Língua Portuguesa
I - Textos: interpretação e compreensão de textos. ......................................................................................................1
II - Língua e Linguagem: As funções da linguagem; texto narrativo; texto descritivo; texto dissertativo; discurso
direto, indireto e indireto livre; o gênero poético e as figuras de linguagem. ..........................................................3
III - Fonética - fonologia: Fonemas: vogais, consoantes e semivogais; encontros vocálicos, consonantais e
dígrafos; Sílabas. ............................................................................................................................................................... 17
IV - Ortografia: Correção ortográfica; acentuação gráfica; divisão silábica. .......................................................... 21
V - Morfologia: Estrutura e formação de palavras; morfemas, afixos; processos de formação de palavras;
classes gramaticais: identificação, classificações e emprego. ................................................................................... 27
VI - Sintaxe: Frase, oração e período; período simples - termos da oração: identificação, classificações e
emprego. ............................................................................................................................................................................ 54
VII - Literatura: Denotação e conotação; conceituação de texto literário; gêneros literários; periodização da
literatura brasileira; estudo dos principais autores dos estilos de época. ............................................................. 66
Matemática
I - NÚMEROS E OPERAÇÕES: cálculo aritmético ...........................................................................................................1
II - ÁLGEBRA E FUNÇÕES: proporcionalidade, sequências e raciocínio lógico ..................................................... 13
III - GRANDEZAS E MEDIDAS: estimativas e noções de medições .......................................................................... 40
IV - ESPAÇO E FORMA: deslocamentos e movimentos no plano e no espaço ....................................................... 44
V - TRATAMENTO DA INFORMAÇÃO: Leitura e representação da informação em Gráficos, Tabelas e
Pictogramas ........................................................................................................................................................................ 72
Conhecimentos Pedagógicos
I - Direitos Humanos. ...........................................................................................................................................................1
II - Estatuto da Criança e Adolescente. .......................................................................................................................... 22
III - Diretrizes Nacionais para a educação em direitos humanos. ............................................................................ 59
IV - Programa Nacional Direitos Humanos. .................................................................................................................. 71
V - Plano Nacional de Educação em Direitos Humanos. ............................................................................................. 72
VI - Direitos das Mulheres................................................................................................................................................ 76
VII - A Educação Escolar Quilombola no Brasil. ........................................................................................................... 83
VIII - A organização e Funcionamento da Educação Escolar Quilombola no Estado de Minas Gerais. ............130
IX - A Educação das Relações Étnico-Raciais no Brasil. ............................................................................................133
X - A Educação das Relações Étnico-Raciais e a Década Internacional dos Povos Afrodescendentes. ............135
XI - Diretrizes para a Educação Básica nas escolas do campo em Minas Gerais. .................................................136
XII - Diretrizes Operacionais Básicas para a Educação Básica nas escolas do campo. .......................................149
XIII - Política Nacional de Formação de Profissionais do Magistério da Educação Básica.................................151
XIV - Organização e o funcionamento do ensino nas Escolas Estaduais de Educação Básica de Minas
Gerais..... ............................................................................................................................................................................154
XV - O Currículo na perspectiva da inclusão, da diversidade e do direito à aprendizagem. ..............................164
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XVI - Projeto Político-Pedagógico e a estreita relação com o Plano de Ensino, o Plano de Aula e a gestão da sala
de aula. ..............................................................................................................................................................................191
XVII - A organização do trabalho pedagógico e a interdisciplinaridade. ...............................................................200
XVIII - A avaliação da aprendizagem na perspectiva de um Currículo Inclusivo. ................................................223
XIX - A política da Educação Integral e Integrada garantindo a formação humana e o desenvolvimento integral
dos estudantes. ................................................................................................................................................................246
XX - Educação Especial Inclusiva: possibilidades e desafios. ..................................................................................248
BASE NACIONAL CURRICULAR COMUM.....................................................................................................................258
Conteúdo Específico
I - As ciências sociais: senso comum e ciência, o objeto de estudo da sociologia, a divisão entre as ciências
sociais .....................................................................................................................................................................................1
II - Indivíduo e sociedade: padrões de comportamento social. ...................................................................................7
III - Tecnologia, trabalho e mudança social. ...................................................................................................................8
IV - Papel, status, habitus. ............................................................................................................................................... 13
V - Identidade e estrutura social. ................................................................................................................................... 14
VI - Estrutura, ação e racionalidade. ............................................................................................................................. 18
VII - Classe, estamento, poder e dominação. ............................................................................................................... 19
VIII - Modernidade e mudança social. .......................................................................................................................... 21
IX - Sociologia e Juventude. ............................................................................................................................................. 26
X - Educação, escola e transformação social. ................................................................................................................ 29
XI - Movimentos Sociais. ................................................................................................................................................. 38
XII - Cidadania, política e Estado. .................................................................................................................................. 45
Conteúdo relativo à BNCC e PC Ensino Medio e Fundamental do Governo de Minas Gerais .............................. 56
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LÍNGUA PORTUGUESA
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APOSTILAS OPÇÃO
Não saber interpretar corretamente um texto pode gerar
inúmeros problemas, afetando não só o desenvolvimento
profissional, mas também o desenvolvimento pessoal. O mundo
moderno cobra de nós inúmeras competências, uma delas é a
proficiência na língua, e isso não se refere apenas a uma boa
comunicação verbal, mas também à capacidade de entender
aquilo que está sendo lido. O analfabetismo funcional está
I - Textos: interpretação e relacionado com a dificuldade de decifrar as entrelinhas do
código, pois a leitura mecânica é bem diferente da leitura
compreensão de textos. interpretativa, aquela que fazemos ao estabelecer analogias e
criar inferências. Para que você não sofra mais com a análise de
textos, elaboramos algumas dicas para você seguir e tirar suas
Interpretação de Texto
dúvidas.
Uma interpretação de texto competente depende de
A leitura é o meio mais importante para chegarmos ao
inúmeros fatores, mas nem por isso deixaremos de contemplar
conhecimento, portanto, precisamos aprender a ler e não
alguns que se fazem essenciais para esse exercício. Muitas vezes,
apenas “passar os olhos sobre algum texto”. Ler, na verdade,
apressados, descuidamo-nos das minúcias presentes em um
é dar sentido à vida e ao mundo, é dominar a riqueza de
texto, achamos que apenas uma leitura já se faz suficiente, o que
qualquer texto, seja literário, informativo, persuasivo, narrativo,
não é verdade. Interpretar demanda paciência e, por isso, sempre
possibilidades que se misturam e as tornam infinitas. É preciso,
releia, pois uma segunda leitura pode apresentar aspectos
para uma boa leitura, exercitar-se na arte de pensar, de captar
surpreendentes que não foram observados anteriormente.
ideias, de investigar as palavras… Para isso, devemos entender,
Para auxiliar na busca de sentidos do texto, você pode também
primeiro, algumas definições importantes:
retirar dele os tópicos frasais presentes em cada parágrafo,
isso certamente auxiliará na apreensão do conteúdo exposto.
Texto
Lembre-se de que os parágrafos não estão organizados, pelo
O texto (do latim textum: tecido) é uma unidade básica de
menos em um bom texto, de maneira aleatória, se estão no lugar
organização e transmissão de ideias, conceitos e informações de
que estão, é porque ali se fazem necessários, estabelecendo
modo geral. Em sentido amplo, uma escultura, um quadro, um
uma relação hierárquica do pensamento defendido, retomando
símbolo, um sinal de trânsito, uma foto, um filme, uma novela de
ideias supracitadas ou apresentando novos conceitos.
televisão também são formas textuais.
Para finalizar, concentre-se nas ideias que de fato foram
explicitadas pelo autor: os textos argumentativos não costumam
Interlocutor
conceder espaço para divagações ou hipóteses, supostamente
É a pessoa a quem o texto se dirige.
contidas nas entrelinhas. Devemos nos ater às ideias do autor,
isso não quer dizer que você precise ficar preso na superfície
Texto-modelo
do texto, mas é fundamental que não criemos, à revelia do
“Não é preciso muito para sentir ciúme. Bastam três – você,
autor, suposições vagas e inespecíficas. Quem lê com cuidado
uma pessoa amada e uma intrusa. Por isso todo mundo sente.
certamente incorre menos no risco de tornar-se um analfabeto
Se sua amiga disser que não, está mentindo ou se enganando.
funcional e ler com atenção é um exercício que deve ser
Quem agüenta ver o namorado conversando todo animado com
praticado à exaustão, assim como uma técnica, que fará de nós
outra menina sem sentir uma pontinha de não-sei-o-quê? (…)
leitores proficientes e sagazes. Agora que você já conhece nossas
É normal você querer o máximo de atenção do seu namorado,
dicas, desejamos a você uma boa leitura e bons estudos!
das suas amigas, dos seus pais. Eles são a parte mais importante
Fonte: http://portugues.uol.com.br/redacao/dicas-para-uma-boa-
da sua vida.”
interpretacao-texto.html
(Revista Capricho)
Modelo de Perguntas
Questões
1) Considerando o texto-modelo, é possível identificar quem
é o seu interlocutor preferencial?
O uso da bicicleta no Brasil
Um leitor jovem.
A utilização da bicicleta como meio de locomoção no Brasil
2) Quais são as informações (explícitas ou não) que permitem
ainda conta com poucos adeptos, em comparação com países
a você identificar o interlocutor preferencial do texto?
como Holanda e Inglaterra, por exemplo, nos quais a bicicleta
Do contexto podemos extrair indícios do interlocutor
é um dos principais veículos nas ruas. Apesar disso, cada vez
preferencial do texto: uma jovem adolescente, que pode ser
mais pessoas começam a acreditar que a bicicleta é, numa
acometida pelo ciúme. Observa-se ainda , que a revista Capricho
comparação entre todos os meios de transporte, um dos que
tem como público-alvo preferencial: meninas adolescentes.
oferecem mais vantagens.
A linguagem informal típica dos adolescentes.
A bicicleta já pode ser comparada a carros, motocicletas
e a outros veículos que, por lei, devem andar na via e jamais
09 DICAS PARA MELHORAR A INTERPRETAÇÃO DE TEXTOS
na calçada. Bicicletas, triciclos e outras variações são todos
01) Ler todo o texto, procurando ter uma visão geral do
considerados veículos, com direito de circulação pelas ruas e
assunto;
prioridade sobre os automotores.
02) Se encontrar palavras desconhecidas, não interrompa a
Alguns dos motivos pelos quais as pessoas aderem à bicicleta
leitura;
no dia a dia são: a valorização da sustentabilidade, pois as bikes
03) Ler, ler bem, ler profundamente, ou seja, ler o texto pelo
não emitem gases nocivos ao ambiente, não consomem petróleo
menos duas vezes;
e produzem muito menos sucata de metais, plásticos e borracha;
04) Inferir;
a diminuição dos congestionamentos por excesso de veículos
05) Voltar ao texto tantas quantas vezes precisar;
motorizados, que atingem principalmente as grandes cidades; o
06) Não permitir que prevaleçam suas ideias sobre as do
favorecimento da saúde, pois pedalar é um exercício físico muito
autor;
bom; e a economia no combustível, na manutenção, no seguro e,
07) Fragmentar o texto (parágrafos, partes) para melhor
claro, nos impostos.
compreensão;
No Brasil, está sendo implantado o sistema de
08) Verificar, com atenção e cuidado, o enunciado de cada
compartilhamento de bicicletas. Em Porto Alegre, por exemplo,
questão;
o BikePOA é um projeto de sustentabilidade da Prefeitura, em
09) O autor defende ideias e você deve percebê-las;
parceria com o sistema de Bicicletas SAMBA, com quase um
Fonte: http://portuguesemfoco.com/09-dicas-para-melhorar-a-
ano de operação. Depois de Rio de Janeiro, São Paulo, Santos,
interpretacao-de-textos-em-provas/
Sorocaba e outras cidades espalhadas pelo país aderirem a
Língua Portuguesa 1
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APOSTILAS OPÇÃO
esse sistema, mais duas capitais já estão com o projeto pronto Considerando a relação entre o título e a imagem, é correto
em 2013: Recife e Goiânia. A ideia do compartilhamento é concluir que um dos temas diretamente explorados no cartum é
semelhante em todas as cidades. Em Porto Alegre, os usuários (A) o aumento da circulação de ciclistas nas vias públicas.
devem fazer um cadastro pelo site. O valor do passe mensal é (B) a má qualidade da pavimentação em algumas ruas.
R$ 10 e o do passe diário, R$ 5, podendo-se utilizar o sistema (C) a arbitrariedade na definição dos valores das multas.
durante todo o dia, das 6h às 22h, nas duas modalidades. Em (D) o número excessivo de automóveis nas ruas.
todas as cidades que já aderiram ao projeto, as bicicletas estão (E) o uso de novas tecnologias no transporte público.
espalhadas em pontos estratégicos.
A cultura do uso da bicicleta como meio de locomoção 04. Considere o cartum de Douglas Vieira.
não está consolidada em nossa sociedade. Muitos ainda não Televisão
sabem que a bicicleta já é considerada um meio de transporte,
ou desconhecem as leis que abrangem a bike. Na confusão de
um trânsito caótico numa cidade grande, carros, motocicletas,
ônibus e, agora, bicicletas, misturam-se, causando, muitas vezes,
discussões e acidentes que poderiam ser evitados.
Ainda são comuns os acidentes que atingem ciclistas. A
verdade é que, quando expostos nas vias públicas, eles estão
totalmente vulneráveis em cima de suas bicicletas. Por isso
é tão importante usar capacete e outros itens de segurança. A
maior parte dos motoristas de carros, ônibus, motocicletas e
caminhões desconhece as leis que abrangem os direitos dos
ciclistas. Mas muitos ciclistas também ignoram seus direitos
e deveres. Alguém que resolve integrar a bike ao seu estilo de
vida e usá-la como meio de locomoção precisa compreender (http://iiiconcursodecartumuniversitario.blogspot.com.br.
que deverá gastar com alguns apetrechos necessários para Adaptado)
poder trafegar. De acordo com o Código de Trânsito Brasileiro,
as bicicletas devem, obrigatoriamente, ser equipadas com É correto concluir que, de acordo com o cartum,
campainha, sinalização noturna dianteira, traseira, lateral e nos (A) os tipos de entretenimento disponibilizados pelo livro ou
pedais, além de espelho retrovisor do lado esquerdo. pela TV são equivalentes.
(Bárbara Moreira, http://www.eusoufamecos.net. Adaptado) (B) o livro, em comparação com a TV, leva a uma imaginação
mais ativa.
01. De acordo com o texto, o uso da bicicleta como meio de (C) o indivíduo que prefere ler a assistir televisão é alguém
locomoção nas metrópoles brasileiras que não sabe se distrair.
(A) decresce em comparação com Holanda e Inglaterra (D) a leitura de um bom livro é tão instrutiva quanto assistir
devido à falta de regulamentação. a um programa de televisão.
(B) vem se intensificando paulatinamente e tem sido (E) a televisão e o livro estimulam a imaginação de modo
incentivado em várias cidades. idêntico, embora ler seja mais prazeroso.
(C) tornou-se, rapidamente, um hábito cultivado pela
maioria dos moradores. Leia o texto para responder às questões:
(D) é uma alternativa dispendiosa em comparação com os
demais meios de transporte. Propensão à ira de trânsito
(E) tem sido rejeitado por consistir em uma atividade
arriscada e pouco salutar. Dirigir um carro é estressante, além de inerentemente
perigoso. Mesmo que o indivíduo seja o motorista mais seguro
02. A partir da leitura, é correto concluir que um dos do mundo, existem muitas variáveis de risco no trânsito, como
objetivos centrais do texto é clima, acidentes de trânsito e obras nas ruas.
(A) informar o leitor sobre alguns direitos e deveres do E com relação a todas as outras pessoas nas ruas? Algumas
ciclista. não são apenas maus motoristas, sem condições de dirigir, mas
(B) convencer o leitor de que circular em uma bicicleta é também se engajam num comportamento de risco – algumas até
mais seguro do que dirigir um carro. agem especificamente para irritar o outro motorista ou impedir
(C) mostrar que não há legislação acerca do uso da bicicleta que este chegue onde precisa.
no Brasil. Essa é a evolução de pensamento que alguém poderá
(D) explicar de que maneira o uso da bicicleta como meio de ter antes de passar para a ira de trânsito de fato, levando um
locomoção se consolidou no Brasil. motorista a tomar decisões irracionais.
(E) defender que, quando circular na calçada, o ciclista deve Dirigir pode ser uma experiência arriscada e emocionante.
dar prioridade ao pedestre. Para muitos de nós, os carros são a extensão de nossa
personalidade e podem ser o bem mais valioso que possuímos.
03. Considere o cartum de Evandro Alves. Dirigir pode ser a expressão de liberdade para alguns, mas
Afogado no Trânsito também é uma atividade que tende a aumentar os níveis de
estresse, mesmo que não tenhamos consciência disso no
momento.
Dirigir é também uma atividade comunitária. Uma vez que
entra no trânsito, você se junta a uma comunidade de outros
motoristas, todos com seus objetivos, medos e habilidades ao
volante. Os psicólogos Leon James e Diane Nahl dizem que um
dos fatores da ira de trânsito é a tendência de nos concentrarmos
em nós mesmos, descartando o aspecto comunitário do ato de
dirigir.
Como perito do Congresso em Psicologia do Trânsito, o
Dr. James acredita que a causa principal da ira de trânsito não
são os congestionamentos ou mais motoristas nas ruas, e sim
como nossa cultura visualiza a direção agressiva. As crianças
aprendem que as regras normais em relação ao comportamento
(http://iiiconcursodecartumuniversitario.blogspot.com.br) e à civilidade não se aplicam quando dirigimos um carro. Elas
podem ver seus pais envolvidos em comportamentos de disputa
Língua Portuguesa 2
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APOSTILAS OPÇÃO
ao volante, mudando de faixa continuamente ou dirigindo em A função informativa da linguagem tem importância central
alta velocidade, sempre com pressa para chegar ao destino. na vida das pessoas, consideradas individualmente ou como
Para complicar as coisas, por vários anos psicólogos grupo social. Para cada indivíduo, ela permite conhecer o mundo;
sugeriam que o melhor meio para aliviar a raiva era descarregar para o grupo social, possibilita o acúmulo de conhecimentos
a frustração. Estudos mostram, no entanto, que a descarga de e a transferência de experiências. Por meio dessa função, a
frustrações não ajuda a aliviar a raiva. Em uma situação de ira linguagem modela o intelecto.
de trânsito, a descarga de frustrações pode transformar um É a função informativa que permite a realização do trabalho
incidente em uma violenta briga. coletivo. Operar bem essa função da linguagem possibilita que
Com isso em mente, não é surpresa que brigas violentas cada indivíduo continue sempre a aprender.
aconteçam algumas vezes. A maioria das pessoas está A função informativa costuma ser chamada também de
predisposta a apresentar um comportamento irracional quando função referencial, pois seu principal propósito é fazer com
dirige. Dr. James vai ainda além e afirma que a maior parte das que as palavras revelem da maneira mais clara possível as coisas
pessoas fica emocionalmente incapacitada quando dirige. O que ou os eventos a que fazem referência.
deve ser feito, dizem os psicólogos, é estar ciente de seu estado
emocional e fazer as escolhas corretas, mesmo quando estiver A linguagem serve para influenciar e ser influenciado:
tentado a agir só com a emoção. Função Conativa.
(Jonathan Strickland. Disponível em: http://carros.hsw.uol.com.br/
furia-no-transito1 .htm. Acesso em: 01.08.2013. Adaptado) “Vem pra Caixa você também.”
05. Tomando por base as informações contidas no texto, é Essa frase fazia parte de uma campanha destinada a
correto afirmar que aumentar o número de correntistas da Caixa Econômica Federal.
(A) os comportamentos de disputa ao volante acontecem à Para persuadir o público alvo da propaganda a adotar esse
medida que os motoristas se envolvem em decisões conscientes. comportamento, formulou-se um convite com uma linguagem
(B) segundo psicólogos, as brigas no trânsito são causadas bastante coloquial, usando, por exemplo, a forma vem, de
pela constante preocupação dos motoristas com o aspecto segunda pessoa do imperativo, em lugar de venha, forma de
comunitário do ato de dirigir. terceira pessoa prescrita pela norma culta quando se usa você.
(C) para Dr. James, o grande número de carros nas ruas é Pela linguagem, as pessoas são induzidas a fazer
o principal motivo que provoca, nos motoristas, uma direção determinadas coisas, a crer em determinadas ideias, a sentir
agressiva. determinadas emoções, a ter determinados estados de alma
(D) o ato de dirigir um carro envolve uma série de (amor, desprezo, desdém, raiva, etc.). Por isso, pode-se dizer que
experiências e atividades não só individuais como também ela modela atitudes, convicções, sentimentos, emoções, paixões.
sociais. Quem ouve desavisada e reiteradamente a palavra “negro”,
(E) dirigir mal pode estar associado à falta de controle das pronunciada em tom desdenhoso, aprende a ter sentimentos
emoções positivas por parte dos motoristas. racistas; se a todo momento nos dizem, num tom pejorativo,
“Isso é coisa de mulher”, aprendemos os preconceitos contra a
Respostas mulher.
1. (B) / 2. (A) / 3. (D) / 4. (B) / 5. (D) Não se interfere no comportamento das pessoas apenas
com a ordem, o pedido, a súplica. Há textos que nos influenciam
de maneira bastante sutil, com tentações e seduções, como
II - Língua e Linguagem: As os anúncios publicitários que nos dizem como seremos bem
funções da linguagem; texto sucedidos, atraentes e charmosos se usarmos determinadas
narrativo; texto descritivo; marcas, se consumirmos certos produtos.
texto dissertativo; discurso Com essa função, a linguagem modela tanto bons cidadãos,
direto, indireto e indireto livre; o que colocam o respeito ao outro acima de tudo, quanto
espertalhões, que só pensam em levar vantagem, e indivíduos
gênero poético e as figuras de atemorizados, que se deixam conduzir sem questionar.
linguagem. Emprega-se a expressão função conativa da linguagem
quando esta é usada para interferir no comportamento das
pessoas por meio de uma ordem, um pedido ou uma sugestão. A
Funções da Linguagem palavra conativo é proveniente de um verbo latino (conari) que
significa “esforçar-se” (para obter algo).
Quando se pergunta a alguém para que serve a linguagem,
a resposta mais comum é que ela serve para comunicar. Isso A linguagem serve para expressar a subjetividade: Função
está correto. No entanto, comunicar não é apenas transmitir Emotiva.
informações. É também exprimir emoções, dar ordens, falar
apenas para não haver silêncio. Para que serve a linguagem? “Eu fico possesso com isso!”
A linguagem serve para informar: Função Referencial. Nessa frase, quem fala está exprimindo sua indignação
com alguma coisa que aconteceu. Com palavras, objetivamos
“Estados Unidos invadem o Iraque” e expressamos nossos sentimentos e nossas emoções.
Exprimimos a revolta e a alegria, sussurramos palavras de
Essa frase, numa manchete de jornal, informa-nos sobre um amor e explodimos de raiva, manifestamos desespero, desdém,
acontecimento do mundo. desprezo, admiração, dor, tristeza. Muitas vezes, falamos para
Com a linguagem, armazenamos conhecimentos na memória, exprimir poder ou para afirmarmo-nos socialmente. Durante o
transmitimos esses conhecimentos a outras pessoas, ficamos governo do presidente Fernando Henrique Cardoso, ouvíamos
sabendo de experiências bem-sucedidas, somos prevenidos certos políticos dizerem “A intenção do Fernando é levar o
contra as tentativas mal sucedidas de fazer alguma coisa. Graças país à prosperidade” ou “O Fernando tem mudado o país”. Essa
à linguagem, um ser humano recebe de outro conhecimentos, maneira informal de se referirem ao presidente era, na verdade,
aperfeiçoa-os e transmite-os. uma maneira de insinuarem intimidade com ele e, portanto,
Condillac, um pensador francês, diz: “Quereis aprender de exprimirem a importância que lhes seria atribuída pela
ciências com facilidade? Começai a aprender vossa própria proximidade com o poder. Inúmeras vezes, contamos coisas
língua!” Com efeito, a linguagem é a maneira como aprendemos que fizemos para afirmarmo-nos perante o grupo, para mostrar
desde as mais banais informações do dia a dia até as teorias nossa valentia ou nossa erudição, nossa capacidade intelectual
científicas, as expressões artísticas e os sistemas filosóficos mais ou nossa competência na conquista amorosa.
avançados.
Língua Portuguesa 3
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APOSTILAS OPÇÃO
Por meio do tipo de linguagem que usamos, do tom de voz A linguagem serve como fonte de prazer: Função Poética.
que empregamos, etc., transmitimos uma imagem nossa, não
raro inconscientemente. Brincamos com as palavras. Os jogos com o sentido e os sons
Emprega-se a expressão função emotiva para designar a são formas de tornar a linguagem um lugar de prazer. Divertimo-
utilização da linguagem para a manifestação do enunciador, isto nos com eles. Manipulamos as palavras para delas extrairmos
é, daquele que fala. satisfação.
Oswald de Andrade, em seu “Manifesto antropófago”, diz
A linguagem serve para criar e manter laços sociais: Função “Tupi or not tupi”; trata-se de um jogo com a frase shakespeariana
Fática. “To be or not to be”. Conta-se que o poeta Emílio de Menezes,
quando soube que uma mulher muito gorda se sentara no banco
__Que calorão, hein? de um ônibus e este quebrara, fez o seguinte trocadilho: “É a
__Também, tem chovido tão pouco. primeira vez que vejo um banco quebrar por excesso de fundos”.
__Acho que este ano tem feito mais calor do que nos outros. A palavra banco está usada em dois sentidos: “móvel comprido
__Eu não me lembro de já ter sentido tanto calor. para sentar-se” e “casa bancária”. Também está empregado em
dois sentidos o termo fundos: “nádegas” e “capital”, “dinheiro”.
Esse é um típico diálogo de pessoas que se encontram num Observe-se o uso do verbo bater, em expressões diversas,
elevador e devem manter uma conversa nos poucos instantes com significados diferentes, nesta frase do deputado Virgílio
em que estão juntas. Falam para nada dizer, apenas porque o Guimarães:
silêncio poderia ser constrangedor ou parecer hostil.
Quando estamos num grupo, numa festa, não podemos “ACM bate boca porque está acostumado a bater: bateu
manter-nos em silêncio, olhando uns para os outros. Nessas continência para os militares, bateu palmas para o Collor e quer
ocasiões, a conversação é obrigatória. Por isso, quando não se bater chapa em 2002. Mas o que falta é que lhe bata uma dor de
tem assunto, fala-se do tempo, repetem-se histórias que todos consciência e bata em retirada.”
conhecem, contam-se anedotas velhas. A linguagem, nesse caso, (Folha de S. Paulo)
não tem nenhuma função que não seja manter os laços sociais.
Quando encontramos alguém e lhe perguntamos “Tudo bem?”, Verifica-se que a linguagem pode ser usada utilitariamente
em geral não queremos, de fato, saber se nosso interlocutor está ou esteticamente. No primeiro caso, ela é utilizada para informar,
bem, se está doente, se está com problemas. A fórmula é uma para influenciar, para manter os laços sociais, etc. No segundo,
maneira de estabelecer um vínculo social. para produzir um efeito prazeroso de descoberta de sentidos.
Também os hinos têm a função de criar vínculos, seja entre Em função estética, o mais importante é como se diz, pois o
alunos de uma escola, entre torcedores de um time de futebol sentido também é criado pelo ritmo, pelo arranjo dos sons, pela
ou entre os habitantes de um país. Não importa que as pessoas disposição das palavras, etc.
não entendam bem o significado da letra do Hino Nacional, pois Na estrofe abaixo, retirada do poema “A Cavalgada”, de
ele não tem função informativa: o importante é que, ao cantá-lo, Raimundo Correia, a sucessão dos sons oclusivos /p/, /t/, /k/,
sentimo-nos participantes da comunidade de brasileiros. /b/, /d/, /g/ sugere o patear dos cavalos:
Na nomenclatura da linguística, usa-se a expressão função
fática para indicar a utilização da linguagem para estabelecer ou E o bosque estala, move-se, estremece...
manter aberta a comunicação entre um falante e seu interlocutor. Da cavalgada o estrépito que aumenta
Perde-se após no centro da montanha...
A linguagem serve para falar sobre a própria linguagem:
Função Metalinguística. Apud: Lêdo Ivo. Raimundo Correia: Poesia. 4ª ed.
Rio de Janeiro, Agir, p. 29. Coleção Nossos Clássicos.
Quando dizemos frases como “A palavra ‘cão’ é um
substantivo”; “É errado dizer ‘a gente viemos’”; “Estou usando Observe-se que a maior concentração de sons oclusivos
o termo ‘direção’ em dois sentidos”; “Não é muito elegante usar ocorre no segundo verso, quando se afirma que o barulho dos
palavrões”, não estamos falando de acontecimentos do mundo, cavalos aumenta.
mas estamos tecendo comentários sobre a própria linguagem. É Quando se usam recursos da própria língua para acrescentar
o que chama função metalinguística. A atividade metalinguística sentidos ao conteúdo transmitido por ela, diz-se que estamos
é inseparável da fala. Falamos sobre o mundo exterior e o usando a linguagem em sua função poética.
mundo interior e ao mesmo tempo, fazemos comentários sobre
a nossa fala e a dos outros. Quando afirmamos como diz o Para melhor compreensão das funções de linguagem, torna-
outro, estamos comentando o que declaramos: é um modo de se necessário o estudo dos elementos da comunicação.
esclarecer que não temos o hábito de dizer uma coisa tão trivial Antigamente, tinha-se a ideia que o diálogo era desenvolvido
como a que estamos enunciando; inversamente, podemos usar de maneira “sistematizada” (alguém pergunta - alguém espera
a metalinguagem como recurso para valorizar nosso modo de ouvir a pergunta, daí responde, enquanto outro escuta em
dizer. É o que se dá quando dizemos, por exemplo, Parodiando o silêncio, etc). Exemplo:
padre Vieira ou Para usar uma expressão clássica, vou dizer que
“peixes se pescam, homens é que se não podem pescar”.
ELEMENTOS DA COMUNICAÇÃO
A linguagem serve para criar outros universos. Emissor emite, codifica a mensagem
A linguagem não fala apenas daquilo que existe, fala também Receptor recebe, decodifica a mensagem
do que nunca existiu. Com ela, imaginamos novos mundos, Mensagem conteúdo transmitido pelo emissor
outras realidades. Essa é a grande função da arte: mostrar que
outros modos de ser são possíveis, que outros universos podem conjunto de signos usado na transmissão e
Código
existir. O filme de Woody Allen “A rosa púrpura do Cairo” (1985) recepção da mensagem
mostra isso de maneira bem expressiva. Nele, conta-se a história Referente contexto relacionado a emissor e receptor
de uma mulher que, para consolar-se do cotidiano sofrido e
dos maus-tratos infligidos pelo marido, refugia-se no cinema, Canal meio pelo qual circula a mensagem
assistindo inúmeras vezes a um filme de amor em que a vida Porém, com recentes estudos linguísticos, tal teoria sofreu
é glamorosa, e o galã é carinhoso e romântico. Um dia, ele sai certa modificação, pois, chegou-se a conclusão de que ao se
da tela e ambos vão viver juntos uma série de aventuras. Nessa tratar da parole (sentido individual da língua), entende-se que
outra realidade, os homens são gentis, a vida não é monótona, o é um veículo democrático (observe a função fática), assim,
amor nunca diminui e assim por diante. admite-se um novo formato de locução, ou, interlocução (diálogo
interativo):
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(D) poética.
Locutor quem fala (e responde)
(E) fática.
Locutário quem ouve e responde
02.
Interlocução diálogo
SONETO DE MAIO
(Vinícius de Moraes)
As respostas, dos “interlocutores” podem ser gestuais, faciais
etc. por isso a mudança (aprimoração) na teoria. Suavemente Maio se insinua
As atitudes e reações dos comunicantes são também Por entre os véus de Abril, o mês cruel
referentes e exercem influência sobre a comunicação E lava o ar de anil, alegra a rua
Alumbra os astros e aproxima o céu.
Lembramo-nos: Até a lua, a casta e branca lua
Esquecido o pudor, baixa o dossel
- Emotiva (ou expressiva): a mensagem centra-se no “eu” E em seu leito de plumas fica nua
do emissor, é carregada de subjetividade. Ligada a esta função A destilar seu luminoso mel.
está, por norma, a poesia lírica. Raia a aurora tão tímida e tão frágil
- Função apelativa (imperativa): com este tipo de Que através do seu corpo transparente
mensagem, o emissor atua sobre o receptor, afim de que Dir-se-ia poder-se ver o rosto
este assuma determinado comportamento; há frequente Carregado de inveja e de presságio
uso do vocativo e do imperativo. Esta função da linguagem é Dos irmãos Junho e Julho, friamente
frequentemente usada por oradores e agentes de publicidade. Preparando as catástrofes de Agosto...
- Função metalinguística: função usada quando a língua
explica a própria linguagem (exemplo: quando, na análise de Disponível em: http://www.viniciusdemoraes.com.br
um texto, investigamos os seus aspectos morfo-sintáticos e/ou
semânticos). Em um poema, é possível afirmar que a função de linguagem
- Função informativa (ou referencial): função usada está centrada na:
quando o emissor informa objetivamente o receptor de uma
realidade, ou acontecimento. (A) Função fática.
- Função fática: pretende conseguir e manter a atenção (B) Função emotiva ou expressiva.
dos interlocutores, muito usada em discursos políticos e textos (C) Função conativa ou apelativa.
publicitários (centra-se no canal de comunicação). (D) Função denotativa ou referencial.
- Função poética: embeleza, enriquecendo a mensagem com
figuras de estilo, palavras belas, expressivas, ritmos agradáveis, 03. O exercício da crônica
etc. Escrever prosa é uma arte ingrata. Eu digo prosa fiada, como
faz um cronista; não a prosa de um ficcionista, na qual este é
Também podemos pensar que as primeiras falas conscientes levado meio a tapas pelas personagens e situações que, azar
da raça humana ocorreu quando os sons emitidos evoluiram dele, criou porque quis. Com um prosador do cotidiano, a coisa
para o que podemos reconhecer como “interjeições”. As fia mais fino. Senta-se ele diante de sua máquina, olha através
primeiras ferramentas da fala humana. da janela e busca fundo em sua imaginação um fato qualquer,
de preferência colhido no noticiário matutino, ou da véspera,
A função biológica e cerebral da linguagem é aquilo que mais em que, com as suas artimanhas peculiares, possa injetar um
profundamente distingue o homem dos outros animais. sangue novo. Se nada houver, resta-lhe o recurso de olhar em
Podemos considerar que o desenvolvimento desta função torno e esperar que, através de um processo associativo, surja-
cerebral ocorre em estreita ligação com a bipedia e a libertação lhe de repente a crônica, provinda dos fatos e feitos de sua vida
da mão, que permitiram o aumento do volume do cérebro, a par emocionalmente despertados pela concentração. Ou então, em
do desenvolvimento de órgãos fonadores e da mímica facial. última instância, recorrer ao assunto da falta de assunto, já
Devido a estas capacidades, para além da linguagem falada bastante gasto, mas do qual, no ato de escrever, pode surgir o
e escrita, o homem, aprendendo pela observação de animais, inesperado.
desenvolveu a língua de sinais adaptada pelos surdos em
diferentes países, não só para melhorar a comunicação entre MORAES, V. Para viver um grande amor: crônicas e poemas.
surdos, mas também para utilizar em situações especiais, São Paulo: Cia. das Letras, 1991.
como no teatro e entre navios ou pessoas e não animais que
se encontram fora do alcance do ouvido, mas que se podem Predomina nesse texto a função da linguagem que se
observar entre si. constitui
Questões (A) nas diferenças entre o cronista e o ficcionista.
(B) nos elementos que servem de inspiração ao cronista.
01. (C) nos assuntos que podem ser tratados em uma crônica.
Alô, alô, Marciano (D) no papel da vida do cronista no processo de escrita da
Aqui quem fala é da Terra crônica.
Pra variar, estamos em guerra (E) nas dificuldades de se escrever uma crônica por meio de
Você não imagina a loucura uma crônica.
O ser humano tá na maior fissura porque
Tá cada vez mais down o high society [...] 04. Sempre que há comunicação há uma intenção, o que
determina que a linguagem varie, assumindo funções. A
LEE, Rita. CARVALHO, Roberto de. Disponível em: http://www.
função da linguagem predominante no texto com a respectiva
vagalume.com.br/ Acesso em: 30 mar. 2014.
característica está expressa em:
Os dois primeiros versos do texto fazem referência à função (A) referencial – presença de termos científicos e técnicos
da linguagem cujo objetivo dos emissores é apenas estabelecer (B) expressiva – predominância da 1ª pessoa do singular
ou manter contato de comunicação com seus receptores. Nesses (C) fática – uso de cumprimentos e saudações
versos, a linguagem está empregada em função (D) apelativa – emprego de verbos flexionados no imperativo
(A) expressiva.
(B) apelativa. Respostas
(C) referencial. 01. (E) / 02. (B) / 03. (E) / 04. (D)
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Tipos Textuais Sempre que se expõe com detalhes um objeto, uma pessoa
ou uma paisagem a alguém, está fazendo uso da descrição. Não
Para escrever um texto, necessitamos de técnicas que é necessário que seja perfeita, uma vez que o ponto de vista do
implicam no domínio de capacidades linguísticas. Temos dois observador varia de acordo com seu grau de percepção. Dessa
momentos: o de formular pensamentos (o que se quer dizer) forma, o que será importante ser analisado para um, não será
e o de expressá-los por escrito (o escrever propriamente dito). para outro.
Fazer um texto, seja ele de que tipo for, não significa apenas A vivência de quem descreve também influencia na hora de
escrever de forma correta, mas sim, organizar ideias sobre transmitir a impressão alcançada sobre determinado objeto,
determinado assunto. pessoa, animal, cena, ambiente, emoção vivida ou sentimento.
E para expressarmos por escrito, existem alguns modelos de
expressão escrita: Descrição – Narração – Dissertação. Exemplos:
(I) “De longe via a aleia onde a tarde era clara e redonda. Mas
Descrição a penumbra dos ramos cobria o atalho.
Ao seu redor havia ruídos serenos, cheiro de árvores,
Expõe características dos seres ou das coisas, apresenta uma pequenas surpresas entre os cipós. Todo o jardim triturado
visão; pelos instantes já mais apressados da tarde. De onde vinha o
É um tipo de texto figurativo; meio sonho pelo qual estava rodeada? Como por um zunido de
abelhas e aves. Tudo era estranho, suave demais, grande demais.”
Retrato de pessoas, ambientes, objetos;
Predomínio de atributos; (extraído de “Amor”, Laços de Família, Clarice Lispector)
Uso de verbos de ligação; (II) Chamava-se Raimundo este pequeno, e era mole,
Frequente emprego de metáforas, comparações e outras aplicado, inteligência tarda. Raimundo gastava duas horas em
figuras de linguagem; reter aquilo que a outros levava apenas trinta ou cinquenta
minutos; vencia com o tempo o que não podia fazer logo com o
Tem como resultado a imagem física ou psicológica. cérebro. Reunia a isso grande medo ao pai. Era uma criança fina,
pálida, cara doente; raramente estava alegre. Entrava na escola
Narração depois do pai e retiravase antes. O mestre era mais severo com
ele do que conosco.
Expõe um fato, relaciona mudanças de situação, aponta
antes, durante e depois dos acontecimentos (geralmente); (Machado de Assis. “Conto de escola”. Contos. 3ed. São
Paulo, Ática, 1974, págs. 3132.)
É um tipo de texto sequencial;
Relato de fatos; Esse texto traça o perfil de Raimundo, o filho do professor da
escola que o escritor frequentava.
Presença de narrador, personagens, enredo, cenário, tempo; Deve-se notar:
Apresentação de um conflito; - que todas as frases expõem ocorrências simultâneas (ao
mesmo tempo que gastava duas horas para reter aquilo que os
Uso de verbos de ação; outros levavam trinta ou cinquenta minutos, Raimundo tinha
Geralmente, é mesclada de descrições; grande medo ao pai);
- por isso, não existe uma ocorrência que possa ser
O diálogo direto é frequente. considerada cronologicamente anterior a outra do ponto de
vista do relato (no nível dos acontecimentos, entrar na escola é
Dissertação cronologicamente anterior a retirar-se dela; no nível do relato,
porém, a ordem dessas duas ocorrências é indiferente: o que o
Expõe um tema, explica, avalia, classifica, analisa; escritor quer é explicitar uma característica do menino, e não
traçar a cronologia de suas ações);
É um tipo de texto argumentativo. - ainda que se fale de ações (como entrava, retirava-se), todas
Defesa de um argumento: elas estão no pretérito imperfeito, que indica concomitância em
a) apresentação de uma tese que será defendida, relação a um marco temporal instalado no texto (no caso, o ano
b) desenvolvimento ou argumentação, de 1840, em que o escritor frequentava a escola da Rua da Costa)
c) fechamento; e, portanto, não denota nenhuma transformação de estado;
- se invertêssemos a sequência dos enunciados, não
Predomínio da linguagem objetiva; correríamos o risco de alterar nenhuma relação cronológica
Prevalece a denotação. poderíamos mesmo colocar o últímo período em primeiro lugar
e ler o texto do fim para o começo: O mestre era mais severo com
Carta ele do que conosco. Entrava na escola depois do pai e retirava-se
antes...
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- Como na descrição o que se reproduz é simultâneo, não Descrição Subjetiva: quando há maior participação da
existe relação de anterioridade e posterioridade entre seus emoção, ou seja, quando o objeto, o ser, a cena, a paisagem são
enunciados; transfigurados pela emoção de quem escreve, podendo opinar
- Devem-se evitar os verbos e, se isso não for possível, que ou expressar seus sentimentos. Ex: “Nas ocasiões de aparato é
se usem então as formas nominais, o presente e o pretério que se podia tomar pulso ao homem. Não só as condecorações
imperfeito do indicativo, dando-se sempre preferência aos gritavam-lhe no peito como uma couraça de grilos. Ateneu! Ateneu!
verbos que indiquem estado ou fenômeno. Aristarco todo era um anúncio; os gestos, calmos, soberanos,
- Todavia deve predominar o emprego das comparações, dos calmos, eram de um rei...” (“O Ateneu”, Raul Pompéia)
adjetivos e dos advérbios, que conferem colorido ao texto. “(...) Quando conheceu Joca Ramiro, então achou outra
esperança maior: para ele, Joca Ramiro era único homem, par-
A característica fundamental de um texto descritivo é essa de-frança, capaz de tomar conta deste sertão nosso, mandando
inexistência de progressão temporal. Pode-se apresentar, numa por lei, de sobregoverno.”
descrição, até mesmo ação ou movimento, desde que eles sejam (Guimarães Rosa – Grande Sertão: Veredas)
sempre simultâneos, não indicando progressão de uma situação
anterior para outra posterior. Tanto é que uma das marcas Os efeitos de sentido criados pela disposição dos elementos
linguísticas da descrição é o predomínio de verbos no presente descritivos:
ou no pretérito imperfeito do indicativo: o primeiro expressa Como se disse anteriormente, do ponto de vista da progressão
concomitância em relação ao momento da fala; o segundo, em temporal, a ordem dos enunciados na descrição é indiferente,
relação a um marco temporal pretérito instalado no texto. uma vez que eles indicam propriedades ou características que
Para transformar uma descrição numa narração, bastaria ocorrem simultaneamente. No entanto, ela não é indiferente do
introduzir um enunciado que indicasse a passagem de um ponto de vista dos efeitos de sentido: descrever de cima para
estado anterior para um posterior. No caso do texto II inicial, baixo ou viceversa, do detalhe para o todo ou do todo para o
para transformá-lo em narração, bastaria dizer: Reunia a isso detalhe cria efeitos de sentido distintos.
grande medo do pai. Mais tarde, Iibertou-se desse medo... Observe os dois quartetos do soneto “Retrato Próprio”, de
Bocage:
Características Linguísticas:
O enunciado narrativo, por ter a representação de Magro, de olhos azuis, carão moreno,
um acontecimento, fazer-transformador, é marcado pela bem servido de pés, meão de altura,
temporalidade, na relação situação inicial e situação final, triste de facha, o mesmo de figura,
enquanto que o enunciado descritivo, não tendo transformação, nariz alto no meio, e não pequeno.
é atemporal.
Na dimensão linguística, destacam-se marcas sintático- Incapaz de assistir num só terreno,
semânticas encontradas no texto que vão facilitar a compreensão: mais propenso ao furor do que à ternura;
- Predominância de verbos de estado, situação ou indicadores bebendo em níveas mãos por taça escura
de propriedades, atitudes, qualidades, usados principalmente de zelos infernais letal veneno.
no presente e no imperfeito do indicativo (ser, estar, haver,
situar-se, existir, ficar). Obras de Bocage. Porto, Lello & Irmão,1968, pág. 497.
- Ênfase na adjetivação para melhor caracterizar o que é
descrito; O poeta descreve-se das características físicas para as
- Emprego de figuras (metáforas, metonímias, comparações, características morais. Se fizesse o inverso, o sentido não seria
sinestesias). o mesmo, pois as características físicas perderiam qualquer
- Uso de advérbios de localização espacial. relevo.
O objetivo de um texto descritivo é levar o leitor a
Recursos: visualizar uma cena. É como traçar com palavras o retrato de
- Usar impressões cromáticas (cores) e sensações térmicas. um objeto, lugar, pessoa etc., apontando suas características
Ex: O dia transcorria amarelo, frio, ausente do calor alegre do exteriores, facilmente identificáveis (descrição objetiva), ou
sol. suas características psicológicas e até emocionais (descrição
- Usar o vigor e relevo de palavras fortes, próprias, exatas, subjetiva).
concretas. Ex: As criaturas humanas transpareciam um céu Uma descrição deve privilegiar o uso frequente de adjetivos,
sereno, uma pureza de cristal. também denominado adjetivação. Para facilitar o aprendizado
- As sensações de movimento e cor embelezam o poder da desta técnica, sugere-se que o concursando, após escrever seu
natureza e a figura do homem. Ex: Era um verde transparente texto, sublinhe todos os substantivos, acrescentando antes ou
que deslumbrava e enlouquecia qualquer um. depois deste um adjetivo ou uma locução adjetiva.
- A frase curta e penetrante dá um sentido de rapidez do
texto. Ex: Vida simples. Roupa simples. Tudo simples. O pessoal, Descrição de objetos constituídos de uma só parte:
muito crente. - Introdução: observações de caráter geral referentes à
procedência ou localização do objeto descrito.
A descrição pode ser apresentada sob duas formas: - Desenvolvimento: detalhes (lª parte) formato (comparação
Descrição Objetiva: quando o objeto, o ser, a cena, a passagem com figuras geométricas e com objetos semelhantes); dimensões
são apresentadas como realmente são, concretamente. Ex: “Sua (largura, comprimento, altura, diâmetro etc.)
altura é 1,85m. Seu peso, 70 kg. Aparência atlética, ombros largos, - Desenvolvimento: detalhes (2ª parte) material, peso, cor/
pele bronzeada. Moreno, olhos negros, cabelos negros e lisos”. brilho, textura.
Não se dá qualquer tipo de opinião ou julgamento. Exemplo: - Conclusão: observações de caráter geral referentes a sua
“ A casa velha era enorme, toda em largura, com porta central utilidade ou qualquer outro comentário que envolva o objeto
que se alcançava por três degraus de pedra e quatro janelas de como um todo.
guilhotina para cada lado. Era feita de pau-a-pique barreado,
dentro de uma estrutura de cantos e apoios de madeira-de-lei. Descrição de objetos constituídos por várias partes:
Telhado de quatro águas. Pintada de roxo-claro. Devia ser mais - Introdução: observações de caráter geral referentes à
velha que Juiz de Fora, provavelmente sede de alguma fazenda procedência ou localização do objeto descrito.
que tivesse ficado, capricho da sorte, na linha de passagem da - Desenvolvimento: enumeração e rápidos comentários das
variante do Caminho Novo que veio a ser a Rua Principal, depois partes que compõem o objeto, associados à explicação de como
a Rua Direita – sobre a qual ela se punha um pouco de esguelha as partes se agrupam para formar o todo.
e fugindo ligeiramente do alinhamento (...).” (Pedro Nava – Baú - Desenvolvimento: detalhes do objeto visto como um todo
de Ossos) (externamente) formato, dimensões, material, peso, textura, cor
e brilho.
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- Conclusão: observações de caráter geral referentes a sua capacidade de 465 litros, que pode ser ampliada para até 1500
utilidade ou qualquer outro comentário que envolva o objeto em litros, com o encosto do banco traseiro rebaixado.
sua totalidade. Tanque - O tanque de combustível é confeccionado em
plástico reciclável e posicionado entre as rodas traseiras, para
Descrição de ambientes: evitar a deformação em caso de colisão.
- Introdução: comentário de caráter geral.
- Desenvolvimento: detalhes referentes à estrutura global do Textos descritivos literários: Na descrição literária
ambiente: paredes, janelas, portas, chão, teto, luminosidade e predomina o aspecto subjetivo, com ênfase no conjunto de
aroma (se houver). associações conotativas que podem ser exploradas a partir de
- Desenvolvimento: detalhes específicos em relação a objetos descrições de pessoas; cenários, paisagens, espaço; ambientes;
lá existentes: móveis, eletrodomésticos, quadros, esculturas ou situações e coisas. Vale lembrar que textos descritivos também
quaisquer outros objetos. podem ocorrer tanto em prosa como em verso.
- Conclusão: observações sobre a atmosfera que paira no
ambiente. Narração
Descrição de paisagens: A Narração é um tipo de texto que relata uma história real,
- Introdução: comentário sobre sua localização ou qualquer fictícia ou mescla dados reais e imaginários. O texto narrativo
outra referência de caráter geral. apresenta personagens que atuam em um tempo e em um
- Desenvolvimento: observação do plano de fundo espaço, organizados por uma narração feita por um narrador.
(explicação do que se vê ao longe). É uma série de fatos situados em um espaço e no tempo,
- Desenvolvimento: observação dos elementos mais tendo mudança de um estado para outro, segundo relações
próximos do observador explicação detalhada dos elementos de sequencialidade e causalidade, e não simultâneos como na
que compõem a paisagem, de acordo com determinada ordem. descrição. Expressa as relações entre os indivíduos, os conflitos e
- Conclusão: comentários de caráter geral, concluindo acerca as ligações afetivas entre esses indivíduos e o mundo, utilizando
da impressão que a paisagem causa em quem a contempla. situações que contêm essa vivência.
Todas as vezes que uma história é contada (é narrada),
Descrição de pessoas (I): o narrador acaba sempre contando onde, quando, como e
- Introdução: primeira impressão ou abordagem de qualquer com quem ocorreu o episódio. É por isso que numa narração
aspecto de caráter geral. predomina a ação: o texto narrativo é um conjunto de ações;
- Desenvolvimento: características físicas (altura, peso, cor assim sendo, a maioria dos verbos que compõem esse tipo de
da pele, idade, cabelos, olhos, nariz, boca, voz, roupas). texto são os verbos de ação. O conjunto de ações que compõem
- Desenvolvimento: características psicológicas o texto narrativo, ou seja, a história que é contada nesse tipo de
(personalidade, temperamento, caráter, preferências, texto recebe o nome de enredo.
inclinações, postura, objetivos). As ações contidas no texto narrativo são praticadas pelas
- Conclusão: retomada de qualquer outro aspecto de caráter personagens, que são justamente as pessoas envolvidas
geral. no episódio que está sendo contado. As personagens são
identificadas (nomeadas) no texto narrativo pelos substantivos
Descrição de pessoas (II): próprios.
- Introdução: primeira impressão ou abordagem de qualquer Quando o narrador conta um episódio, às vezes (mesmo sem
aspecto de caráter geral. querer) ele acaba contando “onde” (em que lugar) as ações do
- Desenvolvimento: análise das características físicas, enredo foram realizadas pelas personagens. O lugar onde ocorre
associadas às características psicológicas (1ª parte). uma ação ou ações é chamado de espaço, representado no texto
- Desenvolvimento: análise das características físicas, pelos advérbios de lugar.
associadas às características psicológicas (2ª parte). Além de contar onde, o narrador também pode esclarecer
- Conclusão: retomada de qualquer outro aspecto de caráter “quando” ocorreram as ações da história. Esse elemento da
geral. narrativa é o tempo, representado no texto narrativo através
dos tempos verbais, mas principalmente pelos advérbios de
A descrição, ao contrário da narrativa, não supõe ação. É uma tempo. É o tempo que ordena as ações no texto narrativo: é ele
estrutura pictórica, em que os aspectos sensoriais predominam. que indica ao leitor “como” o fato narrado aconteceu.
