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CAPITULO VII: O FILME © Thomaz. W.M.

Harrell

CAPITULO VII: O FILME : 2. PERFURAÇÕES


A sua Estrutura e Composição
1. EMULSÃO
Se por um lado a luz é a matéria prima da fotografia, certa-
mente o filme é o seu principal suporte. Hoje, todos conhecem o con-
ceito da estrutura de um filme com seus furinhos nas bordas. Esta
imagem se tornou tão conhecida e universal que adquiriu o valor de
simbolo.
Existe porém uma grande variedade de “filmes”; filmes para
raios- x, filmes cinematográficos, filmes em rolos, filmes em chapa,
filmes coloridos, filmes em preto e branco e assim por diante. De
forma geral todos tem a mesma estrutura embora não tenham a mes-
ma composição ou o mesmo formato. Na realidade o próprio conçeito
do filme foi transposto para o papel - a cópia. Isto significa que o 4. BASES ANTI HALO E ANTI
mesmo principio da estrutura do filme quando aplicado num material ABRASÃO
opaco torna-se o suporte da fotografia. 3. SUPORTE
No tocante aos filmes, a emulsão fotográfica é composta de (ACETATO)
pequenas partículas fotossensíveis (geralmente haletos de prata ou
Fig. 7.1. A estrutura do filme. Vê-se 1), emulsão 2), as perfurações, 3) a
nitrato de prata) suspensos em gelatina que são depois deposita- base de acetato ou suporte, 4) as camadas anti-abrasão e anti-halo. Aqui o
dos numa fina camada sobre a base de acetato transparente cujo filme é representado muito mais grosso do que realmente é. Isto é para po-
objetivo é servir de suporte para o filme. der mostrar proporcionalmente as suas partes constituintes. Vemos por exem-
Na ilustração ao lado, vemos um desenho esquemático da plo que a espessura das camadas é muito menor do que a do próprio acetato.
estrutura de um filme. Uma tira ou chapa de acetato serve de base e
é chamada de suporte . A emulsão ainda humida é colada no supor-
te com uma substância chamada de substrato. Alguns fabricantes
costumam colocar ainda outra fina camada de material opaco cha-
mada de base anti-halo. Além de evitar a refração de raios de luz PERFURAÇÕES. O FILME 35MM SE
DIFERENCIA DE TODOS OS OUTROS
muito fortes que possam atravessar o filme, a base anti-halo tam-
FORMATOA POR SUAS PERFURA-
bém protege a parte traseira do filme contra abrasões.Como vere-
ÇÕES NA BORDA SUPERIOR E
mos mais adiante alguns filmes possuem mais camadas como é o
INFERIOR
caso das emulsões coloridas

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positivos (de slides) no processo para negativos coloridos. Este pro-


