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Laboratório Ação de Desapropriação®

PEÇA PROFISSIONAL. O Município X, localizado no Estado Y pretende


ampliar urgentemente o alcance do programa “minha casa, minha vida”
e decide, através de ato do Chefe do Poder Executivo, desapropriar o
imóvel da empresa Z, localizado na zona rural do referido Município,
oferecendo a indenização no valor de R$ 2.000.000,00 (dois milhões de
reais). A empresa Z resiste à desapropriação, aduzindo no competente
processo administrativo, que o Município X não tem competência para
efetivar desapropriações de imóveis rurais, cuja competência é
exclusiva da União, assim como alega que o imóvel tem valor muito
superior ao oferecido. Além do mais, ciente da possibilidade de
ocupação do bem pelo Município, a Empresa Z aduz que tal ato violaria
o direito constitucional à propriedade previsto no art. 5º, XXII da CRFB,
de forma que seria uma medida ilegal. Na condição de advogado do
Município X adote a medida cabível para efetivar o atendimento do
interesse da coletividade. (limite 150 linhas).

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ESPELHO DE CORREÇÃO®

1. Propositura de ação de desapropriação endereçada ao Juízo da


Vara da Fazenda Pública da Comarca X, Estado Y (art. 109, I, CRFB)
– 0,25

2. Indicação do Autor da ação, MUNICÍPIO X – pessoa jurídica de


direito público interno, qualificação nos termos do art. 282, I, do CPC
– 0,25

3. Indicação e qualificação da Ré Empresa Z: – 0,25

4. Cabimento da ação (art. 5º, XXIV da CEFB e Lei 4.132/62) –


0,5 (0,25 para cada menção da Lei e transcrição da norma)

5. Indicação da causa de pedir próxima e remota. – 0,25

6. Fundamentos jurídicos:

6.1. Intervenção do Estado sobre a propriedade privada, conforme o


princípio da supremacia do interesse público sobre o privado - 0,50

6.2. Possibilidade jurídica de desapropriação na forma do art. 2º, V,


da Lei 4.132/62 – 0,50

6.3. A desapropriação de imóveis rurais é de competência exclusiva


da União apenas quando se trata de desapropriação sancionatória
rural, prevista no art. 184, da CRFB. – 0,50

6.4. Menção à Súmula 652 do STF em razão da


constitucionalidade da imissão provisória na posse – 0,5

7. Pedido de imissão provisória na posse do imóvel. Indicação


dos requisitos: urgência e oferta do preço, formulado de acordo com
o art. 15 do Decreto-Lei 3.365/41 – 0,5

8. Requerimento de citação por mandado para contestar a oferta


do preço – 0,25

9. Requerimento de produção de prova, protestando por prova


pericial – 0,25

10. Pedido definitivo para declarar o preço da indenização justo


como sendo de R$ 2.000.000,00, expedindo-se em favor do
expropriante mandado de imissão de posse, valendo a sentença como
título hábil para a transcrição no registro de imóveis – 0,25

11. Atribuição ao valor da causa: R$ 2.000.000,00 – 0,25

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MODELO DE PEÇA PROFISSIONAL ®

EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DE DIREITO DA VARA DA


FAZENDA PÚBLICA DA COMARCA X, ESTADO Y.

(10 Linhas)

MUNICÍPIO X, pessoa jurídica de direito público interno, com


sede na..., CNPJ..., por seu advogado (procuração em anexo), com
escritório profissional na..., vem à presença de V. Exa., com
fundamento no Art. 5º, XXIV da CRFB e na Lei 4.132/62, propor a
presente AÇÃO DE DESAPROPRIAÇÃO, contra EMPRESA Z, pessoa
jurídica de direito privado, com sede na..., CNPJ..., pelos fatos e
fundamentos a seguir expostos:

DO CABIMENTO

Registra o Autor o cabimento da presente ação de


desapropriação, através da qual visa o atendimendo do interesse
público e da função social da propriedade privada, conforme disposto
na Lei 4.132/62 e no art. 5º, XXIV, da CRFB, “in verbis”:

“Art. 5º...

XXIV – A lei estabelecerá o procedimento para desapropriação


por necessidade ou utilidade pública, ou por interesse social,
mediante justa e prévia indenização em dinheiro...”

DOS FATOS

O Autor pretende ampliar o alcance do programa “minha casa,


minha vida” e decidiu, através de Decreto exarado pelo Chefe do
Poder Executivo, desapropriar o imóvel da empresa Z, localizado na
zona rural do referido Município, oferecendo a indenização no valor de
R$ 2.000.000,00 (dois milhões de reais).

Ocorre que a Ré resistiu à desapropriação, aduzindo no


competente processo administrativo, que o Autor não teria
competência para efetivar desapropriações de imóveis rurais, cuja
competência é exclusiva da União, assim como alegou que o imóvel
teria valor muito superior ao oferecido.

Como se não bastasse, ciente da possibilidade de ocupação do


bem pelo Município, a Empresa Z aduz que tal ato violaria o direito
constitucional à propriedade previsto no art. 5º, XXII da CRFB, de
forma que seria uma medida inconstitucional.

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Patente a juridicidade da presente ação, conforme se
demonstrará a seguir.

DO DIREITO

O Ordenamento jurídico, dando efetividade ao princípio da


supremacia do interesse público sobre o interesse privado, regula os
casos de intervenção do estado sobre a propriedade privada, dentre
os quais o instituto da desapropriação.

Nesse sentido, a Lei 4.132/62, que regula a desapropriação por


interesse social, estabelece no art. 2º, V:

“Art. 2º. Consideram-se de interesse social:

...

V – a construção de casas populares;”

No caso em tela, como se vê, o imóvel da Empresa Ré é


necessário para ampliar o programa de habitação popular
denominado “minha casa minha vida”, viabilizando, destarte, a
construção de casas populares.

Vale registrar que ao contrário do que foi alegado pela Ré, a


desapropriação de imóveis rurais é de competência exclusiva da
União apenas quando se trata de desapropriação sancionatória rural,
prevista no art. 184, da CRFB, hipótese em tudo distinta do caso dos
autos, que tem como fundamento a declaração de interesse social do
imóvel da Ré.

Trata-se, portanto, de desapropriação não sancionatória, cuja


competência é exercida concorrentemente entre a União, os Estados
o Distrito Federal e os Municípios, sendo que o Autor efetivou a
desapropriação por força de Decreto exarado pelo Prefeito do
Município, na forma legal, cujo valor justo foi assim quantificado de
acordo com os ditames legais.

Vale registrar que o Município tem urgência em obter a posse


do bem para iniciar as obras de construção de casas populares e
efetiva, neste ato, o depósito do valor de R$ 2.000.000,00,
quantificado como justo para a indenização.

Por isso, pretende a imissão provisória da posse, na forma do


disposto no art. 15 do Decreto-Lei 3.365/41, aplicado subsidiriamente
às ações de desapropriação por interesse social.

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Vale consignar, finalmente, que a legalidade da imissão
provisória na posse dos bens em sede de ação de desapropriação já
foi declarada pelo Supremo Tribunal Federal, conforme enunciado da
Súmula 652:

“Súmula 652. Não contraria a Constituição o art. 15, §1º, do Dl.


3.365/41 (Lei da Desapropriação por utilidade pública).”

Assim é que não há qualquer violação ao direito constitucional à


propriedade previsto no art. 5º, XXII da CRFB, mesmo porque o
Município pagará a indenização justa, prévia e em dinheiro, por força
da perda da propriedade objeto do decreto expropriatório.

DOS PEDIDOS DEFINITIVOS

Em face do exposto, requer o Autor a V. Exa.:

a) A citação da Ré, por mandado, para que querendo, no prazo


legal, contestar a oferta do preço;
b) A imissão provisória na posse do bem, em razão da urgência e
do depósito do preço;
c) A procedência dos pedidos, para declarar o valor da indenização
em R$ 2.000.000,00, expedindo-se em favor do expropriante
mandado de imissão de posse, valendo a sentença como título hábil
para a transcrição no registro de imóveis;
d) A produção de todos os meios de prova em direito admitidas,
protestando especialmente pela prova pericial;
e) A juntada dos documentos em anexo.

Dá a causa o valor de R$ 2.000.000,00.

Pede Deferimento.

Local..., Data...

Advogado..., OAB...

CANTINHO CEJAS ARAS: “PARA SABER MAIS!” ®

PRAZO PRESCRICIONAL PARA A PROPOSITURA DE AÇÃO DE


INDENIZAÇÃO (ORDINÁRIA) EM DECORRÊNCIA DE
DESAPROPRIAÇÃO INDIRETA!

DECISÃO – 29/07/2013 - REsp 1.300.442-SC


Prazo de prescrição nas ações de desapropriação indireta é de
dez anos

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A Segunda Turma do Superior Tribunal de Justiça (STJ) decidiu que,
após a entrada em vigor do Código Civil de 2002, É DE DEZ ANOS O
PRAZO DE PRESCRIÇÃO APLICÁVEL NAS AÇÕES DE
DESAPROPRIAÇÃO INDIRETA.

A Turma entendeu que incide nessas hipóteses o mesmo prazo


previsto para o usucapião extraordinário por posse-trabalho, previsto
no parágrafo único do artigo 1.238 do Código, observadas as regras
de transição prevista no artigo 2.028 da Lei.

A desapropriação indireta é um fato administrativo pelo qual o estado


se apropria de bem particular, sem observância dos requisitos da
declaração e da indenização prévia. E a qualificação por posse-
trabalho está relacionada ao fato de o possuidor realizar obras ou
serviços de caráter produtivo no imóvel.

A Segunda Turma definiu o prazo de prescrição aplicável nas ações


de desapropriação em um recurso interposto pelo Departamento
Estadual de Infraestrutura (Deinfra) contra um particular de Santa
Catarina, que teve propriedade expropriada em 1981 para construção
da Rodovia SC-469.

O particular ajuizou ação de indenização por desapropriação indireta,


visando à condenação do Deinfra ao pagamento de indenização pelo
apossamento administrativo ocorrido quando a matéria ainda estava
disciplinada pelo Código Civil de 1916. Segundo a Súmula 119 do
STJ, fundamentada no artigo 550 do código então vigente, a ação de
desapropriação indireta prescreve em 20 anos.

Decisão do STJ

Segundo o relator, ministro Herman Benjamin, com a entrada em


vigor do novo Código Civil, houve alteração no prazo do usucapião
extraordinário, o que, para o STJ, implicou a redução do prazo
prescricional para o ajuizamento de ação de desapropriação indireta.
O caso analisado pelo STJ teve a particularidade de que, em 1994,
houve a interrupção da prescrição em virtude do decreto de
expropriação.

O Tribunal de Justiça de Santa Catarina (TJSC) entendeu que, no


caso específico dos autos, o prazo para o ajuizamento da ação de
desapropriação indireta era de 15 anos, havendo para o particular
direito à indenização. O Deinfra sustentou no STJ que deveria ser

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aplicado o prazo de três anos, previsto para reparação civil, conforme
o disposto no artigo 206, parágrafo terceiro, inciso V, do novo
código.

Prazo de dez anos

Para a Segunda Turma do STJ, não se aplica o prazo trienal,


tampouco o prazo de 15 anos, mas se deve adotar o prazo decenal,
previsto no parágrafo único do artigo 1.238 do CC/02. A Turma
decidiu no mesmo recurso que os limites referentes a honorários,
estabelecidos no artigo 27, parágrafos 1º e 3º do Decreto-Lei
3.365/41, aplicam-se às desapropriações indiretas. Os limites
estabelecidos para honorários são de 0,5 e 5% do valor da
condenação.

De acordo com a regra de transição, os prazos serão os da lei


anterior, quando reduzidos pelo novo Código, se, na data de sua
entrada em vigor, já houver transcorrido mais da metade do tempo
estabelecido na lei revogada.

No recurso analisado pelo STJ, a prescrição foi interrompida em 13 de


maio de 1994, com a publicação do decreto expropriatório, não
correndo mais da metade do prazo de 20 anos previsto no código
revogado. Conforme a disposição do artigo 2.028 do Código Civil de
2002, incide o prazo de dez anos a partir de sua entrada em vigor, 11
de janeiro de 2003.

http://ftp.stj.jus.br/portal_stj/publicacao/engine.wsp?tmp.area=398&
tmp.texto=110559

* Observe que a desapropriação indireta gera direito à


indenização, vindicado pelo prejudicado por via de ação ordinária,
conforme modelos constantes no capítulo 1 do nosso livro de Prática
Profissional de Direito Administrativo!

