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editorial

Editora Saber Ltda. Editorial


Diretor
Hélio Fittipaldi
A energia elétrica é um dos insumos mais preciosos
no mundo. Com o progresso e aumento da popula-
ção, a tendência é de sua escassez, e assim, tem havido
www.sabereletronica.com.br
twitter.com/editora_saber nos últimos anos uma procura tecnológica por outras
Editor e Diretor Responsável fontes de geração.
Hélio Fittipaldi
Conselho Editorial Ao mesmo tempo, o poder público e a sociedade de
João Antonio Zuffo maneira geral tentam economizar de diversas formas.
Redação Hélio Fittipaldi
Rafaela Turiani A mais recente, aqui no Brasil, foi o fim do uso das tra-
Revisão Técnica dicionais lâmpadas incandescentes, grandes consumi-
Eutíquio Lopez
Designers doras de energia e causadoras também de grande desperdício. Muitos con-
Carlos C. Tartaglioni, sumidores, na substituição dessas lâmpadas aderiram às fluorescentes, que
Diego M. Gomes
Publicidade são muito econômicas no consumo de energia, mas de vida breve e com a
Caroline Ferreira, desvantagem de serem contaminadoras do meio ambiente. Além disso, há o
Marileide de Oliveira
Colaboradores circuito eletrônico (reator) que vive queimando, e também, a não observância
Bill Messner,
Dawn Tilbury,
por parte dos consumidores do fator de potência próximo de 1, dando prefe-
Eutíquio Lopez, rência àqueles mais baratos com valor = 0,5 que desperdiçam 50% da energia
Filipe Pereira,
Francisco Bezerra Filho, elétrica em forma de calor.
Guilherme Yamamoto,
Gustavo Peixinho, Assim chegamos ao mundo dos LEDs, que evoluíram nos últimos anos em sua
José A. Palazzi,
Luke Milner,
eficiência e passaram a ser usados em decoração, na iluminação pública, faróis
Mark Cantrell, de automóveis e agora para iluminar ambientes de trabalho e residências.
Renan Azevedo
Claro está que este é um mercado enorme, e você que nos lê pode aproveitar a
PARA ANUNCIAR: (11) 2095-5339
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com o uso em sua casa.
Capa
Arquivo Editora Saber Dada a importância deste fato é que resolvemos chamar a atenção, colocando
Impressão os LEDs na capa desta edição e publicando circuitos de referência de fábrica
EGB Gráfica e Editora
Distribuição para o conhecimento do público técnico. Quando esta edição estiver circu-
Brasil: DINAP lando, deveremos estar com o novo portal da Saber Eletrônica na internet
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para sua visitação. Ele está mais ágil e com o novo design mais agradável e
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2013 I Maio/Junho I SABER ELETRÔNICA 470 I 3


índice

22
Sensores
14 Como escolher o sensor ideal para seu sistema de 03 Editorial
medição
Projetos
06 Acontece

22 Construa um LED Driver eficiente para sistemas de 06 Enecsys lança plataforma de microinversor
iluminação 07 Bloco metrológico de campo ultra frio 9194A
26 Controlador de alta potência com o CILT3763 07 Novo catálogo M60.2, da Keystone,
34 Aprenda como projetar um sistema de controle: inclui novos produtos
Lugar das raízes para sistemas de controle – Parte 3 08 Hikari Hakko mostra novidades na Feira
Circuitos Práticos Internacional da Indústria Elétrica,
Eletrônica, Energia e Automação
38 Trabalhos práticos com Arduino
09 Vendas de smartphones puxam
Desenvolvimento mercado de celulares
42 Controle baseado em FPGA 10 Vishay Intertechnology anuncia o lançamento
Componentes de novas chaves de carga

46 Otimizando a conversão de potência nas interfaces 10 Texas Instruments lança o primeiro dispositivo
sensoras isoladas de memória flash de 4 MB do mercado para
ambientes agressivos
Instrumentação
11 A fina arte da geração de sinal
50 Rotação de fase e temperatura da junção nos
amplificadores transistorizados 12 FPT Industrial apresenta novo motor S8000 para
grupos geradores
54 Fonte de corrente microcontrolada
13 O novo termômetro IR Visual VT02, da Fluke, é o
62 Entendendo as especificações de instrumentos meio termo entre os termômetros infravermelho
de RF – Parte Final e os termovisores

Índice de anunciantes
Cursos Saber ......................................................… 05 Patola ...................................................... 19 Nova Saber .......................................................... 53
Metering 2013 ................................................ 09 ESC ..................................................... 21 Mouser ....................................................... 2ª Capa
Keystone ........................................................ 13 Cika ................................................. 25 Nova Saber .............................................. 3ª Capa
Tato ........................................................... 19 Globtek ................................................ 31 National ...................................................... 4ª Capa

4 I SABER ELETRÔNICA 464 I Setembro/Outubro 2012


acontece
Enecsys lança plataforma de microinversor
global de próxima geração
Microinversor de segunda geração, configurável em campo, tornará irresistíveis as
ofertas de módulos de corrente alternada dos principais fabricantes de painéis solares

A Enecsys Limited, principal fornece-


dora dos produtos microinverso-
res para o mercado solar mundial,
anunciou hoje o lançamento de sua
plataforma de microinversor de
segunda geração, incluindo um novo
gateway de comunicações e serviço
de monitoramento online.
Aproveitando seu sucesso do último
ano, enquanto expandia implementa-
ções de sua plataforma de primeira
geração em mercados internacionais
importantes na Europa, América do
Norte e Austrália, a plataforma de
segunda geração oferece benefícios Microinversor de segunda geração,
substanciais aos proprietários e insta- da Enercsys Limited
ladores do sistema, quando compara-
da com as atuais ofertas concorrentes.
Por exemplo, proprietários do sistema, eficiência de pico do microinversor, de do sistema da Enecsys de autocon-
integradores, instaladores e institui- líder do setor, de 96,5%, mantendo a figuração automática nos protocolos
ções financeiras que apoiam sistemas inovação da tecnologia da Enecsys na da grade local através do gateway da
de propriedade de terceiros atribuem vanguarda de uma capacidade máxima Enecsys, baseado no país real da insta-
um alto valor à capacidade de maximi- de geração de energia, com as mais lação”, afirmou.
zar a geração de energia. O microin- amplas certificações globais. O microinversor vem com um gateway
versor de segunda geração da Enecsys A tecnologia do microinversor da da Enecsys de próxima geração, pos-
aumenta dramaticamente a capacidade Enecsys habilita, portanto, o uso de sibilitando configurações e upgrades
de gerar energia através de uma com- muitos módulos de 60 células de alta perfeitos em campo, junto com o Sis-
binação de aumento de eficiência e potência, fornecendo geração máxima tema de Monitoramento da Enecsys,
maior capacidade de potência máxima de energia no menor espaço. Além que dá aos proprietários e instalado-
de saída, rendendo até 33% mais em disso, uma solução de cabeamento sim- res do sistema a capacidade de moni-
saída de força máxima sobre a oferta plificada possibilita maior produtividade torar a produção de energia em uma
anterior da Enecsys e até 40% mais do do instalador, portanto com instalações base painel por painel, em tempo real,
que uma oferta considerável de um mais rápidas, porém de menor custo. e resolver, de forma proativa e precisa,
microinversor alternativo. As versões do microinversor monta- qualquer problema de manutenção.
Esse forte desempenho é oferecido em das em rack receberam certificados O acondicionamento do microinversor
dois pacotes distintos: um projetado em mercados importantes na Europa, de segunda geração da Enecsys foi
especificamente para responder a América do Norte e Austrália. significativamente reelaborado, em um
oportunidades de integração entre “Os segmentos do mercado mundial de novo fator de forma patenteado, com
uma grande variedade de fabricantes energia solar para telhados de resi- um método de montagem integrada,
de painéis, que oferecem módulos dências e comercial leve continuam tornando-o extremamente apropria-
integrados de corrente alternada, bem robustos e ainda com pouca pene- do para integração com parceiras
como uma versão montada em rack tração, e o microinversor de próxima OEM em famílias de produtos do
tradicional, permitindo configurações geração da Enecsys é bem adequado Módulo CA. O acondicionamento
personalizadas do instalador. para alimentar o crescimento com hermeticamente fechado, junto com a
O equipamento é oferecido atualmente seu aumento de potência para até 300 incorporação contínua de componen-
em versões únicas, em incrementos W CA”, disse o presidente e CEO da tes exclusivos de alta confiabilidade,
de saída máxima de corrente alter- Enecsys, Mike Fister. “A instalação é garante uma solução confiável, apoiada
nada de 240 W até 300 W, com uma rápida e foi simplificada pela capacida- por uma nova garantia de 25 anos.

6 I SABER ELETRÔNICA 470 I Maio/Junho 2013


acontece
Bloco Metrológico de Campo Ultra Frio 9190A, da Fluke,
apresenta a melhor estabilidade de sua classe

A Fluke Calibration, líder em instrumentação e software de


calibração, apresenta o Bloco Metrológico de Campo Ultra
Frio 9190A, um calibrador de bloco seco, exato, pequeno,
leve e com a melhor estabilidade de sua classe.
O 9190A é ideal para aplicações farmacêuticas, biomédicas
e no processamento de alimentos, que demandam contro-
le de qualidade rigoroso e conformidade com processos
regulatórios, incluindo validação e calibração in loco dos
RTDs, termopares, termômetros e outros sensores de
temperatura.
Ele atende às diretrizes EURAMET CG-13 de melhores prá-
ticas de mensuração para calibradores de temperatura de
bloco seco. Isto assegura que as suas especificações foram
cuidadosamente definidas e testadas quanto a exatidão, es-
tabilidade, uniformidade axial (vertical), uniformidade radial
(poço a poço), efeito de carregamento e histerese.
O 9190A atende uma ampla faixa de temperatura de
trabalho (de -95° a 140° Celsius), abrangendo as tempera-
turas mais frias e mais quentes requeridas nas aplicações
farmacêuticas, biomédicas e de processamento de alimen-
tos, e opera em temperaturas ultrafrias que, normalmente,
não são disponíveis em um banho de calibração. Ele não
utiliza fluidos, ideal para as salas limpas, sendo além disso,
fácil de transportar e proporcionando uma capacidade de
aquecimento/ resfriamento mais rápidas. O instrumento Bloco metrológico de campo ultra
oferece a melhor estabilidade da temperatura em sua frio 9190A, da Fluke Calibration.
classe (±0,015 grau Celsius), proporcionando resultados
consistentes e exatos. exatidão de ±0,02 grau Celsius, e uma entrada específica de
Com a opção “painel de processo” embutida, o 9190A apre- sensores de referência para minimizar os efeitos do gra-
senta conectores 4-20 mA, uma entrada para termômetro diente axial quando um PRT de referência é alinhado com
de referência, uma entrada PRT/RTD de 4 elementos com sensores curtos.

Novo catálogo M60.2, da Keystone, inclui novos produtos


A Keystone Electronics Corp. acaba de Hardware de Painéis; Pinos, Plugues, para resolver requisições especiais de
anunciar o lançamento da 2ª edição Jaques e Soquetes; PC Board Hardwa- seus clientes. A capacidade e facilidade
do seu Catálogo original M60, referen- re e Multi-Purpose Hardware. de produção da empresa inclui: fer-
te a Conectores e Hardware Eletrôni- O catálogo tem mais de 5.000 produtos ramentas de precisão & die functions;
co: o Catálogo M60.2. de qualidade, sendo ilustrado com estampagem customizada; maquinário
Esta última edição de 152 páginas apre- desenhos detalhados, especificações e e montagem.
senta uma variedade de novos pro- fotos de produtos tanto nos sistemas A Keystone é uma empresa certificada
dutos e produtos atualizados, que são de medidas Métrico como Inglês com ISO 9001: 2008 e que obede-
facilmente localizados nas seções de (imperial). O M60.2 consiste em um ce ao RoHS & REACH, tendo suas
categorias de produtos. Tais categorias recurso ideal para os projetistas, enge- indústrias principais localizadas nos
abrangem: Clipes de Bateria; Contatos nheiros, e compradores. EUA e com escritórios de repre-
& Receptáculos; Clipes de Fusíveis Além das suas linhas de produtos sentação no Canadá, Europa, Ásia e
& Porta-fusíveis; Terminais e Pontos padronizados, a Keystone mantém um Austrália, bem como uma rede de
de Teste; Espaçadores & Isoladores; Serviço de Engenharia de Aplicações distribuição global.

Maio/Junho 2013 I SABER ELETRÔNICA 470 I 7


acontece
Hikari Hakko mostra novidades na
Feira Internacional da Indústria Elétrica,
Eletrônica, Energia e Automação

Empresa lança trena digital a laser, estação de solda digital, câmera


termográfica e estrutura tubular modulável durante o evento

O Grupo Unicoba participou de uma


das mais importantes feiras do setor, a
FIEE - Feira Internacional da Indústria
Elétrica, Eletrônica, Energia e Auto-
mação, em São Paulo. Representado
pelo núcleo de negócios Hikari Hakko,
lançou quatro produtos com aplicação
em diversos segmentos.
O principal lançamento é a trena
digital a laser, Hikari iHTL-70, que
proporciona precisão nas medições
para profissionais que necessitam de
grande exatidão nos resultados, sejam
agrimensores, engenheiros ou outros.
O produto, voltado para mercado de
construção civil, decoradores, projetis-
tas, móveis planejados, etc. se destaca
por medir a distância entre dois pon-
tos através da medição a laser. A trena
emite um feixe de laser em direção ao
ponto, obtém de volta a informação,
calcula a distância e exibe o valor no Trena digital a laser iHTL-70,
da Hikari Hakko.
display. Foi desenvolvida especialmente
para ambientes internos.
Como característica adicional apresenta visor de câmera termográfica Hikari aliado a um suporte técnico extraor-
as funções “Cálculo da Área e Volume”, HTI-3000 e a estrutura tubular modu- dinário”, ressalta.
“Medições indiretas por Pitágoras”, lável Hikari, ideal para a confecção de A marca se destaca pela busca inces-
“Valores Máximo e Mínimo”, “Soma estações de trabalho, bordos de linha, sante na inovação dos produtos e
e Subtração das medidas”, “Memó- flowracks para supermercados, carrinhos oferece a almejada qualidade, precisão
ria”, “Iluminação do display”, “Timer”, de transporte, entre outras aplicações. e facilidade que os usuários tanto pro-
“Autodesligamento” e “Bluetooth” O termovisor pode ser usado nas áreas curam. Os produtos Hikari Hakko são
para transmissão de dados. O software de elétrica, mecânica, eficiência energé- divididos em 3 categorias diferentes:
da Trena Laser Digital Hikari iHTL-70 tica ou qualquer outra que necessite de Soldagem Eletrônica - ferros de sol-
está disponível gratuitamente para o análise de temperatura. dar, estações de solda, acessórios para
smartphone com sistema operacional Leandro do Patrocínio, responsável pelo soldagem, ESD, estações de retrabalho
iOS (Ipod, Iphone e Ipad) e Android, marketing dos produtos Hikari Hakko, para BGA e outros; Teste e Medição
grande diferencial do produto, e ressalta que todos os produtos da - multímetros, alicate-amperímetros,
permite transferir as medições feitas marca são rigorosamente testados terrômetros, termômetros, osciloscó-
pela trena para o smartphone. Com o e aprovados conforme a política de pios, fontes de alimentação e demais
software Meterbox-iLDM é possível qualidade e as normas vigentes. “O itens de precisão; Ferramentas -
operar a trena remotamente, e utilizar crescimento das marcas Hikari e chaves, alicates, sopradores térmicos,
os dados de medição em fotos. Hakko ao longo dos anos é resultado pistolas de cola quente, parafusadeiras,
Outras novidades, desta vez para a indús- de um compromisso estabelecido SMT Splicing (linha industrial), mi-
tria eletroeletrônica, são a estação de para produzir e oferecer os melhores croscópios, lupas e uma variedade de
solda digital Hakko FX-888D, o termo- produtos pelo menor custo, sempre soluções em ferramental.

8 I SABER ELETRÔNICA 470 I Maio/Junho 2013


acontece
Vendas de
smartphones
puxam mercado
de celulares
O mercado de telefones celulares
cresceu 14,6% no primeiro trimestre
de 2013 em relação ao mesmo perí-
odo do ano passado, atingindo 14,1
milhões de unidades. É o que apon-
tam dados da IDC, organizados pela
Abinee. O desempenho positivo foi
puxado pelas vendas de smartphones,
que cresceram 85,7%, chegando a 5,4
milhões de unidades. Em contraparti-
da, os celulares tradicionais apresen-
taram retração de 7,3% (8,7 milhões).
Veja o gráfico 1.
Com estes resultados, a participação
dos smartphones no mercado total
de celulares, em unidades, chegou a
38,2% no trimestre, enquanto a parti-
cipação dos tradicionais atingiu 61,8%
(gráfico 2).

F1. Gráfico mostra o crescimento


dos smartphones e a retração dos
celulares tradicionais.

F2. Gráfico mostra a participação


dos smartphones e dos celulares
tradicionais no mercado.

Maio/Junho 2013 I SABER ELETRÔNICA 470 I 9


acontece
Vishay Intertechnology anuncia o lançamento de novas
Chaves de Carga, Canal P, com Slew Rate controlado
A Vishay Intertechnology apresentou V, tipicamente, de modo a limitarem a flua para a fonte de alimentação. A
recentemente duas novas chaves de corrente de pico para projetos com SiP32459 inclui uma chave de descar-
carga, de canal P, com taxa de subida cargas sensíveis a ruído ou capacitivas. ga de saída que habilita uma rápida
(slew rate) controlada, as quais foram Visando uma maior eficiência, essas eliminação da carga quando ela for
projetadas para funcionarem entre chaves de carga apresentam resis- desabilitada.
1,5 V e 5,5 V. tência-ON baixa com os seguintes O invólucro WCSP6 de ambas chaves
Com os códigos comerciais SiP32458 valores típicos: 30 mΩ em 1,5 V; 26 oferece uma pequena base impres-
e SiP32459, cada uma dessas chaves mΩ em 1,8 V e 20 mΩ em 3,3 V (ou sa de 1,0 mm x 1,5 mm com passo
oferece uma gate pump integrada que 5 V). Ambas suportam uma corrente de 0,5 mm, caracterizado por uma
fornece uma resistência-ON baixa e contínua de 3 A, ao passo que uma laminação top-side para melhorar sua
plana, menor do que 20 mΩ, manten- baixa corrente quiescente de 4,2 mA robustez mecânica de modo a eco-
do uma baixa corrente quiescente. (típica) permite que equipamentos nomizar espaço adicional; as chaves
As chaves são disponibilizadas em um alimentados a bateria funcionem por de carga têm um limiar de controle
invólucro CSP compacto (WCSP6), períodos mais longos. lógico de entrada baixo, podendo
sendo que elas se caracterizam por Quando desabilitada, a chave SiP32458 interfacear diretamente com pinos de
terem um lento e controlado slew provê um circuito de bloqueio rever- I/O de baixa tensão. Ambos disposi-
rate ao ligar, da ordem de 3 ms em 4,5 so que impede que a alta corrente tivos fornecem resistores pull-down

Texas Instruments lança o primeiro dispositivo de memória


Flash de 4 MB do mercado para ambientes agressivos

A Texas Instruments Incorporated lançou escrita robusta durante toda a vida Já está disponível também o suporte
o primeiro dispositivo de memória operacional do dispositivo. para os clientes no High Reliability
Flash não volátil, de altas tempera- • Tempo de projeto reduzido: Elimina a Forum (Fórum de Alta Confiabilidade)
turas, para ambientes agressivos. O necessidade de partes externas, per- da comunidade TI E2E™, onde os
SM28VLT32-HT tem uma capacidade mitindo que os fabricantes desenvol- engenheiros podem fazer perguntas
operacional de 4 MB e elimina a neces- vam aplicações para ambientes agres- e obter respostas de especialistas da
sidade de triagem e testes de qualifica- sivos rapidamente e com segurança, e Texas Instruments.
ção de componentes de nível industrial reduz o tempo de desenvolvimento,
para faixas de temperatura fora das testes e qualificação em seis meses. Portfólio complementar de alta
especificações dos data sheets. O dispo- • Encapsulamento pequeno e robusto: confiabilidade
sitivo permite o registro de dados em Disponível em encapsulamento plano O SM28VLT32-HT complementa o
temperaturas extremas e é garantido em cerâmica ou em Known Good Die portfólio completo de produtos de
por pelo menos 1.000 horas de vida útil (KGD), o SM28VLT32-HT permite a processamento analógico e integrado
em aplicações em ambientes agressivos, integração de pequeno encapsulamen- em aplicações de alta temperatura e
incluindo exploração de petróleo e gás, to a módulos multi-chip para sistemas de alta confiabilidade, como o Micro-
indústria pesada e aviônica. com espaço de placa limitado. controlador TMS470R1B1M-HT™
• Interface serial: A interface SPI sim- ARM7TDMI e o Controlador Digital
Principais recursos e benefícios do plifica o design e o encapsulamento, e de Sinais TMS320F28335-HT™ Delfino.
SM28VLT32-HT: reduz o número de pinos.
• Faixa de temperatura mais ampla: O Sobre os componentes de alta
único dispositivo de memória Flash não Ferramentas e suporte confiabilidade e altas temperatu-
volátil qualificado para trabalhar em Montado sobre uma placa resistente ras da Texas Instruments
temperaturas entre -55 °C e 210 °C. para permitir uma avaliação mais fácil Os clientes contam com a expertise e
• Alta confiabilidade: Testado através em temperaturas mais elevadas, o alta confiabilidade da Texas Instru-
de toda a faixa de temperatura para módulo de avaliação HTFLASHEVM já ments e com o mais amplo portfólio
proporcionar operação de leitura/ está disponível. de produtos de processamento analó-

10 I SABER ELETRÔNICA 470 I Maio/Junho 2013


acontece
A fina arte da geração de sinal –
novo e sofisticado gerador de sinal
integrados de 2,8 mΩ em seus
de vetor da Rohde & Schwarz
pinos lógicos EN.
A SiP32458 e a SiP32459 poderão
ser usadas no chaveamento de
cargas em aparelhos eletrônicos
portáteis, como smartphones,
dispositivos de GPS, câmeras
digitais, media players, notebooks,
tablets, consoles de games, dispo-
sitivos médicos, e instrumentação
industrial. As chaves são livres de
halogênios e estão de acordo com
RoHS.
Amostras e quantidades para
produção das chaves SiP32458 e
SiP32459 já estão disponíveis e o
prazo de entrega é de 12 semanas.

