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Tendo sido desenvolvida primeiro, a mecânica serviu como ponto de partida para a formulação da ter-
modinâmica, que estendeu as poderosas técnicas de minimização a sistemas sob efeito da temperatura. A
estrutura matemática da termodinâmica é fascinante mas terı́amos que dedicar um semestre inteiro ao as-
sunto para poder apreciá-lo devidamente. Recomendo fortemente a referência [1] para quem se interessar
por um estudo mais profundo. Seguindo uma tendência mais moderna, estaremos o tempo todo transitando
entre a descrição microscópica da fı́sica estatı́stica e a macroscópica, da termodinâmica. Embora não siga a
seqüência histórica, a fı́sica estatı́stica desenvolveu-se bem depois da termodinâmica, esta abordagem reflete
melhor a maneira com que se trabalha com o assunto atualmente.
O objetivo deste capı́tulo é estabelecer e revisar elementos e idéias que usaremos na formulação ter-
modinâmica, além de desenvolver algumas das ferramentas básicas que serão usadas ao longo do texto.
1
CAPÍTULO 1. CONCEITOS BÁSICOS DE TERMODINÂMICA 2
para o entendimento do sistema em questão. É importante lembrar que a termodinâmica foi formulada numa
época em que a visão atomı́stica ainda não existia, sendo uma descrição genuinamente macroscópica.
O equilı́brio na mecânica
A definição de equilı́brio na mecânica está relacionada à de energia potencial, Ep . Um movimento conserva-
tivo, para o qual a energia total é constante no tempo, permite definir forças a partir de variações de energia
potencial [2]. Uma força conservativa pode ser escrita como
F~ = −∇Ep . (1.1)
Figura 1.1: Exemplo do potencial quadrático (1.2) com a = 2. Se a energia total do oscilador é E1 , e
inicialmente ele está parado, o movimento estará limitado entre x1 e −x1 .
CAPÍTULO 1. CONCEITOS BÁSICOS DE TERMODINÂMICA 3
dEp
F~ = −x̂ = 0,
dx x=0
assim, se inicialmente o corpo for colocado nessa posição, ele simplesmente ficará nela. Podemos também
escolher uma condição inicial correspondendo a x = x1 > 0 e Ep = E1 . Neste caso, de acordo com (1.1),
atua inicialmente sobre o corpo a força
~ dEp
F = −x̂ = −x̂ax1 .
dx x=x1
Sendo uma força na direção de −x̂ que atua sobre o corpo, ela faz com que o mesmo se desloque em direção
a x = 0. Dizemos que essa força é restauradora, porque ela tenta restaurar a posição de equilı́brio. Como já
sabemos, a ausência de atrito faz com que o corpo mantenha um movimento oscilatório em torno de x = 0
sem nunca de fato parar nesse ponto
Vamos prosseguir com esse tipo de análise, mas agora para um oscilador sujeito a um potencial um pouco
diferente, contendo um termo quártico da forma
1 1
Ep (x) = a4 x4 + a2 x2 , a4 > 0 (1.3)
4 2
cuja forma para a2 < 0 está esboçada na figura 1.2(b). Uma realização de movimento sujeito a esta forma
de potencial pode ser vista na figura 1.2(a). O sistema que evolui de acordo com esta energia potencial é
conhecido como oscilador de Duffin invertido [4].
Quais são os pontos com F = 0? São aqueles que satifazem à condição de extremo, neste caso dada por
x(a4 x2 + a2 ) = 0. (1.4)
Temos assim três possibilidades r
−a2
x = 0, x = ± . (1.5)
a4
A situação mostrada na figura 1.2 corresponde a a2 < 0, portanto leva a três valores reais para x, ou três
pontos de equilı́brio s
|a2 |
xeq = 0, xeq = ± . (1.6)
a4
Se tivéssemos a2 > 0, o sistema teria apenas um ponto de equilı́brio, em x = 0 (Veja o problema 1).
Figura 1.2: Exemplo de oscilação num potencial quártico. (a) Uma lâmina de aço é montada de forma a ser
atraı́da por dois ı́mãs simetricamente posicionados. As oscilações podem ocorrer ao redor de uma ou outra
posição de equilı́brio lateral. No ponto do centro, entre os ı́mãs, a força resultante horizontal é nula, mas o
equilı́brio é instável. (b) A forma da energia potencial correspondente a este oscilador, dada pela expressão
(1.3) com a4 = 4 e a2 = −4.
