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LINHAS DE TRANSMISSÃO

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Meu nome é Aparecido de Arruda Sobrinho, possuo


Doutorado em Físico-Química teórica pela Universidade
Federal de São Carlos – UFSCar, Mestrado em Física
Atômica e Molecular e Licenciatura e Bacharelado em
Física pela mesma instituição.
E-mail: <arrudasb@gmail.com>.
Aparecido de Arruda Sobrinho

LINHAS DE TRANSMISSÃO

Batatais
Claretiano
2018
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do autor e da Ação Educacional Claretiana.

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Vice-Reitor: Prof. Dr. Pe. Cláudio Roberto Fontana Bastos
Pró-Reitor Administrativo: Pe. Luiz Claudemir Botteon
Pró-Reitor de Extensão e Ação Comunitária: Prof. Dr. Pe. Cláudio Roberto Fontana Bastos
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Coordenador Geral de EaD: Prof. Me. Evandro Luís Ribeiro

CORPO TÉCNICO EDITORIAL DO MATERIAL DIDÁTICO MEDIACIONAL


Coordenador de Material Didático Mediacional: J. Alves
Preparação: Aline de Fátima Guedes • Camila Maria Nardi Matos • Carolina de Andrade Baviera
• Cátia Aparecida Ribeiro • Elaine Aparecida de Lima Moraes • Josiane Marchiori Martins
• Lidiane Maria Magalini • Luciana A. Mani Adami • Luciana dos Santos Sançana de Melo •
Patrícia Alves Veronez Montera • Raquel Baptista Meneses Frata • Simone Rodrigues de Oliveira
Revisão: Eduardo Henrique Marinheiro • Filipi Andrade de Deus Silveira • Rafael Antonio
Morotti • Rodrigo Ferreira Daverni • Vanessa Vergani Machado
Projeto gráfico, diagramação e capa: Bruno do Carmo Bulgarelli • Joice Cristina Micai • Lúcia
Maria de Sousa Ferrão • Luis Antônio Guimarães Toloi • Raphael Fantacini de Oliveira • Tamires
Botta Murakami
Videoaula: André Luís Menari Pereira • Bruna Giovanaz • Marilene Baviera • Renan de Omote
Cardoso

INFORMAÇÕES GERAIS
Cursos: Graduação
Título: Linhas de Transmissão
Versão: ago./2018
Formato: 15x21 cm
Páginas: 200 páginas
SUMÁRIO

CONTEÚDO INTRODUTÓRIO
1. INTRODUÇÃO.................................................................................................... 11
2. GLOSSÁRIO DE CONCEITOS............................................................................. 16
3. ESQUEMA DOS CONCEITOS-CHAVE................................................................ 25
4. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS...................................................................... 25
5. E-REFERÊNCIAS................................................................................................. 26

Unidade 1 – CARACTERÍSTICAS E COMPONENTES ����������������������������27


1. INTRODUÇÃO.................................................................................................... 29
2. CONTEÚDO BÁSICO DE REFERÊNCIA.............................................................. 30
2.1. LINHAS DE TRANSMISSÃO....................................................................... 30
2.2. CONDUTORES ELÉTRICOS........................................................................ 37
2.3. ISOLADORES ELÉTRICOS.......................................................................... 47
2.4. ESTRUTURAS DAS LINHAS....................................................................... 50
2.5. PROTEÇÃO DAS LINHAS........................................................................... 51
3. CONTEÚDO DIGITAL INTEGRADOR................................................................. 54
3.1. LINHAS DE TRANSMISSÃO....................................................................... 54
3.2. CONDUTORES........................................................................................... 55
3.3. ISOLADORES............................................................................................. 56
3.4. ESTRUTURA.............................................................................................. 57
3.5. PROTEÇÃO................................................................................................ 58
4. QUESTÕES AUTOAVALIATIVAS........................................................................ 58
5. CONSIDERAÇÕES.............................................................................................. 60
6. E-REFERÊNCIAS................................................................................................. 61
7. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS...................................................................... 63

Unidade 2 – PROJETO ELÉTRICO�����������������������������������������������������������65


1. INTRODUÇÃO.................................................................................................... 67
2. CONTEÚDO BÁSICO DE REFERÊNCIA.............................................................. 69
2.1. MODALIDADES DE TRANSMISSÃO......................................................... 69
2.2. PROJETO ELÉTRICO E PARÂMETROS...................................................... 75
2.3. FENÔMENOS ELETROMAGNÉTICOS....................................................... 84
2.4. TRANSMISSÃO EM CORRENTE ALTERNADA.......................................... 88
2.5. TRANSMISSÃO EM CORRENTE CONTÍNUA............................................ 96
3. CONTEÚDO DIGITAL INTEGRADOR................................................................. 102
3.1. MODALIDADES DE TRANSMISSÃO......................................................... 102
3.2. PROJETO ELÉTRICO E PARÂMETROS...................................................... 103
3.3. FENÔMENOS ELETROMAGNÉTICOS....................................................... 104
3.4. TRANSMISSÃO EM CORRENTE ALTERNADA.......................................... 105
3.5. TRANSMISSÃO EM CORRENTE CONTÍNUA............................................ 105
4. QUESTÕES AUTOAVALIATIVAS........................................................................ 106
5. CONSIDERAÇÕES.............................................................................................. 108
6. E-REFERÊNCIAS................................................................................................. 109
7. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS...................................................................... 111

Unidade 3 – PROJETO MECÂNICO�������������������������������������������������������� 113


1. INTRODUÇÃO.................................................................................................... 115
2. CONTEÚDO BÁSICO DE REFERÊNCIA.............................................................. 116
2.1. ESTRUTURAS E FUNDAÇÕES................................................................... 116
2.2. CABOS E FIXAÇÃO.................................................................................... 125
2.3. FORÇAS E SOLICITAÇÕES......................................................................... 133
2.4. ESTRUTURAS DE PARA-RAIOS................................................................. 149
3. CONTEÚDO DIGITAL INTEGRADOR................................................................. 154
3.1. ESTRUTURAS E FUNDAÇÕES................................................................... 154
3.2. CABOS E FIXAÇÃO.................................................................................... 155
3.3. FORÇAS E SOLICITAÇÕES......................................................................... 156
3.4. ESTRUTURAS DE PARA-RAIOS................................................................. 157
4. QUESTÕES AUTOAVALIATIVAS........................................................................ 158
5. CONSIDERAÇÕES.............................................................................................. 160
6. E-REFERÊNCIAS................................................................................................. 161
7. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS...................................................................... 163

Unidade 4 – CONTROLE E PROTEÇÃO�������������������������������������������������� 165


1. INTRODUÇÃO.................................................................................................... 167
2. CONTEÚDO BÁSICO DE REFERÊNCIA.............................................................. 168
2.1. CONTROLE E ESTABILIDADE.................................................................... 168
2.2. PROTEÇÃO CONTRA SURTOS.................................................................. 171
2.3. CONSTANTES GENERALIZADAS............................................................... 177
2.4. MODELO DO SETOR ELÉTRICO................................................................ 182
3. CONTEÚDO DIGITAL INTEGRADOR................................................................. 191
3.1. CONTROLE E ESTABILIDADE.................................................................... 191
3.2. PROTEÇÃO CONTRA SURTOS.................................................................. 191
3.3. CONSTANTES GENERALIZADAS............................................................... 192
3.4. MODELO DO SETOR ELÉTRICO................................................................ 193
4. QUESTÕES AUTOAVALIATIVAS........................................................................ 194
5. CONSIDERAÇÕES.............................................................................................. 198
6. E-REFERÊNCIAS................................................................................................. 198
7. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS...................................................................... 200
CONTEÚDO INTRODUTÓRIO

Conteúdo
Características das linhas de transmissão, condutores,
isoladores, estruturas e proteção. Potência e relação tensão
x corrente, carga. Capacitância, indutância e controle de reati-
vos da linha de transmissão e sua compensação. Projetos elé-
trico e mecânico de linhas, efeitos corona e pelicular. Constantes
generalizadas.

Bibliografia Básica
CAMARGO, C. C. B. Transmissão de energia elétrica. 4. ed. Florianópolis: Editora da
UFSC, 2009.
CAÑIZARES, C.; CONEJO, A. S.; GÓMEZ-EXPÓSITO, A. Sistemas de energia elétrica:
análise e operação. Rio de Janeiro: LTC, 2011.
ZANETTA JR., L. C. Fundamentos de sistemas elétricos de potência. São Paulo: Livraria
da Física, 2006.

Bibliografia Complementar
ALMEIDA, M. T. et al. Projetos mecânicos das linhas aéreas de transmissão. 2. ed. São
Paulo: Edgard Blücher, 1992.
FUCHS, R. D.Transmissão de energia elétrica. Volume 1: linhas aéreas. 2. ed. Itajubá:
LTC, 1979.
GARCIA, A.; MONTICELLI, A. Introdução a sistemas de energia elétrica. 2. ed. Campinas:
Unicamp, 2011.
SANTOS, P. E. S. Tarifas de energia elétrica: estrutura tarifária. Rio de Janeiro:
Interciência, 2011.
TELLO, M. Aterramento elétrico impulsivo em baixa e alta. Porto Alegre: EdiPUCRS,
2007.

9
CONTEÚDO INTRODUTÓRIO

É importante saber: –––––––––––––––––––––––––––––––––


Esta obra está dividida, para fins didáticos, em duas partes:
Conteúdo Básico de Referência (CBR): é o referencial teórico e prático que
deverá ser assimilado para aquisição das competências, habilidades e atitudes
necessárias à prática profissional. Portanto, no CBR, estão condensados os
principais conceitos, os princípios, os postulados, as teses, as regras, os
procedimentos e os fundamentos ontológico (o que é?) e etiológico (qual sua
origem?) referentes a um campo de saber.
Conteúdo Digital Integrador (CDI): são conteúdos preexistentes,
previamente selecionados nas Bibliotecas Virtuais Universitárias conveniadas
ou disponibilizados em sites acadêmicos confiáveis. São chamados “Conteúdo
Digital Integrador” porque são imprescindíveis para o aprofundamento do
Conteúdo Básico de Referência. Juntos, não apenas privilegiam a convergência
de mídias (vídeos complementares) e a leitura de “navegação” (hipertexto),
como também garantem a abrangência, a densidade e a profundidade dos
temas estudados. Portanto, são conteúdos de estudo obrigatórios, para efeito
de avaliação.

