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UNIDADE OPERACIONAL

(CENTRO DE FORMAÇÃO PROFISSIONAL“JOSÉ IGNÁCIO PEIXOTO”)

METROLOGIA
Presidente da FIEMG
Robson Braga de Andrade

Gestor do SENAI
Petrônio Machado Zica

Diretor Regional do SENAI e


Superintendente de Conhecimento e Tecnologia
Alexandre Magno Leão dos Santos

Gerente de Educação e Tecnologia


Edmar Fernando de Alcântara

Elaboração
Jucimar Moraes Lacerda

Unidade Operacional

Centro de Formação Profissional “José Ignácio Peixoto”


Sumário

PRESIDENTE DA FIEMG ....................................................................................................................2

APRESENTAÇÃO ..............................................................................................................................5

INTRODUÇÃO ....................................................................................................................................6

METROLOGIA....................................................................................................................................7

FINALIDADE DO CONTROLE.................................................................................................................7
MEDIÇÃO ..........................................................................................................................................7
UNIDADE...........................................................................................................................................7
PADRÃO ...........................................................................................................................................8
MÉTODO, INSTRUMENTO E OPERADOR...............................................................................................8

UNIDADES DIMENSIONAIS LINEARES.........................................................................................10

HISTÓRICO .....................................................................................................................................10
NORMAS GERAIS DE MEDIÇÃO .........................................................................................................12

PAQUÍMETRO ..................................................................................................................................13

CONCEITO ......................................................................................................................................13
TIPOS E USOS .................................................................................................................................13
PRINCÍPIO DO NÔNIO .......................................................................................................................15
RECOMENDAÇÕES ESPECIAIS ..........................................................................................................17
CUIDADOS ESPECIAIS......................................................................................................................18

PAQUÍMETRO: SISTEMA MÉTRICO ..............................................................................................19

PAQUÍMETRO: SISTEMA INGLÊS .................................................................................................20

MICRÔMETRO (TIPOS E USO).......................................................................................................24

NOMENCLATURA .............................................................................................................................24
CARACTERÍSTICAS ..........................................................................................................................25
CONSERVAÇÃO ...............................................................................................................................27

MICRÔMETRO (SISTEMA MÉTRICO) ............................................................................................28

MICRÔMETRO COM EXATIDÃO DE 0,01 MM ........................................................................................28


MICRÔMETRO COM EXATIDÃO DE 0,001 MM ......................................................................................29

MICRÔMETRO (SISTEMA INGLÊS) ...............................................................................................30

DIFERENÇAS ENTRE O MICRÔMETRO DE 0,001” E O DE 0,01 MM ........................................................31

MICRÔMETRO INTERNO ................................................................................................................32

TIPOS .............................................................................................................................................32
GONIÔMETRO .................................................................................................................................35

CONCEITO ......................................................................................................................................35
CONSERVAÇÃO ...............................................................................................................................37

GABARITOS.....................................................................................................................................38

VERIFICADORES ..............................................................................................................................38
FIEIRA ............................................................................................................................................38

CALIBRADORES .............................................................................................................................40

TIPOS DE CALIBRADOR ....................................................................................................................40

BLOCOS-PADRÃO ..........................................................................................................................44

CLASSIFICAÇÃO ..............................................................................................................................45

RELÓGIO COMPARADOR ..............................................................................................................49

RELÓGIO COM PONTA DE CONTATO DE ALAVANCA (APALPADOR) ........................................................52

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ................................................................................................54


Metrologia
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Apresentação

“Muda a forma de trabalhar, agir, sentir, pensar na chamada sociedade do


conhecimento.”
Peter Drucker

O ingresso na sociedade da informação exige mudanças profundas em todos os


perfis profissionais, especialmente naqueles diretamente envolvidos na produção,
coleta, disseminação e uso da informação.

O SENAI, maior rede privada de educação profissional do país,sabe disso , e


,consciente do seu papel formativo , educa o trabalhador sob a égide do conceito
da competência: “formar o profissional com responsabilidade no processo produtivo,
com iniciativa na resolução de problemas, com conhecimentos técnicos aprofundados,
flexibilidade e criatividade, empreendedorismo e consciência da necessidade de
educação continuada.”

