Você está na página 1de 50
AREAL Arbeit macht frei: a frase que significa “o trabalho liberta" esta, ironicamente, fixada na entrada do campo fj de concentracéo {} de Auschwitz 2 y Oey EYEE eR eg > »)) sobreja raca pura. Descubra por qué ~ Para que a historia : NAO se REPITA 1m 2005, a Onganizagio das Nagies Unidas eabelaonn 0 dia 27 de ja nero como Dialnteracona sioneiros, sem querer, mata- ram muitas pessoas que ji nio cstavam acostumadasa comer. ‘Me lembro que me deram uma Tata de leite condensado. Eu nao consegui comer, achei tio horrivel,tlvez, essa tenha sido ‘a minha sorte. Eu sai do campo pesando 32 quilos. Estava muito fraca. Eu era mais morta do que viva, nao havia espago nem para uma euforia. Pelo contrario, acho ‘que eu me perguntei: como é que ‘eu cheguei até aqui? i 5 i 2 Orecomeso “Fiquei hospitalizada durante trés anos, som familia para cudar de mim. Para se # . ne ter uma ideia, demorou um ano para a § = i the digetio vl ntohwviamie do. $f ; ee? ‘intestinal. Pr sort, ajuventuideestava ‘ameu favor: eu me salvel do tifo, da plea- rite eda tuberculose sem remédios. A regras depois'da @iiera, era vol-' "tar para o pais de origem. Eu retornei para Holanda. Como eu era menor de idade, fiquei sob tutela de amigos dos ‘meus pais. Eles foram realmente pes- soasinacreditiveis. =~ No fim de 1948, quando eu jé estava bem, fui para'a Inglaterra, onde morava a familia da minha mie. Minha tia me convenceu de que devia morar com eles , assim, mudef definitivamente para Londres. La estudeie trabalhei como se- cretiria bilingue num banco” Enfim, sorte “Conheci meu marido em 1951. Ele era hiingaro, mas tinha passagem mar- cada para o Brasil, pois, quando seus pais morreram, uma tia disse que nio fazia contido ele fcar na Inglaterra com familia, sendo que tinha ela no Brasil. ‘Saimos juntos apenas seis semanas antes da partida. Eu estava trabalhando, nio tinha condicoes de ir embora nem ro- ‘mantismo para isso. Nosso namoro foi através de cartas e, em 1953, ele voltou para me buscar. Eu ainda nio estava tio convencida de que queria me casar.. Depois de tudo que eu tinha visto, eu estava desacreditada; nio via razio em cstabelecer uma familia. Mas nés nos casamos ¢, enfim, foi maravilhoso. No meio de toda a tragédia, nessa parte eu tive muita sorte” Uma ligao para o futuro- ‘temos responsabilidade perante o pais, todos devem estar sempre em alerta, Hitler, por mais incrivel que pareca, foi historia de ‘eu ndo me dou es uma coisa isolada. Hoje, temos que as- - umira nossa cotade responsabilidad ¢ “mio apenas jogar a culpa nos érgios go- rentals. E preciso eleger politicos ‘compromissados com a democracia e 0s direitos humanos eassumir,nodia a dia, ‘Bio ficarmos atentos, essas coisas po- ‘dem acontécer novamente e acontece- “Precisamos nos lembrar de que todos _ ‘uma postura de respeito etolerincia. Se _ Sala Borawiak« "Depoimento concedido por Catlos Reiss neto de Sala Borowiake | ‘coondenador-geraldo Museu do Holoceurto de Curitiba S alanasceu na cidade polonesa de Lodi em 24 de maio de 1925. bra aflha | pe Reap Ses essa vertente do movi- © neonazismo mio € ne eee uma nova forma de pensamento, jé que & ARYAN NATIONS (AN): Peter een ee ee Petter ene Cy oo Fda cael tial PAdolf Hitler na década de 1920 e que £0" tados Unidos por Richard Butler m adaptados aos tempos atuais. Como a! como parte de uma erganizagio criti. Sec a eu ee ee eres Se ee ener er eee Coens en rand “exganizam de mancira clndesina, © im” cae no fundamentalism rligiosa, Agem