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Direito Tributário I

Profª Milena

Conteúdo Programático:

- Introdução ao Direito Tributário

- Tributo e espécies (impostos, taxas, contribuição de melhoria, empréstimos compulsórios, contribuições


especiais)

- Competência tributária ( poder de criar tributo)

- Limitações ao poder de tributar ( legalidade, anterioridade, não confisco)

Bibliografia:

AMARO. Luciano. Direito Tributário Brasileiro. São Paulo: Saraiva.

MACHADO. Hugo de Brito. Curso de Direito Tributário. São Paulo.

CARRAZA. Roque Antônio. Curso de Direito Constitucional Tributário. São Paulo: Malheiros.

Ricardo Alexandre – Direito Tributário

 Tributo e Espécies = são 05. Impostos, taxas, contribuição de melhorias, empréstimos compulsórios e
contribuições especiais/sociais;
 Competência Tributária = quem tem poder de criar tributo;
 Limitações ao Poder de Tributar = princípios constitucionais (legalidade, anterioridade e não
confisco). Ente não pode criar os tributos da forma que quiser, tem que respeitar as normas, que devem
respeitar os princípios constitucionais tributários para serem criadas.

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 Introdução
- Conceito = “É o ramo do direito público composto pelo conjunto de normas que disciplinam relações que
tem por objeto o dever de pagar o tributo”.  “É a disciplina jurídica dos tributos”;
- Finalidade da arrecadação tributária = sanar as necessidades públicas, proteger o bem comum;
- Por que os tributos existem? = para alimentar a máquina estatal, para sustentar o ente federativo.
Qualquer ente federado para sobreviver precisa de dinheiro;
- Os tributos são compulsórios/obrigatórios e assim, é fácil arrecadar;
- O ente federado pode arrecadar dinheiro além dos tributos, através de exercício de atividade econômica
empresarial (mas é exceção a regra)  sociedade de economia mista, empresa pública;
- Cerca de 90% da Receita Pública advém dos tributos;
- É um ramo do direito público, pois tem a presença do Estado (quem cobra tributos são os entes
federados). De um lado há o ente federativo e do outro o contribuinte (quem paga tributo) e não é regulado
pelo direito privado, pois não há igualdade  princípios da supremacia do interesse público sobre o
privado, da indisponibilidade do interesse público;
- Relação Jurídico-Tributário = vínculo que une pessoas. De um lado tem o ente federativo/sujeito ativo
que tem o direito e do outro lado tem o contribuinte/responsável/sujeito passivo que tem o dever ao
pagamento de tributos;
- 03 elementos na relação jurídico-tributária:
1º) é o sujeito ativo (ente federativo);
2º) é o sujeito passivo (contribuinte/responsável);
3º) é o objeto (prestação e pagamento de tributo);
- Receitas Públicas:
a) originárias = são as receitas que se originam do próprio patrimônio do ente federado ou da exploração
da atividade econômica (EX: alugueis, empresas públicas, sociedade de economia mista);
b) derivadas = são aquelas que derivam do poder de império do Estado de modo que, as pessoas físicas e
jurídicas são obrigadas a ofertar receita pública sem que concordem com isso (EX: tributos, multas,
reparações de guerra).
- Autonomia = é um ramo autônomo do Direito, pois tem princípios específicos (art. 150, CF;
- Relação com outros ramos do Direito:
01) Direito Financeiro = regulamenta a atividade financeira do Estado (Lei nº 4320/64). A atividade
financeira do Estado é aquela consistente na Receita Pública, orçamento público e despesas públicas e é
exercida para sanar as necessidades públicas e proteger o bem comum  receita vem do Direito
Tributário. A relação de D. Tributário e Financeiro é de gênero e espécie;
- A relação de D. Financeiro com Dr. Tributário é que o D. Tributário se separou do D. Financeiro para a
normatização de um tipo específico de receita pública, qual seja, a receita pública tributária;

24/08

Tributo

Na CF, está estabelecida a divisão de tributos entre os entes federativos. Porém não está o
conceito de tributo.

Conceito:
Art. 3º CTN: tributo é toda prestação pecuniária compulsória, em moeda ou cujo valor nela se
possa exprimir, que não constitua sanção de ato ilícito, instituída em lei e cobrada mediante
atividade administrativa plenamente vinculada.