Precisamos agora entender a diferença fı́sica entre os pontos de equilı́brio. Antes da análise matemática,
vamos realizar uma experiência mental, em que preparamos o sistema representado na figura 1.2 para ficar
CAPÍTULO 1. CONCEITOS BÁSICOS DE TERMODINÂMICA 4
δG23
δG32
x1 x2 x3
x
Figura 1.3: Perfil de energia livre para um sistema qualquer, descrito pela variável x. Os pontos x1 , x2 e x3
correspondem a equilı́brio estável, do ponto de vista da mecânica. Do ponto de vista da termodinâmica, x1
e x2 são pontos de equilı́brio metaestável.
inicialmente em uma de suas posições de equilı́brio. Certamente será muito difı́cil prepará-lo para ficar em
x = 0, qualquer pequeno deslocamento lateral vai favorecer a atração para um dos ı́mãs e levar a lâmina
para aquele lado. Entretanto, nenhum esforço é necessário para colocar a lâmina em suas posições de
equilı́brio laterais, ela naturalmente irá para uma ou outra. Matematicamente essa situação é expressa pela
concavidade de Ep em cada um dos pontos de extremo. A concavidade é dada pela segunda derivada, assim,
para o potencial (1.3) temos
d2 Ep
= 3a4 x2 + a2 .
dx2
Assim, sendo a2 < 0, para xeq = 0 a concavidade é negativa e xeq é um máximo. Para xeq 6= 0 a concavidade
é positiva, e os pontos correspondem a mı́nimos. Desta forma, se podemos formalizar matematicamente
um sistema a ponto de ter uma expressão para sua energia potencial, podemos imediatamente encontrar e
classificar seus pontos de equilı́brio:
dEp d2 Ep
Equilı́brio estável: =0 e > 0. (1.7)
dx dx2
dEp d2 Ep
Equilı́brio instável: =0 e < 0, (1.8)
dx dx2
O papel da temperatura
Na visão da mecânica o conhecimento de Ep faz com que, pelo menos em princı́pio, toda a dinâmica do sistema
possa ser desvendada. De posse da expressão matemática para Ep podemos encontrar todos os pontos de
equilı́brio estável e instável, e saberemos como será o comportamento do sistema seja qual for a condição
inicial. Queremos estender essas idéias à termodinâmica, definindo o equivalente a Ep para sistemas em que
a temperatura tenha um papel importante. Veremos mais adiante que os potenciais termodinâmicos farão o
papel de energia potencial, e aprenderemos como calculá-los, mas por enquanto vamos apenas afirmar que é
possı́vel encontrar essa função do tipo energia, que chamaremos de G. Do ponto de vista da termodinâmica,
a visão do sistema escorregando sobre seu perfil de energia até atingir um mı́nimo, deve ser incrementada pela
agitação térmica. O sistema agora estará constantemente sofrendo variações de energia de forma aleatória. A
amplitude média dessas flutuações dependerá da temperatura, quanto mais alta, maior a chance de ocorrer
uma grande variação de energia. Essas flutuações tornarão necessária uma distinção entre os pontos de
equilı́brio estável.
Seja um sistema descrito pela energia mostrada na figura 1.3. Existem 3 pontos de equilı́brio estável, sendo
um correspondendo a um mı́nimo global (x3 ), e os outros a mı́nimos locais. Se o sistema está inicialmente
CAPÍTULO 1. CONCEITOS BÁSICOS DE TERMODINÂMICA 5
em x = x2 , e sofre uma flutuação de energia δG23 , ele consegue ultrapassar a barreira de energia que separa
os mı́nimos, e relaxa para o estado de equilı́brio x = x3 . Se ao contrário, o sistema está inicialmente em
x = x3 , uma flutuação que o leve para x = x2 deve ser da ordem de δG32 . A lei de Arrhenius [5] diz
que a probabilidade de uma dessas flutuações de energia ocorrer é dada por exp(−δG/κT ), onde T é a
temperatura e κ a constante de Boltzmann. Na figura 1.3 temos δG32 δG23 , assim, a chance de ocorrer a
transição 3 → 2 é muito menor do que a de ocorrer a 2 → 3. De uma forma geral, para sair do mı́nimo global
sempre será necessário transpor uma barreira de energia maior, tornando o processo de sair do mı́nimo pouco
provável. Dependendo do tamanho da barreira entre os mı́nimos, pode ser que a energia térmica não seja
suficiente para promover a transição. Num sistema assim, o tempo de vida de um estado metaestável pode ser
bastante longo, sendo necessária que uma quantidade de energia finita seja entregue (energia de ativação) ao
sistema, ou que o perfil de energia seja modificado, em geral pela aplicação de um campo externo. Note que
numa transição de um estado metaestável para um estável (como a 2 → 3), o resultado final é o de diminuir a
energia já que G(x23 ) > G(x32 ), mas primeiro o sistema deve receber energia para superar a barreira, assim
o meio externo vai receber não só a a diferença entre as energias finais, mas também a energia de ativação.
Em resumo, do ponto de vista da termodinâmica, definimos três tipos de equilı́brio: estável, metaestável
e instável. Dizemos que um sistema está num ponto de equilı́brio estável (na prática dizemos simplesmente
que o sistema está no equilı́brio) quando, se deixado como está permanece para sempre nesse estado, e se
é perturbado, volta à situação inicial. O equilı́brio metaestável é semelhante ao estável para perturbações
menores que um dado tamanho. Ele pode ser modificado por uma perturbação finita, e se observado durante
um tempo longo o suficiente, decai para outro estado metaestével ou estável. No equilı́brio instável, qualquer
perturbação infinitesimal leva o sistema para outro ponto de equilı́brio que pode ser estável ou metaestável.
