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ARTIGO ACADÊMICO
RESUMO
Os canais de comunicação são responsáveis por estabelecer um elo entre a instituição e seu público interno,
sendo, portanto, necessário que eles acompanhem a evolução tecnológica e social de tal público. O Ministé-
rio Público goiano busca estabelecer uma comunicação com a participação de seus servidores, e para isso
reformulou seus canais internos permitindo que os funcionários participem por meio de uma comunicação
interativa e eficaz.
A
evolução dos canais de comu- ções, dialogar e interagir. Serão ana-
nicação interna do Ministério lisados a forma como os canais são
Público de Goiás busca acom- disponibilizados, como evoluíram
panhar as mudanças de paradigma acompanhando as mudanças tecno-
que esse tipo de comunicação vem lógicas e sociais e quais foram as
sofrendo. Os canais de comunicação contribuições que a evolução desses
são desenvolvidos no Ministério Pú- meios trouxeram para a comunica-
blico goiano, e estão em constante ção interna.
processo de evolução, buscando esta-
belecer com seu público interno uma A comunicação interna é parte de
comunicação bilateral, de mão dupla, um planejamento de comunicação in-
que possibilite a troca de informações tegrada. Com a valorização do públi-
e a participação. co interno, esta comunicação ganha
cada vez mais espaço nas instituições.
O presente artigo vem mostrar a No setor público não é diferente. A
importância da comunicação inter- comunicação interna é uma ferramen-
na dentro das instituições e como ta estratégica para compatibilização
os canais podem evoluir e alcançar, dos interesses dos empregados e da
com estratégias digitais, o objetivo empresa, através do estímulo ao diá-
de estabelecer não só um ambien- logo, à troca de informações e de ex-
te interativo e de participação, mas periências e à participação de todos
principalmente a interatividade entre os níveis. (RHODIA, 1985 apud KUNS-
o público interno e deste com a ins- CH, 2003, p. 154). Segundo Margarida
tituição. Levando em consideração a Kunsch (2003, p. 159), “[...] o público
diferença entre informação e comuni- interno é um público multiplicador.
cação, o MP-GO busca construir uma Na sua família, no seu convívio pro-
comunicação efetiva, onde as pesso- fissional e social, o empregado será
as possam participar, trocar informa- um porta-voz da organização, de for-
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e canais que, quando bem emprega- cação pessoal, comunicação or-
dos, poderão gerar resultados signifi- ganizacional, mídia e mercado.
cativos. Para Tavares (2010, p. 26), são (GIOIA, 2006, p. 67).
técnicas e canais:
Assim, o veículo evolui e passa a uti-
[...] publicações internas (house lizar o ciberespaço para ambientar e
organs, boletins, jornais, revis- interagir com as pessoas.
tas), memorando, rádio interna,
circular, relatório, newsletters, Assim, o veículo evolui e passa a uti-
correio eletrônico, murais, in- lizar o ciberespaço para ambientar
tranet, entrevistas, eventos, e interagir com as pessoas. Costa
congressos, encontro de ven-
(2010, p. 10) diz que
das, eventos culturais, eventos
esportivos, eventos sociais, pa-
lestras, reuniões, workshops e [...] as mídias tradicionais e al-
caixa postal/mala direta. ternativas, mesmo distintas, se
completam em um planejamen-
to de mídia maior, o que sugere
É importante repassar aos funcioná- uma “integração das mídias”,
rios a missão, a visão e os valores da pois é cada vez menor a dife-
organização, transmitir informações rença entre os meios de comu-
corretas, permitir a participação. nicação e os suportes tecnoló-
Assim, será possível ter pessoas gicos que surgem como apoio a
comprometidas e motivadas dentro essa nova forma de dissemina-
da organização. ção da mensagem.
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diferenciar interação de interativida- bidirecionalidade entre emissores e
de, conceitos que são confundidos e receptores, expressando troca e con-
utilizados de forma distorcida. versação livre e criativa entre pólos
Conforme o dicionário Aurélio “Intera- de processo comunicacional. Essa
ção é ação que se exerce mutuamente concepção de comunicação foi en-
entre duas ou mais coisas, ou duas ou gendrada no contexto fervilhante de
mais pessoas; ação recíproca”. Assim, críticas aos meios tecnológicos de co-
a relação de troca entre duas ou mais municação (rádio, jornal e televisão)
pessoas é considerada interação, não marcadamente unidirecionais, onde
sendo necessariamente mediada por prevalece a força de emissão dos pro-
um meio eletrônico ou digital. Poden- dutos sobre os consumidores.
