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Ar Condicionado e
Ventilação
Ar Condicionado e Ventilação Prof. Juvenil Jr. 2
Cronograma da Disciplina
EMENTA:
Introdução: calor, primeira e segunda leis da termodinâmica, mistura ar-vapor d’água, carta
psicrométrica, umidificação e desumidificação. Dados para o projeto. Cálculo da carga
térmica. Meios de condução do ar. Ventilação e exaustão. Torres de arrefecimento e
condensadores evaporativos. Controles automáticos. Instalações típicas.
Bibliografia Básica:
CREDER, Hélio; Instalações de ar condicionado; 6ª edição; Rio de Janeiro. Ed. LTC; 2003;
SILVA, J. de Castro, Refrigeração e Climatização para Técnicos e Engenheiros, Ed. Ciência
Moderna
COSTA, Ennio Cruz. Ventilação. 1ª edição. São Paulo. Ed. Edgard Blucher. 2005.
Bibliografia Complementar:
NBR 16401:2008 – Partes 1, 2 e 3. Instalações de ar-condicionado - Sistemas centrais e unitários.
Rio de Janeiro: ABNT.
DOSSAT, R. J. Princípios de Refrigeração. Ed. Hemus, 1980.
MILLER, M. R.; MILLER, R. Refrigeração e Ar Condicionado. Rio de Janeiro: LTC, 2008.
SILVA, J. G. Introdução à Tecnologia da Refrigeração e Climatização. São Paulo: Ed. ArtLiber,
2004.
SILVA, R. B. Manual de Refrigeração e Ar Condicionado. São Paulo: FEI PUC, 1968.
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Índice
Revisão de Transferência
de Calor
Uma simples definição, mas geral, fornece uma resposta satisfatória para a
perguntar: O que é transferência de calor?
Transferência de calor (ou calor) é energia térmica em trânsito devido a uma
diferença de temperaturas no espaço.
Sempre que houver uma diferença de temperatura em um meio ou entre meios,
haverá, necessariamente, transferência de calor [1]. Na figura 1.1 é apresenta os
diferentes tipos de processos de transferência de calor por modos.
𝑑𝑇
𝑞 𝑥 𝑘 (1.1)
𝑑𝑥
1.2 Convecção
O modo de transferência de calor por convecção abrange dois mecanismos:
movimento molecular aleatório (difusão) e o movimento global do fluido. Este
movimento do fluido está associado ao fato de que, em um instante qualquer, um
grande número de moléculas está se movendo coletivamente ou como agregado.
Tal movimento, na presença de um gradiente de temperatura, contribui para a
transferência de calor.
Considere o escoamento de um fluido sobre a superfície aquecida da figura 1.5.
Distribuição da Distribuição da
velocidade temperatura
u(y) T(y)
Superfície
aquecida
Figura 1.5: Desenvolvimento da camada limite na transferência de calor por convecção [1].
Escoamento Componentes
forçado quentes sobre
placas de
circuitos
impressos
Figura 1.6: Processos de transferência de calor por convecção: (a) convecção forçada, (b)
convecção natural.
Ar úmido
Gotas de
água
Água
Fria
Bolhas
de vapor Água
Placa quente
1.3 Radiação
A radiação térmica é a energia emitida pela matéria que se encontra a uma
temperatura não-nula. A energia do campo de radiação é transportada por ondas
eletromagnéticas.
Considere os processos de transferência de
calor por radiação na superfície mostrados na figura
1.8. A radiação que é emitida pela superfície tem
sua origem na energia térmica da matéria
delimitada pela superfície e a taxa na qual a
energia é liberada por unidade de área (W/m²) é
conhecido como poder emissivo, E, da superfície. Figura 1.8: Troca por radiação
Há um limite superior para o poder emissivo, que em uma superfície [1].
é determinado pela lei de Stefan-Boltzmann
(1.7)
Onde TS é a temperatura absoluta (K) da superfície e é a constante de Stefan-
Boltzmann (5,67 x 10-8 W/(m² . K4)). Tal superfície é chamada um radiador ideal ou
corpo negro.
O fluxo térmico emitido por uma superfície real é menor do que aquele emitido
por um corpo negro à mesma temperatura e é dado por:
(1.8)
Figura 1.9: Transferência de calor através de uma parede plana. (a) Distribuição de
temperaturas; e (b) Circuito térmico equivalente [1].
(1.10)
Uma resistência térmica pode também ser associada à transferência de calor por
convecção em uma superfície. A partir da lei do resfriamento de Newton:
(1.11)
(1.12)
(1.17)
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1.4.3 A Parede Composta
Figura 1.10: Circuito térmico equivalente para uma parede composta em série [1].
(1.20)
Onde é a diferença de temperatura global. O coeficiente global de
transferência de calor está relacionado à resistência térmica total e, a partir das
equações 1.19 e 1.20, verifica-se que UA=1/RTOT. Portanto, para a parede composto da
figura 1.10:
(1.21)
[ ]
1.2 O fluxo térmico através de uma lâmina de madeira, com espessura de 50 mm,
cujas temperaturas das superfícies sãod e 40 e 20°C, foi determinado como de a
40W/m². Qual é a condutividade térmica da madeira?
Noções de Refrigeração
Uma simples definição, sobre refrigeração, é que seu objetivo é remover o calor
de um corpo. O calor é uma forma de energia que o homem não pode destruir. Por
isso, ao ser removido, o calor é transferido de um local onde não é desejado para
outro onde não incomoda.
O estudo apresentado aqui será dedicado ao condicionamento de ar para o
verão. Na figura 2.1 um recinto é condicionado cuja temperatura interna é TS, a
temperatura externa é TE, calor que entra no recinto representado por QE, o calor
gerado ou existente no recinto QG e calor total Q, uma vez que TE > TS.
TS
QE
Recinto Condicionado
TE
Q QG
Equipamento
frigorígeno
Figura 2.1 – Balanço térmico de um recinto. Adaptado: [2]
Quais devem ser as quantidades de calor removido, Qa, e rejeitado, Qr, por kg de
refrigerante circulado no ciclo?
̇ ̇
̇ ̇
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̇ ̇
̇
̇
Pode-se inferir da Eq. (3.6) que, para ciclo teórico, o COP é função somente das
propriedades do refrigerante, consequentemente, depende das temperaturas de
condensação e vaporização. Para o ciclo real, entretanto, o desempenho dependerá
em muito das propriedades na sucção do compressor, do próprio compressor e dos
demais equipamentos do sistema, como será visto adiante.
