ESTÁGIO
Outubro de 2003
PRODUÇÃO DE BIODIESEL A PARTIR DE ÓLEOS USADOS DE FRITURA
Realizado por
ii
Agradecimentos
À Eng.ª Idalina Raposo da Escola Secundária Alfredo dos Reis Silveira pela
sua disponibilidade e motivação durante todo o trabalho efectuado nos últimos seis
meses.
Aos meus orientadores Prof. Dr. João Carlos Bordado e Prof.ª Dr.ª Maria
Joana Neiva Correia, pelas valiosas informações e orientações na realização do
presente trabalho, contribuindo significativamente para o seu aprimoramento.
À Escola Alfredo dos Reis Silveira pela possibilidade de utilização das suas
instalações para a realização de todo o trabalho experimental e aos seus funcionários
e professores pelo acolhimento e disponibilidade durante os últimos seis meses.
iii
Índice
VOLUME I
Índice de Figuras______________________________________________________ ix
Resumo______________________________________________________________ xi
2 Introdução__________________________________________________________ 4
iv
2.2.3 Tecnologias de produção de biodiesel _________________________________________ 14
2.2.3.1 Pré-tratamento das matérias primas _______________________________________ 15
2.2.3.2 Transesterificação_____________________________________________________ 16
2.2.3.2.1 Processos de catálise ácida ___________________________________________ 17
2.2.3.2.2 Processos de catálise básica __________________________________________ 17
2.2.3.2.3 Processos catalisados por lipases ______________________________________ 19
2.2.3.2.4 Utilização de co-solventes ___________________________________________ 19
2.2.3.2.5 Metanol supercrítico ________________________________________________ 19
2.2.3.3 Purificação dos ésteres _________________________________________________ 19
2.2.4 Produção e utilização de Biodiesel na Europa ___________________________________ 20
2.2.5 Propriedades e especificações do biodiesel _____________________________________ 22
3 Procedimentos experimentais__________________________________________ 28
3.1 Introdução_________________________________________________________ 28
v
4 Resultados e Discussão_______________________________________________ 47
vi
6 Bibliografia _______________________________________________________ 111
Volume II - Anexos
vii
Índice de Tabelas
Tabela 2.1 – Composição típica de alguns óleos e gorduras, em ácidos gordos [02, 03] _____________ 5
Tabela 2.2 – Vantagens e desvantagens da utilização de biodiesel[14] __________________________ 14
Tabela 2.3 – Propriedades dos metilésteres puros [03]_______________________________________ 22
Tabela 2.4 – Principais falhas dos motores a diesel[19, 20] ___________________________________ 23
Tabela 2.5 – Especificações aplicáveis ao biodiesel (prEN14214)[21] __________________________ 24
Tabela 2.6 – Produção mundial de glicerina (1 000 ton.) [23] _________________________________ 25
Tabela 2.7 – Aplicações para o glicerol[24] _______________________________________________ 27
Tabela 3.1 – Condições de produção do biodiesel [06] _______________________________________ 31
Tabela 3.2 – Factores de contribuição para o cálculo do índice de iodo [21] _____________________ 38
Tabela 3.3 – Condições para a determinação da composição dos metilésteres ____________________ 42
Tabela 3.4 – Volume de biodiesel utilizado na preparação de misturas __________________________ 46
Tabela 4.1 – Características dos óleos alimentares utilizados na síntese do biodiesel ______________ 47
Tabela 4.2 – Observações efectuadas durante a separação da glicerina e do biodiesel _____________ 49
Tabela 4.3 – Resultados da transesterificação (BD=Biodiesel; GL=Glicerina) ___________________ 52
Tabela 4.4 – Resultados obtidos com a secagem da glicerina __________________________________ 57
Tabela 4.5 – Estimativa da quantidade de glicerina na fase rica em biodiesel ____________________ 58
Tabela 4.6 – Observações efectuadas durante o processo de lavagem ___________________________ 61
Tabela 4.7 – Resultados das produção de biodiesel__________________________________________ 63
Tabela 4.8 – Comparação entre o teor de água antes e depois da secagem sob vácuo ______________ 88
Tabela 4.9 – Composição dos metilésteres presentes no biodiesel ______________________________ 90
Tabela 4.10 – Ponto de inflamação do biodiesel ____________________________________________ 93
Tabela 4.11 – Cinzas sulfatadas do biodiesel_______________________________________________ 94
Tabela 4.12 – Densidade das misturas biodiesel/diesel fóssil em função da % de biodiesel __________ 95
Tabela 4.13 - Viscosidade das misturas biodiesel/diesel fóssil em função da % de biodiesel _________ 97
Tabela 4.14 – Índice de iodo das misturas biodiesel/diesel fóssil em função da % de biodiesel _______ 98
Tabela 4.15 – Número de acidez das misturas biodiesel/diesel fóssil em função da % de biodiesel ____ 98
Tabela 4.16 – Teor em água das misturas biodiesel/diesel fóssil em função da % de biodiesel _______ 99
Tabela 4.17 – Conteúdo em sódio nas misturas de biodiesel em função da % de biodiesel __________ 100
Tabela 4.18 - Cinzas sulfatadas nas misturas de biodiesel em função da % de biodiesel ___________ 100
Tabela 4.19 – Fracção mássica dos metilésteres e viscosidade das produções de biodiesel _________ 103
Tabela 4.20 – Comparação entre o metilésteres determinados por GC e calculados a partir da
viscosidade _________________________________________________________________________ 104
Tabela 4.21 - Fracção mássica dos metilésteres e índice de refracção das produções de biodiesel ___ 105
viii
Índice de Figuras
Figura 2.1 – Representação das moléculas de glicérido em que R1, R2 e R3 representam grupos alquilo
constituídos por átomos de carbono e de hidrogénio. _________________________________________ 4
Figura 2.2 – Processo de fabrico de sabão (Fonte: Socipole)___________________________________ 9
Figura 2.3 – Processo de produção de biodiesel ____________________________________________ 15
Figura 3.1 – Esquema do procedimento utilizado para a produção de biodiesel ___________________ 29
Figura 3.2 – Equipamento utilizado na filtração do óleo alimentar _____________________________ 30
Figura 3.3 – Equipamento utilizado na transesterificação ____________________________________ 30
Figura 3.4 – Decantação da glicerina e do biodiesel ________________________________________ 32
Figura 3.5 – Representação do processo de lavagem ________________________________________ 32
Figura 3.6 – Lavagem do biodiesel antes e depois da decantação ______________________________ 33
Figura 3.7 – Evaporador rotativo utilizado em secagens _____________________________________ 34
Figura 3.8 – Determinação da densidade__________________________________________________ 35
Figura 3.9 – Determinação da viscosidade ________________________________________________ 36
Figura 3.10 – Determinação do índice de acidez, antes e depois da titulação _____________________ 39
Figura 3.11 – Coulómetro utilizado na determinação de água _________________________________ 40
Figura 3.12 – Combustão da amostra_____________________________________________________ 41
Figura 3.13 – Mufla utilizada na incineração ______________________________________________ 41
Figura 3.14 – Cromatografo gasoso e coluna capilar ________________________________________ 42
Figura 3.15 – Equipamento utilizado na determinação do metanol _____________________________ 43
Figura 3.16 – Pensky-Martens de vaso fechado utilizado nos testes_____________________________ 44
Figura 4.1 – Coloração dos óleos alimentares usados 1, 2 e 4 _________________________________ 48
Figura 4.2 – Biodiesel produzido a partir do óleo alimentar 1 (esquerda) e 4 (direita) _____________ 48
Figura 4.3 – Separação entre a glicerina e o biodiesel _______________________________________ 51
Figura 4.4 – Rendimento da reacção de transesterificação do OAU (2, 3 e 4) em função da % de
catalisador (m NaOH/m óleo) ___________________________________________________________ 54
Figura 4.5 - Rendimento da reacção de transesterificação do OAU (2, 3 e 4) em função da razão molar
metanol/óleo_________________________________________________________________________ 55
Figura 4.6 – Quantidade de Glicerina após reacção de transesterificação em função da % de catalisador
(m NaOH/m óleo)_____________________________________________________________________ 56
Figura 4.7 – Quantidade de Glicerina após reacção de transesterificação em função da razão molar
metanol/óleo_________________________________________________________________________ 56
Figura 4.8 – Processo de lavagem do BD-16 _______________________________________________ 62
Figura 4.9 – Processo de lavagem do BD-20 _______________________________________________ 62
Figura 4.10 – Rendimento das produções de biodiesel (ηProcesso) _______________________________ 64
Figura 4.11 - Rendimento das produções em metilésteres (ηMetilésteres) ___________________________ 66
Figura 4.12 - Rendimento do processo e em metilésteres para óleos diferentes (BD-05) ____________ 67
Figura 4.13 - Rendimento do processo e em metilésteres para óleos diferentes (BD-16) ____________ 68
ix
Figura 4.14 - Rendimento do processo e em metilésteres para óleos diferentes (BD-20) ____________ 69
Figura 4.15 – Rendimento em metilésteres em função da razão molar metanol/óleo, para 0.2% de
catalisador (BD-01 rep., BD-06, BD-11 e BD-16 rep.) _______________________________________ 70
Figura 4.16 - Rendimento em metilésteres em função da razão molar metanol/óleo, para 0.4% de
catalisador (Ensaios BD-02, BD-07, BD-12 e BD-17)________________________________________ 71
Figura 4.17 - Rendimento em metilésteres em função da razão molar metanol/óleo, para 0.6% de
catalisador (Ensaios BD-03, BD-08, BD-13 e BD-18)________________________________________ 71
Figura 4.18 - Rendimento em metilésteres em função da razão molar metanol/óleo, para 0.8% de
catalisador __________________________________________________________________________ 72
Figura 4.19 - Rendimento em metilésteres em função da razão molar metanol/óleo, para 1.0% de
catalisador __________________________________________________________________________ 73
Figura 4.20 - Rendimento em metilésteres em função da % de catalisador, para uma razão molar
metanol/óleo de 3.6 ___________________________________________________________________ 74
Figura 4.21 - Rendimento em metilésteres em função da % de catalisador, para uma razão molar
metanol/óleo de 4.2 ___________________________________________________________________ 75
Figura 4.22 - Rendimento em metilésteres em função da % de catalisador, para uma razão molar
metanol/óleo de 4.8 ___________________________________________________________________ 75
Figura 4.23 - Rendimento em metilésteres em função da % de catalisador, para uma razão molar
metanol/óleo de 5.4 ___________________________________________________________________ 76
Figura 4.24 - Rendimento do processo em função da % de catalisador __________________________ 77
Figura 4.25 - Rendimento em metilésteres em função da % de catalisador _______________________ 78
Figura 4.26 - Rendimento em metilésteres em função da razão molar metanol/óleo ________________ 79
Figura 4.27 – Densidade a 15º C das produções e amostras externas ___________________________ 80
Figura 4.28 – Viscosidade cinemática a 40º C das produções obtidas neste trabalho e amostras externas
___________________________________________________________________________________ 81
Figura 4.29 – Viscosidade cinemática a 40º C em função da quantidade de catalisador ____________ 82
Figura 4.30 – Índice de iodo das produções e amostras pelo método de Hanus ___________________ 83
Figura 4.31 - Índice de iodo das produções e amostras por cromatografia gasosa _________________ 84
Figura 4.32 – Número de acidez das produções e amostras externas ____________________________ 86
Figura 4.33 – Teor em água nas produções e amostras externas _______________________________ 87
Figura 4.34 – Conteúdo em sódio nas produções e amostras externas ___________________________ 89
Figura 4.35 – Pureza do combustível produzido em função da concentração de catalisador _________ 90
Figura 4.36 – Conteúdo em metanol no biodiesel produzido e nas amostras externas ______________ 92
Figura 4.37 – Ponto de inflamação do biodiesel em função da quantidade de metanol______________ 93
Figura 4.38 – Densidade das misturas biodiesel/diesel fóssil em função da % de biodiesel __________ 96
Figura 4.39 - Viscosidade das misturas biodiesel/diesel fóssil em função da % de biodiesel _________ 97
Figura 4.40 – Representação da % de metilésteres em função da viscosidade____________________ 104
Figura 4.41 – Representação da % de metilésteres em função do índice de refracção (n) __________ 106
x
Resumo
xi
De modo a poder caracterizar o biodiesel produzido, identificando eventuais
problemas associados ao seu processo de fabrico, foram implementados vários
métodos analíticos, igualmente descritos no presente relatório. Foi assim possível
identificar a eficiência da lavagem como um dos factores condicionantes da qualidade
do biodiesel produzido, nomeadamente porque influencia a remoção dos glicéridos. De
facto, a existência de glicéridos no combustível produzido pode conduzir a problemas
graves porque promove a formação de depósitos sobre os injectores de combustível
do motor, prejudicando obviamente o seu funcionamento .
