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Na liturgia da palavra do 5º Domingo da Quaresma está presente a preocupação

que Deus tem em apontar para os homens o caminho da salvação e da vida definitiva.
Pela boca do Profeta Jeremias, Deus diz que firmará com os homens uma nova
aliança, não como aquela feita aos pais do povo de Israel, quando foram retirados da
escravidão do Egito, mas uma aliança cuja lei estará impressa nas entranhas dos homens
e das mulheres. Uma lei que estará inscrita no coração de cada pessoa. Não mais uma lei
“externa”, que conduz como que de fora, mas uma interna, inspirada desde dentro, e
portanto com total comprometimento da pessoa. Se há uma lei que está inscrita no
coração, essa lei é o amor, que é síntese positiva de todo o decálogo, de todos os
mandamentos. E se é do coração, do latim, cordis, lembremos que a primeira leitura
conclui com uma manifestação do que é a misericórdia de Deus: perdoarei sua maldade,
e não mais lembrarei o seu pecado.
Então, é possível relacionar com o que diz o salmista: criai em mim um coração
que seja puro, para que possa nele ser inscrita a lei maior que é o amor.
A grande demonstração do amor de Deus é a entrega do Filho à morte, como
ouvimos no Evangelho escrito por João. Jesus diz que naquele momento, depois da
entrada em Jerusalém, na qual é aclamado com os ramos pelos que estão na periferia da
cidade, ele está se sentindo angustiado. Só pode sentir angústia quem tem um coração que
sente, que se importa, que ama, que não é frio e nem fechado.
É interessante que, o prefácio V da quaresma, afirma que pela penitência deste
tempo, Deus corrige os nossos vícios, eleva os nossos sentimentos e fortifica o nosso
espírito fraterno. E a oração da coleta pedia que Deus nos desse a graça de caminhar com
alegria na mesma caridade que levou Jesus a se entregar à morte no seu amor pelo mundo.
Que essa preocupação que Deus tem, em querer que nos coloquemos no
seguimento do seu Filho, tornando-nos discípulos dele, configurando-nos a Ele, quando
escutarmos o mesmo pedido feito pelos gregos que tinham subido a Jerusalém para adorar
durante a festa: “Senhor, queremos ver Jesus”, possamos anunciar o Jesus, que é Filho de
Deus Pai, que é misericordioso, que se importa com a humanidade, que se tornou para
todos que lhe obedecem, causa de salvação eterna (cf. Hb 5,9), atraindo todos a Ele.

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