Outra forma de indicar eficiência de uma máquina frigorífica é a Razão de
Eficiência Energética (EER), cujo nome se deriva do inglês Energy Efficiency Rate,
sendo dada pela expressão abaixo:
[ ]
̇
⁄ [ ]
̇
⁄ [ ]
De forma idêntica aos dois casos anteriores, a Figura 2.11 mostra a influência do
subresfriamento do líquido na saída do condensador sobre a eficiência do ciclo.
Embora haja um aumento no COP do ciclo com o aumento do sub-resfriamento, o
que é ótimo para o sistema, na prática se utiliza um sub-resfriamento para garantir que
se tenha somente líquido na entrada do dispositivo de expansão, o que mantém a
capacidade frigorífica do sistema, e não com o objetivo de se obter ganho de
eficiência.
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Figura 2.13: Esquema do sistema de refrigeração por compressão mecânica de vapor. [6]
Figura 2.16: Esquema simplificado do ciclo aberto de refrigeração por expansão de ar.[6]
Tabela 2.2: Resumo das datas previstas para a proibição dos CFCs
―Phase-Out‖ Refrigerante Ação
1996 R11, R12, R500 Extingue a produção dos refrigerantes.
Equipamentos não mais fabricados
2010 HCFC-22 Equipamentos não mais fabricados
2020 HCFC-22 Extingue a produção dos refrigerantes
2020 HCFC-123 Equipamentos não mais fabricados
2030 HCFC-123 Extingue a produção dos refrigerantes
Quais devem ser as quantidades de calor removido, Qa, e rejeitado, Qr, por kg de
refrigerante circulado no ciclo e COP? Faça o gráfico T x s.
b) Situação II:
Quais devem ser as quantidades de calor removido, Qa, e rejeitado, Qr, por kg de
refrigerante circulado no ciclo e COP? Faça o gráfico T x s.
Psicrometria
O estudo detalhado da mistura ar seco – vapor d’água e de tal importância que
constitui uma ciência à parte, a Psicrometria, dotada de todo um vocabulário próprio.
A Psicrometria é definida como o ramo da física relacionado com a medida ou
determinação das condições do ar atmosférico, particularmente com respeito à
mistura ar seco – vapor d’água, ou ainda, aquela parte da ciência que esta de certa
forma intimamente preocupada com as propriedades termodinâmicas do ar úmido,
dando atenção especial às necessidades ambientais, humanas e tecnológicas.
O conhecimento das condições de umidade e temperatura do ar é de grande
importância. Além do conforto térmico, que depende mais da quantidade de vapor
presente no ar do que propriamente da temperatura, também em muitos outros ramos
da atividade humana. A conservação de produtos como frutas, hortaliças, ovos e
carnes, em câmaras frigoríficas depende da manutenção da umidade relativa
adequada no ambiente. Por exemplo, a perda de peso depende da umidade do ar
na câmara de estocagem, se a umidade é baixa, a perda de peso é elevada e vice-
versa.
3.1.1 Ar Seco
Linha de vapor
saturado
Ponto de
orvalho
s
Figura 3.4: Temperatura de bulbo seco e bulbo úmido.
O uso das cartas psicrométricas permite a análise gráfica dos processos que
envolvem o ar úmido, facilitando assim a solução de muitos problemas típicos dos
sistemas de condicionamento de ar. A figura 3.5 apresenta a carta psicrométrica para
o nível do mar.
Essa carta contêm todas as propriedades do ar úmido discutidas anteriormente.
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Na Carta Psicrométrica:
Evaporação: consiste em percorrer uma linha de TBS igual ao acréscimo de
umidade do ar.
Condensação: é o contrário.
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Calor Sensível: é o calor que aumenta a temperatura do ar, sem alterar o
conteúdo de umidade do mesmo.
Na Carta Psicrométrica: uma alteração do Calor Sensível é representada por
uma linha de Umidade Absoluta constante (horizontal). Ocorrem variações de
entalpia e de TBU.
Na figura 3.6 é mostrada esquematicamente a divisão de todas as partes que
compõem a carta psicrométrica.
O calor retirado do ar pelo processo pode ser calculado da mesma forma que o
caso anterior. Na figura 3.10 é apresentado um esquema básico do processo de
resfriamento seco, onde a água gelada com a temperatura superior, igual ou pouco
menor que a temperatura de orvalho do ar, passa por um circuito de tubos.
Onde:
tA = temperatura de bulbo seco do ar na entrada do processo;
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tB = temperatura de bulbo seco do ar na saída do processo;
tC = temperatura de bulbo úmido do ar na entrada, a qual coincidiria com a
temperatura de bulbo seco da saída se o ar saturasse completamente.
3.2.6 Mistura de ar
Onde:
= Calor sensível em kcal/h;
m = quantidade de ar em jogo em kg/h;
c = calor específico do ar = 0,24 kcal/kg°C para o ar padrão;
= temperaturas do ar na entrada e na saída em °C.
Onde:
Q= vazão de ar em m³/h.
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Assim a expressão do calor sensível será:
Ou
Onde:
= Calor total em kcal/h;
= Vazão de ar em m³/h;
= Entalpia do ar entrando e saindo em kcal/kg.
Onde:
= Calor total em kcal/h;
= Vazão de água em litros por minuto;
= Diferença entre as temperaturas da água na saída e na entrada do
condensador.
III. Pela capacidade de retirada dos calores sensível e latente obtidos através
das temperaturas de entrada e saída das serpentinas do evaporador:
Onde:
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= Vazão de água gelada em m³/h;
= Capacidade total em kcal/h;
= diferencial de temperatura em °C no resfriador de água.
Onde:
Para que haja transferência de calor da água para o ar, é necessário que a
temperatura da água seja superior à do bulbo úmido do ar. Teoricamente a
temperatura limite com a qual a água pode ser refrigerada é a do bulbo úmido do ar
circulante. A diferença entre a temperatura da água na saída da torre e a
temperatura BU do ar é o approach.
O rendimento da torre é medido pela seguinte relação:
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Onde:
= Temperatura da água quente que entra;
= Temperatura da água fria que sai;
= Temperatura do bulbo úmido do ar;
= approach.
Exemplo 3.10: A temperatura da água ao entrar em uma torre é de 46°C, sua vazão é
de 6,25 m³/h e a pressão atmosférica é normal. O ar entra nas temperaturas BS =35°C
e BU = 25°C e deixa a torre na temperatura de 38°C, saturado. A temperatura da água
ao sair da torre é de 29,2°C. Calcular o rendimento da torre e o approach.
Exercícios do Capítulo 3
3.5. Num ambiente com ar condicionado a temperatura do bulbo seco deve ser
mantida a 25°C e a umidade relativa 50%. Calcular a temperatura do BS em que o ar
deixa as serpentinas do evaporador, supondo-o saturado e usando a carta
psicrométrica.
