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ESTUDO DIRIGIDO
Uma das principais vantagens da respiração aérea para os peixes é a capacidade de suprir
suas necessidades energéticas, parcialmente ou unicamente, através da absorção de O2
atmosférico para oxidação de seus alimentos. As concentrações de O2 na água são bem
inferiores as concentrações de oxigênio no ar, ou seja, a oferta é maior na atmosfera.
Tratando sobrevivência, imaginemos dois organismos aquáticos, um com respiração aérea
facultativa e um com respiração aquática branquial, se por ventura as taxas de
concentrações de O2 na água caíssem drasticamente, os organismos com respiração aérea
facultativa poderiam suprir rapidamente suas demandas de O2 com oxigênio atmosférico
enquanto os peixes de respiração aquática teriam que drenar maiores quantidades de água
para suprir suas necessidades energéticas ou simplesmente morreriam pela falta de O2. Não
é à toa que peixes que realizam respiração aérea facultativa ou obrigatória são
predominantes em águas hipóxicas, águas de grandes variações diárias e sazonais de
oxigênio dissolvido e DBO.
Possíveis variações nos níveis de oxigênio na atmosfera durante o período de evolução dos
vertebrados, como a redução de oxigênio durante o período devoniano, podem estar
associadas com flutuações dos níveis de oxigênio na água acarretando a extinção de muitas
espécies e o aparecimento de muitos vertebrados de respiração aérea. A escassez de O2 na
água ainda pode ter sido causada por grandes períodos de seca, pelo aumento da turbidez
das águas, pelo aumento das temperaturas do globo e por fim da concentração de oxigênio
na água, assim possibilitando o surgimento da respiração aérea. Grande parte dos gêneros
sobreviventes de grandes grupos de peixes ósseos extintos são respiradores aéreos e a
bexiga natatória ou os “pulmões” são órgãos utilizados para a respiração como é o exemplo
dos Dipnóicos, Chondrostei (Polypterus) e Holostei (Amia, Lepisosteus) (RANDALL et
al., 1981). Os “pulmões” presentes nos peixes pulmonados e os pulmões dos tetrápodes são
possíveis evoluções dos Polypterus a partir de uma expansão ventral da faringe (LIEM et
al., 2001). Fisiologicamente, os pulmões são órgãos mais eficientes na captura de oxigênio
e que muito provavelmente se tornou característica fundamental passada para as novas
gerações, assim como sugere a teoria da evolução. O surgimento da respiração aérea
possibilitou alterações fisiológicas que desencadearam o surgimento da vida sobre a crosta
terrestre dando origem aos primeiros repteis, posteriormente às aves e mamíferos
(RANDALL et al., 1981).
1. O sangue (hemolinfa) é bombeado do “coração” por uma artéria até cavidades da massa
visceral chamadas lacunas;
2. É chamado aberto porque nem todo o trajeto do sangue ocorre em vasos sanguíneos;
3. É um sistema de baixa pressão sanguínea e com pouca possibilidade de alterar a velocidade
do sangue nos vasos.
Ambos possuem um coração com duas câmaras (um átrio e um ventrículo) dotadas de
válvulas que evitam o refluxo sanguíneo. Antecipando o átrio, temos um seio chamado de
seio venoso que regula o fluxo contínuo de sangue para o átrio. No lado arterial, os
teleósteos possuem uma parte muscular espessada da aorta ventral chamada de bulbo
arterial, enquanto os elasmobrânquios (peixes cartilaginosos) possuem uma parte
espessada desenvolvida a partir no musculo cardíaco chamado de cone arterial.
O cone arterial é fibroso e dotado de válvulas que evitam o refluxo sanguíneo visto que os
peixes cartilaginosos possuem um coração localizado numa câmara rígida que pode
produzir pressões negativas. Vale ressaltar que o bulbo arterial é mais elástico enquanto o
cone arterial é mais contrátil.
A circulação aquática e branquial dos peixes teleósteos é considera como simples, pois
apresenta apenas um fluxo de sangue contínuo, ou seja, o coração recebe apenas sangue
venoso proveniente da circulação sistêmica. O coração desses peixes apresenta duas
câmaras, um átrio e um ventrículo, um seio venoso e um bulbo arterial (parte muscular
espessada da aorta ventral) responsável pelo bombeamento para as brânquias onde ocorre
a troca gasosa. Posteriormente, o sangue oxigenado pelas brânquias segue em direção à
circulação sistêmica onde desoxigena novamente e volta para o coração. Segue esquema
do sistema circulatório abaixo:
1. Coração dorsal curto e irregular responsável por bombear o sangue oxigenado proveniente
das brânquias;
2. Artérias que se distribuem por todo o corpo – pelas artérias correm sangue oxigenado
bombeado pelo coração;
3. Hemocele – espaços onde o sangue oxigenado é “derramado” pelas artérias e depois o
sangue desoxigenado é “recolhido” pelos seios venosos;
4. Seio venoso central responsável por levar o sangue desoxigenado para as brânquias onde
será novamente oxigenado;
5. Brânquias responsáveis por realizar as trocas gasosas.
Além de apresentar brânquias primitivas, os peixes pulmonados, como o próprio nome diz,
apresentam pulmões. As brânquias recebem em partes sangue que já passou pelos pulmões,
assim desempenham papel secundário na respiração desses peixes. O coração possui um
átrio dividido em duas câmaras, a esquerda passa sangue oxigenado dos pulmões enquanto
a direita passa sangue desoxigenado da circulação sistêmica, e um ventrículo parcialmente
dividido. O ventrículo mantém dois fluxos contínuos, o sangue oxigenado do pulmão vai
para cabeça, enquanto o sangue desoxigenado da circulação sistêmica vai primeiramente
para as brânquias, depois para o corpo do peixe e por fim para os pulmões.
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