Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
Profª Milena
Conteúdo Programático:
Bibliografia:
CARRAZA. Roque Antônio. Curso de Direito Constitucional Tributário. São Paulo: Malheiros.
Tributo e Espécies = são 05. Impostos, taxas, contribuição de melhorias, empréstimos compulsórios e
contribuições especiais/sociais;
Competência Tributária = quem tem poder de criar tributo;
Limitações ao Poder de Tributar = princípios constitucionais (legalidade, anterioridade e não
confisco). Ente não pode criar os tributos da forma que quiser, tem que respeitar as normas, que devem
respeitar os princípios constitucionais tributários para serem criadas.
10/08
Introdução
- Conceito = “É o ramo do direito público composto pelo conjunto de normas que disciplinam relações que
tem por objeto o dever de pagar o tributo”. “É a disciplina jurídica dos tributos”;
- Finalidade da arrecadação tributária = sanar as necessidades públicas, proteger o bem comum;
- Por que os tributos existem? = para alimentar a máquina estatal, para sustentar o ente federativo.
Qualquer ente federado para sobreviver precisa de dinheiro;
- Os tributos são compulsórios/obrigatórios e assim, é fácil arrecadar;
- O ente federado pode arrecadar dinheiro além dos tributos, através de exercício de atividade econômica
empresarial (mas é exceção a regra) sociedade de economia mista, empresa pública;
- Cerca de 90% da Receita Pública advém dos tributos;
- É um ramo do direito público, pois tem a presença do Estado (quem cobra tributos são os entes
federados). De um lado há o ente federativo e do outro o contribuinte (quem paga tributo) e não é regulado
pelo direito privado, pois não há igualdade princípios da supremacia do interesse público sobre o
privado, da indisponibilidade do interesse público;
- Relação Jurídico-Tributário = vínculo que une pessoas. De um lado tem o ente federativo/sujeito ativo
que tem o direito e do outro lado tem o contribuinte/responsável/sujeito passivo que tem o dever ao
pagamento de tributos;
- 03 elementos na relação jurídico-tributária:
1º) é o sujeito ativo (ente federativo);
2º) é o sujeito passivo (contribuinte/responsável);
3º) é o objeto (prestação e pagamento de tributo);
- Receitas Públicas:
a) originárias = são as receitas que se originam do próprio patrimônio do ente federado ou da exploração
da atividade econômica (EX: alugueis, empresas públicas, sociedade de economia mista);
b) derivadas = são aquelas que derivam do poder de império do Estado de modo que, as pessoas físicas e
jurídicas são obrigadas a ofertar receita pública sem que concordem com isso (EX: tributos, multas,
reparações de guerra).
- Autonomia = é um ramo autônomo do Direito, pois tem princípios específicos (art. 150, CF;
- Relação com outros ramos do Direito:
01) Direito Financeiro = regulamenta a atividade financeira do Estado (Lei nº 4320/64). A atividade
financeira do Estado é aquela consistente na Receita Pública, orçamento público e despesas públicas e é
exercida para sanar as necessidades públicas e proteger o bem comum receita vem do Direito
Tributário. A relação de D. Tributário e Financeiro é de gênero e espécie;
- A relação de D. Financeiro com Dr. Tributário é que o D. Tributário se separou do D. Financeiro para a
normatização de um tipo específico de receita pública, qual seja, a receita pública tributária;
24/08
Tributo
Na CF, está estabelecida a divisão de tributos entre os entes federativos. Porém não está o
conceito de tributo.
Conceito:
Art. 3º CTN: tributo é toda prestação pecuniária compulsória, em moeda ou cujo valor nela se
possa exprimir, que não constitua sanção de ato ilícito, instituída em lei e cobrada mediante
atividade administrativa plenamente vinculada.
Instituída em lei: princípio da legalidade tributária (art. 150, I CF). existe um princípio decorre de um
princípio constitucional, no qual ninguém é obrigado a fazer nada, senão em virtude da lei. E por isso o
tributo deve ser estar em lei. No Brasil a regra é que os tributos devem ser criados por lei ordinária, pode
ser criado também por medida provisória (§2º art. 62 CF). Tem tributo que é criado por lei complementar.
Se a CF for omissa, a instituição é criada por lei ordinária. Se for lei complementar, estará expresso na CF.
Exceção de lei complementar: são 04:
- Imposto sobre Grandes Fortunas (IGF) art. 153, VI CF.
- Imposto Residual – art. 154, I CF.
- Empréstimos Compulsórios – art. 148, I CF.
- Contribuição Social para a Seguridade Social Nova (Contribuição Residual) art. 195 §4 , CF.
Não é possível a medida provisória relativa a matéria de lei complementar.
