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Suzano, 04/08/2018

Curso Analista MP/SP

DIREITO CIVIL

Direito de Família

Bibliografia sugerida: Elementos de Direito Civil – Editora Saraiva – Christiano Cassetari


– 6ª Edição

Noções Introdutórias

1. Pluralidade nas formas de constituição de família (art. 226 da CF – o entendimento


que prevalece é que esse rol é exemplificativo):
a) Casamento – união formal, registral;
b) União Estável – é a união informal, não existe um rito procedimental;
c) Monoparental – é aquela chefiada por uma única pessoa;
d) Homoafetiva – união de pessoas do mesmo sexo seja por meio do casamento
ou pela união estável;
e) Socioafetiva – é a família que se forma pelo vínculo do afeto (afeto gera
parentesco);
f) Multiparentalidade – quando a pessoa tem três ou mais genitores.

Casamento

1. Conceito: união entre duas pessoas de sexos distintos ou do mesmo sexo


(Resolução nº 175 do CNJ);
2. Capacidade: o art. 6º do Estatuto de Pessoa com Deficiência deu capacidade
matrimonial para todos os deficientes. A capacidade, em geral, tem início aos 18
anos. Porém, foi criada a idade núbil (idade mínima para casar) é 16 anos, com
autorização dos pais (essa autorização é ato revogável até a celebração), no caso de
recusa dos pais em dar a autorização, é possível ingressar com ação de suprimento
judicial. No caso de menor de 16 anos. Via de regra, não é possível o casamento
de menor de 16 anos, no entanto, o artigo 1520 do C.C. traz duas hipóteses
excepcionais, quais sejam, para evitar imposição ou cumprimento de pena criminal
(revogada – inválida) e a gravidez (desde que haja autorização judicial). OBS.:
sempre que o menor casar com autorização judicial sempre será imposto o regime
de separação obrigatória de bens;
3. Tríade: Habilitação (1ª fase), Celebração (2ª fase) e Registro (3ª fase).
a) Habilitação: Ocorre no cartório de registro civil das pessoas naturais, tendo
competência o registro civil da residência dos nubentes. O objetivo desse
processo de habilitação é a verificação de impedimentos matrimoniais (que
estão no artigo 1521 do C.C.). Esse processo inicia-se por requerimento das
partes, onde juntaram documentos. Depois, são publicados editais de
Proclamas, a fim de dar publicidade do desejo das partes em casar-se (o
prazo desses editais é de 15 dias). Após o prazo dos editais, esse processo
de habilitação vai para o MP. OBS.: só vai pro juiz em caso de negativa do
MP. Se, por outro lado, o parecer for favorável, o processo termina com a
emissão da certidão de habilitação, que tem prazo de eficácia de 90 dias;
b) Celebração: a autoridade celebrante do casamento é o juiz de paz (cargo
previsto pela CF), que será feita no salão de casamentos do cartório.
Também existe o casamento em diligência, aquele em que as partes
escolhem um determinado local e pedem ao juiz de paz ir até o local para
a celebração. Não podemos esquecer, ainda, do casamento religioso com
efeito civil, aquele que é celebrado por autoridade religiosa e registrado no
prazo de 90 dias (a contar da celebração). OBS.: Se perder o prazo de 90
dias, deverá ser iniciado novo processo de habilitação. OBS. 2:
CASAMENTOS EXCEPICIONAIS: (a) Moléstia grave (art. 1539 do
C.C.) – a autoridade vai até o local onde se encontra o nubente doente, e o
celebra na presença de duas testemunhas; (b) Nuncupativo (arts. 1540 e
1541 do C.C.) – é o casamento em que um ou ambos os nubentes estão em
iminente risco de perder a vida e exige seis testemunhas que saibam ler e
escrever (as testemunhas não podem ser parentes. Esse casamento deve ser
homologado pela autoridade competente, no prazo de 10 (dez) dias; (c)
Procuração – um dos nubentes pode ser representado por procuração, feita
via escritura pública, com poderes especiais e expressos (terá prazo de 90
dias);
c) Registro: A autoridade competente registra o casamento no Livro B
(casamento civil) ou B auxiliar (casamento religioso com efeito civil). É
desse registro feito no livro que se extrai a certidão. A certidão faz prova do
casamento.

4. Invalidade do Casamento – nulo e anulável

a) Casamento Nulo (art. 1548 do C.C.): é nulo o casamento no caso de


infringência de impedimento matrimonial. Os impedimentos estão no art. 1521
do C.C (parente, vínculo matrimonial ou crime). OBS.: até a celebração do
casamento se faz a oposição de impedimento para o casamento não ocorrer.
Depois que o casamento é celebrado, só é possível anular o casamento por
meio de Ação Declaratória de Nulidade (o casamento pode ser declarado nulo
a qualquer tempo).

