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ARTIGO ACADÊMICO

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A EVOLUÇÃO DOS CANAIS DE


COMUNICAÇÃO INTERNA
DO MP-GO: UM PASSO EM
DIREÇÃO À INTERATIVIDADE

Por Janaína Ferreira da Silva RODOVALHO1


Universidade Federal de Goiás
Adriana Rodrigues FERREIRA
Pontifícia Universidade Católica de Goiás, PUC - Goiás

RESUMO
Os canais de comunicação são responsáveis por estabelecer um elo entre a instituição e seu público interno,
sendo, portanto, necessário que eles acompanhem a evolução tecnológica e social de tal público. O Ministé-
rio Público goiano busca estabelecer uma comunicação com a participação de seus servidores, e para isso
reformulou seus canais internos permitindo que os funcionários participem por meio de uma comunicação
interativa e eficaz.

PALAVRAS-CHAVE: Público interno, Comunicação interna, Interação, Interatividade.

A
evolução dos canais de comu- ções, dialogar e interagir. Serão ana-
nicação interna do Ministério lisados a forma como os canais são
Público de Goiás busca acom- disponibilizados, como evoluíram
panhar as mudanças de paradigma acompanhando as mudanças tecno-
que esse tipo de comunicação vem lógicas e sociais e quais foram as
sofrendo. Os canais de comunicação contribuições que a evolução desses
são desenvolvidos no Ministério Pú- meios trouxeram para a comunica-
blico goiano, e estão em constante ção interna.
processo de evolução, buscando esta-
belecer com seu público interno uma A comunicação interna é parte de
comunicação bilateral, de mão dupla, um planejamento de comunicação in-
que possibilite a troca de informações tegrada. Com a valorização do públi-
e a participação. co interno, esta comunicação ganha
cada vez mais espaço nas instituições.
O presente artigo vem mostrar a No setor público não é diferente. A
importância da comunicação inter- comunicação interna é uma ferramen-
na dentro das instituições e como ta estratégica para compatibilização
os canais podem evoluir e alcançar, dos interesses dos empregados e da
com estratégias digitais, o objetivo empresa, através do estímulo ao diá-
de estabelecer não só um ambien- logo, à troca de informações e de ex-
te interativo e de participação, mas periências e à participação de todos
principalmente a interatividade entre os níveis. (RHODIA, 1985 apud KUNS-
o público interno e deste com a ins- CH, 2003, p. 154). Segundo Margarida
tituição. Levando em consideração a Kunsch (2003, p. 159), “[...] o público
diferença entre informação e comuni- interno é um público multiplicador.
cação, o MP-GO busca construir uma Na sua família, no seu convívio pro-
comunicação efetiva, onde as pesso- fissional e social, o empregado será
as possam participar, trocar informa- um porta-voz da organização, de for-

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ma positiva ou negativa.” Tamanha uma atuação conjunta e sinérgica


importância do público interno como dentro das instituições.
formador de opinião, não só no am-
biente profissional, como também no Para Clemen (2005, p. 17), a comunica-
social, leva a comunicação a valori- ção empresarial se divide apenas em
zar seus canais e, portanto, levá-los a Interna, Institucional e de Marketing.
acompanhar os anseios e as expecta- Nesta concepção, a comunicação ad-
tivas de tal público, que passa a exi- ministrativa faz parte da Interna, po-
gir informações e a buscar o estabe- rém, se diferenciando desta, por ser
lecimento de uma comunicação que meramente operacional, constituindo
funcione como elo entre a instituição o conjunto de meios, documentos,
e seus empregados. formulários e fluxos administrativos.
Kunsch (2003, p. 154) explica que a
O Ministério Público do Estado de comunicação interna é um setor pla-
Goiás possui aproximadamente 2250 nejado, com objetivos bem defini-
integrantes e para esse público são dos, para viabilizar toda a interação
utilizados seis principais canais de co- possível entre a organização e seus
municação, que foram se modifican- empregados, usando ferramentas da
do não apenas no layout, mas prin- comunicação institucional e até da
cipalmente no conteúdo e na forma. comunicação mercadológica (para o
Com as principais mudanças em tais caso do endomarketing ou marketing
canais, é importante observar se o ob- interno). Seu público-alvo é o interno
jetivo de estabelecer o diálogo com o definido objetivamente por FORTES
público interno vem sendo alcançado, (2003, p. 72):
se as ferramentas utilizadas em tal
comunicação apresentam resultado e Um agrupamento espontâneo,
se os veículos de comunicação inter- com ou sem contiguidade fí-
na estão seguindo o caminho rumo sica, perfeitamente identificá-
vel, originário das pessoas e
ao estabelecimento de uma interati-
dos grupos ligados à empresa
vidade plena. por relações funcionais ofi-
cializadas, que caracterizem
O presente artigo, propõe-se, por um “empregador” e o “empre-
meio da análise documental, de re- gado”. Mesmo que o contato
latos de servidores e da observação cotidiano seja insignificante,
direta, confirmar a eficácia dos meios todo e qualquer contratado
de comunicação interna, tema bas- será enquadrado como públi-
tante discutido no meio acadêmico, co interno.
como forma de estímulo ao diálogo
e troca de informações, demonstrar a Assim, o público interno abrange a ad-
necessidade da evolução digital nas ministração superior, os empregados,
organizações e como o progresso tec- familiares e dependentes e funcioná-
nológico de tais meios é necessário e rios terceirizados de uma organização.
eficiente na concretização da comuni-
cação bilateral com os colaboradores A crescente valorização do público in-
da organização. terno trouxe uma atenção especial à
comunicação dentro das empresas e
2. FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA dos órgãos públicos. As instituições
2.1. COMUNICAÇÃO INTERNA vêm aos poucos percebendo o seu ca-
A comunicação interna faz parte ráter estratégico.
de um composto da comunicação,
O fator humano é fundamen-
denominado Comunicação Integra-
tal para o sucesso e o fracas-
da, que segundo Margarida Kunsch so de qualquer instituição.
(2003, p. 150) é formado pela Comu- Afinal, cada indivíduo possui
nicação Administrativa, Interna, Ins- suas características pessoais
titucional e a Mercadológica, que, e devem ser levadas em consi-
quando convergentes, permitem deração. Assim, forma-se a cul-
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tura organizacional da empresa. sa da alta administração, de integrá-