do ocorrer pessoalmente ou por meio
de um canal de comunicação. Os novos media, como Internet
por exemplo, permitem a comu-
“A Teoria da Comunicação estuda o nicação individualizada, perso-
nalizada e, além do mais, bidi-
sentido da interação a partir do pro-
recional e em tempo real. Com
cesso comunicacional, onde respostas os novos media a “edição” não
são dadas aos estímulos, ou seja, a re- é mais uma norma, e todos po-
ação do receptor frente ao emissor e dem participar na produção e
a mensagem/conteúdo e vice-versa.” circulação da informação. O ar-
(FEITOSA; ALVES; NETO, 2007, p. 3). gumento, ou o discurso, da “co-
O conceito de interatividade surge na municação interativa” pode ser
área da Informática como uma comu- dificilmente contornado com um
nicação entre um aparelho eletrônico discurso da “informação centra-
lizada distribuída”, que caracte-
e o homem, primando pela agilidade,
rizou a cultura de massa e do es-
facilidade e maiores avanços da co- petáculo do século XX. Isso sem
municação. Lemos (1997 apud FEITO- falar nas mudanças estruturais
SA; ALVES; NETO, 2007, p. 3) deixa de produção e distribuição da
claro que “[...] a interatividade se res- informação causadas pela tec-
tringe a uma interação técnica entre nologia digital nos jornais, nas
o homem e a máquina.” emissoras de televisão, no radio,
nas revistas, etc. A tecnologia
Montez e Becker (2005 apud FEITO- digital proporciona assim uma
dupla ruptura: no modo de con-
SA; ALVES; NETO, 2007, p. 3 ) esclare-
ceber a informação (produção
cem que “[...] a interação pode ocorrer por processos micro-eletrônicos)
diretamente entre dois ou mais entes e no modo de difundir as infor-
atuantes, ao contrário da interativida- mações (modelo “Todos-Todos”).
de, que é necessariamente interme- (LEMOS, 1997 apud MONTAR-
diada por um meio eletrônico (usual- DO; ROCHA, 2006, p. 3).
mente um computador).” Mas Lemos
(1997 apud FEITOSA; ALVES; NETO, “A comunicação interativa transforma
2007, p. 4) discorda de tal simplicida- a comunicação interna possibilitando
de, para ele [...] a interatividade não é o diálogo entre departamentos, ór-
somente a relação entre os homens, gãos, unidades, entre chefias e funcio-
nem entre homem/máquina, mas um nários e chefia direta e indireta. (TA-
processo de comunicação bastante VARES, 2010, p.15)”. Assim, os meios
complexo em que os atuantes estão eletrônicos digitais vem aos poucos
dispostos a participar e intervir de construindo dentro das organizações
uma forma mais profunda.” uma interatividade dinâmica, basea-
da na interação social, favorecendo
A comunicação interativa se apoia a comunicação de uma maneira cada
nos dois conceitos, uma vez que ocor- vez mais abrangente.
re entre duas ou mais pessoas e hoje
os principais meios de comunicação O avanço tecnológico por que
são digitais. Para Lemos (2000, p. 84), passam telecomunicações, im-
a expressão “comunicação interati- prensa, rádio, televisão, compu-
tadores, internet e transmissões
va” já se encontrava no meio acadê-
via satélite impele a sociedade a
mico dos anos setenta expressando um novo comportamento e, con-
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sequentemente, a um novo pro- A instituição possui aproximadamen-
cesso comunicativo social, com te 2250 integrantes, sendo membros
inúmeras implicações técnicas, (procuradores e promotores) e servi-
éticas e morais […] É exatamen- dores, estes divididos em nível funda-
te no âmbito dessa nova socie-
mental, médio e superior espalhados
dade e de cenários mutantes e
complexos que as organizações no edifício-sede em Goiânia, e em
operam, lutam para se manter e várias cidades do interior do Esta-
para cumprir sua missão e visão do, estagiários e jovens aprendizes,
e para cultivar seus valores. além de terceirizados como copeiras,
faxineiras e guardas. Seis principais
A comunicação neste con- canais constroem a comunicação
texto tem um importante interna, direcionando para todos os
papel a exercer e passa a ser integrantes, de maneira uniforme,
considerada de forma muito
as atividades desenvolvidas pela as-
mais estratégica do que no
passado. (KUNSCH, 2007, p. sessoria de comunicação social. São
41, grifo nosso). eles: offline: jornal mural, manual de
integração e o manual de identidade
A contribuição da interatividade para visual e online: intranet, newsletter
a comunicação pode ser maior do que e e-mail. Tais canais foram evoluindo
imaginamos. A Web permite a cons- ao longo do tempo acompanhando
trução de uma comunicação partici- as profundas mudanças tecnológicas
pativa e de mão dupla, interativa, que e sociais que aconteceram dentro e
leva a informação, integra as pessoas, fora das organizações.
