Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
GERENCIAMENTO
DE PROJETOS
MINISTÉRIO PÚBLICO FEDERAL
ESCRITÓRIO DE PROJETOS
Elaboração
Weslei Gomes de Sousa
Copyright © 2015 – Ministério Público Federal Elaboração e organização
Todos os direitos reservados ao autor Weslei Gomes de Sousa
Procuradoria-
Procuradoria-Geral da República Área responsável
SAF Sul Quadra 4 Conj. C - Assessoria de Desenvolvimento Institucional -
CEP 70050-900 Brasília – DF ADI/Amge (Escritório de Projetos)
Telefone: (61) 3105-5100 - Assessoria de Modernização e Gestão Estratégica –
www.mpf.mp.br Amge
Material fonte
fonte Telefones
- Moura, Luiz Otávio Borges de; (61) 3105-5825 / 31056720
Gerenciamento de Projetos, 2013.
- Sousa, Weslei Gomes de; Pinheiro, Morgana de E-mail
Assis; Gerenciamento de Projetos, 2014. escritoriodeprojetos@mpf.mp.br
LISTA DE TABELAS
1
LISTA DE FIGURAS
2
Figura 29: Etapa de Encerramento ......................................................... 68
Figura 30: Encerramento de aquisições e do projeto ................................. 69
3
SUMÁRIO
4
4. METODOLOGIA DE GESTÃO DE PROJETOS DO MPF: PLANEJAMENTO........ 49
4.1. Planejamento do Escopo ...................................................... 50
4.1.1. Definição de requisitos ................................................... 50
4.1.2. Melhoria da EAP ............................................................ 51
4.2. Criação do cronograma ........................................................ 51
4.3. Planejamento de custos ....................................................... 54
4.4. Planejamento de riscos ........................................................ 55
4.5. Planejamento da qualidade ................................................... 56
4.6. Planejamento de recursos humanos ....................................... 56
4.7. Planejamento da comunicação .............................................. 57
4.8. Planejamento das aquisições ................................................ 58
4.9. Homologação do plano do projeto .......................................... 58
5
1. CONCEITO DE PROJETO
Projeto é um termo frequentemente usado em muitas organizações e
instituições, por um grande número de pessoas e nos mais variados contextos.
Como ocorre com outros termos que são amplamente usados, mas raramente
definidos, os significados podem variar bastante e essas diferenças podem,
eventualmente, prejudicar a compreensão e a comunicação.
Em linhas gerais, o projeto é caracterizado por criar algo novo, o que não
havia sido feito antes da mesma maneira. Pode estar associado também à
melhoria de algo ou de uma determinada situação.
Para isso, o projeto reúne um conjunto de atividades planejadas para serem
executadas com:
a. Finalidade definida
6
b. Objetivos determinados
Exemplo
I) Disponibilização de balsas
7
II) Construção de um túnel
c. Escopo definido
8
d. Responsabilidade de execução definida
e. Prazo delimitado
f. Recursos especificados
Singularidade
Significa que projetos sempre envolvem a realização de objetivos singulares,
não repetitivos, caracterizados como inéditos, e portanto são trabalhos que não
tenham sido feitos antes da mesma maneira e que geram benefícios únicos até
o momento do seu encerramento.
9
Temporariedade
Significa que todos os projetos possuem início e fim bem definidos, com
duração finita determinada em função do problema a ser resolvido e dos
objetivos que se quer alcançar.
Incerteza
Entende-se que cada projeto tem algum grau de incerteza ao gerar um
benefício singular, pois sempre há certo desconhecimento quanto à forma de
atingir os objetivos ou de gerar os produtos e os resultados esperados.
Interdisciplinaridade
O desenvolvimento de projetos requer uma gama de conhecimentos
diferenciados. A metodologia de gestão de projeto compreende, além de técnicas
específicas da área de projetos, ferramentas e conceitos de outras disciplinas,
tais como administração em geral, planejamento, controle de qualidade,
informática, estatística, custos e orçamentação, entre outras.
Ciclo de Vida
O ciclo de vida representa a sequência de fases que do começo ao fim de um
projeto. Há diferentes tipos de ciclos de vidas de projetos, a depender da área
de negócio ou das preferências da organização.
10
Figura 2: Matriz de Classificação de Projeto do MPF
Tipo
Projeto estruturante ou estratégico voltado à atividade
Finalístico
finalística.
11
executora. Contemplam a criação de mecanismos que
facilitam a atuação, tanto a finalística quanto a
administrativa.
Abrangência
12
Analisar e reportar resultados dos projetos: estudar as informações
geradas por meio dos projetos, para a realização da comunicação de
resultados e transparência das ações e custos envolvidos;
Com relação à carteira de serviços do escritório, também foi feita uma análise
de maturidade de cada um dos serviços, com resultados apresentados na Figura
4.
