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Em meu artigo “4 pilares para solução de problemas”, menciono como quarto pilar
“escolha de um bocal correto”.
Esse é um ponto MUITO importante para desenvolver uma máxima eficiência ao tocar,
qualquer estilo que desejar. O que nós sempre procuramos (ou deveríamos) são 2
coisas:
1) Qualidade de som
2) Facilidade para tocar
Sobre o ponto ˜facilidade para tocar”, TODOS nós queremos tocar com facilidade sem
nenhum tipo de stress/tensão, como forçar musculatura das costas, pescoço inflado,
pressão nos lábios e pescoço, dor de cabeça, etc.
Facilidade em tocar não significa que o corpo não está trabalhando enquanto toca,
mas stress, que é definido como esforço extremo ao tocar, não pode acontecer
quando se busca tocar com facilidade. Antes de conhecer os outros 3 pilares, algumas
pessoas podem culpar o bocal quando tocam com dificuldade, relembrando os 3
pilares:
Obviamente, pessoas que estão com problemas nos 3 pilares NÃO terão seus
problemas resolvidos apenas comprando um novo bocal. Talvez, com o novo bocal,
alguns pequenos pontos melhoram, mas a eficiência não foi adquirida.
Gostaria de dizer que muitas embocaduras problemáticas começaram com a utilização
de um bocal extremamente ineficiente quando começaram a estudar.
Existe uma tradição sobre bocal para iniciantes e essa tradição tem me desafiado por
conta do grande número de correções que eu tenho que fazer.
Quando o (a) trompetista começa a estudar com o objetivo de atingir um nível mais
elevado, os problemas de embocadura começam a aparecer. Eu geralmente brinco
com isso, chamando de “Os 3 P’s”: Pinch, Press and Pray (pinçar, apertar e rezar).
Por exemplo, Bach 7C, o tradicional, NÃO é um bocal eficiente para um iniciante.
Eu preferiria ver iniciantes e jovens estudantes começando a tocar com bocais com o
copo do tipo “M”, uma vez que bons hábitos se estabilizem, pode trocar para um copo
C por exemplo.
Na procura de um novo bocal, você tem que começar entendendo algumas coisas
sobre física e acústica. Importante informar que eu não sou nem físico ou especialista
em acústica. MAS, eu tive sorte de ter muitos físicos como estudantes e eles me
ajudaram e me guiaram a materiais que me ajudou a entender o que precisamos como
instrumentistas de metais.
Bocais têm muitos componentes. Alguns são de vital importância e outros nem tanto.
Os componentes são:
2) Diâmetro
3) Curvatura da borda
5) Desenho do backbore
Maynard Ferguson tocou com copos em “V” no início da carreira, mas mudou para o
copo “S” logo depois.
O copo “M” tem uma combinação média de frequências agudas, médias e graves e é
mais fácil manter a velocidade de ar do que no copo “D”.
O copo “S” é comumente usado por “lead players” em big bands, musicais, bandas de
música pop ou salsa por conta da habilidade de ajudar a alcançar registros agudos e
som claro e também projetar o som mesmo em ambientes com volume muito alto.
O copo “S” é perfeito para manter alta a velocidade do ar, que é crucial para tocar as
notas agudas. Se alguém está acostumado a tocar em equipamentos largos, a
transição para bocais rasos pode ser difícil por conta da memória muscular e
subconsciente. Muitas vezes, sair de “D” para “M” e depois para o “S” pode ser uma
estratégia inteligente.
Há alguns aspectos que precisam ser entendidos sobre escolha e uso de bocais. A
fonética é muito importante e está relacionado ao pilar 3, “controle de abertura”. É
necessário prestar atenção nisto ao testar novos bocais.
O ponto é que arqueando sua língua, para frente, pronunciando “EE”, você pode
deixar o som mais claro. Isso acontece, principalmente porque a parte dianteira da
língua levanta e move a mandíbula para cima, o que diminui o tamanho da abertura,
que deixa o som mais claro como deixa o som mais magro. Entendendo esse
mecanismo, você percebe que você pode variar a posição da língua para mudar o seu
som em QUALQUER bocal com o movimento da mandíbula e escolha de vogal.
Cantando um glissando do grave para o agudo, você poderá perceber uma curvatura
natural na frequência do som e naturalmente, o movimento da língua “AH” no mais
grave e “EE” no agudo.
Você vai encontrar muitas variáveis e ideias tanto quanto existem grãos de areia na
praia. É sempre bom ser mente aberta, cético, mas corajoso o suficiente para tomar
suas próprias decisões. Isso vai para praticamente tudo: desde seleção de bocais,
instrumentos, métodos e professores.
Voltando para o tamanho da garganta do bocal. Uma garganta muito aberta vai reduzir
a velocidade do ar. Se alguém tentar tocar com muita velocidade de ar, para tocar
notas agudas, a garganta muito aberta pode prejudicar e muito a eficiência. O (a)
trompetista vai perceber que está se esforçando mais para compensar a perda de
energia. A maioria dos trompetistas não tem esse tipo de informação, então acreditam
que precisam se esforçar muito para tocar. O produto disso tudo é exaustão, cansaço e
até lábios danificados. Por outro lado, se a garganta for estreita demais, também pode
criar dificuldades. Uma garganta menor não permite a mesma quantidade ar, se
músico não recuar um pouco e reduzir a quantidade de ar, causará desconforto e dor
nas costas.