No âmbito deste trabalho, foi possível estabelecer uma relação entre a pureza
do combustível em metilésteres e a sua viscosidade (% metilésteres = -0.450 ln
(ν)+1.627 R2=0.926). A relação permite, por isso, prever a extensão da reacção de
transesterificação efectuando apenas uma medição da sua viscosidade. Apesar do
erro associado (inferior a 2%), a viscosidade é uma propriedade muito simples e
rápida de determinar e, como tal, esta relação pode ser bastante útil para determinar o
rendimento da reacção de uma forma expedita.
xii
Símbolos e abreviaturas
µl - microlitros
ν - viscosidade
ρ - densidade
ηMetilésteres - rendimento do precesso contabilizando apenas os metilésteres
ηProcesso - rendimento global do precesso
Aoleico – Acidez expressa em % de ácido oleico
B100 – Biodiesel a 100%
BD - Biodiesel
Bxx – Biodiesel a xx%, onde xx é a percentagem de biodiesel na mistura entre
biodiesel e gasóleo fóssil.
ctio – coeficiente do tiossulfato de sódio.
cat. – catalisador
CG – Cromatografia gasosa
CN – Número de cetano
CO – Monóxido de carbono
CO2 – Dióxido de carbono
DG – Diglicéridos
ETAR’s – Estações de Tratamento de Águas Residuais
FAME – Metilésteres de ácidos gordos (Fatty Acid Methyl Esters)
FFA – Ácidos gordos livres (Free Fatty Acids)
FID – Detector de ionização de chama (Flame ionization detector)
GL – Glicerina
Iacidez – Índice de acidez
Iiodo – Índice de iodo
kg - quilogramas
KOH – Hidróxido de potássio
m - massa
mg - miligramas
ml - mililitros
MeOH - Metanol
MG – Monoglicéridos
MPa – Megapascais (106 Pa)
MTBE – Metil-tert-butil éter
[Na]curva – Concentração de sódio retirada da recta de calibração
xiii
NaOH – Hidróxido de sódio
NaOCH3 – Metóxido de sódio
NOx – Óxidos de azoto
OAU’s – Óleos alimentares usados
Pmetilésteres – fracção mássica de metilésteres no biodiesel
PAH’s – Hidrocarbonetos aromáticos policíclicos
SOx – Óxidos de enxofre
TG – Triglicéridos
THF - Trihidrofurano
v – volume
wágua – Fracção mássica de água
wNa – Fracção mássica de sódio
xiv
Capítulo 1 - Enquadramento
O destino final dos óleos alimentares usados, em Portugal, está a cargo dos
produtores, não existindo um sistema de recolha obrigatório. Desta forma, o principal
destino dos OAU’s é o envio para a rede de esgotos, apesar de ser proibido,
provocando graves problemas de funcionamento nas ETAR’s. Além de ser um
problema para as ETAR’s e para o meio ambiente, a não utilização dos OAU’s é um
desperdício de matéria prima, que pode ser utilizada na produção de sabão ou na
produção de energia, na qual se inclui o biodiesel.
A consulta de literatura mostrou que muitos trabalhos têm sido feitos sobre
biodiesel, mas apenas recentemente têm sido publicados resultados de estudos
efectuados utilizando óleos alimentares usados. Os OAU’s contêm, geralmente, uma
quantidade superior de ácidos gordos livres (FFA) e de água, duas propriedades que
Não menos importante é garantir a qualidade do produto final, uma vez que
existem especificações que têm de ser garantidas para que o biodiesel possa ser
comercializado.
2 Introdução
2.1.1.1 Glicéridos
Para além dos ácidos gordos ligados às moléculas de glicerol, existem ácidos
gordos que não se encontram ligados. A estes chamam-se ácidos gordos livres e
podem representar entre 0.3 a 2.0% da composição dos óleos, ou mesmo mais
quando se fala de óleos usados. Os ácidos gordos livres são responsáveis pela acidez
dos óleos e gorduras.
Tabela 2.1 – Composição típica de alguns óleos e gorduras, em ácidos gordos [02, 03]
2.1.1.3 Fosfolípidos
2.1.1.4 Ceras
2.1.1.5 Esterois
2.1.1.6 Terpenoides
metais vestigiais (por exemplo, Fe, Cu, Pb, As, Cd e Hg), provenientes dos pesticidas
ou do tratamento dado à colheita.
Por outro lado, não existem meios para efectuar a fiscalização dos despejos,
sendo estes apenas detectados pela contaminação dos filtros de gorduras das
ETAR’s. Assim, estima-se que em Portugal sejam produzidos anualmente cerca de
125 mil toneladas de resíduo de óleos alimentares, sendo que apenas 3 mil toneladas
são recolhidas anualmente. [05]
Como foi referido, o esgoto continua a ser o principal destino dado aos OAU’s,
o que apresenta diversos problemas a nível ambiental. Os OAU’s quando lançados
para os esgotos, para a rede hídrica e para os solos provocam poluição das águas e
dos solos. O seu lançamento para a rede de esgotos provoca a obstrução dos filtros
de gorduras das ETAR’s, tal como acima referido, sendo um obstáculo ao seu
funcionamento óptimo.[04]
O O
R C OR1 + NaOH R C ONa + R1OH
Foi uma das soluções estudadas para resolver o problema da viscosidade dos
óleos vegetais. Contudo, os problemas apresentados pela utilização directa de óleos
vegetais como combustível não são resolvidos com a utilização de diluições de óleos
vegetais em diesel fóssil.
Apesar de alguns testes terem dado bons resultados, na maioria dos casos a
utilização de diluições de óleos vegetais conduz ao espessamento do óleo lubrificante
do motor. Este espessamento é provocado pela oxidação e polimerização do óleo
vegetal dissolvido no óleo lubrificante. [06, 08]
2.1.4.4 Pirólise
2.1.4.5 Transesterificação
Vantagens Desvantagens
→ Pode ser utilizado directamente em → Custos elevados de produção do
motores diesel de injecção directa, sem biodiesel torna-o pouco competitivo a
necessidade de adaptação do motor menos que existam incentivos fiscais
→ O desempenho dos motores não → Abaixo dos 0º C podem existir
regista diferenças significativas na problemas de passagem do biodiesel do
utilização de biodiesel em relação ao depósito para o motor
diesel fóssil
→ O biodiesel é mais seguro do que os → Pode causar a dissolução da pintura
combustíveis fósseis como o diesel ou o sendo necessário utilizar tintas resistentes
gás natural
→ Contribui para a diminuição das → Provoca a corrosão de componentes
emissões de gases com efeito de estufa de borracha
→ Os gases provenientes da combustão → Pode também dissolver ou plastificar o
não contêm SOx, principais causadores asfalto
das chuvas ácidas
→ Redução na emissão de → Aumento nas emissões de aldeídos e
hidrocarbonetos aromáticos policíclicos de NOx
(alguns destes compostos são
cancerígenos)
A redução dos ácidos gordos livres pode ser efectuada por neutralização ou
por extracção por solvente. A primeira consiste em adicionar uma base (NaOH, KOH)
que leva à formação do sabão (Reacção 1 e Reacção 2) que pode ser removido antes
de qualquer outro tratamento subsequente. O segundo processo consiste em utilizar
um solvente para remover os ácidos gordos livres ou os triglicéridos. Assim, por
exemplo, o etanol permite reduzir o conteúdo de ácidos gordos livres do azeite de 20%
para menos de 3%. Outro exemplo é a utilização de propano líquido que, remove
unicamente os triglicéridos, sendo por isso muito eficiente na redução da cor.[15]
2.2.3.2 Transesterificação
[16] De entre estes, o metanol e o etanol são os mais utilizados pelas razões expostas
abaixo.
Por último, os ésteres devem ainda ser lavados para remover vestígios de
catalisador, de sabão e de glicerol livre e conjugado. O biodiesel sofre então para uma
etapa de secagem antes de ser enviado para armazenagem. Em alguns sistemas,
procede-se ainda à destilação do biodiesel com vista à obtenção de um produto de
maior pureza. [18]
Quimicamente, o biodiesel é uma mistura simples, uma vez que contém não
mais do que seis ou sete ésteres de ácidos gordos. O número de cetano (CN), a
densidade, viscosidade, ponto de fusão, as características de fluxo frio, tais como os
pontos de nuvem e derramamento, poder calorífico, o grau de saturação são algumas
das propriedades importantes dos combustíveis que variam bastante com o tipo de
éster (ver Anexo A.1). As propriedades de alguns ésteres puros encontram-se na
tabela que se segue.
Característica do
Efeito Falha
combustível
Metilésteres de ácidos causa a corrosão e ruptura dos
Fuga de combustível
gordos elastómeros
Corrói o alumínio e o zinco;
Metanol livre Corrosão
Baixa o ponto de inflamação
Compostos de sódio e
Catalisador potássio; Entupimento dos injectores
Partículas sólidas
Água dissolvida no
Formação de ácidos gordos Entupimento dos filtros
biodiesel
Corrosão;
Permite a existência de
Corrosão e formação de
Água livre em misturas bactérias;
depósitos
Aumenta a condutividade
eléctrica
Corrói metais não ferrosos;
Glicerina livre, mono e Ensopa os filtros de celulose; Entupimento dos filtros e
diglicéridos Sedimentação em partes coquefação nos injectores
móveis
Promove a corrosão do zinco;
Corrosão, entupimento dos
Formação de sais de ácidos
Ácidos gordos livres filtros e formação de
gordos e de outros compostos
depósitos
orgânicos
Gera excessivo calor,
localmente, nas bombas de
Falhas em bombas e pobre
Alta viscosidade distribuição;
atomização do combustível
Maior tensão entre
componentes
Impurezas sólidas Problemas de lubricidade Reduzido tempo de serviço
Produtos de envelhecimento
Ácidos corrosivos Corrói todas as partes
Corrosão
(fórmico & acético) metálicas
Produtos de Entupimento dos filtros e
Forma depósitos
polimerização formação de depósitos
limites impostos para as propriedades do biodiesel. Para ser aceite como combustível,
o biodiesel deve cumprir todas as especificações impostos pelo projecto de Norma. O
projecto de Norma é independente do processo de fabrico e/ou do tipo de matéria
prima utilizada na produção e os valores das propriedades especificadas serão
apresentados em seguida.
