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RESUMO: TEORIA DO ROTOR DAS BOMBAS CENTRÍFUGAS

Alunos: Caio Marcelo C. F. Saboya; Guilherme Soares.

1. Projeções

O autor inicia a seção apresentando as duas projeções utilizadas no estudo do rotor das
bombas, são eles:

• Projeção normal: Realizada no plano normal ao eixo de simetria da peça, passando


pelo ponto que contém a grandeza a ser analisada (Figura 1);
• Projeção meridiana: Realizada num plano comum ao eixo de simetria (plano
meridiano) a partir do rebatibamento dos pontos da peça no plano (Figura 1).

Figura 1 – Esquematização das projeções.

2. Diagrama de velocidades

Na segunda subseção, são introduzidos os conceitos de:

I. Trajetória relativa: Representa a trajetória descrita por uma partícula em um certo


ponto da pá quando o observador “gira com a partícula” (referencial não-inercial).
Pode ser entendido como o movimento de uma partícula em relação à pá, isso
quando a partícula está na pá;
II. Trajetória absoluta: Representa a trajetória descrita pela mesma partícula em
questão quando o observador é fixo (referencial inercial). Esse movimento absoluto
é composto pelo movimento relativo, descrito pela trajetória relativa, e por um
movimento adicional de arrastamento. Estes três movimentos possuem
velocidades:
a) V – Velocidade absoluta, relativa ao movimento absoluto;
b) U – Velocidade de arrastamento, relativa ao movimento de arrastamento;
c) W – Velocidade relativa, relacionada ao movimento relativo.

Essas grandezas são utilizadas na construção do diagrama de velocidades, Figura 2,


assim como outras grandezas auxiliares que também aparecem no diagrama e possuem
o seguinte significado:

Figura 2 – Diagrama de velocidades de uma peça.

a) Ângulo “α” - Ângulo entre os vetores V e U;” - Ângulo entre os vetores V e U;


b) Ângulo “8” (ângulo de inclinação das pás) - Ângulo entre a direção de W e de U
tomada no sentido aposto ao do vetor U;
c) Wm e Vm – Componentes meridianas/radiais de W e V (vetores). U não recebe
projeção meridiana por já aparecer em verdadeira grandeza no plano de simetria;
d) Wu e Vu – Projeção dos vetores W e V na direção de U.

Relacionando essas grandezas, obtém-se as relações:

Vm Wm Vm Vm
(1) tg α = (2) tg β = = = ;
Vu Wu Wu U −Vu

3. Ação das pás sobre o líquido

O contato com as pás com uma partícula líquida resulta nas acelerações dos movimentos
componentes e da aceleração de Coriollis, correspondes à força de inércia.
Os movimentos componentes são compostos por um movimento tangencial, que adiciona
energia cinética à partícula, e um movimento centrípeto, que responde pela curvatura da
trajetória da partícula. Essa composição que faz com que a trajetória absoluta da partícula
líquida diferencie-se da relativa quando em contato com as pás.
A energia transmitida ao líquido, assim, dependerá da intensidade da ação das pás, que é
determinada pela distância da partícula em relação ao perfil inativo, da descarga e da
velocidade angular do rotor.
Por fim, nessa seção, o autor indica as condições para que a trajetória relativa coincida
com o perfil das pás:
• Pás em “número infinito” e “sem espessura”;
• Escoamento não-turbulento;
• Atritos devem ser desprezados.

4. Equação das velocidades

Após essas definições, o autor parte para definir a equação das velocidades. Para tanto,
ele começa explicando que a altura total de elevação (He) não é integralmente utilizada
na elevação do líquido (Hu), devido às perdas necessárias para vencer a resistência
hidráulica (@A), assim He = Hu + @A. Posteriormente, considerando apenas o que se
passa dentro do rotor, o autor afirma que He pode ser escrito como:
u22−u21 v 22−v 21 w 22−w 21
(3) He= − −
2g 2g 2g

Essa é a equação das velocidades, ou da energia cedida ao líquido pelo rotor. O índice 1
representa que a velocidade é de entrada e o índice 2 indica uma velocidade de saída. As
perdas estão “contidas” na diferenciação entre velocidade de entrada e saída.