1
OPM³ - Modelo de Maturidade em Gerenciamento de Projetos Organizacionais.
13
Figura 4: Maturidade dos serviços do Escritório de Projetos
14
Nas próximas seções deste guia, serão apresentados os detalhes do processo
de gestão de projetos e como funciona operacionalmente a relação com o
planejamento estratégico.
Alta Administração
Patrocinadora dos Projetos
Planejamento Consolidação dos
estratégico relatórios e controles
1.4.1. Indicadores
Indicadores de desempenho
Um indicador chave de desempenho (KPI) é uma métrica utilizada para
avaliar os fatores que são cruciais para o sucesso do projeto. Os KPIs diferem
por projetos, pois estão associados à finalidade deles.
Eles podem fornecer uma boa visão acerca do resultado que se deseja medir,
mas são apenas aproximações do que realmente está ocorrendo, necessitando,
sempre, de interpretação no contexto em que estão inseridos.
Transparência e
Metas e Responsabilização
prestação de
desempenho e aprendizado
contas
Smart2
2
Smart: palavra em inglês que significa inteligente ou esperto.
16
Objetivo estratégico: Proteção do Regime Democrático e promoção dos
Direitos Fundamentais
Início: 1/8/2013
Término: 30/8/2014
Valor: R$ 505.838,12
Início: 18/9/2014
Término: 30/10/2015
Valor: R$ 1.535.166,00
Início: 2/10/2014
Término: 2/6/2015
Valor: R$ 88.760,40
17
continuamente. A tendência é que, no máximo, elas tenham pequenas variações
ao longo do tempo.
Projetos Operações
18
2. CICLO DE VIDA E GESTÃO DE PROJETO,
PROJETO, PROGRAMA E
PORTFÓLIO
Como visto no capítulo anterior, um dos principais atributos dos projetos é o
ciclo de vida. A existência do projeto está, portanto, associada a uma série de
atividades encadeadas e que demanda um esforço de gestão.
Os conceitos de programa e de portfólio foram criados para melhor gestão
das ações ligadas a projetos ou atividades específicas. Tudo isso difere de
operações, que estão associadas à manutenção da rotina da instituição.
Encerramento
Iniciação
Tempo 19
Figura 8: Uso de pessoal e gastos ao longo do ciclo de vida
Naturalmente, nas fases iniciais, há um esforço em planejamento e
preparação, ou seja, o custo realizado é menor, o tempo gasto e a quantidade
de pessoas envolvidas também. Por outro lado, na fase de execução é necessário
um maior efetivo de pessoal, mais tempo e dispêndio financeiro. No
encerramento, efetuam-se atividades de verificação do trabalho, registros, e
finalização de pendências e contratos, o que requer menos tempo, orçamento e
mão-de-obra.
Quanto aos riscos, eles são maiores no início do projeto, pois nesse momento
há muita incerteza. Porém, conforme observa-se na Figura 9, a medida que o
projeto avança, os riscos tendem a reduzir até o término do projeto. Nesse
cenário, a capacidade das partes interessadas em influenciar as características
do produto final também é maior no início do que no final do projeto.
Em contrapartida, as mudanças têm maior impacto financeiro à medida que
a execução do projeto avança. Para entender melhor essa situação, pode-se
imaginar uma obra de uma casa, as mudanças são fáceis de serem realizadas
na fase do desenho do projeto, mas, durante a construção, há o custo de
destruição de partes prontas para que se execute as alterações.
Custo de
Mudanças
Baixo
Tempo
20
A definição mais aceita de programa, para diferentes profissionais da área,
estabelece que ele consiste em um conjunto de projetos com estrutura gerencial
comum. Assim, o sucesso dos diversos projetos contribui para o alcance do
objetivo do programa.
Potfólio
Outras
Portfólio Projeto Programa
atividades
Outras
Projeto Programa Programa Projeto
atividades
21
2.3.1. Grupos de processos
Uma das bases para a metodologia de projetos do MPF é o Guia do
Conhecimento em Gerenciamento de Projetos – PMBOK. Consta no guia que uma
das abordagens para conceituar a gestão de projeto considera os processos que
ocorrem no ciclo de vida do projeto, visando à organização do trabalho.
a) Processos de iniciação
b) Processos de planejamento
c) Processos de execução
d) Processos de controle
e) Processos de encerramento
Observando a Figura 11, nota-se que não existe uma fronteira temporal clara
delimitando cada um dos grupos de processos, ou seja, os grupos se sobrepõem
em cada momento com intensidades diferentes.