10 © LINHAS DE TRANSMISSÃO
CONTEÚDO INTRODUTÓRIO

1. INTRODUÇÃO
Prezado aluno, para que você tenha uma visão abrangente
do contexto em que se inserem as linhas de transmissão de en-
ergia elétrica, um assunto bastante específico, será apresentada
aqui, primeiro, uma descrição da infraestrutura como um todo
para, em seguida, detalhar suas partes até situar a posição das
linhas de transmissão dentro dessa estrutura maior.
Prontos para apreender o sistema integrado?
A infraestrutura de um país é formada por vários sistemas,
ou setores, contribuindo em diferentes atividades para compor
um sistema integrado. Os principais sistemas são: produtivo, de
transporte, financeiro, de telecomunicações, governamental ou
público, de fornecimento de energia etc.
A gestão adequada dessa infraestrutura, no mais alto nível,
requer o conhecimento preciso de suas demandas, viabilidades
técnicas, custos de expansão e operação, impactos ambientais e
urbanísticos e logísticas envolvidas. Quando essa infraestrutura
for bem planejada, articulada e implementada, ela promoverá o
pleno desenvolvimento econômico e social de uma nação.
A geração e a distribuição de energia estão entre os com-
ponentes estratégicos de maior relevância para o desenvolvim-
ento de uma região e de um país. Desse modo, é fundamental o
entendimento de que um fornecimento de energia com quali-
dade, preço acessível, regular e confiável resulta no perfeito fun-
cionamento de todo o sistema integrado. Na verdade, devido à
importância da energia para alimentar todos os outros sistemas,
e sendo notória a escassez de fontes de energia, torna-se claro
que essa limitação é o fator principal a estrangular o crescimento
econômico.

© LINHAS DE TRANSMISSÃO 11
CONTEÚDO INTRODUTÓRIO

A partir de uma infraestrutura bem planejada e do acesso


a recursos naturais diversos, inclusive de recursos para a própria
geração de energia, estabelece-se uma sociedade industrial e
tecnológica em desenvolvimento sustentável.
Estabelecido o contexto do sistema integrado maior, que
tal focar agora no sistema de fornecimento de energia?
Existem várias formas de produção de energia e também
formas distintas para a sua distribuição. Assim, diversos sistemas
de fornecimento de energia podem ser criados, sendo que al-
guns sistemas mistos também ocorrem. Nesse nível de gestor
do sistema de fornecimento de energia, também é necessário
um conhecimento profundo de demandas, disponibilidades, via-
bilidades técnicas, custos de expansão e operação, logísticas en-
volvidas, e impactos ambientais e urbanísticos.
Resumidamente, há fontes a partir de combustíveis fós-
seis, tais como petróleo, gás, carvão, xisto; e a partir de com-
bustíveis renováveis, tais como madeira, bagaços, biogás, bio-
massa, óleos vegetais, etanol etc.; combustíveis nucleares; e de
fontes naturais, como: solar, eólica, geotérmica, efeito de maré
e hidráulica etc. Essas fontes, então, alimentam usinas geradoras
que podem produzir energia em alguma de suas muitas formas,
que será transportada desde o local de geração até o local de
aplicação ou consumo (CAÑIZARES; CONEJO; GÓMEZ-EXPÓSITO,
2011, p. 13).
A partir da distribuição geográfica das fontes de energia,
tais como minas de carvão e xisto, poços de petróleo e/ou gás,
florestas ou plantações, e outros, é tomada a decisão de se a
usina geradora é instalada próxima à fonte ou se o combustível é
transportado por meio rodoviário, ferroviário, naval ou por dutos

12 © LINHAS DE TRANSMISSÃO
CONTEÚDO INTRODUTÓRIO

fixos, como oleodutos ou gasodutos, até o consumidor ou uma


usina termoelétrica instalada próxima de centros consumidores.
No caso geral, podemos vislumbrar várias modalidades de
transporte da energia, divididas em dois tipos: sem transporte de
massa associado, tais como o elétrico, hidráulico, pneumático,
mecânico etc., ou com transporte de massa associado, seja pelo
sistema de transporte convencional ou por dutos fixos, como
oleodutos e gasodutos.
Para exemplificar, o transporte de energia em pequenas
distâncias, na primeira Revolução Industrial, ainda baseada nas
máquinas térmicas, era feito por meio de uma linha de pressão
entre a caldeira geradora de vapor e a máquina a ser acionada,
ou pelas transmissões mecânicas, eixos, correias e correntes,
acionadas diretamente por pistões movidos a vapor próximos às
caldeiras.
Atualmente, embora essas opções ainda sejam utilizadas,
em menor ou maior grau, basicamente em ambientes indus-
triais, observa-se uma enorme predominância da utilização de
energia elétrica e de transmissão de energia na forma elétrica.
Desde que, as vantagens da energia elétrica são evidentes.
Esse resumo não esgota de forma alguma todas as opções
disponíveis para produção e distribuição de energia, porém,
como não é o objetivo tratar de toda a gama de opções em de-
talhes nesta obra, assim, limita-se por aqui a essa explanação, a
qual pode ser aprofundada nas obras de Camargo (2009) e Ca-
ñizares, Conejo e Gómez-Expósito (2011). Segue-se, portanto,
tão somente com o tratamento da produção e distribuição de
energia elétrica.

© LINHAS DE TRANSMISSÃO 13
CONTEÚDO INTRODUTÓRIO

Agora o foco se volta para a produção e transmissão de


energia elétrica. Estão preparados?
Os fenômenos elétricos, magnéticos e ópticos, conhecidos
desde a Antiguidade e estudados extensamente a partir do final
do século 18, foram unificados em uma única teoria, denomi-
nada Eletromagnética, em 1862. Desde então foi ainda mais es-
tudada, tanto científica quanto tecnologicamente, tornando-se a
mais conhecida e bem entendida das disciplinas.
As pesquisas mostraram, desde o início, fenômenos novos
e surpreendentes, com enorme potencial para gerar dispositivos
com novas aplicações. E, de fato, ao longo de pouco mais de 200
anos, foram criados dispositivos e máquinas que revolucionaram
o modo de vida da civilização. Enquanto que do ponto de vista
científico, o eletromagnetismo está na base da explicação da
maioria dos fenômenos naturais.
A produção e a transmissão de energia elétrica tornaram-se
preponderantes pela facilidade com que o fenômeno de indução
permite converter a energia mecânica em eletromagnética. Essa
energia, então, fica armazenada nos campos eletromagnéticos
que, uma vez formados, se propagam como uma onda, seguin-
do a linha de transmissão, a qual se comporta como um guia de
onda. Na outra extremidade da linha de transmissão, os campos,
então, são convertidos de volta para a forma de energia mecâni-
ca em cargas indutivas. As cargas puramente resistivas podem
também receber essa energia e dissipá-la na forma de calor, ou
ainda as cargas capacitivas podem armazená-la.
Historicamente, o fornecimento de energia elétrica iniciou-
se em 1880 na cidade de Nova York, com uma linha de corrente
contínua. Contudo, devido ao desenvolvimento de geradores,
transformadores e motores baseados no fenômeno da indução

14 © LINHAS DE TRANSMISSÃO
CONTEÚDO INTRODUTÓRIO

eletromagnética, onde nos geradores, o movimento de rota-


ção cria pulsos com a mesma frequência em bobinas colocadas
em torno do eixo, gerando assim corrente alternada; enquan-
to os transformadores permitem gerar uma tensão, transmitir
em outra e distribuir em outra ainda; seguida da invenção dos
motores de gaiola, simples, robustos e confiáveis, consolidaram
a produção e a distribuição em corrente alternada (CAMARGO,
2009, p. 26).
A energia na forma elétrica possui uma desvantagem com
relação às outras formas de energia, devido à dificuldade em es-
tocar energia elétrica. Somente pequenas quantidades podem
ser armazenadas em baterias e capacitores. Além disso, o custo
para um armazenamento em grande escala se torna proibitivo.
Por outro lado, há uma enorme vantagem na transmissão
praticamente instantânea da energia, que viaja como onda com
velocidade próxima à da luz. Assim, mesmo em distâncias tão
longas quanto 5.000 km, basta carregar um dos extremos da
linha e a energia se torna disponível na outra extremidade.
Essa vantagem supera em muito a desvantagem de não ser
viável o armazenamento da energia elétrica, desde que é pos-
sível enviar pacotes de energia rapidamente de um sistema para
outro, compensando a falta de estoque.
Além disso, as linhas de transmissão, por serem meios
fixos, sem partes móveis, com estruturas relativamente simples,
custo baixo de construção e operação, e custo médio de ma-
nutenção, representam a melhor opção para a transmissão de
energia, principalmente a longas distâncias.
Finalmente, chega-se às linhas de transmissão elétricas.
Após toda essa exposição sobre o contexto que justifica a sua

© LINHAS DE TRANSMISSÃO 15
CONTEÚDO INTRODUTÓRIO

ampla utilização, deste ponto em diante, concentra-se somente


em suas características e propriedades.
Vamos enfrentar esse desafio?
Na Unidade 1 – Características e Componentes, estudare-
mos as propriedades básicas das linhas de transmissão e seus
componentes construtivos.
Na Unidade 2 – Projeto Elétrico, retomaremos, em profun-
didade, propriedades elétricas da linha, seus tipos, parâmetros de
construção e operação frente aos fenômenos eletromagnéticos.
Na Unidade 3 – Projeto Mecânico, estudaremos estrutu-
ras, fundações e aspectos mecânicos de elementos construtivos
da linha.
Por fim, na Unidade 4 – Controle e Proteção, conhecere-
mos os métodos de controle da proteção contra surtos de des-
cargas e curto-circuitos.

2. GLOSSÁRIO DE CONCEITOS
O Glossário de Conceitos permite uma consulta rápida e
precisa das definições conceituais, possibilitando um bom domí-
nio dos termos técnico-científicos utilizados na área de conheci-
mento dos temas tratados.
1) Alta tensão: Toda tensão maior ou igual à 69.000 Volts
(69 kV). Geralmente, estas tensões são utilizadas para
o transporte de energia elétrica do centro gerador
para o centro consumidor (DUKE ENERGY, 2001, p. 4).
2) Almelec: Uma liga de alumínio com pequenas quanti-
dades de ferro, silício e magnésio (CAMARGO, 2009).

