeito de prequestionamento,
sob pena de usurpação da competência da Corte Suprema.
2. Segundo disposição expressa do Regimento Interno desta
Corte Superior (art. 258), na parte em que trata do Agravo Regimental em
Matéria Penal, o feito será levado em mesa, dispensando-se, assim, prévia
comunicação de seu julgamento à parte, a qual, é de se ressaltar, é
vedada, através de sua defesa constituída, a realização de sustentação
oral, nos termos do disposto no art. 159, IV, do diploma legal aludido.
3. A Terceira Seção desta Corte já decidiu que "não há
como se aplicar analogicamente, ao agravo regimental, o disposto no art.
1.024, § 1º, do novo CPC, que determina que os embargos de declaração
não julgados na sessão subsequente deverão ser incluídos em pauta
automaticamente. A aplicação analógica somente tem lugar na lacuna da
lei, o que não ocorre no caso concreto, seja porque o novo CPC dispôs
expressamente sobre o agravo interno em seu art. 1.021, seja porque esta
Corte já decidiu que, no tocante ao agravo de decisão monocrática de
Relator, na seara penal a matéria não acompanha as deliberações do CPC
de 2015, posto que há legislação específica sobre o tema no art. 39 da Lei
8.038/90 e no art. 798 do Código de Processo Penal" (EDcl no AgRg nos
EREsp 1533480/RR, Rel. Ministro REYNALDO SOARES DA FONSECA,
TERCEIRA SEÇÃO, julgado em 24/05/2017, DJe 31/05/2017).
INOVAÇÃO DE TESE JURÍDICA. NÃO CABIMENTO.
PRECLUSÃO CONSUMATIVA.
Constitui inovação recursal a apresentação de tese jurídica
tão somente quando da oposição dos embargos de declaração, não
havendo falar, pois, em violação ao art. 619 do Código de Processo Penal.
OMISSÃO. INOCORRÊNCIA. PRETENSÃO DE
REDISCUSSÃO DO JULGADO. INADEQUAÇÃO. EMBARGOS
REJEITADOS.
1. Inexistente qualquer omissão a ser sanada, uma vez que o
acórdão embargado explicitou as razões que levaram ao conhecimento do
agravo para negar provimento ao recurso especial, não há como se
acolher os aclaratórios.
Documento: 1701424 - Inteiro Teor do Acórdão - Site certificado - DJe: 25/06/2018 Página 9 de 6

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Superior Tribunal de Justiça
2. Não se prestam os embargos de declaração para
rediscutir matéria já devidamente enfrentada e decidida pelo acórdão
embargado.
3. Esta Corte Superior de Justiça tem entendimento
pacificado no sentido de que o julgador não é obrigado a refutar
expressamente todas as teses aventadas pelas partes, tampouco a se
manifestar expressamente sobre os dispositivos legais ou constitucionais
que reputam violados, desde que pela motivação apresentada seja possível
aferir as razões pelas quais acolheu ou rejeitou as pretensões deduzidas.
Precedentes do STJ.
4. Embargos de declaração rejeitados." (EDcl no AgRg no
AREsp 620.058/DF, Quinta Turma, Rel. Min. Jorge Mussi, DJe
15/09/2017)

"EMBARGOS DE DECLARAÇÃO NO AGRAVO


REGIMENTAL NO RECURSO ESPECIAL. PRELIMINAR DE VIOLAÇÃO
DA AMPLA DEFESA EM RAZÃO DA IMPOSSIBILIDADE DE REALIZAR
SUSTENTAÇÃO ORAL. VIOLAÇÃO DO PRINCÍPIO DA
COLEGIALIDADE. INOCORRÊNCIA. AGRAVO REGIMENTAL EM
MATÉRIA PENAL APRESENTADO EM MESA. POSSIBILIDADE.
HOMICÍDIO QUALIFICADO. DECISÃO DO CONSELHO DE
SENTENÇA CONTRÁRIA ÀS PROVAS DOS AUTOS. SUBMISSÃO DO
RECORRENTE A NOVO JULGAMENTO. OFENSA AO PRINCÍPIO DA
SOBERANIA DOS VEREDICTOS. AUSÊNCIA DE VÍCIOS.
1. Inexiste maltrato ao princípio da colegialidade, pois,
consoante disposições do Código de Processo Civil e do Regimento Interno
desta Corte (arts. 544, § 4º, do CPC e 34, VII, e 253, I, do RISTJ), o
relator deve fazer um estudo prévio da viabilidade do agravo em recurso
especial, além de analisar se a tese encontra plausibilidade jurídica, uma
vez que a parte possui mecanismos processuais de submeter a controvérsia
ao colegiado por meio do competente agravo regimental. Ademais, o
julgamento colegiado do recurso pelo órgão competente supera eventual
mácula da decisão monocrática do relator.
2. Registre-se, ainda, que aquela previsão regimental não
implica cerceamento ao direito de defesa, por eventual supressão do
direito de o patrono da parte realizar sustentação oral, muito menos
quando se deseja exercer tal faculdade em sede de agravo regimental, a
teor do art. 159 do RISTJ (ut, AgRg no HC 173.398/SC, Rel. Ministro
GURGEL DE FARIA, Quinta Turma, DJe 25/08/2015).
3. O Regimento Interno desta Corte prevê, expressamente,
em seu art. 258, que trata do Agravo Regimental em Matéria Penal, que o
feito será apresentado em mesa, dispensando, assim, prévia inclusão em
pauta. A disposição está em harmonia com a previsão de que o agravo não
prevê a possibilidade de sustentação oral (art. 159, IV, do Regimento
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Interno do STJ). A jurisprudência pacífica do STJ, que remanesce válida
na seara penal mesmo após o advento da Lei n. 13.105/2015, se orienta no
sentido de que, havendo previsão de julgamento do recurso em mesa, sem
direito das partes de efetuar sustentação oral, é desnecessária a prévia
notificação da defesa sobre a data em que ocorrerá tal julgamento.
Precedente: EDcl no AgRg nos EREsp 1533480/RR, Rel. Ministro
REYNALDO SOARES DA FONSECA, Terceira Seção, julgado em
24/05/2017, DJe 31/05/2017).
4. No que tange à ausência de interesse recursal, não há
como apreciar a violação do artigo 577 do CPP, uma vez que não foi
objeto de debate pela instância ordinária, o que inviabiliza o conhecimento
do recurso especial, no ponto, por ausência de prequestionamento. Incide
ao caso a Súmula 282 do STF.
5. Mesmo que assim não fosse, ante o princípio da
independência funcional, garantido constitucionalmente (art. 127, § 1º, da
CF), os membros do Ministério Público, ao se substituírem no processo,
não estão vinculados às manifestações anteriormente apresentadas pelos
seus antecessores, motivo pelo qual não há falar em ausência de interesse
recursal (AgRg no REsp 1356402/PE, Rel. Ministra ASSUSETE
MAGALHÃES, Sexta Turma, julgado em 05/09/2013, DJe 01/07/2014).
Assim, o fato de um Procurador de Justiça, nas contrarrazões à apelação
do acusado, manifestar-se pelo provimento do referido recurso, o qual foi
acolhido no acórdão recorrido, não impede que um outro membro do
Parquet interponha recurso especial pugnando para que se preserve a
sentença condenatória.
6. Esta Corte Superior, ao analisar a questão, posicionou-se
de forma clara, adequada e suficiente ao concluir que, havendo duas
versões, a respeito do homicídio que vitimou Harry Michael Frock, - ou ele
foi vítima de um assalto (latrocínio), ou foi vítima de um homicídio
cometido a mando do próprio acusado, seu sogro -, deve ser preservada a
decisão dos jurados, em respeito ao princípio constitucional da soberania
dos veredictos.
7. Embargos de declaração rejeitados." (EDcl no AgRg no
REsp 1307607/CE, Quinta Turma, Rel. Min. Reynaldo Soares da Fonseca,
DJe 01/08/2017).

Incabível, portanto, o pleito preliminar.

Quanto às demais teses suscitadas, são cabíveis embargos declaratórios quando


houver na decisão embargada qualquer contradição, omissão ou obscuridade a ser sanada.
Podem também ser admitidos para a correção de eventual erro material, consoante
entendimento preconizado pela doutrina e jurisprudência, sendo possível, excepcionalmente, a

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alteração ou modificação do decisum embargado.

Contudo, na hipótese não há qualquer vício a ser sanado.

Isso porque, nas razões do recurso integrativo, sustenta-se a ocorrência de


omissão no v. acórdão embargado, ao argumento de não ter sido analisada a pretensão do
embargante posta no agravo regimental, qual seja, a desnecessidade de revolvimento do
conjunto fático-probatório em relação à adequação típica dos fatos e ainda à dosimetria da
pena.

Contudo, tais questões foram devidamente analisadas, tanto na monocrática


quanto no julgamento do agravo regimental.

Foi ressaltado que a conclusão pelo enquadramento das condutas praticadas


pelos embargantes no tipo penal previsto no art. 7º, inciso IV, da Lei n. 7.492/1986 foi
amparada em farta remissão ao arcabouço fático-probatório dos autos, que aponta para
um especial abalo à credibilidade do sistema financeiro nacional.

São estes os fundamentos do v. acórdão da origem (fls. 597-598, grifei):


"O que as provas dos autos demonstram é, entre os anos de 2000 a 2006,
um volume elevado e constante de compra de ações diretamente a particulares por
valores abaixo ao do mercado e a posterior venda destas ações, cujo valor de revenda
era imensamente superior ao da aquisição, gerando um lucro enorme para as empresas
RENDA e PAX, que, como já mencionado, se confundem inclusive na estrutura.
A conduta apontada na denúncia e comprovada ao longo da instrução
probatória amolda-se ao tipo previsto no art. 7º, IV, da Lei 7.492/86 e não ao art. 27-E
da Lei 6.385/76, tendo em vista que é mais especifica ao que se observou no caso em
comento: a negociação de valores mobiliários sem autorização prévia da CVM, por
meio da criação de duas empresas para que uma operasse às escuras e a outra
transparecesse uma suposta legalidade nas operações.
Aliás, é com base nessa constatação que deve ser afastada a tese de
atipicidade da conduta alegada no apelo. Segundo a defesa, os réus não intermediavam
ações fora do mercado, pois, embora adquirisse ações de terceiros, estas eram
revendidas à PAX, que, por sua vez, tinha autorização para operar no mercado de
capitais.
Das provas dos autos, contudo; o que emerge é, a existência apenas
formal de duas empresas, pois, na prática, as duas se confundiam e, atuavam em
conjunto, numa atividade sequencialmente estruturada: enquanto a Renda adquiria,
com deságio, as ações de terceiros, normalmente pessoas físicas, a Pax as revendia, em
curto espaço de tempo, no mercado de ações, a um preço bem superior, gerando lucro
Documento: 1701424 - Inteiro Teor do Acórdão - Site certificado - DJe: 25/06/2018 Página 12 de 6

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estimado em R$2.840.026,32, entre os anos de 2000 a 2006.
Desta maneira, a mera alegação da defesa de atipicidade da conduta não é
suficiente para afastar a condenação, diante das diversas provas de que ambas as
empresas atuavam em conjunto e propunham-se aos mesmos fins operacionais."

Os embargantes insistem que afirmar que "[a] acusação contida na denúncia,


como visto acima, não recai sobre a irregularidade dos papéis negociados, mas sim
sobre a irregularidade da empresa RENDA, que não teria autorização para negociar
papéis em bolsa" (fl. 1.091, grifei)

Verifica-se, assim, que a pretensão de modificar o contexto fático delineado


pela instância a quo, para afirmar que a RENDA atuava no mercado de ações (Bolsa de
Valores), com a consequente desclassificação dos fato para o crime previsto no art. 27-E da
Lei n. 6.385/76 esbarra, inevitavelmente, no óbice da Súmula 07/STJ.

Lado outro, quanto à dosimetria, novamente os embargantes afirmam que suas


alegações não foram apreciadas, porquanto houve a incidência da Súmula 7/STJ.

Entretanto, essa alegação foi rebatida pelo Colegiado. Transcrevo o trecho do


v. acórdão embargado (fl. 1.065):

"Importante ainda registrar que, embora os agravante


tenham argumentado no sentido da inaplicabilidade do óbice da Súmula
7/STJ em relação ao tema da exasperação da pena-base, o fundamento
esculpido no decisum ora agravado foi no sentido de que o acórdão da
origem apresentou fundamentação idônea e ainda que não houve
desproporcionalidade na exasperação."

Cumpre explicitar, novamente, que a exasperação da pena-base foi


fundamentada na valoração negativa da culpabilidade dos agentes, considerando a atuação
de cada um em relação ao modus operandi, organização, planejamento e estratégia na
execução dos delitos.

Percebe-se, assim, que sequer houve a incidência do óbice contido no


enunciado sumular n. 7 deste Superior Tribunal de Justiça, o que revela, no ponto, a completa
dissonância das razões recursais com a matéria decidida por esta Corte.

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Superior Tribunal de Justiça
Conclui-se, portanto, que pretendem os embargantes, na verdade, o reexame
da matéria já julgada, situação que não se coaduna com a estreita via dos declaratórios.
Assim, verifica-se que o julgado recorrido não padece de qualquer omissão, porquanto as
alegações trazidas pela parte foram fundamentadamente analisadas.

Ante o exposto, rejeito os embargos de declaração.

É o voto.

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Superior Tribunal de Justiça
EDcl no AgRg no RECURSO ESPECIAL Nº 1.449.193 - CE (2014/0091750-6)

RELATOR : MINISTRO FELIX FISCHER


EMBARGANTE : FRANCISCO DEUSMAR DE QUEIROS
EMBARGANTE : JERÔNIMO ALVES BEZERRA
EMBARGANTE : GERALDO DE LIMA GADELHA FILHO
EMBARGANTE : IELTON BARRETO DE OLIVEIRA
ADVOGADO : MARCELO LEAL DE LIMA OLIVEIRA E OUTRO(S) - DF021932
EMBARGADO : MINISTÉRIO PÚBLICO FEDERAL

VOTO-VISTA

O EXMO. SR. MINISTRO JOEL ILAN PACIORNIK:


Trata-se de embargos de declaração opostos ao acórdão da Quinta
Turma, da relatoria do em. Ministro Felix Fischer, que negou provimento ao agravo
regimental no recurso especial, com a seguinte ementa (fls. 1.052/1.053):

"PENAL. AGRAVO REGIMENTAL NO RECURSO


ESPECIAL. NEGOCIAÇÃO DE TÍTULOS OU VALORES MOBILIÁRIOS
SEM AUTORIZAÇÃO PRÉVIA. ADEQUAÇÃO TÍPICA DA CONDUTA.
REEXAME DO CONJUNTO FÁTICO-PROBATÓRIO.
IMPOSSIBILIDADE. SÚMULA 7/STJ. DOSIMETRIA. PENA-BASE
ACIMA DO MÍNIMO LEGAL. CIRCUNSTÂNCIAS JUDICIAS.
FUNDAMENTAÇÃO IDÔNEA. DISSÍDIO JURISPRUDENCIAL. NÃO
COMPROVAÇÃO. DECISÃO MANTIDA.
I - As conclusões do eg. Tribunal de origem a respeito da
adequação típica da conduta não podem ser alteradas sem nova incursão
no conjunto de fatos e provas colacionado aos autos. Tal providência não
é viável em sede de recurso especial, a teor do enunciado sumular n. 7
desta Corte.
II - A dosimetria da pena, quando imposta com base em
elementos concretos e observados os limites da discricionariedade
vinculada atribuída ao magistrado sentenciante, impede a revisão da
reprimenda por esta Corte Superior, exceto se for constatada evidente
desproporcionalidade entre o delito e a pena imposta, hipótese em que
caberá a reapreciação para a correção de eventual desacerto quanto ao
cálculo das frações de aumento e de diminuição e a reavaliação das
circunstâncias judiciais listadas no art. 59 do Código Penal.
III - In casu, o aumento da pena-base mostra-se, de fato,
fundamentado, pois considerados o modus operandi, a organização, o
planejamento e a estratégia na execução dos delitos, desempenhos por
cada um dos agentes. Dessa forma, o acórdão da origem consignou
expressamente os motivos que acarretaram a exasperação da
pena-base, não havendo tampouco desproporcionalidade no acréscimo.
IV - A interposição do recurso especial, com fulcro na alínea
c do permissivo constitucional exige o atendimento dos requisitos
contidos no art. 1028, e § 1º do Código de Processo Civil, e no art. 255, §
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Superior Tribunal de Justiça
1º, do Regimento Interno do Superior Tribunal de Justiça, para a devida
demonstração do alegado dissídio jurisprudencial, pois, além da
transcrição de acórdãos para a comprovação da divergência, é
necessário o cotejo analítico entre o aresto recorrido e o paradigma,
com a constatação da identidade das situações fáticas e a interpretação
diversa emprestada ao mesmo dispositivo de legislação
infraconstitucional, situação que não ocorreu no presente caso.
Agravo regimental desprovido."

Daí os presentes embargos, em que se sustenta, em preliminar, nulidade


do julgamento do agravo regimental, em virtude de terem sido levados à sessão sem
qualquer aviso no sistema eletrônico, para surpresa das partes.
No mérito, alega-se omissão quanto à principal tese da defesa
consubstanciada na desnecessidade de revolvimento fático-probatório para
reconhecer-se a inadequação típica da conduta e a inidoneidade dos fundamentos
utilizados para considerar as circunstâncias judicias desfavoráveis na dosimetria da
pena.
Após o em. relator Ministro Felix Fischer votar pela rejeição dos
embargos, pedi vista antecipada dos autos na sessão do dia 19/04/2018 para melhor
refletir acerca das questões levantadas nos declaratórios opostos pelos recorrentes,
ora embargantes.
Decido.
Infere-se dos autos que os embargantes foram denunciados pelo
Ministério Público Federal pela prática do delito tipificado no art. 7º, inciso IV, da Lei n.
7.492/1986 e condenados. A defesa pretende o enquadramento do fato no art. 27-E da
Lei n. 6.385/76.
Assim dispõem referidos dispositivos, respectivamente:

"Art. 7º - Emitir, oferecer ou negociar, de qualquer modo,


títulos ou valores mobiliários:
[...]
IV - sem autorização prévia da autoridade competente,
quando legalmente exigida:
Pena - Reclusão, de 2 (dois) a 8 (oito) anos, e multa."

"Art. 27-E. Exercer, ainda que a título gratuito, no mercado


de valores mobiliários, a atividade de administrador de carteira, agente
autônomo de investimento, auditor independente, analista de valores
mobiliários, agente fiduciário ou qualquer outro cargo, profissão, atividade
ou função, sem estar, para esse fim, autorizado ou registrado na
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autoridade administrativa competente, quando exigido por lei ou
regulamento.
Pena – detenção de 6 (seis) meses a 2 (dois) anos, e
multa."

A denúncia está assim fundamentada (fls. 4/9):

"Entre os anos de 2000 e 2006, a RENDA atuou


irregularmente e de maneira habitual no mercado de valores mobiliários,
desenvolvendo atividade conhecida como "garimpagem de ações".
Cuida-se, basicamente, de adquirir com deságio ações de terceiros, em
sua maioria pessoas físicas, para, em seguida, dentro de um curto
espaço de tempo, revendê-las em bolsa a um preço superior, por
intermédio da PAX.
A esse respeito, vale conferir as inúmeras transferências
de ações da RENDA para a PAX colacionadas aos autos, juntamente
com os respectivos recibos (Apenso l/Volumes II, III e IV-fls. 292-696).
[...]
Estima-se que o lucro obtido nessas operações de
intermediação irregular de ações, durante o período de 2000 a 2006, foi de
R$ 2.840.026, 32 (dois milhões, oitocentos e quarenta mil, vinte seis reais
e trinta e dois centavos). Tal negociata tinha por objeto precípuo as ações
de emissão de companhias telefônicas, bem como, em uma menor
escala, as ações de emissão do extinto Banco do Estado do Ceará -
BEC.
O modus operandi adotado pela RENDA é típico do
exercício da atividade de garimpagem, não se coadunando com a
montagem de uma carteira própria de ações. Veja-se como exemplo o
ano de 2001. Nele, segundo consta no Termo de Acusação CVM/SP n°.
2008-40 (Autos Principais/Volume I - fls. 244-262), foram realizadas cerca
de 4.000 (quatro mil) transferências de ações a crédito da RENDA, a
grande maioria delas oriundas de contas cujos titulares eram pessoas
físicas.
Por outro lado, houve cerca de 350 (trezentos e cinqüenta)
transferências a débito da RENDA e a crédito da PAX, referentes às
ações efetivamente vendidas em bolsa por esta. Todas as características
da atuação da RENDA na compra e venda de ações apontam para
exercício da atividade de garimpagem: o alto giro dos papéis, com
ingresso freqüente, por meio de transferências em contas de custódia, de
pequenas quantidades de ações adquiridas, em sua maior parte, por
pessoas físicas; a montagem de lotes mais significativos de ações e sua
subsequente venda em bolsa.
Como é típico da garimpagem, a RENDA era, na quase
totalidade das vezes, vendedora de ações nos mercados organizados,
tendo chegado a adquiri-las uma única vez, no valor de R$ 4 mil,
enquanto as vendas superaram a cifra de R$ 4,3 milhões (Autos
Principais/Volume I - fl. 251).
Sem que fosse registrada na CVM para essa finalidade,
essa corretora fez da mediação e da corretagem de valores mobiliários
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Superior Tribunal de Justiça
fora da bolsa de valores sua principal e mais lucrativa atividade durante os
anos de 2000 a 2006.
Sabe-se que o sistema de distribuição de valores
mobiliários compreende uma série de empresas e instituições financeiras,
cada uma com aptidão para o exercício de determinado segmento dentro
da bolsa de valores. O artigo 15 da Lei n°. 6.385/76 enumera cada uma
dessas entidades, acompanhadas de suas respectivas funções. É a
CVM quem, na condição de autarquia federal criada com a finalidade de
disciplinar, fiscalizar e desenvolver o mercado de valores mobiliários,
define, entre outras questões, as operações e os serviços a serem
realizados pelas sociedades do mercado, e as condições em que estas
poderão cumular espécies de operação ou serviços.
Entre as diversas entidades que operam no mercado de
valores mobiliários, há aquelas responsáveis por distribuir emissão de
valores mobiliários, seja como agentes da companhia emissora ou por
conta própria; aquelas que compram valores mobiliários em circulação no
mercado, para revendê-los por conta própria; aquelas que exercem
atividades de mediação na negociação de valores mobiliários, em bolsas
de valores ou no mercado de balcão e, por fim, aquelas que, a exemplo
da RENDA, atuam ou deveriam atuar apenas como corretoras de
mercadorias.
Ao desenvolver atividade diversa da que tinha por objeto,
praticando mediação ou corretagem de ações fora da bolsa de valores,
sem contar com a devida autorização da CVM para tanto, a RENDA, por
seus dirigentes acima qualificados, infringiu o disposto no artigo 16, III e
parágrafo único da Lei n°. 6.385/76, que assim dispõe, in verbis:

Artigo 16 - Depende de prévia autorização da


Comissão de Valores Mobiliários o exercício das seguintes
atividades:
III - mediação ou corretagem de operações com
valores mobiliários;
Parágrafo único. Só os agentes autônomos e as
sociedades com registro na Comissão poderão exercer a
atividade de mediação ou corretagem de valores mobiliários
fora da bolsa.
[...]
O denunciado aduziu ainda que ninguém que tenha
procurado a PAX com a documentação correta deixou de ser atendido e
muito menos foi encaminhado para outra instituição. Algumas pessoas,
todavia, na pressa de receber o dinheiro fruto da venda, e impossibilitadas
de esperar a conclusão do processo de regularização da movimentação,
procuravam a RENDA para vender suas ações, com deságio de 5 a 10%.
Esta corretora adquiria essas ações para sua carteira própria, sem lançar
mão de nenhum processo que possa ser classificado como garimpagem.
Tais afirmações, contudo, não se coadunam com o robusto
conjunto probatório carreado aos autos. A atuação da RENDA no negócio
de compra e venda de valores mobiliários consistia, essencialmente, na
aquisição com deságio de ações de pessoas físicas e na revenda quase
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imediata dessas ações a um preço superior no mercado bursátil, por
intermédio da PAX. Notadamente, não é dessa maneira que se logra
montar uma carteira própria de ações. Ao contrário: trata-se de modus
operandi típico do exercício da atividade de garimpagem de ações.
Com efeito, é exatamente dessa maneira que se processa
a garimpagem: mediante um alto giro de papéis, com ingresso freqüente,
por meio de transferências em contas de custódia, de pequenas
quantidades de ações adquiridas, em sua maior parte, por pessoas
físicas; uma montagem de lotes mais significativos de ações e sua
subsequente venda em bolsa. Ademais, como é próprio da garimpagem,
a RENDA era, na quase totalidade das vezes, vendedora de ações nos
mercados organizados, tendo chegado a adquiri-las uma única vez (Autos
principais/Volume I - fl. 251).
[...]
Dessa forma, encontram-se suficientemente demonstradas
a autoria e a materialidade das condutas delituosas em tela, autorizando a
instauração da competente ação penal.

II. DA TIPIFICAÇÃO

A conduta dos denunciados amolda-se à figura típica


prevista no artigo 7o, IV da Lei n°. 7.492/86, in verbis:

Art. 7a. Emitir, oferecer ou negociar, de qualquer


modo, títulos ou valores mobiliários:
[...]
IV - sem autorização prévia da autoridade
competente, quando legalmente exigida:
Pena - Reclusão, de 2 (dois) a 8 (oito) anos, e
multa."

Após instrução e processamento do feito os autos foram conclusos ao


Juízo Federal da 11º Vara Criminal da Seção Judiciária do Ceará, que julgou procedente
a ação penal "para o fim de CONDENAR nas penas do art. 7º, IV, da Lei nº 7.492/86 c/c
art. 27-C da Lei 6385/76 c/c art. 71 do Código Penal (crime continuado), os réus
FRANCISCO DEUSMAR DE QUEIRÓS, brasileiro, casado, empresário, filho de
Antônio Lisboa de Queirós e Maria Madalena de Queirós, natural de Amontada/CE,
nascido em 27.05.1947, portador do CPF nº 024.922.883-15 e do RG nº 207.206 -
SSPDS/CE, residente na Av. Beira Mar, nº 2020, apto. 1100, bairro Meireles,
Fortaleza/CE, GERALDO DE LIMA GADELHA FILHO, brasileiro, casado, advogado,
filho de Geraldo Gadelha e de Maria Zenir de Lima Gadelha, natural de Fortaleza/CE,
nascido em 09.05.1952, portador do RG nº 95002172786 - SSP/CE, residente na Rua

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Joaquim Nabuco, nº 1400, apto. 602, Fortaleza/CE, IELTON BARRETO DE OLIVEIRA,
brasileiro, separado judicialmente, economista, filho de Carlos Magno de Oliveira e de
Inácia Barreto de Oliveira, natural de Fortaleza/CE, nascido em 22.07.1960, portador do
RG nº 1078182 - SSP/CE, residente na Rua Silva Jatahy, nº 220, apto. 1600,
Fortaleza/CE e JERÔNIMO ALVES BEZERRA, brasileiro, solteiro, securitário, filho de
Jerônimo Osmar Bezerra e de Maria José Alves Bezerra, natural de Fortaleza/CE,
nascido em 16.04.1965, portador do CPF nº 232.814.993-68 e do RG nº 53977482 -
SSPDS/CE, residente na Rua Paula Ney, nº 827, apto. 1301, bairro Aldeota,
Fortaleza/CE, verificando, ainda, que a participação dos mesmos foi realizada de
maneira equânime, sendo as condutas necessárias e suficientes para a perpetração do
ilícito" (fls. 411/412).
O Tribunal de origem, por unanimidade, deu parcial provimento à
apelação, apenas para afastar a condenação pelo delito previsto no art. 27-C da Lei n.
6.385/1976, e reconhecer a prescrição dos crimes praticados em 2001.
O acórdão está assim ementado (fls. 603/604):

"PENAL. PROCESSO PENAL. ART. 7, IV, DA LEI


7.492/86. GARIMPAGEM DE AÇÕES. JULGADO CITRA PETITA.
NULIDADE AFASTADA. JULGADO ULTRA PETITA.
RECONHECIMENTO E AFASTAMENTO DA CONDENAÇÃO PELO
CRIME PREVISTO NO ART. 27-C DA LEI 6.385/76. INÉPCIA DA
DENÚNCIA. TESE NÃO ACOLHIDA DIANTE DA DESCRIÇÃO
INDIVIDUALIZADA DOS FATOS TÍPICOS. MATERIALIDADE E
AUTORIA DELITIVAS COMPROVADAS. PRESCRIÇÃO. APELOS
PARCIALMENTE PROVIDOS.
1. Não há falar em julgado citra petita, quando a tese
defensiva de atipicidade da conduta foi plenamente analisada na sentença
apelada.
2. Imputada, na denúncia, aos acusados especificamente a
prática do crime previsto no art. 7º, IV, da Lei 7.492/86, sem que da
descrição dos fatos os réus pudessem ter se defendido do cometimento
do delito disposto no art. 27-C da Lei 6.385/76, deve ser afastada a
condenação neste referido dispositivo.
3. É elemento essencial à denúncia a demonstração do
liame entre o fato criminoso e a participação do denunciado, com a
individualização da conduta, sem a qual fica prejudicada a
responsabilização-criminal do agente. Na hipótese, descritas
minuciosamente as condutas imputadas aos réus, bem como a
participação de cada um deles no delito, não. há falar em inépcia de
denúncia.
4. Segundo conceitua a Comissão de Valores Mobiliários, a
"garimpagem de ações" caracteriza-se pela compra, com habitualidade,
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por pessoas não integrantes do sistema de distribuição, de valores'
mobiliário diretamente de investidores para revendê-los em bolsa de
valores ou no mercado de balcão/organizado. Comprovada a negociação
de valores mobiliários sem autorização prévia da CVM, por meio da
criação de duas empresas para que uma operasse às escuras e a outra
transparecesse uma suposta legalidade nas operações, amolda-se a
conduta dos apelantes ao tipo previsto no art. 7º, IV, da Lei 7.492/86, por
caracterizar-se como atividade de "garimpagem de' ações", e não ao art.
27-E da Lei 6.385/76, como pretendia a defesa.
5. Análise acertada das circunstâncias judiciais do art. 59 do
CP e proporcionalmente fixada a pena-base. Pedido de reforma da
dosimetria improvido.
6. Reconhecimento da prescrição dos crimes praticados
em 2001 pelos segundo, terceiro e quarto apelantes, tendo em vista o
transcurso de mais de oito anos entre a data de cometimento dos delitos
e o recebimento da denúncia (2010).
7. Apelações parcialmente providas."

