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RELACIONAMENTO FAMILIAR

"A família é a base da sociedade", já diz um ditado bastante popular. E assim pode ser classificada,
já que é na família que o ser encarnado vivencia as suas primeiras relações com outras pessoas e
onde, frequentemente, desenvolve a estrutura a sua própria personalidade. É na família que ele traça
as suas primeiras impressões sobre o mundo e, também, onde começa a conhecer a si próprio,
distinguindo-se dos demais pelos gostos, preferências e comportamento.
Os membros da família - e aqui não se fala apenas de laços consangüíneos, mas também de laços
afetivos - trocam experiências constantemente, de forma positiva ou negativa, construindo
relacionamentos mais ou menos estáveis, duradouros ou agradáveis.
Porém, nem todas as famílias são iguais, pois em cada uma há espíritos encarnados em situação
evolutiva diferente e que, ingressam no mundo carnal através daquele grupo familiar a fim de
experimentarem a convivência, o aprendizado e as dificuldades inerentes aos relacionamentos que ali
irão construir. Por este motivo, muitas vezes as relações daquele grupo são permeadas de discórdias,
intrigas e insatisfações, o que acaba contribuindo para que os relacionamentos daqueles espíritos -
agora encarnados - não sejam cordiais e satisfatórios.
A psicologia moderna luta para tentar entender e explicar esses relacionamentos. O que ela conclui
é que a família é fator fundamental para a constituição da psiquê humana, mas falta-lhe, ainda, as
considerações sobre o que mais contribui para facultar bons ou maus relacionamentos familiares; a
explicação baseada em causas pretéritas para o convívio: a reencarnação.
Se não houvesse reencarnação, não haveria motivos para tantas diferenças entre famílias. Mães
seriam mães simplesmente, e agiriam da mesma forma, independentemente dos demais membros do
grupo familiar. O relacionamento dos filhos com os pais e o relacionamento entre irmãos também não
se afetariam. Mas não é isso o que acontece, já que cada um é fruto não apenas da personalidade
desenvolvida nesta vida, mas - e principalmente - da bagagem de experiências adquiridas em outras
encarnações e que interferem diretamente sobre o seu modo de ser, pensar e agir na atualidade.
Sem a reencarnação, também seria impossível explicar o comportamento completamente diferente
de dois irmãos nascidos na mesma época e criados de forma idêntica pelo mesmo conjunto familiar. Se
a unidade de comportamentos não existe, então há alguma causa anterior ao nascimento, que
interfere diretamente sobre as pessoas nessa situação.
São dessas causas que vamos falar, para que se possa entender o porquê de relacionamentos
familiares tão diferentes entre pessoas encarnadas no mesmo grupo.
É certo que, na família, cada membro tem o seu papel e que deve ser exercido e respeitado. Aos
pais, cabe o sustento do lar e orientação emocional, moral e psicológica dos filhos. A estes, cabe o
dever do aprendizado, do respeito e da observância aos ensinamentos, para tornarem-se adultos
capazes de criar e cuidar da sua própria família no futuro. Enfim, cada um tem o seu papel; bem
definido pela sociedade e, mais ainda, pela formação espiritual que congrega aqueles espíritos em
torno de uma vida em comum. E assim aconteceria, na mais perfeita ordem e harmonia se cada
membro da família não tivesse, já desde antes do nascimento, a sua própria bagagem de experiências,
amizades, desafetos, vícios e paixões, as quais irão agora, interagir constantemente com os demais
membros familiares.
Quando um espírito reencarna como integrante de um grupo familiar, ele o faz por um dos quatro
motivos abaixo listados, e que serão fundamentais para a constituição dos relacionamentos no grupo:
1º motivo: AFINIDADE. Este é o motivo mais comum e acontece entre espíritos amigos, que
provavelmente já viveram muitas outras experiências em conjunto ou que possuem interesses
semelhantes. Nesse casso, os relacionamentos construídos costumam ser agradáveis e prazerosos, o