gera conhecimento, possibilita o exer-
Para Kunsch (2007, p. 44): As
cício da cidadania. A consciência cole-
profundas mudanças nas es-
tiva da importância da interatividade feras econômicas, sociais, po-
nas relações pessoais e profissionais líticas, no mundo do emprego
pode elevar a valorização da comu- e, principalmente, relacionais,
nicação interna como um espaço de trazidas com a mudança de pa-
troca de ideias e compartilhamento, radigma de um mundo analógi-
além da agregar mídias ao composto co para o digital, com a aproxi-
da comunicação. mação cada vez mais veloz das
tecnologias e, entre elas, as de
informação e comunicação no
3. COMUNICAÇÃO INTERNA NO
nosso dia a dia são uma reali-
CONTEXTO DO MINISTÉRIO PÚ- dade incontestável. A comuni-
BLICO DE GOIÁS cação nas organizações, assim
O Ministério Público de Goiás é uma como a sociedade, sofre todos
instituição que tem como função a os impactos provocados pela re-
defesa da sociedade, atuando em volução digital.
causas que são de interesse coletivo, Consequentemente, o modo
que beneficiam à comunidade como de produzir e de veicular as
um todo. Segundo a Constituição Fe- mensagens organizacionais
também passam por profun-
deral de 1988, em seu artigo 127: “O
das transformações.
Ministério Público é instituição per-
manente, essencial à função jurisdi-
Tais avanços trazem consigo a pro-
cional do Estado, incumbindo-lhe a
gressiva construção da interativida-
defesa da ordem jurídica, do regime
de entre as pessoas, uma vez que a
democrático e dos interesses sociais
comunicação passa a ocorrer essen-
e individuais indisponíveis”. O MP-
cialmente no âmbito digital, forman-
-GO tem independência e autonomia
do redes e comunidades virtuais. “A
financeira e administrativa. Entre as
noção de “comunidades virtuais”,
suas atribuições está a de fiscalizar
proposta pelos pioneiros da interação
os poderes para que cumpram seus
social na internet, tinha uma grande
deveres legais. O MP também zela
virtude: chamava atenção para o sur-
pelo cumprimento dos princípios e
gimento de novos suportes tecnoló-
normas que garantem a participação
gicos para a sociabilidade, diferentes
popular na definição e condução dos
de formas anteriores de interação,
destinos do Estado.
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mas não necessariamente inferiores a meio da máquina, mas uma comuni-
elas.”(KUNSCH, 2007, p. 46). As rela- cação interna efetiva ainda não era re-
ções sociais e profissionais se torna- alidade. Seu objetivo como ferramen-
ram mais ágeis, urgentes, imediatis- ta de comunicação interna se limitava
tas e constantes. ao trâmite de documentos, relatórios,
comunicados e informações diversas.
Movidas pela necessidade de novas Era o início de um novo modo de inte-
estratégias e pela crescente valori- ragir dentro da instituição, pois como
zação da comunicação interna, as na vida social, a evolução tecnológi-
mudanças começaram a acontecer ca trouxe a aproximação das pessoas
há dez anos, acompanhando uma por meio dos canais digitais, mesmo
tendência tecnológica e social de que inicialmente tenha sido de ma-
transformar os canais e as formas neira simples, apenas para tornar ágil
de se comunicar, informar, partici- o trânsito de informações. Para Fortes
par e interagir. (2003, p. 280-281),
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interna nas empresas, nos órgãos pú- tiva de todos. A comunicação interna
blicos e também nas relações sociais. utiliza-se de e-mail marketing para in-
O canal passou a ser usado em todas formar e solicitar a participação das
as comunicações internas, quando o pessoas em suas campanhas, enque-
emissor da mensagem queria se co- tes ou eventos.
municar com todos os integrantes.