Meu bocal de lead, que usei por décadas, começou com um Giardinelli 10S que
comprei de Bob Giardinelli em sua loja de NY no verão de 1959.
Funcionou muito bem para mim, com 18 anos de idade e eu conseguia tocar até um G
agudo. Mesmo sendo muito caro (8 dólares), eu tinha de tê-lo. Eu não o usava com
frequência até que Buddy Rich me colocou como primeiro trompete no meu primeiro
dia em sua banda, em 1966, quando a banda estava sendo formada. Eu disse ao Bud
que não tinha “bico” para ser primeiro trompete. Ele me disse: “Não quero ouvir
nenhum bebê chorão. Vá para casa e prepare seu bico. Começa amanhã. Você é o
primeiro trompete. Entendido? “. Meio tremendo e meio animado sobre a
possibilidade de aprender a ser primeiro trompete, voltei para casa, encontrei o
Giardinelli 10S e comecei a praticar. Esse bocal salvou a minha carreira, pelo menos
naquele momento. Depois de anos tocando neste bocal, comecei a conhecer mais
sobre os elementos de bocais, e fiz alterações graduais. O bocal tinha um copo “S” com
uma garganta 27. Tinha uma diferenciação chamada na época de “rebaixado” ou
“alívio”, que era um pequeno espaço embaixo da borda, até onde começa o copo, que
permitia que trompetistas com lábios grossos ou fracos, mantivesse a abertura. A
medida que foi desenvolvendo a minha musculatura e melhor respiração, eliminei o
“rebaixado” e ganhei mais eficiência. Com o passar dos anos, eu experimentei uma
garganta 26 que mudou um pouco meu som, mas que me fez perder um pouco de
eficiência (facilidade ao tocar). Depois que você desenvolve algo com propriedade,
você quer personalizar, experimentar. Isso é inteligente e uma boa coisa para fazer em
algum momento. Seguindo no assunto sobre garganta de bocais, eu conheci
trompetistas que carregavam ferramentas para ficar abrindo garganta de seus bocais a
ponto de não servirem para nada.
Era comum ver bocais indo par a lata do lixo e outro bocal novinho sair do case. Não
há nada de mau nisso, esses músicos estavam procurando o melhor bocal para eles e a
procura é ótima, mas não pode leva-lo à loucura e nem trazer insegurança ao tocar.
Bom, agora, gostaria de oferecer um processo detalhado que vai lhe ajudar na decisão
do que escolher. Isso não é sagrado, então, personalize para seu interesse. Esse
processo é lógico e designado para ajuda-lo a sair da confusão não deixar fazer uma
escolha errada. Comece fazendo um bom aquecimento, mas não tão longo que lhe
deixe cansado. Apenas “esquente os motores” para certificar que seus lábios vão
funcionar bem. Vamos considerar que você esteja em uma loja com muitas opções de
bocais que você pode testar OU se não tiver uma loja perto, procure um bom
trompetista local ou professor que tenha uma boa coleção de bocais que eles já
experimentaram e que poderia emprestar para você. Algo como 2 ou 3, até no máximo
10.
Você deve usar seu bocal atual como referencia. Eu sugiro fortemente começar com
uma escala de G, começando no G segunda linha, indo até o A, primeira linha
suplementar, para “sentir” como cada nota está soando, e também, qual o seu esforço
tocando o A da primeira linha suplementar. Repita 3x, procurando ser o mais
consistente possível. Recomendo que você feche os olhos para aumentar sua
sensibilidade sobre o esforço que está fazendo. Como mencionamos anteriormente os
2 principais aspectos ao tocar: Qualidade do som e facilidade ao tocar. Neste processo,
eu acho que é mais inteligente se concentrar em medir a facilidade ao tocar como
prioridade. Som vem depois.
Agora, selecione um dos bocais para teste e repita o mesmo processo com olhos
fechados, medindo seu esforço. Repita para adquirir consistência, ENTÃO, pegue seu
bocal atual e repita a escala para comparar. Se por acaso você percebeu que o novo
bocal está mais fácil que o atual, o separe na pilha dos “SIM”. Se foi mais difícil, vai
para a pilha do “NÃO”. Agora você seleciona outro bocal e vai repetindo o processo,
sempre comparando com o seu bocal atual. Recomendo que você faça “flapping” para
manter o sangue circulando em sua embocadura, durante os testes. Ao terminar, você
terá a pilha dos “SIM “e dos “NÃO”. Agora, é procurar por 1 bocal na pilha do “SIM”.
Eu sei que trompetistas estão esperando e rezando por um super dó super agudo, mas
se você trabalhar com os glissandos até o G5, seus lábios estarão desenvolvidos em
alto nível. Eu encorajo meus alunos a tocarem até o A5 para descobrir o que eles
precisam fazer para passar da quebra natural do instrumento (a cima de G5). Se você
toca um A5, seu C6 está perto.
O mercado tem introduzido uma série de bocais “truque”, desenvolvidos para notas
super agudas e eu vejo jovens trompetistas clamando para comprar um, sair correndo
e tocar um C6, enquanto sensibilidade e música são sacrificadas por algumas notas
agudas. Eu tenho ensinado por muitos anos um fato que percebi há muitos anos:
Podemos fazer 2 coisas com musica. Podemos impressionar as pessoas ou podemos
tocar as pessoas. Por favor, pense qual é sua intenção quando você for testar,
selecionar e tocar. Por favor!