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UNIVERSIDADE DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO

INSTITUTO DE FÍSICA ARMANDO DIAS TAVARES


DEPARTAMENTO DE ELETRÔNICA QUÂNTICA

EXPERIMENTO III

VERIFICAÇÃO EXPERIMENTAL DA LEI DE FARADAY

(TRANSFORMADOR)

Ana Paula Mattos Costa – Matrícula 201610004714

Eletricidade e Magnetismo IIA (Laboratório)


Professor: Armando
Turma 2

2017.2 / 2018.1
A. Objetivos

Observar, utilizando a Lei de Faraday, que uma tensão constante no primário de um


transformador não gera tensão na saída do secundário, mas apenas uma tensão variável, e
identificar os transformadores como abaixador e elevador.

B. Introdução
Indução Eletromagnética

Faraday, em 1831, descobriu que a corrente elétrica pode ser produzida em um fio
simplesmente movendo-se um ímã no interior de uma bobina. A este fenômeno chamamos de
indução eletromagnética. A força eletromotriz (fem) induzida é gerada pelo movimento relativo
entre um condutor e um campo magnético.
A indução eletromagnética é enunciada pela Lei de Faraday, que estabelece que: “A
voltagem induzida em uma bobina é proporcional ao produto do número de espiras pela taxa com a
qual o campo magnético varia no interior das espiras”.

𝑑∅𝐵
𝜀𝑖𝑛𝑑 = −𝑁 (1)
𝑑𝑡

Transformadores

Figura 1: Bobinas formando um transformador.

Na figura acima, podemos ver duas bobinas que, tendo um núcleo de ferro1 inserido entre
elas, formam um transformador. À bobina conectada a uma fonte de energia, chamamos de
primário (entrada); à outra, secundário (saída). Quando uma corrente começa a circular no

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O núcleo de ferro do transformador é o responsável por transferir a corrente que é induzida no
primário ao secundário. É construído por um empilhamento de chapas finas e isoladas de forma a evitar o
surgimento de correntes parasitas.

Experimento III – Verificação Experimental da Lei de Faraday (Transformador) (2017.2 / 2018.1)


primário, surge um campo magnético ao seu redor que varia, estendendo-se até o secundário e
gerando neste uma corrente induzida e, consequentemente, uma fem induzida. Quando o primário
é desconectado da fonte, surge novamente uma corrente no secundário em sentido contrário.
Quando o campo magnético deixa de variar, a fem induzida no secundário também deixa de existir.

A relação entre as voltagens e o número de espiras do primário e do secundário é dada por:

𝑉𝑃 𝑉𝑆
= (2)
𝑁𝑝 𝑁𝑆

C. Material Utilizado

1. Fonte de corrente alternada;


2. Bobina com 300 – 600 espiras;
3. Voltímetros;
4. Pinos banana;
5. Núcleo de ferro.

D. Procedimento Experimental

Figura 2: Esquema experimental.

1. Com a fonte ligada, em corrente alternada (AC), na entrada da bobina de menor número de
espiras, variou-se e mediu-se 10 (dez) vezes a diferença de potencial (ddp) da fonte e, com
outro voltímetro conectado à espira de maior número de espiras, mediu-se a ddp na saída
desta.
2. O procedimento foi repetido com as bobinas em posições trocadas.

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E. Resultados e Discussão

Tabela 1: Dados Experimentais.

NP = 300 NS = 600 NP = 600 NS = 300


Bobina
VP (V) VS (V) VP (V) VS (V)
1 1,70 3,40 1,70 0,60
2 3,70 7,30 3,70 1,50
3 5,80 11,3 5,80 2,40
4 7,90 15,3 7,90 3,40
5 10,0 19,3 10,0 4,40
6 12,0 23,4 12,0 5,30
7 14,1 27,5 14,1 6,30
8 16,2 31,6 16,2 7,30
9 18,3 35,6 18,3 8,30
10 20,4 39,7 20,4 9,30

A partir dos procedimentos realizados, pudemos perceber que, usando a bobina com menor
número de espiras como primário e a bobina com maior número de espiras como secundário,
tivemos uma elevação da voltagem. Trocando as bobinas de posição, tivemos um abaixamento da
voltagem.

Usando o Excel®, a partir do método dos mínimos quadrados, foi obtida a curva
representante de 𝑉𝑃 = 𝑓(𝑉𝑆 ), onde o coeficiente angular corresponde ao quociente 𝑁𝑃 ⁄𝑁𝑆 .

VP (NP = 300) x VS (NS = 600)


25,00

20,00

15,00
VP (V)

10,00 VP = 0,514VS - 0,018


R² = 1
5,00

0,00
0,00 10,00 20,00 30,00 40,00 50,00
VS (V)

Figura 3: Bobina de menor número de espiras como primário.

Para o caso em que 𝑁𝑃 < 𝑁𝑆 , a regressão linear forneceu um coeficiente angular igual a
0,514, que indica que o número de espiras do primário é, aproximadamente, metade do número de
espiras do secundário, o que corresponde ao material utilizado no experimento.
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VP (NP = 600) x VS (NS = 300)
25,00

20,00

15,00

VP (V)
10,00 VP = 2,144VS + 0,547
R² = 0,999
5,00

0,00
0,00 2,00 4,00 6,00 8,00 10,00
VS (V)

Figura 4: Bobina com maior número de espiras como primário.

Para o caso em que 𝑁𝑃 > 𝑁𝑆 , a regressão linear forneceu um coeficiente angular igual a
2,144, que indica que o número de espiras do primário é, aproximadamente, o dobro do número de
espiras do secundário, o que corresponde ao material utilizado no experimento e com o resultado
obtido no primeiro procedimento, com as bobinas invertidas.

F. Conclusão

As observações experimentais mostram a validade da relação entre as voltagens e o


número de espiras das bobinas, conforme definida na equação (2). Se o secundário tiver mais
espiras que o primário, então o transformador será elevador. Caso contrário, será um
transformador abaixador. Isso não quer dizer que a energia seja elevada ou reduzida (a energia
permanece conservada), mas sim transferida do primário para o secundário. A taxa de
transferência de energia é chamada de potência. A voltagem é elevada ou abaixada sem alteração
de energia do sistema. É essa facilidade em elevar ou abaixar voltagens a partir da utilização de
um transformador que faz com que a maior parte da potência elétrica seja de corrente alternada
(CA) em vez de corrente contínua (CC).

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REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

HALLIDAY, D., RESNICK, R., WALKER, J. Fundamentos de Física Vol. 3 – Eletromagnetismo.


10ª Ed. Rio de Janeiro: LTC, 2016.

HEWITT, Paul G. Física Conceitual. 11ª ed. Porto Alegre: Bookman, 2011.

SILVA, José Carlos Xavier da, et al. Física Experimental – Laboratório de Eletricidade e
Magnetismo (UERJ). 1ª Ed. Rio de Janeiro, 2002.

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