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1.0 INTRODUÇÃO
1.2 OBJETIVOS
1.3 HIPÓTESES
2.1.1 Aparelhos da GR
Tempo de prática
qual o aprendiz pratica a habilidade como um todo porém direciona a sua atenção a
um aspecto da execução em especial. Ainda há a prática global com modificação da
situação real, na qual se facilita a condição da realização, como por exemplo na
aprendizagem do esqui na neve, que pode ser aprendido em um ambiente fechado
inicialmente para que depois seja realizado no seu ambiente natural. A decisão
sobre qual modelo deve ser usado deve levar em consideração a análise da
habilidade a ser ensinada e qual o seu objetivo, definindo assim qual o tipo de
prática mais eficaz para atingi-lo.
“Um argumento a favor de praticar a habilidade como um todo é que esta vivência poderia
ajudar o aprendiz a sentir melhor o fluxo e o timing de todos os componentes dos movimentos
da habilidade. Um argumento contrário é que a prática da habilidade em partes reduz a
complexidade da habilidade e permite que o aprendiz reforce o desempenho de cada parte
corretamente antes de desenvolver a prática como um todo”.
A questão sobre que tipo de prática utilizar têm sido discutida desde o
começo do século. Magill (2000, p. 274) cita os estudos de Barton (1921), que
investigou a questão do todo e partes na aprendizagem de uma tarefa de labirintos;
de Brown (1928), que propôs a aprendizagem de uma composição musical de piano;
de Knapp e Dixon (1952), que estudou a aprendizagem dos malabarismos e de
Wickstrom (1958), com a aprendizagem de habilidades da ginástica. O autor coloca
que estes estudos trouxeram informações úteis, mas contribuíram pouco para o
estabelecimento de princípios básicos de orientação para se decidir sobre o melhor
tipo de prática. Sugere-se que houve um avanço desta questão quando Naylor e
Briggs (1963) citado por Magill (2000, p. 274) apresentaram a hipótese de que as
características de organização e complexidade de uma habilidade poderiam fornecer
as bases para a decisão de se utilizar a prática como um todo ou em partes. Na
análise da tarefa proposta por estes autores, a complexidade se refere ao número
de partes de uma habilidade, ou seja, uma tarefa altamente complexa teria muitos
13
Além disso, para Pérez e Bañuelos (1997, p. 216) a aprendizagem das partes
não é o objetivo que se pretende. Este processo de ensino dos esportes é muito
conhecido e excessivamente empregado por treinadores, mas pode apresentar
como contrapartida o aparecimento de sérias dificuldades na hora de se juntar as
partes para realizar a ação esportiva global. Sobre isso deve-se pensar que, às
vezes, quando se prefere a prática analítica sobre a execução global do movimento,
pode parecer que o esportista não reteu nada e deve começar a aprender de novo,
praticamente do zero.
Com essas questões, foi formulada uma metodologia que buscasse então
analisar a eficiência da prática em partes (método usado tradicionalmente) e da
prática como um todo, comparando-os entre si. O estudo foi realizado com
16
estudantes universitárias, que responderam o que achavam que era importante para
essa modalidade, e avaliaram o método pelo qual aprenderam os movimentos da
GR. Foram divididas em dois grupos aleatoriamente, que em 22 aulas aprenderam
uma série de movimentos com a corda, sendo que o grupo que trabalhou com as
partes aprendeu primeiro os movimentos do corpo, introduzindo após isso os
elementos do aparelho; e o grupo que aprendeu como um todo trabalhou com a
corda desde o primeiro dia de aula, aprendendo os movimentos corporais junto com
o aparelho.
