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Atividade sobre Thomas Hobbes

Mateus de Oliveira Ilá


Rodrigo Sá Leitão de Abreu Pinto

É bem verdade que os garotos, em seus primeiros momentos na ilha, ainda


conservavam práticas civilizadas provenientes da sociedade da qual vinheram.
Notamos, por exemplo, como associam-se segundo valores democráticos da
sociedade ocidental (vide as assembléias que realizavam). Portanto, recorriam
a práticas que não faziam uso da violência, mas do consenso. No entanto,
quando alguns percebem que aquela associação não está submetida a um
poder centralizado que garantiria uma certa estabilidade pelo “poder da
espada”, sentem-se desprotegidos e assumem comportamentos instintivos em
nome da auto-preservação, já que não gozam de um Estado que os preservem.
Dentre esses comportamentos, destacamos o uso da violência imoderada em
toda sorte de situações, o que é uma consequência da inexistência de um
“Leviatã” propriamente designado para arbitrar os conflitos em geral. Ou seja,
bastou que o contexto social em que aqueles garotos viviam se alterasse no
momento em que chegaram na ilha, para que novamente se comportassem tal
como no estado de natureza. A questão é que, caso realmente permanecessem
segundo os ditames da natureza, eles teriam poucas chances de sobrevivência.
Por isso, rapidamente reconheceram a necessidade de constituir um novo
agrupamento, de modo que estabeleceram uma forma de organização que,
diferentemente da anterior, contava com um líder que notadamente se
sobressaía aos demais e cujo recurso à violência era o meio primordial de
garantir a coesão (por exemplo, rapidamente organizaram um exército e eram
constantemente ameaçados pelo “soberano”). Para além desses que
constituíram tal “sociedade”, sobravam ainda aqueles que não se uniram ao
grupo, os quais permaneciam apartados de qualquer organização, ou seja, em
estado de natureza. Será que é possível afirmar que eram “livres”? Ora, se
liberdade é a capacidade de tomar decisões em um ambiente de segurança
(onde um raio de ação está garantido por um poder soberano), eles não eram
livres. Sendo assim, por mais que aqueles que constituíram o grupo citado
estivessem sob o julgo de um tirano, usufruíram de mais liberdade que aqueles
que continuavam no “estado de natureza”.

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