Opostos embargos de declaração, estes foram providos, em acórdão


assim sumariado (fl. 647):

"PENAL. PROCESSO PENAL. EMBARGOS DE


DECLARAÇÃO DA DEFESA. ART. 7º, IV, DA LEI 7.492/86. JULGADO
ULTRA PETITA. NULIDADE REJEITADA. INCIDÊNCIA DA CAUSA DE
AUMENTO PELA CONTINUIDADE DELITIVA. OMISSÃO SANADA.
EMBARGOS PROVIDOS.
1. Embargos de declaração opostos contra acórdão que
manteve a condenação dos réus no tipo penal previsto no art. 7º, IV, da
Lei 7.492/86. Não há falar em julgado ultra petita quando este ratificou os
termos da denúncia e da sentença, mantendo a condenação dos
acusados no referido dispositivo legal. Ademais, ainda que o acórdão
tivesse se referido a tipo diverso do constante na fundamentação da
sentença, inexistiria impedimento à aplicação da emendatio libelli nesta
Corte, pois a utilização da norma prevista nos arts. 383 e 617, ambos do
Código Processual Penal - CPP, para modificar a capitulação jurídica
contida na denúncia, não causa prejuízo à defesa, quando não se cuida de
imputação de fato novo, mas sim, de adequação do dispositivo legal
aplicável aos fatos.
2. Excetuando o questionamento quanto à incidência do art.
71 do CP, as demais matérias apontadas nos embargos foram
devidamente analisadas no acórdão, denotando a arguição tão somente o
inconformismo do recorrente com o teor do julgamento, com o fito de ser
reapreciado o mérito do recurso apelatório.
3. Reconhecida a omissão quanto à análise da incidência da
fração máxima da causa de aumento pela continuidade delitiva, a qual
deve ser mantida, tendo em vista a elevada reiteração da conduta delitiva.
4. Embargos de declaração providos."

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Superior Tribunal de Justiça
Ainda sustentando omissão, a defesa opôs novos aclaratórios, que não
foram conhecidos, conforme acórdão de fls. 681/685.
No recurso especial, a defesa alega, além dissídio jurisprudencial,
violação dos arts. 41, 155, 381, incisos III e IV, e 619 do Código de Processo Penal –
CPP, 59, 68 e 71 do Código Penal – CP, 7º, inciso IV, da Lei n. 7.492/1986, 16, incisos II
e III, e 27-E, ambos da Lei n. 6.385/1976.
Sustenta, em resumo, omissão no acórdão, pois não teriam sido
enfrentadas questões relevantes postas nos embargos de declaração. Aduz que foi
mantida condenação com fundamento em acusação não descrita na denúncia, em ultra
petita, bem como não houve análise das teses suscitadas pela defesa, o que acarreta a
nulidade em razão da existência de julgado citra petita. Afirma a inépcia da denúncia,
pois não houve a delimitação das condutas imputadas ao sócio-gerente e mandatários.
Alega que as condutas descritas na denúncia não se enquadram nos tipos penais
imputados aos recorrentes. Diz que a condenação foi fundada apenas nos elementos
colhidos na fase investigatória. Por fim, quanto à dosimetria, sustenta que que não
houve individualização da pena para cada um dos recorrentes, não houve explicitação
quando as razões de ter sido considerada sua "culpabilidade elevada"; bem como não é
possível a aplicação do aumento pela continuidade delitiva, na fração máxima, uma vez
que não demonstrado o quantitativo de supostas infrações cometidas.
Distribuídos os autos ao em. Ministro Felix Fischer, este,
monocraticamente, negou provimento ao apelo afastando a violação do art. 619 do
CPP, rejeitando as preliminares, aplicando a Súmula n. 7 do Superior Tribunal de
Justiça – STJ, quanto às alegações de julgamento citra e ultra petita, e entendendo
correta a fixação da pena.
Irresignada, a defesa apresentou agravo regimental, buscando a
reconsideração da decisão.
A eg. Quinta Turma, a seu turno, negou provimento ao regimental (fls.
1.052/1.070).
Nos presentes embargos de declaração, conforme outrora relatado,
aduz-se omissão quanto à principal tese da defesa consubstanciada na
desnecessidade de revolvimento fático-probatório para reconhecer a inadequação típica
da conduta e a inidoneidade dos fundamentos utilizados para considerar as
circunstâncias judicias desfavoráveis na dosimetria da pena.
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Superior Tribunal de Justiça
De início, a meu sentir, a sustentada anulação do julgamento do agravo
regimental, em virtude de o mesmo ter sido levado à sessão sem qualquer aviso no
sistema eletrônico, não merece prosperar.
Segundo dispõe o art. 258 do Regimento Interno do Superior Tribunal de
Justiça – RISTJ, o agravo regimental será levado em mesa, sem prévia inclusão em
pauta, de modo que a não intimação prévia dos advogados para a sessão de
julgamento não importa em nulidade. Esse dispositivo está em consonância com o art.
159, IV, do RISTJ, o qual dispõe que não haverá sustentação oral no julgamento do
agravo.
Nesse sentido, dentre inúmeros outros, colaciono o seguinte julgado:

"EMBARGOS DE DECLARAÇÃO EM AGRAVO


REGIMENTAL EM EMBARGOS DE DIVERGÊNCIA EM RECURSO
ESPECIAL. INEXISTÊNCIA DE NULIDADE DA SESSÃO DE
JULGAMENTO DO REGIMENTAL DEVIDO À POUCA
ANTECEDÊNCIA COM QUE FOI NOTICIADA, NO SITE DO STJ, A
DATA EM QUE OCORRERIA O JULGAMENTO. RECURSO QUE NÃO
APONTA NENHUM DOS VÍCIOS LISTADOS NO ART. 619 DO CPP.
PREQUESTIONAMENTO DE MATÉRIA CONSTITUCIONAL.
IMPOSSIBILIDADE. PRETENSÃO DE REEXAME DA MATÉRIA.
IMPOSSIBILIDADE. EMBARGOS REJEITADOS.
1. O Regimento Interno desta Corte prevê, expressamente,
em seu art. 258, que trata do Agravo Regimental em Matéria Penal, que o
feito será apresentado em mesa, dispensando, assim, prévia inclusão em
pauta. A disposição está em harmonia com a previsão de que o agravo
não prevê a possibilidade de sustentação oral (art. 159, IV, do Regimento
Interno do STJ).
A jurisprudência pacífica do STJ, que remanesce válida na
seara penal mesmo após o advento da Lei n. 13.105/2015, se orienta no
sentido de que, havendo previsão de julgamento do recurso em mesa,
sem direito das partes de efetuar sustentação oral, é desnecessária a
prévia notificação da defesa sobre a data em que ocorrerá tal julgamento.
Precedentes: EDcl nos EDcl no AgRg no AREsp
532.041/SP, Rel. Ministro SEBASTIÃO REIS JÚNIOR, SEXTA TURMA,
julgado em 14/10/2014, DJe 06/11/2014; HC 229.593/PE; EDcl no AgRg
no HC 282.091/RJ, Rel. Ministra REGINA HELENA COSTA, QUINTA
TURMA, julgado em 18/03/2014, DJe 21/03/2014; HC 223.344/MG, Rel.
Ministro ROGERIO SCHIETTI CRUZ, SEXTA TURMA, julgado em
04/08/2015, DJe 18/08/2015; Rel. Ministra MARIA THEREZA DE ASSIS
MOURA, SEXTA TURMA, julgado em 05/09/2013, DJe 24/09/2013.
Situação em que a informação sobre o julgamento do
Agravo Regimental da defesa somente foi divulgada no site do STJ, como
ocorre com os dois Agravos Regimentais em matéria penal.
2. Não há como se aplicar analogicamente, ao agravo
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regimental, o disposto no art. 1.024, § 1º, do novo CPC, que determina
que os embargos de declaração não julgados na sessão subsequente
deverão ser incluídos em pauta automaticamente. A aplicação analógica
somente tem lugar na lacuna da lei, o que não ocorre no caso concreto,
seja porque o novo CPC dispôs expressamente sobre o agravo interno
em seu art. 1.021, seja porque esta Corte já decidiu que, no tocante ao
agravo de decisão monocrática de Relator, na seara penal a matéria não
acompanha as deliberações do CPC de 2015, posto que há legislação
específica sobre o tema no art. 39 da Lei 8.038/90 e no art. 798 do Código
de Processo Penal.
3. Se a defesa já havia obtido um prévio adiamento do
julgamento do regimental, o que lhe deu a oportunidade de elaborar e
distribuir memoriais antes da sessão em que ocorreu seu julgamento, e
não se revelaram necessários outros esclarecimentos além dos postos
no relatório e voto do Relator do recurso, não há como se identificar
prejuízo que possa ter advindo da ausência do advogado da defesa na
sessão de julgamento, sendo de se aplicar à questão o brocardo pas de
nullité sans grief (art. 563 do CPP).
[...]
7. Embargos de declaração rejeitados (EDcl no AgRg nos
EREsp 1.533.480/RR, Rel. Ministro REYNALDO SOARES DA FONSECA,
TERCEIRA SEÇÃO, DJe 31/05/2017)."

Superada referida nulidade preliminar, passo, portanto, ao exame da


alegada inadequação típica do crime imputado aos embargantes.
Para melhor elucidação da questão, faz-se necessária a transcrição, no
que tange à materialidade e autoria do crime do art. 7º, IV, da Lei n. 7.492/1986, das
seguintes razões de decidir da sentença condenatória (fls. 388/395) e do acórdão
recorrido (fls. 594/599):

SENTENÇA CONDENATÓRIA

"32. Volvendo ao caso dos autos, tem-se que a denúncia


ofertada nestes autos teve como base o Inquérito n.
0002681-33.2008.4.05.8100 (IPL nº 1.627/2007-SR/DPF/CE), instaurado
pela Polícia Federal "para apurar o possível cometimento de crimes contra
o mercado de capitais e contra o sistema financeiro nacional, atribuídos
ao Sr. FRANCISCO DEUSMAR QUEIRÓS, representante legal das
empresas RENDA CORRETORA DE MERCADORIAS S/C LTDA e PAX
CORRETORA DE VALORES E CÂMBIO LTDA." (fl. 02 daqueles autos).
33. A investigação teve início após requisição do Parquet
Federal, em decorrência do que lhe foi noticiado pela Comissão de
Valores Mobiliários no Ofício/CVM/SGE/№ 971/2007, de 1 de outubro de
2007, acerca da existência de indícios da prática de crimes no Processo
Administrativo CVM nº RJ2006/7205 (cuja cópia integral forma o Apenso I
do referido procedimento investigativo, contando tal apenso com 4
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volumes), resultante da inspeção realizada por aquela Autarquia nas
empresas PAX CORRETORA DE VALORES E CÂMBIO LTDA. e
RENDA CORRETORA DE MERCADORIAS S/C LTDA.
34. Segundo apurado no referido processo administrativo, a
'RENDA CORRETORA atuava irregularmente no mercado de valores
mobiliários, adquirindo ações de terceiros para revendê-las por conta
própria, sem a devida autorização da CVM (atividade de "garimpagem"),
além de exercer atividades de mediação ou corretagem de valores
mobiliários fora da bolsa de valores, sem ser sociedade registrada
naquela autarquia.
[...]
36. Não se pode olvidar que as informações e conclusões
emanadas pela inspeção realizada pela Comissão de Valores Mobiliários,
através da Superintendência de Relações com o Mercado e
Intermediários - SMI, no exercício regular de sua função, gozam de fé
pública, porquanto traduzem formal manifestação do próprio Estado,
revestindo-se, pois, de presunção "júris tantum" de veracidade, somente
sendo infirmados mediante prova idônea e inequívoca em sentido
contrário, o que inexistiu no caso dos autos, razão pela qual entendo
perfeitamente caracterizada a materialidade delitiva.
37. A propósito dos argumentos trazidos pela defesa
consistentes nas alegações de atipicidade da conduta e errônea
tipificação dada pelo MPF na denúncia, passo a tecer as seguintes
considerações.
38. Como se sabe, o sistema financeiro engloba vários
segmentos: o mercado de crédito (ou mercado financeiro); o
mercado monetário; o mercado cambial e o mercado de capitais,
assim divididos em função das características realizadas no âmbito
de cada um deles.
39. Na seara criminal, a lei nº 7.492/86 deixa claro que o
mercado de capitais encontra-se inserido na definição de Sistema
Financeiro Nacional quando erige à condição de instituição
financeira pessoas jurídicas responsáveis, inclusive, pela custódia,
emissão, distribuição, negociação, intermediação ou administração
de valores mobiliários, consoante prevê o art. do mencionado texto
legal abaixo transcrito:
'Art. 1º. Considera-se instituição financeira, para
efeito desta lei, a pessoa jurídica de direito público ou
privado, que tenha como atividade principal ou acessória,
cumulativamente ou não, a captação, intermediação ou
aplicação de recursos financeiros de terceiros, em moeda
nacional, ou a custódia, emissão, distribuição, negociação,
intermediação ou administração de valores mobiliários.
Parágrafo único. Equipara-se à instituição financeira:
I- a pessoa jurídica que capte ou administre seguros,
câmbio, consórcio, capitalização ou qualquer tipo de
poupança, ou recursos de terceiros;
II- a pessoa natural que exerça quaisquer das
atividades referidas neste artigo, ainda que deforma
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eventual.'

40. Outrossim, a possibilidade de ingresso da CVM como


assistente do Ministério Público Federal quando houver cometimento de
delito praticado no âmbito das atividades sujeitas à fiscalização e
disciplina daquela autarquia, bem como a previsão de imediata
comunicação ao Parquet nos casos de ocorrência de crimes na esfera de
sua atuação, denota que o mercado de capitais possui natureza
financeira. Assim, contando com mesma base principiológica e regras
similares, pode-se dizer que os crimes previstos na lei nº 6.385/76
(introduzidos pela lei 10.303/01) ou na lei nº 7.492/86 são, em sua
totalidade, praticados contra o sistema financeiro nacional.
41. Dessa forma, alinhando-me ao Ministério Público
Federal, entendo que a conduta dos acusados melhor se amolda à
figura típica do art. 7º, IV, da Lei nº 7.492/86 e não ao delito previsto
no art. 27-E da Lei 6385/76 (como entende a defesa), uma vez que os
crimes praticados contra o mercado de capitais foram perpetrados
contra o sistema financeiro, sendo certo que, na espécie, as
empresas ora envolvidas (pessoas jurídicas formalmente
constituídas) com as operações de intermediação irregular de ações
(PAX e RENDA) são consideradas instituições financeiras para fins
penais, na forma do art. 16 da lei n º 7492/86.
42. Acosto-me, ainda, à abalizada doutrina de José
Paulo Baltazar Júnior que ao comentar acerca do concurso aparente
de normas assim lecionou: "Tenho, porém, que a conduta
incriminada no art. 27-E não guarda relação com a do inc. IV do art.
da lei 7.492, sendo forma especial daquela escrita no art. 16 desta
lei." (grifo nosso). Com efeito, cotejando-se os tipos penais do art.
7º. IV, da 7.492/86 e art. 27-E da Lei 6385/76, observa-se que, no
primeiro, a operação é que não é autorizada, enquanto, no último,
não existe autorização para o funcionamento da própria instituição
dedicada à distribuição de valores mobiliários.
43. Ademais, cabe lembrar que, no caso dos autos,
somente no ano de 2001, foram realizadas cerca de 4000 (quatro mil)
transferências de ações a crédito da RENDA, a grande maioria delas
oriundas de contas cujos titulares eram pessoas físicas. Além disso,
conforme destacado no item 16 do citado Termo de Acusação nº
CVM SP-2008-40: "Houve também cerca da 350 (trezentas e
cinqüenta) transferências a débito da RENDA e a crédito da PAX,
isto é, aquelas correspondentes às vendas em bolsa. Como é típico
da "garimpagem", a RENDA era sempre (e somente) vendedora de
ações nos mercados organizados: todas as 187 (cento e oitenta e
sete) notas de corretagem da RENDA do ano 2000 a meados de
2006, sumarizadas nas planilhas das fls. .., apresentam saldo credor.
Nesse período, houve uma única compra de ações em bolsa, em que
a RENDA adquiriu ações de companhias telefônicas no valor de R$ 4
mil (fl..). Por sua vez, as vendas em mercados organizados
superaram a cifra de R$ 4,3 milhões."(grifamos), donde se infere que
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a intensa atividade de mediação/corretagem de valores mobiliários
atingiu não só o mercado de capitais como também abalou a própria
credibilidade do sistema financeiro, não havendo, pois, que falar em
atipicidade tampouco em incidência do tipo penal previsto no art.
27-E da Lei nº 6.385/76, afastando-se, ainda, por via de conseqüência,
a ocorrência do evento prescricional possivelmente decorrente em
caso de aplicação deste último dispositivo legal. (grifei)

ACÓRDÃO RECORRIDO

"Passemos ao exame do mérito. Visando a proteger o


mercado de capitais, o qual faz parte do Sistema Financeiro Nacional, a
Lei n° 7.492/86 prevê em seu art.7°, IV, a conduta típica relativa à
emissão, oferecimento e negociação, de qualquer modo, de títulos ou
valores mobiliários sem autorização prévia da autoridade competente.
Julgada procedente a pretensão punitiva estatal, o douto
magistrado condenou os apelantes nas penas do referido dispositivo legal.
A defesa alega a atipicidade da denúncia, sob o argumento
de que atividade descrita na denúncia (compra de ações com deságio
para posterior revenda) não configura o crime imputado aos réus, mas
sim, no máximo, o art. 27-E da Lei 6.385/76, na hipótese de se considerar
que a empresa Renda praticava a mediação ou a corretagem de valores
mobiliários.
Pois bem. Para a análise da materialidade delitiva, é de
suma importância o Relatório de Inspeção CVM/SFl/GFE-2/N0 07/06 (fls.
837/845 - Volume 4 - apensos), cujas conclusões mais relevantes
transcrevemos abaixo:

'A GFE-2 concluiu que a RENDA estava operando


irregularmente no mercado de valores mobiliários,
adquirindo ações de terceiros para revendê-las por conta
própria, sem a devida autorização por parte desta
Autarquia, em infração ao disposto no inciso II do art. 16 da
Lei 6.835/76. Além disso, a mesma exerceu a atividade de
mediação ou corretagem de valores mobiliários fora da
bolsa de valores sem ser sociedade registrada nesta CVM,
como prevê o parágrafo único do art. 16. (...)
b) em virtude do fato mencionado na letra "a",
podemos verificar, a partir das cópias das notas de
corretagem fornecidas, que todas as ações vendidas pela
RENDA (enumeradas no item 18 retro), foram adquiridas de
particulares; c) sendo assim, o lucro liquido da RENDA,
descontadas as comissões de corretagem, apura-se da
seguinte forma:
Venda (notas de corretagem): R$4.357.067,32 (-)
Aquisiçãof 1): R$1.517.041,00 Lucro líquido:
R$2.840.026,32
(...) Constatamos que todas as ações que a Sra.
ANA ANGÉLICA vendeu para a RENDA são de emissão de
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companhias telefônicas, conforme fls. 30/31, o que
evidencia que a mesma, durante o exercício de 2005,
exerceu a atividade de "garimpagem" para a RENDA.
(...) a) consoante o exposto no Relatório de Inspeção
CVM/SFl/GFE-2/№12/06, itens 04 e 05 retro, a RENDA
opera irregularmente no mercado de valores mobiliários,
adquirindo ações de terceiros ("garimpagem') para depois
revendê-las por intermédio da PAX, em infração ao disposto
no inciso II do art. 16 da lei 6.385/76.
Não é admissível que pessoas (naturais ou jurídicas)
procurem a corretora para vender suas ações e sejam
encaminhadas para vendê-las a outra sociedade do mesmo
grupo, no caso a RENDA, e sejam remunerados pela
metade do preço de mercado, ao invés de vendê-las em
bolsa por intermédio da PAX.
Por exemplo, tem-se que as 50 ações vendidas por
R$225,00 pelo Sr. JOSÉ BISMARQUE CORRÊA GUERRA
em 18.04.06, ao custo de R$4,50 por ação, foram
revendidas pela RENDA em 22.05.06 ao preço de R$9,06
por ação, conforme fls. 435.(...)
Destacamos, ademais, que as irregularidades ora
descritas somente são possíveis porque o diretor das duas
sociedades (PAX E RENDA) é o mesmo, o SR.
FRANCISCO DEUSMAR QUEIRÓS. Destarte, uma vez que
a RENDA e a PAX atuam em conjunto, no mesmo espaço
físico, e sob a direção de um mesmo representante,
concluímos que a RENDA é pessoa vinculada à PAX. Além
disso, ficou evidenciado que a PAX se utiliza da RENDA
para operar carteira própria, em total burla aos preceitos da
Instrução CVM n° 117/90, em especial o seu art. 5o, o que
também configura infração grave nos termos do art. 13 da
mesma Instrução.'

Por esclarecedores, transcrevo parcialmente o Processo


Administrativo Sancionador da CVM (fls. 244/262 - vol. 1 - apenso):

'O modus operandi da RENDA coincide com aquele


descrito no item 9. Releva mencionar que a "garimpagem"
dessas ações implicava esforços tanto da PAX quanto da
RENDA. Para alienar as ações em mercados organizados
e realizar o lucro, a RENDA contava com os préstimos de
sua coirmã PAX, a quem cabia fazer o cadastro de todas e
cada umas das pessoas das quais a RENDA adquiria
ações em operações privadas, preencher, colher
assinaturas e dar entrada nas Ordens de Transferências de
Ações Escriturais junto ao banco prestador de serviço de
escrituração de ações, comandar a transferência das
ações das contas dessas pessoas para a da RENDA no
Sistema de Liquidação e Custódia da CBLC, repassar as
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ordens de venda da RENDA para a Bovespa/Soma, fazer a
liquidação física e financeira e realizar os acertos cabíveis.
(...)
Dados fornecidos pela Bovespa Supervisão de
Mercado (BSM) indicam que a "garimpagem" realizada nos
anos 2000 e 2004 foi ainda maior que essas numerosas
operações de 2001, e que essa prática somente cessaria
em 2006, ano em que não foram observadas as
transferências em comento'

Como se trata de uma matéria estritamente técnica,


entendo ser elucidativo o conceito de garimpagem de ações
fornecido pela Comissão de Valores Mobiliários, segundo a qual a
"garimpagem de ações", ou intermediação irregular, caracteriza-se
pela compra, com habitualidade, por pessoas não integrantes do
sistema de distribuição, de valores mobiliários diretamente de
investidores, para revendê-los em bolsa de valores ou no mercado
de balcão organizado. Para caracterizar a garimpagem, é preciso que
a compra das ações de forma privada se transforme em uma
atividade, não bastando uma ação isolada.
Do exame do Relatório da CVM constata-se que os
apelantes, enquanto representantes, sócios, intermediadores, enfim,
pessoas atuantes em nome das empresas RENDA e PAX e, nesta
qualidade, responsáveis diretamente pela negociação de forma
irregular de valores mobiliários, cometeram o delito previsto no art.
7o, IV da Lei 7.492/86, uma vez que negociaram ações sem
autorização da CVM.
O que as provas dos autos demonstram é, entre os
anos de 2000 a 2006, um volume elevado e constante de compra de
ações diretamente a particulares por valores abaixo ao do mercado e
a posterior venda destas ações, cujo valor de revenda era
imensamente superior ao da aquisição, gerando um lucro enorme
para as empresas RENDA e PAX, que, como já mencionado, se
confundem inclusive na estrutura.
As diversas provas constantes nos volumes em
apenso, entre as quais os referidos relatórios, os contratos sociais,
as cópias das compras dos títulos, entre outras, denotam a atividade
de garimpagem pela RENDA, sem que esta tivesse autorização legal
para a "compra de valores mobiliários para revendê-los por conta
própria" (art. 16, II, da Lei 6.385/76), numa evidente prática de
negociação de valores mobiliários, em afronta ao art. 7o, IV, da Lei
7.492/86.
A conduta apontada na denúncia e comprovada ao
longo da instrução probatória amolda-se ao tipo previsto no art. 7o,
IV, da Lei 7.492/86 e não ao art. 27-E da Lei 6.385/76, tendo em vista
que é mais específica ao que se observou no caso em comento: a
negociação de valores mobiliários sem autorização prévia da CVM,
por meio da criação de duas empresas para que uma operasse às
escuras e a outra transparecesse uma suposta legalidade nas
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Superior Tribunal de Justiça
operações.
Aliás, é com base nessa constatação que deve ser
afastada a tese de atipicidade da conduta alegada no apelo. Segundo
a defesa, os réus não intermediavam ações fora do mercado, pois,
embora adquirissem ações de terceiros, estas eram revendidas à
PAX, que, por sua vez, tinha autorização para operar no mercado de
capitais.
Das provas dos autos, contudo, o que emerge é a
existência apenas formal de duas empresas, pois, na prática, as duas
se confundiam e atuavam em conjunto, numa atividade
seqüencialmente estruturada: enquanto a Renda adquiria, com
deságio, as ações de terceiros, normalmente pessoas físicas, a Pax
as revendia, em curto espaço de tempo, no mercado de ações, a um
preço bem superior, gerando lucro estimado em R$2.840.026,32,
entre os anos de 2000 a 2006.
Desta maneira, a mera alegação da defesa de
atipicidade da conduta não é suficiente para afastar a condenação,
diante das diversas provas de que ambas as empresas atuavam em
conjunto e propunham-se aos mesmos fins operacionais. (grifei).
[...]
Desta forma, entendo que a materialidade e a autoria delitiva
encontram-se devidamente comprovadas pelas provas dos autos, pelo
que deve ser mantida a condenação dos réus nos termos do art. 7o, IV,
da Lei 7.492/86.

Os ora embargantes, em sede de recurso especial, alegaram atipicidade


da conduta aduzindo (fls. 740/741):

"A incidência do art. 7°, inciso IV, da Lei n° 7.492/86


demanda a presença da elementar "sem autorização da autoridade
competente, quando legalmente exigida", a qual não se verifica no
vertente caso, eis que a RENDA não incidiu em nenhuma das situações
previstas nos incisos do art. 16 da Lei n° 6.385/76.
Com efeito, ainda que se desse pleno crédito à exposição
fática feita pelo Parquet, jamais se poderia vislumbrar, na atividade
descrita na denúncia (compra de ações com deságio para posterior
revenda), qualquer “mediação ou corretagem de operações com valores
mobiliários” (incisos III do art. 16 da Lei nº 6.385/76).
Deveras, quem compra ações e depois as revende não
está mediando absolutamente nada, assim como não se é corretor. As
atividades de mediação e corretagem, como o vernáculo revela,
caracterizam-se quando alguém serve apenas como um mediado entre
duas partes, sem que, efetivamente, faça parte da operação, em qualquer
um de seus polos.
Assim, a PAX, por exemplo, pratica mediação e corretagem
(legalmente, já que autorizada pela CVM), porquanto viabiliza a operação
dos investidores nas bolsas de valores os quais, porém, agem em nome
próprio. Dessarte, a corretora não age em seu próprio nome, mas, sim
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Superior Tribunal de Justiça
intermediando negócios praticados por terceiros .
Já a RENDA, ao contrário, nada mediava. Comprava as
ações, EM SEU PRÓPRIO NOME, e as revendia depois, por intermédio
de corretora (esta, sim, atuando nessa condição - licitamente, eis que
autorizada pela CVM) . Portanto, não se tem mediação ou corretagem,
mas singelas compra e venda!! Ou seja, a RENDA figurava claramente,
como investidora, e não como mediadora ou corretora.
Dessarte, a RENDA não precisava de qualquer autorização
da CVM, porquanto agia, simplesmente, como investidora, em nome
próprio, afastando-se de todas as hipóteses previstas no art. 16 da Lei n°
6.385/76.
[...]
E certo que, se provados os fatos alegados ("garimpagem
de ações"), a RENDA poderia ser responsabilizada administrativamente
(por lesar os proprietários das ações, que as teriam vendido por preço
inferior ao justo). Contudo, não se perfaz o ilícito criminal, à míngua de
qualquer mediação ou corretagem, inexistindo norma legal que exija
autorização da CVM apenas para a realização de operações de compra e
posterior venda (atividades típicas de investidores comuns).
Assim, é manifesta a atipicidade da conduta imputada aos
réus, a qual não se amolda à descrição normativa do art 7°, inciso IV, da
Lei n° 7.492/86 (nem à do art. 27-E da Lei n° 6.385/76, a qual seria
aplicável, se houvesse efetiva mediação ou corretagem, conforme
exposto em tópico abaixo).
Por fim, conquanto pareça despiciendo, explicita-se que a
mera conclusão (oriunda de evidente erronia na qualificação dos fatos
narrados), constante da denúncia, de que a RENDA praticava a mediação
e corretagem não serve para respaldar a acusação, eis que como cediço,
a peça acusatória deve não apenas qualificar os fatos mas dar-lhes todos
os contornos, especificando os aspectos fáticos que embasam a
qualificação que lhes foi emprestada.
Afinal de contas, consigna o art. 41 do Código de Processo
Penal que "A denúncia ou queixa conterá a exposição do fato criminoso,
com todas as suas circunstâncias (...)".
Dessarte, jamais seria suficiente a mera referência a
mediação ou corretagem, fazendo-se imprescindível que houvesse a
efetiva narração e especificação dos fatos que as configurariam
É dizer: se os fatos narrados, na denúncia, não
caracterizam mediação ou corretagem, não basta que esta simplesmente
invoque essas palavras para que seja perfeita a acusação. Faz-se
necessária, em vez disso, a narração de fatos que, efetivamente,
configurem a mediação e a corretagem, sob pena de admitir-se uma
denúncia genérica."