Porque toda técnica descritiva implica contemplação e A história contada, por isso, passa por uma introdução
apreensão de algo objetivo ou subjetivo, o redator, ao descrever, (parte inicial da história, também chamada de prólogo), pelo
precisa possuir certo grau de sensibilidade. Assim como o pintor desenvolvimento do enredo (é a história propriamente dita,
capta o mundo exterior ou interior em suas telas, o autor de uma o meio, o “miolo” da narrativa, também chamada de trama)
descrição focaliza cenas ou imagens, conforme o permita sua e termina com a conclusão da história (é o final ou epílogo).
sensibilidade. Aquele que conta a história é o narrador, que pode ser pessoal
(narra em 1ª pessoa: Eu) ou impessoal (narra em 3ª pessoa:
Conforme o objetivo a alcançar, a descrição pode ser não- Ele).
literária ou literária. Na descrição não-literária, há maior Assim, o texto narrativo é sempre estruturado por verbos
preocupação com a exatidão dos detalhes e a precisão vocabular. de ação, por advérbios de tempo, por advérbios de lugar e pelos
Por ser objetiva, há predominância da denotação. substantivos que nomeiam as personagens, que são os agentes
do texto, ou seja, aquelas pessoas que fazem as ações expressas
Textos descritivos não-literários: A descrição técnica é pelos verbos, formando uma rede: a própria história contada.
um tipo de descrição objetiva: ela recria o objeto usando uma Tudo na narrativa depende do narrador, da voz que conta a
linguagem científica, precisa. Esse tipo de texto é usado para história.
descrever aparelhos, o seu funcionamento, as peças que os
compõem, para descrever experiências, processos, etc. Elementos Estruturais (I):
Exemplo: - Enredo: desenrolar dos acontecimentos.
Folheto de propaganda de carro - Personagens: são seres que se movimentam, se relacionam
Conforto interno - É impossível falar de conforto sem incluir e dão lugar à trama que se estabelece na ação. Revelam-se por
o espaço interno. Os seus interiores são amplos, acomodando meio de características físicas ou psicológicas. Os personagens
tranquilamente passageiros e bagagens. O Passat e o Passat podem ser lineares (previsíveis), complexos, tipos sociais
Variant possuem direção hidráulica e ar condicionado de (trabalhador, estudante, burguês etc.) ou tipos humanos (o
elevada capacidade, proporcionando a climatização perfeita do medroso, o tímido, o avarento etc.), heróis ou antiheróis,
ambiente. protagonistas ou antagonistas.
Porta-malas - O compartimento de bagagens possui - Narrador: é quem conta a história.
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- Espaço: local da ação. Pode ser físico ou psicológico. Tipos de Discurso:
- Tempo: época em que se passa a ação. Cronológico: o Discurso Direto: o narrador passa a palavra diretamente
tempo convencional (horas, dias, meses); Psicológico: o tempo para o personagem, sem a sua interferência.
interior, subjetivo. Discurso Indireto: o narrador conta o que o personagem
diz, sem lhe passar diretamente a palavra.
Elementos Estruturais (II): Discurso Indireto-Livre: ocorre uma fusão entre a fala do
Personagens Quem? Protagonista/Antagonista personagem e a fala do narrador. É um recurso relativamente
Acontecimento O quê? Fato recente. Surgiu com romancistas inovadores do século XX.
Tempo Quando? Época em que ocorreu o fato
Espaço Onde? Lugar onde ocorreu o fato Sequência Narrativa:
Modo Como? De que forma ocorreu o fato
Causa Por quê? Motivo pelo qual ocorreu o fato Uma narrativa não tem uma única mudança, mas várias:
Resultado - previsível ou imprevisível. uma coordenase a outra, uma implica a outra, uma subordinase
Final - Fechado ou Aberto. a outra.
A narrativa típica tem quatro mudanças de situação:
Esses elementos estruturais combinam-se e articulam-se - uma em que uma personagem passa a ter um querer ou um
de tal forma, que não é possível compreendê-los isoladamente, dever (um desejo ou uma necessidade de fazer algo);
como simples exemplos de uma narração. Há uma relação - uma em que ela adquire um saber ou um poder (uma
de implicação mútua entre eles, para garantir coerência e competência para fazer algo);
verossimilhança à história narrada. - uma em que a personagem executa aquilo que queria ou
Quanto aos elementos da narrativa, esses não estão, devia fazer (é a mudança principal da narrativa);
obrigatoriamente sempre presentes no discurso, exceto as - uma em que se constata que uma transformação se deu e
personagens ou o fato a ser narrado. em que se podem atribuir prêmios ou castigos às personagens
(geralmente os prêmios são para os bons, e os castigos, para os
Existem três tipos de foco narrativo: maus).
- Narrador-personagem: é aquele que conta a história na Toda narrativa tem essas quatro mudanças, pois elas se
qual é participante. Nesse caso ele é narrador e personagem ao pressupõem logicamente. Com efeito, quando se constata a
mesmo tempo, a história é contada em 1ª pessoa. realização de uma mudança é porque ela se verificou, e ela
- Narrador-observador: é aquele que conta a história como efetuase porque quem a realiza pode, sabe, quer ou deve fazêla.
alguém que observa tudo que acontece e transmite ao leitor, a Tomemos, por exemplo, o ato de comprar um apartamento:
história é contada em 3ª pessoa. quando se assina a escritura, realizase o ato de compra; para
- Narrador-onisciente: é o que sabe tudo sobre o enredo isso, é necessário poder (ter dinheiro) e querer ou dever
e as personagens, revelando seus pensamentos e sentimentos comprar (respectivamente, querer deixar de pagar aluguel ou
íntimos. Narra em 3ª pessoa e sua voz, muitas vezes, aparece ter necessidade de mudar, por ter sido despejado, por exemplo).
misturada com pensamentos dos personagens (discurso Algumas mudanças são necessárias para que outras se
indireto livre). deem. Assim, para apanhar uma fruta, é necessário apanhar um
bambu ou outro instrumento para derrubála. Para ter um carro,
Estrutura: é preciso antes conseguir o dinheiro.
- Apresentação: é a parte do texto em que são apresentados
alguns personagens e expostas algumas circunstâncias da Narrativa e Narração
história, como o momento e o lugar onde a ação se desenvolverá.
- Complicação: é a parte do texto em que se inicia Existe alguma diferença entre as duas? Sim. A narratividade
propriamente a ação. Encadeados, os episódios se sucedem, é um componente narrativo que pode existir em textos que
conduzindo ao clímax. não são narrações. A narrativa é a transformação de situações.
- Clímax: é o ponto da narrativa em que a ação atinge seu Por exemplo, quando se diz “Depois da abolição, incentivouse
momento crítico, tornando o desfecho inevitável. a imigração de europeus”, temos um texto dissertativo, que,
- Desfecho: é a solução do conflito produzido pelas ações no entanto, apresenta um componente narrativo, pois contém
dos personagens. uma mudança de situação: do não incentivo ao incentivo da
imigração européia.
Tipos de Personagens: Se a narrativa está presente em quase todos os tipos de texto,
Os personagens têm muita importância na construção de um o que é narração?
texto narrativo, são elementos vitais. Podem ser principais ou A narração é um tipo de narrativa. Tem ela três características:
secundários, conforme o papel que desempenham no enredo, - é um conjunto de transformações de situação (o texto de
podem ser apresentados direta ou indiretamente. Manuel Bandeira – “Porquinho-da-índia”, como vimos, preenche
A apresentação direta acontece quando o personagem essa condição);
aparece de forma clara no texto, retratando suas características - é um texto figurativo, isto é, opera com personagens e fatos
físicas e/ou psicológicas, já a apresentação indireta se dá quando concretos (o texto “Porquinho-daíndia» preenche também esse
os personagens aparecem aos poucos e o leitor vai construindo requisito);
a sua imagem com o desenrolar do enredo, ou seja, a partir de - as mudanças relatadas estão organizadas de maneira tal
suas ações, do que ela vai fazendo e do modo como vai fazendo. que, entre elas, existe sempre uma relação de anterioridade e
posterioridade (no texto “Porquinhodaíndia» o fato de ganhar
- Em 1ª pessoa: o animal é anterior ao de ele estar debaixo do fogão, que por
Personagem Principal: há um “eu” participante que conta a sua vez é anterior ao de o menino leválo para a sala, que por seu
história e é o protagonista. turno é anterior ao de o porquinhoda-índia voltar ao fogão).
Observador: é como se dissesse: É verdade, pode acreditar,
eu estava lá e vi. Essa relação de anterioridade e posterioridade é sempre
pertinente num texto narrativo, mesmo que a sequência linear
- Em 3ª pessoa: da temporalidade apareça alterada. Assim, por exemplo, no
romance machadiano Memórias póstumas de Brás Cubas,
Onisciente: não há um eu que conta; é uma terceira pessoa. quando o narrador começa contando sua morte para em
Narrador Objetivo: não se envolve, conta a história como seguida relatar sua vida, a sequência temporal foi modificada.
sendo vista por uma câmara ou filmadora. Exemplo: No entanto, o leitor reconstitui, ao longo da leitura, as relações
de anterioridade e de posterioridade.
Língua Portuguesa 9
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APOSTILAS OPÇÃO
Resumindo: na narração, as três características explicadas Apresentação da Narrativa:
acima (transformação de situações, figuratividade e relações - visual: texto escrito; legendas + desenhos (história em
de anterioridade e posterioridade entre os episódios relatados) quadrinhos) e desenhos.
devem estar presentes conjuntamente. Um texto que tenha só - auditiva: narrativas radiofonizadas; fitas gravadas e discos.
uma ou duas dessas características não é uma narração. - audiovisual: cinema; teatro e narrativas televisionadas.
Língua Portuguesa 10
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APOSTILAS OPÇÃO
no país 257 emissoras (aquelas capazes de gerar programas) e 7º Parágrafo: Conclusão
2.624 repetidoras (que apenas retransmitem sinais recebidos). F. Uma possível solução é apresentada.
(...)” G. O texto conclui que desigualdade não se casa com
- Declaração Inicial: emitir um conceito sobre um fato. modernidade.
- Citação: opinião de alguém de destaque sobre o assunto do
texto. Ex: “A principal característica do déspota encontra-se no É bom lembrarmos que é praticamente impossível opinar
fato de ser ele o autor único e exclusivo das normas e das regras sobre o que não se conhece. A leitura de bons textos é um dos
que definem a vida familiar, isto é, o espaço privado. Seu poder, recursos que permite uma segurança maior no momento de
escreve Aristóteles, é arbitrário, pois decorre exclusivamente de dissertar sobre algum assunto. Debater e pesquisar são atitudes
sua vontade, de seu prazer e de suas necessidades.” que favorecem o senso crítico, essencial no desenvolvimento de
- Definição: desenvolve-se pela explicação dos termos que um texto dissertativo.
compõem o texto.
- Interrogação: questionamento. Ex: “Volta e meia se faz a Ainda temos:
pergunta de praxe: afinal de contas, todo esse entusiasmo pelo Tema: compreende o assunto proposto para discussão, o
futebol não é uma prova de alienação?” assunto que vai ser abordado.
- Suspense: alguma informação que faça aumentar a Título: palavra ou expressão que sintetiza o conteúdo
curiosidade do leitor. discutido.
- Comparação: social e geográfica. Argumentação: é um conjunto de procedimentos
- Enumeração: enumerar as informações. Ex: “Ação à linguísticos com os quais a pessoa que escreve sustenta suas
distância, velocidade, comunicação, linha de montagem, triunfo opiniões, de forma a torná-las aceitáveis pelo leitor. É fornecer
das massas, Holocausto: através das metáforas e das realidades argumentos, ou seja, razões a favor ou contra uma determinada
que marcaram esses 100 últimos anos, aparece a verdadeira tese.
doença do século...”
- Narração: narrar um fato. Estes assuntos serão vistos com mais afinco posteriormente.
Desenvolvimento: é a argumentação da ideia inicial, Alguns pontos essenciais desse tipo de texto são:
de forma organizada e progressiva. É a parte maior e mais - toda dissertação é uma demonstração, daí a necessidade de
importante do texto. Podem ser desenvolvidos de várias formas: pleno domínio do assunto e habilidade de argumentação;
- Trajetória Histórica: cultura geral é o que se prova com - em consequência disso, impõem-se à fidelidade ao tema;
este tipo de abordagem. - a coerência é tida como regra de ouro da dissertação;
- Definição: não basta citar, mas é preciso desdobrar a ideia - impõem-se sempre o raciocínio lógico;
principal ao máximo, esclarecendo o conceito ou a definição. - a linguagem deve ser objetiva, denotativa; qualquer
- Comparação: estabelecer analogias, confrontar situações ambiguidade pode ser um ponto vulnerável na demonstração
distintas. do que se quer expor. Deve ser clara, precisa, natural, original,
- Bilateralidade: quando o tema proposto apresenta pontos nobre, correta gramaticalmente. O discurso deve ser impessoal
favoráveis e desfavoráveis. (evitar-se o uso da primeira pessoa).
- Ilustração Narrativa ou Descritiva: narrar um fato ou
descrever uma cena. O parágrafo é a unidade mínima do texto e deve apresentar:
- Cifras e Dados Estatísticos: citar cifras e dados estatísticos. uma frase contendo a ideia principal (frase nuclear) e uma ou
- Hipótese: antecipa uma previsão, apontando para mais frases que explicitem tal ideia.
prováveis resultados. Exemplo: “A televisão mostra uma realidade idealizada
- Interrogação: Toda sucessão de interrogações deve (ideia central) porque oculta os problemas sociais realmente
apresentar questionamento e reflexão. graves. (ideia secundária)”.
- Refutação: questiona-se praticamente tudo: conceitos, Vejamos:
valores, juízos. Ideia central: A poluição atmosférica deve ser combatida
- Causa e Consequência: estruturar o texto através dos urgentemente.
porquês de uma determinada situação.
- Oposição: abordar um assunto de forma dialética. Desenvolvimento: A poluição atmosférica deve ser
- Exemplificação: dar exemplos. combatida urgentemente, pois a alta concentração de elementos
tóxicos põe em risco a vida de milhares de pessoas, sobretudo
Conclusão: é uma avaliação final do assunto, um fechamento daquelas que sofrem de problemas respiratórios:
integrado de tudo que se argumentou. Para ela convergem todas
as ideias anteriormente desenvolvidas. - A propaganda intensiva de cigarros e bebidas tem levado
- Conclusão Fechada: recupera a ideia da tese. muita gente ao vício.
- Conclusão Aberta: levanta uma hipótese, projeta um - A televisão é um dos mais eficazes meios de comunicação
pensamento ou faz uma proposta, incentivando a reflexão de criados pelo homem.
quem lê. - A violência tem aumentado assustadoramente nas cidades
e hoje parece claro que esse problema não pode ser resolvido
1º Parágrafo – Introdução apenas pela polícia.
- O diálogo entre pais e filhos parece estar em crise
A. Tema: Desemprego no Brasil. atualmente.
Contextualização: decorrência de um processo histórico - O problema dos sem-terra preocupa cada vez mais a
problemático. sociedade brasileira.
B. Argumento 1: Exploram-se dados da realidade que Enumeração: Caracteriza-se pela exposição de uma série de
remetem a uma análise do tema em questão. coisas, uma a uma. Presta-se bem à indicação de características,
C. Argumento 2: Considerações a respeito de outro dado da funções, processos, situações, sempre oferecendo o complemento
realidade. necessário à afirmação estabelecida na frase nuclear. Pode-se
D. Argumento 3: Coloca-se sob suspeita a sinceridade de enumerar, seguindo-se os critérios de importância, preferência,
quem propõe soluções. classificação ou aleatoriamente.
E. Argumento 4: Uso do raciocínio lógico de oposição. Exemplo:
1- O adolescente moderno está se tornando obeso por várias
causas: alimentação inadequada, falta de exercícios sistemáticos
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APOSTILAS OPÇÃO
e demasiada permanência diante de computadores e aparelhos A estrutura do texto dissertativo constitui-se de:
de Televisão. Introdução: deve conter a ideia principal a ser desenvolvida
(geralmente um ou dois parágrafos). É a abertura do texto, por
2- Devido à expansão das igrejas evangélicas, é grande o isso é fundamental. Deve ser clara e chamar a atenção para dois
número de emissoras que dedicam parte da sua programação à itens básicos: os objetivos do texto e o plano do desenvolvimento.
veiculação de programas religiosos de crenças variadas. Contém a proposição do tema, seus limites, ângulo de análise e a
hipótese ou a tese a ser defendida.
3- Desenvolvimento: exposição de elementos que vão
- A Santa Missa em seu lar. fundamentar a ideia principal que pode vir especificada
- Terço Bizantino. através da argumentação, de pormenores, da ilustração, da
- Despertar da Fé. causa e da consequência, das definições, dos dados estatísticos,
- Palavra de Vida. da ordenação cronológica, da interrogação e da citação. No
- Igreja da Graça no Lar. desenvolvimento são usados tantos parágrafos quantos
forem necessários para a completa exposição da ideia. E esses
4- parágrafos podem ser estruturados das cinco maneiras expostas
- Inúmeras são as dificuldades com que se defronta o governo acima.
brasileiro diante de tantos desmatamentos, desequilíbrios Conclusão: é a retomada da ideia principal, que agora deve
sociológicos e poluição. aparecer de forma muito mais convincente, uma vez que já
- Existem várias razões que levam um homem a enveredar foi fundamentada durante o desenvolvimento da dissertação
pelos caminhos do crime. (um parágrafo). Deve, pois, conter de forma sintética, o
- A gravidez na adolescência é um problema seríssimo, objetivo proposto na instrução, a confirmação da hipótese
porque pode trazer muitas consequências indesejáveis. ou da tese, acrescida da argumentação básica empregada no
- O lazer é uma necessidade do cidadão para a sua desenvolvimento.
sobrevivência no mundo atual e vários são os tipos de lazer.
- O Novo Código Nacional de trânsito divide as faltas em Discurso Direto, Indireto e Indireto Livre
várias categorias.
Discurso é a prática humana de construir textos, sejam eles
Comparação: A frase nuclear pode-se desenvolver através escritos ou orais. Sendo assim, todo discurso é uma prática
da comparação, que confronta ideias, fatos, fenômenos e social. A análise de um discurso deve, portanto, considerar o
apresenta-lhes a semelhança ou dessemelhança. contexto em que se encontra, assim como as personagens e as
Exemplo: condições de produção do texto.
“A juventude é uma infatigável aspiração de felicidade; a Em um texto narrativo, o autor pode optar por três tipos
velhice, pelo contrário, é dominada por um vago e persistente de discurso: o discurso direto, o discurso indireto e o discurso
sentimento de dor, porque já estamos nos convencendo de que a indireto livre. Não necessariamente estes três discursos estão
felicidade é uma ilusão, que só o sofrimento é real”. separados, eles podem aparecer juntos em um texto. Dependerá
(Arthur Schopenhauer) de quem o produziu.
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APOSTILAS OPÇÃO
Passagem do discurso direto para discurso indireto (C) Normalmente é escrito na terceira pessoa. As falas são
iniciadas com o sujeito, mais o verbo de elocução seguido da fala
Na passagem do discurso direto para o discurso indireto, da personagem.
ocorre mudança nas pessoas do discurso, mudança nos tempos (D) No discurso indireto as personagens são conhecidas
verbais, mudança na pontuação das frases e mudança nos através de seu próprio discurso, ou seja, através de suas pró-
advérbios e adjuntos adverbiais. prias palavras.
Mudança das pessoas do discurso: Toda a narrativa que 02. Assinale a alternativa que melhor complete o seguinte
se encontre na 1.ª pessoa no discurso direto passa para a 3.ª trecho:
pessoa no discurso indireto, incluindo nessa mudança não só o No plano expressivo, a força da ____________ em _____________
verbo, mas também todos os pronomes que aparecem na frase, provém essencialmente de sua capacidade de _____________ o epi-
como os pronomes eu, nós e meu, que passam para ele/ela, eles/ sódio, fazendo ______________ da situação a personagem, tornando-
elas e seu no discurso indireto. -a viva para o ouvinte, à maneira de uma cena de teatro __________
o narrador desempenha a mera função de indicador de falas.
Mudança de tempos verbais nos tempos do indicativo: O (A) narração - discurso indireto - enfatizar - ressurgir – onde;
presente no discurso direto passa para pretérito imperfeito no (B) narração - discurso onisciente - vivificar - demonstrar-
discurso indireto, o pretérito perfeito no discurso direto passa -se – donde;
para pretérito mais-que-perfeito no discurso indireto e o futuro (C) narração - discurso direto - atualizar - emergir - em que;
do presente no discurso direto passa para futuro do pretérito no (D) narração - discurso indireto livre - humanizar - imergir
discurso indireto. - na qual;
(E) dissertação - discurso direto e indireto - dinamizar - pro-
Mudança de tempos verbais nos tempos do subjuntivo: tagonizar - em que.
O presente e o futuro no discurso direto passam para pretérito
imperfeito no discurso indireto. 03. Faça a associação entre os tipos de discurso e assinale a
sequência correta.
Mudança de tempos verbais no imperativo: O imperativo
no discurso direto passa para pretérito imperfeito do subjuntivo 1. Reprodução fiel da fala da personagem, é demarcado
no discurso indireto. pelo uso de travessão, aspas ou dois pontos. Nesse tipo de dis-
curso, as falas vêm acompanhadas por um verbo de elocução,
Mudança na pontuação das frases: Frases interrogativas, responsável por indicar a fala da personagem.
exclamativas e imperativas no discurso direto passam para 2. Ocorre quando o narrador utiliza as próprias palavras
frases declarativas no discurso indireto. para reproduzir a fala de um personagem.
3. Tipo de discurso misto no qual são associadas as ca-
Mudança nas noções temporais: As noções temporais racterísticas de dois discursos para a produção de outro. Nele a
como ontem, hoje e amanhã no discurso direto passam para no fala da personagem é inserida de maneira discreta no discurso
dia anterior, naquele dia e no dia seguinte no discurso indireto. do narrador.
Exemplo: (A) 3, 2 e 1.
(B) 2, 3 e 1.
Discurso direto: - Iremos de férias amanhã. (C) 1, 2 e 3.
Discurso indireto: Eles disseram que iriam de férias no dia (D) 3, 1 e 2.
seguinte.
04. “Impossível dar cabo daquela praga. Estirou os olhos
Discurso Indireto Livre: O texto é escrito em terceira pessoa pela campina, achou-se isolado. Sozinho num mundo coberto
e o narrador conta a história, mas as personagens têm voz de penas, de aves que iam comê-lo. Pensou na mulher e sus-
própria, de acordo com a necessidade do autor de fazê-lo. Sendo pirou. Coitada de Sinhá Vitória, novamente nos descampados,
assim é uma mistura dos outros dois tipos de discurso e as duas transportando o baú de folha.”
vozes se fundem.
O narrador desse texto mistura-se de tal forma à persona-
Exemplo: gem que dá a impressão de que não há diferença entre eles. A
personagem fala misturada à narração. Esse discurso é chama-
“Que vontade de voar lhe veio agora! Correu outra vez com do:
a respiração presa. Já nem podia mais. Estava desanimado. Que (A) discurso indireto livre
pena! Houve um momento em que esteve quase... quase!” (B) discurso direto
(C) discurso indireto
“Retirou as asas e estraçalhou-a. Só tinham beleza. (D) discurso implícito
Entretanto, qualquer urubu... que raiva...” (Ana Maria Machado) (E) discurso explícito
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APOSTILAS OPÇÃO
02. Resposta C - O autor pela obra:
As figuras revelam muito da sensibilidade de quem as “A cidade inteira (1) viu assombrada, de queixo caído, o
produz, traduzindo particularidades estilísticas do autor. A pistoleiro sumir de ladrão, fugindo nos cascos (2) de seu cavalo.”
palavra empregada em sentido figurado, não-denotativo, passa *1 O povo. 2 Parte das patas.
a pertencer a outro campo de significação, mais amplo e criativo.
- O singular pelo plural e vice-versa:
As figuras de linguagem classificam-se em:
1) figuras de palavra; O paulista (3) é tímido; o carioca (4), atrevido.
2) figuras de harmonia; *3 Todos os paulistas. 4 Todos os cariocas.
3) figuras de pensamento;
4) figuras de construção ou sintaxe. - O indivíduo pela espécie (nome próprio pelo nome comum):
Metonímia: Ocorre metonímia quando há substituição de Na linguagem coloquial, antonomásia é o mesmo que apelido,
uma palavra por outra, havendo entre ambas algum grau de alcunha ou cognome, cuja origem é um aposto (descritivo,
semelhança, relação, proximidade de sentido ou implicação especificativo etc.) do nome próprio.
mútua. Tal substituição fundamenta-se numa relação objetiva,
real, realizando-se de inúmeros modos: Exemplos:
“E ao rabi simples(1), que a igualdade prega,
- A causa pelo efeito e vice-versa: Rasga e enlameia a túnica inconsútil;
*1 Cristo
“E assim o operário ia Pelé (= Edson Arantes do Nascimento)
Com suor e com cimento* O poeta dos escravos (= Castro Alves)
Erguendo uma casa aqui O Dante Negro (= Cruz e Souza)
Adiante um apartamento.” O Corso (= Napoleão)
*Com trabalho.
Alegoria: A alegoria é uma acumulação de metáforas
- O lugar de origem ou de produção pelo produto: referindo-se ao mesmo objeto; é uma figura poética que
consiste em expressar uma situação global por meio de outra
Comprei uma garrafa do legítimo porto*. que a evoque e intensifique o seu significado. Na alegoria, todas
*O vinho da cidade do Porto. as palavras estão transladadas para um plano que não lhes é
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APOSTILAS OPÇÃO
comum e oferecem dois sentidos completos e perfeitos – um Paradoxo: Ocorre paradoxo não apenas na aproximação
referencial e outro metafórico. de palavras de sentido oposto, mas também na de idéias que
se contradizem referindo-se ao mesmo termo. É uma verdade
Exemplo: “A vida é uma ópera, é uma grande ópera. O tenor enunciada com aparência de mentira. Oxímoro (ou oximoron) é
e o barítono lutam pelo soprano, em presença do baixo e dos outra designação para paradoxo.
comprimários, quando não são o soprano e o contralto que
lutam pelo tenor, em presença do mesmo baixo e dos mesmos Exemplo: “Amor é fogo que arde sem se ver;
comprimários. Há coros numerosos, muitos bailados, e a É ferida que dói e não se sente;
orquestra é excelente… (Machado de Assis) É um contentamento descontente;
É dor que desatina sem doer;” (Camões)
2) FIGURAS DE HARMONIA
Eufemismo: Ocorre eufemismo quando uma palavra ou
Chamam-se figuras de som ou de harmonia os efeitos expressão é empregada para atenuar uma verdade tida como
produzidos na linguagem quando há repetição de sons ou, ainda, penosa, desagradável ou chocante.
quando se procura “imitar”sons produzidos por coisas ou seres.
Ex:“E pela paz derradeira(1) que enfim vai nos redimir
As figuras de linguagem de harmonia ou de som são: Deus lhe pague” (Chico Buarque)
*1 paz derradeira: morte
a) aliteração c) assonância
b) paronomásia d) onomatopéia Gradação: Ocorre gradação quando há uma seqüência de
palavras que intensificam uma mesma idéia.
Aliteração: Ocorre aliteração quando há repetição da
mesma consoante ou de consoantes similares, geralmente em Exemplo: “Aqui… além… mais longe por onde eu movo o
posição inicial da palavra. passo.” (Castro Alves)
Exemplo: “Toda gente homenageia Januária na janela.” Hipérbole: Ocorre hipérbole quando há exagero de uma
idéia, a fim de proporcionar uma imagem emocionante e de
Assonância: Ocorre assonância quando há repetição da impacto.
mesma vogal ao longo de um verso ou poema.
Exemplo: “Rios te correrão dos olhos, se chorares!” (Olavo
Exemplo: “Sou Ana, da cama Bilac)
da cana, fulana, bacana
Sou Ana de Amsterdam.” Ironia: Ocorre ironia quando, pelo contexto, pela entonação,
pela contradição de termos, sugere-se o contrário do que as
Paronomásia: Ocorre paronomásia quando há reprodução palavras ou orações parecem exprimir. A intenção é depreciativa
de sons semelhantes em palavras de significados diferentes. ou sarcástica.
Exemplo: “Berro pelo aterro pelo desterro Exemplo: “Moça linda, bem tratada,
berro por seu berro pelo seu erro três séculos de família,
quero que você ganhe que você me apanhe burra como uma porta:
sou o seu bezerro gritando mamãe.” um amor.” (Mário de Andrade)
Onomatopeia: Ocorre quando uma palavra ou conjunto de Prosopopéia: Ocorre prosopopéia (ou animização ou
palavras imita um ruído ou som. personificação) quando se atribui movimento, ação, fala,
sentimento, enfim, caracteres próprios de seres animados a
Exemplo: “O silêncio fresco despenca das árvores. seres inanimados ou imaginários.
Veio de longe, das planícies altas,
Dos cerrados onde o guaxe passe rápido… Também a atribuição de características humanas a seres
Vvvvvvvv… passou.” animados constitui prosopopéia o que é comum nas fábulas
e nos apólogos, como este exemplo de Mário de Quintana: “O
3) FIGURAS DE PENSAMENTO peixinho (…) silencioso e levemente melancólico…”
As figuras de pensamento são recursos de linguagem que se Exemplos: “… os rios vão carregando as queixas do caminho.”
referem ao significado das palavras, ao seu aspecto semântico. (Raul Bopp)
São figuras de linguagem de pensamento: Um frio inteligente (…) percorria o jardim…” (Clarice
Lispector)
a) antítese d) apóstrofe g) paradoxo
b) eufemismo e) gradação h) hipérbole Perífrase: Ocorre perífrase quando se cria um torneio de
c) ironia f) prosopopéia i) perífrase palavras para expressar algum objeto, acidente geográfico ou
situação que não se quer nomear.
Antítese: Ocorre antítese quando há aproximação de
palavras ou expressões de sentidos opostos. Exemplo: “Cidade maravilhosa
Cheia de encantos mil
Exemplo: “Amigos ou inimigos estão, amiúde, em posições Cidade maravilhosa
trocadas. Uns nos querem mal, e fazem-nos bem. Outros nos Coração do meu Brasil.” (André Filho)
almejam o bem, e nos trazem o mal.” (Rui Barbosa)
4) FIGURAS DE SINTAXE
Apóstrofe: Ocorre apóstrofe quando há invocação de uma
pessoa ou algo, real ou imaginário, que pode estar presente As figuras de sintaxe ou de construção dizem respeito a
ou ausente. Corresponde ao vocativo na análise sintática e é desvios em relação à concordância entre os termos da oração,
utilizada para dar ênfase à expressão. sua ordem, possíveis repetições ou omissões.
Elas podem ser construídas por:
Exemplo: “Deus! ó Deus! onde estás, que não respondes?” a) omissão: assíndeto, elipse e zeugma;
(Castro Alves) b) repetição: anáfora, pleonasmo e polissíndeto;
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APOSTILAS OPÇÃO
c) inversão: anástrofe, hipérbato, sínquise e hipálage; a norma gramatical ( geralmente a conjunção e). É um recurso
d) ruptura: anacoluto; que sugere movimentos ininterruptos ou vertiginosos.
e) concordância ideológica: silepse.
Exemplo: “Vão chegando as burguesinhas pobres,
Portanto, são figuras de linguagem de construção ou sintaxe: e as criadas das burguesinhas ricas
a) assíndeto e) elipse i) zeugma e as mulheres do povo, e as lavadeiras da redondeza.”
b) anáfora f) pleonasmo j) polissíndeto (Manuel Bandeira)
c) anástrofe g) hiperbato l) sínquise
d) hipálage h) anacoluto m) silepse Anástrofe: Ocorre anástrofe quando há uma simples
inversão de palavras vizinhas (determinante / determinado).
Assíndeto: Ocorre assíndeto quando orações ou palavras
deveriam vir ligadas por conjunções coordenativas, aparecem Exemplo: “Tão leve estou (1) que nem sombra tenho.” (Mário
justapostas ou separadas por vírgulas. Quintana)
*1 Estou tão leve…
Exigem do leitor atenção maior no exame de cada fato, por
exigência das pausas rítmicas (vírgulas). Hipérbato: Ocorre hipérbato quando há uma inversão
completa de membros da frase.
Exemplo: “Não nos movemos, as mãos é que se estenderam
pouco a pouco, todas quatro, pegando-se, apertando-se, Exemplo: “Passeiam à tarde, as belas na Avenida. ” 1 (Carlos
fundindo-se.” (Machado de Assis) Drummond de Andrade)
*1 As belas passeiam na Avenida à tarde.
Elipse: Ocorre elipse quando omitimos um termo ou
oração que facilmente podemos identificar ou subentender no Sínquise: Ocorre sínquise quando há uma inversão violenta
contexto. Pode ocorrer na supressão de pronomes, conjunções, de distantes partes da frase. É um hipérbato exagerado.
preposições ou verbos. É um poderoso recurso de concisão e
dinamismo. Exemplo: “A grita se alevanta ao Céu, da gente. ” 1 (Camões)
*1 A grita da gente se alevanta ao Céu.
Exemplo: “Veio sem pinturas, em vestido leve, sandálias
coloridas.” Hipálage: Ocorre hipálage quando há inversão da posição do
1 Elipse do pronome ela (Ela veio) e da preposição de (de adjetivo: uma qualidade que pertence a uma objeto é atribuída a
sandálias…) outro, na mesma frase.
Zeugma: Ocorre zeugma quando um termo já expresso na Exemplo: “… as lojas loquazes dos barbeiros.” 2 (Eça de
frase é suprimido, ficando subentendida sua repetição. Queiros)
*2 … as lojas dos barbeiros loquazes.
Exemplo: “Foi saqueada a vida, e assassinados os partidários
dos Felipes.” 1 Anacoluto: Ocorre anacoluto quando há interrupção
1 Zeugma do verbo: “e foram assassinados…” do plano sintático com que se inicia a frase, alterando-lhe a
seqüência lógica. A construção do período deixa um ou mais
Anáfora: Ocorre anáfora quando há repetição intencional de termos – que não apresentam função sintática definida –
palavras no início de um período, frase ou verso. desprendidos dos demais, geralmente depois de uma pausa
sensível.
Exemplo: “Depois o areal extenso…
Depois o oceano de pó… Exemplo: “Essas empregadas de hoje, não se pode confiar
Depois no horizonte imenso nelas.” (Alcântara Machado)
Desertos… desertos só…” (Castro Alves)
Silepse: Ocorre silepse quando a concordância não é feita
Pleonasmo: Ocorre pleonasmo quando há repetição da com as palavras, mas com a ideia a elas associada.
mesma ideia, isto é, redundância de significado.
a) Silepse de gênero: Ocorre quando há discordância entre
a) Pleonasmo literário: É o uso de palavras redundantes para os gêneros gramaticais (feminino ou masculino).
reforçar uma ideia, tanto do ponto de vista semântico quanto
do ponto de vista sintático. Usado como um recurso estilístico, Exemplo: “Quando a gente é novo, gosta de fazer bonito.”
enriquece a expressão, dando ênfase à mensagem. (Guimarães Rosa)
Exemplo: “Iam vinte anos desde aquele dia b) Silepse de número: Ocorre quando há discordância
Quando com os olhos eu quis ver de perto envolvendo o número gramatical (singular ou plural).
Quando em visão com os da saudade via.” (Alberto
de Oliveira) Exemplo: Corria gente de todos lados, e gritavam.” (Mário
Barreto)
“Ó mar salgado, quando do teu sal
São lágrimas de Portugal” (Fernando Pessoa) c) Silepse de pessoa: Ocorre quando há discordância entre o
sujeito expresso e a pessoa verbal: o sujeito que fala ou escreve
b) Pleonasmo vicioso: É o desdobramento de ideias que se inclui no sujeito enunciado.
já estavam implícitas em palavras anteriormente expressas.
Pleonasmos viciosos devem ser evitados, pois não têm valor de Exemplo: “Na noite seguinte estávamos reunidas algumas
reforço de uma idéia, sendo apenas fruto do descobrimento do pessoas.” (Machado de Assis)
sentido real das palavras.
Questões
Exemplos: subir para cima, entrar para dentro, repetir de
novo, ouvir com os ouvidos, hemorragia de sangue, monopólio 01. Ao dizer que os shoppings são “cidades”, o autor do texto
exclusivo, breve alocução, principal protagonista faz uso de um tipo de linguagem figurada denominada
(A) metonímia.
Polissíndeto: Ocorre polissíndeto quando há repetição (B) eufemismo.
enfática de uma conjunção coordenativa mais vezes do que exige (C) hipérbole.
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APOSTILAS OPÇÃO
(D) metáfora. suas particularidades acústicas e perceptivas. Ela fundamenta-
(E) catacrese. se em estudar os sons da voz humana, examinando suas
propriedades físicas independentemente do seu “papel
02. Identifique a figura de linguagem presente na tira lingüístico de construir as formas da língua”. Sua unidade
seguinte: mínima de estudo é o som da fala, ou seja, o fone.
A Fonética se diferencia da Fonologia por considerar os sons
independentes das oposições paradigmáticas e combinações
sintagmáticas. Observe no esquema:
Fonética
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APOSTILAS OPÇÃO
Dessa forma, dizemos que fonologia nada mais é do que o
estudo dos sons. Esses sons, dos quais essa parte da gramática
se ocupa em analisar, são representados pelos fonemas (fono +
ema = unidade sonora distinta). No intuito de compreendermos
melhor essa questão, analisemos os exemplos descritos adiante:
Fontes: http://www.soportugues.com.br/secoes/fono/
Fonologia http://mundoeducacao.bol.uol.com.br/gramatica/fonologia.htm
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APOSTILAS OPÇÃO
gu - guincho, joguinho CLASSIFICAÇÃO DAS VOGAIS
qu - quiabo, aquilo 1. Quanto a zona de articulação
sc - nascer, descer * anteriores ou palatais: quando à língua se eleva
sç - cresça, desça gradualmente para a frente. (/ É / - / Ê / - / I /)
xc - excelente, excêntrico *média: quando o fonema vocálico é emitido coma língua
baixa, quase em repouso. (/ A /)
Também são dígrafos os grupos que servem para representar *posteriores ou velares: quando a língua se eleva para trás.
as vogais nasais. São eles: (/ Õ / - / Ô / - / U /)
am - campo
an - anta 2. Quanto à intensidade
em - embora * átonas - são aquelas que se pronunciam com menor
en - tentar intensidade ( casa, rosa, Pelé).
im - importar * tônicas - são as que se pronunciam com maior intensidade,
in - findo isto é, onde cai o acento tônico (casa, rosa , Pelé).
om - bomba
on - desponta 3. Quanto ao Timbre
um - atum *abertas: maior abertura do tubo vocal. (pá, pé, pó)
un - profundo *fechadas: menor abertura do tubo vocal. (vê, vinda, avô,
mundo)
Não confunda os fonemas com as letras. Fonema é um
elemento acústico e a letra é um sinal gráfico que representa 4. Quanto ao papel das cavidades bucal e nasal: as vogais
o fonema. Nem sempre o número de fonemas de uma palavra podem ser orais e nasais
corresponde ao número de letras que usamos para escrevê-la. * orais: são aquelas cuja ressonância se dá na boca: ( par, fé,
Na palavra chuva, por exemplo, temos quatro fonemas, isto é, negro, vida, voto, povo, tudo)
quatro unidades sonoras [xuva] e cinco letras. * nasais: são aquelas cuja ressonância se dá no nariz (lã,
Certos fonemas podem ser representados por diferentes pente - cinco - conto - mundo)
letras. É o caso do fonema /s/, que pode ser representado por: s
(pensar) – ss (passado) – x (trouxe) – ç (caçar) – sc (nascer) – xc CLASSIFICAÇÃO DAS CONSOANTES
(excelente) – c (cinto) – sç (desço) 1.Quanto ao modo de articulação:
Às vezes, a letra “x” pode representar mais de um fonema, * oclusivas: quando a corrente expiratória encontra um
como na palavra táxi. Nesse caso, o “x” representa dois sons, obstáculo total (oclusão), que impede a saída do ar, explodindo
pois lemos “táksi”. Portanto, a palavra táxi tem quatro letras e subitamente. / P / - / T / - / K / - / B / - / D / - / G /
cinco fonemas. * constritivas: quando há um estreitamento do canal bucal,
Em certas palavras, algumas letras não representam nenhum saindo a corrente de ar apertada ou constrita, ou melhor, quando
fonema, como a letra h, por exemplo, em palavras como hora, o obstáculo é parcial.
hoje, etc., ou como as letras m e n quando são usadas apenas * fricativas: quando a corrente expiratória passa por uma
para indicar a nasalização de uma vogal, como em canto, tinta, estreita fenda, o que produz um ruído comparável a um fricção.
etc. /F/-/S/-/X/-/N/-/Z/-/J/
* laterais: quando a ponta ou dorso da língua se apóia
Classificação dos Fonemas no palato (céu da boca), saindo a corrente de ar pelas fendas
Vogais: são fonemas que saem livremente pelo canal bucal. laterais da boca. / L / - / LH /
(a, e, i, o, u) * vibrantes: quando a ponta mantém com os alvéolos contato
Consoantes: são fonemas produzidos com obstáculos à intermitente, o que acarreta um movimento vibratório rápido,
passagem da corrente expiratória (b, c, d, f, g, h, j, k, l, m, n, p, q, abrindo e fechando a passagem à corrente expiratória. / R / - /
r, s, t, v, x, w, y, z). RR /
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APOSTILAS OPÇÃO
DÍGRAFO OU DIGRAMA (A) Alimentação = a-li-men-ta-ção - polissílaba
É o grupo de duas letras que representam um só fonema. Os (B) Carentes = ca-ren-tes - trissílaba
dígrafos podem ser consonantais ou vocálicos. (C) Instrumento = ins-tru-men-to - polissílaba
Dígrafos consonantais: CH, LH, NH, RR, SS, SC, SÇ. XC, XS, (D) Fome = fo-me - dissílaba
QU, GU. (E) Repetência = re-pe-tên-cia – polissílaba
Dígrafos vocálicos: AM ou AN, EM ou EN, IM ou IN, OM ou
ON, UM ou UN. 04. (B) (Observe os encontros: oi, u - i, u - í e eu).
Língua Portuguesa 20
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APOSTILAS OPÇÃO
- Oxítonos: são aqueles cuja sílaba tônica é a última. Exemplos: oficial. A melhor maneira de treinar a ortografia é ler, escrever e
avó, urubu, parabéns consultar o dicionário sempre que houver dúvida.
- Paroxítonos: são aqueles cuja sílaba tônica é a penúltima.
Exemplos: dócil, suavemente, banana O Alfabeto
- Proparoxítonos: são aqueles cuja sílaba tônica é a O alfabeto da língua portuguesa é formado por 26 letras. Cada
antepenúltima. Exemplos: máximo, parábola, íntimo letra apresenta uma forma minúscula e outra maiúscula. Veja:
Língua Portuguesa 21
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APOSTILAS OPÇÃO
gesso: Origina-se do grego gypsos quis, quisemos, quiseram, quiser, quisera, quiséssemos
jipe: Origina-se do inglês jeep. repus, repusera, repusesse, repuséssemos
2) Nas palavras de origem tupi, africana, árabe ou exótica 3) Nos sufixos -izar, ao formar verbos e -ização, ao formar
Exemplos: biju, jiboia, canjica, pajé, jerico, manjericão, Moji substantivos
Exemplos:
3) Nas palavras derivadas de outras que já apresentam j civilizar- civilização hospitalizar- hospitalização
Exemplos: colonizar- colonização realizar- realização
laranja- laranjeira loja- lojista lisonja -
lisonjeador nojo- nojeira 4) Nos derivados em -zal, -zeiro, -zinho, -zinha, -zito, -zita
cereja- cerejeira varejo- varejista rijo- enrijecer Exemplos:
jeito- ajeitar cafezal, cafezeiro, cafezinho, arvorezinha, cãozito, avezita
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APOSTILAS OPÇÃO
Emprega-se o X: 2) Em palavras formadas com o prefixo anti- (contra)
Em alguns casos, a letra X soa como Ss Exemplos:
Exemplos: Anticristo, antitetânico
auxílio, expectativa, experto, extroversão, sexta, sintaxe, texto,
trouxe 3) Nos seguintes vocábulos:
aborígine, artimanha, chefiar, digladiar, penicilina, privilégio,
Emprega-se Sc: etc.
Nos termos eruditos
Exemplos: Emprego das letras O e U
acréscimo, ascensorista, consciência, descender, discente, Emprega-se o O/U:
fascículo, fascínio, imprescindível, miscigenação, miscível, A oposição o/u é responsável pela diferença de significado de
plebiscito, rescisão, seiscentos, transcender, etc. algumas palavras. Veja os exemplos:
comprimento (extensão) e cumprimento (saudação,
Emprega-se Sç: realização)
Na conjugação de alguns verbos soar (emitir som) e suar (transpirar)
Exemplos:
nascer- nasço, nasça Grafam-se com a letra O: bolacha, bússola, costume,
crescer- cresço, cresça moleque.
descer- desço, desça
Grafam-se com a letra U: camundongo, jabuti, Manuel, tábua
Emprega-se Ss:
Nos substantivos derivados de verbos terminados em “gredir”, Emprego da letra H
“mitir”, “ceder” e “cutir” Esta letra, em início ou fim de palavras, não tem valor fonético.
Exemplos: Conservou-se apenas como símbolo, por força da etimologia e
agredir- agressão demitir- demissão ceder- cessão da tradição escrita. A palavra hoje, por exemplo, grafa-se desta
discutir- discussão forma devido a sua origem na forma latina hodie.
progredir- progressão t r a n s m i t i r - t r a n s m i s s ã o
exceder- excesso repercutir- repercussão Emprega-se o H:
1) Inicial, quando etimológico
Emprega-se o Xc e o Xs: Exemplos: hábito, hesitar, homologar, Horácio
Em dígrafos que soam como Ss 2) Medial, como integrante dos dígrafos ch, lh, nh
Exemplos: Exemplos: flecha, telha, companhia
exceção, excêntrico, excedente, excepcional, exsudar
3) Final e inicial, em certas interjeições
Observações sobre o uso da letra X Exemplos: ah!, ih!, eh!, oh!, hem?, hum!, etc.
1) O X pode representar os seguintes fonemas:
/ch/ - xarope, vexame 4) Em compostos unidos por hífen, no início do segundo
elemento, se etimológico
/cs/ - axila, nexo Exemplos: anti-higiênico, pré-histórico, super-homem, etc.
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APOSTILAS OPÇÃO
- Depois de dois pontos, não se tratando de citação direta, usa- Emprego FACULTATIVO de letra minúscula:
se letra minúscula. a) Nos vocábulos que compõem uma citação bibliográfica.
Por Exemplo: Exemplos:
“Chegam os magos do Oriente, com suas dádivas: ouro, Crime e Castigo ou Crime e castigo
incenso, mirra.” (Manuel Bandeira) Grande Sertão: Veredas ou Grande sertão: veredas
Em Busca do Tempo Perdido ou Em busca do tempo perdido
b) Nos antropônimos, reais ou fictícios.
Exemplos: b) Nas formas de tratamento e reverência, bem como em
Pedro Silva, Cinderela, D. Quixote. nomes sagrados e que designam crenças religiosas.
Exemplos:
c) Nos topônimos, reais ou fictícios. Governador Mário Covas ou governador Mário Covas
Exemplos: Papa João Paulo II ou papa João Paulo II
Rio de Janeiro, Rússia, Macondo. Excelentíssimo Senhor Reitor ou excelentíssimo senhor reitor
Santa Maria ou santa Maria.
d) Nos nomes mitológicos.
Exemplos: c) Nos nomes que designam domínios de saber, cursos e
Dionísio, Netuno. disciplinas.
Exemplos:
e) Nos nomes de festas e festividades. Português ou português
Exemplos: Línguas e Literaturas Modernas ou línguas e literaturas
Natal, Páscoa, Ramadã. modernas
História do Brasil ou história do Brasil
f) Em siglas, símbolos ou abreviaturas internacionais. Arquitetura ou arquitetura
Exemplos:
ONU, Sr., V. Ex.ª. Fonte: http://www.soportugues.com.br/secoes/fono/
fono24.php
g) Nos nomes que designam altos conceitos religiosos, Emprego do Porquê
políticos ou nacionalistas.
Exemplos: Orações
Igreja (Católica, Apostólica, Romana), Estado, Nação, Pátria, Interrogativas Exemplo:
União, etc.
(pode ser Por que devemos nos
Observação: esses nomes escrevem-se com inicial minúscula substituído por: preocupar com o meio
quando são empregados em sentido geral ou indeterminado. Por por qual motivo, ambiente?
Exemplo: Que por qual razão)
Todos amam sua pátria. Exemplo:
Equivalendo
Emprego FACULTATIVO de letra maiúscula: a “pelo qual” Os motivos por que não
a) Nos nomes de logradouros públicos, templos e edifícios. respondeu são desconhecidos.
Exemplos:
Rua da Liberdade ou rua da Liberdade Exemplos:
Igreja do Rosário ou igreja do Rosário
Edifício Azevedo ou edifício Azevedo Você ainda tem coragem de
Final de
Por perguntar por quê?
frases e seguidos
2) Utiliza-se inicial minúscula: Quê
de pontuação
a) Em todos os vocábulos da língua, nos usos correntes. Você não vai? Por quê?
Exemplos:
carro, flor, boneca, menino, porta, etc. Não sei por quê!
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APOSTILAS OPÇÃO
Emprego de outras palavras (D) a … consenso … há cerca
(E) há … consenço … a cerca
Senão: equivale a “caso contrário”, “a não ser”: Não fazia coisa
nenhuma senão criticar. 05. Assinale a alternativa cujas palavras se apresentam
Se não: equivale a “se por acaso não”, em orações adverbiais flexionadas de acordo com a norma-padrão.
condicionais: Se não houver homens honestos, o país não sairá (A) Os tabeliãos devem preparar o documento.
desta situação crítica. (B) Esses cidadões tinham autorização para portar fuzis.
(C) Para autenticar as certidãos, procure o cartório local.
Tampouco: advérbio, equivale a “também não”: Não (D) Ao descer e subir escadas, segure-se nos corrimãos.
compareceu, tampouco apresentou qualquer justificativa. (E) Cuidado com os degrais, que são perigosos!
Tão pouco: advérbio de intensidade: Encontramo-nos tão
pouco esta semana. Respostas
01. D/02. B/03. D/4-B/5-D
Trás ou Atrás = indicam lugar, são advérbios.
Traz - do verbo trazer. Acentuação
Vultoso: volumoso: Fizemos um trabalho vultoso aqui. A acentuação é um dos requisitos que perfazem as regras
Vultuoso: atacado de congestão no rosto: Sua face está estabelecidas pela Gramática Normativa. Esta se compõe de
vultuosa e deformada. algumas particularidades, às quais devemos estar atentos,
Questões procurando estabelecer uma relação de familiaridade e,
consequentemente, colocando-as em prática na linguagem
01. Que mexer o esqueleto é bom para a saúde já virou escrita.
até sabedoria popular. Agora, estudo levanta hipóteses sobre
........................ praticar atividade física..........................benefícios Regras básicas – Acentuação tônica
para a totalidade do corpo. Os resultados podem levar a novas
terapias para reabilitar músculos contundidos ou mesmo para A acentuação tônica implica na intensidade com que são
.......................... e restaurar a perda muscular que ocorre com o pronunciadas as sílabas das palavras. Aquela que se dá de
avanço da idade. forma mais acentuada, conceitua-se como sílaba tônica. As
(Ciência Hoje, março de 2012) demais, como são pronunciadas com menos intensidade, são
denominadas de átonas.
As lacunas do texto devem ser preenchidas, correta e
respectivamente, com: De acordo com a tonicidade, as palavras são classificadas
(A) porque … trás … previnir como:
(B) porque … traz … previnir
(C) porquê … tras … previnir Oxítonas – São aquelas cuja sílaba tônica recai sobre a
(D) por que … traz … prevenir última sílaba.
(E) por quê … tráz … prevenir Ex.: café – coração – cajá – atum – caju – papel
02. Assinale a opção que completa corretamente as lacunas Paroxítonas – São aquelas em que a sílaba tônica se
da frase abaixo: Não sei o _____ ela está com os olhos vermelhos, evidencia na penúltima sílaba.
talvez seja _____ chorou. Ex.: útil – tórax – táxi – leque – retrato – passível
(A) porquê / porque;
(B) por que / porque; Proparoxítonas - São aquelas em que a sílaba tônica se
(C) porque / por que; evidencia na antepenúltima sílaba.
(D) porquê / por quê; Ex.: lâmpada – câmara – tímpano – médico – ônibus
(E) por que / por quê.
Como podemos observar, mediante todos os exemplos
03. mencionados, os vocábulos possuem mais de uma sílaba, mas
em nossa língua existem aqueles com uma sílaba somente:
são os chamados monossílabos, que, quando pronunciados,
apresentam certa diferenciação quanto à intensidade.
“Sei que não vai dar em nada, seus segredos sei de cor”.
Considerando a ortografia e a acentuação da norma- Os monossílabos em destaque classificam-se como tônicos;
padrão da língua portuguesa, as lacunas estão, correta e os demais, como átonos (que, em, de).
respectivamente, preenchidas por:
(A) mal ... por que ... intuíto Os Acentos Gráficos
(B) mau ... por que ... intuito
(C) mau ... porque ... intuíto acento agudo (´) – Colocado sobre as letras “a”, “i”, “u” e
(D) mal ... porque ... intuito sobre o “e” do grupo “em” - indica que estas letras representam
(E) mal ... por quê ... intuito as vogais tônicas de palavras como Amapá, caí, público, parabéns.