22
Execução
Planejamento
Intensidade
Iniciação
Encerramento
Encerramento
Controle
Tempo
Figura 11: Grupos de processos do ciclo de vida do projeto, segundo o Guia PMBOK
a) Gerenciamento da Integração
Inclui os processos e as atividades necessárias para identificar, definir, combinar,
unificar e coordenar os vários processos e atividades de gerenciamento do
projeto dentro dos grupos de processos de gerenciamento do projeto.
c) Gerenciamento do Custo
Inclui os processos envolvidos em estimativas, orçamentos e controle dos custos,
de modo que o projeto possa ser terminado dentro do orçamento aprovado.
23
d) Gerenciamento dos Recursos Humanos
Inclui os processos que organizam e gerenciam a equipe do projeto. Abrange
todos os aspectos do gerenciamento e interação das pessoas, incluindo liderança,
contratação, treinamento, resolução de conflitos, avaliação de desempenho etc.
f) Gerenciamento da Qualidade
Inclui os processos e as atividades da organização executora que determinam
as políticas de qualidade, os objetivos e as responsabilidades, de modo que o
projeto satisfaça as necessidades para as quais foi empreendido.
g) Gerenciamento de Riscos
Inclui os processos relacionados com o planejamento, identificação, análise,
elaboração de respostas, monitoramento e controle dos riscos em um projeto.
Compreende a maximização dos resultados de eventos positivos e a minimização
das consequências de eventos negativos.
h) Gerenciamento do Escopo
Inclui o processo de enunciar, de forma sucinta, os produtos ou serviços a serem
fornecidos ao cliente.
i) Gerenciamento do Tempo
Inclui os processos necessários para gerenciar o término pontual do projeto.
24
2.3.3. Competências necessárias ao gerente de projetos
Assim como as organizações necessitam de pessoas responsáveis pelo
cumprimento de seus objetivos, o projeto também tem a mesma necessidade.
O gerente de projeto é o principal responsável pela condução das atividades
e dos processos relativos ao projeto, assim como pelo sucesso ou fracasso. Para
designar o gerente de projeto, deve-se observar no membro ou no servidor
características como:
Liderança
Excelente capacidade de comunicação
Habilidades de negociação e influência
Aptidão de planejamento, organização e controle
Visão e conhecimento do negócio que envolve o
projeto e do MPF
Habilidades em informática básica
Capacidade de resolução de conflitos
Conhecimentos financeiros (custos e orçamento)
Conhecimentos sobre qualidade
25
• Oportunidade ou necessidade estratégica: por exemplo, o
acompanhamento efetivo da atuação judicial e extrajudicial do MPF
provoca a necessidade de implantação de melhoria e transparência nos
processos de trabalho dos gabinetes;
26
a) PMBOK – A Guide to the Project Management Body of Knowledge
27
d) ISO 10006
e) Métodos Ágeis
Execução e
Proposição Planejamento Monitoramento
e Controle
Encerramento Monitoramento
dos resultados
28
O mapa do processo de gestão de projetos completo está disponível
no site da Modernização do MPF, na seção do Escritório de Projetos,
em Processo (Metodologia).
Link de acesso: Processo (Metodologia)
29
3. METODOLOGIA DE GESTÃO DE PROJETOS DO MPF:
MPF:
PROPOSIÇÃO
A etapa de proposição (iniciação, Figura 13) visa identificar e definir novos
projetos. É nela que são estabelecidos os primeiros parâmetros do projeto e é
obtida a aprovação formal.
Execução e
Proposição Planejamento Monitorament
o e Controle
Encerramento Monitoramento
dos resultados
30
Antes de iniciar qualquer projeto, é possível verificar
no Sistema de Governança Institucional do MPF – SiGOV
se já ocorreram iniciativas similares. Mas mesmo que não
tenha ocorrido, por ele é possível baixar propostas de
qualquer um dos projetos do MPF, para que se utilize como referência no
preenchimento do formulário.
Link de acesso: SiGOV
3.1. Identificação
Identificação das
das partes interessadas
A identificação das partes interessadas (do inglês, stakeholders) consiste em
relacionar pessoas ou organizações que influenciam ou são influenciadas,
positivamente ou negativamente, pelos resultados do projeto. Além disso, é
importante também definir especificamente qual é o interesse de cada
stakeholder, bem como seu nível de influência ou poder com relação ao projeto.
É claro que nessa primeira etapa nem sempre será possível identificar todos
os interessados, tendo em vista que o projeto ainda se encontra em fase inicial.
Entretanto, é necessário um esforço para levantar pelo menos os principais.
a) Patrocinador do projeto
É o principal apoiador do projeto, disponibiliza recursos, articula com
stakeholders e com a alta administração, e dirime conflitos. No âmbito do MPF,
o patrocinador é o gestor da unidade ou do órgão interessado pelos resultados
do projeto. Podendo um único projeto ter um ou mais patrocinadores.