Porém, as mensagens ultrapassavam Consequentemente, houve a evolu-
os conteúdos institucionais, utilizan- ção do canal não apenas tecnologica-
do o correio eletrônico como mural mente, mas como veículo estratégico
de recados, classificados de compra, de comunicação interna, tornando as
venda, troca de produtos e serviços, relações no trabalho mais ágeis e efe-
além de manifestações de afeto e de- tivas e estreitando os laços afetivos e
safeto em relação à administração su- pessoais, pelo fato de aproximar, cada
perior e aos chefes imediatos. Era um vez mais, as pessoas virtualmente.
grande passo em direção à constru-
ção da interatividade, pois as pessoas Com o avanço do uso do e-mail na
se interessavam cada vez mais pelo e- instituição e para acompanhar o an-
-mail como forma de se comunicar ra- seio por evoluções tecnológicas de
pidamente com todos os integrantes. seu público interno, o MP-GO apri-
Mas, tecnicamente, do ponto de vista morou sua intranet para torná-la o
da comunicação interna, o e-mail não principal veículo de comunicação
era o canal ideal para esse tipo de co- interna interativa na Instituição. Ela
municação, mas já era um indício da surge em 2008 apresentando layout
necessidade de se instituir um meio simples, com fundo azul e apenas
onde as pessoas pudessem interagir alguns aplicativos técnicos e acesso
entre si de várias maneiras. ao e-mail, sendo simplesmente uma
ferramenta administrativa.
Como forma de impor o uso da fer-
ramenta, em novembro de 2011 o transferência de dados que é usada
uso do e-mail foi regulamentado pela Internet. Porém, a Intranet é usa-
através de Ato Administrativo nº da na comunicação interna da pró-
069, do Procurador-Geral de Justi- pria empresa ou entre esta e outras
ça, tornando obrigatória sua utiliza- empresas a ela ligadas. Uma Intranet
ção no ambiente profissional, com o pode ser definida basicamente como
principal argumento de se limitar o sendo uma rede privada de informa-
uso de impressos. Nele, a utilização ções, utilizando-se toda a tecnologia
do correio eletrônico é incentivada, da Internet, com mesmo navegador e
ressaltando que é “[...] imprescin- protocolos de comunicação. Enquan-
dível à utilização dos recursos de to a Internet é uma rede pública, a In-
informática na busca de maior pro- tranet oferece acesso restrito às pes-
dutividade, segurança e economia soas de uma determinada empresa.
dos recursos naturais e materiais (MOREIRA; PON, 2003, p. 7).
disponíveis.”(GOIÁS, 2011, p. 1).
A intranet no MP-GO sofreu reformu-
Assim, o e-mail passa recentemente lação em 2009, ganhando uma das
a ser melhor utilizado, sendo um ve- cores institucionais, a preta, e mais
ículo de comunicação rápida e fácil, alguns aplicativos. Tendo permaneci-
alcançando rapidamente as pessoas do apenas como meio para o acesso
na capital e no interior. Todas as co- a aplicativos técnicos e de gestão in-
municações oficiais são transmitidas terna, mas ainda não possibilitava a
pelo e-mail e a comunicação interna participação das pessoas, não havia
também passa a ser beneficiada com espaço para que se expressassem ou
o maior uso do canal. Os outros meios pudessem interagir por meio dela.
de comunicação são enviados pelo e- A intranet passou anos sendo um veí-
-mail, assim como qualquer tipo de culo de pouca importância na comuni-
aviso e atividade da instituição são cação interna do MP-GO período em
levados a todos seus servidores, per- que a rede interna ganhava espaço e
mitindo assim, a participação intera- crescia vertiginosamente nas empre-
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sas privadas, sendo bastante utiliza- Os novos aplicativos possibilitaram
da como um dos veículos motores no a participação ativa das pessoas na
processo de transição da comunica- intranet, dando a elas a chance de
ção analógica para a digital. atuar na construção da comunicação
interna, de enviar sugestões, de co-
Em 2003, Pinho (2003, p. 45) já citava nhecer a administração superior, a
a intranet como principal veículo de missão, a visão, os valores da insti-
comunicação interna, tuição, de interagir com os colegas,
de mostrar o seu trabalho, de se ex-
Uma intranet proporciona uma pressar, reunindo em um só lugar in-
comunicação melhor e mais rá- formações dispersas em documentos
pida entre os empregados, tor- impressos, no portal da internet, ou
nando-se um importante meio
até mesmo desconhecidas.
para que eles possam colaborar
em projetos. A comunicação in-
Tudo isso contribui gradativamente
terna beneficia-se bastante da para a construção de uma comuni-
informação facilmente comparti- cação interativa bilateral proporcio-
lhada pelos funcionários e pelas nada por um veículo digital pensado
facilidades que a intranet apre- estrategicamente com o objetivo de
senta para uma comunicação estabelecer contato, proporcionar o
dialógica. diálogo e compartilhar informações
e experiências.
