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Quarta-feira, 29 de Janeiro de 2014 _I Série Numero 6 4 iN A BOLETIM OFICIAL ASSEMBLEIA NACIONAL: Documentos néo publicados em 2013 Resolucio n? S0/VIII2013: Deter opeldo de suspensdo temporria do mandato do Deputado, Fstovig Barros Rodrigues... 218 Resolugio n° s4/VIIL2013: Dern podido de suspensto tompariria de mandato do Deputada, Estevo Barros Rodrigwes...218 Resolugio n* 69/VIIIM013: Defarindo o pedi de suspensto temporéria de mandato da Deputada, Nilda Maria Gonealves de Pina Fernandes. 219 Resolugio n* TO/VIILRO12: Deferindo oped de suspensio tempera de mandato do Deputade, Cindi Barbosa Rodrigues... 219 Despacho substituigio n” S6/VII1-2012: ‘Subsituino o Deputado, Bstevio Baros Rodrigues por Ivete Helena Rams Delgado Sives Ferreira ....219 Despacho substituigio n* 72/VII/2013: Substuindo a Deputada, Nida Moria Goals do Pina Femandes par Ana Cristina Moira Mendes... 219 htlps:/ikiosk.inev.cv BEE82642-618D-48A9-BD41-F724BF3C642D I_SERIE — N® 6 «B. O.» DA REPUBLICA DE CABO VERDE — 29 DE JANEIRO DE 2014 223 Decreto-Lei n.° 6/2014 de 29 de Janeiro No actual contexto de crise econémica e financeira internacional, a semelhanca da economia mundial, a eco- nomi cabo-verdiana tom sentido os impactes adversos daj advenientes, com graves repercussdes na economia eno mercado de trabalho. Perseverante, o Governo tom vindo, contudo, a adoptar ‘um conjunto significativo de politicas indispensveis para a promocao da competitividade e do emprego. Com efeito, respondendo a uma reivindicagao muito an- tiga, com o presente acto legislative, o Governo pretende instituir e regular a fixacdo e evolugdo da retribuicio ‘minima mensal garantida (rmmg), comummente desig- nado por saldrio minimo nacional, em diflogo e concer- taco com os parceiros sociais, no Ambito do Conselho de Concertacdo Social (CCS). ‘Trata-se de uma medida com reflexos inexordveis| nna economia nacional. Ademais, constituiu sempre um, elemento de referéncia no contexto social ¢ Iaboral de qualquer pais. Neste sentido, nao obstante a sua recon- hecida importancia, a fixacdo do seu montante deve ser ponderada de forma rigorosa e em absoluta consondneia com as previsdes macroeconémicas, https:/ikiosk.incv.cv Aos trabalhadores por conta de outrem, sujeitos a0 regime do Cédigo Laboral, aprovado pelo Decreto- Legislativo n.° 5/2007, de 16 de Outubro, alterado pelo Decreto-Legislativo n.° 5/2010, de 16 de Junho, ¢ garan- tida a rotribuicdo minima mensal de 11.000$00 (onze mil escudos), desde que cumpram 0 periodo normal de trabalho, fixado pela entidade empregadora, nos termos da lei. Todavia, esse montante esta sujeito a reducao de 20% relativamente aos aprendizes ¢ estagidrios, Nas situagées e trabalho em regime de tempo parcial ‘ou com pagamento & quinzena, semana ou dia, utiliza-se a retribuico minima horéria garantida (rm), cale ada de acordo com uma formula, para determinar a retribuicéo minima garantida Estabelece-se o principio da revisio e actualizacio do valor da retribui¢ao minima mensal garantida sempre ‘que tal ocorra a nivel da funcdo piblica ou 0 Conselho de Concertagao Social assim 0 delibere, atendendo ao aumento de custo de vida ¢ a evolucao da produtividade, tendo em vista a sua adequagio aos critérios da politica de rendimentos e precos ¢ ap grau de desenvolvimento dos sectores econémicos. O presente diploma define o regime contra-ordenaci nal e atribui a competéncia de fiscalizagiio A Inspeoeso Geral do Trabalho. De referir ainda que 0 presente diploma aplica-se aos contratos de trabalho em vigor A data da sua entrada em vigor. Assim: No uso da faculdade conferida pela alinea a) don’ 2 do artigo 204.° da Constituicdo, o Governo decreta o seguinte: Artigo 1 Objecto O presente diploma cria e regula a retribuic&o minima ‘mensal garantida aos trabalhadores por conta de outrem, sujeitos ao regime do Cédigo Laboral, Artigo2* Ambito de aplicagio 1 0 disposto no presente diploma aplica-se a todos os trabalhadores por conta de outrem, sujeitos ao regime do Cédigo Laboral, incluindo os afectos és empresas ptiblicas, sociedades mistas e sociedades de capitais piblicos 2. Nao sio abrangidos por este diploma: 4) Os trabalhadores cujas relagdes de trabalho se rejam pelas bases gerais do regime da Funcao BEE82642-618D-48A9-BD41-F724BF3C642D 224 1 SERIE—N® 6 «B. O» DA REPUBLICA DE CABO VERDE — 29 DE JANEIRO DE 2014 Pablica, aprovado pela Lei n.