[…] Muitas instituições acredi- -los de modo a permitir que partici-
tam que os funcionários este- pem da gestão da instituição, que se
jam interessados somente em sintam efetivamente parte dela, sen-
aumento de salário e demissão.
do tratados como um dos públicos
Porém, uma organização não
funciona apenas com máquinas prioritários na divulgação de informa-
modernas. É preciso colabora- ções e tomada de decisões.
dores profissionais e adequados
às suas funções. As organiza- Para Kunsch (2003, p. 159-160), a
ções procuram as melhores for- importância da comunicação inter-
mas éticas e objetivas para criar na reside, sobretudo, nas possibili-
seus valores e princípios. Para dades que ela oferece de estímulo
que uma empresa se consolide, ao diálogo e à troca de informações
é preciso uma valorização do
entre a gestão executiva e a base
ser humano. (PIMENTA, 2009,
apud FIGUEIREDO, 2011, p. 20- operacional, na busca da qualidade
21, grifo nosso). total dos produtos ou serviços e do
cumprimento da missão de qual-
“Em, qualquer cultura, o fator huma- quer organização.
no é a presença mais relevante. Nas
organizações, isso não é diferente. A Assim, para a construção de uma co-
valorização do homem, um ser com- municação interna bilateral e partici-
plexo, emotivo e surpreendentemen- pativa é preciso planejamento, defini-
te, deve ser realizada pelas empre- ção clara de objetivos, transparência
sas”. (FIGUEIREDO, 2011, p. 20). e valorização do funcionário. Kunsch
(2003, p. 159) fala da importância da
De acordo com Marchesi (2005), valorização do público interno:
hoje, com a globalização e a trans-
formação do mercado, as empresas Uma comunicação interna par-
ticipativa, por meio de todo o
mudaram a forma de gerenciar seus
instrumental disponível (mu-
processos. Assim, a comunicação in- rais, caixa de sugestões, bole-
terna precisou rever seus conceitos tins, terminais de computador,
e se atualizar. Atualmente, o foco intranet, rádio, teatro etc.), en-
da comunicação organizacional está volverá o empregado nos assun-
nos funcionários e seus familiares, tos da organização e nos fatos
que são o público estratégico das que estão ocorrendo no país e
instituições. As ações comunicacio- no mundo. Com um olhar para
nais devem ser direcionadas para dentro e outro para fora, ele
acompanhará de forma cons-
esses colaboradores fundamentais.
ciente a dinâmica da história. E
(MARCHESI, 2005, apud FIGUEIRE- será considerado não um mero
DO, 2011, p. 25). número do cartão eletrônico
que registra suas entradas e
A comunicação possui hoje uma posi- saídas, mas alguém que exerce
ção estratégica dentro das organiza- suas funções em parceria com
ções, e sua função de levar ao público a organização e em sintonia
interno a missão, visão e os valores da com a realidade social vigente.
empresa, gera cooperação, participação,
produtividade e resultados. O desenvol- Integrar o funcionário à realidade da
vimento de uma efetiva comunicação instituição é, portanto, uma forma de
interna motiva as pessoas, propicia um torná-lo parte desta e não apenas fa-
bom clima organizacional, cria uma boa zer com que cooperem para que os
imagem da instituição e principalmente objetivos empresariais sejam cumpri-
valoriza o público interno. dos por meio da interação pessoal.

