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Período da Organogênese: Da Quarta à Oitava Semana do

Desenvolvimento Humano

1. A maior parte do desenvolvimento embrionário ocorre da quarta à


oitava semana de gestação.

2. Ao final desse período todos, os principais órgãos e sistemas


começaram a se desenvolver.

3. Porém, exceto o cardiovascular , esses órgãos tem suas funções


mínimas sendo desempenhadas.

4. A medida em que há o surgimento dos órgãos, a forma do


embrião muda, de tal maneira que ao final da 8ª semana já
possui um aspecto humano.

Fases do Desenvolvimento embrionário

1. Crescimento

(Aumento do tamanho)

1. Morfogênese

(Desenvolvimento da forma)

1. Diferenciação

(Maturação dos processos fisiológicos)

Dobramento do Embrião

1. Evento significativo para o estabelecimento da forma do corpo.

Derivados dos Folhetos germinativos


1. Ectoderma

2. Mesoderma

3. Endoderma

Primeiros Eventos da Quarta a Oitava Semana

Quarta Semana

1. Aparecimento dos arcos braquiais

2. Prosencéfalo em forma de C

3. Brotos dos membros superiores reconhecíveis

4. Placoides cristalinos – futuros cristalinos dos olhos

5. Os rudimentos de muitos órgãos especialmente do S. cardiovascular


já estão estabelecidos

Quinta Semana

1. Pequenas modificações na forma do corpo;

2. Maior crescimento da cabeça em relação ao corpo (devido ao


rápido crescimento do encéfalo);

3. A face fica em contado com a proeminência cardíaca;

4. Os brotos dos membros superiores tem forma de remos e dos


membros inferiores tem forma de nadadeiras;

Sexta Semana
1. Diferenciação regional dos cotovelos e grandes placas das mãos,
desenvolvem-se os primórdios dos dedos (raios digitais);

2. Neste período foram relatados movimentos espontâneos (contrações


bruscas do tronco e membros);