2.3 Glicerina
enquanto o termo glicerina aplica-se aos produtos comerciais que contenham 95%, ou
mais, de glicerol na sua composição. [22,23]
A glicerina pode ser vendida na sua forma bruta (glicerina natural), sem
qualquer purificação, ou purificada. São comercializados dois tipos de glicerina natural.
O primeiro impõe uma especificação de 80% de glicerol, enquanto o segundo impõe
como especificação 88 a 91% de glicerol. Quanto à glicerina purificada é classificada
em glicerina técnica (99.5% de glicerol) ou glicerina farmacêutica (86% ou 99.5% de
glicerol).[22, 23]
3 Procedimentos experimentais
3.1 Introdução
3.2 Reagentes
O óleo alimentar usado foi recolhido na Escola Alfredo dos Reis Silveira, tendo
sido retirado do fundo dos recipientes onde estava armazenado. Foram recolhidas
quatro amostras de óleo, com características diferentes e em datas diferentes (vide
caracterização dos óleos no capítulo 4), existindo sempre partículas em suspensão.
O sulfato de magnésio anidro puro, foi utilizado para remover a água existente
no óleo e no biodiesel.
Tal como mostra o esquema anterior a primeira etapa realizada neste processo
foi remover a água existente no óleo. Ao óleo alimentar usado foi adicionado sulfato de
magnésio anidro. Este tem a capacidade de absorver a água existente no óleo. A
mistura de óleo e de sulfato de magnésio anidro foi agitada durante 30 minutos, ao fim
dos quais a mistura foi filtrada através de papel de filtro. A filtração foi efectuada
utilizando um balão de Kitasato, no qual se coloca um funil de Buchner, sendo o vácuo
efectuado através de uma bomba de vácuo. (Figura 3.2)
Após filtração, 200 g de óleo (228.6 mmol admitindo uma massa molar de
874.8 g/mol, vide Anexo A.4) foram transferidas para um balão de reacção de 500 ml
com fundo plano e duas tubuladuras. O balão foi colocado sobre uma placa eléctrica
com agitação magnética, sendo equipado com um termómetro, um agitador magnético
e um condensador de refluxo (Figura 3.3). O óleo foi aquecido até aos 64-65º C,
enquanto num copo de precipitação o catalisador (NaOH) foi dissolvido em metanol.
Após dissolução total do catalisador, a mistura catalisador/álcool foi adicionada à
célula, sendo a reacção efectuada durante uma hora, a uma temperatura entre os 65 e
os 68º C.
fase superior é biodiesel, a segunda é sabão (uma emulsão) e a fase inferior é água
de lavagem contendo glicerina, catalisador e metanol. Na primeira lavagem foi apenas
retirada a fase inferior, ou seja, a água de lavagem, deixando na ampola as outras
duas fases. O procedimento para a segunda lavagem é em tudo idêntico ao da
primeira, mas utilizando-se uma solução de ácido clorídrico em vez de água, de forma
a neutralizar a fase de biodiesel. Assim, o solução ácida de ácido clorídrico (HCl)
reage com os vestígios de catalisador (NaOH) originando um sal (NaCl) e água,
facilmente removidos da fase de biodiesel. Tal como na primeira lavagem, apenas a
água de lavagem é retirada da ampola. Na terceira lavagem, são retiradas as duas
fases inferiores, ou seja, a água de lavagem e o sabão.
Após a última lavagem, o biodiesel foi submetido a uma secagem com sulfato
de magnésio anidro, tal como a secagem efectuada para o óleo.
Em duas das amostras obtidas, após esta operação de secagem, foi efectuada
uma nova secagem mas utilizando um evaporador rotativo (Heidolph VV2000). A
pressão foi regulada para 0.5 bar (pressão absoluta). Depois da estabilização da
pressão, a temperatura do banho foi aumentada gradualmente desde a temperatura
ambiente até aos 40º C (30 minutos), permanecendo a esta temperatura durante 40
minutos.
onde:
!15 – densidade a 15º C, em kg/m3;
!t – densidade determinada à temperatura T, em kg/m3;e
T – temperatura a que foi efectuada a determinação da densidade, em º C.
ρt
ρ15 = Equação 2
1 − 23 × 10 −6
(t − 15) − 2 × 10−8 (t − 15)2
onde:
!15 e !t são definidos como na equação 1; e
t – é a temperatura de calibração do densímetro.
υ = c.t Equação 3
onde:
c – constante de calibração do viscosímetro (mm2.s-2)
t – tempo, em segundos, que o líquido demora entre o primeiro e o segundo traço do
viscosímetro.
ctio (v2 − v1 )
I iodo = × 100 Equação 4
m
onde:
ctio – coeficiente do tiossulfato de sódio;
m – massa da toma, expressa em gramas;
v1 – volume da solução de tiossulfato gasto na determinação, expresso em ml;
v2 – volume da solução de tiossulfato gasto no ensaio em branco (sem gordura);
0.20
c= Equação 5
v
5.611 v
I acidez = Equação 6
m
2.82 v
Aoleico (% ) = Equação 7
m
onde:
v – volume de solução de hidróxido de potássio, em ml;
m – massa da toma de ensaio, em gramas.
I 2 + 2 H 2O + SO 2 → 2 HI + H 2 SO4
Reacção 5 – Reacção de Karl-Fischer
100 m 2
w água = Equação 8
m 1 × 10 6
onde:
m2 – massa de água na toma de ensaio, em µg;
m1 – massa de toma de ensaio, em g.
v × [Na ]curva
w Na = Equação 9
m
onde:
v – volume do balão volumétrico, em ml;
[Na]curva – concentração de sódio lida da curva de calibração, em mg/kg;
m – massa da toma de ensaio, em g.
1
O cadinho utilizado no ensaio deveria ser de platina, mas uma vez que não existiam foram
utilizados cadinhos de níquel e de porcelana, tendo sido obtidos melhores resultados com o
cadinho de níquel.
3.4.9 Metanol
m2
% Cinzas Sulfatadas = × 100 Equação 12
m1
onde:
m1 – massa da amostra, em gramas;
m2 – massa de cinzas sulfatadas, em gramas.
4 Resultados e Discussão
% MeOH/OAU
Produção OAU Observações
NaOH (mol/mol)
Boa separação entre glicerina e
BD-01 4 3.6 0.2%
biodiesel.
Apesar da boa separação, existe uma
BD-02 4 3.6 0.4%
fina película de entre as duas fases.
Boa separação, existindo uma
película na interfase e catalisador
BD-03 4 3.6 0.6%
sobre a película; Existem dificuldades
de escoamento da glicerina.
A separação é boa, mas a glicerina
está no estado sólido, apresentando
BD-04 4 3.6 0.8%
ligeira descoloração e uma película à
sua volta.
Separação fácil, mas a glicerina
encontra-se no estado sólido,
BD-05 1 3.6 1.0%
existindo alguma irregularidade na
interfase.
Solidificação da glicerina, apesar da
BD-05 repetição 4 3.6 1.0%
fácil separação
% MeOH/OAU
Produção OAU Observações
NaOH (mol/mol)
Glicerina muito fluida, linha de
interfase muito bem definida. O
BD-06 4 4.2 0.2%
biodiesel apresenta uma ligeira
turvação.
Existência de catalisador na
BD-07 4 4.2 0.4%
superfície da interfase.
A glicerina apresenta uma certa
BD-08 4 4.2 0.6% irregularidade, existindo uma película
na sua superfície.
A glicerina apresenta uma fina
BD-09 4 4.2 0.8% camada superior compacta, mas
regular.
Boa separação entre fases, com uma
BD-10 4 4.2 1.0%
linha bem definida.
Boa separação de fases, no entanto
BD-11 4 4.8 0.2% o biodiesel apresenta uma ligeira
turvação.
Biodiesel apresenta uma ligeira
BD-12 4 4.8 0.4% turvação. A separação é boa, e a
glicerina apresenta uma boa fluidez.
Boa separação com uma interfase
BD-13 4 4.8 0.6% muito bem definida. A glicerina escoa
facilmente.
Boa separação. Existência de
catalisador na superfície da glicerina.
BD-14 4 4.8 0.8%
O biodiesel apresenta uma ligeira
turvação.
Boa separação entre a glicerina e o
BD-15 4 4.8 1.0% biodiesel, existindo uma fina película
entre as duas fases.
Separação nítida entre a glicerina e o
biodiesel. No entanto, o biodiesel
BD-16 1 5.4 0.2%
apresenta uma cor escura que
dificulta a visualização da interfase.
Boa separação entre o biodiesel e a
glicerina. O biodiesel apresenta-se
BD-16 repetição 4 5.4 0.2%
turvo e a glicerina ligeiramente mais
clara.
Existência de uma pequena película
BD-17 3 5.4 0.4%
entre as duas fases.
Boa separação, apesar da camada
superior de glicerina ser de cor mais
BD-18 2 5.4 0.6%
clara. Existência de uma camada
muito fina que separa as duas fases.
Fácil separação com formação de
uma pequena película entre as duas
BD-19 2 5.4 0.8%
fases. A película apresenta vestígios
de catalisador.
Um ponto comum a muitas das produções foi a formação de uma película entre
a fase de glicerina e a fase de biodiesel. É também comum, a deposição de
catalisador sobre essa película. O catalisador, uma substância polar, tem a tendência
a ser arrastado pela fase de glicerina, também ela polar. Por vezes, a camada de
glicerina já está formada quando o catalisador se deposita sobre a sua superfície. Isto
provoca alguma irregularidade na superfície da glicerina, mas não torna a sua
separação mais difícil. O único problema, seria no caso do catalisador ficar na fase de
biodiesel, aumentando a concentração de catalisador e consequentemente tornando
mais exigente a lavagem do produto final. De qualquer forma, tal não aconteceu.