Jogue duro e que o Próprio Cristo o Abençoe!!!

CEJAS ARAS

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LABORATÓRIO AÇÃO CIVIL PÚBLICA®

PEÇA PROFISSIONAL. O Município X resolve demolir, mediante


implosão, um imóvel público tombado, onde atualmente funciona o
órgão da secretaria de cultura municipal.

Sabe-se que o referido imóvel tem efetivo valor histórico e cultural,


tendo sido palco dos principais movimentos culturais que marcaram a
expansão do Município X, tudo isso constatado por laudos técnicos
subscritos por profissionais especializados nas áreas de história,
arquitetura e patrimônio histórico e cultural.

Tomando conhecimento do fato, a ADCH – Associação de Defesa do


Patrimônio Cultural e Histórico, criada há 6 meses, decide opor-se à
demolição e encaminha pedido administrativo ao prefeito Mévio,
postulando a manutenção do referido patrimônio, pelas razões ali
expostas e à luz dos laudos técnicos comprobatórios do valor histórico e
cultural do bem. No requerimento a ADCH informa que se o pedido não
for acolhido irá ingressar com medida judicial.

O pedido foi indeferido pelo Município e pelo Prefeito Mévio, com a


justificativa de que i) a proteção do patrimônio histórico é incumbência
da União e não do Município; ii) assim como o fato de não haver
qualquer óbice à demolição e à alienação do bem público (afirmando
que após á demolição solicitará da Câmara de Vereadores a autorização
legislativa para a venda do bem e que cumprirá todos os requisitos
legais para tanto, quais sejam: licitação, avalição prévia, desafetação e
interesse público, insertos no art. 17, I, da Lei 8.666/93); e, iii) A
requerente não atende a requisitos legais para ingressar com medida
judicial.

Ainda inconformada, a Associação contrata seus serviços profissionais


para a defesa do referido interesse demonstrado no requerimento
administrativo apresentado ao Prefeito e ao Município. Adote a medida
judicial cabível, considerando que a demolição do imóvel será efetivada
em 5 dias. (limite 150 linhas).

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ESPELHO DE CORREÇÃO®

1. Propositura de ação civil pública endereçada ao Juízo da Vara da


Fazenda Pública da Comarca X, Estado... – 0,10

2. Indicação da Autora: ADCH – Associação de Defesa do Patrimônio


Cultural e Histórico, qualificação nos termos do art. 282, I, do CPC:
indicação do estatuto e CNPJ – 0,10

3. Indicação e qualificação dos Réus: Município e Mévio (prefeito): –


0,10

4. Cabimento da ação E indicação da possibilidade da sua propositura


mesmo não atendendo ao requisito da pré constituição (art. 5. §4º,
da Lei 7.347/85) – 0,20 (0,10 para cada)

5. Indicação da causa de pedir próxima e remota. – 0,10

6. Fundamentos jurídicos (3,5 – 0,5 para cada item):

6.1. Cabe ao Poder Público promover a proteção do patrimônio


cultural brasileiro, inclusive através do tombamento: art. 216, inciso
IV e §1º, da CRFB – 0,5;

6.2. A proteção do patrimônio histórico é da incumbência concorrente


da União, dos Estados, do DF e dos Municípios: art. 23, incisos III e
IV, da CRFB – 0,5;

6.3. A Lei 10.257/01 (Estatuto da Cidade) estabelece a competência


dos Municípios para a proteção do patrimônio histórico e cultural
como aspecto relativo à função social da cidade: art. 2º, XII – 0,5;

6.4. Os bens públicos tombados são inalienáveis por natureza: art. 11


do Decreto-Lei 25/37 – 0,5;

6.5. O imóvel tombado não pode ser demolido: art. 17 do mesmo


Decreto-Lei 25/37 – 0,5;

6.6. A Autora tem legitimidade para propor a ação mesmo tendo sido
constituída no período inferior a 1 ano tendo em vista o manifesto
interesse social da preservação do bem tombado, conforme regra
prevista no art. 5º, §4º da Lei de Ação Civil Pública – 0,5;

6.7. Nexo de causalidade entre a conduta e o dano objeto da


presente ação – 0,5.

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7. Pedido de liminar para sustar a demolição: indicação do periculum
in mora e do fumus boni iuris (resumindo a fundamentação jurídica)
– 0,50

8. Notificação do representante do Ministério Público – 0,10

9. Requerimento de produção de provas, notadamente pericial – 0,10

10. Pedido definitivo para condenar os Réus em perdas e danos,


revertendo o valor ao fundo de que trata o art. 13 da Lei – 0,10

11. Confirmação da liminar nos pedidos definitivos – 0,10.

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MODELO DE PEÇA PROFISSIONAL ®

EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DE DIREITO DA VARA DA


FAZENDA PÚBLICA DA COMARCA X, ESTADO...

(10 Linhas)

ADCH – ASSOCIAÇÃO DE DEFESA DO PATRIMÔNIO CULTURAL


E HISTÓRICO, pessoa jurídica de direito privado, com sede na ...,
CNPJ, estatuto em anexo, por seu advogado, instrumento de
mandato em anexo, com escritório na..., vem à presença de V. Exa.,
com fundamento na Lei 7.347/85, propor a presente AÇÃO CIVIL
PÚBLICA, contra o MUNICÍPIO X, pessoa jurídica de direito público
interno, com sede na, CNPJ e contra Mévio, estado civil, prefeito
municipal, domicílio e residência, CPF e RG, pelos fatos e
fundamentos a seguir expostos:

DO CABIMENTO

Registra a Autora o cabimento da presente ação civil pública,


através da qual visa a defesa do bem histórico, conforme o art. 1º,
III, da Lei 7.347/85:

“Art. 1º -:...

III – a associação que, concomitantemente:...”

DOS FATOS

O Município X resolveu demolir, mediante implosão, um imóvel


público tombado, onde atualmente funciona o órgão da secretaria de
cultura municipal.

Sabe-se que o referido imóvel tem efetivo valor histórico e


cultural, tendo sido palco dos principais movimentos culturais que
marcaram a expansão do Município X, tudo isso constatado por laudos
técnicos subscritos por profissionais especializados nas áreas de
história, arquitetura e patrimônio histórico e cultural.

A autora decidiu opor-se à demolição e encaminhou pedido


administrativo ao prefeito, postulando a manutenção do referido
patrimônio, pelas razões ali expostas e à luz dos laudos técnicos
comprobatórios do valor histórico e cultural do bem.

Ocorre que o pedido foi indeferido pelo Município e pelo Prefeito


Mévio, com a justificativa de que i) a proteção do patrimônio histórico é
incumbência da União e não do Município; ii) assim como o fato de não
haver qualquer óbice à demolição e à alienação do bem público
11
(afirmando que após á demolição solicitará da Câmara de Vereadores a
autorização legislativa para a venda do bem e que cumprirá todos os
requisitos legais para tanto, quais sejam: licitação, avalição prévia,
desafetação e interesse público, insertos no art. 17, I, da Lei
8.666/93); e, iii) A requerente não atende a requisitos legais para
ingressar com medida judicial.

Patente a ilegalidade do ato objeto da presente ação, conforme


se verá abaixo.

DO DIREITO

O Ordenamento jurídico pátrio estabelece que o Poder Público


promoverá a proteção do patrimônio cultural brasileiro, inclusive
através do tombamento, conforme estabelece o art. 216, inciso IV e
§1º, da CRFB:

“Art. 216. Constituem patrimônio cultural brasileiro os bens de


natureza material e imaterial... nos quais se incluem...

IV - as obras, objetos, documentos, edificações e demais


espaços destinados às manifestações artístico-culturais;

Parágrafo 1° - O Poder Público, com a colaboração da


comunidade, promoverá e protegerá o patrimônio cultural
brasileiro, por meio de inventários, registros, vigilância,
tombamento e desapropriação, e de outras formas de
acautelamento e preservação.”

Como se vê, enquanto Poder Público é da incumbência


concorrente da União, dos Estados, do DF e dos Municípios a proteção
do patrimônio histórico, na forma como expressa no art. 23, incisos
III e IV, da Constituição Federal:

“Art. 23. É competência comum da União, dos Estados, do


Distrito Federal e dos Municípios: …

III - proteger os documentos, as obras e outros bens de valor


histórico, artístico e cultural, os monumentos, as paisagens
naturais notáveis e os sítios arqueológicos;

IV - impedir a evasão, a destruição e a descaracterização de


obras de arte e de outros bens de valor histórico, artístico ou
cultural;”

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Dai não prevalecer a alegação dos Réus no sentido de que
proteção do patrimônio histórico seria incumbência da União e não do
Município.

Ainda nesse sentido, a Lei 10.257/01 (Estatuto da Cidade), que


estabelece regras de política urbana de competência dos Municípios,
ratifica a proteção do patrimônio histórico e cultural como aspecto
relativo à função social da cidade, no seu art. 2º, XII, “literis”:

“Art. 2º - A política urbana tem por objetivo ordenar o pleno


desenvolvimento das funções sociais da cidade e da
propriedade urbana, mediante as seguintes diretrizes gerais:…

XII – proteção, preservação e recuperação do meio ambiente


natural e construído, do patrimônio cultural, histórico, artístico,
paisagístico e arqueológico;”.

Também não merece acolhida a alegação de que não haveria


qualquer óbice à alienação do bem público.

Isto porque, por força do disposto no art. 11 do Decreto Lei


25/37, “As coisas tombadas, que pertençam à União, aos Estados ou
aos Municípios, inalienáveis por natureza, só poderão ser transferidas
de uma à outra das referidas entidades”.

E não é só, Excelência.

Além de inalienável, o imóvel tombado também não pode ser


demolido, diferentemente do que foi alegado pelos Réus, conforme
determinação expressa no art. 17 do mesmo Decreto-Lei:

“Art. 17 - As coisas tombadas não poderão em caso nenhum


ser destruídas, demolidas ou mutiladas, nem, sem prévia
autorização especial do Serviço do Patrimônio Histórico e
Artístico Nacional, ser reparadas, pintadas ou restauradas, sob
pena de multa...”

Desta maneira, fica patente que os Réus não podem promover


a alienação ou a demolição do imóvel tombado, de efetivo valor
histórico e cultural, tendo sido palco dos principais movimentos
culturais que marcaram a expansão do Município X, conforme laudos
técnicos subscritos por profissionais especializados nas áreas de
história, arquitetura e patrimônio histórico e cultural, em anexo.

Vale ressaltar, finalmente, que ao contrário do afirmado pelos


Réus, a Autora atende às condições legais para ingressar com a
presente medida judicial, mesmo tendo sido constituída no período

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inferior a 1 ano, tendo em vista o manifesto interesse social da
preservação do bem tombado, conforme regra prevista no art. 5º,
§4º da Lei de Ação Civil Pública, “in verbis”:

“Art. 5º - Têm legitimidade para propor a ação principal e a


ação cautelar:...

§4- O requisito da pré-constituição poderá ser dispensado pelo


juiz, quando haja manifesto interesse social evidenciado pela
dimensão ou característica do dano, ou pela relevância do bem
jurídico a ser protegido.”

Patente, a todas as luzes, a juridicidade da presente ação e o


nexo de causalidade entre a conduta e o dano objeto da presente
ação.

DO PEDIDO LIMINAR

A relevância do fundamento invocado reside nos argumentos


fáticos e jurídicos acima expostos, notadamente em face das
violações aos arts. 216, inciso IV e §1º; 23, incisos III e IV, da CRFB,
além do art. 2º, XII da Lei 10.257/01, que estabelecem a
competência dos Municípios para a proteção do patrimônio histórico e
cultural, valendo ressaltar que o imóvel público é tombado e,
portanto, não pode ser alienado ou demolido, na forma dos arts. 11 e
17 do Decreto-Lei 25/37.

O “periculum in mora”, por sua vez, afigura-se patente, uma


vez que o imóvel está presentes a ser demolido, o que vai acontecer
dentro dos próximos 5 dias, tornando ineficaz a medida, se não
deferida a liminar adiante requerida.

Assim, requer a concessão de liminar para que seja suspensa a


demolição do imóvel, até final decisão da presente ação.