3. Formação das saliências auriculares e nota-se o olho;

Sétima Semana

1. Grandes alterações nos membros;

2. Apresentam separações parciais dos dedos;

3. Maior desenvolvimento do sistema digestório;

Oitava Semana

1. Dedos das mãos separados;

2. Surgimento de depressões digitais dos dedos dos pés;

3. Surgimento do plexo vascular do couro cabeludo;

4. Ossificação inicial do fêmur;

5. Aproximação ventral entre si das mãos e dos pés;

6. Embrião tem forma humana (cabeça desproporcional);

7. Região do pescoço estabelecida e pálpebras mais próximas;

8. Apesar de existirem diferenças na genitália externa, essas


diferenças ainda são muito sutis, não permitindo diferenciação do
sexo;
Período Fetal: 9°ao nascimento
já tem um aspecto humano.
tecidos, órgãos e sistemas.Inicia-se esse período com células
neurais crescendo e se multiplicando rapidamente o que garante
movimentos rápidos e involuntários (ainda não há conexões
suficientes para os voluntários). Essa movimentação é importante
para o desenvolvimento muscular e das conexões neurais.
uterino. Normalmente fetos com menos de 500g não
sobrevivem, entretanto quando vivem,
são denominados crianças imaturas. Entre 1500 a 2500 g
é muito comum o nascimento sendo
denominadas crianças pré-maturas, pois sobrevivem com
dificuldades.
e a estimativa do parto (EDC- data esperada para o parto
ou DPP- data provável para o parto ).
É feita a partir do ultra-som o comprimento do topo
da cabeça às nádegas (CRL). Mede-se a
idade fetal a partir do tempo transcorrido desde o último
período menstrual normal (LNMP) –
normal 40 semanas; o u o dia estimado da fecundação
– normal 38 semanas. As medidas
básicas são diâmetro biparietal (DBP) – diâmetro da
cabeça entre as duas saliências parietais;
circunferência da cabeça e do abdome; comprimento do
fêmur e do pé. A determinação do
tamanho de um feto, principalmente de sua cabeça, é de grande
valia para o obstetra.
condições como, por exemplo, a de mães fumantes e/ ou
alcoólatras (produzir IUGR – peso da
criança dentro do menor décimo percentil para a idade da
gestação) o u a gestação de gêmeos.
A glicose (fonte energética principal para o
desenvolvimento do feto) , a somatomedina e a
insulina (secretada pelo pâncreas fetal, necessária para o
metabolismo da glicose) também são
agentes que interferem no crescimento e peso, estimulando-os.
desenvolveu todos os principais sistemas; no segundo já
é possível verificar por ultra-
sonografia os detalhes anatômicos e ao final desse o neném já
consegue sobreviver caso nasça
prematuramente; no último trimestre há a maturação do feto
que já pode nascer aos 5 meses
quando atinge os 2,5 kg.
larga, com olhos muito separados, mas fechando-se;
cabeça ainda grande o u arredondada;
orelhas com implantação baixa; as pálpebras ao se
fecharem permanecerão assim até a 12ª semana.
intestinais visíveis e desenvolvimento inicial das unhas das mãos.
semana; iniciam-se centros de o ssificação primária
especialmente no crânio e ossos longos;
movimentos voluntários, embora não percebidos pela mãe,
já são realizados; identificam-se
processos gonadais que formarão os aparelhos reprodutores;
a eritropoese passa a ser feita
não só pelo fígado, mas também, pelo baço; formação
da urina entre a nona e a dé cima
segunda semana com sua excreção sendo feita no
líquido amniótico que por muitas vezes é
engolido pelo feto (desenvolvimento do reflexo de sucção);
pescoço já é bem definido.
membros inferiores ficaram mais compridos e inicia a
formação das unhas dos pés . É possível
ao feto estabelecer m ovimentos coordenados a partir da
14ª semana. A ossificação do
esqueleto é ativa e os ossos claramente visíveis em
ultra -som. Movimentos lentos dos olhos
decorrem e esses ocupam uma posição anterior na face. As
o relhas externas se aproximam de
sua posição de finitiva e já é possível a determinação
do sexo. O padrão dos cabelos no couro
cabeludo começa a ser definido. Ao final estará medindo em torno
de 11 cm.
final. Os movimentos fetais passam a ser percebidos
pelas mães além de outros que não são,
como fazer caretas, levantar as sobrancelhas e coçar a
cabeça. O contato do feto com a
placenta será o determinante para a formação das
digitais que também são indicadoras de
como será a saúde cardíaca do futuro bebê. Inicia o
desenvolvimento do paladar com a
deglutição do líquido amniótico (início do funcio namento
do sistema digestivo). O cérebro
começa a controlar o coração e a elaborar a
propriocepção. A pele é coberta por um material
gorduroso secretado pelas glândulas sebáceas do feto e
po r células mortas da epiderme –
vernix caseosa que protege a delicada pele do feto
contra abrasões, rachaduras e