A termodinâmica que estudaremos aqui refere-se aos estados de equilı́brio estável e metaestável, na sua
formulação original. O equilı́brio instável está longe de ser algo sem importância, ele é responsável pela
evolução temporal dos sistemas [6]. Embora ainda não existam formulações para a termodinâmica dos
sistemas fora do equilı́brio, no mesmo pé de igualdade com a dos sistemas em equilı́brio (não existem
princı́pios de minimização que determinem como será a evolução de um determinado sistema), este é o
principal interesse da fı́sica térmica atual.
Daqui para frente, usaremos o termo equilı́brio, ou equilı́brio termodinâmico, para referência ao estado
de equilı́brio estável que corresponde ao mı́nimo global.
2. I
dF = 0
A equação de estado é uma função que relaciona as variáveis de estado do sistema. O exemplo mais
simples é a equação dos gases ideais clássicos, que relaciona pressão (P ), volume (V ), temperatura (T ) e
número de partı́culas (N ) como
P V = N κT. (1.9)
Chamamos de processo, o caminho percorrido pelo sistema no espaço definido pelas suas variáveis de
estado. Por exemplo, se estudamos um gás, podemos acompanhar os valores de pressão e volume, como na
Fig 1.4. O valor da temperatura, em cada ponto, pode ser calculado pela equação de estado.
V
Figura 1.4: O diagrama P V mostra dois estados A e B, para um gás dentro de um cilindro provido de
êmbolo. O fundo do cilindro pode ser isolado ou posto em contacto térmico com um reservatório. A linha
contı́nua entre os estados representa um processo quasi-estático hipotético, ao longo do qual os valores de P
e V são bem definidos e conhecidos. O conjunto de pontos corresponde um processo real entre A e B. Neste
caso primeiro a pressão foi mantida constante e o volume foi variado em passos finitos. Depois o sistema
foi evacuado e de novo o volume foi aumentado descontinuamente a pressão constante. Cada variação de
volume gera regiões de baixa pressão imediatamente atrás do êmbolo, o que cria correntes no gás. A medida
da pressão deve ser feita após um certo tempo de estabilização. A turbulência, um fenômeno tipicamente
dissipativo, é a responsável pelo aumento da entropia a cada variação de volume. O resultado é que nada se
conhece sobre o sistema entre os pontos indicados. O sistema desaparece em um ponto e surge no outro, do
ponto de vista da termodinâmica. Matematicamente isso faz com que as derivadas fiquem mal definidas ao
longo do processo, o que impede o uso da formulação matemática da termodinâmica. Para tornar o processo
real mais próximo do correspondente ideal, as variações de volume devem ser bem menores, no caso limite
de variações infinitesimais, o processo torna-se quasi-estático.
É importante ressaltar que, ao desenharmos uma linha contı́nua num espaço definido por variáveis de
estado, estamos dizendo que os valores dessas variáveis são bem definidos ao longo de toda a linha. Isso
significa que o sistema manteve-se homogêneo, sem qualquer tipo de gradiente durante todo o tempo, e que
a evolução temporal se deu como uma seqüência de processos infinitesimais e quasi-estáticos, que podem
ser revertidos. Todos os processos que ocorrem de forma espontânea fogem a essas especificações, e são
irreversı́veis.
Um processo irreversı́vel não pode ser representado graficamente porque as variáveis de estado não são bem
definidas a cada momento. Na prática todos os processos são irreversı́veis, mas para que possamos formular
alguma teoria matemática, torna-se necessária a idealização de um processo reversı́vel.
Ao contrário das grandezas descritas pelas variáveis de estado, calor e trabalho são grandezas que só
podem ser definidas com relação a um processo, nunca a um estado, já que se referem a energia sendo
trocada. Por exemplo, devemos dizer que Q foi o calor trocado pelo sistema ao realizar uma expansão desde
V1 a V2 isotermicamente, ou isobaricamente etc. Para diferenciar uma pequena quantidade de calor trocado
ou de trabalho realizado, da diferencial exata, costuma-se usar um sı́mbolo diferente como d0 W .
A estrutura matemática da termodinâmica está baseada na existência de variáveis de estado intensivas
e extensivas. As variáveis intensivas, que serão chamadas genericamente de Y , não dependem do tamanho
do sistema. Um exemplo simples é a pressão. Se temos um gás com N moléculas, a uma dada temperatura,
CAPÍTULO 1. CONCEITOS BÁSICOS DE TERMODINÂMICA 7
dentro de um recipiente com volume V , teremos um certo valor para a sua pressão. Se dividimos ao meio
o sistema, ou seja, se confinamos N/2 moléculas em um volume V /2, a pressão será a mesma. Aliás a
temperatura, que também é intensiva, permanecerá também inalterada. Por outro lado, V e N são variáveis
extensivas, que são proporcionais ao tamanho do sistema. As variáveis extensivas serão simbolizadas pela
letra X. O tempo todos teremos pares de variáveis termodinamicamente conjugadas, do tipo XY e o trabalho
reversı́vel associado a elas será sempre da forma −Y dX (ou Y dX, dependendo da convenção de sinal que
será discutida na seção 1.5.2). Assim, o produto XY terá sempre dimensão de energia.