16 © LINHAS DE TRANSMISSÃO
CONTEÚDO INTRODUTÓRIO

3) Ampère (unidade de intensidade de corrente elétrica):


O ampere é a intensidade de uma corrente elétrica
constante que, mantida em dois condutores paralelos,
retilíneos, de comprimento infinito, de seção circular
desprezível e situados no vácuo à distância de 1 metro
um do outro, produziria entre esses condutores uma
força igual a 2·10-7 unidade MKS de força (newton) por
metro de comprimento (INMETRO, 2012, p. 56).
4) Assíncrono (fora de sincronia): geralmente aplicado a
equipamento rotativo que gera energia em uma fre-
quência diferente da rede energética. A sincronização
com a rede é obtida por meio de inversores em estado
sólido (DUKE ENERGY, 2001, p. 5).
5) Baixa tensão: Toda tensão inferior à 69.000 Volts (69
kV). Geralmente, estas tensões são utilizadas para a
distribuição da energia elétrica (DUKE ENERGY, 2001,
p. 5).
6) Cabos multifiliares: a transmissão de energia elétrica
pode ser constituída por um único fio (unifiliar) ou por
um conjunto de fios (multifiliar). (CAMARGO, 2009).
7) Capacitor: Um elemento de transmissão projetado
para injetar potência reativa na rede de transmissão.
Também utilizado para elevar tensões, reduzir cargas
e aumentar a saída de kW disponíveis nos geradores.
As unidades dos capacitores costumam ser dadas em
Megavars (DUKE ENERGY, 2001, p. 11).
8) Carga: Quantidade de energia elétrica entregue ou re-
querida em quaisquer pontos específicos de um siste-
ma. O requisito se origina nos equipamentos consumi-
dores de energia dos usuários. A carga de um sistema

© LINHAS DE TRANSMISSÃO 17
CONTEÚDO INTRODUTÓRIO

de "concessionária" elétrica é afetada por muitos fa-


tores e variações em uma base diária, sazonal e anual,
geralmente seguindo um padrão. A carga do Sistema
Elétrico costuma ser medida em megawatts (MW)
(DUKE ENERGY, 2001, p. 11).
9) Circuito: Um condutor ou sistema de condutores atra-
vés dos quais flui corrente elétrica (DUKE ENERGY,
2001, p. 15).
10) Condutor: Substância ou corpo, geralmente na forma
de um fio, cabo ou barramento, que permite a passa-
gem contínua de uma corrente elétrica através dele
(DUKE ENERGY, 2001, p. 23).
11) Condutividade: Medida da capacidade de um material
conduzir/transmitir uma carga elétrica (DUKE ENERGY,
2001, p. 23).
12) Conexão, Interligação: A junção física (p.ex. linhas de
transmissão, transformadores, equipamentos de cha-
veamento, etc.) entre dois sistemas elétricos, permitin-
do a transferência de energia elétrica (DUKE ENERGY,
2001, p. 23).
13) Corrente alternada: Tipo de corrente elétrica onde as
cargas elétricas mudam o sentido de deslocamento em
determinados intervalos de tempo. Uma corrente pe-
riódica, cujo valor médio no período é nulo. A menos
que expressamente especificado em contrário, o ter-
mo se refere a uma corrente que inverte sua direção
a intervalos de tempo regularmente espaçados e com
valores alternadamente positivos e negativos. Quase
todas "concessionárias" elétricas geram eletricidade
em C.A. porque ela pode ser facilmente transforma-

18 © LINHAS DE TRANSMISSÃO
CONTEÚDO INTRODUTÓRIO

da em tensões superiores ou inferiores (DUKE ENERGY,


2001, p.29).
14) Corrente contínua: Tipo de corrente elétrica onde as
cargas elétricas deslocam-se sempre no mesmo sen-
tido. Uma corrente elétrica que flui em uma única di-
reção com magnitude que não varia ou com apenas
pouca variação (DUKE ENERGY, 2001, p.29).
15) Corrente elétrica: Um fluxo de elétrons em um condu-
tor elétrico. Taxa de transporte da eletricidade, medi-
da em ampères (DUKE ENERGY, 2001, p.29).
16) Curva de carga: Uma curva de energia versus tempo,
mostrando o nível de uma carga para cada período co-
berto (DUKE ENERGY, 2001, p.31).
17) Distribuição: O sistema de linhas, transformadores e
chaves que interligam a rede de transmissão e a car-
ga do consumidor. O transporte de eletricidade até os
pontos de uso final como casas e escritórios. A parte
de um sistema elétrico dedicada à entrega de energia
elétrica para um usuário final a tensões relativamente
baixas (DUKE ENERGY, 2001, p. 41).
18) Eletricidade: A eletricidade é uma energia derivada
que pode ser produzida a partir da maioria das for-
mas energéticas. O mais importante processo da sua
produção consiste em recorrer a um gerador ou alter-
nador que converte a energia mecânica fornecida por
um processo térmico ou por uma turbina hidráulica.
Na maioria das suas aplicações, a eletricidade é uma
energia de rede que deve ser produzida no momento
do seu consumo (DUKE ENERGY, 2001, p. 42).

© LINHAS DE TRANSMISSÃO 19
CONTEÚDO INTRODUTÓRIO

19) Energia: A capacidade de realizar trabalho (energia


potencial) ou a conversão dessa capacidade em movi-
mento (energia cinética). A energia tem várias formas,
algumas das quais são facilmente conversíveis em ou-
tra forma útil de trabalho. A maior parte da energia
conversível do mundo provém de combustíveis fósseis
que são queimados produzindo calor, que é então usa-
do como meio de transferência para meios mecânicos
ou outros, a fim de realizar tarefas (DUKE ENERGY,
2001, p. 42).
20) Energia elétrica ativa: Energia elétrica que pode ser
convertida em outra forma de energia, expressa em
quilowatts-hora (kWh) (DUKE ENERGY, 2001, p. 44).
21) Energia elétrica reativa: Energia elétrica que circula
continuamente entre os diversos campos elétricos e
magnéticos de um sistema de corrente alternada, sem
produzir trabalho, expressa em quilovolt-ampère-rea-
tivo-hora (kvarh) (DUKE ENERGY, 2001, p. 44).
22) Farad (unidade de capacitância): O farad é a capacida-
de de um condensador elétrico entre as armaduras do
qual se manifesta uma diferença de potencial elétrico
de 1 volt, quando ele é carregado por uma quantidade
de eletricidade igual a 1 coulomb (INMETRO, 2012, p.
56).
23) Fator de carga: Quociente entre a potência média e a
potência máxima. Por exemplo, se considerarmos um
gerador com uma energia gerada de 3285 MWh em um
mês e uma potência máxima de 5MW e o fato de ter-
mos 730 horas em um mês, a potência média mensal
desse gerador é de 3.285MWh/730h, ou seja, 4,5MW.
Logo, o fator de carga mensal desse gerador é dado

20 © LINHAS DE TRANSMISSÃO
CONTEÚDO INTRODUTÓRIO

pela razão 4,5/5MW. Portanto, este gerador apresenta


um fator de carga mensal de 0,9 (DUKE ENERGY, 2001,
p. 50).
24) Fator de potência: Razão entre a energia elétrica ativa
e a raiz quadrada da soma dos quadrados das energias
elétricas ativa e reativa, consumidas num mesmo pe-
ríodo especificado (DUKE ENERGY, 2001, p. 50).
25) Geração: O processo de produção de energia elétri-
ca pela transformação de outras formas de energia
como vapor, calor ou queda d'água. Também a quan-
tidade de energia elétrica produzida, expressa em ki-
lowatt-horas (kWh) ou megawatt-horas (MWh) (DUKE
ENERGY, 2001, p. 57).
26) Gerador: Máquina que converte energia mecânica em
elétrica. Geralmente classificado em termos de potên-
cia real (megawatts) e potência reativa (megavars) de
saída, ou saída de potência real (megawatts) e fator de
potência. Geradores exigem uma fonte de entrada de
energia mecânica (geralmente uma turbina) e equipa-
mentos auxiliares para interface com a rede de trans-
missão (DUKE ENERGY, 2001, p. 57).
27) Henry (unidade de indutância): O henry é a indutância
elétrica de um circuito fechado dentro do qual é pro-
duzida uma força eletromotriz de 1 volt quando a cor-
rente elétrica que percorre o circuito varia uniforme-
mente à razão de 1 ampere por segundo (INMETRO,
2012, p. 56).
28) Impedância: A resistência de um circuito elétrico a
passagem de corrente alternada (CA). A proporção

© LINHAS DE TRANSMISSÃO 21
CONTEÚDO INTRODUTÓRIO

de força eletro-motiva para a corrente efetiva. (DUKE


ENERGY, 2001, p. 63).
29) Joule (unidade de energia ou de trabalho): O joule é o
trabalho produzido quando o ponto de aplicação de 1
unidade MKS de força (newton) se desloca de uma dis-
tância igual a 1 metro na direção da força (INMETRO,
2012, p. 56).
30) Linhas: Conjunto de condutores, isoladores e acessó-
rios, usado para o transporte ou distribuição de eletri-
cidade (DUKE ENERGY, 2001, p. 67).
31) Linhas de distribuição: Equipamentos elétricos utili-
zados para a distribuição da energia elétrica aos seus
consumidores finais, operando com baixas tensões
(DUKE ENERGY, 2001, p. 67).
32) Linhas de Transmissão: Equipamentos elétricos uti-
lizados para o transporte de energia elétrica entre o
centro gerador e o centro consumidor, operando com
altas tensões. (DUKE ENERGY, 2001, p. 67).
33) Ohm (unidade de resistência elétrica): o ohm é a re-
sistência elétrica que existe entre dois pontos de um
condutor quando uma diferença de potencial constan-
te e de 1 volt, aplicada entre esses dois pontos, pro-
duz, nesse condutor, uma corrente de 1 ampere, não
tendo esse condutor nenhuma força eletromotriz. (IN-
METRO, 2012, p. 56).
34) Potência: Quantidade de energia elétrica solicitada
na unidade de tempo, expressa em quilowatts (kW).
Um termo geralmente usado denotando, conforme o
contexto, tanto a capacidade (potência) quanto a ener-

22 © LINHAS DE TRANSMISSÃO
CONTEÚDO INTRODUTÓRIO

gia. A velocidade à qual é transferida a energia (DUKE


ENERGY, 2001, p. 85).
35) Potência aparente ou total: Resultado da soma da po-
tência ativa (W), (parcela efetivamente transformada
em potência mecânica, térmica e luminosa), mais a
potência reativa (Var), (parcela transformada em cam-
po magnético necessário ao funcionamento de equi-
pamentos como motores, transformadores e reatores)
(DUKE ENERGY, 2001, p. 85).
36) Potência elétrica: Intensidade dos efeitos de luz e ca-
lor. Um exemplo é a lâmpada, que é a potência elétrica
transformada em potência luminosa e térmica. Capa-
cidade nominal de um equipamento para produzir tra-
balho. Produto da tensão (V) pela corrente elétrica (I),
ou seja, Pot.= V . I. A unidade de potência elétrica é o
Watt (W) (DUKE ENERGY, 2001, p. 86).
37) Rede elétrica: Conjunto de linhas e outros equipa-
mentos ou instalações elétricas, ligados entre si, per-
mitindo o movimento de energia elétrica. Um sistema
interligado de linhas de transmissão elétrica, trans-
formadores, chaves e outros equipamentos ligados
de forma a prover a transmissão confiável de energia
elétrica de geradores múltiplos para centros de carga
múltiplos. Uma rede implica em redundância, graças
ao uso de múltiplos caminhos paralelos de fluxo (DUKE
ENERGY, 2001, p. 96).
38) Subestação: Equipamentos que comutam, mudam
ou regulam a voltagem elétrica. Uma usina de ener-
gia elétrica que funciona como ponto de controle e
transferência em um sistema de transmissão elétrica.
As subestações direcionam e controlam o fluxo ener-

© LINHAS DE TRANSMISSÃO 23
CONTEÚDO INTRODUTÓRIO

gético, transformam níveis de voltagem e funcionam


como pontos de entrega para consumidores indus-
triais (DUKE ENERGY, 2001, p. 107).
39) Transformador: Dispositivo elétrico para mudar a
voltagem da corrente alternada. Equipamentos que
transferem energia elétrica de um circuito a outro
mantendo a mesma frequência e variando a tensão de
trabalho (DUKE ENERGY, 2001, p. 117).
40) Unidade consumidora: Conjunto de instalações e
equipamentos elétricos caracterizado pelo recebimen-
to de energia elétrica em um só ponto de entrega, com
medição individualizada e correspondente a um único
consumidor (DUKE ENERGY, 2001, p. 118).
41) Unidade geradora: Qualquer combinação de
gerador(es), reator(es), caldeira(s), turbina(s) de com-
bustão ou outras forças motrizes operadas em conjun-
to para produzir eletricidade. (DUKE ENERGY, 2001, p.
119).
42) Volt (unidade de diferença de potencial e de força ele-
tromotriz): O volt é a diferença de potencial elétrico
que existe entre dois pontos de um fio condutor trans-
portando uma corrente constante de 1 ampere, quan-
do a potência dissipada entre esses pontos é igual a 1
watt. (INMETRO, 2012, p. 56).
43) Watt (unidade de potência): O watt é a potência que
desenvolve uma produção de energia igual a 1 joule
por segundo. (INMETRO, 2012, p. 56).