Sobre as letras “e” e “o” indica, além da tonicidade, timbre aberto.
04. Assinale a alternativa que preenche, correta e Ex.: herói – médico – céu(ditongos abertos)
respectivamente, as lacunas do trecho a seguir, de acordo com
a norma-padrão. acento circunflexo (^) – colocado sobre as letras “a”, “e” e
Além disso, ___certamente ____entre nós ____do fenômeno da “o” indica, além da tonicidade, timbre fechado:
corrupção e das fraudes. Ex.: tâmara – Atlântico – pêssego – supôs
(A) a … concenso … acerca
(B) há … consenso … acerca acento grave (`) – indica a fusão da preposição “a” com
(C) a … concenso … a cerca artigos e pronomes.
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APOSTILAS OPÇÃO
Ex.: à – às – àquelas – àqueles feiúra feiura
trema (¨) – De acordo com a nova regra, foi totalmente O acento pertencente aos encontros “oo” e “ee” foi abolido.
abolido das palavras. Há uma exceção: é utilizado em palavras Ex.:
derivadas de nomes próprios estrangeiros.
Ex.: mülleriano (de Müller) Antes Agora
crêem creem
til (~) – indica que as letras “a” e “o” representam vogais vôo voo
nasais.
Ex.: coração – melão – órgão – ímã - Agora memorize a palavra CREDELEVÊ. São os verbos que,
no plural, dobram o “e”, mas que não recebem mais acento
Regras fundamentais: como antes: CRER, DAR, LER e VER.
- Dica: Memorize a palavra LINURXÃO. Para quê? Repare que As formas verbais que possuíam o acento tônico na raiz, com
essa palavra apresenta as terminações das paroxítonas que são “u” tônico precedido de “g” ou “q” e seguido de “e” ou “i” não
acentuadas: L, I N, U (aqui inclua UM =fórum), R, X, Ã, ÃO. Assim serão mais acentuadas. Ex.:
ficará mais fácil a memorização!
Antes Depois
- ditongo oral, crescente ou decrescente, seguido ou não de “s”. apazigúe (apaziguar) apazigue
argúi (arguir) argui
água – pônei – mágoa – jóquei
Acentuam-se os verbos pertencentes à terceira pessoa do
Regras especiais: plural de:
Os ditongos de pronúncia aberta “ei”, “oi” ( ditongos abertos), ele tem – eles têm
que antes eram acentuados, perderam o acento de acordo com ele vem – eles vêm (verbo vir)
a nova regra, mas desde que estejam em palavras paroxítonas.
A regra prevalece também para os verbos conter, obter, reter,
Cuidado: Se os ditongos abertos estiverem em uma deter, abster.
palavra oxítona (herói) ou monossílaba (céu) ainda são ele contém – eles contêm
acentuados. Mas caso não forem ditongos perdem o acento. ele obtém – eles obtêm
Ex.: ele retém – eles retêm
ele convém – eles convêm
Antes Agora
assembléia assembleia
Não se acentuam mais as palavras homógrafas que antes
idéia ideia
eram acentuadas para diferenciá-las de outras semelhantes
jibóia jiboia
(regra do acento diferencial). Apenas em algumas exceções,
apóia (verbo apoiar) apoia
como:
Quando a vogal do hiato for “i” ou “u” tônicos, acompanhados
A forma verbal pôde (terceira pessoa do singular do
ou não de “s”, haverá acento:
pretérito perfeito do modo indicativo) ainda continua
Ex.: saída – faísca – baú – país – Luís
sendo acentuada para diferenciar-se de pode (terceira
pessoa do singular do presente do indicativo). Ex:
Observação importante:
Não serão mais acentuados “i” e “u” tônicos, formando hiato
Ela pode fazer isso agora.
quando vierem depois de ditongo: Ex.:
Elvis não pôde participar porque sua mão não deixou...
Antes Agora
O mesmo ocorreu com o verbo pôr para diferenciar da
bocaiúva bocaiuva
preposição por.
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APOSTILAS OPÇÃO
- Quando, na frase, der para substituir o “por” por “colocar”, Por meio desse trabalho de comparação entre as diversas
então estaremos trabalhando com um verbo, portanto: “pôr”; palavras que selecionamos, podemos depreender a existência
nos outros casos, “por” preposição. Ex: de diferentes elementos formadores. Cada um desses elementos
formadores é uma unidade mínima de significação, um elemento
Faço isso por você. significativo indecomponível, a que damos o nome de morfema.
Posso pôr (colocar) meus livros aqui?
Classificação dos morfemas:
Questões Radical
Há um morfema comum a todas as palavras que estamos
01. “Cadáver” é paroxítona, pois: analisando: escol-.
A) Tem a última sílaba como tônica. É esse morfema comum – o radical – que faz com que as
B) Tem a penúltima sílaba como tônica. consideremos palavras de uma mesma família de significação –
C) Tem a antepenúltima sílaba como tônica. os cognatos. O radical é a parte da palavra responsável por sua
D) Não tem sílaba tônica. significação principal.
Língua Portuguesa 27
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APOSTILAS OPÇÃO
Vogal temática en----- ---tard--- --ecer
Observe que, entre o radical cant- e as desinências verbais, prefixo radical sufixo
surge sempre o morfema –a.
Esse morfema, que liga o radical às desinências, é chamado Outros tipos de derivação
de vogal temática. Sua função é ligar-se ao radical, constituindo
o chamado tema. É ao tema (radical + vogal temática) que se Há dois casos em que a palavra derivada é formada sem que
acrescentam as desinências. Tanto os verbos como os nomes haja a presença de afixos. São eles: a derivação regressiva e a
apresentam vogais temáticas. derivação imprópria.
Vogais temáticas nominais: São -a, -e, e -o, quando átonas 1-) Derivação regressiva: a palavra nova é obtida por
finais, como em mesa, artista, busca, perda, escola, triste, base, redução da palavra primitiva. Ocorre, sobretudo, na formação
combate. Nesses casos, não poderíamos pensar que essas de substantivos derivados de verbos. Exemplo: A pesca está
terminações são desinências indicadoras de gênero, pois a mesa, proibida. (pescar). Proibida a caça. (caçar)
escola, por exemplo, não sofrem esse tipo de flexão. É a essas
vogais temáticas que se liga a desinência indicadora de plural: 2-) Derivação imprópria: a palavra nova (derivada)
mesa-s, escola-s, perda-s. Os nomes terminados em vogais é obtida pela mudança de categoria gramatical da palavra
tônicas (sofá, café, cipó, caqui, por exemplo) não apresentam primitiva. Não ocorre, pois, alteração na forma, mas tão somente
vogal temática. na classe gramatical.
Não entendi o porquê da briga. (o substantivo porquê deriva
Vogais temáticas verbais: São -a, -e e -i, que caracterizam da conjunção porque)
três grupos de verbos a que se dá o nome de conjugações. Seu olhar me fascina! (o verbo olhar tornou-se, aqui,
Assim, os verbos cuja vogal temática é -a pertencem à primeira substantivo)
conjugação; aqueles cuja vogal temática é -e pertencem à
segunda conjugação e os que têm vogal temática -i pertencem à Outros processos de formação de palavras:
terceira conjugação.
- Hibridismo: é a palavra formada com elementos oriundos
primeira conjug. segunda conjug. terceira conjug. de línguas diferentes.
govern-a-va estabelec-e-sse defin-i-ra automóvel (auto: grego; móvel: latim)
atac-a-va cr-e-ra imped-i-sse sociologia (socio: latim; logia: grego)
realiz-a-sse mex-e-rá g-i-mos sambódromo (samba: dialeto africano; dromo: grego)
Fonte: http://www.brasilescola.com/gramatica/estrutura-e-
Vogal ou consoante de ligação formacao-de-palavras-i.htm
As vogais ou consoantes de ligação são morfemas que - Abreviação vocabular, cujo traço peculiar manifesta-
surgem por motivos eufônicos, ou seja, para facilitar ou mesmo se por meio da eliminação de um segmento de uma palavra
possibilitar a leitura de uma determinada palavra. Temos um no intuito de se obter uma forma mais reduzida, geralmente
exemplo de vogal de ligação na palavra escolaridade: o - i - entre aquelas mais longas. Vejamos alguns exemplos:
os sufixos -ar- e -dade facilita a emissão vocal da palavra. Outros
exemplos: gasômetro, alvinegro, tecnocracia, paulada, cafeteira, metropolitano – metrô
chaleira, tricota. extraordinário – extra
otorrinolaringologista – otorrino
Processos de formação de palavras: telefone – fone
1-) Composição pneumático – pneu
Haverá composição quando se juntarem dois ou mais
radicais para formar nova palavra. Há dois tipos de composição; - Onomatopeia: Consiste em criar palavras, tentando
justaposição e aglutinação. imitar sons da natureza ou sons repetidos. Por exemplo: zum-
1.1-) Justaposição: ocorre quando os elementos que zum, cri-cri, tique-taque, pingue-pongue, blá-blá-blá.
formam o composto são postos lado a lado, ou seja, justapostos:
Corre-corre, guarda-roupa, segunda-feira, girassol. - Siglas: As siglas são formadas pela combinação das
1.2-) Aglutinação: ocorre quando os elementos que letras iniciais de uma sequência de palavras que constitui um
formam o composto se aglutinam e pelo menos um deles perde nome. Por exemplo:IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e
sua integridade sonora: Aguardente (água + ardente), planalto Estatística); IPTU (Imposto Predial, Territorial e Urbano).
(plano + alto), pernalta (perna + alta), vinagre (vinho + acre) As siglas escrevem-se com todas as letras maiúsculas, a não
ser que haja mais de três letras e a sigla seja pronunciável sílaba
Derivação por acréscimo de afixos por sílaba. Por exemplo: Unicamp, Petrobras.
É o processo pelo qual se obtêm palavras novas (derivadas)
pela anexação de afixos à palavra primitiva. A derivação pode Questões
ser: prefixal, sufixal e parassintética.
1-) Prefixal (ou prefixação): a palavra nova é obtida por 01. Assinale a opção em que todas as palavras se formam
acréscimo de prefixo. pelo mesmo processo:
In------ --feliz des----------leal A) ajoelhar / antebraço / assinatura
Prefixo radical prefixo radical B) atraso / embarque / pesca
C) o jota / o sim / o tropeço
2-) Sufixal (ou sufixação): a palavra nova é obtida por D) entrega / estupidez / sobreviver
acréscimo de sufixo. E) antepor / exportação / sanguessuga
Feliz---- mente leal------dade
Radical sufixo radical sufixo 02. A palavra “aguardente” formou-se por:
A) hibridismo
3-) Parassintética: a palavra nova é obtida pelo acréscimo B) aglutinação
simultâneo de prefixo e sufixo (não posso retirar o prefixo nem o C) justaposição
sufixo que estão ligados ao radical, pois a palavra não “existiria”). D) parassíntese
Por parassíntese formam-se principalmente verbos. E) derivação regressiva
En-- -----trist- ----ecer
Prefixo radical sufixo 03. Que item contém somente palavras formadas por
justaposição?
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APOSTILAS OPÇÃO
A) desagradável - complemente São Paulo, O Rio de Janeiro, Veneza, A Bahia...
B) vaga-lume - pé-de-cabra
C) encruzilhada - estremeceu - Quando indicado no singular, o artigo definido pode indicar
D) supersticiosa - valiosas toda uma espécie:
E) desatarraxou - estremeceu O trabalho dignifica o homem.
Artigo é a palavra que, vindo antes de um substantivo, indica - O artigo também é usado para substantivar palavras
se ele está sendo empregado de maneira definida ou indefinida. oriundas de outras classes gramaticais:
Além disso, o artigo indica, ao mesmo tempo, o gênero e o Não sei o porquê de tudo isso.
número dos substantivos.
- Nunca deve ser usado artigo depois do pronome relativo
Classificação dos Artigos cujo (e flexões).
Artigos Definidos: determinam os substantivos de maneira Este é o homem cujo amigo desapareceu.
precisa: o, a, os, as. Por exemplo: Eu matei o animal. Este é o autor cuja obra conheço.
Artigos Indefinidos: determinam os substantivos - Não se deve usar artigo antes das palavras casa (no sentido
de maneira vaga: um, uma, uns, umas. Por exemplo: Eu de lar, moradia) e terra (no sentido de chão firme), a menos que
matei um animal. venham especificadas.
Eles estavam em casa.
Combinação dos Artigos Eles estavam na casa dos amigos.
É muito presente a combinação dos artigos definidos e Os marinheiros permaneceram em terra.
indefinidos com preposições. Este quadro apresenta a forma Os marinheiros permanecem na terra dos anões.
assumida por essas combinações:
- Não se emprega artigo antes dos pronomes de tratamento,
Preposições Artigos com exceção de senhor(a), senhorita e dona.
- o, os Vossa excelência resolverá os problemas de Sua Senhoria.
a ao, aos - Não se une com preposição o artigo que faz parte do nome
de do, dos de revistas, jornais, obras literárias.
Li a notícia em O Estado de S. Paulo.
em no, nos
por (per) pelo, pelos Morfossintaxe
a, as um, uns uma, umas Para definir o que é artigo é preciso mencionar suas relações
à, às - - com o substantivo. Assim, nas orações da língua portuguesa,
o artigo exerce a função de adjunto adnominal do substantivo
da, das dum, duns duma, dumas a que se refere. Tal função independe da função exercida pelo
na, nas num, nuns numa, numas substantivo:
pela, pelas - - A existência é uma poesia.
Uma existência é a poesia.
- As formas à e às indicam a fusão da preposição a com o
artigo definido a. Essa fusão de vogais idênticas é conhecida Questões
por crase.
01. Determine o caso em que o artigo tem valor qualificativo:
Constatemos as circunstâncias em que os artigos se A) Estes são os candidatos que lhe falei.
manifestam: B) Procure-o, ele é o médico! Ninguém o supera.
C) Certeza e exatidão, estas qualidades não as tenho.
- Considera-se obrigatório o uso do artigo depois do numeral D) Os problemas que o afligem não me deixam descuidado.
“ambos”: E) Muito é a procura; pouca é a oferta.
Ambos os garotos decidiram participar das olimpíadas.
02. Em qual dos casos o artigo denota familiaridade?
- Nomes próprios indicativos de lugar admitem o uso do A) O Amazonas é um rio imenso.
artigo, outros não: B) D. Manuel, o Venturoso, era bastante esperto.
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APOSTILAS OPÇÃO
C) O Antônio comunicou-se com o João. Obs.: os substantivos concretos designam seres do mundo
D) O professor João Ribeiro está doente. real e do mundo imaginário.
E) Os Lusíadas são um poema épico
Seres do mundo real: homem, mulher, cadeira, cobra, Brasília,
03.Assinale a alternativa em que o uso do artigo está
etc.
substantivando uma palavra.
Seres do mundo imaginário: saci, mãe-d’água, fantasma, etc.
A) A liberdade vai marcar a poesia social de Castro Alves.
B) Leitor perspicaz é aquele que consegue ler as entrelinhas.
Observe agora:
C) A navalha ia e vinha no couro esticado.
D) Haroldo ficou encantado com o andar de bailado de Joana.
Beleza exposta
E) Bárbara dirigia os olhos para a lua encantada.
Jovens atrizes veteranas destacam-se pelo visual.
Respostas
O substantivo beleza designa uma qualidade.
1-B / 2-C / 3-D
Substantivo Abstrato: é aquele que designa seres que
dependem de outros para se manifestar ou existir.
Substantivo
Pense bem: a beleza não existe por si só, não pode ser
observada. Só podemos observar a beleza numa pessoa ou coisa
Tudo o que existe é ser e cada ser tem um nome. Substantivo é
que seja bela. A beleza depende de outro ser para se manifestar.
a classe gramatical de palavras variáveis, as quais denominam
Portanto, a palavra beleza é um substantivo abstrato.
os seres. Além de objetos, pessoas e fenômenos, os substantivos
Os substantivos abstratos designam estados, qualidades,
também nomeiam:
ações e sentimentos dos seres, dos quais podem ser abstraídos,
-lugares: Alemanha, Porto Alegre...
e sem os quais não podem existir.
-sentimentos: raiva, amor...
vida (estado), rapidez (qualidade), viagem (ação), saudade
-estados: alegria, tristeza...
(sentimento).
-qualidades: honestidade, sinceridade...
-ações: corrida, pescaria...
3 - Substantivos Coletivos
Ele vinha pela estrada e foi picado por uma abelha, outra
Morfossintaxe do substantivo
abelha, mais outra abelha.
Ele vinha pela estrada e foi picado por várias abelhas.
Nas orações de língua portuguesa, o substantivo em geral
Ele vinha pela estrada e foi picado por um enxame.
exerce funções diretamente relacionadas com o verbo: atua
Note que, no primeiro caso, para indicar plural, foi necessário
como núcleo do sujeito, dos complementos verbais (objeto
repetir o substantivo: uma abelha, outra abelha, mais outra
direto ou indireto) e do agente da passiva. Pode ainda funcionar
abelha...
como núcleo do complemento nominal ou do aposto, como
No segundo caso, utilizaram-se duas palavras no plural.
núcleo do predicativo do sujeito ou do objeto ou como núcleo
No terceiro caso, empregou-se um substantivo no singular
do vocativo. Também encontramos substantivos como núcleos
(enxame) para designar um conjunto de seres da mesma espécie
de adjuntos adnominais e de adjuntos adverbiais - quando essas
(abelhas).
funções são desempenhadas por grupos de palavras.
O substantivo enxame é um substantivo coletivo.
Classificação dos Substantivos
Substantivo Coletivo: é o substantivo comum que, mesmo
estando no singular, designa um conjunto de seres da mesma
1- Substantivos Comuns e Próprios
espécie.
Observe a definição:
Formação dos Substantivos
Substantivos Simples e Compostos
s.f. 1: Povoação maior que vila, com muitas casas e edifícios,
dispostos em ruas e avenidas (no Brasil, toda a sede de município
Chuva - subst. Fem. 1 - água caindo em gotas sobre a terra.
é cidade). 2. O centro de uma cidade (em oposição aos bairros).
O substantivo chuva é formado por um único elemento ou
radical. É um substantivo simples.
Qualquer “povoação maior que vila, com muitas casas e
Substantivo Simples: é aquele formado por um único
edifícios, dispostos em ruas e avenidas” será chamada cidade.
elemento.
Isso significa que a palavra cidade é um substantivo comum.
Outros substantivos simples: tempo, sol, sofá, etc. Veja agora:
Substantivo Comum é aquele que designa os seres de uma
O substantivo guarda-chuva é formado por dois elementos
mesma espécie de forma genérica.
(guarda + chuva). Esse substantivo é composto.
cidade, menino, homem, mulher, país, cachorro.
Substantivo Composto: é aquele formado por dois ou mais
elementos.
Estamos voando para Barcelona.
Outros exemplos: beija-flor, passatempo.
O substantivo Barcelona designa apenas um ser da espécie
Substantivos Primitivos e Derivados
cidade. Esse substantivo é próprio. Substantivo Próprio: é
Meu limão meu limoeiro,
aquele que designa os seres de uma mesma espécie de forma
meu pé de jacarandá...
particular.
O substantivo limão é primitivo, pois não se originou de
Londres, Paulinho, Pedro, Tietê, Brasil.
nenhum outro dentro de língua portuguesa.
Substantivo Primitivo: é aquele que não deriva de nenhuma
2 - Substantivos Concretos e Abstratos
outra palavra da própria língua portuguesa.
O substantivo limoeiro é derivado, pois se originou a partir
LÂMPADA MALA
da palavra limão.
Substantivo Derivado: é aquele que se origina de outra
Os substantivos lâmpada e mala designam seres com
palavra.
existência própria, que são independentes de outros seres. São
assim, substantivos concretos.
Flexão dos substantivos
Substantivo Concreto: é aquele que designa o ser que existe,
O substantivo é uma classe variável. A palavra é variável
independentemente de outros seres.
quando sofre flexão (variação). A palavra menino, por exemplo,
pode sofrer variações para indicar:
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APOSTILAS OPÇÃO
Plural: meninos f) Substantivos que formam o feminino trocando o -e final
Feminino: menina por -a:
Aumentativo: meninão elefante - elefanta
Diminutivo: menininho
g) Substantivos que têm radicais diferentes no masculino e
Flexão de Gênero no feminino:
Gênero é a propriedade que as palavras têm de indicar bode – cabra boi - vaca
sexo real ou fictício dos seres. Na língua portuguesa,
há dois gêneros: masculino e feminino. Pertencem ao h) Substantivos que formam o feminino de maneira especial,
gênero masculino os substantivos que podem vir precedidos dos isto é, não seguem nenhuma das regras anteriores:
artigos o, os, um, uns. Veja estes títulos de filmes: czar – czarina réu - ré
O velho e o mar
Um Natal inesquecível Formação do Feminino dos Substantivos Uniformes
Os reis da praia
- Epicenos:
Pertencem ao gênero feminino os substantivos que podem Novo jacaré escapa de policiais no rio Pinheiros.
vir precedidos dos artigos a, as, uma, umas: Não é possível saber o sexo do jacaré em questão. Isso ocorre
A história sem fim porque o substantivo jacaré tem apenas uma forma para indicar
Uma cidade sem passado o masculino e o feminino.
As tartarugas ninjas Alguns nomes de animais apresentam uma só forma para
designar os dois sexos. Esses substantivos são chamados de
Substantivos Biformes e Substantivos Uniformes epicenos. No caso dos epicenos, quando houver a necessidade
de especificar o sexo, utilizam-se palavras macho e fêmea.
Substantivos Biformes (= duas formas): ao indicar nomes A cobra macho picou o marinheiro.
de seres vivos, geralmente o gênero da palavra está relacionado A cobra fêmea escondeu-se na bananeira.
ao sexo do ser, havendo, portanto, duas formas, uma para o
masculino e outra para o feminino. Observe: gato – gata, homem Sobrecomuns:
– mulher, poeta – poetisa, prefeito - prefeita
Entregue as crianças à natureza.
Substantivos Uniformes: são aqueles que apresentam uma A palavra crianças refere-se tanto a seres do sexo masculino,
única forma, que serve tanto para o masculino quanto para o quanto a seres do sexo feminino. Nesse caso, nem o artigo nem
feminino. Classificam-se em: um possível adjetivo permitem identificar o sexo dos seres a que
- Epicenos: têm um só gênero e nomeiam bichos. se refere a palavra. Veja:
a cobra macho e a cobra fêmea, o jacaré macho e o jacaré A criança chorona chamava-se João.
fêmea. A criança chorona chamava-se Maria.
- Sobrecomuns: têm um só gênero e nomeiam pessoas. Outros substantivos sobrecomuns:
a criança, a testemunha, a vítima, o cônjuge, o gênio, o ídolo, a criatura = João é uma boa criatura. Maria é uma boa
o indivíduo. criatura.
o cônjuge = O cônjuge de João faleceu. O
- Comuns de Dois Gêneros: indicam o sexo das pessoas por cônjuge de Marcela faleceu
meio do artigo.
o colega e a colega, o doente e a doente, o artista e a artista. Comuns de Dois Gêneros:
Saiba que:
- Substantivos de origem grega terminados em ema ou oma, Motorista tem acidente idêntico 23 anos depois.
são masculinos. Quem sofreu o acidente: um homem ou uma mulher?
o axioma, o fonema, o poema, o sistema, o sintoma, o teorema. É impossível saber apenas pelo título da notícia, uma vez
- Existem certos substantivos que, variando de gênero, que a palavra motorista é um substantivo uniforme. O restante
variam em seu significado. da notícia informa-nos de que se trata de um homem.
o rádio (aparelho receptor) e a rádio (estação emissora) o A distinção de gênero pode ser feita através da análise do
capital (dinheiro) e a capital (cidade) artigo ou adjetivo, quando acompanharem o substantivo.
o colega - a colega
Formação do Feminino dos Substantivos Biformes um jovem - uma jovem
a) Regra geral: troca-se a terminação -o por -a. artista famoso - artista famosa
aluno - aluna
- A palavra personagem é usada indistintamente nos dois
b) Substantivos terminados em -ês: acrescenta-se -a ao gêneros.
masculino. a) Entre os escritores modernos nota-se acentuada
freguês - freguesa preferência pelo masculino:
O menino descobriu nas nuvens os personagens dos contos de
c) Substantivos terminados em -ão: fazem o feminino de três carochinha.
formas: b) Com referência a mulher, deve-se preferir o feminino:
- troca-se -ão por -oa. = patrão – patroa O problema está nas mulheres de mais idade, que não aceitam
- troca-se -ão por -ã. = campeão - campeã a personagem.
- troca-se -ão por ona. = solteirão - solteirona Não cheguei assim, nem era minha intenção, a criar uma
personagem.
Exceções: barão – baronesa ladrão- ladra sultão - sultana - Diz-se: o (ou a) manequim Marcela, o (ou a) modelo
fotográfico Ana Belmonte.
d) Substantivos terminados em -or:
- acrescenta-se -a ao masculino = doutor – doutora Observe o gênero dos substantivos seguintes:
- troca-se -or por -triz: = imperador - imperatriz
Masculinos
e) Substantivos com feminino em -esa, -essa, -isa: o tapa
cônsul - consulesa abade - abadessa poeta - poetisa o eclipse
duque - duquesa conde - condessa profeta - profetisa o lança-perfume
o dó (pena)
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APOSTILAS OPÇÃO
o sanduíche a cinza (resíduos de combustão)
o clarinete
o champanha o capital (dinheiro)
o sósia a capital (cidade)
o maracajá
o clã o coma (perda dos sentidos)
o hosana a coma (cabeleira)
o herpes
o pijama o coral (pólipo, a cor vermelha, canto em coro)
a coral (cobra venenosa)
Femininos
a dinamite o crisma (óleo sagrado, usado na administração da crisma e
a áspide de outros sacramentos)
a derme a crisma (sacramento da confirmação)
a hélice
a alcíone o cura (pároco)
a filoxera a cura (ato de curar)
a clâmide
a omoplata o estepe (pneu sobressalente)
a cataplasma a estepe (vasta planície de vegetação)
a pane
a mascote o guia (pessoa que guia outras)
a gênese a guia (documento, pena grande das asas das aves)
a entorse
a libido o grama (unidade de peso)
a grama (relva)
- São geralmente masculinos os substantivos de origem
grega terminados em -ma: o caixa (funcionário da caixa)
o grama (peso) a caixa (recipiente, setor de pagamentos)
o quilograma
o plasma o lente (professor)
o apostema a lente (vidro de aumento)
o diagrama
o epigrama o moral (ânimo)
o telefonema a moral (honestidade, bons costumes, ética)
o estratagema
o dilema o nascente (lado onde nasce o Sol)
o teorema a nascente (a fonte)
o apotegma
o trema Flexão de Número do Substantivo
o eczema
o edema Em português, há dois números gramaticais: o singular, que
o magma indica um ser ou um grupo de seres, e
o plural, que indica mais de um ser ou grupo de seres. A
Exceções: a cataplasma, a celeuma, a fleuma, etc. característica do plural é o “s” final.
Com raras exceções, nomes de cidades são femininos. a) Os substantivos terminados em vogal, ditongo oral e “n”
A histórica Ouro Preto. fazem o plural pelo acréscimo de “s”.
A dinâmica São Paulo. pai – pais ímã - ímãs hífen - hifens (sem acento, no
A acolhedora Porto Alegre. plural).
Uma Londres imensa e triste. Exceção: cânon - cânones.
Exceções: o Rio de Janeiro, o Cairo, o Porto, o Havre. b) Os substantivos terminados em “m” fazem o plural em
“ns”.
Gênero e Significação: homem - homens.
Muitos substantivos têm uma significação no masculino e c) Os substantivos terminados em “r” e “z” fazem o plural
outra no feminino. pelo acréscimo de “es”.
Observe: revólver – revólveres raiz - raízes
Atenção: O plural de caráter é caracteres.
o baliza (soldado que, que à frente da tropa, indica os
movimentos que se deve realizar em conjunto; o que vai à frente d) Os substantivos terminados em al, el, ol, ul flexionam-se
de um bloco carnavalesco, manejando um bastão) no plural, trocando o “l” por “is”.
a baliza (marco, estaca; sinal que marca um limite ou quintal - quintais caracol – caracóis hotel - hotéis
proibição de trânsito) Exceções: mal e males, cônsul e cônsules.
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APOSTILAS OPÇÃO
f) Os substantivos terminados em “s” fazem o plural de duas Nas provas mensais consegui muitos seis e alguns dez.
maneiras:
- Quando monossilábicos ou oxítonos, mediante o acréscimo Plural dos Diminutivos
de “es”: ás – ases / retrós - retroses
- Quando paroxítonos ou proparoxítonos, ficam invariáveis: Flexiona-se o substantivo no plural, retira-se o “s” final e
o lápis - os lápis / o ônibus - os ônibus. acrescenta-se o sufixo diminutivo.
pãe(s) + zinhos = pãezinhos
g) Os substantivos terminados em “ao” fazem o plural de três animai(s) + zinhos = animaizinhos
maneiras. botõe(s) + zinhos = botõezinhos
- substituindo o -ão por -ões: ação - ações chapéu(s) + zinhos = chapeuzinhos
- substituindo o -ão por -ães: cão - cães farói(s) + zinhos = faroizinhos
- substituindo o -ão por -ãos: grão - grãos tren(s) + zinhos = trenzinhos
h) Os substantivos terminados em “x” ficam invariáveis: o colhere(s) + zinhas = colherezinhas
látex - os látex. flore(s) + zinhas = florezinhas
mão(s) + zinhas = mãozinhas
Plural dos Substantivos Compostos papéi(s) + zinhos = papeizinhos
A formação do plural dos substantivos compostos depende nuven(s) + zinhas = nuvenzinhas
da forma como são grafados, do tipo de palavras que formam funi(s) + zinhos = funizinhos
o composto e da relação que estabelecem entre si. Aqueles que pé(s) + zitos = pezitos
são grafados sem hífen comportam-se como os substantivos
simples: Plural dos Nomes Próprios Personativos
aguardente e aguardentes girassol e girassóis
pontapé e pontapés malmequer e malmequeres Devem-se pluralizar os nomes próprios de pessoas sempre
que a terminação preste-se à flexão.
O plural dos substantivos compostos cujos elementos são Os Napoleões também são derrotados.
ligados por hífen costuma provocar muitas dúvidas e discussões. As Raquéis e Esteres.
Algumas orientações são dadas a seguir:
Plural dos Substantivos Estrangeiros
a) Flexionam-se os dois elementos, quando formados de:
substantivo + substantivo = couve-flor e couves-flores Substantivos ainda não aportuguesados devem ser escritos
substantivo + adjetivo = amor-perfeito e amores-perfeitos como na língua original, acrescentando -se “s” (exceto quando
adjetivo + substantivo = gentil-homem e gentis-homens terminam em “s” ou “z”).
numeral + substantivo = quinta-feira e quintas-feiras os shows os shorts os jazz
Substantivos já aportuguesados flexionam-se de acordo com
b) Flexiona-se somente o segundo elemento, quando as regras de nossa língua:
formados de: os clubes os chopes
verbo + substantivo = guarda-roupa e guarda-roupas os jipes os esportes
palavra invariável + palavra variável = alto-falante e alto- as toaletes os bibelôs
falantes os garçons os réquiens
palavras repetidas ou imitativas = reco-reco e reco-recos
Observe o exemplo:
c) Flexiona-se somente o primeiro elemento, quando Este jogador faz gols toda vez que joga.
formados de: O plural correto seria gois (ô), mas não se usa.
substantivo + preposição clara + substantivo = água-de-
colônia e águas-de-colônia Plural com Mudança de Timbre
substantivo + preposição oculta + substantivo = cavalo-
vapor e cavalos-vapor Certos substantivos formam o plural com mudança de
substantivo + substantivo que funciona como determinante timbre da vogal tônica (o fechado / o aberto). É um fato fonético
do primeiro, ou seja, especifica a função ou o tipo do termo chamado metafonia (plural metafônico).
anterior.
palavra-chave - palavras-chave
bomba-relógio - bombas-relógio Singular Plural Singular Plural
notícia-bomba - notícias-bomba corpo (ô) corpos (ó) osso (ô) ossos (ó)
homem-rã - homens-rã esforço esforços ovo ovos
fogo fogos poço poços
d) Permanecem invariáveis, quando formados de: forno fornos porto portos
verbo + advérbio = o bota-fora e os bota-fora fosso fossos posto postos
verbo + substantivo no plural = o saca-rolhas e os saca-rolhas imposto impostos rogo rogos
olho olhos tijolo tijolos
e) Casos Especiais
o louva-a-deus e os louva-a-deus
Têm a vogal tônica fechada (ô): adornos, almoços, bolsos,
o bem-te-vi e os bem-te-vis
esposos, estojos, globos, gostos, polvos, rolos, soros, etc.
o bem-me-quer e os bem-me-queres
Obs.: distinga-se molho (ô) = caldo (molho de carne), de
o joão-ninguém e os joões-ninguém.
molho (ó) = feixe (molho de lenha).
Plural das Palavras Substantivadas
Particularidades sobre o Número dos Substantivos
As palavras substantivadas, isto é, palavras de outras classes
a) Há substantivos que só se usam no singular:
gramaticais usadas como substantivo, apresentam, no plural, as
o sul, o norte, o leste, o oeste, a fé, etc.
flexões próprias dos substantivos.
Pese bem os prós e os contras.
b) Outros só no plural:
O aluno errou na prova dos noves.
as núpcias, os víveres, os pêsames, as espadas/os paus
Ouça com a mesma serenidade os sins e os nãos.
(naipes de baralho), as fezes.
Obs.: numerais substantivados terminados em “s” ou “z” não
variam no plural.
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APOSTILAS OPÇÃO
c) Outros, enfim, têm, no plural, sentido diferente do singular: Morfossintaxe do Adjetivo:
bem (virtude) e bens (riquezas) O adjetivo exerce sempre funções sintáticas (função dentro
honra (probidade, bom nome) e honras (homenagem, de uma oração) relativas aos substantivos, atuando como adjunto
títulos) adnominal ou como predicativo (do sujeito ou do objeto).
Adjetivo é a palavra que expressa uma qualidade ou Os adjetivos concordam com o substantivo a que se referem
característica do ser e se relaciona com o substantivo. (masculino e feminino). De forma semelhante aos substantivos,
Ao analisarmos a palavra bondoso, por exemplo, percebemos classificam-se em:
que, além de expressar uma qualidade, ela pode ser colocada ao Biformes - têm duas formas, sendo uma para o masculino e
lado de um substantivo: homem bondoso, moça bondosa, pessoa outra para o feminino.
bondosa.
Já com a palavra bondade, embora expresse uma qualidade, Por exemplo: ativo e ativa, mau e má, judeu e judia.
não acontece o mesmo; não faz sentido dizer: homem bondade,
moça bondade, pessoa bondade. Se o adjetivo é composto e biforme, ele flexiona no feminino
Bondade, portanto, não é adjetivo, mas substantivo. somente o último elemento.
Por exemplo: o moço norte-americano, a moça norte-
americana.
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APOSTILAS OPÇÃO
Uniformes - têm uma só forma tanto para o masculino como 2) Sou mais alto (do) que você. = Comparativo de
para o feminino. Por exemplo: homem feliz e mulher feliz. Superioridade Analítico
Se o adjetivo é composto e uniforme, fica invariável no No comparativo de superioridade analítico, entre os dois
feminino. Por exemplo: conflito político-social e desavença substantivos comparados, um tem qualidade superior. A forma é
político-social. analítica porque pedimos auxílio a “mais...do que” ou “mais...que”.
É aquele formado por dois ou mais elementos. Normalmente, 4) Sou menos alto (do) que você. = Comparativo de
esses elementos são ligados por hífen. Apenas o último elemento Inferioridade
concorda com o substantivo a que se refere; os demais ficam Sou menos passivo (do) que tolerante.
na forma masculina, singular. Caso um dos elementos que
formam o adjetivo composto seja um substantivo adjetivado, Superlativo
todo o adjetivo composto ficará invariável. Por exemplo: a
palavra rosa é originalmente um substantivo, porém, se estiver O superlativo expressa qualidades num grau muito
qualificando um elemento, funcionará como adjetivo. Caso se elevado ou em grau máximo. O grau superlativo pode ser
ligue a outra palavra por hífen, formará um adjetivo composto; absoluto ou relativo e apresenta as seguintes modalidades:
como é um substantivo adjetivado, o adjetivo composto inteiro Superlativo Absoluto: ocorre quando a qualidade de um
ficará invariável. Por exemplo: ser é intensificada, sem relação com outros seres. Apresenta-se
nas formas:
Camisas rosa-claro. Analítica: a intensificação se faz com o auxílio de palavras
Ternos rosa-claro. que dão ideia de intensidade (advérbios). Por exemplo: O
Olhos verde-claros. secretário é muito inteligente.
Calças azul-escuras e camisas verde-mar. Sintética: a intensificação se faz por meio do acréscimo de
Telhados marrom-café e paredes verde-claras. sufixos.
Por exemplo:
Observe O secretário é inteligentíssimo.
- Azul-marinho, azul-celeste, ultravioleta e qualquer adjetivo
composto iniciado por cor-de-... são sempre invariáveis. Observe alguns superlativos sintéticos:
- O adjetivo composto pele-vermelha têm os dois elementos
flexionados.
benéfico beneficentíssimo
Grau do Adjetivo bom boníssimo ou ótimo
Língua Portuguesa 35
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APOSTILAS OPÇÃO
Note bem: Enquanto não aprendermos a educar e oferecer medidas
1) O superlativo absoluto analítico é expresso por meio preventivas para que os pais evitem ter filhos que não serão
dos advérbios muito, extremamente, excepcionalmente, etc., capazes de criar, cabe a nós a responsabilidade de integrá-los
antepostos ao adjetivo. na sociedade por meio da educação formal de bom nível, das
2) O superlativo absoluto sintético apresenta-se sob duas práticas esportivas e da oportunidade de desenvolvimento
formas : uma erudita, de origem latina, outra popular, de origem artístico.
vernácula. A forma erudita é constituída pelo radical do adjetivo
latino + um dos sufixos -íssimo, -imo ou érrimo. Por exemplo: (Drauzio Varella. In Folha de S.Paulo, 9 mar.2002. Adaptado)
fidelíssimo, facílimo, paupérrimo.
A forma popular é constituída do radical do adjetivo Em – características epidêmicas –, o adjetivo epidêmicas
português + o sufixo -íssimo: pobríssimo, agilíssimo. corresponde a – características de epidemias.
3) Em vez dos superlativos normais seriíssimo, precariíssimo, Assinale a alternativa em que, da mesma forma, o adjetivo
necessariíssimo, preferem-se, na linguagem atual, as formas em destaque corresponde, corretamente, à expressão indicada.
seríssimo, precaríssimo, necessaríssimo, sem o desagradável A) água fluvial – água da chuva.
hiato i-í. B) produção aurífera – produção de ouro.
Questões C) vida rupestre – vida do campo.
D) notícias brasileiras – notícias de Brasília.
01. Leia o texto a seguir. E) costela bovina – costela de porco.
Língua Portuguesa 36
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APOSTILAS OPÇÃO
Fala-se de Roberta. Ele quer participar do desfile O quadro dos pronomes oblíquos átonos é assim configurado:
da nossa escola neste ano. - 1ª pessoa do singular (eu): me
[nossa: pronome que qualifica “escola” = concordância - 2ª pessoa do singular (tu): te
adequada] - 3ª pessoa do singular (ele, ela): o, a, lhe
[neste: pronome que determina “ano” = concordância - 1ª pessoa do plural (nós): nos
adequada] - 2ª pessoa do plural (vós): vos
[ele: pronome que faz referência à “Roberta” = concordância - 3ª pessoa do plural (eles, elas): os, as, lhes
inadequada]
Observações:
Existem seis tipos de pronomes: pessoais, possessivos, O “lhe” é o único pronome oblíquo átono que já se
demonstrativos, indefinidos, relativos e interrogativos. apresenta na forma contraída, ou seja, houve a união entre o
pronome “o” ou “a” e preposição “a” ou “para”. Por acompanhar
Pronomes Pessoais diretamente uma preposição, o pronome “lhe” exerce sempre a
função de objeto indireto na oração.
São aqueles que substituem os substantivos, indicando
diretamente as pessoas do discurso. Quem fala ou escreve Os pronomes me, te, nos e vos podem tanto ser objetos
assume os pronomes “eu” ou “nós”, usa os pronomes “tu”, “vós”, diretos como objetos indiretos.
“você” ou “vocês” para designar a quem se dirige e “ele”, “ela”, Os pronomes o, a, os e as atuam exclusivamente como
“eles” ou “elas” para fazer referência à pessoa ou às pessoas de objetos diretos.
quem fala.
Os pronomes pessoais variam de acordo com as funções Saiba que:
que exercem nas orações, podendo ser do caso reto ou do caso Os pronomes me, te, lhe, nos, vos e lhes podem combinar-se
oblíquo. com os pronomes o, os, a, as, dando origem a formas como mo,
mos, ma, mas; to, tos, ta, tas; lho, lhos, lha, lhas; no-lo, no-los, no-
Pronome Reto la, no-las, vo-lo, vo-los, vo-la, vo-las. Observe o uso dessas formas
nos exemplos que seguem:
Pronome pessoal do caso reto é aquele que, na sentença,
exerce a função de sujeito ou predicativo do sujeito.
Nós lhe ofertamos flores. - Trouxeste o pacote? - Não contaram a novidade a
vocês?
Os pronomes retos apresentam flexão de número, gênero - Sim, entreguei-to ainda há - Não, no-la contaram.
(apenas na 3ª pessoa) e pessoa, sendo essa última a principal pouco.
flexão, uma vez que marca a pessoa do discurso. Dessa forma, o
quadro dos pronomes retos é assim configurado: No português do Brasil, essas combinações não são usadas;
- 1ª pessoa do singular: eu até mesmo na língua literária atual, seu emprego é muito raro.
- 2ª pessoa do singular: tu
- 3ª pessoa do singular: ele, ela Atenção:
- 1ª pessoa do plural: nós Os pronomes o, os, a, as assumem formas especiais depois
- 2ª pessoa do plural: vós de certas terminações verbais. Quando o verbo termina em -z,
- 3ª pessoa do plural: eles, elas -s ou -r, o pronome assume a forma lo, los, la ou las, ao mesmo
tempo que a terminação verbal é suprimida.
Atenção: esses pronomes não costumam ser usados como Por exemplo: fiz + o = fi-lo
complementos verbais na língua-padrão. Frases como “Vi fazei + o = fazei-os
ele na rua”, “Encontrei ela na praça”, “Trouxeram eu até aqui”, dizer + a = dizê-la
comuns na língua oral cotidiana, devem ser evitadas na língua
formal escrita ou falada. Na língua formal, devem ser usados os Quando o verbo termina em som nasal, o pronome assume
pronomes oblíquos correspondentes: “Vi-o na rua”, “Encontrei-a as formas no, nos, na, nas. Por exemplo:
na praça”, “Trouxeram-me até aqui”. viram + o: viram-no
Obs.: frequentemente observamos a omissão do pronome repõe + os = repõe-nos
reto em Língua Portuguesa. Isso se dá porque as próprias formas retém + a: retém-na
verbais marcam, através de suas desinências, as pessoas do tem + as = tem-nas
verbo indicadas pelo pronome reto.
Fizemos boa viagem. (Nós) Pronome Oblíquo Tônico
Língua Portuguesa 37
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APOSTILAS OPÇÃO
Não há mais nada entre mim e ti. Vossa Excelência V. Ex.ª (s) altas autoridades e
Não se comprovou qualquer ligação entre ti e ela. oficiais-generais
Não há nenhuma acusação contra mim. Vossa Magnificência V. Mag.ª (s) reitores de
Não vá sem mim. universidades
Vossa Majestade V. M. reis e rainhas
Atenção: Vossa Majestade Imperial V. M. I. Imperadores
Há construções em que a preposição, apesar de surgir Vossa Santidade V. S. Papa
anteposta a um pronome, serve para introduzir uma oração cujo Vossa Senhoria V. S.ª (s) tratamento
verbo está no infinitivo. Nesses casos, o verbo pode ter sujeito cerimonioso
expresso; se esse sujeito for um pronome, deverá ser do caso Vossa Onipotência V. O. Deus
reto.
Também são pronomes de tratamento o senhor, a
Trouxeram vários vestidos para eu experimentar. senhora e você, vocês. “O senhor” e “a senhora” são empregados
Não vá sem eu mandar. no tratamento cerimonioso; “você” e “vocês”, no tratamento
familiar. Você e vocês são largamente empregados no português
- A combinação da preposição “com” e alguns pronomes do Brasil; em algumas regiões, a forma tu é de uso frequente;
originou as formas especiais comigo, contigo, consigo, em outras, pouco empregada. Já a forma vós tem uso restrito à
conosco e convosco. Tais pronomes oblíquos tônicos linguagem litúrgica, ultraformal ou literária.
frequentemente exercem a função de adjunto adverbial de
companhia. Observações:
Ele carregava o documento consigo. a) Vossa Excelência X Sua Excelência: os pronomes de
tratamento que possuem “Vossa (s)” são empregados em
- As formas “conosco” e “convosco” são substituídas por “com relação à pessoa com quem falamos.
nós” e “com vós” quando os pronomes pessoais são reforçados Espero que V. Ex.ª, Senhor Ministro, compareça a este
por palavras como outros, mesmos, próprios, todos, ambos ou encontro.
algum numeral. Emprega-se “Sua (s)” quando se fala a respeito da pessoa.
Todos os membros da C.P.I. afirmaram que Sua Excelência, o
Você terá de viajar com nós todos. Senhor Presidente da República, agiu com propriedade.
Estávamos com vós outros quando chegaram as más notícias.
Ele disse que iria com nós três. - Os pronomes de tratamento representam uma forma
indireta de nos dirigirmos aos nossos interlocutores. Ao
Pronome Reflexivo tratarmos um deputado por Vossa Excelência, por exemplo,
estamos nos endereçando à excelência que esse deputado
São pronomes pessoais oblíquos que, embora funcionem supostamente tem para poder ocupar o cargo que ocupa.
como objetos direto ou indireto, referem-se ao sujeito da oração.
Indicam que o sujeito pratica e recebe a ação expressa pelo b) 3ª pessoa: embora os pronomes de tratamento dirijam-
verbo. se à 2ª pessoa, toda a concordância deve ser feita com a 3ª
O quadro dos pronomes reflexivos é assim configurado: pessoa. Assim, os verbos, os pronomes possessivos e os
pronomes oblíquos empregados em relação a eles devem ficar
- 1ª pessoa do singular (eu): me, mim. na 3ª pessoa.
Eu não me vanglorio disso. Basta que V. Ex.ª cumpra a terça parte das suas promessas,
Olhei para mim no espelho e não gostei do que vi. para que seus eleitores lhe fiquem reconhecidos.
- 3ª pessoa do plural (eles, elas): se, si, consigo. São palavras que, ao indicarem a pessoa gramatical
Eles se conheceram. (possuidor), acrescentam a ela a ideia de posse de algo (coisa
Elas deram a si um dia de folga. possuída).
Este caderno é meu. (meu = possuidor: 1ª pessoa do singular)
A Segunda Pessoa Indireta
Observe o quadro:
A chamada segunda pessoa indireta manifesta-se quando
utilizamos pronomes que, apesar de indicarem nosso Número Pessoa Pronome
interlocutor ( portanto, a segunda pessoa), utilizam o verbo na singular primeira meu(s), minha(s)
terceira pessoa. É o caso dos chamados pronomes de tratamento,
que podem ser observados no quadro seguinte: singular segunda teu(s), tua(s)
singular terceira seu(s), sua(s)
Pronomes de Tratamento
plural primeira nosso(s), nossa(s)
Vossa Alteza V. A. príncipes, duques plural segunda vosso(s), vossa(s)
Vossa Eminência V. Ema.(s) cardeais
Vossa Reverendíssima V. Revma.(s) sacerdotes e bispos plural terceira seu(s), sua(s)
Língua Portuguesa 38
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APOSTILAS OPÇÃO
Note que: A forma do possessivo depende da pessoa - Também aparecem como pronomes demonstrativos:
gramatical a que se refere; o gênero e o número concordam com - o(s), a(s): quando estiverem antecedendo o “que” e puderem
o objeto possuído. ser substituídos por aquele(s), aquela(s), aquilo.
Ele trouxe seu apoio e sua contribuição naquele momento Não ouvi o que disseste. (Não ouvi aquilo que disseste.)
difícil. Essa rua não é a que te indiquei. (Esta rua não é aquela que
te indiquei.)
Observações: - mesmo(s), mesma(s):
Estas são as mesmas pessoas que o procuraram ontem.
1 - A forma “seu” não é um possessivo quando resultar da - próprio(s), própria(s):
alteração fonética da palavra senhor. Os próprios alunos resolveram o problema.
- Muito obrigado, seu José.
- semelhante(s):
2 - Os pronomes possessivos nem sempre indicam posse. Não compre semelhante livro.
Podem ter outros empregos, como: - tal, tais:
a) indicar afetividade. Tal era a solução para o problema.
- Não faça isso, minha filha.
b) indicar cálculo aproximado. Note que:
Ele já deve ter seus 40 anos.
c) atribuir valor indefinido ao substantivo. a) Não raro os demonstrativos aparecem na frase, em
Marisa tem lá seus defeitos, mas eu gosto muito dela. construções redundantes, com finalidade expressiva, para
salientar algum termo anterior. Por exemplo:
3- Em frases onde se usam pronomes de tratamento, o Manuela, essa é que dera em cheio casando com o José Afonso.
pronome possessivo fica na 3ª pessoa. Desfrutar das belezas brasileiras, isso é que é sorte!
Vossa Excelência trouxe sua mensagem? b) O pronome demonstrativo neutro ou pode representar
um termo ou o conteúdo de uma oração inteira, caso em que
4- Referindo-se a mais de um substantivo, o possessivo aparece, geralmente, como objeto direto, predicativo ou aposto.
concorda com o mais próximo. O casamento seria um desastre. Todos o pressentiam.
Trouxe-me seus livros e anotações. c) Para evitar a repetição de um verbo anteriormente
expresso, é comum empregar-se, em tais casos, o verbo fazer,
5- Em algumas construções, os pronomes pessoais oblíquos chamado, então, verbo vicário (= que substitui, que faz as vezes
átonos assumem valor de possessivo. de).
Vou seguir-lhe os passos. (= Vou seguir seus passos.) Ninguém teve coragem de falar antes que ela o fizesse.
d) Em frases como a seguinte, este se refere à pessoa
Pronomes Demonstrativos mencionada em último lugar; aquele, à mencionada em primeiro
lugar.
Os pronomes demonstrativos são utilizados para explicitar a O referido deputado e o Dr. Alcides eram amigos íntimos;
posição de uma certa palavra em relação a outras ou ao contexto. aquele casado, solteiro este. [ou então: este solteiro, aquele casado]
Essa relação pode ocorrer em termos de espaço, no tempo ou e) O pronome demonstrativo tal pode ter conotação irônica.
discurso. A menina foi a tal que ameaçou o professor?
f) Pode ocorrer a contração das preposições a, de, em com
No espaço: pronome demonstrativo: àquele, àquela, deste, desta, disso,
Compro este carro (aqui). O pronome este indica que o carro nisso, no, etc.
está perto da pessoa que fala. Não acreditei no que estava vendo. (no = naquilo)
Compro esse carro (aí). O pronome esse indica que o carro
está perto da pessoa com quem falo, ou afastado da pessoa que Pronomes Indefinidos
fala.
Compro aquele carro (lá). O pronome aquele diz que o carro São palavras que se referem à terceira pessoa do discurso,
está afastado da pessoa que fala e daquela com quem falo. dando-lhe sentido vago (impreciso) ou expressando quantidade
indeterminada.
Atenção: em situações de fala direta (tanto ao vivo quanto Alguém entrou no jardim e destruiu as mudas recém-
por meio de correspondência, que é uma modalidade escrita de plantadas.
fala), são particularmente importantes o este e o esse - o primeiro Não é difícil perceber que “alguém” indica uma pessoa
localiza os seres em relação ao emissor; o segundo, em relação de quem se fala (uma terceira pessoa, portanto) de forma
ao destinatário. Trocá-los pode causar ambiguidade. imprecisa, vaga. É uma palavra capaz de indicar um ser humano
que seguramente existe, mas cuja identidade é desconhecida ou
Dirijo-me a essa universidade com o objetivo de solicitar não se quer revelar.
informações sobre o concurso vestibular. (trata-se da universidade
destinatária). Classificam-se em:
Reafirmamos a disposição desta universidade em participar
no próximo Encontro de Jovens. (trata-se da universidade que - Pronomes Indefinidos Substantivos: assumem o lugar
envia a mensagem). do ser ou da quantidade aproximada de seres na frase. São
eles: algo, alguém, fulano, sicrano, beltrano, nada, ninguém,
No tempo: outrem, quem, tudo.
Este ano está sendo bom para nós. O pronome este se refere Algo o incomoda?
ao ano presente. Quem avisa amigo é.
Esse ano que passou foi razoável. O pronome esse se refere a
um passado próximo. - Pronomes Indefinidos Adjetivos: qualificam um ser
Aquele ano foi terrível para todos. O pronome aquele está se expresso na frase, conferindo-lhe a noção de quantidade
referindo a um passado distante. aproximada. São eles: cada, certo(s), certa(s).