No MPF, somente as seguintes autoridades são legitimadas para serem
patrocinadoras de projetos:
Procurador-geral República;
Secretário-geral;
Corregedor-geral;
Ouvidor-geral;
Coordenadores de Câmaras de Coordenação e Revisão; e
Procurador Federal dos Direitos do Cidadão.
b) Gerente de projeto
O gerente de projeto, conforme definido na Seção 2.3.3, é o maior
responsável pelo sucesso ou fracasso do projeto. No MPF, o gerente pode ser
31
de qualquer uma das unidades envolvidas na consecução, seja da área
finalística ou das áreas de apoio técnico.
Ele tem autonomia de coordenação sobre a equipe, mas sempre
negociando com as chefias imediatas dos envolvidos. Essa forma de atuação
horizontal e transversal é chamada de estrutura matricial fraca (Figura 14).
d) Cliente
É quem solicita a realização do projeto e é responsável por atestar as
entregas. O ideal é especificá-lo nominalmente, para que fique clara de quem
é a responsabilidade formal pelo recebimento de tudo que é criado pelo
projeto. É comum ter projetos com mais de um cliente.
e) Beneficiários
São os destinatários dos resultados dos projetos. São os maiores
interessados, pois receberão todas as benesses geradas.
f) Fornecedores
Os fornecedores são agentes externos, tanto público quanto privado.
Podem envolver a necessidade de realização de processo licitatório ou de
termos de cooperação.
Exigem atenção especial e envolvimento intenso com muita antecedência,
para que não haja surpresas durante a execução do projeto.
32
Na administração pública, os órgãos de regulação e fiscalização têm de ser
observados, pois podem ter impacto direto sobre os resultados dos projetos.
AMBÍGUO DISPOSTO A
APOIAR
com o projeto
Colaborar? Envolver
Defender Monitorar
-
Figura 15: Matriz de tipos de stakeholders
3.2. Criação
Criação e desenvolvimento da
da Estrutura Analítica do Projeto
– EAP
A criação da Estrutura Analítica de Projeto – EAP é um instrumento para a
subdivisão do trabalho e das entregas do projeto em componentes menores e
de mais fácil gerenciamento. É um diagrama orientado a fases e produtos que
organiza e define o escopo total do projeto, por meio da representação em forma
de árvore (Figura 16).
33
Figura 16: Estrutura Analítica de Projeto - EAP
34
MPEDUC
01/01/20xx
2. Diagnóstico da
1. Gestão do 3. Modelo de
Educação Básica -
projeto Atuação
EB
01/01/20xx 01/01/20xx 01/01/20xx
3.1 Remessa de
1.1 Plano de 1.2 Plano de 2.1 Parcerias com
1.3 Cronograma ofíciio aos diretores
trabalho comunicação órgãos ligados à EB
das escolas
01/01/20xx 01/01/20xx 01/01/20xx 01/01/20xx 01/01/20xx
1.2.3
Aperfeiçoamento
do website
01/01/20xx
Dessa forma, para que haja uma divisão clara e também a garantia dos
recursos de projetos, sem o risco de serem afetados pelas despesas de custeio,
foi definido que as UAGs poderão ter Planos Internos3 – PIs de custeio e um
único PI de projetos, para todos os projetos de responsabilidade da respectiva
UAG.
3
Plano interno: O Plano Interno é um instrumento de planejamento que permite o detalhamento
pormenorizado de dotações orçamentárias para atender ao acompanhamento gerencial interno da
execução orçamentária de uma programação.
36
O PI de projeto é composto por um ou mais projetos. Essa alocação pode
ocorrer de duas maneiras:
a) Programação orçamentária no exercício anterior: o gestor da unidade
já prevê a realização de projetos no exercício seguinte e se planeja para
que o PI Projetos de sua unidade já seja composto com o orçamento
específico para essas iniciativas;
b) Remanejamento do recurso de custeio para o de projeto: no
planejamento orçamentário, a unidade não prevê recursos para o PI
Projetos, então retira parte do orçamento de custeio e aloca em projetos.
Independentemente da forma de realização da alocação dos recursos, para
evitar problemas, é importante que nessa etapa, o Escritório de Projetos e a SPO
sejam envolvidos.
3.4. Desenvolvimento da
da proposta e do termo de abertura do
projeto
No intuito de estabelecer uma linguagem única sobre as ações que estão
sendo realizadas no MPF, estabeleceu-se, portanto, formulários padrões que
orientam a elaboração, as mudanças, o acompanhamento, as entregas e o
encerramento dos projetos.