Art. 1.521. Não podem casar:

I - os ascendentes com os descendentes, seja o parentesco natural ou civil;

II - os afins em linha reta;

III - o adotante com quem foi cônjuge do adotado e o adotado com quem o
foi do adotante;

IV - os irmãos, unilaterais ou bilaterais, e demais colaterais, até o terceiro grau


inclusive;

V - o adotado com o filho do adotante;

VI - as pessoas casadas;

VII - o cônjuge sobrevivente com o condenado por homicídio ou tentativa de


homicídio contra o seu consorte.

Art. 1.522. Os impedimentos podem ser opostos, até o momento da


celebração do casamento, por qualquer pessoa capaz.
Parágrafo único. Se o juiz, ou o oficial de registro, tiver conhecimento da
existência de algum impedimento, será obrigado a declará-lo.

b) Casamento Anulável (art. 1550 do C.C.): haverá prazo específico para intentar
a ação de anulação, conforme artigo 1560 do C.C.

Art. 1.550. É anulável o casamento:

I - de quem não completou a idade mínima para casar;

II - do menor em idade núbil, quando não autorizado por seu representante


legal;

III - por vício da vontade, nos termos dos arts. 1.556 a 1.558;

IV - do incapaz de consentir ou manifestar, de modo inequívoco, o


consentimento;

V - realizado pelo mandatário, sem que ele ou o outro contraente soubesse da


revogação do mandato, e não sobrevindo coabitação entre os cônjuges;

VI - por incompetência da autoridade celebrante.

Art. 1.560. O prazo para ser intentada a ação de anulação do casamento, a


contar da data da celebração, é de:

I - cento e oitenta dias, no caso do inciso IV do art. 1.550;

II - dois anos, se incompetente a autoridade celebrante;

III - três anos, nos casos dos incisos I a IV do art. 1.557;

IV - quatro anos, se houver coação.

§ 1o Extingue-se, em cento e oitenta dias, o direito de anular o casamento dos


menores de dezesseis anos, contado o prazo para o menor do dia em que
perfez essa idade; e da data do casamento, para seus representantes legais ou
ascendentes.

§ 2o Na hipótese do inciso V do art. 1.550, o prazo para anulação do


casamento é de cento e oitenta dias, a partir da data em que o mandante tiver
conhecimento da celebração.

c) Casamento Putativo (art. 1561 do C.C.): se o casamento é nulo ou anulável, ele


só produzirá efeitos para o cônjuge que está de boa fé e para os filhos.

5. Efeitos do Casamento: (a) sociais – constitui família, os nubentes passam a ter o


estado de casado e a possibilidade de inclusão do sobrenome do cônjuge; (b)
pessoais – estão atrelados aos deveres do casamento, previstos no art. 1566 do C.C.;
(c) patrimoniais – estão atrelados ao regimes de bens (a mudança do regime de
bens só pode ser feita por ação judicial). Tipos de regime: comunhão parcial de
bens (regime legal), comunhão universal de bens, participação final nos aquestos,
separação convencional de bens e separação obrigatória de bens (impostas pela lei
no art.1641 do C.C. – maior de 70 anos, menor que precisam de autorização
judicial e causas suspensivas do casamento, que estão previstas no art. 1523 do
C.C.). CUIDADO – não confunda o art. 1521 (dos impedimentos matrimoniais)
com o art, 1523 (causas suspensivas, não geram nem nulidade nem anulabilidade,
apenas vigora pela separação obrigatória). Na separação obrigatória aplica-se a
Súmula 377 do STF (estabelece que comunicam-se os bens adquiridos na
constância do casamento, desde que haja prova do esforço comum).
a) Pacto Antenupcial – deve ser feito por escritura pública (sob pena de nulidade).
Este pacto será ineficaz se não lhe seguir o casamento. O TJSP decidiu que esse
pacto não pode ser aproveitado como contrato de união estável. No caso do
casamento, o efeito do pacto é “intra partes”, para que seja “erga omnes”,
deverá ser feito o registro no Livro 3 do cartório de imóveis.

6. Dissolução da Sociedade Conjugal (art. 1571 do C.C.): (a) casamento nulo; (b)
casamento anulável; (c) morte (antes de falarmos em sucessão, deve-se passar pela
dissolução do casamento e o fim do regime de bens. Para só depois, o que sobrar
do patrimônio do morto é que vai para a distribuição da herança); (d) separação
(não extingue o vínculo, mas apenas o regime de bens e alguns deveres do
casamento, quais sejam, de fidelidade e vida em comum. Porém não extingue o
dever de mutua assistência – que vira alimentos e dever de guarda e sustento dos
filhos); (e) divórcio – extingue o vínculo (arts. 1579 (não altera os deveres com os
filhos), 1581 (pode ser concedido sem prévia partilha de bens) e 1582 (é
personalíssimo). OBS.: o art. 733 do CPC trata do divórcio extrajudicial.

