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FACULDADE CASPER LÍBERO

MARJORIE PEREIRA

ZYGMUNT BAUMAN
A relação entre a “Sociedade Líquida” e o artigo ”Desafios da sociedade
Contemporânea”

SÃO PAULO - SP
2018
“Vivemos em tempos líquidos. Nada é para durar” (BAUMAN, 1999). Com isso
apresento o filósofo Zygmunt Bauman, que criou do termo “Modernidade Líquida” para
substituir a “Pós Modernidade” popularizada por Lyotard. Seu pensamento se baseia no
conceito de liquidez, ou seja, a fluidez e mudanças constantes que, ao relacionar-se com a
vivência contemporânea de nossa sociedade, cria um novo modo de entendê-la.
Atualmente, de acordo com o filósofo, temos um modo de viver e coexistir muito
distinto se comparado ao passado. Bauman apresenta-o como a “modernidade sólida”, um
período de conceitos e estruturas inflexíveis, em que a população era mais certa sobre o
futuro. Já a liquidez surge da descoberta da sociedade sobre a falta de controle do amanhã,
trazendo incertezas, inseguranças e medos. Dito isto, podemos inferir que, como o futuro
passa a ser incerto, as pessoas buscam conforto no presente com prazeres imediatos, que nos
leva à sociedade do consumo, diferente da anterior, a sociedade de produção.
As pessoas utilizam bens materiais para construir sua personalidade, fazendo com que
o “ter” seja o novo “ser”. O consumo se torna um meio para alcançar a felicidade e, por
fazermos parte de uma sociedade líquida, onde tudo muda rapidamente, os bens acabam sendo
sempre ultrapassados, pois nossa busca pela “evolução” é constante e as melhorias são
praticamente instantâneas.
Levando todo esse pensamento em consideração podemos identificar claramente uma
relação entre o pensamento de Bauman e o texto “Desafios da Sociedade Contemporânea”. A
leitura apresenta inicialmente alguns paradoxos da globalização, como empresas que buscam
a liderança de mercado, ou seja, atrair mais consumidores concentrando em si o monopólio de
um produto, acabam incorporando outras de menor porte, ou criando franquias e se dividindo,
na incessante busca pela evolução e ganhos imediatos.
Essa divisão acaba gerando um novo tema: o efeito da tecnologia sobre o emprego.
Numa sociedade em que o progresso tecnológico gera desemprego, temos bens luxuosos em
meio a população sem recursos, ou seja, há uma valorização dos objetos maior do que das
pessoas, sustentada pelo capitalismo que, graças ao consumo exagerado, controla a tecnologia
em prol do lucro. Isso representa a fluidez descrita pelo filosofo, um dia você tem um
emprego, no outro surge uma tecnologia capaz de lhe substituir fazendo com que vivamos em
constante alerta, incertos sobre o futuro e correndo atrás de conquistas rápidas, antes que
percamos a chance.
No texto temos como tema a tecnologia, em constante mudança e evolução, empresas
sempre buscando superar umas às outras, sempre competindo e disponibilizando mais
produtos para uma sociedade já saturada de bens, gerando um ciclo infinito de compras,
produtos ultrapassados e avanço tecnológica.
Com isso podemos observar um exemplo da sociedade líquida apresentada por
Bauman, que nos mostra a flexibilidade, falta de certezas e alterações constantes de todos os
lados.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRAFICAS

POMERANZ, Lenina. “Desafios da sociedade contemporânea”. Estadão, 2014. Disponível


em: < https://opiniao.estadao.com.br/noticias/geral,desafios-da-sociedade-contemporanea-
imp-,1603697 >. Acesso em: 17/09/2018.

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