Alguns outros exemplos são:
extensivas: V (volume), A (área), L (comprimento), m (componente do momento magnético total na
direção do campo aplicado), S (entropia), N (número de partı́culas)
intensivas associadas: −P (-pressão), σ (tensão superficial), J (força), B (campo magnético aplicado),
T (temperatura), µ (potencial quı́mico)
A definição de X e Y deve ser tal que dY /dX seja sempre uma quantidade positiva, por isso a variável
intensiva associada ao volume V é Y = −P .
De um modo geral, todo sistema será descrito por um conjunto de pares XY . Os pares T S e µN estão
sempre presentes, e costumamos escrevê-los explicitamente. Os outros pares dependerão de especifidades
dos sistemas.
E T T
P P V
P
V V E
T E
N
N N
d´W d´Q
P T
d´Q
(a) (b) T (c)
Figura 1.5: Exemplos de paredes e reservatórios considerando um gás contido em recipientes variados; (a)
Sistema fechado. As paredes são rı́gidas (V fixo), isolantes (energia E fixa) e impermeáveis (N fixo). O
estado de equilı́brio do gás define os valores de P e T , que podem ser diferentes dos do meio externo. (b)
Uma das paredes do recipiente anterior foi substituı́da por uma parede diatérmica, que permite a passagem
de calor. Essa parede é posta em contato com um reservatório na temperatura T (T fixo). Fora isso, as
paredes continuam rı́gidas e impemeáveis (V e N fixos). Agora não temos mais E fixo porque permitimos
a troca de calor com o reservatório. Nossos vı́nculos são T , V e N . E e P tomam os valores previstos pela
equação de estado. (c) Relaxamos mais uma condição: agora além de trocar calor com o reservatório, o
sistema tem uma parede móvel, que vai ajustar sua posição de modo a igualar a pressão do reservatório,
permitindo troca de trabalho. Nossos vı́nculos agora são T , P e N . E e V variam de acordo com as equações
de estado.
calor, como uma forma de transferência de energia, seguiu um caminho tortuoso entre 1800 e 1850, quando
Joule esclareceu a equivalência entre trabalho mecânico e energia térmica com sua famosa experiência [3].
A primeira lei da termodinâmica pode ser considerada como a definição de calor, que é o que sobra
quando se faz a contabilidade entre variação de energia e trabalho realizado em sistemas com dissipação
de energia. Na mecânica, a conservação de energia envolve a realização de trabalho. Se a força F~ atua na
partı́cula causando um deslocamento d~`, partindo da equação (1.1) temos
dE = d0 Q − d0 W + µdN. (1.12)
A convenção de sinal é
• dN > 0 quando o sistema recebe partı́culas (a energia interna aumenta)
• dN < 0 quando o sistema cede partı́culas (a energia interna diminui)
Finalmente podemos usar (1.11) ou (1.12) como uma definição para d0 Q. Por exemplo, se N é constante,
d0 Q = dE + d0 W, (1.13)
ou seja, o calor trocado é a variação de energia interna, descontando o que foi usado para realizar trabalho.
CAPÍTULO 1. CONCEITOS BÁSICOS DE TERMODINÂMICA 10
d0 QR = T dS. (1.14)
d0 Q
dS ≥ , (1.15)
Tm
sendo S a entropia do sistema, e Tm a temperatura do meio que o envolve, e que troca calor com ele. A
igualdade vale para processos reversı́veis, e nesses casos, como o sistema necessariamente tem que estar em
equilı́brio térmico com o meio, Tm = T .
Para sistemas fechados, já que d0 Q = 0,
dS ≥ 0 . (1.16)
Conseqüência: num sistema fechado, qualquer processo espontâneo (por ser irreversı́vel) faz com que a
entropia aumente, logo, o estado de equilı́brio para um sistema fechado deve ser aquele para o qual a entropia
é máxima.
∆Si ≥ 0 (1.18)
Exemplo 1.1 Um litro de água a 100oC é jogado numa piscina. Qual a variação de entropia dessa massa de
água, da piscina e do universo?
Claramente a água, inicialmente a Ti = 100oC, vai esfriar de forma espontânea e irreversı́vel. Para calcular a
sua variação de entropia imaginamos um processo reversı́vel em que tenhamos os mesmos estados inicial e final.
Podemos fazer isso porque S é uma variável de estado, então, ∆S = Sf − Si , independente do processo que leva
o sistema do estado i ao f . Podemos considerar que a água da piscina não tem sua temperatura alterada, afinal
uma piscina pequena tem cerca de 20000 litros de água, assim, a temperatura final da água quente será Tf que é
a própria temperatura da água piscina. Esse processo pode ser o seguinte: colocamos o litro de água em contato
CAPÍTULO 1. CONCEITOS BÁSICOS DE TERMODINÂMICA 11
Esse processo imaginado é reversı́vel, e deve levar a uma variação de entropia nula para o universo. De fato,
cada vez que o litro de áqua recebe d0 Q, o reservatório libera d0 Q, e a troca é feito na mesma temperatura
do litro de água. No resfriamento irreversı́vel em contato a piscina, a troca de calor se dá a temperaturas
diferentes, o litro de água resfria, enquanto que a piscina se mantém à mesma temperatura. A troca de calor
entre sistemas a temperaturas diferentes é sempre irreversı́vel. Para a piscina temos então
Qaq mc(Tf − Ti )
∆Sp = − =− > 0.
