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Texto 7 - Uso pedagógico do Datashow - Professor Digital

Uso pedagógico do Datashow


No princípio tudo era trevas, então inventaram a projeção da luz e o cinema se fez.
Claro, todos adoramos o cinema, e a escola não poderia deixar de usar também essa
tecnologia.
Algumas escolas públicas, do tempo em que a burguesia estudava nelas e o estado investia
no ensino dos poucos que a frequêntavam, chegaram ao primor de possuírem grandes
anfiteatros com projetores de cinema.
Eu estudei em uma delas! Idos tempos que não voltarão jamais.

O episcópio, ja fora de uso.

Com o passar do tempo surgiram tecnologias mais portáteis, flexíveis e móveis para a
projeção de imagens em anteparos fixos, como o episcópio, o projetor de slides e o
retroprojetor, dentre outros.
A figura ao lado mostra um episcópio, para a alegria dos mais saudosistas. Esse aparelho era
usado para projetar as páginas de um livro (coisa rara naquele tempo) diretamente em uma
tela, bem como fotos ou quaisquer outros objetos opacos com dimensões compatíveis com o
aparelho.
E assim, evoluindo sempre, a tecnologia de projeção chegou ao projetor de slides multimídia,
também conhecido como Datashow. É dele que vamos tratar nesse artigo, ou, mais
especificamente, dos usos pedagógicos que podemos fazer dele.

Usando o datashow na aula

Um datashow apenas projeta imagens em um anteparo, mas tem a vantagem de usar a


tecnologia digital.
Com essa tecnologia podemos projetar imagens estáticas ou em movimento e, além disso,
podemos sincronizar a projeção da imagem com uma trilha sonora emitida por algum outro
aparelho.

Resumindo: tudo aquilo que podemos visualizar em uma tela de um computador pode ser
também projetado por um datashow. E isso nos permite uma flexibilidade de uso incrível.
Requisitos de hardware para usar o datashow
Para usar o datashow é preciso, além dele próprio, de uma fonte de imagens digitais. A forma
mais eficaz de se obter essa fonte, na maioria das escolas, consiste em ter um computador
ligado ao datashow. E, muito embora qualquer computador sirva, inclusive os de
modelo desktop (computadores de mesa), é muito conveniente que se use um notebook.

Notebook + som

Além do par notebook+datashow, se você pretende usar uma trilha sonora, será preciso ter um
aparelho capaz de amplificar o som do notebook (uma caixa de som amplificada) para que a
classe toda possa ouvir.
Há no mercado mini-caixas acústicas muito baratas e suficientemente boas para atender essa
necessidade.

Transportar esse kit, datashow+notebook+som, para a sala de aula, não é difícil e, pode (e
deve) ser feito pelo próprio professor.
Montar o kit também é fácil e não requer mais do que três minutos. Basta conectar o cabo de
vídeo entre o datashow e o notebook, conectar o cabo do som à saída de som do notebook e
então conectar os cabos de energia dos dois aparelhos à tomada.
É claro que já existe no mercado minidatashows que cabem na palma da mão e que possuem
som e memória de armazenamento para dados. Ou seja, já temos aparelhos que dispensam
o notebook e as caixas de som, além de poderem ser ligados ao celular, a um iPad, um tablet,
enfim, a qualquer coisa que forneça dados digitais.
Um dos mini Datashows já
disponíveis no mercado

No entanto, esses aparelhos ainda são muito caros ou bastante limitados em termos de
potência. Talvez em alguns meses já tenhamos aparelhos bem melhores e com mais
funcionalidades por preços acessíveis e com melhor qualidade.

Seja lá qual for o kit que você disponha, o foco desse artigo é o que vem a seguir: o uso
pedagógico do datashow.
Requisitos “do ambiente” para usar o datashow

1 – definindo o local de projeção das imagens

O local onde o datashow será usado tem sido um fator limitante para seu uso em muitas
escolas. Muitas pessoas imaginam que seja preciso ter uma “sala especial”, com telão e
sistema de som, além de um local “fixo” para o datashow. Porém, nada disso é necessário.
O telão nem foi incluído nos itens de “hardware” necessários porque pode ser substituído por
qualquer parede clara da própria sala de aula, preferencialmente uma parede branca. O
melhor ajuste da imagem projetada se obtém aproximando ou afastando o datashow dessa
parede e ajustando o foco manualmente no próprio aparelho.
Esse ajuste pode tomar como parâmetros dois fatores: tamanho e qualidade da imagem.
Quanto menor o tamanho da imagem, mais brilhante e definida ela é e, quanto maior, mais
atenuada e menos nítida ela se parece. Além disso, se a imagem for muito pequena ou muito
grande ela poderá não ser suficientemente visível para todos os alunos da classe.