O objetivo da comunicação interna é Para atingir seus objetivos, a comu-


aproximar os funcionários da empre- nicação interna utiliza-se de técnicas

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e canais que, quando bem emprega- cação pessoal, comunicação or-
dos, poderão gerar resultados signifi- ganizacional, mídia e mercado.
cativos. Para Tavares (2010, p. 26), são (GIOIA, 2006, p. 67).
técnicas e canais:
Assim, o veículo evolui e passa a uti-
[...] publicações internas (house lizar o ciberespaço para ambientar e
organs, boletins, jornais, revis- interagir com as pessoas.
tas), memorando, rádio interna,
circular, relatório, newsletters, Assim, o veículo evolui e passa a uti-
correio eletrônico, murais, in- lizar o ciberespaço para ambientar
tranet, entrevistas, eventos, e interagir com as pessoas. Costa
congressos, encontro de ven-
(2010, p. 10) diz que
das, eventos culturais, eventos
esportivos, eventos sociais, pa-
lestras, reuniões, workshops e [...] as mídias tradicionais e al-
caixa postal/mala direta. ternativas, mesmo distintas, se
completam em um planejamen-
to de mídia maior, o que sugere
É importante repassar aos funcioná- uma “integração das mídias”,
rios a missão, a visão e os valores da pois é cada vez menor a dife-
organização, transmitir informações rença entre os meios de comu-
corretas, permitir a participação. nicação e os suportes tecnoló-
Assim, será possível ter pessoas gicos que surgem como apoio a
comprometidas e motivadas dentro essa nova forma de dissemina-
da organização. ção da mensagem.

2.2. COMUNICAÇÃO INTERATIVA “Toda essa convergência midiática é


Gioia (2006, p. 67) enfatiza a influên- uma realidade presente nos dias de
cia da internet nas relações: hoje e acontece, também, nos proces-
sos comunicativos das organizações.
A mediação eletrônica, particu- Uma das forças dessa sociedade midi-
larmente a Internet, constituiu ática é a web-rede mundial de compu-
um novo espaço de contato e tadores.” (KUNSCH, 2007, p. 41).
interação que, independente-
mente de sua natureza ou tipifi- Com tantos atrativos, o meio digital
cação, influenciou e continua a conquista as pessoas e proporciona
influenciar transformações nas
sempre diversas formas de interação,
relações estabelecidas, abrindo
um novo meio de intermedia- que estão em constante evolução.
ção entre as pessoas, entre as Com as mudanças nas formas de co-
organizações e entre as pesso- municação e a evolução dos meios,
as e as organizações. surgem as possibilidades de intera-
tividade. “A interatividade é conside-
O maior advento dessa evolução é, rada por muitos o portal democrático
sem dúvida, a internet. A rede con- da tecnologia digital” (FEITOSA; AL-
verge diversos meios, apresentando VES; NETO, 2007, p. 1).
vídeos, áudios, textos em tempo real.
Hoje a internet é sinônimo de conta- Lemos (1997 apud FEITOSA; ALVES;
to, participação e interação, tendo se NETO, 2007, p. 2) diz que “[...] quan-
transformado em um forte meio de in- do se pensa atualmente na palavra
termediação entre as pessoas e entre interatividade logo se imagina que é
as organizações. uma situação em que as pessoas po-
dem de alguma forma participar ou
[...] o ciberespaço, como domí- tenham a sensação de estar partici-
nio virtual de interação e inte- pando de algo”. “A interatividade é
gração, baseado em tecnologia promovida através de um meio que
eletrônico-digital, evoluiu da permite a interação entre as pessoas.”
condição de um ambiente de
(FEITOSA; ALVES; NETO, 2007, p. 2).
troca e compartilhamento de
dados e informações para a pla-
taforma conjugada, que suporta Mas há uma generalização no uso da
e dispõe as funções de comuni- palavra interatividade. É necessário

