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CENTRO UNIVERSITÁRIO NEWTON PAIVA

INSTITUTO DE CIÊNCIAS BIOLÓGICAS E DA SAÚDE


CURSO DE PSICOLOGIA
LUANA CRISTINA MOURA SANTOS
LUCIANA PEREIRA DE ALMEIDA

UM OLHAR SOBRE O MUNDO DO AUTISMO:


a importância de um diagnóstico precoce

BELO HORIZONTE
2017
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LUANA CRISTINA MOURA SANTOS


LUCIANA PEREIRA DE ALMEIDA

UM OLHAR SOBRE O MUNDO DO AUTISMO:


a importância de um diagnóstico precoce

Trabalho elaborado para obtenção de


nota parcial para a disciplina
Elaboração de Projeto de Pesquisa, ao
curso de Psicologia do Centro
Universitário Newton Paiva.

Orientadora: Riviane Borghesi

BELO HORIZONTE
2017
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SUMÁRIO

1- TEMA..................................................................................................................4

2- PROBLEMA DE PESQUISA .............................................................................4

3- JUSTIFICATIVA.......................................................................................5

5- OBJETIVOS.......................................................................................................6

6- METODOLOGIA.................................................................................................6

7- DESENVOLVIMENTO TEÓRICO......................................................................8

8- REFERÊNCIAS................................................................................................12
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TEMA

O Transtorno do Espectro Autista, também chamado de autismo, é um


Transtorno Global do Desenvolvimento (TGD) e distingui-se por dificuldades
expressivas na comunicação e na interação social, além de alterações de
comportamento, visualizadas principalmente ao repetir movimentos, tais como,
o balanço do corpo e o apego a objetos de maneira estereotipada. Portanto,
mediante as dificuldades apresentadas, verifica-se que é de extrema
importância a realização de um diagnóstico precoce do transtorno a fim de que,
o quanto antes, proporcionar o estímulo da comunicação da criança e sua
socialização, através de acompanhamento e intervenções adequadas.

PROBLEMA DE PESQUISA

Quanto ao problema de pesquisa eliciamos a seguinte questão: Quais os


benefícios que o diagnóstico precoce acarreta à vida da criança portadora do
Transtorno do Espectro Autista?
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JUSTIFICATIVA

De acordo com o DSM – 5 (Manual Diagnóstico dos Transtornos


Mentais), p. __, as características essenciais do transtorno do espectro autista,
popularmente conhecido por autismo, são: prejuízo na comunicação e
interação social e padrões restritos e estereotipados de comportamento,
interesses ou atividades. Essas características estão presentes desde o início
da infância e limitam ou prejudicam o funcionamento diário, causando prejuízo
clinicamente significativo no funcionamento social, profissional ou em outras
áreas importantes da vida do indivíduo no presente.
Diante o exposto, vale ressaltar a importância de um diagnóstico
precoce com o intuito de iniciar o acompanhamento prematuro com
profissionais adequados, a fim de desenvolver certas competências na criança,
para que a mesma não seja tão limitada, visando diminuir o impacto da
perturbação autista em sua vida.
Conforme César aput Organização Mundial da Saúde (2015) tem-se
como estimativa que no mundo existam 70 milhões de pessoas com autismo.
No Brasil, a prevalência é de que 2 milhões de pessoas tenham algum grau do
transtorno: leve, moderado ou severo. Uma a cada 50 crianças pode ser
acometida pelo transtorno, sendo a predominância maior em meninos, na
proporção de três meninos para uma menina.
Em dois de abril de 2008, o Brasil aderiu à celebração do Dia Mundial de
Conscientização do Autismo, estabelecido pela Organização das Nações
Unidas (ONU). O intuito é chamar atenção da sociedade sobre o transtorno e
levantar discussão a respeito do autismo. A cor azul foi escolhida para
simbolizar o autismo, uma vez que, a patologia é mais comum nos meninos.
Portanto, diante de tais informações, enfatiza-se a relevância desta
pesquisa na busca de conhecimentos relacionados ao tema, o qual ampliará o
entendimento sobre o autismo, visando verificar a importância e as formas de
identificação prematura do transtorno, as principais dificuldades encontradas
pelas crianças autistas e ainda enfatizar a importância de um acompanhamento
especializado.
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OBJETIVO GERAL

Ressaltar a importância de um diagnóstico precoce do transtorno do


espectro autista.