Por oportuno, são esses os fundamentos adotados pelo eminente Ministro


Felix Fischer para negar provimento ao recurso especial relativamente à alegada
ocorrência de julgamento citra petita e da atipicidade da conduta, litteris (fls. 962/965):

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"Os recorrentes aduzem a ocorrência de julgamento citra
petita, porquanto não teria ocorrido manifestação sobre a principal tese
da defesa, qual seja, a atipicidade das condutas imputadas.
Contudo, da leitura do acórdão reprochado, percebe-se que
tal alegação não se sustenta. Cumpre transcrever trecho do aresto
vergastado (fls. 597-598):

'O que as provas dos autos demonstram é, entre os


anos de 2000 a 2006, um volume elevado e constante de
compra de ações diretamente a particulares por valores
abaixo ao do mercado e a posterior venda destas ações,
cujo valor de revenda era imensamente superior ao da
aquisição, ,gerando um lucro enorme para as empresas
RENDA e PAX, que, como já mencionado, se confundem
inclusive na estrutura.
A conduta apontada na denúncia e comprovada ao
longo da instrução probatória amolda-se ao tipo previsto no
art. 7º, IV, da Lei 7.492/86 e não ao art. 27-E da Lei
6.385/76, tendo em vista que é mais especifica ao que se
observou no caso em comento: a negociação de valores
mobiliários sem autorização prévia da CVM, por meio da
criação de duas empresas para que uma operasse às
escuras e a outra transparecesse uma suposta legalidade
nas operações.
Aliás, é com base nessa constatação que deve ser
afastada a tese de atipicidade da conduta alegada no apelo.
Segundo a defesa, os réus não intermediavam ações fora
do mercado, pois, embora adquirisse ações de terceiros,
estas eram revendidas à PAX, que, por sua vez, tinha
autorização para operar no mercado de capitais.
Das provas dos autos, contudo; o que emerge é, a
existência apenas formal de duas empresas, pois, na
prática, as duas se confundiam e, atuavam em conjunto,
numa atividade sequencialmente estruturada: enquanto a
Renda adquiria, com deságio, as ações de terceiros,
normalmente pessoas físicas, a Pax as revendia, em curto
espaço de tempo, no mercado de ações, a um preço bem
superior, gerando lucro estimado em R$2.840.026,32, entre
os anos de 2000 a 2006.
Desta maneira, a mera alegação da defesa de
atipicidade da conduta não é suficiente para afastar a
condenação, diante das diversas provas de que ambas as
empresas atuavam em conjunto e propunham-se aos
mesmos fins operacionais.'

Verifica-se, portanto, que as razões lançadas no recurso


especial não se sustentam, porquanto amplamente debatida a tese da
defesa em torno da atipicidade da conduta dos recorrentes, concluindo o
acórdão a quo em sentido contrário à pretensão da parte, o que não
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Superior Tribunal de Justiça
caracteriza julgamento citra petita ou deficiência de fundamentação.
Nesse sentido:

'AGRAVO REGIMENTAL NO AGRAVO EM


RECURSO ESPECIAL. RECEPTAÇÃO. VIOLAÇÃO DO
ART. 619 DO CPP. OMISSÃO E CONTRADIÇÃO NÃO
CARACTERIZADAS. AUSÊNCIA DE DOLO. SÚMULAS
284/STF E 7/STJ. DECISÃO CITRA PETITA.
INOCORRÊNCIA. FIXAÇÃO DO REGIME SEMIABERTO.
MAUS ANTECEDENTES. LEGALIDADE. AGRAVO
IMPROVIDO.
1. Nos termos da jurisprudência desta Corte, o órgão
julgador não é obrigado a manifestar-se sobre todos os
pontos alegados pelas partes, mas apenas os necessários
ao julgamento do feito.
2. Não é possível a análise de matéria invocada sob
amparo de dispositivo legal incompatível com a pretensão
recursal. Incidência da Súmula 284/STF.
3. O Tribunal de origem, com base no conteúdo
fático-probatório, entendeu pela ocorrência de dolo eventual
na conduta do agente. Mudar esse entendimento esbarra na
Súmula 7/STJ.
4. Não há se falar em decisão citra petita quando a
tese invocada pela defesa foi apreciada pelo acórdão
recorrido.
5. Inexiste ilegalidade na fixação do regime
semiaberto a acusado portador de maus antecedentes
(quatro condenações, sendo três pelo mesmo delito dos
autos).
6. Agravo regimental improvido.'
(AgRg no AREsp 516.026/SP, Rel. Ministro
LEOPOLDO DE ARRUDA RAPOSO (DESEMBARGADOR
CONVOCADO DO TJ/PE), QUINTA TURMA, julgado em
24/03/2015, DJe 08/04/2015)

Quanto à aventada atipicidade das condutas ou, ainda, a


adequada tipificação do delito imputado aos recorrentes, se estaria
enquadrado no art. 7º, inciso IV, da Lei n.º 7.492/1986 ou no art. 27-E da
Lei n.º 6.385/76, a eg. Corte de origem afastou a pretensão dos
recorrentes, fundamentando o decisum nas provas presentes nos autos.
Assim, estando a opção pelo enquadramento do delito
praticado pela recorrente na previsão do art. 7º, inciso IV, da Lei n.º
7.492/1986 escudada em farta remissão ao arcabouço fático-probatório
dos autos, que aponta para um especial abalo à credibilidade do sistema
financeiro nacional, a desclassificação dessa imputação para a de prática
do crime previsto no art. 27-E da Lei n.º 6.385/76 esbarra,
inevitavelmente, no óbice da Súmula 07/STJ.
Nesse sentido:

Documento: 1701424 - Inteiro Teor do Acórdão - Site certificado - DJe: 25/06/2018 Página 33 de 6

33/40
Superior Tribunal de Justiça
'PENAL. PROCESSUAL PENAL. AGRAVO
REGIMENTAL NO AGRAVO EM RECURSO ESPECIAL.
DESCLASSIFICAÇÃO DE ROUBO PARA FURTO
SIMPLES. MATÉRIA NÃO PREQUESTIONADA. SÚMULA
N. 282 DO STF. NECESSIDADE DE REEXAME DO
ACERVO FÁTICO-PROBATÓRIO. INCIDÊNCIA DA
SÚMULA N. 7 DO STJ. AGRAVO REGIMENTAL NÃO
PROVIDO.
1. De acordo com a firme jurisprudência desta
Corte, para que se atenda ao requisito do
prequestionamento, é necessário que a questão tenha sido
objeto de debate pelo Tribunal de origem, à luz da legislação
federal indicada, com emissão de juízo de valor acerca do
dispositivo legal apontado como violado, situação que não
ocorreu nos autos. Incidência da Súmula n. 282 do STF.
2. Para afastar a conclusão das instâncias
ordinárias de que a conduta praticada pelo agravante se
revestiu da violência necessária para a configuração do
roubo e desclassificar o crime para furto simples, seria
necessário o revolvimento do suporte fático-probatório
delineado nos autos, procedimento vedado nesta esfera, a
teor da Súmula n. 7 do Superior Tribunal de Justiça.
3. Agravo regimental não provido' (AgRg no AREsp
n. 726.700/SP, Sexta Turma, Rel. Ministro Rogerio
Schietti Cruz, DJe de 23/11/2015).

'AGRAVO REGIMENTAL NO AGRAVO EM


RECURSO ESPECIAL. CRIMES CONTRA O
PATRIMÔNIO. ROUBO. DESCLASSIFICAÇÃO PARA
FURTO. REEXAME DO ACERVO FÁTICO-PROBATÓRIO.
INCIDÊNCIA DA SÚMULA 7/STJ. AGRAVO REGIMENTAL
NÃO PROVIDO.
1. A alteração das conclusões do acórdão recorrido
exige reapreciação do acervo fático-probatório da demanda,
o que faz incidir o óbice da Súmula 7, STJ.
2. Agravo regimental não provido' (AgRg no AREsp
n. 324.017/ES, Quinta Turma, Rel. Ministro Moura
Ribeiro, DJe de 27/06/2014).

A partir do detido exame das transcrições acima, não vislumbro omissão


configurada no decisum atacado. Todas as questões necessárias ao deslinde da
controvérsia foram analisadas e decididas de maneira clara, suficiente e fundamentada.
Importa asseverar que "omissão no julgado e entendimento contrário ao interesse da
parte são conceitos que não se confundem" (EDcl nos EDcl no AgRg no REsp
1.129.183/DF, Rel. Min. HUMBERTO MARTINS, SEGUNDA TURMA, DJe de 28.8.2012).

Documento: 1701424 - Inteiro Teor do Acórdão - Site certificado - DJe: 25/06/2018 Página 34 de 6

34/40
Superior Tribunal de Justiça
Noutro giro, na esteira do concluído pelo eminente Ministro Relator, vê-se
que a pretensão recursal – a inadequação típica da conduta e a inidoneidade dos
fundamentos utilizados para considerar as circunstâncias judicias desfavoráveis na
dosimetria da pena – encontra empeço no verbete n. 7 da Súmula do STJ.
O Tribunal de origem, conforme se depreende, principalmente dos
trechos das decisões acima negritados, a partir das provas dos autos, concluiu que a
conduta perpetrada pelos ora embargantes se amolda ao art. 7º, IV, da Lei n. 7.492/86 e
não ao disposto no art. 27-E da Lei n. 6.385/76.
Confira-se:
"O que as provas dos autos demonstram é, entre os
anos de 2000 a 2006, um volume elevado e constante de compra de
ações diretamente a particulares por valores abaixo ao do mercado e
a posterior venda destas ações, cujo valor de revenda era
imensamente superior ao da aquisição, gerando um lucro enorme
para as empresas RENDA e PAX, que, como já mencionado, se
confundem inclusive na estrutura.
As diversas provas constantes nos volumes em
apenso, entre as quais os referidos relatórios, os contratos sociais,
as cópias das compras dos títulos, entre outras, denotam a atividade
de garimpagem pela RENDA, sem que esta tivesse autorização legal
para a "compra de valores mobiliários para revendê-los por conta
própria" (art. 16, II, da Lei 6.385/76), numa evidente prática de
negociação de valores mobiliários, em afronta ao art. 7o, IV, da Lei
7.492/86.
A conduta apontada na denúncia e comprovada ao
longo da instrução probatória amolda-se ao tipo previsto no art. 7o,
IV, da Lei 7.492/86 e não ao art. 27-E da Lei 6.385/76, tendo em vista
que é mais específica ao que se observou no caso em comento: a
negociação de valores mobiliários sem autorização prévia da CVM,
por meio da criação de duas empresas para que uma operasse às
escuras e a outra transparecesse uma suposta legalidade nas
operações.
Aliás, é com base nessa constatação que deve ser
afastada a tese de atipicidade da conduta alegada no apelo. Segundo
a defesa, os réus não intermediavam ações fora do mercado, pois,
embora adquirissem ações de terceiros, estas eram revendidas à
PAX, que, por sua vez, tinha autorização para operar no mercado de
capitais.
Das provas dos autos, contudo, o que emerge é a
existência apenas formal de duas empresas, pois, na prática, as duas
se confundiam e atuavam em conjunto, numa atividade
seqüencialmente estruturada: enquanto a Renda adquiria, com
deságio, as ações de terceiros, normalmente pessoas físicas, a Pax
as revendia, em curto espaço de tempo, no mercado de ações, a um
preço bem superior, gerando lucro estimado em R$2.840.026,32,
Documento: 1701424 - Inteiro Teor do Acórdão - Site certificado - DJe: 25/06/2018 Página 35 de 6

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Superior Tribunal de Justiça
entre os anos de 2000 a 2006.
Desta maneira, a mera alegação da defesa de
atipicidade da conduta não é suficiente para afastar a condenação,
diante das diversas provas de que ambas as empresas atuavam em
conjunto e propunham-se aos mesmos fins operacionais."

Dessarte, inafastável o óbice da Súmula n. 7/STJ, pois verifica-se que o


acolhimento da pretensão recursal, no sentido de reconhecer que a conduta praticada
pelos recorrentes se enquadraria no disposto no art. 27-E da Lei n. 6.385/76 e não no
art. 7º, IV, da Lei n. 7.492/86, demandaria o revolvimento do conjunto fático-probatório
dos autos, o que é vedado em recurso especial.
Relativamente à dosimetria da pena, também sem razão os embargantes.
O acórdão ora embargado não apresenta a omissão apontada em relação
ao aumento da pena-base. Ao contrário do que sustentado pelos embargantes, o em.
relator manteve o entendimento firmado no v. aresto recorrido concluindo que o
aumento da reprimenda estava devidamente fundamentado em dados concretos
constantes dos autos.
Confira-se:

Na situação destes autos, a exasperação da pena-base foi


fundamenta valoração negativa da culpabilidade dos agentes,
considerando a atuação de cada um em relação ao modus operandi,
organização, planejamento e estratégia, na execução dos delitos.
Assim, conforme ressaltado na decisão monocrática ora
impugnada, verifica-se que o aumento da pena está, de fato,
fundamentado, tendo em vista que o v. acórdão a quo consignou
expressamente os motivos pelos quais houve a exasperação da
pena-base, não havendo tampouco desproporcionalidade no acréscimo.

Ante o exposto, acompanho o eminente Ministro Relator e rejeito os


embargos de declaração.

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36/40
Superior Tribunal de Justiça

CERTIDÃO DE JULGAMENTO
QUINTA TURMA

EDcl no AgRg no
Número Registro: 2014/0091750-6 PROCESSO ELETRÔNICO REsp 1.449.193 / CE
MATÉRIA CRIMINAL

Números Origem: 00126284320104058100 126284320104058100 16272007 200881000026810 2762010


9363

EM MESA JULGADO: 07/06/2018

Relator
Exmo. Sr. Ministro FELIX FISCHER

Ministro Impedido
Exmo. Sr. Ministro : RIBEIRO DANTAS

Presidente da Sessão
Exmo. Sr. Ministro REYNALDO SOARES DA FONSECA
Subprocurador-Geral da República
Exmo. Sr. Dr. ANTÔNIO AUGUSTO BRANDÃO DE ARAS
Secretário
Me. MARCELO PEREIRA CRUVINEL

AUTUAÇÃO
RECORRENTE : FRANCISCO DEUSMAR DE QUEIROS
RECORRENTE : JERÔNIMO ALVES BEZERRA
RECORRENTE : GERALDO DE LIMA GADELHA FILHO
RECORRENTE : IELTON BARRETO DE OLIVEIRA
ADVOGADOS : ANASTÁCIO JORGE MATOS DE SOUSA MARINHO E OUTRO(S) -
CE008502
ARIANO MELO PONTES - CE015593
TIAGO ASFOR ROCHA LIMA - CE016386
MARCELO LEAL DE LIMA OLIVEIRA E OUTRO(S) - DF021932
CAIO CESAR VIEIRA ROCHA - CE015095
RECORRIDO : MINISTÉRIO PÚBLICO FEDERAL
CORRÉU : ANDRÉA JUCA TERCEIRO

ASSUNTO: DIREITO PENAL - Crimes Previstos na Legislação Extravagante - Crimes contra o Sistema
Financeiro Nacional

EMBARGOS DE DECLARAÇÃO
EMBARGANTE : FRANCISCO DEUSMAR DE QUEIROS
EMBARGANTE : JERÔNIMO ALVES BEZERRA
EMBARGANTE : GERALDO DE LIMA GADELHA FILHO
EMBARGANTE : IELTON BARRETO DE OLIVEIRA
ADVOGADO : MARCELO LEAL DE LIMA OLIVEIRA E OUTRO(S) - DF021932
EMBARGADO : MINISTÉRIO PÚBLICO FEDERAL

Documento: 1701424 - Inteiro Teor do Acórdão - Site certificado - DJe: 25/06/2018 Página 37 de 6

37/40
Superior Tribunal de Justiça
CERTIDÃO
Certifico que a egrégia QUINTA TURMA, ao apreciar o processo em epígrafe na sessão
realizada nesta data, proferiu a seguinte decisão:
"Prosseguindo no julgamento, a Turma, por unanimidade, rejeitou os embargos."
Os Srs. Ministros Jorge Mussi, Reynaldo Soares da Fonseca e Joel Ilan Paciornik
votaram com o Sr. Ministro Relator.
Impedido o Sr. Ministro Ribeiro Dantas.

Documento: 1701424 - Inteiro Teor do Acórdão - Site certificado - DJe: 25/06/2018 Página 38 de 6

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Superior Tribunal de Justiça

CERTIDÃO DE JULGAMENTO
QUINTA TURMA

EDcl no AgRg no
Número Registro: 2014/0091750-6 PROCESSO ELETRÔNICO REsp 1.449.193 / CE
MATÉRIA CRIMINAL

Números Origem: 00126284320104058100 126284320104058100 16272007 200881000026810 2762010


9363

EM MESA JULGADO: 19/04/2018

Relator
Exmo. Sr. Ministro FELIX FISCHER

Ministro Impedido
Exmo. Sr. Ministro : RIBEIRO DANTAS

Presidente da Sessão
Exmo. Sr. Ministro REYNALDO SOARES DA FONSECA
Subprocuradora-Geral da República
Exma. Sra. Dra. ELIZETA MARIA DE PAIVA RAMOS
Secretário
Me. MARCELO PEREIRA CRUVINEL

AUTUAÇÃO
RECORRENTE : FRANCISCO DEUSMAR DE QUEIROS
RECORRENTE : JERÔNIMO ALVES BEZERRA
RECORRENTE : GERALDO DE LIMA GADELHA FILHO
RECORRENTE : IELTON BARRETO DE OLIVEIRA
ADVOGADOS : ANASTÁCIO JORGE MATOS DE SOUSA MARINHO E OUTRO(S) -
CE008502
ARIANO MELO PONTES - CE015593
TIAGO ASFOR ROCHA LIMA - CE016386
MARCELO LEAL DE LIMA OLIVEIRA E OUTRO(S) - DF021932
CAIO CESAR VIEIRA ROCHA - CE015095
RECORRIDO : MINISTÉRIO PÚBLICO FEDERAL
CORRÉU : ANDRÉA JUCA TERCEIRO

ASSUNTO: DIREITO PENAL - Crimes Previstos na Legislação Extravagante - Crimes contra o Sistema
Financeiro Nacional

EMBARGOS DE DECLARAÇÃO
EMBARGANTE : FRANCISCO DEUSMAR DE QUEIROS
EMBARGANTE : JERÔNIMO ALVES BEZERRA
EMBARGANTE : GERALDO DE LIMA GADELHA FILHO
EMBARGANTE : IELTON BARRETO DE OLIVEIRA
ADVOGADO : MARCELO LEAL DE LIMA OLIVEIRA E OUTRO(S) - DF021932
EMBARGADO : MINISTÉRIO PÚBLICO FEDERAL

Documento: 1701424 - Inteiro Teor do Acórdão - Site certificado - DJe: 25/06/2018 Página 39 de 6

39/40
Superior Tribunal de Justiça
CERTIDÃO
Certifico que a egrégia QUINTA TURMA, ao apreciar o processo em epígrafe na sessão
realizada nesta data, proferiu a seguinte decisão:
"Após o voto do Sr. Ministro Relator rejeitando os embargos, pediu vista,
antecipadamente, o Sr. Ministro Joel Ilan Paciornik."
Aguardam os Srs. Ministros Jorge Mussi e Reynaldo Soares da Fonseca.
Impedido o Sr. Ministro Ribeiro Dantas.

Documento: 1701424 - Inteiro Teor do Acórdão - Site certificado - DJe: 25/06/2018 Página 40 de 6
Processo: 0805802-55.2016.4.05.8100
Assinado eletronicamente por:
RAPHAEL NOGUEIRA BEZERRA DE MENEZES - Servidor Geral
18080913454958400000004055459
Data e hora da assinatura: 09/08/2018 14:04:38
Identificador: 4058100.4049794
Para conferência da autenticidade do documento: https://pje.jfce.jus.br/pje/Processo/ConsultaDocumento/listView.seam 40/40
1/4
2/4
3/4
Processo: 0805802-55.2016.4.05.8100
Assinado eletronicamente por:
RAPHAEL NOGUEIRA BEZERRA DE MENEZES - Servidor Geral
18080913454958500000004055461
Data e hora da assinatura: 09/08/2018 14:04:38
Identificador: 4058100.4049796
Para conferência da autenticidade do documento: https://pje.jfce.jus.br/pje/Processo/ConsultaDocumento/listView.seam 4/4
Superior Tribunal de Justiça
PEDIDO DE TUTELA PROVISÓRIA Nº 38 - CE (2016/0292446-7)

RELATOR : MINISTRO FELIX FISCHER


REQUERENTE : FRANCISCO DEUSMAR DE QUEIROS
REQUERENTE : GERALDO DE LIMA GADELHA FILHO
REQUERENTE : IELTON BARRETO DE OLIVEIRA
REQUERENTE : JERÔNIMO ALVES BEZERRA
ADVOGADO : MARCELO LEAL DE LIMA OLIVEIRA E OUTRO(S) -
DF021932
REQUERIDO : MINISTÉRIO PÚBLICO FEDERAL

DECISÃO

Trata-se de pedido de tutela provisória, formulada por FRANCISCO


DESMAR DE QUEIROS, GERALDO DE LIMA GADELHA FILHO, IELTON
BARRETO DE OLIVEIRA e JERÔNIMO ALVES BEZERRA, consubstanciada na
possibilidade de concessão in limine litis de medida cautelar para atribuir efeito suspensivo a
recurso especial anteriormente interposto.
Sustentam os requerentes que o periculum in mora que autorizaria a
concessão da medida cingir-se-ia à iminente possibilidade concreta de segregação (fl. 4),
decretada pelo magistrado de primeira instância, ao argumento de que "o fato de ter sido o
decreto de prisão exarado ex officio, sem provocação de qualquer espécie do órgão
acusatório e em flagrante contrariedade ao próprio dispositivo da sentença, que
determinara expressamente que o início da pena ocorresse “após o trânsito em julgado”
e contra o qual não se insurgiu o Ministério Público, sinalizam fortemente para a
verossimilhança do direito alegado" (fl. 5).
Por outro lado, o fumus boni iuris encontrar-se-ia na viabilidade recursal,
consistente em "violação da correlação entre acusação e sentença, falta de
fundamentação na dosimetria da pena, inadequação típica da conduta, e, ainda, a
indicação de omissão reiterada e deliberada na apreciação destas mesmas matérias
amplamente arguidas e prequestionadas desde a origem pela defesa" (fl. 4).
Pugnam, ao final, pela concessão de efeito suspensivo para sustar o início da
execução provisória da pena até ulterior julgamento do mérito da presente medida

Documento: 67156286 - Despacho / Decisão - Site certificado - DJe: 24/11/2016 Página 1 de 4

1/4
Superior Tribunal de Justiça
acautelatória.
É o relatório.
Decido.
De início, cumpre assentar que, na linha da jurisprudência até então firmada no
âmbito desta Corte, a prisão cautelar deve ser considerada exceção, já que, por meio desta
medida, priva-se o réu de seu jus libertatis antes do pronunciamento condenatório definitivo,
consubstanciado na sentença transitada em julgado. É por isso que tal medida constritiva só
justifica caso demonstrada sua real indispensabilidade para assegurar a ordem pública, a
instrução criminal ou a aplicação da lei penal, ex vi do artigo 312 do Código de Processo
Penal, sob pena de configurar-se antecipação de pena ou execução provisória, inadmitida, até
então, pela Suprema Corte, com base no HC n. 84.078/MG, da relatoria do em. Ministro
Eros Grau.
Nesse sentido: AgRg no RHC 47.220/MG, 5ª Turma, Rel. Min. Regina
Helena Costa, DJe de 29/8/2014; RHC 36.642/RJ, 6ª Turma, Rel. Min. Maria Thereza
de Assis Moura, DJe de 29/8/2014; HC 296.276/MG, 5ª Turma, Rel. Min. Marco
Aurélio Bellizzee, DJe de 27/8/2014; RHC 48.014/MG, 6ª Turma, Rel. Min. Sebastião
Reis Júnior, DJe de 26/8/2014; v.g..
Entretanto, recentemente, o Plenário do col. Supremo Tribunal Federal evoluiu
em seu entendimento e, por maioria de votos, indeferiu o pedido formulado no HC n.
126.292/SP, de relatoria do e. Min. Teori Zavascki, e decidiu pela possibilidade do início do
cumprimento da pena após o julgamento da apelação. Em outras palavras, está autorizada a
execução provisória da pena após o julgamento de segunda instância, o que ocorreu no caso
concreto.
No caso vertente, aduzem os requerentes que ao juiz sentenciante falece
competência para a expedição de mandado de prisão em virtude do início da execução
provisória. Sobre o tema, trago à colação voto-vista por mim proferido nos autos do habeas
corpus n. 352216, em que fiz algumas considerações acerca da viabilidade de tal expediente,
malgrado partir de magistrado de primeira instância. Eis o excerto:
"[...] cumpre citar passagem da decisão proferida pelo em. Min. Edson
Fachin, no já apontado habeas corpus 135.752:
Documento: 67156286 - Despacho / Decisão - Site certificado - DJe: 24/11/2016 Página 2 de 4

2/4
Superior Tribunal de Justiça
"A opção legislativa de dar eficácia à sentença condenatória tão logo
confirmada em segundo grau de jurisdição, e não mais sujeita a recurso com efeito
suspensivo, está consentânea com a razão constitucional da própria existência dos
recursos às instâncias extraordinárias. Sabem todos que o trânsito em julgado, no
sistema recursal brasileiro, depende em algum momento da inércia da parte
sucumbente. Há sempre um recurso oponível a uma decisão, por mais incabível que
seja, por mais estapafúrdias que sejam as razões recursais invocadas. Se pudéssemos
dar à regra do art. 5º, LVII, da CF caráter absoluto, teríamos de admitir, no limite,
que a execução da pena privativa de liberdade só poderia operar-se quando o réu se
conformasse com sua sorte e deixasse de opor novos embargos declaratórios. Isso
significaria dizer que a execução da pena privativa de liberdade estaria condicionada
à concordância do apenado (...)".

Mostrar-se-ia, realmente, ilógico conceber que a liberdade individual


possa ser tolhida por decisão de magistrado de primeiro grau que até mesmo dispensa
a certeza, como no caso das prisões cautelares, adotando-se, no mesmo compasso, para
a decisão de segunda instância, uma compreensão que a assimilasse com um mero ato
de passagem, sem qualquer consequência.
Reitere-se: levado ao limite, o argumento consente com que, por exemplo,
um recurso especial ou extraordinário manejado e não conhecido, de cuja decisão se
interponha um agravo, que seja desprovido, e em relação à qual se oponham embargos
de declaração – quiçá sucessivos -, impeçam a deflagração da execução.
Ademais, ainda sobre tal argumentação, tem-se que, como é evidente, à
alusão do magistrado de primeiro grau não se pode emprestar força tendente a afastar
a decisão do col. Supremo Tribunal Federal, no habeas corpus 126.292. Noutros
termos, e abstraindo-se aqui o caso concreto, em que a sentença foi proferida antes da
edição do precedente pelo Supremo Tribunal Federal, ainda que assim não fosse, a
verdade é que não se pode conceber que a referência do juiz de primeira instância,
simplesmente por indicar que após o trânsito em julgado expedir-se-á mandado de
prisão, faça írrita uma decisão da eg. Suprema Corte.
A expressão constante das sentenças condenatórias, ao determinar
expedição de mandado de prisão após o trânsito em julgado, não opera coisa julgada em
favor do réu, de modo que tal fato não tem o condão de impedir sua prisão no âmbito da
execução provisória da pena. Este tipo de comando sentencial, com efeito, consta do
texto condenatório, em verdade, apenas como norte para o início de cumprimento de
pena, com o advento do trânsito em julgado, ou seja, tem por finalidade guiar o feito
após o julgamento definitivo dos recursos, da mesma forma como a determinação de
expedição de ofícios para inscrição do nome no rol de culpados, as determinações
para fins de suspensão de direitos políticos, dentre outras diligências.
Não significa, portanto, que, única e exclusivamente, isto é, que apenas
com o trânsito em julgado, é que se permitirá a expedição do mandado de prisão. No
ponto, basta imaginar que determinada pessoa seja condenada a uma elevada pena de
prisão, sendo-lhe conferido o direito de recorrer em liberdade, com determinação de
expedição de mandado de prisão após o trânsito em julgado. Se antes da apreciação do
Documento: 67156286 - Despacho / Decisão - Site certificado - DJe: 24/11/2016 Página 3 de 4

3/4
Superior Tribunal de Justiça
recurso houver prova robusta da possibilidade de que o acusado condenado virá a
fugir para outro País, de modo a evitar futuro cumprimento de pena, não se pode dizer
que, considerando a determinação contida na sentença, de expedição de mandado de
prisão após o trânsito em julgado, estaria o Tribunal impedido de decretar a prisão
preventiva."

Dessarte, não vislumbro óbice, tampouco ilegalidade, tout court, a expedição


de mandado de prisão realizada por juiz de primeira instância, independentemente de ressalva
por este feita e de os autos encontrarem-se em trâmite perante as Cortes Superiores.
Sem embargo, dentre os argumentos expendidos na inicial do pedido de tutela
provisória, verifico que em relação a um deles a concessão de liminar, ao menos neste juízo
meramente perfunctório, é medida que se faz premente, ante a relevância da questão da
correta tipificação do delito imputado aos requerentes, se se trataria de incidir, na hipótese, o
delito inserto no art. 27-E da Lei 6.385/76, ou o delito previsto no art. 7º, inciso IV, da Lei
7.492/86, sem olvidar que eventual desclassificação da conduta poderia culminar no advento
da prescrição.
Assim, temerária seria a deflagração ante tempus de eventual execução
provisória antes do julgamento do mérito do Recurso Especial interposto, razão pela qual
defiro a liminar para sustar o início da execução provisória da pena até ulterior julgamento
final do presente pedido de tutela provisória.
Cite-se o requerido, para, querendo, apresentar resposta, no prazo legal.
Após, vista ao Ministério Público Federal.
P. e I.
Brasília (DF), 16 de novembro de 2016.

