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Curso Pré-Vestibular Desafio

ÍNDICE
(Este indice foi baseado no conteúdo programático do vestibular de verão de 2009 da UFPel)

ELETROSTÁTICA

Carga Elétrica – conservação e quantização..................................................2


Processos de Eletrização.............................................................................3
Lei de Coulomb............................................................................................4
Campo Elétrico............................................................................................5
Potencial Elétrico.........................................................................................8
Materiais elétricos: condutores, isolantes e semicondutores..........................10
Capacitores elétricos...................................................................................10

ELETRODINÂMICA

Corrente Elétrica..........................................................................................11
Resistência Elétrica......................................................................................12
Materiais Ôhmicos e não Ôhmicos................................................................13
Associação de Resistores............................................................................13
Potência Elétrica, efeito Joule.......................................................................15
Leis de Kirchoff – circuitos de malhas simples e de malhas múltiplas..............16
Geradores (Força Eletromotriz) e Receptores (Força Contra Eletromotriz)........16.

ELETROMAGNETISMO

Fenômenos Magnéticos – Propriedades Magnéticas da Matéria.......................17


Campos Magnéticos......................................................................................18
Lei de Ampère...............................................................................................19
Forças exercidas por campos magnéticos sobre cargas e correntes elétricas...20
Indução Eletromagnética.................................................................................22
Fluxo Magnético – Lei de Faraday e Lei de Lenz...............................................23
Campo magnético produzido por variação de fluxo elétrico...............................24

1
ELETROSTÁTICA

A eletrostática trata de situações


onde as cargas elétricas estão paradas
(estáticas) com posições fixas.

Carga Elétrica
“ A seguir vejamos porque dizemos que as Importante !!! Conservação e Quantização
cargas elétricas se conservam e são são informações elementares sobre carga elétrica
quantizadas!!!”
Conservação da carga elétrica:
Nosso corpo, o ar que respiramos, a
refeição de cada dia..... tudo contém carga
elétrica, apenas não notamos claramente Conservação da Carga:
seus efeitos porque na maioria das Princípio segundo o qual a carga elétrica não
situações as cargas estão em certo pode ser criada ou destruída, mas apenas
equilíbrio transferida de um material para outro.
“A carga elétrica é uma propriedade
física da matéria”
Ou seja, por qualquer processo de
eletrização, nos quais veremos a seguir, os
Quando duas cargas atraem-se, elas possuem
elétrons não somem, pois a quantidade total é
carga elétrica de sinal oposto, quando
conservada.
repelem-se sinais iguais
Quantização da Carga Elétrica
É importante sabermos as principais
características das cargas elétricas, pois isto Dizemos que a carga elétrica é quantizada
vai nos ajudar no entendimento de conceitos porque não podemos obter um valor de carga
como corrente elétrica, campo elétrico, força elétrica que não seja multiplo da carga
elétrica, potencial elétrico e outros elementar e, ou seja
relacionados à eletrostática, eletrodinâmica e a carga elétrica de qualquer corpo não
eletromagnetismo. varia continuamente mas sim discretamente
(em quantidades certas).
No modelo clássico de átomo, temos
ele constituído por prótons que são partículas Podemos definir a carga elétrica de um corpo
com cargas positivas, elétrons tem carga (Q) pela relação:
negativa e os nêutrons tem carga neutra.

O próton e o elétron possuem valores de


cargas iguais porém têm sinais opostos. O
valor da carga de um próton ou um elétron é
chamado carga elétrica elementar e Onde:
simbolizado por e.
Q= Carga elétrica, medida em coulomb no SI
A unidade de medida usada
internacionalmente para a medida de cargas n= número de cargas elementares (n=1, 2, 3, 4
elétricas é o: ...)

Coulomb (C) Anotações:...................................................


..................................................................................
A carga elétrica elementar é a menor
..................................................................................
quantidade de carga encontrada na natureza,
..................................................................................
em coulomb, temos:
..................................................................................
..................................................................................

2
.................................................................................. Eletrização por atrito foi o primeiro
................... processo de eletrização conhecido. Quando
duas substâncias de naturezas diferentes são
Processos de Eletrização atritadas, ambas se eletrizam sempre com
sinais opostos.
Quando conseguimos de alguma
forma retirar ou acrescentar elétrons a um A eletrização por atrito depende
corpo neutro (corpo que possue igual número também da natureza dos materiais, por
de prótons e elétrons), este fica eletrizado, exemplo, atritar um material M1 com uma
chamamos este processo de material M2 pode deixar M1 carregado
eletrização.Alguns dos processos de negativamente e M2 positivamente, enquanto
eletrização mais comuns são: Atrito, Contato, o atrito entre o material M1 e outro material M3
Indução, Pressão (Piezoelétrico) e por é capaz de deixar M1 carregado
Aquecimento (Piroelétrico) os dois ultimos são negativamente e M3 positivamente.
menos conhecidos, porém vão continuar se
voce nunca mais ouvir falar, pois não
exploraremos aqui. Foi elaborada uma lista em dada ordem
Alguns tipos de acendedores para que um elemento ao ser atritado com o
fogão usam o fenômeno piezoelétrico para sucessor da lista fica eletrizado positivamente.
gerar um arco voltaico que chamamos de Esta lista é chamada de série triboelétrica:
faísca para acende nosso fogão, assim como
algumas canetas de sacanagem que dão
choque nos curiosos.

Eletrização por Atrito


Se voce pegar um pente de plástico e
atritar em algum cabelo, é possível atrair
pedacinhos de papel com ele, isto ocorre
porque, devido a eletrização por atrito o pente
ganhou ou perdeu elétrons dependendo do
material que ele foi atritado, ficando assim
eletrizado.
A atração entre o papel e o pente é
devido à indução que falaremos a seguir mas,
já adiantando, eu pergunto: como o papel
sente atração se ele está neutro (igual número
de prótons e elétrons)?.
Acontece que, se o pente está
carregado positivamente por exemplo, ele
atrairá os elétrons do papel e repelirá os fig.1 :Série triboelétrica
prótons causando uma separação de cargas
no papel, como as cargas atraídas do papel
Eletrização por indução
tendem a ficar mais próximas do pente do que
as cargas repelidas, a força de atração vence
a de repulsão (a lei de coulomb deixará Quando um corpo neutro é colocado próximo
evidente isto), o que faz com que o papelzinho de um corpo eletrizado, sem que haja contato
vôe na direção e no sentido do pente. entre eles, o corpo neutro se eletriza, de
Pobre papel foi induzido a voar em forma que uma região do corpo possui
direção ao pente, ele não teve culpa. carga positiva e outra carga negativa.
Nesta mesma experiência podemos
entender as diferenças entre eletrizações por Esse fenômeno é chamado indução
atrito, indução e contato. eletrostática.
Ocorre a eletrização por contato
quando o papel encosta no pente, este
“contato” possibilita a transferência de elétrons
entre o pente e o papel ficando os dois A carga total do corpo neutro que sofreu
carregados com o mesmo sinal, notamos isto indução eletrostática permanece neutra a
porque após um rápido contato o papel é menos que seja feita alguma coisa para retirar
repelido pelo pente indicando que está ou colocar elétrons no corpo como o uso de
carregado com o mesmo sinal do pente. um fio terra por exemplo.