OBJETIVOS ESPECÍFICOS

1) Identificar formas de reconhecimento do autismo;


2) Compreender os benefícios que um diagnóstico precoce proporciona
à vida da criança.
3) Estabelecer os desafios encontrados pelos portadores do transtorno
do espectro autista;

METODOLOGIA

A metodologia utilizada será uma pesquisa de campo, a qual consistirá


na observação, coleta e análise de comportamentos presentes em crianças em
fase escolar, na faixa etária de 3 anos. Será elaborado um protocolo de
observação que se fundamentará, através de uma análise qualitativa,
responder as questões levantadas nos objetivos propostos.

Segundo Gonçalves (2001, p.67):

A pesquisa de campo é o tipo de pesquisa que pretende buscar a


informação diretamente com a população pesquisada. Ela exige do
pesquisador um encontro mais direto. Nesse caso, o pesquisador precisa ir ao
espaço onde o fenômeno ocorre, ou ocorreu e reunir um conjunto de
informações a serem documentadas [...].
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A pesquisa ainda possui caráter exploratório, uma vez que, para Gil
(2007), esta pesquisa tem como finalidade permitir melhor conhecimento com o
tema estabelecido, através de levantamento bibliográfico. O levantamento
bibliográfico consistirá na seleção de artigos científicos que abordam sobre o
Transtorno do Espectro Autista.

PARTICIPANTES DA PESQUISA

Os envolvidos nesta pesquisa serão 30 alunos da pré-escola pública,


com faixa etária de três anos, e ainda os pais e professores destas crianças. É
importante destacar que os alunos participantes estão distribuídos em três
turmas distintas, sendo que, todas as turmas possuem o mesmo número de
alunos.

INSTRUMENTO DA PESQUISA

Instrumentos são meios de coleta de dados. Nesta pesquisa o


instrumento utilizado será um protocolo de observação, o qual, além de ser
nossa ferramenta para coleta de dados, será utilizado para obter respostas
para a questão levantada em nosso problema de pesquisa: Quais os benefícios
que o diagnóstico precoce acarreta à vida da criança portadora do Transtorno
do Espectro Autista?
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DESENVOLVIMENTO TEÓRICO

O Transtorno do Espectro Autista é classificado como uma síndrome


neuropsiquiátrica identificada por comportamentos que se repetem e
estereotipados, seguidos por comprometimento em sua comunicação e no
convívio social e ainda com repertório limitado de preferências e atividades. O
autismo possui três classificações, de acordo com a intensidade: leve,
moderada ou severa. Tais classificações visam orientar os profissionais sobre
as intervenções que serão mais adequadas para cada caso,
especificadamente.
Dados mundiais presumem que a cada 88 nascidos vivos um apresenta
o autismo, acometendo mais o gênero masculino. Já no Brasil, em 2010, se
têm a estimativa que há 500 mil indivíduos com autismo. Com a promulgação
da Lei nº 12.764 em 2012, que institui a “Política Nacional de Proteção dos
Direitos da Pessoa com Transtorno do Espectro Autista”, tais indivíduos foram
considerados oficialmente detentores do direito a todas as políticas de inclusão
do país.
Para se diagnosticar o autismo é realizada inicialmente uma observação
da criança, entrevistas com seus pais ou responsáveis e utilização de
instrumentos adequados ao transtorno. Os critérios utilizados para o
diagnóstico do autismo são referidos no Manual Estatístico e Diagnóstico da
Associação Americana de Psiquiatria, o DSM. Com o passar dos anos os
critérios estão tendo evoluções. O DSM-V é um instrumento de extrema
importância para conduzir o diagnóstico médico dos sujeitos com o Transtorno
de Espectro Autista. Também, há outros testes de identificação para o autismo,
como: Indicadores Clínicos de Risco para o Desenvolvimento Infantil e a Escala
de Classificação de Autismo na Infância.
De acordo com o DSM-V, para que o diagnóstico do autismo seja
confirmado, o profissional deve avaliar se a criança apresenta as seguintes
características:
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1. Dificuldade nas relações com os outros, dificuldade para ter uma