110.0
100.0
90.0
80.0
70.0
m BD/100g óleo
60.0
50.0
40.0
30.0
20.0
10.0
0.0
0.2% 0.4% 0.6% 0.8% 1.0%
m NaOH/m óleo (%)
110
100
90
80
70
m/100 g óleo
60
50
40
30
20
10
0
3.6 4.2 4.8 5.4
metanol/óleo (mol/mol)
Por outro lado, como se pode verificar nas figuras 4.6 e 4.7, a massa de
glicerina produzida aumenta 100% quando a quantidade de catalisador por massa de
óleo aumenta de 0.2 para 1%, não sendo contudo muito influenciada pela diferença de
massa metanol utilizado. (comparação das bandas com a mesma cor na figura 4.7)
25.0
20.0
m glicerina/100 g óleo
15.0
10.0
5.0
0.0
0.2% 0.4% 0.6% 0.8% 1.0%
m NaOH./m óleo (%)
25
20
m glicerina/100 g óleo
15
10
0
3.6 4.2 4.8 5.4
metanol/óleo (mol/mol)
e por isso a quantidade de glicerina na fase de biodiesel antes da lavagem pode ser
estimada através da equação 14.
mGL na fase
móleo mcatalisador mGlicerina MeOH/OAU [GL]biodiesel
Produção de biodiesel
(g) (g) (g) (mol/mol) (g/kg)
(g)
BD-01 200.00 0.4008 5.73 14.27 70.82
BD-02 200.00 0.8008 12.44 7.56 39.02
BD-03 200.00 1.2002 16.91 3.6 3.09 16.49
BD-04 200.00 1.6014 23.15 - -
BD-05 200.00 2.0000 - - -
BD-05 repetição 200.00 2.0001 - - -
BD-06 200.00 0.4040 5.73 14.27 71.27
BD-07 200.00 0.8013 11.29 8.71 44.76
4.2
BD-08 200.00 1.2005 16.26 3.74 19.50
BD-09 200.00 1.6017 19.93 0.07 0.36
100.0%
95.0%
90.0%
ηprocesso
85.0%
80.0%
75.0%
70.0%
1
B D -0 5
p
p
p
re
re
re
-0
-0
-0
-0
-0
-0
-0
-0
-1
-1
-1
-1
-1
-1
-1
-1
-1
-2
-
BD
BD
BD
BD
BD
BD
BD
BD
BD
BD
BD
BD
BD
BD
BD
BD
BD
BD
BD
BD
5
20
-0
-1
BD
BD
Figura 4.10 – Rendimento das produções de biodiesel (ηProcesso). Condições: razão molar
metanol/óleo BD-01 a BD-05 rep. – 3.6; BD-06 a BD-10 – 4.2; BD-11 a BD-15 – 4.8; BD-16 a
BD-20 rep. – 5.4; catalizador BD-01, 06, 11, 16 e 16 rep. – 0.2%; BD-02, 07, 12, 17 – 0.4%;
BD-03, 08, 13 e 18 – 0.6%; BD-04, 09, 14 e 19 – 0.8%; BD-05, 05 rep., 10, 15, 20 e 20 rep. –
1.0%.
A figura anterior mostra também que as produções com maior rendimento são
BD-11 e BD-12. No entanto, os resultados assim obtidos não se encontram expressos
na quantidade de ésteres produzidos, mas sim na quantidade de fase rica em
biodiesel produzida. Apesar de ser esta última a que é vendida, há que ter em conta a
quantidade de ésteres produzidos durante o processo. Com esse intuito, foi
determinada a quantidade de metilésteres presente em cada uma das produções (ver
Anexo A.3). Utilizando estes valores foi calculado um novo tipo de rendimento, o
rendimento em metilésteres ( metilésteres), dado pela seguinte equação:
onde Pmetilésteres é a fracção de metilésteres que existe em cada uma das produções
(variou entre 70.8 e 99.4%). Assim, é possível determinar quais as condições que dão
origem a uma maior quantidade de metilésteres.
95.0%
90.0%
85.0%
80.0%
75.0%
ηMetilésteres
70.0%
65.0%
60.0%
55.0%
50.0%
1
p
-0
-0
-0
-0
re
-0
-0
-0
-0
-1
-1
-1
-1
-1
-1
re
-1
-1
-1
re
BD
BD
BD
BD
BD
BD
BD
BD
BD
BD
BD
BD
BD
BD
BD
BD
BD
5
20
-0
-1
BD
BD
BD
Figura 4.11 - Rendimento das produções em metilésteres (ηMetilésteres). Condições: razão molar
metanol/óleo BD-01 a BD-05 rep. – 3.6; BD-06 a BD-10 – 4.2; BD-11 a BD-15 – 4.8; BD-16 a
BD-20 rep. – 5.4; catalizador BD-01, 06, 11, 16 e 16 rep. – 0.2%; BD-02, 07, 12, 17 – 0.4%;
BD-03, 08, 13 e 18 – 0.6%; BD-04, 09, 14 e 19 – 0.8%; BD-05, 05 rep., 10, 15, 20 e 20 rep. –
1.0%.
Os resultados obtidos por Freedman et al., podem ser confirmados através dos
resultados obtidos para os óleos (OAU 1 e 4), nos ensaios realizados nas mesmas
condições (BD-05, BD-16 e BD-20). Assim, conforme foi apresentado na tabela 4.1, o
OAU 1 apresenta um número de acidez de 2.07 e um teor em água de 0.07%,
enquanto que o OAU 4 apresentava um número de acidez de 0.42 e um teor de água
de 0.09%. O rendimento do processo e o rendimento em metilésteres obtidos nos
ensaios BD-05, BD-16 e BD-20 são apresentados nas Figuras 4.12, 4.13 e 4.14,
respectivamente.
90.0%
80.0%
70.0%
60.0%
50.0%
η
40.0%
30.0%
20.0%
10.0%
0.0%
Processo Metilésteres
OAU 1 OAU 4
A Figura 4.13 apresenta os resultados obtidos nos ensaios BD-16 com 0.2% de
catalisador e uma razão molar metanol/óleo de 5.4. Os resultados obtidos são
bastante parecidos com os anteriores, apesar de existirem diferenças em termos de
rendimento de processo. Esta diferença deve-se, provavelmente, ao aumento da razão
molar metanol/óleo, que favorece a separação de fases.
100.0%
90.0%
80.0%
70.0%
60.0%
50.0%
η
40.0%
30.0%
20.0%
10.0%
0.0%
Processo Metilésteres
OAU 1 OAU 4
90.0%
80.0%
70.0%
60.0%
50.0%
η
40.0%
30.0%
20.0%
10.0%
0.0%
Processo Metilésteres
OAU 1 OAU 4
A Figura 4.15 mostra o influência do metanol nos ensaios realizados com 0.2%
de catalisador.
100%
95%
90%
85%
80%
ηmetiésteres
75%
70%
65%
60%
55%
50%
3.6 4.2 4.8 5.4
metanol/óleo (mol/mol)
Figura 4.15 – Rendimento em metilésteres em função da razão molar metanol/óleo, para 0.2%
de catalisador (BD-01 rep., BD-06, BD-11 e BD-16 rep.)
100%
95%
90%
85%
80%
ηmetiésteres
75%
70%
65%
60%
55%
50%
3.6 4.2 4.8 5.4
metanol/óleo (mol/mol)
Figura 4.16 - Rendimento em metilésteres em função da razão molar metanol/óleo, para 0.4%
de catalisador (Ensaios BD-02, BD-07, BD-12 e BD-17)
100%
95%
90%
85%
80%
ηmetiésteres
75%
70%
65%
60%
55%
50%
3.6 4.2 4.8 5.4
metanol/óleo (mol/mol)
Figura 4.17 - Rendimento em metilésteres em função da razão molar metanol/óleo, para 0.6%
de catalisador (Ensaios BD-03, BD-08, BD-13 e BD-18)
100%
95%
90%
85%
80%
ηmetiésteres
75%
70%
65%
60%
55%
50%
3.6 4.2 4.8 5.4
metanol/óleo (mol/mol)
Figura 4.18 - Rendimento em metilésteres em função da razão molar metanol/óleo, para 0.8%
de catalisador
100%
95%
90%
85%
80%
ηmetiésteres
75%
70%
65%
60%
55%
50%
3.6 4.2 4.8 5.4
metanol/óleo (mol/mol)
Figura 4.19 - Rendimento em metilésteres em função da razão molar metanol/óleo, para 1.0%
de catalisador
100%
95%
90%
85%
80%
ηmetiésteres
75%
70%
65%
60%
55%
50%
0.2% 0.4% 0.6% 0.8% 1.0%
% (massa NaOH/massa óleo)
As Figuras 4.21 e 4.22 mostram que para uma razão molar metanol/óleo de 4.2
e 4.8, o valor óptimo para a concentração de catalisador é também de 0.6%.
100%
95%
90%
85%
80%
ηmetiésteres
75%
70%
65%
60%
55%
50%
0.2% 0.4% 0.6% 0.8% 1.0%
% (massa NaOH/massa óleo)
Para uma razão molar de 4.8, o valor óptimo para a quantidade de catalisador
é o mesmo que nos casos anteriores.
100%
95%
90%
85%
80%
ηmetiésteres
75%
70%
65%
60%
55%
50%
0.2% 0.4% 0.6% 0.8% 1.0%
% (massa NaOH/massa óleo)
100%
95%
90%
85%
80%
ηmetiésteres
75%
70%
65%
60%
55%
50%
0.2% 0.4% 0.6% 0.8% 1.0%
% (massa NaOH/massa óleo)
100.0%
95.0%
90.0%
85.0%
80.0%
ηprocesso
75.0%
70.0%
65.0%
60.0%
55.0%
50.0%
0.0% 0.2% 0.4% 0.6% 0.8% 1.0% 1.2%
catalisador/óleo (%)
Para evitar este facto e, porque a purificação pode ser aumentada através de
lavagem ou outro tipo de operação de purificação, apresenta-se em seguida os
resultados em rendimento em ésteres.
95.0%
90.0%
85.0%
80.0%
75.0%
ηMetilésteres
70.0%
65.0%
60.0%
55.0%
50.0%
0.0% 0.2% 0.4% 0.6% 0.8% 1.0% 1.2%
catalisador/óleo (%)
100.0%
95.0%
90.0%
85.0%
80.0%
η Metilésteres
75.0%
70.0%
65.0%
60.0%
55.0%
50.0%
3.0 3.6 4.2 4.8 5.4 6.0
Metanol/óleo (mol/mol)
0.910
0.900
0.890
0.880
0.870
r (g/ml)
0.860
0.850
0.840
0.830
0.820
0.810
6R
1
17
18
19
20
5
-0
-0
-0
-0
-0
-0
-0
-0
-0
-1
-1
-1
-1
-1
-1
-1
-2
-2
-2
-2
-2
BD
BD
BD
BD
-1
BD
BD
BD
BD
BD
BD
BD
BD
BD
BD
BD
BD
BD
BD
BD
BD
BD
BD
BD
BD
BD
BD
Limites prEN14214
9.00
8.00
7.00
6.00
5.00
ν (mm .s )
2 -1
4.00
3.00
2.00
1.00
0.00
5R
6R
1
5
-0
-0
-0
-0
-0
-0
-0
-0
-1
-1
-1
-1
-1
-1
-1
-1
-1
-1
-2
-2
-2
-2
-2
-2
-0
-1
BD
BD
BD
BD
BD
BD
BD
BD
BD
BD
BD
BD
BD
BD
BD
BD
BD
BD
BD
BD
BD
BD
BD
BD
BD
BD
Limites prEN14214
Figura 4.28 – Viscosidade cinemática a 40º C das produções obtidas neste trabalho e
amostras externas
concentração de catalisador. De facto, tal como pode ser verificado na figura abaixo, a
viscosidade do biodiesel aumenta com a diminuição da quantidade de catalisador.