Cada povo tem seus costumes.
- Os pronomes demonstrativos podem ser variáveis ou Certas pessoas exercem várias profissões.
invariáveis, observe:
Note que: Ora são pronomes indefinidos substantivos, ora
Variáveis: este(s), esta(s), esse(s), essa(s), aquele(s), aquela(s). pronomes indefinidos adjetivos:
Invariáveis: isto, isso, aquilo. algum, alguns, alguma(s), bastante(s) (= muito, muitos),
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APOSTILAS OPÇÃO
demais, mais, menos, muito(s), muita(s), nenhum, nenhuns, O trabalho que eu fiz refere-se à corrupção. (= o qual)
nenhuma(s), outro(s), outra(s), pouco(s), pouca(s), qualquer, A cantora que acabou de se apresentar é péssima. (= a qual)
quaisquer, qual, que, quanto(s), quanta(s), tal, tais, tanto(s), Os trabalhos que eu fiz referem-se à corrupção. (= os quais)
tanta(s), todo(s), toda(s), um, uns, uma(s), vários, várias. As cantoras que se apresentaram eram péssimas. (= as quais)
Menos palavras e mais ações. b) O qual, os quais, a qual e as quais são exclusivamente
Alguns se contentam pouco. pronomes relativos: por isso, são utilizados didaticamente para
verificar se palavras como “que”, “quem”, “onde” (que podem ter
Os pronomes indefinidos podem ser divididos várias classificações) são pronomes relativos. Todos eles são
em variáveis e invariáveis. Observe: usados com referência à pessoa ou coisa por motivo de clareza
ou depois de determinadas preposições:
Variáveis = algum, nenhum, todo, muito, pouco, vário, tanto,
outro, quanto, alguma, nenhuma, toda, muita, pouca, vária, Regressando de São Paulo, visitei o sítio de minha tia, o
tanta, outra, quanta, qualquer, quaisquer, alguns, nenhuns, qual me deixou encantado. (O uso de “que”, neste caso, geraria
todos, muitos, poucos, vários, tantos, outros, quantos, algumas, ambiguidade.)
nenhumas, todas, muitas, poucas, várias, tantas, outras, quantas.
Invariáveis = alguém, ninguém, outrem, tudo, nada, algo, Essas são as conclusões sobre as quais pairam muitas
cada. dúvidas? (Não se poderia usar “que” depois de sobre.)
São locuções pronominais indefinidas: cada qual, cada um, c) O relativo “que” às vezes equivale a o que, coisa que, e se
qualquer um, quantos quer (que), quem quer (que), seja quem for, refere a uma oração.
seja qual for, todo aquele (que), tal qual (= certo), tal e qual, tal ou
qual, um ou outro, uma ou outra, etc. Não chegou a ser padre, mas deixou de ser poeta, que era a
Cada um escolheu o vinho desejado. sua vocação natural.
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APOSTILAS OPÇÃO
São usados na formulação de perguntas, sejam elas diretas Isso não é inteiramente ruim. Os seus amigos do peito
ou indiretas. Assim como os pronomes indefinidos, referem- geralmente são parecidos com você: pertencem ao mesmo
se à 3ª pessoa do discurso de modo impreciso. São pronomes mundo e gostam das mesmas coisas. Os elos fracos, não. Eles
interrogativos: que, quem, qual (e variações), quanto (e variações). transitam por grupos diferentes do seu e, por isso, podem lhe
apresentar novas pessoas e ampliar seus horizontes – gerando
Quem fez o almoço?/ Diga-me quem fez o almoço. uma renovação de ideias que faz bem a todos os relacionamentos,
Qual das bonecas preferes? / Não sei qual das bonecas inclusive às amizades antigas. O problema é que a maioria das
preferes. redes na Internet é simétrica: se você quiser ter acesso às
Quantos passageiros desembarcaram? / Pergunte quantos informações de uma pessoa ou mesmo falar reservadamente com
passageiros desembarcaram. ela, é obrigado a pedir a amizade dela. Como é meio grosseiro
dizer “não” ________ alguém que você conhece, todo mundo acaba
Sobre os pronomes: adicionando todo mundo. E isso vai levando ________ banalização
do conceito de amizade.
O pronome pessoal é do caso reto quando tem função de É verdade. Mas, com a chegada de sítios como o Twitter, ficou
sujeito na frase. O pronome pessoal é do caso oblíquo quando diferente. Esse tipo de sítio é uma rede social completamente
desempenha função de complemento. Vamos entender, assimétrica. E isso faz com que as redes de “seguidores” e
primeiramente, como o pronome pessoal surge na frase e que “seguidos” de alguém possam se comunicar de maneira muito
função exerce. Observe as orações: mais fluida. Ao estudar a sua própria rede no Twitter, o sociólogo
1. Eu não sei essa matéria, mas ele irá me ajudar. Nicholas Christakis, da Universidade de Harvard, percebeu
2. Maria foi embora para casa, pois não sabia se devia ajudá- que seus amigos tinham começado a se comunicar entre si
lo. independentemente da mediação dele. Pessoas cujo único ponto
em comum era o próprio Christakis acabaram ficando amigas.
Na primeira oração os pronomes pessoais “eu” e “ele” No Twitter, eu posso me interessar pelo que você tem a dizer e
exercem função de sujeito, logo, são pertencentes ao caso reto. começar a te seguir. Nós não nos conhecemos.
Mas você saberá quando eu o retuitar ou mencionar seu
Já na segunda oração, observamos o pronome “lhe” exercendo nome no sítio, e poderá falar comigo. Meus seguidores também
função de complemento, e, consequentemente, é do caso oblíquo. podem se interessar pelos seus tuítes e começar a seguir você.
Os pronomes pessoais indicam as pessoas do discurso, Em suma, nós continuaremos não nos conhecendo, mas as
o pronome oblíquo “lhe”, da segunda oração, aponta para a pessoas que estão ________ nossa volta podem virar amigas entre
segunda pessoa do singular (tu/você): Maria não sabia se devia si.
ajudar.... Ajudar quem? Você (lhe). Adaptado de: COSTA, C. C.. Disponível em:
Importante: Em observação à segunda oração, o emprego do <http://super.abril.com.br/cotidiano/como-internet-
pronome oblíquo “lhe” é justificado antes do verbo intransitivo estamudando-amizade-619645.shtml>.
“ajudar” porque o pronome oblíquo pode estar antes, depois ou
entre locução verbal, caso o verbo principal (no caso “ajudar”) Considere as seguintes afirmações sobre a relação que se
estiver no infinitivo ou gerúndio. estabelece entre algumas palavras do texto e os elementos a que
Eu desejo lhe perguntar algo. se referem.
Eu estou perguntando-lhe algo. I. No segmento que nascem, a palavra que se refere a
amizades.
Os pronomes pessoais oblíquos podem ser átonos ou tônicos: II. O segmento elos fracos retoma o segmento uma forma
os primeiros não são precedidos de preposição, diferentemente superficial de amizade.
dos segundos que são sempre precedidos de preposição. III. Na frase Nós não nos conhecemos, o pronome Nós refere-
- Pronome oblíquo átono: Joana me perguntou o que eu se aos pronomes eu e você.
estava fazendo.
- Pronome oblíquo tônico: Joana perguntou para mim o que Quais estão corretas?
eu estava fazendo. (A) Apenas I.
(B) Apenas II.
Questões (C) Apenas III.
(D) Apenas I e II.
01. Observe as sentenças abaixo. (E) I, II e III.
I. Esta é a professora de cuja aula todos os alunos gostam.
II. Aquela é a garota com cuja atitude discordei - tornamo- 03. Observe a charge a seguir.
nos inimigas desde aquele episódio.
III. A criança cuja a família não compareceu ficou inconsolável.
Língua Portuguesa 41
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APOSTILAS OPÇÃO
(E) Os elementos imagísticos da charge estão distribuídos de - Impessoais: são os verbos que não têm sujeito.
forma equilibrada. Normalmente, são usados na terceira pessoa do singular. Os
Respostas principais verbos impessoais são:
01. A\02. E\03. B a) haver, quando sinônimo de existir, acontecer, realizar-se
ou fazer (em orações temporais).
Verbo Havia poucos ingressos à venda. (Havia = Existiam)
Houve duas guerras mundiais. (Houve = Aconteceram)
Verbo é a classe de palavras que se flexiona em pessoa, Haverá reuniões aqui. (Haverá = Realizar-se-ão)
número, tempo, modo e voz. Pode indicar, entre outros Deixei de fumar há muitos anos. (há = faz)
processos: ação (correr); estado (ficar); fenômeno (chover);
ocorrência (nascer); desejo (querer). b) fazer, ser e estar (quando indicam tempo)
O que caracteriza o verbo são as suas flexões, e não os seus Faz invernos rigorosos no Sul do Brasil.
possíveis significados. Observe que palavras como corrida, Era primavera quando a conheci.
chuva e nascimento têm conteúdo muito próximo ao de alguns Estava frio naquele dia.
verbos mencionados acima; não apresentam, porém, todas as
possibilidades de flexão que esses verbos possuem. c) Todos os verbos que indicam fenômenos da natureza
são impessoais: chover, ventar, nevar, gear, trovejar, amanhecer,
Estrutura das Formas Verbais escurecer, etc. Quando, porém, se constrói, “Amanheci mal-
humorado”, usa-se o verbo “amanhecer” em sentido figurado.
Do ponto de vista estrutural, uma forma verbal pode Qualquer verbo impessoal, empregado em sentido figurado,
apresentar os seguintes elementos: deixa de ser impessoal para ser pessoal.
Amanheci mal-humorado. (Sujeito desinencial: eu)
a) Radical: é a parte invariável, que expressa o significado Choveram candidatos ao cargo. (Sujeito: candidatos)
essencial do verbo. Por exemplo: Fiz quinze anos ontem. (Sujeito desinencial: eu)
fal-ei; fal-ava; fal-am. (radical fal-)
d) São impessoais, ainda:
b) Tema: é o radical seguido da vogal temática que indica a 1. o verbo passar (seguido de preposição), indicando tempo.
conjugação a que pertence o verbo. Por exemplo: fala-r Ex.: Já passa das seis.
2. os verbos bastar e chegar, seguidos da preposição de,
São três as conjugações: indicando suficiência. Ex.:
1ª - Vogal Temática - A - (falar) Basta de tolices. Chega de blasfêmias.
2ª - Vogal Temática - E - (vender) 3. os verbos estar e ficar em orações tais como Está bem,
3ª - Vogal Temática - I - (partir) Está muito bem assim, Não fica bem, Fica mal, sem referência
a sujeito expresso anteriormente. Podemos, ainda, nesse caso,
c) Desinência modo-temporal: é o elemento que designa o classificar o sujeito como hipotético, tornando-se, tais verbos,
tempo e o modo do verbo. então, pessoais.
Por exemplo: 4. o verbo deu + para da língua popular, equivalente de “ser
falávamos ( indica o pretérito imperfeito do indicativo.) possível”. Por exemplo:
falasse ( indica o pretérito imperfeito do subjuntivo.) Não deu para chegar mais cedo.
Dá para me arrumar uns trocados?
d) Desinência número-pessoal: é o elemento que designa
a pessoa do discurso ( 1ª, 2ª ou 3ª) e o número (singular ou - Unipessoais: são aqueles que, tendo sujeito, conjugam-se
plural). apenas nas terceiras pessoas, do singular e do plural.
falamos (indica a 1ª pessoa do plural.) A fruta amadureceu.
falavam (indica a 3ª pessoa do plural.) As frutas amadureceram.
Observação: o verbo pôr, assim como seus derivados Obs.: os verbos unipessoais podem ser usados como verbos
(compor, repor, depor, etc.), pertencem à 2ª conjugação, pois a pessoais na linguagem figurada:
forma arcaica do verbo pôr era poer. A vogal “e”, apesar de haver Teu irmão amadureceu bastante.
desaparecido do infinitivo, revela-se em algumas formas do Entre os unipessoais estão os verbos que significam vozes de
verbo: põe, pões, põem, etc. animais; eis alguns:
bramar: tigre
Formas Rizotônicas e Arrizotônicas bramir: crocodilo
cacarejar: galinha
Ao combinarmos os conhecimentos sobre a estrutura dos coaxar: sapo
verbos com o conceito de acentuação tônica, percebemos com cricrilar: grilo
facilidade que nas formas rizotônicas, o acento tônico cai no
radical do verbo: opino, aprendam, nutro, por exemplo. Nas Os principais verbos unipessoais são:
formas arrizotônicas, o acento tônico não cai no radical, mas sim 1. cumprir, importar, convir, doer, aprazer, parecer,
na terminação verbal: opinei, aprenderão, nutriríamos. ser (preciso, necessário, etc.).
Cumpre trabalharmos bastante. (Sujeito: trabalharmos
Classificação dos Verbos bastante.)
Parece que vai chover. (Sujeito: que vai chover.)
Classificam-se em: É preciso que chova. (Sujeito: que chova.)
a) Regulares: são aqueles que possuem as desinências 2. fazer e ir, em orações que dão ideia de tempo, seguidos da
normais de sua conjugação e cuja flexão não provoca alterações conjunção que.
no radical.
Faz dez anos que deixei de fumar. (Sujeito: que deixei de
Por exemplo: canto cantei cantarei cantava cantasse fumar.)
b) Irregulares: são aqueles cuja flexão provoca alterações Vai para (ou Vai em ou Vai por) dez anos que não vejo Cláudia.
no radical ou nas desinências. (Sujeito: que não vejo Cláudia)
Por exemplo: faço fiz farei fizesse Obs.: todos os sujeitos apontados são oracionais.
c) Defectivos: são aqueles que não apresentam conjugação
completa. Classificam-se em impessoais, unipessoais e pessoais. - Pessoais: não apresentam algumas flexões por motivos
morfológicos ou eufônicos. Por exemplo:
Língua Portuguesa 42
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APOSTILAS OPÇÃO
verbo falir. Este verbo teria como formas do presente do Pretérito Mais-que-Perfeito Composto: tinha sido.
indicativo falo, fales, fale, idênticas às do verbo falar - o que Futuro do Pretérito simples: eu seria, tu serias, ele seria,
provavelmente causaria problemas de interpretação em certos nós seríamos, vós seríeis, eles seriam.
contextos. Futuro do Pretérito Composto: terei sido.
verbo computar. Este verbo teria como formas do presente do Futuro do Presente: eu serei, tu serás, ele será, nós seremos,
indicativo computo, computas, computa - formas de sonoridade vós sereis, eles serão.
considerada ofensiva por alguns ouvidos gramaticais. Essas Futuro do Pretérito Composto: Teria sido.
razões muitas vezes não impedem o uso efetivo de formas
verbais repudiadas por alguns gramáticos: exemplo disso é SER - Modo Subjuntivo
o próprio verbo computar, que, com o desenvolvimento e a
popularização da informática, tem sido conjugado em todos os Presente: que eu seja, que tu sejas, que ele seja, que nós
tempos, modos e pessoas. sejamos, que vós sejais, que eles sejam.
Pretérito Imperfeito: se eu fosse, se tu fosses, se ele fosse,
d) Abundantes: são aqueles que possuem mais de uma se nós fôssemos, se vós fôsseis, se eles fossem.
forma com o mesmo valor. Geralmente, esse fenômeno costuma Pretérito Mais-que-Perfeito Composto: tivesse sido.
ocorrer no particípio, em que, além das formas regulares Futuro Simples: quando eu for, quando tu fores, quando ele
terminadas em -ado ou -ido, surgem as chamadas formas for, quando nós formos, quando vós fordes, quando eles forem.
curtas (particípio irregular). Observe: Futuro Composto: tiver sido.
Língua Portuguesa 43
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APOSTILAS OPÇÃO
Infinitivo Pessoal: por estar eu, por estares tu, por estar ele, Pretérito Mais-que-Perfeito Simples: eu tivera, tu tiveras,
por estarmos nós, por estardes vós, por estarem eles. ele tivera, nós tivéramos, vós tivéreis, eles tiveram.
Pretérito Mais-que-Perfeito Composto: tinha tido.
Formas Nominais Futuro do Presente Simples: eu terei, tu terás, ele terá, nós
Infinitivo: estar teremos, vós tereis, eles terão.
Gerúndio: estando Futuro do Presente: terei tido.
Particípio: estado Futuro do Pretérito Simples: eu teria, tu terias, ele teria,
nós teríamos, vós teríeis, eles teriam.
ESTAR - Formas Nominais Futuro do Pretérito composto: teria tido.
Língua Portuguesa 44
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APOSTILAS OPÇÃO
apesar de se encontrarem na pessoa idêntica à do sujeito, - Pretérito Imperfeito - Expressa um fato ocorrido num
exercem funções sintáticas. momento anterior ao atual, mas que não foi completamente
Por exemplo: terminado. Por exemplo: Ele estudava as lições quando foi
Eu me feri. = Eu(sujeito) - 1ª pessoa do singular me (objeto interrompido.
direto) - 1ª pessoa do singular - Pretérito Perfeito (simples) - Expressa um fato ocorrido
num momento anterior ao atual e que foi totalmente terminado.
Modos Verbais Por exemplo: Ele estudou as lições ontem à noite.
- Pretérito Perfeito (composto) - Expressa um fato que teve
Dá-se o nome de modo às várias formas assumidas pelo início no passado e que pode se prolongar até o momento atual.
verbo na expressão de um fato. Em Português, existem três Por exemplo: Tenho estudado muito para os exames.
modos: - Pretérito-Mais-Que-Perfeito - Expressa um fato ocorrido
Indicativo - indica uma certeza, uma realidade. Por exemplo: antes de outro fato já terminado. Por exemplo: Ele já tinha
Eu sempre estudo. estudado as lições quando os amigos chegaram. (forma
Subjuntivo - indica uma dúvida, uma possibilidade. Por composta) Ele já estudara as lições quando os amigos chegaram.
exemplo: Talvez eu estude amanhã. (forma simples)
Imperativo - indica uma ordem, um pedido. Por - Futuro do Presente (simples) - Enuncia um fato que deve
exemplo: Estuda agora, menino. ocorrer num tempo vindouro com relação ao momento atual.
Por exemplo: Ele estudará as lições amanhã.
Formas Nominais - Futuro do Presente (composto) - Enuncia um fato que deve
ocorrer posteriormente a um momento atual, mas já terminado
Além desses três modos, o verbo apresenta ainda formas antes de outro fato futuro. Por exemplo: Antes de bater o sinal,
que podem exercer funções de nomes (substantivo, adjetivo, os alunos já terão terminado o teste.
advérbio), sendo por isso denominadas formas nominais. - Futuro do Pretérito (simples) - Enuncia um fato que pode
Observe: ocorrer posteriormente a um determinado fato passado. Por
- a) Infinitivo Impessoal: exprime a significação do verbo exemplo: Se eu tivesse dinheiro, viajaria nas férias.
de modo vago e indefinido, podendo ter valor e função de - Futuro do Pretérito (composto) - Enuncia um fato que
substantivo. Por exemplo: Viver é lutar. (= vida é luta) poderia ter ocorrido posteriormente a um determinado fato
É indispensável combater a corrupção. (= combate à) passado. Por exemplo: Se eu tivesse ganho esse dinheiro, teria
O infinitivo impessoal pode apresentar-se no presente viajado nas férias.
(forma simples) ou no passado (forma composta). Por exemplo:
É preciso ler este livro. Era preciso ter lido este livro. 2. Tempos do Subjuntivo
b) Infinitivo Pessoal: é o infinitivo relacionado às três - Presente - Enuncia um fato que pode ocorrer no momento
pessoas do discurso. Na 1ª e 3ª pessoas do singular, não atual. Por exemplo: É conveniente que estudes para o exame.
apresenta desinências, assumindo a mesma forma do impessoal; - Pretérito Imperfeito - Expressa um fato passado, mas
nas demais, flexiona- -se da seguinte maneira: posterior a outro já ocorrido. Por exemplo: Eu esperava que
ele vencesse o jogo.
2ª pessoa do singular: Radical + ES Ex.: teres(tu)
1ª pessoa do plural: Radical + MOS Ex.:termos (nós) Obs.: o pretérito imperfeito é também usado nas construções
2ª pessoa do plural: Radical + DES Ex.:terdes (vós) em que se expressa a ideia de condição ou desejo. Por exemplo:
3ª pessoa do plural: Radical + EM Ex.:terem (eles) Se ele viesse ao clube, participaria do campeonato.
- Pretérito Perfeito (composto) - Expressa um fato totalmente
Por exemplo: terminado num momento passado. Por exemplo: Embora tenha
Foste elogiado por teres alcançado uma boa colocação. estudado bastante, não passou no teste.
- Futuro do Presente (simples) - Enuncia um fato que pode
- c) Gerúndio: o gerúndio pode funcionar como adjetivo ou ocorrer num momento futuro em relação ao atual. Por exemplo:
advérbio. Por exemplo: Quando ele vier à loja, levará as encomendas.
Saindo de casa, encontrei alguns amigos. (função de Obs.: o futuro do presente é também usado em frases que
advérbio) indicam possibilidade ou desejo. Por exemplo: Se ele vier à loja,
Nas ruas, havia crianças vendendo doces. (função adjetivo) levará as encomendas.
Na forma simples, o gerúndio expressa uma ação em curso; - Futuro do Presente (composto) - Enuncia um fato posterior
na forma composta, uma ação concluída. Por exemplo: ao momento atual mas já terminado antes de outro fato
Trabalhando, aprenderás o valor do dinheiro. futuro. Por exemplo: Quando ele tiver saído do hospital, nós o
Tendo trabalhado, aprendeu o valor do dinheiro. visitaremos.
Língua Portuguesa 45
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APOSTILAS OPÇÃO
cantaMOS vendeMOS partiMOS MOS 1ª /2ª e 3ª conj.
cantaSTES vendeSTES partISTES STES CANTAR VENDER PARTIR
cantaRAM vendeRAM partiRAM AM cantaSSE vendeSSE partiSSE SSE Ø
cantaSSES vendeSSES partiSSES SSE S
Pretérito mais-que-perfeito cantaSSE vendeSSE partiSSE SSE Ø
cantáSSEMOS vendêSSEMOS partíssemos SSE MOS
1ª conj. / 2ª conj. / 3ª conj. /Desin. Temp. /Desin. Pess. cantáSSEIS vendêSSEIS partíSSEIS SSE IS
1ª/2ª e 3ª conj. cantaSSE vendeSSEM partiSSEM SSE M
CANTAR VENDER PARTIR - -
cantaRA vendeRA partiRA RA Ø Futuro do Subjuntivo
cantaRAS vendeRAS partiRAS RA S
cantaRA vendeRA partiRA RA Ø Para formar o futuro do subjuntivo elimina-se a desinência
cantáRAMOS vendêRAMOS partíRAMOS RA MOS -STE da 2ª pessoa do singular do pretérito perfeito, obtendo-
cantáREIS vendêREIS partíREIS RE IS se, assim, o tema desse tempo. Acrescenta-se a esse tema a
cantaRAM vendeRAM partiRAM RA M desinência temporal -R mais a desinência de número e pessoa
correspondente.
Pretérito Imperfeito do Indicativo
1ª conj. / 2ª conj. / 3ª conj. / Des. temp. /Desin. pess.
1ª conjugação / 2ª conjugação / 3ª conjugação 1ª /2ª e 3ª conj.
CANTAR VENDER PARTIR CANTAR VENDER PARTIR
cantAVA vendIA partIA cantaR vendeR partiR Ø
cantAVAS vendIAS partAS cantaRES vendeRES partiRES R ES
CantAVA vendIA partIA cantaR vendeR partiR R Ø
cantÁVAMOS vendÍAMOS partÍAMOS cantaRMOS vendeRMOS partiRMOS R MOS
cantÁVEIS vendÍEIS partÍEIS cantaRDES vendeRDES partiRDES R DES
cantAVAM vendIAM partIAM cantaREM vendeREM PartiREM R EM
Língua Portuguesa 46
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APOSTILAS OPÇÃO
cantar vender partir Mediante tais postulados, afirma-se que, dependendo das
cantarES venderES partirES circunstâncias expressas pelos advérbios, eles se classificam em
cantar vender partir distintas categorias, uma vez expressas por:
cantarMOS venderMOS partirMOS de modo: Bem, mal, assim, depressa, devagar, às pressas, às
cantarDES venderDES partirDES claras, às cegas, à toa, à vontade, às escondidas, aos poucos, desse
cantarEM venderEM partirEM jeito, desse modo, dessa maneira, em geral, frente a frente, lado
a lado, a pé, de cor, em vão, e a maior parte dos que terminam
Questões em -mente: calmamente, tristemente, propositadamente,
pacientemente, amorosamente, docemente, escandalosamente,
01. Considere o trecho a seguir. É comum que objetos bondosamente, generosamente
___ esquecidos em locais públicos. Mas muitos transtornos de intensidade: Muito, demais, pouco, tão, menos, em
poderiam ser evitados se as pessoas ______ a atenção voltada excesso, bastante, pouco, mais, menos, demasiado, quanto, quão,
para seus pertences, conservando-os junto ao corpo. Assinale a tanto, que(equivale a quão), tudo, nada, todo, quase, de todo, de
alternativa que preenche, correta e respectivamente, as lacunas muito, por completo.
do texto. de tempo: Hoje, logo, primeiro, ontem, tarde outrora,
(A) sejam … mantesse amanhã, cedo, dantes, depois, ainda, antigamente, antes,
(B) sejam … mantivessem doravante, nunca, então, ora, jamais, agora, sempre, já, enfim,
(C) sejam … mantém afinal, breve, constantemente, entrementes, imediatamente,
(D) seja … mantivessem primeiramente, provisoriamente, sucessivamente, às vezes,
(E) seja … mantêm à tarde, à noite, de manhã, de repente, de vez em quando, de
quando em quando, a qualquer momento, de tempos em tempos,
02. Na frase –… os níveis de pessoas sem emprego estão em breve, hoje em dia
apresentando quedas sucessivas de 2005 para cá. –, a locução
verbal em destaque expressa ação de lugar: Aqui, antes, dentro, ali, adiante, fora, acolá, atrás,
(A) concluída. além, lá, detrás, aquém, cá, acima, onde, perto, aí, abaixo, aonde,
(B) atemporal. longe, debaixo, algures, defronte, nenhures, adentro, afora,
(C) contínua. alhures, nenhures, aquém, embaixo, externamente, a distância,
(D) hipotética. à distância de, de longe, de perto, em cima, à direita, à esquerda,
(E) futura. ao lado, em volta
03. (Escrevente TJ SP Vunesp) Sem querer estereotipar, de negação : Não, nem, nunca, jamais, de modo algum, de
mas já estereotipando: trata--se de um ser cujas interações sociais forma nenhuma, tampouco, de jeito nenhum
terminam, 99% das vezes, diante da pergunta “débito ou crédito?”.
Nesse contexto, o verbo estereotipar tem sentido de de dúvida: Acaso, porventura, possivelmente,
(A) considerar ao acaso, sem premeditação. provavelmente, quiçá, talvez, casualmente, por certo, quem sabe
(B) aceitar uma ideia mesmo sem estar convencido dela.
(C) adotar como referência de qualidade. de afirmação: Sim, certamente, realmente, decerto,
(D) julgar de acordo com normas legais. efetivamente, certo, decididamente, realmente, deveras,
(E) classificar segundo ideias preconcebidas. indubitavelmente
O advérbio, assim como muitas outras palavras existentes de ordem: Depois, primeiramente, ultimamente
na Língua Portuguesa, advém de outras línguas. Assim sendo,
tal qual o adjetivo, o prefixo “ad-” indica a ideia de proximidade, de designação: Eis
contiguidade.
de interrogação: onde?(lugar), como?(modo),
Essa proximidade faz referência ao processo verbal, no quando?(tempo), por quê?(causa), quanto?(preço e intensidade),
sentido de caracterizá-lo, ou seja, indicando as circunstâncias para quê?(finalidade)
em que esse processo se desenvolve.
Locução adverbial
O advérbio relaciona-se aos verbos da língua, no sentido de É reunião de duas ou mais palavras com valor de advérbio.
caracterizar os processos expressos por ele. Contudo, ele não Exemplo:
é modificador exclusivo desta classe (verbos), pois também Carlos saiu às pressas. (indicando modo)
modifica o adjetivo e até outro advérbio. Seguem alguns Maria saiu à tarde. (indicando tempo)
exemplos:
Há locuções adverbiais que possuem advérbios
Para quem se diz distantemente alheio a esse assunto,
correspondentes.
você está até bem informado.
Exemplo:
Temos o advérbio “distantemente” que modifica o adjetivo Carlos saiu às pressas. = Carlos saiu apressadamente.
alheio, representando uma qualidade, característica.
Apenas os advérbios de intensidade, de lugar e de modo são
O artista canta muito mal. flexionados, sendo que os demais são todos invariáveis. A única
flexão propriamente dita que existe na categoria dos advérbios
Nesse caso, o advérbio de intensidade “muito” modifica outro é a de grau:
advérbio de modo – “mal”. Em ambos os exemplos pudemos
verificar que se tratava de somente uma palavra funcionando Superlativo: aumenta a intensidade. Exemplos: longe
como advérbio. No entanto, ele pode estar demarcado por - longíssimo, pouco - pouquíssimo, inconstitucionalmente -
mais de uma palavra, que mesmo assim não deixará de ocupar inconstitucionalissimamente, etc;
tal função. Temos aí o que chamamos de locução adverbial, Diminutivo: diminui a intensidade.
representada por algumas expressões, tais como: às vezes, sem Exemplos: perto - pertinho, pouco - pouquinho, devagar -
dúvida, frente a frente, de modo algum, entre outras. devagarinho,
Língua Portuguesa 47
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APOSTILAS OPÇÃO
Questões eles sejam julgados e condenados.
A impunidade é um dos motores da onda de violência que
01. Leia os quadrinhos para responder a questão. temos visto. O machismo e o preconceito são outros. O perfil
impulsivo de alguns jovens (amplificado pela bebida e por
outras substâncias) completa o mecanismo que gera agressões.
Sem interferir nesses elementos, a situação não vai mudar.
Maior rigor da justiça, educação para a convivência com o outro,
aumento da tolerância à própria frustração e melhor controle
sobre os impulsos (é normal levar um “não”, gente!) são alguns
dos caminhos.
(Jairo Bouer, Folha de S.Paulo, 24.10.2011. Adaptado)
Cultura matemática
Hélio Schwartsman
(Leila Lauar Sarmento e Douglas Tufano. Português. Volume SÃO PAULO – Saiu mais um estudo mostrando que o ensino
Único) de matemática no Brasil não anda bem. A pergunta é: podemos
viver sem dominar o básico da matemática? Durante muito
No primeiro e segundo quadrinhos, estão em destaque dois tempo, a resposta foi sim. Aqueles que não simpatizavam muito
advérbios: AÍ e ainda. com Pitágoras podiam simplesmente escolher carreiras nas
Considerando que advérbio é a palavra que modifica quais os números não encontravam muito espaço, como direito,
um verbo, um outro advérbio ou um adjetivo, expressando jornalismo, as humanidades e até a medicina de antigamente.
a circunstância em que determinado fato ocorre, assinale Como observa Steven Pinker, ainda hoje, nos meios
a alternativa que classifica, correta e respectivamente, as universitários, é considerado aceitável que um intelectual se
circunstâncias expressas por eles. vanglorie de ter passado raspando em física e de ignorar o beabá
A) Lugar e negação. da estatística. Mas ai de quem admitir nunca ter lido Joyce ou
B) Lugar e tempo. dizer que não gosta de Mozart. Sobre ele recairão olhares tão
C) Modo e afirmação. recriminadores quanto sobre o sujeito que assoa o nariz na
D) Tempo e tempo. manga da camisa.
E) Intensidade e dúvida. Joyce e Mozart são ótimos, mas eles, como quase toda a
cultura humanística, têm pouca relevância para nossa vida
02. Leia o texto a seguir. prática. Já a cultura científica, que muitos ainda tratam com uma
ponta de desprezo, torna-se cada vez mais fundamental, mesmo
Impunidade é motor de nova onda de agressões para quem não pretende ser engenheiro ou seguir carreiras
técnicas.
Repetidos episódios de violência têm sido noticiados nas Como sobreviver à era do crédito farto sem saber calcular as
últimas semanas. Dois que chamam a atenção, pela banalidade armadilhas que uma taxa de juros pode esconder? Hoje, é difícil
com que foram cometidos, estão gerando ainda uma série de até posicionar-se de forma racional sobre políticas públicas sem
repercussões. assimilar toda a numeralha que idealmente as informa.
Em Natal, um garoto de 19 anos quebrou o braço da Conhecimentos rudimentares de estatística são pré-requisito
estudante de direito R.D., 19, em plena balada, porque ela teria para compreender as novas pesquisas que trazem informações
recusado um beijo. O suposto agressor já responde a uma ação relevantes para nossa saúde e bem-estar.
penal, por agressão, movida por sua ex-mulher. A matemática está no centro de algumas das mais intrigantes
No mesmo final de semana, dois amigos que saíam de uma especulações cosmológicas da atualidade. Se as equações da
boate em São Paulo também foram atacados por dois jovens mecânica quântica indicam que existem universos paralelos,
que estavam na mesma balada, e um dos agredidos teve a perna isso basta para que acreditemos neles? Ou, no rastro de Eugene
fraturada. Esses dois jovens teriam tentado se aproximar, sem Wigner, podemos nos perguntar por que a matemática é tão
sucesso, de duas garotas que eram amigas dos rapazes que eficaz para exprimir as leis da física.
saíam da boate. Um dos suspeitos do ataque alega que tudo não Releia os trechos apresentados a seguir.
passou de um engano e que o rapaz teria fraturado a perna ao - Aqueles que não simpatizavam muito com Pitágoras
cair no chão. podiam simplesmente escolher carreiras nas quais os números
Curiosamente, também é possível achar um blog que diz não encontravam muito espaço... (1.º parágrafo)
que R.D., em Natal, foi quem atacou o jovem e que seu braço se - Já a cultura científica, que muitos ainda tratam com uma
quebrou ao cair no chão. ponta de desprezo, torna-se cada vez mais fundamental...(3.º
Em ambos os casos, as câmeras dos estabelecimentos parágrafo)
felizmente comprovam os acontecimentos, e testemunhas vão
ajudar a polícia na investigação. Os advérbios em destaque nos trechos expressam, correta e
O fato é que é difícil acreditar que tanta gente ande se respectivamente, circunstâncias de
quebrando por aí ao cair no chão, não é mesmo? As agressões A) afirmação e de intensidade.
devem ser rigorosamente apuradas e, se houver culpados, que B) modo e de tempo.
Língua Portuguesa 48
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APOSTILAS OPÇÃO
C) modo e de lugar. De + esse(s) = desse(s)
D) lugar e de tempo. De + essa(s) = dessa(s)
E) intensidade e de negação. De + aquele(s) = daquele(s)
De + aquela(s) = daquela(s)
Respostas De + isto = disto
1-B / 2-C / 3-B De + isso = disso
De + aquilo = daquilo
Preposição De + aqui = daqui
De + aí = daí
Preposição é uma palavra invariável que serve para ligar De + ali = dali
termos ou orações. Quando esta ligação acontece, normalmente De + outro = doutro(s)
há uma subordinação do segundo termo em relação ao De + outra = doutra(s)
primeiro. As preposições são muito importantes na estrutura Em + este(s) = neste(s)
da língua, pois estabelecem a coesão textual e possuem valores Em + esta(s) = nesta(s)
semânticos indispensáveis para a compreensão do texto. Em + esse(s) = nesse(s)
Em + aquele(s) = naquele(s)
Tipos de Preposição Em + aquela(s) = naquela(s)
Em + isto = nisto
1. Preposições essenciais: palavras que atuam exclusivamente Em + isso = nisso
como preposições. Em + aquilo = naquilo
A, ante, perante, após, até, com, contra, de, desde, em, entre, A + aquele(s) = àquele(s)
para, por, sem, sob, sobre, trás, atrás de, dentro de, para com. A + aquela(s) = àquela(s)
A + aquilo = àquilo
2. Preposições acidentais: palavras de outras classes
gramaticais que podem atuar como preposições. Dicas sobre preposição
Como, durante, exceto, fora, mediante, salvo, segundo, senão,
visto. 1. O “a” pode funcionar como preposição, pronome pessoal
oblíquo e artigo. Como distingui-los?
3. Locuções prepositivas: duas ou mais palavras valendo
como uma preposição, sendo que a última palavra é uma delas. - Caso o “a” seja um artigo, virá precedendo a um substantivo.
Abaixo de, acerca de, acima de, ao lado de, a respeito de, de Ele servirá para determiná-lo como um substantivo singular
acordo com, em cima de, embaixo de, em frente a, ao redor de, e feminino.
graças a, junto a, com, perto de, por causa de, por cima de, por A dona da casa não quis nos atender.
trás de. Como posso fazer a Joana concordar comigo?
A preposição, como já foi dito, é invariável. No entanto pode - Quando é preposição, além de ser invariável, liga dois
unir-se a outras palavras e assim estabelecer concordância em termos e estabelece relação de subordinação entre eles.
gênero ou em número. Ex: por + o = pelo por + a = pela Cheguei a sua casa ontem pela manhã.
Não queria, mas vou ter que ir à outra cidade para procurar
Vale ressaltar que essa concordância não é característica da um tratamento adequado.
preposição, mas das palavras às quais ela se une.
- Se for pronome pessoal oblíquo estará ocupando o lugar e/
Esse processo de junção de uma preposição com outra ou a função de um substantivo.
palavra pode se dar a partir de dois processos: Temos Maria como parte da família. / A temos como parte
da família
1. Combinação: A preposição não sofre alteração. Creio que conhecemos nossa mãe melhor que ninguém. /
preposição a + artigos definidos o, os Creio que a conhecemos melhor que ninguém.
a + o = ao
preposição a + advérbio onde 2. Algumas relações semânticas estabelecidas por meio das
a + onde = aonde preposições:
Destino = Irei para casa.
2. Contração: Quando a preposição sofre alteração. Modo = Chegou em casa aos gritos.
Lugar = Vou ficar em casa;
Preposição + Artigos Assunto = Escrevi um artigo sobre adolescência.
De + o(s) = do(s) Tempo = A prova vai começar em dois minutos.
De + a(s) = da(s) Causa = Ela faleceu de derrame cerebral.
De + um = dum Fim ou finalidade = Vou ao médico para começar o
De + uns = duns tratamento.
De + uma = duma Instrumento = Escreveu a lápis.
De + umas = dumas Posse = Não posso doar as roupas da mamãe.
Em + o(s) = no(s) Autoria = Esse livro de Machado de Assis é muito bom.
Em + a(s) = na(s) Companhia = Estarei com ele amanhã.
Em + um = num Matéria = Farei um cartão de papel reciclado.
Em + uma = numa Meio = Nós vamos fazer um passeio de barco.
Em + uns = nuns Origem = Nós somos do Nordeste, e você?
Em + umas = numas Conteúdo = Quebrei dois frascos de perfume.
A + à(s) = à(s) Oposição = Esse movimento é contra o que eu penso.
Por + o = pelo(s) Preço = Essa roupa sai por R$ 50 à vista.
Por + a = pela(s)
Questões
Preposição + Pronomes
De + ele(s) = dele(s) 01. Leia o texto a seguir.
De + ela(s) = dela(s)
De + este(s) = deste(s) “Xadrez que liberta”: estratégia, concentração e reeducação
De + esta(s) = desta(s)
Língua Portuguesa 49
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APOSTILAS OPÇÃO
João Carlos de Souza Luiz cumpre pena há três anos e dois B) de ...com
meses por assalto. Fransley Lapavani Silva está há sete anos C) de ...a
preso por homicídio. Os dois têm 30 anos. Além dos muros, D) com ...a
grades, cadeados e detectores de metal, eles têm outros pontos E) para ...de
em comum: tabuleiros e peças de xadrez.
O jogo, que eles aprenderam na cadeia, além de uma válvula 03. Assinale a alternativa cuja preposição em destaque
de escape para as horas de tédio, tornou-se uma metáfora para o expressa ideia de finalidade.
que pretendem fazer quando estiverem em liberdade. A) Além disso, aumenta a punição administrativa, de R$
“Quando você vai jogar uma partida de xadrez, tem que pensar 957,70 para R$ 1.915,40.
duas, três vezes antes. Se você movimenta uma peça errada, B) ... o STJ (Superior Tribunal de Justiça) decidiu que
pode perder uma peça de muito valor ou tomar um xeque-mate, o bafômetro e o exame de sangue eram obrigatórios para
instantaneamente. Se eu for para a rua e movimentar a peça comprovar o crime.
errada, eu posso perder uma peça muito importante na minha C) “... Ele é encaminhado para a delegacia para o perito fazer
vida, como eu perdi três anos na cadeia. Mas, na rua, o problema o exame clínico”...
maior é tomar o xeque-mate”, afirma João Carlos. D) Já para o juiz criminal de São Paulo, Fábio Munhoz
O xadrez faz parte da rotina de cerca de dois mil internos Soares, um dos que devem julgar casos envolvendo pessoas
em 22 unidades prisionais do Espírito Santo. É o projeto “Xadrez embriagadas ao volante, a mudança “é um avanço”.
que liberta”. Duas vezes por semana, os presos podem praticar E) Para advogados, a lei aumenta o poder da autoridade
a atividade sob a orientação de servidores da Secretaria de policial de dizer quem está embriagado...
Estado da Justiça (Sejus). Na próxima sexta-feira, será realizado
o primeiro torneio fora dos presídios desde que o projeto foi Respostas
implantado. Vinte e oito internos de 14 unidades participam da
disputa, inclusive João Carlos e Fransley, que diz que a vitória 1-B / 2-B / 3-B
não é o mais importante.
“Só de chegar até aqui já estou muito feliz, porque eu não Conjunção
esperava. A vitória não é tudo. Eu espero alcançar outras coisas
devido ao xadrez, como ser olhado com outros olhos, como Conjunção é a palavra invariável que liga duas orações ou
estou sendo olhado de forma diferente aqui no presídio devido dois termos semelhantes de uma mesma oração. Por exemplo:
ao bom comportamento”.
Segundo a coordenadora do projeto, Francyany Cândido A menina segurou a boneca e mostrou quando viu as
Venturin, o “Xadrez que liberta” tem provocado boas mudanças amiguinhas.
no comportamento dos presos. “Tem surtido um efeito positivo Deste exemplo podem ser retiradas três informações:
por eles se tornarem uma referência positiva dentro da unidade,
já que cumprem melhor as regras, respeitam o próximo e 1-) segurou a boneca 2-) a menina mostrou 3-) viu as
pensam melhor nas suas ações, refletem antes de tomar uma amiguinhas
atitude”.
Embora a Sejus não monitore os egressos que ganham a Cada informação está estruturada em torno de um verbo:
liberdade, para saber se mantêm o hábito do xadrez, João Carlos segurou, mostrou, viu. Assim, há nessa frase três orações:
já faz planos. “Eu incentivo não só os colegas, mas também 1ª oração: A menina segurou a boneca 2ª oração: e mostrou
minha família. Sou casado e tenho três filhos. Já passei para a 3ª oração: quando viu as amiguinhas.
minha família: xadrez, quando eu sair para a rua, todo mundo A segunda oração liga-se à primeira por meio do “e”, e a
vai ter que aprender porque vai rolar até o torneio familiar”. terceira oração liga-se à segunda por meio do “quando”. As
“Medidas de promoção de educação e que possibilitem que o palavras “e” e “quando” ligam, portanto, orações.
egresso saia melhor do que entrou são muito importantes. Nós
não temos pena de morte ou prisão perpétua no Brasil. O preso Observe: Gosto de natação e de futebol.
tem data para entrar e data para sair, então ele tem que sair Nessa frase as expressões de natação, de futebol são partes
sem retornar para o crime”, analisa o presidente do Conselho ou termos de uma mesma oração. Logo, a palavra “e” está
Estadual de Direitos Humanos, Bruno Alves de Souza Toledo. ligando termos de uma mesma oração.
(Disponível em: www.inapbrasil.com.br/en/noticias/xadrez-que-
liberta-estrategia-concentracao-e-reeducacao/6/noticias. Adaptado) Conjunção é a palavra invariável que liga duas orações
ou dois termos semelhantes de uma mesma oração.
No trecho –... xadrez, quando eu sair para a rua, todo mundo
vai ter que aprender porque vai rolar até o torneio familiar.– o Morfossintaxe da Conjunção
termo em destaque expressa relação de
A) espaço, como em – Nosso diretor foi até Brasília para falar As conjunções, a exemplo das preposições, não exercem
do projeto “Xadrez que liberta”. propriamente uma função sintática: são conectivos.
B) inclusão, como em – O xadrez mudou até o nosso modo
de falar. Classificação - Conjunções Coordenativas- Conjunções
C) finalidade, como em – Precisamos treinar até junho para Subordinativas
termos mais chances de vencer o torneio de xadrez.
D) movimento, como em – Só de chegar até aqui já estou Conjunções coordenativas
muito feliz, porque eu não esperava. Dividem-se em:
E) tempo, como em – Até o ano que vem, pretendo conseguir
a revisão da minha pena. - ADITIVAS: expressam a ideia de adição, soma.
Ex. Gosto de cantar e de dançar.
02. Considere o trecho a seguir. Principais conjunções aditivas: e, nem, não só...mas também,
O metrô paulistano, ________quem a banda recebe apoio, não só...como também.
garante o espaço para ensaios e os equipamentos; e a estabilidade
no emprego, vantagem________ que muitos trabalhadores sonham, - ADVERSATIVAS: Expressam ideias contrárias, de oposição,
é o que leva os integrantes do grupo a permanecerem na de compensação.
instituição. Ex. Estudei, mas não entendi nada.
Principais conjunções adversativas: mas, porém, contudo,
As preposições que preenchem o trecho, correta, todavia, no entanto, entretanto.
respectivamente e de acordo com a norma-padrão, são:
A) a ...com - ALTERNATIVAS: Expressam ideia de alternância.
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APOSTILAS OPÇÃO
Ou você sai do telefone ou eu vendo o aparelho. b) As orações são coordenadas e, por isso, independentes
Principais conjunções alternativas: Ou...ou, ora...ora, quer... uma da outra. Neste caso, há uma pausa entre as orações que
quer, já...já. vêm marcadas por vírgula.
Não atravesse a rua. Você pode ser atropelado.
- CONCLUSIVAS: Servem para dar conclusões às orações. Ex. b) Outra dica é, quando a oração que antecede a OC (Oração
Estudei muito, por isso mereço passar. Coordenada) vier com verbo no modo imperativo, ela será
Principais conjunções conclusivas: logo, por isso, pois explicativa.
(depois do verbo), portanto, por conseguinte, assim. Façam silêncio, que estou falando. (façam= verbo imperativo)
- EXPLICATIVAS: Explicam, dão um motivo ou razão. Ex. É 2º) Na frase “Precisavam enterrar os mortos em outra cidade
melhor colocar o casaco porque está fazendo muito frio lá fora. porque não havia cemitério no local.”
Principais conjunções explicativas: que, porque, pois (antes a) Temos uma OSA Causal, já que a oração subordinada
do verbo), porquanto. (parte destacada) mostra a causa da ação expressa pelo
verbo da oração principal. Outra forma de reconhecê-
Conjunções subordinativas la é colocá-la no início do período, introduzida pela
- CAUSAIS conjunção como - o que não ocorre com a CS Explicativa.
Principais conjunções causais: porque, visto que, já que, uma Como não havia cemitério no local, precisavam enterrar os mortos
vez que, como (= porque). em outra cidade.
Ele não fez o trabalho porque não tem livro. b) As orações são subordinadas e, por isso, totalmente
dependentes uma da outra.
- COMPARATIVAS
Principais conjunções comparativas: que, do que, tão...como, Questões
mais...do que, menos...do que.
Ela fala mais que um papagaio. 01. Leia o texto a seguir.
A música alcançou uma onipresença avassaladora em nosso
- CONCESSIVAS mundo: milhões de horas de sua história estão disponíveis em
Principais conjunções concessivas: embora, ainda que, disco; rios de melodia digital correm na internet; aparelhos
mesmo que, apesar de, se bem que. de mp3 com 40 mil canções podem ser colocados no bolso. No
Indicam uma concessão, admitem uma contradição, um fato entanto, a música não é mais algo que fazemos nós mesmos, ou
inesperado. Traz em si uma ideia de “apesar de”. até que observamos outras pessoas fazerem diante de nós.
Ela se tornou um meio radicalmente virtual, uma arte sem
Embora estivesse cansada, fui ao shopping. (= apesar de estar rosto. Quando caminhamos pela cidade num dia comum, nossos
cansada) ouvidos registram música em quase todos os momentos − pedaços
Apesar de ter chovido fui ao cinema. de hip-hop vazando dos fones de ouvido de adolescentes no metrô,
o sinal do celular de um advogado tocando a “Ode à alegria”, de
- CONFORMATIVAS Beethoven −, mas quase nada disso será resultado imediato de
Principais conjunções conformativas: como, segundo, um trabalho físico de mãos ou vozes humanas, como se dava no
conforme, consoante passado.
Cada um colhe conforme semeia. Desde que Edison inventou o cilindro fonográfico, em1877,
Expressam uma ideia de acordo, concordância, conformidade. existe gente que avalia o que a gravação fez em favor e desfavor
da arte da música. Inevitavelmente, a conversa descambou para
- CONSECUTIVAS os extremos retóricos. No campo oposto ao dos que diziam que a
Expressam uma ideia de consequência. tecnologia acabaria com a música estão os utópicos, que alegam
Principais conjunções consecutivas: que (após “tal”, “tanto”, que a tecnologia não aprisionou a música, mas libertou-a, levando
“tão”, “tamanho”). a arte da elite às massas. Antes de Edison, diziam os utópicos,
Falou tanto que ficou rouco. as sinfonias de Beethoven só podiam ser ouvidas em salas de
concerto selecionadas. Agora, as gravações levam a mensagem
- FINAIS de Beethoven aos confins do planeta, convocando a multidão
Expressam ideia de finalidade, objetivo. saudada na “Ode à alegria”: “Abracem-se, milhões!”. Glenn Gould,
Todos trabalham para que possam sobreviver. depois de afastar-se das apresentações ao vivo em 1964, previu
Principais conjunções finais: para que, a fim de que, porque que dentro de um século o concerto público desapareceria no éter
(=para que), eletrônico, com grande efeito benéfico sobre a cultura musical.
(Adaptado de Alex Ross. Escuta só. Tradução Pedro Maia
- PROPORCIONAIS Soares. São Paulo, Cia. das Letras, 2010, p. 76-77)
Principais conjunções proporcionais: à medida que, quanto
mais, ao passo que, à proporção que. No entanto, a música não é mais algo que fazemos nós mesmos,
À medida que as horas passavam, mais sono ele tinha. ou até que observamos outras pessoas fazerem diante de nós.
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APOSTILAS OPÇÃO
03. Leia o texto a seguir. Ai! Ai! Ai! Machuquei meu pé...
ai: interjeição / sentença (sugestão): “Isso está doendo!” ou
Participação “Estou com dor!”
Num belo poema, intitulado “Traduzir-se”, Ferreira Gullar
aborda o tema de uma divisão muito presente em cada um de A interjeição é um recurso da linguagem afetiva, em que
nós: a que ocorre entre o nosso mundo interior e a nossa atuação não há uma ideia organizada de maneira lógica, como são as
junto aos outros, nosso papel na ordem coletiva. A divisão não é sentenças da língua, mas sim a manifestação de um suspiro,
simples: costuma-se ver como antagônicas essas duas “partes” um estado da alma decorrente de uma situação particular, um
de nós, nas quais nos dividimos. De fato, em quantos momentos momento ou um contexto específico. Exemplos:
da nossa vida precisamos escolher entre o atendimento de um Ah, como eu queria voltar a ser criança!
interesse pessoal e o cumprimento de um dever ético? Como poeta ah: expressão de um estado emotivo = interjeição
e militante político, Ferreira Gullar deixou-se atrair tanto pela Hum! Esse pudim estava maravilhoso!
expressão das paixões mais íntimas quanto pela atuação de um hum: expressão de um pensamento súbito = interjeição
convicto socialista. Em seu poema, o diálogo entre as duas partes
é desenvolvido de modo a nos fazer pensar que são incompatíveis. O significado das interjeições está vinculado à maneira
como elas são proferidas. Desse modo, o tom da fala é que dita
Mas no último momento do poema deparamo-nos com esta o sentido que a expressão vai adquirir em cada contexto de
estrofe: enunciação. Exemplos:
“Traduzir uma parte na outra parte − que é uma questão de Psiu!
vida ou morte − será arte?” contexto: alguém pronunciando essa expressão na rua;
significado da interjeição (sugestão): “Estou te chamando! Ei,
O poeta levanta a possibilidade da “tradução” de uma parte espere!”
na outra, ou seja, da interação de ambas, numa espécie de Psiu!
espelhamento. Isso ocorreria quando o indivíduo conciliasse contexto: alguém pronunciando essa expressão em um
verdadeiramente a instância pessoal e os interesses de uma hospital; significado da interjeição (sugestão): “Por favor, faça
comunidade; quando deixasse de haver contradição entre a razão silêncio!”
particular e a coletiva. Pergunta-se o poeta se não seria arte esse Puxa! Ganhei o maior prêmio do sorteio!
tipo de integração. Realmente, com muita frequência a arte se puxa: interjeição; tom da fala: euforia
mostra capaz de expressar tanto nossa subjetividade como nossa Puxa! Hoje não foi meu dia de sorte!
identidade social. puxa: interjeição; tom da fala: decepção
Nesse sentido, traduzir uma parte na outra parte significaria
vencer a parcialidade e chegar a uma autêntica participação, As interjeições cumprem, normalmente, duas funções:
de sentido altamente político. O poema de Gullar deixa-nos essa a) Sintetizar uma frase exclamativa, exprimindo alegria,
hipótese provocadora, formulada com um ar de convicção. tristeza, dor, etc.