Uma dica que tem funcionado consiste em projetar uma imagem com uma altura igual à altura
da área de escrita da lousa (entre 1 m e 1,5 m), ou pouca coisa maior que isso. Alunos que
enxergam a lousa enxergarão ainda melhor a imagem projetada.
No entanto, projetar na própria lousa é um problema, pois poucas têm fundo branco. O canto
da parede, ao lado da lousa, ou o espaço de uma das paredes laterais, próximo à lousa ou,
ainda, a parede do fundo da sala, podem ser boas alternativas.

Em casos mais extremos, quando não há nenhum espaço para projeção nas paredes da sala,
ainda resta o recurso de um telão ou de um quadro branco móvel.

2 – definindo a luminosidade

Como a imagem projetada no anteparo (parede, telão, lousa, etc.) concorrerá com a luz de
fundo do ambiente, o ideal é deixar o ambiente em situação de penumbra.

Um ambiente muito escuro dispersa os alunos e dificulta a observação do professor, além de


dificultar que o aluno possa fazer anotações em seu caderno durante a atividade. Um
ambiente claro demais dificultará a visualização das imagens projetadas.

O meio termo é a situação que permite que qualquer aluno enxergue bem o seu caderno, que
o professor exergue bem todos os seus alunos e que todos na sala enxerguem bem as
imagens projetadas.

Em salas com pouca penumbra procure reduzir o tamanho da imagem projetada para que ela
fique mais nítida e brilhante.

3 – definindo as condições acústicas

Se sua atividade requer o uso de sons, procure apontar as caixas acústicas para os cantos da
parede oposta onde estão o projetor e as caixas de som. Use caixas amplificadas, ainda que
sejam “mini caixas”, e negocie anteriormente com os alunos as condições de silêncio durante
a apresentação.

Se sua escola tiver muito ruído de fundo vindo das demais salas, procure manter portas e
janelas fechadas durante a apresentação.

Requisitos pedagógicos para usar o datashow

Como qualquer recurso pedagógico “tradicional” que já usamos em nossas aulas e atividades,
o uso do datashow envolve objetivos, planejamento, estratégias didáticas e avaliações. Para
usá-lo é preciso ter:
1. Um objetivo pedagógico claro: O que você quer que o aluno aprenda com essa aula? Que habilidades e
competências serão trabalhadas?
2. Uma justificativa didática: Porque o datashow vai possibilitar um melhor aprendizado em relação aos
recursos “tradicionais”? Qual é o ganho didático?
3. Um planejamento do uso: Quanto tempo vai durar a atividade? O que será mostrado, e de que maneira
farei isso? Como vou conduzir a atividade?
4. Uma avaliação da aprendizagem e do uso do recurso: Como vou avaliar os resultados da
aprendizagem dos alunos? Como saberei se o uso do datashow foi realmente mais eficiente do que os
métodos “tradicionais”?
Os objetivos pedagógicos podem ser os mais variados e geralmente estão relacionados aos
“conteúdos” ou, melhor dizendo, às competências e habilidades que serão trabalhadas.
Teoricamente todo professor é capaz de ter esses objetivos claros antes de realizar qualquer
atividade.
A justificativa didática para o uso do datashow pode não ser “tão óbvia” quanto o objetivo
pedagógico, pois escolher o uso do datashow, em detrimento de outros recursos “tradicionais”,
envolve um certo conhecimento sobre as novas possibilidades que as TICs nos oferecem.
O planejamento da atividade demanda as mesmas habilidades que o professor já tem para
planejar suas aulas “tradicionais” e requer, ainda, que o professor tenha uma boa idéia das
facilidades e dificuldades que enfrentará ao usar o datashow (transporte, montagem,
desmontagem, etc.), de forma que possa explorar os pontos favoráveis e minimizar os pontos
desfavoráveis.
Por fim, a avaliação da aprendizagem também já é uma prática rotineira do professor, mas
agora será preciso avaliar também se o uso do datashow promoveu, de fato, uma
aprendizagem melhor, ou se não houve nenhum impacto na aprendizagem do aluno em
comparação ao que era de se esperar usando os métodos “tradicionais”.
Tudo isso, da forma como foi dito acima, é muito vago e nos ajuda pouco. Para não cairmos
na tentação de dizer que “cada professor saberá escolher seu caminho, definir suas
prioridades, objetivos, estratégias, etc.”, como tantas vezes ouvimos quando nos falam do uso
pedagógico das TICs, vamos explorar algumas possibilidades, a título de exemplo e, depois,
veremos algumas sugestões de atividades.