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Um corpo eletrizado em contato com a terra
será neutralizado, pois se ele tiver falta de
elétrons, estes serão doados pela terra e se
Eletrização por Contato tiver excesso de elétrons, estes serão
descarregados na terra.
Se pegarmos dois corpos condutores,
estando pelo menos um deles eletrizado, e Pare Lembrar: Contato: encosta !
colocarmos em contato, a carga elétrica tende Atrito: esfrega !
a ser redistribuída entre os dois, fazendo com
que ambos tenham o mesmo sinal. Indução: aproxima !
O cálculo da carga resultante é dado
pela média aritmética entre a carga dos
O que são Eletroscópios?
condutores em contato.
Por exemplo: São instrumentos que servem para indicar
se um corpo está ou não eletrizado.
• Um corpo condutor A com carga
é posto em contato com
Lei de Coulomb
outro corpo neutro . Qual é a
carga em cada um deles após serem Se você leu esta apostila quando falei
separados. em carga elétrica, talvez possa lembrar que as
cargas elétricas podem se repelir ou se atrair,
diferente das massas que até hoje só
verificamos atração entre elas devido a
gravidade, imagine se de repente houvesse
repulsão entre as massas isto seria bem grave,
• Um corpo condutor A com carga gravíssimo.
é posto em contato com A atração gravitacional e elétrica
outro corpo condutor B com carga possuem semelhanças, pois estes dois tipos
de força funcionam respeitando a relação do
, após serem separados os
inverso do quadrado da distância, porém o
dois o corpo A é posto em contato com
assunto aqui é atração de origem elétrica e
um terceiro corpo condutor C de carga
não gravitacional mas elas possuem coisas em
qual é a carga em cada um comum é interessante saber isto, pois se
após serem separados? conhecemos a lei de coulomb ao substituir
cargas por massas e constante elétrica por
constante gravitacional, pronto, temos a
equação da gravitação de Newton!.

A Lei de coulomb é uma descrição


matemática de como esta Atal força misteriosa
de atração ou repulsão entre cargas elétricas
Ou seja, neste momento: se comporta em relação a distância que existe
entre as cargas.
quantidade de carga, e o meio onde isto
Após o segundo contato, tem-se: tudo esta acontecendo.

A lei de coulomb trata sobre a força de atração


ou repulsão entre duas cargas elétricas

A intensidade da força elétrica de


E neste momento:
interação entre cargas puntiformes é
diretamente proporcional ao produto dos
módulos de cada carga e inversamente
Ou seja, a carga após os contados no corpo A proporcional ao quadrado da distância que as
será +1C, no corpo B será -2C e no corpo C separa. Ou seja:
será +1C.

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prova q nele colocadas. E usando esta
analogia, podemos encontrar:

Como a força elétrica depende também do


meio onde esta ocorrendo a interação usamos
uma constante k, assim podemos usar um
sinal de igual na equação. O valor mais usual Desta forma, assim como para a intensidade
de k é quando esta interação acontece no do campo gravitacional, a intensidade do
vácuo, e seu valor é igual a: campo elétrico (E) é definida como o quociente
entre as forças de interação das cargas
geradora do campo (Q) e de prova (q) e a
própria carga de prova (q), ou seja:

Então podemos escrever a equação da lei de


Coulomb como:

Onde duas cargas Q1 e Q2 a uma


distância d e um meio k, possuem força F. Chama-se Campo Elétrico o campo
estabelecido em todos os pontos do espaço
Para se determinar se estas forças sob a influência de uma carga geradora de
são de atração ou de repulsão utiliza-se o intensidade Q, de forma que qualquer carga de
produto de suas cargas, ou seja: prova de intensidade q fica sujeita a uma força
de interação (atração ou repulsão) exercida
por Q.

Campo Elétrico
Para termos uma idéia do conceito de
campo elétrico pense o seguinte: imagine que
você está em frente a uma lareira num inverno
rigoroso, quanto mais próximo do fogo maior é
a temperatura certo? , podemos dizer que
existe um campo de temperaturas de forma
que em cada posição que estivermos,
mediremos um valor diferente de temperatura, Já uma carga de prova, para os fins que nos
também dizemos que em torno da terra existe interessam, é definida como um corpo puntual
um campo gravitacional onde toda massa nas de carga elétrica conhecida, utilizado para
proximidades da terra é atraída para ela, por detectar a existência de um campo elétrico,
que não dizermos Campo Elétrico para uma também possibilitando o cálculo de sua
região onde uma carga elétrica sente uma intensidade.
força?.
Assim como a Terra tem um campo
gravitacional, uma carga Q também tem um
campo que pode influenciar as cargas de
5
elétrico encontramos através de cálculo
Vetor Campo Elétrico vetorial, ou seja se dois campos elétricos estão
Voltando à analogia com o campo gravitacional permeando um local não basta apenas
da Terra, o campo elétrico é definido como um somarmos a intensidade dos campos, pois
vetor com mesma direção do vetor da força de temos que considerar as direções e sentidos
interação entre a carga geradora Q e a carga deles logo com vetores estamos considerando
de prova q e com mesmo sentido se q>0 e as três grandezas:Módulo, Direção e Sentido.
sentido oposto se q<0. Ou seja: Por exemplo, imaginemos duas cargas postas
arbitrariamente em um ponto A e outro B, com
cargas e , respectivamente.
Imaginemos também um ponto P sob a
influência dos campos gerados pelas duas
cargas simultaneamente.

O vetor do campo elétrico resultante será dado


A unidade adotada pelo SI para o campo
elétrico é o N/C (Newton por coulomb). pela soma dos vetores e no ponto P.
Como ilustram os exemplos a seguir:
Interpretando esta unidade podemos
concluir que o campo elétrico descreve o valor
da força elétrica em Newton que atua por
unidade de carga em Coulomb, para as cargas
colocadas no seu espaço de atuação.

