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Química Aplicada

QAP0001
Licenciatura em Química
Profa. Dra. Carla Dalmolin
carla.dalmolin@udesc.br
carla.dalmolin@gmail.com

Combustíveis
Reações de Combustão
Reação química entre uma substância (combustível) e um gás
(comburente), geralmente o oxigênio (O2), que libera calor

CH4 + 2 O2 CO2 + 2 H2O ΔH0 = -802 kJ/mol


ΔH < 0

Reação Exotérmica

RESPIRAÇÃO: processo de combustão

C6H12O6 + 6 O2 6 CO2 + 6 H2O


Tipos de Combustão
COMBUSTÃO COMPLETA
 O reagente queima totalmente na presença de oxigênio formando apenas
CO2 e H2O

 Combustíveis contendo átomos de N ou S, formam também os óxidos NOx


e SOx, respectivamente

 Normalmente, esse tipo de combustão é difícil de se atingir, a menos que a


reação ocorra em situações controladas (ex. laboratório)

CH4 + 2 O2 CO2 + H2O ΔHc0 = -802 kJ/mol

É importante conhecer a quantidade de calor liberada pelos


combustíveis para que seja possível comparar o valor
energético entre eles.
Tipos de Combustão
Entalpia de combustão padrão de alguns combustíveis:
Combustível Fórmula ΔHc0 / kJ.mol-1
Carbono (carvão) C(s) -393,5
Metano (gás natural) CH4(g) -802
Propano (componente do gás de cozinha) C3H8(g) -2220
Butano (componente do gás de cozinha) C4H10(g) -2878
Octano (componente da gasolina) C8H18(l) -5471
Acetileno (gás de maçarico) C2H2(g) -1300
Etanol (álcool) C2H5OH(l) -1368
Hidrogênio H2(g) -286

A entalpia de combustão considera que a queima de combustível foi completa, por isso
indica o calor máximo que pode ser liberado por cada substância.
Tipos de Combustão
COMBUSTÃO INCOMPLETA
 O suprimento de oxigênio não é suficiente para completar a reação

 Ocorre a queima do combustível, mas este pode formar uma série de


produtos

 Há também a liberação de átomos de carbono na forma de fuligem

CH4 + 3/2 O2 CO + 2H2O ΔH0= -520 kJ/mol

CH4 + O2 C + 2 H 2O ΔH0= -408 kJ/mol

Calor liberado é menor que na


combustão completa
Tipos de Combustão
COMBUSTÃO LENTA
 Ocorre a baixas temperaturas, sem emissão de luz.
 Ex. Respiração celular
COMBUSTÃO VIVA

 Produz luz, conhecida como fogo. A chama se forma quando os gases combustíveis se
misturam com o oxigênio do ar.
 No caso de combustíveis sólidos, observa-se a incandescência na superfície e formação
de brasas.
EXPLOSÃO
 Resultado da combustão de misturas de gases ou partículas finamente divididas com o ar,
numa composição bem definida (chamada de mistura explosiva ou detonante), que se propaga
rapidamente.Neste caso, a mistura ocupa todo o espaço onde está confinada, e no momento
da explosão, provoca o aumento violento da temperatura e pressão

COMBUSTÃO VIOLENTA
 Caracterizada por fluxos turbulentos que ajudam o combustível a se misturar com o
comburente.
 Ex. Turbinas de gás, motor a diesel
Combustíveis
Substância que reage com o oxigênio (ou outro comburente)
liberando energia na forma de calor e luz (chamas, fogo).

 Carvão:
Combustão Aquecimento Geração de
em caldeira de água vapor d’água

Movimentação de
Calefação máquinas a vapor

 Combustíveis Fósseis:
 Misturas de compostos orgânicos extraídas do subsolo, originárias de seres
vivos fossilizados. Ex.: petróleo, GLP, gasolina, diesel

 Carboidratos e Lipídios:
 Principais combustíveis utilizados pelos seres vivos, queimados para gerar
energia com auxílio da respiração.
Combustíveis Gasosos
 Gás natural ou metano (CH4)

 GLP – gases liquefeito de petróleo


 Etano (C2H6)
 Propano (C3H8)
 Butano (C4H10)
Ambientalmente
mais amigáveis

 Devido a baixa relação entre o número de moléculas de carbono e hidrogênio,


produzem mais água e menos CO2.