Outra proposta do estudo foi realizar um teste de retenção, no qual não foram
encontradas diferenças significativas, porém houve indícios que a prática como um
todo também foi mais eficiente, analisando-se as médias dos grupos. A retenção é a
característica essencial da aprendizagem, pois para Pérez e Bañuelos (1997, p. 156)
durante os treinamentos, os treinadores buscam que seus atletas sejam capazes de
manter, ou seja, reter em sua memória as informações necessárias para a produção
do gesto técnico ou da atuação tática, inclusive mesmo depois de haver transcorrido
um tempo sem haver praticado. Esse é o objetivo que se pretende durante a
18
“Se por um lado pode parecer, intuitivamente, “mais fácil” aprender as partes componentes
das atividades da GRD, por outro lado torna difícil acreditar que, um método de ensino que
causa pobreza rítmica no desenvolvimento da tarefa, limita a possibilidade de expressão
do aluno e ignora a necessidade que os alunos têm de desenvolver um quadro geral da
atividade que quer executar, possa ser adequado para a GRD, dependente principalmente
destes aspectos para seu desenvolvimento.”
obtém resultados a longo prazo em habilidades que possuem uma grande interação
entre as suas partes.
Uma das explicações para a eficiência da prática como um todo deve levar
em conta um dos fenômenos contra-intuitivos da aprendizagem humana, citado por
Schmidt e Wrisberg (2001, p. 250): um desempenho inicial mais pobre leva a uma
melhor aprendizagem, o que é denominado efeito da interferência contextual.
Deve-se fazer uma consideração aqui sobre o uso da interferência contextual.
Os autores da aprendizagem motora citam este efeito normalmente para explicar a
20
Lee e Magill, citados por Magill (2000, p. 255) supuseram que a condição de
prática de alta interferência contextual se assemelha à situação de adição, em que
há vários outros problemas a resolver antes de retomar o primeiro problema
novamente. Quando um aprendiz pratica uma habilidade motora, a interferência
criada pelas tentativas práticas entre duas tentativas de mesma variação da
habilidade faz com que a pessoa se esqueça de boa parte do plano de ação
desenvolvido para a primeira tentativa. Como conseqüência, o aprendiz precisa
reconstruir e modificar seu plano de ação para tentar a habilidade da próxima vez.
Uma afirmação de uma famosa treinadora búlgara (Neska Róbeva) nos leva a
refletir sobre a grande utilização desses métodos tradicionais, que diz que a
iniciação na GR (especificamente voltada para o treinamento de alto rendimento) é:
“Exatidão e perfeição: essa é a contínua exigência no começo da carreira. Mais
tarde, corrigem-se os erros difíceis, alguns jamais se corrigem. Aprender algo errado
é pior do que não ter aprendido nada” (RÓBEVA E RANKÉLOVA, 1991, p. 53). A
partir daí podemos considerar, como constatou Llobet (1996), essa grande parte da
preocupação dos treinadores de GR em iniciar somente com o trabalho à mãos
livres, pois dizem que no começo da carreira deve ser exigida a exatidão e perfeição,
o oposto do que proporciona as metodologias globais de aprendizagem.
Ao iniciar um trabalho de aprendizagem na ginástica rítmica deve-se ponderar
os seus objetivos de uma preparação a longo prazo para que se possa adequar a
prática de aprendizagem a eles, pois para Lanaro Filho e Bohme (2001, p. 155) “a
possibilidade de sucesso de um indivíduo em qualquer esporte depende do seu
potencial genético, da metodologia de aprendizagem e do treinamento durante os
diferentes estágios do seu desenvolvimento”.
A pesquisa será foi com crianças no ano em que completaram nove e dez
anos (3ª e 4ª série do ensino fundamental), que para Gallahue e Ozmun (2005, p.
105) estão na fase motora especializada, no estágio transitório. Esta fase resulta da
fase anterior, que é a de movimentos fundamentais. É um período em que as
habilidades estabilizadoras, locomotoras e manipulativas fundamentais são
progressivamente refinadas, combinadas e elaboradas para o uso em situações
crescentemente exigentes. No estágio transitório (7 a 10 anos) os indivíduos
começam a combinar e a aplicar habilidades motoras fundamentais ao desempenho
de habilidades especializadas no esporte e em ambientes recreacionais. As
habilidades são realizadas de formas mais específicas e mais complexas, sendo a
descoberta de numerosos padrões motores e a rápida expansão de habilidades uma
motivação para as crianças (GALLAHUE e OZMUN, 2005, p. 105)
Há várias diferenças entre crianças de 7 e de 10 anos, dentro do estágio
transitório. Contudo não se deve esquecer que quanto mais experiência de
24
De acordo com Ross (1976), citado por Ladewig, Cidade e Ladewig (2001, p.