Quando a carga de prova tem sinal


negativo (q<0), os vetores força e campo Como as duas cargas geradoras do
elétrico têm mesma direção, mas sentidos campo têm sinal positivo, cada uma delas gera
opostos, e quando a carga de prova tem um campo divergente (de afastamento), logo o
sinal positivo (q>0), ambos os vetores têm vetor resultante terá módulo igual à subtração
mesma direção e sentido entre os valores dos vetores e direção e
sentido do maior valor absoluto.
Já quando a carga geradora do campo
tem sinal positivo (Q>0), o vetor campo
elétrico tem sentido de afastamento das
cargas e quando tem sinal negativo
(Q<0), tem sentido de aproximação,
sendo que isto não varia com a mudança
do sinal das cargas de provas.

Quando uma única partícula gera um campo


elétrico, este é gerado em um espaço que a
circunda, embora não esteja presente no ponto
onde a partícula é encontrada.

Assim como no exemplo anterior, ambos os


Campo elétrico gerado por mais de campos elétricos gerados são divergentes,
mas como existe um ângulo formado entre
uma partícula eletrizada.
eles, esta soma vetorial é calculada através de
Quando temos duas ou mais cargas no regra do paralelogramo, ou seja, traçando-se o
local onde estamos analisando, os campos vetor soma dos dois vetores, tendo assim o
elétricos de cada carga vão influenciar em um módulo direção e sentido do vetor campo
ponto que nos interessa, talvez por que ali elétrico resultante.
existe uma carga e queremos saber como ela
vai se comportar a respeito da força que está
sentindo devido ao campo elétrico, isto vai
depender do campo resultante.
Para chegarmos ao campo resultante
analisamos isoladamente a influência de cada
um dos campos gerados sobre um
determinado ponto, e esta resultante do campo
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for uma simples esfera carregada
uniformemente, temos linahs raidiais, porém
em um corpo de forma diferente também
teremos linhas de um arranjo mais complicado.
As linhas de força tangenciam os
vetores campo elétrico resultantes em cada
ponto, logo, jamais se cruzam, até porque se
dissessemos que se cruzassem estariamos
dizendo também que em um mesmo ponto
pode existir mais de um valor de campo
elétrico o que não verificamos
experimentalmente, logo não temos como
verdade.

Por convenção, as linhas de força têm


a mesma orientação do vetor campo elétrico,
de modo que para campos gerados por cargas
Como ambas as cargas que geram o campo positivas as linhas de força são divergentes
tem sinais negativos, cada componente do (sentido de afastamento da carga) e campos
vetor campo resultante é convergente, ou seja, gerados por cargas elétricas negativas são
tem sentido de aproximação. O módulo, a representados por linhas de força
direção e o sentido deste vetor são calculados
convergentes (sentido de aproximação da
pela regra do paralelogramo, assim como carga).
ilustra a figura.
Quando se trabalha com cargas
geradoras sem dimensões, as linhas de força
são representadas radialmente, de modo que:

Neste exemplo, as cargas que geram o campo


resultante têm sinais diferentes, então um dos
vetores converge em relação à sua carga

geradora ( ) e outro diverge ( ).


Então podemos generalizar esta soma vetorial
para qualquer número finito de partículas, de
modo que:
O campo elétrico pode ser entendido
como sendo uma entidade física que transmite
Linhas de força a todo o espaço a informação da existência de

As linhas de força são linhas mesmo um corpo eletrizado (Q) e, ao colocarmos uma
que usamos para ter uma idéia de como o outra carga (q) nesta região, será constatada a
campo elétrico esta se comportando.
existência de uma força F de origem elétrica
Se queremos informar que uma corpo está
carrgado positivamente por exemplo, basta agindo nesta carga (q).
colocarmos linhas com setas indicando saído
podemos dizer emanando do corpo, se o corpo

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Para definir, matematicamente, o
campo elétrico é necessário definirmos uma
grandeza física que o represente. Esta
grandeza é o vetor campo elétrico.
Considerando a definição utilizada
anteriormente, o vetor campo elétrico é dado
por:

E = F/q
(lembrando que E e F são vetores)

A força F, à qual a carga q fica submetida será


atrativa ou repulsiva, dependendo do sinal de
q.
Potencial Elétrico
Imagine um campo elétrico gerado por
A direção do vetor campo elétrico terá a uma carga Q, ao ser colocada uma carga de
mesma direção da reta que une o ponto prova q em seu espaço de atuação podemos
perceber que, conforme a combinação de
considerado e a carga de geradora (Q). Já o sinais entre as duas cargas, esta carga q, será
sentido do vetor campo elétrico, depende do atraída ou repelida, adquirindo movimento, e
conseqüentemente Energia Cinética.
sinal da carga geradora (Q):
Lembrando da energia cinética estudada
em mecânica, sabemos que para que um
O campo elétrico gerado por uma carga corpo adquira energia cinética é necessário
que haja uma energia potencial armazenada
elétrica (Q) positiva é de afastamento e, o de alguma forma. Quando esta energia está
campo elétrico gerado por uma carga elétrica ligada à atuação de um campo elétrico, é
chamada Energia Potencial Elétrica ou
(Q) negativa é de aproximação. O sentido do
Eletrostática, simbolizada por .
campo elétrico independe do sinal da carga (q)
que sofre a ação da força F.

Campo Elétrico Uniforme (CEU)


A unidade usada para a é o joule (J).
Dizemos que um campo elétrico é
uniforme em uma região quando suas linhas Pode-se dizer que a carga geradora produz um
de força são paralelas, o que implica que seu campo elétrico que pode ser descrito por uma
vetor campo elétrico nesta região têm, em grandeza chamada Potencial Elétrico (ou
todos os pontos, mesma intensidade, direção e eletrostático).
sentido.
Uma forma comum de se obter um De forma análoga ao Campo Elétrico, o
campo elétrico uniforme é utilizando duas potencial pode ser descrito como o quociente
placas condutoras planas e iguais. Se as entre a energia potencial elétrica e a carga de
placas forem postas paralelamente, tendo prova q. Ou seja:
cargas de mesma intensidade, mas de sinal
oposto, o campo elétrico gerado entre elas
será uniforme como acontece em um capacitor
de placas paralelas.