Ministro Felix Fischer


Relator

Documento: 67156286 - Despacho / Decisão - Site certificado - DJe: 24/11/2016 Página 4 de 4


Processo: 0805802-55.2016.4.05.8100
Assinado eletronicamente por:
RAPHAEL NOGUEIRA BEZERRA DE MENEZES - Servidor Geral
18080913454958400000004055462
Data e hora da assinatura: 09/08/2018 14:04:38
Identificador: 4058100.4049797
Para conferência da autenticidade do documento: https://pje.jfce.jus.br/pje/Processo/ConsultaDocumento/listView.seam 4/4
12ª Vara Federal do Ceará

Rua João Carvalho, nº 485, 5.º andar, Aldeota, CEP 60.140.140 - Fortaleza/CE

Fone: (85) 3391-5864 / Fax: (85) 3391-5866 / email: vara12@jfce.jus.br

PROCESSO Nº: 0805802-55.2016.4.05.8100 - EXECUÇÃO PROVISÓRIA


EXEQUENTE: MINISTÉRIO PÚBLICO FEDERAL
CONDENADO: FRANCISCO DEUSMAR DE QUEIROS
ADVOGADO: Anastacio Jorge Matos De Sousa Marinho
12ª VARA FEDERAL - CE (JUIZ FEDERAL TITULAR)

CERTIDÃO

CERTIFICO que, nesta data, devido a limitações do PJe, ultimo a juntada anterior. O
referido é verdade. Dou fé.

Fortaleza, datado eletronicamente.

Processo: 0805802-55.2016.4.05.8100
Assinado eletronicamente por:
RAPHAEL NOGUEIRA BEZERRA DE MENEZES - Servidor Geral
18080914052627100000004055552
Data e hora da assinatura: 09/08/2018 14:07:58
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Superior Tribunal de Justiça
PEDIDO DE TUTELA PROVISÓRIA Nº 38 - CE (2016/0292446-7)

RELATOR : MINISTRO FELIX FISCHER


REQUERENTE : FRANCISCO DEUSMAR DE QUEIROS
REQUERENTE : GERALDO DE LIMA GADELHA FILHO
REQUERENTE : IELTON BARRETO DE OLIVEIRA
REQUERENTE : JERÔNIMO ALVES BEZERRA
ADVOGADO : MARCELO LEAL DE LIMA OLIVEIRA E OUTRO(S) -
DF021932
REQUERIDO : MINISTÉRIO PÚBLICO FEDERAL
EMENTA

TUTELA PROVISÓRIA. PEDIDO DE EFEITO SUSPENSIVO AO


RECURSO ESPECIAL. EXECUÇÃO PROVISÓRIA DA PENA. JULGAMENTO
DO FEITO PRINCIPAL. PREJUDICADO PEDIDO. LIMINAR CASSADA.

DECISÃO

Trata-se de pedido de tutela provisória, formulada por FRANCISCO


DESMAR DE QUEIROS, GERALDO DE LIMA GADELHA FILHO, IELTON
BARRETO DE OLIVEIRA e JERÔNIMO ALVES BEZERRA, consubstanciada na
possibilidade de concessão in limine litis de medida cautelar para atribuir efeito suspensivo a
recurso especial anteriormente interposto.

Sustentam os requerentes que o periculum in mora que autorizaria a


concessão da medida cingir-se-ia à iminente possibilidade concreta de segregação (fl. 4),
decretada pelo magistrado de primeira instância, ao argumento de que "o fato de ter sido o
decreto de prisão exarado ex officio, sem provocação de qualquer espécie do órgão
acusatório e em flagrante contrariedade ao próprio dispositivo da sentença, que
determinara expressamente que o início da pena ocorresse “após o trânsito em julgado”
e contra o qual não se insurgiu o Ministério Público, sinalizam fortemente para a
verossimilhança do direito alegado" (fl. 5).

Por outro lado, o fumus boni iuris encontrar-se-ia na viabilidade recursal,


consistente em "violação da correlação entre acusação e sentença, falta de
fundamentação na dosimetria da pena, inadequação típica da conduta, e, ainda, a
indicação de omissão reiterada e deliberada na apreciação destas mesmas matérias

Documento: 80507648 - Despacho / Decisão - Site certificado - DJe: 28/02/2018 Página 1 de 3

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Superior Tribunal de Justiça
amplamente arguidas e prequestionadas desde a origem pela defesa" (fl. 4).

Pugnam, ao final, pela concessão de efeito suspensivo para sustar o início da


execução provisória da pena até ulterior julgamento do mérito da presente medida
acautelatória.

A liminar foi deferida às fls. 2164-2167, para sustar o início da execução


provisória da pena até ulterior julgamento final do presente pedido de tutela provisória.

É o relatório.

Decido.

O pedido está prejudicado.

Com efeito, o Recurso Especial 1.449.193/CE, do qual esta tutela provisória é


incidental, foi julgado monocraticamente, tendo sido conhecido em parte e, na extensão,
desprovido. No dia 20 de fevereiro deste ano, a col. Quinta Turma deste Superior Tribunal de
Justiça julgou o agravo regimental naquele feito, negando provimento ao recurso para manter
os fundamentos do decisum monocrático.

Em tal contexto, verifico que o presente pedido perdeu o objeto, em razão da


superveniência da decisão de mérito proferida nos autos da ação principal.
Nesse sentido:

"AGRAVO REGIMENTAL NA MEDIDA CAUTELAR.


EFEITO SUSPENSIVO A ARESP. SUPERVENIENTE JULGAMENTO.
PERDA DO OBJETO.
I - A jurisprudência desta Corte é firme no sentido de que,
uma vez apreciado o recurso cujo efeito suspensivo se visa atribuir, fica
prejudicada a medida cautelar.
II - O agravo em recurso especial cuja presente medida
cautelar é dependente foi apreciado em 27/5/2016. Na oportunidade,
conheci do agravo, para dar parcial provimento ao recurso especial
fixando o regime aberto para o início do cumprimento da pena imposta ao
agravante.
III - Agravo regimental prejudicado.
(AgInt na MC 25.653/SC, Quinta Turma, Rel. Min. Reynaldo
Soares da Fonseca, DJe de 26/09/2016).

Documento: 80507648 - Despacho / Decisão - Site certificado - DJe: 28/02/2018 Página 2 de 3

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Superior Tribunal de Justiça

Ante o exposto, com fulcro no art. 34, XI, do RISTJ, julgo prejudicada a tutela
provisória e a liminar outrora deferida.

P. e I.

Brasília (DF), 22 de fevereiro de 2018.

Ministro Felix Fischer


Relator

Documento: 80507648 - Despacho / Decisão - Site certificado - DJe: 28/02/2018 Página 3 de 3


Processo: 0805802-55.2016.4.05.8100
Assinado eletronicamente por:
RAPHAEL NOGUEIRA BEZERRA DE MENEZES - Servidor Geral
18080914064295600000004055553
Data e hora da assinatura: 09/08/2018 14:07:58
Identificador: 4058100.4049888
Para conferência da autenticidade do documento: https://pje.jfce.jus.br/pje/Processo/ConsultaDocumento/listView.seam 3/3
Superior Tribunal de Justiça
AgRg no PEDIDO DE TUTELA PROVISÓRIA Nº 38 - CE (2016/0292446-7)

RELATOR : MINISTRO FELIX FISCHER


AGRAVANTE : FRANCISCO DEUSMAR DE QUEIROS
AGRAVANTE : GERALDO DE LIMA GADELHA FILHO
AGRAVANTE : IELTON BARRETO DE OLIVEIRA
AGRAVANTE : JERÔNIMO ALVES BEZERRA
ADVOGADO : MARCELO LEAL DE LIMA OLIVEIRA E OUTRO(S) -
DF021932
AGRAVADO : MINISTÉRIO PÚBLICO FEDERAL
EMENTA

AGRAVO REGIMENTAL NO PEDIDO DE TUTELA PROVISÓRIA.


EFEITO SUSPENSIVO A RECURSO ESPECIAL. SUPERVENIENTE
JULGAMENTO DO RECURSO. PERDA DE OBJETO. DECISÃO MANTIDA.
Tendo em vista o superveniente julgamento do recurso especial ao qual se
pretendia conferir efeito suspensivo, deve ser reconhecida a perda de objeto do pedido
de tutela provisória.
Agravo regimental desprovido.

ACÓRDÃO

Vistos, relatados e discutidos os autos em que são partes as acima indicadas,


acordam os Ministros da Quinta Turma do Superior Tribunal de Justiça, por unanimidade,
negar provimento ao agravo regimental.
Os Srs. Ministros Jorge Mussi, Reynaldo Soares da Fonseca e Joel Ilan
Paciornik votaram com o Sr. Ministro Relator.
Impedido o Sr. Ministro Ribeiro Dantas.

Brasília (DF), 12 de junho de 2018 (Data do Julgamento).

Ministro Felix Fischer


Relator

Documento: 1721817 - Inteiro Teor do Acórdão - Site certificado - DJe: 20/06/2018 Página 1 de 4

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Superior Tribunal de Justiça
AgRg no PEDIDO DE TUTELA PROVISÓRIA Nº 38 - CE (2016/0292446-7)

AGRAVANTE : FRANCISCO DEUSMAR DE QUEIROS


AGRAVANTE : GERALDO DE LIMA GADELHA FILHO
AGRAVANTE : IELTON BARRETO DE OLIVEIRA
AGRAVANTE : JERÔNIMO ALVES BEZERRA
ADVOGADO : MARCELO LEAL DE LIMA OLIVEIRA E OUTRO(S) -
DF021932
AGRAVADO : MINISTÉRIO PÚBLICO FEDERAL

RELATÓRIO

O EXMO. SR. MINISTRO FELIX FISCHER: Trata-se de agravo


regimental interposto por FRANCISCO DEUSMAR DE QUEIROS, GERALDO DE
LIMA GADELHA FILHO, IELTON BARRETO DE OLIVEIRA e JERÔNIMO
ALVES BEZERRA contra a decisão monocrática de fls. 755-764, assim ementada:

"TUTELA PROVISÓRIA. PEDIDO DE EFEITO


SUSPENSIVO AO RECURSO ESPECIAL. EXECUÇÃO PROVISÓRIA DA
PENA. JULGAMENTO DO FEITO PRINCIPAL. PREJUDICADO
PEDIDO. LIMINAR CASSADA."

Alegam os agravantes, em síntese, que "o pedido de tutela provisória, que


visava obstar o início da execução da pena antes do julgamento do mérito do Recurso
Especial, não se encontra prejudicado" (fl. 2223).

Afirmam que o recurso especial ainda não transitou em julgado, pois "em face
da rejeição do Agravo Regimental, foram opostos Embargos de Declaração com efeitos
modificativos, os quais não foram, todavia, apreciados" (fl. 2224).

Requer, ao final, a reconsideração do decisum ou a submissão do pleito ao


Colegiado, dando-se provimento à irresignação para manter a suspensão da execução
provisória da pena até o julgamento deste agravo regimental.

É o relatório.

Documento: 1721817 - Inteiro Teor do Acórdão - Site certificado - DJe: 20/06/2018 Página 2 de 4

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Superior Tribunal de Justiça
AgRg no PEDIDO DE TUTELA PROVISÓRIA Nº 38 - CE (2016/0292446-7)

RELATOR : MINISTRO FELIX FISCHER


AGRAVANTE : FRANCISCO DEUSMAR DE QUEIROS
AGRAVANTE : GERALDO DE LIMA GADELHA FILHO
AGRAVANTE : IELTON BARRETO DE OLIVEIRA
AGRAVANTE : JERÔNIMO ALVES BEZERRA
ADVOGADO : MARCELO LEAL DE LIMA OLIVEIRA E OUTRO(S) -
DF021932
AGRAVADO : MINISTÉRIO PÚBLICO FEDERAL
EMENTA

AGRAVO REGIMENTAL NO PEDIDO DE


TUTELA PROVISÓRIA. EFEITO SUSPENSIVO A
RECURSO ESPECIAL. SUPERVENIENTE
JULGAMENTO DO RECURSO. PERDA DE
OBJETO. DECISÃO MANTIDA.
Tendo em vista o superveniente julgamento do
recurso especial ao qual se pretendia conferir efeito
suspensivo, deve ser reconhecida a perda de objeto do
pedido de tutela provisória.
Agravo regimental desprovido.

VOTO

O EXMO. SR. MINISTRO FELIX FISCHER: Em que pesem os


argumentos do agravante, o recurso não merece prosperar, devendo ser mantido o decisum
ora agravado.

Conforme constou na decisão monocrática o pedido de tutela provisória, para


conferir efeito suspensivo ao recurso especial é, de fato, prejudicado.

Isso porque o Recurso Especial 1.449.193/CE, do qual esta tutela provisória é


incidental, foi julgado monocraticamente, tendo sido conhecido em parte e, na extensão,
desprovido.

No dia 20/02/2018, a col. Quinta Turma deste Superior Tribunal de Justiça


julgou o agravo regimental naquele feito, negando provimento ao recurso para manter os

Documento: 1721817 - Inteiro Teor do Acórdão - Site certificado - DJe: 20/06/2018 Página 3 de 4

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Superior Tribunal de Justiça
fundamentos do decisum monocrático.

Cumpre registrar que na sessão de julgamento do dia 07/06/2018, a col. Quinta


Turma deste Superior Tribunal de Justiça rejeitou, por unanimidade, os embargos de
declaração opostos por FRANCISCO DEUSMAR DE QUEIROS, GERALDO DE LIMA
GADELHA FILHO, IELTON BARRETO DE OLIVEIRA e JERÔNIMO ALVES
BEZERRA, naqueles autos.

Assim, de fato, verifica-se que o pedido de tutela provisória perdeu o objeto,


em razão da superveniência da decisão de mérito proferida nos autos da ação principal.

Nesse sentido:

"AGRAVO REGIMENTAL NO PEDIDO DE TUTELA


PROVISÓRIA. EFEITO SUSPENSIVO. RECURSO ESPECIAL NÃO
CONHECIDO. PERDA DO OBJETO. AGRAVO REGIMENTAL NÃO
PROVIDO.
1. Se o recurso especial cujo efeito suspensivo se procura
garantir com o pedido de tutela provisória não foi conhecido por este
Superior Tribunal, é forçoso reconhecer a perda superveniente do interesse
de agir do requerente.
2. Eventual pretensão de suspender a execução provisória
das penas restritivas de direito durante a tramitação de recurso
extraordinário deve ser deduzida por meio de instrumento próprio,
consoante as regras de competência da lei processual.
3. Agravo regimental não provido." (AgRg no TP 613/PR,
Sexta Turma, Rel. Min. Rogerio Schietti Cruz, DJe 11/05/2018)

"AGRAVO REGIMENTAL EM TUTELA PROVISÓRIA.


CONCESSÃO DE EFEITO SUSPENSIVO. JULGAMENTO DO
RECURSO. PEDIDO PREJUDICADO. AGRAVO REGIMENTAL
IMPROVIDO.
1. De acordo com a jurisprudência desta Corte, a decisão
que julga o recurso, ainda que não tenha transitado em julgado, prejudica
a medida cautelar que buscava lhe atribuir efeito suspensivo, por perda de
objeto (AgRg na MC 25.363/SP, Rel. Ministro GURGEL DE FARIA,
PRIMEIRA TURMA, DJe de 13/09/2016).
2. Agravo regimental improvido." (AgRg no TP 11/SP, Sexta
Turma, Rel. Min. Nefi Cordeiro, DJe 30/05/2017).

"AGRAVO REGIMENTAL. PEDIDO DE TUTELA


Documento: 1721817 - Inteiro Teor do Acórdão - Site certificado - DJe: 20/06/2018 Página 4 de 4

4/7
Superior Tribunal de Justiça
PROVISÓRIA. EFEITO SUSPENSIVO A RECURSO ESPECIAL.
SUPERVENIENTE JULGAMENTO DO RECURSO. PERDA DE OBJETO.
1. Tendo em vista o superveniente julgamento do recurso
especial ao qual se pretendia conferir efeito suspensivo, deve ser
reconhecida a perda de objeto do pedido de tutela provisória.
2. Agravo regimental prejudicado." (AgRg no TP 91/SP,
Sexta Turma, Relª. Minª. Maria Thereza de Assis Moura, DJe
11/05/2017)

"AGRAVO REGIMENTAL NA MEDIDA CAUTELAR.


EFEITO SUSPENSIVO A ARESP. SUPERVENIENTE JULGAMENTO.
PERDA DO OBJETO.
I - A jurisprudência desta Corte é firme no sentido de que,
uma vez apreciado o recurso cujo efeito suspensivo se visa atribuir, fica
prejudicada a medida cautelar.
II - O agravo em recurso especial cuja presente medida
cautelar é dependente foi apreciado em 27/5/2016. Na oportunidade,
conheci do agravo, para dar parcial provimento ao recurso especial
fixando o regime aberto para o início do cumprimento da pena imposta ao
agravante.
III - Agravo regimental prejudicado." (AgInt na MC
25.653/SC, Quinta Turma, Rel. Min. Reynaldo Soares da Fonseca, DJe de
26/09/2016).

Conclui-se, portanto, que os agravantes não trouxem fundamentos capazes de


infirmar a decisão agravada.

Desse modo, nego provimento ao agravo regimental.

É o voto.

Documento: 1721817 - Inteiro Teor do Acórdão - Site certificado - DJe: 20/06/2018 Página 5 de 4

5/7
Superior Tribunal de Justiça

CERTIDÃO DE JULGAMENTO
QUINTA TURMA

AgRg no
Número Registro: 2016/0292446-7 PROCESSO ELETRÔNICO TP 38 / CE
MATÉRIA CRIMINAL

Números Origem: 00126284320104058100 126284320104058100 16272007 27622010 9363

EM MESA JULGADO: 12/06/2018

Relator
Exmo. Sr. Ministro FELIX FISCHER

Ministro Impedido
Exmo. Sr. Ministro : RIBEIRO DANTAS

Presidente da Sessão
Exmo. Sr. Ministro REYNALDO SOARES DA FONSECA
Subprocuradora-Geral da República
Exma. Sra. Dra. CÉLIA REGINA SOUZA DELGADO
Secretário
Me. MARCELO PEREIRA CRUVINEL

AUTUAÇÃO
REQUERENTE : FRANCISCO DEUSMAR DE QUEIROS
REQUERENTE : GERALDO DE LIMA GADELHA FILHO
REQUERENTE : IELTON BARRETO DE OLIVEIRA
REQUERENTE : JERÔNIMO ALVES BEZERRA
ADVOGADO : MARCELO LEAL DE LIMA OLIVEIRA E OUTRO(S) - DF021932
REQUERIDO : MINISTÉRIO PÚBLICO FEDERAL
CORRÉU : ANDRÉA JUCA TERCEIRO

ASSUNTO: DIREITO PENAL - Crimes Previstos na Legislação Extravagante - Crimes contra o Sistema
Financeiro Nacional

AGRAVO REGIMENTAL
AGRAVANTE : FRANCISCO DEUSMAR DE QUEIROS
AGRAVANTE : GERALDO DE LIMA GADELHA FILHO
AGRAVANTE : IELTON BARRETO DE OLIVEIRA
AGRAVANTE : JERÔNIMO ALVES BEZERRA
ADVOGADO : MARCELO LEAL DE LIMA OLIVEIRA E OUTRO(S) - DF021932
AGRAVADO : MINISTÉRIO PÚBLICO FEDERAL

CERTIDÃO
Certifico que a egrégia QUINTA TURMA, ao apreciar o processo em epígrafe na sessão
realizada nesta data, proferiu a seguinte decisão:
"A Turma, por unanimidade, negou provimento ao agravo regimental."

Documento: 1721817 - Inteiro Teor do Acórdão - Site certificado - DJe: 20/06/2018 Página 6 de 4

6/7
Superior Tribunal de Justiça
Os Srs. Ministros Jorge Mussi, Reynaldo Soares da Fonseca e Joel Ilan Paciornik
votaram com o Sr. Ministro Relator.
Impedido o Sr. Ministro Ribeiro Dantas.

Documento: 1721817 - Inteiro Teor do Acórdão - Site certificado - DJe: 20/06/2018 Página 7 de 4
Processo: 0805802-55.2016.4.05.8100
Assinado eletronicamente por:
RAPHAEL NOGUEIRA BEZERRA DE MENEZES - Servidor Geral
18080914064939400000004055558
Data e hora da assinatura: 09/08/2018 14:07:58
Identificador: 4058100.4049893
Para conferência da autenticidade do documento: https://pje.jfce.jus.br/pje/Processo/ConsultaDocumento/listView.seam 7/7
TRIBUNAL REGIONAL FEDERAL DA 5ª REGIÃO
12° VARA DA SEÇÃO JUDICIÁRIA DO CEARÁ
PROCESSO: 0805802-55.2016.4.05.8100 - EXECUÇÃO PROVISÓRIA

Polo ativo Polo passivo


MINISTÉRIO PÚBLICO FRANCISCO DEUSMAR DE
EXEQUENTE CONDENADO
FEDERAL QUEIROS
Marcelo Leal de Lima
ADVOGADO
Oliveira
ANASTACIO JORGE
ADVOGADO
MATOS DE SOUSA MARINHO

Outros participantes
Sem registros

CERTIDÃO DE RETIFICAÇÃO

Certifico que, em 09/08/2018, procedi à retificação de autuação deste processo para fazer constar:
Data de Operação Usuário
Item Situação anterior Situação atual
alteração realizada responsável
Marcelo Leal de
FRANCISCO Lima Oliveira,
DEUSMAR DE FRANCISCO
RAPHAEL
QUEIROS, DEUSMAR DE
09/08/2018 Parte - Polo NOGUEIRA
Inclusão ANASTACIO QUEIROS,
14:12 Passivo BEZERRA DE
JORGE MATOS ANASTACIO
MENEZES
DE SOUSA JORGE MATOS
MARINHO DE SOUSA
MARINHO

Processo: 0805802-55.2016.4.05.8100
Data e hora da inclusão: 10/08/2018 00:00:00
Identificador: 4058100.4052659

1/1
Tribunal Regional Federal da 5ª Região
PJe - Processo Judicial Eletrônico
Consulta Processual

17/08/2018

Número: 0802530-35.2018.4.05.0000
Classe: HABEAS CORPUS
Partes
Tipo Nome
ADVOGADO ANASTACIO JORGE MATOS DE SOUSA MARINHO
IMPETRANTE Marcelo Leal de Lima Oliveira
PACIENTE FRANCISCO DEUSMAR DE QUEIROS
ADVOGADO Marcelo Leal de Lima Oliveira

Documentos
Id. Data/Hora Documento Tipo
12078 17/08/2018 17:03 Decisão Decisão
831

1/2
PROCESSO Nº: 0802530-35.2018.4.05.0000 - HABEAS CORPUS
IMPETRANTE: MARCELO LEAL DE LIMA OLIVEIRA
PACIENTE: FRANCISCO DEUSMAR DE QUEIROS
ADVOGADO: Anastacio Jorge Matos De Sousa Marinho e outro
IMPETRADO: JUÍZO DA 12ª VARA FEDERAL DA SEÇÃO JUDICIÁRIA DO CEARÁ
RELATOR(A): Desembargador(a) Federal Francisco Roberto Machado - 1ª Turma

DECISÃO

Através da petição de id. 12078250, MARCELO LEAL DE LIMA OLIVEIRA, impetrante deste Habeas
Corpus, requer:

IV. DO PEDIDO

19. Assim, a fim de evitar que seja tomada decisão pelo Juízo de Execução, antes da manifestação desta Corte quanto aos
Embargos de Declaração opostos, assim como, levando-se em conta o comando constante do acórdão que determina a
suspensão da execução da pena até o trânsito em julgado perante o STJ, requer seja reafirmada a autoridade deste TRF,
determinando-se à 12ª Vara de Execução Penal do Ceará que mantenha suspensa a execução provisória da pena imposta aos
Pacientes, respeitando o quanto determinado no acórdão já proferido no presente habeas corpus.

Considerando a possibilidade de atribuição de efeitos infringentes aos Embargos de Declaração opostos


contra o acórdão da Primeira Turma, proferido em 28/06/2018, defiro o pedido de id. 12078250.

Assim, determino que permaneçam suspensas as Execuções Provisórias Penais n os


0805802-55.2016.4.05.8100, 0805810-32.2016.4.05.8100, 0805805-10.2016.4.05.8100 e
0805812-02.2016.4.05.8100 (decorrentes das condenações impostas a FRANCISCO DEUSMAR DE
QUEIRÓS, IELTON BARRETO DE OLIVEIRA, GERALDO DE LIMA GADELHA FILHO e JERÔNIMO
ALVES BEZERRA, nos autos da Ação Penal nº 0012628.43.2010.4.05.8100), até o julgamento dos
Embargos de Declaração interpostos pela defesa, pautados para julgamento na sessão da Primeira Turma
de 30/08/2016.

Intimem-se.

Comunique, com urgência, ao Juízo da 12ª Vara Federal do Ceará.

Recife, 17 de agosto de 2018.

Desembargador Federal ROBERTO MACHADO

Relator

Processo: 0805802-55.2016.4.05.8100
Assinado eletronicamente por:
Assinado eletronicamente.
JOSE FABIANO A Certificação
SILVA BARBOSADigital pertence a: FRANCISCO ROBERTO MACHADO - Magistrado Num. 12078831 - Pág. 1
18081717111650800000004096184
Data e hora da assinatura: 17/08/2018 17:11:16
https://pje.trf5.jus.br/pje/Processo/ConsultaDocumento/listView.seam?nd=18081716431705600000012058540
Identificador:
Número do documento: 4050000.12079071
18081716431705600000012058540
Para conferência da autenticidade do documento: https://pje.jfce.jus.br/pje/Processo/ConsultaDocumento/listView.seam 2/2
PODER JUDICIÁRIO

TRIBUNAL REGIONAL FEDERAL DA 5ª REGIÃO

DIVISÃO DA 1ª TURMA

De ordem do Excelentíssimo Des. Federal Roberto Machado, comunico o inteiro teor da decisão liminar
proferida no presente processo, para ciência e cumprimento. O referido é verdade. Dou fé.

Recife, 17 de Agosto de 2018

Processo: 0805802-55.2016.4.05.8100
Assinado eletronicamente por:
JOSE FABIANO SILVA BARBOSA
18081717111650800000004096183
Data e hora da assinatura: 17/08/2018 17:11:16
Identificador: 4050000.12079070
Para conferência da autenticidade do documento: https://pje.jfce.jus.br/pje/Processo/ConsultaDocumento/listView.seam 1/1
12ª Vara Federal do Ceará

Rua João Carvalho, nº 485, 5.º andar, Aldeota, CEP 60.140.140 - Fortaleza/CE

Fone: (85) 3391-5864 / Fax: (85) 3391-5866 / email: vara12@jfce.jus.br

PROCESSO Nº: 0805802-55.2016.4.05.8100 - EXECUÇÃO PROVISÓRIA


EXEQUENTE: MINISTÉRIO PÚBLICO FEDERAL
CONDENADO: FRANCISCO DEUSMAR DE QUEIROS
ADVOGADO: Marcelo Leal De Lima Oliveira e outro
12ª VARA FEDERAL - CE (JUIZ FEDERAL TITULAR)

CERTIDÃO DE JUNTADA

CERTIFICO que, nesta data, faço juntada do malote digital encaminhado pelo STJ dia
21/08/18. O referido é verdade. Dou fé.

Fortaleza, datado eletronicamente.

Processo: 0805802-55.2016.4.05.8100
Assinado eletronicamente por:
RAPHAEL NOGUEIRA BEZERRA DE MENEZES - Servidor Geral
18082116114284400000004110661
Data e hora da assinatura: 21/08/2018 16:14:38
Identificador: 4058100.4104867
Para conferência da autenticidade do documento: https://pje.jfce.jus.br/pje/Processo/ConsultaDocumento/listView.seam 1/1
REPÚBLICA FEDERATIVA DO BRASIL
PODER JUDICIÁRIO

MALOTE DIGITAL

Tipo de documento: Informações Processuais


Código de rastreabilidade: 3002018573303
Nome original: CE 12º VARA FEDERAL DO CEARÁ TP38.pdf
Data: 21/08/2018 09:24:26
Remetente:
Daniela Arantes Ceolin
Coordenadoria da Quinta Turma
Superior Tribunal de Justiça
Prioridade: Normal.
Motivo de envio: Para conhecimento.
Assunto: Encaminho cópia da decisão exarada para conhecimento e providências cabíveis.

1/15
SuperiorTribunal deJustiça
Termo de Recebimento e Autuação
Recebidos os presentes autos, foram registrados e autuados no dia 04/11/2016
na forma abaixo:
PEDIDO DE TUTELA PROVISÓRIA Nº 38 (2016/0292446-7 Número Único: 0292446-25.2016.3.00.0000)
Origem : TRIBUNAL REGIONAL FEDERAL DA 5ª REGIÃO
Localidade : FORTALEZA / CE
Nº. na Origem : 00126284320104058 126284320104058100 9363 16272007

27622010
Nºs. Conexos: :
Nº de Folhas : 0 Nº. de Volumes: 1 Nº de Apensos: 0
REQUERENTE FRANCISCO DEUSMAR DE QUEIROS
REQUERENTE GERALDO DE LIMA GADELHA FILHO
REQUERENTE IELTON BARRETO DE OLIVEIRA
REQUERENTE JERÔNIMO ALVES BEZERRA
ADVOGADO MARCELO LEAL DE LIMA OLIVEIRA E OUTRO(S) - DF021932
REQUERIDO MINISTÉRIO PÚBLICO FEDERAL
CORRÉU ANDRÉA JUCA TERCEIRO

CERTIDÃO

Certifico que, no Cadastro de Feitos deste Tribunal, foi verificada a existência de


processos relacionados ao PEDIDO DE TUTELA PROVISÓRIA Nº 38 (2016/0292446-7
Número Único: 0292446-25.2016.3.00.0000)
Processos com UF e Partes comuns: 5 Processo(s).