endurecimento. As sobrancelhas e os cabelos, com 20
dias já se formaram e o lanugo recobre
todo o vernix caseosa auxiliando na fixação desse à
pele. Formação do tecido adiposo
multilocular (marrom), nas regi ões do pescoço, posterior
ao esterno e área perirrenal, que
produz calor a partir da oxidação de ácidos graxos. O feto nessa
fase pesa em torno de 300g.
(ausência de panículo adiposo) e translúcida principalmente
no início da 2 1ª. A cor da pele
varia de rosada a vermelha, pois o sangue é visto
nos capilares. Com 21 semanas inicia -se o
movimento rápido dos olhos e com 22 e 23
semanas o reflexo de piscar foi percebido. A
maioria dos sentidos está desenvolvida como o sistema auditivo
que amadurece permitindo ao
bebê ouvir e reconhecer sons maternos. Com 24
semanas as células epiteliais secretoras
(pneumócitos II) secretam surfactante, lipídio tensoativo
que mantém os alvéolos pul monares
abertos. É um período muito arriscado para o nascimento, pois a
criança pode morrer por ter o
sistema respiratório imaturo. O peso é de 600g.
realizar trocas gasosas adequadas, sob o controle do
SNC, que ao amadurecer, dirige os
movimentos respiratórios rítmicos e controla a temperatura
corporal. Com 26 semanas os
olhos estão abertos com determinação dos pigmentos
desses e os pêlos bem co nstituídos.
Desenvolve-se o panículo adiposo eliminando muitas rugas.
O baço fetal torna-se até a 28ª
semana um local importante de hematopoese, porém na
29 ª semana esse passa a ter função
secundária com o desenvolvimento da medula óssea. O feto
começa a dormir 90% do tempo e
os outros 10% são marcados pelo reflexo do susto
(movimentos de auto-defesa) – início do
funcionamento do ciclo circadiano. Na 2 8ª semana o
neném começa a ganhar peso e a
desenvolver uma memória, com o SN se desenvolvendo
ao nível do recém-nascido. O feto já
pesa em torno de 1,1 kg.
considerado pré-maturo e já contem panículo adiposo
correspondendo a cerca de 8% da
massa corporal. O neném tem a capacidade ao final
desse período de sonhar. O feto pesa 2,2
kg e mede cerca de 40 cm, tamanho máximo para o útero da
mãe.
espontaneamente à luz. Com aproximadamente 3,4 kg e
50 cm, na 36ª semana, a
circunferência da cabeça e a do abdome são quase iguais.
Com 37 semanas o tamanho do pé é
um pouco maior que o comprimento do feto. Com a
aproximação do nascimento o
crescimento retarda, sendo que durante as ultimas semanas de
gestação o feto ganha cerca de
14 g por dia. 40 semanas do ciclo mas com 38 semanas para o
desenvolvimento do feto.
diminuiu o suprimento de oxigênio e a nutrição do feto.
Pode ocorr er em crianças prematuras
por data (IUGR) causada por insuficiência placentária,
gestação múltipla, doenças infecciosas,
teratógenos que levam a anomalias congênitas, anomalias
cardiovasculares, nutrição materna
inadequada ou hormônios m aternos e fetais insuficientes.
Essas crianças apresentam falta de
gordura e por isso são mais enrugadas. A não
formação de uma artéria ou a degeneração
precoce de um dos v asos do cordão umbilical (po
ssuem 2 artérias e 1 veia) pode levar ao
menor desenvolvimento fetal.
comporta mais o bebê, não consegue expandir mais.
de Nägela: - 3 meses do dia do LNMP e + 1 ano e 7 meses
= data estimada do parto (EDC).
semanas após a data esperada. Tem grande mortalidade.
dilatação da cérvice (colo do útero) e a saída do feto e da
placenta . Os fatores desencadeantes
serão os hormônios fetais e maternos. Alterações:
hipotálamo fetal > corticotrofina >
Adrenocorticotrofina (ACTH) > cortisol > estimular a
produção de estrógenos maternos >
contração materna e liberação da oxitocina e
prostaglandinas. Na mãe ainda há a síntese de
oxitocina (contrações do útero), liberada pela hipófise
posterior que estimula a liberação das
prostaglandinas (sensibiliza as células do miométrio para a ação
da oxitocina).
- 1 º estágio – dilatação: ocorre a dilatação progressiva da
cérvice devido às contrações
dolorosas regulares. É o mais demorado.
- 2º estágio – expulsão: o feto desce pela cérvice e vagina
saindo da mãe.
- 3º estágio – expulsão da placenta: a retração do
útero e a compressão manual do
abdome após o nascimento reduzem a área de ligação
da placenta. Isso leva a um hematoma
(sangue extravasado) que causa a separação da
placenta do útero da mãe. A placenta é
expelida pela vagina e fendas pudendas. É importante
que toda a placenta seja expulsa para
que não haja inflamação.
- 4º estágio – recuperação: as contrações do miométrio
constringem as artérias
espiraladas impedindo hemorragias. Bebês com pico de
cortisol, o choro abre os alvéolo s com
expulsão do líquido amniótico presente nos mesmos.
- O tempo em cada estágio deve ser monitorado, pois caso
