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Graduado em Letras, Pedagogia, Direito, Técnicas Legislativas e Redação Forense, Mestre em Hospitalidade.
estava apoiado nas ideias antissemitistas e perseguiu e exterminou judeus (holocausto). O nazismo terminou em
1945 com o fim da segunda guerra mundial.
Outro tema cuja comprovação escapava a generalizações quantitativas seria o da transição para a
democracia, considerado da maior relevância, levando-se em conta que os países democráticos constituíam –
situação que permanece– minoria no conjunto das nações. Samuel Huntington (1927/2008) comprovaria que o
avanço democrático dá-se em forma de ondas, ascendentes e que refluem, o que lhe permitiu tipificá-las. Desde
o fim do salazarismo2 e do franquismo3, na Europa, em meados da década de setenta, experimentou-se o que
chamou de “terceira onda”, que, a exemplo do passado, como tem se verificado, vivencia acentuado refluxo.
É possível, entretanto, encontrar regimes totalitários na atualidade, donde o Estado controla a vida da
população e possui grande intervenção na economia, por exemplo, na Coreia do Norte, na China, em Cuba e na
Venezuela.
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Foi um regime ditatorial inspirado nos ideais nazifascistas que vigorou em Portugal sob a figura de António Salazar a partir
da Nova Constituição, estabelecida em 1933. Denominado de Estado Novo, o salazarismo foi uma das mais longas ditaduras
do século XX, que acabou com a liberdade de expressão e somente terminou com a Revolução de 25 de Abril de 1974,
denominada de Revolução dos Cravos.
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Sob a figura do ditador anticomunista Francisco Franco, desponta na Espanha o Franquismo ou a Ditadura de
Franco que culminou na Guerra Civil Espanhola (1936 e 1939). Franco, a partir de inspirações fascistas se rebelou
contra o governo democrático de Manuel Azaña Díaz. Ainda que a guerra civil tenha durado 3 anos, a ditadura de
Franco somente terminou com sua morte, em 1975.
função da própria Ciência Política. Quando enfocamos a democracia, nos remetemos ao termo “eleição”, que
nos remete ao voto, no entanto este é um instrumento para se chegar à democracia.
Por isso, esta democracia que se baseia apenas na eleição é chamada de “democracia procedimental” e a
democracia que permite o cidadão participar das decisões políticas é aquela denominada democracia decisional.
Assim, nem todas as democracias foram idealizadas por Sócrates, Platão ou Aristóteles, pois estes viveram
numa democracia direta, que hoje não se pratica mais porque é impossível, já que Atenas tinha entre 300 a 400
mil habitantes.
Inúmeros foram os homens que colaboraram para o pensamento político filosófico a ponto de não se poder
recensear todos aqui: gregos, socráticos, os pós – socráticos, assim como os romanos com uma contribuição não
tão relevante quanto à contribuição grega, mas valorosa.
A noção de “Estado”, por exemplo, que não é uma palavra grega. Assim como os gregos nos legaram a
Filosofia, os romanos nos legaram o Direito, duas contribuições essenciais que se complementam, das quais o
mundo contemporâneo não poderia sobreviver: a política e o direito.
A política gerando o direito quando o Estado determine qual a constituição irá adotar e o direito limitando o
poder do Estado ocasionado dois elementos interdependentes essenciais para conhecermos os regimes os quais
dependemos.
No que se refere à Ciência Política, ela sempre estará presente nas ações do Estado pelo fato de que o Estado
varia de um país para outro, assim como varia as formas de governo dentro dos próprios estados, bem como os
sistemas eleitorais, os sistemas partidários.
Por exemplo, o caso do Brasil, o qual era um Estado que no momento em que se tornou independente era
unitário e em 1889, quando de revogou a monarquia, a Constituição de 1891 transformou este Estado unitário
em federado, fator que nos leva a concluir que o Estado varia no tempo e no espaço.
Um bom exemplo de política, podemos considerar Maquiavel presente nas ideias de estratégia política ou
estratégia de governo. Ele defende conceitos negativos na política, mas também positivos. O que ocorre é que
quando ele escreveu “O Príncipe”, traduziu a realidade da política de seu tempo e viveu um momento
conturbado na cidade de Florença, onde ele assistiu aos espetáculos agradáveis e desagradáveis da política, seu
próprio nome foi adjetivado (maquiavélico).