24 © LINHAS DE TRANSMISSÃO
CONTEÚDO INTRODUTÓRIO

3. ESQUEMA DOS CONCEITOS-CHAVE


O esquema a seguir possibilita uma visão geral dos
conceitos mais importantes deste estudo.

Figura 1 Esquema de conceitos-chave de linhas de transmissão.

4. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
CAMARGO, C. C. B. Transmissão de energia elétrica. Florianópolis: Editora da UFSC,
2009.
CAÑIZARES, C.; CONEJO, A. S.; GÓMEZ-EXPÓSITO, A. Sistemas de energia elétrica:
análise e operação. Rio de Janeiro: LTC, 2011.

© LINHAS DE TRANSMISSÃO 25
CONTEÚDO INTRODUTÓRIO

FUCHS, R. D. Transmissão de energia elétrica. Volume 1: linhas aéreas. 2. ed. Itajubá:


LTC, 1979.
ZANETTA JR., L. C. Fundamentos de sistemas elétricos de potência. São Paulo: Livraria
da Física, 2006.

5. E-REFERÊNCIAS
ABINEE – ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DA INDÚSTRIA ELÉTRICA E ELETRÔNICA.
Aperfeiçoamento do setor elétrico brasileiro. 2015. Disponível em: <www.abinee.org.
br/programas/imagens/aseb.pdf>. Acesso em: 15 ago. 2017.
ANEEL – AGÊNCIA NACIONAL DE ENERGIA ELÉTRICA. Atlas de energia elétrica do Brasil.
Brasília: Aneel, 2002. Disponível em: <www2.aneel.gov.br/arquivos/pdf/livro_atlas.
pdf>. Acesso em: 15 ago. 2017.
CASTRO, C. A. ET720 – Sistemas de Energia Elétrica I – Cap. 1 – Introdução. Campinas:
Unicamp. Disponível em:
<http://www.dsee.fee.unicamp.br/~ccastro/cursos/et720/Cap1.pdf>. Acesso em: 19
jan. 2017.
DUKE ENERGY, Brasil. – Dicionario de termos de engenharia elétrica. 2001. Disponível
em: <http://www.ebah.com.br/content/ABAAAAGMMAK/dicionario-termos-eng-
eletrica> Acesso em 21 maio 2018.
INEE – INSTITUTO NACIONAL DE EFICIÊNCIA ENERGÉTICA. A eficiência energética e o
novo modelo do setor energético. Rio de Janeiro: Inee, 2001. Disponível em: <www.
inee.org.br/down_loads/escos/ee_novo%20modelo.pdf>. Acesso em: 15 ago. 2017.
INMETRO, INSTITUTO NACIONAL DE METROLOGIA, QUALIDADE E TECNOLOGIA.
Sistema Internacional de Unidades – SI. Primeira edição brasileira da oitava edição do
BIPM. Rio de Janeiro. 2012. Disponível em:
<http://www.inmetro.gov.br/inovacao/publicacoes/si_versao_final.pdf> Acesso em:
22 maio 2018.
ONS – OPERADOR NACIONAL DO SISTEMA ELÉTRICO. Home page. Disponível em:
<www.ons.org.br/home>. Acesso em: 15 ago. 2017.
WATANABE, E. Projeto de Instalações Elétricas Prediais. Joinville: UFSC, 2010.
Disponível em: <http://www.joinville.ifsc.edu.br/~edsonh/Repositorio/PIP-Projeto_e_
Instalacoes_Eletricas_Prediais/Material%20de%20Aula/Parte_I_GTD/Apostila/
Apostila_de_Instala%C3%A7%C3%B5es_El%C3%A9tricas_parte1.pdf>. Acesso em: 18
ago. 2017.

26 © LINHAS DE TRANSMISSÃO
UNIDADE 1
CARACTERÍSTICAS E COMPONENTES

Objetivos
• Conhecer as características básicas das linhas de
transmissão e os componentes utilizados na sua
construção.
• Entender os aspectos construtivos das linhas relativos
aos requisitos de qualidade dos materiais utilizados nos
componentes.
• Compreender as relações entre as propriedades da
linha e as características dos materiais utilizados.

Conteúdos
• Linhas de transmissão: características gerais.
• Condutores: propriedades elétricas e mecânicas.
• Isoladores: propriedades elétricas e mecânicas.
• Estruturas: tipos e características.
• Proteção: para-raios e aterramento.

Orientações para o estudo da unidade


Antes de iniciar o estudo desta unidade, leia as orientações
a seguir:

27
UNIDADE 1 – CARACTERÍSTICAS E COMPONENTES

1) Não se limite a este conteúdo; busque outras infor-


mações em sites confiáveis e/ou nas referências bi-
bliográficas, apresentadas ao final de cada unidade.
Lembre-se de que, na modalidade EaD, o engajamen-
to pessoal é um fator determinante para o seu cresci-
mento intelectual.
2) Busque identificar os principais conceitos apresen-
tados; siga a linha gradativa dos assuntos até poder
compreender as características, as propriedades e os
componentes das linhas de transmissão e o seu papel
no desenvolvimento econômico e social.
3) Não deixe de recorrer aos materiais complementares
descritos no Conteúdo Digital Integrador.

28 © LINHAS DE TRANSMISSÃO
UNIDADE 1 – CARACTERÍSTICAS E COMPONENTES

1. INTRODUÇÃO
Vamos iniciar nossa primeira unidade de estudo, você está
preparado?
Nesta unidade, serão tratados os materiais utilizados na
construção das linhas de transmissão, considerando aspectos
tais como funcionalidade, qualidade, disponibilidade, custo e
outros detalhes. As propriedades dos diversos materiais frente a
cada uma dessas funcionalidades serão analisadas, assim como
os critérios que balizam a escolha adequada de cada um desses
materiais.
Os componentes utilizados são basicamente os mesmos
em qualquer linha de transmissão elétrica, entretanto os requisi-
tos para cada situação variam amplamente, desde que as linhas
de transmissão são empregadas em extremos de curta e longa
distância, baixa e alta potência, corrente contínua e alternada,
em tensões bastante variadas, formando um verdadeiro mosaico
de configurações.
Contudo, antes de tratar dos componentes propriamente
ditos, faz-se necessária uma breve caracterização das linhas de
transmissão e, somente então discutir os componentes funcio-
nais utilizados, que são classificados em quatro tipos, listados a
partir do Tópico 2.2 em diante. Dessa forma, a Unidade 1 será
apresentada em cinco tópicos:
1) Linhas de transmissão.
2) Condutores.
3) Isoladores.
4) Estruturas.
5) Proteção.

© LINHAS DE TRANSMISSÃO 29
UNIDADE 1 – CARACTERÍSTICAS E COMPONENTES

2. CONTEÚDO BÁSICO DE REFERÊNCIA


O Conteúdo Básico de Referência apresenta, de
forma sucinta, os temas abordados nesta unidade. Para sua
compreensão integral, é necessário o aprofundamento pelo
estudo do Conteúdo Digital Integrador.

2.1. LINHAS DE TRANSMISSÃO

Um sistema de fornecimento de energia elétrica é for-


mado por unidades geradoras e unidades consumidoras, ligadas
através de uma sequência de linhas de transmissão, de subtrans-
missão e de distribuição, sendo que as linhas de subtransmissão
ocorrem em vários níveis. A distinção entre as linhas de trans-
missão e de subtransmissão nem sempre é muito clara, desde
que linhas com as mesmas características podem ser classifica-
das como distintas dependendo do papel que desempenham no
sistema que compõem (FUCHS, 1977, p. 3; CAÑIZARES; CONEJO;
GÓMEZ-EXPÓSITO, 2011).
Os sistemas de fornecimento de energia são independen-
tes e autônomos, mas podem ser interligados, formando um
sistema maior, integrado através de linhas de interconexão. Esse
último tipo de linha, adicionado aos anteriores, resulta em quatro
tipos distintos de linhas de transmissão, a serem estudados nes-
ta obra. Além do estudo em conjunto das mesmas, no qual se
define as composições possíveis para os sistemas independentes
e do sistema integrado numa determinada composição, a qual
será denominada topologia.
Por outro lado, as unidades geradoras e as consumidoras
fogem ao escopo deste trabalho e não serão estudadas, mas po-

30 © LINHAS DE TRANSMISSÃO
UNIDADE 1 – CARACTERÍSTICAS E COMPONENTES

dem ser encontradas nas obras de Fuchs (1977) e de Cañizares,


Conejo e Gómez-Expósito (2011).
As linhas de transmissão destinam-se a transportar blocos
de energia a grandes e médias distâncias entre as unidades gera-
doras de médio e grande porte, geralmente afastadas de grandes
centros, e as redes de distribuição ou de subtransmissão.
As linhas de distribuição, por sua vez, formam uma rede
ramificada, permeando toda a extensão geográfica das unidades
consumidoras, a partir de uma terminação, ou de uma derivação,
das linhas de transmissão e subtransmissão, na qual as termi-
nações e derivações são chamadas de subestações (CAMARGO,
2009; FUCHS, 1977).
A energia elétrica pode ser transmitida tanto por corrente
contínua (CC) como por corrente alternada (CA), impelida em di-
versas classes de tensão e frequências de rede, as quais devem
ser adequadas à distância e à potência de transmissão da linha
(CAMARGO, 2009).
Quando for projetada para operar em corrente alternada,
tanto a própria corrente quanto a tensão da linha oscilarão com
frequência consoante com as rotações do gerador que alimenta
a linha. Essa frequência necessita ser padronizada e controlada
dentro de uma rede interligada, sendo necessários equipamen-
tos de conversão de frequência nos acoplamentos entre as duas
redes que operam em frequências distintas. As redes brasileiras
trabalham numa frequência de 60 Hz, enquanto as de países viz-
inhos trabalham em uma frequência de 50 Hz.
As tensões das linhas de transmissão e subtransmissão
foram sendo elevadas, para permitir tanto o aumento da potên-
cia transmitida quanto para diminuir as perdas por efeito Joule,