7. Direito das Sucessões

(I) MUDANÇA = art. 1815 do C.C. – o MP passou a ter legitimidade para


propor ação de indignidade, que tem por escopo excluir o herdeiro da
sucessão;
(II) O STF reconheceu a inconstitucionalidade do art. 1790 do C.C. – a
sucessão do companheiro segue as mesmas regras da sucessão do cônjuge.
O STF trouxe uma igualdade sucessória entre casamento e união estável.

a) Ordem da Vocação Hereditária:


(III) Herdeiro de 1ª Classe = descendentes + (podem concorrer com)
cônjuge/companheiro
(IV) Herdeiro de 2ª Classe = ascendentes + cônjuges/companheiro
(V) Herdeiro de 3ª Classe = cônjuge/companheiro
(VI) Herdeiro de 4ª Classe = colaterais

Suzano, 05/08/2018

Registros Públicos

1. O art. 55 da Lei nº 6.015/73, que trata sobre o assento de nascimento (registro), foi
modificado pela lei nº 13.484/17 – o registro não exige testemunha desde que seja
feito em local hospitalar (pois o médico atesta o nascimento da criança na
Declaração de Nascido Vivo – DNV). Quando o parto ocorre fora de
estabelecimento hospitalar, sem ajuda médico, o registro precisa de duas
testemunhas.

Art. 55. O assento do nascimento deverá conter:

1° o dia, mês, ano e lugar do nascimento e a hora certa, sendo possível


determiná-la, ou aproximada;

2º o sexo e a cor do registrando;

3º o fato de ser gêmeo, quando assim tiver acontecido;

4º o nome e o prenome, que forem postos à criança;

5º a declaração de que nasceu morta, ou morreu no ato ou logo depois do parto;

6º a ordem de filiação de outros irmãos do mesmo prenome que existirem ou


tiverem existido;
7º Os nomes e prenomes, a naturalidade, a profissão dos pais, o lugar e cartório
onde se casaram e a sua residência atual;

7º Os nomes e prenomes, a naturalidade, a profissão dos pais, o lugar e cartório


onde se casaram, a idade da genitora, do registrando em anos completos, na
ocasião do parto, e o domicílio ou a residência do casal. (Redação dada pela
Lei nº 6.140, de 1974)

8º os nomes e prenomes dos avós paternos e maternos;

9º os nomes e prenomes, a profissão e a residência das duas testemunhas do


assento.

Lei nº 13.484/17

“Art. 54. ...............................................................

.....................................................................................

9o) os nomes e prenomes, a profissão e a residência das duas testemunhas do


assento, quando se tratar de parto ocorrido sem assistência médica em
residência ou fora de unidade hospitalar ou casa de saúde;

10) o número de identificação da Declaração de Nascido Vivo, com controle do


dígito verificador, exceto na hipótese de registro tardio previsto no art. 46 desta
Lei; e 11) a naturalidade do registrando.

......................................................................................

§ 4o A naturalidade poderá ser do Município em que ocorreu o nascimento


ou do Município de residência da mãe do registrando na data do nascimento,
desde que localizado em território nacional, e a opção caberá ao declarante no
ato de registro do nascimento.” (NR)

2. O ato de registro é quando é criado algo novo, já a averbação é o ato de atualização


do registro. O art. 9º do C.C. tem uma lista de atos registráveis (nascimento,
casamento e óbito), já o art. 10º tem uma lista de atos averbáveis (divórcio,
separação, reconhecimento de filho). Art. 97 da Lei 13.484/17 - Art. 97. A
averbação será feita pelo oficial do cartório em que constar o assento à vista da carta
de sentença, de mandado ou de petição acompanhada de certidão ou documento
legal e autêntico. Parágrafo único. Nas hipóteses em que o oficial suspeitar de
fraude, falsidade ou má-fé nas declarações ou na documentação apresentada para
fins de averbação, não praticará o ato pretendido e submeterá o caso ao
representante do Ministério Público para manifestação, com a indicação, por
escrito, dos motivos da suspeita. Ou seja, apenas irá pro MP em caso de suspeita
de fraude, má-fé ou falsidade.
3. A retificação de registro, em regra, exige processo judicial, com a intervenção do
MP. Isso está previsto no art. 109 da Lei de Registros Públicos (6.015/73). O art.
110 cria uma exceção, que permite a retificação administrativa (independentemente
de prévia autorização judicial ou manifestação do MP), que só poderá ocorrer nos
casos de: I - erros que não exijam qualquer indagação para a constatação imediata
de necessidade de sua correção; II - erro na transposição dos elementos constantes
em ordens e mandados judiciais, termos ou requerimentos, bem como outros
títulos a serem registrados, averbados ou anotados, e o documento utilizado para a
referida averbação e/ou retificação ficará arquivado no registro no cartório; III -
inexatidão da ordem cronológica e sucessiva referente à numeração do livro, da
folha, da página, do termo, bem como da data do registro; IV - ausência de
indicação do Município relativo ao nascimento ou naturalidade do registrado, nas
hipóteses em que existir descrição precisa do endereço do local do nascimento; V -
elevação de Distrito a Município ou alteração de suas nomenclaturas por força de
lei. § 5o Nos casos em que a retificação decorra de erro imputável ao oficial, por si
ou por seus prepostos, não será devido pelos interessados o pagamento de selos e
taxas.
4. Multiparentalidade aceita pelo STF (Repercussão Geral 622) – a parentalidade
socioafetiva, declarada ou não em registro público, não impede o reconhecimento
de filiação concomitante baseada em origem biológica, com os efeitos jurídicos
próprios. Logo, pode haver no registro os pais biológicos + pais afetivos.
PROVIMENTO 63/2017 do CNP – autoriza o reconhecimento de parentalidade
afetiva diretamente no cartório de registro civil das pessoas naturais, sem ação
judicial.
5. Usucapião Administrativa – art. 216-A da Lei nº 6.015/73 – reconhecimento da
usucapião diretamente no cartório, sem ação judicial. Esse artigo teve sua redação
alterada no ano passado (está desatualizado o CPC) – a planta e memorial
descritiva deve ser assinado, não só por um profissional registrado, mas também
pelos titulares dos direitos reais. Logo, para que haja usucapião administrativa é
necessária anuência de ambas as partes, é consensual. OBS.: § 2o Se a planta não
contiver a assinatura de qualquer um dos titulares de direitos reais e de outros
direitos registrados ou averbados na matrícula do imóvel usucapiendo e na
matrícula dos imóveis confinantes, esse será notificado pelo registrador
competente, pessoalmente ou pelo correio com aviso de recebimento, para
manifestar seu consentimento expresso em 15 (quinze) dias, interpretado o seu
silêncio como discordância CONCORDÂNCIA. (Incluído pela Lei nº 13.105, de
2015). Essa regra contraria o art. 111 do C.C., pois lá o silêncio importa anuência
quando não for necessário consentimento expresso. Alterações promovidas pela
Lei nº 13.465/17.