encontrar adeptos em diversos lugares do aap eran “Seow Pee eS eee pene eats ‘Uma das principais causas do re ‘negros, latinos e judeus, ou que possuam o dessesideas afta de pespectnacomportamento quesupostamert fend a ae ae ae ee eer a Coen Beer ey Se eee cetera Be ene aeeueec aes OS UE Seren ee ‘objetivo inical de recuperar casas abando- | eee em relacio ao futuro, Em busca dé = STORMFRONT: criadona década de 1990, | No entanto, seus membros possuem cabera muitos acabam entrando em con— fi o primeiro site com contetido nacionalista_| raspada e seu simbolo tem as mesmas cores et eee \ esobresupremacia banca aalcangargrandes | da bandeira nazista. Em dezembro de2011, Seater es a ee nas também promovem os pensamentos. wid’ que pod ertradurido como ongilho | acussdo de crime racial, 10 matar dois se- ens pee ree | tee nee eg Cee Patents et rt as eae eenrem ~ alguns paises da Europa, eles sio conside- rio Hate-com. Perey een ess ane de ee sent TU rr iloh races eter mina oti Ce ee eR eee Ube od er ee CS Oe Nordeste em diresio a0 Sadeste e a0 Sal presentantesnoparl- Oe at en aan ene Sey (© neonaziamo ainda promove a intole- deaisconservadorese ee creat eat eee ne eee ee eee Rt ect wt mr Sree ey Series pet et eee Ce ee C uetmpueneer eter EON Let) tama aT cucthct tik re oa urd Sie eRe eet eae eee eee eee eter ete ee ee eo Sa Os historiadores divulgaram. Diante do movimento que podetia se tomar cada vez maior, a erect ss ere ee et ee ee Cet aes ce clo Da ene Sey Sry Cee FRAUDE HISTORICA? O Diario de Anne Frank, um dos documentos que melhor relata o medo em relagao a perseguigao dos judeus, jd teve sua autenticidade questionada ‘TEXTO E ENTREVISTA: RICARDOPICCINATO. DESIGN: ADRIANA OSHIRO « ‘uero continuar a viver de- pois de minha morte es- crevia uma garota judia de 14 anos em cinco de abril de 1944, Era o desejo de Anne Frank, que ficou registra- cdo em sou diiro, publicado pela primcira vezi quase 70 anos. A obra foi traduzida para mais de 60 linguas eteve mais de 30 milhdes de exemplares vendidos. Mas 0 ‘que tomna sua histéxia tio singular e com tum apelo universal’ E por que ha gente que duvidou de que ela seja verdadeira? ‘A vida de Anne Frank entrow para a Histéria como um dos maiorestestemu- anhos da luta pela sobrevivéncia em um conterto de medo, opressio, intolerancia € violencia, “Ela descreve de uma ma ira bela, honesta e pessoal sua vida em ‘um esconderijo no contexto da Segunda (Gucrra © da perseguisio aos judeus. Por meio de suas palavras, temos a sensagio de como € crescer em um ambiente em que 2s drcunstincias eram tio diffceis: estar escondida, incapaz de poder sair e aprovetar 0 mundo lé fora, com medo de ser descoberta e, 0 mesmo, ter esperanga de tempos melhores, comenta Annema- rie Bekdces,consultora de comunicagso da ‘Anne Frank House. O local é um memo- rial dedicado a garota judia, sediado no ‘mesma local em que viveutrancafiada por cerca de dois anos junto com seu pai Otto, suamae Edthe airma mais velha, Margot. Alvin HE. Rosenfild, professor e diretor do Instituto para Estudos Contempori- sncos sobre Antisccmitismo na Univer sidade de Indiana, nos Estados Unidos, comenta que Anne é retratada como uma adolescente comum, inocente de qualquer crime, excetoo “crime de er nascido dia, ‘A tia parte de sua histéria no aparece 1no diirio, entéo seu livro & uma narrativa antecipatéria,ndo uma narativa sobre os terrores completos do Holocauso. Con- dduz os leitores a eventos que aconteceram ros campos de concentraro, mas os