DOS PEDIDOS DEFINITIVOS

Em face do exposto, requer a Autora a V. Exa.:

a) A citação dos Réus, para que querendo, no prazo legal,


contestarem a presente ação, sob pena de aplicação dos efeitos da
revelia;
b) A intimação do Ilustre representante do Ministério Público;
c) A procedência dos pedidos, para proibir os Réus de efetivar a
demolição ou a alienação do impovel tombado, condenando-os em
perdas e danos, cujo valor deverá ser revertendo para o fundo de que
trata o art. 13 da Lei 7.347/85;

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d) A condenação dos Réus no ônus da sucumbência, notadamente
honorários advocatícios;
e) A produção de todos os meios de prova em direito admitidas,
especialmente documental e pericial;
f) A confirmação do pedido de liminar, para suspender a demolição
do bem tombado;
g) A juntada dos documentos em anexo.

Dá a causa o valor de R$... .

Pede Deferimento. Local..., Data..., Advogado..., OAB...

CANTINHO CEJAS ARAS: “PARA SABER MAIS!” ®

A PROTEÇÃO DO PATRIMÔNIO CULTURAL INDEPENDE DO


TOMBAMENTO:

AÇÃO CIVIL PÚBLICA. PATRIMÔNIO CULTURAL. AUSÊNCIA DE


TOMBAMENTO. IRRELEVÂNCIA. POSSIBILIDADE DE PROTEÇÃO PELA
VIA JUDICIAL. INTELIGÊNCIA DO ART. 216, § 1º, DA CONSTITUIÇÃO
FEDERAL.

Não há qualquer exigência legal condicionando a defesa do


patrimônio cultural - artístico, estético, histórico, turístico,
paisagístico - ao prévio tombamento do bem, forma administrativa de
proteção, mas não a única. A defesa é possível também pela via
judicial, através de ação popular e ação civil pública, uma vez que a
Constituição estabelece que "o Poder Público, com a colaboração da
comunidade, promoverá e protegerá o patrimônio cultural brasileiro,
por meio de inventários, registros, vigilância, tombamento,
desapropriação, e de outras formas de acautelamento e
preservação." (art. 216, § 1º). (TJSC - Apelação cível n. 97.001063-
0, de Criciúma. Relator: Des. Silveira Lenzi. J. 24/08/1999).

Jogue duro e que o Próprio Cristo o Abençoe!!!

CEJAS ARAS

15
LABORATÓRIO AÇÃO POR IMPROBIDADE ADMINISTRATIVA®

PEÇA PROFISSIONAL. No Município X o Prefeito tomou


conhecimento de que Mévio, ex-Secretário de Esportes, havia
efetivado diretamente a aquisição de equipamentos esportivos sem
licitação junto à empresa PRATIQUE ESPORTES LTDA., considerando
um momento de fortes chuvas e inundações que ocorreram na
região, e, em função da compra, recebeu 70% do valor global pago
pelo Município, no montante de R$ 100.000,00 (cem mil reais).

Esse contrato direto e o recebimento dos valores por Mévio


ocorreram em Março de 2008, sendo que Mévio exerceu a função de
Secretário até Dezembro de 2012, e, logo após, adquiriu um veículo
ferrari.

Desejando a apuração dos fatos para a completa punição do ex-


Secretário, o Prefeito determinou, em Março de 2014, a instauração
de procedimento administrativo, na qual se constatou que a empresa
PRATIQUE ESPORTES LTDA. não mais existia, e na verdade tinha sido
criada por um forasteiro que aceitou participar da negociata
promovida por Mévio, e, após receber o seu quinhão, viajou para
local ignorado.

Mévio, durante o procedimento administrativo, aduziu em sua defesa:


i) que os atos investigados já estariam prescritos, porque foram
supostamente praticados em Março de 2008 e a apuração estava
acontecendo em Março de 2014, ou seja, após 5 anos do prazo
prescricional estabelecido em Lei; ii) que a lei de improbidade
administrativa não se aplica para agentes políticos, sendo essa sua
qualidade como Secretário Municipal; iii) que o contrato direto foi
firmado corretamente, na medida em que a dispensa de licitação se
deu em uma situação emergencial, na forma do art. 24, IV, da Lei
8.666/93; iv) que o tribunal de contas competente havia aprovado as
contas prestadas pelo Município relativas ao ano de 2008; e, v) que
mesmo não tendo praticado qualquer ato de improbidade, havia
depositado, em conta bancária do Município, o valor de 70.000,00
(setenta mil reais), devidamente atualizado, o que afasta,
completamente, qualquer punição pela suposta improbidade.

Inconformado, o Prefeito do Município X, reconhecendo sua


especialização na área de Direito Administrativo, contrata
diretamente seus serviços profissionais para adoção da medida
judicial apropriada. (limite 150 linhas).

16
ESPELHO DE CORREÇÃO®

1. Propositura de ação civil por improbidade administrativa


endereçada ao Juízo da Vara Fazendária da Comarca X, Estado... –
0,10

2. Indicação do Autor da ação, Município X, pessoa jurídica de


direito público interno, qualificação nos termos do art. 282, I, do CPC
– 0,10

3. Indicação e qualificação do Réu: Mévio – 0,10

4. Cabimento da ação (art. 37. §4º, da CRFB e Lei 8.429/92) –


0,10

5. Indicação da causa de pedir próxima e remota. – 0,10

6. Fundamentos jurídicos:

6. 1. Configuração dos Atos de Improbidade art. 9º, I e VII E 10 VI,


da LIA - 0,5

6.2. afastamento da alegação de prescrição, já que o prazo de 5 anos


conta-se do fim do exercício do cargo em comissão: 23, I, da LIA –
0,5;

6.3. a lei de improbidade administrativa se aplica para agentes


políticos, inclusive aos Secretário Municipal, sendo afastada apenas
do Presidente da República e dos Ministros de Estado (o que não é o
caso de Mévio) – 0,5;

6.4. o contrato direto foi firmado incorretamente, na medida em que


mesmo que a dispensa de licitação tenha se dado em uma situação
emergencial, há a necessidade de “pertinência” entre a situação
calamitosa e o objeto da compra, na forma do art. 24, IV, da Lei
8.666/93 – 0,5;

6.5. a aprovação das contas pelo tribunal de contas competente não


afasta a prática do ato de improbidade: art. 21, II, da LIA – 0,5;

6.6. – O pagamento do valor recebido não afasta a prática do ato de


improbidade art. 21, I, da LIA, interferindo apenas e tão somente na
aplicação da sanção uma vez que deve ser aplicada com base nos
princípios da razoabilidade/proporcionalidade – 0,5

17
7. Pedido de liminar (0,5):

7.1. para tornar indisponíveis os bens dos indiciados: indicação do


periculum in mora e do fumus boni iuris – 0,25

7.2. pedido de ofício ao Detran – 0,25

8. Requerimento de notificação dos requeridos para manifestação


– 0,10

9. Requerimento para receber a inicial e citar os Réus – 0,10

10. Requerimento de produção de provas – 0,10

11. Pedido definitivo para condenar os Réus de acordo com o art.


12, I, da LIA – 0,10

12. Atribuição ao valor da causa: R$ 100.000,00 – 0,10

18
MODELO DE PEÇA PROFISSIONAL ®

EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DE DIREITO DA VARA DA


FAZENDA PÚBLICA DA COMARCA X, ESTADO...
(10 Linhas)
MUNICÍPIO X, pessoa jurídica de direito público interno, com
sede na ..., CNPJ..., por seu advogado, instrumento de mandato em
anexo, com escritório na..., vem à presença de V. Exa., com
fundamento No art. 37, §4º da CRFB, c/c a Lei 8.429/92, propor a
presente AÇÃO CIVIL POR ATOS DE IMPROBIDADE ADMINISTRATIVA,
com pedido de liminar, contra MÉVIO, estado civil, profissão,
residente e domiciliado na, CPF e RG..., pelos fatos e fundamentos a
seguir expostos:
DO CABIMENTO
Registra o Autor o cabimento da presente ação civil em
decorrência da prática de atos de improbidade administrativa,
conforme diposto na Lei 8.429/92 e no art. 37, §4º, da CRFB, “in
verbis”:
“Art. 37... §4- Os atos de improbidade
administrativa importarão a suspensão dos direitos
políticos, a perda da função pública, a indisponibilidade
dos bens e o ressarcimento ao erário, na forma e
gradação previstas em lei, sem prejuízo da ação penal
cabível.”
DOS FATOS
No Município X o Prefeito tomou conhecimento de que Mévio,
ex-Secretário de Esportes, havia efetivado diretamente a aquisição de
equipamentos esportivos sem licitação junto à empresa PRATIQUE
ESPORTES LTDA., considerando um momento de fortes chuvas e
inundações que ocorreram na região.
Ocorre que, em função da compra, o Réu recebeu 70% do valor
global pago pelo Município, no montante de R$ 100.000,00 (cem mil
reais).
Esse contrato direto e o recebimento dos valores por Mévio
ocorreram em Março de 2008, sendo que o Réu exerceu a função de
Secretário até Dezembro de 2012, e, logo após, adquiriu um veículo
importado.
Buscando a apuração dos fatos para a completa punição do ex-
Secretário, o Prefeito determinou, em Março de 2014, a instauração
de procedimento administrativo, na qual se constatou que a empresa
PRATIQUE ESPORTES LTDA. não mais existia, e na verdade tinha sido
criada por um forasteiro que aceitou participar da negociata
promovida por Mévio, e, após receber o seu quinhão, viajou para
local ignorado.

19
O Réu, durante o procedimento administrativo, aduziu em sua
defesa: i) que os atos investigados já estariam prescritos, porque
foram supostamente praticados em Março de 2008 e a apuração
estava acontecendo em Março de 2014, ou seja, após 5 anos do
prazo prescricional estabelecido em Lei; ii) que a lei de improbidade
administrativa não se aplica para agentes políticos, sendo essa sua
qualidade como Secretário Municipal; iii) que o contrato direto foi
firmado corretamente, na medida em que a dispensa de licitação se
deu em uma situação emergencial, na forma do art. 24, IV, da Lei
8.666/93; iv) que o tribunal de contas competente havia aprovado as
contas prestadas pelo Município relativas ao ano de 2008; e, v) que
mesmo não tendo praticado qualquer ato de improbidade, havia
depositado, em conta bancária do Município, o valor de 70.000,00
(setenta mil reais), devidamente atualizado, o que afasta,
completamente, qualquer punição pela suposta improbidade.
Resta patente a prática de atos de improbidade por parte do
Réu.
É o que se verá abaixo.
DO DIREITO
A Lei 8.429/92 tipifica os atos de improbidade administrativa,
dentre os quais, aqueles que causam enriquecimento ilícito do
agente, prejuízo ao erário e os que violam os princípios da
Administração Pública.
No caso em tela, no momento em que o Réu realizou contrato
sem observância do processo regular de licitação, além de ter
recebido o percentual de 70% do valor pago pelo Município, restaram
configuradas as práticas de atos de improbidade previstas no art. 9º,
I e VII e 10, VII, da Lei de Improbidade Administrativa, abaixo
transcritos:
“Art. 9° Constitui ato de improbidade administrativa importando
enriquecimento ilícito auferir qualquer tipo de vantagem
patrimonial indevida em razão do exercício de cargo, mandato,
função, emprego ou atividade nas entidades mencionadas no
art. 1° desta lei, e notadamente:
I - receber, para si ou para outrem, dinheiro, bem móvel
ou imóvel, ou qualquer outra vantagem econômica, direta ou
indireta, a título de comissão, percentagem, gratificação ou
presente de quem tenha interesse, direto ou indireto, que possa
ser atingido ou amparado por ação ou omissão decorrente das
atribuições do agente público;
...
VII - adquirir, para si ou para outrem, no exercício de
mandato, cargo, emprego ou função pública, bens de qualquer

20
natureza cujo valor seja desproporcional à evolução do
patrimônio ou à renda do agente público;
Art. 10. Constitui ato de improbidade administrativa que
causa lesão ao erário qualquer ação ou omissão, dolosa ou
culposa, que enseje perda patrimonial, desvio, apropriação,
malbaratamento ou dilapidação dos bens ou haveres das
entidades referidas no art. 1º desta lei, e notadamente:...
VIII - frustrar a licitude de processo licitatório ou
dispensá-lo indevidamente;”
Por sua vez, a Lei de Improbidade estabelece, no art. 23, I, que
a prescrição da ação se dá no prazo de 5 anos, contados do término
do exercício do cargo em comissão.
Na hipótese em “examine”, conquanto os atos de improbidade
tivessem sido praticados em Março de 2008, o Réu exerceu o cargo
de Secretário até Dezembro de 2012, de modo que a presente ação
somente ocorreria em Dezembro de 2017, não havendo que
prevalecer, portando, a alegação de prescrição sustentada pelo Réu.
Vale consignar que a Lei de Improbidade Administrativa adotou
uma concepção ampla de agente público, aplicando-se, portanto,
para agentes políticos, dentre os quais os Secretários Municipais,
sendo afastada apenas do Presidente da República e dos Ministros de
Estado, conforme entendimento jurisprudencial, o que não é o caso
do Réu Mévio.
Nesse sentido, estabelece o art. 2º da Lei 8.429/92:
“Art. 2° Reputa-se agente público, para os efeitos desta
lei, todo aquele que exerce, ainda que transitoriamente
ou sem remuneração, por eleição, nomeação, designação,
contratação ou qualquer outra forma de investidura ou
vínculo, mandato, cargo, emprego ou função nas
entidades mencionadas no artigo anterior.”
Consigne-se, ainda, que o contrato direto foi firmado
ilegalmente, na medida em que mesmo que a dispensa de licitação
tenha se dado em uma situação emergencial ou calamitosa, há a
necessidade de pertinência entre a situação fática e o objeto da
aquisição, na forma do art. 24, IV, da Lei 8.666/93, sendo evidente
que em situação de calamidade em decorrência de enchentes resta
inapropriada a aquisição de produtos esportivos, como efetivado pelo
Réu, em flagrante desatendimento ao princípio da razoabilidade e ao
interesse público.
Frise-se, também, que a alegada aprovação das contas do
Município relativas ao ano de 2008 pelo tribunal de contas
competente não afasta a prática do ato de improbidade, conforme
regra expressa do art. 21, II, da Lei 8.429/92.