Uso do datashow como ilha de edição de vídeo

A TV, o videocassete (já quase extinto) e o DVD, são recursos que muitos professores já
utilizam e, geralmente, estão associados a atividades onde os alunos trabalham com filmes,
documentários, ou trechos de vídeos com conteúdos potencialmente interessantes para a
aprendizagem de um determinado tema.

Todos esses recursos podem ser substituídos com vantagens pelo datashow, pois além dele
permitir a apresentação desses vídeos em uma tela maior do as telas de TV comuns, também
é possível ter um controle muito maior sobre a projeção ou a edição das imagens.
Esse controle não deriva diretamente do datashow, mas sim do uso do computador. Com
o player do computador é possível parar o filme em qualquer momento e destacar um trecho
da imagem, saltar para qualquer outra posição, ampliar e reduzir a imagem, etc.
Além disso, com o computador e algum software de ediçao de imagem ou vídeo, é possível
inserir comentários, recortar trechos, fazer montagens, modificar a trilha sonora, e até mesmo
criar efeitos especiais.
O datashow não é apenas uma TV de tela gigante, ele é uma ferramenta que, em parceria com
o computador, torna-se uma ilha de edição de vídeo, som e imagem, permitindo assim
adaptar os vídeos apresentados em função dos objetivos próprios da atividade.
Uso do datashow como projetor de slides
Aqui vale a pena ver, ou rever, o artigo “Uso pedagógico de apresentações de slides digitais“,
postado nesse mesmo blog e, que trata de forma mais aprofundada o uso pedagógico das
apresentações de slides digitais. Essas apresentações são meios poderosos para apresentar
idéias de forma sintética e elegante.
O uso do datashow, e do computador acoplado a ele, permite também que apresentemos
galerias de imagens sem ter que inserir essas imagens em slides. Isso nos dá bastante
flexibilidade para navegar entre imagens e mesmo para modificá-la-las “just in time” (no
momento da aula).
O mesmo vale para pequenos textos (como trechos de poesia), resumos, gráficos e tabelas
que temos armazenados no computador ou que podemos baixar da internet. Substituir a
apresentação de slides pela apresentação direta desses documentos pode ser vantajoso, em
alguns casos, pela maior flexibilidade que teremos para manipulá-los.

No entanto, ao substituir a apresentação de slides pela apresentação direta de imagens e


textos, é preciso estabelecer um roteiro bem planejado de apresentação (como se fossem
slides mesmo!) e garantir que a visualização das imagens projetadas não seja comprometida
pela formatação (tamanho da letra, cores, etc. – veja o artigo sobre as apresentações de
slides).

Uso do datashow como ferramenta interativa

As imagens são estáticas, os vídeos são dinâmicos, mas as simulações e o uso de softwares
que nos permitem a edição “just in time” nos permitem a interação e a construção colaborativa.
Um texto pode ser construído colaborativamente pela classe enquanto projetado por
um datashow. Laboratórios virtuais podem mostrar o andamento de reações químicas e seus
parâmetros podem ser ajustados durante a apresentação. Simuladores, animações em flash e
softwares interativos podem ser usados de forma colaborativa pela classe toda quando
usamos um datashow.
O fato do datashow projetar na tela tudo aquilo que estiver sendo visto na tela do computador
nos permite compartilhar o computador do professor com toda a classe. O limite para o uso
desse recurso só depende do limite da nossa própria criatividade.
Uso do datashow como internet compartilhada

Um uso muito especial e compartilhado do datashow ocorre quando temos acesso a internet
no computador ligado ao datashow. Esse acesso e a possibilidade de compartilhar a tela do
computador nos permite “navegar na internet junto com a classe”. Isso é bastante útil quando
pensamos no potencial de uso das ferramentas de web 2.0 disponibilizadas na própria
internet, como o Google Maps, o Youtube, os museus virtuais e a infinidade de objetos
educacionais disponíveis na rede.