© LINHAS DE TRANSMISSÃO 31
UNIDADE 1 – CARACTERÍSTICAS E COMPONENTES

na medida em que o conhecimento científico e tecnológico a


respeito dos fenômenos e efeitos eletromagnéticos crescia e se
consolidava, devido à intensa pesquisa realizada em paralelo à
crescente indústria da eletricidade, e também conforme os pro-
cessos empregados na fabricação de componentes eram melho-
rados (CAMARGO, 2009; CAÑIZARES; CONEJO; GÓMEZ-EXPÓSI-
TO, 2011).
Enquanto as linhas de distribuição necessitam operar em
baixas tensões (BT < 600 V), adequadas ao consumo residencial,
comercial, industrial e à iluminação pública, obedecendo a uma
padronização que traga uniformidade ao fornecimento para es-
ses clientes, as linhas de transmissão não necessariamente ti-
veram que seguir uma padronização. Dessa forma, os projetos
se desenvolveram orientados apenas pelo critério de otimização,
para obter a melhor eficiência da linha de transmissão.
Apesar da liberdade de projeto para a definição da tensão
de operação nas linhas de transmissão e subtransmissão, essas
tensões foram convergindo para determinados valores que hoje
podem ser listados por faixas de tensão (voltagem). Atualmente,
essa padronização facilita em muito a fabricação, especificação e
substituição de componentes utilizados nas linhas.
A linha Itaipu-Sudeste opera em 765 kV, e, apenas a título
de comparação, convém salientar que ela carrega o equivalente
a 30 linhas de 138 kV com aproximadamente apenas o dobro da
estrutura física, justificando o motivo da escalada rumo a Extra
Altas Tensões e recentemente a Ultra Altas Tensões, na faixa de
800 kV a 1.500 kV (1,5 MV) (CAMARGO, 2009, p. 27).
Na Figura 1, pode-se observar um esquema de um sistema
de fornecimento de energia elétrica, em cuja topologia apare-

32 © LINHAS DE TRANSMISSÃO
UNIDADE 1 – CARACTERÍSTICAS E COMPONENTES

cem unidades geradoras e consumidoras, linhas de transmissão,


subtransmissão e distribuição.

Figura 1 Sistema de fornecimento de energia elétrica. Subsistemas básicos de um


sistema de fornecimento de energia elétrica.

A linha de transmissão típica, ilustrada na Figura 2, apre-


senta os quatro componentes básicos, a saber: condutores, iso-
ladores, estrutura e proteção.

© LINHAS DE TRANSMISSÃO 33
UNIDADE 1 – CARACTERÍSTICAS E COMPONENTES

Figura 2 Linha de transmissão de energia elétrica. Os componentes básicos de uma


linha de transmissão: (1) cabos condutores, (2) isoladores elétricos, (3) estruturas de
sustentação e (4) cabos de proteção (para-raios).

A Figura 3 ilustra como é vantajoso o aumento de tensão,


não somente pela diminuição da perda por efeito Joule no con-
dutor, mas também pelo fato de a estrutura necessária não cres-
cer proporcionalmente a esse aumento de tensão.

34 © LINHAS DE TRANSMISSÃO
UNIDADE 1 – CARACTERÍSTICAS E COMPONENTES

Fonte: Camargo (2009, p. 28).


Figura 3 Comparativo entre linhas de diferentes tensões. A linha de 765 kV carrega o
equivalente a 30 linhas de 138 kV com aproximadamente apenas o dobro da estrutura.

A Figura 4 ilustra a topologia do sistema nacional de linhas


de transmissão no ano 2015.

© LINHAS DE TRANSMISSÃO 35
UNIDADE 1 – CARACTERÍSTICAS E COMPONENTES

Figura 4 Linhas de transmissão do Brasil em 2015.

O objetivo deste tópico é apenas uma rápida introdução


às características das linhas de transmissão que servirá apenas
para descrever seus componentes. Esse resumo foi baseado no
conteúdo encontrado nas obras dos seguintes autores: Camargo
(2009); Cañizares, Conejo e Gómez-Expósito (2011); Fuchs (1979)
e Zanetta Jr. (2006).

36 © LINHAS DE TRANSMISSÃO
UNIDADE 1 – CARACTERÍSTICAS E COMPONENTES

Nos quatro tópicos seguintes, são estudados os elementos


construtivos utilizados nas linhas de transmissão, a começar pe-
los cabos condutores elétricos.

2.2. CONDUTORES ELÉTRICOS

Os cabos condutores utilizados em linhas de transmissão


aéreas serão analisados nesta primeira unidade apenas sob dois
aspectos principais, o elétrico e o mecânico, embora também se-
jam relevantes o seu comportamento e a estabilidade frente às
variações térmicas e às reações químicas com o meio ambiente.
O aspecto elétrico será abordado nesta unidade somente
para a caracterização do material condutor utilizado quanto à
sua condutividade. Enquanto que o aspecto mecânico será res-
trito à resistência mecânica frente ao limite de tração do mate-
rial do cabo.
Os demais aspectos elétricos serão estudados com maio-
res detalhes na Unidade 2, enquanto os demais aspectos mecâ-
nicos, juntamente com as propriedades térmicas e a resistência
aos ataques químicos, serão considerados em detalhes na Uni-
dade 3.
Uma sumária descrição do formato dos cabos também é
apresentada aqui, mas será retomada em maior detalhe na Uni-
dade 3.
A propriedade elétrica do condutor a ser considerada aqui
é sua condutividade ou, inversamente, a sua resistividade, que é
característica própria do material, utilizado na sua confecção. A
resistividade, juntamente com as dimensões do cabo condutor,
tais como comprimento e área da seção transversal, determina

© LINHAS DE TRANSMISSÃO 37
UNIDADE 1 – CARACTERÍSTICAS E COMPONENTES

a resistência elétrica R com que esse condutor irá se opor à pas-


sagem de corrente elétrica.
A resistência elétrica, por sua vez, tem efeitos diretos so-
bre o desempenho da linha de transmissão, já que a escolha do
material do condutor vai influenciar principalmente o nível de
perda por efeito Joule sobre o bloco de energia transferido, além
de outros problemas que serão analisados apenas nas unidades
seguintes, os quais aumentam os custos e tornam as operações
da linha mais complexas (CAMARGO, 2009).
Os metais com as menores resistividades são: prata, ouro,
cobre e alumínio, nesta ordem, conforme a Tabela 1. Entretanto,
os dois primeiros são proibitivos em função dos custos elevados
que acarretariam e da baixa resistência a tração, restando o co-
bre como o mais utilizado até recentemente, mas que vem sen-
do substituído rapidamente pelo alumínio, por seu baixo custo
e densidade (massa específica), apesar de sua resistividade ser
ligeiramente maior que a do cobre (PAULO, 2013).
A resistência elétrica do cabo condutor depende, além da
resistividade ρ do material utilizado, de suas dimensões de com-
primento l e da área de seção transversal A, de acordo com a
relação:

ρ .l
R= (1.1)
A

Assim, a maior resistividade do alumínio poderá ser com-


pensada pelo aumento de sua área de seção transversal, em re-
lação a um cabo de cobre de mesmo comprimento (LEÃO, 2017).

38 © LINHAS DE TRANSMISSÃO
UNIDADE 1 – CARACTERÍSTICAS E COMPONENTES

Esse procedimento permite a construção de um cabo de


alumínio equivalente a um cabo de cobre, ambos com o mesmo
comprimento e a mesma resistência elétrica, diferindo apenas
em seus diâmetros. O Exemplo 1, calcula essa equivalência para
o par de condutores alumínio e cobre e, na primeira questão
autoavaliativa, será proposto outro par de condutores: cobre e
ferro.
O aspecto mecânico do cabo, por sua vez, está relacionado
à sua plena adequação aos requisitos do projeto de construção
da linha e também à sua resposta às possíveis falhas que possam
causar perdas, tais como eventual interrupção do fornecimento
de energia por ruptura do cabo.
O projeto elétrico das linhas, que será estudado na Unidade
2, define a corrente elétrica que o cabo deve suportar, a partir da
potência requisitada e da tensão escolhida. A corrente, por sua
vez, determina a área de seção transversal do cabo, enquanto o
projeto mecânico, estudado na Unidade 3, define as dimensões
do cabo no que se refere às trações a que será submetido.
Para calcular o limite de tração do cabo condutor, utiliza-
se a equação a seguir, na qual F é a força de tração; A, a área da
seção transversal do cabo; e σ, a tensão normal nessa área:

F
σ= (1.2)
A

Quando a tensão é tomada como a máxima permitida para


o material do cabo (tensão admissível), a expressão resulta na
máxima tração permitida sobre o cabo. No Exemplo 1, inclui-se
o cálculo dessa propriedade para o par alumínio e cobre e, nas
questões autoavaliativas, para o par ferro e cobre, com o intuito

© LINHAS DE TRANSMISSÃO 39
UNIDADE 1 – CARACTERÍSTICAS E COMPONENTES

de demonstrar como a alta resistividade do ferro o inviabiliza


como material condutor em regime permanente, embora apre-
sente as vantagens de alta resistência a tração e preços muito
menores devido à sua abundância (FREDEL; ORTEGA; BASTOS,
2015).
Resta descrever resumidamente então os formatos dos ca-
bos comercializados atualmente, desde que na Unidade 2 será
realizado um melhor estudo dos cabos.
Os condutores utilizados em linhas de transmissão aéreas
são cabos metálicos na forma de arame, na maioria das vezes
multifiliares, formando duas ou mais camadas sobrepostas e
espiralizadas, formato que recebe o nome de encordoamento.
Algumas vezes o material de uma ou mais camadas internas tem
maior resistência mecânica, para aumentar o limite de tração
geral do cabo e permitir maior espaçamento (lance) entre as tor-
res de transmissão (CASTRO, 2017; ANDRADE, 2011).
Nos cabos utilizados apenas em aplicações mecânicas, as
direções das espiras nas camadas podem ser no mesmo sentido
ou em sentidos opostos, dependendo da flexibilidade que se de-
seje. Contudo, para os cabos elétricos, essas espiras serão sem-
pre em direções contrárias, com o intuito de minimizar o efeito
de indutância (PIRES, 2009).
No Quadro 1, pode-se observar uma lista preliminar, exem-
plificando os vários tipos de cabos de alumínio multifiliares, com
ou sem alma de aço, utilizados em linhas de transmissão aéreas.
E, nas figuras 5 e 6, são apresentados alguns cabos multifiliares.

40 © LINHAS DE TRANSMISSÃO
UNIDADE 1 – CARACTERÍSTICAS E COMPONENTES

Quadro 1 Condutores de alumínio (linhas aéreas).