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Trabalho de uma força elétrica
O trabalho que uma carga elétrica realiza é
análogo ao trabalho realizado pelas outras
energias potenciais usadas no estudo de
mecânica, ou seja:

Logo: Se imaginarmos dois pontos em um campo


elétrico, cada um deles terá energia potencial
dada por:

Sendo o trabalho realizado entre os dois


pontos:

A unidade adotada, no SI para o potencial


elétrico é o volt (V), em homenagem ao físico
italiano Alessandro Volta, e a unidade designa
Joule por coulomb (J/C).
Mas sabemos que, quando a força
Quando existe mais de uma partícula considerada é a eletrostática, então:
eletrizada gerando campos elétricos, em um
ponto P que está sujeito a todas estes campos,
o potencial elétrico é igual à soma de todos os
potenciais criados por cada carga, ou seja:

Uma maneira muito utilizada para se


representar potenciais é através de
equipotenciais, que são linhas ou superfícies
perpendiculares às linhas de força, ou seja,
linhas que representam um mesmo potencial.

Para o caso particular onde o campo é Diferença de potencial entre


gerado por apenas uma carga, estas linhas dois pontos
equipotenciais serão circunferências, já que o
valor do potencial diminui uniformemente em Considere dois pontos de um campo elétrico, A
função do aumento da distância (levando-se e B, cada um posto a uma distância diferente
em conta uma representação em duas da carga geradora, ou seja, com potenciais
dimensões, pois caso a representação fosse diferentes. Se quisermos saber a diferença de
tridimensional, os equipotenciais seriam potenciais entre os dois devemos considerar a
representados por esferas ocas, o que distância entre cada um deles.
constitui o chamado efeito casca de cebola,
onde quanto mais interna for a casca, maior Então teremos que sua tensão ou d.d.p
seu potencial). (diferença de potencial) será expressa por U e
calculada por:

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b)- Agora, se no lugar de um pedaço de
madeira usamos um metal, como por exemplo
um prego, notamos que acontecerá
rapidamente uma redistribuição de cargas
entre as duas esferas, até que ambas fiquem
igualmente carregadas.

Os semicondutores

Os materiais semicondutores são


materiais, que possuem uma resistência
situada entre a dos materiais condutores e
isolantes. Os principais materiais
semicondutores utilizados na eletrônica são o
Germânio (Ge) e o Silício (Si

Capacitores elétricos

Materiais elétricos: Em circuitos eletrônicos alguns componentes


(condutores, isolantes e semicondutores) necessitam que haja alimentação em corrente
contínua, enquanto a fonte está ligada em
corrente alternada. A resolução deste
problema é um dos exemplos da utilidade de
Discutiremos a seguir dois outros conceitos um capacitor.
fundamentais (condutor e isolante). Este equipamento é capaz de armazenar
energia potencial elétrica durante um intervalo
Denominamos condutor elétrico todo meio de tempo, ele é construído utilizando um
material que permite a movimentação de campo elétrico uniforme. Um capacitor é
cargas elétricas no seu interior. composto por duas peças condutoras,
Se essa movimentação não puder chamadas armaduras e um material isolante
ocorrer, o meio constituirá um isolante elétrico. com propriedades específicas chamado
Os condutores elétricos mais comuns são dielétrico.
metais, que se caracterizam por possuirem
grande quantidade de elétrons-livres, ou que Para que haja um campo elétrico uniforme é
estão fracamente ligados ao átomo. O necessário que haja uma interação específica,
movimento dos elétrons em um dado condutor limitando os possíveis formatos geométricos
pode ser influenciado por diferentes fatores, de um capacitor, assim alguns exemplos de
entre eles a temperatura. Neste caso, o capacitores são:
movimento eletrônico não é ordenado sendo
algumas vezes até caótico e imprevisível. Mas,
em certas condições este movimento pode ser
ordenado, constituindo ai uma corrente
elétrica.
Capacitores planos
Para simular o comportamento dos
condutores e isolantes, apresentamos a
animação a seguir (veja Fig. 1). Neste caso, as
duas esferas são metálicas, estando uma
eletricamente neutra e a outra altamente
carregada;

a)- Se colocarmos um pedaço de madeira


tocando, simultaneamente nas duas esferas,
como mostra a Fig. 1, notamos que as cargas
em cada esfera permanecerão inalteradas e
portanto não haverá transferência de carga de
uma esfera para a outra.
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elétrico, o que não altera em nada seus efeitos
(com exceção para o fenômeno chamado
Capacitores cilíndricos Efeito Hall), e este é chamado o sentido
convencional da corrente.

Para calcular a intensidade da corrente elétrica


(i) na secção transversal de um condutor se
considera o módulo da carga que passa por
ele em um intervalo de tempo, ou seja:

Considerando |Q|=n e

A unidade adotada para a intensidade da


corrente no SI é o ampère (A), em
homenagem ao físico francês Andre Marie
Ampère, e designa coulomb por segundo
(C/s).

Sendo alguns de seus múltiplos:

ELETRODINÂMICA

Corrente Elétrica
Quando as cargas elétricas deixam de
estar em equilíbrio eletrostático passamos à
situação onde há deslocamento destas cargas
para um determinada direção e em um sentido,
este deslocamento é o que chamamos
corrente elétrica.
Estas correntes elétricas são
responsáveis pela eletricidade considerada
utilizável por nós. Continuidade da corrente elétrica

Normalmente utiizamos a corrente Para condutores sem dissipação, a intensidade


elétrica causada pela movimentação de da corrente elétrica é sempre igual,
elétrons em um condutor, mas também é independente de sua secção transversal, esta
possível haver corrente de íons positivos e propriedade é chamada continuidade da
negativos (em soluções eletrolíticas ou gases corrente elétrica.
ionizados).
Isto implica que se houver "opções de
Uma corrente elétrica é causada por caminho" em um condutor, como por exemplo,
uma diferença de potencial elétrico (d.d.p./ uma bifurcação do fio, a corrente anterior a ela
tensão). E ela é explicada pelo conceito de será igual à soma das correntes em cada parte
campo elétrico, ou seja, ao considerar uma desta bifurcação, ou seja:
carga A positiva e outra B, negativa, então há
um campo orientado da carga A para B. Ao
ligar-se um fio condutor entre as duas os
elétrons livres tendem a se deslocar no sentido
da carga positiva, devido ao fato de terem
cargas negativas, lembrando que sinais
opostos são atraídos.
Desta forma cria-se uma corrente elétrica no
fio, com sentido oposto ao campo elétrico, e
este é chamado sentido real da corrente
elétrica. Embora seja convencionado que a
corrente tenha o mesmo sentido do campo
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( podemos mentalizar as cargas se
movendo sempre no mesmo sentido porém
de forma que avance e pare ou seja pulse.)

