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“Ser santo é uma vocação para todos”.

Francisco
É difícil ser santo hoje, diante de uma sociedade materialista na qual a idolatria
do dinheiros, do poder, da fama e do prestígio pessoal, elementos que têm muita força
de sedução, mas se que contrapõem aos valores evangélicos e cristãos. “Quem quiser
me seguir, renuncie a si mesmo, tome sua cruz e me siga” é o convite que Jesus faz a
todos.
Os santos nos acompanham e encorajam.
Na Exortação Gaudete et Exsultate – sobre o chamado à santidade no mundo
atual, o Papa, no nº 3, recorda os Patriarcas da fé do Antigo Testamento, incluindo
pessoas da própria família que estão junto a Deus, conforme a 2Timóteo 1,5:
“Conservo a lembrança daquela tua fé tão sincera, que foi primeira a de tua avó [...] e
de tua mãe, [...] e que, não tenho a menor dúvida, habita em ti também”.
Podemos dizer que “estamos circundados, conduzidos e guiados pelos amigos
de Deus. [...] Não devo carregar sozinho o que, na realidade, nunca poderia carregar
sozinho. Os numerosos santos de Deus protegem-me, amparam-me e guiam-me”
(Bento XVI), (nº 4).
O importante é que tenhamos presente o convite que o Senhor faz a cada um de
nós: “Sede, pois, santos, porque eu sou santo” (Lv 11,44; 1Pd 1,15-16). O Concílio
Vaticano II sublinhou com vigor: “Munidos de tantos e tão grandes meios de salvação,
todos os fiéis, seja qual for a sua condição ou estado, são chamados pelo Senhor à
perfeição do Pai, cada um tem seu caminho” (LG, 11).
A santidade é o caminho de todos os batizados, pois a história de cada um é
única, irrepetível e a ninguém faltam os meios para testemunhar a grandeza da vida
cristã. Todos somos chamados a ser santos, vivendo o próprio testemunho nas
preocupações de cada dia, onde cada um se encontra. És consagrada ou consagrado?
Sê santo, vivendo com alegria tua doação. Estás casado? Sê santo, amando e cuidando
do teu marido ou da esposa, como Cristo fez com a Igreja. És trabalhador? Sê santo,
cumprindo com honestidade e competência teu trabalho ao serviço dos irmãos. És
progenitor, avó ou avô? Sê santo, ensinando com paciência as crianças a seguirem a
Jesus. Estás investido em autoridade? Sê santo, lutando pelo bem comum e
renunciando aos teus interesses pessoais (Nº 14).
O Papa, nos número 28 a 31, recorda a vida medíocre e superficial da
atualidade, o mundanismo espiritual, a desertificação espiritual, isto é, a destruição das
raízes cristãs, destruindo assim o plano de Deus. É nesse contexto que o Papa convida
a todos a redescobrir e a retomar o essencial de nossa existência: A SANTIDADE.
É preciso confrontarmos a realidade com os critérios que Jesus Cristo nos
indica: “buscai em primeiro lugar o Reino de Deus e a sua justiça e todas as outras
coisas vos serão dadas em acréscimo” (Mt 6,33). Durante doze horas de um dia posso
fazer bem o que me desanimaria se pensasse que teria de fazê-lo durante toda a minha
vida (São João XXIII). O caminho é lento, de paciência, de perseverança e fidelidade
em fazer bem as coisas de cada dia. Subir os degraus da santidade um de cada vez.
“Não vos preocupeis, pios, com o dia de amanhã: o dia de amanhã terá suas
preocupações próprias. A cada dia basta o seu cuidado” (Mt 6,34).
“O Espírito Santo derrama a santidade, por toda parte, porque ‘aprouve a Deus
salvar e santificar os homens, não individualmente, excluída qualquer ligação entre
eles, mas constituindo-os em povo que O conhecesse na verdade O servisse em
santidade’” (LG, 9).
O Senhor cumulou à Igreja de dons com a Palavra, os sacramentos, os
santuários, a vida das comunidades, o testemunho dos santos e a beleza multiforme que
deriva do amor do Senhor (nº 15).
Cada santo é um projeto do Pai que visa refletir e encarnar, em um momento
determinado da história um aspecto do Evangelho (nº 19).
O Papa, nos número 32 e 34, nos incentiva a termos coragem e diz: “Não tenhas
medo da santidade. Não te tirará forças, nem vida nem alegria. Muito pelo contrário,
porque chegarás a ser o que o Pai pensou quando te criou e serás fiel ao teu próprio
ser”.
“Não tenhas medo de apontar para mais alto, de te deixares amar e libertar por
Deus. Não tenhas medo de te deixares guiar pelo Espírito Santo. A santidade não te
torna menos humano, porque é o encontro de tua fragilidade com a força da graça”.
O Papa propõe a vivência das Bem-Aventuranças como caminho para a
santidade.
Transcrevo o que afirma nos números 67 e 68.
“FELIZES OS POBRES EM ESPÍRITO, PORQUE DELES É O REINO DO CÉU”.
O Evangelho convida-nos a reconhecer a verdade do nosso coração, para ver
onde colocamos a segurança da nossa vida. Normalmente, o rico sente-se seguro com
as suas riquezas e, quando estas estão em risco, pensa que se desmorona todo o sentido
da sua vida na terra. O próprio Jesus nos disse na parábola do rico insensato, falando
daquele homem seguro de si, que – como insensato – não pensava que poderia morrer
naquele mesmo dia (Lc 12,16-21).
As riquezas não te dão segurança alguma. Mais ainda: quando o coração se
sente rico, fica tão satisfeito de si mesmo que não tem espaço para a Palavra de Deus,
para amar os irmãos, nem para gozar das coisas mais importantes da vida. Desse modo,
priva-se dos bens maiores. Por isso, Jesus chamava felizes os pobres em espírito, que
têm o coração pobre, onde pode entrar o Senhor com a sua incessante novidade.
O Papa termina a Exortação, dizendo: Peçamos ao Espírito Santo que infunda
em nós um desejo intenso de ser santos para a maior glória de Deus; e animemo-nos
uns aos outros neste propósito. Assim, compartilharemos uma felicidade que o mundo
não poderá tirar-nos (nº 177).

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