RECURSO ESPECIAL 1449193 (2014/0091750-6NU: 0012628-43.2010.4.05.8100)


á

Origem : TRIBUNAL REGIONAL FEDERAL DA 5ª REGIÃO


Localidade : FORTALEZA / CE
RECORRENTE FRANCISCO DEUSMAR DE QUEIROS
RECORRENTE JERÔNIMO ALVES BEZERRA
RECORRENTE GERALDO DE LIMA GADELHA FILHO
à

RECORRENTE IELTON BARRETO DE OLIVEIRA


ADVOGADOS ANASTÁCIO JORGE MATOS DE SOUSA MARINHO E OUTRO(S) - CE008502
ARIANO MELO PONTES - CE015593
TIAGO ASFOR ROCHA LIMA - CE016386
MARCELO LEAL DE LIMA OLIVEIRA E OUTRO(S) - DF021932
CAIO CESAR VIEIRA ROCHA - CE015095
RECORRIDO MINISTÉRIO PÚBLICO FEDERAL
CORRÉU ANDRÉA JUCA TERCEIRO
Nº. na Origem : 00126284320104058 12628432010405810 200881000026810 16272007
ô

2762010

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SuperiorTribunal deJustiça
PEDIDO DE TUTELA PROVISÓRIA Nº 38 (2016/0292446-7 Número Único: 0292446-25.2016.3.00.0000)

9363
Assunto: DIREITO PENAL - Crimes Previstos na Legislação Extravagante - Crimes contra o Sistema
Financeiro Nacional
Atribuição em 03/09/2014
Ministro Relator : FELIX FISCHER QUINTA TURMA
Ministro Relator para Acórdao :
Ministro Revisor :
Fase Atual
27/10/2016 Conclusos para julgamento ao(à) Ministro(a) FELIX FISCHER (Relator)

RECURSO ESPECIAL 1470536 (2014/0187626-9NU: 0000463-27.2011.4.05.8100)


Origem : TRIBUNAL REGIONAL FEDERAL DA 5ª REGIÃO
Localidade : FORTALEZA / CE
RECORRENTE ANDRÉA JUCA TERCEIRO
ADVOGADO DEFENSORIA PÚBLICA DA UNIÃO
RECORRIDO MINISTÉRIO PÚBLICO FEDERAL
CORRÉU FRANCISCO DEUSMAR DE QUEIROS
CORRÉU GERALDO DE LIMA GADELHA FILHO
CORRÉU IELTON BARRETO DE OLIVEIRA
CORRÉU JERÔNIMO ALVES BEZERRA
Nº. na Origem : 00004632720114058 9539 001100016992012 1100016992012
2762010 4632720114058100 12628432010405810
200881000026810
Assunto: DIREITO PENAL - Crimes Previstos na Legislação Extravagante - Crimes contra o Sistema
Financeiro Nacional
Atribuição em 23/09/2014
Ministro Relator : FELIX FISCHER QUINTA TURMA
Ministro Relator para Acórdao :
á

Ministro Revisor :
Fase Atual
23/09/2014 Conclusos para decisão ao(à) Ministro(a) FELIX FISCHER (Relator) - pela SJD

RECURSO ESPECIAL 1337986 (2012/0168660-9NU: 0019922-98.2000.4.05.8100)


à

Origem : TRIBUNAL REGIONAL FEDERAL DA 5ª REGIÃO


Localidade : FORTALEZA / CE
RECORRENTE MARTA LÉO PESTANA DA SILVA
RECORRENTE ANTÔNIO EDUARDO JOCA BAYMA
ADVOGADO FRANCISCO ERNANDO UCHOA LIMA SOBRINHO E OUTRO(S) - CE010054
RECORRIDO MINISTÉRIO PÚBLICO FEDERAL
CORRÉU ANA FLÁVIA AGUIAR BAYMA
CORRÉU ANTÔNIO BRANCO FILHO
CORRÉU ELIANA CARNEIRO BACHÁ JOCA BAYMA
CORRÉU ESPEDITO EDMAR PEREIRA
CORRÉU FRANCIMAR INÁCIO DE CASTRO
ô

CORRÉU FRANCISCO CÉSAR PEREIRA DA SILVA


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SuperiorTribunal deJustiça
PEDIDO DE TUTELA PROVISÓRIA Nº 38 (2016/0292446-7 Número Único: 0292446-25.2016.3.00.0000)
CORRÉU FRANCISCO DEUSMAR DE QUEIROS
CORRÉU JOÃO JOSÉ JOCA BAYMA
CORRÉU MARCOS ANTÔNIO BEZERRA GURGEL
CORRÉU OTILIO DIOGENES PAES NETO
Nº. na Origem : 200081000199225 19922982000405810 20008100019922501

Assunto: DIREITO PENAL - Crimes Previstos na Legislação Extravagante - Crimes contra o Sistema
Financeiro Nacional
Atribuição em 02/10/2015
Ministro Relator : JORGE MUSSI QUINTA TURMA
Ministro Relator para Acórdao :
Ministro Revisor :
Fase Atual
24/02/2016 Remetidos os Autos (em grau de recurso) para SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL
recebendo o número de controle 233464

RECURSO ESPECIAL 1529850 (2015/0097222-3NU: 0002972-91.2012.4.05.8100)


Origem : TRIBUNAL REGIONAL FEDERAL DA 5ª REGIÃO
Localidade : FORTALEZA / CE
RECORRENTE ALEXANDER DIOGENES FERREIRA GOMES
ADVOGADO ABDIAS JUNIO CAVALCANTE OLIVEIRA - CE007807
RECORRIDO MINISTÉRIO PÚBLICO FEDERAL
CORRÉU FRANCISCO DEUSMAR DE QUEIROS
Nº. na Origem : 01100006182013 00029729120124058 29729120124058100 00039348520104058
00276006220034058
200381000276002
Assunto: DIREITO PENAL
Atribuição em 07/04/2016
Ministro Relator : ANTONIO SALDANHA PALHEIRO SEXTA TURMA
á

Ministro Relator para Acórdao :


Ministro Revisor :
Fase Atual
30/08/2016 Entrega de arquivo digital dos autos para o adv. João Rezende Almeida Oliveira (OAB-DF
7646)
à

RECLAMAÇÃO 28190 (2015/0276344-8NU: 0276344-59.2015.3.00.0000)


Origem : JUSTIÇA ESTADUAL 1ª INSTÂNCIA NO CEARÁ
Localidade : FORTALEZA / CE
RECLAMANTE MARCELO LEAL DE LIMA OLIVEIRA
RECLAMANTE FRANCISCO DEUSMAR DE QUEIROS
ADVOGADO MARCELO LEAL DE LIMA OLIVEIRA E OUTRO(S) - DF021932
RECLAMADO JUIZ DE DIREITO DA 2A VARA DO TRIBUNAL DO JURI DE FORTALEZA - CE
INTERES. JUSTIÇA PÚBLICA
CORRÉU JOSÉ ERNANE DE CASTRO MOURA
CORRÉU CÍCERO HENRIQUE BESERRA LOPES
ô

CORRÉU FRANCISCO RONALDO SALES


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SuperiorTribunal deJustiça
PEDIDO DE TUTELA PROVISÓRIA Nº 38 (2016/0292446-7 Número Único: 0292446-25.2016.3.00.0000)
CORRÉU JOSÉ ALVES FILHO
CORRÉU FRANCISCO DAS CHAGAS SILVA
CORRÉU AUGUSTO CÉSAR FERREIRA MATIAS
CORRÉU PEDRO RAIMUNDO NONATO ADRIÃO
CORRÉU MARCOS VINICIUS LEITÃO MELO
CORRÉU JOSÉ VALCÁCIO MOURA RODRIGUES
CORRÉU MILTON SOARES MONTEIRO JUNIOR
CORRÉU JUCELY ALENCAR BARRETO
Nº. na Origem : 09502377120008060 95023771200080600 200201044331

Assunto: DIREITO PENAL - Crimes contra a vida - Homicídio Qualificado


Distribuição em 23/10/2015
Ministro Relator : REYNALDO SOARES DA FONSECA TERCEIRA SEÇÃO
Ministro Relator para Acórdao :
Ministro Revisor :
Fase Atual
10/10/2016 Conclusos para julgamento ao(à) Ministro(a) REYNALDO SOARES DA FONSECA (Relator)
com parecer do MPF (e-fls. 127/132)

Quantidade de Outros Processos com a Parte:


FRANCISCO DEUSMAR DE QUEIROS - CPF/CNPJ: 024.922.883-15 5
GERALDO DE LIMA GADELHA FILHO - CPF/CNPJ: 025.930.503-06 0
Outras partes com o mesmo nome
GERALDO DE LIMA GADELHA FILHO 5
IELTON BARRETO DE OLIVEIRA - CPF/CNPJ: 170.221.503-20 1
Outras partes com o mesmo nome
IELTON BARRETO DE OLIVEIRA 2
JERÔNIMO ALVES BEZERRA - CPF/CNPJ: 232.814.993-68 1
Outras partes com o mesmo nome
á

JERÔNIMO ALVES BEZERRA 2


MINISTÉRIO PÚBLICO FEDERAL - CPF/CNPJ: 03.636.198/0001-92 58774

Quantidade de Outros Processos com o Número de Origem:


00126284320104058100 1
à

126284320104058100 3
9363 4
16272007 11
27622010 7

Brasília-DF, 04 de novembro de 2016.

COORDENADORIA DE PROCESSOS ORIGINÁRIOS


ô

INSPECIONADO: Nome da Parte Ocorrência


MAT.
5/15
Superior Tribunal deJustiça
FJ

AgRg no PEDIDO DE TUTELA PROVISÓRIA Nº 38 - CE (2016/0292446-7)

RELATOR : MINISTRO FELIX FISCHER


AGRAVANTE : FRANCISCO DEUSMAR DE QUEIROS
AGRAVANTE : GERALDO DE LIMA GADELHA FILHO
AGRAVANTE : IELTON BARRETO DE OLIVEIRA
AGRAVANTE : JERÔNIMO ALVES BEZERRA
ADVOGADO : MARCELO LEAL DE LIMA OLIVEIRA E OUTRO(S) -
DF021932
AGRAVADO : MINISTÉRIO PÚBLICO FEDERAL

EMENTA

AGRAVO REGIMENTAL NO PEDIDO DE TUTELA PROVISÓRIA.


EFEITO SUSPENSIVO A RECURSO ESPECIAL. SUPERVENIENTE
JULGAMENTO DO RECURSO. PERDA DE OBJETO. DECISÃO MANTIDA.
Tendo em vista o superveniente julgamento do recurso especial ao qual
se pretendia conferir efeito suspensivo, deve ser reconhecida a perda de objeto
do pedido de tutela provisória.
Agravo regimental desprovido.
Ã

ACÓRDÃO

Vistos, relatados e discutidos os autos em que são partes as acima


indicadas, acordam os Ministros da Quinta Turma do Superior Tribunal de Justiça,
á

por unanimidade, negar provimento ao agravo regimental.


Os Srs. Ministros Jorge Mussi, Reynaldo Soares da Fonseca e Joel Ilan
Paciornik votaram com o Sr. Ministro Relator.
Impedido o Sr. Ministro Ribeiro Dantas.
à

Brasília (DF), 12 de junho de 2018 (Data do Julgamento).

Ministro Felix Fischer


Relator
ô

TP 38 Petição : 2018/0009263-1
C5424255510;812<05542@
2016/0292446-7
C434128164074<41@
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F2

AgRg no PEDIDO DE TUTELA PROVISÓRIA Nº 38 - CE (2016/0292446-7)

AGRAVANTE : FRANCISCO DEUSMAR DE QUEIROS


AGRAVANTE : GERALDO DE LIMA GADELHA FILHO
AGRAVANTE : IELTON BARRETO DE OLIVEIRA
AGRAVANTE : JERÔNIMO ALVES BEZERRA
ADVOGADO : MARCELO LEAL DE LIMA OLIVEIRA E OUTRO(S) -
DF021932
AGRAVADO : MINISTÉRIO PÚBLICO FEDERAL

RELATÓRIO

O EXMO. SR. MINISTRO FELIX FISCHER: Trata-se de agravo


regimental interposto por FRANCISCO DEUSMAR DE QUEIROS, GERALDO
DE LIMA GADELHA FILHO, IELTON BARRETO DE OLIVEIRA e
JERÔNIMO ALVES BEZERRA contra a decisão monocrática de fls. 755-764,
assim ementada:

"TUTELA PROVISÓRIA. PEDIDO DE EFEITO


Ã

SUSPENSIVO AO RECURSO ESPECIAL. EXECUÇÃO PROVISÓRIA


DA PENA. JULGAMENTO DO FEITO PRINCIPAL. PREJUDICADO
PEDIDO. LIMINAR CASSADA."

Alegam os agravantes, em síntese, que "o pedido de tutela provisória,


que visava obstar o início da execução da pena antes do julgamento do mérito do
á

Recurso Especial, não se encontra prejudicado" (fl. 2223).

Afirmam que o recurso especial ainda não transitou em julgado, pois


"em face da rejeição do Agravo Regimental, foram opostos Embargos de
Declaração com efeitos modificativos, os quais não foram, todavia, apreciados" (fl.
à

2224).

Requer, ao final, a reconsideração do decisum ou a submissão do


pleito ao Colegiado, dando-se provimento à irresignação para manter a suspensão da
execução provisória da pena até o julgamento deste agravo regimental.

É o relatório.
ô

TP 38 Petição : 92631/2018 C5424255510;812<05542@ C43401:164098<41@ 7/15


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F2

AgRg no PEDIDO DE TUTELA PROVISÓRIA Nº 38 - CE (2016/0292446-7)

RELATOR : MINISTRO FELIX FISCHER


AGRAVANTE : FRANCISCO DEUSMAR DE QUEIROS
AGRAVANTE : GERALDO DE LIMA GADELHA FILHO
AGRAVANTE : IELTON BARRETO DE OLIVEIRA
AGRAVANTE : JERÔNIMO ALVES BEZERRA
ADVOGADO : MARCELO LEAL DE LIMA OLIVEIRA E OUTRO(S) -
DF021932
AGRAVADO : MINISTÉRIO PÚBLICO FEDERAL
EMENTA

AGRAVO REGIMENTAL NO PEDIDO DE


TUTELA PROVISÓRIA. EFEITO SUSPENSIVO
A RECURSO ESPECIAL. SUPERVENIENTE
JULGAMENTO DO RECURSO. PERDA DE
OBJETO. DECISÃO MANTIDA.
Tendo em vista o superveniente julgamento
do recurso especial ao qual se pretendia conferir
efeito suspensivo, deve ser reconhecida a perda
de objeto do pedido de tutela provisória.
Ã

Agravo regimental desprovido.

VOTO
á

O EXMO. SR. MINISTRO FELIX FISCHER: Em que pesem os


argumentos do agravante, o recurso não merece prosperar, devendo ser mantido o
decisum ora agravado.

Conforme constou na decisão monocrática o pedido de tutela


à

provisória, para conferir efeito suspensivo ao recurso especial é, de fato,


prejudicado.

Isso porque o Recurso Especial 1.449.193/CE, do qual esta tutela


provisória é incidental, foi julgado monocraticamente, tendo sido conhecido em
parte e, na extensão, desprovido.

No dia 20/02/2018, a col. Quinta Turma deste Superior Tribunal de


ô

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F2

Justiça julgou o agravo regimental naquele feito, negando provimento ao recurso


para manter os fundamentos do decisum monocrático.

Cumpre registrar que na sessão de julgamento do dia 07/06/2018, a col.


Quinta Turma deste Superior Tribunal de Justiça rejeitou, por unanimidade, os
embargos de declaração opostos por FRANCISCO DEUSMAR DE QUEIROS,
GERALDO DE LIMA GADELHA FILHO, IELTON BARRETO DE OLIVEIRA e
JERÔNIMO ALVES BEZERRA, naqueles autos.

Assim, de fato, verifica-se que o pedido de tutela provisória perdeu o


objeto, em razão da superveniência da decisão de mérito proferida nos autos da ação
principal.

Nesse sentido:

"AGRAVO REGIMENTAL NO PEDIDO DE TUTELA


PROVISÓRIA. EFEITO SUSPENSIVO. RECURSO ESPECIAL NÃO
CONHECIDO. PERDA DO OBJETO. AGRAVO REGIMENTAL NÃO
Ã

PROVIDO.
1. Se o recurso especial cujo efeito suspensivo se procura
garantir com o pedido de tutela provisória não foi conhecido por este
Superior Tribunal, é forçoso reconhecer a perda superveniente do
interesse de agir do requerente.
2. Eventual pretensão de suspender a execução
provisória das penas restritivas de direito durante a tramitação de
recurso extraordinário deve ser deduzida por meio de instrumento
á

próprio, consoante as regras de competência da lei processual.


3. Agravo regimental não provido." (AgRg no TP
613/PR, Sexta Turma, Rel. Min. Rogerio Schietti Cruz, DJe
11/05/2018)
à

"AGRAVO REGIMENTAL EM TUTELA PROVISÓRIA.


CONCESSÃO DE EFEITO SUSPENSIVO. JULGAMENTO DO
RECURSO. PEDIDO PREJUDICADO. AGRAVO REGIMENTAL
IMPROVIDO.
1. De acordo com a jurisprudência desta Corte, a decisão
que julga o recurso, ainda que não tenha transitado em julgado,
prejudica a medida cautelar que buscava lhe atribuir efeito
suspensivo, por perda de objeto (AgRg na MC 25.363/SP, Rel. Ministro
GURGEL DE FARIA, PRIMEIRA TURMA, DJe de 13/09/2016).
2. Agravo regimental improvido." (AgRg no TP 11/SP,
ô

Sexta Turma, Rel. Min. Nefi Cordeiro, DJe 30/05/2017).


TP 38 Petição : 92631/2018 C5424255510;812<05542@ C43401:164098<41@ 9/15
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"AGRAVO REGIMENTAL. PEDIDO DE TUTELA


PROVISÓRIA. EFEITO SUSPENSIVO A RECURSO ESPECIAL.
SUPERVENIENTE JULGAMENTO DO RECURSO. PERDA DE
OBJETO.
1. Tendo em vista o superveniente julgamento do recurso
especial ao qual se pretendia conferir efeito suspensivo, deve ser
reconhecida a perda de objeto do pedido de tutela provisória.
2. Agravo regimental prejudicado." (AgRg no TP 91/SP,
Sexta Turma, Relª. Minª. Maria Thereza de Assis Moura, DJe
11/05/2017)

"AGRAVO REGIMENTAL NA MEDIDA CAUTELAR.


EFEITO SUSPENSIVO A ARESP. SUPERVENIENTE JULGAMENTO.
PERDA DO OBJETO.
I - A jurisprudência desta Corte é firme no sentido de
que, uma vez apreciado o recurso cujo efeito suspensivo se visa
atribuir, fica prejudicada a medida cautelar.
II - O agravo em recurso especial cuja presente medida
cautelar é dependente foi apreciado em 27/5/2016. Na oportunidade,
conheci do agravo, para dar parcial provimento ao recurso especial
Ã

fixando o regime aberto para o início do cumprimento da pena imposta


ao agravante.
III - Agravo regimental prejudicado." (AgInt na MC
25.653/SC, Quinta Turma, Rel. Min. Reynaldo Soares da Fonseca,
DJe de 26/09/2016).
á

Conclui-se, portanto, que os agravantes não trouxem fundamentos


capazes de infirmar a decisão agravada.

Desse modo, nego provimento ao agravo regimental.


à

É o voto.
ô

TP 38 Petição : 92631/2018 C5424255510;812<05542@ C43401:164098<41@ 10/15


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ã ô

MINISTÉRIO PÚBLICO FEDERAL

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EXMO. SR. MINISTRO RELATOR
5ª TURMA DO SUPERIOR TRIBUNAL DE J USTIÇA

Petição sem Autos no Pedido de TP nº 38 – CE (2016/0292446-7)


RELATOR : MINISTRO FÉLIX FISCHER
REQUERENTE : FRANCISCO DEUSMAR DE QUEIROS
REQUERENTE : GERALDO DE LIMA GADELHA FILHO
REQUERENTE : IELTON BARRETO DE OLIVEIRA
REQUERENTE : JERÔNIMO ALVES BEZERRA

/www.transparencia.mpf.mp.br/validacaodocumento. Chave 59C02331.4FFCC57C.07AEA7EB.975D77D3


ADVOGADO : MARCELO LEAL DE LIMA OLIVEIRA E OUTROS
RECORRIDO : MINISTÉRIO PÚBLICO FEDERAL

Parecer nº 11.637/FAVS
(Vinculada ao RESP 1.449.193/CE)

1. Em 22-02-2018, o Relator da TP nº 38/CE julgou


pr ejudicada a tutela provisória e a liminar antes defer ida, com base na seguinte
fundamentação: “Com efeito, o Recurso Especial 1.449.193/CE, do qual esta tutela
provisória é incidental, foi julgado monocraticamente, tendo sido conhecido em
parte e, na extensão, desprovido. No dia 20 de fevereiro deste ano, a col. Quinta
Turma deste Superior Tribunal de Justiça julgou o agravo regimental naquele feito,
negando provimento ao recurso para manter os fundamentos do decisum
monocrático. Em tal contexto, verifico que o presente pedido perdeu o objeto, em
razão da superveniência da decisão de mérito proferida nos autos da ação
principal.” (consulta ao site do STJ; TP nº 38/CE).
ô

11/15
ã ô

Ministério Público Federal


TP nº 38/CE 2

2. Em 12-06-2018, a 5ª Turma do STJ negou provimento ao


agravo regimental interposto na TP nº 38/CE pela defesa dos réus FRANCISCO

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DEUSMAR DE QUEIROS, GERALDO DE LIMA GADELHA FILHO e IELTON
BARRETO DE OLIVEIRAJERÔNIMO ALVES BEZERRA contra decisão do
Relator que julgou prejudicado o Pedido na TP nº 38/CE.

II

3. Em 10-08-2018, o Procurador da República, Márcio Torres,


via e-mail e contato telefônico com o Subprocurador-Geral da República, Francisco
de Assis Vieira Sanseverino, infor mou que a 3ª Tur ma do TRF/5ª Região, em 28-
06-2018, concedeu par cialmente a ordem no HC nº 0802530-35.2018.4.05.0000,

/www.transparencia.mpf.mp.br/validacaodocumento. Chave 59C02331.4FFCC57C.07AEA7EB.975D77D3


impetrado em favor do paciente FRANCISCO DEUSMAR DE QUEIRÓS (com
extensão aos demais réus IELTON BARRETO DE OLIVEIRAGERALDO DE
LIMA GADELHA FILHO e JERÔNIMO ALVES BEZERRA), e solicitou
peticionamento ao Ministro Relator do Pedido de TP nº 38/CE, no sentido de V. Exa.
comunicar à 3ª Tur ma do TRF/5ª Região, a qual julgou o HC nº 0802530-
35.2018.4.05.0000, e ao J uízo Feder al da 12ª Var a Feder al do Cear á, o qual
havia determinado a execução provisória requerida pelo MPF contra os réus
FRANCISCO DEUSMAR DE QUEIROS (Execução Provisória nº 0805802-
55.2016.4.05.8100), IELTON BARRETO DE OLIVEIRA ( 0805810-
32.2016.4.05.8100), GERALDO DE LIMA GADELHA FILHO (0805805-
10.2016.4.05.8100) e JERÔNIMO ALVES BEZERRA (0805812-
02.2016.4.05.8100). (íntegra em anexo).

III

4. Cabe destacar que, em 28-06-2018, a 3ª Tur ma do TRF/5ª


Região concedeu par cialmente a ordem no HC nº 0802530-35.2018.4.05.0000, no
qual constou o seguinte: “Atento, portanto, à peculiaridade deste caso concreto,
consistente no efeito suspensivo concedido ao Recurso Especial nº 1.449.193/CE,
CONCEDO, PARCIALMENTE, A ORDEM, para, em observância ao teor da liminar
ô

12/15
ã ô

Ministério Público Federal


TP nº 38/CE 3

anteriormente deferida pelo Relator, no Superior Tribunal de Justiça, suspender a


execução provisória da pena imposta ao paciente até o julgamento final do Pedido

nto assinado via Token digitalmente por FRANCISCO DE ASSIS VIEIRA SANSEVERINO, em 15/08/2018 13:41. Para verificar a assinatura acesse
de Tutela Provisória nº 38, ali em tramitação, com a extensão da ordem aos correus
Ielton Barreto de Oliveira, Geraldo de Lima Gadelha Filho e Jerônimo Alves
Bezerra.” (íntegra do acórdão em anexo) (grifos nossos).

5. Desta forma, torna-se necessário comunicar comunicar


sobr e o acór dão da 5ª Tur ma do STJ negou provimento ao agravo regimental
interposto na TP nº 38/CE à 3ª Tur ma do TRF/5ª Região, a qual julgou o HC nº
0802530-35.2018.4.05.0000; e ao J uízo Feder al da 12ª Var a Feder al do Cear á, o
qual havia determinado a execução provisória requerida pelo MPF contra os réus
FRANCISCO DEUSMAR DE QUEIROS (Execução Provisória nº 0805802-
55.2016.4.05.8100), IELTON BARRETO DE OLIVEIRA ( 0805810-

/www.transparencia.mpf.mp.br/validacaodocumento. Chave 59C02331.4FFCC57C.07AEA7EB.975D77D3


32.2016.4.05.8100), GERALDO DE LIMA GADELHA FILHO (0805805-
10.2016.4.05.8100) e JERÔNIMO ALVES BEZERRA (0805812-
02.2016.4.05.8100).

IV

6. Em face das considerações, o MPF requer que V. Exa.


determine o seguinte: a expedição de Ofício no sentido de comunicar do conteúdo do
acórdão proferido no agravo regimental proferido, em 12-06-2018, no qual a 5ª
Turma do STJ manteve a decisão do Relator que julgou prejudicado o Pedido na TP
nº 38/CE a (i) 3ª Turma do TRF/5ª Região, e (ii) ao Juízo Federal da 12ª Vara
Federal do Ceará/CE.

Brasília, 15 de agosto de 2018.

FRANCISCO DE ASSIS VIEIRA SANSEVERINO


Subprocurador-Geral da República

FAVS/PL
ô

13/15
Superior Tribunal deJustiça
F2

PET no PEDIDO DE TUTELA PROVISÓRIA Nº 38 - CE (2016/0292446-7)

RELATOR : MINISTRO FELIX FISCHER


REQUERENTE : MINISTÉRIO PÚBLICO FEDERAL
REQUERIDO : FRANCISCO DEUSMAR DE QUEIROS
REQUERIDO : GERALDO DE LIMA GADELHA FILHO
REQUERIDO : IELTON BARRETO DE OLIVEIRA
REQUERIDO : JERÔNIMO ALVES BEZERRA
ADVOGADO : MARCELO LEAL DE LIMA OLIVEIRA E OUTRO(S) -
DF021932

DECISÃO

Cuida-se de petição apresentada pelo Ministério Público Federal, na


qual requer a expedição de ofício para a Terceira Turma do Tribunal Regional
Federal da 5ª Região e para o Juízo da 12ª Vara Federal do Ceará/CE,
comunicando-se sobre o decidido nestes autos, bem como o julgamento do Recurso
Especial 1.449.193/CE. Encaminhem-se cópias das decisões.

Cumpra-se.

Brasília (DF), 20 de agosto de 2018.

Ministro Felix Fischer


á

Relator
à

Processo: 0805802-55.2016.4.05.8100
Assinado eletronicamente por:
ô

RAPHAEL NOGUEIRA BEZERRA DE MENEZES - Servidor Geral


18082116140411700000004110666
Data e hora da assinatura: 21/08/2018 16:14:38
Identificador: 4058100.4104872
TP 38 Petição : 438161/2018 C5424255510;812<05542@
Para conferência da autenticidade do documento: https://pje.jfce.jus.br/pje/Processo/ConsultaDocumento/listView.seam
C34440=30889092@ 14/15
2016/0292446-7 Documento Página 1 de 1
12ª Vara Federal do Ceará

Rua João Carvalho, nº 485, 5.º andar, Aldeota, CEP 60.140.140 - Fortaleza/CE

PROCESSO Nº: 0805802-55.2016.4.05.8100 - EXECUÇÃO PROVISÓRIA


EXEQUENTE: MINISTÉRIO PÚBLICO FEDERAL
CONDENADO: FRANCISCO DEUSMAR DE QUEIROS
ADVOGADO: Marcelo Leal De Lima Oliveira e outro
12ª VARA FEDERAL - CE (JUIZ FEDERAL TITULAR)

DESPACHO

Dê-se vista ao MPF acerca do malote digital oriundo do STJ, de ID nº 4058100.4104872 , pelo prazo de
05 (cinco) dias.

Expedientes necessários.

Fortaleza - CE, datado eletronicamente .

(assinado eletronicamente)

Processo: 0805802-55.2016.4.05.8100
Assinado eletronicamente por:
CINTIA MENEZES BRUNETTA - Magistrado
18081315371529200000004071449
Data e hora da assinatura: 23/08/2018 12:49:53
Identificador: 4058100.4065770
Para conferência da autenticidade do documento: https://pje.jfce.jus.br/pje/Processo/ConsultaDocumento/listView.seam 1/1
12ª Vara Federal do Ceará

Rua João Carvalho, nº 485, 5.º andar, Aldeota, CEP 60.140.140 - Fortaleza/CE

PROCESSO Nº: 0805802-55.2016.4.05.8100 - EXECUÇÃO PROVISÓRIA


EXEQUENTE: MINISTÉRIO PÚBLICO FEDERAL
CONDENADO: FRANCISCO DEUSMAR DE QUEIROS
ADVOGADO: Marcelo Leal De Lima Oliveira e outro
12ª VARA FEDERAL - CE (JUIZ FEDERAL TITULAR)

DESPACHO

Dê-se vista ao MPF acerca do malote digital oriundo do STJ, de ID nº 4058100.4104872 , pelo prazo de
05 (cinco) dias.

