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09/09/2018
Número: 0805802-55.2016.4.05.8100
Classe: EXECUÇÃO PROVISÓRIA
Partes
Tipo Nome
ADVOGADO Marcelo Leal de Lima Oliveira
CONDENADO FRANCISCO DEUSMAR DE QUEIROS
ADVOGADO ANASTACIO JORGE MATOS DE SOUSA MARINHO
EXEQUENTE MINISTÉRIO PÚBLICO FEDERAL
Documentos
Id. Data/Hora Documento Tipo
4058100.1463935 21/06/2016 TERMO DE AUTUAÇÃO Petição Inicial
15:25
4058100.1463936 21/06/2016 0012628-43.2010.4.05.8100 - FRANCISCO Documento de Comprovação
15:25 DEUSMAR DE QUEIRÓS - Parte 1
4058100.1463937 21/06/2016 0012628-43.2010.4.05.8100 - FRANCISCO Documento de Comprovação
15:25 DEUSMAR DE QUEIRÓS - Parte 2
4058100.1463938 21/06/2016 0012628-43.2010.4.05.8100 - FRANCISCO Documento de Comprovação
15:25 DEUSMAR DE QUEIRÓS - Parte 3
4058100.1463947 21/06/2016 Certidão de Distribuição Certidão
15:25
4058100.1480467 28/06/2016 Manifestação Contestação
14:31
4058100.1480469 28/06/2016 Petição - Vara de Execução - DEUSMAR - Documento de Comprovação
14:31 aguardar o trânsito em julgado
4058100.1641793 27/08/2016 Despacho Despacho
01:59
4058100.1641794 27/08/2016 Intimação Expediente
01:59
4058100.1660887 02/09/2016 Certidão de Intimação Certidão de Intimação
14:58
4058100.1698256 19/09/2016 Cota nº 18127/2016 - MPF Cota
18:45
4058100.1792913 20/10/2016 Execução Penal Execução / Cumprimento de
13:43 Sentença
4058100.1792914 20/10/2016 PET 21032 execucao penal 0805802- Documento de Comprovação
13:43 55.2016.4.05.8100
4058100.1813428 27/10/2016 Petição de Retificação Petição
10:42
4058100.1813429 27/10/2016 PRO 21536 retificacao execucao penal Documento de Comprovação
10:42 0805802-55.2016.4.05.8100
4058100.1941566 12/12/2016 Petição comunicando decisão STJ Petição (3º Interessado)
14:23
4058100.1941567 12/12/2016 Deusmar - Comunicando decisão STJ Documento de Comprovação
14:23
4058100.1941570 12/12/2016 Decisão STJ Documento de Comprovação
14:23
4058100.1941575 12/12/2016 Decisão STJ - publicação Documento de Comprovação
14:23
4058100.1958376 16/12/2016 Telegrama STJ Certidão
14:17
4058100.1958377 16/12/2016 TELEGRAMA STJ 5T 43228-2016 Documento de Comprovação
14:17
4058100.2089618 17/02/2017 Decisão Decisão
14:57
4058100.2224141 29/03/2017 Inspeção Despacho Inspeção
17:05
4058100.3117660 18/12/2017 Intimação Expediente
14:59
4058100.3118300 18/12/2017 ANDAMENTO PROCESSUAL - PEDIDO DE Certidão
15:46 TUTELA PROVISORIA E RESP
4058100.3118301 18/12/2017 CONSULTA PROCESSUAL - STJ - PEDIDO DE Documento de Comprovação
15:46 TUTELA PROVISÓRIA
4058100.3118305 18/12/2017 CONSULTA PROCESSUAL - STJ - REsp Documento de Comprovação
15:46
4058100.3119782 18/12/2017 Petição Petição
18:32
4058100.3120491 19/12/2017 Certidão de Retificação de Autuação Certidão de retificação de autuação
00:00
4058100.3139891 28/12/2017 Certidão de Intimação Certidão de Intimação
00:01
4058100.3139892 28/12/2017 Certidão de Intimação Certidão de Intimação
00:01
4058100.3367801 02/03/2018 Inspeção Despacho Inspeção
12:14
4058100.3386518 07/03/2018 Juntada - Malote Digital com Telegrama STJ Certidão
12:06
4058100.3386519 07/03/2018 DECISÃO MONOCRÁTICA NO PEDIDO DE Documento de Comprovação
12:06 TUTELA PROVISÓRIA
4058100.3402567 12/03/2018 PEDIDO DE EXECUÇÃO Promoção
10:43
4058100.3402568 12/03/2018 PRO 04436 execucao provisoria PM 0805802- Documento de Comprovação
10:43 55.2016.4.05.8100
4058100.3402573 12/03/2018 tp 38 cassacao Documento de Comprovação
10:43
4058100.3402583 12/03/2018 RESP 1449193 Documento de Comprovação
10:43
4058100.3406913 12/03/2018 Manifestação Manifestação
17:17
4058100.3406914 12/03/2018 Deusmar petição violação ao pincípio do non Documento de Comprovação
17:17 reformatio in pejus execução provisória
garimpagem
4058100.3406916 12/03/2018 decisão HC 152.794-SP Documento de Comprovação
17:17
4058100.3417179 14/03/2018 Pedido de reconsideração Pedido de reconsideração
16:12
4058100.3417185 14/03/2018 Deusmar Petição Infomando Decisão STF1 (3) Documento de Comprovação
16:12
4058100.3417226 14/03/2018 Supremo Tribunal Federal - notícia Documento de Comprovação
16:12
4058100.3418426 14/03/2018 PROMOCAO Cota
23:34
4050000.1054579 15/03/2018 Anexos da Comunicação Anexos da Comunicação
3 09:46
4050000.1054579 15/03/2018 Comunicações Comunicações
1 09:46
4050000.1054605 15/03/2018 Comunicações Comunicações
4 09:52
4050000.1054606 15/03/2018 Comunicações Comunicações
0 09:54
4050000.1054606 15/03/2018 Anexos da Comunicação Anexos da Comunicação
1 09:54
4058100.3419330 15/03/2018 Petição de juntada Petição
10:25
4058100.3419331 15/03/2018 PETIÇÃO DE JUNTADA - FRANCISCO Documento de Comprovação
10:25 DEUSMAR DE QUEIROS
4058100.3419332 15/03/2018 Decisão Documento de Comprovação
10:25
4058100.3419812 15/03/2018 DECISÃO LIMINAR Certidão
11:22
4058100.3419814 15/03/2018 LIMINAR DE 15.03.2018 Documento de Comprovação
11:22
4058100.3419959 15/03/2018 Decisão Decisão
14:00
4058100.3421061 15/03/2018 Comunicações Comunicações
14:35
4050000.1054863 15/03/2018 Anexos da Comunicação Anexos da Comunicação
5 16:17
4050000.1054863 15/03/2018 Comunicações Comunicações
4 16:17
4058100.3427258 16/03/2018 Comunicações Comunicações
14:07
4058100.3457244 26/03/2018 Intimação Expediente
14:26
4058100.3467612 28/03/2018 Certidão de Intimação Certidão de Intimação
12:13
4058100.3467634 28/03/2018 Cota Cota
12:21
4058100.3491538 05/04/2018 Certidão de Intimação Certidão de Intimação
00:01
4058100.4019888 03/08/2018 PRO 14417 execucao provisoria Deusmar Petição
10:27 0805802-55.2016.4.05.8100.pdf
4058100.4049641 09/08/2018 JUNTADA - REsp e TP perante STJ e HC Certidão
14:04 perante TRF5
4058100.4049760 09/08/2018 TRF5 - Consulta Processual - HC 0802530- Documento de Comprovação
14:04 35.2018.4.05.0000
4058100.4049762 09/08/2018 Decisão liminar no HC - TRF5 Documento de Comprovação
14:04
4058100.4049769 09/08/2018 2ª Decisão liminar no HC - TRF5 - estende Documento de Comprovação
14:04 efeitos a correus
4058100.4049774 09/08/2018 ACORDAO NO HC - TRF5 - PARTE 1 Documento de Comprovação
14:04
4058100.4049783 09/08/2018 ACORDAO NO HC - TRF5 - PARTE 2 Documento de Comprovação
14:04
4058100.4049786 09/08/2018 STJ - Consulta Processual - REsp 1449193-CE Documento de Comprovação
14:04
4058100.4049788 09/08/2018 Decisão monocrática no REsp Documento de Comprovação
14:04
4058100.4049791 09/08/2018 AgRg no REsp Documento de Comprovação
14:04
4058100.4049794 09/08/2018 EDcl no AgRg no REsp Documento de Comprovação
14:04
4058100.4049796 09/08/2018 STJ - Consulta Processual - TP 38-CE Documento de Comprovação
14:04
4058100.4049797 09/08/2018 Decisão monocrática no TP 38 Documento de Comprovação
14:04
4058100.4049887 09/08/2018 JUNTADA - REsp e TP perante STJ e HC Certidão
14:07 perante TRF5 - PARTE 2
4058100.4049888 09/08/2018 2ª Decisão monocrática no TP 38 Documento de Comprovação
14:07
4058100.4049893 09/08/2018 AgRg no TP 38 Documento de Comprovação
14:07
4058100.4052659 10/08/2018 Certidão de Retificação de Autuação Certidão de retificação de autuação
00:00
4050000.1207907 17/08/2018 Anexos da Comunicação Anexos da Comunicação
1 17:11
4050000.1207907 17/08/2018 Comunicações Comunicações
0 17:11
4058100.4104867 21/08/2018 JUNTADA - MALOTE DIGITAL ORIUNDO DO Certidão
16:14 STJ DIA 21/08/18
4058100.4104872 21/08/2018 AgRg no TP 38 - Decisão STJ de 20.08.18 Documento de Comprovação
16:14
4058100.4065770 23/08/2018 Despacho Despacho
12:49
4058100.4117736 23/08/2018 Intimação Expediente
12:49
4058100.4118099 23/08/2018 Certidão de Intimação Certidão de Intimação
13:24
4058100.4125455 24/08/2018 PR-CE-MANIFESTACAO-16185_2018.pdf Petição
11:30
4058100.4352478 03/09/2018 COTA Cota
11:39
4058100.4792596 07/09/2018 Intimação Expediente
15:40
4058100.4792598 07/09/2018 Intimação Expediente
15:40
4058100.4829731 07/09/2018 Juntada de decisão do STJ - Determina início da Certidão
22:46 execução provisória
4058100.4829732 07/09/2018 DECISÃO DO STJ Documento de Comprovação
22:46
4058100.4837221 08/09/2018 Certidão de Retificação de Autuação Certidão de retificação de autuação
00:00
4058100.4833296 08/09/2018 Mandado de prisão (0805802- Mandado de Prisão
00:19 55.2016.4.05.8100.0001)
4058100.4890418 08/09/2018 Certidão de Intimação Certidão de Intimação
08:58
4058100.4913206 08/09/2018 Ciência ao Advogado Certidão
13:13
4058100.4918535 08/09/2018 Certidão de Intimação Certidão de Intimação
14:21
4058100.4930092 08/09/2018 petição Petição
16:21
4058100.4930093 08/09/2018 Deusmar Manifestação Prisão Vara de Documento de Comprovação
16:21 Execução
4058100.4940762 08/09/2018 PARECER Parecer
18:45
4058100.4943458 08/09/2018 PETIÇÃO NO RESP 1449193 - CE - execucao Documento de Comprovação
18:45 provisoria da pena
4058100.4943990 08/09/2018 Hc 161949 andamento Documento de Comprovação
18:45
4058100.4953737 08/09/2018 Entrega do Mandado de Prisão pela Oficiala de Certidão
20:29 Justiça
4058100.4953738 08/09/2018 CERTIDÃO DE ENTREGA DE MANDADO DE Documento de Comprovação
20:29 PRISÃO - FRANCISCO DEUSMAR DE
QUEIROS
4058100.4954426 08/09/2018 Intimação Expediente
20:34
4058100.4954442 08/09/2018 Certidão de Intimação Certidão de Intimação
20:34
4058100.4954505 08/09/2018 Certidão de Intimação Certidão de Intimação
20:35
4058100.5014923 09/09/2018 Certidão de Intimação Certidão de Intimação
06:49
TERMO DE AUTUAÇÃO
Nº PROCESSO
JUSTIFICATIVAS:
Processo: 0805802-55.2016.4.05.8100
Assinado eletronicamente por:
FABIO MAGALHAES RODRIGUES - Servidor Cadastrador
16062115212002600000001464929
Data e hora da assinatura: 21/06/2016 15:25:03
Identificador: 4058100.1463935
Para conferência da autenticidade do documento: https://pje.jfce.jus.br/pje/Processo/ConsultaDocumento/listView.seam 1/1
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48/64
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FABIO MAGALHAES RODRIGUES - Servidor Cadastrador
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FABIO MAGALHAES RODRIGUES - Servidor Cadastrador
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FABIO MAGALHAES RODRIGUES - Servidor Cadastrador
16062115242110700000001464932
Data e hora da assinatura: 21/06/2016 15:25:03
Identificador: 4058100.1463938
Para conferência da autenticidade do documento: https://pje.jfce.jus.br/pje/Processo/ConsultaDocumento/listView.seam 49/49
TRIBUNAL REGIONAL FEDERAL 5ª REGIÃO
12ª VARA FEDERAL DA SEÇÃO JUDICIÁRIA DO CEARÁ
PROCESSO Nº: 0805802-55.2016.4.05.8100
CLASSE: EXECUÇÃO DA PENA
EXEQUENTE: MINISTÉRIO PÚBLICO FEDERAL
EXECUTADO: FRANCISCO DEUSMAR DE QUEIROS
Certidão de Distribuição
Processo: 0805802-55.2016.4.05.8100
Data e hora da inclusão: 21/06/2016 15:25:24
Identificador: 4058100.1463947
1/1
Manifestação.
Processo: 0805802-55.2016.4.05.8100
Assinado eletronicamente por:
ANASTACIO JORGE MATOS DE SOUSA MARINHO - Advogado
16062814281325300000001481475
Data e hora da assinatura: 28/06/2016 14:31:32
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EXCELENTÍSSIMO(A) SENHOR(A) JUIZ(A) FEDERAL DA 12ª VARA DA SEÇÃO
JUDICIÁRIA DO ESTADO DO CEARÁ.
PROCESSO Nº 0805802-55.2016.4.05.8100
EXEQUENTE: MINISTÉRIO PÚBLICO FEDERAL
EXECUTADO: FRANCISCO DEUSMAR DE QUEIRÓS
1. O Requerente foi condenado pela prática dos crimes previstos nos artigos
7º, IV, da Lei nº 7.492/86 e 27-C da Lei nº 6.385/76, supostamente praticados entre os
anos de 2000 e 2006.
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4. Ante a evidente violação a normas federais, o recurso foi admitido, sendo
autuado, no Superior Tribunal de Justiça, como REsp nº 1.449.193/CE, sob a relatoria do
Min. FÉLIX FISCHER.
7. Inicialmente, salta aos olhos a que o juiz da 11ª Vara não mais possuía
competência para proferir decisão no presente processo, muito menos determinar ou
sugerir o cumprimento antecipado da pena.
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8. É o que sobressai, com clareza solar, do artigo 34, inciso III do Regimento
Interno do Superior Tribunal de Justiça:
12. É que a própria sentença, título executivo, foi expresso em afirmar que a
execução da pena deveria ocorrer “após o transito em julgado”. Confira-se:
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13. Na realidade, conforme se depreende de sua leitura, além de determinar
que a prisão do Peticionante somente deveria ocorrer após o transito em julgado, a
sentença chegou a reconhecer inexistirem elementos ensejadores da prisão cautelar.
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16. Ora, ainda que se pretenda executar provisoriamente a pena, a execução
está adstrita aos exatos termos da sentença e esta é expressa em afirmar que a prisão
somente deve dar-se após o trânsito em julgado.
18. No caso em tela, existe uma questão anterior a ser discutida, que
prescinde da análise da decisão proferida pelo Supremo Tribunal Federal. É que, no caso
específico, a alteração do título executivo (sentença), sem recurso manejado pelo
Ministério Público, importaria em flagrante reformatio in pejus.
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20. Nem se venha argumentar que o Ministério Público não teria recorrido em
face do então entendimento do Supremo Tribunal Federal. Tanto como hoje, a decisão
que orientava aquela Corte havia sido proferida no HC 84.078 da Relatoria do Ministro
EROS GRAU, sem força vinculante.
22. Mas não é só. A ausência de pedido do Ministério Público também deixa
às claras outra flagrante violação ao sistema acusatório e aos princípios da iniciativa das
partes e do impulso oficial.
Art. 24. Nos crimes de ação pública, esta será promovida por denúncia
do Ministério Público, mas dependerá, quando a lei o exigir, de requisição
do Ministro da Justiça, ou de representação do ofendido ou de quem tiver
qualidade para representá-lo.
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27. Neste sentido esclarece WLADIMIR ARAS1:
28. Por força destes princípios, não poderia o juiz de primeiro grau, sem
provocação do Ministério Público, decretar a prisão do Réu, sob pena de incorrer em
indevida e execrável reformatio in pejus.
1
ARAS, Wladimir. Princípios do processo penal. https://jus.com.br/artigos/2416/principios-do-processo-
penal.
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EXECUÇÃO DA PENA APÓS O TRÂNSITO EM JULGADO.
RESIGNAÇÃO DO PARQUET A QUO. COAÇÃO ILEGAL
EVIDENCIADA. ORDEM CONCEDIDA. CO-RÉU NÃO-PACIENTE QUE
SE ENCONTRA EM SITUAÇÃO FÁTICO-PROCESSUAL IDÊNTICA.
EXTENSÃO DA DECISÃO QUE SE IMPÕE (ART. 580 DO CPP).
1. Caracteriza constrangimento ilegal a determinação do início da
execução da sanção por ocasião do julgamento de apelação
criminal, se a sentença condenatória condicionou a prisão do
paciente apenas após o trânsito em julgado da decisão repressiva e
se, quanto a este aspecto, não houve recurso do Ministério Público e
o decisum encontra-se sub judice, ante o ajuizamento de recursos
especial e extraordinário.
2. Ordem concedida para garantir ao paciente o direito de permanecer em
liberdade até o trânsito em julgado da sentença condenatória,
estendendo-se os efeitos desta decisão ao co-réu não-paciente, ex vi do
disposto no art. 580 do CPP. (HC 106005 / SP, Relator: Ministro JORGE
MUSSI DJe 02/02/2009)
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31. O título executivo transitado em julgado – e especialmente a sua parte
dispositiva – caracterizam uma garantia do réu, da qual não se pode, em hipótese
alguma, abrir mão.
32. Desde que foi noticiado o julgamento do HC 126.292 pelo STF, quando o
acórdão ainda não havia sido sequer publicado, começaram a pulular pelo País diversas
decisões determinando a prisão indiscriminada a partir de acórdão condenatório de
segundo grau, como se a Corte Suprema tivesse determinado o cumprimento provisório
da pena sempre que um tribunal decidisse pela condenação, independentemente de
requisitos de cautelaridade.
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HC 84.078 da Relatoria do Ministro EROS GRAU em 2009, entendendo pela
possibilidade de prisão após decisão de segundo grau, desde que esta decisão fosse
devidamente fundamentada.
10/24
39. Este era, exatamente, o entendimento do Superior Tribunal de Justiça
antes da primeira mudança de entendimento do STF no julgamento do HC 84.078 em
2009.
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motivos que justificariam a execução da pena antes do trânsito em
julgado da condenação.
4. Ordem concedida para determinar que o paciente permaneça em
liberdade até o trânsito em julgado, salvo expedição de mandado de
prisão devidamente fundamentado.
(HC 47.314/SP, Rel. Ministro HÉLIO QUAGLIA BARBOSA, SEXTA
TURMA, julgado em 28/03/2006, DJ 15/05/2006, p. 297)
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PENAL. HABEAS CORPUS SUBSTITUTIVO DE RECURSO PRÓPRIO.
INADEQUAÇÃO. TRÁFICO INTERNACIONAL DE DROGAS. REGIME
PRISIONAL MAIS GRAVOSO (FECHADO). PENA INFERIOR A 8 ANOS.
NATUREZA E QUANTIDADE DE DROGAS. FUNDAMENTAÇÃO
SUFICIENTE. PRISÃO CAUTELAR. DECRETAÇÃO EM SEGUNDA
INSTÂNCIA. POSSIBILIDADE. FUNDAMENTAÇÃO IDÔNEA. GARANTIA
DA APLICAÇÃO DA LEI PENAL. RÉ ESTRANGEIRA. ORDEM NÃO
CONHECIDA.
1. Esta Corte e o Supremo Tribunal Federal pacificaram orientação no
sentido de que não cabe habeas corpus substitutivo do recurso
legalmente previsto para a hipótese, impondo-se o não conhecimento da
impetração, salvo quando constatada a existência de flagrante ilegalidade
no ato judicial impugnado.
2. A obrigatoriedade do regime inicial fechado aos sentenciados por
crimes hediondos e a eles equiparados não mais subsiste, diante da
declaração de inconstitucionalidade, incidenter tantum, do disposto no §
1º do art. 2º da Lei n. 8.072/1990, pelo Supremo Tribunal Federal, no
julgamento do HC 111.840/ES.
3. A jurisprudência desta Corte é no sentido de que, embora a paciente
seja primária e a pena tenha sido estabelecida em 4 anos e 8 meses de
reclusão, não se mostra ilegal a imposição do regime mais severo com
fundamento na natureza e na expressiva quantidade de droga
apreendida, uma vez que tais circunstâncias foram elencadas pelo
próprio legislador como prevalecentes, nos termos do art. 33, § 3º, do
Código Penal, c/c o art. 42 da Lei n. 11.343/2006.
4. In casu, o Tribunal a quo sopesou a quantidade e a natureza da droga
apreendida - 2.398 (duas mil, trezentos e noventa e oito) gramas de
cocaína - na escolha do regime prisional fechado, em consonância com
as diretrizes estabelecidas nos arts. 33 e 59 do Código Penal e 42 da Lei
de Drogas.
5. O Plenário do Supremo Tribunal Federal, no julgamento do
Habeas Corpus 126.292/SP, entendeu que a possibilidade de início
da execução da pena condenatória após a confirmação da sentença
em segundo grau não ofende o princípio constitucional da
presunção da inocência. Para o relator do caso, Ministro Teori
Zavascki, a manutenção da sentença penal pela segunda instância
encerra a análise de fatos e provas que assentaram a culpa do
condenado, o que autoriza o início da execução da pena.
6. A segregação cautelar é medida excepcional, mesmo no tocante
ao crime de tráfico de entorpecentes. O decreto de prisão processual
exige a especificação de que a segregação atende a pelo menos um
dos requisitos do art. 312 do Código de Processo Penal, sendo certo
que a proibição abstrata da liberdade provisória também se mostra
incompatível com a presunção de inocência, para não antecipar a
reprimenda a ser cumprida no caso de uma possível condenação.
7. Hipótese em que o Tribunal Regional pautou a prisão cautelar na
necessidade de garantia da aplicação da lei penal, uma vez que se trata
de paciente estrangeira, sem qualquer vínculo com o país, em
conformidade com a jurisprudência desta Corte. Precedentes.
13/24
8. Ordem não conhecida.
14/24
51. Foi como decidiu no julgamento do HC 89.952, julgado em 15 de maio de
2007:
“HABEAS CORPUS. AUSÊNCIA DE TRÂNSITO EM JULGADO DA
SENTENÇA CONDENATÓRIA. AGRAVO DE INSTRUMENTO DE
DECISÃO QUE NÃO ADMITE RECURSO ESPECIAL PENDENTE.
EXECUÇÃO PROVISÓRIA. ANÁLISE DO CASO CONCRETO.
PACIENTE QUE PERMANECEU SOLTO. RECURSO EXCLUSIVO DA
DEFESA. RAZOABILIDADE. ORDEM CONCEDIDA. 1. Até que o Plenário
do Supremo Tribunal Federal decida de modo contrário, prevalece o
entendimento de que é constitucional a execução provisória da pena,
ainda que sem o trânsito em julgado e com recurso especial pendente. 2.
Até pronunciamento definitivo da Corte, a análise sobre a existência de
constrangimento ilegal deve ser feita em cada caso concreto. 3. No caso
em exame, o paciente permaneceu solto desde a instrução até o
momento, além de possuir residência certa. 4. Decreto de prisão que
não é razoável no contexto. 5. Ordem concedida.
(HC 89952, Relator(a): Min. JOAQUIM BARBOSA, Segunda Turma,
julgado em 15/05/2007, DJe-047 DIVULG 28-06-2007 PUBLIC 29-06-
2007 DJ 29-06-2007 PP-00144 EMENT VOL-02282-06 PP-01209)
15/24
54. No caso em tela, a ordem de prisão seria expedida sem qualquer
fundamento de cautelaridade, baseada apenas e tão somente na crença de que a decisão
do STF no HC 126.292, determinaria a execução indiscriminada da pena privativa de
liberdade após o julgamento de segundo grau, o que, como visto, não é verdade.
58. Com esta alteração legislativa o referido dispositivo legal passou a ter a
seguinte redação:
Art. 283. Ninguém poderá ser preso senão em flagrante delito ou por
ordem escrita e fundamentada da autoridade judiciária competente, em
decorrência de sentença condenatória transitada em julgado ou, no curso
da investigação ou do processo, em virtude de prisão temporária ou
prisão preventiva.
16/24
Constituição Federal Código de Processo Penal
Art. 5º Art. 283
LVII - ninguém será considerado culpado até o Ninguém poderá ser preso senão em flagrante
trânsito em julgado de sentença penal delito ou por ordem escrita e fundamentada da
condenatória; autoridade judiciária competente, em decorrência de
LXI - ninguém será preso senão em flagrante sentença condenatória transitada em julgado ou,
delito ou por ordem escrita e fundamentada de no curso da investigação ou do processo, em
autoridade judiciária competente, salvo nos casos virtude de prisão temporária ou prisão preventiva.
de transgressão militar ou crime propriamente
militar, definidos em lei;
60. Significa dizer que para que o art. 283 não seja aplicado em sua
literalidade é necessário que a matéria seja julgada em sede de arguição de
inconstitucionalidade.
Art. 97. Somente pelo voto da maioria absoluta de seus membros ou dos
membros do respectivo órgão especial poderão os tribunais declarar a
inconstitucionalidade de lei ou ato normativo do Poder Público.
17/24
64. Neste sentido, aliás, dispôs de maneira expressa o novo Código de
Processo Civil, aplicável supletivamente ao caso em questão, ao estabelecer em seus
artigos 948 a 950 que:
18/24
VII - DOS EFEITOS PROSPECTIVOS DA DECISÃO DO SUPREMO TRIBUNAL
FEDERAL
67. Um dos grandes equívocos do juízo da 11ª Vara é que sua determinação
de formar novos autos para executar a pena parece dar efeito de precedente à decisão
proferida pelo Supremo Tribunal Federal em caso isolado, sem análise de sua dimensão
qualitativa e funcional.
68. Isto porque nem toda decisão judicial pode ser vista como um precedente.
Apenas aquelas “dotadas de potencialidade de se firmar como paradigma para a
orientação dos jurisdicionados e magistrados”2,podem ser assim consideradas.
69. Para que isto ocorra, é necessário que a decisão não se limite a analisar
a interpretação do texto legal ou constitucional, mas é necessário que “a decisão enfrente
todos os principais argumentos relacionados à questão de direito posta na moldura do
caso concreto, até porque os contornos de um precedente podem surgir a partir da
análise de vários casos, ou melhor, mediante uma construção da solução judicial da
questão de direito que passa por diversos casos.”3
70. A decisão proferida no HC 126.292, por sua vez, foi adotada em um caso
isolado e colheu a comunidade jurídica de surpresa, não tendo sido realizado os grandes
debates sobre o tema.
2
MARINONI, Luiz Guilherme. Precedentes obrigatórios. 4ª Ed. São Paulo: Revista dos Tribunais, 2016, p.
155.
3
Idem.
19/24
magistrados por todo País, forçoso é se aplicar a ela, também, os efeitos da
irretroatividade da lei penal.
4
O termo "sunbursting" surgiu de um caso julgado pela Suprema Corte dos EUA em 1932, no caso Great
Northern Railway Company v. Sunburst Oil and Refining Company. Sunburst, empresa expedidora,
processou a Great Northern para reaver desta cobrança por taxas excessivas, o que ocorreu, com base em
uma lei da Suprema Corte do Estado de Montana, em 1921. Quando o caso chegou à Corte Superior de
Montana, o Tribunal superou a decisão proferida em 1921 por ele mesmo, mas limitando a aplicação a
casos futuros. (http://www.estudodirecionado.com/2013/09/prospective-overruling-distinguishing-e.html)
20/24
78. Na ocasião, entendeu-se que a nova interpretação apenas poderia ser
aplicada para casos futuros já que não seria possível antever a mudança do
entendimento jurisprudencial. Confira-se:
21/24
VIII - DA PLAUSIBILIDADE DE EVENTUAL RECURSO ESPECIAL
84. Em outras palavras, o Acusado foi condenado por imputações das quais
jamais lhes foi oportunizado o direito de defesa.
22/24
85. Ainda que superada a violação acima descrita, o Recurso Especial
demonstra que, acaso se entenda válida mutatio libeli realizada em sede de apelação,
com a devida vênia, equivocou-se o Tribunal quanto à correta capitulação dos fatos.
89. Por fim, o recurso também discute matéria referente à dosimetria da pena
a partir da inexistência de individualização da pena, bem como da improcedência dos
fundamentos utilizados para considerar as circunstâncias judiciais como negativas,
exasperando, assim, a pena base imposta. O que importa em violação aos arts. 59, 68 e
71, todos do Código Penal, cujo reconhecimento da procedência argumentativa poderia
conduzir ao regime aberto para o inicial de cumprimento de pena do Réu.
23/24
91. Por tudo o quanto exposto, demonstrada a plausibilidade do Recurso
Especial, afigura-se desmedida, ilícita e desnecessária a execução provisória da pena na
pendencia de julgamento de recurso que pode absolvê-lo.
IX - DO PEDIDO
P. deferimento.
Fortaleza, 27 de junho de 2016.
Processo: 0805802-55.2016.4.05.8100
Assinado eletronicamente por:
ANASTACIO JORGE MATOS DE SOUSA MARINHO - Advogado
16062814292340300000001481477
Data e hora da assinatura: 28/06/2016 14:31:32
Identificador: 4058100.1480469
Para conferência da autenticidade do documento: https://pje.jfce.jus.br/pje/Processo/ConsultaDocumento/listView.seam 24/24
Ante a respeitável decisão exarada pelo juízo da 11ª Vara Federal do Ceará nos autos da ação penal, que
determinou a formação de processo de execução penal em face do réu, com fundamento no que foi
decidido pelo STF no HC 126.292, intime-se o MPF para, no prazo de 10 dias, requerer o que entender de
direito, bem como para se manifestar sobre a petição apresentada pela defesa do executado.
Processo: 0805802-55.2016.4.05.8100
Assinado eletronicamente por:
GUSTAVO HENRIQUE TEIXEIRA DE OLIVEIRA - Magistrado
16082701591162000000001642860
Data e hora da assinatura: 27/08/2016 01:59:11
Identificador: 4058100.1641793
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Ante a respeitável decisão exarada pelo juízo da 11ª Vara Federal do Ceará nos autos da ação penal, que
determinou a formação de processo de execução penal em face do réu, com fundamento no que foi
decidido pelo STF no HC 126.292, intime-se o MPF para, no prazo de 10 dias, requerer o que entender de
direito, bem como para se manifestar sobre a petição apresentada pela defesa do executado.
Processo: 0805802-55.2016.4.05.8100
Assinado eletronicamente por:
GUSTAVO HENRIQUE TEIXEIRA DE OLIVEIRA - Magistrado
16082701591194500000001642861
Data e hora da assinatura: 27/08/2016 01:59:12
Identificador: 4058100.1641794
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TRIBUNAL REGIONAL FEDERAL DA 5ª REGIÃO
12º VARA DA SEÇÃO JUDICIÁRIA DO CEARÁ
PROCESSO: 0805802-55.2016.4.05.8100 - EXECUÇÃO DA PENA
Outros participantes
Sem registros
CERTIDÃO
CERTIFICO que, em 02/09/2016 14:58, o(a) MINISTÉRIO PÚBLICO FEDERAL foi intimado(a) acerca
de Despacho registrado em 27/08/2016 01:59 nos autos judiciais eletrônicos especificados na epígrafe.
1 - Esta Certidão é válida para todos os efeitos legais, havendo sido expedida através do Sistema Processo
Judicial Eletrônico - PJe.
3 - Esta Certidão foi emitida gratuitamente em 02/09/2016 14:58 - Seção Judiciária do Ceará.
Processo: 0805802-55.2016.4.05.8100
Data e hora da inclusão: 02/09/2016 14:58:51
Identificador: 4058100.1660887
1/1
MINISTÉRIO PÚBLICO FEDERAL
Cota nº 18127/2016/MPF/PRCE/AT
Com vista dos autos, este Ministério Público Federal requer que Vossa Excelência determine a
expedição da Carta de Guia e do competente mandado de prisão, a fim de que seja dado início ao cumprimento da pena privativa
de liberdade a que foi condenad o o ré u FRANCISCO DEUSMAR DE QUEIRÓS , em conformidade com a r. sentença
constante destes mesmos autos.
1/2
Termos em que,
Pede deferimento.
Procurador da República
Processo: 0805802-55.2016.4.05.8100
Assinado eletronicamente por:
ANASTACIO NOBREGA TAHIM JUNIOR - Procurador
16091613143501600000001699358
Data e hora da assinatura: 19/09/2016 18:45:18
Identificador: 4058100.1698256
Para conferência da autenticidade do documento: https://pje.jfce.jus.br/pje/Processo/ConsultaDocumento/listView.seam 2/2
MM Juiza
Márcio Torres
PR/CE
Processo: 0805802-55.2016.4.05.8100
Assinado eletronicamente por:
MARCIO ANDRADE TORRES - Procurador
16102013372232600000001794089
Data e hora da assinatura: 20/10/2016 13:43:10
Identificador: 4058100.1792913
Para conferência da autenticidade do documento: https://pje.jfce.jus.br/pje/Processo/ConsultaDocumento/listView.seam 1/1
MINISTÉRIO PÚBLICO FEDERAL
PROCURADORIA DA REPÚBLICA NO ESTADO DO CEARÁ
1
Av. Beira Mar, nº 1064, Praia Treze de Julho – CEP: 49.020-010 – Aracaju - Sergipe
Fone: (79) 3301-3700 – Site: http://www.prse.mpf.mp.br
1/11
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(nove) anos e 02 (dois) meses de reclusão, além de 250 (duzentos e cinquenta) dias-multa,
correspondendo cada dia multa a 10 (dez) salários mínimos vigentes à época dos fatos”.
2/11
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Art. 668. A execução, onde não houver juiz especial, incumbirá ao juiz
da sentença, ou, se a decisão for do Tribunal do Júri, ao seu presidente.
3/11
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Desse modo, não visualizo qualquer vício pelo fato do Juízo da 11ª
Vara Federal haver encaminhado as cópias das peças processuais indispensáveis à execução
provisória, cujo processamento, ainda não resultante em ordem de prisão, cabe ao Juízo da
Execução Penal da Seção Judiciária do Ceará.
Mas isso não impede, sequer de longe, que a sentença venha a ser
executada provisoriamente.
4/11
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Nessas condições, diante desse quadro, resta claro que a prisão para execução
provisória difere, por sua própria natureza e finalidade, da prisão preventiva ou de qualquer
outra modalidade de prisão cautelar, resultando tão somente do esgotamento das vias
ordinárias.
Foi essa a lógica da decisão do STF no HC 126.292/SP.
9/11
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f) Pedido
Ante tais circunstâncias, requer o MPF seja iniciada a execução da
definitiva da pena restritiva de liberdade de 05 (cinco) anos de reclusão e 200 (duzentos
dias-multa) imposta ao réu FRANCISCO DEUSMAR DE QUEIROS em regime
semiaberto, com a adoção das seguintes providências:
10
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Aguarda deferimento.
Fortaleza/CE, 20 de outubro de 2016.
11
Processo: 0805802-55.2016.4.05.8100
Assinado eletronicamente por:
MARCIO ANDRADE TORRES - Procurador
16102013410753800000001794090
Data e hora da assinatura: 20/10/2016 13:43:10
Identificador: 4058100.1792914
Para conferência da autenticidade do documento: https://pje.jfce.jus.br/pje/Processo/ConsultaDocumento/listView.seam 11/11
MM Juiz Federal,
Márcio Torres
PR/CE
Processo: 0805802-55.2016.4.05.8100
Assinado eletronicamente por:
MARCIO ANDRADE TORRES - Procurador
16102710394693000000001814612
Data e hora da assinatura: 27/10/2016 10:42:12
Identificador: 4058100.1813428
Para conferência da autenticidade do documento: https://pje.jfce.jus.br/pje/Processo/ConsultaDocumento/listView.seam 1/1
MINISTÉRIO PÚBLICO FEDERAL
PROCURADORIA DA REPÚBLICA NO ESTADO DO CEARÁ
1
Av. Beira Mar, nº 1064, Praia Treze de Julho – CEP: 49.020-010 – Aracaju - Sergipe
Fone: (79) 3301-3700 – Site: http://www.prse.mpf.mp.br
1/2
MINISTÉRIO PÚBLICO FEDERAL
Procuradoria da República no Estado do Ceará
Processo: 0805802-55.2016.4.05.8100
Assinado eletronicamente por:
MARCIO ANDRADE TORRES - Procurador
16102710410632200000001814613
Data e hora da assinatura: 27/10/2016 10:42:12
Identificador: 4058100.1813429
Para conferência da autenticidade do documento: https://pje.jfce.jus.br/pje/Processo/ConsultaDocumento/listView.seam 2/2
EXCELENTÍSSIMO SENHOR JUIZ FEDERAL DA 12ª VARA DA SEÇÃO JUDICIÁRIA DO
ESTADO DO CEARÁ.
PROCESSO Nº 0805802-55.2016.4.05.8100
(...)
Assim, temerária seria a deflagração ante tempus de eventual execução provisória antes do julgamento do
mérito do Recurso Especial interposto, razão pela qual defiro a liminar para sustar o início da execução
provisória da pena até ulterior julgamento final do presente pedido de tutela provisória.
legal.
1/2
P. e I.
Relator
Assim, em atendimento à supracitada decisão emanada da Corte Superior de Justiça, requer-se que V.
Exa. digne-se de se abster de proferir ou expedir qualquer ato ou ordem prisional em desfavor do Réu,
garantindo-lhe o direito de responder ao processo em liberdade, até o trânsito em julgado do feito .
Por fim, requer sejam as publicações alusivas ao presente feito realizadas exclusivamente em nome do
advogado ANASTÁCIO MARINHO , inscrito na OAB/CE nº 8.502, sob pena de nulidade.
P. deferimento.
Processo: 0805802-55.2016.4.05.8100
Assinado eletronicamente por:
ANASTACIO JORGE MATOS DE SOUSA MARINHO - Advogado
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EXCELENTÍSSIMO SENHOR JUIZ FEDERAL DA 12ª VARA DA SEÇÃO JUDICIÁRIA
DO ESTADO DO CEARÁ.
PROCESSO Nº 0805802-55.2016.4.05.8100
EXEQUENTE: MINISTÉRIO PÚBLICO FEDERAL
EXECUTADO: FRANCISCO DEUSMAR DE QUEIRÓS
P. e I.
1/2
Assim, em atendimento à supracitada decisão emanada da Corte
Superior de Justiça, requer-se que V. Exa. digne-se de se abster de proferir ou expedir
qualquer ato ou ordem prisional em desfavor do Réu, garantindo-lhe o direito de
responder ao processo em liberdade, até o trânsito em julgado do feito.
P. deferimento.
Fortaleza, 09 de dezembro de 2016.
Processo: 0805802-55.2016.4.05.8100
Assinado eletronicamente por:
ANASTACIO JORGE MATOS DE SOUSA MARINHO - Advogado
16121214104374200000001942814
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(e-STJ Fl.2164)
DECISÃO
TP 38 C54242555100;812<05542@ C<05065;0034 94 @
2016/0292446-7 Documento Página 1 de 4
Documento eletrônico VDA15537415 assinado eletronicamente nos termos do Art.1º §2º inciso III da Lei 11.419/2006
Signatário(a): MINISTRO Felix Fischer Assinado em: 21/11/2016 18:44:19
Publicação no DJe/STJ nº 2099 de 24/11/2016. Código de Controle do Documento: 1F12ECB1-C1B5-4D76-ABBE-33B098E98A8F
1/4
(e-STJ Fl.2165)
medida acautelatória.
É o relatório.
Decido.
De início, cumpre assentar que, na linha da jurisprudência até então
firmada no âmbito desta Corte, a prisão cautelar deve ser considerada exceção, já
que, por meio desta medida, priva-se o réu de seu jus libertatis antes do
pronunciamento condenatório definitivo, consubstanciado na sentença transitada em
julgado. É por isso que tal medida constritiva só justifica caso demonstrada sua real
indispensabilidade para assegurar a ordem pública, a instrução criminal ou a
aplicação da lei penal, ex vi do artigo 312 do Código de Processo Penal, sob pena de
configurar-se antecipação de pena ou execução provisória, inadmitida, até então,
pela Suprema Corte, com base no HC n. 84.078/MG, da relatoria do em. Ministro
Eros Grau.
Nesse sentido: AgRg no RHC 47.220/MG, 5ª Turma, Rel. Min.
Regina Helena Costa, DJe de 29/8/2014; RHC 36.642/RJ, 6ª Turma, Rel. Min.
Maria Thereza de Assis Moura, DJe de 29/8/2014; HC 296.276/MG, 5ª Turma,
Rel. Min. Marco Aurélio Bellizzee, DJe de 27/8/2014; RHC 48.014/MG, 6ª Turma,
Rel. Min. Sebastião Reis Júnior, DJe de 26/8/2014; v.g..
Entretanto, recentemente, o Plenário do col. Supremo Tribunal Federal
evoluiu em seu entendimento e, por maioria de votos, indeferiu o pedido formulado
no HC n. 126.292/SP, de relatoria do e. Min. Teori Zavascki, e decidiu pela
possibilidade do início do cumprimento da pena após o julgamento da apelação. Em
outras palavras, está autorizada a execução provisória da pena após o julgamento de
segunda instância, o que ocorreu no caso concreto.
No caso vertente, aduzem os requerentes que ao juiz sentenciante
falece competência para a expedição de mandado de prisão em virtude do início da
execução provisória. Sobre o tema, trago à colação voto-vista por mim proferido nos
autos do habeas corpus n. 352216, em que fiz algumas considerações acerca da
viabilidade de tal expediente, malgrado partir de magistrado de primeira instância.
Eis o excerto:
TP 38 C54242555100;812<05542@ C<05065;0034 94 @
2016/0292446-7 Documento Página 2 de 4
Documento eletrônico VDA15537415 assinado eletronicamente nos termos do Art.1º §2º inciso III da Lei 11.419/2006
Signatário(a): MINISTRO Felix Fischer Assinado em: 21/11/2016 18:44:19
Publicação no DJe/STJ nº 2099 de 24/11/2016. Código de Controle do Documento: 1F12ECB1-C1B5-4D76-ABBE-33B098E98A8F
2/4
(e-STJ Fl.2166)
"[...] cumpre citar passagem da decisão proferida pelo em. Min. Edson
Fachin, no já apontado habeas corpus 135.752:
"A opção legislativa de dar eficácia à sentença condenatória tão logo
confirmada em segundo grau de jurisdição, e não mais sujeita a recurso com efeito
suspensivo, está consentânea com a razão constitucional da própria existência dos
recursos às instâncias extraordinárias. Sabem todos que o trânsito em julgado, no
sistema recursal brasileiro, depende em algum momento da inércia da parte
sucumbente. Há sempre um recurso oponível a uma decisão, por mais incabível
que seja, por mais estapafúrdias que sejam as razões recursais invocadas. Se
pudéssemos dar à regra do art. 5º, LVII, da CF caráter absoluto, teríamos de
admitir, no limite, que a execução da pena privativa de liberdade só poderia
operar-se quando o réu se conformasse com sua sorte e deixasse de opor novos
embargos declaratórios. Isso significaria dizer que a execução da pena privativa
de liberdade estaria condicionada à concordância do apenado (...)".
3/4
(e-STJ Fl.2167)
prisão. No ponto, basta imaginar que determinada pessoa seja condenada a uma
elevada pena de prisão, sendo-lhe conferido o direito de recorrer em liberdade,
com determinação de expedição de mandado de prisão após o trânsito em julgado.
Se antes da apreciação do recurso houver prova robusta da possibilidade de que o
acusado condenado virá a fugir para outro País, de modo a evitar futuro
cumprimento de pena, não se pode dizer que, considerando a determinação
contida na sentença, de expedição de mandado de prisão após o trânsito em
julgado, estaria o Tribunal impedido de decretar a prisão preventiva."
TP 38 C54242555100;812<05542@ C<05065;0034 94 @
Processo: 0805802-55.2016.4.05.8100 2016/0292446-7 Documento Página 4 de 4
Assinado eletronicamente por:
Documento eletrônico VDA15537415 assinado eletronicamente nos termos do Art.1º §2º inciso III da Lei 11.419/2006
Signatário(a):ANASTACIO JORGE
FischerMATOS DE SOUSA MARINHO
18:44:19 - Advogado
MINISTRO Felix Assinado em: 21/11/2016 16121214140701400000001942817
Publicação noData e hora
DJe/STJ nº da assinatura:
2099 12/12/2016
de 24/11/2016. Código 14:23:25
de Controle do Documento: 1F12ECB1-C1B5-4D76-ABBE-33B098E98A8F
Identificador: 4058100.1941570
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(e-STJ Fl.2169)
TP 38/CE
PUBLICAÇÃO
Processo: 0805802-55.2016.4.05.8100
Assinado eletronicamente por:
* Assinado
ANASTACIOeletronicamente
JORGE MATOS DE nos termos
SOUSA do Art.
MARINHO 1º § 2º inciso III alínea "b" da Lei 11.419/2006 16121214143196600000001942822
- Advogado
Data e hora da assinatura: 12/12/2016 14:23:25
Identificador: 4058100.1941575
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12ª Vara Federal do Ceará
Rua João Carvalho, nº 485, 5.º andar, Aldeota, CEP 60.140.140 - Fortaleza/CE
CERTIDÃO
CERTIFICO que juntei aos presentes autos o (a) Telegrama nº 5T 43228/2016, oriundo do
(a) STJ. O referido é verdade. Dou fé.
(assinado eletronicamente)
Processo: 0805802-55.2016.4.05.8100
Assinado eletronicamente por:
EDIENE SANTANA DE OLIVEIRA - Servidor Geral
16121614144195800000001959627
Data e hora da assinatura: 16/12/2016 14:17:44
Identificador: 4058100.1958376
Para conferência da autenticidade do documento: https://pje.jfce.jus.br/pje/Processo/ConsultaDocumento/listView.seam 1/1
1/2
Processo: 0805802-55.2016.4.05.8100
Assinado eletronicamente por:
EDIENE SANTANA DE OLIVEIRA - Servidor Geral
16121614171967500000001959628
Data e hora da assinatura: 16/12/2016 14:17:44
Identificador: 4058100.1958377
Para conferência da autenticidade do documento: https://pje.jfce.jus.br/pje/Processo/ConsultaDocumento/listView.seam 2/2
PROCESSO Nº: 0805802-55.2016.4.05.8100 - EXECUÇÃO DA PENA
ÓRGÃO JULGADOR: 12ª VARA FEDERAL (TITULAR)
JUIZ FEDERAL TITULAR
EXEQUENTE: MINISTÉRIO PÚBLICO FEDERAL
EXECUTADO: FRANCISCO DEUSMAR DE QUEIROS
ADVOGADO: Anastacio Jorge Matos De Sousa Marinho
DECISÃO
Em petição anexada aos autos, a defesa de FRANCISCO DEUSMAR QUEIROS comunicou a este Juízo
a decisão (doc. anexo) proferida pelo E. Ministro Felix Fischer, nos autos do Processo nº 016/0292446-7,
a qual deferiu medida liminar para sustar o início da execução provisória da pena do ora
Executado até ulterior julgamento final do processo , nos termos a seguir delineados:
"(...) Trata-se de pedido de tutela provisória, formulada por FRANCISCO DEUSMAR DE QUEIROS,
GERALDO DE LIMA GADELHA FILHO, IELTON BARRETO DE OLIVEIRA e JERÔNIMO ALVES
BEZERRA, consubstanciada na possibilidade de concessão in limine litis de medida cautelar para atribuir
efeito suspensivo a recurso especial anteriormente interposto.
(...)
Assim, temerária seria a deflagração ante tempus de eventual execução provisória antes do julgamento do
mérito do Recurso Especial interposto, razão pela qual defiro a liminar para sustar o início da execução
provisória da pena até ulterior julgamento final do presente pedido de tutela provisória. (...)"
Sendo assim, em face da decisão do STJ mencionada, DETERMINO o sobrestamento da execução penal
provisória de FRANCISCO DEUSMAR DE QUEIROS.
Processo: 0805802-55.2016.4.05.8100
Assinado eletronicamente por:
HELOISA SILVA DE MELO - Magistrado
17021710514670200000002090926
Data e hora da assinatura: 17/02/2017 14:57:57
Identificador: 4058100.2089618
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12ª Vara Federal do Ceará
Rua João Carvalho, nº 485, 5.º andar, Aldeota, CEP 60.140.140 - Fortaleza/CE
Vistos em Inspeção
Processo: 0805802-55.2016.4.05.8100
Assinado eletronicamente por:
HELOISA SILVA DE MELO - Magistrado
17032917041152000000002225553
Data e hora da assinatura: 29/03/2017 17:05:19
Identificador: 4058100.2224141
Para conferência da autenticidade do documento: https://pje.jfce.jus.br/pje/Processo/ConsultaDocumento/listView.seam 1/1
PODER JUDICIÁRIO
JUSTIÇA FEDERAL DE PRIMEIRO GRAU
Seção Judiciária do Ceará
12ª Vara Federal
CERTIDÃO DE INTIMAÇÃO
Nesta data, realizo a intimação do Ministério Público Federal e da defesa da decisão de ID nº 2089618.
Analista Judiciário
( assinado eletronicamente )
Processo: 0805802-55.2016.4.05.8100
Assinado eletronicamente por:
RAPHAEL NOGUEIRA BEZERRA DE MENEZES - Servidor Geral
17121814524672300000003121184
Data e hora da assinatura: 18/12/2017 14:59:23
Identificador: 4058100.3117660
Para conferência da autenticidade do documento: https://pje.jfce.jus.br/pje/Processo/ConsultaDocumento/listView.seam 1/1
12ª Vara Federal do Ceará
Rua João Carvalho, nº 485, 5.º andar, Aldeota, CEP 60.140.140 - Fortaleza/CE
CERTIDÃO
Analista Judiciário
(assinado eletronicamente)
Processo: 0805802-55.2016.4.05.8100
Assinado eletronicamente por:
RAPHAEL NOGUEIRA BEZERRA DE MENEZES - Servidor Geral
17121815342559400000003121824
Data e hora da assinatura: 18/12/2017 15:46:16
Identificador: 4058100.3118300
Para conferência da autenticidade do documento: https://pje.jfce.jus.br/pje/Processo/ConsultaDocumento/listView.seam 1/1
1/2
Processo: 0805802-55.2016.4.05.8100
Assinado eletronicamente por:
RAPHAEL NOGUEIRA BEZERRA DE MENEZES - Servidor Geral
17121815452971400000003121825
Data e hora da assinatura: 18/12/2017 15:46:16
Identificador: 4058100.3118301
Para conferência da autenticidade do documento: https://pje.jfce.jus.br/pje/Processo/ConsultaDocumento/listView.seam 2/2
1/3
2/3
Processo: 0805802-55.2016.4.05.8100
Assinado eletronicamente por:
RAPHAEL NOGUEIRA BEZERRA DE MENEZES - Servidor Geral
17121815452971400000003121829
Data e hora da assinatura: 18/12/2017 15:46:16
Identificador: 4058100.3118305
Para conferência da autenticidade do documento: https://pje.jfce.jus.br/pje/Processo/ConsultaDocumento/listView.seam 3/3
PR-CE-MANIFESTAÇÃO-23294/2017
Documento assinado via Token digitalmente por MARCIO ANDRADE TORRES, em 18/12/2017 18:32. Para verificar a assinatura acesse
PUBLICO FEDERAL
Márcio Torres
PR/CE
Rua 0805802-55.2016.4.05.8100
Processo: João Brígido, Nº 1260 5º Andar Salas 504 E 505, Joaquim Távora - Cep 60135080 - Fortaleza-CE Prce-sac@mpf.mp.br
Assinado eletronicamente por: (85)32667300
MARCIO ANDRADE TORRES - Procurador
17121817322832700000003123307
Data e hora da assinatura: 18/12/2017 18:32:14
Identificador: 4058100.3119782 Pág. 1 de 1
Para conferência da autenticidade do documento: https://pje.jfce.jus.br/pje/Processo/ConsultaDocumento/listView.seam 1/1
TRIBUNAL REGIONAL FEDERAL DA 5ª REGIÃO
12° VARA DA SEÇÃO JUDICIÁRIA DO CEARÁ
PROCESSO: 0805802-55.2016.4.05.8100 - EXECUÇÃO PROVISÓRIA
Outros participantes
Sem registros
CERTIDÃO DE RETIFICAÇÃO
Certifico que, em 18/12/2017, procedi à retificação de autuação deste processo para fazer constar:
Data de Operação Usuário
Item Situação anterior Situação atual
alteração realizada responsável
RAPHAEL
18/12/2017 EXECUÇÃO DA EXECUÇÃO NOGUEIRA
Classe Judicial Alteração
14:51 PENA PROVISÓRIA BEZERRA DE
MENEZES
Processo: 0805802-55.2016.4.05.8100
Data e hora da inclusão: 19/12/2017 00:00:00
Identificador: 4058100.3120491
1/1
TRIBUNAL REGIONAL FEDERAL DA 5ª REGIÃO
12º VARA DA SEÇÃO JUDICIÁRIA DO CEARÁ
PROCESSO: 0805802-55.2016.4.05.8100 - EXECUÇÃO PROVISÓRIA
Outros participantes
Sem registros
CERTIDÃO
CERTIFICO que, em 27/12/2017 23:59, o(a) Sr(a) FRANCISCO DEUSMAR DE QUEIROS foi
intimado(a) acerca de Decisão registrado em 17/02/2017 14:57 nos autos judiciais eletrônicos
especificados na epígrafe.
1 - Esta Certidão é válida para todos os efeitos legais, havendo sido expedida através do Sistema Processo
Judicial Eletrônico - PJe.
3 - Esta Certidão foi emitida gratuitamente em 28/12/2017 00:01 - Seção Judiciária do Ceará.
Processo: 0805802-55.2016.4.05.8100
Data e hora da inclusão: 28/12/2017 00:01:42
Identificador: 4058100.3139891
1/1
TRIBUNAL REGIONAL FEDERAL DA 5ª REGIÃO
12º VARA DA SEÇÃO JUDICIÁRIA DO CEARÁ
PROCESSO: 0805802-55.2016.4.05.8100 - EXECUÇÃO PROVISÓRIA
Outros participantes
Sem registros
CERTIDÃO
CERTIFICO que, em 27/12/2017 23:59, o(a) MINISTÉRIO PÚBLICO FEDERAL foi intimado(a) acerca
de Decisão registrado em 17/02/2017 14:57 nos autos judiciais eletrônicos especificados na epígrafe.
1 - Esta Certidão é válida para todos os efeitos legais, havendo sido expedida através do Sistema Processo
Judicial Eletrônico - PJe.
3 - Esta Certidão foi emitida gratuitamente em 28/12/2017 00:01 - Seção Judiciária do Ceará.
Processo: 0805802-55.2016.4.05.8100
Data e hora da inclusão: 28/12/2017 00:01:42
Identificador: 4058100.3139892
1/1
12ª Vara Federal do Ceará
Rua João Carvalho, nº 485, 5.º andar, Aldeota, CEP 60.140.140 - Fortaleza/CE
Vistos em Inspeção
Certifico que a inspeção desta 12ª Vara foi marcada para o período de 26/02/2018 a 02/03/2018, em que
ficam suspensos todos os prazos, cujo Edital Coletivo de Inspeção foi publicado no Diário da Justiça
Eletrônico SJCE de nº. 234.0/2017, que circulou em 19/12/2017, pag. 01/07, disponibilizado no site
www.trf5.jus.br. Dou fé.
Processo: 0805802-55.2016.4.05.8100
Assinado eletronicamente por:
DANILO DIAS VASCONCELOS DE ALMEIDA - Magistrado
18030212133118300000003371920
Data e hora da assinatura: 02/03/2018 12:14:33
Identificador: 4058100.3367801
Para conferência da autenticidade do documento: https://pje.jfce.jus.br/pje/Processo/ConsultaDocumento/listView.seam 1/1
12ª Vara Federal do Ceará
Rua João Carvalho, nº 485, 5.º andar, Aldeota, CEP 60.140.140 - Fortaleza/CE
CERTIDÃO
CERTIFICO que juntei aos presentes autos o Malote Digital com Telegrama oriundo do
STJ, encaminhando decisão exarada nos autos do Pedido de Tutela Provisória registrada sob o Nº
2016/0292446-7. O referido é verdade. Dou fé.
(assinado eletronicamente)
Processo: 0805802-55.2016.4.05.8100
Assinado eletronicamente por:
RAPHAEL NOGUEIRA BEZERRA DE MENEZES - Servidor Geral
18030712004035700000003390657
Data e hora da assinatura: 07/03/2018 12:06:08
Identificador: 4058100.3386518
Para conferência da autenticidade do documento: https://pje.jfce.jus.br/pje/Processo/ConsultaDocumento/listView.seam 1/1
REPÚBLICA FEDERATIVA DO BRASIL
PODER JUDICIÁRIO
MALOTE DIGITAL
1/5
(e-STJ Fl.2214)
TELEGRAMA Nº MCD5T-7011
DESTINATÁRIO:
MENSAGEM:
_____________________________________
C54242555100;812<05542@ pág.: 1 de 1
DO
EMENTA
TP 38 C54242555100;812<05542@ C04790250<221704@
2016/0292446-7 Documento Página 1 de 3
Documento eletrônico VDA18402632 assinado eletronicamente nos termos do Art.1º §2º inciso III da Lei 11.419/2006
Signatário(a): MINISTRO Felix Fischer Assinado em: 23/02/2018 08:44:17
Código de Controle do Documento: 9BE75E14-537A-494C-9F86-41FB9855F4DD
3/5
(e-STJ Fl.2212)
DO
tutela provisória.
É o relatório.
Decido.
Turma deste Superior Tribunal de Justiça julgou o agravo regimental naquele feito,
negando provimento ao recurso para manter os fundamentos do decisum
monocrático.
O
Nesse sentido:
TP 38 C54242555100;812<05542@ C04790250<221704@
2016/0292446-7 Documento Página 2 de 3
Documento eletrônico VDA18402632 assinado eletronicamente nos termos do Art.1º §2º inciso III da Lei 11.419/2006
Signatário(a): MINISTRO Felix Fischer Assinado em: 23/02/2018 08:44:17
Código de Controle do Documento: 9BE75E14-537A-494C-9F86-41FB9855F4DD
4/5
(e-STJ Fl.2213)
Ante o exposto, com fulcro no art. 34, XI, do RISTJ, julgo prejudicada
a tutela provisória e a liminar outrora deferida.
P. e I.
DO
Brasília (DF), 22 de fevereiro de 2018.
B
PU
O
NÃ
TP 38 C54242555100;812<05542@ C04790250<221704@
Processo: 0805802-55.2016.4.05.8100 2016/0292446-7 Documento Página 3 de 3
Assinado eletronicamente por:
RAPHAEL NOGUEIRA BEZERRA DE MENEZES - Servidor Geral
18030712051229800000003390658
DocumentoDataeletrônico VDA18402632
e hora da assinado 12:06:08
assinatura: 07/03/2018 eletronicamente nos termos do Art.1º §2º inciso III da Lei 11.419/2006
Signatário(a): MINISTRO
Identificador: Felix Fischer Assinado em: 23/02/2018 08:44:17
4058100.3386519
Código de Para
Controle do Documento: 9BE75E14-537A-494C-9F86-41FB9855F4DD
conferência da autenticidade do documento: https://pje.jfce.jus.br/pje/Processo/ConsultaDocumento/listView.seam 5/5
Segue pedido de execução provisória da pena, em anexo.
Márcio Torres
PR/CE
Processo: 0805802-55.2016.4.05.8100
Assinado eletronicamente por:
MARCIO ANDRADE TORRES - Procurador
18031210402626200000003406724
Data e hora da assinatura: 12/03/2018 10:43:36
Identificador: 4058100.3402567
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MINISTÉRIO PÚBLICO FEDERAL
PROCURADORIA DA REPÚBLICA NO ESTADO DO CEARÁ
PROMOÇÃO Nº 04436/2018
1/2
Por outro lado, o RESp 1.449.193/CE, que apoiava tal tutela provisória
foi julgado e desprovido, como se vê a seguir, estando pendente apenas o julgamento de
embargos de declaração:
PENAL. AGRAVO REGIMENTAL NO RECURSO ESPECIAL.
NEGOCIAÇÃO DE TÍTULOS OU VALORES MOBILIÁRIOS SEM
AUTORIZAÇÃO PRÉVIA. ADEQUAÇÃO TÍPICA DA CONDUTA.
REEXAME DO CONJUNTO FÁTICO-PROBATÓRIO.
IMPOSSIBILIDADE. SÚMULA 7/STJ. DOSIMETRIA.PENA-BASE
ACIMA DO MÍNIMO LEGAL. CIRCUNSTÂNCIAS JUDICIAS.
FUNDAMENTAÇÃO IDÔNEA. DISSÍDIO JURISPRUDENCIAL.
NÃO COMPROVAÇÃO. DECISÃO MANTIDA.”
Desse modo, nada obsta que se dê início à execução penal, o que ora é
requerido pelo Ministério Público Federal.
Processo: 0805802-55.2016.4.05.8100
Assinado eletronicamente por:
MARCIO ANDRADE TORRES - Procurador
18031210412046600000003406725
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Superior Tribunal de Justiça
PEDIDO DE TUTELA PROVISÓRIA Nº 38 - CE (2016/0292446-7)
DECISÃO
1/3
Superior Tribunal de Justiça
amplamente arguidas e prequestionadas desde a origem pela defesa" (fl. 4).
É o relatório.
Decido.
2/3
Superior Tribunal de Justiça
Ante o exposto, com fulcro no art. 34, XI, do RISTJ, julgo prejudicada a
tutela provisória e a liminar outrora deferida.
P. e I.
1/2
Superior Tribunal de Justiça
infraconstitucional, situação que não ocorreu no presente caso.
Agravo regimental desprovido.
ACÓRDÃO
Processo: 0805802-55.2016.4.05.8100
Assinado eletronicamente por:
ANASTACIO JORGE MATOS DE SOUSA MARINHO - Advogado
18031217123865000000003411080
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EXCELENTÍSSIMO JUIZ FEDERAL DA 12ª VARA DA SEÇÃO JUDICIÁRIA
DO ESTADO DO CEARÁ
1/6
5. Surpreendeu-se a defesa, no entanto, com posterior decisão
monocrática, negando provimento ao Recurso Especial e, em seguida, o
reconhecimento da prejudicialidade da medida cautelar.
7. Por fim, oportuno afirmar que embora este juízo já tenha sido
provocado quanto a mencionada violação, jamais sobre elas se posicionou
em razão da decisão proferida pelo STJ nos autos do pedido de tutela
provisória.
2/6
3/6
4/6
18. Em outras palavras, se a sentença condenatória
expressamente afirma que o cumprimento da pena deve se dar apenas com
o trânsito em julgado, não havendo recurso por parte do Ministério Público, é
expressamente vedado ao judiciário impor a prisão cautelar do Sentenciado.
5/6
LEWANDOWSKI – HC 147.428-MC/MG, Rel. Min. CELSO DE MELLO – HC
148.122-MC/MG, Rel. Min. CELSO DE MELLO – HC 153.431/SP, Rel. Min.
CELSO DE MELLO.