Vivemos numa sociedade da informação. O conhecimento , na sua área


tecnológica, amplia-se e se multiplica a cada dia. Uma constante atualização se
faz necessária. Para o SENAI, cuidar do seu acervo bibliográfico, da sua infovia,
da conexão de suas escolas à rede mundial de informações – internet- é tão
importante quanto zelar pela produção de material didático.

Isto porque, nos embates diários,instrutores e alunos , nas diversas oficinas e


laboratórios do SENAI, fazem com que as informações, contidas nos materiais
didáticos, tomem sentido e se concretizem em múltiplos conhecimentos.

O SENAI deseja , por meio dos diversos materiais didáticos, aguçar a sua
curiosidade, responder às suas demandas de informações e construir links entre
os diversos conhecimentos, tão importantes para sua formação continuada !

Gerência de Educação e Tecnologia

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Metrologia
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Introdução
Neste material são explicadas as técnicas de utilização dos instrumentos
de medição, com a preocupação constante com a reciclagem do profissional e
sua constante melhoria, ao mesmo tempo traz uma linguagem simples e clara,
propiciando a fácil compreensão deste conteúdo.
Aqui abordamos conteúdos de medição direta com a utilização de
paquímetro, micrômetro; como também, as de medição indireta com a utilização
de relógios, verificadores, etc, baseados nas competências necessárias para a
vida profissional.

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Curso de Aperfeiçoamento 6
Metrologia
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Metrologia
A metrologia aplica-se a todas as grandezas determinadas e, em particular,
as dimensões lineares e angulares das peças mecânicas. Nenhum processo de
usinagem permite que se obtenha rigorosamente uma dimensão prefixada. Por
essa razão, é necessário conhecer a grandeza do erro tolerável, antes de se
escolherem os meios de fabricação e controle convenientes.

Finalidade do controle
Destina-se a orientar a fabricação, evitando erros, e não somente reter ou
rejeitar os produtos fabricados fora das normas; por conseguinte, representa um
fator importante na redução das despesas gerais e no acréscimo da
produtividade.

Um controle eficaz deve ser total, ou seja, exercido em todas os estágios de


usinagem da matéria, sendo realizados por meio de aparelhos e instrumentos;
devem-se, portanto, controlar não somente as peças fabricadas, mas também os
aparelhos e instrumentos verificadores:

- de desgastes, nos verificadores com dimensões fixas;

- de regulagem, nos verificadores com dimensões variáveis.

Isto se aplica também às ferramentas, aos acessórios e às máquinas-


ferramentas utilizadas na fabricação.

Medição
O conceito de medir traz, em si, uma idéia de comparação. Como só se
podem comparar “coisas” da mesma espécie, cabe apresentar para a medição a
seguinte definição, que, como as demais, esta sujeita a contestações:

“Medir é comparar uma dada grandeza com outra da mesma espécie,


tomada como unidade”.

Para se medir um comprimento, deve-se primeiramente escolher outro que


sirva como unidade e verificar quantas vezes a unidade cabe dentro do
comprimento por medir. Uma superfície só pode ser medida com unidade de
superfície; um volume, com unidade de volume; uma velocidade, com unidade de
velocidade; uma pressão, com unidade de pressão, etc.

Unidade
É um determinado valor em função do qual outros valores são enunciados.
Usando-se a unidade METRO, pode-se dizer, por exemplo, qual é o comprimento
de um corredor. A unidade é fixada por definição e independe do prevalecimento
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Curso de Aperfeiçoamento 7
Metrologia
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de condições físicas como temperatura, grau higroscópio (umidade), pressão, etc.

Padrão
O padrão é a materialização da unidade; é influenciada por condições
físicas, podendo-se mesmo dizer que é a materialização da unidade, somente sob
condições especificas.

Método, Instrumento e Operador


Um dos mais significativos índices de progresso, em todos os ramos da
atividade humana, é a perfeição dos processos metrológicos que neles se
empregam. Principalmente no domínio da técnica, a Metrologia é de importância
transcendental.

O sucessivo aumento de produção e a melhoria de qualidade requerem um


ininterrupto desenvolvimento e aperfeiçoamento na técnica de medição; quanto
maiores são as exigências, com referência à qualidade e ao rendimento, maiores
são as necessidades de aparatos, ferramentas de medição e elementos capazes.

Na tomada de quaisquer medidas, devem ser considerados três elementos


fundamentais: o método, o instrumento e o operador.