Gerador de sinal vetorial R&S


SMW200A, da Rohde & Schwarz.

O novo e sofisticado gerador de sinal


de vetor R&S SMW200A, da Rohde módulos e produtos completos para
& Schwarz, combina o máximo de sistemas de comunicação de banda
flexibilidade, desempenho extraordi- larga como LTE-Advanced e WLAN
gico e integrado do segmento, para
nário e operação intuitiva, superando IEEE 802.11ac. O gerador oferece
oferecer soluções completas de se-
assim todas as soluções comparáveis desempenho particularmente bom na
micondutores e serviços de valor
que estão disponíveis no mercado. É a verificação de estações- base de 3G
agregado para ambientes extremos
ferramenta perfeita para gerar sinais e 4G, assim como em aplicativos de
ou desafiadores nos mercados de
complexos e digitalmente modulados defesa e aeroespaciais.
manufatura, espacial, aeroespacial,
de alta qualidade. Graças à versatilida- Wolfgang Kernchen, diretor da sub-
defesa, saúde e de consumo final.
de de opções de configuração, o pro- divisão de medidores de potência,
A Texas Instruments oferece solu-
duto pode ser usado como gerador geradores de sinal e analisadores de
ções e serviços para faixas de tem-
de sinal de vetor de caminho único e áudio da Rohde & Schwarz, disse,
peratura estendidas entre -55 °C
até para teste de receiver MIMO de “Queremos que nosso novo produto
e 220 °C, projetos reforçados para
múltiplos canais. carro-chefe forneça aos clientes um
radiação, controle de linha de base,
O novo e sofisticado gerador de sinal instrumento para facilitar seu trabalho,
ciclos de vida de produtos esten-
de vetor R&S SMW200A da Rohde & graças ao desempenho extraordi-
didos, redução de obsolescência,
Schwarz combina um gerador de ban- nário e aos recursos de assistência
conformidade de qualidade com os
da básica, gerador de RF e simulador operacional inteligente. Nossa solu-
padrões militares, suporte de fluxo
de fading MIMO em um só instru- ção compacta é também altamente
ITAR e tecnologia de processos
mento. O gerador de sinal de vetor escalável e preparada para ajustes.
in-house.
cobre a faixa de frequência entre 100 Isso permite que os desenvolvedo-
As capacidades de encapsulamen-
kHz e 3 GHz (ou 6 GHz) e vem com res tenham a seu dispor a estrutura
to de alta confiabilidade da Texas
uma largura de banda de modulação ideal para garantir que seus produtos
Instruments incluem soluções de
I/Q de 160 MHz com banda básica estejam em conformidade com os
cerâmica, plástico e wafer Known
interna. Sua modulação excepcional sofisticados padrões de comunicações
Good Die (KGD). Saiba mais em
e as características de RF fazem com atuais e futuros, e para que possam
www.ti.com/hirel
que seja ideal para desenvolvimento estar prontos para o mercado o mais
de componentes de alta qualidade, rápido possível.”

Maio/Junho 2013 I SABER ELETRÔNICA 470 I 11


acontece
FPT Industrial apresenta novo motor
S8000 para grupos geradores

de 2012, o fornecimento cresceu


140%, fechando o ano com a entrega
de 600 motores no total da gama.
“A FPT Industrial está atenta a este
mercado e o lançamento do S8000
G-Drive completa nossa gama, que
conta atualmente com os motores
NEF 4, NEF 6 e Cursor 13 D-Drive”,
comenta Olivier Michard, diretor de
vendas e marketing da FPT Industrial.
De acordo com dados do segmento, nos
últimos dois anos o setor brasileiro de
geração de energia cresceu aproxima-
damente 30% e deverá crescer 15%
até 2014. A presença da FPT na FIEE
reforçou sua independência e capacida-
de em oferecer uma extensa variedade
de produtos para geração de energia,
atendendo e antecipando as mais varia-
das demandas do mercado.

S8000 G-Drive
Com quatro cilindros em linha e duas
válvulas por cilindro, o S8000 G-Drive
é um motor aspirado desenvolvido
para aplicação em grupos geradores
de energia elétrica.
O propulsor possui sistema de injeção
mecânico Delphi nacional, o que facili-
ta a obtenção em caso de necessidade
de troca, e apresenta em seu layout
filtro de ar, radiador e proteções
auxiliares.
O motor S8000 G-Drive, O S8000 G-Drive pode atingir potência
da FPT Industrial. líquida de até 61 kVA a 1.800 rpm em
regime standby. Entre suas principais
vantagens estão a redução do consu-
A FPT Industrial participou da 27ª Feira presariais, além de lojas, supermerca- mo de óleo, de combustível, além de
Internacional da Indústria Elétrica, Ele- dos, magazines, empresas de teleco- uma construção mecânica simplificada
trônica, Energia e Automação (FIEE), municações, locadoras, entre outros. A facilitando sua manutenção.
em São Paulo, no Pavilhão de Exposi- novidade da Leon Heimer na feira foi Os motores podem trabalhar com
ções do Anhembi. o grupo gerador GEHIF-500, equipado potências conversíveis em rotações
A novidade para a FIEE 2013 foi o com motor FPT-C13TE5. de 1.500 rpm (50 Hz) e 1.800 rpm
lançamento do novo motor FPT Como resultado dessa parceria, a Leon (60 Hz). A mudança de perfil pode ser
S8000 G-Drive, que equipa o grupo Heimer já conta com todo o portfólio feita por um dispositivo no próprio
gerador de 55 kVA da Leon Heimer. de geradores equipados com motores motor. Além disso, o novo S8000 para
Os grupos geradores são ideais para FPT. Somente em 2011 foram entre- geração de energia conta com interfa-
utilização em condomínios de grande gues 250 propulsores. Com o início da ce de acoplamento com gerador SAE
porte, sejam eles residenciais ou em- fabricação do S8000 G-Drive a partir 3 utilizando Diesel padrão.

12 I SABER ELETRÔNICA 470 I Maio/Junho 2013


acontece
O novo Termômetro IR Visual VT02, da Fluke,
é o meio termo entre os Termômetros de
Infravermelho e os Termovisores
A Fluke Corporation apresenta o Ter- com o Fluke VT02 é ainda mais rápido mais fácil de fabricar que os ter-
mômetro IR Visual VT02, uma câmera do que com o termômetro infraver- movisores exigiu grande inovação.
para resolução de problemas com melho, por requerer diversas leituras Expandindo os limites da tecnologia
mapa de aquecimento infraverme- em pontos distintos para chegar a um piroelétrica ultrafina, os engenheiros
lho. Até hoje, os eletricistas, HVAC, diagnóstico. inovaram ao desenvolver uma matriz
e técnicos automotivos tinham que O VT02 detecta imediatamente proble- densa o suficiente para criar um mapa
escolher entre pirômetros (termôme- mas por meio de imagens digitais e de calor infravermelho.
tros infravermelhos pontuais) e ter- térmicas mescladas. Ele salva e exibe O VT02 é acessível, compacto e intui-
movisores de alta resolução (câmeras imagens completas em infravermelho tivo e opera com simplicidade sem
infravermelhas ou “IR”). ou em três modos mesclados (25%, necessitar de foco, o que eleva o nível
O Termômetro IR Visual VT02 preenche 50% e 75%). Os marcadores indicam dos técnicos de júnior para sênior, au-
a lacuna quando uma leitura pontual locais quentes e frios, e informam a mentando sua capacidade de diagnós-
de temperatura não é suficiente e a temperatura mais alta com um ponto tico e da equipe interna além de criar
imagem térmica de alta resolução é vermelho e a temperatura mais baixa novas oportunidades de negócios para
muito mais do que o usuário precisa. com um ponto. prestadores de serviço. As imagens
Uma ferramenta que combina insight A leitura de temperatura é informada do VT02 podem ser importadas para
visual do termovisor, imagens de no ponto central. As imagens são sal- o software para análise e relatório
câmeras digitais e a conveniência de vas no cartão SD e excluem a neces- SmartView®, já incluso no VT02, para
apontar e disparar de um termômetro sidade de salvar medições únicas (ou produzir relatórios profissionais que
IR (infravermelho). múltiplas) como em um termômetro documentam problemas ou reparos
Conduzir inspeção em aplicações elétri- infravermelho, por exemplo. feitos para fins de análise do cliente e
cas, industriais, AVAC/R e automotivas Desenvolver uma ferramenta que seja do gerenciamento.

Maio/Junho 2013 I SABER ELETRÔNICA 470 I 13


Sensores

sensor ideal
Como escolher o

para seu sistema de medição


Podemos escolher entre diferentes Temperatura de frações de segundo. Devido às proprie-
Os sensores mais comuns para medi- dades do material, entre outros fatores,
sensores no mercado para medir to- ção de temperatura são os termopares, os pode ser difícil atingir uma exatidão de
dos os tipos de fenômenos naturais. termistores e os detectores de temperatura temperatura menor que 1°C.
Este artigo classifica e compara os por resistência (RTDs). Sensores de fibra
óptica, embora mais específicos, estão RTDs
sensores mais comuns para medi- crescendo em popularidade para medi- Os RTDs são quase tão populares
ção de sete desses fenômenos para ções de temperatura. Observe a tabela 1. quanto os termopares e podem manter
ajudá-lo a escolher a melhor opção uma leitura estável de temperatura por
Termopares anos. Diferentes dos termopares, os RTDs
para a sua aplicação. Termopares, os sensores de tempe- possuem uma faixa de temperatura menor
ratura mais populares, são eficazes em (-200 até 500 °C), eles requerem corrente
aplicações que requerem uma ampla faixa de excitação e possuem um tempo de
Guilherme Kenji Yamamoto de temperatura. Eles são baratos (R$8 a resposta mais demorado (2,5 até 10 s).
Renan Machado de Azevedo R$200) e possuem um tempo de resposta Utiliza-se RTDs principalmente para
National Instruments
Sensor de Condicionamento
Exatidão Sensibilidade Comparação
Temperatura de sinal necessário

• Autoalimentado
• Amplificação
• Barato
• Filtro
Termopar Boa Boa • Robusto
• Compensação
• Grande faixa de
de junção fria
temperatura

• Amplificação
• Filtro • Muito exato
RTD A melhor A melhor
• Corrente de • Muito estável
excitação

• Amplificação
• Alta resistência
• Filtro
Termistor Melhor A melhor • Baixa massa
• Tensão de
térmica
excitação

• Bom para
ambientes
perigosos
• Bom para longas
• Pouca ou
distâncias
nenhuma
Fibra Ótica A melhor A melhor • Imune a ruído
amplificação
induzido por
• Filtro
interferência
eletromagnética
(EMI)
• Pequeno, leve
T1. Comparação entre sensores
de temperatura comuns.

14 I SABER ELETRÔNICA 470 I Maio/Junho I 2013


Sensibilidade
Tensão Disposição dos strain gages Tipo de ponte Detalhes
mV/V @100 uE

Boa: mais simples de se implementar, mas deve


¼ 0,5 ser usado um dummy para compensação de tem-
peratura. Também responde à tensão de flexão.

Melhor: Compensa a temperatura, mas é sensível


½ 0,65
à tensão de flexão.

Axial
Melhor: Rejeita a tensão de flexão, mas não a
½ 1,0 temperatura. Deve-se usar um dummy para
compensação de temperatura.

A melhor: mais sensível e compensa a tensão de


Completa 1,3
flexão temperatura.

Boa: mais simples de se implementar, mas deve


¼ 0,5 ser usado um dummy para compensação de tem-
peratura. Responde igualmente à tensão axial.

Melhor: Rejeita a tensão axial e compensa a


Flexão ½ 1,0
temperatura.

A melhor: Rejeita a tensão axial e compensa a


Completa 2,0
temperatura. Mais sensível à tensão de flexão.

Boa: os strain gauges devem ser montados a 45


½ 1,0
graus da linha de centro.

Cisalhamento
e Torção

A melhor: versão de ponte completa com maior


Completa 2,0
sensibilidade. Rejeita as tensões axial e de flexão.

T2. Comparação entre as configurações


mais comuns de strain gages.

2013 I Maio/Junho I SABER ELETRÔNICA 470 I 15


Sensores

medições exatas de temperatura (±1,9 por ligados entre si, cria-se uma ponte. Um caso interferência eletromagnética. Sensores de
cento) em aplicações em que o tempo não onde são utilizados strain gages resistivos é deformação de fibra óptica são imunes a
é crucial. O custo pode variar de R$70 até no teste estrutural de asas de aviões. ruídos induzidos por EMI, não conduto-
R$2800. É possível fazer uma medição mais res, eletricamente passivos e capazes de
sensível com a aplicação de mais strain transmitir dados por longas distâncias
Termistores gages. Você pode usar até quatro dispo- com pouca ou nenhuma perda na inte-
Termistores possuem uma faixa de sitivos ativos para construir um circuito gridade do sinal. Atente para a tabela 2.
temperatura menor (-90 até 130 °C) do “ponte de Wheatstone”, denominado con-
que os sensores mencionados anterior- figuração de ponte completa. Há também Som
mente. Eles possuem a melhor exatidão configurações de meia ponte (dois strain Microfones são utilizados para medir
(±0,05 °C), porém são mais frágeis que os gages ativos) e quarto de ponte (um strain som, porém, você dispõe de muitos tipos
termopares ou os RTDs. Requerem ainda, gage ativo). Quantos mais desses dispo- diferentes de microfones para a escolha
excitação como o RTD, mas trata-se de sitivos ativos você utilizar, mais precisas de um sensor em uma determinada apli-
uma tensão ao invés de uma corrente de serão as suas leituras. cação. Veja a tabela 3.
excitação. O preço de um termistor varia Os strain gages demandam corrente
entre R$10 e R$30. ou tensão de excitação, e são suscetíveis a Microfones condensadores
desvios de temperatura, tensão de flexão Microfones condensadores são os mais
Fibra óptica e tensão axial, o que pode resultar em comuns. Eles podem vir pré-polarizados
Outra alternativa é o uso da fibra ópti- leituras equivocadas sem o uso de strain (isso significa que uma fonte de alimenta-
ca para medição de temperatura. Sensores gages resistivos adicionais: ção está incluída dentro do microfone) ou
de temperatura de fibra óptica são eficazes • Pontes axiais medem o alon- externamente polarizados, quando reque-
para ambientes perigosos, ou onde nor- gamento ou separação de um rem uma fonte de alimentação adicional,
malmente haja interferência eletromagné- material; o que soma custos ao projeto. Microfones
tica. Eles são imunes a ruídos induzidos • Pontes de flexão medem o alonga- pré-polarizados têm preferência em am-
por interferência eletromagnética (EMI), mento em um lado de um material, bientes úmidos, em que os componentes de
não condutores, eletricamente passivos ou a contração no lado oposto; uma fonte de alimentação podem ser da-
e capazes de transmitir dados por longas • Pontes de torção e cisalhamento nificados, já os microfones condensadores
distâncias com pouca ou nenhuma perda medem a torção de um material. externamente polarizados têm preferência
na integridade do sinal. Mede-se deformação em unidades em ambientes de temperatura elevada.
adimensionais (e ou ε), o que é equiva-
Deformação lente a uma pequena variação no com- Microfones piezoelétricos
Normalmente, a deformação é medida primento dividida pelo comprimento Microfones piezoelétricos robustos
por um strain gage resistivo. Esses resistores total do objeto sob medição. Similar aos são utilizados em aplicações de medição
planos são geralmente fixados na superfície sistemas de temperatura, os sensores de de pressão de choque e de explosão. Esses
onde se espera que haja tração ou compres- fibra óptica podem ser utilizados para microfones duráveis podem medir faixas
são. Os strain gages podem medir torções, medição de deformação em ambientes de pressão de alta amplitude (decibéis).
trações e compressões muito pequenas em perigosos, onde uma medição elétrica co- A desvantagem que eles trazem são os
superfícies, e quando mais de um desses são mum poderia ser comprometida por uma elevados níveis de ruído que captam.

Microfones Preço Ambiente Nível de impedância Sensibilidade Comparação


• Projetos de condensadores são os mais
Condensador pré-
Médio Severo Médio A melhor utilizados
polarizado
• Melhor em ambientes úmidos

• Projetos com condensadores são os


Condensador
Severo mais utilizados
externamente Alto Médio A melhor
• O melhor em ambientes de altas
polarizado
temperaturas

• Baixa qualidade
Microfone de car-
Baixo Mediano Alto Boa • Utilizado nos primeiros projetos básicos
bono
do aparelho de telefone
Eletreto Baixo Mediano Baixo Melhor • Melhor com altas frequências
• Adequado para aplicações em medição
Piezoelétrico Médio Severo Alto Boa
de pressão de choque e de explosão
• Resistente a umidade
Dinâmico/ Magnético Alto Severo Médio Melhor • Não é bom em ambientes altamente
magnéticos
T3. Comparação entre sen-
sores de som comuns.