37
Na proposta deve conter, no mínimo, os seguintes elementos:
a) Identificação do projeto
Título do projeto, o qual, posteriormente, receberá um código que será
atribuído pelo Escritório de Projetos. Alguns títulos, no fluxo de aprovação,
passam por adequação da nomenclatura, a depender do escopo e de
outros fatores externos.
b) Patrocinador(es)
Como tratado na seção anterior, o patrocinador tem de ser identificado
para que fique clara a responsabilidade de quem provê recursos e apoia
a articulação entre as áreas.
d) Áreas envolvidas
As áreas envolvidas são as unidades/órgãos que irão participar direta ou
indiretamente do projeto, provendo pessoas para integrarem a equipe.
Exemplos:
- Se o projeto demanda uma licitação, a Secretaria de
Administração estará envolvida;
- Se o projeto prevê o desenvolvimento ou aquisição de um sistema
informatizado, a Secretaria de Tecnologia da Informação e
Comunicação estará envolvida;
- Se o projeto inclui a realização de treinamentos, a Secretaria de
de Educação e Desenvolvimento de Pessoal estará envolvida;
- Se o projeto consiste na construção de um prédio, a prefeitura do
município (ou a secretaria de obras), o corpo de bombeiros, etc.
estarão envolvidos.
e) Justificativa
A justificativa está relacionada ao problema ou oportunidade que deu
origem ao projeto. É importante que se faça uma análise detalhada do
38
problema ou da oportunidade para que o projeto tenha o foco correto e
recursos não sejam desperdiçados.
A justificativa deve, portanto, explicitar a finalidade, isto é, o propósito
final do projeto. Desse modo, uma justificativa adequada é o primeiro
passo para que se possa fazer a análise de custo-benefício, ou seja, se
vale a pena executar o projeto.
Para embasar sua justificativa, é recomendável que se faça uso de
indicadores de desempenho, relatórios técnicos, dados estatísticos,
normas, pesquisas etc.
g) Escopo e não-escopo
A descrição do escopo deve deixar bem claro o que será realizado e o que
será entregue pelo projeto. Uma boa definição de escopo evita que se
realize trabalho desnecessário no projeto, bem como evita que os
stakeholders tenham expectativas frustradas.
39
Existem dois tipos de escopo:
Escopo do projeto: está relacionado ao conjunto de atividades
que deverão ser realizadas para a entrega do produto ou serviço
solicitado
Escopo do produto: está relacionado ao conjunto de
características e funcionalidades que o produto final deverá possuir.
h) Pressupostos básicos
Os pressupostos são condições externas ao projeto, que contribuem para
que a finalidade e o objetivo sejam alcançados e para que os insumos
estejam disponíveis. Podem ser divididos em premissas e restrições.
Exemplos:
- Em um projeto de construção, assume-se que o volume de chuvas
no período de fevereiro a julho ficará dentro da média histórica,
dessa forma a programação é toda baseada nessa informação;
- Em um projeto de publicidade, a premissa é de um roteirista
disponível apenas no mês de setembro;
- O fornecedor entregará todo o material até o dia 02 de novembro.
40
restrições são objetivas e explícitas, normalmente, em termos numéricos
ou datas.
Exemplos:
- O projeto de construção de estádios deverá ser finalizado até o
dia 10 abril, para que haja tempo hábil para testes para a realização
da Copa do Mundo que ocorrerá em julho;
- O orçamento total do projeto não poderá ultrapassar o valor
destinado na LOA;
- Os analistas somente estarão disponíveis a partir de fevereiro e
por um período de 90 dias.
i) Produtos esperados
O produto ou entrega de um projeto é tudo aquilo que deve ser produzido
para que a fase ou o projeto seja encerrado. São elementos tangíveis,
que podem ser avaliados e comprovados com facilidade. O produto deve
passar por uma análise dos stakeholders (e.g. gerente do projeto, cliente,
patrocinador) para que possa ser considerado entregue. Essa entrega tem
de ser formalizada por meio de um documento padrão chamado Termo
de Aceite, que será apresentado nos próximos capítulos.
k) Recursos necessários
Um dos aspectos essenciais do planejamento do projeto é o
planejamento orçamentário, que busca demonstrar a previsão dos gastos
e da distribuição desses valores ao longo do tempo. Nesse processo, é
necessário elaborar uma estimativa mais detalhada possível.
Todos os recursos físicos necessários para executar o projeto – pessoas,
equipamentos, materiais, softwares, instalações, etc – devem ser
considerados. O gerente deve classificar esses recursos, além de estimar
o custo de cada um deles.
No modelo utilizado pelo MPF, são sugeridas as seguintes classificações
para os recursos:
41
- Recursos Humanos;
- Gratificação de Projetos;
- Materiais de Consumo;
- Materiais Permanente (equipamentos);
- Aquisição de Softwares;
- Obras e Serviços de Engenharia;
- Passagens;
- Diárias;
- Contratação de Consultoria;
- Capacitação;
- Serviços de Comunicação ou Pesquisa;
- Outros.