21
Finalmente, o fato de ter o Réu depositado em conta corrente
do Município o valor da quantia recebida na negociação não elide a
prática dos mencionados atos de improbidade, que, para sua
configuração, não depende sequer da efetiva ocorrência de dano a
patrimônio público, no extado termo do que dispõe o art. 21, I, da
multicitada LIA, interferindo apenas na dosimetria quando do
momento da aplicação da pena, em atenção aos princípios da
proporcionalidade e da razoabilidade.
DO PEDIDO LIMINAR
A relevância do fundamento invocado reside nos argumentos
fáticos e jurídicos acima expostos, notadamente em face da evidente
prática de atos de improbidade previstas nos arts. 9º, I e VII e 10,
VII da Lei 8.429/92, com evidente lesão ao erário e enriquecimento
ilícito em favor do Réu, não havendo que se falar em prescrição da
ação ou qualquer causa que elida as condutas ímprobas ou afaste a
aplicação das sanções legais.
O “periculum in mora”, por sua vez, afigura-se patente, uma
vez que o patrimônio do Réu pode ser dilapidado, valendo ressaltar
que, com o fruto da operação ilegal, Mévio adquiriu um veículo
importado (Ferrari), não se olvidando que a ação por improbidade
visa também o integral ressarcimento ao erário.
Assim, requer a concessão de liminar para tornar indisponível o
veículo do Réu, oficiando-se o Detran para a efetivação da medida,
até final decisão da presente ação.
DOS PEDIDOS DEFINITIVOS
Em face do exposto, requer a V. Exa.:
a) notificação do requerido para oferecer manifestação por escrito,
que poderá ser instruída com documentos e justificações, dentro do
prazo de quinze dias;
b) que receba a inicial e determine a citação do Réu, para,
querendo, no prazo legal, contestar a ação, sob pena de aplicação
dos efeitos da revelia;
c) a intimação do Ilustre representante do Ministério Público;
d) a procedência dos pedidos, para condenar o Réu na perda dos
bens ou valores acrescidos ilicitamente ao patrimônio, ressarcimento
integral do dano, quando houver, perda da função pública, suspensão
dos direitos políticos de oito a dez anos, pagamento de multa civil de
até três vezes o valor do acréscimo patrimonial e proibição de
contratar com o Poder Público ou receber benefícios ou incentivos
fiscais ou creditícios, direta ou indiretamente, ainda que por
intermédio de pessoa jurídica da qual seja sócio majoritário, pelo
prazo de dez anos, de acordo com o art. 12, I, da Lei Improbidade
Administrativa, revertendo-se os valore em favor do Autor;

22
e) a condenação do Réu nos ônus da sucumbência, notadamente
honorários advocatícios e custas processuais;
f) A produção de todos os meios de prova em direito admitidas,
especialmente documental;
g) A confirmação do pedido de liminar, tornando indisponível o
veículo do Réu;
h) A juntada dos documentos em anexo.
Dá a causa o valor de R$ 100.000,00 (cem mil reais).
Pede Deferimento.
Local..., Data...
Advogado..., OAB...

CANTINHO CEJAS ARAS: “PARA SABER MAIS!” ®

IMPRESCRITIBILIDADE DAS AÇÕES QUE VISAM REPARAÇÃO AO ERÁRIO (AÇÃO


POPULAR; AÇÃO CIVIL PÚBLICA; AÇÃO CIVIL POR IMPROBIDADE ADMINISTRATIVA
E DEMAIS AÇÕES ORDINÁRIAS, INCLUSIVE AS AÇÕES REGRESSIVAS):

STJ: REsp 1268594 / PR


RECURSO ESPECIAL
Relator(a)
Ministra ELIANA CALMON (1114)
Órgão Julgador
T2 - SEGUNDA TURMA
Data do Julgamento
05/11/2013
Data da Publicação/Fonte
DJe 13/11/2013
Ementa
ADMINISTRATIVO. AÇÃO CIVIL PÚBLICA. IMPROBIDADE ADMINISTRATIVA.
RESSARCIMENTO DE DANO AO ERÁRIO. IMPRESCRITIBILIDADE. DEMAIS
SANÇÕES. ART. 23 DA LIA E ART. 142 DA LEI 8.112/1990. TERMO A QUO DA
PRESCRIÇÃO. DATA DO CONHECIMENTO DOS FATOS.
1. A ação de ressarcimento dos prejuízos causados ao erário é imprescritível,
mesmo se cumulada com a ação de improbidade administrativa (art. 37, § 5º, da
CF).
2. Nos casos de servidor público ocupante de cargo efetivo, a contagem da
prescrição, para as demais sanções previstas na LIA se dá à luz do art. 23, II, da
LIA c/c art. 142 da Lei 8.112/1990, tendo como termo a quo a data em que o fato
se tornou conhecido.
3. Recurso especial não provido.
Isso ai!!! Rapadura é doce...

Jogue duro e que o Próprio Cristo o Abençoe!!! CEJAS ARAS!

23
LABORATÓRIO MANDADO DE INJUNÇÃO®

PEÇA PROFISSIONAL. (COBRADA NO EXAME DA ORDEM DE DIREITO


CONSTITUCIONAL 2008.3)

Joana Augusta laborou, durante vinte e seis anos, como enfermeira


do quadro do hospital universitário ligado a determinada universidade
federal, mantendo, no desempenho de suas tarefas, em grande parte
de sua carga horária de trabalho, contato com agentes nocivos
causadores de moléstias humanas bem como com materiais e objetos
contaminados.

Em conversa com um colega, Joana obteve a informação de que, em


razão das atividades que ela desempenhava, poderia requerer
aposentadoria especial, com base no § 4.º do art. 40 da Constituição
Federal de 1988.

A enfermeira, então, requereu administrativamente sua


aposentadoria especial, invocando como fundamento de seu direito o
referido dispositivo constitucional.

No dia 30 de novembro de 2008, Joana recebeu notificação de que


seu pedido havia sido indeferido, tendo a administração pública
justificado o indeferimento com base na ausência de lei que
regulamente a contagem diferenciada do tempo de serviço dos
servidores públicos para fins de aposentadoria especial, ou seja, sem
uma lei que estabeleça os critérios para a contagem do tempo de
serviço em atividades que possam ser prejudiciais à saúde dos
servidores públicos, a aposentadoria especial não poderia ser
concedida. Nessa linha de entendimento, Joana deveria continuar em
atividade até que completasse o tempo necessário para a
aposentadoria por tempo de serviço.

Inconformada, Joana procurou escritório de advocacia, objetivando


ingressar com ação para obter sua aposentadoria especial.

Em face dessa situação hipotética, na qualidade de advogado(a)


contratado(a) por Joana, redija a petição inicial da ação cabível para
a defesa dos interesses de sua cliente, atentando, necessariamente,
para os seguintes aspectos: < competência do órgão julgador; <
legitimidade ativa e passiva; < argumentos de mérito; < requisitos
formais da peça judicial proposta.

24
MODELO (PADRÃO DE RESPOSTA)®

EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR MINISTRO PRESIDENTE


DO COLENDO SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL.
(10 linhas)
JOANA AUGUSTA, estado civil, enfermeira, residência e
domicílio, CPF e RG..., por seu advogado infrafirmado, regularmente
constituído pelo instrumento de mandato em anexo, com escritório
na..., vem à presença de V.Exa., com fulcro no art. 5º, LXXI, da CF,
c/c o art. 24, parágrafo único, da Lei n. 8.038/90, impetrar o
presente MANDADO DE INJUNÇÃO, contra omissão do Presidente da
República, estabelecido na..., pelos fatos e fundamentos jurídicos a
seguir expostos:
DO CABIMENTO
Registra a impetrante o cabimento da presente ação
constitucional a fim de sanar omissão de norma regulamentadora que
impossibilita o exercício de direitos constitucionais.
É o que se vê do art. 5º, LXXI, da CRFB, “in verbis”:
“Art. 5º...
...
LXXI - conceder-se-á mandado de injunção sempre que a
falta de norma regulamentadora torne inviável o exercício
dos direitos e liberdades constitucionais e das
prerrogativas inerentes à nacionalidade, à soberania e à
cidadania;”
DOS FATOS
A Impetrante laborou, durante vinte e seis anos, como
enfermeira do quadro do hospital universitário ligado a determinada
universidade federal, mantendo, no desempenho de suas tarefas, em
grande parte de sua carga horária de trabalho, contato com agentes
nocivos causadores de moléstias humanas bem como com materiais e
objetos contaminados.
Em conversa com um colega, a Impetrante obteve a informação
de que, em razão das atividades que ela desempenhava, poderia
requerer aposentadoria especial, com base no § 4.º do art. 40 da
Constituição Federal de 1988.
A Impetrante, então, requereu administrativamente sua
aposentadoria especial, invocando como fundamento de seu direito o
referido dispositivo constitucional.
Ocorre que no dia 30 de novembro de 2008, a Impetrante
recebeu notificação de que seu pedido havia sido indeferido, tendo a
administração pública justificado o indeferimento com base na
ausência de lei que regulamente a contagem diferenciada do tempo

25
de serviço dos servidores públicos para fins de aposentadoria
especial.
Nessa linha de entendimento, conforme entendimento da
Administração Pública, a Impetrante deveria continuar em atividade
até que completasse o tempo necessário para a aposentadoria por
tempo de serviço.
Patente o direito da Impetrante, consoante demonstrado
abaixo.
DO DIREITO
O ordenamento jurídico pátrio estabelece a adoção de critérios
diferenciados para a aposentadoria dos servidores públicos, dentre
outras, cujas atividades sejam exercidas sob condições especiais que
prejudiquem a sua saúde ou integridade física.
É o que se vê do art. 40, §4º, III, da CRFB, “in verbis”:
“Art. 40...
§ 4º É vedada a adoção de requisitos e critérios
diferenciados para a concessão de aposentadoria
aos abrangidos pelo regime de que trata este artigo,
ressalvados, nos termos definidos em leis
complementares, os casos de servidores: ...
III cujas atividades sejam exercidas sob condições
especiais que prejudiquem a saúde ou a integridade
física.”
Nesse contexto, compete privativamente à Autoridade Coatora,
Presidente da República, a iniciativa do processo legislativo relativo à
matéria em exame, conforme norma do art. 61, §1º, II, “c”, da CRFB.
No caso em tela, a mora do Impetrado, que, desde a
promulgação da Carta Política, ainda não enviou o referido projeto de
lei à Casa Legislativa, como determina o art. 48 da CRFB, impedindo,
destarte, o exercício do direito constitucionalmente assegurado à
Impetrante.
Vale registrar, ainda, que aos filiados do Regime Geral de
Previdência Social já é assegurado, de há muito, o direito à
aposentadoria especial, consoante previsto no art. 57 da Lei
8.213/91.
Patente, assim, a violação ao direito constitucional da
Impetrante de obter a aposentadoria especial, ante a falta de norma
regulamentadora, mesmo porque, como se disse, laborou durante
vinte e seis anos como enfermeira do quadro de hospital
universitário, mantendo, no desempenho de suas tarefas, contato
com agentes nocivos causadores de moléstias humanas bem como
com materiais e objetos contaminados, nos exatos termos da
previsão constitucional acima transcrita, para a percepção de
aposentadoria especial.