176) até o início da adolescência, por volta dos 11 anos, as estratégias de atenção
seletiva não são usadas espontaneamente pelas crianças. O processo da atenção
seletiva desenvolve-se em estágios, que são divididos em exclusivo, inclusivo e
atenção seletiva. No primeiro estágio, o exclusivo, os bebês ou crianças muito
jovens são atraídos por um único estímulo, ignorando os demais estímulos do
ambientes. Como exemplo pode-se citar o fato de os bebês ficarem por muito tempo
com a atenção em um brinquedo apenas, ignorando outros brinquedos ao seu redor.
Já segundo estágio, denominado inclusivo, aparece após um desenvolvimento nos
processos de atenção da criança, isso ocorre normalmente quando elas alcançam a
primeira série do ensino fundamental. Nessa fase, ao contrário do estágio anterior, a
criança é atraída por inúmeros estímulos contidos no meio ambiente, prestando
atenção em muitas coisas ao mesmo tempo. A criança encontra dificuldades em
separar as informações relevantes das irrelevantes. O professor pode encontrar
dificuldades em conseguir a atenção do aluno para passar informações, pois é
nessa fase que a criança é conhecida por não prestar atenção. Nas aulas de
Educação Física, por exemplo, quando os alunos estão na quadra, sua atenção é
facilmente desviada da aula para outras crianças brincando no pátio ou a aula de
outro professor.
Segundo Ladewig, Cidade e Ladewig (2001, p. 177) no início da
adolescência, por volta dos 11 anos de idade, aparece o terceiro estágio,
denominado de atenção seletiva. Nessa fase, os jovens já são capazes de
selecionar as informações relevantes, descartando as irrelevantes que estão sendo
fornecidas a eles pelo meio ambiente. Como exemplo deste estágio pode-se utilizar
o mesmo exemplo citado anteriormente, no caso da situação de aula de Educação
Física na quadra, o jovem terá mais facilidade em prestar atenção na sua aula,
ignorando as outras crianças brincando no pátio e a aula de outro professor. Um
outro exemplo seria quando uma criança aprende a andar, ela poderá ter
dificuldades em caminhar numa sala cheia de gente sem esbarrar em alguém, ao
contrário dos adultos, que fazem isso sem a menor dificuldade.
É importante ressaltar que como em toda regra existem exceções, pois pode
haver situações em que as crianças não se enquadram nos estágios. Não se pode
esquecer que cada criança tem sua individualidade, seu tipo de criação, sua
genética, mas de maneira geral as crianças mais jovens têm mais dificuldades em
27
Há uma grande relação dos conceitos teóricos que explicam as dicas e sua
eficiência como facilitadoras da aprendizagem e as teorias de Vygotsky. Em sua
obra que discorre acerca do pensamento e da linguagem, há vários pontos que
podemos remeter para os estudos atuais que trabalham com a utilização de dicas.
Com relação aos estágios de desenvolvimento da atenção, podemos relacionar o
processo de “internalização”, que é a reconstrução interna de uma operação externa
(VYGOTSKY, 1991, p. 74). Podemos relacionar a internalização ao fato do
desenvolvimento de estratégias de atenção seletiva, no início da adolescência. Ou
seja, os indivíduos têm a capacidade de criar as suas próprias estratégias de
direcionamento da atenção. Para resumir uma grande relação com o nosso presente
estudo, para Vygotsky (1991, p. 58), “a verdadeira essência da memória humana
está no fato de os seres humanos serem capazes de lembrar ativamente com a
ajuda de signos”.
Ladewig (1994) fez um estudo utilizando um jogo de videogame, para verificar
a influência das dicas em atividades com influência do ambiente. No jogo os sujeitos
participantes andavam de bicicleta e tinham que arremessar o jornal nas caixas de
correio, enquanto desviavam de vários obstáculos na rua. A dica utilizada foi “caixa
de correio, arremesse”, aplicadas para crianças e adultos, com e sem o uso de
dicas. Na comparação entre eles foi verificado que as dicas foram relevantes para as
crianças e também para os adultos.