42
Em caso negativo, será preciso adotar medidas para garantir tais
recursos, seja por cancelamento de outras despesas, remanejamento de
verbas não utilizadas ou créditos adicionais.
43
Exemplo
Um analista de classe B e padrão 6 possui vencimento no valor de
R$ 5.512,51.
44
Exemplo
O servidor X, analista de classe A e padrão 3, participará de um
determinado projeto, de duração total de aproximadamente onze meses.
O escopo prevê dois eventos, um no início, na segunda quinzena de
janeiro, e outro no término, na primeira quinzena de dezembro. A
participação desse servidor nesses dois momentos é essencial.
Além disso, ele atuará sem muito protagonismo na Atividade B e não terá
participação nas demais atividades. Essa situação está ilustrada abaixo:
Participação Participação Participação
essencial do auxiliar do essencial do
servidor X servidor X servidor X
1.1 1.2 1.3 1.4 1.5 1.6
Evento 1 Atividade A Atividade Atividade Atividade Evento 2
B C D
45
3.6. Análise pelos
pelos subcomitês
ubcomitês de gestão
No âmbito da gestão de projetos no MPF, há dois subcomitês de gestão, o
Subcomitê Consultivo de Projetos – SCP e o Subcomitê de Projetos Finalísticos
– SPF. Ambos estão normatizados pela Portaria PGR/MPF n° 733, de 28 de
novembro de 2011, que institui o Sistema de Gestão Estratégica e Governança
– SIGE.
A composição de cada um segue regras distintas, e é dada pela Portaria
PGR/MPF n° 323, de 02 de maio de 2014. Os integrantes, por meio do colegiado,
participam do processo de análise das propostas de projetos e opinam sobre
vários aspectos.
46
mudanças apresentadas ao Escritório de Projetos, sejam elas administrativas ou
finalísticas.
No caso de projetos finalísticos, o subcomitê foca na integração técnica
necessária para a consecução das ações previstas nos projetos e na alocação
dos recursos necessários – orçamentário, de pessoal, equipamentos, etc. No
caso dos administrativos, a análise é mais ampla, envolve todos os aspectos dos
projetos.
A deliberação, também de caráter opinativo, pode ser no sentido de aprovar
totalmente, aprovar com ressalvas, ajustar para reapresentação ou rejeitar.
Após a avaliação feita pelo SCP, se aprovada, a proposta ou a solicitação de
mudança segue para aprovação pela autoridade competente, que no caso dos
administrativos é o Secretário-geral.
47
sistema de gerenciamento de projetos (Sistema Channel), sob pena de anulação
do ato de aprovação em caso de descumprimento do normativo.
48
4. METODOLOGIA DE GESTÃO DE PROJETOS DO MPF:
PLANEJAMENTO
De acordo com HELDMAN, planejamento de projeto é o processo de formular
e revisar as metas e objetivos e delinear os planos que serão usados para
cumprir a finalidade.
Após a aprovação da proposta, inicia a fase de planejamento (Figura 21),
nela são definidas as melhores alternativas para se atingir o objetivo do projeto
e ocorre a especificação, detalhamento, dos stakeholders, dos requisitos, do
escopo, dos riscos e da qualidade.
Execução e
Proposição Planejamento Monitoramento
e Controle
Encerramento Monitoramento
dos resultados
49
Para facilitação e registro do planejamento, existe um formulário
específico chamado Plano de Projeto – PLP, disponível no site da
Modernização, na seção do Escritório de Projetos, em Formulários.
Exemplo
50
A falha na definição de requisitos pode levar a uma completa falta de sintonia
entre a equipe responsável pela execução e os demais stakeholders do projeto.
Além de bem especificados, é importante que os requisitos do projeto sejam
priorizados. Essa medida possibilita balancear melhor o nível de atenção
dispensada aos requisitos (segundo a ordem de importância), bem como agiliza
a tomada de decisão no caso de mudanças no escopo.
a) Definir as atividades
Consiste no processo de identificar e definir as atividades necessárias para
gerar os produtos e resultados esperados do projeto.
51
b) Sequenciar as atividades
Consiste no processo que define em qual ordem as atividades serão
realizadas. O resultado desse sequenciamento é a criação de um diagrama
de rede ou diagrama de precedência (Figura 22).
52
Figura 23: Representação da dependência término início
4
Trade-off: expressão que define uma situação em que há conflito de escolha.
53
Com as estimativas prontas, é possível compilar tudo em um
cronograma do projeto. O cronograma deve levar em conta o calendário
(dias úteis e não úteis, férias de integrantes da equipe etc.).
54
No contexto da administração pública, é importante ter em mente
que o gerente de projeto gere recurso público, o que confere a ele
a responsabilidade frente a instâncias e órgãos de controle.
