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Partir de entao, enrique- teflexdes e, claro, contro- deftontam ¢ um tema é 7 ae ao ciéncia. Os funcionalistas cultivam uma visio diferencialista, um tanto empiricista, na qual ela seria uma atividade especifica, uma instituigao capaz de captar o real inscrito na natureza. J4 os construtivistas favorecem um tipo de viséo micro-social (estudos de caso) na qual a énfase é colocada, menos na organizacio da ciéncia, mas sobretudo na interagao dos cientistas e na organizagao da ciéncia. Eles insistem que os fatos séo uma construcio do pesquisador, elaborada principalmente num local especifico (0 laborat6rio), e nao a mera validacdo de um real exterior aquele que o “fabrica”. Existem ainda os que se dizem transversalistas. Criticos do funcionalismo, eles se afastam do telativismo dos construtivistas, malgrado incorporem suas contribuigdes sobre a ciéncia em ago. Eles contestam A pretensao fenomenolégica sua dubiedade em relagdo aos fatos; ao considerd-los apenas “artificiais”, “fabricados”, a atividade cientffica se resumiria a uma ficgao, algo desprovido de objetividade. Dessas diversas escolas, concorrentes entre si, cendo-se com um conjunto de anilises, vérsias'. Varias perspectivas te6ricas se central nessas discusses: 0 estatuto da genaTo ORT” a, Nao se trata de «apenas uma @ TE animosidade qualquer (esta ¢ siderare! re y de uma sn erencia). OS MOtiVvos 549 predilegae Lane da socololt onalsta esol prézinna Jo funcace” estrucural fe avaliago da ptodutividade dos sisters ta dimensio quantitativa sejg a io que oe ionali ta Ea impressy, iencitica. Neo a a do funcionalismo (es Fie — p e uma inves ‘oposta mertoniana uma Sofisticacsg * na pr i, SO fs a da contagem das citag6es ou da Mo ibliograficos. Contudo, a afinidade a cepgoes merece ser explorada, elas Este é 0 aspecto relevante para 0 determinados critérios da politica it e a problemitica deste livro, ‘entifica se consolidaram 10s remete P! sa xe li ae is incompreensoes, enfatizo: em hipétese i cual: P s a ayn ie pode ser vista como causa da organizacio alguma a lingui eeearhe tes ee da ciéncia. Tal inferéncia seria inteira: p. umento que interessa é de outra natureza. 136 fancionalisti a de mat fio de utilizagao : existente entre essas duas pe! partilham um terreno co! mim, pois 4 maneita com Acontribuigéo de Merton € reconhecida por todos (ate por seus criticos), Sua tese de doutorado, Science, Technology and Society in Seventeenth Century England, publicada em 1938, € um marco’, Nela, ele quer compreender as origens da ciéncia moderna. Logo no inicio do texto so apresentadas algumas hipéteses mais gerais. Primeiro, uma distingao conceitual entre os nfveis institucional e motivacional. Merton evita um tipo de explicagéo que se ancore na motivagao pessoal dos cientistas, como se eles tivessem inteira autonomia para atuar e propor uma agenda de trabalho inde- pendente de outras interferéncias, Segundo, e o autor a anuncia rts ct ds ei ee perspectiva existiria uma eal oe Hin % ae a nios da sociedade; Por exemplo, oie 7 ‘ercrminados = distincas, cada uma delas 2 is ‘Conomia e religifo sao esferas 81da por normas e valores especi- ‘A DIVERSIDADE Dos soTAQUES pois, diante de uma fungdo positiva, de um nismo social que atua no sentido do bom funcionamento do ‘erso cientifico. Entretanto, como em outras esferas da socie- unt oda instituigéo conhece também disfuncdes, Uma delas é 0 a Mateus” (por causa da passagem do Evangelho na qual Sio ‘felts diz: “Para aquele que tem muito serd dado, ele terd i vindnciss para o que nada tem dele seré retirado até mesmo 0 “ye possui” ). 0 crédito cientifico distribui-se assimetricamente entre OS cientistas, tendendo a se concentrar naqueles previamen- — onsagrados'. Isso ocorre com os laureados do Nobel, ao co- jssinarem artigos CoM Outros parceiros, recebem um reconhe- cimento maior do que seus colegas. O corolario é também ver- dadeiro. Aqueles que publicam em conjunto com os laureados, rticipam de um prestigio que outros pesquisadores, menos co- nhecidos, nfo conseguem desfrutar. O efeito Mateus intensifica a yisibilidade de alguns em detrimento de outros. Como a ciéncia funda-se em valores “neutros”, eo ideal democratico e impessoal éum deles, nos deparamos com uma distorgao a ser corrigida. ‘A énfase no sistema de premiacdes conduziu a uma série de estudos a respeito do tema da visibilidade. O exemplo de Stephen ¢ Jonathan Cole (séo irmaos) € sugestivo. Eles constroem uma amostragem a partir de entrevistas com fisicos norte-americanos jsolando alguns critérios: idade, prestigio do departamento, pro- dutividade, némero de premiagées obtidas. Através de uma meto- dologia de cunho estatistico eles estabelecem uma correlacio en- tre cada um desses itens; para isso é necessério hierarquizar a amostra segundo um gradiente no qual um dos pélos se caracte- riza por uma grande produgao de artigos, e outro, o seu oposto, no qual terfamos a hipotética possibilidade de alguém nada pu- blicar. Entre esses dois extremos encaixa-se a maioria das pessoas que teriam escrito alguma coisa. O passo seguinte € cruzar essa varidvel — produgao de artigos —, com as outras — prestigio do departamento e premiagao. A conclusao do trabalho nao deixa de ser interessante: “Poderia-se esperar que o ntimero absoluto dos artigos publicados pelos cientistas influenciasse sua visibilidade. E de fato, a quantidade de artigos publicados est4 correlacionada com a visibilidade. Entretanto, quando se controla a qualidade dos trabalhos dos fisicos, a quantidade praticamente nao possui nc mec | 140. RENATO ORTIZ nenhum efeito independente na visibilidade. Pode-se — concluir, que para os fisicos que produzem artigos de ps Sin qualidade, no faz nenhuma diferenga se sua lista bibligpg or etde : aie ogra extensa ou ndo”’. Ou seja, a qualidade redimensiona a correla existente entre produtividade e visibilidade. Entretanto sto trabalho anterior, “Scientific output and recognition” Utilizange mesma amostragem, os Cole analisam a telacao Pts a reconhecimento e sistema de mérito (e nao apenas a Visibilidaga® A pesquisa manipulava um conjunto de informacdes a Bia tratadas numericamente, apresentando um problema Operacig, ™ Como quantificar a relacio entre os trabalhos Publicadgs qualidade da pesquisa realizada? A resposta € simples, es mplis, ; “Parece que nao existiria nenhuma maneira Pratica de se edie” qualidade de um grande niimero de artigos, do total de trabathe de um grande ntimero de cientistas. Alguns anos atrds, a inven, = de um indice cientifico de citagdo propiciou um Novo ae instrumento que possibilita a medico confiével © valida * significado individual da contribuicao dos cientistas em determinados campos da ciéncia.... Desta forma, , torna-se i Contar, a partir de 1961 e alguns anos Posteriores, o nina citagdes recebidas por um artigo ou grupo de artigos elaborados pelos fisicos. O namero das citagdes fepresenta assim a telativa importancia da qualidade dos artigos em cada