Apresento o andamento de minha pesquisa sobre a relação psicanálise-educação para localizar a função da transmissão entre os dois campos. A investigação acontece em (1) cartel que aponta às possibilidades de interseção entre dois campos heterogêneos, (2) pensar a transmissão da psicanálise como integrante do corpo docente da pós-graduação em psicopedagogia. No cartel busco sobre o impossível de educar, a função da escola hoje. Se o saber “está no bolso”, para que serve estar na escola? O imperativo de universalização parece tomar o lugar do trabalho singular de quem busca aprender. Seria necessário que desapareça o sujeito para que aprenda? Este imperativo está presente nas instituições de ensino, mas algo escapa a este funcionamento. Parece estar em jogo neste ambiente não já o saber, mas um saber fazer, e o que se transmite sobre o desejo do professor em relação ao saber, o saber fazer com seu desejo. Esta virada traz uma nova perspectiva para o trabalho nas escolas e sobre dificuldades em relação à aprendizagem. O foco está na transmissão em si, não no conteúdo. Numa faculdade privada que forma profissionais na prática educativa busca-se a interseção entre educação e outros campos (arte, filosofia, psicanálise). Em que lugar entraria a psicanálise? O “maior obstáculo à universalização é a hipótese freudiana do inconsciente e o ato específico do um a um”. A introdução da psicanálise está escorada na transmissão da leitura de um texto que escapa ao da disciplina, pela escuta que aposta na existência de um sujeito não aniquilado pelas demandas educativas, apostar que “a educação [se] sustenta pelo [...] desejo”. Se trataria de ser testemunha de um desejo decidido de ler e ouvir as invenções singulares. Qual o posicionamento de um profissional orientado pela psicanálise em uma instituição superior de ensino? Seria possível operar na dobradiça de discursos? O endereçamento deste trabalho ao IUFI dá-se pelo desejo de uma interlocução no Campo Freudiano sobre a posição do psicanalista nas instituições de ensino. .