Embora não altere seu sentido as correntes


Corrente contínua e alternada contínuas pulsantes passam periodicamente
Se considerarmos um gráfico i x t (intensidade por variações, não sendo necessariamente
de corrente elétrica por tempo), podemos constantes entre duas medidas em diferentes
classificar a corrente conforme a curva intervalos de tempo.
encontrada, ou seja: A ilustração do gráfico acima é um exemplo de
corrente contínua constante.
Esta forma de corrente é geralmente
Corrente contínua encontrada em circuitos retificadores de
corrente alternada.
( Seu sentido é contínuo no tempo)
Corrente alternada

Uma corrente é considerada contínua quando (Seu sentido alterna no tempo, temos
não altera seu sentido, ou seja, é sempre cargas indo e vindo assim a energia é
positiva ou sempre negativa. transmitida para nossas casas)

A maior parte dos circuitos eletrônicos trabalha


com corrente contínua, embora nem todas
tenham o mesmo "rendimento", quanto à sua
curva no gráfico i x t, a corrente contínua pode
ser classificada por:

Corrente contínua constante

Dependendo da forma como é gerada a


corrente, esta é invertida periodicamente, ou
seja, ora é positiva e ora é negativa, fazendo
com que os elétrons executem um movimento
de vai-e-vem.
Este tipo de corrente é o que encontramos
quando medimos a corrente encontrada na
rede elétrica residencial, ou seja, a corrente
medida nas tomadas de nossa casa.
Diz-se que uma corrente contínua é constante,
se seu gráfico for dado por um segmento de
reta constante, ou seja, não variável. Este tipo Resistência Elétrica
de corrente é comumente encontrado em
pilhas e baterias. Ao aplicar-se uma tensão U, em um condutor
qualquer se estabelece nele uma corrente
elétrica de intensidade i. Para a maior parte
Corrente contínua pulsante dos condutores estas duas grandezas são

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diretamente proporcionais, ou seja, conforme Resistores
uma aumenta o mesmo ocorre à outra.
Desta forma: Os resistores são peças utilizadas em
circuitos elétricos que tem como principal
função converter energia elétrica em energia
térmica, ou seja, são usados como
aquecedores ou como dissipadores de
eletricidade.
A esta constante chama-se resistência Alguns exemplos de resistores utilizados no
elétrica do condutor (R), que depende de nosso cotidiano são: o filamento de uma
fatores como a natureza do material. lâmpada incandescente, o aquecedor de um
chuveiro elétrico, os filamentos que são
aquecidos em uma estufa, entre outros.
Em circuitos elétricos teóricos costuma-se
Materiais Ôhmicos e não Ôhmicos considerar toda a resistência encontrada
proveniente de resistores, ou seja, são
Quando esta proporcionalidade é mantida de consideradas as ligações entre eles como
forma linear, chamamos o condutor de condutores ideais (que não apresentam
ôhmico, tendo seu valor dado por: resistência), e utilizam-se as representações:

Associação de Resistores

Sendo R constante, conforme enuncia a 1ª Lei Em um circuito é possível organizar conjuntos


de Ohm: Para condutores ôhmicos a de resistores interligados, chamada
intensidade da corrente elétrica é diretamente associação de resistores. O comportamento
proporcional à tensão (ddp) aplicada em seus desta associação varia conforme a ligação
terminais. entre os resistores, sendo seus possíveis tipos:
em série, em paralelo e mista.
A resistência elétrica também pode ser
caracterizada como a "dificuldade" encontrada
para que haja passagem de corrente elétrica
por um condutor submetido a uma Associação em Série
determinada tensão. No SI a unidade adotada
para esta grandeza é o ohm (Ω), em
homenagem ao físico alemão Georg Simon Associar resistores em série significa ligá-los
Ohm. em um único trajeto, ou seja:
Pode-se também definir uma grandeza
chamada Condutância elétrica (G), como a
facilidade que uma corrente tem em passar por
um condutor submetido à determinada tensão, Como existe apenas um caminho para a
ou seja, este é igual ao inverso da resistência: passagem da corrente elétrica esta é mantida
por toda a extensão do circuito. Já a diferença
de potencial entre cada resistor irá variar
conforme a resistência deste, para que seja
obedecida a 1ª Lei de Ohm, assim:

E sua unidade, adotada pelo SI é o siemens


(S), onde:

Esta relação também pode ser obtida pela


análise do circuito:

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Sendo assim a diferença de potencial entre os
pontos inicial e final do circuito é igual à:

Como mostra a figura, a intensidade total de


corrente do circuito é igual à soma das
Analisando esta expressão, já que a tensão intensidades medidas sobre cada resistor, ou
total e a intensidade da corrente são mantidas, seja:
é possível concluir que a resistência total é:

Pela 1ª lei de ohm:


Ou seja, um modo de se resumir e lembrar-se
das propriedades de um circuito em série é:

Tensão (ddp) (U) se divide


Intensidade da E por esta expressão, já que a intensidade da
se conserva
corrente (i) corrente e a tensão são mantidas, podemos
soma algébrica das concluir que a resistência total em um circuito
Resistência total em paralelo é dada por:
resistência em cada
(R)
resistor.

Associação em Paralelo:

Associação Mista:
Ligar um resistor em paralelo significa
basicamente dividir a mesma fonte de
corrente, de modo que a ddp em cada ponto
seja conservada. Ou seja: Uma associação mista consiste em uma
combinação, em um mesmo circuito, de
associações em série e em paralelo, como por
exemplo:

Em cada parte do circuito, a tensão (U) e


intensidade da corrente serão calculadas com
base no que se conhece sobre circuitos série e
paralelos, e para facilitar estes cálculos pode-
se reduzir ou redesenhar os circuitos,
utilizando resistores resultantes para cada
parte, ou seja:
Sendo:

Usualmente as ligações em paralelo são


representadas por:

14
Mas sabemos que , então podemos
escrever que:

Por exemplo:

Qual a corrente que passa em uma lâmpada


de 60W em uma cidade onde a tensão na rede
elétrica é de 220V?

Potência Elétrica, efeito Joule

Potência Elétrica
A potência elétrica dissipada por um condutor
é definida como a quantidade de energia Pela 1ª Lei de Ohm temos que , então
térmica que passa por ele durante uma podemos definir duas formas que relacionem a
quantidade de tempo. potência elétrica com a resistência.

A unidade utilizada para energia é o watt (W),


que designa joule por segundo (J/s)

Ao considerar que toda a energia perdida em


um circuito é resultado do efeito Joule,
admitimos que a energia transformada em
calor é igual a energia perdida por uma carga
q que passa pelo condutor. Ou seja:

Mas, sabemos que:

Então se utilizando do exemplo anterior, qual a


resistência do filamento interno da lâmpada?
Então:

Logo:

Efeito Joule
A corrente elétrica é resultado de
movimentação de ânions, cátions ou elétrons
livres, como já vimos. Ao existir corrente
elétrica as partículas que estão em movimento
acabam colidindo com as outras partes do
15
condutor que se encontra em repouso,
causando uma excitação que por sua vez irá
gerar um efeito de aquecimento. A este efeito
dá-se o nome efeito Joule.