O QUE ACONTECE QUANDO UM FILME cedimento fornece imagens com as cores invertidas e positivas. (Ver
É EXPOSTO À LUZ? exemplo nesta página). Revelar filmes coloridos no processo preto e
branco não produz resultados açeitaveis.
Essencialmente o que ocorre quando um filme é exposto à
luz é o seguinte: a luz da imagem (composta de fotons) atinge a
emulsão e sensibiliza as particulas de prata. São essas partículas
Fig 7.3
sensibilizadas que passam a constituir aquilo conhecido como a ima- Uma imagem negativa se diferencia radicalmente da positiva. É na realida-
gem latente pois se tornam quimicamente diferentes das não sensi- de uma inversão em intensidade e grau de todos os valores de luninosidade
bilizadas. ( Este efeito tende a se dissipar com a passagem do tem- e crominância da cena.
po e por isto é recomendável revelar o filme o mais cedo possível
após a sua exposição.) Depois de exposto, o filme é colocado numa
solução que precipita uma reação na prata ativada escurecendo ou
oxidando-a. Esta solução e conhecida como revelador. Uma Se-
gunda solução, o interruptor , suspende o processo de revelação.
Finalmente, uma terceira solução, o fixador, estabiliza a prata ex-
posta e torna solúveis as partículas não expostas deixando uma ima-
gem negativa impressa no filme. (Ver ilustrações nesta página) As
áreas mais claras da imagem, as que receberam maior quantidade
de luz no filme, ficarão com maiores depósitos de prata formando Imagem negativa Imagem positiva
as áreas mais densas do negativo. As áreas que não receberam luz TWMH
ficam completamente transparentes. Quando esse negativo é copi-
ado o resultado é uma imagem positiva. Em alguns casos a imagem
Se prestarmos atenção nas imagens acima veremos a diferença
negativa é invertida qumicamente para torna-la positiva. Nestes ca- funadmental entre uma imagem positiva e uma imagem negativa. Note-se por
sos obtem-se uma imagem positiva no filme. Este processo produz exemplo que o fundo atras dos vasos na imagem negativa é de uma tonalidade
os conhecidos slides ou diapositivos para projeção. ligeiramente cinza mas quase transparente. O brilho da luz refletida pelos vasos
por outro lado é quase preta assim como partes do topo da mesa. Comparando
É possivel revelar um filme negativo como positivo e vice ver- estas areas com as da imagem positiva vemos que o fundo é quase preto total e
o brilho da fonte de luz é quase totalmente branco.
sa? As cores também sofrem uma inversão sendo que na imagem negativa a
Na fotografia e no processamento de filmes tudo é possível cor representa a complementar da cor primária que será representada na imagem
mas não sempre recomendado. Foi por meio de experiências e em positiva. No exemplo acima a diferença mais notável é no pano de ceda perto da
muitos casos erros que tudo foi descoberto. Um dos processos mais garrara de champagnhe. As partes do pano vermelhas no positivo são mostradas
notáveis e que quas sempre da bons resultados é o de revelar filmes com a cor ciano na imagem negativa. Os vasos também tem uma cor invertida no
negataivo.

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A Estrutura de um Filme

Fig 7.3
Ao lado vemos a estrutura de um filme em cores antes e ( Reproduzido de ficha técnica com permissão da Fujilm )
depois da revelação. (Informação Técnica Fujifilm)

Vemos no filme antes do processamento: (1.) uma camada


protetora, seguida por (2) uma camada sensível ao azul seguida
de (3) uma camada de filtro Amarelo, seguida por ( 4) uma cama-
da sensível ao Ciano, (5) uma camada sensível ao Verde,(6) outra
camada intermediaria, e (7) a camada sensível ao Vermelho se-
guida de (8) mais uma camada intermediária, (9) a camada Anti-
Halo. Tudo isso é colado na base que ainda possui (10) uma
camada de fundo.

Depois da revelação as camadas foram reduzidas a tres


imagens negataivas (Amarela, Magenta, e Ciano) por se tratar de
um filme negativo (Processo Subtrativo)

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TIPOS DE FILMES Fig7.5


Existem filmes preto e branco e colorido. Por sua vez cada
uma destas classes se divide em dois tipos: positivos e negativos.
Todos os filmes existentes sejam especiais, de baixa sensibilidade,
de alta sensibilidade de todos os formatos, para fotografia aérea,
para moda etc., tem que se encaixar numa destas quatro classes de
filmes. Simplesmente é isso. Não tão simples porém é a decisão de
que filme utilizar. A resposta está nas condições , e principalmente a
aplicação da fotografia. Esses fatores irão determinar o tipo de filme
a ser utilizado. A discussão a seguir sobre as caracteristicas dos
filmes deve tornar essa decisão mais fácil.
Fig 7.5 Além dos tipos de filmes mencionados existe uma grande variedade de
Fig 7.4 OS QUATRO TIPOS DE FILMES marcas de diferentes fabricantes.