Impacto
Figura 25: Matriz de probabilidade x impacto de riscos
55
Já a análise quantitativa concentra-se na avaliação numérica dos riscos
priorizados, determinando o valor monetário esperado e o risco global do projeto.
56
4.7. Planejamento da comunicação
O planejamento das comunicações envolve definir como elas serão geradas,
coletadas, distribuídas, armazenadas, recuperadas e organizadas de maneira
oportuna e apropriada.
Embora muitas vezes negligenciada, a comunicação é importantíssima para
o sucesso de projetos. O gerente de projeto gasta em média 90% do tempo se
comunicando. A maioria dos problemas de gerenciamento de projeto está ligada
a falhas de comunicação (Figuraxxxxxx).
Figura 26: Problemas que ocorrem com mais frequência nos projetos
57
Sugere-se que a Secom seja sempre consultada para a
elaboração de um plano de comunicação de projeto robusto.
Problemas
Mensagens
Planos
Escrita Bilhetes
Termos
E-mails
Relatórios
Conversas
Verbal Apresentações
Reuniões
59
5. METODOLOGIA DE GESTÃO DE PROJETOS DO MPF:
EXECUÇÃO,
EXECUÇÃO, MONITORAMENTO,
MONITORAMENTO, ENCERRAMENTO E
FERRAMENTAS
Após a homologação do plano do projeto, se inicia efetivamente a execução
(Figura 27) para realizar planejado e atender às expectativas das partes
interessadas, entregar os produtos e atingir o objetivo do projeto.
O Monitoramento e controle é o grupo de processos que mede e monitora
regularmente o progresso do projeto, identificando e corrigindo desvios dos seus
objetivos e tem maior intensidade durante a execução do projeto.
Execução e
Proposição Planejamento Monitoramento
e controle
Encerramento Monitoramento
dos resultados
60
Distribuir as informações (de acordo com o que foi definido no
planejamento das comunicações. Ainda lembra?)
Execução
Planejamento
Iniciação
Intensidade
Encerramento
Controle
Tempo
61
Grupos de processos do ciclo de vida do projeto, segundo o Guia PMBOK
62
Portanto, o gerente do projeto deve adotar pelo menos as seguintes medidas
para mitigar o impacto das mudanças de escopo:
Certificar que não está sendo realizado nenhum trabalho fora do escopo;
Comunicar a todos os envolvidos todas as solicitações de mudança;
Atualizar o plano de projeto sempre que ocorrerem mudanças.
63
estabelecidos critérios para enquadramento do desempenho dos projetos, em
termos de custo e de cronograma, conforme as tabelas a seguir.
64
O responsável pelas respostas aos riscos deve relatar periodicamente ao
gerente do projeto a eficácia do plano, quaisquer efeitos inesperados e qualquer
correção necessária para mitigar o risco.
65
O Relatório de acompanhamento deve ser enviado ao escritório
66
5.2.7. Controle integrado de mudanças
Para evitar impactos negativos ou mitigar problemas, é necessário coordenar
as mudanças que ocorrem ao longo de todo o projeto. Para isso, o processo de
Controle integrado de mudanças tem o objetivo de revisar todos os pedidos,
aprovações e controlar as alterações. Essas mudanças podem estar relacionadas
ao escopo, tempo, custo, qualidade e demais áreas de conhecimento do projeto.
O Gerente do Projeto deve se preocupar em:
Exemplo
Um determinado projeto para estruturação de ações de combate ao tráfico de
drogas, ou seja, finalístico, estava previsto para finalizar no mês de agosto.
Porém, devido a um atraso provocado pela falta de disponibilidade de pessoas
chaves, o prazo terá de ser revisto para dezembro do mesmo ano.
67
Essa situação, portanto, trata de uma mudança para postergação do prazo
Na prática, o monitoramento não é tão trabalhoso quanto pode parecer na
final do projeto, ou seja, de cronograma, e deve ser relatada na solicitação
teoria. Estabeleça claramente as rotinas de controle, nomeie responsáveis pelas
de mudança.
tarefas e documente o que for relevante: você estará no caminho certo.
Execução e
Proposição Planejamento Monitoramento
e controle
Encerramento Monitoramento
dos resultados
Vale ressaltar que o projeto se encaminha para o fim desde o seu primeiro
dia de vida. Portanto, não se deve pensar no encerramento somente nas fases
finais do projeto. É recomendável possuir uma estratégia de gerar, coletar e
documentar as informações para serem arquivadas. Esse momento também
inclui encerrar os contratos ligados diretamente ao projeto: atestar recebimento
do produto ou serviço, ou rescisão (Figura 30).
Documentação Documentação
das lições das lições
aprendidas aprendidas
69
Falta de recursos;
Cancelamento (diversas razões: ineficiência, inviabilidade etc).