II – DO PEDIDO
P. deferimento.
Fortaleza, 12 de março de 2018.
Anastacio Marinho
OAB/CE 8.502
Processo: 0805802-55.2016.4.05.8100
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ANASTACIO JORGE MATOS DE SOUSA MARINHO - Advogado
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Supremo Tribunal Federal
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1/7
Supremo Tribunal Federal
HC 152974 MC / SP
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2/7
Supremo Tribunal Federal
HC 152974 MC / SP
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3/7
Supremo Tribunal Federal
HC 152974 MC / SP
Não foi por outro motivo que vim a conceder – é certo – medidas
cautelares em sede de “habeas corpus”, embora o fizesse somente
naquelas situações não reveladoras da necessidade de manter-se a prisão do
condenado, sempre segundo avaliação por mim efetivada em cada caso
examinado.
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Supremo Tribunal Federal
HC 152974 MC / SP
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5/7
Supremo Tribunal Federal
HC 152974 MC / SP
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6/7
Supremo Tribunal Federal
HC 152974 MC / SP
Publique-se.
7
Processo: 0805802-55.2016.4.05.8100
Assinado eletronicamente por:
ANASTACIO JORGE MATOS DE SOUSA MARINHO - Advogado
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4058100.3406916
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Processo: 0805802-55.2016.4.05.8100
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EXCELENTÍSSIMO JUIZ FEDERAL DA 12ª VARA DA SEÇÃO JUDICIÁRIA
DO ESTADO DO CEARÁ
1/3
para a Vara Federal somente após o trânsito em julgado da sentença,
quando deverá ter início a execução da pena. Verbis:
90. Determino, ainda, imediatamente após o trânsito em julgado
desta sentença, a remessa dos autos à Vara Federal competente
para a execução da pena aqui aplicada.
2/3
9. Assim, ao tempo em que protesta pela juntada do acórdão,
assim que publicado, vem reiterar o pedido de que seja reconsiderada Vossa
Decisão, para não determinar a continuidade do feito, suspendendo a
execução até o transito em julgado do processo, conforme estabelecido na
sentença que transitou em julgado para o MPF, e na jurisprudência do
Supremo Tribunal Federal, garantindo-se ao Requerente o direito de
aguardar em liberdade o trânsito em julgado da ação penal a que responde.
P. deferimento.
Brasília, 14 de março de 2018.
ANASTACIO MARINHO
OAB CE 8502
Processo: 0805802-55.2016.4.05.8100
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ANASTACIO JORGE MATOS DE SOUSA MARINHO - Advogado
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14/03/2018 Supremo Tribunal Federal
2ª Turma revê decisão que enviou dois habeas corpus para o Plenário
13/03/2018 17h50 - Atualizado há um dia
A Segunda Turma do Supremo Tribunal (STF) decidiu rever as decisões que encaminharam para o Plenário,
em 20 de fevereiro último, dois Habeas Corpus (HCs 136720 e 144717) relatados pelo ministro Ricardo
Lewandowski. Na ocasião, os ministros entenderam que os casos discutiam a chamada execução provisória
da pena, tema que deve ser analisado pelo Plenário no julgamento de mérito das Ações Declaratórias de
Constitucionalidade (ADCs) 43 e 44.
No início da sessão desta terça-feira (13), o ministro Lewandowski levantou questão de ordem para relatar
que, no caso do HC 136720, houve uma decisão superveniente do Superior Tribunal de Justiça (STJ) no sentido
de determinar ao réu prestação de serviços à comunidade, o que levou a defesa a requerer a desistência do
HC. Como não há mais risco à liberdade, o ministro decidiu propor a desafetação do caso e, na sequência,
julgar prejudicada a impetração em razão do pedido de desistência. Acompanharam esse entendimento os
demais ministros presentes à sessão.
Já no HC 144717, que tramita sob segredo de justiça, o ministro explicou que a sentença garantiu ao réu o
direito de apelar em liberdade, decisão mantida em segunda instância (Tribunal de Justiça do Estado de Rio
Grande do Sul) e que não foi questionada pelo Ministério Público, que só veio a pedir a prisão no âmbito do
STJ. Para o relator, como há decisão com trânsito em julgado quanto ao direito de recorrer em liberdade, não
há relação com o caso a ser julgado pelo Plenário relativo à execução provisória da pena. Nesse processo,
acompanharam o relator os ministros Dias To oli e Gilmar Mendes. O ministro Edson Fachin divergiu,
votando pela manutenção da submissão do caso ao Pleno.
MB/AD
Leia mais:
20/02/2018 – 2ª Turma envia para o Plenário HCs que discutem execução penal após condenação em
segundo grau (http://portal.stf.jus.br/noticias/verNoticiaDetalhe.asp?idConteudo=370109)
O STF Processos
http://portal.stf.jus.br/noticias/verNoticiaDetalhe.asp?idConteudo=372182 1/4
1/4
14/03/2018 Supremo Tribunal Federal
Conheça o STF (http://portal.stf.jus.br/textos/verTexto.asp? Acompanhamento Processual
servico=sobreStfConhecaStfInstitucional) (http://portal.stf.jus.br/textos/verTexto.asp?
Visitação Pública (http://portal.stf.jus.br/textos/verTexto.asp? servico=processosAtendimentoSTF&pagina=processosAtendimentoSTF)
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Composição (http://portal.stf.jus.br/textos/verTexto.asp? servico=processoPeticaoEletronica)
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Internacional servico=processoIntegracaoInformacaoGeral)
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idioma=pt_br) servico=processoEdital)
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Organograma do STF (http://portal.stf.jus.br/textos/verTexto.asp? Pautas de Julgamento
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Concursos Públicos (http://portal.stf.jus.br/textos/verTexto.asp? Custas Processuais (http://portal.stf.jus.br/textos/verTexto.asp?
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Currículo de Magistrados (http://portal.stf.jus.br/textos/verTexto.asp? Audiências Públicas
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Pedidos de Vista (http://portal.stf.jus.br/textos/verTexto.asp?
Estatística servico=processoPedidoVistaDevolvido)
Carga Programada (http://portal.stf.jus.br/textos/verTexto.asp?
Acervo Processual (http://portal.stf.jus.br/textos/verTexto.asp?
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Pedido de Certidão
Decisões (http://portal.stf.jus.br/textos/verTexto.asp?
(http://www.stf.jus.br/portal/certidao/exibirMensagemInicial.asp)
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Calendários do STF (http://portal.stf.jus.br/textos/verTexto.asp?
Pauta do Plenário (http://portal.stf.jus.br/textos/verTexto.asp?
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Listar Processos por Parte
Competência Recursal (http://portal.stf.jus.br/textos/verTexto.asp?
(http://portal.stf.jus.br/processos/listarPartes.asp)
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Glossario/Entenda (http://portal.stf.jus.br/textos/verTexto.asp?
Repercussão Geral
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Movimento Processual (http://portal.stf.jus.br/textos/verTexto.asp? Pesquisa Avançada
servico=estatistica&pagina=movimentoProcessual) (http://www.stf.jus.br/portal/jurisprudenciaRepercussao/pesquisarProcesso.as
Pesquisa por Classe (http://portal.stf.jus.br/textos/verTexto.asp? Teses de Repercussão Geral
servico=estatistica&pagina=pesquisaClasse) (http://www.stf.jus.br/portal/jurisprudenciaRepercussao/abrirTemasComTeses
Proc. Competência Presidência Plenário Virtual
(http://portal.stf.jus.br/textos/verTexto.asp? (http://www.stf.jus.br/portal/jurisprudenciaRepercussao/listarProcesso.asp?
servico=estatistica&pagina=processoCompetenciaPresidente) PesquisaEm=tema&situacaoRG=EM_JULGAMENTO&situacaoAtual=S&txtTituloT
Controle Concentrado Suspensão Nacional (http://portal.stf.jus.br/textos/verTexto.asp?
(http://www.stf.jus.br/arquivo/cms/publicacaoBOInternet/anexo/estatistica/ControleConcentradoGeral/CC_Geral.mhtml)
servico=repercussaoTemasSuspensao&pagina=principal)
RE, AI e ARE - % Distribuição Repercussão Geral em Pauta
(http://portal.stf.jus.br/textos/verTexto.asp? (http://portal.stf.jus.br/textos/verTexto.asp?
servico=estatistica&pagina=REAIProcessoDistribuido) servico=jurisprudenciaRepercussaoInformacaoGeral&pagina=conteudoEsquer
HC (http://www.stf.jus.br/portal/cms/verTexto.asp? Representativos da Controvérsia
servico=estatistica&pagina=hc) (http://portal.stf.jus.br/textos/verTexto.asp?
Pesquisa por Ramo do Direito servico=repercussaoRepresentativos&pagina=principal)
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Sobre a Repercussão Geral (http://portal.stf.jus.br/textos/verTexto.asp?
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Fórum (http://portal.stf.jus.br/textos/verTexto.asp?
servico=jurisprudenciaRepercussaoGeral&pagina=acessoForum)
Jurisprudência Biblioteca
Pesquisa Consultas (http://portal.stf.jus.br/textos/verTexto.asp?
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Inteiro Teor de Acórdãos Biblioteca Digital
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Repositórios de Jurisprudência Serviços (http://portal.stf.jus.br/textos/verTexto.asp?
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Proposta Súmula Vinculante servico=bibliotecaSobreBibliotecaHistorico)
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servico=jurisprudenciaPropostaSumulaVinculante) Legislação
Súmulas Vinculantes (http://portal.stf.jus.br/textos/verTexto.asp?
Planalto e Senado (http://portal.stf.jus.br/textos/verTexto.asp?
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Súmulas (http://portal.stf.jus.br/textos/verTexto.asp?
Atos Normativos
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(http://www.stf.jus.br/portal/atoNormativo/listarAtoNormativo.asp)
http://portal.stf.jus.br/noticias/verNoticiaDetalhe.asp?idConteudo=372182 2/4
2/4
14/03/2018 Supremo Tribunal Federal
Aplicação das Súmulas no STF Código de Ética do STF
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Teses Jurídicas Tratados de Extradição (http://portal.stf.jus.br/textos/verTexto.asp?
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Informativo STF (http://portal.stf.jus.br/textos/verTexto.asp? Regimento Interno Atual (http://portal.stf.jus.br/textos/verTexto.asp?
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Jurisprudência Internacional servico=legislacaoAtasSessoesAdministrativas&pagina=atasSessoesAdministra
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14/03/2018 Supremo Tribunal Federal
Agenda dos Ministros
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Telefone: 55.61.3217.3000
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MM Juiz,
Esse juízo deferiu o pedido de execução provisória da pena, concedendo ao condenado o prazo de 24h
para apresentação espontânea à autoridade policial, em razão do compromisso assumido por seu
advogado.
Verifico, no entanto, que ainda na data de hoje o condenado, patrocinado pelo mesmo causídico,
impetrou Habeas Corpus no TRF da 5ª Região (HC 0802530-35.2018.4.05.0000 ), ficando evidente que o
prazo solicitado objetivou exclusivamente dilatar a execução da prisão na tentativa de obter, na Corte
Regional, a concessão da ordem.
Desse modo, evidenciada a intenção de ludibriar esse juízo, requer o MPF seja determinada a imediata
execução do mandado de prisão.
Márcio Torres
Procurador da República
Processo: 0805802-55.2016.4.05.8100
Assinado eletronicamente por:
MARCIO ANDRADE TORRES - Procurador
18031423245541100000003422611
Data e hora da assinatura: 14/03/2018 23:34:51
Identificador: 4058100.3418426
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Tribunal Regional Federal da 5ª Região
PJe - Processo Judicial Eletrônico
Consulta Processual
15/03/2018
Número: 0802530-35.2018.4.05.0000
Classe: HABEAS CORPUS
Partes
Tipo Nome
ADVOGADO ANASTACIO JORGE MATOS DE SOUSA MARINHO
IMPETRANTE Marcelo Leal de Lima Oliveira
PACIENTE FRANCISCO DEUSMAR DE QUEIROS
ADVOGADO Marcelo Leal de Lima Oliveira
Documentos
Id. Data/Hora Documento Tipo
10537 15/03/2018 09:14 Decisão Decisão
072
1/3
PROCESSO Nº: 0802530-35.2018.4.05.0000 - HABEAS CORPUS
IMPETRANTE: MARCELO LEAL DE LIMA OLIVEIRA
PACIENTE: FRANCISCO DEUSMAR DE QUEIROS
ADVOGADO: Anastacio Jorge Matos De Sousa Marinho e outro
IMPETRADO: JUÍZO DA 12ª VARA FEDERAL DA SEÇÃO JUDICIÁRIA DO CEARÁ
RELATOR(A): Desembargador(a) Federal Francisco Roberto Machado - 1ª Turma
DECISÃO
Trata-se de Habeas Corpus, com pedido liminar, impetrado em favor de FRANCISCO DEUSMAR DE
QUEIROS, apontando como autoridade coatora o Juízo da 12ª Vara Federal do Ceará, objetivando a
suspensão da Execução Provisória da pena que lhe imposta nos autos da Ação Penal nº
0012628-43.2010.4.05.8100, na qual o paciente foi condenado, pela prática do crime do art. 27-C da Lei
nº 6.385/76, a nove (09) anos e dois (02) meses de reclusão, ainda pendente de julgamento de Recurso
Especial no STJ (REsp 1.449.193-CE)).
Relatei, decido.
A partir do exame superficial, próprio desta fase de cognição sumária, tenho que o ato combatido parece
viciado de abuso de poder.
Tenho que aludido comando sentencial, a teor de precedente do próprio STF, constitui garantia erigida em
favor do status libertatis do réu, ora paciente, não me parecendo razoável que o famigerado entendimento
firmado pelo STF, de cunho genérico, deva prevalecer sobre uma norma endócrina, expressa na própria
sentença condenatória, diferindo sua execução para depois de seu trânsito em julgado.
Quanto ao perigo da demora, este se mostra evidente, porque o ato combatido determinou o início da
execução da pena imposta a FRANCISCO DEUSMAR DE QUEIROS, com a expedição do respectivo
mandado de prisão.
Desse modo, ad cautelam, melhor que não se cumpra, até ulterior deliberação, o ato impugnado.
Intime-se.
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Número do documento: 18031418272038500000010519173
2/3
Processo: 0805802-55.2016.4.05.8100
Assinado eletronicamente por:
Assinado eletronicamente.
MAILZE GOMES A Certificação
DE BARROS Digital pertence a: FRANCISCO ROBERTO MACHADO - Magistrado Num. 10537072 - Pág. 2
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Data e hora da assinatura: 15/03/2018 09:46:47
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18031418272038500000010519173
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PROCESSO Nº: 0802530-35.2018.4.05.0000 - HABEAS CORPUS
IMPETRANTE: MARCELO LEAL DE LIMA OLIVEIRA
PACIENTE: FRANCISCO DEUSMAR DE QUEIROS
ADVOGADO: Anastacio Jorge Matos De Sousa Marinho e outro
IMPETRADO: JUÍZO DA 12ª VARA FEDERAL DA SEÇÃO JUDICIÁRIA DO CEARÁ
RELATOR(A): Desembargador(a) Federal Francisco Roberto Machado - 1ª Turma
MAGISTRADO CONVOCADO: Desembargador(a) Federal Andre Luis Maia Tobias Granja
PODER JUDICIÁRIO
TRIBUNAL REGIONAL FEDERAL DA 5ª REGIÃO
DIVISÃO DA PRIMEIRA TURMA
OFÍCIO - 1ª TURMA
Excelentíssimo(a) Juiz(a),
De ordem do Exmo Des. ROBERTO MACHADO, dirijo-me a V. Exa. para encaminhar a decisão
proferida nos autos do PJE- HC 0802530-35.2018.4.05.0000 , processo de Ref -
0805802-55.2016.4.05.8100 a fim de prestar informações no prazo de 48h.
Processo: 0805802-55.2016.4.05.8100
Assinado eletronicamente por:
MAILZE GOMES DE BARROS
18031509464756500000003423410
Data e hora da assinatura: 15/03/2018 09:46:47
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OFÍCIO - 1ª TURMA
Excelentíssimo(a) Juiz(a),
De ordem do Exmo Des. ROBERTO MACHADO, dirijo-me a V. Exa. para encaminhar a decisão
proferida nos autos do PJE- HC 0802530-35.2018.4.05.0000 , processo de Ref -
0805802-55.2016.4.05.8100 a fim de prestar informações no prazo de 48h.
Processo: 0805802-55.2016.4.05.8100
Assinado eletronicamente por:
MAILZE GOMES DE BARROS
18031509522335300000003423437
Data e hora da assinatura: 15/03/2018 09:52:23
Identificador: 4050000.10546054
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OFÍCIO - 1ª TURMA
Excelentíssimo(a) Juiz(a),
De ordem do Exmo Des. ROBERTO MACHADO, dirijo-me a V. Exa. para encaminhar a decisão
proferida nos autos do PJE- HC 0802530-35.2018.4.05.0000 , processo de Ref -
0805802-55.2016.4.05.8100 a fim de prestar informações no prazo de 48h.
Processo: 0805802-55.2016.4.05.8100
Assinado eletronicamente por:
MAILZE GOMES DE BARROS
18031509544982100000003423444
Data e hora da assinatura: 15/03/2018 09:54:49
Identificador: 4050000.10546060
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Tribunal Regional Federal da 5ª Região
PJe - Processo Judicial Eletrônico
Consulta Processual
15/03/2018
Número: 0802530-35.2018.4.05.0000
Classe: HABEAS CORPUS
Partes
Tipo Nome
ADVOGADO ANASTACIO JORGE MATOS DE SOUSA MARINHO
IMPETRANTE Marcelo Leal de Lima Oliveira
PACIENTE FRANCISCO DEUSMAR DE QUEIROS
ADVOGADO Marcelo Leal de Lima Oliveira
Documentos
Id. Data/Hora Documento Tipo
10536 14/03/2018 17:15 Habeas Corpus Petição Inicial
626
10536 14/03/2018 17:15 02.1 - EXECUÇÃO Parte1 Documento de Comprovação
627
10536 14/03/2018 17:15 02.2 - EXECUÇÃO Parte2 Documento de Comprovação
628
10536 14/03/2018 17:15 03 - Ato Coator Deusmar Documento de Comprovação
629
10536 14/03/2018 17:15 04 - Deusmar Embargos de Declaração Documento de Comprovação
631
10536 14/03/2018 17:15 05 - ANDAMENTO RESP Documento de Comprovação
633
10536 14/03/2018 17:15 06 - Jurisprudências STF Documento de Comprovação
635
10537 15/03/2018 09:14 Decisão Decisão
072
1/364
EXCELENTÍSSIMO DESEMBARGADOR FEDERAL MANOEL DE OLIVEIRA ERHARDT
HABEAS CORPUS
7.492/86 e 27-C da Lei nº 6.385/76, ocorridos entre os anos de 2000 e 2006. Foi-lhe atribuída a
pena de 15 anos e 10 meses a ser cumprida inicialmente em regime fechado, garantindo-se o direito
de permanecer em liberdade até o trânsito em julgado.
"O Ministério Público Federal requereu, novamente, o início da execução da pena, informando que "o
RESp 1.449.193/CE, que apoiava tal tutela provisória, foi julgado e desprovido". Sobre o pedido do
Ministério Público Federal se manifestou a defesa, ao argumento de que a execução da pena implicaria
em reformatio in pejus, pois o título executivo teria sido expresso em afirmar que a prisão dos
sentenciados deveria ocorrer apenas após o trânsito em julgado da sentença.
2. FUNDAMENTAÇÃO
Não é verdade a alegação da defesa, no sentido de que a sentença teria sido expressa ao afirmar que os
condenados somente poderiam ser presos após o trânsito em julgado. Muito pelo contrário: a sentença
foi explícita em indicar que os réus poderiam apelar em liberdade. Eis o quanto consta da sentença:
Assinado eletronicamente. A Certificação Digital pertence a: Marcelo Leal de Lima Oliveira - Advogado Num. 10536626 - Pág. 2
https://pje.trf5.jus.br/pje/Processo/ConsultaDocumento/listView.seam?nd=18031417115167600000010518727
Número do documento: 18031417115167600000010518727
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89. Quanto ao eventual recurso de apelação, reconheço que, em razão da inexistência de elementos
ensejadores de recolhimento à prisão dos réus, que se encontram soltos, considerando também que, no
transcorrer da instrução, ditos réus não agiram no sentido de dificultar a atividade jurisdicional,
entendo que os mesmos devem apelar em liberdade. (grifei)
A menção ao trânsito em julgado se deu apenas a título de providências finais burocráticas, no sentido de
que, após o trânsito em julgado, deveria ser expedida a respectiva guia de execução.
A propósito, o próprio Ministro Relator que havia concedido a suspensão da presente execução já havia
ponderado:
Sendo assim, ainda que se acolhesse a tese defensiva (no sentido de que o direito ao recurso em liberdade
faria coisa julgada material se não atacado pelo Ministério Público Federal), a qual realmente vem
encontrando algum apoio dentro do Supremo Tribunal Federal, especialmente de Ministros que foram
vencidos no julgamento a respeito da possibilidade de execução provisória da pena, o caso concreto sob
exame não se amolda faticamente à tese, porquanto, repita-se, a sentença apenas assegurou o direito de
apelar em liberdade.
De todo modo, o entendimento deste juízo é no sentido de que a execução provisória da pena configura
poder-dever do magistrado, que deve determiná-la quando constatado o esgotamento das vias ordinárias
de impugnação. Com efeito, é sabido que, ao decidir sobre o direito de recorrer em liberdade, o juiz
analisa apenas a presença ou não dos requisitos para decretação da prisão preventiva - nada dispondo
sobre a execução provisória da pena. Mas a execução provisória em nada se relaciona a prisão
preventiva e deve ser implementada mesmo que ausentes os requisitos da segregação cautelar, já que,
repito, a execução provisória não possui natureza processual ou cautelar, mas sim de execução
propriamente dita, ainda que provisória.
Ademais, não prospera a alegação de que a execução provisória seria "reformatio in pejus".
Ora, não se está alterando em nada o título judicial em desfavor dos réus. O comando condenatório está
sendo executado na exata medida em que proferido. A "reformatio in pejus" somente ocorre quando um
recurso piora a situação do acusado. E o recurso interposto em nada o prejudicou. Muito pelo contrário:
assegurou que o acusado permanecesse solto durante o julgamento da apelação, tendo, portanto,
melhorado a sua situação. Se não tivesse interposto o recurso, a sentença teria sido imediatamente
executada. A "reformatio in pejus" somente ocorre quando o acusado possa afirmar algo como "seria
melhor se eu não tivesse recorrido...". E, no caso presente, o acusado pode dizer isso? Decerto não, pois,
além de ter tido sua pena reduzida, se manteve solto durante o julgamento da apelação.
São, portanto, dois momentos distintos e duas análises diversas: 1) quando profere a sentença, o juiz
verifica se estão ou não presentes os requisitos da prisão preventiva, e decide pela prisão do sentenciado
ou pelo recurso em liberdade; 2) quando determina a execução provisória, o juiz analisa se está esgotada
a via ordinária recursal, e decide pelo início da pena.
No caso sob exame, esgotada está a via recursal ordinária, pois já julgada a apelação do executado, bem
Assinado eletronicamente. A Certificação Digital pertence a: Marcelo Leal de Lima Oliveira - Advogado Num. 10536626 - Pág. 3
https://pje.trf5.jus.br/pje/Processo/ConsultaDocumento/listView.seam?nd=18031417115167600000010518727
Número do documento: 18031417115167600000010518727
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como o próprio recurso especial (este monocraticamente, ainda não transitado
em julgado). Acertado, pois, o início da execução provisória da pena, como determinado pelo juízo da
causa e requerido agora pelo Ministério Público Federal.
3. DISPOSITIVO
Pelo exposto, DEFIRO o pedido formulado pelo Ministério Público Federal e DETERMINO o
prosseguimento desta execução provisória, com início da pena imposta ao executado.
preso onde for encontrado. Após a expedição do mandado de prisão, dê-se ciência ao advogado do
executado, por telefone.
Efetivada a prisão, fica desde já declinada a competência para a Justiça Estadual, devendo a Secretaria
expedir a respectiva guia de execução.
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https://pje.trf5.jus.br/pje/Processo/ConsultaDocumento/listView.seam?nd=18031417115167600000010518727
Número do documento: 18031417115167600000010518727
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1. 12. É que a sentença, título executivo por excelência, foi expressa ao afirmar que
a prisão dos sentenciados deveria ocorrer apenas "após o trânsito em julgado da sentença".
Confira-se:
1. 13. Não
há margem para dúvida.
1. 14.
Conforme se depreende da
leitura do título que se
pretende executar
provisoriamente, a
execução da pena imposta
ao Paciente depende do
seu trânsito em julgado
para ambas as partes.
1. 15. O
Ministério Público
quedou-se inerte,
satisfazendo-se com o título
executivo obtido em todos
os seus termos. Com isso,
ocorreu, apenas para a
acusação, o trânsito em
julgado. Confira-se:
1. 16. Ora,
ainda que se pretenda
executar provisoriamente a
pena, isto só pode ser feito
nos exatos termos da
sentença, que é expressa
em afirmar que a prisão
somente deve se dar após o
trânsito em julgado.
1. 17. A
questão, portanto, não diz
respeito à possibilidade ou
não da prisão ser decretada após a decisão condenatória proferida em segundo grau em jurisdição.
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https://pje.trf5.jus.br/pje/Processo/ConsultaDocumento/listView.seam?nd=18031417115167600000010518727
Número do documento: 18031417115167600000010518727
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1. 18. Na data de ontem, a 2ª Turma do Supremo Tribunal Federal, ao julgar o HC
144.717, referendou esse entendimento!
1. 20. Em que pese o acórdão não tenha sido publicado, o próprio sítio eletrônico
do STF traz a informação:
1. 21. No caso em tela, a alteração do título executivo (sentença), tal como pretende
o Ministério Público, sem que dela tenha recorrido, importaria em flagrante reformatio in pejus.
1. 23. Não tem qualquer procedência o argumento trazido pela autoridade coatora
no sentido de que as "providências finais" seriam meramente burocráticas e que, portanto, não
fariam coisa julgada.
"Este tipo de comando sentencial, com efeito, consta do texto condenatório, em verdade, apenas como
norte para o início de cumprimento de pena, com advento do trânsito em julgado, ou seja, tem por
finalidade guiar o feito após o julgamento definitivo dos recursos".
Assinado eletronicamente. A Certificação Digital pertence a: Marcelo Leal de Lima Oliveira - Advogado Num. 10536626 - Pág. 6
1.
https://pje.trf5.jus.br/pje/Processo/ConsultaDocumento/listView.seam?nd=18031417115167600000010518727
Número do documento: 18031417115167600000010518727
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1. 26. É exatamente disso que se está falando! As "providências finais" são, nada
mais nada menos do que o norte para o início do cumprimento da pena...
1. 27. E é evidente que deste norte não pode haver desvio nem para a esquerda nem
para a direita!
1. 30. Não se trata apenas de considerar se "seria melhor que a defesa não tivesse
recorrido...".
1. 31. Mais do que isso, o nemo reformatio in pejus é uma garantia que dá
sustentação ao princípio do respeito à coisa julgada. Isto é, tem o condão de viabilizar que haja
efetivo respeito à coisa julgada, evitando-se que a situação da defesa venha a ser alterada no meio
do caminho, sem que o órgão acusatório tenha intervindo no momento oportuno.
1. 32. Isto é, tem mais a ver com o não recurso da acusação do que com o recurso
da defesa.
1. 34. Aliás, a própria autoridade coatora reconheceu que esta é a tese que
efetivamente vem sendo aplicada pelo Supremo Tribunal Federal, ainda que a procure desmerecer,
sugerindo que é encampada apenas por Ministros que restaram vencidos quando do julgamento a
respeito da possibilidade da execução provisória da pena em matéria penal.
1. 35. De fato, assim tem decidido, em diversas ocasiões, a nossa Corte Suprema.
Assinado eletronicamente. A Certificação Digital pertence a: Marcelo Leal de Lima Oliveira - Advogado Num. 10536626 - Pág. 7
1.
https://pje.trf5.jus.br/pje/Processo/ConsultaDocumento/listView.seam?nd=18031417115167600000010518727
Número do documento: 18031417115167600000010518727
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1. 36. Muito ao contrário do sugerido pelo Magistrado, a tese é exatamente a
mesma que vem sido acatada pelo STF, pois em todas tratou-se exatamente de hipótese fática
idêntica, em que ao réu é assegurado apelar em liberdade, determinando-se o início da
execução "após o trânsito em julgado".
"Tem-se entendido, nesta Suprema Corte, que, em situações como a ora em exame, em que o Ministério
Público sequer se insurgiu contra o pronunciamento do órgão judiciário "a quo" que garantiu ao
paciente o direito de recorrer em liberdade, não pode o Tribunal de superior jurisdição suprimir esse
benefício, em detrimento do condenado, sob pena de ofensa à cláusula final inscrita no art. 617 do
Código de Processo Penal:
"() POSSÍVEL OFENSA AO PRINCÍPIO QUE VEDA A 'REFORMATIO IN PEJUS' (CPP, ART. 617, 'in
fine'), POIS O TRIBUNAL DE INFERIOR JURISDIÇÃO ORDENOU QUE SE PROCEDESSE, EM
PRIMEIRO GRAU, À IMEDIATA EXECUÇÃO ANTECIPADA DA PENA, NÃO OBSTANTE ESSE
COMANDO HOUVESSE SIDO DETERMINADO EM RECURSO EXCLUSIVO DO RÉU CONDENADO,
A QUEM SE ASSEGURARA, NO ENTANTO, EM MOMENTO ANTERIOR, SEM IMPUGNAÇÃO
RECURSAL DO MINISTÉRIO PÚBLICO, O DIREITO DE AGUARDAR EM LIBERDADE A
CONCLUSÃO DO PROCESSO. ()." (HC 147.452/MG, Rel. Min. CELSO DE MELLO)"
"(...)
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Número do documento: 18031417115167600000010518727
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1. 39. Da mesma forma, os seguintes julgados: HC 135.951-MC/DF, Rel. Min.
RICARDO LEWANDOWSKI - HC 142.012-MC/DF, Rel. Min. RICARDO LEWANDOWSKI -
HC 142.017-MC/DF, Rel. Min. RICARDO LEWANDOWSKI - HC 147.428-MC/MG, Rel. Min.
CELSO DE MELLO - HC 148.122-MC/MG, Rel. Min. CELSO DE MELLO - HC 153.431/SP,
Rel. Min. CELSO DE MELLO.
1. 41. O primeiro salta aos olhos por todos os fundamentos acima elencados e que
demonstram claramente a violação ao princípio do non reformatio in pejus.
1. 42. O perigo da demora, por sua vez, se torna evidente frente à ordem de prisão
em desfavor do Paciente, sendo desnecessária uma descrição pormenorizada do dano de impossível
reparação que a prisão representa na vida de quem vem a ser encarcerado.
IV - DO PEDIDO
1. 43. Ante o exposto, requer seja concedida liminar para obstar o início da
execução da pena do Paciente antes do trânsito em julgado, em flagrante violação do princípio do
non reformatio in pejus, expedindo-se o competente contra-mandado de prisão ou, se já houver sido
cumprida, o necessário alvará de soltura.
P. deferimento.
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https://pje.trf5.jus.br/pje/Processo/ConsultaDocumento/listView.seam?nd=18031417115167600000010518727
Número do documento: 18031417115167600000010518727
10/364
Marcelo Leal de Lima Oliveira
OAB/DF 21.932
OAB/CE 15.095
OAB/SP 329.034
OAB/CE 16.386
OAB/CE 8.502
Assinado eletronicamente. A Certificação Digital pertence a: Marcelo Leal de Lima Oliveira - Advogado Num. 10536626 - Pág. 10
https://pje.trf5.jus.br/pje/Processo/ConsultaDocumento/listView.seam?nd=18031417115167600000010518727
Número do documento: 18031417115167600000010518727
11/364
INTEIRO TEOR DA EXECUÇÃO
PROVISÓRIA Nº 0805802-55.2016.4.05.8100
Assinado eletronicamente. A Certificação Digital pertence a: Marcelo Leal de Lima Oliveira - Advogado Num. 10536627 - Pág. 1
https://pje.trf5.jus.br/pje/Processo/ConsultaDocumento/listView.seam?nd=18031417122157300000010518728
Número do documento: 18031417122157300000010518728
12/364
Tribunal Regional Federal da 5ª Região
PJe - Processo Judicial Eletrônico
Consulta Processual
14/03/2018
Número: 0805802-55.2016.4.05.8100
Classe: EXECUÇÃO PROVISÓRIA
Partes
Tipo Nome
CONDENADO FRANCISCO DEUSMAR DE QUEIROS
ADVOGADO ANASTACIO JORGE MATOS DE SOUSA MARINHO
EXEQUENTE MINISTÉRIO PÚBLICO FEDERAL
Documentos
Id. Data/Hora Documento Tipo
4058100.1463935 21/06/2016 TERMO DE AUTUAÇÃO Petição Inicial
15:25
4058100.1463936 21/06/2016 0012628-43.2010.4.05.8100 - FRANCISCO Documento de Comprovação
15:25 DEUSMAR DE QUEIRÓS - Parte 1
4058100.1463937 21/06/2016 0012628-43.2010.4.05.8100 - FRANCISCO Documento de Comprovação
15:25 DEUSMAR DE QUEIRÓS - Parte 2
4058100.1463938 21/06/2016 0012628-43.2010.4.05.8100 - FRANCISCO Documento de Comprovação
15:25 DEUSMAR DE QUEIRÓS - Parte 3
4058100.1463947 21/06/2016 Certidão de Distribuição Certidão
15:25
4058100.1480467 28/06/2016 Manifestação Contestação
14:31
4058100.1480469 28/06/2016 Petição - Vara de Execução - DEUSMAR - Documento de Comprovação
14:31 aguardar o trânsito em julgado
4058100.1641793 27/08/2016 Despacho Despacho
01:59
4058100.1641794 27/08/2016 Intimação Expediente
01:59
4058100.1660887 02/09/2016 Certidão de Intimação Certidão de Intimação
14:58
4058100.1698256 19/09/2016 Cota nº 18127/2016 - MPF Cota
18:45
4058100.1792913 20/10/2016 Execução Penal Execução / Cumprimento de
13:43 Sentença
4058100.1792914 20/10/2016 PET 21032 execucao penal 0805802- Documento de Comprovação
13:43 55.2016.4.05.8100
4058100.1813428 27/10/2016 Petição de Retificação Petição
10:42
4058100.1813429 27/10/2016 PRO 21536 retificacao execucao penal Documento de Comprovação
10:42 0805802-55.2016.4.05.8100
4058100.1941566 12/12/2016 Petição comunicando decisão STJ Petição (3º Interessado)
14:23
4058100.1941567 12/12/2016 Deusmar - Comunicando decisão STJ Documento de Comprovação
14:23
4058100.1941570 12/12/2016 Decisão STJ Documento de Comprovação
14:23
4058100.1941575 12/12/2016 Decisão STJ - publicação Documento de Comprovação
14:23
4058100.1958376 16/12/2016 Telegrama STJ Certidão
14:17
4058100.1958377 16/12/2016 TELEGRAMA STJ 5T 43228-2016 Documento de Comprovação
14:17
4058100.2089618 17/02/2017 Decisão Decisão
14:57
4058100.2224141 29/03/2017 Inspeção Despacho Inspeção
17:05
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4058100.3117660 18/12/2017 Intimação Expediente
14:59
4058100.3118300 18/12/2017 ANDAMENTO PROCESSUAL - PEDIDO DE Certidão
15:46 TUTELA PROVISORIA E RESP
4058100.3118301 18/12/2017 CONSULTA PROCESSUAL - STJ - PEDIDO DE Documento de Comprovação
15:46 TUTELA PROVISÓRIA
4058100.3118305 18/12/2017 CONSULTA PROCESSUAL - STJ - REsp Documento de Comprovação
15:46
4058100.3119782 18/12/2017 Petição Petição
18:32
4058100.3120491 19/12/2017 Certidão de Retificação de Autuação Certidão de retificação de autuação
00:00
4058100.3139891 28/12/2017 Certidão de Intimação Certidão de Intimação
00:01
4058100.3139892 28/12/2017 Certidão de Intimação Certidão de Intimação
00:01
4058100.3367801 02/03/2018 Inspeção Despacho Inspeção
12:14
4058100.3386518 07/03/2018 Juntada - Malote Digital com Telegrama STJ Certidão
12:06
4058100.3386519 07/03/2018 DECISÃO MONOCRÁTICA NO PEDIDO DE Documento de Comprovação
12:06 TUTELA PROVISÓRIA
4058100.3402567 12/03/2018 PEDIDO DE EXECUÇÃO Promoção
10:43
4058100.3402568 12/03/2018 PRO 04436 execucao provisoria PM 0805802- Documento de Comprovação
10:43 55.2016.4.05.8100
4058100.3402573 12/03/2018 tp 38 cassacao Documento de Comprovação
10:43
4058100.3402583 12/03/2018 RESP 1449193 Documento de Comprovação
10:43
4058100.3406913 12/03/2018 Manifestação Manifestação
17:17
4058100.3406914 12/03/2018 Deusmar petição violação ao pincípio do non Documento de Comprovação
17:17 reformatio in pejus execução provisória
garimpagem
4058100.3406916 12/03/2018 decisão HC 152.794-SP Documento de Comprovação
17:17
4058100.3417179 14/03/2018 Pedido de reconsideração Pedido de reconsideração
16:12
4058100.3417185 14/03/2018 Deusmar Petição Infomando Decisão STF1 (3) Documento de Comprovação
16:12
4058100.3417226 14/03/2018 Supremo Tribunal Federal - notícia Documento de Comprovação
16:12
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TERMO DE AUTUAÇÃO
Nº PROCESSO
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Processo: 0805802-55.2016.4.05.8100
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Número do documento: 18031417122157300000010518728
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Processo: 0805802-55.2016.4.05.8100
Assinado eletronicamente por:
Assinado eletronicamente.
FABIO MAGALHAES A Certificação Digital pertence
RODRIGUES a: Cadastrador
- Servidor Marcelo Leal de Lima Oliveira - Advogado Num. 10536627 - Pág. 180
16062115242110700000001464932
Data e hora da assinatura: 21/06/2016 15:25:03
https://pje.trf5.jus.br/pje/Processo/ConsultaDocumento/listView.seam?nd=18031417122157300000010518728
Identificador:
Número do documento: 4058100.1463938
18031417122157300000010518728
Para conferência da autenticidade do documento: https://pje.jfce.jus.br/pje/Processo/ConsultaDocumento/listView.seam 191/364
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TRIBUNAL REGIONAL FEDERAL 5ª REGIÃO
12ª VARA FEDERAL DA SEÇÃO JUDICIÁRIA DO CEARÁ
PROCESSO Nº: 0805802-55.2016.4.05.8100
CLASSE: EXECUÇÃO DA PENA
EXEQUENTE: MINISTÉRIO PÚBLICO FEDERAL
EXECUTADO: FRANCISCO DEUSMAR DE QUEIROS
Certidão de Distribuição
Assinado eletronicamente. A Certificação Digital pertence a: Marcelo Leal de Lima Oliveira - Advogado Num. 10536627 - Pág. 181
https://pje.trf5.jus.br/pje/Processo/ConsultaDocumento/listView.seam?nd=18031417122157300000010518728
Número do documento: 18031417122157300000010518728
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Manifestação.
Processo: 0805802-55.2016.4.05.8100
Assinado eletronicamente por:
Assinado eletronicamente.
ANASTACIO JORGE A Certificação
MATOS Digital pertence
DE SOUSA a: Marcelo- Advogado
MARINHO Leal de Lima Oliveira - Advogado Num. 10536627 - Pág. 182
16062814281325300000001481475
Data e hora da assinatura: 28/06/2016 14:31:32
https://pje.trf5.jus.br/pje/Processo/ConsultaDocumento/listView.seam?nd=18031417122157300000010518728
Identificador:
Número do documento: 4058100.1480467
18031417122157300000010518728
Para conferência da autenticidade do documento: https://pje.jfce.jus.br/pje/Processo/ConsultaDocumento/listView.seam 193/364
1/1
EXCELENTÍSSIMO(A) SENHOR(A) JUIZ(A) FEDERAL DA 12ª VARA DA SEÇÃO
JUDICIÁRIA DO ESTADO DO CEARÁ.
PROCESSO Nº 0805802-55.2016.4.05.8100
EXEQUENTE: MINISTÉRIO PÚBLICO FEDERAL
EXECUTADO: FRANCISCO DEUSMAR DE QUEIRÓS
1. O Requerente foi condenado pela prática dos crimes previstos nos artigos
7º, IV, da Lei nº 7.492/86 e 27-C da Lei nº 6.385/76, supostamente praticados entre os
anos de 2000 e 2006.
Assinado eletronicamente. A Certificação Digital pertence a: Marcelo Leal de Lima Oliveira - Advogado Num. 10536627 - Pág. 183
https://pje.trf5.jus.br/pje/Processo/ConsultaDocumento/listView.seam?nd=18031417122157300000010518728
Número do documento: 18031417122157300000010518728
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4. Ante a evidente violação a normas federais, o recurso foi admitido, sendo
autuado, no Superior Tribunal de Justiça, como REsp nº 1.449.193/CE, sob a relatoria do
Min. FÉLIX FISCHER.
7. Inicialmente, salta aos olhos a que o juiz da 11ª Vara não mais possuía
competência para proferir decisão no presente processo, muito menos determinar ou
sugerir o cumprimento antecipado da pena.
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https://pje.trf5.jus.br/pje/Processo/ConsultaDocumento/listView.seam?nd=18031417122157300000010518728
Número do documento: 18031417122157300000010518728
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8. É o que sobressai, com clareza solar, do artigo 34, inciso III do Regimento
Interno do Superior Tribunal de Justiça:
12. É que a própria sentença, título executivo, foi expresso em afirmar que a
execução da pena deveria ocorrer “após o transito em julgado”. Confira-se:
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https://pje.trf5.jus.br/pje/Processo/ConsultaDocumento/listView.seam?nd=18031417122157300000010518728
Número do documento: 18031417122157300000010518728
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13. Na realidade, conforme se depreende de sua leitura, além de determinar
que a prisão do Peticionante somente deveria ocorrer após o transito em julgado, a
sentença chegou a reconhecer inexistirem elementos ensejadores da prisão cautelar.
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Número do documento: 18031417122157300000010518728
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16. Ora, ainda que se pretenda executar provisoriamente a pena, a execução
está adstrita aos exatos termos da sentença e esta é expressa em afirmar que a prisão
somente deve dar-se após o trânsito em julgado.
18. No caso em tela, existe uma questão anterior a ser discutida, que
prescinde da análise da decisão proferida pelo Supremo Tribunal Federal. É que, no caso
específico, a alteração do título executivo (sentença), sem recurso manejado pelo
Ministério Público, importaria em flagrante reformatio in pejus.
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Número do documento: 18031417122157300000010518728
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20. Nem se venha argumentar que o Ministério Público não teria recorrido em
face do então entendimento do Supremo Tribunal Federal. Tanto como hoje, a decisão
que orientava aquela Corte havia sido proferida no HC 84.078 da Relatoria do Ministro
EROS GRAU, sem força vinculante.
22. Mas não é só. A ausência de pedido do Ministério Público também deixa
às claras outra flagrante violação ao sistema acusatório e aos princípios da iniciativa das
partes e do impulso oficial.
Art. 24. Nos crimes de ação pública, esta será promovida por denúncia
do Ministério Público, mas dependerá, quando a lei o exigir, de requisição
do Ministro da Justiça, ou de representação do ofendido ou de quem tiver
qualidade para representá-lo.
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27. Neste sentido esclarece WLADIMIR ARAS1:
28. Por força destes princípios, não poderia o juiz de primeiro grau, sem
provocação do Ministério Público, decretar a prisão do Réu, sob pena de incorrer em
indevida e execrável reformatio in pejus.
1
ARAS, Wladimir. Princípios do processo penal. https://jus.com.br/artigos/2416/principios-do-processo-
penal.
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EXECUÇÃO DA PENA APÓS O TRÂNSITO EM JULGADO.
RESIGNAÇÃO DO PARQUET A QUO. COAÇÃO ILEGAL
EVIDENCIADA. ORDEM CONCEDIDA. CO-RÉU NÃO-PACIENTE QUE
SE ENCONTRA EM SITUAÇÃO FÁTICO-PROCESSUAL IDÊNTICA.
EXTENSÃO DA DECISÃO QUE SE IMPÕE (ART. 580 DO CPP).
1. Caracteriza constrangimento ilegal a determinação do início da
execução da sanção por ocasião do julgamento de apelação
criminal, se a sentença condenatória condicionou a prisão do
paciente apenas após o trânsito em julgado da decisão repressiva e
se, quanto a este aspecto, não houve recurso do Ministério Público e
o decisum encontra-se sub judice, ante o ajuizamento de recursos
especial e extraordinário.
2. Ordem concedida para garantir ao paciente o direito de permanecer em
liberdade até o trânsito em julgado da sentença condenatória,
estendendo-se os efeitos desta decisão ao co-réu não-paciente, ex vi do
disposto no art. 580 do CPP. (HC 106005 / SP, Relator: Ministro JORGE
MUSSI DJe 02/02/2009)
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31. O título executivo transitado em julgado – e especialmente a sua parte
dispositiva – caracterizam uma garantia do réu, da qual não se pode, em hipótese
alguma, abrir mão.
32. Desde que foi noticiado o julgamento do HC 126.292 pelo STF, quando o
acórdão ainda não havia sido sequer publicado, começaram a pulular pelo País diversas
decisões determinando a prisão indiscriminada a partir de acórdão condenatório de
segundo grau, como se a Corte Suprema tivesse determinado o cumprimento provisório
da pena sempre que um tribunal decidisse pela condenação, independentemente de
requisitos de cautelaridade.
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HC 84.078 da Relatoria do Ministro EROS GRAU em 2009, entendendo pela
possibilidade de prisão após decisão de segundo grau, desde que esta decisão fosse
devidamente fundamentada.
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39. Este era, exatamente, o entendimento do Superior Tribunal de Justiça
antes da primeira mudança de entendimento do STF no julgamento do HC 84.078 em
2009.
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motivos que justificariam a execução da pena antes do trânsito em
julgado da condenação.
4. Ordem concedida para determinar que o paciente permaneça em
liberdade até o trânsito em julgado, salvo expedição de mandado de
prisão devidamente fundamentado.
(HC 47.314/SP, Rel. Ministro HÉLIO QUAGLIA BARBOSA, SEXTA
TURMA, julgado em 28/03/2006, DJ 15/05/2006, p. 297)
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PENAL. HABEAS CORPUS SUBSTITUTIVO DE RECURSO PRÓPRIO.
INADEQUAÇÃO. TRÁFICO INTERNACIONAL DE DROGAS. REGIME
PRISIONAL MAIS GRAVOSO (FECHADO). PENA INFERIOR A 8 ANOS.
NATUREZA E QUANTIDADE DE DROGAS. FUNDAMENTAÇÃO
SUFICIENTE. PRISÃO CAUTELAR. DECRETAÇÃO EM SEGUNDA
INSTÂNCIA. POSSIBILIDADE. FUNDAMENTAÇÃO IDÔNEA. GARANTIA
DA APLICAÇÃO DA LEI PENAL. RÉ ESTRANGEIRA. ORDEM NÃO
CONHECIDA.
1. Esta Corte e o Supremo Tribunal Federal pacificaram orientação no
sentido de que não cabe habeas corpus substitutivo do recurso
legalmente previsto para a hipótese, impondo-se o não conhecimento da
impetração, salvo quando constatada a existência de flagrante ilegalidade
no ato judicial impugnado.
2. A obrigatoriedade do regime inicial fechado aos sentenciados por
crimes hediondos e a eles equiparados não mais subsiste, diante da
declaração de inconstitucionalidade, incidenter tantum, do disposto no §
1º do art. 2º da Lei n. 8.072/1990, pelo Supremo Tribunal Federal, no
julgamento do HC 111.840/ES.
3. A jurisprudência desta Corte é no sentido de que, embora a paciente
seja primária e a pena tenha sido estabelecida em 4 anos e 8 meses de
reclusão, não se mostra ilegal a imposição do regime mais severo com
fundamento na natureza e na expressiva quantidade de droga
apreendida, uma vez que tais circunstâncias foram elencadas pelo
próprio legislador como prevalecentes, nos termos do art. 33, § 3º, do
Código Penal, c/c o art. 42 da Lei n. 11.343/2006.
4. In casu, o Tribunal a quo sopesou a quantidade e a natureza da droga
apreendida - 2.398 (duas mil, trezentos e noventa e oito) gramas de
cocaína - na escolha do regime prisional fechado, em consonância com
as diretrizes estabelecidas nos arts. 33 e 59 do Código Penal e 42 da Lei
de Drogas.
5. O Plenário do Supremo Tribunal Federal, no julgamento do
Habeas Corpus 126.292/SP, entendeu que a possibilidade de início
da execução da pena condenatória após a confirmação da sentença
em segundo grau não ofende o princípio constitucional da
presunção da inocência. Para o relator do caso, Ministro Teori
Zavascki, a manutenção da sentença penal pela segunda instância
encerra a análise de fatos e provas que assentaram a culpa do
condenado, o que autoriza o início da execução da pena.
6. A segregação cautelar é medida excepcional, mesmo no tocante
ao crime de tráfico de entorpecentes. O decreto de prisão processual
exige a especificação de que a segregação atende a pelo menos um
dos requisitos do art. 312 do Código de Processo Penal, sendo certo
que a proibição abstrata da liberdade provisória também se mostra
incompatível com a presunção de inocência, para não antecipar a
reprimenda a ser cumprida no caso de uma possível condenação.
7. Hipótese em que o Tribunal Regional pautou a prisão cautelar na
necessidade de garantia da aplicação da lei penal, uma vez que se trata
de paciente estrangeira, sem qualquer vínculo com o país, em
conformidade com a jurisprudência desta Corte. Precedentes.
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8. Ordem não conhecida.
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51. Foi como decidiu no julgamento do HC 89.952, julgado em 15 de maio de
2007:
“HABEAS CORPUS. AUSÊNCIA DE TRÂNSITO EM JULGADO DA
SENTENÇA CONDENATÓRIA. AGRAVO DE INSTRUMENTO DE
DECISÃO QUE NÃO ADMITE RECURSO ESPECIAL PENDENTE.
EXECUÇÃO PROVISÓRIA. ANÁLISE DO CASO CONCRETO.
PACIENTE QUE PERMANECEU SOLTO. RECURSO EXCLUSIVO DA
DEFESA. RAZOABILIDADE. ORDEM CONCEDIDA. 1. Até que o Plenário
do Supremo Tribunal Federal decida de modo contrário, prevalece o
entendimento de que é constitucional a execução provisória da pena,
ainda que sem o trânsito em julgado e com recurso especial pendente. 2.
Até pronunciamento definitivo da Corte, a análise sobre a existência de
constrangimento ilegal deve ser feita em cada caso concreto. 3. No caso
em exame, o paciente permaneceu solto desde a instrução até o
momento, além de possuir residência certa. 4. Decreto de prisão que
não é razoável no contexto. 5. Ordem concedida.
(HC 89952, Relator(a): Min. JOAQUIM BARBOSA, Segunda Turma,
julgado em 15/05/2007, DJe-047 DIVULG 28-06-2007 PUBLIC 29-06-
2007 DJ 29-06-2007 PP-00144 EMENT VOL-02282-06 PP-01209)
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54. No caso em tela, a ordem de prisão seria expedida sem qualquer
fundamento de cautelaridade, baseada apenas e tão somente na crença de que a decisão
do STF no HC 126.292, determinaria a execução indiscriminada da pena privativa de
liberdade após o julgamento de segundo grau, o que, como visto, não é verdade.
58. Com esta alteração legislativa o referido dispositivo legal passou a ter a
seguinte redação:
Art. 283. Ninguém poderá ser preso senão em flagrante delito ou por
ordem escrita e fundamentada da autoridade judiciária competente, em
decorrência de sentença condenatória transitada em julgado ou, no curso
da investigação ou do processo, em virtude de prisão temporária ou
prisão preventiva.
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Constituição Federal Código de Processo Penal
Art. 5º Art. 283
LVII - ninguém será considerado culpado até o Ninguém poderá ser preso senão em flagrante
trânsito em julgado de sentença penal delito ou por ordem escrita e fundamentada da
condenatória; autoridade judiciária competente, em decorrência de
LXI - ninguém será preso senão em flagrante sentença condenatória transitada em julgado ou,
delito ou por ordem escrita e fundamentada de no curso da investigação ou do processo, em
autoridade judiciária competente, salvo nos casos virtude de prisão temporária ou prisão preventiva.
de transgressão militar ou crime propriamente
militar, definidos em lei;
60. Significa dizer que para que o art. 283 não seja aplicado em sua
literalidade é necessário que a matéria seja julgada em sede de arguição de
inconstitucionalidade.
Art. 97. Somente pelo voto da maioria absoluta de seus membros ou dos
membros do respectivo órgão especial poderão os tribunais declarar a
inconstitucionalidade de lei ou ato normativo do Poder Público.
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64. Neste sentido, aliás, dispôs de maneira expressa o novo Código de
Processo Civil, aplicável supletivamente ao caso em questão, ao estabelecer em seus
artigos 948 a 950 que:
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VII - DOS EFEITOS PROSPECTIVOS DA DECISÃO DO SUPREMO TRIBUNAL
FEDERAL
67. Um dos grandes equívocos do juízo da 11ª Vara é que sua determinação
de formar novos autos para executar a pena parece dar efeito de precedente à decisão
proferida pelo Supremo Tribunal Federal em caso isolado, sem análise de sua dimensão
qualitativa e funcional.
68. Isto porque nem toda decisão judicial pode ser vista como um precedente.
Apenas aquelas “dotadas de potencialidade de se firmar como paradigma para a
orientação dos jurisdicionados e magistrados”2,podem ser assim consideradas.
69. Para que isto ocorra, é necessário que a decisão não se limite a analisar
a interpretação do texto legal ou constitucional, mas é necessário que “a decisão enfrente
todos os principais argumentos relacionados à questão de direito posta na moldura do
caso concreto, até porque os contornos de um precedente podem surgir a partir da
análise de vários casos, ou melhor, mediante uma construção da solução judicial da
questão de direito que passa por diversos casos.”3
70. A decisão proferida no HC 126.292, por sua vez, foi adotada em um caso
isolado e colheu a comunidade jurídica de surpresa, não tendo sido realizado os grandes
debates sobre o tema.
2
MARINONI, Luiz Guilherme. Precedentes obrigatórios. 4ª Ed. São Paulo: Revista dos Tribunais, 2016, p.
155.
3
Idem.
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magistrados por todo País, forçoso é se aplicar a ela, também, os efeitos da
irretroatividade da lei penal.
4
O termo "sunbursting" surgiu de um caso julgado pela Suprema Corte dos EUA em 1932, no caso Great
Northern Railway Company v. Sunburst Oil and Refining Company. Sunburst, empresa expedidora,
processou a Great Northern para reaver desta cobrança por taxas excessivas, o que ocorreu, com base em
uma lei da Suprema Corte do Estado de Montana, em 1921. Quando o caso chegou à Corte Superior de
Montana, o Tribunal superou a decisão proferida em 1921 por ele mesmo, mas limitando a aplicação a
casos futuros. (http://www.estudodirecionado.com/2013/09/prospective-overruling-distinguishing-e.html)
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78. Na ocasião, entendeu-se que a nova interpretação apenas poderia ser
aplicada para casos futuros já que não seria possível antever a mudança do
entendimento jurisprudencial. Confira-se:
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VIII - DA PLAUSIBILIDADE DE EVENTUAL RECURSO ESPECIAL
84. Em outras palavras, o Acusado foi condenado por imputações das quais
jamais lhes foi oportunizado o direito de defesa.
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85. Ainda que superada a violação acima descrita, o Recurso Especial
demonstra que, acaso se entenda válida mutatio libeli realizada em sede de apelação,
com a devida vênia, equivocou-se o Tribunal quanto à correta capitulação dos fatos.
89. Por fim, o recurso também discute matéria referente à dosimetria da pena
a partir da inexistência de individualização da pena, bem como da improcedência dos
fundamentos utilizados para considerar as circunstâncias judiciais como negativas,
exasperando, assim, a pena base imposta. O que importa em violação aos arts. 59, 68 e
71, todos do Código Penal, cujo reconhecimento da procedência argumentativa poderia
conduzir ao regime aberto para o inicial de cumprimento de pena do Réu.
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91. Por tudo o quanto exposto, demonstrada a plausibilidade do Recurso
Especial, afigura-se desmedida, ilícita e desnecessária a execução provisória da pena na
pendencia de julgamento de recurso que pode absolvê-lo.
IX - DO PEDIDO
P. deferimento.
Fortaleza, 27 de junho de 2016.
Processo: 0805802-55.2016.4.05.8100
Assinado eletronicamente por:
Assinado eletronicamente.
ANASTACIO JORGE A Certificação
MATOS Digital pertence
DE SOUSA a: Marcelo- Advogado
MARINHO Leal de Lima Oliveira - Advogado Num. 10536627 - Pág. 206
16062814292340300000001481477
Data e hora da assinatura: 28/06/2016 14:31:32
https://pje.trf5.jus.br/pje/Processo/ConsultaDocumento/listView.seam?nd=18031417122157300000010518728
Identificador:
Número do documento: 4058100.1480469
18031417122157300000010518728
Para conferência da autenticidade do documento: https://pje.jfce.jus.br/pje/Processo/ConsultaDocumento/listView.seam 217/364
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Ante a respeitável decisão exarada pelo juízo da 11ª Vara Federal do Ceará nos autos da ação penal, que
determinou a formação de processo de execução penal em face do réu, com fundamento no que foi
decidido pelo STF no HC 126.292, intime-se o MPF para, no prazo de 10 dias, requerer o que entender de
direito, bem como para se manifestar sobre a petição apresentada pela defesa do executado.
Processo: 0805802-55.2016.4.05.8100
Assinado eletronicamente por:
Assinado eletronicamente.
GUSTAVO HENRIQUEA Certificação Digital pertence
TEIXEIRA a: Marcelo
DE OLIVEIRA Leal de Lima Oliveira - Advogado
- Magistrado Num. 10536627 - Pág. 207
16082701591162000000001642860
Data e hora da assinatura: 27/08/2016 01:59:11
https://pje.trf5.jus.br/pje/Processo/ConsultaDocumento/listView.seam?nd=18031417122157300000010518728
Identificador:
Número do documento: 4058100.1641793
18031417122157300000010518728
Para conferência da autenticidade do documento: https://pje.jfce.jus.br/pje/Processo/ConsultaDocumento/listView.seam 218/364
1/1
Ante a respeitável decisão exarada pelo juízo da 11ª Vara Federal do Ceará nos autos da ação penal, que
determinou a formação de processo de execução penal em face do réu, com fundamento no que foi
decidido pelo STF no HC 126.292, intime-se o MPF para, no prazo de 10 dias, requerer o que entender de
direito, bem como para se manifestar sobre a petição apresentada pela defesa do executado.
Processo: 0805802-55.2016.4.05.8100
Assinado eletronicamente por:
Assinado eletronicamente.
GUSTAVO HENRIQUEA Certificação Digital pertence
TEIXEIRA a: Marcelo
DE OLIVEIRA Leal de Lima Oliveira - Advogado
- Magistrado Num. 10536627 - Pág. 208
16082701591194500000001642861
Data e hora da assinatura: 27/08/2016 01:59:12
https://pje.trf5.jus.br/pje/Processo/ConsultaDocumento/listView.seam?nd=18031417122157300000010518728
Identificador:
Número do documento: 4058100.1641794
18031417122157300000010518728
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TRIBUNAL REGIONAL FEDERAL DA 5ª REGIÃO
12º VARA DA SEÇÃO JUDICIÁRIA DO CEARÁ
PROCESSO: 0805802-55.2016.4.05.8100 - EXECUÇÃO DA PENA
Outros participantes
Sem registros
CERTIDÃO
CERTIFICO que, em 02/09/2016 14:58, o(a) MINISTÉRIO PÚBLICO FEDERAL foi intimado(a) acerca
de Despacho registrado em 27/08/2016 01:59 nos autos judiciais eletrônicos especificados na epígrafe.
1 - Esta Certidão é válida para todos os efeitos legais, havendo sido expedida através do Sistema Processo
Judicial Eletrônico - PJe.
3 - Esta Certidão foi emitida gratuitamente em 02/09/2016 14:58 - Seção Judiciária do Ceará.
Assinado eletronicamente. A Certificação Digital pertence a: Marcelo Leal de Lima Oliveira - Advogado Num. 10536627 - Pág. 209
https://pje.trf5.jus.br/pje/Processo/ConsultaDocumento/listView.seam?nd=18031417122157300000010518728
Número do documento: 18031417122157300000010518728
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MINISTÉRIO PÚBLICO FEDERAL
Cota nº 18127/2016/MPF/PRCE/AT
Com vista dos autos, este Ministério Público Federal requer que Vossa Excelência determine a
expedição da Carta de Guia e do competente mandado de prisão, a fim de que seja dado início ao cumprimento da pena privativa
de liberdade a que foi condenad o o ré u FRANCISCO DEUSMAR DE QUEIRÓS , em conformidade com a r. sentença
constante destes mesmos autos.
Assinado eletronicamente. A Certificação Digital pertence a: Marcelo Leal de Lima Oliveira - Advogado Num. 10536627 - Pág. 210
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Número do documento: 18031417122157300000010518728
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Termos em que,
Pede deferimento.
Procurador da República
Processo: 0805802-55.2016.4.05.8100
Assinado eletronicamente por:
Assinado eletronicamente. A Certificação
ANASTACIO NOBREGA DigitalJUNIOR
TAHIM pertence- Procurador
a: Marcelo Leal de Lima Oliveira - Advogado Num. 10536627 - Pág. 211
16091613143501600000001699358
Data e hora da assinatura: 19/09/2016 18:45:18
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(nove) anos e 02 (dois) meses de reclusão, além de 250 (duzentos e cinquenta) dias-multa,
correspondendo cada dia multa a 10 (dez) salários mínimos vigentes à época dos fatos”.
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Art. 668. A execução, onde não houver juiz especial, incumbirá ao juiz
da sentença, ou, se a decisão for do Tribunal do Júri, ao seu presidente.
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Desse modo, não visualizo qualquer vício pelo fato do Juízo da 11ª
Vara Federal haver encaminhado as cópias das peças processuais indispensáveis à execução
provisória, cujo processamento, ainda não resultante em ordem de prisão, cabe ao Juízo da
Execução Penal da Seção Judiciária do Ceará.
Mas isso não impede, sequer de longe, que a sentença venha a ser
executada provisoriamente.
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Nessas condições, diante desse quadro, resta claro que a prisão para execução
provisória difere, por sua própria natureza e finalidade, da prisão preventiva ou de qualquer
outra modalidade de prisão cautelar, resultando tão somente do esgotamento das vias
ordinárias.
Foi essa a lógica da decisão do STF no HC 126.292/SP.
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f) Pedido
Ante tais circunstâncias, requer o MPF seja iniciada a execução da
definitiva da pena restritiva de liberdade de 05 (cinco) anos de reclusão e 200 (duzentos
dias-multa) imposta ao réu FRANCISCO DEUSMAR DE QUEIROS em regime
semiaberto, com a adoção das seguintes providências:
10
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Aguarda deferimento.
Fortaleza/CE, 20 de outubro de 2016.
11
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11/11
MM Juiz Federal,
Márcio Torres
PR/CE
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Número do documento: 18031417122157300000010518728
236/364
1/2
MINISTÉRIO PÚBLICO FEDERAL
Procuradoria da República no Estado do Ceará
Processo: 0805802-55.2016.4.05.8100
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18031417122157300000010518728
Para conferência da autenticidade do documento: https://pje.jfce.jus.br/pje/Processo/ConsultaDocumento/listView.seam 237/364
2/2
EXCELENTÍSSIMO SENHOR JUIZ FEDERAL DA 12ª VARA DA SEÇÃO JUDICIÁRIA DO
ESTADO DO CEARÁ.
PROCESSO Nº 0805802-55.2016.4.05.8100
(...)