6. Participação do MP na Habilitação do Casamento: Ato Normativo nº 680/2011


do MP/SP.

Art. 1º. É facultativa a fiscalização preventiva do Ministério Público e sua


manifestação nas habilitações de casamento e nos pedidos de conversão da
união estável em casamento, salvo nas seguintes hipóteses:

I – oposição de impugnação do Oficial ou de terceiro (art. 67, § 5º, da Lei n.


6.015/73 c.c. art. 1.526 do Código Civil na redação dada pela Lei n. 12.133/09);

II – justificação de fato necessário à habilitação (art. 68 da Lei n. 6.015/73);

III – pedido de dispensa de proclamas (art. 69 da Lei n. 6.015/73);

IV - questões relativas à capacidade, e ao seu suprimento, e à identificação da


presença de impedimentos ou causas suspensivas (arts. 1.517, 1.519 a 1.521,
1.523, 1.631, parágrafo único, e 1.723, § 1º, do Código Civil);

V – regime de bens obrigatório (art. 1.641, Código Civil);

VI - pacto antenupcial realizado por menor (art. 1.654, do Código Civil).

Art. 2º. O membro do Ministério Público deverá, se optar pela facultatividade


da manifestação nas habilitações de casamento e nos pedidos de conversão de
união estável em casamento, comunicar, por ofício, o Juiz de Direito
Corregedor Permanente e o Oficial do Registro Civil, dispensando a remessa
dos autos ao Ministério Público, salvo nas exceções dos incisos I a VI do artigo
1º deste Ato Normativo.

§ 1º. Os ofícios deverão ser expedidos no prazo de 05 (cinco) dias após a


publicação deste Ato Normativo.

§ 2º. O membro do Ministério Público remeterá cópia dos ofícios referidos no


caput ao Corregedor-Geral do Ministério Público no prazo de 05 (cinco) dias.

Art. 3º. Este Ato Normativo entra em vigor na data de sua publicação, revogados
o Ato Normativo n. 289-PGJ/CGMP/CPJ, de 30 de agosto de 2002, e as demais
disposições em contrário.

OBS.: Existe uma decisão da 2ª Vara de Registros Públicos de São Paulo, no sentido de
que não é possível a utilização de mesmo procurador para ambos os nubentes. Cada
nubente deve constituir seu próprio procurador. OBS. 1: no Estado de São Paulo, nem o
juiz nem o MP participam da conversão da união estável em casamento, isso é feito
diretamente no cartório. OBS.: é obrigatória a presença do MP no processo de mudança
do regime de bens.

7. Tomada de Decisão Apoiada: criado pelo Estatuto da Pessoa com Deficiência (art.
1783-A do C.C.).
Art. 1.783-A. A tomada de decisão apoiada é o processo pelo qual a pessoa
com deficiência elege pelo menos 2 (duas) pessoas idôneas, com as quais
mantenha vínculos e que gozem de sua confiança, para prestar-lhe apoio na
tomada de decisão sobre atos da vida civil, fornecendo-lhes os elementos e
informações necessários para que possa exercer sua
capacidade. (Incluído pela Lei nº 13.146, de
2015) (Vigência)

§ 1o Para formular pedido de tomada de decisão apoiada, a pessoa com


deficiência e os apoiadores devem apresentar termo em que constem os limites
do apoio a ser oferecido e os compromissos dos apoiadores, inclusive o prazo
de vigência do acordo e o respeito ã vontade, aos direitos e aos interesses da
pessoa que devem apoiar. (Incluído pela Lei nº 13.146, de
2015) (Vigência)