O mesmo autor realizou um outro estudo enfocando as dicas “dinâmicas”, ou
seja, dicas aplicadas em habilidades abertas (como no estudo anterior). Foi utilizado
um jogo de computador, no qual os sujeitos (crianças, adolescentes e adultos; cada
um em um estágio de desenvolvimento da atenção diferenciado) tinham que dirigir
uma nave espacial e destruir as naves inimigas que apareciam no espaço. A dicas
eram instruções a respeito do local onde as naves inimigas apareciam, e a sua
eficácia novamente foi comprovada em todos os grupos de sujeitos.
Aplicando os benefícios comprovados nas duas pesquisas anteriores no
ensino de habilidades motoras, Cidade et all (1998) ensinaram a habilidade de
“backhand” ou movimento com o lado não dominante da pessoa, na maioria dos
casos, a esquerda do tênis de campo para uma criança com síndrome de down,
fazendo um estudo de caso. Foi aplicada uma dica visual para chamar a atenção da
criança para a realização do movimento correto. Depois de trinta dias do primeiro
29
teste realizando as aulas foi verificada uma melhora de 50% no movimento, o que
demonstrou a efetividade da dica visual no ensino de uma habilidade motora.
Em um estudo recente realizado por Bertoldi (2004) foi comprovada a
eficiência do uso de dicas no aumento da percepção corporal de crianças portadoras
de deficiência motora. A pesquisa foi realizada com 22 crianças, divididas em dois
grupos, um que trabalhou com o uso de dicas e outro sem. As dicas foram aplicadas
para direcionar a atenção das crianças para as partes do corpo, como membros
superiores e inferiores, partes de cima (cabeça e face) e partes do meio (tronco).
Foram encontradas diferenças significativas nas variáveis de percepção cinética e
percepção crítica das partes do corpo, e na análise do desenho do corpo também foi
verificada uma diferença expressiva na representação corporal das crianças que
fizeram parte do grupo com dicas.
Pasetto (2004) realizou um estudo que investigou o efeito das dicas visuais na
aprendizagem do nado crawl para alunos surdos. A pesquisa envolveu dois grupos,
um que utilizou dicas através de modelo e outro que utilizou dicas através de figuras
e modelo. Na análise intra-grupos todos melhoraram o padrão de movimento do pré-
teste para o pós-teste, e comparando-se os dois grupos houve uma superioridade
para o grupo que utilizou as figuras, concluindo-se que a utilização de dicas com as
figuras associadas às dicas no modelo real foi mais eficiente para direcionar e
manter a atenção dos alunos surdos.
Considerando estes estudos e que na idade que iremos trabalhar (9 e 10
anos) as crianças ainda não são eficientes para usar as estratégias de atenção
seletiva (para focar a sua atenção nas partes mais relevantes da tarefa), é provável
que o uso de dicas será benéfico para a aprendizagem. Num esporte como a
Ginástica Rítmica, que é extremamente complexo e que possui uma grande
variedade de movimentos com os aparelhos, a criança tem dificuldades para “prestar
atenção”. Ao usar dicas de aprendizagem fazemos a criança obter uma idéia do
movimento, facilitando o seu entendimento. Essas estratégias auxiliam a criança a
direcionar a atenção para a maior “dificuldade” de uma habilidade, podendo facilitar
o processo de aprendizagem. Estas estratégias devem fazer parte do mundo da
criança, fazendo com que as mesmas sejam relevantes para elas.
Na idade em que a criança inicia na GR (enfocando um treinamento de alto
nível no futuro), lembramos que crianças possuem diferenças dos adultos em
relação ao processamento de informações (são mais lentas), são ineficientes no uso
30
dos processos de controle de memória (não sabem usar estratégias para lembrar e
memorizar), além de que possuem uma quantidade limitada de experiências. Como
não existe uma proposta pronta de dicas específicas para a GR, deve-se
primeiramente avaliar as alunas a fim que possamos planejar a aula com o objetivo
de contornar essas dificuldades.