(Belarmino Tavares, inédito) Você faz o que no Brasil?
Eu? Eu negocio com madeiras.
Os seguintes fatos, referidos no texto, travam entre si uma Ah, deve ser muito interessante.
relação de causa e efeito: b) Sintetizar uma frase apelativa
A) ser poeta e militante político / confronto entre Cuidado! Saia da minha frente.
subjetividade e atuação social As interjeições podem ser formadas por:
B) ser poeta e militante político / divisão permanente em a) simples sons vocálicos: Oh!, Ah!, Ó, Ô.
cada um de nós b) palavras: Oba!, Olá!, Claro!
C) ser movido pelas paixões / esposar teses socialistas c) grupos de palavras (locuções interjetivas): Meu Deus!, Ora
D) fazer arte / obliterar uma questão de vida ou morte bolas!
E) participar ativamente da política / formular hipóteses A ideia expressa pela interjeição depende muitas vezes
com ar de convicção da entonação com que é pronunciada; por isso, pode ocorrer que
uma interjeição tenha mais de um sentido. Por exemplo:
Respostas Oh! Que surpresa desagradável! (ideia de contrariedade)
Oh! Que bom te encontrar. (ideia de alegria)
1-E / 2-E / 3-A
Classificação das Interjeições
Interjeição
Comumente, as interjeições expressam sentido de:
- Advertência: Cuidado!, Devagar!, Calma!, Sentido!,
Interjeição é a palavra invariável que exprime emoções,
Atenção!, Olha!, Alerta!
sensações, estados de espírito, ou que procura agir sobre o
- Afugentamento: Fora!, Passa!, Rua!, Xô!
interlocutor, levando-o a adotar certo comportamento sem que,
- Alegria ou Satisfação: Oh!, Ah!,Eh!, Oba!, Viva!
para isso, seja necessário fazer uso de estruturas linguísticas
- Alívio: Arre!, Uf!, Ufa! Ah!
mais elaboradas. Observe o exemplo:
- Animação ou Estímulo: Vamos!, Força!, Coragem!, Eia!,
Droga! Preste atenção quando eu estou falando!
Ânimo!, Adiante!, Firme!, Toca!
No exemplo acima, o interlocutor está muito bravo. Toda sua
- Aplauso ou Aprovação: Bravo!, Bis!, Apoiado!, Viva!, Boa!
raiva se traduz numa palavra: Droga!
- Concordância: Claro!, Sim!, Pois não!, Tá!, Hã-hã!
Ele poderia ter dito: - Estou com muita raiva de você! Mas usou
- Repulsa ou Desaprovação: Credo!, Irra!, Ih!, Livra!, Safa!,
simplesmente uma palavra. Ele empregou a interjeição Droga!
Fora!, Abaixo!, Francamente!, Xi!, Chega!, Basta!, Ora!
As sentenças da língua costumam se organizar de forma
- Desejo ou Intenção: Oh!, Pudera!, Tomara!, Oxalá!
lógica: há uma sintaxe que estrutura seus elementos e os distribui
- Desculpa: Perdão!
em posições adequadas a cada um deles. As interjeições, por
- Dor ou Tristeza: Ai!, Ui!, Ai de mim!, Que pena!, Ah!, Oh!,
outro lado, são uma espécie de “palavra-frase”, ou seja, há uma
Eh!
ideia expressa por uma palavra (ou um conjunto de palavras -
- Dúvida ou Incredulidade: Qual!, Qual o quê!, Hum!, Epa!,
locução interjetiva) que poderia ser colocada em termos de uma
Ora!
sentença.
- Espanto ou Admiração: Oh!, Ah!, Uai!, Puxa!, Céus!, Quê!,
Veja os exemplos:
Caramba!, Opa!, Virgem!, Vixe!, Nossa!, Hem?!, Hein?, Cruz!, Putz!
Bravo! Bis!
- Impaciência ou Contrariedade: Hum!, Hem!, Irra!, Raios!,
bravo e bis: interjeição / sentença (sugestão): «Foi muito
Diabo!, Puxa!, Pô!, Ora!
bom! Repitam!»
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APOSTILAS OPÇÃO
- Pedido de Auxílio: Socorro!, Aqui!, Piedade! das interjeições com o objetivo de caracterizar personagens
- Saudação, Chamamento ou Invocação: Salve!, Viva!, e, também, graças à sua natureza sintética, agilizar as falas.
Adeus!, Olá!, Alô!, Ei!, Tchau!, Ô, Ó, Psiu!, Socorro!, Valha-me, Natureza sintética e conteúdo mais emocional do que
Deus! racional fazem das interjeições presença constante nos textos
- Silêncio: Psiu!, Bico!, Silêncio! publicitários.
- Terror ou Medo: Credo!, Cruzes!, Uh!, Ui!, Oh! Fonte: http://www.soportugues.com.br/secoes/morf/
morf89.php
Saiba que: As interjeições são palavras invariáveis, isto é,
Numeral
não sofrem variação em gênero, número e grau como os nomes,
nem de número, pessoa, tempo, modo, aspecto e voz como os
Numeral é a palavra que indica os seres em termos
verbos. No entanto, em uso específico, algumas interjeições
numéricos, isto é, que atribui quantidade aos seres ou os situa
sofrem variação em grau. Deve-se ter claro, neste caso, que
em determinada sequência.
não se trata de um processo natural dessa classe de palavra,
Os quatro últimos ingressos foram vendidos há pouco.
mas tão só uma variação que a linguagem afetiva permite.
[quatro: numeral = atributo numérico de “ingresso”]
Exemplos: oizinho, bravíssimo, até loguinho.
Eu quero café duplo, e você?
Locução Interjetiva [duplo: numeral = atributo numérico de “café”]
A primeira pessoa da fila pode entrar, por favor!
Ocorre quando duas ou mais palavras formam uma [primeira: numeral = situa o ser “pessoa” na sequência de
expressão com sentido de interjeição. Por exemplo “fila”]
Ora bolas!
Quem me dera! Note bem: os numerais traduzem, em palavras, o que
Virgem Maria! os números indicam em relação aos seres. Assim, quando a
Meu Deus! expressão é colocada em números (1, 1°, 1/3, etc.) não se trata
Ai de mim! de numerais, mas sim de algarismos.
Valha-me Deus! Além dos numerais mais conhecidos, já que refletem a
Graças a Deus! ideia expressa pelos números, existem mais algumas palavras
Alto lá! consideradas numerais porque denotam quantidade, proporção
Muito bem! ou ordenação. São alguns exemplos: década, dúzia, par,
ambos(as), novena.
Observações:
Classificação dos Numerais
1) As interjeições são como frases resumidas, sintéticas. Por
exemplo: Cardinais: indicam contagem, medida. É o número básico:
Ué! = Eu não esperava por essa! um, dois, cem mil, etc.
Perdão! = Peço-lhe que me desculpe. Ordinais: indicam a ordem ou lugar do ser numa série dada:
primeiro, segundo, centésimo, etc.
2) Além do contexto, o que caracteriza a interjeição é o seu Fracionários: indicam parte de um inteiro, ou seja, a divisão
tom exclamativo; por isso, palavras de outras classes gramaticais dos seres: meio, terço, dois quintos, etc.
podem aparecer como interjeições. Multiplicativos: expressam ideia de multiplicação dos
Viva! Basta! (Verbos) seres, indicando quantas vezes a quantidade foi aumentada:
Fora! Francamente! (Advérbios) dobro, triplo, quíntuplo, etc.
5) Não se deve confundir a interjeição de apelo “ó” com a sua Os numerais cardinais que variam em gênero são um/uma,
homônima “oh!”, que exprime admiração, alegria, tristeza, etc. dois/duas e os que indicam centenas de duzentos/duzentas em
Faz-se uma pausa depois do” oh!” exclamativo e não a fazemos diante: trezentos/trezentas; quatrocentos/quatrocentas, etc.
depois do “ó” vocativo. Cardinais como milhão, bilhão, trilhão, variam em número:
milhões, bilhões, trilhões. Os demais cardinais são invariáveis.
“Ó natureza! ó mãe piedosa e pura!» (Olavo Bilac)
Oh! a jornada negra!» (Olavo Bilac) Os numerais ordinais variam em gênero e número:
primeiro segundo milésimo
6) Na linguagem afetiva, certas interjeições, originadas primeira segunda milésima
de palavras de outras classes, podem aparecer flexionadas no primeiros segundos milésimos
diminutivo ou no superlativo. primeiras segundas milésimas
Calminha! Adeusinho! Obrigadinho!
Interjeições, leitura e produção de textos Os numerais multiplicativos são invariáveis quando atuam
em funções substantivas:
Usadas com muita frequência na língua falada informal, Fizeram o dobro do esforço e conseguiram o triplo de produção.
quando empregadas na língua escrita, as interjeições costumam Quando atuam em funções adjetivas, esses numerais
conferir-lhe certo tom inconfundível de coloquialidade. Além flexionam-se em gênero e número:
disso, elas podem muitas vezes indicar traços pessoais do falante Teve de tomar doses triplas do medicamento.
- como a escassez de vocabulário, o temperamento agressivo ou Os numerais fracionários flexionam-se em gênero e número.
dócil, até mesmo a origem geográfica. É nos textos narrativos - Observe: um terço/dois terços, uma terça parte/duas terças
particularmente nos diálogos - que comumente se faz uso partes
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APOSTILAS OPÇÃO
Os numerais coletivos flexionam-se em número. Veja: uma novecentos nongentésimo
dúzia, um milheiro, duas dúzias, dois milheiros. ou noningentésimo - nongentésimo
É comum na linguagem coloquial a indicação de grau nos mil milésimo - milésimo
numerais, traduzindo afetividade ou especialização de sentido. milhão milionésimo - milionésimo
É o que ocorre em frases como: bilhão bilionésimo - bilionésimo
“Me empresta duzentinho...”
É artigo de primeiríssima qualidade! Questões
O time está arriscado por ter caído na segundona. (= segunda
divisão de futebol) 01.Na frase “Nessa carteira só há duas notas de cinco reais”
temos exemplos de numerais:
Emprego dos Numerais A) ordinais;
B) cardinais;
*Para designar papas, reis, imperadores, séculos e partes em C) fracionários;
que se divide uma obra, utilizam-se os ordinais até décimo e a D) romanos;
partir daí os cardinais, desde que o numeral venha depois do E) Nenhuma das alternativas.
substantivo:
Ordinais Cardinais 02.Aponte a alternativa em que os numerais estão bem
João Paulo II (segundo) Tomo XV (quinze) empregados.
D. Pedro II (segundo) Luís XVI (dezesseis) A) Ao papa Paulo Seis sucedeu João Paulo Primeiro.
Ato II (segundo) Capítulo XX (vinte) B) Após o parágrafo nono virá o parágrafo décimo.
Século VIII (oitavo) Século XX (vinte) C) Depois do capítulo sexto, li o capitulo décimo primeiro.
Canto IX (nono) João XXIII ( vinte e três) D) Antes do artigo dez vem o artigo nono.
E) O artigo vigésimo segundo foi revogado.
*Para designar leis, decretos e portarias, utiliza-se o ordinal
até nono e o cardinal de dez em diante: 03. Os ordinais referentes aos números 80, 300, 700 e 90
Artigo 1.° (primeiro) Artigo 10 (dez) são, respectivamente
Artigo 9.° (nono) Artigo 21 (vinte e um) A) octagésimo, trecentésimo, septingentésirno,
nongentésimo
*Ambos/ambas são considerados numerais. Significam “um B) octogésimo, trecentésimo, septingentésimo, nonagésimo
e outro”, “os dois” (ou “uma e outra”, “as duas”) e são largamente C) octingentésimo, tricentésimo, septuagésimo, nonagésimo
empregados para retomar pares de seres aos quais já se fez D) octogésimo, tricentésimo, septuagésimo, nongentésimo
referência.
Pedro e João parecem ter finalmente percebido a importância Respostas
da solidariedade. Ambos agora participam das atividades 1-B / 2-D / 3-B
comunitárias de seu bairro.
VI - Sintaxe: Frase, oração e
Obs.: a forma “ambos os dois” é considerada enfática. período; período simples -
Atualmente, seu uso indica afetação, artificialismo.
termos da oração: identificação,
Cardinais Ordinais Multiplicativos Fracionários classificações e emprego.
um primeiro - -
dois segundo dobro, duplo meio
três terceiro triplo, tríplice terço Análise Sintática
quatro quarto quádruplo quarto
cinco quinto quíntuplo quinto A Análise Sintática examina a estrutura do período, divide
seis sexto sêxtuplo sexto e classifica as orações que o constituem e reconhece a função
sete sétimo sétuplo sétimo sintática dos termos de cada oração.
oito oitavo óctuplo oitavo Daremos uma ideia do que seja frase, oração, período, termo,
nove nono nônuplo nono função sintática e núcleo de um termo da oração.
dez décimo décuplo décimo As palavras, tanto na expressão escrita como na oral, são
onze décimo primeiro - onze avos reunidas e ordenadas em frases. Pela frase é que se alcança
doze décimo segundo - doze avos o objetivo do discurso, ou seja, da atividade linguística: a
treze décimo terceiro - treze avos comunicação com o ouvinte ou o leitor.
catorze décimo quarto - catorze avos Frase, Oração e Período são fatores constituintes de
quinze décimo quinto - quinze avos qualquer texto escrito em prosa, pois o mesmo compõe-se de
dezesseis décimo sexto - dezesseis avos uma sequência lógica de ideias, todas organizadas e dispostas
dezessete décimo sétimo - dezessete avos em parágrafos minuciosamente construídos.
dezoito décimo oitavo - dezoito avos
dezenove décimo nono - dezenove avos Frase: é todo enunciado capaz de transmitir, a quem nos
vinte vigésimo - vinte avos ouve ou lê, tudo o que pensamos, queremos ou sentimos. Pode
trinta trigésimo - trinta avos revestir as mais variadas formas, desde a simples palavra até
quarenta quadragésimo - quarenta avos o período mais complexo, elaborado segundo os padrões
cinquenta quinquagésimo - cinquenta avos sintáticos do idioma. São exemplos de frases:
sessenta sexagésimo - sessenta avos
setenta septuagésimo - setenta avos Socorro!
oitenta octogésimo - oitenta avos Muito obrigado!
noventa nonagésimo - noventa avos Que horror!
cem centésimo cêntuplo centésimo Sentinela, alerta!
duzentos ducentésimo - ducentésimo Cada um por si e Deus por todos.
trezentos trecentésimo - trecentésimo Grande nau, grande tormenta.
quatrocentos quadringentésimo - quadringentésimo Por que agridem a natureza?
quinhentos quingentésimo - quingentésimo “Tudo seco em redor.” (Graciliano Ramos)
seiscentos sexcentésimo - sexcentésimo “Boa tarde, mãe Margarida!” (Graciliano Ramos)
setecentos septingentésimo - septingentésimo “Fumaça nas chaminés, o céu tranquilo, limpo o terreiro.”
oitocentos octingentésimo - octingentésimo (Adonias Filho)
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APOSTILAS OPÇÃO
“As luzes da cidade estavam amortecidas.” (Érico Veríssimo) Olavo esteve aqui?
“Tropas do exército regular do Sul, ajustadas pelos Olavo esteve aqui?!
seus aliados brancos de além mar, tinham sido levadas em Olavo esteve aqui!
helicópteros para o lugar onde se presumia estivesse o inimigo,
mas este se havia sumido por completo.” (Érico Veríssimo) Questões
As frases são proferidas com entoação e pausas especiais, 01. Marque apenas as frases nominais:
indicadas na escrita pelos sinais de pontuação. Muitas frases, (A) Que voz estranha!
principalmente as que se desviam do esquema sujeito + (B) A lanterna produzia boa claridade.
predicado, só podem ser entendidas dentro do contexto (= (C) As risadas não eram normais.
o escrito em que figuram) e na situação (= o ambiente, as (D) Luisinho, não!
circunstâncias) em que o falante se encontra. Chamam-se frases
nominais as que se apresentam sem o verbo. 02. Classifique as frases em declarativa, interrogativa,
Exemplo: Tudo parado e morto. exclamativa, optativa ou imperativa.
(A) Você está bem?
Quanto ao sentido, as frases podem ser: (B) Não olhe; não olhe, Luisinho!
(C) Que alívio!
Declarativas: aquela através da qual se enuncia algo, (D) Tomara que Luisinho não fique impressionado!
de forma afirmativa ou negativa. Encerram a declaração ou (E) Você se machucou?
enunciação de um juízo acerca de alguém ou de alguma coisa: (F) A luz jorrou na caverna.
Paulo parece inteligente. (afirmativa) (G) Agora suma, seu monstro!
Nunca te esquecerei. (negativa) (H) O túnel ficava cada vez mais escuro.
Neli não quis montar o cavalo velho, de pelo ruço. (negativa)
03. Transforme a frase declarativa em imperativa. Siga o
Interrogativas: aquela da qual se pergunta algo, direta modelo:
(com ponto de interrogação) ou indiretamente (sem ponto de Luisinho ficou pra trás. (declarativa)
interrogação). São uma pergunta, uma interrogação: Lusinho, fique para trás. (imperativa)
Por que chegaste tão tarde?
Gostaria de saber que horas são. (A) Eugênio e Marcelo caminhavam juntos.
“Por que faço eu sempre o que não queria” (Fernando Pessoa) (B) Luisinho procurou os fósforos no bolso.
(C) Os meninos olharam à sua volta.
Imperativas: aquela através da qual expressamos uma
ordem, pedido ou súplica, de forma afirmativa ou negativa. 04. Sabemos que frases verbais são aquelas que têm verbos.
Contém uma ordem, proibição, exortação ou pedido: Assinale, pois, as frases verbais:
“Cale-se! Respeite este templo.” (afirmativa) (A) Deus te guarde!
Não cometa imprudências. (negativa) (B) As risadas não eram normais.
“Não me leves para o mar.” (negativa) (C) Que ideia absurda!
(D) O fósforo quebrou – se em três pedacinhos.
Exclamativas: aquela através da qual externamos uma (E) Tão preta como o túnel!
admiração. Traduzem admiração, surpresa, arrependimento, (F) Quem bom!
etc.: (G) As ovelhas são mansas e pacientes.
Como eles são audaciosos! (H) Que espírito irônico e livre!
Não voltaram mais!
Respostas
Optativas: É aquela através da qual se exprime um desejo:
Bons ventos o levem! 01. “a” e “d”
Oxalá não sejam vãos tantos sacrifícios!
“E queira Deus que te não enganes, menino!” (Carlos de Laet) 02. a) interrogativa; b) imperativa; c) exclamativa; d)
optativa; e) interrogativa; f) declarativa; g) imperativa; h)
Imprecativas: Encerram uma imprecação (praga, maldição): declarativa
“Esta luz me falte, se eu minto, senhor!” (Camilo Castelo
Branco) 03. a) Eugênio e Marcelo, caminhem juntos!; b) Luisinho,
“Não encontres amor nas mulheres!” (Gonçalves Dias) procure os fósforos no bolso!; c) Meninos, olhem à sua volta!
“Maldito seja quem arme ciladas no seu caminho!”
(Domingos Carvalho da Silva) 04. a = guarde / b = eram / d = quebrou / g = são
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ou as unidades sintáticas da oração. Cada termo da oração fechada: nome adjetivo = núcleo do predicado
desempenha uma função sintática. Geralmente apresentam dois a padaria: sujeito
grupos de palavras: um grupo sobre o qual se declara alguma padaria: núcleo do sujeito - nome feminino singular
coisa (o sujeito), e um grupo que apresenta uma declaração (o
predicado), e, excepcionalmente, só o predicado. Exemplo: No interior de uma sentença, o sujeito é o termo determinante,
ao passo que o predicado é o termo determinado. Essa posição
A menina banhou-se na cachoeira. de determinante do sujeito em relação ao predicado adquire
A menina – sujeito sentido com o fato de ser possível, na língua portuguesa, uma
banhou-se na cachoeira – predicado sentença sem sujeito, mas nunca uma sentença sem predicado.
Choveu durante a noite. (a oração toda predicado) Exemplo:
O sujeito é o termo da frase que concorda com o verbo em As formigas invadiram minha casa.
número e pessoa. É normalmente o «ser de quem se declara as formigas: sujeito = termo determinante
algo», «o tema do que se vai comunicar». invadiram minha casa: predicado = termo determinado
O predicado é a parte da oração que contém “a informação Há formigas na minha casa.
nova para o ouvinte”. Normalmente, ele se refere ao sujeito, há formigas na minha casa: predicado = termo determinado
constituindo a declaração do que se atribui ao sujeito. sujeito: inexistente
Observe: O amor é eterno. O tema, o ser de quem se declara O sujeito sempre se manifesta em termos de sintagma
algo, o sujeito, é “O amor”. A declaração referente a “o amor”, ou nominal, isto é, seu núcleo é sempre um nome. Quando esse
seja, o predicado, é «é eterno». nome se refere a objetos das primeira e segunda pessoas, o
sujeito é representado por um pronome pessoal do caso reto (eu,
Já na frase: Os rapazes jogam futebol. O sujeito é “Os rapazes”, tu, ele, etc.). Se o sujeito se refere a um objeto da terceira pessoa,
que identificamos por ser o termo que concorda em número e sua representação pode ser feita através de um substantivo, de
pessoa com o verbo “jogam”. O predicado é “jogam futebol”. um pronome substantivo ou de qualquer conjunto de palavras,
cujo núcleo funcione, na sentença, como um substantivo.
Núcleo de um termo é a palavra principal (geralmente um Exemplos:
substantivo, pronome ou verbo), que encerra a essência de Eu acompanho você até o guichê.
sua significação. Nos exemplos seguintes, as palavras amigo e eu: sujeito = pronome pessoal de primeira pessoa
revestiu são o núcleo do sujeito e do predicado, respectivamente: Vocês disseram alguma coisa?
“O amigo retardatário do presidente prepara-se para vocês: sujeito = pronome pessoal de segunda pessoa
desembarcar.” (Aníbal Machado) Marcos tem um fã-clube no seu bairro.
A avezinha revestiu o interior do ninho com macias plumas. Marcos: sujeito = substantivo próprio
Ninguém entra na sala agora.
Os termos da oração da língua portuguesa são classificados ninguém: sujeito = pronome substantivo
em três grandes níveis: O andar deve ser uma atividade diária.
- Termos Essenciais da Oração: Sujeito e Predicado. o andar: sujeito = núcleo: verbo substantivado nessa oração
- Termos Integrantes da Oração: Complemento Nominal e Além dessas formas, o sujeito também pode se constituir
Complementos Verbais (Objeto Direto, Objeto indireto e Agente de uma oração inteira. Nesse caso, a oração recebe o nome de
da Passiva). oração substantiva subjetiva:
- Termos Acessórios da Oração: Adjunto Adnominal, É difícil optar por esse ou aquele doce...
Adjunto Adverbial, Aposto e Vocativo. É difícil: oração principal
optar por esse ou aquele doce: oração substantiva subjetiva
Termos Essenciais da Oração: São dois os termos essenciais
(ou fundamentais) da oração: sujeito e predicado. Exemplos: O sujeito é constituído por um substantivo ou pronome, ou
por uma palavra ou expressão substantivada. Exemplos:
Sujeito Predicado O sino era grande.
Pobreza não é vileza. Ela tem uma educação fina.
Vossa Excelência agiu com imparcialidade.
Os sertanistas capturavam os índios. Isto não me agrada.
Um vento áspero sacudia as árvores.
O núcleo (isto é, a palavra base) do sujeito é, pois, um
Sujeito: é equivocado dizer que o sujeito é aquele que pratica substantivo ou pronome. Em torno do núcleo podem aparecer
uma ação ou é aquele (ou aquilo) do qual se diz alguma coisa. Ao palavras secundárias (artigos, adjetivos, locuções adjetivas, etc.).
fazer tal afirmação estamos considerando o aspecto semântico Exemplo: “Todos os ligeiros rumores da mata tinham uma
do sujeito (agente de uma ação) ou o seu aspecto estilístico voz para a selvagem filha do sertão.” (José de Alencar)
(o tópico da sentença). Já que o sujeito é depreendido de uma
análise sintática, vamos restringir a definição apenas ao seu O sujeito pode ser:
papel sintático na sentença: aquele que estabelece concordância
com o núcleo do predicado. Quando se trata de predicado verbal, Simples: quando tem um só núcleo: As rosas têm espinhos;
o núcleo é sempre um verbo; sendo um predicado nominal, o “Um bando de galinhas-d’angola atravessa a rua em fila indiana.”
núcleo é sempre um nome. Então têm por características básicas: Composto: quando tem mais de um núcleo: “O burro e o
- estabelecer concordância com o núcleo do predicado; cavalo nadavam ao lado da canoa.”
- apresentar-se como elemento determinante em relação ao Expresso: quando está explícito, enunciado: Eu viajarei
predicado; amanhã.
- constituir-se de um substantivo, ou pronome substantivo Oculto (ou elíptico): quando está implícito, isto é, quando
ou, ainda, qualquer palavra substantivada. não está expresso, mas se deduz do contexto: Viajarei amanhã.
(sujeito: eu, que se deduz da desinência do verbo); “Um soldado
Exemplo: saltou para a calçada e aproximou-se.” (o sujeito, soldado, está
expresso na primeira oração e elíptico na segunda: e (ele)
A padaria está fechada hoje. aproximou-se.); Crianças, guardem os brinquedos. (sujeito:
está fechada hoje: predicado nominal vocês)
Língua Portuguesa 56
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APOSTILAS OPÇÃO
Agente: se faz a ação expressa pelo verbo da voz ativa: O Nilo Exemplo:
fertiliza o Egito.
Paciente: quando sofre ou recebe os efeitos da ação expressa Carolina conhece os índios da Amazônia.
pelo verbo passivo: O criminoso é atormentado pelo remorso; sujeito: Carolina = termo determinante
Muitos sertanistas foram mortos pelos índios; Construíram-se predicado: conhece os índios da Amazônia = termo
açudes. (= Açudes foram construídos.) determinado
Agente e Paciente: quando o sujeito realiza a ação expressa
por um verbo reflexivo e ele mesmo sofre ou recebe os efeitos Nesse exemplo podemos observar que a concordância é
dessa ação: O operário feriu-se durante o trabalho; Regina estabelecida entre algumas poucas palavras dos dois termos
trancou-se no quarto. essenciais. No exemplo, entre “Carolina” e “conhece”. Isso se dá
Indeterminado: quando não se indica o agente da ação porque a concordância é centrada nas palavras que são núcleos,
verbal: Atropelaram uma senhora na esquina. (Quem atropelou isto é, que são responsáveis pela principal informação naquele
a senhora? Não se diz, não se sabe quem a atropelou.); Come-se segmento. No predicado o núcleo pode ser de dois tipos: um
bem naquele restaurante. nome, quase sempre um atributo que se refere ao sujeito da
oração, ou um verbo (ou locução verbal). No primeiro caso,
Observações: temos um predicado nominal (seu núcleo significativo é um
- Não confundir sujeito indeterminado com sujeito oculto. nome, substantivo, adjetivo, pronome, ligado ao sujeito por
- Sujeito formado por pronome indefinido não é um verbo de ligação) e no segundo um predicado verbal (seu
indeterminado, mas expresso: Alguém me ensinará o caminho. núcleo é um verbo, seguido, ou não, de complemento(s) ou
Ninguém lhe telefonou. termos acessórios). Quando, num mesmo segmento o nome e o
- Assinala-se a indeterminação do sujeito usando-se o verbo são de igual importância, ambos constituem o núcleo do
verbo na 3ª pessoa do plural, sem referência a qualquer agente predicado e resultam no tipo de predicado verbo-nominal (tem
já expresso nas orações anteriores: Na rua olhavam-no com dois núcleos significativos: um verbo e um nome). Exemplos:
admiração; “Bateram palmas no portãozinho da frente.”; “De
qualquer modo, foi uma judiação matarem a moça.” Minha empregada é desastrada.
- Assinala-se a indeterminação do sujeito com um verbo predicado: é desastrada
ativo na 3ª pessoa do singular, acompanhado do pronome se. O núcleo do predicado: desastrada = atributo do sujeito
pronome se, neste caso, é índice de indeterminação do sujeito. tipo de predicado: nominal
Pode ser omitido junto de infinitivos.
Aqui vive-se bem. O núcleo do predicado nominal chama-se predicativo
Devagar se vai ao longe. do sujeito, porque atribui ao sujeito uma qualidade ou
Quando se é jovem, a memória é mais vivaz. característica. Os verbos de ligação (ser, estar, parecer, etc.)
Trata-se de fenômenos que nem a ciência sabe explicar. funcionam como um elo entre o sujeito e o predicado.
As flores murcharam.
Os animais correm.
As folhas caem.
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APOSTILAS OPÇÃO
Outros verbos há, pelo contrário, que para integrarem castigar, contrariar, convidar, desculpar, dizer, estimar, elogiar,
o predicado necessitam de outros termos: são os verbos de entristecer, encontrar, ferir, imitar, levar, perseguir, prejudicar,
predicação incompleta, denominados transitivos. Exemplos: receber, saldar, socorrer, ter, unir, ver, etc.
Língua Portuguesa 58
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Predicativo: Há o predicativo do sujeito e o predicativo do - Por qualquer pronome substantivo: Não vi ninguém na
objeto. loja.; A árvore que plantei floresceu. (que: objeto direto de
plantei); Onde foi que você achou isso? Quando vira as folhas do
Predicativo do Sujeito: é o termo que exprime um atributo, livro, ela o faz com cuidado.; “Que teria o homem percebido nos
um estado ou modo de ser do sujeito, ao qual se prende por um meus escritos?”
verbo de ligação, no predicado nominal. Exemplos:
A bandeira é o símbolo da Pátria. Frequentemente transitivam-se verbos intransitivos, dando-
A mesa era de mármore. se-lhes por objeto direto uma palavra cognata ou da mesma
esfera semântica:
Além desse tipo de predicativo, outro existe que entra na “Viveu José Joaquim Alves vida tranquila e patriarcal.”
constituição do predicado verbo-nominal. Exemplos: (Vivaldo Coaraci)
O trem chegou atrasado. (=O trem chegou e estava “Pela primeira vez chorou o choro da tristeza.” (Aníbal
atrasado.) Machado)
O menino abriu a porta ansioso. “Nenhum de nós pelejou a batalha de Salamina.” (Machado
Todos partiram alegres. de Assis)
Em tais construções é de rigor que o objeto venha
Observações: O predicativo subjetivo às vezes está acompanhado de um adjunto.
preposicionado; Pode o predicativo preceder o sujeito e até
mesmo ao verbo: São horríveis essas coisas!; Que linda Objeto Direto Preposicionado: Há casos em que o objeto
estava Amélia!; Completamente feliz ninguém é.; Raros são os direto, isto é, o complemento de verbos transitivos diretos, vem
verdadeiros líderes.; Quem são esses homens?; Lentos e tristes, precedido de preposição, geralmente a preposição a. Isto ocorre
os retirantes iam passando.; Novo ainda, eu não entendia certas principalmente:
coisas.; Onde está a criança que fui? - Quando o objeto direto é um pronome pessoal tônico:
Predicativo do Objeto: é o termo que se refere ao objeto de Deste modo, prejudicas a ti e a ela.; “Mas dona Carolina amava
um verbo transitivo. Exemplos: mais a ele do que aos outros filhos.”; “Pareceu-me que Roberto
O juiz declarou o réu inocente. hostilizava antes a mim do que à ideia.”; “Ricardina lastimava o
O povo elegeu-o deputado. seu amigo como a si própria.”; “Amava-a tanto como a nós”.
- Quando o objeto é o pronome relativo quem: “Pedro
Observações: O predicativo objetivo, como vemos dos Severiano tinha um filho a quem idolatrava.”; “Abraçou a todos;
exemplos acima, às vezes vem regido de preposição. Esta, em deu um beijo em Adelaide, a quem felicitou pelo desenvolvimento
certos casos, é facultativa; O predicativo objetivo geralmente das suas graças.”; “Agora sabia que podia manobrar com ele, com
se refere ao objeto direto. Excepcionalmente, pode referir-se aquele homem a quem na realidade também temia, como todos
ao objeto indireto do verbo chamar. Chamavam-lhe poeta; ali”.
Podemos antepor o predicativo a seu objeto: O advogado - Quando precisamos assegurar a clareza da frase, evitando
considerava indiscutíveis os direitos da herdeira.; Julgo que o objeto direto seja tomado como sujeito, impedindo
inoportuna essa viagem.; “E até embriagado o vi muitas construções ambíguas: Convence, enfim, ao pai o filho amado.;
vezes.”; “Tinha estendida a seus pés uma planta rústica da “Vence o mal ao remédio.”; “Tratava-me sem cerimônia, como a
cidade.”; “Sentia ainda muito abertos os ferimentos que aquele um irmão.”; A qual delas iria homenagear o cavaleiro?
choque com o mundo me causara.” - Em expressões de reciprocidade, para garantir a clareza e a
eufonia da frase: “Os tigres despedaçam-se uns aos outros.”; “As
Termos Integrantes da Oração companheiras convidavam-se umas às outras.”; “Era o abraço de
duas criaturas que só tinham uma à outra”.
Chamam-se termos integrantes da oração os que completam - Com nomes próprios ou comuns, referentes a pessoas,
a significação transitiva dos verbos e nomes. Integram (inteiram, principalmente na expressão dos sentimentos ou por amor da
completam) o sentido da oração, sendo por isso indispensável à eufonia da frase: Judas traiu a Cristo.; Amemos a Deus sobre
compreensão do enunciado. São os seguintes: todas as coisas. “Provavelmente, enganavam é a Pedro.”; “O
- Complemento Verbais (Objeto Direto e Objeto Indireto); estrangeiro foi quem ofendeu a Tupã”.
- Complemento Nominal; - Em construções enfáticas, nas quais antecipamos o objeto
- Agente da Passiva. direto para dar-lhe realce: A você é que não enganam!; Ao
médico, confessor e letrado nunca enganes.; “A este confrade
Objeto Direto: é o complemento dos verbos de predicação conheço desde os seus mais tenros anos”.
incompleta, não regido, normalmente, de preposição. Exemplos: - Sendo objeto direto o numeral ambos(as): “O aguaceiro
As plantas purificaram o ar. caiu, molhou a ambos.”; “Se eu previsse que os matava a
“Nunca mais ele arpoara um peixe-boi.” (Ferreira Castro) ambos...”.
Procurei o livro, mas não o encontrei. - Com certos pronomes indefinidos, sobretudo referentes a
Ninguém me visitou. pessoas: Se todos são teus irmãos, por que amas a uns e odeias a
outros?; Aumente a sua felicidade, tornando felizes também aos
O objeto direto tem as seguintes características: outros.; A quantos a vida ilude!.
- Completa a significação dos verbos transitivos diretos; - Em certas construções enfáticas, como puxar (ou arrancar)
- Normalmente, não vem regido de preposição; da espada, pegar da pena, cumprir com o dever, atirar com os
- Traduz o ser sobre o qual recai a ação expressa por um livros sobre a mesa, etc.: “Arrancam das espadas de aço fino...”;
verbo ativo: Caim matou Abel. “Chegou a costureira, pegou do pano, pegou da agulha, pegou
- Torna-se sujeito da oração na voz passiva: Abel foi morto da linha, enfiou a linha na agulha e entrou a coser.”; “Imagina-se
por Caim. a consternação de Itaguaí, quando soube do caso.”
O objeto direto pode ser constituído: Observações: Nos quatro primeiros casos estudados a
- Por um substantivo ou expressão substantivada: O lavrador preposição é de rigor, nos cinco outros, facultativa; A substituição
cultiva a terra.; Unimos o útil ao agradável. do objeto direto preposicionado pelo pronome oblíquo átono,
- Pelos pronomes oblíquos o, a, os, as, me, te, se, nos, vos: quando possível, se faz com as formas o(s), a(s) e não lhe,
Espero-o na estação.; Estimo-os muito.; Sílvia olhou-se ao lhes: amar a Deus (amá-lo); convencer ao amigo (convencê-
espelho.; Não me convidas?; Ela nos chama.; Avisamo-lo a lo); O objeto direto preposicionado, é obvio, só ocorre com
tempo.; Procuram-na em toda parte.; Meu Deus, eu vos amo.; verbo transitivo direto; Podem resumir-se em três as razões
“Marchei resolutamente para a maluca e intimei-a a ficar ou finalidades do emprego do objeto direto preposicionado:
quieta.”; “Vós haveis de crescer, perder-vos-ei de vista.” a clareza da frase; a harmonia da frase; a ênfase ou a força da
expressão.
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APOSTILAS OPÇÃO
Objeto Direto Pleonástico: Quando queremos dar destaque no objeto indireto. Difere deste apenas porque, em vez de
ou ênfase à ideia contida no objeto direto, colocamo-lo no complementar verbos, complementa nomes (substantivos,
início da frase e depois o repetimos ou reforçamos por meio do adjetivos) e alguns advérbios em –mente. Os nomes que
pronome oblíquo. A esse objeto repetido sob forma pronominal requerem complemento nominal correspondem, geralmente, a
chama-se pleonástico, enfático ou redundante. Exemplos: verbos de mesmo radical: amor ao próximo, amar o próximo;
O dinheiro, Jaime o trazia escondido nas mangas da camisa. perdão das injúrias, perdoar as injúrias; obediente aos pais,
O bem, muitos o louvam, mas poucos o seguem. obedecer aos pais; regresso à pátria, regressar à pátria; etc.
“Seus cavalos, ela os montava em pelo.” (Jorge Amado)
Agente da Passiva: é o complemento de um verbo na voz
Objeto Indireto: É o complemento verbal regido de passiva. Representa o ser que pratica a ação expressa pelo verbo
preposição necessária e sem valor circunstancial. Representa, passivo. Vem regido comumente pela preposição por, e menos
ordinariamente, o ser a que se destina ou se refere à ação verbal: frequentemente pela preposição de: Alfredo é estimado pelos
“Nunca desobedeci a meu pai”. O objeto indireto completa a colegas; A cidade estava cercada pelo exército romano; “Era
significação dos verbos: conhecida de todo mundo a fama de suas riquezas.”
- Transitivos Indiretos: Assisti ao jogo; Assistimos à missa e O agente da passiva pode ser expresso pelos substantivos ou
à festa; Aludiu ao fato; Aspiro a uma vida calma. pelos pronomes:
- Transitivos Diretos e Indiretos (na voz ativa ou passiva): As flores são umedecidas pelo orvalho.
Dou graças a Deus; Ceda o lugar aos mais velhos; Dedicou sua A carta foi cuidadosamente corrigida por mim.
vida aos doentes e aos pobres; Disse-lhe a verdade. (Disse a
verdade ao moço.) O agente da passiva corresponde ao sujeito da oração na voz
ativa:
O objeto indireto pode ainda acompanhar verbos de outras A rainha era chamada pela multidão. (voz passiva)
categorias, os quais, no caso, são considerados acidentalmente A multidão aclamava a rainha. (voz ativa)
transitivos indiretos: A bom entendedor meia palavra basta; Ele será acompanhado por ti. (voz passiva)
Sobram-lhe qualidades e recursos. (lhe=a ele); Isto não lhe
convém; A proposta pareceu-lhe aceitável. Observações:
Frase de forma passiva analítica sem complemento agente
Observações: Há verbos que podem construir-se com dois expresso, ao passar para a ativa, terá sujeito indeterminado
objetos indiretos, regidos de preposições diferentes: Rogue a e o verbo na 3ª pessoa do plural: Ele foi expulso da cidade.
Deus por nós.; Ela queixou-se de mim a seu pai.; Pedirei para (Expulsaram-no da cidade.); As florestas são devastadas.
ti a meu senhor um rico presente; Não confundir o objeto direto (Devastam as florestas.); Na passiva pronominal não se declara
com o complemento nominal nem com o adjunto adverbial; Em o agente: Nas ruas assobiavam-se as canções dele pelos
frases como “Para mim tudo eram alegrias”, “Para ele nada é pedestres. (errado); Nas ruas eram assobiadas as canções dele
impossível”, os pronomes em destaque podem ser considerados pelos pedestres. (certo); Assobiavam-se as canções dele nas
adjuntos adverbiais. ruas. (certo)
Complemento Nominal: é o termo complementar reclamado Observações: Não confundir o adjunto adnominal formado
pela significação transitiva, incompleta, de certos substantivos, por locução adjetiva com complemento nominal. Este representa
adjetivos e advérbios. Vem sempre regido de preposição. o alvo da ação expressa por um nome transitivo: a eleição do
Exemplos: A defesa da pátria; Assistência às aulas; “O ódio ao presidente, aviso de perigo, declaração de guerra, empréstimo
mal é amor do bem, e a ira contra o mal, entusiasmo divino.”; de dinheiro, plantio de árvores, colheita de trigo, destruidor
“Ah, não fosse ele surdo à minha voz!” de matas, descoberta de petróleo, amor ao próximo, etc. O
adjunto adnominal formado por locução adjetiva representa
Observações: O complemento nominal representa o o agente da ação, ou a origem, pertença, qualidade de alguém
recebedor, o paciente, o alvo da declaração expressa por um ou de alguma coisa: o discurso do presidente, aviso de amigo,
nome: amor a Deus, a condenação da violência, o medo de declaração do ministro, empréstimo do banco, a casa do
assaltos, a remessa de cartas, útil ao homem, compositor fazendeiro, folhas de árvores, farinha de trigo, beleza das
de músicas, etc. É regido pelas mesmas preposições usadas matas, cheiro de petróleo, amor de mãe.
Língua Portuguesa 60
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APOSTILAS OPÇÃO
Adjunto adverbial: É o termo que exprime uma circunstância O rei perdoou aos dois: ao fidalgo e ao criado.
(de tempo, lugar, modo, etc.) ou, em outras palavras, que modifica “Acho que adoeci disso, de beleza, da intensidade das
o sentido de um verbo, adjetivo ou advérbio. Exemplo: “Meninas coisas.” (Raquel Jardim)
numa tarde brincavam de roda na praça”. O adjunto adverbial De cobras, morcegos, bichos, de tudo ela tinha medo.
é expresso: Pelos advérbios: Cheguei cedo.; Ande devagar.;
Maria é mais alta.; Não durma ao volante.; Moramos aqui.; Vocativo: (do latim vocare = chamar) é o termo (nome, título,
Ele fala bem, fala corretamente.; Volte bem depressa.; Talvez apelido) usado para chamar ou interpelar a pessoa, o animal ou
esteja enganado.; Pelas locuções ou expressões adverbiais: Às a coisa personificada a que nos dirigimos:
vezes viajava de trem.; Compreendo sem esforço.; Saí com meu
pai.; Júlio reside em Niterói.; Errei por distração.; Escureceu “Elesbão? Ó Elesbão! Venha ajudar-nos, por favor!” (Maria
de repente. de Lourdes Teixeira)
“A ordem, meus amigos, é a base do governo.” (Machado de
Observações: Pode ocorrer a elipse da preposição antes Assis)
de adjuntos adverbiais de tempo e modo: Aquela noite, não “Correi, correi, ó lágrimas saudosas!” (Fagundes Varela)
dormi. (=Naquela noite...); Domingo que vem não sairei. (=No
domingo...); Ouvidos atentos, aproximei-me da porta. (=De Observação: Profere-se o vocativo com entoação exclamativa.
ouvidos atentos...); Os adjuntos adverbiais classificam-se de Na escrita é separado por vírgula(s). No exemplo inicial, os
acordo com as circunstâncias que exprimem: adjunto adverbial pontos interrogativo e exclamativo indicam um chamado alto e
de lugar, modo, tempo, intensidade, causa, companhia, meio, prolongado. O vocativo se refere sempre à 2ª pessoa do discurso,
assunto, negação, etc. É importante saber distinguir adjunto que pode ser uma pessoa, um animal, uma coisa real ou entidade
adverbial de adjunto adnominal, de objeto indireto e de abstrata personificada. Podemos antepor-lhe uma interjeição de
complemento nominal: sair do mar (ad.adv.); água do mar (adj. apelo (ó, olá, eh!):
adn.); gosta do mar (obj.indir.); ter medo do mar (compl.nom.).
“Tem compaixão de nós , ó Cristo!” (Alexandre Herculano)
Aposto: É uma palavra ou expressão que explica ou esclarece, “Ó Dr. Nogueira, mande-me cá o Padilha, amanhã!”
desenvolve ou resume outro termo da oração. Exemplos: (Graciliano Ramos)
D. Pedro II, imperador do Brasil, foi um monarca sábio. “Esconde-te, ó sol de maio, ó alegria do mundo!” (Camilo
“Nicanor, ascensorista, expôs-me seu caso de consciência.” Castelo Branco)
(Carlos Drummond de Andrade) O vocativo é um tempo à parte. Não pertence à estrutura da
oração, por isso não se anexa ao sujeito nem ao predicado.
O núcleo do aposto é um substantivo ou um pronome
substantivo: Questões
Foram os dois, ele e ela.
Só não tenho um retrato: o de minha irmã. 01. O termo em destaque é adjunto adverbial de intensidade
em:
O aposto não pode ser formado por adjetivos. Nas frases (A) pode aprender e assimilar MUITA coisa
seguintes, por exemplo, não há aposto, mas predicativo do (B) enfrentamos MUITAS novidades
sujeito: (C) precisa de um parceiro com MUITO caráter
Audaciosos, os dois surfistas atiraram-se às ondas. (D) não gostam de mulheres MUITO inteligentes
As borboletas, leves e graciosas, esvoaçavam num balé de (E) assumimos MUITO conflito e confusão
cores.
02. Assinale a alternativa correta: “para todos os males, há
Os apostos, em geral, destacam-se por pausas, indicadas, na dois remédios: o tempo e o silêncio”, os termos grifados são
escrita, por vírgulas, dois pontos ou travessões. Não havendo respectivamente:
pausa, não haverá vírgula, como nestes exemplos: (A) sujeito – objeto direto;
Minha irmã Beatriz; o escritor João Ribeiro; o romance Tóia; (B) sujeito – aposto;
o rio Amazonas; a Rua Osvaldo Cruz; o Colégio Tiradentes, etc. (C) objeto direto – aposto;
“Onde estariam os descendentes de Amaro vaqueiro?” (D) objeto direto – objeto direto;
(Graciliano Ramos) (E) objeto direto – complemento nominal.
O aposto pode preceder o termo a que se refere, o qual, às 03. Assinale a alternativa em que o termo destacado é objeto
vezes, está elíptico. Exemplos: indireto.
Rapaz impulsivo, Mário não se conteve. (A) “Quem faz um poema abre uma janela.” (Mário Quintana)
Mensageira da ideia, a palavra é a mais bela expressão da (B) “Toda gente que eu conheço e que fala comigo / Nunca
alma humana. teve um ato ridículo / Nunca sofreu enxovalho (...)” (Fernando
Pessoa)
O aposto, às vezes, refere-se a toda uma oração. Exemplos: (C) “Quando Ismália enlouqueceu / Pôs-se na torre a sonhar
Nuvens escuras borravam os espaços silenciosos, sinal de / Viu uma lua no céu, / Viu uma lua no mar.” (Alphonsus de
tempestade iminente. Guimarães)
O espaço é incomensurável, fato que me deixa atônito. (D) “Mas, quando responderam a Nhô Augusto: ‘– É a
jagunçada de seu Joãozinho Bem-Bem, que está descendo para
Um aposto pode referir-se a outro aposto: a Bahia.’ – ele, de alegre, não se pôde conter.” (Guimarães Rosa)
“Serafim Gonçalves casou-se com Lígia Tavares, filha do
velho coronel Tavares, senhor de engenho.” (Ledo Ivo) 04. “Recebeu o prêmio o jogador que fez o gol”. Nessa frase
o sujeito de “fez”?
O aposto pode vir precedido das expressões explicativas isto (A) o prêmio;
é, a saber, ou da preposição acidental como: (B) o jogador;
(C) que;
Dois países sul-americanos, isto é, a Bolívia e o Paraguai, (D) o gol;
não são banhados pelo mar. (E) recebeu.
Este escritor, como romancista, nunca foi superado.
05. Assinale a alternativa correspondente ao período onde
O aposto que se refere a objeto indireto, complemento há predicativo do sujeito:
nominal ou adjunto adverbial vem precedido de preposição: (A) como o povo anda tristonho!
(B) agradou ao chefe o novo funcionário;
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APOSTILAS OPÇÃO
(C) ele nos garantiu que viria; - Orações coordenadas sindéticas aditivas: e, nem, não só...
(D) no Rio não faltam diversões; mas também, não só... mas ainda.
(E) o aluno ficou sabendo hoje cedo de sua aprovação. Saí da escola / e fui à lanchonete.
OCA OCS Aditiva
Respostas
01. D\02. C\03. D\04. C\05. A Observe que a 2ª oração vem introduzida por uma conjunção
que expressa idéia de acréscimo ou adição com referência à
Período oração anterior, ou seja, por uma conjunção coordenativa aditiva.
Período: Toda frase com uma ou mais orações constitui um A doença vem a cavalo e volta a pé.
período, que se encerra com ponto de exclamação, ponto de As pessoas não se mexiam nem falavam.
interrogação ou com reticências. “Não só findaram as queixas contra o alienista, mas até
O período é simples quando só traz uma oração, chamada nenhum ressentimento ficou dos atos que ele praticara.”
absoluta; o período é composto quando traz mais de uma (Machado de Assis)
oração. Exemplo: Pegou fogo no prédio. (Período simples, oração - Orações coordenadas sindéticas adversativas: mas,
absoluta.); Quero que você aprenda. (Período composto.) porém, todavia, contudo, entretanto, no entanto.
Existe uma maneira prática de saber quantas orações há Estudei bastante / mas não passei no teste.
num período: é contar os verbos ou locuções verbais. Num OCA OCS Adversativa
período haverá tantas orações quantos forem os verbos ou as
locuções verbais nele existentes. Exemplos: Observe que a 2ª oração vem introduzida por uma conjunção
Pegou fogo no prédio. (um verbo, uma oração) que expressa idéia de oposição à oração anterior, ou seja, por
Quero que você aprenda. (dois verbos, duas orações) uma conjunção coordenativa adversativa.
Está pegando fogo no prédio. (uma locução verbal, uma
oração) A espada vence, mas não convence.
Deves estudar para poderes vencer na vida. (duas locuções “É dura a vida, mas aceitam-na.” (Cecília Meireles)
verbais, duas orações)
- Orações coordenadas sindéticas conclusivas: portanto,
Há três tipos de período composto: por coordenação, por por isso, pois, logo.
subordinação e por coordenação e subordinação ao mesmo
tempo (também chamada de misto). Ele me ajudou muito, / portanto merece minha gratidão.
OCA OCS Conclusiva
Período Composto por Coordenação – Orações
Coordenadas Observe que a 2ª oração vem introduzida por uma conjunção
que expressa ideia de conclusão de um fato enunciado na oração
Considere, por exemplo, este período composto: anterior, ou seja, por uma conjunção coordenativa conclusiva.
Passeamos pela praia, / brincamos, / recordamos os tempos
de infância. Vives mentindo; logo, não mereces fé.
1ª oração: Passeamos pela praia Ele é teu pai: respeita-lhe, pois, a vontade.
2ª oração: brincamos
3ª oração: recordamos os tempos de infância - Orações coordenadas sindéticas alternativas: ou,ou... ou,
As três orações que compõem esse período têm sentido ora... ora, seja... seja, quer... quer.
próprio e não mantêm entre si nenhuma dependência sintática:
elas são independentes. Há entre elas, é claro, uma relação de Seja mais educado / ou retire-se da reunião!
sentido, mas, como já dissemos, uma não depende da outra OCA OCS Alternativa
sintaticamente.
As orações independentes de um período são chamadas Observe que a 2ª oração vem introduzida por uma
de orações coordenadas (OC), e o período formado só de conjunção que estabelece uma relação de alternância ou escolha
orações coordenadas é chamado de período composto por com referência à oração anterior, ou seja, por uma conjunção
coordenação. coordenativa alternativa.
As orações coordenadas são classificadas em assindéticas e
sindéticas. Venha agora ou perderá a vez.
“Jacinta não vinha à sala, ou retirava-se logo.” (Machado de
- As orações coordenadas são assindéticas (OCA) quando Assis)
não vêm introduzidas por conjunção. Exemplo: “Em aviação, tudo precisa ser bem feito ou custará preço
Os torcedores gritaram, / sofreram, / vibraram. muito caro.” (Renato Inácio da Silva)
OCA OCA OCA “A louca ora o acariciava, ora o rasgava freneticamente.”
(Luís Jardim)
“Inclinei-me, apanhei o embrulho e segui.” (Machado de
Assis) - Orações coordenadas sindéticas explicativas: que,
“A noite avança, há uma paz profunda na casa deserta.” porque, pois, porquanto.