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diferenciar interação de interativida- bidirecionalidade entre emissores e
de, conceitos que são confundidos e receptores, expressando troca e con-
utilizados de forma distorcida. versação livre e criativa entre pólos
Conforme o dicionário Aurélio “Intera- de processo comunicacional. Essa
ção é ação que se exerce mutuamente concepção de comunicação foi en-
entre duas ou mais coisas, ou duas ou gendrada no contexto fervilhante de
mais pessoas; ação recíproca”. Assim, críticas aos meios tecnológicos de co-
a relação de troca entre duas ou mais municação (rádio, jornal e televisão)
pessoas é considerada interação, não marcadamente unidirecionais, onde
sendo necessariamente mediada por prevalece a força de emissão dos pro-
um meio eletrônico ou digital. Poden- dutos sobre os consumidores.
do ocorrer pessoalmente ou por meio
de um canal de comunicação. Os novos media, como Internet
por exemplo, permitem a comu-
“A Teoria da Comunicação estuda o nicação individualizada, perso-
nalizada e, além do mais, bidi-
sentido da interação a partir do pro-
recional e em tempo real. Com
cesso comunicacional, onde respostas os novos media a “edição” não
são dadas aos estímulos, ou seja, a re- é mais uma norma, e todos po-
ação do receptor frente ao emissor e dem participar na produção e
a mensagem/conteúdo e vice-versa.” circulação da informação. O ar-
(FEITOSA; ALVES; NETO, 2007, p. 3). gumento, ou o discurso, da “co-
O conceito de interatividade surge na municação interativa” pode ser
área da Informática como uma comu- dificilmente contornado com um
nicação entre um aparelho eletrônico discurso da “informação centra-
lizada distribuída”, que caracte-
e o homem, primando pela agilidade,
rizou a cultura de massa e do es-
facilidade e maiores avanços da co- petáculo do século XX. Isso sem
municação. Lemos (1997 apud FEITO- falar nas mudanças estruturais
SA; ALVES; NETO, 2007, p. 3) deixa de produção e distribuição da
claro que “[...] a interatividade se res- informação causadas pela tec-
tringe a uma interação técnica entre nologia digital nos jornais, nas
o homem e a máquina.” emissoras de televisão, no radio,
nas revistas, etc. A tecnologia
Montez e Becker (2005 apud FEITO- digital proporciona assim uma
dupla ruptura: no modo de con-
SA; ALVES; NETO, 2007, p. 3 ) esclare-
ceber a informação (produção
cem que “[...] a interação pode ocorrer por processos micro-eletrônicos)
diretamente entre dois ou mais entes e no modo de difundir as infor-
atuantes, ao contrário da interativida- mações (modelo “Todos-Todos”).
de, que é necessariamente interme- (LEMOS, 1997 apud MONTAR-
diada por um meio eletrônico (usual- DO; ROCHA, 2006, p. 3).
mente um computador).” Mas Lemos
(1997 apud FEITOSA; ALVES; NETO, “A comunicação interativa transforma
2007, p. 4) discorda de tal simplicida- a comunicação interna possibilitando
de, para ele [...] a interatividade não é o diálogo entre departamentos, ór-
somente a relação entre os homens, gãos, unidades, entre chefias e funcio-
nem entre homem/máquina, mas um nários e chefia direta e indireta. (TA-
processo de comunicação bastante VARES, 2010, p.15)”. Assim, os meios
complexo em que os atuantes estão eletrônicos digitais vem aos poucos
dispostos a participar e intervir de construindo dentro das organizações
uma forma mais profunda.” uma interatividade dinâmica, basea-
da na interação social, favorecendo
A comunicação interativa se apoia a comunicação de uma maneira cada
nos dois conceitos, uma vez que ocor- vez mais abrangente.
re entre duas ou mais pessoas e hoje
os principais meios de comunicação O avanço tecnológico por que
são digitais. Para Lemos (2000, p. 84), passam telecomunicações, im-
a expressão “comunicação interati- prensa, rádio, televisão, compu-
tadores, internet e transmissões
va” já se encontrava no meio acadê-
via satélite impele a sociedade a
mico dos anos setenta expressando um novo comportamento e, con-
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sequentemente, a um novo pro- A instituição possui aproximadamen-
cesso comunicativo social, com te 2250 integrantes, sendo membros
inúmeras implicações técnicas, (procuradores e promotores) e servi-
éticas e morais […] É exatamen- dores, estes divididos em nível funda-
te no âmbito dessa nova socie-
mental, médio e superior espalhados
dade e de cenários mutantes e
complexos que as organizações no edifício-sede em Goiânia, e em