Sigla (inglês/português) Significado (inglês/português)
AAC/CA All Aluminum Conductor (alumínio puro)
All Aluminum Alloy Conductor (liga de
AAAC/AAA
alumínio puro)
Aluminum Conductor Steel Reinforced
ACSR/CAA
(alumínio com alma de aço)
Aluminum Conductor Alloy Reinforced
ACAR/ACAR
(alumínio com alma de liga de alumínio)
Para aplicações especiais. ACSR (alumínio
com alma de aço): aço é mais barato que
Outros alumínio, e a alma de aço faz este ser
mais resistente a tração, admitindo lances
maiores, sendo este o tipo mais utilizado.
Fonte: Castro (2017).

Figura 5. Exemplos de cabos de alumínio multifiliares. Cabos multifiliares de alumínio,


com alma de aço (esquerda) e de alumínio puro (direita).

© LINHAS DE TRANSMISSÃO 41
UNIDADE 1 – CARACTERÍSTICAS E COMPONENTES

Figura 6. Amostras de seções de cabos de alumínio. Seções transversais para diversos


cabos multifiliares de alumínio, todos com alma de um material mais resistente no
centro do cabo.

Normalmente, os cabos grossos unifiliares são preteridos


em favor dos cabos multifiliares devido à maior flexibilidade dos
últimos. Dada a oscilação dos cabos, com a força dos ventos, a
falta de flexibilidade pode levar a uma ruptura, principalmente
próximo ao ponto de fixação.

42 © LINHAS DE TRANSMISSÃO
UNIDADE 1 – CARACTERÍSTICAS E COMPONENTES

Na Tabela 1, são apresentados dados para os cálculos das


questões autoavaliativas. Acompanhe.

Tabela 1 Propriedades dos principais condutores metálicos.


Resistividade Limite de tensão Massa específica
Elementos
Ω.mm2/m (20°C) kgf/mm2 e (Mpa) g/cm3
Prata 1,587.10-4 (a) - 10,5 (a)
Ouro 2,214.10 -4
(a) - 19,3 (a)
Cobre recozido 1,772.10 -4
(b) 24 (235) (b) 8,90 (b)
Cobre duro 1,776.10 -4
(b) 40 (392) (b) 8,90 (b)
Alumínio 2,828.10-4 (b) 18 (176) (b) 2,703 (b)
Ferro Puro 9,610.10-4 (a) 39 (380) (b) 7,87 (a)
Almelec 3,260.10 -4
(b) 35 (343) (b) 2,7 (b)
Fonte: adaptado de (a) Lide (2003, p. 4-(39-82), 12-43, 12-44); (b) Ferreira (2004, p. 10).

Exemplo 1
Calcular o diâmetro que um cabo de alumínio deve possuir
para substituir um cabo de cobre com determinado diâmetro d,
de maneira que suas resistências elétricas sejam equivalentes.
Compare, a seguir, suas massas por unidade de comprimento e
a força de tração máxima a que resistem.

Resolução
Supondo que os cabos são unifiliares e com seção circu-
lar e considerando a condição de resistência equivalente para os
dois materiais, pode-se escrever:

RAl = RCu (1.3)


Aplicando a fórmula da resistência, tem-se:

© LINHAS DE TRANSMISSÃO 43
UNIDADE 1 – CARACTERÍSTICAS E COMPONENTES

ρ .l
R= (1.4)
A

onde ρ é a resistividade, l, o comprimento do condutor e A,


sua área de seção transversal, que no caso circular, vale:
2
d 
A = π .   (1.5)
2

Substituindo as equações 1.2 e 1.3 na equação 1.1, resulta


na equação:
ρ Al .l ρCu .l
2
= 2
 d Al   dCu  (1.6)
π .  π . 
 2   2 
A qual se transforma após as simplificações na equação:

ρ 
d Al = dCu .  Al  (1.7)
 ρCu 

Após inserir valores de resistividade da Tabela 1, tem-se:


d Al = 1, 262.dCu (1.8)

Obtém-se, então, o resultado de um diâmetro para o cabo


de alumínio aproximadamente 26% maior em relação ao cabo
de cobre.
Para o cálculo da massa, utiliza-se a expressão:
m = D ⋅V = D ⋅ Al (1.9)

44 © LINHAS DE TRANSMISSÃO
UNIDADE 1 – CARACTERÍSTICAS E COMPONENTES

onde V é o volume e D a densidade. Ao ser aplicada a cada


cabo, resulta em:

mAl = DAl . AAl .l (1.10)

2
 1, 26.d 
mAl = 2, 7.π .   .l (1.11)
 2 

mAl = 3,367.l.d 2 (1.12)

mCu = DCu . ACu .l (1.13)

2
d 
mCu = 8,9.π .   .l (1.14)
2

mCu = 6,990.l.d 2 (1.15)


A relação entre as massas então será:

mAl 3,367.l.d 2
= = 0, 482 (1.16)
mCu 6,990.l.d 2

mAl ≈ 0, 48.mCu (1.17)


Isso implica o cabo de alumínio ter uma massa com valor
de 48% da massa do cabo de cobre, mesmo com o diâmetro 26%

© LINHAS DE TRANSMISSÃO 45
UNIDADE 1 – CARACTERÍSTICAS E COMPONENTES

maior. Esse valor (menor que a metade) e os preços atuais dos


metais tornam duplamente vantajosa a utilização do alumínio
como cabo condutor, sendo mais barato e mais leve.
Para finalizar, são comparados os limites da força de tração
dada por:

F
σl = ⇒ F = σ l .A  (1.18)
A

onde σl é o limite de resistência do material e A, sua área


de seção transversal.
Aplicada essa expressão a cada material, tem-se:

2
 1, 26.d 
FAl = 176.π .    (1.19)
 2 

FAl = 219,5.d 2  (1.20)

2
d 
FCu = 392.π .   (1.21)
2

FCu = 307,9.d 2  (1.22)


A relação entre as duas forças no limite de tração será:

FAl 219,5.d 2
= = 0, 703  (1.23)
FCu 307,9.d 2

46 © LINHAS DE TRANSMISSÃO
UNIDADE 1 – CARACTERÍSTICAS E COMPONENTES

FAl = 0, 713.FCu  (1.24)


Pode-se concluir, assim, que o limite de resistência à tração
do cabo de alumínio será 70% do valor no limite para o cabo de
cobre.
No entanto, convém salientar que a maior parte da tração
sobre o cabo se deve ao seu próprio peso e, assim, o alumínio
continua levando vantagem sobre o cobre.
Desde que a resistência elétrica de ambos os cabos é a
mesma, pela estratégia de aumento em 26% do diâmetro do
cabo de alumínio em relação ao cabo de cobre, a perda por efei-
to Joule será a mesma para ambos os cabos. Outra vantagem do
cabo de alumínio é o aumento da sua área superficial, que per-
mite dissipação de calor mais eficiente e temperaturas menores
diante do efeito Joule equivalente.
Com esse exemplo, encerra-se a apresentação preliminar
dos cabos elétricos. Contudo, o assunto é extenso e será reto-
mado nas unidades 2 e 3.
Por ora, segue-se com a apresentação, também preliminar,
dos isoladores elétricos.

2.3. ISOLADORES ELÉTRICOS

Os isoladores também devem ser analisados sob os as-


pectos elétricos e mecânicos de sua utilização. A análise dupla
é definida em função de serem utilizados para fixar os cabos, ou
conjuntos deles, em locais específicos na torre de sustentação,
e também por, propiciarem o isolamento elétrico entre o cabo

© LINHAS DE TRANSMISSÃO 47
UNIDADE 1 – CARACTERÍSTICAS E COMPONENTES

condutor e a estrutura, normalmente de aço, e portanto, tam-


bém condutora da torre (CAMARGO, 2009).
São fabricados em material dielétrico (isolante), tais como
porcelana vitrificada e vidro temperado, ou materiais plásticos,
cuja tensão disruptiva deve ser elevada, mas, ao mesmo tempo,
ele deve resistir a elevado esforço mecânico. Alguns tipos de iso-
ladores são apresentados nas figuras 7, 8 e 9, juntamente com
suas características.
Esses elementos devem suportar impactos, vibrações e
trações mecânicas, choques térmicos, e sua capacidade de prov-
er isolamento elétrico na condição de chuva, de transientes pro-
vocados por manobras (chaveamentos na rede) ou por eventos
naturais (intempéries) etc. deve ser elevada. Também deve pos-
suir baixa aderência a umidade, poeira e poluição para diminuir
condução superficial (CAMARGO, 2009).

Figura 7 Isolador do tipo pino. Utilizado em linhas de distribuição, o isolador do tipo


pino deve ser fixado em um pino preso na estrutura da torre (ou poste) de fixação.

48 © LINHAS DE TRANSMISSÃO
UNIDADE 1 – CARACTERÍSTICAS E COMPONENTES

Figura 8 Isolador do tipo pilar. Utilizado em linhas de distribuição, o isolador do


tipo pilar possui um corpo mais alongado para manter uma maior distância entre a
estrutura e o cabo condutor.

Figura 9 Isolador do tipo disco. Utilizado em linhas de transmissão e subtransmissão,


o isolador do tipo disco possui aba pronunciada com objetivo de dificultar a circulação
externa de corrente e, além disso, pode ser encadeado para aumentar a distância entre
a torre e o condutor.

Antes de serem liberados para comercialização, os mode-


los devem passar por baterias de testes realizadas pelos fabri-
cantes. O principal teste é a determinação do limite de tensão
elétrica que suportam antes que tenham seu volume perfurado,
pois, quando isso ocorre, esse elemento pode ser considerado
condenado e deve ser substituído.

© LINHAS DE TRANSMISSÃO 49
UNIDADE 1 – CARACTERÍSTICAS E COMPONENTES

Um segundo requisito igualmente importante é a resistên-


cia mecânica dos isoladores, ou cadeias de isoladores, pois estes
devem sustentar com segurança o peso dos cabos e das ferra-
gens diversas utilizadas como acessórios em sua fixação, seu es-
paçamento e sua estabilização.
A confiabilidade da linha depende fortemente da quali-
dade dos cabos condutores e dos isoladores utilizados. À medida
que aumenta a tensão escolhida para a linha, a rigidez dielétrica
dos isoladores, ou seu dimensional, deve aumentar também.
Um farto material digital sobre os isoladores é apresentado
no Conteúdo Digital Integrador, com apresentação de diversas
figuras, inclusive (CASTRO, 2017; PIRES, 2009; FERREIRA, 2004).
Encerra-se aqui a apresentação preliminar dos isoladores
elétricos, mas, na Unidade 3, dedicada ao projeto mecânico das
linhas de transmissão, o tema será retomado, com inclusão de
ferragens, espaçadores e outros acessórios da linha.
No próximo tópico, serão apresentadas, também de forma
preliminar, as estruturas (torres) da rede.