Tf Tf
O universo é composto por todas as partes que trocam calor, no caso o litro de água e a piscina, assim
Tf mc(Tf − Ti )
∆Su = ∆Saq + ∆Sp = mc ln − .
Ti Tf
d0 Q = T dS e d0 W = −Y dX, (1.19)
que, junto com a equação de estado, permitem o cálculo do calor trocado e do trabalho realizado. Neste
caso, a expressão final para a Primeira Lei para processos reversı́veis fica
dE = T dS + Y dX + µdN. (1.20)
d0 Q = dE − Y dX − µdN ≤ Tm dS ⇒ dE ≤ Tm dS + Ym dX + µm dN , (1.21)
os ı́ndices m denotam os valores relativos ao meio externo, ou reservatórios. Desta forma, vemos que num
processo espontâneo a X, S e N constantes, dE ≤ 0, ou seja, o sistema evolui de forma a minimizar a sua
energia interna.
q(r)
dE = φ(r)dq = dq, (1.22)
4π0 r
4πr 3
onde q(r) = 3 ρ e dq = 4πr2 ρ dr. A energia total é então
Z R Z R
4π 2 4πρ2 R5 3 Q2
E= dE = ρ r4 dr = = , (1.23)
0 30 0 30 5 5 4π0 R
sendo Q = ρ 34 πR3 a carga total da esfera. Note que a energia por unidade de volume vai depender do raio da
esfera, ou seja,
2/3
E ρ2 R2 ρ2 3V
= = = , (1.24)
V 50 50 4π
ou seja, a energia E não é extensiva, e não será bem definida quando V → ∞. O que torna a matéria possı́vel
de ser estudada pela termodinâmica é a existência de blindagem eletrostática, que torna a força efetiva entre
as partı́culas de curto alcance. O mesmo não acontece com a interação gravitacional, o que é um problema se
desejamos usar o formalismo termodinâmico a galáxias, por exemplo.
Exemplo 1.3 O preço é uma grandeza que varia de uma forma não linear com N . Por exemplo se compramos,
numa mesma loja um pacote com 100 folhas de papel A4, estaremos pagando um certo preço por folha bem
maior do que o que pagarı́amos se comprássemos uma caixa com 10 resmas. Assim, o preço por folha depende
do número N de folhas. Isso é exatamente o que não queremos na termodinâmica.
d(λS)
= S (1.27)
dλ
∂S d(λE) ∂S d(λX) ∂S d(λN )
= + +
∂(λE) X,N dλ ∂(λX) E,N dλ ∂(λN ) X,E dλ
∂S ∂S ∂S
= E+ X+ N
∂(λE) X,N ∂(λX) E,N ∂(λN ) X,E
As variáveis que são mantidas constantes durante a derivação aparecem indicadas como sub-ı́ndices. Esta
notação nos ajuda a lembrar que variáveis estamos escolhendo para a descrição do sistema.
Para λ = 1 temos então,
∂S ∂S ∂S
S= E+ X+ N (1.28)
∂E X,N ∂X E,N ∂N X,E
Para chegar a S(E, X, N ) só falta encontrar expressões para as derivadas de S. Da primeira lei para
processos reversı́veis, equação (1.20), temos que
1 Y µ
dS = dE − dX − dN. (1.29)
T T T
Sendo S uma função de X, E e N , também podemos escrever
∂S ∂S ∂S
dS = dE + dX + dN (1.30)
∂E X,N ∂X E,N ∂N X,E
E XY µN
S(E, X, N ) = − − , (1.32)
T T T
ou
E(S, X, N ) = T S + XY + µN , Equação de Euler (1.33)
onde T , Y e µ são funções de S, X e N definidas em (1.31).
Exemplo 1.4 A condição de equilı́brio térmico pode ser obtida a partir do princı́pio de maximização da entropia.
Por exemplo, considere dois sistemas A e B em contato térmico entre si, mas isolados do meio externo. Seja
S a entropia do sistema composto por A e B. Devido à extensividade de S e E temos que S = SA + SB e
E = EA + EB . Como o sistema está isolado, E deve ser constante. A troca de calor entre A e B ocorre até que
a entropia total seja maximizada. Ou seja, devemos maximizar S com relação às variações de EA e EB :
∂SA ∂SB
δS = δEA + δEB = 0 . (1.34)
∂EA ∂EB
Mas δEA = −δEB (E é constante), logo
∂SA ∂SB ∂SA ∂SB
δS = − δEA = 0 −→ = −→ TA = TB . (1.35)
∂EA ∂EB ∂EA ∂EB
CAPÍTULO 1. CONCEITOS BÁSICOS DE TERMODINÂMICA 14
dE = T dS + Y dX + µdN . (1.37)
Comparando os coeficientes de dS, dX e dN nas equações (1.36) e (1.37), podemos escrever as equações
de estado
∂E
T (S, X, N ) =
∂S X,N
∂E
Y (S, X, N ) =
∂X S,N
∂E
µ(S, X, N ) = (1.38)
∂N X,S
A partir de (1.38) podemos encontrar outras relações entre derivadas, calculando as derivadas cruzadas.