Negativo Preto e Branco NegativoColorido A FINALIDADE DETERMINA O TIPO DE FILME


Como ja dissemos existem filmes negativos e positivos tanto
em preto e branco como em cores.
FILME NEGATIVO PRETO E BRANCO -
De forma geral quem fotografa em preto e branco utiliza
sómente filme negativo. Os negativos preto e branco são utilizados
para produzir cópias positivas em papel. É a forma clássica de se
1. 2. fotograafar e existem fotografos que trabalham exclusivamente em
preto e branco.
Positivo em cores
Positivo Preto e Branco (slide colorido ou cromo) FILME NEGATIVO EM CORES -
O maior mercado é sem dúvida o amador que utiliza filme
negativo em cores. Os negativos em cores produzem cópias coliridas
em papel . Este é o processo mais comum conhecido por amado-
res e profissionais no mundo todo.
FILME POSITIVO EM CORES-

3. O filme positivo em cores também conhecido como diaposi-


4.
tivo slides ou ainda “cromo” é mais utlizado por profissionais que
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pretendem ter as suas fotos publicadas em revistas ou publicidade. uso de filmes reversíveis inclui a preparação de slides para
Ainda, existe um setor que produz audio visuais ou apresentações e aprsentações audio visuais ou CROMOS para impressão em co-
utiliza as fotografias num projetor. Dentistas, médicos e empresários res. Na televisão as reportagens eram filmadas com película cine-
estão entre este público que depende do filme positivo em cores matográfica positiva antes do vídeo ser inventado. As equipes sai-
denominado de “slide”. am para filmar, voltavam com as matérias e estas eram reveladas
(frequentemente na própria emissora) para depois serem coloca-
FILMES EM PRETO E BRANCO das no tele-cine para teledifusão. O filme positivo, ou reversível tam-
O filme preto e branco não possui corantes sendo que a sua bém é conhecido como CROMO por seu nome ser dirivado do filme
composição é unicamente de prata sensível. Hoje os filmes preto e Kodachrome da Kodak. Hoje porém filmes de todas as maracas cuja
branco são panchromáticos ou seja são sensíveis a todas as cores denominação termina em “chrome” indica tratar-se de um filme
e as traduzem para diferentes tons de cinza. revesível. Por isto temos além de Kodachrome, Fujichrome,
Agfachrome, Ilfrochorme e assim por diante. Por outro lado tudo que
FILMES COLORIDOS termina em “color” indica um filme negativo colorido.
Um filme colorido pode ser tanto do tipo negativo ou positivo FILMES NEGATIVOS
(reversível) e se diferencia de um filme preto e branco em que a sua
emulsão é composta de ao menos três camadas diferentes, cada Um negataivo é um filme que produz uma imagem inverida
uma com um corante para captar aproximadamente um terço do es- dos valores luminosos de uma cena. Os valores mais escuros de
pectro visível (Ver fig.3.25.) O processo é muito parecido ao pro- uma cena parecerão mais claros num negativo e os malores mais
cesso gráfico de impressão em cores. A teoria como já vimos ante- calros parecerão mais escuros daí que a cena é dita de invertida ou
riormente, é que o espectro visível pode ser dividido em três cores “negativa”. Nos filmes negativos coloridos a inversão também existe
primárias das quais podem ser em relação as cores portanto um objeto que aparece como azul no
reproduzidas todas as outras co- Fig 7.6 negativo é na realidade vermelho na vida real e é assim que será na
res. cópia positiva.

FILMES REVERSÍVEIS OU CARACTERISTICAS COMUNS A TODOS OS FILMES


POSITIVOS Embora haja diferenças evidentes de um filme para outro,
existem caraterísticas comuns a todos os filmes. Estas são: sensibi-
Um filme reversível é um fil- lidade, granulação, latitude de exposição, contraste, e definição. Isto
me cuja imagem é revertida du- não quer dizer que todos os filmes sejam iguais mas que todos pos-
rante a revelação. O resultado fi- suem estas características porém em quantidade e qualidade dife-
nal é uma imagem positiva no fil- rentes.
me e não uma imagem negativa. A maior vantagem do filme positi-
vo é que ele torna desnecessário se fazer uma cópia em papel. O *Foton O fóton é a menhor particula de luz de que se tem conheci-
mento.