drea”®, Os autores nao esclarecem ao leitor, de maneira Convincente, a relagio entre qualidade e quantidade. El. ificuldade a seq enfrentada, a mensurac seguida, contorné- y A DIVERS ERSIDADE pg 05 SOTAQU ms ~ © pifest- Os escritos de Derek de Solla Price tepresentam bem ana rendéncia. Considerados Por muitos como um dos “pais” da st ometriay eles constituem uma espécie de tipo ideal. A frase ce pertura do capitulo, “Diseases of Science”, do livto Science Since B hylan, € sincomatica ‘uso da matemética e do método légico “qa cal ponto enfaizado na estrucura da ciéncia, que ninguém e je duvidar do poder que eles possuem em ordenar o mundo da Pservacao"”- O elogio nada tem de gratuito. Ao cultivar a cer- oe ea c nalariee quer se afastar da visio imprecisa que marcaria outras abordagens te6ricas. Comparando sua proposta 4 jueras, ele escreve: A historia da ciéncia difere consideravel- mente dos OUCOS CiPos de histéria, caracterizando-se pela virtude de organizar de forma mais eficiente um vasto conjunto de mate- rial, e também pelos critérios objetivos que existem para os fatos de ciéncia € que necessariamente nao esto presentes nos fatos das outras hist6rias”"*. Para ele, em razio do ordenamento racional das disciplinas, seria possivel falar de maneira objetiva (“neutra”) de Boyle ou Galileu, mas impossivel fazé-lo das relagdes entre a Franca, Inglaterra e Estados Unidos. Abre-se assim a perspectiva de construgéo de uma “ciéncia da ciéncia” que partilharia a essén- cia do proprio objeto que busca compreender. Como a ciéncia ja éem si “cientffica”, uma meta-ciéncia seria a mera extensao de sua cientificidade. A tautologia funda as raizes de uma tarefa que repousa sobre uma evidéncia indiscutivel. Price apresenta suas idéias no livro Little Science Big Science'”. Sua intengéo € descobrir as “leis” que regem “a” ciéncia. Um pouco como os autores do século XIX acreditavam em tendéncias imuté- veis (evolugao, progresso etc.), ele busca por regularidades mate- matizveis. Isso lhe permite enunciar uma série de verdades estatisticas. A primeira refere-se ao crescimento exponencial da ciéncia. Utilizando dados empiricos sobre 0 némero de revistas existentes e das publicagdes especializadas em resumos de pes- quisa, ele descobre que seu ritmo de crescimento é superior ao populacional. O desenvolvimento do ensino superior, a criagio de Novas universidades, o ntimero de doutores formados, 0 advento de institutos de pesquisa, indicam claramente uma mudanga de RENATO ORTIZ Ma le uma “pequena ciéncia” pi ae oS ide é jue esta ascensao regular ag longo d ciéncia”, Price demonstra q utva logistica. No inicio, suq p28 séculos tem a forma de — aeiere iret. estreita (os séculos Pa os Jo a um teto. Este € 0 Problema, 4, minha rapidamence em pea ieee de saturacao; a partir dat a curva logistica ome ie sea implica num impasse, 4,” ° impero inicialdeclina. A descobert padece de uma “doenga de sua vitalidadeaparence a ciénca pause cE dentemenee, os algo necessita ser feito ie haveria a necessidade de se ea circunstancias de a eae nao pode, porém, recaig er qual caminho seguit. Es iam seus préprios ; mios dos cientistas, eles defenderiam Prépt ‘ interesses, tampouco seria prudente deixa-lo a deriva, a mere das demand, conjunturais externas. O autor esclarece = jetivos numa con. feréncia que faz na Fundagio Ciéncia da Ciéncia: “Deixe-me subj; nhar a necessidade universal de existir para a ciéncia ea tecnologia uma base cientifica para o conhecimento; esta nao seria uma Neces. sidade constituida por uma colegio de afirmagGes relativas aGio, por mais sabias, bem informadas e abalizadas que fossem ag opinides dos cientistas. Pelo contrdrio, precisamos de coisas como estatisticas do crescimento da energia, da economia da ciéncia pura ¢ aplicada, da distribuigao dos esforcos, da localizagao Be0graficg da pesquisa, dos hébitos de intercambios, do Prestigio, os precedentes histéricos e os problemas de comunicagio da ciéncia, Necessitamos um corpo de conhecimento cientifico que possa vir a ser a base de politicas que os Sovernos e os cidadaos venham a requisitar”'’. Uma polftica de avaliagao da ciéncia, delineando as direcées estratégicas, orientando a Ptioridade de. financiamento, Corna-se imprescindfvel. Esta exigéncia universal no seria a expressao de uma vontade pessoal ou de um credo ideolégico, mas a emanagao inequivoca do préprio espirito cientifico. A segunda “lei” aplica-se A produtividade dos Pesquisadores. Trata-se da distribuicao estatistica do ntimero de artigos publica- dos por individuo. Confere-se ao ntimero de textos publicados um » © que permite agrupar os autores numa ordem decrescente de produtividade. A lei atesta uma divisio entre a “elite” que publica muito e a “massa” que pouco contribui com patamar. Passa-se d Can ae ‘A DIVERSIDADE DOs SOTAQUES 4 145 = Segundo a ° célculo desta distribuigéo assimétrica ependeria fas disciplinas cientificas e da data das publicagées, in , suficiente que a matriz de artigos com a qual se trabalha oe sere por um perfodo de tempo razodvel. Assim, num snivers® de Eee fe autores, 180 deles no iriam além de seu eG a ultrapassariam o teto de 10 artigos cada 2a pts eriam ser realmente considerados prolixos. price descobre ainda que a mesma lei aplica-se as citagGes e as revist®S- Novamente, 0 problema do crescimento exponencial se apie: Como orientar-se num Universo no qual a proliferagao da informagéo torna a vida do cientista impraticavel? A resposta encontra-se na divisio entre “elite” e “massa”, ou seja, na possibi- jidade de distinguir entre os “melhores” e os “piores” produtos cientificos. No caso das Tevistas € necessério um critério para classificd-las. Price considera que “intuitivamente” o uso preen- che tal funcao. Para ilustrar sua intuico, ele refere-se a uma pes- quisa realizada pela Biblioteca Cientifica de Londres (em 1956), na qual do total de 9.120 revistas cientificas, mais do que 4.800 dos titulos nunca tinham sido utilizadas durante 0 ano; 2.274 uma tinica vez. Em contrapartida, as revistas mais “populares” ti- nham sido requisitadas 382 vezes, das quais 60 titulos tinham sido consultados mais de 100 vezes e, a metade deles, concen- travam-se em apenas 40. Portanto, menos de 10% das revistas seria suficiente para cobrir 80% da demanda. Como o uso é um. sinal da qualidade (isso lhe parece 6bvio) é possivel agrupar as publicagées de acordo com o ntimeto de vezes em que foram visitadas. As mesmas caracterfsticas da produtividade individual eda exceléncia das publicagées se reproduziriam no dominio das citages; os autores mais prolixos sao geralmente os mais citados, eas revistas mais citadas, as que congregam a elite cientifica. A aplicagio do método estatistico permite assim hierarquizar os cientistas, as citagdes e as revistas. A cientometria ocupa-se da medigo dos produtos cientificos, cla fundamenta-se num tipo de pesquisa quantitativa de tudo aguilo a que pode ser associado um mimero (Scientometrics € fun- dada em 1978). Neste sentido, ela partilha alguns elementos de uma tradic&o que Ihe é anterior: a bibliometria. Esta prética, anti- ext e para 4 aplicagéo da mate. st i a oltava-Se rcigos. Ela era cay jiorecdti0% ve j aos 1iveos © 2 : aoe, Paz re os bid ys estar ICO da dos rextos cisponivers Oma seod 0 jzada ! za ex : prices 205 seg ier or ela restados, Uin emplo: a vigos rate a grande dePressio nog pibliorec# ea d, Nos anos he ee se restringit OS Bastos g z nate et esfo! fstos 40S documentos Classifica. id baixar 08 CUE” identificagao do material c nism a” aaa rein enconera UT) njei de Bradford” petmitia iden. dos. Urs cindivel. 