 Misturam-se facilmente ao ar, formando misturas fáceis de queimar

 Baixa propagação da chama

Necessitam de maior energia de ignição


Combustíveis Líquidos
 A combustão de um combustível líquido em uma atmosfera de O2 ocorre,
na verdade, nos vapores liberados pelo líquido. A mistura dos vapores do
líquido combustível com o ar é chamada de Mistura Inflamável.

 Um líquido só libera vapores capazes de formar uma mistura inflamável


acima de uma determinada temperatura, denominada Ponto de Fulgor.
Um líquido é considerado combustível quando tem a temperatura de
fulgor entre 70oC e 90oC.

 Na temperatura de fulgor, o combustível líquido não evapora com a


rapidez necessária para sustentar a queima, caso a fonte de calor seja
removida. Apenas quando atinge o Ponto de Combustão é que a fonte
de calor pode ser removida, e a reação de combustão ocorre até o
consumo dos reagentes.
Combustíveis Líquidos
 Ponto de fulgor
 Menor temperatura na qual um combustível liberta vapor em quantidade
suficiente para formar uma mistura inflamável por uma fonte externa de calor. O
ponto de fulgor não é suficiente para que a combustão seja mantida.

 Ponto de combustão
 É a temperatura mínima necessária para que um combustível desprenda vapores
ou gases combustíveis que, combinados com oxigênio do ar e em contato com
uma chama ou centelha (agente ígneo) externa, se inflamam; e mantém-se
queimando, mesmo com a retirada do agente ígneo, face a quantidade de
vapores liberados àquela temperatura, bem como o aumento da temperatura
provocada pela queima.

 Ponto de ignição
 Consiste na temperatura (muito acima dos pontos de fulgor e de combustão) à
qual os vapores desprendidos entram em combustão espontânea
(independentemente de qualquer chama direta).
Combustíveis Sólidos
A queima de combustíveis sólidos ocorre em três etapas:

 Pré-Aquecimento
 O combustível não queimado é aquecido até o ponto de fulgor e, depois, para o
ponto de combustão.

 Destilação ou Fase gasosa


 Começa a liberação de gases que se misturam com o oxigênio do ar, dando
início à reação, ocorrendo a produção de energia na forma de calor e luz (fogo).

 Fase de carvão ou Fase sólida


 A liberação de gases inflamáveis é pequena para manter a chama, mas o
combustível carbonizado continua queimando lentamente. O sólido fica
incandescente e continua a arder, sem a produção de chamas.
Propriedades dos Combustíveis

 Estequiometria da Reação
 Ponto de Ebulição
 Calor de Vaporização
 Ponto de Fulgor
 Limites de Flamabilidade
 Ponto de Ignição
 Temperatura Adiabática de Chama
 Poder Calorífico
 Produção de CO2
Estequiometria da Reação
 Para a queima de um combustível é necessária uma certa quantidade de ar
para que a reação ocorra.
 A quantidade exata de ar (contendo aproximadamente 23% de O2) necessária
para a reação de combustão depende da fórmula química do combustível.

 Assim, a massa de ar necessária para que ocorra a combustão completa


será:

mO2  0,23.mar
A  mar 1 MMO2
   .
F  mcombustível 0,23 MM combustível

Relação Ar/Combustível

Estequiometria da Reação
 MISTURA ESTEQUIOMÉTRICA:
 As massas de ar e combustível seguem exatamente a relação (A/F)

 MISTURA POBRE
 A massa de ar é maior que a prevista pela relação (A/F)

 MISTURA RICA
 A massa de combustível é maior que a prevista pela relação (A/F)

COEFICIENTE DE EXCESSO DE AR: RIQUEZA DA MISTURA:

 F
A A F
 real
 esteq

A F esteq  F
A
real

Misturas pobres Misturas ricas


Ponto de Ebulição
 Temperatura em que um combustível líquido passa para seu estado vapor numa
determinada pressão.