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1. SENSIBILIDADE um filme de ISO 100 e assim por diante.


A sensibilidade de uma emulsão ( ou filme), refere-se a inten-
sidade da reação que essa emulsão terá em relação à quantidade
de luz que recebe. Mais específicamente ela diz respeitio á veloci- 1.b. SENSIBILIDADE ESPECTRAL
dade ou rapidez com que essa emulsão será impregnada pela ação É necessário lembrar que a maioria dos filmes não possui a
dos fotons* que nela incidirem. Como bem se sabe existem filmes mesma sensibilidade a todas as faixas do espectro que a visão hu-
de sensibilidades diferentes. Um filme de elevada sensibilidade por mana. É por isto que muitas fotografias mostram algumas cores de
exemplo, requer menor quantidade de luz para imprimir uma ima- forma mais acentuada do que são para nossa visão. Um caso exem-
gem mas ele não produz uma imagem com as mesmas característi- plar e quando os filmes são expostos sob luz artificial. Nestas condi-
cas de um filme de sensibilidade média ou baixa. A maior desvanta- ções a fotografia irá mostrar a cena muito mais amarela do que ela
gem de filmes hypersensíveis é que eles produzem maior granulação aparentava ser visualmente. Isto se deve ao fato de que a maioria
e menor saturação de cores. Por outro lado os filmes menos sensí- das fontes de luz artificial são deficientes na faixa ultravioleta do
veis tem maior saturação de cor e grão mais fino mas sómente funci- espectro isto resulta num registro de cores distorcido no filme. De
onam com maiores níveis de luz. É devido a essas diferenças que forma geral não existe um filme que veja as cores do espectro da
todas as sensibilidades diferentes continuam existindo. mesma forma que nós as vemos. Por isto os fabricantes publicam
1.a . SENSIBILIDADE À LUZ - ISO as Curvas de Sensibilidade Espectral para cada tipo de filme dife-
Já existiram no passado inúmeros sistemas para definir a sen- rente. O fotógrafo pode utilizar estas curvas como guia para o tipo de
sibilidade dos filmes. Antigamente cada fabricante estabelecia os fotografia que ele pretende realizar.
seus próprios parâmetros de sensibilidade para o seu produto. Isto
evidentemente gerou grande confusão. Hoje, nem se ouve mais falar
dos sistemas BSI, Weston, Sheiner e outros. Mesmo os amplamen-
Fig. 7.8 Curvas de Sen-
te difundidos termos ASA e DIN cairam em desuso. O atual padrão
sibilidade Espectral(em
segue as normas ISO ou INTERNATIONAL STANDARDS ORGANIZATION que nanometros)
padroniza muito mais do que filmes. No tocante a filmes, o padrão é
calcado no antigo ASA (American Standards Association) pois man-
tém os mesmos valores (um filme ISO 100 é idêntico em sensibilida-
de a um filme ASA 100). As sensibilidades mais comuns hoje são as
seguintes: ISO 25 50,64,100,125,160,200,360,400,800, e 1,600 E
3.200. Quanto mais elevado o valor numérico maior é a sensibilida-
de do filme. Na realidade não há nenhum mistério nesses números.
Um filme de ISO 50 possui a metade da sensibilidade de um filme
de ISO 100. Um filme de ISO 400 é quatro vezes mais sensível que