16 I SABER ELETRÔNICA 470 I Maio/Junho I 2013


Microfones tecimento e um fator de escala. O fator de pouco maior, isso significa que ele pode
dinâmicos/magnéticos escala relaciona a saída para uma entrada manipular/detectar mais vibrações. A son-
Assim como o microfone piezoelétri- de aceleração e está ligado à sensibilidade. da de proximidade é simplesmente um
co, os microfones dinâmicos ou magnéti- Juntos, a frequência natural e o coeficiente sistema massa-mola acoplado ao contato
cos funcionam em ambientes severos. Eles de amortecimento determinam o nível de móvel de um potenciômetro.
dependem do movimento para induzir exatidão de um sensor de vibração.
magneticamente uma carga elétrica de Em um sistema que consiste em uma Sensor de vibração de
modo que os faz resistentes à água, mas mola ligada a uma massa, se você puxar relutância variável
obviamente não são muito úteis em am- a massa da posição de equilíbrio e então Um sensor de vibração de relutância
bientes altamente magnéticos. soltá-la, ela vibrará para frente (além de variável usa ímãs permanentes e o mo-
posição de equilíbrio) e para trás até que vimento através de bobinas para medir
Microfones de eletreto entre em repouso. O atrito que faz com movimento e vibração. Este é um sensor
Os microfones de eletreto são peque- que a massa volte ao equilíbrio é definido especial de vibração porque ele somente
nos e eficazes na detecção de sons de alta pelo coeficiente de amortecimento, e a registra saída quando a massa que está
frequência. Eles são utilizados em milhões taxa com a qual ela vibra para frente e para medindo estiver em movimento. Isso faz
de computadores e dispositivos eletrôni- trás é a sua frequência natural. dele particularmente útil em estudos de
cos ao redor do mundo. São relativamente Sensores de vibração de cerâmica choque de terremotos e exploração de
baratos, e a única desvantagem que pos- piezoelétrica são os mais comumente utili- petróleo para adquirir vibrações refletidas
suem é a falta de graves. Além desses, os zados por serem os mais versáteis. Eles po- de estratos rochosos subterrâneos.
microfones de carbono, que são menos dem ser utilizados em medições de choque
comuns atualmente, podem ser utilizados (explosões e testes de falha), medições de Posição e deslocamento
em aplicações nas quais a qualidade do alta frequência, e medições mais lentas de Você pode escolher entre muitos tipos
som não seja primordial. baixa frequência. Isso devido à frequência diferentes de sensores de posição. Os prin-
natural acima da média que eles possuem. cipais fatores na escolha de um sensor de
Vibração Porém, esses sensores geralmente possuem posição são a excitação, filtro, o ambiente
A tabela 4 mostra uma comparação saídas da ordem de milivolts e requerem e se é necessário que haja uma linha de
entre sensores comuns de vibração. Ex- uma alta impedância de entrada e um visão ou uma conexão física direta para
plicaremos melhor nos próximos tópicos. detector de baixo ruído para interpretar as medir a distância. Não há um tipo de
tensões do cristal piezoelétrico. sensor de posição que possui preferência
Sensor de cerâmica universal como ocorre para pressão ou
piezoelétrica, ou Sondas de proximidade e força. Mediu-se posição com sensores por
acelerômetro transformadores diferenciais um longo período, então tanto a preferên-
Vibração ou aceleração são comumen- lineares variáveis (LVDTs) cia quanto a aplicação possuem um papel
te medidas utilizando-se um sensor de Sondas de proximidade e LVDTs são ao tomar esta decisão. Observe a tabela 5.
cerâmica piezoelétrico ou acelerômetro. parecidos. Ambos são limitados a medi-
Há três fatores importantes para ções de aceleração de estado estacionário Sensores de efeito Hall
diferenciar os sensores de vibração: a ou vibrações de baixa frequência, porém Com sensores de efeito Hall, a
frequência natural, o coeficiente de amor- o LVDT tem uma frequência natural um presença de um objeto é determinada

Sensores de Frequência Número Coeficiente de Fator de


Comparação
vibração natural de eixos amortecimento escala
Cerâmica
• Utilizado em medições de vibrações e
piezoelétrico >5 kHz até 3 Baixo Requer saída alta
de choque
(acelerômetro)

Transformador • Limitado a medições de vibração de bai-


diferencial linear <80 Hz até 3 Médio Varia xa frequência, ou aceleração de estado
variável (LVDT) estacionário

• Limitado a medições de vibração de bai-


xa frequência, ou aceleração de estado
Sonda de
<30 Hz até 3 Médio Varia estacionário
proximidade
• Sistema massa-mola acoplado ao conta-
to móvel do potenciômetro

• A saída só existe quando a massa está


em movimento
Relutância variável <100 Hz até 3 Médio Varia
• Utilizado em estudos de choque e
exploração de petróleo T4. Comparação
entre sensores de
vibração.

2013 I Maio/Junho I SABER ELETRÔNICA 470 I 17


Sensores

quando ele para de pressionar um linear ou rotacional. Esses dispositivos Transformadores Diferenciais
botão. O sensor está “ligado” quando podem determinar velocidade, direção Lineares Variáveis (LVDTs)
o objeto está pressionando o botão, ou e posição com rapidez e alta exatidão. Transformadores diferenciais line-
“desligado” quando o alvo estiver em Como o nome sugere, eles utilizam a luz ares variáveis (LVDTs) e os seus equi-
qualquer outro lugar. Estes sensores têm para determinar a posição, uma série valentes para rotação (RVDTs) utilizam
sido utilizados em teclados ou mesmo de barras listradas divide a distância a indução magnética para determinar a
em competições de batalhas entre robôs ser medida em pulsos, e, quanto mais posição. Ambos são eficazes para apli-
para determinar quando um impacto foi pulsos, maior a exatidão. Alguns enco- cações industriais e aeroespaciais por
transmitido, eles não fornecem escalas ders ópticos rotacionais podem ter até causa da robustez que apresentam. Os
para quão longe um objeto está deles 30.000 pulsos, oferecendo uma exatidão dois também requerem condicionamen-
quando o botão está em estado “desliga- extraordinária. Ainda, por causa do to de sinal, o que pode somar custos.
do”, mas são eficazes em aplicações que tempo de resposta curto que possuem, Além disso, esses sensores devem estar
não requerem informações detalhadas eles são ideais para muitas aplicações precisamente alinhados dentro de uma
quanto à posição. de controle de movimento. embalagem pesada e cara, e possuem
Sensores com componentes físicos bobinas cujo custo de fabricação é alto.
Potenciômetros que são acrescentados a um sistema, Além do seu custo, eles são conhecidos
Os potenciômetros são sensores que como os potenciômetros, somam uma pela elevada precisão.
usam um contato deslizante para criar um pequena quantidade de resistência
divisor de tensão ajustável, essa tensão ao movimento das partes do sistema, Sensores por corrente parasita
ajustável mede a posição. Eles fornecem contudo, os encoders dificilmente pro- Sensores por corrente parasita utili-
uma pequena resistência ao sistema a duzem qualquer atrito quando eles se zam campos magnéticos para determi-
que estão está conectados fisicamente, e, movem e são bastante leves, mas devem nar a posição e possuem preços mode-
embora isso seja necessário para seu uso, possuir selos para operarem em ambien- rados. Eles são menos empregados em
eles são baratos comparados a outros tes severos ou áridos, o que adiciona aplicações que requerem informações
sensores de posição e podem oferecer uma custos. Ocorre normalmente também muito detalhadas de posicionamento,
grande exatidão. um custo adicional em aplicações com ou onde haja lacunas extensas entre o
elevada exatidão, porque os encoders sensor e o alvo. Estes sensores são me-
Encoders Ópticos precisam ter os seus próprios rolamen- lhor utilizados em linhas de montagem,
Outro sensor de posição comumente tos para evitar o desalinhamento quan- quando são montados em uma estrutura
utilizado é o encoder óptico, que pode ser do forem incorporados nos produtos. mecânica razoavelmente estável para

Sensor de posição Preço Ambiente Exatidão Sensibilidade Comparação


• Somente garante que o alvo está nas
Sensor de efeito Ligado ou Ligado ou
Baixo Padrão proximidades quando o sensor está
Hall desligado desligado
desabilitado
Encoders ópticos: • Exatidão definida pelo número de pulsos por
Varia Padrão Varia Alta
linear e rotacional revolução
• Necessário que esteja fisicamente ligado ao
Potenciômetros Baixo Padrão Alta Alta
alvo em movimento

Transformadores
Conhecido pela to- • Lida com um alto nível de potência
diferenciais lineares
lerância a ambien- • Requer condicionamento de sinal
e rotacionais Alta Alta Alta
tes industriais sujos • RVDTs funcionam normalmente em qualquer
variáveis (LVDTs) ou
e pela precisão range angular de ±30 até 70 °C
(RVDTs)

• Não é bom quando é necessária alta resolução


• Sem contato • Não é bom para ser usado onde existe
• Tolerância a uma grande lacuna entre o sensor e o alvo
Sonda de
ambientes sujos (sensores ópticos e a laser são melhores)
proximidade por Médio Média Varia
• Não sensível a • Bom quando montado em uma estrutura
corrente parasita
materiais entre o mecânica razoavelmente estacionária
sensor e o alvo para medir máquinas em movimento nas
proximidades

• Requer linha de visão ao alvo para medição


Sensor de • Bom pra uso quando existe uma grande
proximidade Varia Padrão Varia Alta lacuna entre o sensor e o alvo
óptico reflexivo • Exatidão determinada pela qualidade do
sensor
T5. Comparação entre sensores
comuns de posição.

18 I SABER ELETRÔNICA 470 I Maio/Junho I 2013


medição em máquinas ou produtos em Tipos de medição
Exemplo do pneu Comparação
movimento nas proximidades. Para de pressão relativa
obtenção de informações precisas de Pressão absoluta = pressão
Relativa a 0 Pa, a
posicionamento deve ser utilizado um Absoluta atmosférica padrão + pressão
pressão do vácuo
manométrica
sensor de proximidade óptico.
Relativa à pressão
Manométrica Leitura do manômetro do pneu
Sensores de proximidade atmosférica local
óptico reflexivos Geralmente um valor negativo
Relativa ou ao vácuo
Sensores de proximidade óptico re- Vácuo
quando relacionado à pressão
absoluto (0 Pa), ou à pressão
flexivos utilizam o tempo de viagem que atmosférica local. Pneu furado =
atmosférica local
0 kPa no manômetro de vácuo
um feixe leva para ir e voltar de um alvo
reflexivo para determinar a distância. Eles Pressão diferencial = diferença
Relativa a outro recipiente
possuem um tempo de reposta rápido e são Diferencial de pressão entre dois pneus
pressurizado
diferentes
excelentes em aplicações onde há lacunas
grandes entre o sensor e o alvo, é necessário Cápsula selada= pressão
que haja uma linha de visão quando este Selada
manométrica + diferença entre Relativa à pressão no
sensor está sendo utilizado. A exatidão e a pressão atmosférica local e a nível do mar
pressão no nível do mar
a qualidade do sensor estão diretamente T6. Comparação entre tipos de
relacionados com o seu preço. medição de pressão relativa.

Pressão Há cinco tipos comuns de medição • Uma medição de pressão absoluta


Pressão alta ou pressão baixa são de pressão: absoluta, manométrica, de inclui a pressão-padrão do peso da
conceitos relativos, como o calor. Pode vácuo, diferencial e cápsula selada. Con- atmosfera (101,325 kPa) e a pressão
estar “quente” em uma sala, mas a sidere o exemplo a seguir de medição de adicional dentro do pneu. Geral-
temperatura nela não é nada quando pressão dentro de um pneu, e note como mente a pressão do pneu é de 34
comparada à temperatura na superfície cada tipo principal está relacionado a PSI, ou aproximadamente 234 kPa.
do Sol. Para a pressão, a medição é feita uma diferente pressão de referência. A pressão absoluta é de 234 kPa
por comparação. Veja a tabela 6. mais 101,325 kPa ou 335,325 kPa;

2013 I Maio/Junho I SABER ELETRÔNICA 470 I 19


Sensores

• Uma medida de pressão ma- e à durabilidade que eles possuem. A célula de carga do tipo “S
nométrica é relativa à pressão Essas características permitem que os beam” é semelhante à célula “beam
atmosférica local e é igual a 234 custos sejam diminuídos, tornando-os style” com exceção da sua forma. Por
kPa (ou 34 PSI); ideais para sistemas com alto número conta dessa diferença nos modelos (a
• A pressão de vácuo é relativa ou de canais. forma característica de “S” da célula
a um vácuo absoluto, à pressão Esses sensores de pressão comuns de carga), o sensor é eficaz para gran-
atmosférica local. Um pneu fu- podem ser condicionados ou não condi- de rejeição de carga lateral e medição
rado poderia ter a pressão igual cionados. Geralmente os sensores con- do peso de uma carga que não está
à pressão atmosférica ou 0 kPa dicionados são mais caros por conterem centralizada. Esse modelo de baixo
(relacionada à pressão atmosfé- componentes para filtro e amplificação custo de célula de carga também é
rica). Essa mesma medição de de sinais, além de fios de excitação e simples.
pressão poderia ser igual a 234 os circuitos comuns para medição. Se A célula de carga “canister” pode
kPa (relacionada a um vácuo você está trabalhando com sensores lidar com cargas maiores que a “S
absoluto); baseados em ponte não condicionados, beam” e a “beam style”. Ela também
• Pressão diferencial é simples- o seu hardware requer condicionamento pode facilmente lidar com a movimen-
mente a diferença entre dois de sinal. Verifique a documentação do tação da carga e é altamente sensível,
níveis de pressão quaisquer. No sensor para que você saiba se precisa de entretanto, este sensor necessita de
exemplo do pneu, isso significa componentes adicionais para amplifica- proteção de carga horizontal.
a diferença de pressão entre dois ção ou filtragem. Células de carga “pancake” ou
pneus. Também poderia signifi- “low-profile” são projetadas de modo
car a diferença entre a pressão Força que não requerem absolutamente
atmosférica e a pressão dentro No passado, medidas de força eram nenhum movimento para realizarem
de um único pneu; feitas principalmente por balanças de uma leitura exata.
• Medições de cápsula selada são alavanca. Hoje, células de carga que uti- Se a sua aplicação possui restrições
medições de pressão diferencial lizam strain gages são mais comuns por- de tempo ou precisa de medições rá-
tomadas com uma pressão conhe- que elas não requerem toda a calibração pidas, você deve considerar o uso de
cida de comparação. Geralmente e manutenção necessária para balanças, células “canister”.
essa pressão é a do nível do mar, como mostra a tabela 7. Células de carga “button” e “wa-
mas poderia ser qualquer pressão Células de carga podem ser con- sher” são geralmente utilizadas para
dependendo da aplicação. dicionadas ou não condicionadas. As a medição do peso de objetos menores
Cada um desses tipos de medições células de carga “beam style” são úteis (até 200 lb). Assim como as células
poderia alterar os seus valores de pres- quando se espera uma força linear e são “pancake” ou “low-profile”, o objeto
são, então é necessário que você saiba normalmente usadas em aplicações de que está sendo pesado não pode estar
o tipo de medição que os seus sensores pesagem tanto de itens grandes quanto em movimento, para que seja obtida
estão efetuando. de itens pequenos (10 lb até 5000 lb). uma medida exata. A carga também
Sensores baseados em ponte (strain Elas possuem uma sensibilidade me- deve estar centralizada no que nor-
gages) ou sensores piezorresistivos, diana, entretanto, são altamente exatas. malmente é uma balança pequena. O
são os mais frequentemente utilizados. Este tipo de célula de carga possui bai- benefício dessas células de carga é que
Isso ocorre devido à construção simples xo custo e construção simples. elas não são caras. E
Células de carga Preço Range de peso Exatidão Sensibilidade Comparação
• Utilizada em balanças de tanque e de plataforma
Beam Style Baixo 10 – 5 k lb Alta Média • Os strain gages ficam expostos e precisam de
proteção

• Utilizada em balanças de tanque e de plataforma


S Beam Baixo 10 – 5 k lb Alta Média • Melhor selagem e proteção do que as células
“beam style”

• Utilizada para balanças de caminhão, tanque e silo


Canister Médio Até 500 k lb Média Alta • Lida com a movimentação da carga
• Sem proteção de carga horizontal

• Inteira de aço inoxidável


Pancake/Low
Baixo 5 – 500 k lb Média Média • Utilizada com tanques, silos e balanças
Profile
• Não é permitido que a carga se movimente
0 – 50 k lb
• As cargas devem estar centralizadas
Button and Washer Baixo ou 0 – 200 lb Baixa Média
• Não é permitido que a carga se movimente
normalmente
T7. Comparação entre sensores
comuns de carga.

20 I SABER ELETRÔNICA 470 I Maio/Junho I 2013


Projetos

Construa um LED Driver


eficiente para sistemas
de iluminação
H
As mudanças climáticas no mun- á muito tempo os LEDs deixaram prindo 1,5 A para três LEDs de tecnologia
de ser meros indicadores de pai- InGaN de Vak = 3 V por LED. Temos 9 V
do e o aproveitamento sustentável nel nas cores vermelha, verde e de tensão total sobre os LEDs, e 21 V de
dos recursos naturais existentes amarela. Lâmpadas tradicionais tensão remanescente sobre o elemento
tornaram a melhor eficiência da ge- de filamentos em atmosferas gasosas têm série que, multiplicados pela corrente de
perdido espaço em sistemas de ilumina- 1,5A, resultam em 13,5 W aplicados aos
ração, conversão e armazenamento ção para os diodos emissores de luz de LEDs e incríveis 31,5 W perdidos sob a
de energia fundadas vertentes de elevada eficiência. Os LEDs duram mais, forma de calor no elemento série.
desenvolvimento tecnológico dos esquentam menos, não irradiam UV ou IR Situações como esta são facilmente ex-
e são construídos livres de substâncias da- perimentadas em sistemas automotivos,
últimos anos. Consumindo aproxi- nosas. Com dimensões físicas reduzidas, onde a tensão DC das baterias de 12 V (ou
madamente 20% da energia elétrica os LEDs podem ser agregados em cons- 24 V) devem alimentar um ou dois LEDs
usada no planeta, a geração de luz truções ópticas de geometrias distintas ou de alta eficiência em faróis e lanternas. Re-
similares às das lâmpadas tradicionais, sistores ou elementos lineares tornariam
nos ambientes doméstico, industrial porém, com distribuição mais adequada estes sistemas ineficientes e de vida útil
e público tem impulsionado o em- da luz. Veja a figura 1. reduzida. A solução nestes casos consiste
prego de LEDs em substituição às Contudo, os circuitos que fornecem no emprego de conversores comutados de
energia para os LEDs, conhecidos como alta eficiência.
lâmpadas tradicionais e os circuitos LED Drivers, devem ser eficientes ao Nosso projeto tem como base os cir-
de alimentação mais eficientes, du- acomodar o suprimento de energia dis- cuitos integrados de 8 pinos e de baixo
ráveis e simples. ponível aos requerimentos de operação custo ILD6070 ou ILD6150, da Infineon
especificados pelo fabricante dos LEDs Technologies, que convertem energia
Veja como você pode construir da melhor forma, conferindo o melhor de forma comutada. Fabricados em
um LED Driver que atinge até 98% aproveitamento e vida útil ao sistema. tecnologia CMOS da própria Infineon,
de eficiência, utilizando o circuito LEDs são diodos constituídos de uma esses poderosos LED Drivers em topo-
junção PN, na qual a corrente diretamente logia buck com histerese controlada são
integrado ILD6070 (700 mA) ou o aplicada faz com que elétrons se recombi- capazes de suprir até 700 mA e 1,5 A,
ILD6150 (1,5 A) e mais alguns poucos nem com os “buracos” do semicondutor respectivamente, de forma constante e
componentes discretos. emitindo energia sob a forma de fótons. controlada, em ampla gama de tensões
Uma fina camada de fósforo, quando de alimentação com altíssima precisão e
excitada pela radiação de fótons, gera luz com elevada eficiência.
José A. Palazzi numa ampla gama de comprimentos de Com muitos anos de experiência na
Infineon Technologies onda resultando na luz branca. fabricação de LED Drivers, a Infineon
South America O emprego de resistores e fontes de desenvolveu o ILD6070 e o ILD6150 tendo
corrente em série com os LEDs tem a como base as especificações dos LEDs
eficiência sacrificada na medida em que mais atuais que requerem fornecimento
o potencial aplicado sobre o elemento em preciso de tensão e corrente, partida suave
série com os LEDs sobe (figura 2). e compensação de temperatura. Interna-
Vamos tomar como exemplo um mente os ILD6070 e ILD6150 contêm um
sistema com alimentação DC de 30 V su- controlador PWM em regime histerético,

22 I SABER ELETRÔNICA 470 I Maio/Junho I 2013


F1. Exemplar de lâmpada de LEDs com F2. A potência dissipada no elemento em série com os LEDs aumenta na medida
distinta geometria para iluminação. em que a tensão remanescente sobre esse elemento também aumenta.