4 ais consultadas de cada 4rea, as do que deveria sey 2 : base part 1 PI ica, apenas cangencial a0 Universo io do ‘Science Citation Index (1964) cienttico, etd na DASE CE ado por Bugene Garfield. Sey vie na reoria da informacao, havia descoberto matematicamente as citagdes distribuidas 5 bibliégrafos, ele ordenava em “listas” 9 inda o Institute for Scienti material coletado. Em 1958 ele fo Cont f oe Information que publica a série Current Contents; nos anos seguintes, a técnica de triagem da informacdo € aprimorada e aplicada na elaboragao do Indice de Citagéo Genética (am convénio com o Instituto Nacional da Satide). A utilidade de uma ferra- ‘menta deste tipo era eminentemente ptdtica: fornecer informacdes relevantes para os cientistas. Mas a construgao de tal empreen- dimento deparava-se com varios desafios, do financiamento 4 solugéo dos problemas técnicos. Havia ainda uma questao de eee A pratica bibliogréfica estava restrita a um campo secundétio da especializacio universitéria. Ela possuia pouco Prestigio, era necessdrio traduzir a importancia do conceito de citagaéo para o mundo cientif ientifico, sitio dh ols egfinas ck O. Isso. levou Garfield a se : sociologia da ciéncia (De Solla plicagoes i Poe oducao de list um ; jidealizador, incere uma forma de tratal num texto. Como 0 ssa Nao se pod le entend a fora do er a emergénci: : contexto politi ‘Bencia do Science Citati : ees nore-americano" fn ee Index ocada pelo : , decorrente Pelo lancamento do satélite Sputnik, > Para ser efetiva, ' Entretanto, devido ao » €xiste © perigo da ciéncia fi cia frag- mentar-se numa massa de descobertas re 5 cig titi ior ai tonflito de especialidades que jé nip €petitivas, pior ainda, no ‘ada... de novos instrumentos de busca de informacio (0 index de cita- io). O projeto de Garfield esta intimamente associado as gestdes que se fazem no 4mbito do Estado americano, tendo sido inicial- mente financiado pela Fundacio Nacional da Ciéncia (devido ao montante dos custos, ele é comercializado). Ele partilha um am- biente no qual a emergéncia da “sociedade da informacio” é tam- bém altamente idealizada. Num artigo escrito para Current Con- sents, a0 apresentar sua inten¢io ao leitor, 1é-se: “Da maneira como a vejo, a biblioteca ideal deveria ser capaz de suprit instantanea- mente as informagées. Como ideal de facilidade de uma biblio- teca, The Informatorium teré de satisfazer a demanda de uma ampla variedade de informacio, para uma populacdo intelectual altamente treinada cientificamente. Prevejo, com otimismo e €speranca, que na virada do milénio haveré um novo Renasci- mento no qual a populacao do mundo inteiro estard sedenta por conhecimento””. O debate sobre a “crise da informagao” é uma Constante no meio bibliotec4rio nos anos 1950. Reiteradamente, m fungio do aumento vertiginoso do nimero de publicagées, insiste-se que a atividade de classificagéo das fontes tinha se guna 08TH nerosa de se efetuar. Esty ificil © OP elaborado por De Soll OOO; nto cientifico, Sey desenvo! ' enfermidade crOnica, eae wjemen0 decisivo para 9 et teh A crise da informacig sation am a constituicio de uma as_cenerals voverno norte-americano na imple iversas tentativas que se icica cientifice re Jidando as di © dugio de ink politica stas vidveiss V™ a gestio @ produgio ing 08 —- la busca de resp is apresencam i jalizagio dependente do mages indexadas. sce como um especializag ia nas ica. Sua expansao pro- Sea cientifica € recnoldgica: 2 observam ts iagao ao 2 mercado de avaliag! Gua pascal Rago ahe longa esta vereda. Terty Ive-se paralelamente 4 padroniza- Jemanda cient ométrica desenvo! lee an in écnicas de mensuracao da ciéncia?!. i i las tect internacional im OCDE tem um papel importante na difusio de socidlogos nos mostram que a estatistica pos- -asdes. Uma, propriamente matematica, diz respeito sui duas dimensées. Uma, proph dio de determina- 2 ‘a, sua aplicagdo na compreensa ¢ ina. Co ee eee inda uma outra cara, pois trata-se das questes. Mas ela encerra ain ee eae de uma técnica incorporada por algumas ISCILUIC OCS! Ustoria da estatfstica € duplamente metodolégica € social; enquanto técnica ela somente adquire um status institucional no século XIX e no decorrer do XX, quando sio produzidos um conjunto de informagées de ordem econédmica e social. O mesmo ocorre com 0 universo cientifico. Benoit Godin ao analisar a produgio de estatisticas sobre a ciéncia entre 1906 e 2006, um periodo con- siderdvel, nos traca um quadro esclarecedor”, No inicio, este era © interesse de apenas alguns homens isolados: Galton publica fo Man of Science em 1874 e James Cattell, American Man of Babel fon eo Somente em 1939, com o trabalho de J. : ‘ utor importante de Garfield) The Social Function of Science, pela primeira vez na histori fscica.€ estimado o volume de cae ‘a historia da estatistica, € vidades Cientificas, Nos anos 1950. ae a ee cal “i incentiva este tipo de estudo, ¢ a Fundacio Nacional da Gee tudo, € o debate em torno da alocagao ao organismo como 4 seus principios. Os r . verbas para sae & _issenvolvimento (C&D, esta éa sigla) de anse uma constante. Os estudos histéricos tém uma virtude, permicem situar a origem de alguns movimentos. Godin nos * ra que 0 exercicio de mensuracio da ciéncia nasce nos paises o-saxoes (Estados Unidos, Reino Unido, Canad4) para depois, crv de eee oe se espalhar pelo mundo. A OCDE em um a ‘ a evo porque o plano Marshall, desti- pad a ae al ‘ucopa, Promove uma série de medidas pata ts ar a ee Consolida-se, assim, um pa- jirio metodol6gico que € posteriormente assimilado pelos gover- os de cada pais. Mas ele encerra um conjunto de concepgdes implicitas, geralmente pouco visiveis e discutidas. Um ponto central desta “visdo de mundo’ € que a ciéncia é uma atividade de esquisa, 90 de conhecimento. Claro, uma atividade que produz conhecimento, mas nao um conhecimento que lhe é anterior, € ue se desenvolve a partir dela. A inversio dos termos nao é jnocente. Ela padece de um viés instrumentalista, valoriza os re- sultados para melhor agir sobre os seus “produtores”. Outro as- pecto: @ pesquisa é vista como uma atividade sistemética e institucional, caso contrrio, seria impossivel pens4-la como obje- to de contabilidade. A estatistica sobre a ci€ncia orienta a acdo politica dos governos € a gestao de um sistema que absorve recur- sos. Os mesmo princfpios passam a valer para as intituigdes