pou- pade encontrar toda a extensio do massa- cre nazstd considera. Clima hostil Nascida em Frankfurt, na Alemanha, em 12 de junho de 1928, Anne vivia em tum ambiente de tranguilidade, como qualquer familia burguesa alemi, gragas Asatividads comerciais do pai. Mesmo de origem judia, os Frank nio costumavam seguir is tradigbes & rica, “Apesar de a familia ser jadia, nio demonstrava muito interes em sua regia. Otto raramente ia sinagoga e nao lia ou falava em he- ‘brew, a lingua judia antiga’, escreve Carol ‘Ann Lee, autora do livro Anne Frank and Children of the Holocast (em wadugio livre, Anne Frankeeos filhos do Holocaus- to), da editora Viking Juvenille. Contudo, antes mesmo da subida de Hitler ao poder em 1933, 0 sossego da fa- rafliaestava abalade: havia um cima de antissemitismo no colégio da filha mais velha. “A segregacio de criancas judias e rio judias na escola de Margot fez com que ost. easra. Frank decidissem dettara ‘Alemanha, Erao comego de 1932, em que ce ‘amie marrond marchavam cantan do: Quando o sangue judeu escorrer pea fac... 180 deixou tudo bem daro para to- des declara Carol Ann Lee. Os “camizas ‘marrons’, aos quais da serefere, tratam-se dos membros da Schutastafl, a forca pa- ramilitarnazista, Otto considerou morar com um dos smeimbros de sua failia no extesion, mas precisava de um emprego. Seu canhado sugerin abrir uma fil da Opekta, empre- sa que vendia pectin (substincta extra da de frutos e raize), em Amsterda. “O sx. Frank goston da idea: eles deixariam a Alemanha para um lugar em que tinha amigos e que conhecia bem. Em junho de 1933, vijou coma familia de trem de Frankfurt a Amsterdi relata a autora, Escondidos Liderados por Hite, os alemaes inicia- am um processo deconquista da Europa. (Os paises dominados eram submetidos 3s cordens e aos principins nazistas.Judeus de iversas nacionalidades eram hostiizados ‘mas ruas, comegaram a ser recolhidos a ‘guetos nas cidades e, por fim, transferidos ppara campos de concentracSo, exterminio ‘utrabalhos forgados. Em paralelo a essa situagSo, Otto Frank equipava discretamente um pequeno es- conderijo no edifcio da empresa. Em 1942, quando ficou impossivel evitar a perseguiglo nazista, a familia se mudou para ese anexo. Pouco antes de se refugia- rem, Anne ganhou de seu pai o didrio em seu aniversirio de 13 anos. Nee, registrou detalhes de sua vida entre 15 de junho de 1942 até 1° de agosto de 1944. “Tits dias apéso tiltimo registro da garo- ta, a policia nazista invadia o esconderijo, cata localizagio foi descoberta por um in- formante no identificade. Os refugiados foram colocados em caminhies e levados para interrogatério, exceto Miep Gies Bep Vos fancionérios da empresa de (Otto, que foram liberados. De volta a0 es- conderijo, encomtraram os papéis de Anne e dlbuns com fotografias da famfia. Eles sguardaram o material, na esperanga de de- valvé-los a Anne no fim da guerra. Contudo, 0 gesto nio foi possivel. Por causa das péssimas condigées de salu- bridade no campo de concentracio de Bergen-Belsen, acredita-se que Anne sua irma Margot contrairam tif e fale- ease eacsersen gr VT ecuys expo na some Fak House cont com foes aot ceram em margo de 1945. Otto conseguiu sobreviver 20 campo de Auschwitz e, 20 saber da morte das fils, Micp Gics Ihe entregou diirio de Anne. “Eleleuo did- rio e os mannscritos e decidiu realizar 0 desejo de Anne: o dese tornar uma famo- saescritora,conta Annemarie Bekker. Em 1947, odidrio foi publicado na Holanda e, anos depois, em outros paises. Dessa