Assim, temerária seria a deflagração ante tempus de eventual execução provisória antes do julgamento do
mérito do Recurso Especial interposto, razão pela qual defiro a liminar para sustar o início da execução
provisória da pena até ulterior julgamento final do presente pedido de tutela provisória.
legal.
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238/364
1/2
P. e I.
Relator
Assim, em atendimento à supracitada decisão emanada da Corte Superior de Justiça, requer-se que V.
Exa. digne-se de se abster de proferir ou expedir qualquer ato ou ordem prisional em desfavor do Réu,
garantindo-lhe o direito de responder ao processo em liberdade, até o trânsito em julgado do feito .
Por fim, requer sejam as publicações alusivas ao presente feito realizadas exclusivamente em nome do
advogado ANASTÁCIO MARINHO , inscrito na OAB/CE nº 8.502, sob pena de nulidade.
P. deferimento.
Processo: 0805802-55.2016.4.05.8100
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ANASTACIO JORGE A Certificação
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18031417122157300000010518728
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2/2
EXCELENTÍSSIMO SENHOR JUIZ FEDERAL DA 12ª VARA DA SEÇÃO JUDICIÁRIA
DO ESTADO DO CEARÁ.
PROCESSO Nº 0805802-55.2016.4.05.8100
EXEQUENTE: MINISTÉRIO PÚBLICO FEDERAL
EXECUTADO: FRANCISCO DEUSMAR DE QUEIRÓS
P. e I.
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https://pje.trf5.jus.br/pje/Processo/ConsultaDocumento/listView.seam?nd=18031417122157300000010518728
Número do documento: 18031417122157300000010518728
240/364
1/2
Assim, em atendimento à supracitada decisão emanada da Corte
Superior de Justiça, requer-se que V. Exa. digne-se de se abster de proferir ou expedir
qualquer ato ou ordem prisional em desfavor do Réu, garantindo-lhe o direito de
responder ao processo em liberdade, até o trânsito em julgado do feito.
P. deferimento.
Fortaleza, 09 de dezembro de 2016.
Processo: 0805802-55.2016.4.05.8100
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Identificador:
Número do documento: 4058100.1941567
18031417122157300000010518728
Para conferência da autenticidade do documento: https://pje.jfce.jus.br/pje/Processo/ConsultaDocumento/listView.seam 241/364
2/2
(e-STJ Fl.2164)
DECISÃO
TP 38 C54242555100;812<05542@ C<05065;0034 94 @
2016/0292446-7 Documento Página 1 de 4
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A Certificação eletronicamente
pertencenos
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Marcelodo Leal
Art.1ºde
§2ºLima
incisoOliveira
III da Lei-11.419/2006
Advogado
Signatário(a): MINISTRO Felix Fischer Assinado em: 21/11/2016 18:44:19 Num. 10536627 - Pág. 231
Publicação no DJe/STJ nº 2099 de 24/11/2016. Código de Controle do Documento: 1F12ECB1-C1B5-4D76-ABBE-33B098E98A8F
https://pje.trf5.jus.br/pje/Processo/ConsultaDocumento/listView.seam?nd=18031417122157300000010518728
Número do documento: 18031417122157300000010518728
242/364
1/4
(e-STJ Fl.2165)
medida acautelatória.
É o relatório.
Decido.
De início, cumpre assentar que, na linha da jurisprudência até então
firmada no âmbito desta Corte, a prisão cautelar deve ser considerada exceção, já
que, por meio desta medida, priva-se o réu de seu jus libertatis antes do
pronunciamento condenatório definitivo, consubstanciado na sentença transitada em
julgado. É por isso que tal medida constritiva só justifica caso demonstrada sua real
indispensabilidade para assegurar a ordem pública, a instrução criminal ou a
aplicação da lei penal, ex vi do artigo 312 do Código de Processo Penal, sob pena de
configurar-se antecipação de pena ou execução provisória, inadmitida, até então,
pela Suprema Corte, com base no HC n. 84.078/MG, da relatoria do em. Ministro
Eros Grau.
Nesse sentido: AgRg no RHC 47.220/MG, 5ª Turma, Rel. Min.
Regina Helena Costa, DJe de 29/8/2014; RHC 36.642/RJ, 6ª Turma, Rel. Min.
Maria Thereza de Assis Moura, DJe de 29/8/2014; HC 296.276/MG, 5ª Turma,
Rel. Min. Marco Aurélio Bellizzee, DJe de 27/8/2014; RHC 48.014/MG, 6ª Turma,
Rel. Min. Sebastião Reis Júnior, DJe de 26/8/2014; v.g..
Entretanto, recentemente, o Plenário do col. Supremo Tribunal Federal
evoluiu em seu entendimento e, por maioria de votos, indeferiu o pedido formulado
no HC n. 126.292/SP, de relatoria do e. Min. Teori Zavascki, e decidiu pela
possibilidade do início do cumprimento da pena após o julgamento da apelação. Em
outras palavras, está autorizada a execução provisória da pena após o julgamento de
segunda instância, o que ocorreu no caso concreto.
No caso vertente, aduzem os requerentes que ao juiz sentenciante
falece competência para a expedição de mandado de prisão em virtude do início da
execução provisória. Sobre o tema, trago à colação voto-vista por mim proferido nos
autos do habeas corpus n. 352216, em que fiz algumas considerações acerca da
viabilidade de tal expediente, malgrado partir de magistrado de primeira instância.
Eis o excerto:
TP 38 C54242555100;812<05542@ C<05065;0034 94 @
2016/0292446-7 Documento Página 2 de 4
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Marcelodo Leal
Art.1ºde
§2ºLima
incisoOliveira
III da Lei-11.419/2006
Advogado
Signatário(a): MINISTRO Felix Fischer Assinado em: 21/11/2016 18:44:19 Num. 10536627 - Pág. 232
Publicação no DJe/STJ nº 2099 de 24/11/2016. Código de Controle do Documento: 1F12ECB1-C1B5-4D76-ABBE-33B098E98A8F
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Número do documento: 18031417122157300000010518728
243/364
2/4
(e-STJ Fl.2166)
"[...] cumpre citar passagem da decisão proferida pelo em. Min. Edson
Fachin, no já apontado habeas corpus 135.752:
"A opção legislativa de dar eficácia à sentença condenatória tão logo
confirmada em segundo grau de jurisdição, e não mais sujeita a recurso com efeito
suspensivo, está consentânea com a razão constitucional da própria existência dos
recursos às instâncias extraordinárias. Sabem todos que o trânsito em julgado, no
sistema recursal brasileiro, depende em algum momento da inércia da parte
sucumbente. Há sempre um recurso oponível a uma decisão, por mais incabível
que seja, por mais estapafúrdias que sejam as razões recursais invocadas. Se
pudéssemos dar à regra do art. 5º, LVII, da CF caráter absoluto, teríamos de
admitir, no limite, que a execução da pena privativa de liberdade só poderia
operar-se quando o réu se conformasse com sua sorte e deixasse de opor novos
embargos declaratórios. Isso significaria dizer que a execução da pena privativa
de liberdade estaria condicionada à concordância do apenado (...)".
prisão. No ponto, basta imaginar que determinada pessoa seja condenada a uma
elevada pena de prisão, sendo-lhe conferido o direito de recorrer em liberdade,
com determinação de expedição de mandado de prisão após o trânsito em julgado.
Se antes da apreciação do recurso houver prova robusta da possibilidade de que o
acusado condenado virá a fugir para outro País, de modo a evitar futuro
cumprimento de pena, não se pode dizer que, considerando a determinação
contida na sentença, de expedição de mandado de prisão após o trânsito em
julgado, estaria o Tribunal impedido de decretar a prisão preventiva."
TP 38 C54242555100;812<05542@ C<05065;0034 94 @
Processo: 0805802-55.2016.4.05.8100 2016/0292446-7 Documento Página 4 de 4
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ANASTACIO assinado
A Certificação
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Marcelo
MARINHO do Art.1ºde
Leal §2ºLima
- Advogado incisoOliveira
III da Lei-11.419/2006
Advogado
Signatário(a): MINISTRO Felix Fischer Assinado em: 21/11/2016 18:44:19 Num. 10536627 - Pág.
16121214140701400000001942817 234
Publicação no Data e hora
DJe/STJ nº da assinatura:
2099 12/12/2016
de 24/11/2016. Código 14:23:25
de Controle do Documento: 1F12ECB1-C1B5-4D76-ABBE-33B098E98A8F
https://pje.trf5.jus.br/pje/Processo/ConsultaDocumento/listView.seam?nd=18031417122157300000010518728
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18031417122157300000010518728
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4/4
(e-STJ Fl.2169)
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PUBLICAÇÃO
Processo: 0805802-55.2016.4.05.8100
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Leal
- Advogado 2º inciso
Oliveira III alínea "b" da Lei 11.419/2006 16121214143196600000001942822
- Advogado Num. 10536627 - Pág. 235
Data e hora da assinatura: 12/12/2016 14:23:25
https://pje.trf5.jus.br/pje/Processo/ConsultaDocumento/listView.seam?nd=18031417122157300000010518728
Identificador: 4058100.1941575
Número do documento: 18031417122157300000010518728
Para conferência da autenticidade do documento: https://pje.jfce.jus.br/pje/Processo/ConsultaDocumento/listView.seam 246/364
1/1
12ª Vara Federal do Ceará
Rua João Carvalho, nº 485, 5.º andar, Aldeota, CEP 60.140.140 - Fortaleza/CE
CERTIDÃO
CERTIFICO que juntei aos presentes autos o (a) Telegrama nº 5T 43228/2016, oriundo do
(a) STJ. O referido é verdade. Dou fé.
(assinado eletronicamente)
Processo: 0805802-55.2016.4.05.8100
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Assinado eletronicamente.
EDIENE SANTANA A Certificação Digital pertence
DE OLIVEIRA - Servidora:Geral
Marcelo Leal de Lima Oliveira - Advogado Num. 10536627 - Pág. 236
16121614144195800000001959627
Data e hora da assinatura: 16/12/2016 14:17:44
https://pje.trf5.jus.br/pje/Processo/ConsultaDocumento/listView.seam?nd=18031417122157300000010518728
Identificador:
Número do documento: 4058100.1958376
18031417122157300000010518728
Para conferência da autenticidade do documento: https://pje.jfce.jus.br/pje/Processo/ConsultaDocumento/listView.seam 247/364
1/1
Assinado eletronicamente. A Certificação Digital pertence a: Marcelo Leal de Lima Oliveira - Advogado Num. 10536627 - Pág. 237
https://pje.trf5.jus.br/pje/Processo/ConsultaDocumento/listView.seam?nd=18031417122157300000010518728
Número do documento: 18031417122157300000010518728
248/364
1/2
Processo: 0805802-55.2016.4.05.8100
Assinado eletronicamente por:
Assinado eletronicamente.
EDIENE SANTANA A Certificação Digital pertence
DE OLIVEIRA - Servidora:Geral
Marcelo Leal de Lima Oliveira - Advogado Num. 10536627 - Pág. 238
16121614171967500000001959628
Data e hora da assinatura: 16/12/2016 14:17:44
https://pje.trf5.jus.br/pje/Processo/ConsultaDocumento/listView.seam?nd=18031417122157300000010518728
Identificador:
Número do documento: 4058100.1958377
18031417122157300000010518728
Para conferência da autenticidade do documento: https://pje.jfce.jus.br/pje/Processo/ConsultaDocumento/listView.seam 249/364
2/2
PROCESSO Nº: 0805802-55.2016.4.05.8100 - EXECUÇÃO DA PENA
ÓRGÃO JULGADOR: 12ª VARA FEDERAL (TITULAR)
JUIZ FEDERAL TITULAR
EXEQUENTE: MINISTÉRIO PÚBLICO FEDERAL
EXECUTADO: FRANCISCO DEUSMAR DE QUEIROS
ADVOGADO: Anastacio Jorge Matos De Sousa Marinho
DECISÃO
Em petição anexada aos autos, a defesa de FRANCISCO DEUSMAR QUEIROS comunicou a este Juízo
a decisão (doc. anexo) proferida pelo E. Ministro Felix Fischer, nos autos do Processo nº 016/0292446-7,
a qual deferiu medida liminar para sustar o início da execução provisória da pena do ora
Executado até ulterior julgamento final do processo , nos termos a seguir delineados:
"(...) Trata-se de pedido de tutela provisória, formulada por FRANCISCO DEUSMAR DE QUEIROS,
GERALDO DE LIMA GADELHA FILHO, IELTON BARRETO DE OLIVEIRA e JERÔNIMO ALVES
BEZERRA, consubstanciada na possibilidade de concessão in limine litis de medida cautelar para atribuir
efeito suspensivo a recurso especial anteriormente interposto.
(...)
Assim, temerária seria a deflagração ante tempus de eventual execução provisória antes do julgamento do
mérito do Recurso Especial interposto, razão pela qual defiro a liminar para sustar o início da execução
provisória da pena até ulterior julgamento final do presente pedido de tutela provisória. (...)"
Sendo assim, em face da decisão do STJ mencionada, DETERMINO o sobrestamento da execução penal
provisória de FRANCISCO DEUSMAR DE QUEIROS.
Processo: 0805802-55.2016.4.05.8100
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HELOISA SILVA A Certificação
DE MELO Digital pertence a: Marcelo Leal de Lima Oliveira - Advogado
- Magistrado Num. 10536627 - Pág. 239
17021710514670200000002090926
Data e hora da assinatura: 17/02/2017 14:57:57
https://pje.trf5.jus.br/pje/Processo/ConsultaDocumento/listView.seam?nd=18031417122157300000010518728
Identificador:
Número do documento: 4058100.2089618
18031417122157300000010518728
Para conferência da autenticidade do documento: https://pje.jfce.jus.br/pje/Processo/ConsultaDocumento/listView.seam 250/364
1/1
12ª Vara Federal do Ceará
Rua João Carvalho, nº 485, 5.º andar, Aldeota, CEP 60.140.140 - Fortaleza/CE
Vistos em Inspeção
Processo: 0805802-55.2016.4.05.8100
Assinado eletronicamente por:
Assinado eletronicamente.
HELOISA SILVA A Certificação
DE MELO Digital pertence a: Marcelo Leal de Lima Oliveira - Advogado
- Magistrado Num. 10536627 - Pág. 240
17032917041152000000002225553
Data e hora da assinatura: 29/03/2017 17:05:19
https://pje.trf5.jus.br/pje/Processo/ConsultaDocumento/listView.seam?nd=18031417122157300000010518728
Identificador:
Número do documento: 4058100.2224141
18031417122157300000010518728
Para conferência da autenticidade do documento: https://pje.jfce.jus.br/pje/Processo/ConsultaDocumento/listView.seam 251/364
1/1
PODER JUDICIÁRIO
JUSTIÇA FEDERAL DE PRIMEIRO GRAU
Seção Judiciária do Ceará
12ª Vara Federal
CERTIDÃO DE INTIMAÇÃO
Nesta data, realizo a intimação do Ministério Público Federal e da defesa da decisão de ID nº 2089618.
Analista Judiciário
( assinado eletronicamente )
Processo: 0805802-55.2016.4.05.8100
Assinado eletronicamente por:
Assinado eletronicamente.
RAPHAEL NOGUEIRAA Certificação Digital pertence
BEZERRA a: Marcelo
DE MENEZES Leal de
- Servidor Lima Oliveira - Advogado
Geral Num. 10536627 - Pág. 241
17121814524672300000003121184
Data e hora da assinatura: 18/12/2017 14:59:23
https://pje.trf5.jus.br/pje/Processo/ConsultaDocumento/listView.seam?nd=18031417122157300000010518728
Identificador:
Número do documento: 4058100.3117660
18031417122157300000010518728
Para conferência da autenticidade do documento: https://pje.jfce.jus.br/pje/Processo/ConsultaDocumento/listView.seam 252/364
1/1
12ª Vara Federal do Ceará
Rua João Carvalho, nº 485, 5.º andar, Aldeota, CEP 60.140.140 - Fortaleza/CE
CERTIDÃO
Analista Judiciário
(assinado eletronicamente)
Processo: 0805802-55.2016.4.05.8100
Assinado eletronicamente por:
Assinado eletronicamente.
RAPHAEL NOGUEIRAA Certificação Digital pertence
BEZERRA a: Marcelo
DE MENEZES Leal de
- Servidor Lima Oliveira - Advogado
Geral Num. 10536627 - Pág. 242
17121815342559400000003121824
Data e hora da assinatura: 18/12/2017 15:46:16
https://pje.trf5.jus.br/pje/Processo/ConsultaDocumento/listView.seam?nd=18031417122157300000010518728
Identificador:
Número do documento: 4058100.3118300
18031417122157300000010518728
Para conferência da autenticidade do documento: https://pje.jfce.jus.br/pje/Processo/ConsultaDocumento/listView.seam 253/364
1/1
Assinado eletronicamente. A Certificação Digital pertence a: Marcelo Leal de Lima Oliveira - Advogado Num. 10536627 - Pág. 243
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Número do documento: 18031417122157300000010518728
254/364
1/2
Processo: 0805802-55.2016.4.05.8100
Assinado eletronicamente por:
Assinado eletronicamente.
RAPHAEL NOGUEIRAA Certificação Digital pertence
BEZERRA a: Marcelo
DE MENEZES Leal de
- Servidor Lima Oliveira - Advogado
Geral Num. 10536627 - Pág. 244
17121815452971400000003121825
Data e hora da assinatura: 18/12/2017 15:46:16
https://pje.trf5.jus.br/pje/Processo/ConsultaDocumento/listView.seam?nd=18031417122157300000010518728
Identificador:
Número do documento: 4058100.3118301
18031417122157300000010518728
Para conferência da autenticidade do documento: https://pje.jfce.jus.br/pje/Processo/ConsultaDocumento/listView.seam 255/364
2/2
Assinado eletronicamente. A Certificação Digital pertence a: Marcelo Leal de Lima Oliveira - Advogado Num. 10536627 - Pág. 245
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Número do documento: 18031417122157300000010518728
256/364
1/3
Assinado eletronicamente. A Certificação Digital pertence a: Marcelo Leal de Lima Oliveira - Advogado Num. 10536627 - Pág. 246
https://pje.trf5.jus.br/pje/Processo/ConsultaDocumento/listView.seam?nd=18031417122157300000010518728
Número do documento: 18031417122157300000010518728
257/364
2/3
Processo: 0805802-55.2016.4.05.8100
Assinado eletronicamente por:
Assinado eletronicamente.
RAPHAEL NOGUEIRAA Certificação Digital pertence
BEZERRA a: Marcelo
DE MENEZES Leal de
- Servidor Lima Oliveira - Advogado
Geral Num. 10536628 - Pág. 1
17121815452971400000003121829
Data e hora da assinatura: 18/12/2017 15:46:16
https://pje.trf5.jus.br/pje/Processo/ConsultaDocumento/listView.seam?nd=18031417122439800000010518729
Identificador:
Número do documento: 4058100.3118305
18031417122439800000010518729
Para conferência da autenticidade do documento: https://pje.jfce.jus.br/pje/Processo/ConsultaDocumento/listView.seam 258/364
3/3
PR-CE-MANIFESTAÇÃO-23294/2017
Documento assinado via Token digitalmente por MARCIO ANDRADE TORRES, em 18/12/2017 18:32. Para verificar a assinatura acesse
PUBLICO FEDERAL
Márcio Torres
PR/CE
Rua 0805802-55.2016.4.05.8100
Processo: João Brígido, Nº 1260 5º Andar Salas 504 E 505, Joaquim Távora - Cep 60135080 - Fortaleza-CE Prce-sac@mpf.mp.br
Assinado eletronicamente por: (85)32667300
Assinado eletronicamente.
MARCIO ANDRADE A Certificação
TORRES Digital pertence a: Marcelo Leal de Lima Oliveira - Advogado
- Procurador Num. 10536628 - Pág. 2
17121817322832700000003123307
Data e hora da assinatura: 18/12/2017 18:32:14
https://pje.trf5.jus.br/pje/Processo/ConsultaDocumento/listView.seam?nd=18031417122439800000010518729
Identificador:
Número do documento: 4058100.3119782
18031417122439800000010518729
Pág. 1 de 1
Para conferência da autenticidade do documento: https://pje.jfce.jus.br/pje/Processo/ConsultaDocumento/listView.seam 259/364
1/1
TRIBUNAL REGIONAL FEDERAL DA 5ª REGIÃO
12° VARA DA SEÇÃO JUDICIÁRIA DO CEARÁ
PROCESSO: 0805802-55.2016.4.05.8100 - EXECUÇÃO PROVISÓRIA
Outros participantes
Sem registros
CERTIDÃO DE RETIFICAÇÃO
Certifico que, em 18/12/2017, procedi à retificação de autuação deste processo para fazer constar:
Data de Operação Usuário
Item Situação anterior Situação atual
alteração realizada responsável
RAPHAEL
18/12/2017 EXECUÇÃO DA EXECUÇÃO NOGUEIRA
Classe Judicial Alteração
14:51 PENA PROVISÓRIA BEZERRA DE
MENEZES
Assinado eletronicamente. A Certificação Digital pertence a: Marcelo Leal de Lima Oliveira - Advogado Num. 10536628 - Pág. 3
https://pje.trf5.jus.br/pje/Processo/ConsultaDocumento/listView.seam?nd=18031417122439800000010518729
Número do documento: 18031417122439800000010518729
260/364
1/1
TRIBUNAL REGIONAL FEDERAL DA 5ª REGIÃO
12º VARA DA SEÇÃO JUDICIÁRIA DO CEARÁ
PROCESSO: 0805802-55.2016.4.05.8100 - EXECUÇÃO PROVISÓRIA
Outros participantes
Sem registros
CERTIDÃO
CERTIFICO que, em 27/12/2017 23:59, o(a) Sr(a) FRANCISCO DEUSMAR DE QUEIROS foi
intimado(a) acerca de Decisão registrado em 17/02/2017 14:57 nos autos judiciais eletrônicos
especificados na epígrafe.
1 - Esta Certidão é válida para todos os efeitos legais, havendo sido expedida através do Sistema Processo
Judicial Eletrônico - PJe.
3 - Esta Certidão foi emitida gratuitamente em 28/12/2017 00:01 - Seção Judiciária do Ceará.
Assinado eletronicamente. A Certificação Digital pertence a: Marcelo Leal de Lima Oliveira - Advogado Num. 10536628 - Pág. 4
https://pje.trf5.jus.br/pje/Processo/ConsultaDocumento/listView.seam?nd=18031417122439800000010518729
Número do documento: 18031417122439800000010518729
261/364
1/1
TRIBUNAL REGIONAL FEDERAL DA 5ª REGIÃO
12º VARA DA SEÇÃO JUDICIÁRIA DO CEARÁ
PROCESSO: 0805802-55.2016.4.05.8100 - EXECUÇÃO PROVISÓRIA
Outros participantes
Sem registros
CERTIDÃO
CERTIFICO que, em 27/12/2017 23:59, o(a) MINISTÉRIO PÚBLICO FEDERAL foi intimado(a) acerca
de Decisão registrado em 17/02/2017 14:57 nos autos judiciais eletrônicos especificados na epígrafe.
1 - Esta Certidão é válida para todos os efeitos legais, havendo sido expedida através do Sistema Processo
Judicial Eletrônico - PJe.
3 - Esta Certidão foi emitida gratuitamente em 28/12/2017 00:01 - Seção Judiciária do Ceará.
Assinado eletronicamente. A Certificação Digital pertence a: Marcelo Leal de Lima Oliveira - Advogado Num. 10536628 - Pág. 5
https://pje.trf5.jus.br/pje/Processo/ConsultaDocumento/listView.seam?nd=18031417122439800000010518729
Número do documento: 18031417122439800000010518729
262/364
1/1
12ª Vara Federal do Ceará
Rua João Carvalho, nº 485, 5.º andar, Aldeota, CEP 60.140.140 - Fortaleza/CE
Vistos em Inspeção
Certifico que a inspeção desta 12ª Vara foi marcada para o período de 26/02/2018 a 02/03/2018, em que
ficam suspensos todos os prazos, cujo Edital Coletivo de Inspeção foi publicado no Diário da Justiça
Eletrônico SJCE de nº. 234.0/2017, que circulou em 19/12/2017, pag. 01/07, disponibilizado no site
www.trf5.jus.br. Dou fé.
Processo: 0805802-55.2016.4.05.8100
Assinado eletronicamente por:
Assinado eletronicamente.
DANILO DIASAVASCONCELOS
Certificação Digital
DEpertence
ALMEIDA a: Marcelo Leal de Lima Oliveira - Advogado
- Magistrado Num. 10536628 - Pág. 6
18030212133118300000003371920
Data e hora da assinatura: 02/03/2018 12:14:33
https://pje.trf5.jus.br/pje/Processo/ConsultaDocumento/listView.seam?nd=18031417122439800000010518729
Identificador:
Número do documento: 4058100.3367801
18031417122439800000010518729
Para conferência da autenticidade do documento: https://pje.jfce.jus.br/pje/Processo/ConsultaDocumento/listView.seam 263/364
1/1
12ª Vara Federal do Ceará
Rua João Carvalho, nº 485, 5.º andar, Aldeota, CEP 60.140.140 - Fortaleza/CE
CERTIDÃO
CERTIFICO que juntei aos presentes autos o Malote Digital com Telegrama oriundo do
STJ, encaminhando decisão exarada nos autos do Pedido de Tutela Provisória registrada sob o Nº
2016/0292446-7. O referido é verdade. Dou fé.
(assinado eletronicamente)
Processo: 0805802-55.2016.4.05.8100
Assinado eletronicamente por:
Assinado eletronicamente.
RAPHAEL NOGUEIRAA Certificação Digital pertence
BEZERRA a: Marcelo
DE MENEZES Leal de
- Servidor Lima Oliveira - Advogado
Geral Num. 10536628 - Pág. 7
18030712004035700000003390657
Data e hora da assinatura: 07/03/2018 12:06:08
https://pje.trf5.jus.br/pje/Processo/ConsultaDocumento/listView.seam?nd=18031417122439800000010518729
Identificador:
Número do documento: 4058100.3386518
18031417122439800000010518729
Para conferência da autenticidade do documento: https://pje.jfce.jus.br/pje/Processo/ConsultaDocumento/listView.seam 264/364
1/1
REPÚBLICA FEDERATIVA DO BRASIL
PODER JUDICIÁRIO
MALOTE DIGITAL
Assinado eletronicamente. A Certificação Digital pertence a: Marcelo Leal de Lima Oliveira - Advogado Num. 10536628 - Pág. 8
https://pje.trf5.jus.br/pje/Processo/ConsultaDocumento/listView.seam?nd=18031417122439800000010518729
Número do documento: 18031417122439800000010518729
265/364
1/5
(e-STJ Fl.2214)
TELEGRAMA Nº MCD5T-7011
DESTINATÁRIO:
MENSAGEM:
_____________________________________
C54242555100;812<05542@ pág.: 1 de 1
Assinado eletronicamente. A Certificação Digital pertence a: Marcelo Leal de Lima Oliveira - Advogado Num. 10536628 - Pág. 9
https://pje.trf5.jus.br/pje/Processo/ConsultaDocumento/listView.seam?nd=18031417122439800000010518729
Número do documento: 18031417122439800000010518729
Código de Controle do Documento: A4D590F0-290D-431D-AE41-8A5306384D90
266/364
2/5
(e-STJ Fl.2211)
DO
EMENTA
TP 38 C54242555100;812<05542@ C04790250<221704@
2016/0292446-7 Documento Página 1 de 3
Assinado eletronicamente. A Certificação Digital pertence a: Marcelo Leal de Lima Oliveira - Advogado Num. 10536628 - Pág. 10
Documento eletrônico VDA18402632 assinado eletronicamente nos termos do Art.1º §2º inciso III da Lei 11.419/2006
https://pje.trf5.jus.br/pje/Processo/ConsultaDocumento/listView.seam?nd=18031417122439800000010518729
Signatário(a):
Número MINISTRO
do documento: Felix Fischer Assinado em: 23/02/2018 08:44:17
18031417122439800000010518729
Código de Controle do Documento: 9BE75E14-537A-494C-9F86-41FB9855F4DD
267/364
3/5
(e-STJ Fl.2212)
DO
tutela provisória.
É o relatório.
Decido.
CA
O pedido está prejudicado.
LI
Com efeito, o Recurso Especial 1.449.193/CE, do qual esta tutela
Documento eletrônico juntado ao processo em 23/02/2018 às 19:50:00 pelo usuário: JOSÉ DE ASSIS REPUBLICANO
Turma deste Superior Tribunal de Justiça julgou o agravo regimental naquele feito,
negando provimento ao recurso para manter os fundamentos do decisum
monocrático.
O
Nesse sentido:
TP 38 C54242555100;812<05542@ C04790250<221704@
2016/0292446-7 Documento Página 2 de 3
Assinado eletronicamente. A Certificação Digital pertence a: Marcelo Leal de Lima Oliveira - Advogado Num. 10536628 - Pág. 11
Documento eletrônico VDA18402632 assinado eletronicamente nos termos do Art.1º §2º inciso III da Lei 11.419/2006
https://pje.trf5.jus.br/pje/Processo/ConsultaDocumento/listView.seam?nd=18031417122439800000010518729
Signatário(a):
Número MINISTRO
do documento: Felix Fischer Assinado em: 23/02/2018 08:44:17
18031417122439800000010518729
Código de Controle do Documento: 9BE75E14-537A-494C-9F86-41FB9855F4DD
268/364
4/5
(e-STJ Fl.2213)
Ante o exposto, com fulcro no art. 34, XI, do RISTJ, julgo prejudicada
a tutela provisória e a liminar outrora deferida.
P. e I.
DO
Brasília (DF), 22 de fevereiro de 2018.
B
PU
O
NÃ
TP 38 C54242555100;812<05542@ C04790250<221704@
Processo: 0805802-55.2016.4.05.8100 2016/0292446-7 Documento Página 3 de 3
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- Servidor Lima Oliveira - Advogado
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5/5
Segue pedido de execução provisória da pena, em anexo.
Márcio Torres
PR/CE
Processo: 0805802-55.2016.4.05.8100
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1/1
MINISTÉRIO PÚBLICO FEDERAL
PROCURADORIA DA REPÚBLICA NO ESTADO DO CEARÁ
PROMOÇÃO Nº 04436/2018
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Número do documento: 18031417122439800000010518729
271/364
1/2
Por outro lado, o RESp 1.449.193/CE, que apoiava tal tutela provisória
foi julgado e desprovido, como se vê a seguir, estando pendente apenas o julgamento de
embargos de declaração:
PENAL. AGRAVO REGIMENTAL NO RECURSO ESPECIAL.
NEGOCIAÇÃO DE TÍTULOS OU VALORES MOBILIÁRIOS SEM
AUTORIZAÇÃO PRÉVIA. ADEQUAÇÃO TÍPICA DA CONDUTA.
REEXAME DO CONJUNTO FÁTICO-PROBATÓRIO.
IMPOSSIBILIDADE. SÚMULA 7/STJ. DOSIMETRIA.PENA-BASE
ACIMA DO MÍNIMO LEGAL. CIRCUNSTÂNCIAS JUDICIAS.
FUNDAMENTAÇÃO IDÔNEA. DISSÍDIO JURISPRUDENCIAL.
NÃO COMPROVAÇÃO. DECISÃO MANTIDA.”
Desse modo, nada obsta que se dê início à execução penal, o que ora é
requerido pelo Ministério Público Federal.
Processo: 0805802-55.2016.4.05.8100
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- Procurador Num. 10536628 - Pág. 15
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18031417122439800000010518729
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2/2
Superior Tribunal de Justiça
PEDIDO DE TUTELA PROVISÓRIA Nº 38 - CE (2016/0292446-7)
DECISÃO
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Número do documento: 18031417122439800000010518729
273/364
1/3
Superior Tribunal de Justiça
amplamente arguidas e prequestionadas desde a origem pela defesa" (fl. 4).
É o relatório.
Decido.
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Número do documento: 18031417122439800000010518729
274/364
2/3
Superior Tribunal de Justiça
Ante o exposto, com fulcro no art. 34, XI, do RISTJ, julgo prejudicada a
tutela provisória e a liminar outrora deferida.
P. e I.
Assinado eletronicamente. A Certificação Digital pertence a: Marcelo Leal de Lima Oliveira - Advogado Num. 10536628 - Pág. 19
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Número do documento: 18031417122439800000010518729
276/364
1/2
Superior Tribunal de Justiça
infraconstitucional, situação que não ocorreu no presente caso.
Agravo regimental desprovido.
ACÓRDÃO
Processo: 0805802-55.2016.4.05.8100
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ANASTACIO JORGE A Certificação
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18031417122439800000010518729
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1/1
EXCELENTÍSSIMO JUIZ FEDERAL DA 12ª VARA DA SEÇÃO JUDICIÁRIA
DO ESTADO DO CEARÁ
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Número do documento: 18031417122439800000010518729
279/364
1/6
5. Surpreendeu-se a defesa, no entanto, com posterior decisão
monocrática, negando provimento ao Recurso Especial e, em seguida, o
reconhecimento da prejudicialidade da medida cautelar.
7. Por fim, oportuno afirmar que embora este juízo já tenha sido
provocado quanto a mencionada violação, jamais sobre elas se posicionou
em razão da decisão proferida pelo STJ nos autos do pedido de tutela
provisória.
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Número do documento: 18031417122439800000010518729
280/364
2/6
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https://pje.trf5.jus.br/pje/Processo/ConsultaDocumento/listView.seam?nd=18031417122439800000010518729
Número do documento: 18031417122439800000010518729
281/364
3/6
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https://pje.trf5.jus.br/pje/Processo/ConsultaDocumento/listView.seam?nd=18031417122439800000010518729
Número do documento: 18031417122439800000010518729
282/364
4/6
18. Em outras palavras, se a sentença condenatória
expressamente afirma que o cumprimento da pena deve se dar apenas com
o trânsito em julgado, não havendo recurso por parte do Ministério Público, é
expressamente vedado ao judiciário impor a prisão cautelar do Sentenciado.
Assinado eletronicamente. A Certificação Digital pertence a: Marcelo Leal de Lima Oliveira - Advogado Num. 10536628 - Pág. 26
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Número do documento: 18031417122439800000010518729
283/364
5/6
LEWANDOWSKI – HC 147.428-MC/MG, Rel. Min. CELSO DE MELLO – HC
148.122-MC/MG, Rel. Min. CELSO DE MELLO – HC 153.431/SP, Rel. Min.
CELSO DE MELLO.
II – DO PEDIDO
P. deferimento.
Fortaleza, 12 de março de 2018.
Anastacio Marinho
OAB/CE 8.502
Processo: 0805802-55.2016.4.05.8100
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6/6
Supremo Tribunal Federal
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285/364
1/7
Supremo Tribunal Federal
HC 152974 MC / SP
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286/364
2/7
Supremo Tribunal Federal
HC 152974 MC / SP
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287/364
3/7
Supremo Tribunal Federal
HC 152974 MC / SP
Não foi por outro motivo que vim a conceder – é certo – medidas
cautelares em sede de “habeas corpus”, embora o fizesse somente
naquelas situações não reveladoras da necessidade de manter-se a prisão do
condenado, sempre segundo avaliação por mim efetivada em cada caso
examinado.
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288/364
4/7
Supremo Tribunal Federal
HC 152974 MC / SP
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289/364
5/7
Supremo Tribunal Federal
HC 152974 MC / SP
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6/7
Supremo Tribunal Federal
HC 152974 MC / SP
Publique-se.
7
Processo: 0805802-55.2016.4.05.8100
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ANASTACIO JORGE A Certificação
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DE SOUSA a: Marcelo- Advogado
MARINHO Leal de Lima Oliveira - Advogado Num. 10536628 - Pág. 34
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17:17:10
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MARINHO Leal de Lima Oliveira - Advogado
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1/1
EXCELENTÍSSIMO JUIZ FEDERAL DA 12ª VARA DA SEÇÃO JUDICIÁRIA
DO ESTADO DO CEARÁ
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293/364
1/3
para a Vara Federal somente após o trânsito em julgado da sentença,
quando deverá ter início a execução da pena. Verbis:
90. Determino, ainda, imediatamente após o trânsito em julgado
desta sentença, a remessa dos autos à Vara Federal competente
para a execução da pena aqui aplicada.
Assinado eletronicamente. A Certificação Digital pertence a: Marcelo Leal de Lima Oliveira - Advogado Num. 10536628 - Pág. 37
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Número do documento: 18031417122439800000010518729
294/364
2/3
9. Assim, ao tempo em que protesta pela juntada do acórdão,
assim que publicado, vem reiterar o pedido de que seja reconsiderada Vossa
Decisão, para não determinar a continuidade do feito, suspendendo a
execução até o transito em julgado do processo, conforme estabelecido na
sentença que transitou em julgado para o MPF, e na jurisprudência do
Supremo Tribunal Federal, garantindo-se ao Requerente o direito de
aguardar em liberdade o trânsito em julgado da ação penal a que responde.
P. deferimento.
Brasília, 14 de março de 2018.
ANASTACIO MARINHO
OAB CE 8502
Processo: 0805802-55.2016.4.05.8100
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ANASTACIO JORGE A Certificação
MATOS Digital pertence
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MARINHO Leal de Lima Oliveira - Advogado Num. 10536628 - Pág. 38
18031416065398800000003421371
Data e hora da assinatura: 14/03/2018 16:12:02
https://pje.trf5.jus.br/pje/Processo/ConsultaDocumento/listView.seam?nd=18031417122439800000010518729
Identificador:
Número do documento: 4058100.3417185
18031417122439800000010518729
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3/3
14/03/2018 Supremo Tribunal Federal
2ª Turma revê decisão que enviou dois habeas corpus para o Plenário
13/03/2018 17h50 - Atualizado há um dia
A Segunda Turma do Supremo Tribunal (STF) decidiu rever as decisões que encaminharam para o Plenário,
em 20 de fevereiro último, dois Habeas Corpus (HCs 136720 e 144717) relatados pelo ministro Ricardo
Lewandowski. Na ocasião, os ministros entenderam que os casos discutiam a chamada execução provisória
da pena, tema que deve ser analisado pelo Plenário no julgamento de mérito das Ações Declaratórias de
Constitucionalidade (ADCs) 43 e 44.
No início da sessão desta terça-feira (13), o ministro Lewandowski levantou questão de ordem para relatar
que, no caso do HC 136720, houve uma decisão superveniente do Superior Tribunal de Justiça (STJ) no sentido
de determinar ao réu prestação de serviços à comunidade, o que levou a defesa a requerer a desistência do
HC. Como não há mais risco à liberdade, o ministro decidiu propor a desafetação do caso e, na sequência,
julgar prejudicada a impetração em razão do pedido de desistência. Acompanharam esse entendimento os
demais ministros presentes à sessão.
Já no HC 144717, que tramita sob segredo de justiça, o ministro explicou que a sentença garantiu ao réu o
direito de apelar em liberdade, decisão mantida em segunda instância (Tribunal de Justiça do Estado de Rio
Grande do Sul) e que não foi questionada pelo Ministério Público, que só veio a pedir a prisão no âmbito do
STJ. Para o relator, como há decisão com trânsito em julgado quanto ao direito de recorrer em liberdade, não
há relação com o caso a ser julgado pelo Plenário relativo à execução provisória da pena. Nesse processo,
acompanharam o relator os ministros Dias To oli e Gilmar Mendes. O ministro Edson Fachin divergiu,
votando pela manutenção da submissão do caso ao Pleno.
MB/AD
Leia mais:
20/02/2018 – 2ª Turma envia para o Plenário HCs que discutem execução penal após condenação em
segundo grau (http://portal.stf.jus.br/noticias/verNoticiaDetalhe.asp?idConteudo=370109)
O STF Processos
Assinado eletronicamente. A Certificação Digital pertence a: Marcelo Leal de Lima Oliveira - Advogado Num. 10536628 - Pág. 39
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Aplicação das Súmulas no STF Código de Ética do STF
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ATO COATOR
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Processo Judicial Eletrônico: https://pje.jfce.jus.br/pje/Painel/painel_usuario/documentoHTML.sea...
DECISÃO
1. BREVE RELATO
2. FUNDAMENTAÇÃO
Não é verdade a alegação da defesa, no sentido de que a sentença teria sido expressa ao afirmar
que os condenados somente poderiam ser presos após o trânsito em julgado. Muito pelo
contrário: a sentença foi explícita em indicar que os réus poderiam apelar em liberdade. Eis o
quanto consta da sentença:
Sendo assim, ainda que se acolhesse a tese defensiva (no sentido de que o direito ao recurso em
liberdade faria coisa julgada material se não atacado pelo Ministério Público Federal), a qual
realmente vem encontrando algum apoio dentro do Supremo Tribunal Federal, especialmente de
Ministros que foram vencidos no julgamento a respeito da possibilidade de execução provisória
da pena, o caso concreto sob exame não se amolda faticamente à tese, porquanto, repita-se, a
sentença apenas assegurou o direito de apelar em liberdade.
De todo modo, o entendimento deste juízo é no sentido de que a execução provisória da pena
configura poder-dever do magistrado, que deve determiná-la quando constatado o esgotamento
das vias ordinárias de impugnação. Com efeito, é sabido que, ao decidir sobre o direito de
recorrer em liberdade, o juiz analisa apenas a presença ou não dos requisitos para decretação da
prisão preventiva - nada dispondo sobre a execução provisória da pena. Mas a execução
provisória em nada se relaciona a prisão preventiva e deve ser implementada mesmo que
ausentes os requisitos da segregação cautelar, já que, repito, a execução provisória não possui
natureza processual ou cautelar, mas sim de execução propriamente dita, ainda que provisória.
Ademais, não prospera a alegação de que a execução provisória seria "reformatio in pejus".
Ora, não se está alterando em nada o título judicial em desfavor dos réus. O comando
condenatório está sendo executado na exata medida em que proferido. A "reformatio in pejus"
somente ocorre quando um recurso piora a situação do acusado. E o recurso interposto em nada
o prejudicou. Muito pelo contrário: assegurou que o acusado permanecesse solto durante o
julgamento da apelação, tendo, portanto, melhorado a sua situação. Se não tivesse interposto o
recurso, a sentença teria sido imediatamente executada. A "reformatio in pejus" somente
ocorre quando o acusado possa afirmar algo como "seria melhor se eu não tivesse
recorrido...". E, no caso presente, o acusado pode dizer isso? Decerto não, pois, além de ter
tido sua pena reduzida, se manteve solto durante o julgamento da apelação.
São, portanto, dois momentos distintos e duas análises diversas: 1) quando profere a sentença, o
juiz verifica se estão ou não presentes os requisitos da prisão preventiva, e decide pela prisão do
sentenciado ou pelo recurso em liberdade; 2) quando determina a execução provisória, o juiz
analisa se está esgotada a via ordinária recursal, e decide pelo início da pena.
No caso sob exame, esgotada está a via recursal ordinária, pois já julgada a apelação do
executado, bem como o próprio recurso especial (este monocraticamente, ainda não transitado
em julgado). Acertado, pois, o início da execução provisória da pena, como determinado pelo
juízo da causa e requerido agora pelo Ministério Público Federal.
3. DISPOSITIVO
Pelo exposto, DEFIRO o pedido formulado pelo Ministério Público Federal e DETERMINO
o prosseguimento desta execução provisória, com início da pena imposta ao executado.
de deferimento do pedido do MPF), e tendo em vista que ele respondeu a todo o processo solto
e não demonstrou intenção de fuga, hei por bem acolher o pleito, pelo que DETERMINO que a
Polícia Federal somente dê cumprimento ao mandado após 24h do seu recebimento - lapso
durante o qual o executado deverá se apresentar perante a autoridade policial, sob pena de ser
preso onde for encontrado. Após a expedição do mandado de prisão, dê-se ciência ao advogado
do executado, por telefone.
Efetivada a prisão, fica desde já declinada a competência para a Justiça Estadual, devendo a
Secretaria expedir a respectiva guia de execução.
Processo: 0805802-55.2016.4.05.8100
Assinado eletronicamente por: 18031310474427400000003413031
DANILO DIAS VASCONCELOS DE
ALMEIDA - Magistrado
Data e hora da assinatura: 14/03/2018 13:24:44
Identificador: 4058100.3408863
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EMBARGOS DE DECLARAÇÃO OPOSTOS
NO RECURSO ESPECIAL N. 1.449.193 – CE
Assinado eletronicamente. A Certificação Digital pertence a: Marcelo Leal de Lima Oliveira - Advogado Num. 10536631 - Pág. 1
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304/364
EXCELENTÍSSIMO MINISTRO FÉLIX FISHER
DD. RELATOR DO RECURSO ESPECIAL N. 1.449.193 – CE
EMBARGOS DE DECLARAÇÃO
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305/364
2. Embora o Ministério Público tenha se contentado com os termos
da sentença, a defesa apelou dessa decisão, havendo a 3ª Turma do Tribunal
Regional da 5ª Região dado parcial provimento ao recurso para afastar a
condenação dos Requerentes em relação ao crime previsto no artigo 27-C da
Lei nº 6.385/76, bem como para reconhecer a prescrição em relação a parte das
condutas que lhes foram imputadas, restando os Agravantes condenados,
todavia, pela suposta prática do crime previsto no art. 7º da Lei 7.492/86.
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306/364
modus operandi, a organização, o planejamento e a estratégia
na execução dos delitos, desempenhos por cada um dos
agentes. Dessa forma, o acórdão da origem consignou
expressamente os motivos que acarretaram a exasperação da
pena-base, não havendo tampouco desproporcionalidade no
acréscimo. IV - A interposição do recurso especial, com fulcro na
alínea c do permissivo constitucional exige o atendimento dos
requisitos contidos no art. 1028, e § 1º do Código de Processo
Civil, e no art. 255, § 1º, do Regimento Interno do Superior
Tribunal de Justiça, para a devida demonstração do alegado
dissídio jurisprudencial, pois, além da transcrição de acórdãos
para a comprovação da divergência, é necessário o cotejo
analítico entre o aresto recorrido e o paradigma, com a
constatação da identidade das situações fáticas e a
interpretação diversa emprestada ao mesmo dispositivo de
legislação infraconstitucional, situação que não ocorreu no
presente caso. Agravo regimental desprovido.
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307/364
9. Ora, não se esperava que fossem intimados ou que houvesse
publicação da pauta de julgamento, mas que apenas fosse assegurada a
possibilidade de, diligenciando os causídicos, pudessem ao menos
receber a informação acerca do julgamento.
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308/364
mesmo por meio de presença física, pois o processo foi julgado sem sua
inclusão sequer na pauta que fora disponibilizada na própria Corte, no dia
da sessão, sendo levado literalmente sem qualquer sinalização.
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309/364
“Habeas corpus. Decisão monocrática do Relator do Superior
Tribunal de Justiça concedendo parcialmente a ordem.
Precedentes da Suprema Corte. 1. O princípio da colegialidade
assentado pela Suprema Corte não autoriza o Relator a
denegar a ordem de habeas corpus enfrentando diretamente o
mérito da impetração. 2. Habeas corpus não conhecido. 3.
Ordem concedida de ofício.”2
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310/364
advogados.
3 “Art. 159. Não haverá sustentação oral no julgamento de agravo, embargos declaratórios,
argüição de suspeição e medida cautelar”.
4 STJ, Quinta Turma, HC 220614, Rel. Min. JORGE MUSSI, DJ de 07/03/2012.
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1. A bem do prestígio da ampla defesa, a compreensão firmada
pelos Tribunais Superiores é a de que, requerida a intimação
da sessão de julgamento do habeas corpus para a realização
de sustentação oral, é imperiosa a sua realização, sob pena de
nulidade.
2. Ordem concedida para anular a assentada do prévio writ,
renovando-se o julgamento com a prévia intimação dos
impetrantes, para que possam realizar a sustentação oral.”5
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malferir a garantia constitucional da ampla defesa.
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probatório.
40. Nem se venha dizer que não seria necessário enfrentar todas as
questões trazidas pela parte e que por isso a decisão estaria adequadamente
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fundamentada.
7DIDIER JR., Fredie; OLIVEIRA, Rafael Alexandria de; BRAGA, Paula Sarno. In Comentários
ao Novo Código de Processo Civil (Coordenação Antonio do Passo Cabral e Ronaldo
Cramer). Rio de Janeiro: Forense, 2015. P. 715.
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44. No caso, não basta à decisão dizer que o enfrentamento da
matéria importa em violação à Súmula 7 do STJ sem enfrentar os principais
argumentos da defesa no sentido de que bastaria a análise da narrativa fática da
denúncia para se fazer a adequação típica ou que não é necessário mais do que
a leitura da sentença para se perceber o equívoco da fundamentação de
dosimetria.
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49. A ausência desta fundamentação não apenas importa em
omissão, mas torna nula a própria decisão atacada.
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IV – DAS TESES DEFENSIVAS NÃO ANALISADAS NO ACÓRDÃO
ATACADO
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60. Os trechos citados, no entanto, nada dizem com o objeto do
Recurso Especial que se fundamenta na descrição típica trazida na própria
denúncia que, se não tivesse sido confirmada na instrução, geraria a absolvição
por falta de provas.
61. Tudo o que demonstram os trechos citados é que este fato foi
comprovado ao longo da instrução por ser incontroverso.
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aquele em que os Agravantes foram condenados.
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que assim dispõe, in verbis:” “Artigo 16 - Depende de prévia
autorização da Comissão de Valores Mobiliários o exercício das
seguintes atividades: III - mediação ou corretagem de operações
com valores mobiliários; Parágrafo único. Só os agentes
autônomos e as sociedades com registro na Comissão poderão
exercer a atividade de mediação ou corretagem de valores
mobiliários fora da bolsa”. (e-STJ Fl.8)
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78. Todavia, dependendo do título ou valor mobiliário negociado,
haverá uma dupla necessidade de autorização.
9 Idem.
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85. Por esta razão, a análise quanto à tipicidade no caso em
questão não depende de revolvimento de substrato fático ou probatório.
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IV.2. - DA DOSIMETRIA DA PENA – VIOLAÇÃO AOS ARTS. 59, 68 E 71 DO
CÓDIGO PENAL
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94. Daí a apontada violação ao art. 381, inciso III, do Código de
Processo Penal que determina:
V – DOS PEDIDOS
P. deferimento.
Brasília, 26 de fevereiro de 2018.
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ANDAMENTO PROCESSUAL DO RECURSO
ESPECIAL N. 1.449.193 – CE
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14/03/2018 STJ - Consulta Processual
Detalhes
Fases
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14/03/2018 STJ - Consulta Processual
Decisões
Petições
Pautas
Não há pautas.
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JURISPRUDÊNCIAS DO SUPREMO
TRIBUNAL FEDERAL
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Pesquisa de Jurisprudência
Decisões Monocráticas
Publicação
PROCESSO ELETRÔNICO
DJe-065 DIVULG 30/03/2017 PUBLIC 31/03/2017
Partes
Decisão
Trata-se de habeas corpus, com pedido de liminar, impetrado em favor de Luiz
Carlos Santiago Papa, contra decisão que indeferiu o pedido de liminar
formulado na MC 25.804/DF, de relatoria do Ministro Antonio Saldanha
Palheiro do Superior Tribunal de Justiça. A impetrante narra, de início, que
o paciente “[...] foi condenado, em segunda instância, pelo Tribunal de
Justiça do Distrito Federal e Territórios, em 17/10/2012, nos termos do
acórdão condenatório anexo. Ocorre que, após julgamento pelo e. STF do caso
concreto versado no HC nº 126.292, em fevereiro deste ano, no qual a Corte
possibilitou cumprimento provisório da pena na pendência de recursos de
natureza extraordinária, o Ministério Público do Distrito Federal e
Territórios requereu ao Juiz de Direito da 3ª Vara Criminal de Brasília/DF
(Vara de origem) o cumprimento provisório da pena injustamente aplicada pelo
eg. TJDFT. Além do fato de o Tribunal de origem não ter se manifestado sobre
a expedição do mandado de prisão – o que diferencia o caso ora em análise do
que foi apreciado pelo STF no HC 126.292 – o juiz de origem sequer tinha
competência para determinar medida de prisão no processo, visto que os autos
já estavam sob análise do Superior Tribunal de Justiça, demonstrando a
primeira ilegalidade do caso ora analisado. Foi dessa maneira que o
magistrado de piso deferiu o requerimento formulado pelo MPDFT e determinou
a prisão do Paciente, mesmo não havendo trânsito em julgado do acórdão
condenatório – o que configura a segunda, e mais grave, ilegalidade
apresentada. Irresignado com as patentes ilegalidades, o ora Paciente
requereu medida cautelar ao c. STJ, a fim de que se suspendessem os efeitos
do acórdão do TJDFT, para evitar a consumação da prisão inconstitucional
determinada pelo Juiz de origem” (pág. 3 do documento eletrônico 1; grifos
no original). Informa que, “[i]nterposto recurso de agravo interno, a 6ª
Turma do STJ decidiu manter incólume a decisão monocrática então agravada. O
acórdão ainda não foi publicado, motivo pelo qual segue anexa a certidão de
julgamento. Desse modo, por ato da 6ª Turma, que manteve decisão do Exmo.
Ministro Antônio Saldanha, o STJ chancelou a ilegalidade consubstanciada na
determinação da prisão do Paciente, em sede de execução provisória da
condenação” (pág. 6 do documento eletrônico 1; grifos no original). Daí
porque argumenta que o caso sob exame permite a superação da Súmula 691
desta Corte. Contra a decisão do STJ é o presente writ, dirigido a este
Tribunal, no qual a defesa pede a concessão da liminar para suspender a
execução provisória da pena, de modo que seja permitido ao paciente aguardar
o julgamento deste habeas corpus em liberdade. No mérito, requer a
confirmação da medida de urgência “[...] para suspender a execução
provisória da pena no processo criminal originário da 3ª Vara Criminal de
Brasília/DF, até o julgamento final dos recursos de natureza extraordinária
interpostos nos autos do processo de origem” (pág. 13 do documento
eletrônico 1). Em 12/9/2016, os autos vieram conclusos a mim, por força do
que dispõe o art. 38 do RISTF. É o relatório. Decido o pedido de liminar. De
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antemão, consigno que, nos autos do HC 140.217/DF, de minha relatoria,
deferi medida liminar para suspender a execução provisória da pena de
indivíduo, em caso análogo, por constatar a excepcionalidade daquela
situação, utilizando os seguintes fundamentos: “A impetração funda-se na
suposta violação da coisa julgada de parte da sentença condenatória que
teria assegurado ao paciente o direito de recorrer em liberdade. Alega-se,
dessa forma, que, como esse aspecto não foi objeto de recurso por parte do
Ministério Público, e, portanto, na segunda instância, o paciente teria
direito de recorrer em liberdade, porquanto tal situação implicaria a
formação da coisa julgada no ponto. É que, na sentença, determinou-se ‘aos
réus o direito de recorrerem [...] em liberdade, uma vez que, a despeito da
gravidade dos delitos praticados, não se encontram segregados
provisoriamente pelo presente feito, pois ausentes os pressupostos da prisão
preventiva’ (pág. 17 do documento eletrônico 2). E, no acórdão, o recurso
dos réus foi conhecido e parcialmente provido para afastar a pena de multa,
sendo o do Parquet também parcialmente provido, apenas para “decretar a
perda do cargo público de auditor tributário do primeiro e da segunda
apelantes e para estabelecer o regime semiaberto de cumprimento da pena
privativa de liberdade a todos os réus” (pág. 8 do documento eletrônico 4).
Em seguida, o Ministério Público, tendo em conta a decisão deste Tribunal no
julgamento do HC 126.292/SP, Rel. Ministro Teori Zavascki – que afirmou a
possibilidade do início da execução da pena após condenação em segunda
instância –, entendeu haver razão para peticionar ao juízo de primeiro grau
e requerer a prisão do paciente, no que foi atendido. Vê-se, portanto, que a
situação dos autos é teratológica, uma vez que, em decorrência de uma
petição incidental do Parquet, o juízo utilizou-se de uma forma imprópria
para modificar a fundamentação do acórdão, valendo-se de expediente não
agasalhado pela legislação processual penal, o que configura, mutatis
mutandis, uma reformatio in pejus, vedada pelo art. 617 do Código de
Processo Penal . Com efeito, tal capítulo da sentença não foi objeto de
reforma pelo Tribunal de Justiça, não havendo falar, agora, em possibilidade
de alterar-se uma decisão judicial, ainda pendente de recurso nos tribunais
superiores, sem que tal se dê pela via processual apropriada, pela simples
razão de o Supremo Tribunal ter alterado a sua jurisprudência no tocante ao
tema da execução provisória da pena, ainda não confirmada em julgamento de
mérito pelo Plenário - cumpre registrar - de modo a dotá-lo de efeito erga
omnes e força vinculante. Para prender um cidadão é preciso mais do que o
simples acatamento de uma petição ministerial protocolada em primeiro grau,
sobretudo quando estão em jogo valores essenciais à própria existência do
Estado Democrático de Direito como a liberdade e o devido processo legal. A
determinação de que a condenação seria executada apenas após o trânsito em
julgado faz parte das decisões pretorianas prolatadas em primeiro e segundo
graus de jurisdição, as quais em nenhum momento foram atacadas, no ponto,
pelos meios processuais adequados. Trânsito em julgado difere
substancialmente – como é óbvio – de julgamento em segundo grau. A vontade
do magistrado singular e dos juízes que integraram o colegiado recursal
manifestaram, explícita e também implicitamente, a vontade de que a primeira
das duas hipóteses regesse a eventual prisão do paciente. A antecipação do
cumprimento da pena, no caso singular sob exame, somente poderia ocorrer
mediante um pronunciamento específico e justificado que demonstrasse, à
saciedade, e com base em elementos concretos, a necessidade da custódia
cautelar”. Observo que lá, assim como aqui, a impetração está fundada na
suposta violação da coisa julgada de parte da sentença condenatória que
teria assegurado ao paciente o direito de recorrer em liberdade. Isso
porque, como pode se ver, no dispositivo da sentença, ficou consignado que
os acusados, dentre eles o ora paciente, responderam ao processo em
liberdade e, “estando encerrada a instrução e não havendo notícia de mudança
na situação fática, ausentes, pois, os requisitos ensejadores da segregação
de natureza cautelar, CONCEDO AOS ACUSADOS O DIREITO DE RECORRER EM
LIBERDADE, salvo se por outro motivo houverem de ser recolhidos” (pág. 19 do
documento eletrônico 7; grifos no original). Deve ser ressaltado que a
sentença condenatória assegurou ao paciente o direito de recorrer em
liberdade, de modo que, como esse aspecto não foi objeto de recurso por
parte do Ministério Público, o paciente tem o direito de recorrer em
liberdade, porquanto tal situação implicaria a formação da coisa julgada no
ponto. Além disso, no acórdão, o Tribunal de Justiça do Distrito Federal e
dos Territórios, apesar de dar parcial provimento às apelações dos réus e do
Ministério Público (documento eletrônico 9), sequer tratou da parte do
dispositivo da sentença que garantiu ao paciente o direito de permanecer em
liberdade durante a fase recursal. Ocorre que o Ministério Público, levando
em consideração a decisão deste Tribunal no julgamento do HC 126.292/SP, de
relatoria do Ministro Teori Zavascki – que afirmou a possibilidade do início
da execução da pena após condenação em segunda instância, peticionou ao
juízo de primeiro grau requerendo a prisão do paciente, no que foi atendido
(documento eletrônico 5). Vê-se, portanto, assim como constatei nos autos do
HC 140.217/DF, que a situação dos autos também é teratológica, uma vez que,
em decorrência de uma petição incidental do Parquet, o juízo da 3ª Vara
Criminal de Brasília utilizou-se de uma forma imprópria para modificar a
fundamentação do acórdão, valendo-se de expediente não agasalhado pela
Assinado legislação processual
eletronicamente. A penal,
Certificação Digital pertenceoa:que configura,
Marcelo mutatis
Leal de Lima Oliveira mutandis, uma
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reformatio in pejus, vedada pelo art. 617 do Código de Processo Penal. Com
efeito, tal capítulo da sentença não foi objeto de reforma pelo Tribunal de
Justiça local, não havendo falar, agora, em possibilidade de alterar-se uma
decisão judicial, ainda pendente de recurso nos tribunais superiores, sem
que tal se dê pela via processual apropriada, pela simples razão de o
Supremo Tribunal ter alterado a sua jurisprudência no tocante ao tema da
execução provisória da pena, ainda não confirmada em julgamento de mérito
pelo Plenário - cumpre registrar - de modo a dotá-lo de efeito erga omnes e
força vinculante. Para prender um cidadão é preciso mais do que o simples
acatamento de uma petição ministerial protocolada em primeiro grau,
sobretudo quando estão em jogo valores essenciais à própria existência do
Estado Democrático de Direito como a liberdade e o devido processo legal. A
determinação de que a condenação seria executada apenas após o trânsito em
julgado faz parte das decisões pretorianas prolatadas em primeiro e segundo
graus de jurisdição, as quais em nenhum momento foram atacadas, no ponto,
pelos meios processuais adequados. Trânsito em julgado difere
substancialmente – como é óbvio – de julgamento em segundo grau. A vontade
do magistrado singular e dos juízes que integraram o colegiado recursal
manifestaram, explícita e também implicitamente, a vontade de que a primeira
das duas hipóteses regesse a eventual prisão do paciente. A antecipação do
cumprimento da pena, no caso singular sob exame, somente poderia ocorrer
mediante um pronunciamento específico e justificado que demonstrasse,
satisfatoriamente, e com base em elementos concretos, a necessidade da
custódia cautelar. Assim, da análise dos autos, verificando que o caso dos
autos se assemelha em tudo àquele tratado no HC 140.217/DF, entendo
aplicáveis aqui os mesmos fundamentos do referido precedente. Por essas
razões, constatada a excepcionalidade da situação em análise, defiro a
medida liminar para que seja suspensa a execução da pena até que o mérito
deste habeas corpus seja julgado pelo colegiado competente. Comunique-se,
com urgência, ao Juízo da 3ª Vara Criminal de Brasília, requisitando-lhe
informações. Após, ouça-se a Procuradoria-Geral da República. Publique-se.
Brasília, 28 de março de 2017. Ministro Ricardo Lewandowski Relator
Legislação
Observação
16/01/2018
Legislação feita por:(SSM).
fim do documento
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Decisões Monocráticas
Publicação
PROCESSO ELETRÔNICO
DJe-261 DIVULG 16/11/2017 PUBLIC 17/11/2017
Partes
Decisão
Trata-se de habeas corpus, com pedido de liminar, impetrado em favor de
Sami Kuperchmit, contra acórdão da Sexta Turma do Superior Tribunal de
Justiça, assim ementado: "PROCESSUAL PENAL E PENAL. RECURSO EM HABEAS
CORPUS. PRISÃO PREVENTIVA. CORRUPÇÃO PASSIVA E ATIVA. PARTICIPAÇÃO EM
ORGANIZAÇÃO CRIMINOSA. FUNDAMENTAÇÃO CONCRETA. ILEGALIDADE. AUSÊNCIA.
RECURSO EM HABEAS CORPUS IMPROVIDO. 1. Apresentada fundamentação
concreta para a decretação da prisão preventiva, explicitada na participação
do paciente em complexa organização criminosa, e com um alto poderio
econômico, haja vista a participação de empresários, constituída com a
finalidade precípua de lesar o Erário Municipal valendo-se de pagamento de
propinas a membros do Poder Legislativo e Executivo, com escopo de obtenção
de contratos fraudulentos, leis de interesse das empresas envolvidas e
outras condutas tipificadas na legislação criminal, além da posição de
destaque do paciente na organização criminosa, e a vultosa reiteração
delitiva, não há que se falar em ilegalidade a justificar a concessão da
ordem de habeas corpus ou suficiência das medidas cautelares diversas da
prisão. 2. Recurso em habeas corpus improvido". Os impetrantes
narram, de início, que o paciente “foi condenado por sentença que
consignou, de forma expressa, que o início da execução da pena se daria
somente ‘após o trânsito em julgado’ (doc. 1), o que não foi objeto de
recurso por parte do Ministério Público (doc. 2). O eg. TJDFT, ao julgar os
apelos das partes, manteve intacta a r. Decisão de primeiro grau nesse ponto
(doc. 3) e não determinou o início da execução da pena. No entanto,
pendente de julgamento Agravo em Recurso Especial que visa discutir a
fixação da pena do Paciente (doc. 4), o em. magistrado de primeiro grau
determinou o início da execução da pena (doc. 5).” (grifos no original;
págs. 3-4 do documento eletrônico 1). Informam, então, que foi impetrado
writ no Tribunal de Justiça do Distrito Federal e dos Territórios, sendo-lhe
denegada a ordem. Irresignada, a defesa interpôs recurso no STJ, que o
desproveu. Contra o acórdão do STJ é o presente writ, dirigido a este
Tribunal, no qual a defesa pede a concessão da liminar para que seja
permitido ao paciente que aguarde o julgamento deste habeas corpus em
liberdade. No mérito, requer a confirmação da medida de urgência. Em
10/2/2017, deferi o pedido de liminar, requisitei informações e abri vista
ao Ministério Público Federal. A Procuradoria-Geral da República opinou
pelo não conhecimento do writ (documento eletrônico 40). Posteriormente
deferi o pedido de extensão formulado por Sonia Maria de Andrades Santos
(documento eletrônico 37). É o relatório necessário. Decido.
