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Em Formação Econômica do Brasil, Celso Furtado analisa os efeitos diretos e indiretos da

crise de 1929 sobre a economia brasileira. Segundo o autor, a política de defesa do setor
cafeeiro implementada no período teria favorecido a rápida recuperação da economia: "É,
portanto, perfeitamente claro que a recuperação da economia brasileira que se manifesta a
partir de 1933 não se deve a nenhum fator externo e sim à política de fomento seguida
inconscientemente no país e que era um subproduto da defesa dos interesses cafeeiros".

Com relação à economia brasileira no período posterior à crise de 1929, assinale a opção que
apresenta afirmativa consistente com a análise de Celso Furtado acima resumida.

Resposta: Os efeitos da política de defesa dos cafeicultores sobre o mercado cambial


provocaram aumento na demanda dos brasileiros por bens produzidos internamente,
incentivando o processo de substituição de importações na década de 30 do século passado.

14) (UNESP/SP) Se bem que a base da economia mineira também seja o trabalho escravo,
por sua organização geral ela se diferencia amplamente da economia açucareira. (Celso
Furtado, Formação econômica do Brasil) A referida diferenciação se expressa:

e) na existência de possibilidades de ascensão social na região das minas, uma vez que o
investimento inicial não era, necessariamente, elevado.

RESUMO

PARTE UM – FUNDAMENTOS ECONÔMICOS DA OCUPAÇÃO TERRITORIAL


DA EXPANSÃO COMERCIAL À EMPRESA AGRÍCOLA

o Ocupação econômica da América se deu em um contexto de expansão comercial da


Europa;
o Invasões turcas trouxeram problemas na Rota Oriental Mediterrânea de Comércio com
o Oriente Próximo, Índia e China;
o A Espanha, através do ouro e prata no México e nos Andes, com consequentes
fortificações, tornou suas colônias importantes mais depressa que Portugal;
o O medo de outras nações, principalmente da França, acelerou a colonização do Brasil.
Especialmente importantes foram a França Antártica (RJ – segunda metade do século
XVI) e a França Equinocial (MA – início do século XVII;
o A Espanha precisou de colônias de povoamento, como Cuba, para distribuir sua defesa
na América, com vistas da Flórida ao Rio da Prata. Também houve penetração nas
Antilhas (Hispaniola, Cuba, Jamaica, Porto Rico);
o No Brasil, o que se deu, principalmente, foi a exploração agrícola, primeira tentativa
séria de praticar a agricultura comercial nas Américas. Houve uma grande necessidade
de êxito, pois ainda não haviam sido encontrados metais preciosos no território
português na América.

FATORES DE ÊXITO DA EMPRESA AGRÍCOLA

o Os portugueses já tinham experiência com a plantação canavieira nas ilhas atlânticas


(Madeira, Açores). Os equipamentos tinham sido baseados na produção do Chipre,
também uma ilha, um dos grandes produtores açucareiros da época;
o Houve a quebra do monopólio veneziano no refino do açúcar, com o surgimento de
concorrentes no Flandres e na Holanda;
o Foi contraída aliança com cidades em ambas as regiões mencionadas: Antuérpia e
Amsterdam, para refino e distribuição da produção açucareira no Norte da Europa; os
holandeses eram extremamente organizados e especializados no comércio intra-
europeu; tendo, ainda, contribuído com o capital necessário para a instalação de
engenhos;
o A solução escravagista africana para o problema da mão-de-obra nos canaviais
acrescentou fonte extra de renda para ambas as partes.

RAZÕES DO MONOPÓLIO

o O frete na Espanha era caríssimo (de Sevilha para as Colônias). A Espanha queria
transformar suas colônias em sistemas econômicos independentes, que produzissem
excessos periodicamente transferidos para a metrópole;
o Crescimento do Estado e do déficit comercial espanhol. Diminuição das atividades
produtivas, que levaram à crise espanhola no século XVII – A Espanha descansara nos
fundos e produtos provenientes das colônias.
o A Espanha tinha terras melhores e mais próximas da Europa para produzir açúcar para
concorrer com Portugal (a mais óbvia, Cuba), mas não o fez.

DESARTICULAÇÃO DO SISTEMA

o União Ibérica-> Guerra contra holandeses e flamencos, em busca da independência


contra a Espanha;
o Os holandeses continuaram comandando o comércio marítimo europeu até cerca de
1730;
o A distribuição e produção de boa parte dos produtos coloniais portugueses (i.e. açúcar)
tiveram grandes problemas com o afastamento dos parceiros holandeses e flamencos;
o Ocupação holandesa do Nordeste, principal zona produtora, com alguma colaboração
portuguesa. Os holandeses, nesse período, adquiriram conhecimentos técnicos que
foram posteriormente utilizados em suas colônias caribenhas e no Suriname;
o Diminuição do preço do açúcar e quebra do Monopólio;

AS COLÔNIAS DE POVOAMENTO NO HEMISFÉRIO NORTE

o Crescimento de Holanda, França e Inglaterra no século XVII;


o Inglaterra e França se apossam de Ilhas no Caribe com objetivos militares; sua
colonização se deu com propaganda e até sequestro;
o Inglaterra tinha vantagem no recrutamento de colonos, especialmente devido à
intolerância política e religiosa. Os enclosures também colaboraram;
o A América do Norte dava prejuízo graças às dificuldades de encontrar bons artigos de
exportação e à resistência indígena;
o As Antilhas, por outro lado, permitiam diversos produtos promissores: algodão, anil,
café e fumo.