demore muito o bebê pode
ficar sem oxigenação no cérebro.
Cap. 6 – Placenta e membranas fetais Author: Ana Luiza Martins Galo
03/09/2015 Embriologiacirculação uteroplacentária, cordão umbilical,
Embriologia, membranas fetais, Placenta PLACENTA E MEMBRANAS
FETAIS A placenta é um órgão fetomaterno que separa o feto do
endométrio – camada interna do útero. É o local onde ocorrem as
trocas gasosas e de nutrientes entre mãe e feto. Ela e o cordão
umbilical funcionam como um sistema de transporte dessas
substâncias: nutrientes e oxigênio passam pela placenta da mãe para
o feto, enquanto que o dióxido de carbono e excretas passam do feto
para a mãe. A placenta, suas membranas fetais e o cordão umbilical
são estruturas temporárias que serão expelidas/retiradas após o parto.
A placenta possui três funções principais: Metabolismo placentário: a
placenta é responsável, principalmente na fase inicial da gravidez,
pela síntese de glicogênio, colesterol e ácidos graxos, utilizados como
fontes de energia e nutrientes para o embrião/feto. Transporte de
substâncias (transferência placentária): ocorre nos sentidos feto-
materno e materno-fetal, por meio de um dos quatro mecanismos:
difusão simples (transporte passivo), difusão facilitada, transporte ativo
e pinocitose. As substâncias transportadas são gases (troca gasosa
de oxigênio, dióxido de carbono e monóxido de carbono por difusão
simples), substâncias nutritivas (como água, glicose, aminoácidos e
vitaminas), hormônios, eletrólitos, anticorpos maternos, produtos de
excreção, agentes infecciosos, drogas/fármacos e seus metabólitos.
Secreção endócrina: hormônios proteicos sintetizados na placenta são
o hCG, somatotropina coriônica humana (ou lactogênio placentário
humano), tireotropina coriônica humana e corticotropina coriônica
humana. A glicoproteína hCG é detectada por um exame de sangue
denominado beta hCG utilizado para o diagnóstico de gravidez já após
o sexto dia de gestação, uma vez que este hormônio começa a ser
sintetizado pelo sincíciotrofoblasto durante a nidação. O hCG tem
como função manter a funcionalidade do corpo lúteo dentro do ovário,
sintetizando ininterruptamente a produção de progesterona, impedindo
a retomada do ciclo menstrual. Com a formação da placenta, esta
assume a síntese de hCG e também da progesterona e estrogênio. A
placenta é constituída por: Uma porção fetal, originária do saco
coriônico – córion viloso (frondoso); Uma porção materna, derivada do
endométrio – decídua basal. A decídua refere-se à camada funcional
do endométrio de uma mulher grávida (endométrio gravídico) que se
separa do restante do útero ao nascimento. É dividida em 3 regiões
(Fig. 1): Decídua basal: parte que fica abaixo do concepto, formando o
componente materno da placenta. Decídua capsular: parte superficial
da decídua que recobre o concepto. Decídua parietal: todas as outras
partes restante da decídua. As células deciduais são formadas quando
as células do estroma (ou tecido conjuntivo) da decídua aumentam de
tamanho por conta do acúmulo de glicogênio e lipídios em seu
citoplasma como resposta aos níveis crescentes de progesterona no
sangue da mãe. Essas mudanças celulares e vasculares no
endométrio gravídico constituem a reação decidual, sendo utilizada no
diagnóstico da gravidez inicial através do ultrassom. Muitas células da
decídua degeneram próximo ao sincíciotrofoblasto, e, juntamente com
a circulação materna e as secreções uterinas, fornecem uma fonte
nutricional rica para o embrião. Dados recentes sugerem que esta
reação decidual proteja o tecido uterino contra uma invasão
descontrolada do sincíciotrofoblasto e podem estar envolvidas na
produção hormonal. Formação da placenta O desenvolvimento inicial
da placenta conta com a rápida proliferação do trofoblasto, bem como
com o desenvolvimento do saco coriônico e das vilosidades coriônicas
(Cap. 3, Fig. 3-B). As vilosidades coriônicas cobrem inteiramente o
saco coriônico até o início da oitava semana do desenvolvimento (Fig.
2 –A). As vilosidades coriônicas associadas à decídua capsular são
comprimidas com o crescimento do saco coriônico até degenerarem,
levando à formação do córion liso, uma estrutura relativamente
avascular. Com a formação do córion liso, as vilosidades associadas à
decídua basal proliferam, ramificam e crescem, constituindo o córion
viloso (frondoso), porção fetal da placenta (Fig. 2 –B). O crescimento
do feto faz com que o útero, o saco coriônico e a placenta aumentem
de tamanho. A placenta mantém o crescimento até o feto atingir 18
semanas de idade, e quando completamente formada, cobre de 15%
a 30% da decídua, pesando aproximadamente 1/6 do peso do feto.
