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. soerguimento de um vencido da histria 302 11 Apés 1970; 0 grande salto para a frente 310 sruir una Shel do stom..." 310 Oimperativoelérico 316 De Sehneider a Empain 321 ‘A segunda ascensio do CEA 330 ‘A nova face do capitalism enerpético francés 332 ‘A impossivel independéncia enerpéticn 339 Capitulo %: ‘A Nuclooeletricidade em pane 345 1 Acenergia nuclear i deriva 346 1 Ahipoteca nuclear... e, eno, cherobil 357 Capitulo Xt: pistes Tropicos” O Brasil -novas esperangas? 365 1 0 Terceiro Mundo diante da erise enerpéticn 365, 11 No Brest valorizagio das energias renovaveis 365, IIL Novas esperancas? 379) Capitulo XU: Energia, ecologia, desenvolvimento social; ‘ume problemsitica mundial 383 1 Acnergiae ahistria 383 IL Ossoviets ea eleticidade 385, IL Acenergia ea vibilidade do socialismo 390 TV. Ouo controle da energia ou a desvota da vida 394 Notas 403 Glossirio 433 ‘Anexos 441 PREFACIO. ‘A ENERGIA, A CRISE 1973, 1979: om, dois “choques™ do paseo: 1974: a ese cconénica! 1986: 9 trcelro choque Jo pete, 20 inverso dest ‘ers © Chernobyl. Pel rns eter, ma "rand ei ogo dagusas que, no pasado, contain profundamente 9c alamo “abt tnsncronio com una ruse dese i tr rn nt nner nti Ea Sincronisino € um dao novo. AO pono que se quis ver na ese do fatrleo, otem, 2 orgem du deprate scones ineraciona ajc, onal de ua inesperadsrelomada de econo mii. Se cata anlize no chega'sconvencer, a eltra extitamet conden da criss enrgstcnconinga a prevaeser A reflexso 10 oF pro: temas enegtos, nada entre 1972 ¢ 1900, area paseo, epee fe, eserlizase. im neu momento, ca veralcrments ne Ii Sera dos nodslos de alse wadconas gr sj ceico, co. ‘eon ou colle. ste snerni ve serpent, no come um esqema ex plcaio, sas como vw leo Radin de tage fan Inetal.Sugere que toda a "afd da cris” que or mele drgen- tes dos grandes Estas se esforgam por encontat nao poder es apa as efeitos retitivs dace energetic, Essim qe, nord tas dee anos, os Blangs de pagoments ements da or pre ‘on pas Inds, gue tisha pernancidosuperitrios dds tmealos do stculo XIX, exceto duane oe periods se guia © Tecostnigio,tomartrsedfsios ~ ov as iets Jods 1973, ‘route por ocasio do pune chogue do pees. em 1979 = {eb o feito da elevagto do custo de su inpotagics de engi, © ‘ue inp un eequlfiio drsto de sia bangs coersas, em ‘Binento do cone intr. ‘Aeris energicn ns tem de parsisin, mesmo se, desde 1981 os pegos do petilen, depois deo ever cabled, dee 8 Ilmery = 1-6, Debeie= PD oncuram, Se a angstia coveu Lugar ms eangbilidade selativa © Xe a ameaga de ruptura no supvimento energticw da mondo veiden- fal apaga-se mi iso de um fia de século mais seguro sob este onto de vista. Na ralidade, mais que uma erie, atase dé uma Selerionagin a longo prove dex fundamontos cnerséticos de econo- ‘min mundial, dt qu erie do petréleo na década 1970/80 nie for eno 0 prolago A longo prazo determinagao eneretica ndo cos- ard de pesir, diets om indiotament, sobee 0 movimento da produ {ho © doy tocus, de orientar av grandes decinses teenolégieas, de fhodificar as anges polficas, O montante da aposia que cla repre- Senta para as sociedades indusializadas 6, com toda a evidlneis, Incaleulivel constitu, necestariamente, © abjeto fmediato de qual= {quer reflexso sobre a cnergia. Mas alo tem signifeagio alguma se Tsolada da stuagio energica do que se convencionow chamar 0 ter- ‘eins mundo. situagio no menos que alarmante, que aparece, se Se ‘ai lim da ingens nos milagres da eitacia, como sem saida & ‘cute € iesm 9 Tongs prazo: qusndo vista partir de sua vertente “sul terse energétia atsome aspectos de eatistefe ‘Como congneendé-ta sem se referit eos diversos moos de funcionamento encrscico das sociedades antigas, sem tents locali- 2a histdia a solugbes ldgicas que es grupos humanos inventa- ‘am ou reinventaram, sem essa, para assegurar as condigdes enet~ f6ticas de sua sobrevivencia ou de seu erescimento? Nao é senio pelo conhecimento e pela comprcensio do longo processo histérico ‘gee culminow aa dupa crse