1 - Método

a) MEDIÇÃO DIRETA

Consiste em avaliar a grandeza por medir, por comparação direta com


instrumentos, aparelhos e máquinas de medir.

b) MEDIÇÃO INDIRETA POR COMPARAÇÃO

Medir por comparação é determinar a grandeza de urna peça com relação a


outra, de padrão ou dimensão aproximada; dai a expressão: medição indireta.

2 – Instrumentos de Medição

A exatidão relativa das medidas depende, evidentemente, da qualidade dos


instrumentos de medição empregados. É indispensável que o instrumento esteja
aferido e que a sua aproximação permita avaliar a grandeza em causa, com a
precisão exigida.

3 – Operador

O operador é, talvez, dos três, o elemento mais importante. E ele a parte


inteligente na apreciação das medidas.

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Metrologia
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Deve, pois, o operador, conhecer perfeitamente os instrumentos que utiliza,


ter iniciativa para adaptar as circunstâncias, o método mais aconselhável e
possuir conhecimentos suficientes para interpretar os resultados encontrados.

LABORATÓRIO DE METROLOGIA
Nos casos de medição de peças muito precisas, torna-se necessária uma
climatização do local; esse local deve satisfazer as seguintes exigências:

1 -TEMPERATURA

A Conferência Internacional do Ex-Comité I.S.A. fixou em 20º C a


temperatura de aferição dos instrumentos destinados a verificar as dimensões ou
formas. Em conseqüência, o laboratório devera ser mantido dentro dessa
temperatura, sendo tolerável a variação de mais ou menos 1º C.

2 - UMIDADE

A umidade relativa do ar não deverá ultrapassar 55%; é aconselhável


instalar um higrostato (aparelho regulador de umidade); na falta deste, usa-se o
CLORETO DE CÁLCIO INDUSTRIAL, cuja propriedade química retira cerca de
15% da umidade relativa do ar.

3 - VIBRAÇÃO

Para se protegerem as máquinas e aparelhos contra a vibração do prédio,


forra-se a mesa com tapete de borracha, com espessura de 15 a 20 mm, e sobre
este se coloca uma chapa de aço, de 6 mm.

4 – ESPAÇO

No laboratório, o espaço deve ser suficiente para acomodar em armários


todos os instrumentos e, ainda, proporcionar bem-estar a todos que nele
trabalham.

5 - ILUMINAÇÃO E LIMPEZA

A iluminação deve ser uniforme, constante e disposta de maneira que evite


ofuscamento. Nenhum dispositivo de precisão deve estar exposto ao pó, para que
não haja desgastes e para que as partes óticas não fiquem prejudicadas por
constantes limpezas. O local de trabalho deverá ser o mais limpo e organizado
possível, evitando-se que as peças fiquem umas sobre as outras.

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UNIDADES DIMENSIONAIS LINEARES


Histórico
O homem, cerca de 4.000 anos atrás, para medir os comprimentos
baseavam-se em partes do corpo humano, que eram referências universais, pois
ficava fácil chegar-se a uma medida que podia ser verificada por qualquer pessoa.
Foi assim que surgiram medidas padrão como a polegada, o palmo, o pé, a jarda,
a braça, o passo, o côvado, o cúbito e a toesa.
Em geral, essas unidades eram baseadas nas medidas do corpo do rei,
sendo que tais padrões deveriam ser respeitados por todas as pessoas que,
naquele reino, fizessem as medições.

Algumas dessas medidas-padrão continuam sendo empregadas até hoje.


Veja os seus correspondentes em centímetros:
1 polegada = 2,54 cm
1 pé = 30,48 cm
1 jarda = 91,44 cm

Como as pessoas têm tamanhos diferentes, as medidas variavam de uma


pessoa para outra, ocasionando as maiores confusões nos resultados. Para
serem úteis, era necessário que os padrões fossem iguais para todos. Foi criado
um padrão único (cúbito-padrão), em lugar do próprio corpo, passaram a usar,
barras de pedra com o mesmo comprimento, depois construídas de madeira, para
facilitar o transporte, mas com o tempo se gastavam, então, gravaram
comprimentos equivalentes nas paredes dos principais templos.