operam, lutam para se manter e várias cidades do interior do Esta-
para cumprir sua missão e visão do, estagiários e jovens aprendizes,
e para cultivar seus valores. além de terceirizados como copeiras,
faxineiras e guardas. Seis principais
A comunicação neste con- canais constroem a comunicação
texto tem um importante interna, direcionando para todos os
papel a exercer e passa a ser integrantes, de maneira uniforme,
considerada de forma muito
as atividades desenvolvidas pela as-
mais estratégica do que no
passado. (KUNSCH, 2007, p. sessoria de comunicação social. São
41, grifo nosso). eles: offline: jornal mural, manual de
integração e o manual de identidade
A contribuição da interatividade para visual e online: intranet, newsletter
a comunicação pode ser maior do que e e-mail. Tais canais foram evoluindo
imaginamos. A Web permite a cons- ao longo do tempo acompanhando
trução de uma comunicação partici- as profundas mudanças tecnológicas
pativa e de mão dupla, interativa, que e sociais que aconteceram dentro e
leva a informação, integra as pessoas, fora das organizações.
gera conhecimento, possibilita o exer-
Para Kunsch (2007, p. 44): As
cício da cidadania. A consciência cole-
profundas mudanças nas es-
tiva da importância da interatividade feras econômicas, sociais, po-
nas relações pessoais e profissionais líticas, no mundo do emprego
pode elevar a valorização da comu- e, principalmente, relacionais,
nicação interna como um espaço de trazidas com a mudança de pa-
troca de ideias e compartilhamento, radigma de um mundo analógi-
além da agregar mídias ao composto co para o digital, com a aproxi-
da comunicação. mação cada vez mais veloz das
tecnologias e, entre elas, as de
informação e comunicação no
3. COMUNICAÇÃO INTERNA NO
nosso dia a dia são uma reali-
CONTEXTO DO MINISTÉRIO PÚ- dade incontestável. A comuni-
BLICO DE GOIÁS cação nas organizações, assim
O Ministério Público de Goiás é uma como a sociedade, sofre todos
instituição que tem como função a os impactos provocados pela re-
defesa da sociedade, atuando em volução digital.
causas que são de interesse coletivo, Consequentemente, o modo
que beneficiam à comunidade como de produzir e de veicular as
um todo. Segundo a Constituição Fe- mensagens organizacionais
também passam por profun-
deral de 1988, em seu artigo 127: “O
das transformações.
Ministério Público é instituição per-
manente, essencial à função jurisdi-
Tais avanços trazem consigo a pro-
cional do Estado, incumbindo-lhe a
gressiva construção da interativida-
defesa da ordem jurídica, do regime
de entre as pessoas, uma vez que a
democrático e dos interesses sociais
comunicação passa a ocorrer essen-
e individuais indisponíveis”. O MP-
cialmente no âmbito digital, forman-
-GO tem independência e autonomia
do redes e comunidades virtuais. “A
financeira e administrativa. Entre as
noção de “comunidades virtuais”,
suas atribuições está a de fiscalizar
proposta pelos pioneiros da interação
os poderes para que cumpram seus
social na internet, tinha uma grande
deveres legais. O MP também zela
virtude: chamava atenção para o sur-
pelo cumprimento dos princípios e
gimento de novos suportes tecnoló-
normas que garantem a participação
gicos para a sociabilidade, diferentes
popular na definição e condução dos
de formas anteriores de interação,
destinos do Estado.
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mas não necessariamente inferiores a meio da máquina, mas uma comuni-
elas.”(KUNSCH, 2007, p. 46). As rela- cação interna efetiva ainda não era re-
ções sociais e profissionais se torna- alidade. Seu objetivo como ferramen-
ram mais ágeis, urgentes, imediatis- ta de comunicação interna se limitava
tas e constantes. ao trâmite de documentos, relatórios,
comunicados e informações diversas.
Movidas pela necessidade de novas Era o início de um novo modo de inte-
estratégias e pela crescente valori- ragir dentro da instituição, pois como
zação da comunicação interna, as na vida social, a evolução tecnológi-
mudanças começaram a acontecer ca trouxe a aproximação das pessoas
há dez anos, acompanhando uma por meio dos canais digitais, mesmo
tendência tecnológica e social de que inicialmente tenha sido de ma-
transformar os canais e as formas neira simples, apenas para tornar ágil
de se comunicar, informar, partici- o trânsito de informações. Para Fortes
par e interagir. (2003, p. 280-281),