Mas o real crescimento da intranet no
MP-GO se deu apenas em 2012, com Sua regulamentação foi publicada
um projeto abrangente de reformula- dois dias depois de seu lançamento,
ção que trouxe não apenas uma mu- por meio do Ato PGJ nº. 07, de 13 de
dança radical de layout, mas também fevereiro de 2012. Em tal documento,
novas ferramentas e principalmente a a intranet é definida como
mudança de comportamento dos usu- “[...] uma ferramenta de comunicação
ários e uma grande evolução para a interna que facilita o fluxo de infor-
comunicação interna representando mações e viabiliza a ampliação do
um importante passo em direção à in- conhecimento e da integração insti-
teratividade. tucional;” comunicando também que
“[...] a compreensão acerca dos pro-
A configuração atual da rede interna pósitos e diretrizes da gestão insti-
foi lançada em fevereiro de 2012 e trou- tucional e o conhecimento sobre as
xe muitos avanços. Por meio da rede in- políticas, programas, projetos e ações
terna é possível enviar um recado, falar do Ministério Público do Estado de
com os colegas por meio de mensagem Goiás são imprescindíveis aos seus
instantânea e email, visualizar a gale- integrantes, além da “[...] necessida-
ria de fotos com registro de eventos, de de se fortalecer a comunicação
promotorias do interior e integrantes. interna, de forma a proporcionar aos
Também são disponibilizadas notícias membros e servidores da instituição
de interesse interno, clippings de jor- um ambiente de trabalho motivador e
nais, rádio e TV, aplicativos diversos de voltado ao pleno desenvolvimento do
uso interno, gerenciamento de proces- conhecimento e da integração institu-
sos, aniversariantes do dia, bem como cional.” (GOIÁS, 2012, p. 1).
é possível participar de enquetes.
O número de acessos diários à in-
Outras novidades são os espaços “En- tranet triplicou, tornando-se hoje o
contre alguém”, onde se pode locali- meio de comunicação interna mais
zar os integrantes por nome, e-mail e acessado, tendo conquistado defini-
lotação, “Artigos, Teses e Publicações” tivamente o público interno. Em en-
onde as pessoas podem publicar seus quete realizada recentemente, a in-
trabalhos, busca de CEP, consulta ao tranet ficou em primeiro lugar como
dicionário Aurélio, acesso aos manuais veículo que apresenta informações
internos e todos os veículos de comuni- mais interessantes.
cação direcionados ao público interno.
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Outro meio de comunicação interna Porém, mesmo com a mudança no
online é o boletim informativo “MP formato de impresso para digital, a
em Ação Online”, um newsletter digi- interatividade não passou a ser uma
tal que traz informações diversas de prioridade neste veículo, pois não ha-
interesse restrito ao público interno via a possibilidade de interação en-
enviado por e-mail semanalmente às tre a administração e o público inter-
quartas-feiras para todos os integran- no, mas sim uma mera transmissão
tes na capital e no interior. de informações.
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É necessário que as empresas evoluam em suas formas de comunicação
para acompanhar as mudanças e superar expectativas de um público in-
terno cada vez mais conectado, e ansioso por dialogar, fazer parte e princi-
palmente interagir. A comunicação interna não se estabelece apenas para
informar ou divulgar, mas sim para enriquecer, proporcionar discussão, ou-
vir, responder, colaborar.
A base para se estabelecer tal relação é a valorização do ser humano, pois são
elas que fazem uma instituição. É necessário mais do que oferecer salários
e benefícios, o público interno espera uma comunicação interna efetiva, que
lhes proporcione principalmente interação e interatividade. Mas, tal comunica-
ção não deve ser baseada simplesmente na interação entre funcionários para
que entrem em consenso e assim contribuam para os objetivos da empresa,
mas sim na transmissão da missão, da visão e dos valores, para que partici-
pem e contribuam para os seus próprios objetivos aliados ao da instituição.
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