26
DOS PEDIDOS
Em face do exposto, requer a V. Exa.:
a) que notifique o coator, a fim de que, no prazo de 10 (dez)
dias, preste as informações;
b) a notificação do ilustre Representante do Ministério Público;
c) a procedência dos pedidos para declarar a mora da
Autoridade Coatora quanto à iniciativa do processo legislativo que
culmine com a edição da lei a que se refere o art. 40, §4º, III, da
CRFB, determinando à Autoridade Coatora que supra a omissão,
assegurando ainda à Impetrante o direito à aposentadoria especial da
mesma forma da garantia prevista no art. 57 da Lei 8.213/91;
d) a juntada da prova pré-constituída em anexo;
e) a prioridade de tramitação.
Dá à causa o valor de...
P. deferimento.
Local..., data...
Advogado..., OAB...

A escalada até o topo da montanha é longa, mas a vista é


linda!!!

Jogue duro e que o Próprio Cristo o Abençoe!!!

CEJAS ARAS!

27
LABORATÓRIO DE HABEAS CORPUS® (PROVA – CESPE –
CONSTITUCIONAL 2007.1)

Maria adquiriu um veículo popular por meio de contrato de


arrendamento mercantil (leasing), em 60 prestações de R$ 800,00. A
partir da 24ª prestação, Maria começou a ter dificuldades financeiras
e resolveu vender o veículo a Pedro, o qual se comprometeu a pagar
as prestações vincendas e vencidas. Tal fato não foi comunicado ao
agente financeiro, já que havia o risco de o valor da prestação ser
majorado.

Pedro deixou de pagar mais de cinco prestações, o que suscitaria


rescisão contratual. O agente financeiro houve por bem propor ação
de busca e apreensão do veículo, tentativa essa que restou frustrada
em face de Maria não possuir o veículo em seu poder, já que o
alienara a Pedro.

O agente financeiro pediu a transformação, nos mesmos autos, da


ação de busca e apreensão em ação de depósito e requereu a prisão
de Maria, por ser depositária infiel do referido veículo. O juiz
competente determinou a prisão civil de Maria até que ela devolvesse
o referido veículo ou pagasse as prestações em atraso. Maria não tem
mais o veículo em seu poder e perdeu o seu emprego em virtude da
prisão civil.

Dois dias depois da efetivação da prisão, o advogado contratado


interpôs, inicialmente, recurso de agravo de instrumento contra
aquela decisão judicial, o qual não foi conhecido pelo tribunal, diante
da ausência de documento imprescindível ao seu processamento.
Ingressou com ação de rito ordinário contra Pedro, com pedido de
tutela antecipada, visando receber as prestações em atraso, ação
essa que foi extinta sem julgamento de mérito. Ingressou, ainda,
com ação de rito ordinário contra o arrendador discutindo algumas
cláusulas do contrato de arrendamento, ação essa que continua em
curso, sem sentença.

Maria continua presa. Por ter perdido a confiança nesse advogado, ao


qual pagou os honorários devidos e do qual recebeu o devido
substabelecimento, sem reservas de poderes, Maria resolveu
contratar os serviços de outro advogado.

Diante da situação hipotética apresentada, na condição de atual


advogado de Maria, redija um texto que contenha a peça judicial
mais apropriada ao caso, a ser apresentada ao órgão judicial
competente, com os argumentos que reputar pertinentes.

28
MODELO DE HABEAS CORPUS®

EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR DESEMBARGADOR PRESIDENTE


DO EGRÉGIO TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO...

(10 linhas)

NOME, advogado, OAB n..., com escritório na...,


regularmente constituído pelo instrumento de mandato em
anexo, com escritório na..., vem perante Vossa Excelência,
com fundamento no artigo 5º, LXVIII, da Constituição Federal
e arts. 647 e ss. do CPP, impetrar ordem de HABEAS CORPUS
em favor de MARIA, estado civil, profissão, residência e
domicílio, CPF e RG..., contra ato do Ilustríssimo Juiz de
Direito da Vara Cível da Comarca..., Estado..., pelos motivos e
fatos a seguir aduzidos:

DO CABIMENTO

Registra o impetrante o cabimento do presente remédio


constitucional, que visa garantir o direito de ir e vir da
paciente, na forma do disposto no art. 5º, LXVIII, da CF, “in
verbis”:

“Art. 5º...

LXVIII – conceder-se-á habeas corpus sempre que


alguém sofrer ou se achar ameaçado de sofrer
violação ou coação em sua liberdade de locomoção,
por ilegalidade ou abuso de poder;”

DOS FATOS

A Paciente adquiriu um veículo popular por meio de contrato de


arrendamento mercantil (leasing), em 60 prestações de R$ 800,00. A
partir da 24ª prestação, Maria começou a ter dificuldades financeiras
e resolveu vender o veículo a Pedro, o qual se comprometeu a pagar
as prestações vincendas e vencidas. Tal fato não foi comunicado ao
agente financeiro, já que havia o risco de o valor da prestação ser
majorado.

Pedro deixou de pagar mais de cinco prestações, o que


suscitaria rescisão contratual. O agente financeiro houve por bem
propor ação de busca e apreensão do veículo, tentativa essa que
restou frustrada em face de Maria não possuir o veículo em seu
poder, já que o alienara a Pedro.

29
O agente financeiro pediu a transformação, nos mesmos autos,
da ação de busca e apreensão em ação de depósito e requereu a
prisão de Maria, por ser depositária infiel do referido veículo.

Ocorre que o juiz competente determinou a prisão civil


da Paciente até que ela devolvesse o referido veículo ou pagasse as
prestações em atraso. Maria não tem mais o veículo em seu poder e
perdeu o seu emprego em virtude da prisão civil.

Registre-se, ainda, que a Paciente ingressou com ação de rito


ordinário contra Pedro, com pedido de tutela antecipada, visando
receber as prestações em atraso, ação essa que foi extinta sem
julgamento de mérito. Ingressou, ainda, com ação de rito ordinário
contra o arrendador discutindo algumas cláusulas do contrato de
arrendamento, ação essa que continua em curso, sem sentença.

A Paciente continua presa.

Patente a violação ao seu direito de locomoção,


consoante a seguir demonstrado.

DO DIREITO

O ordenamento jurídico pátrio estabelece que “ninguém será


privado de sua liberdade ou de seus bens sem o devido processo
legal”, conforme art. 5º, LIV, da CRFB.

Por sua vez, o inciso LXVII deste mesmo artigo dispõe que:

“LXVII – não haverá prisão civil por dívida, salvo a do


responsável pelo inadimplemento voluntário e inescusável
de obrigação alimentícia e a do depositário infiel;”

No caso em tela, a autoridade coatora determinou a prisão civil


da Paciente, porém a jurisprudência pátria já se sedimentou no
sentido de ser ilícita a prisão civil de depositário infiel,
independentemente da espécie de depósito, consoante disposto na
Súmula Vinculante 25 do STF, “in literis”:

“Súmula vinculante 25. É ilícita a prisão civil de


depositário infiel, qualquer que seja a modalidade do
depósito”.

Dai a patente ilegalidade da coação praticada contra a Paciente,


demonstrando a juridicidade do presente remédio constitucional.

DOS PEDIDOS

30
Em face do exposto, requer:

a) a notificação da autoridade coatora para que preste as


informações por escrito;

b) a procedência dos pedidos concedendo a ordem para


declarar a ilegalidade do ato de prisão, expedindo-se o alvará
de soltura em favor da Paciente;

c) a juntada dos documentos em anexo.

Pede deferimento

Local..., data...

Advogado...

OAB...

CANTINHO CEJAS ARAS: “PARA SABER MAIS!” ®: É inadmissível,


sob a ótica da Constituição Federal, a punição de servidor público
baseada no instituto da “verdade sabida”, isto é, quanto a autoridade
impõe pena administrativa ao agente público quando “diz” ter
presenciado uma irregularidade, sem a observância do devido
processo legal.

SUPERIOR TRIBUNAL DE JUSTIÇA

Processo
RMS 825 / SP
RECURSO ORDINÁRIO EM MANDADO DE SEGURANÇA
1991/0001662-4
Relator(a)
Ministro HÉLIO MOSIMANN (1093)
Órgão Julgador
T2 - SEGUNDA TURMA
Data do Julgamento
02/06/1993
Data da Publicação/Fonte
DJ 28/06/1993 p. 12870
Ementa
MANDADO DE SEGURANÇA. PENA DISCIPLINAR. CERCEAMENTO
DE DEFESA. CRITICA VIA IMPRENSA. VERDADE SABIDA.

31
CONHECIMENTO DIRETO. ESTATUTO DOS FUNCIONARIOS
MUNICIPAIS DE SÃO PAULO.
- A NOTICIA VEICULADA EM JORNAL NÃO IMPORTA EM
CONHECIMENTO DIRETO DO FATO, ANTE A NOTORIA
POSSIBILIDADE DE DISTORÇÕES. POR ISSO, NÃO SE CONVOCA O
INSTITUTO DA VERDADE SABIDA PARA FUGIR A IMPOSIÇÃO
CONSTITUCIONAL DA AMPLA DEFESA, CONTRADITÓRIO E DEVIDO
PROCESSO LEGAL.

É ou não é, ou não é????

... É!!!! rsrsrs

Que o Próprio Cristo o Abençoe!!!

CEJAS ARAS!

32
LABORATÓRIO DE CONTESTAÇÃO®

O Município de TUDO VAI DAR CERTO (interior do Estado


ESFORÇO E FÉ) moveu ação civil por improbidade administrativa
contra AMÉLIA, sob o fato de que esta, no desempenho da função de
secretária de saúde teria realizado concurso público para cargos de
professor municipal destinando o percentual de 5% para os
portadores de necessidades especiais, inclusive indivíduos portadores
de visão monocular, o que, no entender do Ente Federado, viola o
princípio da igualdade.

A ação civil por improbidade foi movida no ano de 2013 e distribuída


por dependência para o Juízo da 27ª Vara da Fazenda Pública da
Comarca de Tudo Vai Dar Certo, Estado Esforço e Fé, onde já
tramitava uma ação popular movida por TÍCIO contra AMÉLIA e
contra o mesmo MUNICÍPIO, envolvendo também a mesma causa de
pedir e os mesmos fundamentos.

Após a regular notificação para apresentação de manifestação (cujo


prazo decorreu in albis), o juiz, aplicando o princípio do in dubio pro
societate, achou por bem receber a inicial e determinou a citação da
Ré, o que foi igualmente realizado de forma regular. Na decisão de
recebimento, o juiz negou o pedido de indisponibilidade dos bens da
Ré formulado pelo Município de TUDO VAI DAR CERTO. AMÉLIA, que
já havia deixado de exercer as funções desde 2007 e depois dali
jamais exerceu outra função pública, percebendo a possibilidade de
ser penalizada, procura seus serviços profissionais para a adoção das
medidas cabíveis. Durante a sessão de consulta, AMÉLIA te explica
que jamais realizou o mencionado concurso, sendo este de
responsabilidade do secretário de administração da época, que tinha
competência para assuntos ligados à admissão de pessoal. Esta não
soube dizer se foi regular, ou não, a conduta do então secretário de
administração quando à destinação das vagas para pessoas
determinadas, inclusive portadores de visão monocular. Na condição
de advogado de AMÉLIA, elabore a peça processual cabível.