Elementos da definição de tributos:


Tributo é toda prestação pecuniária: é o dinheiro. Pagará um tributo, toda fez que praticar um fato
gerador de um tributo, onde só a lei poderá fornecer um fato gerador de tributo.
O tributo tem que ser pago em moeda nacional (art. 162, CTN).
Não é possível no Brasil, tributo mediante uma prestação “in labore”
Não é possível pagar o tributo “in natura” -> bens
Em moeda ou cujo valor nela se possa exprimir: pode se entregar um bem imóvel como forma de
pagamento de um tributo. Só será possível se houver lei do ente federativo competente. (art. 156, XI CTN),
como causa de extinção do crédito tributário.
O supremo declarou inconstitucional o pagamento de tributo com bens móveis.
Compulsória: pagar o tributo é obrigatório.
Que não constituía sanção de ato ilícito: todo fato que gera um tributo, deve ser um fato lícito, permitido
pelo direito. Tributo é um ato lícito, que pratica um fato gerador, já a multa é um ilícito, em que existe uma
sanção.
O ato praticado para auferir renda, mesmo que seja ilícito, deverá ser tributado. Pois o fato que gera o
tributo, sempre conterá ato lícito, não implica dizer que a pecúnia deverá ser lícita. Princípio “Pecúnia non
olet” o dinheiro não tem cheiro (art. 118 CTN). Ex: imposto de renda de um traficante de drogas.

Instituída em lei: princípio da legalidade tributária (art. 150, I CF). existe um princípio decorre de um
princípio constitucional, no qual ninguém é obrigado a fazer nada, senão em virtude da lei. E por isso o
tributo deve ser estar em lei. No Brasil a regra é que os tributos devem ser criados por lei ordinária, pode
ser criado também por medida provisória (§2º art. 62 CF). Tem tributo que é criado por lei complementar.
Se a CF for omissa, a instituição é criada por lei ordinária. Se for lei complementar, estará expresso na CF.
Exceção de lei complementar: são 04:
- Imposto sobre Grandes Fortunas (IGF) art. 153, VI CF.
- Imposto Residual – art. 154, I CF.
- Empréstimos Compulsórios – art. 148, I CF.
- Contribuição Social para a Seguridade Social Nova (Contribuição Residual) art. 195 §4 , CF.
Não é possível a medida provisória relativa a matéria de lei complementar.

Cobrada mediante atividade administrativa plenamente vinculada: é chamado de lançamento


tributário. A autoridade administrativa não tem a faculdade de lançar o tributo, é uma atividade vinculada,
ou seja, é obrigatória. Art. 142, § único: é um ato vinculado com a lei e obrigatório, sob pena de
responsabilidade funcional.

Fato Gerador -> Obrigação Tributária -> Lançamento tributário -> Crédito Tributário.

31/08
Natureza jurídica do tributo:
Art. 4º CTN: A natureza jurídica específica do tributo é determinada pelo fato gerador da obrigação
sendo irrelevantes para qualifica-la.

O fato gerador pode também ser chamado de hipótese de incidência (lei – norma que cria o tributo
e que conterá um fato ou uma situação que a pessoa tem a obrigação de pagar o tributo)
Os impostos conterão sempre como fato gerador, uma situação ou um fato a ser praticado por alguém (ser
proprietário de veículo automotor, ser proprietário de imóvel na zona urbana...).
O fato gerador de uma taxa é uma atividade estatal, sendo elas a prestação de serviços públicos ou
exercício do poder polícia ou fiscalização.
A contribuição de melhoria tem como fato gerador uma obra pública, de que decorra uma melhora na
valorização imobiliária.

É irrelevante para determinação da espécie tributária:

Incisos:
I. Denominação (nome) e demais características formais adotadas pela lei.
Ou seja, o nome não caracteriza a espécie tributária a destinação legal do tributo. Ex:
II. A destinação legal do produto de sua arrecadação.
Para onde vai o valor arrecadado a título do tributário.

Mas há duas exceções que há uma destinação específica de sua arrecadação: empréstimos
compulsórios e contribuições especiais.
Para determinação da espécie tributária é irrelevante o nome dado a essa espécie tributária pela lei bem
como a previsão em lei da destinação (para onde vai) o produto de sua arrecadação. O artigo 4º, II do CTN
não tem aplicação a dois tipos de tributos, isto porque nestas espécies tributárias o fato gerador deverá
elencar uma destinação específica para o produto de sua arrecadação, ou seja, a destinação legal do
produto da arrecadação será importante para a determinação da natureza jurídica do tributo.
Os empréstimos compulsórios e as contribuições especiais são tributos, cuja a lei instituidora deverá trazer
a destinação do produto da arrecadação.