§ 2o O pedido de tomada de decisão apoiada será requerido pela pessoa a ser


apoiada, com indicação expressa das pessoas aptas a prestarem o apoio previsto
no caput deste artigo. (Incluído pela Lei nº 13.146, de
2015) (Vigência)

§ 3o Antes de se pronunciar sobre o pedido de tomada de decisão apoiada, o


juiz, assistido por equipe multidisciplinar, após oitiva do Ministério Público,
ouvirá pessoalmente o requerente e as pessoas que lhe prestarão
apoio. (Incluído pela Lei nº 13.146, de 2015) (Vigência)

§ 4o A decisão tomada por pessoa apoiada terá validade e efeitos sobre


terceiros, sem restrições, desde que esteja inserida nos limites do apoio
acordado. (Incluído pela Lei nº 13.146, de
2015) (Vigência)

§ 5o Terceiro com quem a pessoa apoiada mantenha relação negocial pode


solicitar que os apoiadores contra-assinem o contrato ou acordo, especificando,
por escrito, sua função em relação ao apoiado. (Incluído pela Lei nº
13.146, de 2015) (Vigência)

§ 6o Em caso de negócio jurídico que possa trazer risco ou prejuízo relevante,


havendo divergência de opiniões entre a pessoa apoiada e um dos apoiadores,
deverá o juiz, ouvido o Ministério Público, decidir sobre a
questão. (Incluído pela Lei nº 13.146, de
2015) (Vigência)

§ 7o Se o apoiador agir com negligência, exercer pressão indevida ou não


adimplir as obrigações assumidas, poderá a pessoa apoiada ou qualquer pessoa
apresentar denúncia ao Ministério Público ou ao juiz. (Incluído pela
Lei nº 13.146, de 2015) (Vigência)

§ 8o Se procedente a denúncia, o juiz destituirá o apoiador e nomeará, ouvida


a pessoa apoiada e se for de seu interesse, outra pessoa para prestação de
apoio. (Incluído pela Lei nº 13.146, de 2015) (Vigência)

§ 9o A pessoa apoiada pode, a qualquer tempo, solicitar o término de acordo


firmado em processo de tomada de decisão apoiada. (Incluído
pela Lei nº 13.146, de 2015) (Vigência)

§ 10. O apoiador pode solicitar ao juiz a exclusão de sua participação do


processo de tomada de decisão apoiada, sendo seu desligamento condicionado
ã manifestação do juiz sobre a matéria. (Incluído pela Lei nº
13.146, de 2015) (Vigência)
§ 11. Aplicam-se ã tomada de decisão apoiada, no que couber, as disposições
referentes ã prestação de contas na curatela. (Incluído pela
Lei nº 13.146, de 2015) (Vigência)

RESOLUÇÃO DE QUESTÕES

Vide material impresso.

Aproveitamento = 61,5%

Suzano, 24/08/2018

1) LINDB – fazer a leitura dela e dar maior atenção aos arts. 1 ao 5º;

Parte Geral

1) Pessoa natural/capacidade de direito ou gozo: há uma certa proeminência, é uma


aptidão para ter direitos e obrigações. Inicia-se com o nascimento com vida (fim da
unidade biológica – doutrina natalista);
2) Capacidade/ capacidade de fato ou exercício: aptidão para exercer pessoalmente
seus direitos e deveres;
3) Teoria da Incapacidade:

a) Incapacidade absoluta: art. 3º - apenas os menores de 16 anos (fator etário). Foi


extirpado a insanidade.
b) Incapacidade Relativa: (I) os maiores de 16 e menores de 18 anos; (II) ébrios
habituais ou viciados em tóxicos; (III) aqueles que por causa, seja ela transitória
ou permanente, não puderem exprimir sua vontade; e (IV) pródigos – pessoas
que dilapidam seu patrimônio.
c) Resumo sobre o deficiente mental: em regra, é plenamente capaz (os negócios,
a princípio, são válidos). Se ele tiver que ser interditado, no máximo será
relativamente incapaz (NUNCA INCAPACIDADE ABSOLUTA). Se houver
ingerência, haverá a aplicação do instituto da tomada de decisão apoiada (os
apoiadores se limitam a dar opinião, a decisão é do deficiente. Não é necessária
a participação dos apoiadores sempre, apenas se a outra parte assim o exigir).
A interdição ainda existe, mas será relativa, excepcional e pontual (ou juiz terá
que indicar os atos que não poderão ser realizados ou não) – isso não obsta os
direitos existenciais do deficiente (esses não são atingidos pela interdição. Ex.:
direitos de casamento e reprodutivos).
d) Emancipação: o emancipado continua sendo menor e portanto regido pelo
ECA. A emancipação pode ser voluntária (é extrajudicial, menor de 16 anos
com autorização de ambos os pais, é irrevogável, em regra, não precisa da
anuência do menor. Os pais continuam responsáveis pelos atos dos filhos
menores emancipados) ou judicial (maior de 16 anos e estiver sob o regime de
tutela, tudo exarado observando-se o melhor interesse do adolescente) e legal
(casamento do maior de 16 anos ou entre menores de 16 anos quando a menina
estiver grávida. Se houver divorcio ou viuvez, os efeitos da emancipação
continuam a ocorrer. Somente não será preservada a emancipação no caso de
casamento inválido; colação de grau em instituição de ensino superior; e maior
de 16 anos com economia própria).