ESPELHO DE CORREÇÃO®

1. Contestação endereçada ao JUIZ DE DIREITO DA 27ª VARA DA


FAZENDA PÚBLICA DA COMARCA TUDO VAI DAR CERTO, ESTADO
ESFORÇO E FÉ – 0,25

2. Indicação do número do Processo - 0,25

3. Indicação e qualificação da Ré Amélia – 0,25

33
4. Indicação e qualificação do Autor Município TUDO VAI DAR CERTO
– 0,25

5. Preliminar Ilegitimidade Passiva – 0,50

6. Preliminar de Prescrição / Prejudicial de Mérito – 0,50

7. Atendimento ao princípio da eventualidade – 0,50

8. Princípio do livre acesso aos cargos públicos (37, II, da CRFB) –


0,50

9. Previsão da reserva de percentual dos cargos e empregos públicos


para as pessoas portadoras de deficiência (37, VIII, da CRFB) – 0,50

10. Demonstração de que visão monocular se enquadra como


deficiência para fins de concorrer ao percentual da reserva de vagas a
portadores de necessidades especiais (menção à súmula 377/STJ) –
0,50

11. Requerimentos

11.1. acolhimento da preliminar de ilegitimidade passiva ad causam


(carência de ação), com a extinção do processo sem resolução do
mérito, na forma do art. 301, X, 267, VI, do CPC – 0,20

10.2 acolhimento da preliminar de prescrição, extinguindo a ação


com resolução do mérito, na forma do art. 269, IV, do CPC – 0,20

10.3 na eventualidade de não acolhimento da preliminar acima, a


improcedência dos pedidos – 0,20

10.4 condenação do autor nos ônus da sucumbência, notadamente


honorários advocatícios – 0,20

10.5 produção de provas, especialmente documental – 0,20

34
MODELO (PADRÃO DE RESPOSTA)®

EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DE DIREITO DA 27ª VARA


DA FAZENDA PÚBLICA DA COMARCA TUDO VAI DAR CERTO, ESTADO
ESFORÇO E FÉ

Processo nº...

(10 linhas)

AMÉLIA, estado civil, profissão, domicílio e residência, CPF e


RG..., por seu advogado, procuração em anexo, com escritório na...,
vem perante Vossa Excelência, com fulcro nos arts. 297 e ss. do CPC,
oferecer CONTESTAÇÃO à ação civil por improbidade administrativa
movida pelo MUNICÍPIO TUDO VAI DAR CERTO, pessoa jurídica de
direito público interno, com sede na..., CNPJ..., ante os fatos e
fundamentos jurídicos a seguir expostos:

DOS FATOS

O Município de TUDO VAI DAR CERTO (interior do Estado


ESFORÇO E FÉ) moveu ação civil por improbidade administrativa
contra AMÉLIA, sob o fato de que esta, no desempenho da função de
secretária de saúde teria realizado concurso público para cargos de
professor municipal destinando o percentual de 5% para os
portadores de necessidades especiais, especificamente indivíduos
portadores de visão monocular, o que, no entender do Ente
Federado, viola o princípio da igualdade.

Ocorre que a ação foi movida no ano de 2013, sendo que a Ré


já havia deixado de exercer as funções desde 2007, sendo certo
ainda que esta jamais realizou o mencionado concurso, o que foi de
responsabilidade do secretário de administração da época, que te
competência para assuntos ligados à admissão de pessoal.

Resta patente, “data venia”,a improcedência da presente ação.

É o que se verá nas linhas abaixo.

DA PRELIMINAR CARÊNCIA DE AÇÃO

Preliminarmente, argui o Réu a carência de ação, na forma do


art. 301, X, do CPC.

Isto porque a Ré jamais realizou o mencionado concurso, sendo


este de responsabilidade do secretário de administração da época,
que tinha a competência para assuntos ligados à admissão de
pessoal.
35
Assim, pede a V. Exa. a extinção do processo sem resolução do
mérito, na forma do que dispõe o art. 267, VI, do CPC:

“Art. 267. Extingue-se o processo sem resolução do


mérito:

...

Vl - quando não concorrer qualquer das condições


da ação, como a possibilidade jurídica, a
legitimidade das partes e o interesse processual;”

DA PRELIMINAR DE PRESCRIÇÃO / PREJUDICIAL DE MÉRITO

Preliminarmente, ainda, argui o Réu a prescrição da ação, na


forma do art. 269, IV, do CPC.

Isto porque a ação foi proposta 6 anos após a extinção da


função de secretária de saúde exercida pela Ré, ou seja, quando já
havia ultrapassado o prazo prescricional de 5 anos aplicáveis aos
exercentes de cargos em comissão, na forma do art. 23, I, da Lei
8.429/92, “literis”:

“Art. 23. As ações destinadas a levar a efeito as


sanções previstas nesta lei podem ser propostas:

l – até cinco anos após o término do exercício de


mandato, de cargo em comissão ou de função de
confiança;”

Assim, pede a V. Exa. a extinção da ação, com resolução do


mérito, consoante art. 269, IV, do CPC.

Em atenção ao princípio da eventualidade, passa, a Ré, a


adentrar no mérito, a fim de demonstrar a total improcedência dos
pedidos do autor.

DO DIREITO

O ordenamento jurídico pátrio estabelece o princípio do livre


acesso aos cargos públicos, especialmente no art. 37, II, da CRFB,
abaixo transcrita:

“Art. 37.omissis

...

36
Il - a investidura em cargo ou emprego público depende
de aprovação prévia em concurso público de provas ou de
provas e títulos, de acordo com a natureza e a complexidade do
cargo ou emprego, na forma prevista em lei, ressalvadas as
nomeações para cargo em comissão declarado em lei de livre
nomeação e exoneração;”

Por sua vez, o mesmo dispositivo, no seu inciso VIII determina


a reserva de cargos aos portadores de necessidades especiais,
conforme norma abaixo transcrita:

“Art. 37.omissis

...

VIII - a lei reservará percentual dos cargos e empregos


públicos para as pessoas portadoras de deficiência e definirá os
critérios de sua admissão;”

No caso em tela, embora o ato não tivesse sido praticado pela


Ré, resta patente a legalidade da conduta adotada pelo secretário de
administração, na medida em que efetivou a reserva de cargos aos
portadores de necessidades especiais, não havendo qualquer violação
ao princípio da igualdade, como alegado na exordial.

Vale ressaltar que os indivíduos que têm visão monocular são


enquadrados como portadores de deficiência, sendo-lhes garantido o
direito de concorrer às vagas destinadas aos sujeitos com
necessidades especiais.

O entendimento ora defendido encontra guarida na Súmula 377


do Colendo Superior Tribunal de Justiça, “literis”:

“Súmula 377. O portador de visão monocular tem


direito de concorrer, em concurso público, às vagas
reservadas aos deficientes”

Dai porque, Excelência, a conduta do secretário de reservar as


vagas destinadas aos portadores de visão monocular se deu em
absoluta conformidade com a Constituição e com a jurisprudência
consolidada nos Tribunais Superiores, razão pela qual não se
configura, na hipótese, qualquer ato de improbidade administrativa.

Patente, portanto, a todas as luzes, a improcedência dos


pedidos formulados na inicial.

CONCLUSÃO

37
Em face do exposto, requer a Vossa Excelência:

a) o acolhimento da preliminar de ilegitimidade passiva ad


causam, com a extinção do processo sem resolução do mérito, na
forma do art. 301, X, c/c art. 267, IV, do CPC;

b) o acolhimento da preliminar de prescrição, extinguindo a


ação com resolução do mérito, na forma do art. 269, IV, do CPC;

c) na eventualidade de não acolhimento de qualquer das


preliminares acima, pede a improcedência dos pedidos, afastando a
pretensão do autor frente a Ré;

d) a condenação do autor nos ônus da sucumbência,


notadamente honorários advocatícios;

e) a produção de provas, especialmente documental;

f) a juntada dos documentos em anexo.

P. deferimento. Local..., data... Advogado... OAB...

38
LABORATÓRIO EXCEÇÃO (DE IMPEDIMENTO) ®

PEÇA PROFISSIONAL. O MUNICÍPIO PARABÉNS PELO EMPENHO,


ESTADO 100% DE APROVAÇÃO instaurou processo administrativo
disciplinar contra TÍCIO, servidor público municipal, tendo em vista que
este abandonou o cargo de professor, ao faltar intencionalmente ao
serviço por 30 dias consecutivos para participar de um campeonato de
surf no Havaí, tendo o mencionado processo culminado com a sua
demissão, nos termos da Lei, por ato publicado no diário do município
do dia 10 de Janeiro de 2012. TÍCIO, então, que estendeu sua estada
no Havaí até Janeiro de 2013, ao retornar à sua Cidade achou por bem
acionar judicialmente o Ente Federado, alegando que sua demissão se
deu de forma ilegal, já que a sua ausência se deu em prol da
coletividade na medida em que se sagrou vencedor do concurso de surf
e divulgou o município para todo o mundo. Assim, tendo decaído o
prazo para a impetração de mandado de segurança, conforme lhe
explicou sua competente e estudiosa advogada, TÍCIO propôs ação pelo
rito ordinário contra o Município, tendo o feito sido distribuído para a 1ª
Vara da Fazenda Pública local. Vossa senhoria, na condição de
advogado do Município PARABÉNS PELO EMPENHO elaborou a defesa
judicial impugnando toda a questão de mérito apresentada na causa,
inclusive refutando o pedido de antecipação dos efeitos da tutela
requerido pela advogada de TÍCIO que, por coincidência, é casada com
o juiz da 1ª Vara da Fazenda Pública que determinou a citação do
Município. Considerando o caso hipotético acima, apresente a defesa
judicial que entender cabível para a completa proteção do Município
PARABÉNS PELO EMPENHO. (150 linhas e no máximo 2:30 – SEM
OLHAR PARA MODELO NENHUM!!! rs rs rs).

39
ESPELHO DE CORREÇÃO®

1. Oferecimento de exceção de impedimento endereçada ao Juízo


da VARA DA FAZENDA PÚBLICA DA COMARCA PARABÉNS PELO
EMPENHO, ESTADO 100% DE APROVAÇÃO – 1,0

2. Menção ao processo em apenso – 0,50

3. Indicação da Excipiente (Requerente) MUNICÍPIO PARABÉNS


PELO EMPENHO, pessoa jurídica de direito público interno, com sede
na..., CNPJ..., qualificação nos termos do art. 282, I, do CPC – 0,25

4. Pedido de autuação em apenso – 0,25

5. Pedido de suspensão do processo principal – 0,25

5. Indicação da causa de pedir próxima e remota. – 0,25

6. Fundamentos jurídicos:

6.1. Art. 304, do CPC - 0,5

6.2. Art. 134, IV, do CPC – 0,5

7. (ratificação) requerimento de autuação da exceção em apenso aos


autos da ação principal – 0,25

8. (ratificação) requerimento de suspensão da ação principal – 0,25;

9. Pedido de procedência para reconhecer o impedimento e


ordenando a remessa dos autos ao Juízo substituto legal – 0,5

10. requerimento de a produção de provas, especialmente


documental e testemunhal – 0,50

40
MODELO (PADRÃO DE RESPOSTA)®

EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DE DIREITO DA VARA DA


FAZENDA PÚBLICA DA COMARCA PARABÉNS PELO EMPENHO,
ESTADO 100% DE APROVAÇÃO.

Autuação em apenso ao processo nº...

(10 linhas)

MUNICÍPIO PARABÉNS PELO EMPENHO, pessoa jurídica de


direito público interno, com sede na..., CNPJ..., por seu advogado,
procuração em anexo, com escritório na..., vem, com fundamento
nos arts. 297; 304 e ss. do CPC, oferecer a presente EXCEÇÃO DE
IMPEDIMENTO de Vossa Excelência para processar e julgar a ação
ordinária em apenso, movida contra si por TÍCIO, estado civil,
profissão, domicílio e residência, CPF e RG..., ante os fatos e
fundamentos jurídicos a seguir expostos:

DOS FATOS

O ex servidor TÍCIO moveu ação ordinária com pedido de


antecipação dos efeitos da tutela, processo em apenso, requerendo
sua reintegração no cargo público de professor, antes ocupado.

Ocorre que, em que pese a ausência de juridicidade do pedido


ali formulado, conforme demonstrado na contestação apresentada
pelo Excipiente, resta patente no caso em tela o impedimento de
Vossa Excelência para processar e julgar a referida demanda, na
medida em que é casado com a advogada contratada por Tício.

É o que se verá nas linhas abaixo.

DO DIREITO

O Código de Processo Civil estabelece, no art. 304, ser lícito às


partes arguir, por meio de exceção, a incompetência do Juiz.

Eis a regra legal, acima mencionada:

“Art. 304. É lícito a qualquer das partes


arguir, por meio de exceção, a incompetência (art.
112), o impedimento (art. 134) ou a suspeição (art.
135).”

Por sua vez, o art. 134 do mesmo CPC estabelece os casos de


impedimento, proibindo o exercício das funções pelo Juiz quando,

41
dentre outras situações, estiver postulando como advogado da parte
o seu cônjuge.

Senão vejamos:

“Art. 134. É defeso ao juiz exercer as suas


funções no processo contencioso ou voluntário:

...

IV - quando nele estiver postulando, como


advogado da parte, o seu cônjuge ou qualquer
parente seu, consanguíneo ou afim, em linha reta;
ou na linha colateral até o segundo grau;”
Pois bem, Excelência!

