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RESUMO
No quinto Capítulo, sob o título “Ceres e a Política”, a autora procura mostrar como o
movimento ruralista teve ressonância no espaço de governo, mais especificamente
como um movimento ruralista que se inscreveu no âmbito da sociedade política
daquele momento histórico, o papel da SNA na criação e gestão do ministério e as
políticas por ele formuladas e geradas. No capítulo, Sonia Mendonça demonstra com
clareza os conflitos de interesses das diferentes frações da classe dominante no interior
do aparelho de Estado, na disputa pela formulação das políticas públicas e na definição
das agências capazes de implementá-las. A autora coloca no centro como objeto de
estudo a história de constituição do MAIC, por que, segundo ela, este ramo do
aparelho estatal brasileiro constitui-se no lócus dos interesses das frações agrárias
nacionais dominantes, porém não hegemônicas, que siginificavam aquelas frações
desvinculadas do complexo cafeeiro paulista. No decurso do capítulo, a autora analisa
um momento importante no processo de constituição da chamada hegemonia durante a
Primeira República, na medida em que a criação e consolidação do MAIC contribuiu
para a sedimentação de uma ideologia do bloco dominante no poder. Ela constrói seus
argumentos através de um estudo da gênese do MAIC e da composição de seus
quadros. A autora procura mostrar que os interesses que se amontoavam por detrás
daquele processo são os mesmos da representação, digo melhor, aqueles representados
pela Sociedade Nacional de Agricultura, totalmente enfronhados no eixo que ligava o
Rio de Janeiro, Sul e Nordeste do País.