Fato Gerador -> Obrigação Tributária -> Lançamento tributário -> Crédito Tributário.
31/08
Natureza jurídica do tributo:
Art. 4º CTN: A natureza jurídica específica do tributo é determinada pelo fato gerador da obrigação
sendo irrelevantes para qualifica-la.
O fato gerador pode também ser chamado de hipótese de incidência (lei – norma que cria o tributo
e que conterá um fato ou uma situação que a pessoa tem a obrigação de pagar o tributo)
Os impostos conterão sempre como fato gerador, uma situação ou um fato a ser praticado por alguém (ser
proprietário de veículo automotor, ser proprietário de imóvel na zona urbana...).
O fato gerador de uma taxa é uma atividade estatal, sendo elas a prestação de serviços públicos ou
exercício do poder polícia ou fiscalização.
A contribuição de melhoria tem como fato gerador uma obra pública, de que decorra uma melhora na
valorização imobiliária.
Incisos:
I. Denominação (nome) e demais características formais adotadas pela lei.
Ou seja, o nome não caracteriza a espécie tributária a destinação legal do tributo. Ex:
II. A destinação legal do produto de sua arrecadação.
Para onde vai o valor arrecadado a título do tributário.
Mas há duas exceções que há uma destinação específica de sua arrecadação: empréstimos
compulsórios e contribuições especiais.
Para determinação da espécie tributária é irrelevante o nome dado a essa espécie tributária pela lei bem
como a previsão em lei da destinação (para onde vai) o produto de sua arrecadação. O artigo 4º, II do CTN
não tem aplicação a dois tipos de tributos, isto porque nestas espécies tributárias o fato gerador deverá
elencar uma destinação específica para o produto de sua arrecadação, ou seja, a destinação legal do
produto da arrecadação será importante para a determinação da natureza jurídica do tributo.
Os empréstimos compulsórios e as contribuições especiais são tributos, cuja a lei instituidora deverá trazer
a destinação do produto da arrecadação.
28/09
05/10
5º) Quanto à competência tributária:
a) privativa = exclusiva, ou seja, quando compete a um único ente. São os impostos, empréstimos
compulsórios e contribuições especiais;
b) comum = qualquer ente federado poderá instituir um determinado tributo, desde que por lei e que a lei
daquele ente traga o referido tributo. Os tributos da competência comum são taxas e contribuição de
melhoria;
c) residual = é o poder dado à União de criar tributos não previstos na CF. Os tributos são imposto residual
(art. 1154, I, CF) e contribuição social para seguridade social novas ou residuais (art. 195, §4º, CF). O
exercício cabe à União sempre por lei complementar;
d) cumulativa = art. 147, CF. Existirá quando um determinado ente federado puder criar impostos de sua
competência e também impostos da competência de outro ente federado (diz respeito somente à impostos).
Tem competência cumulativa no Brasil a União e DF;
União competirá instituir no território federal (unidade administrativa da União) os impostos estaduais e
municipais, salvo se o território federal for dividido em municípios (pois assim os próprios municípios
instituirão seus impostos). A União somente poderá instituir impostos estaduais em se tratando de território
federal;
DF compete a instituição dos impostos municipais, bem como dos impostos estaduais (art. 155 e 156,
CF);
e) extraordinária = imposto extraordinário de guerra (art. 154, II, CF).
Espécies Tributárias
1) Impostos:
- Art. 145, I, CF;
- Art. 5º, CTN;
- Art. 16, CTN;
- Imposto tem por fato gerador uma situação independente de qualquer atividade estatal específica, relativa
ao contribuinte;
- É um tributo não vinculado a atividade estatal;
- A competência tributária é privativa;
- Princípios aplicáveis aos impostos:
a) princípio da não afetação = previsto no art. 167, IV, CF. Diz que não é possível destinação específica para
o produto de sua arrecadação;
b) princípio da capacidade contributiva = previsto no art. 145, §1º, CF. Estabelece que sempre que possível
os impostos terão caráter pessoal e serão graduados segundo a capacidade econômica do contribuinte [...]
sempre que possível as características pessoais do contribuinte serão levadas em conta, sendo quem tem
mais paga mais imposto, quem tem menos, paga menos imposto. Capacidade contributiva = capacidade para
contribuir.
- Súmula 656, STF qualquer lei que estabeleça o valor do ITBI é inconstitucional, visto que este imposto
é real e não tem previsão na CF. Não pode ser progressivo;
- O ITCMD não pode ser progressivo, visto que não tem autorização da CF;
ATUALMENTE, o STF passou a entender que o princípio da capacidade contributiva tem aplicação a
qualquer tributo e não só imposto e não só impostos pessoais, mas também reais. Qualquer tributo pode ser
progressivo.