4.1.1 Metabolismo
M=E±R±C+B±S
Onde:
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M: metabolismo, W;
E: perda por evaporação, W;
R: transferência de calor por radiação, W;
C: transferência de calor por convecção, W;
B: perda de calor por respiração, W;
S: taxa de variação de energia armazenada no corpo, W.
Sendo o conforto térmico humano, afetado por muitas variáveis já que ele é
função do metabolismo, não é possível estabelecer-se para as mesmas regras fixas.
Os melhores resultados são obtidos com condições aproximadas para as quais a
maioria dos ocupantes de um ambiente se sintam confortáveis.
Experiências foram realizadas com pessoas vestidas com roupa comum e
submetidas a várias condições de temperatura, umidade relativa e movimento do ar,
anotando-se as reações em face das diversas condições, donde surgiu um parâmetro
de conforto denominado temperatura efetiva que representa um índice que se
aplica ao corpo humano e diz respeito ao grau de calor ou de frio experimentado em
certas combinações das grandezas citadas.
A figura 4.3 mostra o ábaco de conforto para verão e inverno da ASHRAE para
ocupações contínuas durando mais que três horas e movimentação do ar de 0,08 a
0,13 m/s. A temperatura efetiva é sempre menor do que a lida no termômetro de
bulbo seco, somente na umidade relativa de 100% é que são iguais. Durante o verão,
a maioria das pessoas que tenham permanecido numa atmosfera condicionada
durante mais de 3 horas, sentir-se-á tão fria a 24°C de bulbo seco e 60% de umidade
como a 26°C de bulbo seco e 30% de uma idade, porque ambas as condições caem
na linha de 22°C de temperatura efetiva na figura 4.3. A curva na porção superior
esquerda da figura 4.3 indica a percentagem de pessoas que se sentem confortáveis
durante o tempo de verão para as condições entre 18°C e 26°C de temperatura
efetiva. Os estudos conduzidos pela American Society of Heating, Refrigerating and Air
Conditioning Engineers, ASHRAE com umidades relativas entre 30 e 40% indicam que
98% das pessoas se sentem confortáveis quando as temperaturas de bulbo seco e
úmido caem na linha de 22°C de temperatura efetiva.
A figura 4.3 foi preparada para aproximadamente 40 de latitude Norte e altitudes
inferiores a 300 m.
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Temperatura Temperatura de
Permanência Umidade Relativa
Efetiva Bulbo Seco
Entre 45 minutos e
23,3°C 26,6°C 50 %
3 horas
Menos de 40
23,8°C 27,7°C 45 %
minutos
Figura 4.6: Sistema de ar condicionado de expansão indireta (água gelada com condensação
a ar). [2]
Figura 4.8: Instalações centrais com circulação de água gelada nas serpentinas.
São os tipos de ar-condicionado mais utilizados por dois motivos: são facilmente
encontrados e são os mais baratos. Contudo, é bom lembrar o alto nível de consumo
de energia elétrica e também ruído.
Posicionamento:
Sempre que possível posicionar o aparelho no centro da parede e de frente para
a maior dimensão do ambiente a ser refrigerado.
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Instalação:
Para conseguir melhor rendimento do condicionador de ar evitar instalá-lo em
locais com incidência direta de raios solares ou próximo de fontes geradoras de calor.
Também deve ser evitado posicioná-lo em ambientes fechados onde a
movimentação de ar externo fique prejudicada.
Na impossibilidade de instalar o condicionador de ar à sombra, deve protegê-lo
da luz direta do sol, por meio de um toldo.
(b)
(a)
Figura 4.15: Em (a) detalhe do fluxo de ar através das aletas do evaporador e condensador e
em (b) detalhe do moto ventilador e das hélices. [5]
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4.5.2 Condicionador de Ar Split-System
Split System significa sistema separado, onde uma unidade fica na parte interna
do recinto (Evaporador) e outra parte fica na parte externa (Unidade Condensadora).
Na figura 4.16 é apresentado um exemplo de instalação de um Split, a unidade interna
contém o evaporador e um moto ventilador, e a unidade externa que é a unidade
condensadora.
Instalações - Sifão
Quando a unidade evaporadora está acima da unidade condensadora, deve-
se na linha de sucção colocar um sifão invertido.
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Função: Quando o motocompressor parar, o fluido refrigerante líquido do
evaporador não irá para a sucção do motocompressor evitando que o mesmo volte a
funcionar inundado de líquido.
Utilizado em desníveis superiores a 3 metros.
Possui o objetivo de auxiliar o arraste do óleo de volta ao motocrompressor.
O fluido refrigerante é o responsável pelo arraste do óleo.
Dispositivo de Expansão
Utilizam tubo capilar equipamentos com capacidade de até 24000BTU/h;
Figura 4.23: Circuito de um Split com ciclo frio (sem a válvula reversora).[5]
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Instalação dos Equipamentos:
Para conseguir melhor rendimento do sistema é necessário seguir algumas regras
para instalação dos equipamentos. Na figura 4.24, é apresentado o espaçamento
mínimo recomendado para instalação do evaporador. Para cada modelo adquirido é
necessário uma consulta ao manual do fabricante para verificar suas recomendações.
Na figura 4.28 é mostrado o detalhe do furo para a passagem dos tubos cabos
que fazem a ligação entre as unidades.
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Figura 4.28: Detalhe do furo para passagem dos tubos e cabos. [5]
Fan-Coil
O Fan-Coil é um condicionador de ar que recebe a água gelada produzida no
evaporador do Chiller. A palavra ―Fan‖ está relacionada a ―ventilação‖ e a palavra
―Coil‖ está relacionada a ―Serpentina‖, então a serpentina e o ventilador são os dois
componentes básicos que formam um Fan-Coil.
As figuras 4.34 e 4.35 mostram um circuito básico que ilustram a circulação da
água gelada entre o evaporador, fan-coil e a B.A.G. (Bomba de Água Gelada).
Figura 4.34: Detalhe da circulação da água gelada em um Chiller com condensação à Água.
[5]
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Figura 4.35: Detalhe da circulação da água gelada em um Chiller com condensação a Ar.[5]
Para locais de áreas superiores a 400 m², como nos shoppings, bancos e
indústrias, os sistemas self-containers são mais indicados (expansão direta ou indireta)
ou de água gelada. Para instalação até 14 TR, máquinas com condensadores a ar
podem ser usadas. Se for maior, a condensação a água deve ser usada, o que
implica a instalação de torres de arrefecimento, com bombas e tubulações hidráulicas
que oneram a instalação em aproximadamente 30%. É necessário ter água em
abundância e de boa qualidade.