Por exemplo
" # " #
∂ ∂E ∂T ∂ ∂E ∂Y
= e = (1.39)
∂X ∂S X,N ∂X S,N ∂S ∂X S,N ∂S X,N
S,N X,N
Como estamos sempre tratando de funções suaves e bem comportadas, podemos trocar a ordem das
derivadas para obter
∂T ∂Y
= . (1.40)
∂X S,N ∂S X,N
Podemos obter várias outras relações desse tipo seguindo esses mesmos passos. Essas relações entre as
derivadas são chamadas relações de Maxwell. Note que (1.38) só tem sentido se escrevemos E em termos
de S, X e N .
Da combinação entre primeira e segunda leis, desigualdade (1.21), temos
dE ≤ T dS + Y dX + µdN. (1.41)
Assim, um processo espontâneo que ocorra a S, X, e N constantes deve levar sempre a uma diminuição da
energia interna, já que dE < 0 nesse caso. A estabilização de E em seu menor valor para a evolução do
sistema, e corresponde ao equilı́brio termodinâmico.
CAPÍTULO 1. CONCEITOS BÁSICOS DE TERMODINÂMICA 15
Para entender a energia interna como uma energia livre, podemos usar o exemplo mostrado na figura
1.6. O sistema em questão é fechado, contém um gás, e tem uma partição interna, que move-se sem atrito,
conectada a uma massa através de uma roldana. Mover a massa é o trabalho mecânico que desejamos
realizar. Seja A a área da partição e P1 e P2 os valores de pressão em cada lado. Se P1 A + mg > P2 A, a
massa realiza trabalho sobre o gás deslocando a parede para a direita. Se P1 A + mg < P2 A, o gás realiza
trabalho, suspendendo a massa. Considerando que o movimento da parede interna foi quasi-estático, ao fim
do processo, seja qual for o caso, haverá uma variação na energia interna dada pela primeira lei,
dE = d0 Q − d0 W. (1.42)
0
O sistema é isolado, portanto d Q = 0. Calculamos o trabalho total,
d0 W = P dV + dWlivre , (1.43)
sendo o primeiro termo o trabalho para variar o volume e o segundo para mover a massa. Como o sistema
não sofreu variação de volume, essa primeira contribuição é nula. Então,
(dE)S,V,N = −dWlivre . (1.44)
P1 P2
m
Figura 1.6:
Em muitas situações é mais adequado controlar a temperatura do que a entropia. Isso pode ser feito
simplesmente colocando o sistema em contato com um banho térmico. Claro que podemos escrever a energia
interna em função da temperatura, mas fazendo isso não poderemos usar as relações de Maxwell derivadas da
energia interna, nem usar o processo de minimização da energia interna para a determinação do equilı́brio.
Precisamos definir outra função, escrita em termos da temperatura, que possa ter o mesmo papel da energia
interna, no sentido de ser mı́nima no estado de equilı́brio. A definição de T a partir de E da equação (1.38)
permite que isso seja feito de forma simples usando a transformada de Legendre.
Transformada de Legendre
Considere uma função de uma variável, y(x) com a da figura 1.7. Esta representação supõe que conhecemos
uma tabela de pares (x, y). Podemos descrever a mesma forma funcional de maneira alternativa, pela
envoltória da curva y(x) que é definida pelas tangentes em cada ponto (x, y), ou seja pela tabela de pares
(φ, p), onde φ é o coeficiente linear das tangentes, e p o angular, como na figura 1.7(b) .
Olhando a figura 1.7(a) a relação entre as representações pode ser obtida como
y−φ dy
p= ⇒ φ = y − px ⇒ φ(p) = y(p) − px(p) = y(p) − x(p) . (1.45)
x−0 dx
Escrevos x(p) e y(p) para lembrar que x e y devem ser escritos como funções de p.
Vamos ver um exemplo para entender como isso funciona. Seja y(x) = ax2 + bx.