diversos elementos de proteção e um


chaveador MOSFET de baixas perdas e
alta capacidade de corrente. Observe a
figura 3.
Os dois dispositivos são indicados
para uso em faixa ampla de tensão de
alimentação e número de LEDs, e seguem
o mesmo pin-out, conferindo flexibilidade
ao projeto. Porém os principais benefícios,
intrínsecos a estes maravilhosos dispositi-
vos, que os tornam perfeitos para sistemas
de iluminação com LEDs são:
• Simplicidade sistêmica: requer so-
mente seis componentes externos;
• Eficiência de conversão de até 98%:
maior eficiência com diminutas
perdas sob a forma de calor;
• Variação máxima de 3% na corrente
de saída: brilho preciso e repetitivo;
• Alimentação de 4,5 V a 60 V: per-
mite ampla faixa de tensões de
operação;
• Frequência de chaveamento de
até 1 MHz: reduz o tamanho dos
componentes;
• Circuito de soft-start: aumenta a F3. Blocos internos do
vida útil dos LEDs, minimiza efeito ILD6070 ou ILD6150.
dos transientes de partida;
• Pino de dimming: permite controlar rente requerida (1,5A) e foram definidos no pino PWM. O capacitor cerâmico C3
o brilho dos LEDs por PWM ou L1 = 47 mH e R1= 100 mohms, seguindo as deve ser montado próximo ao pino 7 do
tensão de controle tabelas e cálculos do datasheet do ILD6150. ILD6150 e tem a missão de desacoplar
• Proteções de sobretemperatura, so- Os valores dos componentes foram eventuais transientes de alimentação. O
brecorrente e subtensão: segurança obtidos em tabelas providas no datasheet resistor R1 atua como sensor de corrente
de operação. do ILD6150, de acordo com o regime de enquanto o resistor R2 no pino 8 deter-
A figura 4 apresenta o circuito do operação requerido, e todos os componen- mina o comportamento da proteção de
nosso LED Driver. O projeto foi concebido tes são de fácil obtenção. sobretemperatura do circuito integrado.
para suprir 1,5 A para um conjunto de três O capacitor eletrolítico C 1 filtra a O indutor L1 foi enrolado pelo autor
LEDs com Vak = 3 V por LED, a partir de alimentação DC enquanto o capacitor ele- com fio Litz de 22AWG em núcleo toroi-
uma fonte DC de 30 V. Foi escolhido o trolítico C2 promove o soft-start ao mesmo dal, mas pode ser utilizado um indutor
ILD6150 em função da capacidade de cor- tempo em que limpa possíveis transientes comercial drum core para montagem PTH

2013 I Maio/Junho I SABER ELETRÔNICA 470 I 23


Projetos

F4. Diagrama completo do


LED Driver com o ILD6150.

ou SMT de baixa resistência DC. É reco- versão e coloca-se o ILD6150 em condição ILD6150 e razoável aquecimento no indu-
mendado o enrolamento multifilar (fios de espera. tor L1, muito provavelmente em virtude
em paralelo) para minimizar as perdas O pino 2 do ILD6150 pode ser utiliza- da construção artesanal e imprópria do
sob a forma de calor pelo efeito skin. do para controle de brilho (dimming). Um indutor. Nos testes em bancada foram
O autor observou que a eficiência total potencial DC entre 0,67 V e 2,43 V aplicado inseridos e retirados LEDs e o brilho
de conversão do protótipo poderia ser ao pino, controla de forma linear a corren- individual se manteve estável.
melhorada com um indutor de melhor te de saída até o limite estabelecido por Para prover 1,5 A ao conjunto de 3 LEDs
qualidade. R1. De forma análoga, um sinal de clock a partir da fonte de 30 Vdc, foram consumi-
O diodo Schottky BAS3010A-03W de “duty-cycle” variável e frequência até dos 0,5 A. Considerando a tensão Vak de 3
da Infineon Technologies é de 1 A/ 30 V, 25 kHz correlaciona de forma linear com a V de cada LED e a composição de 3 LEDs,
sendo disponível em encapsulamento corrente na saída do conversor. No nosso o potencial total entregue à carga foi de (3 x
SOD323. Amostras do BAS3010A-03W e projeto optamos por colocar C2 no pino 2, 3V) x 1,5 A = 13,5 W. Com o suprimento de
do circuito integrado controlador ILD6150 o qual promove a partida suave (soft-start) energia de 30 Vdc @ 0,5A , a potência total
podem ser solicitadas diretamente aos do sistema. consumida foi de 15 W e, dessa forma, a
distribuidores da Infineon Technologies. O autor implementou um protótipo do eficiência obtida do protótipo alcançou 90%
O pino 1 do ILD6150 pode ser deixa- LED Driver. O circuito entrou em opera- (13,5 W / 15 W = 0,9), considerada excelente
do aberto, sem conexão, para operação ção instantaneamente após a alimentação para um protótipo construído na bancada
contínua. Conectando-se essa entrada ao de 30 Vdc ser conectada. Foi observado e confirmando assim as excelentes caracte-
GND, desativa-se imediatamente a con- pequeno aquecimento no controlador rísticas do projeto. E

24 I SABER ELETRÔNICA 470 I Maio/Junho I 2013


Projetos

Controlador de alta potência


com o
CI LT3763
Apresentamos, neste artigo, quatro interessantes projetos para aplicações
utilizando o circuito integrado LT3763, da Linear Technologies, para controle
de LEDs de potência, regulação de células solares, e carga de baterias. As
tensões de entrada podem ser até 60 Vcc.
Luke Milner
Tradução/Adaptação: Eutíquio Lopez

O
s melhores controladores de O controle de LEDs
LEDs (LED drivers) regulam A figura 1 mostra o LT3763 na con-
correntes de LEDs com precisão figuração de um LED driver de alta po-
para um reprodução de cores tência. Um potenciômetro no pino CTRL
consistente, modulando-as rapidamente 1 possibilita o ajuste manual da corrente
para um controle de brilho (dimming) de de LED regulada em uma faixa de 0 a 20
alto contraste. Eles também reconhecem A. Para a regulação térmica da corrente
e sobrevivem a circuitos em curto e/ou do LED, um resistor com coeficiente de
abertos, monitoram e reportam níveis de temperatura negativa é montado próximo
corrente, guardam contra sobreaqueci- ao LED, ligado entre o pino CTRL 2 e o
mento e protegem fontes de alimentação terra (GND).
fracas de correntes de carga excessivas. O divisor resistivo colocado no pino
Um conversor chaveado padrão requer EN/UVL0 programa o circuito integrado
um número de amplificadores adicionais para o encerramento (shut down), caso a
caros, referências e componentes passivos tensão de entrada caia abaixo de 10 V. O
para cumprir essas responsabilidades. divisor resistivo no pino FB define uma
Ao contrário, o controlador driver condição de circuito aberto, como no caso
de LEDs – LT3763, da Linear Technolo- da saída alcançar 6 V, e se isso acontecer,
gies – já tem essas funções construídas o LT3763 reduzirá automaticamente a cor-
internamente, reduzindo os custos de rente no indutor para evitar sobretensão e
aquisição desses dispositivos, poupando abaixará a tensão no pino FAULT indicar
espaço de placa e melhorando a confia- esse evento.
bilidade. Esse CI é, justamente, um LED O LT3763, quando projetado para
driver de alta performance. Seu rico set fornecer um LED dimming livre de tre-
de características simplifica o projeto de mulação, apresenta as formas de onda
outras aplicações demandadas, tais como ilustradas na figura 2. Isso é conseguido
a carga (carregamento) segura de baterias abaixando-se o nível no pino PWMOUT
chumbo-ácidas seladas, ou a máxima re- sempre que o PWM é abaixado, e, portan-
gulação de potência em um painel solar, to, desligando-se o LED, desconectando-
ou mesmo uma combinação de ambas. O -se igualmente o circuito de compensação
LT3763 realiza essas tarefas com a máxima em VC, e ressincronizando-se os clocks de
eficiência, mesmo com tensões de entrada chaveamento interno do pulso PWM.
alcançando os 60 V. Essas manobras garantem que os pulsos

26 I SABER ELETRÔNICA 470 I Maio/Junho I 2013


F1. Um simples controlador de LEDs (20 A), de alta
potência, com PWM dimming e Analógico.

2013 I Maio/Junho I SABER ELETRÔNICA 470 I 27


Projetos

subsequentes são idênticos, que a corrente


no indutor sobe tão rápido quanto pos-
sível para satisfazer o nível da corrente
programada para o LED, e que a luz do
LED nunca pisca.
O LT3763 pode ser configurado con-
forme exibe a figura 3 para fornecer 350
W com 98% de eficiência (rendimento) a
partir de uma entrada de 48 V. Um regu-
lador interno alimenta os drivers dos pinos
TG e BG com potência suficiente para cada
um deles controlar duas chaves externas
(transistores NMOS de potência: M1 e
M2). Aplicações de alta potência podem
ser construídas ligando-se CIs LT3763
em paralelo, de modo que a corrente
seja dividida igualmente entre os dois
controladores. Essa configuração ilustra,
inclusive, como o pino SYNC pode ser
usado para sincronizar os CIs em paralelo
por meio de um clock externo.
O alto valor da tensão de saída do
LT3763 habilita 35 V na saída com a sim-
plicidade de um conversor buck padrão. A
tensão de saída poderá ser tão alta quanto
a (tensão de entrada menos 1,5 V), e a
configuração dada na figura 4 utiliza essa
característica para carregar três baterias
chumbo-ácidas seladas em série (até 45 V)
a partir de uma entrada de 48 V.
F2. Performance do PWM dimming
A carga (ou carregamento) do circuito da figura 1.
de baterias
O carregador de baterias mostrado O divisor resistivo no pino FB foi pro- e fornece uma corrente de sustentação
na figura 4, a exemplo de todos os carre- jetado para programar a tensão de cargas necessária para a tensão de saída inde-
gadores, deve ser capaz de regular com em 45 V. Como no caso de um circuito finidamente. Como vantagem adicional,
precisão a corrente de carga da bateria aberto, quando a tensão alcança 45 V, o a transição no pino FAULT serve como
que foi especificada (no modo de corrente CI reduz automaticamente a corrente para um sinal de que o carregamento pulsante
constante) até que as tensões das baterias prevenir overshoot (sobretensão), confor- foi iniciado.
alcancem o valor limite devido à sua quí- me é visto na figura 5. Subsequentemente,
mica. O regulador deve manter a tensão durante a carga pulsante, a bateria drena Painéis solares regulados
(no modo de tensão constante) sem sobre- menos corrente nesse tempo. Quando a Uma fonte de alimentação de painel
tensão até que a corrente drenada pelas corrente de carga se reduz para 10% da solar bem projetada requer uma combina-
baterias em carga pulsante torne-se muito corrente regulada (especificação de bate- ção inteligente de regulações de corrente
pequena. Uma vez que a fase de carga ria C/10), a condição de falha de circuito e tensão. Em um projeto otimizado, o
pulsante seja completada, o carregador aberto do LT3763 é disparada. A transição conversor deve sensoriar a tensão no
poderá permitir que as tensões da baterias high-low resultante no pino FAULT é uti- painel e ajustar a corrente que ele drena
diminuam para um nível moderado antes lizada para desligar o gate do transistor para manter a tensão de entrada no nível
de, finalmente, ajustar e reter a tensão final acrescentado (M3) e remover o resistor RFB3 máximo de potência do painel. Se ele
indefinidamente. do circuito de realimentação. A tensão de drenar também muita corrente, a tensão
Os loops de regulação de corrente e saída programada é, portanto, abaixada, do painel de alta impedância irá entrar
tensão combinados no LT3763 e a sua e o CI para de chavear (ou comutar), em colapso. Caso ele drene uma baixa
circuitaria de manuseio de falhas dos permitindo assim que as baterias relaxem. corrente, a energia de luz disponível será
LEDs perfazem um carregador de baterias Quando sua tensão combinada cai essencialmente desperdiçada.
quase completo. Para completá-lo, um para o próximo valor programado, o Em muitas soluções comuns, um
simples transistor adicional é requerido. LT3763 começa a chavear) novamente projetista de controle para painel solar

28 I SABER ELETRÔNICA 470 I Maio/Junho I 2013


F3. Controlador de LEDs
brancos (350 W).

2013 I Maio/Junho I SABER ELETRÔNICA 470 I 29


Projetos

F4. Carregador de baterias SLA (36 V) com


seis células. Corrente = 3,3 A.

30 I SABER ELETRÔNICA 470 I Maio/Junho I 2013


F5. Ciclo de carga da
bateria SLA de 36 V.

poderia usar um amplificador para Conforme se vê na figura 7, o processo


sensoriar a tensão de entrada e ajustar o de carga de uma bateria com painel solar
nível no pino de controle da corrente. O é muito semelhante ao carregamento com
LT3763 inclui essa função no pino FBIN. fonte de baixa impedância estudado antes.
Fixe, simplesmente, o pino CTRL 1 em A diferença é que a corrente regulada no
high, para a referência de 2 V disponível indutor (corrente de carga) não é pré-setada
em VREF, e acrescente o divisor de tensão pelo projetista, mas, em vez disso, é ajustada
entre VIN e FBIN. Quando a tensão em com precisão através do laço de realimen-
FBIN cair para aproximadamente 1,205 V, tação que regula a tensão de entrada. Isso
o amplificador interno derrubará automa- minimiza, efetivamente, o tempo de carga,
ticamente a tensão em CTRL 1 e reduzirá a desde que a potência de entrada seja maxi-
corrente de carga. Isso regula a tensão de mizada durante todo o tempo, sem levar em
entrada (tensão do painel solar) no nível conta a iluminação do painel.
máximo de potência do painel. O divisor Uma vez que o LT3763 tem a capaci-
resistivo no pino FBIN é exibido na figura dade de regular a tensão e a corrente de
6 e poderá ser customizada para cumprir entrada, bem como a tensão e a corrente
os requisitos de qualquer painel solar. de saída, e fornece uma sinalização de
Na configuração mostrada na figura 6, falha com C/10, ele poderá ser facilmente
o conversor pode gerar qualquer corrente utilizado em uma grande variedade de
no indutor (até 5 A), sendo necessário painéis solares de modo a carregar muitos
manter a tensão do painel em 37 V. A tipos diferentes de baterias.
realimentação da tensão de entrada é
feita através do divisor de tensão no pino Monitoração de níveis
FBIN, que por sua vez regula a corrente de corrente
verdadeiramente necessária no indutor Para cada uma das aplicações apre-
para manter o painel na potência de pico sentadas neste artigo, o LT3763 fornece
em qualquer condição de luz existente. um serviço adicional com a monitoração

2013 I Maio/Junho I SABER ELETRÔNICA 470 I 31


Projetos

F6. Coletor de energia solar de 70 W, com


máxima regulação de potência.

32 I SABER ELETRÔNICA 470 I Maio/Junho I 2013


dos níveis de corrente, tanto da entrada
quanto da saída. As tensões entre os pinos
IVINP e IVINN (variando de 0 a 50 mV) são
amplificadas por um ganho = 20, e a tensão
resultante aparece no pino IVINMON. Já a
tensão no pino ISMON é uma amplificação
idêntica, porém entre os pinos SENSE+ e
SENSE-, conforme é mostrado na figura 8.
Esses sinais são úteis em sistemas que
devam checar a corrente fornecida aos
LEDs, ou medir a eficiência da conversão
de tensão. Eles também podem ajudar
a estimar a potência fornecida por um
painel solar, ou a monitorar a corrente
escorrendo dentro da bateria em carga
quando a mesma cair para zero.
Visto que a corrente de entrada de
um conversor buck “step-down” não é
contínua, um filtro passabaixas é neces-
sário entre os pinos IVINP e IVINN, de
acordo com as figuras 1 e 4. Já um filtro
muito menor, entre os pinos SENSE+ e
SENSE-, também pode ser usado para
a filtragem do ruído de alta frequência,
embora não seja obrigatório. Mesmo com
esses filtros colocados, os monitores são
F7. Carga de bateria SLA suficientemente rápidos para acompanhar
com painel solar. pulsos PWM razoavelmente pequenos –
veja ainda na figura 8. Entretanto, se um
projetista estiver mais interessado com os
níveis de corrente média do que com os
níveis de corrente instantânea, ele poderá
acrescentar filtros passabaixas com facili-
dade entre os pinos ISMON e IVINMON.

Conclusão
Pudemos ver, no artigo, que o circuito
integrado LT3763, da Linear Technologies,
é um versátil conversor buck step-down,
proveitoso em aplicações como a ilumina-
ção de grandes cadeias de LEDs; nos cole-
tores solares; e ainda na carga de baterias.
Ele possui muitas características comple-
xas, fundamentais não apenas para os LED
drivers, mas também para a regulação de
fontes de painéis solares e nos carregado-
res de baterias. Um controlador PWM e
monitores de corrente são incluídos com
detecção de falha, limitação de corrente,
e regulação de tensões de entrada e saída.
Disponível em um invólucro TSSOP de 28
pinos, o LT3763 consiste em um sistema de
potência compacto, completo e eficiente.
Acesse o site www.linear.com/LT3763
para conhecer os data sheets, demo board, e
F8. Saída monitorada de corrente em um informações sobre suas aplicações. E
controlador de LEDs com PWM dimming.

2013 I Maio/Junho I SABER ELETRÔNICA 470 I 33


Projetos

Aprenda como projetar


um sistema de controle:
Lugar das raízes para sistemas de controle
Parte 3

Este artigo mostra como traçar as Polos de malha fechada Nós vamos considerar todos os valores
O lugar das raízes de uma função de positivos de k. No limite em que k tende a
raízes e a resposta de malha fechada transferência de malha aberta H(s) é um 0, os polos do sistema de malha fechada
de um sistema, usando o LabVIEW e mapeamento das localizações (lugares ge- são a(s)=0 ou os polos de H(s). No limite
o módulo LabVIEW Control Design ométricos) de todos os polos de malha fe- em que k tende ao infinito, os polos do
chada possíveis com ganho proporcional sistema de malha fechada são b(s)=0 ou
and Simulation. O link para down- k e realimentação unitária. Veja a figura 1. os zeros de H(s).
load do software NI LabVIEW, do A função de transferência de malha Não importando o valor de k que esco-
módulo Control Design and Simu- fechada é: lhermos, o sistema de malha fechada deve
sempre ter n polos, onde n é o número
lation e dos VIs, pode ser encontrado de polos de H(s). O lugar das raízes deve
no final deste artigo. ter n ramos, cada traço começa em um
polo de H(s) e vai até um zero de H(s). Se
H(s) tiver mais polos do que zeros (que
Assim, os polos do sistema de malha geralmente é o caso), m<n e nós dizemos
Profº Dawn Tilbury, fechada são valores de s para os quais que H(s) possui zeros no infinito. Neste
Profº Bill Messner, 1+K H(s)=0. caso, o limite de H(s) com s → ∞ é zero.
Guilherme Yamamoto, Se nós utilizarmos a relação H(s)=b(s) O número de zeros no infinito é n – m,
Gustavo Peixinho e /a(s), então a equação anterior tem a o número de polos menos o número de
Renan Azevedo forma: zeros, e é o número de traços que vão para
National Instruments o infinito (assíntotas).
Uma vez que o lugar das raízes é
realmente a localização de todos os pos-
síveis polos de malha fechada, a partir
dele nós podemos selecionar um ganho
de forma que o nosso sistema de malha
fechada realizará a tarefa da maneira que
Sendo n= ordem de a(s), e m= ordem de nós queremos. Se qualquer um dos polos
b(s), a ordem de um polinômio é a maior selecionados estiver no plano da metade
potência de s que aparece nele. direita, o sistema de malha fechada será

F1. Sistema de malha


fechada.

34 I SABER ELETRÔNICA 470 I Maio/Junho I 2013


instável. Os polos que estão mais próxi-
mos do eixo imaginário possuem a maior
influência na resposta em malha fechada,
então embora o sistema possua três ou
quatro polos, ele ainda age como um
sistema de segunda ou mesmo primeira
ordem dependendo da(s) localização(ões)
do(s) polo(s) dominante(s).

Traçando o lugar das


raízes de uma função de
transferência
Considere um sistema de malha aberta
que possui uma função de transferência de:

F2. Traçando o lugar


das raízes.

Abordagem gráfica
com LabVIEW
Nós podemos criar um VI para traçar
o lugar das raízes, usando o VI CD Root
Locus da sessão Model Construction da
paleta Control Design. Observe a figura 2.

Abordagem híbrida
gráfica/MathScript
Alternativamente, você pode usar um
MathScript Node para traçar o lugar das
raízes, usando o código a seguir:

num=[1 7];
den=conv(conv([1 0],[1 5]),conv([1 15],[1 20])); F3. Traçando o lugar das raízes com
sys=tf(num,den); utilização do MathScript Node.

Atente para a figura 3.

Abordagem com
LabVIEW MathScript
Ainda outra abordagem para este
problema é usar a janela MathScript. Sele-
cione Tools » MathScript Window, e insira
o código a seguir em Command Window:

num=[1 7];
den=conv(conv([1 0],[1 5]),conv([1 15],[1 20]));
sys=tf(num,den);
rlocus(sys)
axis([-22 3 -15 15])

Resultado
Usando a abordagem gráfica com
LabVIEW, a abordagem com LabVIEW
MathScript ou a abordagem híbrida grá- F4. Gráfico do lugar
das raízes.