4) Direitos de Personalidade

a) Características: (I) indisponibilidade (relativa); (II) intransmissíveis; (III)


irrenunciáveis; (IV) impenhoráveis; e (V) imprescritíveis. Também são
características: (VI) absolutismo (são oponíveis erga omnes); (VII) vitalício
(dura enquanto a pessoa viver, muito embora o art. 12, §único, resguarde alguns
direitos que se observam mesmo após a morte do sujeito, tendo legitimidade
para defende-lo seus ascendentes, descendentes, cônjuge, irmão, etc); (VIII) rol
em números abertos – a lei não precisa dizer quais são os direitos da
personalidade, pois há uma evolução das proteções que se conferem (ex.:
progresso cientifico e fertilização in vitro, etc).
b) Direitos da Personalidade em Espécie:

b.1) Ato de disposição do próprio corpo –é proibido quando importar


diminuição permanente da sua integridade física ou contrariar os bons
costumes. Tudo isso, salvo exigência médica. OBS.: para fins de transplante há
legislação própria – atos de disposição “pos mortem”;

b.2) Atividade cirúrgica/tratamento de risco – ninguém pode ser


obrigado/constrangido a sua realização, deve haver a liberdade individual de
assumir ou não o risco do tratamento. Se não for possível obter o
consentimento do paciente, não haverá violação deste mandamento (art. 15 do
C.C.);

b.3) Direito ao Nome: o nome é composto de prenome e sobrenome e a


proteção recai sobre os dois. O prenome pode, inclusive, ser composto. O
sobrenome é o patronímico (nome de família). OBS.: o pseudônimo também
recebe proteção se utilizado para atividades licitas (ex.: escritor, ator, etc.). 2
regras (arts. 17 e 18 do C.C.): (I) utilização de nome para expor ao ridículo
(fazer chacota do nome de alguém, independentemente na sua intenção, deverá
indenizar. Ex.: stand up comedy); (II) se não houver autorização, ninguém pode
usar o nome de outrem em propagando comercial.
5) Personalidade Jurídica

a) Fundações (é a menina dos olhos do MP – ele sempre foi o curador das fundações):
é um patrimônio que vira pessoa jurídica. 4 etapas: (I) instituição/dotação
patrimonial – o instituidor (doação patrimonial – testamento ou escritura pública);
(II) a pessoa indicada no testamento ou escritura pública elaborará o estatuto da
fundação instituída por ele, que deverá ser levada ao MP (o instituidor poderá
colocar um prazo pra essa pessoa realizar o Estatuto, se não houver prazo, será de
180 dias, não feito no prazo, caberá a elaboração do estatuto ao MP); (III)
aprovação do estatuto pelo MP dos Estado da fundação (e se a fundação se espalhar
para vários estados, todos os MP’s desses estados deverão aprovar o estatuto –
NUNCA MPF). Se o MP não concordar, caberá uma ação de suprimento (que na
lei é chamada equivocadamente de recurso); (IV) registro (quando nasce
efetivamente a pessoa jurídica). OBS.: ampliação finalística do bem fundacional –
art. 62 foi alterado em 2015 pra poder ampliar as finalidades das fundações (tem
que ler).

6) Domicílio: art. 70 – residência (elemento físico) com animo definitivo (elemento


anímico). O código civil admite a pluralidade de domicílios: Sim, art. 71, se a pessoa
tem mais de uma residência como ânimos definitivo.

6.1) Domicílio profissional: art. 72 – também pode haver uma pluralidade de


domicílios.

6.2) Domicílio de quem não tenha residência habitual – art. 73 – o local onde ela
for encontrada.

6.3) Domicílio obrigatório/necessário – art. 76 – os domicílios de seus incapazes é


o do seus representantes, os dos funcionários públicos é onde ele exerce a função,
etc.

6.4) Domicilio da pessoa jurídica – União/DF, Estados/Capital, Município/Lugar


de sua administração, Demais/onde funcionam a administração ou domicílio
contratual (Estatuto). Existe pluralidade de domicílios para pessoas jurídicas: Sim,
art. 75, §1º - sede e filiais.

Ler a parte de bens, principalmente a questão das pertenças.