O princípio da não afetação ou princípio da não vinculação de receita


Tem aplicação aos impostos, onde a lei não pode trazer uma destinação do produto de sua arrecadação.
Art. 167, IV CF.

Classificação dos tributos:

1. Quanto à discriminação das competências impositivas: federais, estaduais/DF, municipais.


2. Quanto à espécie: o STF adotou a corrente “penta partite ou quinque partite” São elas os impostos,
as taxas, a contribuição de melhoria, empréstimos compulsórios, contribuições especiais/sociais.
3. Quanto ao fim ou finalidade: são classificados como fiscais, extrafiscais e parafiscais.
 Fiscais: todo tributo tem finalidade arrecadatória, ou seja, rechear os cofres públicos de dinheiro.
 Extrafiscais: são aqueles que além da finalidade arrecadatória, tem por fim estimular ou
desestimular a prática de uma atividade. São regulatórios de mercado, assim, se a prática da
atividade for estimulada a incidência tributária será baixa, toda via, se a prática da atividade for
nociva para o mercado ou para o bem comum a incidência tributária será alta. Ex: importação (alta
em regra) e exportação (baixa), IPI – imposto sobre serviços industrializados (baixa), cigarro (alto).
 Parafiscais: acontece quando o ente federado cria um tributo por lei e transfere para outra pessoa
a capacidade tributária ativa (poder de arrecadação e de fiscalização do tributo). A pessoa a qual
foi delegada a capacidade tributária ativa ficará com o produto da arrecadação tributária. Ex:
contribuição instituída no interesse de uma categoria profissional, contribuição para o conselho de
medicina. A União cria por lei o tributo e transfere ao conselho o poder de arrecadação e de
fiscalização. Uma vez arrecadada, o valor ficará com o próprio conselho. (Conselho da OAB).
4. Quanto à competência tributária:
A competência tributária é o poder conferido pela CF aos entes federativos para criar tributos, onde não
se confunde com a Capacidade tributária ativa, que consiste no poder de arrecadar e fiscalizar o
produto, porém as duas trabalham juntas. Porém enquanto a competência tributária é indelegável, a
capacidade tributária é delegável, ou seja, quem cria pode arrecadar e fiscalizar, mas pode um ente criar e
delegar para outro a capacidade tributária ativa.
 Competência Tributária X Capacidade Tributária ativa
- Competência Tributária = poder conferido pela CF aos entes federativos para, por lei, criar tributos 
quem tem competência tributária, traz consigo a capacidade tributária ativa (pois quem cria tributo, também
pode arrecadar e fiscalizar). A competência tributária é indelegável;
- Capacidade Tributária ativa = consiste no poder de arrecadar e fiscalizar tributo. A capacidade tributária
ativa é delegável (desde que o faça por lei, poderá delegar a outra pessoa);
- Competência tributária NÃO se confunde com capacidade tributária ativa.
 ITR (imposto territorial rural). Não se conhece caso em que houve delegação da capacidade tributária
ativa do ITR, pois não compensa, visto que a arrecadação é muito baixa (não compensa para o Município,
que terá que gastar para instituir).

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 Classificação dos tributos


4º) Quanto à repercussão do ônus financeiro (econômica):
a) tributo direto = é aquele que quem arca financeiramente com o valor do tributo é o contribuinte, ou seja, a
pessoa que praticou o fato gerador. EX: IPVA, quem arca financeiramente com este é a pessoa que praticou
o fato gerador, ou seja, o proprietário do veículo automotor. Não há repercussão financeira do ônus do
tributo;
b) tributo indireto = é aquele em que há a repercussão financeira do ônus do tributo. Quem pratica o fato
gerador, ou seja, o contribuinte, transfere a outra pessoa o valor relativo ao tributo, incluindo o seu montante
no valor da mercadoria/produto/serviço. Neste caso, aparece a diferenciação entre contribuinte de fato e de
direito. Contribuinte de direito é quem praticou o fato gerador e quem deve recolher o tributo. Contribuinte
de fato é a pessoa que comprou a mercadoria, cujo tributo está incluído em seu valor e que, portanto, sofreu
o seu ônus. Para o fisco aparece e importa apenas o contribuinte de direito. EX: ICMS, IPI, II, ISS, dentre
outros.