70
4.5.1. Sistema de Governança Institucional do MPF – SiGOV
O Sistema de Governança Institucional do MPF - SiGOV, desenvolvido pelo
MPF pela Assessoria de Desenvolvimento Institucional – ADI/Amge, tem o
objetivo de integrar, gerenciar e disseminar todas as informações referentes a
projetos, indicadores, processos e governança. Ele visa oferecer, de maneira
simplificada, transparência plena de todas as informações geradas.
Para acessar o sistema, basta entrar no site
da Modernização do MPF e clicar no banner SiGOV, situado
no canto esquerdo inferior da tela. Membros e servidores
do MPF possuem acesso.
Na plataforma, estão registradas todas as informações referentes a escopo e
documentação dos projetos acompanhados pelo Escritório de Projetos: os dados
básicos, de planejamento e de execução, download de toda documentação do
início ao término do projeto e decisões do SG e do PGR, assim como deliberações
dos comitês. O sistema também permite que os projetos sejam consultados por
fase, por área e por nome. Ele contemplará também todos os painéis de
contribuição, planejamentos temáticos, processos de trabalho mapeados e o
Sistema Integrado de Gestão Estratégica – SIGE.
É uma ferramenta que permite integração com diversos sistemas do MPF,
como Hórus, Diárias e Passagens e Treinamento. Essa integração proporciona
maior agilidade e acurácia para acompanhamento da governança e gestão
institucional. Além disso, o sistema subsidia a elaboração de relatórios gerenciais
para apoio no processo decisório pela administração.
71
Com relação a projetos, o software é utilizado essencialmente para:
Criar e gerenciar o cronograma;
Controlar custos;
Registrar a equipe;
Cadastrar documentos.
72
6. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
BIBLIOGRÁFICAS
ABNT. NBR ISO 10006:2006. Disponível em: <http://portal2.tcu.gov.br/
portal/page/portal/TCU/comunidades/biblioteca_tcu/ABNT%20NBR%20ISSO%
2010006_2006.pdf> Acesso em: 21 jan. 2013.
HELDMAN, Kim. Gerência de Projetos: Guia para exame oficial do PMI. Editora
Campus, Rio de Janeiro: Elsevier, 2005.
PEDRA, Osvaldo; MELLO Peter S. Preparatório para certificação PMP. X25, 2012.
74
APÊNDICE I - LISTA DE FORMULÁRIOS DE PROJETOS
1. Proposta de projeto
Documento a ser preenchido com informações preliminares do projeto; é encaminhado para
análise pelo Subcomitê Consultivo de Projetos - SCP (alinhamento dos recursos necessários
com os disponíveis - TI, orçamentário, pessoal, etc) e nos casos dos finalísticos, Subcomitê
de Projetos Finalísticos - SPF. Destinado para projetos ainda não iniciados (em proposição).
2. Termo de abertura
Documento a ser preenchido, após aprovação do PGR ou SG sobre a realização do projeto.
Formaliza equipe, custo, prazo e escopo da proposta do projeto.
3. Plano do projeto
Documento que detalha o projeto. Deve ser preenchido pelo gerente e validado com os
secretários/coordenadores que fornecerão serviços ou produtos que afetam o projeto. Nessa
etapa devem ser acordados a qualidade e prazos de entrega dos produtos e serviços do
projeto. Destinado para projetos já aprovados pelo PGR ou SG.
4. Glossário do projeto
Documento opcional que esclarece termos utilizados no projeto. Serve para garantir o pleno
entendimento dos documentos de suporte ao projeto. Pode ser elaborado junto da proposta
de projeto ou no decorrer do planejamento ou execução do projeto.
5. Termo de aceite
Documento que formaliza a entrega e a conformidade dos produtos e serviços entregues no
projeto, sejam intermediários, sejam finais. Destinado para projetos já em execução.
6. Solicitação de mudança
Documento que registra as solicitações de mudanças, em produtos, prazos ou escopo e seus
impactos, bem como as alterações aprovadas e suas implicações para o planejamento do
projeto. Para projetos já em execução.
6.1 Matriz de escalonamento
Documento base para as mudanças. Ao fazer uma alteração no projeto, o responsável pela
produção do relatório de mudança deverá consultar a matriz para identificar os responsáveis
pela aprovação.
7. Relatório de acompanhamento
Documento que descreve, com assertividade, o andamento do projeto. Para projetos já em
execução.
8. Termo de encerramento
Documento que formaliza as entregas finais e o encerramento do projeto. Valida, junto aos
envolvidos que o escopo foi atingido e avalia sua qualidade.
9. Ata de Reunião
Documento a ser preenchido e que descreve a reunião e detalha os objetivos e demais
informações.
10. Projeção orçamentária
Documento que descreve a projeção orçamentária do projeto.
68