Expedientes necessários.

Fortaleza - CE, datado eletronicamente .

(assinado eletronicamente)

Processo: 0805802-55.2016.4.05.8100
Assinado eletronicamente por:
CINTIA MENEZES BRUNETTA - Magistrado
18082312495519300000004123541
Data e hora da assinatura: 23/08/2018 12:49:56
Identificador: 4058100.4117736
Para conferência da autenticidade do documento: https://pje.jfce.jus.br/pje/Processo/ConsultaDocumento/listView.seam 1/1
TRIBUNAL REGIONAL FEDERAL DA 5ª REGIÃO
12º VARA DA SEÇÃO JUDICIÁRIA DO CEARÁ
PROCESSO: 0805802-55.2016.4.05.8100 - EXECUÇÃO PROVISÓRIA

Polo ativo Polo passivo


MINISTÉRIO PÚBLICO FRANCISCO DEUSMAR DE
EXEQUENTE CONDENADO
FEDERAL QUEIROS
Marcelo Leal de Lima
ADVOGADO
Oliveira
ANASTACIO JORGE
ADVOGADO
MATOS DE SOUSA MARINHO

Outros participantes
Sem registros

CERTIDÃO

CERTIFICO que, em 23/08/2018 13:24, o(a) MINISTÉRIO PÚBLICO FEDERAL foi intimado(a) acerca
de Despacho registrado em 23/08/2018 12:49 nos autos judiciais eletrônicos especificados na epígrafe.

1 - Esta Certidão é válida para todos os efeitos legais, havendo sido expedida através do Sistema Processo
Judicial Eletrônico - PJe.

2 - A autenticidade desta Certidão poderá ser confirmada no endereço


https://pje.jfce.jus.br/pje/Processo/ConsultaDocumento/listView.seam , através do código de autenticação
nº 18082312495519300000004123541 .

3 - Esta Certidão foi emitida gratuitamente em 23/08/2018 13:24 - Seção Judiciária do Ceará.

Processo: 0805802-55.2016.4.05.8100
Data e hora da inclusão: 23/08/2018 13:24:50
Identificador: 4058100.4118099

1/1
PR-CE-MANIFESTAÇÃO-16185/2018

MINISTÉRIO PÚBLICO FEDERAL


PROCURADORIA DA REPÚBLICA - CEARÁ/MARACANAÚ
GABINETE DE PROCURADOR DA REPUBLICA
GABINETE DE PROCURADOR DA REPUBLICA

08058025520164058100

Documento assinado via Token digitalmente por MARCIO ANDRADE TORRES, em 24/08/2018 11:30. Para verificar a assinatura acesse
PR-CE-MANIFESTAÇÃO-16185/2018

MM Juiz,

Ciente o MPF da d. decisão do TRF da 5ª Região que suspendeu a execução até a

http://www.transparencia.mpf.mp.br/validacaodocumento. Chave 39B8EED0.ADCBBFED.AE13126F.CDEA9398


apreciação dos embargos declaratórios no HC 0802530-25.2018.4.05.8100.

Fortaleza, 24 de agosto de 2018

MARCIO ANDRADE TORRES


PROCURADOR DA REPUBLICA

PROCURADORIA DA Rua João Brígido, Nº 1260 5º Andar Salas 504 E 505, Joaquim
REPÚBLICA - Távora - Cep 60135080 - Fortaleza-CE
CEARÁ/MARACANAÚ Tel. (85)32667300 - Fax: - Email:Prce-sac@mpf.mp.br

Pág. 1 de 2
1/2
Documento assinado via Token digitalmente por MARCIO ANDRADE TORRES, em 24/08/2018 11:30. Para verificar a assinatura acesse
http://www.transparencia.mpf.mp.br/validacaodocumento. Chave 39B8EED0.ADCBBFED.AE13126F.CDEA9398

PROCURADORIA DA Rua João Brígido, Nº 1260 5º Andar Salas 504 E 505, Joaquim
REPÚBLICA - Távora - Cep 60135080 - Fortaleza-CE
CEARÁ/MARACANAÚ Tel. (85)32667300 - Fax: - Email:Prce-sac@mpf.mp.br
Processo: 0805802-55.2016.4.05.8100
Assinado eletronicamente por:
MARCIO ANDRADE TORRES - Procurador
18082411303057400000004131284
Data e hora da assinatura: 24/08/2018 11:30:14
Identificador: 4058100.4125455 Pág. 2 de 2
Para conferência da autenticidade do documento: https://pje.jfce.jus.br/pje/Processo/ConsultaDocumento/listView.seam 2/2
MM Juíza,

Ciente o MPF da juntada do malote digitat oriundo do STJ, informando que no âmbito daquela Corte
nada obsta a execução provisória.

No entanto, o TRF da 5ª Região, por decisão liminar do Des. Roberto Machado, ainda manteve a
suspensão da presente execução provisória.

Márcio Torres

PR-CE

Processo: 0805802-55.2016.4.05.8100
Assinado eletronicamente por:
MARCIO ANDRADE TORRES - Procurador
18090311365255500000004358370
Data e hora da assinatura: 03/09/2018 11:39:28
Identificador: 4058100.4352478
Para conferência da autenticidade do documento: https://pje.jfce.jus.br/pje/Processo/ConsultaDocumento/listView.seam 1/1
PROCESSO Nº: 0805802-55.2016.4.05.8100 - EXECUÇÃO PROVISÓRIA
EXEQUENTE: MINISTÉRIO PÚBLICO FEDERAL
CONDENADO: FRANCISCO DEUSMAR DE QUEIROS
ADVOGADO: Marcelo Leal De Lima Oliveira e outro
12ª VARA FEDERAL - CE (JUIZ FEDERAL TITULAR)

DECISÃO

Trata-se de execução penal provisória em face de FRANCISCO DEUSMAR DE QUEIROS , pelo


cometimento dos delitos previstos no art. 7º, IV, da Lei nº 7.492/1986 e no art. 27-C da Lei 6385/76, na
forma do art. 71 do Código Penal. Foi condenado a uma pena de 15 (quinze) anos e 10 (dez) meses de
reclusão, a ser cumprida inicialmente em regime fechado e a pena de multa no valor de 250 (duzentos e
cinqüenta) dias-multa, correspondendo cada dia-multa a 10 (dez) salários mínimos vigente à época dos
fatos no que diz respeito ao crime previsto no art. 7º, IV, da Lei nº 7.492/86 e multa de 03 (três) vezes o
montante da vantagem ilícita obtida em decorrência do crime, qual seja três vezes os valores das
operações detectadas pela CVM no que diz respeito ao crime previsto no art. 27-C da Lei 6385/76. Os
valores serão corrigidos monetariamente.

O Tribunal Regional Federal da 5ª deu parcial provimento ao apelo da defesa para afastar a condenação
pelo delito previsto no art. 27-C da Lei n. 6.385/1976, mas manteve a condenação pelos delitos previstos
do art. 7º, IV, da Lei n. 7.492/1986, na forma do art. 71 do Código Penal. A pena ficou em 09 (nove)
anos e 02(dois) meses de reclusão em regime fechado, além de 250 dias-multa, estes no valor de 10
salários mínimos vigentes à época dos fatos. (ID 4058100.1463938)

Juntada decisão monocrática da Primeira Turma do TRF5 "(...) Assim, determino que permaneçam
suspensas as Execuções Provisórias Penais nos 0805802-55.2016.4.05.8100,
0805810-32.2016.4.05.8100, 0805805-10.2016.4.05.8100 e 0805812-02.2016.4.05.8100 (decorrentes das
condenações impostas a FRANCISCO DEUSMAR DE QUEIRÓS, IELTON BARRETO DE OLIVEIRA,
GERALDO DE LIMA GADELHA FILHO e JERÔNIMO ALVES BEZERRA, nos autos da Ação Penal nº
0012628.43.2010.4.05.8100), até o julgamento dos Embargos de Declaração interpostos pela defesa,
pautados para julgamento na sessão da Primeira Turma de 30/08/2016. (... )" (ID 4050000.12079070).

Foi este juízo comunicado da decisão do e. Superior Tribunal de Justiça determinando o início da
execução provisória das penas.

É o relato necessário. DECIDO.

Ante a decisão do Superior Tribunal de Justiça, DETERMINO o prosseguimento desta execução


provisória, com início da pena imposta ao executado.

1/2
Expeça-se mandado de prisão. Considerando que o advogado do executado compareceu no gabinete do
magistrado que estava em substituição a essa vara e solicitou que, pelas condições pessoais e sociais do
réu, este pudesse se apresentar espontaneamente para início do cumprimento da pena, e tendo em vista
que ele respondeu a todo o processo solto e não demonstrou intenção de fuga, hei por bem acolher o
pleito, pelo que DETERMINO que a Polícia Federal somente dê cumprimento ao mandado após 24h do
seu recebimento - lapso durante o qual o executado deverá se apresentar perante a autoridade policial, sob
pena de ser preso onde for encontrado. Após a expedição do mandado de prisão, dê-se ciência ao
advogado do executado, por telefone.

Efetivada a prisão, fica desde já declinada a competência para a Justiça Estadual, devendo a Secretaria
expedir a respectiva guia de execução.

Cumpra-se com prioridade .

Intimem-se as partes .

Expedientes necessários.

Fortaleza, (datado eletronicamente).

Cintia Menezes Brunetta

Juiz Federal Titular da 35ª Vara Federal/CE, respondendo pela titularidade da 12ª Vara
Federal/CE.

(assinado eletronicamente)

Processo: 0805802-55.2016.4.05.8100
Assinado eletronicamente por:
CINTIA MENEZES BRUNETTA - Magistrado
18090715403441900000004798586
Data e hora da assinatura: 07/09/2018 15:40:34
Identificador: 4058100.4792596
Para conferência da autenticidade do documento: https://pje.jfce.jus.br/pje/Processo/ConsultaDocumento/listView.seam 2/2
PROCESSO Nº: 0805802-55.2016.4.05.8100 - EXECUÇÃO PROVISÓRIA
EXEQUENTE: MINISTÉRIO PÚBLICO FEDERAL
CONDENADO: FRANCISCO DEUSMAR DE QUEIROS
ADVOGADO: Marcelo Leal De Lima Oliveira e outro
12ª VARA FEDERAL - CE (JUIZ FEDERAL TITULAR)

DECISÃO

Trata-se de execução penal provisória em face de FRANCISCO DEUSMAR DE QUEIROS , pelo


cometimento dos delitos previstos no art. 7º, IV, da Lei nº 7.492/1986 e no art. 27-C da Lei 6385/76, na
forma do art. 71 do Código Penal. Foi condenado a uma pena de 15 (quinze) anos e 10 (dez) meses de
reclusão, a ser cumprida inicialmente em regime fechado e a pena de multa no valor de 250 (duzentos e
cinqüenta) dias-multa, correspondendo cada dia-multa a 10 (dez) salários mínimos vigente à época dos
fatos no que diz respeito ao crime previsto no art. 7º, IV, da Lei nº 7.492/86 e multa de 03 (três) vezes o
montante da vantagem ilícita obtida em decorrência do crime, qual seja três vezes os valores das
operações detectadas pela CVM no que diz respeito ao crime previsto no art. 27-C da Lei 6385/76. Os
valores serão corrigidos monetariamente.

O Tribunal Regional Federal da 5ª deu parcial provimento ao apelo da defesa para afastar a condenação
pelo delito previsto no art. 27-C da Lei n. 6.385/1976, mas manteve a condenação pelos delitos previstos
do art. 7º, IV, da Lei n. 7.492/1986, na forma do art. 71 do Código Penal. A pena ficou em 09 (nove)
anos e 02(dois) meses de reclusão em regime fechado, além de 250 dias-multa, estes no valor de 10
salários mínimos vigentes à época dos fatos. (ID 4058100.1463938)

Juntada decisão monocrática da Primeira Turma do TRF5 "(...) Assim, determino que permaneçam
suspensas as Execuções Provisórias Penais nos 0805802-55.2016.4.05.8100,
0805810-32.2016.4.05.8100, 0805805-10.2016.4.05.8100 e 0805812-02.2016.4.05.8100 (decorrentes das
condenações impostas a FRANCISCO DEUSMAR DE QUEIRÓS, IELTON BARRETO DE OLIVEIRA,
GERALDO DE LIMA GADELHA FILHO e JERÔNIMO ALVES BEZERRA, nos autos da Ação Penal nº
0012628.43.2010.4.05.8100), até o julgamento dos Embargos de Declaração interpostos pela defesa,
pautados para julgamento na sessão da Primeira Turma de 30/08/2016. (... )" (ID 4050000.12079070).

Foi este juízo comunicado da decisão do e. Superior Tribunal de Justiça determinando o início da
execução provisória das penas.

É o relato necessário. DECIDO.

Ante a decisão do Superior Tribunal de Justiça, DETERMINO o prosseguimento desta execução


provisória, com início da pena imposta ao executado.

1/2
Expeça-se mandado de prisão. Considerando que o advogado do executado compareceu no gabinete do
magistrado que estava em substituição a essa vara e solicitou que, pelas condições pessoais e sociais do
réu, este pudesse se apresentar espontaneamente para início do cumprimento da pena, e tendo em vista
que ele respondeu a todo o processo solto e não demonstrou intenção de fuga, hei por bem acolher o
pleito, pelo que DETERMINO que a Polícia Federal somente dê cumprimento ao mandado após 24h do
seu recebimento - lapso durante o qual o executado deverá se apresentar perante a autoridade policial, sob
pena de ser preso onde for encontrado. Após a expedição do mandado de prisão, dê-se ciência ao
advogado do executado, por telefone.

Efetivada a prisão, fica desde já declinada a competência para a Justiça Estadual, devendo a Secretaria
expedir a respectiva guia de execução.

Cumpra-se com prioridade .

Intimem-se as partes .

Expedientes necessários.

Fortaleza, (datado eletronicamente).

Cintia Menezes Brunetta

Juiz Federal Titular da 35ª Vara Federal/CE, respondendo pela titularidade da 12ª Vara
Federal/CE.

(assinado eletronicamente)

Processo: 0805802-55.2016.4.05.8100
Assinado eletronicamente por:
CINTIA MENEZES BRUNETTA - Magistrado
18090715403483700000004798588
Data e hora da assinatura: 07/09/2018 15:40:35
Identificador: 4058100.4792598
Para conferência da autenticidade do documento: https://pje.jfce.jus.br/pje/Processo/ConsultaDocumento/listView.seam 2/2
PODER JUDICIÁRIO FEDERAL
SEÇÃO JUDICIÁRIA DO CEARÁ
SEÇÃO JUDICIÁRIA - 12ª VARA FEDERAL
Rua João Carvalho, 485, 5º andar, Aldeota, Fone: (85) 3391-5860
Atendimento: de 2ª a 6ª das 09:00h às 18:00h - E-mail vara12@jfce.jus.br

PROCESSO JUDICIAL ELETRÔNICO - PJe

PROCESSO: EXECUÇÃO PROVISÓRIA - Processo n.


0805802-55.2016.4.05.8100

EXEQUENTE(ES): [MINISTÉRIO PÚBLICO FEDERAL]

EXECUTADO(S): [FRANCISCO DEUSMAR DE QUEIROS]

CERTIDÃO

Certifico e dou fé que nesta data, juntei decisão enviada pelo Superior Tribunal de Justiça.

Fortaleza (CE), datado eletronicamente .

JOAO GETULIO CHAVES SAMPAIO


Técnico Judiciário
( assinado eletronicamente )

Processo: 0805802-55.2016.4.05.8100
Assinado eletronicamente por:
JOAO GETULIO CHAVES SAMPAIO - Servidor Geral
18090722432645900000004835722
Data e hora da assinatura: 07/09/2018 22:46:52
Identificador: 4058100.4829731
Para conferência da autenticidade do documento: https://pje.jfce.jus.br/pje/Processo/ConsultaDocumento/listView.seam 1/1
1/8
2/8
3/8
4/8
5/8
6/8
7/8
Processo: 0805802-55.2016.4.05.8100
Assinado eletronicamente por:
JOAO GETULIO CHAVES SAMPAIO - Servidor Geral
18090722441730000000004835723
Data e hora da assinatura: 07/09/2018 22:46:52
Identificador: 4058100.4829732
Para conferência da autenticidade do documento: https://pje.jfce.jus.br/pje/Processo/ConsultaDocumento/listView.seam 8/8
TRIBUNAL REGIONAL FEDERAL DA 5ª REGIÃO
12° VARA DA SEÇÃO JUDICIÁRIA DO CEARÁ
PROCESSO: 0805802-55.2016.4.05.8100 - EXECUÇÃO PROVISÓRIA

Polo ativo Polo passivo


MINISTÉRIO PÚBLICO FRANCISCO DEUSMAR DE
EXEQUENTE CONDENADO
FEDERAL QUEIROS
Marcelo Leal de Lima
ADVOGADO
Oliveira
ANASTACIO JORGE
ADVOGADO
MATOS DE SOUSA MARINHO

Outros participantes
Sem registros

CERTIDÃO DE RETIFICAÇÃO

Certifico que, em 07/09/2018, procedi à retificação de autuação deste processo para fazer constar:
Data de Operação Usuário
Item Situação anterior Situação atual
alteração realizada responsável
DIREITO
PROCESSUAL
PENAL|Execução
Penal|Pena
DIREITO
Restritiva de
PROCESSUAL
Direitos|Interdição JOAO GETULIO
07/09/2018 PENAL|Execução
Assunto Exclusão Temporária de CHAVES
23:03 Penal|Pena
Direitos|, DIREITO SAMPAIO
Privativa de
PROCESSUAL
Liberdade|Remição|
PENAL|Execução
Penal|Pena
Privativa de
Liberdade|Remição|
DIREITO
PROCESSUAL
DIREITO
PENAL|Execução
PROCESSUAL
Penal|Pena
PENAL|Execução
Restritiva de
Penal|Pena
Direitos|Interdição JOAO GETULIO
07/09/2018 Restritiva de
Assunto Inclusão Temporária de CHAVES

1/2
23:03 Direitos|Interdição Direitos|, DIREITO SAMPAIO
Temporária de PROCESSUAL
Direitos| PENAL|Execução
Penal|Pena
Privativa de
Liberdade|Remição|

Processo: 0805802-55.2016.4.05.8100
Data e hora da inclusão: 08/09/2018 00:00:00
Identificador: 4058100.4837221

2/2
12ª Vara Federal do Ceará

Rua João Carvalho, nº 485, 5.º andar, Aldeota, CEP 60.140.140 - Fortaleza/CE

Fone: (85) 3391-5864 / Fax: (85) 3391-5866 / email: vara12@jfce.jus.br

MANDADO DE PRISÃO

DECORRENTE DE CONDENAÇÃO EM SEGUNDA INSTÂNCIA

A Dra. CÍNTIA MENEZES BRUNETTA, Juíza Federal Titular da 35ª Vara,


respondendo pela 12ª Vara da Seção Judiciária do Estado do Ceará, DETERMINA ao Delegado da
Polícia Federal a quem este for entregue que PROCEDA A PRISÃO de FRANCISCO DEUSMAR DE
QUEIRÓS , brasileiro, casado, empresário, filho de Antônio Lisboa de Queirós e Maria Madalena de
Queirós, nascido em 27/05/1947, RG 207.206 - SSPDS/CE, tendo como último endereço a Avenida Beira
Mar, 2020, Apt. 1100 - Meireles, Fortaleza-CE.

O réu foi condenado pelo Tribunal Regional Federal da 5ª Região como incurso nas
sanções do art. 7º, inciso IV, da Lei nº 7.492/86, à pena de 9 (nove) anos e 2 (dois) meses de reclusão,
em regime inicialmente fechado, e à pecuniária de 250 (duzentos e cinquenta) dias-multa .
Considerando a entendimento firmado pelo STF de que "a possibilidade de início da pena condenatória
após a confirmação da sentença em segundo grau não ofende o princípio constitucional da presunção da
inocência" (HC 126.292, de 17/02/2016), foi determinada a autuação da Execução Provisória. Será
declinada a competência para o Juízo das Execuções Penais da Comarca de Fortaleza/CE tão logo ocorra
a prisão.

OBS: Mandado de Prisão em Execução Provisória decorrente de condenação em


segunda instância. DETERMINO que a Polícia Federal somente dê cumprimento ao mandado após
24h do seu recebimento - lapso durante o qual o executado deverá se apresentar perante a
autoridade policial, sob pena de ser preso onde for encontrado. Em razão da necessidade do
recolhimento do executando pela Polícia Federal, para fins de viabilização do declínio suprareferido, foi
determinada a prisão do condenado .

CUMPRA-SE NA FORMA E SOB AS PENAS DA LEI .

Fortaleza/CE, (datado eletronicamente) .

CÍNTIA MENEZES BRUNETTA

Juíza Federal Substituta da 35ª Vara da SJ/CE, respondendo pela 12ª Vara, em virtude do Ato nº 357/2018
da Corregedoria-Regional do TRF da 5ª Região

(assinado eletronicamente)

Processo: 0805802-55.2016.4.05.8100
Assinado eletronicamente por:
CINTIA MENEZES BRUNETTA - Magistrado
18090723155065400000004839287
Data e hora da assinatura: 08/09/2018 00:19:14
Identificador: 4058100.4833296
Para conferência da autenticidade do documento: https://pje.jfce.jus.br/pje/Processo/ConsultaDocumento/listView.seam 1/1
TRIBUNAL REGIONAL FEDERAL DA 5ª REGIÃO
12º VARA DA SEÇÃO JUDICIÁRIA DO CEARÁ
PROCESSO: 0805802-55.2016.4.05.8100 - EXECUÇÃO PROVISÓRIA

Polo ativo Polo passivo


MINISTÉRIO PÚBLICO FRANCISCO DEUSMAR DE
EXEQUENTE CONDENADO
FEDERAL QUEIROS
Marcelo Leal de Lima
ADVOGADO
Oliveira
ANASTACIO JORGE
ADVOGADO
MATOS DE SOUSA MARINHO

Outros participantes
Sem registros

CERTIDÃO

CERTIFICO que, em 08/09/2018 08:58, o(a) MINISTÉRIO PÚBLICO FEDERAL foi intimado(a) acerca
de Decisão registrado em 07/09/2018 15:40 nos autos judiciais eletrônicos especificados na epígrafe.

1 - Esta Certidão é válida para todos os efeitos legais, havendo sido expedida através do Sistema Processo
Judicial Eletrônico - PJe.

2 - A autenticidade desta Certidão poderá ser confirmada no endereço


https://pje.jfce.jus.br/pje/Processo/ConsultaDocumento/listView.seam , através do código de autenticação
nº 18090715403483700000004798588 .

3 - Esta Certidão foi emitida gratuitamente em 08/09/2018 08:58 - Seção Judiciária do Ceará.

Processo: 0805802-55.2016.4.05.8100
Data e hora da inclusão: 08/09/2018 08:58:56
Identificador: 4058100.4890418

1/1
PROCESSO Nº: 0805802-55.2016.4.05.8100 - EXECUÇÃO PROVISÓRIA
EXEQUENTE: MINISTÉRIO PÚBLICO FEDERAL
CONDENADO: FRANCISCO DEUSMAR DE QUEIROS
ADVOGADO: Marcelo Leal De Lima Oliveira e outro
12ª VARA FEDERAL - CE (JUIZ FEDERAL TITULAR)

Certifico que, em cumprimento da decisão de código de identificador de nº. 4058100.4654884, dei ciência
por telefone às 12:13, como determinado, ao advogado Anastácio Marinho, da mesma decisão.

Processo: 0805802-55.2016.4.05.8100
Assinado eletronicamente por:
CLEBER VINICIUS MAIA MASCARENHAS - Diretor de Secretaria
18090813104609000000004919197
Data e hora da assinatura: 08/09/2018 13:13:03
Identificador: 4058100.4913206
Para conferência da autenticidade do documento: https://pje.jfce.jus.br/pje/Processo/ConsultaDocumento/listView.seam 1/1
TRIBUNAL REGIONAL FEDERAL DA 5ª REGIÃO
12º VARA DA SEÇÃO JUDICIÁRIA DO CEARÁ
PROCESSO: 0805802-55.2016.4.05.8100 - EXECUÇÃO PROVISÓRIA

Polo ativo Polo passivo


MINISTÉRIO PÚBLICO FRANCISCO DEUSMAR DE
EXEQUENTE CONDENADO
FEDERAL QUEIROS
Marcelo Leal de Lima
ADVOGADO
Oliveira
ANASTACIO JORGE
ADVOGADO
MATOS DE SOUSA MARINHO

Outros participantes
Sem registros

CERTIDÃO

CERTIFICO que, em 08/09/2018 14:21, o(a) Sr(a) FRANCISCO DEUSMAR DE QUEIROS foi
intimado(a) acerca de Decisão registrado em 07/09/2018 15:40 nos autos judiciais eletrônicos
especificados na epígrafe.

1 - Esta Certidão é válida para todos os efeitos legais, havendo sido expedida através do Sistema Processo
Judicial Eletrônico - PJe.

2 - A autenticidade desta Certidão poderá ser confirmada no endereço


https://pje.jfce.jus.br/pje/Processo/ConsultaDocumento/listView.seam , através do código de autenticação
nº 18090715403441900000004798586 .

3 - Esta Certidão foi emitida gratuitamente em 08/09/2018 14:21 - Seção Judiciária do Ceará.

Processo: 0805802-55.2016.4.05.8100
Data e hora da inclusão: 08/09/2018 14:21:14
Identificador: 4058100.4918535

1/1
Petição anexa.

Processo: 0805802-55.2016.4.05.8100
Assinado eletronicamente por:
Marcelo Leal de Lima Oliveira - Advogado
18090816190606600000004936083
Data e hora da assinatura: 08/09/2018 16:21:46
Identificador: 4058100.4930092
Para conferência da autenticidade do documento: https://pje.jfce.jus.br/pje/Processo/ConsultaDocumento/listView.seam 1/1
EXCELENTÍSSIMA JUÍZA DA 12ª VARA DE EXECUÇÃO PENAL DO CEARÁ

Execução Provisória nº 0805802-55.2016.4.05.8100

FRANCISCO DEUSMAR DE QUEIRÓS, já qualificado nos


autos epigrafados, por seus advogados ao final assinados, à presença de Vossa
Excelência comparece para expor e requerer o que segue:

1. Houve por bem Vossa Excelência determinar o imediato


cumprimento da execução provisória da pena imposta ao Requerente.

2. Referida decisão encontra-se lastreada no envio de cópias das


decisões condenatórias promovido pelo Relator do Recurso Especial no STJ,
Ministro FÉLIX FISCHER que, ao apreciar pedido formulado pelo Ministério
Público, determinou que se procedesse a execução provisória das penas
aplicadas ao Requerente.

3. Em que pese proferida por Ministro do Superior Tribunal de


Justiça, a decisão acima citada não revogou a determinação do
Desembargador Federal da 5ª Região, relator do habeas corpus nº 0802530-
35.2018.4.05.0000, que não foi sequer objeto de recurso por parte do Ministério
Público. Explica-se:

1/6
4. Com base no novel entendimento do Supremo Tribunal Federal
sobre a possibilidade de prisão após decisão de segundo grau, o Ministério
Público Federal requereu fosse dado início à execução provisória da pena, o que
foi inicialmente deferido por Vossa Excelência.

5. Em razão disso, a defesa impetrou habeas corpus perante o


Tribunal Regional Federal da 5ª Região alegando violação ao princípio do non
reformatio in pejus, uma vez que constou da sentença, da qual a acusação não
recorreu, que a prisão estaria condicionada ao trânsito em julgado da
condenação, havendo sido concedida liminar suspendendo a ordem de prisão
até o julgamento final do writ.

6. Levado a julgamento, foi dado parcial provimento ao HC acima


mencionado, a fim de garantir a liberdade do Requerente até o trânsito em
julgado de Tutela Provisória ingressada perante o STJ, o que ainda não
ocorreu.

7. Entendendo ser a decisão contraditória, a defesa opôs


embargos de declaração, alegando, entre outras coisas, que a suspensão
deveria vigorar até o exaurimento da discussão perante o Superior Tribunal de
Justiça no processo principal e não na Tutela Provisória, ao menos, e que
qualquer ordem de prisão deveria ser devidamente fundamentada.

8. Estando pendente o julgamento dos Embargos opostos


exclusivamente pela defesa, o Ministério Público Federal, atuando perante
esta Vara de Execuções requereu o prosseguimento do feito fundamentando-se,
exatamente, no ponto apontado como contraditório pela defesa.

9. Atenta a toda movimentação, a defesa formulou pedido ao


Relator do HC nº 0802530-35.2018.4.05.0000, relatando o fato e requerendo
fosse reafirmada a decisão proferida pelo Tribunal Federal Regional da 5ª
Região, a fim determinar à 12ª Vara de Execução Penal do Ceará que
mantivesse suspensa a execução provisória da pena imposta ao Requerente,

2/6
respeitando o quanto determinado no acórdão já proferido naquele habeas
corpus.