O aquecimento no fio pode ser medido pela lei


de joule, que é matematicamente expressa
por:

2ª LEI DE KIRCHHOFF OU LEI DAS


MALHAS:

expressa a conservação de energia


elétrica.
Esta relação é valida desde que a intensidade
da corrente seja constante durante o intervalo “A soma algébrica das tensões
de tempo de ocorrência. elétricas ao longo de uma
malha é nula.”

OBS: Pela 2ª lei de Kirchhoff, a


Leis de Kirchoff corrente elétrica i em um circuito
redutível a uma malha é dada por:
circuito redutível a uma malha é dada
1ª LEI DE KIRCHHOFF OU LEI DOS por:
NÓS: ∑U = 0
expressa a conservação de cargas
elétricas.
“A soma das correntes elétricas que
entram em um nó é igual à soma das
Geradores (Força Eletromotriz)
correntes elétricas que saem do
mesmo nó.” e Receptores (Força Contra
Eletromotriz)

Gerador elétrico é qualquer


dispositivo capaz de transformar
uma determinada forma,
qualquer de energia em energia
elétrica

Receptor Elétrico é um
dispositivo capaz de transformar
energia elétrica

16
Para que sejam determinados estes pólos, se
ELETROMAGNETISMO deve suspender o imã pelo centro de massa e
ele se alinhará aproximadamente ao pólo norte
e sul geográfico recebendo nomenclatura
equivalente. Desta forma, o pólo norte
magnético deve apontar para o pólo norte
Fenômenos Magnéticos – geográfico e o pólo sul magnético para o pólo
Propriedades Magnéticas da sul geográfico.
Matéria

Atração e repulsão
Imãs e magnetos
Um imã é definido com um objeto capaz de
provocar um campo magnético à sua volta e Ao manusear dois imãs percebemos
pode ser natural ou artificial. claramente que existem duas formas de
colocá-los para que estes sejam repelidos e
Um imã natural é feito de minerais com duas formas para que sejam atraídos. Isto se
substâncias magnéticas, como por exemplo, a deve ao fato de que pólos com mesmo nome
magnetita, e um imã artificial é feito de um se repelem, mas pólos com nomes diferentes
material sem propriedades magnéticas, mas se atraem, ou seja:
que pode adquirir permanente ou
instantaneamente características de um imã
natural.

Os imãs artificiais também são subdivididos


em: permanentes, temporais ou eletroímãs.

• Um imã permanente é feito de material


capaz de manter as propriedades
magnéticas mesmo após cessar o
processo de imantação, estes
materiais são chamados
ferromagnéticos.
• Um imã temporal tem propriedades
magnéticas apenas enquanto se
encontra sob ação de outro campo
magnético, os materiais que
possibilitam este tipo de processo são
chamados paramagnéticos.
• Um eletroímã é um dispositivo
composto de um condutor por onde
circula corrente elétrica e um núcleo,
normalmente de ferro. Suas
características dependem da
passagem de corrente pelo condutor;
ao cessar a passagem de corrente Esta propriedade nos leva a concluir que os
pólos norte e sul geográficos não coincidem
cessa também a existência do campo
com os pólos norte e sul magnéticos. Na
magnético.
verdade eles se encontram em pontos
praticamente opostos, como mostra a figura
abaixo
Propriedades dos Imãs
Pólos magnéticos
São as regiões onde se intensificam as ações
magnéticas. Um imã é composto por dois
pólos magnéticos, norte e sul, normalmente
localizados em suas extremidades, exceto
quando estas não existirem, como em um imã
em forma de disco, por exemplo. Por esta
razão são chamados dipolos magnéticos.

17
A inclinação dos eixos magnéticos em relação Se pudermos traçar todos os pontos onde há
aos eixos geográficos é de aproximadamente um vetor indução magnética associado
191°, fazendo com os seus pólos sejam veremos linhas que são chamadas linhas de
praticamente invertidos em relação aos pólos indução do campo magnético. estas são
geográficos. orientados do pólo norte em direção ao sul, e
em cada ponto o vetor tangencia estas
linhas.
Interação entre pólos

Dois pólos se atraem ou se repelem,


dependendo de suas características, à razão
inversa do quadrado da distância entre eles.
Ou seja, se uma força de interação F é
estabelecida a uma distância d, ao dobrarmos
esta distância a força observada será igual a
uma quarta parte da anterior F/4. E assim
sucessivamente.

As linhas de indução existem também no


Inseparabilidade dos pólos de um imã
interior do imã, portanto são linhas fechadas e
sua orientação interna é do pólo sul ao pólo
norte. Assim como as linhas de força, as linhas
Esta propriedade diz que é impossível de indução não podem se cruzar e são mais
separar os pólos magnéticos de um imã, já que densas onde o campo é mais intenso.
toda vez que este for dividido serão obtidos
novos pólos, então se diz que qualquer novo
pedaço continuará sendo um dipolo magnético.
Campo Magnético Uniforme
Campos Magnéticos De maneira análoga ao campo elétrico
Campo Magnético uniforme, é definido como o campo ou parte
dele onde o vetor indução magnética é igual
É a região próxima a um imã que influencia
em todos os pontos, ou seja, tem mesmo
outros imãs ou materiais ferromagnéticos e
módulo, direção e sentido. Assim sua
paramagnéticos, como cobalto e ferro.
representação por meio de linha de indução é
Compare campo magnético com campo feita por linhas paralelas e igualmente
gravitacional ou campo elétrico e verá que espaçadas.
todos estes têm as características
equivalentes.
Também é possível definir um vetor que
descreva este campo, chamado vetor indução
magnética e simbolizado por . Se pudermos
colocar uma pequena bússola em um ponto
sob ação do campo o vetor terá direção da
reta em que a agulha se alinha e sentido para
onde aponta o pólo norte magnético da agulha.

A parte interna dos imãs em forma de U


aproxima um campo magnético uniforme.