2.4. ESTRUTURAS DAS LINHAS

O projeto de uma linha deve levar em conta a legislação,


os aspectos de viabilidade técnico-econômica e, principalmente,
deve considerar o seu traçado geográfico, com os obstáculos
naturais que devem ser superados. A natureza do terreno é a
primeira preocupação, pois sua topografia pode aumentar as ex-
igências mecânicas sobre as torres, suportes, cabos e isoladores.
O solo deve ser estável e propiciar boa sustentação para as
bases das torres, e cuidado especial deve ser tomado com áreas

50 © LINHAS DE TRANSMISSÃO
UNIDADE 1 – CARACTERÍSTICAS E COMPONENTES

inundáveis, áreas de difícil acesso, área de vegetação, áreas ur-


banizadas e acidentes geográficos. As curvas introduzidas na li-
nha devido a esses aspectos aumentam o número de ângulos,
alguns com valor exagerado, e aumentam o seu comprimento,
implicando custos e perdas de energia (CAMARGO, 2009).
Os desníveis entre as torres também aumentam as tensões
sobre os cabos, da mesma forma que os ângulos horizontais pro-
vocados pelas curvas da linha criam tensões laterais sobre as tor-
res. Todos esses acidentes naturais do terreno prejudicam ainda
o correto espaçamento entre as torres (ANDRADE, 2011, p. 22).
Os tipos de torre utilizados são autoportante ou estaiada,
ambos para torres de grande porte, e podem ser de aço tubular,
de concreto, ou de madeira, para as torres de médio e pequeno
porte. As torres autoportantes e estaiadas são normalmente
entreliçadas para garantir maior rigidez estrutural. Geralmente
as torres para tensões acima de 138 kV são feitas de aço (AN-
DRADE, 2011).
Vale ressaltar que a temática deste tópico será tratada de
forma mais abrangente na Unidade 3.
O tópico a seguir versa sobre a proteção contra curtos,
raios e descargas na própria linha de transmissão.

2.5. PROTEÇÃO DAS LINHAS

A proteção das linhas de transmissão é feita com a coloca-


ção de para-raios e o aterramento da estrutura, sendo que o pa-
ra-raios mais comum é o guarda de cobertura. Na Figura 2 (item
4), identifica-se um cabo condutor colocado no topo, acima dos
condutores de potência, percorrendo toda a extensão da linha

© LINHAS DE TRANSMISSÃO 51
UNIDADE 1 – CARACTERÍSTICAS E COMPONENTES

sobre o topo das torres de sustentação, com a função de blindar


a linha e proteger os cabos abaixo (1) de descargas atmosféricas
(CASTRO, 2017, p. 1).
Normalmente, esse condutor de proteção é um cabo de
aço galvanizado, com o diâmetro de aproximadamente φ = 15
mm, que pode ser rigidamente fixado à estrutura, sem uso de
isoladores ou, se forem utilizados isoladores, esse cabo pode
ainda servir para a comunicação de controle da linha. Quando
são isolados, devem-se utilizar materiais isoladores com baixa
resistência disruptiva.
A importância da proteção à linha se deve a descargas at-
mosféricas serem uma das principais causas de interrupções for-
çadas na operação da linha. Devido à ação de descargas atmos-
féricas, inicia-se um arco entre algumas das fases, ou entre fase
e terra, ou ainda entre fase e porções aterradas da estrutura.
Dependendo das características da descarga ou da situação in-
stantânea das fases, essa descarga pode não se extinguir e cau-
sar uma situação de curto-circuito que só pode ser interrompido
com a abertura de disjuntores (CAMARGO, 2009).
É importante observar que os para-raios devem servir de
caminho “preferencial” para as altas correntes das descargas elé-
tricas quando ocorrem essas descargas. Contudo, quando ater-
rados e munidos de pontas salientes, os para-raios têm a função
primeira de "prevenir" a ocorrência de descargas. O mecanismo
para isso é a condução de uma corrente de cargas elétricas para
o ar, neutralizando a concentração de cargas que possam estar
se formando pelo atrito do vento com gotículas de água das nu-
vens. A partir dessa neutralização, o potencial elétrico em torno
da linha (em volts por metro) não sobe o suficiente para produzir
uma descarga (MOURA; DIAS; MATTOS JR., 2017).

52 © LINHAS DE TRANSMISSÃO
UNIDADE 1 – CARACTERÍSTICAS E COMPONENTES

O aterramento das estruturas de suporte (torres) das linhas


de transmissão é natural desde que as bases das estruturas es-
tejam inseridas no solo, embora possa haver uma resistência de
até R = 50 ohms no contato. Aterramentos mais eficientes po-
dem ser aplicados, se houver necessidade.
O sistema de aterramento, com os cabos-contrapesos, e a
impedância de pé de torre representam componentes essenciais
no que se refere ao desempenho de um circuito de transmissão
face às descargas atmosféricas.
Encerram-se aqui os tópicos da Unidade 1, os quais serão
retomados de forma bastante abrangente na Unidade 3. Na Uni-
dade 2, são abordados os tópicos relativos ao projeto elétrico
das linhas de transmissão.

Antes de realizar as questões autoavaliativas propostas


no Tópico 4, você deve fazer as leituras propostas no Tópico 3,
para aprofundar os conteúdos estudados nesta unidade.

Vídeo complementar ––––––––––––––––––––––––––––––––


Neste momento, é fundamental que você assista ao vídeo complementar.
• Para assistir ao vídeo pela Sala de Aula Virtual, clique no ícone
Videoaula, localizado na barra superior. Em seguida, selecione o nível
de seu curso (Graduação), a categoria (Disciplinar) e o tipo de vídeo
(Complementar). Por fim, clique no nome da disciplina para abrir a
lista de vídeos.
• Para assistir ao vídeo pelo seu CD, clique no botão “Vídeos” e
selecione: Linhas de Transmissão – Vídeos Complementares –
Complementar 1.
––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––

© LINHAS DE TRANSMISSÃO 53
UNIDADE 1 – CARACTERÍSTICAS E COMPONENTES

3. CONTEÚDO DIGITAL INTEGRADOR


O Conteúdo Digital Integrador representa uma condição
necessária e indispensável para você compreender integral-
mente os conteúdos apresentados nesta unidade.

3.1. LINHAS DE TRANSMISSÃO

Neste item, são apresentadas as características gerais das


linhas de transmissão por meio de apostilas básicas de cursos de
instituições públicas de ensino que tratam do tema em cursos de
Engenharia Elétrica. Essas apostilas também descrevem os quatro
tipos de componentes construtivos das linhas de transmissão, de
maneira que também servirão ao estudo dos demais itens desta
unidade. Acompanhe:
• CASTRO, C. A. ET720 – Sistemas de Energia Elétrica I.
Cap5 – Linhas de Transmissão. Campinas: DSE/FEEC/
Unicamp. Disponível em: <http://www.dsee.fee.
unicamp.br/~ccastro/cursos/et720/Cap5-parte1.pdf>.
Acesso em: 23 mai 2018.
• FERREIRA, J. R. Sistemas eléctricos de energia I –
linhas de transmissão. Porto: Universidade do Porto,
2004. Disponível em: <http://paginas.fe.up.pt/~mam/
Linhas-01.pdf>. Acesso em: 23 mai 2018.
• LEÃO, R. Apostila GTD – Linhas de transmissão de energia
elétrica. IFSC Joinville. Disponível em: <www.joinville.
ifsc.edu.br/~edsonh/Repositorio/PIP-Projeto_e_
Instalacoes_Eletricas_Prediais/Material%20de%20
Aula/Parte_I_GTD/Complemento/IIITransmissao.pdf>.
Acesso em: 23 mai 2018.

54 © LINHAS DE TRANSMISSÃO
UNIDADE 1 – CARACTERÍSTICAS E COMPONENTES

3.2. CONDUTORES

O desenvolvimento da ciência e da tecnologia dos fenôme-


nos eletromagnéticos e também da ciência dos materiais e dos
processos industriais está propiciando a modernização, compac-
tação, aumento da eficiência e da capacidade, no que tange à
produção, transmissão e ao consumo de energia elétrica.
A tendência é de intensificação nessa rápida e contínua
evolução, com avanços ainda mais significativos nos próximos
anos, sobretudo com respeito aos cabos, e o evento mais espe-
rado é a obtenção dos famosos materiais supercondutores, que
operem à temperatura ambiente ou em temperatura bem próxi-
ma a ela (CAMARGO, 2009, p. 43). Para aprofundar seus estudos
no tema, confira:
• PAULO, J. J. A. Condutor de alumínio ou de cobre? O
Setor Elétrico, fev. 2013. Disponível em:
• <http://www.allcab.com.br/condutor-de-aluminio-ou-
de-cobre/>. Acesso em: 23 mai 2018.
• ALHANATI, L. S. Equilíbrio de Cabos Suspensos. Disponível
em:
• <http://www.alfaconnection.pro.br/fisica/forcas/
forcas-em-equilibrio/equilibrio-de-cabos-suspensos/>.
Acesso em: 23 mai 2018.
• ANDRADE, F. F. Linhas de Transmissão de Energia –
LTE – Cabos condutores, isoladores e estruturas de
LT's. Joinville: UDESC, 2011. Disponível em: <http://
www.joinville.udesc.br/portal/professores/fabiano/
materiais/LTE_Aula_02.pdf>. Acesso em: 23 mai 2018.

© LINHAS DE TRANSMISSÃO 55
UNIDADE 1 – CARACTERÍSTICAS E COMPONENTES

3.3. ISOLADORES

A utilização de isoladores eficientes e qualificados é de


fundamental importância para a confiabilidade e segurança das
linhas de transmissão. As dimensões e a tensão de ruptura dos
isoladores crescem vertiginosamente com o aumento da tensão
das linhas de transmissão. Testes e ensaios rigorosos devem ser
realizados sobre esses componentes.
Nos textos disponíveis nos links a seguir, são mostrados as-
pectos fundamentais sobre os tipos de isoladores:
• MELLO, D. R. et al. Estudos sobre o desempenho
de cadeias de isoladores para redes de distribuição
com isoladores quebrados ou perfurados. In: SENDI –
SEMINÁRIO NACIONAL DE DISTRIBUIÇÃO DE ENERGIA
ELÉTRICA, 18, Cepel, Olinda, out. 2008. Anais... 2008.
Disponível em: <http://www.cgti.org.br/publicacoes/
wp-content/uploads/2016/01/Estudos-sobre-o-
desempenho-de-cadeias-de-isoladores-para-redes-
de-distribuic%CC%A7a%CC%83o-com-isoladores-
quebrados-ou-perfurados.pdf>. Acesso em: 23 mai
2018.
• PIRES, R. C. EEL703 – Linhas de transmissão: componentes
de linhas de transmissão – Itajubá: Universidade
Federal de Itajubá, 2009. Disponível em: <http://
xa.yimg.com/kq/groups/19716224/822570161/name/
Componentes>. Acesso em: 23 mai 2018.
• DUQUE, L. H. Transmissão de Energia Elétrica: Avaliação
dos Isoladores. Uniceub, 2015. Disponível em: <https://
www.youtube.com/watch?v=SOp3H8kdMK8>. Acesso
em: 23 mai 2018.