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5º) Quanto à competência tributária:
a) privativa = exclusiva, ou seja, quando compete a um único ente. São os impostos, empréstimos
compulsórios e contribuições especiais;
b) comum = qualquer ente federado poderá instituir um determinado tributo, desde que por lei e que a lei
daquele ente traga o referido tributo. Os tributos da competência comum são taxas e contribuição de
melhoria;
c) residual = é o poder dado à União de criar tributos não previstos na CF. Os tributos são imposto residual
(art. 1154, I, CF) e contribuição social para seguridade social novas ou residuais (art. 195, §4º, CF). O
exercício cabe à União sempre por lei complementar;
d) cumulativa = art. 147, CF. Existirá quando um determinado ente federado puder criar impostos de sua
competência e também impostos da competência de outro ente federado (diz respeito somente à impostos).
Tem competência cumulativa no Brasil a União e DF;

União  competirá instituir no território federal (unidade administrativa da União) os impostos estaduais e
municipais, salvo se o território federal for dividido em municípios (pois assim os próprios municípios
instituirão seus impostos). A União somente poderá instituir impostos estaduais em se tratando de território
federal;
DF  compete a instituição dos impostos municipais, bem como dos impostos estaduais (art. 155 e 156,
CF);
e) extraordinária = imposto extraordinário de guerra (art. 154, II, CF).

 Espécies Tributárias
1) Impostos:
- Art. 145, I, CF;
- Art. 5º, CTN;
- Art. 16, CTN;
- Imposto tem por fato gerador uma situação independente de qualquer atividade estatal específica, relativa
ao contribuinte;
- É um tributo não vinculado a atividade estatal;
- A competência tributária é privativa;
- Princípios aplicáveis aos impostos:
a) princípio da não afetação = previsto no art. 167, IV, CF. Diz que não é possível destinação específica para
o produto de sua arrecadação;
b) princípio da capacidade contributiva = previsto no art. 145, §1º, CF. Estabelece que sempre que possível
os impostos terão caráter pessoal e serão graduados segundo a capacidade econômica do contribuinte [...] 
sempre que possível as características pessoais do contribuinte serão levadas em conta, sendo quem tem
mais paga mais imposto, quem tem menos, paga menos imposto. Capacidade contributiva = capacidade para
contribuir.

- Súmula 656, STF  qualquer lei que estabeleça o valor do ITBI é inconstitucional, visto que este imposto
é real e não tem previsão na CF. Não pode ser progressivo;
- O ITCMD não pode ser progressivo, visto que não tem autorização da CF;
ATUALMENTE, o STF passou a entender que o princípio da capacidade contributiva tem aplicação a
qualquer tributo e não só imposto e não só impostos pessoais, mas também reais. Qualquer tributo pode ser
progressivo.

*1ª FASE OAB = princípio da capacidade contributiva para os impostos e com caráter pessoal;
*2ª FASE OAB = princípio da capacidade contributiva para qualquer tributo, englobando inclusive o caráter
real.
*Classificação dos impostos quanto à sua incidência:
a) reais = recaem sobre coisas, sobre “res” (EX: IPVA, IPTU, ICMS, IPI, ITR, Importação/Exportação,
ITBI). O que importa para incidência é a coisa, não importa quem está praticando para o fato gerador;
b) pessoais = as características da pessoa que praticou o fato gerador são levadas em consideração
(capacidade econômica, por exemplo)  EX: IR (imposto sobre a renda).

Imposto proporcional = alíquota é fixa, o que varia é a base de cálculo;


Imposto progressivo = alíquota não é fixa. Se a base de cálculo aumenta, a alíquota aumentará também.

*TRABALHO  EXPLIQUE O PRINCÍPIO DA CAPACIDADE CONTRIBUTIVA,


DEMONSTRANDO A MODIFICAÇÃO DO ENTENDIMENTO DO STF.

- Discriminação dos impostos na Federação:


a) federais (União):
Art. 153, CF = I – II;
II – IE;
III – IR;
IV – IPI;
V – IOF;
VI – ITR;
VII – IGF (lei complementar).
Art. 154, CF = I – imposto residual (lei complementar);
II – IEG.
b) estaduais + DF (Estados/DF):
Art. 155, CF = I – ITCMS (“causa mortis” e doação);
II – ICMS (circulação de mercadorias e prestação de serviços – transporte entre estados e
entre municípios) e comunicação;
III – IPVA.
c) municipais (municípios):
Art. 156, CF = I – IPTU;
II – ITBI (ITIV)  transmissão de bens imóveis entre vivos (tem que ser oneroso);
III – ISS (ISSQN)  definido em lei complementar.

