Você está na página 1de 3

A DIFUSÃO E A AÇÃO CULTURAL NO BRASIL: O ARQUIVO PÚBLICO DO

ESTADO DA BAHIA E O ARQUIVO HISTÓRICO DE PORTO ALEGRE

Um bom exemplo de ação cultural que surgiu dentro dos arquivos públicos
brasileiros pode ser visto no Arquivo Público do Estado da Bahia (APB), vinculado à
Fundação Pedro Calmon – Centro de Memória e Arquivo Público da Bahia. Criado em 1890,
o espaço conserva documento jurídicos, históricos e geográficos do Brasil desde a época
colonial. Segundo Minuzzo (2010), a instituição iniciou seus primeiros projetos em 2010.
Destacam-se dentre eles o Projeto Memória e Cidadania (cursos de higienização e
restauração de documentos para jovens de escolas públicas. Com o objetivo de inseri-los no
mercado de trabalho e auxiliando na auto-estima, o projeto deu oportunidade de criação à
primeira cooperativa de auxílio de restauração a objetos da Bahia), o Projeto Arquivo/Escola
(visitas guiadas destinadas às escolas e alunos de universidades), o Projeto Quintas na Quinta
(apresentação musical), Projeto Memória da Brincadeira (confecções de brinquedos e oficina
de música) e a exposição Malê 170 anos, que conta a trajetória da resistência negra na Bahia.
Infelizmente, não visualizamos esses projetos no site e acreditamos que não houve
prosseguimento dos mesmos. Entendemos que seria importante manter essas informações na
página eletrônica como divulgação de ações que conseguiram consolidar a função social dos
arquivos e que poderiam até serem usados como incentivo para outras ações culturais
espalhadas pelo país.

Atualmente, o site do Arquivo Público do Estado da Bahia (www.fpc.ba.gov.br)


mostra o oferecimento de visitas guiadas a estudantes e pesquisadores (com agendamento), e
projetos para profissionais da informação. Além disso, há a exposição virtual Revolta dos
Búzios - heróis negros do Brazil. São bem poucas as ações culturais dentro do arquivo e a
divulgação é muito resumida.

Temos como difusão editorial as seguintes publicações:

 Anais do Arquivo Público do Estado da Bahia


 Edição fac-similar do jornal Idade d’Ouro do Brazil, em homenagem aos 200 anos da
 Imprensa na Bahia
 Catálogo Coleção Independência do Brasil na Bahia: documentos custodiados pelo
Arquivo Público da Bahia.
 Catálogo Documentos Manuscritos “Avulsos” da Capitania da Bahia: 1604-1828. Vol I
 Catálogo Documentos Manuscritos “Avulsos” da Capitania da Bahia: 1604-1828. Vol II
Por outro lado, o Arquivo Histórico de Porto Alegre Moysés Vellinho (AHPAMV)
oferece ao público novas formas de vivenciar a cultura histórica. Fundado em 1973, mas
criado oficialmente em 1988, o arquivo conserva documentos históricos públicos provenientes
dos órgãos da Prefeitura Municipal de Porto Alegre. Até 2004, o AHPAMV possuía um
espaço para promoção de eventos, sarais, cursos, lançamento de livros etc

Segundo Minuzzo (2010), os primeiros projetos de educação cultural surgiram em


1997 e não desapareceram, mas se reinventaram. Em 2005, foi criado o Programa de
Educação Patrimonial do Arquivo Histórico e as ações educativas incluídas nesse projeto são
divulgadas em folders, que também disponibilizam informações sobre o acervo, os serviços,
sobre as visitas guiadas em horários predeterminados e quais são os projetos implementados
no arquivo. São direcionadas e desenvolvidas conforme o público, porém com ênfase no
usuário infanto-juvenil. A divulgação dos projetos culturais só é feita por um blog
institucional ou por folder.
São elas:

a) projeto Vivo Toque (preservação de documentos);

b) projeto Papel Antigo e Papel Velho (preservação de documentos);

c) projeto Sensibilização para a Vida no Âmbito Humano, Cultural e Ambiental (trabalho com
a natureza, prédios históricos e artes, construindo a interação entre o meio ambiente e o meio
cultural);
d) projeto Brincando de Editar (criação de painéis, imagens da história e peças de livros);
e) projeto Descobrindo a Arquivologia (atua com noções da Arquivologia);
f) projeto Brincando no Arquivo (dinâmicas lúdicas para escolas e entidades);
g) visitas guiadas.

Notamos em nossa pesquisa a importância que o arquivo dá à ação cultural. Os


projetos seguem um planejamento estratégico que tornam os documentos mais próximos e
mais atrativos para o usuário. Os projetos criam um aprendizado lúdico, dialógico e de
pertencimento. Logo, contribuem para a criação do conhecimento crítico e reflexivo da
comunidade.
REFERÊNCIA

MINUZZO, Liziane Ungaretti. Atividades culturais e educativas em arquivos: um estudo


de caso sobre o Arquivo Histórico de Porto Alegre Moysés Vellinho. Rio Grande do Sul,
RS: UFRGS, 2010. Trabalho de conclusão de curso. Universidade Federal do Rio Grande do
Sul, 2010.

Você também pode gostar