(Antônio Olavo Pereira) Vamos andar depressa / que estamos atrasados.
“O ferro mata apenas; o ouro infama, avilta, desonra.” OCA OCS Explicativa
(Coelho Neto) Observe que a 2ª oração é introduzida por uma conjunção
que expressa ideia de explicação, de justificativa em relação
- As orações coordenadas são sindéticas (OCS) quando vêm à oração anterior, ou seja, por uma conjunção coordenativa
introduzidas por conjunção coordenativa. Exemplo: explicativa.
O homem saiu do carro / e entrou na casa.
OCA OCS Leve-lhe uma lembrança, que ela aniversaria amanhã.
“A mim ninguém engana, que não nasci ontem.” (Érico
As orações coordenadas sindéticas são classificadas de Veríssimo)
acordo com o sentido expresso pelas conjunções coordenativas Questões
que as introduzem. Pode ser:
01. Relacione as orações coordenadas por meio de
conjunções:
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APOSTILAS OPÇÃO
(A) Ouviu-se o som da bateria. Os primeiros foliões surgiram. subordinada) depende sintaticamente da outra (principal), ele
(B) Não durma sem cobertor. A noite está fria. é classificado como período composto por subordinação. As
(C) Quero desculpar-me. Não consigo encontrá-los. orações subordinadas são classificadas de acordo com a função
que exercem: adverbiais, substantivas e adjetivas.
02. Em: “... ouviam-se amplos bocejos, fortes como o marulhar
das ondas...” a partícula como expressa uma ideia de: Orações Subordinadas Adverbiais
(A) causa
(B) explicação As orações subordinadas adverbiais (OSA) são aquelas
(C) conclusão que exercem a função de adjunto adverbial da oração principal
(D) proporção (OP). São classificadas de acordo com a conjunção subordinativa
(E) comparação que as introduz:
03. “Entrando na faculdade, procurarei emprego”, oração - Causais: Expressam a causa do fato enunciado na oração
sublinhada pode indicar uma ideia de: principal. Conjunções: porque, que, como (= porque), pois que,
(A) concessão visto que.
(B) oposição Não fui à escola / porque fiquei doente.
(C) condição OP OSA Causal
(D) lugar
(E) consequência O tambor soa porque é oco.
Como não me atendessem, repreendi-os severamente.
04. Assinale a sequência de conjunções que estabelecem, Como ele estava armado, ninguém ousou reagir.
entre as orações de cada item, uma correta relação de sentido. “Faltou à reunião, visto que esteve doente.” (Arlindo de
1. Correu demais, ... caiu. Sousa)
2. Dormiu mal, ... os sonhos não o deixaram em paz.
3. A matéria perece, ... a alma é imortal. - Condicionais: Expressam hipóteses ou condição para a
4. Leu o livro, ... é capaz de descrever as personagens com ocorrência do que foi enunciado na principal. Conjunções: se,
detalhes. contanto que, a menos que, a não ser que, desde que.
5. Guarde seus pertences, ... podem servir mais tarde. Irei à sua casa / se não chover.
OP OSA Condicional
(A) porque, todavia, portanto, logo, entretanto
(B) por isso, porque, mas, portanto, que Deus só nos perdoará se perdoarmos aos nossos
(C) logo, porém, pois, porque, mas ofensores.
(D) porém, pois, logo, todavia, porque Se o conhecesses, não o condenarias.
(E) entretanto, que, porque, pois, portanto “Que diria o pai se soubesse disso?” (Carlos Drummond de
Andrade)
05. Reúna as três orações em um período composto por A cápsula do satélite será recuperada, caso a experiência
coordenação, usando conjunções adequadas. tenha êxito.
- Concessivas: Expressam ideia ou fato contrário ao da
Os dias já eram quentes. oração principal, sem, no entanto, impedir sua realização.
A água do mar ainda estava fria. Conjunções: embora, ainda que, apesar de, se bem que, por mais
As praias permaneciam desertas. que, mesmo que.
Ela saiu à noite / embora estivesse doente.
Respostas OP OSA Concessiva
Admirava-o muito, embora (ou conquanto ou posto que
01. ou se bem que) não o conhecesse pessoalmente.
Ouviu-se o som da bateria e os primeiros foliões surgiram. Embora não possuísse informações seguras, ainda assim
Não durma sem cobertor, pois a noite está fria. arriscou uma opinião.
Quero desculpar-me, mas consigo encontrá-los. Cumpriremos nosso dever, ainda que (ou mesmo quando
ou ainda quando ou mesmo que) todos nos critiquem.
02. E\03. C\04. B Por mais que gritasse, não me ouviram.
05. Os dias já eram quentes, mas a água do mar ainda estava - Conformativas: Expressam a conformidade de um fato
fria, por isso as praias permaneciam desertas. com outro. Conjunções: conforme, como (=conforme), segundo.
O trabalho foi feito / conforme havíamos planejado.
Período Composto por Subordinação OP OSA Conformativa
Observe os termos destacados em cada uma destas orações: O homem age conforme pensa.
Vi uma cena triste. (adjunto adnominal) Relatei os fatos como (ou conforme) os ouvi.
Todos querem sua participação. (objeto direto) Como diz o povo, tristezas não pagam dívidas.
Não pude sair por causa da chuva. (adjunto adverbial de O jornal, como sabemos, é um grande veículo de informação.
causa)
- Temporais: Acrescentam uma circunstância de tempo ao
Veja, agora, como podemos transformar esses termos em que foi expresso na oração principal. Conjunções: quando, assim
orações com a mesma função sintática: que, logo que, enquanto, sempre que, depois que, mal (=assim que).
Vi uma cena / que me entristeceu. (oração subordinada Ele saiu da sala / assim que eu cheguei.
com função de adjunto adnominal) OP OSA Temporal
Todos querem / que você participe. (oração subordinada
com função de objeto direto) Formiga, quando quer se perder, cria asas.
Não pude sair / porque estava chovendo. (oração “Lá pelas sete da noite, quando escurecia, as casas se
subordinada com função de adjunto adverbial de causa) esvaziam.” (Carlos Povina Cavalcânti)
“Quando os tiranos caem, os povos se levantam.” (Marquês
Em todos esses períodos, a segunda oração exerce uma de Maricá)
certa função sintática em relação à primeira, sendo, portanto, Enquanto foi rico, todos o procuravam.
subordinada a ela. Quando um período é constituído de pelo - Finais: Expressam a finalidade ou o objetivo do que foi
menos um conjunto de duas orações em que uma delas (a enunciado na oração principal. Conjunções: para que, a fim de
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APOSTILAS OPÇÃO
que, porque (=para que), que. - Oração Subordinada Substantiva Objetiva Indireta: É
Abri a porta do salão / para que todos pudessem entrar. aquela que exerce a função de objeto indireto do verbo da oração
OP OSA Final principal. Observe: Necessito de sua ajuda. (objeto indireto)
Necessito / de que você me ajude.
“O futuro se nos oculta para que nós o imaginemos.” OP OSS Objetiva Indireta
(Marquês de Maricá)
Aproximei-me dele a fim de que me ouvisse melhor. Não me oponho a que você viaje. (= Não me oponho à sua
“Fiz-lhe sinal que se calasse.” (Machado de Assis) (que = viagem.)
para que) Aconselha-o a que trabalhe mais.
“Instara muito comigo não deixasse de frequentar as Daremos o prêmio a quem o merecer.
recepções da mulher.” (Machado de Assis) (não deixasse = Lembre-se de que a vida é breve.
para que não deixasse)
- Oração Subordinada Substantiva Subjetiva: É aquela
- Consecutivas: Expressam a consequência do que foi que exerce a função de sujeito do verbo da oração principal.
enunciado na oração principal. Conjunções: porque, que, como (= Observe: É importante sua colaboração. (sujeito)
porque), pois que, visto que. É importante / que você colabore.
A chuva foi tão forte / que inundou a cidade. OP OSS Subjetiva
OP OSA Consecutiva
A oração subjetiva geralmente vem:
Fazia tanto frio que meus dedos estavam endurecidos. - depois de um verbo de ligação + predicativo, em construções
“A fumaça era tanta que eu mal podia abrir os olhos.” (José do tipo é bom, é útil, é certo, é conveniente, etc. Ex.: É certo que
J. Veiga) ele voltará amanhã.
De tal sorte a cidade crescera que não a reconhecia mais. - depois de expressões na voz passiva, como sabe-se, conta-
As notícias de casa eram boas, de maneira que pude se, diz-se, etc. Ex.: Sabe-se que ele saiu da cidade.
prolongar minha viagem. - depois de verbos como convir, cumprir, constar, urgir,
ocorrer, quando empregados na 3ª pessoa do singular e seguidos
- Comparativas: Expressam ideia de comparação com das conjunções que ou se. Ex.: Convém que todos participem
referência à oração principal. Conjunções: como, assim como, da reunião.
tal como, (tão)... como, tanto como, tal qual, que (combinado com
menos ou mais). É necessário que você colabore. (= Sua colaboração é
Ela é bonita / como a mãe. necessária.)
OP OSA Comparativa Parece que a situação melhorou.
Aconteceu que não o encontrei em casa.
A preguiça gasta a vida como a ferrugem consome o ferro.” Importa que saibas isso bem.
(Marquês de Maricá)
Ela o atraía irresistivelmente, como o imã atrai o ferro. - Oração Subordinada Substantiva Completiva Nominal:
Os retirantes deixaram a cidade tão pobres como vieram. É aquela que exerce a função de complemento nominal de um
Como a flor se abre ao Sol, assim minha alma se abriu à luz termo da oração principal. Observe: Estou convencido de sua
daquele olhar. inocência. (complemento nominal)
Estou convencido / de que ele é inocente.
Obs.: As orações comparativas nem sempre apresentam OP OSS Completiva Nominal
claramente o verbo, como no exemplo acima, em que está
subentendido o verbo ser (como a mãe é). Sou favorável a que o prendam. (= Sou favorável à prisão
- Proporcionais: Expressam uma ideia que se relaciona dele.)
proporcionalmente ao que foi enunciado na principal. Estava ansioso por que voltasses.
Conjunções: à medida que, à proporção que, ao passo que, quanto Sê grato a quem te ensina.
mais, quanto menos. “Fabiano tinha a certeza de que não se acabaria tão cedo.”
Quanto mais reclamava / menos atenção recebia. (Graciliano Ramos)
OSA Proporcional OP
- Oração Subordinada Substantiva Predicativa: É aquela
À medida que se vive, mais se aprende. que exerce a função de predicativo do sujeito da oração principal,
À proporção que avançávamos, as casas iam rareando. vindo sempre depois do verbo ser. Observe: O importante é sua
O valor do salário, ao passo que os preços sobem, vai felicidade. (predicativo)
diminuindo. O importante é / que você seja feliz.
OP OSS Predicativa
Orações Subordinadas Substantivas
Seu receio era que chovesse. (Seu receio era a chuva.)
As orações subordinadas substantivas (OSS) são aquelas Minha esperança era que ele desistisse.
que, num período, exercem funções sintáticas próprias de Meu maior desejo agora é que me deixem em paz.
substantivos, geralmente são introduzidas pelas conjunções Não sou quem você pensa.
integrantes que e se. Elas podem ser:
- Oração Subordinada Substantiva Apositiva: É aquela
- Oração Subordinada Substantiva Objetiva Direta: É que exerce a função de aposto de um termo da oração principal.
aquela que exerce a função de objeto direto do verbo da oração Observe: Ele tinha um sonho: a união de todos em benefício
principal. Observe: O grupo quer a sua ajuda. (objeto direto) do país. (aposto)
O grupo quer / que você ajude. Ele tinha um sonho / que todos se unissem em benefício do
OP OSS Objetiva Direta país.
OP OSS Apositiva
O mestre exigia que todos estivessem presentes. (= O
mestre exigia a presença de todos.) Só desejo uma coisa: que vivam felizes. (Só desejo uma
Mariana esperou que o marido voltasse. coisa: a sua felicidade)
Ninguém pode dizer: Desta água não beberei. Só lhe peço isto: honre o nosso nome.
O fiscal verificou se tudo estava em ordem. “Talvez o que eu houvesse sentido fosse o presságio disto: de
que virias a morrer...” (Osmã Lins)
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APOSTILAS OPÇÃO
“Mas diga-me uma cousa, essa proposta traz algum motivo a conjunção ou o pronome relativo adequado ao sentido e
oculto?” (Machado de Assis) passamos o verbo para uma forma do indicativo ou subjuntivo,
As orações apositivas vêm geralmente antecedidas de dois- conforme o caso. A oração reduzida terá a mesma classificação
pontos. Podem vir, também, entre vírgulas, intercaladas à oração da oração desenvolvida.
principal. Exemplo: Seu desejo, que o filho recuperasse a
saúde, tornou-se realidade. Ao entrar na escola, encontrei o professor de inglês.
Quando entrei na escola, / encontrei o professor de inglês.
Observação: Além das conjunções integrantes que e se, OSA Temporal
as orações substantivas podem ser introduzidas por outros Ao entrar na escola: oração subordinada adverbial temporal,
conectivos, tais como quando, como, quanto, etc. Exemplos: reduzida de infinitivo.
Não sei quando ele chegou.
Diga-me como resolver esse problema. Precisando de ajuda, telefone-me.
Se precisar de ajuda, / telefone-me.
Orações Subordinadas Adjetivas OSA Condicional
Precisando de ajuda: oração subordinada adverbial
As orações subordinadas Adjetivas (OSA) exercem condicional, reduzida de gerúndio.
a função de adjunto adnominal de algum termo da oração
principal. Observe como podemos transformar um adjunto Acabado o treino, os jogadores foram para o vestiário.
adnominal em oração subordinada adjetiva: Assim que acabou o treino, / os jogadores foram para o
Desejamos uma paz duradoura. (adjunto adnominal) vestiário.
Desejamos uma paz / que dure. (oração subordinada OSA Temporal
adjetiva) Acabado o treino: oração subordinada adverbial temporal,
reduzida de particípio.
As orações subordinadas adjetivas são sempre introduzidas
por um pronome relativo (que , qual, cujo, quem, etc.) e podem Observações:
ser classificadas em:
- Há orações reduzidas que permitem mais de um tipo de
- Subordinadas Adjetivas Restritivas: São restritivas desenvolvimento. Há casos também de orações reduzidas
quando restringem ou especificam o sentido da palavra a que se fixas, isto é, orações reduzidas que não são passíveis de
referem. Exemplo: desenvolvimento. Exemplo: Tenho vontade de visitar essa
O público aplaudiu o cantor / que ganhou o 1º lugar. cidade.
OP OSA Restritiva - O infinitivo, o gerúndio e o particípio não constituem
orações reduzidas quando fazem parte de uma locução verbal.
Nesse exemplo, a oração que ganhou o 1º lugar especifica Exemplos:
o sentido do substantivo cantor, indicando que o público não Preciso terminar este exercício.
aplaudiu qualquer cantor mas sim aquele que ganhou o 1º lugar. Ele está jantando na sala.
Essa casa foi construída por meu pai.
Pedra que rola não cria limo. - Uma oração coordenada também pode vir sob a forma
Os animais que se alimentam de carne chamam-se reduzida. Exemplo:
carnívoros. O homem fechou a porta, saindo depressa de casa.
Rubem Braga é um dos cronistas que mais belas páginas O homem fechou a porta e saiu depressa de casa. (oração
escreveram. coordenada sindética aditiva)
“Há saudades que a gente nunca esquece.” (Olegário Saindo depressa de casa: oração coordenada reduzida de
Mariano) gerúndio.
- Subordinadas Adjetivas Explicativas: São explicativas Qual é a diferença entre as orações coordenadas explicativas
quando apenas acrescentam uma qualidade à palavra a que se e as orações subordinadas causais, já que ambas podem ser
referem, esclarecendo um pouco mais seu sentido, mas sem iniciadas por que e porque? Às vezes não é fácil estabelecer a
restringi-lo ou especificá-lo. Exemplo: diferença entre explicativas e causais, mas como o próprio nome
O escritor Jorge Amado, / que mora na Bahia, / lançou um indica, as causais sempre trazem a causa de algo que se revela na
novo livro. oração principal, que traz o efeito.
OP OSA Explicativa OP Note-se também que há pausa (vírgula, na escrita) entre
a oração explicativa e a precedente e que esta é, muitas vezes,
Deus, que é nosso pai, nos salvará. imperativa, o que não acontece com a oração adverbial causal.
Valério, que nasceu rico, acabou na miséria. Essa noção de causa e efeito não existe no período composto por
Ele tem amor às plantas, que cultiva com carinho. coordenação. Exemplo: Rosa chorou porque levou uma surra.
Alguém, que passe por ali à noite, poderá ser assaltado. Está claro que a oração iniciada pela conjunção é causal, visto
que a surra foi sem dúvida a causa do choro, que é efeito.
Orações Reduzidas Rosa chorou, porque seus olhos estão vermelhos. O
Observe que as orações subordinadas eram sempre período agora é composto por coordenação, pois a oração
introduzidas por uma conjunção ou pronome relativo e iniciada pela conjunção traz a explicação daquilo que se revelou
apresentavam o verbo numa forma do indicativo ou do na coordena anterior. Não existe aí relação de causa e efeito: o
subjuntivo. Além desse tipo de orações subordinadas há outras fato de os olhos de Elisa estarem vermelhos não é causa de ela
que se apresentam com o verbo numa das formas nominais ter chorado.
(infinitivo, gerúndio e particípio). Exemplos: Ela fala / como falaria / se entendesse do assunto.
OP OSA Comparativa OSA Condicional
- Ao entrar nas escola, encontrei o professor de inglês.
(infinitivo) Questões
- Precisando de ajuda, telefone-me. (gerúndio)
- Acabado o treino, os jogadores foram para o vestiário. 01. Na frase: “Maria do Carmo tinha a certeza de que estava
(particípio) para ser mãe”, a oração destacada é:
(A) subordinada substantiva objetiva indireta
As orações subordinadas que apresentam o verbo numa das (B) subordinada substantiva completiva nominal
formas nominais são chamadas de reduzidas. (C) subordinada substantiva predicativa
Para classificar a oração que está sob a forma reduzida, (D) coordenada sindética conclusiva
devemos procurar desenvolvê-la do seguinte modo: colocamos (E) coordenada sindética explicativa
Língua Portuguesa 65
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02. “Na ‘Partida Monção’, não há uma atitude inventada.
Há reconstituição de uma cena como ela devia ter sido na Ampliação de Sentido
realidade.” A oração sublinhada é:
(A) adverbial conformativa Fala-se em ampliação de sentido quando a palavra passa a
(B) adjetiva designar uma quantidade mais ampla de objetos ou noções do
(C) adverbial consecutiva que originariamente.
(D) adverbial proporcional “Embarcar”, por exemplo, que originariamente era
(E) adverbial causal usada para designar o ato de viajar em um barco, ampliou
consideravelmente o sentido e passou a designar a ação de
03.“Esses produtos podem ser encontrados nos viajar em outros veículos. Hoje se diz, por ampliação de sentido,
supermercados com rótulos como ‘sênior’ e com características que um passageiro:
adaptadas às dificuldades para mastigar e para engolir dos - embarcou num ter.
mais velhos, e preparados para se encaixar em seus hábitos de - embarcou no ônibus das dez.
consumo”. O segmento “para se encaixar” pode ter sua forma - embarcou no avião da força aérea.
verbal reduzida adequadamente desenvolvida em - embarcou num transatlântico.
(A) para se encaixarem.
(B) para seu encaixotamento. “Alpinista”, na origem, era usado para indicar aquele que
(C) para que se encaixassem. escala os Alpes (cadeia montanhosa europeia). Depois, por
(D) para que se encaixem. ampliação de sentido, passou a designar qualquer tipo de
(E) para que se encaixariam. praticante do esporte de escalar montanhas.
Língua Portuguesa 66
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APOSTILAS OPÇÃO
corretos, como “terceira idade”, “melhor idade”, “maturidade”, inovação, 15 encabeçam também a pesquisa. Daí não decorre
entre outros. que só quem pesquisa, atividade estupidamente cara, seja capaz
Uma característica do politicamente correto é que, quando de ensinar.
ele se manifesta num uso linguístico específico, é porque esse O gasto médio anual por aluno numa das três universidades
uso se refere a um conceito já considerado como algo ruim. estaduais paulistas, aí embutidas todas as despesas que
A marca essencial do politicamente correto é a hipocrisia contribuem direta e indiretamente para a boa pesquisa,
articulada como gesto falso, ideias bem comportadas. incluindo inativos e aportes de Fapesp, CNPq e Capes, é de R$ 46
Voltando à velhice. Minha leitora entendeu que eu dizia que mil (dados de 2008). Ora, um aluno do ProUni custa ao governo
idosos devem se afundar na doença, na solidão e no abandono, algo em torno de R$ 1.000 por ano em renúncias fiscais.
e não procurar ser felizes. Mas, quando eu dizia que eles estão Não é preciso ser um gênio da aritmética para perceber que
fugindo da condição de avós, usava isso como metáfora da o país não dispõe de recursos para colocar os quase sete milhões
mentira (politicamente correta) quanto ao medo que temos de universitários em instituições com o padrão de investimento
de afundar na doença, antes de tudo psicológica, devido ao das estaduais paulistas. E o Brasil precisa aumentar rapidamente
abandono e à solidão, típicos do mundo contemporâneo. Minha sua população universitária. Nossa taxa bruta de escolarização
crítica era à nossa cultura, e não às vítimas dela. Ela cultua a no nível superior beira os 30%, contra 59% do Chile e 63% do
juventude como padrão de vida e está intimamente associada Uruguai.
ao medo do envelhecimento, da dor e da morte. Sua opção é pela Isso para não mencionar países desenvolvidos como
“negação”, traço de um dos sintomas neuróticos descritos por EUA (89%) e Finlândia (92%). Em vez de insistir na ficção
Freud. constitucional de que todas as universidades do país precisam
Walter Benjamim, filósofo alemão do século XX, dizia que na dedicar-se à pesquisa, faria mais sentido aceitar o mundo como
modernidade o narrador da vida desapareceu. Isso quer dizer ele é e distinguir entre instituições de elite voltadas para a
que as pessoas encarregadas, antigamente, de narrar a vida produção de conhecimento e as que se destinam a difundi-lo. O
e propor sentido para ela perderam esse lugar. Hoje os mais Brasil tem necessidade de ambas.
velhos querem “aprender” com os mais jovens (aprender a amar, (Hélio Schwartsman. Disponível em: http://www1.folha.uol.
se relacionar, comprar, vestir, viajar, estar nas redes sociais). com.br, 10.09.2013. Adaptado)
Esse fenômeno, além de cruel com o envelhecimento, é também
desorganizador da própria juventude. Ouço cotidianamente, na Assinale a alternativa em que a expressão destacada é
sala de aula, os alunos demonstrarem seu desprezo por pais e empregada em sentido figurado.
mães que querem aprender a viver com eles. (A) ... universidades que fazem pesquisa tendem a reunir a
Alguns elementos do mundo moderno não ajudam a nata dos especialistas...
combater essa desvalorização dos mais velhos. As ferramentas (B) Os dados do Ranking Universitário publicados em
de informação, normalmente mais acessíveis aos jovens, setembro de 2013...
aumentam a percepção negativa dos mais velhos diante do (C) Não é preciso ser um gênio da aritmética para perceber
acúmulo de conhecimento posto a serviço dos consumidores, que o país não dispõe de recursos...
que questionam as “verdades constituídas do passado”. A (D) ... das 20 universidades mais bem avaliadas em termos
própria estrutura sobre a qual se funda a experiência moderna – de ensino...
ciência, técnica, superação de tradição – agrava a invisibilidade (E) ... todas as despesas que contribuem direta e
dos mais velhos. Em termos humanos, o passado (que “nada” indiretamente para a boa pesquisa...
serve ao mundo do progresso) tem um nome: idoso. Enfim, resta
aos vovôs e vovós ir para a academia ou para as redes sociais. 03. (TJ-SP – Escrevente Técnico Judiciário –
VUNESP/2014)
(Luiz Felipe Pondé, Somma, agosto 2014, p. 31. Adaptado) Leia o texto para responder a questão.
Um pé de milho
O termo empregado com sentido figurado está em destaque
na seguinte passagem do texto: Aconteceu que no meu quintal, em um monte de terra trazido
(A) Mas o fato de ela ter me entendido mal, o que acontece pelo jardineiro, nasceu alguma coisa que podia ser um pé de
com frequência quando se discute o tema da velhice… (segundo capim – mas descobri que era um pé de milho. Transplantei-o
parágrafo). para o exíguo canteiro na frente da casa. Secaram as pequenas
(B) O motivo da sua pergunta era eu ter dito, em uma de folhas, pensei que fosse morrer. Mas ele reagiu. Quando
minhas colunas, que hoje em dia não existiam mais vovôs e estava do tamanho de um palmo, veio um amigo e declarou
vovós… (primeiro parágrafo). desdenhosamente que na verdade aquilo era capim. Quando
(C) Walter Benjamim, filósofo alemão do século XX, dizia que estava com dois palmos veio outro amigo e afirmou que era cana.
na modernidade o narrador da vida desapareceu. (penúltimo Sou um ignorante, um pobre homem da cidade. Mas eu tinha
parágrafo). razão. Ele cresceu, está com dois metros, lança as suas folhas
(D) A própria estrutura sobre a qual se funda a experiência além do muro – e é um esplêndido pé de milho. Já viu o leitor
moderna – ciência, técnica, superação de tradição – agrava a um pé de milho? Eu nunca tinha visto. Tinha visto centenas de
invisibilidade dos mais velhos. (último parágrafo). milharais – mas é diferente. Um pé de milho sozinho, em um
(E) Minha leitora entendeu que eu dizia que idosos devem anteiro, espremido, junto do portão, numa esquina de rua – não
se afundar na doença, na solidão e no abandono… (quarto é um número numa lavoura, é um ser vivo e independente. Suas
parágrafo). raízes roxas se agarra mão chão e suas folhas longas e verdes
nunca estão imóveis.
02. (PC-CE – Escrivão de Polícia Civil – VUNESP/2015) Anteontem aconteceu o que era inevitável, mas que nos
Ficção universitária encantou como se fosse inesperado: meu pé de milho pendoou.
Há muitas flores belas no mundo, e a flor do meu pé de milho
Os dados do Ranking Universitário publicados em setembro não será a mais linda. Mas aquele pendão firme, vertical, beijado
de 2013 trazem elementos para que tentemos desfazer o mito, pelo vento do mar, veio enriquecer nosso canteirinho vulgar com
que consta da Constituição, de que pesquisa e ensino são uma força e uma alegria que fazem bem. É alguma coisa de vivo
indissociáveis. É claro que universidades que fazem pesquisa que se afirma com ímpeto e certeza. Meu pé de milho é um belo
tendem a reunir a nata dos especialistas, produzir mais gesto da terra. E eu não sou mais um medíocre homem que vive
inovação e atrair os alunos mais qualificados, tornando-se assim atrás de uma chata máquina de escrever: sou um rico lavrador
instituições que se destacam também no ensino. da Rua Júlio de Castilhos.
O Ranking Universitário mostra essa correlação de forma (Rubem Braga. 200 crônicas escolhidas, 2001. Adaptado)
cristalina: das 20 universidades mais bem avaliadas em termos Assinale a alternativa em que, nas duas passagens, há termos
de ensino, 15 lideram no quesito pesquisa (e as demais estão empregados em sentido figurado.
relativamente bem posicionadas). Das 20 que saem à frente em (A) ... beijado pelo vento do mar.... (3º §) / Meu pé de milho é
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APOSTILAS OPÇÃO
um belo gesto da terra. (3º §) 04. Resposta: B
(B) Mas ele reagiu. (1º §) / ... na verdade aquilo era capim. (A) Atitudes são o espelho;
(1º §) (B) CERTA;
(C) Secaram as pequenas folhas... (1º §) / Sou um ignorante... (C) Pipocavam palavras no texto;
(2º §) (D) Choviam risadas;
(D) Ele cresceu, está com dois metros... (2º §) / Tinha visto (E) Sabedoria abre as portas
centenas de milharais... (2º §)
(E) ... lança as suas folhas além do muro... (2º §) / Há muitas 05. Resposta: B
flores belas no mundo... (3º §) Segundo Bechara:
Vocativo: uma unidade à parte – Desligado da estrutura
04. (IF-SC – Técnico de Laboratório – IF-SC/2014) argumental da oração e desta separado por curva de entoação
Assinale a opção em que NÃO há palavra usada em sentido exclamativa, o vocativo cumpre uma função apelativa de 2.ª
conotativo. pessoa, pois, por seu intermédio, chamamos ou pomos em
(A) Tuas atitudes são o espelho do teu caráter. evidência a pessoa ou coisa a que nos dirigimos:
(B) Regras podem ser estabelecidas para uma convivência José, vem cá!
pacífica. Tu, meu irmão, precisas estudar!
(C) Pipocavam palavras no texto, como se fossem rabiscos Felicidade, onde te escondes?
coloridos do próprio pensamento Algumas vezes vem precedido de ó, que a tradição gramatical
(D) Choviam risadas naquela peça de humor. inclui entre as interjeições, pela sua correspondência material,
(E) A sabedoria abre as portas do conhecimento. mas que, na realidade, pode ser considerado um morfema de
vocativo, dada a característica entonacional que a diferencia das
05. (CRN-GO – Nutricionista Fiscal – Quadrix/2014) interjeições propriamente ditas [HCv.2, 197 n.47].
“Deus, ó Deus, onde estás que não respondes?” [CAv.1, 141]
Estes exemplos nos põem diante de algumas particularidades
que envolvem o vocativo. Pelo desligamento da estrutura
argumental da oração, constitui, por si só, a rigor, uma frase
exclamativa à parte ou um fragmento de oração, à semelhança
das interjeições. Por outro lado, como no caso de Tu, meu irmão,
precisas estudar!, às vezes, se aproxima do aposto explicativo,
pela razão que vai constituir a particularidade seguinte. Por
fim, o vocativo, na função apelativa, está ligado ao imperativo
Sobre a tirinha, de uma maneira geral, analise as afirmações. ou conteúdo volitivo da forma verbal, já que, em se tratando
I. A linguagem do texto da tirinha é absolutamente formal. de ordem ou manifestação de desejo endereçada à pessoa com
II. A palavra “Garfield”, no segundo quadrinho, aparece quem falamos ou a quem nos dirigimos, presente quase sempre,
isolada por vírgula por se tratar de um vocativo. não há necessidade de marcar gramaticalmente o sujeito.
III. O humor da tirinha se constrói com base, essencialmente, Quando surge a necessidade de explicitá-lo, por algum motivo,
na linguagem não verbal, já que as bruscas alterações nas feições aludimos a esse sujeito em forma de vocativo [RLz.1, 66].
de Garfield levam à estranheza do leitor.
Denotação e Conotação
Está correto o que se afirma em:
(A) I, somente. A língua portuguesa é rica, interessante, criativa e versátil,
(B) II, somente. encontrando-se em constante evolução. As palavras não
(C) III, somente. apresentam apenas um significado objetivo e literal, mas sim
(D) I e III, somente. uma variedade de significados, mediante o contexto em que
(E) II e III, somente. ocorrem e as vivências e conhecimentos das pessoas que as
utilizam.
Respostas A significação das palavras não é fixa, nem estática. Por meio
01. Resposta: D da imaginação criadora do homem, as palavras podem ter seu
O sentido figurado ou conotativo, é aquele em que se atribui significado ampliado, deixando de representar apenas a ideia
à palavra ou expressão, um sentido ampliado, diferente do original (básica e objetiva). Assim, frequentemente remetem-
sentido literal/usual. nos a novos conceitos por meio de associações, dependendo de
d) A palavra “Indivisibilidade” foi usada com o sentido de sua colocação numa determinada frase. Observe os seguintes
“isolamento”, “exclusão” e, portanto, é o gabarito. exemplos:
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APOSTILAS OPÇÃO
a) No primeiro exemplo, a palavra apresenta seu sentido maneira, os gêneros textuais são definidos pelas características
original, impessoal, sem considerar o contexto, tal como aparece dos diversos tipos de textos, os quais apresentam características
no dicionário. Nesse caso, prevalece o sentido denotativo - ou comuns em relação à linguagem e ao conteúdo.
denotação - do signo linguístico.
b) No segundo exemplo, a palavra aparece com outro
significado, passível de interpretações diferentes, dependendo
do contexto em que for empregada. Nesse caso, prevalece o
sentido conotativo - ou conotação do signo linguístico.
Obs.: a linguagem poética faz bastante uso do sentido
conotativo das palavras, num trabalho contínuo de criar ou
modificar o significado. Na linguagem cotidiana também é
comum a exploração do sentido conotativo, como consequência
da nossa forte carga de afetividade e expressividade.
Exemplos:
Você é o meu sol!
Minha vida é um mar de tristezas.
Você tem um coração de pedra!
Fontes: http://www.soportugues.com.br/secoes/estil/estil1.php
Texto Narrativo
http://www.normaculta.com.br/conotacao-e-denotacao/
Os textos narrativos apresentam ações de personagens no
tempo e no espaço. Sua estrutura é dividida em: apresentação,
Gêneros Textuais desenvolvimento, clímax e desfecho. Alguns exemplos de
gêneros textuais narrativos:
Os gêneros textuais são classificações de textos de acordo Romance
com o objetivo e o contexto em que são empregados. Dessa Novela
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APOSTILAS OPÇÃO
Crônica deixam levantar a essa hora; por isso, tive de controlar minha
Contos de Fada curiosidade até quinze para as sete. Quando não dava mais para
Fábula esperar, fui até a sala de jantar, onde Moortje (a gata) me deu as
Lendas boas-vindas, esfregando-se em minhas pernas.”
Trecho retirado do livro “Diário de Anne Frank”.
Texto Descritivo
Os textos descritivos se ocupam de relatar e expor Carta – esta, dependendo do destinatário pode ser informal,
determinada pessoa, objeto, lugar, acontecimento. Dessa quando é destinada a algum amigo ou pessoa com quem se tem
forma, são textos repletos de adjetivos os quais descrevem ou intimidade. E formal quando destinada a alguém mais culto
apresentam imagens a partir das percepções sensoriais do ou que não se tenha intimidade. Dependendo do objetivo da
locutor (emissor). São exemplos de gêneros textuais descritivos: carta a mesma terá diferentes estilos de escrita, podendo ser
Diário dissertativa, narrativa ou descritiva. As cartas se iniciam com
Relatos (viagens, históricos, etc.) a data, em seguida vem a saudação, o corpo da carta e para
Biografia e autobiografia finalizar a despedida.
Notícia
Currículo Propaganda – este gênero geralmente aparece na forma
Lista de compras oral, diferente da maioria dos outros gêneros. Suas principais
Cardápio características são a linguagem argumentativa e expositiva,
Anúncios de classificados pois a intenção da propaganda é fazer com que o destinatário
se interesse pelo produto da propaganda. O texto pode conter
Texto Dissertativo-Argumentativo algum tipo de descrição e sempre é claro e objetivo.
Os textos dissertativos são aqueles encarregados de expor
um tema ou assunto por meio de argumentações; são marcados Notícia – este é um dos tipos de texto que é mais fácil de
pela defesa de um ponto de vista, ao mesmo tempo que tenta identificar. Sua linguagem é narrativa e descritiva e o objetivo
persuadir o leitor. Sua estrutura textual é dividida em três desse texto é informar algo que aconteceu.
partes: tese (apresentação), antítese (desenvolvimento), nova
tese (conclusão). Exemplos de gêneros textuais dissertativos: Fontes: http://www.todamateria.com.br/generos-textuais/
Editorial Jornalístico http://www.estudopratico.com.br/generos-textuais/
Carta de opinião http://mundoeducacao.bol.uol.com.br/redacao/genero-textual.
Resenha htm
Artigo
Ensaio Questões
Monografia, dissertação de mestrado e tese de doutorado
Veja também: Texto Dissertativo. 01. MOSTRE QUE SUA MEMÓRIA É MELHOR DO QUE A DE
COMPUTADOR E GUARDE ESTA CONDIÇÃO: 12X SEM JUROS.
Texto Expositivo
Os textos expositivos possuem a função de expor determinada Revista Época. N° 424, 03 jul. 2006.
ideia, por meio de recursos como: definição, conceituação,
informação, descrição e comparação. Assim, alguns exemplos de Ao circularem socialmente, os textos realizam-se como
gêneros textuais expositivos: práticas de linguagem, assumindo funções específicas, formais
Seminários e de conteúdo. Considerando o contexto em que circula o texto
Palestras publicitário, seu objetivo básico é
Conferências a) definir regras de comportamento social pautadas no
Entrevistas combate ao consumismo exagerado.
Trabalhos acadêmicos b) influenciar o comportamento do leitor, por meio de apelos
Enciclopédia que visam à adesão ao consumo.
Verbetes de dicionários c) defender a importância do conhecimento de informática
pela população de baixo poder aquisitivo.
Texto Injuntivo d) facilitar o uso de equipamentos de informática pelas
O texto injuntivo, também chamado de texto instrucional, é classes sociais economicamente desfavorecidas.
aquele que indica uma ordem, de modo que o locutor (emissor) e) questionar o fato de o homem ser mais inteligente que a
objetiva orientar e persuadir o interlocutor (receptor); por isso, máquina, mesmo a mais moderna.
apresentam, na maioria dos casos, verbos no imperativo. Alguns
exemplos de gêneros textuais injuntivos: 02. Partindo do pressuposto de que um texto estrutura-se
Propaganda a partir de características gerais de um determinado gênero,
Receita culinária identifique os gêneros descritos a seguir:
Bula de remédio I. Tem como principal característica transmitir a opinião de
Manual de instruções pessoas de destaque sobre algum assunto de interesse. Algumas
Regulamento revistas têm uma seção dedicada a esse gênero;
Textos prescritivos II. Caracteriza-se por apresentar um trabalho voltado
para o estudo da linguagem, fazendo-o de maneira particular,
Exemplos de gêneros textuais refletindo o momento, a vida dos homens através de figuras que
Diário – é escrito em linguagem informal, sempre consta possibilitam a criação de imagens;
a data e não há um destinatário específico, geralmente, é III. Gênero que apresenta uma narrativa informal ligada à
para a própria pessoa que está escrevendo, é um relato dos vida cotidiana. Apresenta certa dose de lirismo e sua principal
acontecimentos do dia. O objetivo desse tipo de texto é guardar característica é a brevidade;
as lembranças e em alguns momentos desabafar. Veja um IV. Linguagem linear e curta, envolve poucas personagens,
exemplo: que geralmente se movimentam em torno de uma única ação,
“Domingo, 14 de junho de 1942 dada em um só espaço, eixo temático e conflito. Suas ações
Vou começar a partir do momento em que ganhei você, encaminham-se diretamente para um desfecho;
quando o vi na mesa, no meio dos meus outros presentes de V. Esse gênero é predominantemente utilizado em manuais
aniversário. (Eu estava junto quando você foi comprado, e com de eletrodomésticos, jogos eletrônicos, receitas, rótulos de
isso eu não contava.) produtos, entre outros.
Na sexta-feira, 12 de junho, acordei às seis horas, o que
não é de espantar; afinal, era meu aniversário. Mas não me São, respectivamente:
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APOSTILAS OPÇÃO
a) texto instrucional, crônica, carta, entrevista e carta Quinhentismo
argumentativa.
b) carta, bula de remédio, narração, prosa, crônica. Contexto Histórico: Grandes Navegações
c) entrevista, poesia, crônica, conto, texto instrucional. O Brasil foi descoberto em 1500 e a partir de agora começa
d) entrevista, poesia, conto, crônica, texto instrucional. a Literatura Brasileira. O Quinhentismo (uma referência ao ano
e) texto instrucional, crônica, entrevista, carta e carta de 1500) é o período literário brasileiro dos anos 1500 e tudo
argumentativa. o que tínhamos sobre o Brasil eram os textos informativos que
os navegantes europeus escreviam para descreverem a terra
03. descoberta (Literatura de Informação). Sendo assim, o marco
Câncer 21/06 a 21/07 inicial da Literatura Brasileira foi A Carta de Caminha, primeiro
documento escrito sobre o Brasil (foi escrito por Pero Vaz de
O eclipse em seu signo vai desencadear mudanças na sua Caminha para o rei de Portugal com o objetivo de dar notícias
autoestima e no seu modo de agir. O corpo indicará onde você sobre a terra descoberta e descrever as suas características).
falha – se anda engolindo sapos, a área gástrica se ressentirá. O Também temos a ocorrência da Literatura de Catequese, que
que ficou guardado virá à tona, pois este novo ciclo exige uma tinha o objetivo de catequizar os índios (o grande nome desse
“desintoxicação”. Seja comedida em suas ações, já que precisará período foi o padre José de Anchieta).
de energia para se recompor. Há preocupação com a família,
e a comunicação entre os irmãos trava. Lembre-se: palavra Barroco no Brasil
preciosa é palavra dita na hora certa. Isso ajuda também na vida
amorosa, que será testada. Melhor conter as expectativas e ter O Barroco foi introduzido no Brasil por intermédio dos
calma, avaliando as próprias carências de modo maduro. Sentirá jesuítas. Inicialmente, no final do século XVI, tratava-se de um
vontade de olhar além das questões materiais – sua confiança movimento apenas destinado à catequização. A partir do século
virá da intimidade com os assuntos da alma. XVII, o Barroco passa a se expandir para os centros de produção
Revista Cláudia. Nº 7, ano 48, jul. 2009. açucareira, especialmente na Bahia, por meio das igrejas. Assim,
a função da igreja era ensinar o caminho da religiosidade e da
O reconhecimento dos diferentes gêneros textuais, seu moral a uma população que vivia desregradamente.
contexto de uso, sua função específica, seu objetivo comunicativo Nos séculos XVII e XVIII não havia ainda condições para
e seu formato mais comum relacionam-se com os conhecimentos a formação de uma consciência literária brasileira. A vida
construídos socioculturalmente. A análise dos elementos social no país era organizada em função de pequenos núcleos
constitutivos desse texto demonstra que sua função é: econômicos, não existindo efetivamente um público leitor
a) vender um produto anunciado. para as obras literárias, o que só viria a ocorrer no século XIX.
b) informar sobre astronomia. Por esse motivo, fala-se apenas em autores brasileiros com
c) ensinar os cuidados com a saúde. características barrocas, influenciados por fontes estrangeiras
d) expor a opinião de leitores em um jornal. (portuguesa e espanhola), mas que não chegaram a constituir
e) aconselhar sobre amor, família, saúde, trabalho. um movimento propriamente dito. Nesse contexto, merecem
destaque a poesia de Gregório de Matos Guerra e a prosa do
04. Leia o texto a seguir para responder à questão: padre Antônio Vieira representada pelos seus sermões.
Didaticamente, o Barroco brasileiro tem seu marco inicial
A outra noite em 1601, com a publicação do poema épico Prosopopeia, de
Bento Teixeira.
Outro dia fui a São Paulo e resolvi voltar à noite, uma noite de
vento sul e chuva, tanto lá como aqui. Quando vinha para casa de Conheça a seguir os trechos selecionados:
táxi, encontrei um amigo e o trouxe até Copacabana; e contei a
ele que lá em cima, além das nuvens, estava um luar lindo, de lua Prosopopeia
cheia; e que as nuvens feias que cobriam a cidade eram, vistas de
cima, enluaradas, colchões de sonho, alvas, uma paisagem irreal. I
Depois que o meu amigo desceu do carro, o chofer aproveitou
o sinal fechado para voltar-se para mim: Cantem Poetas o Poder Romano,
- O senhor vai desculpar, eu estava aqui a ouvir sua conversa. Sobmetendo Nações ao jugo duro;
Mas, tem mesmo luar lá em cima? O Mantuano pinte o Rei Troiano,
Confirmei: sim, acima da nossa noite preta e enlamaçada e Descendo à confusão do Reino escuro;
torpe havia uma outra – pura, perfeita e linda. Que eu canto um Albuquerque soberano,
- Mas, que coisa... Da Fé, da cara Pátria firme muro,
Ele chegou a pôr a cabeça fora do carro para olhar o céu Cujo valor e ser, que o Ceo lhe inspira,
fechado de chuva. Depois continuou guiando mais lentamente. Pode estancar a Lácia e Grega lira.
Não sei se sonhava em ser aviador ou pensava em outra coisa.
- Ora, sim senhor...
E, quando saltei e paguei a corrida, ele me disse um “boa II
noite” e um “muito obrigado ao senhor” tão sinceros, tão
veementes, como se eu lhe tivesse feito um presente de rei. As Délficas irmãs chamar não quero,
que tal invocação é vão estudo;
Rubem Braga Aquele chamo só, de quem espero
A vida que se espera em fim de tudo.
Analisando as principais características do texto lido, Ele fará meu Verso tão sincero,
podemos dizer que seu gênero predominante é: Quanto fora sem ele tosco e rudo,
Que per rezão negar não deve o menos
a) Conto. Quem deu o mais a míseros terrenos.
b) Poesia.
c) Prosa. Esse poema, além de traçar elogios aos primeiros donatários
d) Crônica. da capitania de Pernambuco, narra o naufrágio sofrido por um
e) Diário. deles, o donatário Jorge Albuquerque Coelho. Apesar de os
críticos o considerarem de pouco valor literário, o texto tem seu
Respostas valor histórico pois foi a primeira obra do Barroco brasileiro e o
01 (B) \02. (C)\03.(E)\04. (D) marco inicial do primeiro estilo de época a surgir no Brasil.
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Gregório de Matos Guerra: o Boca do Inferno À mesma d. Ângela
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APOSTILAS OPÇÃO
o declínio do comércio no Oriente, Portugal viveu uma crise cresceu o mar até os cumes dos montes, alagou-se o mundo todo:
econômica e dinástica. Como consequência, o então rei de já estaria satisfeita vossa justiça, senão quando ao terceiro dia
Portugal D. Sebastião resolve colocar em prática seu plano de começaram a boiar os corpos mortos, e a surgir e aparecer em
organizar uma cruzada em Marrocos e levando à batalha de multidão infinita aquelas figuras pálidas, e então se representou
Alcacer-Quibir em 1578. sobre as ondas a mais triste e funesta tragédia que nunca viram os
A derrota na batalha e seu de desaparecimento (provável anjos, que homens que a vissem, não os havia.
morte em batalha), gerou especulações acerca de seu paradeiro.
A partir de então, originou-se a crença de que o rei retornaria Sermão de Santo Antônio (1654):
para transformar Portugal novamente em uma grande potência
econômica. Padre Antônio Vieira era um dos que acreditavam no Também conhecido como “O Sermão dos Peixes”, pois nele
Sebastianismo e, mais adiante, Antônio Conselheiro anunciava o padre usa a imagem dos peixes como símbolo para fazer uma
o retorno de D. Sebastião nos episódios da Guerra de Canudos. crítica aos vícios dos colonos portugueses que se aproveitavam
da condição dos índios para escravizá-los e sujeitá-los ao seu
poder. Leia um trecho do sermão:
Os sermões Vós, diz Cristo, Senhor nosso, falando com os pregadores, sois
o sal da terra: e chama-lhes sal da terra, porque quer que façam
Escreveu cerca de duzentos sermões em estilo conceptista, na terra o que faz o sal. O efeito do sal é impedir a corrupção;
isto é, que privilegia a retórica e o encadeamento lógico de ideias mas quando a terra se vê tão corrupta como está a nossa, havendo
e conceitos. Estão formalmente divididos em três partes: tantos nela que têm ofício de sal, qual será, ou qual pode ser a
causa desta corrupção? (...) Enfim, que havemos de pregar hoje
Introito ou Exórdio: a apresentação, introdução do assunto. aos peixes? Nunca pior auditório. Ao menos têm os peixes duas
Desenvolvimento ou argumento: defesa de uma ideia com boas qualidades de ouvintes: ouvem e não falam. Uma só cousa
base na argumentação. pudera desconsolar o Pregador, que é serem gente os peixes que
Peroração: parte final, conclusão. se não há-de converter. Mas esta dor é tão ordinária, que já pelo
costume quase se não sente (...) Suposto isto, para que procedamos
Seus sermões mais famosos são: com clareza, dividirei, peixes, o vosso sermão em dois pontos: no
primeiro louvar-vos-ei as vossas atitudes, no segundo repreender-
Sermão da Sexágésima (1655): vos-ei os vossos vícios. (...)
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APOSTILAS OPÇÃO
francesa devido aos acontecimentos movidos pela burguesia Também conhecido como o “guardador de rebanhos”
que sacudiram toda a Europa (e o mundo Ocidental). Glauceste Satúrnio, seu pseudônimo, Cláudio Manoel da Costa
nasceu na cidade de Mariana (em Minas Gerais). Estudou
Segundo o crítico Alfredo Bosi em seu livro História Concisa Direito em Coimbra, onde teve contato com as principais ideias
da Literatura Brasileira (São Paulo: editora Cultrix, 2006) houve do Iluminismo e, ao voltar para o Brasil, fundou da Arcádia
dois momentos do Arcadismo no Brasil: Ultramarina em Vila Rica. Era um homem muito rico e de posses
a) poético: retorno à tradição clássica com a utilização dos que influenciou a elite intelectual da época. Por ter participado
seus modelos, e valorização da natureza e da mitologia. da Inconfidência Mineira, foi preso e encontrado enforcado na
b) ideológico: influenciados pela filosofia presente no cadeia em 1789.
Iluminismo, que traduz a crítica da burguesia culta aos abusos Os temas iniciais de sua obra giram em torno das reflexões
da nobreza e do clero. morais e das contradições da vida com forte inspiração nos
Seus principais autores são Cláudio Manoel da Costa, Tomás modelos barrocos.
Antônio Gonzaga, Basílio da Gama e Santa Rita Durão. No Brasil, Posteriormente, dedicou-se à poesia bucólica e pastoril na
o ano convencionado para o início do Arcadismo é 1768, quando qual a natureza funciona como um refúgio para o poeta que busca
houve a publicação deObras, do poeta Claudio Manoel da Costa. a vida longe da cidade e reflete o as angustias e o sofrimento
amoroso com sua musa inacessível Nise. Estes poemas fazem
Arcádia Ultramarina parte do conjunto intitulado Obras (1768).
Trata-se de uma sociedade literária fundada na cidade de Cláudio Manoel da Costa também se dedicou à exaltação
Vila Rica (MG), influenciada pela Arcádia italiana (fundada em dos bandeirantes, fundadores de inúmeras cidades da região
1690) e cujos membros adotavam pseudônimos, isto é, nomes mineradora e desbravadores do interior do país e de contar
artísticos, de pastores cantados na poesia grega ou latina. Por a história da cidade de Ouro Preto no poemeto épico Vila
isso que alguns dos principais nomes do Arcadismo brasileiro Rica (1773).
publicavam suas obras com nomes inspirados na mitologia
grega e romana. Tomás Antônio Gonzaga (1744-1810)
Principais características
- inspiração nos modelos clássicos greco-latinos e
renascentistas, como por exemplo, em O Uraguai (gênero épico),
em Marília de Dirceu (gênero lírico) e em Cartas Chilenas (gênero Tomás Antônio Gonzaga,
satírico); poeta árcade, ilustrdo por
- influência da filosofia francesa; artista desconhecido. Patrono
- mitologia pagã como elemento estético; da cadeira de número 37 da
- o bom selvagem, expressão do filósofo Jean-Jacques Academia Brasileira de Letras,
Rousseau, denota a pureza dos nativos da terra fazem menção à
natureza e à busca pela vida simples, bucólica e pastoril; Gonzaga deixou como legado
- tensão entre o burguês culto, da cidade, contra a aristocracia; importantes obra líricas e
- pastoralismo: poetas simples e humildes; satíricas.
- bucolismo: busca pelos valores da natureza;
- nativismo: referências à terra e ao mundo natural;
- tom confessional;
- estado de espírito de espontaneidade dos sentimentos;
- exaltação da pureza, da ingenuidade e da beleza. Nasceu na cidade de Porto, em Portugal, porém, filho de
mãe portuguesa e pai brasileiro, vive parte da vida no Brasil.
Termos em latim Formado em Direito pela Universidade de Coimbra, muda para
O uso de expressões em latim era comum no neoclacisssimo. o Brasil para trabalhar como ouvidor e juiz. Aqui, pretendia se
Elas estavam associadas ao estilo de vida simples e bucólico. casar com a jovem Maria Dorotéia Joaquina de Seixas Brandão,
Conheça algumas delas: sua musa Marília.
