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Bumpinc InForMATION MODELING PARA PROJETISTAS Regina Coeli Ruschel Paulo Roberto Pereira Andery Silvio Romero Fonseca Motta Ana Cecilia Nascimento Rocha Veiga Durante o I Simpésio Brasileiro de Qualidade do Projeto, realizado em Sao Carlos, em 2009, e que reuniu profissionais do mercado e do meio académico p: discusso de linhas de trabalho e tendéncias na gestdo do processo de projeto, desenvolveu-se um Workshop sobre a utilizacao de Building Information Modeling (BIM) no Ambito de escritérios de projeto. O objetivo foi o de debater iniciati ie adogio de BIM na atividade projetual e na propria gestao do processo de projeto, em continuidade a outros eventos conduzidos pelo mesmo grupo de pesquisadores presente capitulo apresenta, de maneira sintética, 0 contetido dese Workshop, denominado BIM para Projetistas, que procurou mostrar cami para a adocao de BIM por meio de trés situags rentes: um estudo piloto ‘olvido por arquiteto experiente como primeira iniciativa para adocéo de BIM; uma experiencia de ensino de BIM para projeto colaborativo e integrado; ¢ impressoes que se vivenciam ao aprender uma ferramenta de autoria BIM. Como fundamentagio abordou-se o impacto de BIM no processo de projeto e diretri es para st 10. Sendo assim, este capftulo inicia apresentand abordados na fundamentagao do Workshop ¢ as experiéncias de uso, ensino aprendizado de BIM a le projetual, O impacto pe BIM No PROCESSO DE PROJETO © conceito de Building Information Modeling (BIM) tem sua origem nas pesquisas desenvolvidas por Chuck Eastman para incorporagao do conceito de ‘modelo de informagio de produto nos setores de Arquitetura, Engenharia e Cons- trugao (AEC). BIM é definido por Eastman et al. (2008, p. 13) como uma tecnologia de modelagem associada a um conjunto de processos para produzir, comunicar e analisar modelos da construcao. Atualmente, a tecnologia BIM, ¢ processos associados, vem despontando como um novo paradigma na AEC. En: tre as possibilidades apresentadas pelo BIM, as de grande interesse sdo as interagées entre a tecnologia ¢ 0 processo de projeto. Entre elas, a principal é a mudanca das formas de aquisicao do conhecimento no processo de projeto, ou 138 Quauinane No Prorero ne Eoirtcios seja, no processo particular de solucio de problemas. Com isso, a tecnologia BIM (ose resume a uma forma de representacdo posterior as atividades de criagio ou sintese, mas se configura como uma tecnologia que modifica a propria forma de desenvolver a dindmica do projetar. Dessa forma, procura-se inicialmente contribuir com a compreensao dessa mudanga na dinémica do projetar, associando-se as caracteristicas de gestio de informagées e conhecimento da tecnologia BIM com as caracteris € geragdo de conhecimento e solucées do processo de projeto. A seguir sto apre- sentadas as caracteristicas do BIM, da l6gica do processo de projeto c as implica des dessa tecnologia. BIM: UMA REVI Como o proprio nome indica, a estrutura conceitual do BIM configura-se como um modelo que contém varias informagées necessérias ao planejamento € 10. O modelo busca considerar todos os aspectos relat io em seu ciclo de vida, como produtos, processes, registros docu- mentais desses processos, caracteristicas de desempenho ¢ outros (FERREIRA, 2007). Esse modelo deve ser uma referéncia tinica para todo 0 processo de pro- jeto ao longo do ciclo de vida do empreendimento, envolvendo idealmente to- dos os seus agentes. Na claboracio desse modelo devem estar envolvidos 0 diversos profissionais das diferentes disciplinas relativas ao projeto. Deste modo, pode-se defini BIM como uma pratica de projeto integrada e colaborativa na qual os envolvidos no processo convergem suas habilidades para claborago de um mo: delo tinico (ANDRADE & RUSCHEL, 2009). Com isto se estabelecem trés as- pectos fundamentais do BIM: a modelagem paramétrica para desenvolvimento do “modelo tinico”, a interoperabilidade para integracao e colaboracio ¢ troca de informagées dos envolvidos e a possibilidade de gesto e avaliagio do projeto em todo 0 seu ciclo de vida. Essa capacidade de gestao € avaliacio dos varios aspet tos do empreendimento permite, por meio da tecnologia, tratar projeto verda- deiramente como multidimensional ‘A modelagem paramétrica € uma representacao computacional orientada a objetos na qual séo inseridos atributos fixos e varidveis aos mesmos. Esses atr- butos sio informacdcs relativas as diversas caracterfsticas dos objetos. Os atri- butos fixos sao definidos a partir de propriedades como forma, desempenho, custo, onstrutibilidade, entre outros, ¢ 0s atributos variaveis so estabelecidos a par- tir de pardmetros regras de forma que os objetos possam ser automaticamente ajustados conforme o controle do usuario ou mudanga de contexto (EASTMAN 1008). A variedade ¢ a qualidade dessas regras vao determinar o nivel de precisio da modelagem paramétrica (ANDRADE & RUSCHEL, 2009). A interoperabilidade é a capacidade de identificacio e troca de s entre aplicativos utilizados no processo de projeto (EASTMAN et al, me Ironscarion ). A interoperabilidade permite aos prot envolvidas trocar ou agregar informacdo ao modelo de informacio da edificagao sobre seus projetos de maneira colaborativa e agil. Para identific c ados arquivos de dad para a construgio ci 9m protocolos especificos, como o Industry Foundation Classes (IEC). O TEC um protocolo aberto ¢ é considerado atualmente o protocolo de maior potencial de utilizacao para interoperabilidade. A modclagem paramétrica € a interoperabilidade permitem que sejam eu ciclo de vida. Com isso, po- \GOes € andlises do empreendimento considerando seu projeto buscaria um protétipo virtual do empreendimento con- -aspectos ¢ dimensécs fisicas, de custo, de desempenho e de tempo, entre Acevolucio da tecnologia BIM face as potencialidades apresentadas carac- terizada por Tobin (2008) segundo trés momentos evolutivos, que foram deno- minados pelo autor como BIM 1.0, BIM 2.0 e BIM 3.0. No BIM 1.0, a tecnologia ¢ utilizada mais como uma ferramenta do que como um processo ¢ uma estrutura conceitual de trabalho, O processo ainda é individualizado, restrito a0 projetista, sem o envolvimen fissionais de outras disciplinas. Ele ¢ utilizado principalmente para coordenagao de documentos, adigio de informagoes aos objetos e produgio de documentos técnicos (ANDRADE & RUSCHEL, 2009) Na fase BIM 2.0, a tecnologia ¢ expandida a varias disciplinas, freas de conhecimento e profissionais. Com isso, a interoperabilidade e a cooperagio t namse essenciais no processo, de modo a permitir a correta troca de informacoes entre os envolvidos. Uma caracterfstica importante desse grau de adocio do BIM € a possibilidade de anélise e avaliagées do projeto ja em suas etapas iniciais, com maior nivel de colabora¢ ada de modo a permitir uma pu integrada no processo de projeto. Segundo Coelho e Novaes (2007), essa pré- deve ser baseada em uma “imersao” simultinea dos diversos participantes lo processo de projeto em um modelo virtual do empreendimento. Os aspectos « solugdes do projeto seriam discutidos em tempo real. Deste modo, os fluxos de informagées das equipes multidisciplinares envolvidas aconteceriam de forma continua, sem perdas e sobreposigdes (ANDRADE & RUSCHEL, 2009), O BIM 3.0 permite um protétipo virtual do empreendimento, a partir do uso das potencialidades dos trés aspectos fundamentais da tecnologia: modelagem paramétrica, interoperabilidade e gestio das informagées ao longo do ciclo de vida do mesmo.

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