3.0 METODOLOGIA
3.1 População e Amostra
FALTAS DEDUÇÃO
Perda do equilíbrio colocando uma mão no chão 0,20
Perda do equilíbrio com apoio das duas mãos sobre o aparelho 0,40
Perda total do equilíbrio (queda) 0,50
Segmento corporal incorreto (pé) O,10
Segmento corporal incorreto (joelho) 0,10
Forma não definida e fixa 0,10
Movimento incompleto 0,10
Planos incorretos do arco 0,10
Estatismo do aparelho 0,10
TOTAL 1,70
FONTE: Código de Pontuação de Ginástica Rítmica (FIG, 2005)
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4.0 RESULTADOS
Fator f p
Práticas 5,6736 0,022477*
Dicas 1,31883 0,013640*
Práticas x Dicas 0,4908 0,487955
Testes 1,6729 0,194719
* diferenças significativas – p<0.05
38
TsD (teste 2)
PsD (teste 1) 0,043774*
PsD (retenção) 0,030709*
* diferenças significativas – p<0.05
1,7
1,6
1,5
1,4
1,3
1,2
1,1
1
Médias
0,9 PcD
0,8 PsD
0,7
0,6
0,5
0,4
0,3
0,2
0,1
0
1 2 3
Testes
1,7
1,6
1,5
1,4
1,3
1,2
1,1
1
Médias
0,9 TcD
0,8 TsD
0,7
0,6
0,5
0,4
0,3
0,2
0,1
0
1 2 3
Testes
40
O grupo TsD teve uma evolução nas médias, sendo que houve a diferença
significativa estatisticamente, porém as médias têm valores mais baixos que o grupo
TcD. Este manteve as médias em valores próximos, como o grupo PcD. O fator
dicas deixou os grupos mais regulares nas avaliações, o que pode ser uma
explicação para o não aparecimento de diferença significativa entre eles.
Fator f p
Práticas 4,083 0,049428*
Dicas 13,751 0,000582*
Práticas x Dicas 0,536 0,468042
Testes 0,429 0,652425
* diferenças significativas – p<0.05
41
1,5
1,4
1,3
1,2
1,1
1
0,9
Médias
0,8 PcD
0,7 PsD
0,6
0,5
0,4
0,3
0,2
0,1
0
1 2 3
Testes
1,5
1,4
1,3
1,2
1,1
1
0,9
Médias
0,8 TcD
0,7 TsD
0,6
0,5
0,4
0,3
0,2
0,1
0
1 2 3
Testes
No lançamento da bola foi observado uma grande diferença dos grupos que
aprenderam com dicas em relação à altura da bola no lançamento. A dica era uma
fita colorida que ficava numa grade em frente à criança, mostrando uma altura
próxima que a bola deveria ser lançada para que se pudesse realizar o movimento
do rolamento e recuperar o aparelho. A grande maioria de crianças dos grupos que
aprenderam sem dicas até o teste de retenção apenas “soltavam” a bola para
qualquer lugar e faziam o rolamento, e depois “procuravam” a bola. Em relação às
diferenças entre os grupos partes x todo o grupo que aprendeu em partes realizou
melhor a técnica correta do rolamento, porém mais lentamente que o grupo que
aprendeu como um todo. Este realizava sem tanta precisão, entretanto mais rápido,
porque desde a primeira aula sabiam que tinham que rolar e ainda esperar a bola
para recuperá-la, e a dica mostrou que lançando alto haveria um tempo hábil para
isso.
45
5.0 DISCUSSÃO
Foi verificado que em alguns aspectos as dicas têm um papel essencial para
a aprendizagem, como no caso do lançamento da bola, onde apenas os grupos que
utilizaram dicas tiveram diferenças significativas, e na sua junção com a prática, em
que a soma da utilização da dica com a prática como um todo possuem melhores
resultados, sempre com médias mais elevadas e com diferenças significativas.