Croqui da instalação:
o Medir a sala: paredes e aberturas, em metros.
o Representar graficamente, os contornos (paredes) e as aberturas
(portas/janelas).
o Determinar a orientação solar, indicando o lado norte com uma seta.
TIPO 1 - Janelas com Insolação: São as janelas que recebem calor pela
incidência direta dos raios solares.
o Determinar a área das janelas (m²) e sua orientação solar, posição em
relação aos pontos cardeais.
o A seguir, determina-se o tipo de proteção das janelas.
TIPO 3 - Paredes:
Construção Construção
Tipo 3 – Paredes
Leve Pesada
3.1 – Externas voltadas para o Sul 13 10
3.2 – Externas outras orientações 20 12
3.3 – Internas voltadas para
8
Ambientes não condicionados
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o Determinar a área das paredes.
o Incluir as portas e excluir as janelas.
o Verificar se há paredes externas voltadas para o sul ou internas, que
recebam calor de áreas sem ar condicionado.
o Multiplicar a quantidade de m² de parede pelos respectivos fatores
(constantes na planilha).
TIPO 4 - Teto:
TIPO 5 - Piso:
TIPO 6 - Pessoas:
Obs: havendo portas ou vãos com largura superior a 1,5m, considerar o ambiente
contíguo no cálculo da carga térmica.
Capital Fator
Rio de Janeiro 1,0
São Paulo 0,85
Vitória 1,0
Belo Horizonte 0,85
Manaus 1,05
Porto Alegre 0,9
Goiânia 1,0
Fortaleza 0,95
Onde:
Q = taxa de fluxo de calor transmitida em kcal/h
A = área da superfície normal ao fluxo em m²
x = espessura do material em metros;
K = condutividade térmica do material por unidade de comprimento e unidade
de área em kcal/h . m . °C
= diferença de temperatura entre as duas superfícies separadas pela
espessura x em °C
Onde:
Q = fluxo de calor em kcal/h;
A = área em m²;
C = condutância em kcal/h . m² . °C
= diferença de temperatura entre as superfícies em °C
Onde:
Q = fluxo de calor em kcal/h;
A = área em m²;
h = condutância superficial em kcal/h . m² . °C
= diferença de temperatura entre a superfície e o ar em contato em °C
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Os valores de h dependem da cor e rugosidade da superfície, bem como da
velocidade do vento.
Os valores médios para h são:
• Ar parado = 7,13 a 7,96 kcal/h . m² . °C
• Ar a 12 km/h = 19,5 kcal/h . m² . °C
• Ar a 24 km/h = 29,3 kcal/h . m² . °C
Onde:
Q = fluxo de calor em kcal/h;
A = área em m²;
U = coeficiente global de transmissão de calor em kcal/h . m² . °C
= diferença de temperatura em °C
Quando se usam vários materiais nas pareces que separam os ambientes, para
cálculos mais precisos utilizam-se as resistências que cada material opõe ao fluxo.
Essas resistências são os inversos das condutividades e condutâncias e são
somadas do mesmo modo que resistência s em série de um circuito elétrico.
1. Acabamentos:
- cimento asbestos
- gesso ½”
- lambris
- lambris de ¾”
- fibra de madeira
- emboço ou reboco (2cm)
2. Alvenaria:
- lã mineral (vidro ou rocha)
- verniculite
- concreto simples
- massa de cimento com agregados
- concreto com areia e pedra
- estuque
- tijolo comum (meia-vez)
- tijolo comum (uma-vez)
- tijolo de concreto furado de
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1 – Emboço – 2 cm
2 – Tijolo comum de uma vez – 20 cm
3 – Madeira de lei – 2,54 cm
Velocidade do ar exterior: 24 km/h
Q = q1 + q 2 + q 3
A parcela q3, que penetra no recinto é a que vai nos interessar nos cálculos da
carga térmica.
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Na tabela 5.3, de origem americana, temos os valores do fator solar obtido por
ensaios para esta parcela em kcal/h por m² de área de vidro, ou W/m², supondo-se a
janela sem proteção.
Tabela 5.3: Percentual Coeficiente de Transmissão do Calor Solar Através de Vidros (Fator Solar).
[2]
22°54 ’Latitude Sul (Fator Solar) de Áreas de Vidro Valores Máximos em
NE
N
NO
O
SO
CLARABÓIA
Obs.: Estes valores são para janelas com esquadrias de madeiras; para
esquadrias metálicas multiplicar por 1,15.
Exemplo 5.3: Determine a quantidade de calor solar transmitido através de uma janela
de vidro sem proteção, com os seguintes dados:
• Dimensões: 4,00 x 2,00 m;
• Local: Rio Janeiro;
• Hora: 16 h;
• Data: 20 de fevereiro;
• Janela voltada para oeste.
[ ]
Onde:
Q = watts;
A = área em m²;
U = coeficiente global de transmissão de calor em kcal/h . m² . °C
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Te = temperatura do exterior em °C;
Ti = temperatura do interior em °C;
t = acréscimo ao diferencial de temperatura dado pela tabela 5.4.
Onde:
q = watts ou kcal/h;
A = área lateral do duto exposta ao calor, em m²;
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U = coeficiente global de transmissão de calor dado pela tabela 5.5.
= diferencial de temperatura entre o ar exterior e o ar interior ao duto, em °C.
Tabela 5.5: Coeficiente Global de Transmissão de Calor U para os Dutos em BTU/h por Pé
Quadrado de Área Lateral e em kcal/h.m².ºC de Área Lateral. [2]
Tipo de Duto
A = 2bc + 2ac = 2c (a + b)
Ambiente Calor Sensível Calor Latente Calor Total Calor Sensível Calor Latente Calor Total
Exemplo 5.6: Um teatro com 500 lugares deverá ser mantido a 25°C. É previsto um
máximo de 20 artistas trabalhando ao mesmo tempo. Qual deverá ser a carga térmica
devida às pessoas?
𝜂 𝑟𝑒𝑛𝑑𝑖𝑚𝑒𝑛𝑡𝑜 𝑑𝑜 𝑚𝑜𝑡𝑜𝑟
Na tabela 5.7 tem-se o ganho de calor por HP para os motores elétricos, em
função da sua potência.
Até
Maior que
Iluminação incandescente:
q = total em watts, em unidades SI;
q = watts x 3,4, quando q é dado em BTU/h
Iluminação fluorescente:
q = total de watts x fator devido ao reator.
Para se ter a carga térmica em kcal/h, usar a relação: 1 kWh = 860 kcal.
A iluminação fluorescente necessita de um equipamento adicional para prover a
tensão necessária à partida e, após esta, a limitação de corrente. Esse equipamento é
o reator, que adiciona cerca de 20% de carga.