2
dy p−b p−b p−b
p= = 2ax + b ⇒ x(p) = e y(p) = a +b
dx 2a 2a 2a
Com isso,
2
p−b p−b p−b (p − b)2
φ(p) = a +b −p =−
2a 2a 2a 4a
CAPÍTULO 1. CONCEITOS BÁSICOS DE TERMODINÂMICA 16
Figura 1.7: A função y(x) pode ser descrita pela envoltória definida pelas tangentes a cada ponto. Nesse
caso estamos passando de uma descrição através dos pares (x, y) para uma através dos pares (φ, p)
∂E
F =E−S = E − ST = XY + µN, (1.46)
∂S
onde fica subentendido, que tanto E quanto S, Y e µ deverão ser escritos em função de X, T e N . Nem
sempre isso é possı́vel, mas podemos formalmente escrever as expressões para F (T, X, N ). Obtemos agora a
forma diferencial,
dF = dE − T dS − SdT ≤ −SdT + Y dX + µdN (1.47)
onde usamos a primeira lei combinada com a segunda (eq. (1.21)) para dE. Assim como em (1.38), obtemos
as equações de estado
∂F
S(T, X, N ) = −
∂T X,N
∂F
Y (T, X, N ) =
∂X T,N
∂F
µ(T, X, N ) = (1.48)
∂N X,T
O papel de F como energia disponı́vel para trabalho pode ser entendido com uma análise similar à feita
para a energia interna. O sistema mostrado na figura 1.8 é semelhante ao da figura 1.6, mas está em contato
térmico com um reservatório, o que garante controle sobre a temperatura do sistema. Se a diferença de
pressão entre as câmaras é tal que a massa é suspensa, o trabalho reversı́vel no processo será
Do ponto de vista da minimização, temos que, para um processo espontâneo com T , X e N fixos,
dF < 0.
P1 P2
m
T T
Figura 1.8:
∂G
X(T, Y, N ) = −
∂Y T,N
∂G
S(T, Y, N ) = −
∂T Y,N
∂G
µ(T, Y, N ) = (1.53)
∂N Y,T
Um sistema que tem sua variável Y , a temperatura e o número de partı́culas controlado, tem seu equilı́brio
determinado pelo mı́nimo de G. Todo processo espontâneo a T , N , e Y fixos, nesse sistema deve levar
necessariamente a uma variação dG < 0.
onde H é a entalpia (veja o problema 12). A expressão para CX em função de E pode ser obtida
diretamente da primeira lei para um processo a X e N constantes, da mesma maneira obtemos a ex-
pressão para CY a partir da entalpia. A capacidade térmica é uma grandeza extensiva, cuja magnitude
depende do tamanho do sistema. É mais significativa a definição do calor especı́fico, que é a capacidade
térmica dividida pelo número de moles ou número de partı́culas. O calor especı́fico é uma propriedade
do material, enquanto que a capacidade térmica é uma propriedade do corpo em questão.
Compressibilidade:
1 ∂V 1 ∂ρ
κ=− = (1.58)
V ∂p ρ ∂p
1.10 Problemas
1. Considere a seguinte forma de energia potencial
1 1
Ep (x) = a4 x4 + a2 x2 − Hx, a4 > 0. (1.61)
4 2
(a) Construa o gráfico de Ep para a4 = 4, a2 = −4 e H = 0, 5.
(b) Determine os pontos de extremos, e suas estabilidades, para os valores de coeficiente dados acima.
(c) Quais os valores das barreiras de energia presentes neste potencial?
(d) Repita os itens acima para a2 = +4.
2. Uma partı́cula de cobalto com dimensões nanométricas contém cerca de 103 -105 átomos, e pode ser
considerada um monodomı́nio magnético, ou seja, os momentos magnéticos de todos os átomos matém
seus alinhamentos relativos.
O momento magnético total da partı́cula, m,~ é a soma z
θ
dos momentos magnéticos de todos os átomos, e seu
valor absoluto é constante no tempo. Dependendo m
da forma da partı́cula, é possı́vel que o alinhamento
ao longo de uma ou mais direções seja preferencial.
Essas direções são chamadas eixos de anisotropia. A
figura ao lado mostra a caricatura de uma partı́cula
com um eixo de anisotropia.
Para uma partı́cula como a da figura, a energia relativa ao alinhamento do momento magnético, ao
longo do eixo de anisotropia, pode ser escrita como
onde τ0 = 10−10 s. Calcule τ para partı́culas tı́picas de cobalto, com K = 4, 5 × 106 erg/cm3 , para
dois valores de volume, V1 = 1, 64 × 10−19 e V2 = 3, 80 × 10−19 cm3 , e T = 300 K. Considerando
que o tempo de medida de momento magético é da ordem de 100 s, que valores de magnetização
são observados para cada uma das partı́culas?
(e) Para a partı́cula de volume V1 , calcule a tempertaura de bloqueio, definida para as medidas de
magnetização como a temperatura a partir da qual τ < 100s.
Uma partı́cula como a considerada neste problema é aproximadamente o que corresponde a um bit de
informação num disco rı́gido, podemos associar 0 à orientação mẑ e 1 à −mẑ, por exemplo. A perda
da estabilidade da orientação do momento magnético em partı́culas muito pequenas é um problema na
construção de discos cada vez mais densos.
3. Verifique se as expressões abaixo são ou não diferenciais exatas. Nos casos afirmativos, determine a
função f (x, y).