Muito melhor do que criticar a falta de habilidade do aluno ao usar a internet para pesquisar,
por exemplo, é ter esse recurso em mão para mostrar aos alunos como devem pesquisar e
estudar usando os recursos da rede.

Muitas aulas podem ser replanejadas tendo em mente que além dos recursos estáticos do
livro didático temos também a disposição a internet e seus múltiplos recursos dinâmicos, a
multimídia e os objetos educacionais da web 2.0. Reconstruir o currículo à partir dessa
perspectiva pode tornar as aulas muito mais ricas e interessantes, além de possibilitar aos
alunos uma melhor compreensão de como a rede pode ser usada para seus estudos.

Uso do datashow pelos alunos

Evidentemente o professor não é, e nem pode ser, o único usuário do datashow na escola. O
aluno também é seu usuário na medida em que o professor migrar a forma de apresentação
de trabalhos e seminários para essa ferramenta.
Já foi o tempo em que os alunos iam para a frente da sala segurar uma cartolina decorada
com recortes de livros e revistas e ficavam lendo tiras de papel com anotações sobre o
assunto que estavam apresentando. Com o uso do datashow agora os alunos podem
apresentar trabalhos na forma de apresentações multimídia (slides, filmes, músicas, etc.).

Usar o datashow para essas apresentações dos alunos não é importante apenas porque torna
os trabalhas melhores (estética e qualitativamente), mas principalmente porque ao longo de
suas vidas eles não encontrarão nenhum outro lugar no mundo, além dos muros da própria
escola, onde a apresentação de um trabalho, um seminário ou uma exposição de resultados
seja feita usando-se cartolinas. O mundo mudou!
Alguns exemplos de uso possível do datashow em situação de aula
Geografia:
O professor de Geografia está trabalhando com mapas e localização em mapas. A ferramenta
web 2.0 mais adequada para isso seria o Google Maps, onde ele pode localizar o próprio
bairro da escola e mostrá-lo, tanto em fotografias aéreas tiradas por satélite quanto por meio
dos mapas de ruas.

Usando o Google Maps no datashow

Uma imagem estática, como a acima, já é uma boa ajuda, mas usando o datashow e um
notebook conectado à internet o professor pode explorar diferentes escalas, pode navegar por
bairros da cidade, etc. Alternativamente o professor pode usar as imagens de satélite e
explorar o relevo, a situação de ocupação do solo, a vegetação e a arborização dos bairros,
etc. As possibilidades são muitas.
Entre uma “aula expositiva estática” e uma “aula expositiva dinâmica”, onde o aluno também
pode opinar sobre o que deve ser mostrado, por exemplo, há um ganho pedagógico
considerável sobre as aprendizagens possíveis.

Nesse exemplo (bem simples) o aluno também compreende que “pode fazer isso em casa”,
descobre que esse recurso lhe dá diversas possibilidades de “descobrir o espaço onde vive” e
toma conhecimento de uma ferramenta web 2.0. Além da aprendizagem específica da área de
geografia, o aluno também aprende que no mundo onde ele vive hoje os mapas já não vêm
enrolados em grandes papéis que o professor pendura na lousa.

Física:
Imagine que o professor de Física quer mostrar para seus alunos como é a disposição do
campo elétrico criado por um par de cargas elétricas de sinais opostos. Ele pode fazer isso
usando o recurso da lousa e giz, desenhando linhas de campo e apelando para a capacidade
do aluno poder enxergar no espaço tridimensional aquilo que ele está desenhando no espaço
plano da lousa. Mas, com um datashow ele pode fazer melhor.
Usando um applet java que pode ser baixado para o computador, ou mesmo acessando esse
applet pela internet, ele pode mostrar como é esse campo elétrico no plano ou no espaço,
pode variar parâmetros, usar várias cargas elétricas e até mesmo girar as figuras no espaço,
selecionar diferentes planos de visão, etc. É um universo completamente novo e repleto de
possibilidades.
Formato das linhas de
campo de um campo elétrico gerado por dipolo

Assim como no exemplo anterior, se o professor está usando um recurso disponível na


internet, ele pode passar a seus alunos o endereço do recurso para que eles possam acessá-
los de suas casas ou da sala de informática da sua escola.