Registro, inicialmente, que, embora o presente habeas corpus tenha sido
impetrado em substituição a recurso extraordinário, não oponho óbice ao seu
conhecimento, na linha do que tem decidido a Segunda Turma deste Supremo
Tribunal. Nesse sentido, cito os seguintes precedentes: HC 126.791-ED/RJ, HC
126.614/SP e HC 126.808-AgR/PA, todos da relatoria do Ministro Dias Toffoli.
Anoto, também, que o art. 192, caput, do Regimento Interno do Supremo
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Tribunal Federal faculta ao Relator denegar ou conceder a ordem de habeas
corpus, ainda que de ofício, quando a matéria for objeto de jurisprudência
consolidada neste Supremo Tribunal. Por este motivo, passo ao exame do
mérito desta impetração. O caso é de concessão da ordem. A questão
trazida neste writ diz respeito à possibilidade ou não de execução
provisória da pena depois de julgado o recurso em segundo grau de
jurisdição, haja vista a tese fixada pelo Plenário desta Suprema Corte no
julgamento do HC 126.292/SP e reafirmada no ARE 964.246/SP, no qual foi
reconhecida repercussão geral da questão constitucional envolvida, ambos de
relatoria do saudoso Ministro Teori Zavascki. Pois bem, a jurisprudência
deste Supremo Tribunal se consolidou no sentido de que ofende o princípio da
presunção de inocência, insculpido no art. 5°, LVII, da Constituição
Federal, a execução da pena privativa de liberdade antes do trânsito em
julgado da sentença condenatória, ressalvada a hipótese de prisão cautelar,
desde que presentes os requisitos autorizadores previstos no art. 312 do
Código de Processo Penal. Esse, aliás, é o entendimento ao qual sempre
me filiei. No julgamento do aludido HC 126.292/SP, em que o Plenário
sinalizou possível mudança de paradigma, assentei, de modo enfático, o
seguinte: Eu vou pedir vênia ao eminente Relator e manter a minha
posição, que vem de longa data, no sentido de prestigiar o princípio da
presunção de inocência, estampado, com todas as letras, no art. 5°, inciso
LVII, da nossa Constituição Federal. Assim como fiz, ao proferir um
longo voto no HC 84.078, relatado pelo eminente Ministro Eros Grau, eu quero
reafirmar que não consigo, assim como expressou o Ministro Marco Aurélio,
ultrapassar a taxatividade desse dispositivo constitucional, que diz que a
presunção de inocência se mantém até o trânsito em julgado. Isso é
absolutamente taxativo, categórico; não vejo como se possa interpretar esse
dispositivo. A Constituição Federal de 1988, ao tratar dos direitos e
deveres individuais e coletivos, garante que “ninguém será considerado
culpado até o trânsito em julgado de sentença penal condenatória”. Logo,
o texto constitucional é expresso em afirmar que apenas depois do trânsito
em julgado da sentença penal condenatória alguém poderá ser considerado
culpado. Trata-se do princípio, hoje universal, da presunção de inocência
das pessoas. Como se sabe, a nossa Constituição não é uma mera folha de
papel, que pode ser rasgada sempre que contrarie as forças políticas do
momento. Ao revés, a Constituição da República possui força normativa
suficiente, de modo que os seus preceitos, notadamente aqueles que garantem
aos cidadãos direitos individuais e coletivos, previstos no seu art. 5°,
sejam obrigatoriamente observados, ainda que os anseios momentâneos, mesmo
aqueles mais nobres, a exemplo do combate à corrupção, requeiram solução
diversa, uma vez que, a única saída legítima para qualquer crise consiste,
justamente, no incondicional respeito às normas constitucionais. Isso
porque não se deve fazer política criminal em face da Constituição, mas sim,
com amparo nela. Ora, a Constituição Federal atribuiu ao Supremo
Tribunal Federal inúmeras e relevantíssimas atribuições, dentre as quais a
mais importante é a guarda da própria Constituição (art. 102). Nesse
sentido, com a devida vênia à corrente majoritária que se formou no
julgamento do HC 126.292/SP, naquela assentada, o Plenário da Suprema Corte
extraiu do art. 5°, LVII, da Constituição, um sentido que dele não se pode e
nem, no mais elástico dos entendimentos, se poderia extrair, vulnerando,
consequentemente, mandamento constitucional claro, direto e objetivo,
protegido, inclusive, pelo próprio texto constitucional contra propostas de
emendas constitucionais tendentes a aboli-lo, conforme dispõe o art. 60, §
4°, IV, da Carta. Ressalto que não se mostra possível ultrapassar a
taxatividade daquele dispositivo constitucional, salvo em situações de
cautelaridade, por tratar-se de comando constitucional absolutamente
imperativo, categórico, com relação ao qual não cabe qualquer tergiversação,
pois, como já diziam os jurisconsultos de antanho, in claris cessat
interpretatio. E o texto do inciso LVII do art. 5° da Carta Magna, além de
ser claríssimo, à toda a evidência, não permite uma inflexão jurisprudencial
de maneira a dar-lhe uma interpretação in malam partem. Em consonância
com o dispositivo constitucional supramencionado, o art. 283 do Código de
Processo Penal e o art. 594 do Código de Processo Penal Militar dispõem,
respectivamente, que: “Art. 283. Ninguém poderá ser preso senão em
flagrante delito ou por ordem escrita e fundamentada da autoridade
judiciária competente, em decorrência de sentença condenatória transitada em
julgado ou, no curso da investigação ou do processo, em virtude de prisão
temporária ou prisão preventiva”. “Art. 594. Transitando em julgado a
sentença que impuser pena privativa da liberdade, se o réu já estiver preso
ou vier a ser preso, o auditor ordenará a expedição da carta de guia, para o
cumprimento da pena”. Muito bem. Ao comentar o dispositivo da lei
processual penal, Eugênio Paccelli (in Comentários ao código de processo
penal e sua jurisprudência. 9. ed. rev. e atual. - São Paulo: Atlas, 2017,
pág. 590) consigna que “a nova redação dada ao art. 283 do CPP constitui,
inegavelmente, empecilho à execução provisória da pena”. O referido autor
continua, afirmando que, “[a]ntes dela (da Lei n° 132.403/11), a
determinação constitucional no sentido de que toda prisão decorreria de
ordem escrita e fundamentada de autoridade judiciária competente já impunha
a regra da proibição da execução provisória. No entanto, pensamos que a
Assinado previsão legal
eletronicamente. de imposição
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Oliveira em julgado poderia
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autorizar uma interpretação conforme (à Constituição), para o fim de,
excepcionalmente, aplicar-se a execução provisória, quando ausentes
quaisquer dúvidas a respeito da condenação e da imposição concreta de sua
modificação nas instâncias extraordinárias. Agora, como se vê, também
essa porta parece fechada. A própria Lei impede o juízo de exceção à regra
geral da proibição da execução provisória”. No mesmo sentido é a posição
de Guilherme de Souza Nucci (in Código de processo penal comentado. 16 ed.
rev., atual. e ampl. - Rio de Janeiro: Forense, 2017, pág. 730), para quem
“a solidificação da pena, após a sentença condenatória, perpetua-se em face
do trânsito em julgado”. Segundo o mencionado doutrinador, “essa situação
processual sempre obteve, doutrinária e jurisprudencialmente, uma única
definição: forma-se a coisa julgada material (trânsito em julgado), quando
se esgotam todos os recursos possíveis contra determinada decisão”.
Semelhante raciocínio pode ser transportado para os processos em trâmite na
Justiça Militar. Ademais, deve ser mencionado que a Lei de Execução
Penal também exige, para o início de cumprimento da pena privativa de
liberdade, o trânsito em julgado da sentença condenatória. Essa é a
inteligência do art. 105 combinado com o art. 107, in verbis: “Art. 105.
Transitando em julgado a sentença que aplicar pena privativa de liberdade,
se o réu estiver ou vier a ser preso, o Juiz ordenará a expedição de guia de
recolhimento para a execução. [...] Art. 107. Ninguém será
recolhido, para cumprimento de pena privativa de liberdade, sem a guia
expedida pela autoridade judiciária”. Não pode ser esquecido, também,
que, até o momento, não houve declaração de inconstitucionalidade dos
referidos dispositivos infraconstitucionais, de modo que, com espeque no
art. 5°, LVII, da Constituição, todos são plenamente aplicáveis.
Outrossim, consigno que, em nosso sistema jurídico, desde 1988, o
trânsito em julgado da decisão condenatória sempre se deu com o esgotamento
de todos os recursos e instâncias ordinárias e extraordinárias. Alterar
essa realidade jurídica exigiria novo disciplinamento constitucional e
legal, que só poderia se dar via Congresso Nacional, e não pelo Poder
Judiciário, uma vez que a posição do constituinte originário, ainda que não
agrade àqueles que perfilham da posição até então majoritária nesta Suprema
Corte, exige que seja trilhado o caminho previsto na Constituição Federal,
como se espera de um Estado que, além de democrático, também é de Direito.
Ademais, foi opção do constituinte de 1998 exigir o trânsito em julgado
da decisão condenatória, ao invés do esgotamento do duplo grau de
jurisdição, para considerar o acusado “culpado” pelo cometimento de um
crime. Nesse sentido, ainda que o sistema do duplo grau de jurisdição seja
adotado em outros países, o Estado brasileiro é soberano em suas escolhas
políticas e jurídicas. Feito esse registro, transcrevo agora, por
oportuno, o teor da decisão combatida: “Trata-se de pedido do Ministério
Público para que seja expedida Guia de Execução Provisória e Mandado de
Prisão de condenado(s) nos autos, a partir da execução provisória de pena
privativa de liberdade, a fim de ver aplicado ao presente caso entendimento
recente do Colendo Supremo Tribunal Federal, espelhado no julgamento do
Habeas Corpus n° 126.292/SP. Com razão o órgão ministerial. A
diretriz firmada pela Suprema Corte de Justiça, em 17/02/2016, ao julgar o
Habeas Corpus n° 126.292/SP, no sentido de que "a execução provisória de
acórdão penal condenatório proferido em grau de apelação, ainda que sujeito
a recurso especial ou extraordinário, não compromete o princípio
constitucional da presunção de inocência", constitui avanço interpretativo
que deve ser prestigiado. É sabido que o recurso especial e o
extraordinário, pela sua natureza excepcional, não se prestam à revisão de
aspectos fático-probatórios nem possuem efeito suspensivo (art. 637 do CPP e
art. 27, § 2°, da Lei no 8.038/90). Portanto, não obstam o início da
execução provisória. Além disso, como ressaltado pelo eminente Ministro
Teori Zavascki, por ocasião do referido julgamento, a execução de pena na
pendência desse tipo de recurso não compromete o princípio da não
culpabilidade porque a observância das prerrogativas constitucionais nas
instâncias ordinárias é bastante para preservação do núcleo essencial dessa
garantia. Ao citar lição da ilustre Ministra Ellen Gracie, ex-integrante
dos quadros do STF, a relataria também destacou que "em país nenhum do
mundo, depois de observado o duplo grau de jurisdição, a execução de uma
condenação fica suspensa, aguardando referendo da Suprema Corte". Sabe-se,
de há muito, que no nosso país as distorções do sistema recursal criminal
têm sido usadas com finalidade protelatória, gerando situações absurdas e
infindáveis prescrições, o que deve ser combatido pelos operadores do
direito. Tal posicionamento vem sendo corroborado pelos Tribunais
Pátrios. O Egrégio Superior Tribunal de Justiça ratificou a nova
interpretação, no dia 03/03/2016, quando da apreciação dos Embargos
Declaratórios no Recurso Especial n° 1.484.415/DF, cuja decisão encontra-se
a seguir ementada: […] Os fatos remontam ao ano de 2005. Após o
decreto condenatório, foi proferido acórdão pelo Eg. T JDF, confirmando os
termos (ainda que parcialmente) do decisum de primeiro grau e definindo o
regime prisional semiaberto. Posteriormente, a Defesa Técnica interpôs
recurso especial e recurso extraordinário, os quais se encontram pendentes
de julgamento. Destarte, não há óbice para a execução provisória da pena
dos condenados, porquanto, como se viu, recursos de natureza extraordinária
Assinado não estão dotados
eletronicamente. deDigital
A Certificação efeito suspensivo,
pertence bem
a: Marcelo Leal de corno
Lima Oliveira a sentença condenatória
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foi confirmada pelo Tribunal de Justiça. Nesse contexto, percebe-se que
a execução provisória exsurge como imperativo de justiça, com a
relativização do princípio da presunção de inocência, estando preservadas as
garantias constitucionais, a fim de se alcançar uma maior efetividade do
sistema de justiça criminal. Pelas razões expostas, DEFIRO o pedido
formulado pelo Ministério Público (fls. 1590/1591) e DETERMINO a expedição
de Carta de Guia de Execução Provisória e Mandado de Prisão em desfavor de
SAMI KUPERCHMIT” (págs. 2-5 do documento eletrônico 6). Conforme se
verifica, esse decisum contém apenas a remissão a julgado deste Supremo
Tribunal como argumento para decretação do início da execução da pena
imposta ao paciente, não se afigurando, portanto, a meu sentir, revestido de
motivação hábil, sobretudo se contrastada com o art. 5°, LXI, do texto
constitucional, que assegura a todos o direito de não ser preso “senão em
flagrante delito ou por ordem escrita e fundamentada de autoridade
judiciária competente, salvo nos casos de transgressão militar ou crime
propriamente militar, definidos em lei”. E ainda que se possa argumentar
sobre o efeito vinculante resultante do julgamento do ARE 964.246/SP pelo
Plenário desta Corte, em se tratando de cerceamento da liberdade individual,
a decisão judicial correspondente há de ter em conta o princípio da
individualização da pena, abrigado no art. 5°, XLVI, do Texto Magno, que não
admite qualquer prisão baseada em expressões vagas ou genéricas. Em outras
palavras, precisa levar em consideração a situação particular do condenado.
Essa é a orientação pacífica deste Supremo Tribunal, segundo a qual:
“A exigência de motivação da individualização da pena – hoje, garantia
constitucional do condenado (CF, arts. 5º, XLVI, e 93, IX) –, não se
satisfaz com a existência na sentença de frases ou palavras quaisquer, a
pretexto de cumpri-la: a fundamentação há de explicitar a sua base empírica,
e esta, de sua vez, há de guardar relação de pertinência, legalmente
adequada, com a exasperação da sanção penal, que visou a justificar” (HC
69.419/MS, Rel. Min. Sepúlveda Pertence). Não se ignora que, com o
triunfo das revoluções liberais no já longínquo século XVIII, acabou-se com
a obrigatoriedade do cumprimento dos caprichos régios sob a justificativa de
que le roi le veut, ou seja, “o rei o quer”. No mesmo diapasão, é possível
afirmar, com segurança, que não se pode hoje atender a uma determinação
judicial ou, pior, mandar alguém para a prisão simplesmente porque le juge
le veut, quer dizer, porque “o juiz o quer”. Daí a previsão - ainda que
tardiamente acolhida entre nós - dos arts. 5°, LXI, e 93, IX, da
Constituição de 1988, os quais exigem expressamente a motivação das ordens
judiciais, que não podem emanar da simples vontade subjetiva dos julgadores
e nem veicular meras fórmulas legais ou jurisprudenciais desapegadas de um
contexto fenomenológico real e concreto. Registro, ainda, por oportuno,
que o entendimento deste Supremo Tribunal sobre a possibilidade de execução
antecipada da pena após a confirmação da condenação em segunda instância
vem, em boa hora, sofrendo temperamentos, à luz do texto constitucional,
seja sob a ótica do princípio da razoabilidade, em decisões prolatadas pelos
mais distintos tribunais do País. Em recente decisão no HC 366.907/PR, a
Sexta Turma do Superior Tribunal de Justiça entendeu que a “pendência ou
possibilidade de oposição de Embargos de Declaração impedem a execução
antecipada da pena, já que não exaurida a atuação das instâncias
ordinárias”, verbis: “HABEAS CORPUS. ART. 157, § 2º, I, II e V, DO CP.
EXECUÇÃO PROVISÓRIA DA PENA. DEFERIDO EM SENTENÇA O DIREITO DE RECORRER EM
LIBERDADE. NÃO ESGOTADA A JURISDIÇÃO ORDINÁRIA. IMPOSSIBILIDADE. ORDEM
CONCEDIDA. 1. Consoante entendimento firmado pelo Supremo Tribunal
Federal no julgamento do ARE n. 964.243, sob a sistemática da repercussão
geral, é possível a execução da pena depois da prolação de acórdão em
segundo grau de jurisdição e antes do trânsito em julgado da condenação,
para garantir a efetividade do direito penal e dos bens jurídicos
constitucionais por ele tutelados. 2. Na hipótese em que foi permitido à
ré recorrer em liberdade, soa desarrazoado que a expedição de mandado de
prisão ocorra de forma automática, tão logo seja prolatado ou confirmado o
acórdão condenatório, ainda passível de integração pelo Tribunal de Justiça.
3. Ordem concedida para, confirmada a liminar, assegurar à paciente o
direito de aguardar em liberdade o esgotamento da jurisdição ordinária” (HC
366.907/PR, Rel. Min. Rogerio Schietti Cruz). No mesmo sentido, já se
anotavam decisões no âmbito do Tribunal Regional Federal da 3ª Região, das
quais destaco o HC 2017.03.00.002292-3/SP, no qual o Desembargador Federal
Maurício Kato consignou que “o princípio da presunção da inocência, ainda
que não absoluto, obsta a execução provisória da sentença condenatória nos
casos em que se mostre possível assegurar ao acusado o direito à liberdade
provisória”. Aliás, constata-se que, a partir do entendimento do STF, o
qual, por julgamento majoritário, restringiu o princípio constitucional da
presunção de inocência, prisões passaram a ser decretadas, após a prolação
de decisões de segundo grau, de forma automática, na maior parte das vezes,
como já afirmado, sem qualquer fundamentação idônea. Esse retrocesso
jurisprudencial, de resto, como se viu, mereceu o repúdio praticamente
unânime dos especialistas em direito penal e processual penal, em particular
daqueles que militam na área acadêmica. Observe-se, além disso, que a
decisão proferida no HC 126.292/SP, de relatoria do Ministro Teori Zavascki,
não respeitou, necessariamente, o princípio do duplo grau de jurisdição, uma
Assinado vez que deuA azo
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absolvido em primeiro grau e condenado em segundo grau de jurisdição, bem
como daquele que apenas foi condenado em segunda instância, por ter foro por
prerrogativa de função em Tribunal de Justiça ou em Tribunal Regional
Federal. Essa última hipótese, inclusive, tive a oportunidade de
analisar, no exercício da Presidência (art. 13, VIII do RISTF), quando
deferi a liminar no HC 135.752 MC/PB, de relatoria do Ministro Edson Fachin,
para suspender a execução provisória do paciente, utilizando, dentre outros,
os seguintes fundamentos: “Não bastasse isso, observo que, na hipótese
sob exame, nem ao menos se assegurou ao paciente o duplo grau de jurisdição,
implícito no art. 5º, LV, da CF, como se observa da leitura de trecho
significativo do acórdão combatido: ‘7. É verdade que, na hipótese
presente, como um dos réus tem foro especial por prerrogativa de função, a
Ação Penal é de competência originária do TRF, inexistindo sentença de Juiz
singular anterior ao julgamento por este Órgão Colegiado. No entanto, tal
situação não afasta a aplicação do entendimento do STF, uma vez que está
encerrada a análise fático-probatória da Ação Penal nº 37/PB, com condenação
por Órgão Colegiado. Precedentes do STJ’. Nesse ponto, cumpre ressaltar
que o duplo grau de jurisdição integra a cláusula do due process of law, a
qual compreende não apenas um conjunto de regras de caráter formal e
substantivo destinado a assegurar a regularidade do processo judicial, mas
também uma garantia material de que ninguém será arbitrariamente privado de
seus direitos e liberdades. Para que isso se concretize, na prática, é
preciso que o sistema legal seja dotado de mecanismos que evitem, o mais
possível, a ocorrência de erros judiciários, sob pena de transformar-se em
letra morta o princípio do devido processo legal. O direito ao reexame
das decisões judiciais configura uma garantia constitucional, de caráter
instrumental, pois, ademais de estar compreendida no postulado do devido
princípio legal, configura axioma conatural ao atingimento dos fins últimos
do próprio Estado de Direito, que se assenta, antes de mais nada, no
princípio da legalidade, que não convive com qualquer tipo de arbítrio,
especialmente de cunho judicial. Os recursos, com efeito, têm uma
finalidade eminentemente política, visto que constituem instrumento de
proteção das liberdades individuais contra o despotismo dos agentes
públicos, em geral, e a própria falibilidade dos magistrados, em particular
Desse modo, não se mostra admissível que a interpretação de normas
infraconstitucionais, notadamente daquelas que integram o Código de Processo
Penal – instrumento cuja finalidade última é proteger o jus libertatis do
acusado diante do jus puniendi estatal – derrogue a competência
constitucional estrita fixada pela Carta Magna aos diversos órgão judicantes
e, mais, permita malferir o consagrado postulado do duplo grau de jurisdição
na esfera criminal, nela abrigado, em distintas ocasiões acolhido, de livre
e espontânea vontade, pelo Brasil, após a promulgação daquela, quando aderiu
sem reservas – que fique claro – ao Pacto de San José da Costa Rica, dentre
outras convenções internacionais de proteção aos direitos humanos”.
Registro, no entanto, que o Eminente Relator do feito Ministro Edson
Fachin, posteriormente negou seguimento à impetração, aplicando ao caso o
entendimento consolidado na Súmula 691. Em seguida, no julgamento do agravo
regimental interposto, a Primeira Turma desta Suprema Corte negou provimento
ao recurso. Não custa recordar, nesta oportunidade, que a proibição do
retrocesso, em matéria de direitos fundamentais, encontra-se expressamente
estampada no art. 30 da Declaração Universal dos Direitos do Homem, de 1948,
elaborada sob os auspícios da Organização das Nações Unidas, considerada
pelos especialistas verdadeiro jus cogens em matéria de direito
internacional. No que pertine ao art. 637 do CPP, o qual dispõe ser o
recurso extraordinário desprovido de efeito suspensivo, permito-me rememorar
que, por ocasião do julgamento do HC 84.078/MG, de relatoria do Ministro
Eros Grau, trouxe à colação o ensinamento de três eminentes professores,
titulares de legislação processual, da Universidade de São Paulo, os mestres
Ada Pellegrini Grinover, Antônio Magalhães Filho, Antônio Scarance
Fernandes, de cujas lições selecionei um pequeno trecho: “Para o
processo penal, pode-se afirmar que a interposição, pela defesa, do recurso
extraordinário ou especial, e mesmo do agravo da decisão denegatória, obsta
a eficácia imediata do título condenatório penal, ainda militando em favor
do réu a presunção de não culpabilidade, incompatível com a execução
provisória da pena (ressalvados os casos de prisão cautelar)”. O efeito
suspensivo - diziam aqueles professores e dizem ainda, porque a achega
doutrinária deles sobrevive incólume - dos recursos extraordinários, com
relação à aplicação da pena, deriva da própria Constituição, devendo as
regras da lei ordinária, o art. 637 do CPP, serem revistas à luz da Lei
Maior. Com a devida vênia, ouso manifestar ainda a minha perplexidade
diante da guinada jurisprudencial do Supremo Tribunal Federal com relação à
prisão antes do trânsito em julgado da sentença condenatória, sobretudo
porque ocorreu logo depois de esta Suprema Corte ter assentado, na ADPF 347
e no RE 592.581/RS, que o sistema penitenciário brasileiro se encontra em
situação falimentar. Naquela ocasião, o STF, de forma uníssona, afirmou
que as prisões do País se encontram num estado de coisas inconstitucional.
Não obstante, poucas sessões depois, decidiu facilitar a entrada de acusados
neste verdadeiro inferno de Dante que é o sistema prisional pátrio. Em
outras palavras, abrandou esse princípio maior da Carta Magna, a presunção
Assinado de inocência,
eletronicamente. que configura
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recentes decisões, o Ministro Celso de Mello deferiu o pedido de medida
cautelar nos HC 147.452-MC/MG; HC 147.469-MC/SP; e RHC 129.663-ED-AgR/RS
para suspender a execução provisória da pena, por entender que,
“Assentadas tais premissas, passo a examinar o pedido de medida cautelar
ora formulado nesta sede processual. E, ao fazê-lo, saliento que eminentes
Ministros desta Corte, em diversos processos [...] têm concedido provimentos
cautelares (ou, até mesmo, deferido o próprio writ constitucional) em
situações como aquelas, por exemplo, em que Tribunais de inferior
jurisdição, ao ordenarem a expedição de mandados de prisão, para efeito de
‘execução provisória’, (a) limitam-se a simplesmente mencionar, sem qualquer
fundamentação idônea, os precedentes a que aludi logo no início desta
decisão, ou (b) fazem-no sem que ainda tenha sido esgotada a jurisdição
ordinária, pois pendentes de julgamento embargos de declaração ou embargos
infringentes e de nulidade do julgado (CPP, art. 609, parágrafo único), ou,
ainda, (c) determinam a imediata e antecipada efetivação executória de seu
julgado com transgressão ao postulado que veda a reformatio in pejus, eis
que a ordem de prisão é dada em recursos interpostos unicamente pelo réu
condenado a quem se garantira, anteriormente, sem qualquer impugnação do
Ministério Público, o direito de aguardar em liberdade a conclusão do
processo. O caso ora em análise parece ajustar-se às hipóteses sob (a) e
(c), cabendo destacar, quanto a esse último aspecto, que a colenda Segunda
Turma deste Tribunal, em 08/08/2017, iniciou o julgamento, suspenso por
pedido de vista, de uma ação de habeas corpus (HC 136.720/PB), no qual já se
formou maioria pela concessão da ordem, em que o eminente Relator, Ministro
RICARDO LEWANDOWSKI, propôs o deferimento do writ precisamente em virtude de
violação ao princípio que proíbe a reformatio in pejus, em situação na qual
o Tribunal apontado como coator ordenou a imediata execução antecipada da
pena, fazendo-o, contudo, em recurso exclusivo do réu, a quem se assegurara,
sem qualquer oposição recursal do Ministério Público, o direito de aguardar
em liberdade o desfecho do processo, transgredindo-se, desse modo, postulado
fundamental que conforma e condiciona a atuação do Poder Judiciário (HC
142.012-MC/DF, Rel. Min. RICARDO LEWANDOWSKI - HC 142.017-MC/DF, Rel. Min.
RICARDO LEWANDOWSKI, v.g.)” (grifos no original). Ademais, menciono que,
mesmo após o julgamento do HC 126.292/SP, o Ministro Marco Aurélio deferiu
liminares para suspender a execução provisória da pena, como pode ser visto
nos HCs 144.712-MC/SP; 145.380-MS/SP; e 146.006-MC/PE. Registro, ainda,
que, no julgamento do HC 142.173/SP, pela Segunda Turma, o Ministro Gilmar
Mendes, Relator do feito, adiantou uma mudança do seu posicionamento,
externado no julgamento do HC 126.292/SP, de relatoria do Ministro Teori
Zavascki, ocasião na qual compôs a maioria, consignando em seu voto que:
“No julgamento do HC 126.292/SP, o Ministro Dias Toffoli votou no
sentido de que a execução da pena deveria ficar suspensa com a pendência de
recurso especial ao STJ, mas não de recurso extraordinário ao STF. Para
fundamentar sua posição, sustentou que a instituição do requisito de
repercussão geral dificultou a admissão do recurso extraordinário em matéria
penal, que tende a tratar de tema de natureza individual e não de natureza
geral ao contrário do recurso especial, que abrange situações mais comuns de
conflito de entendimento entre tribunais. Manifesto, desde já, minha
tendência em acompanhar o Ministro Dias Toffoli no sentido de que a execução
da pena com decisão de segundo grau deve aguardar o julgamento do recurso
especial pelo STJ. Assinalo também minha preocupação com a decretação da
prisão preventiva, de modo padronizado, sem que o magistrado aponte
concretamente a necessidade da medida extrema. Registro também que o
STF, com o julgamento do HC 126.292/SP, não legitimou toda e qualquer prisão
decorrente de condenação de segundo grau. Nós admitimos que será permitida a
prisão a partir da decisão de 2º grau, mas não dissemos que ela é
obrigatória. Evidenciado o constrangimento ilegal, em razão da ausência
de demonstração da imprescindibilidade da medida extrema, esta Corte deverá
invalidar a ordem de prisão expedida” (grifei). Em momento posterior, o
Ministro Gilmar Mendes, confirmando a evolução previamente anunciada,
deferiu a liminar no HC 146.815-MC/MG, suspendendo a execução provisória da
pena. Por fim, cumpre registrar que na sentença de primeiro grau
determinou-se "aos réus o direito de recorrerem [...] em liberdade, uma vez
que, a despeito da gravidade dos delitos praticados, não se encontram
segregados provisoriamente pelo presente feito, pois ausentes os
pressupostos da prisão preventiva" (pág. 17 do documento eletrônico 2).
E, no acórdão, o recurso dos réus foi conhecido e parcialmente provido
para afastar a pena de multa, sendo o do Parquet também parcialmente
provido, apenas para “decretar a perda do cargo público de auditor
tributário do primeiro e da segunda apelantes e para estabelecer o regime
semiaberto de cumprimento da pena privativa de liberdade a todos os réus”
(pág. 8 do documento eletrônico 4). Com efeito, ficou consignado no
dispositivo da sentença que, sem a decretação da custódia cautelar, o
paciente poderia apelar em liberdade – comando que, a meu ver, não pode ser
interpretado restritivamente, impedindo, por conseguinte, que o magistrado
de primeiro grau determine sua prisão depois de julgado o recurso de
apelação, sem que o titular da ação penal incondicionada recorresse nesse
sentido. Registre-se, também, que a antecipação do cumprimento da pena,
em qualquer grau de jurisdição, somente pode ocorrer mediante um
Assinado pronunciamento específico
eletronicamente. A Certificação e fundamentado
Digital pertence a: Marcelo Leal deque
Lima demonstre, à saciedade, e com
Oliveira - Advogado Num. 10536635 - Pág. 10
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base em elementos concretos, a necessidade da custódia cautelar. Assim,
verificando que o caso em espécie se assemelha àquele tratado no HC
140.217/DF, bem como nos HC’s 135.951/DF, 142.012/DF e 142.017/DF, todos de
minha relatoria, entendo que ocorreu a formação da coisa julgada do direito
de o paciente recorrer em liberdade. Por essas razões, constatada a
excepcionalidade da situação em análise faz necessária a suspensão da
execução da pena imposta ao paciente. Isso posto, tendo em conta que a
conclusão a que chego neste habeas corpus em nada conflita com as decisões
majoritárias desta Suprema Corte, acima criticadas, com o respeito de praxe,
confirmando as liminares, concedo a ordem de habeas corpus (art. 192, caput,
do RISTF), para que os pacientes possam aguardar, em liberdade, o trânsito
em julgado da sentença penal condenatória proferida no Processo
2005.01.1.064173-9, sem prejuízo da manutenção ou fixação, pelo juízo
processante, de uma ou mais de uma das medidas cautelares previstas no art.
319 do Código de Processo Penal, caso entenda necessário. Comunique-se
com urgência. Expeça-se alvará de soltura clausulado. Publique-se.
Brasília, 14 de novembro de 2017. Ministro Ricardo Lewandowski Relator
fim do documento
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Pesquisa de Jurisprudência
Decisões Monocráticas
Publicação
PROCESSO ELETRÔNICO
DJe-088 DIVULG 27/04/2017 PUBLIC 28/04/2017
Partes
Decisão
Trata-se de habeas corpus, com pedido de liminar, impetrado em favor de Luiz
Carlos Santiago Papa, contra o acórdão proferido pela Sexta Turma do
Superior Tribunal de Justiça - STJ, que negou provimento ao AgR no RHC
71.578/DF, de relatoria do Ministro Antonio Saldanha Palheiro. Inicialmente,
o impetrante narra que o paciente “[...] respondeu à Ação Penal n.
2005.01.1.068173-4, perante o Juízo da 03ª Vara Criminal da Circunscrição
Judiciária de Brasília/DF, pela suposta prática do delito previsto no art.
3º, inc. II c/c art. 11 da Lei n. 8.137/1990, na forma do art. 71 do Código
Penal. Foi condenado em 1ª Instância à pena de 03 (três) anos e 09 (nove)
meses de reclusão, constando expressamente na sentença penal condenatória
que as consequências da condenação estavam condicionadas ao trânsito em
julgado da referida sentença […]. [...] O Paciente interpôs recurso de
apelação, o qual teve parcial provimento, mantida, porém, a condenação pelo
Egrégio TJDFT. O MPDFT também recorreu, todavia não se insurgiu contra a
cláusula expressa estabelecida na sentença de 1º grau no sentido de que
somente após o trânsito em julgado é que se deveria expedir a respectiva
carta de guia para execução. Julgadas as apelações das partes, a pena do
Paciente restou fixada em 04 (quatro) anos e 01 (um) mês de reclusão. Foram
interpostos os respectivos recursos especial e extraordinário. O recurso
especial foi admitido pela presidência do TJDFT. Inadmitido o recurso
extraordinário, foi apresentado agravo” (págs. 4-5 do documento eletrônico
1; grifos no original). Indica que, “[E]mbora não tendo ocorrido o trânsito
em julgado da sentença penal condenatória – condição expressamente
estabelecida no caso concreto para o início da execução da pena – o MM Juízo
de 1º grau, empolgado com as recentes decisões do STF sobre a possibilidade
de cumprimento de pena imediatamente ao julgamento em 02º grau de
jurisdição, proferiu decisão determinando a expedição de ordem de prisão em
desfavor do ora Paciente […]” (pág. 6 do documento eletrônico 1). Ademais,
informa que impetrou habeas corpus no Tribunal de Justiça do Distrito
Federal e dos Territórios – TJDFT, o qual “[…] respaldou a manifesta
ilegalidade perpetrada na decisão proferida pelo juízo de 1º Grau, que
incorreu, na prática, em reformatio in pejus, ante a cláusula expressa da
sentença condenatória – contra a qual o MPDFT não recorreu – condicionando o
início da execução da pena a trânsito em julgado” (pág. 11 do documento
eletrônico 1; grifos no original). Contra a referida decisão, apresentou
recurso ordinário em habeas corpus, ao qual foi negado provimento pelo
Ministro Relator. A decisão foi confirmada no julgamento do agravo
regimental. Contra a decisão do STJ é o presente writ, dirigido a este
Tribunal, no qual a defesa pede a concessão da liminar para determinar a
“sustação da ordem de expedição de guia de execução provisória e mandado de
prisão em desfavor do Paciente nos autos do processo n. 2005.01.1.068173-4”
(pág. 28 do documento eletrônico 1). No mérito, requer a concessão da ordem
para “[...] que se respeite a cláusula constante da sentença de primeiro
grau estabelecendo expressamente que a expedição de guia de execução e de
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mandado de prisão somente poderiam ocorrer após o trânsito em julgado da
sentença penal condenatória, com esgotamento de todos os recursos, bem assim
que se assegure a aplicação do disposto no art. 105 da Lei de Execuções
Penais” (pág. 29 do documento eletrônico 1). É o relatório. Decido o pedido
de liminar. Bem examinados os autos, tenho que o caso é de deferimento do
pleito de urgência. A concessão de liminar em habeas corpus se dá de forma
excepcional, nas hipóteses em que se demonstre, de modo inequívoco, dada a
natureza do próprio pedido, a presença dos requisitos autorizadores da
medida. Na análise que se faz possível nesta fase processual, entendo
estarem presentes tais requisitos. Com efeito, menciono que, nos autos do HC
140.217/DF, de minha relatoria, deferi medida liminar para suspender a
execução provisória da pena de indivíduo, em caso análogo, por constatar a
excepcionalidade daquela situação, utilizando os seguintes fundamentos: “A
impetração funda-se na suposta violação da coisa julgada de parte da
sentença condenatória que teria assegurado ao paciente o direito de recorrer
em liberdade. Alega-se, dessa forma, que, como esse aspecto não foi objeto
de recurso por parte do Ministério Público, e, portanto, na segunda
instância, o paciente teria direito de recorrer em liberdade, porquanto tal
situação implicaria a formação da coisa julgada no ponto. É que, na
sentença, determinou-se ‘aos réus o direito de recorrerem [...] em
liberdade, uma vez que, a despeito da gravidade dos delitos praticados, não
se encontram segregados provisoriamente pelo presente feito, pois ausentes
os pressupostos da prisão preventiva’ (pág. 17 do documento eletrônico 2).
E, no acórdão, o recurso dos réus foi conhecido e parcialmente provido para
afastar a pena de multa, sendo o do Parquet também parcialmente provido,
apenas para “decretar a perda do cargo público de auditor tributário do
primeiro e da segunda apelantes e para estabelecer o regime semiaberto de
cumprimento da pena privativa de liberdade a todos os réus” (pág. 8 do
documento eletrônico 4). Em seguida, o Ministério Público, tendo em conta a
decisão deste Tribunal no julgamento do HC 126.292/SP, Rel. Ministro Teori
Zavascki – que afirmou a possibilidade do início da execução da pena após
condenação em segunda instância –, entendeu haver razão para peticionar ao
juízo de primeiro grau e requerer a prisão do paciente, no que foi atendido.
Vê-se, portanto, que a situação dos autos é teratológica, uma vez que, em
decorrência de uma petição incidental do Parquet, o juízo utilizou-se de uma
forma imprópria para modificar a fundamentação do acórdão, valendo-se de
expediente não agasalhado pela legislação processual penal, o que configura,
mutatis mutandis, uma reformatio in pejus, vedada pelo art. 617 do Código de
Processo Penal . Com efeito, tal capítulo da sentença não foi objeto de
reforma pelo Tribunal de Justiça, não havendo falar, agora, em possibilidade
de alterar-se uma decisão judicial, ainda pendente de recurso nos tribunais
superiores, sem que tal se dê pela via processual apropriada, pela simples
razão de o Supremo Tribunal ter alterado a sua jurisprudência no tocante ao
tema da execução provisória da pena, ainda não confirmada em julgamento de
mérito pelo Plenário - cumpre registrar - de modo a dotá-lo de efeito erga
omnes e força vinculante. Para prender um cidadão é preciso mais do que o
simples acatamento de uma petição ministerial protocolada em primeiro grau,
sobretudo quando estão em jogo valores essenciais à própria existência do
Estado Democrático de Direito como a liberdade e o devido processo legal. A
determinação de que a condenação seria executada apenas após o trânsito em
julgado faz parte das decisões pretorianas prolatadas em primeiro e segundo
graus de jurisdição, as quais em nenhum momento foram atacadas, no ponto,
pelos meios processuais adequados. Trânsito em julgado difere
substancialmente – como é óbvio – de julgamento em segundo grau. A vontade
do magistrado singular e dos juízes que integraram o colegiado recursal
manifestaram, explícita e também implicitamente, a vontade de que a primeira
das duas hipóteses regesse a eventual prisão do paciente. A antecipação do
cumprimento da pena, no caso singular sob exame, somente poderia ocorrer
mediante um pronunciamento específico e justificado que demonstrasse, à
saciedade, e com base em elementos concretos, a necessidade da custódia
cautelar”. Posteriormente, em 28/3/2017, deferi a medida liminar no HC
135.951/DF, também em tudo semelhante, impetrado em favor do ora paciente.
Observo que naqueles casos, assim como aqui, a matéria de fundo diz respeito
à suposta violação da coisa julgada de parte da sentença condenatória que
teria assegurado ao paciente o direito de recorrer em liberdade. Isso
porque, como pode se ver, no dispositivo da sentença, ficou consignado que
os acusados, dentre eles o ora paciente, responderam ao processo em
liberdade e, “estando encerrada a instrução e não havendo notícia de mudança
na situação fática, ausentes, pois, os requisitos ensejadores da segregação
de natureza cautelar, CONCEDO AOS ACUSADOS O DIREITO DE RECORRER EM
LIBERDADE, salvo se por outro motivo houverem de ser recolhidos” (pág. 36 do
documento eletrônico 7; grifos no original). Deve ser ressaltado que a
sentença condenatória assegurou ao paciente o direito de recorrer em
liberdade, de modo que, como esse aspecto não foi objeto de recurso por
parte do Ministério Público, o paciente tem o direito de recorrer em
liberdade, porquanto tal situação implicaria a formação da coisa julgada no
ponto. Além disso, no acórdão, o Tribunal de Justiça do Distrito Federal e
dos Territórios, apesar de dar parcial provimento às apelações dos réus e do
Ministério Público (documento eletrônico 8), sequer tratou da parte do
Assinado dispositivo
eletronicamente. A da sentença
Certificação Digital que garantiu
pertence ao de
a: Marcelo Leal paciente o - direito
Lima Oliveira Advogado de permanecer em Num. 10536635 - Pág. 13
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liberdade durante a fase recursal. Ocorre que o Ministério Público, levando
em consideração a decisão deste Tribunal no julgamento do HC 126.292/SP, de
relatoria do Ministro Teori Zavascki – que afirmou a possibilidade do início
da execução da pena após condenação em segunda instância, peticionou ao
juízo de primeiro grau requerendo a prisão do paciente, no que foi atendido
(documento eletrônico 13). Vê-se, portanto, assim como constatei nos autos
dos HC’s 135.951/DF e 140.217/DF, que a situação dos autos também é
teratológica, uma vez que, em decorrência de uma petição incidental do
Parquet, o juízo da 3ª Vara Criminal de Brasília utilizou-se de uma forma
imprópria para modificar a fundamentação do acórdão, valendo-se de
expediente não agasalhado pela legislação processual penal, o que configura,
mutatis mutandis, uma reformatio in pejus, vedada pelo art. 617 do Código de
Processo Penal. Com efeito, tal capítulo da sentença não foi objeto de
reforma pelo Tribunal de Justiça local, não havendo falar, agora, em
possibilidade de alterar-se uma decisão judicial, ainda pendente de recurso
nos tribunais superiores, sem que tal se dê pela via processual apropriada,
pela simples razão de o Supremo Tribunal ter alterado a sua jurisprudência
no tocante ao tema da execução provisória da pena, ainda não confirmada em
julgamento de mérito pelo Plenário - cumpre registrar - de modo a dotá-lo de
efeito erga omnes e força vinculante. Para prender um cidadão é preciso mais
do que o simples acatamento de uma petição ministerial protocolada em
primeiro grau, sobretudo quando estão em jogo valores essenciais à própria
existência do Estado Democrático de Direito, como a liberdade e o devido
processo legal. A determinação de que a condenação seria executada apenas
após o trânsito em julgado faz parte das decisões pretorianas prolatadas em
primeiro e segundo graus de jurisdição, as quais em nenhum momento foram
atacadas, no ponto, pelos meios processuais adequados. Trânsito em julgado
difere substancialmente – como é óbvio – de julgamento em segundo grau. A
vontade do magistrado singular e dos juízes que integraram o colegiado
recursal manifestaram, explícita e também implicitamente, a vontade de que a
primeira das duas hipóteses regesse a eventual prisão do paciente. A
antecipação do cumprimento da pena, no caso singular sob exame, somente
poderia ocorrer mediante um pronunciamento específico e justificado que
demonstrasse, satisfatoriamente, e com base em elementos concretos, a
necessidade da custódia cautelar. Assim, da análise dos autos, verificando
que o caso se assemelha em tudo àqueles tratados nos HC’s 135.951/DF e
140.217/DF, entendo aplicáveis aqui os mesmos fundamentos por mim adotados
nos referidos precedentes. Por essas razões, constatada a excepcionalidade
da situação em análise, defiro a medida liminar para que seja suspensa a
execução da pena determinada nos autos da Ação Penal 2005.01.1.068173-4, em
trâmite na 3ª Vara Criminal de Brasília, até que o mérito deste habeas
corpus seja julgado pelo colegiado competente. Comunique-se, com urgência,
ao Juízo da 3ª Vara Criminal de Brasília, requisitando-lhe informações.
Após, ouça-se a Procuradoria-Geral da República. Publique-se. Brasília, 26
de abril de 2017. Ministro Ricardo Lewandowski Relator
Legislação
Observação
26/02/2018
Legislação feita por:(NLS).
fim do documento
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Decisões Monocráticas
Publicação
PROCESSO ELETRÔNICO
DJe-231 DIVULG 06/10/2017 PUBLIC 09/10/2017
Partes
Decisão
EMENTA: A QUESTÃO DA EXECUÇÃO PROVISÓRIA DE CONDENAÇÕES PENAIS NÃO
TRANSITADAS EM JULGADO. INTERPRETAÇÃO DO ART. 5º, INCISO LVII, DA
CONSTITUIÇÃO DA REPÚBLICA. EXIGÊNCIA CONSTITUCIONAL DE PRÉVIO E EFETIVO
TRÂNSITO EM JULGADO DA CONDENAÇÃO CRIMINAL COMO REQUISITO LEGITIMADOR DA
EXECUÇÃO DA PENA. DIREITO COMPARADO: ITÁLIA E PORTUGAL, CUJAS CONSTITUIÇÕES
SOMENTE FAZEM CESSAR A PRESUNÇÃO “JURIS TANTUM” DE INOCÊNCIA COM O ADVENTO
DE SENTENÇA CONDENATÓRIA IRRECORRÍVEL. DISSENSO INTERNO REGISTRADO NO
SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL. POSSÍVEL ALTERAÇÃO DE RECENTE DIRETRIZ
JURISPRUDENCIAL QUE SE FORMOU, NESTA CORTE, POR EXÍGUA MAIORIA (6 VOTOS A
5). POSIÇÃO DO RELATOR (MINISTRO CELSO DE MELLO), INTEGRANTE DA CORRENTE
MINORITÁRIA, QUE ENTENDE NECESSÁRIO O PRÉVIO E EFETIVO TRÂNSITO EM JULGADO
DA CONDENAÇÃO CRIMINAL, PARA EFEITO DE SUA EXECUÇÃO DEFINITIVA (LEP, arts.
105 e 147; CP, art. 50; CPPM, arts. 592, 594 e 604). INADMISSIBILIDADE DE
ANTECIPAÇÃO FICTA DO TRÂNSITO EM JULGADO, QUE CONSTITUI NOÇÃO INEQUÍVOCA EM
MATÉRIA PROCESSUAL. A IMPOSSIBILIDADE CONSTITUCIONAL DE EXECUÇÃO PROVISÓRIA
DA PENA, CONTUDO, NÃO IMPEDE O JUDICIÁRIO, COM APOIO EM SEU PODER GERAL DE
CAUTELA, DE DECRETAR PRISÃO CAUTELAR DO INVESTIGADO OU DO RÉU, SEJA NO
ÂMBITO DE INQUÉRITO POLICIAL, SEJA NO CURSO DO PROCESSO JUDICIAL, SEJA,
AINDA, APÓS SENTENÇA CONDENATÓRIA RECORRÍVEL. A UTILIZAÇÃO DA PRISÃO
CAUTELAR, SEMPRE POSSÍVEL, ATUA COMO IMPORTANTE INSTRUMENTO DE DEFESA
SOCIAL, REVELANDO-SE APTA A NEUTRALIZAR PRÁTICAS CRIMINOSAS QUE SE REGISTREM
NO SEIO DA COLETIVIDADE. CONCESSÃO, NO CASO, DA ORDEM DE “HABEAS CORPUS”
SUSPENSIVA DE EXECUÇÃO PROVISÓRIA DA CONDENAÇÃO CRIMINAL DO PACIENTE, EM
RAZÃO DE 02 (DOIS) MOTIVOS JURIDICAMENTE RELEVANTES: (a) AUSÊNCIA, NO ATO
DECISÓRIO QUE DETERMINOU O INÍCIO DA EXECUÇÃO PROVISÓRIA DA PENA, DE
FUNDAMENTAÇÃO, IDÔNEA E ADEQUADA, EXIGIDA PELA CONSTITUIÇÃO DA REPÚBLICA
(ART. 93, IX) E (b) OFENSA AO PRINCÍPIO QUE VEDA A “REFORMATIO IN PEJUS”
(CPP, ART. 617, “in fine”), POIS O TRIBUNAL DE INFERIOR JURISDIÇÃO ORDENOU
QUE SE PROCEDESSE, EM PRIMEIRO GRAU, À IMEDIATA EXECUÇÃO ANTECIPADA DA PENA,
NÃO OBSTANTE ESSE COMANDO HOUVESSE SIDO DETERMINADO EM RECURSO EXCLUSIVO DO
RÉU CONDENADO, A QUEM SE ASSEGURARA, NO ENTANTO, EM MOMENTO ANTERIOR, SEM
IMPUGNAÇÃO RECURSAL DO MINISTÉRIO PÚBLICO, O DIREITO DE AGUARDAR EM
LIBERDADE A CONCLUSÃO DO PROCESSO. EXISTÊNCIA, NO SENTIDO DA PRESENTE
DECISÃO, DE DIVERSOS OUTROS ATOS DECISÓRIOS PROFERIDOS NO ÂMBITO DO SUPREMO
TRIBUNAL FEDERAL. PEDIDO DEFERIDO. DECISÃO: Trata-se de “habeas corpus”
impetrado contra decisão monocrática que, emanada de eminente Ministra do E.
Superior Tribunal de Justiça em sede de outra ação de “habeas corpus” ainda
em curso (HC 412.332/MG), indeferiu pleito cautelar que lhe havia sido
requerido em favor do ora paciente, por entender legítima a “execução
provisória” da condenação penal ainda recorrível proferida ou confirmada por
Tribunal de segunda instância, apoiando-se, para tanto, em precedente desta
Suprema Corte. Busca-se, nesta sede processual, seja garantido ao ora
paciente o direito de estar em liberdade. Registro que, em juízo de estrita
delibação, deferi o pedido de medida liminar formulado nestes autos, por
vislumbrar plausibilidade jurídica na pretensão deduzida pela parte
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14/03/2018 Pesquisa de Jurisprudência :: STF - Supremo Tribunal Federal
impetrante. O Ministério Público Federal, em pronunciamento da lavra do
ilustre Subprocurador-Geral da República Dr. EDSON OLIVEIRA DE ALMEIDA,
opinou pela denegação da ordem de “habeas corpus”. Sendo esse o quadro,
passo a apreciar a admissibilidade do presente “writ”. E, ao fazê-lo, devo
observar que ambas as Turmas do Supremo Tribunal Federal firmaram orientação
no sentido da incognoscibilidade desse remédio constitucional, quando
ajuizado, como no caso em análise, em face de decisão monocrática proferida
por Ministro de Tribunal Superior da União (HC 116.875/AC, Rel. Min. CÁRMEN
LÚCIA – HC 117.346/SP, Rel. Min. CÁRMEN LÚCIA – HC 117.798/SP, Rel. Min.
RICARDO LEWANDOWSKI – HC 118.189/MG, Rel. Min. RICARDO LEWANDOWSKI – HC
119.821/TO, Rel. Min. GILMAR MENDES – HC 121.684-AgR/SP, Rel. Min. TEORI
ZAVASCKI – HC 122.381-AgR/SP, Rel. Min. DIAS TOFFOLI – HC 122.718/SP, Rel.
Min. ROSA WEBER – RHC 114.737/RN, Rel. Min. CÁRMEN LÚCIA – RHC 114.961/SP,
Rel. Min. DIAS TOFFOLI, v.g.): “’HABEAS CORPUS’. CONSTITUCIONAL. PENAL.
DECISÃO MONOCRÁTICA QUE NEGOU SEGUIMENTO A RECURSO ESPECIAL. SUPRESSÃO DE
INSTÂNCIA. IMPETRAÇÃO NÃO CONHECIDA. I – (…) verifica-se que a decisão
impugnada foi proferida monocraticamente. Desse modo, o pleito não pode ser
conhecido, sob pena de indevida supressão de instância e de extravasamento
dos limites de competência do STF descritos no art. 102 da Constituição
Federal, o qual pressupõe seja a coação praticada por Tribunal Superior.
…...................................................................................................
III – ‘Writ’ não conhecido.” (HC 118.212/MG, Rel. Min. RICARDO LEWANDOWSKI –
grifei) Esta Suprema Corte, como se vê dos precedentes acima referidos,
compreende que a cognoscibilidade da ação de “habeas corpus” supõe a
existência de decisão colegiada da Corte Superior apontada como coatora,
situação inocorrente na espécie. Tenho respeitosamente dissentido, em
caráter pessoal, dessa diretriz jurisprudencial, por nela vislumbrar grave
restrição ao exercício do remédio constitucional do “habeas corpus”. Não
obstante a minha posição pessoal, venho observando, em recentes julgamentos,
essa orientação restritiva, hoje consolidada na jurisprudência da Corte, em
atenção ao princípio da colegialidade. Assinalo, no entanto, que, mesmo em
impetrações deduzidas contra decisões monocráticas de Ministros de outros
Tribunais Superiores da União, a colenda Segunda Turma do Supremo Tribunal
Federal, ainda que não conhecendo do “writ” constitucional, tem concedido,
“ex officio”, a ordem de “habeas corpus”, quando se evidencie patente a
situação caracterizadora de injusto gravame ao “status libertatis” do
paciente (HC 118.560/SP, Rel. Min. RICARDO LEWANDOWSKI, v.g.). Por tal
razão, examino a matéria veiculada neste “writ”. E, ao fazê-lo, entendo que
a análise objetiva das razões invocadas na presente impetração revela ser
inquestionável o relevo jurídico da pretensão deduzida pelo impetrante.
Cumpre rememorar que o Supremo Tribunal Federal consagrou diretriz que –
resultante de julgamentos efetuados, em sede cautelar, no âmbito de
processos objetivos de fiscalização concentrada de constitucionalidade (ADC
43-MC/DF, Rel. Min. MARCO AURÉLIO – ADC 44-MC/DF, Rel. Min. MARCO AURÉLIO) –
culminou no reconhecimento da existência de repercussão geral relativa à
questão jurídico-constitucional pertinente à legitimidade da execução
provisória de sentença condenatória criminal (ARE 964.246-RG/SP, Rel. Min.
TEORI ZAVASCKI). Ao participar dos julgamentos que consagraram os
precedentes referidos, integrei a corrente minoritária, por entender que a
tese da execução provisória de condenações penais ainda recorríveis
transgride, de modo frontal, a presunção constitucional de inocência, que só
deixa de subsistir ante o trânsito em julgado (que não pode ser fictício) da
decisão condenatória (CF, art. 5º, LVII). Acentuei, então, que eventual
inefetividade da jurisdição penal ou do sistema punitivo motivada pela
prodigalização de meios recursais, culminando por gerar no meio social a
sensação de impunidade, não pode ser atribuída à declaração constitucional
do direito fundamental de ser presumido inocente, pois não é essa
prerrogativa básica que frustra o sentimento de justiça dos cidadãos ou que
provoca qualquer crise de funcionalidade do aparelho judiciário. Na
realidade, a solução dessa questão há de ser encontrada na reformulação do
sistema processual e na busca de meios que, adotados pelo Poder Legislativo,
confiram maior coeficiente de racionalidade ao modelo recursal, mas não,
como se decidiu, na inaceitável desconsideração de um dos direitos
fundamentais a que fazem jus os cidadãos desta República fundada no conceito
de liberdade e legitimada pelo princípio democrático. A posição que
prevaleceu naqueles julgamentos reflete – segundo entendo – preocupante
inflexão hermenêutica, de índole regressista, em torno do pensamento
jurisprudencial desta Suprema Corte no plano sensível dos direitos e
garantias individuais, retardando, em minha percepção, o avanço de uma
significativa agenda judiciária concretizadora das liberdades fundamentais
em nosso País. O fato incontestável no domínio da presunção constitucional
de inocência reside na circunstância de que nenhuma execução de condenação
criminal em nosso País, mesmo se se tratar de simples pena de multa, pode
ser implementada sem a existência do indispensável título judicial
definitivo, resultante, como sabemos, do necessário trânsito em julgado da
sentença penal condenatória. Antes desse momento – é preciso advertir –, o
Estado não pode tratar os indiciados ou os réus como se culpados fossem. A
presunção de inocência impõe, desse modo, ao Poder Público um dever de
tratamento que não pode ser desrespeitado por seus agentes e autoridades,
Assinado como vinha Aacentuando,
eletronicamente. em
Certificação Digital sucessivos
pertence julgamentos,
a: Marcelo Leal de Lima Oliveira esta Corte Suprema (HC
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96.095/SP, Rel. Min. CELSO DE MELLO – HC 121.929/TO, Rel. Min. ROBERTO
BARROSO – HC 124.000/SP, Rel. Min. MARCO AURÉLIO – HC 126.846/SP, Rel. Min.
TEORI ZAVASCKI – HC 130.298/SP, Rel. Min. GILMAR MENDES, v.g.): “(…) O
POSTULADO CONSTITUCIONAL DA PRESUNÇÃO DE INOCÊNCIA IMPEDE QUE O ESTADO
TRATE, COMO SE CULPADO FOSSE, AQUELE QUE AINDA NÃO SOFREU CONDENAÇÃO PENAL
IRRECORRÍVEL. – A prerrogativa jurídica da liberdade – que possui extração
constitucional (CF, art. 5º, LXI e LXV) – não pode ser ofendida por
interpretações doutrinárias ou jurisprudenciais que, fundadas em preocupante
discurso de conteúdo autoritário, culminam por consagrar, paradoxalmente, em
detrimento de direitos e garantias fundamentais proclamados pela
Constituição da República, a ideologia da lei e da ordem. Mesmo que se trate
de pessoa acusada da suposta prática de crime hediondo, e até que sobrevenha
sentença penal condenatória irrecorrível, não se revela possível – por
efeito de insuperável vedação constitucional (CF, art. 5º, LVII) – presumir-
lhe a culpabilidade. Ninguém pode ser tratado como culpado, qualquer que
seja a natureza do ilícito penal cuja prática lhe tenha sido atribuída, sem
que exista, a esse respeito, decisão judicial condenatória transitada em
julgado. O princípio constitucional da presunção de inocência, em nosso
sistema jurídico, consagra, além de outras relevantes consequências, uma
regra de tratamento que impede o Poder Público de agir e de se comportar, em
relação ao suspeito, ao indiciado, ao denunciado ou ao réu, como se estes já
houvessem sido condenados, definitivamente, por sentença do Poder
Judiciário. Precedentes.” (HC 93.883/SP, Rel. Min. CELSO DE MELLO) Acho
importante destacar, com vênia à corrente majoritária que se formou nesta
Corte, que a presunção de inocência não se esvazia progressivamente, à
medida em que se sucedem os graus de jurisdição. Isso significa, portanto,
que, mesmo confirmada a condenação penal por um Tribunal de segunda
instância, ainda assim subsistirá, segundo entendo, em favor do sentenciado,
esse direito fundamental, que só deixará de prevalecer – repita-se – com o
trânsito em julgado da sentença penal condenatória, como claramente
estabelece, em texto inequívoco, a Constituição da República. São essas as
razões que me levaram, em voto vencido, a sustentar a tese segundo a qual a
execução provisória (ou prematura) da sentença penal condenatória revela-se
frontalmente incompatível com o direito fundamental do réu de ser presumido
inocente até que sobrevenha o trânsito em julgado de sua condenação
criminal, tal como expressamente assegurado pela própria Constituição da
República (CF, art. 5º, LVII). Cumpre assinalar que, em sede de direito
comparado, a exigência de prévio trânsito em julgado da condenação criminal,
como requisito legitimador da execução da pena, não traduz singularidade nem
configura idiossincrasia do constitucionalismo brasileiro, pois a
Constituição da República Italiana de 1947 (art. 27) e a Constituição da
República Portuguesa de 1976 (art. 32, n. 2) também estabelecem que a
presunção de inocência (tal como ocorre na Constituição brasileira de 1988)
somente cessará após o trânsito em julgado da sentença penal condenatória.
Com efeito, a Constituição italiana prescreve que “L’imputato non è
considerato colpevole sino alla condanna definitiva” (art. 27), enquanto a
Lei Fundamental portuguesa dispõe que “Todo o arguido se presume inocente
até ao trânsito em julgado da sentença de condenação (…)” (art. 32, n. 2).
Cabe observar, de outro lado, que a corrente minoritária por mim integrada –
não obstante entenda que a execução da pena somente se legitima com o
trânsito em julgado (que há de ser real) da condenação criminal, como
determina a própria Constituição da República (art. 5º, inciso LVII) e
dispõe a legislação ordinária (LEP, arts. 105 e 147; CP, art. 50; CPPM,
arts. 592, 594 e 604) – não afasta a possibilidade de o magistrado (ou o
Tribunal) competente decretar a prisão cautelar da pessoa sob persecução
penal, quer durante a fase do inquérito policial, quer no curso de processo
judicial, quer, ainda, após a prolação de sentença condenatória recorrível,
desde que atendidos, de um lado, os pressupostos e indicados, de outro, os
fundamentos concretos referidos pelo art. 312 do Código de Processo Penal.