10. Em face dessa manifestação o Relator do mencionado writ


proferiu decisão nos seguintes termos:

Considerando a possibilidade de atribuição de efeitos


infringentes aos Embargos de Declaração opostos contra o
acórdão da Primeira Turma, proferido em 28/06/2018, defiro o
pedido de id. 12078250.
Assim, determino que permaneçam suspensas as
Execuções Provisórias Penais nos 0805802-
55.2016.4.05.8100, 0805810-32.2016.4.05.8100, 0805805-
10.2016.4.05.8100 e 0805812-02.2016.4.05.8100 (decorrentes
das condenações impostas a FRANCISCO DEUSMAR DE
QUEIRÓS, IELTON BARRETO DE OLIVEIRA, GERALDO DE
LIMA GADELHA FILHO e JERÔNIMO ALVES BEZERRA, nos
autos da Ação Penal nº 0012628.43.2010.4.05.8100), até o
julgamento dos Embargos de Declaração interpostos pela
defesa, pautados para julgamento na sessão da Primeira Turma
de 30/08/2018.

11. Esta decisão jamais foi atacada ou reformada e encontra-se


em plena vigência!!!!!

12. Não obstante, o Ministério Público, ao invés de recorrer da


decisão acima, resolveu, per saltum, requerer a prisão diretamente ao STJ, sem
informar dos embargos de declaração opostos e da decisão acima
mencionada, fundamentando seu pedido exatamente na contradição
identificada pela defesa no acórdão do Regional e sobre a qual não
manifestou oposição.

13. Em razão desse requerimento, o Ministro Relator do Recurso


Especial no STJ proferiu decisão “determinando que, independentemente da
certificação do trânsito em julgado, a Coordenadoria da Quinta Turma remeta
cópia da r. sentença, do v. acórdão proferido em primeiro grau de apelação e
das decisões proferidas nesta Corte para o MM. Juiz de primeira instância, a fim
de que se proceda à execução provisória das penas”.

3/6
14. Todavia, como visto acima, existe ordem judicial não atacada
e em vigor, proferida por Desembargador do TRF5, suspendendo a
execução provisória da pena.

15. Tanto isso é verdade que após a juntada do malote digital


oriundo do STJ com a decisão proferida pelo Ministro Relator do Recurso
Especial, O PRÓPRIO MINISTÉRIO PÚBLICO OFICIANTE PERANTE ESTA
VARA DE EXECUÇÃO PENAL SE MANIFESTOU NO SENTIDO DE QUE A
DECISÃO DE SUSPENSÃO DA EXECUÇÃO PROFERIDA PELO TRF5 AINDA
SE ENCONTRA EM VIGOR.

16. Ora, se o próprio Ministério Público se manifesta pelo


reconhecimento da suspensão da execução em face da validade de decisão

4/6
judicial impedindo o prosseguimento do feito, nada justifica a imediata expedição
de ordem de prisão.

17. É importante destacar, por fim, que a mencionada decisão deve


vigorar até o julgamento do habeas corpus, já aprazado para ser realizado no
dia 20 de setembro de 2018, por tanto em apenas 12 dias.

18. Na mesma oportunidade será levado a julgamento outro habeas


corpus impetrado pela defesa deste Requerente em que se discute matéria de
dosimetria que pode levar à alteração de regime de cumprimento de pena.

19. No mencionado HC, aliás, a defesa chegou a requerer liminar


que apenas não foi concedida ao argumento de que não existiria perigo na
demora exatamente por estar em vigor a decisão proferida no habeas corpus
anteriormente mencionado (HC 0802530-35.2018.4.05.0000), confira-se:

Além disso, não me parece presente, neste azo, o requisito do


perigo da demora, porque inexiste risco eminente das penas
serem executadas. Afinal, a decisão condenatória, proferida na
Ação Penal nº 0012628-43.2010.4.05.8100, ainda não transitou
em julgado. E, mesmo que se pretenda executá-la
provisoriamente, tem-se que, nos autos do HC nº 0802530-
35.2018.4.05.0000, apreciado em 28/06/2018, a Primeira Turma

5/6
deste Tribunal concedeu parcialmente a ordem em favor de
FRANCISCO DEUSMAR, suspendendo aludida execução até o
julgamento final, pelo STJ, do Pedido de Tutela Provisória nº 38
no REsp nº 1.449.193/CE, com a extensão da ordem aos
corréus IELTON, GERALDO e JERÔNIMO. Portanto, enquanto
não transitada em julgado a decisão proferida naquele pedido de
Tutela Provisória perante o STJ, inexiste risco que voltar a correr
as Execuções Provisórias propostas em face dos pacientes.

20. Assim, estando em vigor decisão que suspende o curso da


execução provisória da pena, o que é reconhecido pelo próprio Ministério
Público Federal, não há dúvida que, não obstante a remessa de cópias de
decisões para esta Vara, determinada pelo relator do Recurso Especial, existe
ordem judicial impedindo o prosseguimento do feito que deve ser
respeitada, razão pela qual requer seja dada contraordem de prisão, recolhendo-
se os mandados eventualmente expedidos.

21. Caso ainda subsista dúvida quanto ao alegado, requer que,


antes de dar cumprimento a ordem de prisão, seja efetuada consulta ao Relator
do HC nº 0802530-35.2018.4.05.0000 em curso perante o Tribunal Regional
Federal da 5ª Região para que este informe se a decisão de suspensão da
execução continua em vigor.

P. deferimento.
Brasília, 08 de setembro de 2018.

Francisco César Asfor Rocha Marcelo Leal De Lima Oliveira


OAB/SP nº 329.034 OAB/DF 21.932

Caio Cesar Vieira Rocha Anastácio Jorge Matos de Sousa Marinho


OAB/CE 15.095 OAB/CE 8502

Tiago Asfor Rocha Lima Luiz Eduardo R. B. do Monte


OAB/CE 16.386 OAB/DF 41.950

Processo: 0805802-55.2016.4.05.8100
Assinado eletronicamente por:
Marcelo Leal de Lima Oliveira - Advogado
18090816211281700000004936084
Data e hora da assinatura: 08/09/2018 16:21:46
Identificador: 4058100.4930093
Para conferência da autenticidade do documento: https://pje.jfce.jus.br/pje/Processo/ConsultaDocumento/listView.seam 6/6
MM Juíza Federal,

Não assiste razão à zelosa defesa dos sentenciados FRANCISCO DEUSMAR DE QUEIROS E
OUTROS.

Com efeito, antes da decisão do Exmo. Min. Relator do STJ Felix Fischer, objeto de comunicação a esse
juizo para fins de ser iniciada a execução penal, o MPF havia reconhecido que as execuções penais
deveriam manter-se suspensas, por força de uma segunda decisão liminar proferida pelo Desembargador
Federal Roberto Machado, nos autos do HC 0802825-30.2018.4.05.0000.

Em tal decisão, como reconhece a defesa, ficou determinada a suspensão das execuções até o julgamento
dos embargos de declaração interpostos no referido HC, em que a defesa pretende modificar o
entendimento da 1ª Turma do TRF da 5ª Região, em que foi vencedor o voto do Des. Elio Wanderley,
assim ementado: " Vistos e relatados os presentes autos, DECIDE a Primeira Turma do Tribunal Regional
Federal da 5ª Região, por unanimidade, conceder parcialmente a ordem de Habeas Corpus , para
suspender a execução provisória da pena imposta ao paciente até o julgamento final, pelo STJ, do Pedido
de Tutela Provisória nº 38 no REsp nº 1.449.193/CE, com a extensão da ordem aos corréus IBO, GLGF e
JAB, nos termos do relatório e voto anexos, que passam a integrar o presente julgamento

Ocorre que o STJ, intérprete autêntico de suas próprias decisões, determinou a execução provisória
das penas, independentemente do trânsito em julgado das decisões proferidas no âmbito da Corte
Especial, tanto na TP 38 quanto no RESP 1449193:

"No caso, verifica-se que, com o julgamento do recurso especial, além do agravo regimental e dos
consequentes embargos de declaração, houve o esgotamento da jurisdição pela eg. Quinta Turma deste
Superior Tribunal de Justiça, sendo que, por tal razão, houve a perda de objeto do pedido de tutela
provisório anteriormente deferido na TP 38/CE.

Assim, com a interposição do recurso de embargos de divergência (fls. 1206-1301), o pedido de efeito
suspensivo deve ser dirigido ao órgão competência para julgamento da impugnação.

Diante disso, defiro o pedido formulado, determinando que,independentemente da certificação do


trânsito em julgado, a Coordenadoria da Quinta Turma remeta cópia da r. sentença, do v. acórdão
proferido em grau de apelação e das decisões proferidas nesta Corte para o MM. Juiz de primeira
instância, a fim de que se proceda à execução provisória das penas."

O fato e que não se pode negar vigência à decisão do STJ proferida na PetExe nos EDcl nos EDcl no
AgRg no RECURSO ESPECIAL Nº 1.449.193 - CE (2014/0091750-6), a qual deverá ser atacada pela
defesa nas vias própria, seja na 2ª Seção, competente para conhecer dos embargos de divergência já
interpostos pelos combatentes advogados, seja no STF, onde inclusive já foi manejado o remédio heroico
e se encontra sob a relatoria do Min. Edson Fachin (HC 161.949), para quem os autos foram conclusos
após nova petição da defesa.

A ser assim, considerando a necessidade de dar efetividade à decisão proferida pelo Min. Relator Felix
Fischer, que está sendo atacada pela defesa no STF por intermédio do HC 161.949), ainda sem decisão do
Relator, requer o MPF a manutenção da decisão que determinou a prisão dos executados, desta feita sem
a necessidade de se aguardar o prazo espontâneo de 24h para cumprimento, uma vez que não notícia de
intenção de comparecimento espontâneo.

Na oportunidade, anexo a petição de execução protocolizada pelo órgão do MPF atuante junto ao STJ,

1/2
para conhecimento desse juízo e o extrato de processamento do HC 161.949.

Requer ainda o MPF seja considerado o presente parecer nas execuções provisórias
08005810-32.2016.4.05.8100, 0805805-10.2016.4.05.8100 e 0805812-02.2016.4.05.8100.

E. Deferimento,

Data de assinatura eletrônica

MARCIO ANDRADE TORRES

Procurador da República

Processo: 0805802-55.2016.4.05.8100
Assinado eletronicamente por:
MARCIO ANDRADE TORRES - Procurador, MARCIO ANDRADE TORRES - Procurador
18090817595257600000004946753
Data e hora da assinatura: 08/09/2018 18:45:36
Identificador: 4058100.4940762
Para conferência da autenticidade do documento: https://pje.jfce.jus.br/pje/Processo/ConsultaDocumento/listView.seam 2/2
MINISTÉRIO PÚBLICO FEDERAL
PROCURADORIA GERAL DA REPÚBLICA

Documento assinado via Token digitalmente por FRANCISCO DE ASSIS VIEIRA SANSEVERINO, em 30/08/2018 09:41. Para verificar a assinatura acesse
EXCELENTÍSSIMO SENHOR MINISTRO RELATOR,

PETIÇÃO N. 11.637/2018-FAVS

RECURSO ESPECIAL Nº 1.449.193/CE (2014/0091750-6)


RELATOR : MINISTRO FÉLIX FISCHER – QUINTA TURMA
RECORRENTE : FRANCISCO DEUSMAR DE QUEIROS
RECORRENTE : JERÔNIMO ALVES BEZERRA
RECORRENTE : GERALDO DE LIMA GADELHA FILHO
RECORRENTE : IELTON BARRETO DE OLIVEIRA
ADVOGADO : EVÂNIO JOSÉ DE MOURA SANTOS E OUTRO (S)
RECORRIDO : MINISTÉRIO PÚBLICO FEDERAL

http://www.transparencia.mpf.mp.br/validacaodocumento. Chave F3C13188.60F688D7.A9B55D97.AC533F3F


EXECUÇÃO PROVISÓRIA DA PENA DE
CONDENAÇÃO PROFERIDA EM PRIMEIRA
INSTÂNCIA, CONFIRMADA PELO TRF/5ª
REGIÃO E PELA 5ª TURMA DO STJ.
- PRECEDENTES DO STF E DO STJ.

O MINISTÉRIO PÚBLICO FEDERAL, pelo Subprocurador-Geral da


República signatário, vem, perante V. Exa., expor e, ao final, requerer a

EXECUÇÃO PROVISÓRIA DA PENA

com base nos seguintes fundamentos:

G:\PGR_GABSUB_GABSUB14-FAVS\2 - MINUTAS DE PARECERES\13 - MINUTAS PARA REVISÃO\4 - Ao STJ\

1/16
MINISTÉRIO PÚBLICO FEDERAL
Petição no RECURSO ESPECIAL Nº 1.449.193/CE

I – BREVE HISTÓRICO

Documento assinado via Token digitalmente por FRANCISCO DE ASSIS VIEIRA SANSEVERINO, em 30/08/2018 09:41. Para verificar a assinatura acesse
1. Em 19-10-2010, o MPF ofereceu denúncia contra os réus ANDRÉA
JUCÁ TERCEIRO, FRANCISCO DEUSMAR DE QUEIRÓS, GERALDO DE LIMA
GADELHA FILHO, IELTON BARRETO DE OLIVEIRA e JERÔNIMO ALVES
BEZERRA, como incursos no art. 7º, IV, da Lei n° 7.492/86, pela prática, em síntese, dos
seguintes fatos: a) nos períodos de 14 a 18-8-2006 e de 21 a 24-11-2006, em decorrência de
reclamação do investidor José Bismarque Coelho Guerra, o Ministério Público Federal e a
Comissão de Valores Mobiliários realizaram inspeção na empresa RENDA CORRETORA
DE MERCADORIAS S/C LTDA., então dirigida pelos sócios FRANCISCO DEUSMAR DE
QUEIRÓS e IELTON BARRETO DE OLIVEIRA; b) o investidor José Bismarque Coelho
Guerra vendeu ações de emissão do Banco do Estado do Ceará (BEC) à empresa RENDA

http://www.transparencia.mpf.mp.br/validacaodocumento. Chave F3C13188.60F688D7.A9B55D97.AC533F3F


CORRETORA DE MERCADORIAS S/C LTDA. por valor correspondente à metade do
preço vigente no mercado; c) a CVM constatou que a empresa RENDA CORRETORA DE
MERCADORIAS S/C LTDA. atuava em conjunto com a PAX CORRETORA DE
VALORES E CÂMBIO LTDA.; FRANCISCO DEUSMAR DE QUEIRÓS era o seu
principal acionista e sócio-administrador; as empresas confundiam-se; dividiam o mesmo
espaço físico; o mesmo dirigente e o mesmo escopo operacional; d) GERALDO DE LIMA
GADELHA FILHO e JERÔNIMO ALVES BEZERRA atuavam como 'longa manus' de
FRANCISCO DEUSMAR DE QUEIRÓS na gestão das empresas RENDA e PAX, embora
não figurassem nos contratos sociais como sócios, controladores ou acionistas; e) entre os
anos de 2000 e 2006, a empresa RENDA atuou irregularmente e de maneira habitual no
mercado de valores mobiliários, desenvolvendo atividade conhecida como 'garimpagem de
ações' (adquirir com deságio ações de terceiros, em sua maioria pessoas físicas, para, em
seguida, dentro de um curto espaço de tempo, revendê-las em bolsa a um preço superior), por
intermédio da empresa PAX; f) ANDRÉA JUCÁ TERCEIRO figurava como cliente das
coirmãs RENDA e PAX; adquiria ações de emissão de companhias telefônicas de seus
titulares originais e do extinto Banco do Estado do Ceará – BEC para transferi-las para suas
contas de custódia na PAX e aliená-las em curto espaço de tempo na bolsa de valores;
atividade típica de agente autônomo de investimento, para a qual não estava autorizada; o
lucro estimado obtido nas operações de intermediação irregular de ações no período de 2000 a
2006 foi de R$ 2.840.026,32; g) a empresa RENDA fez mediação e corretagem de valores

2.

2/16
MINISTÉRIO PÚBLICO FEDERAL
Petição no RECURSO ESPECIAL Nº 1.449.193/CE

mobiliários fora da bolsa de valores durante os anos de 2000 a 2006, sem que fosse registrada
na CVM (fls. 2-11).

Documento assinado via Token digitalmente por FRANCISCO DE ASSIS VIEIRA SANSEVERINO, em 30/08/2018 09:41. Para verificar a assinatura acesse
2. Em 19-11-2010, o Juízo Federal da 11ª Vara da Seção Judiciária do
Ceará/CE recebeu a denúncia (fls. 12-3).

3. Em 05-07-2012, o Juízo Federal da 11ª Vara da Seção Judiciária do


Ceará/CE proferiu sentença na qual condenou os réus como incursos nos crimes do art. 7º,
inciso IV, da Lei n° 7.492/86, c.c o art. 27-C da Lei n° 6.385/76, na forma do art. 71 do CP
(crime continuado), nos seguintes termos (fls. 380-420):

3.1. condenou o réu FRANCISCO DEUSMAR DE QUEIRÓS a 9 anos e 2 meses


de reclusão pela prática do crime de emitir, oferecer ou negociar, de qualquer

http://www.transparencia.mpf.mp.br/validacaodocumento. Chave F3C13188.60F688D7.A9B55D97.AC533F3F


modo, títulos ou valores mobiliários, sem autorização prévia da autoridade
competente, quando legalmente exigida (art. 7º, IV, da Lei n° 7.492 c.c o art. 71 do
CP), e ao pagamento de 250 dias-multa; a 6 anos e 8 meses de reclusão pela prática
do crime de realizar operações simuladas ou executar outras manobras
fraudulentas, com a finalidade de alterar artificialmente o regular funcionamento
dos mercados de valores mobiliários em bolsa de valores, de mercadorias e de
futuros, no mercado de balcão ou no mercado de balcão organizado, com o fim de
obter vantagem indevida ou lucro, para si ou para outrem, ou causar dano a
terceiros (art. 27-C da Lei n° 6.385/76), e ao pagamento de 3 vezes o montante da
vantagem ilícita obtida em decorrência do crime, em regime inicial fechado;

3.2. condenou o réu GERALDO DE LIMA GADELHA FILHO a 5 anos de


reclusão pela prática do crime de emitir, oferecer ou negociar, de qualquer modo,
títulos ou valores mobiliários, sem autorização prévia da autoridade competente,
quando legalmente exigida (art. 7º, IV, da Lei n° 7.492 c.c o art. 71 do CP), e ao
pagamento de 200 dias-multa; a 5 anos de reclusão pela prática do crime de realizar
operações simuladas ou executar outras manobras fraudulentas, com a finalidade de
alterar artificialmente o regular funcionamento dos mercados de valores mobiliários
em bolsa de valores, de mercadorias e de futuros, no mercado de balcão ou no
mercado de balcão organizado, com o fim de obter vantagem indevida ou lucro,
para si ou para outrem, ou causar dano a terceiros (art. 27-C da Lei n° 6.385/76), e
ao pagamento de 3 vezes o montante da vantagem ilícita obtida em decorrência do
crime, em regime inicial fechado;

3.

3/16
MINISTÉRIO PÚBLICO FEDERAL
Petição no RECURSO ESPECIAL Nº 1.449.193/CE

3.3. condenou o réu IELTON BARRETO DE OLIVEIRA a 5 anos de reclusão


pela prática do crime de emitir, oferecer ou negociar, de qualquer modo, títulos ou
valores mobiliários, sem autorização prévia da autoridade competente, quando

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legalmente exigida (art. 7º, IV, da Lei n° 7.492 c.c o art. 71 do CP), e ao
pagamento de 200 dias-multa; a 5 anos de reclusão pela prática do crime de realizar
operações simuladas ou executar outras manobras fraudulentas, com a finalidade de
alterar artificialmente o regular funcionamento dos mercados de valores mobiliários
em bolsa de valores, de mercadorias e de futuros, no mercado de balcão ou no
mercado de balcão organizado, com o fim de obter vantagem indevida ou lucro,
para si ou para outrem, ou causar dano a terceiros (art. 27-C da Lei n° 6.385/76), e
ao pagamento de 3 vezes o montante da vantagem ilícita obtida em decorrência do
crime, em regime inicial fechado;

3.4. condenou o réu JERÔNIMO ALVES BEZERRA a 5 anos de reclusão pela


prática do crime de emitir, oferecer ou negociar, de qualquer modo, títulos ou

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valores mobiliários, sem autorização prévia da autoridade competente, quando
legalmente exigida (art. 7º, IV, da Lei n° 7.492 c.c o art. 71 do CP), e ao
pagamento de 200 dias-multa; a 5 anos de reclusão pela prática do crime de realizar
operações simuladas ou executar outras manobras fraudulentas, com a finalidade de
alterar artificialmente o regular funcionamento dos mercados de valores mobiliários
em bolsa de valores, de mercadorias e de futuros, no mercado de balcão ou no
mercado de balcão organizado, com o fim de obter vantagem indevida ou lucro,
para si ou para outrem, ou causar dano a terceiros (art. 27-C da Lei n° 6.385/76), e
ao pagamento de 3 vezes o montante da vantagem ilícita obtida em decorrência do
crime, em regime inicial fechado (fls. 380-420).

4. Em 24-07-2012, a defesa dos réus FRANCISCO DEUSMAR DE


QUEIRÓS, GERALDO DE LIMA GADELHA FILHO, IELTON BARRETO DE
OLIVEIRA e JERÔNIMO ALVES BEZERRA interpôs recurso de Apelação (fls. 454-5; 476-
554).

5. Em 11-07-2013, a 3ª Turma do TRF/5ª Região deu parcial provimento


à Apelação Criminal n° 0012628-43.2010.4.05.8100 para excluir a condenação dos réus da
prática do crime do art. 27-C da Lei n° 6.385/76; manter a condenação pela prática do crime
do art. 7º, IV, da Lei n° 7.492 c.c o art. 71 do CP (fls. 588-9; 592-604).

4.

4/16
MINISTÉRIO PÚBLICO FEDERAL
Petição no RECURSO ESPECIAL Nº 1.449.193/CE

6. Em 25-07-2013, a defesa dos réus FRANCISCO DEUSMAR DE


QUEIRÓS, GERALDO DE LIMA GADELHA FILHO, IELTON BARRETO DE
OLIVEIRA e JERÔNIMO ALVES BEZERRA opôs embargos de declaração (fls. 607-18).

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7. Em 14-08-2013, o MPF ofereceu contrarrazões aos embargos de
declaração (fls. 622-30).

8. Em 26-09-2013, a 3ª Turma do TRF/5ª Região deu provimento aos


embargos de declaração para sanar a omissão quanto à incidência do art. 71 do CP (fls. 639-
45; 647-8).

9. Em 07-10-2013, a defesa dos réus FRANCISCO DEUSMAR DE


QUEIRÓS, GERALDO DE LIMA GADELHA FILHO, IELTON BARRETO DE
OLIVEIRA e JERÔNIMO ALVES BEZERRA opôs embargos de declaração (fls. 651-70).

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10. Em 14-11-2013, a 3ª Turma do TRF/5ª Região negou provimento aos
embargos de declaração (fls. 681-3; 685).

11. Em 09-12-2013, a defesa dos réus FRANCISCO DEUSMAR DE


QUEIRÓS, GERALDO DE LIMA GADELHA FILHO, IELTON BARRETO DE
OLIVEIRA e JERÔNIMO ALVES BEZERRA interpôs recurso especial, com base no art.
105, inciso III, alínea 'a' e 'c' da CF, no qual alega, em síntese, o seguinte: (1) nulidade da
sentença do Juízo Federal da 11ª Vara da Seção Judiciária do Ceará/CE; julgado citra petita;
atipicidade das condutas imputadas aos réus; ausência de provas de materialidade dos crimes;
ausência de individualização das condutas dos réus; ausência de fundamentação da sentença
condenatória; aumento excessivo da pena-base com base na gravidade abstrata do crime;
violação do art. 381, III e IV e do art. 619 do CPP; aumento máximo pela continuidade
delitiva sem a devida demonstração da quantidade de crimes; violação do art. 71 do CP; (2)
nulidade do acórdão; julgado ultra petita; manutenção da condenação com fundamento em
acusação não expressada na denúncia; violação do art. 383 e do art. 384 do CPP; (3)
cerceamento de defesa; errônea tipificação; o art. 27-E da Lei n° 6.385/76 trata
especificamente da atuação sem autorização da CVM; (4) condenação com base nos
elementos colhidos na fase investigatória; violação do art. 155 do CPP; ao final requer a
nulidade da sentença do Juízo Federal da 11ª Vara da Seção Judiciária do Ceará/CE; nulidade

5.

5/16
MINISTÉRIO PÚBLICO FEDERAL
Petição no RECURSO ESPECIAL Nº 1.449.193/CE

do acórdão da 3ª Turma do TRF/5ª Região; reconhecer a extinção da punibilidade; absolver os


réus; reduzir as penas dos réus (fls. 686; 692-763).

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12. Em 09-12-2013, a defesa dos réus FRANCISCO DEUSMAR DE
QUEIRÓS, GERALDO DE LIMA GADELHA FILHO, IELTON BARRETO DE
OLIVEIRA e JERÔNIMO ALVES BEZERRA interpôs recurso extraordinário (fls. 764-5;
771-823).

13. Em 21-02-2014, o Vice-Presidente do TRF/5ª Região admitiu o recurso


especial (fl. 855).

14. Em 21-02-2014, o Vice-Presidente do TRF/5ª Região julgou


prejudicado o recurso extraordinário dos réus quanto à alegação de ofensa ao art. 93, IX da
CF; não admitiu o recurso extraordinário quanto à alegação de ofensa ao art. 5°, XLVI, LIV,

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LV e LVII, da CF (fls. 856-7).

15. Em 04-11-2016, a Defesa ajuizou a TP nº 38/CE, com a finalidade de


atribuir efeito suspensivo ao recurso especial (REsp nº 1.449.193/CE) (consulta ao site do
STJ).

16. Em 16-11-2016, o Relator, Min. Félix Fischer, deferiu a liminar “para


sustar a execução provisória da pena até ulterior julgamento final do presente pedido de
tutela provisória.” (consulta ao site do STJ, TP nº 38/CE).

17. Em 30-11-2017, o Relator, ao apreciar o REsp nº 1.449.193/CE da


Defesa, conheceu, em parte, do recurso especial e, nessa extensão, negou-lhe provimento
(consulta ao site do STJ).

18. Em 13-12-2017, a Defesa interpôs agravo regimental neste REsp nº


1.449.193/CE (consulta ao site do STJ).

19. Em 20-02-2018, a 5ª Turma do STJ, por unanimidade, negou


provimento ao agravo regimental (consulta ao site do STJ).

20. Em 22-02-2018, o Relator da TP nº 38/CE julgou prejudicada a tutela


provisória e a liminar antes deferida, com base na seguinte fundamentação: “Com efeito, o

6.

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MINISTÉRIO PÚBLICO FEDERAL
Petição no RECURSO ESPECIAL Nº 1.449.193/CE

Recurso Especial 1.449.193/CE, do qual esta tutela provisória é incidental, foi julgado
monocraticamente, tendo sido conhecido em parte e, na extensão, desprovido. No dia 20 de
fevereiro deste ano, a col. Quinta Turma deste Superior Tribunal de Justiça julgou o agravo

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regimental naquele feito, negando provimento ao recurso para manter os fundamentos do
decisum monocrático. Em tal contexto, verifico que o presente pedido perdeu o objeto, em
razão da superveniência da decisão de mérito proferida nos autos da ação principal.”
(consulta ao site do STJ; TP nº 38/CE)

21. Em 1º-03-2018, a Defesa interpôs agravo regimental contra a decisão do


Relator da TP nº 38/CE que julgou prejudicada a tutela provisória e cassou a liminar antes
deferida (consulta ao site do STJ).

22. Em 07-03-2018, a Defesa opôs embargos de declaração no AgRg no


REsp nº 1.449.193/CE (consulta ao site do STJ).

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23. Em 07-06-2018, a 5ª Turma do STJ rejeitou os embargos de
declaração opostos no AgRg no REsp nº 1.449.193/CE (consulta ao site do STJ).

24. Em 12-06-2018, a 5ª Turma do STJ negou provimento ao agravo


regimental interposto na TP nº 38/CE (consulta ao site do STJ).

25. Em 29-06-2018, a Defesa opôs novos embargos de declaração (ainda


pendentes de julgamento), nos embargos de declaração, opostos no AgRg no REsp nº
1.449.193/CE, (consulta ao site do STJ).

26. Em 14-08-2018, a 5ª Turma do STJ, à unanimidade de votos, mais uma


vez, rejeitou os embargos de declaração opostos nos EDcl no AgRg no REsp nº
1.449.193/CE, em acórdão assim ementado (site STJ):

“EMBARGOS DE DECLARAÇÃO NOS EMBARGOS DE DECLARAÇÃO NO


AGRAVO REGIMENTAL NO RECURSO ESPECIAL. OMISSÃO.
INEXISTÊNCIA. REEXAME DA CAUSA. INVIABILIDADE. INOVAÇÃO
RECURSAL. IMPOSSIBILIDADE.
I - Os embargos declaratórios não constituem recurso de revisão, sendo
inadmissíveis se a decisão embargada não padecer dos vícios que autorizariam a
sua oposição (obscuridade, contradição e omissão). Na espécie, à conta de omissão
no v. acórdão embargado, pretendem os embargantes a rediscussão da matéria
já apreciada.

7.

7/16
MINISTÉRIO PÚBLICO FEDERAL
Petição no RECURSO ESPECIAL Nº 1.449.193/CE

II - É vedado, em sede de agravo regimental ou embargos de declaração,


ampliar a matéria veiculada no recurso, inovando em questões não suscitadas
anteriormente.
Embargos de declaração rejeitados.” (Grifos nossos).

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26.1. Em 17-08-2018, o Desembargador Relator do TRF/5ª Região deferiu
liminar no HC nº 0802530-35.2018.4.05.0000, em razão da possibilidade de serem atribuídos
efeitos infringentes aos embargos de declaração opostos em 28-06-2018, e determinou a
suspensão das Execuções Provisórias nº 0805802-55.2016.4.05.8100, 0805810-
32.2016.4.05.8100, 0805-10.2016.4.05.8100 e 0805812-02.2016.4.05.8100, decorrentes das
condenações dos réus FRANCISCO DEUSMAR DE QUEIRÓS, IELTON BARRETO DE
OLIVEIRA, GERALDO DE LIMA GADELHA FILHO e JERÔNIMO ALVES BEZERRA ,
nos autos da Ação Penal nº 0012628.43.2010.4.05.8100 (site TRF/5ª Região).