6.50
6.00
5.50
υ (mm2.s-1)
5.00
4.50
4.00
3.50
0 0.1 0.2 0.3 0.4 0.5 0.6 0.7 0.8 0.9 1
m catalisador/m óleo (%)
Razão molar metanol/óleo usado 3.6 4.2 4.8 5.4 Limite prEN 14214
Tal como referido anteriormente, o índice de iodo foi determinado pelo método
de Hanus e por cromatografia gasosa. Os resultados obtidos com o primeiro método
encontram-se representados na figura que se segue.
140.0
130.0
120.0
Iiodo
110.0
100.0
90.0
80.0
5R
6R
0R
1
BD 5
BD 6
BD 0
5
-0
-0
-0
-0
-0
-0
-0
-0
-0
-1
-1
-1
-1
-1
-1
-1
-1
-1
-1
-2
-2
-2
-2
-2
-2
-0
-1
-2
BD
BD
BD
BD
BD
BD
BD
BD
BD
BD
BD
BD
BD
BD
BD
BD
BD
BD
BD
BD
BD
BD
BD
BD
BD
Figura 4.30 – Índice de iodo das produções e amostras pelo método de Hanus
135.00
130.00
125.00
120.00
Iiodo
115.00
110.00
105.00
100.00
5R
6R
0R
1
5
0
-0
-0
-0
-0
-0
-0
-0
-0
-0
-1
-1
-1
-1
-1
-1
-1
-1
-1
-1
-2
-2
-2
-2
-2
2
B-
-0
-1
-2
BD
BD
BD
BD
BD
BD
BD
BD
BD
BD
BD
BD
BD
BD
BD
BD
BD
BD
BD
BD
BD
BD
BD
BD
BD
BD
BD
Limite prEN14214
Figura 4.31 - Índice de iodo das produções e amostras por cromatografia gasosa
0.90
0.80
0.70
0.60
nº acidez (mg KOH/g)
0.50
0.40
0.30
0.20
0.10
0.00
5R
6R
0R
1
BD 6
BD 0
5
-0
-0
-0
-0
-0
-0
-0
-0
-0
-1
-1
-1
-1
-1
-1
-1
-1
-1
-1
-2
-2
-2
-2
-2
-2
-0
-1
-2
BD
BD
BD
BD
BD
BD
BD
BD
BD
BD
BD
BD
BD
BD
BD
BD
BD
BD
BD
BD
BD
BD
BD
BD
BD
BD
Limite prEN14214
0.350
0.300
0.250
0.200
% H2O (m/m)
0.150
0.100
0.050
0.000
5R
6R
0R
1
BD 6
BD 0
5
-0
-0
-0
-0
-0
-0
-0
-0
-0
-1
-1
-1
-1
-1
-1
-1
-1
-1
-1
-2
-2
-2
-2
-2
-2
-0
-1
-2
BD
BD
BD
BD
BD
BD
BD
BD
BD
BD
BD
BD
BD
BD
BD
BD
BD
BD
BD
BD
BD
BD
BD
BD
BD
BD
Limite prEN14214
Tabela 4.8 – Comparação entre o teor de água antes e depois da secagem sob vácuo
A tabela 4.8 mostra que o processo de secagem sob vácuo permite atingir
valores consideravelmente mais baixos para o teor em água no biodiesel, cumprindo a
especificação imposta pelo projecto de Norma. Prova-se assim que há que ter muita
atenção ao processo de secagem utilizado, como era de esperar.
12.0
10.0
8.0
WNa (mg/kg)
6.0
4.0
2.0
0.0
1
BD 5
BD 16
BD 20
5
R
R
-0
-0
-0
-0
-0
-0
-0
-0
-0
-1
-1
-1
-1
-1
-1
-1
-1
-1
-2
-2
-2
-2
-2
5
0
-
-
BD
BD
BD
BD
BD
BD
BD
BD
BD
BD
BD
BD
BD
BD
BD
BD
BD
BD
BD
BD
BD
BD
BD
BD
BD
-0
-1
-2
Limite prEN14214
100.0%
95.0%
90.0%
% FAME
85.0%
80.0%
75.0%
70.0%
0.0% 0.2% 0.4% 0.6% 0.8% 1.0% 1.2%
4.2.8 Metanol
0.600
0.500
0.400
% Metanol (m/m)
0.300
0.200
0.100
0.000
1
-1 6
p
BD -20
5
re
re
re
-0
-0
-0
-0
BD -0
-0
-0
-0
-0
-1
-1
-1
-1
-1
-1
BD -1
-1
-1
-1
-2
-2
-2
-2
-2
BD
BD
BD
BD
BD
BD
BD
BD
BD
BD
BD
BD
BD
BD
BD
BD
BD
BD
BD
BD
BD
BD
BD
BD
BD
5
20
-0
Limite prEN14214
Ponto de inflamação
Produção
(º C)
BD-05 98
BD-08 170
BD-13 158
BD-14 168
BD-17 156
BD-18 158
BD-19 160
BD-20 110
BD-21 170
BD-23 158
Como era de esperar, os valores mais baixos foram obtidos para o biodiesel
com conteúdo mais elevado em metanol, não cumprindo este as especificações do
projecto de Norma, no que diz respeito ao metanol e ao ponto de inflamação.
Obviamente que, o aumento da quantidade de metanol no biodiesel, faz diminuir
drasticamente o ponto de inflamação, como se pode observar na figura que se segue.
180
160
140
120
Ponto de inflamação (º C)
100
80
60
40
20
0
0.00 0.10 0.20 0.30 0.40 0.50 0.60
% metanol
Cinzas sulfatadas
Produção
% (m/m)
BD-12 0.005
BD-15 0.006
BD-17 0.004
BD-20 0.006
BD-21 0.002
BD-24 0.006
BD-25 0.005
0.910
0.900
0.890
0.880
0.870
ρ (g/ml)
0.860
0.850
0.840
0.830
0.820
0.810
0 10 20 30 40 50 60 70 80 90 100
% de Biodiesel
Como se pode verificar as misturas entre biodiesel e diesel fóssil não têm
dificuldades em cumprir a Norma para o gasóleo (NP EN590). No entanto, o
cumprimento das especificações do projecto de Norma prEN14214 só é cumprido pela
amostra a 100%.
4.3.2 Viscosidade
6.0
5.0
4.0
ν (mm .s )
-1
2
3.0
2.0
1.0
0.0
0 10 20 30 40 50 60 70 80 90 100
% de Biodiesel
Tabela 4.14 – Índice de iodo das misturas biodiesel/diesel fóssil em função da % de biodiesel
Limite máximo
% de Biodiesel Índice de Iodo
prEN14214
0 50.0
5 50.4
10 50.1 120
20 54.4
40 64.4
100 115.3
Tal como descrito no capítulo 3, a água foi determinada pelo método de Karl-
Fischer. Este método permite determinar quantidades residuais de água com grande
precisão. Na tabela 2 apresentam-se os resultados obtidos antes e depois de
tratamento da amostra de biodiesel com sulfato de magnésio anidro.
Tabela 4.16 – Teor em água das misturas biodiesel/diesel fóssil em função da % de biodiesel
Como se pode verificar na tabela anterior apenas três das amostras não
cumprem os limites impostos por prEN14214. No caso do biodiesel sem tratamento
com sulfato de magnésio anidro e a partir do B40, o limite máximo imposto pela Norma
não é cumprido. No entanto, e apesar do tratamento com sulfato de magnésio anidro
não permitir a utilização a 100%, a redução na quantidade de água é suficiente para
colocar dentro de especificação qualquer das misturas analisadas. Tal como referido
anteriormente, é possível reduzir a quantidade de água no biodiesel (B100) até valores
que cumpram o projecto de Norma prEN14214, reduzindo subsequentemente a
quantidade de água nas misturas.
Limite máximo
% de Biodiesel % de cinzas sulfatadas
prEN14214
0 0.001
5 0.002
10 0.002
0.02
20 0.001
40 0.003
100 0.006
w = a ln ν + b Equação 19
4.4.2 Resultados
Tabela 4.19 – Fracção mássica dos metilésteres e viscosidade das produções de biodiesel
100.0%
95.0%
y = -0.450x + 1.627
2
90.0% R = 0.926
85.0%
% FAME
80.0%
75.0%
70.0%
65.0%
60.0%
1.3 1.4 1.5 1.6 1.7 1.8 1.9
ln ν
Estes resultados permitem concluir que poderá ser efectuada uma estimativa
do grau de transesterificação a partir da medição da viscosidade, apesar do
coeficiente de correlação obtido no presente trabalho ser mais baixo do que o obtido
por Filippis et al. (R2=0.998). Considerando que se trata de óleos usados, a correlação
obtida pode ser considerada satisfatória.
Tabela 4.21 - Fracção mássica dos metilésteres e índice de refracção das produções de
biodiesel
% Metilésteres
Produção n
por CG
BD-01 80.8% 1.4570
BD-02 85.5% 1.4578
BD-03 94.0% 1.4561
BD-04 94.8% 1.4555
BD-05R 95.3% 1.4555
BD-06 81.5% 1.4583
BD-07 91.2% 1.4565
BD-08 98.1% 1.4556
BD-09 93.9% 1.4557
BD-10 99.0% 1.4553
BD-11 85.3% 1.4570
BD-12 93.4% 1.4560
BD-13 95.9% 1.4553
BD-14 97.0% 1.4551
BD-15 99.4% 1.4556
BD-16R 83.9% 1.4563
BD-17 98.9% 1.4554
BD-18 97.9% 1.4560
BD-19 97.2% 1.4561
BD-20R 99.3% 1.4550
100.0%
y = -58.997x + 86.833
95.0% 2
R = 0.7276
90.0%
85.0%
% FAME
80.0%
75.0%
70.0%
65.0%
60.0%
1.4545 1.4550 1.4555 1.4560 1.4565 1.4570 1.4575 1.4580 1.4585
n
resultados. No entanto pode ser vantajoso em termos industriais utilizar uma relação
molar metanol/óleo de 4.8 e 0.6% de catalisador, uma vez que os rendimentos não
são tão influenciados pela variação da quantidade de catalisador ou da razão molar
metanol/óleo.
6 Bibliografia
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2002;
[26] Kinast, J. A.; Prodution of Biodiesels from Multiple Feedstocks and Proprerties of
Biodiesels and Biodiesels/Diesels Blends; Gas Technology Institute, National
Renewable Energy Laboratory, Março de 2003;
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Heterogeneous Catalysis; J. Amer. Oil Chem. Soc., 60 (8), 1593-1596;
[28] Connemann, J., Fischer, J.; Biodiesel in Europe 1998 – Biodiesel Processing
Technologies; International Liquid Biofuels Congress, Curitiba – Brasil, Julho de
1998;
[29] http://www.cytoculture.com/Biodiesel%20Handbook.htm, consultado em
23/08/2003;
[30] http://www.biodiesel.de/biodiesel2000.htm, consultado em 17/09/2003;
[31] http://biodieselgear.com/documentation/index.htm, consultado em 10/08/2003;
[32] http://koal2.cop.fi/leonardo/, consultado em 11/07/2003;
[33] Peterson et al.; Trasesterification of Vegetable Oil for Use as a Diesel Fuel – A
Progress Report; University of Idaho, Idaho;
[34] Norma Internacional ISO 3987; Petroleum products – Lubricating oils and
additives – Determination of sulfated ash; Suiça, 1994
ANEXOS
Outubro de 2003
PRODUÇÃO DE BIODIESEL A PARTIR DE ÓLEOS USADOS DE FRITURA
Realizado por
Índice
Procedimento
1. Transferir uma porção de amostra para um cilindro (por exemplo uma proveta
de 100 ml ou 250 ml) sem grande agitação. Deve-se evitar a formação de
bolhas de ar.