Vê-se, portanto, que a impossibilidade constitucional de execução provisória
da pena não impede que o Judiciário, com apoio em seu poder geral de
cautela, venha a decretar, contra o investigado ou o réu, a prisão cautelar,
qualquer que seja a sua modalidade (prisão temporária, prisão preventiva,
prisão decorrente de decisão de pronúncia ou prisão motivada por sentença
condenatória recorrível), sem se falar na ocorrência de eventual prisão em
flagrante, que independe de ordem judicial (CF, art. 5º, inciso LXI; CPP,
art. 301), a significar, desse modo, que o ordenamento positivo, ao
instituir em favor do Estado instrumentos de tutela cautelar penal, torna
admissível a utilização, pelo Poder Público e por seus agentes, de
importantes meios de defesa social, cuja eficácia terá o condão de
neutralizar condutas delinquenciais lesivas ao interesse da coletividade,
que não ficará exposta, assim, a práticas criminosas que se registrem em seu
âmbito. Em uma palavra: o sistema jurídico brasileiro, ao disciplinar o
instituto da tutela cautelar penal, outorga ao Estado poderosos instrumentos
que legitimam a adoção de medidas privativas de liberdade, como as diversas
espécies de prisão cautelar, cuja efetivação independe do trânsito em
julgado de eventual condenação criminal, considerada a circunstância –
juridicamente relevante – de que o magistrado dispõe, para tanto, do poder
geral de cautela. É que a prisão cautelar (“carcer ad custodiam”) não se
Assinado confunde com
eletronicamente. a prisão
A Certificação penal
Digital (“carcer
pertence ad de
a: Marcelo Leal poenam”),
Lima Oliveira que exige, esta sim,
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considerado o disposto na declaração constitucional de direitos inscrita em
nossa Carta Política (art. 5º, inciso LVII), o efetivo trânsito em julgado
da sentença penal condenatória. Assentadas tais premissas, passo a examinar
o pedido ora formulado nesta sede processual. E, ao fazê-lo, saliento que
eminentes Ministros desta Corte, em diversos processos (HC 135.951-MC/DF,
Rel. Min. RICARDO LEWANDOWSKI – HC 137.494-AgR/DF, Rel. Min. RICARDO
LEWANDOWSKI – HC 140.217-MC/DF, Rel. Min. RICARDO LEWANDOWSKI – HC 142.162-
MC/BA, Rel. Min. RICARDO LEWANDOWSKI – HC 144.712-MC/SP, Rel. Min. MARCO
AURÉLIO – HC 144.908-MC/RS, Rel. Min RICARDO LEWANDOWSKI – HC 145.380- -
MC/SP, Rel. Min. MARCO AURÉLIO – HC 145.560/SP, Rel. Min. RICARDO
LEWANDOWSKI – HC 145.856-MC/SP, Rel. Min. RICARDO LEWANDOWSKI – HC 145.953-
MC/RJ, Rel. Min. RICARDO LEWANDOWSKI – HC 146.006-MC/PE, Rel. Min. MARCO
AURÉLIO, v.g.), têm concedido provimentos cautelares (ou, até mesmo,
deferido o próprio “writ” constitucional) em situações como aquelas, por
exemplo, em que Tribunais de inferior jurisdição, ao ordenarem a expedição
de mandados de prisão, para efeito de “execução provisória”, (a) limitam-se
a simplesmente mencionar, sem qualquer fundamentação idônea, os precedentes
a que aludi logo no início desta decisão, ou (b) fazem-no sem que ainda
tenha sido esgotada a jurisdição ordinária, pois pendentes de julgamento
embargos de declaração ou embargos infringentes e de nulidade do julgado
(CPP, art. 609, parágrafo único), ou, ainda, (c) determinam a imediata e
antecipada efetivação executória de seu julgado com transgressão ao
postulado que veda a “reformatio in pejus”, eis que a ordem de prisão é dada
em recursos interpostos unicamente pelo réu condenado a quem se garantira,
anteriormente, sem qualquer impugnação do Ministério Público, o direito de
aguardar em liberdade a conclusão do processo. O caso ora em análise ajusta-
se às hipóteses sob (a) e (c), cabendo destacar, quanto a este último
aspecto, que a colenda Segunda Turma deste Tribunal, em 08/08/2017, iniciou
o julgamento, suspenso por pedido de vista, de uma ação de “habeas corpus”
(HC 136.720/PB), no qual já se formou maioria pela concessão da ordem, em
que o eminente Relator, Ministro RICARDO LEWANDOWSKI, propôs o deferimento
do “writ” precisamente em virtude de violação ao princípio que proíbe a
“reformatio in pejus”, em situação na qual o Tribunal apontado como coator
ordenou a imediata execução antecipada da pena, fazendo-o, contudo, tal como
sucede na espécie ora em exame, em recurso exclusivo do réu, a quem se
assegurara, sem qualquer oposição recursal do Ministério Público, o direito
de aguardar em liberdade o desfecho do processo, transgredindo-se, desse
modo, postulado fundamental que conforma e condiciona a atuação do Poder
Judiciário (HC 142.012-MC/DF, Rel. Min. RICARDO LEWANDOWSKI – HC 142.017-
MC/DF, Rel. Min. RICARDO LEWANDOWSKI, v.g.). De outro lado, e como já
salientado, o E. Tribunal de Justiça do Estado de Minas Gerais, ao
determinar o início da execução provisória da condenação penal, limitou-se,
“sic et simpliciter”, a mencionar o julgamento proferido pelo Supremo
Tribunal Federal nos autos do HC 126.292/SP, abstendo-se, no entanto, de
fundamentar, de modo adequado e idôneo, a ordem de prisão, assim
transgredindo o que prescreve (e impõe) o inciso IX do art. 93 da
Constituição da República, que estabelece que “todos os julgamentos dos
órgãos do Poder Judiciário serão públicos, e fundamentadas todas as
decisões, sob pena de nulidade (…)” (grifei). É importante advertir, neste
ponto, que a jurisprudência do Supremo Tribunal Federal, em orientação que
se reflete na doutrina (FERNANDO DA COSTA TOURINHO FILHO, “Processo Penal”,
vol. 4/183, 11ª ed., 1989, Saraiva, v.g.), posiciona-se no sentido de
reconhecer que a fundamentação constitui pressuposto de legitimidade das
decisões judiciais (HC 80.892/RJ, Rel. Min. CELSO DE MELLO, v.g.): “– É
inquestionável que a exigência de fundamentação das decisões estatais, mais
do que expressiva imposição consagrada e positivada pela ordem
constitucional, reflete uma poderosa garantia contra eventuais excessos do
Estado, pois, ao torná-la elemento imprescindível e essencial dos atos que
veiculam a privação da liberdade individual, quis o ordenamento jurídico
erigi-la como fator de limitação dos poderes deferidos às autoridades
públicas. – Não se pode jamais esquecer que a exigência de motivação dos
atos judiciais constritivos da liberdade individual deriva de postulado
constitucional inafastável, que traduz expressivo elemento de restrição ao
exercício do próprio poder estatal, além de configurar instrumento essencial
de respeito e proteção às liberdades públicas. – A fundamentação dos atos
decisórios qualifica-se como pressuposto constitucional de validade e
eficácia das decisões emanadas do Poder Judiciário, de tal modo que a
inobservância do dever imposto pelo art. 93, IX, da Constituição Federal,
precisamente por afetar a legitimidade jurídica dessas deliberações
estatais, gera, de maneira irremissível, a sua própria nulidade (…).” (HC
95.034/PE, Rel. Min. CELSO DE MELLO) Sendo assim, e tendo presentes as
razões expostas, defiro o pedido de “habeas corpus”, para suspender – até o
efetivo trânsito em julgado da condenação penal (CF, art. 5º, LVII, e LEP,
art. 105) imposta ao paciente no âmbito do Processo-crime nº 5815460-
82.2009.8.13.0024 – o início da execução da pena que se determinou nos autos
da Apelação Criminal nº 5815460-82.2009.8.13.0024, do E. Tribunal de Justiça
do Estado de Minas Gerais. Comunique-se, com urgência, transmitindo-se cópia
da presente decisão ao E. Superior Tribunal de Justiça (HC 412.332/MG), ao
E. Tribunal de Justiça do Estado de Minas Gerais (Apelação Criminal nº
Assinado 5815460-82.2009.8.13.0024) e ao
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a: Marcelo dode1º Tribunal
Lima do Júri da comarca de
Oliveira - Advogado Num. 10536635 - Pág. 18
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se estes autos. Publique-se. Brasília, 04 de outubro de 2017. Ministro CELSO
DE MELLO Relator
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Pesquisa de Jurisprudência
Decisões Monocráticas
Publicação
PROCESSO ELETRÔNICO
DJe-225 DIVULG 02/10/2017 PUBLIC 03/10/2017
Partes
PACTE.(S) : B.A.P.G.
IMPTE.(S) : LEONARDO MARQUES VILELA E OUTRO(A/S)
COATOR(A/S)(ES) : RELATOR DO HC Nº 416.437 DO SUPERIOR TRIBUNAL DE JUSTIÇA
IMPTE.(S) : JOYCE ARIELE SILVA MEIRELES
Decisão
EMENTA: A QUESTÃO DA EXECUÇÃO PROVISÓRIA DE CONDENAÇÕES PENAIS NÃO
TRANSITADAS EM JULGADO. INTERPRETAÇÃO DO ART. 5º, INCISO LVII, DA
CONSTITUIÇÃO DA REPÚBLICA. DISSENSO INTERNO REGISTRADO NO SUPREMO TRIBUNAL
FEDERAL. POSSÍVEL ALTERAÇÃO DE RECENTE DIRETRIZ JURISPRUDENCIAL QUE SE
FORMOU, NESTA CORTE, POR EXÍGUA MAIORIA (6 VOTOS A 5). POSIÇÃO DO RELATOR
(MINISTRO CELSO DE MELLO), INTEGRANTE DA CORRENTE MINORITÁRIA, QUE ENTENDE
NECESSÁRIO O PRÉVIO E EFETIVO TRÂNSITO EM JULGADO DA CONDENAÇÃO CRIMINAL,
PARA EFEITO DE SUA EXECUÇÃO DEFINITIVA (LEP, arts. 105 e 147; CP, art. 50;
CPPM, arts. 592, 594 e 604). INADMISSIBILIDADE DE ANTECIPAÇÃO FICTA DO
TRÂNSITO EM JULGADO, QUE CONSTITUI NOÇÃO INEQUÍVOCA EM MATÉRIA PROCESSUAL. A
IMPOSSIBILIDADE CONSTITUCIONAL DE EXECUÇÃO PROVISÓRIA DA PENA, CONTUDO, NÃO
IMPEDE O JUDICIÁRIO, COM APOIO EM SEU PODER GERAL DE CAUTELA, DE DECRETAR
PRISÃO CAUTELAR DO INVESTIGADO OU DO RÉU, SEJA NO ÂMBITO DE INQUÉRITO
POLICIAL, SEJA NO CURSO DO PROCESSO JUDICIAL, SEJA, AINDA, APÓS SENTENÇA
CONDENATÓRIA RECORRÍVEL. A UTILIZAÇÃO DA PRISÃO CAUTELAR, SEMPRE POSSÍVEL,
ATUA COMO IMPORTANTE INSTRUMENTO DE DEFESA SOCIAL, REVELANDO-SE APTA A
NEUTRALIZAR PRÁTICAS CRIMINOSAS QUE SE REGISTREM NO SEIO DA COLETIVIDADE.
CONCESSÃO, NO CASO, DE MEDIDA CAUTELAR SUSPENSIVA DE EXECUÇÃO PROVISÓRIA DA
CONDENAÇÃO CRIMINAL DO PACIENTE, EM RAZÃO DE 02 (DOIS) MOTIVOS JURIDICAMENTE
RELEVANTES: (a) AUSÊNCIA DE NECESSÁRIA FUNDAMENTAÇÃO IDÔNEA E ADEQUADA,
EXIGIDA PELA CONSTITUIÇÃO DA REPÚBLICA (ART. 93, IX), DO ATO DECISÓRIO QUE
DETERMINOU O INÍCIO DA EXECUÇÃO PROVISÓRIA E (b) POSSÍVEL OFENSA AO
PRINCÍPIO QUE VEDA A “REFORMATIO IN PEJUS” (CPP, ART. 617, “IN FINE”), POIS
O TRIBUNAL DE INFERIOR JURISDIÇÃO ORDENOU QUE SE PROCEDESSE, EM PRIMEIRO
GRAU, À IMEDIATA EXECUÇÃO ANTECIPADA DA PENA, NÃO OBSTANTE ESSE COMANDO
HOUVESSE SIDO DETERMINADO EM RECURSO EXCLUSIVO DO RÉU CONDENADO, A QUEM SE
ASSEGURARA, NO ENTANTO, EM MOMENTO ANTERIOR, SEM IMPUGNAÇÃO RECURSAL DO
MINISTÉRIO PÚBLICO, O DIREITO DE AGUARDAR EM LIBERDADE A CONCLUSÃO DO
PROCESSO. EXISTÊNCIA, NO SENTIDO DA PRESENTE DECISÃO, DE DIVERSOS OUTROS
ATOS DECISÓRIOS PROFERIDOS NO ÂMBITO DO SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL. MEDIDA
CAUTELAR DEFERIDA. DECISÃO: Em face da decisão por mim proferida na Pet
4.848/DF, de que fui Relator, e com apoio nas razões dela constantes (DJe nº
251/2010, publicado em 01/02/2011), determino a reautuação desta ação de
“habeas corpus”, em ordem a que não mais prevaleça o regime de sigilo.
Enfatizo, por necessário, que a cláusula de sigilo imposta pelo art. 234-B
do Código Penal incide sobre o processo penal de natureza condenatória “em
que se apuram crimes” contra a dignidade sexual, assim tipificados na
legislação repressiva (CP, arts. 213 a 234). A “ratio” subjacente a essa
previsão legal – que excepcionalmente impõe a nota de sigilo aos
procedimentos de persecução penal – tem por única finalidade proteger a
vítima dos delitos em questão e neutralizar os efeitos negativos decorrentes
do estrépito judiciário motivado pela instauração da “persecutio criminis”,
preservando, desse modo, a intimidade e a honra do ofendido. Vale destacar,
por oportuno, no sentido que venho de expor, a correta observação de JULIO
Assinado eletronicamente. A Certificação Digital pertence a: Marcelo Leal de Lima Oliveira - Advogado Num. 10536635 - Pág. 20
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FABBRINI MIRABETE e de RENATO N. FABBRINI (“Código Penal Interpretado”, p.
1.463, item n. 234-B.1, 7ª ed., 2011, Atlas): “O dispositivo visa proteger a
vítima das consequências do ‘strepitus judicii’. Embora a regra geral seja a
da publicidade dos atos processuais, a Constituição Federal admite o sigilo
necessário à defesa da intimidade (art. 5º, LX) e o Código de Processo Penal
autoriza a decretação do segredo de justiça para a preservação da
intimidade, vida privada, honra e imagem do ofendido (art. 201, § 6º). Nos
crimes sexuais, além do dano decorrente da própria infração, havia de
suportar a vítima, via de regra, também os malefícios da exposição pública
de sua intimidade decorrente da instauração do processo penal. Com essa
finalidade, a lei estabeleceu, em relação a esses delitos, como regra
obrigatória, o segredo de justiça. (…) Embora se refira a lei somente ao
processo, o sigilo deve alcançar o inquérito policial, incumbindo à
autoridade e ao juiz a adoção nos autos das providências necessárias à
preservação da intimidade da vítima.” (grifei) Tratando-se, porém, de
processo de “habeas corpus”, em cujo âmbito não se concretizam atos de
persecução penal em razão de sua própria natureza e finalidade, mesmo porque
esse “writ” constitucional não se destina, em sua precípua função
instrumental, à apuração e repressão de crimes, torna-se inaplicável, exceto
quanto aos dados de qualificação da vítima, a regra inscrita no art. 234-B
do Código Penal, pois o agente do fato delituoso, nos casos de crimes contra
a dignidade sexual, não é o destinatário dessa especial norma de proteção.
Por tal razão, impõe-se a reautuação acima ordenada, excluindo-se,
unicamente, quando for o caso, o nome da vítima. 2. O presente “habeas
corpus”, com pedido de medida liminar, foi impetrado contra decisão
monocrática que, emanada de eminente Ministro do E. Superior Tribunal de
Justiça em sede de outra ação de “habeas corpus” ainda em curso (HC
416.437/MG), indeferiu pleito cautelar que lhe havia sido requerido em favor
do ora paciente, por entender legítima a “execução provisória” da condenação
penal ainda recorrível proferida ou confirmada por Tribunal de segunda
instância, apoiando-se, para tanto, em precedentes desta Suprema Corte.
Busca-se, em síntese, nesta sede cautelar, seja garantido ao ora paciente o
direito de estar em liberdade até o julgamento final desta impetração. Sendo
esse o quadro, passo a apreciar a admissibilidade do presente “writ”. E, ao
fazê-lo, devo observar que ambas as Turmas do Supremo Tribunal Federal
firmaram orientação no sentido da incognoscibilidade desse remédio
constitucional, quando ajuizado, como no caso em análise, em face de decisão
monocrática proferida por Ministro de Tribunal Superior da União (HC
116.875/AC, Rel. Min. CÁRMEN LÚCIA – HC 117.346/SP, Rel. Min. CÁRMEN LÚCIA –
HC 117.798/SP, Rel. Min. RICARDO LEWANDOWSKI – HC 118.189/MG, Rel. Min.
RICARDO LEWANDOWSKI – HC 119.821/TO, Rel. Min. GILMAR MENDES – HC 121.684-
AgR/SP, Rel. Min. TEORI ZAVASCKI – HC 122.381-AgR/SP, Rel. Min. DIAS TOFFOLI
– HC 122.718/SP, Rel. Min. ROSA WEBER – RHC 114.737/RN, Rel. Min. CÁRMEN
LÚCIA – RHC 114.961/SP, Rel. Min. DIAS TOFFOLI, v.g.): “’HABEAS CORPUS’.
CONSTITUCIONAL. PENAL. DECISÃO MONOCRÁTICA QUE NEGOU SEGUIMENTO A RECURSO
ESPECIAL. SUPRESSÃO DE INSTÂNCIA. IMPETRAÇÃO NÃO CONHECIDA. I – (…)
verifica-se que a decisão impugnada foi proferida monocraticamente. Desse
modo, o pleito não pode ser conhecido, sob pena de indevida supressão de
instância e de extravasamento dos limites de competência do STF descritos no
art. 102 da Constituição Federal, o qual pressupõe seja a coação praticada
por Tribunal Superior.
…...................................................................................................
III – ‘Writ’ não conhecido.” (HC 118.212/MG, Rel. Min. RICARDO LEWANDOWSKI –
grifei) Esta Suprema Corte, como se vê dos precedentes acima referidos,
compreende que a cognoscibilidade da ação de “habeas corpus” supõe, em
contexto idêntico ao de que ora se cuida, a existência de decisão colegiada
da Corte Superior apontada como coatora, situação inocorrente na espécie.
Tenho respeitosamente dissentido, em caráter pessoal, dessa diretriz
jurisprudencial, por nela vislumbrar grave restrição ao exercício do remédio
constitucional do “habeas corpus”. Não obstante a minha posição pessoal,
venho observando, em recentes julgamentos, essa orientação restritiva, hoje
consolidada na jurisprudência da Corte, em atenção ao princípio da
colegialidade. Assinalo, no entanto, que, mesmo em impetrações deduzidas
contra decisões monocráticas de Ministros de outros Tribunais Superiores da
União, a colenda Segunda Turma do Supremo Tribunal Federal, ainda que não
conhecendo do “writ” constitucional, tem concedido, “ex officio”, a ordem de
“habeas corpus”, quando se evidencie patente a situação caracterizadora de
injusto gravame ao “status libertatis” do paciente (HC 118.560/SP, Rel. Min.
RICARDO LEWANDOWSKI, v.g.). Por tal razão, examino a matéria veiculada neste
“writ”. E, ao fazê-lo, entendo que a análise objetiva das razões invocadas
na presente impetração revela ser inquestionável o relevo jurídico da
pretensão deduzida pelos impetrantes. Cumpre rememorar que o Supremo
Tribunal Federal consagrou diretriz que – resultante de julgamentos
efetuados, em sede cautelar, no âmbito de processos objetivos de
fiscalização concentrada de constitucionalidade (ADC 43-MC/DF, Rel. Min.
MARCO AURÉLIO – ADC 44-MC/DF, Rel. Min. MARCO AURÉLIO) – culminou no
reconhecimento da existência de repercussão geral relativa à questão
jurídico-constitucional pertinente à legitimidade da execução provisória de
sentença condenatória criminal (ARE 964.246-RG/SP, Rel. Min. TEORI
Assinado ZAVASCKI). Ao
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Lima consagraram
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referidos, integrei a corrente minoritária, por entender que a tese da
execução provisória de condenações penais ainda recorríveis transgride, de
modo frontal, a presunção constitucional de inocência, que só deixa de
subsistir ante o trânsito em julgado (que não pode ser fictício) da decisão
condenatória (CF, art. 5º, LVII). Acentuei, então, que eventual
inefetividade da jurisdição penal ou do sistema punitivo motivada pela
prodigalização de meios recursais, culminando por gerar no meio social a
sensação de impunidade, não pode ser atribuída à declaração constitucional
do direito fundamental de ser presumido inocente, pois não é essa
prerrogativa básica que frustra o sentimento de justiça dos cidadãos ou que
provoca qualquer crise de funcionalidade do aparelho judiciário. Na
realidade, a solução dessa questão há de ser encontrada na reformulação do
sistema processual e na busca de meios que, adotados pelo Poder Legislativo,
confiram maior coeficiente de racionalidade ao modelo recursal, mas não,
como se decidiu, na inaceitável desconsideração de um dos direitos
fundamentais a que fazem jus os cidadãos desta República fundada no conceito
de liberdade e legitimada pelo princípio democrático. A posição que
prevaleceu naqueles julgamentos reflete – segundo entendo – preocupante
inflexão hermenêutica, de índole regressista, em torno do pensamento
jurisprudencial desta Suprema Corte no plano sensível dos direitos e
garantias individuais, retardando, em minha percepção, o avanço de uma
significativa agenda judiciária concretizadora das liberdades fundamentais
em nosso País. O fato incontestável no domínio da presunção constitucional
de inocência reside na circunstância de que nenhuma execução de condenação
criminal em nosso País, mesmo se se tratar de simples pena de multa, pode
ser implementada sem a existência do indispensável título judicial
definitivo, resultante, como sabemos, do necessário trânsito em julgado da
sentença penal condenatória. Antes desse momento – é preciso advertir –, o
Estado não pode tratar os indiciados ou os réus como se culpados fossem. A
presunção de inocência impõe, desse modo, ao Poder Público um dever de
tratamento que não pode ser desrespeitado por seus agentes e autoridades,
como vinha acentuando, em sucessivos julgamentos, esta Corte Suprema (HC
96.095/SP, Rel. Min. CELSO DE MELLO – HC 121.929/TO, Rel. Min. ROBERTO
BARROSO – HC 124.000/SP, Rel. Min. MARCO AURÉLIO – HC 126.846/SP, Rel. Min.
TEORI ZAVASCKI – HC 130.298/SP, Rel. Min. GILMAR MENDES, v.g.): “(…) O
POSTULADO CONSTITUCIONAL DA PRESUNÇÃO DE INOCÊNCIA IMPEDE QUE O ESTADO
TRATE, COMO SE CULPADO FOSSE, AQUELE QUE AINDA NÃO SOFREU CONDENAÇÃO PENAL
IRRECORRÍVEL. – A prerrogativa jurídica da liberdade – que possui extração
constitucional (CF, art. 5º, LXI e LXV) – não pode ser ofendida por
interpretações doutrinárias ou jurisprudenciais que, fundadas em preocupante
discurso de conteúdo autoritário, culminam por consagrar, paradoxalmente, em
detrimento de direitos e garantias fundamentais proclamados pela
Constituição da República, a ideologia da lei e da ordem. Mesmo que se trate
de pessoa acusada da suposta prática de crime hediondo, e até que sobrevenha
sentença penal condenatória irrecorrível, não se revela possível – por
efeito de insuperável vedação constitucional (CF, art. 5º, LVII) – presumir-
lhe a culpabilidade. Ninguém pode ser tratado como culpado, qualquer que
seja a natureza do ilícito penal cuja prática lhe tenha sido atribuída, sem
que exista, a esse respeito, decisão judicial condenatória transitada em
julgado. O princípio constitucional da presunção de inocência, em nosso
sistema jurídico, consagra, além de outras relevantes consequências, uma
regra de tratamento que impede o Poder Público de agir e de se comportar, em
relação ao suspeito, ao indiciado, ao denunciado ou ao réu, como se estes já
houvessem sido condenados, definitivamente, por sentença do Poder
Judiciário. Precedentes.” (HC 93.883/SP, Rel. Min. CELSO DE MELLO) Acho
importante destacar, com vênia à corrente majoritária que se formou nesta
Corte, que a presunção de inocência não se esvazia progressivamente, à
medida em que se sucedem os graus de jurisdição. Isso significa, portanto,
que, mesmo confirmada a condenação penal por um Tribunal de segunda
instância, ainda assim subsistirá, segundo entendo, em favor do sentenciado,
esse direito fundamental, que só deixará de prevalecer – repita-se – com o
trânsito em julgado da sentença penal condenatória, como claramente
estabelece, em texto inequívoco, a Constituição da República. São essas as
razões que me levaram, em voto vencido, a sustentar a tese segundo a qual a
execução provisória (ou prematura) da sentença penal condenatória revela-se
frontalmente incompatível com o direito fundamental do réu de ser presumido
inocente até que sobrevenha o trânsito em julgado de sua condenação
criminal, tal como expressamente assegurado pela própria Constituição da
República (CF, art. 5º, LVII). Os motivos que venho de expor, por isso
mesmo, fizeram-me conceder medida liminar requerida nos autos do HC
135.100/MG, para suspender, cautelarmente, a execução de mandado de prisão
expedido contra o paciente, notadamente porque, no momento em que por mim
deferido aquele provimento cautelar (em 1º/07/2016), havia somente uma
decisão proferida em processo de índole meramente subjetiva (HC 126.292/SP),
vale dizer, uma decisão destituída de eficácia vinculante ou de repercussão
geral, eis que os julgamentos da ADC 43-MC/DF e da ADC 44-MC/DF, em
05/10/2016, e do ARE 964.246/SP, com repercussão geral, em 11/11/2016, não
haviam sido realizados até então. Cabe observar, no entanto, que a corrente
minoritária por mim integrada – não obstante entenda que a execução da pena
Assinado somente se Alegitima
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de Lima Oliveira de ser real) da
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condenação criminal, como determina a própria Constituição da República
(art. 5º, inciso LVII) e dispõe a legislação ordinária (LEP, arts. 105 e
147; CP, art. 50; CPPM, arts. 592, 594 e 604) – não afasta a possibilidade
de o magistrado (ou o Tribunal) competente decretar a prisão cautelar da
pessoa sob persecução penal, quer durante a fase do inquérito policial, quer
no curso de processo judicial, quer, ainda, após a prolação de sentença
condenatória recorrível, desde que atendidos, de um lado, os pressupostos e
indicados, de outro, os fundamentos concretos referidos pelo art. 312 do
Código de Processo Penal. Vê-se, portanto, que a impossibilidade
constitucional de execução provisória da pena não impede que o Judiciário,
com apoio em seu poder geral de cautela, venha a decretar, contra o
investigado ou o réu, a prisão cautelar, qualquer que seja a sua modalidade
(prisão temporária, prisão preventiva, prisão decorrente de decisão de
pronúncia ou prisão motivada por sentença condenatória recorrível), sem se
falar na ocorrência de eventual prisão em flagrante, que independe de ordem
judicial (CF, art. 5º, inciso LXI; CPP, art. 301), a significar, desse modo,
que o ordenamento positivo, ao instituir em favor do Estado instrumentos de
tutela cautelar penal, torna admissível a utilização, pelo Poder Público e
por seus agentes, de importantes meios de defesa social, cuja eficácia terá
o condão de neutralizar condutas delinquenciais lesivas ao interesse da
coletividade, que não ficará exposta, assim, a práticas criminosas que se
registrem em seu âmbito. Em uma palavra: o sistema jurídico brasileiro, ao
disciplinar o instituto da tutela cautelar penal, outorga ao Estado
poderosos instrumentos que legitimam a adoção de medidas privativas de
liberdade, como as diversas espécies de prisão cautelar, cuja efetivação
independe do trânsito em julgado de eventual condenação criminal,
considerada a circunstância – juridicamente relevante – de que o magistrado
dispõe, para tanto, do poder geral de cautela. É que a prisão cautelar
(“carcer ad custodiam”) não se confunde com a prisão penal (“carcer ad
poenam”), que exige, esta sim, considerado o disposto na declaração
constitucional de direitos inscrita em nossa Carta Política (art. 5º, inciso
LVII), o efetivo trânsito em julgado da sentença penal condenatória.
Assentadas tais premissas, passo a examinar o pedido de medida cautelar ora
formulado nesta sede processual. E, ao fazê-lo, saliento que eminentes
Ministros desta Corte, em diversos processos (HC 135.951- -MC/DF, Rel. Min.
RICARDO LEWANDOWSKI – HC 137.494-AgR/DF, Rel. Min. RICARDO LEWANDOWSKI – HC
140.217-MC/DF, Rel. Min. RICARDO LEWANDOWSKI – HC 142.162-MC/BA, Rel. Min.
RICARDO LEWANDOWSKI – HC 144.712-MC/SP, Rel. Min. MARCO AURÉLIO – HC
144.908-MC/RS, Rel. Min. RICARDO LEWANDOWSKI – HC 145.380-MC/SP, Rel. Min.
MARCO AURÉLIO – HC 145.560/SP, Rel. Min. RICARDO LEWANDOWSKI – HC 145.856-
MC/SP, Rel. Min. RICARDO LEWANDOWSKI – HC 145.953-MC/RJ, Rel. Min. RICARDO
LEWANDOWSKI – HC 146.006-MC/PE, Rel. Min. MARCO AURÉLIO, v.g.), têm
concedido provimentos cautelares (ou, até mesmo, deferido o próprio “writ”
constitucional) em situações como aquelas, por exemplo, em que Tribunais de
inferior jurisdição, ao ordenarem a expedição de mandados de prisão, para
efeito de “execução provisória”, (a) limitam-se a simplesmente mencionar,
sem qualquer fundamentação idônea, os precedentes a que aludi logo no início
desta decisão, ou (b) fazem-no sem que ainda tenha sido esgotada a
jurisdição ordinária, pois pendentes de julgamento embargos de declaração ou
embargos infringentes e de nulidade do julgado (CPP, art. 609, parágrafo
único), ou, ainda, (c) determinam a imediata e antecipada efetivação
executória de seu julgado com transgressão ao postulado que veda a
“reformatio in pejus”, eis que a ordem de prisão é dada em recursos
interpostos unicamente pelo réu condenado a quem se garantira,
anteriormente, sem qualquer impugnação do Ministério Público, o direito de
aguardar em liberdade a conclusão do processo. O caso ora em análise parece
ajustar-se às hipóteses sob (a) e (c), cabendo destacar, quanto a esse
último aspecto, que a colenda Segunda Turma deste Tribunal, em 08/08/2017,
iniciou o julgamento, suspenso por pedido de vista, de uma ação de “habeas
corpus” (HC 136.720/PB), no qual já se formou maioria pela concessão da
ordem, em que o eminente Relator, Ministro RICARDO LEWANDOWSKI, propôs o
deferimento do “writ” precisamente em virtude de violação ao princípio que
proíbe a “reformatio in pejus”, em situação na qual o Tribunal apontado como
coator ordenou a imediata execução antecipada da pena, fazendo-o, contudo,
em recurso exclusivo do réu, a quem se assegurara, sem qualquer oposição
recursal do Ministério Público, o direito de aguardar em liberdade o
desfecho do processo, transgredindo-se, desse modo, postulado fundamental
que conforma e condiciona a atuação do Poder Judiciário (HC 142.012-MC/DF,
Rel. Min. RICARDO LEWANDOWSKI – HC 142.017-MC/DF, Rel. Min. RICARDO
LEWANDOWSKI, v.g.). De outro lado, e como já salientado, o E. Tribunal de
Justiça do Estado de Minas Gerais, ao determinar a expedição de mandado de
prisão e da guia de execução respectiva, limitou-se, “sic et simpliciter”, a
mencionar os julgamentos que esta Suprema Corte proferiu no exame do ARE
964.246-RG/SP, da ADC 43-MC/DF e da ADC 44-MC/DF, abstendo-se, no entanto,
de fundamentar, de modo adequado e idôneo, a ordem de prisão, assim
transgredindo o que prescreve (e impõe) o inciso IX do art. 93 da
Constituição da República, que estabelece que “todos os julgamentos dos
órgãos do Poder Judiciário serão públicos, e fundamentadas todas as
decisões, sob pena de nulidade (…)” (grifei). É importante advertir, neste
Assinado ponto, que Aa Certificação
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de Lima Oliveira - Advogadoem orientação que Num. 10536635 - Pág. 23
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se reflete na doutrina (FERNANDO DA COSTA TOURINHO FILHO, “Processo Penal”,
vol. 4/183, 11ª ed., 1989, Saraiva, v.g.), posiciona-se no sentido de
reconhecer que a fundamentação constitui pressuposto de legitimidade das
decisões judiciais (HC 80.892/RJ, Rel. Min. CELSO DE MELLO, v.g.): “– É
inquestionável que a exigência de fundamentação das decisões estatais, mais
do que expressiva imposição consagrada e positivada pela ordem
constitucional, reflete uma poderosa garantia contra eventuais excessos do
Estado, pois, ao torná-la elemento imprescindível e essencial dos atos que
veiculam a privação da liberdade individual, quis o ordenamento jurídico
erigi-la como fator de limitação dos poderes deferidos às autoridades
públicas. – Não se pode jamais esquecer que a exigência de motivação dos
atos judiciais constritivos da liberdade individual deriva de postulado
constitucional inafastável, que traduz expressivo elemento de restrição ao
exercício do próprio poder estatal, além de configurar instrumento essencial
de respeito e proteção às liberdades públicas. – A fundamentação dos atos
decisórios qualifica-se como pressuposto constitucional de validade e
eficácia das decisões emanadas do Poder Judiciário, de tal modo que a
inobservância do dever imposto pelo art. 93, IX, da Constituição Federal,
precisamente por afetar a legitimidade jurídica dessas deliberações
estatais, gera, de maneira irremissível, a sua própria nulidade (…).” (HC
95.034/PE, Rel. Min. CELSO DE MELLO) Sendo assim, e tendo presentes as
razões expostas, defiro o pedido de medida liminar, para, até final
julgamento desta ação de “habeas corpus”, suspender, cautelarmente, o início
da execução da pena determinada nos autos da Apelação Criminal nº 0022450-
82.2010.8.13.0216, do E. Tribunal de Justiça do Estado de Minas Gerais,
restando impossibilitada, em consequência, a efetivação da prisão de Breno
de Assis Prado Gonçalves em decorrência da condenação criminal (ainda não
transitada em julgado) que lhe foi imposta no Processo-crime nº 0022450-
82.2010.8.13.0216 (Juízo de Direito da 1ª Vara Cível, Criminal e das
Execuções Penais da comarca de Diamantina/MG). Caso referido paciente já
tenha sido preso em razão da ordem de execução provisória da pena imposta
nos autos do Processo-crime nº 0022450-82.2010.8.13.0216 (Juízo de Direito
da 1ª Vara Cível, Criminal e das Execuções Penais da comarca de
Diamantina/MG), deverá ser ele colocado imediatamente em liberdade, se por
al não estiver preso. Comunique-se, com urgência, transmitindo-se cópia
desta decisão ao E. Superior Tribunal de Justiça (HC 416.437/MG), ao E.
Tribunal de Justiça do Estado de Minas Gerais (Apelação Criminal nº 0022450-
-82.2010.8.13.0216) e ao Juízo de Direito da 1ª Vara Cível, Criminal e das
Execuções Penais da comarca de Diamantina/MG (Processo- -crime nº 0022450-
82.2010.8.13.0216). 2. Ouça-se a douta Procuradoria-Geral da República sobre
o mérito da presente impetração. Publique-se. Brasília, 28 de setembro de
2017. Ministro CELSO DE MELLO Relator
fim do documento
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Decisões Monocráticas
Publicação
PROCESSO ELETRÔNICO
DJe-042 DIVULG 05/03/2018 PUBLIC 06/03/2018
Partes
Decisão
DECISÃO: Trata-se de “habeas corpus”, com pedido de medida liminar,
impetrado contra decisão que, emanada do E. Superior Tribunal de Justiça,
restou consubstanciada em acórdão assim ementado: “RECURSOS ESPECIAIS.
ADMISSIBILIDADE. ÓBICES PRELIMINARES. DENÚNCIA ANÔNIMA. INEXISTÊNCIA.
MINISTÉRIO PÚBLICO. INVESTIGAÇÃO. NULIDADE DO PROCEDIMENTO INVESTIGATÓRIO.
SIGILO FISCAL E TELEFÔNICO. QUEBRA. NULIDADES. PERSECUÇÃO PENAL. ELEMENTOS
DE INFORMAÇÃO NÃO UTILIZADOS PARA DEFLAGRAÇÃO DO PROCESSO PENAL. MATÉRIAS
ANALISADAS EM ‘HABEAS CORPUS’. SUPERAÇÃO. ATIPICIDADE. NÃO OCORRÊNCIA.
NULIDADES NA INSTRUÇÃO CRIMINAL. NÃO CONFIGURAÇÃO. OMISSÃO DO ACÓRDÃO.
IMPROCEDÊNCIA. DOSIMETRIA. FLAGRANTE ILEGALIDADE. RECURSOS ESPECIAIS
CONHECIDOS PARA REDUZIR AS PENAS IMPOSTAS. CONCESSÃO DE ‘HABEAS CORPUS’, DE
OFÍCIO, PARA CORRÉUS EM IDÊNTICA SITUAÇÃO.” (REsp 1.639.698/SP, Red. p/ o
acórdão Min. ROGERIO SCHIETTI CRUZ – grifei) Busca-se, em sede liminar, a
suspensão cautelar de eficácia do ato que determinou a execução provisória
da condenação penal imposta ao ora paciente. Sendo esse o contexto, passo a
apreciar o pleito em causa. Como se sabe, o Supremo Tribunal Federal, a
partir da decisão proferida no HC 126.292/SP e com apoio em sucessivos
julgados emanados do Plenário desta Corte Suprema (ADC 43-MC/DF e ADC 44- -
MC/DF), inclusive em sede de repercussão geral (ARE 964.246-RG/SP), veio a
firmar orientação no sentido da legitimidade constitucional da execução
provisória da pena. Ao participar dos julgamentos que consagraram os
precedentes referidos, integrei a corrente minoritária, por entender que a
tese da execução provisória de condenações penais ainda recorríveis
transgride, de modo frontal, a presunção constitucional de inocência, que só
deixa de subsistir ante o trânsito em julgado da decisão condenatória (CF,
art. 5º, LVII). Antes desse momento – é preciso advertir –, o Estado não
pode tratar os indiciados ou os réus como se culpados fossem. A presunção de
inocência impõe, desse modo, ao Poder Público um dever de tratamento que não
pode ser desrespeitado por seus agentes e autoridades, como vinha
advertindo, em sucessivos julgamentos, esta Corte Suprema (HC 96.095/SP,
Rel. Min. CELSO DE MELLO – HC 121.929/TO, Rel. Min. ROBERTO BARROSO – HC
124.000/SP, Rel. Min. MARCO AURÉLIO – HC 126.846/SP, Rel. Min. TEORI
ZAVASCKI – HC 130.298/SP, Rel. Min. GILMAR MENDES, v.g.): “(…) O POSTULADO
CONSTITUCIONAL DA PRESUNÇÃO DE INOCÊNCIA IMPEDE QUE O ESTADO TRATE, COMO SE
CULPADO FOSSE, AQUELE QUE AINDA NÃO SOFREU CONDENAÇÃO PENAL IRRECORRÍVEL – A
prerrogativa jurídica da liberdade – que possui extração constitucional (CF,
art. 5º, LXI e LXV) – não pode ser ofendida por interpretações doutrinárias
ou jurisprudenciais que, fundadas em preocupante discurso de conteúdo
autoritário, culminam por consagrar, paradoxalmente, em detrimento de
direitos e garantias fundamentais proclamados pela Constituição da
República, a ideologia da lei e da ordem. Mesmo que se trate de pessoa
acusada da suposta prática de crime hediondo, e até que sobrevenha sentença
penal condenatória irrecorrível, não se revela possível – por efeito de
insuperável vedação constitucional (CF, art. 5º, LVII) – presumir-lhe a
Assinado eletronicamente. A Certificação Digital pertence a: Marcelo Leal de Lima Oliveira - Advogado Num. 10536635 - Pág. 25
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culpabilidade. Ninguém pode ser tratado como culpado, qualquer que seja a
natureza do ilícito penal cuja prática lhe tenha sido atribuída, sem que
exista, a esse respeito, decisão judicial condenatória transitada em
julgado. O princípio constitucional da presunção de inocência, em nosso
sistema jurídico, consagra, além de outras relevantes consequências, uma
regra de tratamento que impede o Poder Público de agir e de se comportar, em
relação ao suspeito, ao indiciado, ao denunciado ou ao réu, como se estes já
houvessem sido condenados, definitivamente, por sentença do Poder
Judiciário. Precedentes.” (HC 93.883/SP, Rel. Min. CELSO DE MELLO) Assinalo,
para efeito de mero registro, que a exigência de trânsito em julgado da
condenação penal não representa peculiaridade do constitucionalismo
brasileiro, pois também encontra correspondência no plano do direito
comparado, como se vê, p. ex., da Constituição da República Italiana (art.
27) e da Constituição da República Portuguesa (art. 32, n. 2). São essas as
razões que, em apertada síntese, levaram-me a sustentar, em voto vencido, a
tese segundo a qual a execução provisória (ou prematura) da sentença penal
condenatória revela-se frontalmente incompatível com o direito fundamental
do réu de ser presumido inocente até que sobrevenha o efetivo e real
trânsito em julgado de sua condenação criminal, tal como expressamente
assegurado pela própria Constituição da República (CF, art. 5º, LVII). Não
foi por outro motivo que vim a conceder – é certo – medidas cautelares em
sede de “habeas corpus”, embora o fizesse somente naquelas situações não
reveladoras da necessidade de manter-se a prisão do condenado, sempre
segundo avaliação por mim efetivada em cada caso examinado. Ocorre, no
entanto, que, enquanto não sobrevier alteração do pensamento jurisprudencial
desta Corte sobre o tema em causa, não tenho como dele dissociar-me. No que
concerne, portanto, ao questionamento referente à execução antecipada da
pena, não obstante entenda tratar-se de medida incompatível com o nosso
modelo constitucional, que consagra, como direito fundamental, a presunção
de inocência (CF, art. 5º, inciso LVII), devo observar o princípio da
colegialidade, além de considerar, na espécie, o fato de que se mostra
iminente o julgamento final da ADC 43/DF e da ADC 44/DF, de que é Relator o
eminente Ministro MARCO AURÉLIO, ocasião em que esta Corte reapreciará o
tema da possibilidade constitucional de efetivar-se a execução antecipada da
sentença penal condenatória. Inacolhível, desse modo, sob a perspectiva que
venho de expor, a pretendida concessão de medida cautelar suspensiva da
execução provisória ora impugnada. Cabe observar, contudo, que esta
impetração sustenta-se em outro fundamento, consistente na alegada
transgressão, pelo Tribunal “ad quem”, do postulado que veda a “reformatio
in pejus” (CPP, art. 617, “in fine”). Com efeito, o Desembargador Relator no
E. Tribunal de Justiça do Estado de São Paulo assegurou ao ora paciente o
direito de aguardar em liberdade a conclusão do processo em que proferida a
condenação penal que lhe foi imposta, havendo consignado, expressamente, em
relação a esse mesmo paciente, que o respectivo mandado de prisão somente
deveria ser expedido “Após o trânsito em julgado (…)”. O E. Superior
Tribunal de Justiça, entretanto, determinou, em recurso exclusivo do réu,
ora paciente, fosse instaurada, contra ele, a pertinente execução provisória
da condenação criminal. Tem-se entendido, nesta Suprema Corte, que, em
situações como a ora em exame, em que o Ministério Público sequer se
insurgiu contra o pronunciamento do órgão judiciário “a quo” que garantiu ao
paciente o direito de recorrer em liberdade, não pode o Tribunal de superior
jurisdição suprimir esse benefício, em detrimento do condenado, sob pena de
ofensa à cláusula final inscrita no art. 617 do Código de Processo Penal:
“(…) POSSÍVEL OFENSA AO PRINCÍPIO QUE VEDA A ‘REFORMATIO IN PEJUS’ (CPP,
ART. 617, ‘in fine’), POIS O TRIBUNAL DE INFERIOR JURISDIÇÃO ORDENOU QUE SE
PROCEDESSE, EM PRIMEIRO GRAU, À IMEDIATA EXECUÇÃO ANTECIPADA DA PENA, NÃO
OBSTANTE ESSE COMANDO HOUVESSE SIDO DETERMINADO EM RECURSO EXCLUSIVO DO RÉU
CONDENADO, A QUEM SE ASSEGURARA, NO ENTANTO, EM MOMENTO ANTERIOR, SEM
IMPUGNAÇÃO RECURSAL DO MINISTÉRIO PÚBLICO, O DIREITO DE AGUARDAR EM
LIBERDADE A CONCLUSÃO DO PROCESSO. (…).” (HC 147.452/MG, Rel. Min. CELSO DE
MELLO) Vale consignar que se registram, no sentido que venho de expor,
diversas outras decisões proferidas no âmbito do Supremo Tribunal Federal
(HC 135.951-MC/DF, Rel. Min. RICARDO LEWANDOWSKI – HC 140.217-MC/DF, Rel.
Min. RICARDO LEWANDOWSKI – HC 142.012- -MC/DF, Rel. Min. RICARDO LEWANDOWSKI
– HC 142.017-MC/DF, Rel. Min. RICARDO LEWANDOWSKI – HC 147.428-MC/MG, Rel.
Min. CELSO DE MELLO – HC 148.122-MC/MG, Rel. Min. CELSO DE MELLO – HC
153.431/SP, Rel. Min. CELSO DE MELLO, v.g.). Sendo assim, e tendo presentes
as razões expostas, defiro o pedido de medida liminar, para, até final
julgamento deste “habeas corpus”, suspender, cautelarmente, o início da
execução da pena determinada nos autos do REsp nº 1.639.698/SP, do E.
Superior Tribunal de Justiça, restando impossibilitada, em consequência, a
efetivação da prisão de Oscar Victor Rollemberg Hansen em decorrência da
condenação criminal (ainda não transitada em julgado) que lhe foi imposta no
Processo-crime nº 0077446- -88.2009.8.26.0576 (5ª Vara Criminal da comarca
de São José do Rio Preto/SP). Caso referido paciente já tenha sido preso em
razão da ordem de execução provisória da pena imposta nos autos do Processo-
-crime nº 0077446-88.2009.8.26.0576 (5ª Vara Criminal da comarca de São José
do Rio Preto/SP), deverá ser ele posto imediatamente em liberdade, se por al
não estiver preso. Comunique-se, com urgência, transmitindo-se cópia desta
Assinado decisão ao AE.
eletronicamente. Superior
Certificação Tribunal
Digital de Justiça
pertence a: Marcelo (REsp
Leal de Lima nº- Advogado
Oliveira 1.639.698/SP), ao E.
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Tribunal de Justiça do Estado de São Paulo (Apelação Criminal nº 0077446-
88.2009.8.26.0576) e ao Juízo de Direito da 5ª Vara Criminal da comarca de
São José do Rio Preto/SP (Processo- -crime nº 0077446-88.2009.8.26.0576). 2.
Ouça-se a douta Procuradoria-Geral da República sobre o mérito da presente
impetração. Publique-se. Brasília, 01 de março de 2018. Ministro CELSO DE
MELLO Relator
fim do documento
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Pesquisa de Jurisprudência
Decisões Monocráticas
Publicação
PROCESSO ELETRÔNICO
DJe-038 DIVULG 27/02/2018 PUBLIC 28/02/2018
Partes
Decisão
DECISÃO: Trata-se de “habeas corpus”, com pedido de medida liminar,
impetrado contra decisão que, emanada do E. Superior Tribunal de Justiça,
restou consubstanciada em acórdão assim ementado: “AGRAVO REGIMENTAL NO
‘HABEAS CORPUS’. PRINCÍPIO DA COLEGIALIDADE. INEXISTÊNCIA DE OFENSA.
AUSÊNCIA DE CERCEAMENTO DE DEFESA. EXECUÇÃO PROVISÓRIA DA PENA.
POSSIBILIDADE. EXAURIMENTO DAS INSTÂNCIAS ORDINÁRIAS. PRECEDENTES DO STF E
DESTA CORTE. AGRAVO DESPROVIDO. 1. Consoante o entendimento desta Corte, não
existe ofensa ao princípio da colegialidade nas hipóteses em que a decisão
monocrática do relator não conhece ‘habeas corpus’ cujo pedido for contrário
a entendimento jurisprudencial sedimentado, como se verificou no caso dos
autos, sobretudo considerando que o julgamento colegiado do agravo
regimental supre eventual vício da decisão agravada. 2. Não há falar em
cerceamento de defesa por eventual supressão ao direito de realização de
sustentação oral, sobretudo quando tal pedido é realizado em sede de agravo
regimental, tendo em vista a inadmissibilidade prevista no art. 159 do
Regimento Interno do Superior Tribunal de Justiça. 3. No julgamento do HC n.
126.292/MG, realizado em 17/2/16, o Supremo Tribunal Federal, em sua
composição plena, passou a admitir a possibilidade de imediato início do
cumprimento provisório da pena após o exaurimento das instâncias ordinárias,
inclusive com restrição da liberdade do condenado, por ser o recurso
extraordinário, assim como o recurso especial, desprovido de efeito
suspensivo, sem que isso implique violação ao princípio da não
culpabilidade. Tal entendimento foi mantido pela Suprema Corte no exame das
Ações Declaratórias de Constitucionalidade n. 43 e 44, em 5/10/2016. O
Superior Tribunal de Justiça também adotou o aludido posicionamento a partir
do julgamento, pela Sexta Turma, dos EDcl no REsp n. 1.484.415/DF, da
relatoria do eminente Ministro ROGÉRIO SCHIETTI CRUZ. 4. ‘In casu’, a prisão
do agravante decorre de sentença condenatória confirmada em sede de apelação
pelo Tribunal de Justiça do Estado de São Paulo, cujos aclaratórios foram
julgados em 5/9/2017, tendo sido interpostos recursos especial e
extraordinário, esgotando-se a via recursal ordinária, nada havendo a ser
reparado no presente recurso. Agravo regimental desprovido.” (HC 396.213-
AgRg/SP, Rel. Min. JOEL ILAN PACIORNIK – grifei) Busca-se, em sede liminar,
a suspensão cautelar de eficácia do ato que determinou a execução provisória
da condenação penal imposta ao ora paciente. Sendo esse o contexto, passo a
apreciar o pleito em causa. Como se sabe, o Supremo Tribunal Federal, a
partir da decisão proferida no HC 126.292/SP e com apoio em sucessivos
julgados emanados do Plenário desta Corte Suprema (ADC 43-MC/DF e ADC 44- -
MC/DF), inclusive em sede de repercussão geral (ARE 964.246-RG/SP), veio a
firmar orientação no sentido da legitimidade constitucional da execução
provisória da pena. Ao participar dos julgamentos que consagraram os
precedentes referidos, integrei a corrente minoritária, por entender que a
tese da execução provisória de condenações penais ainda recorríveis
transgride, de modo frontal, a presunção constitucional de inocência, que só
deixa de subsistir ante o trânsito em julgado da decisão condenatória (CF,
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art. 5º, LVII). Antes desse momento – é preciso advertir –, o Estado não
pode tratar os indiciados ou os réus como se culpados fossem. A presunção de
inocência impõe, desse modo, ao Poder Público um dever de tratamento que não
pode ser desrespeitado por seus agentes e autoridades, como vinha
advertindo, em sucessivos julgamentos, esta Corte Suprema (HC 96.095/SP,
Rel. Min. CELSO DE MELLO – HC 121.929/TO, Rel. Min. ROBERTO BARROSO – HC
124.000/SP, Rel. Min. MARCO AURÉLIO – HC 126.846/SP, Rel. Min. TEORI
ZAVASCKI – HC 130.298/SP, Rel. Min. GILMAR MENDES, v.g.): “(…) O POSTULADO
CONSTITUCIONAL DA PRESUNÇÃO DE INOCÊNCIA IMPEDE QUE O ESTADO TRATE, COMO SE
CULPADO FOSSE, AQUELE QUE AINDA NÃO SOFREU CONDENAÇÃO PENAL IRRECORRÍVEL – A
prerrogativa jurídica da liberdade – que possui extração constitucional (CF,
art. 5º, LXI e LXV) – não pode ser ofendida por interpretações doutrinárias
ou jurisprudenciais que, fundadas em preocupante discurso de conteúdo
autoritário, culminam por consagrar, paradoxalmente, em detrimento de
direitos e garantias fundamentais proclamados pela Constituição da
República, a ideologia da lei e da ordem. Mesmo que se trate de pessoa
acusada da suposta prática de crime hediondo, e até que sobrevenha sentença
penal condenatória irrecorrível, não se revela possível – por efeito de
insuperável vedação constitucional (CF, art. 5º, LVII) – presumir-lhe a
culpabilidade. Ninguém pode ser tratado como culpado, qualquer que seja a
natureza do ilícito penal cuja prática lhe tenha sido atribuída, sem que
exista, a esse respeito, decisão judicial condenatória transitada em
julgado. O princípio constitucional da presunção de inocência, em nosso
sistema jurídico, consagra, além de outras relevantes consequências, uma
regra de tratamento que impede o Poder Público de agir e de se comportar, em
relação ao suspeito, ao indiciado, ao denunciado ou ao réu, como se estes já
houvessem sido condenados, definitivamente, por sentença do Poder
Judiciário. Precedentes.” (HC 93.883/SP, Rel. Min. CELSO DE MELLO) Assinalo,
para efeito de mero registro, que a exigência de trânsito em julgado da
condenação penal não representa peculiaridade do constitucionalismo
brasileiro, pois também encontra correspondência no plano do direito
comparado, como se vê, p. ex., da Constituição da República Italiana (art.
27) e da Constituição da República Portuguesa (art. 32, n. 2). São essas as
razões que, em apertada síntese, levaram-me a sustentar, em voto vencido, a
tese segundo a qual a execução provisória (ou prematura) da sentença penal
condenatória revela-se frontalmente incompatível com o direito fundamental
do réu de ser presumido inocente até que sobrevenha o efetivo e real
trânsito em julgado de sua condenação criminal, tal como expressamente
assegurado pela própria Constituição da República (CF, art. 5º, LVII). Não
foi por outro motivo que vim a conceder – é certo – medidas cautelares em
sede de “habeas corpus”, embora o fizesse somente naquelas situações não
reveladoras da necessidade de manter-se a prisão do condenado, sempre
segundo avaliação por mim efetivada em cada caso examinado. Ocorre, no
entanto, que, enquanto não sobrevier alteração do pensamento jurisprudencial
desta Corte sobre o tema em causa, não tenho como dele dissociar-me. No que
concerne, portanto, ao questionamento referente à execução antecipada da
pena, não obstante entenda tratar-se de medida incompatível com o nosso
modelo constitucional, que consagra, como direito fundamental, a presunção
de inocência (CF, art. 5º, inciso LVII), devo observar o princípio da
colegialidade, além de considerar, na espécie, o fato de que se mostra
iminente o julgamento final da ADC 43/DF e da ADC 44/DF, de que é Relator o
eminente Ministro MARCO AURÉLIO, ocasião em que esta Corte reapreciará o
tema da possibilidade constitucional de efetivar-se a execução antecipada da
sentença penal condenatória. Inacolhível, desse modo, sob a perspectiva que
venho de expor, a pretendida concessão de medida cautelar suspensiva da
execução provisória ora impugnada. Cabe observar, contudo, que esta
impetração sustenta-se em outro fundamento, consistente na alegada
transgressão, pelo Tribunal “ad quem”, do postulado que veda a “reformatio
in pejus” (CPP, art. 617, “in fine”). Com efeito, a magistrada sentenciante
assegurou ao ora paciente o direito de aguardar em liberdade a conclusão do
processo em que proferida a condenação penal que lhe foi imposta. O Tribunal
de Justiça local, entretanto, determinou, em recurso exclusivo do réu, ora
paciente, fosse instaurada, contra ele, a pertinente execução provisória da
condenação criminal. Tem-se entendido, nesta Suprema Corte, que, em
situações como a ora em exame, em que o Ministério Público sequer se
insurgiu contra o capítulo da sentença que garantiu ao paciente o direito de
recorrer em liberdade, não poderia o Tribunal de superior jurisdição
suprimir esse benefício, em detrimento do condenado, sob pena de ofensa à
cláusula final inscrita no art. 617 do Código de Processo Penal: “(…)
POSSÍVEL OFENSA AO PRINCÍPIO QUE VEDA A ‘REFORMATIO IN PEJUS’ (CPP, ART.
617, ‘in fine’), POIS O TRIBUNAL DE INFERIOR JURISDIÇÃO ORDENOU QUE SE
PROCEDESSE, EM PRIMEIRO GRAU, À IMEDIATA EXECUÇÃO ANTECIPADA DA PENA, NÃO
OBSTANTE ESSE COMANDO HOUVESSE SIDO DETERMINADO EM RECURSO EXCLUSIVO DO RÉU
CONDENADO, A QUEM SE ASSEGURARA, NO ENTANTO, EM MOMENTO ANTERIOR, SEM
IMPUGNAÇÃO RECURSAL DO MINISTÉRIO PÚBLICO, O DIREITO DE AGUARDAR EM
LIBERDADE A CONCLUSÃO DO PROCESSO. (…).” (HC 147.452/MG, Rel. Min. CELSO DE
MELLO) Vale consignar que se registram, no sentido que venho de expor,
diversas outras decisões proferidas no âmbito do Supremo Tribunal Federal
(HC 135.951-MC/DF, Rel. Min. RICARDO LEWANDOWSKI – HC 140.217-MC/DF, Rel.
Assinado Min. RICARDO
eletronicamente. LEWANDOWSKI
A Certificação – HC a:
Digital pertence 142.012-
Marcelo Leal-MC/DF, Rel.- Advogado
de Lima Oliveira Min. RICARDO LEWANDOWSKI
Num. 10536635 - Pág. 29
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14/03/2018 Pesquisa de Jurisprudência :: STF - Supremo Tribunal Federal
– HC 142.017-MC/DF, Rel. Min. RICARDO LEWANDOWSKI – HC 147.428-MC/MG, Rel.
Min. CELSO DE MELLO – HC 148.122-MC/MG, Rel. Min. CELSO DE MELLO, v.g.).
Impende destacar, quanto a esse aspecto, que a colenda Segunda Turma deste
Tribunal, em 08/08/2017, iniciou o julgamento, suspenso por pedido de vista,
de uma ação de “habeas corpus” (HC 136.720/PB), no qual já se formou maioria
pela concessão da ordem, em que o eminente Relator, Ministro RICARDO
LEWANDOWSKI, propôs o deferimento do “writ” precisamente em virtude de
violação ao princípio que proíbe a “reformatio in pejus”, em situação na
qual o Tribunal apontado como coator ordenou a imediata execução antecipada
da pena, fazendo-o, contudo, tal como sucede na espécie ora em exame, em
recurso exclusivo do réu, a quem se assegurara, sem qualquer oposição
recursal do Ministério Público, o direito de aguardar em liberdade o
desfecho do processo, transgredindo-se, desse modo, postulado fundamental
que conforma e condiciona a atuação do Poder Judiciário. Sendo assim, e
tendo presentes as razões expostas, defiro o pedido de medida liminar, para,
até final julgamento deste “habeas corpus”, suspender, cautelarmente, o
início da execução da pena determinada nos autos da Apelação Criminal nº
0001282-18.2009.8.26.0274, do E. Tribunal de Justiça do Estado de São Paulo,
restando impossibilitada, em consequência, a efetivação da prisão de Agnaldo
Luciano Pisanelli em decorrência da condenação criminal (ainda não
transitada em julgado) que lhe foi imposta no Processo-crime nº 0001282-
18.2009.8.26.0274 (1ª Vara da comarca de Itápolis/SP). Caso referido
paciente já tenha sido preso em razão da ordem de execução provisória da
pena imposta nos autos do Processo- -crime nº 0001282-18.2009.8.26.0274 (1ª
Vara da comarca de Itápolis/SP), deverá ser ele posto imediatamente em
liberdade, se por al não estiver preso. Comunique-se, com urgência,
transmitindo-se cópia desta decisão ao E. Superior Tribunal de Justiça (HC
396.213/SP), ao E. Tribunal de Justiça do Estado de São Paulo (Apelação
Criminal nº 0001282- -18.2009.8.26.0274) e ao Juízo de Direito da 1ª Vara da
comarca de Itápolis/SP (Processo-crime nº 0001282-18.2009.8.26.0274). 2.
Ouça-se a douta Procuradoria-Geral da República sobre o mérito da presente
impetração. Publique-se. Brasília, 26 de fevereiro de 2018. Ministro CELSO
DE MELLO Relator
fim do documento
Assinado eletronicamente. A Certificação Digital pertence a: Marcelo Leal de Lima Oliveira - Advogado Num. 10536635 - Pág. 30
https://pje.trf5.jus.br/pje/Processo/ConsultaDocumento/listView.seam?nd=18031417123772100000010518736
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Número do documento: 18031417123772100000010518736
362/364
PROCESSO Nº: 0802530-35.2018.4.05.0000 - HABEAS CORPUS
IMPETRANTE: MARCELO LEAL DE LIMA OLIVEIRA
PACIENTE: FRANCISCO DEUSMAR DE QUEIROS
ADVOGADO: Anastacio Jorge Matos De Sousa Marinho e outro
IMPETRADO: JUÍZO DA 12ª VARA FEDERAL DA SEÇÃO JUDICIÁRIA DO CEARÁ
RELATOR(A): Desembargador(a) Federal Francisco Roberto Machado - 1ª Turma
DECISÃO
Trata-se de Habeas Corpus, com pedido liminar, impetrado em favor de FRANCISCO DEUSMAR DE
QUEIROS, apontando como autoridade coatora o Juízo da 12ª Vara Federal do Ceará, objetivando a
suspensão da Execução Provisória da pena que lhe imposta nos autos da Ação Penal nº
0012628-43.2010.4.05.8100, na qual o paciente foi condenado, pela prática do crime do art. 27-C da Lei
nº 6.385/76, a nove (09) anos e dois (02) meses de reclusão, ainda pendente de julgamento de Recurso
Especial no STJ (REsp 1.449.193-CE)).
Relatei, decido.
A partir do exame superficial, próprio desta fase de cognição sumária, tenho que o ato combatido parece
viciado de abuso de poder.
Tenho que aludido comando sentencial, a teor de precedente do próprio STF, constitui garantia erigida em
favor do status libertatis do réu, ora paciente, não me parecendo razoável que o famigerado entendimento
firmado pelo STF, de cunho genérico, deva prevalecer sobre uma norma endócrina, expressa na própria
sentença condenatória, diferindo sua execução para depois de seu trânsito em julgado.
Quanto ao perigo da demora, este se mostra evidente, porque o ato combatido determinou o início da
execução da pena imposta a FRANCISCO DEUSMAR DE QUEIROS, com a expedição do respectivo
mandado de prisão.
Desse modo, ad cautelam, melhor que não se cumpra, até ulterior deliberação, o ato impugnado.
Intime-se.
Assinado eletronicamente. A Certificação Digital pertence a: FRANCISCO ROBERTO MACHADO - Magistrado Num. 10537072 - Pág. 1
https://pje.trf5.jus.br/pje/Processo/ConsultaDocumento/listView.seam?nd=18031418272038500000010519173
Número do documento: 18031418272038500000010519173
363/364
Processo: 0805802-55.2016.4.05.8100
Assinado eletronicamente por:
Assinado eletronicamente.
MAILZE GOMES A Certificação
DE BARROS Digital pertence a: FRANCISCO ROBERTO MACHADO - Magistrado Num. 10537072 - Pág. 2
18031509544982100000003423445
Data e hora da assinatura: 15/03/2018 09:54:51
https://pje.trf5.jus.br/pje/Processo/ConsultaDocumento/listView.seam?nd=18031418272038500000010519173
Identificador:
Número do documento: 4050000.10546061
18031418272038500000010519173
Para conferência da autenticidade do documento: https://pje.jfce.jus.br/pje/Processo/ConsultaDocumento/listView.seam 364/364
EXCELENTÍSSIMO JUIZ FEDERAL DA 12ª VARA DA SEÇÃO JUDICIÁRIA DO ESTADO DO
CEARÁ
FRANCISCO DEUSMAR DE QUEIROS , já qualificado nos autos do processo em epígrafe, por seus
advogados, comparece à presença de Vossa Excelência, para requerer a juntada da decisão revogando o
pedido prisional ora anexada aos presentes autos.
P. deferimento.
OAB/DF 21.932
Anastacio Marinho
OAB/CE 8.502
Processo: 0805802-55.2016.4.05.8100
Assinado eletronicamente por:
ANASTACIO JORGE MATOS DE SOUSA MARINHO - Advogado
18031509545429900000003423517
Data e hora da assinatura: 15/03/2018 10:25:32
Identificador: 4058100.3419330
Para conferência da autenticidade do documento: https://pje.jfce.jus.br/pje/Processo/ConsultaDocumento/listView.seam 1/2
EXCELENTÍSSIMO JUIZ FEDERAL DA 12ª VARA DA SEÇÃO JUDICIÁRIA
DO ESTADO DO CEARÁ
P. deferimento.
Fortaleza, 15 de março de 2018.
Anastacio Marinho
OAB/CE 8.502
Processo: 0805802-55.2016.4.05.8100
Assinado eletronicamente por:
ANASTACIO JORGE MATOS DE SOUSA MARINHO - Advogado
18031510145103800000003423518
Data e hora da assinatura: 15/03/2018 10:25:32
Identificador: 4058100.3419331
Para conferência da autenticidade do documento: https://pje.jfce.jus.br/pje/Processo/ConsultaDocumento/listView.seam 1/1
1/2
Processo: 0805802-55.2016.4.05.8100
Assinado eletronicamente por:
ANASTACIO JORGE MATOS DE SOUSA MARINHO - Advogado
18031510145723100000003423519
Data e hora da assinatura: 15/03/2018 10:25:32
Identificador: 4058100.3419332
Para conferência da autenticidade do documento: https://pje.jfce.jus.br/pje/Processo/ConsultaDocumento/listView.seam 2/2
12ª Vara Federal do Ceará
Rua João Carvalho, nº 485, 5.º andar, Aldeota, CEP 60.140.140 - Fortaleza/CE
CERTIDÃO
CERTIFICO que juntei aos presentes autos a decisão de liminar proferida pela 1ª turma do
TRF 5ª Região, Dr. Francisco Roberto Machado.