Inutilia truncat: «cortar o inútil», referência aos excessos No entanto, como participara da Inconfidência Mineira,
cometidos pelas obras do barroco. No arcadismo, os poetas
primavam pela simplicidade. é preso e levado para o Rio de Janeiro. Quando sai da prisão,
Fugere urbem: «fugir da cidade», do escritor clássico Horácio; muda-se para Moçambique, na África, onde casa com Juliana de
Locus amoenus: “lugar ameno”, um refúgio ameno em Sousa Mascarenhas.
detrimento dos centros urbanos monárquicos; Tomás Antônio Gonzaga é o pastor Dirceu, pseudônimo criado
Carpe diem: «aproveitar a vida», o pastor, ciente da pelo poeta para seu conjunto de liras famosas intitulado Marília
efemeridade do tempo, convida sua amada a aproveitar o de Dirceu, publicadas em três partes nos anos de 1792, 1799 e
momento presente. 1812. Nessa obra, Dirceu é o pastor que cultiva o ideal da vida
Cabe ressaltar, no entanto, que os membros da Arcádia eram campestre, que vive entre ovelhas em uma choupana e aproveita
todos burgueses e habitantes dos centros urbanos. Por isso a o momento presente ao lado da amada Marília.
eles são atribuídos um fingimento poético, isto é, a simulação Essa oscilação, segundo o crítico, demonstraria o
de sentimentos fictícios. compromisso árcade entre o real e os padrões de beleza do
lirismo inspirado no poeta clássico Petrarca. Outra oscilação
Autores presente nos poemas é entre o pastor bucólico e o intelectual
Cláudio Manoel da Costa (1729-1789) da cidade.
Percebe-se, no entanto, uma mudança considerável no
discurso do poeta, coincidindo com a época em que o autor esteve
preso e passa a refletir sobre as angústias do aprisionamento, a
justiça e o destino dos homens.
Cabe ressaltar, no entanto, que, embora o conjunto de liras
Cláudio Manoel da Costa, o seja dedicado à amada Marília, em momento algum temos a
poeta mineiro nascido em voz da personagem idealizada. É apenas Dirceu quem discorre
acerca dos seus sentimentos. Segundo alguns críticos literários,
1729, ilustrado por Newton
esse fato é um reflexo da sociedade patriarcal em que Gonzaga
Resende. vivia, não permitindo que suas personagens pudessem expressar
suas vozes.
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APOSTILAS OPÇÃO
cria personagens e pseudônimos: aqui, Critilo assina as cartas Em 1769 publica o poema épico O Uraguai, criticando os
e as envia para Doroteu. O conteúdo das “cartas” são críticas jesuítas e defendendo a política do Marquês de Pombal que o
ao suposto governador do Chile (onde vive Critilo) Fanfarrão transforma em oficial da Secretaria do Reino. A crítica recaía
Minésio, uma referência ao governador de Minas Gerais Luís da no fato de que os jesuítas não defendiam os índios, apenas
Cunha Meneses. pretendiam falsamente libertá-los e usar a mão de obra indígena
para proveito próprio.
Santa Rita Durão (1722-1784) Em 1750, com o Tratado de Madrid, a missão dos Sete Povos
passaria aos portugueses enquanto que Colônia de Sacramento,
no Uruguai, passaria para os espanhóis. O poema narra a luta
dos portugueses contra os índios das Missões (instigados pelos
José de Santa Rita Durão jesuítas espanhóis) que se recusam a sair de suas terras, dando
início aos conflitos conhecidos como as Guerra Guaranítica
nasceu em Cata-Preta, nas
(1754-56).
proximidades de Mariana A crítica recai, principalmente, sobre o personagem Balda,
em Minas Gerais. Ingressa na padre jesuíta que encarna o mal. Corrupto e desleal, seduz uma
Ordem de Santo Agostinho, em índia e tem um filho com ela, Baldeta. Na aldeia moram também
Portugal, e lá permanece até o chefe da tribo Cacambo e sua mulher Lindóia, casal que
sua morte em 1784. representa a força do guerreiro e a beleza e delicadeza da índia.
Balda quer forçar Lindóia a se casar com Baldeta, enviando
Cacambo para as batalhas na esperança de que o índio morra
para uni-la a seu filho.
No Canto II, Basílio da Gama relata o encontro entre os
Seu trabalho mais conhecido é o Caramuru (1781), cujo caciques Sepé Tiaraju e Cacambo com o comandante português
subtítulo, Poema épico do descobrimento da Bahia, remonta Gomes Freire de Andrada, ocorrido às margens do rio Uruguai
ao tempo em que os primeiros europeus chegaram ao Brasil e (chamado então de “Uraguai”). O comandante tenta estabelecer
travaram contato com os nativos. um acordo com os índios, sem sucesso, dando início aos
Caramuru é o nome dado ao português Diogo Álvares Correia combates.
que passa a viver entre os índios Tupinambás após sobreviver a O cacique Sepé Tiaraju lidera a disputa e acaba morto.
um naufrágio no litoral baiano. Considerado um herói “cultural”, Cacambo, seu sucessor, é capturado e descobre que o perigo
que ensina as leis e as virtudes aos “bárbaros” que aqui viviam, estava o tempo todo na mão dos jesuítas. Os portugueses,
ganha o respeito dos índios ao disparar uma arma de fogo. Os então, permitem que ele retorne a sua aldeia para alertar seus
índios, assustados, equiparam-no a Tupã e passam a respeitá- companheiros contra os perigos dos jesuítas. De volta, o valente
lo como uma entidade eviada. Ele se encanta com Paraguaçu, a guerreiro é envenenado por Balda e Lindóia, vendo-se forçada a
bela índia de pele branca. Já instalado na tribo, Diego percebe a casar com Baldeta, comete suicídio, deixando-se picar por uma
possibilidade de difundir a fé cristã para os índios, doutrinando- cobra venenosa.
os após ter encontrado uma gruta que se assemelharia a uma Segundo o crítico literário Alfredo Bosi no estudo História
igreja. Concisa da Literatura Brasileira (São Paulo: Cultrix, 2006),
Mais adiante, Diego ajuda a resgatar a tripulação de um barco Basílio da Gama é o homem do fim do século XVIII «cujos valores
espanhol que havia naufragado e vê a possibilidade de retornar pré-liberais prenunciam a Revolução e se manteriam com o
à Europa através da nau francesa que viera resgatar aquela idealismo romântico». Assim, pode-se dizer que O Uraguai
tripulação. Parte, com Paraguaçu, deixando para trás as belas prenuncia muitos dos aspectos que serão desenvolvidos durante
índias que haviam se apaixonado por ele, incluindo Moema, a o movimento do Romantismo.
mais bela, que se atira ao mar em direção ao navio na tentativa Características principais do poema
de alcançar o seu amado. Ao chegar na Europa, Paraguaçu é - exaltação da natureza e do “bom selvagem”, atribuindo aos
batizada de Catarina, ambos são festejados e recebem as honras jesuítas a culpa pelo envolvimento dos índios na luta;
da realeza lusitana. - rompimento da estrutura poética camoniana;
O poema segue a estrutura dos versos camonianos (de - inovação no gênero épico: versos decassílabos brancos, isto
Camões) e da epopeia clássica, com fortes influências da é, sem rima, sem divisão de estrofes e divididos em apenas cinco
mitologia grega: composto por 10 cantos, versos decassílabos, cantos;
oitava rima camoniana. Segue também com a divisão tradicional - ao contrário da tradição épica, o poema conta um
das epopeias: proposição, invocação, dedicatória, narração e acontecimento recente na história do país;
epílogo. - inicia o poema pela narração;
- discursos permeados por ideias iluministas;
Basílio da Gama (1741-1795)
RESUMO
PRINCIPAIS AUTORES
- Claudio Manoel da Costa;
Foi para o Rio de Janeiro, onde estudou no Colégio dos - Tomás Antônio Gonzaga;
Jesuítas e era noviço quando os jesuítas foram expulsos do - Basílio da Gama;
país. Exilou-se na Itália e filiou-se na Arcádia Romana, sob o - Santa Rita Durão.
pseudônimo de Termindo Sipílio. É preso por jesuitismo, em
Lisboa, e enviado para Angola, livrando-se do exílio ao escrever
um poema para a filha do Marquês de Pombal.
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APOSTILAS OPÇÃO
Romantismo Sentimentalismo: o eu lírico expressa e analisa a realidade
por meio de seus sentimentos, como o predomínio da emoção. É
O Romantismo surgiu na Inglaterra e na Alemanha na metade o sentimento que determina a importância das coisas.
do séc. XVIII a partir de escritores que descreviam os tempos
medievais; valorizavam os heróis nacionais e os sentimentos Individualismo/Egocentrismo: o lirismo é característica
populares; falavam de amor e saudade de forma pessoal e dominante, reproduzindo um “eu” interior num mundo exterior
íntima. Esse subjetivismo era intenso na nova literatura e então idealizado.
surgiu o Romantismo. Esse estilo chega à França e estende-se
aos demais países da Europa. É um estilo rico de características, Idealização: o romântico não vê as coisas como são, contudo
onde algumas delas são: como deveriam ser. O olhar romântico arruma, organiza, elimina
- busca por liberdade política; as imperfeições tornando os detalhes ainda mais belos.
- valorização da natureza, sinal da manifestação divina que - idealização do país: perfeito e belo;
serve como refúgio para o homem angustiado; - idealização da mulher: virgem, pura, frágil, delicada, nobre,
- exposição de sentimentos íntimos, dos estados da alma e submissa, inatingível, musa inspiradora, de beleza incomum;
das paixões; - idealização do amor: quase sempre espiritual, supremo,
- preferência por ambientes noturnos, solitários que inatingível, puro, perfeito, seguindo a ideia de platonismo
amoroso;
propiciam aos desabafos mais íntimos. - idealização do herói: belo, forte, perfeito, honrado - o índio
- descarta a ideia centrada na razão do estilo anterior e é o nosso herói nacional, o “bom selvagem”, contudo moldado
inspira-se em subjetividades como a fé, o sonho, a intuição, a com as qualidades e padrões europeus.
saudade e as lendas nacionais.
O que propiciou que o Romantismo se difundisse com maior Medievalismo: no Romantismo houve um retorno ao
velocidade foi o desenvolvimento do meio de comunicação passado com o objetivo de espelhar-se nos antigos valores,
jornalístico e a ascensão da classe burguesa que tinha acesso sendo assim, as origens do país, de seu povo e de seus heróis
aos jornais, onde começaram a ser publicados os folhetins com serão ressuscitados. Na Europa, voltou-se à Idade Média, com
histórias românticas e de suspense publicadas em capítulos. sua atmosfera de sombras e de mistério o que fascinava a
Então, a literatura começou a popularizar-se. imaginação do romântico. No Brasil, buscaremos no índio a
personagem de exaltação do passado.
O Romantismo no Brasil
Nacionalismo, patriotismo e lusofobia: nesse período
No Brasil, o Romantismo inicia-se com a publicação do livro ocorre uma intensa exaltação do país e das coisas nacionais,
de poesias de Gonçalves de Magalhães, “Suspiros poéticos e existindo também um sentimento de aversão à ex-metrópole,
saudades” e no mesmo ano é lançada em Paris a revista “Niterói” Portugal.
por iniciativa de Araújo Porto Alegre, Torres Homem, Pereira
da Silva e Gonçalves de Magalhães. Tornando uma porta-voz Escapismo psicológico: Fuga (evasão) da realidade. O
dos ideais românticos. Também, junto à política o Romantismo romântico que ir e estar além de sua realidade, por isso a volta
se expressou envolvido pelo entusiasmo da independência ao passado tanto individual (sua própria infância) quanto
proclamada em 1822, surgindo daí o desejo de criar uma histórico (época medieval).
literatura com autenticidade nacional, apesar dessa atitude ser
bastante criticada por alguns autores puristas que prezavam Evasão: o eu lírico, tomado pelo sofrimento, busca alívio
pela linguagem poética praticada em Portugal. para a sua dor fugindo da realidade - no tempo, no espaço, na
Com a invasão de Napoleão em Portugal, a Coroa portuguesa morte ou na religiosidade.
é obrigada a transferir-se para o Brasil em 1808. Esse fato - evasão no tempo: busca um passado histórico (heroico) ou
ocasiona uma série de mudanças: na infância (onde tinha felicidade);
- O Brasil passa de colônia à Reino Unido, ao lado de Portugal - evasão no espaço: busca na natureza um lugar que suavize o
e Algarves; seu sofrimento; e também no sonho.
- Desenvolvimento na educação: reformas do ensino, criação - evasão na morte: vê a morte como solução radical e
de escolas de nível superior e uma universidade; definidora do seu sofrimento.
- Incentivo e desenvolvimento da cultura, das artes e das - evasão na religiosidade: vê a religiosidade como solução
ciências; para o seu sofrimento.
- Desenvolvimento da imprensa: criação de tipografias,
iniciação da atividade editorial, imprensa periódica, comércio Mal-do-século: a impossibilidade de realizar os sonhos,
do livro; provoca no eu romântico uma reação de profunda tristeza,
- Instalação de biblioteca pública, museus, arquivos; desilusão, angústia, dor, desespero, frustração, inquietação.
O eu lírico dominado por todo esse sentimento, entrega-se ao
A vida brasileira foi alterada profundamente com esses pessimismo, ao gosto pela melancolia e sofrimento; busca da
acontecimentos que favoreceram o processo de independência solidão, que levam o homem à atração pela morte (suicídio).
política da nação ocorrida em 1822. Esse fato desperta nos
intelectuais e nos artistas a necessidade de se formar uma Religiosidade: a vida espiritual retoma sua força e
identidade nacional, votada, principalmente, paras suas raízes influência no Romantismo. Acontece uma reação ao Racionalimo
históricas, linguísticas e culturais. Dessa forma, busca-se materialista dos clássicos. A crença em Deus é uma forma de
valorizar a natureza exuberante e exótica, retorno às bases da escape das frustrações e desilusões da vida e do mundo.
história de formação do território, a partir dos primórdios da
colonização com a presença dos povos indígenas e portugueses, Supervalorização do amor: coisa mais importante da
bem como a presença da cultura desses dois povos e a identidade vida; tema mais desenvolvido pelos românticos. A perda ou
linguística de cada um desses povos. irrealização do amor leva, geralmente, à morte, à loucura ou ao
suicídio.
Características Fundamentais do Período
Instabilidade emocional (ilogismo): causado pelo
Subjetivismo: É a emoção retratando de forma pessoal predomínio da emoção (subjetivismo - com o desprezo da lógica
realidade interior de um eu lírico. e da razão), demonstrado através das antíteses (alegria/tristeza)
Liberdade de criação: o autor expressa-se através de uma Idealização da mulher: é vista, na maioria das vezes,
atitude pessoal, individual e única. O que importa é o que cada divinizada e envolta em mistérios. Figura inatingível e poderosa,
um tem de característico, ocorrendo uma forte valorização do capaz de mudar a vida de um homem, de levá-lo à morte ou à
sentimento do “eu lírico”. loucura.
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APOSTILAS OPÇÃO
Liberdade de criação e despreocupação com a forma: - apresenta como características românticas os temas:
abandono das formas fixas (sonetos, redondilhas, oitava-rima nacionalismo; religiosidade, a poesia da saudade e da natureza.
etc.), das rimas; valorização do verso branco aproximando - não utiliza a liberdade expressiva cultivada no romantismo.
a linguagem literária da linguagem oral e coloquial, para
aproximar a literatura do leitor da época. Gonçalves Dias
- primeiro poeta brasileiro autenticamente romântico
Predomínio da metáfora e de figuras de linguagem dela - temas desenvolvidos: indianismo; lirismo amoroso;
derivada exaltação à pátria
- poesia indianista: o fez conhecido e é destacada como a
- Metáfora: quando um termo é utilizado para substituir principal marca do nacionalismo romântico.
outro através de uma relação de semelhança, mas também - lirismo amoroso: mostra, quase sempre a impossibilidade
pode ser entendida como uma comparação abreviada, em que o de realização de anseios afetivos, tendo a mulher sempre como
conectivo (como, parece, ser semelhante, etc.) não está expresso, idealizada.
mas subentendido. - exaltação à pátria: vista sempre com saudade, mostrando
“A criança é um touro.” também exaltação à natureza (saudosismo: lembrança da pátria
“Minhas sensações são um barco de quilha pro mar.” e da infância).
- Prosopopeias: atribui ações ou qualidades humanas para Segunda Geração Romântica: considerada “mal do século”
seres inanimados ou irracionais. ou “ultrarromântica” é uma geração que tem uma visão trágica
“O dia amanheceu tristonho.” da existência e um profundo desencanto pela vida. Seus poemas
“A chuva semeou a esperança.” falam de morte, tédio, solidão e melancolia. Seus poetas
morreram muito jovens. Seus melhores representantes foram:
- Sinestesia: mistura de sensações (ruído áspero; música Álvares de Azevedo, Junqueira Freire, Casimiro de Abreu e
doce; perfume adocicado) Fagundes Varela.
“Uma melodia azul tomou conta da sala.”
“A sua voz áspera intimidava a plateia.” Alvares de Azevedo - principal representante do mal-do-
século
O Romantismo e o Teatro - poesia cerebral: revela mais de suas leituras do que de sua
experiência de vida;
Com a ascensão sociocultural dos brasileiros e com a - presença constante do álcool: que é tomado como fonte
chegada da família real em 1808, que trouxe consigo costumes de inspiração, sendo temas constante de sua obra (“cognac” e
da corte portuguesa; o Brasil era frequentemente visitado por “Johannisberg”);
companhias portuguesas de teatro e ópera. Então, foi crescendo a - presença de objetos que cercam a intimidade do poeta
vontade pela criação de um teatro brasileiro. O ator e empresário (cômoda, cama, travesseiro,etc)
João Caetano fundou, em 1834, a Companhia Dramática Nacional
e deu a seu teatro o nome de Teatro Nacional. Em 1836, o poeta Casimiro de Abreu
Gonçalves de Magalhães lhe entregou a peça “Antônio José ou - pessimismo decorrente do mal-do-século; do amor simples
o Poeta e a Inquisição”, encenada em 1838, representando a e espontâneo
primeira obra teatral de assunto e autor brasileiros. O teatro - saudosismo: da família, da terra natal e da infância
brasileiro ampliou-se com o comediógrafo Martins Pena - visão idealizada da mulher: meiga e ideal
tornando-se autenticamente popular. Em 1843, foi criado o - considerado um dos poetas mais populares do Romantismo
Conservatório Dramático e em 1855, o teatro Ginásio Dramático, brasileiro por sua linguagem simples e pelo lirismo ingênuo.
recebendo o apoio de escritores como José de Alencar e Joaquim
Manuel de Macedo. Terceira Geração Romântica: sua característica principal
é a preocupação com os problemas sociais, tendo com objetivo
O Indianismo Romântico denunciar as injustiças e lutar pela liberdade. Seu maior
representante é Castro Alves. Poesia social, condoreira.
Nos países da Europa os autores voltavam-se aos heróis
nacionais dos tempos medievais. No Brasil, a literatura Castro Alves - poeta revolucionário (“poeta dos escravos”)
desenvolveu a corrente indianista responsável pelo nacionalismo - poeta da liberdade e da denúncia das desigualdades sociais
romântico. Como exemplo dessa linha podemos citar o romance (mostra a África chorando seus filhos)
- poemas lírico-amorosos: visão do amor e da mulher mais
“O guarani”, de José de Alencar, onde o índio Peri salva Cecília, sensual. As mulheres são mais concretas, mais materializadas,
filha do colonizador português D. Antônio de Mariz em razão mesmo sendo sempre belas e perfeitas.
de um ataque indígena onde toda a família de Cecília é morta. - características: poesia lírica e poesia social
Os índios ganham uma imagem de herói neste estilo literário,
é considerado nobre, valoroso, fiel e cavalheiro na intenção Poesia Lírica - experiência amorosa em sua plenitude
de valorizar as origens da nacionalidade. O índio surge com sentimental e carnal;
símbolo do nacionalismo romântico, umas das características - mulher sensual, amante, individualizada, carnal (bela e
básicas do Romantismo. perfeita).
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APOSTILAS OPÇÃO
- natureza: aspectos grandiosos (infinito, oceano, deserto, Manuel Antônio de Almeida: Anonimamente escreveu o
condor, águia) folhetim “Memórias de um sargento de milícias”, que fez muito
sucesso entre os leitores. Este folhetim retratava com riqueza
Outros poetas românticos e suas obras de detalhes os becos, as praças, as tradições e os moradores da
cidade do Rio de Janeiro. Mais tarde publicou a história em livro
Junqueira Freire: Inspirações do Claustro; e se destacou entre os escritores do romance brasileiro.
Casimiro de Abreu: As primaveras; - Memórias de um Sargento de Milícias, romance publicado
Fagundes Varela: Vozes da América; Estandarte auriverde; em folhetins de julho de 1852 a julho de 1853.
Cantos do ermo e da cidade; Cantos religiosos; Diário de Lazaro; - linguagem coloquial, direta com ausência de descrições
Anchieta ou O Evangelho nas selvas. diretas, presença de camadas populares e ausência de heróis e
vilões. Surgimento do anti-herói (Leonardo) com características
Romantismo (prosa) de vadio.
- foge às convenções românticas; é considerada como uma
Com o Romantismo surgiu o romance brasileiro. O transição para o realismo/naturalismo, por construir um herói
romance tornou-se popular entre os jovens da classe média, não idealizado.
principalmente do Rio de Janeiro; liam apenas por distração.
Acompanhavam as histórias dos folhetins e torciam por um final Memórias de um sargento de milícias: Conta a história
feliz que sempre acontecia. Literatura folhetinesca que captava de um menino, Leonardo, filho enjeitado de Leonardo Pataca.
os costumes da época (saraus, fofocas, histórias de amor - uma Relata seus dramas cotidianos, casos engraçados e o cotidiano
visão superficial da vida). da vila onde morava. Diferentemente de “A moreninha” sai do
- Teixeira e Souza: O filho do pescador (1843) - iniciador ambiente burguês e dá ao romance um toque de realismo.
cronológico.
- Joaquim Manoel de Macedo - A Moreninha (1844) - José de Alencar: José Martiniano de Alencar nasceu no
iniciador qualitativo. Ceará em 1829 e morreu no Rio de Janeiro em 1877. É o mais
importante prosador do nosso Romantismo. Ele abrange com
Romance Romântico: preocupação nacionalista com a seus romances as quatro linhas da época:
preocupação de exaltar as paisagens e nossos costumes, voltou- - consolida o romance romântico brasileiro
se em 3 direções. - trata com perfeição literária os temas nacionais (sociais,
- passado: romance histórico, voltado para lendas e geográficos e temáticos)
histórias, mas sem a preocupação com a veracidade dos fatos, - uso de brasileirismos na língua literária, defende o
somente com a nacionalidade (índios). nacionalismo linguístico, ou seja, uma língua brasileira.
- cidade: romance urbano e de costumes (retratar a
sociedade - a Corte - do Rio de Janeiro). Social ou Urbana: retrata a sociedade carioca apontando
- regionalismo: campo e sertão com a finalidade de exaltar aspectos negativos da vida urbana e dos costumes burgueses.
a terra e o homem brasileiro, retratando seus costumes e Seus romances giram em torno de intrigas amorosas, diferenças
ambientes. econômicas, mas acaba com final feliz, pois o amor sempre
vence. No romance urbano traça 3 “perfis femininos”:
Principais Romances do Romantismo Lucíola: prostituta que se julga indigna de amor verdadeiro.
Diva: luta entre o ódio e o amor; vence o amor.
1844- A moreninha, de Joaquim Manuel de Macedo. Senhora: amor puro entre dois jovens; separação motivada
1845- O moço loiro, de Joaquim Manuel de Macedo. por dinheiro; o caça-dotes; o casamento por vingança e o amor
1852/53- Memórias de um sargento de milícias, de Manuel triunfa. Romance baseado na história de uma mulher (Aurélia)
Antônio de Almeida. que dividida entre o amor e o desejo de vingança por ter sido
1856- Cinco minutos, de José de Alencar. abandonada quando era pobre; ao herdar uma herança resolve
1857- O guarani, de José de Alencar. comprar o homem que a abandonou (Fernando Seixas) em
1862- Lucíola, de José de Alencar busca de um casamento rico e espera ansiosamente que ele
1865- Iracema, de José de Alencar. não aceite o trato feito por Lemos, seu porta-voz. Mas, para
1872- Inocência, de Taunay; O seminarista, de Bernardo seu descontentamento ele aceita se casar por dinheiro e aceita
Guimarães também a condição de conhecer a noiva apenas alguns dias
1874- Ubirajara, de José de Alencar. antes da cerimônia.
1875- Senhora e o Sertanejo, de José de Alencar; A escrava Quando Fernando descobre quem é a noiva fica feliz porque
Isaura, de Bernardo Guimarães. ele ainda a ama, mas ele cai no conceito de Aurélia que o maltrata
1876- O cabeleira, de Franklin Távora. e o humilha após o casamento. Apaixonado e ferido ele resolve
trabalhar com afinco e depois de onze meses devolve à Aurélia o
Joaquim Manuel de Macedo: Nasceu no Rio de Janeiro, dinheiro que recebeu por ter se casado com ela. Sem terem mais
em 1820 e ali morreu em 1882. Escrevia textos com assuntos motivo para ficarem separados, os dois se reconciliam e vivem
corriqueiros e tradicionais, reproduzia a vida social da um grande amor. Esse romance é uma crítica à sociedade que
burguesia, com seus mocinhos e mocinhas, casos amorosos, dava mais valor ao dinheiro do que ao caráter e por isso, seu
cenas engraçadas e finais felizes. Não há análises sociais, mas livro é dividido em quatro capítulos que representam o sistema
um pouco de suspense e muita emoção passageira. financeiro: preço, quitação, posse e resgate.
- romance urbano A Moreninha (Augusto e Carolina) Cinco minutos; A viuvinha; Lucíola; Diva; A pata da gazela;
- obra folhetinesca (novelesca), servindo como documento Sonhos d’ ouro, Senhora (considerado seu 2º melhor livro);
dos costumes da Corte do século XIX, com retratação da vida Encarnação.
doméstica e social da burguesia da época.
- linguagem oscila entre o coloquialismo informal e o Regionalista: O sertanejo (sertão nordestino); O Gaúcho
português culto (pampas gaúchos); Til (planalto paulista); O tronco do Ipê
(zona da Mata Fluminense) - retrata as diferentes partes do país
A moreninha: Conta a história de uma aposta entre dois salientado seus hábitos, sua linguagem e tradições.
rapazes, Filipe e Augusto. Augusto, que se diz incapaz de se
apaixonar por uma mulher, aposta com Filipe que se isso Histórica: procura tratar figuras históricas ou lendárias,
acontecer ele irá escrever um romance contando sua história de situando-as em seu tempo e momentos reais. Usa tanto o índio
amor. Ele encontra seu grande amor, Carolina, irmã de Filipe. Ele como fatos voltados para o período colonial do país.
perde a aposta e escreve o romance intitulado A moreninha. As minas de prata: início da procura de metais pelos
aventureiros e bandeirantes no sertão, aos quais se deve o seu
povoamento.
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APOSTILAS OPÇÃO
A guerra dos mascates: lutas entre as cidades de Olinda e A primeira é relacionada aos problemas sociais, ambiente
Recife, este desejava a sua autonomia. urbano e elementos do cotidiano. Já a segunda, aconteceu no
O guarani (livro épico, considerado seu melhor livro). flerte do realismo com o Naturalismo. Assumindo uma posição
Indianista: volta ao passado - os índios representam o ideológica regionalista, na qual se elevou a cor local, a vida
aspecto mais autêntico de nossa nacionalidade. Idealiza tanto difícil no ambiente rural brasileiro e o determinismo, negando
os índios como os nativos da colonização portuguesa, que com a existência do livre-arbítrio. Entre as principais características
sua mistura, formam a raça brasileira (isto é visto em O Guarani do Realismo brasileiro, influenciado pelo Determinismo de
através de Peri e Cecília, a Ceci). Iracema, Ubirajara. Taine e pelo Positivismo de Augusto Comte, existem duas linhas:
Marcada por Machado de Assis, de análise das classes mais
Autores Sertanistas abastadas da sociedade carioca, com foco em temas políticos
- procura substituir o indianismo pelo regionalismo, pois do século XIX. Com ênfase na análise comportamental dos
os traços tipicamente nacionais estão caracterizados no sertão seres humanos das camadas menos privilegiadas. Estabelece-
(homem simples que trabalha na terra e vive no interior do país, se o condicionamento do homem. Nesta segunda vertente, foi
agora como herói nacional). criado um laço entre a conduta humana e a terra, o problema de
- o sertão do Brasil tinha ainda intactos e naturais alguns relações entre o ambiente e o homem, verificadas na abordagem
traços peculiares de nossa cultura (língua e costumes) e de Realista/Naturalista. Ainda no que se refere ao regionalismo,
nossa paisagem. o realismo consolidou as expressões regionais, populares e
profissionais.
Bernardo Guimarães: considerado um dos criadores do Entre os escritores de ficção realista brasileiros estão:
romance sertanejo e regional, com uma linguagem repleta de Manuel Antônio de Almeida, Aluísio Azevedo, Inglês de Souza,
adjetivos. Adolfo Caminha, Júlio Ribeiro, Machado de Assis e Raul Pompéia.
Escrava Isaura: (antecipa o abolicionismo) - obra popular, Os dois últimos estão em posição singular. No caso de Machado
mais medíocre. de Assis, por ter criado um estilo que reproduzia a realidade
O seminarista: enfoca o celibato clerical forçado, onde utilizando-se de relativa indiferença formal e sem fetichismo. Já
relaciona os personagens ao meio. Raul Pompéia, pela independência dos tons impressionistas que
são características marcantes de sua obra.
Visconde de Taunay: utiliza a vida rural brasileira como As características dos romances realistas da primeira fase,
cenário nacional, com peculiaridades da fala sertaneja, cercada influenciada pelo romantismo, são: vocabulário claro e simples,
de uma história tipicamente romântica. tonalidade natural à prosa, estudo da psicologia dos personagens
Inocência: retrata o sertão no Mato Grosso, a natureza e os e narrativa linear e imaginativa. Na segunda fase, simbolizada
costumes da região. por Machado de Assis, o estilo fica maleável, rompe-se com a
linearidade, acrescenta-se o humor ligado ao pessimismo e ao
Franklin da Távora: criador da literatura do Norte, que desencanto.
para ele representa a face real do Brasil, tematiza a violência e o
banditismo do Nordeste. Principais Romances Realistas
O cabeleira: José Gomes, bandido, ao tentar violentar uma
rapariga reconhece nela um amor de infância, regenerando o 1881- O mulato, de Aluísio Azevedo; Memórias póstumas de
bandido. Brás Cubas, de Machado de Assis
1884- Casa de pensão, de Aluísio Azevedo
Realismo 1888- O missionário, de Inglês de Sousa; O Ateneu, de Raul
Pompéia
O Realismo foi um estilo oposto ao Romantismo, seus 1890- O cortiço, de Aluísio Azevedo
autores escreviam sobre a realidade de forma nua e crua, foi 1891- Quincas Borba, de Machado de Assis
um abandono das realidades do modo de vida burguês para a 1893- A normalista, de Adolfo Caminha
realidade da população anônima, marginalizada da sociedade 1895- Bom-crioulo, de Adolfo Caminha
do séc. XIX. Teve início na França, em 1857,com a publicação 1899- Dom Casmurro, de Machado de Assis
do romance “Madame Bovary”, de Gustave Flaubert. Em 1881, 1903- Luzia-Homem, de Domingos Olímpio
iniciou no Brasil com a publicação do romance de Machado 1904- Esaú e Jacó, de Machado de Assis
de Assis “Memórias póstumas de Brás Cubas”, e de Aluísio de 1908- Memorial de Aires, de Machado de Assis
Azevedo “O mulato”.
Foi uma época de apogeu dos progressos científicos na Aluísio Azevedo: Aluísio Tancredo Gonçalves de Azevedo
medicina, nas ciências, biológicas, genética e das filosofias nasceu em São Luís, no Maranhão e faleceu em 1913, em
(Positivismo de Augusto Conte, Determinismo de Hippolyte Buenos Aires, na Argentina. Escreveu várias obras, mas nem
Taine, Darwinismo de Charles Darwin, Evolucionismo social todas tinham a mesma qualidade literária. As melhores são os
de Herbert Spencer, Socialismo Utópico de Saint-Simon e romances “O mulato”, “Casa de Pensão” e “O cortiço”.
Socialismo científico de Karl Marx). O Realismo apresenta
um trabalho realizado na realidade da vida humana e deixa o O Cortiço: Este romance tem como personagem principal
sentimentalismo e o subjetivismo romântico de lado, o romance João Romão, vendeiro português, que tem por meta de vida
deixa de ser visto como pura distração e passa a ser crítico e ascender socialmente; tinha por amante uma escrava fugida
realista. que o ajudou a enriquecer (Bertoleza). Seu sonho era adquirir
Segundo Felipe Araújo1, na segunda parte do século boa posição social com a de seu patrício Miranda, que tinha um
XIX, três importantes movimentos literários floresceram: o sobrado ao lado do cortiço, e ficar noivo de sua filha. Mas para
Parnasianismo, o Realismo e o Naturalismo. O Realismo é isso ele tinha de se livrar de Bertoleza que poderia atrapalhar sua
considerado a pintura objetiva da realidade, uma forma de reação ascensão. Então, ele a delata como escrava fugida. Ao perceber a
ao excesso e à espiritualidade. Alguns autores consagrados que traição de João, Bertoleza suicida-se. É um texto povoado de tipos
escreveram obras realistas são: Homero, na tragédia e comédia humanos como lavadeiras, operários, prostitutas, mascates que
clássica, Cervantes, Chaucer, Balzac e Dostoiévski. De acordo vivem num ambiente marginalizado, degradante e corruptor.
com Eça de Queirós, um dos mais importantes escritores lusos,
“o Romantismo era apoteose do sentimento, o Realismo é a Machado de Assis: Joaquim Maria Machado de Assis nasceu
anatomia do caráter. É a crítica do homem. É a arte que nos no Rio de Janeiro, em 1839, e ali morreu em 1908. Mestiço, gago,
pinta a nossos próprios olhos para nos reconhecermos, para que epilético foi considerado símbolo de esforço por nunca ter ido à
saibamos se somos verdadeiros ou falsos, para condenar o que escola. Foi tipógrafo, revisor, colaborador da imprensa da época
houver de mau em nossa sociedade”. e primeiro presidente da Academia Brasileira de Letras, que
No Brasil, o início do Realismo ocorre em duas direções. ajudou a fundar em 1897; o melhor escritor brasileiro do séc. XIX
1 http://www.infoescola.com/literatura/realismo-no-brasil/ e um dos mais importantes de toda a história literária em língua
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portuguesa. Possuía um estilo preciso, não falava demais e mestre espírita Plácido para saber sobre as brigas. O amigo o
nem de menos, usava frases curtas, tinha um misto de graça e tranquiliza, afirmando os meninos seriam grandes homens e por
amargura. isso brigavam antes mesmo do nascimento.
Pedro e Paulo crescem idênticos fisicamente, mas
Os contos: Machado de Assis tinha uma grande habilidade completamente diferentes na personalidade. Paulo, republicano,
para escrever histórias curtas baseadas na realidade e na análise ingressa na faculdade de Direito, e Pedro, monarquista, cursa
do comportamento humano (os contos). Seus contos eram Medicina. Ambos encantam-se por Flora, filha do político
verdadeiras obras-primas. Dentre eles, estão: “O enfermeiro”, oportunista Batista e de Dª Cláudia. Com a nomeação de Batista
“ A cartomante”, “A igreja do diabo”, “O alienista”, “Pai contra para presidente de uma província do norte, a jovem, dividida
mãe”, “A causa secreta”, “Conto de escola”, “Umas férias”, “Noite de entre os gêmeos, se desespera, sem querer deixar o Rio. Com
almirante”, “O espelho”, “Missa do galo”, “Uns braços” etc. a proclamação da república, a moça acaba permanecendo na
cidade. No entanto, ainda indecisa, resolve ir para a casa da Rita,
Os romances: Na primeira fase de sua produção, Machado irmã do Conselheiro Aires, e assim ter mais tempo para escolher
de Assis, escreveu quatro romances com traços românticos: um dos irmãos. Antes de decidir, a jovem adoece e morre. Os
Ressurreição (1872), A mão e a luva (1874), Helena (1876), Iaiá irmãos sofrem, mas logo dão curso às suas carreiras.
Garcia (1878). Após essa fase ele assume um aspecto realista Os dois se enfrentam na vida política como deputados em
em suas obras com Memórias póstumas de Brás Cubas (1881), lados opostos no parlamento. Com a morte de Natividade,
Quincas Borba (1891), Dom casmurro (1899), Esaú e Jacó (1904), atendendo a seu último pedido, cessam os desentendimentos.
Memorial de Aires (1908) e aprofunda suas análises psicológicas A paz dura pouco, logo os irmãos voltam a trocar farpas e
dos personagens. terminam separados.
Dom Casmurro: É um de seus romances mais famosos Quincas Borba: Publicada entre 15/06/1886 a 15/09/1891
pela incerteza que ele nos causa em relação à ambiguidade da na revista Estação, a obra é a continuação do livro Memórias
personagem Capitu, onde ao final da história, não se sabe se Póstumas de Brás Cubas.
ela traiu ou não seu marido Bentinho com seu amigo Escobar. Inicialmente o livro de Romance, que tem um foco narrativo
Bentinho fez o seminário, mas, por influência de Capitu, não se em 3 pessoa, tem como tema a loucura despertada, através de
ordenou padre para casar-se com ela e, Escobar, seu amigo de um processo que ativa fatores latentes.
seminário, casou-se com a melhor amiga de Capitu, tornando- A história gira em torno da vida de Pedro Rubião de
se muito próximos. Bentinho e Capitu têm um filho, mas ele Alvarenga, ex-professor primário, que torna-se enfermeiro e
desconfia que o filho seja do suposto amante de Capitu. Bentinho discípulo do filósofo Quincas Borba, que falece no Rio, na casa
é apelidado Dom Casmurro por viver recluso e o texto é uma de Brás Cubas. Com isso, Rubião é nomeado herdeiro universal
retrospectiva de sua vida. do filósofo, sob a condição de cuidar de seu cachorro, de nome
Quincas Borba também.
Memórias Póstumas de Brás Cunha: Brás Cubas é um Rubião, então, parte para o Rio de Janeiro e, na viagem,
homem rico e solteiro que, depois de morto, resolve se dedicar conhece o capitalista Cristiano de Almeida e Palha e também
à tarefa de narrar sua própria vida. Dessa perspectiva, emite Sofia que lhe dispensava olhares e delicadezas. Sofia era mulher
opiniões sem se preocupar com o julgamento que os vivos de Crtistiano, mas Rubião se apaixonou por ela, tendo em vista o
podem fazer dele. De sua infância, registra apenas o contato modo em que os dois entraram em sua vida.
com um colega de escola, Quincas Borba, e o comportamento de O amor era tão grande que Rubião foi obrigado a assumi-
menino endiabrado, que o fazia maltratar o escravo Prudêncio lo perante Sofia. Para o espanto, Sofia recusa seu amor, mesmo
e atrapalhar os amores adúlteros de uma amiga da família, tendo lhe dado esperanças tempos atrás, e conta o fato para
D. Eusébia. Da juventude, resgata o envolvimento com uma Cristiano.
prostituta de luxo, Marcela. Apesar de sua indignação, o capitalista continua suas
Depois de retornar de uma temporada de estudos na relações com Rubião pois queria obter os restos da fortuna que
Europa, vive uma existência de moço rico, despreocupado e ainda existia.
fútil. Conhece a filha de D. Eusébia, Eugênia, e a despreza por ser O amor de Sofia, não correspondido, aos poucos começa a
manca. Envolve-se com Virgília, uma namorada da juventude, despertar a loucura em Rubião. Essa loucura o levou à morte e
agora casada com o político Lobo Neves. O adultério dura muitos foi comparada à mesma que causou o falecimento de Quincas
anos e se desfaz de maneira fria. Brás ainda se aproxima de Nhã Borba. Louco e explorado por várias pessoas, principalmente
Loló, parenta de seu cunhado Cotrim, mas a morte da moça Palha e Sofia, Rubião morre na miséria e assim se exemplifica a
interrompe o projeto de casamento. tese do humanitismo.
Desse ponto até o fim da vida, Brás se dedica à carreira A FILOSOFIA
política, que exerce sem talento, e a ações beneficentes, que
pratica sem nenhuma paixão. O balanço final, tão melancólico O livro representa a filosofia inventada por Quincas
quanto a própria existência, arremata a narrativa de forma Borba, de que a vida é um campo de batalha onde só os mais
pessimista: “Não tive filhos, não transmiti a nenhuma criatura o fortes sobrevivem e que fracos e ingênuos, como Rubião, são
legado da nossa miséria”. manipulados e aniquilados pelos superiores e espertos, como
Palha e Sofia, que no fim da obra terminam vivos e ricos.
Esaú e Jacó: Publicado em 1904, Esaú e Jacó é o penúltimo
romance de Machado de Assis. Memorial de Aires: Escrita em 1908, mesmo ano da morte
Tendo como título uma história retirada da Bíblia, do autor, Memorial de Aires é considerada uma obra de caráter
remetendo-nos ao Gênesis: à história de Rebeca, que privilegia autobiográfico, pois nota-se uma relação entre o romance e a
o filho Jacó, em detrimento do outro filho, Esaú, fazendo-os velhice do escritor. Sem apresentar um enredo único, a história
inimigos irreconciliáveis. A inimizade dos gêmeos Pedro e é dividida em diversas entradas de uma espécie de diário,
Paulo, do romance de Machado, não tem causa explícita, daí a apresentando anedotas e episódios que se permeiam ao longo
denominação de romance “Ab Ovo” (desde o ovo). dos capítulos.
A narrativa começa com a visita de Natividade, grávida de O romance é considerado por críticos literários como um
gêmeos, e sua irmã, Perpétua, a uma cabocla do Morro do Castelo. romance de caráter psicológico, pois apresenta temas como
A futura mãe queria conhecer o destino dos filhos gêmeos, Pedro a frivolidade da elite da sociedade brasileira ao final de 1800
e Paulo. A previsão da cabocla é animadora: “serão grandes”. e a dificuldade das relações amorosas. Ao contrário de outros
Isso, porém, não é suficiente para desfazer a inquietação de romances de Machado de Assis, esta obra não é permeada pelo
Natividade, que se preocupa com as possíveis brigas dos irmãos sarcasmo ou pela ironia. Além disso, a narração não é feita por
ainda no ventre. um narrador onisciente. Desenrola-se através de um observador
Ao chegar em casa, a mulher relata as previsões a Santos, tentando desvendar o íntimo de personagens bondosos e
seu marido. O homem fica feliz, mas resolve procurar o amigo simples.
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Memorial de Aires apresenta um enredo narrado pelo trechos do tratado de Charles Darwin, “A origem das espécies”.
Conselheiro Aires, que remonta em um diário os anos de 1888 Mudou-se para São Paulo, onde foi cursar Direito na
e 1889, em que viveu como um diplomata idoso e aposentado Faculdade do Largo de São Francisco, passando a participar
no Rio de Janeiro. Com várias observações argutas em suas na campanha abolicionista e defendendo a causa republicana.
memórias, Aires chega a enganar e confundir os leitores. Segundo Publica em forma de folhetim o romance “As Joias da Coroa”,
Alfredo Bosi, crítico, professor universitário e historiador da obra explicitamente antimonarquista. Nesse mesmo ano publica
literatura nacional, o Conselheiro Aires “ouve mais do que fala e também suas primeiras poesias do livro “Canções sem metro”.
concilia o quanto pode”. Juntamente com 90 colegas da faculdade, transfere-se para a
Nas páginas de Memorial de Aires são apresentadas pessoas cidade de Recife para concluir o curso de Direito, provavelmente
com quem o narrador conviveu, citações de leituras e obras em consequência da defesa dos ideais abolicionistas e
que leu quando era diplomata e reflexões sobre fatos passados republicanos. Em 1888 publica “O Ateneu” em forma de folhetim
que ocorreram na política. Uma das principais personagens na Gazeta de notícias.
descritas por Aires é Fidélia, moça mais jovem por quem ele se Inquietante como escritor e como pessoa, o escritor
interessou. Devido à idade avançada, Aires nunca revelou seu envolveu-se em inúmeras polêmicas, inimizades e crises
amor à Fidélia, considerada uma filha para o casal Dona Carmo e depressivas, chegando até a desafiar o poeta Olavo Bilac para um
Aguiar, que não pode ter filhos. duelo. Afastado pelos amigos e caluniado nos meio jornalísticos
e intelectuais, Raul Pompéia suicidou-se na noite de natal de
Histórias sem data: Histórias sem data reúne 18 contos de 1895.
Machado de Assis publicados ao longo de 1883 em periódicos
cariocas. Parnasianismo no Brasil
A escolha do título, “Histórias sem Data”, de acordo com o
próprio Machado de Assis no prefácio de advertência da 1ª Os poetas Teófilo Dias, Alberto de Oliveira, Olavo Bilac e
edição: Raimundo Correia auxiliaram a implantação do Parnasianismo
De todos os contos que aqui se acham há dous que no Brasil.
efetivamente não levam datas expressas; os outros a têm, de O Parnasianismo2 tem seu marco inicial com a publicação
maneira que este título Histórias sem Data parecerá a alguns de “Fanfarras” de Teófilo Dias, em 1882. Contudo, Alberto de
ininteligível, ou vago. Supondo, porém, que o meu fim é definir Oliveira, Olavo Bilac e Raimundo Correia também auxiliaram a
estas páginas como tratando, em substância, de cousas que não implantação do Parnasianismo no Brasil.
são especialmente do dia, ou de um certo dia, penso que o título A estética parnasiana, originada na França, valorizava a
está explicado. E é o pior que lhe pode acontecer, pois o melhor perfeição formal, o rigor das regras clássicas na criação dos
dos títulos é ainda aquele que não precisa de explicação. M. de A. poemas, a preferência pelas formas fixas (sonetos), a apreciação
da rima e métrica, a descrição minuciosa, a sensualidade, a
À primeira vista, como num prefácio normal, Machado mitologia greco-romana. Além disso, a doutrina da “arte pela
de Assis anuncia sua independência de seu tempo, sua arte” esteve presente nos poemas parnasianos: alienação e
extemporaneidade. Com efeito, mais de um século decorrido, descompromisso quanto à realidade.
verificamos que o tempo atua a seu favor, como um aliado que Contudo, os parnasianos brasileiros não seguiram todos
cronicamente o desvela e fortalece. Fato indiscutível é que os acordos propostos pelos franceses, pois muitos poemas
o autor não nos quer presos a qualquer data, e nem sequer à apresentam subjetividade e preferência por temas voltados
descrição que faz de seus próprios personagens. à realidade brasileira, contrariando outra característica do
Histórias sem Data foi publicado em 1884, três anos parnasianismo francês: o universalismo.
depois de Memórias póstumas de Brás Cubas e quando o autor Os temas universais, vangloriados pelos franceses, se
provavelmente já idealizava o romance Quincas Borba. Este opunham ao individualismo romântico, que revelava aspectos
quarto livro de contos tem todos os ingredientes que fazem de pessoais, desejos, aflições e sentimentos do autor.
Machado de Assis um contista modelar. Outra característica que o Parnasianismo brasileiro não
seguiu à risca foi a visão mais carnal do amor em relação à
Os contos de Histórias sem data são: A Igreja do Diabo, espiritual. Olavo Bilac, principalmente, enfatizou o amor sensual,
O Lapso, Último Capítulo, Cantiga de Esponsais, Singular entretanto, sem vulgarizá-lo.
Ocorrência, Galeria Póstuma, Capítulo dos Chapéus, Conto No Brasil, os principais autores parnasianos são: Olavo Bilac
Alexandrino, Primas de Sapucaiana, Uma Senhora, Anedota e Raimundo Correia.
Pecuniária, Fulano, A Segunda Vida, Noite de Almirante, O poema “Profissão de fé” de Olavo Bilac é uma
Manuscrito de um Sacristão, Ex-Cathedra, A Senhora do Galvão, representação da estética parnasiana no Brasil:
As Academias de Sião.
Veja um trecho:
Várias Histórias: Os contos de Várias Histórias constituem
rico material para um estudo da psicologia do homem e de como (...)
ele se comporta no grupo em que vive. Vemos neles a análise das E horas sem conta passo, mudo,
fraquezas humanas, norteadas muitas vezes pela preocupação O olhar atento,
com a opinião alheia. Em inúmeros casos as personagens fazem A trabalhar, longe de tudo
o mesmo que nós: mentem, usam máscaras, para não entrar O pensamento.
em conflito com o meio em que estão e, portanto, conviver em Porque o escrever – tanta perícia
sociedade. O pior é que levam tão a sério essa máscara que Tanta requer,
chegam até a enganar a si mesmas, acreditando nela como a Que ofício tal... nem há notícia
personalidade real. De outro qualquer.
Assim procedo. Minha pena
Contos: A Cartomante, Entre Santos, Uns Braços, O Homem Segue esta norma,
Célebre, A Desejada das Gentes, A causa Secreta, Trio em Lá Por servir-te, Deusa serena,
Menor, Adão e Eva, O Enfermeiro, O Diplomático, Mariana, Conto Serena Forma!
de Escola, Um Apólogo, D. Paula, Viver!, O Cônego ou Metafísica
do Estilo. Vemos nas estrofes acima aspectos parnasianos, como “a
arte pela arte”: o poeta deixa claro que a arte poética exige do
Raul Pompéia: nasceu no dia 12 de abril de 1863 no vilarejo autor o afastamento quanto ao que acontece no mundo.
de Jacuecanga, município de Angra dos Reis, Rio de Janeiro. Ainda vemos a exaltação e procura por um rigor técnico,
Começou a escrever muito cedo, editando um jornalzinho que purismo na forma: o poeta diz que escrever requer muita perícia,
circulava no colégio. Através dele, ele criticava tanto professores 2 https://www.todamateria.com.br/parnasianismo-no-brasil/
como alunos. Na ocasião, ele estava empenhado em traduzir http://brasilescola.uol.com.br/literatura/parnasianismo-no-brasil.htm
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cuidado e engrandece a estética formal “Serena Forma”. 1879.
Além disso, observamos no poema a forma fixa dos sonetos, Sua obra apresenta características românticas,
a rima rica e a perfeita ou rara em contraposição aos versos parnasianas e simbolistas. Dessa maneira, suas poesias
livres e brancos dos poetas românticos. possuem um caráter pessimista e subjetivo, ao mesmo
tempo que apresentam grande preocupação métrica. Outras
O Parnasianismo no Brasil teve como marco inicial a obras que merecem destaque são: Sinfonias (1883), Versos e
publicação da obra “Fanfarras”, de Teófilo Dias, em 1882. Versões (1887), Aleluias (1891), Poesias (1898).
Os mais importantes escritores brasileiros do período
formavam a chamada “Tríade Parnasiana” composta por Olavo Parnasianismo em Portugal
Bilac, Alberto de Oliveira e Raimundo Correia. Em Portugal, o movimento parnasiano não teve a
Os escritores parnasianos buscavam o sentido para a representação e a força que se desenvolveu no Brasil e noutros
existência humana por meio da perfeição estética. Por isso, a países.
preocupação residia na “Arte pela Arte”, ou seja, a forma como Os autores parnasianos portugueses que se destacaram
caraterística principal da poesia. foram: João Penha (1838-1919), Gonçalves Crespo (1846-1883),
António Feijó (1859-1917) e Cesário Verde (1855-1886) .
Características do Parnasianismo
• Arte pela arte Simbolismo no Brasil
• Objetivismo e universalismo
• Cientificismo e positivismo O simbolismo no Brasil surge em 1893, com a publicação
• Temas baseados na realidade (objetos e paisagens), de “Missal” e “Broquéis”, de Cruz e Souza, considerado o maior
fatos históricos, mitologia grega e cultura clássica representante do movimento no país, ao lado de Alphonsus de
• Busca da perfeição Guimarães.
• Sacralidade e o culto à forma
• Preocupação com a estética, metrificação, versificação Características do Simbolismo
• Utilização de rimas ricas e palavras raras
• Preferência por estruturas fixas (soneto) - Não-racionalidade
• Descrição visual bem detalhada - Subjetivismo, individualismo e imaginação
- Espiritualidade e transcendentalidade
Escritores Parnasianos Brasileiros - Subconsciente e inconsciente
- Musicalidade e misticismo
Teófilo Dias (1854-1889) - Figuras de linguagem: sinestesia, aliteração, assonância
Teófilo Odorico Dias de Mesquita, sobrinho do
poeta Gonçalves Dias, foi professor, jornalista, advogado e poeta O Simbolismo no Brasil foi representado, principalmente,
brasileiro. por Cruz e Sousa e Alphonsus de Guimaraens. A temática
Patrono da cadeira 36 na Academia Brasileira de Letras, simbolista apoia-se na subjetividade.
em 1882 publicou “Fanfarras”, obra que marca o início do
parnasianismo no Brasil. Musselinosas como brumas diurnas
Outras obras que merecem destaque: Flores e descem do ocaso as sombras harmoniosas,
Amores (1874), Cantos Tropicais (1878),Lira dos Verdes sombras veladas e musselinosas
Anos (1878), A Comédia dos Deuses (1888). para as profundas solidões noturnas.
Sacrários virgens, sacrossantas urnas,
Olavo Bilac (1865-1918) os céus resplendem de sidéreas rosas,
Um dos grandes escritores parnasianos, Olavo Brás Martins da Lua e das Estrelas majestosas
dos Guimarães Bilac, conhecido como “Príncipe dos Poetas iluminando a escuridão das furnas.