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2. GRANULAÇÃO dois pontos mostrará as partes escuras de uma cena como preto
total (sem nenhum detalhe) Da mesma forma, dois pontos de super-
Este termo refere-se exposição produziriam altas luzes completamente lavadas (sem ne-
aos grãos de prata metálica nhum detalhe).
que constituem a imagem.
Existem diversos fatores que 4. CONTRASTE
afetam a granulação de um fil- Uma emulsão contrastada representa uma cena com menos
me. Já mencionamos por tons de cinza do que uma emulsão de baixo contraste. Em fi lmes
exemplo que filmes muito sen- coloridos as emulsões contrastadas apresentam cores ricas e
síveis possuem estrutura gra- saturadas com poucos tons intermediários. As emulsões de baixo
nular maior. Mas o fator contraste por outro lado repesentam a cena com cores suaves e tons
granulação também pode ser sutis de pastel. O exemplo abaixo deve servir para ilustrar a diferen-
afetado pela revelação do fil- ça entre uma cena com muito contraste e com pouco contraste
me ou por temperaturas mais
Fig. 7.9 Fotografia Granulada e de 5. DEFINIÇÃO
alto contrase elevadas nas soluções. De for-
ma geral a granulação é uma A definição ou resolução de uma emulsão é determinada pela
característica de todos os filmes. em certos casos uma estrutura gra- sua capacidade de registrar um certo número de linhas por milimetro.
nular maior possui um certo apelo, sobre tudo em cenas de realismo Alguns fabricantes publicam esta informação em forma de
que imitam um estilo documentário. O grão também se torna mais graficoschamadas de curvas de tranferência de modulação (M.T.
evidente quando o filme é submetido a maiores níveis de ampliação.
Hoje, a nova tecnologia de grãos “T” está revolucionando a fotogra-
fia e trazendo altos níveis de resolução a filmes profissionais e ama-
dores. O resultado é que as pessoas podem utilizar filmes de maior
sensibilidade com estrutura granular de filmes de sensibilidade bai-
xa.
3. LATITUDE DE EXPOSIÇÃO
Este termo descreve a capacidade de uma emulsão de re-
gistrar detalhes em condições de super-exposição e sub-exposição
. Normalmente filmes negativos tem mais latitude de exposição que
os filmes reversíveis. Um filme negativo por exemplo pode tolerar
diferenças de exposição de até quatro pontos em quanto que um
filme reversível não podetolerar mais do que dois diafragmas. O que Fig. 7.10 Cena fotografada com filme de contrase normal
isto significa na prática? Um filme reversível com sub-exposição de comparada com outra feita em filme de muito contrase
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Curves). É de se notar que a definição de todos os filmes começa


a cair por volta dos vinte ciclos (linhas) por milimetro. - isto represen- OS FORMATOS DE FILME
ta um limite para quase todas as emulsões fotográficas mas é no O formato de um filme determina as suas dimensões verti-
grau que cai a curva que representa a capacidade de um filme de cais e horizontais. (ver também o Capítulo II). Os formatos tem muda-
representar pequenos detalhes. Também é de se notar que a do pouco no passar dos anos mas alguns introduzidos mais recente-
definiçào de uma emulsão fotográfica ainda é mais alta que a de mente na história da fotografia ganharam grande popularidade. Na
televisão e o V.T. (Video Tape) que é medida em termos de linhas fotografia a regra que maior é melhor ainda é válida e quanto maior
por centimetro e não por milimetro. um formato melhor será a qualidade das cópias principalmente com
6. SATURAÇÃO E TEMPERATURA DE COR grandes ampliações. São três os formatos mais utilizados hoje.; for-
mato pequeno (35mm) o formato médio (120 )
Esta caracteristica é somente aplicavel aos filmes em cor . e formato grande (chapas)
Geralmente os filmes reversiveis (positivos), reproduzem cores com
maior saturação ( cores mais intensas) que os filmes negativos. Se 1. O FORMATO PEQUENO
um filme reproduz cores ricas e vibrantes a sua saturação é dita rica O formato de
ou alta. Um filme que produz cores suaves em tons de pastel é dito 35mm junto com o
de saturação baixa. Existem diversos fatores que afetam a satura- recem introduzido Fig 7.11
ção de um filme. A composição da emulsão é o principal fator. A APS (Advanced
iluminação afeta em muito a forma como as cores registram no fil- Photo System) que
me. A revelação do filme também afeta a saturação. O uso de filtros também utiliza filme
na hora da tomada pode também influenciar na saturação da foto. O de 35mm são hoje
contraste da cena é ainda outro fator que afeta a saturação das os formatos peque-
cores no resultado final. Os filmes balanceados para luz dia rea- nos mais viáveis e
gem ou rendem as cores com maior precisão quando a luz equivale mais utilizados.
em graus Kelvin à luz do meio dia (de 5500 a 6000graus kelvin) Por Hoje estes formatos
outro lado, um filme para ser exposto sob condições de estúdio (luz tem predominância
artificial ou tungstênio) é balanceado para temperaturas de 3300 a no mercado ama-
3500 graus kelvin. O fotógrafo que deseja a maior saturação de cor dor profissional e
num determinado trbalho pode lançar mão de todos os recursos aci- semi profissional.
ma mencionados como: 1 escolher uma emulsão positiva, de gran-
de saturação (filme Kodachrome) 2 sub expor o filme ligeiramente , Acima: uma câmara moderna
3 utilizar um filtro polarizador, 4 utilizar revelação com banhos novos. 35mm de formato pequeno .
Se a iluminação tambem possuir alto contraste ele certamente con- Foto: TWMH
seguirá os resultados desejados.