*1ª FASE OAB = princípio da capacidade contributiva para os impostos e com caráter pessoal;
*2ª FASE OAB = princípio da capacidade contributiva para qualquer tributo, englobando inclusive o caráter
real.
*Classificação dos impostos quanto à sua incidência:
a) reais = recaem sobre coisas, sobre “res” (EX: IPVA, IPTU, ICMS, IPI, ITR, Importação/Exportação,
ITBI). O que importa para incidência é a coisa, não importa quem está praticando para o fato gerador;
b) pessoais = as características da pessoa que praticou o fato gerador são levadas em consideração
(capacidade econômica, por exemplo) EX: IR (imposto sobre a renda).
*O que não é do DF, se procura no federal, visto que o resto tudo o DF pode criar.
19/10
2) Taxas:
- Art. 145, II, CF, art. 5º, CTN e art. 77/89, CTN;
- Tributos vinculados a uma atividade estatal 2 atividades;
- Serão, em regra, instituídos por lei ordinária;
- Qual o ente federado que poderá criar uma taxa? = município, estado, união a competência
tributária é comum, visto que todos os entes federados poderão criar uma taxa, desde que a lei instituidora
desta taxa traga um fato gerador desta taxa;
- Dois fatos geradores de taxa = exercício do poder de polícia e prestação do serviço público 2 espécies
de taxa;
- As taxas são retributivas ou contra prestacionais, ou seja, restituem aos cofres públicos o que estes
despenderam para o exercício do poder de polícia ou para prestação de serviço público;
- Espécies:
a) taxa de polícia (fiscalização) = art. 77/78, CTN. O fato gerador de uma taxa de polícia (hipótese de
incidência) é o exercício regular do poder de polícia EX: se paga uma taxa de fiscalização para que a
Administração Pública diga que você está apta para dirigir;
- Poder de polícia é o poder de fiscalização, são limitações impostas ao nosso direito de propriedade e
liberdade realizada pela Fazenda Pública em prol de toda coletividade (art. 78, CTN);
- Taxa de incêndio, taxa de bombeiros, taxa de sinistro = taxa que os municípios estavam cobrando com
o intuito de fiscalizar se havia segurança às pessoas STF declarou inconstitucional essa taxa pelos
municípios (Governo PODE cobrar, município NÃO, pois não cabe a ele essa taxa). RE 643.247/SP;
- Em caso de taxas a serem pagas, mas não estar tendo a devida fiscalização pelo órgão fiscalizador, o STF
entendeu que se existe o órgão fiscalizatório e se há atividade empresarial funcionando, a cobrança é devida,
visto que há a presunção de que a atividade fiscalizatória existe, mesmo que não seja efetivamente prestada;
- É necessário que o poder de polícia ocorra de forma regular será regular o exercício do poder de polícia
quando for exercido pelo órgão competente nos limites da lei, com a observância do processo legal.
Tratando-se de atividade discricionária, sem abuso ou desvio de poder (art. 78, § único).
b) taxa de serviço (utilização) = art. 77/79, CTN. Para que a taxa de serviço ou utilização seja cobrada, é
necessário estar diante da prestação de um serviço público. Quanto mais de utiliza o serviço, maior a taxa
(EX: serviço cobrado pelos cartórios extrajudiciais. É prestado por um órgão privado, mas que está
prestando um serviço público; Quando se quer entrar com um processo, as taxas jurisdicionais são uma taxa
de serviço);
- O fato gerador (hipótese de incidência) de uma taxa de serviço é a utilização efetiva ou potencial de
serviço público, devendo este ser específico e divisível, bem como deve ser prestado ao contribuinte ou
posto à sua disposição;
- Serviço público específico = está definido no art. 79, II, CTN e pode ser chamado de serviço público
singular ou “uti singuli”. É aquele em que se consegue determinar a pessoa (s) que dele se utilizam. Há
serviços públicos que não são específicos (EX: limpeza pública) e assim, não podem ser custeados por taxa
(é constitucional a taxa de coleta de lixo domiciliar, mas limpeza pública não é serviço público específico e
divisível). Serviço público que seja geral, universal, “uti universi” NÃO pode ser custeado por taxa (deve ser
custeado pelas receitas gerais do ente federado, pela receita recebida dos impostos);
- Serviço público divisível = art. 79, III, CTN. É aquele em que se consegue determinar a quantidade que a
pessoa está utilizando;
- Serviços que NÃO podem ser custeados por taxa (são serviços gerais) = segurança pública, diplomacia,
limpeza pública, iluminação pública;
- OBS coleta de lixo domiciliar pode ser custeado por taxa (súmula vinculante nº 19); A iluminação
pública não é um serviço público específico e divisível e NÃO pode ser custeado por taxa, mas muitos
municípios cobravam a iluminação pública e assim, tal questão foi levada ao STF que decidiu que NÃO
poderia ser custeado por taxa (súmula nº 670 – súmula vinculante nº 41). Os municípios tiveram que
devolver os valores cobrados e começaram a adquirir uma dívida extensa por conta disso e por ser um
problema generalizado, foi criada uma forma de cobrar do cidadão o valor que ele pagava a título de
iluminação pública, tendo sido criado o tributo Cosip/Cip – contribuição para o custeio do serviço de
iluminação pública/contribuição de iluminação pública (art. 149 - A, CF). A competência tributária deste
tributo é dos municípios e DF (art. 149 – A, § único, CF prevê que poderá ser cobrado na fatura de
energia elétrica);
- Base de cálculo de taxa = custo da atividade estatal (tem que ter correlação razoável ter a ver com a
atividade estatal prestada). Não podem utilizar as bases de cálculo de impostas súmulas nº 667/595 e
551/596, STF (estabeleceram a inconstitucionalidade de taxas que utilizaram a base de cálculo de impostos)
e súmula vinculante nº 29 (taxas poderão utilizar alguns elementos da base de cálculo de imposto. A taxa
não pode ter identidade da base de cálculo do imposto, mas pode utilizar um critério).