conversa dentro da normalidade, não demostrar nenhum tipo de
interesse e sentimentos.

2. Déficits na comunicação nas relações sociais, tanto nas verbais e


não verbais, nenhum contato visual dificuldade na percepção e uso
de gestos e nenhuma expressão facial.

3. Dificuldade para ter, nutrir e entender relações com os outros,


dificuldade em partilhar brincadeiras e fazer amizades.

A avaliação do diagnóstico deve ser realizada por uma equipe


interdisciplinar composta por: pediatra, neurologista, psiquiatra, psicologia,
fonoaudiologia, pedagogia, terapia ocupacional, fisioterapia e orientação
familiar. Mesmo se o diagnóstico for realizado por um único profissional, a
criança deverá ser encaminhada para outros especialistas, para possibilitar que
as dificuldades encontradas sejam adequadamente tratadas.
Ao se diagnosticar o TEA é de extrema importância seguir alguns
processos:
➢ Entrevista clínica com os pais ou responsável: compõe um meio
essencial no processo diagnóstico. Para buscar informações sobre a
vida social e familiar da criança, como foi à gravidez, o parto e o
desenvolvimento da infância, tipos de comportamentos, nível de
desempenho da criança em áreas distintas.
➢ Avaliação médica: aspectos médicos frequentemente pesquisados
abrangem distúrbios de ordem neurológica, metabólica e
hereditariedade. Também são averiguadas outras prováveis
circunstâncias e alterações como problemas na visão, audição,
linguagem, dificuldades em alimentar e para dormir.
➢ Avaliação psicológica: a avaliação psicológica sendo ministrada de
forma adequada irá fornecer elementos detalhados do desenvolvimento
cognitivo e adaptativo do autista, sendo eficaz para uma elaboração de
uma proposta de intervenção.
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➢ Encaminhamento para outros profissionais: visto que o diagnóstico de


autismo seja confirmado os profissionais devem definir quais são
encaminhamentos necessários para tratamento. É fundamental, que o
autista e a sua família sejam conduzidos para programas educacionais
característicos. Dessa maneira, pode-se garantir que todas as áreas em
que a criança tenha dificuldades sejam adequadamente tratadas.

A principal dificuldade no diagnóstico do autismo incide justamente na


carência de informação por parte daqueles que fazem parte do convívio
próximo da criança, principalmente da família. A família geralmente não sabe
quais são os sinais a se atentar e qual o momento para procurar um
profissional. Na maioria das vezes, os pais subestimam os sinais do transtorno,
apontando-os como “característicos para a idade” ou ainda os definindo como
“apenas uma fase”. Em outros casos, os pais têm ciência do transtorno,
percebem os sinais, porém, ao procurar um especialista e o diagnóstico de
autismo emergir, estes não o aceita e vão em busca de outro especialista,
fazendo disto um ciclo, no qual o único que se torna prejudicado é a própria
criança que não recebe acompanhamento no momento que deveria receber.
Vale ressaltar que todo o tratamento precisa ser realizado por uma
equipe multidisciplinar (psicólogos, fonoaudiólogos, terapeutas ocupacionais,
médicos, profissionais da educação e outros), com o intuito de conseguir
avanços de forma rápida e satisfatória.
De acordo com Furbino (2014) quando o transtorno é identificado em
menores de 3 anos, a melhora é de 80%, aos 5 anos cai para 70% e, acima
disso, a criança fica muito prejudicada. A fala é considerada como um dos pré-
requisitos básicos para a socialização e aprendizagem da leitura e grafia,
contudo, quando não é adquirida no período correto do desenvolvimento
infantil, leva a criança a não interagir de forma oral com outras pessoas.
O cérebro se apropria de determinados estímulos com menor idade, e
comumente não atinge seus melhores resultados quando estimulado
tardiamente, portanto, o diagnóstico precoce e o início do tratamento
necessário leva à redução precoce de danos, à proteção do funcionamento
intelectual e promoção da adaptação, consequente melhora da qualidade de
vida, o direcionamento das habilidades do indivíduo para sua autonomia e à
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diminuição da angústia da família. Quando a criança é diagnosticada em idade