18
Lei de Ampère Usando a lei de Ampère temos que

Podemos calcular o campo magnético criado


por qualquer distribuição de corrente, usando a sendo a corrente uniforme temos que a

lei de Biot-Savart. Entretanto, em casos que densidade de corrente pode ser expressa por;

possuam altos graus de simetria, usamos a lei


o que implica em
de Ampére.
Definição:

Usando as equações acima podemos


então, calcular o campo magnético no interior
A equação acima é conhecida como Lei de
do condutor,
Ampère e descreve a produção de campos
magnéticos por correntes elétricas. Ela nos diz
que a integral de linha sobre um caminho
fechado do campo magnético B produzido
por correntes é proporcional à corrente
líquida que atravessa a superfície limitada Para qualquer ponto fora da esfera o campo
pelo caminho de integração. tem forma:
A Lei de Ampère só é útil para calcular campos
magnéticos criados por correntes que
apresentem uma simetria sufcientemente
adequada para permitir uma fácil determinação
da integral de linha. Ela se constitui em um
instrumento
de cálculo para campos magnéticos
semelhante à Lei de Gauss no caso de
campos elétricos. O campo B que aparece na r> R
integral é o campo total na linha (Ampère), e
não somente o campo devido a carga ou Fig.2 - Variação do campo magnético em função da

corrente internas. distância

Exemplo: Campo Magnético no


interior e exterior de um condutor
cilíndrico percorrido por uma corrente
uniforme

Fig1 - Campos magnéticos induzidos por


correntes elétricas

19
assegurada independentemente do sinal da
carga estudada.

Forças exercidas por Carga elétrica com velocidade em direção


Campos magnéticos sobre diferente do campo elétrico
cargas e correntes elétricas Quando uma carga é abandonada nas
proximidades de um campo magnético
Efeitos de um campo magnético sobre
estacionário com velocidade em direção
carga
diferente do campo, este interage com ela.
Como os elétrons e prótons possuem
Então esta força será dada pelo produto entre
características magnéticas, ao serem expostos
à campos magnéticos, interagem com este, os dois vetores, e e resultará em um
terceiro vetor perpendicular a ambos, este é
sendo submetidos a uma força magnética . chamado um produto vetorial e é uma
operação vetorial que não é vista no ensino
Supondo:
médio.

• campos magnéticos estacionários, ou Mas podemos dividir este estudo para um caso
peculiar onde a carga se move em direção
seja, que o vetor campo magnético perpendicular ao campo, e outro onde a
em cada ponto não varia com o tempo; direção do movimento é qualquer, exceto igual
• partículas com uma velocidade inicial a do campo.
no momento da interação;
• e que o vetor campo magnético no • Carga com movimento
perpendicular ao campo
referencial adotado é ;
Experimentalmente pode-se observar que se
Podemos estabelecer pelo menos três
aproximarmos um imã de cargas elétricas com
resultados:
movimento perpendicular ao campo
magnético, este movimento será desviado de
forma perpendicular ao campo e à velocidade,
ou seja, para cima ou para baixo. Este será o
sentido do vetor força magnética.
Para cargas positivas este desvio acontece
Carga elétrica em repouso para cima:
"Um campo magnético estacionário não
interage com cargas em repouso."
Tendo um imã posto sobre um referencial
arbitrário R, se uma partícula com carga q for
abandonada em sua vizinhança com
velocidade nula não será observado o
surgimento de força magnética sobre esta
partícula, sendo ela positiva, negativa ou
neutra.

Carga elétrica com velocidade na mesma E para cargas negativas para baixo.
direção do campo
"Um campo magnético estacionário não
interage com cargas que tem velocidade não
nula na mesma direção do campo magnético."
Sempre que uma carga se movimenta na
mesma direção do campo magnético, sendo
no seu sentido ou contrário, não há
aparecimento de força eletromagnética que
atue sobre ela. Um exemplo deste movimento
é uma carga que se movimenta entre os pólos
de um imã. A validade desta afirmação é

20
A intensidade de será dada pelo produto

vetorial , que para o caso particular


Aplicando esta lei para os demais casos que
onde e são perpendiculares é calculado
vimos anteriormente, veremos que:
por:

• se v = 0, então F = 0
• se = 0° ou 180°, então sen = 0,
portanto F = 0
A unidade adotada para a intensidade do • se = 90°, então sen = 1, portanto
Campo magnético é o tesla (T), que denomina
.

, em homenagem ao físico iugoslavo


Nikola Tesla.
Regra da mão direita
Consequentemente a força será calculada por:
Um método usado para se determinar o

sentido do vetor é a chamada regra da


Medida em newtons (N) mão direita espalmada. Com a mão aberta, se
aponta o polegar no sentido do vetor
• Carga movimentando-se com velocidade e os demais dedos na direção do
direção arbitrária em relação ao vetor campo magnético.
campo
Para cargas positivas, vetor terá a direção
Como citado anteriormente, o caso onde a de uma linha que atravessa a mão, e seu
carga tem movimento perpendicular ao campo sentido será o de um vetor que sai da palma
é apenas uma peculiaridade de interação entre da mão.
carga e campo magnético. Para os demais

casos a direção do vetor será Para cargas negativas, vetor terá a direção
de uma linha que atravessa a mão, e seu
perpendicular ao vetor campo magnético e
sentido será o de um vetor que sai do dorso da
ao vetor velocidade . mão, isto é, o vetor que entra na palma da
mão.

Efeito Hall
Em 1879, durante experiências feitas para se
medir diretamente o sinal dos portadores de
carga em um condutor Edwin H. Hall percebeu
um fenômeno peculiar.
Na época já se sabia que quando o fio
percorrido por corrente elétrica era exposto a
um campo magnético as cargas presentes
neste condutor eram submetidos a uma força
que fazia com que seu movimento fosse
alterado.
No entanto, o que Edwin Hall descreveu foi o
Para o cálculo da intensidade do campo surgimento de regiões com carga negativa e
magnético se considera apenas o componente outras com carga positiva no condutor, criando
da velocidade perpendicular ao campo, ou um campo magnético perpendicular ao campo
gerado pela corrente principal.
seja, , sendo o ângulo formado entre
Em sua homenagem este efeito ficou
e então substituindo v por sua conhecido como Efeito Hall.
componente perpendicular teremos:

21
Indução Eletromagnética

Fluxo de Indução
Para que se entenda o que é, e como se
origina a indução magnética é necessário que
definamos uma grandeza física chamada fluxo
de indução magnética. Esta grandeza é
vetorial é simbolizada por Φ.
• Se a reta normal à superfície for
Mesmo que haja fluxo de indução magnética paralela ao vetor indução magnética, o
sobre qualquer corpo, independente de sua número máximo de linhas de indução
forma ou material, vamos defini-lo apenas para o atravessará, logo o valor do fluxo
o caso particular de uma superfície plana de será máximo já que e que
área superficial A, podendo ser a área
delimitada por uma espira, imersa em um onde .
campo magnético uniforme, desta forma:

Se o vetor indução magnética e a área são


valores constante e apenas o ângulo θ é livre
para variar, então podemos montar um gráfico
Então podemos escrever o fluxo de indução de Φxθ, onde veremos a variação do fluxo em
magnética como o produto do vetor indução função da variação de θ, em uma senóide

magnética (campo magnético) pela área da


superfície A e pelo cosseno do ângulo θ, defasada de (gráfico do cosseno).
formado entre e uma linha perpendicular à
superfície, chamada reta normal. Assim:

A unidade adotada para se medir o fluxo de


indução magnética pelo SI é o weber (Wb), em
homenagem ao físico alemão Wilhelm Webber,

e caracteriza tesla por metro quadrado .