Deve-se levar em conta, no cálculo da carga térmica, que nem sempre todas as
lâmpadas estão ligadas na hora que se tomou por base para o cálculo; geralmente
na hora em que a carga térmica de insolação é máxima muitas lâmpadas podem
estar desligadas.
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Exemplo 5.8: Um equipamento de ar atende ao restaurante, ao salão de estar e à
portaria de um hotel onde temos a seguinte iluminação:
- Restaurante: 50 aparelhos de luz fluorescente de 4 x 40W;
- Salão de estar: 20 lustres, cada qual com 8 lâmpadas incandescentes de 100W;
- Portaria: 10 lâmpadas de 150 W, incandescentes.
Deseja-se saber a carga térmica devido à iluminação.
Máquina de café
(por queimador)
Aquecedor de alimentos
(banho-maria) (por )
Fritadeira
(capac. )
Fogão
(por queimador)
Torradeira
(capac. )
Neste método se supõe a troca de ar por hora dos recintos, de acordo com o
número de janelas e com base na tabela 5.10, mostrada abaixo:
Troca o ar significa renovar todo ar contido no ambiente por hora. Com isso
teremos o calor do ar exterior aumentado o do ar do recinto.
Assim, se num quarto temos, por exemplo, três paredes com janelas em contato
com o exterior, o calor devido à infiltração é caliculado na vase de duas trocas por
hora.
O calor sensível adicionado no recinto é dado pela fórmula:
Onde:
[ ]
Ar pelas Portas
m³/h por pessoa presente no recinto condicionado
Local
Porta Giratória (1,80 m) Porta de Vaivém (0,90 m)
Bancos 11 14
Barbearias 7 9
Drogarias e farmácias 10 12
Escritórios em geral - 7
Lojas em geral 12 14
Quartos de hospitais - 7
Restaurantes 3 4
Salas de chá ou café 7 9
Onde:
Exemplo 5.12: Retomemos o exemplo da carga térmica de um teatro com 500 lugares.
Queremos saber qual a quantidade de ar que deve ser fornecida pelo exterior. Qual
será a carga térmica devida à ventilação, se a temperatura e a umidade do ar interior
e exterior são:
- Interior – 25°C e 0,011 kg/kg de ar seco;
- Exterior – 32°C e 0,021 kg/kg de ar seco.
Ar Condicionado e Ventilação Prof. Juvenil Jr. 93
Exemplo 5.13: No recinto da figura mostrada, temos os seguintes dados:
- Ar de Insuflamento: 424,5 MCM;
- Ar de Retorno: 339,6 MCM;
- Perdas nas frestas: 17 MCM;
- Perdas por exaustão: 48,1 MCM.
Calcular a quantidade de ar exterior e ar de excesso.
Ou
Onde:
Q= vazão de ar em m³/h.
ti e te = temperaturas em °C.
qS = kcal/h.
Onde:
Pv = massa total do vapor d’água absorvido em kg/h;
m = massa do ar em kg/h;
Dg = variação da umidade do ar de insuflamento em kg/kg.
Ou também:
Onde:
Q = vazão de ar em m³/h;
UE2 = umidade específica na entrada em kg/kg de ar seco;
UE1 = umidade específica na saída em kg/kg de ar seco.
Onde:
Onde:
Q = vazão de ar em m³/h;
DL = variação de entalpia do calor latente em kcal/kg.
Exemplo 5.17: Um recinto deve ser mantido à temperatura de bulbo seco de 25°C. O
ar de insuflamento é lançado pelo ventilador com vazão de 150 m³/h e na
temperatura de bulbo seco de 10°C. Qual a carga de calor latente que deve ser
retirada pelo equipamento de desumidificação?
Ar Condicionado e Ventilação Prof. Juvenil Jr. 96
Ou
Onde:
= calor total em kcal/h;
Q = vazão de ar em m³/h;
m = massa de ar circulante em kg/h;
Dh = variação de entalpia do ar do insuflamento em kcal/kg.
Dividindo-as, tem-se:
Item A: deve ser preenchido de acordo com os dados disponibilizados pelo cliente;
A. CLIENTE
Endereço:
Pavimento:
Dependência:
Latitude: Hora:
Calor
Dimensões Área Fator
U DT sensível
(m m) (m²) Solar
Kcal/h
D.1 Janelas com
vidros
voltados p/
oeste
D.2 Janelas com
vidros
voltados p/ sul
D.3 Paredes
Voltadas p/
oeste
D.4 Telhados
D.5 Claraboias
D.6 Total de insolação
Item E: Preencher a tabela de acordo com as dimensões dos dutos: altura, espessura,
comprimento.
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E. GANHO NOS DUTOS – CALOR SENSÍVEL
Calor sensível
Dimensões (m) Área (m²)
U DT Kcal/h
a b c 2c ( a + b )
E.1Total nos
dutos
Calor
Calor Sensível
Watts HP Fator Latente
Kcal/h Kcal/h
G.1Pequenos motores
elétricos ( 2 HP ) ou
menores
G.2Pequenos motores
elétricos ( 3 HP ) ou
maiores
G.3Luz incandescente
G.4Luz fluorescente
G.5Equipamentos a gás
G.6Tubulações
G.7Diversos
G.8 Total devido aos equipamentos
Item H: Preencher a tabelas de acordo com frestas existentes no local; Janelas, portas,
e etc.
Item I: Preencher a tabela com o total do calor sensível e latente de cada item
calculado nas tabelas acima.
I. RESUMO
Item K: Preencher lacunas devido o calor latente, sensível, o calor total, de acordo
com os itens acima. Calcular a quantidade de refrigeração necessária e a média.
K.1 Sensível
Item I.1 _______________ kcal/h
Item J.2 _______________ kcal/h
Subtotal _______________ kcal/h
K.2 Latente
Item I.2 _______________ kcal/h
Item J.3 _______________ kcal/h
Subtotal _______________ kcal/h
K.3 Calor total
Item K.1 _______________ kcal/h
Item K.2 _______________ kcal/h
Subtotal _______________ kcal/h
Segurança 10% _______________ kcal/h
Total _______________ kcal/h
Ar Condicionado e Ventilação Prof. Juvenil Jr. 101
⁄
Toneladas de refrigeração: _______________ TR
Média _______________ m²/TR
L. TOTAL DE AR INSULFLADO
Exercícios do Capítulo 5
5.1 A fachada sudeste da Biblioteca Municipal tem uma área de 12m x 5m. Calcule
qual a redução de carga térmica prevista se for utilizada uma película reflexiva (30%
de redução de carga térmica). Avalie qual será a redução se a instalação possui um
custo mensal de R$ 600,00/TR. Faça esta avaliação considerando um período de 10
anos.