Os desenvolvimentos tecnológi- Ao combinar o imediatismo do


cos em telecomunicações, em telefone com a força da palavra
especial aqueles que se torna- escrita, o e-mail dinamiza a co-
ram acessíveis a importante e municação administrativa das
crescente parcela das organiza- empresas e destas com seus
ções e do público consumidor, fornecedores, intermediários
como telefonia celular, fax, cor- e consumidores. Produzem-se
reio eletrônico (e-mail) e Intenet, mensagens personalizadas ou
provocaram alterações signifi- documentos iguais que são en-
cativas na forma de se comuni- caminhados a diversos destina-
car, de interagir, compartilhar e tários e guardados os que foram
transmitir informações e – acima recebidos, ocupando apenas al-
de tudo – de se comportar com gum espaço no disco rígido.
um contingente cada vez maior
de agentes sociais (empresas, Uma nova versão foi apresentada
instituições, indivíduos, famílias
no ano de 2008 (informação verbal),
etc). (GIOIA, 2006, p. 67).
apresentando novo formato de e-mail,
tecnicamente melhor, com mais re-
Para acompanhar os avanços da co-
curso, porém continuava tendo uma
municação social, novos canais sur-
pequena quantidade de espaço e
giram e outros foram aprimorados,
não era muito utilizado como forma
significando a introdução não ape-
primordial de comunicação interna,
nas de novas ferramentas da comu-
mas sim meramente como comuni-
nicação administrativa, mas também
cação administrativa. Sua função de
novos conceitos para a comunicação
integrar as pessoas ainda não era
interna, novos paradigmas no rela-
cumprida, não havia o interesse pelo
cionamento interpessoal e no com-
meio. Na versão da intranet de 2009,
partilhamento de informações den-
o e-mail ganha novamente outra refor-
tro das organizações.
mulação, dessa vez de layout e fun-
cionalidades. Mas a consciência para
Os primeiros passos em direção à
a importância do uso do canal como
construção da interatividade dentro
uma ferramenta de comunicação ain-
do MP-GO foram dados com o início
da não existia de fato. Assim, o e-mail
da utilização do e-mail, em 2003 (infor-
passou anos sendo pouco aprovei-
mação verbal)¹. É um sistema de cor-
tado, não permitindo a participação
reio eletrônico de uso exclusivo dos
concreta das pessoas no processo de
integrantes do MP-GO e sua primeira
construção de uma comunicação in-
versão é considerada hoje como pri-
terativa planejada, apresentando-se
mitiva diante dos recursos agora exis-
apenas como um canal técnico.
tentes, pois com poucos aplicativos e
um layout pouco atraente, sua prin-
Aos poucos, o e-mail começou a ser
cipal função era inserir a instituição
mais utilizado, acompanhando a evo-
na era da comunicação digital, possi-
lução digital vivida pela comunicação
bilitando a interação das pessoas por
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interna nas empresas, nos órgãos pú- tiva de todos. A comunicação interna
blicos e também nas relações sociais. utiliza-se de e-mail marketing para in-
O canal passou a ser usado em todas formar e solicitar a participação das
as comunicações internas, quando o pessoas em suas campanhas, enque-
emissor da mensagem queria se co- tes ou eventos.
municar com todos os integrantes.
Porém, as mensagens ultrapassavam Consequentemente, houve a evolu-
os conteúdos institucionais, utilizan- ção do canal não apenas tecnologica-
do o correio eletrônico como mural mente, mas como veículo estratégico
de recados, classificados de compra, de comunicação interna, tornando as
venda, troca de produtos e serviços, relações no trabalho mais ágeis e efe-
além de manifestações de afeto e de- tivas e estreitando os laços afetivos e
safeto em relação à administração su- pessoais, pelo fato de aproximar, cada
perior e aos chefes imediatos. Era um vez mais, as pessoas virtualmente.
grande passo em direção à constru-
ção da interatividade, pois as pessoas Com o avanço do uso do e-mail na
se interessavam cada vez mais pelo e- instituição e para acompanhar o an-
-mail como forma de se comunicar ra- seio por evoluções tecnológicas de
pidamente com todos os integrantes. seu público interno, o MP-GO apri-
Mas, tecnicamente, do ponto de vista morou sua intranet para torná-la o
da comunicação interna, o e-mail não principal veículo de comunicação
era o canal ideal para esse tipo de co- interna interativa na Instituição. Ela
municação, mas já era um indício da surge em 2008 apresentando layout
necessidade de se instituir um meio simples, com fundo azul e apenas
onde as pessoas pudessem interagir alguns aplicativos técnicos e acesso
entre si de várias maneiras. ao e-mail, sendo simplesmente uma
ferramenta administrativa.
Como forma de impor o uso da fer-
ramenta, em novembro de 2011 o transferência de dados que é usada
uso do e-mail foi regulamentado pela Internet. Porém, a Intranet é usa-
através de Ato Administrativo nº da na comunicação interna da pró-
069, do Procurador-Geral de Justi- pria empresa ou entre esta e outras
ça, tornando obrigatória sua utiliza- empresas a ela ligadas. Uma Intranet
ção no ambiente profissional, com o pode ser definida basicamente como
principal argumento de se limitar o sendo uma rede privada de informa-
uso de impressos. Nele, a utilização ções, utilizando-se toda a tecnologia
do correio eletrônico é incentivada, da Internet, com mesmo navegador e
ressaltando que é “[...] imprescin- protocolos de comunicação. Enquan-
dível à utilização dos recursos de to a Internet é uma rede pública, a In-
informática na busca de maior pro- tranet oferece acesso restrito às pes-
dutividade, segurança e economia soas de uma determinada empresa.
dos recursos naturais e materiais (MOREIRA; PON, 2003, p. 7).
disponíveis.”(GOIÁS, 2011, p. 1).
A intranet no MP-GO sofreu reformu-
Assim, o e-mail passa recentemente lação em 2009, ganhando uma das
a ser melhor utilizado, sendo um ve- cores institucionais, a preta, e mais
ículo de comunicação rápida e fácil, alguns aplicativos. Tendo permaneci-
alcançando rapidamente as pessoas do apenas como meio para o acesso
na capital e no interior. Todas as co- a aplicativos técnicos e de gestão in-
municações oficiais são transmitidas terna, mas ainda não possibilitava a
pelo e-mail e a comunicação interna participação das pessoas, não havia
também passa a ser beneficiada com espaço para que se expressassem ou
o maior uso do canal. Os outros meios pudessem interagir por meio dela.
de comunicação são enviados pelo e- A intranet passou anos sendo um veí-
-mail, assim como qualquer tipo de culo de pouca importância na comuni-
aviso e atividade da instituição são cação interna do MP-GO período em
levados a todos seus servidores, per- que a rede interna ganhava espaço e
mitindo assim, a participação intera- crescia vertiginosamente nas empre-