No caso dos autos, como se vê, a advogada contratada por


TÍCIO é esposa de Vossa Excelência, configurando, assim, o vício de
impedimento ora apontado.

DOS PEDIDOS

Em face do exposto, requer a Vossa Excelência:

a) a autuação da presente exceção em apenso aos autos da


ação principal;

b) a suspensão da ação principal, na forma do disposto nos


arts. 306 e 265, III, do CPC, até o julgamento definitivo da presente
exceção;

c) a procedência dos pedidos para reconhecer o impedimento


de Vossa Excelência para processar e julgar a ação ordinária em
apenso, ordenando a remessa dos autos ao substituto legal, na forma
do art. 313 do CPC;

d) juntada dos documentos em anexo;

e) a produção de provas, especialmente documental e


testemunhal;

Para efeitos fiscais, dá à presente o valor de...

Pede deferimento.

Local..., data...

Advogado..., OAB...

42
LABORATÓRIO RECLAMAÇÃO CONSTITUCIONAL®

PEÇA PROFISSIONAL. CONSTITUCIONAL 2007.3

Um contingente de servidores públicos do município A, inconformado


com a política salarial adotada pelo governo municipal, decidiu, após
ter realizado paralisação grevista sem qualquer sucesso, tomar
providências para fazer valer um suposto direito a reajuste de 15%
sobre o vencimento básico percebido. O referido valor corresponderia
a um aumento remuneratório real, equiparando ao reajuste obtido,
nos últimos três anos, por diversas classes profissionais.

Os servidores públicos procuraram a entidade sindical correspondente


e esta decidiu ajuizar, na justiça comum, ação ordinária a fim de
satisfazer o pleito apresentado. Dada a premência do tempo em ver
reconhecido, pelo Judiciário, o reajuste de 15%, a entidade sindical
formulou, na própria petição inicial, pedido de antecipação de tutela,
sob a alegação de que, na situação, estavam em jogo verbas de
caráter nitidamente alimentar, o que reforçaria a necessidade de um
provimento judicial mais célere.

Ao fazer uma primeira análise, o juiz do feito decidiu indeferir o


pedido de tutela antecipada.

Após pedido de reconsideração formulado pela entidade sindical, o


juiz decidiu reverter seu primeiro posicionamento e optou por deferir
o pedido de tutela antecipada, determinando a imediata implantação
em folha de pagamento do reajuste de 15% sobre o vencimento
básico dos servidores públicos.

Inconformado com a decisão judicial, o município decidiu contratar


serviços advocatícios para promover as medidas cabíveis e reverter a
situação o quanto antes, em virtude do iminente impacto
orçamentário do reajuste concedido. O advogado tentou, por todos os
modos possíveis, suspender a decisão que concedeu a tutela
antecipada no tribunal de justiça competente, sem ter obtido êxito.

A antecipação de tutela continua mantida, em toda sua extensão, e o


mérito da ação ainda não foi apreciado.

Sabe-se que o Supremo Tribunal Federal, no julgamento da ADC-MC


4, assim decidiu: “Medida cautelar deferida, em parte, por maioria de
votos, para se suspender, “ex nunc”, e com efeito vinculante, até o
julgamento final da ação, a concessão de tutelar antecipada contra a
Fazenda Pública, que tenha por pressuposto a constitucionalidade ou
inconstitucionalidade do Art. 1.º da Lei n.º 9.494, de 10/9/1997,

43
sustando-se, igualmente “ex nunc”, os efeitos futuros das decisões já
proferidas, nesse sentido”.

Diante da situação hipotética apresentada, na condição de advogado


do município A, redija a peça judicial apropriada para o caso, a ser
apresentada ao órgão judicial competente, com os argumentos que
reputar pertinentes.

MODELO (PADRÃO DE RESPOSTA) ®

EXCELENTÍSSIMO SENHOR MINISTRO PRESIDENTE DO


COLENDO SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL.
(10 linhas)
MUNICÍPIO A, pessoa jurídica de direito público interno, com
sede na..., CNPJ..., por seu advogado infrafirmado, regularmente
constituído mediante o instrumento de mandato em anexo, com
escritório na..., vem perante Vossa Excelência, com fundamento
no art. 13 e ss. da Lei 8.038/90, propor RECLAMAÇÃO
CONSTITUCIONAL, com pedido de liminar, contra a decisão
que concedeu a antecipação de tutela requerida pelo Sindicato dos
Servidores, pessoa jurídica de direito privado, com sede na..., CNPJ,
nos autos da ação ordinária em curso na..., ante as razões de fato
e de direito a seguir expostas:
DO CABIMENTO
Registra o Requerente o cabimento da presente
reclamação constitucional com base no art. 13 da Lei nº
8.038/1990, que institui normas procedimentais para os
processos perante o STJ e STF, ”verbis”:
“Art. 13. Para preservar a competência do Tribunal
ou garantir a autoridade das suas decisões, caberá
reclamação da parte interessada ou do Ministério
Público.
Parágrafo único. A reclamação, dirigida ao
Presidente do Tribunal, instruída com prova
documental, será autuada e distribuída ao Relator
da causa principal, sempre que possível.”
DOS FATOS
Um contingente de servidores públicos do município A,
inconformado com a política salarial adotada pelo governo municipal,
decidiu, após ter realizado paralisação grevista sem qualquer
sucesso, tomar providências para fazer valer um suposto direito a
reajuste de 15% sobre o vencimento básico percebido. O referido
valor corresponderia a um aumento remuneratório real, equiparando
ao reajuste obtido, nos últimos três anos, por diversas classes
profissionais.

44
Os servidores públicos procuraram a entidade sindical
correspondente e esta decidiu ajuizar, na justiça comum, ação
ordinária a fim de satisfazer o pleito apresentado.
Dada a premência do tempo em ver reconhecido, pelo
Judiciário, o reajuste de 15%, a entidade sindical formulou, na
própria petição inicial, pedido de antecipação de tutela, sob a
alegação de que, na situação, estavam em jogo verbas de caráter
nitidamente alimentar, o que reforçaria a necessidade de um
provimento judicial mais célere.
Ao fazer uma primeira análise, o juiz do feito decidiu indeferir o
pedido de tutela antecipada.
Após pedido de reconsideração formulado pela entidade
sindical, o juiz decidiu reverter seu primeiro posicionamento e optou
por deferir o pedido de tutela antecipada, determinando a imediata
implantação em folha de pagamento do reajuste de 15% sobre o
vencimento básico dos servidores públicos.
Inconformado com a decisão judicial, o Requerente promoveu
as medidas cabíveis para reverter a situação o quanto antes, em
virtude do iminente impacto orçamentário do reajuste concedido,
inclusive perante o tribunal de justiça competente.
Ocorre que a antecipação de tutela continua mantida, em toda
sua extensão, valendo ressaltar que o mérito da ação ainda não foi
apreciado.
Merece ser cassada a decisão, consoante se demonstrará
a seguir.
DO DIREITO
O ordenamento jurídico pátrio estabelece a proibição de
concessão de antecipação de tutela contra a Fazenda Pública.
É o que se vê do art. 1º da Lei Federal 9.494/97, “in verbis”:
“Art. 1º Aplica-se à tutela antecipada prevista nos arts. 273 e 461
do Código de Processo Civil o disposto nos arts. 5º e seu
parágrafo único e 7º da Lei nº 4.348, de 26 de junho de 1964, no
art. 1º e seu § 4º da Lei nº 5.021, de 9 de junho de 1966, e nos
arts. 1º, 3º e 4º da Lei nº 8.437, de 30 de junho de 1992.”
No caso dos autos, como se disse, o Requerente está sendo
obrigado a efetivar, por força de decisão interlocutória, a imediata
implantação em folha de pagamento do reajuste de 15% sobre o
vencimento básico de um contingente de seus servidores públicos.
Não obstante, esse Colendo Supremo Tribunal Federal, no
julgamento da ADC-MC 4, assim decidiu:
“Medida cautelar deferida, em parte, por maioria de
votos, para se suspender, “ex nunc”, e com efeito
vinculante, até o julgamento final da ação, a concessão
de tutelar antecipada contra a Fazenda Pública, que tenha

45
por pressuposto a constitucionalidade ou
inconstitucionalidade do Art. 1.º da Lei n.º 9.494, de
10/9/1997, sustando-se, igualmente “ex nunc”, os efeitos
futuros das decisões já proferidas, nesse sentido”.
Como se vê, a decisão impugnada vai de encontro à decisão
proferida pelo Supremo Tribunal Federal, acima transcrita.
Tratando-se, portanto, da necessidade de garantir a autoridade
das decisões desse Supremo Tribunal Federal, afigura-se cabível a
presente medida, com a qual espera a suspensão do cumprimento da
decisão de primeiro grau, ora combatida.
DO PEDIDO DE LIMINAR
A fumaça do bom direito reside nos argumentos fáticos e
jurídicos acima expostos, notadamente no momento em que a
ordem jurídica proíbe a concessão de antecipação de efeitos da tutela
contra a fazenda pública.
O “periculum in mora”, por sua vez, afigura-se patente,
ante a lesão que a decisão vem causando ao requerente, uma
vez que está sendo obrigado a implantar percentual de aumento de
vencimentos de servidores públicos, com evidente prejuízo à ordem e
as finanças municipais.
Assim, requer a concessão de liminar para suspender a
decisão judicial impugnada, eximindo o Requerente de efetivar a
implantação do percentual de 15% sobre os vencimentos dos seus
servidores públicos, até decisão final da presente reclamação.
DOS PEDIDOS DEFINITIVOS
Em face do exposto, requer a V. Exa.:
a) a requisição de informações ao juiz de primeiro grau
responsável pela decisão impugnada, para que as preste no
prazo de dez dias;
b) a intimação do ilustre representante do Ministério
Público;
c) a procedência da reclamação para cassar a decisão
judicial proferida pelo juiz de primeiro grau, eximindo o Requerente
de efetivar a implantação do percentual de 15% sobre os
vencimentos dos seus servidores públicos;
d) a confirmação da liminar acima requerida;
e) a juntada da prova documental em anexo;
Dá à causa o valor de...
P. deferimento.
Local..., data..., Advogado..., OAB...

46
CANTINHO CEJAS ARAS: “PARA SABER MAIS!” ®

ESTÁGIO PROBATÓRIO É DE 3 ANOS!!!:

AgRg no REsp 1253770 / SC


AGRAVO REGIMENTAL NO RECURSO ESPECIAL
2011/0108336-0

Relator(a)

Ministro BENEDITO GONÇALVES (1142)

Órgão Julgador

T1 - PRIMEIRA TURMA

Data do Julgamento

20/05/2014

Data da Publicação/Fonte

DJe 27/05/2014

Ementa

PROCESSUAL CIVIL E ADMINISTRATIVO. AGRAVO REGIMENTAL NO


RECURSO ESPECIAL. SERVIDOR PÚBLICO. ESTÁGIO PROBATÓRIO.
EC 19/98.
1. O STJ sufragou o entendimento de que, após a Emenda
Constitucional 19/98, o prazo do estágio probatório passou a ser
de 3 anos, acompanhando a alteração para aquisição da
estabilidade, não obstante tratar-se de institutos distintos. (AgRg no
REsp 1.172.008/RS, Rel. Ministro Napoleão Nunes Maria Filho, Quinta
Turma, DJe 7/4/2011).

47
LABORATÓRIO DE PARECER

No Município X, capital do Estado Y, o Prefeito recém


empossado aciona o seu departamento jurídico para emitir
opinião sobre requerimento administrativo de reintegração
formulado pelo ex-servidor Mévio, tendo em vista que foi
exonerado do cargo de médico que antes ocupava, no qual era
estável, por ato administrativo do ex-prefeito, motivado por
excesso de despesa de pessoal.

O referido ato teve exatamente o seguinte conteúdo:


“Considerando excesso de despesa com pessoal, RESOLVE,
exonerar o servidor Mévio do cargo público de médico que
exerce, garantido o pagamento de indenização correspondente a
um mês de remuneração por ano de serviço.”.

Nenhuma outra medida anterior foi tomada pelo mencionado


ex-prefeito.

Em dúvida quanto ao pedido do ex-servidor, o atual Prefeito


deseja saber:

1. Se é possível a exoneração de servidores estáveis por


adequação do limite de despesa com pessoal;

2. Se foi correta a medida adotada pelo ex-prefeito em relação


ao servidor Mévio;

3. Se é possível atender ao pedido administrativo do ex-


servidor, mesmo tendo o ato sido praticado pelo gestor anterior,

48
ou se ele deve recorrer à seara judicial para a satisfação do
direito que julga ter.