° 42/V11/2009, de 27 de Julho, os quais esto sujeitos a tabela salarial prépria; +) Os pensionistas do regime contributivo; ©) 0s beneficisrios de pensbes sociais do regime no contributivo; d) Os beneficidrios de pensao de sobrevivéncia ¢ outras de natureza ou finalidade aniloga. Artigo 3° Retribuigdo minima garantida A retribuicao minima garantida pode ser de um dos seguintes tipos: @) Retribuicao minima mensal garantida (rmmg), quando 0 trabalhador esteja sujeito a0 cumprimento do periodo normal de trabalho fixado pela entidade empregadora nos termos do artigo 149° do Cédigo Laboral; +) Retribuigao minima horéria garantida (rmhg), nas situagdes de trabalho em regime de tempo parcial ou com pagamento & quinzena, semana ou dia Artigo 4 Valor da retribuigio minima mensal garantida 1. Aretribuicio minima mensal garantida devida aos ‘trabalhadores por conta de outrem, desde que sujeitos a0 periodo normal de trabalho, 6 fixada em 11,000800 (onze mil escudos), sem prejufzo das reduces, relacionadas com o trabalhador, previstas no artigo 6°. 2. Arretribuicdo minima mensal garantida nao inclui subsidios, prémios, gratificagdes ou outras prestagées de atribuigdo acidental ou por periodos superiores ao més. Artigo5* Retribuigiio minima hor ia garantida 1. Para determinagao da retribuigo minima garantida devida nas situagdes de trabalho em regime de tempo parcial ou com pagamento a quinzena, semana ou dia Ltiliza-se a retribuigdo minima hordria garantida (emg), determinada segundo a seguinte formula: Rmhg = (rmmg x 12 (meses)/(52 (semanas) x n) em que “n’ significa o ntimero de horas de trabalho semanal a que o trabalhador est legal ou convencionalmente sujeito. 2. Sempre que o horério somanal do trabalhador seja de duracdo variavel, atender-se-4 ao seu valor médio anual. htlps:/Ikiosk.inev.cv Artigo 6° RedugGes relacionadas com o teabalhador 1. Aretribuic&éo minima garantida mensal estabelecida, no artigo 4° sofre uma reduco de 20% (vinte por cento) quando esteja em causa praticantes, aprendizes, estagisrios e domais situacdes que devam sor consideradas de for- ‘magfo pratica para profissdes qualificadas ou altamente qualificadas.~ 2. A reducfo prevista no ntimero anterior no 6 aplicavel por periodo superior a dois anos, neste periodo se incluindo 0 tempo de formago passado noutras en- tidades patronais, desde que documentado e visando a ‘mesma qualificacao profissional. 3. 0 periodo estabelecido no niimero anterior é redu- ido a um ano no caso de trabalhadores possuidores de curso téenico-profissional ou de curso obtido no sistema de formacio profissional qualificando para a respectiva profissao. Artigo 7” Actualizagio do valor 1 Ovalor da retribuicao minima garantida estabslecida no artigo 4.° deve ser revisto ¢ actualizado sempre que a ‘mesma ocorra a nivel da funcao piblica ou quando assim delibere o Conselho de Concertagao Social. 2, Arevisio do valor a que se refere o mimero anterior deve ter emcontao aumento de custo de vida ea evolucdo da produtividade, tendo em vista a sua adequaciio aos critérios da politica de rendimentos ¢ progos ¢ a0 grau do desenvolvimento dos sectores econémicos. Antigo" Contra-ordenagio, do disposto no n.° 1 do artigo 4.°, punivel com coima de 5.000800 (cinco mil escudos) a 100.000$00 (com mil escudos) 2. A deciso que aplicar a coima deve conter a ordem de pagamento do quantitativé da remuneracio em divida a0 trabalhador, a efectuar dentro do prazo estabelecido para pagamento da coima, 3, Em caso de nao pagamento da remuneracdo em divida, a decisdo referida no niimero anterior pode ser- vir de base & execucio que segue os termos previstos no Cédigo do Processo Civil. 4. A contra-ordenacao prevista no presente diploma aplica-se o regime geral das contra-ordenacdes previstas no Decreto-Legislativo n.° 9/95, de 27 de Outubro. BEE82642-618D-48A9-BD41-F724BF30642D 1_SERIE — N® 6 «B. 0» DA REPUBLICA DE CABO VERDE — 29 DE JANEIRO DE 2014 ns Artigo9* Fiscalizagio e instrugio e decisio do process Compete a Inspeceao Geral do Trabalho zelar pela correcta aplicacao do prosente diploma, sendo a enti dade competente para realizar as acgbes de fiscalizacao, e organizar e decidir processo de contra-ordenagao, nos termos da lei. Artigo 10° Avaliagio do impacto socioeconémico 0 Governo e os parceiros sociais promovem, através do Consetho de Concertacao Social, a realizagio de estudos periédicos com vista a apurar o impacto socioeconémico da institucionalizacdo da retribui¢io minima mensal garantida, Antigo 11° Disposigiio transitoria Opresente diploma aplica-se igualmente aos contratos de trabalho em vigor A data da sua entrada em vigor, considerando-se os salérios neles estipulados aumen- tados automaticamente até o montante da retribui¢ao minima garantida aplicdvel ao caso. Antigo 12° Entrada em vigor © presente diploma entra em vigor a partir de 1 de Janeiro de 2014, Aprovado em Conselho de Ministros de 19 de Dezembro de 2013. José Maria Pereira Neves - Cristina Isabel Lopes da Silva Monteiro Duarte. Janira Isabel Fonseca Hopffer Almada- Humberto Santos de Brito Promulgado em 24 de Joneiro de 2014 Publique-se. 0 Presidente da Repiblica, JORGE CARLOS DE AL- MEIDA FONSECA ———ofo——

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