ma- neira, Anne Frank se tornou uma grande escritora ~ ede fama mundial, Sucesso questionado ‘Com tanto sucesso, logo surgiram expe- culagies sobre antenticidade da obra.Es- pecialistas do American Council Letter e arafologistasafirmaram que parte do ma- terial no teria sido feito pela adolescente. ‘Alegavam letra diferente, além de passa- sgensescritas com uma canetaesferogrifica inventada anos depois. Em 1981, Robert Faurisson, negacionista do Holocausto, declarou a importantes veiculos de comu- nicagio que a obra se tratava de “uma das _msiores frases histéricas” « “ama infin. vel elucratva jogada de marketing” Em contrapartida, Otto havia dito que io havia revelado todo o material orii- nal pois Anne faza criticas mie, além de ‘outros pormenores. “Oto Frank deixou o didtio como legado 20 Instituto Holandés de Documentagio sobre a Guerra’ lem- bra Patricia Hoberer Rice, hstoriadora do Centro de Estudos Avangados sobre o Ho- Jocausto nos Estados Unidos. Ele deixou indicagies de que “os corte” sé poderiamm serrevelados ap6s sua mort, ‘Quando isso acontecen, 0 Institato ini- iow um procesto para provar que Faure son estava enganado, “Na década de 1980, pesquidores do Instituto conduziram anilise e exame sobre o papa, atinta e cola para afirmar sua veracidade’ revela Pa- ica, Brenualmene, fot publicada uma versio critica do diiria “H4 um grande rateralintrodutério nessa versio. Hoje, ssinguém tem dividss sobre a autentcida- de, Apenas neonazistas ainda tentam infe- rir divida sobre sua veracidade’, comenta Alvin H. Rosenfeld. "HA pessoas que ne- gam queo Holocaust tenha existido ees- palham informagdes falsas sobre o dirio de Anne, inchsve. Mas esti provado que dle é auténtica relata Annemarie Bekker. ‘Obra mais viva do que nunca A obra e as sensiveis palavras de Anne Frank continuam vivat, mesmo 70 anos apés sua morte, Ji foram produzidos fl zmes, pegas de teatro e exposigdes sobre seu legado. “As produgdes que popula rizaram a histéria de Anne despiram a obra de um conteddo judeu maior, tor nando-a mais palativel. As pessoas, em especial os adolescentes, se identificam ‘com a histéria como uma saga sobre di- Inlo-cabab Ovaerhar ant nPop ficuldades de seu amadurecimento ¢ os desafios da adversidade em geral’expli- ca Alvin H. Roselfld. Recentemente, o longa-metragem A alpa é das Estrelas conta com cenas no Museu de Anne Frank. © local fi util zado como pano de fundo para a paixio de um casal adolescente, em que ambos enfientam drama de estarem com cincer. “Um filme como este, assstido por tantos Jovens, provavelmente ajuda a torné-los mais curiosos sobre Anne copina Annemarie Bekker. Curiosamen- te, um dos personagens, Augustus, 40- aha em deixar sua marca no mundo. Assim como deixou Anne Frank, para sempre, na Histéria mundial. NN NSS LS i alord Sree cu aoe cE Crete eee Lc) Mundial eo destino dos judeus na Eee ee Toate Ld Ce ec Cee re ete te DES uu a See eed cde muitos campos e quetos”, destaca 0 Dee ees eat: ol tot atte uri Cte tenho Unread shanna nace ome eee Para ENTENDER _ (e ver) o Holocausto Como ficeao e realidade podem ajudar a entender melhor a perseguicéo aos judeus S Livros © Menino do Pijama Listrado AUTOR John Boyne EDITORA Companhia das Letrs GENERO Romance Em plena Segunda Guerra Mundial, Bano é um garoto alemo denove anos que no fa ideia do conflto que cengloba seu pals nem 0 Holocsiuto. Da janda do seu quarto, Brno vé uma grande cerca e para além dela, mlhares de pessoas vestindo pijamas,

Você também pode gostar