É possível também se associar o fluxo de


indução magnética à quantidade de linhas de
indução que atravessam a superfície, de modo
que:

• Se a reta normal à superfície for


perpendicular ao vetor indução
magnética, nenhuma linha de indução
o atravessará, portanto o fluxo será Variação do Fluxo Magnético
nulo. O que é comprovado pela
equação do fluxo magnético já que Saber apenas calcular o fluxo magnético não
resolve nossos problemas de indução, pois
para que esta exista, é necessário que haja
variação no fluxo magnético.
22
Sabendo que o fluxo magnético é calculado Além das duas formas citadas acima, ainda é
por: possível variar Φ fazendo com que varie o
ângulo entre a reta normal à superfície e o
vetor . Uma maneira prática e
Como a equação nos mostra, o fluxo depende possivelmente a mais utilizada para se gerar
de três grandezas, B, A, e θ. Portanto, para indução magnética é fazendo com que a
que Φ varie é necessário que pelo menos uma superfície por onde o fluxo passa gire, fazendo
das três grandezas varie, como veremos a com que θ varie.
seguir.

Indução Eletromagnética
Variação do fluxo devido à variação do
vetor indução magnética Quando uma área delimitada por um condutor
sofre variação de fluxo de indução magnética é
criado entre seus terminais uma força
eletromotriz (fem) ou tensão. Se os terminais
Imagine um tubo capaz de conduzir em seu estiverem ligados a um aparelho elétrico ou a
interior as linhas de indução geradas por um um medidor de corrente esta força eletromotriz
imã, por exemplo. Se em um ponto do tubo ira gerar uma corrente, chamada corrente
houver uma redução na área de sua secção induzida.
transversal, todas as linhas que passavam por
uma área A terão de passar por uma área A', Este fenômeno é chamado de indução
menor que a anterior. A única forma de todas eletromagnética, pois é causado por um
as linhas de indução passarem, ou seja, de se campo magnético e gera correntes elétricas.
manter o fluxo, por esta área menor é se o
vetor indução aumentar, o que nos leva a A corrente induzida só existe enquanto há
concluir que as linhas de indução devem estar variação do fluxo, chamado fluxo indutor.
mais próximas entre si nas partes onde a área
é menor. Como as secções transversais no
tubo citadas são paralelas entre si, esta Fluxo Magnético – Lei de Faraday e
afirmação pode ser expressa por: Lei de Lenz
Lei de Faraday-Neumann
Também chamada de lei da indução
Então, se pensarmos em um imã qualquer, magnética, esta lei, elaborada a partir de
este terá campo magnético mais intenso nas contribuições de Michael Faraday, Franz Ernst
proximidades de seus pólos, já que as linhas Neumann e Heinrich Lenz entre 1831 e1845,
de indução são mais concentradas nestes quantifica a indução eletromagnética.
pontos. Portanto, uma forma de fazer com que
Φ varie é aproximar ou afastar a superfície da A lei de Faraday-Neumann relaciona a força
eletromotriz gerada entre os terminais de um
fonte magnética, variando condutor sujeito à variação de fluxo magnético
com o módulo da variação do fluxo em função
de um intervalo de tempo em que esta
Variação do fluxo devido à variação da área variação acontece, sendo expressa
matematicamente por:

Outra maneira utilizada para se variar Φ é


utilizando um campo magnético uniforme e
uma superfície de área A.
O sinal negativo da expressão é uma
Como o campo magnético uniforme é bem consequência da Lei de Lenz, que diz que a
delimitado, é possível variar o fluxo de indução corrente induzida tem um sentido que gera um
magnética movimentando-se a superfície fluxo induzido oposto ao fluxo indutor
perpendicularmente ao campo, entre a parte
sob e fora de sua influência. Desta forma, a
área efetiva por onde há fluxo magnético varia. Lei de Lenz
Segundo a lei proposta pelo físico russo
Heinrich Lenz, a partir de resultados
Variação do fluxo devido à variação do
experimentais, a corrente induzida tem sentido
ângulo θ
oposto ao sentido da variação do campo
magnético que a gera.

23
• Se houver diminuição do fluxo
magnético, a corrente induzida irá criar
um campo magnético com o mesmo
sentido do fluxo;
• Se houver aumento do fluxo
magnético, a corrente induzida irá criar
um campo magnético com sentido
oposto ao sentido do fluxo.

Se usarmos como exemplo, uma espira posta


no plano de uma página e a submetermos a
um fluxo magnético que tem direção
perpendicular à página e com sentido de
entrada na folha.

• Se for positivo, ou seja, se a fluxo


magnético aumentar, a corrente
induzida terá sentido anti-horário;
• Se for negativo, ou seja, se a fluxo
magnético diminuir, a corrente
induzida terá sentido horário.

Campo magnético produzido por


variação de fluxo elétrico

Correntes de Foucault
Quando um fluxo magnético varia através de
uma superfície sólida, e não apenas delimitada
por um condutor como foi visto em indução
eletromagnética, há criação de uma corrente
induzida sobre ele como se toda superfície
fosse composta por uma combinação de
espiras muito finas justapostas.
O nome dado a estas correntes é em
homenagem ao físico e astrônomo francês
Jean Bernard Léon Foucault, que foi quem
primeiro mostrou a existência delas.
Devido à suas dimensões consideráveis, a
superfície sofre dissipação de energia por
efeito Joule, causando grande aumento de
temperatura, o que torna possível utilizar estas
correntes como aquecedores, por exemplo, em
um forno de indução, que têm a passagem de
correntes de Foucault como princípio de
funcionamento.
Em circuitos eletrônicos, onde a dissipação por
efeito Joule é altamente indesejável, pois pode
danificar seus componentes. É frequente a
utilização de materiais laminados ou formados
por pequenas placas isoladas entre si, a fim de
diminuir a dissipação de energia.

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