2013 I Maio/Junho I SABER ELETRÔNICA 470 I 35


Projetos

fica/MathScript, o resultado deve ser um


gráfico similar ao mostrado na figura 4.

Escolhendo o valor para


K do lugar das raízes
O gráfico na figura 4 mostra todas as
localizações possíveis do polo de malha
fechada para um controlador puramente
proporcional. Obviamente nem todos os
polos de malha fechada vão satisfazer os
critérios do nosso projeto.
Para determinar qual parte do lugar
é aceitável, nós podemos utilizar o co-
mando sgrid on para traçar linhas de taxa
de amortecimento e frequência natural
constantes. No nosso problema, nós pre-
cisamos de um overshoot de menos que 5%
(que significa uma taxa de amortecimento
Zeta maior que 0,7) e um tempo de subida
de 1 segundo (que significa uma frequên-
cia natural ωs maior que 1,8).
Insira o comando sgrid on na janela de
comando do MathScript e pressione Enter.
A figura 5, a seguir, ilustra o gráfico
que você deve ver. As linhas verde e
vermelha foram sobrepostas no gráfico.
Nesse gráfico, as linhas diagonais in-
dicam taxas de amortecimento (z - Zeta)
F5. Gráfico do lugar das raízes constante e os semicírculos indicam linhas
com linhas de grade. de frequência natural (ωn) constante. As
linhas vermelhas sobrepostas no gráfico
indicam as localizações de polo com uma
taxa de amortecimento de 0,7. Entre essas
linhas, os polos terão z > 0,7 e fora das
linhas z < 0,7. O semicírculo verde indica
localizações de polos com uma frequência
natural ωn = 1,8; dentro do círculo, ωn < 1,8
e fora do círculo ωn > 1,8.
Voltando ao nosso problema, para
fazer com que o overshoot seja menor
que 5%, os polos devem estar entre as
duas linhas vermelhas, e para tornar o
tempo de subida menor que 1 segundo,
os polos devem estar fora do semicírculo
verde. Então, agora nós sabemos que
somente a parte de fora do semicírculo e
entre as duas linhas é aceitável. Todos os
polos nessa localização estão no plano da
esquerda, portanto, o sistema de malha
fechada será estável.
A partir do gráfico acima nós vemos
que há uma parte do lugar das raízes
dentro da região desejada. Logo, neste
caso, nós somente precisamos de um
controlador proporcional para mover os
F6. Lugar das raízes interativo polos para a região desejada.
na janela MathScript.

36 I SABER ELETRÔNICA 470 I Maio/Junho I 2013


F7. Resposta de
malha fechada.

Você pode usar o comando “rlocfind” pode calculá-la, ou deixar o LabVIEW


na janela MathScript para escolher os fazê-lo na janela MathScript.
polos desejados no lugar:
sys_cl= feedback(k*sys,1)
[k,poles] = rlocfind(sys)

Os dois argumentos para a função


Clique e arraste os polos de malha fe- feedback são o numerador e denominador
chada no gráfico para designar onde você do sistema de malha aberta. Você precisa
quer que o polo de malha fechada esteja. incluir o ganho proporcional que escolheu.
Você pode selecionar os pontos indicados Assume-se que a realimentação é unitária.
no gráfico da figura 6 para satisfazer os Finalmente, confira a resposta ao
critérios do projeto. degrau do seu sistema de malha fechada.
Note que uma vez que o lugar das
raízes pode ter mais que um traço, step(sys_cl)
quando você seleciona um polo, poderá
querer descobrir onde estão os outros
polos. Lembre-se de que eles afetarão a Veja a figura 7.
reposta também. Do gráfico apresentado, Como nós esperávamos, essa res-
nós vemos que todos os polos seleciona- posta possui um overshoot menor que
dos estão em posições razoáveis. Então, 5% e um tempo de subida menor que 1
podemos seguir em frente e usar o k segundo. E
selecionado como o nosso controlador
proporcional. Clique em OK para sele- Download:
cionar esses polos.
Faça o download do software NI
LabVIEW, do módulo Control Design
Resposta em malha fechada and Simulation e dos VIs utilizados
Com o objetivo de encontrar a resposta
neste tutorial por meio do link: http://
ao degrau, você precisa conhecer a função
brasil.ni.com/saber-eletronica
de transferência de malha fechada. Você

2013 I Maio/Junho I SABER ELETRÔNICA 470 I 37


Circuitos Práticos

Trabalhos Práticos
com Arduino
Este artigo laboratorial irá Display LCD 16×2 • 3 VO – É o contraste dos caracteres
com sensor de em relação ao background do dis-
demonstrar como usar um display Temperatura LM35 play, o potenciômetro servirá para
LCD 16×2 com o Arduino, e como Para a criação do projeto deverá ser calibrar esse contraste.
controlar um motor de passo usado um sensor de temperatura LM35, • 4 RS – Controla o local (posiciona-
e serão necessários mais os seguintes mento) dos caracteres que serão
utilizando o circuito integrado componentes: escritos.
L293D e Arduino. • 1 Arduino • 5 RW – Escrita e Leitura, lê ou grava
• 1 Potenciômetro de 100 kohms dados.
• 1 Display LCD 16×2 • 6 E – Habilita a gravação dos dados
Filipe Pereira • 1 Sensor de Temperatura nos registradores do LCD
• 1 Breadboard • 7 DB0
• Alguns Jumpers para conectar. • 8 DB1
O modelo do display que se vai usar • 9 DB2
é o RT162-7 com backlight azul de 16 co- • 10 DB3
lunas por 2 linhas, ou seja 32 letras. Este • 11 DB4
modelo pode ser encontrado em vários • 12 DB5
sites de venda de eletrônicos e inclusive • 13 DB6
no mercado livre. • 14 DB7
Os pontinhos em vermelho na parte • 15 BL1 – BackLight é a luz fluores-
superior do display são os pinos para a cente que ilumina o display. Pino
conexão com outro hardware (neste caso corrente (5 V).
o Arduino). Veja a figura 1. • 16 BL2 – BackLight é a luz fluores-
Em seguida, é apresentada uma breve cente que ilumina o display Pino
explicação sobre esses pinos: terra.
• 1 GND – Pino terra do Display. Iniciaremos com a montagem do cir-
• 2 VDD – Pino corrente do Display cuito (Hardware). Veja as figuras 2, 3 e 4
(5 V). e siga o modelo.

F1. Display
LCD.

38 I SABER ELETRÔNICA 470 I Maio/Junho I 2013


Após o circuito ser montado correta-
mente, utilize o código descrito no box 1.

Controle de motores passo


a passo, usando o Arduino
O L293D é um circuito integrado de
ponte-H. Com este CI é possível controlar
motores DC e motores de passo. No L293D
pode-se utilizar um motor de passo de no
máximo 600 mA e 36 V de alimentação.
Observe a figura 5. Para este trabalho,
vamos utilizar:
• 1x Circuito Integrado L293D
• 1x Arduino
• 4x resistências de 10 kΩ
• 2x resistências de 1kΩ
• 2x transistores BC547 NPN (pode
ser utilizado outro equivalente,
desde que seja NPN)
• 2x botões (push-button)
• 1x Motor de passo
Em primeiro lugar, deverão efetuar
o seguinte esquema de ligações (vide
figura 6).
A bateria de 9 V é apenas a demons- F2. Esquema de ligações de um
tração da fonte externa para alimentar o Arduino com um display LCD.
motor de passo. Veja no datasheet do seu
motor de passo qual a tensão utilizada.
Agora, abra a IDE do Arduino e passe
a seguinte programação do box 2.

Implementação
Neste circuito utilizamos o Arduino
para gerar pulsos sequenciais nas saídas
digitais 9,8,7 e 6. Através da programação,
cada uma dessas saídas é ativada a cada 8
segundos e quando uma delas está no nível
alto, todas as outras permanecem desabilita-
das. Assim, quando a saída 9 está em nível
alto, as saídas 8,7 e 6 estão em nível baixo.
Oito segundos depois, é a vez da saída 8 ir
ao nível lógico alto, desabilitando todas as
outras. Depois a 7 e a 6. Este ciclo se repete
indefinidamente. Atente para a figura 7.
As saídas 9,8,7 e 6 do Arduino alimen-
tam diretamente um circuito integrado
ULN 2003, que nada mais é que um driver
Darlington de 500 mA, necessário para
excitar as bobinas do motor de passo, co-
nectadas às saídas. Esse circuito integrado
já contém internamente os diodos de amor-
tecimento necessários para impedir que o
surto de tensão que ocorre durante a exci-
tação das bobinas danifique o componente.
Além da lógica de controle, o Ardui-
no também é responsável por detectar F3. Esquema de ligações de um Arduino com um
display LCD, realizado no software Fritzing.

2013 I Maio/Junho I SABER ELETRÔNICA 470 I 39


Circuitos Práticos

Box 1
#include <LiquidCrystal.h>
LiquidCrystal lcd (12, 11, 5, 4, 3, 2);
int potPin = 0;
float temp = 0;
long val=0;
void setup()
{
lcd.begin(16, 2);
}
void loop(){
val = analogRead(potPin);
temp = (5*val*100/1024); //converte tensão em temperatura
//Serial.println ((long)temperature);
lcd.setCursor(0, 0);
lcd.print(“Colocar o vosso nome”); F4. Sensor de tem-
lcd.setCursor(13, 0); peratura LM35.
lcd.print(millis()/1000);
lcd.setCursor(0, 1); o estado dos interruptores CH1 e CH2.
lcd.print(“Temperatura”);
CH1 tem a função de acelerar os passos do
lcd.setCursor(12, 1);
lcd.print(temp); motor, fazendo o espelho girar 1000 vezes
mais rápido, facilitando ajustar a localização
do reflexo. CH2 funciona como interruptor
Box 2 inversor, invertendo completamente a se-
quência dos passos. Quando pressionado,
#include <Stepper.h> //Biblioteca já disponível na IDE do Arduino
faz a sequência passar dos pinos 9,8,7,6 para
const int steps=200; //Número de passos para o motor
int buttonState=0; 6,7,8,9. Essa tarefa não é fundamental.
int buttonState1=0; O esquema anterior mostra todas as
Stepper motor(steps,8,9); //Pinos 8 e 9 do Arduino conexões entre o Arduino, driver ULN
void setup() 2003 e o motor de passo. A tensão para
{
alimentação do Arduino vem diretamente
motor.setSpeed(100); //Velocidade da rotação do motor (RPM)
Serial.begin(9600); do conector USB ligado ao computador,
pinMode(4,INPUT); //Botão 1 enquanto a tensão para o motor de passo e
pinMode(5,INPUT); //Botão 2 para o ULN 2003 é fornecida por uma fonte
pinMode(2,OUTPUT); //Enable do L293D de 12 V. A alimentação do ULN 2003 é
digitalWrite(2,LOW);
feita no pino 9, através de um diodo zener.
}
void loop() É muito importante observar que a tensão
{ de 12 V está relacionada à tensão nominal
buttonState=digitalRead(4); necessária ao funcionamento do motor
buttonState1=digitalRead(5); de passo utilizado neste projeto. Outros
if(buttonState==HIGH) //Gira para um lado
motores operam com outros valores de
{
digitalWrite(2,HIGH); tensão. Se o motor escolhido trabalhar a 12
Serial.println(“botao”); V, poder-se-á retirar o diodo zener e ligar
motor.step(steps); o pino 9 do ULN 2003 diretamente à fonte,
} que neste caso deverá ser regulada. Um cir-
else if(buttonState1==HIGH) //Gira para o outro lado
cuito integrado LM 7812 é uma boa opção.
{
digitalWrite(2,HIGH); Excluindo o Arduino, todo o protótipo
Serial.println(“botao 1”); pode ser na breadboard. Para verificar todo o
motor.step(-steps); funcionamento do circuito conecte 4 LEDs
} às saídas 6,7,8 e 9 do Arduíno ou aos pinos
else //Fica parado
13,14,15,16 do ULN 2003. Os LEDs devem
{
digitalWrite(2,LOW); ser ligados à alimentação através de resis-
Serial.println(“Parado”); tências de 1 kΩ. Se tudo estiver correto,
motor.step(0); ao receber alimentação os LEDs deverão
acender sequencialmente e o motor deverá
}
dar 1 passo a cada 8 segundos, podendo
}
ser acelerado ou invertido com auxílio dos
interruptores CH1 e CH2. E

40 I SABER ELETRÔNICA 470 I Maio/Junho I 2013


F5. Pinout do
CI L293D.

F6. Esquema de ligações de um motor de passo com Arduino e


outros componentes, realizado no software Fritzing.

F7. Esquema de ligações de um motor de passo com Arduino


e o ULN2003, realizado no software Fritzing.

2013 I Maio/Junho I SABER ELETRÔNICA 470 I 41


Desenvolvimento

Controle baseado em FPGA:


Milhões de transistores ao seu comando
A tecnologia FPGA (Field-Programmable Gate Array) fornece a confiabi-
lidade de um hardware dedicado, com verdadeira execução em paralelo e
desempenho de controle de malha fechada extremamente rápido. Este artigo
técnico fornece respostas para as questões mais frequentes (FAQ) a respeito
do uso de hardware baseado em FPGA reconfigurável para aplicações de
controle de malha fechada.
Guilherme Kenji Yamamoto
Renan Airosa Machado de Azevedo
National Instruments

O que é um Arranjo de Por- impresso (PCB) , que têm recursos chip FPGA, o código é implementado
tas Programável em Campo fixos de hardware, sistemas baseados de uma maneira que garante máximo
(Field-Programmable Gate em FPGA podem literalmente refazer desempenho e confiabilidade.
Array - FPGA)? seus circuitos internos para permitir a Além de oferecerem alta confiabili-
Um FPGA é um dispositivo que reconfiguração depois que o sistema dade, os dispositivos FPGA podem rea-
contém uma matriz de circuitos lógicos de controle é implantado no campo. lizar controles determinísticos de malha
com arranjo de portas reconfiguráveis. Dispositivos FPGA trazem o desempe- fechada a taxas extremamente rápidas.
Quando um FPGA é configurado, os nho e confiabilidade de um hardware Na maioria das aplicações de controle ba-
circuitos internos são conectados da dedicado. Veja a figura 1. seadas em FPGA, a velocidade é limitada
mesma maneira a aplicação do software pelos sensores, atuadores e módulos de
foi desenvolvida, criando uma imple- Como os sistemas de E/S em vez do processamento do FPGA.
mentação em hardware conforme foi controle baseados em Por exemplo, o algoritmo de controle Pro-
projetado no software. Ao contrário dos FPGA se comparam a porcional Integral Derivativo (PID), que
processadores, o FPGA usa hardware sistemas baseados em é incluído no módulo LabVIEW FPGA,
dedicado para lógica de processamento processadores? executa em apenas 300 nanossegundos
e não possui sistema operacional. Os Assim como os sistemas de controle (0,000000300 segundos). O controle PID
FPGAs possuem execução paralela por baseados em processadores, os FPGAs é normalmente utilizado para regular
natureza, logo, diferentes operações de são usados para implementar todos os os valores analógicos do processo como
processamento não precisam competir tipos de sistemas de controle industriais, pressão, temperatura, força, deslocamen-
pelos mesmos recursos. incluindo controle analógico de processos, to, vazão de fluído ou corrente elétrica.
Com isso, o desempenho de uma sistemas de controle de lógica discreta e Observe a figura 2.
parte da aplicação não é afetado quan- baseados em máquinas de estado. Porém, Sistemas de controle baseados em
do um processamento é adicionado sistemas de controle baseados em FPGA FPGA oferecem desempenho determinís-
durante a execução do sistema. Além diferem de sistemas baseados em proces- tico de controle de malha fechada a taxas
disso, várias malhas de controle em sadores de maneira significativa. excedendo 1 MHz. Na verdade, muitos
taxas diferentes podem ser executadas Quando você compila sua aplicação algoritmos podem ser executados em um
em um único dispositivo FPGA. Sis- de controle para um dispositivo FPGA, único ciclo de clock do FPGA (40 MHz).
temas de controle baseados em FPGA o resultado é uma implementação de O processamento é feito em paralelo,
podem impor uma lógica crítica de silício altamente otimizada que fornece então sistemas de controle com várias
intertravamento e podem ser proje- um verdadeiro processamento paralelo taxas são facilmente implementados. Por
tados para prevenir E/S forçada por com benefícios de desempenho e con- conta da lógica de controle ser executada
um operador. Porém, diferentemente fiabilidade de um hardware dedicado. em subsistemas do FPGA, as aplicações
dos projetos de placas de circuito Por não haver sistema operacional no não ficam lentas quando é acrescentado

42 I SABER ELETRÔNICA 470 I Maio/Junho I 2013


F1. Olhando dentro F2. Realizando controle PID
de um chip FPGA. no LabVIEW FPGA.

processamento adicional. Em muitos a comutação do acionamento do motor, A principal diferença na programa-


casos, um arranjo de portas definido por porque o controle do torque ou a corrente ção com LabVIEW FPGA comparada ao
software no hardware do FPGA pode ser do motor necessitam de altas taxas de loop LabVIEW Tradicional é que não existe
usado para substituir um layout de placa (normalmente 20 kHz) e temporização necessidade de pensar em multi-tarefas
de circuito impresso (PCB) customizada, precisa dos sinais de comutação do acio- ou prioridades porque cada loop executa
a qual possui desenvolvimento caro e nador de porta. Atente para a tabela 1. em um hardware dedicado independente
demorado. e não tem que compartilhar recursos – na
Os FPGAs podem processar sinais Como eu programo mi- verdade, cada loop executa em paralelo
digitalmente a taxas muito altas e são nha aplicação de controle em uma prioridade de “tempo crítico”
normalmente utilizados para reconfigurar usando o módulo LabVIEW A paleta LabVIEW FPGA contém
a funcionalidade do módulo de E/S. Por FPGA? extensas bibliotecas de Propriedade
exemplo, um módulo de entrada digital Com o módulo LabVIEW FPGA, você Intelectual (Intellectual Property - IP). A
pode ser usado simplesmente para ler poderá usar a programação gráfica de alto tabela 2, lista alguns dos principais blocos
o estado verdadeiro/falso de cada linha nível baseada em fluxo de dados para criar de funções para desenvolver sistemas de
digital. Alternativamente, o mesmo FPGA uma implementação de arranjo de portas controle baseados em FPGA.
pode ser reconfigurado para realizar o altamente otimizada para a sua lógica de
processamento dos sinais digitais e medir controle analógico ou digital. E poderá, Como o compilador do
a largura de pulso, realizar filtragem digi- também, usar técnicas normais de pro- LabVIEW traduz o meu
tal ou mesmo medir a posição e velocida- gramação em LabVIEW para desenvolver código gráfico em circuitos
de de um sensor de encoder de quadratura. a sua aplicação para FPGA. Quando você do FPGA?
Sistemas baseados em FPGA nor- estabelece como target um hardware O módulo LabVIEW FPGA compila
malmente incorporam comutação para FPGA como um chassi CompactRIO ou a sua aplicação do LabVIEW para o har-
acionamento de motor e controle de mo- um dispositivo DAQ inteligente da série dware FPGA usando um processo com
vimento em um único sistema de controle R, a paleta programming do LabVIEW é vários passos e automático. Ocultamente,
de movimento. Em contraste, sistemas simplificada para conter apenas as fun- o seu código gráfico é traduzido para códi-
baseados em microprocessadores, tipi- ções que são designadas para trabalhar go VHDL (linguagem baseada em texto).
camente separam o hardware durante em FPGAs. Então as ferramentas- padrão da indústria
Xilinx ISE são chamadas para compilação
Microprocessadores FPGA e o código VHDL é otimizado, reduzido e
Desempenho limitado a 1 kHz Desempenho de malha fechada além de 1 MHz sintetizado conforme a implementação de
Execução serial, controle de única taxa Execução paralela, controle de múltiplas taxas hardware do seu projeto do LabVIEW. As
Desempenho diminui conforme a aplicação cresce Sem lentidão conforme a aplicação cresce restrições de tempo também são aplicadas
Sistema operacional executa a lógica de controle Lógica de controle em hardware dedicado T1.
nesse processo, tentando alcançar um uso
Micro-
Módulo de E/S possui funcionalidade fixa Funcionalidade de E/S é reconfigurável eficiente dos recursos do FPGA no projeto.
proces-
Circuitos customizados requerem layout de placa Arranjo de portas definido por software sadores Uma grande parcela do processo de
Sistema de controle de movimento separado Movimento integrado com lógica de controle versus otimização é realizada durante a compila-
FPGA.