5.2. Calcular o coeficiente global de transmissão de calor para uma parede composta
das seguintes camadas:
- Emboço de 2 cm;
- Concreto com areia e pedra – 25 cm;
- Ladrilho de 2 cm;
- Velocidade do ar exterior 12 km/h.
5.4. Calcular a quantidade de calor solar transmitido através de uma janela de vidro
com os seguintes dados:
- Dimensões: 8,00 x 2,50 m
- Local: Região Sudeste;
- Hora: 17 h;
- Data: 22 de Dezembro;
- Face da janela voltada para o sul;
- Condições: sem proteção.
5.5. Se a janela do exercício anterior tiver a sua face voltada para oeste, qual a
quantidade de calor solar transmitida?
5.12. Calcular a quantidade de ar que deve ser insuflada em um recinto, para manter
as seguintes características internas:
- ti = 25°C
- qs = 45 kW (carga de calor sensível).
- Temperatura do ar de insuflamento de 19°C.
5.16. Calcular a quantidade de ar que deve ser insuflada em um recinto, para manter
as seguintes características internas:
- ti = 25°C;
- qS = 45 kW (carga de calor sensível).
- Temperatura do ar de insuflamento de 19°C.
Ar Condicionado e Ventilação Prof. Juvenil Jr. 104
Meios de Condução do ar
6.1 Dutos de chapas Metálicas
Dutos são condutores de ar que permitem sua circulação desde o ventilador até
os pontos de insuflamento, bem como o retorno.
O normal é a existência de recirculação do ar, isto é, uma vez circulando no
ambiente, o ar retorna à máquina: isso representa economia na instalação.
Em casos especiais, como salas de operações dos hospitais, locais de
emanações poluidoras etc., não será conveniente o retorno do ar à máquina; isso
onera a instalação.
Os dutos representam em custo médio cerca de 25% de toda instalação.
Para o dimensionamento dos dutos, precisamos levar em conta os seguintes
fatores:
Volume de ar a ser circulado;
Velocidade de ar através dos dutos;
Resistência a ser vencida no duto.
As partes componentes de um sistema de dutos são:
Dutos retos;
Curvas;
Desvios;
Peças de transição;
Registros divisórios e quadrantes;
Registros de volume e quadrantes;
Palhetas para as curvas;
Entre outros.
Figura 6.3: Como são empregados os registros nos dutos de condicionamento de ar. [2]
Onde:
v = velocidade em m/s (MPS)
g = aceleração da gravidade = 9,81 m/s²
h = diferença da gravidade em metros
Onde:
Q = vazão em m³/min (MCM);
A = área em m² (seção reta);
V = velocidade em m/min (MPM).
Exemplo 6.2: Quais as dimensões de um duto pelo qual passam 600 m³ de ar por
minuto, na velocidade de 450 metros por minuto?
Onde:
Q = vazão em m³/min
Qs = calor sensível
t2 = temperatura na entrada do evaporador
t1 = temperatura na saída do evaporador
Este método deve ser usado para pequenos sistemas ou em grandes sistemas
com poucos dutos, no máximo cinco ou seis bocas.
É um método empírico no qual é a velocidade arbitrariamente fixada no
ventilador e, com base na experiência, reduzida em sucessivas etapas.
Exemplo 6.3: Dimensione um sistema de duto cujas vazões de três das bocas são de 10
MCM ( m³/min) e duas de 30 MCM .
Ar Condicionado e Ventilação Prof. Juvenil Jr. 108
6.2.2 Método da igual perda de carga
Figura 6.5: Ábaco 1 – Perda por Atrito nos dutos retos. [2]
Exemplo 6.5: Utilizando os dados do problema anterior, calcule as dimensões dos dutos
pelo método da igual perda de carga para os trechos E, D e C e bocas 1 e 2, cuja
vazão é 30 MCM em cada, e na boca 3, que possui vazão de 10 MCM,
estabelecendo uma resistência ou perda de carga de 0,084 mm/m nessas bocas.
Ar Condicionado e Ventilação Prof. Juvenil Jr. 110
Este método é bem mais complexo que os dois anteriores, e sua aplicação só se
justifica em casos especiais.
Baseia-se no princípio de que, num sistema de dutos sob a ação do ar em
determinadas vazão e velocidade, temos as seguintes pressões em jogo:
Pressão estática (Pe): que pode ser medida aplicando-se o manômetro de
coluna d’água na extremidade do duto;
Pressão total (Pt): medida aplicando-se o manômetro no meio do duto;
Pressão devida à velocidade (Pv), que resulta da equação:
Pt = Pv + Pe
Já sabemos que:
Pt = Pv + Pe
É a pressão total que o ventilador precisa vencer para insuflar o ar nos recintos
condicionados.
A pressão total representa as perdas por atrito nos trechos retos e as perdas
localizadas nas derivações, curvas, joelhos e etc.
Não se considera as perdas nos ventiladores, pois já são consideradas pelos
fabricantes.
Os dutos de insuflamento, de retorno e o de ar exterior são considerados
separadamente no cálculo: o de insuflamento é sempre computado, e, para os de
retorno e exterior, toma-se o que conduz as maiores perdas.
As grelhas podem ser simples, quanto não têm meios de controle de ar, ou com
registro, quando existem réguas móveis que permitem o controle da vazão de ar.
Ambas as grelhas podem ser usadas para o insuflamento ou retorno do ar ao
recinto.
Ar Condicionado e Ventilação Prof. Juvenil Jr. 115
Figura 6.13: Percurso do ar em um recinto com grelha de insuflamento em uma parede lateral.
[2]
Exemplo 6.10. Determinar a altura em relação ao piso deve ser instalada uma grelha
unidirecional, de modo que o jato seja de 12,2m e a velocidade de 30,5 por minuto.
Ar Condicionado e Ventilação Prof. Juvenil Jr. 117
Figura 6.17: Detalhe da deflexão angular aproximada do ar ao sair de vários tipos de grelhas.
[2]
Ar Condicionado e Ventilação Prof. Juvenil Jr. 118
Figura 6.18: Sugestões para a seleção das grelhas em diferentes recintos. [2]
Exercício do Capítulo 6
6.1 Dimensione o sistema de dutos pelo método da velocidade, cujas vazões são
mostradas na tabela abaixo.
Boca 1 12 MCM
Boca 2 30 MCM
Boca 3 18 MCM
Boca 4 25 MCM
Boca 5 15 MCM
Retorno 85 MCM
Ar Exterior 15 MCM
Velocidade do
12 m/s
Ventilador
Velocidade na
7 m/s
Boca 1
Ar Condicionado e Ventilação Prof. Juvenil Jr. 119
Ventilação e Exaustão
7.1 Definições
Onde:
= Pressão estática do ventilador;
= Pressão total na saída;
= Pressão total na entrada;
Ar Condicionado e Ventilação Prof. Juvenil Jr. 120
= Pressão devida à velocidade na saída;
= Pressão estática na saída.