energetien de hoje, a das sociedades in- ‘lustilizados e 2 das sociedades do terciro mundo, que se pode pereeber 9 leque de opgoes reais mas tal tentatlva nlo € possivel Fenio quando se dispde de um cent mimaro de hipsteses, de instru- renlos de anise. No moment, estes instrumentos pratcamente ‘iio existem: a energia ndo foi pensada historicamente. Se a abun- dnc ¢ 0 desperdici estrutural nas sociedades industalizados 56 podem existir em fungéo de privagdes energéticas generlizadas no ‘Terceio Mundo, a riquera petoifera es eléria de nossassocieda- es tém, como contrapatida, # pobreza das representagdes de sua pinesee de sou futuro, Desde a forage do pensamento cientfic, e em particular desde 2 inteoduede da nopto de encrzia pelo fisico inglés Young, no ‘nn stra da energin ° Ineo do séeulo XIX, e 0 advento da termodingmica, uma imagem se limpés, 20s poucos: enersia € uma pura realidadefisica conrolével por processos técnices segundo uma I6gica puramente econdmica. O estudo cada vez mais especalizado destes processos desta lopice = rmaquinas, capitals, organizagSes do trabalho, redex de toca ~ for- ‘mou a base da feflexio sobre a energia, Esta foi pensada como um ‘dado brato, impictamenteconsiderada newt, limitada, inesgotivel ‘como a dgus ov 0 oxigénio, desprovida de qualquer influéncia pat- ‘cular sobre a evalugfo socis (qual, elo contra, ¢ subordinads), domingvel & vontade, Para as cidncies humanas, a energia no existe ‘como objeto espectfico de conbecimento (© estretamento da visio dos martisis desde a época de O Capital, a este respeit,tipico e contrast com @ ampliide da pro- Dlemtcainiclal de Marx. Este coloca, com efit, as premissat de ‘ua rofledo sistemstica sobre a8 relagées do hoaem com a nature: 2a, no centro das quis esta energia; at hoje néo fo ultapassad tlaboragto proposta por Marx, em 1857, sobre a nogdo de produsio: “Toda produgio é uma apropriagéo da natureza pelo Individuo, no Imerior de uma forma social determinada por esta ..!." Para ale, 2 produgso situa-se na junio de um duplo felxe de interelagSes: de Jum lado, o sistema do elacSo, enee sociedade e a natreza ¢, de ‘outro, 0 sista das relag6esinteras da sciedade, as mais determi- nantes das qualssio as relagSes de produgio que regem a organiza- (lo social das relagdot sociedade/natureza. Marx concebe.igial= ‘mente, em © Capital, « 16pca da destuighotendencial do meio ar- Diente pelo modo de produgéo capitalist, no qual vé um modo de estrigdo tanto quanto de produgso,idéia que Schumpeter desen- estes. Ambos alicmam, dmica, a natutera energética do ato produtiva desenvalver wa ‘concepeio complexa da rovolusio indosral na qual se entrecrozam, além de suas dimensSes sociais, a invengio da maquine-feramenta © «de um novo tipo de motor, Para eles, sociedade natureza forma tum todo indisocisvel, a natureza sendo 0 objeto dos procestos de trabalho, Enuctanto, em O Capital, Marx loge abandona eta abordagem to estimulant, para privilegar a anélise dos dois outres elementos do processo, o api ¢ o tabilho ~ nesta visto mals Tiniteda, a 10 . Hanary—1-C, Debeir= JP, Deage cnergia & apenas uma sintese deste dois elementos. A reflexto de ‘tus continuadores desenvolveu-se historicamente na mesma dire- ‘80, no sentido de uma clucdaca dos mecanismos socials e polti- ‘oF da reprodugso do capital, ¢ especialmente do imperalismo, 0 {que representa, certamente, una contribuigio para a anslise dos fe- menos energéticos, Perdeu-e, no entanto, «pista beta pelo con- ‘ceito do todo sociedade/naturena, que conduziria uma reflex fe- ‘cunda sobre o embriesmento das felagéessociais de produgi com & biosfers, sabre o jogo reeiproco dos determinantes naturals © dos ‘determinants sociais Fieou inexplorada esta virtualidade do mar- ismo de Mars, Est, alge, contribu largamente para erientar neste Caminho os prolongamentos de sun obra taGria, ao afimmar nas (Grundrisse de 1857/58 ~ que 0 capitalism s8 tem limites iternos © tema eapacidade dese litertar dos condicionaimentos da natureza, [Devde enti, a rlaglo sociedade/natoeza 86 foi considerada no quadro de ums teoria puramente econdmica, ada renda funda, Para a maior parte dor markstas, os problemas energéticos nfo se- rio considerador senfo como problemas de produsdo ede Gocas. 