7) Negócios Jurídicos

a) Planos do Negócio Jurídico: (I) elementos de existência (sujeitos capacidade +


legitimação – pessoa natural ou jurídica, objeto licito, possível e determinável,
forma do art. 107 do C.C. e seguintes, e vontade livre e consciente); (II)
requisitos de validade (art. 104 do C.C.); (III) fatores de eficácia –podem haver
elementos acidentais do negócio jurídico (encargo, termo e condição). Mas
somente termo e condição influenciam a eficácia;
a.1) Condição: futuro e incerto, pode ser resolutiva (os efeitos se encerram a
partir do alcance de uma condição) ou suspensiva (o negócio começa a ter
efeitos a partir da implementação de uma condição);

a.2) Termo: futuro e certo, pode ser resolutiva (os efeitos se encerram a partir
do alcance de um prazo) ou suspensiva (o negócio começa a ter efeitos a partir
da implementação de um certo prazo);

a.2.1) Regras do prazo: (I) exclui o dia do começo e inclui o último; (II) se o
último dia cair em feriado, prorroga até o próximo dia útil; (III) meado, será
sempre o 15º dia do mês; (IV) todas as regras anteriores são supletivas, você
pode mudar todo desde que contratualmente

b) Defeitos do Negócio Jurídico: pode ser vicio de consentimento (erro, dolo,


coação, estado de perigo e lesão) ou vício social (fraude e simulação). Deve ser
apontado no prazo de 4 anos.

b.1) Erro – falsa percepção da realidade ou a sua ignorância, o erro deve ser
substancial e escusável (art. 139 do C.C.) – anulabilidade;

b.2) Dolo – é quando um terceiro te induz a erro, podendo, inclusive, ser um


dolo por omissão - anulabilidade;

b.3) Coação – pode ser física (subjugar a outra pessoa) – inexistência do negócio
jurídico; ou moral (ameaça) – anulabilidade. Requisitos (art. 151 do C.C.): (I)
gravidade da ameaça; (II) a promessa do mal injusto seja séria; (III) iminência;
(IV) injustiça da ameaça. OBS.: a análise do coacto é subjetiva (leva-se em
consideração as características pessoais);

b.4) Lesão (art. 157 do C.C.): exige-se da vítima a premente necessidade ou


inexperiência e o risco é de dano patrimonial. A quebra do equilíbrio ocorre
na desproporcionalidade nas prestações. Situação do beneficiado “dolo de
aproveitamento”;

b.5) Estado de Perigo (art. 156 do C.C.): exige-se da vítima premente


necessidade e o risco é de dano pessoal. A quebra do equilíbrio ocorre
obrigação excessivamente onerosa. Situação do beneficiado: basta conhecer o
risco.

LESÃO ESTADO DE
PERIGO
SITUAÇÃO DA Premente necessidade ou Premente
VÍTIMA inexperiência necessidade
RISCO Dano patrimonial Dano pessoal
(familiares)
QUEBRA DO Desproporcionalidade das Obrigação
EQUILÍBRIO prestações excessivamente
onerosa
SITUAÇÃO DO Dolo de aproveitamento Tem apenas que
BENEFICIADO conhecer o risco

Teoria das Invalidades

O negócio jurídico deve ser existente (contrário = negócio inexistente), válido


(nulo – aponta norma pública, ou anulável – aponta norma privada) e eficaz
(contrário = ineficaz).

1. Anulabilidade: (a) menor de 18 e maior de 16 anos; (b) vício de


consentimento; (c) fraude contra credores;
2. Nulidade: o resto + simulação.

NULO ANULÁVEL
Interesse Protegido Interesse público Interesse privado
Juiz Oficio Não atua de ofício
Requerimento Qualquer pessoa, Somente o prejudicado
inclusive o MP
Convalidação NUNCA Convalesce com o tempo
Efeitos NUNCA Produz até a prolação da
sentença que reconheça a
anulabilidade

Prescrição e Decadência

PRESCRIÇÃO DECADÊNCIA
EFEITO Perda da pretensão em Perda do próprio direito
razão da inércia do titular
PRAZOS Arts. 205 e 206 do C.C. – São os demais (vem como
em regra. complemento de cada
artigo)
ORIGEM Decorre da lei e não pode Pode decorrer da lei ou da
ser alterado pelas partes vontade, neste último caso
podendo ser alterados.
JUIZ O juiz conhece de ofício Conhece de ofício se for
legal
RENÚNCIA É possível renunciar, desde Não há renúncia da
que esteja consumada e decadência legal.
não prejudique terceiros
SUSPENSÃO E Pode ser suspensa ou Não se suspende como
INTERRUPÇÃO interrompida regra. Exceção:
absolutamente incapazes.
Posse

1. Não é um direito real;


2. Teorias sobre a posse:

a) Subjetiva (Savigny) – a posse é composta pela detenção física (“corpus”) da coisa


e o “animus” de ser possuidor;
b) Objetiva (Ihering) – para a posse basta o “corpus”, ele defende que a intenção
está presumida no “corpus”. Essa é a teoria adotada pelo Código Civil
Brasileiro (art. 1.196 – é possuidor quem tiver algum direito sobre a
propriedade).

OBS.: detentor não é possuidor. A lei dirá quando haverá detenção ou posse.