uni- versitérias e institutos de pesquisa, e neste caso, a cientometria cumpre o seu papel. Ela permite classifica os cientistas segundo sua produtividade, definir as revistas no ranking nacional e inter- nacional de publicagao, ordenar e hierarquizar as citagées, progra- mas de p6s-graduac&o, universidades, enfim, um conjunto de operagdes que fixam o nivel de financiamento “ideal”. A bibliometria encontra assim a estatfstica produzida pelos econo- mistas e técnicos, constituindo-se num instrumento da gestdo intelectual. ‘A DIVERSIDADE Dos sorAQUES aad 1 O termo citagdo é polissémico. Littré o considera “uma passa- gem emprestada de um autor que € uma autoridade”. Muitos contém UM Fepertérig 150 neste fOFMAC ira, a idéia de ay, aad hoje empregamosg g ma come do Direito. No decorrer de a esfera oe apresentar diante de meia-se alguem ae los ideais cientificos, ¢ oe ente, embora es de Garfield amadure. ja, Ironicanr primeiras fOr = firma de advocacia), Qs . war tempos familiarizados ue organizava as Citacdes Jas podiam ser consultadas ¢ 5 1s quais cada um estava trabalhan- ee seis artigo 00 qual Garfield explora do. E sintom: 1954, enticule-se “Shepardizing the scientific a idéia, publicado em do remoto algo de exemplar: as citacdes Jiterature”. Ha neste passat on vipalmente €ssas aS vircudes ens]. sio simples € préticas. = ae da citagéo é a sua forca tecidas em sua ae ee da indexagio via citacio é ane wae 7 nee ia informagio”®. Qualidades cuja obvie- tividade ee, dade prescinde de qualquer tipo de ee jo Os bibliotecdrios utilizavam a chamada “lei” de radford para jidentificar os livros e as revistas mais consultadas nas bibliotecas, Garfield aprimora este procedimento ao definir o que ele deno- mina de “revistas centrais”. Cada disciplina seria composta por um nticleo de publicages no qual se encontraria as informagGes mais relevantes. Como delimitar este espaco centralizado? Atra- vés do agrupamento e da hierarquizagéo das citagdes; a andlise estatistica levaria a seu contorno. Garfield utiliza a imagem de um cometa para ilustrar seu raciocinio. O nticleo representaria a centralidade dos textos de um determinado tipo de literatura, sua cauda, formada por “fragmentos e moléculas de gas”, indicaria a rare ees Fraps Fee a, nao seria Necessario fazer a triagem ‘asiado amplo, bastaria identificar sua confi- sos judicials. CS ‘A DIVERSIDADE DOS SOTAQUES 151 1,000 revistas S80 necessdtias para se obter 95% da litera- 500 gis significativa Publicada numa determinada drea, Em at jalaveas, para identificar 95% da literatura significativa de ut minado campo, um indice deveria cobrir de 500 a 1.000 rt A nogao de “revistas centrais” associa-se assim a de anci@ central ae neta que as citacées traduziriam a sjidade do eraba 0 cientilico, as publicagGes “centrais” denota- ao prestigio ea criatividade de uma ciéncia, também nuclear. ae escariam contidas as “melhores” € as “mais significativas” Ne buicoes de um determinado campo de conhecimento. Ou- fi ascrumento de medigao introduzido pelo Institute for Scientific ymation & 0 fator de impacto. Trata-se de uma propriedade das ee Ele calcula a probabilidade de um artigo ser citado. O ae oda curva de citagao ao longo do tempo mostra que nos pri- meiros anos ela cresce exponencialmente; a partir de um maximo la giminui, também exponencialmente. As citacdes, apés conhe- cerem um climax, declinam € tornam-se obsoletas (pode-se calcu- Jar sua “meia vida’ ). Em principio, o fator de impacto mediria a ssivel “influéncia” de uma revista na literatura produzida em cada disciplina”. Oalicerce deste s6lido edificio € frégil. Ble repousa numa légica circular: os trabalhos s&o citados porque séo bons, conseqiien- temente, sio bons porque sao citados. Mas, o argumento permite estabelecer o elo necessdrio entre exceléncia e reconhecimento. Va- lores fundamentais do campo cientifico podem ser traduzidos em ndmeros. Os estatfsticos sabem que uma correlagao é distinta de uma relag&o, os estudos cientométricos evitam prudentemente esta questéo. Eles afirmam reiteradamente, sem o demonstrar, que a * Para se calcular o fator de impacto de uma revista num determinado ano, divide-se 0 néimero de citagdes que ela recebeu nos dois anos anteriores pelo ndimero de artigos publicados nesses anos. Exemplo: fator de impacto de Nature em 1998. Citagdes em 1996 = 27.999; em 1997 = 24.505. Nuimero de artigos publicados em 1996 = 885; em 1997 = 936. O resultado é: (27.999 + 24.505) / (885 + 936) = 28,833. genaro ORT? Go ent: 132 evelada na COF relag os Je/quant nenhum ee go qualida i a i indivi. relagio ‘ rolixid! ‘ : palidade cee i =o u 7 2. de sua manifestacao ny ee ‘onsideradas ™ ila através 46 da coe el ee ti Tidade, é suficiente “Bn nda & unicidade da cle lad ‘As aidade, € 4 ram-se niveladas, Age; rica, A andlise PTO" gisciplinas en rm iscema no qu jnscrumento cua oe 4 Gest de impacto = lependentemente de suas caracteristicas ‘ alizagio, indep (fala-se em “fator médio” para ualquer espec odificat-s¢ icabili é facor, em S!> siologia etc.), mas nao sua aplicabilidade. Ble g Fisica, Medicina, ee erdade escapa as tradigGes cientificas @ as um célculo abstrat0s 8 fos. campos disciplinares. O nivelamenty je organizacao eadefinicao de “revistas centrais” € tam. esende-se as publicagoes, alizacao; transcende as disciplinas, o ug bém um artificio de univers Mae ibui aos textos 2 ificado que cada uma delas attibut 20: : ae premissas S40, evidentement?, on quando aplicadas as Ciéncias Sociais. Os préprios estuc , cientomeétricos indicam que nelas o livro € 0 suporte mais utilizado*, 4 econometria das citagdes tem, neste caso, pouco ou nenhum sentido. Por outro lado, a nogao de obsolescéncia contradiz 9 estatuto do proprio conhecimento que se quet compreender; por isso as pesquisas realizadas apontam, ao lado da preferéncia pelo livro, uma pléiade de autores que em principio deveriam ter desaparecido na “era da informacao” (Marx, Lenin, Weber, Parsons etc.). Imaginar a existéncia de um fator de impacto, aplicado apenas as revistas, como mecanismo de influéncia em relacio & pesquisa, é ainda uma enorme incompreensio. Um exemplo: a Proporgao de artigos no citados indexados pelo ISI nos cinco anos apés sua publicago: em Fisica eles sio da ordem de 37,7%, nas 1%, * Um exemplo relativo : a0s dados do IST utiliza-se 94,3 ee ; gilimse 943 de ac Publicado em revistas; ica apnea stip iinzel e U. Schoepflin, “A bibliome- A%. Ver W. G trie study of a yf reference literature in the sciences and social sciences”, anagement, ol. 35,1999. Information Processing & M, A DIVERSID DE DOS sory, rAQUES 153 anidades, 98%". Quanto a «4,. HHunmela é descabida, Ag City Gi de rei (oe 1 ae : as res a0 ‘. ga de - ce : de hierarqui Sto exig Possuem o mesmo pacureZa- P aa tal critério Pata ordeng jl tente nas ciéncias da iro um exemp a empitico, uma espécie o € um contra-senso, uma pesquisa “cléssica” feita com aj oe Pelo absurdo, jogical Review, American Journal of. cae Istas (American Socio- priori que elas constituiriam 