ABREU, Márica. Duzentos anos: os primeiros livros brasileiros. BRAGANÇA, A.; ABREU, M. (orgs.).
Impresso no Brasil. Dois séculos de livros brasileiros. São Paulo: UNESP, 2010.
- Brasil: 12º país da América Latina a obter da metrópole o direito de impressão;
- Antes da imprensa e depois da família real, a administração processou-se via manuscrito; - Quando se criou a Impressão Régia, não se permitiu a criação de tipografias, sendo esta um monopólio (mas faziam impressos não oficiais sob encomenda); - Designou-se uma comissão para administrar a casa e também avaliar todos os livros os impressos que se desejasse publicar. Tinha o papel de garantir que nenhum atentado à moral ou ao governo se desse; - Pouco depois, nomeou-se uma junta de censores, separando administração e censura; - Em 1811, o monopólio foi suspenso em nome de uma tipografia na Bahia; - Mudança de nomes: Real Oficina Tipográfica -> Tipografia Nacional -> Imprensa Nacional (até hoje); - Formas de pesquisa em História da Leitura: pesquisadores observam propagandas, catálogos, etc. Os métodos, muitas vezes, são contestados sob perspectivas diversas; - Contesta-se, por exemplo, que várias obras tenham sido impressas no Rio de Janeiro, pois as pesquisas haviam indicado muitos volumes com base em publicidades. Todavia, várias publicidades propagandeavam obras importadas de Portugal. Maria Beatriz Nizza da Silva é uma das que contestam e diz que é difícil pensar que as mesmas obras tivessem sido publicadas aqui e em Portugal proximamente. No entanto, verificou-se que havia, sim, obras de edições próximas entre Ptg e Brasil; - Não se sabe a quantidade certa de produção da Imprensa Nacional: não parece ter sido pouco, apesar de ser responsável por toda a publicação oficial e ainda precisar esperar certo tempo dados os trabalhos do Desembargo do Paço; - Paulo Martin filho como nosso primeiro “editor” (da imprensa oficial). Filho de livreiro português. Publica impressos baratos, mas também obras importantes como Marília de Dirceu; - Impressos de baixo custo na história da edição/leitura (vendem rápido, alcançam grande público, assunto de interesse geral); - Divide atividades dos editores no Brasil do XIX: impressor-editor (ligado à atividade tipográfica, seleciona livros, cuida das licenças, composição, impressão e venda); livreiro-editor (seleciona títulos, obtém licenças e vende, mas não cuida da composição/impressão, cuidando apenas dos gastos); editor pleno ou independente (seleção de originais e financiamento da impressão). É apenas uma tipologia. Os tipos reais confundem-se e realizam-se atividades não previstas aí; - No XIX, a maior parte dos editores era também livreiro; - A impressão no RJ era mais cara, muitos optavam por imprimir em Portugal. Todavia, parece- se que se produzia aqui material de qualidade, pois muitos livreiros portugueses tinham interesses nos livros do Brasil. Nem sempre era vantajoso produzir fora, pois havia custos de transporte e tempo de alfândega. A censura também atuava e, por vezes, aumentava o tempo de retenção na fronteira; - Cada nova edição exigia novo processo censório (pois poderia se ter introduzido mudanças insuspeitas nos livros). Assim, todas as fases deviam ser cumpridas novamente. Se não eram autorizadas, os impressores arcavam com a despesa, pois o livro não poderia circular; - Livros impressos em Paris, aparentemente, eram mais caros. A França não fazia exame prévio nos livros. Desse modo, a autoridade no Brasil exigia vê-los com rigor antes de liberá-los; - 1821: fim do monopólio da Impressão Régia no Rio de Janeiro. Várias tipografias, aos poucos, surgem.
Ingleses x Ingleses: poder e conflito entre a diplomacia londrina e os comerciantes britânicos no comércio proibido de escravos (Rio de Janeiro, 1826-1850)