(assinado eletronicamente)
Processo: 0805802-55.2016.4.05.8100
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SANDRA REGIA SALES SOARES - Servidor Geral
18031511184047000000003423999
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PROCESSO Nº: 0802530-35.2018.4.05.0000 - HABEAS CORPUS
I MP ET RA N TE: MA RC EL O L EA L DE L IM A O L IV E IR A
PACIENTE: FRANCI SCO DEUSMAR DE QUEIROS
ADVOGADO: Anastacio Jorge Matos De Sousa Marinho e outro
IMPETRADO: JUÍZO DA 12ª VARA FEDERAL DA SEÇÃO JUDICIÁRIA DO CEARÁ
RELATOR(A): Desembargador(a) Federal Francisco Roberto Machado - 1ª Turma
DECISÃO
Trata-se de Habeas Corpus, com pedido liminar, impetrado em favor de FRANCISCO DEUSMAR DE
QUEIROS, apontando como autoridade coatora o Juízo da 12ª Vara Federal do Ceará, objetivando a
suspensão da Execução Provisória da pena que lhe imposta nos autos da Ação Penal nº
0012628-43.2010.4.05.8100, na qual o paciente foi condenado, pela prática do crime do art. 27-C da Lei
nº 6.385/76, a nove (09) anos e dois (02) meses de reclusão, ainda pendente de julgamento de Recurso
Especial no STJ (REsp 1.449.193-CE)).
Relatei, decido.
A partir do exame superficial, próprio desta fase de cognição sumária, tenho que o ato combatido parece
viciado de abuso de poder.
Tenho que aludido comando sentencial, a teor de precedente do próprio STF, constitui garantia erigida em
favor do status libertatis do réu, ora paciente, não me parecendo razoável que o famigerado entendimento
firmado pelo STF, de cunho genérico, deva prevalecer sobre uma norma endócrina, expressa na própria
sentença condenatória, diferindo sua execução para depois de seu trânsito em julgado.
Quanto ao perigo da demora, este se mostra evidente, porque o ato combatido determinou o início da
execução da pena imposta a FRANCISCO DEUSMAR DE QUEIROS, com a expedição do respectivo
mandado de prisão.
Desse modo, ad cautelam, melhor que não se cumpra, até ulterior deliberação, o ato impugnado.
Intime-se.
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1/2
363/364
Processo: 0805802-55.2016.4.05.8100
Processo: 0805802-55.2016.4.05.8100
AssinadoAssinado
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SANDRA
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eletronicamente. GOMES SOARES - Servidor
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364/364
PROCESSO Nº: 0805802-55.2016.4.05.8100 - EXECUÇÃO PROVISÓRIA
EXEQUENTE: MINISTÉRIO PÚBLICO FEDERAL
CONDENADO: FRANCISCO DEUSMAR DE QUEIROS
ADVOGADO: Anastacio Jorge Matos De Sousa Marinho
12ª VARA FEDERAL - CE (JUIZ FEDERAL TITULAR)
DESPACHO
Em atenção à decisão liminar proferida pelo Tribunal Regional Federal da 5ª Região, DETERMINO a
suspensão desta execução penal, até ulterior deliberação daquele colegiado.
Considerando que o mandado de prisão ainda não havia sido expedido, fica suspensa também a sua
expedição.
Processo: 0805802-55.2016.4.05.8100
Assinado eletronicamente por:
DANILO DIAS VASCONCELOS DE ALMEIDA - Magistrado
18031511494901800000003424146
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PROCESSO Nº: 0805802-55.2016.4.05.8100 - EXECUÇÃO PROVISÓRIA
EXEQUENTE: MINISTÉRIO PÚBLICO FEDERAL
CONDENADO: FRANCISCO DEUSMAR DE QUEIROS
ADVOGADO: Anastacio Jorge Matos De Sousa Marinho
12ª VARA FEDERAL - CE (JUIZ FEDERAL TITULAR)
Sustenta o impetrante, em resumo, que a sentença teria assegurado que a execução só ocorreria após o
trânsito em julgado, motivo pelo qual seria inviável determinar a execução provisória com base no
entendimento firmado pelo Supremo Tribunal Federal acerca da viabilidade da execução provisória no
âmbito criminal após esgotamento dos recursos de natureza ordinária.
Deferiu-se o pedido liminar neste habeas corpus . Informo que este juízo já proferiu despacho
determinando a suspensão da execução, em cumprimento à decisão liminar.
Pois bem.
Com efeito, a decisão atacada esclareceu de modo bastante claro que a sentença em questão não
assegurou ao impetrante o direito de que recorresse (em sentido amplo) em liberdade, mas apenas
garantiu que ele apelasse em liberdade. Eis o quanto consta da sentença:
Entendo que a sentença deve ser interpretada em sua totalidade, e não apenas um parágrafo isoladamente.
Aliás, o próprio juízo da causa que determinou a execução provisória, sendo certo que é ele quem melhor
pode interpretar a própria decisão.
Como já fiz constar na decisão atacada, tal passagem da sentença invocada pelo impetrante, à evidência,
possui natureza meramente burocrática e é claramente desprovida de carga decisória . A propósito, o
próprio Ministro Relator de pedido de tutela provisória, formulado perante o Superior Tribunal de Justiça,
que havia concedido a suspensão da execução, já havia ponderado:
1/3
texto condenatório, em verdade, apenas como norte para o início de cumprimento
de pena, com advento do trânsito em julgado, ou seja, tem por finalidade guiar o
feito após o julgamento definitivo dos recursos, da mesma forma como a
determinação de expedição de ofícios para inscrição no nome do rol de culpados,
as determinações para fins de suspensão de direitos políticos, dentre outras
diligências .
Parágrafos como o invocado pelo impetrante para afastar um importantíssimo efeito da decisão (a
própria efetividade do quanto decidido) constam, ordinariamente, de qualquer sentença condenatória .
A prevalecer esse raciocínio, nenhuma sentença poderá ser executada provisoriamente, em claríssima
burla ao quanto decidido pelo Supremo Tribunal Federal. A determinação de expedição de guia de
execução após o trânsito em julgado está muito longe de garantir o julgamento de todos os recursos em
liberdade, sendo apenas um indicativo, à Secretaria do juízo, das providências burocráticas que devem ser
adotadas em determinado momento processual (assim como o "oficie-se" ou o "intime-se").
Sendo assim, ainda que se acolhesse a tese defensiva (no sentido de que o direito ao recurso em liberdade
faria coisa julgada material se não atacado pelo Ministério Público Federal), a qual realmente vem
encontrando algum apoio dentro do Supremo Tribunal Federal, especialmente de Ministros que foram
vencidos no julgamento a respeito da possibilidade de execução provisória da pena, o caso concreto sob
exame não se amolda faticamente à tese , porquanto, repita-se, a sentença apenas assegurou o direito de
apelar em liberdade.
De todo modo, o entendimento deste juízo é no sentido de que a execução provisória da pena configura
poder-dever do magistrado, que deve determiná-la quando constatado o esgotamento das vias ordinárias
de impugnação. Com efeito, é sabido que, ao decidir sobre o direito de recorrer em liberdade, o juiz
analisa apenas a presença ou não dos requisitos para decretação da prisão preventiva - nada dispondo
sobre a execução provisória da pena. Mas a execução provisória em nada se relaciona a prisão
preventiva e deve ser implementada mesmo que ausentes os requisitos da segregação cautelar, já que,
repito, a execução provisória não possui natureza processual ou cautelar, mas sim de execução
propriamente dita, ainda que provisória.
Ademais, não prospera a alegação de que a execução provisória seria "reformatio in pejus" . Ora, não se
está alterando em nada o título judicial em desfavor dos réus. O comando condenatório está sendo
executado na exata medida em que proferido. A "reformatio in pejus" somente ocorre quando um recurso
piora a situação do acusado. E o recurso interposto em nada o prejudicou. Muito pelo contrário: assegurou
que o acusado permanecesse solto durante o julgamento da apelação, tendo, portanto, melhorado a sua
situação. Se não tivesse interposto o recurso, a sentença teria sido imediatamente executada. A
"reformatio in pejus" somente ocorre quando o acusado possa afirmar algo como "seria melhor se
eu não tivesse recorrido..." . E, no caso presente, o acusado pode dizer isso? Decerto não, pois, além
de ter tido sua pena reduzida, se manteve solto durante o julgamento da apelação .
São, portanto, dois momentos distintos e duas análises diversas: 1) quando profere a sentença, o juiz
verifica se estão ou não presentes os requisitos da prisão preventiva, e decide pela prisão do sentenciado
ou pelo recurso em liberdade; 2) quando determina a execução provisória, o juiz analisa se está esgotada a
via ordinária recursal, e decide pelo início da pena.
No caso sob exame, esgotada está a via recursal ordinária, pois já julgada a apelação do executado, bem
como o próprio recurso especial (este monocraticamente, ainda não transitado em julgado). Acertado,
pois, o início da execução provisória da pena, como determinado pelo juízo da causa, requerido agora
pelo Ministério Público Federal e determinado por este juízo.
São as informações que tenho a prestar. Este juízo permanece à disposição para qualquer esclarecimento
adicional que se mostre necessário.
Respeitosamente,
2/3
Danilo Dias Vasconcelos de Almeida
Processo: 0805802-55.2016.4.05.8100
Assinado eletronicamente por:
DANILO DIAS VASCONCELOS DE ALMEIDA - Magistrado
18031514355840900000003425248
Data e hora da assinatura: 15/03/2018 14:35:58
Identificador: 4058100.3421061
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Tribunal Regional Federal da 5ª Região
PJe - Processo Judicial Eletrônico
Consulta Processual
15/03/2018
Número: 0802530-35.2018.4.05.0000
Classe: HABEAS CORPUS
Partes
Tipo Nome
ADVOGADO ANASTACIO JORGE MATOS DE SOUSA MARINHO
IMPETRANTE Marcelo Leal de Lima Oliveira
PACIENTE FRANCISCO DEUSMAR DE QUEIROS
ADVOGADO Marcelo Leal de Lima Oliveira
Documentos
Id. Data/Hora Documento Tipo
10536 14/03/2018 17:15 Habeas Corpus Petição Inicial
626
10546 15/03/2018 15:51 Decisão Decisão
963
1/12
EXCELENTÍSSIMO DESEMBARGADOR FEDERAL MANOEL DE OLIVEIRA ERHARDT
HABEAS CORPUS
7.492/86 e 27-C da Lei nº 6.385/76, ocorridos entre os anos de 2000 e 2006. Foi-lhe atribuída a
pena de 15 anos e 10 meses a ser cumprida inicialmente em regime fechado, garantindo-se o direito
de permanecer em liberdade até o trânsito em julgado.
"O Ministério Público Federal requereu, novamente, o início da execução da pena, informando que "o
RESp 1.449.193/CE, que apoiava tal tutela provisória, foi julgado e desprovido". Sobre o pedido do
Ministério Público Federal se manifestou a defesa, ao argumento de que a execução da pena implicaria
em reformatio in pejus, pois o título executivo teria sido expresso em afirmar que a prisão dos
sentenciados deveria ocorrer apenas após o trânsito em julgado da sentença.
2. FUNDAMENTAÇÃO
Não é verdade a alegação da defesa, no sentido de que a sentença teria sido expressa ao afirmar que os
condenados somente poderiam ser presos após o trânsito em julgado. Muito pelo contrário: a sentença
foi explícita em indicar que os réus poderiam apelar em liberdade. Eis o quanto consta da sentença:
Assinado eletronicamente. A Certificação Digital pertence a: Marcelo Leal de Lima Oliveira - Advogado Num. 10536626 - Pág. 2
https://pje.trf5.jus.br/pje/Processo/ConsultaDocumento/listView.seam?nd=18031417115167600000010518727
Número do documento: 18031417115167600000010518727
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89. Quanto ao eventual recurso de apelação, reconheço que, em razão da inexistência de elementos
ensejadores de recolhimento à prisão dos réus, que se encontram soltos, considerando também que, no
transcorrer da instrução, ditos réus não agiram no sentido de dificultar a atividade jurisdicional,
entendo que os mesmos devem apelar em liberdade. (grifei)
A menção ao trânsito em julgado se deu apenas a título de providências finais burocráticas, no sentido de
que, após o trânsito em julgado, deveria ser expedida a respectiva guia de execução.
A propósito, o próprio Ministro Relator que havia concedido a suspensão da presente execução já havia
ponderado:
Sendo assim, ainda que se acolhesse a tese defensiva (no sentido de que o direito ao recurso em liberdade
faria coisa julgada material se não atacado pelo Ministério Público Federal), a qual realmente vem
encontrando algum apoio dentro do Supremo Tribunal Federal, especialmente de Ministros que foram
vencidos no julgamento a respeito da possibilidade de execução provisória da pena, o caso concreto sob
exame não se amolda faticamente à tese, porquanto, repita-se, a sentença apenas assegurou o direito de
apelar em liberdade.
De todo modo, o entendimento deste juízo é no sentido de que a execução provisória da pena configura
poder-dever do magistrado, que deve determiná-la quando constatado o esgotamento das vias ordinárias
de impugnação. Com efeito, é sabido que, ao decidir sobre o direito de recorrer em liberdade, o juiz
analisa apenas a presença ou não dos requisitos para decretação da prisão preventiva - nada dispondo
sobre a execução provisória da pena. Mas a execução provisória em nada se relaciona a prisão
preventiva e deve ser implementada mesmo que ausentes os requisitos da segregação cautelar, já que,
repito, a execução provisória não possui natureza processual ou cautelar, mas sim de execução
propriamente dita, ainda que provisória.
Ademais, não prospera a alegação de que a execução provisória seria "reformatio in pejus".
Ora, não se está alterando em nada o título judicial em desfavor dos réus. O comando condenatório está
sendo executado na exata medida em que proferido. A "reformatio in pejus" somente ocorre quando um
recurso piora a situação do acusado. E o recurso interposto em nada o prejudicou. Muito pelo contrário:
assegurou que o acusado permanecesse solto durante o julgamento da apelação, tendo, portanto,
melhorado a sua situação. Se não tivesse interposto o recurso, a sentença teria sido imediatamente
executada. A "reformatio in pejus" somente ocorre quando o acusado possa afirmar algo como "seria
melhor se eu não tivesse recorrido...". E, no caso presente, o acusado pode dizer isso? Decerto não, pois,
além de ter tido sua pena reduzida, se manteve solto durante o julgamento da apelação.
São, portanto, dois momentos distintos e duas análises diversas: 1) quando profere a sentença, o juiz
verifica se estão ou não presentes os requisitos da prisão preventiva, e decide pela prisão do sentenciado
ou pelo recurso em liberdade; 2) quando determina a execução provisória, o juiz analisa se está esgotada
a via ordinária recursal, e decide pelo início da pena.
No caso sob exame, esgotada está a via recursal ordinária, pois já julgada a apelação do executado, bem
Assinado eletronicamente. A Certificação Digital pertence a: Marcelo Leal de Lima Oliveira - Advogado Num. 10536626 - Pág. 3
https://pje.trf5.jus.br/pje/Processo/ConsultaDocumento/listView.seam?nd=18031417115167600000010518727
Número do documento: 18031417115167600000010518727
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como o próprio recurso especial (este monocraticamente, ainda não transitado
em julgado). Acertado, pois, o início da execução provisória da pena, como determinado pelo juízo da
causa e requerido agora pelo Ministério Público Federal.
3. DISPOSITIVO
Pelo exposto, DEFIRO o pedido formulado pelo Ministério Público Federal e DETERMINO o
prosseguimento desta execução provisória, com início da pena imposta ao executado.
preso onde for encontrado. Após a expedição do mandado de prisão, dê-se ciência ao advogado do
executado, por telefone.
Efetivada a prisão, fica desde já declinada a competência para a Justiça Estadual, devendo a Secretaria
expedir a respectiva guia de execução.
Assinado eletronicamente. A Certificação Digital pertence a: Marcelo Leal de Lima Oliveira - Advogado Num. 10536626 - Pág. 4
https://pje.trf5.jus.br/pje/Processo/ConsultaDocumento/listView.seam?nd=18031417115167600000010518727
Número do documento: 18031417115167600000010518727
5/12
1. 12. É que a sentença, título executivo por excelência, foi expressa ao afirmar que
a prisão dos sentenciados deveria ocorrer apenas "após o trânsito em julgado da sentença".
Confira-se:
1. 13. Não
há margem para dúvida.
1. 14.
Conforme se depreende da
leitura do título que se
pretende executar
provisoriamente, a
execução da pena imposta
ao Paciente depende do
seu trânsito em julgado
para ambas as partes.
1. 15. O
Ministério Público
quedou-se inerte,
satisfazendo-se com o título
executivo obtido em todos
os seus termos. Com isso,
ocorreu, apenas para a
acusação, o trânsito em
julgado. Confira-se:
1. 16. Ora,
ainda que se pretenda
executar provisoriamente a
pena, isto só pode ser feito
nos exatos termos da
sentença, que é expressa
em afirmar que a prisão
somente deve se dar após o
trânsito em julgado.
1. 17. A
questão, portanto, não diz
respeito à possibilidade ou
não da prisão ser decretada após a decisão condenatória proferida em segundo grau em jurisdição.
Assinado eletronicamente. A Certificação Digital pertence a: Marcelo Leal de Lima Oliveira - Advogado Num. 10536626 - Pág. 5
https://pje.trf5.jus.br/pje/Processo/ConsultaDocumento/listView.seam?nd=18031417115167600000010518727
Número do documento: 18031417115167600000010518727
6/12
1. 18. Na data de ontem, a 2ª Turma do Supremo Tribunal Federal, ao julgar o HC
144.717, referendou esse entendimento!
1. 20. Em que pese o acórdão não tenha sido publicado, o próprio sítio eletrônico
do STF traz a informação:
1. 21. No caso em tela, a alteração do título executivo (sentença), tal como pretende
o Ministério Público, sem que dela tenha recorrido, importaria em flagrante reformatio in pejus.
1. 23. Não tem qualquer procedência o argumento trazido pela autoridade coatora
no sentido de que as "providências finais" seriam meramente burocráticas e que, portanto, não
fariam coisa julgada.
"Este tipo de comando sentencial, com efeito, consta do texto condenatório, em verdade, apenas como
norte para o início de cumprimento de pena, com advento do trânsito em julgado, ou seja, tem por
finalidade guiar o feito após o julgamento definitivo dos recursos".
Assinado eletronicamente. A Certificação Digital pertence a: Marcelo Leal de Lima Oliveira - Advogado Num. 10536626 - Pág. 6
1.
https://pje.trf5.jus.br/pje/Processo/ConsultaDocumento/listView.seam?nd=18031417115167600000010518727
Número do documento: 18031417115167600000010518727
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1. 26. É exatamente disso que se está falando! As "providências finais" são, nada
mais nada menos do que o norte para o início do cumprimento da pena...
1. 27. E é evidente que deste norte não pode haver desvio nem para a esquerda nem
para a direita!
1. 30. Não se trata apenas de considerar se "seria melhor que a defesa não tivesse
recorrido...".
1. 31. Mais do que isso, o nemo reformatio in pejus é uma garantia que dá
sustentação ao princípio do respeito à coisa julgada. Isto é, tem o condão de viabilizar que haja
efetivo respeito à coisa julgada, evitando-se que a situação da defesa venha a ser alterada no meio
do caminho, sem que o órgão acusatório tenha intervindo no momento oportuno.
1. 32. Isto é, tem mais a ver com o não recurso da acusação do que com o recurso
da defesa.
1. 34. Aliás, a própria autoridade coatora reconheceu que esta é a tese que
efetivamente vem sendo aplicada pelo Supremo Tribunal Federal, ainda que a procure desmerecer,
sugerindo que é encampada apenas por Ministros que restaram vencidos quando do julgamento a
respeito da possibilidade da execução provisória da pena em matéria penal.
1. 35. De fato, assim tem decidido, em diversas ocasiões, a nossa Corte Suprema.
Assinado eletronicamente. A Certificação Digital pertence a: Marcelo Leal de Lima Oliveira - Advogado Num. 10536626 - Pág. 7
1.
https://pje.trf5.jus.br/pje/Processo/ConsultaDocumento/listView.seam?nd=18031417115167600000010518727
Número do documento: 18031417115167600000010518727
8/12
1. 36. Muito ao contrário do sugerido pelo Magistrado, a tese é exatamente a
mesma que vem sido acatada pelo STF, pois em todas tratou-se exatamente de hipótese fática
idêntica, em que ao réu é assegurado apelar em liberdade, determinando-se o início da
execução "após o trânsito em julgado".
"Tem-se entendido, nesta Suprema Corte, que, em situações como a ora em exame, em que o Ministério
Público sequer se insurgiu contra o pronunciamento do órgão judiciário "a quo" que garantiu ao
paciente o direito de recorrer em liberdade, não pode o Tribunal de superior jurisdição suprimir esse
benefício, em detrimento do condenado, sob pena de ofensa à cláusula final inscrita no art. 617 do
Código de Processo Penal:
"() POSSÍVEL OFENSA AO PRINCÍPIO QUE VEDA A 'REFORMATIO IN PEJUS' (CPP, ART. 617, 'in
fine'), POIS O TRIBUNAL DE INFERIOR JURISDIÇÃO ORDENOU QUE SE PROCEDESSE, EM
PRIMEIRO GRAU, À IMEDIATA EXECUÇÃO ANTECIPADA DA PENA, NÃO OBSTANTE ESSE
COMANDO HOUVESSE SIDO DETERMINADO EM RECURSO EXCLUSIVO DO RÉU CONDENADO,
A QUEM SE ASSEGURARA, NO ENTANTO, EM MOMENTO ANTERIOR, SEM IMPUGNAÇÃO
RECURSAL DO MINISTÉRIO PÚBLICO, O DIREITO DE AGUARDAR EM LIBERDADE A
CONCLUSÃO DO PROCESSO. ()." (HC 147.452/MG, Rel. Min. CELSO DE MELLO)"
"(...)
Assinado eletronicamente. A Certificação Digital pertence a: Marcelo Leal de Lima Oliveira - Advogado Num. 10536626 - Pág. 8
https://pje.trf5.jus.br/pje/Processo/ConsultaDocumento/listView.seam?nd=18031417115167600000010518727
Número do documento: 18031417115167600000010518727
9/12
1. 39. Da mesma forma, os seguintes julgados: HC 135.951-MC/DF, Rel. Min.
RICARDO LEWANDOWSKI - HC 142.012-MC/DF, Rel. Min. RICARDO LEWANDOWSKI -
HC 142.017-MC/DF, Rel. Min. RICARDO LEWANDOWSKI - HC 147.428-MC/MG, Rel. Min.
CELSO DE MELLO - HC 148.122-MC/MG, Rel. Min. CELSO DE MELLO - HC 153.431/SP,
Rel. Min. CELSO DE MELLO.
1. 41. O primeiro salta aos olhos por todos os fundamentos acima elencados e que
demonstram claramente a violação ao princípio do non reformatio in pejus.
1. 42. O perigo da demora, por sua vez, se torna evidente frente à ordem de prisão
em desfavor do Paciente, sendo desnecessária uma descrição pormenorizada do dano de impossível
reparação que a prisão representa na vida de quem vem a ser encarcerado.
IV - DO PEDIDO
1. 43. Ante o exposto, requer seja concedida liminar para obstar o início da
execução da pena do Paciente antes do trânsito em julgado, em flagrante violação do princípio do
non reformatio in pejus, expedindo-se o competente contra-mandado de prisão ou, se já houver sido
cumprida, o necessário alvará de soltura.
P. deferimento.
Assinado eletronicamente. A Certificação Digital pertence a: Marcelo Leal de Lima Oliveira - Advogado Num. 10536626 - Pág. 9
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Número do documento: 18031417115167600000010518727
10/12
Marcelo Leal de Lima Oliveira
OAB/DF 21.932
OAB/CE 15.095
OAB/SP 329.034
OAB/CE 16.386
OAB/CE 8.502
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11/12
PROCESSO Nº: 0802530-35.2018.4.05.0000 - HABEAS CORPUS
IMPETRANTE: MARCELO LEAL DE LIMA OLIVEIRA
PACIENTE: FRANCISCO DEUSMAR DE QUEIROS
ADVOGADO: Anastacio Jorge Matos De Sousa Marinho e outro
IMPETRADO: JUÍZO DA 12ª VARA FEDERAL DA SEÇÃO JUDICIÁRIA DO CEARÁ
RELATOR(A): Desembargador(a) Federal Francisco Roberto Machado - 1ª Turma
DECISÃO
Trata-se de pedido de extensão da liminar concedida neste Habeas Corpus, objetivando a suspensão do
início das Execuções Provisórias das penas impostas aos réus IELTON BARRETO DE OLIVEIRA,
GERALDO DE LIMA GADELHA FILHO e JERÔNIMO ALVEZ BEZERRA na Ação Penal nº
0012628-43.2010.4.05.8100, na qual foram condenados a 5 (cinco) anos de reclusão pela prática do crime
do art. 7º, IV, da Lei nº 7.492/86, ainda pendente de julgamento de Recurso Especial no STJ (REsp
1.449.193-CE).
Relatei, decido.
A partir do exame superficial, próprio desta fase de cognição sumária, tenho que estão preenchidos os
requisitos para a extensão da liminar concedida.
O art. 580 do CPP prevê que, no concurso de agentes, a decisão do recurso interposto por um dos réus, se
fundado em motivos que não sejam de caráter exclusivamente pessoal, aproveitará aos outros.
Ainda que o Habeas Corpus não se trate de recurso, a aplicação do disposto no art. 580 do CPP, a fim de
garantir a extensão da ordem do remédio heroico, é plenamente cabível, a teor da jurisprudência do STJ.
No caso concreto, a liminar neste writ foi concedida porque entendi que o comando sentencial
condenatório (no qual constou, expressamente: "determino, ainda, imediatamente após o trânsito em
julgado desta sentença, a remessa dos autos à Vara Federal competente para a execução da pena aqui
aplicada") constitui garantia erigida em favor do status libertatis do réu, devendo prevalecer sobre o
entendimento firmado pelo STF a favor da execução antecipada da pena.
Desse modo, como a liminar foi concedida elencando apenas elementos eminentemente objetivos, resta
evidenciada situação análoga em relação aos peticionantes IELTON BARRETO DE OLIVEIRA,
GERALDO DE LIMA GADELHA FILHO e JERÔNIMO ALVEZ BEZERRA, inexistindo, pelo menos a
princípio, qualquer peculiaridade que diferencie a situação deles da do paciente FRANCISCO
DEUSMAR DE QUEIROS.
Assim, defiro o pedido de id. 10546202, determinando a extensão da liminar concedida neste Habeas
Corpus a IELTON BARRETO DE OLIVEIRA, GERALDO DE LIMA GADELHA FILHO e
JERÔNIMO ALVEZ BEZERRA, com a consequente suspensão das Execuções Provisórias nos
0805810-32.2016.4.05.8100, 0805805-10.2016.4.05.8100 e 0805812-02.2016.4.05.8100, até julgamento
final deste writ.
Intime-se.
Processo: 0805802-55.2016.4.05.8100
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Assinado eletronicamente.
ENEIDE FONTES A Certificação
RIBEIRO Digital pertence a: FRANCISCO ROBERTO MACHADO - Magistrado
DE ALBUQUERQUE Num. 10546963 - Pág. 1
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18031512333946800000010529042
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OFÍCIO Nº 2017/ Recife, 15 de Março de 2018
Senhor(a). Diretor(a).,
Atenciosamente,
Ilmo.(a) Sr(a).
Diretor(a) da Secretaria da 12 ª Vara Federal da Seção Judiciária do Ceará
-
Processo: 0805802-55.2016.4.05.8100
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ENEIDE FONTES RIBEIRO DE ALBUQUERQUE
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PROCESSO Nº: 0805802-55.2016.4.05.8100 - EXECUÇÃO PROVISÓRIA
EXEQUENTE: MINISTÉRIO PÚBLICO FEDERAL
CONDENADO: FRANCISCO DEUSMAR DE QUEIROS
ADVOGADO: Anastacio Jorge Matos De Sousa Marinho
12ª VARA FEDERAL - CE (JUIZ FEDERAL TITULAR)
Em complemento à informação anteriormente prestada, e tendo em vista nova decisão proferida por
Vossa Excelência no sentido de suspender também as execuções penais relativas aos demais condenados
na mesma ação penal em que FRANCISCO DEUSMAR DE QUEIROS foi condenado, esclareço que, na
presente data, proferi despachos nas execuções provisórias respectivas, suspendendo-as da mesma forma,
até que haja ulterior deliberação por parte dessa Corte Regional.
Respeitosamente,
Processo: 0805802-55.2016.4.05.8100
Assinado eletronicamente por:
DANILO DIAS VASCONCELOS DE ALMEIDA - Magistrado
18031614071688800000003431451
Data e hora da assinatura: 16/03/2018 14:07:17
Identificador: 4058100.3427258
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PODER JUDICIÁRIO
JUSTIÇA FEDERAL DE PRIMEIRO GRAU
Seção Judiciária do Ceará
12ª Vara Federal
DESPACHO
Certifico que, nesta data, providenciei a intimação, via sistema, do MPF e da defesa acerca da decisão de
ID nº 4058100.3419959.
Processo: 0805802-55.2016.4.05.8100
Assinado eletronicamente por:
RAPHAEL NOGUEIRA BEZERRA DE MENEZES - Servidor Geral
18032614233279800000003461494
Data e hora da assinatura: 26/03/2018 14:26:53
Identificador: 4058100.3457244
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TRIBUNAL REGIONAL FEDERAL DA 5ª REGIÃO
12º VARA DA SEÇÃO JUDICIÁRIA DO CEARÁ
PROCESSO: 0805802-55.2016.4.05.8100 - EXECUÇÃO PROVISÓRIA
Outros participantes
Sem registros
CERTIDÃO
CERTIFICO que, em 28/03/2018 12:13, o(a) MINISTÉRIO PÚBLICO FEDERAL foi intimado(a) acerca
de Decisão registrado em 15/03/2018 14:00 nos autos judiciais eletrônicos especificados na epígrafe.
1 - Esta Certidão é válida para todos os efeitos legais, havendo sido expedida através do Sistema Processo
Judicial Eletrônico - PJe.
3 - Esta Certidão foi emitida gratuitamente em 28/03/2018 12:13 - Seção Judiciária do Ceará.
Processo: 0805802-55.2016.4.05.8100
Data e hora da inclusão: 28/03/2018 12:13:01
Identificador: 4058100.3467612
1/1
PR-CE-MANIFESTAÇÃO-5546/2018
08058025520164058100
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PR-CE-MANIFESTAÇÃO-5546/2018
MM Juiz,
PROCURADORIA DA Rua João Brígido, Nº 1260 5º Andar Salas 504 E 505, Joaquim
REPÚBLICA - Távora - Cep 60135080 - Fortaleza-CE
CEARÁ/MARACANAÚ Tel. (85)32667300 - Fax: - Email:Prce-sac@mpf.mp.br
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1/2
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PROCURADORIA DA Rua João Brígido, Nº 1260 5º Andar Salas 504 E 505, Joaquim
REPÚBLICA - Távora - Cep 60135080 - Fortaleza-CE
CEARÁ/MARACANAÚ Tel. (85)32667300 - Fax: - Email:Prce-sac@mpf.mp.br
Processo: 0805802-55.2016.4.05.8100
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MARCIO ANDRADE TORRES - Procurador
18032812212684300000003471895
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Identificador: 4058100.3467634 Pág. 2 de 2
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TRIBUNAL REGIONAL FEDERAL DA 5ª REGIÃO
12º VARA DA SEÇÃO JUDICIÁRIA DO CEARÁ
PROCESSO: 0805802-55.2016.4.05.8100 - EXECUÇÃO PROVISÓRIA
Outros participantes
Sem registros
CERTIDÃO
CERTIFICO que, em 04/04/2018 23:59, o(a) Sr(a) FRANCISCO DEUSMAR DE QUEIROS foi
intimado(a) acerca de Decisão registrado em 15/03/2018 14:00 nos autos judiciais eletrônicos
especificados na epígrafe.
1 - Esta Certidão é válida para todos os efeitos legais, havendo sido expedida através do Sistema Processo
Judicial Eletrônico - PJe.
3 - Esta Certidão foi emitida gratuitamente em 05/04/2018 00:01 - Seção Judiciária do Ceará.
Processo: 0805802-55.2016.4.05.8100
Data e hora da inclusão: 05/04/2018 00:01:09
Identificador: 4058100.3491538
1/1
MINISTÉRIO PÚBLICO FEDERAL
PROCURADORIA DA REPÚBLICA NO ESTADO DO CEARÁ
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CLASSE: EXECUÇÃO DA PENA
EXEQUENTE:MINISTÉRIO PÚBLICO FEDERAL
EXECUTADO: FRANCISCO DEUSMAR DE QUEIROS
PROMOÇÃO Nº 14417/2018
1/3
Por outro lado, o RESp 1.449.193/CE, que apoiava tal tutela provisória
foi julgado e desprovido e de igual modo improvidos os embargos de declaração, estando
pendente apenas o julgamento de embargos de embargos de declaração.
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suspendendo a execução, foi julgado o mérito, em acórdão igualmente sujeito a embargos
de declaração, em que a ordem foi parcialmente concedida nos seguintes termos:
2/3
atribuído ao recurso, o que abrange, por certo, a definição do
seu alcance temporal. Logo, resta aguardar o termo ad quem
definido no âmbito do próprio STJ.
5. Ainda que o Habeas Corpus não se trate de recurso, a
aplicação do disposto no art. 580 do CPP, a fim de garantir a
extensão da ordem do remédio heroico, é plenamente cabível, a
teor da jurisprudência do STJ. No caso concreto, como se está
elencando, para fins de concessão da ordem, apenas elementos
eminentemente objetivos, resta evidenciada situação análoga em
relação a IBO, GLGF e JAB, todos também condenados nos
Documento assinado via Token digitalmente por MARCIO ANDRADE TORRES, em 03/08/2018 10:27. Para verificar a assinatura acesse
autos da Ação Penal nº 0012628-43.2010.4.05.8100.
6. Ordem parcialmente concedida, para suspender a execução
provisória da pena imposta ao paciente até o julgamento final,
pelo STJ, do Pedido de Tutela Provisória nº 38 no REsp nº
1.449.193/CE, com a extensão da ordem aos corréus IBO,
GLGF e JAB.
Processo: 0805802-55.2016.4.05.8100
Assinado eletronicamente por:
MARCIO ANDRADE TORRES - Procurador
18080310285852700000004025519
Data e hora da assinatura: 03/08/2018 10:27:02
Identificador: 4058100.4019888
Para conferência da autenticidade do documento: https://pje.jfce.jus.br/pje/Processo/ConsultaDocumento/listView.seam 3/3
12ª Vara Federal do Ceará
Rua João Carvalho, nº 485, 5.º andar, Aldeota, CEP 60.140.140 - Fortaleza/CE
CERTIDÃO DE JUNTADA
CERTIFICO que, nesta data, faço juntada das consultas processuais e de todas as
decisões/acórdãos proferidos até o momento no REsp 1449193/CE e TP 38/CE perante o STJ, bem como
no HC 0802530-35.2018.4.05.8100 perante o TRF5, a fim de facilitar a consulta e a compreensão do
caso.
Processo: 0805802-55.2016.4.05.8100
Assinado eletronicamente por:
RAPHAEL NOGUEIRA BEZERRA DE MENEZES - Servidor Geral
18080913414183100000004055306
Data e hora da assinatura: 09/08/2018 14:04:38
Identificador: 4058100.4049641
Para conferência da autenticidade do documento: https://pje.jfce.jus.br/pje/Processo/ConsultaDocumento/listView.seam 1/1
Processo Judicial Eletrônico
Tribunal Regional Federal da 5ª Região
Detalhe do Processo
Informações do Processo
Polo Ativo
Nome Parte Tipo Parte
ANASTACIO JORGE MATOS DE SOUSA ADVOGADO
MARINHO
Marcelo Leal de Lima Oliveira IMPETRANTE
FRANCISCO DEUSMAR DE QUEIROS PACIENTE
Marcelo Leal de Lima Oliveira ADVOGADO
Polo Passivo
Nome Parte Tipo Parte
JUÍZO DA 12ª VARA FEDERAL DA SEÇÃO IMPETRADO
JUDICIÁRIA DO CEARÁ
Movimentação do Processo
Data Atualização Movimento
01/08/2018 18:13:45 Conclusos para julgamento
01/08/2018 18:12:35 Juntada de Certidão
23/07/2018 15:42:36 Juntada de Certidão de Intimação
18/07/2018 16:06:37 Juntada de Embargos de Declaração
17/07/2018 14:44:39 Juntada de Certidão de Intimação
17/07/2018 14:09:49 Juntada de Certidão de Intimação
17/07/2018 12:59:00 Expedição de expediente
17/07/2018 12:57:10 Expedição de documento
17/07/2018 12:57:10 Concedido o Habeas Corpus
17/07/2018 12:57:10 Magistrado
1/3
Data Atualização Movimento
29/06/2018 16:54:58 Juntada de Certidão
29/06/2018 13:11:26 Deliberado em Sessão - Julgado
29/06/2018 13:05:01 Juntada de Certidão
12/06/2018 15:22:54 Juntada de Certidão
12/06/2018 12:07:44 Deliberado em Sessão - Pedido de
Vista
12/06/2018 11:41:15 Juntada de Certidão
28/05/2018 00:07:02 Juntada de Certidão de Intimação
28/05/2018 00:07:01 Juntada de Certidão de Intimação
28/05/2018 00:07:01 Juntada de Certidão de Intimação
18/05/2018 12:51:19 Incluído em pauta para 07/06/2018
09:00 Sala das Turmas - Pavimento
Sul
09/05/2018 13:06:41 Conclusos para julgamento
04/05/2018 18:34:32 Juntada de Parecer
03/05/2018 09:55:35 Juntada de Certidão de Intimação
25/04/2018 12:13:30 Expedição de expediente
25/04/2018 09:48:22 Proferido despacho de mero
expediente
17/04/2018 17:44:56 Conclusos para julgamento
13/04/2018 15:29:31 Juntada de Parecer
12/04/2018 09:37:29 Juntada de Certidão de Intimação
04/04/2018 14:22:32 Expedição de expediente
25/03/2018 00:02:43 Juntada de Certidão de Intimação
23/03/2018 17:32:59 Juntada de Petição
23/03/2018 09:15:15 Juntada de Certidão de Intimação
16/03/2018 14:07:22 Expedição de documento
15/03/2018 16:17:54 Expedição de documento
15/03/2018 15:51:15 Apreciada questão interlocutória
15/03/2018 14:36:01 Expedição de documento
15/03/2018 11:23:50 Conclusos para decisão
15/03/2018 11:22:41 Juntada de Certidão
15/03/2018 10:33:29 Juntada de Petição
15/03/2018 10:00:07 Expedição de expediente
15/03/2018 09:55:12 Expedição de documento
15/03/2018 09:52:26 Expedição de documento
15/03/2018 09:46:54 Expedição de documento
15/03/2018 09:14:02 Concedida a Medida Liminar
15/03/2018 00:00:11 Juntada de Certidão de Retificação de
Autuação
14/03/2018 18:13:34 Conclusos para julgamento
2/3
Data Atualização Movimento
14/03/2018 18:13:25 Juntada de Informação
14/03/2018 17:16:01 Distribuído por Sorteio para 1ª Turma -
Gab 5 - Des. ROBERTO MACHADO -
FRANCISCO ROBERTO MACHADO
14/03/2018 17:15:58 Recebido pelo Distribuidor
Processo: 0805802-55.2016.4.05.8100
Assinado eletronicamente por:
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1/2
Processo: 0805802-55.2016.4.05.8100
Assinado eletronicamente por:
RAPHAEL NOGUEIRA BEZERRA DE MENEZES - Servidor Geral
18080913454958300000004055427
Data e hora da assinatura: 09/08/2018 14:04:38
Identificador: 4058100.4049762
Para conferência da autenticidade do documento: https://pje.jfce.jus.br/pje/Processo/ConsultaDocumento/listView.seam 2/2
1/2
Processo: 0805802-55.2016.4.05.8100
Assinado eletronicamente por:
RAPHAEL NOGUEIRA BEZERRA DE MENEZES - Servidor Geral
18080913453075800000004055434
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Identificador: 4058100.4049769
Para conferência da autenticidade do documento: https://pje.jfce.jus.br/pje/Processo/ConsultaDocumento/listView.seam 2/2
1/4
2/4
3/4
Processo: 0805802-55.2016.4.05.8100
Assinado eletronicamente por:
RAPHAEL NOGUEIRA BEZERRA DE MENEZES - Servidor Geral
18080913525197500000004055439
Data e hora da assinatura: 09/08/2018 14:04:38
Identificador: 4058100.4049774
Para conferência da autenticidade do documento: https://pje.jfce.jus.br/pje/Processo/ConsultaDocumento/listView.seam 4/4
1/4
2/4
3/4
Processo: 0805802-55.2016.4.05.8100
Assinado eletronicamente por:
RAPHAEL NOGUEIRA BEZERRA DE MENEZES - Servidor Geral
18080913525197500000004055448
Data e hora da assinatura: 09/08/2018 14:04:38
Identificador: 4058100.4049783
Para conferência da autenticidade do documento: https://pje.jfce.jus.br/pje/Processo/ConsultaDocumento/listView.seam 4/4
1/5
2/5
3/5
4/5
Processo: 0805802-55.2016.4.05.8100
Assinado eletronicamente por:
RAPHAEL NOGUEIRA BEZERRA DE MENEZES - Servidor Geral
18080913454958500000004055451
Data e hora da assinatura: 09/08/2018 14:04:38
Identificador: 4058100.4049786
Para conferência da autenticidade do documento: https://pje.jfce.jus.br/pje/Processo/ConsultaDocumento/listView.seam 5/5
Superior Tribunal de Justiça
RECURSO ESPECIAL Nº 1.449.193 - CE (2014/0091750-6)
DECISÃO
1/27
Superior Tribunal de Justiça
"PENAL. PROCESSO PENAL. ART. 7, IV, DA LEI
7.492/86. GARIMPAGEM DE AÇÕES. JULGADO CITRA PETITA.
NULIDADE AFASTADA. JULGADO ULTRA PETITA.
RECONHECIMENTO E AFASTAMENTO DA CONDENAÇÃO PELO
CRIME PREVISTO NO ART. 27-C DA LEI 6.385/76. INÉPCIA DA
DENÚNCIA. TESE NÃO ACOLHIDA DIANTE DA DESCRIÇÃO
INDIVIDUALIZADA DOS FATOS TÍPICOS. MATERIALIDADE E
AUTORIA DELITIVAS COMPROVADAS. PRESCRIÇÃO. APELOS
PARCIALMENTE PROVIDOS.
1. Não há falar em julgado citra petita, quando a tese
defensiva de atipicidade da conduta foi plenamente analisada na sentença
apelada.
2. Imputada, na denúncia, aos acusados especificamente a
prática do crime previsto no art. 7º, IV, da Lei 7.492/86, sem que da
descrição dos fatos os réus pudessem ter se defendido do cometimento do
delito disposto no art. 27-C da Lei 6.385/76, deve ser afastada a
condenação neste referido dispositivo.
3. É elemento essencial à denúncia a demonstração do liame
entre o fato criminoso e a participação do denunciado, com a
individualização da conduta, sem a qual fica prejudicada a
responsabilização-criminal do agente. Na hipótese, descritas
minuciosamente as condutas imputadas aos réus, bem como a
participação de cada um deles no delito, não. há falar em inépcia de
denúncia.
4. Segundo conceitua a Comissão de Valores Mobiliários, a
"garimpagem de ações" caracteriza-se pela compra, com habitualidade,
por pessoas não integrantes do sistema de distribuição, de valores'
mobiliário diretamente de investidores para revendê-los em bolsa de
valores ou no mercado de balcão/organizado. Comprovada a negociação
de valores mobiliários sem autorização prévia da CVM, por meio da
criação de duas empresas para que uma operasse às escuras e a outra
transparecesse uma suposta legalidade nas operações, amolda-se a
conduta dos apelantes ao tipo previsto no art. 7º, IV, da Lei 7.492/86, por
caracterizar-se como atividade de "garimpagem de' ações", e não ao art.
27-E da Lei 6.385/76, como pretendia a defesa.
5. Análise acertada das circunstâncias judiciais do art. 59 do
CP e proporcionalmente fixada a pena-base. Pedido de reforma da
dosimetria improvido.
6. Reconhecimento da prescrição dos crimes praticados em
2001 pelos segundo, terceiro e quarto apelantes, tendo em vista o
transcurso de mais de oito anos entre a data de cometimento dos delitos e
o recebimento da denúncia (2010).
7. Apelações parcialmente providas.
2/27
Superior Tribunal de Justiça
3/27
Superior Tribunal de Justiça
384, ambos do Código de Processo Penal, pois o acórdão manteve a condenação com
fundamento em acusação não descrita na denúncia;
e) violação do art. 7º, inciso IV, da Lei n. 7.492/1986, art. 16, incisos II e III, e
art. 27-E, ambos da Lei n. 6.385/1976, ao argumento de que as condutas descritas na
denúncia não se enquadram nos tipos penais imputados aos recorrentes;
4/27
Superior Tribunal de Justiça
aumento pela continuidade delitiva, na fração máxima, sem que a efetiva demonstração do
quantitativo de infrações cometidas.
É o relatório.
Decido.
5/27
Superior Tribunal de Justiça
Verifica-se que, no julgamento dos primeiros aclaratórios houve manifestação
expressa do acórdão recorrido a respeito da inexistência de nulidade por modificação da
imputação penal dos fatos descritos na denúncia, do enquadramento no tipo penal e, ainda,
quanto à dosimetria.
6/27
Superior Tribunal de Justiça
3. Ademais, mesmo que superado o óbice, convém destacar
que "não está o magistrado obrigado a responder à totalidade das dúvidas
suscitadas pelo réu, quando for possível inferir das conclusões da decisão a
inviabilidade do acolhimento das teses sustentadas." (HC 185.868/MG,
Rel. Ministro MARCO AURÉLIO BELLIZZE, QUINTA TURMA, julgado
em 12/03/2013, DJe 18/03/2013).
4. Agravo regimental desprovido."
(AgRg no REsp 1427082/PA, Quinta Turma, Rel. Min.
Ribeiro Dantas, DJe de 18/10/2017)
7/27
Superior Tribunal de Justiça
instrumento), confirma a decisão do Tribunal de origem que inadmitiu o
recurso especial, a formação da coisa julgada retroage à data de
escoamento do prazo para a interposição do último recurso cabível.
5. Agravo regimental não provido." (AgRg no Ag
1203770/SP, Sexta Turma, Rel. Min. Rogerio Schietti Cruz, DJe
02/03/2017, grifei)
8/27
Superior Tribunal de Justiça
forjada pura e simplesmente com base na responsabilidade objetiva dos sócios e
acionistas (vedada em nosso ordenamento jurídico-penal), consoante ponto 5 da ementa
publicada em 01.06.2011.
Neste termos, rejeito a preliminar arguida."
9/27
Superior Tribunal de Justiça
indiciados com a sociedade comercial, narre as condutas delituosas de forma a
possibilitar o exercício da ampla defesa” (HC n. 122.450/MG, Primeira Turma, Rel.
Ministro Luiz Fux, DJe de 20/11/14).
Nesse sentido:
"PENAL E PROCESSUAL PENAL. HABEAS CORPUS.
PECULATO. TRANCAMENTO DA AÇÃO PENAL. AUSÊNCIA DE
JUSTA CAUSA. INEXISTÊNCIA DE INDÍCIOS DELITIVOS.
ILEGALIDADE NÃO CONFIGURADA. ARQUIVAMENTO IMPLÍCITO.
NÃO CABIMENTO. ADITAMENTO. DENÚNCIA. POSSIBILIDADE.
RECURSO IMPROVIDO.
1. Não padece de inépcia a denúncia que descreve os fatos
tidos por criminosos, possibilitando identificar os elementos probatórios
mínimos para a caracterização do delito e o pleno exercício das
garantias constitucionais do contraditório e ampla defesa, em
conformidade com o art. 41, CPP.
2. Na hipótese, há a descrição da conduta típica, apontando
que o recorrente, valendo-se da função pública que exerce, desviou o uso
de viaturas da Polícia Civil para realizar serviços de segurança privada na
zona rural da Cidade de Itapeva no período entre 2009 e 2010.
3. Nos termos dos precedentes desta Corte não se admite o
arquivamento implícito de ação penal pública no ordenamento jurídico
brasileiro.
4. É cabível o aditamento da denúncia a qualquer tempo,
Documento: 78809513 - Despacho / Decisão - Site certificado - DJe: 06/12/2017 Página 10 de 27
10/27
Superior Tribunal de Justiça
desde que antes de prolatada a sentença e possibilitado ao réu o exercício
do contraditório e da ampla defesa.
5. Recurso em habeas corpus improvido" (RHC n.
48.710/SP, Sexta Turma, Rel. Min. Nefi Cordeiro, DJe de 16/5/2016).
Nesse sentido:
11/27
Superior Tribunal de Justiça
IMPOSSIBILIDADE DE EXAME. DISSÍDIO JURISPRUDENCIAL NÃO
COMPROVADO. MISERABILIDADE DAS VÍTIMAS. COMPROVAÇÃO.
FORMALIDADE. DESNECESSIDADE. AÇÃO PENAL. LEGITIMIDADE
DO MINISTÉRIO PÚBLICO. INÉPCIA DA DENÚNCIA. PROLAÇÃO
DE SENTENÇA. PREJUDICIALIDADE. EXPOSIÇÃO DO FATO
CRIMINOSO E DE SUAS CIRCUNSTÂNCIAS. INTERROGATÓRIO
DO ACUSADO ANTES DA VIGÊNCIA DA LEI N. 11.719/2008.
DESNECESSIDADE DE RENOVAÇÃO DO ATO. AUSÊNCIA DE
PROVAS PARA A CONDENAÇÃO. SÚMULA N. 7 DO STJ. REDUÇÃO
DA PENA-BASE. AUSÊNCIA DE INTERESSE. PATAMAR DE
AUMENTO PELA CONTINUIDADE DELITIVA. VIOLAÇÃO DO ART.
71 DO CP. NÃO CONFIGURAÇÃO. MOTIVAÇÃO IDÔNEA.
EMBARGOS DECLARATÓRIOS ACOLHIDOS PARA CONHECER EM
PARTE DO AGRAVO EM RECURSO ESPECIAL E, NESSA
EXTENSÃO, NEGAR PROVIMENTO AO RECURSO ESPECIAL.
[...]
5. Com a prolação de sentença condenatória, fica esvaída
a análise do pretendido reconhecimento de inépcia da denúncia, pois,
se, após toda a análise do conjunto fático-probatório amealhado aos
autos ao longo da instrução criminal, já houve um pronunciamento
sobre o próprio mérito da persecução penal (denotando, ipso facto, a
plena aptidão da inicial acusatória), não há mais sentido analisar
eventual inépcia, mácula condizente com a própria higidez da
denúncia. Precedentes.
[...]
11. Embargos declaratórios acolhidos para conhecer em
parte do agravo em recurso especial e, nessa extensão, negar
provimento ao recurso especial" (EDcl no AgRg no AREsp 73.575/SP,
Sexta Turma, Rel. Min. Rogerio Schietti Cruz, DJe 21/10/2016).
12/27
Superior Tribunal de Justiça
a instrução criminal' (AgRg no AREsp 537.770/SP, Rel. Min. ROGERIO
SCHIETTI CRUZ, Sexta Turma, julgado em 04/08/2015, DJe
18/08/2015).
[...]
4. Agravo regimental não provido." (AgRg nos EDcl no
AREsp 1033354/SC, Quinta Turma, Rel. Min. Ribeiro Dantas, DJe
26/05/2017)
13/27
Superior Tribunal de Justiça
14/27
Superior Tribunal de Justiça
RECURSO ESPECIAL. FALSIFICAÇÃO E SUPRESSÃO DE
DOCUMENTO PÚBLICO. CERCEAMENTO DE DEFESA. NÃO
OCORRÊNCIA. INOVAÇÃO RECURSAL. AUSÊNCIA DE
PREQUESTIONAMENTO. NULIDADE ALEGADA. AUSÊNCIA DE
PREJUÍZO. REVOLVIMENTO DO CONJUNTO FÁTICO PROBATÓRIO
DOS AUTOS. ADEQUAÇÃO TÍPICA. SÚM. 7 DESTA CORTE.
DOSIMETRIA. REVISÃO. POSSIBILIDADE. PERSONALIDADE.
AUSÊNCIA DE FUNDAMENTAÇÃO IDÔNEA.
I - Nos termos da jurisprudência desta Corte Superior,
trata-se de inovação recursal, a matéria não alegada no momento
oportuno, qual seja, apelação, sendo inviável a sua análise pelo Tribunal
de origem, por força do princípio do tantum devolutum quantum
appellatum, ainda que se refira à matéria de ordem pública.
Precedentes.
II - O argumento de ausência de defesa técnica ou da
nulidade pela ausência de participação do representante do Ministério
Público no interrogatório da ré não prosperam, pois vige no ordenamento
pátrio, como regra, o princípio pas de nullité sans grief, segundo o qual
não há falar em nulidade sem a efetiva ocorrência de prejuízo concreto
para a parte, à qual compete revelar.
III - Rever as premissas do acórdão recorrido de ausência de
prejuízo, bem como de efetiva defesa técnica, demandaria o revolvimento
do acervo fático probatório dos autos, providência vedada nesta sede
recursal, ante o óbice contido na Súmula 7 desta Corte.
IV - Desconstituir o entendimento proferido pelo eg.
Tribunal de origem, quanto à adequação típica da conduta, exigiria o
reexame do conjunto fático-probatório dos autos, inviável na via eleita
ante o óbice da Súmula 7/STJ.
V - A equívoca capitulação jurídica encartada na denúncia
pode ser objeto de aditamento ou de emendatio libelli na sentença, eis
que o conteúdo da narrativa fática em nada se alterou, restando por
ileso, assim, o princípio da correlação no sistema processual penal
vigente. Entretanto, perquirir acerca da equivalência da condenação
com os fatos narrados na denúncia demandaria a análise dos fatos e
provas dos autos. Incidência da Súmula 7/STJ.
[...]" (AgRg nos EDcl no REsp 1389417/BA, Quinta Turma,
de minha relatoria, DJe 16/10/2017, grifei)
15/27
Superior Tribunal de Justiça
DELITIVA. OCORRÊNCIA. FRAÇÃO ADEQUADA. DISPOSITIVOS
CONSTITUCIONAIS. INCOMPETÊNCIA. EXECUÇÃO IMEDIATA DA
PENA. REFORMATIO IN PEJUS. NÃO OCORRÊNCIA. AGRAVO
REGIMENTAL NÃO PROVIDO.
1. A acusação formalizada pelo Ministério Público
preencheu os requisitos do art. 41 do CP, pois, além da existência da
prova do crime e de indícios suficientes de sua autoria, discriminou os
fatos, em tese, praticados pelo recorrido, com todas as circunstâncias até
então conhecidas, de forma a permitir o contraditório e a ampla defesa da
acusação da conduta tipificada no art. 217-A do Código Penal.
2. O acórdão ora atacado não incorreu em violação dos
dispositivos apontados pelo recorrente, pois devidamente respeitado o
princípio da correlação entre denúncia e sentença (art. 384 do Código
de Processo Penal), uma vez que o Magistrado singular condenou o
recorrido com base nas provas colhidas nos autos, cuja base fática foi
devidamente descrita na peça de acusação, da qual o acusado teve
oportunidade de se defender.
3. Com a prolação de sentença condenatória, fica esvaída a
análise do pretendido reconhecimento de inépcia da denúncia. Isso
porque, se, após toda a análise do conjunto fático-probatório amealhado
aos autos ao longo da instrução criminal, já houve um pronunciamento
sobre o próprio mérito da persecução penal (denotando, ipso facto, a
plena aptidão da inicial acusatória), não há mais sentido em se analisar
eventual inépcia da denúncia.
4. A instância antecedente apontou a existência de provas
suficientes da autoria, da materialidade e da continuidade delitivas, com
base, principalmente, nos depoimentos da vítima, que estão em
consonância com as demais provas dos autos, a saber, as testemunhas de
acusação, o parecer psicossocial e o laudo produzido.
5. Considerar o pedido de absolvição do réu, seria
necessário o revolvimento de todo o conjunto fático-probatório produzido
nos autos, providência que, conforme cediço, é incabível na via do recurso
especial, consoante o enunciado na Súmula n. 7 do STJ.
[...]11. Agravo regimental não provido." (AgRg no AREsp
1055802/SP, Sexta Turma, Rel. Min. Rogerio Schietti Cruz, DJe
09/10/2017, grifei)
16/27
Superior Tribunal de Justiça
se sustenta. Cumpre transcrever trecho do aresto vergastado (fls. 597-598):
"O que as provas dos autos demonstram é, entre os anos de 2000 a 2006,
um volume elevado e constante de compra de ações diretamente a particulares por
valores abaixo ao do mercado e a posterior venda destas ações, cujo valor de revenda
era imensamente superior ao da aquisição, ,gerando um lucro enorme para as empresas
RENDA e PAX, que, como já mencionado, se confundem inclusive na estrutura.
A conduta apontada na denúncia e comprovada ao longo da instrução
probatória amolda-se ao tipo previsto no art. 7º, IV, da Lei 7.492/86 e não ao art. 27-E
da Lei 6.385/76, tendo em vista que é mais especifica ao que se observou no caso em
comento: a negociação de valores mobiliários sem autorização prévia da CVM, por meio
da criação de duas empresas para que uma operasse às escuras e a outra transparecesse
uma suposta legalidade nas operações.
Aliás, é com base nessa constatação que deve ser afastada a tese de
atipicidade da conduta alegada no apelo. Segundo a defesa, os réus não intermediavam
ações fora do mercado, pois, embora adquirisse ações de terceiros, estas eram
revendidas à PAX, que, por sua vez, tinha autorização para operar no mercado de
capitais.
Das provas dos autos, contudo; o que emerge é, a existência apenas
formal de duas empresas, pois, na prática, as duas se confundiam e, atuavam em
conjunto, numa atividade sequencialmente estruturada: enquanto a Renda adquiria, com
deságio, as ações de terceiros, normalmente pessoas físicas, a Pax as revendia, em curto
espaço de tempo, no mercado de ações, a um preço bem superior, gerando lucro
estimado em R$2.840.026,32, entre os anos de 2000 a 2006.
Desta maneira, a mera alegação da defesa de atipicidade da conduta não é
suficiente para afastar a condenação, diante das diversas provas de que ambas as
empresas atuavam em conjunto e propunham-se aos mesmos fins operacionais."
Nesse sentido:
17/27
Superior Tribunal de Justiça
ANTECEDENTES. LEGALIDADE. AGRAVO IMPROVIDO.
1. Nos termos da jurisprudência desta Corte, o órgão
julgador não é obrigado a manifestar-se sobre todos os pontos alegados
pelas partes, mas apenas os necessários ao julgamento do feito.
2. Não é possível a análise de matéria invocada sob amparo
de dispositivo legal incompatível com a pretensão recursal. Incidência da
Súmula 284/STF.
3. O Tribunal de origem, com base no conteúdo
fático-probatório, entendeu pela ocorrência de dolo eventual na conduta
do agente. Mudar esse entendimento esbarra na Súmula 7/STJ.
4. Não há se falar em decisão citra petita quando a tese
invocada pela defesa foi apreciada pelo acórdão recorrido.
5. Inexiste ilegalidade na fixação do regime semiaberto a
acusado portador de maus antecedentes (quatro condenações, sendo três
pelo mesmo delito dos autos).
6. Agravo regimental improvido.
(AgRg no AREsp 516.026/SP, Rel. Ministro LEOPOLDO DE
ARRUDA RAPOSO (DESEMBARGADOR CONVOCADO DO TJ/PE),
QUINTA TURMA, julgado em 24/03/2015, DJe 08/04/2015)
Nesse sentido:
18/27
Superior Tribunal de Justiça
SÚMULA N. 282 DO STF. NECESSIDADE DE REEXAME DO ACERVO
FÁTICO-PROBATÓRIO. INCIDÊNCIA DA SÚMULA N. 7 DO STJ.
AGRAVO REGIMENTAL NÃO PROVIDO.
1. De acordo com a firme jurisprudência desta Corte, para
que se atenda ao requisito do prequestionamento, é necessário que a
questão tenha sido objeto de debate pelo Tribunal de origem, à luz da
legislação federal indicada, com emissão de juízo de valor acerca do
dispositivo legal apontado como violado, situação que não ocorreu nos
autos. Incidência da Súmula n. 282 do STF.
2. Para afastar a conclusão das instâncias ordinárias de que
a conduta praticada pelo agravante se revestiu da violência necessária
para a configuração do roubo e desclassificar o crime para furto simples,
seria necessário o revolvimento do suporte fático-probatório delineado nos
autos, procedimento vedado nesta esfera, a teor da Súmula n. 7 do
Superior Tribunal de Justiça.
3. Agravo regimental não provido" (AgRg no AREsp n.
726.700/SP, Sexta Turma, Rel. Ministro Rogerio Schietti Cruz, DJe de
23/11/2015).
19/27
Superior Tribunal de Justiça
Verifica-se, portanto, que, ao contrário do alegado pelos recorrentes, a
condenação não foi respaldada apenas pelo procedimento administrativo promovido pela
Comissão de Valores Mobiliários (CVM), o que denota a deficiência da fundamentação
recursal, nesse ponto, com a consequente aplicação da Súmula 284 do STF, verbis: "É
inadmissível o recurso extraordinário, quando a deficiência na sua fundamentação não
permitir a exata compreensão da controvérsia".
20/27
Superior Tribunal de Justiça
justificar a valoração negativa da culpabilidade.
No apelo, argumenta-se ainda que o juiz majorou a pena-base com base
na "plena e elevada consciência de antijuridicidade dos atos". Apesar desse fundamento
não ser elemento que justifique aumento da pena-base, por ser a antijuridicidade
elemento essencial ao crime, percebe-se que o julgador menciona este fundamento, mas
o que pesa em desfavor do réu é a culpabilidade que, pelos argumentos acima expostos,
deve mesmo ser avaliada negativamente."
É preciso ter presente que o Supremo Tribunal Federal tem entendido que "a
dosimetria da pena é questão de mérito da ação penal, estando necessariamente
vinculada ao conjunto fático probatório, não sendo possível às instâncias
extraordinárias a análise de dados fáticos da causa para redimensionar a pena
finalmente aplicada" (HC n. 137.769/SP, Primeira Turma, Rel. Min. Roberto Barroso,
julgado em 24/10/2016).
21/27
Superior Tribunal de Justiça
Assim, verifica-se que o aumento da pena está, de fato, fundamentado, tendo
em vista que o v. acórdão recorrido consignou expressamente os motivos pelos quais houve a
exasperação da pena-base, não havendo tampouco desproporcionalidade no acréscimo.
Nesse sentido:
22/27
Superior Tribunal de Justiça
1. Dadas as particularidades do caso concreto,
afigurando-se excessiva e desproporcional a fixação da sanção básica
aplicada, assim como a fração adotada pelo reconhecimento de uma
agravante, cumpre reconhecer a ocorrência de ilegalidade manifesta que
reclama a concessão de habeas corpus de ofício, operando-se o
redimensionamento da reprimenda.
2. Agravo regimental desprovido. Ordem concedida de ofício
para reduzir a pena imposta e adequar o regime inicial de cumprimento."
(AgRg no AREsp 947.494/PE, Quinta Turma, Rel. Min. Jorge Mussi, DJe
06/11/2017)
23/27
Superior Tribunal de Justiça
seria frágil o contexto fático-probatório utilizado na demonstração do
vínculo subjetivo entre o recorrente e as infrações penais imputadas,
enfrenta o óbice da Súmula 7/STJ.