O ganho pedagógico é óbvio, pois o aluno terá muito mais facilidade em visualizar esses
campos no espaço. Didaticamente falando, temos agora possibilidades muito maiores de
explorar os conceitos e produzir sequências didáticas melhores e, na prática, o professor
ganha o tempo que perderia fazendo desenhos na lousa para poder se dedicar mais à
discussão do tema com os alunos.

História:
Digamos que o professor de história esteja trabalhando com o período do golpe/revolução de
64. Os livros didáticos trazem imagens sobre esse período e o professor tem um vasto
conhecimento sobre o tema. Mas e se ele também tivesse vídeos, com sons e imagens da
época? E se quisesse ilustrar a aula mostrando também alguma música da época e sua letra?
E se quisesse transportar o aluno para o clima da época mostrando capas de jornais desse
período?

Certamente o professor pode fazer tudo isso sem o datashow, mas poderá fazê-lo de forma
bem mais simples e rica usando esse recurso. No Youtube ele encontrará diversos vídeos e
músicas da época. Sites de jornais e revistas disponibilizam as publicações dessa época. Há
sites onde se pode encontrar as letras de músicas, etc., etc. São muitas as possibilidades e
elas dependem apenas de como o professor planeja sua aula. Daí a importância do
planejamento e da preparação da aula.
Arte:
O professor está trabalhando com o movimento artístico do renascimento. Ele poderá usar o
livro didático, onde certamente encontrará algumas obras, e poderá trazer (ou obter em sua
escola) algumas pranchas com obras da época. Mas que tal visitar um museu estando na
própria sala de aula?

O Google Art Project colocou 17 museus na internet usando sua tecnologia Street View, que
permite andar pelas ruas como se estivesse nelas (disponível no Google Maps). Então, que
tal levar seus alunos virtualmente para um passeio real no museu? É claro que entre as obras
que o professor quer mostrar haverá muitas outras para serem vistas. Isso despertará a
curiosidade dos alunos? Acrescentará algum valor extra à atividade? A resposta é um sonoro
SIM!

Museu virtual
onde o aluno pode “andar pelo museu”

Alguns museus virtuais expõem também suas esculturas em três dimensões. Em outros você
pode encontrar imagens com boa resolução, onde se pode fazer ampliações na tela que
permitem visualizar os detalhes das pinceladas do artista.

É claro que os alunos podem visitar sozinhos os museus virtuais se o professor lhes fornecer
alguns links da internet e se eles tiverem acesso aos computadores e à internet em casa ou
na escola, mas uma “visita orientada” pelo próprio professor pode ser um excelente recurso
para introduzir o aluno no mundo da arte e despertar sua sensibilidade para a apreciação das
obras. Isso é possível se o professor fizer essa “primeira visita orientada” usando um
datashow e um notebook conectado à internet.

E as outras disciplinas?
Acho que já está bastante claro, pelos exemplos anteriores, que as possibilidades são
imensas e que dependem de como o professor planejará suas aulas, do conhecimento que
ele tiver sobre os recursos disponíveis na internet e na escola e, finalmente, da sua
capacidade de gerir o currículo de um ponto de vista mais autônomo, onde ele, professor,
passa a ser o ator principal no planejamento de suas aulas, ao invés de deixar isso por conta
apenas dos livros didáticos disponíveis.

Esse artigo já está grande demais e vou pedir escusas por não incluir exemplos de outras
disciplinas, mas se o leitor quiser colocá-los em comentários para esse post, todas as
sugestões de uso do datashow em aula serão bem vindas. Além de usar também é preciso
cuidar

O datashow ainda é um aparelho frágil e caro e, por isso mesmo, é preciso cuidar bem dele.
Aqui vão algumas sugestões para evitar “acidentes” com o datashow e para prolongar seu
tempo de vida.