9 nu BY, Social Fortes), considera, fom consideradas outras sete Publicacies 'minado (1960-1970) e rivas de diferentes dreas de especializaci ( familia, rural etc.). O resultado Sold primeira década apés sua public foi citado em todas as revistas, Trinta por cent foram €M apenas uma revis; ae em mais da metade das revs, ne PE cento foram anos ap6s Sua publicacao, aproxi: s primeiros dez imadamente um 1 i fs : : rerco dos publicados nas revistas centrais be Se atin Nunca foram citados, Doi: : . se IS tercos dos artigos citados o foram em trés ou menos revistas””, Ou ae ° impacto é definido pela sua inexisténcia, Nao obstante, tais lacunas surgem como rufdos que Passam desapercebidos. Elas nao comprometem a natureza do objetivo a ser alcangado, e esquecé-las éconveniente. A elaboracio de um index seria impossfvel caso nao houvesse antes uma selecdo. Sua fabricacio deve apoiar-se em algo legitimo e factivel. O postulado da assimetria entre “elite” “massa” tem aqui um papel decisivo, ele Garante a autoridade e a praticidade do empreendimento. As bases de dados produzidas sio “boas” porque escolhem o “melhor”. Desde que a selegdo seja cri- teriosa, nao ha necessidade de ser exaustivo em relacio & literatura manuseada (estatisticamente, seria uma perda de tempo). Em con- trapartida, uma vez confeccionado, o produto final retorna ao cam- po da ciéncia, ele € o espelho de seu labor e de sua originalidade. Mas o que € uma citacgdo? Ela é uma unidade que permite a claboragdo de um conjunto de indicadores. Nao se trata de uma teferéncia especifica, isolada ela faria pouco sentido. Enquanto indice contébil, ela encerra uma qualidade singular: sua fre- quéncia pode ser agregada num nivel superior, obtendo-se assim. ac40, nenhum i ae uisa, instituics, : ié de sruPe nto reac ee tagio de f iien igs. © rae oe dos nmeros. Ele ordeng rst ee ae jescritO arm yblinba um elemento inte. vim sistema que POCS oy uma construcao de segunda ‘eros € 05 tEXEOS: a: a citagao g abordagem de Garfield, na oe reece Uroa distingao prelim. 2s, Com Iss 0 “coisa em go. Antes de processé-la, oe fer’ f conté-la. Para evitar arbitrarie. jimento de contagem © essencial, se nas notas de pé-de-pagina, : “Falando metaforicamente, paisagem das realizacdes passagem das idéias”», ‘mati dades, a not! Gales a metodologia escolhida ¢ e Ou como Blaise 5 2 a ee = tescemunham a académicas; pegadas qu lem se peep cedss woes a las nao Nao obstante, ¢! es marca seja inde! ével, sem nenhuma dubiedade, Ai ja ind i hi a ubi : necess4rio que sua ; caso con! o. A nota de pé-de-pagina frio, i ia-se no err crario, incorreria- i resenca. 10 final) materializa os tragos de sua pre ng ou setae ni M: to escrito Ihe oferece resisténcia. Uma reteréncia las o text cae sae a | ocupa uma localizagao textual, sua posigao nao € aleatéria. Assim, i radas pois extrapolam a pertinéncia: nota de i ao ignot ocean eee a epigrafe. Sua disposi¢ao, n0 alto da pagina, indica ser ela uma inscrigao (no passado, Jazia na superficie das pedras, estdtuas, moedas); nao ha como mové-la. Contudo, uma epigrafe nZo possui unicamente um aspecto emblematico ou retérico, ela € também um artificio de intertextualidade, encerra um motivo que anuncia 0 argumento a ser desenvolvido. Ela dialoga com o texto, é uma espécie de guia para a andlise e a interpretacio. Mas existem outras especifici- dades, descartadas como itrelevantes, cuja persisténcia atribui-se geralmente aos hébitos informais dos cientistas sociais. Um weberiano ao referir-se a seu Mestre no corpo do texto, nado tem ne ‘A DIVERSIDADE DOS SOTAQUES 155 yelaues formes primitives de classification”, publicado no Année ped ‘igh ‘A tese central é que as categorias de espaco e de wilt8 40 de natureza social. Elas nao derivam, + como eles em? ncluséo do tral ‘ i i te na co balho, “das leis Berais do jie mento”. Em nenhum momento Kant é nomeado, mas e rem € clara € coneraptie-se @ sua perspectiva, na qual a ra COMO, priori, universais. Isso nao constitui, porém, ie i mpecilho pata sua compreensio. A alusio é percebida, acada, aceita, OU criticada. ee fim, o todapé da pagina. Sua existénci d nao € meramente jancional: indicar a otigem de um dado bibliogréfico. Ele delimi- um espago ea nee no interior do qual um certo elemento Se estaca do texto; a escrita adquire assim uma gimensfo polifénica pois a voz principal € acompanhada de uma yot secundaria (remeto o leitor ao sugestivo texto de Leopoldo Waizbot)”. Trata-se, portanto de um recurso de expressio ytilizado para ampliar a complexidade do discurso. Nao dizia Marx “que © essencial Se encontra nas notas de rodapé”? Dificil- mente poderiamos reduzi-lo a idéia de referencial, ele encerra outras yirtudes. Por exemplo, media a relac3o com 0 texto, introduzindo uma modalidade argumentativa que 0 modela e o enriquece. Ao jntroduzir uma quebra do ritmo discursivo, abre-se uma janela na qual argumentos paralelos podem ser desenvolvidos. Basta lermos um livro como o de Bourdieu (La Distinction), no qual as notas sio abundantes, pata percebermos que o autor lanca mao de uma técnica estilfstica para dialogar com a pesquisa empitica realizada, assim como as implicagGes teéricas e criticas que sua abordagem possa levantar. Mas as notas de rodapé muitas vezes constituem fragmentos com vida prépria (lembro, o romance folhetim, na sua origem, era escrito na parte inferior da pagina do jornal). Nela os autores desenvolvem temas distintos, fazem especulacdes, “se soltam”, e geralmente, no caso da reedigéo de um livro, defendem-se das criticas que lhes foram feitas. Neste sentido, o todapé partilha com a epfgrafe uma mesma qualidade, ambos sdo marcados por sua espacialidade. A idéia de referéncia reveste-se de um sentido particular. As frases: “este autor € minha referéncia” e “citei este autor”, nao so ee. ORTIZ i RENATO 0 equivalences. No entanto, tal procedimento, ctia dificylg técnicas, Contrariamence as referencias, as citagdes sg, a igus, possuem o mesmo valor, pot i880 podem ser cop, 28 zadas. A operacao de segunda ordem, a qual se referia Woute ili, a transformago da referéncia em citagdo. Para constituir yyy" € gue sobrevive fora do rexto, ela deve esvaziar-se de seu cones Uma marca isolada é identitaria, esgota-se nela mesma, nig do, sui nenhum interesse matematico. Toda citacéo € else resulta de uma prévia operagao de descontextualizacao, Ha al ¢ trabalho algo andlogo ao que Marx havia descrito para o rein mercadorias. Seu “valor de uso”, ao transformar-se em oe das ba, permice que elas circulem sem maiores entraves, oe aprisiona a determinadas situagdes, as sedimenta Na tradi, ae = imobiliza em suas raizes. A comparacio entte metcadorige ©? sas (possuem 0 mesmo prego; so mais caras do que a a somente € possivel quando a elas se associa uma mes, : a dle medida: o equivalente universal. As citacées posse te dades similares, elas transcendem os co ee circulam entre as disciplinas cientifias, Podge nivesa, 5 ipiinas cientificas. Podem ser ainda Po ‘A DIVERSIDADE DOs SOTAQUES 