4. A instância ordinária fixou maior juízo de censura sobre
as consequências dos crimes por considerar graves os efeitos concretos
provocados em desfavor do ensino fundamental no município de
Cascavel/CE. Com efeito, não há como ignorar o maior desvalor do
resultado da conduta criminosa praticada por gestor público contra
interesse da educação infantil local, que, neste país, é fato público e
notório, agoniza com repetidos casos de malversação dos escassos
recursos que lhe são destinados. Rever a conclusão da instância ordinária,
também neste ponto, demandaria o reexame de contexto
fático-probatório, o que, em sede de recurso especial, repita-se, constitui
medida vedada pelo óbice da Súmula 7/STJ.
5. Agravo regimental desprovido." (AgRg no AREsp
644.371/CE, Quinta Turma, Rel. Min. Reynaldo Soares da Fonseca, DJe
01/08/2017)
24/27
Superior Tribunal de Justiça
consequências do delito, evidenciada pelos prejuízos causados e pelas
obras que deixaram de ser executadas em benefício da população,
permitindo a disseminação do inseto vetor da doença de chagas,
demonstra uma maior reprovabilidade da conduta, extrapolando o
resultado inerente ao tipo incriminador, justificando a exasperação da
pena-base. Precedentes.
4. Incide a atenuante prevista no art. 65, III, "d", do Código
Penal na hipótese em que o réu espontaneamente confessou a prática do
crime que lhe foi imputado, fornecendo dados que corroboraram a sua
condenação, mesmo que à confissão tenha agregado elementos que
afastam a ilicitude da conduta. Precedentes.
5. Ordem concedida em parte para, reconhecida a atenuante
da confissão espontânea, redimensionar a pena do paciente e estabelecê-la
em 4 (quatro) anos, 10 (dez) meses e 10 (dez) dias de reclusão, mantido, no
mais, o acórdão regional." (HC 370.648/PB, Sexta Turma, Rel. Min.
Antônio Saldanha Palheiro, DJe 11/05/2017)
25/27
Superior Tribunal de Justiça
Assim, tendo em vista o número de infrações, as quais, ainda que em
quantidade incerta, ultrapassam o montante de sete, o que justifica a fixação da fração de 2/3
(dois terços).
Por fim, a interposição do apelo extremo, com fulcro na alínea c, do inciso III,
do art. 105, da Constituição Federal, exige, para a devida demonstração do alegado dissídio
jurisprudencial, além da transcrição de ementas de acórdãos, o cotejo analítico entre o aresto
recorrido e os paradigmas, com a constatação da identidade das situações fáticas e a
interpretação diversa emprestada ao mesmo dispositivo de legislação infraconstitucional,
situação que não ocorreu na espécie.
Nesse entendimento:
26/27
Superior Tribunal de Justiça
A mera transcrição de ementas dos acórdãos indicados como
paradigmas não supre a exigência dos arts. 541, parágrafo único, do
Código de Processo Civil e 255, § 1º e § 2º, do Regimento Interno do
Superior Tribunal de Justiça.
Agravo regimental desprovido." (AgRg no AgRg no AREsp
533.188/SP, Quinta Turma, Rel. Ministro Gurgel de Faria, DJe 18/08/2015)
Ante o exposto, com fulcro no art. 255, § 4º, incisos I e II, do Regimento
Interno do STJ, conheço em parte do recurso especial e, nessa extensão, nego-lhe
provimento.
P. e I.
Brasília (DF), 30 de novembro de 2017.
1/20
Superior Tribunal de Justiça
presente caso.
Agravo regimental desprovido.
ACÓRDÃO
Documento: 1674256 - Inteiro Teor do Acórdão - Site certificado - DJe: 26/02/2018 Página 2 de 4
2/20
Superior Tribunal de Justiça
AgRg no RECURSO ESPECIAL Nº 1.449.193 - CE (2014/0091750-6)
RELATÓRIO
Documento: 1674256 - Inteiro Teor do Acórdão - Site certificado - DJe: 26/02/2018 Página 3 de 4
3/20
Superior Tribunal de Justiça
Sustentam, ainda, que "[o] tipo penal do art. 7º da Lei 7.492/86, no entanto,
tipifica não a ausência de autorização para operar no mercado de capitais, fato descrito
na denúncia, mas sim o comércio de títulos ou valores mobiliários falsos ou falsificados,
sem lastro ou garantia ou sem autorização prévia da autoridade competente" (fls.
981-982).
É o relatório.
Documento: 1674256 - Inteiro Teor do Acórdão - Site certificado - DJe: 26/02/2018 Página 4 de 4
4/20
Superior Tribunal de Justiça
AgRg no RECURSO ESPECIAL Nº 1.449.193 - CE (2014/0091750-6)
5/20
Superior Tribunal de Justiça
na execução dos delitos, desempenhos por cada um
dos agentes. Dessa forma, o acórdão da origem
consignou expressamente os motivos que acarretaram a
exasperação da pena-base, não havendo tampouco
desproporcionalidade no acréscimo.
IV - A interposição do recurso especial, com
fulcro na alínea c do permissivo constitucional exige o
atendimento dos requisitos contidos no art. 1028, e § 1º
do Código de Processo Civil, e no art. 255, § 1º, do
Regimento Interno do Superior Tribunal de Justiça, para
a devida demonstração do alegado dissídio
jurisprudencial, pois, além da transcrição de acórdãos
para a comprovação da divergência, é necessário o
cotejo analítico entre o aresto recorrido e o
paradigma, com a constatação da identidade das
situações fáticas e a interpretação diversa emprestada
ao mesmo dispositivo de legislação infraconstitucional,
situação que não ocorreu no presente caso.
Agravo regimental desprovido.
VOTO
A pena final foi fixada em 9 (nove) anos e 2 (dois) meses de reclusão, além de
Documento: 1674256 - Inteiro Teor do Acórdão - Site certificado - DJe: 26/02/2018 Página 6 de 4
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Superior Tribunal de Justiça
250 (duzentos e cinquenta) dias-multa, para Francisco Deusmar, e em 5 (cinco) anos de
reclusão em regime fechado, além de 200 (duzentos) dias-multa, para Geraldo de Lima, Ielton
Barreto e Jerônimo Alves.
"O que as provas dos autos demonstram é, entre os anos de 2000 a 2006,
um v|olume elevado e constante de compra de ações diretamente a particulares por
valores abaixo ao do mercado e a posterior venda destas ações, cujo valor de revenda
era imensamente superior ao da aquisição, gerando um lucro enorme para as empresas
RENDA e PAX, que, como já mencionado, se confundem inclusive na estrutura.
As diversas provas constantes nos volumes em apenso, entre as quais os
referidos relatórios, os contratos sociais, as cópias das compras dos títulos, entre outras,
denotam a atividade de garimpagem pela RENDA, sem que esta tivesse autorização
legal para a "compra de valores mobiliários para revendê-los por conta própria" (art.
16, II, da Lei 6.385/76), numa evidente prática de negociação de valores mobiliários, em
afronta ao art. 7º, IV, da Lei 7.492/86.
A conduta apontada na denúncia e comprovada ao longo da instrução
probatória amolda-se ao tipo previsto no art. 7º, IV, da Lei 7.492/86 e não ao art. 27-E
da Lei 6.385/76, tendo em vista que é mais específica ao que se observou no caso em
comento: a negociação de valores mobiliários sem autorização prévia da CVM, por meio
da criação de duas empresas para que uma operasse às escuras e a outra transparecesse
uma suposta legalidade nas operações."
Deve ser ressaltado que a opção pelo enquadramento dos fatos praticados
pelos ora agravante na previsão do art. 7º, inciso IV, da Lei n. 7.492/1986 foi amparada em
farta remissão ao arcabouço fático-probatório dos autos, que aponta para um especial abalo
Documento: 1674256 - Inteiro Teor do Acórdão - Site certificado - DJe: 26/02/2018 Página 7 de 4
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Superior Tribunal de Justiça
à credibilidade do sistema financeiro nacional, a desclassificação dessa imputação para a
de prática do crime previsto no art. 27-E da Lei n. 6.385/76 esbarra, inevitavelmente, no
óbice da Súmula 07/STJ.
Nesse sentido:
8/20
Superior Tribunal de Justiça
Incidência da Súmula 211/STJ.
VII - Quanto a alegada violação ao art. 59 do Código Penal,
sob o discrepância na fixação da pena-base, uma vez que os tipos penais
dos artigos 297 e 305, do Código Penal, tutelam o mesmo bem jurídico,
verifica-se a ausência de prequestionamento. VIII - A revisão do cálculo
utilizado na dosimetria da pena pelas instâncias superiores depende da
constatação de ocorrência de ilegalidade flagrante, que justifique a
revisão da pena imposta a partir da adequada valoração dos fatos e
provas que delineiam as circunstâncias peculiares de cada caso concreto.
IX - Não havendo dados suficientes para a aferição da
personalidade do recorrente, mostra-se incorreta sua valoração negativa a
fim de supedanear o aumento da pena-base, tal qual na hipótese.
Precedentes.
Agravo regimental provido em parte, tão somente para
redimensionar a pena, tornando-a definitiva em 7 (anos) anos, 4 (quatro)
meses e 14 (quatorze) dias" (AgRg nos EDcl no REsp 1389417/BA, Quinta
Turma, de minha relatoria, DJe 16/10/2017).
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pena-base.
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dos fatos e provas que delineiam as circunstâncias peculiares de cada caso concreto.
É preciso ter presente que o Supremo Tribunal Federal tem entendido que "a
dosimetria da pena é questão de mérito da ação penal, estando necessariamente
vinculada ao conjunto fático probatório, não sendo possível às instâncias
extraordinárias a análise de dados fáticos da causa para redimensionar a pena
finalmente aplicada" (HC n. 137.769/SP, Primeira Turma, Rel. Min. Roberto Barroso,
julgado em 24/10/2016).
Nesse sentido:
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Superior Tribunal de Justiça
NECESSIDADE DE REEXAME DO CONJUNTO FÁTICO-PROBATÓRIO.
INCIDÊNCIA DA SÚMULA 7/STJ.
1. Embora esta Corte Superior de Justiça tenha
entendimento consolidado no sentido de considerar inadmissível a
prolação do édito condenatório exclusivamente com base em elementos de
informação colhidos durante o inquérito policial, tal situação não se
verifica na hipótese, já que as instâncias ordinárias apoiaram-se também
em elementos de prova reunidos sob o crivo do contraditório.
2. Reconhecida a materialidade e a autoria do delito, a
pretensão de ser absolvido em recurso especial esbarra no óbice da
Súmula 7/STJ.
EXASPERAÇÃO DA PENA-BASE. CULPABILIDADE E
CIRCUNSTÂNCIAS DO CRIME. NEGATIVAÇÃO BASEADA EM
SITUAÇÃO CONCRETA DO DELITO. INEXISTÊNCIA DE
ILEGALIDADE. RECURSO IMPROVIDO.
1. A dosimetria da pena é o momento em que o juiz, dentro
dos limites abstratamente previstos pelo legislador, deve eleger,
fundamentadamente, o quantum ideal da sanção a ser aplicada ao
condenado e, para chegar a uma aplicação justa da lei penal, o
sentenciante, dentro dessa discricionariedade juridicamente vinculada,
deve atentar para as singularidades do caso concreto.
2. O entendimento consolidado no Superior Tribunal de
Justiça é que, quando devidamente fundamentadas em elementos
concretos - como ocorre na presente hipótese -, se afigura possível a
elevação da pena-base a título de culpabilidade e circunstâncias do crime.
DOSIMETRIA. QUANTUM DE AUMENTO DA
PENA-BASE E FRAÇÃO DA AGRAVANTE.
DESPROPORCIONALIDADE. FLAGRANTE ILEGALIDADE. HABEAS
CORPUS. CONCESSÃO DE OFÍCIO.
1. Dadas as particularidades do caso concreto,
afigurando-se excessiva e desproporcional a fixação da sanção básica
aplicada, assim como a fração adotada pelo reconhecimento de uma
agravante, cumpre reconhecer a ocorrência de ilegalidade manifesta que
reclama a concessão de habeas corpus de ofício, operando-se o
redimensionamento da reprimenda.
2. Agravo regimental desprovido. Ordem concedida de ofício
para reduzir a pena imposta e adequar o regime inicial de cumprimento"
(AgRg no AREsp 947.494/PE, Quinta Turma, Rel. Min. Jorge Mussi, DJe
06/11/2017).
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Superior Tribunal de Justiça
LEI 8.666/1993. NULIDADE DA AUDIÊNCIA DE INSTRUÇÃO.
INTIMAÇÃO IRREGULAR. AUSÊNCIA DE INDICAÇÃO DO
DISPOSITIVO DE LEI FEDERAL CONTRARIADO. INADEQUAÇÃO DO
USO DA VIA ESPECIAL PARA ARGUIR VIOLAÇÃO DA SÚMULA
DESTA CORTE SUPERIOR. AÇÃO CIVIL PÚBLICA POR
IMPROBIDADE ADMINISTRATIVA. JULGADA IMPROCEDENTE.
AUSÊNCIA DE PROVAS. IRRELEVÂNCIA. INDEPENDÊNCIA ENTRE
AS ESFERAS CÍVEL E PENAL. CONDENAÇÃO CRIMINAL APOIADA
EM AMPLO CONTEXTO PROBATÓRIO. PENA-BASE.
CONSEQUÊNCIAS DOS CRIMES. VALORAÇÃO NEGATIVA.
MOTIVAÇÃO IDÔNEA. AGRAVO DESPROVIDO.
1. É deficiente o recurso especial que, a despeito de suscitar
a nulidade da audiência de instrução realizada no processo, deixa de
mencionar o dispositivo de lei federal, em tese, violado. Ademais, não é
adequado o uso da via especial para apontar negativa de vigência a
enunciado sumular do Superior Tribunal de Justiça, uma vez que essa
hipótese não está inserida entre as previstas no art. 105, III, da CF.
Precedentes. 2. Nos termos da jurisprudência desta Corte Superior, são
independentes as esferas penal e cível, exceto nos casos em que há o
reconhecimento da inexistência do fato, coisa inocorrente na espécie.
Precedentes.
3. O Tribunal de origem, quando apreciou o recurso de
apelação interposto pela defesa, manteve a condenação do recorrente pela
prática dos crimes dispostos no art. 1º, II, do Decreto-Lei 201/1967 e art.
89, parágrafo único, da Lei 8.666/1993, amparando sua convicção nas
provas existentes nos autos, reunidas durante a instrução criminal, sob o
pálio dos princípios constitucionais do devido processo legal, contraditório
e ampla defesa. A análise da tese recursal suscitada pela defesa, de que
seria frágil o contexto fático-probatório utilizado na demonstração do
vínculo subjetivo entre o recorrente e as infrações penais imputadas,
enfrenta o óbice da Súmula 7/STJ.
4. A instância ordinária fixou maior juízo de censura sobre
as consequências dos crimes por considerar graves os efeitos concretos
provocados em desfavor do ensino fundamental no município de
Cascavel/CE. Com efeito, não há como ignorar o maior desvalor do
resultado da conduta criminosa praticada por gestor público contra
interesse da educação infantil local, que, neste país, é fato público e
notório, agoniza com repetidos casos de malversação dos escassos
recursos que lhe são destinados. Rever a conclusão da instância ordinária,
também neste ponto, demandaria o reexame de contexto
fático-probatório, o que, em sede de recurso especial, repita-se, constitui
medida vedada pelo óbice da Súmula 7/STJ.
5. Agravo regimental desprovido" (AgRg no AREsp
644.371/CE, Quinta Turma, Rel. Min. Reynaldo Soares da Fonseca, DJe
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01/08/2017).
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possível verificar nas razões do recurso especial que sequer houve a transcrição dos trechos
dos acórdãos paradigmas, tampouco procedeu-se à comparação destes com o acórdão
recorrido.
Nesse entendimento:
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termos do art. 33, § 2º, "a", do Código Penal. 7. Doutrina e jurisprudência
são uniformes em afirmar que a representação prescinde de qualquer
formalidade, sendo suficiente a demonstração do interesse da vítima em
autorizar a persecução criminal.
8. Esta Corte tem entendido que é irrazoável condicionar à
opção dos representantes legais da vítima (ou ao critério econômico) para
excluir da proteção do Estado parcela das crianças submetidas à prática
de delitos dessa natureza. Vale dizer, é descabida a necessidade de ação
dos pais quando o bem jurídico protegido é indisponível, qual seja, a
liberdade sexual de criança de menos de 9 anos à época dos fatos, que,
conquanto não tenha sofrido violência real, não tem capacidade de
determinação dos seus atos, dada a sua vulnerabilidade.
9. O Tribunal de origem, indicou, nitidamente, os motivos de
fato e de direito em que se fundou, para solucionar cada ponto tido como
omisso pela defesa, a teor do art. 381, III, do CPP. Não há violação do
art. 619 do CPP, pois o Tribunal local destacou e solucionou todos os
pontos tidos como omissos pelo recorrente nos embargos declaratórios.
10. Conforme disposição dos arts. 541, parágrafo único, do
CPC e 255, §§ 1º e 2º, do RISTJ, quando o recurso interposto estiver
fundado em dissídio pretoriano, deve a parte colacionar aos autos cópia
dos acórdãos em que se fundamenta a divergência, bem como realizar o
devido cotejo analítico, demonstrando de forma clara e objetiva suposta
incompatibilidade de entendimentos e similitude fática entre as demandas,
o que não ocorreu na espécie (agravo em recurso especial da defesa).
11. Agravo em recurso especial da defesa não conhecido e
recurso especial do Ministério Público do Estado do Rio Grande do Sul
parcialmente provido, a fim de reconhecer devida a fração de aumento
pela continuidade delitiva em 1/5 e majorar a pena imposta ao réu para 10
anos, 9 meses e 18 dias de reclusão, fixar o regime fechado e determinar o
prosseguimento da ação em relação do quarto fato delituoso descrito na
denúncia" (REsp 1472027/RS, Sexta Turma, Rel. Min. Rogerio Schietti
Cruz, DJe 06/11/2017).
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indicação da similitude fático-jurídica entre eles. Para tanto, é
indispensável a transcrição de trechos do relatório e do voto dos acórdãos
recorrido e paradigma, realizando-se o cotejo analítico entre ambos, com
o intuito de bem caracterizar a interpretação legal divergente, o que não
ocorreu na espécie. (REsp 1642748/SP, Rel. Ministro HERMAN
BENJAMIN, SEGUNDA TURMA, julgado em 09/03/2017, DJe
20/04/2017)
2. A simples transcrição de ementas soltas e anexação dos
julgados sem que nas razões recursais tenha sido demonstrada a similitude
entre os julgados e a divergência de resultados, desrespeita os requisitos
legais e regimentais (art. 541, parágrafo único, do CPC e art. 255 do
RISTJ) impedindo o conhecimento do recurso especial previsto na alínea
"c" do inciso III do art. 105 da Constituição Federal. Precedentes.
3. A despeito da ausência dos requisitos essenciais para o
conhecimento do dissídio, tenho a esclarecer que o Colegiado local
concluiu, em consonância com a jurisprudência desta Corte Superior, pela
inaplicabilidade do princípio da insignificância com fundamento no valor
total dos objetos, haja vista que ultrapassaram 1/5 do salário mínimo
vigente à época, além da reincidência e habitualidade criminosa do
recorrente, demonstrando que em análise objetiva e subjetiva não houve
mínima ofensividade na conduta delitiva. Precedentes.
4. Entende esta Corte Superior que o conhecimento e
desprovimento do agravo implica em recurso inadmissível, devendo,
portanto, a coisa julgada retroagir à data do escoamento do prazo para
interposição do recurso cabível, posicionamento aplicado ao caso dos
autos. Nesse sentido: EAREsp 386.266/SP, Rel. Ministro GURGEL DE
FARIA, TERCEIRA SEÇÃO, julgado em 12/08/2015, DJe 03/09/2015.
5. Agravo regimental improvido" (AgRg no AREsp
1027408/SP, Sexta Turma, Rel. Min. Nefi Cordeiro, DJe 06/11/2017).
É o voto.
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CERTIDÃO DE JULGAMENTO
QUINTA TURMA
AgRg no
Número Registro: 2014/0091750-6 PROCESSO ELETRÔNICO REsp 1.449.193 / CE
MATÉRIA CRIMINAL
Relator
Exmo. Sr. Ministro FELIX FISCHER
Ministro Impedido
Exmo. Sr. Ministro : RIBEIRO DANTAS
Presidente da Sessão
Exmo. Sr. Ministro REYNALDO SOARES DA FONSECA
Subprocuradora-Geral da República
Exma. Sra. Dra. ELIZETA MARIA DE PAIVA RAMOS
Secretário
Me. MARCELO PEREIRA CRUVINEL
AUTUAÇÃO
RECORRENTE : FRANCISCO DEUSMAR DE QUEIROS
RECORRENTE : JERÔNIMO ALVES BEZERRA
RECORRENTE : GERALDO DE LIMA GADELHA FILHO
RECORRENTE : IELTON BARRETO DE OLIVEIRA
ADVOGADOS : ANASTÁCIO JORGE MATOS DE SOUSA MARINHO E OUTRO(S) -
CE008502
ARIANO MELO PONTES - CE015593
TIAGO ASFOR ROCHA LIMA - CE016386
MARCELO LEAL DE LIMA OLIVEIRA E OUTRO(S) - DF021932
CAIO CESAR VIEIRA ROCHA - CE015095
RECORRIDO : MINISTÉRIO PÚBLICO FEDERAL
CORRÉU : ANDRÉA JUCA TERCEIRO
ASSUNTO: DIREITO PENAL - Crimes Previstos na Legislação Extravagante - Crimes contra o Sistema
Financeiro Nacional
AGRAVO REGIMENTAL
AGRAVANTE : FRANCISCO DEUSMAR DE QUEIROS
AGRAVANTE : JERÔNIMO ALVES BEZERRA
AGRAVANTE : GERALDO DE LIMA GADELHA FILHO
AGRAVANTE : IELTON BARRETO DE OLIVEIRA
ADVOGADO : MARCELO LEAL DE LIMA OLIVEIRA E OUTRO(S) - DF021932
AGRAVADO : MINISTÉRIO PÚBLICO FEDERAL
Documento: 1674256 - Inteiro Teor do Acórdão - Site certificado - DJe: 26/02/2018 Página 19 de 4
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Superior Tribunal de Justiça
CERTIDÃO
Certifico que a egrégia QUINTA TURMA, ao apreciar o processo em epígrafe na sessão
realizada nesta data, proferiu a seguinte decisão:
"A Turma, por unanimidade, negou provimento ao agravo regimental."
Os Srs. Ministros Jorge Mussi, Reynaldo Soares da Fonseca e Joel Ilan Paciornik
votaram com o Sr. Ministro Relator.
Impedido o Sr. Ministro Ribeiro Dantas.
Documento: 1674256 - Inteiro Teor do Acórdão - Site certificado - DJe: 26/02/2018 Página 20 de 4
Processo: 0805802-55.2016.4.05.8100
Assinado eletronicamente por:
RAPHAEL NOGUEIRA BEZERRA DE MENEZES - Servidor Geral
18080913453075900000004055456
Data e hora da assinatura: 09/08/2018 14:04:38
Identificador: 4058100.4049791
Para conferência da autenticidade do documento: https://pje.jfce.jus.br/pje/Processo/ConsultaDocumento/listView.seam 20/20
Superior Tribunal de Justiça
EDcl no AgRg no RECURSO ESPECIAL Nº 1.449.193 - CE (2014/0091750-6)
ACÓRDÃO
Documento: 1701424 - Inteiro Teor do Acórdão - Site certificado - DJe: 25/06/2018 Página 1 de 6
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Superior Tribunal de Justiça
Impedido o Sr. Ministro Ribeiro Dantas.
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Superior Tribunal de Justiça
EDcl no AgRg no RECURSO ESPECIAL Nº 1.449.193 - CE (2014/0091750-6)
RELATÓRIO
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Superior Tribunal de Justiça
cada um dos agentes. Dessa forma, o acórdão da origem consignou
expressamente os motivos que acarretaram a exasperação da pena-base,
não havendo tampouco desproporcionalidade no acréscimo.
IV - A interposição do recurso especial, com fulcro na alínea
c do permissivo constitucional exige o atendimento dos requisitos contidos
no art. 1028, e § 1º do Código de Processo Civil, e no art. 255, § 1º, do
Regimento Interno do Superior Tribunal de Justiça, para a devida
demonstração do alegado dissídio jurisprudencial, pois, além da
transcrição de acórdãos para a comprovação da divergência, é necessário
o cotejo analítico entre o aresto recorrido e o paradigma, com a
constatação da identidade das situações fáticas e a interpretação diversa
emprestada ao mesmo dispositivo de legislação infraconstitucional,
situação que não ocorreu no presente caso.
Agravo regimental desprovido."
Documento: 1701424 - Inteiro Teor do Acórdão - Site certificado - DJe: 25/06/2018 Página 4 de 6
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É o relatório.
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Superior Tribunal de Justiça
EDcl no AgRg no RECURSO ESPECIAL Nº 1.449.193 - CE (2014/0091750-6)
RELATOR : MINISTRO FELIX FISCHER
EMBARGANTE : FRANCISCO DEUSMAR DE QUEIROS
EMBARGANTE : JERÔNIMO ALVES BEZERRA
EMBARGANTE : GERALDO DE LIMA GADELHA FILHO
EMBARGANTE : IELTON BARRETO DE OLIVEIRA
ADVOGADO : MARCELO LEAL DE LIMA OLIVEIRA E OUTRO(S) -
DF021932
EMBARGADO : MINISTÉRIO PÚBLICO FEDERAL
EMENTA
EMBARGOS DE DECLARAÇÃO NO
AGRAVO REGIMENTAL NO RECURSO
ESPECIAL. PRELIMINAR DE NULIDADE.
IMPOSSIBILIDADE DE REALIZAR
SUSTENTAÇÃO ORAL. AGRAVO REGIMENTAL
EM MATÉRIA PENAL APRESENTADO EM
MESA. POSSIBILIDADE. OMISSÃO.
CONTRADIÇÃO. INEXISTÊNCIA. REEXAME DA
CAUSA. INVIABILIDADE.
I - A Terceira Seção do Superior Tribunal de
Justiça sedimentou o entendimento de que "o
Regimento Interno desta Corte prevê,
expressamente, em seu art. 258, que trata do
Agravo Regimental em Matéria Penal, que o feito
será apresentado em mesa, dispensando, assim,
prévia inclusão em pauta. A disposição está em
harmonia com a previsão de que o agravo não
prevê a possibilidade de sustentação oral (art. 159,
IV, do Regimento Interno do STJ)" (EDcl no AgRg
nos EREsp n. 1.533.480/RR, Ministro Reynaldo
Soares da Fonseca, DJe 31/5/2017).
II - Os embargos declaratórios não constituem
recurso de revisão, sendo inadmissíveis se a decisão
embargada não padecer dos vícios que autorizariam a
sua oposição (obscuridade, contradição e omissão). Na
espécie, à conta de omissão e contradição no v.
acórdão embargado, pretende o embargante a
rediscussão da matéria já apreciada.
Embargos de declaração rejeitados.
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Superior Tribunal de Justiça
VOTO
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Superior Tribunal de Justiça
18/03/2014, DJe 21/03/2014; HC 223.344/MG, Rel. Ministro ROGERIO
SCHIETTI CRUZ, SEXTA TURMA, julgado em 04/08/2015, DJe
18/08/2015; Rel. Ministra MARIA THEREZA DE ASSIS MOURA, SEXTA
TURMA, julgado em 05/09/2013, DJe 24/09/2013. Situação em que a
informação sobre o julgamento do Agravo Regimental da defesa somente
foi divulgada no site do STJ, como ocorre com os dois Agravos
Regimentais em matéria penal.
2. Não há como se aplicar analogicamente, ao agravo
regimental, o disposto no art. 1.024, § 1º, do novo CPC, que determina
que os embargos de declaração não julgados na sessão subsequente
deverão ser incluídos em pauta automaticamente. A aplicação analógica
somente tem lugar na lacuna da lei, o que não ocorre no caso concreto,
seja porque o novo CPC dispôs expressamente sobre o agravo interno em
seu art. 1.021, seja porque esta Corte já decidiu que, no tocante ao agravo
de decisão monocrática de Relator, na seara penal a matéria não
acompanha as deliberações do CPC de 2015, posto que há legislação
específica sobre o tema no art. 39 da Lei 8.038/90 e no art. 798 do Código
de Processo Penal.
3. Se a defesa já havia obtido um prévio adiamento do
julgamento do regimental, o que lhe deu a oportunidade de elaborar e
distribuir memoriais antes da sessão em que ocorreu seu julgamento, e não
se revelaram necessários outros esclarecimentos além dos postos no
relatório e voto do Relator do recurso, não há como se identificar prejuízo
que possa ter advindo da ausência do advogado da defesa na sessão de
julgamento, sendo de se aplicar à questão o brocardo pas de nullité sans
grief (art. 563 do CPP).
4. Os embargos de declaração possuem fundamentação
vinculada, dessa forma, para seu cabimento, imprescindível a
demonstração de que a decisão embargada se mostrou ambígua, obscura,
contraditória ou omissa, conforme disciplina o art. 619 do Código de
Processo Penal. Portanto, a mera irresignação com o resultado de
julgamento, visando, assim, a reversão do julgado, não tem o condão de
viabilizar a oposição dos aclaratórios.
5. Ainda que manejados para fins de prequestionamento, os
embargos de declaração somente são cabíveis quando o provimento
jurisdicional padece de ambiguidade, obscuridade, contradição ou
omissão, nos ditames do art. 619 do Código de Processo Penal, bem como
para sanar eventual erro material, o que não se verifica na espécie.
6. Não compete ao Superior Tribunal de Justiça se
manifestar explicitamente acerca de dispositivos constitucionais, ainda
que para fins de prequestionamento, sob pena de usurpação de
competência reservada ao Supremo Tribunal Federal. Precedentes desta
Corte.
7. Embargos de declaração rejeitados." (EDcl no AgRg nos
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Superior Tribunal de Justiça
EREsp 1533480/RR, Terceira Seção, Rel. Min. Reynaldo Soares da
Fonseca, DJe 31/05/2017).
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Superior Tribunal de Justiça
2. Não se prestam os embargos de declaração para
rediscutir matéria já devidamente enfrentada e decidida pelo acórdão
embargado.
3. Esta Corte Superior de Justiça tem entendimento
pacificado no sentido de que o julgador não é obrigado a refutar
expressamente todas as teses aventadas pelas partes, tampouco a se
manifestar expressamente sobre os dispositivos legais ou constitucionais
que reputam violados, desde que pela motivação apresentada seja possível
aferir as razões pelas quais acolheu ou rejeitou as pretensões deduzidas.
Precedentes do STJ.
4. Embargos de declaração rejeitados." (EDcl no AgRg no
AREsp 620.058/DF, Quinta Turma, Rel. Min. Jorge Mussi, DJe
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Superior Tribunal de Justiça
Interno do STJ). A jurisprudência pacífica do STJ, que remanesce válida
na seara penal mesmo após o advento da Lei n. 13.105/2015, se orienta no
sentido de que, havendo previsão de julgamento do recurso em mesa, sem
direito das partes de efetuar sustentação oral, é desnecessária a prévia
notificação da defesa sobre a data em que ocorrerá tal julgamento.
Precedente: EDcl no AgRg nos EREsp 1533480/RR, Rel. Ministro
REYNALDO SOARES DA FONSECA, Terceira Seção, julgado em
24/05/2017, DJe 31/05/2017).
4. No que tange à ausência de interesse recursal, não há
como apreciar a violação do artigo 577 do CPP, uma vez que não foi
objeto de debate pela instância ordinária, o que inviabiliza o conhecimento
do recurso especial, no ponto, por ausência de prequestionamento. Incide
ao caso a Súmula 282 do STF.
5. Mesmo que assim não fosse, ante o princípio da
independência funcional, garantido constitucionalmente (art. 127, § 1º, da
CF), os membros do Ministério Público, ao se substituírem no processo,
não estão vinculados às manifestações anteriormente apresentadas pelos
seus antecessores, motivo pelo qual não há falar em ausência de interesse
recursal (AgRg no REsp 1356402/PE, Rel. Ministra ASSUSETE
MAGALHÃES, Sexta Turma, julgado em 05/09/2013, DJe 01/07/2014).
Assim, o fato de um Procurador de Justiça, nas contrarrazões à apelação
do acusado, manifestar-se pelo provimento do referido recurso, o qual foi
acolhido no acórdão recorrido, não impede que um outro membro do
Parquet interponha recurso especial pugnando para que se preserve a
sentença condenatória.
6. Esta Corte Superior, ao analisar a questão, posicionou-se
de forma clara, adequada e suficiente ao concluir que, havendo duas
versões, a respeito do homicídio que vitimou Harry Michael Frock, - ou ele
foi vítima de um assalto (latrocínio), ou foi vítima de um homicídio
cometido a mando do próprio acusado, seu sogro -, deve ser preservada a
decisão dos jurados, em respeito ao princípio constitucional da soberania
dos veredictos.
7. Embargos de declaração rejeitados." (EDcl no AgRg no
REsp 1307607/CE, Quinta Turma, Rel. Min. Reynaldo Soares da Fonseca,
DJe 01/08/2017).
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Superior Tribunal de Justiça
alteração ou modificação do decisum embargado.
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Superior Tribunal de Justiça
estimado em R$2.840.026,32, entre os anos de 2000 a 2006.
Desta maneira, a mera alegação da defesa de atipicidade da conduta não é
suficiente para afastar a condenação, diante das diversas provas de que ambas as
empresas atuavam em conjunto e propunham-se aos mesmos fins operacionais."
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Superior Tribunal de Justiça
Conclui-se, portanto, que pretendem os embargantes, na verdade, o reexame
da matéria já julgada, situação que não se coaduna com a estreita via dos declaratórios.
Assim, verifica-se que o julgado recorrido não padece de qualquer omissão, porquanto as
alegações trazidas pela parte foram fundamentadamente analisadas.
É o voto.
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Superior Tribunal de Justiça
EDcl no AgRg no RECURSO ESPECIAL Nº 1.449.193 - CE (2014/0091750-6)
VOTO-VISTA
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Superior Tribunal de Justiça
1º, do Regimento Interno do Superior Tribunal de Justiça, para a devida
demonstração do alegado dissídio jurisprudencial, pois, além da
transcrição de acórdãos para a comprovação da divergência, é
necessário o cotejo analítico entre o aresto recorrido e o paradigma,
com a constatação da identidade das situações fáticas e a interpretação
diversa emprestada ao mesmo dispositivo de legislação
infraconstitucional, situação que não ocorreu no presente caso.
Agravo regimental desprovido."
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Superior Tribunal de Justiça
autoridade administrativa competente, quando exigido por lei ou
regulamento.
Pena – detenção de 6 (seis) meses a 2 (dois) anos, e
multa."
17/40
Superior Tribunal de Justiça
fora da bolsa de valores sua principal e mais lucrativa atividade durante os
anos de 2000 a 2006.
Sabe-se que o sistema de distribuição de valores
mobiliários compreende uma série de empresas e instituições financeiras,
cada uma com aptidão para o exercício de determinado segmento dentro
da bolsa de valores. O artigo 15 da Lei n°. 6.385/76 enumera cada uma
dessas entidades, acompanhadas de suas respectivas funções. É a
CVM quem, na condição de autarquia federal criada com a finalidade de
disciplinar, fiscalizar e desenvolver o mercado de valores mobiliários,
define, entre outras questões, as operações e os serviços a serem
realizados pelas sociedades do mercado, e as condições em que estas
poderão cumular espécies de operação ou serviços.
Entre as diversas entidades que operam no mercado de
valores mobiliários, há aquelas responsáveis por distribuir emissão de
valores mobiliários, seja como agentes da companhia emissora ou por
conta própria; aquelas que compram valores mobiliários em circulação no
mercado, para revendê-los por conta própria; aquelas que exercem
atividades de mediação na negociação de valores mobiliários, em bolsas
de valores ou no mercado de balcão e, por fim, aquelas que, a exemplo
da RENDA, atuam ou deveriam atuar apenas como corretoras de
mercadorias.
Ao desenvolver atividade diversa da que tinha por objeto,
praticando mediação ou corretagem de ações fora da bolsa de valores,
sem contar com a devida autorização da CVM para tanto, a RENDA, por
seus dirigentes acima qualificados, infringiu o disposto no artigo 16, III e
parágrafo único da Lei n°. 6.385/76, que assim dispõe, in verbis:
18/40
Superior Tribunal de Justiça
imediata dessas ações a um preço superior no mercado bursátil, por
intermédio da PAX. Notadamente, não é dessa maneira que se logra
montar uma carteira própria de ações. Ao contrário: trata-se de modus
operandi típico do exercício da atividade de garimpagem de ações.
Com efeito, é exatamente dessa maneira que se processa
a garimpagem: mediante um alto giro de papéis, com ingresso freqüente,
por meio de transferências em contas de custódia, de pequenas
quantidades de ações adquiridas, em sua maior parte, por pessoas
físicas; uma montagem de lotes mais significativos de ações e sua
subsequente venda em bolsa. Ademais, como é próprio da garimpagem,
a RENDA era, na quase totalidade das vezes, vendedora de ações nos
mercados organizados, tendo chegado a adquiri-las uma única vez (Autos
principais/Volume I - fl. 251).
[...]
Dessa forma, encontram-se suficientemente demonstradas
a autoria e a materialidade das condutas delituosas em tela, autorizando a
instauração da competente ação penal.
II. DA TIPIFICAÇÃO
Documento: 1701424 - Inteiro Teor do Acórdão - Site certificado - DJe: 25/06/2018 Página 19 de 6
19/40
Superior Tribunal de Justiça
Joaquim Nabuco, nº 1400, apto. 602, Fortaleza/CE, IELTON BARRETO DE OLIVEIRA,
brasileiro, separado judicialmente, economista, filho de Carlos Magno de Oliveira e de
Inácia Barreto de Oliveira, natural de Fortaleza/CE, nascido em 22.07.1960, portador do
RG nº 1078182 - SSP/CE, residente na Rua Silva Jatahy, nº 220, apto. 1600,
Fortaleza/CE e JERÔNIMO ALVES BEZERRA, brasileiro, solteiro, securitário, filho de
Jerônimo Osmar Bezerra e de Maria José Alves Bezerra, natural de Fortaleza/CE,
nascido em 16.04.1965, portador do CPF nº 232.814.993-68 e do RG nº 53977482 -
SSPDS/CE, residente na Rua Paula Ney, nº 827, apto. 1301, bairro Aldeota,
Fortaleza/CE, verificando, ainda, que a participação dos mesmos foi realizada de
maneira equânime, sendo as condutas necessárias e suficientes para a perpetração do
ilícito" (fls. 411/412).
O Tribunal de origem, por unanimidade, deu parcial provimento à
apelação, apenas para afastar a condenação pelo delito previsto no art. 27-C da Lei n.
6.385/1976, e reconhecer a prescrição dos crimes praticados em 2001.
O acórdão está assim ementado (fls. 603/604):
20/40
Superior Tribunal de Justiça
por pessoas não integrantes do sistema de distribuição, de valores'
mobiliário diretamente de investidores para revendê-los em bolsa de
valores ou no mercado de balcão/organizado. Comprovada a negociação
de valores mobiliários sem autorização prévia da CVM, por meio da
criação de duas empresas para que uma operasse às escuras e a outra
transparecesse uma suposta legalidade nas operações, amolda-se a
conduta dos apelantes ao tipo previsto no art. 7º, IV, da Lei 7.492/86, por
caracterizar-se como atividade de "garimpagem de' ações", e não ao art.
27-E da Lei 6.385/76, como pretendia a defesa.
5. Análise acertada das circunstâncias judiciais do art. 59 do
CP e proporcionalmente fixada a pena-base. Pedido de reforma da
dosimetria improvido.
6. Reconhecimento da prescrição dos crimes praticados
em 2001 pelos segundo, terceiro e quarto apelantes, tendo em vista o
transcurso de mais de oito anos entre a data de cometimento dos delitos
e o recebimento da denúncia (2010).
7. Apelações parcialmente providas."
Documento: 1701424 - Inteiro Teor do Acórdão - Site certificado - DJe: 25/06/2018 Página 21 de 6
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Superior Tribunal de Justiça
Ainda sustentando omissão, a defesa opôs novos aclaratórios, que não
foram conhecidos, conforme acórdão de fls. 681/685.
No recurso especial, a defesa alega, além dissídio jurisprudencial,
violação dos arts. 41, 155, 381, incisos III e IV, e 619 do Código de Processo Penal –
CPP, 59, 68 e 71 do Código Penal – CP, 7º, inciso IV, da Lei n. 7.492/1986, 16, incisos II
e III, e 27-E, ambos da Lei n. 6.385/1976.
Sustenta, em resumo, omissão no acórdão, pois não teriam sido
enfrentadas questões relevantes postas nos embargos de declaração. Aduz que foi
mantida condenação com fundamento em acusação não descrita na denúncia, em ultra
petita, bem como não houve análise das teses suscitadas pela defesa, o que acarreta a
nulidade em razão da existência de julgado citra petita. Afirma a inépcia da denúncia,
pois não houve a delimitação das condutas imputadas ao sócio-gerente e mandatários.
Alega que as condutas descritas na denúncia não se enquadram nos tipos penais
imputados aos recorrentes. Diz que a condenação foi fundada apenas nos elementos
colhidos na fase investigatória. Por fim, quanto à dosimetria, sustenta que que não
houve individualização da pena para cada um dos recorrentes, não houve explicitação
quando as razões de ter sido considerada sua "culpabilidade elevada"; bem como não é
possível a aplicação do aumento pela continuidade delitiva, na fração máxima, uma vez
que não demonstrado o quantitativo de supostas infrações cometidas.
Distribuídos os autos ao em. Ministro Felix Fischer, este,
monocraticamente, negou provimento ao apelo afastando a violação do art. 619 do
CPP, rejeitando as preliminares, aplicando a Súmula n. 7 do Superior Tribunal de
Justiça – STJ, quanto às alegações de julgamento citra e ultra petita, e entendendo
correta a fixação da pena.
Irresignada, a defesa apresentou agravo regimental, buscando a
reconsideração da decisão.
A eg. Quinta Turma, a seu turno, negou provimento ao regimental (fls.
1.052/1.070).
Nos presentes embargos de declaração, conforme outrora relatado,
aduz-se omissão quanto à principal tese da defesa consubstanciada na
desnecessidade de revolvimento fático-probatório para reconhecer a inadequação típica
da conduta e a inidoneidade dos fundamentos utilizados para considerar as
circunstâncias judicias desfavoráveis na dosimetria da pena.
Documento: 1701424 - Inteiro Teor do Acórdão - Site certificado - DJe: 25/06/2018 Página 22 de 6
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Superior Tribunal de Justiça
De início, a meu sentir, a sustentada anulação do julgamento do agravo
regimental, em virtude de o mesmo ter sido levado à sessão sem qualquer aviso no
sistema eletrônico, não merece prosperar.
Segundo dispõe o art. 258 do Regimento Interno do Superior Tribunal de
Justiça – RISTJ, o agravo regimental será levado em mesa, sem prévia inclusão em
pauta, de modo que a não intimação prévia dos advogados para a sessão de
julgamento não importa em nulidade. Esse dispositivo está em consonância com o art.
159, IV, do RISTJ, o qual dispõe que não haverá sustentação oral no julgamento do
agravo.
Nesse sentido, dentre inúmeros outros, colaciono o seguinte julgado:
23/40
Superior Tribunal de Justiça
regimental, o disposto no art. 1.024, § 1º, do novo CPC, que determina
que os embargos de declaração não julgados na sessão subsequente
deverão ser incluídos em pauta automaticamente. A aplicação analógica
somente tem lugar na lacuna da lei, o que não ocorre no caso concreto,
seja porque o novo CPC dispôs expressamente sobre o agravo interno
em seu art. 1.021, seja porque esta Corte já decidiu que, no tocante ao
agravo de decisão monocrática de Relator, na seara penal a matéria não
acompanha as deliberações do CPC de 2015, posto que há legislação
específica sobre o tema no art. 39 da Lei 8.038/90 e no art. 798 do Código
de Processo Penal.
3. Se a defesa já havia obtido um prévio adiamento do
julgamento do regimental, o que lhe deu a oportunidade de elaborar e
distribuir memoriais antes da sessão em que ocorreu seu julgamento, e
não se revelaram necessários outros esclarecimentos além dos postos
no relatório e voto do Relator do recurso, não há como se identificar
prejuízo que possa ter advindo da ausência do advogado da defesa na
sessão de julgamento, sendo de se aplicar à questão o brocardo pas de
nullité sans grief (art. 563 do CPP).
[...]
7. Embargos de declaração rejeitados (EDcl no AgRg nos
EREsp 1.533.480/RR, Rel. Ministro REYNALDO SOARES DA FONSECA,
TERCEIRA SEÇÃO, DJe 31/05/2017)."
SENTENÇA CONDENATÓRIA
24/40
Superior Tribunal de Justiça
volumes), resultante da inspeção realizada por aquela Autarquia nas
empresas PAX CORRETORA DE VALORES E CÂMBIO LTDA. e
RENDA CORRETORA DE MERCADORIAS S/C LTDA.
34. Segundo apurado no referido processo administrativo, a
'RENDA CORRETORA atuava irregularmente no mercado de valores
mobiliários, adquirindo ações de terceiros para revendê-las por conta
própria, sem a devida autorização da CVM (atividade de "garimpagem"),
além de exercer atividades de mediação ou corretagem de valores
mobiliários fora da bolsa de valores, sem ser sociedade registrada
naquela autarquia.
[...]
36. Não se pode olvidar que as informações e conclusões
emanadas pela inspeção realizada pela Comissão de Valores Mobiliários,
através da Superintendência de Relações com o Mercado e
Intermediários - SMI, no exercício regular de sua função, gozam de fé
pública, porquanto traduzem formal manifestação do próprio Estado,
revestindo-se, pois, de presunção "júris tantum" de veracidade, somente
sendo infirmados mediante prova idônea e inequívoca em sentido
contrário, o que inexistiu no caso dos autos, razão pela qual entendo
perfeitamente caracterizada a materialidade delitiva.
37. A propósito dos argumentos trazidos pela defesa
consistentes nas alegações de atipicidade da conduta e errônea
tipificação dada pelo MPF na denúncia, passo a tecer as seguintes
considerações.
38. Como se sabe, o sistema financeiro engloba vários
segmentos: o mercado de crédito (ou mercado financeiro); o
mercado monetário; o mercado cambial e o mercado de capitais,
assim divididos em função das características realizadas no âmbito
de cada um deles.
39. Na seara criminal, a lei nº 7.492/86 deixa claro que o
mercado de capitais encontra-se inserido na definição de Sistema
Financeiro Nacional quando erige à condição de instituição
financeira pessoas jurídicas responsáveis, inclusive, pela custódia,
emissão, distribuição, negociação, intermediação ou administração
de valores mobiliários, consoante prevê o art. do mencionado texto
legal abaixo transcrito:
'Art. 1º. Considera-se instituição financeira, para
efeito desta lei, a pessoa jurídica de direito público ou
privado, que tenha como atividade principal ou acessória,
cumulativamente ou não, a captação, intermediação ou
aplicação de recursos financeiros de terceiros, em moeda
nacional, ou a custódia, emissão, distribuição, negociação,
intermediação ou administração de valores mobiliários.
Parágrafo único. Equipara-se à instituição financeira:
I- a pessoa jurídica que capte ou administre seguros,
câmbio, consórcio, capitalização ou qualquer tipo de
poupança, ou recursos de terceiros;
II- a pessoa natural que exerça quaisquer das
atividades referidas neste artigo, ainda que deforma
Documento: 1701424 - Inteiro Teor do Acórdão - Site certificado - DJe: 25/06/2018 Página 25 de 6
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Superior Tribunal de Justiça
eventual.'
26/40
Superior Tribunal de Justiça
a intensa atividade de mediação/corretagem de valores mobiliários
atingiu não só o mercado de capitais como também abalou a própria
credibilidade do sistema financeiro, não havendo, pois, que falar em
atipicidade tampouco em incidência do tipo penal previsto no art.
27-E da Lei nº 6.385/76, afastando-se, ainda, por via de conseqüência,
a ocorrência do evento prescricional possivelmente decorrente em
caso de aplicação deste último dispositivo legal. (grifei)
ACÓRDÃO RECORRIDO
27/40
Superior Tribunal de Justiça
companhias telefônicas, conforme fls. 30/31, o que
evidencia que a mesma, durante o exercício de 2005,
exerceu a atividade de "garimpagem" para a RENDA.
(...) a) consoante o exposto no Relatório de Inspeção
CVM/SFl/GFE-2/№12/06, itens 04 e 05 retro, a RENDA
opera irregularmente no mercado de valores mobiliários,
adquirindo ações de terceiros ("garimpagem') para depois
revendê-las por intermédio da PAX, em infração ao disposto
no inciso II do art. 16 da lei 6.385/76.
Não é admissível que pessoas (naturais ou jurídicas)
procurem a corretora para vender suas ações e sejam
encaminhadas para vendê-las a outra sociedade do mesmo
grupo, no caso a RENDA, e sejam remunerados pela
metade do preço de mercado, ao invés de vendê-las em
bolsa por intermédio da PAX.
Por exemplo, tem-se que as 50 ações vendidas por
R$225,00 pelo Sr. JOSÉ BISMARQUE CORRÊA GUERRA
em 18.04.06, ao custo de R$4,50 por ação, foram
revendidas pela RENDA em 22.05.06 ao preço de R$9,06
por ação, conforme fls. 435.(...)
Destacamos, ademais, que as irregularidades ora
descritas somente são possíveis porque o diretor das duas
sociedades (PAX E RENDA) é o mesmo, o SR.
FRANCISCO DEUSMAR QUEIRÓS. Destarte, uma vez que
a RENDA e a PAX atuam em conjunto, no mesmo espaço
físico, e sob a direção de um mesmo representante,
concluímos que a RENDA é pessoa vinculada à PAX. Além
disso, ficou evidenciado que a PAX se utiliza da RENDA
para operar carteira própria, em total burla aos preceitos da
Instrução CVM n° 117/90, em especial o seu art. 5o, o que
também configura infração grave nos termos do art. 13 da
mesma Instrução.'
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Superior Tribunal de Justiça
ordens de venda da RENDA para a Bovespa/Soma, fazer a
liquidação física e financeira e realizar os acertos cabíveis.
(...)
Dados fornecidos pela Bovespa Supervisão de
Mercado (BSM) indicam que a "garimpagem" realizada nos
anos 2000 e 2004 foi ainda maior que essas numerosas
operações de 2001, e que essa prática somente cessaria
em 2006, ano em que não foram observadas as
transferências em comento'
29/40
Superior Tribunal de Justiça
operações.
Aliás, é com base nessa constatação que deve ser
afastada a tese de atipicidade da conduta alegada no apelo. Segundo
a defesa, os réus não intermediavam ações fora do mercado, pois,
embora adquirissem ações de terceiros, estas eram revendidas à
PAX, que, por sua vez, tinha autorização para operar no mercado de
capitais.
Das provas dos autos, contudo, o que emerge é a
existência apenas formal de duas empresas, pois, na prática, as duas
se confundiam e atuavam em conjunto, numa atividade
seqüencialmente estruturada: enquanto a Renda adquiria, com
deságio, as ações de terceiros, normalmente pessoas físicas, a Pax
as revendia, em curto espaço de tempo, no mercado de ações, a um
preço bem superior, gerando lucro estimado em R$2.840.026,32,
entre os anos de 2000 a 2006.
Desta maneira, a mera alegação da defesa de
atipicidade da conduta não é suficiente para afastar a condenação,
diante das diversas provas de que ambas as empresas atuavam em
conjunto e propunham-se aos mesmos fins operacionais. (grifei).
[...]
Desta forma, entendo que a materialidade e a autoria delitiva
encontram-se devidamente comprovadas pelas provas dos autos, pelo
que deve ser mantida a condenação dos réus nos termos do art. 7o, IV,
da Lei 7.492/86.
30/40
Superior Tribunal de Justiça
intermediando negócios praticados por terceiros .
Já a RENDA, ao contrário, nada mediava. Comprava as
ações, EM SEU PRÓPRIO NOME, e as revendia depois, por intermédio
de corretora (esta, sim, atuando nessa condição - licitamente, eis que
autorizada pela CVM) . Portanto, não se tem mediação ou corretagem,
mas singelas compra e venda!! Ou seja, a RENDA figurava claramente,
como investidora, e não como mediadora ou corretora.
Dessarte, a RENDA não precisava de qualquer autorização
da CVM, porquanto agia, simplesmente, como investidora, em nome
próprio, afastando-se de todas as hipóteses previstas no art. 16 da Lei n°
6.385/76.
[...]
E certo que, se provados os fatos alegados ("garimpagem
de ações"), a RENDA poderia ser responsabilizada administrativamente
(por lesar os proprietários das ações, que as teriam vendido por preço
inferior ao justo). Contudo, não se perfaz o ilícito criminal, à míngua de
qualquer mediação ou corretagem, inexistindo norma legal que exija
autorização da CVM apenas para a realização de operações de compra e
posterior venda (atividades típicas de investidores comuns).
Assim, é manifesta a atipicidade da conduta imputada aos
réus, a qual não se amolda à descrição normativa do art 7°, inciso IV, da
Lei n° 7.492/86 (nem à do art. 27-E da Lei n° 6.385/76, a qual seria
aplicável, se houvesse efetiva mediação ou corretagem, conforme
exposto em tópico abaixo).
Por fim, conquanto pareça despiciendo, explicita-se que a
mera conclusão (oriunda de evidente erronia na qualificação dos fatos
narrados), constante da denúncia, de que a RENDA praticava a mediação
e corretagem não serve para respaldar a acusação, eis que como cediço,
a peça acusatória deve não apenas qualificar os fatos mas dar-lhes todos
os contornos, especificando os aspectos fáticos que embasam a
qualificação que lhes foi emprestada.
Afinal de contas, consigna o art. 41 do Código de Processo
Penal que "A denúncia ou queixa conterá a exposição do fato criminoso,
com todas as suas circunstâncias (...)".
Dessarte, jamais seria suficiente a mera referência a
mediação ou corretagem, fazendo-se imprescindível que houvesse a
efetiva narração e especificação dos fatos que as configurariam
É dizer: se os fatos narrados, na denúncia, não
caracterizam mediação ou corretagem, não basta que esta simplesmente
invoque essas palavras para que seja perfeita a acusação. Faz-se
necessária, em vez disso, a narração de fatos que, efetivamente,
configurem a mediação e a corretagem, sob pena de admitir-se uma
denúncia genérica."
Documento: 1701424 - Inteiro Teor do Acórdão - Site certificado - DJe: 25/06/2018 Página 31 de 6
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Superior Tribunal de Justiça
"Os recorrentes aduzem a ocorrência de julgamento citra
petita, porquanto não teria ocorrido manifestação sobre a principal tese
da defesa, qual seja, a atipicidade das condutas imputadas.
Contudo, da leitura do acórdão reprochado, percebe-se que
tal alegação não se sustenta. Cumpre transcrever trecho do aresto
vergastado (fls. 597-598):
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Superior Tribunal de Justiça
caracteriza julgamento citra petita ou deficiência de fundamentação.
Nesse sentido:
Documento: 1701424 - Inteiro Teor do Acórdão - Site certificado - DJe: 25/06/2018 Página 33 de 6
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Superior Tribunal de Justiça
'PENAL. PROCESSUAL PENAL. AGRAVO
REGIMENTAL NO AGRAVO EM RECURSO ESPECIAL.
DESCLASSIFICAÇÃO DE ROUBO PARA FURTO
SIMPLES. MATÉRIA NÃO PREQUESTIONADA. SÚMULA
N. 282 DO STF. NECESSIDADE DE REEXAME DO
ACERVO FÁTICO-PROBATÓRIO. INCIDÊNCIA DA
SÚMULA N. 7 DO STJ. AGRAVO REGIMENTAL NÃO
PROVIDO.
1. De acordo com a firme jurisprudência desta
Corte, para que se atenda ao requisito do
prequestionamento, é necessário que a questão tenha sido
objeto de debate pelo Tribunal de origem, à luz da legislação
federal indicada, com emissão de juízo de valor acerca do
dispositivo legal apontado como violado, situação que não
ocorreu nos autos. Incidência da Súmula n. 282 do STF.
2. Para afastar a conclusão das instâncias
ordinárias de que a conduta praticada pelo agravante se
revestiu da violência necessária para a configuração do
roubo e desclassificar o crime para furto simples, seria
necessário o revolvimento do suporte fático-probatório
delineado nos autos, procedimento vedado nesta esfera, a
teor da Súmula n. 7 do Superior Tribunal de Justiça.
3. Agravo regimental não provido' (AgRg no AREsp
n. 726.700/SP, Sexta Turma, Rel. Ministro Rogerio
Schietti Cruz, DJe de 23/11/2015).
Documento: 1701424 - Inteiro Teor do Acórdão - Site certificado - DJe: 25/06/2018 Página 34 de 6
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Superior Tribunal de Justiça
Noutro giro, na esteira do concluído pelo eminente Ministro Relator, vê-se
que a pretensão recursal – a inadequação típica da conduta e a inidoneidade dos
fundamentos utilizados para considerar as circunstâncias judicias desfavoráveis na
dosimetria da pena – encontra empeço no verbete n. 7 da Súmula do STJ.
O Tribunal de origem, conforme se depreende, principalmente dos
trechos das decisões acima negritados, a partir das provas dos autos, concluiu que a
conduta perpetrada pelos ora embargantes se amolda ao art. 7º, IV, da Lei n. 7.492/86 e
não ao disposto no art. 27-E da Lei n. 6.385/76.
Confira-se:
"O que as provas dos autos demonstram é, entre os
anos de 2000 a 2006, um volume elevado e constante de compra de
ações diretamente a particulares por valores abaixo ao do mercado e
a posterior venda destas ações, cujo valor de revenda era
imensamente superior ao da aquisição, gerando um lucro enorme
para as empresas RENDA e PAX, que, como já mencionado, se
confundem inclusive na estrutura.
As diversas provas constantes nos volumes em
apenso, entre as quais os referidos relatórios, os contratos sociais,
as cópias das compras dos títulos, entre outras, denotam a atividade
de garimpagem pela RENDA, sem que esta tivesse autorização legal
para a "compra de valores mobiliários para revendê-los por conta
própria" (art. 16, II, da Lei 6.385/76), numa evidente prática de
negociação de valores mobiliários, em afronta ao art. 7o, IV, da Lei
7.492/86.
A conduta apontada na denúncia e comprovada ao
longo da instrução probatória amolda-se ao tipo previsto no art. 7o,
IV, da Lei 7.492/86 e não ao art. 27-E da Lei 6.385/76, tendo em vista
que é mais específica ao que se observou no caso em comento: a
negociação de valores mobiliários sem autorização prévia da CVM,
por meio da criação de duas empresas para que uma operasse às
escuras e a outra transparecesse uma suposta legalidade nas
operações.
Aliás, é com base nessa constatação que deve ser
afastada a tese de atipicidade da conduta alegada no apelo. Segundo
a defesa, os réus não intermediavam ações fora do mercado, pois,
embora adquirissem ações de terceiros, estas eram revendidas à
PAX, que, por sua vez, tinha autorização para operar no mercado de
capitais.
Das provas dos autos, contudo, o que emerge é a
existência apenas formal de duas empresas, pois, na prática, as duas
se confundiam e atuavam em conjunto, numa atividade
seqüencialmente estruturada: enquanto a Renda adquiria, com
deságio, as ações de terceiros, normalmente pessoas físicas, a Pax
as revendia, em curto espaço de tempo, no mercado de ações, a um
preço bem superior, gerando lucro estimado em R$2.840.026,32,
Documento: 1701424 - Inteiro Teor do Acórdão - Site certificado - DJe: 25/06/2018 Página 35 de 6
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Superior Tribunal de Justiça
entre os anos de 2000 a 2006.
Desta maneira, a mera alegação da defesa de
atipicidade da conduta não é suficiente para afastar a condenação,
diante das diversas provas de que ambas as empresas atuavam em
conjunto e propunham-se aos mesmos fins operacionais."
Documento: 1701424 - Inteiro Teor do Acórdão - Site certificado - DJe: 25/06/2018 Página 36 de 6
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Superior Tribunal de Justiça
CERTIDÃO DE JULGAMENTO
QUINTA TURMA
EDcl no AgRg no
Número Registro: 2014/0091750-6 PROCESSO ELETRÔNICO REsp 1.449.193 / CE
MATÉRIA CRIMINAL
Relator
Exmo. Sr. Ministro FELIX FISCHER
Ministro Impedido
Exmo. Sr. Ministro : RIBEIRO DANTAS
Presidente da Sessão
Exmo. Sr. Ministro REYNALDO SOARES DA FONSECA
Subprocurador-Geral da República
Exmo. Sr. Dr. ANTÔNIO AUGUSTO BRANDÃO DE ARAS
Secretário
Me. MARCELO PEREIRA CRUVINEL
AUTUAÇÃO
RECORRENTE : FRANCISCO DEUSMAR DE QUEIROS
RECORRENTE : JERÔNIMO ALVES BEZERRA
RECORRENTE : GERALDO DE LIMA GADELHA FILHO
RECORRENTE : IELTON BARRETO DE OLIVEIRA
ADVOGADOS : ANASTÁCIO JORGE MATOS DE SOUSA MARINHO E OUTRO(S) -
CE008502
ARIANO MELO PONTES - CE015593
TIAGO ASFOR ROCHA LIMA - CE016386
MARCELO LEAL DE LIMA OLIVEIRA E OUTRO(S) - DF021932
CAIO CESAR VIEIRA ROCHA - CE015095
RECORRIDO : MINISTÉRIO PÚBLICO FEDERAL
CORRÉU : ANDRÉA JUCA TERCEIRO
ASSUNTO: DIREITO PENAL - Crimes Previstos na Legislação Extravagante - Crimes contra o Sistema
Financeiro Nacional
EMBARGOS DE DECLARAÇÃO
EMBARGANTE : FRANCISCO DEUSMAR DE QUEIROS
EMBARGANTE : JERÔNIMO ALVES BEZERRA
EMBARGANTE : GERALDO DE LIMA GADELHA FILHO
EMBARGANTE : IELTON BARRETO DE OLIVEIRA
ADVOGADO : MARCELO LEAL DE LIMA OLIVEIRA E OUTRO(S) - DF021932
EMBARGADO : MINISTÉRIO PÚBLICO FEDERAL
Documento: 1701424 - Inteiro Teor do Acórdão - Site certificado - DJe: 25/06/2018 Página 37 de 6
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Superior Tribunal de Justiça
CERTIDÃO
Certifico que a egrégia QUINTA TURMA, ao apreciar o processo em epígrafe na sessão
realizada nesta data, proferiu a seguinte decisão:
"Prosseguindo no julgamento, a Turma, por unanimidade, rejeitou os embargos."
Os Srs. Ministros Jorge Mussi, Reynaldo Soares da Fonseca e Joel Ilan Paciornik
votaram com o Sr. Ministro Relator.
Impedido o Sr. Ministro Ribeiro Dantas.