3. Colocar o cilindro com a amostra, numa posição vertical, num local sem
correntes de ar e onde a temperatura não varie mas de 2º C durante o ensaio.
6. Proporcionar uma pequena rotação ao hidrómetro (este não deve tocar nas
paredes do cilindro), ler e registar o valor lido na escala do hidrómetro
registo. Caso aconteça o valor da densidade não é considerado e tem que ser
repetido todo o processo novamente.
Cálculos
ρ T (º C )
ρ15ºC =
1 − 23 × 10 −6
(T − 15) − 2 × 10 −8 (T − 15)2
Resultados
Procedimento
1
Isto pode ser alcançado através do enchimento do viscosímetro até ligeiramente abaixo do
risco do viscosímetro. Após colocar o viscosímetro no banho e deixar repousar por 30 minutos
perfaz-se o volume de amostra a analisar até ao risco. Em seguida aguardam-se mais 10
minutos e pode-se realizar a determinação.
9. Registar o tempo
Cálculos
ν = c.t
η = υ × ρ × 10 −3
Resultados
Reagentes
Determinação da constante c
0,20
c=
v
c – constante;
v – volume médio das três titulações (ml).
Procedimento
3. Rolhar o frasco e manter durante duas horas ao abrigo da luz, agitando de vez
em quando.
Cálculos
c (v 2 − v 1 )
I= × 100
m
c – coeficiente do tiossulfato;
m – massa de amostra (g);
v1 – volume da solução de tiossulfato gasto na determinação (ml);
v2 – volume da solução de tiossulfato gasto no ensaio em branco (ml).
Resultados
Procedimento
A cromatografia gasosa permite o cálculo da composição em massa. Essa
composição é multiplicada pelos factores que se encontram indicados em baixo.
Reagentes
Procedimento
1. Homogeneizar o óleo.
3. Filtrar a amostra.
2
No caso de análise de Biodiesel a mistura torna-se desnecessária porque o etanol dissolve
totalmente o Biodiesel. Caso seja analisado um óleo é aconselhado a utilização da mistura.
Cálculos
5,611 v
Índice de acidez I acidez =
m
2,00 v
Acidez (ácido láurico) A=
m
2,56 v
Acidez (ácido palmítico) A=
m
10 v
Acidez (ácido oleico) A=
m
Resultados
Procedimento
Cálculos
100 × m1
%H 2O =
m 2 × 10 6
Resultados
Prepara-se uma solução mãe de sódio com 100 mg/ml, a partir de padrões de
sódio.
1. Aspirar as 8 soluções de calibração de forma sucessiva. Isto deve ser feito das
concentrações mais baixas para as concentrações mais altas, sendo que a
seguir a cada aspiração deve-se aspirar o branco.
2. Registar os valores de absorvância
2. Pesar uma toma para o cadinho de platina (se não existir pode-se utilizar um
de nickel desde que não se ultrapasse os 550º C e não seja utilizado o ácido
fluorídrico)
Determinação
8. Repetir a determinação.
Cálculos
V ×C
W Na =
m
Resultados
Os resultados apresentam-se até 0,1 mg/kg se o valor for < 5 mg/kg, e até 1
mg/kg se o valor for superior a 5 mg/kg.
Rectas de calibração.
Calibração do Fotómetro
1.20
0.80
L
e
i
t 0.60
u
r
a
0.40
0.20
0.00
0 0.2 0.4 0.6 0.8 1 1.2
WNa+ (ppm)
Compostos %
C16:0 7.94
C18:0 4.13
C18:1 25.86
C18:2 59.90
C18:3 1.59
C22:0 0.57
1. Adicionam-se 200, 300, 400, 500 e 600 µl da solução mãe e 400 µl de padrão
interno e n-heptano até perfazer 1 ml.
2. Fazem-se as determinações no cromatógrafo e traçam-se as rectas de
calibração (mj/mPI vs. Aj/API). É possível através das rectas de calibração obter
as rectas que dão o conteúdo em ésteres metílicos.
C16:0
2.5
y = 0.9543x + 0.0687
2 R2 = 0.9732
1.5
mj/mPI
0.5
0
0 0.5 1 1.5 2 2.5
Aj/API
C18:0
1.2
y = 0.9255x + 0.0519
R2 = 0.9819
1
0.8
mj/mPI
0.6
0.4
0.2
0
0 0.2 0.4 0.6 0.8 1 1.2
Aj/API
C18:1
7
y = 0.934x + 0.2929
R2 = 0.9811
6
5
mj/mPI
0
0 1 2 3 4 5 6 7 8
Aj/API
C18:2
18
16 y = 0.9349x + 0.6702
2
R = 0.9811
14
12
10
mj/mPI
0
0 2 4 6 8 10 12 14 16 18
Aj/API
C18:3
0.45
y = 0.904x + 0.0251
2
R = 0.9834
0.4
0.35
0.3
0.25
mj/mPI
0.2
0.15
0.1
0.05
0
0 0.05 0.1 0.15 0.2 0.25 0.3 0.35 0.4 0.45 0.5
Aj/API
C22:0
0.18
0.14
0.12
0.1
mj/mPI
0.08
0.06
0.04
0.02
0
0 0.02 0.04 0.06 0.08 0.1 0.12 0.14 0.16 0.18 0.2
Aj/API
mj Aj
As rectas de calibração são do tipo = a× + b , utilizando os valores
m PI API
conhecidos da concentração do padrão interno é possível calcular mj. Depois de
calculados todos os mj as percentagens podem ser feitas através de:
mj
% do componente j = x100
mj
mj
% de ésteres =
m total
BD-01 4 200.00 33.1 0.4008 1.0000 3.6 0.2% 201.52 226 18.74 100.8 9.4 33.9 11.3 22.6 176.77 16.13 88.39 8.07
BD-02 4 200.00 33.1 0.8008 1.0054 3.6 0.4% 193.79 218 23.24 96.9 11.6 32.7 10.9 21.8 188.94 23.24 94.47 11.62
BD-03 4 200.00 33.1 1.2002 1.0054 3.6 0.6% 187.28 212 28.11 93.6 14.1 31.8 10.6 21.2 183.84 28.11 91.92 14.06
BD-04 4 200.00 33.1 1.6014 1.0054 3.6 0.8% 177.45 200 34.76 88.7 17.4 30.0 10.0 20.0 172.22 34.76 86.11 17.38
BD-05 1 200.00 33.1 2.0000 1.0054 3.6 1.0% 188.07 200 - 94.0 - 30.0 10.0 20.0 161.80 - 80.90 -
BD-05 rep 4 200.00 33.1 2.0001 1.0054 3.6 1.0% 168.73 194 - 84.4 - 29.1 9.7 19.4 160.84 - 80.42 -
BD-06 4 200.00 38.6 0.4040 1.0054 4.2 0.2% 200.23 226 19.19 100.1 9.6 33.9 11.3 22.6 169.99 16.13 85.00 8.07
BD-07 4 200.00 38.6 0.8013 1.0054 4.2 0.4% 194.57 220 23.54 97.3 11.8 33.0 11.0 22.0 189.46 22.09 94.73 11.05
BD-08 4 200.00 38.6 1.2005 1.0054 4.2 0.6% 191.86 216 29.16 95.9 14.6 32.4 10.8 21.6 186.52 27.46 93.26 13.73
BD-09 4 200.00 38.6 1.6017 1.0054 4.2 0.8% 188.91 214 31.54 94.5 15.8 32.1 10.7 21.4 183.38 31.54 91.69 15.77
BD-10 4 200.03 38.6 2.0080 1.0055 4.2 1.0% 173.21 196 44.62 86.6 22.3 29.4 9.8 19.6 168.37 44.40 84.17 22.20
BD-11 4 200.00 44.1 0.4010 1.0054 4.8 0.2% 203.74 228 20.71 101.9 10.4 34.2 11.4 22.8 190.76 16.45 95.38 8.23
BD-12 4 200.00 44.1 0.8017 1.0054 4.8 0.4% 200.60 228 25.00 100.3 12.5 34.2 11.4 22.8 191.79 22.41 95.90 11.21
BD-13 4 200.00 44.1 1.2017 1.0054 4.8 0.6% 197.66 224 28.62 98.8 14.3 33.6 11.2 22.4 188.36 26.12 94.18 13.06
BD-14 4 200.00 44.1 1.6013 1.0054 4.8 0.8% 189.27 218 33.40 94.6 16.7 32.7 10.9 21.8 181.56 29.88 90.78 14.94
BD-15 4 199.99 44.1 2.0043 1.0053 4.8 1.0% 177.40 205 46.80 88.7 23.4 30.8 10.3 20.5 170.10 46.80 85.05 23.40
BD-16 1 200.02 49.6 0.4089 1.0055 5.4 0.2% 207.27 232 26.55 103.6 13.3 34.8 11.6 23.2 173.68 16.44 86.83 8.22
BD-16 rep 4 200.00 49.6 0.4004 1.0054 5.4 0.2% 206.57 238 22.86 103.3 11.4 35.7 11.9 23.8 185.35 18.59 92.68 9.30
BD-17 3 200.00 49.6 0.8010 1.0054 5.4 0.4% 198.56 228 21.93 99.3 11.0 34.2 11.4 22.8 185.13 21.22 92.57 10.61
BD-18 2 200.00 49.6 1.2010 1.0054 5.4 0.6% 188.70 240 34.00 94.4 17.0 36.0 12.0 24.0 184.19 33.60 92.10 16.80
BD-19 2 200.00 49.6 1.6050 1.0054 5.4 0.8% 188.60 240 36.93 94.3 18.5 36.0 12.0 24.0 185.47 36.30 92.74 18.15
BD-20 1 200.00 49.6 2.0001 1.0054 5.4 1.0% 182.12 200 41.98 91.1 21.0 30.0 10.0 20.0 160.40 40.28 80.20 20.14
BD20 rep 4 200.00 49.6 2.0012 1.0054 5.4 1.0% 184.66 214 41.74 92.3 20.9 32.1 10.7 21.4 174.10 36.53 87.05 18.26
Densidade do biodiesel
Amostra ρ Temp ºC ρcorr ρ Amostra ρ Temp ºC ρcorr ρ Amostra ρ Temp ºC ρcorr ρ
(g/ml) (g/ml) (g/ml) (g/ml) (g/ml) (g/ml) (g/ml) (g/ml) (g/ml)
