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CARACTERIZAÇÃO DO REJEITO DE BENEFICIAMENTO DE MINÉRIO DE

OURO DA RIO PARACATU MINERAÇÃO, PARACATU-MG

RESUMO

A explotação de minérios é uma atividade que promove impactos ambientais de


diferentes intensidades e extensão. Depósitos de rejeitos, decorrentes do beneficiamento
de minérios, podem ser fontes de contaminação ambiental devido à possibilidade de
conterem metais pesados. A caracterização física, química e mineralógica de resíduos é
de grande importância para o gerenciamento destes visando a mitigação de impactos
ambientais e, caso seja necessário, correções para a implantação de vegetação. O
objetivo deste trabalho foi caracterizar física, química e mineralogicamente amostras de
rejeito proveniente do beneficiamento de minério de ouro da Rio Paracatu Mineração
S.A. As amostras foram submetidas à análise mineralógica, análises químicas de rotina
da fertilidade do solo. Determinaram-se, ainda, os teores totais, extraídos em água régia,
e disponíveis, extraídos com Mehlich-3, e água deionizada, de S, As, Cr, Zn, Fe, Cd, Pb,
Cu e Ni. A caracterização física foi realizada determinando-se a granulometria, argila
dispersa em água, densidade de partículas, densidade aparente, porosidade total e
equivalente de umidade. As amostras analisadas apresentaram elevada salinidade e altos
teores de S e As, representando uma limitação ao desenvolvimento de plantas. Quanto
ao aspecto físico o rejeito apresentou elevada quantidade de silte, o que representa baixa
retenção de água. Na caracterização mineralógica foi possível a identificação do quartzo
e muscovita como principais minerais. A interpretação das análises químicas e físicas
para rejeitos provenientes de beneficiamento de minério de ouro difere da análise de
solo, portanto os teores ideais e/ou tóxicos para esse material devem ocorrer em função
principalmente das espécies a serem plantadas. No entanto, ficou evidente que os teores
de enxofre e arsênio disponíveis foram elevados, indicando a necessidade de correção
para a implantação de vegetação.
(PIBIC/CNPq e Rio Paracatu Mineração SA)

SELEÇÃO DE ESPÉCIES PARA A REVEGETAÇÃO DA BARRAGEM DE


REJEITO DA RIO PARACATU MINERAÇÃO, PARACATU-MG
Atividades de extração mineral geram impactos ao ambiente que podem ser
abrandados com a recuperação de áreas degradadas. Este estudo objetivou avaliar o
efeito do saprolito como camada de cobertura, testar o efeito da brita calcária e areia
como camada de quebra de capilaridade e avaliar o crescimento e tolerância de espécies
(Melinis minutiflora, Crotalaria juncea, Mucuna aterrima e Sesbania virgata) ao
arsênio, visando condições e seleção de espécies para a revegetação da barragem de
rejeito da Rio Paracatu Mineração SA. Foram realizados 18 tratamentos, variando
espécies, camadas de cobertura e camadas de quebra de capilaridade. Foram avaliados
diâmetro, altura e sintomas visuais de toxidez. Após o término do experimento,
determinaram-se os teores de S, As, Fe, Ni, Zn, Pb e Cd nas diferentes partes das
plantas. Nas amostras de solo, saprolito e rejeito determinaram-se as concentrações de
S, As, Fe, Cr, Ni, Zn, Pb, Cd, Mg e Ca. Na água de lixiviação avaliou-se o teor de As.
Não foram detectados As, Cr, Ni, Zn e Cd nas amostras de solo e saprolito, impedindo a
avaliação da relação da translocação desses com a camada de quebra de capilaridade. Os
tratamentos, onde havia crotalária, não geraram lixiviados, devido ao exigente consumo
de água. O capim gordura apresentou menor demanda hídrica. A areia como camada de
quebra de capilaridade gerou menor volume de lixiviado. Os teores de As no lixiviado
não foram significativos entre os tratamentos. Crotalária e mucuna, apresentaram
sintomas visuais de toxidez, como necrose e coloração arroxeada nas folhas. Capim
gordura e crotalária apresentaram maior produção de matéria seca total. O uso de
diferentes tipos de camada de cobertura e quebra de capilaridade não proporcionaram
diferenças significativas na absorção de arsênio e matéria seca. Os teores dos elementos
analisados, nas diferentes partes das plantas, foram muito diferenciados entre as
espécies.
(PIBIC/CNPq e Rio Paracatu Mineração SA)

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