 Combustíveis formados por apenas um componente apresentam um valor de


temperatura de ebulição bem definido.

 Entretanto, a maioria dos combustíveis são uma mistura de vários componentes, e


apresentam uma curva de destilação, onde o volume de líquido evaporado é
acompanhado com o aumento da temperatura.
Limites de Flamabilidade
 Para que ocorra a combustão completa de um combustível é necessário
que a razão entre o volume de ar e combustível esteja dentro de certos
limites, conhecidos como:
 Limite Inferior de Flamabilidade (LIF), e
 Limite Superior de Flamabilidade (LSF)

LIF (%V) LSF (%V) LSF/LIF


Metano 5,3 14,0 2,6
Propano 2,4 9,5 4,0
Butano 2,0 8,5 5,3
Gasolina 1,4 7,6 5,4
Acetileno 4 75 18,8
Etanol 4,3 19 4,4

É interessante notar que estes valores são apresentados em forma de porcentagem volumétrica,
e não mássica como acontece para a relação (A/F).
Poder Calorífico
 É a quantidade de energia química no combustível, que pode ser representado
 pela massa de combustível (Poder Calorífico do Combustível), ou
 pela massa da mistura ar-combustível (Poder Calorífico da Mistura).

 O poder calorífico é apresentado em unidades de J/m3 (para combustíveis gasosos)


ou J/kg (para combustíveis sólidos e líquidos).

 Um dos problemas dos combustíveis para veículos é que estes precisam ser
transportados. Por isso é importante saber quanta energia pode ser transportada
num dado volume.

Combustível Poder Calorífico (MJ/kg)


Diesel 36
Gasolina 33
Etanol 21
Bateria Pb-ácido 0,3
Produção de CO2
 Parâmetro estudado devido ao aumento da preocupação com o efeito estufa.

 De maneira geral, o potencial de emissão de CO2 de um combustível é maior quanto


maior a quantidade de carbono em sua composição

Mistura de Emissão de CO2


Hidrocarboneto
Gasolina 100
Diesel 102
GLP 87
Gás Natural 75
Hidrogênio 0
Gasolina
 Produto da destilação do petróleo
 Mistura de hidrocarbonetos com temperaturas de ebulição na faixa de 25oC a
250oC

GASOLINA

MOTOR Compressão Ignição COMBUSTÃO Expansão

AR (O2)

 Capaz de ser submetida a altas pressões e temperaturas, sem que ocorra


auto-ignição

 Índice de Octano ou Octanagem: parâmetro de qualidade da gasolina


 Indica a taxa de compressão possível sem que haja detonação
 Também conhecido como Poder Antidetonante
Diesel
 Produto da destilação do petróleo

 Mistura de hidrocarbonetos com ponto de ebulição entre 180oC e 360oC

 Não evapora facilmente

 Pode ocorrer precipitação dos hidrocarbonetos mais pesados na mistura


em baixas temperaturas (t < -10oC)

 Auto-inflamável (tignição = 250oC – 300oC)

 Alto teor de S (quando comparado à gasolina)

 A capacidade de uma mistura de diesel de se auto-inflamar é medida pelo


índice de cetano (IC)
Biodiesel
Mistura de ésteres produzidos a partir da reação de transesterificação de
óleos vegetais ou gorduras animais (triglicerídeos)

Possui índice de cetano superior ao diesel


Baixa emissão de poluentes
Biodegradável

Processo de fabricação ineficiente


Reagem levemente com polímeros e borrachas
Alto custo
Poder calorífico cerca de 10% menor que o diesel

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