*O que não é do DF, se procura no federal, visto que o resto tudo o DF pode criar.

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2) Taxas:
- Art. 145, II, CF, art. 5º, CTN e art. 77/89, CTN;
- Tributos vinculados a uma atividade estatal  2 atividades;
- Serão, em regra, instituídos por lei ordinária;
- Qual o ente federado que poderá criar uma taxa? = município, estado, união  a competência
tributária é comum, visto que todos os entes federados poderão criar uma taxa, desde que a lei instituidora
desta taxa traga um fato gerador desta taxa;
- Dois fatos geradores de taxa = exercício do poder de polícia e prestação do serviço público  2 espécies
de taxa;
- As taxas são retributivas ou contra prestacionais, ou seja, restituem aos cofres públicos o que estes
despenderam para o exercício do poder de polícia ou para prestação de serviço público;
- Espécies:
a) taxa de polícia (fiscalização) = art. 77/78, CTN. O fato gerador de uma taxa de polícia (hipótese de
incidência) é o exercício regular do poder de polícia  EX: se paga uma taxa de fiscalização para que a
Administração Pública diga que você está apta para dirigir;
- Poder de polícia é o poder de fiscalização, são limitações impostas ao nosso direito de propriedade e
liberdade realizada pela Fazenda Pública em prol de toda coletividade (art. 78, CTN);
- Taxa de incêndio, taxa de bombeiros, taxa de sinistro = taxa que os municípios estavam cobrando com
o intuito de fiscalizar se havia segurança às pessoas  STF declarou inconstitucional essa taxa pelos
municípios (Governo PODE cobrar, município NÃO, pois não cabe a ele essa taxa). RE 643.247/SP;
- Em caso de taxas a serem pagas, mas não estar tendo a devida fiscalização pelo órgão fiscalizador, o STF
entendeu que se existe o órgão fiscalizatório e se há atividade empresarial funcionando, a cobrança é devida,
visto que há a presunção de que a atividade fiscalizatória existe, mesmo que não seja efetivamente prestada;
- É necessário que o poder de polícia ocorra de forma regular  será regular o exercício do poder de polícia
quando for exercido pelo órgão competente nos limites da lei, com a observância do processo legal.
Tratando-se de atividade discricionária, sem abuso ou desvio de poder (art. 78, § único).
b) taxa de serviço (utilização) = art. 77/79, CTN. Para que a taxa de serviço ou utilização seja cobrada, é
necessário estar diante da prestação de um serviço público. Quanto mais de utiliza o serviço, maior a taxa
(EX: serviço cobrado pelos cartórios extrajudiciais. É prestado por um órgão privado, mas que está
prestando um serviço público; Quando se quer entrar com um processo, as taxas jurisdicionais são uma taxa
de serviço);
- O fato gerador (hipótese de incidência) de uma taxa de serviço é a utilização efetiva ou potencial de
serviço público, devendo este ser específico e divisível, bem como deve ser prestado ao contribuinte ou
posto à sua disposição;
- Serviço público específico = está definido no art. 79, II, CTN e pode ser chamado de serviço público
singular ou “uti singuli”. É aquele em que se consegue determinar a pessoa (s) que dele se utilizam. Há
serviços públicos que não são específicos (EX: limpeza pública) e assim, não podem ser custeados por taxa
(é constitucional a taxa de coleta de lixo domiciliar, mas limpeza pública não é serviço público específico e
divisível). Serviço público que seja geral, universal, “uti universi” NÃO pode ser custeado por taxa (deve ser
custeado pelas receitas gerais do ente federado, pela receita recebida dos impostos);
- Serviço público divisível = art. 79, III, CTN. É aquele em que se consegue determinar a quantidade que a
pessoa está utilizando;
- Serviços que NÃO podem ser custeados por taxa (são serviços gerais) = segurança pública, diplomacia,
limpeza pública, iluminação pública;
- OBS  coleta de lixo domiciliar pode ser custeado por taxa (súmula vinculante nº 19); A iluminação
pública não é um serviço público específico e divisível e NÃO pode ser custeado por taxa, mas muitos
municípios cobravam a iluminação pública e assim, tal questão foi levada ao STF que decidiu que NÃO
poderia ser custeado por taxa (súmula nº 670 – súmula vinculante nº 41). Os municípios tiveram que
devolver os valores cobrados e começaram a adquirir uma dívida extensa por conta disso e por ser um
problema generalizado, foi criada uma forma de cobrar do cidadão o valor que ele pagava a título de
iluminação pública, tendo sido criado o tributo Cosip/Cip – contribuição para o custeio do serviço de
iluminação pública/contribuição de iluminação pública (art. 149 - A, CF). A competência tributária deste
tributo é dos municípios e DF (art. 149 – A, § único, CF  prevê que poderá ser cobrado na fatura de
energia elétrica);
- Base de cálculo de taxa = custo da atividade estatal (tem que ter correlação razoável  ter a ver com a
atividade estatal prestada). Não podem utilizar as bases de cálculo de impostas  súmulas nº 667/595 e
551/596, STF (estabeleceram a inconstitucionalidade de taxas que utilizaram a base de cálculo de impostos)
e súmula vinculante nº 29 (taxas poderão utilizar alguns elementos da base de cálculo de imposto. A taxa
não pode ter identidade da base de cálculo do imposto, mas pode utilizar um critério).