No equilíbrio com o arco a dica não teve um efeito significativo, apesar de
apresentar médias mais altas no grupo PcD e TcD. Esta habilidade é um equilíbrio
muito utilizado em séries de ginástica rítmica, é realizado no plano baixo, sendo que
o aparelho arco realiza um movimento em oito na frente do seu rosto, o que faz com
que a criança fique olhando para o aparelho. Esse fato facilita o direcionamento da
atenção para o aparelho, ou seja, a criança tinha o total controle do corpo e do
aparelho, fazendo com que as dicas não tivessem efeito significativo esperado para
este movimento.
Os resultados de cada habilidade demonstram a necessidade de se analisar
as características próprias de cada aparelho e de cada elemento da ginástica
rítmica. A habilidade de equilíbrio com o arco se enquadra nos elementos corporais
da GR, sendo um equilíbrio que está presente na maioria das séries de ginástica
rítmica atuais. Já a habilidade de lançamento da bola é um elemento acrobático, que
geralmente nas séries é realizado com um movimento de lançamento, tanto da bola
quanto de outros aparelhos. No contexto de cada habilidade foram observadas
diferenças, como o reforço da dica no lançamento da bola, mas é importante lembrar
que estes movimentos foram feitos dentro de um contexto controlado, com um início
e fim definidos. Os resultados que foram expressados nesta pesquisa são
importantes se analisados dentro desse contexto, principalmente se levarmos em
consideração o “n” de cada grupo, que variou de 10 a 15 crianças, dependendo dos
grupos e habilidades. Mas é importante discutir também a viabilidade deles dentro
de uma série de ginástica, que é o objetivo competitivo do esporte, e um contexto
muito mais difícil de se realizar as habilidades. Os resultados nas duas habilidades e
inclusive as diferenças existentes entre eles demonstram a necessidade de dispor
dessa pesquisa para se trabalhar com a aprendizagem geral da GR. Com relação as
práticas de aprendizagem, concordando com Tibeau (1988, p. 80) o uso de
materiais, além de constituir uma das características mais importantes da GR,
favorece um melhor desenvolvimento dos movimentos corporais e das capacidades
físicas, facilitando a aquisição de movimentos mais naturais e favorecendo a estética
49
6.0 CONCLUSÃO
REFERÊNCIAS
ALONSO, Heloisa. Meu corpo, minha cultura, minha Ginástica Rítmica. Anais do
3º Congresso Científico Latino Americano de Educação Física da Unimep,
Piracicaba, 438-443, 2004.
LADEWIG, Iverson; CAMPOS, Wagner de; GALLAGHER, Jere Dee. Das teorias de
atenção às estratégias de atenção seletiva: Uma revisão bibliográfica. Revista
Synopsis, Curitiba, V.7, 81-94, 1996.
ROSA NETO, Francisco. Manual da Avaliação Motora. Porto Alegre: Artmed, 2002.
VIEIRA, Ester de Azevedo. Ginástica Rítmica Desportiva. São Paulo: Ibrasa, 1982.
ANEXOS
59
ANEXO 1
Questionário
Este questionário é destinado aos senhores pais de todas as alunas de terceira e quarta série
desta escola, e tem por objetivo saber sobre as condições de saúde da sua filha para a avaliação da
possibilidade de participação da mesma numa pesquisa que trabalhará com a aprendizagem da
Ginástica Rítmica, como será explicado no Termo de Consentimento. Desde já agradecemos a
atenção.
1. Sua filha teve fratura em algum osso nos últimos 3 meses? ( ) Sim ( ) Não
4. Sua filha não tem participado das aulas de Educação física por algum motivo de saúde? ( ) Sim
( ) Não
OBSERVAÇÕES:
Ass:______________________________________________________________
60
ANEXO 2
Pesquisadores Responsáveis: Prof. Iverson Ladewig, Phd e Prof. Msda Priscila Caçola. Telefones
para contato: 9236-0010.
_______________________________________________________________________________
Observação: será realizada uma reunião com os pais para melhores explicações sobre a pesquisa.
61
ANEXO 3
ANEXO 4
ANEXO 5
ANEXO 6
ANEXO 7