Documento: 1701424 - Inteiro Teor do Acórdão - Site certificado - DJe: 25/06/2018 Página 38 de 6
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Superior Tribunal de Justiça
CERTIDÃO DE JULGAMENTO
QUINTA TURMA
EDcl no AgRg no
Número Registro: 2014/0091750-6 PROCESSO ELETRÔNICO REsp 1.449.193 / CE
MATÉRIA CRIMINAL
Relator
Exmo. Sr. Ministro FELIX FISCHER
Ministro Impedido
Exmo. Sr. Ministro : RIBEIRO DANTAS
Presidente da Sessão
Exmo. Sr. Ministro REYNALDO SOARES DA FONSECA
Subprocuradora-Geral da República
Exma. Sra. Dra. ELIZETA MARIA DE PAIVA RAMOS
Secretário
Me. MARCELO PEREIRA CRUVINEL
AUTUAÇÃO
RECORRENTE : FRANCISCO DEUSMAR DE QUEIROS
RECORRENTE : JERÔNIMO ALVES BEZERRA
RECORRENTE : GERALDO DE LIMA GADELHA FILHO
RECORRENTE : IELTON BARRETO DE OLIVEIRA
ADVOGADOS : ANASTÁCIO JORGE MATOS DE SOUSA MARINHO E OUTRO(S) -
CE008502
ARIANO MELO PONTES - CE015593
TIAGO ASFOR ROCHA LIMA - CE016386
MARCELO LEAL DE LIMA OLIVEIRA E OUTRO(S) - DF021932
CAIO CESAR VIEIRA ROCHA - CE015095
RECORRIDO : MINISTÉRIO PÚBLICO FEDERAL
CORRÉU : ANDRÉA JUCA TERCEIRO
ASSUNTO: DIREITO PENAL - Crimes Previstos na Legislação Extravagante - Crimes contra o Sistema
Financeiro Nacional
EMBARGOS DE DECLARAÇÃO
EMBARGANTE : FRANCISCO DEUSMAR DE QUEIROS
EMBARGANTE : JERÔNIMO ALVES BEZERRA
EMBARGANTE : GERALDO DE LIMA GADELHA FILHO
EMBARGANTE : IELTON BARRETO DE OLIVEIRA
ADVOGADO : MARCELO LEAL DE LIMA OLIVEIRA E OUTRO(S) - DF021932
EMBARGADO : MINISTÉRIO PÚBLICO FEDERAL
Documento: 1701424 - Inteiro Teor do Acórdão - Site certificado - DJe: 25/06/2018 Página 39 de 6
39/40
Superior Tribunal de Justiça
CERTIDÃO
Certifico que a egrégia QUINTA TURMA, ao apreciar o processo em epígrafe na sessão
realizada nesta data, proferiu a seguinte decisão:
"Após o voto do Sr. Ministro Relator rejeitando os embargos, pediu vista,
antecipadamente, o Sr. Ministro Joel Ilan Paciornik."
Aguardam os Srs. Ministros Jorge Mussi e Reynaldo Soares da Fonseca.
Impedido o Sr. Ministro Ribeiro Dantas.
Documento: 1701424 - Inteiro Teor do Acórdão - Site certificado - DJe: 25/06/2018 Página 40 de 6
Processo: 0805802-55.2016.4.05.8100
Assinado eletronicamente por:
RAPHAEL NOGUEIRA BEZERRA DE MENEZES - Servidor Geral
18080913454958400000004055459
Data e hora da assinatura: 09/08/2018 14:04:38
Identificador: 4058100.4049794
Para conferência da autenticidade do documento: https://pje.jfce.jus.br/pje/Processo/ConsultaDocumento/listView.seam 40/40
1/4
2/4
3/4
Processo: 0805802-55.2016.4.05.8100
Assinado eletronicamente por:
RAPHAEL NOGUEIRA BEZERRA DE MENEZES - Servidor Geral
18080913454958500000004055461
Data e hora da assinatura: 09/08/2018 14:04:38
Identificador: 4058100.4049796
Para conferência da autenticidade do documento: https://pje.jfce.jus.br/pje/Processo/ConsultaDocumento/listView.seam 4/4
Superior Tribunal de Justiça
PEDIDO DE TUTELA PROVISÓRIA Nº 38 - CE (2016/0292446-7)
DECISÃO
1/4
Superior Tribunal de Justiça
acautelatória.
É o relatório.
Decido.
De início, cumpre assentar que, na linha da jurisprudência até então firmada no
âmbito desta Corte, a prisão cautelar deve ser considerada exceção, já que, por meio desta
medida, priva-se o réu de seu jus libertatis antes do pronunciamento condenatório definitivo,
consubstanciado na sentença transitada em julgado. É por isso que tal medida constritiva só
justifica caso demonstrada sua real indispensabilidade para assegurar a ordem pública, a
instrução criminal ou a aplicação da lei penal, ex vi do artigo 312 do Código de Processo
Penal, sob pena de configurar-se antecipação de pena ou execução provisória, inadmitida, até
então, pela Suprema Corte, com base no HC n. 84.078/MG, da relatoria do em. Ministro
Eros Grau.
Nesse sentido: AgRg no RHC 47.220/MG, 5ª Turma, Rel. Min. Regina
Helena Costa, DJe de 29/8/2014; RHC 36.642/RJ, 6ª Turma, Rel. Min. Maria Thereza
de Assis Moura, DJe de 29/8/2014; HC 296.276/MG, 5ª Turma, Rel. Min. Marco
Aurélio Bellizzee, DJe de 27/8/2014; RHC 48.014/MG, 6ª Turma, Rel. Min. Sebastião
Reis Júnior, DJe de 26/8/2014; v.g..
Entretanto, recentemente, o Plenário do col. Supremo Tribunal Federal evoluiu
em seu entendimento e, por maioria de votos, indeferiu o pedido formulado no HC n.
126.292/SP, de relatoria do e. Min. Teori Zavascki, e decidiu pela possibilidade do início do
cumprimento da pena após o julgamento da apelação. Em outras palavras, está autorizada a
execução provisória da pena após o julgamento de segunda instância, o que ocorreu no caso
concreto.
No caso vertente, aduzem os requerentes que ao juiz sentenciante falece
competência para a expedição de mandado de prisão em virtude do início da execução
provisória. Sobre o tema, trago à colação voto-vista por mim proferido nos autos do habeas
corpus n. 352216, em que fiz algumas considerações acerca da viabilidade de tal expediente,
malgrado partir de magistrado de primeira instância. Eis o excerto:
"[...] cumpre citar passagem da decisão proferida pelo em. Min. Edson
Fachin, no já apontado habeas corpus 135.752:
Documento: 67156286 - Despacho / Decisão - Site certificado - DJe: 24/11/2016 Página 2 de 4
2/4
Superior Tribunal de Justiça
"A opção legislativa de dar eficácia à sentença condenatória tão logo
confirmada em segundo grau de jurisdição, e não mais sujeita a recurso com efeito
suspensivo, está consentânea com a razão constitucional da própria existência dos
recursos às instâncias extraordinárias. Sabem todos que o trânsito em julgado, no
sistema recursal brasileiro, depende em algum momento da inércia da parte
sucumbente. Há sempre um recurso oponível a uma decisão, por mais incabível que
seja, por mais estapafúrdias que sejam as razões recursais invocadas. Se pudéssemos
dar à regra do art. 5º, LVII, da CF caráter absoluto, teríamos de admitir, no limite,
que a execução da pena privativa de liberdade só poderia operar-se quando o réu se
conformasse com sua sorte e deixasse de opor novos embargos declaratórios. Isso
significaria dizer que a execução da pena privativa de liberdade estaria condicionada
à concordância do apenado (...)".
3/4
Superior Tribunal de Justiça
recurso houver prova robusta da possibilidade de que o acusado condenado virá a
fugir para outro País, de modo a evitar futuro cumprimento de pena, não se pode dizer
que, considerando a determinação contida na sentença, de expedição de mandado de
prisão após o trânsito em julgado, estaria o Tribunal impedido de decretar a prisão
preventiva."
Rua João Carvalho, nº 485, 5.º andar, Aldeota, CEP 60.140.140 - Fortaleza/CE
CERTIDÃO
CERTIFICO que, nesta data, devido a limitações do PJe, ultimo a juntada anterior. O
referido é verdade. Dou fé.
Processo: 0805802-55.2016.4.05.8100
Assinado eletronicamente por:
RAPHAEL NOGUEIRA BEZERRA DE MENEZES - Servidor Geral
18080914052627100000004055552
Data e hora da assinatura: 09/08/2018 14:07:58
Identificador: 4058100.4049887
Para conferência da autenticidade do documento: https://pje.jfce.jus.br/pje/Processo/ConsultaDocumento/listView.seam 1/1
Superior Tribunal de Justiça
PEDIDO DE TUTELA PROVISÓRIA Nº 38 - CE (2016/0292446-7)
DECISÃO
1/3
Superior Tribunal de Justiça
amplamente arguidas e prequestionadas desde a origem pela defesa" (fl. 4).
É o relatório.
Decido.
2/3
Superior Tribunal de Justiça
Ante o exposto, com fulcro no art. 34, XI, do RISTJ, julgo prejudicada a tutela
provisória e a liminar outrora deferida.
P. e I.
ACÓRDÃO
Documento: 1721817 - Inteiro Teor do Acórdão - Site certificado - DJe: 20/06/2018 Página 1 de 4
1/7
Superior Tribunal de Justiça
AgRg no PEDIDO DE TUTELA PROVISÓRIA Nº 38 - CE (2016/0292446-7)
RELATÓRIO
Afirmam que o recurso especial ainda não transitou em julgado, pois "em face
da rejeição do Agravo Regimental, foram opostos Embargos de Declaração com efeitos
modificativos, os quais não foram, todavia, apreciados" (fl. 2224).
É o relatório.
Documento: 1721817 - Inteiro Teor do Acórdão - Site certificado - DJe: 20/06/2018 Página 2 de 4
2/7
Superior Tribunal de Justiça
AgRg no PEDIDO DE TUTELA PROVISÓRIA Nº 38 - CE (2016/0292446-7)
VOTO
Documento: 1721817 - Inteiro Teor do Acórdão - Site certificado - DJe: 20/06/2018 Página 3 de 4
3/7
Superior Tribunal de Justiça
fundamentos do decisum monocrático.
Nesse sentido:
4/7
Superior Tribunal de Justiça
PROVISÓRIA. EFEITO SUSPENSIVO A RECURSO ESPECIAL.
SUPERVENIENTE JULGAMENTO DO RECURSO. PERDA DE OBJETO.
1. Tendo em vista o superveniente julgamento do recurso
especial ao qual se pretendia conferir efeito suspensivo, deve ser
reconhecida a perda de objeto do pedido de tutela provisória.
2. Agravo regimental prejudicado." (AgRg no TP 91/SP,
Sexta Turma, Relª. Minª. Maria Thereza de Assis Moura, DJe
11/05/2017)
É o voto.
Documento: 1721817 - Inteiro Teor do Acórdão - Site certificado - DJe: 20/06/2018 Página 5 de 4
5/7
Superior Tribunal de Justiça
CERTIDÃO DE JULGAMENTO
QUINTA TURMA
AgRg no
Número Registro: 2016/0292446-7 PROCESSO ELETRÔNICO TP 38 / CE
MATÉRIA CRIMINAL
Relator
Exmo. Sr. Ministro FELIX FISCHER
Ministro Impedido
Exmo. Sr. Ministro : RIBEIRO DANTAS
Presidente da Sessão
Exmo. Sr. Ministro REYNALDO SOARES DA FONSECA
Subprocuradora-Geral da República
Exma. Sra. Dra. CÉLIA REGINA SOUZA DELGADO
Secretário
Me. MARCELO PEREIRA CRUVINEL
AUTUAÇÃO
REQUERENTE : FRANCISCO DEUSMAR DE QUEIROS
REQUERENTE : GERALDO DE LIMA GADELHA FILHO
REQUERENTE : IELTON BARRETO DE OLIVEIRA
REQUERENTE : JERÔNIMO ALVES BEZERRA
ADVOGADO : MARCELO LEAL DE LIMA OLIVEIRA E OUTRO(S) - DF021932
REQUERIDO : MINISTÉRIO PÚBLICO FEDERAL
CORRÉU : ANDRÉA JUCA TERCEIRO
ASSUNTO: DIREITO PENAL - Crimes Previstos na Legislação Extravagante - Crimes contra o Sistema
Financeiro Nacional
AGRAVO REGIMENTAL
AGRAVANTE : FRANCISCO DEUSMAR DE QUEIROS
AGRAVANTE : GERALDO DE LIMA GADELHA FILHO
AGRAVANTE : IELTON BARRETO DE OLIVEIRA
AGRAVANTE : JERÔNIMO ALVES BEZERRA
ADVOGADO : MARCELO LEAL DE LIMA OLIVEIRA E OUTRO(S) - DF021932
AGRAVADO : MINISTÉRIO PÚBLICO FEDERAL
CERTIDÃO
Certifico que a egrégia QUINTA TURMA, ao apreciar o processo em epígrafe na sessão
realizada nesta data, proferiu a seguinte decisão:
"A Turma, por unanimidade, negou provimento ao agravo regimental."
Documento: 1721817 - Inteiro Teor do Acórdão - Site certificado - DJe: 20/06/2018 Página 6 de 4
6/7
Superior Tribunal de Justiça
Os Srs. Ministros Jorge Mussi, Reynaldo Soares da Fonseca e Joel Ilan Paciornik
votaram com o Sr. Ministro Relator.
Impedido o Sr. Ministro Ribeiro Dantas.
Documento: 1721817 - Inteiro Teor do Acórdão - Site certificado - DJe: 20/06/2018 Página 7 de 4
Processo: 0805802-55.2016.4.05.8100
Assinado eletronicamente por:
RAPHAEL NOGUEIRA BEZERRA DE MENEZES - Servidor Geral
18080914064939400000004055558
Data e hora da assinatura: 09/08/2018 14:07:58
Identificador: 4058100.4049893
Para conferência da autenticidade do documento: https://pje.jfce.jus.br/pje/Processo/ConsultaDocumento/listView.seam 7/7
TRIBUNAL REGIONAL FEDERAL DA 5ª REGIÃO
12° VARA DA SEÇÃO JUDICIÁRIA DO CEARÁ
PROCESSO: 0805802-55.2016.4.05.8100 - EXECUÇÃO PROVISÓRIA
Outros participantes
Sem registros
CERTIDÃO DE RETIFICAÇÃO
Certifico que, em 09/08/2018, procedi à retificação de autuação deste processo para fazer constar:
Data de Operação Usuário
Item Situação anterior Situação atual
alteração realizada responsável
Marcelo Leal de
FRANCISCO Lima Oliveira,
DEUSMAR DE FRANCISCO
RAPHAEL
QUEIROS, DEUSMAR DE
09/08/2018 Parte - Polo NOGUEIRA
Inclusão ANASTACIO QUEIROS,
14:12 Passivo BEZERRA DE
JORGE MATOS ANASTACIO
MENEZES
DE SOUSA JORGE MATOS
MARINHO DE SOUSA
MARINHO
Processo: 0805802-55.2016.4.05.8100
Data e hora da inclusão: 10/08/2018 00:00:00
Identificador: 4058100.4052659
1/1
Tribunal Regional Federal da 5ª Região
PJe - Processo Judicial Eletrônico
Consulta Processual
17/08/2018
Número: 0802530-35.2018.4.05.0000
Classe: HABEAS CORPUS
Partes
Tipo Nome
ADVOGADO ANASTACIO JORGE MATOS DE SOUSA MARINHO
IMPETRANTE Marcelo Leal de Lima Oliveira
PACIENTE FRANCISCO DEUSMAR DE QUEIROS
ADVOGADO Marcelo Leal de Lima Oliveira
Documentos
Id. Data/Hora Documento Tipo
12078 17/08/2018 17:03 Decisão Decisão
831
1/2
PROCESSO Nº: 0802530-35.2018.4.05.0000 - HABEAS CORPUS
IMPETRANTE: MARCELO LEAL DE LIMA OLIVEIRA
PACIENTE: FRANCISCO DEUSMAR DE QUEIROS
ADVOGADO: Anastacio Jorge Matos De Sousa Marinho e outro
IMPETRADO: JUÍZO DA 12ª VARA FEDERAL DA SEÇÃO JUDICIÁRIA DO CEARÁ
RELATOR(A): Desembargador(a) Federal Francisco Roberto Machado - 1ª Turma
DECISÃO
Através da petição de id. 12078250, MARCELO LEAL DE LIMA OLIVEIRA, impetrante deste Habeas
Corpus, requer:
IV. DO PEDIDO
19. Assim, a fim de evitar que seja tomada decisão pelo Juízo de Execução, antes da manifestação desta Corte quanto aos
Embargos de Declaração opostos, assim como, levando-se em conta o comando constante do acórdão que determina a
suspensão da execução da pena até o trânsito em julgado perante o STJ, requer seja reafirmada a autoridade deste TRF,
determinando-se à 12ª Vara de Execução Penal do Ceará que mantenha suspensa a execução provisória da pena imposta aos
Pacientes, respeitando o quanto determinado no acórdão já proferido no presente habeas corpus.
Intimem-se.
Relator
Processo: 0805802-55.2016.4.05.8100
Assinado eletronicamente por:
Assinado eletronicamente.
JOSE FABIANO A Certificação
SILVA BARBOSADigital pertence a: FRANCISCO ROBERTO MACHADO - Magistrado Num. 12078831 - Pág. 1
18081717111650800000004096184
Data e hora da assinatura: 17/08/2018 17:11:16
https://pje.trf5.jus.br/pje/Processo/ConsultaDocumento/listView.seam?nd=18081716431705600000012058540
Identificador:
Número do documento: 4050000.12079071
18081716431705600000012058540
Para conferência da autenticidade do documento: https://pje.jfce.jus.br/pje/Processo/ConsultaDocumento/listView.seam 2/2
PODER JUDICIÁRIO
DIVISÃO DA 1ª TURMA
De ordem do Excelentíssimo Des. Federal Roberto Machado, comunico o inteiro teor da decisão liminar
proferida no presente processo, para ciência e cumprimento. O referido é verdade. Dou fé.
Processo: 0805802-55.2016.4.05.8100
Assinado eletronicamente por:
JOSE FABIANO SILVA BARBOSA
18081717111650800000004096183
Data e hora da assinatura: 17/08/2018 17:11:16
Identificador: 4050000.12079070
Para conferência da autenticidade do documento: https://pje.jfce.jus.br/pje/Processo/ConsultaDocumento/listView.seam 1/1
12ª Vara Federal do Ceará
Rua João Carvalho, nº 485, 5.º andar, Aldeota, CEP 60.140.140 - Fortaleza/CE
CERTIDÃO DE JUNTADA
CERTIFICO que, nesta data, faço juntada do malote digital encaminhado pelo STJ dia
21/08/18. O referido é verdade. Dou fé.
Processo: 0805802-55.2016.4.05.8100
Assinado eletronicamente por:
RAPHAEL NOGUEIRA BEZERRA DE MENEZES - Servidor Geral
18082116114284400000004110661
Data e hora da assinatura: 21/08/2018 16:14:38
Identificador: 4058100.4104867
Para conferência da autenticidade do documento: https://pje.jfce.jus.br/pje/Processo/ConsultaDocumento/listView.seam 1/1
REPÚBLICA FEDERATIVA DO BRASIL
PODER JUDICIÁRIO
MALOTE DIGITAL
1/15
SuperiorTribunal deJustiça
Termo de Recebimento e Autuação
Recebidos os presentes autos, foram registrados e autuados no dia 04/11/2016
na forma abaixo:
PEDIDO DE TUTELA PROVISÓRIA Nº 38 (2016/0292446-7 Número Único: 0292446-25.2016.3.00.0000)
Origem : TRIBUNAL REGIONAL FEDERAL DA 5ª REGIÃO
Localidade : FORTALEZA / CE
Nº. na Origem : 00126284320104058 126284320104058100 9363 16272007
27622010
Nºs. Conexos: :
Nº de Folhas : 0 Nº. de Volumes: 1 Nº de Apensos: 0
REQUERENTE FRANCISCO DEUSMAR DE QUEIROS
REQUERENTE GERALDO DE LIMA GADELHA FILHO
REQUERENTE IELTON BARRETO DE OLIVEIRA
REQUERENTE JERÔNIMO ALVES BEZERRA
ADVOGADO MARCELO LEAL DE LIMA OLIVEIRA E OUTRO(S) - DF021932
REQUERIDO MINISTÉRIO PÚBLICO FEDERAL
CORRÉU ANDRÉA JUCA TERCEIRO
CERTIDÃO
2762010
2/15
SuperiorTribunal deJustiça
PEDIDO DE TUTELA PROVISÓRIA Nº 38 (2016/0292446-7 Número Único: 0292446-25.2016.3.00.0000)
9363
Assunto: DIREITO PENAL - Crimes Previstos na Legislação Extravagante - Crimes contra o Sistema
Financeiro Nacional
Atribuição em 03/09/2014
Ministro Relator : FELIX FISCHER QUINTA TURMA
Ministro Relator para Acórdao :
Ministro Revisor :
Fase Atual
27/10/2016 Conclusos para julgamento ao(à) Ministro(a) FELIX FISCHER (Relator)
Ministro Revisor :
Fase Atual
23/09/2014 Conclusos para decisão ao(à) Ministro(a) FELIX FISCHER (Relator) - pela SJD
Assunto: DIREITO PENAL - Crimes Previstos na Legislação Extravagante - Crimes contra o Sistema
Financeiro Nacional
Atribuição em 02/10/2015
Ministro Relator : JORGE MUSSI QUINTA TURMA
Ministro Relator para Acórdao :
Ministro Revisor :
Fase Atual
24/02/2016 Remetidos os Autos (em grau de recurso) para SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL
recebendo o número de controle 233464
126284320104058100 3
9363 4
16272007 11
27622010 7
EMENTA
ACÓRDÃO
TP 38 Petição : 2018/0009263-1
C5424255510;812<05542@
2016/0292446-7
C434128164074<41@
Documento Página 1 de 1
6/15
Superior Tribunal deJustiça
F2
RELATÓRIO
2224).
É o relatório.
ô
VOTO
á
Nesse sentido:
PROVIDO.
1. Se o recurso especial cujo efeito suspensivo se procura
garantir com o pedido de tutela provisória não foi conhecido por este
Superior Tribunal, é forçoso reconhecer a perda superveniente do
interesse de agir do requerente.
2. Eventual pretensão de suspender a execução
provisória das penas restritivas de direito durante a tramitação de
recurso extraordinário deve ser deduzida por meio de instrumento
á
É o voto.
ô
nto assinado via Token digitalmente por FRANCISCO DE ASSIS VIEIRA SANSEVERINO, em 15/08/2018 13:41. Para verificar a assinatura acesse
EXMO. SR. MINISTRO RELATOR
5ª TURMA DO SUPERIOR TRIBUNAL DE J USTIÇA
Parecer nº 11.637/FAVS
(Vinculada ao RESP 1.449.193/CE)
11/15
ã ô
nto assinado via Token digitalmente por FRANCISCO DE ASSIS VIEIRA SANSEVERINO, em 15/08/2018 13:41. Para verificar a assinatura acesse
DEUSMAR DE QUEIROS, GERALDO DE LIMA GADELHA FILHO e IELTON
BARRETO DE OLIVEIRAJERÔNIMO ALVES BEZERRA contra decisão do
Relator que julgou prejudicado o Pedido na TP nº 38/CE.
II
III
12/15
ã ô
nto assinado via Token digitalmente por FRANCISCO DE ASSIS VIEIRA SANSEVERINO, em 15/08/2018 13:41. Para verificar a assinatura acesse
de Tutela Provisória nº 38, ali em tramitação, com a extensão da ordem aos correus
Ielton Barreto de Oliveira, Geraldo de Lima Gadelha Filho e Jerônimo Alves
Bezerra.” (íntegra do acórdão em anexo) (grifos nossos).
IV
FAVS/PL
ô
13/15
Superior Tribunal deJustiça
F2
DECISÃO
Cumpra-se.
Relator
à
Processo: 0805802-55.2016.4.05.8100
Assinado eletronicamente por:
ô
Rua João Carvalho, nº 485, 5.º andar, Aldeota, CEP 60.140.140 - Fortaleza/CE
DESPACHO
Dê-se vista ao MPF acerca do malote digital oriundo do STJ, de ID nº 4058100.4104872 , pelo prazo de
05 (cinco) dias.
Expedientes necessários.
(assinado eletronicamente)
Processo: 0805802-55.2016.4.05.8100
Assinado eletronicamente por:
CINTIA MENEZES BRUNETTA - Magistrado
18081315371529200000004071449
Data e hora da assinatura: 23/08/2018 12:49:53
Identificador: 4058100.4065770
Para conferência da autenticidade do documento: https://pje.jfce.jus.br/pje/Processo/ConsultaDocumento/listView.seam 1/1
12ª Vara Federal do Ceará
Rua João Carvalho, nº 485, 5.º andar, Aldeota, CEP 60.140.140 - Fortaleza/CE
DESPACHO
Dê-se vista ao MPF acerca do malote digital oriundo do STJ, de ID nº 4058100.4104872 , pelo prazo de
05 (cinco) dias.
Expedientes necessários.
(assinado eletronicamente)
Processo: 0805802-55.2016.4.05.8100
Assinado eletronicamente por:
CINTIA MENEZES BRUNETTA - Magistrado
18082312495519300000004123541
Data e hora da assinatura: 23/08/2018 12:49:56
Identificador: 4058100.4117736
Para conferência da autenticidade do documento: https://pje.jfce.jus.br/pje/Processo/ConsultaDocumento/listView.seam 1/1
TRIBUNAL REGIONAL FEDERAL DA 5ª REGIÃO
12º VARA DA SEÇÃO JUDICIÁRIA DO CEARÁ
PROCESSO: 0805802-55.2016.4.05.8100 - EXECUÇÃO PROVISÓRIA
Outros participantes
Sem registros
CERTIDÃO
CERTIFICO que, em 23/08/2018 13:24, o(a) MINISTÉRIO PÚBLICO FEDERAL foi intimado(a) acerca
de Despacho registrado em 23/08/2018 12:49 nos autos judiciais eletrônicos especificados na epígrafe.
1 - Esta Certidão é válida para todos os efeitos legais, havendo sido expedida através do Sistema Processo
Judicial Eletrônico - PJe.
3 - Esta Certidão foi emitida gratuitamente em 23/08/2018 13:24 - Seção Judiciária do Ceará.
Processo: 0805802-55.2016.4.05.8100
Data e hora da inclusão: 23/08/2018 13:24:50
Identificador: 4058100.4118099
1/1
PR-CE-MANIFESTAÇÃO-16185/2018
08058025520164058100
Documento assinado via Token digitalmente por MARCIO ANDRADE TORRES, em 24/08/2018 11:30. Para verificar a assinatura acesse
PR-CE-MANIFESTAÇÃO-16185/2018
MM Juiz,
PROCURADORIA DA Rua João Brígido, Nº 1260 5º Andar Salas 504 E 505, Joaquim
REPÚBLICA - Távora - Cep 60135080 - Fortaleza-CE
CEARÁ/MARACANAÚ Tel. (85)32667300 - Fax: - Email:Prce-sac@mpf.mp.br
Pág. 1 de 2
1/2
Documento assinado via Token digitalmente por MARCIO ANDRADE TORRES, em 24/08/2018 11:30. Para verificar a assinatura acesse
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PROCURADORIA DA Rua João Brígido, Nº 1260 5º Andar Salas 504 E 505, Joaquim
REPÚBLICA - Távora - Cep 60135080 - Fortaleza-CE
CEARÁ/MARACANAÚ Tel. (85)32667300 - Fax: - Email:Prce-sac@mpf.mp.br
Processo: 0805802-55.2016.4.05.8100
Assinado eletronicamente por:
MARCIO ANDRADE TORRES - Procurador
18082411303057400000004131284
Data e hora da assinatura: 24/08/2018 11:30:14
Identificador: 4058100.4125455 Pág. 2 de 2
Para conferência da autenticidade do documento: https://pje.jfce.jus.br/pje/Processo/ConsultaDocumento/listView.seam 2/2
MM Juíza,
Ciente o MPF da juntada do malote digitat oriundo do STJ, informando que no âmbito daquela Corte
nada obsta a execução provisória.
No entanto, o TRF da 5ª Região, por decisão liminar do Des. Roberto Machado, ainda manteve a
suspensão da presente execução provisória.
Márcio Torres
PR-CE
Processo: 0805802-55.2016.4.05.8100
Assinado eletronicamente por:
MARCIO ANDRADE TORRES - Procurador
18090311365255500000004358370
Data e hora da assinatura: 03/09/2018 11:39:28
Identificador: 4058100.4352478
Para conferência da autenticidade do documento: https://pje.jfce.jus.br/pje/Processo/ConsultaDocumento/listView.seam 1/1
PROCESSO Nº: 0805802-55.2016.4.05.8100 - EXECUÇÃO PROVISÓRIA
EXEQUENTE: MINISTÉRIO PÚBLICO FEDERAL
CONDENADO: FRANCISCO DEUSMAR DE QUEIROS
ADVOGADO: Marcelo Leal De Lima Oliveira e outro
12ª VARA FEDERAL - CE (JUIZ FEDERAL TITULAR)
DECISÃO
O Tribunal Regional Federal da 5ª deu parcial provimento ao apelo da defesa para afastar a condenação
pelo delito previsto no art. 27-C da Lei n. 6.385/1976, mas manteve a condenação pelos delitos previstos
do art. 7º, IV, da Lei n. 7.492/1986, na forma do art. 71 do Código Penal. A pena ficou em 09 (nove)
anos e 02(dois) meses de reclusão em regime fechado, além de 250 dias-multa, estes no valor de 10
salários mínimos vigentes à época dos fatos. (ID 4058100.1463938)
Juntada decisão monocrática da Primeira Turma do TRF5 "(...) Assim, determino que permaneçam
suspensas as Execuções Provisórias Penais nos 0805802-55.2016.4.05.8100,
0805810-32.2016.4.05.8100, 0805805-10.2016.4.05.8100 e 0805812-02.2016.4.05.8100 (decorrentes das
condenações impostas a FRANCISCO DEUSMAR DE QUEIRÓS, IELTON BARRETO DE OLIVEIRA,
GERALDO DE LIMA GADELHA FILHO e JERÔNIMO ALVES BEZERRA, nos autos da Ação Penal nº
0012628.43.2010.4.05.8100), até o julgamento dos Embargos de Declaração interpostos pela defesa,
pautados para julgamento na sessão da Primeira Turma de 30/08/2016. (... )" (ID 4050000.12079070).
Foi este juízo comunicado da decisão do e. Superior Tribunal de Justiça determinando o início da
execução provisória das penas.
1/2
Expeça-se mandado de prisão. Considerando que o advogado do executado compareceu no gabinete do
magistrado que estava em substituição a essa vara e solicitou que, pelas condições pessoais e sociais do
réu, este pudesse se apresentar espontaneamente para início do cumprimento da pena, e tendo em vista
que ele respondeu a todo o processo solto e não demonstrou intenção de fuga, hei por bem acolher o
pleito, pelo que DETERMINO que a Polícia Federal somente dê cumprimento ao mandado após 24h do
seu recebimento - lapso durante o qual o executado deverá se apresentar perante a autoridade policial, sob
pena de ser preso onde for encontrado. Após a expedição do mandado de prisão, dê-se ciência ao
advogado do executado, por telefone.
Efetivada a prisão, fica desde já declinada a competência para a Justiça Estadual, devendo a Secretaria
expedir a respectiva guia de execução.
Intimem-se as partes .
Expedientes necessários.
Juiz Federal Titular da 35ª Vara Federal/CE, respondendo pela titularidade da 12ª Vara
Federal/CE.
(assinado eletronicamente)
Processo: 0805802-55.2016.4.05.8100
Assinado eletronicamente por:
CINTIA MENEZES BRUNETTA - Magistrado
18090715403441900000004798586
Data e hora da assinatura: 07/09/2018 15:40:34
Identificador: 4058100.4792596
Para conferência da autenticidade do documento: https://pje.jfce.jus.br/pje/Processo/ConsultaDocumento/listView.seam 2/2
PROCESSO Nº: 0805802-55.2016.4.05.8100 - EXECUÇÃO PROVISÓRIA
EXEQUENTE: MINISTÉRIO PÚBLICO FEDERAL
CONDENADO: FRANCISCO DEUSMAR DE QUEIROS
ADVOGADO: Marcelo Leal De Lima Oliveira e outro
12ª VARA FEDERAL - CE (JUIZ FEDERAL TITULAR)
DECISÃO
O Tribunal Regional Federal da 5ª deu parcial provimento ao apelo da defesa para afastar a condenação
pelo delito previsto no art. 27-C da Lei n. 6.385/1976, mas manteve a condenação pelos delitos previstos
do art. 7º, IV, da Lei n. 7.492/1986, na forma do art. 71 do Código Penal. A pena ficou em 09 (nove)
anos e 02(dois) meses de reclusão em regime fechado, além de 250 dias-multa, estes no valor de 10
salários mínimos vigentes à época dos fatos. (ID 4058100.1463938)
Juntada decisão monocrática da Primeira Turma do TRF5 "(...) Assim, determino que permaneçam
suspensas as Execuções Provisórias Penais nos 0805802-55.2016.4.05.8100,
0805810-32.2016.4.05.8100, 0805805-10.2016.4.05.8100 e 0805812-02.2016.4.05.8100 (decorrentes das
condenações impostas a FRANCISCO DEUSMAR DE QUEIRÓS, IELTON BARRETO DE OLIVEIRA,
GERALDO DE LIMA GADELHA FILHO e JERÔNIMO ALVES BEZERRA, nos autos da Ação Penal nº
0012628.43.2010.4.05.8100), até o julgamento dos Embargos de Declaração interpostos pela defesa,
pautados para julgamento na sessão da Primeira Turma de 30/08/2016. (... )" (ID 4050000.12079070).
Foi este juízo comunicado da decisão do e. Superior Tribunal de Justiça determinando o início da
execução provisória das penas.
1/2
Expeça-se mandado de prisão. Considerando que o advogado do executado compareceu no gabinete do
magistrado que estava em substituição a essa vara e solicitou que, pelas condições pessoais e sociais do
réu, este pudesse se apresentar espontaneamente para início do cumprimento da pena, e tendo em vista
que ele respondeu a todo o processo solto e não demonstrou intenção de fuga, hei por bem acolher o
pleito, pelo que DETERMINO que a Polícia Federal somente dê cumprimento ao mandado após 24h do
seu recebimento - lapso durante o qual o executado deverá se apresentar perante a autoridade policial, sob
pena de ser preso onde for encontrado. Após a expedição do mandado de prisão, dê-se ciência ao
advogado do executado, por telefone.
Efetivada a prisão, fica desde já declinada a competência para a Justiça Estadual, devendo a Secretaria
expedir a respectiva guia de execução.
Intimem-se as partes .
Expedientes necessários.
Juiz Federal Titular da 35ª Vara Federal/CE, respondendo pela titularidade da 12ª Vara
Federal/CE.
(assinado eletronicamente)
Processo: 0805802-55.2016.4.05.8100
Assinado eletronicamente por:
CINTIA MENEZES BRUNETTA - Magistrado
18090715403483700000004798588
Data e hora da assinatura: 07/09/2018 15:40:35
Identificador: 4058100.4792598
Para conferência da autenticidade do documento: https://pje.jfce.jus.br/pje/Processo/ConsultaDocumento/listView.seam 2/2
PODER JUDICIÁRIO FEDERAL
SEÇÃO JUDICIÁRIA DO CEARÁ
SEÇÃO JUDICIÁRIA - 12ª VARA FEDERAL
Rua João Carvalho, 485, 5º andar, Aldeota, Fone: (85) 3391-5860
Atendimento: de 2ª a 6ª das 09:00h às 18:00h - E-mail vara12@jfce.jus.br
CERTIDÃO
Certifico e dou fé que nesta data, juntei decisão enviada pelo Superior Tribunal de Justiça.
Processo: 0805802-55.2016.4.05.8100
Assinado eletronicamente por:
JOAO GETULIO CHAVES SAMPAIO - Servidor Geral
18090722432645900000004835722
Data e hora da assinatura: 07/09/2018 22:46:52
Identificador: 4058100.4829731
Para conferência da autenticidade do documento: https://pje.jfce.jus.br/pje/Processo/ConsultaDocumento/listView.seam 1/1
1/8
2/8
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6/8
7/8
Processo: 0805802-55.2016.4.05.8100
Assinado eletronicamente por:
JOAO GETULIO CHAVES SAMPAIO - Servidor Geral
18090722441730000000004835723
Data e hora da assinatura: 07/09/2018 22:46:52
Identificador: 4058100.4829732
Para conferência da autenticidade do documento: https://pje.jfce.jus.br/pje/Processo/ConsultaDocumento/listView.seam 8/8
TRIBUNAL REGIONAL FEDERAL DA 5ª REGIÃO
12° VARA DA SEÇÃO JUDICIÁRIA DO CEARÁ
PROCESSO: 0805802-55.2016.4.05.8100 - EXECUÇÃO PROVISÓRIA
Outros participantes
Sem registros
CERTIDÃO DE RETIFICAÇÃO
Certifico que, em 07/09/2018, procedi à retificação de autuação deste processo para fazer constar:
Data de Operação Usuário
Item Situação anterior Situação atual
alteração realizada responsável
DIREITO
PROCESSUAL
PENAL|Execução
Penal|Pena
DIREITO
Restritiva de
PROCESSUAL
Direitos|Interdição JOAO GETULIO
07/09/2018 PENAL|Execução
Assunto Exclusão Temporária de CHAVES
23:03 Penal|Pena
Direitos|, DIREITO SAMPAIO
Privativa de
PROCESSUAL
Liberdade|Remição|
PENAL|Execução
Penal|Pena
Privativa de
Liberdade|Remição|
DIREITO
PROCESSUAL
DIREITO
PENAL|Execução
PROCESSUAL
Penal|Pena
PENAL|Execução
Restritiva de
Penal|Pena
Direitos|Interdição JOAO GETULIO
07/09/2018 Restritiva de
Assunto Inclusão Temporária de CHAVES
1/2
23:03 Direitos|Interdição Direitos|, DIREITO SAMPAIO
Temporária de PROCESSUAL
Direitos| PENAL|Execução
Penal|Pena
Privativa de
Liberdade|Remição|
Processo: 0805802-55.2016.4.05.8100
Data e hora da inclusão: 08/09/2018 00:00:00
Identificador: 4058100.4837221
2/2
12ª Vara Federal do Ceará
Rua João Carvalho, nº 485, 5.º andar, Aldeota, CEP 60.140.140 - Fortaleza/CE
MANDADO DE PRISÃO
O réu foi condenado pelo Tribunal Regional Federal da 5ª Região como incurso nas
sanções do art. 7º, inciso IV, da Lei nº 7.492/86, à pena de 9 (nove) anos e 2 (dois) meses de reclusão,
em regime inicialmente fechado, e à pecuniária de 250 (duzentos e cinquenta) dias-multa .
Considerando a entendimento firmado pelo STF de que "a possibilidade de início da pena condenatória
após a confirmação da sentença em segundo grau não ofende o princípio constitucional da presunção da
inocência" (HC 126.292, de 17/02/2016), foi determinada a autuação da Execução Provisória. Será
declinada a competência para o Juízo das Execuções Penais da Comarca de Fortaleza/CE tão logo ocorra
a prisão.
Juíza Federal Substituta da 35ª Vara da SJ/CE, respondendo pela 12ª Vara, em virtude do Ato nº 357/2018
da Corregedoria-Regional do TRF da 5ª Região
(assinado eletronicamente)
Processo: 0805802-55.2016.4.05.8100
Assinado eletronicamente por:
CINTIA MENEZES BRUNETTA - Magistrado
18090723155065400000004839287
Data e hora da assinatura: 08/09/2018 00:19:14
Identificador: 4058100.4833296
Para conferência da autenticidade do documento: https://pje.jfce.jus.br/pje/Processo/ConsultaDocumento/listView.seam 1/1
TRIBUNAL REGIONAL FEDERAL DA 5ª REGIÃO
12º VARA DA SEÇÃO JUDICIÁRIA DO CEARÁ
PROCESSO: 0805802-55.2016.4.05.8100 - EXECUÇÃO PROVISÓRIA
Outros participantes
Sem registros
CERTIDÃO
CERTIFICO que, em 08/09/2018 08:58, o(a) MINISTÉRIO PÚBLICO FEDERAL foi intimado(a) acerca
de Decisão registrado em 07/09/2018 15:40 nos autos judiciais eletrônicos especificados na epígrafe.
1 - Esta Certidão é válida para todos os efeitos legais, havendo sido expedida através do Sistema Processo
Judicial Eletrônico - PJe.
3 - Esta Certidão foi emitida gratuitamente em 08/09/2018 08:58 - Seção Judiciária do Ceará.
Processo: 0805802-55.2016.4.05.8100
Data e hora da inclusão: 08/09/2018 08:58:56
Identificador: 4058100.4890418
1/1
PROCESSO Nº: 0805802-55.2016.4.05.8100 - EXECUÇÃO PROVISÓRIA
EXEQUENTE: MINISTÉRIO PÚBLICO FEDERAL
CONDENADO: FRANCISCO DEUSMAR DE QUEIROS
ADVOGADO: Marcelo Leal De Lima Oliveira e outro
12ª VARA FEDERAL - CE (JUIZ FEDERAL TITULAR)
Certifico que, em cumprimento da decisão de código de identificador de nº. 4058100.4654884, dei ciência
por telefone às 12:13, como determinado, ao advogado Anastácio Marinho, da mesma decisão.
Processo: 0805802-55.2016.4.05.8100
Assinado eletronicamente por:
CLEBER VINICIUS MAIA MASCARENHAS - Diretor de Secretaria
18090813104609000000004919197
Data e hora da assinatura: 08/09/2018 13:13:03
Identificador: 4058100.4913206
Para conferência da autenticidade do documento: https://pje.jfce.jus.br/pje/Processo/ConsultaDocumento/listView.seam 1/1
TRIBUNAL REGIONAL FEDERAL DA 5ª REGIÃO
12º VARA DA SEÇÃO JUDICIÁRIA DO CEARÁ
PROCESSO: 0805802-55.2016.4.05.8100 - EXECUÇÃO PROVISÓRIA
Outros participantes
Sem registros
CERTIDÃO
CERTIFICO que, em 08/09/2018 14:21, o(a) Sr(a) FRANCISCO DEUSMAR DE QUEIROS foi
intimado(a) acerca de Decisão registrado em 07/09/2018 15:40 nos autos judiciais eletrônicos
especificados na epígrafe.
1 - Esta Certidão é válida para todos os efeitos legais, havendo sido expedida através do Sistema Processo
Judicial Eletrônico - PJe.
3 - Esta Certidão foi emitida gratuitamente em 08/09/2018 14:21 - Seção Judiciária do Ceará.
Processo: 0805802-55.2016.4.05.8100
Data e hora da inclusão: 08/09/2018 14:21:14
Identificador: 4058100.4918535
1/1
Petição anexa.
Processo: 0805802-55.2016.4.05.8100
Assinado eletronicamente por:
Marcelo Leal de Lima Oliveira - Advogado
18090816190606600000004936083
Data e hora da assinatura: 08/09/2018 16:21:46
Identificador: 4058100.4930092
Para conferência da autenticidade do documento: https://pje.jfce.jus.br/pje/Processo/ConsultaDocumento/listView.seam 1/1
EXCELENTÍSSIMA JUÍZA DA 12ª VARA DE EXECUÇÃO PENAL DO CEARÁ
1/6
4. Com base no novel entendimento do Supremo Tribunal Federal
sobre a possibilidade de prisão após decisão de segundo grau, o Ministério
Público Federal requereu fosse dado início à execução provisória da pena, o que
foi inicialmente deferido por Vossa Excelência.
2/6
respeitando o quanto determinado no acórdão já proferido naquele habeas
corpus.
3/6
14. Todavia, como visto acima, existe ordem judicial não atacada
e em vigor, proferida por Desembargador do TRF5, suspendendo a
execução provisória da pena.
4/6
judicial impedindo o prosseguimento do feito, nada justifica a imediata expedição
de ordem de prisão.
5/6
deste Tribunal concedeu parcialmente a ordem em favor de
FRANCISCO DEUSMAR, suspendendo aludida execução até o
julgamento final, pelo STJ, do Pedido de Tutela Provisória nº 38
no REsp nº 1.449.193/CE, com a extensão da ordem aos
corréus IELTON, GERALDO e JERÔNIMO. Portanto, enquanto
não transitada em julgado a decisão proferida naquele pedido de
Tutela Provisória perante o STJ, inexiste risco que voltar a correr
as Execuções Provisórias propostas em face dos pacientes.
P. deferimento.
Brasília, 08 de setembro de 2018.
Processo: 0805802-55.2016.4.05.8100
Assinado eletronicamente por:
Marcelo Leal de Lima Oliveira - Advogado
18090816211281700000004936084
Data e hora da assinatura: 08/09/2018 16:21:46
Identificador: 4058100.4930093
Para conferência da autenticidade do documento: https://pje.jfce.jus.br/pje/Processo/ConsultaDocumento/listView.seam 6/6
MM Juíza Federal,
Não assiste razão à zelosa defesa dos sentenciados FRANCISCO DEUSMAR DE QUEIROS E
OUTROS.
Com efeito, antes da decisão do Exmo. Min. Relator do STJ Felix Fischer, objeto de comunicação a esse
juizo para fins de ser iniciada a execução penal, o MPF havia reconhecido que as execuções penais
deveriam manter-se suspensas, por força de uma segunda decisão liminar proferida pelo Desembargador
Federal Roberto Machado, nos autos do HC 0802825-30.2018.4.05.0000.
Em tal decisão, como reconhece a defesa, ficou determinada a suspensão das execuções até o julgamento
dos embargos de declaração interpostos no referido HC, em que a defesa pretende modificar o
entendimento da 1ª Turma do TRF da 5ª Região, em que foi vencedor o voto do Des. Elio Wanderley,
assim ementado: " Vistos e relatados os presentes autos, DECIDE a Primeira Turma do Tribunal Regional
Federal da 5ª Região, por unanimidade, conceder parcialmente a ordem de Habeas Corpus , para
suspender a execução provisória da pena imposta ao paciente até o julgamento final, pelo STJ, do Pedido
de Tutela Provisória nº 38 no REsp nº 1.449.193/CE, com a extensão da ordem aos corréus IBO, GLGF e
JAB, nos termos do relatório e voto anexos, que passam a integrar o presente julgamento
Ocorre que o STJ, intérprete autêntico de suas próprias decisões, determinou a execução provisória
das penas, independentemente do trânsito em julgado das decisões proferidas no âmbito da Corte
Especial, tanto na TP 38 quanto no RESP 1449193:
"No caso, verifica-se que, com o julgamento do recurso especial, além do agravo regimental e dos
consequentes embargos de declaração, houve o esgotamento da jurisdição pela eg. Quinta Turma deste
Superior Tribunal de Justiça, sendo que, por tal razão, houve a perda de objeto do pedido de tutela
provisório anteriormente deferido na TP 38/CE.
Assim, com a interposição do recurso de embargos de divergência (fls. 1206-1301), o pedido de efeito
suspensivo deve ser dirigido ao órgão competência para julgamento da impugnação.
O fato e que não se pode negar vigência à decisão do STJ proferida na PetExe nos EDcl nos EDcl no
AgRg no RECURSO ESPECIAL Nº 1.449.193 - CE (2014/0091750-6), a qual deverá ser atacada pela
defesa nas vias própria, seja na 2ª Seção, competente para conhecer dos embargos de divergência já
interpostos pelos combatentes advogados, seja no STF, onde inclusive já foi manejado o remédio heroico
e se encontra sob a relatoria do Min. Edson Fachin (HC 161.949), para quem os autos foram conclusos
após nova petição da defesa.
A ser assim, considerando a necessidade de dar efetividade à decisão proferida pelo Min. Relator Felix
Fischer, que está sendo atacada pela defesa no STF por intermédio do HC 161.949), ainda sem decisão do
Relator, requer o MPF a manutenção da decisão que determinou a prisão dos executados, desta feita sem
a necessidade de se aguardar o prazo espontâneo de 24h para cumprimento, uma vez que não notícia de
intenção de comparecimento espontâneo.
Na oportunidade, anexo a petição de execução protocolizada pelo órgão do MPF atuante junto ao STJ,
1/2
para conhecimento desse juízo e o extrato de processamento do HC 161.949.
Requer ainda o MPF seja considerado o presente parecer nas execuções provisórias
08005810-32.2016.4.05.8100, 0805805-10.2016.4.05.8100 e 0805812-02.2016.4.05.8100.
E. Deferimento,
Procurador da República
Processo: 0805802-55.2016.4.05.8100
Assinado eletronicamente por:
MARCIO ANDRADE TORRES - Procurador, MARCIO ANDRADE TORRES - Procurador
18090817595257600000004946753
Data e hora da assinatura: 08/09/2018 18:45:36
Identificador: 4058100.4940762
Para conferência da autenticidade do documento: https://pje.jfce.jus.br/pje/Processo/ConsultaDocumento/listView.seam 2/2
MINISTÉRIO PÚBLICO FEDERAL
PROCURADORIA GERAL DA REPÚBLICA
Documento assinado via Token digitalmente por FRANCISCO DE ASSIS VIEIRA SANSEVERINO, em 30/08/2018 09:41. Para verificar a assinatura acesse
EXCELENTÍSSIMO SENHOR MINISTRO RELATOR,
PETIÇÃO N. 11.637/2018-FAVS
1/16
MINISTÉRIO PÚBLICO FEDERAL
Petição no RECURSO ESPECIAL Nº 1.449.193/CE
I – BREVE HISTÓRICO
Documento assinado via Token digitalmente por FRANCISCO DE ASSIS VIEIRA SANSEVERINO, em 30/08/2018 09:41. Para verificar a assinatura acesse
1. Em 19-10-2010, o MPF ofereceu denúncia contra os réus ANDRÉA
JUCÁ TERCEIRO, FRANCISCO DEUSMAR DE QUEIRÓS, GERALDO DE LIMA
GADELHA FILHO, IELTON BARRETO DE OLIVEIRA e JERÔNIMO ALVES
BEZERRA, como incursos no art. 7º, IV, da Lei n° 7.492/86, pela prática, em síntese, dos
seguintes fatos: a) nos períodos de 14 a 18-8-2006 e de 21 a 24-11-2006, em decorrência de
reclamação do investidor José Bismarque Coelho Guerra, o Ministério Público Federal e a
Comissão de Valores Mobiliários realizaram inspeção na empresa RENDA CORRETORA
DE MERCADORIAS S/C LTDA., então dirigida pelos sócios FRANCISCO DEUSMAR DE
QUEIRÓS e IELTON BARRETO DE OLIVEIRA; b) o investidor José Bismarque Coelho
Guerra vendeu ações de emissão do Banco do Estado do Ceará (BEC) à empresa RENDA
2.
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mobiliários fora da bolsa de valores durante os anos de 2000 a 2006, sem que fosse registrada
na CVM (fls. 2-11).
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2. Em 19-11-2010, o Juízo Federal da 11ª Vara da Seção Judiciária do
Ceará/CE recebeu a denúncia (fls. 12-3).
3.
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legalmente exigida (art. 7º, IV, da Lei n° 7.492 c.c o art. 71 do CP), e ao
pagamento de 200 dias-multa; a 5 anos de reclusão pela prática do crime de realizar
operações simuladas ou executar outras manobras fraudulentas, com a finalidade de
alterar artificialmente o regular funcionamento dos mercados de valores mobiliários
em bolsa de valores, de mercadorias e de futuros, no mercado de balcão ou no
mercado de balcão organizado, com o fim de obter vantagem indevida ou lucro,
para si ou para outrem, ou causar dano a terceiros (art. 27-C da Lei n° 6.385/76), e
ao pagamento de 3 vezes o montante da vantagem ilícita obtida em decorrência do
crime, em regime inicial fechado;
4.
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7. Em 14-08-2013, o MPF ofereceu contrarrazões aos embargos de
declaração (fls. 622-30).
5.
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12. Em 09-12-2013, a defesa dos réus FRANCISCO DEUSMAR DE
QUEIRÓS, GERALDO DE LIMA GADELHA FILHO, IELTON BARRETO DE
OLIVEIRA e JERÔNIMO ALVES BEZERRA interpôs recurso extraordinário (fls. 764-5;
771-823).
6.
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Recurso Especial 1.449.193/CE, do qual esta tutela provisória é incidental, foi julgado
monocraticamente, tendo sido conhecido em parte e, na extensão, desprovido. No dia 20 de
fevereiro deste ano, a col. Quinta Turma deste Superior Tribunal de Justiça julgou o agravo
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regimental naquele feito, negando provimento ao recurso para manter os fundamentos do
decisum monocrático. Em tal contexto, verifico que o presente pedido perdeu o objeto, em
razão da superveniência da decisão de mérito proferida nos autos da ação principal.”
(consulta ao site do STJ; TP nº 38/CE)
7.
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26.1. Em 17-08-2018, o Desembargador Relator do TRF/5ª Região deferiu
liminar no HC nº 0802530-35.2018.4.05.0000, em razão da possibilidade de serem atribuídos
efeitos infringentes aos embargos de declaração opostos em 28-06-2018, e determinou a
suspensão das Execuções Provisórias nº 0805802-55.2016.4.05.8100, 0805810-
32.2016.4.05.8100, 0805-10.2016.4.05.8100 e 0805812-02.2016.4.05.8100, decorrentes das
condenações dos réus FRANCISCO DEUSMAR DE QUEIRÓS, IELTON BARRETO DE
OLIVEIRA, GERALDO DE LIMA GADELHA FILHO e JERÔNIMO ALVES BEZERRA ,
nos autos da Ação Penal nº 0012628.43.2010.4.05.8100 (site TRF/5ª Região).
“Relatório
8.
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(EDcl no AgRg no REsp 1.449.193-CE).
VOTO
(…).
9.
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condenatória, como uma garantia erigida em favor do status libertatis do réu, não
modificada por recurso da acusação, a norma endócrina do julgado deve prevalecer
sobre o entendimento firmado pelo Pretório Excelso no HC 126.292/SP, nas Medidas
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Cautelares nas ADC's 43 e 44 e no ARE 964.246/SP (os quais admitiram a
possibilidade de execução provisória da pena após condenação em segunda instância,
diante da ausência de efeito suspensivo dos recursos extremos). Do contrário, estar-se-
ia violando o postulado que veda a reformatio in pejus (art. 617 do CPP).
Portanto, o teor do item 90 da sentença (em nenhum momento atacado pela acusação),
a condenação só poderá ser executada após o seu trânsito em julgado, o que é diferente,
por óbvio, do julgamento em segundo grau de jurisdição. Desse modo, em respeito à
coisa julgada, deve-se garantir ao paciente o direito de aguardar em liberdade a
conclusão do processo.
Neste contexto, mostra-se ilegal a decisão do Juízo da 12ª Vara Federal do Ceará que
determinou o prosseguimento da Execução Provisória nº 0805802-55.2016.4.05.8100.
Prossigo.
O art. 580 do CPP prevê que, no concurso de agentes, a decisão do recurso interposto
por um dos réus, se fundado em motivos que não sejam de caráter exclusivamente
pessoal, aproveitará aos outros.
(…).
Desse modo, com se está elencado, para fins de concessão da ordem, apenas elementos
eminentemente objetivos, resta evidenciada situação análoga em relação a IELTON
BARRETO DE OLIVEIRA, GERALDO DE LIMA GADELHA FILHO e JERÔNIMO
ALVES BEZERRA, todos também condenados nos autos da Ação Penal nº 0012628-
43.2010.4.05.8100 (cada um a 5 anos de reclusão e multa, pela prática do crime do art.
7º, IV, da Lei nº 7.492/86, pendente de julgamento no STJ), porque inexiste qualquer
10.
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Provisória nº 0805802-55.2016.4.05.8100, proposta contra FRANCISCO DEUSMAR
DE QUEIRÓS, com extensão da ordem a IELTON BARRETO DE OLIVEIRA,
GERALDO DE LIMA GADELHA FILHO e JERÔNIMO ALVES BEZERRA, com a
consequente extinção das Execuções Provisórias nºs 805810-32.2016.4.05.8100,
0805805-10.2016.4.05.8100 e 0805812-02.2016.4.05.8100.
É como voto.”
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competente, quando legalmente exigida (art. 7º, IV, da Lei n° 7.492 c.c o art. 71 do
CP), e ao pagamento de 250 dias-multa; a 6 anos e 8 meses de reclusão pela prática
do crime de realizar operações simuladas ou executar outras manobras fraudulentas,
com a finalidade de alterar artificialmente o regular funcionamento dos mercados
de valores mobiliários em bolsa de valores, de mercadorias e de futuros, no
mercado de balcão ou no mercado de balcão organizado, com o fim de obter
vantagem indevida ou lucro, para si ou para outrem, ou causar dano a terceiros (art.
27-C da Lei n° 6.385/76), e ao pagamento de 3 vezes o montante da vantagem
ilícita obtida em decorrência do crime, em regime inicial fechado;
12.
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legalmente exigida (art. 7º, IV, da Lei n° 7.492 c.c o art. 71 do CP), e ao pagamento
de 200 dias-multa; a 5 anos de reclusão pela prática do crime de realizar operações
simuladas ou executar outras manobras fraudulentas, com a finalidade de alterar
artificialmente o regular funcionamento dos mercados de valores mobiliários em
bolsa de valores, de mercadorias e de futuros, no mercado de balcão ou no mercado
de balcão organizado, com o fim de obter vantagem indevida ou lucro, para si ou
para outrem, ou causar dano a terceiros (art. 27-C da Lei n° 6.385/76), e ao
pagamento de 3 vezes o montante da vantagem ilícita obtida em decorrência do
crime, em regime inicial fechado (fls. 380-420).
1 Art. 283. Ninguém poderá ser preso senão em flagrante delito ou por ordem escrita e fundamentada da
autoridade judiciária competente, em decorrência de sentença condenatória transitada em julgado ou, no
curso da investigação ou do processo, em virtude de prisão temporária ou prisão preventiva. (Redação dada
pela Lei nº 12.403, de 2011).
13.
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37. O Pleno do STF, indeferiu a liminar na ADC nº 43 e na ADC nº 44,
e confirmou o entendimento firmado no HC nº 126.292.
“(...)
IV - Por ocasião do julgamento do ARE n. 964.246, submetido à sistemática
da repercussão geral, o Plenário do col. Pretório Excelso reafirmou sua
jurisprudência no sentido de que "a execução provisória de acórdão penal
condenatório proferido em grau recursal, ainda que sujeito a recurso
14.
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V - Os recursos às instâncias superiores carecem de efeito suspensivo e a
execução provisória da pena é consectário lógico do esgotamento da jurisdição
das instâncias ordinárias, não necessitando de fundamentação a determinação do
cumprimento provisório da pena fixada.
VI - Autorizada a execução provisória da pena após o julgamento de
segunda instância, o que ocorreu no caso concreto, não há que se falar em
prisão preventiva e, de consequência, nos requisitos do art. 312 para sua
decretação. (Precedentes).
Habeas Corpus não conhecido.
(HC 390.664/SP, Rel. Ministro FELIX FISCHER, QUINTA TURMA, julgado
em 21/11/2017, DJe 28/11/2017)
“(...)
1. O Supremo Tribunal Federal, no julgamento do HC n. 126.292/SP, das
ADCs n. 43 e 44 e, posteriormente, do ARE n. 964.246, sob a sistemática da
repercussão geral, firmou o entendimento de que é possível a execução da
pena depois da prolação de acórdão em segundo grau de jurisdição e antes
do trânsito em julgado da condenação, para garantir a efetividade do
42. Por fim, cumpre ressaltar que os embargos de declaração opostos em 28-
06-2018, que serviram de fundamento para que o Desembargador Relator do TRF/5ª Região
deferir liminar no HC nº 0802530-35.2018.4.05.0000, foi julgado em 14-08-2018
(publicado em 20-08-2018), tendo a 5ª Turma do STJ, à unanimidade de votos, os
rejeitado, por entendê-los incabíveis (site STJ).
15.
15/16
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III
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43. Em face do exposto, o MPF REQUER a V. Exa., com fundamento no
art. 637 do CPP, ordenar a imediata execução provisória da pena imposta aos réus
FRANCISCO DEUSMAR DE QUEIRÓS, GERALDO DE LIMA GADELHA FILHO,
IELTON BARRETO DE OLIVEIRA e JERÔNIMO ALVES BEZERRA.
FAVS/PL/APSS
Processo: 0805802-55.2016.4.05.8100
Assinado eletronicamente por: 16.
MARCIO ANDRADE TORRES - Procurador
18090818385113600000004949448
Data e hora da assinatura: 08/09/2018 18:45:36
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1 de 3 08/09/2018
1/3 18:43
Supremo Tribunal Federal http://portal.stf.jus.br/processos/verImpressao.asp?imprimir=true&inci...
2 de 3 08/09/2018
2/3 18:43
Supremo Tribunal Federal http://portal.stf.jus.br/processos/verImpressao.asp?imprimir=true&inci...
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MARCIO ANDRADE TORRES - Procurador
18090818433253300000004949981
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3 de 3 08/09/2018
3/3 18:43
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12ª Vara Federal do Ceará
Rua João Carvalho, nº 485, 5.º andar, Aldeota, CEP 60.140.140 - Fortaleza/CE
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1/2
Processo: 0805802-55.2016.4.05.8100
Assinado eletronicamente por:
JOAO GETULIO CHAVES SAMPAIO - Servidor Geral
18090820281227100000004959729
Data e hora da assinatura: 08/09/2018 20:29:02
Identificador: 4058100.4953738
Para conferência da autenticidade do documento: https://pje.jfce.jus.br/pje/Processo/ConsultaDocumento/listView.seam 2/2
PODER JUDICIÁRIO
JUSTIÇA FEDERAL DE PRIMEIRO GRAU
Seção Judiciária do Ceará
12ª Vara Federal
DESPACHO
( assinado eletronicamente )
Processo: 0805802-55.2016.4.05.8100
Assinado eletronicamente por:
JOAO GETULIO CHAVES SAMPAIO - Servidor Geral
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Data e hora da assinatura: 08/09/2018 20:34:11
Identificador: 4058100.4954426
Para conferência da autenticidade do documento: https://pje.jfce.jus.br/pje/Processo/ConsultaDocumento/listView.seam 1/1
TRIBUNAL REGIONAL FEDERAL DA 5ª REGIÃO
12º VARA DA SEÇÃO JUDICIÁRIA DO CEARÁ
PROCESSO: 0805802-55.2016.4.05.8100 - EXECUÇÃO PROVISÓRIA
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CERTIDÃO
CERTIFICO que, em 08/09/2018 20:34, o(a) Sr(a) FRANCISCO DEUSMAR DE QUEIROS foi
intimado(a) acerca de Decisão registrado em 08/09/2018 19:27 nos autos judiciais eletrônicos
especificados na epígrafe.
1 - Esta Certidão é válida para todos os efeitos legais, havendo sido expedida através do Sistema Processo
Judicial Eletrônico - PJe.
3 - Esta Certidão foi emitida gratuitamente em 08/09/2018 20:34 - Seção Judiciária do Ceará.
Processo: 0805802-55.2016.4.05.8100
Data e hora da inclusão: 08/09/2018 20:34:30
Identificador: 4058100.4954442
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12º VARA DA SEÇÃO JUDICIÁRIA DO CEARÁ
PROCESSO: 0805802-55.2016.4.05.8100 - EXECUÇÃO PROVISÓRIA
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CERTIDÃO
CERTIFICO que, em 08/09/2018 20:35, o(a) Sr(a) FRANCISCO DEUSMAR DE QUEIROS foi
intimado(a) acerca de Decisão registrado em 08/09/2018 19:27 nos autos judiciais eletrônicos
especificados na epígrafe.
1 - Esta Certidão é válida para todos os efeitos legais, havendo sido expedida através do Sistema Processo
Judicial Eletrônico - PJe.
3 - Esta Certidão foi emitida gratuitamente em 08/09/2018 20:35 - Seção Judiciária do Ceará.
Processo: 0805802-55.2016.4.05.8100
Data e hora da inclusão: 08/09/2018 20:35:07
Identificador: 4058100.4954505
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12º VARA DA SEÇÃO JUDICIÁRIA DO CEARÁ
PROCESSO: 0805802-55.2016.4.05.8100 - EXECUÇÃO PROVISÓRIA
Outros participantes
Sem registros
CERTIDÃO
CERTIFICO que, em 09/09/2018 06:49, o(a) MINISTÉRIO PÚBLICO FEDERAL foi intimado(a) acerca
de Decisão registrado em 08/09/2018 19:27 nos autos judiciais eletrônicos especificados na epígrafe.
1 - Esta Certidão é válida para todos os efeitos legais, havendo sido expedida através do Sistema Processo
Judicial Eletrônico - PJe.
3 - Esta Certidão foi emitida gratuitamente em 09/09/2018 06:49 - Seção Judiciária do Ceará.
Processo: 0805802-55.2016.4.05.8100
Data e hora da inclusão: 09/09/2018 06:49:32
Identificador: 4058100.5014923
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