Para se calcular a quantidade de ar que deve ser introduzida nos recintos para
fins de ventilação, pode-se tomar como base a Tabela 7.1, extraída de publicações
estrangeiras, que estabelece tempo (minuto), em diversos ambientes, para uma troca
de ar.
e) Mista
Onde:
= quantidade de calor sensível em kcal/h;
m = massa de ar em kg/h;
c = 0,24 kcal/kg°C;
= diferencial de temperatura em °C entre o recinto e o exterior.
Ar Condicionado e Ventilação Prof. Juvenil Jr. 123
Em unidades SI, já vimos que da expressão da quantidade de calor em kcal a ser
retirada por hora, pode-se calcular a vazão de ar:
Onde:
Q = vazão de ar em m³/h;
= quantidade de calor sensível em kcal/h;
= temperatura do ar exterior em °C;
= temperatura do ar interior em °C.
Como já foi visto no cálculo de carga térmica, a insolação é a parcela que mais
pesa na escolha do equipamento. Na figura 7.4 vemos um exemplo de uma casa de
dois pavimentos onde, abaixo do telhado, temos o ar parado à temperatura de 60°C,
e nos ambientes habitáveis o ar condicionado mantém as temperaturas de 27°C e
26°C.
7.6 Exaustão
7.6.1 Captor
O captor cria junto à partícula uma corrente de ar, cuja velocidade deve ser
suficiente para sua captura e arrastamento.
Publicações americanas (GuideI) dão indicação das velocidades mínimas
necessárias (Tabela 7.3) à captação.
Q=KxVxPxH
Onde:
Q = Vazão em MCM;
V = Velocidade de captação em MPM (tabela 7.3);
K = constante que depende da forma da boca (1,25 a 1,4);
H = altura acima da fonte poluidora, em m;
P = perímetro da abertura, em m.
7.6.2 Dutos de ar
Ou seja:
Onde:
A = Área, em m²;
Q = Vazão, em MCM;
V = Velocidade, em MPM.
Tabela 7.4: Velocidades Recomendadas para o ar em m/min nos dutos de exaustores. [2]
Material Transportado Velocidade em MPM
Vapores, gases, fumos, poeira muito fina 600
Poeiras secas e finas 900
Ar Condicionado e Ventilação Prof. Juvenil Jr. 128
Poeiras industriais médias 1.050
Partículas grosseiras 1.050 – 1.350
Partículas grandes, materiais úmidos. Maior que 1.350
Tabela 7.5: Bitolas de chapas recomendadas na fabricação dos dutos nos sistemas de baixa
pressão. [9]
Espessuras Circular
Retangular
Alumínio Aço Galvanizado Calandrado com
Lado Maior
Helicoidal (mm) Costura
Bitola mm Bitola mm (mm)
Longitudinal (mm)
24 0,64 26 0,50 Até 225 Até 450 Até 300
22 0,79 24 0,64 250 a 600 460 a 750 310 a 750
20 0,95 22 0,79 650 a 900 760 a 1.150 760 a 1.400
18 1,27 20 0,95 950 a 1.250 1.160 a 1.500 1.410 a 2.100
16 1,59 18 1,27 1.300 a 1.500 1.510 a 2.300 2.110 a 3.000
Tabela 7.6: Bitolas das chapas galvanizadas usadas na fabricação de dutos de exaustores
(espessura das chapas de aço). [2]
Bitola da Chapa
Diâmetro do Duto (cm)
Tipo 1 Tipo 2 Tipo 3
Até 45 22 20 18
Até 100 20 18 16
Maior que 100 18 16 14
Observações:
- Usar curvas de raio longo (mínimo 2 diâmetros);
- Usar portas de inspeção a cada 3 metros;
- Prever registros de vazão de ar (dampers).
Ar Condicionado e Ventilação Prof. Juvenil Jr. 129
7.6.3 Ventilador
7.6.4 Chaminés
7.1 Se o captor do exemplo da figura 7.8 se destinasse a uma cabine de pintura, qual
deveria ser a vazão de ar necessária á exaustão? Considerar como valor médio para
a velocidade mínima de captação o da tabela 7.3.
7.2 Qual a área do duto de exaustão para uma fábrica de cimento (poeira seca e
fina), se a vazão de ar necessária é de 1000 MCM?
7.3 Se o duto do exercício anterior for fabricado em alumínio, qual deverá ser a bitola
da chapa, considerando-se que o cimento contém pouco material abrasivo.
Torres de Arrefecimento e
Condensadores Evaporativos
8.1 Introdução
Figura 8.1: Tipos de Torre de arrefecimento:(a) atmosférica; (b) corrente de ar forçado; (c)
corrente de ar induzido. [2]
Figura 8.3: Torre de corrente de ar forçado, totalmente em PRF (Plástico Reforçado com Fibra
de Vidro). Fonte: http://www.alpinaequipamentos.com.br/torres-de-resfriamento/2/torre-de-
resfriamento-alpina-modelo-4-a-32ins#photo-22.
Figura 8.4: Torre de Corrente de ar induzido. Fornecimento padrão com entrada de ar por
quarto lados. Fonte: http://www.alpinaequipamentos.com.br/torres-de-resfriamento/3/torre-de-
resfriamento-alpina-modelos-25-a-80-aspiracao#photo-8.
Ar Condicionado e Ventilação Prof. Juvenil Jr. 135
No contato entre ar e água, esta cede calor ao ar ascendente por evaporação
ou convecção. A quantidade de calor dQ cedida ao ar por uma partícula de água
com uma superfície dS é:
Onde:
dQ = quantidade de calor em kcal/h;
h - h0 = diferença de entalpia entre o ar saturado (após o contato com a
partícula) e o ar não-saturado em kcal/kg
= coeficiente de evaporação que depende das condições de escoamento na
superfície-limite ar/água em kg/m²xh
dS = superfície da partícula em m².
Onde:
h2 – h1= diferença entre as entalpias do ar na entrada e na saída;
Vw = volume de água pulverizada ou gotejada;
Va = volume do ar;
tw1= temperatura da água na entrada;
tw2= temperatura da água na saída;
Quanto menor o approach (a), tanto menor pode ser o resfriador, pois maior será
a diferença de entalpias, h - h0, do ar. A escolha correta do resfriador vai depender
desse approach e da temperatura de bulbo úmido do ar.
Onde:
tw2 = temperatura da água resfriada em °C;
tw1 = temperatura da água na entrada do resfriador em °C;
tu = temperatura de bulbo úmido em °C.