1. Transporte e armazenamento: transporte com cuidado e sempre dentro da bolsa onde ele é guardado.
Evite pedir que os alunos transportem o datashow, pois eles podem não ter lido esse artigo e podem não
saber que cuidados tomar. Guarde em lugar seco e arejado e nunca coloque outros objetos sobre o
datashow. Guarde sempre desmontado e mantenha seus cabos (de vídeo e de energia) guardados na
mesma bolsa onde guarda o aparelho, no local apropriado dela.
2. Ligamento e desligamento: Ao ligar o aparelho pode ocorrer de ele demorar para começar a funcionar.
Não tenha pressa e lembre-se de que não adianta “bater nele”. Ao desligar faça-o pelo aparelho e aguarde
que ele mesmo se desligue antes de retirar o cabo de força da tomada (os aparelhos “se resfriam” antes de
se desligarem).
3. Manipule com cuidado: o datashow é frágil e tem componentes que podem se danificar devido a
choques. Evite trepidações, batidas e chacoalhões. Obviamente o datashow não gosta de tomar banho,
fica irritado com a poeira do giz e não quer ser derrubado. Lembre-se: cuidado, frágil!
4. Monte em local adequado: Ao montá-lo sobre uma mesa ou carteira, certifique-se de ninguém vai passar
por alí e “tropeçar” na mesa ou nos cabos de energia. Muitas quebras de datashow ocorrem por essa
razão. É sempre bom explicar isso para os alunos e “isolar” a área próxima ao local de montagem do
aparelho.
5. Aumente a vida útil da lâmpada: a parte mais cara do datashow (custa quase o preço dele próprio) é sua
lâmpada. Ela tem uma vida útil limitada e um dia vai queimar-se naturalmente, mas você pode prolongar
o tempo de vida dessa lâmpada se evitar batidas no aparelho, não deixar o datashow ligado enquanto não
o estiver de fato utilizando e, sempre que for fazer uma pausa na apresentação, colocá-lo no modo de
“tela branca” (os aparelhos têm uma opção de “não projetar nada” para economizar o uso da lâmpada
quando necessário). Além disso, há regulagens “econômicas” no próprio aparelho.

Conclusões e reflexões sobre o uso do datashow

O uso do datashow em sala de aula possibilita uma abordagem inovadora do currículo, permite
a inserção de ferramentas colaborativas nas práticas pedagógicas, amplia o universo de
informações que o professor leva para a sala de aula, torna mais simples determinadas
atividades expositivas em que o professor precisa se empenhar muito na lousa, liberta o
professor da tirania do livro didático, possibilita aos alunos aprendizagens diretamente ligadas
ao mundo digital moderno onde ele vive e torna as aulas mais interessantes, dinâmicas e
ricas em possibilidades.
Em contrapartida, o professor é muito mais exigido no campo de suas competências como
educador, precisa dedicar um tempo extra à pesquisa de recursos na internet, tem que fazer
planejamentos de aula “de fato” (e não apenas “pro-forma”, como muitas vezes ocorre) e,
claro, tem que dispor dos recursos necessários em sua escola. Além disso, como o uso da
tecnologia digital ainda está bastante sujeito a interpéries diversas, é sempre preciso ter um
“plano B” que permita o desenvolvimento da aula quando o datashow não estiver disponível.

Do ponto de vista da gestão e das políticas de governo, caberia salientar que o perfil do
professor que utiliza as TICs e o datashow em sala de aula requer uma visão diferente do que
se entende comumente por “carga horária”, pois preparar boas aulas ao invés de apenas
seguir a receita dos livros didáticos requer um tempo de trabalho fora da sala de aula maior
do que o tempo necessário para apenas “preparar-se para usar o livro didático”. Esse tempo
extra não é esporádico e não diz respeito as “formações continuadas”, ele é um “tempo novo”,
contínuo e necessário que faz parte desse novo paradigma de escola com currículos e
práticas baseadas na web e nas TICs.

Para consultar na internet:

 Projeção fixa: ótimo site português com a descrição de vários aparelhos de projeção fixa.
 A importância do uso de audiovisual em sala de aula e seus benefícios: monografia sobre o tema.
(*) Para citar esse artigo (ABNT, NBR 6023):
ANTONIO, José Carlos. Uso pedagógico do Datashow, Professor Digital, SBO, 06 abril 2011.
Disponível em: <https://professordigital.wordpress.com/2011/04/06/uso-pedagogico-do-datashow/>.
Acesso em: [coloque aqui a data em que você acessou esse artigo, sem o colchetes].

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