157 ae edicina; somente mais tarde € produzido 0 Social pole Ci ination Index. A extensao do projeto é vista como uma jn on sis nada conteria de controversa. Garfield, ao apre- novo produto ao publico, diz até mesmo estar perplexo tt as 9 natural da ordem das coisas: “E um tanto irénico que dt isve ae sido produzido apés o SCI, pois a maioria dos cien- 0 ociais parecem entender quase que intuitivamente 0 con- rises eum indice de citagio”*'. Poderia-se objetar que nessas dis- cit? js 0 regime da citagao reveste-se de alguma particularidade: spl io se critica alguém. O ntimero delas nao corresponderia, ramen a idéia de exceléncia. Porém, alguns socidlogos contornado a eventualidade desta objecio. Jonathan e ‘ole, num artigo no qual pretendem demonstrar, sem 0 Jo, a relacdo entre quantidade das citagdes e qualidade do tra- ee cientffico, deparam-se com este problema. Como entender a equivocos? A resposta tem algo de anddino: “As citagdes, além i serem utilizadas, podem se referir a artigos que sao criticados e portanto rejeitados. Porém, € pouco provavel que trabalhos de uco valor tenham tao pouco significado para merecer uma crf- tica tio extensa. Se um artigo apresenta algum erro que freqiien- temente suscite sua critica, embora errado, ele é provavelmente significativo... N6s sugerimos que essas poucas pecas de pesquisa que estimulam um amplo criticismo, possuem, de fato, o papel de estimular outras pesquisas””. Ha neste raciocinio uma contradi- havia sep hen C cio, admite-se que uma citagao errada seja positiva. Cinde-se, as- sim, o fundamento do ediffcio cuidadosamente construido. Mas, contrariamente @ possfveis diividas a seu respeito, temos a sua reiteragdo, Sua validade € legitimada e pode expandir-se para ou- tros campos de conhecimento. Steve Woolgar observa que apesar das criticas as andlises de “l@aca0, € so varias, elas resistem impavidas, sendo impermedveis ‘s investidas alheias®. Como explicar tal resisténcia e tenacidade? 410 on vets: qualquer observacgy x joria das raticantes admitem, com ico. Seus . e ico. ue toda Woolgat dicador é perfeito, 4 , : mMeto. én ae comentarios negativos so assin, shumildade » 4° -isoes. OS cnicas, SeM por par contém impreciso™” sc cutdades: téc an Porém, Jologia cone” d funcionamento- Esta atitude lembra circunscritos © = analisados por Marcel Mauss, ion reng questtot i is nada um ato técnj, mais nada ui ico, muito 0S é antes de 1a tel i ~ tos visando a obten Ele nos most 9 mundo dos espit! Ped S40 oe ja-se Sel con. ne do. Ela é utilitdria. Dese)® a aT ni de um resultado. ho, a mulher do préximo, ‘ uma creto: a morte do vi asultado, atende o pedido do clien. ee 5 doenga. O feiticeiro, 40 set Ol ee base em seu conhecimento @N°%* "°° mula 8 Pe te,ecom : agico € singular, devendo ser rem seguidas. Cada ato mag! ges a se mneticulosamente encenado: uso de deverminadas ervas, sactificios : as fases da lua etc. Seu éxito depende dessas Coa isas déem certo € preciso realiz4-las de mindicias. Para que as coisas ore acordo com os preceitos corretos. Entretanto, caso nada resulte de concreto, 0 que € freqiiente, tanto 0 feiticeiro como o cliente nio desistem, eles atribuem as falhas, nao ao sistema de crencas, mas a algum desvio, um acidente técnico durante a realizacao do ato (as ervas empregadas estavam estragadas, o hordrio escolhido nao era condizente com as fases da lua, 0 sacrificio foi mal feito etc,). O objetivo alcangado requer uma nova investida, outra metodolo- gia, agora envolvida por maiores cuidados. O fracasso reforca a credibilidade da crenca magica. A cientometria age de maneira semelhante em relacao as criticas, Sabe-se que a contagem das cestral formula as prescrj- 159 Como na Magia, a imperfeigéo por um conjunto de valores, tod dores, diplomados de escolas de Prestigio ou nao, cientistas de re- nome etc.) atuam no sentido de “maximizar os luctos”; utilizam as regras do jogo para galgar novas PosigGes e, investindo em atividades “lucrativas”, buscam acumular capital simbélico. O foco da disputa € a autoridade cientifica, ela or ‘dena e orienta as controvérsias. No entanto, ao longo dos tiltimos anos este espago conhece profundas transformacoes; 0 processo de avaliaco intro- duziu uma outra fepresentacao do que seria o valor, autoridade, Difundida pelas instancias internas que 0 constituem, universi- dades € institutos de pesquisa, ela € também reapropriada pelos Pesquisadores na tentativa de concorrer por melhores posicdes. O ideal quantitativo adquire, assim, legitimidade institucional. 0 -coctariam de maneir in ‘ os it nifest ciment0- Weber dizia que og yimeros ” cone ciona™ quando rotinizados, elos agentes do campo cien. sua cultura. m tipo de semanrio vol. rnais de sindicato, fun- la cotidiana dos oH ere © elacio €” « icos some fr “imcipios rocraticos is ‘dos P p go serem intel’ arte de onstitul F ca The Scientist, UO se a . os jo mo racio (co ji ida da core ados)- Ela fala da vid = oy advog' cos, conta quem sao Os Ultimos ibe suas fo! . He remas diversos, é repleta de érias sobre en téria. Folheando suas p4- ublica : es iados, P' a sobre a vida universitatia. F i . “gs melhores universidades segundo o uisadores mais citados pelo fator de mais citados”, 08 “Bo? papers” em Biologia, Sao tabelas e ntimeros, tomam as vezes mais da metade de textos ditirambicos. Garfield péde inclusi- “O reconhecimento da exceléncia vem em diferentes formas. Uma das mais seletivas, limitada e subjetiva, refere-se ao punhado de prémios prestigiosos como o Nobel, Lasker, Picus, e outros. Mas talvez entre os mais abertos, democré- ticos € objetivos, encontra-se 0 reconhecimento mundial pelos pares através das citagdes explicitas que se referem ao débito inte- lectual refletido na literatura”’’. Objetivos € democraticos, os indi- cadores seriam o espelho desta comunidade. Neste sentido, uma revista como Social Studies of Science, apresenta-se ao ptiblico da seguinte maneira: “€ a primeira revista que analisa a relagao entre ciéncia sociedade. Ela possui o maior fator de impacto na cate- goria hist6ria e filosofia da ciéncia””. Na verdade, € corrente a Sere Hes iaearene mmocde de barganha simbélica. pala paises le inanciamento a pesquisa € 0s inceresses. Assim, alguns mice srs reine petn um mecanismo da maior a prastlcitos ° consideram a vém sendo, cada vez mais, um aa eee cada vez menos, a atender Pro luto de mercado, tendendo, néimero de revistas ee ee cientificos. Basta ver 0 que vem sendo lancadas todos 0s “os papers impacto”, Medicina. da pagina, seguidos de t ve escrever a este respelto: ‘A DIVERSIDADE Dos SOTAQUES 161 reco das assinaturas de algumas revi oo 40 ere: A competigao por melhores press pocinalmente ‘ast bit poderd no futuro vir a inf reG0s das assinaturas P evistas age a inuenciar a qualidade da de que o mercado editorial de publicagées cientificas é cen ent rentavel. A American Chemical Society, a ae é mais importante do mundo, assinou recentemente um a corn Association of Research Libraries e com a Scholarly Py- do ag © Academic Resources Coalition para publicar pelo menos nova revista nos proximos 3 anos. A SPARC teune 81 biblio- ecas entre seus membros com poder de compra de 500 milhées de lst Os custos com publicacio cientifica aumentaram 1429 ilcimos 11 anos, obrigando a ARL a cortar cerca de 6% das ee A situagao financeira das instituigdes de Pesquisas, muito mais critica do que a americana €m outras partes do mundo, dé yma dimensao do que poderé ocorrer no Brasil nos préximos anos ge o8 recursos para a aquisigao de periédicos continuarem a di- minuit, como, alias, aconteceu Com 0s recentes cortes feitos pela CAPES”. No mercado indiferenciado das publicacées, o fator de impacto seria um mecanismo para distinguit 0 padrao de exce- lencia de algumas delas, garantindo seu financiamento pelas agén- cias de fomento. Na disputa pelas verbas, um instrumento de me- dida torna-se um argumento decisivo. Manipul-lo traz vantagens para alguns grupos separando-os daqueles considerados como menos “produtivos” ou “cientificos”. Outro artificio empregado é a valorizagao das citagées pelas instituigdes que se encontram no pélo dominado da hierarquia cientifica. Um estudo sobre as ciéncias da vida na Universidade de Sao Paulo, mostra que elas sao cruciais para classificar as ciéncias brasileiras®. Assim, entre 1980 e 1999, o ntimero de textos inde- xados no Science Citation Index cresce 527%. O dado, desconectado do contexto internacional, sublinha a performance local, sua relevncia inegdvel (claro, silencia-se sobre a posigao periférica das ciéncias brasileiras). Nao obstante, o que se perde por um lado, ganha-se por outro, pois os mesmos critérios, quando aplicados ao territério nacional, indicam a centralidade de uma instituigao que se apreende como “a mais importante” do pais. Outro exemplo: o xenato ORTIZ . s afirmat que iversidade), 9P6 et WUe sua inha UP ado uma “enorme vitalidade” ae “O crescimento da produgig seguint indexadas NO JSI tem sido Notavel, xo da Unicamp nesse contexto, ma importante conttiP | por 11% da produgio cientificg com ul Unicamp é responsive PU SP que respon de por 2 6%" a en ficando abaixo aP¢ ie importante a se considerar nessq nacional, Ui ecto i a - : “Um asp ae snict izarmos 0 ntimero ee aes das instituigoes. Se Seats hope de {lise € 0 Cal ae cone em pesquisa na USP e ai eae ae er- docentes a! n Pes vitas indexads por docen. pe ies : a posigao de lideranga da Unicamp”®, lecer . a a Leeann ean se assim em capital cientifico, armas na : tmam- 0 Os niimeros cransfo! : oa batalha da visibilidade no interior Pp la ciéncia. Ao se rotinizarem enta 0 apresenta 0 Se ec ira em et cientifica brasile ntribuicao mos 0 os critérios podem ser apli- cados, no Brasil ou na China, sua Caer nt incrusta-se no cotidiano, as instituigdes € os individuos os utilizam para sacar vantagens em relacdo a seus concorrentes. i A presenga da lingua inglesa deve ser considerada neste con- texto. Sua utilizacio é uma estratégia de maximizagao dos lucros. O pesquisador faz um célculo de sua posi¢ao no mercado de bens lingiifsticos e no campo cientffico, e opta por um tipo de comu- nicagao que lhe permite acumular 0 maior rendimento. Maurice Ronai tem razio quando afirma: “O recurso ao inglés deve-se, em boa parte, a politica de avaliacio dos organismos de pesquisa das universidades. Na medida em que o nimero de publicagdes em revistas internacionais tornou-se o principal indicador da criativi- dade, e unidade de medida da produtividade dos pesquisadores € oe ieee tevistas tornam-se uma obri- jogo sao claras. Ao se tornar uma “lingua franca”, veiculada nas Principais revistas cientificas, os artigos ne- 1cas, las esctitos tornam-se cional, d ‘A DIVERSIDADE DOS SOTAQUES 163 - pares pois Pei nas melhores revistas; os orga- y se squisa 20 qual pertencem os autores serio melhor 08 “0 circulo se fecha. Ele promove e institucionaliza, em . .ados- tiada, 0 que Merton denominava de “efeito Mateus”. a a " diferensa, porém, nao trata mais de disfuncio, toda de f ost com gic normativa que se impoe. oO inglés transforma-se em vn I ;imbélico, incrementa o crédito” dos individuos, das capi. académicas € de avaliacao. O valor, autoridade cientifica, ist eo do campo, € tedefinido e articula-se a uma cadeia de fue. exceléncia — reconhecimento — visibilidade — citacdes — ne representacao implica a incorporagao de cada um desses jdio™™ Eles ndo possuem uma identidade singular, inexistem er entidades aut6nomas, sua afirmag&o € parte de um ual . et . ent, o ciclo se completa quando a cadeia € inteiramente o ic a, , ae da. A utilizagao de outras lfnguas pode ser vista, entio, no usta interrup¢ao parcial da érbita de sua evolugio. “ Desde 0 inicio, a elaborago de um indice de citacao teve de se gefrontar com @ questo do idioma. O préprio Garfield vé-se na obrigasao de consideré-la. Num Pequeno artigo ele diz: “Atual- mente, para a média dos cientistas existe uma quantidade enorme de artigos pata serem lidos, independentemente de sua lingua nativa. Qualquer impecilho para sua leitura, tal como a batalha de uma segunda ou terceira lingua pouco familiar, freqiientemente significa que tal artigo ficard sem ser lido. Isso no significa que um artigo importante seja deliberadamente ignorado quando apa- rece em outra Ifngua que nao seja o inglés. Pelo contrério, tal tipo de material quando detetado (em italico no texto) chamard a atengao do cientista a tal ponto que ele fard sacrificios consideraveis, de tempo, esforco e gasto de dinheiro para 1é-lo em alguma forma de tradugio. Detetabilidade, esta é a chave para se saber se um artigo seri lido ou nao”. Ha, portanto, um problema técnico inicial. Algo criativo pode se manifestar, mas no seu. isolamento, torna-se invisivel. Um fndice em inglés superaria tal inconveniente, sua Presenca seria facilmente detetada. Mas existem outros fatores. Garfield acrescenta: “Como Current Contents tem uma audiéncia internacional, poderia-se dizer que 0 ideal seria publicé-lo numa unaro ORT os titulos em pelo MENOS cing as lidas pelos seus assinantes muld um: ~_ ponés, assim como o inglés, is ritles. 