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sas privadas, sendo bastante utiliza- Os novos aplicativos possibilitaram
da como um dos veículos motores no a participação ativa das pessoas na
processo de transição da comunica- intranet, dando a elas a chance de
ção analógica para a digital. atuar na construção da comunicação
interna, de enviar sugestões, de co-
Em 2003, Pinho (2003, p. 45) já citava nhecer a administração superior, a
a intranet como principal veículo de missão, a visão, os valores da insti-
comunicação interna, tuição, de interagir com os colegas,
de mostrar o seu trabalho, de se ex-
Uma intranet proporciona uma pressar, reunindo em um só lugar in-
comunicação melhor e mais rá- formações dispersas em documentos
pida entre os empregados, tor- impressos, no portal da internet, ou
nando-se um importante meio
até mesmo desconhecidas.
para que eles possam colaborar
em projetos. A comunicação in-
Tudo isso contribui gradativamente
terna beneficia-se bastante da para a construção de uma comuni-
informação facilmente comparti- cação interativa bilateral proporcio-
lhada pelos funcionários e pelas nada por um veículo digital pensado
facilidades que a intranet apre- estrategicamente com o objetivo de
senta para uma comunicação estabelecer contato, proporcionar o
dialógica. diálogo e compartilhar informações
e experiências.
Mas o real crescimento da intranet no
MP-GO se deu apenas em 2012, com Sua regulamentação foi publicada
um projeto abrangente de reformula- dois dias depois de seu lançamento,
ção que trouxe não apenas uma mu- por meio do Ato PGJ nº. 07, de 13 de
dança radical de layout, mas também fevereiro de 2012. Em tal documento,
novas ferramentas e principalmente a a intranet é definida como
mudança de comportamento dos usu- “[...] uma ferramenta de comunicação
ários e uma grande evolução para a interna que facilita o fluxo de infor-
comunicação interna representando mações e viabiliza a ampliação do
um importante passo em direção à in- conhecimento e da integração insti-
teratividade. tucional;” comunicando também que
“[...] a compreensão acerca dos pro-
A configuração atual da rede interna pósitos e diretrizes da gestão insti-
foi lançada em fevereiro de 2012 e trou- tucional e o conhecimento sobre as
xe muitos avanços. Por meio da rede in- políticas, programas, projetos e ações
terna é possível enviar um recado, falar do Ministério Público do Estado de
com os colegas por meio de mensagem Goiás são imprescindíveis aos seus
instantânea e email, visualizar a gale- integrantes, além da “[...] necessida-
ria de fotos com registro de eventos, de de se fortalecer a comunicação
promotorias do interior e integrantes. interna, de forma a proporcionar aos
Também são disponibilizadas notícias membros e servidores da instituição
de interesse interno, clippings de jor- um ambiente de trabalho motivador e
nais, rádio e TV, aplicativos diversos de voltado ao pleno desenvolvimento do
uso interno, gerenciamento de proces- conhecimento e da integração institu-
sos, aniversariantes do dia, bem como cional.” (GOIÁS, 2012, p. 1).
é possível participar de enquetes.
O número de acessos diários à in-
Outras novidades são os espaços “En- tranet triplicou, tornando-se hoje o
contre alguém”, onde se pode locali- meio de comunicação interna mais
zar os integrantes por nome, e-mail e acessado, tendo conquistado defini-
lotação, “Artigos, Teses e Publicações” tivamente o público interno. Em en-
onde as pessoas podem publicar seus quete realizada recentemente, a in-
trabalhos, busca de CEP, consulta ao tranet ficou em primeiro lugar como
dicionário Aurélio, acesso aos manuais veículo que apresenta informações
internos e todos os veículos de comuni- mais interessantes.
cação direcionados ao público interno.

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Outro meio de comunicação interna Porém, mesmo com a mudança no
online é o boletim informativo “MP formato de impresso para digital, a
em Ação Online”, um newsletter digi- interatividade não passou a ser uma
tal que traz informações diversas de prioridade neste veículo, pois não ha-
interesse restrito ao público interno via a possibilidade de interação en-
enviado por e-mail semanalmente às tre a administração e o público inter-
quartas-feiras para todos os integran- no, mas sim uma mera transmissão
tes na capital e no interior. de informações.