56 © LINHAS DE TRANSMISSÃO
UNIDADE 1 – CARACTERÍSTICAS E COMPONENTES

3.4. ESTRUTURA

O projeto das estruturas (torres) de suporte às linhas de


transmissão conta com regulamentação bem definida, sendo o
item que representa o menor trabalho de projeto devido às vari-
adas opções oferecidas pelos fabricantes.
Contudo, apesar de opções padronizadas à disposição, as
solicitações e os requisitos sobre a estrutura devem ser bem cal-
culadas. Para se aprofundar nesse assunto, confira os seguintes
links:
• BRÜGGER, R. M. Modelagens de linhas de transmissão
utilizando aplicações do Visual Basic. Mongrafia
(Graduação em Engenharia Elétrica) – Faculdade
Pio Décimo, Aracaju, 2008. Disponível em: <http://
br.monografias.com/trabalhos-pdf/modelagens-
linhas-transmissao-visual-basic/modelagens-linhas-
transmissao-visual-basic.pdf>. Acesso em: 23 mai 2018.
• LIMA, G. F. Instalações Elétricas de Alta Tensão
I – Transmissão em Alta Tensão. IFRN. Disponível
em: <https:/docente.ifrn.edu.br/gustavolima/
disciplinas/instalacoes-eletricas-alta-tensao-i/aula-05-
transmissao-at>. Acesso em: 23 mai 2018.
• NAKAO, O. S. Implantação de Linhas de Transmissão.
USP – Laboratório de Estruturas e Materiais Estruturais
– Escola Politécnica. Disponível em: <www.lem.ep.usp.
br/pef2308/antigo/2002.1/outros/2azlyu~r.doc>.
Acesso em: 23 mai 2018.

© LINHAS DE TRANSMISSÃO 57
UNIDADE 1 – CARACTERÍSTICAS E COMPONENTES

3.5. PROTEÇÃO

A proteção às linhas de transmissão também exige cuida-


dos, pois a confiabilidade do sistema frente a situações excepcio-
nais depende de uma avaliação correta do que é necessário para
haja segurança sem custo excessivo.
• COLEON, R. Para-raios para aplicação em linhas
de transmissão. 2011. Disponível em: <https://
r i c h a rd co l e o n .f i l e s .wo rd p re s s . co m / 2 0 1 1 / 1 2 /
capc3adtulo-8.pdf>. Acesso em: 23 mai 2018.
• MOURA, G. C.; DIAS, J. G.; MATTOS JR., P. A. Evolução
dos para-raios. Revista Pensar. Disponível em: <http://
semanaacademica.org.br/system/files/artigos/
monografia_-_sistema_de_aterramento_0.pdf>.
Acesso em: 23 mai 2018.
• GALDINO, J. Sistemas de força e energia. IFRN. 2011.
Disponível em:
• <http://www3.ifrn.edu.br/~jeangaldino/dokuwiki/lib/
exe/fetch.php?media=sistemas_de_forca_e_energia_
aula_02.2011.2.pdf>. Acesso em: 23 mai 2018.

4. QUESTÕES AUTOAVALIATIVAS
A autoavaliação pode ser uma ferramenta importante para
você testar o seu desempenho. Se encontrar dificuldades em
responder às questões a seguir, você deverá revisar os conteú-
dos estudados para sanar as suas dúvidas.
1) Considerando que os cabos são unifiliares e com seção transversal circular,
determine o diâmetro e a área de seção de um condutor de equivalente
de ferro que substitua o de cobre duro com determinado diâmetro dCu.

58 © LINHAS DE TRANSMISSÃO
UNIDADE 1 – CARACTERÍSTICAS E COMPONENTES

a) dFe = 1,373·dCu, AFe = 5,631·ACu


b) dFe = 2,373·dCu, AFe = 3,645·ACu
c) dFe = 1,373·dCu, AFe = 1,885·ACu
d) dFe = 2,373·dCu, AFe = 5,631·ACu

2) Calcule a relação entre as massas de dois condutores, ferro e cobre duro,


na condição de resistência equivalente, considerando que os cabos são
unifiliares e com seção transversal circular.
a) mFe = 2,376·mCu
b) mFe = 4,793·mCu
c) mFe = 8,898·mCu
d) mFe = 17,93·mCu

3) Calcule a relação entre os limites de tração de dois condutores, ferro e


cobre duro, na condição de resistência equivalente, considerando que os
cabos são unifiliares e com seção transversal circular.
a) FFe = 0,97·FCu
b) FFe = 0,87·FCu
c) FFe = 0,63·FCu
d) FFe = 1,97·FCu

4) Aponte qual a propriedade importante relacionada a cada item:


a) Condutor. ( ) Sustentação
b) Torre de transmissão ( ) Constante dielétrica
c) Isolante ( ) Resistividade
d) Proteção ( ) Altura

5) Para os condutores almelec e cobre duro com determinado diâmetro d,


calcule a relação entre os limites de tração, na condição de resistência
equivalente, considerando que os cabos são unifiliares e com seção trans-
versal circular.
a) FAlm = 3,17·FCu
b) FAlm = 1,23·FCu
c) FAlm = 1,61·FCu

© LINHAS DE TRANSMISSÃO 59
UNIDADE 1 – CARACTERÍSTICAS E COMPONENTES

d) FAlm = 0,91·FCu

Gabarito
Confira, a seguir, as respostas corretas para as questões au-
toavaliativas propostas:
1) d.

2) b.

3) a.

4) b, c, a, d.

5) c.

5. CONSIDERAÇÕES
Chegamos ao final da primeira unidade, na qual você teve a
oportunidade de conhecer o sistema de fornecimento de energia
elétrica, um pouco de sua organização e suas partes funcionais.
No primeiro tópico, pôde compreender as característi-
cas principais das linhas de transmissão e também conhecer
os componentes básicos utilizados na construção de uma linha
de transmissão, suas características, suas propriedades e seu
funcionamento.
Viu também o Conteúdo Digital Integrador, que ampliou
seu conhecimento sobre o assunto.
Na próxima unidade, você aprenderá sobre quais cálculos
devem ser feitos para projetar uma linha de transmissão a partir
de requisitos técnicos definidos pela demanda e sobre como re-
finar seu funcionamento.

60 © LINHAS DE TRANSMISSÃO
UNIDADE 1 – CARACTERÍSTICAS E COMPONENTES

6. E-REFERÊNCIAS

Lista de figuras
Figura 1 Sistema de fornecimento de energia elétrica. Subsistemas básicos de
um sistema de fornecimento de energia elétrica. Disponível em: <https://www.
passeidireto.com/arquivo/25151336/distribuicao-e-transmissao-de-energia-eletrica--
-aula-01---02-02-16>. Acesso em: 23 mai 2018.
Figura 2 Linha de Transmissão de Energia Elétrica. Os componentes básicos de uma
linha de transmissão: (1) cabos condutores, (2) isoladores elétricos, (3) estruturas de
sustentação e (4) cabos de proteção (para-raios). Disponível em: <http://www.dsee.
fee.unicamp.br/~ccastro/cursos/et720/cap5-parte1.pdf>. Acesso em: 23 mai 2018.
Figura 4 Linhas de transmissão do Brasil em 2015. Disponível em: <http://www.ons.
org.br/conheca_sistema/mapas_sin.aspx>. Acesso em: 28 dez. 2016.
Figura 5 Exemplos de cabos de alumínio multifiliares. Cabos multifiliares de alumínio,
com alma de aço (esquerda) e de alumínio puro (direita). Disponível em: <http://www.
dsee.fee.unicamp.br/~ccastro/cursos/et720/cap5-parte1.pdf>. Acesso em: 23 mai
2018.
Figura 6 Amostras de seções de cabos de alumínio. Seções transversais para diversos
cabos multifiliares de alumínio, todos com alma de um material mais resistente no
centro do cabo. Disponível em: <http://www.dsee.fee.unicamp.br/~ccastro/cursos/
et720/cap5-parte1.pdf>. Acesso em 23 mai 2018.
Figura 7 Isolador do tipo pino. Utilizado em linhas de distribuição, o isolador do tipo
pino deve ser fixado em um pino preso na estrutura da torre (ou poste) de fixação.
Disponível em: <http://www.dsee.fee.unicamp.br/~ccastro/cursos/et720/cap5-
parte1.pdf>. Acesso em 23 mai 2018.
Figura 8 Isolador do tipo pilar. Utilizado em linhas de distribuição, o isolador do tipo pilar
possui um corpo mais alongado para manter uma maior distância entre a estrutura e
o cabo condutor. Disponível em: <http://www.dsee.fee.unicamp.br/~ccastro/cursos/
et720/cap5-parte1.pdf>. Acesso em 23 mai 2018.
Figura 9 Isolador do tipo disco. Utilizado em linhas de transmissão e subtransmissão,
o isolador do tipo disco possui aba pronunciada com objetivo de dificultar a circulação
externa de corrente e, além disso, pode ser encadeado para aumentar a distância entre
a torre e o condutor. Disponível em: <http://www.dsee.fee.unicamp.br/~ccastro/
cursos/et720/cap5-parte1.pdf>. Acesso em 23 mai 2018.

© LINHAS DE TRANSMISSÃO 61
UNIDADE 1 – CARACTERÍSTICAS E COMPONENTES

Sites pesquisados
ABRADEE – ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE DISTRIBUIDORES DE ENERGIA ELÉTRICA.
Setor Elétrico. Visão geral do setor. Disponível em: <http://www.abradee.com.br/
setor-eletrico/visão-geral-do-setor>. Acesso em: 23 mai. 2018.
ABINEE – ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DA INDÚSTRIA ELÉTRICA E ELETRÔNICA.
Aperfeiçoamento do setor elétrico brasileiro. 2015. Disponível em: <http://www.
abinee.org.br/programas/imagens/aseb.pdf>. Acesso em: 23 mai. 2018.
ANDRADE, F. F. Linhas de Transmissão de Energia – LTE – Cabos condutores, isoladores
e estruturas de LT’s. Joinville: UDESC, 2011. Disponível em: <http://www.joinville.
udesc.br/portal/professores/fabiano/materiais/LTE_Aula_02.pdf>. Acesso em: 23 mai
2018.
ANEEL – AGÊNCIA NACIONAL DE ENERGIA ELÉTRICA. Atlas de energia elétrica do Brasil.
Brasília: Aneel, 2002. Disponível em: <www2.aneel.gov.br/arquivos/pdf/livro_atlas.
pdf>. Acesso em: 23 mai 2018.
CASTRO, C. A. ET720 – Sistemas de Energia Elétrica I. Cap5 – Linhas de Transmissão.
Campinas: DSE/FEEC/Unicamp. Disponível em: <http://www.dsee.fee.unicamp.
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CERMAT. Home page. Disponível em: <http://cermat.ufsc.br/>. Acesso em: 23 mai
2018.
FERREIRA, J. R. Sistemas eléctricos de energia I – linhas de transmissão. Porto:
Universidade do Porto, 2004. Disponível em: <http://paginas.fe.up.pt/~mam/
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