precoce e recebe acompanhamento com intervenções apropriadas, ela pode
eventualmente adquirir níveis de desenvolvimento e aprendizagem mais
adequados para a sua faixa etária.
Um fator responsável pelo benefício do tratamento precoce é a
plasticidade do cérebro, que se encontra mais apto à adaptação até os três
anos de idade, a partir dos estímulos recebidos. Assim, quanto mais estímulos
a criança autista receber nessa fase, mais ela poderá se desenvolver.
No que diz respeito aos desafios encontrados por quem possui o
transtorno, os principais desafios referem-se a assuntos ligados a inclusão
destes indivíduos, principalmente no contexto escolar e profissional.
A inclusão social do autista é indispensável em todas as fases da vida,
pois é exclusivamente com a inclusão que se torna possível o desenvolvimento
de seus potenciais e autonomia.
Porém, apesar da existência da legislação e de políticas públicas que
garantem a inclusão do autista no meio social, infelizmente essa inserção não
ocorre como realmente deveria de fato. Portanto, é preciso, para além da
equipe profissional, estimular as capacidades e desenvolver as habilidades
existentes da criança que não são experimentadas frequentemente. É
importante que a escola reestruture seu plano pedagógico a fim de incluir
totalmente os autistas no ensino regular e ainda proporcionar que estes sejam
aceitos e vistos como os demais, de forma que eles desenvolvam suas
capacidades, autonomia e interação social, uma vez que, tais características
são essenciais para a inserção no mercado de trabalho.
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REFERÊNCIAS

CÉSAR, M. Autismo afeta cerca de 1% da população. 2015. Disponível em:


http://www.saude.mg.gov.br/ajuda/story/6884-autismo-afeta-cerca-de-1-da-populacao.
Acesso em 24/11/2017.

DSM-5 - Manual Diagnóstico e Estatístico de Transtornos Mentais. 5ª Edição.


Autor: American Psychiatric Association (APA). Editora Artmed

FURBINO, Z. Autismo: Diagnóstico precoce é fundamental para estimular


crianças na comunicação e socialização. 2014. Disponível em:
https://www.uai.com.br/app/noticia/saude/2014/09/14/noticias-saude,191603/autismo-
diagnostico-precoce-e-fundamental-para-estimular-criancas-na.shtml. Acesso em:
27/11/2017.

GONÇALVES, Elisa Pereira. Iniciação à pesquisa científica. Campinas, SP: Editora


Alínea, 2001.

GIL, A. C. Como elaborar projetos de pesquisa. 4. ed. São Paulo: Atlas, 2007. Pg
41. Disponível em:
http://www.urca.br/itec/images/pdfs/modulo%20v%20%20como_elaborar_projeto_de_
pesquisa_-_antonio_carlos_gil.pdf. Acesso em 23/11/2017.

LONGO, J. Autismo e os desafios no mercado de trabalho. Disponível em:


http://www.psicologiasdobrasil.com.br/autismo-e-os-desafios-no-mercado-de-trabalho/

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