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ra mais torpes camaras de formato médio sào tão versáteis quento


O FORMATO MÉDIO as 35mm e técnicamente se equiparam a elas pois possuem inova-
ções como exposição automática, avanço automático do filme, auto-
O formato médio utiliza filmes em rolo do tamanho 120 (70mm foco e uma série de outros re-
de largura). Este formato já em uso ha muitos anos recebeu recente- cursos.
mente grande impeto com a introdução de avanços outrora existen-
tes sómente nas câmaras 35mm. Assim sendo, esses equipamen-
tos embora mais pesados que os de 35mm, são preferidos por mui-
tos profissionais. É o caso do sistema Hasselblad por exemplo. A
vantagem do formato médio está na qualidade de imagem superior
ao de 35mm e no fato que ele é muito mais leve e agil que os gran- O FORMATO GRANDE
des formatos. O formato médio representa a solução ideal para tra-
balhos que podem sacrificar um pouco da rapidez e agilidade do Por sua vez o formato
formato 35mm em troca de imagens de maior qualidade e defini- grande ainda reina em maté-
ção. O formato médio utilizea o filme denominado de 120 e 220, ria de superioridade de ima-
mas pode fornecer negativos de diversos tamanhos que variam de gem, qualidade, e precisão O
6x9 cm,6x8 cm 6x7 cm, 6x6 cm e 6x4,5 cm (ver exemplos página formato grande não é nada agil
seguinte). O tamaho do negativo depende da câmara na qual o filme porém. Via de regra este for-
é utilizado. mato exige o estúdio e dificil-
Fig 7.12 mente vemos ele sendo utiliza-
Nos ultimos do na rua ou em externas se
Câmara Toyo View
anos inúmeros bem que a fotografia
c TWMH
fotografos profissio- arquitetônica exige frequente-
nais e até amadores mente o uso de câmaras de formato grande. O formato grande pos-
migraram para sui tres tamanhos atualmente em uso, 4 x 5 polegadas*, 5 x 7 pole-
camaras de formato gadas e 8 x 10 polegadas. É possível fazer fotografias de incrível
médio em substituição detalhe e definição com estes formatos de filme mas somente os
as de 35mm. Hoje fo- grandes clientes e os grandes estúdios trabalham com esses for-
tografias em formato matos. Quando se trabalha com grande formato as objetivas são mais
médio representam caras as câmaras custam milhares de dolares e requerem uma sé-
mais da metade do rie de acessórios. Não ha limites para o que possa ser feito com
trabalho feito na foto- estes equipamentos que possuem todos os recursos. É so poder
Câmara de formato médio Mamiya
grafia editorial. Outro- pagar o preço.
645 Pro 4,5 x 6 cm.