que não significa que sejam positivos em termos morais ou comportamentais.
2º motivo: REPULSA. Isso acontece frequentemente entre espíritos inimigos, desajustados e que
não se amam, mas entendem que, ao terem que passar por toda uma encarnação possuindo vínculos
irrevogáveis uns com os outros (como os laços consangüíneos) poderão vir a se conhecer melhor e,
quem sabe, resolver os desafetos passados que tanto entravam o seu progresso espiritual e a
felicidade plena. Assim, decididos a dar uma chance para que a concórdia vença o rancor, propõem-se
à reencarnação conjunta, como pais e filhos ou como irmãos ligados pelo sangue.
Obviamente, rancores e ódios não são facilmente apagáveis da noite para o dia e, às vezes, nem
em uma encarnação inteira. Isso explica os relacionamentos tormentosos, confusos, impregnados de
violência (física, verbal ou emocional), incompreensão e desajustes, e que, caso não sejam vencidos
pelo afeto, pela compreensão e pelo amor, requererão outras experiências em família para que o
passado seja resolvido.
3º motivo: APRENDIZADO. Este tipo de encarnação acontece com espíritos um pouco mais
atrasados e que percebem, antes do reencarne, que se nascerem no meio de determinado grupo, terão
muito o que aprender em termos emocionais, comportamentais ou espirituais, propondo-se a conviver
para aprender e, assim, conseguir vencer determinados vícios e paixões que os prendem em
sentimentos contrários à própria evolução.
Esse tipo de experiência é facilmente identificado naquela família aonde todos os membros têm
comportamentos e interesses semelhantes e que há um filho, por exemplo, que destoa
contundentemente dos demais, possuindo tendências, vícios e comportamentos completamente
estranhos aos praticados pelos demais familiares. Os pais se perguntam: "- onde foi que erramos?", e
o filho, vulgarmente apelidado de "Ovelha Negra" afirma: "- Ninguém me entende...".
4º motivo: ENSINAMENTO. Semelhante ao caso anterior, essa situação acontece com espíritos
mais adiantados, com compreensão e discernimento maiores que os demais, e que, em um ato de
desprendimento e abnegação, propõem-se a reencarnar em meio à uma família de espíritos menos
evoluídos, com a intenção sincera de ajudá-los, orientá-los e auxiliá-los a vencer comportamentos
inferiores - o que nem sempre consegue. Observa-se este tipo de situação naquela família em que
todos gostam de prazeres passageiros (bebidas, vícios, etc), não planejam o futuro e criam confusões
com facilidade, mas há um filho, por exemplo, completamente diferente dos demais, que gosta de
estudar, não usa palavras grosseiras, identifica-se com alguma religião e, frequentemente, é visto
tentando esclarecer aos demais quanto aos comportamentos adotados pelo grupo.
Enfim, viver em família é muito mais que assumir a posição de esposa, pai, filho ou irmão. É tentar
aproveitar ao máximo a oportunidade evolutiva que se desenha com aquela convivência, fazendo o
máximo para criar bons relacionamentos, calcados no amor, na compreensão e no perdão, seja qual
for o motivo que o tenha levado a pertencer àquele grupo familiar.
Por tudo isso, pelas grandes oportunidades que o relacionamento familiar oferece, há um ditado
que diz que "A família é uma idéia genial de Deus".
Jovem! Não desperdice essa chance. Analise a sua família e você poderá identificar qual a causa de
ter nascido dentro dela. De qualquer forma, seja qual fora a causa, há um único objetivo: o
crescimento espiritual. Mas não basta nascer naquele grupo para crescer. É preciso se envolver com
ele, ajudá-lo a progredir, cumprir o papel social que lhe cabe e, enfim, construir uma família calcada
simplesmente não em vínculos consangüíneos, mas - e principalmente - em laços espirituais, com
afeto e união.
A sua família pode não ser a melhor família que há no mundo, mas, com certeza, é a melhor
família que Deus poderia ter escolhido para você, de acordo com as suas necessidades de aprendizado
espiritual e com os vínculos kármicos que você mesmo construiu para si.
Pense nisto!

Muita Paz,

CJ

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