Ele é marcado quando enfatiza a ideia de que o homem precisa de fortuna e virtude, de que quando o
homem tiver de seguir seus instintos, deverá agir como um lobo que tem o instinto de saber quando será
atacado ou leão que tem a força e não sabe quando será atacado.
Esta história de que ele foi maquiavélico ou nocivo ao pensamento político já está ultrapassada há muito
anos. Ele está numa linha tênue entre ser estrategista em relação ao pensamento político e um filósofo
(cientista).
REFLEXÕES
Não podemos desmembrar o Estado da estrutura política, a lei sempre será o pano de fundo para a Ciência
Política para o Estado, pois este é um produto de um Direito Consitucional ao mesmo tempo em que é o
produtor das leis.
Como o Estado exerce o poder político, ao mesmo tempo deve ser limitado a este e por ser o poder
preponderante que dispõe da coerção política, precisa dispor das leis que levam aos seus objetivos. Precisa
manter a coerência entre sistema de governo, sistema legal e sistema político.
O que limita o poder político do estado é a lei (a Constituição), ou seja, é por meio da lei que a política deverá
conviver com o direito e vice versa, pois o Estado é quem gere e produz os ordenamentos jurídicos que também
deve fiscalizar e aplicar de forma justa e eficaz, cumprindo assim, uma lei justa.
Lei justa
Cite-se o exemplo de Sócrates, narrado por Platão: foi condenado a beber cicuta4 porque foi acusado de
perverter a juventude. Criton tenta convencê-lo a deixar a cidade para que a sentença não fosse executada. Ele
respondeu: “sempre vivi nesta cidade e sempre obedeci a suas leis. Poderia ter deixado esta cidade no momento
que eu quisesse, sempre me recusei a fazer isso, mesmo sendo livre. Assim, não posso me recusar às leis e
as penas a mim impostas”. Assim, ele sucumbiu a uma condenação que o levou à morte.
Duas condenações que nos deixaram perplexos são de fato a de Sócrates e a de Cristo. Ambos se
submeteram à lei ainda que injusta. Assim, o judiciário e a Ciência Política existem para evitar leis injustas
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É um género de plantas apiáceas que compreende quatro espécies muito venenosas, nativas das regiões temperadas do
Hemisfério Norte, especialmente da América do Norte. São plantas herbáceas perenes, que crescem até 1-2 metros.
porque podem ser modificadas pelo poder político, ou seja, o Executivo e o Legislativo com a participação do
Judiciário. Portanto, a lei injusta pode e deve ser corrigida.
CONCLUSÃO
Todas as ideias estudadas confluem para o fato de que atualmente a Ciência Política é uma área de estudo
muito abrangente que não se limita ao campo da universidade, mas também da análise de risco, com uma teoria
política que formula novas propostas, fazendo inúmeras análises sobre os tipos de governos ou atividade política
é mais propícia à sociedade na busca constante pela democracia.
Verificou-se que a Ciência Política se constrói no dia a dia, pois é uma ciência em constante processo de
avanço social.
Há entre Filosofia Política e Ciência Política é uma integração cada vez maior. Por isso, devemos ter a
consciência de que as coisas podem ser como querem os filósofos ou como os cientistas, como elas de fato são.
REFERÊNCIAS
CRITON/PLATÃO. Apologia de Sócrates. Editora UNG, 1977.
ARON, Raymond. As etapas do pensamento sociológico. São Paulo. Difel, 1982.
PATRIARCA, Fátima, A questão social no Salazarismo, 1930-1947, Imprensa Nacional Casa da Moeda, 1995.
PAVONE, Claudio. Fascismo e dittature: problemi di una defínizione, in Marcello Flores (a cura di), Nazismo,
fascismo, comunismo. Totalitarismo a confronto, Milán, Paravia Bruno Mondadori Editori, 2000, pp. 67-86.
SANTOS, Bento Silva; COSTA, Ricardo da. Filosofia política I. Vitória: Universidade Federal do Espírito Santo,
Secretaria de Ensino a Distância, 2015.