2013 I Maio/Junho I SABER ELETRÔNICA 470 I 43


Desenvolvimento

ção do FPGA, reduzindo a lógica digital e


criando uma implementação otimizada da
aplicação do LabVIEW. Assim, o projeto
é sintetizado em uma implementação
de silício que fornece possibilidades de
processamento verdadeiramente paralelo
F3. Processo de compilação do com o desempenho e confiabilidade de
LabVIEW FPGA. hardware dedicado.
O resultado é um arquivo de bit stream
que contém as informações do arranjo de
portas. Quando você executa a aplicação,
o bit stream é carregado no chip FPGA
e usado para reconfigurar a lógica do
arranjo de portas. O bit stream também
pode ser carregado em uma memória
não volátil e carregado instantaneamente
quando é fornecida energia ao target. Não
há sistema operacional no chip FPGA,
F4. Sistema de controle de malha porém a execução pode ser inicializada e
fechada típico. parada usando-se a lógica de habilitação

Categoria Principais funções para controle Aplicações comuns de controle


Malhas de controle analógicas, máquinas de estado, controle
For Loop, While Loop, Case Structure, Feedback Node, Sequence
batch, resposta a eventos, execução repetida, sub-rotinas,
Programming Structures Structure, Single Cycle Timed Loop, Shift Register, HDL Interface
sequenciamento, controle de estado do sistema (inicialização,
Node.
desligamento, watchdog, falha, …).

Interfaceamento com E/S digital, tensão, corrente, temperatura,


Analog Input, Analog Output, Digital Input, Digital Output, Digi-
Entrada/Saída carga, pressão, tensão mecânica, relé, 4-20 mA, ponte H, comuni-
tal Port Input, Digital Port Output.
cação CAN, rede wireless e outros sinais.

Discrete PID, Discrete Control Filter, Discrete Delay, Discrete Nor- Algoritmos de controle analógico, filtragem de sinais ruidosos,
malized Integrator, Initial Condition, Unit Delay, Zero-Order Hold, limitação de sinais de entrada/saída, escala de sinais de sensores
Controle analógico Backlash, Dead Zone, Friction, Memory Element, Quantizer, Rate não lineares para valores proporcionais de engenharia, geração
Limiter, Relay, Saturation, Switch, Trigger, Linear Interpolation, de função, seno, cosseno, log, exponencial, agendamento de
Sine Generator, Look-Up Table 1D. ganho.

And, And Array Elements, Boolean Array To Number, Boolean To Controle digital, lógica digital, lógica booleana, lógica de relés
(0,1), Compound Arithmetic, Exclusive Or, Implies, Not, Not And, ladder, sequência de eventos, transições de estado, controle
Lógica discreta
Not Exclusive Or, Not Or, Number To Boolean Array, Or, Or Array de dispositivos discretos de 2 estados e 3 estados, detecção de
Elements, Boolean Crossing. borda.

Equal?, Equal To 0?, Greater?, Greater Or Equal?, Greater Or Equal Alarme, trigger, detecção de evento, detecção de pico, compara-
To 0?, Greater Than 0?, Less?, Less Or Equal?, Less Or Equal To 0?, ção de sinais, detecção de mudança de estados, seleção de sinais
Funções de comparação
Less Than 0?, Not Equal?, Not Equal To 0?, Select, Max & Min, In (alto, min, max), teste de limite, seletor/multiplexador, controle
Range and Coerce, Zero Crossing. de faixa de divisão de aquecimento/resfriamento.

Absolute Value, Add, Compound Arithmetic, Decrement, Incre-


ment, Multiply, Negate, Quotient & Remainder, Scale By Power Of
Manipulação de sinal analógico, somador, contador/tempo-
2, Sign, Subtract, Saturation Add, Saturation Multiply, Saturation
Matemática rizadores, taxa de detecção de variação, acumulador, média,
Subtract, Join Numbers, Logical Shift, Rotate, Rotate Left With
totalizador, processamento de sinal digital.
Carry, Rotate Right With Carry, Split Number, Swap Bytes, Swap
Words.

Global Variable, Local Variable, FIFO Read, FIFO Write, Memory


Transferência de dados,
Read, Memory Write, Interrupt, Loop Timer, Tick Count, Wait, Watchdogs, temporizadores, acumuladores, medição/geração de
temporização, trigger e
Generate Occurrence, Set Occurrence, Wait On Occurrence, First largura de pulso, temporizador de atraso on/off.
sincronização
Call?.

Controle de movimento coordenado de vários eixos, geração de


Módulo NI SoftMotion Motion ControlLoop PID (32-bit), Spline Engine (Interpolation).
trajetória, movimentos de linha reta, contorno, interpolação.
T2. Funções
Digital Filter Design Projeto de filtro digital, converter ponto flutuante
Filter Design, Fixed-Point Tools, Code Generation. principais para
Toolkit para ponto fixo, gerar código LabVIEW FPGA.
controle no Lab-
VIEW FPGA.

44 I SABER ELETRÔNICA 470 I Maio/Junho I 2013


que está embutida na aplicação do FPGA.
Acompanhe na figura 3.

FPGAs são rápidos, mas


como melhorar o desempe-
nho do sistema de controle
com taxas de loop mais F5. O tempo do ciclo da malha (T) é o tempo gasto para
rápidas? executar um ciclo de uma malha de controle.
Em geral, a velocidade do sistema de
controle influencia suas características
de desempenho, estabilidade, robustez e
rejeição de perturbação. Sistemas de con-
trole mais rápidos são tipicamente mais
estáveis, fáceis de calibrar e menos susce-
tíveis a variações devido a perturbações.
Para fornecer controle robusto e es-
tável, um sistema de controle deve ser
capaz de medir a variável do processo e
estabelecer um comando de saída para o
atuador dentro de um período de tempo
fixo. Os sistemas (plantas) que podem
mudar rapidamente necessitam de sis-
temas de controle rápidos para garantir
desempenho confiável dentro dos limites F6. Para garantir a estabilidade, o jitter do loop
aceitáveis. Como regra, a taxa de loop do de controle deve ser limitado.
controle deve ser no mínimo 10 vezes mais
rápida que a constante de tempo do siste- usado as linhas de E/S digital TTL de 5 V Qual o máximo jitter que
ma (planta), sendo a constante de tempo das placas. Essas linhas digitais podem ser eu posso esperar nas mi-
uma medida da velocidade do sistema. acessadas de dentro de um timed loop com nhas malhas de controle
Por exemplo, a corrente em um mo- o mesmo ciclo do LabVIEW, com uma taxa baseadas em FPGA?
tor DC pode variar tão rápido quanto 1 de execução de 25 nanossegundos. Nor- Um indicador comum de desempe-
ampère por milissegundo em resposta a malmente, quantidades significativas de nho e robustez do sistema de controle é
uma saída de 24 V de um acionador de lógica de controle podem ser incluídas em o jitter. O jitter é a variação do tempo real
ponte H. Para controlar precisamente a um timed loop com apenas um único ciclo. do ciclo do loop e do tempo desejado. Em
corrente do motor, o sistema de controle Para aplicações de controle com lógica sistemas operacionais de propósito geral
deve amostrar rapidamente a corrente e discreta de 24 V que usam módulos de E/S como Windows, o jitter é ilimitado, então
fazer ajustes frequentes à saída do atua- digital da série C com elevada quantidade a estabilidade de sistemas de controle de
dor. Veja a figura 4. de corrente, a taxa de loop é limitada de malha fechada não pode ser garantida.
acordo com as taxas de atualização dos Já em sistemas de controle baseados em
Qual desempenho no con- módulos. Por exemplo, o módulo NI 9423 processadores com sistemas operacionais
trole de malha fechada eu de entrada digital e o módulo NI 9474 de de tempo real, normalmente os mesmos
posso atingir? saída digital possuem taxas de atualização são capazes de garantir jitter do loop de
Na maior parte dos casos, o desempe- de 1 microssegundo, resultando em um controle menor que 100 microssegundos.
nho computacional do FPGA é tão rápido desempenho máximo do controle discreto Em aplicações baseadas em FPGA, o
que a taxa do loop de controle é limitada de 24 V de 500 kHz. loop de controle não precisa compartilhar
apenas pelos sensores, atuadores e mó- Em aplicações de controle de processo recursos de hardware com outras tarefas,
dulos de E/S. Isso é um forte contraste analógico, a taxa do loop de controle tam- e permite a temporização precisa dos mes-
com os sistemas de controle tradicionais, bém é limitada pela taxa de atualização mo por meio do uso do clock do FPGA.
onde o desempenho de processamento era dos módulos de E/S. Os módulos NI 9215 O jitter da malha de controle baseada em
tipicamente o fator limitante. de entrada analógica e NI 9263 de saída FPGA depende da exatidão da fonte do
Por exemplo, nos dispositivos in- analógico oferecem resolução de 16 bits e clock do FPGA. No caso dos chassis recon-
teligentes DAQ da série R da National capacidades de amostragem simultânea a figuráveis NI cRIO-910x, o jitter do clock
Instruments os cálculos de E/S e lógica taxas de atualização de 10 microssegun- do FPGA é de apenas 250 picossegundos
de controle para aplicações de controle dos. Isso resulta em um desempenho de (0,000000000250 segundos), quando é
discreto podem ser todos implementados controle analógico do processo de malha utilizada uma taxa de clock do FPGA de
a uma taxa de loop de 20 MHz, caso seja fechada de 50 kHz. Observe a figura 5. 40 MHz. Atente para a figura 6. E

2013 I Maio/Junho I SABER ELETRÔNICA 470 I 45


Componentes

Otimizando a conversão de potência nas


interfaces sensoras isoladas
As Interfaces de Dados vêm me- Como fornecer energia de Um bom exemplo para iniciar um
forma isolada ao ADC e cir- discussão sobre conversão de potência é o
lhorando constantemente desde a cuitos de condicionamento, caso de uma interface genérica, conforme
época dos optoacopladores até hoje reduzindo, ao mesmo tempo, mostrada na figura 1. Seus circuitos ativos
com os mais recentes isoladores o tamanho da interface e me- consistem de um elemento condicionador
lhorando a sua performance? de sinal tal como um amplificador ope-
digitais de alta velocidade e baixa No passado, as placas das interfaces racional (ou um amplificador de instru-
potência, altamente compactos. analógicas não tinham um número eleva- mentação) e um ADC com uma interface
Neste artigo, vamos examinar um do de canais, de modo que havia espaço serial, que pode ser interfaceada com o
suficiente nelas para acrescentar um mo- FPGA através de canais isoladores digi-
aspecto das interfaces com sensores desto conversor CC/CC com finalidade tais. Esse circuito precisa, tipicamente, de
isoladas que não tem recebido a de fornecer energia à interface sensora. uma potência bem menor do que 150 mW.
atenção que merece. A dissipação de potência não era O desafio básico para o fornecimento
uma grande preocupação, uma vez que de energia à interface sensora consiste
existiam somente uma (ou duas) interface em otimizar a sua alimentação de modo a
(s) por módulo. Atualmente, os módulos trabalhar bem em todo o range de potên-
dos CLPs analógicos (veja o diagrama de cia requerido. A operação na faixa (0-150
blocos na figura 1) podem ter 4, 8 ou até mW) significa que a potência quiescente
Mark Cantrell 16 canais isolados independentes. Então, fixa do controlador e elementos de feedback
Analog Devices, Inc. múltiplos conversores CC/CC iriam ocu- que compõem a fonte representa uma
Tradução: Eutíquio Lopez par muito espaço na placa e criariam gran- grande parte da potência total utilizada,
de quantidade de calor a ser dissipada. portanto, sua eficiência será baixa. Isso

F1. Uma típica Interface


Sensora Multicanal.

46 I SABER ELETRÔNICA 470 I Maio/Junho I 2013


F2. Módulo CC/CC F3. Módulo CC/
Não Regulado. CC Regulado.

pode ser visto pelos valores da corrente ambas dimensões: na placa de circuito im- Existem muitos circuitos de regulação
quiescente dados na tabela 1 para várias presso e na altura. O custo dessa solução é ativa que poderiam permitir melhorar o
configurações de fonte. dependente do transformador e, para um rendimento em toda a faixa de cargas, mas
Alternativamente, muitos projetos sim- volume razoável, fica abaixo de US$ 1,00. eles exigem uma circuitaria de controle
ples de fontes requerem uma carga mínima O preço a pagar para se conseguir um muito mais complexa, e a maioria deles
para funcionarem apropriadamente, de baixo custo poderá ser uma variação signifi- precisa de um canal de realimentação
modo que alguma potência deve ser des- cativa na tensão de saída em função da carga através da barreira de isolação. Isto adi-
perdiçada em cargas resistivas “mortas” e da temperatura, tornando mais difícil a ciona um custo relevante e maior tama-
para garantir o seu funcionamento correto. escolha dos componentes analógicos da in- nho de projeto, além do que, não é feito
Embora seja muito simples colocar um tem- terface. Todos os componentes da interface comumente para módulos nesta faixa de
porizador 555 e um transistor em um placa analógica deverão ter uma excelente rejeição potências.
e fornecer-lhes alguma potência, é difícil de power supply (ou rejeição de fonte CC) A integração destas fontes de alimen-
prover uma alimentação eficiente e confiável, e a carga não deverá variar rapidamente, tação não avançou, passados o “potted
que funcione em níveis de baixas potências. senão, poderá ser induzida uma variação module” ou a placa “PCI-filha”, por
Existem três categorias básicas de con- significante da tensão de alimentação. motivo da dificuldade em incorporar o
versores CC/CC usados para esse range Isso resulta em maior custo dos com- trafo dentro da montagem. Os fabricantes
de potência: ponentes ou, no mínimo, em um tempo tiveram um sucesso limitado na redução
• Fontes de Alimentação Chaveadas de engenharia muito maior para avaliar a do tamanho desses dispositivos.
Não Reguladas (ou Módulos); solução em condições extremas de funcio-
• Fontes Chaveadas Reguladas, ou namento. A fonte não regulada pode ter, Conversores tipo Chip-Scale
Módulos; justamente, um alto rendimento, porém, O desenvolvimento da tecnologia de
• Conversores de Potência Chip- fornece uma energia de baixa qualidade. transformador chip-scale pela Analog
Scale. Devices para os isoladores digitais iCou-
Cada uma dessas arquiteturas de fonte Fontes de alimentação pler* acabou criando uma nova classe
de alimentação exige circuitos de controle reguladas e módulos de conversores CC/CC. Essa tecnologia
de crescente complexidade e, particular- As fontes reguladas oferecem caracte- presta-se bem para projetos altamente
mente, para as duas primeiras opções, rísticas de saída muito melhores. A figura funcionais de fontes de alimentação de
com tamanho de circuito e quantidade de 3 apresenta um módulo CC/CC típico baixa potência. Os trafos têm núcleo de
componentes aumentados. para o range de 1 W de potência. ar, indicando que não existem materiais
O controlador chaveia a energia (po- magnéticos dentro deles. Eles apresentam
Fontes de alimentação tência) no transformador de modo seme- o seu mais alto Q (Índice de Mérito) em
não reguladas lhante ao visto no exemplo da fonte não aproximadamente 125 MHz. A sua frequ-
A solução mais simples é o conver- regulada. O nível de potência e a relação ência de chaveamento é tão alta, que não
sor CC/CC não regulado mostrado na de espiras do trafo são escolhidos para é prático alterar o “duty factor” do sinal
figura 2. ter-se tensão suficiente no secundário chaveador para o controle da potência. Em
Esse projeto opera com frequência (em carga máxima) para permitir que vez disso, o circuito de controle comanda
fixa, duty cycle fixado, chaveando a entra- um LDO regule a tensão de saída em um o oscilador inteiro “off and on” para re-
da para criar uma potência no secundário nível estável. Esse esquema fornece um gular a tensão no secundário.
que será, a seguir, retificada e filtrada. O bom rendimento energético com cargas Os trafos são pequenos o suficiente
transformador escolhido deverá ser de elevadas, mas ele decai bastante com para serem integrados em um encapsu-
acordo com a tensão de isolação exigida cargas pequenas. Mas, é aí, exatamente, lamento de CI padrão com um lead frame
pela aplicação. Quanto maior for a isola- onde nossa aplicação de interface analó- dividido internamente. Todos os compo-
ção requerida, tanto maior será o trafo, em gica funciona. nentes de ambos os lados da barreira de

2013 I Maio/Junho I SABER ELETRÔNICA 470 I 47


Componentes

F4. Conversor Chip-Scale F5. Rendimentos (%) do Módulo CC/CC


ADuM5010. Regulado e do Conversor Chip-Scale.

isolação, necessários para a potência de- -se essa fonte. Esse módulo é especifica- recai, novamente, no módulo chip-scale
sejada e realimentação da saída, podem do para 1 W, e o seu datasheet (folha de com um invólucro (package) padroniza-
ser integrados em um par de pastilhas dados) não mostra a sua performance do JEDEC SSOP20 de baixo perfil, de 55
de silício, eliminando a obrigatoriedade abaixo de 100 mW. É provável que sua mm², acrescido de alguns capacitores de
de componentes externos (discretos) e tensão de saída seja significativamente bypass e dois resistores.
permitindo que especificações avança- mais alta que a nominal, e que o seu A vantagem na escolha de uma solu-
das sejam implementadas. rendimento diminua rapidamente. ção regulada contra a não regulada re-
O conversor de potência chip-scale O segundo rendimento mais alto que side na maior rejeição de power supply
pode ter toda a funcionalidade de um aparece na tabela corresponde ao módulo do ADC e no amplificador colocado na
módulo de potência CC/CC completo e regulado, o qual é especificado para uso parte analógica que antecede o conver-
apresentar uma regulação estabilizada, com cargas leves (ligeiras) e apresenta sor. Uma melhor regulação possibilita
bem como um bom rendimento na condi- um bom comportamento. No entanto, se maior flexibilidade na seleção dos com-
ção de funcionamento com cargas baixas. olharmos agora a figura 5 (Comparação ponentes responsáveis pelo trabalho
Ve j a , n a f i g u r a 4 , o d i a g r a m a entre os Rendimento dos Módulos), ela de medida requerido, preferivelmente
de blocos do Conversor Chip-Scale nos mostra que o rendimento do con- limitando as escolhas por componentes
ADuM5010, da Analog Devices. versor chip-scale sobe mais rapidamente com o melhor índice de rejeição de po-
para o seu valor final do que o módulo wer supply (fonte CC).
Comparações regulado, isto é, entre 0 e 15 mA de cor- O último ponto de diferenciação
Vamos, agora, olhar alguns exem- rente de carga a solução chip-scale é mais entre as soluções discretas e modulares
plos práticos para ilustrar as diferenças eficiente, de fato. E, como essa faixa de e a chip-scale diz respeito à frequência
entre os projetos que foram abordados correntes corresponde à maior parte da de operação. As correntes de chavea-
anteriormente. A tabela 1 apresenta carga identificada na definição da inter- mento geram ruído e ripple na fonte de
uma comparação das características face analógica original, conclui-se que alimentação. Em muitos casos, os mó-
dos dois módulos de potência com o esta solução é a melhor escolha, mesmo dulos trabalham dentro da faixa de 200
conversor chip-scale. Os módulos TI tendo um valor máximo de rendimento kHz a 1 MHz, que corresponde às taxas
escolhidos foram aqueles mais comu- inferior ao do conversor regulado. de amostras de frequência de muitas
mente encontrados para a faixa (0-150 O tamanho da solução é o próximo aplicações com sensores.
mW), identificada na especificação da ponto a ser comparado. As soluções Cuidados devem ser tomados para
interface sensora. modulares têm ambas 180 mm² de PCI, filtrar corretamente os dados com rela-
A maioria dos projetistas precisa sendo que o módulo não regulado é ção ao ruído da fonte de alimentação.
fazer um projeto de potência eficiente. O 10 mm mais alto que o outro e, prova- A solução chip-scale funciona com seu
que chama a atenção na tabela 1 é o valor velmente, seja o mais alto item que vai oscilador de potência no primário em
do rendimento da solução não regulada, determinar o tamanho da caixa de nosso 125 MHz, bem acima da frequência de
mas existem desvantagens em escolher- módulo teórico. Fica claro que a escolha amostragem da maioria dos ADCs in-

Peak 10 mA Quiescent Max Load


Type P/N Size Cost
Efficiency Efficiency Current Power Regulator
Chip-Scale Converter ADuM5010 30% 27% 6.8 mA 150 mW 1.3% 7.4 × 7.4 × 2 $1.50
T1. Com-
Regulated Module DCR010505 50% 21% 18 mA 1W 3% 18 × 10 × 2.5 $5.95
paração
Unregulated Module DCH010505 72% N/A 60 mA 1W 10% 20 × 8 × 10 $4.25 das tecno-
logias.