5. Equação Fundamental das Turbobombas

Inicia-se essa seção definindo uma série de momentos relacionados às forças


necessárias para fazer um líquido escoar por um canal. O momento de elevação (Me) se
relaciona à soma dos momentos das forças de elevação; o momento (Mp) refere-se à
resistência mecânica dos mancais e a soma desses últimos momentos deve equilibrar o
momento do motor (Mm) que é aplicado ao eixo para mantê-lo em movimento uniforme.
Como só as forças relacionadas à velocidade geram momento de elevação e as forças de
pressão são radiais (normais à superfície de revolução), pode-se escrever Me para o
conjunto de canais do rotor como:
M e =μ (V u 2 r 2−V ui r 1)
Em que:
• μ – Descarga em massa em cada canal;
• Vu – Módulo da velocidade absoluta projetada em U;
• r – Distância do ponto de aplicação da força ao eixo do rotor.
Após essa definição, o autor reescreve a equação a partir de um processo que relaciona a
potência de elevação com a vazão e o fluxo de peso do líquido, posteriormente
relacionando a velocidade do rotor com a velocidade de arrastamento e o rendimento
hidráulico (A), resultando na relação:

g H u =ε (u 2 V u 2−u1 V u 1)

Essa equação recebe o nome de Equação de Euler ou Equação Fundamental das


Turbobombas. Pela equação, é possível observar que Hu torna-se máximo quando V1 =
Vm1 (Vu1=0), que é a situação em que o líquido entra radialmente no rotor (entrada
meridiana).

6. Influência da forma da pá sobre a altura de elevação

O último ponto dessa seção do capítulo 1 analisa a forma da pá a partir do diagrama de


velocidades, Figura 3, e das equações e relações exibidas ao longo do capítulo.

Figura 3 – Diagrama das velocidades para um ponto de entrada e saída.

A primeira análise realizada refere-se a determina os ângulos α” - Ângulo entre os vetores V e U;1 e 81 para a situação em
que Hu é máxima (também sendo a situação em que He é máxima). Como, nessa
circunstância, a componente Vu é nula, é óbvio que o vetor V está perpendicular à direção
V
do vetor U, como mostrado na Figura 3. Assim, α” - Ângulo entre os vetores V e U;1 = 90° e tg β 1= 1 , que são os
u1
ângulos de entrada do líquido no canal formado pelas pás.
Em seguida, parte-se para uma extensa análise dos ângulos de saída. De início, ele faz
as considerações de descarga e número de rotações do rotor por minuto constante, assim
como os raios circunferenciais. Ele ainda admite Vm2=Vm1, o que, para o caso analisado,
também significa Vm2=Vm1. U2 é considerada constante e com isso ele começa a
parcelar He em diversas componentes:
• Energia Potencial (Hp), desenvolvida pelo autor conforme a Figura 4;
Figura 4 – Equações de energia potencial.
V 2u ❑
2
• Energia Cinética (Hc), que pode ser escrita como igual a
2g
A partir da soma dessas energias, retorna-se à equação de Euler simplificada. O autor,
então, define o grau de reação da bomba (blade loading) como G = Hp/He. Com essas
grandezas definidas, ele parte para analisar o ângulo 82 em três situações:

a) Pás inclinadas para trás, 82<90°;


b) Pás terminadas radialmente, 82=90°;
c) Pás inclinadas para frente, 82>90°.

Para o caso a), ele analisa mais precisamente a situação em que α” - Ângulo entre os vetores V e U;2 = 90°. Como pode
ser visto na Figura 3, isso torna V2=Vm2 e zera V na direção de U, zerando, assim, He.
Como consequência adicional dessa geometria, a energia de pressão da força centrífuga
é anulada pela energia de pressão devido à variação da velocidade relativa, o que zera
Hp. Isso significa que a pá em questão é inativa, significando que ao abandonar o rotor, o
fluido nessa situação não possui energia para escoar. Para as situações em que α” - Ângulo entre os vetores V e U;2 não
atinja 90°, a energia potencial cedida ao líquido torna-se maior que a cinética.
Para o caso b), “pás tipo Rittinger”, é possível notar visualmente na Figura 3 que W2
torna-se perpendicular a U2 e colinear ao eixo de simetria. Nessa situação Vu2 = U2 e
Vm2 = W2. Dessa forma, as relações para energia tornam-se conforme a Figura 5:
Figura 5 – Equações de energia para o caso b).
Vemos aqui, uma divisão por igual do fornecimento de energia do rotor ao líquido.

No caso c), Vu2 > u2. Com isso, a energia cinética aumenta mais rapidamente que a
potencial a medida que 82 aumenta, isso até o momento em que Vu2 = 2*u2. Nessa
última situação, pode-se deduzir a partir das equações para energia mostrada
u22
anteriormente que a energia potencial torna-se nula e H e =H c =2 . Isso significa que
g
toda energia fornecida para o líquido traduz-se em energia cinética.
Conclui-se, por isso, que a velocidade do líquido aumenta com o aumento do ângulo 82.
Sabemos, contudo, que maiores velocidade significam maiores perdas por atrito tanto no
rotor quanto no difusor. Essas bombas de alta velocidade, então, só servem para grandes
descargas e pequenas alturas de elevação. Em contraponto, menores velocidades
conduzem a um fluxo de líquido mais suave e transformação da maior parte da energia
em pressão, o que também diminui as perdas por atrito. Dessa forma, conclui-se que
bombas com pás inclinadas para trás possuem intrinsecamente maior rendimento.

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