0, francés russ0» J quadruplicaria © tamanho de , : " publicagao de edigdes em sepa. as vantagens de uma economia menos até © momento, de | é publicar 0s contetidos Got textos em e recnicamente factivel a inglés, i880 é eco! dos é um artefato. Sua confecsao é condicionada Uma base Co o tracamento técnico, 0 lado pritico, os por varias aE distribuigéo. Ao armazenat textos € citacSes custos, 0 mercado jamente num registro lingiiistico deter. ela inscreve-se eee ‘minimizadas ou ocultadas, quando es sae dese o retrato fidedigno do mundo da ciéncia, eae Information produz quatro tipos de catdlogos. de 5.600 titulos), Social Humanities Citation Index, Science Science Citation Index (cobte algo em torno Science Citation Index, Arts and i h Citation Index Expanded (inclui tecnologia). Todos sao marcados pela distorcao lingiifstica. Nos critérios para a selegao das revistas jindexadas lemos: “o inglés é essencial para os titulos dos artigos, ”: “as referencias em inglés sio também resumos ¢ palavras-chaves”; recomendadas”; “a bibliografia em lingua inglesa permanece essen- cial”. Esta prevaléncia manifesta-se claramente na selecao e no tra- tamento do material. Entre 1980 e 1998 na base SCI as publicacées em inglés assam de 85% para 96%; os outros idiomas, francés, iso, pak cicam' O Brasil possui em 1974, 4 revistas 4.850 aie aking te a ble Pap empbel estavam em inglés (Conpatatin nat Ae ase bo parte delas Pe mputation and Applied Mathematics, Journal of a pscapielaiae | Genectics and Molecular Biology etc.). O que figuram no SCI. 4 China ou a Itélia: das 63 revistas chinesas em inglés; dos 5 686 elon ot mes eee oe pane ‘odas em lingua ing a havia somente 73 revistas ibuigdo geogrética das tevistag m estudo realizado sobre a Os campos cientificos) revel, : as na América Latina (inclui todos Seguinte perfil”: 164 a A eran! jclingiies Oe to versal a ou mai linguas Juindo alem' é claro, it Contents. i. inc seria, Curren im quea 165 ato limitado pelos critérios de fabricacéo da amostra, Mas nio Se trata unicamente de paises “subdesenvolvidos”. Os dados Para a Comunidade Européia so elogiientes**: Paises N de Revistas IST ReinoUnido [aaa SCS Holanda 22,5% ‘Alemanha 17,0% Franga 63% Iedlia 2.9% Dinamarea 23% Espanha 11% Austria 09% Bélgica 05% Grécia p 02%. Nao estamos diante da habitual divisdo entre “norte” e “sul”, “ticos” e “pobres”, 0 mundo da ciéncia é atravessado pela hierar- genaTo ORTIZ 66 ae i Zo el; . eopolitica Se instaura (nao ¢|;_ a nova 8 i a. Uma fine). Na verdade, isso é uma 1 Za as a ii ae ru supera a anceriony jidando hd tempos: A estratificacgy mina e conso} . d artigos i Bacid vem se onjunto dos artigos indexa. cendéncia que - 9 apenas a0 © : : coed pes pel ah erence ec ou igual do cientifica nao diz ao de citagoes © maior 18} 7 que ° dos, sabe-se que 0 icados quando o pals de origem € de lin. publi nos paises que 0 utilj. * artigos niimero de artigo’ Jina menos fortemente N0s : de publicacao (paises escandj- vas inglesa. Ble declina me” oe rogularmente como sia aettia geogt fica manifests, navos), nos outros GeCre™ e das citages distribufdas segundo as se no mapa das publicas0e’ © TT scos da OECD)”. No caso das ages (SSO foi 1991998) distingue-se nitidamente algumas Ciéncias aes Estados Unidos, Reino Unido e Canada cons- zonas owe . irradiagéo; na érbita mais préxima, em torno tituem 0 = oe paises de lingua inglesa do Pacifico, Austrélia e Nowe Zelandia, ¢ os paises escandinavos no ce ela é freqiien- temente empregada como idioma académico. ee ae uma posi¢ao intermediéria, afastados do centro, na “periteria’, temos Franca, Alemanha e Espanha. : “Cina forma de se apreender a pertinéncia das bases de dados do Institute for Science Information é compard-las a outras, também de vocacao internacional. Um trabalho, realizado em 1991, contra- poe a World List of Social Science Periodicals, produzida pela Unes- co, ao Social Science Citation Index, trazendo informages interes- santes”, Na Unesco, 64% das revistas compiladas pertencem ao grupo de paises com alta renda, 22% com renda média (inclui a maioria dos paises latino-americanos), e 14% com baixa renda (no qual esto inclufdos China e {ndia). No SSCI os paises de baixa renda sao representados com apenas 0,7% de suas revistas, os de renda média com 2,3% e os de alta renda com 97%. Com excegio dos Estados Unidos (sua cota passa de 761 revistas indexadas na base Unesco, para 849 no SSCI), hé uma substantiva diminuigao do ntimero de publicagées das outras naces. Ela € menor em aan Bee a lingua inglesa: Reino Unido passa de 420 Mas é ne cee olanda de 142 para 81; Canadé de 91 para 32. ‘astica em relacio & “periferia” nao inglesa: China (passa de 291 para 4); India (de 156 ee para 5); Brasil (de 81 para 3), Franga eC) lingiiistic decresce. Aviv s S PIVERSIDADE Dos OTAQUE 7 167 295 para 23), Al oa ‘ia 130 ematha (de 217 Pata 51), Méxi 2), Iedlia (de 130 para 2), Tris, ), México (de 47 para amostragem. Isso tem. ¢ se de um na teducio substantiva da ae maneira como funcionam através da avaliagio pelos Pares, os cor de trabalho, assim como encontrar autores e editores em potén- cias... B imy portante que a China consiga ter revistas de primeira classe, € para isso desenvolver revistas em inglés, promovendo e estimulando o intercambio académico entre os cientistas chineses € os cientistas de outras partes do mundo”, Na disputa pelo reconhecimento internacional, a lingua ingles: a e as bases do ISI sao vistas como imprescindiveis. Elas mapeiam 0 campo das cita- Ges e das oportunidades, constituindo-se em referencia obrigaté- tias. Assim, outro estudo nio hesita em propor a seguinte estra- tégia para melhorar o nivel dessas revistas: “Segundo o processo de selecio das bases de dados da ISI, esta instituigdo busca cobrir revistas internacionais levando-se em consideragio a diversidade dos autores, dos artigos, e das citacdes. O ntimero médio de cita- gOes nas revistas indexadas, para 2000, gira em torno de 15. Se queremos elaborar revistas para serem indexadas, e assim incre- mentar sua visibilidade, precisamos promover a distribuicgio re- ppnato ORTI” 7 a citar corretamente © maior Precisamos aprender com 05 ou. en ivient© das revistas internacio. ee po nossas revistas estarao mor. » 6 sugestivo- Ble recupera toda uma : ae ‘ go, da superagao do atraso, freqitente nos cease ndlise sobre 4 América Latina também eee “incrementar valor” as pu- eee cal es ie i tratégia para . ae Seen o problema colocado pelas m as correntes principais? O apelo de nte porque nao esto indexadas no ISI ou ares, € absurdo. A idéia de corrente Prin- 0 esporte, para que existam cipal € relacional. os ae ee de qualidade ae existéncia de revistas cientificas domésticas veers pate ao € esi uot ma dn; peo conti, deverfamos saldé-la. A maioria das revistas nao sao internacional- mente indexadas porque sio de interesse exclusivamente local. Elas refletem circunstancias domésticas particulares, muitas vezes esto assimilando os processos de aprendizado, monitorando e adaptando suas caracteristicas pata “alcangar” os processos das revistas mais avancadas de outfos paises, ou apenas refletem especificidades cientificas ou agendas nacionais”®. Estarfamos, assim, diante de um sistema no qual a distribuic&o do capital simbélico € desigual. Ele se desdobraria em escala mundial e nacional, mas suas regras e critérios, calcadas na nogao de cientificidade, seriam comuns a esses dois universos. Cada insti- tuigéo ou individuo, a partir de uma posigao definida, operaria dentro dos limites de suas possibilidades. A metéfora do desen- volvimento , pois, adequada, ela distingue entre os “avancados” € 0s “atrasados”, serve de estimulo estratégico e consagra 0 status ae a ae a Sua posi¢ao assegurada, os “de ima maior mobilidade. uico remy revistas que ndo pertence elimind-las, simplesme nas bases de dados simi venced variada..

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