Brasileiros”, foi jornalista, tradutor, poeta e um dos fundadores Ah! por estes sinfônicos ocasos
da Academia Brasileira de Letras. a terra exala aromas de áureos vasos,
Sua obra é caracterizada pela linguagem clássica, com incensos de turíbulos divinos.
conteúdos: históricos, patrióticos, emotivos, platônicos e Os plenilúnios mórbidos vaporam ...
sensuais. Vale lembrar que o Hino à Bandeira do Brasil foi escrito E como que no Azul plangem e choram
por Olavo Bilac. cítaras, harpas, bandolins, violinos ...
Suas principais obras são: Poesias (1888), Crônicas (Sinfonias do Ocaso – Cruz e Sousa)
e Novelas (1894), Crítica e Fantasia(1904), Conferências
Literárias (1906), Dicionário de Rimas (1913), Tratado de O poema que você leu pertence a Cruz e Sousa, principal
Versificação (1910), Ironia e Piedade (1916) e Tarde (1919). poeta simbolista brasileiro. O Simbolismo constituiu-se na
Europa, principalmente na França e na Bélgica, alcançando a
Alberto de Oliveira (1857-1937) poesia brasileira no final da década de 80, século XIX.
Antônio Mariano de Oliveira, mais conhecido pelo Ao contrário do que aconteceu na Europa, onde o Simbolismo
pseudônimo “Alberto de Oliveira”, foi um poeta, professor, contou com maior destaque em relação ao Parnasianismo, no
farmacêutico e um dos fundadores da Academia Brasileira de Brasil o movimento ficou à sombra da poesia parnasiana, que
Letras. ganhou a simpatia das camadas mais cultas do país, sobretudo
Publicou sua primeira obra “Canções Românticas” em 1878. em virtude do preciosismo da métrica e linguagem. Embora
A despeito desse livro apresentar características românticas, não contasse com o mesmo prestígio, a poesia simbolista
Alberto de Oliveira foi um exímio poeta parnasiano cuja obra brasileira deixou uma contribuição significativa, prenunciando
é caracterizada por temáticas e estruturas parnasianas, por os movimentos literários do século XX. Seus principais
exemplo, descrição minuciosa, composição de retratos, quadros representantes foram Cruz e Sousa e Alphonsus de Guimaraens.
e cenas. Apesar da estética simbolista ser oposta à estética
Suas obras que merecem destaque parnasiana, especialmente no que se refere à ideologia, ambas
são: Meridionais (1884), Versos e se preocupavam com a linguagem e com o rigor formal,
Rimas (1895),Poesias (1900), Céu, Terra e Mar (1914), O Culto da sendo possível encontrar algumas influências parnasianas
Forma na Poesia Brasileira (1916). nos versos do poeta Cruz e Sousa. O simbolismo nasceu do
descontentamento de escritores contrários ao Naturalismo e ao
Raimundo Correia (1859-1911) Realismo, que pregavam uma visão materialista e cientificista
Raimundo da Motta de Azevedo Corrêa foi um juiz, poeta da vida defendida pelo Positivismo. Os primeiros simbolistas
e um dos fundadores do Sodalício Brasileiro. Maranhense, apresentavam uma estética marcada pela subjetividade,
publicou seu primeiro livro de poesias “Primeiros Sonhos” em elemento presente no misticismo e na sugestão sensorial,
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diametralmente oposta aos valores defendidos pela estética Augusto dos Anjos (1884-1914)
realista.
No Brasil, as inovações estiveram relacionadas com o plano Augusto dos Anjos foi um dos grandes poetas brasileiros
temático e com o plano formal, com uma poesia permeada simbolistas, embora, muitas vezes, sua obra apresente
pelo subjetivismo, representado pelos sofrimentos universais, características pré-modernas.
o amor, a morte e a religiosidade. Todos esses assuntos foram Patrono da cadeira número 1 da Academia Paraibana de
expostos através de um cuidadoso trabalho com a linguagem, Letras, publicou um livro intitulado “Eu” e foi chamado de “Poeta
privilegiando o uso de figuras de linguagem, sobretudo da da morte” uma vez que seus poemas exploram temas sombrios.
sinestesia, além de versos com elaboradas construções sonoras,
tendo por finalidade conferir musicalidade e ritmo às palavras: Não alcançado na Literatura brasileira a mesma relevância
que alcançou na Literatura europeia, infelizmente o Simbolismo
Ismália no Brasil não pôde romper com a Literatura oficial, já que
apresentava uma temática que parecia distanciar-se dos
Quando Ismália enlouqueceu, problemas sociais enfrentados àquela época. Porém, podemos
Pôs-se na torre a sonhar... afirmar que o Simbolismo abriu caminhos para o Modernismo,
Viu uma lua no céu, que notadamente foi influenciado pelas tendências
Viu outra lua no mar. irracionalistas desse movimento literário.
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Momento Histórico lado, muitas obras ainda mostravam a influência das escolas
passadas: realista/naturalista/parnasiana e simbolista. Essa
Enquanto a Europa se prepara para a Primeira Guerra dicotomia de tendências, uma renovadora e outra conservadora,
Mundial, o Brasil começa a viver, a partir de 1894, um novo gerou não só tensão, mas sobretudo um clima rico e fecundo,
período de sua história republicana: com a posse do paulista que Alceu Amoroso Lima chamou de Pré-Modernismo.
Prudente de Morais, primeiro presidente civil, inicia-se a
“República do café-com-leite”, dos grandes proprietários rurais, Quanto à prosa, podemos distinguir três tipos de obras:
em substituição a “República da Espada” (governos do marechal
Deodoro e do marechal Floriano). É a áurea da economia 1- Obras de ambiência rural e regional – que tem por
cafeeira no Sudeste; é o movimento de entrada de grandes temática a paisagem e o homem do interior.
levas de imigrantes, notadamente os italianos; é o esplendor da
Amazônia com o ciclo da borracha; é o surto de urbanização de 2- Obras de ambiência urbana e social – retratando a
São Paulo. realidade das nossas cidades.
Mas toda esta prosperidade vem deixar cada vez mais
claros os fortes contrastes da realidade brasileira. É, também, o 3- Obras de ambiência indefinida – cujos autores produzem
tempo de agitações sociais. Do abandono do Nordeste partem uma literatura desligada da realidade socioeconômica brasileira.
os primeiros gritos da revolta. Em fins do século XIX, na Bahia,
ocorre a Revolta de Canudos, tema de Os sertões, de Euclides Características:
da Cunha; nos primeiros anos do século XX, o Ceará é o palco
de conflitos, tendo como figura central o padre Cícero, o famoso A) ruptura com o passado – por meio de linguagem
“Padim Ciço”; em todo o sertão vive-se o tempo do cangaço, com chocante, com vocabulário que exprime a “frialdade inorgânica
a figura lendária de Lampião. da terra”.
O Rio de Janeiro assiste, em 1904, a uma rápida mais B) inconformismo diante da realidade brasileira –
intensa revolta popular, sob o pretexto aparente de lutar mediante um temário diferente daquele usado pelo romantismo
contra a vacinação obrigatória idealizada por Oswaldo Cruz; e pelo parnasianismo: caboclo, subúrbio, miséria, etc..
na realidade, tratava-se de uma revolta contra o alto custo de C) interesse pelos usos e costumes do interior –
vida, o desemprego e os rumos da República. Em 1910, há outra regionalismo, com registro da fala rural.
importante rebelião, desta vez dos marinheiros liderados por D) destaque à psicologia do brasileiro – retratando sua
João Cândido, o “almirante negro”, contra o castigo corporal, preguiça, por exemplo nas mais diferentes regiões do Brasil.
conhecida como a “Revolta de Chibata”. Ao mesmo tempo, em E) acentuado nacionalismo – exemplo Policarpo Quaresma.
São Paulo, as classes trabalhadoras sob a orientação anarquista, F) preferência por assuntos históricos.
iniciam os movimentos grevistas por melhores condições de G) descrição e caracterização de personagens típicos –
trabalho. com o intuito de retratar a realidade política, e econômica e
Essas agitações são sintomas de crise na “República do café- social de nossa terra.
com-leite”, que se tornaria mais evidente na década de 1920, H) preferência pelo contraste físico, social e moral.
servindo de cenário ideal para os questionamentos da Semana I) sincretismo estético – Neorrealismo, Neoparnasianismo,
da Arte Moderna. Neossimbolismo.
J) emprego de uma linguagem mais simples e coloquial –
Características com o objetivo de combater o rebuscamento e o pedantismo de
alguns literatos.
Apesar de o Pré-Modernismo não constituir uma escola Principais autores :
literária, apresentando individualidades muito fortes, com Na poesia: Augusto dos Anjos, Rodrigues de Abreu, Juó
estilos às vezes antagônicas – como é o caso, por exemplo, de Bananére, etc..
Euclides da Cunha e Lima Barreto -, podemos perceber alguns Na prosa: Euclides da Cunha, Lima Barreto, Graça Aranha,
pontos em comum entre as principais obras pré-modernistas. Monteiro Lobato, Afonso Arinos, Simões Lopes, Afrânio Peixoto,
Apesar de alguns conservadorismos, são obras inovadoras, Alcides Maia, Valdomiro Silveira, etc…
apresentando uma ruptura com o passado, com o academismo;
a linguagem de Augusto dos Anjos, ponteadas de palavras “não Modernismo no Brasil: poesia e prosa
poéticas” como cuspe, vômito, escarro, vermes, era uma afronta
à poesia parnasiana ainda em vigor; a denúncia da realidade No início do século XX consolidou-se um movimento
brasileira, negando o Brasil literário herdado de Romantismo e literário e artístico que tinha como principal objetivo
Parnasianismo; o Brasil não oficial do sertão nordestino, dos romper com a estética tradicionalista, libertando-se dos
caboclos interioranos, dos subúrbios, é o grande tema do Pré- paradigmas, formalismos e regras que até então imperavam.
Modernismo; No Brasil, o Modernismo preconizava a independência
- o regionalismo, montando-se um vasto painel brasileiro: o cultural do país, sendo valorizada a cultura cotidiana brasileira,
Norte e Nordeste com Euclides da Cunha; o Vale do Paraíba e o em específico, a linguagem popular. As obras modernistas são de
interior paulista com Monteiro Lobato; o Espírito do Santo com suma importância e extremamente enriquecedoras da literatura
Graça Aranha; o subúrbio carioca com Lima Barreto; brasileira.
- os tipos humanos marginalizados: o sertanejo nordestino, Impossível falar sobre o Modernismo brasileiro sem citar
o caipira, os funcionários públicos, os mulatos; a Semana de Arte Moderna de 1922, evento realizado em São
- uma ligação com fatos políticos, econômicos e sociais Paulo que representou um divisor de águas em nossa cultura.
contemporâneos, diminuindo a distância entre a realidade e a Embora não tenha sido o começo do movimento, haja vista que
ficção. o processo de transformação de nossa arte iniciara no início do
século XX influenciado pelas vanguardas europeias, a Semana,
Pré-Modernismo no Brasil que aconteceu entre os dias 13 e 18 de fevereiro de 1922,
aproximou e apresentou os principais nomes do movimento e
Nas últimas décadas do século XIX e nas primeiras do século chamou a atenção dos meios artísticos de todo país para o
XX, o Brasil também viveu sua bélle époque. Nesse período nossa debate em torno das novas questões estéticas propostas por
literatura caracterizou-se pela ausência de uma única diretriz. seus representantes. Entre seus principais organizadores,
Houve, isso sim, um sincretismo estético, um entrecruzar de Guilherme de Almeida, Paulo Prado, Godofredo Silva
várias correntes artístico-literárias. O país vivia na época uma Telles, Mário e Oswald de Andrade; esses dois últimos formaram,
constante tensão. com o principal poeta modernista, Manuel Bandeira, aquela que
Nesse contexto, alguns autores refletiam o inconformismo ficou imortalizada como a tríade modernista, responsável por
diante de uma realidade sociocultural injusta e já apontavam definir os novos parâmetros das letras brasileiras.
para a irrupção iminente do movimento modernista. Por outro
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APOSTILAS OPÇÃO
Fases do Modernismo no Brasil Deixa disso camarada
Me dá um cigarro
Três momentos distintos, chamados de fases ou gerações, (Oswald de Andrade)
caracterizaram o Modernismo no Brasil.
Erro de português
Primeira Fase (1922 a 1930) Quando o português chegou
Debaixo de uma bruta chuva
Durante a primeira fase o movimento buscou concretizar-se Vestiu o índio
no Brasil. Foi um período de grande produção de arte moderna Que pena!
e de materiais que divulgavam esta arte (orgia intelectual). Em Fosse uma manhã de sol
meio a essa “orgia”, quatro correntes de pensamento ganharam O índio tinha despido
força e foram ganhando teor ideológico ao longo da década de O português.
20. São elas: Pau Brasil, Verde Amarelismo, Escola da Anta e (Oswald de Andrade)
Antropofagia.
Segunda Fase (1930 a 1945)
Pau Brasil
Fundado por Oswald de Andrade com o Manifesto Pau Também chamada de Fase Heroica e geração de 30, foi a
Brasil, o movimento Pau Brasil fazia críticas ao passado cultural mais radical no rompimento com os paradigmas tradicionais.
brasileiro, que imitava os modelos europeus, propondo um olhar Houve a redescoberta e valorização do cotidiano brasileiro, com
para o Brasil com o olhar do brasileiro, apesar das influencias grande destaque da linguagem coloquial e espontânea, com suas
europeias. gírias, erros e capacidade expressiva (humor, ironia e sarcasmo).
Ocorreu também a negação brusca do passado a nível formal,
Verde Amarelismo sendo desvalorizadas as regras de rima e métrica da poesia.
Em resposta a isso, o Verde Amarelismo vinha com a defesa Como citado anteriormente, esta fase buscava refletir a
de um nacionalismo exagerado, valorizando os elementos realidade social e econômica brasileira. Os romances eram
nacionais sem qualquer influência europeia. Esta corrente, que carregados de denúncias e mostravam as relações do “eu” com
originaria a Escola da Anta, tinha inclinações nazistas e, de o restante do mundo. O regionalismo teve grande importância
certa forma, possuía ideais xenófobos. nesta fase, destacando a seca, a migração, os problemas do
trabalhador rural e a miséria. Dentre as temáticas trabalhadas,
Antropofagia entraram também os romances urbanos e psicológicos. Se
A Antropofagia, também fundada por Oswald de Andrade, comparado à era naturalista, o modernismo, em sua segunda
vinha como uma nova resposta às duas correntes, pregando a fase, afastou-se do apego ao cientificismo.
aceitação da cultura estrangeira, mas sem cópias e imitações. A prosa da 2ª fase modernista caracteriza-se pelo
Esta cultura deveria ser absorvida pela brasileira, que colocaria regionalismo, pela relação do homem com o meio em que vive.
na arte a representação da realidade do Brasil e do elemento A Literatura Brasileira já apresentava uma tendência regionalista.
popular, valorizando as riquezas nacionais. Desde o Romantismo, a busca de traços particulares da
realidade brasileira já estava presente em algumas obras,
Transição entretanto, neste período, a partir das conquistas da primeira
Apesar dos movimentos contrários, vemos na primeira fase modernista e das idéias socialistas, os autores dão um novo
fase modernista uma arte descontraída, com poemas que tom a esse regionalismo. O livro A bagaceira de José Américo é
desestruturavam as velhas escolas literárias e que traziam uma considerado o primeiro romance regionalista do Modernismo.
linguagem que fugia às regras gramaticais, aproximando-se Mas seu valor deve-se mais à temática histórica da seca, dos
da fala popular. A construção da imagem brasileira foi sendo retirantes e ao aspecto social do que aos aspectos literários.
aproximada do povo, da realidade popular e a principal temática
comum a todas as obras era a valorização e reconstrução do Principais autores da prosa da segunda fase:
nacionalismo. - Raquel de Queirós
A transição da primeira para a segunda fase modernista - Graciliano Ramos
ocorreu em meio a revoltas contra a política brasileira do café- - Jorge Amado
com-leite e à crise econômica ocasionada pela crise de 1929, - Érico Veríssimo
que impossibilitava a importação do café, principal riqueza - José Lins do Rego
brasileira. As Grandes Guerras também viriam compor o cenário
histórico da época. Quase todos esses autores voltaram-se basicamente para os
A busca pela nacionalidade no final da década de 1920 temas do Nordeste, como a seca, o cangaço e o ciclo açucareiro.
já começava a ganhar ares ideológicos e os conflitos da época Com exceção de Érico Veríssimo que apresentou uma obra
também pediam a tomada definitiva de uma posição ideológica. voltada para as relações do homem e a paisagem do Sul do Brasil.
O resultado disso é a arte engajada que surgiu na segunda fase Raquel de Queirós foi a primeira mulher a se “eleger
modernista, com uma reflexão sobre a época de crise e pobreza. imortal” na Academia Brasileira de Letras. Suas obras
regionalistas destacam-se pela reflexão sobre a figura feminina
Principais autores da Primeira Fase numa sociedade patriarcal.
- Mário de Andrade; Em seu livro O quinze, conta a história da luta de um povo
- Oswald de Andrade; contra a seca e a miséria, tema marcante da prosa modernista
- Manuel Bandeira; da segunda geração. A força da mulher nordestina também
- Alcântara Machado. é tratada em toda sua obra. Entre as suas figuras femininas
destacam-se: Conceição em “O quinze” e Maria Bonita em “O
Poesias da Primeira Fase Lampião”.
Graciliano Ramos é considerado pela crítica
Pronominais literária o melhor ficcionista dessa segunda fase.
Dê-me um cigarro Sua obra é marcada pela ausência de sentimentalismo e por um
Diz a gramática forte poder de síntese, refletida na linguagem direta e precisa.
Do professor e do aluno Entre seus livros destacam-se “Memórias do Cárcere” e “São
E do mulato sabido Bernardo”.
Jorge Amado é talvez um dos autores mais conhecidos
Mas o bom negro e o bom branco pelo público jovem. Isto porque, muitos de seus livros foram
Da Nação Brasileira adaptados para a TV e o cinema. E ainda hoje, é um dos escritores
Dizem todos os dias brasileiros que mais vendeu livros. Seus livros traçam um
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APOSTILAS OPÇÃO
verdadeiro e completo quadro do povo brasileiro, em especial Terceira Fase (1945 a 1960)
do povo baiano. A linguagem simples, marcada por expressões
populares, a preocupação com os costumes e as tradições A terceira fase é marcada pela ruptura com a 1ª e a 2ª
populares e o bom humor fizeram de Jorge Amado um dos mais fases modernistas, experimentação estética e a busca por uma
queridos escritores brasileiros. nova expressão literária foram as principais características da
Érico Veríssimo é o grande representante da região Sul terceira geração modernista.
do Brasil nessa segunda fase. E assim como Jorge Amado, Grandes escritores, preocupados principalmente com a
também foi muito querido pelo público leitor. Sua obra é pesquisa em torno da própria linguagem, surgiram, afinal o
frequentemente dividida em romances urbanos, históricos contexto político, relativamente tranquilo em relação às gerações
e políticos. Em seus romances urbanos analisa os conflitos anteriores, fomentou o trabalho estético e linguístico, pois
e os valores de uma sociedade em crise. Entre os principais menos exigidos social e politicamente, puderam explorar com
livros dessa categoria estão: “Clarissa” e “Olhai os lírios maior afinco a forma literária, tanto na prosa quanto na poesia.
do campo”. A sua grande obra prima é a trilogia histórica Em 1945, terminada a Segunda Guerra Mundial e, no Brasil, a
“O tempo e o vento”, que narra a disputa pelo poder ditadura de Vargas, o Brasil vivia um período democrático e
político entre importantes famílias na região Sul. Entre as desenvolvimentista, cujo ápice ocorreu nos anos de governo do
personagens principais estão Ana Terra e Rodrigo Cambará. presidente Juscelino Kubitschek.
José Lins do Rego foi um autor muito identificado com os Em virtude da grande discrepância com o padrão estético
costumes do povo e sua obra pautou-se fundamentalmente inaugurado por nomes como Mário e Oswald de Andrade
nas recordações de um menino que conviveu com as fazendas e Manuel Bandeira — a tríade do Modernismo de 1922 —,
produtoras de cana. Seus principais temas são: da decadência muitos críticos literários consideram a terceira geração como
dos engenhos produtores de açúcar e da estrutura patriarcal, pós-modernista, na qual se pode notar um rigor formal distante
as disputas políticas na região nordeste e o cangaço. Entre seus do proposto pelos precursores do movimento. Na poesia,
livros destacam-se: Menino de Engenho e Fogo Morto. um novo princípio literário surgiu, alterando assim a antiga
Esta segunda fase, foi uma fase de consolidação do concepção sobre o gênero: para os pós-modernistas, a poesia era
a arte da palavra, rompendo assim com o caráter social, político,
Modernismo brasileiro. Sendo uma fase mais madura, foi quando filosófico e religioso, muito explorado pela poesia da geração de
o movimento ganhou mais força e se criaram obras essenciais da 1930. Enquanto muitos retomaram a estética parnasiana, outros
literatura brasileira. buscaram uma linguagem sintética e precisa, dando continuidade
Na prosa, houve uma grande reflexão e crítica da realidade à estética de Carlos Drummond de Andrade e Murilo Mendes,
brasileira, sendo retratados problemas sociais das diferentes grandes representantes da segunda fase modernista.
regiões, com destaque para o regionalismo nordestino. Na Na prosa, especialmente nos gêneros conto e romance,
poesia, houve um questionamento do sentido da existência, escritoras como Clarice Lispector e Lygia Fagundes Telles
com profunda análise dos sentimentos humanos e das angústias aprofundaram a sondagem psicológica das personagens e
sociais. introduziram inovações nas técnicas narrativas, quebrando
a frequência e a estrutura do gênero narrativo, canonizado na
Principais autores da Segunda Fase na poesia fórmula “começo, meio e fim”. Outros escritores, como Guimarães
- Carlos Drummond de Andrade; Rosa e Mário Palmério, dedicaram-se ao regionalismo,
- Cecília Meireles; estética muito desenvolvida nos anos 30, renovando-a. No caso
- Vinicius de Moraes; de Guimarães Rosa, a inovação atingiu fortemente a linguagem,
- Jorge Amado; através do emprego do discurso direto e do discurso indireto
- Graciliano Ramos; livre, revolucionando vocabulário e sintaxe:
- Érico Veríssimo; Conhecida também como Geração de 45, a última fase do
- Rachel de Queiroz. Modernismo, considerada por muitos como já Pós-Modernismo,
é caracterizada pela liberdade. Abandonam os diversos ideais
Poesias da Segunda Fase defendidos pela primeira geração do Modernismo, como a
exploração da realidade brasileira e a linguagem popular. Na
Retrato poesia há inclusivamente um retorno à forma, sendo encarada
Eu não tinha este rosto de hoje, como a arte da palavra. Nesta última fase, houve a exploração
assim calmo, assim triste, assim magro da psicologia humana, sendo abordados conteúdos inovadores.
nem estes olhos tão vazios,
nem o lábio amargo. Principais autores da Terceira Fase
Eu não tinha estas mãos sem força, - Guimarães Rosa;
tão paradas e frias e mortas; - Clarice Lispector;
eu não tinha este coração - Mário Quintana;
que nem se mostra. - João Cabral de Melo Neto;
Eu não por esta mudança, - Lygia Fagundes Telles;
tão simples, tão certa, tão fácil: - Ariano Suassuna.
-Em que espelho ficou perdida a minha face?
(Cecília Meireles) Poesias da Terceira Fase
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APOSTILAS OPÇÃO
Poeminha do Contra (D) intervenções de um leitor estrangeiro no exercício de
Todos estes que aí estão leitura poética.
Atravancando o meu caminho, (E) lembretes de palavras tipicamente brasileiras
Eles passarão. substitutivas das originais.
Eu passarinho!
(Mário Quintana) 03. Assinale a alternativa em que se encontram preocupações
estéticas da Primeira Geração Modernista:
Prosa da Terceira Fase (A) Principal corrente de vanguarda da Literatura Brasileira,
- Grande Sertão: Veredas, de Guimarães Rosa; rompeu com a estrutura discursiva do verso tradicional,
- Primeiras Estórias, de Guimarães Rosa; valendo-se de materiais gráficos e visuais que transformaram a
- A Hora da Estrela, de Clarice Lispector; estrutura do poema.
- A cidade sitiada, de Clarice Lispector. (B) Busca pelo sentido da existência humana, confronto
entre o homem e a realidade, reflexão filosófico-existencialista,
QUESTÕES espiritualismo, preocupação social e política, metalinguagem e
sensualismo.
01.(Unifesp-SP) Sobre Manuel Bandeira, é correto afirmar (C) Os escritores de maior destaque da primeira fase do
que Modernismo defendiam a reconstrução da cultura brasileira
(A) a insistência em temas relacionados ao sonho sobre bases nacionais, revisão crítica de nosso passado histórico
e à fantasia aponta para uma concepção de vida fugidia e de nossas tradições culturais, eliminação do complexo
e distanciada da realidade. Dessa forma, entende-se de colonizados e uso de uma linguagem própria da cultura
o poeta na transição entre o Realismo e Modernismo. brasileira.
(B) sua obra é muito pouco alinhada ao Modernismo, (D) Amadurecimento da prosa, sobretudo do romance,
pois sua expressão exclui por completo a linguagem enfoque mais direto dos fatos, influência da estética Realista-
popular, priorizando a erudição e a contenção criadora. Naturalista do século XIX e caráter documental, como no
(C) o desapego aos temas do cotidiano o aponta como livro Vidas secas, de Graciliano Ramos.
um poeta que, embora inserido no Modernismo, está
muito distanciado das causas sociais e da busca de uma 04. (UC-MG) Graciliano Ramos é autor que, no Modernismo,
identidade nacional, como fizeram seus contemporâneos. faz parte da:
(D) o movimento modernista teve com seu trabalho (A) fase destruidora, que procura romper com o passado.
e com o de poetas como Oswald e Mário de Andrade a (B) segunda fase, em que se destaca a ficção regionalista.
base de sua criação. Bandeira recriou literariamente suas (C) fase irreverente, que busca motivos no primitivismo.
experiências pessoais, com temas como o amor, a morte (D) geração de 45, que procura estabelecer uma ordem no
e a solidão, aos quais conferiu um valor mais universal. caos anterior.
(E) o poeta trata de temas bastante recorrentes ao Romantismo, (E) década de 60, que transcendentaliza o regionalismo.
como a saudade, a infância e a solidão. Além disso, expressa-se
como os românticos, já que tem uma visão idealizada do mundo. Respostas
Daí seu distanciamento dos demais modernistas da primeira
fase. 01. Resposta correta: D
O aproveitamento da riqueza expressiva da linguagem e das
02. Enem – 2013 possibilidades rítmicas do verso são características da produção
dos poetas em questão. Disso resulta uma poesia simples, clara
e de profundo lirismo.
Literatura Contemporânea
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APOSTILAS OPÇÃO
Poesia Tropicalismo: movimento cultural do fim da década de
A partir da década de 50, vários movimentos e grupos 60 que revoluciona a música popular brasileira. É iniciado no
procuraram novos caminhos para a poesia brasileira em função lançamento das músicas “Alegria, Alegria” de Caetano Veloso
das transformações (mudanças de ordem política, social, e “Domingo no Parque” de Gilberto Gil, no Festival de MPB da
econômica e tecnológica) do mundo. Por outro lado, a prosa de TV Record em 1967. É influenciado pelo Manifesto Antropófago
ficção revelou dezenas de novos autores, que ora usam recursos de Oswald de Andrade e também um reflexo da resistência à
tradicionais da técnica narrativa, ora buscam novas formas de censura e à repressão, agravada após o AI – 5 (1968).
expressão, inserindo-se numa perspectiva experimentalista.
Concretismo (1956): concepção poética baseada na Outros poetas que merecem destaque na poesia
geometrização e na visualização da linguagem, que preconiza contemporânea são Adélia Prado, Mário Quintana, Afonso
a substituição da estrutura tradicional do verso por expressões Romano Sant’Anna, Gilberto Mendonça Telles, Paulo Leminski
nominais relacionadas espacialmente. O grupo concretista foi e Cacaso. Arnaldo Antunes, representante da poesia anárquica
liderado por Augusto e Haroldo de Campos e Décio Pignatari. que floresceu nos anos 70 do século passado é, atualmente,
Leia este poema concreto de Ivo Barroso: exemplo de artista que usufrui de mídias diversas para ampliar
público e explorar novas linguagens.
astro
ave Prosa
vela
olho ilha Intertextualidade, aproveitamento da forma popular
casco de ficção, cultivo da ambiguidade, exploração da paródia,
peixe rompimento com a sintaxe são aspectos que marcam a narrativa
ostra ficcional contemporânea.
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APOSTILAS OPÇÃO
Lygia Fagundes Telles: membro da Academia Brasileira de 03. (FCC – 2016) O estilo Barroco chega ao Brasil pelas mãos
Letras, Academia de Ciências de Lisboa e da Academia Paulista dos colonizadores, sobretudo portugueses. Seu desenvolvimento
de Letras; Lygia nasceu em 19 de abril de 1923 em São Paulo pleno se dá no século XVIII, 100 anos após o surgimento do
capital. Barroco na Europa.
Pode-se considerar que a temática predominante do
“Porão e Sobrado”, livro de contos, é a primeira obra Barroco brasileiro e a alcunha de seu escultor mais famoso são,
publicada pela autora em 1938. respectivamente:
(A) Arte sacra, Aleijadinho.
Lygia cursou Direito em 1941, foi neste mesmo período que (B) Arte sincrética, Mestre Athaíde.
conheceu Mário e Oswald de Andrade, e começou a integrar a (C) Sincretismo religioso, mestre Vitalino.
Academia de Letras da Faculdade. Em 1946, termina os estudos (D) Arte Acadêmica, Francisco Vieira.
de Direito e publica seu terceiro livro de contos “O Cacto (E) Ex-votos, Aleijadinho.
vermelho” que recebe o Prêmio Afonso Arinos, da Academia
Brasileira de Letras. 04. (UFRS) Leia as afirmações abaixo sobre o Arcadismo
brasileiro.
“O Cacto Vermelho” foi o primeiro de seus muitos livros I - Os poetas árcades colocavam-se como pastores para
premiados, outros exemplos são: Histórias do desencontro realizarem, dessa forma, o ideal de uma vida simples em contato
(1958), Antes do baile verde (1970), As meninas (1973), com a natureza.
Seminário de ratos (1977), A noite escura e mais eu (1994) e II - O Arcadismo brasileiro, embora tenha reproduzido muito
Invenção e Memória (2001). dos modelos europeus, apresentou características próprias,
como a incorporação do elemento indígena e a sátira política.
Nas obras, há uma sondagem psicológica permanente, suas III - O tema do “Carpe diem”, em que o poeta expressa
personagens femininas são misteriosas e complexas, enquanto o desejo de aproveitar intensamente o momento presente,
as personagens masculinas são, geralmente, representantes fugaz e passageiro, foi ignorado pelos árcades brasileiros,
simbólicos de funções sociais e não possuem contornos excessivamente racionalistas.
marcantes. Quais estão corretas?
(A) Apenas I.
Luís Fernando Veríssimo: O Analista de Bagé; O Popular; (B) Apenas III.
Ed Mort e Outras Histórias; A Velhinha de Taubaté; O Santinho; (C) Apenas I e II.
O Jardim do Diabo; Comédias da Vida Pública; Gula – O Clube dos (D) Apenas II e III.
Anjos. (E) I, II e III.
Natural de Porto Alegre-RS, Luís Fernando Veríssimo nasceu
em 26 de setembro de 1936, iniciou seus estudos no Instituto 05. (PUR-RJ) Qual dessas afirmações não caracterizava a
Porto Alegre e chegou a morar e estudar nos Estados Unidos. poesia arcádica realizada no Brasil no século XVIII?
Veríssimo estreou sua carreira profissional como Jornalista (A) Procurava-se descrever uma atmosfera denominada
em Porto Alegre, por volta de 1966; e a partir de 1969 passou locus amoenus.
a escrever matérias assinadas. O autor criou, também, quadros (B) A poesia seguia o lema de “cortar o inútil” do texto.
para o programa “Planeta dos Homens”, transmitidos pela Rede (C) As amadas eram ninfas, lembrando a mitologia grega e
Globo; bem como, possui crônicas e contos publicados nas romana.
revistas e jornais brasileiros como “Cláudia”, “Veja”, “Folha de (D) Os poetas da época não se expressaram no gênero épico.
São Paulo” e “O Globo”. (E) Diversos poemas foram dedicados a reis e rainhas, e
Veríssimo é conhecido principalmente por suas crônicas tinham um objetivo político.
que apresentam tom humorístico e costumam tratar de
assuntos delicados, como a política, com ironia. Em relação as Respostas
personagens, Veríssimo cria típicos protagonistas brasileiros.
01. Alternativa (C). A literatura jesuítica e os relatos de
Questões viagem dominaram o primeiro século da vida colonial brasileira,
visto que o Brasil ainda não possuía uma identidade cultural
01. (UFSM) Sobre a literatura produzida no primeiro século formada. Portanto, não tínhamos ainda uma literatura que
da vida colonial brasileira, é correto afirmar que: pudesse ser chamada de brasileira.
(A) É formada principalmente de poemas narrativos e textos
dramáticos que visavam à catequese. 02. Alternativa (E).
(B) Inicia com Prosopopeia, de Bento Teixeira.
(C) É constituída por documentos que informam acerca da 03. Alternativa (A).
terra brasileira e pela literatura jesuítica.
(D) Os textos que a constituem apresentam evidente 04. Alternativa (C). O tema “Carpe diem” é um dos que
preocupação artística e pedagógica. prevalecem nas obras árcades.
(E) Descreve com fidelidade e sem idealizações a terra e o
homem, ao relatar as condições encontradas no Novo Mundo. 05. Alternativa (D). Os poetas árcades escreveram o gênero
épico.
02. Com relação ao Barroco, é CORRETO afirmar que:
(A) firmou-se no Brasil no início do século XVI, tendo como
característica o uso de curvas e contracurvas e a busca de poucos
efeitos decorativos.
Anotações
(B) foi o primeiro estilo artístico que o Brasil conheceu,
predominando no mesmo o aspecto racional juntamente com o
sentimento religioso.
(C) uma característica da escultura barroca são as chamadas
imagens de pau oco, as quais seguem detalhadamente os moldes
europeus.
(D) a escultura barroca complementa a arquitetura da época,
com ausência de detalhes e pouca expressividade.
(E) entre os principais artistas barrocos, destacam-
se Rembrandt, Rubens, Goya, El Greco, Velásquez, Antonio
Francisco da Costa Lisboa e Manuel da Costa Athayde.
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APOSTILAS OPÇÃO
Língua Portuguesa 90
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MATEMÁTICA
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APOSTILAS OPÇÃO
Matemática 1
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APOSTILAS OPÇÃO
Questões
O conjunto dos números inteiros possui alguns
01. (SABESP – APRENDIZ – FCC) A partir de 1º de março,
subconjuntos notáveis:
uma cantina escolar adotou um sistema de recebimento por
cartão eletrônico. Esse cartão funciona como uma conta
- O conjunto dos números inteiros não nulos:
corrente: coloca-se crédito e vão sendo debitados os gastos. É
Z* = {..., -4, -3, -2, -1, 1, 2, 3, 4,...};
possível o saldo negativo. Enzo toma lanche diariamente na
Z* = Z – {0}
cantina e sua mãe credita valores no cartão todas as semanas.
Ao final de março, ele anotou o seu consumo e os pagamentos
- O conjunto dos números inteiros não negativos:
na seguinte tabela:
Z+ = {0, 1, 2, 3, 4,...}
Z+ é o próprio conjunto dos números naturais: Z+ = N
Matemática 2
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Matemática 3
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Matemática 4
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APOSTILAS OPÇÃO
m
Um número racional é o que pode ser escrito na forma
n
, onde m e n são números inteiros, sendo que n deve ser Aproveitando o exemplo acima temos 0,333... = 3. 1/101
diferente de zero. Frequentemente usamos m/n para significar + 3 . 1/102 + 3 . 1/103 + 3 . 1/104 ...
a divisão de m por n.
Como podemos observar, números racionais podem ser Representação Fracionária dos Números Decimais
obtidos através da razão entre dois números inteiros, razão Trata-se do problema inverso: estando o número racional
pela qual, o conjunto de todos os números racionais é escrito na forma decimal, procuremos escrevê-lo na forma de
denotado por Q. Assim, é comum encontrarmos na literatura a fração. Temos dois casos:
notação: 1º) Transformamos o número em uma fração cujo
m numerador é o número decimal sem a vírgula e o denominador
Q={ : m e n em Z, n diferente de zero}
n é composto pelo numeral 1, seguido de tantos zeros quantas
forem as casas decimais do número decimal dado:
9
0,9 =
10
57
5,7 =
10
76
No conjunto Q destacamos os seguintes subconjuntos: 0,76 =
- Q* = conjunto dos racionais não nulos; 100
- Q+ = conjunto dos racionais não negativos; 348
- Q*+ = conjunto dos racionais positivos; 3,48 =
- Q _ = conjunto dos racionais não positivos;
100
- Q*_ = conjunto dos racionais negativos. 5 1
0,005 = =
1000 200
Representação Decimal das Frações
p 2º) Devemos achar a fração geratriz da dízima dada; para
Tomemos um número racional , tal que p não seja tanto, vamos apresentar o procedimento através de alguns
q exemplos:
múltiplo de q. Para escrevê-lo na forma decimal, basta efetuar Exemplos:
a divisão do numerador pelo denominador.
Nessa divisão podem ocorrer dois casos: 1) Seja a dízima 0, 333....
1º) O numeral decimal obtido possui, após a vírgula, um Veja que o período que se repete é apenas 1(formado pelo
número finito de algarismos. Decimais Exatos: 3) → então vamos colocar um 9 no denominador e repetir no
2 numerador o período.
= 0,4
5
1
= 0,25
4 3
Assim, a geratriz de 0,333... é a fração .
35 9
= 8,75
4 2) Seja a dízima 5, 1717....
O período que se repete é o 17, logo dois noves no
153
= 3,06 denominador (99). Observe também que o 5 é a parte inteira,
50 logo ele vem na frente:
Matemática 5
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APOSTILAS OPÇÃO
3 3 3 3
2) Módulo de + é . Indica-se =
2 2 2 2
Propriedades da Adição e Multiplicação de Números
Racionais
3 3 1) Fechamento: O conjunto Q é fechado para a operação de
Números Opostos: Dizemos que – e são números
2 2 adição e multiplicação, isto é, a soma e a multiplicação de dois
racionais opostos ou simétricos e cada um deles é o oposto do números racionais ainda é um número racional.
3 3 2) Associativa da adição: Para todos a, b, c em Q: a + ( b + c
outro. As distâncias dos pontos – e ao ponto zero da )=(a+b)+c
2 2 3) Comutativa da adição: Para todos a, b em Q: a + b = b + a
reta são iguais. 4) Elemento neutro da adição: Existe 0 em Q, que
adicionado a todo q em Q, proporciona o próprio q, isto é: q +
0=q
Matemática 6
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APOSTILAS OPÇÃO
é o expoente.
. .
2 2 2 2 2 2 2
qn = q × q × q × q × ... × q, (q aparece n vezes)
3
1 2 1
3.2
1
6
Exemplos: ou
2
3
2 2 2 8 2 2 2
a) = . . =
5 5 5 5 125 Radiciação de Números Racionais
Se um número representa um produto de dois ou mais
1
3
1 1 1 fatores iguais, então cada fator é chamado raiz do número.
b) = . . = 1 Exemplos:
2 2 2 2 8 2
1 1 1 1 1
1) Representa o produto . ou .Logo, é
Propriedades da Potenciação: 9 3 3 3 3
1) Toda potência com expoente 0 é igual a 1.
1
0 a raiz quadrada de .
2
=1 9
5 1 1
Indica-se =
2) Toda potência com expoente 1 é igual à própria base. 9 3
1
9 9 2) 0,216 Representa o produto 0,6. 0,6 . 0,6 ou (0,6)3. Logo,
=
4 4 0,6 é a raiz cúbica de 0,216. Indica-se 3 0,216 = 0,6.
Um número racional, quando elevado ao quadrado, dá o
3) Toda potência com expoente negativo de um número
número zero ou um número racional positivo. Logo, os
racional diferente de zero é igual a outra potência que tem a
números racionais negativos não têm raiz quadrada em Q.
base igual ao inverso da base anterior e o expoente igual ao
oposto do expoente anterior. 100
O número
não tem raiz quadrada em Q, pois tanto
2 2 9
3 5 25
= = 10 10 100
5 3 9 como , quando elevados ao quadrado, dão .
3 3 9
Um número racional positivo só tem raiz quadrada no
4) Toda potência com expoente ímpar tem o mesmo sinal
conjunto dos números racionais se ele for um quadrado
da base.
perfeito.
2
3
2 2 2 8 2
= . . = O número não tem raiz quadrada em Q, pois não existe
3 3 3 3 27 3
2
5) Toda potência com expoente par é um número positivo. número racional que elevado ao quadrado dê .
3
Matemática 7
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Matemática 8
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APOSTILAS OPÇÃO
Observações Respostas
Podemos utilizar ( ) no lugar dos [ ] , para indicar as 01. Resposta: D.
extremidades abertas dos intervalos. Pontuação atual = 2 . partida anterior – 15
[a,b[ = [a,b) ; ]a,b] = (a,b] ; e ]a,b[ = (a,b) * 4ª partida: 3791 = 2.x – 15
2.x = 3791 + 15
a) Às vezes, aparecem situações em que é necessário x = 3806 / 2
registrar numericamente variações de valores em sentidos x = 1903
opostos, ou seja, maiores ou acima de zero (positivos), como
as medidas de temperatura ou reais em débito ou em haver * 3ª partida: 1903 = 2.x – 15
etc... Esses números, que se estendem indefinidamente, tanto 2.x = 1903 + 15
para o lado direito (positivos) como para o lado esquerdo x = 1918 / 2
(negativos), são chamados números relativos. x = 959
b) Valor absoluto de um número relativo é o valor do
número que faz parte de sua representação, sem o sinal. * 2ª partida: 959 = 2.x – 15
c) Valor simétrico de um número é o mesmo numeral, 2.x = 959 + 15
diferindo apenas o sinal. x = 974 / 2
x = 487
Operações com Números Relativos * 1ª partida: 487 = 2.x – 15
2.x = 487 + 15
1) Adição e Subtração de números relativos x = 502 / 2
a) Se os numerais possuem o mesmo sinal, basta adicionar x = 251
os valores absolutos e conservar o sinal. Portanto, a soma dos algarismos da 1ª partida é 2 + 5 + 1 =
b) Se os numerais possuem sinais diferentes, subtrai-se o 8.
numeral de menor valor e dá-se o sinal do maior numeral.
Exemplos: 02. Resposta: C.
3+5=8 I. Falso, pois m é Real e pode ser negativo.
4-8=-4 II. Falso, pois m é Real e pode ser negativo.
- 6 - 4 = - 10 III. Falso, pois m é Real e pode ser positivo.
-2+7=5
Referências
IEZZI, Gelson – Matemática - Volume Único
2) Multiplicação e Divisão de Números Relativos IEZZI, Gelson - Fundamentos da Matemática Elementar – Vol. 01 –
a) O produto e o quociente de dois números relativos de Conjuntos e Funções
mesmo sinal são sempre positivos.
b) O produto e o quociente de dois números relativos de CONJUNTO DOS NÚMEROS IRRACIONAIS - I
sinais diferentes são sempre negativos.
Exemplos: Os números racionais, são aqueles que podem ser escritos
- 3 x 8 = - 24 na forma de uma fração a/b onde a e b são dois números
- 20 (-4) = + 5 inteiros, com a condição de que b seja diferente de zero, uma
- 6 x (-7) = + 42 vez que sabemos da impossibilidade matemática da divisão
28 2 = 14 por zero.
Questões Vimos também, que todo número racional pode ser escrito
na forma de um número decimal periódico, também conhecido
01. (EBSERH/ HUPAA – UFAL – Analista Administrativo como dízima periódica.
– Administração – IDECAN) Mário começou a praticar um Vejam os exemplos de números racionais a seguir:
novo jogo que adquiriu para seu videogame. Considere que a 3 / 4 = 0,75 = 0, 750000...
cada partida ele conseguiu melhorar sua pontuação, - 2 / 3 = - 0, 666666...
equivalendo sempre a 15 pontos a menos que o dobro 1 / 3 = 0, 333333...
marcado na partida anterior. Se na quinta partida ele marcou 2 / 1 = 2 = 2, 0000...
3.791 pontos, então, a soma dos algarismos da quantidade de 4 / 3 = 1, 333333...
pontos adquiridos na primeira partida foi igual a - 3 / 2 = - 1,5 = - 1, 50000...
(A) 4. 0 = 0, 000...
(B) 5.
(C) 7. Existe, entretanto, outra classe de números que não podem
(D) 8. ser escritos na forma de fração a/b, conhecidos como números
(E) 10. irracionais.
Exemplo:
02. (Pref. Guarujá/SP – SEDUC – Professor de O número real abaixo é um número irracional, embora
Matemática – CAIPIMES) Considere m um número real pareça uma dízima periódica: x =
menor que 20 e avalie as afirmações I, II e III: 0,10100100010000100000...
I- (20 – m) é um número menor que 20.
II- (20 m) é um número maior que 20. Observe que o número de zeros após o algarismo 1
III- (20 m) é um número menor que 20. aumenta a cada passo. Existem infinitos números reais que
É correto afirmar que: não são dízimas periódicas e dois números irracionais muito
A) I, II e III são verdadeiras. importantes, são:
B) apenas I e II são verdadeiras. e = 2,718281828459045...,
C) I, II e III são falsas. Pi (𝜋) = 3,141592653589793238462643...
D) apenas II e III são falsas.
Que são utilizados nas mais diversas aplicações práticas
como: cálculos de áreas, volumes, centros de gravidade,
previsão populacional, etc.
Matemática 9
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APOSTILAS OPÇÃO
Matemática 10
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APOSTILAS OPÇÃO
Matemática 11
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APOSTILAS OPÇÃO
02. Resposta: E.
b) Divisão x=6-x
x=3
4+y=2y
y=4
c) Potenciação |𝑧| = √32 + 4² = 5
03. Resposta: A.
d) Radiciação
𝜌 = √12 + 1² = √2
1 √2
𝑐𝑜𝑠𝜃 = = = 𝑠𝑒𝑛𝜃
√2 2
para n = 0, 1, 2, 3, ..., n-1 𝜋
𝜃=
4
Matemática 12
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APOSTILAS OPÇÃO
𝜋 𝜋 Há também um processo prático, bastante usado, que se
𝑧 = √2(cos + 𝑖 ∙ 𝑠𝑒𝑛 )
4 4 baseia nessas ideias e na percepção de um padrão visual.
- Se a + b = c, conclui-se que a = c – b.
04. Resposta: E.
62/4=15 e resto 2 então i62=i2= -1 Na primeira igualdade, a parcela b aparece somando no
123/4=30 e resto 3 então i123=i3=-i, como 𝑖 = √−1 lado esquerdo; na segunda, a parcela b aparece subtraindo no
𝑖 62 + 𝑖123 = −1 − √−1 lado direito da igualdade.
- Se a . b = c, conclui-se que a = c : b, desde que b ≠ 0.
Matemática 13
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APOSTILAS OPÇÃO
𝑥 𝑥 – x2 – 2x2 + 8x – 16 = 0
= + 300
3 6 – 3x2 + 8x – 16 = 0
𝑥 𝑥
− = 300 Raízes de uma equação do 2º grau
3 6 Raiz é o número real que, ao substituir a incógnita de uma
2𝑥 − 𝑥 equação, transforma-a numa sentença verdadeira. As raízes
= 300 formam o conjunto verdade ou solução de uma equação.
6
𝑥 Resolução das equações incompletas do 2º grau com
= 300 uma incógnita.
6
x = 1800 Primeiramente devemos saber duas importante
Recebida: 1800.3=5400 propriedades dos números Reais que é o nosso conjunto
Universo.
03. Resposta: E.
Vamos chamar de ( x ) o valor para cada motorista. Assim: 1º) Se x ϵ R, y ϵ R e x.y=0, então x= 0 ou y=0
16 . x = Total 2º) Se x ϵ R, y ϵ R e x2=y, então x= √y ou x=-√y
Total = 10 . (x + 57) (pois 6 desistiram)
Combinando as duas equações, temos: 1º Caso) A equação é da forma ax2 + bx = 0.
16.x = 10.x + 570 → 16.x – 10.x = 570 x2 – 9x = 0 colocamos x em evidência
6.x = 570 → x = 570 / 6 → x = 95 x . (x – 9) = 0 , aplicando a 1º propriedade dos reais temos:
O valor total é: 16 . 95 = R$ 1520,00. x=0 ou x–9=0
x=9
EQUAÇÃO DO 2º GRAU Logo, S = {0, 9} e os números 0 e 9 são as raízes da equação.
Uma equação é uma expressão matemática que possui em 2º Caso) A equação é da forma ax2 + c = 0.
sua composição incógnitas, coeficientes, expoentes e um sinal x2 – 16 = 0 Fatoramos o primeiro membro, que é uma
de igualdade. As equações são caracterizadas de acordo com o diferença de dois quadrados.
maior expoente de uma das incógnitas. (x + 4) . (x – 4) = 0, aplicando a 1º propriedade dos reais
temos:
x+4=0 x–4=0
Em que a, b, c são números reais e a ≠ 0. x=–4 x=4
ou
Nas equações de 2º grau com uma incógnita, os números x2 – 16 = 0 → x2 = 16 → √x2 = √16 → x = ± 4, (aplicando a
reais expressos por a, b, c são chamados coeficientes da segunda propriedade).
equação. Logo, S = {–4, 4}.
Matemática 14
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APOSTILAS OPÇÃO
5 3
𝑥2 − 𝑥 + = 0
−7 ± √−59 2 2
𝑥=
6
2𝑥 2 − 5𝑥 + 3 = 0
Como Δ < 0, a equação não tem raízes reais.
Então: S = ᴓ 03. Resposta: B.
x²-6x+8=0
Relação entre os coeficientes e as raízes ∆= (−6)2 − 4.1.8 ⇒ 36 − 32 = 4
As equações do 2º grau possuem duas relações entre suas
−(−6)±√4 6±2
raízes, são as chamadas relações de Girard, que são a Soma (S) 𝑥= ⇒𝑥=
2.1 2
e o Produto (P).
6+2
𝒃 𝑥1 = =4
1) Soma das raízes é dada por: 𝑺 = 𝒙𝟏 + 𝒙𝟐 = − 2
𝒂
6−2
𝒄 𝑥2 = =2
2) Produto das raízes é dada por: 𝑷 = 𝒙𝟏 . 𝒙𝟐 = 2
𝒂
Matemática 15
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APOSTILAS OPÇÃO
y2 – 4y + 3 = 0 y = 1 ou y = 3 𝑏
(− )
Como 3x= y, então 3x = 1 = 0 ou 𝑎 = −𝑏 = 8
𝑐 𝑐
3x = 3 x = 1
𝑎
S = {0,1}
-b = 8
Questões b = -8
03. Resposta: E.
1 1
+ =8
𝑋1 𝑋2
(𝑋2 + 𝑋1 )
=8
𝑋1 ∙ 𝑋2
4º) Equações que envolvem utilização de
propriedades ou de mudança de base:
Sendo x1+x2=-b/a
Exemplo:
E x1.x2=c/a
𝐥𝐨𝐠(𝟐𝒙 + 𝟑) + 𝐥𝐨𝐠(𝒙 + 𝟐) = 𝟐 𝐥𝐨𝐠 𝒙
Matemática 16
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APOSTILAS OPÇÃO
Como ficamos com uma igualdade entre dois logaritmos, Recebe ou é conhecida por um desses nomes, sendo por
segue que: definição: Toda função f: R → R, definida por:
(2x +3)(x + 2) = x2
ou F(x) = ax + b
2x2 + 4x + 3x + 6 = x2
2x2 – x2 + 7x + 6 = 0 Com a ϵ R* e b ϵ R.
x2 + 7x + 6 = 0 O domínio e o contradomínio é o conjunto dos números
reais (R) e o conjunto imagem coincide com o contradomínio,
Im = R.
Quando b = 0, chamamos de função linear.
x = -1 ou x = - 6
03. Sabendo que log P = 3loga - 4logb + 1/2logc, assinale a Função Identidade
alternativa que representa o valor de P. Se a = 1 e b = 0, então y = x. Quando temos este caso
(dados: a = 4, b = 2 e c = 16) chamamos a função de identidade, notamos que os valores de
(A) 12 x e y são iguais, quando a reta corta os quadrantes ímpares
(B) 52 e y = - x, quando corta os quadrantes pares.
(C) 16 A reta que representa a função identidade é denominada
(D) 24 de bissetriz dos quadrantes ímpares:
(E) 73
Respostas
01. Resposta: A.
Logb(a.c )= logba + logbc
03. Resposta: C.
1
log P = log a3 − logb4 + logc 2
Matemática 17
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APOSTILAS OPÇÃO
Exemplo:
A função f : [1; 3] → [3; 5], definida por f(x) = x + 2, é uma
função bijetora.
Matemática 18
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APOSTILAS OPÇÃO
03. Dada a função f(x) = −4x +15 , sabendo que f(x) = 35,
então
(A) x = 5.
(B) x = 6.
(C) x = -6.
(D) x = -5.
Respostas
01. Resposta: E.
Pelo