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Camp Cope soube perfeitamente passar uma bela primeira impressão para os ouvinte de

primeira viagem que ainda não guardaram esse simples nome em sua mente. dando uma
checada no instagram do trio de punk rock australiano encontramos um combo perfeito que
leva qualquer leigo a se interessar pelo som das garotas: um misto de engajamento politico
com um belo visual aliado também a “aperitivos”, trechos de shows onde as garota obtiveram
um bom desempenho e mandaram bem no rock and roll. tudo isso em uma reinvenção eu não
soa distante ou inacessível, algo bom presumo eu.

Depois de uma estreia que passou batida, apagada por grandes nomes apesar de um
desempenho em geral bom, Camp Cope retorna com um novo trabalho, um trabalho honesto
e introspectivo, lançado sob o selo Run for covers records, o trio australiano conta que gravou
em dois dias em meio. Coberto pelo efervescente cenário de empoderamento feminino e pela
luta contra o patriarcado em movimentos com grande publicidade como o #metoo, nada passa
despercebido sob os olhos de Georgia McDonald, que expõe toda sua vunerabilidade e
sensibilidade em um registro cheio de boas composições unindo todo esse caos exterior com o
seu próprio caos.

Em uma revelação súbita de intimidade, Camp cope trilha um caminho tortuoso por historias
sentimentais e dores e odes a amizade e a música sem deixar de lado um posicionamento
politico que penetra a coluna óssea da música levando a um atenuado êxtase sonoro. É um
álbum cru, marcado pelos vocais exóticos, tenebrosos e consistentes em união a um
instrumental simples e caseiro. algo tão pouco elaborado, apenas um acompanhamento por
vezes gracioso e por vezes grosseiro, não é um dos grandes pecados dessa obra. Nos
momentos de clareza alguns trechos ocasionalmente proporcionam uma sensação prazerosa e
é quase possível ver a banda em toda a sua magnificência em um bela performance onde tudo
parece funcionar de forma quase perfeita. Em contraste, os momentos de tédio ocasionado
pela apreciação geralmente sentido nos pontos baixos do álbum me fez sentir como se eu
tentasse salvar algo que já nasceu morto, uma péssima sensação.

Um amontoado de faixas memoráveis e um tanto mornas resulta em um trabalho em cima


média por assim dizer, resultado talvez da falta de experiência ou pela ausência de um guia,
um trabalho aceitável, regido pela química que o conjunto emana por trás do fracasso e da
vitória meio que esquecida por debaixo dos panos, um som perfeito para festivais.

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