No século XVII, ocorreu um avanço importante na


questão de medidas. A Toesa, que era então utilizada
como unidade de medida linear, foi padronizada em uma
barra de ferro com dois pinos nas extremidades e, em
seguida, chumbada na parede externa do Grand
Chatelet, nas proximidades de Paris. Dessa forma,
assim como o cúbito-padrão, cada interessado poderia
conferir seus próprios instrumentos. Uma toesa é
equivalente a seis pés, aproximadamente, 182,9 cm.
Surgiu um movimento no sentido de estabelecer uma unidade natural, isto é, que
pudesse ser encontrada na natureza e, assim, ser facilmente copiada,
constituindo um padrão de medida. Havia também outra exigência para essa
unidade: ela deveria ter seus submúltiplos estabelecidos segundo o sistema
decimal. Finalmente, um sistema com essas características foi apresentado por
Talleyrand, na França, num projeto que se transformou em lei naquele país,
sendo aprovada em 8 de maio de 1790, esse valor, escolhido por apresentar
caráter mundial, foi adotado em 1875, como unidade oficial de medidas por 18
Nações.

Estabelecia-se, então, que a nova unidade deveria ser igual à décima


milionésima parte de um quarto do meridiano terrestre.
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Metrologia
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Com o desenvolvimento da ciência, verificou-se que uma medição mais


precisa do meridiano fatalmente daria um metro um pouco diferente. Assim, a
primeira definição foi substituída por uma várias definições até os dias atuais.

Observação : No Brasil, o sistema métrico foi implantado pela Lei Imperial nº


1157, de 26 de junho de 1862. Estabeleceu-se, então, um prazo de dez anos para
que padrões antigos fossem inteiramente substituídos.

DEFINIÇÃO METRO
O padrão internacional está depositado no
B.I.P.M. (Bureau Internacional des Poids et Mésures)
na França; no Brasil o metro-padrão encontra-se no
IPT (Instituto de Pesquisas Tecnológicas)

De acordo com 17ª Conferência Geral dos Pesos


e Medidas de 1983, o INMETRO em sua resolução
3/84, assim definiu o metro:

Metro é o comprimento do trajeto percorrido pela


luz no vácuo, durante o intervalo de tempo de 1
/299.792.458 do segundo.

METRO-PADRÃO UNIVERSAL

É a distância materializada pela gravação de dois traços no plano neutro de


uma barra de liga bastante estável, composta de 90% de platina e de 10% de
irídio, cuja seção, de máxima rigidez, tem a forma de um X.

MÚLTIPLOS E SUBMÚLTIPLOS

Nome Símbolo Fator de multiplicação da unidade


Exametro Em 1018 = 1 000 000 000 000 000 000 m
Petametro Pm 1015 = 1 000 000 000 000 000 m
Terametro Tm 1012 = 1 000 000 000 000 m
Gigametro Gm 109 = 1 000 000 000 m
Megametro Mm 106 = 1 000 000 m
Quilometro km 103 = 1 000 m
Hectômetro hm 102 = 1 00 m
Decametro dam 10 m
Metro m 1 = 1m
Decímetro dm 10-1 = 0,1 m
Centímetro cm 10-2 = 0,01 m
Milímetro mm 10-3 = 0,001 m
Micrometro µm 10-6 = 0,000 001 m

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Normas Gerais de Medição


Medição é uma operação simples, porém só poderá ser bem efetuada por
aqueles que se preparam para tal fim.

O aprendizado de medição deverá ser acompanhado por treinamento,


quando o aluno será orientado segundo as normas gerais de medição.

Normas gerais de medição:


1 Tranqüilidade.
2 Limpeza.
3 Cuidado.
4 Paciência.
5 Senso de responsabilidade.
6 Sensibilidade.
7 Finalidade da posição medida.
8 Instrumento adequado.
9 Domínio sobre o instrumento.

RECOMENDAÇÕES

Os instrumentos de medição são utilizados para determinar grandezas. A


grandeza pode ser determinada por comparação e por leitura em escala ou régua
graduada.

É dever de todos os profissionais zelar pelo estado dos instrumentos de


mediçào, mantendo-se assim por maior tempo sua real precisão.

Evite:
1 – choques, queda, arranhões e sujeira;
2 – misturar instrumentos;
3 – cargas excessivas no uso, medir provando atrito entre a peça e o
instrumento;
4 – medir peças cuja temperatura esteja fora da temperatura de
referência;
5 – medir peças sem importância com instrumentos caros.

Cuidados:
1 – Use proteção de madeira, borracha ou feltro, para apoiar os
instrumentos.
2 – Deixe a peça adquirir a temperatura ambiente, antes de tocá-la com
instrumento de medição.

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