O veículo traz informações sobre a Para que houvesse a evolução destes


atuação administrativa e institucio- e de outros canais internos era ne-
nal, dá dicas de preservação do meio cessário a mudança de mentalidade
ambiente e economia de recursos no dentro da Instituição. Tais inovações
trabalho, divulga eventos internos, não poderiam acontecer unilateral-
cursos, treinamento de integrantes, mente, para que um meio atingisse o
campanhas, promoções dos órgãos objetivo da comunicação interna efe-
internos e externos, planejamento es- tiva, seria necessário a colaboração
tratégico, concursos do MP, avisos di- de todos.
versos, dicas culturais, ações da área
meio e da administração superior. Já como veículo digital, o MP em
Ação Online significa hoje um fluxo
Tal veículo foi criado como boletim rápido de informações, não apenas da
informativo há 6 anos e era impres- alta administração, mas de qualquer
so e distribuído entre servidores e pessoa que queira participar da cons-
membros da capital e enviado por trução do veículo, sugerindo pautas
malote para o interior. Nesta pri- ou até mesmo sendo retratado nele.
meira versão, possuía quatro pági-
nas, sendo um tamanho A3 dobrado A comunicação interna no MP-GO
ao meio, com informações diversas evoluiu à medida que foi se tornan-
para o público interno como atua- do tecnológica e interativa. Os canais
ção da administração, dicas cultu- foram assumindo formas digitais em
rais e de saúde, aniversariantes e busca da interatividade e do estabele-
variedades. Ao ser criado, seu obje- cimento de uma comunicação capaz
tivo era estritamente informar, não de engajar e satisfazer as pessoas.
sendo configurado como um meio O cenário é considerado promissor.
interativo, mas sim um veículo que As mudanças dentro do órgão acon-
levava as notícias da administração tecem de forma mais lenta que nas
ao público interno. organizações privadas, porém, elas
estão transformando e favorecendo
No ano de 2009, passa a ser digi- as relações de modo satisfatório com
tal e recebe o nome de newsletter, resultados significativos em relação à
acompanhando a tendência atual interatividade e à comunicação inter-
de digitalizar documentos e peças, na plena. Representa um avanço na
descartando o uso de papel. forma de compartilhar, estabelecer
contato e gerar produtividade.
Conforme Moreira e Pon (2003, p. 6),
4. CONSIDERAÇÕES FINAIS
[...] até o final da década de Os avanços da internet certamente
80, a comunicação nas empre- mudaram a forma de se fazer co-
sas era realizada através dos municação interna. Isso porque as
meios tradicionais, como as
mudanças ocorrem principalmente
publicações impressas, a cor-
respondência empresarial, os
na vida social dos indivíduos, den-
meios de comunicação, etc. tro e fora da empresa, na forma de
Hoje, a comunicação organi- pensar, nos seus hábitos e valores,
zacional utiliza também as no- o que influencia seu comportamen-
vas tecnologias de comunica- to dentro das organizações, em sua
ção como meio e instrumento vida profissional.
para atingir seus objetivos.

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É necessário que as empresas evoluam em suas formas de comunicação
para acompanhar as mudanças e superar expectativas de um público in-
terno cada vez mais conectado, e ansioso por dialogar, fazer parte e princi-
palmente interagir. A comunicação interna não se estabelece apenas para
informar ou divulgar, mas sim para enriquecer, proporcionar discussão, ou-
vir, responder, colaborar.

A base para se estabelecer tal relação é a valorização do ser humano, pois são
elas que fazem uma instituição. É necessário mais do que oferecer salários
e benefícios, o público interno espera uma comunicação interna efetiva, que
lhes proporcione principalmente interação e interatividade. Mas, tal comunica-
ção não deve ser baseada simplesmente na interação entre funcionários para
que entrem em consenso e assim contribuam para os objetivos da empresa,
mas sim na transmissão da missão, da visão e dos valores, para que partici-
pem e contribuam para os seus próprios objetivos aliados ao da instituição.

A comunicação interna do Ministério Público de Goiás avança em busca


da plenitude. Um grande passo já foi dado possibilitando que as pessoas
participem dos canais de comunicação, que se expressem podendo se ver
em tais canais, inteirando-os dos assuntos internos de maneira prioritária,
oferecendo chances de participação em busca também de uma construção
coletiva e de colaboração.

Assim, a Instituição dá visibilidade e maior importância aos investimentos


na área tecnológica, comunicacional e principalmente em seus recursos hu-
manos, transformando o clima organizacional, aprimorando seus valores, ofe-
recendo melhores serviços à sociedade e também efetivando a comunicação
interna baseada na interação e na interatividade cotidiana.

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NOTAS

1 - Relações Públicas no Ministério Público do Estado de Goiás. Graduada pela Universidade


Federal de Goiás, cursando especialização em Comunicação Estratégica na Pontifícia Universidade
Católica de Goiás. Email: janaina.ferreira@mp.go.gov.br

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