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OS FORMATOS

Formato 35mm (24 x 36 mm)

Formato 6 x 8 cm
(formato médio)

Formato 6 x 6 cm
(formato médio)

Formato 4,5 x 6 cm
(formato médio)

Formato 6 x 7 cm
(formato médio)

Observação: O filme 35mm é


o unico que possui perfura-
ções. Todos os tamanhos de
formato médio utilizam o fil-
me 120. O filme 220 oferece
mais poses. Os filmes forma-
to grande existem unicamen-
te em chapas.
Formato 4 x 5 polegadas (10.2 X 12.7 cm)
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OUTROS TIPOS DE FILMES

Um tipo de filme que se encontra em sua própria categoria e quanto ao enquadramento, iluminação, disposição dos objetos e uma
que prometeu revoluciaonar a fotografia é o filme Polaroid. O filme série de outros fatores antes de fazer a fotografia definitiva. A polaroid
poraroid é um filme instantâneo ou seja ele fornece cópias em pou- já experimentou com a possibilidade de cópias gigantes e colocou
cos segundos depois da exposição. A ideia é genial e o concéito é equipamentos carissimos nas mãos de artistas e fotografos na ten-
absolutamente revolucionário. O Dr. Land inventor do processo tativa de encontrar novas
POLARIOD entre milhares de outras invençoes lutou durante anos para aplicações para o seu
tornar o seu processo viável e acessível. A forma por ele encontrada processo mas o custo
foi de criar um filme que produzia uma cópia fotográfica dentro da por cópia ainda é muito
câmara em lugar de um negativo. No processo Polaroid portanto alto para se justificar. A
filme e cópia são uma só. A fotografia é tirada e a luz sensibiliza o introdução da fotografia
filme/papel/emulsão. digital representa uma
No processo manual, uma lingueta é puxada e isto causa a séria ameaça para a fo-
ruptura de involucros contendo os reagentes que precipitam a reve- tografia polariod que
lação em apenas alguns segundos a uma temperatura ambiente de está literalmente empur-
28 graus. rando esse processo
No processo automático um motor puxa a pose pelo proces- para o esquecimento.
so e a fotografia pronta sai da câmara em instantes.
Lançado ha mais de 30 anos, este processo continua no mer-
cado embora se encontre hoje em pleno declinio.
Os maiores problemas com o processo Polaroid são que o
fotógrafo tem sómente uma cópia da foto e não ha processo simples Fig. 7.13
para se fazer ampliações ou outras cópias das mesmas. O segundo Camara polarioid evidenciando a preocupação por
problema é que o filme é muito caro. um design moderno e inovador assim como facili-
Apesear dessas severas limitações o processo conquistou dade de uso por parte de amadores. Esta tem sido
uma boa fatia do mercado. Entre os profissionais ele ganhou adep- uma das caracteristica da empresa que hoje se vê
tos que utilizam o filme em suas câmaras para fazer “provas”.A pró- em apuros devido a fotografia digital..
pria Polaroid e outros fabricantes produzem “backs” (chassis) que
açeitam este tipo de filme e encaixam numa diversidade de câma-
ras profissionais. Desta forma o fotógrafo pode fazer uma série de
ensaios que podem ser analizados por ele e pelos diretores de arte