BD-01 0.876 25 0.883 0.883 BD-09 0.864 28.0 0.873 0.873 BD-17 0.859 27.0 0.867 0.867
0.875 25 0.883 0.864 28.0 0.873 0.859 27.0 0.867
0.875 25 0.882 0.863 28.0 0.873 0.859 27.0 0.867
BD-02 0.866 25 0.873 0.873 BD-10 0.863 25.5 0.870 0.870 BD-18 0.861 25.0 0.868 0.868
0.866 25 0.873 0.863 25.5 0.870 0.861 25.0 0.868
0.865 25 0.873 0.862 25.5 0.870 0.861 25.0 0.868
BD-03 0.873 25 0.880 0.880 BD-11 0.866 27.5 0.875 0.875 BD-19 0.859 25.6 0.866 0.867
0.873 25 0.880 0.866 27.5 0.875 0.859 25.6 0.867
0.873 25 0.880 0.866 27.5 0.875 0.859 25.6 0.867
BD-04 0.893 25 0.900 0.900 BD-12 0.871 25.0 0.878 0.878 BD-20 - - - -
0.893 25 0.900 0.871 25.0 0.878 - - -
0.892 25 0.900 0.871 25.0 0.878 - - -
BD-05 - - - - BD-13 0.857 25.0 0.864 0.864 BD-20 0.863 25.0 0.870 0.870
- - - 0.857 25.0 0.864 rep 0.863 25.0 0.870
- - - 0.857 25.0 0.864 0.863 25.0 0.870
BD-05 rep 0.876 25 0.883 0.883 BD-14 0.866 25.0 0.873 0.873
0.876 25 0.883 0.866 25.0 0.873
0.876 25 0.883 0.866 25.0 0.873
BD-06 0.880 25 0.888 0.888 BD-15 0.890 24.5 0.896 0.896
0.880 25 0.888 0.889 24.5 0.896
0.880 25 0.888 0.889 24.5 0.896
BD-07 0.874 27.75 0.883 0.883 BD-16 0.890 25.0 0.897 0.897
0.874 27.75 0.883 0.890 25.0 0.897
0.874 27.75 0.883 0.890 25.0 0.897
BD-08 0.867 28.5 0.877 0.877 BD-16 rep 0.879 26.0 0.887 0.887
0.867 28.5 0.877 0.880 26.0 0.887
0.867 28.5 0.877 0.879 26.0 0.887
Viscosidade do biodiesel
C C C
ν ν ν ν ν ν
Amostra (mm2.s- t (s) Amostra (mm2.s- t (s) Amostra (mm2.s- t (s)
(mm2/s) (mm2/s) (mm2/s) (mm2/s) (mm2/s) (mm2/s)
2) 2) 2)
0.01603 391.93 6.28 0.01418 306.77 4.35 0.01603 272.85 4.37
BD-01 0.01603 392.02 6.28 6.29 BD-09 0.01418 308.3 4.37 4.37 BD-17 0.01603 270.11 4.33 4.38
0.01603 393.71 6.31 0.01418 308.72 4.38 0.01603 276.04 4.42
0.01418 389.74 5.53 0.01418 295.88 4.20 0.01418 303.59 4.30
BD-02 0.01418 391.85 5.56 5.53 BD-10 0.01418 295.81 4.19 4.20 BD-18 0.01418 298.17 4.23 4.26
0.01418 388.18 5.50 0.01418 297.62 4.22 0.01418 300.3 4.26
0.01596 308.28 4.92 0.01596 345.58 5.52 0.01596 268.63 4.29
BD-03 0.01596 312.61 4.99 4.96 BD-11 0.01596 344.99 5.51 5.50 BD-19 0.01596 266.31 4.25 4.27
0.01596 312.18 4.98 0.01596 342.42 5.47 0.01596 267.92 4.28
0.01596 287.62 4.59 0.01596 289.66 4.62 0.00
BD-04 0.01596 285.34 4.55 4.58 BD-12 0.01596 289.57 4.62 4.63 BD-20 0.00 0.00
0.01596 288.49 4.60 0.01596 290.89 4.64 0.00
0.00 0.01418 300.01 4.25 0.01596 254.8 4.07
BD-20
BD-05 0.00 0.00 BD-13 0.01418 302.02 4.28 4.27 0.01596 255.64 4.08 4.08
rep
0.00 0.01418 300.98 4.27 0.01596 255.64 4.08
0.01418 312.38 4.43 0.01603 262 4.20 0.01418 520.73 7.38
BD-05 rep 0.01418 309.67 4.39 4.41 BD-14 0.01603 261.41 4.19 4.19 BD-21 0.01418 518.58 7.35 7.39
0.01418 311.72 4.42 0.01603 260.04 4.17 0.01418 523.5 7.42
0.01418 404.5 5.74 0.01596 259.18 4.14 0.01418 401.05 5.69
BD-06 0.01418 407.63 5.78 5.76 BD-15 0.01596 262.13 4.18 4.17 BD-22 0.01418 402.3 5.70 5.69
0.01418 405.65 5.75 0.01596 261.8 4.18 0.01418 400.7 5.68
0.01603 310.10 4.97 0.01418 586.42 8.32 0.01596 326.51 5.21
BD-07 0.01603 308.07 4.94 4.96 BD-16 0.01418 589.35 8.36 8.33 BD-23 0.01596 326.51 5.21 5.20
0.01603 309.28 4.96 0.01418 587.33 8.33 0.01596 324.06 5.17
0.01596 283.46 4.52 0.01603 309.46 4.96 0.01596 344.08 5.49
BD-08 0.01596 282.88 4.51 4.53 BD-16 rep 0.01603 308.36 4.94 4.96 BD-24 0.01596 345.24 5.51 5.50
0.01596 284.92 4.55 0.01603 310.04 4.97 0.01596 344.49 5.50
0.01603 313.58 5.03
BD-25 0.01603 313.09 5.02 5.02
0.01603 312.73 5.01
m Vtit. Vbranco
Amostra Iiodo Iiodo
(g) (ml) (ml)
0.3112 9.5 38.2 119.9
BD-17 119.3
0.2213 18.0 38.2 118.7
0.3926 4.2 38.2 112.6
BD-18 113.0
0.2051 20.3 38.2 113.5
0.2151 17.7 38.2 123.9
BD-19 123.3
0.2308 16.4 38.2 122.8
0.2348 17.4 38.2 115.2
BD-20 115.4
0.2281 17.9 38.2 115.7
0.2168 21.8 42.7 125.3
BD-20 rep 125.8
0.1987 23.4 42.7 126.3
0.2709 30.6 48.5 85.9
BD-21 84.7
0.2768 30.7 48.5 83.6
0.2538 30.9 48.5 90.1
BD-22 90.9
0.2214 32.9 48.5 91.6
- - - -
BD-23 -
- - - -
0.2716 25.9 50.1 115.8
BD-24 115.3
0.2626 26.9 50.1 114.9
0.2544 26.9 47.3 104.2
BD-25 105.2
0.2500 26.9 47.3 106.1
Índice de acidez
Amostra m Vtit. Iacidez Iacidez Amostra m Vtit. Iacidez Iacidez Amostra m Vtit. Iacidez Iacidez
(g) (ml) (g) (ml) (g) (ml)
BD-01 21.02 1.2 0.31 0.30 BD-09 20.85 0.8 0.22 0.22 BD-17 20.11 1.0 0.27 0.26
20.11 1.0 0.28 20.85 0.8 0.22 18.42 0.9 0.26
BD-02 19.98 0.9 0.25 0.26 BD-10 20.37 0.7 0.19 0.20 BD-18 20.02 0.5 0.14 0.15
20.51 1.0 0.26 20.59 0.8 0.21 20.15 0.6 0.15
BD-03 20.86 0.6 0.15 0.15 BD-11 21.11 1.8 0.47 0.47 BD-19 20.50 0.6 0.15 0.15
20.84 0.6 0.15 20.84 1.7 0.46 19.96 0.6 0.16
BD-04 20.09 0.6 0.17 0.18 BD-12 20.48 0.9 0.23 0.24 BD-20 11.25 1.2 0.60 0.60
20.67 0.7 0.19 19.98 0.9 0.24 20.41 2.2 0.60
BD-05 17.52 1.3 0.42 0.42 BD-13 20.57 0.6 0.15 0.15 BD-20 rep 20.31 0.8 0.22 0.23
20.52 1.5 0.41 20.13 0.6 0.15 19.71 0.8 0.23
BD-05 rep 20.21 0.6 0.17 0.17 BD-14 20.25 0.7 0.20 0.19 BD-21 20.04 1.5 0.44 0.44
20.13 0.6 0.17 20.00 0.7 0.18 20.04 1.5 0.44
BD-06 20.90 0.9 0.23 0.24 BD-15 20.23 0.9 0.24 0.23 BD-22 - - - -
19.64 0.9 0.25 19.40 0.8 0.22 - - -
BD-07 19.68 0.7 0.20 0.21 BD-16 21.10 3.1 0.83 0.84 BD-23 - - - -
20.78 0.8 0.22 20.06 3.0 0.85 - - -
BD-08 19.99 0.6 0.16 0.15 BD-16 rep 20.55 0.8 0.22 0.22 BD-24 17.92 1.5 0.46 0.47
20.71 0.6 0.15 19.99 0.8 0.21 17.89 1.5 0.47
BD-25 10.04 0.4 0.20 0.21
10.18 0.4 0.22
Teor em água
Amostra m1 m2 H2O % de H2O % de H2O Amostra m1 m2 H2O % de H2O % de H2O
(g) (g) (mg) (m/m) (m/m) (g) (g) (mg) (m/m) (m/m)
BD-01 10.1438 9.6129 752 0.142 0.140 BD-09 10.2074 9.6126 671 0.113 0.112
9.9823 9.6135 513 0.139 10.0808 9.6126 508 0.109
10.0854 9.6134 657 0.139 10.1364 9.6126 594 0.113
BD-02 10.1788 9.6104 587 0.103 0.103 BD-10 10.1173 9.6138 524 0.104 0.103
10.0094 9.6109 408 0.102 10.1167 9.6129 518 0.103
10.2028 9.6107 610 0.103 10.0373 9.6126 433 0.102
BD-03 10.1091 9.6118 596 0.120 0.121 BD-11 10.2957 9.6141 794 0.116 0.118
10.1742 9.6108 684 0.121 10.1163 9.6138 598 0.119
10.1806 9.6107 691 0.121 10.2174 9.6135 717 0.119
BD-04 10.0037 9.6137 415 0.106 0.105 BD-12 10.1186 9.6026 607 0.118 0.117
10.0951 9.6121 502 0.104 10.2621 9.6003 770 0.116
10.0960 9.6121 504 0.104 10.0405 9.6007 521 0.118
BD-05 10.0417 9.6018 1372 0.312 0.312 BD-13 10.1659 9.6003 613 0.108 0.103
10.1449 9.6016 1698 0.313 10.0413 9.6005 447 0.101
10.0777 9.6015 1489 0.313 10.0416 9.5996 442 0.100
BD-05 rep 10.1598 9.6013 735 0.132 0.128 BD-14 10.0900 9.6000 431 0.088 0.086
10.1340 9.6019 689 0.129 10.0850 9.6028 397 0.082
9.9479 9.6012 427 0.123 10.0759 9.6002 419 0.088
BD-06 10.0366 9.6315 629 0.155 0.156 BD-15 9.9789 9.6124 329 0.090 0.081
10.0611 9.6302 673 0.156 10.1460 9.6127 329 0.062
10.1208 9.6291 775 0.158 10.2046 9.6127 544 0.092
BD-07 10.2688 9.6131 743 0.113 0.116 BD-16 10.1554 9.6182 1128 0.210 0.208
