Você está na página 1de 127
Flivia Cesarino Costa O primeito cinema Fspeticulo, narragio, domesticagio azougue editorial 2005 enti Sepotaha (cas aSlvo Denpasar) ome step catn etd Cais we Geni aca lopped tug ns om Ct Cao pene coma epic. nar, deseo Rola ug sl 305. 286900 iss RSG nes: 1 Tab 535 co. 71489 COW DLA) ‘ereamupecenbe Apmsenigo, por Acido Machado 7 Agencies 15 Tntrdugio 17 © peineio cinema 29 Alps coments sobre ahistoiograin 71 spetculo, argo, domestica: Alps crceinca do pee cinema 109 441 spec ¢ nis cnema de tage ge de moa 112| 42. Acquntio da automa do plano 125 43° O papel do comenudor 137 461 Procedmentos de montane mag no primi cinema 42 45. Armitun de Seo emio-Reeo: a anadades 192 Comeniin fis 217 otiogafa 215 Fmognfa cada 240 Indice onomistico 249 Apresentagao ‘Adindo Machado! (0 mundo comemorou em 1995 o primeiz centenino do cin. sma, Hi mais de cem anos, 05 iemios Louise Auguste Lume feram rojetar no Salem Indien do Grand-Café de Pars, uma colec3o de ima © pons fotorifca animadase essa projeco fo cnsiderada, por grande parte dos historadoces, a primera exiigio publica de cinema ¢, por extensio, 0 marco de mascimento dessa ate, Como qualquer outro marco, odo cinema ao deca deter um valor puramente smc, que de um ponto de its histrico goose ele & abit. Hoje se sabe que os imdos Max e Emile Stadanowsky na Alemanha ¢ Jean ‘Acme Leray nos Estados Unidos ji promowiam projegdespiblicas de ‘nem (incisive sess pagas) muito antes dos primeicos expects ores dos Lumiéreconternplarem a chegds do tem na estagso de La Cota, pars no falar do quinetoscOpio de Tomas A. Faison, uma es- pécie de cinematigrafo em versio individual (porém explorido em sala piblica semelhantes is dos modemos Mipersmas), que ji exis pelo menos doit anos antes da mitolégca primera sesso pansiense ‘Mas o cinema no pode se redzido apenas a miguinas de peo eso, imagens anima e sess pleas. Na verdade, a sua hstria ‘omnes ee ese ee Bprtcns CR We ‘Slot pana do xe (ree asap re), Ae ie ea img Soe ee pe nk se Gone 8 Open cinema compreende algo mais que as pesquisas cienifcas de laboratrio ou investimentos na tea industrial ela inci também um universo mais cexitico de manifestagSes paraculturss, onde se incers ainda 0 smediunismo, a fantasmagora (as projesies de fantasmas de um Robertson, por exemple, wrias modadades de espetculos de massa (os presidgtadores de fea e queemesss, ota dca de Reynaud), 6 fabricantes de bringuedos e adomos de mesa ¢ até mesmo chara ties de todas a espécies. Conforme Léo Saurage demonstra em seu iconocasta L‘afare Lamite Sauvage, 1985) as hist do cinema pecam porgue so em gen iris por grupos (08 por sun infisénc) inceressados em promoveraspectoss6cio-polticos particulres (uma ‘certs concep industrial de nema qu, tov, 88 se iemps-a partie da segunda década do séoulo XX), quando nto se fzem velculos de propaganda naional-chauvnist,peilegando os seus ineentoes. Mas flo & +6: tas historias do cinema slo sempre a historia de sua positidade técnica, a hiséra das teoris ciemificas da pecepcio dos aparelhos destinadas a operar a anise/siatese do mosiment, ceyas entetano a toda uma acumulcio subterrinea, uma vontade -milenae de inert no imaginiri. A eta que fiz Ande Basin do lvzo de Sadoulsobee as orgens do cinema, apesar de su indisfacivel ideahimo, & uma exceso colina, Diz Brin (1983: 24): “Os fant 208,04 minieos 8 pioneizos desinteressados, capaves, como Bernard Pali, de botar Fogo em sua casa por alguns segundos de imagens tremelurentes, no sio cenit ou industri, mas individuos pos- suid pela smaginagio” ‘i observon Comoll (1975: 51) que no hi texto de bisa do cinema que no se desacerte todo na hora de extabelecer uma data de rascimenta, um limite que poss servi de marco para dizer: aga 6o- ‘mega o cinema. Sadoul e Deslndes, autores dos vohumes mais tespei- tados sabre a inven tenica do cinema, asinalam como signet ‘vos part ainvencio da forografa por Nispce © Daguerr, os expen Aproentgio 9 ents com a petsisténcia cena por Phau, o® exerccos de de composigo do movimento por Mazey ¢ Maybe, até a resido mais _ssemitica ds ii descoberts nm nico aparelho por bls como Euison, Skladanowsky, Leroy e Lamidee (Sadoul, 1946; Deslandes, 1966). Nas, asim fazendo, eles esto privilegiando algumas ds ten cas constinutnas do cinema, justamente aguelas que se podem datar cronologcamente, Oui técnica entretanto, como éo esa da camera abrcrae sew mecanimo de produc de perspectva, bem como a de composigio/simtese do movimento, ou ainda as diversas formas de ‘xpeticulos bazeads na projegio de sombrs, na crago de mundos ‘iennise ma materalzagio do imaginiio perdem-se na noite do tem a. Ji no século X, pelo menos, 0 matemitico € ast’noma drabe Al iaven ava estudad wirios procedimentos que hoje chamariamos de cinemarogeiicos. Plato (1973: 105-109), na clebre metifora da cavern, descreve minuciosimente © mecanimo imaginrio da sala cexcura de projeg, enquanto Lucréio (1962: 138), em De natura rerum, esto pot rota de 30 AC, ise eefee a alguma espéce de lispostivo de andise/sintese do movimento, um peé- {puns casos um diretorapareg como fotégrafo ou vice-versa, confor- ime a fontebibliogrfica utizads. As informapBes entre parénteses parecem abreviadas, mat podem ser encontadas na sua foema com ‘pleta na float ctaca que existe no final deste volume, onde apa ecem também as traduges liters ds tos dos filmes, 2 O primeiro cinema (Quando a Exposigio Universal de Pai fo inaugurada em 14 de abril de 1900, os ios Lamiére stam patrocinando demonst- Bes pblcas do seu Cinematégmfo e do processo de fotografia em cores que tinham inventado. Eles promoverum a apeesentaco de um inematdgaf pgante que projetaa 15 fmese 15 fotografas em cores ‘numa tea de 21 m de lagura por 18 de alu instal no Charnps-

Você também pode gostar