Ainda durante o desenvolvimento da placenta e com o crescimento do
concepto, observamos que o saco amniótico cresce mais rápido do
que o saco coriônico, resultando na fusão entre o âmnio e o córion liso
(Fig. 3 –A) formando a membrana amniocoriônica (Fig. 3 –B), que
posteriormente irá se fusionar com a decídua capsular. A decídua
capsular, por sua vez, faz protuberâncias na cavidade uterina e torna-
se bastante atenuada, aproximando-se da decídua parietal no lado
oposto, e se fusionando com esta, o que acarreta a obliteração da
cavidade uterina. A falta de circulação na decídua capsular entre a 22ª
e a 24ª semanas do desenvolvimento, leva à sua degeneração e
desaparecimento, fazendo com que a membrana amniocoriônica se
fusione com a decídua parietal (Fig. 3-B). É a membrana
amniocoriônica que se rompe no trabalho de parto e leva à expulsão
do líquido amniótico através do colo e da vagina em direção ao
exterior. A ruptura precoce desta membrana é o evento mais comum
que ao parto prematuro. A PLACENTA Como mencionado
anteriormente, a placenta apresenta duas porções: um componente
fetal, formado pelo córion viloso, onde suas vilosidades coriônicas
projetam-se para o espaço interviloso, derivado da rede lacunar
desenvolvida no sincíciotrofoblasto durante a segunda semana do
desenvolvimento (Cap. 3, Fig. 3-B), que contém o sangue materno; e
um componente materno, formado pela decídua basal, parte do
endométrio de uma gestante. Ao final do quarto mês, a decídua basal
está praticamente toda substituída pelo componente fetal da placenta.
A porção materna – decídua basal e porção fetal – córion viloso,
encontram-se fortemente aderidos pela capa citotrofoblástica, uma
camada de células trofoblásticas na superfície materna da placenta,
ancorando o saco coriônico à decídua basal. Com a invasão das
vilosidades coriônicas na decídua basal, formam-se os septos
placentários que são projeções da decídua basal em direção à placa
coriônica, que é formada por mesoderma extraembrionário e
ramificações dos vasos umbilicais, formando o teto dos espaços
intervilosos. Os septos placentários separam os cotilédones, que são
áreas convexas na porção fetal da placenta, que apresentam dois ou
mais troncos vilosos e suas muitas vilosidades coriônicas ramificadas
e também o espaço interviloso. Os septos placentários não alcançam
a placa coriônica, mantendo, portanto, a comunicação entre os
cotilédones (Fig. 4). Circulação uteroplacentária Mãe – feto (Fig. 4) As
artérias e veias endometriais da decídua basal, se abrem diretamente
na capa citotrofoblástica através de fendas, fazendo com que o
sangue materno chegue ou seja drenado do espaço interviloso. Cerca
de 80 a 100 artérias endometriais espiraladas da decídua basal se
abrem na capa citotrofoblástica, onde o fluxo sanguíneo é pulsátil e
lançado em jatos por força de pressão. Esse sangue altamente
oxigenado e cheio de nutrientes terá pressão mais alta que a do
espaço interviloso, sendo jorrado em direção à placa coriônica. Com a
diminuição gradativa dessa pressão, o sangue flui lentamente ao redor
das vilosidades, garantindo a troca de produtos metabólicos e gasosos
com o sangue fetal. Das vilosidades coriônicas, o sangue segue por
vasos cada vez mais calibrosos, passando pela placa coriônica e
chegando ao feto através de uma veia umbilical através do cordão
umbilical. Note que a veia umbilical transporta sangue ricamente
oxigenado e rico em nutrientes da placenta para o feto. Feto – mãe
(Fig. 4) O sangue pouco oxigenado e rico em excretas deixa o feto
através do cordão umbilical e é transportado por duas artérias
umbilicais. Na região onde o cordão umbilical se une à placenta, essas
artérias, dividem-se em vários ramos dispostos radialmente, as
artérias coriônicas, que se ramificam livremente na placa coriônica
antes de entrar na vilosidade coriônica. O sangue fetal e o sangue
materno ficam próximos graças a um sistema arteriocapilar-venoso
(Fig. 5 -A), formado pelos vasos sanguíneos, dentro das vilosidades
coriônicas, fornecendo uma grande área para que ocorram troca
gasosas e metabólicas. Geralmente, não há mistura entre o sangue
materno e o fetal, mas pequenas quantidades de sangue fetal podem
passar para o sangue materno por pequenos defeitos que vez ou
outra acontecem na membrana placentária. O sangue fetal então,
passa dos capilares das vilosidades coriônicas para o espaço
interviloso, sendo captado pelas veias endometriais que se abrem na
capa citotrofoblástica e retornando para a circulação materna.
Membrana placentária A membrana placentária é uma estrutura
responsável em separar o sangue materno do fetal. É composta, até a