TAREFA: QUAL A DIFERENÇA DA TAXA PARA TARIFA/PREÇO PÚBLICO (inclusive o que o


STF entende)

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3) Contribuição de melhoria:
- Art. 145, II, CF;
- Art. 5º CTN;
- Art. 81/82, CTN;
- Decreto lei nº 195/67;
- Competência tributária COMUM = todos os entes;
- Instituída por lei ordinária (MP);
- Contraprestacionais/retributivas;
- Tributo vinculado a uma atividade estatal;
- Fato gerador (hipótese de incidência) = art. 81 do CTN  obra pública (art. 2º) + valorização
imobiliária;
- EX = uma obra pública de construção de aeroporto gera uma desvalorização imobiliária  não é uma
contribuição de melhoria;
- EX = obra pública de um parque gera uma valorização imobiliária (morar ao lado do Parque Vila Lobos,
por exemplo);
- EX = morar ao lado de um shopping gera uma valorização imobiliária, porém, não se trata de uma obra
pública  não é contribuição de melhoria;
- Limites:
a) total = despesa realizada (valor da obra)  valor da despesa realizada com a obra;
*Qual ente poderá cobrar a contribuição de melhoria? Aquele que realizou a obra.

4) Empréstimos compulsórios:
- Somente a União pode criar empréstimos compulsórios;
- Criados através de lei complementar;
- São restituíveis e finalísticos (pois poderão ser instituídos diante de duas finalidades – art. 148, I e II, CF);
- Art. 148, CF e art. 15, CTN;
- Art. 148, CF:
A União, mediante lei complementar, poderá restituir empréstimos compulsórios:
I – para atender despesas extraordinárias, decorrentes de CALAMIDADE PÚBLICA, GUERRA EXTERNA
OU SUA IMINÊNCIA;
II – no caso de investimento público de caráter URGENTE E DE RELEVANTE INTERESSE NACIONAL
(art. 150, III, “b”, CF);
§ único – a aplicação dos recursos provenientes de empréstimo compulsório será vinculada a despesa que
fundamentou sua instituição.
- Os empréstimos compulsórios cujo art. 4º, II, não terá aplicação  (?);
- A aplicação dos recursos tem que ser destinada para as despesas a qual foi instituído;
- A lei instituidora do empréstimo compulsório tem que estabelecer o prazo de cobrança e o prazo de
devolução;
- O fato gerador a lei complementar tem que estabelecer;
- Os incisos I e II do art. 148, CF são as finalidades do empréstimo compulsório;
- Art, 15, § único, CTN = Lei  prazos e condições do seu resgate;
- Art. 15, III, CTN = conjuntura (econômica) que exija a absorção temporária do poder aquisitivo  todos
ficam com o mesmo valor (EX: Collor fez isso, sendo que quem tinha grana e soube antes, tirou tudo das
contas, mas quem não soube, teve dinheiro retirado da conta. Posteriormente, tudo foi devolvido);
- Art. 62, §1º, III, CF = Medida Provisória NUNCA poderá instituir empréstimo compulsório;
*Olhar as questões que caíram na OAB de empréstimo compulsório.
- O empréstimo compulsório instituído com fundamento no inciso I é exceção à anterioridade anual e
nonagesimal, o que implica que ele pode ser cobrado imediatamente a partir da publicação da lei que o
institui ou aumentou. No caso do empréstimo compulsório para satisfazer investimento público urgente e de
relevante interesse nacional, há necessidade da observância do princípio da anterioridade anual e
nonagesimal, nos termos do §1º do art. 150 da CF.

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