26.2. Em 20-08-2018, o acórdão da 5ª Turma do STJ que rejeitou os

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embargos de declaração opostos nos EDcl no AgRg no REsp nº 1.449.193/CE foi publicado
(site STJ).

II - Execução Provisória da Pena

27. Cabe registrar acórdão proferido pelo TRF/5ª Região, no HC nº 0802530-


35.2018.4.05.0000 (segredo de justiça), impetrado em benefício de FRANCISCO
DEUSMAR DE QUEIROS, no qual a Turma, por maioria, concedeu a ordem
“determinando-se a extinção da Execução Provisória nº 0805802-55.2016.4.05.8100,
proposta contra FRANCISCO DEUSMAR DE QUEIRÓS, com extensão da ordem a IELTON
BARRETO DE OLIVEIRA, GERALDO DE LIMA GADELHA FILHO e JERÔNIMO ALVES
BEZERRA, com a consequente extinção das Execuções Provisórias nºs 0805810-
32.2016.4.05.8100, 0805805-10.2016.4.05.8100 e 0805812-02.2016.4.05.8100”; a saber:

“Relatório

O DESEMBARGADOR FEDERAL ROBERTO MACHADO (Relator): Trata-se de


Habeas Corpus impetrado em favor de FRANCISCO DESUMAR DE QUEIRÓS,
apontando como ilegal decisão do Juízo da 12ª Vara Federal do Ceará, que determinou

8.

8/16
MINISTÉRIO PÚBLICO FEDERAL
Petição no RECURSO ESPECIAL Nº 1.449.193/CE

a Execução Provisória da pena imposta na Ação Penal nº 0012628-43.2010.4.05.8100


(9 anos e 2 meses de reclusão, além de 250 dias-multa, pela prática do crime previsto
no art. 7º, IV, da Lei nº 7.492/86), ainda pendente de julgamento de recurso no STJ

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(EDcl no AgRg no REsp 1.449.193-CE).

Os impetrantes alegam: 1) na Ação Penal nº 0012628-43.2010.4.05.8100, em razão da


prática do crime previsto no art. 7º, IV, da Lei nº 7.492/86, o paciente foi condenado a 9
(nove) anos e 2 (dois) meses de reclusão, a ser cumprida inicialmente em regime
fechado, mais multa; 2) ainda pendente de julgamento o Recurso Especial REsp
1.449.193-CE, no STJ, interposto pela defesa; 3) o pedido de execução provisória da
pena privativa de liberdade, formulado pelo MPF, viola o princípio do non reformatio
in pejus e a garantia da segurança jurídica, porque a acusação não recorreu da parte da
sentença que condicionou a execução ao trânsito em julgado da decisão condenatória;
4) o que se discute, neste momento processual, em nada se relaciona com a (in)
constitucionalidade da execução provisória da pena; 5) as providências finais, as quais
integram a parte dispositiva da sentença, estão acobertadas pelo manto da coisa julgada;

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6) o STF vem condicionando o recolhimento à prisão ao trânsito em julgado para
ambas as partes, nos casos em que assim previsto no título executivo, sem que isso
ofenda o entendimento daquela Suprema Corte no sentido da possibilidade de execução
provisória da pena privativa de liberdade (…).

Deferi o pedido liminar, determinando a suspensão da Execução Provisória da Pena nº


0805802-55.2016.4.05.8100, até julgamento final deste writ (…).

Depois, deferi o pedido de extensão da liminar para os correus IELTON BARRETO


DE OLIVEIRA, GERALDO DE LIMA GADELHA FILHO e JERÔNIMO ALVES
BEZERRA, com a consequente suspensão das Execuções Provisórias nºs 805810-
32.2016.4.05.8100, 0805805-10.2016.4.05.8100 e 0805812-02.2016.4.05.8100,
também até o final do julgamento deste writ (…).

VOTO

(…).

No mérito, cinge-se a controvérsia acerca da possibilidade de executar provisoriamente


uma condenação penal confirmada em segunda instância, quando há um comando
sentencial, não alterado neste Tribunal, que, segundo os impetrantes, obsta a execução
antes do trânsito em julgado da sentença.

Sobre a questão, penso que, conforme precedentes do STF, havendo capítulo na


sentença que vincule a execução da pena ao trânsito em julgado da decisão

9.

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MINISTÉRIO PÚBLICO FEDERAL
Petição no RECURSO ESPECIAL Nº 1.449.193/CE

condenatória, como uma garantia erigida em favor do status libertatis do réu, não
modificada por recurso da acusação, a norma endócrina do julgado deve prevalecer
sobre o entendimento firmado pelo Pretório Excelso no HC 126.292/SP, nas Medidas

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Cautelares nas ADC's 43 e 44 e no ARE 964.246/SP (os quais admitiram a
possibilidade de execução provisória da pena após condenação em segunda instância,
diante da ausência de efeito suspensivo dos recursos extremos). Do contrário, estar-se-
ia violando o postulado que veda a reformatio in pejus (art. 617 do CPP).

No caso concreto, restou consignado na sentença condenatória, proferida pelo Juízo da


11ª Vara Federal do Ceará, in verbis (fl. 503):

“90. Determino, ainda, imediatamente após o trânsito em julgado desta sentença, a


remessa dos autos à Vara Federal competente para a execução da pena aqui aplicada.”.

A Terceira Turma deste Tribunal, apreciando as Apelações interpostas pelos réus


FRANCISCO DESUMAR DE QUEIRÓS, IELTON BARRETO DE OLIVEIRA,

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GERALDO DE LIMA GADELHA FILHO e JERÔNIMO ALVES BEZERRA, não
alterou esta parte da sentença (fls. 507/523).

Portanto, o teor do item 90 da sentença (em nenhum momento atacado pela acusação),
a condenação só poderá ser executada após o seu trânsito em julgado, o que é diferente,
por óbvio, do julgamento em segundo grau de jurisdição. Desse modo, em respeito à
coisa julgada, deve-se garantir ao paciente o direito de aguardar em liberdade a
conclusão do processo.

Neste contexto, mostra-se ilegal a decisão do Juízo da 12ª Vara Federal do Ceará que
determinou o prosseguimento da Execução Provisória nº 0805802-55.2016.4.05.8100.

Prossigo.

O art. 580 do CPP prevê que, no concurso de agentes, a decisão do recurso interposto
por um dos réus, se fundado em motivos que não sejam de caráter exclusivamente
pessoal, aproveitará aos outros.

(…).

Desse modo, com se está elencado, para fins de concessão da ordem, apenas elementos
eminentemente objetivos, resta evidenciada situação análoga em relação a IELTON
BARRETO DE OLIVEIRA, GERALDO DE LIMA GADELHA FILHO e JERÔNIMO
ALVES BEZERRA, todos também condenados nos autos da Ação Penal nº 0012628-
43.2010.4.05.8100 (cada um a 5 anos de reclusão e multa, pela prática do crime do art.
7º, IV, da Lei nº 7.492/86, pendente de julgamento no STJ), porque inexiste qualquer

10.

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peculiaridade que diferencie a situação deles da do paciente FRANCISCO DEUSMAR


QUEIRÓS.

Assim, concedo a ordem de habeas corpus, determinando-se a extinção da Execução

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Provisória nº 0805802-55.2016.4.05.8100, proposta contra FRANCISCO DEUSMAR
DE QUEIRÓS, com extensão da ordem a IELTON BARRETO DE OLIVEIRA,
GERALDO DE LIMA GADELHA FILHO e JERÔNIMO ALVES BEZERRA, com a
consequente extinção das Execuções Provisórias nºs 805810-32.2016.4.05.8100,
0805805-10.2016.4.05.8100 e 0805812-02.2016.4.05.8100.

É como voto.”

28. Sobre o tema, o entendimento do STJ orienta-se no sentido de que ainda


que a sentença condenatória tenha condicionado a prisão do réu ao trânsito em julgado da

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condenação, esse comando não vincula os tribunais superiores, sendo cabível, confirmada
a condenação pelo Tribunal, a imediata execução provisória da pena. O comando da
sentença constitui em mero efeito da condenação.

29. “Com efeito, a 3ª Seção, ao julgar o HC 19.406/PR, da Relatoria do


Ministro José Arnaldo, consignou que mesmo que o Julgador de 1º grau condicione a
expedição de mandado prisional ao trânsito em julgado da condenação, tal limitação não
vincula o Tribunal de 2º grau de jurisdição, ainda que o Ministério Público deixe de interpor
recurso.” (HC nº 48.296/SP, Rel. Min. Gilson Dipp, j. em 11-04-2006).

30. Assim, a condicionante existente na sentença condenatória, por não


vincular os Tribunais Superiores, não é causa de óbice à execução provisória da pena.

31. Superado o óbice anterior, o MPF requer V. Exa. determine a imediata


execução provisória da pena.

32. No caso concreto, verifica-se que, em 05-07-2012, o Juízo Federal da 11ª


Vara Federal da Seção Judiciária do Ceará/DF proferiu sentença condenatória, na qual
condenou os réus como incursos nos crimes do art. 7º, inciso IV, da Lei n° 7.492/86, c.c o art.
27-C da Lei n° 6.385/76, na forma do art. 71 do CP (crime continuado), nos seguintes termos
(fls. 380-420):

11.

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“3.1. condenou o réu FRANCISCO DEUSMAR DE QUEIRÓS a 9 anos e 2 meses


de reclusão pela prática do crime de emitir, oferecer ou negociar, de qualquer
modo, títulos ou valores mobiliários, sem autorização prévia da autoridade

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competente, quando legalmente exigida (art. 7º, IV, da Lei n° 7.492 c.c o art. 71 do
CP), e ao pagamento de 250 dias-multa; a 6 anos e 8 meses de reclusão pela prática
do crime de realizar operações simuladas ou executar outras manobras fraudulentas,
com a finalidade de alterar artificialmente o regular funcionamento dos mercados
de valores mobiliários em bolsa de valores, de mercadorias e de futuros, no
mercado de balcão ou no mercado de balcão organizado, com o fim de obter
vantagem indevida ou lucro, para si ou para outrem, ou causar dano a terceiros (art.
27-C da Lei n° 6.385/76), e ao pagamento de 3 vezes o montante da vantagem
ilícita obtida em decorrência do crime, em regime inicial fechado;

3.2. condenou o réu GERALDO DE LIMA GADELHA FILHO a 5 anos de


reclusão pela prática do crime de emitir, oferecer ou negociar, de qualquer modo,

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títulos ou valores mobiliários, sem autorização prévia da autoridade competente,
quando legalmente exigida (art. 7º, IV, da Lei n° 7.492 c.c o art. 71 do CP), e ao
pagamento de 200 dias-multa; a 5 anos de reclusão pela prática do crime de realizar
operações simuladas ou executar outras manobras fraudulentas, com a finalidade de
alterar artificialmente o regular funcionamento dos mercados de valores mobiliários
em bolsa de valores, de mercadorias e de futuros, no mercado de balcão ou no
mercado de balcão organizado, com o fim de obter vantagem indevida ou lucro,
para si ou para outrem, ou causar dano a terceiros (art. 27-C da Lei n° 6.385/76), e
ao pagamento de 3 vezes o montante da vantagem ilícita obtida em decorrência do
crime, em regime inicial fechado;

3.3. condenou o réu IELTON BARRETO DE OLIVEIRA a 5 anos de reclusão pela


prática do crime de emitir, oferecer ou negociar, de qualquer modo, títulos ou
valores mobiliários, sem autorização prévia da autoridade competente, quando
legalmente exigida (art. 7º, IV, da Lei n° 7.492 c.c o art. 71 do CP), e ao pagamento
de 200 dias-multa; a 5 anos de reclusão pela prática do crime de realizar operações
simuladas ou executar outras manobras fraudulentas, com a finalidade de alterar
artificialmente o regular funcionamento dos mercados de valores mobiliários em
bolsa de valores, de mercadorias e de futuros, no mercado de balcão ou no mercado
de balcão organizado, com o fim de obter vantagem indevida ou lucro, para si ou
para outrem, ou causar dano a terceiros (art. 27-C da Lei n° 6.385/76), e ao
pagamento de 3 vezes o montante da vantagem ilícita obtida em decorrência do
crime, em regime inicial fechado;

12.

12/16
MINISTÉRIO PÚBLICO FEDERAL
Petição no RECURSO ESPECIAL Nº 1.449.193/CE

3.4. condenou o réu JERÔNIMO ALVES BEZERRA a 5 anos de reclusão pela


prática do crime de emitir, oferecer ou negociar, de qualquer modo, títulos ou
valores mobiliários, sem autorização prévia da autoridade competente, quando

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legalmente exigida (art. 7º, IV, da Lei n° 7.492 c.c o art. 71 do CP), e ao pagamento
de 200 dias-multa; a 5 anos de reclusão pela prática do crime de realizar operações
simuladas ou executar outras manobras fraudulentas, com a finalidade de alterar
artificialmente o regular funcionamento dos mercados de valores mobiliários em
bolsa de valores, de mercadorias e de futuros, no mercado de balcão ou no mercado
de balcão organizado, com o fim de obter vantagem indevida ou lucro, para si ou
para outrem, ou causar dano a terceiros (art. 27-C da Lei n° 6.385/76), e ao
pagamento de 3 vezes o montante da vantagem ilícita obtida em decorrência do
crime, em regime inicial fechado (fls. 380-420).

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33. Em 11-7-2013, a 3ª Turma do TRF/5ª Região deu parcial provimento à
Apelação Criminal n° 0012628-43.2010.4.05.8100 para excluir a condenação dos réus da
prática do crime do art. 27-C da Lei n° 6.385/76; manter a condenação pela prática do crime
do art. 7º, IV, da Lei n° 7.492 c.c o art. 71 do CP (fls. 588-9; 592-604; complementado fls.
639-45; 647-8).

34. Assim, no caso concreto, a sentença condenatória foi confirmada pela 3ª


Turma do Tribunal Regional Federal da 5ª Região.

35. Em 17-02-2016, o Pleno do Supremo Tribunal Federal decidiu, por


maioria de votos, que a execução provisória da pena não fere o princípio constitucional
da presunção de inocência quando a sentença condenatória for confirmada pelo Tribunal e
estiverem pendentes de julgamento o recurso especial ou o recurso extraordinário (HC
126.292, Rel. Min. Teori Zavascki, j. em 17-02-2016).

36. Em 05-10-2016, o Pleno do STF, em controle concentrado de


constitucionalidade, por maioria de votos, indeferiu liminar na ADC nº 43, ajuizada pelo
Partido Ecológico Nacional (PEN), e na ADC nº 44, ajuizada pela OAB do Brasil, as quais
têm por objeto a declaração de constitucionalidade do art. 283 do CPP 1, diante a possibilidade

1 Art. 283. Ninguém poderá ser preso senão em flagrante delito ou por ordem escrita e fundamentada da
autoridade judiciária competente, em decorrência de sentença condenatória transitada em julgado ou, no
curso da investigação ou do processo, em virtude de prisão temporária ou prisão preventiva. (Redação dada
pela Lei nº 12.403, de 2011).

13.

13/16
MINISTÉRIO PÚBLICO FEDERAL
Petição no RECURSO ESPECIAL Nº 1.449.193/CE

de execução provisória da pena, a partir da decisão proferida pelo STF no HC nº 126.292, na


qual o Tribunal Pleno do STF passou a considerar válido o cumprimento da pena de prisão
antes do trânsito em julgado da condenação após decisão de órgão colegiado.

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37. O Pleno do STF, indeferiu a liminar na ADC nº 43 e na ADC nº 44,
e confirmou o entendimento firmado no HC nº 126.292.

38. Em 10-11-2016, o STF julgou o Agravo em Recurso Extraordinário nº


964.246/SP, com repercussão geral, e consolidou o entendimento de que “a execução
provisória de acórdão penal condenatório proferido em grau recursal, ainda que sujeito a
recurso especial ou extraordinário, não compromete o princípio constitucional da
presunção de inocência”; é a seguinte ementa:

“CONSTITUCIONAL. RECURSO EXTRAORDINÁRIO.


PRINCÍPIO CONSTITUCIONAL DA PRESUNÇÃO DE

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INOCÊNCIA (CF, ART. 5º, LVII). ACÓRDÃO PENAL
CONDENATÓRIO. EXECUÇÃO PROVISÓRIA. POSSIBILIDADE.
REPERCUSSÃO GERAL RECONHECIDA. JURISPRUDÊNCIA
REAFIRMADA.
1. Em regime de repercussão geral, fica reafirmada a
jurisprudência do Supremo Tribunal Federal no sentido de que a
execução provisória de acórdão penal condenatório proferido em
grau recursal, ainda que sujeito a recurso especial ou
extraordinário, não compromete o princípio constitucional da
presunção de inocência afirmado pelo artigo 5º, inciso LVII, da
Constituição Federal.
2. Recurso extraordinário a que se nega provimento, com o
reconhecimento da repercussão geral do tema e a reafirmação da
jurisprudência sobre a matéria.”
(ARE 964246 RG, Relator: Min. TEORI ZAVASCKI, julgado em
10/11/2016, PROCESSO ELETRÔNICO REPERCUSSÃO GERAL -
MÉRITO DJe-251 DIVULG 24-11-2016 PUBLIC 25-11-2016 )

39. O Superior Tribunal de Justiça, a requerimento do MPF, seguiu o


entendimento do STF, a saber: REsp nº 1.484.413 e REsp nº 1.484.415, e determinou a
expedição de mandado de prisão em face dos réus. Vejamos o posicionamento da 5ª e 6ª
Turmas do STJ:

“(...)
IV - Por ocasião do julgamento do ARE n. 964.246, submetido à sistemática
da repercussão geral, o Plenário do col. Pretório Excelso reafirmou sua
jurisprudência no sentido de que "a execução provisória de acórdão penal
condenatório proferido em grau recursal, ainda que sujeito a recurso

14.

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MINISTÉRIO PÚBLICO FEDERAL
Petição no RECURSO ESPECIAL Nº 1.449.193/CE

especial ou extraordinário, não compromete o princípio constitucional da


presunção de inocência afirmado pelo artigo 5º, inciso LVII, da
Constituição Federal" (ARE n. 964.246/SP, Tribunal Pleno, Rel. Min. Teori
Zavascki, DJe de 25/11/16).

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V - Os recursos às instâncias superiores carecem de efeito suspensivo e a
execução provisória da pena é consectário lógico do esgotamento da jurisdição
das instâncias ordinárias, não necessitando de fundamentação a determinação do
cumprimento provisório da pena fixada.
VI - Autorizada a execução provisória da pena após o julgamento de
segunda instância, o que ocorreu no caso concreto, não há que se falar em
prisão preventiva e, de consequência, nos requisitos do art. 312 para sua
decretação. (Precedentes).
Habeas Corpus não conhecido.
(HC 390.664/SP, Rel. Ministro FELIX FISCHER, QUINTA TURMA, julgado
em 21/11/2017, DJe 28/11/2017)

“(...)
1. O Supremo Tribunal Federal, no julgamento do HC n. 126.292/SP, das
ADCs n. 43 e 44 e, posteriormente, do ARE n. 964.246, sob a sistemática da
repercussão geral, firmou o entendimento de que é possível a execução da
pena depois da prolação de acórdão em segundo grau de jurisdição e antes
do trânsito em julgado da condenação, para garantir a efetividade do

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direito penal e dos bens jurídicos constitucionais por ele tutelados.
2. No caso, o Tribunal de Justiça julgou o recurso de apelação por unanimidade,
o que evidencia que não há mais possibilidade de interposição de recurso
vocacionado à imersão no acervo fático-probatório, de maneira que, encerrada a
análise de fatos e de provas pelas instâncias ordinárias, deve ser determinada a
execução imediata da pena, porquanto ocorreu o exaurimento da instância
ordinária.
3. Agravo regimental não provido.
(AgRg no AREsp 706.238/SP, Rel. Ministro ROGERIO SCHIETTI CRUZ,
SEXTA TURMA, julgado em 19/10/2017, DJe 27/10/2017).

40. Nestas circunstâncias, pode-se afirmar que o recurso especial (Resp nº


1.449.193/CE) e a TP nº 38, a qual restou julgada prejudicada, não têm efeito suspensivo
(Lei n. 8038, art. 27-§2º); não o terão também os recursos que doravante forem interpostos.

41. Verifica-se, ainda, após consulta realizada no portal eletrônico do STJ e


do STF, que não houve qualquer decisão atribuindo efeito suspensivo aos recursos interpostos
pela defesa dos réus contra as condenações.

42. Por fim, cumpre ressaltar que os embargos de declaração opostos em 28-
06-2018, que serviram de fundamento para que o Desembargador Relator do TRF/5ª Região
deferir liminar no HC nº 0802530-35.2018.4.05.0000, foi julgado em 14-08-2018
(publicado em 20-08-2018), tendo a 5ª Turma do STJ, à unanimidade de votos, os
rejeitado, por entendê-los incabíveis (site STJ).

15.

15/16
MINISTÉRIO PÚBLICO FEDERAL
Petição no RECURSO ESPECIAL Nº 1.449.193/CE

III

Documento assinado via Token digitalmente por FRANCISCO DE ASSIS VIEIRA SANSEVERINO, em 30/08/2018 09:41. Para verificar a assinatura acesse
43. Em face do exposto, o MPF REQUER a V. Exa., com fundamento no
art. 637 do CPP, ordenar a imediata execução provisória da pena imposta aos réus
FRANCISCO DEUSMAR DE QUEIRÓS, GERALDO DE LIMA GADELHA FILHO,
IELTON BARRETO DE OLIVEIRA e JERÔNIMO ALVES BEZERRA.

Brasília, 29 de agosto de 2018.

FRANCISCO DE ASSIS VIEIRA SANSEVERINO


Subprocurador-Geral da República

FAVS/PL/APSS

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Processo: 0805802-55.2016.4.05.8100
Assinado eletronicamente por: 16.
MARCIO ANDRADE TORRES - Procurador
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Identificador: 4058100.4943458
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Supremo Tribunal Federal http://portal.stf.jus.br/processos/verImpressao.asp?imprimir=true&inci...

1 de 3 08/09/2018
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Supremo Tribunal Federal http://portal.stf.jus.br/processos/verImpressao.asp?imprimir=true&inci...

2 de 3 08/09/2018
2/3 18:43
Supremo Tribunal Federal http://portal.stf.jus.br/processos/verImpressao.asp?imprimir=true&inci...

Processo: 0805802-55.2016.4.05.8100
Assinado eletronicamente por:
MARCIO ANDRADE TORRES - Procurador
18090818433253300000004949981
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3 de 3 08/09/2018
3/3 18:43
Identificador: 4058100.4943990
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12ª Vara Federal do Ceará

Rua João Carvalho, nº 485, 5.º andar, Aldeota, CEP 60.140.140 - Fortaleza/CE

Fone: (85) 3391-5864 / Fax: (85) 3391-5866 / email: vara12@jfce.jus.br

CERTIDÃO

CERTIFICO que juntei aos presentes autos o comprovante de entrega do Mandado de


Prisão 0805802-55.2016.1.05.8100.0001 à Superintendência Regional de Polícia Federal no Ceará, feita
pela Oficiala de Justiça em plantão. O referido é verdade. Dou fé.

Fortaleza, sábado, 08 de setembro de 2018.

Processo: 0805802-55.2016.4.05.8100
Assinado eletronicamente por:
JOAO GETULIO CHAVES SAMPAIO - Servidor Geral
18090820231883100000004959728
Data e hora da assinatura: 08/09/2018 20:29:02
Identificador: 4058100.4953737
Para conferência da autenticidade do documento: https://pje.jfce.jus.br/pje/Processo/ConsultaDocumento/listView.seam 1/1
1/2
Processo: 0805802-55.2016.4.05.8100
Assinado eletronicamente por:
JOAO GETULIO CHAVES SAMPAIO - Servidor Geral
18090820281227100000004959729
Data e hora da assinatura: 08/09/2018 20:29:02
Identificador: 4058100.4953738
Para conferência da autenticidade do documento: https://pje.jfce.jus.br/pje/Processo/ConsultaDocumento/listView.seam 2/2
PODER JUDICIÁRIO
JUSTIÇA FEDERAL DE PRIMEIRO GRAU
Seção Judiciária do Ceará
12ª Vara Federal

PROCESSO: EXECUÇÃO PROVISÓRIA - Processo n.


0805802-55.2016.4.05.8100

EXEQUENTE(ES): [MINISTÉRIO PÚBLICO FEDERAL]

EXECUTADO(S): [FRANCISCO DEUSMAR DE QUEIROS]

DESPACHO

Intimo o Ministério Público Federal e a Defesa constituída da Decisão de ID nº 4058100.4947819.

Fortaleza - CE, sábado, 08 de setembro de 2018 .

Cleber Vinicius Maia Mascarenhas

Diretor de Secretaria da 12ª Vara

( assinado eletronicamente )

Processo: 0805802-55.2016.4.05.8100
Assinado eletronicamente por:
JOAO GETULIO CHAVES SAMPAIO - Servidor Geral
18090820322236100000004960417
Data e hora da assinatura: 08/09/2018 20:34:11
Identificador: 4058100.4954426
Para conferência da autenticidade do documento: https://pje.jfce.jus.br/pje/Processo/ConsultaDocumento/listView.seam 1/1
TRIBUNAL REGIONAL FEDERAL DA 5ª REGIÃO
12º VARA DA SEÇÃO JUDICIÁRIA DO CEARÁ
PROCESSO: 0805802-55.2016.4.05.8100 - EXECUÇÃO PROVISÓRIA

Polo ativo Polo passivo


MINISTÉRIO PÚBLICO FRANCISCO DEUSMAR DE
EXEQUENTE CONDENADO
FEDERAL QUEIROS
Marcelo Leal de Lima
ADVOGADO
Oliveira
ANASTACIO JORGE
ADVOGADO
MATOS DE SOUSA MARINHO

Outros participantes
Sem registros

CERTIDÃO

CERTIFICO que, em 08/09/2018 20:34, o(a) Sr(a) FRANCISCO DEUSMAR DE QUEIROS foi
intimado(a) acerca de Decisão registrado em 08/09/2018 19:27 nos autos judiciais eletrônicos
especificados na epígrafe.

1 - Esta Certidão é válida para todos os efeitos legais, havendo sido expedida através do Sistema Processo
Judicial Eletrônico - PJe.

2 - A autenticidade desta Certidão poderá ser confirmada no endereço


https://pje.jfce.jus.br/pje/Processo/ConsultaDocumento/listView.seam , através do código de autenticação
nº 18090820322236100000004960417 .

3 - Esta Certidão foi emitida gratuitamente em 08/09/2018 20:34 - Seção Judiciária do Ceará.

Processo: 0805802-55.2016.4.05.8100
Data e hora da inclusão: 08/09/2018 20:34:30
Identificador: 4058100.4954442

1/1
TRIBUNAL REGIONAL FEDERAL DA 5ª REGIÃO
12º VARA DA SEÇÃO JUDICIÁRIA DO CEARÁ
PROCESSO: 0805802-55.2016.4.05.8100 - EXECUÇÃO PROVISÓRIA

Polo ativo Polo passivo


MINISTÉRIO PÚBLICO FRANCISCO DEUSMAR DE
EXEQUENTE CONDENADO
FEDERAL QUEIROS
Marcelo Leal de Lima
ADVOGADO
Oliveira
ANASTACIO JORGE
ADVOGADO
MATOS DE SOUSA MARINHO

Outros participantes
Sem registros

CERTIDÃO

CERTIFICO que, em 08/09/2018 20:35, o(a) Sr(a) FRANCISCO DEUSMAR DE QUEIROS foi
intimado(a) acerca de Decisão registrado em 08/09/2018 19:27 nos autos judiciais eletrônicos
especificados na epígrafe.

1 - Esta Certidão é válida para todos os efeitos legais, havendo sido expedida através do Sistema Processo
Judicial Eletrônico - PJe.

2 - A autenticidade desta Certidão poderá ser confirmada no endereço


https://pje.jfce.jus.br/pje/Processo/ConsultaDocumento/listView.seam , através do código de autenticação
nº 18090820322236100000004960417 .

3 - Esta Certidão foi emitida gratuitamente em 08/09/2018 20:35 - Seção Judiciária do Ceará.

Processo: 0805802-55.2016.4.05.8100
Data e hora da inclusão: 08/09/2018 20:35:07
Identificador: 4058100.4954505

1/1
TRIBUNAL REGIONAL FEDERAL DA 5ª REGIÃO
12º VARA DA SEÇÃO JUDICIÁRIA DO CEARÁ
PROCESSO: 0805802-55.2016.4.05.8100 - EXECUÇÃO PROVISÓRIA

Polo ativo Polo passivo


MINISTÉRIO PÚBLICO FRANCISCO DEUSMAR DE
EXEQUENTE CONDENADO
FEDERAL QUEIROS
Marcelo Leal de Lima
ADVOGADO
Oliveira
ANASTACIO JORGE
ADVOGADO
MATOS DE SOUSA MARINHO

Outros participantes
Sem registros

CERTIDÃO

CERTIFICO que, em 09/09/2018 06:49, o(a) MINISTÉRIO PÚBLICO FEDERAL foi intimado(a) acerca
de Decisão registrado em 08/09/2018 19:27 nos autos judiciais eletrônicos especificados na epígrafe.

1 - Esta Certidão é válida para todos os efeitos legais, havendo sido expedida através do Sistema Processo
Judicial Eletrônico - PJe.

2 - A autenticidade desta Certidão poderá ser confirmada no endereço


https://pje.jfce.jus.br/pje/Processo/ConsultaDocumento/listView.seam , através do código de autenticação
nº 18090820322236100000004960417 .

3 - Esta Certidão foi emitida gratuitamente em 09/09/2018 06:49 - Seção Judiciária do Ceará.

Processo: 0805802-55.2016.4.05.8100
Data e hora da inclusão: 09/09/2018 06:49:32
Identificador: 4058100.5014923

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