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CONSIDERAÇÕES SOBRA REVELAÇÃO DE FILMES tipo de processamento pois isto implica na alteração das a planilhas
de produção e reajuste das máquinas. Quem deseja fazer uma reve-
REVELAÇÃO NORMAL lação especial no seu filme deve estar preparado para fazê-lo ele
próprio ou pagar caro para um laboratório. Outro aspecto é que são
Todo fabricante faz testes exaustivos para determinar as me- cada vez menos os laboratórios que oferecem revelação para filmes
lhores condições para a revelação do seus filmes. Seguir estes pro- em preto e branco. Quem trabalha com filme preto e branco deve ter
cedimentos é sem dúvida o melhor caminho para se obter ótimos um laboratorista ou fazer a sua própria revelação. Para atender a
resultados. Hoje os laboratórios comerciais tanto os mini-laboratóri- demanda de quem gosta de fotografia em preto e branco, a Kodak
os quanto os convencionais, estão estruturados para seguir essas seguida por outros fabricantes lançou filmes que podem ser revela-
normas de forma satisfatória. Quanto a isso, não ha mistério. Todos dos no processo colorido mas produzem negativos em preto e bran-
os fabricantes publicam formulas para a revelação de seus filmes. co. Este tipo de filme é chamado genericamente de Preto e Branco
CN (Color Negative) ou seja pode (e deve) ser revelado nos quími-
REVELAÇÃO MANUAL cos do mini lab. É necessária uma palavra de cautela. Não é por ser
Existem ainda algumas boas razões para se fazer uma reve- preto e branco que pode ser revelado com os quimicos para preto e
lação manualmente. A primeira é geralmente relacionada com rapi- branco.
dez. Muitos fotógrafos não querem ou não podem esperar por um Ainda outro motivo para fazer a revelação manualmente é quan-
processamento comercial que pode demorar várias horas, dias ou do não existe outra forma de revelar um filme a não ser de forma
semanas. Outra razão pode ser o maior controle sobre o processo artesanal. Li nos anais de Humberto Mauro como os cineastas mi-
além da satisfação de revelar os seus próprios filmes. neiros revelavam os seus filmes na calada da noite e os lavavam
Há ainda outras situações; por exemplo quando o fotógrafo dentro dos rios. Não muito tempo depois recebí uma encomenda de
deseja alterar a revelação do seu filme para modificar a sensibilida- uma firma alemã para fotografar numa região remota no deserto de
de. Isto é feito modificando o tempo da revelação ou “puxando” o Baja California e não podendo esperar para ver os resultados mon-
processamento. Puxar na realidade é um termo mal aplicado ao pro- tamos um sistema de revelação portátil em campo. Para isto, potes
cesso pois vem do inglês “push” que significa empurrar ou forçar. Na de plástico e saquinhos comprados numa sorveteria na pequena ci-
realidade é isto que está sendo feito; a revelação do filme é forçada dade de Guaymas serviram de recipientes. Usamos um ebulidor,
dando mais tempo do que o recomendado pelo fabricante. O resul- uma banheira de plastico redonda, água filtrada e um kit da Kodak.
tado é que o filme ganha em sensibilidade mas corre-se o risco de Revelavamos a noite no banheiro do pequeno hotel onde ficamos.
contraste demasiadamente alto e a possibilidade de velar quimica- Dessa forma, foi possível obter ótimos resultados a centenas de qui-
mente o filme*. Os laboratórios comerciais resistem a fazer este lômetros de qualquer laboratório. Assim de manhã ja sabiamos dos
resultados e podiamos continurar com outros trabalhos. Hoje isto
* Véu químico. Quando um filme é revelado com temeperaturas acima do não seria necessário pois poderiamos recorrer a equipamentos di-
recomendado ou por temos maiores corre-se o risco de velar o filme quimica- gitais que nessa época não existiam. A firma alemã que encomen-
mente. O efeito é semelhante ao de ter deixado o filme exposto à luz. dou o trabalho ficou feliz com os diapositivos.

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A FOTOGRAFIA © Thomaz. W.M. Harrell

Uma última consideração é que pode ser uma experiência


muito gratificante revelar o seu próprio filme e manter o controle total
sobre o processo. Existem hoje no mercado inúmeros livros e manu-
OS FORMATOS GRANDES *
ais que ensinam como revelar filmes em preto e branco e em cores. O formato 4 x 5 polegadas equivale a 10,2 x 12,7 cm
Não é possível estimar por quanto tempo ainda irá durar o O formato 5 x 7 polegadas equivale aproximadamente a 15 x 20 cm
filme em “pelicula” como o conhecemos hoje mas emquanto ele con- O formato 8 x 10 polegadas equivale aproximadamente a 20 x 25 cm.
tinuar a ser fabricado é a nossa pretenção continuar a usá-lo para
muitas aplicações.

Fig 7.7 25
50
TABELA DE
100
SENSIBILDADES ISO
125
160
ISO 200
400
800
1.600
I N T E R N AT I O N A L 3.200
STANDARDS ORGANIZATION 6.400

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