26/10
3) Contribuição de melhoria:
- Art. 145, II, CF;
- Art. 5º CTN;
- Art. 81/82, CTN;
- Decreto lei nº 195/67;
- Competência tributária COMUM = todos os entes;
- Instituída por lei ordinária (MP);
- Contraprestacionais/retributivas;
- Tributo vinculado a uma atividade estatal;
- Fato gerador (hipótese de incidência) = art. 81 do CTN obra pública (art. 2º) + valorização
imobiliária;
- EX = uma obra pública de construção de aeroporto gera uma desvalorização imobiliária não é uma
contribuição de melhoria;
- EX = obra pública de um parque gera uma valorização imobiliária (morar ao lado do Parque Vila Lobos,
por exemplo);
- EX = morar ao lado de um shopping gera uma valorização imobiliária, porém, não se trata de uma obra
pública não é contribuição de melhoria;
- Limites:
a) total = despesa realizada (valor da obra) valor da despesa realizada com a obra;
*Qual ente poderá cobrar a contribuição de melhoria? Aquele que realizou a obra.
4) Empréstimos compulsórios:
- Somente a União pode criar empréstimos compulsórios;
- Criados através de lei complementar;
- São restituíveis e finalísticos (pois poderão ser instituídos diante de duas finalidades – art. 148, I e II, CF);
- Art. 148, CF e art. 15, CTN;
- Art. 148, CF:
A União, mediante lei complementar, poderá restituir empréstimos compulsórios:
I – para atender despesas extraordinárias, decorrentes de CALAMIDADE PÚBLICA, GUERRA EXTERNA
OU SUA IMINÊNCIA;
II – no caso de investimento público de caráter URGENTE E DE RELEVANTE INTERESSE NACIONAL
(art. 150, III, “b”, CF);
§ único – a aplicação dos recursos provenientes de empréstimo compulsório será vinculada a despesa que
fundamentou sua instituição.
- Os empréstimos compulsórios cujo art. 4º, II, não terá aplicação (?);
- A aplicação dos recursos tem que ser destinada para as despesas a qual foi instituído;
- A lei instituidora do empréstimo compulsório tem que estabelecer o prazo de cobrança e o prazo de
devolução;
- O fato gerador a lei complementar tem que estabelecer;
- Os incisos I e II do art. 148, CF são as finalidades do empréstimo compulsório;
- Art, 15, § único, CTN = Lei prazos e condições do seu resgate;
- Art. 15, III, CTN = conjuntura (econômica) que exija a absorção temporária do poder aquisitivo todos
ficam com o mesmo valor (EX: Collor fez isso, sendo que quem tinha grana e soube antes, tirou tudo das
contas, mas quem não soube, teve dinheiro retirado da conta. Posteriormente, tudo foi devolvido);
- Art. 62, §1º, III, CF = Medida Provisória NUNCA poderá instituir empréstimo compulsório;
*Olhar as questões que caíram na OAB de empréstimo compulsório.
- O empréstimo compulsório instituído com fundamento no inciso I é exceção à anterioridade anual e
nonagesimal, o que implica que ele pode ser cobrado imediatamente a partir da publicação da lei que o
institui ou aumentou. No caso do empréstimo compulsório para satisfazer investimento público urgente e de
relevante interesse nacional, há necessidade da observância do princípio da anterioridade anual e
nonagesimal, nos termos do §1º do art. 150 da CF.