3. Detenção: (a) dependência econômica ou subordinação à outrem (ex.:


caseiro/fâmulo da posse – cuida da sua posse sob sua supervisão – como não é
possuidor não pode entrar com nenhuma ação de defesa da posse); (b) atos de
permissão ou tolerância; (c) atos violentos ou clandestinos – posse injusta.
4. Desdobramento da posse: art. 1197 do C.C. – posse direta (ex.: locatário) e posse
indireta (ex.: locador – não tem fisicamente a coisa). Os dois podem defender sua
posse.
5. Espécies de posse:

a) Posse justa: quando não tem vicio;


b) Posse injusta: quando tem um vício (adquirida por violência, clandestinidade e
precária – quebra de relação de confiança). OBS.: a precariedade surge quando
houver a quebra de confiança (recusa na devolução do bem). OBS. 2: o vício
da posse é sempre relativo, logo, não tem proteção possessória contra a vítima,
mas terá com relação a terceiros (ex.: ladrão que rouba ladrão será processado);
c) Posse de boa-fé: é subjetiva (psicológica), é desconhecer o vício existente.
Consequências: (I) frutos – o possuidor de boa-fé tem direitos aos frutos
percebidos, colhidos e pendentes, além de indenização pela produção e
custeio; (II) deterioração da coisa – não tem que indenizar pela deterioração
natural do bem; (III) benfeitorias – indenização plena pelas benfeitorias
necessárias e úteis, já com relação às voluptuárias, poderá ser indenizado ou
exercer o direito de levantar a benfeitoria desde que não causar o perecimento
da coisa. Terá, ainda, direito da retenção da coisa até ser plenamente
indenizado.
d) Posse de má-fé: tem conhecimento sobre o vício existente. Consequências: (I)
frutos – além de não ter direito aos frutos, ainda terá que indenizar pelos frutos
recolhidos; (II) deterioração da coisa: terá que indenizar até no caso de
deterioração natural do bem e responde objetivamente; (III) benfeitorias – só
tem o direito à indenização pelas benfeitorias necessárias, mas não tem direito
de retenção.

6. Defesa/proteção possessória:
a) Desforço imediato: é uma exceção à vedação da autotutela – art. 1210 do
C.C. (quando for proporcional à resposta e feita imediatamente);
b) Manutenção de posse: nos casos de turbação (ainda não perdi a posse);
c) Reintegração da posse: quando houver esbulho (já perdi a posse);
d) Interdito proibitório: quando há uma ameaça de esbulho ou turbação.

Propriedade

1. Direito real MATRIZ – mais completo (art. 1225 do C.C. – direito sobre coisa
própria). Conceito: garantia fundamental do homem que lhe confere os poderes
de usar, gozar/fruir, dispor, e reaver a coisa de quem indevidamente de quem a
detenha, ostentando o proprietário obrigações decorrentes da função social.
2. Faculdades (art. 1228): usar (usar de acordo com a sua finalidade), gozar/fruir
(perceber os rendimentos e frutos da coisa), dispor (alienar o bem + onerar. Posse
destruir/consumir? A princípio sim, desde que não atinja direitos de terceiros), e
reaver (quando terceiro injustamente detenha a coisa – direito de sequela –
princípio da aderência + princípio do absolutismo).
3. Uso Emulativo (art. 1228, §2º): a propriedade não pode ser usada com animo
emulativo (intenção de prejudicar terceiros);
4. Modos de Aquisição:

a) Imóvel: Tipos: (I) derivada – cadeia sucessória; (II) originária: quebra da cadeia
sucessória (Ex.: usucapião). Modos de aquisição (transmissão da propriedade):
(a) ocorre apenas com o registro (tradição), o título aquisitivo (direito
obrigacional); (b) acessão: pode ser industrial (edificações e plantações) ou
natural (aluvião ou avulsão, formação de ilhas e álveo abandonado); (c)
usucapião: pressupostos gerais – tempo, posse mansa e pacifica e “animus
domini”. Pressupostos específicos: (I) extraordinária – 15 anos e dispenso justo
título e boa-fé; (II) posse qualificada (modalidade especial – para morar) – 10
anos; (III) ordinária – 10 anos, justo título e boa-fé. Nesse caso, há uma situação
de redução – 5 anos, aquisição onerosa, chegou a registro mas este foi
cancelado; (IV) usucapião especial constitucional urbana (5 anos, sem justo
título e boa-fé, até 250m³ e ausência de outro imóvel) e rural (5 anos, sem justo
título e boa-fé, até 50 hectares e ausência de outro imóvel); (V) usucapião
familiar (por abandono de lar – art. 1240-A do C.C.) – 2 anos, urbano de até
250m², propriedade comum com cônjuge ou companheiro, utilizar para
moradia e não pode ser proprietário de outro imóvel; (VI) usucapião coletiva -
"A áreas urbanas com mais de duzentos e cinquenta metros quadrados,
ocupadas por população de baixa renda para sua moradia, por cinco anos,
ininterruptamente e sem oposição, onde não for possível identificar os terrenos
ocupados por cada possuidor, são suscetíveis de serem usucapidas
coletivamente, desde que os possuidores não sejam proprietários de outro
imóvel urbano ou rural" (favelas).

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