Exemplo 8.2: Vamos supor uma instalação cuja carga térmica seja de 100 TR. A
quantidade de água de circulação a passar pelo condensador, bomba e torre na
base de 0,68 m³/h por TR será:
Tabela 8.1: Diâmetros Recomendados e Velocidades Máximas nas Tubulações de Água. [9]
Diâmetro do tubo Sistema Fechado Sistema Aberto
Vazão Velocidade Vazão Velocidade
mm pol Perda % Perda %
m³/h m/s m³/h m/s
19 3/4 1,5 1,2 10 1,0 0,8 10
25 1 3 1,5 10 2,2 1,1 10
32 1 1/4 6 1,7 10 4 1,2 10
38 1 1/2 9 1,9 10 6 1,3 10
50 2 17 2,2 10 12 1,6 10
65 2 1/2 28 2,5 10 23 2,1 10
75 3 48 2,8 10 36 2,1 10
100 4 90 3,1 9 75 2,5 10
125 5 143 3,1 7 136 2,9 10
150 6 215 3,2 5,5 204 3,1 9
Onde:
P = potência em cv;
Q = vazão em m³/h;
Hm = altura manométrica em m;
= rendimento do conjunto motor-bomba (da ordem de 40 ou 50%).
8.3.2 Funcionamento
As figuras 8.7 e 8.8 tem-se o conjunto montado para operação. O gás quente
oriundo do compressor passa pelas serpentinas de condensação, onde recebe a
água borrifada; nessa região, o gás cede calor à água e ao ar e se condensa, sendo
depositado no receptor do líquido sob a forma de líquido em alta pressão. Do
receptor, o fluido frigorígeno se desloca para a válvula de expansão e daí ás
serpentinas de expansão direta (evaporador), onde circula o ar que é resfriado. No
evaporador, o fluido se torna gasoso e novamente é aspirado pelo compressor pela
linha de sucção.
A bomba d’água recebe a água depositada na bandeja e pressiona-a no
distribuidor de água e borrifadores. A água espargida é lançada sobre as serpentinas
de condensação, provoca troca de calor com o fluido quente e se evapora (calor
latente de vaporização). O ar circulando sob a ação do ventilador mantém contato
com as serpentinas e a água que lhe cede calor, é lançado ao exterior sob a forma
quente e úmida, ou seja, praticamente saturado. À semelhança da torre, a
temperatura de bulbo úmido do ar nunca é atingida pela água de retorno situada na
bandeja. Haverá sempre um approach (a = tw2 - tu) da ordem de 5°C.
Ar Condicionado e Ventilação Prof. Juvenil Jr. 141
- tw2 = temperatura da água de retorno em °C;
- tu = temperatura de bulbo úmido do ar em °C.
(A) Vazão de ar dos ventiladores – deve ser em torno de 7,07 MCM por TR.
(B) Água de circulação – a quantidade de água de circulação deve ser de 3,78
litros/minuto por TR.
(C) Perdas de água – a quantidade de água perdida por evaporação é da
ordem de 0,126 litros/minuto por TR, ou seja, cerca de 3,3% de perda.
Na tabela 8.1 é apresentado alguns dados para os condensadores evaporativos
baseados nos dados práticos acima descritos.
8.1 Cite três razões pela quais é imposta a instalação de unidades com condensação
a ar.
8.3 Selecionar um resfriador de água para uma instalação com os seguintes dados:
- Carga térmica: 60 TR
- Temperatura da água quente: 33,5°C
- Temperatura de bulbo do ar exterior: 25°C
- Vazão da bomba: 3 GPM por TR
Usar o gráfico da figura 8.6 e tomar o Z=4.
8.6 Calcular a potência de uma bomba d’água de circulação (BAC) para uma
instalação em que a altura manométrica é 10 m e a carga térmica, 50 TR. Tomar o
rendimento de 40% e a vazão de 6 GPM/TR. Resposta em kW.
8.7 Calcular a altura manométrica do sistema mostrado na figura a seguir, onde tem-
se os seguinte dados:
- Distância entre a entrada e saída de água na torre: 2,5m
- Perda de carga no condensador: 8 m de C.A.
- Perda de carga na torre: 6 m de C.A.
- Perda de carga na tubulação: 0,5 m/min.
- Comprimento da tubulação: 20 m.
- Comprimento devido aos acidentes: 40 m.
8.9 Qual deve ser a quantidade de água de circulação para a instalação do exercício
anterior?
Controles Automáticos
9.1 Introdução
Agora que já temos noção da função de cada peça, vejamos como será o
desempenho de um conjunto.
• Suponhamos os diagramas das figuras 9.2 e 9.3, correspondentes ao
funcionamento do condicionador de ar 10T-VA da Coldex-Trane, do tipo self-
contained (compacto).
• No circuito de força, vemos como as diversas máquinas do condicionador se
ligam às fases R, S, T de uma rede elétrica trifásica. Uma chave geral liga,
protege e secciona o condicionador na rede (poderia ser um disjuntor); cada
ramal é protegido por fusíveis (F1, F2, F3). Cada máquina é ligada e desligada
pelos contactores C1, C2, C3, que são acionados pelas bobinas a-b, que estão
no circuito de controle.
• No circuito de controle, vemos os diversos componentes destinados a acionar
os equipamentos e a manter as condições necessárias ao conforto no recinto.
Ar Condicionado e Ventilação Prof. Juvenil Jr. 146
Na figura 9.7 vemos uma instalação em que a temperatura ambiente deve ter
controle rigoroso, O termostato de ambiente é do tipo modulador, sendo capaz de
comandar um controlador de seqüência abrindo cada serpentina por meio da
válvula solenóide respectiva, de modo que a temperatura ambiente seja controlada
em degraus.
Escopo de Projetos de Ar
Condicionado e Ventilação
10.1 Estudo Preliminar
Figura 10.1:
Figura 10.2:
Figura10.3:
Ar Condicionado e Ventilação Prof. Juvenil Jr. 153
Figura 10.4:
10.5 PMOC
1. CLIENTE
Endereço:________________________________________________________________________________________
Pavimento: ________________
3. CARACTERÍSTICAS DA CONSTRUÇÃO
3.1 Telhado ( ) Claro ( ) Médio ( ) Escuro
5.7 Insolação
6.1 Dutos
7.4 Pessoas
8.8 Equipamentos
9.4 Infiltração
10.1 Total sensível
10.2 Total latente
10.3 Calor Total
12.2 Latente
Item 10.2 = kcal/h
Item 11.3 = kcal/h
Subtotal= kcal/h
12.3 Latente
Item 12.1 = kcal/h
Item 12.2 = kcal/h
Subtotal= kcal/h
Segurança 10% = kcal/h
Total = kcal/h