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Zenith e A Chave do Sol: é a mesma música?

A polêmica existe desde 1989, quando o grupo paulista de Hard Rock / A.O.R.
ZENITH lançou seu LP auto-intitulado. Quem já havia ouvido o lado A do disco
"The Key" que, A CHAVE DO SOL soltara dois anos antes, não podia deixar de
notar. Seria a Spotlights do ZENITH, a Change My Evil Ways com letras em
portugues?

No decorrer dos anos noventa, com o esquecimento do estilo pela mídia e a


maioria dos membros das duas bandas se afastando da música, a questão foi
posta de lado até o começo da década seguinte com a emergência do Orkut.
Afinal, o ZENITH fez uma homenagem ou copiou A CHAVE DO SOL? Muito foi
especulado, porém a resposta deixou a maioria impressionado.

Clique para ouvir "Change My Evil Ways" d' A CHAVE DO SOL (1987).

O ZENITH se formou na cidade de Mogi Guaçu, interior de São Paulo, e em


meados dos anos 80 contava com um núcleo estável que foi a formação do
grupo até seus últimos dias: Marcus V. Lima (baixo), Hamilton Lima (bateria),
Dé Vasconcelos (guitarra) e Rogério Nogueira (vocal) - o tecladista Zuza
entraria posteriormente. Entre 1984 e 1985 Rogério se afastou da banda,
sendo substituído por ... Beto Cruz!! Com o então novo cantor, o ZENITH
trabalhou quatro músicas novas (duas em inglês e duas e português), escritas
por Dé e Beto. Pouco tempo depois, Rogério retornou ao ZENITH e Beto
seguiu carreira com A CHAVE DO SOL. Duas das músicas novas, Change My
Evil Ways e Solange, foram retrabalhadas pela A CHAVE DO SOL, sendo que
a última foi gravada oficialmente no lp 'The Key', de 1987. Dé Vasconcelos é o
José Carlos Vasconcelos que aparece nos créditos do The Key.

Clique para ouvir "Spotlights" do ZENITH (1989).

Chegamos no ano de 1989, quando A CHAVE DO SOL estava sem sol e o


ZENITH assinava com uma gravadora de grande porte, Eldorado, para o
lançamento de - infelizmente - seu único LP. Quando escolhiam as faixas que
ficariam imortalizadas em vinil, surge a idéia de resgatar uma composiçaõ da
'fase Beto' da banda. Nas palavras de Rogério Nogueira, (a nova letra e arranjo
tiveram) "inspiração espiritual". "Depois de pronta, demos crédito ao Beto e
tudo ficou lindo", explicou o vocalista num tópico da comunidade do ZENITH no
orkut.

Ironicamente, o ZENITH gravou depois uma música que havia composto


antes... e ainda há quem ache que eles fizeram um cover d' A CHAVE DO
SOL!
A banda ZENITH em 1989, com sua formação clássica.

Um dos motivos que confundiam mais ainda essa questão era o fato de serem
poucos que sabiam / lembravam, que o Beto tinha sido vocalista do ZENITH.
Para piorar o entendimento, em muitas reportagens, e até encarte de Cd, o
vocalista era referido como tendo tocado só numa banda chamada Zona
Franca (eu desconheço) antes d' A CHAVE DO SOL...

Após seu LP, o ZENITH ainda apresentou boas composições demo que
chegaram a circular em rádios, como 'Manchete' e 'Palhaço', e mais
recentemente soltou duas músicas não concluídas no youtube, 'Auasca' e
'Mulher de Bandido'; mas nunca liberou as demos das músicas feitas com o
Beto.

Quero dedicar este tópico à amiga Juliana Stenico, que quando ainda eu nem
tinha o disco do ZENITH me pôs a par dessa polêmica questão... confusão
essa que espero que ter liquidado com esse post.
Domo arigato, Jú!!!!
Zenith: a prostituta a é Doce Mãe é de todos nós.
"Doce mãe, prostituta, liberdade onde andará" é o que perguntava o refrão da canção
mais famosa do ZENITH, grupo nacional de Hard Rock que fazia a improvável fusão da
sonoridade A.O.R. com letras em português. Tendo conseguido lançar em 1989 um
elepê pelo selo Eldorado (ainda inédito em CD) e com aparições na mídia impressa e
televisiva, o grupo de Mogi Guaçu, interior de São Paulo, foi muito bem sucedido até
encerrar a carreira em princípio da década de 1990. O ZENITH não lançou mais discos
e a pergunta permanece por todo esse tempo.

Afinal, quem é essa mãe que se prostitui? Do que fala essa música?

ZENITH ao vivo em 1988.


"A mãe é de todos nós", declara o vocalista Rogério Nogueira, que acrescenta em tom
jocoso "não é minha ou do Dé". O simpático cantor alega que a "Doce Mãe" é uma
metáfora sobre o Brasil na época da ditadura militar se valendo da letra original do hino
nacional de base. "A Pátria Mãe era como uma prostituta que se vendia ao mundo, dava
suas riquezas, seu domínio, por algumas moedas".

Ainda de acordo com Nogueira, "Doce Mãe" foi escrita em parceria com o guitarrista
Dé Vasconcellos quando ambos os músicos tinham 13 anos, em plenos anos 1970;
época violenta da Ditadura Militar imposta pelos EUA ao Brasil (e a toda América
Latina). As únicas músicas da banda que a dupla não desenvolveu sozinha foram
"Spotlights" (originalmente "Change My Evil Ways" d' A CHAVE DO SOL, em
parceria de Dé com Beto Cruz), "Asas" e "Dia-a-Dia" (em parceria com Alê Soares).
Acima: Dé Vasconcellos (guitarra), Mirtão Lima (bateria) e Zuza (teclados). Embaixo:
Rogério (vocal) e Marcus Lima (baixo). A Formação clássica do ZENITH!

Confira, na integra, a letra de "Doce Mãe":

"Ouviram o grito das crianças,


Do Ipiranga chorando mãe,
E o do herói que trabalha, que trabalha, que trabalha,
Morrendo mãe.

"O sol da liberdade,


Não chega até o chão,
Não brilhou no céu, ó mãe,
Nem no coração.

"Prostituta em teu ventre, em teu seio,


Liberdade a abortar,
Desafia, rasga nosso peito,
Liberdade onde está,

"Doce mãe prostituta,


O teu filho onde está,
Doce mãe prostituta,

"Liberdade onde andará


Mãe amada idolatrada
Pise as pedras, vai em frente
Ganhe o mundo, Crie vida
De um grito por sua gente".

Em 2015 o ZENITH voltou à ativa permanentemente, após shows esporádicos que


aconteciam desde 2009. A banda pretende lançar um novo disco e já vêm apresentando
muitas composições novas, algumas delas como "Manchete" e "Palhaço" já haviam sido
compostas desde o final "da era clássica". Em um dos concertos recentes, o ZENITH
dividiu palco com o CAPITAL INICIAL.

ZENITH (Mk III)

Rogério Nogueira - Voz


Dé Vasconcellos - Guitarra
Paulinho Renato - Baixo
Sandro Marcocini - Bateria
Carlos "Padre" Coppi - Teclado

Discografia:
Zenith (LP, 1989)

Contribuiu Ed "Wilson" Padovan.

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