(a) 2x(x3 + y 3 ) dx + 3y 2 (x2 + y 2 ) dy
(b) ey dx + x(ey + 1) dy
(c) (2x + y) dx + (x + 2y) dy
CAPÍTULO 1. CONCEITOS BÁSICOS DE TERMODINÂMICA 20
(a) Esboce o ciclo no plano P V . A idéia aqui é usar argumentos termodinâmicos para esboçar, não
realize qualquer cálculo ainda.
(b) Calcule a temperatura T3 em termos de T1 e γ = CP /CV .
R: T3 = 2γ−1 T1
8. Considere um gás ideal monoatômico com N átomos, sofrendo uma expansão que dobra o seu volume.
(a) Para uma expansão reversı́vel, em contato com um reservatório a uma temperatura T , calcule o
trabalho realizado pelo gás, a quantidade de calor trocada entre o gás e o reservatório, a variação
de energia interna do gás, e a variação de entropia do gás, do reservatório e do universo.
(b) Considere agora que a expansão se deu da seguinte forma: o gás estava confinado à metade do
volume de um recipiente com paredes isolantes, sendo que a outra metade estava evacuada, a
parede que separava as duas partes foi então removida, e o gás passou a ocupar todo o recipiente.
Calcule, neste caso, o trabalho realizado pelo gás, a variação de energia interna, e a variação de
entropia do gás e do universo.
CAPÍTULO 1. CONCEITOS BÁSICOS DE TERMODINÂMICA 21
9. Um litro de água pode ser totalmente vaporizado de duas maneiras alternativas:(1) em contato com
um reservatório térmico a 100 o C; (2) em contato com um reservatório térmico a 200 o C. O calor
latente de vaporização da água é de 540 cal/g. Considerando apenas o processo de vaporização, calcule
as variações de entropia, para cada processo:
(a) da água;
(b) do reservatório;
(c) do universo.
(d) Relacione os resultados acima com a reversibilidade ou não do processo.
10. A partir de primeira lei, mostre que, para um gás ideal, ao longo de um processo adiabático, P V γ =constante,
onde γ = CP /CV .
11. Mostre que:
(a) ∂X ∂S
∂T Y,N = ∂Y T,N
∂S
(b) ∂X T,N
= − ∂Y
∂T X,N
∂E
(c) ∂X T,N
= −T ∂Y ∂T X,N + Y
Dica: Use a primeira lei, com N constante, e a relação encontrada no item anterior.
12. A entalpia (H), é o potencial termodinâmico adequado para uma descrição em termos de S, Y e N .
Mostre que:
(a) H = T S + µN
(b) dH ≤ T dS − XdY + µdN,
(c) CY,N = ∂H ∂T Y,N e ∂H
∂Y T,N = T
∂X
∂T Y,N −X
(d) X(S, Y, N ) = − ∂H∂Y S,N
T (S, Y, N ) = ∂H
∂S Y,N
µ(S, Y, N ) = ∂H∂N Y,S
(e) Como você pode obter a energia livre de Helmholtz F (T, X, N ) a partir da entalpia H(S, Y, N )?
13. Ache as equações de estado para um sistema cuja equação fundamental é
α S3
E= ,
R2 N V
onde R é a constante dos gases, e α é uma constante positiva.
14. Usando a equação de Euler e a primeira lei, mostre que dµ = −sdT + vdP , que é a relação de Gibbs-
Duhem. Aqui, v = V /N (volume por partı́cula), e s = S/N (entropia por partı́cula).
15. A partir das definições para as funções de resposta, e das relações de Maxwell para a energia livre de
Helmholtz, mostre que, no equilı́brio, a concavidade da curva F × T é negativa, enquanto que a da
curva F × X é positiva.
16. Experimentalmente, encontra-se para uma tira de borracha:
" 3 # " 3 #
∂J aT L0 ∂J aL L0
= 1+2 e = 1−
∂L T L0 L ∂T L L0 L
VERIFICAR A EXPRESSAO
(e) Calcule F (T, V, n).
(f) Calcule µ(p, T ) e µ(V, T ).
18. A energia livre de Helmholtz para um gás de fótons contido em um volume V , mantido na temperatura
T é dada por F = −(a/3)V T 4 , onde a é uma constante positiva.
(c) Calcule a entropia S(V, T ) do gás.
(d) Obtenha a equação de estado P (V, T ) do gás.
(e) Calcule a energia interna E(V, T ) do gás.
19. Considere dois sistemas, A e B, em contato através de uma parede móvel, impermeável e adiabática,
e isolados do meio externo. Isso significa tudo o que pode ocorrer é a troca de volume entre A e B.
Usando a condição de maximização da entropia, mostre que a condição de equilı́brio entre A e B é
PA PB
= .
TA TB
Bibliografia
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2002.
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[5] O cientista sueco Svante Arrhenius (1859-1927), ganhou o prêmio Nobel em 1903 pela teoria da disso-
ciação dos eletrólitos. Entre outras coisas ele estudou a dependência da taxa de reação em função da
temperatura e propos a lei fenomenológia que atualmente leva o seu nome. Sua formulação original foi
em função da energia de ativação, ou energia necessária para iniciar um reação quı́mica.
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[11] Lectures on phase transictions and the renormalization group. xx, 1990.
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