20ª semana (Fig.5 –B), pelo sincíciotrofoblasto, citotrofoblasto, tecido
conjuntivo das vilosidades e endotélio dos capilares fetais. Após a 20ª
semana (Fig. 5 –C), ocorrem algumas alterações celulares no
citotrofoblasto, que acaba por perder grandes quantidades de células
em várias áreas das vilosidades, deixando apenas o
sincíciotrofoblasto, e consequentemente, a membrana placentária
passa a ser formada por três camadas, tornando-se atenuada e fina. A
membrana placentária age como barreira somente quando a molécula
é de tamanho, configuração e carga específicos. Alguns metabólitos,
toxinas e hormônios, embora presentes na circulação materna, não
atravessam a membrana placentária em quantidades suficientes para
afetarem o embrião/feto. No entanto, a maioria das drogas e outras
substâncias presentes no plasma materno ultrapassa a membrana
placentária, atingindo o plasma fetal. Com o avanço da gestação, a
membrana placentária torna-se progressivamente mais fina de modo
que o sangue presente em diversos capilares fetais torna-se
extremamente próximo ao sangue materno no espaço interviloso (Fig.
6). ANEXOS Cordão umbilical Sua ligação à placenta geralmente fica
no centro da superfície fetal da mesma, mas nada impede que essa
aderência ocorra em qualquer ponto. Possui duas artérias e uma veia
cercados por um tecido conjuntivo mucoide (Fig. 4). Um cordão
umbilical normal tem de 1 a 2 cm de diâmetro e 30 a 90 cm de
comprimento (sendo a média de 55 cm). Cordões muito longos ou
muito curtos são anormais: os muito longos podem sofrer prolapso
e/ou enrolar-se em torno do feto podendo causar hipóxia fetal; os
muito curtos podem causar separação prematura da placenta da
parede do útero durante o parto. Âmnio e líquido amniótico O âmnio
forma o saco membranoso, cheio de fluido, que envolve o embrião e
depois o feto (Fig. 2 e 3). Este fluido é o líquido amniótico, que
desempenha papel fundamental no crescimento e desenvolvimento do
embrião, é secretado inicialmente em pouca quantidade pelas células
amnióticas. A maior parte desse fluido provém do fluido tecidual
materno e do liquido intersticial por difusão através da membrana
amniocoriônica a partir da decídua parietal. O líquido amniótico é
deglutido pelo feto e absorvido pelos tratos digestivo e respiratório.
Trata-se de uma solução aquosa na qual material não dissolvido se
encontra suspenso (por exemplo, células epiteliais fetais descamadas
e partes relativamente iguais de sais orgânicos e inorgânicos). Metade
dos constituintes orgânicos é proteína, e a outra metade envolve
carboidratos, enzimas, gorduras, hormônios e pigmentos. Há
acréscimo de excretas fetais (urina e mecônio [fezes fetais]) à medida
que a gravidez avança. O líquido amniótico tem várias funções: atua
como uma barreira contra infecções; permite o desenvolvimento
normal dos pulmões fetais e o crescimento externo simétrico do
embrião; impede a aderência do âmnio ao feto; acolchoa o feto contra
lesões; auxilia no controle e manutenção da temperatura corporal do
embrião; participa da manutenção da homeostasia dos fluidos e
eletrólitos; permite uma movimentação livre do feto. Vesícula umbilical
– saco vitelino A vesícula umbilical sofre atrofia a partir da 10ª semana
e raramente persiste durante toda a gravidez (Fig 2 –B e Fig. 3 –A e
B). E apesar da não existência do vitelo, sua presença é essencial por
várias razões: desempenha papel na transferência de nutrientes para
o embrião na 2ª e 3ª semanas, período no qual a circulação
uteroplacentária é estabelecida; durante a 4ª semana, seu endoderma
é incorporado pelo embrião para formação do intestino primitivo, e
epitélios da traquéia, brônquios, pulmões e canal alimentar; o
mesoderma extraembrionário que cobre a parede do saco vitelino é o
local onde ocorre a formação inicial de sangue até a atividade
hematopoiética começar no fígado; é no revestimento endodérmico da
parede do saco vitelino onde as células germinativas primordiais
aparecem para mais tarde migrarem para as gônadas em
desenvolvimento. Alantóide Na terceira semana, o alantoide se
assemelha a um divertículo a partir da parede caudal da vesícula
umbilical que se estende ao pedículo de conexão. Apesar de não ter
função em embriões humanos, o alantoide é importante para a
formação sanguínea inicial que ocorre em suas paredes, seus vasos
sanguíneos persistem como as artérias e veias umbilicais, e sua
porção intraembrionária passa do umbigo para a bexiga, formando
mais tarde o úraco. Após o nascimento, o úraco torna-se um cordão
fibroso, o ligamento umbilical mediano, que se estende do ápice da
bexiga ao umbigo.

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