08 ‘quis, em um contexto de abundincla de recursos, dependem da no So de forga produtiva: una nogSo que, geralmente usada de man fh retriea,constitud hoje um dos principals pontes eegos do pense Inento marxists, Esta longa deriva conduzit & conviegaoinjusi da de que estara préxima a aboligio dos condicionantes naturais, principal caracteritia Ideolégica do movimento cienifico nos sé fulos XIX e XX, da qual os diversos marxismos foram, pelo mundo Sora os princpais vetores. © clentifclemo, ter sido ~ mas poderia fer d2 outta forma, no context ideoldgico da época? ~ sue doen infantil commu ‘Mio se protende, neste liv, sacifear 0 antimarxismo hoje éominante ~ pois sm a consi erica de Marx e de alguns de ‘seus continuadores, nlo se poderia pensar o funcionamento energé- {ico das diferentes formagées ezondmico-sociais. Mas, neste objeti- v0, ndo se pode tampouco satisfazer-se com o estado de nio-desen- ‘olvimento stl da reflexSo marist. Ainda mais porque este nbo- {esenvolvimento abriv o camino As torias que, 30 contro, fazem (ds energia a ultima ratio da histéia humana, e da ecologiao critrio tinio de una ertea radical dos sociedades industralzadas, a chave {da passagem a uma hipottica sociedade pot-industral,bascada nas inate da informagdo, exte nove mito de um tempo de crise. O Una hei da ners rt ‘conceito de energia €, com efete, © conceito central ds andlise de ‘numerosos ecologists, de H. T. Odum? por exemplo, que concebem (0s mecanismos socisis em termos de fluxos energticos © principal interesse desta abordagem & permits a comparasio| ‘entre vérias linhas teenolégicas de ponto de vista de seus custos fenergéticos: ela, efetivamente, demonstrou que, nas eociedades in strializadas, 0 rendimento tem sido, até agora, deliberadamente ‘sncrificado & poténcia. Mas, por mais inovador que sla este método, lo € sufleiente para perceber as condicées socials das opgdes ten 28 realizadas; sobretudo, ele chega, em sua versdo dogmaties,are- {zie 3 histéria humana ao simples jogo das leis energticas. © con- cxto de energia serve aqui de substrata indiferenciado, de nogio universal permitindo una interpretago eésmica da realidad Sock 1 termodinimica substiul a mecdnics como bare de uma nova visto do mundo. Mis #exséncia da questo permancceimtdvel tatase de ‘uma tentativa de equacionar 0 universo reduzindo cada un de seus clementos a uma unidade energética comm. Estabelecendo balengos ‘exatos pode-te, centamente, realgar algumas grandes caracterisicas os mecanismor de utlizagao da energia nas sociedades contempo> ness: deste ponto de vista, andlise energStica € um intewmento Insubstitufve pare ume Boa Bestéo dos recursos naturis, Ma ane lise de sistemas, tal como praticade por H. T. Odum e, depois dele, por numerosas ecologistas,bidlogos e engenirortermainamicos, tende a reduzir a sociedade a um conjunte de produtoces, transfor. rmadores, tansportadores e armazenadores de calor: voltae. tuma concepsio do mundo que substitu o "materialism econémico (cConstruide no séeulo XIX sobre 0 modelo da mecinea racional) or um “materalismo energético”. A partir de tis modelos, a busca fe alterativassociisreduznee a uma busea de altemativas enerBé as 6, na falta de uma visio erica da soviedade © de uma anise das forcas gue af se alrontam, © grande projeto de ume concept slobal dn sociedade, baseads na ecoeneigéica, toma-se uma sim ples engonaria do meio ambiente Os ecologisas 18m razio quand denuncam o caréter iver vel da destwuigio da biorfers, Eso emados, seguramente, ao erer ‘que a crise seréreslvida por uin simples programs de sobrevivéncia evol6gica. E neste nivel queso situa 9 verdadero limite dos modelos tnergéscos da seciedade que eles defenem, of quais #© reduzem, demasiado frequeniemente, a umn simples gestéo tals racional dos

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