48 I SABER ELETRÔNICA 470 I Maio/Junho I 2013


dustriais. Existe ainda o ripple devido • Potência deficiente do lado primá-
ao controle PWM do oscilador de po- rio permite que o conversor seja
tência, mas a maior fonte de ruído está colocado num estado de standby
acima da faixa de frequência do ADC e muito baixo. Esta característica
é facilmente filtrada. combinada com o softstart pos-
sibilita esquemas de economia
Vantagens adicionais dos de energia como, por exemplo,
conversores chip-scale desligar um sensor entre duas
Justamente em relação ao menor medições.
tamanho, o conversor chip-scale é uma • UVLO – Under Voltage Lockout no
boa escolha para esta aplicação. No en- lado primário da alimentação de
tanto, existem muitas outras vantagens entrada. Esta característica pre-
nesta tecnologia. Então, vamos olhar vine o conversor de iniciar com
o novo conversor de potência isolada baixa alimentação de entrada. Isso
ADuM5010 com mais detalhes. Este dis- permite que a entrada alimente a
positivo pode propiciar a performance carga significativamente, antes
de um conversor CC/CC de telecomuni- que o ADuM5010 tente puxar
cações sobre a faixa de potências baixas potência.
requerida para as interfaces analógicas. • Isolação totalmente certificada.
• Tensão de saída ajustável infini- Isso pode permitir um tipo re-
tamente. O ADuM5010 dispõe duzido de ensaio dos módulos
sua tensão de saída no divisor e a eliminação de testes na linha
de tensão no lado secundário. durante a produção.
Ela pode variar entre 3,15 V e
5,5 V. Muitos ADCs analógicos e Conclusão
A.O. funcionam com supply rails A utilização da interface sensora
(limites da tensão de alimentação) analógica, conforme é projetada para a
não padronizados, de modo que maioria das aplicações de CLPs, requer
a tensão pode ser ajustada para isolação de ambas comunicações digi-
obter-se a vantagem da melhor tais e potência. Os níveis de potência
condição de alimentação. são muito baixos, pequenos demais
• Shutdown térmico protege a ali- para que a maior parte dos conversores
mentação durante condições de CC/CC possa funcionar com eficiência
sobrecarga e curto-circuito, prin- e previsibilidade. Entretanto, a in-
cipalmente em ambientes com terface se beneficia muito tendo uma
alta temperatura onde a máxima fonte de alimentação bem regulada e
temperatura da pastilha possa comportada.
vir a ser excedida. O shutdown O conversor chip-scale isolado
térmico entra em ação em 154 ºC, ADuM5010 provê os requisitos da
e a pastilha deve esfriar por 10 ºC entrada analógica muito bem, com
antes que o componente reinicie 150 mW de potência e um conjunto de
automaticamente. Nenhuma características disponíveis somente nos
intervenção externa se faz neces- conversores CC/CC de alta potência.
sária para reiniciar a alimentação. Este componente é a versão “power-
• Softstart é implementado através -only” de uma família de dispositivos
do controle do lado primário que combinam potência com canais de
do PWM, assim que a energia dados isolados.
é aplicada. Isso permite que o Os dispositivos de duplo canal de
componente inicie com corrente dados ADuM521x irão permitir que
de pico desprezível. Quando a interface de dados seja combinada,
múltiplos componentes estão economizando mesmo mais espaço. Dis-
iniciando simultaneamente, a positivos com maior número de canais
corrente de pico poderá impactar irão desocupar a linha. Isso permitirá
uma alimentação CC de entrada que potência (energia) seja aplicada
fraca e provocar uma operação com segurança e simplicidade com um
não prevista. mínimo esforço de projeto. E

2013 I Maio/Junho I SABER ELETRÔNICA 470 I 49


Instrumentação

Rotação de fase e
temperatura da junção
nos amplificadores
transistorizados
N
Neste artigo serão vistos dois os amplificadores, dependendo controla o fluxo de cargas que circulam
da configuração usada na sua entre o emissor e o coletor, vide figura 1.
parâmetros muito importantes no montagem, poderá haver rotação Quando construímos um amplificador
estudo dos amplificadores tran- de fase (ou não). Outro parâme- com um só transistor, portanto com três
sistorizados: a rotação de fase e a tro importante, quando estudamos os terminais, há a necessidade de um dos
amplificadores, é a temperatura máxima terminais do transistor ser comum tanto
temperatura máxima suportada suportada pela junção durante a operação à entrada como à saída do amplificador.
pela junção do transistor. do mesmo; como ela surge e como pode Em função disso, há pelo menos três
ser eliminada. configurações de montagem: montagem
Os transistores, na sua concepção mais emissor-comum (MEC), montagem
simples, são formados por três elementos base-comum (MBC), e montagem coletor-
químicos, podendo ser, por exemplo, dois -comum (MCC).
Francisco Bezerra Filho do tipo N (com cargas negativas) e um do Vale lembrar que os valores de cada
tipo P com cargas positivas, como se vê na parâmetro mudam de uma montagem
figura 1. Em função das cargas positivas e para outra, ou seja, cada uma tem parâme-
negativas, ele é conhecido como elemento tros diferentes, assim como: impedâncias
bipolar. de entrada e saída, ganhos de corrente,
Por sua vez, os amplificadores, de ganhos de potência (parâmetros esses, que
uma maneira geral, têm quatro terminais, não serão vistos neste artigo), e rotação de
sendo dois na entrada e dois na saída, fase que será descrito a seguir.
observe a figura 2.
Como vimos acima, os transistores Rotação de fase na
têm só três terminais, sendo um emissor montagem emissor-comum
que emite as cargas (elétrons), um cole- Quando dizemos que um amplificador
tor que coleta, ou seja, recebe as cargas roda a fase de 180º, significa que quando
emitidas pelo emissor, e uma base que o sinal na entrada aumenta, o sinal na sa-

F1. Fluxo de corrente do emissor para o F2. Amplificador com dois terminais na
coletor através das junções J1 e J2. entrada e dois na saída.

50 I SABER ELETRÔNICA 470 I Maio/Junho I 2013


F3. Amplificador na configuração de “montagem emissor comum”, F4. Reta de carga e o
vendo o sinal na entrada e na saída, e a rotação de fase de 180º. ponto quiescente-Q.

ída diminui, ou vice-versa, como mostra a


figura 3 (A e C). Na figura 3 B, temos um
amplificador montado na configuração
emissor-comum, alimentado por uma fonte
de tensão fixa de 20 Vcc, sendo o emissor o
elemento comum à entrada e à saída.
Neste tipo de montagem, o sinal CA a
ser amplificado é injetado na base e retirado
no coletor (figura 3 B), sendo este a própria
tensão VCE.
Em série com a tensão da fonte Vcc,
temos duas malhas formando um divisor
de tensão. A primeira malha é formada pela
resistência de carga do coletor (Rc), caindo
sobre ela uma tensão VRC, e a segunda é F5. Montagem
formada pelos terminais emissor-coletor, base comum.
caindo sobre eles uma tensão VCE. Neste
caso temos: VCC = VRC + VCE. tensão sobre RC, elevando em consequência de Q1, para efeito de sinal alternado, está
O transistor Q1 está polarizado de ma- a tensão VCE na saída atingindo seu valor aterrada através de C1, com um potencial
neira que o ponto quiescente, ponto Q, esteja máximo positivo, no ponto 2, como mostra zero de referência. Neste tipo de montagem,
posicionado exatamente no centro da reta a figura 3 C. o sinal CA a ser amplificado é injetado no
de carga. Com isso, em cada malha irá cair a Podemos observar através das figuras 3 emissor sobre RE, e retirado entre o coletor
metade da tensão da fonte, ou seja, VRC = 10 A e C: quando a tensão na entrada aumenta, e o ponto terra, observe que os dois sinais
Vcc e VCE = 10 Vcc, como se vê na figura 4. À a tensão na saída diminui (linha cheia), e estão em série. Não devemos esquecer que a
medida que o sinal CA, aplicado à entrada, que também vale o contrário - quando a ten- base de Q1 (transistor NPN) está polarizada
ou seja, na base de Q1 aumenta, atingindo o são na entrada diminui (linha pontilhada), com um potencial de +0,7 V em relação
seu valor máximo positivo, no ponto 1, linha a tensão na saída aumenta. Como se vê na ao emissor; já o emissor, por sua vez, está
cheia, figura 3 A, o VBE também aumenta, montagem emissor-comum, o sinal na saída flutuando entre esses dois pontos.
elevando a corrente IC, aumentando a que- estará sempre defasado de 180º em relação à Quando o sinal CA aplicado ao emissor
da de tensão sobre RC (VRC). Com isso, a entrada. Das três configurações estudadas, aumenta no sentido positivo, o VBE diminui,
tensão na saída VCE diminui, atingindo seu esta é a única que roda a fase, nas demais, reduzindo a corrente IC, diminuindo o VRC,
valor máximo negativo no ponto 1, vide isso não acontece. aumentando o VCE, ou seja, aumentando a
figura 3 C. tensão de saída.
Quando o sinal na entrada inverte de Rotação de fase na Quando acontece o contrário, insto é, o
polaridade, aumentando agora no sentido montagem base-comum sinal CA varia no sentido negativo, o VBE
negativo, atingindo seu valor máximo Na figura 5 A temos o circuito de um sobe, aumentando o IC, elevando a queda
negativo no ponto 2, o VBE diminui, redu- amplificador operando na configuração de tensão sobre a resistência de carga (VRC),
zindo também o Ic, que diminui a queda de base-comum. Devemos observar que a base diminuindo o VCE. Ou seja, a tensão na

2013 I Maio/Junho I SABER ELETRÔNICA 470 I 51


Instrumentação

F6. Amplificador com “montagem coletor F7. Curva limite de dissipação máxima, válida
comum”, ou seguidor de emissor. para transistor de potência – 2N3055.

saída também diminui. Como vemos na Potência máxima combinações de tensões e correntes
figura 5 A, as tensões na entrada e na saída dissipada e a temperatura que resultam na mesma potência. Por
variam de amplitude no mesmo sentido, máxima da junção exemplo, no ponto 1 temos um VCE = 40
não havendo portanto, rotação de fase A potência máxima que pode ser V e uma corrente Ic = 2 A, neste ponto
entre elas. Na figura 5 B, temos o mesmo dissipada na junção de um transistor é temos uma potência de PD = 40 V x 2
circuito visto na figura 5 A, de maneira limitada em função da tensão VCE, apli- A = 80 W, sendo os 80 W considerados
simplificada, válido para sinal CA, sem a cada entre os terminais emissor-coletor e, como a potência máxima que pode ser
polarização Vcc. principalmente, da corrente que circula dissipada pelo transistor, sem o risco de
do emissor para o coletor, Ic, vide figura ser danificado.
Rotação de fase na 1. Quanto maior for a corrente, maior será No ponto 2, temos VCE = 20 V e Ic = 4
montagem coletor-comum a temperatura da junção. A e uma potência PD = 20 V x 4 A = 80 W.
Na figura 6 A temos o circuito de um Por sua vez, a corrente que deixa O mesmo acontece com o ponto 3,
amplificador na configuração coletor- o emissor, antes de atingir o coletor, onde temos VCE = 10 V e IC = 8 A, logo:
-comum, também conhecido por “seguidor passa antes por duas junções: junção
de emissor”. Neste tipo de amplificador, J 1 (emissor-base) e a junção J 2 (base- PD = 10 V x 8 A = 80 W.
o sinal CA a ser amplificado é injetado -coletor), como foi mostrado na figura
na base e retirado no emissor sobre RE. 1, sendo que a junção J 1 é polarizada
Quando o sinal CA, aplicado à base de diretamente, apresentando uma baixa Com a definição desses três pontos,
Q1, aumenta no sentido positivo, faz au- resistência direta, não havendo nenhuma podemos traçar a curva que limita a po-
mentar o VBE, elevando com isso o IC (IC ≈ liberação de calor nela. Já a junção J2, ao tência máxima dissipada, pelo transistor
IE), aumentando a queda de tensão sobre a contrário, é polarizada inversamente com em estudo, de acordo com a figura 7.
resistência do emissor (VRE) que é a própria uma alta resistência inversa, liberando Com isso, a medida que a corrente Ic,
tensão de saída. altas temperaturas. que atravessa a junção J2 aumenta, sobe
Quando a tensão de entrada inverte de Como podemos observar, a tempe- a liberação de calor. Se esse aumento de
polaridade, aumentando agora no sentido ratura que aparece sobre o transistor temperatura não for removido através
negativo, diminui o VBE, diminuindo o IC, é liberada pela junção J2, e a junção J1 de um dissipador de calor ou circulação
reduzindo a queda de tensão sobre o RE praticamente não libera calor. A potên- de ar forçada, o transistor poderá ser
(VRE), como se observa na figura 6 A. cia máxima que pode ser dissipada na danificado. A função do dissipador de
Como dissemos, as tensões de entra- junção J2, que, por sua vez faz aumentar calor, neste caso, é de facilitar a trans-
da e de saída variam no mesmo sentido, a temperatura neste ponto, é dada pelo ferência do calor da junção para o meio
portanto, não há rotação de fase entre elas produto da tensão VCE pela corrente Ic, ambiente. O dissipador é muito usado
mais uma vez. que circula pela junção. Assim, temos: nos transistores utilizados nos amplifi-
Na figura 6 B temos o mesmo circuito cadores de potência, tanto os de áudio
visto na figura 6 A de maneira simplificada, PD = VCE x Ic como os de RF.
válido para sinais CA, sem a polarização A curva que limita a potência má-
Vcc. Só lembrando que o circuito seguidor xima vista na figura 7 é válida para um
de emissor é muito usado como casador de Portanto, ao observarmos através transistor de potência como, por exem-
impedâncias, mas nas altas frequências ele da curva que limita a potência máxi- plo, o 2N3055, para uma temperatura
regenera, provocando oscilações. ma, mostrada na figura 7, há diversas máxima de 70 ºC na junção. E

52 I SABER ELETRÔNICA 470 I Maio/Junho I 2013


Instrumentação

Fonte de Corrente
Microcontrolada
Fontes de corrente são muito Material utilizado O exemplo da figura 4 mostra uma
Para demonstrar o funcionamento do fonte de corrente que fornece 50 mA a
utilizadas em projetos industriais, experimento foi utilizado o kit didático uma resistência de 10 Ω. Já o esquema
sensoriamento, e instrumentação “Cerne Fonte de Corrente”, mostrado na da figura 5 ilustra a mesma fonte de
científica dentre outros. Neste arti- figura 1. corrente, porém alimentando outra carga
de 20 Ω.
go, procurarei desenvolver tal fonte O que é uma Essa é a principal característica da fon-
de maneira microcontrolada, uma fonte de corrente? te de corrente, ser capaz de manter uma
vez que este recurso está cada vez A saída para a fonte de corrente, corrente constante independentemente do
disposta na placa didática, fornece de 0 a valor da carga a ela conectada.
mais presente nos novos projetos 250 mA. A carga é conectada no conector
eletrônicos. visto na figura 2. Resistor shunt
Uma fonte de corrente é representada O resistor shunt nada mais é que um
pelo símbolo da figura 3. resistor de baixíssimo valor, ligado em
A principal característica da fonte de série com a carga usada para fornecer um
Vitor Amadeu Souza corrente é manter o fornecimento de cor- feedback (retorno) ao microcontrolador,
rente, independentemente da carga que é com isso o microcontrolador identifica se a
colocada em série com a mesma. Na figura corrente fornecida está em conformidade
4 é apresentado um resistor (carga) ligado (ou não) com o esperado. Por exemplo,
em série com a fonte de corrente ajustada a figura 6 exibe como é conectado este
para 50 mA. resistor ao circuito.

F2. Conector para


conexão da carga.
Para maiores informações
consulte o livro
Contruindo
uma Fonte de
corrente com
PIC com base
no mikroC e
PIC16F876A

F1. Kit Didático Cerne F3. Representação simbólica de


Fonte de Corrente. uma fonte de corrente.

54 I SABER ELETRÔNICA 470 I Maio/Junho I 2013


Toda a corrente passa pela carga assim Sendo assim, será utilizado um circuito linear, será obtida toda a leitura na faixa
como no resistor shunt, gerando desta for- amplificador de tensão usando um am- de 0 a 250 mA, dando uma tensão de 0 a
ma uma tensão de feedback proporcional plificador operacional (AOP) conectado 5 V como expressa o gráfico da figura 10.
à corrente do circuito. O resistor shunt ao ponto de feedback que irá amplificar Desta forma, o microcontrolador
usado na placa Cerne Fonte de Corrente em 100 este sinal. Um circuito amplifi- será capaz de controlar a corrente for-
é de 0,2 Ω. Logo, a tensão de feedback cador não inversor é obtido conforme necida à carga de modo a deixá-la no
proporcional à corrente será dada pela Lei apresenta a figura 9. valor ajustado na fonte de corrente, daí
de Ohm como expresso abaixo: O ganho deste circuito é dado pela a importância do retorno de feedback
relação entre R1 e R2, de acordo com o usando o resistor shunt. O circuito
V = R .I cálculo: completo da parte de feedback pode ser
visualizado através da figura 11.
R1 A saída AD_PIC ficará conectada
Como na demonstração, o valor de G=1+ à entrada AN0 do microcontrolador
R2
R vale 0,2 Ω, resultará em V=0,2.I, onde PIC16F876A.
a corrente I dependerá da corrente que
estiver passando pelo circuito. Por exem- Como R1=100 kΩ e R2=1 kΩ, o ganho FET como fonte
plo, suponha o circuito da figura 7 com a está configurado para G=101, onde é de corrente
seguinte carga conectada. considerado o ganho igual a 100. Desta Como fonte de corrente, é utilizado
A tensão no ponto feedback será dada forma, quando a tensão de feedback for o FET IRF540N (figura 12).
de acordo com o cálculo a seguir: igual a 0,05 V, na entrada do AD do PIC Esse FET apresenta uma resistência
o valor de 5 V estará presente. De modo DRENO-SOURCE (VDS) de 44 mΩ, sufi-
V = 0,2.I
V = 0,2 . 100.10-3
V = 0,02 V

Este valor será alcançado indepen-


dentemente da carga ôhmica conectada
ao circuito. Note que no caso da figura
8, o valor da tensão de feedback seria o
mesmo.
O circuito está preparado para supor- F4. Carga de 10 Ω conectada F5. Carga de 20 Ω conectada
tar uma corrente máxima de até 250 mA, à fonte de corrente. à fonte de corrente.
logo a tensão máxima de feedback será
dada de acordo com os cálculos seguintes:

V = 0,2 . I
V = 0,2.250.10-3
V = 0,05 V

Observe que esta tensão é relativa-


mente pequena para a entrada analógica
do microcontrolador, já que nominal- F6. Resistor shunt F7. Feedback com
mente esta trabalha na faixa de 0 a 5 V. ligado ao circuito. carga de 20 Ω.

F8. Feedback com F9. Amplificador


carga de 30 Ω. não inversor.

2013 I Maio/Junho I SABER ELETRÔNICA 470 I 55


Instrumentação

ciente para a aplicação. A região linear


deste FET será utilizada onde, alterando
a tensão de GATE, a corrente fornecida
à carga será ajustada de maneira linear.
A curva da região linear do FET está
apresentada na figura 13.
De acordo com a figura 13, quanto
maior a tensão aplicada ao GATE (VGS),
maior é a corrente I D, ou seja, a que
alimenta a carga na fonte de corrente.
Observa-se assim que o microcontro-
lador controla a corrente fornecida à
carga ao ajustar a tensão no GATE do
FET (V GS). Para fazer isso, o PWM do
PIC é usado com um filtro na saída,
onde assim poderá ser escalonada uma
tensão que irá de 0 a 5V, como pode F10. Gráfico com a resposta
ser visto na figura 14. do conversor AD.
O PWM é usado no modo de 8 bits,
que possui uma faixa de valores de 0 a
255 para ajustar o PWM. Sendo assim,
quando o duty cycle for ajustado para
255, terá a tensão de 5 V e quando for
ajustada, por exemplo, para 127 o va-
lor de 2,5 V. A representação em um
gráfico linear pode ser visualizada na
figura 15 de acordo com o valor ajus-
tado no duty cycle e a tensão obtida
na saída do filtro.
Porém, note que o FET é alimenta-
do com uma tensão DC de 12V, mas a F11. Circuito com
AOP completo.