Na qualidade de advogado do Município, contratado por


inexigibilidade de licitação por dotar título de especialista e o
trabalho envolver natureza singular, responda à consulta.

(Limite 150 linhas.)

49
ESPELHO DE CORREÇÃO®

1. Emissão de um parecer – 0,10

2. Ementa do parecer – 0,10

3. Identificação do consulente e narrativa do relatório – 0,20

4. Fundamentação (1,0 para cada item)

4.1. Menção ao art. 169, §§ 3º e 4º, da CRFB (possibilidade de


exoneração por despesa de pessoal) – 1,0

4.2. Violação aos requisitos legais (iter) relativos à redução de


cargos em comissão e funções de confiança e exoneração dos
servidores não estáveis – 1,0

4.3. Nulidade do Decreto em razão da ausência de motivação


(ato decisório) – 1,0

4.4. Possibilidade da administração pública rever os seus


próprios atos, com base no poder de autotutela: Súmulas 346 e
473 do STF – 1,0

5. Conclusão

50
5.1. É possível a exoneração de servidores estáveis por
adequação do limite de despesa com pessoal, na forma do art.
169, §§ 3º e 4º, da CRFB – 0,20

5.2. Foi incorreta a medida adotada pelo ex-Prefeito em relação


ao servidor Mévio, uma vez que não observou os requisitos
legais aplicáveis à espécie, notadamente aqueles estabelecidos
no art. 169 da CRFB e na Lei 9.801/99 – 0,20

5.3. É possível atender ao pedido administrativo do ex-servidor,


mesmo tendo o ato sido praticado pelo gestor anterior,
considerando o poder de autotutela inerente à atividade
administrativa, em consonância com as Súmulas 346 e 473 do
STF, dispensando que o interessado recorra à seara judicial –
0,20

51
PADRÃO DE REPOSTA®

PARECER

Ementa: Direito Administrativo.


Limite despesa com pessoal.
Exoneração. Servidor estável.
Critérios legais. Inobservância.
Reintegração. Autotutela.
Possibilidade

Trata-se de consulta formulada pelo Prefeito do


Município X, capital do Estado Y, acerca do requerimento
administrativo de reintegração em cargo público formulado pelo
ex-servidor Mévio, tendo em vista que foi exonerado do cargo
de médico que antes ocupava, no qual era estável, por ato
administrativo do ex-prefeito, motivado por excesso de despesa
de pessoal.

Afirma, ainda, o consulente que o referido ato teve


exatamente o seguinte conteúdo: “Considerando excesso de
despesa com pessoal, RESOLVE, exonerar o servidor Mévio do
cargo público de médico que exerce, garantido o pagamento de
indenização correspondente a um mês de remuneração por ano
de serviço.” Assevera também que nenhuma outra medida
anterior foi tomada pelo mencionado ex-Prefeito.

52
Assim, em dúvida quanto ao pedido do ex-servidor, o
consulente deseja saber se: 1. É possível a exoneração de
servidores estáveis por adequação do limite de despesa com
pessoal; 2. Foi correta a medida adotada pelo ex-Prefeito em
relação ao servidor Mévio; 3. É possível atender o pedido
administrativo do ex-servidor, mesmo tendo o ato sido
praticado pelo gestor anterior, ou se seria necessário que este
recorresse à seara judicial para a satisfação do direito que julga
ter.

É o relatório.

Passo a opinar.

DO DIREITO

O ordenamento jurídico pátrio estabelece a


possibilidade de exoneração dos servidores estáveis para
adequação aos limites de despesa de pessoal.

É o que se vê no art. 169, §§ 3º e 4º, da CRFB, abaixo


transcritos:

“Art. 169. A despesa com pessoal ativo e inativo da


União, dos Estados, do Distrito Federal e dos
Municípios não poderá exceder os limites
estabelecidos em lei complementar.

...

§ 3º Para o cumprimento dos limites estabelecidos


com base neste artigo, durante o prazo fixado na lei

53
complementar referida no caput, a União, os Estados,
o Distrito Federal e os Municípios adotarão as
seguintes providências:

I - redução em pelo menos vinte por cento das


despesas com cargos em comissão e funções de
confiança;

II - exoneração dos servidores não estáveis.

§ 4º Se as medidas adotadas com base no parágrafo


anterior não forem suficientes para assegurar o
cumprimento da determinação da lei complementar
referida neste artigo, o servidor estável poderá
perder o cargo, desde que ato normativo motivado de
cada um dos Poderes especifique a atividade
funcional, o órgão ou unidade administrativa objeto
da redução de pessoal.”.

Como se vê das normas acima transcritas, não foi


observado pelo ex-prefeito os requisitos legais (iter) para
culminar com a exoneração do servidor Mévio, notadamente
porque ao ato não se precedeu à redução em pelo menos vinte
por cento dos cargos em comissão e funções de confiança,
assim como a exoneração prévia de servidores não estáveis,
resultando, portanto, na ilegalidade do ato de exoneração.

E mais!

Resta patente a nulidade do ato em razão da ausência de


motivação, na medida em que não especificou a atividade
54
funcional, o órgão ou unidade administrativa objeto da redução
de pessoal.

É princípio comezinho de direito que os atos decisórios


dever ser necessariamente motivados, com indicação precisa,
clara e congruente das razões de fato e de direito que levaram à
sua prática, o que não se observou na hipótese em tela, razão
pela qual o ato de demissão apresenta vício insanável também
quanto à sua forma.

Regulamentando a norma constitucional acima transcrita,


a Lei 9.801/99 institui a necessidade de motivação do ato
normativo que resulta na exoneração dos servidores por força
da adequação aos limites de despesa com pessoal, devendo
especificar, dentre outros, a economia de recursos e os critérios
impessoais para identificação dos servidores exonerados, o que
não foi observado pelo ex-prefeito quanto à demissão de Mévio.

É o que se vê do art. 2º da mencionada lei, “in verbis”:

“Art. 2º A exoneração a que alude o art. 1o será


precedida de ato normativo motivado dos Chefes de
cada um dos Poderes da União, dos Estados, dos
Municípios e do Distrito Federal.

§ 1º O ato normativo deverá especificar:

I - a economia de recursos e o número


correspondente de servidores a serem exonerados;

55
II - a atividade funcional e o órgão ou a unidade
administrativa objeto de redução de pessoal;

III - o critério geral impessoal escolhido para a


identificação dos servidores estáveis a serem
desligados dos respectivos cargos;

IV - os critérios e as garantias especiais escolhidos


para identificação dos servidores estáveis que, em
decorrência das atribuições do cargo efetivo,
desenvolvam atividades exclusivas de Estado;

V - o prazo de pagamento da indenização devida


pela perda do cargo;

VI - os créditos orçamentários para o pagamento das


indenizações.”

A todas as luzes se nota, portanto, a juridicidade do pedido


de reintegração do requerente Mévio, uma vez que não foram
observadas as garantias previstas nas normas acima transcritas.

Finalmente, vale registrar que considerando o poder de


autotutela, o atual Prefeito pode anular o ato administrativo
viciado, na forma como prevista nas Súmulas 346 e 473 do STF,
sendo desnecessário, portanto, que o requerente tenha que se
valer da seara judicial para a satisfação do seu direito.

CONCLUSÃO

Em face do exposto, opino no sentido de que:

56
1. É possível a exoneração de servidores estáveis por
adequação do limite de despesa com pessoal, na forma do art.
169, §§ 3º e 4º, da CRFB;

2. Foi incorreta a medida adotada pelo ex-Prefeito em


relação ao servidor Mévio, uma vez que não observou os
requisitos legais aplicáveis à espécie, notadamente aqueles
estabelecidos no art. 169 da CRFB e na Lei 9.801/99, acima
transcritos;

3. É possível atender ao pedido administrativo do ex-


servidor, mesmo tendo o ato sido praticado pelo gestor anterior,
considerando o poder de autotutela inerente à atividade
administrativa, em consonância com as Súmulas 346 e 473 do
STF, dispensando que o interessado recorra à seara judicial.

É o parecer, S.M.J..

Local..., Data..., Advogado..., OAB...

CANTINHO CEJAS: “PARA SABER MAIS!” ®

ADVOGADO PODE SER CONTRATADO POR


INEXIGIBILIDADE DE LICITAÇÃO, DESDE QUE ATENDA AOS
CRITÉRIOS ESTABELECIDOS NO ART. 25, II, DA LEI 8.666/93:
NATUREZA SINGULAR DA ATIVIDADE E NOTÓRIA
ESPECIALIZAÇÃO!

SUPERIOR TRIBUNAL DE JUSTIÇA

57
REsp 1192332

Relator(a)

Ministro NAPOLEÃO NUNES MAIA FILHO (1133)

Órgão Julgador

T1 - PRIMEIRA TURMA

Data do Julgamento

12/11/2013

Data da Publicação/Fonte

DJe 19/12/2013

Ementa

ADMINISTRATIVO E PROCESSUAL CIVIL. IMPROBIDADE


ADMINISTRATIVA. CONTRATAÇÃO DE SERVIÇOS
ADVOCATÍCIOS COM DISPENSA DE LICITAÇÃO. ART. 17 DA
LIA. ART. 295, V DO CPC. ART. 178 DO CC/16. AUSÊNCIA DE
PREQUESTIONAMENTO. SÚMULAS 282 E 356 DO STF. ARTS. 13
E 25 DA LEI 8.666/93. REQUISITOS DA INEXIGIBILIDADE DE
LICITAÇÃO. SINGULARIDADE DO SERVIÇO. INVIABILIDADE
DE COMPETIÇÃO. NOTÓRIA ESPECIALIZAÇÃO.

DISCRICIONARIEDADE DO ADMINISTRADOR NA ESCOLHA DO


MELHOR PROFISSIONAL, DESDE QUE PRESENTE O INTERESSE
PÚBLICO E INOCORRENTE O DESVIO DE PODER, AFILHADISMO
OU COMPADRIO. RECURSO ESPECIAL PROVIDO.

1. Quanto à alegada violação ao 17, §§ 7o., 8o., 9o. e 10 da


Lei 8.429/92, art. 295, V do CPC e art. 178, § 9o., V, b do
CC/16, constata-se que tal matéria não restou debatida no
acórdão recorrido, carecendo de prequestionamento, requisito
indispensável ao acesso às instâncias excepcionais. Aplicáveis,

58
assim, as Súmulas 282 e 356 do STF.

2. Em que pese a natureza de ordem pública das questões


suscitadas, a Corte Especial deste Tribunal já firmou
entendimento de que até mesmo as matérias de ordem pública
devem estar prequestionadas. Precedentes...

3. Depreende-se, da leitura dos arts. 13 e 25 da Lei


8.666/93 que, para a contratação dos serviços técnicos
enumerados no art. 13, com inexigibilidade de licitação,
imprescindível a presença dos requisitos de natureza
singular do serviço prestado, inviabilidade de competição
e notória especialização.

4. É impossível aferir, mediante processo licitatório, o


trabalho intelectual do Advogado, pois trata-se de
prestação de serviços de natureza personalíssima e
singular, mostrando-se patente a inviabilidade de
competição.

5. A singularidade dos serviços prestados pelo Advogado


consiste em seus conhecimentos individuais, estando
ligada à sua capacitação profissional, sendo, dessa forma,
inviável escolher o melhor profissional, para prestar
serviço de natureza intelectual, por meio de licitação,
pois tal mensuração não se funda em critérios objetivos
(como o menor preço).

6. Diante da natureza intelectual e singular dos serviços


de assessoria jurídica, fincados, principalmente, na
relação de confiança, é lícito ao administrador, desde que
movido pelo interesse público, utilizar da
discricionariedade, que lhe foi conferida pela lei, para a
escolha do melhor profissional.

7. Recurso Especial a que se dá provimento para julgar


improcedentes os pedidos da inicial, em razão da inexistência de

59
improbidade administrativa.

ESSE ADVOGADO SERÁ VOCÊ, A PARTIR DO


DOMINGO, PRÓXIMO!!!

COM FÉ EM JESUS, SEU EMPENHO E SUA FÉ!!!

CEJAS ARAS!

Parabéns pelo empenho e pela Fé!!!

Não faz mais que sua... rsrsrs

Que o Próprio Cristo o Abençoe!!!

CEJAS ARAS!

60

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