CONSEQUÊNCIAS DA PENETRAÇÃO DO AÇÚCAR NAS ANTILHAS

o Falta de mão de obra europeia nas plantações de fumo caribenhas, que também
passaram a usar escravos africanos;
o Os holandeses criaram um novo núcleo produtor de açúcar, com mais investimentos e
maior proximidade à Europa;
o Fim das colônias de povoamento inglesas e francesas no Caribe. Parte dos colonos
migrou para as colônias da América do Norte, que exportavam trigo para o Caribe;
o As ilhas, por sua vez, destilavam bebidas alcoólicas (rum, principalmente) e exportavam
para o Norte;
o O consumo nas colônias de povoamento da América do Norte era maior que o do
Caribe.

ENCERRAMENTO DA ETAPA COLONIAL

o Portugal perdera seus entrepostos comerciais no Oriente para a Espanha durante a


União Ibérica;
o Portugal alienou parte de sua soberania à Inglaterra; tornando-se praticamente um
vassalo econômico desta;
o Boa parte do ouro achado no Brasil foi para a Inglaterra, ao invés de Portugal;
o Portugal, aproveitando-se da proteção inglesa, aproveitou-se para obter importantes
vitórias políticas contra França e Espanha em Utrecht;
o Ouro -> expansão demográfica no Brasil e financiamento do desenvolvimento
manufatureiro inglês;
o Privilégios ingleses em relação a Portugal estenderam-se também ao Brasil, quando a
família real fugiu para cá das tropas napoleônicas;
o Grande Esforço diplomático para a consolidação da independência brasileira criou
grandes dificuldades econômicas;
o O café facilitou a ampliação de relações com os EUA.

PARTE DOIS – ECONOMIA ESCRAVISTA DE AGRICULTURA TROPICAL DOS SÉCULOS


XVI E XVII
VIII. CAPITALIZAÇÃO E NÍVEL DE RENDA NA COLÔNIA AÇUCAREIRA

o Favores governamentais a quem instalasse engenhos na Colônia;


o Mão de obra nativa era inicialmente muito importante;
o Havia certo número de assalariados nos engenhos
o Forte concentração de renda nas mãos dos senhores de engenho;
o Gastos administrativos de Nassau na época da colonização foram bastante altos,
aumentando os lucros de comerciantes.

IX. FLUXO DE RENDA E CRESCIMENTO

o Escravo negro veio substituir outro escravo, menos eficiente e de recrutamento mais
incerto (indígenas);
o Escravos eram um bem durável de consumo;
o Quase toda a renda vinha de exportações. Os gastos, por sua vez, iam para as
importações. Era uma economia semi-feudal;
o Boas possibilidades de expansão (grande quantidade de terras);
o Enfraquecimento de mercado externo certamente geraria decadência.

X. PROJEÇÃO DA ECONOMIA AÇUCAREIRA: A PECUÁRIA

o Economia canavieira justificava a existência de outras atividades produtivas;


o Extrema especialização da economia açucareira ;
o Nova Inglaterra construía seus barcos de pesca e ganhou certo know how em
transporte marítimo. Isso ajudou muito nas Antilhas;
o São Vicente se especializou no complexo exploratório-militar, sendo esse um fator
decisivo para a ocupação de áreas centrais da América do Sul;
o Abundância de terras não permitiu mercado externo como o Antilhano com a Nova
Inglaterra;
o Carne era artigo de suma importância, assim como lenha e animais de tração (burros,
jumentos, às vezes até bois);
o Criação de gado era totalmente diferente da plantação de cana, sendo mais
interiorizada e itinerante. Pouca gente se dedicava à pecuária, em geral. A maioria era
de colonos com pouco acesso a capital.

XI. FORMAÇÃO DO COMPLEXO ECONÔMICO NORDESTINO

o Crescimento essencialmente extensivo. Não havia grandes mudanças de produtividade;


o Disparidade na dependência de importações de mão-de-obra e equipamentos;
o Couro era a única fonte de renda de muitos criadores de gado;
o Renda real no Nordeste caiu constantemente até o século XIX. A população continuou
a crescer graças à oferta estável de alimento.

XII. CONTRAÇÃO ECONÔMICA E EXPANSÃO TERRITORIAL

o Século XVII apresentou dificuldades políticas para a Colônia;


o Portugueses defenderam a Amazônia durante a União Ibérica, tendo que ocupar a
região do Maranhão após a experiência da França Equinocial. A região não tinha solo
de massapê, como o resto do Nordeste, levando a difíceis condições de vida, pois a
cana não poderia ser lá plantada;
o Exportação de cravo, canela, baunilha, cacau e resinas aromáticas da região
amazônica;
o Região do Prata era ameaça aos criadores de gado. A Colônia do Sacramento
fortaleceu os portugueses nesse mercado e na região em questão.
o Encarecimento de manufaturas importadas.

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