10.1305 9.6133 604 0.117 10.0865 9.6180 969 0.207
10.0359 9.6138 502 0.119 10.2008 9.6146 1221 0.208
BD-08 10.1884 9.6140 599 0.104 0.104 BD-16 rep 10.0512 9.6006 434 0.096 0.094
10.2974 9.6139 701 0.103 10.0531 9.6012 420 0.093
10.0583 9.6140 466 0.105 10.0784 9.6008 441 0.092
Teor em sódio
Índice de refracção
Amostra Ensaio N n Amostra Ensaio N n Amostra Ensaio n n Amostra Ensaio n n
1 1.45850 1 1.45575 1 1.45525 1 1.45500
BD-25 1.45467
BD-01 2 1.45875 1.45700 BD-09 2 1.45550 1.45567 BD-17 2 1.45550 1.45542 2 1.45450
3 1.45850 3 1.45575 3 1.45550
1 1.45775 1 1.45525 1 1.45600
BD-02 2 1.45800 1.45783 BD-10 2 1.45525 1.45525 BD-18 2 1.45600 1.45600
3 1.45775 3 1.45525 3 1.45600
1 1.45625 1 1.45700 1 1.45600
BD-03 2 1.45600 1.45608 BD-11 2 1.45700 1.45700 BD-19 2 1.45625 1.45608
3 1.45600 3 1.45700 3 1.45600
1 1.45550 1 1.45600 1 -
BD-04 2 1.45550 1.45550 BD-12 2 1.45600 1.45600 BD-20 2 - -
3 1.45550 3 1.45600 3 -
1 - 1 1.45525 1 1.45500
BD-05 2 - - BD-13 2 1.45525 1.45525 BD-20 rep 2 1.45500 1.45500
3 - 3 1.45525 3 1.45500
1 1.45550 1 1.45500 1 1.46150
BD-05 rep 2 1.45550 1.45550 BD-14 2 1.45525 1.45508 BD-21 2 1.46100 1.46117
3 1.45550 3 1.45500 3 1.46100
1 1.45850 1 1.45575 1 1.46150
BD-06 2 1.45825 1.45833 BD-15 2 1.45550 1.45558 BD-22 2 1.46200 1.46183
3 1.45825 3 1.45550 3 1.46200
1 1.45650 1 1.46075 1 1.45600
BD-07 2 1.45650 1.45650 BD-16 2 1.46075 1.46075 BD-23 2 1.45625 1.45608
3 1.45650 3 1.46075 3 1.45600
1 1.45575 1 1.45625 1 1.45550
BD-08 2 1.45550 1.45558 BD-16 rep 2 1.45625 1.45625 BD-24 2 1.45575 1.45558
3 1.45550 3 1.45626 3 1.45550
Cromatografia gasosa
BD-01 BD-02 BD-03 BD-04 BD-05 BD-05R BD-06 BD-07 BD-08 BD-09 BD-10
C16:0 84059 77529 95750 86071 62526 101596 73152 92336 85868 85944 117343
C17:0 70543 61379 66812 63956 49777 68381 58244 67023 63354 54248 73945
C18:0 40798 36118 48077 42695 32864 54776 32954 43699 41626 38561 56920
C18:1 294692 262540 345575 307089 221477 351368 240864 309235 300959 274380 412545
Área
C18:2 568789 507586 668274 593327 384318 791482 470877 611294 583187 544258 788169
C18:3 20419 18867 25090 22261 0 21222 17738 22906 21838 22484 28390
C22:0 5361 4432 6999 5976 4318 8478 4267 5769 5271 4373 8458
Total 1014118 907072 1189765 1057419 705503 1328922 839852 1085239 1038749 970000 1411825
C16:0 1.36 1.43 1.62 1.52 1.43 1.67 1.43 1.56 1.53 1.78 1.78
C17:0 - - - - - - - - - -
C18:0 0.66 0.67 0.81 0.75 0.75 0.89 0.65 0.74 0.74 0.80 0.86
Massa (mg/ml)
C18:1 4.73 4.83 5.77 5.38 5.01 5.74 4.68 5.19 5.33 5.65 6.20
C18:2 9.25 9.47 11.29 10.53 8.89 12.95 9.27 10.37 10.45 11.33 11.99
C18:3 0.32 0.34 0.41 0.38 0.03 0.34 0.34 0.38 0.38 0.45 0.42
C22:0 0.09 0.09 0.11 0.10 0.10 0.13 0.09 0.10 0.10 0.09 0.12
Total 16.4 16.8 20.0 18.7 16.2 21.7 16.5 18.3 18.5 20.1 21.4
Massa 20.3 19.7 21.3 19.7 20.1 22.8 20.2 20.1 18.9 21.4 21.6
Pureza 80.8% 85.5% 94.0% 94.8% 80.6% 95.3% 81.5% 91.2% 98.1% 93.9% 99.0%
C16:0 8.27% 8.52% 8.08% 8.16% 8.81% 7.70% 8.67% 8.50% 8.27% 8.85% 8.34%
C17:0 - - - - - - - - - -
C18:0 4.03% 3.99% 4.04% 4.04% 4.61% 4.11% 3.94% 4.03% 4.01% 3.98% 4.03%
C18:1 28.81% 28.70% 28.84% 28.82% 30.94% 26.41% 28.45% 28.31% 28.76% 28.12% 29.02%
%
C18:2 56.37% 56.24% 56.41% 56.37% 54.86% 59.59% 56.35% 56.57% 56.39% 56.34% 56.08%
C18:3 1.97% 2.03% 2.05% 2.05% 0.17% 1.59% 2.06% 2.05% 2.05% 2.24% 1.96%
C22:0 0.55% 0.51% 0.57% 0.56% 0.61% 0.60% 0.53% 0.54% 0.52% 0.47% 0.57%
Total 100.00% 100.00% 100.00% 100.00% 100.00% 100.00% 100.00% 100.00% 100.00% 100.00% 100.00%
BD-11 BD-12 BD-13 BD-14 BD-15 BD-16 BD-16R BD-17 BD-18 BD-19 B-20
C16:0 65679 109315 92622 96334 97252 64304 71920 66788 63434 80612 12126
C17:0 51817 71116 63046 70970 66657 60859 55783 60409 55228 68689 9622
C18:0 30612 48570 43726 51618 48183 34889 36644 41786 42566 52873 6901
C18:1 224203 331892 297825 331542 348204 229322 238352 352661 263622 325640 43474
Área
C18:2 436166 679966 609467 747530 668097 405722 544370 618633 616280 760833 78014
C18:3 16283 37882 34143 20088 21102 1572 14494 2729 3027 795 383
C22:0 3944 6253 6699 7162 7124 4113 4995 7131 8017 8827 1015
Total 776887 1213878 1084482 1254274 1189962 739922 910775 1089728 996946 1229580 141913
C16:0 1.44 1.73 1.66 1.54 1.65 1.21 1.46 1.27 1.31 1.34 1.43
C17:0 - - - - - - - - - - -
C18:0 0.67 0.77 0.78 0.82 0.81 0.66 0.74 0.78 0.86 0.86 0.81
Massa (mg/ml)
C18:1 4.88 5.24 5.30 5.25 5.83 4.30 4.83 6.48 5.35 5.32 5.09
C18:2 9.62 10.83 10.94 11.85 11.32 7.78 11.04 11.55 12.51 12.43 9.30
C18:3 0.35 0.57 0.58 0.32 0.35 0.05 0.29 0.07 0.08 0.04 0.07
C22:0 0.09 0.10 0.12 0.11 0.12 0.08 0.10 0.13 0.15 0.13 0.11
Total 17.1 19.2 19.4 19.9 20.1 14.1 18.5 20.3 20.3 20.1 16.8
Massa 20 20.6 20.2 20.5 20.2 19.9 22 20.5 20.7 20.7 19.8
Pureza 85.3% 93.4% 95.9% 97.0% 99.4% 70.8% 83.9% 98.9% 97.9% 97.2% 84.9%
C16:0 3.95% 4.01% 4.04% 4.11% 4.05% 4.66% 4.03% 3.85% 4.25% 4.28% 4.80%
C17:0 28.63% 27.24% 27.37% 26.39% 29.04% 30.51% 26.14% 31.95% 26.41% 26.44% 30.26%
C18:0 56.41% 56.28% 56.46% 59.62% 56.38% 55.24% 59.77% 56.97% 61.72% 61.76% 55.33%
C18:1 2.04% 2.97% 2.99% 1.59% 1.75% 0.39% 1.59% 0.37% 0.41% 0.20% 0.41%
%
C18:2 0.53% 0.52% 0.60% 0.56% 0.58% 0.59% 0.55% 0.62% 0.73% 0.67% 0.68%
C18:3 100.00% 100.00% 100.00% 100.00% 100.00% 100.00% 100.00% 100.00% 100.00% 100.00% 100.00%
C22:0 3.95% 4.01% 4.04% 4.11% 4.05% 4.66% 4.03% 3.85% 4.25% 4.28% 4.80%
Total 28.63% 27.24% 27.37% 26.39% 29.04% 30.51% 26.14% 31.95% 26.41% 26.44% 30.26%
BD-01 BD-02
BD-03 BD-04
BD-05 BD-05R
BD-06 BD-07
BD-08 BD-09
BD-10 BD-11
BD-12 BD-13
BD-14 BD-15
BD-16 BD-16R
BD-17 BD-18
BD-19 BD-20
BD-20R BD-21
BD-22 BD-23
BD-24 BD-25
Fórmula WFAME
Composto
Química (%)
C16:0 C17H34O2 8.3
C18:0 C19H38O2 4.0
C18:1 C19H36O2 28.8
C18:2 C19H34O2 56.4
C18:3 C19H32O2 2.0
C22:0 C24H46O2 0.5
Total 100.0
Assim, a formula geral (CxHyOz) para o biodiesel da produção BD-20R pode ser
encontrada através das seguintes equações:
x= w j ⋅x j Equação A.1
y= w j ⋅y j Equação A.2
x = 18.905
y = 34.776
Assim, através da aplicação das equações A.3 e A.4 obteve-se a fórmula geral
para R, C16.905H31.776. Uma vez que R é uma composição média da cadeia alquilo
existente nos metilésteres, considerou-se que os ácidos gordos ligados aos
triglicéridos continham a mesma cadeia na sua composição. Deste modo, uma vez
que os ácidos gordos apresentam uma composição do tipo RCOOH, pode-se
considerar que a composição dos ácidos gordos de origem é representada pela
fórmula geral C16.905H31.776COOH, ou C17.905H32.776O2. Consequentemente o triglicérido
de origem apresentará a seguinte composição: (C16.905H31.776COO)3C3H5O3 tal como
representado na figura que se segue.
H2C O COR
HC O COR
H2C O COR
onde R é C16.905H31.776.
BD-01
BD-02
BD-03
BD-04
BD-05
BD-05R
BD-06
BD-07
BD-08
BD-09
BD-10
BD-11
BD-12
BD-13
BD-14
BD-15
BD-16
BD-16R
BD-17
BD-18
BD-19
BD-20
BD-20R