F12. FET F13. Curva do FET


IRF540N. IRF540N.

56 I SABER ELETRÔNICA 470 I Maio/Junho I 2013


F14. PWM com
filtro na saída.

F15. Tensão de saída de acordo


com o duty cycle.

F16. Amplificador não


inversor do PWM.

2013 I Maio/Junho I SABER ELETRÔNICA 470 I 57


Instrumentação

saída do microcontrolador é de 0 a 5 V,
tensão insuficiente para controlar o V GS
do FET. Sendo assim, um amplificador
não inversor baseado em um AOP é
empregado para obter na entrada do
FET a faixa de 0 a 12 V. Para obter
este resultado consulte o circuito na
figura 16.
O ganho será determinado pela rela-
ção entre R1 e R2, neste caso 3,13. Desta
forma, quando a tensão de 2 V estiver
presente na saída do PWM, observa-
-se 3,13 . 2= 6,26 V aplicados à entrada
do FET e assim linearmente. Veja na
figura 17.
O circuito com o FET para a fonte
F17. Relação de ganho de corrente é dado na figura 18.
da tensão do PWM. A figura 19 demonstra o circuito
considerando também a parte de feed-
back para a medição da corrente pelo
microcontrolador.
Na conexão com o microcontrola-
dor, disponível na figura 20, observa-
-se os pinos PWM e AD usados para
controle da corrente assim como o LCD
que apresenta a corrente medida e os
botões utilizados para ajustar a corrente
fornecida à carga.

Exemplo proposto
O exemplo proposto possui como
carga um resistor de 150 Ω e, através de
dois botões, há o fornecimento de 50 mA
F18. Circuito com caso o botão conectado a RC5 esteja pres-
FET e AOP. sionado, e 20 mA caso o botão conectado
a RC4 esteja pressionado.
Para isso há uma rotina que, ao ser
chamada, é passada como parâmetro
para a mesma corrente desejada para
fazer o ajuste. O conversor AD deve
estar em modo de 8 bits, significa que
ao ser configurada a corrente de 250
mA, o valor 255 retorna como resul-
tado do conversor AD e assim linear-
mente, conforme expressa o gráfico
da figura 21.
Note que, praticamente, cada bit do
conversor AD refere-se a 1 mA passando
pelo resistor shunt. Desta forma, o PWM
inicia no valor mínimo e em seguida, é
incrementado até a corrente que passa
pelo shunt seja maior ou igual à corrente
de feedback, momento no qual o PWM
que ajusta o FET deixa de ser incremen-
tado mantendo a corrente constante no
F19. Circuito com resistor.
FET e Feedback.

58 I SABER ELETRÔNICA 470 I Maio/Junho I 2013


F20. Circuito
completo.

A implementação de um controle
PID pode contemplar ainda mais o
controle da corrente para mantê-la
constante ao longo do tempo, inde-
pendentemente de variação de carga
ou tensão da fonte.

Fluxograma
O fluxograma proposto é o apre-
sentado na figura 22, onde após a
configuração do PWM e do conversor
AD, o algoritmo fica preso em um
loop lendo constantemente os estados
dos botões. Caso algum deles fique
pressionado, é chamada em seguida
uma rotina para calibrar a corrente
passada como parâmetro e, depois,
retornar para o loop. Quando os botões F21. Relação do
CAD x Corrente.

2013 I Maio/Junho I SABER ELETRÔNICA 470 I 59


Instrumentação

Box 1: Código
sbit LCD_RS at RB7_bit;
sbit LCD_EN at RB6_bit;
sbit LCD_D4 at RB5_bit;
sbit LCD_D5 at RB4_bit;
sbit LCD_D6 at RB3_bit;
sbit LCD_D7 at RB2_bit;
sbit LCD_RS_Direction at TRISB7_bit;
sbit LCD_EN_Direction at TRISB6_bit;
sbit LCD_D4_Direction at TRISB5_bit;
sbit LCD_D5_Direction at TRISB4_bit;
sbit LCD_D6_Direction at TRISB3_bit;
sbit LCD_D7_Direction at TRISB2_bit;
void fonte_corrente(unsigned char corrente)
{
if (corrente==0) //Se for 0...
{
CCPR1L=0; //Desliga o PWM
return; //Retorna da rotina
}
do
{
CCPR1L++; //Incrementa 1 passo PWM
delay_ms(100); //Aguarda 10 ms
ADCON0.GO_DONE=1; //Inicializa conversão AD
while(ADCON0.GO_DONE); //Aguarda terminar conversão AD
}while (ADRESH<=corrente); //Enquanto a leitura de
//feedback //for menor que corrente
}
void main(void)
{
char dado[10]; //Variável auxiliar
TRISA=0b00000001; //PORTA.RA0 como AN0
TRISB=0b00000000; //PORTB como saída
TRISC=0b00110011; //Configura PORTC
ADCON0=0b11000001; //Configura AD
ADCON1=0b00001110; //Configura AD
PR2=0XFF;
T2CON =0b00000101; //Configura frequência de PWM
CCP1CON=0b00001111; //Habilita modo PWM
while(1)
{
if (PORTC.RC5==0) //Botão On?
{
fonte_corrente(20); //Sim, ajusta corrente para 20 mA
delay_ms(1000); //Aguarda 1 s
}
else if (PORTC.RC4==0) //Botão On?
{
fonte_corrente(50); //Sim, ajusta corrente para 50 mA
delay_ms(1000); //Aguarda 1 s
}
else
{
fonte_corrente(0); //Ajusta corrente para 0 mA
}
ADCON0.GO_DONE=1; //Inicializa conversão AD
while(ADCON0.GO_DONE); //Aguarda terminar conversão AD
bytetostr(ADRESH,dado); //Converte corrente em string
lcd_out(2,1,”Corrente: “); //Apresenta string
lcd_out_cp(dado); //Mostra a corrente no LCD
lcd_out_cp(“ mA”); //Mostra a unidade
delay_ms(100); //Aguarda 100 ms
}
}

60 I SABER ELETRÔNICA 470 I Maio/Junho I 2013


ficarem soltos, a saída de corrente será
levada a zero desabilitando a fonte de
corrente. Observe que o display apre-
senta de maneira constante a corrente
medida. O leitor pode também ligar
um amperímetro em série com a carga
para comprovar o funcionamento do
experimento.

Código-Fonte
No box 1 a seguir, está descrito
o código-fonte do experimento que
segue, de maneira geral, o fluxograma
da figura 22. Após a inicialização do
PWM e AD, o programa entra em loop
que fica constantemente lendo os esta-
dos dos botões e, dependendo de seu
estado, liga a fonte de corrente para o
valor de 20 mA ou 50 mA de acordo
com o botão acionado. Se nenhum dos
mesmos estiver pressionado, a saída
PWM fica em 0 garantindo a corrente
nula pela carga. Constantemente é fei-
ta a leitura do feedback e apresentada
no LCD a corrente que está sendo me-
dida no sistema. O programa foi feito
na versão DEMO do mikroC. E F22. Fluxograma
do projeto.

2013 I Maio/Junho I SABER ELETRÔNICA 470 I 61


Instrumentação

Entendendo as especificações de
instrumentos de RF
P arte
Instrumentos de Teste de RF são produtos extremamente complexos com uma vasta
Fina
l
variedade de especificações que caracterizam o desempenho de cada instrumento. Este
artigo final foca nas especificações aplicadas aos analisadores de espectros de RF. Uma vez
que existem dois tipos principais de analisadores de sinais de RF, os analisadores de sinais
vetoriais e os analisadores de espectro, primeiramente serão explicadas as diferenças entre
os dois tipos de instrumentos. Então, será feita uma introdução das especificações que se
aplicam especificamente às medidas de espectro, que incluem faixa dinâmica, métodos de
cálculo de média e ruído de fundo médio exibido.

Guilherme K. Yamamoto
Gustavo L. Peixinho
Renan M. Azevedo
National Instruments

Tipos de analisadores de saída típica de um analisador de espectro


sinais de RF é um gráfico de potência por frequência.
Os engenheiros estão interessados, Um analisador de sinais vetoriais
tipicamente, em características como é capaz das mesmas medições que um
amplitude, frequência e fase, quando analisador de espectro, porém com re-
adquirem sinais de RF. Dependendo das cursos adicionais. Você pode adquirir
características que você precisa analisar, a informação de fase para produzir
poderá utilizar um analisador de espectro uma representação da constelação,
ou um analisador de sinais vetoriais. mostrada na figura 1, tal como um
O analisador de espectro é usado para analisador de sinais vetoriais também
capturar somente as informações de fre- pode capturar o domínio do tempo de
quência e potência de um sinal de RF. A um sinal de RF.

F1. Transições de amplitude e fase


de um sinal de comunicação.

62 I SABER ELETRÔNICA 470 I Maio/Junho I 2013


Analisadores de espectro e analisado-
res de sinais vetoriais tradicionalmente
utilizam diferentes arquiteturas de instru-
mento. O analisador de espectro tradicio-
nal consiste de componentes básicos como
oscilador local (OL) ajustável, mixer, filtro
passa banda e sensor de potência. Para
fazer as medidas espectrais, o analisador
de espectro tradicional simplesmente
ajusta o OL para cada bin de frequência
e realiza uma medida de potência em
banda do sinal resultante. A varredura F2. Diagrama de blocos do analisador
através de cada bin de frequência permi- de espectro tradicional.
te ao analisador de espectro tradicional,
diagramado na figura 2, fornecer a infor-
mação de potência através de uma larga
faixa de frequências. Alguns analisadores
de espectro ainda operam neste modo,
conhecido como swept mode.
Muitos analisadores de espectro
modernos são projetados similarmente
aos analisadores de sinais vetoriais. A
arquitetura tradicional de um analisador
de sinais vetoriais, vista na figura 3, utiliza
um OL ajustável multiplicado com o sinal
de RF para produzir um sinal de banda F3. Diagrama de blocos do analisador
larga em frequência intermediária (FI). de sinais vetoriais tradicional.
Em vez de retornar o OL para cada bin
de frequência, no entanto, o analisador de
sinais vetoriais realiza uma transformada
rápida de Fourier (FFT) no sinal de FI. A
FFT pode fornecer as informações de po-
tência e frequência através de uma larga
faixa de frequências com uma simples
aquisição. A arquitetura de um analisa-
dor de sinais vetoriais é muito similar à
arquitetura do gerador de sinais vetoriais.
O conversor analógico-digital (ADC)
na figura 3 captura um amplo espectro de
dados. A aquisição de um espectro amplo F4. A atenuação é aplicada a um sinal de entrada
de dados permite que o instrumento cap- antes do mixer de um analisador de sinais de RF.
ture a informação de fase do sinal de RF,
assim como realize as medidas espectrais
com uma simples FFT.

Atenuação e nível
de referência
Analisadores de sinais de RF são
projetados para medir muitos tipos de
sinais de RF com a maior faixa dinâmica
possível. Uma forma de maximizar a faixa
dinâmica sobre uma vasta gama de sinais
é utilizar atenuações que ajustam o nível
do sinal para uma amplitude ideal para
um dado sinal. Analisadores de sinais
de RF são projetados para ter uma larga F5. Sinal de baixa potência adjacente
a um sinal de alta potência.

2013 I Maio/Junho I SABER ELETRÔNICA 470 I 63


Instrumentação

faixa de níveis de referência ou atenuação,


especificados em decibéis (dB). Um usu-
ário configura, normalmente, o nível de
referência para um nível de potência que
é ligeiramente maior do que a máxima
potência esperada. O instrumento, então,
aplica o ganho ou atenuação apropriados
ao sinal. O ganho ou atenuação é aplicado
o mais próximo possível do front end de RF
para manter um nível de sinal constante
no mixer e para alcançar a máxima faixa
dinâmica no sinal a ser analisado. Observe
a figura 4.
Ganhos ou atenuações programáveis
são importantes por permitirem que um
instrumento de RF meça sinais com va-
F6. Com a média RMS desabilitada, somente três riados níveis de potência. Por exemplo, se
picos maiores que -70 dBm são visíveis. você conectar uma antena banda larga a
um analisador de sinais de RF, você notará
que muitos dos sinais de comunicação
wireless presentes no ar operam em níveis
de potência muito diferentes. Grande
parte das estações de rádio RF pode ser
observada com amplitudes máximas em
torno de -50 dBm. Por outro lado, é difícil
encontrar sinais na banda de celular GSM
maiores que -70 dBm, a menos que você
esteja próximo da estação- base. Em um
cenário ainda mais extremo, os sinais GPS
na banda de 1,57 GHz devem operar em
níveis de potência abaixo de -157 dBm.
Verifique a faixa de atenuação que o
instrumento oferece quando for escolher
um analisador de sinais de RF. A combina-
ção entre a máxima atenuação e a faixa di-
nâmica determina o nível do mínimo sinal
F7. Com a média RMS habilitada, seis picos que pode ser analisado. Os instrumentos
maiores que -70 dBm são visíveis. de RF podem analisar sinais de baixo nível
com pré-amplificadores opcionais.

Faixa dinâmica
A faixa dinâmica descreve as ampli-
tudes máximas e mínimas que você pode
medir simultaneamente. O único fator
que determina o nível máximo de sinal
é a atenuação aplicada ao mesmo, mas
diferentes fatores determinam o nível
mínimo de sinal. Esses fatores incluem o
ruído introduzido pelo amplificador, os
espúrios e harmônicos, ou o vazamento
da portadora (também conhecido como
vazamento do OL). Mais especificamente,
a faixa dinâmica é a razão entre o maior
sinal que pode ser medido relativo à
potência da maior distorção, ruído ou es-
F8. Tráfico detectado com cinco púrio. A faixa dinâmica é especificada em
cálculos de média de pico.

64 I SABER ELETRÔNICA 470 I Maio/Junho I 2013


decibéis, com uma faixa maior conforme RMS e a potência ou energia média do
desejado. sinal, você pode calcular a média ponde-
Os espúrios e o ruído podem ser in- rada da soma dos valores quadrados. As
troduzidos em quase qualquer lugar na figuras 6 e 7 mostram a banda FM com
cadeia do sinal de RF. As características e sem a média RMS, respectivamente, e
não lineares dos componentes, tais como demonstra uma detecção mais precisa de
mixers e amplificadores, frequentemente picos de baixo nível.
resultam em produtos de distorção, que
podem produzir espúrios no domínio da Média de pico
frequência. A resolução do ADC também A média de pico mantém o pico de
pode afetar a faixa dinâmica. Geralmente, cada bin através de vários cálculos de
quanto maior a resolução do ADC, melhor FFT. A média de pico eleva o ruído de
será a faixa dinâmica do instrumento. fundo porque ela pega a maior amplitude
A faixa dinâmica é uma importante de todos os sinais medidos para calcular
especificação para medidas de baixas várias médias. O método também mostra
amplitudes. A especificação é ainda mais os picos das medidas espectrais subse-
essencial quando se está medindo um quentes no mesmo gráfico para permitir
sinal de baixa potência próximo a um a identificação de sinais transitórios.
sinal de alta potência. A faixa dinâmica As figuras 8 e 9 ilustram a faixa de 885
do instrumento determina o mínimo sinal MHz de celulares GSM com diferentes
que poderá ser visualizado próximo ao quantidades de cálculo de média de pico
sinal de alta potência, porque o nível de realizadas para ilustrar este conceito.
referência do instrumento não pode ser
configurado abaixo da potência máxima Ruído de fundo
do sinal de alta potência. Este conceito médio exibido
é ilustrado na figura 5, que mostra um O ruído de fundo aparente de um ana-
sinal de baixa potência adjacente a um lisador de sinais de RF depende de muitas
sinal GSM de alta potência. Um analisa- coisas além do ruído introduzido pelo
dor de sinais de RF deve tem uma faixa sistema de RF, conforme descrito na seção
dinâmica de pelo menos 60 dB para medir “Métodos de cálculo de média”. O tipo de
o menor sinal. média que você utilizar pode afetar sig-
nificantemente o ruído de fundo médio.
Métodos de cálculo Esta seção descreve como a resolução de
de média largura de banda (RBW) do sinal pode
O cálculo de média pode adversa- afetar o ruído de fundo médio exibido do
mente afetar a precisão das medidas instrumento. Para ilustrar este conceito
portadora- ruído. nós medimos uma largura de banda de
Com os métodos de cálculo de média, 20 MHz com um único pico. As figuras 10
a redução do ruído em um sinal aumenta e 11 revelam que a redução da resolução
a precisão da medida de um espúrio de de largura de banda, na verdade, reduz o
baixo nível. Você pode usar a média de ruído de fundo exibido do instrumento.
vários períodos do sinal para eliminar o Você pode notar que o ruído de fun-
ruído branco (ou randômico) e convergir do médio exibido (DANF, do termo em
para o valor real do sinal. Dois métodos de inglês Displayed Average Noise Floor) do
cálculo de média complexos são descritos instrumento é altamente dependente da
nesta seção – média quadrática ou RMS resolução de largura de banda que será
(Root Mean Square) e média de pico (Peak- utilizada. Esta especificação é significante
-Hold Averaging). porque provê uma indicação do menor
sinal detectável que o instrumento pode
Média RMS exibir. As condições em que a medição foi
Com a média RMS, seu instrumento realizada são tipicamente especificadas
pode detectar sinais de baixo nível. A mé- juntamente com o DANF, devido a este
dia RMS permite que os componentes de ser dependente de várias configurações
ruído periódicos do sinal sejam ignorados do instrumento.
no cálculo da média, deixando somente o Uma especificação típica de DANF
sinal desejado. Para determinar a média seria algo como:

2013 I Maio/Junho I SABER ELETRÔNICA 470 I 65


Instrumentação

-115 dBm entre 1 GHz e 2,7 GHz com


RBW configurada para 1 kHz, com 0 dB
de atenuação de entrada em 25°C.
O ruído de fundo é frequentemente
normalizado para uma RBW comum (ge-
ralmente 1 Hz) porque o ruído de fundo
aparente do instrumento aumenta com
uma RBW mais larga.
Certifique-se que as medidas estão nor-
malizadas para a mesma largura de banda
quando for comparar o DANL entre dois
fabricantes. A técnica mais fácil para fazer
comparações justas é normalizar ambos
os instrumentos para uma RBW de 1 Hz.
Subtraia 10 log (RBW) da medida de ruído
de fundo obtida. Um instrumento que
mostre um ruído de fundo de -115 dBm em
uma RBW de 1 kHz, por exemplo, calcula F9. Tráfico detectado com 500
um ruído de fundo de -145 dBm em uma cálculos de média de pico.
RBW de 1 Hz. A normalização de ambos
os instrumentos para a mesma largura de
banda garante uma comparação justa do
desempenho do instrumento.
Muitos analisadores de espectro de
RF tradicionais normalizam as medidas
para uma largura de banda de vídeo de 6
MHz. Você pode realizar qualquer medi-
ção normalizada para 1 Hz e normalizá-la
para 6 MHz usando matemática simples.
Some 10 log (6 MHz), que é igual a 67,8,
a medida que está normalizada para 1
Hz. A medida de -145 dBm normalizada
para 1 Hz é representada por -145 dBm +
68 dBm = -77 dBm.
O ruído de fundo exibido do instru-
mento depende da largura de banda que
será utilizada. Certifique-se de normalizar F10. Com RBW de 10 kHz, o ruído de fundo
o nível de sinal para a apropriada largura aparece em torno de -70 dBm.
de banda quando for comparar vários ins-
trumentos, ou realizar medidas de ruído
de dispositivos sob teste.

Conclusão
Se você for um especialista em RF
revendo as especificações de um instru-
mento ou um novato tentando entender
as medições de RF, nós esperamos que
encontre informações úteis e aplicáveis
nesta série de três partes. A parte 1 deta-
lhou as especificações genéricas comuns a
todos os instrumentos de RF. As partes 2 e 3
focaram nas especificações para geradores
e analisadores de sinais de RF, respectiva-
mente. Utilize esta série como referência no
futuro, ou como ajuda sobre especificações
de instrumentos de RF. E F11. Com RBW de 100 Hz, o ruído de fundo
aparece em torno de -80 dBm.

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